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RECURSOS TÉCNICOS PARA O EMPREENDEDORISMO DE BASE TECNOLÓGICO DA IDEIA À EMPRESA

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RECURSOS TÉCNICOS PARA O EMPREENDEDORISMO DE BASE TECNOLÓGICODA IDEIA À EMPRESA

RECURSOS TÉCNICOS PARA O EMPREENDEDORISMO DE BASE TECNOLÓGICODA IDEIA À EMPRESA

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ÍNDICE

INTRODUÇÃOObjectivos

UtilizadoresBeneficiários

CONCEITOS CHAVE

NOTAS METODOLÓGICAS E PRÉ-REQUISITOSDivulgação da entidade de acompanhamento

Constituição de um painel de peritos externosPerfil do empreendedor de base tecnológica

Perfil do técnico de acompanhamento

PROCESSO METODOLÓGICOa. Apresentação da ideia através de formulário

b. Primeiro contacto entre empreendedor e entidade de acompanhamentoi. A ideia

ii. O perfil do empreendedor;iii. O potencial tecnológico da ideia;

iv. O conhecimento do mercado;v. A maturidade da ideia

vi. Recomendações aos empreendedoresc. Definição do processo de acompanhamento

i. Desenvolvimento da ideia de negócio1. Pesquisa de mercado;

2. Elaboração de plano de negócios;3. Protecção da ideia;

4. Procura de financiamento5. Teste de mercado;

ii. Apoio à constituição da empresaA prática CAIE

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BENIFICIOS/RESULTADOSCUSTOS DE IMPLEMENTAÇÃO

FACTORES CRÍTICOS DE SUCESSOFERRAMENTAS

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O fomento do empreendedorismo de base tecnológica é, actualmente, uma das grandes apostaspara o desenvolvimento da economia nacional. Incentivar empreendedores, com fortes competênciasnas áreas das novas tecnologias, a aplicar o seu talento na criação de novas empresas de basetecnológica é um dos principais objectivos do Centro de Apoio à Inovação e ao Empreendedorismo.Mas, mais do que incentivar a criação de novas start-ups de base tecnológica, é necessárioimplementar metodologias que promovam a sustentabilidade das ideias de negócio e atenuemo risco de insucesso destas empresas, apoiando o empreendedor em todo o processo deestruturação das suas ideias de negócio, dando-lhe a conhecer todo o processo burocrático paraa constituição da sua empresa e dotando-o de competências ao nível da gestão, área em queas suas competências são, na maioria dos casos, deficitárias, e de conhecimento do mercadoonde vão actuar.

Definido este objectivo, no âmbito do projecto CAIE, foi desenvolvido e testado um processo deconhecimento e reflexão conjunta com os empreendedores que abrange a análise da viabilidadeda ideia de negócio, o desenvolvimento e acompanhamento na estruturação da ideia de negócioe a criação formal das novas empresas, processo este suportado por um conjunto de ferramentasde apoio ao empreendedor, quer para a estruturação da sua ideia de negócio quer para a suadotação de conhecimentos essenciais a todo o processo de criação da empresa.

Objectivos

O guia “Da ideia à empresa” constitui-se num instrumento de apoio, a todas as entidadesvocacionadas para o apoio à criação de empresas de base tecnológica, no processo deacompanhamento aos novos empreendedores e apoio ao desenvolvimento da sua ideia denegócio.

Construído com base na definição de uma metodologia de acompanhamento, moldado, ao longodo período de experimentação, às necessidades dos empreendedores e validado pela experiênciana aplicação da metodologia, este guia constitui-se como:

introdução

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• Instrumento metodológico de apoio ao processo de acompanhamento de novos empreendedores;• Conjunto de ferramentas de apoio ao desenvolvimento da ideia de negócio dos empreendedores;• Chamadas de atenção para os erros mais frequentes e os factores críticos de sucesso parao apoio à criação de novas empresas de base tecnológica.

Utilizadores

A metodologia apresentada pelo guia “Da ideia à empresa” é direccionada à utilização portécnicos de entidades vocacionadas para o apoio e acompanhamento à criação de novasempresas de base tecnológica e demais entidades que se proponham a implementar práticasde apoio à dinamização empresarial, regional.

Beneficiários

Sendo uma metodologia a ser utilizada por entidades vocacionadas para o apoio e acompanhamentoà criação de novas empresas, em particular, de base tecnológica, os principais beneficiáriossão novos empreendedores de base tecnológica, que procuram o apoio destas entidades. Nesteguia, encontra-se um conjunto de ferramentas que permitirá, ao empreendedor, trabalhar edesenvolver a sua ideia de negócio até à criação da empresa, atenuando os riscos e obstáculosmais frequentes, neste processo.

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conceitos chave

Inovação tecnológica

O Manual de Oslo define que a inovação tecnológica de um produto e processo abrange “aimplementação de novos produtos e processos tecnológicos e significantes melhorias tecnológicasnos produtos e processo. A inovação tecnológica de produtos e processos considera-seimplementada se foi introduzida no mercado (inovação do produto) ou utilizada num processoprodutivo (inovação do processo).”

Uma empresa tecnologicamente inovadora ao nível do produto e do processo “é aquela queimplementou produtos ou processo tecnologicamente novos ou com melhorias tecnológicasdurante um determinado período de tempo” – in “Oslo Manual – The measurement of scientificand technological activities”, OCDE, 1997

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notas metodológicas e pré requisitos

A implementação da metodologia “Da ideia à empresa” pressupõe a existência de um contextopreparado para potenciar os seus resultados.

A preparação do contexto assenta em dois processos: sensibilização e apoio à acção.

No processo de sensibilização, o contexto (região, no geral, e empreendedores, em particular)deve ser trabalhado, por um lado, no sentido de conhecer a entidade que se propõe apoiar asdinâmicas empreendedoras. Por outro lado, compete à entidade, conhecer e definir o perfil doempreendedor a quem se pretende dirigir.

No processo de apoio à acção, importa garantir o apoio de peritos que suportem a tomada dedecisões e a participação de técnicos de acompanhamento com um perfil adaptado às funçõesde apoio aos empreendedores que irão prestar.

Divulgação da entidade de acompanhamento

Qualquer entidade que se proponha constituir como uma entidade vocacionada para o apoio eacompanhamento a novas empresas, quer sejam de base tecnológica, quer sejam de sectoresmais tradicionais, só reunirá as condições para o fazer se se der a conhecer como entidade comcompetências para tal.

Se por um lado, algumas entidades são, naturalmente, identificadas como entidades vocacionadaspara o apoio e acompanhamento à criação de novas empresas, como será o caso de algumasincubadoras, outras haverá que não o são. Será o caso, a título de exemplo, de novas incubadoras,ainda não conhecidas no mercado, associações de desenvolvimento local e associaçõesempresariais.

Para iniciar um processo de apoio e acompanhamento à criação de novas empresas, as entidades,antes de mais, deverão publicitar-se enquanto entidades vocacionadas para este processo.

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Assim, recomenda-se que as entidades ainda não conhecidas no território como entidadesvocacionadas para o apoio e acompanhamento à criação de empresas, dispensem algunsesforços no sentido de se fazerem reconhecer como tal.

Algumas iniciativas que poderão tomar, neste sentido, passam, essencialmente, por:

• Divulgação das suas competências no site da entidade;• Criação de parcerias e divulgação junto de entidades com maior perfil para a geração econtacto com novos empreendedores, como o sejam, por exemplo, escolas profissionais,universidades e institutos politécnicos, câmaras municipais e associações empresariais;• Divulgação, junto do público em geral, através de comunicação social, newsletters e/ououtros;• Organização de eventos, como, por exemplo, workshops, debates, etc.;• Estratégia de divulgação baseado na “passagem da palavra”. A implementação de umaestratégia poderá passar por duas vertentes:

- Fazer chegar a informação ao público-alvo definido e com potencial para a disseminaçãoda informação, como por exemplo, alunos do ensino superior;- Reconhecimento do trabalho efectuado com primeiros casos de acompanhamento.

Constituição de um painel de peritos externos

A correcta avaliação da inovação tecnológica que serve de base a uma nova ideia de negócioé um dos aspectos fundamentais no processo de análise da mesma. Enquadrar uma nova ideiade negócio, tecnologicamente inovadora, com o estado da arte do sector e o mercado para aqual é dirigida, deverá ser a primeira prioridade no início de um processo de análise de novasideias e acompanhamento dos empreendedores, constituindo-se como a base fidedigna paraa elaboração de recomendações, ao empreendedor, e orientação do processo de acompanhamento,com o mesmo.

Os técnicos de acompanhamento das entidades vocacionadas para o apoio e acompanhamentoà criação de novas empresas de base tecnológica são, na grande maioria dos casos, peritos nasáreas da gestão e da economia, faltando-lhes competências mais profundas para o enquadramento

ALERTA

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da inovação inerente à nova ideia de negócio com o estado da arte do sector onde esta seinsere.

Por outro lado, o empreendedor, sendo alguém com conhecimentos profundos na área na qualpretende actuar não detém a informação completa sobre a mesma, da mesma forma que,motivado pelo seu entusiasmo e envolvimento no projecto, descura e/ou desvaloriza, muitasvezes, os riscos provenientes da evolução própria do mercado e da tecnologia.

Assim, é importante que a análise da nova ideia de negócio, por parte do técnico deacompanhamento seja complementada com o parecer de um perito na área em que oempreendedor se propõe actuar.

As entidades que se propõem vocacionar para o apoio e acompanhamento à criação de novasempresas de base tecnológica deverão dispor de um painel de peritos em áreas definidas apriori de acordo com o posicionamento estratégico que adoptarem, que prestem apoio na análisedo potencial tecnológico e de inovação das novas ideias apresentadas.

Estes peritos poderão ser:

• Presidentes de departamentos e/ou docentes universitários;• Peritos afectos a entidades do sistema cientifico e tecnológico;• Outros com reconhecidas competências técnicas e profissionais, nas áreas definidas comopreferenciais para o apoio.

O painel de peritos poderá, ainda, contemplar empresários com experiência comprovada emdeterminados sectores de actividade. No entanto, a inclusão deste tipo de peritos trará importantesmais valias para o empreendedor mas poderá incorrer em risco relacionados com confidencialidadee protecção das ideias apresentadas.Face a estas questões, é aconselhável que a constituição do painel de peritos inclua empresáriosou outros com características semelhantes devendo ser implementados mecanismos desalvaguarda da confidencialidade e de garantia de uma actuação ética perante as ideias einformação apresentadas.

NOTA

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Neste trabalho em parceria deverá ser garantida:

• Total imparcialidade na análise das ideias de negócio;• Confidencialidade sobre a informação disponibilizada;• Resposta atempada, face às necessidades do empreendedor;• Profissionalismo e responsabilidade na informação a prestar.

Pressupõe-se que o parecer a emitir, por este painel de peritos, seja efectuado após a primeiraanálise, realizada pelo técnico de acompanhamento, e anteceda a implementação do percursode acompanhamento definido para o apoio ao empreendedor.

Perfil do empreendedor de base tecnológica

Ao definir a tipologia de público a quem se dirige, a entidade tutora, deverá procurar traçar ecompreender o perfil do empreendedor que irá apoiar. Com base na informação sistematizada,poderá, por um lado, orientar a sua estratégia de comunicação para o exterior e, por outro lado,adaptar as metodologias a implementar.

O empreendedor de base tecnológica caracteriza-se, tipicamente, por ser:

• Dotado de elevadas competências técnicas, mas com competências, ao nível da gestão,mais reduzidas;• Determinado;• Confiante;• Pouco adverso ao risco e à confiança;• Criativo;• Arrojado;• Atento às tendências do mercado;• Jovem;• Com qualificação ao nível da licenciatura ou mestrado;• Procurar a constante actualização do conhecimento.

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Perfil do técnico de acompanhamento

O técnico de acompanhamento, no processo de trabalho com o empreendedor, enfrenta doisdesafios. O desafio profissional de apoio ao desenvolvimento do projecto do empreendedor e odesafio “social” de conquista de uma relação de confiança com o empreendedor, que lhe irápermitir uma maior fluidez de informação e, consequentemente, maior rapidez no alcance deresultados.

Face aos desafios que lhe são apresentados, o técnico de acompanhamento deverá reunir umconjunto de requisitos ao nível das suas competências profissionais, académicas e sociais.

Competências profissionais e académicas

• Formação académica nas áreas da gestão e economia;• Experiência profissional na área empresarial;• Conhecimentos ao nível de procedimentos financeiros e administrativos;• Adopção de uma postura profissional e de comprometimento, junto do empreendedor:

- Procura por constante actualização de conhecimentos;- Detenção e constante construção de uma rede de contactos;- Pontualidade;- Capacidade para dar respostas num curto espaço de tempo;- Capacidade para analisar obstáculos e procurar soluções inovadoras;- Humildade para perceber quais as áreas em que não tem competências para responderao empreendedor e procurar o apoio de quem domina essas mesmas competências.

Competências sociais

• Capacidade para a construção de redes de conhecimentos e parcerias;• Sociável;• Capacidade para auscultar e intervir;• Disponibilidade para atender o empreendedor sempre que necessários;• Persistente;• Resistente à frustração;• Isento;• Audaz.

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processo metodológico

a. Apresentação da ideia através de formulário

O primeiro passo, no processo de criação de uma nova empresa de base tecnológica, é aexistência de uma ideia viável e a sua estruturação.

NOTA

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A primeira dificuldade enfrentada pela maioria dos empreendedores é a estruturação da suaideia de forma consistente e ponderada. A apresentação de uma nova ideia de negócio/projecto,deverá ser feita através de um formulário, devidamente estruturado e concebido de forma aser um primeiro mecanismo de apoio à estruturação da ideia de negócio, pelo empreendedor.

Este formulário deverá ser um instrumento informal, onde não seja obrigatório o seu preenchimentototal e o empreendedor utilize cada um dos campos como um tópico de reflexão. A informaçãoa apresentar pelo empreendedor deverá ser sintética e opcional, de modo a que este instrumentoconstitua um mecanismo facilitador da apresentação da ideia e não um obstáculo.Junto com o formulário de apresentação da nova ideia/projecto, deverá ser solicitado, ao(s)empreendedor(es), o envio do(s) currículo(s) vitae, para enquadramento da sua formação eexperiência com o negócio que se propõe(m) desenvolver, bem como outra informação queconsidere relevante.

Sendo este o primeiro contacto com uma nova ideia de negócio, servirá, também, para que ostécnicos da entidade tutora possa ter uma primeira impressão sobre a maturidade e grau deestruturação das ideias de negócio. Esta primeira impressão permitirá a preparação de umprimeiro encontro de trabalho e uma primeira estruturação do processo de acompanhamentoa fazer ao empreendedor.

Alguns dos campos básicos a constar no formulário deverão ser:

• Identificação da ideia e do promotor;• Estrutura formal da empresa a constituir (forma jurídica, capital social, n.º de sócios, etc.);• Apresentação da ideia e factores que levaram a considerar a ideia viável;• Carácter inovador da ideia;• Motivação para a realização do projecto;• Objectivos no curto e médio prazo;• Quem são os clientes, concorrência e fornecedores;• Estratégia de marketing;• Estrutura de recursos humanos;• Localização da empresa;• Estrutura do investimento e fontes de financiamento;

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NOTA

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• Impacto económico e social, na região/país onde se insere;• Porque escolheu esta entidade de acompanhamento.

Este conjunto de questões permitirá, ao empreendedor, reflectir sobre a estrutura de sociedadeque pretende constituir, como se vai posicionar e interagir com o mercado onde se propõelançar, assim como identificar fragilidades na sua ideia de negócio. A consciência destasfragilidades permitir-lhe-á reforçar a sua ideia, identificando soluções para possíveisconstrangimentos. Este trabalho de reflexão permitir-lhe-á acrescentar inovação ao processode desenvolvimento da sua ideia.

No capítulo “Ferramentas” poderá ser consultado o formulário de apresentação da ideia denegócio/projecto construído no âmbito do projecto CAIE.

b. Primeiro contacto entre empreendedor e entidade tutora

A entrega do formulário de candidatura de novas ideias de negócio deverá ser o primeiro passosolicitado ao empreendedor. No entanto, este não é fonte fiel e transparente da ideia de negócioe da sua maturidade nem do perfil do empreendedor. O contacto pessoal, para conhecimentomais aprofundado da ideia de negócio e do empreendedor é uma etapa indispensável em todoo processo.

Sendo aconselhável a primeira apresentação das ideias de negócio através de um formulário,este não deverá ser um processo inflexível. Muitos poderão ser os empreendedores que, antesdo envio do formulário devidamente preenchido, se dirijam à entidade dinamizadora no sentidode apresentarem a sua ideia de negócio. Nestes casos, é aconselhável recorrer a esta primeirareunião presencial com o empreendedor para o conhecer a si e à sua ideia e, posteriormente,solicitar o envio do formulário preenchido com maior rigor do que aquele que seria exigido aoempreendedor que iniciasse o processo pelo envio do formulário.Deverá haver uma combinação entre a reunião de trabalho presencial e o preenchimento doformulário de candidatura de ideias de negócio, ainda que haja alguma flexibilidade na ordemde realização de cada um dos momentos.

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NOTA

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Após o contacto do empreendedor e a recepção do seu formulário de apresentação da ideiade negócio/projecto (caso seja este o processo seguido pelo empreendedor), o técnico daentidade tutora, responsável pela análise das novas ideias, deverá agendar uma reunião detrabalho, para exploração da ideia apresentada, conhecimento do empreendedor e definiçãode um percurso de acompanhamento.

O formulário, independentemente da quantidade e/ou qualidade da informação contida, nãodeverá servir, em situação alguma, como ferramenta de seriação de ideias de negócio. Todosos empreendedores com ideias de negócio para apresentar deverão passar pelos momentosdo preenchimento do formulário e da apresentação da ideia. Deve garantir-se a existência deum mecanismo que não exclua ideias com elevado potencial de mercado com base eminformação insuficiente para a análise da ideia.

Qualquer que seja a ordem adoptada para o primeiro contacto com o empreendedor, a primeirareunião presencial deverá permitir, ao técnico de acompanhamento:

• Traçar um perfil do empreendedor;• Analisar a ideia de negócio;• Fazer uma primeira avaliação do potencial tecnológico da ideia;• Identificar o domínio e conhecimento do mercado, pelo empreendedor;• Avaliar a maturidade da ideia de negócio/projecto apresentado;• Tecer recomendações ao empreendedor;• Enquadrar a ideia com os objectivos da entidade de acompanhamento.

i. A ideia

A informação disponibilizada, pelo empreendedor, no formulário de apresentação da ideia denegócio/projecto permitirá ao técnico conhecer superficialmente o conceito de negócio a criarpelo empreendedor. No caso da realização da reunião de apresentação antes da recepção doreferido formulário, o técnico não terá qualquer conhecimento sobre a ideia de negócio/projectodo empreendedor.

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NOTA

NOTA

CONTINUA

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O primeiro momento da reunião de trabalho, entre empreendedor e técnico, deverá ser destinadaà exposição clara da ideia de negócio do empreendedor. O técnico deverá disponibilizar todoo tempo necessário para o empreendedor fazer a sua apresentação, que poderá ser verbalou através de qualquer outro suporte que este entenda ser necessário.

No decurso da apresentação, do empreendedor, o técnico deverá, sempre que se justifique,ir colocando questões que o ajudem a compreender claramente a ideia de negócio. No entanto,deverá haver algum cuidado para que a exposição não seja encaminhada para outras etapas,perdendo-se informação que o empreendedor possa acabar por não expor.

A exposição da ideia de negócio, deverá permitir, ao técnico, reunir informação sobre:• Actividade(s) que o empreendedor se propõe realizar;• Como vai desenvolver a(s) actividade(s) proposta(s);• Qual a estrutura necessária para a implementação da ideia de negócio;• Que tipo de sociedade vai constituir;• Quais as necessidades de recursos humanos e como as vai preencher;• Que equipamento e infra-estruturas irá necessitar;• Como surgiu a ideia;• Que financiamento ou parceria, o empreendedor, espera obter;• Qual o apoio que o empreendedor espera da entidade de acompanhamento.

ii. O perfil do empreendedor

Após a exposição da ideia de negócio/projecto, pelo empreendedor, cabe ao técnico, a tarefade orientar a entrevista para a recolha de informação que lhe permita traçar o perfil doempreendedor e as suas motivações para a realização do projecto.

O momento da reunião presencial, entre técnico de acompanhamento e empreendedor deverácontemplar um momento de questões com enfoque no perfil e motivações do empreendedor.

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NOTA CONTINUAÇÃO

EXEMPLO

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No entanto, a informação recolhida deverá ser complementada com um conjunto de informaçõese indicações recolhidas ao longo da reunião. Factores como a postura do empreendedor, afacilidade de expressão, domínio sobre o projecto entre outros, deverão ser ponderados e tidosem consideração aquando a definição do processo de acompanhamento.

Um empreendedor que se prepare para fazer a apresentação do seu projecto a um investidor,mas com dificuldades ao nível da expressão oral, deverá ser acompanhado pelo técnico, napreparação da sua exposição.

No processo da análise do perfil do empreendedor, o técnico poderá socorrer-se de um guião,com um conjunto de questões chave, que o apoiarão a recolher informação concisa sobre oempreendedor.

Este guião para a análise do perfil de competências do empreendedor assemelhar-se-á aostípicos testes do perfil do empreendedor, mas deverá ser trabalhado para que as respostasnão sejam induzidas de acordo com o resultado pretendido.

A elaboração de um guião para a análise do perfil de competências do empreendedor deveráter como base as seguintes características de referência de um empreendedor:

• Orientação para a acção;• Capacidade para assumir riscos, com consciência, e enfrentar novos desafios;• Liderança;• Vitalidade e energia;• Auto confiança;• Necessidade de autonomia e realização pessoal;• Capacidade para identificar oportunidades;• Conhecimento técnico e noção empresarial;• Optimismo.

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NOTA

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O guião deverá reunir um conjunto de questões que deverão ser apenas orientadoras do tipode informação que se pretende recolher, do empreendedor, e não é uma ferramenta rígida.A sua aplicação deverá ser feita de forma informal, as questões deverão ser formuladas deacordo com o decurso da conversa, podendo surgir outra tipologia de questões ou formas deavaliação das capacidades do empreendedor, de acordo com a sua postura, diálogo, exposiçãode ideias, etc.

A informação essencial a recolher com este instrumento deverá ser:

• Motivações do empreendedor para acreditar e avançar com o projecto;• Competências que detém, essenciais ao sucesso do projecto;• Competências que não detém e que poderão colocar o projecto em risco;• Perfil académico e experiência profissional que servem de suporte às competências paraavançar com o projecto;• Metas que pretende atingir, no longo prazo;• Suporte financeiro na pré-constituição da empresa e fase de arranque da empresa;• Capacidade para enfrentar o insucesso;• Apoio da família e amigos para avançar com o projecto;• Disponibilidade para dedicação ao projecto;• Competências de planeamento e tomada de decisões.

No capítulo “Ferramentas” poderá consultar o guião de análise do perfil de competênciasdo empreendedor, elaborado no âmbito do projecto CAIE.

iii. O potencial tecnológico da ideia

A primeira reunião/entrevista, com o empreendedor, é o momento oportuno para fazer umaprimeira avaliação do potencial tecnológico da sua ideia de negócio/projecto.

Após a exposição, pelo empreendedor, do conceito do negócio e a recolha de informação sobreo perfil de competências do empreendedor, o técnico deverá orientar a entrevista, no sentidode perceber, o mais claramente possível, o potencial tecnológico associado à ideia denegócio/projecto.

NOTA

NOTA

CONTINUA

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A análise do potencial tecnológico da ideia de negócio/projecto poderá ser feita no momentode questões que segue a exposição livre da ideia de negócio, pelo empreendedor. O técnicode acompanhamento poderá focar algumas das suas questões na recolha de informação quelhe permita fazer esta análise.

A avaliação do potencial tecnológico assenta sobre os seguintes critérios:

• Identificação, no mercado, da oportunidade – Onde existe a oportunidade;• Quais são as tecnologias concorrentes e/ou substitutas a operar, actualmente, no mercadoou em vias de entrar no mercado;• Potencial de desenvolvimento da tecnologia – Quais as possibilidades de criação de novosprodutos;• Grau de inovação:

- O mercado está preparado para aceitar a tecnologia?- Há necessidade de formar o cliente para que este possa adquirir e utilizar a tecnologia/produto?

• Qual o tempo de desenvolvimento da tecnologia e qual o tempo necessário para esta atingira maturação;• Necessidade de protecção da tecnologia e qual a facilidade de cópia;• Qual o custo da tecnologia – desenvolvimento e preço de venda;• Qual o valor acrescentado para o cliente e qual o valor acrescentado apercebido pelo cliente;• Qual o estado da arte do sector/área/tecnologia, a nível nacional e internacional.

No capítulo “Ferramentas” poderá consultar o guião para a primeira avaliação do potencialtecnológico de uma ideia de negócio/projecto.

A avaliação do potencial tecnológico de uma nova ideia de negócio/projecto deverá sercomplementada pelo parecer de um painel de peritos externos, tal como mencionado nocapítulo “Notas metodológicas e pré-requisitos”.Após a reunião/entrevista com o empreendedor, a informação recolhida quer através doformulário de apresentação da ideia/projecto, quer a informação complementar recolhida pelotécnico, deve ser remetida para o painel de peritos, para que este possam dar o seu parecer

CONTINUAÇÃONOTA

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e tecer, sempre que se justifique, um conjunto de recomendações de apoio ao empreendedor.Recomenda-se que este parecer seja emitido num prazo máximo de uma semana e as eventuaisrecomendações reencaminhadas para o empreendedor.

iv. O conhecimento do mercado

O estudo de mercado é um dos factores primordiais no lançamento de novas empresas debase tecnológica. A entrada no mercado e o lançamento de produtos inovadores é, para amaioria das novas empresas de base tecnológica, a maior dificuldade a ultrapassar. Algumasdas características do mercado e deste tipo de empresas justificam esta dificuldade:

• Longos períodos de desenvolvimento de novos produtos;• Entrada, no mercado, de produto inovadores, completamente desconhecidos;• Preparação do mercado para aceitar o produto, considerando:

- A identificação da necessidade;- O reconhecimento da sua utilidade;- A atribuição, ao produto, do valor esperado;- A disponibilidade de produtos substitutos;- A indisponibilidade de competências e/ou infra-estruturas para a utilização do produto;

• A existência de empresas concorrentes, de grande dimensão, que poderão eliminar aspossibilidades de entrada, da empresa, no mercado.

Para que as futuras novas empresas possam atenuar os riscos da entrada no mercado, deverãorecolher e organizar o máximo de informação possível, que lhes permita conhecer o mercadopara a qual se direccionam e definir a melhor estratégia de entrada neste mercado. Para tal,importa conhecer:

• Quem são os clientes – identificar, claramente, para quem vai vender;• Como compram os clientes;• Quem é a concorrência, onde está e como vende;• Quais são os produtos substitutos, existentes no mercado;• Quais as vantagens do seu produto face aos existentes no mercado;

ALERTA

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• Qual é a estratégia de entrada no mercado;• Como vai apresentar o produto ao cliente;• Como vai vender o produto – preço, canais de distribuição, prazos de recebimento.

Este tipo de questões deverão ser colocadas, no decurso da reunião, de modo a que o técnico,possa identificar o conhecimento que o empreendedor detém, sobre o mercado onde se propõeactuar. Para além do conhecimento do mercado, o empreendedor deverá, também, enquadraro seu projecto face à envolvente externo, isto é, identificar as repercussões do mercado sobrea estruturação do seu negócio, por exemplo, em termos de definição de preços de lançamento,estratégias de marketing, entre outras.

De acordo com a informação detida pelo empreendedor, o técnico decidirá se deverá orientaro empreendedor no sentido de trabalhar um estudo de mercado ou se este é um trabalho jáfeito pelo empreendedor.

O técnico de acompanhamento deverá estar atento às situações em que o empreeendedorjá realizou o levantamento da informação para a caracterização do mercado onde pretendeactuar. Se, por um lado, esta situação é a ideal, por outro lado, poderá ter associado algunsriscos. O entusiasmo do empreendedor, pelo seu projecto, poderá conduzi-lo a uma incorrectainterpretação ou desvalorização de informações que representem ameaças para o seu futuronegócio.

Sempre que a tipologia de produto a desenvolver pelo empreendedor o justifique, este deveráser conduzido num processo de teste de mercado. Para a implementação deste processo,recomenda-se a consulta do guia “Produtos inovadores: O desafio do mercado”.

v. A maturidade da ideia

Através da implementação dos vários momentos descritos anteriormente, o técnico, vaireunindo um conjunto de informações que lhe permitirá identificar o grau de maturidade doprojecto do empreendedor.

NOTA

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A resposta a algumas das questões que se colocam de seguida, permitirão, ao técnico,identificar a maturidade do projecto do empreendedor:

• Identificaram, no mercado, uma necessidade à qual o seu produto irá dar resposta?• Detém competências técnicas e um curriculum vitae adequado ao desenvolvimento da suaideia de negócio?• A área de actividade e os produtos a lançar no mercado estão bem definidos, assim comoo seu processo de produção?• Detém completo conhecimento sobre o processo produtivo?• Têm consciência das competências dos recursos humanos necessários?• Identificam as infra-estruturas e equipamentos necessários ao desenvolvimento do negócio?• A área de actividade é-lhes familiar e conhecem, minimamente, o mercado para o qualse vão dirigir?• Elaboraram um plano de negócios e um estudo de viabilidade económica e financeira doprojecto?• Identificam as lacunas ao nível das suas competências e formas de as colmatar, para aprossecução do projecto?

As situações possíveis de ocorrer variam entre empreendedores que detém apenas uma ideiapara um projecto e empreendedores que apresentam projectos devidamente estruturados emplanos de negócio e análise de viabilidade. A identificação do nível em que se encontra oempreendedor, permitirá, ao técnico conduzi-lo a:

• Um processo de reflexão para estruturação da ideia;• Um processo de acompanhamento para desenvolvimento de mecanismos de estruturaçãoda ideia;• Apoio à constituição formal da empresa.

Qualquer que seja o processo a que o empreendedor seja conduzido, é fundamental que otécnico desempenhe, sempre, um papel de incentivador. O contacto periódico, com oempreendedor, para perceber as evoluções sobre o desenvolvimento da sua ideia de negóciocria um efeito motivador e ajuda o técnico a desenvolver novos mecanismos e instrumentosde apoio aos novos empreendedores.

NOTA

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vi. Recomendações aos empreendedores

Com base na informação recolhida, no final da reunião, o técnico estará em condições de fazeruma síntese que sustente um conjunto de recomendações ao empreendedor.

Se por um lado, o técnico pode optar dirigir as recomendações, ao empreendedor, apenas nofinal da reunião, com base no conjunto da informação recolhida, por outro lado, poderá,também, optar por elaborar as suas recomendações ao longo da reunião, de acordo com ainformação que é apresentada.

Alguns exemplos de recomendações mais frequentes, remetem para:

• Importância da experiência profissional na área em que pretendem desenvolver o projecto;• Aos recém-licenciados, que pretendem avançar com um projecto em simultâneo com umestágio, a necessidade de dedicar muito tempo ao projecto é essencial;• Preparação para um primeiro período em que não obterão resultados imediatos do seuinvestimento e esforço;• Realização de pesquisas em sites de empresas já estabelecidas no mercado, para conheceros seus produtos;• Estabelecer contactos com empresas que poderão ser potenciais parceiras;• Indicação de fragilidades que poderão comprometer o sucesso do negócio.

Na conclusão da reunião, o técnico deverá:

• Propor um percurso de acompanhamento a implementar com o empreendedor, face àsfragilidades ou lacunas evidenciadas na informação prestada;• Disponibilizar contactos directos;• Agendar nova reunião ou momentos de trabalho e formas de o fazer – através de reuniõespresenciais, on line, ou outras;• Disponibilizar materiais informativos e instrumentos de trabalho, como por exemplo, cadernosde apoio à elaboração de um plano de negócios, esquemas de processos para a constituiçãode uma empresa, informação para o registo de marcas e patentes, etc.

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No capítulo “Ferramentas”, poderá consultar os instrumentos de apoio ao empreendedor,elaborados no âmbito do projecto CAIE.

“…decidimos não avançar com a nossa ideia de negócio. Após a nossa reunião, apercebemo-nos de imensos factores em que não pensámos e como a nossa ideia, apesar de ser nova,era muito frágil…”

c. Definição do processo de acompanhamento

Tipicamente, a maturidade da ideia de negócio do empreendedor enquadrar-se-á numa dasseguintes três fases:

F1. A sua ideia de negócio é muito vaga e está pouco explorada;F2. Detém uma boa ideia de negócio, viável no mercado e bem estruturada num plano denegócio;

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NOTA

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F3. Detém uma boa ideia de negócio, bem consolidada e com forte potencialidade de sucessomas pouco estruturada.

F1. Ideia de negócio vaga e pouco explorada

O empreendedor nesta situação deverá ser conduzido a um processo de reflexão mais cuidadasobre a estruturação da sua ideia de negócio, de modo a maturar o seu conceito.

Neste processo, o técnico deverá assumir duas funções:

•Motivador – pelo estabelecimento de contactos directos, com o empreendedor, de forma aaferir acerca de dificuldades, dar sugestões, implementar ritmos e metas alcançar;•Apoio técnico – fornecendo instrumentos de trabalho, nomeadamente guias para a estruturaçãode ideias de negócio, identificando programas de financiamento dirigidos a empreendedores,em fase de desenvolvimento de ideias de negócio, identificando dificuldades e sugerindosoluções, propondo metas e objectivos a alcançar a cada momento.

Após a conclusão desta fase, o empreendedor estará em condições de passar à fase do percursode acompanhamento.

A passagem da fase da maturação da ideia para o percurso de acompanhamento deverá surgirnaturalmente, através do desenvolvimento da ideia de negócio, pelo empreendedor e pela trocade informação que vai sendo feita entre este e o técnico de acompanhamento.No entanto, o factor decisivo para o sucesso de cada uma destas fases encontra-se na motivaçãoe empenho do empreendedor.Na fase da maturação da ideia, o sucesso dependerá da dedicação e motivação do empreendedor,mais do que qualquer apoio que o técnico possa prestar. Esta fase depende da real vontadedo empreendedor em avançar com o seu negócio e superar riscos e incertezas.A fase do percurso de acompanhamento é uma fase com maior intervenção do técnico, que visacolmatar lacunas no processo de criação da empresa, como o sejam, a elaboração de um planode negócios e a procura de financiamento.

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F2. Ideia de negócio devidamente estruturada num plano de negócios, com fonte definanciamento assegurada

O empreendedor nesta situação está pronto a avançar com a constituição da empresa e, paraalém do acompanhamento necessário à formalização legal do seu negócio, obterá acompanhamentona consolidação e crescimento da empresa.

F3. Ideia de negócio, bem consolidada e com forte potencialidade de sucesso mas poucoestruturada

O empreendedor na segunda situação será acompanhado pelos técnicos na estruturação da suaideia de negócio. Duas tipologias de projectos podem surgir:

• Projectos de base tecnológica, altamente inovadores, com necessidade de desenvolvimentode um protótipo;• Projectos de base tecnológica, sem necessidade de desenvolvimento de protótipos.

Em ambos os casos, o processo de acompanhamento contempla a elaboração de um plano denegócio, pesquisa de mercado e procura de financiamento adequado as necessidades do projecto.

No caso de projectos altamente inovadores, com necessidade de desenvolvimento de protótipos,a pesquisa de mercado poderá ser complementada com um processo de teste de mercado.Para maior informação acerca da metodologia de teste de mercado, sugere-se a consulta doguia “Produtos inovadores: O desafio do mercado”

i. Desenvolvimento da ideia de negócio

O desenvolvimento da ideia de negócio/projecto, do empreendedor, coloca a ênfase no apoioà estruturação e “montagem” do negócio. Em contraposição ao processo de reflexão paramaturação da ideia, onde o empreendedor deverá concentrar os seus esforços na definiçãoclara da sua actividade e os recursos necessários para a sua implementação, este processocentra-se na estruturação da actividade e do negócio, claramente definidos pelo empreendedor.

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Da mesma forma, neste momento, o técnico assume a dupla função de:

• Motivador – pelo estabelecimento de contactos directos, com o empreendedor, de formaa aferir acerca de dificuldades, dar sugestões, implementar ritmos e metas alcançar;• Apoio técnico – fornecendo instrumentos de trabalho, nomeadamente guias para aestruturação de ideias de negócio, identificando programas de financiamento dirigidos aempreendedores, em fase de desenvolvimento de ideias de negócio, identificando dificuldadese sugerindo soluções, propondo metas e objectivos a alcançar a cada momento.

Neste processo de acompanhamento poderão ser desenvolvidas e utilizadas algumas ferramentasde apoio ao empreendedor, cujo objectivo é dota-lo de um conjunto de informação essencialà concretização do seu projecto:

• Desdobrável com indicação das diferentes tipologias de formas jurídicas das empresas esuas características; esquema passo-a-passo para a constituição formal da sua empresa– O esquema representa o processo de constituição formal da empresa, quer pelo processotradicional quer pelo processo de “empresa na hora”, com indicação dos documentosnecessários em cada etapa, documentos que obterá, custos e moradas; requisitos formaisno pós-constituição da empresa; obrigações fiscais, anuais e mensais, das empresas; processopasso-a-passo para o registo de marcas e patentes;• Caderno de apoio à elaboração do plano de negócios – guião de apoio à elaboração doplano de negócio, simplificado e com explicações sobre os objectivos de cada campo apreencher;

No capítulo “Ferramentas” poderá consultar os instrumentos desenvolvidos no âmbito doprojecto CAIE.

“…este caderno (de apoio à elaboração do plano de negócios) é excelente porque simplificabastante a construção do plano de negócios…”

No processo de desenvolvimento da ideia, o projecto do empreendedor é desenvolvido eestruturado considerando:

1. Pesquisa de mercado;2. Elaboração de plano de negócios;

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NOTA

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3. Protecção da ideia;4. Procura de financiamento;5. Teste de mercado.

A passagem por cada uma das etapas é um percurso a definir individualmente, para cadaprojecto, de acordo com o trabalho já desenvolvido pelo empreendedor.

Recomenda-se que o processo de acompanhamento tenha início com o preenchimento docaderno de apoio à elaboração do plano de negócios. Este instrumento, que poderá ser emformato papel ou digital, permite, ao empreendedor, ir reflectindo e estruturando a sua ideiade negócio através de uma abordagem ao plano de negócios, sem a necessidade de ser tãoexaustivo e detalhado.

1. Pesquisa de mercado

Conhecer e compreender o funcionamento e a dinâmica de evolução do mercado onde vaiactuar é um dos requisitos de maior importância no desenvolvimento de um projecto empresarialviável, principalmente quando se trata de uma nova empresa de base tecnológica, comprodutos inovadores para o mercado.

O técnico de acompanhamento deve, numa primeira fase, perceber o domínio do mercado,pelo empreendedor e, suportado pelo parecer do painel de peritos que avaliará o potencialtecnológico da ideia, construir, com o empreendedor uma estratégia de análise do mercadoprofunda.

O empreendedor deverá, através de mecanismos existentes no mercado:

• Caracterizar os seus clientes;• Caracterizar os seus fornecedores;• Caracterizar a sua concorrência;• Conhecer as tendências de evolução do mercado e do sector pretende actuar.

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NOTA

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Só com o domínio desta informação é possível, ao empreendedor, atenuar o risco da entradada sua empresa e dos seus produtos, no mercado.

O técnico de acompanhamento, deverá apoiar o empreendedor na selecção das ferramentasmais adequadas para efectuar a análise do mercado:

• Pesquisas na Internet;• Entrevistas directas;• Aquisição de estudos de mercado;• Aquisição de bases de dados.

No guia “Produtos inovadores: O desafio do mercado”, encontra-se disponível um referencialde apoio ao lançamento de produtos inovadores para o mercado, que o técnico poderá utilizarpara apoiar o empreendedor na definição de uma estratégia de entrada no mercado.

Cabe ao empreendedor, o ónus de implementar as ferramentas seleccionadas e elaboraçãodo seu estudo de mercado, independentemente de todo o apoio que possa obter do técnicode acompanhamento.

De acordo com a tipologia de produtos e serviços que o empreendedor se propõe comercializar,pode ser implementado um teste de mercado. Esta metodologia, definida no guia “Produtosinovadores: O desafio do mercado”, apresenta uma solução para a análise da aceitação doproduto inovador, pelo mercado, e experimentação do produto ou serviço junto de um clientetipo, que permite ao empreendedor testar quer o seu produto quer a sua a estratégia deentrada no mercado, definida, inicialmente, permitindo-lhe ajustá-los ou reformulá-los deacordo com os resultados que vai obtendo da experimentação.

2. Elaboração do plano de negócios

A elaboração de um plano de negócios não é mais do que o planeamento e estruturação donegócio. Tendo como referência um ponto de partida – a ideia de negócio – o plano de negóciosdeverá traçar o percurso, as estratégias e as opções que o empreendedor deverá tomar, para

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alcançar uma meta definida – objectivos a alcançar, pela empresa, no médio e longo prazo.O plano de negócios é, ainda, um instrumento de planeamento, que permite ao empreendedor,compreender os riscos, ameaças e oportunidades que vão surgindo, para o seu negócio. Aexistência deste documento é fundamental, quer exista sob a forma de um documento escrito,quer exista, apenas, “na cabeça” do empreendedor.

Um plano de negócios, sob a forma de documento escrito, é fundamental para:

• Compreensão do negócio, em todas as suas vertentes, pelo empreendedor;• Apresentação do negócio a eventuais investidores;• Orientação do empreendedor;• Procura de parceiros.

A grande maioria dos empreendedores de base tecnológica caracterizam-se pelas elevadascompetências técnicas, que detém, no sector onde se propõem actuar, no entanto, as suascompetências ao nível da gestão são muito superficiais. Cabe ao técnico de acompanhamentoorientar o empreendedor na elaboração deste plano de negócio, desmistificando conceitos,dando apoio em áreas mais complexas, como sejam os mapas financeiros, e apoiando-o nacompreensão dos resultados evidenciados pelo plano de negócios.

A tarefa de elaboração do plano de negócios deverá ser, sempre, do empreendedor. O técnicode acompanhamento deverá apenas dar apoio na sua elaboração.Para apoiar o empreendedor na tarefa de elaboração do plano de negócios, o técnico deacompanhamento dispõe de algumas ferramentas:

• Manuais e guias para a elaboração do plano de negócios;• Software de elaboração de planos de negócio.

Para a construção do plano de negócios, com o empreendedor, o técnico deverá:

• Agendar uma reunião presencial com o empreendedor, onde:- Desmistifica o conceito de plano de negócios e explica, detalhadamente os objectivosdeste instrumentos e como se constrói;- Identifica, em conjunto com o empreendedor, a informação recolhida, a informação arecolher e a sua estruturação;

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DICA

NOTA

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- Define tarefas e planeamento das etapas para a elaboração do plano;- Define formas de contacto para a elaboração do plano de negócios e esclarecimento dedúvidas:

. Presencial, através do agendamento de reuniões;

. Via web.

• Implementar rotinas de trabalho conjunto para a elaboração do plano de negócios –definição de tarefas, marcação de reuniões de trabalho presenciais, apoio on line.

A construção do plano de negócios deverá começar pelo preenchimento da memória descritivado mesmo. Simultaneamente, o empreendedor, deverá ir fazendo registos das implicações,em termos de despesas e receitas, das estratégias adoptadas.Este procedimento irá facilitar todo o processo de elaboração de mapas financeiros e estudoda viabilidade económico-financeira do projecto, enquanto que permite, ao empreendedor,perceber, claramente, todos estes instrumentos.

A entidade de acompanhamento poderá construir, no seu site, uma área de apoio, aoempreendedor, na elaboração do plano de negócios. Para além de todo um conjunto deinformação pertinente para o desenvolvimento do projecto empresarial do empreendedor,este poderá utilizar esta área para a construção do seu plano de negócio, nas componentesde memória descritiva e mapas financeiros, que serão campos já definidos, trabalhando assuas dúvidas e obstáculos, on line, junto com o técnico de acompanhamento.

“…tinha as ideias todas na cabeça mas quando me sentava para fazer o plano de negóciosnão conseguia organizar nada. A nossa reunião ajudou-me a estruturar as ideias…”

3. Protecção da ideia

Falar de empresas de base tecnológica e inovação é sinónimo, quase imediato, de falar denecessidade de protecção, através do registo de marcas e patentes.

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O técnico de acompanhamento, logo na primeira sessão de trabalho com o empreendedordeve identificar as necessidades de protecção do produto e informar, o empreendedor sobre:

• Necessidade do registo de marcas e/ou patentes;• O que significa;• O que deverá fazer;• Onde se dirigir;• Quais os custos;• O que pode ser protegido ou não;• Quais as opções de salvaguarda da inovação.

Para a realização desta etapa, o técnico de acompanhamento poderá:

• Disponibilizar documentação informativa sobre o processo de registo de marcas e patentes;• Encaminhar o empreendedor para um GAPI – Gabinete de Apoio à Promoção da PropriedadeIndustrial ou outras entidades de apoio a este processo.

O momento de implementação desta etapa deverá ser debatido com o empreendedor eanalisado ao longo do processo de acompanhamento, com vista à identificação do momentooportuno para avançar com a protecção da inovação e recolha da informação necessária arao efeito.

4. Procura de financiamento

Na sessão de apresentação da ideia de negócio, o empreendedor detém, já, uma ideia acercada necessidade de financiamento do seu projecto, quer o seu projecto esteja devidamenteestruturado num plano de negócios, quer seja, ainda e apenas, uma ideia de negócio poucotrabalhada, em termos de plano de negócios. A diferença de uma situação para a outra éque, na segunda, o empreendedor apenas sabe se tem ou não o capital suficiente paraavançar com o projecto e, em algumas situações, o montante, aproximado, de capital de queirá necessitar para criar a sua empresa. Na primeira situação, o empreendedor sabe exactamentequal o montante de capital de que necessita, em que momentos vai necessitar, onde vai seraplicado e quando é recuperado.

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Após a análise da maturidade da ideia de negócio e a elaboração do plano de negócios, otécnico de acompanhamento e o empreendedor estarão em condições de avaliar o montante,exacto de capital necessário ao arranque do projecto. No entanto, antes mesmo da conclusãodo plano de negócios, o técnico poderá orientar o empreendedor na selecção da fonte definanciamento mais adequada ao seu projecto.

As opções mais frequentes são:

• Capital próprio, de amigos e familiares;• Empréstimos bancários;• Candidaturas a programas de financiamento nacionais e comunitários;• Recurso a sociedades de capitais de risco;• Business Angels.

O acesso a qualquer uma destas fontes de financiamento poderá ser facilitada pela entidadeacompanhadora através de:

• Estabelecimento de protocolos de colaboração, como é exemplo a associação à PlataformaFINICIA, de diversas entidades vocacionadas para o apoio à criação de novas empresas;• Estabelecimento de ligações com redes de business angels;• Estabelecimento de protocolos com sociedades de capitais de risco e entidades bancárias.

Neste processo, o técnico de acompanhamento, em parceria com o empreendedor deveráproceder à:

Passo 1 – Identificação da fonte de financiamento mais adequada;Passo 2 – Análise dos requisitos para acesso ao financiamento;Passo 3 – Esclarecimento de eventuais dúvidas relativas ao processo, junto da entidadegestora do financiamento;Passo 4 – Reunião de informação para apresentação à entidade gestora do financiamento;Passo 5 – Esclarecimento de eventuais dúvidas relativas ao processo formal de apresentaçãoda candidatura ao financiamento;Passo 6 – Apoio à submissão da candidatura ao financiamento;Passo 7 – Acompanhamento e interface entre empreendedor e entidade gestora dofinanciamento, sempre que possível.

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DICA

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A entidade de acompanhamento poderá ir criando, ao longo do tempo, uma base de dadoscomposta por fichas de financiamento, onde identifica a tipologia de financiamento existente,sua caracterização, critérios de acessibilidade e elegibilidade, entidade gestora e seus contactos,entre outra informação pertinente.

5. Teste de mercado

De acordo com o tipo de produto, serviço e/ou processo que o empreendedor visa desenvolvere com o conhecimento e experiência de mercado que o empreendedor detém, o técnico deacompanhamento poderá direccioná-lo para o processo de “Teste de mercado”. Estametodologia, que poderá ser consultada no guia “Produtos inovadores: o desafio do mercado”,visa apoiar o empreendedor no processo de adequação do produto às necessidades domercado, identificação da aceitação do produto, atenuar os riscos da entrada de um produtoinovador, no mercado, e constituir portfolio pela experimentação.O técnico deverá analisar, em conjunto com o empreendedor, a viabilidade do produto paraa implementação deste processo e em que momento poderá ser implementado.

ii. Apoio à constituição da empresa

O objectivo final, num processo de acompanhamento de novos empreendedores é sempre oda constituição de uma nova empresa. Esta etapa pode surgir logo após a apresentação daideia de negócio, pelo empreendedor, ao técnico de acompanhamento, ou ser o culminar deum processo de acompanhamento ao desenvolvimento e estruturação de uma ideia de negócio.

No momento da constituição da empresa, o técnico deverá dotar o empreendedor de toda ainformação necessária para o processo formal de constituição, tal como:

• Forma de constituição – Via processo tradicional, via “Empresa na Hora”;• Etapas, documentos necessários e custos da constituição;• Onde se dirigir;• Prazos a cumprir.

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NOTA

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O técnico poderá sistematizar esta informação, de forma simples, para ser consultada peloempreendedor, em documentos de apoio, como o modelo desenvolvido no âmbito do projectoCAIE, que poderá ser consultado no capítulo “Ferramentas”.

Para além do processo de constituição formal da empresa, o técnico deverá, igualmente,informar o empreendedor sobre:

• Necessidades de licenciamentos;• Obrigações fiscais, a cumprir, no pós-constituição da empresa;• Procedimentos burocráticos a respeitar, no pós-constituição.No caso da construção de um edifício próprio, o técnico deverá:• Procurar esclarecer o empreendedor de toda a informação necessária;• Identificar entidades, como por exemplo Câmaras Municipais, que prestem apoio nodesenvolvimento dos processos necessários e acompanhar o empreendedor nestas diligências.• Acompanhar o empreendedor em todo o processo burocrático.

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A prática CAIE

No decurso dos dois anos de experimentação do Centro de Apoio à Inovação e ao Empreendedorismo(CAIE), a parceria recebeu e acompanhou cerca de 32 empreendedores, representantes de 21novas ideias de negócio/projectos empresariais.

A metodologia aplicada e os instrumentos utilizados foram construídos ao longo deste tempode experimentação, através da identificação e sistematização das necessidades destesempreendedores. Partindo de uma estrutura metodológica comum, para cada nova ideia/projecto,foi necessário flexibilizar procedimentos de modo a haver uma resposta adaptada à especificidadede cada um.

A primeira abordagem dos empreendedores foi feita, por uns, através do envio do formuláriode apresentação da ideia de negócio/projecto à entidade de acompanhamento, por outros,através do contacto directo com a entidade e, outros ainda, encaminhados pela rede de contactos.

A necessidade de recolher e sistematizar informação assim como de respeitar os ritmos dosempreendedores, levou a que a metodologia contemplasse a combinação de dois processos:a apresentação da nova ideia/projecto através de um documento escrito e a apresentaçãopresencial do mesmo.

Desta forma, os empreendedores que iniciaram o processo através do envio do formulário, foramcontactados para o agendamento de uma reunião presencial, no prazo de uma semana, apósa recepção do documento. Com os empreendedores que contactaram a entidade, como iníciode processo, foi realizada, em primeiro lugar, a reunião de apresentação e exploração da ideia,sendo-lhes solicitado, posteriormente, o envio do formulário, com a sistematização da informaçãoda ideia de negócio/projecto.

A reunião presencial abrangeu, em todas as situações, alguns momentos chave: apresentação,livre, da ideia de negócio/projecto, pelos empreendedores, onde o técnico de acompanhamentofoi colocando algumas questões dirigidas, essencialmente, a detalhes de operacionalização daideia, a identificação do perfil do empreendedor, nomeadamente sobre a sua experiência ecompetências para o desenvolvimento do projecto, motivações e apoio familiar, análise do

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potencial tecnológico da ideia, através da percepção do enquadramento da ideia com o sectoronde se insere, e análise do conhecimento do mercado, pelo empreendedor, onde foi questionadodirectamente sobre quem seriam os seus, clientes, fornecedores, concorrentes e qual o mercadoque pretendia abranger. Todos estes momentos ocorreram de forma encadeada e foram apoiadospelos instrumentos “Referencial para a análise do perfil do empreendedor” e “Referencial paraa análise do potencial tecnológico de uma nova ideia de negócio”. Tendo sido utilizados, emsuporte papel, nas primeiras reuniões, estes instrumentos, rapidamente passaram a fazer partedo guia “mental” dos técnicos.

O encerramento da reunião foi feito com um conjunto de recomendações, ao empreendedor,sempre que justificadas, procurando, em situação alguma, ser desencorajador. Estas recomendaçõespassaram, muitas vezes, pela sugestão de amadurecimento da ideia, dando indicações do quefazer, tal como, pesquisar sobre empresas já instaladas no mercado e o tipo de serviços queoferecem, estudar, mais detalhadamente, a fragilidade da actividade que se propunhamdesenvolver face a factores como o enquadramento legal, custos implícitos e concorrência,necessidade de elaboração de um plano de negócios, entre outros.

A reunião presencial demonstrou-se de elevada importância no sentido de apoiar os empreendedoresna continuação da construção de negócios sólidos e viáveis. Dos empreendedores que passarampor este momento, alguns constituíram uma empresa, outros reestruturam o seu projecto iniciale outros desistiram da ideia, reconhecendo a sua fragilidade. Quer o momento das recomendações,quer a própria exploração da ideia, ao longo de toda a reunião, permitiu, aos empreendedores,tomarem consciência das fragilidades das suas ideias e a sua capacidade para as ultrapassarou não.

No final da reunião, foram definidas tarefas, juntamente com os empreendedores. Com os quedemonstravam uma ideia viável foram definidos os passos a dar, de acordo com a maturidadeda mesma. Com os que reconheceram demasiadas fragilidades no seu projecto, foramdisponibilizados os contactos dos técnicos de acompanhamento, para que a qualquer momentopudessem apresentar novas ideias, reformulação das ideias apresentadas ou solicitar apoio.

Após a reunião presencial, o formulário de candidatura da ideia de negócio/projecto dosempreendedores que demonstrassem interesse em continuar o seu percurso até à constituição

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da empresa foi enviado ao painel de peritos externos, juntamente com toda a informaçãopertinente sobre o projecto, recolhida no decurso da entrevista. Este painel, no prazo de umaa duas semanas, emitia o parecer sobre o potencial tecnológico destas novas ideias, para omercado.

O trabalho de acompanhamento aos empreendedores, foi definido de acordo com os resultadose informação recolhida no decurso da reunião de apresentação da ideia de negócio/projecto.Os empreendedores encontravam-se, fisicamente, afastados dos técnicos de acompanhamento,pelo que o acompanhamento foi combinado entre momentos de trabalho presencial, com oagendamento de reuniões, e contactos via e-mail, messenger, skype e telefone.

O percurso de acompanhamento foi definido à medida das necessidades de cada empreendedor.Alguns empreendedores necessitavam de aprofundar a sua pesquisa de mercado, outros, deidentificar fontes de financiamento para a criação do negócio, outros ainda, de trabalhar umplano de negócios e, num caso, o desenvolvimento da ideia de negócio passou pelo desenvolvimentode um protótipo.

Com cada empreendedor foi definida a melhor estratégia e implementados os passos necessários,não havendo necessidade de contemplar todas as fases do percurso de acompanhamento. Nunscasos, o empreendedor fez a pesquisa de mercado, elaborou o plano de negócios e procuroufinanciamento, noutros casos, passou, apenas, pela procura de financiamento, ou só pelodesenvolvimento do protótipo com vista ao ingresso num processo de teste de mercado, como objectivo de verificar se as funcionalidades do produto se adequam ao previsto e se o clientealvo aceita o produto. Alguns dos empreendedores propuseram a sua ideia de negócio paraapresentação ao clube de business angels, pelo que os técnicos de acompanhamento deramo seu apoio na reunião da informação necessária e na preparação da apresentação a fazer,chamando à atenção para os aspectos que deveriam ser bem dominados.

Da constatação da dificuldade dos empreendedores em compreenderem e elaborarem um planode negócios e conhecerem os procedimentos para a constituição de uma empresa, foi elaboradoum caderno de apoio à elaboração do plano de negócios e um folheto com a informação passo-a-passo para a constituição da empresa, onde constava a documentação necessária, os locaisonde se dirigir, o custos e o prazo de cada processo. No período imediatamente após a reunião

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de apresentação da ideia de negócio/projecto foi enviada esta documentação aos empreendedores.Estes reagiram muito bem à informação disponibilizada, porque representava uma forma simplese prática de reunirem informação para o desenvolvimento do projecto.

A distância entre empreendedores e técnicos de acompanhamento, assim como a dedicaçãoa outras actividades e consequente indisponibilidade, do empreendedor, resultou, em muitassituações, num obstáculo à concretização de alguns projectos. Durante todo o processo procurou-se manter constante contacto com os empreendedores, procurando perceber quais as dificuldadesque estavam a sentir, marcar reuniões presenciais para discutir o avanço no desenvolvimentoda ideia, incentivar e definir tarefas. No entanto, nem sempre se conseguiu obter os resultadospretendidos.

Constatou-se que todos os empreendedores, com maior dinâmica e vontade de concretizar oseu projecto, o fizeram num curto espaço de tempo. Outros empreendedores, principalmente,aqueles que se dedicam a outras actividades profissionais, tiveram um período de desenvolvimentoda ideia muito longo e, apesar de não desistirem do seu projecto, muitos não o chegaram aconcretizar.

Das 21 ideias de negócio/projectos apresentados, criaram-se 8 novas empresas, 5 encontram-se em acompanhamento (desenvolvimento de protótipo, procura de financiamento e elaboraçãode plano de negócios), 4 desistiram para reformulação, após a reflexão sobre as recomendaçõesefectuadas e 4, simplesmente, adiaram a concretização do projecto.

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benificios/resultados

A implementação da metodologia potencia um conjunto de resultados ao nível de:

• Dotação, das entidades vocacionadas para o apoio à criação de novas empresas de basetecnológica, de um conjunto de competências, instrumentos e orientações para o apoio aosnovos empreendedores de base tecnológica;• Seriação de ideias de negócio/projectos, com base em critérios de análise imparciais eexaustivos, para apoio à constituição de novas empresas ou reformulação de conceito;• Dotação, dos empreendedores, de mecanismos e instrumentos que lhes permitam construirprojectos de negócio sustentáveis e viáveis;• Desenvolvimento de competências, nos empreendedores, ao nível do planeamento estratégicoe gestão;• Atenuar riscos de insucesso, das novas empresas de base tecnológica.

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custo de implementação

A implementação do guia “Da ideia à empresa”, de acordo com o tipo de ferramentas que sepretender implementar, terá como custos:

• Elaboração de uma plataforma on-line, de apoio ao empreendedor (sempre que se considerepertinente);• Elaboração e reprodução de materiais informativos, tal como caderno de plano de negócios,guia de “Constituição da empresa passo-a-passo” e/ou outros;• Custos logísticos do técnico de acompanhamento, tais como: estabelecimento de contactos,deslocações, organização de reuniões, preparação de material informativo, entre outros;• Acções de formação direccionadas aos técnicos de acompanhamento.

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factores criticos de sucesso

Fase acompanhamento

A fase de acompanhamento do empreendedor, no processo de consolidação da sua ideia denegócio é uma das fases mais importantes na definição dos empreendedores que realmenteestão dispostos a avançar com a criação da sua empresa ou não.

No entanto, as dificuldades inerentes a todo o processo de criação de uma nova empresa,poderão levar à desmotivação do empreendedor. O técnico de acompanhamento desempenha,nesta fase, um papel importante, de motivação, devendo contactar, o empreendedor, comfrequência, perceber quais são as suas dificuldades e quais os mecanismos de que dispõe paraapoiar o empreendedor a ultrapassar obstáculos.

Fase de constituição da empresa

A inclusão nas redes de parceria, da entidade acompanhadora, de entidades como câmarasmunicipais e outras, junto das quais o empreendedor terá que preencher requisitos burocráticoscontribuirá para que, tanto técnicos de acompanhamento como empreendedores, percebammelhor os procedimentos a seguir e evitem atrasos por incumprimento de etapas do processo.

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RECURSOS TÉCNICOS PARA O EMPREENDEDORISMO DE BASE TECNOLÓGICODA IDEIA À EMPRESA

ferramentas

• Formulário de apresentação de ideia de negócio/projecto

• Referencial para a análise do potencial tecnológico de uma nova ideia

• Referencial para a análise do perfil do empreendedor de base tecnológica

• Caderno de apoio à elaboração do plano de negócios

• Folheto: o passo-a-passo para a constituição de uma empresa, tipologia de sociedades e suacaracterização, obrigações fiscais no pós-constituição

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Apresentação da Ideia/Projecto

Este formulário serve para a apresentação da sua ideia ao Parkurbis, Parque de Ciência eTecnologia da Covilhã S.A. e deverá ser enviado para o e-mail [email protected]

Data __/__/__

Denominação da Ideia/Projecto:

Nome do Empreendedor:

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FORMULÁRIO DE APRESENTAÇÃO DEIDEIA DE NEGÓCIO / PROJECTO

Nº de Entrada _______Data de entrada __/__/__(a preencher pelos serviços do Parkurbis)

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Introdução

O preenchimento deste formulário tem como objectivo apresentar ao Parkurbis a ideia que estána base do seu projecto, pelo que deverá assegurar a veracidade de toda a informação nelecontida de modo a permitir uma análise objectiva pelos responsáveis do Parkurbis.

Este formulário é de carácter orientativo pelo que se algum dos pontos não se adequa à suaIdeia/Projecto poderá não ser respondido. Se, por outro lado achar necessário prestar maisinformação pode introduzir uma ou mais folhas em anexo, mencionando-o devidamente noespaço destinado a “Anexos”.

Toda a informação constante neste formulário bem como todos os anexos nele introduzidos sãoabsolutamente confidenciais e à mesma só terão acesso, unicamente, os membros das comissõesde análise e avaliação do Parkurbis.

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Indice

1. Informações pessoais

2. Informações sobre a ideia/projecto2.1 Origem da ideia2.2 Apresentação da ideia2.3 Carácter inovador2.4 Motivações para realizar o projecto2.5 Objectivos da empresa2.6 Clientes2.7 Concorrência2.8 Fornecedores2.9 Marketing2.10 Recursos Humanos2.11 Instalações2.12 Estrutura de investimento2.13 Estrutura de financiamento2.14 Impacto económico e social

3. Informações sobre Parkurbis3.1 Porquê o Parkurbis3.2 Expectativas sobre o Parkurbis

4. Anexos

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1. Informações Pessoais

A titulo individual (empresa a criar)Empresa já existenteOutra entidade

A Titulo Individual:

Nome:Idade:Nacionalidade:Morada:Código Postal:Telefone:E-mail:Nº Contribuinte:

Empresa ou instituição (Caso a empresa esteja em fase de constituição, preencher a formajurídica, n.º de sócios e capital social previstos):

Denominação Social:Forma Jurídica:Capital Social:N.º de Sócios:Morada:Código postal:E-mail:Telefone:Fax:

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Nº Contribuinte:Nome do representante:Cargo do representante:

Curriculum Vitae: (anexar)

2. Informações sobre a Ideia/Projecto

2.1 Origem da Ideia (Breve descrição dos motivos que o levaram a acreditar no potencial dasua ideia de negócio)

2.2 Apresentação da ideia (Breve descrição da actividade a desenvolver, tipologia deprodutos/serviços, sazonalidade da produção, caso se aplique, actividades de I&D a desenvolvere outras informações de relevo)

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2.3 Carácter inovador (Descrição do carácter inovador, grau tecnológico do projecto e potencialpara registo de patentes)

2.4 Motivações para realizar o projecto (Qual a situação que o levou a querer avançar com oprojecto)

2.5 Objectivos da empresa (Identifique os objectivos estabelecidos, para o projecto, a 1, 5 e10 anos)

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2.6 Clientes (Identifique o público-alvo do projecto, a sua localização, objectivos deinternacionalização, prazos e formas de recebimento)

2.7 Concorrência (Identifique a sua concorrência, localização, vantagens competitivas daempresa sobre a concorrência e diferenciação do seu produto face à concorrência)

2.8 Fornecedores (Identifique os seus principais fornecedores, localização, prazos e formasde pagamento)

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2.9 Marketing (Identifique as acções de promoção previstas, distribuição, criação de marcas,utilização de embalagens e rótulos, estratégia de definição de preços)

2.10 Recursos Humanos (Identifique a estrutura de Recursos Humanos da empresa, suasfunções, competências e perspectivas de evolução a 3 anos)

2.11 Instalações (Identifique as suas necessidades de espaço, mobiliário e/ou outros)

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2.12 Estrutura de investimento (Identifique o montante de investimento previsto para aconstituição e arranque da empresa)

2.13 Estrutura de financiamento (Identifique as necessidades e as fontes de financiamentoprevistas para a constituição e arranque da empresa – Capitais próprios, financiamentobancário, capitais de risco, programas comunitários, outros)

2.14 Impacto económico e social (Efeitos da criação da empresa em termos de criação depostos de trabalho e geração de riqueza para a região)

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3. Informações sobre o Parkurbis

3.1 Porquê o Parkurbis (Razões que o levaram a considerar a instalação da empresa noParkurbis)

3.2 Expectativas sobre o Parkurbis (Quais os serviços e infra-estruturas que espera obter nosespaços do Parkurbis e quais os que considera de maior importância para a criação edesenvolvimento da empresa)

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4. Anexos

Este formulário depois de devidamente preenchido deverá ser enviado para o seguinte e-mail:

[email protected]

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Critérios para a Avaliação do Potencial Tecnológico de uma ideia de Negócio:

· Identificação da oportunidade, no mercado (onde existe a oportunidade?);

· Quais são as tecnologias concorrentes e/ou substitutas a operar, actualmente, no mercadoou em vias de entrar no mercado?;

· Potencial de desenvolvimento da tecnologia (quais as possibilidades para a criação de novosprodutos?);

· Grau de inovação:

- O mercado está preparado para aceitar a tecnologia?- Há necessidade de ministrar formação para que o cliente possa adquirir e utilizar oproduto/tecnologia?

· Qual o tempo de desenvolvimento da tecnologia? Qual o tempo necessário para atingir amaturação?;

· Necessidade de protecção da tecnologia e qual a facilidade da cópia, da mesma?;

· Qual o custo da tecnologia? (desenvolvimento e preço de venda);

· Qual o valor acrescentado para o cliente? Qual o valor acrescentado que é “percebido” pelocliente?;

· Estado da arte do sector/área/tecnologia, a nível nacional e internacional? (Este critériodeverá ser avaliado por recurso a um perito na matéria).

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REFERENCIAL PARA A ANÁLISE TECNOLÓGICODE UMA NOVA IDEIA

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Guião para análise do perfil do empreendedor

Este balanço de competências do empreendedor de base tecnológica não pretende ser umaferramenta rígida, mas um guião de apoio na análise do perfil do empreendedor, sendo aplicadona primeira entrevista com os promotores do projecto candidato à incubação no Parkurbis,Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã.

Este não deverá assumir a forma de mais um formulário a preencher pelos promotores masuma ferramenta de orientação da entrevista, com o objectivo de identificar as característicasdo empreendedor, essenciais ao sucesso do projecto.

A aprovação de um projecto candidato não deverá ter como base os resultados observados apartir deste guião, mas estes deverão, sim, ser a base para orientação da tutória a dar àimplementação e acompanhamento do projecto.

Análise do perfil de empreendedor:

· Orientado para a acção;· Assumir riscos, com consciência, e ter coragem para enfrentar novos desafios;· Liderança nata;· Vitalidade e energia;· Auto confiança;· Necessidade de autonomia e realização pessoal;· Capacidade para identificar oportunidades;· Conhecimentos técnicos e noção empresarial;· Optimismo.

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REFERENCIAL PARA A ANÁLISE DO PERFIL DOEMPREENDEDOR DE BASE TECNOLÓGICA

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Questões:

1. Qual a situação que o levou a avançar com o projecto de criação da própria empresa(Mudança de situação profissional, familiar ou de outra natureza, vontade de actuar por contaprópria, oportunidade de negócio, outra)

2. Motivação pessoal para a realização do projecto

3. Características que identifica, em si, que considera importantes para o sucesso do projecto?

4. Competências que considera que não detém, que podem ser determinantes para o insucessodo projecto e como prevê colmatá-las?

5. Habilitações académicas?

6. Percurso profissional?

7. Como vê a sua empresa daqui por 10 anos? E como se vê a si, daqui por 10 anos?

8. Actuais fontes de rendimento? Situação profissional pessoal e da família? Tipo de rendimentosda família?

9. Fez uma avaliação rigorosa das necessidades de tesouraria do seu projecto?

10. Detém um fundo de emergência para fazer face a eventuais problemas?

11. No caso de falhar, já ponderou no que vai fazer?

12. Como encara eventuais insucessos?

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13. Qual a percentagem do seu tempo que prevê poder dedicar ao projecto?

14. Como encara a hipótese de ter que investir capital próprio na sua empresa sem obterrendimentos no imediato?

15. Reacções da família e amigos próximos à ideia da constituição da sua própria empresa?Qual o apoio que obtém da família para avançar com o projecto?

16. Está preparado para modificar os seus hábitos de lazer, partilha de tarefas domésticas eoutros em função das necessidades da empresa? E a sua família, como encara estas possíveismudanças?

17. Está disposto a trabalhar longas horas por benefícios que não são imediatos?

18. Já esteve envolvido no processo de criação de uma empresa? Se sim, qual a situaçãoactual da empresa? Motivos de abandono ou insucesso? Lições que retirou para o actualprojecto para o qual pretende avançar?

19. Como se caracteriza face ao risco e à mudança? Aceita a mudança facilmente ou éresistente à mudança? Pondera bastante antes de arriscar ou “atira-se” de cabeça?

20. É tolerante ao risco e ao stress?

21. Como caracteriza a sua capacidade de planear e o seu sentido de responsabilidade?

22. Papel que assumirá dentro da empresa?

23. Tipo de estrutura organizacional pretende implementar?

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24. Que tipo de estrutura de comunicação dentro da empresa prevê e como vê o trabalho emequipa dentro da empresa?

25. Estrutura de tomada de decisões?

26. Quais as oportunidades identificadas no mercado e que oportunidades prevê que possamsurgir no futuro?

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CADERNO DE ELABORAÇÃO DE PLANO DE NEGÓCIOS

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FOLHETO: O PASSO-A-PASSO PARA A CONSTITUIÇÃO DE UMAEMPRESA, TIPOLOGIA DE SOCIEDADES E SUA CARACTERIZAÇÃO,OBRIGAÇÕES FISCAIS NO PÓS-CONSTITUIÇÃO

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ficha técnica

TITULO

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CONCEPÇÃO E PRODUÇÃO:CAIE – CENTRO DE APOIO À INOVAÇÃO E AO EMPREENDEDORISMO

PARCERIA DE DESENVOLVIMENTOParkurbis, Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, SA

Município da CovilhãUniversidade da Beira Interior

Global Change ConsultoresANIL – Associação Nacional dos Industriais dos Lanifícios

AECBP – Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e PenamacorANJE – Associação Nacional dos Jovens Empresários

CCI-LA – Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã

COORDENAÇÃO

“DA IDEIA À EMPRESA”

Parkurbis, Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, SAUniversidade da Beira Interior

AUTORESPedro Farromba

Daniela Marta(Parkurbis, Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, SA)

CONCEPÇÃO GRÁFICA E DESIGNLOBBY PRODUCTIONS

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CONTACTOS DA ENTIDADE INTERLOCUTORAPedro Farromba

Parkurbis, Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, SA6200-865 Covilhã

Telefone: + 351 275957000Fax: +351 275957005

Site:WWW.PARKURBIS.PT

E-mail:[email protected]

EDIÇÃO EXPERIMENTALDezembro de 2007

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