da escola pÚblica paranaense 2009 · crítica a partir da leitura de contos de dalton trevisan....
TRANSCRIPT
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
A ABORDAGEM DO CONTO EM SALA DE AULA
Orany Alves Andretto1
Margarida da Silveira Corsi2
Resumo: A leitura se faz presente na vida de todos os sujeitos e é, sem dúvida, uma tarefa bastante complexa, pois a mesma envolve mais que um simples decifrar de códigos lingüísticos. Porém, apesar disso, são enormes os problemas com a leitura significativa. Pois em geral, a responsabilidade sempre se recai a disciplina de Língua Portuguesa, como se fosse possível desvincular tal ensino das demais disciplinas. Portanto este artigo tem o propósito de relatar as diferentes estratégias em se trabalhar à leitura em sala de aula. A partir de um Projeto de Pesquisa de Intervenção Pedagógica, que foi desenvolvido com alunos da oitava série do Ensino do Fundamental na escola, e apresentado no Programa de Desenvolvimento Educacional, onde procuramos analisar características dos enunciados narrativos instigando a leitura nas entrelinhas abrindo assim espaço para se fazer uma análise crítica a partir da leitura de contos de Dalton Trevisan. Uma vez também a partir de pesquisas bibliográficas, buscamos mostrar alguns estudos realizados sobre este tema, com a finalidade de apontar caminhos para atividades de leitura, visando alcançar os objetivos almejados que são os de formar leitores críticos, capazes de ler, interpretar, inferir nos mais variados tipos de textos existentes.
Palavras – chaves: Leitura; Ensino; Professor; Contos.
Abstract: The reading is present in the lives of all subjects and is, without doubt, a very complex task because it involves more than just deciphering the code language. But despite that, are enormous problems with reading significantly. For in general, the responsibility always lies with the discipline of Portuguese, as if it were possible to separate such teaching of other disciplines. So this article has the purpose of describing the different strategies in working in the reading classroom. From a Research Project of Educational Intervention, which was developed with the eighth graders of elementary school education, and presented at the Educational Development Program, where we analyze the characteristics of narrative propositions instigating reading between the lines, thus making room for make a critical analysis from reading tales of Dalton. Once also from literature searches, we show some studies on this subject, with the aim of pointing paths for reading activities to achieve their desired goals, which are to form critical readers, able to read, interpret, infer the most types of existing texts.
Keywords: Reading, Teaching, Teacher, Tales.
1 Professora de Língua portuguesa da rede estadual de ensino. Integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná – PDE. [email protected] 2 Professora do Departamento de letras da UEM- Universidade Estadual de Maringá.
1. INTRODUÇÃO
A escolha dessa proposta partiu de algumas considerações em cursos e
reuniões de professores de Língua Portuguesa, pensando a dificuldade de nossos
alunos de lerem e não entenderem o que leram. Acreditamos que, por ser um texto
enxuto, o conto (contendo um só conflito) abre possibilidades de incentivar nossos
alunos para a leitura e co-autoria de seus próprios textos.
A proposta contemplou os alunos da 8ª série do Ensino Fundamental onde
optamos trabalhar com o gênero conto, por se tratar de um texto curto e atraente e
também porque são jovens que precisam analisar melhor nossa sociedade no
contexto geral.
A escolha do autor Dalton Jerson Trevisan, nascido em 14 de junho de 1925
entra em conformidade com o crítico Assis Brasil (1973) que diz que os contos de
Dalton não ultrapassam uma página datilografada, mas nem por isso deixa de
escrevê-los com equilíbrio. Sabemos que nossa sociedade está carente de valores
humanos e ao trabalhar com adolescentes pretendemos tentar propor, através da
leitura, o resgate e a análise de questões humanas que tanto o autor escolhido
aborda em seus textos: limites de angústia, fugas através da loucura, criticando o
marasmo do cotidiano e das relações afetivas. A degradação humana, em seus
contos, serve de alerta ao descaso social tão sofrido por grande parte da população
nos espaços urbanos (BRASIL, 1973).
Entendemos, também, que além da temática abordada, a escrita é leve,
enxuta e direta. Além do mais é um escritor contemporâneo de fácil acesso para
pesquisa e familiaridade.
Em relação ao ponto discursivo, acreditamos que o conto constitui-se,
segundo uma visão bakhtiniana, em uma atividade de leitura e de escrita concreta e
histórica; com características relativamente estáveis, vinculada a uma situação típica
da comunicação social; e com traços temáticos, estilísticos e com posicionais
concernentes a enunciados individuais, dessa forma, ligados à atividade humana.
Na perspectiva dialógica da linguagem proposta por Bakhtin, percebemos em
suas obras que o estilo do escritor é engendrado a partir de sua fala interior, que o
estilo é o homem e seu grupo social, isto é, deixa de ser tratada na sua
individualidade e passa a implicar a interação, o que vem ao encontro da concepção
2
dialógica da linguagem. Logo notamos que o estilo, na concepção bakhtiana, só
pode ser compreendido em sua relação com o gênero no qual concretiza.
Nesse sentido, o gênero é estudado como produto da interação do locutor e
do ouvinte, ou seja, está subjacente à atividade os princípios de que todo discurso
serve de expressão de um em relação ao outro (BAKHTIN; VOLOCHINOV, 1992, p.
112-113).
1.1. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
. 1.2. Gêneros e Tipos Textuais
A distinção de gêneros e tipos textuais é importante para o professor de
língua materna encaminhar o trabalho de leitura, compreensão e interpretação
textual. Marcuschi defende que todo trabalho com textos na escola deve partir da
abordagem do Gênero Textual, pois com a tipologia textual o trabalho torna-se
limitado, ocasionando para o ensino alguns problemas, por exemplo, ensinar
narrativa em geral pressupõe estabelecer diferenças específicas, uma vez que é
possível classificar vários textos como narrativos. Parte também do pressuposto que
é impossível se comunicar verbalmente a não ser por gênero.
Para Marcuschi (2003, p.22) “os gêneros textuais se constituem como ação
sócio-discursiva para agir sobre o mundo e dizer o mundo, constituindo-o de algum
modo”. O referido autor apresenta como definições para gêneros e tipos textuais
cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como:
a) Tipos textuais abrangem narração, argumentação, exposição, descrição,
injunção – uma espécie de seqüência teoricamente definida pela natureza lingüística
de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos).
b) Gênero textual apresenta “características sócio-comunicativas definidas por
conteúdos, propriedade funcionais, estilo e composição” (MARCUSCHI, 2003, p.22)
característica tais como:
telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, listas de compras, cardápio de restaurante, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenhas, edital de concurso, piadas, conversação espontânea, conferências, carta eletrônica, bate-papo por computador, aulas virtuais e assim por diante. (MARCUSCHI, 2003, p.22).
3
Marcuschi diz acreditar na existência de gêneros textuais para o ensino da língua,
afirmando que é possível a identificação de gêneros com dificuldades progressivas,
do nível menos formal ao mais formal, do privado ao mais público.
1.2.1.Conceito de contos
De acordo com Nádia Battella Gotlib (2006), o conto se constitui como uma
das formas mais antigas de expressão literária e que já gerou inúmeras
controvérsias sobre sua definição. Para Mário de Andrade, será Conto tudo aquilo
que o autor batizar de Conto; já para Machado de Assis, o Conto é envolto em
problemáticas de estética literária: “É gênero difícil, a despeito de sua aparente
facilidade” (Assis apud GOTLIB, 2006, p.9). Ainda segundo Machado, é justamente
essa dificuldade que afasta muitos escritores do Conto, enquanto que essa
facilidade afasta os leitores do Conto. Assim salienta Gotlib que.
Sobre a brevidade, lembro ainda Machado de Assis, que, na ‘advertência’ às suas várias histórias, afirma que junto estes contos em função do tamanho: as trezentas páginas do livro. Nesta mesma advertência, acrescenta uma declaração de intenções ‘aos que acharem excessivos tantos contos’: ‘é um modo de passar o tempo’. E uma desculpa de aparente modéstia: ‘não pretendem sobreviver como os do filósofo’ (referindo-se a Diderot, que cita na epígrafe). Pois ‘não são feitos daquela matéria, nem daqueles estilos que dão aos de Merimée o caráter de obras-primas, e colocam os de Poe entre os primeiros da América’ (GOTLIB, 2006, p.65).
Nos dias atuais, marcados pelo ritmo veloz da vida moderna, que não permite
que os leitores passem longas horas diante de um extenso romance ou novela,
assume um lugar de relevância entre os ‘gêneros’ literários. Tal disposição vai ao
encontro das teorias do Conto desenvolvidas por Edgar Allan Poe, que definia como
uma das características essenciais do Conto a sua brevidade, no qual o conto deve
ser lido de uma só assentada, ou seja, sem interrupções (POE, apud GOTLIB, 2006,
p. 32). De acordo com Massaud Moisés:
O conto é, pois uma narrativa unívoca, univalente: Constitui uma unidade dramática, uma célula dramática, visto gravitar ao redor de um só conflito, um só drama, uma só ação. Caracteriza-se, assim, por conter uma unidade de ação, tomada esta como conseqüência de atos praticados pelos protagonistas, ou de acontecimentos de que participam. A ação pode ser externa, quando as personagem se deslocam no espaço e no tempo, e interna, quando o conflito se localiza em sua mente (MOISÉS, 1967, p. 40).
Segundo Allan Poe, esse fator se deve por ser o Conto uma forma literária
que busca causar um efeito sobre o leitor, e este só é alcançado diante de uma
4
leitura integral da obra. Cabe ao contista, portanto, manipular o material verbal de
forma que o efeito escolhido – medo, suspense, revolta, humor, etc. – possa fazer
efeito sobre o leitor.
Nesses termos, pode-se afirmar que o conto se assemelha à fotografia, já que
em ambos os casos o que se busca é um recorte da realidade. Tanto o conto quanto
a fotografia não se preocupam com uma progressão temporal longa, extensa, mas
sim, com o instante, sendo este decisivo, de impacto, um instante único. Cabe
lembrar ainda que, para garantir o efeito brevidade, o conto apresenta uma
condensação dos elementos que o constituem, como: tempo, espaço, número de
personagens, bem como dos demais elementos da narrativa, agora condensado
(POE, apud GOTLIB, 2006, p. 41).
1.2.2. A literatura e o leitor
A partir da década de 1960, aqui no Brasil surgem diversas reações que
desviam da esfera do texto e tem a sua atenção centralizada no leitor, sendo que
aqui no Brasil, Antônio Cândido torna-se um dos seus representantes, que busca
defender a crítica sociológica que segundo Marisa Corrêa Silva “pretende focar o
fenômeno da literatura como parte de um contexto maior, uma sociedade, uma
cultura”. (SILVA, apud BONNICI & ZOLIN, 2005, p. 141). Mas, segundo Candido, “a
crítica moderna superou não foi à orientação sociológica, sempre possível e
legítima, mas o sociologismo crítico, a tendência devoradora de tudo explicar por
meio dos fatores sociais” (CANDIDO, 2000, p. 7), bem como a crítica atual, por mais
interessada que esteja nos aspectos formais, não pode dispensar, nem menosprezar
disciplinas independentes como a sociologia da literatura e a história literária
sociologicamente orientada, bem como toda a gama de estudos aplicados à
investigação de aspectos sociais das obras (CANDIDO, 2000, p. 8). Para Candido
deve-se considerar autor-obra-público como os três elementos de suma importância
para que se criem condições para a literatura existir.
Pois a literatura é um sistema vivo de obras, agindo umas sobre as outras e
sobre os leitores; e só vive na medida em que estes a vivem, decifrando-a,
aceitando-deformando-a. A obra não é um produto fixo, unívoco ante qualquer
público; nem é passivo, homogêneo, registrando uniformemente o seu efeito. São
dois termos que atuam um sobre o outro, e aos quais se junta o autor, termo inicial
5
desse processo da circulação literária, para configurar a realidade da literatura
atuando no tempo (CANDIDO, 2000, p. 74).
Ainda para Candido a obra é única, insubstituível, contudo a literatura é
coletiva, porquanto se juntam pessoas de um determinado lugar e um determinado
tempo para chegar a esse processo de expressão e recepção de idéias. Se a
literatura é coletiva e congrega pessoas de um determinado lugar e momento para
ela existir,se faz necessário de estar existindo outros tipos de produção e circulação
do objeto literário. Para Lajolo “tudo que é escrito é, não é e pode ser literatura”.
Depende “do ponto de vista, do sentido que a palavra tem para cada um, da
situação na qual se discute o que é literatura” (LAJOLO, 1995, p. 15).
A obra literária, para Lajolo, é um objeto social. Para que ela exista tem que
haver um autor e um leitor, só assim existirá nesse intercâmbio social. Mas, para
que uma obra chegue às mãos do leitor, ela passa por muitas instâncias: editor,
distribuidor, alfândegas, enfim, um corredor comercial.
Logo a obra literária iguala-se a qualquer produto produzido e consumido nos
sistemas capitalistas, além disso, a obra tem que ter o aval dos canais competentes,
que vão referendar se a obra é ou não-literária. Estes canais são os intelectuais, a
crítica, a universidade, a academia, ficando à margem da literatura os repentistas, os
contadores de histórias, os bestsellers, etc., que não recebem esse aval. Além de
comprovar a literariedade de uma obra, para que ela seja considerada excelente, de
boa qualidade, deve ser considerada clássica, que deriva da palavra latina “classis”
e significa “classe de escola”, por conseguinte os clássicos eram assim julgados
quando adequados à leitura dos estudantes.
Há muitas tentativas de definir o que é literatura, mas não se chega a uma
resposta correta, pois “cada tempo, cada grupo social tem sua resposta, sua
definição para literatura” (LAJOLO, 1995. p. 25), ou seja, num determinado momento
e grupo, por exemplo, no romantismo, certos textos não foram considerados
literatura, para num outro grupo social e em outra época, receber o título de
literatura. A literatura, segundo as idéias de Lajolo, é filtrada pela distância e pelas
vivências, visto que as obras refletem sempre os olhos dos que os escreveram como
também os olhos de quem os lêem.
Ainda para Lajolo deve-se pensar a literatura brasileira; que se parta do local
de sua produção, deixando de lado os paradigmas da Europa, pois perante eles
6
parece que somos considerados menores, pois o que se observa é que o Brasil é
um país de telespectadores e não de leitores.
1.2.3. Sobre leitura em sala
De acordo com Paulo Freire, na obra A importância do ato de ler, publicada
na década de 80, em sentido amplo, o ato de ler não está circunscrito à palavra
impressa, abarca também a leitura de situações as mais diversas, incluindo,
sobretudo, a luta que os indivíduos travam para não se tornarem seres alienados.
Nessa perspectiva, as pessoas que não estão habituadas com a prática da leitura,
podem escrevê-la a qualquer momento e em qualquer circunstância, por meio de
atitudes, como, por exemplo, observar o que está à sua volta, aguçando a
curiosidade de seres autônomos, atitude aparentemente simples, mas que significa
“deixar de ler pelos olhos de outrem” (MARTINS, 1988, p.23). Paulo Freire cita
também exemplos de como pessoas notórias deixaram-se apaixonar pela
necessidade da leitura, e, posteriormente, algumas delas se tornaram escritores.
O assunto leitura se desenvolve em meio a críticas severas ao sistema de
ensino, responsável pela alfabetização e letramento. O livro nos remete a uma
reflexão acerca da falta de humanização do sistema educativo, quando centraliza o
saber ao invés de o educador ajudar seu educando a desenvolver ao máximo suas
potencialidades.
Embora, hoje, pesquisas sérias comprovam que o processo de alfabetização
e letramento dura à vida inteira, independentemente da condição social do indivíduo,
bastando para isso que se leia e queira ler, que se disponha a construir
conhecimento pessoal, que vivencie e sacie continuamente a vontade de saber
mais, buscando sentidos mais construtivos e desencadeados das palavras, mas que
se respeite, durante o ato da leitura, tanto a subjetividade interior quanto a
objetividade exterior. Buscando explicitar sem a pretensão de conceituar ou definir,
mas sim de analisar o porquê da leitura. Martins (1987, p. 36-37) apresenta três
níveis de leitura que se relacionam, sem hierarquia e simultaneamente, quais sejam:
sensorial, emocional e racional.
O nível sensorial se traduz no primeiro contato do indivíduo com o texto ou
situação, já o nível emocional leva a interpretação subjetiva que o nível sensorial
trouxe, enquanto que no nível racional (presente em textos narrativos) se busca a
interpretação mais adequada, a objetividade dentro da situação ou texto que se
7
encontra em situação de leitura. Pensando bem, caso o sujeito se disponha a ler um
livro, assistir a um filme ou ouvir uma canção mais de uma vez, poderá elaborar
várias interpretações, porque a combinação dos níveis apresentados ocorrerá em
doses diferentes, abrindo espaço para um nível predominante. Vale lembrar que as
novas leituras também trarão novas interpretações porque o leitor também vai
passando por um processo de maturação, o que possibilita um melhor entendimento
do texto lido: novas possibilidades – novas reflexões.
O livro também convida a considerar que se a leitura é importante, o passo
seguinte seria tentar produzir textos, ou seja, deixar de consumir a forma de como
os autores lidos vêem o mundo, ascendendo ao nível de criar, processo no qual o
sujeito demonstra como se pode analisar o que se encontra no seu entorno.
Segundo Paulo Freire (apud MARTINS, 1988, p.10) “a leitura do mundo
precede sempre a leitura da palavra”. E foi nesse processo que o ato de ler se foi
efetivando no decorrer de sua experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo,
do pequeno mundo em que se movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre,
ao longo da sua escolarização, foi à leitura da “palavra mundo”. Na verdade, aquele
mundo especial se dava a ele como o mundo de sua atividade perspectiva, por isso
mesmo, como o mundo de suas primeiras leituras. Os “textos”, as “palavras”, as
“letras” daquele contexto em cuja percepção experimentava; quanto mais o fazia,
mais aumentava a capacidade de perceber, e se encarnavam numa série de coisas,
de objetos, de sinais, cuja compreensão ia aprendendo no seu trato com eles, na
sua relação com seus irmãos mais velhos e com seus pais. De acordo com Freire
(1989, p. 11), “a leitura do meu mundo foi sempre fundamental para a compreensão
da importância do ato de ler, de escrever ou de reescrevê-lo, e transformá-lo através
de uma prática consciente”.
Esse movimento dinâmico é um dos aspectos norteados do processo de
alfabetização, que deveria partir do universo vocabular dos grupos oriundos das
camadas populares, que estariam livres para expressar-se por meio da sua própria
linguagem, carregada da significação de sua experiência existencial, e não da
experiência do educador ou das classes dominantes. Nesse processo, a
alfabetização se constituiria como a criação ou a montagem da expressão escrita e
da expressão oral: as palavras do povo vinham através da leitura do mundo, depois,
voltavam a eles, inseridas no que se chamou de codificações, que são
representações da realidade. Na verdade, esse conjunto de representações de
8
situações concretas possibilitava aos grupos populares uma “leitura da leitura”
anterior do mundo, antes da leitura da palavra, pois o ato de ler implica na
percepção crítica, interpretação e “re-escrita” do lido.
Ao elaborar uma síntese das reflexões sobre o livro A Importância do Ato de
Ler e as relações da biblioteca popular com a alfabetização de adulto de Paulo
Freire, chega-se à compreensão da prática democrática e crítica, leitura do mundo e
da palavra, entende-se que a leitura não deve ser memorizada mecanicamente, mas
ser desafiadora, instigando o sujeito a pensar e analisar a realidade em circundante.
Conforme afirma Freire, “É preciso que quem sabe saiba sobretudo que ninguém
ache tudo e que ninguém tudo ignora” (FREIRE, 1989, p.17).
É essencial que o educador valorize e respeite a cultura popular em que o aluno está inserido, e, partindo desta cultura, procure aprofundar-lhe os conhecimentos, para que participe do processo permanente da sua libertação. “A biblioteca popular como centro cultural e não como um depósito silencioso de livros, é vista como um fator fundamental para o aperfeiçoamento e a intensificação de uma forma correta de ler o texto em relação com o contexto” (FREIRE, 1989, p.20).
Nesse sentido, a atuação da biblioteca popular tem algo a ver com uma
política cultural, pois incentiva a compressão crítica do que é a palavra escrita, a
linguagem, as suas relações com o contexto, para que o povo participe ativamente
das mudanças constantes da sociedade. Para Freire, o processo de aprendizagem
na alfabetização de adultos está envolvido na prática de ler, de interpretar “o que
lêem, de escrever, de contar, de aumentar os conhecimentos que já têm e de
conhecer o que ainda não conhecem”, para melhor interpretar o que acontece na
nossa realidade (FREIRE, 1989, p.47).
Essa meta só se atinge por meio de uma educação que estimule a
colaboração, que dê valor à ajuda mútua, que desenvolva o espírito crítico e a
criatividade: uma educação que incentive o educando, unindo a prática à teoria, com
uma política educacional condizente com os interesses do povo.
Infelizmente, nos dias de hoje, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever,
tem se revelado como condição insuficiente para responder adequadamente às
demandas contemporâneas. Há alguns anos, não muito distantes, bastava que a
pessoa soubesse assinar o nome, porque dela, só interessava o voto. Hoje, saber
ler e escrever de forma mecânica não garante às pessoas uma interação plena com
os diferentes tipos de textos que circulam na sociedade. É preciso ser capaz de não
9
apenas decodificar sons e letras, mas entender os significados e usos das palavras
em diferentes contextos.
Assim, nas sociedades letradas, ser alfabetizado é insuficiente para vivenciar
plenamente a cultura escrita e responder às demandas postas pela sociedade. Mas
o que é letramento? Letrar é melhor que alfabetizar? O que é uma pessoa letrada?
Quais as diferenças entre alfabetizar e letrar? Quando se pode dizer que uma
criança ou um adulto estão alfabetizados? Quando se pode dizer que estão
letrados? É possível alfabetizar letrando? A partir de então, este estudo passa a
tratar dos conceitos de letramento e de alfabetização. Atrelada a esses dois
conceitos, aborda-se a importância de o professor incentivar o aluno no processo de
leitura e de escrita de diferentes gêneros textuais, a fim de formar verdadeiros
leitores e escritores, porque “ [...] A leitura de mundo precede a leitura da palavra,
[...] a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo, mas por uma
certa forma de ‘escrevê-lo’ ou de ‘reescrevê-lo’, quer dizer, de transformá-lo através
de nossa prática consciente (FREIRE, 1989, p. 11 e 20).
Conforme já exposto, ser alfabetizado – saber ler e escrever -, tem se
revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas
sociais. Para Moacir (GADOTTI, apud VARGAS, 2000, p.14),
O ato de ler é incompleto sem o ato de escrever. Um não pode existir sem o outro. Ler e escrever não apenas palavras, mas ler e escrever a vida, a história. Numa sociedade de privilegiados, a leitura e a escrita são um privilégio. Ensinar o trabalhador apenas a escrever o nome ou assiná-lo na carteira profissional, ensiná-lo a ler alguns letreiros na fábrica como perigo, atenção, cuidado, para que ele não provoque algum acidente e ponha em risco o capital do patrão não é suficiente [...]. Não basta ler a realidade. É preciso escrevê-la.
A preocupação com o analfabetismo funcional levou os pesquisadores ao
conceito de “letramento” em lugar de “alfabetização”. O conceito de alfabetização
tornou-se insatisfatório. Soares (2000 a, p.1) afirma que, “Se uma criança sabe ler,
mas não é capaz de ler um livro, uma revista, um jornal, se sabe escrever palavras e
frases, mas não é capaz de escrever uma carta, é alfabetizada, mas não é letrada”.
Ainda que não se possa responder a tantos questionamentos, defende-se que
é preciso e urgente propor um novo olhar para com a condução do processo de
ensino e aprendizagem da leitura e da escrita, que deve ser mais significativo tanto
para crianças quanto para jovens e adultos.
10
Os PCNs (1998, p.70) orientam os professores a trabalhar a diversidade de
textos que circulam socialmente, a fim de capacitar o educando como leitor
competente.
Segundo Silva (1999, p.48):
[...] ler para compreender o texto, participando criticamente da dinâmica do mundo da escrita e posicionando-se frente á realidade, é a finalidade básica que estabelecemos para as práticas de leitura na escola.
Ainda pode-se enfatizar a leitura funcional, como de responsabilidade da
escola num todo não só da disciplina Língua Portuguesa; de forma que os autores
de livros didáticos sejam sensibilizados para cumprirem as exigências da formação
alfabetizadora de seus textos.
Lajolo (1997), ao falar sobre a leitura literária na escola, afirma que, na
maioria das vezes a criança vem para a escola sem nunca ter “lido” um livro e
quando recebe o primeiro para ler, é conteúdo para a prova.
Sendo assim o que se pode comprovar é que a leitura deve ser colocada para
o aluno como uma atividade dinâmica na qual ele deve participar ativamente,
colocando na leitura o conhecimento que ele possui e cabe á escola valorizar esta
interação do aluno com o texto.
2. METODOLOGIA
O trabalho proposto pretendeu buscar através da leitura de contos e
produção de texto instrumentos que viabilizassem e recuperassem o campo
imaginário na construção de um outro olhar para o conto, com enfoque nas questões
reais da sociedade como um todo. Então, iniciamos com uma exposição oral do
tema aos alunos, sobre o trabalho a respeito do gênero conto e sondagem do
conhecimento prévio que estes possuíam sobre o assunto. Assim, o trabalho foi
iniciado com a exibição do vídeo Ler de Luís Fernando Veríssimo (Disponível em
<http://www.youtube.com/watch?v=A0_STXPaNz0>. Acesso em 2 de jul. de 2010).
Após assistirem ao vídeo, foi feito um questionamento oral aos alunos.
. O que você viu no vídeo?
. Qual foi a frase que mais chamou a sua atenção?
. O que quer dizer, no vídeo, ler a vida?
. Você já leu alguma história? Pode nos contar?
11
Então, através de textos, imagens, vídeos, leituras de contos, escrita e
reescrita, fomos sempre questionando os alunos sobre a temática que foi abordada,
tipo de texto e gênero para melhor fixação. Apresentamos textos narrativos curtos
para o ensino da tipologia textual pretendida e do gênero conto com respectivas
características. Depois de realizada a primeira etapa do trabalho seguimos para as
atividades que foram desenvolvidas em módulos didáticos, tais como:
MÓDULO I - Vendo e ouvindo história
Apresentamos aos alunos a tipologia narrativa de texto, o mesmo em
pendrive, na televisão da sala de aula uma adaptação do conto Tentação de Clarice
Lispector, com duração de 5’:09’’ (Disponível em <http://www.youtube.com/watch?
v=9jpxcIxyNy8> . Acesso em 06 de Jul. de 2010).
- Trabalhamos com a oralidade, depois, fizemos alguns questionamentos:
1) O que você viu e ouviu é uma história? Por quê?2) Existem fatos que aconteceram? Quais?3) Há algum personagem? Qual? Como ela/ele era?4) Em que lugar se passa a história? Em que momento?5) Quem narra à história?
Após reflexão sobre a tipologia, entregamos o texto Tentação de Clarice
Lispector para leitura e questionamentos e passamos para o trabalho escrito.
Seguimos para o MODULO II - Compreendendo o gênero conto.
Também para a estimulação da leitura, como também conhecer o conto
(estrutura e elementos) entregamos aos alunos o texto “Uma vela para Dario”, de
Dalton Trevisan para leitura individual.
MODULO III - → Lendo, ilustrando e montando o texto. Nesta atividade, o aluno
vai perceber que todo texto tem parágrafo e seqüência.
Assim, os alunos formaram equipes e cada uma recebeu o texto na íntegra,
mas em parágrafos Uma vela para Dario. Os grupos fizeram a leitura e ilustraram os
parágrafos. De posse de um cartaz, o professor chamou os grupos por números
(parágrafos) para a montagem do texto e exposição em sala de aula. TREVISAN,
Dalton. Vinte Contos Menores. Record: Rio de Janeiro, 1979, p. 20.
MODULO IV - Conhecendo Dalton Trevisan
Levamos os alunos à Biblioteca para estimulação à pesquisa e conhecimento
do autor. Utilizamos o pendrive e a televisão da sala da Biblioteca, na qual
12
apresentamos o vídeo Reportagem sobre Dalton Trevisan no jornal da globo (1993),
com duração de 3’:25’’. (Disponível em <http://www.youtube.com/watch?
v=LSOEXPStudQ >. Acesso em 2 de jul. de 2010). Logo após trabalhamos a
oralidade sobre o vídeo que assistiram.
MODULO V -Montando painel: vida e obra de Dalton Trevisan.
Em outro momento os alunos foram separados em grupos de cinco
integrantes e foram levados ao laboratório de informática. O professor (a) orientou
os alunos para acessarem os sites abaixo, pois neles encontrariam imagens de
Dalton Trevisan que foram utilizadas para a montagem do painel. Foram
disponibilizados ainda, cartolinas e pincéis e, estando munidos do roteiro da
pesquisa do Módulo IV, realizaram a tarefa.
MODULO VI - Preparando o aluno para o conto Cemitério de Elefantes de
Dalton Trevisan.
Os alunos foram divididos em seis grupos de cinco integrantes cada. Cada
grupo recebeu um texto que fala: “o governo quer que o consumidor seja informado
sobre efeitos do consumo de bebidas”, e frases formuladas para os comerciais de
bebidas alcoólicas e pedimos que lessem em grupos. Para acessá-lo:
http://www.propagandasembebida.org.br/not_home/integra.php?id=132. Acesso em 05 de
Jul. de 2010. Após assistirem ao vídeo trabalhamos a oralidade.
MODULO VII - Lendo o conto Cemitério de Elefantes de Dalton Trevisan
Entregamos para os alunos o conto em que um grupo de bêbados é
comparado a um grupo de animais do Cemitério de elefantes de Dalton Trevisan.
Após a leitura do conto, escrevemos as seguintes questões no quadro, que foram
copiadas no caderno.
1) O conto em geral apresenta conflito, clímax e desfecho. No conto de
Trevisan, porém, essa estrutura não é caracterizada.
a) Essa escolha cria também a impressão de que o texto não é narrativo.
Que tipo de texto ele parece ser? Por quê?
b) Que outras características podem indicar que esse texto é um conto?
13
2) Nesse conto, os personagens são um grupo de bêbados que moravam
na rua, nos fundos de um mercado de peixe, às margens de um rio e de um
mangue.
a) Como se explica a comparação dos bêbados?
b) Como era possível perceber que os bêbados eram vistos como animais
sagrados?
c) O que você aprendeu com a leitura deste conto? Por quê?
d) Onde se passa a história?
e) Quais são os personagens?
f) Qual é o estilo de Dalton Trevisan nesse texto? Por quê?
MODULO VIII - Ampliando conhecimento
Entregamos para os alunos (em grupos) textos de revistas, internet, livros
sobre: O comportamento dos elefantes e alcoolismo.
Após responderem as questões, entregamos revistas sobre a temática
abordada para recortarem e montar cartazes que foram afixados no saguão da
escola para que outros alunos pudessem também ler.
MODULO IX - Revendo o conto Cemitério de Elefantes
Os alunos receberam em tiras questões para responderem no caderno e em
seguida oralmente para os demais grupos.
MODULO X - Produzindo contos
Apresentamos aos alunos duas propostas para produzir um conto criativo.
Então escolheram uma delas e deram asas a imaginação. Sugerimos para a
produção textual os temas abaixo: Solidariedade; Dignidade. Além disso, o aluno
também tiveram a liberdade de escolher o tema. Depois de produzidos os textos, os
alunos foram estimulados a trocar os mesmos, para trocar ideias. Em seguida
recolhemos os textos para análise e montagem dos textos em murais no saguão da
escola.
MODULO XI - Lendo e escolhendo o conto para dramatizaçãoColocamos os alunos em círculo e pedimos para que eles lessem os contos
produzidos e depois foi escolhido um dos contos para dramatização.
14
MODULO XII - Dramatização dos contos
Os alunos foram divididos em três grupos. Um grupo dramatizou: Uma vela
para Dario, o outro Cemitério de Elefantes e o outro o conto escolhido no Módulo XI.
MODULO XII -Analisando o projeto de Intervenção Pedagógica
Em círculo, iniciamos o momento da avaliação oral e registro pelo professor
das respostas dadas pelos alunos no quadro negro.
Questões:
1) O que é conto?
2) Quais são as características do conto?
3)Dos contos que você leu qual foi à personagem que mais chamou a sua
atenção?
4) Quem é o autor Dalton Trevisan? Qual é o estilo dele?
5) O que você aprendeu e levará para a sua vida após as leituras dos contos?
3. Descrição da pesquisa
O trabalho proposto buscou através da leitura de contos e produção de texto
instrumentos que viabilizassem a recuperação do campo imaginário na construção
de um outro olhar para o conto, com enfoque nas questões reais da sociedade como
um todo. Assim, o contexto da pesquisa foi implementado na Escola Estadual
Humberto de Campos, na 8ª série do Ensino Fundamental, no 3º período do
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, em 32 horas/aula (divididas em
momentos que possibilitem explanação, orientação e, sobretudo, mediação dos
conteúdos pela professora PDE, bem como horas de realização de atividades extra-
classes pelos discentes envolvidos).
O tema contemplado foi desenvolvido com base em leitura bibliográfica
apropriada, que possibilitou a conceituação e a análise de questões pertinentes à
temática abordada, com foco na importância da leitura para o crescimento do aluno
como pessoa (cidadão), o que constitui literalmente uma liberdade intelectual, pois
quem lê solta a imaginação e quem cria a imagem é o próprio leitor, aumentando
seu conhecimento de mundo.
Partindo deste princípio, no terceiro período (2º semestre de 2010), ocorreu à
implementação deste Projeto em sala de aula, por meio da prática da leitura de
15
contos, abordando aspectos, tais como, sua origem e seu caráter crítico por meio de
atividades diversificadas, explicitadas da seguinte forma:
• Apresentação oficial do projeto para a comunidade escolar: direção, equipe
pedagógica, professores e demais funcionários da Escola.
• Uma segunda apresentação do projeto do PDE, desta vez, junto aos alunos.
• Levantamento de dados prévios junto aos alunos sobre o tema.
• Apresentação de vários gêneros textuais e, em seguida, do gênero conto.
• Exposição, por parte dos alunos, sobre o que leram ou ouviram em relação ao
conto.
• Trabalho com contos de Dalton Trevisan.
4. RESULTADOS
Em pesquisa realizada em sala de aula constatou-se, que os alunos não
gostam de ler por que os mesmos acham as histórias chatas, não tem paciência,
não sentem prazer, também não entendem o que ler e tem preguiça. Porém, outros
alunos privilegiam o humor em suas leituras. Com a determinação do horizonte de
expectativas, partiu-se para o atendimento oferecendo aos alunos leituras de contos.
O desenvolvimento do trabalho exigiu muita dedicação por parte dos alunos e
do professor, mas com muita determinação entre todos os envolvidos. Assim sendo,
percebeu-se que os mesmo compreenderam sobre a importância de se trabalhar
com os mais variados textos literários em sala de aula.
Todo trabalho com texto literário em sala de aula, foi no sentido de se repensar
sobre a leitura, produção, reescrita e refacção de textos dos alunos, o que não nos
impediu de sentirmos vitoriosos, pois os resultados foram maravilhosos.
5. CONCLUSÃO
Ao concluir este estudo, pontua-se que devemos privilegiar os espaços de
leitura na escola, vindo oportunizar os textos literários enquanto fruição, como um
meio de desenvolver nos nossos alunos o gosto e o hábito pela leitura, sem perder
de vista a dimensão historicista ou sociológica da obra, abordados no projeto.
Sabemos que nossa sociedade está carente de valores humanos e ao
trabalhar com adolescentes pretendemos tentar propor, através da leitura, o resgate
e análise de questões humanas que tanto o autor escolhido aborda em seus textos:
16
limites de angustia, fugas através da loucura, criticando o marasmo do cotidiano e
das relações afetivas. A degradação humana, em seus contos, serve de alerta ao
descaso social tão sofrido por grande parte da população nos espaços urbanos
(BRASIL, 1973).
Portando cabe ao professor a responsabilidade de mediar o trabalho com
Gêneros literários como o conto de Dalton Trevisan, pois são textos curtos possíveis
de serem lidos em sala de aula. Como aborda temas e dramas humanos,
possibilitando que haja uma interação entre autor/obra/leitor.
17
6. REFERÊNCIAS
Alcoólicos anônimos. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Alco%C3%B3licos_An%C3%B3nimos>. Acesso em 28 de jun. de 2010.
Alcoolismo na adolescência, é isso mesmo que você quer?. Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=bJNf_tmod_c >. Acesso em 28 de jun. de 2010
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: ______. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BAKHTIN, M.; VOLOCHINOV. Marxismo e filosofia da linguagem. 6 ed. São Paulo: Hucitec, 1992.
BRASIL, Assis. História crítica da literatura brasileira: A nova literatura – O conto. Rio de Janeiro: Brasília americana, 1973.
CANDIDO, Antonio. Literatura e Sociedade. 8 ed. São Paulo: T.A. Queiroz, Editor,Ltda., 2000.
Clarice Lispector – Tentação. Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=9jpxcIxyNy8> . Acesso em 06 de jul. de 2010. Dalton Trevisan. Disponível em <http://www.algosobre.com.br/biografias/dalton-trevisan.html>. Acesso em 28 de jun. de 2010.
Dalton trevisan. Disponível em <http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u476.jhtm>. Acesso em 28 de jun. de 2010.
Dalton Trevisan. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Dalton_trevisan>. Acesso em 28 de jun. de 2010.
Dalton Trevisan - Uma vela para Dario. Disponível em <http://www.releituras.com/daltontrevisan_bio.asp >. Acesso em 02 de jul. de 2010
Disponível em <http://singrandohorizontes.files.wordpress.com/2009/03/dalton. jpg>. Acesso em 06 de jul. de 2010.
Disponível em <http://revistaescola.abril.com.br/img/lingua-portuguesa/contos_ jovens_dalton_trevisan1.jpg>. Acesso em 06 de jul. de 2010.Elefante velho acaba ficando para trás. Disponível em <http://super.abril.com.br/mundo-animal/elefante-velho-acaba-ficando-tras-437599.s html >. Acesso em 28 de jun. de 2010.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados, 1989.
GOMES, A. C; VECHI, C.A. Dalton Trevisan. São Paulo: Abril educação, 1981.
18
GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do conto. 11. ed. São Paulo: Àtica, 2006.
LAJOLO, Marisa. O que é Literatura. 17 ed. São Paulo: Editora Brasiliense S/A,1995.
MARCUSCHI, L.A. (2002). Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A.P.; MACHADO, A.R. BEZERRA, M.A. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.
MOISES, Massaud. A. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
MOISES, Massaud. A criação literária: Prosa I. 20 ed. São Paulo: cultrux, 1967.
MENEGASSI, Renilson José. Leitura, escrita e gramática no ensino fundamental: teorias às práticas docentes. Maringá: UEM, 2010.http://pt.wikipedia.org/wiki/Alco%C3%B3licos_An%C3%B3nimos>. Acesso em 28 de jun. de 2010).
O governo quer que o consumidor seja informado sobre efeitos do consumo de bebidas. Disponível em <http://www.propagandasembebida.org.br/not_home/integra.php?id=132>. Acesso 05 de jul. de 2010.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - TERCEIRO E QUARTO CICLOS DO ENSINO FUNDAMENTAL: LÍNGUA PORTUGUESA. Brasília, Secretaria de educação Fundamental / MEC, 1998.
Reportagem sobre Dalton Trevisan no Jornal da Globo (1993). Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=LSOEXPStudQ >. Acesso em 2 de jul. de 2010.
Tentação - Clarice Lispector. Disponível em <http://amorecultura.vilabol.uol.com.br/tentacao.htm>. Acesso em 10 de jul. de 2010.
TREVISAN, Dalton. Cemitério dos Elefantes. 6. ed. Rio de Janeiro: Record, 1980.
TREVISAN, Dalton. Cemitério de elefantes. Rio de Janeiro: Record, 1998. In: Leila Lauar Sarmento – Português – Leitura. Produção. Gramática. 2. ed. São Paulo, 2006. p.149-150
TREVISAN, Dalton. Continhos Galantes. Porto Alegre, 2003.
TREVISAN, Dalton. Quem tem medo de vampiros? Contos. 2. ed. São Paulo: Ática, 2007.
TREVISAN, Dalton. Vozes do retrato: quinze histórias de mentiras e verdades. Ática.
TREVISAN, Dalton. Vinte Contos Menores. Rio de Janeiro: Record, 1979.
VARGAS, Suzana. Leitura: uma aprendizagem de prazer. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000.
19
ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel Theodoro da. (Orgs.) Leitura: perspectivas interdisciplinares. 2. ed. São Paulo: Ática, 1991.
20