da escola pÚblica paranaense 2009 · anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio, ......

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

OAC – OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA

http://imagensdemarca.sapo.pt/fotos/editor2/maos_terra.jpg

Professora PDE: Zilman do Rocio Martins Rechi

Professora (IES): Irene Stock

PITANGA

2010

2

SUMÁRIO

1. Dados de identificação................................................................................................ 03

2. Introdução................................................................................................................... 03

3. Histórico...................................................................................................................... 04

4. OAC............................................................................................................................ 05

4.1 Problematização........................................................................................................ 06

4.2 Sugestão de Leitura................................................................................................... 08

4.2 Imagens..................................................................................................................... 09

4.4 Sítios......................................................................................................................... 09

4.5 Sons e Vídeos............................................................................................................ 10

4.6 Investigação Disciplinar............................................................................................ 11

4.7 Proposta de Atividades.............................................................................................. 17

4.8 Contextualização...................................................................................................... 21

4.9 Perspectiva Interdisciplinar....................................................................................... 22

5. Referências.................................................................................................................. 23

3

1. IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Zilman do Rocio Martins Rechi

Área PDE: Geografia

NRE: Pitanga

Professor Orientador IES: Irene Stock

IES vinculada: UNICENTRO

Escola de Implementação: Colégio Estadual Antonio Dorigon – E.F.M.P.

Disciplina: Geografia

Nível de Ensino: Médio

2- INTRODUÇÃO

Promover uma aprendizagem satisfatória dos conteúdos geográficos junto a

alunos surdos nas escolas públicas, é um dos desafios da educação atual. Pesquisas nos

mostram que, mais do que inclusão é preciso pensar na acessibilidade ao conhecimento e

na qualidade das relações sociais para promover o seu desenvolvimento.

Procurando contribuir com os ajustes que a escola vem realizando, este material

terá como enfoque principal, delinear práticas pedagógicas que favoreçam a

aprendizagem dos alunos surdos na disciplina de Geografia.

Para que os objetivos se concretizem, inicialmente buscaremos compreender as

potencialidades e limites do aluno surdo, desenvolvendo atividades com recursos

adequados, tendo em vista os encaminhamentos metodológicos da disciplina de

Geografia e das Diretrizes de Educação Especial para Currículos Inclusivos.

O projeto de intervenção pedagógica na escola se dará por meio de uma

Produção Didático-Pedagógica, um OAC, fundamentado no ensino/aprendizagem do

aluno surdo com enfoque na disciplina de Geografia. O conteúdo estruturante do OAC

será: Dimensão Sócio-ambiental do Espaço Geográfico e o conteúdo específico: A

transformação das paisagens – estudo do meio.

Destacamos que OAC – Objeto de Aprendizagem Colaborativa é um sistema

informatizado de inserção e acesso de dados, existente no Portal Educacional Dia-a-dia

Educação, cuja proposta é instrumentalizar os educadores da Rede Estadual de Educação

do Paraná em sua prática pedagógica.

4

3. HISTÓRICO

Um sistema educacional só pode ser considerado inclusivo quando reconhece que

todas as crianças podem aprender; respeita diferenças; permite metodologias de ensino

que atendam as necessidades de todas as crianças, não deixa faltar recursos materiais e,

principalmente, respeita o número de alunos por salas de aula.

Para Fernandes (2005), a escolha de estratégias metodológicas e, a organização

do ambiente da sala de aula promove a interação/comunicação entre professor, aluno e

conteúdo. Segundo o mesmo autor deve - se priorizar diferentes agrupamentos de

alunos, planejar atividades com diferentes graus de dificuldade.

Segundo Skliar (2005, p.7) “tem se acentuado, nas últimas três décadas, um

conjunto novo de discursos e práticas educacionais que, entre outras questões, permite

desnudar os efeitos devastadores do fracasso escolar massivo, produto da hegemonia de

uma ideologia clínica dominante na educação dos surdos”.

Ainda segundo o mesmo autor “o que está mudando são as concepções sobre o

sujeito surdo, as descrições em torno de sua língua, as definições sobre as políticas

educacionais, etc.”.

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná apontam para uma

perspectiva das teorias críticas da educação e questões que se fazem dentro do contexto

escolar: Quem são os sujeitos da escola pública? De onde vêm? Que referências sociais e

culturais trazem?

As Diretrizes Curriculares de Geografia destacam a importância de trabalhar os

conteúdos geográficos partindo do conhecimento que os alunos já possuem. No

confronto da geografia cotidiana, do espaço vivido com a geografia científica que

pressupõe formação de conceitos, o aluno poderá reelaborar e compreender o espaço de

forma sistematizada.

Gasparin (2009, p.2) propõe que “os conteúdos sejam integrados e aplicados

teórica e praticamente no dia a dia do educando. Desta forma, a responsabilidade do

professor aumentou, assim como do aluno. Ambos são co-autores do processo ensino-

aprendizagem”.

A escola deve ser o espaço do confronto e do diálogo entre os conhecimentos

sistematizados e os conhecimentos do cotidiano popular. O papel do professor é

conduzir os alunos à reflexão sobre os conceitos que estão sendo desenvolvidos, de

forma crítica e dinâmica, tendo como ponto de partida o conhecimento espacial prévio

5

dos alunos, levando-os a relacioná-los com o conhecimento científico, superando o

senso comum.

Consideram-se a relevância da aprendizagem e conhecimento dos conteúdos e

saberes específicos de Geografia, tomando como base teórica a pedagogia histórico-

crítica, cuja teoria apresenta uma prática pedagógica que propõe a interação entre

conteúdo e a realidade concreta, conteúdos estes enfocados como produção histórico-

social. Para Saviani (1991, p.80) “(...) os conteúdos escolares devem ser tratados como

uma necessidade pessoal e social de modo que depois de serem aprendidos possam ser

instrumento de mudanças sociais, devendo ser incorporados dentro de uma totalidade”.

Valendo-se dos fundamentos teóricos da pedagogia histórico-crítica que propõe

a interação entre conteúdo curricular e a realidade concreta, bem como o que sugerem as

Diretrizes de Geografia no que se refere à compreensão do processo de produção e

transformação do espaço geográfico, procuraremos desenvolver o conteúdo específico

de Geografia: Transformação das paisagens, utilizando-se de recursos que facilitem a

aprendizagem de alunos surdos.

O principal objetivo do ensino da Geografia é ajudar o aluno a compreender

melhor seu espaço, levando-o a uma leitura crítica do mundo em que vive, refletindo

sobre seu espaço e atuando sobre ele. Tal ensino deve dar condições para que o aluno

perceba significativamente os modos de construção da realidade e suas consequencias.

Para que objetivo efetive, o professor precisa fazer uso de fontes de conhecimento e de

modos de expressão significativos como: as imagens, os gráficos e os mapas.

Entre os objetivos da Geografia destaca-se:

Compreender as desigualdades sociais e espaciais é uma das grandes tarefas

dos geógrafos educadores para que a nossa ciência instrumentalize as pessoas

a uma leitura mais crítica e menos ingênua do mundo, que desemboque numa

maior participação política dos cidadãos a fim de que possamos ajudar a

construir um espaço mais justo e um homem mais solidário [..].

(KAERCHER, 1999, p.174 apud Diretrizes curriculares de Geografia para os

anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio, 2008).

Ressaltamos que nessa prática pedagógica que ora propomos buscaremos fazer

uso da Libras (Língua Brasileira de Sinais) e de recursos visuais como imagens

(fotografias, slides, charges, ilustrações) e trechos de filmes que serão utilizados para a

compreensão dos conteúdos da Geografia.

4- OAC – Objeto de Aprendizagem Colaborativa

6

Conteúdo estruturante: Dimensão socioambiental do espaço geográfico.

Conteúdo específico: A transformação das Paisagens.

4.1 PROBLEMATIZAÇÃO DO CONTEÚDO

Título: A transformação das paisagens – estudo do meio.

Quando nos propomos a estudar o espaço geográfico se faz necessário diferenciar

paisagens naturais e humanizadas, relações entre homem e natureza, analisando as

consequencias desta relação no espaço. O estudo da paisagem em um trabalho de campo

desenvolve a capacidade de compreensão das características locais, regionais e

mundiais. As características físicas e humanas dos lugares oferecem guias para auxiliar

os alunos a entender a natureza. O propósito maior deste estudo é dar oportunidade ao

aluno de pensar o lugar em que vive e suas ações cotidianas, perceber nos espaços

vividos características que os diferenciam de qualquer outro lugar.

A leitura da paisagem requer uma alfabetização geográfica a começar pela

observação e identificação de seus elementos até atingir processos mais complexos para

o conhecimento geográfico. Para decodificar a paisagem é preciso o desenvolvimento de

habilidades como: observação, indagação, comparação, descrição, identificação, e

reflexão para compreensão do mundo através das paisagens.

A superfície da Terra é a base nos estudos de geografia. É nela que se encontra o

meio natural, fruto de processos físicos e bioquímicos, resultantes de forças internas e

externas ocorridas no planeta e que abriga diversas formas de vida.

É importante salientar que o espaço geográfico não possui apenas uma dinâmica

natural, mas a esta deve ser acrescentada uma dinâmica social, exercida pelas formações

sociais que ali vivem e atuam. Ao se apropriar da natureza e transformá-la, os seres

humanos criam ou produzem o espaço geográfico, utilizando as técnicas de que dispõem

conforme seus interesses.

O espaço geográfico é o espaço das sociedades. Ele contém elementos naturais

(rios, planaltos, planícies, etc.) e artificiais (casas, avenidas, pontes, etc.). Segundo o

geógrafo Milton Santos, “o espaço geográfico somente surge depois de o território ser

usado, modificado ou transformado pelas sociedades humanas. Ou quando estas

imprimem na paisagem as marcas de sua atuação e organização social”.

7

Acrescentamos ainda que o espaço geográfico apresenta-se diferenciado, pois

resulta de um passado histórico, das características da população, da organização social e

econômica e dos recursos técnicos dos povos que habitam diferentes lugares. Poucos são

os espaços da terra que não sofreram transformações, porém, mesmo esses lugares como

o interior da floresta amazônica ou nas calotas polares, o território está delimitado, estão

sujeitos a acordos políticos ligados aos que buscam preservar ou aos que desejam

explorar.

De acordo com as Diretrizes Curriculares de Geografia algumas perguntas devem

orientar o pensamento geográfico e o trabalho do professor, tais como: Onde? Como é

este lugar? Por que as coisas estão dispostas desta maneira no espaço geográfico? Qual o

significado e consequencias deste ordenamento espacial? Tais perguntas são

orientadoras da reflexão sobre o espaço geográfico.

Existem algumas dificuldades que se apresentam perceptíveis no

desenvolvimento de atividades com alunos surdo tais como; desconhecimento sobre

como se aproximar do aluno, falta de diálogo tanto por parte do professor quanto dos

alunos ouvintes, ocasionando na maioria das vezes um distanciamento e,

consequentemente falta de interação nas aulas.

Para ensinar alunos surdos, o professor precisa ter conhecimento sobre Libras e

oferecer práticas pedagógicas que favoreçam a aprendizagem de todos, sem exclusão.

Ao ensinar a Geografia numa perspectiva inclusiva, o professor deverá dispor e utilizar

dos mesmos recursos que geralmente utiliza com os alunos ouvintes, pois se estamos

trabalhando com inclusão, nossa meta é integrar e não excluir. Para tanto, ao

planejarmos e prepararmos nossas aulas é importante questionarmos que metodologia é

mais indicada para viabilizarmos o acesso ao conhecimento dos conteúdos de geografia

a todos os alunos sem deixar o aluno surdo ou outros alunos que tenham dificuldade de

aprendizagem à margem do conhecimento.

A utilização de diferentes linguagens se constitui em recursos didáticos eficazes

como mediadoras do processo de ensino-aprendizagem, e devem obedecer alguns

critérios, tais como adequação aos objetivos propostos, e aos conteúdos a serem

trabalhados. Destacamos alguns recursos que podem ser utilizados no desenvolvimento

do conteúdo, a transformação das paisagens. São eles: textos escritos, imagens

(compreende fotografias, ilustrações, figuras, mapas, gráficos, tabelas, gravuras, pinturas

e obras de arte), filmes, etc. Esses recursos além de facilitar a aprendizagem poderão

contribuir para tornar a disciplina de geografia mais significativa na reflexão dos alunos.

8

Para desvendar um espaço determinado que seja dinâmico e em transformação

pode-se utilizar o estudo do meio, uma metodologia que permite ao aluno estabelecer

relações e produzir conhecimento pela análise da realidade que o circunda. Ver uma

paisagem em seu espaço de vivência ou não, ajuda a revelar o que existe por trás do que

se vê ou se ouve. Os alunos poderão se utilizar de todos os seus sentidos para conhecer

melhor a paisagem em estudo e, usar de todos os recursos de observação e registros.

Alguns cuidados devem ser observados para o desenvolvimento de estudos do

meio, tais como: visitar o local antecipadamente, observando as possibilidades

educativas; organizar roteiro de visita; estabelecer o conhecimento prévio dos alunos

sobre o local e o tema a ser abordado; oportunizar o estudo multidisciplinar; além de

planejar após a realização do estudo, atividades de sistematização dos conhecimentos

adquiridos.

4.2 SUGESTÕES DE LEITURA

Categoria: Livro

Autores: Nidia Nacib Ponstuschka; Tomoko Lyda Paganelli; Núria Hanglei Cacete.

Título: Para Ensinar e Aprender Geografia

Publicação: 1ª edição - 2007

Editora: Cortez, São Paulo.

Este livro integra a Coleção Docência em Formação no ensino fundamental e

médio. Apresenta uma discussão sobre como ensinar e aprender Geografia destina-se a

cursos de formação de professores e pedagogos. A proposta deste livro parte de uma

concepção intencionada da educação e da formação de seus profissionais. A

preocupação das autoras é a discussão da atual realidade da formação docente para o

ensino e a aprendizagem de geografia como componente curricular, apontando caminhos

possíveis para que a disciplina cumpra seu papel, na busca de seus fundamentos e da

explicitação metodológica que potencializem esse processo.

Categoria: Livro

Autores: Rosely Sampaio Archela e Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes

Título: Geografia para o ensino médio: manual de aulas práticas

Publicação: 1999

Editora: UEL – Paraná

9

O livro traz um manual de aulas práticas com sugestões detalhadas que vão

auxiliar o professor de geografia no preparo de suas aulas. Ele apresenta temas

geográficos com várias sugestões didáticas que facilitam o trabalho do professor na

criação e elaboração de novas práticas com seus alunos.

Categoria: Livro

Autor: Carlos Skliar

Título: Um olhar sobre as diferenças

Publicação: 2005

Editora Mediação – Porto Alegre.

O livro reúne ensaios em torno daquilo que poderia ser definido como Estudos

Surdos em Educação; estudos que têm como foco as representações dominantes e

hegemônicas sobre as identidades, histórias, comunidades e culturas dos surdos e,

também, as dimensões políticas que as reúnem nos discursos e nas práticas pedagógicas.

4.3 IMAGENS

A geografia possui um conjunto de ideias e conceitos que podem ser

apreendidos pela imagem, onde as informações estão potencializadas exigindo do leitor

saber olhar e encontrar os temas/conteúdos que a contém. As imagens são carregadas de

significados que podem ser descobertos por quem observa. Destacamos a seguir o síte

http://www.slideshare.net/bibi.org/as-transformaes-da-cidade-de-so-paulo-438302

onde encontramos uma sequencia de imagens da cidade de São Paulo que podem ser

trabalhadas no desenvolvimento do conteúdo a transformação da paisagem.

4.4 SÍTIOS

No site http://www.youtube.com/watch?v=Td7L1o0rw64 encontramos um vídeo com

o titulo São Paulo paisagens em transformação. Possibilita uma análise das mudanças

ocorridas ao longo do tempo e permite fazer comparações com outros locais.

No site http://bndigital.bn.br/redememoria/galerias/Juliaw_1/index.htm encontra-se

a coleção da professora Julia Wanderley Petrich. Uma coleção de cartões-postais, vistas

da cidade de Curitiba e imagens do cotidiano onde a autora teve a preocupação em

preservar iconograficamente a memória do Paraná, em especial a história da capital, com

paisagens belíssimas.

10

No Site: http://treinandolibras.blogspot.com, encontra-se vídeo aula sobre cores,

perguntas, alimentos, família, frutas, identificação pessoal, alimentos etc. Basta você

clicar sobre um dos links e será remetido imediatamente para o vídeo. Importante para

conhecer um pouco sobre Libras.

No site http://www.acessobrasil.org.br/libras/ , encontra-se disponibilizado uma busca

por palavras em ordem alfabética, assunto ou pelo sinal representado pela mão.

Apresenta o significado, a classe gramatical, a origem e ainda dá exemplo de frases em

língua portuguesa e em Libras.

No site http://www.icrvb.com/downloads/ind. php?detalhes=28 com o título baixar

fonte true type em Libras grátis pode-se baixar no computador uma fonte em Libras que

permite transcrever do português para Libras.

4.5 SONS E VÍDEOS

Filme

2001 Uma odisséia no espaço

Direção: Stanley Kubrick

Duração: 1:39

Ano: 1968 País: EUA

Nos mostra as interferências a que está sujeito o ser humano. Tais interferências,

ditadas pela natureza, pela tecnologia ou pelo insondável, desembocam na incontrolável

necessidade que tem o universo de se transformar.

Filme – Documentário

Baraka - Um mundo através das palavras

Diretor: Ron Fricke

Fotografia: Ron Fricke

Duração: 96 min.

Ano: 1992 País: EUA

Filmado em 24 países, Baraka desperta a curiosidade sobre as diferentes culturas,

mostrando rituais religiosos e fenômenos da natureza. Ao visitar lugares tão

diversificados como China, Brasil, Kwait e a maior parte das paisagens dos EUA e da

11

Europa, dentre outros países, Baraka captura não só a harmonia, mas também a

calamidade existente na humanidade e na natureza. Trechos do documentário disponível

no sítio http://www.njro.fot.br/filmes-b.html

Filme

Koyaanisqatsi - Uma Vida Fora De Equilíbrio (Koyaanisqatsi)

Ano: 1983

Duração: 87min. País: Estados Unidos

Direção- GodFrey Reggio

Filmado em locações por todos os EUA em busca de cenas da natureza ou espaços

com intervenções do homem que mostrem desequilíbrio.

O filme não possui diálogos, porém nos mostra através das imagens as

contradições das sociedades urbano industriais, possui cenas dos países desenvolvidos, e

o rompimento do equilíbrio da interação homem-natureza. Disponível trechos do filme

em http://www.youtube.com/watch?v=zuaNFo5PGCU

4.6 INVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR

Titulo: Como viabilizar aos alunos surdos o acesso aos conhecimentos geográficos?

A surdez traz privações aos seres humanos, e Goes (2005, p.17) explica que “a

surdez é uma privação sensorial que interfere diretamente na comunicação, alterando a qualidade da

relação que o individuo estabelece com o meio, ela pode ter serias implicações para desenvolvimento de

uma criança”.

Sacks (1998) argumenta que a sociedade é ignorante nos dias atuais tanto quanto

indivíduos que viveram nos anos de 1800 ou 1700. Ele destaca que além de ignorantes

somos indiferentes.

Muitas pessoas acham que a surdez é acompanhada por diminuição na

inteligência, o que não corresponde a verdade. É obvio que pessoas com surdez severa,

possuem dificuldades em estabelecer uma comunicação satisfatória com os quais não

convivem diariamente, porém deve-se buscar mecanismos que facilitem a inclusão.

Destacamos na visão de Mantoam (2003) que:

O processo de inclusão implica em mudanças sobre o atual paradigma

educacional para que possa ocorrer uma reestruturação escolar, pois as

diferenças culturais, sociais, étnicas, de gênero, enfim, a diversidade humana

12

esta sendo difundida e desta forma, torna-se condição imprescindivel para se

entender como se aprende e como se compreende o mundo e quem nele vive.

A escola não deve desconhecer que aprender implica ser capaz de expressar o

que se sabe, representar o mundo a partir das origens, dos valores e

sentimentos.(MANTOAN, 2003)

Pontua-se para um problema específico: Como comunicar-se e viabilizar aos

alunos surdos o acesso aos conhecimentos/saberes específicos da disciplina de

Geografia? Que metodologia de ensino é mais adequada?

A linguagem de sinais deveria ser obrigatória nos cursos de formação docente?

Nas escolas regulares é importante que todos conheçam Libras?

Na busca de respostas a estas questões destacamos a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que em seu capítulo V, Art. 58

referente à educação especial, esclarece que a educação especial deva ser oferecida

preferencialmente em escolas regulares. “Entende - se por educação especial, para os

efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede

regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”.

Ainda o artigo 59 estabelece que os sistemas de ensino assegurarão aos

estudantes com necessidades especiais currículos flexíveis, assim como formação

específica aos professores em nível médio ou superior.

Temos ainda nas Diretrizes da Educação Especial para a construção de currículos

inclusivos indicação de um trabalho que priorize a universalização do acesso à escola

pública gratuita e com qualidade para todos. Segundo estas diretrizes a escola regular

não se encontra preparada para acolher a diversidade social, pois foi concebida para

atender grupos homogêneos. Diante disso a Diretriz Curricular de Educação Especial

prescreve:

O grande desafio dos educadores é estabelecer uma proposta de ensino que

reconheça e valorize práticas culturais de tais sujeitos sem perder de vista o

conhecimento historicamente produzido, que constitui patrimônio de todos

(PARANÁ, 2005).

A língua de sinais é a forma de comunicação utilizada pelos surdos e segundo

Sacks (1998, p.63): “(...) constitui o modo mais direto de atingir as crianças surdas, o meio mais

simples de lhes atingir o desenvolvimento pleno, e o único que respeita sua diferença, sua singularidade”.

13

A Libras precisa estar presente no meio educacional, para garantir o acesso dos

alunos surdos aos conhecimentos acadêmicos. A interação é pressuposto para uma

melhor aprendizagem.

A oficialização da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), em abril de 2002 (Lei

n. 10.436, de 24 de abril de 2002), em seu artigo 1º parágrafo único prescreve: “Entende-

se como língua brasileira de sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que

o sistema linguistico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria,

constitui um sistema linguistico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de

comunidades de pessoas surdas do Brasil”.

De acordo com essa Lei, no artigo 4º, prescreve que o sistema educacional deve

garantir a inclusão do ensino de LIBRAS nos cursos de formação de Educação Especial,

Fonoaudiologia e Magistério em nível médio e superior. O decreto 5.626/05, capitulo II,

regulamenta a inclusão da Libras.

Fernandes (2005, p.5) afirma que:

(...) a escola inclusiva tem o compromisso com o respeito à pluralidade

cultural e o acolhimento às diferenças individuais, o que implica reconhecer a

diferença lingüística relativa aos surdos que, pela falta de audição, necessitam

do acesso a experiências lingüísticas mediadas por uma língua que não

ofereça barreiras a sua interação e aprendizagem: a língua dos sinais.

Para Brito (1997, p.8)

As línguas de sinais distinguem-se das línguas orais porque se utilizam de um

meio ou canal visual-espacial e não oral auditivo. Assim, articulam-se

espacialmente e são percebidas visualmente, ou seja, usam o espaço e as

dimensões que ele oferece na constituição de seus mecanismos “fonológicos”,

morfológicos, sintáticos e semânticos para veicular significados, os quais são

percebidos pelos seus usuários através das mesmas dimensões espaciais.

A língua de sinais na educação regular é fundamental na vivência social dos

surdos e provavelmente promoverá um maior entendimento entre a cultura ouvinte e

não-ouvinte.

14

Pensar sobre a surdez requer penetrar “no mundo dos surdos” e “ouvir”as mãos

que, com alguns movimentos, nos dizem o que fazer para tornar possível o

contato entre os mundos envolvidos, requer conhecer a “língua de sinais”.

Permita-se “ouvir” essas mãos, pois somente assim será possível mostrar aos

surdos como eles podem “ouvir” o silencio da palavra escrita (Quadros, 1997,

p.119).

A linguagem de sinais no campo escolar começa a ser difundida por meio da

contratação de profissionais intérpretes de LIBRAS, que se faz extremamente necessária,

para que professores possam proporcionar maiores oportunidades de aprendizagem a

esses alunos.

É fundamental a capacitação do professor, pois em sua graduação não foi

preparado para trabalhar com as diferenças. Demo (2007) destaca que:

É preciso, em contra partida, cuidar do professor com absoluto carinho e

sistematicidade, para que possa dar conta de tantas expectativas depositadas

sobre ele. Não cabe apenas exigir e muito menos criticar. Ele precisa antes de

tudo, de oportunidades para que possa contribuir na construção das

oportunidades da sociedade. Um professor tendencialmente excluído não

consegue cuidar da inclusão dos outros, em particular da imensa multidão

excluida de nossa sociedade.

Nas DCEs de educação inclusiva encontramos uma definição de estudiosos da

área sobre adaptações curriculares onde os professores devem estar atentos:

(...) quando se fala de adaptações curriculares esta se falando, sobretudo, e

em primeiro lugar, de uma estratégia de planejamento e de atuação docente e,

nesse sentido, de um processo para tratar de responder as necessidades de

aprendizagem de cada aluno [...] fundamentado em uma série de critérios

para guiar a tomada de decisões com respeito ao que é, ao que o aluno ou

aluna deve aprender, como e quando e qual é a melhor forma de organizar o

ensino para que todos saiam beneficiados (MEC, 1992 apud MANJON,

1995, p.82).

Não se trata de ter currículos separados, mas sim, utilização de práticas

educacionais com estratégias metodológicas flexíveis, buscando remover barreiras que

impeçam a aprendizagem dos alunos. Deve-se destacar que não se trata de produzir

15

propostas específicas para um grupo de alunos, com esvaziamento de conteúdos e

avaliações simplistas. O que se busca é equilíbrio do aluno real, partindo de seus

interesses e possibilidades, observando o que é comum e o que é individual.

O professor de geografia deve oportunizar aos seus alunos uma análise crítica da

produção do espaço geográfico que é construído tanto das modificações causadas de

forma natural pela dinâmica da natureza quanto pela atuação antrópica (do homem). A

atividade que se propõe é a observação e, posterior discussão da paisagem local,

fotografando alguns pontos da cidade, levando em conta critérios econômicos, sociais,

históricos e ambientais. O objetivo é compreender a formação natural e a transformação

das diferentes paisagens pela ação humana e sua utilização em diferentes escalas na

sociedade capitalista. O aluno precisa entender que dentro do espaço geográfico

encontramos tanto as paisagens naturais que são resultantes de combinações entre

elementos como relevo, solo, cobertura vegetal, clima etc.. Quanto às paisagens

humanas ou culturais que são ocasionadas devido à interferência do homem sobre a

superfície da Terra. Tais paisagens são consideradas produto de um trabalho social, de

um esforço conjunto de gerações para gerações por meio de técnicas disponíveis em

cada época, para exploração da terra e toda a vida que nela existe. Perceber que as

explorações feitas ao longo do tempo, o crescimento populacional e o consumismo

exagerado causam impactos ambientais.

A escola precisa de um projeto político pedagógico que concretize a educação de

todos e que ofereça possibilidades de propostas para a aprendizagem contemplando a

construção de culturas inclusivas. Os professores precisam estar atentos ao desenvolver

suas atividades quanto ao que ensinar? Para que ensinar? Quando e como ensinar? E o

que e como avaliar?

Conforme a Diretriz Curricular de Geografia para os anos finais do ensino

fundamental e para o ensino médio, “a metodologia de ensino deve permitir que os

alunos se apropriem dos conceitos fundamentais da Geografia e compreendam o

processo de produção e transformação do espaço geográfico” (PARANÁ, DCEs, 2008).

A realidade da maioria das escolas é que apresentam carência de salas

apropriadas, materiais, recursos visuais, de metodologias e principalmente professores

especializados para atender aos surdos.

As dificuldades relativas ao entendimento e domínio da Língua Portuguesa

tornam-se um obstáculo para que os alunos surdos possam compreender os conteúdos. A

16

dificuldade de interpretação, associada ao domínio da linguagem privilegiada pela escola

(oralidade), caracteriza um problema para o ensino aprendizagem.

Entretanto, o que irá de fato diferenciar uma proposta metodológica serão os

cuidados que o professor terá com os recursos didáticos que utilizará para explicar o

conteúdo para seu aluno surdo.

O professor ao trabalhar o conteúdo sobre a transformação das paisagens precisa

buscar alguns recursos que podem ser utilizados no ensino do conteúdo. Sob a

denominação de recursos didáticos, destacamos livros, mapas, gráficos, fotografias,

filmes, vídeos, textos escritos, jogos etc.

Destacamos no desenvolvimento do conteúdo as paisagens e suas transformações

o uso de imagens como recurso metodológico na compreensão do conteúdo pelo aluno

surdo. Reily (2003) afirma que o processo de ensino do aluno surdo se beneficia do uso

das imagens visuais e que os educadores devem compreender mais sobre seu poder

construtivo para utilizá-los adequadamente; a formação de conceitos seria facilitada

utilizando representações visuais, e a sua adoção, nas atividades educacionais, auxiliaria

no processo de desenvolvimento do pensamento conceitual, porque a imagem permeia

os campos do saber, traz uma estrutura e potencial que podem ser aproveitados para

transmitir conhecimento e desenvolver o raciocínio.

Entendemos que o método mais apropriado para o desenvolvimento do conteúdo

será um estudo do meio local, com o uso de fotografias e observação das imagens do

local por ser um ótimo recurso para proporcionar aos alunos a capacidade de leitura do

espaço geográfico, compreensão do tema pelo aluno surdo, e proporcionará ao professor

uma prática pedagógica que estimule os alunos a apreenderem os conceitos geográficos

de paisagem, lugar, território, espaço geográfico, etc.

Além do uso de fotografias da paisagem local se faz necessário, a utilização de

imagens de outros espaços geográficos que o professor deverá providenciar para

exibição em sala de aula, onde fará questionamentos que possibilitem riqueza de

conteúdo/informação, buscando estimular o pensamento e a criatividade do aluno. O que

aconteceu antes? Como se encontra no momento? O que poderá acontecer? Conhece este

lugar? Já esteve em um lugar assim? Depois da exploração da imagem pode-se solicitar

que criem histórias escritas individual ou coletivamente.

No mundo atual existe uma ampla diversidade de linguagens e a linguagem do

cinema vem sendo muito utilizada nas aulas de geografia. Ao analisarmos um filme

devemos dar ênfase a questões geográficas e educacionais, fazendo uma retrospectiva do

17

filme e análise de alguns aspectos e conceitos da geografia. O professor deve selecionar

filmes compatíveis com o conteúdo a ser desenvolvido.

Destacamos a importância dos textos escritos. Existe um sistema de escrita para

escrever línguas de sinais chamado SignWriting, que expressa os movimentos, as formas

das mãos, as marcas não-manuais e os pontos de articulação. Um sistema rico e

fascinante que mostra a forma das línguas de sinais. De um sistema escrito à mão livre

passou-se a um sistema possível de ser escrito no computador.

É recomendado evitar textos longos, isto não significa suprimir conteúdos, mas

disponibilizar textos de acordo com o nível leitor do aluno. O aluno surdo precisa de

tempo, para identificar no texto as palavras que não conhece e é necessário explicar o

significado destas palavras em LIBRAS, além de relacionar o texto sempre com a

imagem, explorando visualmente o texto que será lido, pois o surdo faz uma leitura

ideográfica, ele não realiza a decodificação da palavra, ele reconhece a palavra, porém

não analisa, não decodifica.

Os textos estão presentes em todas as disciplinas e as dificuldades de leitura e

interpretação certamente comprometem a aprendizagem. Saber ler e analisar um texto ou

documento é requisito para o estudante em todas as disciplinas escolares. Na análise de

um texto é importante prever sucessivas leituras, onde numa primeira leitura o aluno

tenha uma visão geral, em uma segunda leitura destacando trechos importantes, grifando

e, em uma terceira leitura buscar levantar questões relevantes para discussão e análise.

Sugerimos também, que façam uso de jogos de memória onde se pode

confeccionar cartões com sinal correspondente com a imagem fotografada destacando

elementos naturais e humanizados e com esse material, pode-se solicitar ao aluno surdo

que redija textos ou desenhos, colagens, etc. sobre a ação humana no espaço geográfico.

4.7 PROPOSTA DE ATIVIDADES

PLANO DE TRABALHO DOCENTE

Conteúdo estruturante: Dimensão sócio ambiental do espaço geográfico

Conteúdo específico: A transformação das paisagens – estudo do meio

Espaço geográfico: Paisagens, lugar, território, natureza e sociedade.

JUSTIFICATIVA:

18

Partindo da compreensão de que, a inclusão está além do ingresso de alunos com

necessidades educativas especiais na escola, mas um processo que exige a promoção de

movimentos pedagógicos-curriculares que envolvam todos os alunos, não como uma

massa homogênea, mas como pessoas que possuem maneiras diferenciadas de perceber

o mundo. Nesta perspectiva, entre as muitas peculiaridades dos alunos matriculados nas

escolas regulares, temos os alunos surdos, que desenvolveram ao longo de suas vidas

estratégias visuais de apreensão e expressão de mundo.

Desse modo, o material terá como enfoque principal, o desenvolvimento de

atividades de geografia que favoreçam a aprendizagem dos alunos surdos nesta

disciplina, cujo conteúdo será a transformação das paisagens.

Para que os objetivos se concretizem, buscaremos, desenvolver atividades com

recursos adequados, tendo em vista os encaminhamentos metodológicos da disciplina de

Geografia e das Diretrizes de Educação Especial para Currículos Inclusivos.

Uma das atividades será o estudo da paisagem em um trabalho de campo pois o

mesmo desenvolve a capacidade de compreensão de características locais estabelecendo

relações em nível regional, nacional e mundial.

O processo de descoberta do local estudado pode aguçar a reflexão do aluno para

produzir conhecimentos. Todo lugar tem características próprias que lhes dão

significado e forma. O estudo das características físicas e humanas dos espaços

oportuniza aos alunos entender a natureza e a transformação dos lugares na Terra.

Questionando o meio a ser estudado é possível estabelecer relações entre o passado, o

presente e o futuro.

Na geografia, a paisagem, constitui uma dimensão da realidade a ser observada,

partindo da observação do lugar em que se vive. No ensino médio, deve-se aproximar os

resultados produzidos pela ciência ao cotidiano dos alunos, estabelecendo o

desenvolvimento de conhecimentos qualificados, salientado que os mesmos estão em

permanente mudança. É função da geografia, analisar a dinâmica da natureza e da

sociedade, refletindo sobre formas de resistência e propostas alternativas aos modelos

dominantes.

A interpretação da paisagem para a Geografia é a busca da explicação científica

de como as formas que observamos são o resultado visível da combinação de processos

físicos, biológicos e humanos ou antrópicos.

19

OBJETIVOS

O aluno deverá:

1) Ler, observar, analisar, interpretar, compreender, reconhecer na aparência das formas

visíveis e concretas do espaço geográfico atual os processos históricos construídos em

diferentes tempos percebendo que o espaço geográfico é composto pela materialidade

(natural e técnica) e pelas ações sociais, econômicas, culturais e políticas.

2) Apreensão dos conceitos geográficos de paisagem, lugar, território, natureza e

sociedade.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

1ª Atividade – duração 8 h

Apresente o Documentário BBC - Terra: O Poder do Planeta - Terra Rara, disponível em

http://www.youtube.com/watch?v=8pc3D16oeYY&feature=player_embedded#!

Questionamentos sobre as paisagens representadas no documentário.

Representar o planeta e as paisagens através de figuras que indiquem o seu

significado em Libras. No livro Falando com as mãos. Secretaria de Estado da

Educação. Departamento de Educação Especial. 1998, você encontra figuras que

auxiliam a compreensão do tema.

Apresente imagens de diversas paisagens do planeta. No sítio

http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=paisagem encontramos

diversas imagens para explicar aos alunos diferenciações entre espaço natural e espaço

cultural; relações entre homem e natureza, causas e consequencias.

Questione quais elementos físicos e sociais encontram-se presentes nas imagens

e quais suas relações, pontos positivos e negativos. Peça que representem através

de desenhos ou colagens.

Exiba trechos do filme Koyaanisqatsi - Uma Vida Fora De Equilíbrio poderá ser

utilizado para compreensão das paisagens pois não possui diálogos, porém nos mostra

através das imagens as contradições das sociedades urbano industriais, possui cenas dos

países desenvolvidos, e o rompimento do equilíbrio da interação homem-natureza.

Utilize um texto curto com definição de paisagem, procurando utilizar o texto em

Libras. Distribua o alfabeto em libras ou elabore um cartaz com o alfabeto.

20

No sítio http://www.icrvb.com/downloads/ind. php?detalhes=28 com o título

baixar fonte true type em Libras grátis pode-se baixar no computador uma fonte

em Libras que permite transcrever do português para Libras.

Utilize também as figuras que representam palavras em Libras encontradas no

livro Falando com as mãos citado acima.

Utilize imagens para que os conceitos sobre o significado de espaço geográfico lugar,

território, territorialidade, fronteiras, comecem a ser apreendidos, não esquecendo de

fazer uso da Libras, procure no sítio http://www.acessobrasil.org.br/libras, significado

das palavras.

No site http://www.youtube.com/watch?v=Td7L1o0rw64 encontramos um vídeo com

o título São Paulo paisagens em transformação. Mostre as cenas desse vídeo que

possibilita uma análise das mudanças ocorridas ao longo do tempo na paisagem de São

Paulo e permite fazer comparações com outros locais.

Solicite que os alunos em grupos, observem-nas, analisem a sequência

apresentada, e relatem através de desenhos ou colagens destacando: o processo

de transformação que o trabalho social imprime na natureza.; os problemas

ambientais decorrentes desse processo de produção do espaço e que elementos

identificam como marcas nas paisagens.

2ª Atividade – Tempo 3h/a

Estudo do Meio – Trajeto Colégio - Praça Santana

Explicação do trajeto a ser percorrido e questões para observação do local.

Solicitar que fotografem partes de uma área do trajeto a ser percorrido para

posteriormente fazerem um croqui da área fotografada;

Solicitar que descrevam o local observado; procurando destacar pontos positivos

e negativos observados

3ª atividade

Em sala de aula sistematização dos dados coletados no estudo do meio. Formação

de equipes com seleção de material para posterior apresentação. As equipes após análise e

escolha das fotos farão apresentação e montagem de um painel com informações sobre o

local estudado.

21

RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se que ao final da atividade todos os alunos compreendam a intensa

relação entre homem-meio, levando em conta que toda vez que objetivarmos a

idealização e implantação das ações pretendidas, as mesmas deverão ser precedidas de

avaliação minuciosa sobre os seus impactos na natureza.

MATERIAIS E RECURSOS DIDÁTICOS

Máquina fotográfica, cartolinas, tesouras, cola, pincel atômico, computador,

internet, data show; etc.

AVALIAÇÃO

Será avaliada a aprendizagem de cada aluno, através da verificação dos trabalhos

e apresentação das pesquisas, valorizada a participação de cada aluno em sala de aula, o

envolvimento em sua equipe e o respeito pelos colegas.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PONSTUSCHKA , Nidia Nacib; Tomoko Lyda Paganelli; Núria Hanglei Cacete.

Para ensinar e aprender geografia 1ª edição – 2007. Editora Cortez, São Paulo

ARCHELA, Rosely Sampaio e Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes. Geografia para

o ensino médio: manual de aulas praticas. 2ª edição 1999, Editora: UEL – Londrina.

BOLIGIAN, Levon e Andressa Alves. Geografia espaço e vivência: volume único,

ensino médio. São Paulo: Atual, 2004.

MOREIRA, João Carlos e Eustaquio de Sena. Geografia. Ensino médio, volume único.

São Paulo: Scipione, 2005.

4.8-CONTEXTUALIZAÇÃO

Titulo: Fotografia

Fotografia é a técnica de criação de imagens sendo que a primeira fotografia é

atribuída a um francês Joseph Nicéphore Niépce em 1826. Atualmente os avanços

22

tecnológicos têm possibilitado melhorias na qualidade das imagens produzidas,

agilização das etapas do processo de produção e a redução de custos, popularizando o

uso da fotografia. A tecnologia digital vem favorecendo e democratizando o uso de

imagens em diversas aplicações.

A fotografia é um meio de expressão usado de diversas formas de acordo com

suas especificidades. O homem ao longo do tempo, realiza inúmeras atividades, ações,

que ao serem estudadas pela geografia são auxiliadas pela arte de fotografar e que leva

os alunos a conhecer o mundo em sala de aula. A fotografia é uma fonte de dados, fatos

e informações, que se transformam em um instrumento de materialização dos lugares

nunca visitados por alguns.

Diariamente consumimos imagens fotográficas em jornais e revistas, por outro

lado, também faz parte da nossa prática de vida fotografar nossos filhos, nossos

momentos importantes e os não tão significativos, além disso, colecionamos fotografias,

organizamos álbuns fotográficos, onde ficam guardados momentos históricos de nossas

vidas.

Desde a sua descoberta até os dias de hoje a fotografia vem acompanhando o

mundo contemporâneo, registrando sua história em uma linguagem de imagens. Uma

história feita de grandes e pequenos eventos, de personalidades mundiais e de gente

anônima, de lugares distantes e exóticos. No entanto, a fotografia lança um desafio:

como interpretar o que não foi imediatamente revelado pelo olhar fotográfico? Como

ultrapassar a superfície da mensagem fotográfica e, ver através da imagem?

O texto acima propicia uma reflexão sobre a importância e o uso da fotografia na

leitura de mundo. A arte de fotografar revela momentos históricos importantes e

auxiliam a desvendar o passado e suas consequencias no presente.

4.9 PERSPECTIVA INTERDISCIPLINAR

Título: A pintura

Tendo em vista a possibilidade de ampliar a abordagem disciplinar do

conhecimento do espaço geográfico, percebendo as relações entre natureza e sociedade

sugere-se a análise de linguagens artísticas, como a pintura, para o entendimento dos

espaços ao longo da história.

23

Para viabilizar a articulação entre Geografia e Arte no estudo da paisagem pode-

se utilizar reproduções de quadros de pintores brasileiros. Antonio Parreiras é

considerado um dos primeiros paisagistas brasileiros e um dos seus quadros contam

episódios da história do Brasil como por exemplo o quadro que retrata a fundação da

cidade de São Paulo em 1913, óleo sobre tela 200 x 300cm disponível em

http://www.itaucultural.org.br.

Os quadros de paisagens são registros de elementos que revelam muito da cultura

e do trabalho de um povo. Trabalhar com a paisagem geográfica a partir da arte é uma

forma de desvendar a dinâmica de formação e transformação da paisagem, é construir

um novo olhar sobre a mesma.

Muitas vezes encontramos nos livros didáticos pinturas de diversos pintores, que

são utilizadas apenas como ilustração, não sendo utilizadas como meio para obtenção de

respostas a determinados questionamentos ou como instrumentos de elaboração de novas

questões que levem ao conhecimento das transformações ocorridas nas paisagens ao

longo da história.

A pintura não se constitui em exceção.Daí poder ser utilizada como

testemunha ocular indicadora: da concepção de tempo e espaço dos grupos

humanos, da maneira como esta concepção influencia no modo de os sujeitos

olharem para a paisagem, das relações das pessoas entre si e com os outros

elementos da natureza, bem como das geograficidades resultantes

(KATUTA, 2007).

A pintura pode ser utilizada como instrumento de análise do espaço,

identificando as transformações das paisagens bem como as relações estabelecidas entre

sociedade e natureza.

Ao realizarmos um levantamento das pinturas que nos ajudarão a pensar no tema

a ser estudado, veremos inúmeras formas com que o mesmo tema é apresentado pelos

pintores, muitos se repetem e os mesmos lugares são pintados por vários pintores em

tempos diversos. É nesse momento que questionamentos sobre o espaço se fazem

necessários na análise das paisagens e suas relações.

5. REFERÊNCIAS

24

ALPENDRE, Elizabeth V. Concepções sobre surdez e Linguagem e o aprendizado

de Leitura. Proposta de Material Didático: Caderno Pedagógico. (2008), pág. 23 a

31.

ESTADO DO PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, Diretrizes

curriculares de Geografia para os anos finais do ensino fundamental e para o

ensino médio, Curitiba, 2008.

ESTADO DO PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, Diretrizes

curriculares da Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusivos,

Curitiba, 2006.

FERNANDES, S. Educação bilíngüe para surdos: desafios à inclusão. Texto

elaborado para os 4 encontros: Grupo de estudos – Educação Especial, 2006. Governo

do Paraná.

GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a Pedagogia Histórico Critica. (5. Ed.

Campinas, SP: Autores associados, 2009. Coleção educação contemporânea).

GOMES, Claudia Aparecida Valderramas. Saberes e Praticas da Inclusao. Brasilia:

Ministerio da Educaçao Especial, 2005.

KATUTA, A. M. As imagens na Geografia: coordenadas semióticas para a

compreensão da ordenação dos lugares. In: Anais do XI Encontro de Geógrafos de

América Latina: Geopolítica, globalizacion Y cambio ambiental; retos em el desarrolho

latinoamericano. Bogotá: Editora de la Universidad Nacional de Bogotá. 2007. v. 1. p.

sp.

MAZZOTTA, M.J.S. Educaçao especial no Brasil: historias e políticas. São Paulo:

Ed. Cortez, 1996.

MANTOAN, Maria Tereza Egler. Inclusaõ Escolar. São Paulo: Ed. Moderna, 2003.

QUADROS, Ronice Muller de. Educação de Surdos: a aquisição da linguagem. Porto

Alegre: Editora Artes Médicas, 1997

25

REILY, L.H. (2003). As imagens: o lúdico e o absurdo no ensino de arte para pré-

escolares surdos. Em I. R. Silva; S. Kauchakje & Z. M. Gesueli (Orgs). Cidadania,

Surdez e Linguagem: desafios e realidades. Cap. IX (pp. 161-192). SP: Plexus Editora

SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 2. ed.

São Paulo. Cortez: Autores Associados, 1991.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço. São Paulo, Edusp. 2002,p.29.

SKLIAR, C. Uma análise preliminar das variáveis que intervêm no Projeto de

Educação Bilíngüe para os Surdos. Espaço Informativo Técnico Científico do INES,

Rio de Janeiro, v. 6, p. 49-57, 1997.

______. Um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Ed. Mediação, 2005.

SACKS, Oliver. Vendo Vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. 4.ed. São Paulo.

Companhia da Letras, 2002.