da escola pÚblica paranaense 2009 - … · série de pinturas e esculturas desses animais – com...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
DJALMA DE CARVALHO
PRODUÇÃODIDÁTICO-PEDAGÓGICAS
PDE - 2009
Caderno Pedagógico
Londrina - PR2010
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 2/70
DJALMA DE CARVALHO
Caderno PedagógicoMontagem de um insetário como abordagem para o
estudo dos insetos
Professor Orientador: Dr. Rogério Fernandes de Souza - UEL
Londrina - PR2010
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 3/70
DJALMA DE CARVALHO
MONTAGEM DE UM INSETÁRIO COMO ABORDAGEM PARA O ESTUDO DOS INSETOS
Caderno Pedagógico apresentado à SEED (Secretaria de Estado da Educação), como material didático, previsto no Projeto de Intervenção Pedagógica como estratégia de ação a ser utilizado pelo Professor PDE durante a Implementação do Projeto na Escola como requisito ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2009, através da IES (Instituto de Ensino Superior) UEL (Universidade Estadual de Londrina), sob a orientação do Prof. Dr. Rogério Fernandes de Souza.
Londrina 2010
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 4/70
APRESENTAÇÃO
A relação entre humanos e insetos é bastante antiga. Por exemplo, existe uma
série de pinturas e esculturas desses animais – com destaque para as abelhas – nos
monumentos do Egito antigo. E, gafanhotos, são citados no Antigo Testamento como a
décima praga que atingiu o Egito durante a escravidão dos Hebreus. Podemos, inclusive,
considerar que a Entomologia – a ciência que estuda os insetos sob todos os seus
aspectos, incluindo as suas relações com o homem, plantas e animais – se iniciou com
Aristóteles (384-322 a.C.), uma vez que este escreveu o resumo mais fiel sobre os
insetos daquela época (http://pt.wikipedia.org/wiki/Entomologia).
A biodiversidade, de acordo com o que propõe as Diretrizes Curriculares da
Educação Básica – DCEB, é um dos conteúdos estruturantes da área de biologia. Além
disso, segundo esse documento, esta dever ser entendida, nos dias atuais, no sentido
amplo da diversidade das espécies, considerada em diferentes níveis de complexidade e
em diferentes tipos de ambientes, bem como deve envolver as suas inter-relações de
dependência. Além disso, segundo as Diretrizes Curriculares da Educação (2008),
espera-se que o estudante entenda o sistema complexo de conhecimentos científicos que
interagem num processo integrado e dinâmico envolvendo a diversidade de espécies
atuais e extintas; as relações ecológicas estabelecidas entre essas espécies com o
ambiente ao qual se adaptaram, viveram e ainda vivem. Dessa forma, o estudo dos
insetos se ajusta a esse contexto, tendo em vista que , dentro da organização dos seres
vivos, estes se mostram como componentes importantes do meio ambiente, além de
apresentarem um papel fundamental em diferentes atividades humanas, que vão da
saúde à economia.
O estudo sobre os seres vivos normalmente baseia-se apenas nas informações
contidas nos livros didáticos à disposição nas escolas. No entanto, muitos assuntos
poderiam ter uma abordagem prática que possibilitaria uma aprendizagem mais acessível
e eficiente, permitindo ainda as interações sociais necessárias ao desencadeamento da
apropriação do conhecimento. Ademais, é importante levar em consideração que os
estudantes têm capacidade de resolver problemas, desempenhar tarefas, elaborar
representações mentais, construir conceitos a partir de observações e trabalhos práticos
que propiciam a interação entre eles, bem como com o professor.
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (2008, p. 16), os
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conteúdos disciplinares devem ser tratados, na escola, de modo contextualizado,
estabelecendo-se, entre eles, relações interdisciplinares e colocando sob suspeita tanto a
rigidez com que tradicionalmente se apresentam quanto o estatuto de verdade atemporal
dado a eles. Desta perspectiva, propõe-se que tais conhecimentos contribuam para a
crítica às contradições sociais, políticas e econômicas presentes nas estruturas da
sociedade contemporânea e propiciem compreender a produção científica nos contextos
em que elas se constituem. A aprendizagem significativa implica no entendimento de que
os estudantes aprendem conteúdos científicos escolares quando lhes atribui significados,
e que estes constroem significados cada vez que estabelecem relações entre o que
conhecem de aprendizagens anteriores e o que aprendem de novo. Um insetário é uma
coleção de insetos devidamente classificados e identificados para a observação, estudos
e exposição na escola ou no laboratório de ciências. Para a sua execução é necessário o
acompanhamento dos estudantes em atividades de coleta, classificação e conservação
dos mesmos. Portanto, a montagem de um insetário na escola é uma excelente
oportunidade para introduzir os alunos a uma abordagem científica. E, todo o processo
necessário para a concretização desta atividade pode permitir o confronto entre o
conhecimento do cotidiano com o científico. Além de se poder trabalhar a classificação
dos insetos, pode-se buscar um enfoque multidisciplinar, dentre eles, a evolução,
importância para o meio ambiente, para a agricultura e para a saúde humana.
O que propomos neste Caderno Pedagógico, é um conjunto de textos e
atividades alternativas sobre as características gerais dos insetos como, morfologia,
fisiologia, reprodução e desenvolvimento, bem como sua importância para o homem e
para o ambiente. Também é oferecido as formas de construção de um insetário, incluindo
a coleta, conservação, identificação, etiquetamento e acomodação adequada dos
espécimes coletados.
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Sumário
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................4
INTRODUÇÃO...................................................................................................................7
UNIDADE I.....................................................................................................................9
UNIDADE II.............................................................................................................10
APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO - I..............................................................14
UNIDADE III....................................................................................................15
APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO - II....................................................20
UNIDADE IV.........................................................................................22
UNIDADE V.....................................................................................49
APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO - III..................................53
UNIDADE VI.........................................................................54
REFERÊNCIAS..............................................................66
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INTRODUÇÃOO ensino sobre os conteúdos estruturantes de ciências normalmente se dá a
partir das informações contidas no livro didático. Entretanto, alguns assuntos poderiam
ser melhor trabalhados a partir de uma abordagem prática e interativa. A classe dos
insetos engloba uma variedade muito grande de animais que estão presentes no dia a dia
dos estudantes. Muitas vezes, a visão que se tem desse grupo de organismos é apenas
negativa, sendo normalmente ligada às doenças ou a problemas econômicos que eles
causam aos seres humanos. Além disso, o estudo desses animais muitas vezes causa
desinteresse e até mesmo repulsão por parte dos estudantes. Sendo assim, nossa
proposta neste Caderno Pedagógico é incentivar os estudantes a realizarem a montagem
de um insetário como forma de demonstrarmos a variedade e a importância desses
organismos tão presentes em nosso planeta. Um insetário é uma coleção de insetos
devidamente identificados e classificados, e que servem tanto para a observação como
para o estudo desses organismos. Isso permite que estudantes apropriem-se do
conhecimento de forma prática e participativa.
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação (2008, p. 72), “As atividades
experimentais possibilitam ao professor gerar dúvidas, problematizar o conteúdo que
pretende ensinar e contribuem para que o estudante construa suas hipóteses”. Entende-
se por atividade experimental toda atividade prática cujo objetivo inicial é a observação
seguida da demostração ou da manipulação, utilizando-se de recursos como vidrarias,
reagentes, instrumentos e equipamentos ou de materiais alternativos, a depender do tipo
de atividade e do espaço pedagógico planejado para sua realização (p. 71). Conforme
consta neste mesmo documento (p.30), é preciso, porém, que o professor tenha cuidado
para não empobrecer a construção do conhecimento em nome de uma prática de
contextualização. Reduzir a abordagem pedagógica aos limites da vivência do aluno
compromete o desenvolvimento de sua capacidade crítica de compreensão da
abrangência dos fatos e fenômenos.
Para avaliarmos o conhecimento prévio que os estudantes têm desses animais
faremos, num primeiro momento, um questionamento sobre o que eles conhecem sobre
insetos, como os reconhecem, qual a visão crítica sobre a importância ou não dos
mesmos para o homem e pra o meio ambiente. Além disso, os textos e atividades
propostas neste Caderno consistem em propor aos alunos o estudo das características
gerais das principais ordens dos insetos. bem como o acompanhamento de diferentes
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atividades, que passam pela coleta, identificação, classificação e acomodação dos insetos
para exposição na escola, e servir como material didático-pedagógico para uso nas aulas
de ciências e biologia. As abordagens feitas através das informações textuais, servirão de
subsídios para atender a professores e alunos, não ficando restrito a informações
niveladas apenas a série a qual será atendida por este conteúdo.
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UNIDADE I
TEMA – O que é um inseto?
Objetivos
• Levantar dados sobre o que os estudantes sabem sobre os insetos.
• Diagnosticar o seu grau de conhecimento sobre os insetos.
• Verificar o posicionamento dos estudantes no que se refere a importância ou
repulsa que estes têm em relação aos insetos.
1º Momento
Questões norteadoras
1. Se você estivesse diante dos seguintes exemplares de seres vivos: formiga,
aranha, mosca, tatuzinho de jardim, barata, abelha, pernilongo, escorpião,
caramujo e borboleta.
• Quais desses espécimes você classificaria como inseto?
• Que características nesses animais você observou para fazer a sua
classificação?
2. O que você faz quando encontra algum dos animais acima citados?
3. Você acredita que os insetos tenham alguma importância para o meio ambiente?
Qual sua opinião a respeito deles?
2º Momento
O professor fará uma análise das respostas dadas pelos estudantes para
comparação com os resultados obtidos após o desenvolvimento e aplicação do projeto de
implementação junto aos mesmos. Após o questionário o professor pode exibir algum
material didático que mostre a diversidade desses organismos na natureza. Uma
sugestão, é o vídeo “Insetos na cultura brasileira” do Instituto Oswaldo Cruz, disponível no
seguinte endereço:
• (http://www.ioc.fiocruz.br/insetos_na_cultura/video_insetos_site.html1).
1 Vídeo acessado com o navegador Microsoft Explorer.
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UNIDADE II
TEMA – Morfologia externa dos insetos
Objetivo
• Fornecer ao professor informações sobre a morfologia dos insetos a fim de lhe dar
subsídios às atividades propostas neste Caderno Pedagógico.
Características morfológicas dos insetos
Os insetos são animais invertebrados que apresentam um exoesqueleto
quitinoso, um corpo dividido em três partes (cabeça, tórax e abdome), três pares de patas
articuladas, olhos compostos e duas antenas. A Classe Insecta, a qual esses organismos
estão inseridos, engloba o maior grupo de organismos do Filo Arthropoda. Segundo
Borror (1988), o esqueleto dos insetos – ou exoesqueleto, uma vez que este se localiza
no lado externo do corpo – serve não apenas como revestimento externo, mas também
como estrutura de suporte onde diferentes músculos estão presos. Este é composto de
três camadas principais: uma cutícula externa, a qual contém pigmentos e outras
substâncias, incluindo um composto químico característico chamado quitina; uma camada
celular, a epiderme, a qual se situa abaixo da cutícula e a segrega; e uma camada fina,
não celular, abaixo da epiderme, chamada membrana basal (Borror, 1988).
O corpo dos insetos é dividido nos tagmas2 cabeça, tórax e abdômen. A cabeça
(Figura 1-A), é constituída por sete segmentos denominados labral, ocular, antenal,
intercalar, mandibular, maxilar e labial. Cada segmento apresenta apêndices ou estruturas
que indicam seus nomes. Por exemplo, o segmento antenal apresenta um par de
antenas, o ocular os olhos e assim por diante. O segmento intercalar aparece nos
embriões e, depois regride sem desenvolver apêndices. Os três últimos estão localizados
próximos a boca e carregam as peças bucais, sendo denominados, coletivamente
segmentos gnatais (Ruppert, 2005).
2 Na anatomia de invertebrados como os artrópodes, um tagma é uma região corporal que apresenta morfologia e funções específicas, ou seja, que possui alguma especialização.
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Figura 1. Esquema anatômico de um inseto: A – cabeça, B – tórax e C - abdômen; 1 - antena; 2 - ocelo (inferior); 3 - ocelo (superior); 4 - olho composto; 5 - cérebro (gânglios cerebrais); 6 - protórax; 7 - artéria dorsal; 8 - tubos traqueais e espiráculos; 9 - mesotórax; 10 - metatórax; 11 - asa (1ª); 12 - asa (2ª); 13 - intestino médio (mesentério); 14 - coração; 15 - ovário; 16 - intestino posterior (proctodeu); 17 - ânus; 18 - vagina; 19 - gânglios abdominais; 20 - túbulos de Malpighi; 21 - tarsômero; 22 - garras tarsais; 23 - tarso; 24 - tíbia; 25 - fêmur; 26 - trocanter; 27 - intestino anterior (estomodeu); 28 - gânglios torácicos; 29 - coxa; 30 - glândula salivar; 31 - gânglio subesofágico; 32 - peças bucais (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Insetos).
Na cabeça estão presentes fotorreceptores que são os ocelos ímpares e os
olhos compostos. Os ocelos estão ausentes em muitos insetos adultos, mas, quando
presentes, apresentam-se em um número de dois ou três, posicionados na superfície
dorsal anterior da cabeça (Figura 1-2 e 1-3). Os ocelos podem detectar mudanças na
intensidade luminosa e podem ser muito sensíveis a baixa luminosidade. Estes atuam na
orientação e parecem apresentar um efeito estimulador generalizado na função sensorial,
aumentando a recepção de outros receptores. O número de facetas dos olhos compostos
é maior nos insetos caçadores voadores, que dependem da visão para capturar suas
presas, e as facetas são maiores nas espécies noturnas do que nas diurnas. Somente um
par de antenas está presente neste grupo (Figura 1-1). A boca se abre ventralmente a
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partir de uma cavidade pré-oral formada pelas peças bucais circundantes (Figura 1-32). O
aparelho bucal dos insetos – um importante critério de classificação desse grupo – é
formado pela mandíbula, maxilar e lábio, podendo este ser do tipo:
a) Triturador – com mandíbulas duras, fortemente esclerotizadas e com a porção
distal equipada com um molar, para macerar, e um incisivo, para cortar; este tipo
de aparelho bucal é encontrado em baratas, gafanhotos, formigas, cupins, grilos e
besouros.
b) Picador – com mandíbulas e maxilas perfurantes, características de insetos
herbívoros como mosquitos, pulgões, cigarrinhas e percevejos.
c) Lambedor – apresentam um labelo que é usado para absorver líquido de diversas
fontes, como de carnes e frutos, sem ter de dilacerar a fonte de alimento; estão
restritos à alimentação líquida e podem liquefazer alimentos sólidos pela ação de
enzimas presentes na saliva enquanto lambem o alimento; este é o tipo de
aparelho bucal encontrado nas abelhas.
d) Sugador – estão adaptadas para bombear líquidos nutritivos de várias fontes, sem
necessidade de perfuração; um longo tubo, a espirotromba (ou probóscide), é
formado pelas maxilas altamente modificadas que, em repouso, fica enrolada sob a
cabeça e é desenrolada quando o animal vai se alimentar; encontrado nas
borboletas e mariposas.
O tronco dos insetos é composto pelo tórax (Figura 1 – B) e abdome (Figura 1 -
C). O tórax é sempre constituído por três segmentos chamados protórax, mesotórax e
metatórax (Figura 1-6, 1-9 e 1-10). Os adultos e, geralmente também os imaturos
(juvenis), apresentam três pares de pernas – anteriores, medianas e posteriores,
respectivamente – de onde deriva o nome Hexapoda pelo qual os insetos também são
conhecidos. Cada par de pernas está articulada a um dos três segmentos do tórax e,
cada uma delas, é constituída por vários artículos, chamados de coxa, trocanter, fêmur,
tíbia, tarso, tarsômero e garras tarsais (Figura 1-21 a 1-26 e 1-29). Tanto pernas como
asas estão sempre localizadas no tórax. Nestas estruturas, há órgãos tácteis e olfativos
através das quais os insetos podem perceber o gosto, o cheiro e as vibrações ao seu
redor. Em algumas espécies se encontram órgãos timpânicos situados nas pernas (tíbia)
ou no abdômen.
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Os adultos da maioria dos insetos apresentam um par de asas anterior e um
outro posterior (Figura 1-11 e 1-12)3. As asas não têm músculos ligados a elas
diretamente e os movimentos alares acontecem devido às modificações das paredes do
tórax induzidas por músculos torácicos. As asas, dando o poder de voo aos insetos, tem
sido uma das principais razões de sucesso dos insetos na natureza e variam
grandemente em número, tamanho, forma, nervação e posição, quando em repouso. Ao
conjunto de veias ou nervuras de uma asa dá-se o nome de nervação ou venação. As
veias que podem ir da base até o ápice das asas são chamadas de nervuras
longitudinais; outras, que ligam estas nervuras longitudinais, são chamadas nervuras
transversais. As nervuras também apresentam inúmeras diferenças que são importantes
na classificação dos insetos (BUZZI, 1943). Em alguns dos grupos, um ou ambos os
pares de asas podem estar ausentes, sendo também frequente que um deles esteja
modificado para executar outra função que não o voo. É o caso, por exemplo dos halteres
encontrados nos dípteros (moscas e mosquitos), que funcionam como órgãos de
equilíbrio.
De acordo com Moore (2003, p. 223), o abdome tem de nove a onze
segmentos e não possui apêndices, com exceção da genitália ou seus derivados, sendo
que o trato digestório se abre na sua extremidade posterior.
Sugestões
• O professor pode apresentar um vídeo sobre insetos, como o encontrado no
seguinte endereço (7:59):
◦ Insetos - http://www.youtube.com/watch?v=PXGKQYf_KtI.
• Também há material disponível sobre os invertebrados – incluindo os insetos – no
portal Dia a dia Educação, no seguinte endereço:
◦ http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/conteudo/obj
etos_de_aprendizagem/2010/ciencias/invertebradosII.swf.
3 Os Hexapoda são os únicos animais que desenvolveram um órgão especial para o voo; nas aves e morcegos, as asas são adaptações dos membros anteriores.
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APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO I
Desenvolvimento
1º momento
Apresentação do vídeo “O mundo dos insetos – 1/3” disponível no seguinte
endereço:
◦ http://www.youtube.com/watch?v=LiwPXU-Lcfk
Após a leitura de algum texto que trata sobre a morfologia dos insetos, os
alunos serão estimulados a desenvolver as seguintes atividades:
◦ No laboratório da escola, fazendo uso de alguns exemplares de insetos, bem
como de outros artrópodes, estes poderão observá-los e analisá-los com o
auxílio de lupas, reforçando os conhecimentos teóricos estudados.
2º momento
Pesquisar na internet, em livros e revistas, fazer recorte de desenhos de
insetos e fazer um trabalho de confecção de cartazes, procurando agrupar as figuras
selecionadas de acordo com o que acharem conveniente, sendo que esse material será
arquivado para uma reavaliação futura no que refere ao método de agrupamento adotado
por eles e a reclassificação, no que for necessário, após estudarem sobre a maneira
correta de identificação das diferentes ordens dos insetos.
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UNIDADE III
TEMA – Fisiologia dos insetos
Objetivos
• Fornecer ao professor informações sobre a fisiologia dos insetos a fim de lhe dar
subsídios às atividades propostas neste Caderno Pedagógico.
• Diferenciar os diferentes padrões de desenvolvimento dos insetos.
Fisiologia dos insetos
Alimentação
Os insetos alimentam-se a partir de uma grande variedade de animais e
plantas vivos, mortos e/ou em decomposição, assim como de produtos vegetais e
animais; em alguns casos, sangue ou seiva de plantas podem constituir seu suprimento
alimentar total. A maioria dos insetos capta seu alimento através das peças bucais (Figura
1-32). Insetos com peças bucais mastigadoras são providos de mandíbulas e maxilas as
quais cortam, trituram ou maceram materiais alimentares e os forçam para dentro da
faringe. A faringe dos insetos com peças bucais sugadoras funciona como uma bomba
bulbosa que traz alimentos líquidos através do bico e então para dentro do esôfago. O
alimento é movido ao longo do canal alimentar por ação peristáltica (BORROR, 1988).
Respiração
Os gases respiratórios são transportados entre o ar externo e cada célula do
corpo por intermédio das traqueias (Figura 1-8), que são tubos ramificados revestidos por
cutícula que se abrem na superfície do corpo em orifícios denominados espiráculos
(MOORE, 2003). O movimento dos gases no interior das traqueias é alcançado pela
simples difusão e ventilação muscular. A ventilação movimenta o ar pelas grandes
traqueias na região próxima aos espiráculos, enquanto a difusão é a responsável pelo
transporte nas pequenas traquéolas, na região dos tecidos (RUPPERT, 2005, p. 855 e
856).
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Circulação
O sangue é incolor e não transporta gases respiratórios. O transporte interno
de nutrientes é realizado por um sistema constituído por um coração, corações
acessórios, hemocele e sangue (Figura 1-7 e 1.4). O coração é tubuloso localizado
mediana e dorsalmente no seio pericárdico. A reversão periódica do batimento cardíaco é
comum entre os hexápodes e o sangue é bombeado para dentro da hemocele da cabeça
durante o batimento do coração no sentido anterior e na hemocele abdominal durante o
batimento no sentido posterior. Na ausência de artérias para transportar sangue até as
extremidades, como antenas, peças bucais, pernas, e asas, os hexápodes dependem de
um coração acessório musculoso, localizado na base da extremidade à qual ele serve.
Esses corações em forma de bolsa bombeiam o sangue da hemocele para dentro dos
apêndices (BARNES, 2005).
Excreção
A eliminação residual se faz pelos túbulos de Malpighi (Figura 1-20) e o reto,
que eliminam especialmente ácido úrico no intestino terminal. Os túbulos de Malpighi são
rins de secreção que absorvem, indiscriminadamente, íons, ácido úrico, água e toxinas
presentes na hemolinfa e os secretam na luz do túbulo, formando a urina primária. Esta
se locomove até atingir o proctodeu (Figura 1-16), que é a região final do trato digestório
de um Hexápoda. O proctodeu age na eliminação dos resíduos da digestão e da
excreção e no balanço de água e de sais. O ânus abre-se na porção posterior do abdome
(Figura 1-17).
Sistema sensorial
O cérebro é formado por três pares de gânglios (proto, deuto e tritocérebro).
Ele também está ligado a três pares de gânglios subesofageanos (Figura 1-31) por um
anel nervoso periesofagiano. Há ainda a cadeia ganglionar ventral (Figura 1-19 e 1-28).
As antenas (Figura 1-1) são os principais centros para recepção sensorial nos Hexápoda
e apresentam sensilas olfativas, gustativas, mecanorreceptoras e termorreceptoras na
maioria das espécies. Os tarsos (Figura 1-23) também apresentam numerosas sensilas,
incluindo receptores gustativos e táteis. Por exemplo, as moscas sentem o gosto do
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alimento andando sobre eles (RUPPERT, 2005).
A produção de som é comum em muitos insetos, como cigarras, grilos, certas
mariposas e alguns mosquitos, besouros e abelhas. O mecanismo de produção varia e
em alguns pode ser meramente incidental à maneira de voar.
Desenvolvimento reprodutivo dos insetos
Nos hexápodes, a fertilização é interna e a transferência de espermatozoides é
usualmente direta, por meio de cópula, embora possa ser indireta em alguns apterigotos,
ou seja, em insetos desprovidos de asas. O sistema reprodutor está localizado no
abdômen. O sistema reprodutor feminino típico é constituído por dois ovários
dorsolaterais com ovidutos. Os ovidutos laterais unem-se entre si formando um oviduto
comum que se comunica com a vagina. A fertilização ocorre utilizando os
espermatozoides armazenados no receptáculo seminal enquanto os ovos passam pela
vagina. Durante a oviposição, os ovos fertilizados são extrudados pelo gonóporo (a
abertura genital de alguns insetos) e passam pela luz do ovipositor . O ovipositor pode
estar modificado para inserir ovos no solo, grudá-los na superfície de uma folha, injetá-los
em outro inseto ou perfurar a madeira para depositá-los no interior do tronco de uma
árvore. Nas fêmeas de ortópteros (gafanhotos) e himenópteros (formigas, vespas e
abelhas), há um ovipositor especialmente desenvolvido (Figura 2). Nestes últimos, esse
órgão está modificado em um ferrão inoculador de veneno (RUPPERT, 2005). Em muitos
insetos, as fêmeas copulam apenas uma vez, embora os espermatozoides recebidos
possam fertilizar óvulos produzidos em diferentes períodos (BERNES, 1995).
Figura 2. O aparelho ovipositor de uma
vespa, indicado pela seta (Fonte:
http://homepage.eircom.net/~hedgerow
17/photo-glossary.htm).
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O desenvolvimento embrionário pode ser direto ou indireto, sendo que, neste
último, há uma metamorfose. Podemos definir três tipos de desenvolvimento, que são
critérios importantes usados na classificação dos insetos: ametábolos, hemimetábolos e
holometábolos.
- Ametábolo
Compreende os insetos sem larvas e que, portanto, não sofrem metamorfose
(Figura 3). Neste caso os jovens são idênticos aos adultos, exceto pelo tamanho e
maturidade sexual. A forma adulta é atingida de forma gradual, por mudas sucessivas que
separam os estágios básicos do ciclo de vida desde o ovo, juvenis e adultos. Somente o
estágio adulto, denominado imago, é sexualmente madura e apresenta asas funcionais
(BARNES, 2005). Como exemplo de insetos ametábolos, temos a ordem Thysanura,
representada pelas traças de livro.
Figura 3. Desenvolvimento ametábolo dos insetos (Fonte: Wikipédia).
- Hemimetábolo
Apresentam metamorfose parcial, pois os insetos jovens já são semelhantes
ao adulto. Porém, os juvenis, denominados ninfas, apresentam brotos alares que vão
crescendo gradualmente e tornam-se asas funcionais apenas na última muda. As ninfas
são sexualmente imaturas e não parecem muito com os adultos. Os adultos apresentam
asas, são sexualmente maduros e não mudam nem crescem. Os juvenis de
hemimetábolos são aquáticos enquanto os adultos são terrestres. As ninfas e os adultos
ocupam nichos ecológicos diferentes e não competem por recursos (BARNES, 2005).
Exemplos de hemimetábolos incluem gafanhotos, grilos, esperanças, baratas (Figura 4),
louva deus, bichos pau, libélulas, cupins, piolhos, percevejos, cigarras, dentre outros.
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Figura 4. Desenvolvimento hemimetábolo
dos insetos (Fonte: Wikipédia).
- Holometábolo
O ciclo de vida dos insetos holometábolos inclui um estágio adicional, a pupa
inserido entre o estágio juvenil e o imago. Neste grupo há as seguintes fases de vida:
ovo, larva, pupa e imago (adulto). Nos lepidópteros (borboletas e mariposas) essas
recebem nomes especiais de ovo, lagarta, crisálida e adulto, respectivamente (BARNES,
2005). Como exemplo de insetos holometábolos temos, além das borboletas e mariposas,
as moscas, mosquitos (Figura 5), pulgas, bichos de pé, besouros, abelhas, vespas e
formigas.
Figura 5. Desenvolvimento
holometábolo dos insetos (Fonte:
Wikipédia).
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APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO - II
Desenvolvimento
1º Momento
Após a leitura de um texto que trate sobre a fisiologia dos Insetos, poderá ser
apresentado os vídeos “O mundo dos insetos – 2/3” e/ou “O mundo dos insetos”,
respectivamente disponíveis nos seguintes endereços:
• http://www.portalsaofrancisco.com.br/videos-de-biologia/o-mundo-dos-
insetos.php
• http://www.youtube.com/watch?v=ezs73j296j4&feature=related
Em seguida, os estudantes são divididos em grupos, de acordo com o
mapeamento da sala de trabalho didático, para criarem uma lista com os mais diferentes
insetos que conhecem. Cada grupo irá escolher um inseto diferente para pesquisar os
seguintes itens:
• Características morfológicas e fisiológicas.
• Habitat
• Reprodução
• Alimentação
2º Momento
Os dados coletados podem ser inseridos em slides do Microsoft PowerPoint (ou
BrOffice), seguindo os títulos:
• Slide 1 – Identificação – Nome do projeto, nomes dos alunos, escola, série;
• Slide 2 – Nome do inseto escolhido, figura do mesmo, identificação de suas partes;
• Slide 3 – Ciclo de vida, texto explicativo;
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 21/70
• Slide 4 – Habitat, imagem;
• Slide 5 – Alimentação, figura.
Sugestões adicionais de vídeos:
• “O mundo dos insetos – 3/3”, disponível nos seguintes endereços:
◦ http://www.portalsaofrancisco.com.br/videos-de-biologia/o-mundo-dos-
insetos.php
◦ http://www.youtube.com/watch?v=xf1qeVHFi2k .
• Filme “Vida de Inseto”
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 22/70
UNIDADE IV
TEMA – Identificação dos insetos – principais ordens
Objetivo
• Fornecer ao professor informações sobre as principais ordens de insetos, a fim de
auxiliar a sua correta identificação.
Identificação dos insetosSegundo Moore (2003), a imensa quantidade de espécies de insetos
encontra-se distribuída em muitas Ordens. Esta classificação geralmente se baseia em s
diferenças na história de vida e nos modos de tomada de alimento característicos. Assim,
como os diferentes filos do Reino Animal, as Ordens são diferenciadas por formas básicas
reconhecíveis (de adultos ou larvas), mostrando adaptação a determinados nichos. Dessa
forma, existem duas divisões principais de insetos, chamadas Subclasses: Apterygota e
Pterygota, como será visto a seguir.
Subclasse Apterygota
Alguns insetos modernos, como as pulgas e piolhos, perderam suas asas, mas
os apterigotas são artrópodes hexápodes descendentes de grupos de insetos sem asas.
Os insetos apterigotas mais conhecidos são os da ordem Thysanura (Figura 6).
- Ordem Thysanura
• Nomes populares: Traça de livros, traças.(Figura 6, a - b).
• Tamanho: Medem de 3 a 15 mm de comprimento.
• Características: desenvolvimento ametábolo; corpo delicado, recoberto com
escamas; antenas longas e fusiformes; palpos maxilares com cinco a sete
segmentos; tarsos com dois a quatro tarsômeros; dois cercos multi segmentados e
um filamento caudal mediano no apêndice do abdômen, abdômen com onze
segmentos.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 23/70
(a) (b)
Figura 6. Um exemplo de inseto da Ordem Thysanura, a traça de livo (a - Fonte: Barnes,
1995; b - Foto: Djalma de Carvalho).
Sugestão de leitura: http://www.fazfacil.com.br/saude/tracas.html
Subclasse Pterygota
De acordo com Barnes (1995), temos 29 ordens formadas pelos insetos
primitivamente alados, dentre as quais descreveremos a seguir as mais conhecidas. Esta
é a classe presentemente mais diversificada do Filo Arthropoda, com cerca de 98% das
espécies atuais. Acima de tudo, o sucesso desse grupo foi possível graças à
emancipação dos diversos micro habitats úmidos. As asas representam um grande
desenvolvimento que só se tornou possível após a liberação dos hábitos de vida
confinados a esse tipo de ambiente.
- Ordem Ephemeroptera
• Nomes populares: Efêmeros, efemérides, “borboletas-de-piracema” (Figura 7).
• Tamanho: medem de 4 a 5 mm de comprimento, podendo chegar a 40 mm.
• Características: Parecem-se com libélulas, têm corpo mole e muito delicado,
ocelos presentes, antenas curtas; vivem quase toda a vida – por cerca de 2 anos –
na forma juvenil (chamadas de náiades, cujo aparelho bucal mastigador é bem
desenvolvido) em ambiente aquático; sobrevivem na fase adulta por cerca de 1 dia
com vida terrestre próximo de rios, lagos ou córregos; nesta fase têm quatro asas
membranosas e, no final do abdômen, dois longos cercos e um filamento caudal
mediano; o acasalamento acontece durante a revoada, que ocorre quando quase
todos os adultos emergem simultaneamente; após o acasalamento e postura,
fêmeas e machos morrem.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 24/70
Figura 7. A – efeméride adulta; B –
efeméride juvenil ou náiade (Fonte: Buzzi,
2002).
- Ordem Odonata
• Nomes populares: Libélulas, lavadeira, calunga, pito, cavalo-do-cão, zigue-zague
(Figura 8).
• Tamanho: Os menores medem 2 cm e os maiores chegam a 16 cm.
Características: Antenas curtas, olhos compostos presentes, com grande número
de omatídeos; peças bucais bem desenvolvidas e do tipo mastigador; três ocelos,
situados na região frontal; pernas dirigidas para frente; quatro asas membranosas,
grandes e com venação reticulada; abdômen alongado, cilíndrico com 10 ou 11
segmentos; os cercos dos machos são transformados em órgãos para prender as
fêmeas; as ninfas são aquáticas (náiades), com lábio alongado e adaptado para
capturar presas; são ovíparos, sendo que ambos os sexos podem copular várias
vezes ao dia; os adultos alimentam-se de outros insetos capturados em pleno voo,
com auxílio das pernas que ficam dispostas em cesto; as náiades, que vivem na
água, se alimentam de diversos tipos de organismos aquáticos; seus inimigos
naturais são os sapos, peixes, pássaros e répteis.
Sugestão de vídeo: Dança das libélulas.
◦ http://www.youtube.com/watch?v=jrfnsPK5Os4&feature=related
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 25/70
Figura 8. Ordem Odonata –
libélulas (Fonte: Ruppert, 2005).
- Ordem Orthoptera
• Nomes populares: Gafanhotos (Figura 9), grilos, esperanças, taquarinhas-secas.
• Tamanho: Varia desde 5 mm a mais de 100 mm de comprimento.
• Características: Aparelho bucal mastigador; as asas podem estar ausentes ou
presentes, sendo que algumas espécies possuem asas mais curtas que o corpo;
as asas anteriores são do tipo tégmina e as posteriores são membranosas e
dobradas em leque sob as anteriores, quando em repouso; o protórax é bem
desenvolvido; as pernas posteriores são do tipo saltatório; quanto a reprodução, os
ovos, de 50 a 120, são enterrados no solo, sobre folhas ou galhos secos e, após
alguns dias, nascem as ninfas; após alguns meses, ou até um ano, as ninfas
atingem o estágio adulto; uma fêmea de gafanhoto põe cerca de 2 a 5 posturas,
antes de morrer; são encontrados nos ambientes mais diversos; por exemplo, do
Himalaia, a cerca de seis mil metros de altitude até os áridos desertos; A maioria
vive sobre o solo ou em galerias; alguns grilos têm hábitos noturnos, algumas
espécies são aquáticas ou arborícolas; em relação a alimentação, geralmente são
onívoros, se alimentam desde matéria orgânica de origem animal ou pequenos
animais até raízes e folhas dos vegetais; seus inimigos naturais são outros insetos
e as aves e muitos ortópteros são pragas altamente nocivas sob o ponto de vista
agrícola, principalmente os gafanhotos.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 26/70
Figura 9. Ordem Orthoptera – à esquerda, grilos e à direita, gafanhotos (Fonte:
Wikipédia).
Sugestões:
• Site de imagens: http://www.macrofotografia.com.br/imagebank/galeria.php?
pasta=010_inseto_orthoptera/ .
• Vídeo “Esperança”:
◦ http://www.youtube.com/watch?v=nspuxMG5ScU&feature=related
◦ http://www.youtube.com/watch?v=b4n_oSX8bKQ&feature=related
• Vídeo “Gafanhotos que destroem plantações”:
◦ http://www.youtube.com/watch?v=Cws6Wmd5mZs&feature=fvw
- Ordem Mantodea
• Nomes populares: Louva-a-deus, bendito, cavalinho-de-deus, profeta (Figura 10).
• Tamanho: São encontradas espécies desde 1 cm até 10 cm de comprimento.
• Características: Pernas anteriores raptoriais, com as coxas alongadas quase do
mesmo comprimento que os fêmures; corpo alongado, levemente achatado ou
linear; cabeça articulando-se livremente com o tórax; são os únicos insetos que
podem olhar para trás; ocelos em número de três; antenas filiformes; aparelho
bucal mastigador; asas anteriores tipo tégmina, bem desenvolvidas mais longas
que o abdômen; quanto a reprodução, são ovíparos, sendo que os machos
depositam os espermatozoides em espermatóforos nas fêmeas; os ovos são
depositados no interior de ootecas com 20 a 40 ovos que são depositados em
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 27/70
troncos ou pedras; algumas fêmeas cuidam das ootecas até a eclosão das ninfas
que após a sétima muda, que demora de 3 a 4 meses, atingem o seu completo
desenvolvimento; os adustos são solitários, vivem sobre plantas, arbustos ou no
chão, quase sempre em posição de ataque; alimentam-se de insetos (moscas,
cigarrinhas, gafanhotos, lagartas, etc); as ninfas são presas fáceis de pássaros,
lagartos, mamíferos insetívoros e vespas.
Figura 10. Louva-a-deus (Fonte: Wikipédia).
Sugestões:
• Vídeo: Louva-a-deus se alimentando.
◦ http://www.youtube.com/watch?v=5hvbxmaZRPE
• Leitura e imagens:
◦ http://pt.wikipedia.org/wiki/Louva-a-deus
◦ http://www.macrofotografia.com.br/imagebank/galeria.php?
pasta=008_inseto_mantodea/
Ordem Phasmida
• Nomes populares: Bichos-pau (Figura 11).
• Tamanho: Podem atingir até 33 cm de comprimento.
• Características: Corpo alongado, liso, com aspecto de galho ou de folha; cabeça
de aspecto oval, ocelos, em número de três, presentes em algumas formas aladas;
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 28/70
aparelho bucal mastigador; antenas filiformes, geralmente longas; protórax curto,
mesotórax e metatórax geralmente alongados; pernas alongadas (não saltatórias),
às vezes com espinhos; coxas pequenas e afastadas umas das outras; asas
presentes bem definidas ou ausentes; cercos curtos e não segmentados; quanto a
reprodução, são ovíparos; os ovos são postos individualmente e caem no chão, ou
são inseridos na casca de árvores ou em pequenas cavidades no solo; o período
de incubação pode durar alguns meses; as ninfas apresentam seis instares, os
machos vivem menos tempo que as fêmeas; estas últimas produzem geralmente
cerca de 100 ovos e vivem aproximadamente 90 dias; vivem sobre folhas, troncos,
arbustos, capins ou até no chão; em geral ficam imóveis e ou apresentam
movimentos muito lentos; alimentam-se de folhas e brotos e seus inimigos naturais
são os pássaros.
Figura 11. Bicho-pau (Fonte: wikipédia).
Sugestão de vídeos sobre o bicho-pau:
◦ http://www.youtube.com/watch?v=i-qPJMPBiDs&feature=related
◦ http://www.youtube.com/watch?v=yTFXWe34Pv8&feature=related
- Ordem Blattaria ou Blattodea
• Nomes Populares: Barata cascuda (Figura 12), barata vermelha, barata
doméstica, baratinha.
• Tamanho: As menores medem aproximadamente 3 mm podem atingir até 100 mm
de comprimento.
• Características: Corpo oval, achatado dorsoventralmente, geralmente de cor
vermelha a escura; antenas longas; olhos compostos presentes, reduzidos ou
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 29/70
ausentes; ocelos laterais representados por duas manchas ocelares; peças bucais
mastigadoras, com mandíbulas fortes e denteadas; pernas cursoriais, com coxas
grandes, longas e muito próximas; asas geralmente presentes, as anteriores
pergaminosas e sobrepostas, as posteriores, membranosas e com grande lobo
anal dobrado em leque, quando em repouso; abdômen com cercos; quanto a
reprodução, em geral são ovíparos, os ovos na maioria das espécies, são incluídos
no interior de ootecas, cujos formato e tamanho variam assim como o número de
ovos nelas contido; as ootecas são em geral carregadas pela fêmea durante horas
ou dias, presas ao abdômen e, após um tempo, as abrigam em locais seguro; o
período de incubação varia entre 5 e 14 semanas, o período ninfal, 4 meses a um
ano e adultos maiores, vivem de 2 a 4 anos; vivem em locais variados, no solo, sob
pedras, entre folhas secas, em cavernas, em locais sombrios diversos; quanto a
alimentação, são onívoras, com preferência por alimentos açucarados ou matéria
animal morta, outras são vegetarianas; seus inimigos naturais são outros
artrópodes, sapos, répteis, aves e muitos mamíferos; do ponto de vista econômico,
são importantes em três aspectos: doméstico – por causarem estragos, roendo
roupas, livros, sujando alimentos, etc, e deixando odor desagradável nos locais em
que vivem; médico – podem roer a mucosa labial causando erupções vesiculosa,
chamada “herpes blattáe” ou a extremidade dos dedos de crianças ou adultos se
estiver sujo com substâncias açucaradas; agrícola – podem roer raízes de várias
plantas de jardins, tubérculos e atacar produtos armazenados.
Figura 12. Barata “cascuda” (Fonte:Wikipédia).
Sugestões de vídeos:
• Baratas gigantes:
◦ http://www.youtube.com/watch?v=vukbGywfxWE
• Como vivem as baratas:
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 30/70
◦ http://www.youtube.com/watch?v=O1CA21lCJiM&feature=related
◦ http://pt.wikipedia.org/wiki/Barata
• Sugestão de site para leitura:
◦ http://www.fazfacil.com.br/saude/baratas.html
- Ordem Dermaptera
• Nomes populares: Tesourinhas (Figura 13), bicha-cadela, rapelho, lacraia ou
lacrainha.
• Tamanho: Seu comprimento varia desde 2,5 mm até aproximadamente 80 mm.
• Características: Cabeça geralmente cordiforme; aparelho bucal mastigador;
antenas filiformes, com 10 a 50 artículos; olhos compostos bem desenvolvidos,
ocelos ausentes; pernas cursoriais, as coxas largamente separadas, tarsos
trímeros; asas em número de quatro, sendo as anteriores, do tipo tégmica e de
tamanho reduzido, as posteriores são membranosas e semicirculares com venação
radial, em repouso ficam dobradas em forma de leque sob as anteriores; algumas
espécies não possuem asas; ápice do abdômen com cercos em forma de pinça
mais longas nos machos e mais curtas nas fêmeas; quanto a reprodução, é
sexuada, sendo que existem espécies ovíparas e vivíparas; são de hábito noturno;
habitam lugares úmidos, sombreados, no meio de vegetação, sob pedras, casca de
árvores, madeiras, em qualquer lugar com pouca luz solar; algumas especies
possuem glândulas odoríferas no lado do abdômen com odor mau cheiroso, que é
usado contra eventuais inimigos; se alimentam de tudo (onívoros) e seus inimigos
naturais são pássaros, morcegos; não apresentam importância como praga.
Figura 13. Tesourinha: A - adulto; B e C – tarsos; 1 - pronoto; 2 - asa anterior; 3 - asa posterior; 4 - tarso; 5 - pinça (Fonte: Buzzi, 2002).
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 31/70
- Ordem Isoptera
• Nomes populares: Cupins (Figura 14), aleluias, sará-sará.
• Tamanho: São geralmente pequenos, medem de 2 mm a 4 mm de comprimento.
• Características: Possuem o corpo mole e de cor clara; asas quando presentes,
em número de quatro; membranosas com venação reduzida, tamanhos e formas
semelhantes, em repouso são mantidas em posição horizontal sobre o corpo,
sobrepostas e ultrapassam o abdômen; peças bucais mastigadoras; antenas
moniliformes com 9 a 32 artículos; ocelos sempre presentes nas formas com olhos
compostos; ápice do abdômen com cercos curtos; são insetos sociais, vivem em
colônias com divisões de tarefas (reprodução, segurança da colônia, cuidados com
a rainha, cuidados com limpeza), num sistema de castas bem desenvolvido onde
há formas reprodutoras, soldados estéreis e operárias; são ovíparos, os ovos
eclodem operárias e soldados, em geral há sete instares em membros de colônias
estabelecidas; a rainha quando completamente desenvolvida possui o abdômen
muito volumoso, este fato é conhecido como fisogastria; os cupins são
vegetarianos podendo se alimentar de quaisquer produtos de origem animal
(couro) ou vegetal (madeira, capins); seus inimigos naturais são aves, tamanduás,
morcegos, tatus, sapos, rãs, répteis, lagartos, cobras e formigas. A grande maioria
das espécies de cupins não causam prejuízo ao homem, porém algumas espécies
são responsáveis por grandes estragos em postes, dormentes, pontes, residências,
móveis e nas matas atacam muitas madeiras que ficam imprestáveis para
comercialização.
Sugestão de leitura:
◦ http://www.fazfacil.com.br/saude/cupins.html
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 32/70
Figura 14. Castas de cupins (Fonte: Ruppert, 2005).
- Ordem Embioptera
• Nomes populares: Embiódeos (Figura 15), embiários ou simplesmente
embiópteros.
• Tamanho: Medem cerca de 4 mm e os maiores até 25 mm de comprimento.
• Características: Corpo alongado, escuro; aparelho bucal mastigador, antenas
filiformes com 15 a 32 antenômeros; olhos compostos presentes mas sem ocelos;
pernas normais capazes de movimentos retrógrados, fêmures posteriores muito
desenvolvidos; os machos com 4 asas sub iguais, geralmente escuras, as fêmeas
são sempre ápteras e em geral bem maiores que os machos; no ápice do abdômen
geralmente possuem um par de cercos assimétricos e com dois segmentos; a
reprodução é sexuada, são na maioria ovíparos, os ovos são depositados em
galerias e muitas vezes recobertos com partículas de alimento mastigado; em geral
são de clima quente, vivem abrigados em túneis ou galerias de seda de sua própria
produção, entre plantas epífitas, líquens e musgos, no solo, no meio de pedras ou
sob cascas de árvores; se alimentam de vegetais, grama, folhas mortas, líquens,
cortiça, etc; seus inimigos naturais são vespas; não apresentam importância
econômica, devem ser procurados em seus habitats e apanhados com pinça ou
com os dedos e conservados em álcool a 70%.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 33/70
Figura 15 Ordem Embióptera: A - macho; B – fêmea; 1 - aparelho bucal mastigador; 2 - olho composto; 3 - antenas; 4 - fêmur; 5 - tíbia; 6 - tarso anterior; 7 - tarsômero basal; 8 - asa anterior; 9 - asa posterior; 10 - perna média; 11 - fêmur posterior; 12 - tíbia posterior; 13 - tarso posterior; 14 - abdômen; 15 e 16 - cercos (Fonte: Buzzi, 2002).
- Ordem Plecoptera
• Nomes populares: Perlários, perlópteros ou somente plecópteros (Figura 16).
• Tamanho: Seu comprimento varia de 5 mm a 40 mm.
• Características: Corpo mole; antenas filiformes e longas; com dois ou três ocelos;
aparelho bucal mastigador; protórax largo e móvel, com pronoto achatado e
retangular, pernas ambulatórias normais, coxas bem afastadas umas das outras;
com quatro asas membranosas, as posteriores com grande lobo anal, dobrado em
leque, quando em repouso, as vezes são ausentes ou reduzidas; ápice do
abdômen em geral com dois longos e multi segmentados cercos e sem ovipositor;
ninfas aquáticas (náiades) e adultos de hábitos terrestres; quanto a reprodução,
são ovíparas e põem de 1.500 a 6.000 ovos, que são depositados na água e
fixados a algum substrato ou vão diretamente ao fundo; os adultos se alimentam de
matéria vegetal, as náiades, da flora submersa; há espécies que são herbívoras e
outras predadoras, alimentando-se principalmente de outros insetos; seus inimigos
naturais, são náiades de odonatas e larvas de coleópteros aquáticos, peixes e
pássaros insetívoros caçam os adultos; são importantes na dieta de peixes de
água doce.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 34/70
Figura 16. Ordem Plecoptera: A - adulto; B - náiade (esquemático); 1 - antenas; 2 - palpo labial; 3 - palpo maxilar; 4 - olho composto; 5 - ocelos; 6 - pronoto; 7 - mesonoto; 8 - metanoto; 9 - perna anterior; 10 - perna média; 11 - perna posterior; 12 - broto alar; 13 - broto alar metatorácico; 14 - brânquias torácicas;15 - abdômen; 16 - brânquias anais; 17 - cercos; 18 - asas anteriores; 19 - veias (Fonte: Buzzi, 2002).
Sugestão de vídeo:
◦ http://www.youtube.com/watch?v=9u1YZcyWpN
- Ordem Mallophaga
• Nome populares: Piolho-de-galinha, piolhinho (Figura 17).
• Tamanho: Seu tamanho pode variar de 1 a 11 mm.
• Caraterísticas: Corpo oval, alongado, dorsalmente achatado ápteros; cabeça
horizontal, larga e livre; peças bucais mastigadora; antenas curtas com 2 a 5
artículos; olhos compostos, ocelos ausentes; protórax mais estreito que a cabeça;
pernas cursoriais; são ovíparos, para reproduzirem, os ovos são presos aos pelos
ou às penas dos hospedeiros; de 4 a 7 dias após a postura, eclodem as ninfas,
muito semelhantes aos adultos; após 35 a 60 dias e, tendo sofrido quatro mudas,
tornam-se adultos; os malófagos, em geral, nascem e morrem no mesmo
hospedeiro (aves ou mamíferos); alimentam-se de lã, pelos, descamações da pele,
sangue seco dos hospedeiros; onde são parasitas, tornando-se praga causando
grande irritação da pele, sendo que os animais muito infestados ficam abatidos e
magros, tornando-se vulneráveis a doenças oportunistas.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 35/70
Figura 17. Piolho-de-frango (em vista ventral).1 -
cabeça; 2 - mandíbula; 3 - palpo maxilar; 4 -
antenas; 5 - esternos torácicos; 6 - perna anterior;
7 - perna média; 8 - perna posterior; 9 - tarsos; 10 -
processo tibial; 11 - garras; 12 - abdômen; 13 -
cerdas (Fonte: Buzzi, 2002).
- Ordem Anoplura
• Nomes populares: Piolhos (Figura 18 A), piolho pubiano (Figura 18 B), piolho de
cós.
• Tamanho: Os maiores atingem 6 mm e os menores medem 1 mm de
comprimento.
• Características: São ápteros; cabeça mais estreita que o tórax; olhos compostos,
ocelos ausentes; antenas curtas, com três a cinco artículos; peças bucais
reduzidas a três estiletes perfuradores; tarsos com garra, adaptados para se
prenderem aos pelos do hospedeiro; cercos ausentes; quanto a reprodução são
ovíparos; seus ovos, conhecidos como lêndeas, ficam presos aos pelos dos
hospedeiros devido a um cimento secretado pelas glândulas da fêmea; as ninfas,
semelhantes aos adultos, sofrem três mudas e o ciclo de vida dura de 20 a 30 dias;
são sempre ectoparasitos de mamíferos, atacam o homem e animais domésticos;
são pragas irritantes e alguns são vetores de doenças; alimentam-se sugando
sangue dos hospedeiros; devem ser procurados nos hospedeiros e apanhados
com o auxílio de pinça ou com os próprios dedos, sendo conservados em álcool a
70%.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 36/70
Figura 18. A - piolho-do-corpo; B - piolho pubiano; 1 - cabeça; 2 - olho composto; 3 - antena; 4 - perna anterior; 5 - perna média; 6 - perna posterior; 7 - coxa; 8 - trocânter; 9 - fémur; 10 - tíbia; 11 - tarso monômero; 12 - garra; 13 - processo tibial; 14 - espiráculo torácico; 15 - tórax; 16 - abdômen; 17. - espiráculos abdominais; 18 - projeções abdominais com cerdas (Fonte: Buzzi, 2002).
Sugestão de leitura:
◦ http://www.fazfacil.com.br/saude/piolhos.html
- Ordem Thysanoptera
• Nomes populares: Lacerdinhas (Figura 19), barbudinhos ou azucrinol.
• Tamanho: Em geral medem de 0,5 a 5 mm de comprimento.
• Características: Aparelho bucal sugador ou picador, palpos maxilares e labiais
presentes; antenas geralmente curtas com seis a dez artículos; olhos compostos
presentes, ocelos em número e dois ou três; as formas aladas com quatro asas
membranosas, longas e estreitas, com poucas ou sem veias e bordas franjadas de
longos pelos, de onde lhes vem o nome (Thysanos = franja; ápteros = asa); cercos
ausentes; são ovíparos e de reprodução sexuada; os ovos são postos sobre ou em
fendas de tecidos foliares; vivem onde há alimento à sua disposição, sobre folhas,
brotos, flores, cascas de árvores onde se alimentam sugando a seiva das folhas,
flores, frutos novos, esporos de fungos e de células de algas; geram efeito
econômico pelo fato de que muitas espécies atacam plantas cultivadas, produzindo
estragos de maior ou menor importância.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 37/70
Figura 19. Ordem Thysanoptera. 1 - cabeça; 2 - olho composto; 3 - ocelos; 4 - antenas; 5 - fêmur; 6 - tíbia; 7 – tarso; 8 - asas com franja; 9 e 10 - abdômen (Fonte: Buzzi, 2002).
- Ordem Hemiptera
• Nomes populares: Barata-d'água, chupança, barbeiro (Figura 20), maria-fedida,
etc.
• Tamanho: Os maiores, as baratas-d'água, podem chegar a medir 15 cm; em
média, medem cerca de 1 cm de comprimento.
• Caraterísticas: Cabeça geralmente livre, com um colo bem conformado, pequena,
as vezes alongada; olhos compostos grandes e proeminentes, a maioria com dois
ocelos localizados entre os olhos compostos ou atrás; peças bucais do tipo
picador-sugador, palpos maxilares e labiais ausentes; pernas do tipo ambulatório,
às vezes, as anteriores são do tipo raptorial e as posteriores do tipo saltatório; a
maioria é alada; quando em repouso, as membranas das asas anteriores se
superpõem; abdômen com nove segmentos nos machos e dez nas fêmeas; não
possuem cercos; em geral apresentam glândulas odoríferas do lado do tórax e
exalam cheiro característico; quanto a reprodução, geralmente são ovíparos,
havendo também espécies vivíparas; a maioria são de hábitos terrestres, vivem
sobre as plantas, nos pântanos e nas habitações; há espécies aquáticas e
semiaquáticas; alimentam-se de seiva vegetal; muitos são predadores de insetos
menores ou de larvas das quais sugam a hemolinfa; alguns são pragas de plantas
cultivadas, outros percevejos são úteis porque predam insetos nocivos às plantas;
muitos têm importância médica e veterinária, como o barbeiro e o percevejo de
cama.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 38/70
Figura 20. Bicho barbeiro (Fonte: Barnes, 1995).
Site sugerido para leitura:
◦ http://www.fazfacil.com.br/saude/percevejos.html
Sugestões de vídeos:
◦ http://www.youtube.com/watch?v=yJMGY6YqgT0&NR=1
◦ http://www.youtube.com/watch?v=1Jgfs_70i24&feature=related
◦ http://www.youtube.com/watch?v=qp0B59GLykQ&feature=related
- Ordem Homóptera
• Nomes populares: Cigarras (Figura 21), cigarrinhas, pulgões de plantas,
cochonilhas, piolhos-dos-vegetais.
• Tamanho: Os menores medem frações de mm, os maiores até 10 cm de
comprimento.
• Caraterísticas: Antenas curtas; com ou sem ocelos, na maioria dois ou três; olhos
compostos geralmente bem desenvolvido; há várias espécies sem olhos; peças
bucais do tipo picador-sugador; as pernas são, em geral, do tipo ambulatório,
alguns possuem pernas posteriores do tipo saltatório e algumas espécies não
possuem pernas; a maioria com quatro asas, as anteriores membranosas com
textura uniforme, as asas posteriores são membranosas, quando em repouso são
dispostas em telhado sobre o corpo e não se cruzam; quanto a reprodução, são
ovíparos, os ovos são postos sobre folhas e galhos; vivem sobre plantas das quais
se alimentam e também da parte suculenta de raízes, caules, folhas, flores e frutos;
ninfas de muitas espécies ficam presas às raízes de onde sugam a seiva; seus
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 39/70
inimigos são muitos vertebrados, aranhas e outros insetos parasitas; têm
importância econômica na agricultura, pois são os insetos que causam os maiores
prejuízos, sugando a seiva das plantas, machucando os tecidos através da
ovipostura ou servindo de vetores de doenças, como viroses.
Figura 21.Cigarra negra (Fonte: Wikipédia).
Sugestão de leitura, através do endereço:
◦ http://pt.wikipedia.org/wiki/Cigarra
- Ordem Neuroptera
• Nome popular: Formiga-leão, furões (Figura 22).
• Tamanho: Varia desde 5 até 150 mm de envergadura.
• Caraterísticas: Geralmente dois pares de asas membranosas de tamanhos iguais
com numerosas veias; olhos compostos bem desenvolvidos e ocelos presentes em
poucas espécies; antenas com muitos artículos, longas ou curtas dependendo da
família; peças bucais do tipo mastigador; as pupas são terrestres e geralmente
estão envolvidas por casulo cuja seda é fabricada pelos túbulos de Malpighi e
eliminada pelo ânus; são ovíparos, as larvas sofrem de três a cinco mudas; são
encontrados sobre a vegetação e, nesse ambiente, podem ser encontradas as
larvas; em alguns grupos, as larvas ficam no solo, enterradas ou entre húmus; a
maioria, tanto larva como adulto, são predadores de vida livre; seus inimigos
naturais são outros insetos, como louva-a-deus, libélulas, moscas, pássaros e
morcegos; são Importantes economicamente já que, depois dos himenópteros, os
neurópteros são provavelmente os insetos que mais benefícios trazem ao homem,
pelo fato de serem exclusivamente predadores de pragas.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 40/70
Figura 22. Ordem Neuróptera: 1 - antena; 2 - cabeça; 3 - tórax; 4 - abdômen; 5 - perna posterior; 6 - perna média; 7 - perna anterior; 8 - asa posterior e 9 - asa anterior (Fonte: Buzzi, 2002).
- Ordem Coleoptera• Nome popular: Besouros (Figura 23).
• Tamanho: Varia entre 1 a 10 mm de comprimento.
• Características: Corpo de forma muito variável, cabeça com aspecto normal ou
prolongada em bico; aparelho bucal mastigador, com mandíbulas bem
desenvolvidas; protórax bem desenvolvido, livre, formando com a cabeça uma
parte anterior distinta do corpo; asas anteriores tipo élitro, não dobradas e não
usadas para o voo, cobrem as asas posteriores e geralmente todo o abdômen;
asas posteriores membranosas, às vezes atrofiadas ou ausentes, ficam dobradas
sob os élitros e são usadas para o voo; pernas adaptadas para andar ou cavar,
saltar, nadar, etc; coxas posteriores geralmente muito alargadas e móveis,
possuem de 1 a 5 artículos tarsais; quanto a reprodução são geralmente ovíparos e
holometabólicos; os ovos são postos diretamente no solo, sob ou sobre
excrementos, cascas de árvores, na superfície ou enterrados, ou então em grãos
ou frutos, dependendo do hábito alimentar das larvas; são encontrados
praticamente em todos os tipos de habitats; se alimentam praticamente de tudo
(com exceção de sangue), de todas as partes das plantas, de outros de produtos
de origem animal; muitos são predadores de larvas e de ovos de outros insetos;
fungos são também uma fonte de alimento para os besouros; também há espécies
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 41/70
que vivem em madeira em decomposição; seus inimigos naturais são vários, como
aranhas, vespas e vertebrados; economicamente são importantes pois consomem
ou danificam materiais valiosos para o homem como alimentos, roupas, madeiras,
couros, etc; besouros predadores tem sido úteis ao homem no controle biológico
de outros agentes considerados praga.
Figura 23. Um representante da Ordem Coleoptera (Fonte:
Wikipédia).
Sites sugeridos:
• Imagens de diversas espécies de besouros.
◦ http://pt.wikipedia.org/wiki/Besouro
◦ http://www.macrofotografia.com.br/imagebank/galeria.php? pasta=002_inseto_coleoptera/
Sugestão de vídeo: • Besouros e seu mundo.
◦ http://www.youtube.com/watch_popup?
v=g_3GfwQJA0U&vq=small#t=12
- Ordem Trichoptera
• Nomes populares: Friganídeos (Figura 24), frigana, tricópteros.
• Tamanho: Os maiores atingem 30 mm de comprimento por 40 mm de
envergadura.
• Características: Antenas longas, as vezes com o dobro do comprimento do corpo,
às vezes curtas; peças bucais do tipo mastigador, as mandíbulas são atrofiadas ou
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 42/70
ausentes; possuem 4 asas membranosas; tarsos com 5 segmentos; corpo e asas
recobertos com pelos e algumas vezes com escamas; quanto a reprodução, as
larvas são aquáticas, os ovos são postos perto ou dentro de águas (rios, lagos,
poças d'água, etc) presos em algum substrato, pedras, galhos, etc; as larvas
sofrem seis a sete mudas; os adultos se alimentam de líquidos, as larvas são
predadoras, outras são herbívoras; seus inimigos naturais são peixes que se
alimentam com as larvas e outros insetos aquáticos; morcegos e sapos se
alimentam de Tricópteros noturnos que ficam em torno de fontes luminosas e,
durante o dia, servem de alimentos para pássaros; os adultos têm voo muito fraco
e geralmente vivem perto de lagoas, rios, pântanos, etc; são de hábito noturno ou
crepuscular; são de grande importância na cadeia alimentar de muitos peixes.
Figura 24. Adulto da Ordem Trichóptera (Fonte: Buzzi, 2002).
- Ordem Lepidóptera
• Nomes populares: Borboletas (Figura 25) e mariposas.
• Tamanho: Varia de 3 a 300 mm de envergadura.
• Caraterísticas: Corpo e asas revestidos por escamas; adultos com peças bucais
do tipo sugador com uma longa espirotromba fina e enrolada em espiral; antenas
alongadas e de forma variável; olhos compostos grandes, algumas mariposas
possuem dois ocelos; com dois pares de asas membranosas com venação igual
em ambas as asas, sendo as posteriores menores ou iguais às anteriores; pernas
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 43/70
próprias para andar, as vezes o par anterior é atrofiado; com tíbias espinhosas e os
fêmures posteriores com esporões; abdômen cilíndrico, com dez segmentos, sem
cercos; são holometábolos, com número variável de mudas no estágio larval; os
ovos são depositados em geral sobre plantas ou no solo; vivem próximo do local
onde as larvas se criaram; há espécies que migram para longe, geralmente em
bandos; em geral, os lepidópteros têm uma geração anual e passam o inverno
como larva ou pupa; comumente as larvas se alimentam de folhas de plantas e, os
adultos, geralmente se alimentam do néctar das flores, sucos vegetais, pólen, sais
minerais, excrementos de aves e mamíferos; seus inimigos naturais são os ácaros,
aranhas, vespas e vertebrados, principalmente passarinhos; são Importantes para
o homem devido aos hábitos fitófagos da grande maioria das lagartas que
geralmente são vorazes, causando grandes prejuízos às plantações; há espécies
perfuradoras, cortadoras de talos e comedoras de folhas que causam grande
prejuízo para a agricultura sendo assim consideradas como pragas.
Figura 25. Borboleta (Fonte: Wikipédia).
Sugestões de vídeo:
• Imagens de borboletas diversas. (2:22).
◦ http://www.youtube.com/watch?v=4TRWDqfNyGk
◦ http://www.macrofotografia.com.br/imagebank/galeria.php?
pasta=006_inseto_lepidoptera/
• A metamorfose das borboletas. (7:58).
◦ http://www.youtube.com/watch?v=nrw9qtpQeDc&feature=fvw
• Fases de reprodução das Borboletas. (3:15).
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 44/70
◦ http://www.youtube.com/watch?v=-dYvYxX77N4
- Ordem Diptera
• Nomes populares: Moscas (Figura 26), mosquitos, pernilongos, borrachudos,
mutucas, muriçocas, varejeiras, biruanha.
• Tamanho: Medem entre 3 a 15 mm de comprimento, algumas espécies medem
0,5 mm e as maiores chegam a medir até 60 mm.
• Características: Somente as asas anteriores são funcionais, as posteriores são
modificadas em órgãos de equilíbrio denominados balancins ou halteres; as peças
bucais são do tipo sugador, picador-sugador e lambedor-sugador; as larvas são
ápodas e vermiformes, as pupas são quase sempre imóveis; em geral são ovíparos
e de sexos separados; os ovos são postos geralmente próximos ou sobre o
alimento para que, quando, eclodirem já encontrem alimento; os dípteros adultos
vivem normalmente isolados, alguns grupos formam aglomerações em sombras de
árvores ou no crepúsculo, são encontrados em cavernas, em ninhos de formigas,
em restos de outros animais ou em ambientes com matéria em decomposição; sua
alimentação é muito variada, muitas espécies se alimentam do néctar das flores,
substâncias açucaradas diversas, matéria orgânica animal e vegetal em
decomposição e de várias partes das plantas.
Sites sugeridos:
◦ http://pt.wikipedia.org/wiki/Diptera
◦ http://pt.wikipedia.org/wiki/Culicidae
◦ http://www.fazfacil.com.br/saude/moscas.html
◦ http://www.macrofotografia.com.br/imagebank/galeria.php?
pasta=003_inseto_diptera/
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 45/70
Figura 26. Várias espécies de Diptera (Fonte: Wikipédia).
- Ordem Siphonaptera
• Nomes populares: Pulga-do-cão (Figura 27), pulga-do-homem, pulga-de-areia,
bicho-de-pé.
• Tamanho: A maioria mede entre 2 a 4 mm de comprimento.
• Caraterísticas: Corpo fortemente comprimido lateralmente, com muitos espinhos e
cerdas sobre o corpo que se projetam para trás, formando pentes; antenas curtas,
alojadas em sulcos na cabeça; peças bucais do tipo sugador; as pernas são longas
e adaptadas para saltar; sem asas; quanto a reprodução, esta se dá por via
sexuada; são ovíparos sendo que os ovos, em número de 3 a 18 por posturas, são
depositados sobre os hospedeiros ou nos locais por eles frequentados, eclodem de
2 a 16 dias, dependendo da temperatura e umidade; as pulgas são em geral muito
ativas e só se fixam no hospedeiro para sugar sangue que usa como alimento -
com exceção do bicho-do-pé, que prende-se a pele do hospedeiro parasitando-o e
aí ficam até o fim da vida; após a cópula, as pulgas procuram alimentar-se,
podendo ficar em jejum durante 15 dias ou mais; a importância destes insetos em
relação ao homem está na transmissão de doenças como a peste bubônica, além
do incômodo que causam.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 46/70
• Site sugerido para leitura:
◦ http://www.fazfacil.com.br/saude/pulgas.html
◦ http://pt.wikipedia.org/wiki/Pulga
Figura 27. Pulga (Fonte: Wikipédia).
- Ordem Hymenoptera
• Nomes populares: Abelhas (Figura 28), vespas, marimbondos, formigas e saúvas.
• Tamanho: Os menores medem de 0,5 mm e os maiores até 115 mm de
comprimento.
• Características: Aparelho bucal do tipo sugador ou mastigador; tórax geralmente
mais largo que o abdômen; pernas geralmente cursoriais, os três pares mais ou
menos semelhantes, muitas vezes adaptados para correr, saltar, transportar pólen,
segurar presas, etc; a maioria com asas membranosas, sendo as posteriores
menores que as anteriores; as larvas são do tipo vermiforme, as pupas são do tipo
livre e as vezes estão no interior de casulo, no hospedeiro (quando são parasitas)
ou em células especiais; na maior parte dos himenópteros, o sexo é determinado
pela fecundação do ovo; ovos fecundados dão origem a fêmeas e, os não
fecundados, a machos; são em geral ovíparos e de reprodução sexuada; quanto ao
habitat, vivem de modo solitário ou em grandes colônias de complexo regime social
como as abelhas e as formigas; muitos himenópteros sociais constroem ninhos
para abrigar e criar sua prole conhecidos como “vespeiros” ou “enxus”, utilizando
para isso, cera, terra, resinas, celulose, excremento de gado, folhas, pedaços de
galhos, etc; os himenópteros solitários constroem “casinhas de barro” também com
a mesma finalidade; quanto a alimentação, são geralmente fitófagos; no caso das
abelhas, os adultos geralmente visitam flores para delas retirarem néctar, seu
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 47/70
principal alimento; são de importância econômica pois alguns são bastante
prejudiciais ao homem como as saúvas; abelhas, vespas e formigas introduzem
pelo ferrão substância peçonhentas; por outro lado, as abelhas são de grande
benefício ao homem e a para natureza atuando na polinização dos vegetais com
flores, aumentando a produção de frutos e sementes; também exercem grande
benefícios causados pelos hábitos predatórios e parasitários de um grande número
de himenópteros, pelo fato de exercerem um grande papel no controle biológico de
populações de outros insetos prejudiciais ao homem.
Figura 28. Ordem Hymenoptera. 1 - antena; 2 - ocelos; 3 - olho composto; 4 - pronoto; 5 - mesonoto; 6 - metanoto; 7 - tégula; 8, 9 e 10 - pernas; 11 - esporões tibiais; 12 - asa anterior; 13 - pterostigma; 14 - asa posterior; 15 - propódeo; 16 - abdômen (Fonte: Buzzi, 2002).
• Sugestão de sites:
◦ http://pt.wikipedia.org/wiki/Hymenoptera
◦ http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?
cid=6&letter=A
◦ http://es.wikiwix.com/?lang=es&action=Himen%C3%B3ptero
◦ http://wapedia.mobi/pt/Himen%C3%B3ptero
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 48/70
Imagens de diversos espécies de himenópteros:
◦ http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?
cid=6&min=610&orderby=ratingD&show=10
◦ http://www.macrofotografia.com.br/imagebank/galeria.php?
pasta=005_inseto_hymenoptera/
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 49/70
UNIDADE V
TEMA - Importância dos insetos para o homem e para o ambiente.
Objetivos
• Determinar a importância dos insetos para a natureza e para o homem.
• Entender as várias relações ecológicas em que os insetos estão inseridos.
IMPORTÂNCIA DOS INSETOS
De acordo com Borror (1988), considerando as relações com o homem, os
insetos podem ser classificados em dois grupos gerais, os benéficos e os nocivos. A
entomologia é o ramo da biologia que estuda os insetos. Nos dias atuais tem crescido
muito alguns ramos dessa ciência. Por exemplo, a "entomologia econômica" envolve os
insetos de importância na agricultura e na indústria de defensivos agrícolas. Devido ao
mal uso dos defensivos e aos sérios danos ambientais e a saúde por conta da sua
toxidade e cumulatividade na cadeia alimentar, muitas pesquisas tem sido direcionadas
para o controle biológico de insetos. Neste caso, procura-se encontrar na própria natureza
fungos, vírus, bactérias e até insetos carnívoros que auxiliem no combate de pragas
agrícolas, tanto a campo como nos estoque de alimento. Já, a "entomologia médica",
trabalha com insetos de importância na saúde pública, tendo em vista que muitos são
vetores de doenças graves como a peste bubônica, transmitida pelas pulgas, doença de
chagas, cujo vetor é percevejo triatomídeo, a dengue e a febre amarela, transmitida pelo
mosquito Aedes aegypti, etc. Além desses insetos, outros como moscas e baratas,
também podem transmitir uma série de doenças graças ao fato que seus hábitos
alimentares normalmente envolvem fontes contaminadas como lixos, cadáveres de
animais, etc.
Além das culturas, os insetos podem atacar as propriedades do homem,
incluindo sua casa, roupas e alimento armazenado, destruindo-os, danificando-os ou
contaminando-os. Outros atacam o homem e os animais, sendo desagradáveis devido a
sua presença, odores, picadas e/ou ferroadas e, como visto anteriormente, muitos são
agentes de transmissão de algumas das mais sérias moléstias que afligem o homem e os
animais. Considerar insetos como praga pode variar de acordo com o contexto a ser
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 50/70
analisado. De modo geral, uma praga, no que se refere a insetos, é assim definida
quando esses causam danos ao homem, suas criações, cultura e/ou suas posses (HILL,
1997). Para Godt & Headrick (2001), praga é definida como qualquer organismo que
reduz a qualidade ou a produção de culturas ou outros produtos. Se o nível de danos
alcança um determinado patamar no qual a perda financeira é significativa, a população
de insetos é chamada de praga econômica. Porém, a decisão de quando o nível de danos
é significativa é muito subjetiva e varia de acordo com a praga e o dano em questão
(HILL, 1997). Os danos causados pelos insetos às plantas podem significar maior ou
menor prejuízo quantitativo e qualitativo, dependendo de varáveis como: espécie,
densidade populacional dos espécimes, estágio de desenvolvimento, estrutura do vegetal
atacado e duração do ataque (BENTO, 1999; GALLO, et al. 2002).
Por outro lado, inúmeros são os insetos que produzem benefícios diretos e
indiretos para os seres humanos. Por exemplo, obtemos o mel, o própolis e a geleia real
das abelhas e a seda da lagarta da mariposa Bombyx mori ou bicho-da-seda. Por outro
lado, besouros e moscas necrófagas – ou seja, que se alimentam de fezes e animais
mortos – bem como formigas e cupins reciclam a matéria orgânica no solo, atuando sobre
plantas mortas. Nesse sentido até as baratas silvestres exercem papel importante, pois
devido ao seu hábito alimentar de aproveitar quase todos os detritos orgânicos, realizam a
reciclagem dos nutrientes.
Na verdade, no que se refere aos benefícios, o homem favorece-se dos insetos
de muitas maneiras, uma vez que, sem eles, a sociedade humana não poderia existir na
sua forma atual. Muitas plantas dependem dos insetos como agentes polinizadores. Sem
os serviços de polinização realizados pelas abelhas e outros insetos como moscas,
mariposas e alguns besouros, teríamos menos verduras e frutas, pouca ou nenhuma
planta forrageira – e, portanto menos carne de vaca, de carneiro e lã –, nenhum algodão,
café, tabaco, além de poucas flores. Enfim, não teríamos muitas das coisas que
constituem uma parte integrante da nossa economia doméstica e da civilização.
Uma grande proporção dos insetos alimenta-se de plantas, mas apenas um
pequeno número destes é considerado praga; muitos dos outros podem ser benéficos
pela destruição de plantas nocivas, isto acontece frequentemente quando uma planta é
introduzida em uma área geográfica, ela se desenvolve em tal extensão que se torna uma
praga. Em alguns casos, insetos comedores de plantas têm sido introduzidos para se ter
essa planta sob controle. Inclusive, muitas espécies de insetos são parasitas ou
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 51/70
predadoras, sendo assim importantes na manutenção de espécies pragas da lavoura.
Dessa forma, os próprios insetos também têm sido utilizados no controle biológico.
Conforme diz Parra et al. (2002), o controle biológico caracteriza-se pela introdução de
um agente de controle biológico, geralmente do mesmo local de origem da praga alvo,
para posteriormente ser liberado em pequenas quantidades, chamadas inoculativas,
visando seu estabelecimento neste novo ambiente.
Os insetos são o único ou o principal alimento de muitas aves, peixes e outros
animais. E, em algumas culturas em nosso planeta, certos insetos, como gafanhotos,
besouros, içás, larvas e até baratas são iguarias com alto teor proteico para o homem4.
Algumas espécies são usadas no tratamento de certas moléstias, como por exemplo, a
cantaridina, um extrato do corpo de besouros meloídeos, tem sido usada no tratamento
de certas moléstias do sistema urogenital. O veneno de abelha tem sido usado no
tratamento de artrite. A malária tem sido provocada em pacientes que sofrem de paralisia
a fim de produzir altas temperaturas do corpo. A medicina faz uso de larvas de moscas
califorídeas no tratamento de moléstias que ocasionam decomposição de tecidos. Aliás,
durante séculos, cirurgiões militares verificaram que feridas graves que permaneceram
sem tratamento durante vários dias e que foram infestadas com larvas, sararam melhor
do que outras semelhantes que não tinham sido infestadas. Foi verificado
experimentalmente que as larvas das moscas se alimentavam dos tecidos em
decomposição destas feridas e segregavam nelas alguma substância que promovia o
processo de cura. O estudo dos insetos também tem auxiliado os cientistas a resolver
muitos problemas de hereditariedade, evolução, sociologia, poluição dos rios e de outros
setores. Insetos têm também valor estético. Artistas, modistas e desenhistas têm usado a
sua beleza e muitas pessoas obtêm grande prazer no estudo dos insetos como
passatempo.
Neste contexto, a maioria das pessoas está muito mais informada a respeito
dos insetos nocivos e seus efeitos negativos, do que dos benefícios. Apesar da excessiva
atenção dada aos insetos nocivos pela população em geral; o benefício produzido por
uma série de insetos, ultrapassa o danos causado pelos outros (BORROR,1988). Em
suma, embora tenhamos normalmente uma visão negativa desses organismos, os insetos
são de extrema importância para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas terrestres,
sem os quais a reciclagem e toda a cadeia alimentar entraria em colapso, já que são a
4 Pode parecer repulsivo alguém se alimentando de insetos, mas muitos de nós apreciamos comer um bom e grande camarão, que pertence ao grupo dos crustáceos, que são organismos evolutivamente próximo dos insetos.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 52/70
base alimentar de muitos outros animais. Portanto, eles não são os "vilões" mas sim, o
ser humano, com sua forma de degradação dos ambientes naturais no seu contexto
predatório da sociedade de consumo. Devemos respeitar e admirar aqueles que
realmente conquistaram o nosso planeta como um todo, pois mais da metade das formas
de vida simplesmente são insetos.
Diante do exposto, podemos considerar que os insetos devem ser vistos de
diferentes ângulos pelos estudantes. Isso porque, ao mesmo tempo que temos que
pensar em medidas de controle de doenças e pragas que afetam a nossa espécie,
também não devemos incutir medo ou uma rejeição generalizada a esse ou outros grupos
de organismos vivos. Ainda mais em um momento em que a humanidade começa
perceber que a preservação do meio ambiente é condição fundamental para a sua própria
sobrevivência.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 53/70
APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO - III
Desenvolvimento
1º – Momento
Leitura e discussão do texto “Importância dos insetos”, bem como pesquisas
em revistas e sites da internet para levantar informações complementares, bem como
ilustrações de diferentes insetos.
2º – Momento
Montar quadro comparativo considerando os efeitos benéficos e maléficos dos
insetos.
3º – Momento
Os estudantes podem ser divididos em dois grupos, um que se encarregará de
apresentar os benefícios e o outro os malefícios dos insetos. As apresentações podem ser
preparadas com o auxílio do programa Microsoft PowerPoint (ou BrOffice). Também pode
ser programada uma mesa redonda para discussões sobre esse tema.
Para o fechamento e avaliação do processo, os grupos apresentarão por
escrito um relatório com as conclusões sobre os efeitos dos insetos em variadas
situações e ambientes geográficos.
Outra proposta, seria a criação de um vídeo, que mostre o desenvolvimento de
algum tipo de inseto, como por exemplo: bicho-da-seda ou abelhas. Vale lembrar que
para realizar este tipo de atividade, no caso de insetos criados como atividade econômica,
os estudantes poderiam inclusive receber o auxílio de outras pessoas da comunidade que
tenham melhor conhecimento sobre o assunto dando subsídios ao direcionamento para a
produção do vídeo.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 54/70
UNIDADE VI
TEMA – Montagem de um insetário
Objetivos
• Preparar os materiais que serão utilizados na coleta, conservação e montagem de
uma coleção de insetos.
• Permitir que o espaço extra classe seja utilizado no aprendizado dos estudantes.
• Montar um insetário para utilização nas aulas práticas de ciências e biologia.
Coleta
Conforme de Borror (1988), os insetos podem ser encontrados em qualquer
lugar e geralmente em números consideráveis; quanto maior o número de lugares
diferentes nos quais os procuramos, tanto maior a variedade que coletaremos. Porém,
muitos insetos alimentam-se de plantas ou visitam-nas. Assim, as plantas constituem um
dos melhores lugares para coletá-los. Algumas espécies podem ser encontradas em
gravetos, folhas e cascas em decomposição, principalmente onde a vegetação é densa.
Outras podem ser encontradas embaixo de pedras, tábuas, em material já apodrecido ou
em decomposição, como fungos, plantas e cadáveres de animais, frutas e esterco; podem
ainda ser encontrados dentro, usando-as como abrigo, ou ao redor de construções, ou em
animais ou no homem. Em noites quentes, insetos de várias procedências são atraídos
pela luz e podem ser coletados nas luzes das ruas ou de terraços, nas janelas ou telas de
salas iluminadas ou em luzes colocadas especialmente para atraí-los.
A coleta de insetos é uma atividade que o bom entomólogo nunca deixará de
exercer. É através das coletas que se inicia uma coleção, que se aprende a observar os
hábitos dos insetos e como apanhá-los. As coletas podem ser específicas, quando se
referem a determinado grupo de insetos, ou gerais, quando os insetos encontrados são
coletados (BUZZI, 2002).
Lembrando que a coleta dos insetos para confecção do insetário é para fins
didáticos, sendo importante que o professor oriente os estudantes a coletarem um ou dois
espécimes de cada grupo. De acordo com Borror (1988):
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 55/70
Como os insetos são muito abundantes, há pequena
probabilidade que coletas mesmo extensas tenham muito
efeito nas suas populações; assim, os conservacionistas não
precisam preocupar-se com a exterminação das espécies ou
com o rompimento do equilíbrio da natureza pelas coletas
comuns.
Segundo Almeida et al. (1998, p.5), dependendo dos métodos utilizados, as
coletas podem ser divididas em duas categorias:
• Coletas ativas, onde os coletores utilizam redes, aspiradores, guarda-chuva
entomológico e outros aparatos compatíveis com o seu objetivo de coleta;
• Coletas passivas, onde o coletor deixa que as armadilhas façam o trabalho
de captura, sem a sua interferência direta.
Para o método de coleta ativa, é necessário o uso de equipamentos
apropriados os quais são descritos a seguir.
- Pinças
As pinças evitam que o coletor se machuque e que o inseto de corpo frágil se
quebre. Estas podem ser de ponta fina (Figura 29-A) ou arredondada (Figura 29-B),
sendo as mais utilizadas aquelas usadas por médicos e dentistas.
Figura 29. Pinças para coleta de
insetos: A - pinça de ponta fina; B -
Pinça com mola frouxa.
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 56/70
- Sugador entomológico
Conforme descreve Almeida et al.(1998), há insetos pequenos que
caminham sobre o substrato, por falta de asas ou por apresentarem modificações próprias
para um contato mais direto com esse habitat. Assim, há formigas, colêmbolos e
tisanuros, entre outros que, não tendo asas, vivem permanentemente sob ou sobre
pedras, troncos e folhas. Já, as “tesourinhas”(Dermaptera), baratinhas silvestres
(Blattaria), algumas famílias de Coleoptera, são grupos alados que têm agilidade para
“caminhar” sobre o substrato. Esses grupos podem ser coletados com o uso de pinças ou
com o auxílio de um sugador (Figura 30). Este último serve também para retirar pequenos
insetos da rede entomológica, tendo a vantagem de permitir a seleção do inseto
escolhido.
Figura 30. Modelo de aspirador entomológico.
- Puçá ou rede entomológica
De acordo com Almeida et al. (1998), muitos insetos são fitófagos, portanto,
estão quase sempre em contato direto com a vegetação para local de pouso. Isso inclui
muitas espécies de inúmeras famílias de Coleóptera (besouros), de Diptera (moscas),
diversas espécies de Hymenóptera, várias espécies de Hemiptera (percevejos),
Homóptera (cigarras e pulgões das plantas) e Ortópteros (grilos e gafanhotos), entre
outras. A rede entomológica (Figura 31) pode ser utilizada para capturar insetos em pleno
voo como borboletas (Lepidópteros) e libélulas (Odonatas). É confeccionada de tecido
Estudo dos insetos – Djalma de Carvalho - 57/70
fino transparente, ou rede de náilon, o que facilita enxergar o inseto capturado.
Figura 31. Rede entomológica ou de varredura: A - rede; B - aro de metal; C - molde da rede; D - tipos de encaixe para o cabo de madeira.
- Vidros letais
Conforme escreve Almeida et al. (1998), logo após a coleta, os insetos
devem ser sacrificados em vidros letais que podem ser confeccionados em vários
tamanhos, dependendo do material coletado. O coletor deve levar consigo pelo menos um
frasco pequeno de 2,5 cm de diâmetro e 10 a 15 cm de altura, para insetos pequenos, e
um ou mais frascos maiores, para insetos grandes. Frascos com boca larga, como os de
conserva, facilitam o manuseio, além de serem fortes e terem tampa de rosca com boa
vedação (Figura 32). Se o inseto for conservado após sua captura, este deve ser
sacrificado de tal forma que não seja danificado ou quebrado; para isso, precisamos de
frascos mortíferos de vários tamanhos e formas, dependendo do tipo de inseto e várias
substâncias podem ser usadas como agentes para matar por meio de gases tóxicos
(BORROR, 1988, p. 548). Os venenos mais utilizados para obtenção do gás tóxico são:
éter, clorofórmio, tetracloreto de carbono, acetato de etila, cianetos (de cálcio, sódio e
potássio) (BUZZI, 2002).
Conforme explica Borror (1988), o acetato de etila (um ingrediente do esmalte
para unhas) é relativamente seguro e pode ser usado até por crianças; o cianeto é
extremamente venenoso devendo ser usado com cuidado. O acetato de etila não mata
tão rapidamente como o cianeto, mas insetos atingidos por ele não revivem; o cianeto
mata mais rapidamente, mas espécimes aparentemente mortos algumas vezes revivem
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depois de terem sido fixados, vale lembrar ainda que os insetos sacrificados com cianeto
podem perder a cor se forem deixados após uma ou duas horas dentro do frasco
mortífero. Acetato de etila é um líquido mortífero, e frascos que o contém, devem conter
também algum material que o absorva. Muitos tipos diferentes de material absorvente
podem ser usados como o algodão, feltro ou mesmo papel. Porém, se quisermos um
frasco mais durável, uma mistura de gesso e água é despejada no fundo do frasco e
deixada assentar e secar completamente. Algumas gotas de acetato de etila adicionadas
sobre o gesso são absorvidas e o frasco está pronto para ser usado. O material
absorvente pode ser algodão coberto com um pedaço de papelão ou tela.
Figura 32. Vidro letal para coleta entomológica (Fonte: Almeida et al. 1998).
A eficiência de um frasco mortífero depende de como este é usado. Ele não
deve ser deixado aberto mais do que o necessário para por ou retirar os insetos. O seu
interior deve ser mantido seco, isso porque os frascos algumas vezes “suam”, ou seja, a
umidade dos insetos ou do próprio gesso condensa-se no interior do frasco. É útil manter
alguns pedaços de lenços de papel ou outro material absorvente no frasco
permanentemente para absorver a umidade e impedir que os insetos enrosquem-se uns
nos outros. Além disso, este material absorvente deve ser trocado frequentemente.
Acondicionamento temporário dos espécimes
Enquanto é feita a coleta a campo, os insetos podem ser mantidos no interior
dos frascos mortíferos, com exceção dos lepidópteros e odonatas que devem ser
guardados em envelopes triangulares, conforme mostrado na Figura 33 (BUZZI, 2002).
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Caso contrário, corre-se o risco destes serem danificados.
- Preservação em via seca
Os espécimes removidos do frasco mortífero podem ser postos em caixas ou
envelopes de papel para armazenamento temporário. As caixas devem conter qualquer
tipo de material absorvente, como papel de limpeza, o que reduz o atrito ao redor dos
espécimes durante o transporte e absorve o excesso de umidade. Pode-se usar
envelopes comuns de carta ou envelopes triangulares (Figura 33), os quais podem ser
feitos rapidamente com uma folha de papel sulfite ou de caderno. Espécimes com asas
grandes, como borboletas, mariposas ou libélulas, permanecem neles em boas condições
e os dados sobre a coleta podem ser escritos no lado externo (BORROR, 1988). É
importante colocar junto com cada inseto uma etiqueta indicando a sua procedência
(local, data de coleta e coletor), ou então escrever diretamente sobre o envelope (BUZZI,
2002).
Figura 33. Triângulo de papel para armazenamento temporário de insetos; A-D - Sequência de dobras.
De acordo com Almeida et al. (1998), nem sempre há tempo para o preparo e a
estocagem de insetos logo após sua coleta e morte. Portanto, há várias maneiras de
mantê-los em boas condições até que possam ser montados no insetário. O método
utilizado depende do tempo que os exemplares permanecerão estocados até a montagem
final. As duas formas de preservação são:
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• Refrigeração – Insetos de tamanho médio a grande, devidamente
acondicionados em recipientes, podem ser deixados em um refrigerador por
vários dias até serem alfinetados. Uma certa umidade deve ser mantida no
recipiente, para que os espécimes não se tornem secos demais. Porém, esta
não deve ser elevada, para que não haja condensação de água. Uma folha
de papel absorvente colocada entre os insetos e o fundo do recipiente
auxilia na manutenção de uma baixa umidade.
• Preservação em via líquida – Insetos podem ser mantidos em álcool ou
outros líquidos apropriados por vários anos antes de serem alfinetados. Para
alguns grupos, como borboletas e mariposas, não é recomendada esse tipo
de preservação, pois estes insetos são bastante frágeis e têm cerdas longas
e escamas que serão danificadas. E as escamas e cerdas desse grupo de
organismos são importantes para a sua correta identificação.
O álcool vendido no comércio (etílico) pode ser encontrado em duas
concentrações: 42º G.L., que corresponde a 96% e álcool 36º G.L., que corresponde a
85%. O álcool etílico em concentração de 70% usualmente é o melhor líquido para
conservação e o mais utilizado. Assim, para se obter:
• Álcool 70% a partir de álcool 96%: mistura-se 700 ml de álcool e 260 ml de
água destilada.
• Álcool 70% a partir de álcool 85%: mistura-se 700 ml de álcool e 150 ml de
água destilada.
Montagem e conservação dos insetos
Os insetos podem ser montados e conservados de várias formas. A maioria
dos espécimes é alfinetada e, uma vez secos, duram indefinidamente. Espécimes muito
pequenos para serem alfinetados podem ser montados em triângulos de cartolina, em
minialfinetes ou em lâminas para microscopia. Já, os insetos maiores e vistosos, podem
ser montados em vários tipos de caixas mostruários com tampa de vidro (BORROR,
1988, p. 553). A seguir, são descritas as principais etapas que devem ser seguidas para a
montagem do insetário.
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- Câmara úmida
Conforme descreve Almeida et al. (1998), muitas vezes, o tempo que o corpo
de insetos permanece em envelopes é o suficiente para desidratá-los, tornando-os secos
e quebradiços. Por isso, antes da montagem, os insetos devem ser colocados em uma
“câmara úmida”, etapa esta necessária para reidratar os exemplares, tornando-os
maleáveis, de modo que eles possam ser alfinetados e seus apêndices posicionados de
forma correta, sem que se partam.
Vários tipos de recipientes podem ser utilizados na confecção de uma câmara
úmida, que deve ter uma abertura larga e tampa que não permita a entrada de ar. O fundo
do recipiente deve ser forrado com areia úmida e uma pequena quantidade de pequenos
cristais de naftalina, para que não haja a proliferação de fungos. Sobre a areia, pode ser
colocado papel filtro ou papel jornal, onde serão arranjados os insetos para que
amoleçam até se tornarem flexíveis. Isso depende do seu tamanho, do tempo em que
este permaneceu estocado e da temperatura ambiente, o que poderá variar de poucas
horas a alguns dias. Para acelerar esse processo, pode-se colocar, próximo à câmara
úmida, uma lâmpada para aquecimento de todo o ambiente interno.
Com relação aos insetos estocados em via líquida, estes devem passar por um
processo de desidratação antes da alfinetagem. A montagem direta de insetos mantidos
em álcool 70% faz com que quase sempre estes fiquem enrugados devido à presença de
água, particularmente as asas. À exceção dos insetos que possuem exoesqueleto
bastante esclerotinizado (endurecido), como besouros e alguns percevejos, que podem
ser alfinetados imediatamente após a retirada do álcool. Para insetos mais delicados, é
preciso passá-los por um processo de desidratação, banhando-os em uma sucessão de
alcoóis em concentrações crescentes (de 80% até passar para o álcool absoluto), com
uma duração de 10 minutos por banho. No caso dos dipteros (moscas e mosquitos),
pode-se retirar o inseto do álcool 70%, colocando-o em uma placa de Petri contendo uma
fina película de xilol, com as asas distendidas. Após a evaporação do xilol, o que demora
alguns minutos, segue-se o processo de montagem usual.
- Alfinetagem direta
A alfinetagem é a melhor forma para a conservação dos insetos de corpo duro.
Estes espécimes, quando alfinetados, conservam-se bem, mantêm seu aspecto natural e
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são facilmente manuseados pelos estudados (BORROR, 1988).
De acordo com Almeida et al. (1998), há alfinetes entomológicos especiais, que
devem ser preferidos por apresentarem características especiais, como o tipo de aço (que
não enferruja), comprimento, flexibilidade e material especial para a “cabeça”. Além disso,
eles possuem espessura variável, o que é adequado aos diversos tamanhos dos insetos.
O local da alfinetagem é muito importante para a fixação dos espécimes. Para insetos
grandes, a alfinetagem é feita diretamente no corpo do exemplar. De modo geral, o
alfinete é inserido verticalmente, de modo que fique em um ângulo de 90º em relação ao
eixo longitudinal do corpo do inseto, entre o primeiro e o segundo par de pernas (Figura
34).
Figura 34. Posição correta para inserção do alfinete em vários grupos de insetos: A - Orthoptera; B – Homoptera; C - Hemiptera; C - Coleoptera; E – Lepidoptera; D - Hymenoptera.
Não existe uma regra básica que determine com precisão o local da perfuração
do corpo do inseto. Em geral deve-se observar os seguintes aspectos: quando o alfinete é
introduzido no tórax do inseto, entre a base das asas e a cabeça, este deve sair
ventralmente entre as pernas anteriores e médias. Se o alfinete for introduzido mais atrás,
este deve sair entre as pernas médias e posteriores. Nunca o alfinete deve ser espetado
na cabeça ou no abdômen do inseto (BUZZI, 2002). Logo após serem alfinetados, antes
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que os insetos sequem completamente, as antenas, asas e pernas devem ser arranjadas
de forma que todos estes apêndices fiquem bem visíveis para estudo (Figura 35).
Figura 35. Uso de outros alfinetes para posicionar corretamente os apêndices dos insetos.
- Montagem de lepidópteros
Para muitos grupos de insetos, basta utilizar placas de isopor cobertas com
papel para a fixação do exemplar e alfinetes que, cruzados, facilitarão a acomodação dos
apêndices na posição adequada (Figura 35). Porém, em borboletas e mariposas, deve-se
utilizar “esticadores” ou tábuas de distensão confeccionadas conforme demonstrando na
(Figura 36 A e B) As borboletas são alfinetadas em um sulco no centro da tábua e, com
auxílio de tiras de papel e alfinetes, as asas são distendidas e presas junto à tábua,
sobrepostas às tábuas laterais.
- Dupla montagem
Buzzi (2002), explica que, para insetos pequenos como pernilongos, estes
podem ser colocados na ponta de um triângulo, ligeiramente recurvado, com o auxílio de
esmalte incolor de unha. Os insetos são colados pelo lado direito do tórax, com uma gota
de esmalte, sem excesso, para não se esconder as partes do corpo do inseto. Um bom
tamanho de triângulo é o que tem de 8-10 mm de comprimento por 3-5 mm de largura na
base (Figura 37-b). O alfinete é espetado próximo a base do triângulo. Também pode-se
utilizar um micro alfinete para espetar esse tipo de inseto (Figura 37-a), sendo este
colocado num pequeno bloco de cortiça que fica preso a um alfinete entomológico maior.
Alguns insetos não podem ser alfinetados e devem ser conservados em
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líquidos. Todos os insetos adultos de corpo mole como tricópteros, plecópteros,
efemerópteros e semelhantes, devem ser conservados em líquidos, pois quando
alfinetados, enrugam-se e deformam-se. A maioria das ninfas de insetos, particularmente
as de corpo mole, deve ser conservada em líquido (BORROR, 1988). Para insetos
pequenos de corpo duro como piolhos e pulgas e para ninfas como as de libélulas e
efeméridas, bem como para insetos adultos de corpo mole, provavelmente o melhor
líquido é o álcool etílico. Insetos podem mortos em álcool etílico a 95% e após um dia,
mais ou menos, ser transferidos para conservação permanente em uma solução de álcool
etílico 70-75% (BORROR, 1988).
Figura 36 A e B. Montagem de Lepidóptera: A - Esticador ou tábua de distensão; B - Sequência de posicionamento (A,B e C) posicionamento correto das asas e antenas.
- Etiquetagem
Todo material entomológico, para que tenha valor científico, deve ter uma
etiqueta contendo a data, loca de coleta, nome do coletor e, em menor extensão, outros
dados (atitude, habitat ou planta onde foi coletada o espécime). A etiqueta é fixada ao
alfinete, abaixo do inseto. Esta pode ser feita de cartolina nas dimensões de 2 x 1 cm,
com escrita impressa ou a nanquim (BUZZI, 2002).
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Figura 37. (a) Suporte de cortiça com micro-alfinete; (b) Montagem em triângulo.
Montagem da Caixa de Insetário
O laboratório deve fornecer aos estudantes materiais como: lupas, boas
condições de iluminação, pinças de ponta fina, estiletes, alfinetes. Deve ainda contar com
os materiais previamente preparados para o uso nos momentos adequados como: rede
entomológica, puça, aspirador, vidros letais, pinças diversificadas , esticadores, envelopes
triangulares, caixas para transporte dos espécimes coletados, tesoura de ponta fina e
material para anotações.
No início o professor explicará como deve ser utilizado os materiais
mencionados acima e também os outros materiais que serão necessários para a coleta,
montagem e conservação dos insetos. O professor deverá fazer um treinamento prévio
junto aos estudantes sobre as aplicações do conhecimento e informações estudadas. Para a realização da coleta, o professor fará a comunicação, aos pais ou responsáveis
pelos estudantes, que estes participarão da atividade num horário alternativo. Partindo
para a parte prática, coletar é o primeiro passo para a familiarização com os insetos,
sendo que os estudos feitos, serão agora aplicados na medida que os espécimes forem
sendo capturados sob a coordenação do professor, que junto com os estudantes farão a
coleta de espécimes encontrados nos diversos ambientes extra-classe os quais serão
trazidos ao laboratório da escola para os devidos encaminhamentos, tais como
acomodação temporária apropriada, identificação, alfinetagem e acomodação. Os insetos
serão guardado, para formar a coleção, em caixas com tampa. O fundo pode ser
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recoberto com isopor, cortiça ou material plástico que permitem a fixação dos alfinetes,
onde serão dispostos de acordo com a classificação pela ordem a que pertencem. Flocos
de naftalina devem ser colocados em pequenas caixas furadas, em um dos cantos da
gaveta, para impedir o crescimento de fungos ou de pequenos insetos, que se alimentam
dos animais espetados. Uma vez pronta a caixa, esta deverá ser mantida em armários
escuros, arejados e secos. Deste modo você terá uma coleção que poderá ser mantida
por muito tempo. As caixas devem ser bem vedadas, para evitar surpresas
desagradáveis.
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