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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

AGENTES MODELADORES DA PRODUÇÃO SOCIAL DO ESPAÇO URBANO: O CASO DO BAIRRO COOPAGRO (TOLEDO-PR)

Autor: Cleunice Dias de Morais1

Orientador: Edson Belo Clemente de Souza2

Resumo

A cidade, enquanto espaço urbano pode ser analisada por diversos aspectos, até mesmo considerando as particularidades de sua população, pensando em contribuir para o estudo da Geografia o presente artigo tem como objetivo analisar a dinâmica social urbana do Bairro Jardim Coopagro, em Toledo-PR, a partir dos agentes modeladores do espaço. Abordando aspectos referentes à questão da produção e reprodução do espaço urbano, analisando e estudando os principais agentes modeladores do espaço urbano dos bairros, como: Estado, corporações imobiliárias e industriais. Através destes agentes pretende-se revelar a dinâmica da organização dos bairros, evidenciando a produção do espaço para o desenvolvimento e reprodução da sociedade. A história da formação do bairro com sua expansão econômica reflete uma realidade sócio espacial do município, pois os bairros não estão desvinculado dos aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais do espaço onde estão inseridos. A proposta é fazer com que os alunos participam da do processo de aprendizagem de forma dinâmica, onde poderão acompanhar a mudança do bairro através da confecção cartográfica, de imagens com fotografias e filmagens, aferir as alterações no cotidiano dos moradores e os impactos ambientais promovidos pelos agentes modeladores do espaço urbano, através de entrevistas junto aos moradores.

Palavras-Chave: Agentes modeladores; Espaço Urbano; bairro Jardim Coopagro; Toledo; Paraná.

Summary

The city as an urban space can be analyzed by several things, even considering the particularities of their population, thought to contribute to the study of Geography this article aims to analyze the social dynamics of urban Coopagro Garden Suburb, Toledo-PR , modeling agents from space. Covered matters relating to the issue of

1Professora de Geografia da rede pública do Estado do Paraná, integrante do programa PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) – Turma 2009.2Doutor em Geografia pela UNESP e Professor Adjunto do Colegiado de Curso de Geografia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE.

1

production and reproduction of urban space, analyzing and studying the major modeling agents of urban neighborhoods, such as state, corporate and industrial real estate. Through these agents intended to reveal the dynamics of the organization of neighborhoods, showing the production of space for development and reproduction of society. The formation history of the neighborhood with its economic expansion reflects a social reality of the city space, because the neighborhoods are not relieved of the economic, political, social and cultural space where they are inserted. The proposal is to have students participate in the learning process in a dynamic way, where can watch the neighborhood change through the making cartographic images with photographs and footage, measure the changes in the daily lives of residents and the environmental impacts promoted by modeling agents of urban space, through interviews with residents.

Keywords: Modeling agents; Urban Space; Jardim Coopagro, Toledo, Paraná.

Introdução

Este artigo é resultado do Projeto de intervenção Pedagógica aplicado no

Colégio Estadual Novo Horizonte, no Jardim Coopagro, Município de Toledo, Estado

do Paraná, com os alunos da sexta série do Ensino Fundamental e alunos do

segundo ano do Ensino Médio.

Cabe ao ensino da Geografia, estudar e compreender como as identidades

espaciais são construídas e mantidas nos lugares frente ao processo de

globalização, uma vez que, no lugar são observadas as influências, a materialização

e também as resistências ao processo de globalização.

Independente do tema, a Geografia deve trabalhar por meio da utilização de

diferentes linguagens que favoreçam aos alunos produzir e manifestar suas idéias,

opiniões e conhecimentos sobre o mundo em que vivem, estabelecendo relações

entre o que é estudado e o que faz parte do lugar onde o aluno está inserido. Ela

tem como objetivo contribuir para que o aluno possa, de forma autônoma,

desenvolver o seu raciocínio geográfico, analisando e entendendo novas dinâmicas.

Foi com esta concepção de ensino de Geografia e com o objetivo de analisar

a dinâmica social urbana do Bairro Jardim Coopagro, em Toledo-PR. a partir dos

agentes modeladores do espaço, que o presente trabalho foi desenvolvido.

A cidade, enquanto espaço urbano pode ser analisada por diversos aspectos,

até mesmo considerando as particularidades de sua população. No entanto, neste

2

artigo sobre o Bairro Jardim Coopagro, com o intuito em conhecer os mecanismos

que movem o espaço urbano, identificamos e determinamos para estudo os agentes

que mais contribuíram para esse desenvolvimento, até então diagnosticados como:

Estado, promotores imobiliários, industriais, pois segundo Corrêa (1993, p.5).

O interesse em conhecer e atuar sobre a cidade deriva do fato de ser ela o lugar onde vive parcela crescente da população. Mas também de ser o lugar onde os investimentos de capital são maiores, seja em atividades localizadas na cidade, seja no próprio urbano, na produção da cidade. E mais: de ser o principal lugar de conflitos sociais.

Os procedimentos metodológicos para a realização deste material, consistiu

de uma revisão da literatura sobre a questão urbana e também sobre a história do

Município de Toledo e do Bairro Jardim Coopagro, numa perspectiva de que o

espaço urbano é construído e reconstruído através das relações sociais, políticas, e

econômicas que se estabelecem entre os indivíduos em uma escala que vai do local

ao global, pois conforme Corrêa (2003, p. 8)

O espaço da cidade é também um condicionante da sociedade. [...] O condicionamento se dá através do papel que as obras fixadas pelo homem, as formas espaciais, desempenham na reprodução das condições de produção e das relações de produção.

Nessa revisão de literatura, foi utilizado material do próprio livro didático do

aluno, também outros livros paradidáticos constantes na biblioteca da escola e

principalmente a Unidade Didática denominada “A PRODUÇÃO SOCIAL DO

ESPAÇO URBANO: ESTUDO DO BAIRRO JARDIM COOPAGRO EM

TOLEDO/PARANÁ”, produzida por mim, como critério de avaliação do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE. Esse material foi reproduzido para cada

aluno, assim eles puderam além de ler os textos, fazer a interpretação dos mesmos,

como também dos mapas e tabelas, através dos exercícios nele contido. Essa parte

do trabalho foi muito gratificante, pois os alunos reconheceram no material, a minha

fala, as minhas explicações, e deixaram claro que era mais fácil estudar um texto

assim, produzido pelo professor. Isso é compreensível pois o material foi preparado/

elaborado a partir de dados do próprio bairro e cidade. Além da base teórica para a

3

pesquisa, foi relevante a análise das políticas institucionais urbanas, fundamentadas

em programas governamentais em todas as esferas, principalmente na esfera

municipal, através de um levantamento do Plano Diretor, pois o Estatuto da Cidade

faz exigências quanto aos planos diretores, no sentido de trazerem uma expectativa

alentadora para o ordenamento territorial dos municípios.

As políticas institucionais aqui enfocadas correspondem àquelas que de

alguma forma puderam promover novos arranjos na configuração do espaço

geográfico urbano do município, e consequentemente do bairro Jardim Coopagro

São programas, projetos e planos que se interagem ou que devem se interagir

através de um planejamento

Também foram feitas pesquisas e entrevistas com agentes imobiliários,

moradores e industriais; passeios pelo bairro com registro de dados coletados;

tabulação de dados; confecção de paineis e cartazes, exposição para a comunidade

e também a produção de uma Unidade Didática, utilizada para estudos de alunos e

professores.

1 Urbanização Brasileira

O processo de urbanização brasileira, tendo como instrumento de

povoamento a indústria, se inicia no século XX, mais precisamente, a partir da

década de 1930. O país começou a industrializar-se e devido a vários fatores como:

a dificuldade do trabalho no campo, a falta de emprego para os membros da família,

o interesse pela cidade e claro a mecanização, começou um intenso êxodo rural,

acelerando o processo de urbanização. A industrialização figura como um fator-

chave que desencadeou profundas modificações na produção do espaço

metropolitano no Brasil do século XX. O crescimento econômico e o avanço do

capital industrial expandiram suas conseqüências ao conjunto do território. O campo

ou a não-cidade se integrou à indústria e aos produtos de consumo dessa indústria.

O tecido urbano vem proliferando enquanto conjunto das manifestações do

predomínio da cidade sobre a não-cidade (LEFEBVRE, 1999).

Portanto, a urbanização pode ser entendida como um processo que resulta

principalmente da organização das atividades produtivas e da distribuição espacial

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da população (LIMONAD, 2008), conforme a Tabela 1:

Tabela 1: BRASIL – População urbana e rural (1940 a 2000) ANO URBANA% RURAL%

1940 31,23 68,67 1950 36,16 63,84 1960 44,67 55,33 1970 55,92 44,08 1980 67,60 32,40 1991 75,47 24,53 2000 81,82 31,802010 15,65 84,35

Fonte: IBGE / 2010

Observando a tabela acima podemos perceber que o grande ciclo de

urbanização no Brasil é relativamente recente. O seu início se articula com um

conjunto de mudanças estruturais na economia e na sociedade brasileira, a partir da

década de trinta do século XX, mas foi somente a partir da década de 1970 e

culminando na década de 1980, ou seja, há pouco mais de 40 anos, que os dados

censitários revelaram, no Brasil, uma população urbana superior à rural.

Isto não quer dizer que as cidades já não fizessem parte da paisagem social

do país desde o período colonial, apesar da sua restrita dimensão demográfica. Na

República Velha (1889/1930), com a expansão da economia cafeeira e com o

primeiro e expressivo surto de industrialização, se ampliaram as relações mercantis

entre as diferentes regiões brasileiras – até então, meros arquipélagos regionais – e

começaram a se intensificar as migrações internas, e, principalmente, as migrações

internacionais. Estas últimas, fortemente financiadas pelo Estado, impunham limites

à expansão dos deslocamentos populacionais internos, já que se dirigiam,

principalmente, para os Estados onde mais se expandia a economia, ou seja, São

Paulo e Rio de Janeiro, como podemos observar no mapa 1.

5

Figura 1 - BRASIL: Densidade demográfica

Fonte:ftp://ftp.ibge.gov.br/Cartas_e_Mapas/Mapas_Tematicos/.

Percebemos então, que esses dados não revelam a realidade de todo o

território brasileiro. O aumento da população e em especial da rural em relação à

urbana, além de ser resultado de um processo histórico, também acontece de forma

concentrada.

O mapa em destaque nos apresenta uma concentração populacional que vai

desde a região Sul, passando pela Sudeste e Centro-Oeste até a região Nordeste,

com focos de maiores concentrações nas capitais e áreas litorâneas.

Podemos constatar essa urbanização das regiões brasileiras, também

observando a Tabela 2 que são dados do Censo de 2000, onde a região Nordeste,

por exemplo, a menos urbanizada, apresentou o índice de 69% de população

urbana, contra 26,4% em 1940.

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Tabela 2 BRASIL: índice de urbanização por região (%)

Região 1950 1970 2000 Sudeste 44,5 72,7 90,5 Centro-Oeste 24,4 48,0 86,7 Sul 29,5 44,3 80,5 Norte 31,5 45,1 69,7 Nordeste 26,4 41,8 69,0 Brasil 36,2 55,9 81,6

Esse fato pode ser facilmente explicado, uma vez que, a colonização do Brasil

se inicia pelo litoral nordestino e com o desenvolvimento e mudança das atividades

econômicas vai se expandindo em direção a outras áreas. A densidade urbana, é

assim a medida dos fluxos econômicos inter e intra-regionais que a região comporta,

capazes de alavancar um processo de realimentação do adensamento do lugar

central estruturante dessa dada região (MONTE-MÓR, 2004). Como a exploração do

ouro, que tem como ponto específico a região Sudeste indo em direção ao Centro-

Oeste. Já a cafeicultura que se desenvolve também no Sudeste mas segue em

direção Sul. E mais tarde a indústria que é o ponto forte da urbanização brasileira se

desenvolve primeiramente em São Paulo e Rio de Janeiro. onde ocorre um fluxo

migratório muito grande, como nos mostra os mapas da Figura 2, principalmente de

trabalhadores rurais nordestinos, em direção ao Sudeste, para transformarem-se em

trabalhadores do setor industrial, faz com que essa região tenha a maior

concentração populacional urbana do país.

Figura 2: Fluxo Migratório a partir da década de 1960

Fonte: Adap SANTOS R.B.Migrações no Brasil. São Paulo:Scipione,1994.

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Mais tarde com a desconcentração da indústria e a expansão da mesma para

outras áreas, ocorre então um aumento populacional também em outras regiões

como podemos constatar na Figura 1.

Sendo assim, podemos dizer que hoje o espaço nacional, como também o

mundial, é predominantemente urbano. Mas isso não foi sempre assim, como vimos

durante muito tempo à população rural foi superior a urbana, essa mudança se deve

em especial, ao processo de industrialização que ocorreu de forma diferenciada na

maioria dos países e também nos Estados e Municípios brasileiros.

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

realizada no ano de 2010, a população paranaense é de 10.439.601 habitantes,

sendo que 85,3% é população urbana, mesmo assim a população rural, apesar de

reduzida com a migração campo-cidade, é bastante significativa e distribuída

espacialmente de maneira desigual pelas áreas rurais do estado. Em geral, a

população rural está concentrada em municípios pequenos e médios, onde a

economia agrícola tem importância significativa.

2 A História de Toledo

O Município de Toledo, onde está localizado o Bairro Jardim Coopagro, possui

uma superfície territorial de 1.198,607 km2 e está localizado entre as coordenadas

geográficas de 24°42′ 50″ latitude S, 53°44′34″ longitude 0, em uma altitude de 547m

situado na Região Oeste do Estado do Paraná, fazendo divisa com os seguintes

municípios: NORTE: Maripá e Nova Santa Rosa; SUL: Santa Tereza do Oeste e São

Pedro do Iguaçu; LESTE: Assis Chateaubriand, Tupãssi e Cascavel e OESTE:

Quatro Pontes, Marechal Cândido Rondon e Ouro Verde do Oeste, conforme a

Figura 3.

8

Figura 3: O Município de Toledo

FONTE: IPARDES/Base Cartográfica ITCG (2010)

É uma área de colonização recente. Sua efetiva ocupação deu-se nas

décadas de 1940 e 1950. Sendo que a partir da década de 1970 o Estado começa

investir no município, que passa a se desenvolver muito mais na questão econômica

e conseqüentemente urbana.

Segundo registros precisos, foi em 27 de março de 1946 que as primeiras

famílias de colonizadores chegaram por aqui e lançaram acampamentos. A

identificação oficial de "Toledo" deu-se posteriormente, numa opção entre Toledo X

Cristo Rei X Brasiléia. Mas registros de 1905 e 1906 atribuem vínculo ao nome de

"Pouso Toledo", recanto de descanso de tropeiros ao longo de uma picada utilizada

para transporte de produtos, especialmente da erva-mate, comercializados por

estrangeiros que possuíam glebas na região oeste do Estado do Paraná, onde o

Município de Toledo está inserido.

A história registrou como primeiras famílias de colonizadores as de Ruaro e

Dalcanale, as quais se incumbiram de arregimentar outras famílias gaúchas para

incrementar a colonização de Toledo, que se tornou município, sem antes ser

distrito, desmembrando-se do de Foz do Iguaçu pela Lei Estadual n° 790, de

14.11.1951, sancionada pelo Governador Bento Munhoz da Rocha Neto, e instalado

oficialmente em 14.12.1952, após proclamado resultado do pleito eleitoral de

09.11.1952.

No início da década de 1950, a região oeste paranaense passou a ser

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integrada pelos Municípios de Foz do Iguaçu, desmembrado do Guarapuava em

1914, e Guaraniaçu, Guaíra, Cascavel e Toledo, desvinculados de Foz em 1951, que

detinham extensa área territorial, caminhos mal traçados, comunicações deficitárias

e acessos precários a outros centros políticos. Por isso se constata que, a nossa

região caracteriza-se por uma colonização historicamente recente, pois dentre nós

se encontram, ainda, inúmeros pioneiros a testemunhar, de forma pormenorizada, o

surgimento do Município de Toledo,

Em 09 de junho de 1954 foi instalada a Comarca de Toledo e, em 20 de junho

de 1959, foi criada a Diocese de Toledo.

Toledo é um dos principais municípios do oeste do Paraná, por localizar-se

nas proximidades de Cascavel, acabou formando com esta cidade um eixo de

desenvolvimento agroindustrial que concentra diversas cooperativas e empresas do

ramo, devido, principalmente, às férteis e planas terras dessa região, que as tornam

uma das principais produtoras de grãos do estado.

Todo esse desenvolvimento foi dando origem a formação urbana atual do

Município e principalmente da cidade de Toledo, regulamentada pelo primeiro Plano

Diretor de Desenvolvimento Integrado estabelecido através da Lei n° 778/74 de 02

de Setembro de 1974 que regulamenta o crescimento urbano de Toledo através do

zoneamento, loteamento e normas de edificação. A partir desta lei, várias revisões

foram alterando os seus dispositivos. A última revisão do Plano Diretor é de 23 de

dezembro de 1993 através da Lei Complementar n° 3 que é a que está em vigor até

o dia de hoje. Lembrando que antes do primeiro Plano Diretor de Desenvolvimento,

a primeira referência sobre ordenamento territorial no município é a Lei n° 520 de 20

de Outubro de 1969 que cria normas para loteamentos e trata de: Vias de

Comunicação, Sistema de Águas Sanitárias, Áreas de Recreação, Locais de Usos

Institucionais e Proteção Paisagística e Monumental.

Com o desenvolvimento econômico e urbano é claro, ocorreu um aumento

demográfico, principalmente devido as migrações de pessoas de outras cidades,

estados e regiões do Brasil que vinham em busca de um lugar novo e promissor

para construir sua vida. Assim Toledo teve um rápido crescimento populacional,

comprovado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através dos

Censos demográficos, como podemos observar na tabela 3:

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Tabela 3 - TOLEDO: População (mil)ANO HABITANTES

1960 24.959

1970 68.885

1980 81.282

1990 90417

2000 98.189

2010 119 353

Fonte:IBGE

Segundo análise comparativa do crescimento populacional no Paraná,

através do Censo de 2010, a população de Toledo foi um dos mais expressivos no

Oeste do Paraná, acima da média estadual e isso se reflete nos bairros, os bairros

mais centrais se mantiveram, mas nos bairros da periferia houve um crescimento

médio de 10 a 15%, como podemos observar na Tabela 4.

Ainda segundo o censo demográfico de 2010 (IBGE), o grau de urbanização

de Toledo é de 90,73 %, a densidade demográfica é de 99,71 hab./km² e o Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,827.

Todo esse desenvolvimento e aumento populacional proporcionaram um

crescimento urbano que acelerou o desenvolvimento dos bairros, principalmente dos

periféricos da cidade de Toledo, incluindo o Jardim Coopagro.

2.1 O Bairro Jardim Coopagro

O Bairro Jardim Coopagro, localiza-se no Oeste do município de Toledo,

abrangendo uma área com a seguinte delimitação: ponto inicial, no prolongamento

da Rua Guarani com a divisa dos lotes rurais nºs 55 e 56, pela qual segue até a

nascente da Sanga Jacutinga, desce pela mesma até a Rua João Orestes Ruaro,

pela qual segue até a divisa dos lotes rurais nºs 22 e 23, pelo qual segue até o Arroio

Marreco, sobe por este até a Avenida Ministro Cirne Lima e, por esta, até a Rua Ida

Becker, por onde segue até a divisa entre as quadras nºs 861 e 860 do Loteamento

Vila Becker e o lote rural nº 52, pela qual segue até a Rua Guarani e, por esta, até o

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ponto inicial acima descrito.

Figura 4: Área urbana de Toledo/Bairro Coopagro

Fonte: http://www.toledo.pr.gov.br/imagem/mapas/area_urbana.jpg.

O Bairro Jardim Coopagro apresentou um crescimento populacional,

econômico e urbano extraordinário na última década, até mesmo em relação aos

demais bairros da cidade, fazendo com que despertasse o interesse em estudar os

fatores que levaram a esse desenvolvimento e as alterações que essas

transformações provocam no espaço geográfico, bem como no cotidiano da

população que é parte integrante desse processo de (re) produção do espaço,

despertando-nos também o interesse em questionar sobre os agentes que

contribuíram para esse desenvolvimento

Esses agentes modeladores estão presentes em todos os espaços urbanos e

são responsáveis pelas transformações espaciais e funcionais das cidades e dos

bairros, mais especificamente, e para entendermos essas transformações ocorridas

na estruturação do espaço urbano “[...] devemos aprofundar o conhecimento de

quem são os agentes envolvidos na produção da cidade [...]” (GUIMARÃES, VIEIRA

E NUNES, 2005, p.283).

Segundo a Censo Demográfico feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) em 2010, o Bairro Jardim Coopagro conta com 8.705 habitantes

e teve um crescimento populacional de 85,09%

12

Dos 21 bairros que a cidade possui, ele ocupa o quarto lugar em quantidade

de habitantes, e se considerarmos separados o Bairro Jardim Europa e América ele

ocuparia então o terceiro, perdendo só para o Centro e para a Vila Pioneiro, a

primeira vila da cidade de Toledo, conforme podemos constatar na tabela 4.

Tabela 4- POPULAÇÃO DE TOLEDO POR BAIRROS – 2000/2007/2010BAIRRO POP/

2000

POP/

2007

POP/

2010

BAIRRO POP/

2000

POP/

2007

POP/

2010

VILA PIONEIRO 1.6729 16.914 17.348 JD. BRESSAN 2.341 2.836 3.105

CENTRO 1.0804 11.623 11.643 VILA OPERÁRIA 2.306 2.295 2.550

JD. EUROPA/AMERICA

8.143 10.076 11.688 JD.SANTA MARIA 1.742 2.086 2.544

JD. COOPAGRO 4.703 7.512 8.705 JD.LA SALLE 1.640 1.885 2.298

JD.PANORAMA 5.667 7.017 7.963 VILA BECKER 932 937 1.136

VILA INDUSTRIAL 5.549 6.111 6.389 JD.PARIZOTTO 842 927 943

JD. GISELA 5.125 5.854 6.576 BAIRRO TOCANTINS

761 918 1156

JD.PORTO ALEGRE

4.204 4.860 4.979 JD. INDEPENDÊNCIA

347 436 459

JD.SÃO FRANCISCO

3.192 4.634 5.661 VILA PINHEIRINHO

842 240 550

JD.CONCORDIA 3.931 3.882 4.383 CERÂMICA PRATA

135 155 32

JD.PANCERA 2.247 2.937 3.230

O nome Jardim Coopagro surgiu porque, hoje onde é a Faculdade Sul Brasil

(FASUL), a Indústria de Fios Ltda. (FIASUL) ) e a Cooperativa Agropecuária

Mouraoense (COAMO), na década de 70 havia a (COOPAGRO) Cooperativa

Agropecuária Mista do Oeste, que impulsionou a criação dos loteamentos que mais

tarde dariam forma ao bairro. Alguns anos depois esta cooperativa acabou indo à

falência, sendo que os poucos bens ainda restantes estão sendo leiloados para

pagar dívidas trabalhistas. Por estar próximo a esta cooperativa, o bairro passou a

ser chamado de Jardim Coopagro, sendo oficialmente fundado em 31 de março de

13

1983.

O Bairro Jardim Coopagro tem um diferencial em relação aos demais bairros

periféricos de Toledo, pois o mesmo apresenta um desenvolvimento industrial

considerável, no que se refere às pequenas e médias indústrias principalmente com

a instalação, que teve o apoio e incentivo da Prefeitura Municipal de Toledo e do

Centro Industrial Nilton Alberto de Castro Arruda. O bairro que já vinha crescendo

em população e extensão teve com a instalação desse centro industrial um

desenvolvimento maior ainda e também através de algumas indústrias maiores, até

mesmo de produção em escala internacional, que já se localizavam no bairro, como

é o caso da COAMO, a FIASUL e outras indústrias próximos ao bairro, como a Prati

Donaduzi.

Outro fator que também contribui para esse diferencial é a localização no

bairro de duas Universidades, a Faculdade Sul Brasil (FASUL) e a Pontifícia

Universidade Católica do Paraná (PUC) e em suas proximidades de mais duas

Universidades, a Universidade Paranaense (UNIPAR), a Universidade Estadual do

Oeste do Paraná (UNIOESTE).

Dentro desse contexto está havendo mudanças importantes nas

características da ocupação e na dinâmica social do bairro, uma vez que, o tipo de

atividade produtiva que está sendo expandido no bairro tem promovido a migração,

dentro do município e de outros municípios em direção ao Bairro Jardim Coopagro,

de diferentes grupos sociais.

O desenvolvimento industrial e a intensificação do setor de serviços e

comércio é um incentivo à expansão do operário industrial e a vinda de pessoas cujo

nível de renda mensal e o de escolaridade são compatíveis com o de segmentos

médios da sociedade. Assim o Bairro Jardim Coopagro vem ganhando nova forma e

função, passando a representar outros agentes econômicos e sociais presentes

nesse processo de (re) produção do Espaço Geográfico.

O Bairro Jardim Coopagro, além das empresas comerciais, prestadoras de

serviços e industriais é possuidor de estabelecimentos públicos, como: duas escolas

municipais, um Colégio Estadual, um Posto de Saúde, duas Creches, um Ginásio de

Esportes, um Campo de Futebol Sintético, um Restaurante Popular um Centro de

14

Revitalização do Idoso e um Centro da Juventude que está sendo construído com

recursos provenientes do Paraná Urbano.

3 O desenvolvimento da pesquisa

Após o estudo teórico, a discussão dos textos e mapas e a interpretação dos

mesmos realizados em sala, os alunos fizeram passeios no contra turno, pelo bairro

Jardim Coopagro.

Para a realização dessa atividade a turma foi divida em três grupos de dez

alunos, com itinerário definido anteriormente e em dias diferentes saímos para

observar e registrar tudo o que fosse considerado importante, claro que sob uma

nova visão, pois agora tinham um conhecimento maior sobre a questão da

urbanização e da própria história do bairro. Fizeram registro e anotações sobre o

espaço geográfico do bairro os quais socializaram e discutiram em sala de aula,

com todos os colegas, e para encerrar essa etapa foi feito cartazes e textos. É

interessante registrar aqui que, eles percorreram caminhos que percorriam todos os

dias (para ir à escola, Igreja, treino, mercado, etc.), mas agora eles conseguiam ver

o espaço geográfico percorrido diariamente com olhos críticos, analisando o que

estava correto, e devia ser mantido e o que estava incorreto, devendo urgentemente

buscar uma solução.

Em um segundo momento foi distribuído para cada aluno 10 fichas de

pesquisa que deveriam fazer com os moradores, a entrevista também foi feita com

industriários e agente imobiliário. Nessas entrevistas foram observados vários

aspectos entre eles a ação da administração municipal que é um dos agentes

moderadores do espaço que age no bairro.

Após a tabulação dos dados coletados e análise dos mesmos chegamos às

conclusões a seguir.

Foram entrevistados 286 moradores em pontos diferentes do bairro, desses

160 migraram de outros bairros de Toledo, 82 são oriundos de outros municípios do

Estado do Paraná, 38 vieram de outras unidade da federação e 6 vieram de outro

país (Paraguai).

15

Notamos, então que a maior parte dos entrevistados se deslocaram de outros

bairros de Toledo em direção à Coopagro e isso se confirma também quando foram

indagados sobre o motivo que os levaram a virem morar no Bairro, 77 vieram por

causa do trabalho, 45 consideraram os valores dos imóveis acessíveis na época, 70

entrevistados responderam que, o que os levou para o bairro foi a casa própria, 58

vieram porque já tinham família que morava no bairro e 56 moradores reponderam

que escolheram o bairro por considerar um lugar bom para morar.

Podemos perceber então que os motivos que os levaram a morar no bairro

Jardim Coopagro se diverge, mas caminham para o mesmo sentido que é o

desenvolvimento e o crescimento do bairro no que se refere às indústrias, à

implantação dos projetos de casa própria do município em parceria com o governo

Federal e a Caixa Econômica.

Nos domicílios entrevistados moram 722 pessoas com mais de dezesseis

anos e dessas 307 trabalham no bairro, ou seja um percentual de aproximadamente

43%, considerando que a contagem da população total do Bairro em 2007 era de

7.512 habitantes esse percentual equivale a aproximadamente 4,1% da população

total que trabalham no bairro. Isso vem a confirmar a questão sobre o por que de

morar no bairro, onde 27% reponderam por causa do emprego.

Em relação ao meio ambiente foi feito uma pergunta de resposta múltipla

sobre o tipo de poluição que encontram no bairro e 108 moradores responderam a

poluição sonora, apesar de Toledo ter vários meios de comunicação, a utilização de

carros de propaganda é muito comum e isso acaba incomodando, 98 foi a poluição

atmosférica, essa causada principalmente por indústrias já citadas, como é o caso

da FIASUL e da I-Ried e também foram contempladas com 67 respostas a poluição

do solo (nesse caso foi considerado lixo espalhado pelo bairro), apesar do bairro ter

três vezes por semana a coleta de lixo e também vários catadores de lixo útil é muito

comum encontrarmos lixo espalhado principalmente pelos terrenos baldios; 60

escolheram a poluição visual (propagandas e outdoors) e 46 a poluição hídrica,

considerando que o bairro faz limite com o rio Marreco e também tem em suas

proximidades a sanga Cerro Corá.

O relacionamento social dos moradores foi abordado por duas questões,

sendo uma sobre o conhecimento e o relacionamento com os vizinhos, onde 262,

responderam que conhecem e se relacionam bem com seus vizinhos e 24

16

responderam que não conhecem os vizinhos. A outra questão de múltipla resposta

foi sobre os lugares que frequentam no bairro e 228 entrevistados frequentam

Igrejas (não foi caracterizado a religião nem a igreja), 138 Escolas, 130

Lanchonetes e bares, 112 frequentam a praça, sendo que ao lado do bairro

Coopagro tem uma praça que fica no BNH Tocantins e nas quinta-feiras tem feira do

produtor rural e é muito frequentada pela população da Coopagro, do Tocantins e de

outros bairros próximos. 108 responderam festas, 65 associações e 26 outros

ambientes sociais.

Percebemos, com esses dados o por quê de os entrevistados respondem

que o bairro é um lugar bom para morar, pois é justamento por causa da amizade e

do bom relacionamento entre as pessoas, das diferentes classes sociais que o

compõe.

Para verificar a ação do Estado, aqui representado pela administração

municipal que é responsável pela gestão das verbas pública, fizemos questões

também com múltiplas respostas sobre as mudanças que ocorreram no bairro nos

últimos anos e as respostas ficaram entre infraestrutura e saneamento básico

(asfalto, esgoto, agua, luz); crescimento do bairro; muitas construções particulares e

públicas; aumento da população; melhorias na educação e aumento dos empregos;

percebe-se que a população vê com bons olhos os investimentos públicos que a

administração municipal tem feito na construção de novos estabelecimentos públicos

como o caso do Centro de Convivência do Idoso, o restaurante popular e também o

centro esportivo da juventude que está em andamento, entre outras obras, só ficam

apreensivos em relação a manter funcionamento desses estabelecimentos.

Os entrevistados foram questionados também, com resposta de múltipla

escolha, a repeito dos pontos positivos e negativos que observam no bairro e aí

percebermos que às vezes há incoerência nas respostas, mas justamente porque

alguns tem acesso aos serviços públicos com maior rapidez e eficiência enquanto

outros por inúmeros motivos não os tem com tanta agilidade. Com esses dados foi

construída a tabela 5, que podemos observar abaixo.

17

Tabela 5: Pontos positivos e Negativos do Bairro Jardim Coopagro – 286 Entrevistados

Positivos Respostas Negativos RespostasEscola e Creche 70 Violência 71

Tranquilidade 59 Falta de Segurança 43

Lazer 51 Drogas 38

Trabalho 26 Barulho 33

Comércio 16 Roubos 20

Indústria 15 Posto de Saúde 19

Infraestrutura 13 Infraestrutura 11

Transporte 12 Poluição 9

Igrejas 12 Iluminação 6

Posto de Saúde 11 Lazer 5

Moradia 11 Fata de ocup.para menores 5

Desenvolvimento 5 Transporte 5

Observando os dados da Tabela percebemos que apesar de Escola e

Creches, Tranquilidade e Lazer terem sido escolhidas em primeiro como ponto

positivo, nos pontos negativos já foram escolhidos Violência, Falta de Segurança e

Drogas, e isso é facilmente compreensível, pois os problemas sociais do bairro vão

além da Escola, da Creche ou do lazer, são problemas que tem origem em uma

sociedade formada por famílias desestruturadas, com problemas de drogas e o

abandono de filhos por pais sem compromisso, claro que é uma pequena parcela da

população, mas o suficiente, para aliado à falta de segurança que deveria ser

proporcionada com maior eficiência pelo poder público, gerar muitos problemas de

violência que afeta não só o Bairro Jardim Coopagro, mas também outros bairros da

cidade, da mesma forma que os problemas dos outros bairros, acabam também

afetando o Bairro Jardim Coopagro.

Analisando então toda a entrevista feita com os moradores foi constatado que

em relação à mão de obra podemos dizer que a maioria da população encontra-se

ocupada com emprego fixo, sendo que destes uma grande parte é absorvida pelas

próprias indústrias, comércios e estabelecimentos públicos como: escolas, centro de

convivência de idosos, restaurante popular, creches existentes no bairro.

18

Em relação ao comércio, tem quase tudo o que se precisa, não necessitando

de sua população se deslocar ao centro para as compras, uma vez que há

supermercado e vários mercados pequenos, várias farmácias, panificadores, posto

de gasolina, lojas de variedades, fábrica de móveis e de roupas, loja de móveis,

agropecuárias, prestação de serviços como oficinas mecânicas, chapeação, auto

elétricas, consertos de eletroeletrônicos, metalúrgicas, etc., barbeiros, salão de

beleza, lojas de roupas, bares e lanchonetes, sorveterias que são uma das poucas

opções de lazer do bairro.

Há um déficit em relação às instituições financeiras, pois o bairro só possui

um posto avançado da caixa econômica, instalada em um mercado e um caixa

eletroeletrônico do Banco do Brasil em outro. Os pagamentos de boletos, contas de

água e luz podem ser feitos, mas no caso dos aposentados, tem que se dirigir ao

centro da cidade para receber. Isso faz com que haja um aumento no fluxo de idosos

se utilizando do transporte público nos períodos de recebimento de aposentadorias,

o que muitas vezes é motivo de reclamações por parte de motoristas, das outras

pessoas que utilizam os ônibus e os próprios idosos, uma vez que eles têm passe

livre e nesse caso acabam congestionando alguns horários.

São poucas as opções de lazer do bairro, se resumindo a bares, lanchonetes,

as festas no salão paroquial, não só da Paróquia São Francisco de Assis, mas

também das escolas e das várias associações do bairro. A praça no BNH Tocantins

que possui uma academia ao ar livre e como já foi citado há também nessa mesma

praça nas quintas-feiras uma feira do produtor rural que atende a população da

grande Coopagro, do BNH Tocantins e arredores, não só para a compra dos

produtos, mas também como lazer, pois as pessoas se reúnem para comer lanches,

pasteis, espetinhos, tapiocas, etc. Lembrando que essa feira ocorre também no

centro da cidade e em alguns bairros em outros dias da semana.

Com relação à religiosidade, o bairro é sede da Paróquia São Francisco de

Assis, que se situa no antigo Coopagro e da capela Nossa Senhora de Fátima, cujo

templo está em construção, localizado no loteamento Fachini e também possui

várias igrejas não católicas.

Quanto à entrevista com os industriários, encontramos dificuldades, pois a

maioria não demonstraram interesse em responder ao questionário, sendo que nem

mesmo devolveram o questionário que foi deixado na empresa, mesmo depois de

19

muita insistência.

Mas mesmo com essa dificuldade, constatamos que a instalação, com o

apoio e incentivo da Prefeitura Municipal, do Centro Industrial Nilton Alberto de

Castro Arruda é um aspecto importante no bairro, pois como colocaram os próprios

industriários as fábricas ali instaladas tem que seguir algumas normas,

estabelecidas por lei municipal.

Através dos poucos questionários devolvidos concluímos que o motivo de se

estabelecerem no bairro é realmente a existência do Centro Industrial, onde há a

viabilidade para a instalação dos estabelecimento industriais, constatamos que a

maior parte da produção dessas empresas se destina ao mercado interno do

município, mas também regional, nacional e até mesmo para outros países como é o

caso da Prati Donaduzzi e também da Fiasul, um outro fator, é que na sua maioria

os funcionário são oriundos do próprio bairro, confirmando pesquisa anterior, essas

empresas também participam do desenvolvimento do bairro não só através da

geração de empregos, mas também através de contribuições sociais, como cursos

para mulheres, jovens e adolescentes, palestras, etc.

Portanto esse centro industrial veio proporcionar um desenvolvimento ainda

maior ao bairro, que já vinha crescendo em população e extensão, mas que a partir

da instalação do mesmo e também de outras indústrias maiores estabelecidas a

mais tempo no bairro como: a COAMO (Cooperativa Agropecuária Mouraoense), a

FIASUL (Indústria de fios Ltda), a FASUL (Faculdade Sul Brasil) e próximas ao bairro

como: a Prati Donaduzi, o mesmo vem recebendo maiores investimentos pelo poder

público. É o caso do término do asfaltamento, a construção atual da rede de esgoto,

do restaurante popular, que atende não só a população do bairro, mas também de

outros lugares, o centro de convivência e revitalização da terceira idade, cuja

instalação foi muito importante, pois dá um atendimento muito especial e particular

aos idosos, melhorando em muito a qualidade de vida dos mesmos. Há também o

posto de saúde que antes atendia somente em horário comercial e agora tem um

atendimento plantão de 24 horas, muitas vezes não atende por “falta” de médico,

mas a proposta é para que funcione como um mini-hospital.

O Bairro também possui uma unidade do CRAS (Centro de Referência e

Assistência Social), órgão vinculado à Secretaria de Assistência Social do Município,

que presta assistência às pessoas e/ou famílias que se encontram em situação de

20

vulnerabilidade social. Além do Colégio Estadual Novo Horizonte – Ensino

Fundamental e Médio, onde acontecerá a implementação desse projeto, o bairro

conta com duas creches e duas escolas municipais que atende a educação infantil e

as séries iniciais do ensino fundamental, a Escola Municipal Carlos Friedrich e a

Escola Municipal Waldir Becker construída a três anos e que funciona em horário

integral, resultado dessa expansão do bairro e também dos investimentos públicos

nos espaços físicos, objetivando a melhoria na qualidade de vida.

É claro que mesmo assim a qualidade de vida no bairro deixa muito a

desejar, pois apesar do Governo Municipal, enquanto órgão administrador das

verbas públicas, estar construindo essas obras, os atendimentos e a

funcionabilidade das mesmas não acontecem na mesma competência de sua

construção. São inúmeras as reclamações da população em relação ao atendimento

público, não só no bairro Coopagro, como também nos outros bairros da cidade, e

do município como um todo. Outro fator, já citado anteriormente, de muita

reclamação é em relação à segurança pública, que também é precária, tanto nas

escolas, quanto na comunidade. É claro que ela acontece, até de maneira eficiente,

mas o contingente populacional é muito para a quantidade de viaturas e policiais

disponíveis.

Ao invés de 219 homens como previa a lei de instalação do 19° Batalhão da Polícia Militar em Toledo, um efetivo de apenas 86 homens... Toledo tem menos policiais do que Marechal Cândido Rondon... Isso significa que no município hoje há um PM para cada 1349 habitantes, defasagem de pelo menos 65%... (Jornal Gazeta Mundial, 27/02/2010).

Os problemas com drogas, violência e roubos afetam o bairro Coopagro

assim como os outros bairros e existe a necessidade de uma política social voltada

para o atendimento desses jovens, no sentido de prevenir, como também dar

assistência aos que já se encontram envolvidos com a criminalidade e as drogas. O

Jornal Gazeta Mundial do dia 28/03/2010, traz uma reportagem sobre “A idade dos

adolescentes envolvidos em crimes no Município” que é cada vez menor. Essa

mesma reportagem traz além de outras informações sobre a quantidade de crimes

ocorridos no período compreendido entre 2001 e 2007, as infrações ocorridas e

registradas nos bairros de Toledo, mostrando que o Bairro Coopagro teve acréscimo

21

em seu índice de violência no referido período: 2001 teve 13 casos, 2002 15, em

2003 teve uma queda para 3 casos, para depois subir chegando a 2007 com 23

casos, sendo, em grupo de oito bairros, o segundo em infração. Mas como coloca a

professora Zelimar, na referida reportagem “Os casos estão disseminados pela

cidade. Há uma concentração de casos em um ou dois bairros, porém os números

não estão distantes. Precisamos saber quais são as circunstâncias com que estes

bairros favoreçam a aproximação dos adolescentes com o universo das drogas.”

Ao referendar a qualidade de vida, nos leva também a outro aspecto muito

importante para a mesma que é a habitação. O Bairro já contava com o loteamento

Britânia, aprovado pelo decreto 093/89, com 102 unidades habitacionais, que foi

financiado pelo Banco Nacional de Habitação (BNH) e outros loteamentos

particulares, mas para vencer o déficit habitacional a prefeitura criou o jardim

universitário, que atende um pequeno percentual da população, também foram

construídas unidades de habitação populacional dentro do programa “Minha casa

minha gente” em outros bairros, com o objetivo de atender o déficit populacional dos

bairros, como também da Coopagro, Em conversa informal com o coordenador do

Programa de Habitação do Município, Sr. Enio, ele colocou que, está em andamento

um projeto para construção no Bairro Coopagro de 244 unidades também dentro do

programa “Minha casa minha gente” que visa atender a população com renda entre

1 a 3 salários mínimos.

Recentemente a empresa FIASUL, já citada anteriormente, em convênio com

a Caixa Econômica Federal e aprovação do Município construiu um loteamento

denominado “Loteamento Fiasul”, com 80 lotes de 250 a 320 m2, onde já foram

construídas 62 casas de 32,96 m2, essas unidades são financiadas através da

Caixa aos então funcionários da Fiasul, os lotes foram comprados pela empresa em

leilão e são repassados para os funcionários interessados a um valor

convenientemente baixo.

O problema habitacional não termina aí, vários foram os loteamentos que se

desenvolveram dentro do bairro, nos últimos anos, como Santa Clara I, Fachini,

Cosme, Basso, Universitário, já citado e por último o loteamento Ledi.

Num primeiro momento a abertura desses loteamentos foi muito importante e

chamou a atenção da população do bairro e também do restante do município, pois

os valores e as condições de pagamento eram acessíveis. Como a valorização

22

imobiliária ocorria mais na parte antiga do bairro, esses novos loteamentos foram

sendo comprados por habitantes do bairro, mas também por pessoas de bairros

distantes e até mesmo de outros municípios, uma vez que Toledo recebe um grande

número de trabalhadores, dos pequenos municípios vizinhos, que nesse caso

passaram também a constituir a população toledense. Como vivemos em uma

economia de mercado, onde o que prevalece é a lei da oferta e da procura, com a

imensa procura pelos novos lotes urbanos, entra em cena a especulação imobiliária

com uma grande valorização destes.

Quando, no entanto, entra em questão o valor imobiliário e as possibilidades de retorno nesse campo, esse jogo de valorização-desvalorização passa a integrar as estratégias de rentabilidade do capital empregado no espaço. (Santos, 2002, p.112).

A entrevista com o agente imobiliário foi feita com o Senhor Hudson Paes

Pascoal, (CRECI 15618/F), corretor da empresa Pascoal imobiliária, situada no

bairro, em entrevista realizada no dia 05/02/2010, disse que no período de 2003 a

2008 houve uma valorização intensa dos imóveis, principalmente no bairro

Coopagro, chegando a subir 100% ao ano, já em 2009 a valorização foi bem menor

e a tendência é que a partir de 2010 aconteça uma estabilização, uma vez que o

Governo municipal vem através de convênio construindo e apoiando a construção

de várias unidades habitacionais, já citadas anteriormente, e que a própria empresa

que ele representa está também implantando um loteamento com no mínimo 40

unidades habitacionais que já estão sendo comercializadas através do

financiamento concedido pela Caixa Econômica Federal que beneficia as famílias

com renda até mais ou menos R$ 1.400,00, com um desconto de mais ou menos R$

17.000,00 no valor do financiamento. Para o senhor Hudson esses programas

habitacionais implantados pelo Governo Federal e também Municipal, vem contribuir

para suprir ainda mais o déficit populacional e também para frear o aumento no valor

dos imóveis através da especulação imobiliária.

Questionado sobre o por quê dessa valorização tão intensa nos lotes do

Bairro Coopagro. o Sr. Hudson, observou que a valorização, na análise dele, nesse

período não foi só urbana, mas também rural e não só dos terrenos, mas também de

alguns produtos agrícolas de exportação, como por exemplo o soja, cujo valor de

23

mercado é referencial muito negócios, lembrando que os loteamentos são oriundos

de áreas rurais, e também que a região do Bairro e no mesmo, tem várias indústrias

até de grande porte, e também três faculdades a FASUL (no bairro) a Unioeste e a

Unipar que são próximas, sem contar também na facilidade dos financiamentos para

a aquisição da casa própria, oferecidos pelo Governo Federal, através da Caixa.

Mesmo assim essa especulação imobiliária atualmente dificulta a aquisição

da casa própria por várias pessoas, devido à burocracia, levando muitos a alugarem

as casas ao invés de comprar o terreno e construir, aí temos que considerar também

a especulação imobiliária em relação à locação. Os valores das locações variam

para casas de um salário mínimo e para quitinetes 70% do salário mínimo. Ainda em relação à especulação, são várias as imobiliárias que atuam no

bairro, como a Pascoal Imóvel, já citada, que além de imobiliária tem também uma

empresa de materiais para construção, a Maximiza, Pontual, Panorama, Plena,

Ativa, Habita Bem, a Pacto entre outras.

4 Fundamentação Teórica

A sociedade contemporânea encontra-se em constante transformação, e as

referências à educação tem sido cada vez mais intensa. Nesse mundo globalizado e

competitivo em que vivemos cabe à educação não ser somente transmissora de

conhecimento, mas sim ser a alavanca principal de mudança social e de autonomia,

como coloca Vesentini (1999, p. 16) em relação à escola, onde a educação como um

todo acontece:

[...]a escola não é apenas uma instituição indispensável para a reprodução do sistema. Ela é também um instrumento de libertação... para aprimorar e ou expandir a cidadania, para desenvolver o raciocínio, a criatividade e o pensamento crítico das pessoas, sem os quais não se constrói qualquer projeto de libertação, individual ou coletivo.

Assim, o ensino da Geografia deve contribuir para que essa educação, como

ação transformadora do educando ocorra, uma vez que o objeto de estudo da

Geografia é o espaço geográfico, produzido e apropriado pela sociedade e segundo

Diretrizes Curriculares de Geografia da Educação Básica do Estado do Paraná,

“para a formação de um aluno consciente das relações socioespaciais de seu

24

tempo, o ensino de Geografia deve assumir o quadro conceitual das abordagens

críticas dessa disciplina, que propõem a análise dos conflitos e contradições sociais,

econômicas, culturais e políticas, constitutivas de um determinado espaço”. (2008, p.

53).

Portanto, é importante conhecermos o espaço geográfico (lugar) onde

vivemos, para compreendermos como se dá essas relações de conflitos e

contradições, como coloca Souza (2003, p. 22), “Entender corretamente a cidade e

as causas de seus problemas é uma condição prévia indispensável à tarefa de se

delinearem estratégias e instrumentos adequados para a superação desses

problemas”.

De acordo com (CARLOS, 2008, p. 32), “Refletir hoje sobre a cidade no Brasil

significa pensá-la enquanto materialização do processo de “urbanização

dependente”, em que as contradições emergem de modo mais gritante, e a

acumulação da riqueza que caminha pari passu com a miséria, leva a um tipo de

reivindicação diferenciada, se comparada àquelas emergentes nos países ditos

desenvolvidos”.

A cidade passa gradativamente a ter uma importância maior a partir de

meados do século XIX, com a Revolução Industrial, onde boa parte das atividades

realizadas no campo e novas atividades passam a ser realizadas na cidade.

Fazendo com que esta se torne, muitas vezes, esse espaço de disputa, pois a

população que ora vivia praticamente no campo, começa buscar as atividades fabris

nas cidades.

Segundo Sposito:

A cidade é, particularmente, o lugar onde se reúnem as melhores condições para o desenvolvimento do capitalismo.(...) reúne qualitativa e quantitativamente as condições necessárias ao desenvolvimento do capitalismo, e por isso ocupa o papel de comando na divisão social do trabalho. (1989, p. 64).

O espaço geográfico urbano se torna o principal centro do sistema Capitalista.

As cidades vão sendo ocupadas conforme as atividades nela realizadas, conforme

Carlos:

25

A cidade enquanto construção humana, produto social, trabalho materializado, apresenta-se enquanto formas de ocupações. O modo de ocupação de determinado lugar da cidade se dá a partir da necessidade de realização de determinada ação, seja de produzir, consumir, habitar ou viver. (2008, p.45).

A industrialização figura como um fator-chave que desencadeou profundas

modificações na produção do espaço metropolitano no Brasil do século XX. O

campo ou a não-cidade se integrou à indústria e aos produtos de consumo dessa

indústria. O tecido urbano vem proliferando enquanto conjunto das manifestações do

predomínio da cidade sobre a não-cidade (LEFEBVRE, 1999).

Portanto, a urbanização pode ser entendida como um processo que resulta

principalmente da organização das atividades produtivas e da distribuição espacial

da população (LIMONAD, 2008),

De acordo com Farret e Schmidt (1986, p. 7) a indústria acelera o processo

de urbanização, sendo que

A hegemonia do setor industrial, um desdobramento do chamado “modelo de substituição das importações”, leva à aceleração do processo de urbanização, fenômeno que, diga-se de passagem, já apresentava suas primeiras manifestações nos anos que se seguiram à Revolução de 1930.

Diante desses aspectos a cidade cresce em extensão e população,

fragmentada e articulada, de acordo com os interesses do capitalismo através,

principalmente, dos donos da produção, que são praticamente responsáveis pela

desigualdade social que se instala nas mesmas.

Esse contexto nos apresenta um problema gerado pelo aumento da

população, uma vez que esta necessita além do emprego, moradia e demais infra

estruturas implantadas pelo poder público.

Um desses problemas é a especulação imobiliária, que gera um aumento

muito grande no valor dos imóveis, valorizando-os em algumas vezes de forma até

irreal, tornando o espaço uma mercadoria das mais valiosas, onde quem tem maior

poder aquisitivo poderá adquirir o melhor espaço, ou seja, melhor localizado, como

afirma Lefebvre (Apud CARLOS, 1999, p.175), “[..] não se vendem mais objetos,

tijolos ou habitações, mas cidades.” Essa especulação e consequente valorização

26

do espaço determinam, na maioria das vezes, o nível social das pessoas que se

estabelecem em determinados bairros.

A cidade cresce em extensão e população, fragmentada e articulada, de

acordo com os interesses do capitalismo através, principalmente, dos donos da

produção, que são praticamente responsáveis pela desigualdade social que se

instala nas mesmas.

A (re) produção do espaço urbano é marcada pelas ações de agentes

concretos que agem de maneira desigual, visando uma acumulação do capital.

Corrêa (2003) identifica como agentes sociais envolvidos na produção do espaço

urbano: os proprietários fundiários e dos meios de produção, os promotores

imobiliários, o Estado e os grupos sociais excluídos. A presente pesquisa dará

destaque para os seguintes agentes: o estado, os promotores imobiliários e os

proprietários – aqui representado pelos industriais.

O Estado atua na organização espacial da cidade, através da implantação

dos serviços públicos. Os Promotores Imobiliários são um conjunto de agentes que

realizam, parcial ou totalmente, as seguintes operações: incorporação,

financiamento, construção e comercialização do imóvel. Os Proprietários dos meios

de produção (industriais), em razão da dimensão de suas atividades são os grandes

consumidores do espaço, necessitando de terrenos amplos e baratos, que

satisfaçam os requisitos pertinentes a atividades de suas empresas.

5 Considerações Finais

A história da formação do bairro com sua expansão econômica reflete uma

realidade socioespacial do município, pois os bairros não estão desvinculados dos

aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais do espaço onde estão inseridos.

Ao analisarmos o bairro é necessário considerar, entre outros aspectos, as

desigualdades sociais e econômicas, as atividades econômicas e suas inter-

relações, o uso do solo, a especulação imobiliária, bem como a industrialização e a

urbanização.

Considerando todos esses aspectos relacionados acima, constatamos que os

agentes modeladores do espaço social urbano estão impactando o Bairro Coopagro.

O Estado pela falta de serviços para atender a população local, (segurança,

27

transporte, atendimento médico-dentário e assistência social) e quando tem esse

serviço, o atendimento não é de qualidade. Quanto aos Agentes Industriais

constata-se a relação com o bairro através da inerente lógica capitalista que se

confronta com os interesses da população, especialmente o valor dos salários e as

condições de trabalho. O setor imobiliário tem imposto um valor dos preços dos

imóveis que não é do alcance da maioria da população. No conjunto da analise dos

três agentes modeladores deste espaço urbano, nota-se a convergência das ações

dos mesmos em detrimento à qualidade de vida dos moradores.

Este trabalho foi muito relevante, pois trouxe para a discussão na sala de

aula, o espaço geográfico local, o cotidiano do aluno, onde ele vive e está inserido,

também como agente transformador desse espaço geográfico e foi muito

gratificante quando ele (aluno) conseguiu se ver dentro desse contexto de (re)

produção e não mais como um espectador de sua própria realidade social.

Além disso tivemos dois momentos importantes para socializar este trabalho.

Um primeiro momento foi a discussão do projeto e também parte de seu resultado

com colegas da rede estadual de educação do Estado do Paraná, através do GTR

(Grupo de Trabalho em Rede). E em um segundo momento a oportunidade de

trabalhar o mesmo, também colegas de Geografia da rede Estadual em um Curso

presencial de Geografia do Departamento de Educação Básica do Paraná

denominado “Itinerante”, no Núcleo de Toledo-Pr, onde os professores ficaram muito

interessados e satisfeitos em discutirem um assunto que faz parte da realidade de

todos: o bairro.

Por isso, a importância desse trabalho para, posteriormente, se realizar um

estudo que venha trazer respostas à população, sobre as mudanças ocorridas em

seu bairro e que nem sempre são favoráveis a todos os moradores. Pois os

interesses não são os mesmos, por exemplo, nem sempre o que atende ao

interesse dos moradores também atende ao dos industriais. O espaço urbano,

segundo Corrêa, (1993, p.6) “Pode ser abordado a partir da percepção que seus

habitantes ou alguns de seus segmentos têm dele e de suas partes”.

28

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