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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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Universidade

Estadual

de Londrina

Secretaria de Estado da Educação

Programa de Desenvolvimento Educacional - SEED

ÉMIRSON MARINO

A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NAS AÇÕES DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

LONDRINA

2010

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ÉMIRSON MARINO

A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NAS AÇÕES DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Caderno Pedagógico apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), idealizado e mantido pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED/PR), em convênio com as Instituições Públicas de Ensino Superior (IES), aqui representado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Orientador: Professor Nelson Fernando Inforzato.

LONDRINA 2010

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Ao Senhor Deus, porquanto Dele tenho alcançado bondade e misericórdia, durante todo o tempo da realização deste trabalho. Posso dizer que para esta empreitada foi necessária muita coragem, no

enfrentamento dos grandes desafios, mas sentindo o doce prazer das novas conquistas, onde doei parte da minha vida. À minha esposa Dorcas e às minhas filhas Talita, Thaís e Tauana, a toda minha família, que tantas alegrias me proporcionaram. Em especial, à Thaís, pois como filha dedicada, se sujeitou à total digitação e

formatação do trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Ao professor Dr. Nelson Fernando Inforzato, pela confiança, apoio e disposição em

me orientar neste trabalho.

Aos professores do IES e colegas, principalmente dos encontros específicos, onde

compartilhamos alegrias e tristezas nos momentos em que estivemos juntos.

Aos coordenadores do PDE; pelo apoio disponibilizado em especial aos

professores do CRTE e da Equipe de Ensino do NRE de Londrina.

A todos que contribuíram direta ou indiretamente para que este trabalho fosse

realizado.

A todos estes, minha gratidão.

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“No que resta – ainda esplendor – da Mata Atlântica

Apesar do declínio histórico, do massacre

De formas latejantes de viço e beleza.

Mostra o que ficou e amanhã – quem sabe? acabará

Na infinita desolação da terra assassinada

E pergunta: „Podemos deixar

Que uma faixa imensa do Brasil se esterilize,

Vire deserto, ossuário, tumba da natureza?‟ ”

Carlos Drummond de Andrade

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MARINO, ÉMIRSON, A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NAS AÇÕES DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL. 2010.

CADERNO PEDAGÓGICO (PDE - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL) - SECRETARIA

ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ E UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA.

RESUMO

Este trabalho relata uma investigação sobre a possibilidade de se utilizar a

Educação Matemática como forma de viabilizar ações de preservação

ambiental.

O presente trabalho prioriza a pesquisa na comunidade, como forma

norteadora de ações possíveis na construção da consciência ambiental,

utilizando a tendência da Educação Matemática como meio de tornar o “fazer

matemática” um sentido social que possibilite a aprendizagem ser mais

significativa.

Visando mostrar a importância da Educação Ambiental, apontamos para ações,

por meio da escola e garantias de lei. Também apresentamos os graves

problemas causados pelo homem, as respostas catastróficas da natureza, e

possíveis medidas minimizadoras em favor da vida.

O caderno contempla a Resolução de Problemas com base em Escrituras

rurais. A Investigação Matemática, focando planejamento do plantio de mudas;

e a Modelagem Matemática no dimensionamento de lotes rurais.

No primeiro capítulo temos uma introdução ao assunto, destacando o papel

social da escola, anexada ao saber cultural. No segundo as considerações

teóricas, com definições dos objetos de estudo, tanto da Matemática quanto da

ecologia e coisas do gênero. No terceiro, as considerações metodológicas e

estratégias de ação nas questões e exercícios trabalhados. No quarto, rápidas

considerações finais.

O estudo foi desenvolvido no sentido de apontar ferramentas que podem

favorecer todo processo ensino e aprendizagem de Matemática, quando ligada

às questões ambientais, pela promoção de reflexões e mudanças na prática

pedagógica

Palavras-chaves: Educação Matemática, Meio Ambiente, ensino e aprendizagem

de Matemática, Resolução de Problemas, Investigação, Modelagem Matemática,

Escrituras, Memorial Descritivo.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I

1 Introdução................................................................................................................9

CAPÍTULO II

2 Considerações Teóricas........................................................................................11

2.1 Um pouco da História da Matemática......................................................11

2.2 O Ensino de Educação Matemática.........................................................12

2.3 Resolução de Problemas.........................................................................13

2.4 Investigação Matemática .........................................................................17

2.5 Modelagem Matemática..........................................................................19

2.6 Educação Ambiental................................................................................24

2.6.1 Ação na Escola ............................................................................25

2.6.2 Legislação associada..............................................................................26

2.7 Consequências da Ação do Homem........................................................27

2.7.1 Aquecimento Global/ “Efeito Estufa”.............................................30

2.7.2 A Questão da Água.....................................................................31

2.7.3 Eventos da Natureza...................................................................32

2.8 Medidas recomendadas.........................................................................33

2.8.1 Prefixar adequadamente a água...............................................33

2.8.2 Eficiência doméstica..................................................................34

2.8.3 Eficiência dos fornecedores......................................................34

2.8.4 Eficiência na agricultura............................................................35

2.8.5 Reaproveitamento.....................................................................36

2.8.6 Dessalinização..........................................................................36

2.8.7 Comércio...................................................................................36

2.8.8 Técnicas tradicionais.................................................................36

2.8.9 Dieta vegetariana......................................................................37

2.9 Estimativa de custo para salvar a Terra.................................................39

2.10 Consciência ecológica..........................................................................41

2.11 Ecossistemas no Brasil..............................................................43

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2.11.1 Amazônia................................................................................43

2.11.2 Mata Atlântica..........................................................................44

2.11.3 Pantanal..................................................................................44

2.11.4 Manguezais.............................................................................45

2.12 Unidades de preservação.....................................................................45

2.12.1 Parques Nacionais..................................................................45

2.12.2 Reservas Biológicas................................................................46

2.12.3 Estações Ecológicas...............................................................46

2.12.4 Florestas Nacionais.................................................................46

2.12.5 Áreas de Proteção...................................................................46

2.12.6 Reservas Extrativistas.............................................................47

2.13 Unidades de conservação do Paraná...................................................47

2.14 O Ensino de Geometrias......................................................................49

2.14.1 Geometria Euclidiana..............................................................50

2.14.2 Geometria Não-Euclidiana......................................................50

2.14.3 Geometria Plana.....................................................................51

2.14.4 Geometria Espacial.................................................................52

2.14.5 Geometria Analítica.................................................................52

2.15 Cartografia............................................................................................53

2.15.1 Topografia...............................................................................54

2.15.2 Geodésia.................................................................................68

2.15.3 Fotogrametria..........................................................................68

CAPÍTULO III

3 Considerações Metodológicas e Estratégias de Ação...........................................69

3.1 Metodologia..............................................................................................69

3.2 O primeiro ato..........................................................................................70

3.3 Investigando propriedades rurais na nossa região...................................75

3.3.1 Algumas considerações..............................................................85

3.4 Escrituras Públicas de Compra e Venda..................................................86

3.4.1 Algumas considerações..............................................................93

3.5 Estudando o plantio da Mata....................................................................93

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CAPÍTULO IV

4. Considerações Finais.........................................................................................106

4.1 Apêndices .............................................................................................107

4.1.1 Apêndice A – Breve resumo das 17 Leis Ambientais..............107

4.1.2 Apêndice B – Lei das Florestas...............................................109

4.1.3 Apêndice C – Breve História da descoberta e ocupação do

continente americano........................................116

4.1.4 Apêndice D – Breve linha do tempo da História do Brasil.......120

4.1.5 Apêndice E – O Caminho do Peabiru......................................150

4.2 Referências Bibliográficas....................................................................152

4.3 Sites.....................................................................................................159

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CAPÍTULO I

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1. Introdução

Este trabalho visa o ensino e aprendizagem por meio de

metodologias de pesquisa em Educação Matemática e Escola, articuladas às

Questões Ambientais.

Sabemos que estudos da aplicabilidade dos currículos nos levam

a pensar que questões de ordem social e econômica, atreladas ainda a

diversidade cultural, são itens que fogem do nosso controle; no entanto, a chave

da formação do nosso educando é ser estimulado à reflexão que pode levá-lo à

construção do conhecimento, culminando com a formação de um sujeito crítico

e solidário. Evidentemente que esse nosso aluno tem que ter profunda

compreensão da sua condição como sujeito, dentro do processo histórico que

está inserido.

Nesse nosso trabalho será dado bastante destaque ao estudo

das Geometrias, que é contemplada no currículo escolar, e que leva os alunos a

serem desafiados a representações sistematizadas de situações cotidianas, o

que torna a participação do aluno mais significativa.

Terá assim a oportunidade de ver que a Matemática está, de

alguma forma, em tudo que se pode pensar, inclusive com grande ênfase, nas

questões ambientais.

Observará várias coisas ligadas à existência do ser humano que

habita este planeta “esférico”, mas que nos estudos de suas formas, várias

coisas podem ser associadas.

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Buscamos mais articulações entre temas da Matemática a serem

trabalhados, por metodologias mais palpáveis, no processo educacional,

propiciando também a formação de valores e atitudes. Na educação Matemática

algumas tendências serão contempladas.

Este estudo apresenta-se como um caminho possível para ajudar

na reflexão e formulação de conjecturas, no âmbito da prática pedagógica,

tendo como meta a possível formulação plena de educando que, não só respeita

o meio ambiente, mas que possa educar outros.

O trabalho foi organizado em capítulos.

No primeiro capítulo apresentamos as considerações iniciais,

ressaltando a pesquisa, com seus objetivos e o que justifica o estudo.

No segundo capítulo há algumas considerações de natureza

histórica e teórica. Questões da Matemática (em vários ramos), questões

Ambientais, a Cartografia e Escrituras Públicas.

No terceiro capítulo apresentam-se estratégias de ação, com

questões associadas à Resolução de Problemas, bem como, à colonização da

nossa região e a parte Topográfica associando Escrituras Públicas e

demarcações de áreas de Preservação.

No quarto e último capítulo apresentamos algumas

considerações finais, deste estudo, carregadas de reflexões sobre a prática

pedagógica, bem como, caminhos alternativos.

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CAPÍTULO II

CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS

2. Introdução

Neste capítulo, abordam-se a Educação Matemática, utilizando-se

a Resolução de Problemas, que por sua vez, está ligada à Investigação

matemática e a Modelagem Matemática. Tomamos também como parte

importante, a questão das ações do homem sobre a Natureza; os reflexos

sentidos e os danos provocados.

O uso das Geometrias e da área de cartografia, também será

explorada.

2.1 Um pouco da História da Matemática

Sabemos que a Matemática é uma construção humana, que ao

longo da História, sempre esteve inserida em contextos sociais, políticos e

culturais. Consequentemente, as tentativas de respostas serviram de vitamina de

cunho, inclusive filosófico, para o seu desenvolvimento (a transcendência).

Os registros mais antigos, cerca de 2000 a.C., foram dos

babilônios, que definiram valor relativo dos algarismos (sistema sexagenal) e

operações básicas. Temos também os egípcios, com um desenvolvimento

bastante rudimentar e parecido ao anterior. Na Grécia, a partir do séc. V a.C.,

aprimoram-se o que as civilizações anteriores tinham produzido; aparecem as

noções de figura, posição, grandeza, quantidade e medida. Tales cria os

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fundamentos da Geometria, Pitágoras demonstra o teorema que levou o seu

nome. Platão se destaca pelo pensamento associando o mundo físico natural e o

mundo das idéias. Aristóteles trabalhou com a idéia da imaterialidade dos

objetos matemáticos. Euclides (330-260 a.C), em sua obra, Elementos de

Geometria reuniu o patrimônio produzido por Eudoxo e Pitágoras com seus

alunos. Assim, a atribuição às noções matemáticas do caráter de objetos de

pensamento é atribuída aos gregos. Arquimedes calcula π com grande

aproximação. Bem depois, o hindu Bháskara surge na álgebra (equação do 2º

grau), e assim se segue; podemos citar alguns: Leonardo de Pisa, Cardano,

Tartaglia, Kepler, Napier. Destacamos o trabalho de René Descartes (1596-

1650) que, em 1637, criou a Geometria Analítica. Também Desargues, Pascal,

Fermat, Torricelli, Roberval, Newton, Leibniz, Bernoulli, L‟Hospital, Euler, Gauss,

Fourier, Cauchy, Abel, Jacobi, Möbius, Galois, Bolyái, Riemann, Lobatchevski,

Cantor, Hilbert, Peano, Poincaré, Bourbaki, e assim por diante.

Evidentemente que, a História da Matemática é um campo de

investigação, onde os chamados obstáculos e limites epistemológicos são

fundamentais para a própria compreensão das suas abordagens, e deveriam

nortear o dito fenômeno da sala-de-aula.

2.2 O Ensino de Educação Matemática

No nosso estado, podemos dizer que a publicação do Currículo

Básico, publicado em 1990, ajudou a gerar a nossa Educação Matemática, que

é proposta nas Diretrizes Curriculares. Como campo de estudo que possibilita,

aos processos, direcionar sua ação docente de forma crítica, concebendo a

Matemática como atividade humana em construção.

A Educação Matemática, pode ser entendida como uma área

específica de conhecimento que, por conseguinte, possui múltiplas

interpretações. Evidentemente que o seu desenvolvimento pode ser considerado

à partir da própria construção do conhecimento Matemático, cuja origem tinha

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objetivos práticos, advinham da experiência direta da vida diária para a

formulação de regras (método axiomático-dedutivo e demonstrações lógicas de

teoremas). Porém a primeira sistematização do conhecimento matemático

coube aos gregos. Euclides, Arquimedes, Apolônio, Diofante, Pappus e Heron,

são alguns destaques. Temos também as principais concepções relacionadas à

natureza da Matemática, ao se relacionar com a realidade, a partir da segunda

metade do séc. XIX, culminando para três grandes correntes de pensamento, a

saber: o Logicismo (Leibniz, Frege, Russell), o Formalismo (Kant, Hilbert) e o

Intuicionismo (Kant, Brouwer). Pensando mais especificamente, o grande

expoente da Educação Matemática é o português Bento de Jesus Caraça,

seguido posteriormente por muitos outros. No Brasil, o precursor foi Ubiratan

D‟Ambrosio, também seguido por outros. Atualmente, no ensino superior

existem várias especializações, mestrados e doutorados no campo da Educação

Matemática.

A tendência do ensino de Educação Matemática atribui grande

importância a questões relativa às práticas de sala de aula, criando um espaço

de reflexão, discussão e problematização de temas relevantes.

2.3 Resolução de Problemas

No século XIX, os educadores entendiam que bastava os alunos

aplicarem exatamente os princípios aprendidos, ensinados e na apresentação do

conteúdo na resolução de exemplos pelo professor.

Apesar das diversas percepções, do que deva ser o papel da

resolução de problemas, no ensino da matemática, essa visão tem predominado.

Historicamente, vários estudiosos têm discorrido sobre o

assunto,a exemplo de Stanic, Kilpatrick, Polya, Dewey, Butts, Schoenfeld, e

tantos outros.

A partir dos anos 90, surgiram as propostas curriculares, situando

o ensino de Matemática, via a resoluções de problemas. Ou seja: os problemas

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eram apresentados aos alunos, com a finalidade de que o novo conteúdo

pudesse ser desenvolvido. Com essa postura, apareciam a investigação e a

modelagem matemática, implementando uma nova dinâmica, interferindo em todo

o processo ensino e aprendizagem, tornando o trabalho mais significativo.

Segundo Buriasco (1995 a) o esquema mostra o modelo frontal

(ensino da matemática do mais simples ao mais complexo) comparado com a

perspectiva da Resolução de Problemas.

Esquema de aula, na perspectiva do

modelo frontal de ensino

Esquema de aula na perspectiva da

Resolução de Problemas

1) O professor explica a matéria (teoria) 1) O professor apresenta um problema –

escolhido por ele ou pelo(s) aluno(s).

2) O professor mostra exemplos 2) Os alunos tentam resolver o problema

com o conhecimento que têm.

3) O professor propõe “exercícios”

semelhantes aos exemplos dados para

que os alunos resolvam

3) Quando os alunos encontram algum

obstáculo (falta de algum conteúdo

necessário para resolução do problema)

o professor apresenta, de alguma forma,

esse conteúdo.

4) O professor (ou um aluno) resolve

no quadro de giz os exercícios

4) Resolvido o problema as alunos

discutem sua solução, se necessário,

com a ajuda do professor. Essa

discussão envolve todos os aspectos da

resolução do problema, inclusive as do

conteúdo necessário.

5) O professor propõe aos alunos

outros “exercícios” já não tão

semelhantes aos exemplos que ele

resolveu

5) O professor apresenta outro problema

escolhido por ele ou pelo(s) aluno(s).

6) O professor (ou um aluno) resolve os

exercícios no quadro de giz

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7) O professor propõe “problemas”, se

for o caso, ou mais “exercícios”

8) Correção dos “problemas” e/ou dos

“exercícios”

9) O professor começa outro assunto.

Na estratégia da Resolução de Problemas, o estudante aprende

matemática resolvendo problemas, de sorte que, quanto menor a dificuldade na

resolução maior a satisfação; o professor é organizador, consultor e mediador nas

suas relações com os alunos.

Assim, segundo Buriasco (2005), para resolver um problema,

pressupõe-se que o aluno, não obrigatoriamente nesta ordem: interprete; exercite

sua criatividade; adquira confiança em si mesmo; conjecture; formule hipóteses;

realize simulação; reflita sobre seu próprio processo de pensamento; faça

tentativas; utilize ferramentas conhecidas; busque construir; apropriar-se de

outras ferramentas; compare resultados com colegas; compare procedimentos

com colegas; argumente; discuta; reveja seus procedimentos; estabeleça

negociação; debate ou comunicação com outros estudantes ou com o professor;

tome decisões, o que possibilita, muitas vezes, conhecer diretamente as

consequências delas.

Guzmán (1993) aponta algumas razões para que a matemática

seja trabalhada assim: porque o melhor que podemos proporcionar aos nossos

jovens é a capacidade autônoma para resolver seus próprios problemas; porque o

trabalho pode ser atraente, divertido, satisfatório, auto-realizador e criativo;

porque muitos dos hábitos que assim se consolidam têm um valor universal, não

limitado ao mundo da matemática; porque é aplicável a todas as idades.

Segundo Butts (1980), os “problemas” são classificados em cinco

categorias:

1) exercícios de reconhecimento: são os que pedem apenas que o aluno

reconheça ou relembre um fato, uma definição, etc.;

2) exercícios algorítmicos: são os que podem ser resolvidos através do uso

de um algoritmo, ou um procedimento passo-a-passo;

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3) problemas de aplicação: são os que precisam da mudança da linguagem

escrita com palavras para a linguagem matemática adequada de modo que

se possam utilizar os algoritmos apropriados;

4) problemas em aberto: são os que não contem no seu enunciado pista

alguma para sua resolução;

5) situações-problema: são aquelas nas quais a primeira coisa a fazer é

identificar o problema inerente, cuja solução vai ajudar a “manejar” as

próprias situações.

Eis alguns exemplos:

Categoria Exemplo

1) Exercício de reconhecimento O triângulo que possui todos os lados

de mesmo comprimento é chamado...

2) Exercício algorítmico Calcule: 324 +54 – 211

Resolva: 2x +5 = 17

3) Problema de aplicação Quantos metros de um tecido que custa

R$ 15,00 posso comprar com R$

250,00?

4) Problemas em aberto Quantos triângulos diferentes podem ser

desenhados tendo os dois maiores

lados de comprimento 6 cm. e 8 cm.?

5) Situação-problema Faça a planta do quanto que você

gostaria de ter.

Nas três primeiras categorias, os enunciados contém a estratégia

para a sua resolução; os tais tipos são maioria nos livros didáticos. Assim, apenas

os problemas das duas e últimas categorias são consideradas

problemas de fato.

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2.4 Investigação Matemática

A Investigação, em qualquer área, tem se construído como uma

metodologia importante, que ajuda na compreensão do objeto de estudo.

Pensando na produção de saberes, por uma razão

epistemológica, Freire (1977, p.32) diz:

“Não há ensino sem investigação, nem investigação sem

ensino. Esses que – fazeres se encontram um no corpo do

outro (...) Ensino porque busco, porque indaguei, porque

indago e me indago. Investigo para constatar, constatando,

intervenho, intervindo educo e me educo. Investigo para

conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a

novidade.”

Na verdade, o autor está dizendo que existe uma relação

intrínseca e indissociável entre ensinar, investigar, aprender, educar e educar-se.

Quando focamos a Investigação Matemática percebemos que tudo

que foi dito acima se encaixa como uma luva. Evidentemente que temos que

partir de um problema.

Segundo Buriasco (apud Stewart, 1995, p.17) “Os problemas são

a força matriz da Matemática [...] um bom problema é aquele cuja solução, em

vez de conduzir a um beco sem saída, abre horizontes inteiramente novos...”

Quando estamos diante de um problema, o sentimento de desafio

nos faz trabalhar muitas vezes quase a exaustão, no entanto, estudiosos afirmam

que mesmo que a solução não foi encontrada, já valeu a pena pelas descobertas

que o trabalho proporcionou.

Um exemplo de persistência aconteceu com o matemático inglês

Andrew Wiles, que resolveu, ou provou o último Teorema de Fermat, vencendo

uma maratona de 350 anos de história. Ele afirmou que desde criança se

apaixonou pelo problema e começou as suas investigações. No entanto, a proeza

final só aconteceu em 1994.

Segundo Christiansen e Walther (1986), de um modo geral, o

trabalho de investigação em sala de aula envolve as seguintes fases: introdução

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da tarefa, desenvolvimento do trabalho e discussão final/reflexão.

Utilizando Oliveira, segurado e Ponte (1998) “O modo de trabalho

escolhido será um dos fatores a ter em conta para se prever o tempo de duração

da atividade será possível realizar uma investigação numa única aula? Por

quanto tempo conseguirão os alunos manter-se interessados numa tarefa?

Frequentemente, a estrutura escolhida pelo professor para uma aula de

investigação consiste nas seguintes fases:

. introdução da tarefa pelo professor (quer seja apenas um ponto

de partida ou uma questão bem definida) e arranque da sua realização pelos

alunos (interpretação da situação e definição do caminho a seguir),

. realização da tarefa (durante a qual o professor interage com os

alunos individualmente ou em pequeno grupo), e

. apresentação de resultados pelos alunos e sua discussão

(comparação das interpretações da tarefa, estratégias seguidas e resultados

obtidos; é possível surgirem novas questões para futuras investigações).”

O quadro abaixo apresentado por Ponte (2006, p.21), aponta na

Investigação Matemática quatro momentos importantes.

1) Exploração e formulação de

questões . Reconhecer uma situação problemática

. Explorar a situação problemática

. Formular questões

2) Conjecturas . Organizar dados

. Formular conjecturas (e fazer

afirmações sobre uma conjectura) 3) Testes e reformulações . Realizar testes

. Refinar uma conjectura

4) Justificação e avaliação . Justificar uma conjectura

. Avaliar o raciocínio ou resultado do

raciocínio

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2.5 Modelagem Matemática

É sabido que uma das atuais tendências da Educação

Matemática é Resolução de Problemas, a qual trabalha a partir de problemas, e

que por conseguintes, quando caímos na 5ª categoria (situação-problema) é

possível se desencadear uma Modelagem Matemática. Segundo Bassanezi esta

consiste na arte de transformar problemas da realidade em problemas

matemáticos e resolvê-los interpretando suas soluções na linguagem no mundo

real.

Considerações de D‟Ambrosio, (1990, p.70-71):

As representações incorporam-se à realidade como artefatos, da mesma

maneira que os mitos e símbolos, sem necessidade de recurso à

codificação, também se incorporam à realidade, porém como

mentefatos. Assim a realidade é permanentemente transformada pela

incorporação de factos (ambos artefatos e mentefactos) e eventos, os

primeiros pela ação direta, consciente ou subconsciente, individual ou

coletiva, do homem e os segundos por conjunções que constituem o que

se convencionou chamar história.

A Modelagem Matemática de uma situação-problema, que deve ser

real e de livre escolha dos alunos, deve seguir uma sequência de etapas, que

podem ser simplificadas como: experimentação, abstração, resolução, validação e

modificação. Destacamos que ela é muito relevante como instrumentos de pesquisa,

pois pode estimular novas idéias e técnicas experimentais, pode dar informações

em diferentes aspectos dos inicialmente previstos, pode ser um método para se

fazer interpolações, extrapolações e previsões, pode sugerir prioridades de

aplicações de recursos e pesquisas, e eventuais tomadas de decisões, pode

preencher lacunas onde existe falta de dados experimentais, pode servir como

recurso para melhor entendimento da realidade, pode servir de linguagem universal

para compreensão e entrosamento entre pesquisadores em diversas áreas do

conhecimento.

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Quando aqui pensamos na construção de modelos, antes temos que

levar em conta que tem que existir uma relação entre Matemática e a realidade do

nosso estudo, ligada por fatores sócio culturais.

Assim estaremos desenvolvendo uma atividade matemática, no

entanto, Caraça nos adverte:

“A Matemática é geralmente considerada como uma ciência à parte,

desligada da realidade, vivendo na penumbra do gabinete fechado,

onde não entram os ruídos do mundo exterior, nem o sol, nem os

clamores dos homens. Isto só em parte é verdadeiro. Sem dúvida, a

Matemática, possui problemas próprios, que não têm ligação imediata

com os outros problemas da vida social. Mas não há dúvida também de

que os seus fundamentos mergulham tanto como os de outro qualquer

ramo da ciência na vida real; uns e outros entroncam na mesma

madre”. (CARAÇA, 1984, p.13).

O homem, desde os tempos mais primitivos, procurou se utilizar de

alguma forma de matemática para dominar e transcender a seu ambiente natural.

Assim, a Matemática

“foi empregada ao longo dos séculos, com objetivos profundamente

diversos. Foi um instrumento para a elaboração de predições entre os

sacerdotes dos povos mesopotâmicos; foi considerada como um meio

de aproximação a uma vida mais profundamente humana e como

caminho para aproximar-se da divindade entre os pitagóricos; foi

utilizada como um importante elemento disciplinador do pensamento na

Idade Média; foi a mais versátil e idônea ferramenta para a exploração

do universo,a partir do Renascimento; constituiu-se em um magnífico

guia do pensamento filosófico entre pensadores do racionalismo e os

filósofos contemporâneos; foi um instrumento de criação de beleza

artística, um campo de exercício lúdico entre os matemáticos de todos

os tempos” (GUZMAN apud BRITO, 1993, p.1).

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Quando analisamos uma situação real, devemos procurar a

racionalização do nosso pensamento uma linguagem adequada. De acordo com

Bassanezi:

“O objetivo fundamental do “uso” de matemática é de fato extrair a

parte essencial da situação-problema e formalizá-la em um contexto

abstrato onde o pensamento possa ser absorvido com uma

extraordinária economia de linguagem. Desta forma, a Matemática

pode ser vista como instrumento intelectual capaz de sintetizar déias

concebidas em situações empíricas que estão quase sempre

camufladas num emaranhado de variáveis de menor importância”

(BASSANEZI, 2002, p.18).

Quanto à construção de Modelos Matemáticos os tais são pensados

como uma ilustração da realidade, transcritos ou explicados pela vias da

matemática. Afirma-se que “um modelo matemático é um conjunto consistente de

equações ou estruturas matemáticas, elaborado para corresponder a algum

fenômeno – este pode ser físico, biológico, social, psicológico, conceitual ou até

mesmo um outro modelo matemático” (BASSANEZI, 2002, p.174).

Existe a capacidade de simular e predizer comportamentos da

realidade, quando criamos modelos matemáticos. No entanto, esta criação

geralmente acaba conjugando os seguintes verbos: simplificar, ignorar e salientar.

A modelagem matemática deve seguir, em geral, uma sequência de

etapas, no entanto, os caminhos de idas e voltas podem ser expressos

simplificadamente num fluxograma. Vejamos as etapas segundo Bassanezi:

1. Experimentação – Tomando-se a situação-problema inicia-se pela

obtenção de dados, geralmente ditados pela própria natureza do experimento e

objetivo da pesquisa.

2. Abstração – É o procedimento que deve levar à formulação dos

Modelos Matemáticos. Nesta fase, procura-se estabelecer:

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a) Seleção das variáveis – A distribuição de variáveis de estado que

descrevem a evolução do sistema e as variáveis de controle que agem sobre o

sistema.

b) Problematização ou formulação aos problemas teóricos numa

linguagem própria da área em que se está trabalhando.

c) Formulação de hipóteses – As hipóteses dirigem a investigação e

são comumente formulações gerais que permitem ao pesquisador deduzir

manifestações empíricas específicas. As hipóteses devem incorporar parte da teoria

que podem ser testadas e desta forma constituem investimentos poderosos para o

avanço da ciência.

d) Simplificação – Os fenômenos que se apresentam para o estudo

matemático são, em geral, excessivamente complexos se os considerarmos em

todos os seus detalhes. O método científico analítico e o método da razão consistem

exatamente em restringir e isolar o campo de estudo apropriadamente de tal modo

que o problema seja tratável e, ao mesmo tempo, mantém sua relevância.

3. Resolução – O modelo matemático é obtido quando se substitui a

linguagem natural das hipóteses por uma linguagem matemática coerente.

4. Validação – É o processo de aceitação ou não do modelo

proposto – Nesta etapa os modelos, juntamente com as hipóteses que lhes são

atribuídas devem ser testados em confronto com os dados empíricos comparando

suas soluções e previsões com os valores obtidos no sistema real.

5. Modificação – Alguns fatores ligados ao problema original podem

provocar a rejeição ou aceitação dos modelos. Quando os modelos são obtidos

considerando simplificações e idealizações da realidade às previsões corretas e

definitivas.

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Vejamos o Fluxograma:

As setas contínuas indicam a primeira aproximação. (BASSANEZI, 2002, p.27)

As setas pontilhadas indicam o dinamismo do processo.

Muitos têm sido os argumentos a favor da inclusão de modelagem

matemática no ensino de Matemática. Estudos mostram que não é suficiente

saber-se apenas matemática pura para ser capaz de aplicá-la em outros

contextos, além disso, podemos dizer que o trabalho em situações reais tem

grande potencial de motivação.

Experiências educacionais de modelagem matemática têm

acontecido tanto no Brasil quanto no exterior. Tal fato tem enriquecido muito o

trabalho de sala de aula, inclusive atendendo exigências curriculares.

No trabalho sobre modelagem, ao longo de uma sequência de

atividades que envolvem o aluno de forma gradativa no processo de modelagem

matemática, segundo Brito, 2004 apud Almeida e Dias, 2003, consideram-se três

momentos:

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. Momento 1: Faz-se com todos os alunos a exploração de

situações-problema já estabelecidas, envolvendo o aluno na

formulação de hipóteses, dedução do modelo, avaliação e

utilização deste modelo para analisar o problema em estudo.

. Momento 2: O professor sugere à classe a escolha de uma

situação junto com um conjunto de informações e os alunos

realizam a formulação das hipóteses, a dedução do modelo.

. Modelo 3: Os alunos organizados em pequenos grupos,

escolhem um tema e realizam, com orientação do professor, o

estudo de um problema por meio da modelagem matemática.

2.6 Educação Ambiental

Este é um assunto bastante discutido no nosso mundo

contemporâneo, no entanto as ações se mostram muito tímidas. As propagandas

colocadas nas mídias acabam, na sua quase totalidade, virando um fim em si

mesma. Quando observamos a nossa classificação, principalmente em

matemática, pelo órgão de avaliação internacional (exemplo: PISA), nos

perguntamos; onde estamos errando? É uma pergunta que não quer calar.

Entretanto, parece seguro afirmar que melhorar estes índices, apesar de ser difícil

num país como o nosso, fica afunilado na questão de gestão. No entanto, se

estivéssemos num país de primeiro mundo, com altos índices na avaliação de

referência, o respeito ao meio ambiente deveria acontecer na mesma proporção.

Entretanto, o que esperávamos não tem também não tem acontecido. Podemos

dizer que, nos países ricos o desrespeito ao meio ambiente é muito mais intenso,

por conta da ganância na produção de riquezas, onde qualquer ação diferente

acaba sendo engolida pela palavra progresso. Fazendo uma comparação no

nosso país, em linhas gerais, os problemas estão mais ligados às derrubadas e

incêndios florestais, no entanto a maior gravidade, ligada diretamente às pessoas,

é a questão do lixo.

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Assim, cabe a todos, indistintamente, fazer alguma coisa para

tentar reverter a situação. Os educadores podem ser considerados como uma

peça chave, pois trabalham com muitos alunos, os quais podem ter uma ação de

multiplicadores,no contexto escolar e social, viabilizando a proposta de Educação

Ambiental.

A questão da Educação Ambiental está dentro da Constituição

Federal, no artigo 225, como inciso VI, onde diz: “promover a educação ambiental

em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do

meio ambiente; Lei de Educação Ambiental e instituição da Política Nacional de

Educação Ambiental; Lei n. 9795, de 27 de abril de 1999, regulamentada pelo

Decreto n. 4281, de 25 de junho de 2002”.

2.6.1 Ação na Escola

Embora sabemos que as demandas impostas ou assumidas

pela escola pública são muitas; temos que avançar, no que diz respeito ao papel

social da escola e, além disso, possibilitar a compreensão dos nossos alunos

como agentes de transformação ou sujeitos da história. Cabendo ao professor

selecionar, dentro dos conteúdos, seu planejamento sistematizado, com

intenções sociais, políticas, históricas e culturais.

Pensando numa participação mais significativa dos nossos

estudantes, Fiorentini, (1999, p.4) nos adverte que:

Devido às rápidas transformações sociais e tecnológicas a escola, o

professor e o ensino precisam atualizar-se e produzir inovações

curriculares que atendam aos desafios de seu tempo...visando

sobretudo à formação do novo cidadão do mundo globalizado e

informatizado. Um cidadão versátil com conhecimento flexível, vivo e

dinâmico; que tenha uma atitude exploratória, crítica e criadora; e seja

capaz de comunicar-se e interagir/trabalhar coletivamente [...].

Inicialmente, pretende-se diagnosticar o que a sociedade local

pensa sobre o tema em questão e o que cada um pode fazer para a melhora do seu

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meio. A pesquisa, a tomada de dados, a construção de modelos matemáticos, e a

implementação de ações inovadoras, é de fundamental importância. O trabalho

prevê também a utilização de escrituras de propriedades rurais para demarcações

de áreas de preservação (nascentes, rios e reservas legais), além de reciclagens e

atitudes gerais e pessoais. Ou seja, atitudes na Educação Ambiental.

2.6.2 Legislação Associada

Quando falamos, em linhas gerais, da questão da legislação, nosso

pensamento nos arremete para o conjunto de leis de um país.

Pensamos, primeiramente, na atual Constituição da República

Federativa do Brasil, de 05/10/1988, que em seu artigo 225 diz:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem

de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,

impondo-se ao Poder Público e a coletividade o dever de defendê-lo e

preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

No “art. 3º constituem objetivos fundamentais da República

Federativa do Brasil:

I – constituir uma sociedade livre, justa e solidária;

II – garantir o desenvolvimento nacional;...”

No “art. 206. A educação, direito de todos e dever do Estado e da

família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao

pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho.”

No “art. 206: O ensino será ministrado com base nos seguintes

princípios:

I– igualdade de condição para o acesso e permanência na escola;

II– liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o

pensamento, a arte e o saber;

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III– pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e

coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;...”

Com o que foi apresentado até agora, já temos, em linhas gerais, as

garantias com relação ao meio ambiente, à liberdade, à educação para a formação

da cidadania e coisas do gênero.

Passamos agora para a Lei de Diretrizes e bases da Educação

Nacional (LDB), lei n. 9394 de 20 de dezembro de 1996. No “art. 3º O ensino será

ministrado com base nos seguintes princípios:

Incisos...IX – garantia de padrão de qualidade;

X – valorização da experiência extra-sala;

XI – vinculação entre educação escolar, o trabalho e as práticas

sociais.”

Percebemos facilmente que o trabalho na forma do Projeto

Pedagógico se encaixa perfeitamente. No nosso caso, o tema é Meio Ambiente,

onde buscamos o formação de cidadãos conscientes, com extensões na

comunidade e atuando na realidade sócio-ambiental. Nossa proposta também está

de acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná.

Tomamos agora a listagem das leis, ligadas diretamente ao Meio

Ambiente (ver Apêndice A).

Vamos nos fixar agora no item nº 9 – Lei das Florestas – número

4771, de 15/09/1965, cuja redação está de acordo com sua reformulação, a saber:

nº 7803 de 15 de julho de 1989 (ver Apêndice B).

A título de complementação do assunto, o item nº 16 – Lei de

Recursos Hídricos – número 9433 de 08/01/1997, também pode ser estudada.

2.7 Conseqüências da Ação do Homem

Sabemos que as agressões ambientais provocadas pelo homem,

estão levando nosso planeta a níveis insuportáveis para a flora e a fauna, na

questão da sustentabilidade.

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Tais atitudes têm trazido como conseqüências principais; o efeito

estufa, alterações climáticas, aumento de temperatura, temperatura média, perda da

biodiversidade.

Os cientistas têm entendido que a natureza tem respondido com

efeitos trágicos como: terremotos, maremotos, furacões, enchentes de grandes

proporções (a exemplo do desastre de Santa Catarina).

Hoje, estamos perto do esgotamento do planeta e,

consequentemente, próximo do limite da existência da vida. O tempo corre contra a

humanidade no que diz respeito às mudanças climáticas causadas pelo efeito

estufa. O Mapa da Devastação é catastrófico. A elevação da temperatura da Terra,

nas próximas décadas, poderá levar nosso planeta a uma situação desoladora.

Na África, as alterações devem expor, até 2020, entre 75 a 250

milhões de africanos a uma escassez maior de água, baixa produção de alimentos

(precariedade da segurança alimentar e nutrição), elevação do nível do mar

impactando grandes contingentes populacionais, degradação de mangues e corais.

Na Ásia, o derretimento das geleiras do Himalaia aumentará o

número de inundações e avalanches entre 20 e 30 anos. Essas geleiras reduzidas

comprometerão as bacias hidrográficas. Cerca de 1 bilhão de pessoas sofrerão de

escassez de água até 2050. A elevação do nível do mar associada a grandes deltas

de rios afetarão áreas densamente povoadas. Em várias regiões as inundações e

secas aumentarão os índices de morbilidade e mortalidade. A agricultura será

comprometida. Com o aumento populacional há risco de fome.

Na Austrália e Nova Zelândia ocorrerá redução das chuvas e

aumento da evaporação e incêndios comprometendo as safras produzidas. Espera-

se, até 2020, uma considerável redução da biodiversidade em redutos de grande

fartura ecológica. Até 2050 ocorrerão riscos significativos com a elevação do nível

do mar e a multiplicação de tempestades mais violentas na costa.

Na Europa teremos tempestades mais frequentes e o aumento do

nível do mar, que aumentará os riscos de inundações em áreas costeiras. Com a

redução das geleiras e da cobertura de neve, as regiões montanhosas tenderão a

sofrer grande perda da biodiversidade. O turismo de inverno será comprometido. A

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tendência é de piora da seca e de redução da disponibilidade de água, reduzindo a

produção agrícola, potencial de geração hidrelétrica e no turismo. Os problemas de

saúde serão multiplicados pelas ondas de calor e o número maior de incêndios

florestais.

Na América Latina, a floresta amazônica será uma das grandes

prejudicadas com a elevação das temperaturas e as conseqüentes reduções do

volume de água no solo, onde parte se tornará savanas. Com a elevação de pelo

menos 4° C, cerca de 85% das matas morrerão. Ocorrerão grandes perdas nos

ecossistemas e na biodiversidade. A agricultura, a pecuária, a geração de energia, a

segurança alimentar e a saúde serão comprometidas. O derretimento e o

desaparecimento de geleiras afetarão a disponibilidade de água para consumo

humano. A elevação do nível do mar trará riscos mais acentuados de inundações

em áreas mais baixas e de prejuízos à saúde dos recifes de corais. Em alguns

lugares acontecerão chuvas intensas em outros desertificação.

Na Antártida teremos redução da espessura e da área das geleiras e

da calota polar. Possíveis invasões de espécies de clima mais quente

comprometendo ecossistemas e habitats específicos, caso as concentrações de

CO2 continuem a crescer a temperatura no mar subirá 5° C, elevando em 5m. o

nível dos oceanos.

No Ártico, a espessura e a extensão de geleiras e da calota polar

serão reduzidas, ecossistemas naturais serão prejudicados.

As Pequenas Ilhas, em qualquer latitude, deverão ser as porções de

terra mais vulneráveis ao aquecimento global. A elevação do nível do mar e o

aumento de ventos climáticos extremos tenderão a castigar as áreas litorâneas.

Temperaturas mais altas favorecerão invasões de espécies animais exóticas. Pelos

danos de infraestrutura local, o turismo será atingido. A subsistência ficará bem mais

difícil.

Na América do Norte deverá diminuir a cobertura de neve nas

cadeias montanhosas do oeste, além de favorecer a ocorrência de inundações no

inverno. Escassez de água, principalmente na Califórnia. Incidência de muitos

incêndios florestais. Grandes serão os desafios da agricultura. Muitas ondas de calor

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em centros urbanos comprometendo a saúde, com agravantes para a terceira idade.

Aumento exagerado de tempestades tropicais nas regiões litorâneas.

Lembramos aqui da descoberta do furo da camada do ozônio sobre

a Antártica em 1985. Sem a barreira natural do ozônio, o Sol fará um belo estrago na

Terra. A saber, os possíveis efeitos do estrago no escudo do planeta são: aumento

de enfermidades (como catarata e câncer de pele); aceleração do efeito estufa (os

raios ultravioleta afetam o plâncton marinho, responsável pela absorção de parte do

dióxido de carbono; livre, o gás sobe para aprisionar o calor); a quebra da cadeia

alimentar (o plâncton alimenta crustáceos e moluscos de que se nutrem os peixes);

empobrecimento das plantações (as bactérias que absorvem o nitrogênio do solo

são sensíveis à radiação solar ultravioleta; para compensar, as plantas retiram mais

nutrientes do solo, o que exigirá o uso de mais fertilizantes); desequilíbrio do sistema

imunológico (a exposição prolongada à radiação enfraquece o organismo;

aumentam os riscos de doenças infecciosas e as vacinas perdem eficiência);

aumento da poluição (a radiação adicional estimula a concentração de poluentes na

baixa atmosfera); degradação de materiais (plásticos, borrachas, madeiras, têxteis e

tintas duram menos).

Uma outra questão diretamente ligada à devastação provocada pelo

homem é o comprometimento da água doce, o “ouro do século 21”.

Outras conseqüências também podem ser enumeradas tais como:

chuva ácida, fuga do ozônio, contaminações, desmatamento, desertificação, lixo

tóxico, entre outras.

2.7.1 Aquecimento Global / “Efeito Estufa”

O aquecimento global representa uma conseqüência direta a

ação do homem, sobre a face da terra, cuja ação principal está associada à queima

de materiais, lançamento de resíduos industriais e destruição de vegetações que

fazem a purificação do ar. Aos gases tóxicos e resíduos emitidos na atmosfera, em

grandes concentrações, formam uma espécie de couraça, onde os raios solares

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conseguem penetrar, mas após refletirem na Terra, são impedidos de escapar para

o espaço na proporção desejada. O evento provoca o chamado efeito estufa e vem

alterando drasticamente as condições do meio ambiente, com temperaturas médias

muito altas.

2.7.2 A questão da Água

Essa questão é de extrema gravidade e está diretamente ligada a

existência da vida, de qualquer espécie, no planeta. A presença de substâncias

nocivas, por despejos em córregos, lagos, rios, mares e terrenos ao ar livre ou

enterrados, no solo, tem contaminado nossa água. Outra questão associada advém

da poluição atmosférica, que é a chamada chuva ácida.

Quanto à sua utilização, sabemos que seu consumo mundial subiu

cerca de seis vezes nas últimas cinco décadas. A exploração excessiva tem

reduzido os estoques disponíveis a olhos vistos, mas o homem continua relutando

em adotar medidas que garantam sua preservação. Dizem que de todas as moedas,

a água é a que mais determinará a paz ou a guerra entre as nações no nosso

século. A escassez de água geralmente está associada à pobreza, doença, má

nutrição, fome crônica e morte. Vários países já enfrentam graves secas e estão

racionando água, a exemplo do estado da Califórnia, Orme no Tennessee,

Barcelona e a Austrália. O Banco Mundial estima que o consumo de água

aumentará 50% por volta de 2030. De acordo com especialistas, a quantidade de

água doce na Terra que não está nas calotas polares e geleiras é de cerca de

10 000 000 km³ (um cubo de aproximadamente 3 163 km. de aresta), 0,939% do

total da água do planeta. Toda ela fica transitando entre a atmosfera e a terra, em

ciclos de evaporação e precipitação, e encontráveis em depósitos como rios, lagos,

glaciares, aqüíferos subterrâneos e pântanos. Segundo os cientistas, é mais que

suficiente para abastecer os 6,5 bilhões de habitantes do planeta. A má gestão da

água tem reduzido os estoques aproveitáveis. Ao represarem a água com seus

sedimentos, compromete-se as comunidades rio abaixo e aumenta-se a

evaporação. O desperdício com vazamentos atinge até 50% da água. Mais de 100

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milhões de pessoas estão sendo envenenadas pelas substâncias químicas e metais

pesados despejados na água por indústrias e fazendas. Em muitas regiões o regime

de chuvas está piorando. Países ricos em petróleo no Golfo Pérsico possuem usinas

de dessalinização, enquanto os palestinos sofrem com a água escassa. O rico sul da

Califórnia e Las Vegas, a Meca do jogo, estão em áreas desérticas, mas possuem

inúmeras piscinas e fontes. Por outro lado, a população de Amã sofre com o

racionamento de água e os turistas hospedados nos principais hotéis da cidade não

têm restrição alguma de consumo.

2.7.3 Eventos da Natureza

São acontecimentos de caráter incerto, associados aos mecanismos

cíclicos naturais do planeta. Dentre eles, existem as coisas benéficas e maléficas.

Destacamos as catástrofes, que são fatos desastrosos, os quais

surgem provavelmente em consequência das ações nocivas do homem sobre o

habitat. Estas forças são involuntárias, incontroláveis e de difícil previsão com

antecedência, para que medidas possam ser tomadas. Um exemplo clássico se

refere aos terremotos, outro seria os chamados tsunamis e as erupções vulcânicas.

É claro que existem os furacões, tempestades (violenta agitação do ar, geralmente

acompanhadas de chuvas e trovões), geadas, neve, neblina, avalanche em degelos,

assoreamento de rios e lagos, queda de barreiras, chuva ácida, escape natural de

gases (a exemplo do gás metano), geyser, etc.

Podemos destacar também a fotossíntese das plantas, o seqüestro

de gás carbônico pelas plantas e a devolução do oxigênio, ciclos de cadeias

alimentares, manutenção dos ecossistemas, entre outras.

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2.8 Medidas Recomendadas

Vamos iniciar procurando entender o que seria a palavra Ecologia.

Segundo o Almanaque Abril (1993, p.722) “É a disciplina científica que estuda as

relações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente através de análises dos

ecossistemas, a associação entre os fatores físicos (clima, solo e água) e a parcela

viva da natureza (flora, fauna e microorganismos) que interagem para produzir um

sistema sustentável. É esta ação que produz as diferentes paisagens naturais,

características de um determinado lugar ou região”.

Diante da situação degradante em que o planeta se encontra, pela

destruição desse nosso meio ambiente, provocado pelo homem, que representa a

maior ameaça a todas as espécies vivas, alguma coisa tem que ser feita.

Especialistas já se convenceram de que a preservação da qualidade

e manutenção da vida depende de mudanças, no modelo de desenvolvimento

econômico. Assim surgiram várias ONGs em todo o mundo, a exemplo da

organização inglesa Greenpeace.

Alguns países já estabeleceram leis que garantem os chamados

“fluxos ambientais mínimos”.

Destacamos a seguir algumas medidas.

2.8.1 Prefixar adequadamente a água

Sabemos da falta de consciência ecológica na maioria das pessoas,

pois enxergam a água como um “bem comum” que não pertence a ninguém em

especial, e com esse pensamento esbanjam indiscriminadamente.

A garantia legal, como recurso mineral, está embutida no meio

ambiente (art. 225 da Constituição Federal), Código das Águas Minerais de

08/08/1945), a Lei de Recursos Hídricos – número 9433 de 08/01/1997, que define a

água como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, que pode ter usos

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múltiplos (consumo humano, produção de energia, transporte, lançamento de

esgotos).

2.8.2 Eficiência doméstica

Sabemos que o baixo custo de serviço de abastecimento de água

potável incentiva o desperdício e desestimula investimentos na área.

Segundo os cálculos da ONU, cada pessoa necessita de 5 litros

diários de água para sobreviver em clima moderado e no mínimo 50 litros por dia

para beber, cozinhar, banhar-se e usar em higiene. O consumo doméstico apresenta

10% do volume da água usada pelo homem.

Gestos como lavar a calçada com mangueira aberta ou deixar a

torneira aberta enquanto escova os dentes, têm que acabar.

2.8.3 Eficiência dos fornecedores

Segundo informações recentes, calcula-se que na Grande São

Paulo, vazamentos na rede da SABESP levam embora 18% de toda água captada.

A porcentagem corresponde a 1 bilhão de litros por dia que poderiam abastecer 3,7

milhões de consumidores.

Informações da SANEPAR dão conta de que a quantidade de água

tratada, que é perdida na malha subterrânea de distribuição de água no estado do

Paraná, corresponde a um valor expressivo (em torno de 40%). São quatro os

fatores principais que ocasionam essa perda: vazamento na rede (teia de

abastecimento); ligações clandestinas; erro de medição nos relógios e descargas

para reparo na rede de distribuição.

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2.8.4 Eficiência na agricultura

A eficiência estaria intimamente ligada ao aumento da produtividade,

mas agredindo o menor possível a natureza.

É bem verdade que a agricultura tem sido vítima dos eventos

naturais (provocados pelas ações nocivas do homem) como secas, chuvas

desproporcionais, ações técnicas, entre outras.

Os agricultores têm que produzir com consciência ecológica e sem

ganância.

Vamos enumerar, na agricultura, algumas ações indevidas:

interromper o livre fluxo dos cursos d‟água, sem se

preocuparem com as comunidades rio abaixo;

despejar substâncias químicas e metais pesados nos

mananciais, como dejetos industriais e agrícolas;

não respeitar ou formar as matas ciliares nas margens de

cursos d‟água (desrespeitando as leis ambientais);

não utilizar o plantio com curvas de nível, com a capacidade

adequada para evitar o assoreamento de rios e a erosão;

jamais utilizar queimadas.

Agora as medidas positivas:

trabalhar, dependendo da região, com versões de sementes

aptas a crescerem em ambientes mais secos e salgados;

melhorar o desempenho da irrigação;

selecionar culturas mais compatíveis com o atual estado da

terra e do clima;

investir no plantio com controle ecológico de pragas para

reduzir o uso de agrotóxicos.

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2.8.5 Reaproveitamento

O fator mais simples está associado à captação de águas pluviais

em telhados ou calçamentos, para utilização em descargas sanitárias ou lavar

paredes, calçadas, etc. Águas de lavagem de roupas também podem ter algumas

utilizações.

Podemos ter também as águas de estações de tratamento de

esgotos, que podem inclusive ser transformadas em potáveis.

2.8.6 Dessalinização

Seria o processo de se tomar a água do mar, e por processos

químicos, transformá-la em água doce potável.

Países ricos no, Golfo Pérsico, possuem usinas de dessalinização.

O que complica é que esta alternativa é onerosa.

2.8.7 Comércio

Os subsídios agrícolas representam uma severa distorção comercial,

pois os países ricos estimulam seus agricultores a produzirem grandes estoques a

preços mais baixos. Assim, para países pobres, o mercado interno bem como a

exportação ficam inviáveis, logo, só resta importar.

2.8.8 Técnicas tradicionais

Vejamos algumas técnicas de natureza tradicionais, mas que estão

em desenvolvimento tecnológico:

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coletar água da chuva com lagos e tanques;

erguer muros de pedra para conter erosão, inclusive em

praias;

replantar árvores, de preferência nativas, em especial, perto de

mananciais, respeitando distribuições com técnicas adequadas

para árvores pioneiras, secundárias, clímax e frutíferas;

utilizar também reflorestamentos renováveis;

controlar ou arrancar árvores e plantas exóticas em áreas

rurais, pois utilizam muita água e são evasivas.

2.8.9 Dieta vegetariana

Pensando na seleção de alimentos, que gastam menos água na sua

produção, John Anthony Allan criou o conceito de “água virtual”. Assim, é possível

se planejar o que se gasta menos água na sua produção.

Por exemplo: a produção de um quilograma de carne bovina exige

17100 litros de água, enquanto um quilograma de carne suína demanda 5250 litros.

Por outro lado, em um quilograma de legumes ou de raízes e tubérculos gasta-se

1000 litros.

Assim, ser vegetariano ajuda muito na preservação da água.

Vejamos a tabela que dá a quantidade de água virtual presente em

alguns produtos:

O PESO DA ÁGUA NOS ALIMENTOS

ALIMENTO LITROS DE ÁGUA NECESSÁRIOS NA PRODUÇÃO

Arroz (1 kg) 2500

Aveia (1 Kg) 2374

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Aves (1 Kg) 3650

Azeite de oliva( 1 Kg) 11350

Azeitona (1 Kg) 2500

Banana (1 Kg) 500

Beterraba (1 Kg) 193

Batata (1 Kg) 132

Café (xícara média1 Kg) 140

Cana-de-açúcar (1 Kg) 318

Carne de boi (1 Kg) 17100

Carne de porco (1 Kg) 5250

Laranja (1 Kg) 380

Legumes (1 Kg) 1000

Leite (1 Litro) 800

Manteiga (1 Kg) 18000

Milho (1 Kg) 1025

Óleo de palma (1 Kg) 2000

Óleo de soja (1 Kg) 5405

Ovos (1 Kg) 3700

Pão (1 Kg) 150

Queijo(1 Kg) 5280

Raízes e tubérculos (1 Kg) 1000

Soja (1 Kg) 2525

Tomate (1 Kg) 105

Trigo (1 Kg) 1575

Uva (1 Kg) 455

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2.9 Estimativa de custo para salvar a Terra

As medidas para salvar o planeta têm que ser tomadas com

urgência, para que não seja tarde demais. Elas têm um custo muito alto e devem ser

iniciadas provavelmente na redução de emissão de gases que provocam o Efeito

Estufa.

Vejamos um estudo preliminar dos custos e benefícios onde alguns

itens importantes são destacados:

Ecossistemas e biodiversidade – De acordo com “The

Economics of Ecosystems and Biodiversity” (Teeb) a maior

parte dos rios, mares, florestas e montanhas poderia ser

protegida com um investimento anual de aproximadamente

US$ 45 bilhões. Estima-se que a perda dos serviços

prestados pelas florestas (como absorver o dióxido de

carbono (CO2) e oferecer água limpa), já está custando à

economia do planeta algo entre US$ 2 trilhões e US$ 5

trilhões por ano. O “Building Biodiversity Business”, divulgou a

cerca de um ano, que preservar os mais importantes

ecossistemas mundiais ao longo de 30 anos custaria cerca de

US$ 1,3 trilhões. No entanto, cerca de 15% das terras e 30%

dos oceanos seriam protegidos da exploração ilegal de

madeira, pesca predatória e poluição, assim como a maior

parte das espécies animais ameaçadas.

Mudanças climáticas – Segundo Iorde Nicholas Sten, custaria

1º do Produto Interno Bruto (PIB) mundial num ano – ou seja,

US$ 540 bilhões – manter as emissões de gases-estufa num

nível que evitasse os piores efeitos do aquecimento global.

No entanto, se os países não agiram, os custos e riscos totais

das mudanças climáticas subiram para trilhões de dólares por

ano.

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Energia renovável – Jeffery Greenblatt afirma que mudar dos

combustíveis fósseis para fontes de energia limpa só nos

Estados Unidos reduziria as emissões mundiais de dióxido de

carbono em cerca de 20%, e geraria centenas de milhares de

empregos. O Clean Energy 2030 propõe o gasto de US$ 4,4

trilhões, ao longo de 22 anos, para substituir todo o carvão e o

petróleo usados na geração de eletricidade por gás natural e

fontes de energia renovável. O plano envolve a geração de

380 gigawatts (GW) de energia eólica, 250 GW de solar e 80

GW de geotérmica. Além disso, propõe uma redução de 33%

no consumo de energia, com a adoção de medidas de

ecoeficiência e uma queda de 40% do petróleo consumido

pelos carros, o que seria obtido por um acréscimo de vendas

de 90% no segmento de veículos híbridos somado a carros

convencionais com motores cerca de 50% mais econômicos.

Água e saneamento – A organização beneficente

internacional Water Aid estimou, em outubro de 2008, que

oferecer água potável e saneamento para os 2,5 bilhões de

pessoas no mundo, que não contam com esses serviços,

custaria cerca de US$ 55,7 bilhões (ou 37,5 bilhões de libras

esterlinas).

Fome – No início de 2008, Jaques Diouf, diretor-geral da

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a

Agricultura (FAO), afirmou que evitar todas as futuras

ameaças de conflitos envolvendo alimentos custaria cerca de

US$ 30 bilhões anuais.

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2.10 Consciência ecológica

Para uma maior garantia de que a implantação do nosso Projeto de

Intervenção Pedagógica na Escola, é antes de tudo, um dever, e está previsto na

LDB, vejamos algumas referências:

Vejamos, no “Art. 12 – Os estabelecimentos de ensino, respeitadas

as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:

I – elaborar e executar a sua proposta pedagógica; (...).”

No “Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão:

I – participar da elaboração da proposta pedagógica no

estabelecimento de ensino;

II – elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta

pedagógica do estabelecimento de ensino; (...)

IV – colaborar com atividades de articulação da escola com as

famílias e a comunidade.”

No “Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica

observarão ainda, as seguintes diretrizes:

I – difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos

e deveres dos cidadãos de respeito ao bem comum à ordem democrática; (...).”

Pensando agora num contexto maior, divulgações de pesquisas

mostrando a distorção da qualidade de vida nas cidades e de projeções científicas

desastrosas, despertaram a preocupação de milhares de pessoas, principalmente na

Europa e nos EUA, a partir da década de 60, e deram origem ao movimento

ambientalista que tomou conta do mundo. Posteriormente, surgiram grupos e

associações de defesa ambiental, hoje denominadas de Organizações não-

governamentais (ONGs). Delas a que mais cresceu, espalhando sedes e adeptos

em todo o mundo, foi a organização inglesa Greenpeace, que se destaca por ações

pacíficas de protesto. O movimento também ocupou espaços da política tradicional

institucionalizou-se em partidos, os Verdes, constituídos em vários países.

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Foi criada a Teoria do Desenvolvimento Sustentável, por um grupo

de especialistas reunidos na Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento, em Estocolmo, em 1972, sob patrocínio da ONU. Ela prega o

desenvolvimento econômico a partir da aplicação de políticas governamentais,

vinculadas à preservação do meio ambiente; o encontro foi chamado de Conferência

de Estocolmo.

Em conseqüência dos acordos, surgiu o primeiro encontro na Itália

em 1988, que resultou um documento de caráter político que responsabiliza as

pressões exercidas pelos credores internacionais (para o pagamento das dívidas

externas dos países do Hemisfério Sul pelas drásticas transformações econômicas

provocadas na sociedade e no meio ambiente dos países devedores). Dele resultou

uma proposta de venda de parcelas da dívida por preços abaixo do valor nominal

em bolsas internacionais e a doação do produto aos países para investimentos de

conservação ambiental. Bolívia, Equador e Peru foram os primeiros a se

beneficiarem da novidade.

Na área latino-americana, as ONGs elaboram dois documentos:

Nossa Própria Agenda, em 1990, propondo a criação de um programa de

negociações com os países ricos sobre meio ambiente e desenvolvimento; e o Pacto

por um Mundo Novo, elaborado em 1991, para estimular os governos americanos a

assumirem compromissos recíprocos, na busca de soluções para os problemas

ambientais do continente. Durante a II Conferência Mundial para o Meio Ambiente e

Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em junho de 1992, foram assinados

outros dois documentos: a Carta da Terra, uma declaração universal de princípios

sobre o meio ambiente e o desenvolvimento; e a Agenda 21, plano de ação firmado

pelos chefes de governo para o desenvolvimento de políticas voltadas para os

desafios do séc. XXI.

O conceito de desenvolvimento sustentado encontrou no BIRD, a

maior agência multilateral de crédito, junto com o FMI, seu principal agente

investidor até o momento.

Em 1997 foi assinado o Protocolo de Kioto, documento em que

países industrializados, com exceção dos Estados Unidos, comprometeram-se a

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frear as emissões de dióxido de carbono (CO2) e demais gases responsáveis pelo

aumento da temperatura, média da Terra e pelas conseqüentes oscilações e

mudanças climáticas. Provavelmente o Protocolo fracassou em seus objetivos, mas

fez com que o aquecimento global se tornasse um assunto mundial.

A última Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP-15)

ocorrida em Copenhague na Dinamarca, no final do ano de 2009, terminou

praticamente sem acordos ou mostrando que os interesses econômicos ainda falam

mais alto que a questão ambiental entre os líderes mundiais.

2.11 Ecossistemas no Brasil

No Brasil, os ecossistemas são de grande amplitude, dado as ótimas

condições de solo, relevo, vegetação, clima, localização e outros recursos naturais.

Como características gerais, dizemos que o país está localizado na

porção centro-oriental da América do Sul, tem 8 511 965 Km² de área e 55 457 Km²

de águas internas, equivalentes a 1,66% da superfície do Globo e a 5,77% das

terras emersas, ocupa 20,8% das Américas e 47,7% da América do Sul. É o 5º país

do mundo em área total. Situa-se entre as latitudes 5°16‟ N e 33°45‟ S e entre as

longitudes 34°47‟ e 73°59‟ W. É cortado ao N pela linha do equador, e pelo Trópico

de Capricórnio. É cortado por quatro fusos horários. As fronteiras totalizam 23 127

Km, dos quais 15 179 Km são com países vizinhos. Os únicos países da América do

Sul, sem fronteiras com o Brasil, são Chile e Equador. Os restantes 7 408 Km de

divisas são banhados pelo oceano Atlântico. O centro geográfico fica na margem

esquerda do rio Jarina, em Barra da Garça, MT.

2.11.1 Amazônia

A floresta ocupa uma área de cerca de 3 milhões de Km²

correspondentes a cerca de 55% da extensão total, que atinge 5,5 milhões de Km².

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Seu subsolo é riquíssimo em minérios e a sua superfície abriga quase um terço

(perto de 2 milhões) das espécies vivas do planeta. Tem enfrentado grandes

problemas de devastação e queimadas (extração ilegal e predatória da floresta).

Grande parte dos 3,9 milhões de Km² de sua bacia hidrográfica está sofrendo a ação

do assoreamento provocado pela erosão resultante da utilização inadequada do

solo. A busca do ouro também tem contribuído para dizimar a população indígena,

principalmente a tribo dos Ionomani.

2.11.2 Mata Atlântica

Cobria, no séc. XVI, uma área quase contínua, paralela ao litoral,

que ia do Ceará ao Rio Grande do Sul, com cerca de 15 milhões de Km². A

vegetação remanescente concentra-se na maior parte nos Estados da região sul. Só

em São Paulo, os 82% da floresta original foram reduzidos a apenas 5% pelos

desmatamentos. Mesmo assim, conserva um alto nível de diversidade biológica,

considerado um dos maiores do planeta. A devastação começou com a exploração

do pau-brasil, prosseguindo no séc. XVII com o ciclo do açúcar; no séc. XVIII o ciclo

do ouro; a partir da segunda metade no séc. XIX, a introdução da cultura do café ao

sul e; por último, os efeitos da industrialização e da especulação imobiliária.

2.11.3 Pantanal

Ocupa uma área de 140 mil de Km² no sudeste de Mato Grosso e

oeste de Mato Grosso do Sul, estendendo-se até o Paraguai. Suas terras são

inundadas no verão, época das chuvas pelas cheias do rio Paraguai. As águas estão

poluídas pela ação do homem. Os caçadores clandestinos estão dizimando jacarés,

onças-pintadas, veados, cotias, ariranhas e lontras, entre outros animais.

A criação do Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense e da

Estação Ecológica do Taimã ainda é insuficiente para preservar a região.

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2.11.4 Manguezais

São vegetações compreendidas entre os meios terrestre e marinho,

característicos dos litorais tropicais, distribuem-se do extenso Norte, no Amapá, até

o Sul, na foz do rio Ararangua, em SC. Vêm sofrendo contínua destruição, dando

lugar a estradas, loteamentos, complexos portuários e indústrias, ou têm servido

para depósito de lixo.

Alguns poucos estão preservados, com a sua transformação em

parques estaduais, como o da ilha do Cardoso, em SP, ou nacionais, como o de

Superagui, no PR.

2.12 Unidades de Preservação

São áreas com características naturais de valor relevante, com

garantias de proteção e mantidas sob regimes especiais de administração para

preservar a diversidade biológica, proteger as espécies raras ou em perigo de

extinção, incentivar o uso sustentável dos recursos naturais e conservar paisagens

naturais de notável beleza. Representam uma área de cerca de 4% da superfície do

país. Compõem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

2.12.1 Parques Nacionais

São áreas de extensão consideráveis, exclusivas do poder público

federal, delimitadas por abranger espécies raras da fauna e da flora; visam a

proteção dos recursos hídricos e das formações geológicas. Podem ser terrestres ou

marinhos. São abertas à visitação pública, com a proteção dos recursos naturais.

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2.12.2 Reservas Biológicas

São áreas de dimensões variáveis, caracterizadas por conter

ecossistemas ou comunidades frágeis, de importância biológica. São fechadas à

visitação pública e é proibida qualquer exploração dos recursos, a não ser para

pesquisas científicas.

2.12.3 Estações Ecológicas

São áreas representativas de ecossistemas naturais, destinadas à

realização de pesquisa em ecológica, à proteção do meio ambiente natural e ao

desenvolvimento da educação preservacionista. Devem ter, no mínimo, 90% da área

destinados à preservação integral; às pesquisas, os restantes 10%, podem ser

criadas pela União, pelos Estados ou Municípios.

2.12.4 Florestas Nacionais

São áreas extensas de cobertura florestal formada de espécies

sobretudo nativas, que oferecem condições para produção sustentável de madeira,

proteção de recursos hídricos, manejo da fauna silvestre e recreação. Sua principal

característica é o uso sustentado dos recursos, excetuando-se algumas áreas,

submetidas a uma proteção mais rigorosa.

2.12.5 Áreas de Proteção

São destinadas à conservação da vida silvestre e dos recursos

naturais à manutenção dos bancos genéticos e da qualidade de vida de seus

habitantes. Sua utilização deve obedecer a um zoneamento ambiental, sem

desapropriação das terras pelo poder público. O zoneamento é estabelecido em

conjunto com universidades, ONGs e comunidade.

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2.12.6 Reservas Extrativistas

São áreas naturais, ou pouco alteradas, onde vivem grupos sociais

que usam produtos da flora nativa como fonte de subsistência, extraídos segundo

planos de manejo preestabelecidos. São de domínio público, utilizadas mediante

concessão federal e estadual.

2.13 Unidades de conservação do Paraná

Em um folheto informativo do IAP – Instituto Agronômico do Paraná,

com dados de 2005 aproximadamente, existiam 1 186 030,72 ha de área total (uso

integral e uso sustentável) em 61 unidades do estado.

Vamos destacar algumas:

Parque Estadual do Lago Azul – área de 1 749,01 ha nos

municípios de Campo Mourão e Luiziana.

Parque Estadual Vila Velha – área de 3 803,28 ha em

Ponta Grossa.

Parque Estadual das Lauráceas – área de 2 7524,33 ha

nos municípios de Adrianópolis e Tunas do Paraná.

Parque Estadual Mata São Francisco – área= 832,58 ha,

em Cornélio Procópio e Santa Mariana.

Parque Estadual Ilha do Mel – área= 2 241,69 ha,

Paranaguá.

Floresta Estadual do Palmito – área= 530,00 ha,

Paranaguá.

Parque Estadual Pico do Morumbi – área= 2 342,41 ha,

Morretes.

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Estação Ecológica de Guaraguaçu – área= 1 150,00 ha,

Paranaguá.

Parque Estadual do Guartelá – área= 798,97 ha, Tibagi.

ARIE da Cabeça do Cachorro – área= 60,98 ha, São

Pedro do Iguaçu.

Parque Estadual da Mata dos Godoy – área= 675,70 ha,

Londrina.

Parque Florestal do Rio da Onça – área = 118,51 ha,

Matinhos.

Parque Estadual de Campinhos área= 336,98 ha, Cerro

Azul, Tunas do Paraná.

Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santo – área=

353,86 ha, Fênix.

Estação Ecológica do Cainá – área= 1 427,30 ha,

Diamante do Norte.

Parque Estadual do Cerrado – área= 420,40 ha,

Jaguariaíva.

Parque Estadual do Monge – área= 250,02 ha, Lapa.

Parque Estadual de Amaporã – área= 204,00 ha,

Amaporã.

Reserva Biológica de São Camilo – área= 385,34 ha,

Palotina.

Área de Proteção Ambiental de Guaratuba – área=

199 586,51 ha, Guaratuba, São José dos Pinhais, Tijucas

do Sul, Morretes, Paranaguá e Matinhos.

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2.14 O Ensino de Geometrias

A natureza, como objeto de observação na busca do conhecimento,

ajudou muito no desenvolvimento da Geometria pelos primeiros povos. Foi

fundamental a participação dos gregos, os quais passaram a privilegiar o

conhecimento dedutivo. Questões de natureza astronômica tiveram um grande

auxílio na geometria. Com o início do Renascimento, novamente os estudos de

geometria voltaram a ter destaque, inclusive associando-a a outros conhecimentos

científicos.

Vejamos alguns bons exemplos, que ao longo dos tempos,

contribuíram à ciência pela Geometria.

Aristarco de Samos (310 a.C – 230 a.C), grego que usando

triângulos retângulos, semelhança de triângulos e proporções, efetuou cálculos de

distâncias da Terra à Lua e ao Sul.

Erastóstenes de Cirene (276 a.C – 196 a.C), estudou em Atenas e

viveu em Alexandria. Utilizando a geometria da época e as condições precárias

existente, conseguiu calcular, entre outras coisas, o raio da Terra.

Nicolau Copérnico (1473 – 1543), polonês que elaborou toda uma

teoria em que os planetas teriam órbitas circulares em torno do Sol, utilizando a

trigonometria, calculou os períodos de revolução e as distâncias dos planetas em

relação ao Sol.

Johames Kepler (1571 – 1630), este alemão aperfeiçoou as idéias

de Copérnico e apresentou as chamadas “leis de Kepler”, repletas de

proporcionalidades, áreas e elipses.

O que estudamos hoje de Geometria é uma versão aprimorada da

produção de muitos sábios desde a Antiguidade.

Na Educação Básica, a Geometria tem sido colocada de acordo com

as Diretrizes Curriculares, como um conteúdo estruturante que dá suporte à

compreensão dos seus vários conceitos e tipos de geometrias, contribuindo para

que o aluno tenha a ampliação do seu conhecimento e pensamento geométrico.

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2.14.1 Geometria Euclidiana

Provavelmente os primeiros povos a desenvolverem o pensamento

geométrico foram os babilônios (desde 2000 a.C) e os egípcios (desde 1300 a.C), na

medição de terras e em edificações. Filósofos e matemáticos gregos, por volta de

600 a.C, entre eles, Tales e Pitágoras, passaram a sistematizar os conhecimentos

geométricos da época.

No entanto, foi Euclides o grande expoente da Geometria, tendo

escrito sua grande obra em treze volumes, a que chamou Elementos. Nesta obra ele

sistematizou a grande massa do conhecimento egípcio com ordenação lógica e

trabalhou com profundidade as propriedades das figuras geométricas, as áreas e os

volumes.

Considera-se que Euclides superou todos os seus predecessores.

Segundo Euclides, a Geometria era uma ciência dedutiva que operava a partir de

certas hipóteses básicas – os axiomas ou postulados. Por exemplo: o “postulado das

paralelas” de Euclides, que se constituía de um axioma, não oferecendo assim a

possibilidade de discuti-lo.

2.14.2 Geometria Não-Euclidiana

Não é possível se pensar nesta geometria sem partir do notável

trabalho de Euclides, sua obra Elementos, que serviu de base para todo

conhecimento nesta área.

Podemos dizer que, com a simplificação das representações de

operações aritméticas com Viéte, e posteriormente a representação do conjunto dos

números inteiros na reta numerada, a Álgebra foi se estruturando. Surgiu também

um livrinho, “O décimo”, que ajudaria bastante nas questões de operações

comerciais, fato ocorrido na Europa, com Stevin. Utilizando o que já tinha sido

desenvolvido e implementando as representações euclidianas, com medidas e

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posicionamentos com dois eixos ortogonais, Descartes, em 1637, cria a Geometria

Analítica, que nada mais é do que aplicar a Álgebra à Geometria.

Estudando a obra de Euclides, alguns matemáticos perceberam que

bastava pôr de lado o “postulado das paralelas”, para tornar possível o

desenvolvimento de novos sistemas geométricos. Assim, no final do séc. XVIII e

início de séc. XIX, aconteceram os estudos de Nikolai Ivanovich Lobachevsky (1792

– 1856), primeiro a criar sua própria teoria, e, Bernhard Rieman (1826-1866), que

implementou um sistema diferente. Entre outros estudos, surgiram as geometrias

não-euclidianas, que trouxeram uma nova maneira de ver e conceber o

conhecimento geométrico. Essas novas concepções, no séc. XX trouxeram grande

avanço, a exemplo da Teoria da Relatividade de Einstein, em 1916.

Pensando neste processo de evolução, as geometrias foram se

constituindo, tais como: Esférica, Topológica, Hiperbólica, Projetiva, Fractal.

2.14.3 Geometria Plana

É evidente que, a geometria a que nos referimos aqui diz respeito

aos trabalhos de Euclides, que foram aprimorados no decorrer da História da

humanidade.

Trabalha-se com as idéias e conseqüentes representações de

ponto, reta e plano. O desenho representa a linguagem que busca fazer com que o

leitor consiga entender as representações geométricas. A grande dificuldade,

principalmente dos nossos alunos, é de que todos nós vivemos num mundo físico

tridimensional e esta geometria arremete às representações bidimensionais e

adimensionais. Ou seja, coisas impossíveis no mundo real.

Podemos destacar aqui alguns tópicos, como as Propriedades

Geométricas que se utilizam de ângulos, retas, figuras poligonais fechadas,

segmentos; a semelhança de triângulos, uso do Teorema de Tales; Relações

métricas no triângulo retângulo, Teorema de Pitágoras; Polígonos/Circunferência;

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Cálculo de áreas. Na construção de polígonos convexos daremos alguns exemplos

tais como: triângulos (retângulo, obtusângulo, acutângulo), quadrilátero (retângulo,

quadrado paralelogramo, losango, trapézio), pentágono, hexágono, etc.

Na verdade, a Trigonometria é geralmente estudada em um capítulo

separado, no entanto, é definida com figuras da geometria plana, tais como ângulos,

triângulos, circunferências e etc.

2.14.4 Geometria Espacial

Esta geometria também é denominada como: Geometria espacial de

posição e métrica, pois sua construção pode ser iniciada pelo estudo das posições

relativas de pontos e retas de um mesmo plano, e assim o trabalho vai se

aprimorando, com o surgimento de outros planos e outras variantes, chegando-se

assim à figura espacial, que se consolida com os corpos redondos.

Fazendo uma classificação, podemos ter uma bifurcação entre

poliedros e corpos redondos. Estes primeiros quando tomados na forma convexa,

podem ser: prismas, pirâmides, regulares de Platão, não-regulares de Platão e não

regulares quaisquer. Os corpos redondos são: esfera, cilindro e cone. Podemos ter

sólidos geométricos com várias composições.

Algumas coisas podem ser destacadas, tais como: Projeções

Ortogonais, Princípio de Cavaliere, Poliedros de Platão, Cálculo de Áreas e

Volumes, Estudos ligados à astronomia, entre outras.

2.14.5 Geometria Analítica

É o resultado da integração entre Geometria e Álgebra, esta tarefa

coube a René Descartes (1596-1650), filósofo e matemático francês que escreveu

La Geométrie, com as idéias de eixos e de coordenadas, dando assim uma

interpretação geométrica a determinadas equações. É claro que a idéia básica foi a

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representação de pontos no plano com coordenadas de números reais, depois

surgiram as linhas (reta, circunferência, elipse, etc.).

Vejamos uma divisão usual: 1º) para ponto e reta – Sistema

cartesiano ortogonal; Distância entre dois pontos, Coordenadas do ponto médio de

um segmento; Condições de alinhamento de três pontos; Coeficiente angular de

uma reta; Equação da reta quando são conhecidos um ponto e a declividade da reta;

Formas da equação da reta (reduzida e geral); Posições relativas de duas retas no

plano (paralelas e concorrentes); Perpendicularidade de duas retas; Distância entre

ponto e reta; Ângulo formado por duas retas; Área de uma região triangular;

Aplicação à Geometria plana. 2º) para circunferência – Definição e equação;

Posições relativas entre reta e circunferência; Problemas de tangência; Posições

relativas de duas circunferências; Aplicações à Geometria plana. 3º) para as

secções cônicas – Parábola; Elipse; Hipérbole.

Com relação as secções cônicas destacamos Apolônio, que em sua

obra, mostrou que variando a inclinação do plano de secção, as três espécies de

cônicas podiam ser obtidas de um único cone, e que foram nominadas por ele.

Vejamos exemplos de outras áreas que utilizam as secções cônicas:

1º) A trajetória de um projétil, em queda livre, é um arco de parábola;

2º) Os planetas giram em torno do Sol numa trajetória cuja forma é

uma elipse. Faz parte das três leis de Johannes Kepler (1571-1630) aplicadas à

Astronomia.

3º) O gráfico que relaciona pressão e volume de um gás a

temperatura constante, é uma hipérbole.

2.15 Cartografia

É a arte de traçar ou compor cartas geográficas, ou seja: trabalha

com medições e representações da superfície do nosso planeta. A ciência que trata

especificamente deste assunto é a Engenharia Cartográfica, e compreende três

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divisões: Topografia, Geodésia e Fotogrametria. Na sequência estudaremos estas

divisões.

2.15.1 Topografia

Descrição de uma localidade com todos os seus acidentes

geográficos, por meio de medições de porções limitadas da superfície terrestre, que

por serem limitadas podem ser consideradas planas. Costuma ser dividida em

Planimetria, Altimetria e Plano-Altimetria, ou seja:

Planimetria – trata-se da representação horizontal das

terras, como se fossem planas, não se medindo o relevo.

Altimetria – trata-se da medição das alturas dos pontos

acima de um plano horizontal de referência.

Plano-Altimetria (ou Estadimetria) – faz os dois serviços

simultaneamente.

A medição de uma propriedade faz-se por meio do chamado

LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO.

Refletindo sobre o assunto, observamos no MEMORIAL

DESCRITIVO, duas coisas básicas:

- o ângulo que a direção, tomada em cada ponto visado, faz

com um alinhamento;

A distância deste ponto de referência ao ponto visado.

Na Topografia a circunferência de orientação é medida a partir do

eixo vertical (o norte), e parte da esquerda para a direita, sentido horário (de 0° a

360°), visando-se, primeiramente, o chamado ponto de ré e depois o de vante.

Observamos as diferenças gritantes com o nosso ciclo normalizado na

Trigonometria usual, presente nos livros didáticos. Assim, quando se medem os

ângulos de um caminhamento, devemos observar o seguinte padrão:

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Nos memoriais Descritivos utilizam-se também as orientações de

pontos cardeais e colaterais como:

Pontos Cardeais N – Norte Pontos Colaterais NE – Nordeste

S – Sul SE – Sudeste

L – Leste SO – Sudoeste

O – Oeste NO – Noroeste

O AZIMUTE MAGNÉTICO (A) de um alinhamento é o ângulo que o

mesmo faz com a direção indicada pela agulha da bússola. A esta direção podemos

dar o nome de mediano magnético.

Vamos ao RUMO (ângulo dado na orientação norte/sul):

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E o AZIMUTE (ângulo dado à partir do norte) e o RUMO (ângulo de

orientação norte/sul):

Regra para transformar AZIMUTE (A) em RUMO (R)

Pensando nas funções da Engenharia Cartográfica, mais

especificamente, na Topografia Básica, iremos mostrar etapas pontuais do seu

desenvolvimento.

Como nosso trabalho está pautado em medições em nível, vamos

assim nos ater à Planimetria.

Tomemos como exemplo: a representação poligonal

do nosso Memorial Descritivo:

CAMINHAMENTO

Para fazer a medição, temos que estabelecer uma

“base”, que é o “caminhamento” 0, 1, 2 e 3, formado pelos

alinhamentos 0 a 1, 1 a 2, 2 a 3 e 3 a 0, sendo que cada um

deles representa um ponto topográfico marcado em um

“piquete” (uma pequena estaca de madeira). De cada um

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desses pontos medem-se os detalhes, levantando os pontos principais, tais como a,

b e c do piquete 1, que permite desenhar a curvatura do ribeirão (por exemplo).

Para construir a nossa “base”, temos que começar escolhendo um ponto de partida.

Este pode estar situado, por exemplo, no piquete 0. Desta forma, para fazer a

medição da propriedade, temos que traçar os alinhamentos, medir os ângulos que

formam entre si, medir os seus comprimentos, e ainda medir os ângulos e as

distâncias que cada um dos pontos tomados como a, b, etc., que formam com esses

alinhamentos. É preciso também medir o ângulo que cada alinhamento forma com a

direção do Norte magnético, chamado de azimute magnético, que é necessário à

orientação da planta e a definição dos limites da propriedade quanto à sua direção.

As anotações de medidas, acompanhadas de croqui elucidativos,

são tomadas cuidadosamente em uma caderneta própria. Seguem-se os cálculos

feitos em casa ou no escritório. Todas as medidas obedecem, pois, ao seguinte

esquema, que estabelece a sequência dos trabalhos do levantamento topográfico:

I – Serviço de campo

I.1 – Traçado dos alinhamentos

I.2 – Medição dos alinhamentos

I.3 – Medição dos ângulos

I.4 – Organização da caderneta de anotações

II – Serviço de escritório

1 – Soma dos ângulos medidos, cálculo e distribuição dos

erros angulares

2 – Cálculos dos azimutes

3 – Cálculo das coordenadas relativas e das absolutas

4 – Desenho da planta

5 – Cálculo das áreas.

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A soma dos ângulos horizontais (internos ou externos) que os

alinhamentos formam entre si permite calcular o erro de fechamento angular e o

cálculo dos azimutes.

O cálculo dos azimutes nos abre caminhos para o cálculo das

coordenadas relativas e, por fim, o das absolutas. O cálculo destas serve para

desenhar a planta, bem como para calcular a área do polígono topográfico e a área

da propriedade medida.

I – SERVIÇO DE CAMPO

I.1 – TRAÇADO DOS ALINHAMENTOS

Chama-se alinhamentos a uma sucessão de pontos topográficos

mercados no terreno em linha reta de visada. O ponto topográfico é marcado sobre

o piquete (quando necessário) por meio de uma tachinha.

O piquete é uma estaca de 10 cm. de comprimento, despontada,

que é fincada totalmente no chão. Ao lado do piquete finca-se uma estaca maior, de

uns 40 cm. de comprimento, munida de um entalhe, chamada espelho ou

testemunha, onde se escreve o número do piquete.

Para traçar os alinhamentos usa-se balizas, que são hastes de

madeira ou de ferro, com uma polegada de grossura e dois metros de comprimento,

pintadas de branco e vermelho em quatro seções de 50 cm.

Para traçar um alinhamento, opera-se do seguinte modo:

Finca-se o piquete 0 de partida e pede-se ao auxiliar, aprumar uma

baliza sobre este piquete. A seguir, indo-se na direção que deve ser percorrida pelo

alinhamento abrindo-se picada se necessário, percorre-se a maior distância

possível, de acordo com as condições locais e finca-se o piquete 4 em posição que

permita boa saída para a frente. Tendo deixado um segundo auxiliar aprumando

outra baliza no piquete 4, o operador adianta-se e escolhe a posição para o

piquete 5. A posição do piquete é marcada pelo operador segurando sua baliza na

vertical e colocando-se em linha reta de visada, com as balizas dos auxiliares 0 a 5.

Quando a sua baliza cobrir as outras deixa-a cair, marcando o ponto. Para marcar

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os pontos subseqüentes opera-se do mesmo modo, até o fim do alinhamento

(piquete 1 no nosso exemplo).

Usando-se instrumento de luneta, pode-se operar do seguinte modo:

finca-se os piquetes 0 e 4 do mesmo modo que no caso anterior. A seguir,

estaciona-se o instrumento sobre o 4, nivelando-se, ajusta-se o zero do limbo

horizontal, faz-se a visada de ré e fixa-se apertando o parafuso inferior, tudo como

está explicado na parte relativa à medida dos ângulos. Feita a visada de ré, afrouxa-

se o parafuso superior e gira-se a alidade olhando a graduação do limbo horizontal

até ler-se exatamente 180°. Ajusta-se a leitura. Feito isto, visa-se pela luneta,

comandando o auxiliar para que ele se coloque na linha de visada, segurando a

baliza vertical. Comanda-se com os dois braços abertos, mas movendo só o

esquerdo se queremos que o auxiliar desloque para a esquerda ou só o direito, no

caso contrário. Quando o fio vertical do retículo cobrir a baliza, fixamos vivamente os

dois braços e o auxiliar deixa cair a baliza, marcando o ponto. Opera-se do mesmo

modo para todos os pontos intermediários situados sobre um mesmo alinhamento,

como é o caso dos nossos pontos 4 e 5.

Traçado o alinhamento 0 a 1, o operador procede do mesmo modo

para traçar o alinhamento 1 a 2 medindo o ângulo que o alinhamento forma no

vértice 1.

Traçado de um alinhamento através de uma elevação (não será

estudado no nosso caso).

I.2 – MEDIÇÃO DOS ALINHAMENTOS

Os alinhamentos podem ser medidos por vários métodos e

instrumentos, conforme a precisão desejada. De modo geral, temos a seguinte

classificação dos processos:

A – processos diretos, usando:

1 – trenas de pano ou de aço

2 – corrente de agrimensor

3 – régua de madeira

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B – processos trigonométricos, usando:

1 – miras de invar de precisão sem graduação

2 – Triangulação Topográfica

C – processos estadimétricos, baseados numa proporção

geométrica chamada relação estadimétrica.

D - processos eletrônicos, utilizando-se os raios

infravermelhos (DI 10, Wild), ou raios laser, com o teodolito

eletrônico americano LT.3 Transit-Lite, ou ainda microondas, com os

telusômetros.

A – PROCESSOS DIRETOS

Em planimetria só nos interessam estes.

1 – MEDIÇÃO A TRENA

Uma trena é uma fita de aço, de pano ou de fibra de vidro, graduada

em centímetros e com um comprimento que varia de 10 a 50 metros. A trena seve

ser sempre bem esticada na horizontal e as balizas são aprumadas bem na vertical.

2 – CORRENTE DE AGRIMENSOR

Trata-se de uma corrente de arame grosso, com espessura de 3 a 4

milímetros, formada por elos de 0,20 m, articulada por meio de anéis.

3 - RÉGUAS

São réguas comuns, de 3 a 4 metros de comprimento, muito usadas

para medir as distâncias nas tomadas das seções transversais.

I.3 – MEDIÇÃO DOS ÂNGULOS

Classificação:

X – Ângulos horizontais

1- ângulos poligonais

2 – deflexões

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3 – Azimutes

a) Magnéticos

b) Verdadeiros

Y – Ângulos verticais

1 – altura

2 – distância zenital

X – ÂNGULOS HORIZONTAIS

Os ângulos horizontais são medidos sempre no plano do horizonte,

desde que o instrumento esteja nivelado, porque, qualquer que seja a inclinação da

luneta, o plano do limbo horizontal, do instrumento permanece sempre na horizontal.

Como já falamos, os ângulos poligonais são medidos da esquerda para a direita, de

zero a 360°, visando-se primeiro o ponto de ré (ré é o que está para trás ou para a

esquerda) e depois o de vante (vante é o que está para a frente ou para a direita).

Quando se trata de alinhamentos fechados (uma sucessão de

alinhamentos formando um perímetro), os ângulos poligonais podem ser internos ou

externos.

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Vejamos algumas situações:

2 – DEFLEXÕES

Chama-se deflexão ao ângulo que o prolongamento de um

alinhamento forma com o alinhamento seguinte. A deflexão pode ser para a

esquerda ou para a direita.

Vejamos:

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A medida de deflexões exige, como já dissemos, um tipo de limbo de

graduação dupla.

3 – AZIMUTES MAGNÉTICOS

(já vimos)

Técnicas de medir ângulos

No papel, centramos o transferidor sobre o ponto 2, de modo que o

diâmetro 0°-180° fique ajustado em coincidência com a linha 1-2 e seu

prolongamento. O valor do ângulo é indicado pelo risco 2-3 que fazemos no papel

sobre o seu valor, lido na graduação do limbo.

Figura:

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Y –ÂNGULOS VERTICAIS

No nosso caso, mostraremos a medição de um ângulo formado por

dois alinhamentos, tais como:

Medir o ângulo formado pelos alinhamentos 1-2 e 2-3, podemos

operar do seguinte modo:

1 – Fincamos um pequeno esteio em cima do ponto 2 e colocamos o

transferidos sobre ele de modo que o 0° aponte a baliza colocada sobre o ponto 1.

2 – Com um dispositivo qualquer para visar (um lápis ou uma régua)

colocado sobre o transferidor e passando pelo seu centro, miramos uma baliza

colocada a prumo no piquete 3.

3 – Lemos no transferidor o ângulo indicado pelo dispositivo de

visada.

Em síntese, o dispositivo de visada que improvisamos representa a

luneta dos goniômetros (trânsitos e teodolitos). O transferidor é o limbo graduado. O

esteio de que valemos representa o tripé.

As partes e o funcionamento do teodolito não serão aqui

apresentadas.

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I.4 – CADERNETA DE ANOTAÇÕES

Em Topografia é muito importante a arrumação das anotações das

medidas executadas no serviço de campo; bem como das folhas de cálculo.

Temos aqui um modelo de caderneta para levantamento

planimétrico, em que as medidas são feitas a trena.

Legenda: E = estação

PV = ponto visado

Ang.h. = ângulo horizontal (externos)

d = distância

Az = azimute magnético

I – Modelo:

(ângulos e medidas não foram preenchidas)

E PV Ang.h. d Az.lido OBS

0

4

5

1

2

6

7

9

3

10

4

5

1

a

b

c

2

a

6

d

e

7

d

9

3

10

0

...

...

a, b, c à margem do córrego

d, e à margem do córrego

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II - SERVIÇO DE ESCRITÓRIO

Polígono Topográfico

Trata-se da projeção horizontal do caminhamento fechado.

II.1 – Soma dos ângulos medidos

Vejamos as fórmulas da Geometria que se aplicam ao cálculo dos

ângulos de um polígono qualquer:

Aqui seriam considerados apenas a medição dos ângulos poligonais

fazendo o cálculo dos azimutes (ângulos externos).

- Erro angular de fechamento

Por norma, o limite de erro seria de 1‟ (um minuto) em cada vértice,

a ser distribuído nos vértices da poligonal fechada.

II.2 – Cálculo dos azimutes

(Exposições básicas já apresentadas)

II.3 – Cálculo dos rumos

(Efetuados diretamente pelas medidas angulares)

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II.4 – Desenho da Planta

O desenho do polígono topográfico serve de base para o desenho

da planta, com todos os detalhes do terreno.

A escala gira em torno de 1:100, 1:202, 1:500, 1:1000, 1:2000,

1:5000 e 1:10 000.

Existem alguns métodos para se calcular áreas de superfícies

poligonais fechadas, vamos citar alguns:

a) Pela soma algébrica das áreas dos trapézios em relação às suas

projeções;

b) Pelas coordenadas absolutas (Fórmula de Gauss)

c) Quando de traçados curvos e irregulares, usa-se o método de se

fazer medições na escala do desenho para a formulação de triângulos e

quadriláteros e as somas aproximadas destas figuras dão como resultado a área

total.

d) Para perímetro por linhas curvas empregam-se as fórmulas de

Bezout, Simpson e Poncelet. A de Benzout,

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2.15.2 Geodésia

Parte da geometria que tem por objeto o estudo da forma e das

dimensões da Terra, arte de medir e dividir terrenos. Assim, esta parte da geometria

trata da medição e representação da superfície esférica do planeta: a base para

essa medição é uma rede de triângulos esféricos traçados nessa superfície.

Podemos dizer que estamos diante da Geometria Não-Euclidiana,

mais especificamente a parte de Geometria Esférica, onde destaca-se Georg

Friedrich Bernhard Riemann (1826-1866), o qual interpretou o plano como a

superfície de uma esfera e uma reta como o círculo máximo de uma esfera,

desconsiderando que a reta é infinita, mas considerando-a ilimitada.

2.15.3 Fotogrametria

É a ciência que se aplica na medição e representação das terras,

em uma figura chamada planta topográfica, com o auxílio da fotografia que pode ser

terrestre ou aérea (aerofotogrametria).

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CAPÍTULO III

CONSIDERAÇOES METODOLÓGICAS E ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

3. Introdução

O propósito deste capítulo é apresentar atividades que

relacionam a Educação Matemática à Preservação Ambiental, as quais serão

desenvolvidas durante a Intervenção Pedagógica, destacando-se a importância

dos sujeitos envolvidos e os procedimentos metodológicos que serão utilizados

como ferramentas para viabilizar o desenvolvimento dessas atividades.

3.1 Metodologia

Embora que reconhecemos a dimensão tão grande dos conteúdos

matemáticos possíveis, tanto das questões da Educação Matemática, quanto das

ações ligadas ao meio ambiente, nosso trabalho será restrito à Geometria

Euclidiana e coisas básicas sobre a Resolução de Problemas.

As atividades apresentadas neste trabalho fazem parte do Projeto

de Intervenção Pedagógica na Escola, com alunos do Ensino Médio, no Colégio

Estadual Presidente Kennedy, de Rolândia.

A proposta metodológica está de acordo com as Diretrizes

Curriculares da Educação do Estado do Paraná, que apontam a matemática

articulada com outros conteúdos disciplinares.

O desenvolvimento do trabalho poderá também ser proposto em

forma de oficinas, sem prejuízo ao planejamento.

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As atividades serão desenvolvidas, preferencialmente, em grupo de

dois ou três alunos, para melhorar a interação entre os conteúdos e os sujeitos da

pesquisa.

Inicialmente será apresentado aos alunos um vídeo de curta-

metragem e um texto informativo sobre as catástrofes da natureza e a preservação

do meio ambiente global.

A promoção de uma discussão geral é importante, sobretudo de

uma pesquisa de campo, por intermédio de um questionário, elaborado pelos

alunos, destacando questões relevantes; cujo objetivo é viabilizar entre os alunos e

comunidade ações se proteção ambiental.

Questões relacionadas ao Código Florestal serão trabalhadas com

bastante ênfase.

Solicitaremos aos alunos que levem Escrituras de lotes rurais e

nelas focalizem memoriais descritivos, propondo o cálculo de áreas (totais e

reservas) para aplicação da Lei das Florestas (nº 7803/89).

Nosso objetivo principal é a melhoria do ensino e aprendizagem de

Matemática, a partir da Educação Matemática, com o uso das suas três tendências

metodológicas, favorecendo a investigação para a produção do conhecimento na

formação integral dos nossos educandos.

3.2 O primeiro ato

Apresentação do vídeo de curta-metragem que trás uma projeção da

triste situação do planeta no final deste século, bem como de um texto científico

sobre os estragos causados pelo homem e as reações catastróficas da natureza.

ATIVIDADE 1 –

Após o vídeo e o texto os alunos terão um breve espaço de tempo

para refletirem e discutirem sobre a situação impactante apresentada.

Na sequêcia o professor levantará as seguintes questões:

1) Afinal, a quem cabe a responsabilidade de preservar o ambiente

sem que vivemos?

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2) Será que a situação exposta no filme é pura ficção?

3) Será que estamos próximos de chegar a uma situação global

semelhante ao que foi vista?

4) É possível ainda reverter a nossa atual situação?

5) Você já parou para pensar nos estragos que a humanidade tem

causado indistintamente ao planeta?

6) Você conseguiria, em condições normais, viver sem qualquer

agressão ambiental por um dia? E por uma hora? E por um minuto?

7) Você sabia que proteger nosso ambiente é dever de todos e faz

parte, individualmente, do exercício da plena cidadania?

8) O que cada um de nós, como integrante deste planeta, e vivendo

em sociedade, poderíamos fazer em defesa do ambiente em que vivemos e fazendo

parte dele?

9) Qual “parte da Matemática” poderia ser associada ao tema de

estudo?

10) Tente responder todas as questões em seu caderno.

Nesta atividade serão apresentadas algumas sugestões referentes a

Educação Ambiental, bem como dados sobre as conseqüências que o planeta sem

sofrendo atualmente e possíveis medidas de defesa.

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ATIVIDADE 2 – Charge ecológica

Olha a tira em quadrinhos abaixo:

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Considerando a situação anterior, responda em seu caderno:

1) Que recado o senhor Cupinildo quis transmitir?

2) Você já ouviu falar de proposta de proteção ambiental?

3) Ou quem sabe, a expressão, mundo sustentável?

4) Qual o significado do “verde” para os ficais ambientais e a

compreensão do Sr. Cupinildo?

5) Será que na nossa sociedade não tem muita gente que sua o

“verde” o Sr. Cupinildo, ..., às vezes por ignorância, ou ganância, ou má fé...?

6) O incêndio nos gravetos e folhas secas seria o segundo crime do

personagem da nossa charge (este foi possível evitá-lo), o que tem que acontecer

para se constatar uma ação criminosa?

7) Existe lei de proteção à ignorância?

ATIVIDADE 2 – Sobre as conseqüências da devastação

Vejamos o desenho na sequência.

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Após consultar o desenho, efetuando uma discussão e pesquisa,

responda às seguintes questões:

1) Em que sentido a devastação compromete o planeta?

2) Qual a função principal da cobertura florestal?

3) O que vem a ser o Aquecimento Global e quais as suas

implicações?

4) Como funciona o chamado Crédito de Carbono?

5) O que vem a ser o Desenvolvimento Sustentável?

6) Pesquise como o nosso planeta era a partir do surgimento dos

nossos ancestrais.

7) Pesquise como era a situação da cobertura florestal do nosso

país a partir do seu descobrimento.

8) Pesquise sobre as emissões de gases-estufa no mundo.

9) Faça uma dissertação a partir das idéias do desenho

apresentado.

3.3 Investigando propriedades rurais na nossa região

Após a realização das atividades anteriores, onde os alunos

puderam se localizar basicamente no tema, e provavelmente, já ter tomado

consciência de que temos que agir a partir de onde vivemos, será proposto as

seguintes questões.

ATIVIDADE 1 –

1) Pesquisem, principalmente com professores de História e

Geografia, sobre aspectos relevantes da colonização do Município de Rolândia.

2) Pensando em questões ligadas à Cartografia, mais

especificamente, ao loteamento (urbano e rural), de Rolândia, destaque questões

relevantes.

Nesta atividade serão introduzidos alguns conceitos básicos da

Cartografia, mais especificamente da Topografia, principalmente no que diz

respeito a levantamentos topográficos e coisas do gênero.

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Essa tarefa teve como objetivo principal provocar um maior

envolvimento dos alunos nas questões referentes à história do município, no

contexto do planejamento, pelos seus idealizadores no passado. Uma vez que os

homens passam, mas suas obras continuam.

Acontecerão as apresentações dos pequenos grupos com

discussões focadas nas questões de destaque.

ATIVIDADE 2 –

Após todo trabalho anterior, que funcionou como uma espécie de

“pano de fundo”, sugerimos que os alunos se aprofundassem na pesquisa de

mapas, com pioneiros ou pessoas mais antigas no município, profissionais da

área, e poderiam até formular questionários de entrevistas, mas que

respondessem a seguinte questão:

- Como foram realizados os levantamentos cartográficos em

Rolândia, pela companhia de Terras Norte do Paraná?

A partir desta pergunta, os alunos foram levados a pesquisarem

sobre o assunto, levantando várias possibilidades, sobretudo das condições da

época. Consultaram livros que tratam da saga dos desbravadores, bem como da

flora existentes na época. Várias conjecturas foram levantadas, como o ontem e o

hoje na região. A proposta de visitar o museu municipal, bem como, de palestras

com autores de livros do assunto, será muito bem vinda.

Logo após será realizada uma discussão geral entre os principais

envolvidos.

Entretanto, sem menos prezo ao que foi produzido pelos alunos,

mas me colocando na condição de pesquisador, fiz um trabalho de

aprofundamento sobre o assunto e vou apresentá-lo aos alunos, na forma de um

texto, salientando que não se trata de um posicionamento final à pergunta

proposta, mas a exposição de idéias a partir de uma pesquisa. E que, sobretudo, o

que será exposto está sujeito a modificações, contestações, complementações e

demais possibilidades, portanto as contribuições dos alunos serão

imprescindíveis, uma vez que o nosso foco é o aluno.

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Voltamos à pergunta e vamos ao meu texto:

Inicialmente pensamos na existência de um levantamento

aerofotométrico básico, mostrando saliências e depressões. Como o processo de

reconhecimento da região foi iniciado em 1924 pelo agrônomo inglês Simon

Joseph Frases (Lord Lovat) e, consequentemente, as negociações se estenderam

até 1927 com a aquisição de 515 000 alqueires paulistas. Sabemos que as

condições materiais eram precárias e a descoberta do avião tinha apenas duas

décadas. Assim concluímos a inexistência da tecnologia para levantamentos com

aeronaves na época.

Consultando dois livros da História de Rolândia, observei que nada

foi citado neste sentido. O fato me levou a procurar outras fontes de pesquisa.

Falei com pioneiros (e seus descendentes), técnicos na área de agrimensura e

agricultura, onde chegamos a algumas conclusões.

Antes; vejamos a Descrição da Região, segundo Villanueva (1974,

p.18-19):

[...] Nesta vasta região, [...] não existiam cidades ou

vilas, muito menos estradas, a não ser uma trilha antiga

denominada “boiadeira” que se dirigia de leste para

oeste atingindo as barrancas do rio Paraná, com uma

bifuração que atingia as margens do rio Paranapanema,

partindo de um trecho, adiante do rio Pirapó, em

demanda do Estado de São Paulo. Existiam outras

trilhas muito antigas que não eram batidas como a

anterior, mas que tinham servido de ponto de entrada

e trânsito das chamadas Bandeiras, que saíram de

Itapetininga (SP), [...] atravessando a região e subindo o

rio Tibagi, [...], margeando o rio Ivaí [...].

Para compreendermos melhor a ocupação da nossa região, vamos

nos infiltrarmos na História Mundial, focando as grandes navegações, que levaram

à descoberta do continente americano, seguido pela chagada das naus

portuguesas no futuro Brasil, bem como da sua ocupação, onde o nosso estado

representou assunto de grande importância (pelos seus ciclos), a partir do litoral.

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Consequentemente ocorreram as infiltrações pelo continente até se chegar à

nossa região.

Para oferecer um aprofundamento um pouco mais consistente, foi

elaborado alguns anexos, a serem consultados no final desse trabalho, na forma

de Apêndices, aqui nominados com os seguintes títulos:

A: Breve resumo das 17 Leis Ambientais

B: Lei das Florestas

C: Breve História da descoberta e ocupação do continente

americano

D: Breve linha do tempo da História do Brasil

E: O Caminho do Peabirú

Após as consultas devidas, iremos aqui apontar alguns dados

como referência da colonização e fundação: Paranaguá (1648), depois Curitiba

(1693); seguindo para o interior, Ponta Grossa, Tibagi; ao sul, Guarapuava; no

norte velho, Cambara, Tomazina; no oeste Guairá; muito próximo da região Jataí

(onde chegava a estrada de ferro em 1932), atual Jataizinho, e um pequeno

povoado de nome Peabirú (onde existia um caminho batido que se bifurcava a

oeste e seguia para Guairá ou Porto Mendes, ao norte passando pela região dos

nossos estudos, ia para o entroncamento dos rios Paranapanema com Paraná;

outros tantos povoados existiam.

Assim, notamos que nas suas imediações, ou mesmo na própria

região do nosso estudo, alguns deslocamentos haviam acontecido. Além disso,

destacamos os rios que eram razoavelmente navegáveis, o que facilitava a

exploração local.

Falando com pessoas entendidas, eles apontam para medições,

um tanto primárias, pelos rios e trilhas produzindo traçados perimetrais e

consequentemente o cálculo aproximado da área compreendida. Os rumos eram

direcionados, provavelmente por bússolas ou pelo deslocamento do sol.

Remetendo agora o nosso pensamento para a colonização de

Rolândia, surge a ilustre figura do alemão Oswald Nixdorf, que era engenheiro

construtor de motores de navios. Ele foi convidado pelo então Ministro Erich Koch

Weser para estudar as possibilidades de fundar uma colônia alemã nas terras da

Companhia de Terras Norte do Paraná (C.T.N.P). Em abril de 1932, Nixdorf com

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sua esposa e a filha Gizela de 18 meses (que ainda reside em Rolândia e é minha

particular amiga, no entanto, está bastante doente e leva uma vida bastante

humilde, sendo hoje a primeira pessoa ainda viva a chegar na região) chegaram

ao embrião que seria Londrina, construindo residência e se instalando. Com a

ajuda do agrimensor chefe da (C.T.N.P) e de alguns picadeiros, embrenhou-se na

mata durante dois meses para encontrar o local da futura colonização alemã, a

chamada Gleba (Roland). Foi aberta assim a primeira clareira na mata virgem, na

futura “Granja Nixdorf”, para lá numa choupana de palmito, ele se mudou no final

daquele mesmo ano. Em seguida foi derrubado o mato de dois alqueires e

construído um grande rancho para abrigar as famílias de colonos de colonos antes

da ocupação dos lotes. A demarcação das demais glebas bem como do

patrimônio urbano de Rolândia aconteceu até meados de 1934. No início dos anos

60, o município de Rolândia possuía 10 glebas e uma área aproximada de 589

Km², no entanto, em 1990 com o desmembramento de Pitangueiras, restou para o

município 460 Km² (ou seja cerca de 19 008 alq. paul.). Lembramos que, na

instalação do Município de Caviúna (nome intermediário de Rolândia), em

30/12/1943, sua área era de aproximadamente 2400 Km² ou cerca de 99 200

alqueires paulistas. Hoje , em função de desmembramentos, o município possui

mais ou menos 19% da área original.

Após esta breve explanação, vamos à pergunta lançada no início

do nosso trabalho, sobre a forma dos levantamentos cartográficos na nossa

região:

1) No início, coletando o máximo de informação quer formais, quer

informais, além das básicas tomadas (in loco). Sempre se doando ao máximo à

árdua missão de fixar o homem à terra com muita responsabilidade.

2) Estudo processual, tendo como meta os meios de exploração e

planejamento do povoamento da região chamada margem oeste do rio Tibagi.

Investigação prévia no local com algumas medições para a confecção de um

rascunho inicial, análise do solo e clima.

3) Após estudos e definições da Gleba Roland, ocorreu a escolha

da localização da sede do futuro município (geralmente local de solo firme, com

mais altitude , em posição, estratégica, de fácil acesso e próximo de várias

nascentes). Neste caso, região de um grande espigão (cerca de 8 Km de

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comprimento), que se apresentava plano. Tomando o chamado Marco Zero, como

referência, possui 5 nascentes próximas. Poderia ser próxima de um rio de porte

médio, como o rio Bandeirantes do Norte que pertence ao Município.

4) Geralmente se escolhe um longo espigão com ondulações

suaves, sendo divisor de águas de duas ou mais bacias hidrográficas. Tal medida

evitaria o risco de futuras inundações, pois dividiria o fluxo das galerias de águas

pluviais e poderia ajudar no combate do assoreamento dos rios. Além disso

facilitaria a demarcação de lotes rurais pequenos, no entorno da área urbana da

futura cidade, pois diminuiria as distâncias entre espigão/riacho.

5) O marco zero, no nosso caso, é o ponto mais alto da sede do

futuro Patrimônio de Rolândia, determinado pelas coordenadas geográficas de

23°19‟ de Latitude Sul e 51°22‟ de Longitude Oeste. A partir dele eram

demarcados os lotes urbanos e rurais.

6) Os serviços topográficos de demarcações de lotes e

piquetamento eram iniciados à partir de linhas mestras nos chamados espigões

(futuras estradas rurais).

7) Nas demarcações dos comprimentos (fronteiras laterais),

caminhando-se no sentido da margem do rio sempre se determinavam marcos na

barraca do rio, deixando uma boa área de escape, pensando em preservação e

riscos de enchentes no futuro.

8) A figura poligonal fechada preferida se aproximava do retângulo.

Na maioria dos casos, um paralelogramo trapezoidal (comprimentos paralelos).

Figuras à partir de cinco lados só ocorriam em situações especiais (geralmente

grandes áreas), o mesmo vale para a triangular (em pequenas áreas).

9) Durante as demarcações e nos cálculos complementares,

efetuavam-se os ajustes necessários, em relação ao que previamente se havia

pensado. Tinha-se em mente, sempre a busca de possíveis melhorias, quando

fosse necessário, inclusive subdivisões de grandes lotes, para possibilitar as suas

comercializações. Entrevistando um técnico antigo, ele me disse que

provavelmente, num primeiro momento, piquetava-se grandes áreas, traçava-se o

desenho e subdividia-se no papel, retornando-se no terreno para se concluir o

serviço.

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10) As ligações de espigões, para transpor bacias, sempre

levavam a algumas pontes, cujas localizações eram planejadas de forma muito

racional (no início eram com grandes toras de madeira de lei).

11) A locação e delimitação da planta urbana de patrimônio foi

iniciada após estudos preliminares das medições no local e do melhor

aproveitamento da área a ser usada. Com o decorrer dos anos foi pouco a pouco

tomando a proporção e surgindo as modificações que eram necessárias. As datas

do traçado original, tinham em geral, área de aproximadamente 600 m².

12) O traçado urbano principal se assemelhava a um grande

triângulo isósceles com ângulos de aproximadamente 50° e cujo vértice oposto

(sul) era arredondado por um raio de mais de 500 metros, este traçado de

contorno continha duas longas avenidas, no setor leste e norte, mais algumas

datas de terras contemplavam a planta baixa. Junto às datas, separado por ruas

ou avenidas tínhamos as pequenas chácaras de ¼ a 1 alqueire, raras vezes

maiores que isto. Sempre pensamos no melhor aproveitamento do relevo.

13) O plano urbanístico, previamente estabelecido, demarcava

áreas reservadas a praças, igreja católica, escolas, abastecimento de água,

farmácias, hospitais, comércios e prédios administrativos em geral.

14) Quanto à localização dos lotes rurais, sabemos que os mais

próximos da sede eram os mais procurados pelos compradores, assim tinham

maior valor proporcional em metros quadrados. Como a cultura prioritária do café

não exigia grandes áreas, além do que não existia mecanização, logo grandes

famílias teriam subsistência em pequenos lotes. Com as dificuldades de

locomoção, principalmente em dias de chuva, procurava-se morar próximo da

sede.

15) Vamos ao planejamento dos lotes rurais seguindo alguns

parâmetros.

a) Critérios gerais:

1 – A frente do lote (chamado de espigão ou divisor de águas)

possui maior altitude, o fundo (mais baixo) deve possuir um rio ou riacho.

2 – Jamais projetar lotes secos (a não ser situações muito

especiais e anexo às pequenas chácaras) no mínimo teriam que ter uma pequena

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nascente ou uma mínima fronteira de um córrego. 82

3 – Evitar ao máximo lotes com rio nas duas frentes, pois uma

estrada de uso comunitária de acesso poderia complicar o uso da terra.

4 – Evitar lotes comprimidos costeando o rio.

5 – Evitar mais de uma fronteira com rio, salvo nos casos em que

aconteciam de se ter um afluente enforquilhando no rio.

6 – Nos casos de nascente de bom porte, geralmente longe da

sede, demarcavam-se lotes maiores, para a propriedade conter além da nascente,

as duas margens, numa extensão razoável do riacho.

7 – Casos de propriedades com dois rios (um cortando no meio

pela largura e outro ao fundo) eram raros.

b) Critérios de localização:

(Em linhas gerais, localização e tamanho de áreas estão

intimamente ligados. Vamos considerar “A” como área total em alqueires paulistas

que vale 24 200 m²).

Assim podemos considerar, na forma de intervalos, que:

1 – Margeando as pequenas chácaras encostadas na sede, com

área média (Ā) de 3 alq.,intervalo (1<A≤4).

2 – Um pouco mais afastadas da sede, Ā = 7 alq., (4<A≤10).

3 – Distante ± 6 Km da sede, A = 30 alq., (10<A≤20)

4 – Afastado ± 10 Km da sede A = 30 alq., (20<A≤40)

5 – Com distância de ± 15 Km de patrimônio, Ā = 60 alq.,

(40<A≤80).

6 – Mais distantes e em condições especiais, A>80, não eram

muitos.

7 – A média geral em área era algo em torno de 14 alqueires.

c) Critérios de dimensões das fronteiras:

1 – Em lotes pequenos (geralmente atendendo aos critérios

anteriores e com no máximo 15 alq.), a largura aproximada era cerca de 1/10 do

comprimento caracterizando a forma de “alongado”.

2 – Em lotes médios (com no máximo 40 alq.) a largura era da

ordem de 1/5 do comprimento.

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3 – Em lotes „grandes (chegando a passar de 100 alq.), a largura

era próxima de 1/3 do comprimento.

4 – Lotes praticamente quadrados se constituíam numa raridade.

5 – O comprimento médio geral dos lotes é algo em torno de 1300

m., sendo quase sempre função do espigão/rio.

6 – Na região, o comprimento dos lotes varia de 400 a 4000 m.

OBS: Evidentemente que existiam as exceções, além do que, para

esta classificação estamos grosseiramente considerando os comprimentos

paralelos.

Em linhas gerias, podemos dizer que as distâncias do espigão do

rio, se constituem como ponto de partida para as demais considerações. Em

outras palavras: é determinada pela natureza e adaptada pelo homem.

Salientamos que o zoneamento realizado pela C.T.N.P. na nossa

região aconteceu a partir de 1932. Com o decorrer dos anos o perímetro urbano

da cidade aumentou (chácaras e sítios se tornaram datas e parques industriais),

lotes rurais também foram subdivididos. É a chamada “roda do progresso”.

Assim terminamos o texto e partiremos para a próxima atividade.

ATIVIDADE 2 –

Vamos agora pensar na Modelagem Matemática utilizando lotes

rurais. Sabemos que ela é a arte de transformar problemas da realidade em

problemas matemáticos e resolvê-los fazendo uso de suas soluções na verificação

da linguagem do mundo real.

Evidentemente que o trabalho, na nossa região, foi realizado a

quase 80 anos atrás e, como vimos, com muita racionalidade, apesar dos recursos

topográficos rudimentares (se comparados com o que existe hoje) e enfrentando

uma floresta virgem e selvagem.

Procuraremos estudar modelos a partir de algumas situações

postas, mas estudando viabilidades das outras questões associadas.

Como vimos a distância do espigão ao rio era muito variável, no

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entanto, estava além do pensamento humano.

Assim a sugestão seria investigar a possibilidade de se demarcar o

lote ideal; sendo a modelagem matemática realizada também com vistas à sua boa

ocupação (o homem produzindo na terra).

Procedimentos como coleta e organização de dados, formulações

de hipóteses, obtenção do modelo matemático, e discussão da sua validade, são

procedimentos fundamentais desta empreitada.

Salientei que a definição deste objeto de estudo só seria uma

modelagem se os alunos há escolhessem para o trabalho e considerassem como

tema relevante e tivessem a curiosidade pelo seu desenvolvimento e participassem

efetivamente do seu desenrolar, pensando na proteção ambiental.

Recebendo uma definição afirmativa, destacamos que esta

modelagem foi pensada no sentido de ajudar os alunos a associarem figuras

geométricas com representação no plano, subsidiadas pelos cálculos algébricos, no

contexto social, e sobretudo a utilização do pensamento racional. Destacar a grande

importância na tomada de decisões, com o uso do ferramental matemático.

Vamos iniciar essa modelagem organizando os alunos em

pequenos grupos (no máximo quatro membros), e entregaremos a cada grupo uma

folha contendo o procedimento e questões a serem investigadas. Destacamos que

as informações contidas nessa folha encontram-se no quadro a seguir.

Como se pode projetar o Lote Rural?

1. A propriedade deve ter um único acesso pelo espigão mestre.

2. Ter um curso d‟água ao fundo.

3. Ter a forma alongada.

4. Viabilizar a sua ocupação com:

a) demarcação do caminho (também chamado de corredor);

b) escolha do local para a locação da casa;

c) escolha também da horta, terreirão para secagem de produtos,

tulha de armazenagem, pasto para os animais, confecções de

cercas, locação de áreas de preservação, entre outras;

5. Com base nas informações, levante conjecturas que permitam

dimensionar o chamado “lote ideal”.

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Para resolver este problema os alunos estarão envolvidos com

vários conceitos e etapas do processo de Modelagem Matemática.

3.3.1 Algumas considerações

Com a realização desse problema os alunos poderão perceber a

necessidade de restringir algumas coisas que foram informadas, para viabilizar o

trabalho. Procurando compreender melhor a atividade de modelagem na Educação

Matemática várias ações deverão ser desenvolvidas, segundo uma gama de motivos

possíveis nestas ações.

Segundo Brito (2004, p.38), quando relacionando alguns aspectos

que podem caracterizar a atividade de modelagem matemática, ele aponta a

seguinte tabela:

Voltando ao problema que foi colocado no quadro (da produção

escrita), vamos lançar algumas sugestões, haja vista a necessidade de

racionalização do trabalho.

ATIVIDADE DE

MODELAGEM

MATEMÁTICA

AÇÕES DESENVOLVIDAS MOTIVOS ASSOCIADOS

. Escolha de um tema

. Pesquisa de dados/coleta de

informações

. Levantamento e seleção de

questões

. Formulação do problema

. Desenvolvimento do conteúdo

matemático de teme

. Dedução/obtenção do modelo

. Resolução de situações análogas

. Organização do trabalho escrito

e exposição oral

. Discussão da validação do

modelo

. Necessidades do aluno

. Cumprir uma obrigação escolar

. Compreender conceitos e

métodos da matemática pura

. Lidar com situações cotidianas

utilizando-se da matemática

escolar

. Preparar-se para o mercado de

trabalho

. Preparar-se para o vestibular

. Aprender matemática de forma

mais agradável

. Desenvolver determinadas

competências e/ou habilidades

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Podemos iniciar pela Formulação de hipóteses, por exemplo, com o

item número 2 diz que a propriedade tem a forma alongada, podemos trabalhar com

o retângulo. Ao fundo, consideramos a mata ciliar, com largura de 30 metros. O

caminho deve ir até as imediações da casa e manter certa distância do riacho. As

benfeitorias, para efeito de facilitar os cálculos podem ser desconsideradas. O

tabelamento dos valores pode ser feito fixando-se; ora a largura, ora o comprimento.

Trabalhar, consultando agricultores e pessoas especializadas, pensando no custo da

terra e no seu manejo também é muito importante.

3.4 Escrituras Públicas de Compra e Venda

Sabemos que, trata-se se um documento autêntico, que existe de

forma padronizada e legal.

Vamos iniciar a partir da Constituição Federal da República

Federativa do Brasil, que constitui-se em Estado Democrático de Direito. Tomando o

Título II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo I – DOS DIREITOS E

DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, temos:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, [...] nos termos seguintes:

[...]Cap. XXII – é garantido o direito de propriedade;

. Propriedade no Código Civil (Lei n. 10406 de 10-01-2002):

Arts. 1228 a 1368.

Na questão dos Registros Públicos, temos a Lei n. 6015 de 31 de

dezembro de 1973, que no Título I – Das Disposições Gerais, Capítulo II – DA

ESCRITURAÇÃO, temos:

Art 3º A escrituração será feita em livros encadernados, que

obedecerão aos modelos anexos a esta Lei, sujeitos à correção da

autoridade judiciária competente.

§ 1º Os livros podem ter 0,22m até 0,40m de largura e de 0,33m até

0,55m de altura, cabendo ao oficial a escolha, dentro dessas

dimensões, de acordo com a conveniência do serviço.

§ 2º Para facilidade do serviço podem os livros ser escriturados

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mecanicamente, em folhas soltas, obedecidos os métodos

aprovados pela autoridade judiciária competente.

E assim segue até o Art.7º, com questões do mesmo gênero. Na

larnatura da escrita, no final, vai aparecer o número Provimento da Corregedoria

Geral da Justiça do Estado do Paraná, o tebelião dando fé, datando e assinando.

Evidentemente que, o texto arquivado e registrado em cartório terá a assinatura de

todos os envolvidos. Já a Escritura que, é adquirida pelo comprador, tem apenas os

carimbos e assinatura do tabelião.

Uma Escritura Pública de Compra Venda, em termos gerais, terá

que conter os seguintes termos:

1. No cabeçalho o nome do principal vendedor e do principal

comprador.

2. Data da escrituração e dados pessoais de todos os envolvidos

na tramitação.

3. Identificação do número do lote, localização na gleba e área

total.

4. Memorial Descritivo do lote.

5. Número do registro anterior, dados da matrícula e valor de

compra do imóvel.

6. Dados averbados no Cartório de Registro de Imóveis da

Comarca quanto ao TERMO DE RESPONSABILIDADE DE

CONSERVAÇÃO DE FLORESTA.

7. Uma listagem com toda documentação, garantindo não existir

qualquer dívida, frente às leis municipais, estaduais e federais.

8. Por fim a citação do Provimento do órgão competente, data,

carimbos e assinatura do tabelião.

9. Em seguida (ou só quando for vender), a Escritura deverá ser

registrada, no Registro de Imóveis.

Agora solicitaremos que os alunos tragam escrituras de lotes rurais e

nelas localizem dados importantes tais como: número de lote, área, localização,

divisas e confrontação, número de registro de matrícula, valor de compra, áreas de

conservação, etc.

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Em seguida, efetuaremos uma discussão geral, procurando focar,

junto a eles, as coisas mais voltadas à Matemática e a Preservação Ambiental.

Salientar que a grande maioria (praticamente a totalidade) dos lotes

não são retângulos, no entanto, as áreas são calculadas.

ATIVIDADE – 1

Após os encaminhamentos anteriores, responda as seguintes

questões, em seu caderno:

1) Você tem idéia de como se pode calcular a área do lote, a partir

das informações da escritura?

2) Você saberia explicar o que é um Memorial Descritivo?

3) Você saberia explicar o que é uma figura plana na forma de

poligonal fechada?

Após o trabalho com as questões dos alunos estaremos explicando

as coisas básicas da Topografia, tais como rumo, azimute, distâncias e

representações em escala.

Como, ao observar a Escritura, o aluno já lê a área do lote

imediatamente; eu apresentarei uma proposta um pouco diferente, ou seja: algo

relacionado à tendência de Resolução de Problemas, em que se pretende calcular a

área total do lote rural, e demais coisas associadas.

ATIVIDADE – 2

Assim, tomaremos da Escritura, apenas o Memorial Descritivo, que

é o seguinte:

“... Lote de terras sob o nº 244 (duzentos e quarenta e quatro), com

área de...m², situado na gleba..., neste município e comarca, estrada...com as

seguintes divisas e confrontações: “Partindo de um marco cravado na margem da

estrada...e na divisão do lote nº 243 (lado direito), segue com este lote rumo S, 0º, e

distância de 800,00 metros, chega-se à margem direita do ribeirão...fundos do lote

nº 140; daí reflete para a esquerda , rumo NE 100º e distante de 120,00 metros,

margeando o ribeirão...; em seguida reflete-se para a esquerda, rumo NE 78º, tendo

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do lado direito o lote nº 245 e caminhando 911,02 metros até se encontrar um

marco cravado na margem da estrada; daí reflete-se para a esquerda 122°, o que

determina um rumo SO 70º caminhando 327,33 metros margeando a estrada no

sentido oposto à sede do município de Rolândia, chegando finalmente no ponto de

partida. Imóvel objeto do registro nº 2 da matrícula...”

Será dado um tempo para que os alunos tentem confeccionar o

desenho ou mapa segundo o texto.

Agora, apresentando o Mapa da Escritura.

Assim observamos que o lote nº 244 possui a forma trapezoidal e o

nosso principal interesse é o trabalho com Áreas.

Logo, vamos dividir o problema em itens:

a) Área Total do Lote;

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Vamos começar indicando os ângulos nos vértices do trapézio,

tomando o norte (N) como referência e calculando os rumos, direção

norte/sul.

Assim teremos:

(1), 180º-100° (leitura) = 80º

(2), ângulos

alternos internos por

duas paralelas são

congruentes, ou

iguais a 80º

(3), 90º-78º (leitura) = 12º

(4), mesmo caso do (2) com ângulo de 12º

(5), leitura direta

(6), mesmo caso do (2) com ângulo de 70º

Uma vez tendo representado a poligonal

fechada, com os principais ângulos e as

suas distâncias, poderíamos efetuar o cálculo da sua área total, por alguns

caminhos diferentes, cujos resultados devem levar a grandes aproximações.

Vejamos alguns:

a.1) Caminho da participação em triângulos retângulos.

a.2) Caminho da Geometria Analítica.

a.3) Caminho da Fórmula de Heron.

a.4) Caminho da Integral Definida.

Vamos nos aprofundarmos um pouco no 3º caminho que trabalha

com a Fórmula de Heron.

Um pouco de História:

Heron de Alexandria, matemático grego que viveu por volta do

1º século d.C., ficou famoso na História da Matemática, sobretudo, por ter deduzido

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a fórmula que permite calcular a área de um triângulo qualquer conhecendo as

medidas dos lados desse triângulo. Na sua obra, “A métrica”, Heron trata da área do

triângulo numa demonstração geométrica.

Dado um triângulo qualquer:

, onde (A) é a área do triângulo,

e (S) é o comprimento do semi-

perímetro que é calculado

como:

Evidentemente que se a figura a ser calculada possuir

quatro ou mais lados, é necessário subdividi-la, quantas vezes for

necessário.

b) Área da Mata Ciliar e sua demarcação;

Na Escritura, a sua locação, bem como a averbação com o Termo

de Responsabilidade, são pré-estabelecidos na forma da lei.

Vejamos o que diz a Lei das Florestas – número 4 771 de 15 de

setembro de 1965. (ver Apêndice B):

[...] Art, 2º Considerando-se de preservação permanente, pelo só

efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação

natural situadas:

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu

nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja:

1) de 30 (trinta) metros para s cursos d’água de menos de 10

(dez) metros de largura; [...]

OBS: 1 – Na realidade a Lei n. 4771 de 15/09/1965 foi reformulada (alterada e

aperfeiçoada a sua redação), entrando em seu lugar a Lei n. 7803 de 15/07/1989, no

Apêndice B, ela está atualizada.

2 – Como observamos os 30 metros de preservação devem ser ao longo do rio, isto

é: fazendo todos os meandros do curso d‟água, com medidas perpendiculares em

concordância. No entanto, para facilitar nossos cálculos, a fronteira será considerada

como uma linha reta.

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3 – Para efeitos práticos, os órgãos de fiscalização consideram a medição a partir

das marcas deixadas pelas cheias do rio, e não o seu fluxo normal.

A demarcação da Mata Ciliar será definida por uma linha paralela ao

segmento de reta de medida de 120 metros.

O cálculo da área da Mata Ciliar poderá ser feito pelo processo das

partições.

c) Área de Reserva Legal e sua demarcação;

O local desta reserva é de livre escolha do proprietário do lote. No

entanto o mais aconselhável é que seja ligada à Mata Ciliar, para melhorar as

condições da fauna. Pode ser em locais mais acidentados.

Vejamos o que diz a Lei das Florestas (mesma do item b):

[...] Art.16.[...] As florestas de domínio, não sujeitas ao regime de

utilização [...] as seguintes restrições: [...]. § 2º A reserva legal,

assim entendida a área de no mínimo, 20% (vinte por cento) de

cada propriedade, onde não é permitido o corte raso, deverá ser

averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no

registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de

sua destinação nos casos de transmissão, a qualquer título ou

de desmembramento da área. [...]

Neste caso o cálculo da área poderá ser na da construção de

retângulo por partição e compensação.

Pensando em simplificar um pouco nosso trabalho iremos

determinar apenas a área de um caminho para utilização da propriedade, no item

referente à Resolução de Problemas.

d) Área do Caminho de acesso ao lote e sua localização;

Aqui faremos uma discussão à partir da sua utilidade, para na

sequência definir sua locação e a área utilizada.

O método de cálculo será provavelmente a partição da figura em

retângulo e triângulo.

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3.4.1 Algumas considerações

Neste nosso trabalho com a Resolução de Problemas, observamos

que o ponto de partida, foi a Escritura Pública. Inicialmente destacamos que se trata

de um documento que dá total garantia, na forma da lei, assim é importante que os

nossos alunos a conheçam para o próprio exercício da sua cidadania. Outra questão

diz respeito à sua redação textual, onde fizemos questão de dissecar o seu

Memorial Descritivo, entendendo que o seu significado não pode ficar restrito aos

profissionais da área (agrimensores e engenheiros), mas socializado entre os

alunos, uma vez que, respeitando as particularidades da Topografia, grande parte

do conteúdo necessário já foi estudado pelos nossos alunos.

Observamos o quanto é importante a competência da leitura e

interpretação que, em geral na escola, tem se constituído de um grande obstáculo

no processo ensino e aprendizagem.

O trabalho utilizando partições ou subdivisões da figura poligonal

fechada é muito importante uma vez que, no mundo real as coisas geralmente não

são “redondinhas”, como aparecem escritos nos livros didáticos. O cálculo da área

semi-perímetro, geralmente não é estudado na escola, e aqui estamos

oportunizando o uso da Integral Definida, que aqui ficará, como uma opção,

evidentemente de acordo com as viabilidades. O processo é possível desde que se

inicie por um intervalo a ser subdividido, com a idéia do somatório, até de definir a

forma da função a ser integrada. Depois as funções; fronteiras nos intervalos, uso

de fórmulas básicas e finalmente a estimativa da área da figura procurada.

O uso da Lei das Florestas pode despertar nos nossos educandos

um senso de argumentação mais apurado, quando se fala de proteção ambiental e

carregando junto, no mesmo contexto, o uso da Matemática para propiciar uma

aprendizagem mais significativa.

3.5 Estudando o plantio da Mata

Quando se fala do plantio, estamos considerando a restauração da

cobertura verde nativa ou primitiva. Seriam aquelas espécies que os pioneiros

colonizadores encontraram habitando na nossa região. A obra que a natureza

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ofereceu gratuitamente ao homem.

O plantio pode ter algumas finalidades diferentes tais como: cumprir

as obrigações de lei (mata ciliar ou reserva legal, 20% da área total na nossa

região), ter finalidade pessoal para o proprietário, ter finalidades de pesquisa, etc.

No entanto, seguramente o grande benefício em primeira mão será efetuar o

seqüestro do gás carbônico (CO2) e, consequentemente, realizar a purificação do ar

que todos os seres vivos necessitam. Evidentemente existem outros muitos

benefícios.

Com bastante facilidade percebemos que as espécies nativas, nas

suas localizações, dependem de alguns fatores tais como: clima, solo, atitude,

fatores genéticos da planta, condições de umidades, tratamentos externos de

ocupação, etc.

Após esta breve introdução ao assunto será proposto aos alunos a

seguinte questão:

ATIVIDADE – 1

1) Pesquise com agricultores, pioneiros e técnicos da área da

agricultura, os nomes populares das espécies nativas da nossa região.

2) Pesquise o que vem a ser a chamada “madeira de lei”.

3) Entre as árvores de maior porte e importância qual tinha mais na

nossa região?

4) Entre as mais conhecidas, algumas entraram em extinção?

Quais?

5) Que espécie teríamos que plantar mais para uma restauração

mais eficiente?

Assim, após a pesquisa dos alunos, faremos uma discussão e

queremos direcionar o nosso objeto de estudo.

Pensando no município de Rolândia, onde não teremos,

praticamente diferenças: de solo, clima e altitude.

Sua localização está a 409 Km² da capital, possui a fronteira

extrema ao sul a cerca de apenas 150 metros acima do Trópico de Capricórnio. Este

ponto está localizado no Ribeirão Três Bocas, que faz divisa com o município de

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Arapongas, assim estamos no limite da Região Tropical. A cobertura arbórea

pertence à Mata Atlântica e no município, e grande parte do estado (Regiões Oeste

e Norte) é denominada Floresta Estacional Semidecidual, nosso solo é classificado

como Latossolo Roxo Distrófilo, de textura argiloso-limoso, chamado de “Terra

Roxa”, de coloração marrom-avermelhado.

Na parte da Hidrografia, Rolândia está bem servida pela quantidade

e racionalidade na distribuição de rios, córregos e vertentes. A sede do município é

um divisor de três bacias, a partir dos rios: Cafezal, Bandeirantes do Norte e

Ribeirão Vermelho. Curiosamente a sede do município divide as bacias do Tibagi,

Pirapó e Paranapanema III. O Cafezal deságua no Três Bocas e este no Tibagi. A

Bacia Hidrográfica do Rio Tibagi, que abrange uma área de 2 471 167 ha, na qual

41 municípios estão parcialmente ou totalmente inseridos, no nosso caso temos

cerca de 11 100 há aproximadamente 24% da área total do município que é de

cerca de 460 Km², cuja área equivale a algo próximo de 0,45% desta importante

bacia. Curiosamente, a parte extrema ocidental da Bacia do Tibagi localiza-se a

cerca de 600 metros do espigão onde o município faz fronteira com Arapongas, cujo

traçado de referência é a ferrovia ao lado da rodovia federal BR369. Tal ponto se

localiza na Praça Rui Barbosa no centro de Apucarana.

Sabemos que, as pressões sociais sobre os recursos naturais e

humanos têm generalizado a degradação no planeta e, como consequência, têm

socializado a miséria, na grande maioria da população mundial. Esta difícil realidade

tem exigido a reflexão dos cientistas, técnicos, políticos, etc. no intuito de repensar a

noção de desenvolvimento e progresso, na busca de alternativas sustentáveis para

a sociedade moderna. Assim, a atividade de planejamento pode representar um dos

caminhos para a recuperação de áreas degradadas. O lócus da concentração da

degradação ambiental está numa proporção direta com o desenvolvimento das

áreas urbano-industrial e agrícola, respeitando dimensões e localizações. Dentro

desse contexto, as bacias hidrográficas ocupam uma posição de destaque, uma vez

que nelas temos o fluxo de matéria e energia da natureza que vivem em interação

com os processos sociais. Nas duas últimas décadas a ocupação intensiva

(desordenada e irracional dos recursos naturais) do nosso estado trouxeram

preocupações aos órgãos de planejamento estadual. A Bacia do Rio Tibagi é uma

das dezesseis bacias hidrográficas do Estado do Paraná e uma das mais

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importantes por ser extensa e em relação ao seu potencial hidráulico.

As principais espécies vegetais naturais encontradas na Bacia

Hidrográfica do Rio Tibagi, quanto ao nome popular são: alecrim, araribá, canela,

cedro, gabiroba, guajuvira amarela, guamirim, guanandi, guatassunga, louro,

massaranduba, monjoleiro, palmeira, pau d‟alho, peroba, guatambu e pinheiro.

A exuberância na mata tropical-subtropical no norte revela a riqueza

do solo, aliada às excelentes condições climáticas para a lavoura e os fatores de

estímulo à intensificação do desmatamento após a década de trinta e quarenta do

século passado. Num primeiro momento, a cafeicultura e depois a policultura

mecanizada com destaque para soja e trigo.

Conforme falamos anteriormente, o município de Rolândia pertence

à Mata Atlântica que no início tinha uma cobertura de 100%; hoje, da vegetação

original, restam apenas 2,68%, que equivale a 1 233,16 ha (área de um quadrado

de aprox. 1,11 Km de lado).

Vamos discorrer sobre o assunto na forma de perguntas:

1) O que é a Mata Atlântica?

R: É denominado Domínio da Mata Atlântica o conjunto dos

diversos tipos de floresta e de outros tipos de vegetação que cobria originalmente o

território brasileiro numa faixa contínua com larguras variáveis de 100 Km até mais

de 500 Km, podendo possuir também manchas mais próximas do centro do país e

ainda alguns espaços vagos no interior da faixa. Em situação contínua, no sentido

norte/sul, ela se inicia no Rio Grande do Norte e termina no Rio Grande do Sul. A

área original era 1 290 692,46 Km², 15% do território brasileiro quanto à área

remanescente, eu encontrei vários dados, pois vão de 5% a 7,84%.

2) Qual a sua abrangência?

R: Ela abrange integralmente ou parcialmente mais de 3000

municípios em atuais 17 estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo,

Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio

de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São

Paulo. O estado do Paraná, em 1500, tinha uma cobertura de cerca de 97%

possuindo poucas manchas vagas na região dos Campos Gerais, hoje a área

remanescente está em torno de 7%. Haja vista que, a Mata Atlântica é o segundo

ecossistema mais ameaçado de extinção do mundo, perdendo apenas para a quase

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extinta ilha de Madagascar, na costa da África. É também o segundo conjunto de

matas especialmente expressivas na América do Sul, perdendo apenas para a

Floresta Amazônica, a maior do planeta.

3) Quais os Ecossistemas do Bioma da Mata Atlântica?

R: Segundo o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) em

1992, são os seguintes:

. Floresta Ombrófila Mista

. Floresta Ombrófila Aberta

. Floresta Estacional Decidual

. Floresta Estacional Semidecidual

. Mangues

. Restingas

4) Como a Mata Atlântica foi tão devastada em pouco mais de 500

anos?

R: A empolgação dos portugueses foi muito grande quando

desembarcaram na nova terra, levando em conta ser uma novidade, com o que eles

viviam na Europa, em termos de flora e fauna.

E assim, a cada ciclo de desenvolvimento econômico do país, a

destruição da floresta avançava.

Começou pelo pau-brasil, madeira usada para tintura e construções;

seguido pelo Jacarandá, Jequitibá, Maçaranduba e pau-ferro.

Depois veio a produção do açúcar a partir do nordeste, situação que

acontecia com a derrubada da Mata para o plantio da cana-de-açúcar e a queima da

lenha.

Criação de gado, chamado de “motor para os engenhos”, seguindo

para o ciclo do ouro.

No séc. XIX começa o ciclo do café, no lugar da mata virgem.

No séc. XX, o desmatamento foi mais acelerado, com a construção

das grandes estradas de rodagem, depois os complexos industriais, siderúrgicos e

petroquímicos e assim seguem os grandes investimentos imobiliários e as

ocupações desordenadas da população brasileira, com crescimento a uma

velocidade impressionante.

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5) Como é a Flora da Mata Atlântica?

R: É uma das florestas mais ricas em biodiversidade no Planeta,

detém o recorde de plantas lenhosas (angiospermas) por hectare (454 espécies no

Sul da Bahia), cerca de 20 mil espécies vegetais, sendo 8 mil delas edêmicas

(espécies que não existem em nenhum outro lugar do Planeta), além de recordes de

quantidade de espécies e edemismo em vários outros grupos de plantas. Possui

vegetação arbórea em torno de 30 metros e árvores que ultrapassam o dossel,

atingindo de 40 a 60 metros de altura, apresenta intensa vegetação arbustiva no

extrato inferior. Tem grande diversidade vegetal, com muitas samambaias, a

exemplo das arborescentes, além de orquídeas terrestres e palmeiras com cerca de

10 metros de altura (se extrai o palmito). Possui também tapetes de musgos e

inúmeros fungos. É rica em lianas e epífitas, entre as quais as samambaias,

orquídeas e bromélias. É predominantemente ombrófila (adaptada à sombra e

pouco tolerante às variações de umidade, temperatura e insolação). Da flora, 55%

das espécies arbóreas e 40% das não-arbóreas, são edêmicas. Das bromélias 70%

são edêmicas dessa formação vegetal, palmeiras, 64%.

6) E a Flora?

R: Com relação ao que ainda existe, e levando em conta que muitos

dados pesquisados são contraditórios vamos apresentar a seguinte listagem: 131

mamíferos, 214 aves, 23 marsupiais, 57 roedores, 183 anfíbios, 143 répteis, 21

primatas e 350 peixes. Dentre os animais existem vários morcegos (inclusive uma

espécie branca), entre os símios destacam-se o muriqui e o sauí-preto. Existem

também diferentes sagüis, os sauás, os macacos-prego e o guariba. Dos canídios, o

cachorro-do-mato, o guaximim, o coati, o jupurá, os furões, a irara, o canganibá e

felinos, como gatos-do-mato que se alimentam de animais como o tapiti diferentes

ratos-do-mato, caxinguelês, cotias, ouriço-cachoeiro, o rato ouriço-preto. Existem

também tamanduás-mirins, preguiças, tatus, preguiça-de-coleira, gambá, anta,

jaguatirica, capivara, a jararaca, o jacaré-do-papo amarelo, a cobra-coral, o sapo-

cururu, a perereca-verde, a rã-de-vidro a rã-de-alcatrazes, a rã-cachoeira, o mico-

leão-da-cara-preta, tatu-peludo, lagarto, jabuti, cágado, borboletas. Entre os

pássaros, a garça, o tié-sangue, o tucano, as araras, os beija-flores, periquitos, etc.

Peixes conhecido como o dourado, o pacu, a traíra.

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Vejamos alguns exemplos de animais ameaçados de extinção da

Mata Atlântica: Mico-leão-dourado, Bugio, Tamanduá bandeira, Tatu-canastra,

Arara-azul-pequena, Onça pintada, preguiça-de-coleira. A lista tem quase 200

nomes.

Voltando à questão do plantio para recomposição da Mata,

chamada de Floresta Estacional, Semidecidual (nossa região).

ATIVIDADE – 2

Buscando uma coisa mais específica, procurem técnicos da área do

meio ambiente (prefeitura, EMATER ou outros) para que ministrem palestras e

dêem informações para se realizar reflorestamentos na região.

A realização desta tarefa, se bem conduzida, será de grande

enriquecimento para todos nós.

Após a socialização desses encaminhamentos podemos apresentar

alguns estudos referentes à seleção de mudas e distribuição das mesmas no solo.

1º) Os aspectos ecológicos tem que ser considerados e se dividem

em: a) grupo sucessional; b) estágio sucessional; c) habitat.

a) Quanto ao Grupo Sucessional, alguns autores consideram que a dinâmica de

recuperação de uma floresta é uma combinação de três grupos de espécies que se

associam e que se complementam, de acordo com os estágios da sucessão

florestal. Assim temos: Espécies pioneiras, tipicamente heliófitas (gostam da

exposição-solar) e adaptadas a condições adversas do meio físico, de rápido

crescimento, que darão condições ao desenvolvimento de outras espécies por meio

de sombreamento e adição de matéria orgânica no solo, sua importância é

diminuída a partir do desenvolvimento das espécies de estágios finais da sucessão.

Espécies tolerantes ou esciófitas; têm grande valência ecológica, dependem da

cobertura das pioneiras para o seu pleno desenvolvimento, toleram condições

variáveis de umidade do solo, ocorrem espontaneamente, tanto em áreas de

vegetação secundária ou alteradas, quando em áreas clímax. Espécies climácicas;

ocorrem tipicamente em vegetação secundária tardia ou primária, na fase jovem são

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normalmente tolerantes à sombra, geralmente se desenvolvem sob tutoramento das

espécies pioneiras.

b) Quanto ao Estágio Sucessional, são mencionadas as fases sucessionais

quando a espécie se encontra na vegetação secundária, sendo eles: capoeirinha;

capoeira; capoirão; floresta secundária.

c) Quanto ao Habitat, no nosso caso, é a Floresta Estacional Semidecidual ou

também conhecida como Floresta Tropical Subcaducifólia.

Pensando nas características silviculturais, a sugestão é que os

plantios sejam heterogêneos, combinando espécies dos diferentes estágios de

sucessão (pioneiras, secundárias e clímax), adaptadas às condições locais.

Vejamos uma classificação seguindo a ordem do início do

desenvolvimento para o final da floresta:

CÓDIGO CLASSIFICAÇÃO SUCESSIONAL SILVICULTURAL

P Pioneira

F Fruta

P-SI pioneira para secundária inicial

SI secundária inicial

S Secundária

ST secundária tardia ou secundária longeva

ST-C secundária tardia para clímax

C Clímax

A distribuição de mudas deve ser tal que as espécies pioneiras e

secundárias do início, venham a sombrear as mudas, das espécies que se

desenvolvem melhor à sombra, e sejam em número maior.

Na sequência apresentaremos uma listagem classificatória com os

nomes populares, pelo código:

P = aroeira-pimenteira ou aroeirinha ou aroeira-vermelha,

bracatinga, caroba, capixingui, capororoca, caxeta, crindiuva, cerejeira, cebolão,

grápia ou coração de negro, imbaúba-prateada, imbirussú, jangadeiro, leiteiro,

mandiocão, mutambá ou pau-pólvora ou pau-óleo, sangra d‟água, timbó, trema,

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timburi, triquilha, salseiro, vassourão-branco.

P-SI = louro-branco, louro-pardo, pau-jacaré, sobrasil, timbaúba.

SI = amendoinzeiro bravo, anzol de lontra, araribá-amarelo, café de

bugre, canafístula, dedaleiro, farinha seca, gurucaia, pata de vaca, pau-marfim,

pessegueiro-bravo, tamanqueiro.

S = acoita-cavalo, angico-vermelho, guajuvira, guapuruvu, ipê-

felpudo, litréia, paineira, triquilha.

ST = cajamirim, canelão canalinha, canjarana, caviúna, casca danta,

cedro celestrum, escorrega-macaco, figueira )grande), guarantã, guaritá, ipê-

amarelo, ipê-branco, ipê-roxo, jacarandá-da-Bahia, jequitibá-rosa, laplacia,

marmeleiro bravo, maria-preta, pau-d‟alho, pau-ferro, pau-óleo, peroba branca,

pinheiro do Paraná, primavera vermelha, rubiácia, santa-rita, taiuva, tarumã-branco,

timbaúba.

ST-C = canela sassafrás, copaíba, feijão cru, ipê-rosa.

C = alecrim, nultassa, palmiteiro, peroba-rosa

F = ameixa-SI, amora-SI, araçá-ST, ariticum-ST, calabura-SI,

capote-SI, cerejeira preta-SI, gabiroba-ST, ingazeiro-ST-C, jambolão-S, pitanga-ST,

tamarino-S, uva japonesa-SI, uvaia-ST.

2º) O solo da nossa região é extremamente rico, no entanto com

cerca de 70 anos de exploração, e de pouca reposição, de nutrientes, o ideal seria

uma correção do ph, com uso de calcário, uma adubação com superfosfato no

plantio simultâneo, e continuar com adubação orgânica.

3º) Realização de curvas de nível para minimizar os problemas de

erosão do solo. Recomenda-se que o plantio, respeitando os ajustes, deve ser

seguido as curvas.

4º) Quanto ao espaçamento para o plantio, algumas coisas tem que

ser consideradas. Segundo alguns experimentos, as plantas podem ser distribuindo

de forma quadrangular, ex: 2X2, 3X3, 4X4, ou retangular, ex: 1,5X2, 2X3, 2X4.

Vamos então, na forma de ilustração, efetuar cálculos estimativos

para distribuição de árvores, com copas circulares de raio unitário, em um terreno

hipotético de 100m X 100m ou um hectare (10 000 m²). Estudaremos o caso de

duas formas:

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1º) caso – distribuição quadrangular.

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2º) caso – distribuição hexagonal

.

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. Colocando os dados obtidos numa tabela.

TABELA PARA DISTRIBUIÇÃO DE ÁRVORES EM UM HECTARE (100 m X 100 m)

RAIO DA

COPA DA

ÁRVORE

(m)

FORMA

Q

(m²)

Aper Au

(m²) % (m²) %

1 QUADRANGULAR 2500 3,14 2150 21,50 7850 78,50

HEXAGONAL 2821 3,14 1142,06 11,42 8857,94 88,58

1,5 QUADRANGULAR

HEXAGONAL

2 QUADRANGULAR

HEXAGONAL

2,5 QUADRANGULAR

HEXAGONAL

Após nossos cálculos, que nos permitiu determinar o primeiro item

da tabela (com o raio unitário), vocês, em pequenas equipes, deverão completá-la.

Para isso vocês deverão investigar os procedimentos anteriores e

aplicar as novas dimensões para o raio, bom como refletir sobre as implicações,

dentro da área de ocupação disponível.

Como regra para o estudo, o centro da última árvore tem que ter no

mínimo 70% da dimensão do raio (sentido horizontal ou vertical), até atingir a

fronteira, veja:

Após os cálculos, efetue conjecturas, visando generalizações e

posicionamentos quanto as viabilidades, para o plantio das árvores.

Ao final, será realizada uma discussão geral, onde novos

posicionamentos poderão acontecer.

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5º) Para a demarcação ou o estaquiamento na posição de plantio de

cada muda, recomenda-se utilizar um gabarito. No caso de se escolher a forma

hexagonal, com raio unitário, teríamos:

A peça poderá ser feita

com ripinhas e as fixações

deverão ser parafusadas.

Método de utilizá-la:

a) fixa-se inicialmente a

peça ao solo, no ponto de

partida, fincando as 5

pequenas estacas nos

cantos indicados;

b) remove-se a peça

tomando como referência ao menos uma das estacas e fixando-se mais 4;

c) continua-se o processo até o final do estaquiamento.

O local da cova para o plantio da muda será exatamente onde as

estaquinhas foram fincadas.

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CAPÍTULO IV

Neste Capítulo apresentaremos algumas considerações sobre os

apêndices e estudo bibliográfico os quais que fundamentaram este trabalho, a

partir do que se esperava com a Intervenção Pedagógica na Escola e as

Referências que subsidiaram este trabalho.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo é uma proposta de investigar questões de

preservação ambiental, pelas vias da tendência da Educação Matemática.

Buscou-se, na literatura, subsídios para verificar se um estudo

sobre o desenvolvimento da História da Matemática, quando atrelada às questões

do Ensino, podem contribuir para melhorar a compreensão da necessidade de se

construir a consciência ecológica, por meio de uma prática pedagógica que utiliza

a Matemática como recurso.

Observamos que, a partir do estudo da História da Matemática,

podemos entender melhor o processo evolutivo, como objeto de estudo, que

culminou com a Educação Matemática, abrindo-se assim as portas para uma

aprendizagem mais significativa. Tornando-se a democratização do ensino,

pensada aqui, como sendo uma evolução, no sentido da aprendizagem.

Com a utilização da metodologia da Resolução de Problemas, da

Investigação Matemática e da Modelagem Matemática, espera-se que estas

favoreçam uma reflexão sobre postura do professor para uma nova prática

docente. Afinal, nesta metodologia, para que o aluno se mobilize, com relação às

tarefas e investigando questões matemáticas, fortemente ligadas a atividades de

natureza ambiental; interagindo com o professor, os colegas e a comunidade;

participando da parte essencial da construção do conhecimento, é necessário que

o educador tenha consciência do “fazer matemática” em várias situações, mesmo

que adversas.

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A expectativa por contribuições de natureza educacional e social é

bastante grande. Uma vez que a mobilização em pesquisas e ações, em sala e

extra-sala de aula, favoreçam a construção de conhecimentos no presente, e

provavelmente no futuro.

4.1 Apêndices

Correspondem a partes complementares, descritas de forma mais

específica. No entanto, não será necessário aprofundamento, mas pode servir como

um acessório teórico inicial, no sentido de despertar aos nossos leitores em estudos

e pesquisas, sobretudo no que diz respeito à legislação ambiental e ocupações

territoriais.

4.1.1 Apêndice A – Breve resumo das 17 Leis Ambientais

MEIO AMBIENTE - AS 17 LEIS AMBIENTAIS DO BRASIL

A legislação ambiental brasileira é uma das mais completas do mundo. Apesar de não serem cumpridas da maneira adequada, as 17 leis ambientais mais importantes podem garantir a preservação do grande patrimônio ambiental do país. São as seguintes:

1 - Lei da Ação Civil Pública - número 7.347 de 24/07/1985.

Lei de interesses difusos, trata da ação civil publica de responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e ao patrimônio artístico, turístico ou paisagístico.

2 - Lei dos Agrotóxicos - número 7.802 de 10/07/1989.

A lei regulamenta desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até sua comercialização, aplicação, controle,

fiscalização e também o destino da embalagem: Exigências impostas:

- obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao consumidor.

- registro de produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde. - registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA - o descumprimento desta lei pode acarretar multas e reclusão.

3 - Lei da Área de Proteção Ambiental - número 6.902 de 27/04/1981.

Lei que criou as "Estações Ecológicas ", áreas representativas de ecossistemas brasileiros, sendo que 90 % delas devem permanecer intocadas e 10 % podem sofrer alterações para fins científicos. Foram criadas também as "Áreas de Proteção Ambiental " ou APAS, áreas que podem conter propriedades privadas e onde o poder público limita as atividades

econômicas para fins de proteção ambiental. 4 - Lei das Atividades Nucleares - número 6.453 de 17/10/1977.

Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades nucleares. Determina que se houver um acidente nuclear, a instituição autorizada a operar a instalação tem a responsabilidade civil pelo dano, independente da existência de culpa. Em caso de acidente nuclear não relacionado a

qualquer operador, os danos serão assumidos pela União. Esta lei classifica como crime produzir, processar, fornecer, usar, importar ou exportar material sem autorização legal, extrair e comercializar ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas neste setor, ou deixar de seguir normas de segurança relativas à instalação nuclear.

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108 5 - Lei de Crimes Ambientais - número 9.605 de 12/02/1998.

Reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e punições. A pessoa jurídica, autora ou co-autora da infração ambiental, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido criada ou usada para facilitar ou ocultar um crime ambiental. A punição pode ser extinta caso se comprove a recuperação do dano ambiental.

As multas variam de R$ 50,00 a R$ 50 milhões de reais. 6 – Lei da Engenharia Genética – número 8.974 de 05/01/1995.

Esta lei estabelece normas para aplicação da engenharia genética, desde o cultivo, manipulação e transporte

de organismos modificados (OGM) , até sua comercialização, consumo e liberação no meio ambiente. A autorização e

fiscalização do funcionamento das atividades na área e da entrada de qualquer produto geneticamente modificado no país, é de responsabilidade dos Ministérios do Meio Ambiente, da Saúde e da Agricultura. Toda entidade que usar técnicas de engenharia genética é obrigada a criar sua Comissão Interna de Biossegurança, que deverá, entre outros, informar trabalhadores e a comunidade sobre questões relacionadas à saúde e segurança nesta atividade.

7 – Lei da Exploração Mineral – numero 7.805 de 18/07/1989.

Esta lei regulamenta as atividades garimpeiras. Para estas atividades é obrigatória a licença ambiental prévia, que deve ser concedida pelo órgão ambiental competente. Os trabalhos de pesquisa ou lavra, que causarem danos ao meio ambiente são passíveis de suspensão, sendo o titular da autorização de exploração dos minérios responsável pelos danos

ambientais. A atividade garimpeira executada sem permissão ou licenciamento é crime. 8 – Lei da Fauna Silvestre – número 5.197 de 03/01/1967.

A lei classifica como crime o uso, perseguição, apanha de animais silvestres, caça profissional, comércio de

espécies da fauna silvestre e produtos derivados de sua caça, além de proibir a introdução de espécie exótica (importada ) e a

caça amadorística sem autorização do Ibama. Criminaliza também a exportação de peles e couros de anfíbios e répteis em bruto.

9 – Lei das Florestas – número 4.771 de 15/09/1965.

Determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de preservação permanente (onde a

conservação da vegetação é obrigatória) uma faixa de 30 a 500 metros nas margens dos rios, de lagos e de reservatórios, além de topos de morro, encostas com declividade superior a 45 graus e locais acima de 1.800 metros de altitude. Também exige que propriedades rurais da região Sudeste do país preservem 20 % da cobertura arbórea, devendo tal reserva ser

averbada em cartório de registro de imóveis. 10 – Lei do Gerenciamento Costeiro – número 7.661 de 16/05/1988.

Define as diretrizes para criar o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, ou seja, define o que é zona

costeira como espaço geográfico da interação do ar, do mar e da terra, incluindo os recursos naturais e abrangendo uma faixa

marítima e outra terrestre. Permite aos estados e municípios costeiros instituírem seus próprios planos de gerenciamento costeiro, desde que prevaleçam as normas mais restritivas. Este gerenciamento costeiro deve obedecer as normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA ).

11 – Lei da criação do IBAMA – número 7.735 de 22/02/1989.

Criou o Ibama, incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente e as agências federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e borracha. Ao Ibama compete executar a política nacional do meio ambiente, atuando para conservar, fiscalizar, controlar e fomentar o uso racional dos recursos naturais.

12 – Lei do Parcelamento do Solo Urbano – número 6.766 de 19/12/1979.

Estabelece as regras para loteamentos urbanos, proibidos em áreas de preservação ecológicas, naquelas onde a poluição representa perigo à saúde e em terrenos alagadiços.

13 – Lei Patrimônio Cultural - decreto-lei número 25 de 30/11/1937.

Lei que organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, incluindo como patrimônio nacional os

bens de valor etnográfico, arqueológico, os monumentos naturais, além dos sítios e paisagens de valor notável pela natureza ou a partir de uma intervenção humana. A partir do tombamento de um destes bens, ficam proibidas sua demolição, destruição ou mutilação sem prévia autorização do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, SPHAN.

14 – Lei da Política Agrícola - número 8.171 de 17/01/1991.

Coloca a proteção do meio ambiente entre seus objetivos e como um de seus instrumentos. Define que o poder público deve disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da água, da fauna e da flora; realizar zoneamentos agroecológicos para ordenar a ocupação de diversas atividades produtivas, desenvolver programas de educação ambiental,

fomentar a produção de mudas de espécies nativas, entre outros.

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109 15 – Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – número 6.938 de 17/01/1981.

É a lei ambiental mais importante e define que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar, independentemente da culpa. O Ministério Público pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos causados.Esta lei criou a obrigatoriedade dos estudos e

respectivos relatórios de Impacto Ambiental (EIA-RIMA). 16 – Lei de Recursos Hídricos – número 9.433 de 08/01/1997.

Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Define a água

como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, que pode ter usos múltiplos (consumo humano, produção de

energia, transporte, lançamento de esgotos). A lei prevê também a criação do Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos para a coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.

17 – Lei do Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição – número 6.803 de 02/07/1980.

Atribui aos estados e municípios o poder de estabelecer limites e padrões ambientais para a instalação e

licenciamento das indústrias, exigindo o Estudo de Impacto Ambiental.

4.1.2 Apêndice B – Lei das Florestas

LEI Nº 7.803,DE 15 DE JULHO DE 1989

Alterada a redação da Lei Nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e revoga as Leis Nº 6535, de julho de 1978 e

7511, de 7 de julho de 1986.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de

utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de

propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.

Parágrafo único. As ações ou omissões contrárias às disposições deste Código na utilização e exploração das

florestas são consideradas uso nocivo da propriedade (art. 302, XI b, do Código de Processo Civil).

Art. 2º Consideram-se de preservação permanente, pelo só eleito desta Lei, as florestas e demais formas de

vegetação natural situadas:

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja:

1) de 30 (trinta) metros para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;

2) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d’água que tenham 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura;

3) de 100 (cem) metros para os cursos d’água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura.

4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros.

b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais;

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c) nas nascentes ainda que intermitentes e nos chamados “olhos d’água”, qualquer que seja a sua situação topográfica, num

raio mínimo se 50 (cinqüenta) metros de largura;

d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;

e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45º, equivalente a 100% na linha de maior declive;

f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;

g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em

projeções horizontais;

h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação.

i) nas áreas metropolitanas definidas em lei. (Alínea acrescentada pela Lei nº 6.535, de 15.6.1978)

Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos

definidos por lei municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, observar-se-á

o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo.

Art. 3º Consideram-se, ainda, de preservação permanentes, quando assim declaradas por ato do Poder

Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas:

a) a atenuar a erosão das terras;

b) a fixar as dunas;

c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;

d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades militares;

e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico;

f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção;

g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas;

h) a assegurar condições de bem-estar público.

§ 1º A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será admitida com prévia

autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de

utilidade pública ou interesse social.

§ 2º As florestas que integram o Patrimônio Indígena ficam sujeitas ao regime de preservação permanente

(letra g) pelo só efeito desta Lei.

Art. 4º Consideram-se de interesse público:

a) a limitação e o controle do pastoreio em determinadas áreas, visando à adequada conservação e propagação da vegetação

florestal;

b) as medidas com o fim de prevenir ou erradicar pragas e doenças que afetem a vegetação florestal;

c) a difusão e a adoção de métodos tecnológicos que visem a aumentar economicamente a vida útil da madeira e o seu maior

aproveitamento em todas as fases de manipulação e transformação.

Art. 5º O Poder Público criará:

a) Parques Nacionais, Estaduais e Municipais e Reservas Biológicas, com a finalidade de resguardar atributos excepcionais da

natureza, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais com a utilização para objetivos

educacionais, recreativos e científicos;

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b) Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais, com fins econômicos, técnicos ou sociais, inclusive reservando áreas a inda

não florestadas e destinadas a atingir aquele fim.

Parágrafo único. Ressalvada a cobrança de ingresso a visitantes, cuja receita será destinada em pelo menos

50% (cinqüenta por cento) ao custeio da manutenção e fiscalização, bem como de obras de melhoramento em cada unidade, é

proibida qualquer forma de exploração dos recursos naturais nos parques e reservas biológicas criados pelo poder público na

forma deste artigo.

Art. 6º O proprietário da floresta não preservada, nos termos desta Lei, poderá gravá-la com perpetuidade,

desde que verificada a existência de interesse público pela autoridade florestal. O vínculo constará de termo assinado perant e

a autoridade florestal e será averbado à margem da inscrição no Registro Público.

Art. 7º Qualquer árvore poderá ser declarada imune de corte, mediante ato do Poder Público, por motivo de

sua localização, raridade, beleza ou condição de portas-semente.

Art. 8º Na distribuição de lotes destinados à agricultura, em planos de colonização e de reforma agrária, não

devem ser incluídas as áreas florestadas de preservação permanente de que trata esta Lei, nem as florestas necessárias ao

abastecimento local ou nacional de madeiras e outros produtos florestais.

Art. 9º As florestas de propriedade particular, enquanto indivisas com outras, sujeitas a regime especial, ficam

subordinadas às disposições que vigorarem para estas.

Art. 10. Não é permitida a derrubada de florestas, situadas em áreas de inclinação entre 25 a 45 graus, só

sendo nelas tolerada a extração de toros, quando em regime de utilização racional, que vise a rendimentos permanentes.

Art. 11. O emprego de produtos florestais ou hulha como combustível obriga o uso de dispositivo, que impeça

difusão de fagulhas suscetíveis de provocar incêndios, nas florestas e demais formas de vegetação marginal.

Art. 12. Nas florestas plantadas, não consideradas de preservação permanente, é livre a extração de lenha e

demais produtos florestais ou de fabricação de carvão. Nas demais florestas dependerá de norma estabelecida em ato do

Poder Federal ou Estadual, em obediência a prescrições ditadas pela técnica e às peculiaridades locais.

Art. 13. O comércio de plantas vivas, oriundas de florestas, dependerá de licença da autoridade competente.

Art. 14. Além dos preceitos gerais a que está sujeita a utilização das florestas, o Poder Público Federal ou

Estadual poderá:

a) prescrever outras normas que atendam às peculiaridades locais;

b) proibir ou limitar o corte das espécies vegetais consideradas em via de extinção, delimitando as áreas compreendidas no

ato, fazendo depender, nessas áreas, de licença prévia o corte de outras espécies;

c) ampliar o registro de pessoas físicas ou jurídicas que dediquem à extração, indústria e comércio de produtos ou subprodutos

florestais.

Art. 15. Fica proibida a exploração sob forma empírica das florestas primitivas da bacia amazônica que só

poderão ser utilizadas em observância a planos técnicos de condução e manejo a serem estabelecidos por ato do Poder

Público, a ser baixado dentro do prazo de um ano.

Art. 16. As florestas de domínio privado, não sujeitas ao regime de utilização limitada e ressalvadas as de

preservação permanente, previstas nos artigos 2º e 3º desta lei, são suscetíveis de exploração, obedecidas as seguintes

restrições:

§ 1º Nas propriedades rurais, compreendidas na alínea a deste artigo, com área entre 20 (vinte) a 50

(cinqüenta) hectares, computar-se-ão para efeito de fixação do limite percentual industriais, além da cobertura florestal de

qualquer natureza, os maciços de porte arbóreo, sejam frutíferos, ornamentais ou industriais.

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§ 2º A reserva legal, assim entendida a área de no mínimo, 20% (vinte por cento) de cada propriedade, onde não é permitido o

corte raso, deverá ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo

vedada a alteração de sua destinação nos casos de transmissão, a qualquer título ou de desmembramento da área.

§ 3º Aplica-se às áreas de cerrado a reserva legal de 20% (vinte por cento) para todos os efeitos legais.

Art. 17. Nos loteamentos de propriedades rurais, a área destinada a completar o limite percentual fixado na

letra a do artigo antecedente, poderá ser agrupada numa só porção em condomínio entre os adquirentes.

Art. 18. Nas terras de propriedade privada, onde seja necessário o florestamento ou reflorestamento de

preservação permanente, o Poder Público Federal poderá fazê-lo sem desapropriá-las, se não o fizer o proprietário.

§ 1º Se tais áreas estiverem sendo utilizadas com culturas de seu valor deverá ser indenizado o proprietário.

§ 2º As áreas assim utilizadas pelo Poder Público Federal ficam isentas de tributação.

Art. 19. A exploração de florestas e de formações sucessoras, tanto de domínio público como de domínio

privado, dependerá de aprovação prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –

IBAMA, bem como da adoção de técnicas de condução, exploração, reposição florestal e manejo compatíveis com os variados

ecossistemas que a cobertura arbórea forme.

Parágrafo único. No caso de reposição florestal, deverão ser priorizados projetos que contemplem a utilização

de espécies nativas.

Art. 20. As empresas industriais que, por sua natureza, consumirem grandes quantidades de matéria prima

florestal serão obrigadas a manter, dentro de um raio em que a exploração e o transporte serão julgados econômicos, um

serviço organizado, que assegure o plantio de novas áreas, em terras próprias ou pertencentes a terceiros, cuja produção sob

exploração racional, seja equivalente ao consumido para o seu abastecimento.

Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, além das penalidades previstas neste Código,

obriga os infratores ao pagamento de uma multa equivalente a 10% (dez por cento) do valor comercial da matéria-prima

florestal nativa consumida além da produção da qual participe.

Art. 21. As empresas siderúrgicas, de transporte e outras, à base de carvão vegetal, lenha ou outra matéria

prima florestal, são obrigadas a manter florestas próprias para exploração racional ou a formar, diretamente ou por intermédio

de empreendimentos dos quais participem, florestas destinadas ao seu suprimento.

Parágrafo único. A autoridade competente fixará para cada empresa o prazo que lhe é facultado para atender

ao disposto neste artigo, dentro dos limites de 5 a 10 anos.

Art. 22. A União, diretamente, através do órgão executivo específico, ou em convênio com os Estados e

Municípios, fiscalizará a aplicação das normas deste Código, podendo, para tanto, criar os serviços indispensáveis.

Parágrafo único. Nas áreas urbanas, a que se refere o parágrafo único do art. 2º desta Lei, a fiscalização é da

competência dos municípios, atuando a União supletivamente.

Art. 23. A fiscalização e a guarda das florestas pelos serviços especializados não excluem a ação da

autoridade policial por iniciativa própria.

Art. 24. Os funcionários florestais, no exercício de suas funções, são equiparados aos agentes de segurança

pública, sendo-lhes assegurado o porte de armas.

Art. 25. Em caso de incêndio rural, que não se possa extinguir com os recursos ordinários, compete não só ao

funcionário florestal, como a qualquer outra autoridade pública, requisitar os meios materiais e convocar os homens em

condições de prestar auxílio.

Art. 26. Constituem contravenções penais, puníveis com três meses a um ano de prisão simples ou multa de

uma a cem vezes o salário-mínimo mensal, do lugar e da data da infração ou ambas as penas cumulativamente:

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a) destruir ou danificar a floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação ou utilizá-la com

infringência das normas estabelecidas ou previstas nesta Lei;

b) cortar árvores em florestas de preservação permanente, sem permissão da autoridade permanente;

c) penetrar em floresta de preservação permanente conduzindo armas, substâncias ou instrumentos próprios para caça

proibida ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem estar munido de licença da autoridade competente;

d) causar danos aos Parques Nacionais, Estaduais ou Municipais, bem como às Reservas Biológicas;

e) fazer fogo, por qualquer modo, em florestas e demais formas de vegetação, sem tomar as precauções adequadas;

f) fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação;

g) impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação;

h) receber madeira, lenha, carvão e outros produtos procedentes de florestas, sem exigir a exibição de licença do vendedor,

outorgado pela autoridade competente e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto, até final beneficiamento;

i) transportar ou guardar madeiras, lenha, carvão ou outros produtos procedentes de florestas, sem licença válida para todo o

tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente;

j) deixar de restituir a autoridade, licenças extintas pelo decurso do prazo ou pela entrega ao consumidor dos produtos

procedentes de florestas;

l) empregar, como combustível, produtos florestais ou hulha, sem uso de dispositivo que impeça a difusão de fagulhas,

suscetíveis de provocar incêndios nas florestas;

m) soltar animais ou não tomar precauções necessárias para que o animal de sua propriedade não penetre em florestas

sujeitas a regime especial;

n) matar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade

privada alheia ou árvore imune de corte;

o) extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia,

cal ou qualquer outra espécie de minerais;

p) (Vetado).

q) transformar madeiras de lei em carvão, inclusive para qualquer efeito industrial, sem licença da autoridade competente.

(Alínea acrescentada pela Lei nº 5.870, de 26.3.1973)

Art. 27. É proibido o uso de fogo nas florestas e demais formas de vegetação.

Parágrafo único. Se peculiaridades locais ou regionais justificarem o emprego do fogo em práticas agropastoris

ou florestais, a permissão será estabelecida em ato do Poder Público, circunscrevendo as áreas e estabelecendo normas de

precaução.

Art. 28. Além das contravenções estabelecidas no artigo precedente, subsistem os dispositivos sobre

contravenções e crimes previstos no Código Penal e nas demais leis, com as penalidades neles cominadas.

Art. 29. As penalidades incidirão sobre os autores, sejam eles:

a) diretos;

b) arrendatários, parceiros, posseiros, gerentes, administradores, diretores, promitentes compradores ou proprietários das

áreas florestais, desde que praticadas por prepostos ou subordinados e no interesse dos preponentes ou dos superiores

hierárquicos;

c) autoridades que se omitirem ou facilitarem, por consentimento legal, na prática do ato.

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Art. 30. Aplicam-se às contravenções previstas neste Código as regras gerais do Código Penal e da Lei de

Contravenções Penais, sempre que a presente Lei não disponha de modo diverso.

Art. 31. São circunstâncias que agravam a pena, além das previstas no Código Penal e na Lei de

Contravenções Penais:

a) cometer a infração no período de queda das sementes ou de formação das vegetações prejudicadas, durante a noite, em

domingos ou dias feriados, em épocas de seca ou inundações;

b) cometer a infração contra a floresta de preservação permanente ou material dela provindo.

Art. 32. A ação penal independente de queixa, mesmo em se tratando de lesão em propriedade privada,

quando os bens atingidos são florestas e demais formas de vegetação, instrumentos de trabalho, documentos e atos

relacionados com a proteção florestal disciplinada nesta Lei.

Art. 33. São autoridades competentes para instaurar, presidir e proceder a inquéritos policiais, lavrar autos de

prisão em flagrante e intentar a ação penal, nos casos de crimes e contravenções, previstos nesta Lei, ou em outras leis a que

tenham por objetivo florestas e demais formas de vegetação, instrumentos de trabalho, documentos e produtos procedentes

das mesmas:

a) as indicadas no Código de Processo Penal;

b) os funcionários da repartição florestal e de autarquias, com atribuições correlatas, designadas pra a atividade de

fiscalização.

Parágrafo único. Em caso de ações penais simultâneas, pelo mesmo fato, iniciadas por várias autoridades, o

Juiz reunirá os processos na jurisdição em que se firmou a competência.

Art. 34. As autoridades referidas no item b do artigo anterior, ratificada a denúncia pelo Ministério Público,

terão ainda competência igual à deste, na qualidade de assistente, perante a Justiça comum, nos feitos de que trata esta Lei.

Art. 35. A autoridade apreenderá os produtos e os instrumentos utilizados na infração e, se não puderem

acompanhar o inquérito, por seu volume e natureza, serão entregues ao depositário público local, se houver e, na sua falta, ao

que for nomeado pelo Juiz, para ulterior devolução ao prejudicado. Se pertencerem ao agente ativo da infração, serão

vendidos em hasta pública.

Art. 36. O processo das contravenções obedecerá ao rito sumário da Lei n. 1.508 de 19 de dezembro de 1951,

no que couber.

Art. 37. Não serão transcritos ou averbados no Registro Geral de Imóveis os atos de transmissão “inter-vivos”

ou “causa mortis”, bem como a constituição de ônus reais, sobre imóveis da zona rural, sem a apresentação de certidão

negativa de dívidas referentes a multas previstas nesta Lei ou nas leis estaduais supletivas, por decisão transitada em julgado.

Art. 38. Revogado pela Lei nº 5.106, de 2.9.1966:

Texto original: As florestas plantadas ou naturais são declaradas imunes a qualquer tributação e não podem

determinar, para efeito tributário, aumento do valor das terras em que se encontram.

§ 1° Não se considerará renda tributável o valor de produtos florestais obtidos em florestas plantadas, por

quem as houver formado.

§ 2º As importâncias empregadas em florestamento e reflorestamento serão deduzidas integralmente do

imposto de renda e das taxas específicas ligadas ao reflorestamento.

Art. 39. Revogado pela Lei nº 5.868, de 12.12.1972:

Texto original: Ficam isentas do imposto territorial rural as áreas com florestas sob regime de preservação

permanente e as áreas com florestas plantadas para fins de exploração madeireira.

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Parágrafo único. Se a floresta for nativa, a isenção não ultrapassará de 50 % (cinqüenta por cento) do valor do

imposto, que incidir sobre a área tributável.

Art. 40. (Vetado).

Art. 41. Os estabelecidos oficiais de crédito concederão prioridades aos projetos de florestamento,

reflorestamento ou aquisição de equipamentos mecânicos necessários aos serviços, obedecidas as escadas anteriormente

fixadas em lei.

Parágrafo único. Ao Conselho Monetário Nacional, dentro de suas atribuições legais, como o órgão

disciplinador do crédito e das operações creditícias em todas suas modalidades e formas, cabe estabelecer as normas para os

financiamentos florestais, com juros e prazos compatíveis, relacionados com os planos de florestamento e reflorestamento

aprovados pelo Conselho Florestal Federal.

Art. 42. Dois anos depois da promulgação desta Lei, nenhuma autoridade poderá permitir a adoção de livros

escolares de leitura que não contenham textos de educação florestal, previamente aprovados pelo Conselho Federal de

Educação, ouvido o órgão florestal competente.

§ 1º As estações de rádio e televisão incluirão, obrigatoriamente, em suas programações, textos e dispositivos

de interesse florestal, aprovados pelo órgão competente no limite mínimo de cinco (5) minutos semanais, distribuídos ou não

em diferentes dias.

§ 2º Nos mapas e cartas oficiais serão obrigatoriamente assinalados os Parques e Florestas Públicas.

§ 3º A União e os Estados promoverão a criação e o desenvolvimento de escolas para o ensino florestal, em

seus diferentes níveis.

Art. 43. Fica instruída a Semana Florestal, em datas fixadas para as diversas regiões do País, do Decreto

Federal. Será a mesma comemorada, obrigatoriamente, nas escolas e estabelecimentos públicos ou subvencionados, através

de programas objetivos em que se ressalte o valor das florestas, face aos seus produtos e utilidades, bem como sobre a forma

correta de conduzi-las e perpetuá-las.

Parágrafo único. Para a Semana Florestal serão programadas reuniões, conferências, jornadas de

reflorestamento e outras solenidades e festividades com o objetivo de identificar as florestas como recurso natural renovável,

de elevado valor social e econômico.

Art. 44. Na região Norte e na parte Norte da região Centro-Oeste enquanto não for estabelecido o decreto de

que trata o artigo 15, a exploração a corte raso só é permissível desde que permaneça com cobertura arbórea, pelo menos

50% da área de cada propriedade.

Parágrafo único. A reserva legal, assim entendida a área de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento), de cada

propriedade, onde não é permitido o corte raso, deverá ser averbada à margem da inscrição da matrícula do imóvel no registro

de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de

desmembramento da área.

Art. 45. Ficam obrigados ao registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis – IBAMA os estabelecimentos comerciais responsáveis pela comercialização de moto serras, bem como aqueles

que adquirem este equipamento.

§ 1º A licença para o porte e uso de moto serras será renovada a cada 2 (dois) anos perante o Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.

§ 2º Os fabricantes de moto serras ficam obrigados, a partir de 180 (cento e oitenta) dias da publicação desta

Lei, a imprimir, em local visível deste equipamento, numeração cuja seqüência será encaminhada ao Instituto Brasileiro do

Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e constará das correspondentes notas fiscais.

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§ 3º A comercialização ou utilização de moto serras sem a licença a que se refere este artigo constitui crime

contra o meio ambiente, sujeito à pena de detenção de 1 (um) a 3 (três) meses de multa de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos

de referência e a apreensão da moto-serra, sem prejuízo da responsabilidade pela reparação dos danos causados.

Art. 46. No caso de florestas plantadas, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis – IBAMA zelará para que seja preservada, em cada município, área destinada à produção de alimentos básicos e

pastagens, visando ao abastecimento local.

Art. 47. O Poder Executivo promoverá, no prazo de 180 dias, a revisão de todos os contratos, convênios,

acordos e concessões relacionados com a exploração florestal em geral, a fim de ajustá-las às normas adotadas por essa Lei.

Art. 48. Fica mantido o Conselho Florestal Federal, com sede em Brasília, como órgão consultivo e normativo

da política florestal brasileira.

Parágrafo único. A composição e atribuições do Conselho Florestal Federal, integrado, no máximo, por 12

(doze) membros serão estabelecidos por decreto do Poder Executivo.

Art. 49. O Poder Executivo regulamenta a presente Lei no que for julgado necessário à sua execução.

Art. 50. Esta Lei entrará em vigor 120 (cento e vinte) dias após a data de sua publicação, revogados o Decreto

nº 23793, de 23 de janeiro de 1934 (Código Florestal) e demais disposições em contrário.

Artigo 2º O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias, contados de sua publicação.

Artigo 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Artigo 4º Revogam-se as Leis nº 6.535, de 15 de junho de 1978, e 7.511, de 7 de junho de 1986, e demais disposições em

contrário.

Brasília, 15 de junho de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

José Sarney (José Ribamar da Costa)

.................................

.................................

.................................

4.1.3 Apêndice C – Breve História da descoberta e ocupação do continente

americano

Sabemos que a ocupação do continente americano representou algo magistral. Conseguiu atender a muitos

interesses de ordem econômica, pela via das grandes navegações, mas representou também as possibilidades nas

transposições de grandes empreitadas, e até ajudou na comprovação da esfericidade da Terra. Para facilitar o nosso estudo, vamos discorrer sobre o assunto na forma de alguns tópicos que merecem mais

atenção.

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1) A América Pré-colombiana

Os chamados índios habitavam o continente, quando ocorreu a sua descoberta. Assim eram chamados, pois

julgavam que eles representavam uma extensão das Índias, fato ainda discutível. Embora selvagens, eram possíveis de se

civilizarem, a exemplo dos que habitavam no México, Iucatã e Peru.

Na questão das origens do homem pré-colombiano, acredita-se que seriam descendentes de asiáticos,

vindos do estreito de Behring ou pelas ilhas Alentas para o Alasca. Outra possibilidade seria por moradores da Polinésia

(Oceania), vindos para a costa ocidental sul americana. E por último, teriam vindo da Austrália e ilhas vizinhas, através do

Pacífico à Terra do Fogo, para tomar o continente.

Os incas, da América do Sul, eram mais adiantados e utilizavam a lhama para transporte de carga; já na

costa do Pacífico os índios eram mais civilizados. Na região colombiana, habitavam os chibchas, que formavam cinco reinos.

Na zona andina do Peru e da Bolívia tivemos o Império dos Incas (civilização inca-quíchna). No Chile e oeste dos pampar

argentinos, os arancanos. Na Patagônia, no extremo sul, os patagões. Na Argentina os puelches e chavinas, entre outros. Na

região andina os calchaquis. No Brasil, os tupis e os jês (ou tapuias). Na América do norte os navajos e apaches, que são

peles-vermelhas, entre outros. Na América central zapotecas, astecas e maias, entre outras tribos.

As grandes culturas indígenas da América: os astecas (no México, com escolas, monumentos, comércio

desenvolvido e conhecimentos da Matemática e Astronomia); os maias (principalmente no Iucatã, mais adiantada, e de cujas

grandes cidades ficaram ruínas admiráveis); os incas (do Peru, com interessante organização social e notável sistema de

estradas).

2) Descobrimento, exploração e conquista da América

Muito antes dos tempos modernos, acreditava-se na existência de terras afastadas do continente europeu.

Com as grandes navegações no séc. XV a coisa aconteceu. No séc. IX tivemos as tentativas dos normandos (vikings), em

seguida, séc. XII, as viagens de Marco Polo. No entanto, o grande movimento de expansão geográfica aconteceu no final do

séc. XV, determinado por várias causas: o comércio de especiarias, das sedas da China, tapetes, drogas e outros produtos

da Ásia, a que se haviam habituado os europeus, era quase um monopólio dos venezianos, por intermédio dos países

muçulmanos. As dificuldades desse comércio aumentaram com a queda de Constantinopla; procurava-se, então, um meio de

fazê-lo diretamente com os países produtores do Oriente, em melhores condições econômicas. Além disso, graças à

descoberta da imprensa à divulgação das narrações de viagens, da geografia de Ptolomeu, das lendas sobre as fabulosas

riquezas de Cipangu e de Cataí, despertou-se nuns o desejo de aventura; noutros a cobiça. A navegação tinha feito

progressos com remadores, porém era imprópria para a navegação do oceano; assim surgiu a caravela pequena, porém

mais veloz, com o leme já aperfeiçoado e capaz de afrontar as vagas oceânicas. A situação era favorável com o fim das lutas

contra os mouros na Península Ibérica. Isto permitiu primeiro aos portugueses e, um século mais tarde, aos espanhóis, voltar

ao oceano em plena atividade.

3) As Grandes Navegações

Desde o séc. XV, os portugueses abrem o caminho marítimo para as Índias e Colombo (oito anos antes),

revelando ao mundo o Novo Continente. As conseqüências econômicas, sociais e políticas são gigantescas. Os portugueses,

desde o séc. XIV, foram a vanguarda dos grandes navegadores, por possuírem a arte de navegar. Os espanhóis, após

expulsarem os mouros (árabes) de Granada, iniciaram suas grandes navegações à partir da viagem de Colombo que

descobriu a América; mais tarde, outras expedições foram realizadas, entre elas na costa do Pacífico, terras dos incas e a do

Rio da Prata.

4) Conquistas dos portugueses

O rei D. Manuel confiou a Pedro Álvares Cabral a missão de ir às Índias, pelo caminho marítimo já descoberto

por Vasco da Gama. Cabral, porém, desviou a rota de sua esquadra para o ocidente e assim atingiu, a 22 de abril de 1500, a

terra que se chamou de Vera Cruz e finalmente, Brasil.

O reconhecimento do extenso território e a sua ocupação aconteceu na sequência com muitas expedições.

Assim, observamos a coragem dos imigrantes que deixaram uma terra longínqua para conquistar um mundo desconhecido,

com muita determinação diante das enormes dificuldades da empreitada. Com a ocupação, fundaram-se as primeiras

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feitorias na costa para combater os franceses que vinham fazer carregamento do precioso pau-brasil e traficar com os índios.

No entanto, a obra colonizadora foi iniciada com a expedição de Martim Afonso de Souza, que reconheceu o litoral norte até

o Maranhão e explorou no sul o estuário do Prata. Em 1504, introduziu-se no Brasil o sistema de Capitanias Hereditárias com

a doação, por D. Manuel, da primeira capitania de Fernando de Noronha. Assim, o Brasil foi dividido em quinze quinhões que

iam até os limites do Tratado de Tordesilhas e foram doados a capitães donatários, que eram em sua maioria pequenos

nobres, cortesãos, geralmente dependentes do Estado. O “capitão-mor” recebia através da “carta de doação”, a jurisdição

civil e criminal sobre certo número de léguas de terra. Cabia a ele o direito de recolher uma série de tributos e rendas de s eu

território e administrá-lo de forma quase absoluta, mesmo que legalmente a coroa tinha a posse legal. De modo geral, o

sistema foi malsucedido, com exceção de Duarte Coelho (cap. De Pernambuco) e Martim Afonso de Souza (cap. De São

Vicente); este, em 1532, fundou a primeira vila do Brasil, São Vicente, cujo desenvolvimento foi marcado pela cana-de-açúcar

e depois introduziu a criação de gado. Na capitania de Pernambuco também tivemos o ciclo do açúcar, que ajudou muito na

transformação daquele quinhão no principal centro econômico da colônia.

Criou-se, em 1548, o Governo Geral com sede na Bahia. O 1º governador foi Tomé de Souza, que fundou a

cidade de Salvador no mesmo ano. Chegaram de Portugal os primeiros jesuítas. O povoamento cresceu com o

desenvolvimento da criação de gado e também com a expansão da cultura algodoeira, em determinadas reg iões. Os

principais núcleos da colônia ficaram no litoral, a exemplo de Salvador, Olinda, Vitória, Rio de Janeiro, São Vicente e o

povoado de Cananéia. Segundo o alemão Hans Staden, o litoral paranaense já era visitado por portugueses de São Vicente,

os quais tinham contato com os nativos da ilha de Superagui, em 1549. Os jesuítas, com a ação das missões religiosas, em

1554, fundaram o colégio e povoado de São Paulo de Piratininga, que representava na época o centro mais distante da

costa. A união das duas coroas favoreceu a expansão territorial, já iniciada em 1526, com a Feitoria na ilha de Itamaracá ao

norte, se estendendo com a conquista do litoral ao sul. A ilha de Cotinga, na baía de Paranaguá, foi habitada por portugueses

e mamelucos no séc. XVI. No mesmo século, tivemos no nosso estado, pelos espanhóis, as fundações dos povoados de

Ontiveros, Real do Guairá e Vila Rica do Espírito Santo (as duas estão na atual Guaíra).

A descoberta do ouro de lavagem em São Paulo aconteceu em 1560, no Paraná em 1578, em Minas Gerais

em 1693, em 1719 no Mato Grosso, em 1725 em Goiás.

A partir de 1580 tivemos o ciclo do bandeirantismo paulista, que se constituíram de expedições armadas que

se destinavam a exploração dos sertões. Seus objetivos principais eram: a caça ao índio, o sertanismo de contrato, a busca

da mineração, entre outros. Com a sua expansão, com muitas entradas (com cerca de 2766 bandeirantes), o Brasil desenhou

praticamente o seu mapa territorial atual. Nesta mesma década tivemos a primeira bandeira paulista no litoral paranaense,

fazendo guerra aos carijós e ajudando na constituição de uma sociedade campeira, nas costas de Paranaguá. Entre os que

passaram pelo território paranaense, destacamos: Jerônimo Leitão, Manuel Preto, Diogo Quadros, Clemente Álvares, Brás

Gonçalves, Lázaro Costa, Raposo Tavares, Fernão Dias Pais, entre outros.

Destacamos que, a primeira redução jesuíta foi a de Santo Inácio do Loreto (1610), que fica em Guaíra no

norte do PR atual. Muitas outras surgiram, principalmente na região sul do país. Infelizmente, esses povoados (missões)

foram vítimas de grandes ataques, destruições e aprisionamentos nos séc. XVII e XVIII.

A Serra do Mar dificultou muito o acesso dos colonizadores, que com a escassez do ouro no litoral

paranaense (vila de Nossa Senhora de Paranaguá, fundada em 1648) migraram para o platô da Vila de Nossa Senhora da

Luz dos Pinhais de Curitiba, fundado na década de 1650. O capitão-mor de Paranaguá, Gabriel de Lara, mandou erguer o

pelourinho em 1668 na vila, que foi elevada a condição de município em 1683, e finalmente tem a sua fundação decretada,

com câmara municipal, em 1693. Em 19 de dezembro de 1853 aconteceu a Emancipação Política do Paraná, criando a

Província do Paraná com sede em Curitiba que na época tinha cerca de 50 mil hab., sendo que o Estado foi desmembrado

da comarca de São Paulo.

Destacamos também alguns antigos aglomerados populacionais importantes: Guarapuava e Palmas (início do

séc. XVIII), São José dos Pinhais (1757), Santo Antonio da Lapa, Yapó (Castro), Rio Branco, Morretes, Antonina (1797),

Piraí, Jaguariaíva, Registro (do Rio Negro), Tibagi, Guaraqueçaba, Jatay (atual Jataizinho), São Pedro de Alcântara, São

Jerônimo da Serra, Santo Antonio da Platina, Tomazina, Wenceslau Braz, Colônia Mineira, São José da Boa Vista, Irati, São

João do Triunfo, São Mateus do Sul, Araucária, Palmeira, Ponta Grossa, Contenda, União da Vitória, Prudentópolis, Marechal

Malbet, entre tantos outros.

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Sabemos que, no início do séc. XIX começou a imigração européia, principalmente dos italianos, alemães,

poloneses, russos e ucranianos. Tanto a História do Paraná quanto a do Brasil passou, e vem passando, por vários ciclos

que, sobretudo, refletem os anseios da população quando habitavam um território onde os problemas sociais e políticos são

inúmeros; mas nosso país, apesar de tudo, tem se destacado no contexto mundial.

5) A América colonial espanhola

Navegando pelo sul do continente à procura de uma comunicação do Atlântico com o Pacífico, João de Solis

descobriu o estuário do Prata, depois, pelo rio, chegou ao Uruguai em 1515. O veneziano Sebastião Cabôto navegou pelos

rios Paraná, Uruguai e Paraguai. Em 1536, Pedro de Mendoza fundou Buenos Aires, João Aiolas, fundou o forte que deu

origem a Assunção; seu companheiro Martinez de Irala efetuou edificações e, posteriormente, conquistou a região do Guairá.

Após a fundação de alguns povoados no Paraná, ao final do séc. XVII, a colonização portuguesa rumou para

além de Laguna. As regiões do Rio Grande do Sul e Uruguai ficavam na zona que pertencia à Espanha, pelo tratado de

Tordesilhas. Em 1680 foi fundada a Colônia de Sacramento pelos portugueses, à margem do Prata. Tal atitude foi motivo de

sangrentas lutas com os espanhóis. Os sete Povos das Missões (atual Estado do Rio Grande do Sul) foi habitado por mais de

um século, por cerca de trinta mil índios guaranis, convertidos e civilizados por jesuítas espanhóis. Essas missões tinham

sido fundadas após a destruição de Guairá pelos bandeirantes. Um tratado entre a Espanha e Portugal determinou a retirada

pacífica dos índios com seus pertences, rapidamente para o território espanhol. Como não aceitaram, foram exterminados

pelas forças das duas coroas.

Em 1776 o governo espanhol reuniu as províncias platinas cirando o Vice Reino do Rio da Prata (atual

república do Paraguai, Uruguai e Argentina), que tinha alcançado um bom desenvolvimento econômico.

6) A América colonial inglesa

Os primeiros povos a se estabeleceram na América do Norte foram os espanhóis e franceses, mas também

tivemos os ingleses, holandeses e suecos.

A Flórida foi descoberta pelo espanhol Ponce de Léon, depois chegaram à Califórnia. Hermano de Soto

atingiu o grande rio Mississipi, no entanto, foi morto pelos índios. A Califórnia recebeu várias missões de jesuítas, que

lutaram por sua civilização.

Os franceses, no começo do séc. XVI, tentaram se estabelecer na região. Jacques Cartier atingiu o rio São

Lourenço, onde fundou o forte Charlesboug. A fundação de Quebec e Port Royal, no Canadá, marcou a 1ª colônia. O domínio

restringiu a embocadura dos rios São Francisco e Mississipi.

A colonização inglesa foi iniciada por Walter Raleigh a partir de 1565, na região que se chamou Virgínia. Mais

tarde, apareceram o movimento colonizador dos cavaleiros e senhores, por cartas de doações. E assim a região era

ocupada, no entanto, destacamos a notável colônia da Pensilvânia, fundada por William Penn, que se tornou muito próspera.

Em todas as colônias havia um governador e um sistema de organização judiciária muito bem montado. Entre as treze

colônias observa-se um certo contraste; as mais democráticas ao norte, as mais aristocráticas ao sul. Avultava no norte o

trabalho livre e ao sul o elemento escravo, entre outras coisas.

A colonização holandesa foi iniciada na ilha de Manhattan, com pequeno comércio e construção de fortes.

Os suecos também fundaram o forte de Cristina, se dedicando à lavoura e ao comércio.

A Inglaterra passou a dominar os mares, atacando Nova Amsterdã e também, em 1803, vendeu a Luisiânia

aos Estados Unidos.

As colônias inglesas tiveram grande progresso. A riqueza pública cresceu imensamente, a partir da produção

agrícola. O sentimento de unidade, entre as colônias, formaram a consciência da própria força e alavancaram o processo da

Independência, principalmente quando o governo inglês sacrificava os colonos com muitos impostos. Os patriotas

americanos se organizaram em milícias para resistir às medidas tomadas pelo Parlamento. Os patriotas estavam sob o

comando de Jorge Washington (por decisão do congresso de Filadélfia). O congresso de Filadélfia, a 4 de julho de 1776,

adotou a “Declaração da Independência” escrita por Tomas Jefferson, formando-se os Estados Unidos da América. A luta foi

com grandes dificuldades, pelas condições humanas e logísticas, no entanto, tiveram as primeiras vitórias, mas sofreram

vários reveses. O fato que ajudou muito foi as alianças com a França, Espanha e a Holanda. A guerra se estendia à Europa,

à Índia, às Antilhas. Finalmente, em 1781, a Inglaterra abandonou a guerra e dois anos depois reconheceu a independência.

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A reconstrução para a nova república foi muito difícil, dada a crise política agravada pela situação econômica e financeira. A

constituição foi organizada de forma harmonizada, atendendo as treze colônias e formando um Estado autônomo. A lei

fundamental americana estabeleceu o regime federativo; foi presidida por Washington, que foi eleito por unanimidade como

primeiro presidente dos Estados Unidos.

E assim a História segue com outros governantes, expansão territorial, crises, guerras e, sobretudo o

progresso que coloca os EUA como o primeiro país do mundo em desenvolvimento, tecnologia e economia.

As demais partes concernentes à História da América ficarão por conta dos nossos leitores.

4.1.4 Apêndice D – Breve linha do tempo da História do Brasil

1500

1500 26/01 O espanhol Vicente Pinzón alcança o Nordeste

08/03 A frota de Cabral deixa a praia do Restelo (Lisboa)

22/04 Descobrimento do Brasil/Tupi-guarani por todo território paranaense

1501 Indígenas pré-ceramistas, exploração de recursos naturais há ± 2000 anos atrás, em

Contenda, Palmeira, Araucária, Curitiba, Campo Largo e Rio Branco do Sul

Américo Vespúcio percorre a costa brasileira (S. Francisco, Guanabara)

Concessão real para Fernando de Noronha explorar pau-brasil

1502 Pinzón alcança a foz do Amazonas

1ªs

feitorias (administrações feitas por feitores ou capatazes) portuguesas no Brasil

Fernando de Noronha chega à ilha que hoje leva seu nome

2ª viagem de Vasco da Gama às Índias

1503 Gonçalo Coelho percorre a foz do rio da Prata

1504 Doação da 1ª capitania (antiga divisão territorial administrativa das colônias de Portugal)

Binot Paulmier realiza a 1ª incursão francesa no Brasil

1º bispado americano (ilha Espanhola)

1506 1º engenho de açúcar das Américas, nas Antilhas

1509 Naufrágio de Caramuru na BA

1510 Naufrágio de portugueses (João Ramalho) e espanhóis em São Vicente

Portugal conquista Goa (Índia)

1511 Chegam às Antilhas os 50 1ºs

escravos africanos das Américas

Nau Bretoa leva da BA para Portugal os 1ºs

36 indígenas escravos, pau-brasil e animais

1513 Vasco Minez de Balboa chega ao oceano Pacífico

1514 Fernão de Magalhães cria a feitoria do Todos os Santos, BA

Os portugueses chegam à China

1516 Expedição guarda-costas de Cristóvão Jacques, até o rio da Prata, funda feitoria em PE

1519 O português Fernão de Magalhães, a serviço da Espanha, inicia a 1ª viagem de

circunavegação

Hernán Cortez inicia conquista do México

1521 João III, rei de Portugal

Expedição lusitana (Aleixo Garcia), do porto de Patos, pelo sertão, até Potosi

1526 João III nomeia governador do Brasil C. Jacques. Ele chefia a 2ª expedição guarda-costas,

que aprisiona na BA e executa 300 franceses

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Feitoria na ilha de Itamaracá

Entrada de Aleixo Garcia, partindo de S. Vicente

1530 Franceses destroem feitorias de PE

João III (rei de Portugal) institui no Brasil o sistema de capitanias hereditárias

1531 Expedição de Martim Afonso de Sousa; expedição de Diogo Leite até o MA.

1532 22/01 Martim Afonso de Sousa funda a vila de S. Vicente

1ºs

engenhos em S. Vicente

Pero Lopes de Sousa retoma dos franceses a feitoria de Iguaçu

1533 Pizarro toma Cuzco, capital do Império Inca

1534 Introdução do gado, em S. Vicente

O espanhol Inácio de Loyola cria em Paris a Companhia de Jesus (Jesuíta)

1534 Fundação da vila de Olinda, PE

1º engenho que produz em escala comercial, em Olinda, PE

1535 12/03 Fundados os povoados de Espírito Santo (atual Vitória) e Vila Velha, ES, Iguaçu e Oinda, PE

1536 Fundação da vila de Santos, SP

P. de Mendonza funda Buenos Aires

1537 Fundação de Iguape, SP

1538 Ataque dos Tupinikins no ES

1539 Duarte Coelho, de PE, pede licença ao rei para trazer escravos da Guiné

João III chefia a catequese das colônias de Portugal à recém-fundada Companhia de Jesus

1540-1542 Francisco Orellana, oficial de Pizarro, desce o Amazonas

1540 Rebelião dos Tupinambás em Ilhéus

1541 Cabeza de Vaca toma Cananéia, S. Francisco e Sta. Catarina para a Espanha

Fundação de Santiago (Chile)

1542 Navegadores portugueses chegam ao Japão

1543 Fundação da Sta. Casa de Misericórdia de Santos, a 1º do Brasil

1547 Ataque dos Tupinambás a Sto. Amaro

1549 07/01 Tomé de Sousa, a mando de João III, instala na BA o 1º governo geral do Brasil

01/11 Fundação de Salvador, 1ª Cidade do Brasil

Chega ao Brasil dos seis 1ºs

jesuítas (PE. Manoel da Nóbrega)

O alemão Hans Staden viveu algumas aventuras no litoral paranaense e disse que já era visitado por portugueses de S. Vicente (traficavam escravos com os índios locais), os nativos

de superagui eram Tupinikins, os Carijós mais ao sul e que atracavam ali (Paraguá?) navios piratas franceses

1550 Lote de negros da Guiné chega à BA

1501 a 1600

Séc. XVI - Os primeiros portugueses e mamelucos que se fixavam nas regiões do sul de Piratiminga e de São Vicente habitavam a Ilha de Cotinga, na baía de Paranaguá

- Importância de escravos africanos para a America Portuguesa cerca de 50 000 negros

cativos

Séc. XVI Guerra aos Carijós.

1550 Chagam à BA, de Cabo Verde, as 1ªs cabeças de gado

1551 Criada a Universidade de S. Marcos, Peru

1552 João Ramalho, capitão-mor de SP

1553 Duarte da Costa, governador-geral

Fundação de Sto. André da Borda do Campo, 1ª vila brasileira longe da costa

Tomé de Sousa permite escravidão indígena em caso de “guerra justa”

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Anchieta chega ao Brasil

1554 25/01 Jesuítas fundam o colégio e povoado de São Paulo de Piratininga

Jesuítas espanhóis fundam o povoado de Ontiveros (atual PR)

Espanhóis fundam a Cidade Real do Guaíra (atual Guaíra, PR)

1555 Villegaignon funda a França Antátida, na Guanabara, Rj

1556 Juan de Salazar leva as 1ªs cabeças de gado à bacia Platina (“Vaca de Gaetá”)

Naufraga a nau N. Sª da Ajuda; os Caetés (AL) matam e devoram D. Fernando Sardinha, 1º bispo do Brasil

1558 Nóbrega autoriza as 1ªs reduções jesuítas

São Paulo ganha foro (privilégio legal) de vila

1559 Carta régia facilita o tráfico de escravos para o Brasil

Armada portuguesa combate a França Antártida na Guanabara, RJ

1560 Extinção do povoado de Sto. André

“Guerra justa” dizima os Caetés, PE

Mem de Sá extermina os Tupinikins de Ilhéus

SP descobre ouro de lavagem

1ª vitória sobre os franceses no RJ

1562 “Guerra justa” contra os Caetés, BS

Ataque Tupinikim a S. Paulo; início da Guerra dos Tamoios (SP,RJ)

1562-1563 Epidemia de varíola na BA; 70 mil mortos, sobretudo entre os Caetés

1565 01/03 Estácio de Sá funda a cidade do Rio de Janeiro

1567 20/01 Batalha de Uruçumirim; derrota final dos Tamoios

1570 (déc. de) Empresas envolvidas na exploração do ouro de aluvião no litoral meridional

1572-1577 Efêmera divisão (de pouca duração) do Brasil em 2 governos com sedes em Salvador e Rio de Janeiro

1575 Expedição contra os Potiguara, PB

1º engenho em AL (Porto Calvo)

1576 Espanhóis fundam Vila Rica do Espírito Santo (atual Guaíra, PR)

1578 ou 1580

Descobrimento e a exploração do ouro de Paranaguá

1579 1ºs beneditinos chegam a Salvador

1580 União das coroas ibéricas sob dinastia de Castela; o Brasil passa a ser domínio espanhol

Felipe I (II da Espanha), rei de Portugal

Início do ciclo bandeirante paulista

(déc.) O processo de constituição de sociedade campeira foi preparado pela ação dos bandeirantes

paulistas nas costas de Paranaguá

O espanhol Melgarejo funda Santiago de Xerez, MS

1581 Jerônimo Leitão retorna do Guairá com índios escravizados

1585-1591 Primeira bandeira “paulista” no litoral paranaense para fazer guerra aos carijós estimulados pela necessidade de mão de obra cativa para “alargar a terra”. Jerônimo Leitão destrói 300 aldeias no sertão carijó

1585 Fundação da cidade de Filipéia (hoje João Pessoa) e da capitania Real da PB, tomada aos índios e franceses

1586-1588 Viagem de circunavegação do corsário inglês Thomas Cavendish

1588 28/07 Ingleses e temporal liquidam a “Invencível Armada” espanhola

Cristóvão de Barros toma dos índios a costa ao sul do rio S. Fco.

1589 Capitania régia de Sergipe Del Rei; fundação da vila de S. Cristóvão

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1590 1º achado (e modesto) de ouro, nas serras de Jaraguá e Jaguamimbaba, ao norte de SP

1591 O corsário inglês Cavendish saqueia Santos e incendeia engenhos em S. Vicente

1592 Bandeira de Sebastião Marinho, GO

Bandeira de A. Sardinha caça índios no rio Grande, SP

1593 Expulsão dos jesuítas da PB

1594 Bandeira de Jorge Correia ataca índios em Mogi, SP

Começa a colonização francesa no MA

1ºs frades capuchinhos, MA e beneditinos, RJ, BA, PE

Expedição de Jerônimo Leitão, depois Jorge Correia

1595 O inglês J. Lancaster ocupa Recife

Bandeira de Sebastião de Freitas percorre o interior de S. Vicente

Expedição de Manoel Saeiro

Anchieta escreve gramática tupi

1ªs notícias de Mocambos (quilombos) na região de Palmares

1596 1ªs feitorias inglesas e holandesas na Amazônia

Bandeiras paulistas chegam a MG

Bandeira de Domingos Rodrigues pelo rio S. Francisco até GO

Expedição de João Pereira de Souza

Monges beneditinos fundam Mosteiro na PB

1597 20/08 Denúncia ao rei: o governador-geral usa dinheiro público em seu engenho

Feliciano Coelho ergue forte dos 3 Reis Magos e disputa o RN com franceses

Ataque Aimoré a Ilhéus e Porto Seguro

1598 Entrada de Afonso Sardinha de S. Vicente às nascentes do S. Francisco

1ª Casa da Moeda (SP)

O holandês O. van Noort ataca Santos

1599 J. Albuquerque expulsa franceses, “pacifica” índios e funda Natal, RN

Ataques holandeses na BA, RJ e Santos

Séc. XVI

(final)

Europeus se fixaram na região do Paraná

1600

1601 a

1700

Séc. XVII Presença dos portugueses no PR

Importação de escravos africanos para a América Portuguesa cerca de 560 000 negros cativos

Importância de escravos africanos para a América Portuguesa cerca de 50 000 negros cativos

Irmandade mais antiga de católicos em Paranaguá

1600 A Inglaterra cria Cia. das Índias Orientais

Os europeus já conhecem 49% do planeta; 56% dos oceanos e 32% das terras emersas

1601 Bandeira de André Leitão busca prata pelo Tietê e Mantiqueira até a nascente do S. Francisco

1602 Bandeira de Nicolau Barreto leva 300 homens para prender índios no Tietê e baixo Paraná

1063 Entrada de Pero Coelho pelo Jaguaribe, até a serra de Ibiapaba, CE, detida por índios e franceses

1604 Santas Casas em SE e PB

1606 Manuel Preto e Diogo Quadros prendem índios no Guairá, PR

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1607 Fábrica de ferro em Santo Amaro, SP

Bandeira de Manuel Preto

1608 1ª estância (?) na margem oriental do rio Uruguai

Franceses fundam Quebec, Canadá

1609 Bandeira de Nicolau Barreto

Vicente Paes combate índios de Porto Seguro

1610 Clemente Álvares e Brás Gonçalves prendem índios no Guairá, PR

1ª redução jesuíta no Guairá, Santo Inácio do Loreto

1611 Bandeira de Manuel Preto

Bandeira de Pero Vaz de Barros

1612 Bandeira de Sebastião Preto que preia índios no Guairá, PR

Franceses de Latouche fundam a França Equinocial; cidade de S. Luís, MA

1614 Fundação de Curitiba, PR

1ª feira de gado da BA em Capaume

1615 Cabo Frio, RJ, elevada a cidade

J. de Albuquerque reconquista o MA aos franceses; alguns deles ficam na terra

Grande bandeira de Lázaro Costa preia índios em Patos e Guairá, PR

1616 Fundação de N. Sª do Belém, PA

1617 Levante dos Tupinambás, PR

Carta régia incentiva lavra de minas

1618 300 colonos açorianos povoam o MA

Começa na Europa a Guerra dos 30 anos

Bandeira de Manuel Preto

1618-1622 Bandeira de A. Cástanho da Silva vai de Sp ao Peru

1619 Manuel Preto ataca missão no Guairá

Os Tupinambás atacam o forte de Belém

1620 Os 102 colonos do May flower chegam à Nova Inglaterra (EUA)

1621 Holanda cria a Companhia das Índias Ocidentais (WIC)

1622 Colégios jesuítas em Belém e S. Luís

1623 Manuel Preto preia índios no Guairá

1624 Holandeses ocupam Salvador, BA

Criada a Universidade de La Paz, Bolívia

1626 Mercadores holandeses fundam Nova Amsterdã (hoje Nova York)

O holandês Piet Heyn ataca a BA

1627 História do Brasil 1500-1627, de frei Vicente do Salvador (publ. em 1889)

Corsários da Holanda pilham e incendeiam navios portugueses na BA

1628 Combates com indígenas em Jaguaripe, Paraguaçu e Maragoripe, BA

Expedição mais espetacular de Raposo Tavares e Manuel Preto, com 900 mamelucos e 2000 a 3000 índios auxiliares, dirigidos por ainda 69 paulistas que partiram de São Paulo e fizeram guerra às reduções, destruindo várias delas, levando à fuga os habitantes de outras e, enfim,

matando e aprisionando milhares de indígenas. A atividade essencial para os paulistas, continuou na déc. seguinte quando alcançaram não só as reduções no oeste do Paraná, mas até as Reduções do Tape no Rio Grande do Sul (Fernão Dias Paes), que lá também destruiu

reduções)

1629 Raposo Tavares e Manuel Preto atacam missões do Gairá, PR, e Tape, RS

Construção dos fortes do Brum, do Rio Tapado e de S. Jorge Novo, PE

1630 Holandeses ocupam Olinda e Recife; o gov. Matias de Albuquerque resiste no Arraial do Bom

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Jesus

1ª referência ao quilombo de Palmares (AL – PE)

1631 Evacuação e incêndio de Olinda, PE

Bandeiras destroem V. Rica e Guairá, PR, êxodo de 2 500 famílias rumo ao sul

Missões jesuítas no Itatin. MS

1632 Portugal toma dos ingleses o forte murado de Camaú, Macapá

1633 Holandeses tomam Itamaracá, PE, e o forte dos Reis Magos, RN

1634 Holandeses tomam o forte de Cabedelo, PB

1635 Holandeses vencem o Arraial do Bom Jesus e dominam a zona canavieira de PE

M. de Albuquerque prende e enforca Calabar, em Porto Calvo, AL

1636 Raposo Tavares, à frente de 120 paulistas e mil índios, destrói missões do Tape, RS

Fundada a Universidade de Harvard, EUA

1637 Fernão Dias Pais prende índios nas reduções do Ibicuí, RS

Francisco Bueno ataca missões

1638 Expedição de Pedro Teixeira atinge Quito (hoje Equador) após subir o Amazonas em 47

canoas de guerra

Fernão Dias Pais ataca missões jesuítas do Uruguai

1639 Exército Guarani derrota bandeirantes em Caaza paguaçu, RS

1640 (desde) Criação de gado (vacum e cavalar) nos Campos de Curitiba e as “Gerais”

Fundação da Colônia de Sacramento que era uma tentativa de dominar parcialmente o

mercado de couros organizando um entreposto de contrabando com Buenos Aires

Portugal rompe com a Espanha; Guerra de Independência; dinastia de Bragança; João IV, rei de Portugal

1641 Exército Guarani vence paulistas na batalha fluvial de M‟Bororé, RS

Holandeses conquistam o MA e SE, dominando 7 das 14 capitanias brasileiras

1642 O jesuíta paulista Manuel de Morais, por aderir ao domínio holandês, é “queimado em efígie” pelo Santo Ofício

1643 Missão jesuíta naufraga em Marajó

1644 Expedição militar, frustrada, do holandês Rudolf Baro contra contra o quilombo de Palmares

Nassau deixa o governo e o Brasil

Agostinho Barbalho, governador “eleito pelo povo”

1645 Insurreição pernambucana anti-holandesa; vitória no monte das Tabocas; retomada de Pto. Calvo, AL

(desde) Área de exploração do aluvião aurífero atingiu o Assungui (as minas do Itambé, investigada pela 1ª vez por Elano pereira), e as áreas de Jaguariaíva e Tibagi, além do planalto curitibano

1646 Gabriel de Lara noticiava oficialmente a descoberta de “minas” no litoral paranaense

1648 19/04 2 500 pernambucanos derrotam 5 mil holandeses na 1ª Batalha dos Guararapes

O governador do RJ recebia a notícia de descoberta de ouro em Paranaguá

Fundada a vila de Nossa Senhora de Paranaguá, primeira localidade paranaense elevado a vila

1648-1651 Raposo Tavares destrói missões do Itatin, MS, alcança os Andes, no Peru, e desce o

Amazonas até Belém, em trajeto de 12 mil Km.

1649 19/02 2ª Batalha dos Guararapes; derrota holandesa

1650 (déc.) Criação do Município da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba

1651 Fracassa ataque de Domingos Barbosa a missões do Itatin, MS

Bandeira de Raposo Tavares chega a Gurupá após transpor os Andes

1653 O PE. Vieira chega ao MA; início da ação jesuíta na Amazônia

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1654 26/01 Holandeses se rendem em Recife, PE

Expedição militar contra Palmares

Fundação de Sorocaba, SP

1657 Maciel Parente preia índios Tarumã no rio Negro

1661 Colonos expulsam jesuítas do MA

1662 Portugal vence a batalha de Ambuila e destrói o reino africano do Congo

D. Jorge Velho inicia conquista do PI

1663 Criação do Correio no Brasil

1667 A Inquisição condena o PE. Vieira ao silencia após 27 meses de prisão

1668 Fundação de Curitiba, PR

Capitão-mor de Paranaguá, Gabriel de Lara, subindo a Serra do Mar, tomou posse mandando erguer o pelourinho em terras povoadas por Mateus Martins Leme e Baltazar Carrasco dos Reis

1669 “Guerra justa” contra os Aimorés de Ilhéus, Paraguaçu e BA

Construção do forte de S. José do Rio Negro, núcleo de Manaus, AM

1670 Bandeiras paulistas atingem GO

1671 Expedição militar do mestre-de-campo Francisco Barreto contra Palmares

1672 Expedição de Domingos Gonçalo ataca Palmares

1674 D. Afonso dizima os índios do PI

1674-1681 “Expedição das Esmeraldas” de F. Dias Pais Leme até o Serro Frio, MG

1675 Vila de Olinda elevada a cidade

Fundados Ibituruna, 1º arraial de MG, e Desterro (hoje Florianópolis), SC

PE envia expedição contra Palmares

1676 Entrada de B. Bueno da Silva em GO

Fundação de Laguna, SC

1677 Expedição de Fernão Carrilho destrói parcialmente Palmares

1678 Acordo, fracassado, Ganga Zumba – governo de PE; Zumbi passa a chefiar Palmares

1679 Domingos Jorge Velho extermina índios no PI

1680 20/01 M. Lobo, gov. do RJ funda a Nova Colônia do Santíssimo Sacramento (hoje Colônia, Uruguai) retomada pela Espanha em 07/08

1680-1682 O bandeirante Anhangüera chega ao rio Vermelho, sudeste de GO

1681 07/05 Acordo luso-espanhol de Lisboa dá a Portugal a posse do Sacramento

Grande Expedição contra Palmares

1682-1704 Incorporação da Colônia do Sacramento ao estado do Brasil

1683 Portugueses retomam o Sacramento

Criação do Município de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba

1684 SP passa a sede da Capitania de S. Vicente

1685 Criada a última capitania hereditária do Xingú

1686 Grande parte da costa brasileira atingida pela Peste Grande, ou, Peste da “Bicha” (Malária), até 1695

1687 Grande expedição contra Palmares

Jesuítas findam os 7 Povos das Missões, RS

1689 Guarapari, ES, elevada a vila

1690 Paulistas fundam Sabará, MG

1691 J. Moraes Lobo preia índios, AM

Câmara do Providencial da Companhia de Jesus solicita a vinda de 6 padres, prometendo-lhes Colégios para sua residência à custa do povo, dar-lhes dinheiro para compra de escravos e

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doação de terras para seu estabelecimento na agricultura, uma vez que dessem aulas de

ensino primário e latinidade e ensinassem à mocidade os dogmas da religião

1692 1ª ataque de D. Jorge Velho a Palmares

Curitiba recebe foro de vila

1693-1695 Achado de ouro abundante em MG

1693 Constituição de Curitiba enquanto vila com câmara municipal, como início da definição de uma

identidade regional, fundada na pecuária

1694 Bandeira de B. Bueno da Silva

1ª Casa da Moeda, na BA

1695 20/11 Zumbi morre em combate; Dia da Consciência Negra

Destruição do quilombo dos Palmares

1º povoado de Ouro Preto, MG

1699 D. Jorge Velho ataca índios na MA

O providencial mandou alguns religiosos e lhes deu 6 escrituras para seu estabelecimento no PR

1601 a

1800

Séc. XVII a

Séc. XVIII (fins até)

Expansão desta sociedade campeira na região do PR

1700

1701 Bandeirantes descobrem ouro e exterminam índios no rio das Velhas, MG

1703 Pedro, o Grande, funda S. Petersburgo, nova capital da Rússia

1704 Ataque espanhol à Colônia de Sacramento

1705 Séc. xviii (começo)

O plano do Morgado do Mateus de ocupação efetiva das regiões interiores do Paraná, por meio da expansão forçada da população em novas vilas e estâncias até entestar efetivamente com os estabelecimentos espanhóis com nova oportunidade e urgência, 40 anos depois das

expedições de Afonso Botelho

1708 Guerra dos Emboabas (MG)

1708 a 1741

(entre) Na Capela de Nossa Senhora das Mercês de Paranaguá funcionou a primeira escola primária dos jesuítas

1709 Extinta a capitania de S. Vicente; criada a capitania de SP e Minas do Ouro

Recife torna-se vila

A irmandade religiosa já contava com 188 irmãos e 7 padres (Paranaguá), PR

1710 Guerra dos Mascates, PE

Corsários franceses de J. Duclerc atacam o RJ

1711 Olinda vence a batalha de Guarapu, última da Guerra dos Mascates

1ªs vilas em MG; Vila Rica N. Sª do Carmo e Vila Real de Sabará

São Paulo passa de vila a cidade

1712 Assinala-se uma produção de ouro em Lavrinhas, no Campo Largo, PR

1714 Caeté e V. do Príncipe, MG, tornam-se vilas

1715 06/02 O 2º Tratado de Utrecht restitui a Portugal a Colônia de Sacramento

Os pulistas J. Magalhães e F. Brito saem de Laguna para povoarem o atual RS

1706 Começa a construção do Mosteiro de Mafra (Port.) graças ao ouro brasileiro

1717 Portugal e Espanha retomam disputa pela Colônia de Sacramento

1718 O imposto de mineração passa a 25 arrobas de ouro/ano

1719 O bandeirante P. Moreira Cabral descobre ouro no MT; fundação de Cuiabá

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1720 A Coroa decide criar casas de fundição em MG

Alvará régio separa MG de SP

1722 Gaceta de México, 1º jornal da América Latina

1722-1728 Bandeira de Anhangüera 2º descobre ouro em GO; 1ºs

povoados goianos

1724 Espanhóis fundam Montevidéu, a 120 Km de Sacramento

1725 Caminho terrestre liga RJ e SP

1º povoado no Continente de São Pedro (hoje RS)

1726 Os espanhóis fundam Montevidéu

Anhangüera bateia ouro nas bacias do Araguaia-Tocantins e funda o arraial de Santana, GO

1727 O paraense Francisco de Melo Palheta contrabandeia de Caiena 1ªs mudas de café

Francisco de Souza Faria abre caminho por terra de SP ao atual RS

Grande êxodo despovoa Cuiabá; 1ºs

bovinos chegam à vila, trazidos em canoas

1728 Soldados rebelados do Terço Velho da Praça, BA, são vencidos e enforcados

Dado a Manoel Rodrigues de Souza a autorização episcopal de abrir escola pública e de ser mestre de capela na vila de Curitiba

1729 Achado de diamantes em Serro Frio, MG

15/jan Na vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, colocação da estátua da viagem, vinda de Portugal

1720 (déc., desde)

Professores pediram licença para manter escola pública de ler, escrever e contar

(final déc.

de)

Início da construção de estradas, passando pelos campos da região do PR

1730 Caminho por terra São Paulo-Curitiba

1731 No caminho do Viamão Cristóvão Pereira de Abreu passou com a primeira tropa (aprox. 2000 cavalos e éguas originários do sul do país)

1733 O tropeiro Cristóvão Pereira de Abreu traz as 1ªs mulas do R. Grande a SP

1735 Portaria impõe pena de morte a quem misture outro metal ao ouro em pó

Ocupação de Viamão, RS

Ataque espanhol à Colônia de Sacramento

1736 Caminho terrestre une Cuiabá a GO

1737 J. da Silva Paes funda Rio Grande de S. Pedro, na barrada da lagoa dos Patos, RS

1738 O capitão-mor Ato da Sybva Caldeira Pimentel escrevia às Câmaras do sul que quando os

padres acolhessem desertos ficava suspenso o direito do selo sagrado. Ordem cumprida ao

pé da letra por Francisco de Souza Faria, contra o padre Ato

de Andrade, expulso e excomungado

1739 Revolta de escravos na fazenda Cambiju (em Castro) matando o “fazendeiro” (administrador)

1740 Palácio dos Governadores em Vila Rica, MG

Frederico II, o Grande, rei da Prússia

1741 03/03 Alvará pelo qual o escravo fugido e recapturado tem um F marcado com ferro em brasa na espádua

Produção de ouro em São José dos Pinhais, PR

1741 a 1759

(entre) Inaugurado o Colégio Jesuíta da Ribanceira e nele concentram-se as atividades educacionais dos inacianos

1745 Elevação de Mariana, MG a cidade

Instalado em Paranaguá o Colégio de Nossa Senhora do Terço, ministrando ensino secundário e o preparo para carreira religiosa à medida que aí funcionava um seminário

1746 Descoberta de diamantes em GO

Câmaras Municipais, por ordem régia, prepara um carimbo de ferro com a letra F em relevo

para marcar os negros calhambolas que fossem achados em quilombos, ou mesmo vagando

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pelos campos e matos. Em caso de resistência, atitarem para matar. Muitos viravam

salteadores de estradas, no PR

1747 Descoberta de diamantes em MT

1748 Criação das capitanias de GO e MT

1750 Tratado de Madri: a Espanha fica com a Colônia de Sacramento, Portugal com os 7 Povos

1701 a

1800

Séc. XVIII

(princípio do)

. Fazendas de criação de gado nos Campos Gerais nos de Guarapuava, nos de Palmas

. Capitão General de São Paulo ordenou a abertura da estrada do Viamão

1750 Assinado entre Portugal e Espanha o Tratado de Madri; que consagrava os fundamentos do uti-possidetis possibilitando em conseqüência as conquistas territoriais portuguesas, legitimando as conquistas a partir dessas conjecturas, durante os vinte anos que se seguem à

assinatura do acordo. Ata-se pelo menos 11 estradas que exploram os campos do Paraná, explorando os campos de Guarapuava. Uma delas atingiu, pelo vale do Ivaí, o rio Paraná e outra seguindo o Iguaçú, seus saltos. Os campos Gerais passaram de zonas de passagem

para zona produtora de gado. Os campos Gerais estenderam-se desde o rio Itararé até o rio Iguaçú, como um enorme arco com largura variando entre 30 a 60 e até 100 quilômetros

Séc. XVIII Continuava-se a dizimar os indígenas da terra, pois além dos preconceitos entendia-se que

era necessário sempre proteger os colonos brancos que eram ameaçados na sua expansão no Brasil isto acontecia com os bugreiros mamelucos. No Paraná, em especial, a hostilidade dos indígenas face à expansão luso-brasileira na região foi repelida pelas armas dos

milicianos que constituíram as cabeças de ponte da penetração do interior

1701 a 1800

Séc. XVIII Existem evidências de uma certa produção de ouro, no PR

Importação de escravos africanos para a América Portuguesa cerca de 1861000 negros

cativos

. Os lusitanos tornaram-se os principais produtores de ouro. No Brasil Meridional os propósitos

gerais do mercantilismo castelhano tiveram de se moldar à necessidade e objetivos dos metais preciosos, mantendo estritamente “colonialista”. A ausência de investir no comércio, não sendo flexível, no final, levou à decadência

. Bem que os espanhóis tentaram, no início, ampliar sua atuação, pois desde sempre, a proteção das rotas era uma medida lógica. Vem daí o caso das reduções jesuítas, que deveriam complementar a defesa, pela posse, das trilhas do Peabiru (caminho atlântico das

minas de Potosi, cujos direitos eram assegurados por Tordesilhas). Entretanto suas carências levaram a Espanha a se descurar da região histórica que conhecemos. Portugal, apoiado pela Inglaterra, e fundamentado na ação dos bandeirantes paulistas, conseguiu assenhorear-se do

território, perdendo somente Sacramento – neste caso, os lusitanos tiveram que escolher. Durante o desenvolvimento deste séc. a Espanha realmente só conseguiu salvar seus outros domínios aos pretendentes do seu butim, graças à fraqueza relativa dos países oponentes

(Países Baixos, Inglaterra e França), oriunda da rivalidade colonial.

Vinda de 300 a 500 mil portugueses pobres, reinóis e açorianos para o Brasil

1753-1756 Guerra Guaramítica no RS

1755 Criada a capitania de S. José do Rio Negro, AM, capital Barcelos

Casa dos Quintos em Jacobina, BA

1756 Última batalha da Guerra Guaranítica; 1200 índios mortos

1757 O português torna-se língua obrigatória

Criação da freguesia de São José dos Pinhais, PR

1758 Pombal decreta fim da escravidão indígena e do poder temporal das missões e cria o Diretório dos Índios

1759 03/09 Expulsão dos jesuítas, acusados de um “façanhoso projeto” clandestino de “usurpação de todo Estado do Brasil”

1760 Pico da exportação na era colonial: 4,8 milhões de libras (ouro, 2,2 milhões, 50% da produção

mundial)

1762 Espanhóis tomam Sacramento e a seguir a vila do Rio Grande, RS

1763 27/01 O Brasil torna-se vice-reinado

Transferência da capital para o RJ

Destruído o quilombo Buraco do Tatu, situado dentro de Salvador

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1767 Correspondência do Morgado do Mateus, gov. de São Paulo, organizar expedição para fundar

vilas na capitania, a exemplo de Santo Antônio do Registro (Lapa) e Sant‟Ana do Iapó (Castro), no atual território do Paraná

1768 6 de set. O Conselho Ultramarino, nomeou o padre Ignácio Pinto da Conceição, prof. régio de Gramática Latina na vila de Paranaguá

1768 (até

1774)

Plano de avançar de São Paulo e de Curitiba, invadindo o Paraguai, passando pelo território

das Missões, atacar os espanhóis do Prata pelo interior. Esta proposta atende as onze expedições militares organizadas e sob o comendo geral do Coronel Afonso Botelho. As ordens do governador de São Paulo, capitão-general Luiz Antonio de Souza Botelho e Mourão

o Morgado de Mateus eram ir até fazer contato com os espanhóis, mas nunca recuar. Em conseqüência, todo o território paranaense estava “descoberto” com exceção do vale do rio Paranapanema

1768 a 1775

(de a) Expedições para combater espanhóis aos sertões do Tibagi e aos Campos de Guarapuava

1769 Reforma pombalina da educação

Criação da freguesia de Santo Antonio da Lapa

Em Curitiba foi autorizado o funcionamento de 27 lojas de secos e molhados, de carpintaria,

de alfaiatarias, de serralheria e de ferrovia (rígida hierarquia da Europa pré-industrial)

1770 Introdução do café no RJ

1771 Criada a Academia Científica do RJ

A expedição de Afonso Botelho de Sampaio e Souza nos campos de Tibagi, comemora dia 8 de dez. Nossa Senhora da Conceição

1772 O governo colonial cria o Subsídio Literário, imposto visando financiar o ensino público

A população no Paraná era de 4245, sendo que em Curitiba era de 1932 hab. Nas freguesias de São José (dos Pinhais) de 833, na de S

to A

to (da Lapa) de 500, na Povoação de Yapó

(Castro) de 973

1773 Porto dos Casais (hoje Porto Alegre) passa a sediar a capitania de S. Pedro do Rio Grade

1775 Guerra de independência dos EUA

Ataques dos Guaikuru a Cuiabá, MT

1776 04/07 EUA proclamam sua independência e os direitos do homem

Curso Superior de filosofia no Convento de Sto Antonio, PE

1777 Demissão do marquês de Pombal

1781 Inaugurado passeio público no lugar de antigo Mangue, no RJ

1783 Câmara apresentou, a necessidade de um prof. régio para o ensino das primeiras letras no PR

1785 Paranaguá, maior vila paranaense com população de 3427 hab.

1787 Início da pecuária no R. Branco, PR

1789 14/07 Tomada da Bastilha em Paris; início da Revolução Francesa, com repercussão mundial

Repressão à Conjuração Mineira

1790 O governador-mor Bernardo José Lorena atende ao pedido dos moradores de Paranaguá e conserva o mestre régio de ler e escrever

1791 Calçada de Lorena facilita a descida da serra para Santos

1791-1793 A “Seca Grande” faz milhares de mortes no Nordeste

1792 21/04 Tiradentes enforcado e esquartejado

1792 Regência do príncipe João (d. João VI) em Portugal por loucura de Maria I

1795 Introdução do café em SP

Grandiosa enchente em Morretes, PR

1797 Criação da freguesia de Antonina, PR

1798 Abortada a esmagada a Conjunção Baiana

Nasce Pedro de Bragança, futuro Pedro I

1799 Napoleão sobe ao poder na França

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João VI, rei de Portugal

1701 a 1800

Séc XVIII (final)

Kaikangs dizimados nos Campos de Guarapuava pelas expedições de Afonso Botelho

Final do ciclo do ouro na região do PR, muitos antigos mineiros mudam para Minas Gerais e

Mato Grosso. Expansão para terra dos Campos Gerais

1800 1800 Fundação do Seminário de Olinda, PE, centro liberal e republicano

1801 Alvará real extingue 150 anos de Monopólio do sal, “por vexatório e cruel”

A França exige que Portugal feche seus portos à Inglaterra

1801 a

1900

Séc. XIX

(desde o começo do.)

Desenvolveu-se a cafeicultura, inicialmente no vale do Paraíba, na província do Rio de Janeiro

e, depois, avançando na direção da província de São Paulo

Séc. XIX

(desde o início do.)

Instala-se o processo da abolição do trabalho cativo, mas o colonialismo ressurge com nova

roupagem sob a égide (proteção) do imperialismo. Sobre o imperialismo iniciou em 1789 e terminou em 1914. Assim analisa-se o séc. em três momentos (Revoluções, Capital e Império). A Era do Capital e batizada em 1848 e 1875, período esse em que se prepara o

Imperialismo, com o desenvolvimento do Capitalismo

(durante as déc. iniciais

do.)

Para o aumento da produção do café contabilizou-se o ingresso de 1 145 000 escravos

(1ª metade

do.)

Partes cobertas de campos espalhar-se-ia a sociedade campeira

(séc. XIX) (por volta de

meados do.)

Completava-se na prática a ocupação das áreas campestres do Paraná; da mesma forma as manchas de mato que intercalavam os campos, regiões mais propícias à agricultura que

abastecia a sociedade campeira

Séc. XIX A expansão do Paraná tradicional foi centrada em Curitiba, mas passando pela linha de pousos que originaram os povoados de Castro, Lapa, Piraí, Jaguariaíva e Registro (do Rio

Negro). Fundamentalmente a expansão da sociedade campeira que desembocou finalmente nos campos de Palmas em 1839

Séc. XIX (2ª

metade do.)

Grande emigração (cerca de 60 milhões de europeus) como conseqüência das articulações

entre a Revolução Industrial e a população sendo redundante. Fato aconteceu até a 1ª metade do séc. XX. Os primeiros europeus não-portugueses que chegaram ao Brasil fossem de origem “anglo-franco-germânica”, seguindo-se os imigrantes italianos e eslavos, e depois, em

sua maioria, portugueses e espanhóis

Séc. XIX (boa parte

do.)

Privilegiou-se a vinda de camponeses da Europa central, estimulada por lei de 1820 e pela liberdade de culto promovida pela Constituição de 1824

Séc. XIX

(avançando para o seu final)

Do ponto de vista social e familiar os imigrantes que se radicaram com o tempo em Santa

Catarina e Paraná, tiveram um aceleramento no movimento migratório e um crescimento no seu raio de ação

Séc. XIX (final)

Há notícia da existência de quilombos, no PR

(séc. XIX)

(final do.)

População no Paraná superior a 10 000 hab. em Curitiba, Paranaguá, Lapa, São José dos

Pinhais, Rio Negro, Guarapuava, Campo Largo, Tibagi, Castro, Antonina, Morretes, Guaraqueçaba

1802-1805 Pico da exportação de algodão no período colonial

1803 Fundação do Colégio da Luz, antecessor do Colégio Militar

1804 Proclamação da República do Haiti

Napoleão é coroado imperador da França

1805 A. Francisco Lisboa, o Aleijadinho, conclui seus 12 profetas em Congonhas, MG

1806 Bloqueio Continental francês contra a Inglaterra

Napoleão invade a Espanha

1808 a (entre os Políticas de colonização norteadas apenas pela idéia de ocupar os “vazios populacionais”

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1850 anos de)

1808 O príncipe regente português para evitar ser aprisionado pelos franceses que invadiram a terra Lusitânia, transferiram a Corte, tranformando-a em corte brasileira do Reino Unido a Portugal e

Algarves. Tal fato contou com o estímulo e o apoio dos ingleses provocando a entrada de cerca de 50 000 portugueses no Brasil

(28/jan.) Carta Régia, onde o monopólio foi rompido com a abertura dos portos às nações amigas –

leia-se Inglaterra – e, ligado a esses eventos e às novas condições que começaram a se definir na Europa, foi desenvolvida a partir de então uma nova política de povoamento do território brasileiro

(5/nov.) Carta Régia que dispunha sobre os estímulos – inclusive concessão de sesmarias – oferecidos aos que tomassem armas para conquistar em definitivo os Campos Gerais e os de Guarapuava

(25/nov.) Carta Régia que permitia a concessão de sesmarias aos estrangeiros residentes no Brasil

1809 1º cafezal em Campinas, SP

1810 Permitida a navegação com o Rio da Prata, e início de exportação de erva-mate e madeira

1811 01/03 Criação do Jardim Botânico do RJ

Câmara de Paranaguá (para separação da Comarca de São Paulo)

1812 Jun. Napoleão invade a Rússia

16/12 Porto Alegre, RS, torna-se vila

Transferência da sede da Ouvidoria paranaense de Paranaguá para Curitiba

1814 Começa a pavimentação do caminho da serra, do RJ a MG

1815 16/02 Carta régia eleva o Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarve

1816 09/07 Independência das Províncias Unidas do Rio da Prata (hoje Argentina)

Início das exportações de café em escala

Comarca de Curitiba para campanha de Montevidéu [contra Artingas] os batalhões milicianos foram mobilizados para a defesa dos sertões do sul

1816 a

1819

Em Paranaguá, Luis Vicente Freire da Fonseca, manteve curso primário e intermediário

1817 Achados diamantes na Chapada Diamantina, BA

1818 08/02 João VI aclamado com grande festa rei de Portugal e do Brasil e Algarve

Cuiabá e Goiás elevadas a cidades

1819 17/12 O congresso de Angostura cria a Rep. de Grã-Colômbia; Bolívar presidente

1819 a 1822

(entre) Ingresso de quase 2300 europeus, cuja maioria veio do centro da Europa, no PR

1820 06/04 Decreto cria os correios do Brasil

05/09 Artingas e seus homens se refugiam no Paraguai; Portugal incorpora o Uruguai ao Brasil, com o nome de Banda Oriental do Uruguai

Saint-Hilaire ao percorrer os Campos Gerais e região de Castro constatou que aí existia um número infinitamente maior de homens brancos

Desde a

déc.

A dicotomia entre o campo e a floresta (o campo tradicionalmente ocupado pela criação de

gado, ocupando terras desprezadas pelo latifúndio ou o uso de terras abandonadas pelo café; a “mata” habitada pelos agricultores brancos descendentes dos imigrantes recentes, europeus) foi obedecida pelo processo de migrações internas desenvolvidas pelos

descendentes dos imigrantes alemães (e italianos) a partir do Rio Grande do Sul. Desde o vale do Rio dos Sinos, para o leste e para oeste, depois para o norte, ultrapassaram as fronteiras gauchas, colonizando o oeste de Santa Catarina

1821 Decreto: “(...) seja livre a qualquer cidadão o ensino, e abertura, de escolas de primeiras letras, em qualquer parte deste reino, quer sejam gratuitamente =, quer por ajuste dos interessados,

sem dependência de exame, ou de qualquer licença”

24/06 Libertação da Venezuela; após vencer a batalha decisiva de Carobolo, Bolívar entra em Caracas

28/07 San Martín proclama em Lima a independência do Peru

31/07 Tratado incorpora o Uruguai ao Brasil, com o nome de Província Cisplatina

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16/09 Independência do México

1822 09/01 Dia do “Fico”, desafiando as Cortes, o príncipe Pedro permanece no Brasil

07/09 “Grito do Ipiranga” proclama a independência do Brasil

01/12 Pedro I, sagrado e coroado imperador

(após) Existia a preocupação de ocupar as províncias meridionais. Ao sul, temia-se a perda do espaço para os argentinos, no interior os frequentes ataques dos botocudos. Objetivava-se já

residentes preferiam “terras de campo”

1823 03/05 Abertura da 1ª Assembléia Constituinte, com advertência de Pedro I: só aceita a carta se “for

digna de mim”

1823 a 1849

(entre) O quantitativo de imigrantes europeus saltaria para cerca de 22 000

1824 25/03 Pedro I outorga sua Constituição, a 1ª a vigorar no Brasil (até 1889)

Estabelecimento de alemães no Rio Grande do Sul, nas Colônias de São Leopoldo e Três Forquilhas, Torres, São João das Missões (em 1829)

1825 29/08 Portugal reconhece a independência do Brasil, a partir de esboço (12/07/1824) do ministro inglês G. Canning

1826 05/01 Inglaterra reconhece a independência

22/01 Instala-se o 1º Senado do Império (50 senadores nomeados e vitalícios), logo tido como

baluarte conservador

03/05 Instala-se a Assembléia Geral; pela 1ª vez em 30 meses o Brasil tem Parlamento (deputados eleitos em julho/1824)

1827 17/05 Entrada Santos-Cubatão, SP

1827-1833 Surto de moeda falsa, conhecida pelo ruído, o xenxém

1828 21/04 Guerrilheiros uruguaios de F. Rivera penetram na Zona das Missões, RS

27/08 Acordo Brasil-Argentina reconhece a República do Uruguai como estado-tampão

independente e fixa limites do RS

Fixação de 50 famílias açorianas no Registro, junto ao rio. E, ainda, Santo Amaro e

Itapecerica, em São Paulo

1829 23/04 As tropas brasileiras deixam Montevidéu

Fixação de imigrantes em Santa Catarina e no Paraná. Colônias de São Pedro de Alcântara

(SC) e Rio Negro (PR)

Teatro itinerante do italiano Mr. South by se apresenta em Morretes, PR

Criação do 1º assentamento imigrante do Paraná, alemães da colônia Rio Negro

1829 e 1835

(entre) Fluxo imigratório diminuiu, chegando a parar

1829 e 1852

Foram instalados nos núcleos coloniais do Paraná 420 imigrantes

1829 e

1911

Instalaram-se no Paraná 83 012 colonos estrangeiros. Em virtude do baixo índice de fixação

destes imigrantes, o mesmo ocorreu em Santa Catarina, origem de um fluxo remigratório para o Paraná, principalmente para a capital. Um balanço razoável permite supor que mais de cem mil imigrantes

1829 e 1934

O ingresso de 98 946 “colonos” no Paraná aos quais somaríamos 26 146 indivíduos pertencentes a grupos urbanistas mais ou menos 30 000 imigrantes estimados (não recenseados, que não foram registrados pela “colonização” e, ou, “remigraram” de outras

regiões do país), e diminuídos de aproximadamente 15 000 “repatriados” e remigrados, que estima-se terem saído do Paraná. A soma final ficaria num número parecido com 116 000 imigrantes

1830 16/12 1º Código Criminal do Império, de Bernardo P. de Vasconcelos, prevê penas de morte e galés

Dízimo de exportação aumente para 12%

(déc.) Identificado 34 engenheiros de mate e a maior parte com engenhos na Freguesia de Curitiba

Francisco Félix da Silva mantinha ensino de 1ªs letras (PR)

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1831 14/03 “Noite da Garrafadas”; choque portugueses-brasileiros no RJ

07/04 Pedro I abdica ao trono do Brasil; Pedro II herda o trono, aos 5 anos; retorno do Gabinete brasileiro

07/04 Deputados e senadores escolhem a Regência Trina Provisória e pedem moderação ao povo que se manifesta

17/04 Deputados e senadores elegem o Regência Trina Permanente

1832 04/04-05/07 O jovem Charles Darwin aporta do RJ a bordo do Beagle e se horroriza com a escravidão

29/11 Publicado o Código do Processo Criminal; juiz de paz eleito; habeas-corpus

1833 24/07 O ex-imperador Pedro I toma Lisboa de seu irmão Miguel I

O alemão Eugen Westphalen tocou piano pela 1ª vez na vila de Curitiba na casa de Lourenço Pinto de Sá Ribas

1834 Ato Institucional que previa eleições diretas

Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá aluno do 1º mestre de Curitiba Luíz França Pereira (mestre-régio)

Ato Adicional, faz pequenas alterações na lei orgânica, regulamentou o ensino por quase 100 anos

1835 26/03 A Vila da Praia Grande (hoje Niterói) torna-se cidade e capital do Rj

07/04 Pe. Diogo Feijó eleito regente único por 2826 votos contra 2251 de Holanda Cavalcante de Albuquerque

19/09 Início da Guerra dos Farrapos; tomada de Porto Alegre; derrubada do pres. do RS, Fernandes Braga

14/10 1ªs barcas a vapor Rio-Niterói; a passagem custa 100 réis, escravo paga 80

14/12 A regência substitui J. Bonifácio (preso e processad0) por A. S. M. Pinto Coelho (Marquês de Itanhaem) como tutor do príncipe herdeiro

1836 11/09 Farroupilhas de Jaguarão proclamam a República Independente do RS

04/10 Prisão do líder farroupilha Bento Gonçalves no Combate de Fanfa, RS

06/11 Os farroupilhas proclamam na vila de Paratini, RS, a República do Rio Grande

(desde) Fluxo de imigrantes italianos. Os italianos superaram os portugueses, consistiram no maior grupo que até 1914, entrou no país. O ingresso de 1356 398 imigrantes deste grupo

representou mais de um terço do total das imigrações dirigidas ao país até então. Maior parte deles foi trabalhar na cafeicultura com baixos salários

1836 a

1846

(entre) Entrada de apenas 1180 imigrantes (alguns do Paraná)

1837 20/06 Coroação da rainha Vitória (reina até 1901); apogeu do império britânico

1838 25/03 Inaugurado no RJ o Imperial Colégio de D. Pedro II (hoje Pedro II), antigo Seminário

11/12 O major L. Alves de Lima e Silva destrói o quilombo de Manuel Congo, RJ

1839 24/07 Giusepe Garibaldi toma Laguna e proclama em SC a República Juliana

12/12 O coronel Luís Alves de Lima e Silva é nomeado presidente do MA e chefe militar da repressão aos rebeldes balaios

Duas bandeiras completavam a exploração dos campos de Palmas – já conhecidos desde a

década de 1810 – dando início à sua ocupação pelas fazendas de gado

1840 (a partir de.) O café se tornou a base da exportação brasileira

Fundada em Paranaguá a Escola de Desenhos das americanas Jessica e Willie James de quem foi aluna a 1ª pintora paranaense Iria Correia

Paranaguá inaugura o Theatro Paraguaense

1841 19/01 Lima e Silva anuncia o fim da Balaiada no MA, após ±5 mil mortes

18/07 Sagração e coroação de Pedro II

1842 27/04 S. Paulo passa a ter iluminação pública a azeite

17/05 Começa em Sorocaba, SP, a Revolução Liberal

08/08 O Império nomeia Caxias presidente e governados das armas do RS, com a missão de

debelar a Revolução dos Farrapos

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20/08 Batalha de Sta. Luzia, MG; vitória de Caxias marca o fim da Revolução Liberal

1843 16/03 Lançados os fundamentos de Petrópolis, RJ, e seu palácio imperial

26/05 Caxias vence os farroupilhas em Ponche Verde, RS

1844 O monge João Maria (o 1º) inicia sua pregação pelo sertão de SP, SC, RS

1845 01/03 Fim da Guerra dos Farrapos; pás assinada por Caxias e Canabarro

1846 Lei provincial, todas as cidades, vilas e lugares mais populosos deveriam ter escolas de 1ªs

letras. Estabelecia a diferença de gênero nos programas escolares (meninos com geometria, meninas com 4 operações aritméticas e prendas domésticas)

(desde) Tentativa de introduzir no PR (comarca) o ensino secundário, com a criação de um Liceu, funcionou intermitentemente até o final do séc.

Completava-se a ocupação máxima dos campos paranaenses pela comunidade tradicional

expandida desde a área parnanguara-curitibana, no séc. XVII. Esse momento coincide com o início da utilização de mais um caminho (além do Viamão) – o das Missões – pelas tropas de muares em demanda à Sorocaba, Campos de Guar/Palmas

1847 31/07 Fundação do Liceu de SP

Chegam os 1ºs colonos alemães, para a fazenda de café de Nicolau C. Vergueiro em Limeira, SP

O médico francês João Maurício Faivre fundou a Colônia Thereza, às margens do rio Ivaí, com imigrantes franceses

1850 30/07 Populares atiram do velho forte da ilha do Mel, PR, sobre a fragata inglesa Cormorant, que apresa navios negreiros

04/09 Lei Eusébio de Queirós, sob pressão inglesa, passa a reprimir o tráfico negreiro como pirataria

(atingindo-se assim os cafeicultores)

(desde) O governo central era parte diretamente interessada no assunto colonização, especialmente no sul

1850 e 1859

(entre) Região de Curitiba que melhor se desenvolveu a atividade colonizadora. Ponto de referência da presença imigrante no 1º planalto paranaense. Fluxo maior de remigração de imigrantes de

idioma alemão para Curitiba, oriundos da colônia Dona Francisca (Joinville), no norte de Santa Catarina

1850 e

1918

45 milhões de imigrantes chegados ao Brasil dirigiram-se para São Paulo

1851 09/01-07/04 O navio Teviot inaugura 1ª linha de vapores Brasil-Europa (Inglaterra)

01/05 Urquiza e outros lançam manifesto pela derrubada dos caudilhos Rosas (Argentina) e Oribe

(Uruguai)

12/10 Derrotado em Montevidéu, Oribe se rende à aliança Brasil-colorados

1801 a 1900

Séc. XIX (2ª metade do.)

A crise da falta de mão de obra escrava, orientou a política imigratória na sequência

Séc. XIX

(desde meados do.)

Encaminhavam emigrantes, sobretudo alemães, italianos, espanhóis, poloneses e ucranianos

para pequenas propriedades em colônias, principalmente ao sul do país. Estabelecimentos coloniais na Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul, no vale do Rio Itajaí em Santa Catarina e no vale do Rio Iguaçu, no Paraná, tomando rumos diferentes em relação à imigração provocada

pelos cafeicultores

1852 03/02 Batalha de Monte Caseros, Buenos Aires; derrota de Rosas para Caxias

Colônia no Superagüy, em Guaraqueçaba, reunia colonos suíços, franceses e alemães,

organizados por Carlos Perret Gentil

1853 19/dez. Emancipação política do Paraná, lei 04, de 29/ago criada a Província do Paraná da comarca

paulista de Curitiba (50 mil hab.)

1853 a 1879

(quase 30 anos)

Criação da agricultura de abastecimento que personalizou a história da colonização no Paraná, razão dominante que justificou uma política imigratória provincial. Como resultado, às

três colônias existentes na região – Rio Negro, hereza e Superagüy – somaram-se dezenas de outras, principalmente no decênio inaugurado pelo ano de 1870, no governo de Lamenha Lins

1854 25/03 Iluminação a gás (experimental) em algumas ruas do centro do RJ

30/04 Irineu E. de Sousa inaugura a 1ª estrada de ferro, 14,5 Km, do porto de Mauá à Raiz da Serra, RJ

19/09 Petrópolis, RJ, passa de vila a cidade

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Pres. Zacarias de Goes de Vasconcelos afirmava que todos estavam ansiosamente entregues

à exploração do mate (PR)

1855 11/06 Começam as obras da Estrada de Ferro D. Pedro II (hoje Central do Brasil)

Para o norte do Paraná preparava-se a conquista da região com a fundação da colônia militar do Jatay e a organização de aldeamentos indígenas em São Pedro de Alcântara e São Jerônimo da Serra

1858 09/01 Criado no RJ o Liceu de Artes e Ofícios, 1ª escola noturna para adultos no Brasil

10/02 Inaugurada a ferrovia de Salvador a Alagoinhas, BA, 2ª do Brasil

18/03 1º trecho (Petrópolis-Pedro do Rio) da 1ª estrada pavimentada do País, a União e Indústria

29/03 1º trecho (Rio-Queimados) da Estrada de Ferro de D. Pedro II (depois Central do Brasil)

1860 20/01 Criado o Ministério da Agricultura, Indústria, Comércio e Obras Públicas

24/11 A São Paulo Railway inicia a construção da ferrovia de Santos a Jundiaí

Ao norte, até este ano, instalado a colônia militar do Jataí, e os aldeamentos indígenas de São Pedro de Alcântara e de São Jerônimo (PR)

Por volta dessa data cafeicultores paulistas e fazendeiros mineiros penetram em terras paranaenses, fazendo surgir pequenos núcleos como Santo Antônio da Platina, Tomazina, Wenceslau Braz, Colônia Mineira e São José da Boa vista, até chegarem ao rio das Cinzas.

Só ao final do séc. XIX foi vencido, o limite do rio Paranapanema

(a partir da

déc. de.)

Atração exercida pelas férteis terras do lado de cá do rio Itararé levou à aquisição de glebas

por fazendeiros paulistas e mineiros, que estenderam na região o sistema tradicional da fazenda de café da grande propriedade, técnicas agrícolas e regime de trabalho

1860 a

1880

(período de.) Na região tradicional, com a fundação de Irati, São João do Triunfo e São Mateus do Sul

Em função da política imigratória do governo provincial, principalmente o Presidente Lamenha Lins, foram implantados 27 estabelecimentos coloniais com imigrantes poloneses, italianos, alemães, ucranianos, etc.). A exemplo de: Arredores de Curitiba, Paranaguá, Morretes,

Araucária, São José dos Pinhais, Antonina, Lapa, Campo Largo, Palmeira, Ponta Grossa, Curitiba, Rio Negro, São Mateus, Contenda, São João do Triunfo, União da Vitória, Guarapuava, Lapa,Prudentópolis e Marechal Mallet

1861 23/06 Aberta a Estrada União e Indústria (Petrópolis-Juiz de Fora, 1466 Km.) de Mariano Procópio, com técnicos franceses

1862 11/05 Iluminação a gás em Salvador, BA

25/06 Lei adota o sistema métrico decimal

29/06 Três 1ªs bascas a vapor Rio-Niterói

Fundação da Colônia Mineira, por uma frente de expansão originária de São Paulo, onde fazendeiros paulistas e mineiros começaram a penetrar no Norte do Paraná, implantando fazendas de café

1863 01/01 A.Lincoln proclama abolição da escravatura nos EUA

1864 26/12 Tropas paraguaias penetram no MT; início da Guerra do Paraguai, ou da Tríplice Aliança

1865 01/05 Tratado da Tríplice Aliança; Brasil, Argentina e Uruguai; de Flores, se comprometem a não depor armas até vencerem o Paraguai

11/06 Batalha naval do Riachuelo (Arg.) o Paraguai fica reduzido a 4 navios

13/08 Ana Néri se alista como enfermeira voluntária na Guerra do Paraguai onde fica conhecida como a Mãe dos Brasileiros

Fundação da Colônia ou Núcleo Urbano de Tomazina por Tomaz Pereira da Silva (nordeste do

Paraná), região pioneira a empurrar para o sul a onda cafeeira

1866 24/06 Batalha do Tuiuti, maior combate campal da Guerra do Paraguai (33 mil soldados da Aliança,

24 mil paraguaios)

Fundação da colônia de Santo Antônio da Platina

1867 08/05 Retirada da Laguna reduz a coluna Camissão de 2500 para 700 homens

Fundação dos núcleos urbanos de Wenceslau Brás e São José da Boa Vista

1868 03/01 Caxias assume o comando geral da Tríplice Aliança contra o Paraguai

23/01 Cafeicultores fundam a Companhia Paulista de Estradas de Ferro

16/02 Abertura ao público a ferrovia Santos-Jundiaí; até 1930 a ligação litoral-planalto e monopólio

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da São Paulo Railway

1869 23/03 Caxias torna-se o 1º (e último) duque do Império

A Estrada de Ferro D. Pedro II chega a Ouro Preto, capital de MG

(até o ano de)

1066 imigrantes nos núcleos coloniais acima (considerando-se aqui o início da experiência do “Assungui”)

1869 a

1878

(de a) Foram instalados vários núcleos a distâncias que variavam de 2 a 16 Km de Curitiba,

constituídos por alemães de diversas origens, franceses, franceses argelinos, ingleses, italianos, poloneses e suecos

1870 01/03 Solano López morre em combate em Cerro Corá; fim da Guerra do Paraguai

(déc.) 11 805 imigrantes de origens diversas em núcleos coloniais no litoral, nos arredores de Curitiba e nos Campos Gerais

(déc. de.) A partir, especialmente deste período, desembocando na Primeira Grande Guerra, a face do colonialismo seria uma verdadeira corrida por territórios

Sairiam da Europa para fazer a América e os novos países

(a partir da déc. de_

As colônias iriam propiciar uma parte do pessoal empregado nas atividades ervateiras desde a coleta dos ervais, o preparo da erva cancheada e transporte inclusive para portos de embarque

(déc. ao final da.)

Grande projeto de instalação de “alemães do Volga” nos Campos Gerais – do qual se seguiu a organização de 26 núcleos coloniais nos municípios de Ponta Grossa, Plameira e Lapa

(déc.) Governo passou a se preocupar em fixar imigrantes em terras de melhor qualidade, mas faltam recursos

Entrada de cerca de 12 500 estrangeiros na colônia

1871 29/08 A câmara vota (61 votos a 35) a Lei do Ventre Livre

1872 01/08 1º Censo: o Brasil contra 9 930 478 hab. (48% mulheres), 1 510 806 escravos. A cidade de São Paulo tem população igual à de São Luiz do Maranhão e muito menor que Fortaleza,

metade de Belém do Pará, Recife e Salvador são grandes metrópoles. Das capitais de província, só Aracaju era menos populosa do que Curitiba

11/08 Inaugurada a Estrada de Ferro Jundiaí-Campinas, com capitais paulistas

1873 Rodrigues Alves propõe o ensino primário obrigatório em SP, rejeitado como medida socialista

1874 Concluída a ferrovia Paranaguá-Curitiba, ousada obra do engenheiro baiano Antonio Pereira

Rebouças

Observador italiano, faz observação bastante negativa a respeito da colônia Alexandra, próxima a Paranaguá

1876 As tropas brasileiras deixam o Paraguai, após 10 anos de ocupação e “proteorado” cada vez mais impopular nos 2 países

Fundação do Museu Paranaense por Agostinho Ermelino de Leão e José Cândido da Silva Muricy

O antigo Liceu reabriria seus cursos sob a denominação de Instituto Paranaense

1877 15/02 Inaugurada a Escola Agrícola de S. Bento das Lajes, BA

15/08 A colônia alemã de SC funda o Colégio Sto. Antonio, Blumenau (aulas de alemão)

29/11 1ª estação telefônica do país, no RJ

1878 Os resultados satisfatórios alcançados na colonização das cercanias de Curitiba estimularam a extensão do programa ao litoral e aos Campos Gerais com “alemães do Volga”. O fracasso do

projeto de povoamento do interior assinala o fim d um ciclo, sob os auspícios de recursos públicos

1879 21/02 A luz elétrica chega ao RJ

19/04 Reforma do ensino cria a muito criticada livre freqüência no nível superior

1880 06/03 Criada no RJ a Escola Normal, mista por falta de verbas para erguer 2 prédios

20/09 Cafeicultores de SP exigem da Câmara medidas pró-crédito à lavoura

(ao final) Instalação em Curitiba de uma linha telefonia ligando a estação ferroviária ao Palácio do Governo

1880 a 1884

Construção da estrada de ferro Curitiba-Paranaguá, que contou com o auxílio de braços imigrantes

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1880 (déc.) Diminuição do número de imigrantes instalados em colônias

Ofertados cursos preparatórios para o ingresso nas academias superiores (PR)

1880 a

1900

(período de.) Início dos empreendimentos que finalizaram com a ocupação pela colonização do oeste e

sudoeste do Paraná. Concederam-se imensas áreas de terras devolutas nacionais à companhias como estímulos à colonização nas margens das estradas de ferro que deveriam ser constituídas na região

1880 a 1900

Oposição entre as escolas particulares laicas e as confessionais introduzidas gradativamente no Estado. Dentre as protestantes destacaram-se, de confissão evangélica luterana ou protestantes

1881 09/01 Lei Saraiva; voto distrital direto para deputado, o eleitor tem que saber ler e ter renda mínima de 200 mil/réis/ano

31/10 1ª eleição pós-Lei Saraiva: 117 mil votos elegem 68 deputados liberais e 54 conservadores

1882 A produção mundial de café ultrapassa o consumo pela 1ª vez

1883 14/06 1º colégio selesiano do país, profissionalizante, em Niterói, RJ

23/07 1ª iluminação elétrica, Campos, RJ

1885 28/09 Lei do Sexagenário, ou Saraiva-Cotegipe, liberta os (pouquíssimos) escravos com mais de 65 anos

Estrada de Ferro do Corcovado, RJ

Ligação ferroviária entre Paranaguá e Curitiba. Depois Ponta Grossa, União da Vitória, em

direção a Wenceslau Braz

1885 e 1889

(entre) Foram anotados 2 939 estrangeiros em núcleos coloniais

1885 Inauguração de um período que vai até a organização da Colônia de Carambeí em Castro, a constituição de 86 colônias e núcleos coloniais implicado a instalação de quase 70 000 imigrantes poloneses, italianos, alemães, ucranianos e, finalmente, holandeses

1886 02/07 Antonio Prado e os cafeicultores do Oeste Novo, de SP criam a Sociedade Promotora de Imigração

Em Curitiba foi criada a Escola de Artes e Indústria (depois, Belas Artes) pelo pintor português Mariano de Lima

1887 28/08 Rui Barbosa, no Politeama, RJ, pede intervenção do Exército contra a escravidão

31/10 A câmara de S. Borja propõe plebiscito sobre a República Organizadora do Trabalho; proposta: emancipação até 1891

15/12 207 fazendeiros de SP foram a Associação Libertadora e Organizadora do Trabalho proposta: emancipação até 1891

1888 13/05

(domingo)

O senado aprova a princesa Isabel sancionar a Lei Áurea; estão livres os 600 mil escravos

restantes no país

1888-1889 Safra recorde de café: 6,8 milhões de sacas

1889 (em nov.) Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, concessão nos últimos instantes do Império,

construção no começo do próximo século. Atravessou o Paraná

15/11 O mal. Deodoro da Fonseca à frente da tropa, proclama a República e preside novo governo, provisório

17/11 Pedro II (reclamando que não é “negro fugido”) e família embarcam na corveta Paraíba ruma à França

19/11 Decreto cria a Bandeira Nacional; Dia da Bandeira

1890 20/01 Oficializado o Hino Nacional de Francisco Manuel da Silva

21/04 O Dia de Tiradentes é pela 1ª vez feriado nacional

22/06 Constituição Provisória republicana; decreto 510 converte a constituinte de exclusiva em congressual (bicameral)

31/12 O censo de 1890 contra 14 333 915 hab. no Brasil

1890-99 Na mesma linha acima; poloneses, italianos e alemães, participação significativa de ucranianos

1890 (a partir da déc. de.)

Há um avanço das colônias (zonas com florestas em torno de cidades do litoral e do 1º planalto), estendendo-se para o sudoeste, acompanhando os valores dos rios Negro e Iguaçu. Assim entre 1829 – estabelecimento da colônia alemã de Rio Negro – e 1911 – criação da

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colônia holandesa de Carambeí – mais de 100 núcleos foram fundados no Paraná

(déc., a partir da.)

Avanço das colônias de povoamento na direção sentido do interior como, no Paraná, cujo programa de estabelecimento de imigrantes estendeu-se para o sudoeste acompanhando os

vales dos rios Negro e Iguaçu. Fatores da conjectura elevam os picos da entrada de estrangeiros no país. Temos uma experiência “socialista” no município de Palmeira, com a fundação da Colônia Cecília

1891 24/02 Promulgada a Constituição

25/02 A Constituinte elege (por 129 votos a 97 para Prudente) Deodoro presidente, com os quartéis de prontidão

26/02 Instala-se o Supremo Tribunal Federal (STF), criado pela nova Constituição

05/12 O ex-imperador Pedro II morre no exílio em Paris, de pneumonia

Pico de migração européia para o Brasil: 216 imigrantes em um ano

1892 15/02 Começa a Revolução Federalista, RS

06/11 S. Paulo abre o viaduto do Chá ou dos 3 Vinténs (a estrutura vem da Alemanha); o pedágio

gera 4 anos de reclamações

1893 Crise nos EUA derruba o preço do café e o Brasil, que colhe 58% da safra mundial

C. Benz (Alemanha) e H. Ford (EUA) constroem os 1ºs

automóveis eficazes

A capital (Curitiba) possuía apenas 3 edificações destinadas só ao ensino

1894 11/02 Derrota dos revoltosos da Armada na Capitulação da Lapa, PR

01/03 Prudente de Moraes, com 276 mil votos (84,3% do total), vence Quintino Bocaiúva 9250 mil votos) na 1ª eleição direta para presidente da República

01/03 Início das obras da Cidade de Minas (hoje Belo Horizonte), projeto de Aarão Reis

Charles Miller, filho de ingleses, introduziu o football em SP

Temporada de ópera, sobre Verdi, Mascagui, Gounod e Carlos Gomes em Curitiba

1895 05/02 Arbitragem dos EUA favorece o Brasil na disputa com a Argentina pelo território de Palmas (ou das Missões)

14/04 Charles Miller promove em SP o 1ª jogo de futebol no país

1º de maio É comemorado pela 1ª vez no Brasil, por iniciativa do Centro Socialista, em Santos, SP

24/06 Último combate da Revolução Federalista, em Campo Osório, RS

28/12 Os irmãos Lumière realizam a 1ª exibição pública do cinema, na França

(a partir de) Chegada das congregações religiosas educacionais, principalmente as católicas, no PR. A

exemplo do colégio das Irmãs dos Santos Anjos em Curitiba.

Outras congregações católicas femininas:

- Irmãs de São José (1896)

- as Missionárias Zeladoras do Sagrado de Jesus (1900)

- as Irmãs da Divina Providência (1903)

- as Filhas de Caridade de São Vicente de Paulo (1904)

- as Irmãs de Nossa Senhora de Sion 91906)

- Padres Franciscanos do Bom Jesus (1902), masc.

- os Irmãos Maristas (1925), masc.

1896 18/04 A União compra, por 3 mil contos, o Palácio de Nova Friburgo (hoje Catete), RJ

04/11 1ª expedição militar contra Canudos

15/12 Fundação da Academia Brasileira de Letras, RJ; Machado de Assis, presidente

31/12 Manaus inaugura o teatro Amazonas, símbolo do boom da borracha

1897 17/06 A República mobiliza a maior parte do seu Exército na 4ª e última campanha contra os

sertanejos de Canudos, BA

05/10 Morrem os últimos defensores de Canudos, 1 velho, 2 homens e 1 criança

José do Patrocínio e Olavo Bilac inauguram carro a vapor, no RJ

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São Paulo ultrapassa Salvador como 2ª maior cidade (210 mil hab.)

1898 01/03 Campos Sales, candidato único, elege-se presidente com 420 mil votos

04/07 Santos Dumont voa em Paris no balão Brasil, 6 m de diâmetro e 32,8 Kg no total

Vital Brasil anuncia soro contra veneno de cobra

1899 Osvaldo Cruz , à frente do recém-criado Instituto Pasteur, combate a peste bubônica em Santos, SP

1900 1900 15/03 Francisco Matarazzo inaugura seu grande moinho, no Brasil, SP

07/05 1ª linha de bondes elétricos de SP (da Light) une o Centro à Barra Funda

06/06 A Light dá início à usina elétrica de Santana do Parnaíba; potência: 2 mil KW

31/12 O 3º censo conta 17 318 556 hab. (7,5% estrangeiros)

O número de moradores do norte do PR, não ultrapassava 1600 hab.

Fundação da colônia de Jacarezinho

1900 e

1910

(entre) Início da implantação da Energia Elétrica no estado

1900 a 1920

(de a) “(...) A população do sudoeste passou de 3000 hab. para 6000. A procedência desse aumento da população assim pode ser assumida como:

a- peões e agregados das fazendas de Palmas e Clevelândia que à procura de espaço para sobreviver, embrenharam-se para o oeste;

b- peões, agregados e agricultores da região de Guarapuava e Campos Gerais,

paranaenses, à procura de terras para subsistência; c- foragidos da justiça do Paraná, Sta. Catarina, Rio Grande do Sul e Corrientes, que

transformaram o sudoeste em verdadeiro conto de fugitivos da lei;

d- posseiros refugiados da região do Contestado, expulsos das terras da Brazil Railway Co.;

e- argentinos e paraguaios que penetravam na região à procura de erva mate;

f- crescimento vegetativo da região.”

1900 a

1911

Ainda na mesma linha acima, os grupos já relacionados deve-se agregar os holandeses

1901 24/02 Promulgada a 1ª Constituição republicana

23/05 A Light começa a dotar de luz elétrica alguns bairros de SP

03/06 Criada em Piracicaba SP a Escola Superior de Agricultura Luís de Queirós (nome do fazendeiro que lhe doou 319 há)

21/10 Santos Dumont contorna a Torre Eiffel, Paris, no balão dirigível Dumont nº 6

1ª obra de concreto armado no Brasil, revestindo um túnel ferroviário em MG

1901 a

2000

Séc. XX

(início)

Paraná consideravelmente expandido, com a fundação de diversos povoados e concessão de

terras a baixo preço. No oeste-sudeste, as companhias concessionárias exploravam o mate e a madeira, arrastando os ervais e derrubando pinheiros e madeira de lei sem a preocupação real de ocupar e colonizar a área

Séc. XX (duas 1

as

déc.)

Em Ponta Grossa havia 28 estabelecimentos de ensino com ± 1000 alunos

Séc. XX (início)

Muitas cidades com cinema: Ponta Grossa (3 cinemas e 1 teatro), Castro, déc. 1910 (4 cine-teatros)

1902 01/03 Eleição presidencial; Rodrigues Alves vence com 595 mil votos

1903 São Paulo já tem 6 carros, importados; o limite de velocidade permitida é 30 Km/h

Segundo Tobias Monteiro à proporção que as colônias propuseram as construções passaram

a ser edificadas com tijolos e coberturas de telhas, no PR

1904 Fundação da colônia de Cambará

(a partir de março)

Novo Teatro do Largo do Rosário em Castro

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1905 07/12 1ª grande greve em São Bernardo, SP, de 500 operários da Ipiranguinha tecidos

15/11 Inauguração da luz elétrica no RJ

A.Einsten subverte a física newtoniana com a Teoria da Relatividade restrita

1906 Afonso Pena se elege presidente (288 mil votos)

1º de maio Festejado pela 1ª vez nas ruas de SP; só em Jundiaí participam 5 mil

23/10 Santos Dumont pilota seu 14Bis no 1º vôo público (de 60m) em aeroplano, em Paris

1907 03/03 Greve ma mina de ouro de Morro Velho, Nova Lima, MG

15/06-08/10 Conferência de Paz de Haia, Holanda; Rui Barbosa (a Águia de Haia), delegando do Brasil,

defende a igualdade entre as nações

27/11 O mal. Rondon conclui a ligação telegráfica do AM (997 Km, pela selva)

O 1º Censo Industrial conta 3 120 fábricas no Brasil, 662 no DF, 529 em MG, 326 em SP

1908 06/03 O conde Lasdain faz (em 26 dias) a 1ª viagem automobilística do RJ a SP

(04/abr) Outra apresentação lírica no Guayra em Curitiba

28/06 O navio Kassato Maru traz ao Brasil os 1ºs

781 imigrantes japoneses

Chegada da estrada de ferro Sorocabana a Ourinhos

Escola da Communa Allemã de Curitiba, classificada como estabelecimento de 1ª ordem

1909 14/06 Morte de Afonso Pena; vice, Nilo Peçanha, assume a Presidência

14/07 Inaugurado o luxuoso teatro Municipal do Rio de Janeiro, 2375 lugares

19/09 1ª corrida de automóveis no Circuito de S. Gonçalo, RJ; o vencedor faz 50 Km/h

Carlos Chagas descobre o trypanossoma cruzi, causador da doença de Chagas

1910 01/03 O mal. Hermes vence Rui Barbosa para presidente (por 403 mil votos a 223 mil)

20/07 Criado por proposta de Rondon o SPI, Serviço de Proteção ao Índio (hoje Funai)

04/10 Levante militar e popular triunfo em Portugal após 36 h. e proclama a república

1911 (até) O processo de colonização por imigrantes não ocupou as “terras de campo”

“Realização pioneira de Cararubeí, apesar das dificuldades iniciais constitui a 1ª experiência

bem sucedida da colonização das terras de campo, atraindo novos contingentes populacionais para aquelas áreas subutilizadas desde o final do séc. XIX, com a desagregação da economia pastoril. “Essa colônia batava deslanchou realmente a partir de 1935, quando chegaram novos

imigrantes com algum capital

1912 17/01 Robert Scott chega ao Pólo Sul

14-15/04 Naufrágio do Titanic; 1517 mortos

30/04 Inauguração da ferrovia Madeira-Mamoré (RO), que custa 6 mil mortes

1912-1914 Guerrilha na Região do Contestado

1912 22/11 Combate de Irani inicia a repressão ao movimento místico do Contestado, SC; morre o monge José Maria

Inauguração dos bondes elétricos em Curitiba

(a partir de) O governo iniciou o serviço de melhorias de infra-estrutura e urbanização em Curitiba. Na mesma época algumas melhorias acontecem em Paranaguá e Ponta Grossa

Amplo projeto educacional público e privado na tentativa de criação de uma Universidade do Paraná. O prédio para tal fim, à praça Santos Andrade em Curitiba, acabou abrigando as faculdades de Direito, Medicina e Engenharia, visto ter a legislação federal impedido a criação

da Universidade

1913 29/12 Rebeldes do Contestado rechaçam ataque do Exército ao reduto de Taquaruçu

Henry Ford cria a 1ª linha de montagem, iniciando a 2ª Revolução Industrial

1914 01/01 Aberto à navegação o Canal do Panamá (80Km), constituído, e ocupado, pelos EUA

01/03 Venceslau Brás eleito presidente (532 mil votos)

28/06 Atentado em Saravejo, Bósnia, mata o herdeiro da Áustria e fornece pretexto para o início da 1ª Guerra Mundial (1914-1917)

29/09 Guerra do Contestado; rebeldes atacam e incendeiam Curitibanos, SC

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Queda do café leva à recessão; demissões, aumento das jornadas, redução de salários

1915 03/04 Após 54 dias de ataque, cai Sta. Maria, maior reduto da Guerra do Contestado

17/12 Cai o último reduto da Guerra do Contestado; Adeodato, líder rebelde, foge

1916 Já tinham 10 grupos escolares e ± 25 escolas isoladas na capital do Paraná

20/10 Acordo de limites entre PR e SC põe fim à Questão do Contestado

1917 03/04 Submarino alemão afunda na costa da França, o navio brasileiro Paraná e envolve o Brasil na guerra

junho Queima de 3 milhões de sacas de café, para elevar o preço deprimido pela guerra

28/08 Lei de auxílio à lavoura cafeeira

(até) Estradas de rodagem atingiram 6000 Km. no estado do PR

25/10 A Marinha alemã afunda o navio brasileiro Macau

26/10 O Brasil é o único país sul-americano a entras na I Guerra, contra a Alemanha, que torpedou navios brasileiros

07/11 Revolução socialista na Rússia; poder soviético aperário-camponês sob a direção do Partido Bolchevique de V. I. Lenin

O Paraná tinha uma população escolar de 15 101 alunos (ambos os sexos)

29/12 Lei estadual (SP) pós-greve de 17 proíbe o trabalho de menores de 12 anos e o trabalho noturno feminino e infantil

1918 15/03 Eleição presidencial; Rodrigues Alves ganha (386 mil votos), mas não leva; morre (16/03/19) de gripe espanhola

outubro Auge da gripe espanhola em SP; 8 mil mortos em 4 dias

11/11 Rendição da Alemanha. Fim da I Guerra Mundial

15/11 A gripe espanhola ataca 44% da população do RJ; 14459 mortos

Delfim Moreira, vice, assume a Presidência no lugar do pres. eleito

A gripe espanhola mata 20 milhões no mundo, 300 mil no Brasil, 18 mil no RJ

1919 13/04 Nova eleição presidencial; Epitácio Pessoa vence Rui Barbosa (294 mil votos a 118 mil)

1920 10/01 Criada a Liga das Nações

12/05 A Ford é autorizada a montar automóveis em SP (na rua Florêncio de Abreu)

29/06 Para vingar a morte de seu pai; Lampião entra no cangaço

01/09 O 4º Censo conta 30 635 605 hab. (5,2% estrangeiros); na verdade exagera em mais de 3 milhões

07/09 Criada a 1ª universidade do país, a do RJ, mera colagem de faculdades para fazer o rei da Bélgica doutor honoris causa

(a partir de) Na prática tivemos a povoação e colonização do Sudoeste e do Oeste do Paraná. Os descendentes de imigrantes ultrapassaram as fronteiras nacionais, ocupando regiões da Argentina e Paraguai, e, mais tarde, também o Mato Grosso. “Assim a província argentina das

Missões apresenta um tipo de colonização brasileira (cultura da queimada, enxada, milho), introduzido por agricultores de origem alemã, os quais haviam abandonado as colônias que marginam o Uruguai”

(déc.) No governo do interventor Manoel Ribas foi concedido permissão a uma grande companhia, a Industrial Madeireira e Colonizadora Rio Paraná AS – bem mais conhecida pala sigla “MARIPA”. É nessa conjuntura que se verifica a 4ª fase do processo de enxamagem (termo

utilizado por Jean ROCHE, ao tratar do processo de deslocamento dos descendentes dos alemães a partir dos núcleos de colonização implantados no Rio Grande do Sul) dos colonos alemães e italianos, que se radicaram na região. “A procura das terras ofertadas pela Maripa,

por colonos gaúchos e catarinenses, foi extraordinária, de tal modo que, em 1951, todas as terras demarcadas, já se encontravam vendidas ou compromissadas. (...) Havia preferido empregar, como agentes de propaganda a venda, sitiantes e comerciantes que primeiro havia

chegado a Toledo, com a obrigação de periódicas visitas aos seus conhecidos e selecionados”

1920 e

1930

Movimento Paramista

1921 01/02 1º transporte postal aéreo

Fundação de Bandeirantes, PR

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1921-24 Construção dos grandes açudes de Orós e Poço dos Paus, CE, Pilões, São Gonçalo e

Curema, PR

1922 13-17/02 Semana de Arte Moderna escandaliza e fascina São Paulo

01/03 Eleição presidencial: Artur Bernardes vence Nilo Peçanha, da oposicionista Reação Republicana; suspeita de fraude, protestor

06/09 Oficializada a letra (de 1909) de O. Duque Estrada para o Hino Nacional

Em Curitiba ocorreu o desmembramento funcional do edifício do Gymnasio Paranaense (deslocando a Escola Normal) Curitiba contava ainda com o Instituto de Agronomia, Instituto Comercial, Escola de Aprendizes e Artífices e a Escola Profissional Fenúnina. Em Ponta

Grossa o Estado mantinha um Curso Comercial

A população escolar no Paraná chega a 34 676 alunos

1923 07/09 Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, de Roquete Pinto, 1ª do país, com 100 Watts

28/12 Em Ponta Grossa, PR, tenentes tentam prender o ministrado da Guerra

Hiperinflação na Alemanha; 1 dólar = 4,2 trilhões de marcos

1924 21/01 Morre Lenin; 1 milhão vai ao velório; o corpo, embalsamado continua exposto mesmo após o fim da URSS

28/10 O cap. Prestes lidera levante tenentista no RS, com centro em Sto Ângelo

27/12 A coluna de revoltosos do RS rompe o cerco e marcha para o PR

Fundação de Cornélio Procópio, PR

Inaugurada em Curitiba a 1ª estação de rádio do Estado, 3ª do país (Rádio Clube Paranaense)

1925 Vitória da Coluna da morte do te. João Cabanas em Formigas, OS

26/01 Inaugurada a fábrica da General Motors em São Paulo,monta 25 carros/dia

27-30/03 Derrota dos tenentistas em Catanduvas, PR

11/04 União dos tenentes rebeldes de SP e RS forma, no PR, a Coluna Prestes

(desde) Um exemplo notável de ocupação organizada e planejada racionalmente foi o da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, de origem inglesa, mas nacionalizada durante a Segunda

Guerra Mundial. A companhia comprou terras no Norte do Paraná para serem divididas, preparadas para ocupação, ligadas às áreas viárias existentes. Desde então foi adquirida uma Área contínua que corresponda que correspondia à décima-sexta parte da área total do

Estado, propiciando a vinda de colonos em grande número, não sé nacionais como estrangeiros

Chegada da estrada de ferro Sorocaba atingia Cambará, PR

1926 01/03 Eleição de Washington Luís, candidato único, com 689 mil votos, 88% do total

07/09 Reforma (a única) da Constituição de 1891, aprovada sob estado de sítio

Fundação de Andirá, PR

1927 04/02 Após centenas de combates, nenhuma derrota grave e 25 mil Km de marcha pelo Brasil, a Coluna Prestes se asila na Bolívia

Criada a Escola Federal de Viçosa, voltada para a pesquisa agropecuária

1928 05/05 Inaugurada a rodovia Rio-Petrópolis

27/08 1ª grande enchente em São Paulo

1929 março A BBC realiza a 1ª emissão (experimental) de TV

29/10 3ª Feira Negra; o crash da Bolsa de N. York deflagra a grande depressão

21/12 Em seu 50º aniversário, Stalin é proclamado líder absoluto do PCUS e da URSS

1930 janeiro A crise derruba o preço da saca de café de 200 para 21 mil-réis a saca

01/03 Eleição presidencial marcada por fraudes dos 2 lados; em tese, Júlio Prestes derrota Vargas por 1 092 000 votos a 737 000

22/05 O dirigível Zeppelin, em seu 1º vôo (128 Km/h), chega ao Recife, vindo da Alemanha

13-30/07 O Uruguai vence em casa, a 1ª Copa do Mundo de Futebol

26/07 João Pessoa, ex-candidato a vice de Vargas, assassinado no Recife; os protestores populares deflagrarão a Revolução de 30

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24/10 Vitória na Revolução de 30

03/11 Posse de Vargas como chefe do governo provisório

14/11 Decreto cria o Ministério da Educação e saúde Pública; Francisco Campos, ministro

26/11 Criado o Ministério do Trabalho; Lindolfo Collor é seu 1ª titular

(a partir da déc. de)

O êxito da Carambeí estimulou novos empreendimentos, desvinculados da intervenção governamental direta, financiada e organizada por instituições privadas, inclusive com

ramificações internacionais. Como exemplo, temos a colônia Terra Nova, perto de Castro, em terras de campo limpo, com imigrantes de origem germânica. Entretanto, o norte continuava objeto das políticas colonizadoras paranaenses, inclusive com estrangeiros: Rolândia, em

1932; Nova Dantzig, em Cambé – as duas com imigrantes alemães. A iniciativa a partir de 1931, relativamente modesta, em áreas ainda não ocupadas do Norte Velho, de duas companhias constituídas com capitais japoneses que resultaram no desenvolvimento de duas

cidades, Assaí e Uraí, com população de imigrantes vindos do Japão

(meados da déc.)

Norte Novo, margens do rio Paraná, futuro pólo da cafeicultura

1930 a 1950

(entre) Surgiram na região Norte do Paraná cidades como Londrina, Rolândia, Arapongas, Apucarana, Maringá, Cianorte, Umuarama

1931 11/03 O governo passa a comprar café para sustentar os preços internacionais

16/05 Criado o Conselho Nacional do Café

junho O governo inicia a queima de estoques de café; 2,8 milhões de sacas queimadas no ano

12/10 Inauguração da estátua do Cristo Redentor, no morro do Corcovado, RJ

1932 21/03 Getúlio cria a Carteira de Trabalho

04/05 Decreto 20402 fixa a jornada de 8h. na indústria

17/05 Decreto cria licença-maternidade (2 meses) e salário igual para o trabalho igual

09/07 São Paulo inicia revolução contra Vargas em nome da reconstitucionalização

1933 03/05 Eleita a Constituinte, por 1,3 milhões de votos; Carlota P. Queirós é a 1ª deputada mulher

1934 12/01 O governo Sales de Oliveira cria a USP, Universidade (estadual) de SP

16/07 Promulgada a Nova Constituição

17/07 A Constituinte elege Vargas presidente, por 175 votos contra 59 para Borges de Medeiros

(desde) Várias famílias do grupo étnico e religioso menonitas de Santa Catarina mudaram-se para os arredores de Curitiba, na sua região sul: Vila Guaíra, Boqueirão e Xaxim. Posteriormente estes holandeses se instalaram em Castrolanda e Arapoti (já em 1960)

1935 07/05 No aniversário dos levantes de 22 e 24, Carlos Lacerda, 20 anos lê no RJ manifesto a Prestes: “Todo o poder à ANL!” (criada em 30/03)

1936 30/3 O Senado aprova o uso do estado de guerra

13/04 O gen. Dutra min. da Guerra , nega conspiração e reintera apoio a Vargas

17/06 O gen. Franco inicia a Guerra Civil Espanhola (500 mil mortos)

Campanha de Nacionalização

12/09 Inaugurada a Rádio Nacional do RJ, estatizada com 40 e campeã de audiência

27/11 Nasce numa pressão alemã Anita Leocádia, filha de Prestes; a mãe, Olga Benário é

executada

1937 10/07 1ª ferrovia eletrificada, da Estação Pedro II a Madureira, no RJ

13-16/08 Congresso Nacional dos Estudantes; fundação da UNE

03/09 Entra o ar a Rádio Tupy, SP; os Diários Associados tornam-se a 1ª rede de comunicação

1938 26/01 Criado o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

29/04 Criado o Conselho Nacional do Petróleo

18/05 A Lei de Segurança Nacional é adaptada ao regime do Estado Novo

27/07 Lampião Maria Bonita e 11 cangaceiros emboscados, mortos e degolados na fazenda Angicos, BA

1939 22/01 Obtida nos EUA a fissão de urânio

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Jorra petróleo pela 1ª vez no Brasil, no poço de Lobato, BA

09/03 O. Aranha conclui acordo econômico com os EUA, que emprestam US$ 50 milhões ao Brasil

28/03 Franco vitorioso entra em Madri; para permanecer no poder até a morte em 75

03/06 1ª demonstração de TV, no RJ

01/09 A Alemanha invade a Polônia; começa a II Guerra Mundial (o Brasil participa depois 02/07/44)

1940 02/07 O salário mínimo entra em vigor

01/09 O 5º Censo conta 41 165 289 hab. e mede pela 1ª vez a taxa de urbanização: 31,1%

Inauguração do Cassino Ahn na capital, além de jogos tinham espetáculos artísticos

(déc.) Terminada a Segunda Guerra Mundial, novas condições internacionais e a continuidade de uma política imigratória no Paraná apontam para uma última fase de colonização, que resultou na organização de três grandes empreendimentos: Entre Rios, em Guarapuava, a Colônia de

Wittmarsum, em Polônia, empreendida pelos menonitas que antes haviam se instalado em Sta

Catarina

Diretoria Geral da Educação organizou um Regimento Interno e Programa para legalizar a

vida real nas escolas primárias

Em Curitiba, 1º impulso das idéias modernistas (movimento sobretudo literário), destaques:

Dalton Trevisan, Poty Lazzarotto, Guido Viaro, Helena Kolody

1940 e 1950

Emissoras de rádios: Em Curitiba (Guairacá, Marumby, Curitibana, Universo e Cultura), em Colombo (Colombo), em Ponta Grossa (PRJ-2), em Cambará (Cultura), em Jacarezinho

(Difusora), na Lapa (Legendária), em Sto A

to da Platina (Difusora Platinense)

1940 e 1960

(entre) Participação do Paraná na produção cafeeira aumentou de 7% a 52%

1941 20/01 Surgem o Ministério da Aeronáutica e a FAB (Força Aérea Brasileira)

07/12 Tropas japonesas atacam bases dos EUA em Pearl Harbor (Havaí) e nas (08/12) Filipinas; os

EUA declaram guerra ao Japão

A Rádio Nacional leva ao ar a 1ª novela, Em Busca da Felicidade Cubana, e o Repórter Esso

1942 09/02 Criado o território de Fernando de Noronha

01/07 Fundada a Companhia Vale do Rio Doce; herda a rica jazida de ferro de Itabira, MG

22/08 Declaração de guerra à Alemanha e Itália; estado de guerra em todo o Brasil

Criação do Pavilhão Teatro Carlos Gomes em Curitiba, com atrações mais acessíveis ao público em geral

1943 1º de maio O governo institui a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

06/12 O gen. Mascarenhas de Moraes acerta na Itália a participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) ao lado dos Aliados

1944 02/07 O 1º contingente da FEB (5379 homens) parte do RJ; chega a Nápolis, Itália em 16/07; incorpora-se ao 5º Exército dos EUA em 05/08. Vários outros partiram e conquistaram várias batalhas

1945 28/04 Bento Mussolini é preso e enforcado pela guerrilha comunista ao tentar fugir da Itália

07/05 Rendição incondicional da Alemanha Nazista: o Japão continua na guerra

26/06 A Conferência de S. Francisco EUA, funda a ONU (com 50 países-membros); o min. P. Leão

Veloso chefia a delegação brasileira

06-09/08 EUA lançam bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki; 120 mil mortos

29/10 Movimento Militar depõe Vargas; José Linhares, presidente do STF, assume provisoriamente a Presidência

02/12 Eleições quase gerais; Dutra se elege presidente (3,2 milhões de votos)

1946 10/01 1ª Assembléia Geral da ONU (Londres)

05/03 Discurso do ex-1ª-min. britânico W. Churchill em Fulton contra a “cortina de ferro” marca início da Guerra Fria

06/06 1ª reunião do FMI

18/09 Promulgada a Constituição de 46

1946-1964 Anos Dourados da Economia Cafeeira

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1946 Oficialização da Universidade do Paraná

1947 22/04 Inauguração da via Anchieta (SP-Santos)

29/11 Osvaldo Aranha preside em N. York assembléia da ONU que partilha a Palestina

1948 30/01 Assassinato de Gandhi, 1º ministro da Índia

21/02 O físico brasileiro César Lattes, nos EUA, isola o méson, uma nova partícula do átomo

30/04 A Conferência de Bogotá (21 países, inclusive o Brasil) cria a Organização dos Estados Americanos, OEA, em clima de Guerra Fria

14/05 Criado o Estado de Israel; expulsão de palestinos

08/06 Fundada em São Paulo a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência)

Secretaria de Educação e Cultura apresenta orientações mais modernas e programas inovadores com Erasmo Piloto

Criado o Centro de Estudos e Pesquisas Educacionais

Expansão da rede de ensino cm a construção de Escolas de Trabalhadores Rurais

1950 01/07 O 6º Censo conta 51 941 767 hab. no país e 2 milhões de nordestinos fora de seus estados

16/07 O Brasil perde a Copa do Mundo de futebol para o Uruguai (2 a 1), no Maracanã

18/09 No ar a PRF3 TV Tupi; 1ª TV da América Latina, em São Paulo; transmite das 18 às 23 h.

03/10 Eleição presidencial; Vargas tem 49% dos votos, Eduardo Gomes 30%, Cristiano Machado 22%

(déc.) Ocupadas as regiões Noroeste e Oeste, até os rios Ivaí, Piquiri, aproximando-se de Campo Mourão, PR

1951 20/01 A TV Tupi se instala no RJ

21/12 Começa Sua Vida me Pertence, 1ª telenovela, na Tupi; SP tem 375 televisores

1952 16/10 Criada a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no RJ, iniciativa de Hélder

Câmara

22/12 Criado o Instituto Brasileiro do Café (IBC)

Iniciada a construção do Centro Cívico (proposto em 1943). Edifícios: Palácio do Governo,

Assembléia Legislativa, Prefeitura do Novo Teatro Guaíra em Curitiba, só totalmente completado 20 anos depois

1953 25/02 Campanha “do tostão com o milhão” elege Jânio Quadros prefeito de São Paulo

São Paulo, 2,7 milhões de hab., torna-se a cidade mais populosa do Brasil

1954 05/08 Atentado da Rua Toneleiros, Copacabana, RJ; tiros ferem oposicionista Carlos Lacerda e

matam o major-aviador Rubens Vaz. Depois a investigação chega a autoria de Gregório Fortunato, guarda-costas de Vargas

24/08, 8h Vargas se suicida com um tiro de revólver no peito, no Palácio do Catete, RJ

24/08 Posse de Café Filho, o vice de Vargas

Acabada a 1ª parte do conjunto (chama do Guairinha). Inauguração do novo prédio da

Biblioteca Pública do Paraná

1955 04/08 Morre Carmen Miranda, 46 anos, do coração, em Bervely Hills, Califórnia, EUA

03/10 Juscelino elege-se presidente com 3,1 milhões de votos; Juarez Távora, 2,6 milhões; Ademar,

2,2 milhões; Goulart vence para vice

10/12 Inauguração do novo Hipódromo do Jockey-Club do Paraná

1956 16/07 Nasser nacionaliza o Canal de Suez; guerra de Israel-França-Inglaterra com o Egito

02/12 Fidel Castro desembarca com 72 homens em Cuba e inicia a guerrilha de Sierra Maestra

1957 14/01 Tropas brasileiras seguem para Suez, onde integram Batalhão da ONU

fev. Início, febril, das obras de Brasília no planalto central

04/10 A URSS lança em órbita o 1ª satélite artificial, o Sputinik

25/01 A USP instala o 1º reator nuclear da América Latina

Confronto armado acompanhado por mortes e destruições no Sudoeste do estado. Ex: Santo Antônio e Rio Claro (atual Pranchieta). A pacificação só aconteceu na déc. de 1960

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1958 29/06 A seleção brasileira vence a Suécia por 5 a 2 e ganha a Copa do Mundo de Futebol; Pelé,

Garrincha e Didi, heróis nacionais

21/11 Inaugurada a fábrica da Ford em São Bernardo, SP; JK comparece com Canção do Amor

Demais e Chega de Saudade, João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Morais lançam a Bossa Nova

1959 12/05 Rebeldes de Fidel Castro tomam Havana; vitória da Revolução Cubana

Fundação do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, SP

Organização de sistema cooperativo com colonos japoneses instalados em Castro, pela Cooperativa Cotia. Na sequencia do sistema cooperativo aparece o grupo das colônias

holandesas de Carambeí, Castrolanda, Tronco e Arapoti, a colônia menonita Witmarsum

Iniciaram suas atividades a TV Paranaense em Curitiba

1959-1960 O Paraná atingiu a liderança da produção brasileira do café. Incorporou os comportamentos comuns à realidade sócio-econômica mais comum ao Brasil, antes da fase industrial; a atividade agrícola de um produto de exportação de que depende ainda nosso balanço

comercial e que depende ainda de pagamento. Foi um fato notável que o Paraná pôde viver, por sua diversidade

1960 21/04 Inauguração de Brasília (141 mil hab.); transferência da capital; criado o estado da GB

01/09 O 7º Censo conta 70 070 457 hab.; 54,9% vivem no campo

03/10 Jânio eleito presidente, com 48% dos votos úteis para 32% de Lott e 20% de Adhemar; Goulart é o vice, com 4,5 milhões de votos

09/11 John Kennedy elege-se presidente dos EUA

Vão ao ar em Brasília as Tvs Alvorada (Rede Record) e Brasília (Diários Associados)

Iniciaram suas atividades a TV Paraná em Curitiba

(meados da déc. de)

Iniciaram as atividades pelo Grupo Pimentel, TV Iguaçu em Curitiba e TV Tibagi em Apucarana, TV Esplanada em Ponta Grossa (1968) e TV Cultura de Maringá (1972)

1961 12/04 Yuri Gagarin da URSS é o 1º homem a fazer uma viagem espacial

13/08 A Alemanha Oriental ergue o Muro de Berlim, símbolo da Guerra Fria

25/08 Jânio renuncia; na ausência do vice em viagem à China, assume a Presidência interina Ranier Mazilli, pres. da Câmra

07/09 Posse de João Goulart

20/12 Lei de Diretrizes e Bases da Educação

1962 20/02 J. Glenn é o 1º astronauta dos EUA

abril Jango cria o Conselho Nacional de Reforma Agrária (d. Helder Câmara participa)

Iniciaram suas atividades a TV Coroados de Londrina

A Lei Estadual de Diretrizes e Bases da Educação e o plano Estadual de Educação para reorganização do sistema de ensino

Os Beatles estouram na Inglaterra e partem para a conquista do mundo

1963 28/08 Luther King lidera manifestação de 200 mil pelos direitos civis nos EUA

22/11 Assassinato de John Kennedy, pres. dos EUA, em Dallas, Texas; no Brasil, Jango decreta luto oficial de 3 dias

Paulo Freire desenvolve no Nordeste seu método de alfabetização em massa

1964 31/03 Magalhães Pinto, gov. de MG, assume a chefia civil do golpe, com base no Exército (gen.

Mourão Filho) e apoio do gov. Lacerda, da GB

02/04 Deposto Goulart, Ranieri Mazilli; pres. da Câmara, assume a presidência interina

15/04 Eleição do mal. Castelo Branco, pelo Congresso, com base no Ato Institucional nº 1, por 361

votos, 72 abstenções, 37 ausências

13/06 Criado o SNI (Serviço Nacional de Informações), tendo à frente o gen. Golberi

01/08 Início da escalada militar dos EUA no Vietnã

1965 31/03 Atingido e escalado o pico da Neblina (AM), 3014m., ponto culminante do Brasil

1966 05/02 Ato Institucional nº 3; eleições indiretas para governador, prefeitos nomeados nas capitais

03/10 Eleição indireta (pelo Congresso) de Costa e Silva (promovido o mal.) e seu vice, Pedro Aleixo

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1967 18/07 O ex-pres. Castelo morre em desastre aéreo no CE

1968 04/04 Assassinato nos EUA M. Luther King, líder negro pacifista, Prêmio Nobel da Paz

26/05 E. Zerbini realiza o 1º transplante de coração no Brasil

14/10 A polícia prende em Ibiúna, SP, 1240 participantes do 3º congresso da UNE

30/12 1ª lista de cassações pós AI-5, encabeçada por Márcio Moreira Alves

1969 25/01 O cap. Carlos Lamarca e 3 militares levam para a guerrilha da VPR caminhão de armas do quartel de Quitaúna, SP

20/07 N. Armstrong e E. Aldrin são os 1ºs homens a pisarem na Lua, onde fincaram a bandeira dos

EUA

31/08 Junta dos ministros militares assume a Presidência, preterindo o vice Pedro Aleixo, com base no AI nº 12 (após a doença do presidente)

09/09 A Junta Militar baixa o Ato Institucional nº 14, prevendo pena de morte e prisão perpétua em casos de “guerra revolucionária”

24/10 O Congresso elege Médici e seu vice, almirante Rademaker, com 239 votos a 76 abstenções;

entra em vigor a Constituição da Junta

22/11 Carlos Marighella, ex-constituinte, líder da ALN é morto pelo grupo do delegado Fleury, em SP

(data e versão contestadas)

Investimentos do governo do PR deu origem às Universidades Estaduais de Londrina, Maringá e Ponta Grossa

1970 25/03 Decreto-lei amplia de 12 para 200 milhas o limite das águas territoriais brasileiras

09/07 Criado o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)

24/08 Brasil e Paraguai firmam acordo para constituir Ataipu (maior hidrelétrica do mundo)

01/09 O Censo conta 93 139 037 hab.

09/10 Começa a construção da rodovia Transamazônica

1971 18/09 A repressão encurrala e abate em Ipupiara, BA, o capitão-guerrilheiro Carlos Lamarca

11/11 Leon Peres, gov. do PR, renuncia

1972 19/02 1ª transmissão de TV em cores no Brasil

12/04 Ataque do Exército a militantes do PC do B no sul do PA dá início à Guerrilha do Araguaia

21/08 O Brasil ultrapassa 100 milhões de hab.

1973 10/01 O 4º Exército destrói a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), em PE

31/03 Fechadas as comportas da represa de Ilha Solteira, PR

11/09 Golpe militar no Chile; o gen. A. Pinochet derruba o gov. socialista

25/12 Choque violento assinala o fim da Guerrilha do Araguaia

1974 15/01 Geisel é eleito no Colégio Eleitoral, por 400 votos a 76 de Ulyses Barbosa

01/02 Incêndio do Ed. Joelma, SP; 188 mortos

04/03 Inaugurada a ponte Rio-Niterói, com 12,9 Km. e vão central de 300m.

01/07 Morre o pres. argentino J. D. Perón; assume sua vice (e esposa), Maria Estela Perón

14/09 Começa a rodar a 1ª linha (7 Km) do metrô, SP, 1º do Brasil

1975 15/03 Fusão dos Estados do RJ e GB; posse dos gov., todos indiretos e da Arena

18/07 Forte geada no centro-sul; quebra do café

1976 15/07 Inaugurada a fábrica da Fiat em Betim, MG

22/08 Juscelino Kubitschek morre em acidente de automóvel na Via Dutra

1978 15/10 Eleição indireta do gen. Figueiredo (por 355 votos a 226 para o gen. Euler Bendes)

31/12 Fim do AI-5 (após 10 a. 18 d. de arbítrio) das penas de morte, prisão perpétua e banimento

1979 28/08 Figueiredo sanciona a anistia; retorno dos exilados, reaparecimento dos clandestinos

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Inflação do ano, 77,2%; variação do PIB, 7,2%

1980 fev. Garimpeiros descobrem grande jazida de ouro a céu aberto em Serra Pelada, PA

19/04 Presos e enquadrados na Lei de Segurança 11 líderes grevistas do ABC, entre eles Lula

01/09 O Censo conta 119 002 706 hab. no País

Inflação do ano, 110,2%; variação do PIB, 9,2%

1982 12/10 Concluída a represa de Itaipu, submergindo as cataratas de Sete Quedas

1984 25/01 1ª grande comício (300 mil) da campanha Diretas-Já, na Praça da Sé, SP

1985 15/01 O Colégio Eleitoral elege Tancredo pres. e Sarney vice, por 480 votos; Maluf tem 180; há 9

ausências e 17 abstenções

15/03 Tancredo Neves contra infecção hospitalar; posse de José Sarney, que exerce a Presidência

29/11 Sarney e o pres. arg. Raul Alfonsín inauguram ponte Tancredo Neves sobre o Paraná em Foz do Iguaçu

Inflação do ano, 237,7%; variação do PIB, 7,9%

26/04 Acidente nuclear em Tchernobil, URSS, 31 mortes imediatas, 135 mil evacuadas

1987 30/09 Vem a público a contaminação com césio de moradores de Goiânia, GO; 16 pessoas são internadas em estado grave; 3 delas morrerão

Inflação do ano, 365,7%; de dezembro, 14,1% PIB, 3,5%

1988 05/10 Ulysses, pres. da Constituinte, promulga a Constituição de 88, que batiza de “cidadã”

22/12 Assassinado por fazendeiros o sindicalista acreano e personalidade mundial Chico Mendes

Inflação do ano, 933,6%; PIB – 0,1%

1989 17/12 2º turno da eleição presidencial; Collor, com 35 milhões de votos (42,7%), vence Lula, 31,1

milhões (37,9%)

Inflação do ano, 1764,9%; variação do PIB, 3,2%

1990 março A inflação alcança os picos históricos de 84,3% no mês (não superado) e 4854% em 12 meses (superado em jun/94)

02/08 O Iraque ocupa o Kuwait, que considera território iraquiano

Inflação do ano 1198% (para a FGV, 146,8%, para a Fipe, 1639%); variação do PIB – 4,4%, a maior recessão já registrada

1991 17/01-18/02 Guerra do Golfo; coalizão de 19 países com os EUA à frente vence o Iraque de S. Hussein

08/12 Ieltsin proclama o fim da URSS

1992 03-14/06 Conferência Mundial Eco-92 sobre o meio ambiente, no RJ

29/09 Impeachment por 441 votos a 38 a Câmara autoriza o Senado a processar Collor, que é afastado da Presidência; o vice Itamar Franco assume, 3 meses depois Collor é cassado

1993 CPI enquadra anões “sortudos”, liderados pelo parlamentar João Alves (18 cassados)

1994 01 de maio O Brasil perdeu Ayrton Senna da Silva no circuito de Ímola, na Itália, tricampeão de Fórmula 1

O Brasil vence a Itália nos pênaltis e sagra-se tetracampeão mundial de futebol

Fernando Henrique Cardoso é eleito presidente no 1º turno

O Apartheid chega ao fim, Nélson Mandela é eleito presidente da África do Sul

1995 Terremoto de 7,3 graus na escala Richter mata mais de 6 mil e reduz a pó Kobe no Japão

19/04 Atentado de Oklahoma, EUA, deixa 168 mortos

1996 Chacina de 19 sem-terra, em Eldorado do Carajás, PA

31/10 Avião da TAM cai em bairro de SP, 99 mortos

1997 06/05 Dando início à onda de vendas de estatais, Vale do Rio Doce é privatizada

1998 Primeira reeleição: Fernando H. Cardoso com 53% dos votos válidos no 1º turno, com 35 936 382 votos

1999 ISTOÉ escolhe a Presidência de Juscelino como fato mais marcante do séc. XX no país

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4.1.5 Apêndice E – O Caminho do Peabirú

Trata-se de um caminho transcontinental, pois conseguia atravessar

a América do Sul (sentido leste oeste), fazendo a ligação dos oceanos Atlântico e

Pacífico. Ou seja: do litoral paulista (Cananéia, perto de São Vicente) ao Peru;

atravessando a Escarpa do Mar, penetrando pelo vale do rio Ribeira do Iguape,

transpondo os Campos Gerais, ultrapassando os rios Tibagi, Ivaí, Piriqui, e

atingindo a região das Sete Quedas, penetrando no território paraguaio, e,

vencendo a Cordilheira dos Andes, terminando no litoral peruano.

Existem várias hipóteses sobre sua abertura na era pré-colombiana,

acreditando-se que seja obra dos índios guaranis de tronco tupi. Como sua ligação

passava por área de domínio do Império Inca (Cordilheira dos Andes), é provável

que, em tempos remotos, esses povos o tinham utilizado como rota comercial.

Entre os vários caminhos terrestres este, que existiu antes do

descobrimento da América, é o mais famoso e o mais extenso (mais de três mil

quilômetros), bastante sinuoso e possuindo numerosas ramificações para o norte e

para o sul. Uma delas atingia o litoral de Santa Catarina.

Serviu de rota para os índios pré-colombianos, na ligação do interior

do continente com o litoral. Foi muito utilizado pelos conquistadores espanhóis, os

jesuítas das reduções, os bandeirantes paulistas, nos séc. XVI e XVII, os pioneiros

desbravadores no final do séc. XIX. Entre os inúmeros viajantes que por ele

passaram, destacamos o 1º europeu, Aleixo Garcia, em 1522 (aproximadamente).

Depois o enviado ao Brasil pelo governo espanhol, Pero Álvares Nuñes Cabeza de

Vaca, que com 250 homens, provavelmente com índios guias,partindo do litoral de

Santa Catarina, subiu o rio Itapocu, ultrapassando a Escarpa do Mar, venceu os

campos de Tindiqueira (Araucária) e assim encontrou a linha tronco do caminho,

em 1541-42. O artilheiro alemão Ulrich Schmidel e seus companheiros, utilizaram-

se na sua viagem de Assunção a São Vicente, entre 1552 e 1553. Vindos do

Paraguai passaram: Cristoval Saavedra (1551), Hermano de Salazar (1552),

Francisco de Gambarota (1556). De Ontiveros até São Vicente, em 1554 Ruy Dias

Melgarejo. Vindo de São Vicente para o Paraguai Juan de Salazar e Apriano de

Goes, em 1556. Entre os portugueses, no sentido do Paraguai: Pedro Franco de

Torres (1607). Henrique Paes (1613), Manuel Preto (1618), Sebastião de Freitas

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(1620), Antonio Raposo Tavares (1628), e tantos outros. Em 1628, o governador do

Paraguai, Luiz de Céspedes y Xeria. Assim, durante muito tempo, o caminho foi

percorrido por milhares de pessoas. O curioso é que hoje, em pleno séc. XXI, ainda

não foi possível a ligação, via estrada de rodagem, do litoral brasileiro ao litoral

peruano.

Encontramos várias denominações para o caminho: os índios, na

língua Tupi – (Pe = caminho, abiru = amassado, resultando , “Caminho Amassado”,

ou “Caminho de Mate Batido”);para os descendentes de guaranis, evocava a

espiritualidade – (“Yvy Marã Ey” = “Terra sem mal”, onde as roças cresciam sem

serem plantadas e a morte era desconhecida); para os jesuítas – (como pensavam

que o apóstolo referido teria vindo à América catequizar os índios, identificaram-no

com o personagem indígena lendário, o Pai Zumé, que segundo os indígenas, lhes

teriam ensinado muitas coisas, assim o nome ficou, São Tomé); posteriormente foi

chamado de (“Caminho da União entre Povos”).

No Paraná o caminho passa por cerca de 25 municípios, a partir do

ramal e região de Campo Mourão temos: Corumbataí do Sul, Quintal do Sal, Fênix

(Parque Vila Rica do Espírito Santo), Barbosa Ferraz (distrito de Bourbônia),

Campina da Lagoa, Ubiratã, Juranda, Nova Cantã, Pitanga, Peabirú, entre outros.

Alguns historiadores descrevem os seguintes aspectos físicos: tinha

cerca de oito palmos de largura (dá em torno de 1,40m), uma profundidade de

0,40m e forrado por gramíneas (pelo menos 3 espécies), que impediram o

crescimento do mato.

Na região de Campo Mourão é possível encontrar alguns resquícios

do Peabirú, onde existe um trecho que sai de Campo Mourão, passa por Barbosa

Ferraz e chega a Fênix, num percurso de 60Km.

Infelizmente o caminho tem se encontrado num total abandono, a

cultura de soja na região tem destruído os resquícios e seus vestígios apenas

sobrevivem.

O fato positivo é que existem alguns projetos de natureza turística,

histórica, ecológica, mística e social, que visam resgatar e mapear a trilha pré-

colombiana. Um bom exemplo é o Projeto da COMCAM (Comunidade dos

Municípios da Região de Campo Mourão).

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