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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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1

Material Didático

Resgatando o uso das plantas medicinais na

preservação da saúde humana: perpassando pela leitura crítica de textos verbais, números e gráficos às dificuldades na escrita.

2009 – 2010

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2

Colégio Estadual “Rui Barbosa” Ensino Fundamental e Médio

Maringá - Paraná

IES Vinculada:

Universidade Estadual de Maringá – UEM

MATERIAL DIDÁTICO INTERDISCIPLINAR

Ciências

Walkiria Baliscki Sturion

Plantas Medicinais

Orientadora: Doutora Maria Aparecida Sert

Matemática

Antonio Fernando Haas

Estatística: Uma leitura do Mundo por meio de números e gráficos.

Orientadora: Doutora Clédina Regina Lonardan Acorsi

Língua Portuguesa

Célia da Silva Oliveira

Leitura crítica: uma necessidade social.

Orientador: Doutorando Fábio Lucas Pierini

Pedagogia

Márcia Roncada Lonardon

Dificuldades de escrita em alunos da 6ª série: avalição e intervenção

Orientadora: Doutora Elsa Midori Shimazaki

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1

Sumário

APRESENTAÇÃO................................................................................................................ 3

CIÊNCIAS............................................................................................................................. 4

MATEMÁTICA .................................................................................................................... 5

LÍNGUA PORTUGUÊSA .................................................................................................... 6

OBJETIVOS GERAIS: ......................................................................................................... 6

PEDAGOGIA........................................................................................................................ 7

1ª UNIDADE......................................................................................................................... 8

1 Educação......................................................................................................................... 8

1.1 Educação nas sociedades primitivas ................................................................... 9

1.2 Educação no Brasil .............................................................................................11

1.3 Desenvolvimento e aprendizagem......................................................................16

1.4 Apropriação da escrita ........................................................................................18

1.5 Dificuldades na aquisição da escrita ...................................................................21

1.6 A escrita..............................................................................................................30

1.7 Um pouco da história da escrita..........................................................................31

2 Interdisciplinaridade ..................................................................................................... 36

2.1 Matemática .........................................................................................................36

2.2 Ciências..............................................................................................................40

2.3 Língua Portuguesa..............................................................................................42

2.4 Pedagogia ..........................................................................................................43

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 44

3 Plano de ação docente................................................................................................... 46

3.1 Plano de ação docente: Prática da Oralidade .....................................................46

Referências: .............................................................................................................51

3.2 Plano de ação docente – Prática da Leitura........................................................52

Referência: ...............................................................................................................65

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2

3.3 Plano de ação docente: Levantamento de dados ...............................................66

Referências: .............................................................................................................70

3.4 Plano de ação docente: Conhecendo os Vegetais ..............................................71

REFERÊNCIAS: .......................................................................................................79

3.5 Plano de ação docente – Pesquisa Bibliográfica.................................................80

Referências: .............................................................................................................88

3.6 Plano de ação docente – O Uso de Plantas Medicinais ......................................90

Referências: ...........................................................................................................101

3.7 Plano de ação docente – Produção textual: gráfica e escrita ............................102

Referências: ...........................................................................................................114

3.8 Plano de ação docente – Visita ao Horto de Plantas Medicinais .......................115

Referências: ...........................................................................................................123

3.9 Plano de ação docente: Estudo do Solo ...........................................................124

Referencias: ...........................................................................................................134

3.10 Plano de ação docente – Cultivo das Plantas Medicinais................................135

Referências: ...........................................................................................................144

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3

APRESENTAÇÃO

Este CADERNO PEDAGÓGICO tem por objetivo trabalhar com os

envolvidos no processo de aprendizagem dos alunos do Colégio Estadual “Rui

Barbosa” - Ensino Fundamental e Médio. Neste material será estudadas

questões que envolvem o resgate cultural no uso das Plantas Medicinais por

intermédio de levantamento de dados estatísticos, leitura de textos de circulação

social e o processo de aquisição da escrita na perspectiva histórico cultural.

O Plano de intervenção pedagógica, contido no plano de trabalho do

Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria de Estado da

Educação do Paraná (SEED), apresenta-se organizado em unidades

estabelecendo um diálogo entre os envolvidos com o processo educativo e

desencadeando uma reflexão sobre as concepções relacionadas à aprendizagem.

Procurou–se ainda, estabelecer ações pedagógicas para que aconteça um bom

aproveitamento escolar, visando à formação crítica e uma maior interação entre

alunos, professores e conhecimento científico.

Walkiria Rosangela Baliski Sturion

Antonio Fernando Haas

Célia da Silva Oliveira

Márcia Roncada Lonardon

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CIÊNCIAS

Objetivo geral:

Proporcionar aos alunos o estudo sobre as plantas medicinais, para que

compreendam a importância dessas plantas para a promoção da saúde humana,

bem como a conscientização quanto à preservação das espécies vegetais.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

� Coletar dados sobre as plantas medicinais.

� Reconhecer as plantas medicinais mais utilizadas pela comunidade de

Iguatemi.

� Realizar pesquisa bibliográfica sobre as espécies que foram destaque no

levantamento de dados.

� Valorizar o conhecimento sobre plantas medicinais acumulado por inúmeras

gerações;

� Conhecer o Horto de Plantas Medicinais Professora Irenice Silva, da

Universidade Estadual de Maringá e adquirir mudas devidamente

identificadas.

� Implantar um horto de plantas medicinais na escola, para estudos,

observações e obtenção de mudas para a comunidade.

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MATEMÁTICA

OBJETIVOS GERAIS:

Proporcionar aos alunos o conhecimento da Estatística, uma ciência que

se faz presente no dia a dia das pessoas, a fim de torná-lo um cidadão

competitivo, crítico, com habilidades de ler, compreender, analisar, construir

tabelas e gráficos, interpretar dados, para que possa inferir em uma comunidade.

Subsidiar os alunos por meio do conhecimento adquirido a fazerem leitura

mais crítica de pesquisas publicadas em jornais e revistas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

� Ler e interpretar tabelas e gráficos apresentados nos meios de comunicação;

� Coletar dados estatísticos por meio da aplicação de questionário;

Organizar informações;

� Interpretar e elaborar tabelas simples e de dupla entrada.

� Interpretar e elaborar gráficos.

� Produzir textos de interpretação de tabelas e gráficos.

� Questionar a realidade, desenvolvendo capacidade de análise crítica;

� Calcular medidas de tendência central como: média, moda, mediana.

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LÍNGUA PORTUGUESA

OBJETIVOS GERAIS:

Proporcionar ao aluno a realização de práticas pedagógicas que

possibilitem a formação de um leitor crítico, capaz de ler os diferentes tipos de

textos sociais veiculados nos meios de comunicação de massas e, portanto,

presentes no cotidiano, para que o mesmo possa posicionar diante do texto e

inferir no meio em que vive.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

� Compreender a leitura como uma atividade que propicia a construção de

sentidos para a própria experiência de vida.

� Perceber a leitura como uma possibilidade tanto de manutenção quanto de

transformação da própria realidade vivida.

� Promover a leitura como forma de inserção social.

� Aprimorar os níveis de leitura, suas modalidades (silenciosa, em voz alta,

individual, coletiva) e suas respectivas finalidades.

� Debater possibilidades de interferência do professor e da família para a

formação do leitor crítico.

� Aprimorar as habilidades leitoras que propiciam o desenvolvimento do leitor

crítico.

� Promover a leitura como prática interdisciplinar.

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PEDAGOGIA

Objetivo Geral:

Estudar as falhas nas escritas cometidas por alunos que frequentam a

6ª série do ensino fundamental em uma escola pública no distrito de Iguatemi,

a fim de preparar curso de formação continuada em serviço aos professores.

Objetivos Específicos:

� Conhecer as concepções dos professores sobre as dificuldades básicas da

escrita, e quais os fatores que possam estar contribuindo para que esta

dificuldade esteja acontecendo.

� Identificar por meio de levantamento, o nível de envolvimento que os

familiares dos alunos da 6º série têm com a escrita.

� Desenvolver, junto aos alunos de 6ª série, nos primeiros dias de aula do 2º

semestre, atividades de escrita para posterior análise comparativa.

� Planejar com outros professores PDE, após levantamento de dados,

intervenção pedagógica junto aos professores da 6ª série.

� Organizar e coordenar grupo de estudos com professores e pedagogos,

subsidiando o aprimoramento teórico – metodológico.

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1ª UNIDADE 1 Educação

A educação é transmitida de geração em geração como valores, normas,

atitudes, experiências imagens e outros, tendo como função a reprodução do

sistema social.

Brandão (1994, p. 9) coloca que a escola não é o único espaço para que a

educação aconteça. A educação acontece em várias formas de organizações

sociais, ela acontece em grandes ou pequenas sociedades, em locais

desenvolvidos ou não, em grupos de agricultores, em tribos de índios e outras

formas de organização social. A educação existe em cada povo com suas

peculiaridades e é ela que mantém o processo de produção de crenças e idéias e

que constroi tipos de sociedades. Assim, a sociedade perpetua suas condições de

existência. Para confirmar que a educação acontece também fora da escola em

regiões empobrecidas ou mais evoluídas, observa-se que uma criança ao nascer,

por exemplo, no Sul do Brasil, esta terá influências desse ambiente como

alimentos típicos, forma de falar, costumes, vestuário influências religiosas, ritos e

cerimônias que caracterizam essa sociedade. Crescendo nesse ambiente esses

valores serão internalizados por esse individuo. Ou um individuo que nasce em

ambiente mai próspero a educação se diferencia nas relações sociais, individuais

e ambientais. Brandão (1994 p. 9) escreve que todos os dias misturamos a vida

com a educação.

A palavra educação em termos etimológicos é definida em Gilberto Cotrim

(1987, p. 37): da seguinte maneira:

Educare: tem origem em verbos latinos o significado de transmitir informação a alguém, conduzir (ducare) para fora. Educare transmite a idéia de algo externo que se acrescenta ao individuo, procurando dar-lhe condições para o seu desenvolvimento, transferência do saber de geração para geração. Educere: desenvolver algo que está no individuo ação de formar, instruir, guiar. Educere sugere libertação de forças latentes e que dependem de estimulação para vir a tona.

Segundo o dicionário de Língua Portuguesa, de Aurélio B. Ferreira a

educação é o processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual ou

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moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração

individual e social.

Para Vygotsky (1998) entende-se educação como a influência e

intervenção planejadas, com objetivos premeditados e conscientes nos processos

de crescimento natural do organismo. Portanto para o autor, a educação intervém

nos processos de crescimento e as orientam.

1.1 Educação nas sociedades primitivas

Devem-se distinguir duas grandes etapas da evolução cultural dessas

sociedades, os períodos Paleolíticos e Neolíticos .

Gilberto Cotrim (1989, p. 89) coloca no que período Paleolítico a sociedade

se organizava com relações igualitárias, predomínio de vida nômade e cultivo de

frutos onde a caça e pesca predominava. Neste período a educação era

assistemática1, e o trabalho condicionava a educação de meninos e meninas. Os

jovens entravam na comunidade por ritos de iniciação.

No Período Neolítico a sociedade desenvolvia a agricultura e o pastoreio. O

nomadismo foi substituído pelo sedentarismo e a preservação das estruturas

comunidades anteriores. A partir desse período foram sendo organizadas

pequenas unidades sociais não mais dispersas, mas unificadas e formadas numa

organização democrática. Posteriormente chegou-se numa sociedade de classes

organizada na propriedade privada, a instituição político administrativo do Estado

surgindo assim a civilização.

Civilização Indiana: Gilberto Cotrim (1989, p. 95) descreve que a

educação varia conforme a casta. Os Sudras recebiam educação elementar, os

Xátrias e Vaixás podiam receber as escolas literárias instaladas pelos brâmanes,

mas somente os brâmanes recebem requintada educação literária e filosófica.

O Budismo : Gilberto Cotrim (1989, p. 110) descreve que os objetivos

educacionais era desenvolver a personalidade do indivíduo e dava-se ênfase no

desenvolvimento do senso crítico.

1 Assistemática: que não tem ou não segue sistema, ou que não é parte de um sistema: método assistemático, caótico: comportamento assistemático, eventual, casual

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Civilização Chinesa : no site só história descreve que a educação chinesa

para as meninas era prepará-las para as tarefas do lar e os meninos eram

preparados para concorrer ao cargo de funcionário real. Era trabalhada a busca

da precisão, refinamento de hábitos sociais, valorização de virtudes, como

sensatez e tolerância.

O Confucionismo : o objetivo da educação era “o homem superior”, o

homem trilhando o caminho do equilíbrio.

O Taoísmo ; o taoísmo não valorizava o conhecimento formalmente

transmitido. O aprendizado dirigia-se ao interior do homem, a sabedoria vinha de

dentro de cada um.

A civilização Grega : Gilberto Cotrim (1989, p. 114) coloca que a

importância de se conhecer a Grécia na antiguidade é que a herança de sua

cultura atravessa séculos, chegando até nossos dias. Essa herança de sabedoria

representa a grande fonte cultural de nossa civilização ocidental, no campo de

filosofia, artes plásticas, arquitetura e teatro. Surgem na Grécia as primeiras

reflexões sistemáticas sobre educação, surgindo assim a pedagogia . A partir de

então a educação é vista como a responsável pela transformação integral do

homem. O mesmo autor (p.116) destaca que a educação Espartana utilizava

vocábulo técnico de agogê, que significa adestramento, treinamento. O objetivo

era formar soldados. A criança até os sete anos ficava com as mães, após essa

idade eram entregues aos cuidados de uma escola oficial. Ao chegarem nessa

escola recebiam uma cama de palha e uma roupa curta, não recebiam calçados.

A comida era escassa. Era incentivado a furtar, dessa forma eles desenvolviam a

astucia. Dos doze aos quinze anos aprendiam letras e cálculos, cantos de hinos

patrióticos que exaltava a coragem. De dezesseis aos vinte anos eram treinados

nas armas, arco, fecha e lutas. Eles eram preparados para serem bons soldados.

Para os homens a escola era obrigatória.

Educação em Atenas: Cotrim (1989, p.119) coloca que a educação em

Atenas não era responsabilidade do Estado. Os pais tinham que dar instrução aos

filhos em escolas particulares. Até os sete anos a instrução acontecia em casa.

Dos sete aos quatorze anos os meninos eram levados para a escola por um

escravo, pedagogo e recebiam aulas de gramatista e citarista. Na adolescência

freqüentavam o ginásio onde era valorizada a atividade física. Dos dezoito aos

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vinte anos eram convocados para o serviço militar e na maturidade adquiriam os

direitos de cidadãos.

Brandão (1994, p. 39) Cotrim (1989, p. 115) escrevem que este é o começo

em que a educação vira ensino. Que se inventa a ped agogia, a escola

primária surge por volta de 600 a.C. em Atenas quan do houve a

democratização da cultura e do saber.

Os Sofistas : o processo educativo dos sofistas destaca o valor humano e

incentiva a formação de uma cultura geral.

1.2 Educação no Brasil

Período Jesuítico 1549 a 1808

Cotrim (1989, p. 259 a 263) descreve que em 1549 Tomé de Souza chega

ao Brasil. Juntos vieram os padres Jesuítas, chefiados pelo padre Manuel da

Nóbrega. Os jesuítas foram os responsáveis pela educação brasileira por 210

anos. Deu-se início a era da catequização dos índios, convertendo-os ao

cristianismo católico. Os jesuítas montaram aldeias que se chamavam de missões

ou reduções. Com a concentração de índios nesses lugares, já pacificados,

foram alvos dos bandeirantes, que os aprisionava com maior facilidade para que

fossem seus escravos. Devido a esses ataques as missões foram destruídas.

Os jesuítas foram os criadores dos primeiros colégios, o método e o conteúdo do

ensino dos jesuítas eram “o Ratio studiorum” 2. Os conteúdos de ensino

abrangiam três cursos: Humanidades, Filosofia e Teologia (estudos baseados na

escolástica3). Era uma educação destinada à elite, com padrões culturais

europeus e que deveriam ser imitados, assim não conseguia ver a realidade, a

pobreza e a incultura do povo. Com o crescimento os jesuítas tiveram mais

autonomia em relação ao Estado e a Igreja. Em 1759, com a coroa portuguesa

sentindo-se ameaçada, o Marques de Pombal expulsou os jesuítas do Brasil.

Houve então a Reforma educacional de pombal. O Período Pombalino foi

de 1760 a 1808. Nesse período surge o ensino público organizado em aulas

2 Ratio studiorum – principais características do método de ensino utilizado nos colégios jesuíticos, com as características de preleção, debates, memorização, expressão e imitação. 3 A escolástica resulta essencialmente do aprofundar da dialética.

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avulsas (aulas régias). Ribeiro (1986, p. 37). Escreve que essa organização

pedagógica foi um retrocesso. Gilberto Cotrim (1989, p. 263) comenta que foram

organizados novos objetivos educacionais para o Brasil, mas as mudanças não

surtiram efeito, pois a estrutura organizacional dos jesuítas sobressaiu.

De 1821 a 1889 – Período Imperial :

Piletti (2010, p. 153) descreve que com a vinda da Família Real e a

Independência a educação brasileira foi dirigida à elite, o ensino secundário e

superior tem prioridade e o ensino primário foi pouco difundido. O método

Lancaster4 foi utilizado nas escolas. Constata-se que nada foi feito pela educação

nesse período.

Período da Primeira República (1889 – 1930)

Piletti (2010, p. 157) cita que a educação elitista entrou em crise e

mudanças aconteceram em outros setores no Brasil. Em 1890 Marechal Deodoro

criou o Ministério da Instrução Pública Correios e telégrafos, mas logo após,

Benjamim Costant que assumiu o comando desse Ministério, organizou uma

reforma no sistema educacional brasileiro e em 1892 os assuntos relacionados à

educação passaram ser de responsabilidade do Ministério da Justiça e Negócios

Interiores. De 1910 a 1920 surgiu um movimento onde se combatia o

analfabetismo.

O Portal da educação em pedagogia em foco - coloca que o percentual de

analfabetos nesse período no País referentes a todas as idades era de 75%

enquanto que na população de 15 anos era de mais 65%. Acreditava-se que a

ignorância do povo era o causador das crises no país. Em 1930 houve uma

revolução e esta foi responsável pelas transformações que ajudaram no

progresso educativo do país.

4 "ensino mútuo", onde um aluno treinado ensina um grupo de dez alunos sob a rígida vigilância de um inspetor.

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Em 1932 educadores preocupados com a educação organizam um

documento “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” e nele contém a

reivindicação de uma escola pública, laica, gratuita e obrigatória.

Piletti (2010, p. 169) diz que em 1934 após intensas discussões tornam-se

preceitos constitucionais:

- gratuidade e obrigatoriedade do ensino fundamental de 1º grau; - direito de todos à educação; - liberdade de ensino; - a educação é obrigação do Estado e da família; - ensino religioso multiconfessional.

Período da Nova República 1945 a 1963

Gilberto Cotrim (1989, p. 291) coloca que em 1942 o Brasil vivia a ditadura,

com o enfraquecimento do nazifacismo5 no mundo, as idéias liberais e

democráticas foram se espalhando e no Brasil, após a saída de Getúlio Vargas,

começa a redemocratização. Entre 1948 e 1961 iniciou-se a discussão em

relação à Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Em 1961 a LDB foi aprovada,

nesse período discute-se a erradicação do analfabetismo e Paulo Freire surge

com um método conscientizador para alfabetizar adultos, a Pedagogia

Libertadora.

1964 – 1985 - Período do Regime Militar

Gilberto Cotrim (1989, p. 297) escreve que com o golpe de 1964 houve a

instalação da ditadura militar e estes adotaram um modelo econômico capitalista.

A educação teve que se moldar as diretrizes vigentes, dessa forma surgiu o

acordo MEC-USAID6 com o objetivo de melhorar o modelo educacional do Brasil.

No Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização) a preocupação era ensinar o

adulto a ler e escrever sem se preocupar com sua formação. O período de

ditadura foi de 1964 a 1985. Nesse período o país entrou numa de suas maiores

crises. A educação apresentava uma característica conservadora e esta era um

instrumento de reprodução da ideologia dominante. Gilberto Cotrim (1989, p. 301)

5 nazi-fascismo à ideologia – e aos regimes totalitários que a seguiram – marcada por seu caráter nacionalista, antidemocrático, antioperário, antiliberal e anti-socialista. 6 MEC- Ministério da educação USAID – United States Agency for International Developmente

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aborda que nesse período surge a Pedagogia Crítico - Social dos Conteúdos

onde os educadores Guiomar Name de Melo, José Carlos Libâneo e Demerval

Saviani, Anísio Teixeira, Paulo Freire e outros definem a postura dessa corrente

pedagógica que era a valorização do papel social da escola pública na

transmissão do saber sistematizado e do saber científico para as classes

populares.

O site Pedagogia em foco comenta que nessa época a educação tinha

caráter antidemocrático. Os educadores foram perseguidos por suas convicções

ideológicas. O Decreto Lei nº477 de fevereiro de 1969 definia demissões e

desligamentos dos envolvidos com a educação, esta lei silenciou professores e

alunos.

Período da abertura Política 1985 a 2003

O Portal da educação em Pedagogia em foco afirma que a partir de 1985

os profissionais da educação lutam para que a liberdade de expressão e a

democratização do país aconteçam e iniciam estudos investigativos e mais

críticos. As influências de Marx e Gramsci favoreceram os professores e

especialista (Guiomar N. Melo, Darci Ribeiro e outros) para que lutassem a favor

da educação do ensino básico, esse movimento ficou caracterizado como

“reformas dos anos oitenta”.

Na década de 90 houve uma completa reestruturação no sistema de ensino

da educação básica. Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) proposta pelo

Senador Darcy Ribeiro foi aprovada. Foi criado o Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento do Ensino Fundamental (FUNDEF7) e mecanismos de avaliação

como: o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), este tem como objetivo

avaliar alunos do 3º ano do Ensino Médio e o Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Básica (SAEB) direcionado a alunos de 4ª e 8ª séries.

7 O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF) foi instituído pela Emenda Constitucional n.º 14, de setembro de 1996, e regulamentado pela Lei n.º 9.424, de 24 de dezembro do mesmo ano, e pelo Decreto nº 2.264, de junho de 1997. O FUNDEF foi implantado, nacionalmente, em 1º de janeiro de 1998, quando passou a vigorar a nova sistemática de redistribuição dos recursos destinados ao Ensino Fundamental.

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Em 2005 foi criado o Programa Universidade para Todos (PROUNI8) e a

Prova Brasil que tem como objetivo tornar as avaliações da SAEB mais detalhada

e completa. A Prova Brasil é censitária e avalia alunos de 4ª e 8ª séries.

Em 2007 é lançado pelo Ministério da Educação (MEC) o Plano de

Desenvolvimento Educacional (PDE), seu objetivo é elevar o nível da educação

brasileira aos níveis dos países desenvolvidos, tendo como prazo de duração até

2022. Para medir o processo de evolução da educação brasileira foi criado o

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

O que se constata com esse histórico é que a educação acontece em todos

os momentos de nossa vida e que ela não é neutra. Brandão (1994, p. 102): diz

que:

o controle sobre o saber se faz em boa medida através do que se ensina; e a quem se ensina; que através da educação erudita, da educação de elites ou da educação “oficial”, o saber oficialmente transforma em instrumento político de poder.

Dos primórdios até a civilização ateniense a educação era realizada

através de relações interpessoais, em ambiente familiar ou com indivíduos mais

velhos. Jardins, templos, casas e oficinas eram os espaços utilizados para que o

processo educativo acontecesse. Existia educação sem ter a escola.

A partir do momento em que a educação começa a ter relação com o

trabalho, com o ideal de reproduzir uma ordem social, ela passa a ser questão do

Estado e aparecendo como propriedade. Observa-se então que a cada mudança

na política ou na economia a educação também sofre mudanças. A história

demonstra que em certos períodos o processo educativo não apresentou

nenhuma evolução, consequentemente na atualidade a educação está aquém de

outros países. Portanto, cabe a nós um envolvimento maior para que a educação

evolua, seja de fato direito de todos, que tenha qualidade e que promova a

igualdade social construindo uma sociedade mais justa.

8 O ProUni – foi criado pela MP nº 213/2004 e institucionalizado pela Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005. Tem como finalidade a concessão de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda, em cursos de graduação e seqüenciais de formação específica, em instituições privadas de educação superior, oferecendo, em contrapartida, isenção de alguns tributos àquelas que aderirem ao Programa.

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1.3 Desenvolvimento e aprendizagem

O desenvolvimento e aprendizagem são processos complexos. Para que o

professor desenvolva um bom trabalho ele deve ter uma visão sob dois aspectos:

primeiramente de como se processa a aprendizagem e o desenvolvimento e

depois como as relações entre elas acontecem.

Martins Fontes (1998, p.110) coloca que o ponto de partida dessa

discussão é o fato que o aprendizado das crianças começa muito antes de elas

freqüentarem a escola. Quando a criança começa a frequentar a escola e ao

aprender algum processo de matemática certamente em seu ambiente familiar já

tenha se envolvido em atividades matemáticas, como atividades que envolvam

tamanhos, adições e outras.

A criança desde o nascimento aprende na medida em que se relaciona

com seus pais ou outros de sua casa aprendem a falar ouvindo a mãe, imitando-

os e dessa forma vai formando suas habilidades. Uma criança que não tem essa

interação, mesmo tendo os requisitos inatos, não conseguiria ampliar o processo

da fala. Marta Kohl (1997, p. 57) diz que o desenvolvimento fica impedido de

ocorrer na falta de situações propicias ao aprendizado. Dessa forma, o

aprendizado produz na criança novos elementos em seu desenvolvimento. É a

aprendizagem que direciona o caminho por onde o desenvolvimento vai

acontecer. A teoria de Vygotsky se sedimenta nas interações entre os indivíduos

e as relações entre aprendizagem e desenvolvimento ele identifica dois níveis de

desenvolvimento no que se refere à aprendizagem.

I) NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO EFETIVO DA CRIANÇA ( VYGOS TY – 2006)

OU ZONA DE DESENVOLVIMENTO REAL (MARTINS FONTES – 1998)

Quando uma criança ingressa na escola devemos compreender até onde

ela já chegou, quais as atividades que pode desenvolver de forma independente

sem a ajuda de outros. Marta Kohl (1997, p. 59) coloca que Vygotsky denomina

essa capacidade de realizar tarefas de forma independente de nível de

desenvolvimento real, que é aquilo que a criança consegue realizar na realidade

naquele momento. Nesse nível a criança desenvolve as atividades com

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autonomia, são funções já amadurecidas, processos mentais que se

estabeleceram. Portanto ela não necessita de mediação. Essa fase deve ser vista

de forma retrospectiva.

II) NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO POTENCIAL:

Marta Kohl (1997, p. 59) coloca que Vygotsky “chama a atenção de que

devemos compreender adequadamente o desenvolvimento e considerar não só o

nível de desenvolvimento real da criança, mas também o seu nível de

desenvolvimento potencial”. Para Vygotsky (p. 112), o que a criança é capaz de

fazer com auxilio dos adultos chama-se zona de desenvolvimento potencial.

Nesse nível a criança necessita de colaboração, mediação. A criança é capaz de

desenvolver a atividade, mas necessita de diálogo, de demonstrações,

colaboração e imitação. Necessita de pistas para realizar das atividades.

Na teoria de Vygotsky “as interferências que são realizadas nesse nível

são extremamente importantes, pois nem todos, a partir de mediações, podem

realizar qualquer atividade”. A zona de desenvolvimento potencial caracteriza-se

por etapas posteriores. O que a criança futuramente poderá produzir. Para Marta

Kohl (p. 60) a partir da postulação da existência desses dois níveis de

desenvolvimento – real e potencial – é que Vygotsky define a zona de

desenvolvimento proximal e esta zona é um domínio psicológico em constante

transformação.

Martins Fontes (200, p. 113) coloca que:

a zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão presentemente em estado embrionário. Essas funções poderiam ser chamadas de “brotos” ou “flores” do desenvolvimento, ao invés de “frutos” do desenvolvimento.

O nível proximal permite ao professor perceber o futuro da criança em

relação ao processo de aprendizagem. Conhecer os níveis de desenvolvimento

da aprendizagem permite ao professor compreender a dinâmica interna do

desenvolvimento da criança.

Kohl (1997, p.61) diz que “é na zona de desenvolvimento proximal que a

interferência de outros é mais transformadora”. Dessa forma, a escola tem a

responsabilidade de desempenhar bem o seu papel. A mesma autora (p.62)

comenta que:

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a escola tem um papel essencial na construção do ser psicológico adulto dos indivíduos que vivem em sociedades escolarizadas. Mas o desempenho desse papel só se dará adequadamente quando, conhecendo o nível de desenvolvimento dos alunos, a escola dirigir o ensino não para as etapas intelectuais já alcançados, mas sim para estágios de desenvolvimento ainda não incorporados pelos alunos, funcionando realmente como motor de novas conquistas psicológicas. Para a criança que freqüenta a escola, o aprendizado escolar é elemento central no seu desenvolvimento.

Constata-se que a aprendizagem é a responsável por criar a zona de

desenvolvimento proximal. Conforme a criança for participando de atividades

onde existem interferências e mediações de outros, vários processos de

desenvolvimento se desencadeiam. A aprendizagem é incorporada pela criança

compondo o seu desenvolvimento, que aos poucos se tornam parte estável da

criança. Vygotsky (1984) citado por Rego (1995, p.74) afirma que “aquilo que é

Zona de desenvolvimento proximal hoje será o nível de desenvolvimento real

amanhã – ou seja, aquilo que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela

poderá ser capaz de fazer sozinha amanhã”

1.4 Apropriação da escrita

Ao analisar a evolução da escrita na criança deve-se lembrar que alguns

itens são bases importantes para o seu aprendizado.

Para Vygotsky a escrita não é separada da linguagem. A linguagem é

formada por símbolos e signos que designam os sons, as palavras da linguagem

falada. Para que a criança se aproprie desse sistema simbólico, a escrita exige

que ela desenvolva uma das funções superiores, a abstração. A criança deve

fazer desaparecer a fala e substitui-la pela escrita, pois não escrevemos o que

falamos.

Rego (1995, p. 69) afirma que:

a complexidade desse processo está associado ao fato de a escrita ser

um sistema de representação da realidade extremamente sofisticado,

que se constitui num conjunto de “símbolos de segunda ordem, os

símbolos escritos funcionam como designações dos símbolos verbais.

A compreensão da linguagem escrita efetuada, primeiramente, através

da linguagem falada: no entanto gradualmente essa via é reduzida,

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abreviada, a linguagem falada desaparece como elo intermediário.

(Vygotsky, 1984, p.131)

Para entender qual o caminho que a criança percorre para aprender a ler e

escrever, Luria organizou experimentos para procurar identificar a procedência do

desenvolvimento da linguagem escrita na criança. Ele desenvolveu um estudo

experimental onde solicitava para as crianças que não sabiam ler e escrever que

memorizassem e repetissem para ele várias sentenças faladas. Como elas não

conseguiam verbalizar as frases, Luria lhes sugeria que “escrevessem” as

sentenças como ajuda para a memória. Dessa atividade ele observou e esboçou

o percurso da pré- história da escrita.

PRÉ- HISTÓRIA DA ESCRITA

RABISCOS MECÂNICOS :

A criança não apresenta compromisso com a escrita, realiza rabiscos de

forma intuitiva e mecânica. Ela imita as ações do adulto na atividade de escrever.

Luria (2006, p149) explica que:

o ato de escrever é, nesse caso, apenas extremamente associado a tarefa de anotar uma palavra específica; é puramente intuitiva. A criança só está interessada em “escrever como adultos”, para ela, o ato de escrever não é um meio de recordar, para representar algum significado, mas um ato suficiente em si mesmo, um brinquedo.

MARCAS TOPOGRÁFICAS :

Marcas topográficas são rabiscos em locais diferentes no papel, serve para

lembrar o que lhe foi solicitado. As marcas ainda não são signos, mas servem

para lembrar informações.

Luria (2006, p. 158) comenta que “esta é a primeira forma de escrita no

sentido próprio da palavra as inscrições reais ainda não são diferenciadas, mas a

relação funcional da escrita é inequívoca. Pelo fato de a escrita não ser

diferenciada, ela é variável”.

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REPRESENTAÇÕES PICTOGRÁFICAS :

A partir do momento em que a criança descobre de como se processa a

escrita e percebe a necessidade de trabalhar com marcas diferentes ela começa

a utilizar os desenhos, mas esses desenhos são usados como instrumentos,

como signos que representam certos conteúdos.

Luria (2006, p. 161) diz que:

linhas e rabiscos são substituídos por figuras e imagens, e estas dão lugar a signos. Nesta seqüência de acontecimentos está todo o caminho do desenvolvimento da escrita, tanto na história da civilização como no desenvolvimento da criança.

ESCRITA SIMBÓLICA:

Nessa fase a relação com a escrita é externa. A criança passa a inventar

formas para representar informações. Para escrever “chuva pesada” usa traços

ou lápis com cor mais forte. Conseguindo representá-la pictograficamente pode

usar um objeto A para representar um objeto B.

Luria (2006, p.179) descreve que foi solicitado à criança para escrever a

sentença

“Há 1000 estrelas no céu”. Primeiramente desenhou uma linha

horizontal (“o céu”); em seguida desenhou cuidadosamente duas

estrelas e parou. O pesquisador: “Quantas mais você tem que

desenhar?” Ela: “Apenas duas. Eu me lembrarei que há 1000.

Neste caso, essa criança representou as 1000 estrelas pelo signo de duas

estrelas.

Luria também observou o comportamento de crianças que ainda não

escreviam, mas conheciam alguns elementos do alfabeto e tentam usá-las em

sua prática primitiva de escrita. Em suas investigações, ao solicitar para que a

criança fizesse o registro de algumas sentenças, ela registrou letras que nada

tinham a ver com as sentenças. Nessa fase a criança não ainda não aprendeu a

função da escrita. Observou-se então que no inicio da alfabetização a criança

assimila códigos que não estão internalizados e compreendidos.

Para Luria (p.188), “uma criança, de início, assimila a experiência escolar

de forma puramente externa, sem entender ainda o sentido e o mecanismo do

uso de marcas simbólicas”. Sua pesquisa confirmou que a criança antes de

compreender os mecanismos da escrita já tentou realizar registros de seus

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pensamentos ou sua pré-história da escrita. Essas formas de registros passam

por invenções, repetidas tentativas e intervenções. Dessa forma o educador deve

conhecer os vários estágios do processo de aquisição da escrita, facilitando os

encaminhamentos em sala de aula. No término da pesquisa Luria (2006, p. 189)

afirma:

observamos um processo crescente de desenvolvimento dialético das formas complexas e essencialmente sociais de comportamento, as quais, após percorrerem longo caminho, acabaram por conduzir-nos finalmente ao domínio do que é talvez o mais inestimável instrumento de cultural.

1.5 Dificuldades na aquisição da escrita

Antes de estudarmos sobre as dificuldades que as crianças apresentam na

escrita o que se deve levar em conta é que a linguagem oral é uma herança

biológica. Ao nascer, a criança está aparelhada para falar. Sendo devidamente

estimulada em seu meio social, automaticamente a criança irá usar a linguagem

oral com facilidade. Mas, isso não acontece com a língua escrita, pois ela não é

uma herança biológica e sim cultural. Ela é uma criação social que é transmitida

pelo ensino, por meio de mediações, diálogos e interações.

Marta Kohl (1997, p.68) diz que:

como a escrita é uma função culturalmente mediada, a criança que se desenvolve numa cultura letrada está exposta aos diferentes usos da linguagem escrita e o seu formato, tendo diferentes concepções a respeito desse objeto cultural ao longo de seu desenvolvimento. A principal condição necessária para que a criança seja capaz de compreender adequadamente o funcionamento da língua escrita é um sistema de signos que têm significado em si. Os signos representam outra realidade; isto é o que escreve tem função instrumental, funciona como suporte para a memória e a transmissão de idéias e conceitos.

Como a escola apropriou-se desse objeto social, de criar condições para

que a leitura e escrita aconteçam, o professor deve compreender que o processo

de construção da linguagem escrita não pode ser reduzido a aspectos mecânicos,

como dominar letras, decodificá-las... O aprendizado implica em conhecer suas

várias funções e formas de serem usadas. Dessa maneira, Moura (2006, p.184)

diz que:

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através de “bom ensino”, o professor desafia o nível em que o sujeito está, não desrespeitando seus conhecimentos e experiências anteriores, mas tendo o olhar para o futuro, para as capacidades que desenvolverá, possibilitando a socialização das experiências culturais acumuladas historicamente pela humanidade e, consequentemente, responsáveis pela promoção do acionamento das zonas proximal dos alunos.

Observa-se até aqui que para uma criança escrever corretamente devem-

se levar em consideração múltiplos aspectos. Constata-se que muitos alunos

chegam às séries finais do ensino fundamental apresentando dificuldades em

desenvolver atividades relacionadas ao uso da escrita. E quais seriam as causas?

O processo evolutivo da escrita? Novos acordos ortográficos? O grau de

complexidade da língua escrita?

Frente a essas indagações Jaime Luiz Zorzi realizou uma pesquisa em

alunos do 1º grau onde seriam observados a trajetória de apropriação da língua

escrita e erros presentes na alfabetização, observou-se que a média geral de

alterações foi de 41,2. Frente a essas alterações foi desenvolvido por Zorzi (1998,

p. 34 a 41) um quadro classificatório composto por 10 tipos de alterações que

geralmente são encontradas na escrita de crianças. Que são:

1. Alterações decorrentes de possibilidades de repr esentação múltiplas.

Na Língua portuguesa, poucas letras apresentam correspondência entre

sons e letras, essa ligação entre sons e letras recebe o nome de relações

biunívocas.

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Correspondência entre fonemas 9 e letras

Letras Fonemas - Som

p /p/

b /b/

t /t/

d /d/

f /f/

v /v/

a /a/ 10

Correspondência Múltipla :

Nesse caso uma letra representa diferentes sons, segundo sua posição.

a. Erros envolvendo a grafia do fonema /s/. Este pode ser escritos por uma

diversidade de letras:

Exemplos:

Grafia correta Erros que podem acontecer

S – salada, pasta, lápis será – cerá

SS - passear travesseiro - traveseiro

C - cimento apareceu - paresseu

Ç - pedaço caçador – casador

SC - descer cresceu - creseu

SC - nasça nascido – nasido

Xc - excesso excluir - escluir

X - explicar explicação - esplicação

Z - nariz aprendiz – aprendis

9 Fonema em lingüística: uma unidade de som caracterizada por um feixe de traços distintivos. Traços distintivos são características de som que são relevantes na diferenciação entre unidades e sistemas. Por convenção, esse tipo de unidade é representado entre barras inclinadas / /.

10 - Tabela retirado do livro de Mirian Lemle (2009,p.17)

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b. Erros envolvendo a grafia do fonema /z/. Este fonema pode ser representado

pelas letras Z (zero); S (casa) e X (exato).

Exemplos:

Grafia correta Erros que podem acontecer

Presente prezente

Tristeza tristesa

Fazer faser

Exemplo esemplo

c. Erros envolvendo a grafia do fonema /∫/, que pode ser grafado com as letras x

e ch .

Exemplos:

Grafia correta Erros que podem acontecer

Manchar manxar

Machucado maxucado

Churrasco xurrasco

Bruxa brucha

d. Erros envolvendo a grafia do fonema /Ʒ/. O mesmo pode ser grafado com as

letras j e g.

Exemplos:

Grafia correta Erros que podem acontecer

tijolo tigolo

gelatina jelatina

jornal gornal

girassol jirassou

e. Erros envolvendo a grafia do fonema /k/. Este fonema pode ser grafado pelas

letras q (querer); c (carro) e k (Kátia)

Exemplos:

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Grafia correta Erros que podem acontecer

sequestrador secuestrador

caçador qasador

explicação expliquação

quarto cuarto

f. Erros provocados porque a letra r pode representar os fonemas /x/ e /r/,

dependendo de sua posição na palavra.

Exemplos:

Grafia correta Erros que podem acontecer

churrasco churasco

macarrão macarão

cachorra cachora

arrependido arenpemdido

g. Erros provocados porque a letra g pode representar os fonemas /Ʒ/ (geladeira)

quando acompanhada das vogais e e i, assim como o som /g/ quando antecede

as vogais a, o e u ( galinha, gola, guloso), ou nas construções silábicas com

gue e gui ( guerra, guitarra).

Exemplos:

Grafia correta Erros que podem acontecer

já ga

jornal gornau

seguir segir

sangue sange

h. Erros porque a letra e pode representar os fonemas /k/ (coisa) quando o som

/s/ ( cinema).

Exemplos:

Grafia correta Erros que podem acontecer

quero cero

quebrado cebrado

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i. Erros ao usar a letra m e n para indicar nasalidade das vogais nasais.

Exemplos:

Grafia correta

ã, am e an - Irmã, samba e canta

em e en - Sempre, pente

im e in - Limbo, pinta

om e on - Pombo, conto

um e un - Cumbica, junto

j. As letras m e n embora sejam diferentes, na posição final de sílaba estão

grafando o traço da nasalidade das vogais.

Exemplos:

Grafia correta Erros que podem acontecer

perguntou pergumtou

combinar conbinar

conselho comselho

também tanbén

2. Alterações ortográficas decorrentes de apoio na oralidade

Existe uma relação entre sons e letras na escrita alfabética. Os fonemas

transformam – se em letras e vice-e versa. Mas podem acontecer erros na escrita,

pois existe uma tendência da criança escrever da forma em que pronuncia a

palavra.

Existem palavras que não apresentam diferenças, a fala é igual à escrita.

Fonema Escrita

/pato/ pato

/Sala/ sala

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Fonema Como a criança escreve

/trabalhar/ trabaliar

/quente/ quenti

/vassoura/ bassoura

Erros ortográficos envolvendo ditongos, nesse caso a letra l acabam sendo

trocadas pela letra u.

Fonema Como a criança escreve

/soltou/ soutou

/palpite/ paupite

3. Omissões de letras.

Ao escrever palavras com omissão de letras, caracteriza-se grafia

incompleta.

Grafia correta Erros que podem acontecer

bombeiro bombero

comer come

4. Alterações caracterizadas por junção ou separaç ão não convencional das

palavras.

Esses erros acontecem quando a criança não consegue segmentar de

forma correta a palavra.

Grafia correta Erros que podem acontecer

Às vezes asvezes

naquele Na quele

5. Alterações decorrentes de confusão entre termin ações am e ão.

Esses erros podem acontecer quando a criança utiliza o som da palavra como referência para escrever.

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Grafia correta Erros que podem acontecer

falaram falarão

saíram sairão

6. Generalizações de regras.

A criança ao escrever realiza generalizações em certos procedimentos da

escrita que não são próprias. Ela pode compreender que certas palavras sejam

pronunciadas com o som /i/ ou /u/, elas podem ser escritas com e, o ou l.

Grafia correta Erros que podem acontecer

/u/ - fugiu fugio

/i/ - cimento cemento

/l/ - tesoura tesolra

7. Alterações caracterizadas por substituições env olvendo a grafia de

fonemas surdos e sonoros.

Fonemas produzidos sem vibração das cordas vocais são denominados

surdos (não têm som de voz).

Fonemas produzidos com vibração são denominados sonoros (têm som

de voz).

Fonemas surdos: / p,/ / t /, / k /, / f /, /s /, e /∫/.

Fonemas sonoros: / b /, / d /, / g /, / v /, / z / e / Ʒ /.

A sonoridade é a única diferença entre esses conjuntos de fonemas:

/ p / - / b /; / t / - / d /; / k / - / g /; / f / - / v /; / s / - / z /; / ∫ / e / Ʒ /.

As trocas de letras podem acontecer nesse grupo de letras acima, as letras

que representam o som /s/ x /z/.

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Grafia correta Erros que podem acontecer

P – pato bato

T - tapete dapede

D - perdido perdito

F - faca vaca

S - casa caza

8. Acréscimo de letras.

Ao escrever palavras com acréscimo de letras, caracteriza-se grafia incompleta.

Grafia correta Erros que podem acontecer

apareceu papareceu

carta carata

9. Letras parecidas.

Neste caso o que pode acontecer é que certas letras se assemelham entre

si, traçados semelhantes. Casos de trocas de m e n (posição inicial de sílaba) ou

dos dígrafos nh, ch, lh e cl.

Grafia correta Erros que podem acontecer

linha limha

carrinho carrinlo

medir nedir

10. Inversão de letras.

Considera-se erro quando a criança escreve silabas fora de posição dentro

da palavra.

Grafia correta Erros que podem acontecer

grafite garfite

11. Outras.

Ao escrever a criança quer por disposição do temperamento de atenção

ou por outras influências, registram de forma particular a sua escrita.

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Grafia correta Erros que podem acontecer

sangue jangue

bruxa gurcha

1.6 A escrita

figura_evoluçaoEad3.jpg – acessado 18/ 08/2009 – 16h22m.

A comunicação está ligada ao processo histórico do homem. No período

dos homens primitivos morria com ele tudo o que ele aprendia, pois não havia

formas de registros. Desde os primórdios o homem interage com o meio ambiente

para sobreviver comunicava-se por intermédio de gestos, símbolos e desenhos.

Com o inicio dos agrupamentos de pessoas foi necessário a organização da

sociedade e a partir desse momento houve a necessidade de se registrar suas

idéias e sentimentos, surgindo dessa forma a escrita.

A escrita surgiu quando o homem teve a necessidade de transmitir

informações, conhecimentos, preservando e garantindo o não esquecimento dos

fatos. A partir do momento em que o homem começa a se organizar em grupos

sociais e a diversificação da agricultura acontecendo favorecendo as trocas de

produtos a escrita tornou-se necessária para que os registros fossem realizados

de forma exata.

Tessari (2003, p. 25) confirma que hoje estamos na sociedade da escrita.

Ela aparece em todos os momentos de nossas vidas e em todos os espaços. Em

casa temos que ler e interpretar instruções de manuseio de eletrodoméstico,

televisão, leitura e interpretação da conta de luz, telefone, água, rótulos de comida

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e remédios e outras atividades relacionadas à leitura e escrita. Ao sair de casa

temos que ficar atentos a nomes de ruas, quadras, números de residências,

circulares, placas de sinalização e outros instrumentos de informação. Dessa

forma, a escrita faz-se necessária em todos os momentos de nossas vidas. Ela

basicamente determina o nosso modo de viver. E aos que nascem agora tem a

sua disposição todas as experiências e descobertas registradas pelos

antecessores. Cabe a eles só aperfeiçoá-las.

1.7 Um pouco da história da escrita

A escrita passou por mudanças durante séculos. .Esse processo não foi

simples, muitos povos colaboraram para que essas mudanças fossem

acontecendo, até chegarmos ao alfabeto. Higounet (2003. p. 10) afirma que a

história da humanidade se divide em duas imensas eras: antes e a partir da

escrita. Neste texto temos uma pequena descrição dessa evolução.

Primeira escrita Pictográfica ;

A escrita pictográfica, que significa em latim (pictu = pintado + grego = letra,

letra pintada), data-se de 4.000 a.C. Ela foi usada para identificar objetos, usavam

figuras para cada objeto e também representava uma idéia abstrata, ela não

representava a linguagem oral. A imagem era usada como meio de comunicação

humana.

Fonte das imagens: http://www.xtec.es/~aguiu1/calaix/037alfabets.htm acessado 20/01/2010 -11h45m.

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Escrita Cuneiforme :

Higounet (2003. p. 29) descreve que a escrita cuneiforme que significa ”em

forma de cunha” é o mais antigo sistema de escrita. Ela surge a partir do

momento em que o homem sente a necessidade de se organizar de forma

administrativa e em sociedade. Tendo início a cobrança de impostos e troca de

mercadorias, tornou-se necessária alguma forma de registro para tais medidas.

No início a escrita cuneiforme tinha marcas simples, depois tornaram-se

mais abstratas. Os documentos eram grafados em argila e eram cozidas para

garantir um registro permanente.

upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/... - acessado em 11/07/2010 – 19h04m.

Escrita Hieroglífica :

Os Hieróglifos eram sinais sagrados gravados (do grego hieros,

“sagrado”, e gluphein, “gravar”). Sistema de escrita egípcia que foi muito

importante no mundo antigo. Foi criado para servir a rituais religiosos e nos

documentos da vida pública.

No Egito a escrita era uma habilidade especial e nem todos podiam

escrever ficando essa atividade direcionada aos “escribas” ou sacerdotes.

Quando era necessário fazer algum registro os escribas eram contratados para

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fazerem esses trabalhos. O registro era realizado em papiro madeira ou couro.

Tinha forma de imagens, elas representavam coisas e sons, eram muito

demoradas e difíceis de serem feitas. Para o dia-dia fizeram-na de uma forma

mais simples de registrá-las, abreviaturas que foram batizadas de hierática e os

sinais eram reduzidos a traços característicos. Higounet (2003. p. 37)

pt.wikipedia.org/wiki/Hieróglifo – acessado 09/072010

Escrita Demótica :

Higounet (2003. p. 42) descreve que a escrita demótica (do grego demos “o

povo”) foi constituída no primeiro milênio a.C. Essa escrita foi usada pelos menos

favorecidos na sociedade Egípcia, uma escrita cursiva usada mais para registros

da literatura e da administração. Ela se manteve até o fim do século V.

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www.fascinioegito.sh06.com/escrita.htm - acessado 20/01/2010 -16h.

Horcades (2004, p.16) descreve que a Pedra de Roseta foi um marco

histórico de entendimento da escrita hieroglífica. Continha no mesmo texto três

escritas: hieroglífica, demótica e a grega. O Frances Champollion decifrou-a

comparando os três textos. A partir desse momento outros documentos puderam

ser compreendidos e os estudiosos passaram a conhecer mais da história do

Egito Antigo.

Alfabeto :

Pimentel (2007, p.18) descreve que a palavra Alfabeto é junção de duas

primeiras palavras do alfabeto grego “alfa + beta”. Nossa escrita teve origem

fenícia, com 22 caracteres, cada caractere representando um som diferente.

Sistema fonético de escrita. Os gregos por volta do século VIII, a.C transformaram

algumas consoantes em vogais, acrescentaram alguns caracteres e o alfabeto foi

ampliado para 24 letras, antes eram registradas da direita para esquerda e os

gregos mudaram da esquerda para a direita. Em 753 a.C romanos baseados no

alfabeto grego criaram o alfabeto latino, dessas adaptações surgiu o alfabeto

moderno que conhecemos e utilizamos na nossa língua.

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www.novacon.com.br/aprendarusso.htm - acessado em 21/01/10 - 15h30m.

www.on.br/.../alfabeto/a/alfabeto_grego.html - acessado em 21/01/2010 - 15h45m.

www.radames.manosso.nom.br/gramatica/romanaal. - acessado em 21/01/2010 15h55m.

Como vimos a escrita está intimamente ligada a transformações sociais,

culturais, religiosas e política. Ela estava sujeita a formas de dominação e controle

dominante de uns sobre os outros. Ela não foi e não é neutra. Passou por

grandes transformações, em determinadas épocas quem sabia escrever tinha

prestigio e posição social, em outros períodos os escribas eram escravos sem

nenhum prestigio social. A partir do momento em que as relações foram

mudando, ficando mais complexas, com aumento da população, surgimento do

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comércio, necessidade de organizar leis, a escrita passa a ser primordial para a

organização e perpetuação dos conhecimentos adquiridos. A escrita é produzida

socialmente, tendo em seu bojo ideologias próprias, relações de poder, e o

homem deve se apropriar dessas nuances para poder se posicionar dentro da

sociedade.

2 Interdisciplinaridade

Em Diretrizes Curriculares da Educação Básica de matemática (2008, p.

27) afirma que as disciplinas devem dialogar numa perspectiva interdisciplinar e

que elas não são fechadas em si. Que um conteúdo completa o outro, buscando

assim a totalidade do conhecimento em relação ao tema estudado.

Nas Diretrizes Curriculares de ciências (ano 2008, p.29) coloca que:

“A interdisciplinaridade é uma questão epistemológica e está na abordagem teórica e conceitual dada ao conteúdo em estudo, concretizando-se na articulação das disciplinas cujos conceitos, teorias e práticas enriquecem a compreensão desse conteúdo”

Como o Projeto de Intervenção Pedagógica propõe um trabalho

interdisciplinar entre as disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências e

Pedagogia colocam-se a necessidade de fazer uma breve conceituação da

disciplina de matemática, algumas considerações sobre a Estatística, pois o foco

do projeto de matemática é trabalhar com dados estatísticos na 6ª série, Ciências

e Língua Portuguesa.

2.1 Matemática

www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/.../viewcat.php?cid=13...acessado 11/07/2010 - 00h28minm.

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O site e - escola coloca que a matemática tem origem na palavra grega

“máthema” que significa ciência, conhecimento ou aprendizagem derivando

“mathematikós”, que significa o prazer de aprender. A matemática pode ser

aplicada nos mais diversos ramos do saber. Essa ciência como a língua escrita

também está presente em nosso dia-a-dia podendo ser utilizada em vários

campos tendo como característica ser uma ciência integradora e interdisciplinar.

Como surgiu o número:

No dicionário matemático, portal só matemática, define o número como um

símbolo que representa uma quantidade, uma grandeza, uma posição, uma

medida. Os símbolos utilizados podem ser algarismos (26), de letras (vinte e seis)

ou outros (IA), sendo que este último é uma mistura de letras e números e

corresponde ao número 26 na base hexadecimal. O número é o material usado

pela matemática para descrever quantidade, ordem ou medida. O conceito de

número provavelmente foi um dos primeiros conceitos matemáticos assimilados

pela humanidade no processo de contagem.

Boyer (1974. p. 3) descreve que a idéia do número é mais antiga do que os

progressos tecnológicos como o uso dos metais, ou de veículos com rodas.

Precede a civilização da escrita.

Eves (2004. p. 25) considera que o número surgiu da necessidade de

sistematizar os conceitos de grandeza, forma e número.

A evolução da sociedade exigiu aos homens as contagens simples. O

número de componentes da tribo teria que ser contados, quantas ovelhas havia

em seu rebanho etc. Dessa forma registros simples foram acontecendo. Nesse

período usavam pedras, marcas em ossos, madeira, traços e partes do corpo

para realizar a contagem realizando assim uma relação biunívoca.

matematica.no.sapo.pt/nconcreto.htm acessado em 01/08/2010 – 13h59m.

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Mais tarde desenvolve-se a sons vocais para registrar verbalmente grupos

pequenos de objetos, junta de bois, par de sapatos, casal de pássaros e outros.

Com o Passar do tempo o sistema foi mudando e se aperfeiçoando até dar

origem aos símbolos para representarem os números.

Eves (2004. p. 27) descreve que a partir do momento em que sentiram a

necessidade para efetuarem contagens mais extensas houve a necessidade da

sistematização da contagem. Isso foi feito organizando os números em grupos

básicos. Escolhendo um número b como base para e atribuir nomes aos números

1,2..., b. Os números maiores que b os nomes eram combinações dos nomes já

escolhidos.

Bases:

Eves (2004, p. 28) descreve que existe evidências que os povos primitivos

utilizavam 2, 3 e 4 como base. “Nativos de Queensland11 contavam “a, ao, oa, ao-

ao, ao-ao-a e ao-ao-ao” para 1, 2, 3, 4,5 e seis. Tribos na América do Sul usam o

sistema quinário, base cinco. Contam um, dois, três, quatro, mão, mão e um...”.

Babilônios usavam a base sessenta (sistema sexagesimal) empregado na medida

do tempo e de minutos e segundos. Usavam “também o homem como base “um

homem” para 20” dois “homens” para 40, os groenlandeses12 usavam essa forma

de contagem. Tem-se evidências de povos que usavam a base 12 com referência

ao número de lunações13 do ano, polegadas, onças, horas de relógio, meses do

ano e dúzias.

Eves (2004, p. 40) escreve que o sistema que usamos é o indo-arábico e

tem esse nome devido aos hindus, que inventaram os números e arábicos e

porque o transmitiu a Europa Ocidental.

Ifrah (1989, p. 270) descreve que depois dos babilônios e maias tentarem

inventar o zero, mas não conseguiram descobrir o princípio da posição os hindus

11 Queensland localiza-se na região nordeste da Austrália.

12 República Democrática da Groelândia - Localização: América do Norte

13 - Lunação é um ciclo lunar completo e corresponde ao espaço de tempo entre duas luas novas consecutivas.

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conseguem todo o processo de constituição da numeração, assim inventam o

zero. O mesmo autor (p.320) coloca que:

essa invenção humana é a mais universal de todas, pois ao final de uma longa história feita de invenções, regressões, justaposições de sistemas diferentes desencadeiam o nosso sistema de numeração decimal de posição. Que enquanto existem dezenas de alfabetos e de sistemas de escrita o sistema de numeração escrita é universal causando a evolução da sociedade.

Evolução nas formas de registros dos números

www.invivo.fiocruz.br/media/tabelahindu.JPG - acessado em 17/04/2010 - 14h20m.

Tratamento da informação:

Nas diretrizes curriculares do Estado do Paraná (2008, p. 60)

coloca que o Tratamento de Informação é um conteúdo estruturante que contribui para o desenvolvimento de condições de leitura crítica dos fatos ocorridos na sociedade e para a interpretação de tabelas e gráficos que, de modo geral, são usados para apresentar ou escrever informações.

O conteúdo estruturante Tratamento de Informação do Ensino

Fundamental engloba os conteúdos noções de probabilidade, estatística,

matemática financeira e noções de análise combinatória. Na educação o objetivo

de se implantar a disciplina de estatística é que se acredita que a cidadania se

consolida quando o individuo compreende as informações que são veiculadas,

construindo idéias. Dessa forma foi inserido nos Parâmetros Curriculares

Nacionais de (1997), Tratamento de Informação, o conteúdo de estatística.

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Atualmente os meios de comunicação e os veículos que se relaciona com

informação trazem sempre dados estatísticos. Dessa forma é primordial que se

trabalhe na escola essa disciplina, assim o educando estará preparado para

entender o significado e interpretar esses dados que aparecem todos os dias nos

meios de comunicação.

Estatística :

Em história da matemática descreve que na Babilônia, China, e Egito, por

volta dos anos 3000 a.C a estatística já era utilizada. No século XVII a estatística

serviu ao estado quando este iniciou estudos sobre a taxa de natalidade e

mortalidade, nascimentos, casamentos e migração. Originando mais tarde as

primeiras tábuas de mortalidade. Nesse mesmo século John Graunt (1620-1674)

e Sir Willian Pety (1623-1687) e o astrônomo Edmond Halley (1656-1742) são os

principais representantes da escola inglesa, fazendo com que a estatística

puramente descritiva evoluísse para fase da Estatística Analítica. No século XVIII

vários nomes se destacaram na da evolução da estatística. Nesse período a

palavra estatística foi utilizada para denominar a ciência dos negócios do estado,

pois os primeiros organizadores estavam envolvidos com departamentos criados

por governantes. Em 1920 no Brasil foi organizada a moderna Estatística Analítica

e ela teve seu início de forma oficial nos anos 30. No portal soπ matemática

coloca que a estatística é uma ciência exata subsidiando o pesquisador na coleta,

organização, resumo e análise de dados.

2.2 Ciências

Para ver a ciência de forma completa está nos levaria a extensos estudos.

Dessa forma, como nas outras disciplinas, iremos fazer um pequeno recorte na

história da ciência.

Em dicionário Priberam da Língua Portuguesa - A palavra ciência vem do

Latim “scientia”, significa “conhecimento, saber, ciência”.

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No site educação, descreve que na Grécia Antiga Aristóteles, Platão e

Sócrates dedicavam-se em busca de conhecimentos. Aristóteles tinha

consciência da importância de se observar para melhor encontrar a resposta para

um problema. Aristóteles foi o inventor da lógica, contribuiu para o método

cientifico, com observações, método e lógica foram fundamentos indispensáveis

para uma boa ciência. Na Itália, século 16 e 17, nasce Galileu ele realizou

estudos como astrônomo, físico, geômetra e inventou o telescópio. Galileu

introduziu o método científico e defendeu o heliocentrismo, o Sol como centro do

Sistema Solar.

Na Inglaterra, em 1642, nascia Isaac Newton. Newton e Leibniz foram os

inventores do Cálculo diferencial integral. Em 1687 publicou “Princípios

Matemáticos na Filosofia Natural” obra que contribuiu para a história da ciência.

Nessa obra constavam as leis da inércia, lei da dinâmica, lei da ação reação e

fundamentos do cálculo diferencial integral. Newton elevou a ciência com suas

idéias inovadoras. Do século XVI ao século XIX constitui o período pré científico,

primeiras teorias empíricas14.

Karl Popper nasceu em 1902, período da revolução industrial. Ele

defendeu a idéia que a ciência se baseia na observação e teorização. Criou a

teoria de que na ciência só é científico aquilo que é falseável ou refutável, a

ciência só serão validadas enquanto não forem refutadas. Exemplo: Afirmar que

todas as “margaridas são brancas”, esta afirmação poderia ser falsificada a partir

do momento em que aparece uma margarida vermelha. Na ciência toda afirmativa

não é definitiva é provisória. Ela não é dona da verdade, basta um ponto diferente

de evidência para quebrá-la. A partir de 1902 é considerado Período científico

onde passou a estudar a essência das coisas.

Em Diretrizes Curriculares (2008, p. 40) coloca que a disciplina de ciências

tem como objeto de estudo o conhecimento científico que resulta da investigação

da natureza. Entende-se por natureza elementos que constitui o universo. Nas

diretrizes curriculares (2008, p. 64) propõe que o ensino de ciências aconteça por

14 empírico - que se apóia exclusivamente na experiência e na observação, e não em uma teoria: medicina empírica. Aquele que cura doenças, ou trata doentes, sem noções científicas; curandeiro, charlatão.

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integração conceitual entre os conteúdos estruturantes da disciplina e que tenha

uma relação interdisciplinar com outras disciplinas do Ensino Fundamental. Os

conteúdos estruturantes de ciências são: Astronomia, Matéria, Sistema Biológico,

Energia e Biodiversidade. O tema Meio ambiente relaciona-se ao conteúdo

estruturante Biodiversidade. No projeto de intervenção serão priorizados os

conteúdos referentes a biodiversidade.

2.3 Língua Portuguesa

Em site Língua Portuguesa coloca-se que essa língua é falada por mais de

200 milhões de pessoas.

Conforme Delmanto (2009, p. 21) a Língua Portuguesa está ligada a

expansão do Império Romano e a constituição da Nação Portuguesa. Na Itália,

Roma, o povo que lá vivia falava Latim. Esse povo foi aumentando seu domínio e

exigiam que esses povos seguissem seus hábitos, padrões de vida e a língua. Na

época existiam duas modalidades de Latim: o Latim vulgar e o Latim Clássico. O

Latim vulgar era uma língua popular, sujeita a freqüentes mudanças. O Latim

Clássico, falado e escrito era usada por pessoas mais cultas como os filósofos.

Em site de Língua Portuguesa descreve que entre o século V e VIII

aconteceram invasões, e os árabes conseguem dominar a Península Ibérica.

Dessa forma o Latim deixa de ser falado e os árabes impõem sua língua. No

século XI os cristãos foram recuperando suas áreas e os árabes saíram dessa

região. Dessa forma foi criado o reino de Portugal, ressurgindo assim, o Latim,

agora modificado por influências que recebeu dos povos bárbaros e dos árabes.

Com o passar do tempo o idioma é reformulado dando origem ao galego-

português que também sofre mudanças adquirindo, na região de Portugal,

características do português moderno. Entre o século XV e XVI, por decorrência

da expansão marítima Portuguesa a língua é difundida pelas regiões da África,

Ásia e América. Os países que tem a Língua Portuguesa como oficial são: Brasil,

Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé Príncipe,

Timor Leste.

No século XX com a crescente criação de novos termos organiza-se uma

comissão com representantes dos países que usam a Língua Portuguesa para

uniformizar o vocabulário.

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Na escola, anteriormente, a Língua Portuguesa era trabalhada em sala de

forma fragmentada. Tinham como base o ensino da gramática, não havia a

preocupação da contextualização. Atualmente, a concepção é trabalhar todos os

aspectos dessa língua. Dessa forma, as Diretrizes colocam como conteúdo

estruturante da disciplina, o discurso como pratica social e tem como conteúdos

básicos os gêneros discursivos, leitura e escrita. Nesse projeto de intervenção a

professora de Língua Portuguesa estará trabalhando os aspectos da prática da

leitura, não deixando de contemplar as práticas da oralidade, escrita e análise

lingüística.

2.4 Pedagogia

Em dicionário de Língua Portuguesa Priberam pedagogia é descrita como

a Ciência da educação. E nesse mesmo dicionário a palavra pedagogo descreve

que essa palavra vem do grego paidagogós, escravo que conduz as crianças à

escola, preceptor, conselheiro. No texto de história da educação, constata-se que

a figura do pedagogo surgiu na Grécia Antiga, a partir do momento que a

instituição - escola se estabelece e começa atender os filhos de classe média

transmitindo- lhes uma educação básica. Durante o passar do tempo a educação

foi sofrendo influências políticas, sociais, econômicas e pedagógicas. E a função

do pedagogo também sofreu influências durante esse período. No Brasil, a função

de pedagogo sofreu várias regulamentações desde 1931, atualmente o pedagogo

atua como educador e mediador do processo educativo dentro de uma escola.

Como uma das funções do pedagogo é promover a capacitação de

professores e atuar nas várias instâncias da prática educativa e na organização

de projetos educacionais dentre outras atividades.

Nesse projeto de intervenção propõe-se um trabalho articulado entre

professores e a pedagoga, havendo a participação junto aos os professores da

sistematização e aplicação das atividades que o projeto propõe.

Também será realizado um curso aos professores, pedagogos e pessoal

administrativo onde serão estudadas, após análise da escrita dos alunos da 6ª

série, as dificuldades da escrita e a fundamentação acima descrita.

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REFERÊNCIAS

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3 Plano de ação docente

3.1 Plano de ação docente: Prática da Oralidade

Os seres humanos têm necessidade de externar suas idéias e sentimentos.

Para tanto, geralmente o faz por intermédio da oralidade. Na sociedade, é através

da fala que, na maioria das vezes, as pessoas interagem. Cabendo então à

escola o desenvolvimento de atividades orais que propiciem ao aluno o domínio

da fala nas diferentes situações formais e informais.

Segundo as DCEs (Diretrizes Curriculares Estaduais) (2008),

Ao discorrer sobre o funcionamento da fala em situação escolar, Cagliari

(2001) diz que:

A prática da oralidade em sala de aula será abordada durante todo o

processo, por todos os professores envolvidos no projeto, visando propor aos

alunos o aprimoramento da oralidade e observação de que o contexto é quem

determina o uso da fala.

Área de atuação: Ciências, Matemática, Pedagogia e Português.

Conteúdos estruturantes:

Ciências: biodiversidade.

Matemática: tratamento da informação.

Português: oralidade.

No dia a dia da maioria das pessoas, a fala é a prática discursiva mais utilizada. Nesse sentido, as atividades orais precisam oferecer condições ao aluno de falar com fluência em situações formais; adequar a linguagem conforme as circunstâncias (interlocutores, assunto, intenções); aproveitar os imensos recursos expressivos da língua e, principalmente, praticar e aprender a convivência democrática que supõe o falar e o ouvir.

Se a escola tem por objetivo ensinar como a língua funciona, deve incentivar a fala e mostrar como ela funciona.

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Conteúdos específicos:

Ciências: plantas medicinais.

Matemática: noções de estatística.

Português: entrevista.

• Características e funções de uma entrevista.

• Adequação da fala à situação formal de entrevista.

• Prática do discurso em situação de interlocução, mantendo o propósito de

obter informações.

• Realização de leitura de textos informativos para obter informações sobre o

assunto.

Pedagogia: observação de como o aluno se expressa em situações de uso da

oralidade.

Duração: Previsto para quatro aulas.

Prática social inicial:

Levantar junto aos alunos o que eles sabem sobre entrevista, perguntando:

� Vocês já foram entrevistados alguma vez? Quando?

� Vocês conhecem alguém que já foi entrevistado? Em que situação?

� O que vocês acham que é preciso para realizar uma entrevista?

� Nas entrevistas que vocês já viram ou participaram como o entrevistador

se portava?

� Como vocês acham que deve se portar um entrevistador?

� O que vocês consideram como entrevista?

� O que vocês gostariam de saber sobre entrevista?

� Já fizeram uso da oralidade em situações formais?

Problematização:

Nos dias atuais, comunicar-se em diferentes contextos, além de interação

entre os indivíduos, é uma questão de inclusão social. Diante desta constatação

surgem alguns questionamentos:

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� As pessoas comunicam-se da mesma forma em todos os contextos

sociais?

� Os contextos sociais apresentam as mesmas exigências em todas as

situações?

� A prática da oralidade requer domínio formal e informal?

� Como a escola tem contemplado em seu currículo escolar a prática da

oralidade?

� O aluno tem concluído a educação básica apresentando domínio da

oralidade, de forma que ele consiga se expressar bem em público?

� Como o aluno se sente diante do uso da oralidade em situações formais?

Para os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL/MEC, 1998),

Diante dos questionamentos apresentados na problematização e para que

os alunos aprendam a tomar a palavra, será proposto aos mesmos situações de

comunicação oral através do gênero entrevista.

Objetivos:

• Aperfeiçoar a fala em situação de comunicação oral formal.

• Compartilhar de uma situação de comunicação oral formal.

• Conhecer algumas das características e funções de uma entrevista.

• Expandir sua capacidade de ler entrevistas.

Procedimentos práticos:

Ensinar língua oral deve significar para a escola possibilitar acesso a usos da linguagem mais formalizados e convencionais, que exijam controle mais consciente e voluntário da enunciação, tendo em vista a importância que o domínio da palavra pública tem no exercício da cidadania. Ensinar língua oral não significa trabalhar a capacidade de falar em geral. Significa desenvolver o domínio dos gêneros que apóiam a aprendizagem escolar de Língua Portuguesa e de outras áreas e, também, os gêneros da vida pública no sentido mais amplo do termo.

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Depois de ouvir e anotar em uma parte do quadro de giz algumas das

respostas apresentadas pelos alunos na prática inicial sobre entrevista, o

professor deverá propor aos alunos o estudo deste gênero textual através das

seguintes atividades:

� Dividir a turma em duplas e solicitar que cada uma delas formule cinco

perguntas para entrevistar o parceiro. Depois de formuladas as perguntas a

entrevista deve ser realizada. Quando todas as duplas tiverem concluído a

atividade, solicitar aquelas que queiram ir à frente demonstrar o que

fizeram aos demais colegas da sala de aula.

� O professor dividirá a turma em equipes de no máximo cinco alunos e

entregará aos mesmos uma coletânea de textos para que selecionem

apenas aqueles que eles consideram pertencer ao gênero entrevista e que

justifiquem a escolha.

� Depois que cada equipe concluir a atividade, deverá apresentar aos

colegas os textos selecionados e a justificativa pela escolha.

� Entregar uma cópia do questionário que será utilizado como experiência

piloto, contendo três perguntas sócio-econômicas e três sobre plantas

medicinais, aos grupos de alunos e solicitar que cada um deles entreviste

um segmento da escola (professor, equipe pedagógica, secretaria, serviços

gerais, alunos) e em seguida retornem para a sala de aula. O professor

fará o sorteio indicando que segmento da escola cada grupo deverá

entrevistar.

� Cada equipe deverá relatar oralmente o que sentiram durante a realização

da entrevista.

Espera-se que os alunos separem dentre os textos gênero entrevista, o questionário que será utilizado para entrevistar os moradores do distrito de Iguatemi.

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� Solicitar aos alunos que peguem os textos que haviam selecionado como

sendo entrevista e em seguida apresentar a eles o conceito desta retirado

da revista Nova Escola, nº 230, de março/2010 e da enciclopédia

Wikipédia, para que comparem com o conceito que eles apresentaram no

início da aula.

Para encerrar a abordagem sobre o assunto, o professor solicitará aos

alunos que comentem oralmente situações do cotidiano em que o gênero

entrevista pode estar presente e que linguagem deve ser utilizada em cada uma

delas.

Pedagogia:

O pedagogo se colocara em um local da sala de aula que lhe possibilite

uma visão global da turma e observará se os alunos apresentam suas idéias com

clareza e se defende o seu ponto de vista diante do grupo.

Prática social final.

Espera-se que os alunos percebam que a comunicação oral também

apresenta situações formais.

A entrevista é resultado de um diálogo. A participação de um e outro na conversa varia conforme o direcionamento feito por quem pergunta e a reação de quem respondem. O objetivo é obter informações a ser transmitidas a ouvintes, leitores ou telespectadores.

Entrevista é uma conversação entre duas ou mais pessoas (o entrevistador e o entrevistado) aonde perguntas são feitas pelo entrevistador para obter informação do entrevistado.

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51

Referências:

BRASIL - Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC, 1998). http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070519115400AAQKqo2, 10/06/2010. http://pt.wikipedia.org/wiki/Entrevista, 10/06/2010. http://origin.revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/falar-bem-publico-aprende-escola-entrevista-debate-seminario-oralidade-538823.shtml?page=3, 10/06/2010. Paraná – Diretrizes Curriculares Estadual (2008).

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3.2 Plano de ação docente – Prática da Leitura

As práticas pedagógicas referentes à leitura serão realizadas por

intermédio de um texto ficcional e um não ficcional para que os alunos possam

apresentar as suas leituras de mundo e também conhecer, compreender e

interpretar textos que circulam em diferentes instâncias sociais.

De acordo com Paulo Freire (1985),

Segundo Solé (1998),

Área de atuação: Ciências, Matemática, Português e Pedagogia.

Conteúdos estruturantes:

Ciências: biodiversidade.

Matemática: tratamento da informação.

Português: leitura.

Conteúdos específicos:

Ciências: plantas medicinais.

Matemática: variáveis qualitativas e quantitativas, medidas de tendência central.

Português: compreensão e interpretação de texto.

Pedagogia: observação sobre participação e conhecimento prévio dos alunos.

Duração: Tempo previsto de oito aulas.

O ato de ler não se limita à decodificação da palavra escrita, mas se antecipa na inteligência do mundo.

A leitura é um processo interativo entre leitor e texto visando satisfazer os objetivos que a guiam. Para que esse processo ocorra, é preciso um leitor competente, e que a leitura tenha objetivo e conhecimentos prévios. Numa perspectiva de leitura interativa, a leitura é o processo mediante o qual se compreende a linguagem escrita e, para ler necessitamos da decodificação, do objetivo, de experiências prévias, da previsão e de fazer inferências sobre o texto, que são subsídios para a formação de um leitor competente.

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Prática social inicial:

Na ótica de Gasparin (2005)

Os professores irão verificar com os alunos seus conhecimentos sobre

plantas medicinais questionando:

Vocês sabem o que são plantas medicinais? E para que são utilizadas?

� Conhecem alguma história que fale sobre plantas medicinais?

� Vocês já vivenciaram ou sabem de alguém que vivenciou alguma

experiência que envolvesse planta medicinal? Como?

� Vocês conhecem alguma planta que é usada como remédio?

� Que características essas plantas apresentam?

� Para vocês o que seria uma variável estatística?

� Vocês conhecem ou já ouviram algum mito ou lenda?

� Conhecem alguma história que fale sobre plantas medicinais?

� Já leram ou conhecem alguma lenda sobre plantas medicinais? Qual?

� Gostaria de conhecer alguma lenda que envolvesse plantas medicinais?

� Como a maioria dos alunos reage quando são questionados em sala de

aula pelos professores?

Problematização:

A leitura tem sido um dos meios de interação e requisitos para a inserção

do indivíduo na sociedade, mas também tem contribuído para que muitos

cidadãos fiquem a margem dela. Ensinar o aluno a fazer uma leitura crítica, vai

Uma das formas para motivar os alunos é conhecer sua prática social imediata a respeito do conteúdo curricular proposto. Assim como ouvi-los sobre a prática social imediata, isto é, aquela prática que não depende diretamente do indivíduo, e sim das relações sociais como um todo. Conhecer essas duas dimensões do conteúdo constitui uma forma básica de criar interesses por uma aprendizagem significativa do aluno e uma prática docente também significativa.

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muito além dos bancos escolares, tornou-se então uma necessidade social.

Sendo assim, é necessário que a escola proporcione atividades ao aluno para

que ele seja um leitor que leia material linguístico, mas também o implícito, o

subentendido, o extralinguístico, e que em qualquer atividade de leitura a

interação com o autor seja reconhecida. Observando por esta ótica, emergem

alguns questionamentos:

� O aluno tem concluído a educação básica sabendo ler criticamente?

� Como a escola tem abordado as questões sobre leitura?

� As práticas pedagógicas voltadas para a leitura devem ser desenvolvidas

só pelo professor de Língua Portuguesa?

� O aluno sabe ler os diferentes tipos de texto apresentados pela mídia.

� O aluno reconhece as diferentes características apresentadas em um

levantamento de dados.

Para Foucambert (1994),

Objetivos:

Ciências:

• Valorizar o conhecimento do aluno sobre plantas medicinais.

• Valorizar o conhecimento do aluno tendo como base o conhecimento

empírico, da população de Iguatemi, sobre essas plantas.

• Conhecer e analisar o conceito prévio dos alunos sobre plantas medicinais.

• Verificar o que os alunos precisam e desejam aprender sobre plantas

medicinais.

A leitura é a atribuição voluntária de um significado, e que ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, poder encontrar certas respostas na escrita, ter acesso a essa escrita e construir uma resposta que integre parte das novas informações ao que já se é. Para o pesquisador, controlar a leitura significa extrair, antecipar, selecionar e inferir informações. A leitura, desse modo, só pode ser controlada completamente por um bom leitor, e para tanto é necessário que em todas as etapas da educação se ensine o aluno a ler.

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Matemática:

• Entender que as variáveis estatísticas são características de interesses nos

fenômenos que estão sendo estudados.

• Diferenciar variáveis qualitativas de variáveis quantitativas.

• Compreender que média aritmética é um valor em torno do qual os dados

estão distribuídos.

• Reconhecer que moda é o valor que ocorre com maior frequência em um

levantamento.

Português:

• Compreender a leitura como uma atividade que propicia a construção de

sentidos para a própria experiência de vida.

• Perceber a leitura como uma possibilidade tanto de manutenção quanto de

transformação da própria realidade vivida.

• Promover a leitura como forma de inserção social.

• Debater possibilidades de interferência do professor e da família para a

formação do leitor crítico.

Pedagogia:

• Observar como o aluno expressa oralmente, para verificar se o registro

escrito apresenta ou não marcas da sua oralidade.

Procedimentos práticos:

Ciências:

Levar para a sala de aula algumas espécies de plantas medicinais para

que observem e façam comentários.

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Para encaminhar os comentários dos alunos o professor fará alguns

questionamentos como:

� Você conhece alguma dessas plantas?

� Como são chamadas? Por quê?

� Para que são utilizadas?

� O que são plantas medicinais?

� Em sua casa tem plantas medicinais? Quais?

O professor montará uma mesa com diversas folhas, caules, flores, frutos e

sementes de plantas medicinais para que os alunos observem e nomeiam

verificando quanto à coloração, ao aroma, textura e o sabor.

Utilizando figuras de plantas medicinais e nome popular propor aos alunos o

jogo da memória. Exemplo:

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Utilizando duas figuras iguais.

Utilizando peças com figuras e outras com nome popular da planta:

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Em seguida o professor irá solicitar aos alunos que tragam para a escola

(dentro de um saquinho plástico) uma espécie de planta medicinal com seu

respectivo nome.

E como tarefa serão propostas algumas questões para serem realizadas

junto com seus familiares.

Atividades:

1. Assinale com um x as plantas que você considera ser medicinal.

( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

2. Por que algumas plantas recebem o nome de planta medicinal?

--------------------------------------------------------------------------------------------------------

3. Existe alguma espécie de planta medicinal em sua casa?

( ) sim ( ) não

Em caso afirmativo, complete a tabela:

Nome da planta Para que serve Qual parte da planta é utilizada

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Escolha uma das plantas citadas acima e escreva qual é a parte utilizada,

modo de preparo e para que serve.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------------------------------------

4. Como ficou sabendo sobre a importância de algumas plantas medicinais?

( ) pela TV.

( ) leu em algum livro, panfletos, revistas ou jornais.

( ) pela internet.

( ) por alguém da família (pais, tios, avós ou bisavós).

( ) por algum conhecido.

Quando os alunos trouxerem para a escola as plantas medicinais e as

atividades realizadas, faremos a nomeação e comentários sobre as plantas.

Serão retomadas as questões da tarefa, valorizando o conhecimento cultural dos

estudantes.

Matemática:

Aproveitando o levantamento feito na disciplina de ciências sobre as

plantas medicinais, o professor pedirá aos alunos que observem o nome das

plantas e o número de vezes que elas foram mencionadas.

Em seguida fará mais alguns levantamentos sobre as características dos

alunos, tais como: idade, sexo, número de irmãos, cor dos olhos, profissão do pai.

Em seguida mostrará aos alunos que estas características observadas recebem o

nome de variável.

Perguntará que diferenças eles conseguem perceber entre as diversas

variáveis observadas no levantamento. Explicará aos alunos que, ora a variável

representa uma qualidade, ora representa uma quantidade, formulando então

juntamente com os alunos o conceito estatístico de variável qualitativa e

quantitativa.

Depois de formulado o conceito com os alunos, será apresentado o

conceito por Vieira (1985), para que seja feita as observações e comparações

entre elas.

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De acordo com Vieira (1985),

Com os dados coletados no levantamento citado acima, o professor pedirá

que adicionem os valores da variável número de irmãos e divida este valor pelo

número de parcelas da operação, sendo que este valor é a média aritmética. De

posse dos mesmos dados, será observado qual é o valor que ocorre com maior

frequência, pois a esta ocorrência é dado o nome de moda.

Segundo Vieira (1995),

No momento seguinte o professor irá propor aos alunos a realização do

De acordo com Bussab (2003),

Atividades a serem desenvolvidas :

1) Marque um X na resposta correta:

a) As variáveis qualitativas estão relacionadas a:

b) As variáveis quantitativas estão relacionadas a:

Variável : é o aspecto a ser estudado, observado ou medido em cada elemento da amostra. As variáveis podem ser: qualitativas referem-se à categoria e conta o número de elementos em cada categoria, ex.: cor dos olhos, sexo grau de instrução, quantitativas é obtida a partir da medida de cada elemento, ex.: idade, peso, altura.

( ) quantidades ( ) qualidades

( ) quantidades ( ) qualidades

A média corresponde ao ponto de equilíbrio, é o valor em torno do qual os dados se distribuem. Média aritmética é a soma das observações dividida pelos números delas.

Moda é a realização mais frequente do conjunto de valores observados, em alguns casos pode haver mais de uma moda, sendo essa distribuição bimodal, trimodal.

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2) Ligue a característica observada à variável correspondente.

3) Coletadas algumas idades dos alunos da 6ª série C, do Colégio Triângulo

construí-se o seguinte conjunto de dados: (12, 13, 12, 11, 12, 12, 13, 13, 12, 12)

anos. Calcule a média aritmética e diga qual é a moda desse conjunto de dados.

4) Em um levantamento feito pelo professor de matemática em sala de aula

sobre a preferência pelos time de futebol, constatou-se que:

Times Votos A 08 B 08 C 12 D 02

Responda:

a) Quantas pessoas responderam o levantamento?______________________

b) Qual o time que obteve o maior número de votos?_____________________

c) Qual o time com o menor número de votos? _________________________

d) Qual é a moda desse levantamento? _______________________________

Português:

Para abordar o texto ficcional e o não ficcional o professor iniciará fazendo

os seguintes questionamentos aos alunos:

� Vocês já visitaram alguém que lhes servisse um chá?

Quantidade de anos de estudo

sexo

escolaridade

renda familiar

idade

local de estudo

cor dos olhos

quantidade de livros que possui

Variável qualitativa Variável quantitativa

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� Já serviram algum chá para alguém que fosse visitar sua casa? Qual?

Como?

� Já tomaram chá de hortelã? Para quê?

� Para você, o uso das plantas medicinais é recente?

� Vocês acham que as plantas também têm história?

Em seguida levará para a sala de aula, o texto Lenda da Mentha e

solicitará aos alunos uma leitura silenciosa. Depois fará uma leitura oral para a

turma.

O próximo passo será solicitar aos alunos que realizem a seguinte atividade:

� Comentem do que se trata e o que eles entenderam do texto.

� Vocês acreditam ou não que a história do texto tenha ocorrido?

� Façam um paralelo entre o que acontece no texto com o cotidiano e que

verifiquem se há semelhanças ou diferenças.

O professor aproveitará esse momento para verificar o conhecimento que os

alunos têm sobre lenda.

Respondam as seguintes questões sobre o texto Lenda da Menta.

� Quem era Minthe?

� Qual foi a atitude da mulher de Plutão em relação a ninfa Minthe?

Lenda da Menta Uma das ninfas amadas por Plutão, Minthe foi transformada em erva para fugir da ira da ciumenta mulher do deus grego.Erva da amizade e do amor, símbolo da hospitalidade, conta-se que Zeus e Hermes em suas andanças disfarçados pela Terra, foram acolhidos para comer na casa de um casal de pobres anciões que forraram a mesa com hortelãs para melhor recebê-los. Os deuses então transformaram o casebre num palácio.... http://www.cotianet.com.br/eco/herb/hort.htm, 30/06/2010

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� Qual é o motivo levou a mulher de Plutão a transformar a ninfa Minthe em

uma erva?

� O que gerou a atitude da mulher de Plutão em relação a Minthe?

� Como você julga a atitude da mulher de Plutão? E a atitude da ninfa

Minthe?

O professor pedirá aos alunos que comentem oralmente as respostas feitas

por eles.

Para apresentar aos alunos o texto não ficcional o professor proporá a

seguinte atividade:

Leiam atentamente o texto Da mitologia à ciência.

Comentem o texto abordando os seguintes aspectos:

� Do que trata o texto?

� Que parte do texto lhes chamou mais a atenção? Justifique.

� Qual a relação do título com o texto?

� De acordo com o texto, como os antigos gregos consideravam as plantas

medicinais?

� E hoje, como as algumas pessoas consideram as plantas medicinais?

Da mitologia à ciência . ... As primeiras prescrições de remédios começam no século 5 a.C. e coincidem com o apogeu da Grécia Antiga. Não por acaso, algumas plantas eram consideradas sagradas pelos antigos gregos e relacionavam-se à mitologia dos deuses... A obra mais clara e completa da antiguidade grega sobre medicina é atribuída a Hipócrates (460 a.C.–370 a.C.). O chamado 'pai da medicina', além de reconhecer as propriedades das plantas medicinais, fixou as bases da ciência médica em sua totalidade. É nesse período que surge a figura de Pedanios Dioscórides, médico e cirurgião durante o Império de Nero (entre 50 d.C. e 75 d.C.), conhecido como 'fundador da Matéria Médica'. Sua obra - à qual se atribui a descrição de 600 plantas provenientes da Ásia, Grécia, Egito e Itália - foi a base para a medicina curativa dos 18 séculos seguintes...http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT483483-1719,00.html, 29/6/2010 Edição 187 - Fev/07

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� Para vocês as plantas medicinais devem ser consideradas como

sagradas? Por quê?

Após ouvir os alunos o professor solicitará que releiam os textos Lenda da

Mentha e Da mitologia à ciência e que digam o que eles apresentam em comum,

o que apresentam de diferença e que texto vocês consideram como sendo

ficcional e não ficcional.

O professor comentará as respostas feitas pelos alunos e solicitará aos

mesmos que digam se o que eles entendem por lenda. Em seguida apresentará

que é uma lenda e o que é um mito.

Pedagogia:

A pedagoga acompanhará todos os professores envolvidos no projeto

ficando em um ponto estratégico da sala de aula que lhe possibilite uma visão de

todos os alunos para que possa fazer as anotações sobre a participação dos

mesmos e posteriormente verificar a presença de algumas marcas da oralidade

na escrita dos alunos.

Prática social final:

Espera-se que os alunos façam a leitura dos diferentes textos que circulam

socialmente sobre plantas medicinais e cheguem à conclusão de que as plantas

medicinais são utilizadas desde a antiguidade por diversos povos para curar

doenças ou aliviar as dores.

A lenda se origina a partir de fato histórico, embora sua veracidade, com o passar do tempo, seja transfigurada pela imaginação popular.

D’Onofrio (1995)

MITO: ...trata sempre de uma história fantástica, inventada por um poeta ou pelo povo. No segundo sentido o mito brota espontaneamente do seio de um povo ainda num estágio primitivo.

D’ Onofrio, (1995)

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Referência:

BUSSAB, Wilton de O; Morettin, Pedro A. Estatistica Básica. 5ª edição. São Paulo: Saraiva , 2003. D’ONOFRIO, Salvatore. Teoria do texto 1: Prolegômenos e teoria da narrati va. São Paulo: Ática, 1995. FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 9 ed. São Paulo: Cortez/ Autores Associados, 1985. GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3. Ed. Campinas: Coleção educação contemporânea, 2005. SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. VIEIRA, Sônia. Estatística – Introdução ilustrada. São Paulo: Atlas, 1985. http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT483483-1719,00.html, Edição 187 - Fev/07, 29/6/2010. http://www.cotianet.com.br/eco/herb/hort.htm, 30/06/2010.

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3.3 Plano de ação docente: Levantamento de dados

O levantamento de dados procede à observação de fatos e fenômenos

exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e,

finalmente, à análise e interpretação desses dados, com base numa

fundamentação teórica consistente, objetivando compreender e explicar o

problema pesquisado. A levantamento de dados é uma das etapas do trabalho

estatístico em que o pesquisador coleta informações que serão analisadas

posteriormente.

Área de atuação: Ciências, Matemática, Pedagogia e Português.

Conteúdos estruturantes:

Ciências: biodiversidade.

Matemática : tratamento da informação.

Português: oralidade.

Conteúdos específicos:

Ciências: plantas medicinais.

Matemática: coleta de dados.

Português: oralidade e escrita.

Pedagogia: postura do aluno diante da prática de situação oral formal.

Duração: Tempo previsto de cinco aulas.

Prática social inicial:

Constantemente nos deparamos com situações em que somos

questionados sobre um determinado assunto ou produto, com o objetivo de

levantar dados, situação esta que nos mostra a presença do levantamento de

dados em nosso cotidiano.

Para que os alunos possam compreender qual a função do levantamento

de dados, serão propostas as seguintes questões:

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� Vocês já participaram de uma pesquisa?

� Vocês sabem o que é uma pesquisa de campo?

� Gostariam de realizar uma pesquisa de campo no distrito de Iguatemi,

sobre plantas medicinais?

Problematização:

O consumo de plantas medicinais está cada dia mais sendo difundido nos

meios de comunicação em massa, pastoral da saúde e médicos que seguem uma

linha mais natural. Desejando-se saber qual é o conhecimento que a população

tem sobre esse assunto será realizado o levantamento de dados que possibilitará

observar a situação do consumo e conhecimento sobre as plantas medicinais, no

distrito de Iguatemi – Maringá – PR.

Para as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Matemática

(Paraná, 2008)

Objetivos:

Ciências:

• Realizar um levantamento de dados para verificar a utilização de plantas

medicinais na comunidade local.

• Observar, durante o levantamento de dados, se as plantas são utilizadas

ou cultivadas nas casas ou nos quintais.

Matemática:

• Observar os fatos e fenômenos de um levantamento de dados, exatamente

como ocorrem no real.

• Coletar dados estatísticos por meio da aplicação de questionário.

• Construir planilha de dados em software adequado.

A Educação Básica propõe-se que o trabalho com estatística se faça por meio de um processo investigativo, pelo qual o estudante manusei dados desde sua coleta, até os cálculos finais.

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Português:

• Aprimorar a fala em situação de comunicação oral formal.

• Expandir a capacidade de se expressar oralmente em situações formais.

• Reconhecer que o uso da oralidade também requer situação formal.

• Observar que tanto a oralidade quanto a escrita requerem formalidade em

algumas situações formais.

Procedimentos práticos:

Nas Diretrizes cita Lopes (1999),

Leitura do livro Que Rei sou Eu? O livro aborda a pesquisa como meio de

se adquirir informações sobre a popularidade do rei leão perante os seus súditos

da floresta. A oralidade será explorada entre o professor e os alunos sobre

questões relativas ao universo social, matemático e estatístico apresentado no

livro. Ex.: Como representar as respostas dadas pelos animais? Objeto de

reivindicação é para beneficiar o coletivo ou para si próprio?

No próximo momento será realizado um levantamento de dados, no distrito

de Iguatemi. Participarão nessa atividade alunos da 6ª série C, professores PDE

(Antonio Fernando, Célia, Márcia e Walkíria), acadêmicos e professora do

departamento de Estatística da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Nessa

atividade será aplicado um questionário contendo questões sócio-econômicas e

específicas sobre as plantas medicinais. A aplicação do mesmo tem como

objetivo estudar a utilização dessas plantas no distrito. Os envolvidos no

levantamento se reunirão no Colégio Estadual Rui Barbosa, para a formação dos

pequenos grupos e distribuição dos mapas com a divisão dos setores onde será

aplicado o questionário. Cada equipe deverá se dirigir ao seu setor e para o início

da pesquisa. O número de amostra foi calculado utilizando-se a amostragem

Os Parâmetros sugerem que a coleta, a organização e a descrição de dados são métodos utilizados com muita frequência na resolução de problemas e instigam as crianças a fazer perguntas, analogias, construir justificativas e desenvolver o espírito de investigação.

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simples, resultando num total de trezentos e quarenta amostras, o questiónário

será aplicado em um intervalo de cinco residências, sendo que a primeira será

definida por sorteio. Assim que concluir o seu setor, cada equipe deverá retornar

ao colégio para a entrega dos questionários aplicados.

Questionário aplicado:

Levantamento feito numa amostra da população de Iguatemi sobre PLANTAS

MEDICINAIS.

1- Grau de escolaridade da mãe ou responsável:

( ) analfabeto

( ) 1ª a 4ª série

( ) 5ª a 8ª série

( ) ensino médio

( ) superior

2- Renda familiar:

( ) abaixo de 1 salário mínino ( R$ 510,00 )

( ) de 1 a 3 salários mínimos ( R$ 510,00 à R$ 1.529,00)

( ) de 3 a 6 salários mínimos ( R1.530,00 à R$ 3.059,00)

( ) de 6 a 10 salários mínimos ( R$ 3.560,00 à R$ 5.099,00)

( ) acima de 10 salários mínimos (R$ 5.100,00 )

3- Casa:

( ) própria

( ) alugada

( ) cedida

CONSULTA A SER UTILIZADA COMO MATERIAL DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA POR PROFESSORES PDE DO COLÉGIO RUI BARBOSA DE IGUATEMI.

O ENTREVISTADO NÃO SERÁ IDENTIFICADO CADA QUESTÃO DEVERÁ TER UMA ÚNICA ALTERNATIVA

ASSINALADA

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4- A sua família costuma utilizar plantas medicinais?

( ) não

( ) sim.

Quais?

Para quê?

Raízes

casca

folhas

flores

frutos

5- Vocês cultivam alguma planta medicinal (plantas utilizadas como remédio).

( ) não

( ) sim.

Qual(is)?

_________________________________________

_________________________________________

_________________________________________

6- As plantas medicinais também possuem contra indicação?

( ) não

( ) sim

Prática social final:

Será solicitado aos alunos participantes do levantamento de dados que

relatem oralmente ou por escrito sobre a experiência vivenciada.

Referências:

OlLIVEIRA, Aurélio de, Que Rei sou Eu? . São Paulo, editora seed Ltda,. SAMARA, Beatriiz S.; Barros, José C. Pesquisa de marketing. Conceitos e Matodologia: São Paulo: Hrentice Hall, 2002. PARANÁ, Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Matemática (2008).

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3.4 Plano de ação docente: Conhecendo os Vegetais

Área de atuação: Ciências, Matemática, Pedagogia e Português.

Conteúdos estruturantes:

Ciências: biodiversidade.

Matemática: tratamento da informação, grandezas e medidas.

Português: oralidade, leitura e escrita.

Conteúdos específicos:

Ciências: plantas medicinais.

Matemática: noções de estatística, medidas de comprimento.

Português: uso da oralidade em situações públicas, leitura de textos científicos, e

produção textual (gênero argumentativo).

Duração: Tempo previsto dez aulas.

Prática social inicial:

Para saber o que os alunos já conhecem sobre os vegetais o professor

proporá algumas questões para direcionar a conversa informal como:

� Quais plantas você conhece?

� Quais são as partes de um vegetal?

� Todas as plantas possuem frutos?

� No caminho para a escola existem plantas? Quais?

Problematização:

Os vegetais podem ser encontrados em vários locais, podendo apresentar

diferentes características de acordo com o ambiente onde vivem. No entanto,

para sua sobrevivência necessitam de fatores ambientais tais como: água,

nutrientes, luz e gases atmosféricos para a realização da fotossíntese e

respiração celular.

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� Qual a importância dos vegetais para o homem? Para que utilizam?

� O que é necessário para uma planta sobreviver?

Os alunos podem ter algumas dúvidas ou curiosidades como:

� Por que quando colocamos uma planta dentro de casa ela cresce em

direção a janela?

� Por que algumas plantas são denominadas de parasitas?

Objetivos:

Ciências:

• Identificar os órgãos das plantas: raiz, caule, folha, flor, fruto e semente.

• Compreender as características gerais das plantas (pluricelulares,

eucariontes, autótrofos).

• Reconhecer a importância das plantas para os animais/homem.

• Compreender que cada planta identificada recebe um nome científico.

• Qual é a importância do nome científico.

• Observar as plantas existentes para compreender melhor o ambiente onde

vive e valorizar a natureza.

• Reconhecer que as plantas são a base das cadeias alimentares.

• Reconhecer a importância da folha no processo da fotossíntese, respiração

e transpiração da planta.

Matemática:

• Observar dados estatísticos.

• Fazer relatórios de observações estatísticas.

Português:

• Aprimorar a oralidade diante de um público.

• Aprimorar a leitura de textos científicos.

• Perceber que o texto científico apresenta estrutura e linguagem própria.

• Ampliar a leitura sobre plantas.

• Produzir texto opnativo com clareza e objetividade.

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Procedimentos práticos:

Ciências:

Para que os alunos entendam sobre a diversidade dos vegetais é

importante que inicie o estudo observando as espécies que existem em sua rua,

na escola, nas praças, nos bosques, em fim, no ambiente que vivemos.

Convidar os alunos para um passeio pelo pátio da escola observando a

variedade de vegetais existentes. Em grupo, escolher uma planta para observar e

representar a mesma através de desenho e anotações indicando os órgãos

vegetativos com suas respectivas funções. Coletar algumas folhas para

observar as formas e as nervuras que elas possuem. Utilizar uma das folhas

coletadas com nervuras visíveis (goiabeira / Psidium guajava ou pata-de-vaca /

Bauhinia candicans) e colocar um sulfite sobre a mesma passando um giz de cera

de tal forma que será obtido o formato e as nervuras da folha escolhida. Em

seguida indicar com setas os nomes das partes da folha (limbo, pecíolo e

nervuras).

Retornando para a sala pesquisar sobre as diferentes formas das folhas,

nomeando-as de acordo com suas características e enfatizar as funções

desempenhadas por esse órgão do vegetal. Em seguida montar um painel com

as folhas coletadas.

Pedir para os alunos dizerem nomes de vegetais que eles conhecem e ir

anotando no quadro fazendo comentários sobre suas características. Utilizando

os nomes mencionados preencher uma tabela.

Exemplo:

ALFACE – ROSEIRA – ROMÃ – PITANGA – SAMAMBAIA – COQUEIRO

ORNAMENTAL COMESTÍVEL

alface

Roseira

Romã romã

Pitanga pitanga

Samambaia

Coqueiro coqueiro

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Ao preencher a tabela poderão verificar que muitas plantas podem ser tanto

ornamentais quanto comestíveis e questionar:

� Você considera importante escolher plantas que podemos ter no quintal?

Propor aos alunos que realizem uma coleta de informações em revistas, livros,

jornais e páginas da internet sobre a utilidade dos vegetais. Posteriormente,

confeccionar com o material obtido na pesquisa acima citada, um mural com as

figuras e pequenos textos informativos sobre a importância das plantas como:

realização da fotossíntese, alimento para os animais, matéria prima para

cosméticos e remédios, para fabricação de móveis, casas, instrumentos musicais,

papéis, etc.

Colorir no caça-palavras os nomes das plantas: pinheiro - alecrim - bambu -

milho - babosa - guaco e ipê .

S E F G T P U K L G X X A S

P Q B A B O S A Y U M M F X

I C Q Q L Y E W Z A Q I P Ê

N S A X F G J T P C M B N C

H X L R T B W Z Q O Y F P B

E Y E P J A M B C Q A A I R

I X C V W M T M I L H O T S

R J R Y P B M N E Q A E W Z

O Z I R T U P B E Y N K J R

A R M J W T B Z K P B N C Y

Registre a importância das plantas abaixo:

Pinheiro ________________________________________________________

Alecrim ________________________________________________________

Bambu ________________________________________________________

Milho ________________________________________________________

Babosa ________________________________________________________

Guaco _________________________________________________________

Ipê ___________________________________________________________

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O planeta Terra é muito rico em sua biodiversidade. Para facilitar os

estudos, todos os seres vivos são catalogados recebendo um nome científico e

classificados de acordo com suas semelhanças, sendo a nomenclatura binária

utilizada até os dias atuais proposta por Carl von Linnée, (médico sueco

naturalista) em 1735.

O professor proporá aos alunos um texto retirado do livro Projeto Araribá

sobre a classificação dos seres vivos.

Após a leitura do texto questionar sobre a importância da nomenclatura

científica, da característica binomial e da origem dos nomes científicos.

Nomenclatura científica

A classificação de um organismo inclui a sua nomenclatura, de modo que a

espécie possa ser identificada com facilidade, independentemente do local

em que se encontre. Por exemplo, a mandioca, maniva, aipim e macaxeira

são nomes populares e regionais, que correspondem ao mesmo ser vivo,

cujo nome científico é Manihot esculenta.

O nome científico de uma espécie é binomial...

Projeto Araribá

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Pesquise e complete a tabela:

FIGURA DA

PLANTA

NOME POPULAR

NOME

CIENTÍFICO

PARTE

COMESTÍVEL

rabanete Raphanus

sativus

Lactuca sativa folhas

guaraná Paulinnia

cupana

cebola caule

urucum Bixa orellana

Durante as aulas o professor proporá algumas atividades práticas, tais

como:

Fototropismo (foto=luz + tropismo= giro, volta)

Para comprovar que as plantas procuram a luz, colocar uma planta dentro de

uma caixa com uma pequena abertura em uma extremidade para ser observada,

desenhada e descrita.

Observação da célula vegetal.

Coletar folhas de plantas existentes no pátio da escola para observar as partes

fundamentais de uma célula, bem como os estômatos (responsáveis pela

respiração) presentes na folha dos vegetais, através do microscópio no

laboratório de biologia fazendo desenhos e anotações.

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Processo da fotossíntese:

Com a utilização de sementes, como sendo cada uma delas um átomo,

representar as moléculas do processo da fotossíntese. Essa prática facilita a

aprendizagem do processo realizado pelos seres autótrofos.

Germinação da semente em diferentes condições:

Umidade e tipos de solo

Profundidade do plantio

Realizar as experiências observando, descrevendo e anotando em uma tabela o

desenvolvimento do vegetal.

Transpiração vegetal:

Cobrir parte da planta com saco plástico transparente para observar a presença

de água que surge da transpiração do vegetal.

Formação de mudas :

Produzir mudas através da reprodução sexuadas-sementes e assexuado-mudas

por estaquias ou folhas de alguns vegetais.

Estudando os vegetais os alunos compreendem sua importância e

passam a observar, cultivar e valorizar mais as diversas espécies.

Será proposto aos alunos uma produção de texto com ilustração referente a

importância dos vegetais para o homem considerando as dimensões: histórica,

ambiental, econômica e científica.

Matemática:

Para se conhecer melhor o desenvolvimento de uma planta, será realizado

um experimento observando e comparando algumas fases da germinação das

plantas em condições normais de luminosidade e irrigação e em condições

adversas de luminosidade e irrigação.

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Experimento.

O professor irá propor aos alunos a realização de experimentos onde serão

cultivadas plantas medicinais em condições normais e em condições adversas.

1º - O experimento consiste em semeadura de Artemisia absinthium conhecida

popularmente como losna em três caixotes.

2º - Os caixotes receberão a mesma quantidade de semente.

3º - Um dos caixotes ficará no horto recebendo luminosidade e irrigação normal.

Outro caixote ficará em lugar de pouca luminosidade e recebendo irrigação

normal e o terceiro caixote receberá luminosidade normal com pouca irrigação.

Obs: De acordo com as informações constantes na embalagem, a germinação

ocorrá de 7 a 21 dias.

4º - Os dados sobre a germinação serão observados e anotados em uma planilha.

Ex: Tabela de acompanhamento de germinação da semente.

Quantidade de plantas germinadas após número de

dias de plantio

condições 6ºdia 7º dia 8º dia 9º dia 10ºdia 11ºdia 12ºdia

normal

Falta de luminosidade

Baixa irrigação

5º - Após observada e registrada as anotações, será feito um relatório referente a

germinação em diferentes condições.

Português:

Para os alunos ampliarem seus conhecimentos sobre as plantas o

professor irá propor aos alunos a realização de duas atividades:

1- Formem equipes de três componentes e pesquisem em livros, revistas, jornais,

vídeos e internet textos que falem sobre a importância das plantas para os seres

humanos. Os alunos apresentarão o resultado da pesquisa em forma de

documentário. Para a organização do documentário serão orientados da seguinte

maneira:

� Pesquisem vários textos que falem sobre a importância das plantas para a

vida humana;

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� Leiam várias vezes o mesmo texto para se familializarem com o assunto;

� Selecionem as informações mais relevantes;

� Abordem aquelas informações que acreditam que irão aguçar a

curiosidade do público;

� Não sejam repetitivos;

� Utilizem um tom de voz que possam ser ouvido por todos os alunos.

� Aqueles que quiserem poderão utilizar-se de recursos midiáticos durante a

apresentação da pesquisa.

2- Produza um texto argumentativo, para ser exposto no colégio, abordado a

importância das plantas para a vida.

REFERÊNCIAS:

BARROS, Carlos, Paulino, Wilson Roberto, Os Seres Vivos , 3ª edição, 6ª série, Editora Ática, São Paulo, 2007. CRUZ, José Luiz Carvalho, Projeto Araribá: ciências/ensino fundamental/obra coletiva concebida , 2ª edição, Editora Moderna, São Paulo, 2007. GOWDAK, Demétrio, Mattos, Neide S. de e França, Valmir de, O Universo e o Homem: astronomia, biodiversidade e saúde, 1ª ediçã o, 6ª série, Editora FTD, São Paulo, 1993. GOWDAK, Demétrio e Eduardo Martins. Seres Vivos , 1ª edição 6ª série, editora FTD, São Paulo, 2003. SILVA, Irenice...(et al.), Noções sobre o organismo humano e utilização de plantas medicinais . 2ª edição, Editora Educativa, Cascavel, 1995.

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3.5 Plano de ação docente – Pesquisa Bibliográfica

A pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental no processo de

aquisição do saber, pois ela é um dos meios para se construir o conhecimento.

Para as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (2008),

Área de atuação: Ciências, Matemática, Pedagogia e Português.

Conteúdos estruturantes :

Ciências: biodiversidade.

Matemática: tratamento da informação.

Português: leitura, oralidade e escrita.

Conteúdos específicos:

Ciências: plantas medicinais.

Matemática: termos estatísticos.

Português: leitura interpretativa, seminário e nomenclatura de algumas plantas

medicinais.

Duração: Tempo previsto de dez aulas.

Prática social inicial:

Existem várias formas do aluno se apropriar do conhecimento, dentre elas

está a pesquisa bibliográfica. Para que ele possa compreender que a pesquisa

bibliográfica contribui de forma significativa na aprendizagem de determinado

assunto, o professor levantará alguns questionamentos como:

� Já assistiram a algum documentário a respeito das plantas medicinais?

� Já tomaram algum chá para curar alguma doença? Qual?

� Conhecem alguma receita com plantas medicinais? Como ela é?

� As plantas medicinais curam qualquer doença?

� As plantas medicinais podem ser utilizadas por qualquer pessoa?

� As plantas medicinais possuem contra indicação?

A pesquisa é uma estratégia de ensino que visa à formação do conhecimento. Essa estratégia inicia-se na procura de material de pesquisa, passa pela interpretação desse material e chega à construção das atividades.

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� O custo de uma medicação fitoterápica é menor ou maior que uma

medicação alopática? Qual é esse porcentual?

Segundo Bragança (1996),

Para as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Ciências (Paraná,

2008),

Problematização:

A importância de se conhecer o significado dos termos estatísticos facilita a

leitura matemática, para tanto faz se necessário a pesquisa bibliográfica.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que a fitoteratia é

utilizada por 80% da população mundial. De acordo com esta informação pode-se

levantar alguns questionamentos:

� Quais devem ser os motivos para a maioria da população utilizar plantas

medicinais?

� Quanto a utilização das plantas medicinais podemos afirmar: se é natural

não faz mal?

� Qualquer problema de sáude pode ser resolvido com as plantas

medicinais?

� Vocês consideram importante pesquisar sobre plantas medicinais?

� Há economia na utilização de medicamentos fitoterápicos?

A história mostra que um grande número de medicamentos preciosos podem ser extraídos de plantas. O fato de serem utilizadas na medicina tradicional já indica, razoavelmente, que elas merecem um estudo científico.

...entende-se a escola como espaço do confronto e diálogo entre os conhecimentos sistematizados e os conhecimentos do cotidiano popular. Essas são as fontes sócio-históricas do conhecimento em sua complexidade.

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Objetivos:

Ciências:

• Reconhecer as plantas medicinais através da pesquisa.

• Reconhecer que todos os seres vivos possuem um nome científico.

• Reconhecer que existem plantas nativas e exóticas.

• Identificar os órgãos de uma planta para saber utilizá-la.

• Reconhecer a utilidade das plantas para a saúde humana.

• Compreender a importância da utilização do nome científico para

reconhecer uma planta medicinal.

• Compreender que os cuidados são necessários quanto à preparação e a

dosagem.

• Compreender que a pesquisa sobre plantas medicinais envolve dimensões:

científicas, religiosa, histórica, cultural, ambiental.

Matemática:

• Pesquisar os significados de alguns termos estatísticos.

Português:

• Ler diferentes tipos de textos sobre plantas medicinais.

• Verificar, através da leitura, que um mesmo tema apresenta diferentes

abordagens.

• Expor oralmente o conhecimento adquirido através da pesquisa

bibliografica.

• Identificar que as plantas medicinais possuem nome popular e nome

científico.

• Observar a diferença na escrita de um termo popular e de um termo

científico.

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83

Procedimentos práticos:

Ciências:

A pesquisa bibliográfica será realizada em grupos para que ocorra a

interação entre os estudantes trocando experiências quanto ao tema,

enriquecendo o trabalho e construindo um conhecimento significativo.

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de ciências( 2008),

A pesquisa será realizada através de: leitura de livros, revistas, panfletos,

jornais e consulta na internet.

O conteúdo será desenvolvido observando-se as dimensões:

Conceitual / Científica – O que são plantas medicinais?

Religiosa / Histórica - Na bíblia são citadas platas medicinais?

Cultural - Todos os povos cultivam e utilizam os mesmos tipos de

plantas? Qual a origem das plantas medicinais?

Ambiental – Por que é importante conservar a flora?

Os alunos realizarão atividades voltadas para a exposição escrita,

representação das plantas através de desenhos, exposição oral e indicação de

referências quer de livros, revistas, jornais e páginas da internet.

Será proposto montar quebra - cabeça contendo: figuras da plantas medicinais,

nome popular, científico e indicações terapêuticas.

No trabalho em grupo, o estudante tem a oportunidade de trocar experiências, apresentar suas proposições aos outros estudantes, confrontar idéias, desenvolver espírito de equipe e atitude colaborativa. Esta atividade permite aproximar o estudo de Ciências dos problemas reais, de modo a contribuir para a construção significativa de conhecimento pelo estudante.

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Exemplos:

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� Propor aos alunos a produção de um texto sobre as plantas medicinais

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Propor aos alunos a produção de um texto com ilustração sobre as plantas

medicinais considerando as dimensões: científica, histórica, religiosa, cultural e

ambiental.

Através da expressão oral, procurar saber quais são as intenções dos

alunos após ter pesquisado sobre plantas medicinais. Eles podem apresentar

interesse ou realizar ações como:

Estudar mais sobre as plantas.

Conhecer o Horto de Plantas Medicinais Professora Irenice Silva – UEM.

Observar a variedade de plantas medicinais e cultivar.

Assistir documentários, fazer leituras e debates sobre plantas medicinais.

Fazer uma visita ao horto de plantas medicinais da UEM levando questões

(curiosidades e dúvidas).

Estudar o solo para posteriormente implantar um horto de plantas medicinais na

escola.

Matemática:

A pesquisa bibliográfica irá auxiliar os alunos na compresensão de termos

que são próprios do universo estatístico, para tanto o professor deverá propor aos

alunos uma lista de palavras a ser pesquisado o significado junto ao dicionário,

livros didáticos, internet e demais materiais que por ora possam ser utilizados.

Atividade:

1- Pesquise o significado das palavras abaixo, em livros, dicionário, internet ou

outro material que julgar necessário.

estatística; população; amostra; dados; tabela; gráfico; mediana e variáveis.

Português:

O professor dividirá a turma em equipes de três alunos e solicitará que

pesquisem em livros, revistas, jornais e sites textos que falem fitoterapia,

observando: o que, como, para que falam; a nomenclatura popular e científica; e

situações de consumo.

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87

A pesquisa será apresentada aos demais alunos da sala de aula, em

forma de seminário, para tanto o professor orientará os alunos como realizá-lo.

Primeiramente informará à turma a necessidade e importância do

semínário ter uma introdução para que possam deixar delimitado o que será

abordado, justificar a escolha, chamar a atenção para o assunto e aguçar a

curiosidade da platéia. Em seguida os alunos deverão planejar o que vão dizer

tentando antecipar algumas reações dos ouvintes, buscando presumir o que

acreditam fazer mais sucesso, bem como o que teriam mais dificuldade na

assimilação. Ao iniciar a atividade o professor solicitará aos alunos para que

observem os diferentes enfoques dados a um mesmo tema e que conheçam os

nomes científicos e populares das plantas medicinais identificados por cada

grupo. Para que os alunos tenham um material de apoio durante a exposição o

professor orientará os alunos para levarem um registro escrito em forma de

cartazes ou slides. Para motivar os ouvintes o professor solicitará que formulem

algumas questões que provoquem debate e contribuam para a interação entre

apresentadores e platéia. Encerrado o seminário e para que os alunos possam

fixar o nome científico e popular de algumas plantas o professor solicitará a

realização de uma palavra cruzada.

ATIVIDADES:

Complete a cruzadinha relacionando o nome científico com o nome

popular de algumas plantas medicinais:

1- Mentha spicata, Mentha crispa, Mentha piperita Mentha pulegium: planta muito

usada na cozinha do Oriente Médio. É o toque mágico de um bom tabule ou quibe

(pratos da culinária síria).

2- Foeniculum vulgaris: estlimula o apeite. O chá das sementes é empregado

contra cólicas do estômago e azias.

3- Zingiber officinale: no Brasil é muito usado no quentão, no pé-de-moleque e na

cocada nordestina.

4- Cinnamomum zeylanicum: os antigos egípcios chegaram a fundar várias

cidades só para servir de entreposto na sua comercialização.

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88

5- Eugenia caryophillata: antes de Vasco da Gama descobrir o caminho para as

Índias, essa especiaria era caríssima.

2-

-

-

5- -

1-

4-

3-

Para a próxima etapa o professor pedirá a turma que conversem com alguém da

família ou algum conhecido e peçam uma receita que envolva o uso de planta

medicinal e quem na família a faz. Solicitará também que tragam uma bula de

medicamento alopático.

Prática social final:

Espera-se que os alunos recorram a pesquisa bibliográfica como meio de

compreensão sobre a presença das plantas medicinais na sociedade moderna.

Referências:

BRAGANÇA, L. A. R. (Coord.). Plantas Medicinais antidiabéticas: uma abordagem multidisciplinar. Niterói: EDUFF, 1996.

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89

FIGUEIREDO, D. Plantas Medicinais. 2007. Disponível em <http://pt.shvoong.com/medicine-and-bealth/1648749-plantas-medicinais>. Acesso em: 14 jan. 2010. GONÇALVES, Cristina Farias F. O tratamento da informação: estatística para o ensino fundamental. Londrina: EDUEL, 2007. PARANÁ - Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Ciências (2008). SILVA, Irenice...(et al.), Noções sobre o organismo humano e utilização de plantas medicinais . 2ª edição, Editora Educativa, Cascavel,1995. TABELA+DA+ANSIVA+ANVISA+COM+MAIS+DE+FITOTERAPI... acesso 06/07/2010. Últimas Edições – Noticias recentes do Jornal Nacional – Noticias disponível em: http: jornalnacional.globo.com/.../o,,MUL1524043-10406,00 CONFIRA +A+ Últimas Edições - notícias recentes do Jornal Nacional - NOTÍCIAS http:jornalnacional.globo.com/.../0,,MUL1524043-10406,00-CONFIRA+A+TABELA+DA+ANISA +ANVISA+COM+MAIS+DE+FITOTERAPI..., 06/07/2010

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90

3.6 Plano de ação docente – O Uso de Plantas Medicinais

Ao contrário do que grande parte da população pensa, o uso de

medicamentos fitoterápicos deve ser administrado controladamente. No Brasil, o

órgão responsável pela regulamentação é a ANVISA (Agência Nacional de

Vigilância Sanitária). A mesma apresenta uma tabela contendo a nomenclatura

científica, popular, posologia e contra indicação.

Para Cirino (1994),

Área de atuação: Ciências, Matemática, Pedagogia e Português.

Conteúdos estruturantes:

Ciências: biodiversidade.

Matemática: tratamento da informação, grandezas e medidas.

Português: leitura, oralidade e escrita.

Conteúdos específicos:

Ciências: plantas medicinais.

Matemática: medidas de massa, medidas derivadas: volume e tabelas.

Pedagogia: verificar como o aluno reage diante de situações da prática da

escrita.

Português: leitura de textos curtos (gênero receita, gênero tabela) e debates.

Duração: Tempo previsto de dez aulas.

Prática social inicial:

O professor proporá algumas questões para conduzir os alunos a reflexões

sobre o uso das plantas medicinais como:

� Quais os principais fatores que levaram a população a fazer uso das

plantas medicinais?

Na medicina, produtos originários de plantas medicinais ocupam um espaço cada vez maior na terapêutica. As contra indicações e os efeitos colaterais resultantes do uso de medicamentos sintéticos, podem ser evitados utilizando-se plantas medicinais, com a mesma eficácia que as drogas sintéticas.

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� Você sabe que existe um órgão que regulamenta o uso de plantas

medicinais?

� Você sabe que o Ministério da Saúde, através da ANVISA disponibiliza

uma lista com dezenas de plantas medicinais orientando o consumo e

reações adversas?

� Você pode estabelecer algumas relações entre as plantas medicinais e as

disciplinas de matemática e língua portuguesa?

Problematização:

Apesar da mídia estar cada vez mais abordando questões referentes ao

uso das plantas medicinais, grande parte da população ainda desconhece a

existência de um órgão responsável pela divulgação do uso correto de tais

plantas. No Brasil a ANVISA, unindo a tradição e a ciência, pretende esclarecer a

população como as plantas devem ser administradas para que o efeito seja

benéfico, através de uma tabela contendo orientações sobre o uso de algumas

plantas medicinais. Pensando-se no uso da fitoterapia por um número maior de

pessoas, algumas questões são levantadas:

� A comunidade do distrito de Iguatemi tem acesso a essa informação?

� A comunidade local faz uso das plantas medicinais de maneira consciente?

Objetivos:

Ciências:

• Reconhecer que nas últimas décadas as plantas medicinais estão sendo

mais utilizadas pela população.

• Reconhecer que a Organização Mundial de Saúde incentiva o uso de

plantas medicinais de forma consciente.

• Conhecer a lista dos fitoterápicos disponibilizada pela ANVISA / Ministério

da Saúde, para os cuidados básicos com a saúde.

Matemática:

• Reconhecer e utilizar os múltiplos e submúltiplos de medidas de massa e

volume.

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92

• Estabelecer relações entre a posologia de um medicamento fitoterápico e

os números naturais.

• Construir tabelas.

• Identificar os elementos que compõem uma tabela. (título, cabeçalho, corpo

da tabela, fonte e notas).

Português:

• Resgatar questões culturais sobre o uso de plantas medicinais.

• Reconhecer a existência dos gêneros, receita popular e tabela entre os

diversos gêneros textuais.

• Verificar o que os alunos sabem sobre o gênero receita.

• Conhecer a estrutura textual dos gêneros receita e tabela.

• Identificar elementos que sustentem a leitura interpretativa do gênero

receita e do gênero tabela.

• Expor com clareza e objetividade as idéias presentes na tabela da ANVISA.

• Diferenciar o gênero receita popular do gênero tabela.

Pedagogia:

• Verificar as ações do aluno quando o professor lhe propõe uma atividade

escrita.

Procedimentos práticos:

Ciências:

Propor aos alunos uma pesquisa na página do Ministério da Saúde para ter

conhecimento da tabela de fitoterápicos disponibilizados pela ANVISA.

O professor juntamente com o aluno irá verificar: O nome popular da

planta; A nomenclatura botânica; As partes utilizadas; A forma de utilização;

Posologia; Via (oral, interno, inalatório, tópico: gargarejos, bochechos,lavagens);

Alegações (para que é utilizada); Contra indicações; Efeitos adversos;

Informações adicionais em embalagem e referências bibliográficas. Também

serão enfatizadas as plantas que possuem contra indicação.

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93

Na próxima etapa, para que o aluno possa distinguir os diferentes

processos de preparo das plantas medicinais, o professor levará o dicionário de

língua portuguesa para a sala de aula e solicitará aos alunos a pesquisa de

termos como: infusão, decocção e maceração.

Atividade prática:

No laboratório de biologia do Colégio Rui Barbosa serão realizadas

atividades práticas de infusão, decocção e maceração de plantas medicinais,

seguida de explicações quanto ao preparo e utilidade terapêutica.

Matemática:

Através da tabela da ANVISA será trabalhado os múltiplos e submúltiplos

de medida de massa e de volume, uma vez que as bulas de remédios utilizam

desta unidade de medida. Para tanto o professor demonstrará aos alunos a

conversão de litros e gramas através de produto ou quociente por potência de

base dez.

Tratando-se de volume é interessante fazer a relação entre litros e metros

cúbicos. Para tanto, o professor pedirá aos alunos que pesquisem o que pode ser

adquirido em metros cúbicos.

O professor irá demonstrar através de construção com papel o que é metro

cúbico. A relação com a medida de litro é 1m3 = 1.000 litros.

Serão entregue aos alunos na sala de aula revistas e jornais contendo

tabelas. As tabelas selecionadas serão observadas e comparadas entre si. Após

o manuseio desse material será solicitado aos alunos que as comparem com a

tabela da ANVISA para observarem se há alguma diferença. Para iniciar-se a

construção de tabelas o professor solicitará aos alunos que observem os dados

coletados na aula de ciências quando trouxeram as plantas medicinais, e a partir

desses dados irá confeccionar juntamente com os alunos as mesmas. Na mesma

tabela da ANVISA será observado e destacado os elementos que são

fundamentais na sua composição, tais como: título, cabeçalho, corpo da tabela,

fonte e nota de roda pé.

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94

Segundo Gonçalves (2007),

Exemplo de tabela:

Nota.Pesquisa realizada pelos alun os da 6º série C do Colégio.

Posteriormente para fixação do conteúdo o professor irá propor aos alunos

a realização do seguinte exercício:

Atividades:

1- Construa uma tabela de distribuição de frequência. Considerando que há em

uma sala de aula com 30 alunos da escola X. Nela obtivemos os seguintes

dados referentes ao número de pessoas da família.

A tabela deverá conter: Título: antecede a tabela e contém a denominação do fato observado, o local e o ano. Cabeçalho: é a parte superior da tabela que indica o que a coluna contém. Fonte: Esta situada no roda pé da tabela e indica de onde os dados foram retirados. Notas: situados abaixo da tabela indica a metodologia utilizada no levantamento ou elaboração dos dados.

Planta medicinais consumidas no distrito → Título de Iguatemi – Maringá Pr. - 2010 ____________________________________ ___Plantas_______________Frequência ___ → Cabeçalho Hortelã 123 Cidreira 62 _ Carqueja 25_______ Total 210______ Fonte: Colégio Estadual Rui Barbosa – Iguatemi- PR → Fonte

3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 5

5

5

5 6 5 6 6 6 6 6 6 8 8 7 7 9

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2- Dada a tabela abaixo:

Notas dos alunos da 6ª série em Matemática do Colégio X – Maringá - 2010. ________________________________________ ___Nota frequência . 5 2 6 4 7 7 8 7 9 5 10 3 . Total 28 __ . Fonte: Colégio Estadual Rui Barbosa – Iguatemi- PR a) Qual é o título da tabela?______________________________

b) Qual é a maior nota na disciplina de matemática? __________

c) Qual é a nota que apresenta maior frequência ? ___________

d) Qual é a moda obtida nesta tabela? E como é chamada?____________

e) Quantas notas foram observadas? ______________

3) Escreva os dez primeiros múltiplos naturais dos números:

a) 5 ______________________________

b) 7 ______________________________

c) 3 ______________________________

4) Uma criança necessita ser medicada de 6 em 6 hora com uma medicação que

não pode ser dada fora do horário determinado. Em que horário ele deverá tomar

a medicação nos próximos 3 dias, sabendo-se que começou a tomar s 17 horas.

5) Complete:

a) Uma das unidades de capacidade dos líquidos é o __________________.

b) Um litro tem ________________ meios litros. Dois meios litros formam ____________ litro.

c) Três terços de litro formam _______________ litro.

d) Duas coisas que eu posso comprar aos litros são: ___________________________________________________.

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6) Maria comprou copos descartáveis de 250 mililitros, para servir refrigerantes,

em sua festa de aniversário. Quantos copos ela encherá com 1 litro de

refrigerante?

7) Tenho 2 litro de água. Quantos vidros de 10 mililitros posso encher com esse

conteúdo? E se as garrafas forem de 1 decilitro?

Atividade prática:

Nesta atividade o aluno deverá construir uma tabela do consumo em litros

de água em função da quantidade consumida diariamente.

Para tanto o professor deverá seguir os seguintes passos:

1º - Pedir aos alunos que façam a leitura da água no hidrômetro no 1º dia;

2º - Pedir aos alunos que façam a leitura da água no hidrômetro no 2º dia;

3º - Efetuar a diferença, sendo esta o consumo do dia.

4º - Estabelecer o intervalo de consumo, considerando os gastos como: baixo,

médio, alto e super alto.

Ex: 0 litros I---- 100 litros baixo

100 litros I---- 450 litros médio

450 litros I---- 600 litros alto

600 litros I---- 1000 litros super alto

5º - Anotar quanto os alunos gastaram.

Ex: Marcelo 200 litros médio

Carolina 430 litros médio

Maria 500 litros alto

6º - Construir a tabela:

Ex: Nível de consumo diário de água dos alunos da

6º C do Colégio Triângulo – Iguatemi – Pr 2010 .

Nível nº de alunos .

Baixo 0

Médio 2

Alto 1

Super alto 0 .

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Total 3 . Fonte: Colégio Triângulo – Iguatemi PR

Português

O professor iniciará a aula propondo que imaginem que ficaram sabendo

que seu melhor amigo está com um problema de saúde e não tem como ir ao

médico. Por se tratar do melhor amigo, eles querem ajudá-lo. Então farão uso da

fitoterapia. Em seguida solicitará a turma que produzam um texto narrando como

o fato aconteceu e passo a passo de como eles orientaram o amigo a fazer uso

das plantas medicinais. Quando todos os alunos tiverem concluído a atividade o

professor solicitará à aqueles que queiram, para que façam a leitura do texto

produzido e solicitará o fornecimento de um texto para ser transcrito em

papelógrafo e utilizado em sala de aula.

Depois recolherá os textos para que a pedagoga possa observar a escrita

dos alunos e verificar aqueles que apresentaram um grau maior de dificuldades

no registro escrito.

No passo seguinte o professor perguntará aos alunos quem conseguiu a

receita que envolvesse o uso de alguma planta medicinal, com quem e sobre o

que conseguiu. Organizará junto com os alunos um varal de textos e deixará

aberto para aqueles que queiram fazer a leitura oral da receita que trouxe. Nesse

momento o professor levantará junto aos alunos a discussão sobre questões

históricas, como a tradição de geração para geração. O professor selecionará um

dos textos trazidos pelos alunos para ser transcrito na lousa e pedirá que

identifiquem os elementos que indicam que o texto pertence ao gênero receita.

Em seguida, utilizando o papelógrafo contendo o texto do aluno e o transcrito na

lousa, solicitará que observem os dois textos e digam se o texto do aluno

apresenta algum trecho contendo o gênero receita, se a estrutura é a mesma da

receita que eles coletaram com um familiar e que elementos os dois apresentam

em comum.

Espera-se que o aluno produza uma narrativa ou relato e que contenha algum trecho que envolva o gênero receita.

Espera-se que o aluno identifique alguma semelhança entre o texto que trouxeram e o trecho do texto produzido em sala de aula que contempla o gênero receita.

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Na próxima etapa o professor levará para a sala de aula a tabela de

fitoterápicos disponibilizados pela ANVISA e solicitará aos alunos que façam a

leitura da mesma e verifiquem o que ela apresenta em comum com o texto

produzido por eles em sala de aula e o texto que eles adquiriram com o auxilio de

um membro da família.

Pedirá aos alunos que comentem as diferenças que eles perceberam entre

o texto da ANVISA e os dois textos anteriores. Proporá uma nova leitura da tabela

seguida da exposição do que eles entenderam sobre cada item da tabela. Após

ouvir os alunos, o professor fará uma retomada do conteúdo estudado abordando

os tópicos que não foram compreendidos ou apontados durante a leitura.

Levantará alguns aspectos sobre fatos culturais relacionados ao uso de plantas

medicinais:

Tudo que é natural não faz mal;

As plantas medicinais não possuem contra indicação.

Em sequência fará junto aos alunos um levantamento de quem trouxe a

bula de medicamentos sintéticos. Proporá a seguinte atividade:

1- Organizem-se em grupos de três alunos e façam leitura da bula de

medicamentos que trouxeram.

2- Discutir o texto abordando:

� objetivo do texto;

� facilidade ou dificuldade na leitura;

� linguagem utilizada no texto;

� compreensão sobre os itens abordados no texto.

3- Comparar a bula de medicamento sintéticos com a tabela da ANVISA e

observar o que apresentam de semelhanças e diferenças.

4- Eleger um componente do grupo para que comente o resultado da

discussão realizada.

Para encerrar a atividade o professor abrirá a discussão para o grande

grupo e preencherá as lacunas relacionadas a leitura da bula de medicamento

que por ventura tenham ficado.

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Na próxima etapa o professor abordará questões relacionadas aos

cuidados que se deve ter quanto ao uso das plantas medicinais. Iniciará propondo

os seguintes questionamentos aos alunos:

� As plantas medicinais possuem contra indicação?

� Podem ser misturadas para uso interno?

� Voces conhecem alguma situação em que o uso da planta medicinal não

trouxe benefício ao usuário?

Depois de ouvir os alunos o professor distribuirá uma cópia da reportagem

Ervas vendidas em feiras podem até causar queimaduras, extraída da Agência de

Notícias Jornal Floripa e irá propor a realização em da seguinte atividade:

1- Leia atentamente o texto e responda o que se pede:

� Do que trata o texto?

� A quem o texto é destinado?

� Através de que meio de comunicação ele foi veiculado?

� O que o texto fala sobre a comercialização de plantas medicinais?

� Quem analisou a mistura das plantas medicinais?

� O que significa no texto a expressão “Vai comprar gato por lebre”?

� O que o texto quis dizer com a expressão “Mas nem tudo é enganação”?

� Você sabe o que significa ser raizeiro? Já viu algum?

Ervas vendidas em feiras podem causar até queimaduras

[...] A propaganda é no boca a boca. Os chamados "raizeiros" prometem a cura para quase todo tipo de doença com o uso de ervas: "Eu coloco pau-tenente para quem tem diabetes, para quem tem triglicérides, para que tem colesterol".

As tais misturas milagrosas têm preços populares. As doses da garrafada, como é conhecida a bebida, são distribuídas a quem quiser experimentar. Nós levamos o preparado do energético e do suposto mata-vermes para ser analisado no laboratório de química da Universidade Estadual Paulista. Os pesquisadores descobriram que tudo não passa de farsa.[...] http://www.jornalfloripa.com.br/cienciaevida/ver_info_jornalfloripa.asp?NewsI

D=1749, acessado em 30/03/2010.

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� O resultado da pesquisa divulgado no jornal é confiável? Por quê?

� Por que todo medicamento fitoterápico precisa ter registro na Agência

Nacional de Vigilância Sanitária para ser comercializado?

� É importante saber como e quando utilizar plantas medicinais?

Os alunos apresentarão as respostas oralmente e o professor preencherá

as lacunas deixadas na abordagem das perguntas que foram propostas, como por

exemplo: por que é importante saber em que meio a notícia veiculou; qual é a

fonte da informação; a confiabilidade da informação dada...

Para encerrar a atividade o professor irá propor a realização de uma

produção textual dos gêneros bula de medicamento e panfleto.

Atividades:

1- Com base na tabela da ANVISA, produza uma bula de medicamento

fitoterápico para uma das plantas mais utilizadas no distrito de Iguatemi (este

dado será retirado da análise do levantamento de dados, feito por alunos e

professores, no distrito de Iguatemi), para ser apresentado à comunidade escolar.

2- Produza um texto, gênero panfleto, contendo algumas das receitas trazidas

pelos alunos, para ser distribuído na comunidade.

Retextualização

O professor irá desenvolver com os alunos a retextualização evidenciando:

• Que a fala e a escrita são duas modalidades de um mesmo sistema

linguístico e esclarecendo que o aprendizado das operações de

transformação do texto falado para o escrito garante melhor domínio da

produção escrita;

• a diferença entre a forma coloquial e a forma culta;

• se a produção de texto 1 contempla a estrutura do gênero receita e a

produção de texto 2 contempla a estrutura do gênero panfleto.

Pedagoga:

A pedagoga acompanhará os alunos em sala de aula observando quais

são as ações dos mesmos quando o professor lhe propõe a realização de

atividades que envolvem o registro escrito. Depois recolherá o panfleto produzido

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por eles para comparação com o texto produzido no início da implementação

pedagógica.

Prática social final.

O aluno deverá ser capaz de reconhecer a presença do gênero receita no

cotidiano, e perceber que tanto o gênero receita quanto o gênero tabela possuem

estruturas próprias.

Espera-se que o aluno reconheça que Organização Mundial de Saúde

incentiva o uso de plantas medicinais de forma consciente para os cuidados

básicos com a saúde para que a população tenha melhor qualidade de vida.

Referências:

CORREIA JUNIOR, C. Cultivo de plantas medicinais, condimentares e aromáticas. Jaboticabal, FUNEP, 1994. GONÇALVES, Cristina F. & Strapasson, Elizabeth. O tratamento da informação Estatística para o Ensino Fundamental . Londrina: EDUEL, 2007. Nota.Pesquisa realizada pelos alunos da 6º série C do Colégio. Últimas Edições – Noticias recentes do Jornal Nacional – Noticias disponível em: http: jornalnacional.globo.com/.../o,,MUL1524043-10406,00 CONFIRA +A+ TABELA+DA+ANSIVA+ANVISA+COM+MAIS+DE+FITOTERAPI... acesso 06/07/2010 http://www.jornalfloripa.com.br/cienciaevida/ver_info_jornalfloripa.asp?NewsID=1749, acessado em 30/03/2010.

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102

3.7 Plano de ação docente – Produção textual: gráfica e escrita

Os jornais, revistas e artigos recorrem à Estatística para avaliar e traduzir o

assunto abordado numa linguagem que agiliza a leitura e torna a visualização

mais fácil, mais compreensível e mais agradável.

Para Pagano (2004),

Área de atuação: Matemática, Ciências, Português e Pedagogia.

Área de atuação: Ciências, Matemática, Português e Pedagogia.

Conteúdos estruturantes:

Ciências: biodiversidade.

Matemática: tratamento da informação.

Português: escrita.

Conteúdos específicos:

Ciências: análise e construção de gráficos.

Matemática: construção de gráficos.

Português: produção de texto (gênero receita culinária, tipologia prescritiva,

modo imperativo nas variedades padrão e coloquial) e retextualização (condições

de produção e organização textual).

Duração: Tempo previsto de dez aulas.

Prática social inicial

Forma verbal:

Escrever é um exercício que exige esforço, dedicação e, acima de tudo,

conhecimento da função social que a escrita possui. De acordo com Antunes

(2003), as propostas de produção textual devem ser desenvolvidas de acordo

com os gêneros textuais que circulam fora da escola.

A Estatística descritiva se preocupa em organizar e resumir as observações, que são oriundas de um conjunto de dados e podem ser representados de várias formas, entre as quais, gráficos.

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A receita é um gênero textual que contêm informação acerca do modo de

realizar uma atividade (instruções) e com partes bem definidas.

Por ser um texto de fácil acesso acredita-se que o aluno tenha condições

de responder as seguintes questões:

� Quem conhece alguma receita prática?

� Quem já colocou em prática uma receita culinária?

� Para que serve uma receita culinária?

� Quem conhece uma receita a base de plantas medicinais?

Forma não verbal:

A construção de gráficos permite uma visualização e compreensão mais rápida

do comportamento da variável estudada. Os jornais, revistas e artigos recorrem à

Estatística para avaliar e traduzir o assunto abordado numa linguagem que agiliza

a sua leitura e torna a sua visualização mais fácil, mais compreensível e mais

agradável. Como está prática faz parte do nosso cotidiano, pressupõem-se que os

alunos já saibam responder as seguintes questões:

� Quem já viu um gráfico?

� Como era o gráfico que você viu?

� Sobre que assunto ele estava se referindo?

� Era colorido?

� Você já viu algum gráfico em revista ou na TV representando o

desmatamento das florestas?

Problematização:

Britto (1985) ao tecer algumas críticas sobre o ensino da escrita no

contexto escolar diz que, na escola existe relações muito severas e bem

definidas, as quais o aluno tem que escrever de acordo com os padrões que lhe

são estipulados, e acima de tudo, para ser avaliado. Assim, a função da escrita, o

para quê, o como e o para quem escrever, nesse caso, é deixado de lado,

tolhendo-se o gosto pela escrita num momento em que o aluno ainda faz dela um

meio para mostrar, na sua simplicidade, sua visão do mundo.

Diante de situações como a apresentada por Brito, as Diretrizes

Curriculares Estaduais (2008), corrobora com o pensamento de Pécora (1983)

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quando diz que a maneira de propor atividades com a escrita interfere de modo

significativo nos resultados alcançados.

As Diretrizes Curriculares ancora-se em Geraldi (1997) quando ele diz que

é desejável que as atividades com a escrita se realizem de modo interlocutivo,

que elas possam relacionar o dizer escrito às circunstâncias de sua produção.

Isso implica o produtor do texto assumir-se como locutor, conforme propõe e,

dessa forma, ter o que dizer; razão para dizer; como dizer, interlocutores para

quem dizer.

Diante desse contexto é necessário que o professor desenvolva práticas

pedagógicas que possibilitem ao aluno a perceber e compreender que a escrita

está presente no cotidiano e que ela tem função social tanto quanto outras formas

de registro, como por exemplo nos estudos estatísticos.

De acordo com Lopes (1998),

Na sociedade moderna, a importância da estatística se faz presente nos

negócios, na política e em todas as áreas do conhecimento humano. Sendo

assim, o conhecimento estatístico e matemático é essencial na vida das pessoas.

A confecção e leitura de gráficos contribuem de forma significativa na formação

de um indivíduo, levando-o a concluir os resultados analisados e inferir muitas

vezes nas decisões a serem tomadas e vivenciando a prática do conhecimento

adquirido.

Objetivos:

Ciências:

• Construir gráficos para representar o uso de plantas medicinais.

• Identificar as plantas medicinais mais utilizadas em Iguatemi representadas

graficamente.

Antigas civilizações realizavam estudos estatísticos com o objetivo de conhecer informações sobre agricultura, nascimento e mortalidade, para obterem parâmetros para a taxação de impostos, assim como verificarem a quantidade de homens aptos para a guerra.

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Matemática:

• Ler e interpretar gráficos apresentados nos meios de comunicação.

• Produzir textos de interpretação de gráficos.

• Construção e interpretação de gráficos.

• Reconhecer os elementos que compõem um gráfico.

Português:

• Conhecer a estrutura do gênero receita.

• Diferenciar o gênero receita de outros gêneros textuais.

• Produzir texto instucional com coerência e de acordo com a variedade

padrão.

• Fazer a retextualização observando as exigências de escrita da variedade

padrão.

Pedagogia:

• Observar a postura do aluno diante da solicitação de produção textual.

• Analisar as dificuldades de escrita presentes no texto de alguns alunos.

• Apresentar aos professores da turma as dificuldades de escrita

identificadas no texto do aluno.

Procedimentos práticos:

Matemática:

Serão entregues aos alunos revistas e jornais contendo gráficos para que

os mesmos sejam recortados, analisados e comparados entre si. Após o

manuseio dos mesmos, será solicitado aos alunos para elencarem o que

observaram nestes gráficos. Em seguida será proposto questionamentos e

discussões sobre os gráficos coletados. Aproveitando este material, o professor

irá trabalhar os elementos que compõem um gráfico, tais como: título, cabeçalho,

fonte, etc.

Para iniciar a construção de gráficos o professor solicitará aos alunos que

observem os dados apresentados na sala de aula quando se trabalhou as

tabelas, pois os mesmos serão utilizados nesse momento para a confecção dos

gráficos. O professor juntamente com os alunos construirá os gráficos em papel

quadriculado, observando-se qual é o tipo de gráfico adequado a variável

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analisada e se os elementos que compõem o gráfico estão todos presentes. Em

seguida será feita a interpretação do mesmo.

Concluída esta etapa de construção em papel o professor irá disponibilizar

o rol de dados coletados na pesquisa de campo para que seja construído os

gráficos em software adequado, também serão seguidos os mesmos passos de

análise quando feito em papel.

De acordo com Gonçalves (2007),

Segundo Bussab (2003), existem vários tipos de gráficos apresentaremos

os mais comuns.

O gráfico deve conter: Título: antecede o gráfico e contém a denominação do fato observado, o local e o ano. Fonte: Esta situada no rodapé do gráfico e indica de onde os dados foram retirados. Legenda: A legenda do gráfico contém descrições de cada categ oria em um gráfico.

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Tipos de gráficos que serão estudados: Gráfico de colunas: são representados por retângulos que possuem base comum e altura proporcional aos dados apresentados.

Gráfico em barras: são semelhantes aos gráficos em colunas mas organizados em barras horizontais.

Gráfico de setor: este gráfico também é conhecido por gráfico de pizza, é um gráfico utilizado quanto houver até no máximo cinco variáveis qualitativas analisadas. Para se construir este gráfico é necessário transformar a frequência das variáveis em unidades de graus. Para essa conversão utilizamos a regra e três.

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Para construir um gráfico de setor é necessário seguir alguns passos:

1º - Desenhar um círculo para representar os 100% dos dados.

2º - Através de uma regra de três, calcule a proporção do círculo que deve

representar cada setor.

Ex: Se 100% é representado por 360º. Como representar 40% em graus?

3º - Divida o círculo de acordo com as proporções calculadas.

4º - Escreva o título e coloque a legenda.

100% → 360º

25% → X

X = 25.360 100 X = 90º

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Atividades:

1) Caça palavras: Procure as palavras no quadro abaixo:

� Antecede o gráfico e contém a denominação do fato observado, o local e o

ano.

� Gráfico conhecido como gráfico de pizza.

� Contém descrição de cada categoria em um gráfico.

� São representados por retângulos que possuem base comum e altura

proporcional aos dados apresentados.

� Preocupa-se em organizar e resumir as observações, que são oriundas de

um conjunto de dados e podem ser representados de várias formas, entre

as quais, gráficos.

R S Q T L A A E I T

T A I U E R F A Z A

U

T

S

A E S M J O Z W I

Y T P O R T E G

T

T A

G R A F I C

O

D E S E

T F M Ç T E

T O A A R P

D

E

T

O

U A

T

S

D

S

O E

R T

O

Ç S

P S I

O L A

D E T

U I

I

I

O

C

F R D I T R A P E N A T S

A E H T M R G R A F I E O F

Ç N G T E

L T I T

A C C A

O

L

U

N

A

F L

E

W

G E

R U B L

E C D E

A

I E E E D A

O I

L

B

O

N

A D N

V L Y

O C

Q

U

O

W

L

A

M

U

R

T

A O A

T O E Z U

B

E A

A R R I

T U

A F

A

E O

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110

2) O gráfico abaixo demonstra a fecundidade da mulher brasileira (Nº médio de

filhos que uma mulher teria ao final de sua idade reprodutiva)

Analisando o gráfico acima responda:

a) Em que ano as mulheres apresentaram a maior taxa de fecundidade. _____

b) Em que ano as mulheres apresentaram a menor taxa de fecundidade. _____

c) Analisando este gráfico que conclusão pode-se apresentar. _____________

d) Qual é o assunto representado graficamente acima?____________________

3) O gráfico abaixo demonstra distribuição das principais religiões no Brasil no

ano de 2000.

Distribuição % das Principais Religiões | 2000.

Fonte IBGE

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111

Observando o gráfico acima responda:

a) Segundo o gráfico qual é a religião predominante no Brasil em 2000 _______

b) O que corresponde à porcentagem 18% de evangélicos? ________________

c) Os dados acima foram fornecidos por quem? _________________________

d) Na sua concepção, você confia nos dados acima? Por quê? _____________

e) Estes dados estão bem representados por este tipo de gráfico? Por quê?

_______________________________________________________________

4) Em dias de inverno em um determinada cidade a temperatura oscilou entre 15º

e 27º como mostra o quadro abaixo. De posse das informações contidas no

quadro abaixo, construa um gráfico que representada esta situação.

HORÁRIO TEMPERATURA (º C)

06h00 15º

09h00 19º

12h00 25º

15h00 27º

18h00 24º

21h00 18º

00h00 14º

Ciências:

A Organização Mundial de Saúde realizou uma pesquisa sobre o uso de

plantas medicinais no mundo. Essa pesquisa constatou que metade da população

mundial já usou plantas medicinais, devido a tradição familiar e por ser acessível

não tendo custo financeiro; (30%) usou alguma planta por recomendação médica

e (20%) nos últimos anos não fez uso de plantas medicinais.

Após a exposição desses dados numéricos serão realizados alguns

questionamentos referente as informações da OMS e em seguida será proposto

aos alunos, em grupos, que representem esses dados através de gráficos,

colorindo, fazendo anotações e fixando-os na parede para vizualizar os resultados

quanto a utilização das plantas medicinais no planeta.

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Em seguida será realizado um debate em sala, visando levantar as

informações obtidas na midia sobre o uso das plantas medicinais. Posteriormente

o professor abordará as informações que os programas de TV e internet tem

divulgado sobre as plantas medicinais.Também será questionado sobre as

propagandas milagrosas, valorização cultural e o incentivo do Ministério da Saúde

para que a população utilize as plantas medicinais.

Após essa atividade os alunos serão incentivados a fazer apresentação

dos gráficos confeccionados durante as aulas de matemática, que representam os

resultados obtidos através do levantamento de dados sobre as plantas medicinais

no distrito de Iguatemi. Em seguida faremos a análise dos gráficos, observando

as plantas utilizadas pela população e as que foram destaque no levantamento de

dados, para posteriormente realizarmos pesquisa bibliográfica.

Português:

Para saber o conhecimento prévio dos alunos sobre a produção textual do

gênero receita, o professor irá propor uma brincadeira através de uma construção

coletiva.

Receita maluca

Ex.: Bolo da amizade

Ingredientes:

1 kg de alegria

20 beijinhos

800 gramas de gentileza

1 lata de bondade

6 copos de paciência

1000 xícaras de sinceridade

Modo de fazer:

Coloque todos os ingredientes na batedeira do seu coração e bata até virar uma

amizade pura. Depois coloque no forno quente para que asse até ficar bem firme.

Retire do forno e partilhe com seus amigos.

Rendimento: infinitas porções.

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113

Atividade:

� Dividir a turma em seis equipes.

� Cada equipe deverá selecionar um produto que achar interessante para se

colocar em uma receita, a quantidade necessária e selecionar um membro

do grupo para fazer o registro no quadro.

� Uma equipe deverá iniciar o modo de preparo da receita e as demais darão

sequência no texto até que todos os passos sejam escritos.

� A turma toda deverá escolher um título para a receita.

� Solicitar a um aluno da turma que queira fazer a leitura oral para os

colegas.

� Pedir a todos que observem o texto depois de pronto e comentem o que

ficou faltando na receita para que possa ser acrescentado.

O professor comentará com a turma algumas questões sobre o texto

instrucional como: objetivo; tempo verbal utilizado; pontuação.

Depois apresentará o seguinte comando para a produção textual dos alunos:

� Utilizando como produto plantas medicinais, produza uma receita de chá

para ser distribuída na comunidade.

Retextualização

Para a retextualização o professor irá propor aos alunos a seguinte

atividade:

� Faça uma leitura do texto que você produziu e identifique as palavras que

indicam como o leitor deverá agir ao colocar a receita em prática.

� Diga o que expressa cada uma das palavras que você identificou no

exercício anterior (ex.: dúvida, ordem ou afirmação).

� Com o uso do dicionário verifique se você empregou a grafia correta na

escrita das palavras.

A retextualização é uma etapa muito importante no processo de escrita, pois nesse momento o aluno irá refletir sobre o tema proposto, o gênero textual solicitado e a variedade linguística empregada.

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� Faça uma nova leitura do texto observando se os sinais de pontuação

foram empregados corretamente.

Na etapa seguinte, o professor selecionará o texto produzido por um aluno

e fará a reescrita no quadro abordando a forma verbal, a grafia de algumas

palavras e a pontuação aplicada

Prática social final.

O aluno deverá ser capaz de ler e de construir diferentes tipos de gráficos

apresentados nos meios de comunicação.

Referências:

BUSSAB, Wilton de O; Morettin, Pedro A. Estatistica Básica. 5ª edição. São Paulo: Saraiva , 2003. CRUZ, José Luiz Carvalho, Projeto Araribá: ciências/ensino fundamental/obra coletiva concebida , 2ª edição, Editora Moderna, São Paulo, 2007. GONÇALVES, Cristina F. & Strapasson, Elizabeth. O tratamento da informação Estatística para o Ensino Fundamental , Londrina: EDUEL, 2007. LOPES, Celi A. A Probabilidade e a Estatística no Ensino Fundament al: uma análise curricular . Campinas: FE/UNICAMP. Dissertação de Mestrado, 1998. PAGANO, Marcelo; Gauvreau, Kimberlee. Princípios de Bioestatística . São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=IBGE&um=1&ie=UTF-8&source=og&sa=N&tab=wi acessado em 29/07/2010.

http://2.bp.blogspot.com/_ANxNe3ThVM0/SnTJI6tY7iI/AAAAAAAAALU/d6FPrG8-GPM/s400/TxFecundidade.gif - acessado em 29/07/2010. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://portalgeo.rio.rj.gov.br/serie_rfoco/municipio/2_dist._pop_cor_ra%25E7a.jpg&imgrefurl=http://portalgeo.rio.rj.gov.br/serie_rfoco/municipio/dadosdemografia.htm&usg=__vOHjJkQ6xE1dhVUydM72jC0XNdQ=&h=263&w=330&sz=13&hl=pt-BR&start=117&um=1&itbs=1&tbnid=rkxME9YJClo_DM:&tbnh=95&tbnw=119&prev=/images%3Fq%3Dibge%26start%3D100%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26ndsp%3D20%26tbs%3Disch:1- acessado em 29/07/2010

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3.8 Plano de ação docente – Visita ao Horto de Plantas Medicinais

A visita ao Horto de Plantas Medicinais Professora Irenice Silva da

Universidade Estadual de Maringá - UEM será realizada com os alunos da 6ª

série C do Colégio Rui Barbosa, previsto para o período de aula e com

autorização do responsável. Os alunos serão acompanhados pelos professores

do Projeto PDE e chegando ao local, o monitor realizará a visita nos

acompanhando e explicando sobre as plantas medicinais e toda dinâmica que

ocorre no horto. A visita será orientada com antecedência, pois terão vários

momentos: entrevista, observação acompanhada de explicações, atividades em

duplas e obtenção de mudas.

Área de atuação: Ciências, Matemática, Português e Pedagogia.

Conteúdos estruturantes:

Ciências: biodiversidade.

Matemática: tratamento da informação.

Português: oralidade e escrita.

Conteúdos específicos:

Ciências: plantas medicinais.

Matemática: tabela e relatório.

Português: entrevista, nomenclatura científica e popular de algumas plantas

medicinais.

Duração: Tempo previsto de dez aulas.

Prática social inicial:

Sabe-se, através do levantamento realizado previamente, que os alunos já

apresentam conhecimentos básicos relacionados aos vegetais, pois: possuem

horta ou jardim em casa; já viram estufas com plantas; cultivam algumas espécies

de plantas ornamentais; podem ter plantado sementes; possuem árvores

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frutíferas; cultivam plantas medicinais; fazem chás para aliviar as dores; usam

preparados com plantas em ferimentos.

Problematização:

Um horto de plantas medicinais pode surgir da necessidade de certa

comunidade, para estudos e observações, para atender os programas de saúde

de alguns municípios que já aderiram o uso dos fitoterápicos, para embelezar a

paisagem, pelo interesse em cultivar para preservar variadas espécies. . .

De acordo com o Ministério da Saúde (2009),

� Com quais objetivos ou necessidades pode ter ocorrido à implantação do

horto de plantas medicinais?

� Qual a importância do horto de plantas medicinais para os estudantes e

comunidade?

� Você considera necessária, a identificação das plantas medicinais

contendo o nome científico e os populares?

Através da visita ao Horto de Plantas Medicinais Professoras Irenice Silva,

podem ser consideradas as seguintes dimensões do conteúdo:

Conceitua / científica: O que é um horto de plantas medicinais?

Histórica: Desde quando existe o horto de plantas medicinais da UEM?

Social: As pessoas que moram próximas da universidade utilizam as plantas?

Ambiental / Econômica: Qual a importância em manter a vitalidade do Horto?

Quais serão as vantagens em ter um horto de plantas medicinais na escola ou

no próprio quintal?

O governo federal aprovou a Política de Plantas Medicinais e Fitoterápicas, por meio do Decreto n°5.813, de 22 d e julho de 2006, a qual se constitui em parte essencial das políticas públicas de saúde, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social como um dos elementos fundamentais de transversalidade na implementação de ações capazes de promover melhoria na qualidade de vida da população brasileira.

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Objetivos:

Ciências:

• Conhecer o Horto de Plantas Medicinais Professora Irenice Silva e adquirir

espécies de plantas.

• Observar a variedade de espécies vegetais existentes nesse horto para

conhecer e diferenciar: odor, sabor, coloração, presença de flores e

sementes, etc.

• Observar as plantas medicinais devidamente identificadas no horto para

constatar que os seres vivos possuem nome científico.

• Entrevistar quem nos atender durante a visita para esclarecer algumas

dúvidas ou curiosidades.

• Trazer para a escola mudas de plantas medicinais devidamente

identificadas pelos professores da UEM para estudos e observações.

Matemática:

• Construir tabelas com o nome científico e os diferentes nomes populares

das plantas medicinais.

• Observar a distância entre as plantas nos canteiros.

• Português:

• Aprimorar a fala em situação de comunicação oral formal.

• Proporcionar condições para que o aluno perceba que o texto oral é

produzido de acordo com o contexto.

• Conhecer a nomenclatura científica e popular de algumas plantas.

Pedagogia:

• Observar o emprego da fala dos alunos em situação de comunicação oral

formal.

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Procedimentos práticos :

Ciências:

De acordo com SILVA (1995),

Ao chegarmos à UEM, a visita começará pela estufa onde são produzidas

as mudas para a manutenção do horto e para aqueles que também desejam

cultivar. Serão direcionadas algumas perguntas/questões para a monitora que

estiver nos acompanhando. Exemplo:

� Como é preparado o solo para cultivar as mudas?

� Utiliza adubo orgânico? Quem produz?

� As pequenas mudas resultam da germinação de sementes ou de partes

das plantas?

� Quais mudas são obtidas através de sementes? E quais são obtidas com

parte da planta adulta?

� A irrigação é feita todos os dias?

� Quanto tempo é necessário para obter uma muda?

� As mudas são muito procuradas?

� O que a população busca mais, as plantas para fazer uso ou mudas para

cultivar?

� Quais são as mudas de plantas mais encomendadas e vendidas?

� A compra das plantas medicinais é feita por jovens, adultos ou idosos?

Pessoas da comunidade ou de cidades vizinhas?

Chegando ao horto teremos uma estagiária do curso de Ciências

Biológicas que irá nos acompanhar durante a visita, explicando sobre a dinâmica

do horto ( preparo, manejo das mudas, espécies, atendimento a comunidade, os

mandamentos das plantas medicinais e utilização das plantas, etc.). Serão

O reconhecimento baseia-se na sistemática, na morfologia e na anatomia vegetal. Deve ser realizado por pessoas especializadas (botânicos). Os nomes populares não devem ser tomados como referências, pois um mesmo nome pode ser empregado para espécies diferentes. Em virtude das dificuldades de reconhecimento, recomenda-se que, para iniciar-se o cultivo, que as mudas ou sementes sejam adquiridas de fonte confiável, onde já estejam prévia e seguramente identificadas.

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levadas algumas questões (dúvidas ou curiosidades) preparadas com

antecedência em sala de aula.

Exemplos:

� Quando foi implantado o horto medicinal da UEM? Com qual finalidade?

Atualmente tem a mesma finalidade?

� O Horto tem um nome, é em homenagem a alguém? Quem foi

homenageada? Por quê?

� Quais são os cursos da UEM que utilizam o horto?

� A comunidade também faz uso das plantas existentes no horto?

� Quais são as plantas mais procuradas pela comunidade?

Vamos caminhar pelo horto, observando a diversidade de plantas

medicinais existentes nele devidamente identificadas com seu nome popular e

científico. Observando também a textura e formato das folhas, sabor, coloração,

odor, presença de flores com insetos buscando alimento e proporcionando a

polinização dos vegetais,etc.

Após conhecer o horto recebendo explicações sobre as plantas, será

proposto aos alunos que trabalhem em duplas retirando um pequeno papel de

dentro de uma caixa que estará escrito o nome popular das plantas mais

utilizadas em Iguatemi, de acordo com o resultado da pesquisa realizada

anteriormente com o professor de matemática. Os estudantes deverão procurar

no horto a planta indicada e copiar corretamente da plaqueta de identificação o

seu nome científico, fotografar, anotar como é o caule, as folhas, as cores, se há

flores e frutos. E desenhar a planta com cada uma das suas características

anotadas para obter a figura semelhante àquela observada. Ao lado desenhar

uma folha destacando os detalhes como: nervuras, bordas e a forma.

Coletar parte do vegetal que está sendo observado para fazer exsicata na

escola montando um catálogo com amostras das plantas que estão sendo

estudadas.

Ao final da visita observar em uma bancada, as mudas de plantas

medicinais mais utilizadas em Iguatemi que estarão separadas. Será solicitado

aos alunos que relacionem as mudas com aquela que desenhou, fotografou e fez

as anotações. Levar as pequenas mudas para a escola para serem cultivadas.

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Na escola, as duplas deverão fazer uma pesquisa detalhada da planta

escolhida no horto e através de desenhos e anotações confeccionar um livreto e

cartazes. Ao término, expor os cartazes fixando-os na parede e explicando para

os colegas sobre sua a origem, a importância, alguma receita com a determinada

planta e sua possível toxidade.

Matemática:

Durante a visita ao horto o professor pedirá aos alunos que anotem dados

como nome científico e nome popular da plantas, quantidade de plantas em um

canteiro, espaçamento entre as plantas e área do canteiro.

Após a visita o professor pedirá aos alunos que produzam uma tabela

contendo o nome científico da planta e o nome popular da mesma. Caso haja

mais de um nome deverá registrá-lo também.

Os alunos farão um experimento onde observarão espaçamento entre as

mudas e o crescimento das mesmas

Experimento:

1º - Serão feitos três canteiros com as mesmas medidas e com o mesmo do tipo

de solo.

2º - Será feita a semeadura da planta medicinal Ruta graveolens, conhecida

popularmente como arruda

3º- Após a germinação, cerca de vinte e cinco dias, estas mudas serão

transplantadas para os canteiros, com espaçamentos diferenciados. No 1º

canteiro espaços de 10cm entre as mudas, no 2º canteiro espaços de 25cm e no

3º canteiro espaço de 40cm entre as mudas.

5º Logo após o transplantio das mudas, sereão realizadas medições e anotações

semanais do desenvolvimento das plantas

6º - Será apresentado relátorio sobre as observações.

Obs: De acordo com as informações constantes nas embalagens, a germinação

ocorrerá de 7 a 21 dias.

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Ex: Tabela de acompanhamento da média de crescimento em cm em canteiro de

espaçamento 10cm.

transplantio

semana

semana

semana

...

10 10 12 15 ...

Tabela de acompanhamento da média de crescimento em cm em canteiro de

espaçamento 25cm.

transplantio

semana

semana

semana

...

10 15 18 18 ...

Tabela de acompanhamento da média de crescimento em cm em canteiro de

espaçamento 40cm.

transplantio

semana

semana

semana

...

10 15 19 20 ...

7º - Após período de observação e relizadas as anotações, será feito um relatório

referente ao desenvolvimento e altura da planta nos diferentes espaçamento do

canteiro.

Português:

Após os alunos serem convidados a fazer uma visita ao horto da UEM e

saberem o objetivo da mesma, será retomado algumas questões sobre entrevista.

O professor iniciará questionando:

� O que lembram do gênero entrevista?

� Qual o objetivo do gênero textual entrevista?

� Como deve agir um entrevistador para obter sucesso na realização de uma

entrevista?

Depois de ouvir os alunos será proposto o seguinte:

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Atividades:

1- Em equipes de quatro alunos pesquisem em livros, revistas, vídeos ou

internet o que é horto e qual a sua finalidade.

2- Após a atividade, realizar a apresentação da pesquisa sobre o horto aos

demais colegas de sala de aula. Em sua exposição oral eles poderão

utilizar recursos como cartazes ou vídeos. Dessa forma os alunos terão

uma noção de como é o ambiente onde será realizada a entrevista e de

como é o possível entrevistado.

3- As duplas elaborarão um roteiro de perguntas relacionadas ao horto e as

plantas existentes naquele local.

Depois de prontas as perguntas serão transcritas no quadro de giz

para que os alunos elenquem aquelas que eles acreditam serem mais

pertinentes e evitem repetição.

Prática social final.

O aluno pode ter entendido que em um horto de plantas medicinais são

cultivadas várias espécies que são utilizadas na universidade para pesquisas e

aulas práticas, pelas escolas de Maringá e região, por pessoas da comunidade

maringaense e de cidades vizinhas que as utilizam para aliviar as dores, curar

doenças ou mudas para serem cultivadas.

O professor orientará a turma a formularem perguntas curtas, claras e objetivas, para evitar que durante a entrevista sejam feitas perguntas descabidas.

Os alunos serão orientados a levarem material para fazerem a anotação das respostas, assim como dos termos científicos e populares das plantas existentes no local. Também será solicitado que fiquem atentos às respostas, pois podem aproveitar um comentário do entrevistado e improvisar uma pergunta que não está no roteiro.

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Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretária de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoteráp icos. Brasília , DF: Ministério da Saúde, 2009. (Série C, projetos, programas e relatórios). FIGUEIREDO, Maria Teresinha e Condeixa, Maria Cecília Guedes. Ciências: Atitude e Conhecimento. 1ª edição, Editora FTD, São Paulo, 2009. GOWDAK, Demétrio, Mattos, Neide S. de e França, Valmir de, O Universo e o Homem: astronomia, biodiversidade e saúde. 6ª série, São Paulo: Editora FTD, 1993. SILVA, Irenice...(et al.), Noções sobre o organismo humano e utilização de plantas medicinais . 2ª edição, Editora Educativa, Cascavel, 1995.

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3.9 Plano de ação docente: Estudo do Solo

A vida das plantas depende dos fatores extrínsecos como água, luz, gases

atmosféricos e nutrientes presentes no solo. Desta forma o estudo do solo faz-se

necessário para que os alunos compreendam sua formação. Ele deve ser

valorizado e preservado, pois as plantas medicinais dependem de solo fértil para

sua sobrevivência, bem como outros fatores que podem influenciar quanto aos

princípios ativos.

Para SILVA (1995),

Área de atuação: Ciências, Matemática, Português e Pedagogia.

Conteúdos estruturantes:

Ciências: matéria e biodiversidade.

Matemática: tratamento da informação, grandezas e medidas.

Português: leitura.

Conteúdos específicos:

Ciências: estudo do solo.

Matemática: gráfico de setor e medidas agrárias.

Português: campo semântico da palavra terra.

Pedagogia: observação de como o aluno se expressa em situações de uso da

oralidade.

Para escolha do local de cultivo deve-se levar em consideração, para cada espécie, o tipo de solo, necessidade ou não de correção do mesmo, época adequada ao cultivo, clima e exigências da planta, como luz direta, sombra, umidade, altitude, latitude, temperatura média, entre outros fatores que podem afetar significativamente a qualidade e a quantidade dos princípios ativos por ela produzidos.

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Duração: Previsto para dez aulas.

Prática social inicial:

O homem necessita dos vegetais para sua sobrevivência e esses

dependem do solo para serem produzidos.

Em sala de aula, observa-se que os alunos, através da vivência cotidiana,

chegam à escola com vários conhecimentos relacionados ao solo, tais como:

� Argila das encostas dos rios.

� Areia dos parques e das construções.

� Aragem do solo com maquinários do solo com maquinários, pequenas

ferramentas ou animais.

� Algum tipo de adubação.

� Podem ter observado ou contribuído para a formação de hortas e jardins.

O professor proporá a leitura de um trecho da declaração do cacique

Seattle ao presidente dos EUA, em 1854 encontrado no livro de Carlos Barros

(1997).

Levantar junto aos alunos o que eles sabem sobre o solo questionando:

� O que é solo?

� Como deve ser o solo próprio para o cultivo de vegetais?

� Todos os solos possuem o mesmo valor comercial?

� O que significa o termo porcenteiro?

� Qual a relação existente entre o termo porcenteiro, solo e cultivo de

vegetais.

O homem branco deve ensinar às suas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, deve ensinar a seus filhos que a terra foi enriquecida com a vida de nossos antepassados, que ela é a nossa mãe. Tudo aquilo que acontecer à terra, acontecerá também aos filhos dela. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo neles mesmos. Sabemos que a terra não pertence ao homem. O homem, sim, é que pertence à terra.

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Problematização:

Desde a época da Terra primitiva a superfície do planeta sofre

modificações. Hoje temos diferentes tipos de solo que resultaram da

desagregação das rochas. Estudando e conhecendo o solo podemos

compreender a fauna e a flora de uma determinada região e a necessidade de

preservá-lo. O solo pode ser considerado um dos mais importantes recursos

naturais, pois é dele que a população retira grande quantidade de alimentos. No

entanto, muitas vezes, não se tem o cuidado de analisar o tipo de solo utilizado

para cultivo, não se conhece há necessidade de algum tipo de adubação, se este

é fértil ou não. Sabe-se que a produtividade está diretamente relacionada ao tipo

de solo e, consequentemente, quanto mais produtivo mais agrega valor comercial.

Pensando-se em situações como estas, abordamos questões como:

� Todas as regiões do planeta habitadas pelos seres humanos têm solos

produtivos/ naturalmente férteis para o cultivo?

� Como deve ter se formado o solo que atualmente cultivamos?

� Depois da chuva em alguns locais ocorre a formação de poças d’água que

demora vários dias para secar. Por que isso acontece?

� O homem sempre cultivou os vegetais?

� Qual a relação entre solo e vegetais?

� Por que é importante a presença de minhocas no solo?

� Como são preparados os canteiros para a formação de uma horta ou

jardim?

� Por que é importante preparar o solo (arar, adubar) com antecedência para

o cultivo dos vegetais?

� O que o homem tem feito para ser considerado um dos maiores agentes de

degradação do solo?

� O que deve conter um solo próprio para o cultivo? O solo sempre teve

essas características?

� O valor de um terreno está associado ao tipo de solo que ele apresenta?

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Objetivos:

Ciências:

• Compreender a formação do solo.

• Diferenciar os tipos de solo.

• Reconhecer um solo próprio para as plantas.

• Estudar sobre o solo e apropriar-se de conhecimentos para saber qual o

mais adequado para o cultivo de vegetais.

Matemática:

• Construir gráficos de setor referente aos tipos de solos existentes.

• Reconhecer as medidas agrárias.

• Português :

• Conhecer as diferentes abordagens semânticas da palavra terra.

Procedimentos práticos:

Ciências:

O professor comentará com os alunos que, de acordo com Barros (1997), o

planeta era todo rochoso e o solo levou milhões de anos para se formar.

Para entender o desgaste da rocha matriz que resultou em solo, propor a

construção de uma maquete que representa o perfil da crosta terrestre (solo,

subsolo e rocha matriz).

Segundo Trivellato (2009),

Durante as aulas será proposto aos alunos textos para serem trabalhados

através de leitura interpretativa, questionamentos e resolução de atividades.

� Origem e transformação do solo.

� O solo tem uma história.

... intemperismo é o conjunto de processos originados pela ação dos seres vivos, da chuva, da neve, do granizo, do vento e do calor do Sol que provocam modificações físicas e químicas nas rochas, responsáveis pela sua desagregação.

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� A composição do solo.

� Tipos de solo.

� Desertificação: um desafio mundial.

De acordo com Barros (2007)

Atividades práticas:

Reciclagem da matéria orgânica.

Produzir adubo orgânico aproveitando os restos vegetais da cozinha, pequenos

galhos e folhas recolhidos na escola, o qual será utilizado posteriormente nas

mudas de plantas medicinais.

Germinação de sementes e os tipos de solo.

Realizar experiência quanto à germinação de sementes para observar o

desenvolvimento de vegetais em diferentes tipos de solo.

Durante a prática pedagógica serão consideradas as dimensões: histórica,

cultural, econômica, científica e ambiental durante a prática pedagógica.

Matemática:

De acordo com Barros 2007.

Um solo fértil, bom para o cultivo de plantas, contém partículas sólidas, água e ar. As partículas sólidas devem ocupar mais ou menos metade (50%) do volume do solo; desses 50%, aproximadamente 45% representam a matéria mineral e 5%, a matéria orgânica. A outra metade, isto é, os outros 50%, é constituída por água e ar: mais ou menos 25% de água e 25% de ar...

A composição do solo ... os componentes do solo normalmente ficam tão misturados que a separação só pode ser feita em laboratório... Um solo fértil, bom para o cultivo de plantas, contém partículas sólidas, água e ar. As partículas sólidas devem ocupar mais ou menos metade (50%) do volume do solo; desses 50%, aproximadamente 45% representam a matéria mineral e 5%, a matéria orgânica. A outra metade, isto é os outros 50% é constituída por água e ar: mais ou menos 25% de água e 25% de ar...

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129

Após a leitura do texto acima o professor proporá a construção de um

gráfico de setor para representar de forma mais sucinta os dados do texto.

Segundo o mesmo autor, o solo é classificado de acordo com a quantidade

de areia, argila, húmus e calcário. Para tanto faremos a leitura dos textos

referentes ao tipo de solo encontrado em sua obra.

Após a leitura dos textos sobre os tipos de solo, o professor juntamente

com os alunos iniciará um experimento.

Germinação.

O professor irá propor aos alunos coletem os diferentes tipos de solo

estudados para que se possa realizar um experimento.

1º - coletar os diferentes tipos de solo em recepiente (copo descartável), onde

serão semeados Artemisia absinthium conhecida popularmente como losna.

2º - Será depositado a mesma quantidade de sementes em cada copinho. Ex : 10

sementes

3º - A partir da data de plantio será observada diariamente quantas plantas

germinaram, e se registrará essas observações.

Obs: De acordo com as informações constantes na embalagem, a germinação

ocorrá de 7 a 21 dias.

Solo arenoso: apresenta cerca de 70% de areia em relação ao total de partículas sólidas. Solo argiloso: possui mais de 30% de argila, em relação ao total de partículas sólidas. Solo calcário: possui mais de 10% de calcário, em relação ao total de partículas sólidas. Solo humífero: possui mais de 10% de humo, em relação ao total de partículas sólidas.

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Ex: Tabela de acompanhamento de germinação da semente em solo arenoso.

Copinho

solo

7º dia 8º dia 9º dia 10º dia 11º dia 12º dia ...

1 0 0 3 3 1 2 ...

4 0 1 1 4 2 1 ...

... ... ... ... ... ... ... ...

Tabela de acompanhamento de germinação da semente em solo argiloso.

Copinho

solo

7º dia 8º dia 9º dia 10º dia 11º dia 12º dia ...

1 0 0 3 3 1 2 ...

2 0 1 2 2 1 1 ...

... ... ... ... ... ... ... ...

Tabela de acompanhamento de germinação da semente em solo calcário.

Copinho

solo

7º dia 8º dia 9º dia 10º dia 11º dia 12º dia ...

1 0 0 3 3 1 2 ...

2 1 0 4 2 1 1 ...

... ... ... ... ... ... ... ...

Tabela de acompanhamento de germinação da semente em solo humífero.

Copinho

solo

7º dia 8º dia 9º dia 10º dia 11º dia 12º dia ...

1 0 1 2 2 1 2 ...

2 0 1 2 2 1 1 ...

... ... ... ... ... ... ... ...

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4º - Após observada e feitas a anotações será feito um relatório referente a

germinação nos diferentes tipos de solo.

Medidas agrárias.

Propor aos alunos alunos a leitura do texto: Ele é o falso vilão, extraído da

revista VEJA. São Paulo: abril, 30 abr. 2008.

O professor iniciará a aula propondo a leitura do texto e chamará atenção

para a medida de área que foi utilizada, pois não se trata de uma medida usual

para os alunos. O hectare mencionado no texto é uma medida utilizada para

grandes áreas de terra.

O professor também utilizará o alqueire, are, que são outras medidas

agrária.

A unidade de medida agrária are representada pelo símbolo a equivale a

100m2.

A unidade de medida agrária hectare, cujo simbolo é ha, equivale a 100

ares ou seja 10.000m2 .

Ele é o falso vilão

Acusado de reduzir a oferta de comida no planeta, o etanol brasileiro estimula

o plantio de alimentos.

Até pouco tempo atrás, o Brasil só recebia elogios por seu revolucionário programa de uso do álcool feito de cana-de-açúcar para o abastecimento de carros. Não sem motivos. Especialistas viam o combustível verde como a salvação da lavoura num cenário de aquecimento global, de perspectiva de escassez dos combustíveis de origem fóssil e de instabilidade política nos países produtores de petróleo. Hoje, com a ajuda da tecnologia dos motores movidos a bicombustíveis, o consumo de etanol já é maior do que o de gasolina no país, algo que não ocorria desde os anos 80, no auge do Proálcool. De um mês para cá, no entanto, o jogo começou a se inverter.....

Fonte: DUAILIBI, Julia. Ele é o falso vilão. Veja, São Paulo: Abril, 30 abr. 2008

http://veja.abril.com.br/300408/p_058.shtml acesso em 29/07/2010.

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De acordo com BIANCHINI (2006).

Atividades:

� Carlos é um pequeno agricultor que no ano de 2009 plantou mandioca em

42.000 m2 e colheu 1.000 toneladas por alqueire, sabe-se que esta

mandioca foi vendida a R$ 270,00 a tonelada. Qual o valor recebedo por

Carlos?

� Uma chácara tem área de 30.000 m2 , quantos alqueires paulista há nesta

chácara?

� Um loteamento vai ser construído em um terreno de 3 alqueires paulistas,

sabe-se que 25% desse loteamento deve-ser destinado à construção de

ruas e bosques. Quantos m2 devem ser reservados para essa área?

� Um sítio possui 40hectare. Qual é a área desse sítio em alqueire mineiro?

‘’

Português:

Uma mesma palavra pode apresentar vários sentidos e é somente dentro

do contexto que ela se apresenta que se pode observar qual sentido pode ser

atribuído.

O professor iniciará perguntando aos alunos quais são os sentidos

atribuídos a palavra terra que eles conhecem e fará as anotações no quadro.

Depois solicitará que eles dêem exemplos de frases em que aparece o emprego

da palavra terra. Em seguida irá propor aos alunos a leitura silenciosa do texto

Gaia (Terra) na Mitologia Grega. Fará uma leitura oral para que os alunos

conheçam a versão mitológica sobre a origem da terra.

Há três medidas distintas para o alqueire:

24.200 m2 o alqueire paulista.

48.400 m2 o alqueire mineiro.

27.225 m2 o alqueire do norte.

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No próximo passo o professor solicitará aos alunos que verifiquem no texto

o(s) sentido(s) que pode(m) ser atribuídos a palavra terra e em seguida proporá o

seguinte exercício:

� Com o auxílio do dicionário, pesquise os significados que ele apresenta

para a palavra terra.

� Produza um texto poético empregando alguns dos significados

encontrados para a palavra terra.

Depois de pronto o professor pedirá que aqueles que queiram façam a

leitura para os colegas da sala. Em seguida montarão um painel com os textos

produzidos.

Pedagogo:

O pedagogo acompanhará os alunos durante as atividades, observando

aqueles que apresentam maior dificuldade em realizá-las

Prática social final.

Nesta etapa o aluno poderá demonstrar conhecimento em relação ao tema

estudado. Que o solo mais adequado para o cultivo de vegetais deve conter,

Gaia (Terra) na Mitologia Grega

Em um dos mitos gregos sobre a criação do mundo conta que no princípio havia o Caos ilimitado e indefinido. Depois surgiu Gaia, a Terra, que criou a si mesma e a Urano, o Céu. Desta relação entre o Céu e a Terra nasceram os filhos da fase inicial da formação do planeta, Titãs, Ciclopes e Hecatonquiros. O Caos, organizado com as divindades primordiais, passou a ser Cosmos. Gaia personifica a Terra, a Mãe Primordial dos deuses e dos homens, doadora da vida que estruturou o Caos. Na mitologia, Gaia tinha outras nomes quantas fossem as suas representações na natureza. Todas são manifestações da Grande Mãe, a energia criadora que dá a vida, nutre e mantém os filhos. A figura da Deusa foi uma das primeiras representações divinas criadas pelos seres humanos. Descobertas arqueológicas sugerem que os arquétipos femininos presentes em diversas culturas visavam ao culto da Grande Mãe. Religiões antigas cultuavam imagens femininas como sagradas por suas relações com a natureza e a fertilidade[...] . http://blog.opovo.com.br/astroseletras/gaia-terra-na-mitologia-grega/

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água, ar, argila, húmus, minhocas, microorganismos decompositores e que este

solo por ser mais fértil apresenta um maior valor comercial.

Referencias:

BARROS, Carlos e Paulino, Wilson, Ciências o Meio Ambiente. 5ª série, 3ª ed. Editora Ática, 2007. CANTO, Eduardo Leite do, Ciências Naturais Aprendendo com o cotidiano. 5ª série, 2ª ed. Editora Moderna, 2004. CRUZ, Daniel, O Ambiente , 5ª série, 2ª edição, Editora Ática, 2005. http://veja.abril.com.br/300408/p_058.shtml - acesso em 29/07/2010. LOPES, Sônia e Machado, Ana. A Vida, Ciências. 6ª série. São Paulo: Atual Editora, 1996. TRIVELATTO, José Júnior... [et al.]. Ciências, Natureza e Cotidiano: criatividade, pesquisa, conhecimento. 6° ano/ Ed. Renovada, São Paulo: FTD, 2009. GOWDAK, Demétrio e Eduardo Martins. Novo Pensar , 5ª série, editora FTD. PARANÁ - Diretrizes Curriculares para a Educação Básica de Ciências (2008). PARANÁ - Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, (2008). SILVA, Irenice...(et al.), Noções sobre o organismo humano e utilização de plantas medicinais. 2ª edição, Editora Educativa, Cascavel, 1995.

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3.10 Plano de ação docente – Cultivo das Plantas Medicinais

Nesta etapa do projeto os alunos irão plantar as mudas adquiridas na UEM,

em solo que já se encontra devidamente preparado para recebê-las. Essas

plantas medicinais serão plantadas e identificadas em canteiros e serão as

matrizes para estudos e obtenção de novas mudas. Essa prática desperta em

muitos alunos o interesse em cultivar, ocorrendo um incentivo a preservação de

diferentes espécies vegetais.

Área de atuação: Ciências, Matemática, Português e Pedagogia.

Conteúdos estruturantes:

Ciências: biodiversidade.

Matemática : tratamento da informação.

Português : leitura e escrita.

Conteúdos específicos:

Ciências: plantas medicinais.

Matemática: tabelas, gráficos e relatórios.

Português: leitura, compreensão e interpretação de texto, estudo do vocabulário

e nomenclatura científica e popular.

Duração: Tempo previsto de doze aulas.

Prática social inicial:

Os alunos já possuem alguns conhecimentos relacionados ao cultivo das

plantas, como:

� Algumas plantas são cultivadas através de sementes.

� Com parte da planta pode-se obter mudas.

� É necessário regar regularmente.

� A planta precisa de Sol para ser cultivada.

� O solo deve ser fértil.

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Algumas questões podem ser levantadas pelos alunos como:

� Qual o objetivo das orientações presentes nas embalagens das sementes?

� Por que os termos utilizados nas embalagens das sementes não são todos

de domínio popular?

Problematização:

A flora brasileira é rica em sua biodiversidade, qualidade esta que desperta

a atenção de pesquisadores e muitos exploradores que fazem coleta de forma

indiscriminada levando a extinção de algumas espécies vegetais. Sabemos que a

solução para muitos problemas de saúde podem ser encontrados nas plantas,

mesmo assim continuam sendo devastadas grandes áreas antes das espécies

serem identificadas.

Segundo Bragança (1996),

De acordo com as Diretrizes Curriculares (2008),

Objetivos:

Ciências:

• Preparar canteiros para cultivar as plantas medicinais.

• Plantar as mudas devidamente identificadas e adquiridas na UEM,

incentivando o cultivo de vegetais para que ocorra a preservação das

espécies.

• Identificar cada planta matriz com o seu nome científico e os diversos

nomes populares para não ocorrer enganos posteriores.

A história mostra que um grande número de medicamentos, preciosos, podem ser extraídos de plantas. O fato de serem utilizadas na medicina tradicional já indica, razoavelmente, que elas merecem um estudo científico.

Entende-se a escola como espaço do confronto e diálogo entre os conhecimentos sistematizados e os conhecimentos do cotidiano popular. Essas são as fontes sócio-históricas do conhecimento em sua complexidade.

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• Manter a vitalidade do pequeno horto de plantas medicinais para

observações, estudos, fornecimento de parte das plantas e mudas para a

comunidade.

Matemática:

• Realizar experimentos.

• Fazer relatório referente à observação de dados.

• Construir tabelas.

• Construir gráficos.

Português:

• Conhecer as orientações presentes nas embalagens das sementes de

plantas medicinais.

• Observar que o texto instrucional tem estrutura própria.

• Perceber que as plantas medicinais apresentam nomes científicos e

populares.

• Levantar junto aos alunos os possíveis benefícios ao cultivar plantas

medicinais.

Pedagogia:

• Observar como ocorre a interação entre aluno-aluno, aluno-professor e

professor-aluno.

Procedimentos práticos:

Ciências:

Para motivar e direcionar as reflexões sobre o cultivo e identificação de plantas

medicinais o professor poderá fazer as seguintes perguntas:

� Por que é importante cultivar plantas medicinais?

� Qual o local mais adequado para o cultivo de plantas?

� Qualquer pessoa pode fazer a identificação das plantas?

� Como poderiamos contribuir para a conservação das espécies vegetais?

Durante as aulas serão trabalhadas as seguintes dimensões do conteúdo:

Conceitual/Científica: Como é cultivada uma planta?

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Histórica: Como antigamente os homens conseguiam seu alimento? Quando

começaram a cultivar?

Psicológica: O hábito de cultivar plantas pode ajudar na harmonia pessoal, como

uma terapia ocupacional?

Ambiental: O cultivo de plantas medicinais pode contribuir para melhorar a

organização de seu quintal? (utilizando espaços ociosos ou ocupados por

entulhos...). Conhecendo a importância das plantas medicinais você participaria

da extinção das espécies fazendo derrubada ou queimada de florestas? O que

poderíamos fazer para contribuir para a preservação das espécies de plantas

medicinais que temos em nossa região?

Estética: As plantas são cultivadas para ornamentar as casas ou quintais?

Cultural: Todos os povos cultivam ou utilizam as mesmas espécies de plantas?

Social/ econômico As pessoas que moram na cidade também cultivam plantas, ou

só quem mora em chácaras ou sítios?

Todos têm acesso aos produtos industrializados? E as plantas medicinais?

Faremos o plantio das mudas adquiridas no horto de plantas medicinais da

UEM e serão formados grupos de alunos para cuidar das plantas diariamente.

Serão trabalhados textos sobre a coleta e secagem das plantas para

garantir a qualidade das plantas medicinais.

De acordo com Silva (1995).

Coleta das plantas medicinais e secagem. A concentração de princípios ativos pode variar em função do momento do dia em que se procede à coleta, principalmente quando se trata de folhas e flores, as quais devem ser coletadas nas primeiras horas da manhã, ou após as 16 horas, evitando... A secagem de folhas, flores e caules finos deve ser realizada à sombra, em local ventilado e desprovido de umidade. Não se deve amontoar as plantas ou agrupá-las...

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ATIVIDADES PRÁTICAS: Irrigação Utilizando garrafas plásticas fazer pequenos orifícios para a irrigação em dias que estaremos ausentes. Germinação de sementes e produção de mudas por estaquias. Confecção de plaquetas de identificação .

As plaquetas de identificação das diferentes espécies serão confeccionadas com

retalhos de madeira e tinta a óleo e fixadas próximas as plantas contendo o nome

popular e o científico.

O professor proporá uma produção de texto sobre: “A importância do

cultivo de plantas medicinais” direcionando essa produção para que abordem as

dimensões: científica, estética, ambiental, psicológica, econômica, histórica e

cultural.

Os alunos poderão pesquisar mais sobre o tema trabalhado, lendo textos

referentes ao cultivo e ação terapêutica das plantas, entrevistarem pessoas que

trabalham no campo e cultivar várias espécies de plantas medicinais contribuindo

com a preservação das espécies vegetais.

Matemática:

Atividade prática:

1- Germinação.

O professor irá propor aos alunos que seja feito um experimento, onde será

acompanhada a semeadura e germinação de uma planta medicinal, serão

anotados os dados para posteriormente ser feito um relatório sobre o

experimento.

1º - Em um canteiro fazer dez covas, onde serão semeados as sementes de

Ocimun basilicum, conhecida popularmente como alfavaca.

2º - Em cada cova serão colocas o mesmo número de semente. Ex : 10

sementes.

3º - A partir da data de plantio será observada diariamente quantas plantas

germinaram, e se registrará essas observações.

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Obs: De acordo com as informações constantes na embalagem, a germinação

ocorrá de 7 a 14 dias.

Ex: Tabela de acompanhamento de germinação da semente..

cova 5º dia 6º dia 7º dia 8º dia 9º dia 10º dia

1 1 2 1 1 3 2

2 0 2 2 2 1 1

3 1 0 2 3 1 2

4 0 0 1 4 2 1

... ... ... ... ... ... ...

4º - Após feita essa anotações, será feito um relatório sobre a atividade.

2- Construção de tabelas: Crescimento de uma planta em função do tempo.

O professor irá propor aos alunos que seja feito um experimento, onde será

acompanhada a semeadura e o crescimento de uma planta medicinal, para que

posteriormente seja consruído uma tabela e o gráfico que melhor representa este

crescimento em função do tempo.

Cada aluno deverá realizar o seu próprio experimento e observa-lo.

1º- Será plantado em um recepiente uma sementes de Ruta graveolens,

conhecida popularmente como arruda.

2º - A partir da data de plantio a cada 7 dias será observado e medida da altura da

planta, esses valores serão registrados em uma planilha.

Obs: De acordo com as informações constantes na embalagem, a germinação

ocorrá de 10 a 14 dias.

Ex: Planilha de observação altura da planta X dias de plantio.

Tempo semana Medida cm

1ª semana 0 cm

2ª semana 0 cm

3ª semana 2 cm

4ª semana 5 cm

5ª semana 10 cm

... ...

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141

3º Construir uma tabela onde será representado estes valores.

Ex:

Crescimento de uma planta em função

do tempo Iguatemi – 2010 .

Tempo (semanal) medida (cm) .

1ª semana 0

2ª semana 0

3ª semana 2

4ª semana 5 .

4º Construir um gráfico para representar o experimento.

Crescimento em cm em função do tempo (semana)

Exemplo:

Português:

Uma das funções da leitura é a social. Para abordar essas questões o

professor irá levar para a sala de aula um texto instrucional.

Inicialmente o professor questionará:

� quem já teve acesso à embalagen de sementes de plantas medicinais?

� Quem já leu as orientações presentes nas embalagen de sementes de

plantas medicinais?

� Quem já seguiu as orientações que constam nos textos das embalagens de

sementes de plantas medicinais?

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Após ouvir os alunos o professor entregará uma cópia do texto extraído de

uma embalagem de sementes de planta medicinal para que possam realizar a

atividade.

Atividade:

1- Faça uma leitura silenciosa do texto e verifique o tipo de informação que o texto

apresenta.

2- Sublinhe termos que você não conhece e aparecem no texto. Com a ajuda do

dicionário pesquise o seu significado.

Arruda

Ruta graveolens Nome popular: Arruda / Rue

Herbácea perene com cheiro forte e sabor amargo. É bastante popular como talismã contra mau-olhado. Usada principalmente como planta medicinal, possui Propriedades antiespasmódicas; indicada nos tratamentos de gota, fígado, nervos e escorbuto; anti-helmintica; provoca a menstruação; serve como antídoto contra venenos; seu cheiro forte afasta insetos e ratos. Como plantar: escolha bem a área do canteiro, preferencialmente terras com alto teor de matéria orgânica. Em geral, as ervas não devem ser cultivadas com uso de adubos químicos para se obter um sabor mais intenso e plantas mais compactas. Revolva a terra entre 20 e 30 cm de profundidade e, se desejar, misture para cada m2 de canteiro 150 g (1 copo) de esterco bem curtido ou húmus, uma semana antes da semeadura ou do transplante. Irrigar uma vez por dia, sem encharcar, de preferência no início da manhã ou no final da tarde. Também podem ser cultivadas em vasos dentro de casa. Dicas: gosta de solos bem drenados e ricos em matéria orgânica. Época de plantio: todo o ano, exceto em épocas de geadas. Cuidados: uso interno apenas sob supervisão médica. Não usar durante a gravidez. Nº de sementes por grama: 550 a 600 Germinação: de 10 a 14 dias

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3- Faça uma relação dos termos científicos que o texto apresenta. Em seguida

verifique se há no texto o termo popular relativo ao termo científico identificado.

4- Para compreender melhor o texto responda as seguintes questões:

� A quem o texto é destinado?

� Que tipo de linguagem o texto apresenta?

� Por que o texto mescla termos científicos com termos populares?

� Qual o objetivo do texto?

� O texto informa como plantar as sementes? De que maneira?

� De acordo com o texto qual seria a época adequada para o plantio?

� Que trecho do texto aparece advertência quanto ao uso interno da planta?

5- Com o conhecimento que você já possuía sobre o cultivo de plantas mais as

informações presentes no texto responda:

� Através das informações presentes no texto é possível realizar o plantio e

cultivo da planta?

� Que informações presentes no texto você considera mais importante?

Justifique a sua resposta.

� O texto proporciona ao leitor condições para o plantio e cultivo das

sementes? Justifique.

� Depois de ler o texto você plantaria e cultivaria as plantas medicinais? Por

quê?

Após realizar a atividade o professor solicitará que os alunos apresentem

oralmente as respostas e levantará questões referentes aos aspectos econômicos

e sociais referentes ao cultivo das plantas medicinais, como por exemplo:

� custo do plantio;

� custo da medicação fitoterápica;

� redução nas filas dos postos de saúde...

Durante as aulas serão trabalhadas as seguintes dimensões do conteúdo:

� Legal: É obrigatório o selo de qualidade nos produtos fitoterápicos / nos

produtos orgânicos?

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Prática social final.

Os alunos podem apresentar condições de realizar atividades escritas,

orais ou práticas que expressem o entendimento quanto ao conteúdo estudado.

Demonstrando compreensão que as plantas medicinais podem ser cultivadas em

terrenos ociosos ou em pequenos espaços. E para muitas pessoas essa prática

serve como uma terapia, além de embelezar o ambiente e preservar as espécies

vegetais. As plantas cultivadas podem ser utilizadas sempre que for necessário,

conhecendo seu valor terapêutico e sem custo financeiro. Para isso é importante

que as plantas sejam devidamente identificadas.

Referências:

BARROS, Carlos e Paulino, WIlson. Ciências, Os Seres Vivos . 3ª edição, 6ª série, São Paulo: Editora Ática, 2007. BARROS, Carlos e Paulino. O ser humano precisa cuidar do ambiente e de si mesmo. Ciências o Meio Ambiente , 3ª Ed.,5ª série, Editora Ática, 2007. BORTOLOZZO, Silvia e Maluhy, Suzana. Link da Ciência . 1ª edição. São Paulo: Editora Moderna, 2002. CRUZ, Daniel. Ciências, Educação Ambiental, Os Seres Vivos . 25ª edição, Editora Ática, 2000. GOWDAK, Demétrio e Martins Eduardo. Ciências - Novo Pensar , 2ª edição, 6ª série, Editora FTD, 2006. GOWDAK, Demétrio e Martins, Eduardo. Seres Vivos , 1ª Edição, Editora FTD, São Paulo, 2003. GOWDAK, Demétrio; Mattos, Neide S. de e França, Valmir de. O Universo e o Homem: astronomia, biodiversidade e saúde, 6ª série, Editora FTD, São Paulo, 1993. http://www.agristar.com.br/descrtr/arruda.htm - acessado em 30/07/2010. SILVA, Irenice...(et al.), Noções sobre o organismo humano e utilização de plantas medicinais . 2ª edição, Editora Educativa, Cascavel,1995. SOARES, José Luís. Os Seres Vivos- Proteção à Biodiversidade, Ecologia e Saúde, Ensino Fundamental , 4ª edição, Editora Moderna, São Paulo, 1997.