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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SUMÁRIOSUMÁRIO

Apresentação...........................................................................................................03

Justificativa..............................................................................................................04

Compreensão do Momento Atual da Educação Física Através da História.....07

Quadro de Estrutura Curricular.............................................................................12

INTRODUÇÃO: Jogar Bola Outra Vez.....................................................................13

UNIDADE I ...............................................................................................................13

LUTA: Capoeira, de manifestação Marginal à expressão da cultura brasileira....................15

ATIVIDADES.........................................................................................................................24

ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................32

PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................32

ATIVIDADE RÍTMICA: Hip-Hop e Street Dance...................................................................33

ATIVIDADES.........................................................................................................................34

ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................40

PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................40

UNIDADE II ..............................................................................................................42

ESPORTE NÃO É BRINCADEIRA NÃO..............................................................................42

ESPORTE: Futebol de Campo.............................................................................................44

ATIVIDADES.........................................................................................................................52

ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................52

PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................53

ATIVIDADE RÍTMICA: Hip-Hop e Street Dance...................................................................54

ATIVIDADES.........................................................................................................................57

ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................58

PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................58

UNIDADE III..............................................................................................................60

ESPORTE: Futsal ................................................................................................................60

ATIVIDADES.........................................................................................................................83

ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................83

PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................84

Jogo e Esporte: Diferenças conceituais e na experiência dos jogadores ............................85

ATIVIDADES.........................................................................................................................89

ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................93

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PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................93

Modalidade popular em outros países: BEISEBOL .............................................................95

ATIVIDADES.........................................................................................................................105

ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................110

PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................111

UNIDADE IV..............................................................................................................112

ATIVIDADE RÍTMICA: Organização de Festival de Dança e de Expressão Corporais.......112

ATIVIDADES.........................................................................................................................114

ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................121

PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................121

ESPORTE: Organização de Campeonato Esportivo ...........................................................123

ATIVIDADES.........................................................................................................................125

ATIVIDADE AVALIADORA...................................................................................................131

PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO.......................................................................................132

REFERÊNCIAS.........................................................................................................133

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APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO

Esse Caderno Pedagógico é fruto de um longo período de estudo,Esse Caderno Pedagógico é fruto de um longo período de estudo,

experiências e tentativas de criar suporte didático-pedagógico às aulas de Educaçãoexperiências e tentativas de criar suporte didático-pedagógico às aulas de Educação

Física durante 15 anos de trabalho em diversas escolas do Estado do Paraná.Física durante 15 anos de trabalho em diversas escolas do Estado do Paraná.

Orientado pelo professor Leandro Ricardo Altimari do Departamento de EducaçãoOrientado pelo professor Leandro Ricardo Altimari do Departamento de Educação

Física da Universidade Estadual de Londrina, contou com a participação dosFísica da Universidade Estadual de Londrina, contou com a participação dos

professores participantes do GTR – Grupo de Trabalho em Rede, do Planoprofessores participantes do GTR – Grupo de Trabalho em Rede, do Plano

Integrado de Formação Continuada do Programa de Desenvolvimento Educacional –Integrado de Formação Continuada do Programa de Desenvolvimento Educacional –

PDE. PDE.

Nele estão os conteúdos, os fundamentos teóricos e encaminhamentosNele estão os conteúdos, os fundamentos teóricos e encaminhamentos

metodológicos que orientam o ensino da disciplina de Educação Física, além dometodológicos que orientam o ensino da disciplina de Educação Física, além do

quadro de conteúdos básicos a serem trabalhados na 8ª série do Ensinoquadro de conteúdos básicos a serem trabalhados na 8ª série do Ensino

Fundamental.Fundamental.

As discussões curriculares que nos possibilitaram chegar a esse CadernoAs discussões curriculares que nos possibilitaram chegar a esse Caderno

Pedagógico ocorreram durantes as conversas de recreio (reuniões informais),Pedagógico ocorreram durantes as conversas de recreio (reuniões informais),

reuniões pedagógicas, semanas de Atualização do Processo Pedagógico na escola,reuniões pedagógicas, semanas de Atualização do Processo Pedagógico na escola,

mais recentemente no GTR e nos encontros de orientações no Programa demais recentemente no GTR e nos encontros de orientações no Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, retomando constantemente a importância e oDesenvolvimento Educacional – PDE, retomando constantemente a importância e o

papel dos conteúdos disciplinares na formação do nosso aluno de forma técnica,papel dos conteúdos disciplinares na formação do nosso aluno de forma técnica,

porém, contextualizada. Houve muita dedicação, pesquisa e envolvimento paraporém, contextualizada. Houve muita dedicação, pesquisa e envolvimento para

chegarmos a esse material que agora apresentamos a coordenação do PDE.chegarmos a esse material que agora apresentamos a coordenação do PDE.

Agora o Caderno Pedagógico da 8ª série está constituído. Muitas pessoasAgora o Caderno Pedagógico da 8ª série está constituído. Muitas pessoas

participaram do processo de construção. A nova fase será a implementação doparticiparam do processo de construção. A nova fase será a implementação do

mesmo em diversas turmas para atestar a qualidade e eficiência deste material. mesmo em diversas turmas para atestar a qualidade e eficiência deste material.

Professor Rogério Aparecido da SilvaProfessor Rogério Aparecido da Silva

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JUSTIFICATIVA

A Educação Física no ensino fundamental é uma disciplina onde as aulas

acontecem basicamente na prática e os conteúdos são aplicados, de maneira geral,

por meio de aulas expositivas, através de contextualização (sócio-histórica ou não),

demonstração dos movimentos pelo professor e a execução e vivência prática do

aluno.

Segundo GUIRALDELLI Jr, (1988) conceituar conhecimento escolarizado é

primordial para se entender como está inserido o conhecimento da Educação Física

neste contexto.

A ausência de uma conceituação, construída a partir de uma reflexão

filosófica radical, tem implicado na criação de considerações, pautadas em

interesses políticos e econômicos momentâneos.

Como reflexo desta ausência crítica, podemos citar as tendências

pedagógicas que a Educação Física escolar assumiu nos últimos cem anos de sua

existência: Educação Física Higienista, Militarista, Pedagogicista e Competitivista.

Coll (1997) considera que a proposta para o ensino escolar está pautada na

organização curricular de conhecimentos que o aluno deve aprender na escola: os

conceituais, os procedimentais e os atitudinais. Porém, essa classificação não deve

ser entendida como uma tentativa de divisão e de separação das estruturas do

conhecimento, mas como um recurso para que o professor avalie se realmente está

oferecendo um ensino significativo para o aluno.

Contudo, o conteúdo conceitual da Educação Física escolar, diante dos

acontecimentos históricos, políticos e ideológicos acabou sendo abandonado.

Acredita-se que o referencial que norteia o planejamento, o desenvolvimento e a

avaliação dos programas da Educação Física tem contemplado apenas as

dimensões atitudinal (socialização) e procedimental do conhecimento (saber

executar gestos técnicos de modalidades esportivas, lutas etc.).

De acordo com Freire (1999), o que tem se confirmado ainda nos dias atuais

são aulas de Educação Física, baseadas no “saber fazer”, com inúmeras atividades

motoras, sem a preocupação de se garantir o aprendizado de conhecimentos tão

importantes quanto os oferecidos por outros componentes curriculares. Portanto,

esse pode ser o motivo da disciplina ser tratada com diferença na escola em

comparação com os demais componentes curriculares.

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A proposta deste projeto é colocar em discussão a necessidade e a forma de

“sistematizar” e “materializar” os elementos articuladores e os conteúdos

estruturantes de Educação Física e possibilitar que o aluno também manuseie um

material didático teórico (conceitual) associando-os, através de textos e de

ilustrações, permitindo a conexão da aula prática, com professor em quadra, ao

material didático teórico, proporcionando a memorização e a visualização dos

conteúdos a serem apropriados.

Segundo Palma (2008), Os professores de uma maneira geral têm muita dificuldade em sistematizar os conteúdos. Quando ensinar, o que ensinar e para que ensinar em cada uma das séries. As demais matérias possuem conteúdos sistematizados que indicam claramente o que ensinar ao longo dos anos escolares, mas a Educação Física não o possui, e isso acaba por gerar dúvidas e procedimentos de ensino desarticulados e sem seqüência lógica.

Muitos professores de Educação Física, especificamente, usam instrumentos

metodológicos diferenciados, utilizando-se de aulas expositivas teóricas (aulas em

sala), com vídeos ou imagens, porém não existe um material didático comum e

específico que sistematize o conteúdo da Educação Física, mantendo uma

seqüência do mesmo, como acontece nas demais disciplinas.

A ausência deste material nas aulas de Educação Física no Ensino

Fundamental desfavorece o processo ensino aprendizagem do aluno, porque se o

mesmo muda de escola, de turma ou mesmo de professor, a seqüência desse

processo educativo muitas vezes se rompe.

Em 1999 FREIRE já dizia que, “atualmente pode-se observar que ocorre

algum desinteresse dos alunos pelas aulas de Educação Física, pautados,

sobretudo, pela falta de seqüência dos conteúdos apresentados nas diferentes

séries escolares”.

Nos dias de hoje é comum o aluno ter em suas aulas práticas ênfase em

conteúdos técnicos da quinta à oitava série sem, por exemplo, nunca atingir os

conteúdos táticos que organizam o jogo e aumenta o desenvolvimento do raciocínio

e da coletividade. Também é comum o aluno desconhecer conteúdos envolvendo

dança, ginástica, lutas ou conhecimento sobre o corpo, permanecendo durante todo

o ano letivo nas modalidades esportivas, talvez pela falta de sistematização do

conteúdo ou de um material didático que oriente o planejamento das aulas.

Assim, a Educação Física tem se apresentado como uma disciplina

essencialmente procedimental, principalmente voltada para o ensino e a prática de

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jogos com tipificação esportiva ou recreativa. O que pode levar à compreensão de

que os professores de Educação Física identifiquem a idéia de que os conteúdos

pertinentes à sua área são os advindos, quase que unicamente, dos conhecimentos

de conotação utilitaristas ou voltados para a descontração, afirma FREIRE (1999).

Por que é tão difícil a sistematização dos conteúdos da Educação Física e por

que a Escola Pública do Estado do Paraná não possui um material (livro) didático

para as aulas de Educação Física no Ensino Fundamental?

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COMPREENSÃO DO MOMENTO ATUAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA ATRAVÉS DA HISTÓRIA.

É preciso considerar toda a história da Educação Física no contexto brasileiro,

para compreendermos as características que esta disciplina possui, bem como, o

rumo que ela tomou com o passar do tempo.No século passado, a Educação Física esteve estritamente vinculada às instituições militares e à classe médica. Esses vínculos foram determinantes, tanto no que diz respeito à concepção da disciplina e suas finalidades quanto ao seu campo de atuação e à forma de ser ensinada. (PCN – E.F. 1997, p.19)

Com esta influência a Educação Física passou a visar a constituição de um

físico saudável e equilibrado organicamente, desempenhando um papel fortemente

ligado ao pensamento político da época que era a preocupação de preservar a

eugenia2 da raça branca.

A elite imperial era favorável aos pressupostos eugênicos e físicos, porém

possuíam um forte preconceito com atividades físicas por associarem o trabalho

físico ao trabalho escravo. Este comportamento dificultava que se tornasse

obrigatória a prática de atividades físicas nas escolas.

Embora a atividade física tenha encontrado resistência para se tornar

obrigatória nas escolas, nas instituições militares ela foi favorecida visando a

educação do físico com a finalidade de formar indivíduos fortes e saudáveis que

pudessem defender a pátria.

No ano de 1851 foi feita a Reforma Couto Ferraz, que tornou obrigatória a

Educação Física nas escolas do município da Corte. (PCN – E.F. 1997, p.20). Houve

neste período de modo geral grande contrariedade por parte dos pais, por seus

filhos estarem se envolvendo com uma prática que não tinha caráter intelectual,

principalmente em relação às meninas, porque para os meninos a prática associava-

se às instituições militares.Em 1882, Rui Barbosa deu seu parecer sobre o Projeto 224 – Reforma Leôncio de Carvalho, Decreto n. 7.247, de 19 de abril de 1879, da Instrução Pública – no qual defendeu a inclusão da ginástica nas escolas e a equiparação dos professores de ginástica aos das outras disciplinas. (PCN – E.F. 1997, p. 20)

2 A eugenia é uma ação que visa o melhoramento genético da raça humana, utilizando-se para tanto de esterilização de deficientes, exames pré-nupciais e proibição de casamentos consangüíneos. (PCN – E.F. 1997, p.19)

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Esta resolução teve grande importância na evolução da Educação Física e na

valorização dos profissionais da área, porém a prática ainda era dicotomizada, pela

função de formar corpo saudável para sustentar a atividade intelectual.

No início deste século, a Educação Física, ainda sob o nome de ginástica foi

incluída nos currículos de alguns estados brasileiros. Nessa época a educação

brasileira sofria uma forte influência do movimento escolanovista, que evidenciou a

importância da Educação Física no desenvolvimento integral do ser humano (PCN –

E.F. 1997, p. 20). Nesse período se ensinava Educação Física com métodos

europeus, cujo os princípios eram biológicos.

Na década de 30, o Brasil sofrendo influências ideológicas nazistas e

fascistas, volta novamente a associar a Educação Física à eugenização da raça, que

se tornou o ideal das instituições militares, e mais tarde cedeu lugar aos objetivos

higiênicos e de prevenção de doenças, estes sim passíveis de serem trabalhados

dentro de um contexto educacional (PCN – E.F. 1997, p. 21). Esta influência

higiênica foi muito forte e duradoura, pois se estendeu até o final desta década.

Somente em 1937, com a elaboração da Constituição Federal, é que a

Educação Física foi incluída no currículo, porém não como disciplina curricular, mas

como prática educativa obrigatória em todas as escolas brasileiras, e ainda havia um

artigo naquela Constituição que citava o adestramento físico como maneira de

preparar a juventude para a defesa da nação e para o cumprimento dos deveres

com a economia. (PCN – E.F. 1997, p. 21)

Ainda nos anos 30 o país sofreu grandes mudanças com o crescimento da

industrialização e a urbanização, a Educação Física mais uma vez ganhou novas

atribuições: fortalecer o trabalhador para melhorar sua produtividade, desenvolver o

espírito de cooperação e coletividade.

Do final da década de 30, ...até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1961, houve um

amplo debate sobre o sistema de ensino brasileiro. Nessa lei ficou determinada a obrigatoriedade da Educação Física para o ensino primário e médio. A partir daí, o esporte passou a ocupar cada vez mais espaço nas aulas de Educação Física. (PCN – E.F. 1997, p. 22)

Nesse período surge no Brasil o Método Desportivo Generalizado3 que gerou

a esportivização da Educação Física escolar, contrapondo-se aos métodos de

3 Método trazido ao Brasil pelo Prof. Auguste Listello que o difundiu nos Cursos de Aperfeiçoamento técnico-pedagógico. Visa utilizar o desporto como um meio de formação e preparação do aluno para a vida em geral. Bibliografia indicada: MARINHO, Inezil Penna. Sistemas e métodos de Educação Física: 4a ed. p. 377 - 400

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ginástica tradicional e desenvolvendo o esporte na escola com objetivos e práticas

pedagógicas.

A educação sofreu novas influências e mudanças por volta de 1965 com o

surgimento da tendência tecnicista. O ensino passou a dar prioridade à formação de

mão-de-obra qualificada com a difusão dos cursos profissionalizantes. Vale citar que

em 1968, com a Lei n.º5.540, e, em 1971, com a 5.692, a Educação Física teve seu

caráter instrumental reforçado: era considerada uma atividade prática, voltada para o

desempenho técnico e físico do aluno. (PCN – E.F. 1997, p. 22)

Na década de 70, mais uma vez, a Educação Física volta a ter característica

de formação militar, em função de diretrizes que visavam a formação de uma

juventude forte e saudável que iria compor um exército que serviria para

desmobilizar forças políticas oposicionistas. Também, nesse período, as atividade

esportivas foram consideradas colaboradoras da melhoria da força de trabalho,

apresentando estreitos vínculos entre o esporte e o nacionalismo.

Em relação ao âmbito escolar, a partir do Decreto n.º 69.450, de 1971,

considerou-se a Educação Física como “a atividade que, por seus meios, processos

e técnicas, desenvolve e aprimora forças físicas, morais, cívicas, psíquicas e sociais

do educando”. (PCN – E.F. 1997, p. 22). Com a falta de especificidade do decreto, a

Educação Física manteve a ênfase na aptidão física, e na busca de novos talentos

esportivos para representar a pátria. Na década de 80 os efeitos desse modelo começaram a ser sentidos e contestados: o Brasil não se tornou uma nação olímpica e a competição esportiva da elite não aumentou o número de praticantes de atividades físicas. Iniciou-se então uma profunda crise de identidade nos pressupostos e no próprio discurso da Educação Física, que originou uma mudança significativa nas políticas educacionais: a Educação Física escolar, que estava voltada principalmente para a escolaridade de quinta a oitava séries do primeiro grau, passou a priorizar o segmento de primeira a quarta e também pré-escola. O enfoque passou a ser o desenvolvimento psicomotor do aluno, tirando da escola a função de promover os esportes de alto rendimento. (PCN. – E.F. 1997, p. 23)

Com isso surgiram debates, produções apontando novas tendências da

Educação Física, cursos de pós-graduação e o retorno de professores doutorados

fora do Brasil, que também contribuíram para o aumento de publicações de livros e

revistas da área, bem como do número de congressos e etc.

A Educação Física passou então a ser influenciada pelas teorias críticas da

educação, proporcionando um questionamento sobre seu papel e sua dimensão

política. Ocorreu então uma mudança de enfoque, tanto no que dizia respeito à

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natureza da área quanto no que se referiam aos seus objetivos, conteúdos e

pressupostos pedagógicos de ensino e aprendizagem. (PCN – E.F. 1997, p.23)

dessa forma ampliou-se os objetivos e diversificou-se os conteúdos formando o

aluno integralmente. Atualmente se concebe a existência de algumas abordagens para a Educação Física escolar no Brasil que resultam da articulação de diferentes teorias psicológicas, sociológicas e concepções filosóficas. Todas essas correntes têm ampliado os campos de ação e reflexão para a área e a aproximado das ciências humanas, e, embora contenham enfoques científicos diferenciados entre si, com pontos muitas vezes divergentes, têm em comum a busca de uma Educação Física que articule as múltiplas dimensões do ser humano. (PCN – E.F. 1997, p. 24)

Em 20 de dezembro de 1996 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases

transformando o caráter que a Educação Física assumiu nos últimos anos ao

explicitar no art. 26, § 3º, que a Educação Física, integrada à proposta pedagógica

da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas

etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos

(PCN – E.F. 1997, p. 24). Assim, a Educação Física passa a ser desenvolvida de

primeira a oitava séries valorizando a disciplina e integrando-a ao projeto

pedagógico da escola.

De acordo com a Diretrizes Curriculares da Educação Básica – DCEs da

Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, os avanços teóricos da

Educação Física sofreram retrocesso na década de 1990 quando, após a discussão

e aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação da tendência Histórico-

Crítica, verificamos que em sua ação pedagógica, ela deve buscar elementos

(chamados aqui de pressupostos do movimento) da Ciência da Motricidade Humana

(conforme proposta do filósofo português: Prof. Manuel Sérgio). Esta ciência trata da

compreensão e explicação do movimento humano e há dificuldade de compreender

e apreender os elementos buscados nesta ciência, uma vez que as raízes históricas

da Educação Física brasileira, estão postas dentro de um regime militar rígido e

autoritário, visando fins elitistas e hegemônicos. Por outro lado, na dinâmica da

sociedade capitalista, ela sempre esteve atrelada às relações capital x trabalho para

dominação das classes trabalhadoras. (PARANÁ, 1990, p. 175) Nacional (LDB n.

9394/96), o Ministério da Educação (MEC) apresentou os Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCN) para a disciplina de Educação Física, que passaram a subsidiar

propostas curriculares nos Estados e Municípios brasileiros.

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O que deveria ser um referencial curricular tornou-se um currículo mínimo,

para além da idéia de parâmetros, e propôs objetivos, conteúdos, métodos,

avaliação e temas transversais, DCEs (2008)

Segundo ainda a dimensão histórica da Educação Física das DCEs, no que

se refere à disciplina, a introdução dos temas transversais acarretou, sobretudo,

num esvaziamento dos conteúdos próprios da disciplina. Temas como ética, meio

ambiente, saúde e educação sexual tornaram-se prioridade no currículo, em

detrimento do conhecimento e reflexão sobre as práticas corporais historicamente

produzidas pela humanidade, entendidos aqui como objeto principal da Educação

Física.

E conclui, nesse sentido, partindo de seu objeto de estudo e de ensino,

Cultura Corporal, a Educação Física se insere neste projeto ao garantir o acesso ao

conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas corporais

historicamente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com um ideal

mais amplo de formação de um ser humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se

como sujeito, que é produto, mas também agente histórico, político, social e cultural.

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QUADRO DEQUADRO DE ESTRUTURAÇÃO CURRICULARESTRUTURAÇÃO CURRICULAR

Adequação Idade/Série/ConteúdoAdequação Idade/Série/Conteúdo

1º BIMESTRE1º BIMESTRE 2º BIMESTRE2º BIMESTRE 3º BIMESTRE3º BIMESTRE 4º BIMESTRE4º BIMESTRELutaModalidade: capoeira• Capoeira como

luta, jogo e esporte

• Princípios técnicos e táticos

• Processo histórico

Atividade rítmica• As

manifestações rítmicas de diferentes grupos socioculturais

• As manifestações rítmicas na comunidade escolar e em seu entorno: espaços, tempos e interesses

• Manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop, streetdance e/ou outras

• Diferentes estilos como expressão sociocultural

• Principais passos e movimentos

EsporteModalidade coletiva: Futebol• Aprofundament

os nas regras; • Técnicas e

táticas como fatores de aumento da complexidade do jogo;

• Noções de arbitragem;

Atividade rítmica• Manifestações

rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop, streetdance e/ou outras

• Coreografias

EsporteModalidade coletiva: Futsal• Aprofundament

os nas regras; • Técnicas e

táticas como fatores de aumento da complexidade do jogo;

• Noções de arbitragem;

Jogo e esporte:• Diferenças

conceituais e na experiência dos jogadores

Modalidade “alternativa” ou popular em outros países: beisebol ou outra • Princípios

técnicos e táticos

• Principais regras

• Processo

histórico

Atividade rítmicaOrganização de festivais de dança• Planejamento

do festival• Divulgação do

festival• Realização do

festival• Avaliação do

festival

Esporte Organização de campeonatos• Planejamento

do campeonato• Divulgação do

campeonato• Realização do

campeonato• Avaliação do

campeonato

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INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

JOGAR BOLA OUTRA VEZ...Quando vamos para a aula de Educação Física, a primeira coisa que vem na

nossa cabeça é... Isso mesmo. Futebol... E alguém logo grita: “Oba! Vamos jogar

bola hoje!” Afinal, viemos para escola para aprender a jogar bola, não é? Mas, o que

há de diferente e de importante além de ‘jogar bola’?

Sabemos que correr atrás de uma bola é emocionante, é pura diversão. É

bem possível que a bola tenha sido um dos seus primeiros brinquedos na infância.

Esse hábito vem persistindo nas famílias.

Quem nunca chutou uma bola de plástico, de meia, de papel, de lata ou de

qualquer outro material?

Chutar a bola é um hábito que acompanha o ser humano desde tempos

primitivos. No século I a.C.,os gregos utilizavam bexiga de boi cheia de areia, por

exemplo. Mas será que o futebol é o dono da bola ou da Educação Física?

Você consegue identificar as atividades que são mostradas abaixo? Quais

dessas atividades você já jogou? Note que todos são esportes com bola: futebol de

campo, tênis de campo, basquetebol, futebol americano, hóquei sobre grama e

voleibol. Quais delas nem ouviu falar? O que elas têm em comum? Sem dúvida são

pelo menos duas coisas: todas necessitam de bola para serem praticadas, e são

todas atividades esportivas.

Você conhece alguém com mais de 30-35 anos de idade, que já concluiu o

Ensino Médio?

Caso positivo, pergunte a essa pessoa quais atividades costumava praticar

nas aulas de Educação Física, quando freqüentavam a escola. É bem possível que

a resposta seja o esporte. Isso porque havia um tempo, década de 60 e 70, em que

a escola se via na obrigação de formar atletas de: voleibol, handebol, basquetebol e

futebol. Até então a ginástica dividia espaço com o esporte. Na década de 80 e 90 o

esporte foi o “jogador titular” da Educação Física. Apesar de o esporte continuar

sendo muito popular nas escolas, essa situação vem mudando pouco a pouco.

Assim fica fácil entender o porquê ao falarmos em Educação Física, logo nos vem à

cabeça bola. Ainda, muitas pessoas pensam que a escola é lugar de treinamento

esportivo e fazem uma confusão entre o esporte da escola e esporte na escola.

Além disso, a escola tem contribuído para que o futebol fosse o mais popular entre

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os demais esportes. Podemos dizer que as famílias, o governo e os meios de

comunicação (televisão, rádio, jornais) também incentivaram muito.

Levante a mão quem, ao assistir uma partida, não ficou morrendo de vontade

de ir “bater uma bolinha”.

Daí vem a pergunta: na escola é correto jogar futebol o ano todo, todos os

anos, sem aprender outra atividade? Vamos discutir em aula?

Vamos fazer um esforço: lembra do que você costuma brincar com seus

amigos, avós, pais, irmãos e vizinhos?

Agora, observe as atividades no painel abaixo. Você consegue reconhecer

todas as atividades?

(Imagens: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br)

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Compare com a sua lista. Note que a bola não está presente em várias delas

e que nem todas são esportes.

Atualmente, nas aulas de Educação Física estuda-se outros conteúdos além

do esporte.(Texto e imagens extraídos do Portal Dia a Dia Educação SEED-PR, autora: Professora DENISE

PIROLO).

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UNIDADE IUNIDADE I

LUTA: CAPOEIRA, DE MANIFESTAÇÃO MARGINAL À EXPRESSÃO DA CULTURA BRASILEIRA

Você sabia que a capoeira já foi considerada crime,

inclusive pelo código penal? Você sabia que em 15 de

julho de 2008 essa mesma capoeira foi instituída como

Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira?

Como foi possível ocorrer essa transformação da

capoeira, que atravessa momentos de marginalidade, de

legalização e atualmente é reconhecida oficialmente e até

mesmo internacionalmente?

O COMEÇO DA CONVERSA

Para entendermos a capoeira e a nossa questão principal, precisaremos olhar

e pensar um pouco mais profundamente sobre essa manifestação. Pois, não

poderemos enxergar algumas questões sobre ela apenas olhando de longe, ou

somente praticando seus movimentos. Vamos precisar perceber a história da

capoeira e assim, entenderemos o contexto social que lhe dá forma. Mergulhemos

então, nessa viagem pelo tempo...

A HISTÓRIA DE UMA LUTA Peço licença, porque agora eu vou contar A história de uma luta, a história da escravidão Os negros Bantos eram pegos em Angola Pra cá eram traficados, forçados a trabalhar E na senzala, eles ficavam à ferro, Muitos morreram no tronco de tanto apanhar Dor, só existia dor. O chicote abalava E no repique do tambor, uma luta então nascia: A esperança chegou... Mestre Caju, Capoeira Muzenza, v.06, Brasil, 1997.

A chegada dos portugueses ao nosso país acabou por ser chamada de

“descobrimento do Brasil”. No entanto, a historiografia mostrou que essas terras

eram habitadas anteriormente por uma população nativa, nomeada pelos

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Hector Julio Páride Bernabó, Carybé, O jogo da Capoeira. Caderno de nº 3, Coleção Recôncavo, Salvador, 1951.

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colonizadores como índios, pois pensavam estar chegando às Índias. Essa

população foi escravizada, ou seja, colocada para realizar trabalhos forçados e sem

recebimento de salário em troca de sua produção.

Mais tarde, a população vinda da África passou a ser utilizada no trabalho

escravo. Essas pessoas eram retiradas de suas terras, separadas de suas famílias e

amontoadas em porões de grandes embarcações, conhecidas por navios negreiros.

Vinham rumo ao Brasil, onde eram vendidas como mercadorias para serem usadas

e exploradas pelos seus donos nos diversos trabalhos.

Essa forma de trabalho foi mantida por meio de muita violência contra a

população escrava: as chicotadas, os corpos amarrados no tronco e castigados

publicamente, assim como as queimaduras com ferro incandescente, são exemplos

do tratamento ao qual eram submetidas as pessoas escravizadas.

Nesse cenário cruel e de opressão, a população escrava passa a constituir

formas de resistência, organizando fugas das fazendas onde trabalhavam. Desse

mesmo contexto, a capoeira também começa a dar seus primeiros passos, nascida

como uma luta desesperada pela liberdade. Sem muitas opções para conquistar sua

libertação, só restavam aos escravos e escravas seus próprios corpos, que usados

como armas, imitando movimentos de animais, incorporando elementos de danças

tradicionais africanas ou nativas, criaram uma forma ágil de lutar e possibilitar suas

fugas.

UM SURGIMENTO CAMUFLADO Como visto, a capoeira nasceu no Brasil, criada pela população escrava na

sua ânsia por liberdade. Mas como uma luta pela liberdade conseguiu surgir em um

ambiente tão hostil às práticas livres dos escravos? É nesse ponto que precisamos

notar outras partes que compõem a capoeira. A capoeira baiana, por exemplo,

surgiu camuflada, escondendo-se em passos e ritmos dançados, inclusive

musicados, que contribuíram para que fossem escondidos os verdadeiros motivos

daqueles movimentos. A dança no interior da capoeira, se expressa no movimentar

do corpo, no balanço centrado nos quadris adequado ao ritmo musical, onde os

capoeiristas acabam por imprimir coreografias espontâneas, disfarçando nelas, uma

luta letal.

Ainda temos outro elemento muito importante no nascimento da capoeira, que

é sua forma lúdica. O fato de a capoeira ser usada pelos escravos como forma de

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jogo e brincadeira, nos momentos em que não estavam trabalhando, auxiliou a

construir uma prática corporal diferenciada.

Relatos historiográficos afirmam que a luta, que ora se caracterizava como

única possibilidade de fuga e conseqüente sobrevivência era também observada

sendo praticada na forma de jogo, como uma brincadeira, como uma dança, ou

ainda como um possível treinamento para futuros combates.

Um movimento fundamental na constituição da capoeira é a GINGA. É a

movimentação básica, de onde partem todos os outros movimentos e golpes. Ela se

caracteriza por ser um passo constante, que fornece a imagem dançada da

capoeira. Tem proximidade com os movimentos do caminhar, e de algumas

atividades de trabalho, ela se realiza com a oposição entre braços e pernas, onde os

pés deslizam para trás alternadamente, buscando sempre o equilíbrio.

A GINGA Embora na ginga cada capoeirista imprima sua própria expressão, sua própria

forma de gingar, que tal tentarmos aprender uma forma geral primeiramente? Leia

com atenção a descrição do movimento básico da ginga: Na posição em pé, abra as

duas pernas paralelamente, aproximadamente cinco palmos de distância, mantenha-

as semi-flexionadas, essa será a posição inicial. Afaste a perna direita para trás,

arrastando o pé, como se realizasse um grande passo para trás. A perna esquerda,

que está na frente poderá flexionar-se levemente. Retorne a perna direita para o

mesmo local de onde ela saiu, tendo novamente a posição inicial. Realize o mesmo

movimento com a perna esquerda e da mesma forma sucessivamente. Combine os

movimentos dos braços alternadamente – semelhantes ao movimento do caminhar –

quando estiver com a perna esquerda à frente, o braço direito estará na frente do

rosto, protegendo-o com o cotovelo alto, trocando-os conforme o movimento das

pernas. Dessa forma a ginga estará completa. Observe as imagens abaixo:

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INTENSIFICAÇÃO DA RESISTÊNCIA ESCRAVA Uma das mais importantes formas de resistência à escravidão era a

organização de comunidades de escravos fugitivos das fazendas, conhecidas como

quilombos. Dessas organizações, a mais conhecida foi o Quilombo de Palmares,

uma comunidade auto-sustentável formada por pessoas até então escravizadas que

haviam escapado das fazendas brasileiras. Ocupava uma área próxima ao tamanho

de Portugal e situava-se onde era o interior da Bahia, hoje estado de Alagoas. Sua

população chegou a alcançar vinte mil pessoas.

Zumbi dos Palmares (1655-1695) foi um de seus principais ícones, nasceu

livre em Palmares e ainda jovem assume a liderança do quilombo. Zumbi foi muito

perseguido pelos governos escravistas, seu comando e a existência do Quilombo de

Palmares eram exemplos ameaçadores para o regime de escravidão e em 20 de

novembro de 1695 o líder foi morto. Esta mesma data, desde 1995, foi adotada no

Brasil como o dia da Consciência Negra.

A DECADÊNCIA DA ESCRAVIDÃO O crescimento da resistência escrava foi um elemento importante para o

declínio da escravidão brasileira. Porém, diferentes fatores contribuíram para o fim

desse período histórico do país, tais como leis nacionais e internacionais, o

desenvolvimento da industrialização na Região Sudeste, entre outros.

A CRIMINALIZAÇÃO DA CAPOEIRA Com a abolição da escravidão no Brasil, e a ocupação de grande parte dos

postos de trabalho por emigrantes europeus na forma de trabalho assalariado,

muitos grupos de ex-escravos enfrentaram problemas para encontrar emprego.

Muitos destes com habilidades em capoeira foram contratados como seguranças em

fazendas. Outros sobreviviam de trabalhos braçais, como nas construções de

estradas de ferro.

A formação de maltas – grupos, bandos ou gangs de capoeiristas – nos

centros urbanos como no Rio de Janeiro, acontecia desde os tempos escravistas e

continuou com mais força nesse período. Foi quando a capoeira acabou se tornando

crime, inclusa até no Código Penal Brasileiro em 1890.

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Nesse momento, os capoeiristas já não eram mais identificados apenas como

sujeitos negros. Na formação de maltas urbanas, a presença de mulatos também foi

notada. O historiador Carlos Eugênio Soares (2004) percebe em seus estudos, que

a capoeira estava articulada com a cultura das cidades, que era formada pelas

camadas populares e por trabalhadores marginalizados, atraindo não apenas

negros, mas emigrantes brancos pobres, que se amigavam pela afinidade com os

golpes velozes e pela camaradagem dos grupos de rua. Essa forma de ser dos

capoeiristas era identificada pela polícia que realizava perseguições e prisões.

Nesses conflitos, por vezes os capoeiristas saiam vitoriosos, ainda usando apenas

seus próprios corpos ágeis.

A DES-CRIMINALIZAÇÃO DA CAPOEIRA A capoeira era aprendida nas ruas, nas rodas, observava-se e tentava-se

imitar os movimentos. A figura do mestre de capoeira poderia, com sorte, indicar

uma ou outra movimentação para algum aprendiz. Mesmo com sua prática

criminalizada e reprimida, a luta continuou a ser transmitida geração a geração.

Manoel dos Reis Machado, conhecido como Mestre Bimba, segundo Benedito

Araújo (2008), era um homem de origem humilde, trabalhador portuário, de pouca

escolaridade, com fama de grande lutador nas ruas de Salvador. Mestre Bimba é

personalidade central da capoeira moderna, pois criou a chamada Luta Regional

Baiana, na década de 1930. Tal criação era a conhecida capoeira, mas

sistematizada em uma forma específica de ensiná-la, e com noções de defesa

pessoal ressaltadas. Essa nova forma foi criada com a colaboração de José

Cisnando Filho, aluno de Mestre Bimba e aluno da Faculdade de Medicina da Bahia.

Mestre Bimba passou a ensinar a capoeira no interior de uma academia, fato

incomum na época, e sua proximidade com estudantes de medicina, praticantes em

sua academia, aumentava a influência de sua capoeira na elite nordestina do

período. Até que em 1934, Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, numa atitude

nacionalista, reconhece a herança cultural da capoeira, e extingue o decreto lei que

proibia e criminalizava a capoeira, o candomblé e a prática de outros cultos afro-

brasileiros.

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OS MOVIMENTOS DA CAPOEIRAComo já conhecemos a movimentação básica da capoeira, a ginga, contando

até com algumas variações improvisadas, passemos agora ao estudo de outros

movimentos da capoeira. Pratique os seguintes movimentos junto à sua professora

ou professor:

Esquivas: são movimentos ou posições usadas para desviar de golpes

Negativa Negativa fechada Queda de quatro

Negativa com rolê Resistência Cocorinha

Acrobáticos: são movimentos de destreza, servem ao ataque, à defesa ou à beleza

Aú completo

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Macaco completo

Golpes: servem ao ataque e à defesa. São traumáticos ou desequilibrantes

Meia-lua de frente

queixada

Meia-lua de compasso

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armada

Rasteira giratória

Negativa derrubando

O ENSINO DA CAPOEIRA Vimos anteriormente, que é Mestre Bimba quem inicia com a prática de

ensinar a capoeira de forma sistematizada. Foi ele quem levou a capoeira para

dentro de uma academia e passou lecionar a grupos de alunos a sua Luta Regional

Baiana.

Uma das formas de ensinar de Bimba era através de seqüências de

movimentos. Como disse Mestre Nestor Capoeira, são oito conjuntos

predeterminados de golpes, contragolpes, esquivas, quedas e aús para serem

realizadas por duplas de alunos.

Isso foi uma grande mudança para a capoeira da época, pois o aprendizado

era feito na base do olhar e imitar. Antes de Bimba não tínhamos aulas de capoeira,

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a pessoa iniciante tinha que observar os jogadores na roda e aprender

intuitivamente. Vez por outra, fora da roda, o mestre ou algum jogador mais

experiente dava uma dica que ajudava o aprendiz. Vamos conhecer um pouco

dessa forma de ensinar.

A CAPOEIRA NO MUNDO Em busca de apoio e reconhecimento, a partir do inicio da década de 1970,

muitos capoeiristas brasileiros começaram sair do país para rumo à Europa e

Estados Unidos. Mal sabiam eles que 30 anos depois a capoeira estaria espalhada

pelos quatro cantos do mundo, sendo a atividade brasileira mais praticada em todo

planeta.

Atualmente, a capoeira é praticada em mais de 150 países, nos cinco

continentes desse mundo. Mulheres, homens e crianças de diversas nacionalidades,

etnias e credos praticam a luta escrava, que vem sendo levada por mestres

brasileiros, cada vez mais reconhecidos. No Brasil, já são mais de 5 milhões de

praticantes.

O TOMBAMENTO DA CAPOEIRA NO BRASIL Durante a reunião dos conselheiros do Instituto do Patrimônio Histórico e

Artístico Nacional (IPHAN) junto ao Ministério Federal da Cultura, em 15 de julho de

2008, deliberou-se pelo reconhecimento da capoeira como Patrimônio Cultural

Imaterial do Brasil. Essa decisão tem objetivo de oficialmente adotar a capoeira

como fundamental na construção cultural brasileira, assim como reconhecer o

esforço dos mestres na guarda dos fundamentos dessa manifestação. Tal

acontecimento, reconhecido como o tombamento da capoeira, foi comemorado por

praticantes de todo o Brasil. (Texto e imagens extraídos do Portal Dia a Dia Educação SEED-PR, autor: Professor NILO SILVA

PEREIRA NETTO).

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ATIVIDADE 01ATIVIDADE 01

CONHECENDO A CAPOIRA E SEUS MOVIMENTOS.CONHECENDO A CAPOIRA E SEUS MOVIMENTOS.Após um diálogo sobre os costumes e gestos da capoeira, os alunos irão se

envolver em uma roda que caracteriza o ritual presente nesse elemento cultural.

Tempo previsto: 3 a 5 aulas.

Conteúdo e temas: movimentos característicos da capoeira; os instrumentos como elementos

culturais e o ritual da roda de capoeira.

Competências e habilidades: identificar os movimentos característicos da capoeira; identificar e

adaptar instrumentos utilizados em uma roda de capoeira; identificar costumes e elementos

ritualísticos da capoeira: a roda.

Recursos: aparelho de som (opcional); CD com músicas de capoeira (opcional); instrumentos de

capoeira (opcional); papel sulfite; canetas; objetos diversos: balde, bambu, arame, latinhas de

alumínio ou potes plásticos, garrafas plásticas, tampas de recipientes plásticos e tampinhas de

garrafa.

Desenvolvimento da ATIVIDADE 01.Desenvolvimento da ATIVIDADE 01.

Etapa 01 Etapa 01 – vivenciando os movimentos– vivenciando os movimentos

Solicite que todos se espalhem em um espaço (quadra, gramado, pátio etc.),Solicite que todos se espalhem em um espaço (quadra, gramado, pátio etc.),

com música de fundo (musicas de capoeira ou aluno tocando algum instrumentocom música de fundo (musicas de capoeira ou aluno tocando algum instrumento

característico ou cantando alguma ladainha). Os alunos irão se movimentarcaracterístico ou cantando alguma ladainha). Os alunos irão se movimentar

conforme o ritmo das musicas, podendo realizar os movimentos que desejarem,conforme o ritmo das musicas, podendo realizar os movimentos que desejarem,

sejam eles da capoeira ou não. É importante que os alunos, nesse primeiro, nessesejam eles da capoeira ou não. É importante que os alunos, nesse primeiro, nesse

primeiro momento, não sejam motivados a reproduzir movimentos, mas aprimeiro momento, não sejam motivados a reproduzir movimentos, mas a

experimentar possibilidades diversas.experimentar possibilidades diversas.

Em seguida, procure destacar movimentos que, realizados por alguns alunos,Em seguida, procure destacar movimentos que, realizados por alguns alunos,

se assemelham aos da capoeira, estimulando os alunos a realizá-los.se assemelham aos da capoeira, estimulando os alunos a realizá-los.

Etapa 02Etapa 02 – Jogo “Fui pego na capoeira”. – Jogo “Fui pego na capoeira”.

Proponha um jogo de perseguição, com as seguintes regras: em uma áreaProponha um jogo de perseguição, com as seguintes regras: em uma área

previamente delimitada, um grupo de alunos deve tentar fugir da vigilância de doispreviamente delimitada, um grupo de alunos deve tentar fugir da vigilância de dois

fiscais, cujo papel é perseguir (correr atrás) dos que ultrapassarem o limitefiscais, cujo papel é perseguir (correr atrás) dos que ultrapassarem o limite

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estabelecido. Para reconduzir estes alunos à área delimitada, os dois fisciaisestabelecido. Para reconduzir estes alunos à área delimitada, os dois fisciais

deverão usar um arco, corda, bola ou rede. deverão usar um arco, corda, bola ou rede.

Permita que o jogo transcorra durante determinado tempo e depois reorganizePermita que o jogo transcorra durante determinado tempo e depois reorganize

o grupo para que todos vivenciem e experimentem as duas funções. É importanteo grupo para que todos vivenciem e experimentem as duas funções. É importante

que os alunos pensem em diferentes estratégias para fugir. Elabore com eles regrasque os alunos pensem em diferentes estratégias para fugir. Elabore com eles regras

para capturas e fugas (por exemplo, quem estiver fazendo algum movimentopara capturas e fugas (por exemplo, quem estiver fazendo algum movimento

característico da capoeira não pode ser pego).característico da capoeira não pode ser pego).

Etapa 03 Etapa 03 – Confecção de instrumentos: agogô, berimbau, caxixi, reco-reco, pandeiro– Confecção de instrumentos: agogô, berimbau, caxixi, reco-reco, pandeiro

e atabaque.e atabaque.

Questione-os: Questione-os: Há necessidade de instrumentos para acompanhar uma rodaHá necessidade de instrumentos para acompanhar uma roda

de capoeira? Os instrumentos de capoeira podem ser produzidos por eles?de capoeira? Os instrumentos de capoeira podem ser produzidos por eles?

Sugira previamente que os alunos tragam imagens dos instrumentos daSugira previamente que os alunos tragam imagens dos instrumentos da

capoeira e diferentes objetos de casa para improvisar e construir algunscapoeira e diferentes objetos de casa para improvisar e construir alguns

instrumentos utilizados na capoeira. Organize-os em grupos, que poderão fazer umainstrumentos utilizados na capoeira. Organize-os em grupos, que poderão fazer uma

apresentação a partir do que foi produzido, movimentando-se ao som e ritmoapresentação a partir do que foi produzido, movimentando-se ao som e ritmo

sugeridos pelos objetos confeccionados.sugeridos pelos objetos confeccionados.

Alguns objetos poderão ser adaptados: Atabaque (balde), berimbau e cabaçaAlguns objetos poderão ser adaptados: Atabaque (balde), berimbau e cabaça

(bambu, arame e latinhas de alumínio ou pote plástico), agogô (duas latinhas de(bambu, arame e latinhas de alumínio ou pote plástico), agogô (duas latinhas de

alumínio), reco-reco e baqueta (madeira/bambu talhado e vareta de bambu), caxixialumínio), reco-reco e baqueta (madeira/bambu talhado e vareta de bambu), caxixi

(garrafa plástica pequena com grãos) e pandeiro (tampa de plástico resistente com(garrafa plástica pequena com grãos) e pandeiro (tampa de plástico resistente com

tampinhas de garrafa).tampinhas de garrafa).

Etapa 04 Etapa 04 – Roda de capoeira.– Roda de capoeira.

Forme uma roda com todos os alunos e sugira que, de forma voluntária, noForme uma roda com todos os alunos e sugira que, de forma voluntária, no

meio da roda, criem alguns movimentos. A forma de acompanhamento dosmeio da roda, criem alguns movimentos. A forma de acompanhamento dos

movimentos pode ser decidida pelo próprio grupo: música, instrumentos ou batidasmovimentos pode ser decidida pelo próprio grupo: música, instrumentos ou batidas

de palmas. Em seguida, destaque os movimentos realizados por alguns alunos ede palmas. Em seguida, destaque os movimentos realizados por alguns alunos e

sugira que todos vivenciem.sugira que todos vivenciem.

O quadro a seguir apresenta a descrição e as imagens de alguns golpes daO quadro a seguir apresenta a descrição e as imagens de alguns golpes da

capoeira.capoeira.

Vale lembrar que não é necessário saber realizar os movimentos, masVale lembrar que não é necessário saber realizar os movimentos, mas

agregar informações a respeito do significado e da intenção de cada gesto.agregar informações a respeito do significado e da intenção de cada gesto.

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Os movimentos da capoeira

Armada: pode ser aplicado pulando com as duas pernas ou com uma: uma perna

giratória com o tronco ereto. Funciona como esquiva. Aplica-se estando em pé. Um

pé firma no chão e o outro faz um movimento livre; fazendo um movimento de

rotação, varrendo na horizontal, atingindo o oponente com a parte lateral externa do

pé.

Aú: é conhecido como estrela, colocando-se as mãos no chão e jogando-se os pés

para o ar. É utilizado na entrada da roda.

Bênção: tem como objetivo acertar o adversário do abdômen para cima. A perna de

trás da ginga é colocada para a frente com a intenção de empurrá-lo.

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Cabeçada: realizado para desequilibrar o adversário, normalmente para acertar o

abdômen ou o peito.

Chapa ou escorão: golpe executado com a “chapa” (região plantar) do pé.

Cocorinha: esquiva, movimento que consiste em agachar o corpo, ficando de

cócoras (com seus joelhos flexionados, mas sem tocar o dorso no chão), com o

cotovelo fiexionado e o antebraço levantado para bloquear golpes na cabeça.

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Esquiva: a forma de se livrar de um golpe. Pode ser lateral, diagonal, atrás ou com

a mão no chão. Após a esquiva, pode-se realizar um salto mortal.

Ginga: é a parte que mais se assemelha a uma “dança”. É comum esconder na

ginga a malandragem do capoeira e enganar o adversário. A ginga serve também

para descanso, sem tirar a possibilidade de ataque e contra-ataque.

Macaco: movimento que consiste em projetar-se partindo de cócoras. Uma das

mãos pode estar apoiada no chão. Realiza-se um movimento completo (giro) sobre

o corpo, feito de forma transversal ao adversário, sendo crucial o olho no olho

durante a realização desse movimento.

Martelo: movimento que se executa erguendo-se a perna ao mesmo tempo em que

o corpo é inclinado lateralmente, batendo com a parte superior do pé.

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Martelo cruzado: o capoeira dá um salto, girando para o lado em que o oponente

será atingido. Também conhecido como martelo rodado ou parafuso.

Meia-lua de compasso: movimento no qual é usado o calcanhar para acertar o

adversário, girando-se com uma das mãos no chão, colocando-as para a parte de

dentro da ginga.

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Meia-lua de frente: o mesmo movimento da meia-lua de compasso, só que este é

dado com o corpo ereto, formando a imagem de uma meia-lua para baixo.

Ponteira: golpe frontal em que o capoeira usa a ponta do pé para atingir o

adversário. E um golpe que sai de baixo para cima, semelhante ao martelo,

diferindo por ser frontal e não lateral.

Quebra de rins: movimento em que o capoeira finaliza um aú, ou qualquer outro

movimento similar, flexionando o membro superior de apoio (o que é usado para

“sair” do aú) e levando o cotovelo em direção ao abdômen, na altura dos rins,

fazendo assim com que seu corpo fique apoiado sobre o antebraço e o cotovelo

flexionado, enquanto o outro antebraço permanece na altura da cabeça, até que um

de seus pés toque no chão. Nesse momento, deve-se fazer o movimento chamado

negativa para conseguir finalizar o movimento. Ao chegar nessa posição (negativa),

pode-se levantar usando um outro movimento chamado rolê ou apenas “sair da

negativa”, levantando-se e mantendo a posição de base da capoeira, dando

seqüência com outro golpe ou apenas gingando.

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Queixada: movimento que permite dois tipos de execução (lateral e frontal). Na

queixada lateral, a perna de trás da ginga cruza com a da frente que é,

simultaneamente, levantada fazendo um meio círculo. Na queixada frontal, a perna

de trás da ginga faz um movimento circular de dentro para fora para acertar o rosto

do adversário com a parte externa do pé. A queixada frontal também é chamada de

meia-lua de frente.

Rasteira: consiste em apoiar as mãos no chão e girar a perna, em um ângulo de

3600, até que encaixe por trás do pé do adversário, arrastando-o com o objetivo de

derrubá-lo.

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ATIVIDADE AVALIADORAA partir das informações e conhecimentos disponibilizados nas aulas,

complementados por pesquisa na internet e/ou outras fontes, os alunos divididos em

grupos, deverão demonstrar o desenvolvimento das seguintes habilidades:

• Identificar os nomes dos movimentos da capoeira (cinco nomes cada

grupo);

• Identificar, nas músicas de capoeira, os instrumentos utilizados;

• Relacionar e descrever as dificuldades que encontraram para realizar os

movimentos da capoeira;

• Estabelecer relações entre os movimentos da capoeira atual e as

necessidades durante a escravidão, questionando se os movimentos da

capoeira foram úteis para resistir a situação de opressão;

• Identificar e descrever as condutas esperadas durante a realização dos

movimentos em uma roda de capoeira (ritual);

• Descrever os aspectos que identificam ou caracterizam a capoeira como

esporte.

Não é necessário que todos os grupos atendam a todos os tópicos. O resultado da

pesquisa de cada grupo (que poderá incluir textos, imagens, desenhos etc.) poderá

ser apresentado em um mural.

PROPOSTA DE RECUPERAÇÃOAlgumas estratégias poder ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros

momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolver todos os alunos ou

apenas os que apresentaram dificuldades. Por exemplo:

• Resolução de outras situações-problema não contempladas na Atividade

Avaliadora, referente a gestos e movimentos da luta proposta;

• Reapresentação da atividade avaliadora desenvolvida em outra linguagem

(por exemplo: descrever verbalmente e/ou com desenhos ou atividades

realizadas na quadra);

• Atividade-síntese de um determinado conteúdo, em que as várias

atividades serão refeitas em uma única aula e discutidas posteriormente

(por exemplo: ritual da roda de capoeira).(Atividades baseadas no Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,

volume 01).

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ATIVIDADE RÍTMICA: HIP-HOP E STREET DANCEA intenção, ao tratar de hip-hop e street dance, é enfatizar suas

características rítmicas, mas para isso é necessário identificar aspectos mais amplos

dessas manifestações, que não se restringem a um estilo musical ou de dança.

O hip-hop surgiu nos Estados Unidos da América no início da década de

1980, após a intensificação da luta dos cidadãos negros daquele país pelos direitos

civis desde o final da década de 1960 e por toda a década de 1970, com a criação

do Partido dos Panteras Negras. O aumento da população imigrante proveniente da

América Latina e do Caribe foi determinante para a miscigenação cultural nos

grandes centros urbanos e regiões metropolitanas, especialmente em Nova Yorque,

criando as condições para que o hip-hop se constituísse ali como manifestação

sociocultural urbana. Há indícios de que na Jamaica já havia manifestações

semelhantes ao que os mestres-de-cerimônia (MCs) faziam, para organizar eventos

populares com música e discussão política.

O estilo mais conhecido dessa cultura urbana e metropolitana tornou-se

sinônimo da dança de rua na época: o break dance. Há duas interpretações para a

nomenclatura, já que break em inglês significa “quebrar” ou “interromper” (fazer um

intervalo de tempo). A dança simulava movimentos como se as articulações

estivessem “quebradas” e ocorria nos intervalos das apresentações dos cantores de

rap e Disc Jockeys (DJ’s) envolvidos.

O hip-hop é uma manifestação sociocultural que pode ser compreendida

somente no próprio contexto dos grupos interessados no seu processo,

coletivamente, e na história de vida de cada uma dessas pessoas. Atualmente, há

grupos interessados também nos produtos derivados do hip-hop e na sua “imagem”

para comercialização.

Há quatro principais elementos constituintes do hip-hop: o rap (rapper e DJ),

o MC (mestre-de-cerimônia ou apresentador do evento), o B boy (dançarino de rua)

e o grafiteiro (interessado na expressão gráfica da cultura urbana). Sua associação

ocorreu pela aproximação dos interesses dos jovens quanto à música mais falada

que cantada (rappers e também cantores de R&B — rhythm and blues), à

discotecagem e produção de música a partir de fragmentos ou samples (DJ5), à

dança (estilos de street dance pelos B-boys), à organização e produção de eventos

(pelos MCs) e à expressão gráfica com um sentido estético diferenciado (grafite).

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Há, ainda, a aproximação de outros grupos socioculturais ao hip-hop,

acrescentando elementos a essa dinâmica na chamada “cultura de rua”: os jovens

interessados no street ball (basquete de rua) e futebol de rua, ou no uso de patins e

de skates. Em todos os casos há destaque para o protagonismo juvenil de forma

muito ampla, pois o movimento foi criado por jovens como manifestação de um estilo

de vida que confronta certos valores tradicionais.

Embora a questão étnica predominante no contexto original do hip-hop fosse

a realidade vivida por negros em uma região urbana e tenha se popularizado por

evidenciar seus conflitos (McLAREN, 2000), em todo o mundo parece haver

associação entre o hip-hop e a luta por poder e representatividade. Por exemplo, há

rappers norte-americanos judeus e negros que moram em regiões rurais, franceses

muçulmanos e brasileiros umbandistas.(Texto extraído do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série, volume 01).

ATIVIDADE 01

“TODO O PODER PARA O POVO”A frase “todo o poder para o povo” foi proferida por Angela Yvonne Davis, a

primeira mulher a concorrer à vice-presidência dos Estados Unidos, e incorporada

no discurso dos rappers norte-americanos e brasileiros. A música Fight the power

(Combata o poder), do grupo Public Enemy, de Nova Iorque, nos anos 1980, e a

sigla “4P” (Poder Para o Povo Preto), em uma música do grupo paulistano DMN, nos

anos 1990 são exemplos dessa incorporação.

A busca pelo poder para garantir o direito à expressão livre e a reivindicação

de representatividade política pelo próprio povo foi declarada abertamente pelos

jovens naqueles tempos. A música Política do grupo Athalyba e a Firma é um

exemplo nesse sentido. Alguns desses jovens encontraram no hip-hop uma forma

de expressão.

O propósito desta Situação de Aprendizagem é que os alunos identifiquem e

vivenciem algumas formas de expressão comuns ao hip-hop. São apresentadas

inicialmente duas vivências relacionadas à produção de sons com o próprio corpo e,

a seguir, uma terceira com a elaboração de movimentos que acompanham os sons

produzidos.

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Tempo previsto: 1 a 2 aulas.

Conteúdo e temas: manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop e street dance;

diferentes estilos como expressão sociocultural.

Competências e habilidades: identificar os diferentes elementos constitutivos do hip-hop;

compreender o contexto sociocultural do hip-hop e suas manifestações rítmicas.

Recursos: papel sulfite; canetas.

Desenvolvimento da ATIVIDADE 01

Etapa 1 - Percussão corporalPeça aos alunos que se expressem com ritmos e sons produzidos por seus

corpos, experimentando, assim, uma “percussão corporal”. Sugira que todos

comuniquem alguma idéia para os demais, individualmente ou em grupos. Peça que

identifiquem as partes do corpo que emitem sons, classificando-os. Questione-os

sobre como podemos produzir sons que não percebemos no cotidiano e quais são

mais valorizados no convívio social.

Etapa 2 - Beat boxO beat box (caixa de sons) é um termo utilizado para se referir a um rádio de

grandes dimensões, também chamado nesse caso de boom box, ou aos sons

produzidos com o próprio corpo, principalmente com a boca, simulando efeitos

sonoros das pick-ups e dos scratches nos discos. Solicite aos alunos que

comuniquem idéias utilizando o estilo sonoro beat box, produzindo sons com a boca.

Possibilidades InterdisciplinaresProfessor, o tema hip-hop poderá ser desenvolvido de modo integrado com as disciplinas de Artes,

Geografia, História, Língua Portuguesa e Língua Estrangeira, na medida em que os conteúdos

remetem a costumes brasileiros e de outros países, localização geográfica e situação econômica,

expressões idiomáticas, termos estrangeiros e representações estéticas. Converse com os

professores responsáveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa facilitará a

compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada pelos alunos.

Peça que criem passos de dança ao som do beat box, mantendo o ritmo

entre os sons e os movimentos criados. Os sons e os movimentos podem ser

escritos (ou por meio de desenhos), para que possam ser aproveitados para

discussão na seqüência de aulas e também avaliados.

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Professor, não é necessário que você saiba executar os movimentos do street dance. Se for

preciso, peça aos alunos que já possuem vivências das danças de rua para auxiliá-lo em algumas

etapas da Situação de Aprendizagem. A mesma estratégia pode ser utilizada para qualquer outra

manifestação rítmica que seja abordada em aula.

ATIVIDADE 02

SÃO QUATRO ELEMENTOS, SERÁ QUE CABE MAIS UM?No hip-hop, o MC é o responsável pela organização e apresentação do

evento, seja uma batalha entre DJs, um duelo entre rappers, um desafio de B-boys

ou um concurso de grafite. Os DJs são responsáveis pela produção musical, os

rappers, pela elaboração das rimas, os B-boys, pelos passos de dança e os

grafiteiros pela expressão gráfica.

Nesta Situação de Aprendizagem, os alunos vivenciarão um evento

característico do hip-hop, elaborando os elementos culturais que constituem essa

manifestação, e, a seguir, relacionarão os elementos do hip-hop aos estilos de street

dance.

Tempo previsto: 3 a 4 aulas.

Conteúdo e temas: manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop e street dance;

diferentes estilos como expressão sociocultural; principais passos e movimentos.

Competências e habilidades: identificar os diferentes elementos constitutivos do hip-hop;

compreender o contexto sociocultural do hip-hop e suas manifestações rítmicas; identificar os

diferentes estilos de street dance; perceber e nomear passos e movimentos característicos de

street dance; criar e nomear movimentos de street dance; perceber e compreender o ritmo

individual e coletivo na construção dos movimentos de street dance.

Recursos: imagens sobre hip-hop; aparelho de som; CD sobre hip-hop; TV; aparelho de DVD;

DVD sobre hip-hop; cartolina; giz; lousa.

Desenvolvimento da ATIVIDADE 02

Etapa 1 - Os quatro elementos do hip-hopApresente rapidamente aos alunos os elementos do hip-hop, se possível

com imagens (verifique as apresentadas neste Caderno). Se preferir, peça para que

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eles pesquisem previamente o assunto ou verifique se já têm algum envolvimento ou

conhecimento sobre o hip-hop.

Organize os alunos em grupos, associando-os a um dos elementos

constitutivos do hip-hop e às suas respectivas funções: MC, DJ, rapper, grafiteiro e

B-boy (ou B-girl, no caso das alunas). Cada grupo será responsável por uma das

funções: o grupo de MCs organizará eventos envolvendo os demais, propondo

temas ou desafios, os DJs providenciarão a música (com aparelhos de som

eletrônicos, ou com o recurso do bem box e da percussão corporal ou, ainda,

improvisando objetos disponíveis), o grupo de rappers elaborará as rimas (poderão

escrevê-las ou improvisá-las), os grafiteiros farão as ilustrações gráficas (podem ser

criações a partir dos temas que surgirem nas músicas) em cartazes ou utilizando

bastões de giz em uma lousa, por exemplo. E os B-boys e as B-girls elaborarão os

passos de dança.

Peça para os grupos apresentarem suas produções. Pode haver um rodízio

entre eles para que todos possam experimentar diferentes elementos do hip-hop. Se

for possível, peça para que tragam outros objetos que poderiam ser associados ao

hip-hop, à “cultura de rua” contemporânea como, por exemplo, patins e skates.

Alguns movimentos de capoeira poderiam ser também associados aos passos dos

B-boys.

Etapa 2 - São quatro estilos, mas cada um tem o seuHá quatro estilos principais de street dance: no breaking, a impressão é de

que as articulações estão sendo “quebradas” nos movimentos; no popping, parece

que as articulações estão “saltando” em espasmos musculares; no locking, as

articulações estão “trancadas”, restringindo os movimentos; e no freestyle, a

improvisação assemelha-se a uma coreografia.

Apresente aos alunos uma produção audiovisual: trechos de filmes ou

videoclipes sobre o street dance (conferir, em Recursos para ampliar a perspectiva

do professor e do aluno para a compreensão do tema), contendo movimentos

específicos.

A seguir, proponha que analisem a complexidade e o significado dos

movimentos, vivenciando-os e registrando suas impressões e Sensações enquanto

realizam os movimentos.

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A dinâmica da aula poderá ser agilizada se os alunos tiverem em mãos os

nomes dos principais movimentos e as respectivas imagens para que possam

associá-los à vivência. Procure elaborar esse material com antecedência ou solicite

que os próprios alunos pesquisem e tragam seus registros (textos e figuras) para a

aula.

ATIVIDADE 03

OS MANOS E AS MINAS DO HIP-HOP.A xenofobia é a aversão ao estrangeiro, ao que vem de fora, é um tipo de

“bairrismo” e de preconceito de quem vive na região urbana em relação a quem

mora no interior e vice- versa, ou de quem mora no litoral em relação ao turista.

No Brasil, parece comum a desvalorização da cultura nacional, como ocorre

nos casos de desrespeito e desvalorização da cultura indígena, ou dos costumes

dos migrantes de outras regiões que moram nos estados mais desenvolvidos do

país. O inverso também ocorre: valorizar a cultura nacional sem sequer conhecer

manifestações semelhantes de outros países é evitar o conflito de costumes que

caracteriza a própria identidade brasileira, repleta de contradições desde a

colonização européia e a escravidão negra.

No caso do hip-hop, a contradição é evidente: não se trata de uma

manifestação originalmente brasileira, mas o hip-hop já apresenta características

próprias no nosso país, como a relação com a embolada e o repente nordestino, ou

com expressões regionais O contexto sociocultural parece permanecer: há espaço

para a diversão, mas sem a alienação de quem está se divertindo.

Tempo previsto: 3 aulas.

Conteúdo e temas: manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop e street dance;

diferentes estilos como expressão sociocultural; principais passos e movimentos.

Competências e habilidades: identificar os diferentes elementos constitutivos do hip-hop;

compreender o contexto sociocultural do hip-hop e suas manifestações rítmicas; identificar os

diferentes estilos de street dance; perceber e nomear passos e movimentos característicos de

street dance; criar e nomear movimentos de street dance.

Recursos: aparelho de som; CD com música rap; letras de música rap; fumadora (opcional).

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Desenvolvimento da ATIVIDADE 03

Etapa 1 - Diversão sem alienaçãoOrganize os alunos em dois grupos, um de meninas e outro de meninos.

Solicite que apresentem os movimentos e passos de street dance mais comuns

associados ao seu gênero, conforme sua própria percepção. Os alunos podem

nomear os movimentos apresentados.

A seguir, os movimentos e passos realizados por alunos e alunas devem ser

contextualizados. Por exemplo: Remetem à diversão ou à alienação? Apresente

brevemente aos alunos alguns trechos de música rap ou R&B que apresentem

aspectos ideológicos presentes no hip-hop, voltados ao entretenimento ou à

conscientização política. Por exemplo, na música Lean back (Encoste-se), do grupo

americano Terror Squad, o refrão propõe que as pessoas “não devem dançar, só

ficar segurando as calças, se encostar e relaxar”. Já na música Fim de semana no

parque, do grupo paulistano Racionais MC’s, há uma crítica à exclusão a que estão

submetidos os que vivem longe da região central das cidades. Várias letras de

música podem ser obtidas em sues. Se possível, peça aos alunos para trazerem

músicas e letras de sua preferência.

Etapa 2 - “Na real” ou é só imagem?A expressão em inglês keep it real (que significa ”mantenha as coisas como

são na realidade”), utilizada na Cultura de Movimento hip-hop, indica a crítica que

alguns de seus adeptos fazem ao consumismo e aos modismos associados à

imagem comercializada desse elemento cultural.

Sugira aos alunos, agora em grupos mistos, que dramatizem um videoclipe

envolvendo todos os elementos do hip-hop e os estilos de street dance. A

mensagem do videoclipe deve ficar explícita na dramatização. Opcionalmente, as

apresentações podem ser gravadas em vídeo para que os movimentos possam ser

analisados com mais detalhes.

Depois de terem realizado as dramatizações, solicite aos grupos que opinem

sobre a produção dos demais, desde a complexidade dos movimentos até os

significados e sentidos expressos.

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ATIVIDADE AVALIADORASolicite que os alunos escrevam uma letra de música rap com informações

pertinentes ao hip-hop e aos estilos de street dance e que apresentem a música com

os movimentos e passos aprendidos. Caso seja possível, a apresentação pode ser

gravada no formato de videoclipe.

Peça também para os alunos identificarem em um mural, com imagens

diversas, trazidas por eles mesmos, as que são associadas aos elementos do hip-

hop e aos estilos de street dance. Sugira que apresentem os principais movimentos

de cada estilo de street dance, nomeando os movimentos que realizarem.

PROPOSTA DE RECUPERAÇÃODurante o percurso pelas várias etapas das Atividades, alguns alunos

poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. E necessário, então, que

outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o

processo de outra maneira. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as

aulas ou em outros momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolver

todos os alunos ou apenas os que apresentaram dificuldades. Por exemplo:

• Roteiro de estudos com perguntas norteadoras elaboradas por você,

para posterior apresentação por escrito;

• Apreciação e análise de filmes ou documentários, orientados por você;

• Apreciação e registro por parte do aluno dos próprios movimentos e dos

colegas;

• Elaboração e apresentação (pode-se optar pelo registro com uso de

palavras, desenhos, audiovisual etc.) de exercícios, pequenas

coreografias, jogos etc., a partir de referenciais e elementos sugeridos

por você;

• Resolução de outras situações-problema, não contempladas na Atividade

Avaliadora, referentes aos gestos e movimentos das atividades rítmicas

propostas;

• Reapresentação da Atividade Avaliadora desenvolvida em outra

linguagem (por exemplo: descrever verbalmente e/ou com desenhos as

atividades);

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• Atividade-síntese de um determinado conteúdo, em que as várias

atividades serão refeitas em uma única aula e discutidas posteriormente

(por exemplo: dramatização de videoclipe com elementos do hip-hop).(Atividades extraídas do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,

volume 01).

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UNIDADE IIUNIDADE II

ESPORTES NÃO É BRINCADEIRA, NÃO!Afinal qual diferença entre o esporte e os jogos e brincadeiras? Está na

estrutura das regras. Qualquer esporte tem regras fixas e rígidas, ou seja, se você

jogar futebol, atletismo ou outro esporte em outro país, estado ou cidade não precisa

combinar as regras do jogo antes de iniciar uma partida ou disputa. Basta seguir as

regras e regulamento que foram determinados pela Federação Internacional.

Mas, experimente brincar de pega-pega, bola queimada, pé na lata e outros

jogos e brincadeiras populares. É bem possível que as regras sejam diferentes e

menos rígidas do que as de qualquer esporte. Ou seja, ping-pong é diferente de

tênis de mesa; andar de bicicleta é diferente de praticar ciclismo; jogar uma “pelada”

é diferente de praticar futebol profissional; dentre outros. As regras nos jogos e

brincadeiras são mais flexíveis, porém não menos importantes. Outra diferença é

que as regras nos jogos são determinadas por seus participantes, já as regras dos

esportes são determinadas pelas instituições próprias como federações e

confederações de cada esporte.

Regras, normas, leis ou regulamentos estão em todas as partes: na Educação

Física, na família, na escola. Em sua opinião, para que servem as regras? Elas

servem para serem respeitadas ou para organizar uma situação? E se elas não

forem respeitadas o que deve acontecer? Você acha justo que uma regra não possa

ser modificada? Você conhece alguma regra que não pode ser modificada mesmo

que dê mais privilégio a uns que a outros?

No caso do esporte, para mudar as regras, não basta se reunir e discutir qual

é melhor forma de jogar, como fazemos durante uma brincadeira. É necessária a

autorização de um órgão chamado Federação Internacional, responsável por fazer

com que um determinado esporte seja jogado igual em todas as partes do mundo.

Assim, o esporte é administrado por uma Federação Internacional (confira a figura).

A Federação Internacional pode ter uma filiada em cada país, chamada de

confederação. E ainda, cada confederação (nacional) pode ter várias federações

estaduais. Todo esse conjunto de instituições trabalha para o esporte. Por fim, os

atletas são filiados às federações estaduais.

O esporte em clubes e federações é algo que surgiu na Europa na segunda

metade do século XIX. Alguns Clubes montam equipes e mantém financeiramente

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os atletas. Os atletas treinam várias horas por dia para chegar a uma receber salário

ou remuneração. Uma das formas de remuneração competição de nível nacional ou

internacional. Treinar é o seu trabalho e, em troca precisam é o contrato de emprego

ou de patrocínio. No caso do patrocínio, os atletas divulgam algum produto ou marca

na camiseta ou boné em troca de ajuda financeira.

Ser ou não um atleta? O fato é que se a intenção de praticar uma atividade é

para manter-se com saúde, não precisa ser necessariamente um esporte. Mas,

quem não sonhou em ser um jogador de futebol? Se a intenção é de tornar-se um

profissional ou pelo menos participar do treinamento de qualquer esporte, o melhor

lugar é procurar uma empresa, clube ou lugar especializado em formar atletas, não é

mesmo?

Por trás de um atleta de sucesso existem muitos outros trabalhadores. Os

tipos de trabalhos que conhecemos atualmente é uma invenção do ser humano. Os

homens já trabalharam para sua sobrevivência ou escravizados por outros homens,

recebendo ou não salário. Se atualmente existem máquinas que fazem o trabalho

pesado pelo ser humano, elas também tiram a oportunidade do ser humano

conhecer todo o processo de produção de uma mercadoria, pois a máquina faz uma

parte ou todo o processo. Além do mais, as máquinas garantem lucro mais

facilmente que, infelizmente, não é distribuído igualmente para todos que

trabalharam na produção da mercadoria.

Com o passar dos anos, vão surgindo e desaparecendo várias profissões,

quer um exemplo? Para um torcedor vestir a camisa do time precisa que alguém a

confeccione. Esse processo de costurar pode ser feito por uma costureira ou, em

seu lugar, máquinas farão o trabalho. Já teve oportunidade de visitar uma grande

fábrica de confecção de material esportivo? Sabe como são as condições de

trabalho ali? Você sabia que existe uma fábrica de materiais esportivos que costura

tênis de marcas internacionais, localizada em Vitória da Conquista (BA)?

Acesse http://www.youtube.com/watch?v=KSlYRYcjXzI e comprove.(autora: DENISE PIROLO)

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ESPORTE: ESPORTE: FUTEBOL DE CAMPOFUTEBOL DE CAMPO

HISTÓRIAOs antecedentes mais remotos do jogo se situam por volta do ano 200 a.C,

durante a dinastia Han, na China. O jogo era chamado de tsu chu, que significa dar

chutes. Até os imperadores chineses participavam do jogo. Os gregos e os romanos

tiveram uma grande variedade de jogos com bolas e alguns deveriam ser jogados

tanto com as mãos quanto com os pés. No século VII, os japoneses desenvolveram

uma forma de futebol chamada Kemari. No século XIV era disputado, em Florença,

um jogo chama do Cálcio (jogo do chute), jogado por equipes de 27 jogadores com

seis árbitros. Neste jogo era permitido usar tanto as mãos quanto os pés.

Em 1846 foi realizada a primeira tentativa séria de se estabelecer um

regulamento. Foi promovido por H. de Winton e J .C. Thring, na Universidade de

Cambridge,

que prepararam um encontro entre os representantes das escolas públicas

mais importantes para tentar criar um jogo de regras padronizado. Chegou-se a um

acordo e formularam-se dez regras conhecidas como as “regras de Cambridge”,

descritas por Thring como “jogo simples”.

Em 1855 foi fundado o Sheffield Football Club, o clube mais antigo do mundo,

e em 1862 começou a existir o Notts County, o clube federado também mais antigo

do mundo.

No final da década de 1870 começou uma longa, e às vezes mordaz, disputa

sobre os prós e os contras da profissionalização e sobre se os jogadores deveriam

ou não ser pagos com dinheiro, como compensação pelos salários perdidos ao

jogarem uma partida. Foi legalizada a profissionalização, mas a discussão continuou

durante anos e afetou outros países. Outro evento importante foi a criação da Liga

de Futebol, em 1888, que se converteu em um modelo para outros países, que a

imitaram posteriormente.

Em Viena havia uma grande colônia britânica, que foi responsável pela

criação do primeiro clube de futebol de Viena e Criquet de Viena, do qual se originou

o FK da

Áustria. A Dinamarca foi outro país europeu que logo começou a praticar o

jogo. Em 1879 havia um clube inglês de futebol em Copenhague, e foi fundada a FA

dinamarquesa em 1889.

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No princípio do século XX, o jogo já estava difundido pela Europa e a maioria

dos países já tinha formado a sua própria associação & futebol: Bélgica (1885),

Tchecoslováquia (1901), Finlândia (1907), Luxemburgo (1908)...

Na América do Sul, os marinheiros britânicos já praticavam o futebol no Brasil

na década de 1870, mas o principal impulsor deste esporte foi Charles Miller, filho de

imigrantes ingleses. Ele incentivou os trabalhadores ingleses residentes no País a

formarem clubes. O primeiro clube brasileiro importante foi a Associação Atlética em

São Paulo. Na Argentina, o jogo foi introduzido pelos ingleses residentes em

Buenos Aires, e a Asociación de Fútbol Amateur (AFA) foi fundada em 1891.

Em 1904, foi fundada em Paris a Federação Internacional de Futebol - FIFA

(Fédération Internationale de Football Association), órgão diretivo mundial. Entre as

duas guerras mundiais, o futebol começou a ser praticado em outros países, e

depois da Segunda Guerra em países do Terceiro Mundo. Em 2006, a FIFA

alcançou 207 membros associados.

O futebol, como outros esportes, tende a inspirar uma intensa rivalidade entre

os torcedores dos clubes e das seleções nacionais. A fidelidade é expressa pelo uso

das cores nacionais ou do clube (camisetas, cachecóis, gorros) e pelo agito das

bandeiras. Os torcedores dinamarqueses introduziram a moda de pintar o rosto com

as cores dos clubes ou da seleção. Este procedimento se tomou comum em muitas

partes do mundo e alguns torcedores chegam, inclusive, a pintar o cabelo com

essas cores. As músicas e o uso de instrumentos musicais também são

característicos das multidões do futebol moderno. No Brasil e em outros países

latino-americanos são freqüentes as coreografias dos espectadores e o som dos

tambores, coordenados pelas torcidas organizadas das equipes que tomam parte na

partida. A “ola” mexicana chegou a ser adotada em outros esportes.

O apego popular ao “esporte rei” percorreu todos os continentes, ainda que as

principais regiões onde as figuras mais destacadas mostram o seu esforço e o seu

talento ainda sejam a Europa e a América do Sul. De qualquer forma, não podemos

esquecer do futebol africano, cujos jogadores são muitas vezes requisitados pelas

equipes mais importantes do mundo. Os países da Ásia e de outras regiões do

mundo, atualmente,também estão presentes nos grandes eventos do futebol.

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CAMPO DE FUTEBOL

O campo de futebol costuma ser de grama, ainda que se possa jogar em

outro tipo de superfícies, como a terra, e, em algumas competições, sobre a grama

artificial, O campo não pode medir mais que 119 metros de comprimento por 91

metros de largura, e nem menos de 91 metros de comprimento por 46 metros de

largura.

A BALIZA (OU GOL)

O gol é composto por duas traves colocadas verticalmente, ficando uma

distante da outra 7,32 metros, por um travessão que une as traves e que fica a uma

altura de 2,44 metros, e por uma rede que cobre toda a sua parte traseira.

A BOLA

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A bola é redonda, feita de couro sintético, consideradas as mudanças

realizadas no mundial da Coréia e do Japão, no qual foram modificados a textura e o

material. O peso oscila entre 396 e 453 gramas e a circunferência, entre 68 e 71

centímetros.

ÁRBITROS

Todo jogo de futebol é controlado por um árbitro principal (ou juiz) e dois

árbitros de linha, ou auxiliares (bandeirinhas), que ajudam o juiz a observar as

jogadas polêmicas e os jogadores que estão em situação de impedimento. Além

deles, existe um juiz suplente, encarregado das substituições dos jogadores de cada

equipe.

TEMPO DE JOGO O jogo é disputado em dois tempos de 45 minutos, com um intervalo de 15

minutos entre eles. Em competições eliminatórias, caso haja um empate durante o

tempo regulamentar de 90 minutos, joga-se uma prorrogação de dois tempos de 15

minutos. Caso nenhuma equipe marque um gol durante este período, a vitória é

decidida através da cobrança de pênaltis.

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O PÊNALTIQuando uma falta é cometida dentro da grande área, o árbitro marca uma

falta que deve ser cobrada pelo jogador a uma distância de 11 metros da linha do

gol. Para que o gol seja válido, é necessário que toda a circunferência da bola

ultrapasse a linha demarcatória embaixo da baliza.

VESTIMENTA

Todos os jogadores devem vestir camisa, calção, meias e chuteiras com

travas. Tanto a camisa quanto o calção levam o número de identificação do jogador.

O goleiro é o único jogador que, obrigatoriamente, deve vestir uma roupa

diferente da dos companheiros de equipe.

SUBSTITUIÇÕESO número de substituições permitidas é de no máximo três em partidas

oficiais. Em jogos amistosos este número pode chegar a cinco.

TIRO INICIAL (SAÍDA)Para começar uma partida, coloca-se a bola no centro do círculo central. A

bola está em jogo quando a sua circunferência der um giro completo para frente.

Para isso, usualmente são dados dois toques entre companheiros da equipe. Vale

destacar que cada vez que um gol for marcado a bola volta a ser colocada no círculo

central, para que a equipe que sofreu o gol reinicie a partida.

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Cobrança de lateraisPara cobrar um arremesso lateral, o jogador deve colocar os dois pés no solo,

atrás da linha lateral, sem levantar as plantas dos pés. Ele deve segurar a bola com

as duas mãos, estender os braços para cima e por trás da cabeça para jogar a bola.

Cobrança de escanteioO escanteio é cobrado no ponto em que se juntam a linha de fundo e a linha

lateral mais próxima do lugar por onde a bola saiu.

O jogador que cobra o escanteio não pode voltar a tocar na bola até que outro

jogador o faça. Os jogadores da outra equipe devem estar a uma distância mínima

de 9,15 metros.

Impedimento (offside)

Um jogador está impedido se ao receber um último passe, antes de chutar

para o gol, estiver mais próximo da linha de meta contrária que a bola e o penúltimo

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adversário e estiver interferindo na jogada, tirando vantagem dessa posição

irregular. Ele não estará impedido nas seguintes condições:

1. Cobranças de escanteio.

2. Se um jogador estiver na metade do seu campo e partir para o campo

adversário depois que a bola for tocada.

3. Se o último a tocar a bola para chegar ao jogador adiantado for um jogador

da equipe adversária.

4. Se houver dois jogadores adversários entre o atacante e a linha de gol,

inclusive o goleiro. Esta é a essência da regra de impedimento.

TIRO LIVRE DIRETO OU INDIRETOPode-se marcar um gol de um tiro livre direto mas não de um indireto. Neste

segundo caso, outro jogador deve tocar na bola para que o gol seja consignado. Um

tiro livre direto é cobrado em casos de faltas graves, sendo marcado como um

pênalti se a falta acontecer dentro da grande área. Todos os tiros livres, exceto o

pênalti, são cobrados do ponto onde a falta foi cometida. Os jogadores adversários

devem estar colocados a uma distância mínima de 9,15 metros da bola no momento

da cobrança.

Tipos de infraçõesUm tiro livre indireto é marcado em casos de infrações graves, tais como

faltas intencionais ou conduta antiesportiva. Existem seis situações deste tipo. Seis

são faltas cometidas contra um adversário e uma é falta técnica. As seis primeiras

são:

1. Chutar, fazendo cair um adversário.

2. Saltar sobre o corpo de um adversário.

3. Jogar o peso do corpo sobre um adversário, por trás.

4. Agarrar um adversário.

5. Empurrar um adversário.

6. Jogar o peso do corpo em cima de um adversário de maneira violenta ou

perigosa.

Outras duas faltas graves são dar ou tentar dar um chute no adversário e

bater ou tentar bater nele com a mão. Se alguma destas faltas for cometida dentro

da área por um jogador da equipe que defende, o árbitro marca pênalti.

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Os tiros livres indiretos são marcados nos seguintes casos:

1. Jogo perigoso (elevação do pé por cima da linha da cintura do adversário

ou descida da cabeça por baixo da linha da cintura do adversário).

2. Jogar o peso do corpo sobre o adversário ao não ter distância suficiente

para chutar a bola.

3. Obstrução.

4. Investir sobre o goleiro, exceto quando ele estiver conduzindo a bola ou

tiver saído da área.

5. Quando o goleiro demorar deliberadamente a pôr a bola em jogo.

6 Quando o goleiro der mais de quatro passos estando com a posse da bola.

7. Quando um jogador passa deliberadamente a bola com o pé ao goleiro e

este a recebe ou golpeia com a mão.

8. Reclamações.

9. Impedimento.

Cartão Amarelo1. É dado o cartão amarelo a todo jogador que entrar ou sair do campo sem a

autorização do árbitro.

2. Caso um jogador persista em cometer as mesmas infrações.

3. Caso não aceite a decisão do árbitro.

4 Por conduta antiesportiva e perda deliberada de tempo.

Cartão VermelhoÉ dado o cartão vermelho a todo jogador que reincidir nas faltas antes

mencionadas. Pode ser dado diretamente um cartão vermelho quando a falta for

muito grave, como chutar um adversário por trás, quando ele for o último jogador

antes do gol e derrubar o adversário, por usar vocabulário ofensivo ou agredir o

árbitro.(Texto extraído do Manual de Educação Física: Esportes e recreação por idades do Professor

Alexandre Moraes de Mello, Ed. Equipe Cultural).

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ATIVIDADE 01

VAMOS JOGAR O FUTEBOL CONSTRUÍDO?Esta Atividade propõe a vivência de uma partida de futebol completa e

organizada pelos próprios alunos.

Os alunos devem organizar uma partida de futebol completa, com todas as

determinações de regras, responsabilizando-se integralmente pela sua organização:

escolha das equipes e posição/função dos jogadores, arbitragem e comando das

equipes.

Tempo previsto: 2 a 3 aulas.

Conteúdo e temas: dinâmica e organização de uma partida de futebol.

Competências e habilidades: identificar e reconhecer os princípios técnico-táticos do futebol,

aplicando-os em uma partida propriamente dita; organizar-se de modo autônomo para realizar uma

partida de futebol, desempenhando todas as funções necessárias para tal.

Recursos: bolas de futebol, coletes, campo e balizas, apito, bandeira e cartões.

Desenvolvimento da ATIVIDADE 01Proponha a realização de uma partida de futebol “oficial”, com todas as suas

determinações em termos de regras. Além da participação no jogo propriamente

dito, solicite que os próprios alunos arbitrem o jogo e coordenem todas as ações

necessárias para que a partida ocorra, como a organização das equipes, a

determinação das funções de cada jogador no campo etc. Essa é uma ótima

estratégia para que se possa avaliar o entendimento dos alunos em relação à

dinâmica do futebol. No entanto, e sempre que for necessário, pare a partida e

retome aspectos já trabalhados anteriormente, como regras de ação, regras do jogo

etc.

ATIVIDADE AVALIADORAObserve durante o desenvolvimento das Atividades, avaliando suas ações e

seus entendimentos a respeito das atividades propostas. Analise as decisões

tomadas pelo grupo ao longo das atividades, suas ações no que se refere à

dimensão técnico-tática do futebol, ou seja, a forma como os alunos demonstram ter

apreendido os princípios operacionais. Observe e analise as decisões tomadas pelo

grupo durante a partida de futebol, a fim de verificar o entendimento dos alunos em

relação às regras, às funções dos jogadores e às ações de ataque/defesa. Ao longo

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do percurso de aprendizagem, você poderá sugerir a redação de textos-síntese

sobre aquilo que foi trabalhado e vivenciado na quadra ou fazer questionamentos

orais aos alunos, individualmente ou em grupo, como forma de avaliar o que

compreenderam.

Ao longo das aulas, você pode apresentar algumas questões, como:

• De que forma a equipe de beisebol deveria se comportar em situação

de defesa?

• De que forma a equipe de beisebol deveria se comportar em situação

de ataque?

• Qual(ais) poderia(m) ser a(s) estratégia(s) escolhida(s) para a equipe

que defende?

• Qual(ais) poderia(m) ser a(s) estratégia(s) escolhida(s) para a equipe

que ataca?

Procure, ao longo de cada Atividade, fazer com que os alunos realizem

discussões, problematizações e sínteses que os auxiliem a assimilar a dinâmica

tática do futebol.(Baseada nas atividades do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,

volume 04, p.29).

ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃOAlgumas estratégias poder ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros

momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolver todos os alunos ou

apenas os que apresentaram dificuldades. Por exemplo:

• Roteiro de estudos com perguntas norteadoras referentes aos princípios

técnico-táticos ou às regras do esporte coletivo, e posterior apresentação

em registro:

• Atividade-síntese de um determinado conteúdo, em que as várias

atividades serão refeitas em uma única aula e discutidas posteriormente

(por exemplo: circuito que contemple diferentes preceitos e sistemas

táticos das modalidades do esporte coletivo.)(Baseada nas atividades do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª

série, volume 02, p.19).

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ATIVIDADE RÍTMICA: HIP-HOP E STREETDANCE

Durante a primeira metade do século XX, alguns ritmos foram

predominantes nos Estados Unidos e, à medida que o país passou a dominar

economicamente e influenciar política e culturalmente todo o mundo, seus costumes

ganharam destaque internacional. Entretanto, a população negra norte-americana se

situava à margem das conquistas globais de seu próprio país. Na década de 1930,

durante a recessão, dançarmos sapateavam nas ruas ao som do jazz e tentavam

estabelecer um estilo de vida de forma pacífica. Décadas depois, ao longo dos anos

1960, os passos de dança seguiam o ritmo predominante do soul e do funk,

enquanto a população negra buscava um estilo de vida que confrontava

explicitamente certos valores da sociedade norte-americana.

Na década de 1980, os passos de dança realizados nas ruas

acompanhavam o ritmo da música rap. O estilo de vida dos negros norte-americanos

passou a repercutir na mídia com mais impacto, com uma atitude agressiva que

revelava contradições na estrutura social dos Estados Unidos. O interesse mundial

pela cultura norte-americana e a exploração desse elemento cultural pela mídia

eclodiu na popularização do movimento hip-hop no início do século XXI. A dança de

rua ou streetdance tornou-se quase um modismo, parecendo uma prática

desvinculada de seu próprio processo histórico. Ao longo desse processo houve

certa confusão entre a “cultura de rua”, da qual não se tem controle, e o movimento

hip-hop, que consiste em um conjunto de elementos culturais articulados entre si de

forma intencional.

Assim como os demais elementos que compõem o hip-hop, o streetdance

apresenta diferentes estilos que se mesclam. No Brasil, a população negra do

estado de São Paulo foi pioneira na popularização desse movimento, ainda no início

dos anos 1980. O termo mais popular utilizado para designar a dança que

acompanhava as manifestações de hip-hop era o break. O sentido do termo era o

mesmo utilizado em Nova Iorque em relação aos “rapazes que dançavam nos

intervalos” (breakdance boys ou b-boys).

Com o passar do tempo, detalhes do streetdance foram identificados a partir

de influências de outras regiões e convencionou- se tratar esse elemento cultural

como um conjunto formado por quatro estilos principais: breaking, popping, locking e

freestyle. O popping e o locking parecem ter sua origem associada às ruas de Los

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Angeles, ao passo que o freestyle é um estilo ainda mais livre de dançar,

improvisando movimentos.

Top-rock ou Up-rockO top-rock é um movimento realizado em planos altos, ao mesmo tempo é

um tipo de provocação para outro b-boy e serve como preparação para movimentos

mais complexos que serão realizados.

O up-rock tem a mesma função, mas é mais complexo, pois envolve a

presença de dois b-boys que simulam um tipo de combate com ataque e defesa

(algo semelhante à capoeira quando realizada sem contato entre os oponentes).

Down-rock ou Foot-workSão movimentos realizados com os membros superiores e o tronco servindo

como apoio, em contato com o solo, para que os membros inferiores possam ser

movimentados de forma ainda mais complexa.

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Power movesSão movimentos que exigem bastante força nos apoios com os membros

superiores, assumindo posições invertidas de modo semelhante a alguns

movimentos da ginástica.

Freeze ou SuicideÉ a manutenção por alguns segundos da posição final assumida após a

realização de uma seqüência de movimentos. Se houver uma queda proposital do b-

boy ao solo, o movimento final é chamado de “suicídio” (suicide).

(Texto e imagens extraídas do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,

volume 02).

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ATIVIDADE 01

COREOGRAFIA COM ESTILO LIVRE

Professor, não é necessário que você saiba executar os movimentos do streetdance. Se

necessário, peça a alunos que já possuam vivências das “danças de rua” para auxiliá-lo em

algumas etapas das Situações de Aprendizagem. A mesma estratégia pode ser utilizada para

qualquer outra manifestação rítmica que seja abordada em aula.

Os alunos vivenciarão os passos/movimentos de streetdance e em seguida

irão elaborar e apresentar uma coreografia mais complexa, porém mais livre: o

freestyle.

Tempo previsto: 4 a 6 aulas.

Conteúdos e temas: manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop e streetdance;

diferentes estilos como expressão sociocultural; principais passos/movimentos e coreografias.

Competências e habilidades: compreender os diferentes estilos de streetdance e seu processo

histórico; perceber e nomear passos/movimentos característicos de streetdance; criar coreografias

de streetdance; perceber e compreender o ritmo individual e coletivo na construção dos.

movimentos de streetdance.

Recursos: aparelho de som e DVD. CDs, videoclipes (opcional e letras de músicas relacionadas ao

hip-hop).

Desenvolvimento da ATIVIDADE 01

Etapa 1 - A seqüênciaOrganize a turma em vários grupos com quatro alunos em cada um. Se

possível, apresente uma imagem referente a cada movimento (verifique sugestões

no quadro das páginas 23 e 24). Explique que cada componente do grupo será

responsável por apresentar um dos passos/ movimentos do streetdance. Solicite a

cada grupo que realize a seqüência de passos propostos, e que demonstrem aos

demais colegas de turma. E necessário que todos os alunos vivenciem todos os

movimentos propostos. Os nomes dos passos/movimentos têm relação com seu

contexto original (há possibilidade de trabalhar em conjunto com os professores de

Inglês neste tema), mas os alunos podem propor outros nomes. Sugere-se que

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sejam utilizadas músicas relacionadas ao hip-hop durante a aula. Você pode

solicitar, opcionalmente, aos próprios alunos que tragam as músicas que preferirem.

Etapa 2 - A batalhaMantenha os mesmos grupos da etapa anterior e peça que inventem um

nome para o seu grupo. Organize um “torneio” e solicite que cada grupo enfrente os

demais, apresentando a seqüência de passos. A complexidade dos movimentos é

que será determinante para decretar a “vitória” de um grupo sobre outro e os

próprios alunos é que devem escolher os “vencedores”. Discuta as dificuldades

encontradas na vivência.

Etapa 3 - A liberdadeMantenha os mesmos grupos das etapas anteriores e solicite a cada grupo

que elabore uma coreografia que vá além dos passos já vivenciados, criando outros

movimentos. Permita que todos os grupos se apresentem. Ao final, peça que

registrem por escrito a seqüência de movimentos, nomeando os passos que

inventaram.

ATIVIDADE AVALIADORAEscolha em conjunto com os alunos uma música relacionada ao hip-hop e

solicite a eles que elaborem por escrito uma coreografia para essa música, a qual

contenha os movimentos/passos aprendidos, e que a apresentem. As coreografias

realizadas nas aulas também podem ser consideradas nesse sentido, sendo

possível avaliar todo o processo de elaboração. Procure verificar se os alunos

utilizam os passos/movimentos aprendidos, sabem nomeá-los e criam coreografias

em consonância com o ritmo individual e coletivo, bem como em relação à música

proposta. A apresentação poderia, opcionalmente, ser registrada/gravada no formato

de videoclipe para apreciação estética da complexidade dos movimentos pelos

próprios alunos.

PROPOSTA DE RECUPERAÇÃODurante o percurso pelas Atividades, alguns alunos poderão não apreender

os conteúdos e não desenvolver as habilidades da forma esperada. E necessário,

então, que outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno

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“revisitar” de outra maneira o processo. Tais estratégias podem ser desenvolvidas

durante as aulas ou em outros momentos, envolver todos os alunos ou apenas

aqueles que apresentaram dificuldades. Podem ser desenvolvidas individualmente

ou em pequenos grupos Por exemplo:

• Roteiro de estudos com perguntas norteadoras referentes ao hip-hop

e ao streetdance e posterior apresentação em registro escrito.

• Apresentar características do processo histórico do movimento hip-

hop e os passos e coreografias de streetdance.

• Apreciação e análise de filmes ou documentários, orientados pelo

professor.

• Apreciação e registro por parte do aluno dos próprios movimentos e

dos colegas.

• Elaboração e apresentação (pode-se optar pelo registro com uso de

palavras, desenhos, audiovisual etc.) de pequenas coreografias com

base em referenciais e elementos sugeridos pelo professor.

• Reapresentação da Atividade Avaliadora desenvolvida em outra

linguagem (por exemplo: descrever verbalmente e/ou com desenhos

as atividades realizadas).

• Atividade-síntese de um determinado conteúdo, em que as várias

atividades serão refeitas numa única aula e discutidas posteriormente

(por exemplo: dramatização de videoclipe com elementos do hip-hop

e passos de streetdance).(Atividades extraídas do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,

volume 02).

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UNIDADE III

ESPORTE: FUTSALA quadra tem o formato de um retângulo, com o máximo de 42 m (mínimo de

30 m) de comprimento e 22 m de largura (mínima de 17 m) para partidas oficiais

nacionais no Brasil.

As linhas demarcatórias da quadra devem estar, no mínimo, a um metro de

qualquer objeto ou equipamento, como cercas e alambrados.

Para partidas oficiais internacionais, a quadra deverá ter um comprimento

entre 38 e 42 metros e uma largura entre 18 e 22 metros.

As linhas demarcatórias deverão ser visíveis e traçadas com 8 cm de largura,

sendo que elas integram e pertencem à quadra de jogo.

BALIZASCada baliza possui 2 metros de altura por 3 metros de largura, e devem ser

posicionadas de forma centralizada sobre cada uma das linhas de fundo.

DEMARCAÇÃO DO LOCAL DE COBRANÇA DA PENALIDADE MÁXIMAÀ distância de 6 metros do ponto central da meta, medida por uma linha

imaginária em ângulo reto com a linha de fundo e assinalada por um pequeno circulo

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de 10 centímetros de raio, serão marcados os respectivos locais de cobrança da

penalidade máxima.

DEMARCAÇÃO DO LOCAL DE COBRANÇA DE TIRO LIVRE SEM BARREIRADistantes 10 metros do ponto central da meta, medida por uma linha

imaginária em ângulo reto com a linha de fundo, serão marcados os respectivos

sinais, de onde serão cobrados os tiros livres sem barreira, nas hipóteses previstas

nas regras. À distância de 5 (cinco) metros do ponto central da meta em ângulo reto

com a linha de fundo, deverá ser marcada uma linha tracejada de 60 (sessenta)

centímetros, paralela Alinha de fundo, para demarcar a distância mínima em que o

goleiro poderá ficar na cobrança dos tiros livres sem barreira.

DEMARCAÇÃO DA ZONA DE SUBSTITUIÇÃOÉ o espaço marcado na linha lateral, do lado onde se encontra a mesa de

anotações e cronometragem, iniciando-se a uma distância de 3 metros para cada

lado, partindo da linha divisória do meio da quadra. Para cada zona haverá um

espaço de 3 metros identificados com linhas de 80 centímetros, ficando 40

centímetros no interior da quadra e 40 centímetros para fora da quadra, por onde os

atletas deverão entrar e sair da quadra por ocasião das substituições. O espaço à

frente da mesa do anotador e cronometrista com 3 metros de cada lado da linha

divisória do meio da quadra deverá permanecer sempre livre.

A BOLAA bola é esférica e o seu invólucro deve ser de couro macio ou de outro

material aprovado. É vedado o uso de material que possa oferecer perigo ou dano

aos atletas.

Nas categorias principal e juvenil, as bolas em sua circunferência terão no

máximo 64 centímetros e no mínimo 62 centímetros. Seu peso terá no máximo 440

gramas e no mínimo 400 gramas.

Nas categorias infantil e feminino, as bolas em sua circunferência terão no

máximo 59 centímetros e no mínimo 55 centímetros.

O peso máximo é de 380 gramas e mínimo de 350 gramas. As bolas para

estas categorias deverão ter uma marca, em cor diferente, bem visível para sua fácil

identificação.

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Nas categorias com faixa de idade inferior à infantil, as bolas terão no máximo

55 centímetros de circunferência e no mínimo 50 centímetros. Seu peso terá no

máximo

330 (trezentos e trinta) gramas e no mínimo 300 gramas.

Nas categorias de base (iniciação), as bolas em sua circunferência terão no

máximo 43 centímetros e no mínimo 40 centímetros.

O peso terá no máximo 280 gramas e no mínimo 250 gramas.

Além das exigências anteriores, a bola deverá estar calibrada conforme

especificação do fabricante. Quando largada de uma altura de 2 metros deverá subir

a uma altura de 50 a 65 centímetros.

ObservaçãoSe durante a partida uma outra bola cair dentro da quadra, deverá ser

considerada como um elemento estranho. A partida só deve ser paralisada se o

árbitro interpretar que houve interferência no jogo.

JOGADORES E SUBSTITUIÇÕESCada equipe deverá ter no início do jogo 5 atletas. O jogo não pode ser

iniciado sem que as equipes disponham deste número de jogadores, e deverá ser

interrompida se uma delas ficar com apenas 3 atletas.

As equipes podem ter até 7 atletas reservas e é permitido a cada equipe fazer

o número de substituições “volantes” que quiser, sem paralisação da partida,

podendo o mesmo atleta sair e retomar à quadra. Não é necessário avisar ao

cronometrista ou anotador. A substituição é feita com a bola em jogo, mas o jogador

só pode entrar quando seu colega tiver deixado a quadra. Os jogadores devem sair

e entrar na quadra na zona de substituição, no mesmo lado em que se situa seu

banco de reserva.

Quando um atleta entrar na quadra antes do outro sair levará cartão amarelo,

e haverá contra a sua equipe um tiro livre indireto do local onde se encontrava a

bola. Se a bola estiver dentro da área de meta, será colocada por uma contusão

grave. O capitão da equipe sobre a sua linha demarcatória (6 metros) no local mais

próximo de onde se encontrava no momento da infração.

O mesmo ocorrerá se a troca de jogadores não acontecer na zona de

substituição.

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Em ambos os casos, o árbitro determinará que o atleta retome ao local que se

encontrava antes da substituição, mandando-o retomar pelo local adequado e após

a saída do jogador a ser substituído.

A partida não poderá ser interrompida para a substituição de atleta, exceto em

caso de contusão grave, comprovada pelo árbitro e confirmada pelo médico ou, na

ausência deste, pelo massagista. Em caso de desclassificação pela 5 2 (quinta) falta

individual ou de expulsão do jogador, a partida também poderá ser paralisada.

A troca de posição entre o goleiro e os outros atletas participantes da partida

poderá ser feita, desde que previamente autorizada por um dos árbitros e no

momento em que o jogo estiver paralisado.

O atleta que estiver lesionado poderá deixar a quadra por qualquer lugar,

desde que autorizado por um dos árbitros, mas o seu substituto deverá entrar pela

zona de substituição.

O atleta desclassificado da partida por praticar 5 (cinco) faltas poderá ser

substituído imediatamente, não podendo mais participar do mesmo jogo, devendo

abandonar a quadra.

O atleta expulso pelo árbitro antes ou durante a partida poderá ser

substituído, sendo-lhe proibido permanecer na quadra de jogo. Se expulso antes do

início do jogo, poderá ser substituído por outro na quadra, mas não poderá ser

relacionado em súmula um outro atleta em seu lugar.

Cada equipe deverá ter um capitão que usará uma braçadeira, e cabe-lhe

determinar o novo capitão, entregando-lhe a referida braçadeira, quando for

desclassificado pela Y’ (quinta) falta, for expulso ou tiver que deixar a quadra não

necessita estar na quadra de jogo para o início da partida.

Quando há o prolongamento de uma partida para a cobrança de uma

penalidade máxima ou um tiro livre sem direito a formação de barreira, a equipe

beneficiada não poderá efetuar substituição de atleta e a equipe infratora poderá

substituir o goleiro.

COMISSÃO TÉCNICAOs membros da comissão técnica não podem permanecer no banco de

reservas usando camisas sem manga, bermudas, “shorts” ou calções. Não é

permitido o uso de qualquer tipo de aparelho de comunicação (rádio, telefone etc.).

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EQUIPAMENTO DOS ATLETASCompõe-se de camisa (manga curta ou manga comprida), calção, meias de

cano longo, caneleiras, tênis confeccionados com lona, pelica ou couro macio, com

solado e revestimento lateral de borracha ou material similar, ficando

terminantemente proibido o uso de camisa sem manga e de sapatos com solado de

couro ou pneu, ou que contenham travas. As caneleiras deverão estar

completamente cobertas pelas meias e serem confeccionadas em material

apropriado que ofereça proteção ao atleta (borracha, plástico, poliuretano ou

material similar). Os atletas poderão usar tornozeleiras de qualquer cor, por dentro

ou por fora das meias.

Nas costas e na frente das respectivas camisas, obrigatoriamente, será

colocada a numeração com até dois dígitos, sendo veda- entidade, além de calça,

cinto, meias e tênis da a repetição de números na mesma equipe.

Os números das costas terão o tamanho de 15 (quinze) a 20 (vinte)

centímetros de altura e os números da frente terão o tamanho de 8 (oito) a 10 (dez)

centímetros de altura. É igualmente obrigatória a diferenciação entre a cor do

número e a cor da camisa, visando assegurar a identificação pelo árbitro e pelo

público. Para jogos internacionais, a numeração é de 01 (um) a 15 (quinze).

Nos calções, não é obrigatório o uso de numeração, mas se usar deverá ser o

mesmo das camisas.

O goleiro usará uniforme com camisa de cor diferente dos demais atletas, e

lhe é permitido, com exclusividade, para a sua proteção, o uso de calça de agasalho.

O uso do short térmico somente poderá ser feito se for da mesma cor

predominante no calção É vedado ao atleta o uso de qualquer objeto julgado pelo

árbitro como perigoso ou nocivo à prática do esporte. O árbitro exigirá a remoção de

qualquer objeto que, a seu critério, possa molestar ou causar danos ao adversário

ou ao próprio atleta. Não permitido usar piercing, brincos, pulseiras, cordões,

colares, anéis etc. Tais objetos não podem ser usados mesmo que protegidos com

esparadrapo ou similar. É permitido somente o uso de aliança.

Não sendo obedecido em sua determinação, o árbitro ordenará a expulsão do

jogador.

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EQUIPE DE ARBITRAGEMOs árbitros usarão, obrigatoriamente, camisas de manga curta ou manga

comprida, nas cores determinadas e aprovadas por sua ou sapatos da cor branca.

Os árbitros utilizarão camisas de cor distintas que os possa diferenciar dos

demais atletas.

Os cronometrista e os anotadores usarão, obrigatoriamente, camisas de

manga curta ou manga comprida, nas cores determinadas por sua entidade, além de

calça, cinto, meias e tênis ou sapatos de cor preta.

Os oficiais de arbitragem usarão na camisa, à altura do peito e no lado

esquerdo, o distintivo da entidade a que estiverem vinculados, de acordo com a

regulamentação baixada por seus países.

Os árbitros pertencentes ao quadro nacional ou internacional usarão o

distintivo da entidade máxima nacional ou internacional.

As duplas de arbitragem (árbitro principal e auxiliar) (cronometrista e

anotador) usarão camisas nas mesmas cores, permanecendo inalterados os demais

equipamentos.

ARBITRO PRINCIPALUm árbitro principal deverá ser designado para dirigir uma partida. Sua função

é aplicar as regras de jogo do futsal e decidir sobre qualquer divergência oriunda de

sua prática.

Terá poder irrestrito para interromper a partida em virtude de qualquer

infração às regras, suspender ou terminar a partida por motivos de más condições

atmosféricas, interferências de espectadores ou de qualquer outro fato que imponha

tal medida, sempre que assim julgar conveniente, devendo, neste caso, relatar o

ocorrido com precisão, observado o prazo estipulado pela entidade sob cuja

jurisdição a partida estiver sendo disputada.

ARBITRO AUXILIARUm árbitro auxiliar será designado para a arbitragem de uma partida, devendo

desempenhar suas funções do lado da linha lateral oposta à do árbitro principal. O

árbitro auxiliar tem os mesmos poderes do árbitro principal, exceto para suspender

ou finalizar uma partida por falta de condições (atribuição unicamente do árbitro

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principal), podendo, inclusive, paralisar o jogo sempre que se cometam infrações às

regras.

Terá ainda os seguintes poderes: utilizar o apito para suas sinalizações;

controlar os 2 (dois) minutos de expulsão temporária se não houver cronometrista;

fiscalizar as substituições volantes; controlar o tempo de 1 (um) minuto nos pedidos

de tempo dos treinadores; fiscalizar o comportamento disciplinar dos integrantes dos

bancos de reservas; assinalar as faltas e infrações praticadas, desde que esteja

convencido de que o árbitro principal não as viu.

O árbitro auxiliar deve seguir as instruções transmitidas pelo árbitro principal

antes do início do jogo e aceitar que a decisão final do árbitro principal é a que

prevalece.

O árbitro principal e o árbitro auxiliar têm o poder de advertir ou expulsar.

Caso haja discordância entre os mesmos, prevalecerá a decisão do árbitro principal.

RECOMENDAÇÕES AOS ÁRBITROSOs árbitros podem aplicar cartões amarelos ou vermelhos nos intervalos ou

após o término dos jogos, enquanto os atletas ou membros da comissão técnica

estiverem dentro da superfície do jogo.

Os árbitros, se julgarem necessário, podem modificar uma decisão caso

percebam que tomaram uma decisão incorreta, desde que não tenham reiniciado ou,

dependendo do caso, terminado a partida.

Se constatarem que alguma pessoa usou um apito e atrapalhou os atletas no

decorrer do jogo, os árbitros poderão paralisar a partida, reiniciando com bola ao

chão.

CRONOMETRISTA E ANOTADORExercem suas funções do lado de fora da quadra de jogo, próximo à linha

divisória do meio da quadra, junto à zona de substituição, e são auxiliares dos

árbitros.

Ao cronometrista cabe todo o controle relativo ao tempo, previsto nas regras.

Suas principais atribuições são:

(a) controlar o tempo de duração da partida;

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(b) colocar o cronômetro em movimento por ocasião da bola de saída,

arremesso lateral, de canto, de meta, tiros livres diretos e indiretos, penalidade

máxima, bola ao chão e após o tempo solicitado pelo treinador;

(c) controlar os 2 (dois) minutos de expulsão temporária do atleta, fiscalizando

a entrada de outro jogador que ocorrerá somente com a bola fora de jogo;

(d) avisar, mediante sinal acústico diferente ao do apito do árbitro, os finais do

primeiro e segundo tempo de partida e de tempos complementares de prorrogação;

(e) comunicar a solicitação de tempo pelo treinador quando a bola estiver fora

de jogo e somente conceder o pedido de tempo quando a bola for a favor da equipe

solicitante;

(f) ter o controle e domínio do manuseio do cronômetro eletrônico em todos os

seus detalhes;

(g) travar o cronômetro, independente da determinação do árbitro, quando

houver a paralisação da partida pelo árbitro, nos pedidos de tempo, na assinalação

de faltas, na ocasião do atendimento médico aos atletas dentro da quadra de jogo e

nas saídas de bola pelas linhas lateral e de fundo;

(h) por ocasião da cobrança de um tiro livre sem barreira, acionar o

cronômetro somente após haver o segundo toque, a bola toque em uma das traves

ou travessão e retome à quadra, ou ainda quando a bola sair da quadra de jogo e for

executado o arremesso correspondente.

O anotador faz os registros de dados na súmula do jogo e, além disso:

(a) examina as fichas de identificação dos atletas e da comissão técnica no

início da partida e por ocasião das substituições;

(b) registra as 5 (cinco) primeiras faltas acumulativas praticadas pela equipe

em cada período de jogo;

(c) anuncia ao árbitro a marcação da 5ª (quinta) falta acumulativa de cada

equipe mediante o uso de seu apito, de silvo diferente e inconfundível com o

utilizado pelo árbitro;

(d) avisa ao árbitro quando um atleta praticar sua 4ª (quarta) falta individual;

(e) volta a avisar ao árbitro quando o atleta praticar sua 5ª (quinta) falta

individual e desclassificatória;

(f) controla as infrações de faltas técnicas, pessoais e disciplinares praticadas

pelos atletas durante o decorrer da partida.

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DURAÇÃO DA PARTIDAO tempo de duração de uma partida é de 40 minutos, cronometrados,

divididos em dois períodos de 20 minutos cada, com tempo máximo de 10 minutos

para descanso entre ambos, para as categorias Principal e Juvenil.

Na categoria Infantil, os tempos de duração da partida serão de 30 minutos,

cronometrados, divididos em dois períodos de 15 minutos cada, com o máximo de

10 minutos de descanso entre ambos.

Para o futsal feminino o tempo de duração das partidas é igual ao

estabelecido para a categoria infantil.

A duração de qualquer período da partida deverá ser prorrogada para permitir

a execução de uma penalidade máxima ou de um tiro livre, sem direito à formação

de barreira, uma vez esgotado o tempo regulamentar.

Será concedido às equipes, objetivando dar instruções aos atletas, o direito

de solicitar o pedido máximo de 2 (dois) tempos, um em cada período da partida,

sendo de 1 (um) minuto a duração de cada tempo solicitado, respeitando-se os

seguintes princípios:

(a) os técnicos ou treinadores das equipes deverão solicitar o tempo ao

cronometrista, e na ausência ou falta deste solicitarão ao árbitro auxiliar;

(b) os pedidos de tempo somente serão concedidos quando a bola estiver

fora de jogo e for a favor da equipe solicitante;

(c) se uma equipe não solicitar tempo no primeiro período da partida não

poderá acumular para usá-lo no segundo período;

(d) aos técnicos ou treinadores, quando não estiverem expulsos, será

permitido orientar seus atletas durante o transcorrer das partidas, desde que o

façam em frente à zona de substituição de sua equipe. Deverão fazê-lo de maneira

discreta, sem atrapalhar o deslocamento dos árbitros e atletas e sem reclamar ou

perturbar o bom andamento da partida.

Quando em uma partida houver prorrogação, será concedido às equipes um

tempo de 5 (cinco) minutos de descanso entre o término da partida e o início da

prorrogação. Entre o primeiro e o segundo período da prorrogação não haverá

intervalo.

Durante uma prorrogação, as equipes não terão direito a solicitação de tempo

técnico, mesmo que não tenham solicitado no segundo período regulamentar de

jogo.

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BOLA DE SAÍDANo inicio da partida a escolha de lado ou a saída de bola será decidido por

meio de sorteio procedido pelo árbitro principal.

Se a equipe vencedora escolher o lado da quadra, a outra equipe terá direito

a dar início ao jogo.

Dado o sinal pelo árbitro, a partida será iniciada por um dos atletas, que

movimentará a bola com os pés em direção ao lado contrário, devendo a mesma,

nesse momento, estar colocada imóvel sobre o centro da quadra. Cada equipe

deverá estar em seu próprio lado, e nenhum atleta da equipe contrária à iniciadora

da partida poderá se aproximar da bola ou invadir a meia quadra do adversário,

enquanto a bola não for movimentada. O atleta que executar a saída não poderá ter

contato com a bola enquanto esta não for tocada ou jogada por outro atleta.

Depois de consignado um tento, a partida recomeçará de maneira idêntica,

por um atleta da equipe que sofreu o tento.

Após o descanso regulamentar (intervalo), a partida recomeçará com as

equipes trocando de lado, e o reinício será efetivado por um atleta da equipe

contrária àquela que fez a saída no início do jogo.

Será válido o tento consignado diretamente de bola de saída.

Punição. Caso a equipe não coloque a bola em jogo em 4 segundos após

autorização, será punida com um tiro livre indireto no local onde ocorreu a infração.

Se o atleta movimentar a bola para o lado ou para trás, a equipe infratora será

punida com um tiro livre indireto, com a bola sendo colocada no centro da quadra. O

mesmo ocorre se o atleta que der a saída realizar um segundo toque na bola.

BOLA “FORA DE JOGO” E “BOLA EM JOGO”A bola estará “fora de jogo” quando:

(a) atravessar completamente, quer pelo solo, quer pelo alto, as linhas laterais

ou de fundo;

(b) a partida for interrompida pelo árbitro;

(c) em quadra coberta, a bola bater no teto. Ocorrendo esta situação a partida

será reiniciada com a cobrança de arremesso lateral a favor da equipe adversária à

do atleta que desferiu o chute, na direção e do lado onde a bola bateu no teto.

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A bola estará “em jogo” em todas as outras ocasiões, desde o começo até o

término da partida, inclusive:

(a) se voltar à quadra por uma rebatida do goleiro ou se bater nas traves ou

no travessão;

(b) se tocar nos árbitros colocados dentro da quadra de jogo;

(c) enquanto não é tomada uma decisão por suposta infração às regras do

jogo.

Se a bola perder sua condição normal de jogo durante o transcorrer da

partida, haverá interrupção, a bola será substituída e a partida reiniciada com a

execução de “bola ao chão” no local onde a mesma perdeu sua condição de jogo.

Se o fato ocorreu dentro da área de meta, a “bola ao chão” será executada fora da

mesma e na direção de onde perdeu a condição de uso.

Na execução de “bola ao chão”, a bola será considerada em jogo no exato

momento em que tocar no solo. Nenhum atleta poderá ter contato com a bola antes

que toque no solo. Se esta disposição não for cumprida, o árbitro determinará a

repetição de “bola ao chão”.

Se a bola perder sua condição normal de jogo no exato momento em que é

posta em movimento (firo inicial, tiros livres direto e indireto, tiro de penalidade

máxima e arremesso lateral, de canto ou de meta) e antes de ser tocada por outro

atleta, a bola será substituída e o lance será repetido.

O árbitro não deve permitir o reinício de uma partida com atleta caído na

quadra, mas deverá verificar se não é uma simulação, quando então ordenará o

reinício da partida e o jogador poderá receber uma penalidade disciplinar.

CONTAGEM DE TENTOSRespeitadas as disposições em contrário referidas neste conjunto de regras,

será válido o tento quando a bola ultrapassar inteiramente a linha de fundo entre os

postes de meta e sob o travessão, e que não tenha sido arremessada, carregada ou

impulsionada com a mão ou braço de atleta atacante.

A equipe que tenha consignado maior número de tentos será considerada

vencedora da partida. Se houver igualdade no número de tentos assinalados por

cada equipe ou se nenhum for consignado pelas equipes disputantes, a partida será

considerada empatada.

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Se durante a partida ocorrer deslocamento do travessão ou das traves

coincidentemente com o chute à meta, o árbitro poderá validar o tento se a bola

houver cruzado a linha de fundo entre as traves e o travessão quando de sua

posição normal.

Quando do sinal do encerramento da partida, se a bola estiver na trajetória da

meta e penetrar na mesma, sem tocar em qualquer atleta, com exceção do goleiro, o

tento será válido. A bola de saída não precisará ser executada neste caso, O árbitro

encerrará a partida assim que a bola concluir sua trajetória, tocar ou ser tocada por

qualquer outro atleta ou bater nas no goleiro e entrar, o gol será válido.

Não será válido o tento resultante de tiro livre indireto, a menos que a bola,

em sua trajetória, toque ou seja tocada por qualquer outro atleta, inclusive o goleiro,

colocado dentro ou fora de sua área.

Será nulo o tento originado de qualquer arremesso do goleiro adversário ou

de tiro de meta por ele executado com as mãos, salvo se a bola, em sua trajetória,

tocar ou for tocada por atleta (atacante ou defensor) que não seja o goleiro.

Se no movimento de segurar ou arremessar a bola o goleiro permitir que a ela

entre e ultrapasse inteiramente a linha de fundo entre as traves e sob o travessão, o

tento será considerado válido.

AS FALTASNo futsal as faltas são classificadas em: (1) faltas técnicas; (2) faltas pessoais;

e (3) faltas disciplinares.

FALTA TÉCNICAConsidera-se falta técnica aquela em que o atleta comete, intencionalmente,

uma das seguintes infrações:

(a) dar ou tentar dar pontapé no adversário;

(b) calçar o adversário, isto é, derrubar ou tentar fazê-lo usando as pernas,

agachando-se na frente ou por trás dele;

(c) pular ou atirar-se sobre o adversário;

(d) trancar o adversário de maneira violenta e perigosa;

(e) trancar o adversário por trás, a menos que por ele esteja sendo obstruída

a jogada;

(f) bater ou tentar bater em adversário ou cuspir nele;

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(g) segurar um adversário com as mãos ou impedi-lo de ação com qualquer

parte do braço;

(h) empurrar o adversário com o auxilio das mãos ou dos braços;

(i) trancar o adversário com o ombro;

(j) projetar-se ao solo, deliberadamente, de maneira deslizante, e com os pés

tentar tirar a bola que esteja sendo jogada ou de posse do adversário, levando

perigo para o mesmo;

(k) usar as mãos para segurar ou desviar a bola intencionalmente, carregá-la,

batê-la ou impulsioná-la, excetuando-se o goleiro dentro de sua área.

Punição Através da cobrança de um tiro livre direto a ser executado pela equipe

adversária no local onde ocorreu a infração, se cometida fora da área de meta do

infrator. Na hipótese de a ocorrência ser dentro da área de meta, uma penalidade

máxima será cobrada pela equipe adversária. Uma penalidade máxima deverá ser

assinalada qualquer que seja a posição da bola no momento que a falta é praticada

dentro da área de meta do infrator e que a bola esteja em jogo.

FALTA PESSOALOcorrerá quando um atleta cometer intencionalmente as seguintes infrações:

(a) jogar perigosamente, inclusive tocando no goleiro, ao tentar tirar a bola

das mãos deste após a mesma ter sido agarrada e estar retida em suas mãos;

(b) quando, sem a posse ou o domínio da bola, obstruir intencionalmente um

adversário correndo entre a bola e o mesmo, de maneira a formar um obstáculo às

pretensões do adversário em relação à bola;

(c) trancar o goleiro, salvo se este se encontra fora de sua área;

(d) obstruir a jogada, prender a bola com os pés ou evitar com o corpo sua

movimentação, estando o atleta caído, exceto se for o goleiro dentro de sua área;

(e) um atleta que não estiver devidamente equipado tocar na bola, em jogo;

(f) usar expressão verbal ou vocal para enganar o atleta adversário, fingindo

ser seu companheiro de equipe, tirando vantagens do lance;

(g) ficar parado na frente do goleiro adversário com o propósito de obstruir

sua visão e dificultar a sua ação ou movimento;

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(h) permanecer a bola mais de 4 segundos dentro da própria área de meta,

estando a mesma em condições de jogo ou de ser jogada. A falta pessoal incidirá

sobre o último atleta que tenha tocado na bola quando da caracterização desta

infração;

(i) persistir os atletas, quando de posse de bola, na troca de passes com o

deliberado propósito de ganhar tempo ou o andamento da partida, estejam

colocados dentro ou fora da respectiva área de meta;

(j) imobilizar a bola, dentro ou fora de sua área de meta, com o domínio dos

pés, por mais de 4 segundos, estando a mesma em condições de ser jogada;

(k) levantar os pés para chutar para trás (bicicleta) ou chutar com o calcanhar

e, mesmo sem intenção, atingir o adversário próximo à jogada ou tentar atingi-lo

perigosamente;

(l) praticar qualquer jogada sem visar o adversário mas, involuntariamente,

atingi-lo ou tentar atingi-lo perigosamente.

FALTA PESSOAL DO GOLEIRO(1) após realizar uma defesa ou receber uma bola legalmente de um

companheiro seu, poderá lançá-la diretamente à meta adversária, podendo

ultrapassar a linha divisória do meio da quadra. Entretanto, se no arremesso do

goleiro executado com as mãos a bola tocar ou não no goleiro adversário, o tento

não será valido e haverá uma falta do goleiro que fez o arremesso;

(2) tocar ou controlar a bola com as mãos depois que um companheiro seu a

tenha passado deliberadamente com o pé;

(3) tocar ou controlar a bola com as mãos depois de um arremesso lateral

efetuado por um companheiro seu, passando-lhe diretamente;

(4) tocar ou controlar a bola com as mãos ou com os pés por mais de 4

(quatro) segundos, em qualquer parte da quadra de jogo;

(5) após haver tocado ou arremessado a bola com as mãos ou movimentando

a mesma com os pés, voltar a recebê-la de um companheiro de equipe sem que a

bola tenha, antes, ultrapassado a linha demarcatória do meio da quadra, ou tenha

sido jogada ou tocada por um adversário.

Punição

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A equipe infratora será punida com a cobrança de um tiro livre indireto, a ser

executado pelo adversário no local onde ocorreu a infração, se cometida fora da

área de meta do infrator. Se cometida dentro da área de meta do infrator, o tiro livre

indireto deverá ser executado sobre a linha de 6 metros da área de meta e o mais

próximo do local onde ocorreu a infração.

FALTA DISCIPLINARÉ aquela cometida por atletas, técnicos ou treinadores, massagistas ou

atendentes, médicos ou fisioterapeutas e preparadores físicos, nos seguintes casos:

(a) entrar na quadra de jogo para recompor sua equipe antes de transcorridos

os 2 minutos de expulsão temporária ou de sua equipe ter sofrido um tento;

(b) infringir, persistentemente, as regras de jogo;

(c) demonstrar, por palavras ou atos, divergências às decisões tomadas pelo

árbitro;

(d) ser responsável por indisciplina cometida;

(e) trocar o seu número de camisa sem avisar o anotador e o árbitro;

(f) dirigir-se na quadra de jogo, durante a partida, ao árbitro principal, ao

árbitro auxiliar, ao anotador e ao cronometrista para deles reclamar ou discordar ou

para discutir com o público;

(g) numa interrupção da partida, estando a bola junto ao atleta ou indo em sua

direção, se afastar propositadamente, deixando a bola passar para retardar o

reinício da partida;

(h) para comemorar um gol, colocar a camisa na cabeça ou retirá-la do corpo

ou, ainda, fazer gestos provocadores aos adversários ou aos torcedores (cartão

amarelo).

PuniçãoSe a partida for interrompida para aplicação de pena disciplinar prevista nesta

regra, o reinicio da mesma dar-se-á com a cobrança de um tiro livre indireto no local

onde se encontrava a bola no momento da paralisação, salvo se esta se encontrava

dentro da área de meta adversária, quando a bola deverá ser colocada sobre a linha

de 6 metros da área de meta e no local mais próximo de onde ocorreu a paralisação.

A interrupção da partida em hipótese alguma poderá beneficiar a equipe

infratora, devendo o árbitro deixar prosseguir a jogada e, na conclusão do lance,

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adotar as medidas disciplinares necessárias, salvo se a bola, quando da infração,

estiver de posse de atleta da equipe infratora.

Se na ocorrência da infração a partida estiver paralisada, o árbitro aplicará, ao

infrator, a pena disciplinar de advertência. O atleta ou membro da comissão técnica

que cometer alguma destas infrações deverá ser punido com cartão amarelo.

AS “APENAÇÕES”O atleta que cometer, durante a partida, 5 (cinco) faltas técnicas e/ou

pessoais será desclassificado da mesma.

Um atleta será expulso da quadra de jogo, na opinião do árbitro, quando:

(a) for culpado de conduta violenta;

(b) for culpado de jogo brusco grave;

(c) fizer manifestações injuriosas ou grosseiras;

(d) praticar pela segunda vez infração punível com cartão amarelo de

advertência.

Se a expulsão provocar a interrupção da partida por infração às letras “c” e “d”

sem que nenhuma outra infração tenha sido cometida, a partida será reiniciada com

a cobrança de um tiro livre indireto no local onde ocorreu a infração, salvo se tenha

ocorrido dentro da área de meta do infrator, quando a bola deverá ser colocada

sobre a linha de 6 metros da área de meta e no ponto mais próximo de onde ocorreu

a infração.

A punição de atletas, técnico ou treinador, massagista ou atendente, médico

ou fisioterapeuta e preparador físico será determinada pela exibição de cartões com

as seguintes cores:

(a) cor amarela, significando advertência;

(b) cor vermelha, significando expulsão.

Se um atleta, conduzindo a bola, dirigir-se à meta adversária em condições

plenas de assinalar um tento e, de maneira intencional, um adversário usando meios

ilegais impedir que a equipe do atleta atacante assinale o tento, o atleta infrator

deverá ser expulso da quadra por jogo brusco grave.

Quando um atleta, que não seja o goleiro, impede em sua própria área de

meta que um adversário assinale um tento mediante o uso intencional da mão,

deverá ser expulso da quadra por jogo brusco grave.

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Deverá ser mostrado ao atleta, obrigatoriamente, o cartão de cor amarela

quanto ocorrer uma das seguintes infrações:

(a) agarrar um adversário, quer pela camisa quer por qualquer parte do corpo,

acintosamente, com o objetivo de interromper a jogada;

(b) usar deliberada e intencionalmente a mão, cortando a trajetória da bola

com o objetivo de interromper a jogada, impedindo a passagem da bola, evitando a

possibilidade de gol contra sua equipe;

(c) impedir, tentar impedir ou dificultar a cobrança, contra sua equipe, de um

tiro livre sem direito à formação de barreira;

Os árbitros poderão determinar, sem necessidade de prévia advertência, a

expulsão do atleta que infringir, acintosamente, qualquer dos itens desta regra.

A expulsão de atleta reserva, técnico ou treinador, massagista ou atendente,

médico ou fisioterapeuta e preparador físico do banco de reservas será definitiva

para o apenado e não implica em expulsão temporária para a equipe.

Não é permitido o uso de qualquer tipo de aparelho de comunicação por

membro da comissão técnica ou atletas registrados em súmula, bem como nas

proximidades dos bancos de reservas.

A expulsão de atleta participante da partida será temporária para a equipe e

pelo tempo de 2 minutos, após o que a equipe poderá ser recomposta com outro

atleta em seu lugar. O atleta expulso estará definitivamente excluído e não poderá

retornar nem permanecer no banco de reservas.

Caso a equipe infratora, no decurso dos 2 minutos, sofra a marcação de um

tento, poderá recompor-se imediatamente.

Um atleta que cometer uma falta passível de capão amarelo e já sendo o

segundo cartão, se os árbitros derem vantagem no lance e esta equipe sofrer o gol,

o jogador faltoso será expulso e sua equipe poderá colocar imediatamente outro

atleta em seu lugar, tendo em vista que a infração foi cometida antes do gol.

TIROS LIVRESNo caso de um tiro livre a favor da equipe São os chutes desferidos quando

da reposição da bola em jogo em razão da paralisação da partida por assinalação de

alguma infração.

Os tiros livres classificam-se em duas categorias:

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(a) o tiro livre direto, através do qual se pode consignar diretamente um tento

contra a equipe que cometeu a infração; e

(b) o tiro livre indireto, através do qual não se pode consignar diretamente um

tento, salvo se a bola, antes de entrar na meta, seja tocada ou jogada por um atleta

que não o executor do chute.

Na cobrança de tiro livre a bola deverá estar imóvel sobre o piso e a sua

movimentação poderá ser feita para qualquer parte da quadra, entrando em jogo tão

logo seja movimentada.

Antes da execução de um tiro livre, os atletas da equipe adversária deverão

ficar a uma distância mínima de 5 (cinco) metros da bola até que a mesma esteja em

jogo.

Numa linha imaginária entre a bola e o atleta executante da cobrança do tiro

livre, qualquer que seja a distância por ele tomada, não poderá haver nenhum atleta

da equipe adversária.

Quando da cobrança de um tiro livre, se os atletas da equipe infratora

estiverem a uma distância mínima de 5 (cinco) metros da bola, o árbitro autorizará a

imediata cobrança do firo livre, independente da formação da barreira de atletas.

Se o atleta da equipe adversária não respeitar a distância de 5 (cinco) metros

da bola, antes do tiro livre ser executado e a bola movimentada, o árbitro mandará

repetir a cobrança do tiro livre e, na reincidência, advertirá o atleta com cartão

amarelo.

A distância mínima indicada de 5 (cinco) metros será de 3 (três) metros

quando se tratar de quadra com área de meta de 4 metros.

No caso de um tiro livre a favor da equipe atacada, dentro de sua área de

meta, nenhum atleta poderá receber a bola, diretamente, para que a ponha em

movimento logo em seguida. A bola deverá ser chutada diretamente para fora da

área de meta. Se esta situação não for cumprida, o tiro livre deverá ser repetido,

aplicando-se ao infrator, ou infratores, inicial- mente cartão amarelo e, na repetição

da falta, a expulsão por indisciplina.

Se o atleta que executar a cobrança de um firo livre voltar a jogar ou tocar na

bola antes que outro atleta o faça, será concedido um tiro livre indireto a favor da

equipe adversária no local onde ocorreu a infração, salvo se ocorreu dentro da área

de meta da equipe infratora, quando o tiro indireto deverá ser executado com a bola

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colocada sobre a linha de 6 (seis) metros da área e no local mais próximo de onde

ocorreu a infração.

Se o atleta que for executar o tiro livre demorar mais de 4 segundos para

movimentar a bola, sua equipe será punida com a marcação de um firo livre indireto.

Para distinguir se o tiro livre é direto ou indireto, os árbitros, quando

assinalarem um tiro livre indireto, erguerão um dos braços sobre a cabeça, devendo

mantê-lo erguido até que o tiro indireto seja executado e a bola seja jogada ou

tocada por outro atleta, toque em uma das traves ou travessão e retome à quadra,

ou saia da quadra de jogo.

Se um atleta da mesma equipe, quando da cobrança de um tiro livre (direto

ou indireto), atrasa a bola para o goleiro de sua equipe e entra diretamente no gol,

deverá ser marcado um arremesso de canto a favor da equipe adversária.

No caso de um tiro livre a favor da equipe atacada, dentro de sua área de

meta, a bola poderá ser posta em qualquer parte da área e nenhum atleta poderá

receber a bola diretamente para colocá-la em movimento logo em seguida. A bola

deverá ser chutada diretamente para fora da área de meta. Se algum atleta,

intencionalmente, impedir que esta situação seja cumprida, o firo livre deverá ser

repetido, aplicando-se ao infrator, ou infratores, inicialmente cartão amarelo e, no

caso de reincidência, a expulsão por indisciplina. Se na interpretação dos árbitros

não houve a intenção de tocar na bola, somente será repetido o tiro livre.

Quando ocorrer uma falta dentro da área e no ataque, a infração poderá ser

cobrada de qualquer local da área de meta.

FALTAS ACUMULATIVASSão todas as faltas técnicas, pessoais e disciplinares (estas quando punidas

com cartão amarelo) abordadas anteriormente, além das seguintes situações:

(a) cartão amarelo de advertência, que não seja originário de falta ou infração,

é de anotação obrigatória na súmula de jogo como falta acumulativa da equipe;

(b) cartão amarelo de advertência aplicado a atleta participante da partida ou

integrante do banco de reservas será anotado na súmula de jogo como falta

acumulativa da equipe;

(c) cartão amarelo de advertência aplicado ao técnico ou treinador, ao

massagista ou atendente, ao médico ou fisioterapeuta ou ao preparador físico será

anotado como falta acumulativa para a equipe.

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As equipes poderão cometer, em cada período da partida, até 5 (cinco) faltas

acumulativas com direito à formação de barreira de atletas.

Após uma equipe cometer as 5 (cinco) faltas acumulativas em cada período

do jogo, os tiros livres indiretos, previstos na regra 12, passarão a ser cobrados

como tiro livre direto sem levar em consideração o tipo de infração cometida,

podendo ser assinalado um tento diretamente na cobrança deste tiro livre.

A partir da sexta falta acumulativa de cada equipe em cada período de jogo,

será vedada a formação de barreira de atletas:

• por ocasião da cobrança desses tiros livres será exigido que todos os atletas

(exceção do goleiro defensor, que deverá ficar dentro de sua área de meta)

coloquem-se, obrigatoriamente, 5 (cinco) metros atrás de uma linha imaginária sobre

a linha da bola, paralela à linha de fundo e fora da área de meta;

• o executor do tiro livre deverá estar plenamente identificado e,

obrigatoriamente, a bola deverá ser acionada diretamente para a meta com a

intenção de assinalar um tento, vedado o passe da bola, em qualquer sentido, para

atleta da própria equipe;

A partir da sexta falta acumulativa, ocorrendo a infração na meia quadra da

equipe infratora, no espaço entre a marca de 10 (dez) metros e a área de meta, o

atleta que for executar o tiro livre poderá optar pela permanência da bola no local da

infração ou colocá-la na marca indicada de cobrança.

PENALIDADE MÁXIMAÉ um firo livre direto cobrado na marca correspondente e, nesse momento,

todos os atletas, com exceção do goleiro e do atleta indicado para a cobrança,

deverão estar dentro da quadra de jogo mas fora da área de meta do infrator e numa

distância de 5 (cinco) metros atrás da linha da bola.

O goleiro deverá postar-se sobre a linha de fundo e entre as traves até que o

chute seja executado, podendo movimentar-se exclusivamente sobre a linha de

fundo.

O atleta encarregado de executar o tiro livre deverá estar plenamente

identificado e deverá chutara bola para frente, e não será permitido ao executante

tocar a bola uma segunda vez, antes que outro atleta o faça.

A bola estará em jogo assim que for movimentada, e desse tiro livre poderá

ser marcado um tento diretamente.

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Quando a penalidade máxima for executada e a bola bater no goleiro antes

de passar entre as traves e o travessão, esgotando-se o tempo de duração do 1° ou

2° período da partida, o tento será válido.

Concluído o tempo regulamentar do primeiro ou segundo período da partida,

se houver uma prorrogação para a cobrança de penalidade máxima, a partida será

encerrada quando ocorrer qualquer das seguintes situações:

(a) for consignado o tento;

(b) a bola for defendida pelo goleiro;

(c) a bola sair pela linha de fundo;

(d) a bola bater em uma das traves ou travessão e retornar;

(e) a bola, chutada fracamente, parar antes de chegar ao seu destino.

Se o atleta executante do tiro livre de penalidade máxima tocar na bola uma

segunda vez antes que o outro atleta o faça ou demorar mais de 4 (quatro)

segundos para executar o tiro, conceder-se-á um tiro livre indireto a favor da equipe

adversária. Se forem cometidos os dois toques do mesmo jogador, a bola será

colocada no lugar onde o atleta tocou na bola pela segunda vez; se for pela demora

de mais de 4 segundos, a bola será colocada na marca da penalidade máxima.

ARREMESSO (TIRO) LATERALSerá cobrado sempre que a bola atravessar inteiramente as linhas laterais,

quer pelo solo, quer pelo alto.

A bola deve ser colocada, obrigatoriamente, sobre a linha de demarcação

lateral, podendo mover-se lentamente.

O retomo da bola à quadra de jogo dar-se-á com a movimentação da mesma

com os pés, no exato local onde saiu e em qualquer direção, sendo recolocada em

jogo por um atleta daquela equipe adversária à que tocou a bola por último.

O atleta que executar o arremesso deverá fazê-lo voltado de frente para a

quadra de jogo, com uma parte do pé apoiada no solo, podendo pisar em parte da

linha lateral ou do lado de fora da mesma.

A bola estará em jogo assim que o arremesso lateral for concretizado de

acordo com esta regra e a bola movimentada.

Se a bola for arremessada de maneira irregular, o árbitro determinará

reversão do lance, cabendo a um atleta da equipe adversária a execução de novo

arremesso.

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Se um atleta executar o tiro lateral contra sua própria meta ou contra a meta

adversária e a bola penetrar na mesma, diretamente, o tento não será válido, O

árbitro determinará que a partida seja reiniciada com cobrança de tiro de canto a

favor da equipe adversária, se o atleta cobrou contra sua própria meta, e tiro de

meta, se cobrou contra a meta adversária.

Entretanto, se um atleta executar o tiro lateral contra a meta adversária ou

contra sua própria meta e a bola penetrar na mesma, tocando no goleiro ou em

qualquer outro atleta, o tento será válido.

Quando da realização de tiro lateral, os atletas adversários deverão respeitar

a distância mínima de 5 metros da bola.

TIRO DE METADar-se-á sempre que a bola atravessar inteiramente a linha de fundo pelo alto

ou pelo solo, excluída a parte compreendida entre as traves e sob o travessão, após

ter sido tocada ou jogada pela última vez por atleta da equipe atacante.

Não será considerada infração se o goleiro lançar a bola com as mãos

diretamente para a meia quadra ofensiva. Isto é, não é mais necessário que a bola

toque primeiro na meia quadra defensiva do goleiro ou toque em algum jogador

adversário nessa mesma meia quadra.

Não será válido o tento assinalado diretamente de tiro de meta tocando ou

não no goleiro.

TIRO DE CANTOO tiro de canto dar-se-á sempre que a bola ultrapassar inteiramente a linha de

fundo

(excluída a parte compreendida ente as traves e sob o travessão), quer pelo

solo, quer pelo alto, após ter sido jogada ou tocada pela última vez por um atleta que

estiver na defensiva. O tiro de canto deverá ser executado sempre do canto mais

próximo de onde saiu a bola pela linha de fundo.

O arremesso será executado por um atleta da equipe adversária, com o uso

dos pés, exclusivamente. O executor do arremesso deverá ter uma parte do pé

apoiada no solo, podendo pisar em parte da linha lateral ou de fundo, ou do lado de

fora. O arremessador deverá estar de frente para a quadra de jogo, no vértice do

ângulo formado pelas linhas lateral e de fundo, no ponto em que se juntam.

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A bola estará em jogo assim que o tiro de canto for executado de acordo com

esta regra e a bola em movimento.

Se um atleta arremessar a bola contra a meta da equipe adversária e a bola

penetrar na mesma, tocando ou não em qualquer atleta, o tento será válido. O

árbitro determinará que a partida seja reiniciada com a cobrança de bola de saída a

favor da equipe adversária.

Entretanto, se a bola for arremessada contra a sua própria meta e a bola

penetrar na mesma ou fora de sua área de meta, o tento não será válido, O árbitro

determinará que a partida seja reiniciada com a cobrança de tiro de canto a favor da

equipe adversária.

“LEI DA VANTAGEM”A regra assegura prerrogativas aos árbitros para deixar de assinalar faltas em

que os infratores se beneficiem, com exceção dos casos em que se impõe a

marcação para não prejudicar a exigível disciplina ou observância das regras.(Texto extraído do Manual de Educação Física: Esportes e recreação por idades do Professor Alexandre Moraes

de Mello, Ed. Equipe Cultural).

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ATIVIDADE 01

VAMOS JOGAR O FUTSAL CONSTRUÍDO?Esta Atividade propõe a vivência de uma partida de futsal completa e

organizada pelos próprios alunos.

Os alunos devem organizar uma partida de futsal completa, com todas as

determinações de regras, responsabilizando-se integralmente pela sua organização:

escolha das equipes e posição/função dos jogadores, arbitragem e comando das

equipes.

Tempo previsto: 2 a 3 aulas.

Conteúdo e temas: dinâmica e organização de uma partida de futsal.

Competências e habilidades: identificar e reconhecer os princípios técnico-táticos do futsal,

aplicando-os em uma partida propriamente dita; organizar-se de modo autônomo para realizar uma

partida de futsal, desempenhando todas as funções necessárias para tal.

Recursos: bolas de futsal, coletes, campo e balizas, apito, bandeira e cartões.

Desenvolvimento da ATIVIDADE 01Proponha a realização de uma partida de futsal “oficial”, com todas as suas

determinações em termos de regras. Além da participação no jogo propriamente

dito, solicite que os próprios alunos arbitrem o jogo e coordenem todas as ações

necessárias para que a partida ocorra, como a organização das equipes, a

determinação das funções de cada jogador na quadra etc. Essa é uma ótima

estratégia para que se possa avaliar o entendimento dos alunos em relação à

dinâmica do futsal. No entanto, e sempre que for necessário, pare a partida e retome

aspectos já trabalhados anteriormente, como regras de ação, regras do jogo etc.

ATIVIDADE AVALIADORAObserve durante o desenvolvimento das Atividades, avaliando suas ações e

seus entendimentos a respeito das atividades propostas. Analise as decisões

tomadas pelo grupo ao longo das atividades, suas ações no que se refere à

dimensão técnico-tática do futsal, ou seja, a forma como os alunos demonstram ter

apreendido os princípios operacionais. Observe e analise as decisões tomadas pelo

grupo durante a partida de futsal, a fim de verificar o entendimento dos alunos em

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relação às regras, às funções dos jogadores e às ações de ataque/defesa. Ao longo

do percurso de aprendizagem, você poderá sugerir a redação de textos-síntese

sobre aquilo que foi trabalhado e vivenciado na quadra ou fazer questionamentos

orais aos alunos, individualmente ou em grupo, como forma de avaliar o que

compreenderam.

Ao longo das aulas, você pode apresentar algumas questões, como:

• De que forma a equipe de beisebol deveria se comportar em situação

de defesa?

• De que forma a equipe de beisebol deveria se comportar em situação

de ataque?

• Qual(ais) poderia(m) ser a(s) estratégia(s) escolhida(s) para a equipe

que defende?

• Qual(ais) poderia(m) ser a(s) estratégia(s) escolhida(s) para a equipe

que ataca?

Procure, ao longo de cada Atividade, fazer com que os alunos realizem

discussões, problematizações e sínteses que os auxiliem a assimilar a dinâmica

tática do futsal.(Baseada nas atividades do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,

volume 04, p.29).

ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃOAlgumas estratégias poder ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros

momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolver todos os alunos ou

apenas os que apresentaram dificuldades. Por exemplo:

• Roteiro de estudos com perguntas norteadoras referentes aos princípios

técnico-táticos ou às regras do esporte coletivo, e posterior apresentação

em registro:

• Atividade-síntese de um determinado conteúdo, em que as várias

atividades serão refeitas em uma única aula e discutidas posteriormente

(por exemplo: circuito que contemple diferentes preceitos e sistemas

táticos das modalidades do esporte coletivo.)(Baseada nas atividades do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,

volume 02, p.19).

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JOGO E ESPORTE: DIFERENÇAS CONCEITUAIS E NA EXPERIÊNCIA DOS JOGADORES

Falar das diferenças conceituais entre jogo e esporte pode parecer, a

princípio, um tema abstrato e distante da vida cotidiana. Mas a lembrança de

algumas situações muito concretas e próximas da nossa Cultura de Movimento nos

ajudará a esclarecer os conceitos de jogo e esporte.

Imagine um grupo de dez crianças e/ou adolescentes entre 10 e 14 anos de

idade, todos vizinhos que já se conhecem a algum tempo, jogando taco na rua ou na

praça perto de onde moram. Enquanto duas duplas jogam, os outros esperam sua

vez de participar. Alguns se encontram um pouco ansiosos para que a partida

termine. Outros, do lado de fora, ensaiam movimentos com o taco ou, ainda,

executam lançamentos com a bola para o companheiro de dupla. Outros, enquanto

esperam, utilizam o tempo para jogar “bobinho” ou se reúnem para fazer

embaixadas, disputando quem as consegue fazer por mais tempo sem deixar a bola

cair no chão.

Imagine, também, um grupo de adolescentes jogando futebol em um parque

ou uma quadra qualquer no fim de semana. Todo o grupo, aparentemente, joga com

seriedade e quer ganhar. Aquela equipe que vence a partida adquire o direito de

permanecer em quadra, pois somente a vitória lhe garante mais um jogo: desta vez

com o time que está esperando do lado de fora. As vezes, ocorre uma discussão,

principalmente quando acontece algum lance polêmico - se foi falta, se a bola saiu

ou se foi gol. O clima e os ânimos se alteram, mas sempre ocorre uma negociação e

o jogo segue como se nada houvesse ocorrido.

Imagine, agora, um jogo da Liga Mundial de Vôlei feminino entre Brasil e

Cuba. A grande rivalidade está aflorada, os “nervos” das jogadoras, dos técnicos e

de todos os que assistem ao evento, seja pessoalmente ou pela TV, estão, como se

diz popularmente, “à flor da pele”. O ambiente competitivo gera vaia contra a equipe

cubana quando uma jogadora vai sacar ou quando faz um ponto. A carga de

rivalidade dos últimos anos se faz presente nessa partida. Momentos muito tensos

ocorrem, com provocações de ambas as equipes visando desestruturar

emocionalmente as adversárias. Há discussão entre as jogadoras das duas equipes

perto da rede, até que o árbitro é obrigado a intervir com mais veemência,

conversando com as capitães para que a partida prossiga.

• Quais são as semelhanças entre as três práticas?

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• O que as diferencia?

• Quais são as posturas das crianças no jogo de taco, do grupo de

adolescentes que joga futebol e das equipes de vôlei que disputam a

Liga Mundial?

• Qual é a motivação dos envolvidos?

• Qual é o tempo destinado a tais práticas?

• Em que espaços elas ocorrem?

• Como os três grupos manipulam as regras de suas respectivas

práticas corporais ou lidam com elas?

As respostas a essas questões nos ajudariam a conceituar jogo e esporte. E

ainda que essa tarefa não seja fácil, existem semelhanças e diferenças entre jogo e

esporte que podem ser apresentadas e problematizadas. Inicialmente, cabe uma

colocação: o elemento fundamental de toda prática esportiva é o jogo. O jogo é o

alicerce dos esportes, mas o esporte não se resume ao jogo: ele vai além, em

inúmeros aspectos.

A mais conhecida conceituação de jogo é a de Huizinga. Para esse autor,

jogo é:

“(...) uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados

limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente

obrigatórias, dotada de um fim em si mesmo, acompanhada de um sentimento de tensão e de

alegria e de uma consciência de ser diferente da ‘vida quotidiana” (HUIZINGA, 2007, p.33).

Kishimoto, após apresentar conceitos de diferentes autores (Fromberg, Christie, Caillois e

Huizinga) sobre os jogos, faz a síntese de algumas características apontadas pelos autores:

1. “Liberdade de ação do jogador ou o caráter voluntário, de motivação interna e episódica

da ação lúdica; prazer (ou desprazer), futilidade, o ‘não sério’ ou efeito positivo”.

2. Regras (implícitas ou explícitas).

3. Relevância do processo de brincar (o caráter improdutivo), incerteza de resultados.

4. A não literalidade, reflexão de segundo grau, representação da realidade, imaginação.

5. “Contextualização no tempo e no espaço” (KISHIMOTO, 2007, p. 27).

Aspectos como a liberdade de ação, a improdutividade/produtividade (no

sentido de haver recompensa material) de tais ações, a dimensão lúdica, a

flexibilização/inflexibilização das regras, o espaço e o tempo de realização são

decisivos para a diferenciação e a conceituação entre jogo e esporte.

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Consideremos tais características em relação às duas primeiras situações

apresentadas no início deste tema: as crianças jogando taco e o grupo de

adolescentes jogando futebol no fim de semana aproximam-se bastante do conceito

de jogo proposto por Huizinga e sintetizado por Kishimoto. Em ambas as situações,

as atividades são voluntárias, ou seja, todos os envolvidos reuniram-se

espontaneamente para jogar, escolhendo, portanto, estar juntos. As regras do jogo

de taco e as do futebol foram definidas e negociadas pelos próprios participantes.

No caso do futebol jogado aos fins de semana, existe uma grande influência da

lógica do esporte de rendimento, mas sem o mesmo rigor na sua aplicação.

Em princípio, os espaços em que as duas primeiras práticas ocorreram não

são necessariamente o aspecto definidor de suas respectivas realizações. O espaço

em que foi desenvolvido o jogo de taco não precisaria ser necessariamente a rua,

podendo ser qualquer outro com as mesmas condições (piso plano e amplo), O

mesmo ocorre com o jogo de futebol: a ausência de uma trave ou de linhas que

delimitam o campo ou o fato de o grupo não possuir uniforme que diferencie seus

jogadores podem ser aspectos que dificultam o jogo, mas não impedem a sua

realização. E comum em parques e praças pelo Brasil ver os chamados “jogadores

de fins de semana” praticando diferentes esportes em locais improvisados.

O tempo destinado a tais práticas também não é rigorosamente definido. O

jogo de taco ocorrerá até o momento em que o grupo de jogadores assim o quiser;

nesse sentido, tanto pode durar muito como pode terminar após poucas rodadas. No

futebol de fim de semana, geralmente, ocorre uma definição prévia sobre o tempo: é

comum a utilização de dez minutos ou dois gols como limite, principalmente quando

existem muitos times do lado de fora esperando a vez de jogar.

Os sentimentos experimentados, como a alegria e a tensão que o jogo

proporciona, são muito próximos nas duas modalidades apresentadas. Algo motiva

os dois grupos para aquelas práticas corporais: o prazer e a alegria vivenciados com

o do jogo e, às vezes, a tensão ou os conflitos. A dimensão lúdica está muito

presente, assim como a questão da competição; no entanto, o lúdico e a

competitividade equilibram-se nas ações dos participantes.

Nesse sentido, o jogo é caracterizado pela maior liberdade das ações de

seus participantes, pois as ações dos indivíduos estão relacionadas ao lazer, à

ocupação do tempo livre, à diversão, à socialização e à prática em si. Sendo assim,

o jogo pode ser pensado sob o ponto de vista da não produtividade, desde que

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improdutividade seja entendida como algo que não gera um produto rentável, de

lucratividade. Mas o jogo produz bem-estar, prazer e experiências riquíssimas aos

seus participantes; e é sob esse aspecto que se pode dizer que ele é produtivo.

E a partida de vôlei feminino na Liga Mundial?

BRACHT (2005) apresenta o modelo dual de esporte. Para o autor, o

esporte pode ser entendido como prática de alto rendimento! espetáculo ou como

atividade de lazer. De acordo com esse enfoque, o futebol jogado pelos rapazes aos

fins de semana seria o esporte, enquanto atividade de lazer, com características

muito próximas às do jogo. Já a partida entre Brasil e Cuba na Liga Mundial de Vôlei

estaria mais distante das características do jogo, passando do mundo do não

trabalho para o do trabalho, que deve ser produtivo.

Para BRACHT (2005, p. 14), o esporte moderno desenvolvido no interior da

cultura inglesa - entendida como o berço do esporte moderno - assumiu algumas

características básicas que são reproduzidas até hoje: “competição, rendimento

fisico-técnico, recorde, racionalização e cientificização”.

O esporte é caracterizado por uma perda na liberdade de ação. A liberdade

também existe no esporte, porém os limites em relação às regras, ao espaço e ao

tempo de duração influenciam as ações dos atletas.

A dimensão lúdica está presente no esporte de rendimento, mas encontra-se

diminuída por causa da competitividade e do objetivo final - a vitória. Algo existe que

vai além do prazer da disputa, como o título de campeão do mundo. Nesse sentido,

o jogador deve ser produtivo, pois suas ações são fundamentais para o

desenvolvimento e o resultado da partida, o que vai ser decisivo para o futuro da

equipe no campeonato e para o futuro dos atletas em suas carreiras (melhor

estrutura e maior visibilidade dos atletas). Para isso, o atleta precisa treinar,

repetindo inúmeras vezes as técnicas e as táticas envolvidas no esporte que pratica.

Na partida de vôlei feminino na Liga Mundial, as regras são definidas por um

órgão internacional, no caso a Federação Internacional de Vôlei (FIVB). O espaço de

realização da partida de vôlei entre Brasil e Cuba é o mesmo em qualquer lugar do

mundo, já que existe uma série de medidas padronizadas em relação às dimensões

da quadra, à altura da rede etc. Nesse espaço, todas as decisões sobre as ações

dos jogadores são regidas e comandadas pelo árbitro: nada em uma partida ocorre

sem a sua prévia autorização, desde a decisão sobre um lance polêmico - se a bola

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bateu fora ou dentro da quadra, se o atleta encostou-se na rede ou invadiu a quadra

da equipe adversária - até o simples reinício da partida.

A seguir, apresentamos uma Situação de Aprendizagem em que alguns dos

elementos conceituais trabalhados até aqui estão presentes. Procure

construir/configurar momentos em que esses elementos possam ser discutidos,

rediscutidos e problematizados ao longo do desenvolvimento da situação.(Texto extraído do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série, volume 03).

ATIVIDADE 01

EXPERIMENTANDO AS DIFERENÇAS ENTRE JOGO E ESPORTEO objetivo desta Atividade é proporcionar a compreensão das principais

características que diferenciam o jogo do esporte, a partir de três diferentes

experiências de Se-Movimentar em jogos, cujas dinâmicas vão se tornando

progressivamente mais complexas, com mais exigências de desempenho e

elementos cada vez mais predeterminados. Propõe-se priorizar as variáveis: regras

das atividades, diferenças de execução em relação ao espaço de realização, tempo,

vestimentas, competição, dimensão lúdica e arbitragem.

Os alunos vivenciarão três diferentes experiências de Se-Movimentar em

jogos (o jogo de taco, o “base quatro” e o “base quatro com regras fixas”). Ao

término de cada vivência, propõe-se a discussão sobre a dinâmica do jogo,

buscando identificar os elementos e as ações que as distinguem. Por fim, propõe-se

aos alunos que elaborem um quadro ilustrativo das diferenças entre jogo e esporte.

Tempo previsto: 3 a 4 aulas.

Conteúdo e temas: jogo e esporte: diferenças conceituais e na experiência dos jogadores.

Competências e habilidades: identificar as diferenças (no espaço, no tempo e nas regras) e as

semelhanças (o prazer, a competição e a dimensão lúdica) entre o jogo e o esporte; identificar a

conduta diferenciada entre o jogador (lazer/não trabalho) e o atleta (rendimento/trabalho); identificar

o processo de transformação do jogo no esporte (como atividade de lazer ou esporte de

rendimento).

Recursos: tacos de madeira, bolas de tênis ou de borracha (pequenas), garrafas PET, cartolinas,

canetas ou canetinhas.|

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Desenvolvimento da ATIVIDADE 01

Etapa 1 - O jogo de tacoProponha o jogo de taco, verificando o que o grupo de alunos conhece sobre

ele, suas principais regras, as maneiras de jogar e o material a ser utilizado. O

objetivo do jogo é fazer 24 pontos. A dupla que os fizer primeiro sagra-se a

vencedora. Jogam duas duplas: uma ataca enquanto a outra defende.

A equipe que ataca deve rebater (com um taco) o maior número de vezes a

bola lançada pela outra dupla. A dupla que defende tem a incumbência de derrubar

o alvo da dupla que ataca. Cada membro do ataque defende um alvo localizado

dentro de uma base, sendo que a base de uma dupla deve ficar a 5 metros de

distância da base da outra dupla. Somente com a derrubada do alvo é que a dupla

de defensores adquire o direito de rebater, ou seja, de atacar. A cada rebatida, a

dupla deve mudar de base. A cada mudança, são contados 2 pontos.

O taco pode ser um pedaço de cabo de vassoura ou uma haste de madeira

qualquer, o importante é que esse implemento possa ser manuseado pelo rebatedor.

O taco não deve ser pesado nem comprido, para permitir que os alunos façam os

movimentos sem forçar os ombros. O alvo pode ser uma garrafa PET ou qualquer

outro objeto que possa ser derrubado. Ele deve ser colocado dentro de um círculo (a

base), onde o rebatedor deve ficar e de onde deve rebater a bola. A bola pode ser

de tênis ou qualquer outra que não seja pesada nem muito grande (nas escolas,

geralmente, existe a bola de iniciação, de borracha, que pode ser uma boa escolha).

Deixe, inicialmente, os alunos livres para que resolvam entre si a maneira de

jogar Somente indique que se dividam em grupos de quatro componentes. Nessa

situação, procure levantar a discussão sobre a postura deles no jogo: como

chegaram às regras definidas, o nível de negociação e a maneira de jogar Ressalte

que, para que o jogo ocorresse, o grupo precisou propor e negociar as regras, e que

tais regras foram sistematizadas por eles com base em suas próprias experiências

em relação àquela prática.

Procure conduzir uma discussão que leve o grupo à identificação da

dimensão lúdica daquela prática, do prazer que o jogo proporciona e da flexibilidade

em relação às regras e às decisões do grupo no jogo.

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Etapa 2 - O jogo “base quatro”Proponha o jogo “base quatro”. Solicite a formação de duas equipes. E

interessante que todos os alunos da turma sejam distribuídos de forma mista entre

as duas equipes, que atacarão e defenderão em tempos diferentes. Desenhe quatro

bases no chão (círculos de aproximadamente 50 centímetros de raio), dispostas

cerca de 5 metros umas das outras, de modo a formar um quadrado.

O objetivo do jogo é conquistar as quatro bases, tocando-as com os pés. A

equipe que ataca deve rebater (com um taco) a bola lançada por um membro da

equipe defensora (o arremessador). O aluno que rebater deverá percorrer as quatro

bases. Se, após rebater uma bola, ele chegar à primeira base e perceber que a bola

está chegando ao arremessador, deve permanecer naquela base e esperar o

próximo rebatedor de sua equipe, para poder dar continuidade na conquista das

demais bases. A cada volta dada por um atacante (conquista das quatro bases), é

somado 1 ponto para sua equipe.

Todos os membros da equipe têm o direito de rebater uma vez; depois

disso, a equipe passa a defender. O objetivo da equipe que defende é buscar a bola,

trazendo-a ao lançador antes que o atacante chegue à primeira base ou passe por

todas. Se o defensor passar a bola para o lançador antes que o atacante chegue à

base, este estará eliminado. Se os demais atacantes estiverem em deslocamento,

ou seja, se estiverem fora das bases quando a bola chegar ao arremessador, eles

também serão eliminados.

É importante que você, professor, deixe bem flexível a forma como o

atacante rebaterá a bola. Deixe livre a definição em relação a certas ações, como a

direção da rebatida da bola, o número de tentativas de rebatida, o número de

participantes em cada equipe, a forma de fechamento das bases para que o

atacante seja eliminado etc.

Enfatize a dinâmica do jogo e estabeleça o confronto com a atividade

anterior, o jogo de taco. Proponha que o grupo identifique a diferença na

complexidade das ações entre os dois jogos e o nível de competição.

Etapa 3 - “Base quatro com regras fixas”Proponha o mesmo jogo, mas, desta vez, determinando as regras e a

maneira de jogar. Na equipe defensora, devem existir alunos responsáveis por

buscar as bolas rebatidas longe do grupo (esses devem ser previamente

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escolhidos). Outro grupo de alunos deve ficar mais próximo do quadrado formado

pelas bases. Esse grupo terá o objetivo de receber a bola lançada pelo primeiro

(mais distante), passando-a para o arremessador, para que ele feche as bases. As

bases serão fechadas a partir do momento em que a bola for recebida pelo

arremessador.

Cada membro da equipe que ataca tem apenas três chances de rebater uma

bola boa lançada pelo arremessador. Nesse ponto, você, professor, deverá

determinar qual bola é considerada boa para o rebatedor. Caso a equipe que estiver

atacando tenha três jogadores eliminados - seja porque o rebatedor não conseguiu

rebater três bolas boas, ou seja porque foi eliminado a partir do fechamento da

base-, perderá o direito de atacar

Enfatize as regras e não as flexibilize. Proponha, ao final, uma reflexão

sobre os limites que as regras impõem aos jogadores e a necessidade do melhor

desempenho para a execução das ações. Utilize o exemplo do rebatedor que

necessariamente deve rebater uma bola boa. Para que isso ocorra, os jogadores

precisam de muito treino e aperfeiçoamento na técnica de rebater (técnica do alto

rendimento). Mencione também o posicionamento dos jogadores de defesa (aqueles

mais distantes e os mais próximos do arremessador), reforçando a necessidade de

interação perfeita entre eles.

Elenque as principais características dos esportes de rendimento e as

principais características do jogo. Nesse ponto, é importante que você, professor,

apresente aqueles aspectos que diferenciam o jogo do esporte: (1) a liberdade de

ação; (2) a improdutividade/produtividade de tais ações; (3) a dimensão lúdica; (4) a

flexibilização ou não das regras; (5) o espaço de sua realização; e (6) o tempo de

realização. Proponha a discussão dessas características a partir dos três jogos

vivenciados.

Etapa 4 - Construindo os conceitos de jogo e esporteProponha aos alunos uma discussão, buscando fazer com que eles reflitam

sobre as principais características das três atividades desenvolvidas, relacionando-

as com o esporte. Proponha a elaboração, em conjunto, de um quadro que contenha

as principais diferenças e semelhanças entre jogo e esporte. Na construção do

quadro, sugira que os alunos pensem nas variáveis intervenientes das três

atividades, como:

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(1) diferenças nas regras;

(2) diferenças em relação ao espaço;

(3) diferenças no tempo de jogo;

(4) vestimentas necessárias para a atividade;

(5) necessidade de arbitragem.

Essas variáveis são excelentes parâmetros para a discussão e a construção

do quadro, o que facilitará o entendimento, por parte do grupo, das diferenças

conceituais entre jogo e esporte.

ATIVIDADE AVALIADORAObserve os alunos durante o desenvolvimento da Atividade, avaliando suas

ações e o modo como expõem sua compreensão a respeito das atividades. Analise

as decisões tomadas pelo grupo ao longo do trabalho, as ações realizadas e as

diferentes negociações ocorridas em relação às regras. Avalie o envolvimento do

grupo na atividade de elaboração do quadro que diferencia jogo de esporte. Ao

longo da realização das atividades, proponha a redação de textos-síntese sobre

aquilo que foi trabalhado e discutido durante as aulas ou faça questionamentos orais

aos alunos, individualmente ou em grupo, como forma de checar sua compreensão.

Ao longo das situações de aula, procure apresentar algumas questões,

como:

• Quais as características das atividades desenvolvidas?

• Dessas características, quais são semelhantes e quais são

diferentes?

• Como podemos conceituar e entender o jogo do ponto de vista dos

praticantes?

• Como podemos conceituar e entender o esporte do ponto de vista

dos praticantes?

• Como podemos diferenciar jogo de esporte?

PROPOSTA DE RECUPERAÇÃODurante o percurso pelas várias etapas da Atividade, alguns alunos poderão

não apreender os conteúdos ou deixar de desenvolver as habilidades da forma

esperada. E necessário, então, elaborar outras Situações de Aprendizagem em que

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os conceitos de jogo e esporte possam ser percebidos e problematizados. Essas

situações devem ser diferentes daquela que gerou dificuldade para os alunos. Tais

estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos e

envolver todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Podem

ser, por exemplo:

• Pesquisas em sites ou outras fontes para posterior apresentação.(Atividades extraídas do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,

volume 03).

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MODALIDADE POPULAR EM OUTROS PAÍSES: BEISEBOL

O beisebol é um dos principais esportes praticados no mundo,

principalmente nos Estados Unidos da América. Esse esporte também se

popularizou no Japão, em Cuba e em vários países da América Central e do Caribe.

A partir das últimas décadas do século XIX, essa modalidade difundiu-se dos

Estados Unidos para várias partes do mundo, ganhando milhares de praticantes.

O beisebol foi criado por Abner Doubleday, nos Estados Unidos, em 1839.

Há quem diga que o esporte teria raízes na Inglaterra e que já em 1700 era

praticado por jovens nos fins de semana. O beisebol foi levado ao Japão pelos

professores norte-americanos HolIes Wilson e Madjett, que lecionavam na

Universidade de Tóquio, em 1873. Depois disso, o esporte passou a ser difundido

para a América Central e a Europa, ganhando muitos adeptos e praticantes pelo

mundo afora (OI, 1996).

Sabe-se que o beisebol foi introduzido no Brasil por americanos que

trabalhavam em empresas como a antiga Light e a Companhia Telefônica e

também, pelos funcionários do Consulado Geral dos Estados Unidos, que

praticavam o esporte como forma de lazer aos fins de semana. 01(1996) relata que,

já na década de 1920, existia uma liga de beisebol comandada por um diretor da

Companhia Telefônica.

Apesar de não serem os que trouxeram o beisebol ao nosso país, os

japoneses foram os grandes responsáveis pela difusão do esporte em terras

brasileiras. Devido a esse processo, grande parte dos ídolos brasileiros do esporte é

descendente de japoneses, o que é motivo de alegria para a grande população

japonesa aqui residente.

A intensificação do processo de imigração japonesa, ocorrida entre as

décadas de 1920 e 1940, fez com que a prática do beisebol se disseminasse para

diferentes regiões do Brasil. Por isso, a prática desse esporte, acompanhando o

trabalho agrícola dos imigrantes, deu-se inicialmente em zonas rurais, com muitas

dificuldades, porque não havia a estrutura necessária para o seu desenvolvimento.

Depois desse primeiro momento - em que ocorria a improvisação dos materiais de

jogo, como luvas, vestimentas e bastões -, a prática do esporte passou a tomar o

caminho das grandes cidades, a partir de 1950 (OI, 1996).

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A difusão do beisebol acompanhou as estradas de ferro que foram

construídas para facilitar escoamento da produção de café, partindo principalmente

de São Paulo, por meio das ferrovias Noroeste, Paulista e Sorocabana, nomes que

também figuraram nas primeiras ligas desse esporte. Dessas estradas, o beisebol foi

difundido e passou a ser praticado em outros estados, como o Paraná (OI, 1996).

O Brasil detém os títulos de campeão mundial Jr. (1993) e vice-campeão

mundial júnior (1995) de beisebol. A cada ano, a modalidade vem se desenvolvendo,

permitindo melhores atuações das seleções de base e da principal nos campeonatos

que disputam. Atualmente, no Brasil, existem cerca de 50 equipes de beisebol

distribuídas pelas federações estaduais, totalizando aproximadamente 3 mil atletas.

Dinâmica geral do beisebolPara entendermos como se pratica o beisebol, é preciso conhecer algumas

de suas principais características. A primeira delas é que, nesse esporte, cada

equipe tem seus tempos de ataque e defesa separados. A partida somente acaba

quando é completada a disputa de nove ataques e nove defesas. Cada conjunto de

ataque/defesa é denominado inning, o que seria equivalente ao sei do vôlei. Cada

equipe deve ter nove jogadores.

O campo de beisebol tem uma área equivalente a 1/4 de um círculo com 120

metros de raio. Essa área é divida em duas partes: o jardim externo e o interno.

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Objetivo do jogo e suas principais regrasA equipe que ataca possui os seguintes jogadores: (A) rebatedor e (B)

corredores. O objetivo da equipe do ataque é marcar mais pontos/corridas. Um

ponto/corrida é marcado quando um jogador do ataque consegue percorrer todas as

quatro bases do campo antes do término do inning. Não é necessária a passagem

do jogador por todas as bases de uma só vez. Ele pode avançar uma ou mais bases

por vez. O rebatedor (batter) deve rebater a bola lançada pelo arremessador

(pitcher) dentro dos limites do campo o mais longe que conseguir, para, em seguida,

correr na direção da primeira base antes que o defensor da primeira base receba a

bola e pise na base. Se o rebatedor chegar à primeira base, passa a se chamar

corredor (runfler). O objetivo do corredor é conquistar as próximas bases até chegar

à principal (home base), quando marca 1 ponto ou corrida (run) para a sua equipe.

O rebatedor que conseguir a proeza de rebater uma bola para fora da linha

circular que delimita o jardim externo, e dentro dos limites das linhas laterais, realiza

a jogada denominada home run. Essa jogada dá a ele o direito de percorrer as

quatro bases.

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Perde-se o direito ao ataque toda vez que a equipe tiver três jogadores

eliminados. A equipe que defende possui os seguintes jogadores: (A) jardineiros

externos (direito, central e esquerdo), (B) jardineiros internos (defensor da primeira

base, defensor da segunda base, defensor da terceira base, defensor da quarta

base ou receptor) e, entre a segunda e a terceira bases, existem ainda o interbases

e (C) o arremessador.

O objetivo da equipe que defende é evitar que a outra equipe marque

pontos, tentando eliminar os jogadores. O jogador é eliminado se não conseguir

rebater três bolas boas ou se o corredor não conseguir chegar antes do defensor à

base a que está se dirigindo.

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O jardim externo é a parte do campo em que três jogadores de defesa se

localizam: o jardineiro direito (righr fielder), o jardineiro esquerdo (left fielder) e o

jardineiro central (center fielder). Esses jogadores são os responsáveis por capturar

as bolas que forem rebatidas para lá. Se a bola for capturada no ar, o rebatedor

estará automaticamente eliminado. Assim, a principal característica desses

jogadores é serem ótimos velocistas.

O jardim interno é a área onde estão localizadas as bases, cada qual

defendida por um jogador, sendo que, entre a segunda e a terceira bases, é

posicionado um quinto jogador, chamado de interbases. A função dele é receber a

bola passada pelos jardineiros externos e fechar as bases ou, ainda, capturar as

bolas diretamente rebatidas pelos rebatedores que vierem em sua direção,

impedindo que os atacantes se desloquem para as bases seguintes.

A base principal (home plate) localiza-se na extremidade central e interna do

campo. E o lugar onde ficam o jogador chamado de receptor (catcher), o juiz

principal e o rebatedor (batter). A primeira base localiza-se na extremidade direita do

quadrado e nela encontra-se o defensor da primeira base. A segunda base localiza-

se na parte central interna oposta à base principal e nela encontra-se o defensor da

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segunda base. A terceira base localiza-se na parte esquerda do quadrado formado

pelas quatro bases. Nela, existe outro defensor.

O receptor (catcher) e o arremessador (pitcher) são considerados os

jogadores mais importantes de uma equipe. O arremessador fica no centro do

quadrado formado pelas bases, em uma região um pouco elevada em relação às

demais áreas do campo. Dessa dupla é a função de impedir que haja uma boa

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rebatida. O receptor comanda as bolas e determina como elas deverão ser

arremessadas - se a bola deve ser curva, rápida ou lenta. A dupla varia a maneira

do arremesso para tentar enganar o rebatedor, deixando-o confuso em relação ao

tipo de bola que será arremessada.

Após três tentativas frustradas do rebatedor de rebater uma bola

arremessada, ele estará eliminado, O arremessador tem o direito de jogar três bolas

ruins para o rebatedor; se ele lançar uma quarta bola ruim, o rebatedor adquire o

direito de passar para a primeira base. O rebatedor pode rejeitar até duas bolas

boas.

O árbitro é quem considera as bolas boas ou ruins, a partir da visualização

da zona de strike. Essa zona é a área compreendida, na altura, pela região entre o

peito e os joelhos do rebatedor e, na largura, pela área da base localizada à frente

do receptor (home plate).

Após conhecermos a dinâmica e as principais regras do jogo de beisebol,

vamos discuti-las a partir dos seus princípios operacionais de ataque e defesa.

Beisebol: dos princípios operacionais ao jogoEm Cadernos anteriores, e desde a 5ª série do Ensino Fundamental, já foi

apresentado o processo de ensino e aprendizagem dos esportes coletivos, a partir

dos princípios operacionais propostos por BAYER (1994). Essa abordagem

contrapõe-se ao ensino tradicional do esporte, que prioriza a prática isolada das

técnicas e dos fundamentos dos esportes coletivos.

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Na abordagem aqui defendida, o objetivo é a construção, por parte do aluno,

do entendimento sobre a dinâmica tática dos esportes. Essa dinâmica é proposta a

partir de situações-problema que ocorrem no próprio jogo formal.

Por isso, é necessário trazer à cena o que se entende por técnica e tática. A

técnica é visualizada como um conjunto de modos de fazer ou de realizar

determinada prática relacionada ao esporte, ao passo que a tática equivale às

razões para aquela determinada ação ou conjunto de modos de fazer. A técnica e a

tática estão relacionadas e uma depende da outra. Nesse sentido, o que deve ser

realizado numa situação de jogo (a técnica) é constantemente mobilizado pelas

exigências da situação (a tática) do jogo.

Retomemos, então, os “princípios operacionais” propostos por BAYER

(1994, p. 99 e p. 117), buscando estabelecer relações com o ensino do beisebol.

São eles:

Em situação de ataque:

1. Conservação da posse da bola.

2. Progressão da bola e da equipe em direção ao alvo adversário.

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3. Finalização em direção ao alvo.

Em situação de defesa:

1. Recuperação da posse de bola.

2. Contenção da bola e da equipe adversária em direção ao próprio alvo.

3. Proteção do alvo.

Quando pensamos nesses princípios para o ensino do beisebol, devemos

nos ater à dinâmica desse esporte. Como vimos, no beisebol, o ataque é realizado

por apenas uma equipe. Se a equipe que defende não conseguir provocar o erro dos

adversários, deverá esperar até que os nove atacantes realizem suas respectivas

rebatidas para só então passar a atacar.

O princípio operacional de ataque “conservação da posse de bola” aplicado

no beisebol deve ser analisado de forma diferenciada. Vimos que existem três alvos

secundários que precisam ser conquistados (a primeira, a segunda e a terceira

bases) e o alvo principal; além disso, o objetivo do atacante/rebatedor é rebater a

bola o mais longe possível dentro dos limites da quadra. Por isso, esse princípio

pode ser visualizado como a forma ou a maneira de manter a bola o mais longe

possível das bases. Como num jogo de beisebol a rebatida ocorre a partir do tipo de

arremesso realizado, esse princípio depende de um amplo repertório de rebatidas

dos jogadores que realizam essa função.

Outro princípio importante a ser problematizado é a “progressão da bola e

da equipe em direção ao alvo adversário”. Como os alvos são as bases, estratégias

devem ser criadas para que os jogadores de uma mesma equipe progridam em

sincronia. Esse princípio pode ser trabalhado a partir de diferentes tipos de rebatida,

seguidas de diferentes formas de deslocamentos dos atacantes. Diferentes sentidos,

velocidades e distâncias de rebatidas da bola devem ser trabalhadas, para que

rebatedor e corredores possam saber quando e como se deslocar a fim de que não

sejam eliminados pela defesa.

A “finalização em direção ao alvo” está amplamente relacionada com os

outros dois princípios operacionais, pois, sem uma boa rebatida e um bom e rápido

deslocamento dos atacantes (de acordo com o tipo de rebatida), a finalização da

jogada estará prejudicada. Nesse sentido, para o processo de ensino e

aprendizagem do beisebol, a proposição de atividades que coloquem em prática os

três princípios deve ser privilegiada. E muito importante fazer com que os seus

alunos construam ou entendam essas questões técnico-táticas do beisebol ao longo

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das Situações de Aprendizagem. Para isso, sempre que necessário, pare a atividade

e tente perceber os diferentes entendimentos dos alunos sobre o que está sendo

executado.

Os três princípios operacionais de defesa - “recuperação da posse de bola”,

“contenção da bola e da equipe adversária em direção ao próprio alvo” e “proteção

do alvo” - dependem de algumas ações fundamentais por parte da equipe

defensora, quais sejam:

• a equipe somente adquire o direito de atacar após provocar o erro do

rebatedor e quando os corredores não chegam às bases seguintes. O

erro pode ser provocado principalmente a partir do bom entrosamento

e desempenho da dupla receptor-arremessador. Para a dupla, o

repertório de diferentes formas de arremesso é tão importante quanto

a seqüência escolhida para a sua execução (arremessos curtos,

rápidos e com curvas ou ainda alternância de bolas boas e ruins),

visando confundir o rebatedor;

• outra forma de recuperar o ataque é a criação de linhas de passes

que promovam a circulação mais rápida da bola para a base em

direção à qual o corredor ou o rebatedor esteja se deslocando.

Somente com a tentativa de dificultar a rebatida do atacante da

equipe adversária é que o objetivo da defesa alcançado e os três

princípios pode ser poderão ser colocados em prática.

Nessa perspectiva, propõe-se aqui que o processo de ensino e

aprendizagem do beisebol leve em consideração os níveis de relação de

complexidade crescente, conforme propostos por GARGANTA (1995, p. 21): “eu-

bola”, “eu-bola-colegas”, “eu-bola-alvo”, “eu-bola-colegas-alvo” e “eu-bola-colegas-

adversáriosalvo”. E importante ressaltar que, como é difícil separar os princípios

operacionais, as Situações de Aprendizagem sugeridas a seguir combinam alguns

desses princípios, tanto os de ataque como os de defesa.(Texto e imagens extraídos do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,

volume 03).

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Possibilidades InterdisciplinaresProfessor, o beisebol pode ser trabalhado juntamente com a história da imigração japonesa para o

Brasil, possibilitando uma abordagem integrada com as disciplinas de História, Geografia, Arte,

Língua Portuguesa e Língua Estrangeira, especialmente nas escolas de regiões onde é forte a

presença japonesa. Converse com os professores responsáveis por essas disciplinas em sua

escola. Essa iniciativa facilitará a compreensão dos conteúdos pelos alunos de forma mais global e

integrada.

ATIVIDADE 01

FAMILIARIZAÇÃO COM O BEISEBOLNesta atividade, pretende-se propiciar o primeiro contato dos alunos com o

beisebol, apresentando seu objetivo, suas principais regras e o processo histórico de

sua consolidação. Os alunos, em grupos, levantarão informações sobre diversos

aspectos do beisebol, às quais serão apresentadas em aula. O professor destacará

os aspectos mais importantes para a compreensão da modalidade, em termos do

seu processo histórico e da dinâmica geral do jogo: posições e funções dos

jogadores, como jogar etc. Sugere-se, quando possível, a exibição em vídeo de uma

partida oficial de beisebol.

Tempo previsto: 2 a 3 aulas.

Conteúdos e temas: principais regras do beisebol; dinâmica geral do beisebol - ataque/defesa,

funções dos jogadores; processo histórico do beisebol.

Competências e habilidades: identificar o objetivo do beisebol e suas principais regras,

reconhecendo-as na dinâmica do jogo; relacionar a introdução e a disseminação do beisebol no

Brasil com seu processo histórico de surgimento e consolidação; identificar e caracterizar a

dinâmica básica do esporte, em termos de ataque/defesa e funções dos jogadores.

Recursos: pesquisas na internet com elaboração de material para apresentação; vídeo de uma

partida de beisebol.

Desenvolvimento da ATIVIDADE 01Proponha aos alunos um levantamento de informações sobre o beisebol, em

sites e outras fontes, indicadas ou não por você, professor. Organize grupos que

pesquisem diferentes aspectos desse esporte: sua história, jogadores mais

conhecidos, principais campeonatos, formas de jogar, e posições, entre outros. As

informações levantadas serão apresentadas em aula. Essa é uma importante

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iniciativa para que os alunos se familiarizem com a modalidade. A partir das

exposições dos alunos, destaque os aspectos mais importantes do processo

histórico do beisebol, em especial de sua chegada ao Brasil e sua difusão no país.

Procure auxiliá-los nas explicações sobre a dinâmica desse esporte: a

movimentação dos jogadores, a intenção da equipe que ataca e a intenção da que

defende, a ocupação do espaço e o deslocamento dos jogadores.

Quando possível, exiba aos alunos um vídeo de uma partida oficial de

beisebol, procurando reconhecer, com eles, as principais características da

modalidade e seus princípios básicos (de ataque e defesa), bem como as diferentes

posições e disposições dos jogadores no espaço.

ATIVIDADE 02

CONSTRUÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DO JOGO DE BEISEBOLEsta Atividade visa construir a dinâmica técnico-tática do beisebol a partir de

seus princípios operacionais de defesa e ataque, propondo diferentes níveis de

relação dos alunos com os materiais necessários ao desenvolvimento do jogo, com

as formas de jogar e com a interação entre os jogadores Os alunos vivenciarão

sucessivas etapas, de complexidade crescente, desde o contato com o material

utilizado no beisebol e as funções dos jogadores, passando pelas ações de defesa e

ataque, até chegar à realização de jogos reduzidos.

Tempo previsto: 7 a 8 aulas.

Conteúdos e temas: princípios técnicos e táticos do beisebol.

Competências e habilidades: identificar e reconhecer os princípios técnico-táticos do beisebol,

aplicando-os em situações reduzidas de jogo; compreender a dinâmica tática do beisebol,

realizando ações de defesa e ataque.

Recursos: bolas de borracha, de tênis e de beisebol; tacos de madeira ou de beisebol e giz (para o

desenho das bases).

Desenvolvimento da ATIVIDADE 02Etapa 1 - “Eu-bola”

Nesta etapa, procure familiarizar o aluno com os materiais utilizados (bola e

taco/bastão) no beisebol. Proponha diferentes atividades a serem realizadas

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individualmente pelos alunos, envolvendo a ação de rebatida da bola e sua recepção

em diferentes situações Se houver disponibilidade de material, possibilite as

atividades com bolas de diferentes pesos e tamanhos, mas que possam ser

recepcionadas com uma das mãos.

Etapa 2 - “Eu-bola-colegas”Proponha atividades em que haja movimentação entre os alunos e

circulação da bola. Podem ser feitas atividades de troca de passes, em dupla, trios e

grupos maiores. Passes e recepções de diferentes distâncias e com graus de

dificuldade são ações importantes a serem vivenciadas pelos alunos como forma de

se familiarizarem com situações de defesa. Podem ser propostas, também,

atividades de lançamento, seguidas de rebatidas e deslocamentos (corridas),

simulando a situação de ataque.

O objetivo dessas atividades é propor a experimentação de situações

comuns ao beisebol, como a circulação da bola por meio de passes e recepções que

visam ao fechamento das bases (deslocamento dos defensores); a situação de

lançamento e rebatida seguida de deslocamento em direção à base (deslocamento

dos atacantes); e também o deslocamento sincronizado entre os corredores, pelas

bases (deslocamento dos atacantes).

Etapa 3 - “Eu-bola-alvo”Nesta etapa, o objetivo das atividades é o deslocamento individual, tanto de

defensores como de atacantes. A sua intenção é a de deslocar-se pelas quatro

bases após uma rebatida (situação de ataque), assim como a de deslocar-se, a

partir do momento em que se pega a bola, em direção às bases (situação de

defesa).

Proponha diferentes rebatidas, com diferentes níveis de exigência, seguidas

de deslocamentos até as bases. Proponha também diferentes atividades de

recepção e deslocamentos individuais em direção às bases, após uma rebatida.

Um bom jogo que pode estimular essas ações é o de taco adaptado com

quatro bases e jogado apenas com um atacante e um defensor. Assim, quando o

rebatedor fizer a rebatida, correrá tentando percorrer as quatro bases, ao mesmo

tempo em que o defensor, após pegar a bola, deslocar-se-á em direção à base,

tentando eliminar o atacante.

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Etapa 4 - “Eu-bola-colega-alvo”Nesta etapa, a intenção é enfatizar as dinâmicas de defesa e de ataque: na

defesa, a ênfase deve ser na interação entre os jardineiros externos e os internos, a

fim de conquistar o objetivo de fechar as bases, eliminando os atacantes; no ataque,

na interação entre o rebatedor e o(s) corredor(es) que está(estão) nas bases, já que

a situação de dois atletas atacantes na mesma base não pode ocorrer.

Alguns exemplos desse nível de relação que podem ser executados na

defesa:

• Troca de passes entre jardineiro externo direito e defensor da primeira

base, seguida de deslocamento em direção à base;

• A mesma situação, partindo a bola do jardineiro externo direito, mas

com a troca de passe entre o defensor da primeira base e o da

segunda base, seguida de deslocamento em direção à segunda base;

• Troca de passes entre o jardineiro externo central e o defensor da

segunda base, seguida de deslocamento em direção à segunda base;

• A mesma situação, partindo a bola do jardineiro externo central para

os defensores da segunda base, interbase e terceira base, seguindo-

se o deslocamento em direção à base (segunda ou terceira);

• Troca de passes entre o jardineiro externo esquerdo e o defensor da

terceira base, seguida de deslocamento em direção à terceira base;

• A mesma situação, partindo a bola do jardineiro externo esquerdo, o

defensor da terceira base e o defensor da base principal.

Alguns exemplos desse nível de relação que podem ser executados no

ataque:

• Após uma rebatida, deslocar-se em direção à primeira base; se o

rebatedor verificar que a bola foi longe, deslocar-se deforma a

conseguir passar pelas quatro bases seguidamente. Caso isso não

possa ocorrer, o rebatedor deverá parar na base que considerar

segura para que não seja eliminado pelo defensor da base;

• Quando existir um jogador atacante em uma das bases (corredor), o

desloca- mento entre ele e o próximo rebatedor deve ocorrer de modo

sincrônico. Dessa forma, todos os corredores que estiverem na base

devem estar atentos à rebatida de seu companheiro de equipe;

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• Simular situações em que haja mais de um corredor em bases

diferentes (dois ou três), para trabalhar o seu entrosamento após uma

rebatida.

Etapa 5 - “Eu-bola-colegas-adversários-alvos”Esse nível de relação reproduz o jogo completo, com ações de ataque e

defesa. Na defesa, a intenção é estimular os alunos a vivenciar situações de

circulação de bola e criação de linhas de passe em direção às bases. No ataque, a

intenção é estimular o rebatedor e os corredores a se deslocarem no sentido da

base principal.

Como no beisebol existe uma seqüência de alvos a serem conquistados (no

ataque) e defendidos (na defesa), podem-se privilegiar separada- mente situações

em que o objetivo seja apenas um alvo de cada vez, para facilitar a compreensão

em relação às ações a serem desenvolvidas para cada alvo, tanto na defesa quanto

no ataque.

Nesse nível de relação, é indicada a proposição de situações de ataque e

defesa com diferentes composições (1 X 1, 1 X 2, 2 X 1, 2 X 2, 3 X 2, 2 X 3),

variando o número de bases a serem conquistadas e/ou defendidas. As dinâmicas

realizadas do jogo de taco e do jogo “base quatro”, apresentadas no Tema 1 deste

Caderno, podem auxiliar.

Para o 1 X 2, o jogo de taco pode ser uma boa situação de ataque e defesa.

Defina o número de bases a serem percorridas pelo atacante após a sua rebatida —

por exemplo, três. Após a rebatida, o atacante terá de percorrer as bases visando

alcançar a terceira. Enquanto isso, os dois defensores devem criar situações em que

possam trazer a bola em direção à segunda ou à terceira base, de modo a impedir o

deslocamento do atacante. Essa atividade pode ser reproduzida de diversas

maneiras, mudando o número de defensores e atacantes, para mobilizar a

percepção dos alunos sobre diferentes estratégias, principalmente no que se refere

aos defensores.

Etapa 6 - Os jogos reduzidosNesta etapa, são realizados jogos reduzidos de beisebol. Pode-se partir de

composições 3 X 4, 3 X 5 ou 3 X 6. Esses jogos possibilitam aos alunos a

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compreensão das demandas táticas e técnicas do jogo, porque produzem ou

reproduzem situações próximas à situação do jogo formal de beisebol.

ATIVIDADE 03

VAMOS JOGAR? O BEISEBOL CONSTRUÍDOEsta Atividade propõe a vivência de uma partida de beisebol completa e

organizada pelos próprios alunos.

Os alunos devem organizar uma partida de beisebol completa, com todas as

determinações de regras, responsabilizando-se integralmente pela sua organização:

escolha das equipes e posição/função dos jogadores, arbitragem e comando das

equipes.

Tempo previsto: 2 a 3 aulas.

Conteúdo e temas: dinâmica e organização de uma partida de beisebol.

Competências e habilidades: identificar e reconhecer os princípios técnico-táticos do beisebol,

aplicando-os em uma partida propriamente dita; organizar-se de modo autônomo para realizar uma

partida de beisebol, desempenhando todas as funções necessárias para tal.

Recursos: bolas de beisebol ou tênis, tacos de madeira ou de beisebol e giz (para o desenho das

bases).

Desenvolvimento da ATIVIDADE 03Proponha a realização de uma partida de beisebol “oficial”, com todas as suas

determinações em termos de regras. Além da participação no jogo propriamente

dito, solicite que os próprios alunos arbitrem o jogo e coordenem todas as ações

necessárias para que a partida ocorra, como a organização das equipes, a

determinação das funções de cada jogador no campo etc. Essa é uma ótima

estratégia para que se possa avaliar o entendimento dos alunos em relação à

dinâmica do beisebol. No entanto, e sempre que for necessário, pare a partida e

retome aspectos já trabalhados anteriormente, como regras de ação, regras do jogo

etc.

ATIVIDADE AVALIADORAObserve durante o desenvolvimento das Atividades, avaliando suas ações e

seus entendimentos a respeito das atividades propostas. Analise as decisões

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tomadas pelo grupo ao longo das atividades, suas ações no que se refere à

dimensão técnico-tática do beisebol, ou seja, a forma como os alunos demonstram

ter apreendido os princípios operacionais. Observe e analise as decisões tomadas

pelo grupo durante a partida de beisebol, a fim de verificar o entendimento dos

alunos em relação às regras, às funções dos jogadores e às ações de

ataque/defesa. Ao longo do percurso de aprendizagem, você poderá sugerir a

redação de textos-síntese sobre aquilo que foi trabalhado e vivenciado na quadra ou

fazer questionamentos orais aos alunos, individualmente ou em grupo, como forma

de avaliar o que compreenderam.

Ao longo das aulas, você pode apresentar algumas questões, como:

• De que forma a equipe de beisebol deveria se comportar em situação

de defesa?

• De que forma a equipe de beisebol deveria se comportar em situação

de ataque?

• Qual(ais) poderia(m) ser a(s) estratégia(s) escolhida(s) para a equipe

que defende?

• Qual(ais) poderia(m) ser a(s) estratégia(s) escolhida(s) para a equipe

que ataca?

Procure, ao longo de cada Atividade, fazer com que os alunos realizem

discussões, problematizações e sínteses que os auxiliem a assimilar a dinâmica

tática do beisebol.(Atividades extraídas do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,

volume 03).

PROPOSTA DE RECUPERAÇÃOAlgumas estratégias poder ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros

momentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolver todos os alunos ou

apenas os que apresentaram dificuldades. Por exemplo:

• Pesquisa em sites ou outras formas para posterior apresentação;

• Resolução de outras situações-problema, não contempladas na

Atividade Avaliadora, referentes aos processos técnico-táticos do

beisebol.(Atividade baseada no Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série, volume

03).

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UNIDADE IV

ATIVIDADE RÍTMICA: ORGANIZAÇÃO DE FESTIVAL DE DANÇA E DE EXPRESSÕES CORPORAIS

Neste bimestre, o tema Atividade Rítmica prevê a organização e a realização

de um festival de dança e expressões corporais. Propomos que sua realização

ocorra em conjunto com o tema Esporte, mobilizando os alunos da 8ª série,

juntamente com os das demais séries. Sugerimos que, ao realizar o festival, os

vários professores de Educação Física da escola otimizem os espaços e horários

disponíveis para as ações previstas, podendo desenvolver atividades com equipes

representativas de cada uma das classes ou misturando as turmas em equipes

diferentes. Por exemplo, os alunos da 5ª série participando com os alunos da 5ª

série, os da 6ª série com os da 6 série, e assim por diante. Ou dividindo-os por

faixas etárias, a fim de minimizar riscos de acidentes.

A intenção deste tema não se resume apenas à realização de um evento.

Mais do que isso: pretende-se valorizar todo o processo desencadeado ao longo de

todo o ano, coroando o trabalho realizado com os alunos da 8ª série, mas também o

de todas as séries do Ensino Fundamental. A organização de um festival constitui

excelente oportunidade de aprendizado já que, por meio dela, os alunos da 8ª série

poderão retomar e aplicar os conhecimentos obtidos sobre atividade rítmica,

ginástica e luta (temas específicos da Educação Física nas quatro últimas séries do

Ensino Fundamental), além de desenvolver outras competências importantes para

suas vidas, como planejamento de atividades, organização de eventos,

comunicação e divulgação, registro e avaliação do processo.

Além disso, espera-se que os alunos possam desenvolver sua capacidade

de liderança em relação aos alunos das séries anteriores, atuando como

colaboradores na realização de seus eventos, auxiliando-os na organização das

atividades e colocando-as em prática. Enfim, que esses alunos possam empregar os

conhecimentos adquiridos ao longo das séries do Ensino Fundamental em

Educação Física e nas outras disciplinas escolares.

A partir desse objetivo geral, explicitamos alguns princípios que devem

nortear o processo de realização do festival.

O festival de dança e expressões corporais não deve:

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• Ser pensado como uma atividade programada pela escola para os

alunos, mas realizada junto com eles em todas as suas fases, desde

o seu planejamento até a sua avaliação;

• Estimular a obtenção de performances técnicas ou de resultados que

levem a acirramentos, confrontos ou constrangimentos entre os

alunos, mas sim a participação cooperativa de todos. A escola não

pode deixar-se contaminar pelo modelo do espetáculo e da

competitividade exacerbada que visa ao rendimento nas atividades

rítmicas e expressivas. Ao contrário, deve se posicionar no sentido de

fazer um festival da Educação Física e da Escola e não na Educação

Física e na Escola.

• Ser pensado como uma atividade específica da Educação Física e

somente por ela ser realizado. Ao contrário, deve constituir-se em

excelente oportunidade para a mobilização dos professores de outras

disciplinas, da equipe gestora da escola e da comunidade como um

todo. E um projeto coletivo, extremamente motivante e bem recebido

pelos alunos, além de possuir variadas e ricas possibilidades

educativas. Pode haver um tema para as apresentações de dança e

de expressões corporais que seja também trabalhado por outras

disciplinas como, por exemplo, o meio ambiente, a violência, entre

outros.

Deve:

• Estimular os alunos da 8ª série, como concluintes do Ensino

Fundamental, a exercer sua autonomia, corresponsabilizando-se pela

organização e realização do festival, tanto para a sua turma como

para as demais classes do Ensino Fundamental.

• Promover a discussão do regulamento do Festival por todos os

alunos, com a coordenação e orientação dos professores de

Educação Física da escola.

As Atividades apresentadas a seguir procuram contemplar as várias fases

do festival, buscando envolver a totalidade dos alunos em todas as fases do evento,

desde a fase de planejamento (Atividade 01) até sua avaliação final (Atividade 04),

passando, respectivamente, pelas fases de divulgação (Atividade 02) e realização

(Atividade 03).

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(Texto extraído do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série, volume 04).

ATIVIDADE 01

PLANEJANDO O FESTIVALEsta Atividade pretende desenvolver com os alunos os elementos

necessários ao planejamento do festival, como definição do regulamento e das

equipes para as atividades de apoio e preparação de torcidas.

Tempo previsto: 1 a 2 aulas.

Conteúdos e temas: planejamento do festival de dança e expressões corporais.

Competências e habilidades: prever e identificar as várias fases de um evento rítmico e

expressivo; elaborar regulamentos específicos para cada categoria de apresentação no festival,

envolvendo os grupos participantes e suas torcidas; organizar atividades de apoio ao evento;

organizar atividades relativas à torcida para o evento.

Recursos: canetas, papel, cartolina.

Desenvolvimento da ATIVIDADE 01

Etapa 1 - Definindo o regulamentoA um de que o festival aconteça de acordo com os objetivos educacionais da

disciplina de Educação Física, é importante que a elaboração do regulamento

preveja os vários passos a serem desencadeados, estabelecendo as diretrizes

gerais. Faz-se necessário, professor, que esse regulamento seja realizado com os

alunos Para tanto, coordene uma ou mais discussões com eles, procurando mostrar

a intenção pedagógica do evento, a responsabilidade da turma da 8ª série na

organização e realização junto às outras séries do Ensino Fundamental e a

complexidade de sua execução.

Nesse regulamento, devem estar previstas as categorias de apresentação

que vão compor o festival. Podem acontecer, por exemplo, demonstrações das

modalidades desenvolvidas em aula, como ginástica artística, ginástica rítmica e

outras, dependendo das condições materiais e das instalações de cada escola.

No festival de dança e de expressões corporais, podem ser contempladas

atividades relacionadas às desenvolvidas nas aulas de Educação Física, como

apresentações da cultura rítmica nacional ou de outros países, de regiões ou de

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grupos específicos, demonstrações de luta, apresentações de ginástica

contemporânea, dança, capoeira, hip-hop, streetdance etc.

O festival terá caráter essencialmente demonstrativo. Por isso, a ênfase

estará na criatividade, na diversidade de manifestações e na sua apreciação

estética. As modalidades podem ser organizadas de acordo com suas semelhanças,

para serem apresentadas em um mesmo dia. Por exemplo: as manifestações da

cultura gímnica (ginástica geral, ginástica aeróbica e outras) podem ser

apresentadas de modo semelhante a um evento de ginástica, enquanto as lutas e as

danças podem ocorrer em outros momentos.

A fim de possibilitar a participação dos alunos em diferentes atividades

rítmicas e expressivas, sugerimos a adaptação e a confecção própria de materiais,

possibilitando a prática em modalidades pouco comuns nas escolas. A construção

de materiais alternativos pode se constituir, também, em atividade realizada nas

aulas de Educação Física e em outras disciplinas, como a de Arte.

Sugerimos também a ocupação de locais e instalações do próprio bairro

onde está localizada a escola, como um salão para apresentações de capoeira ou

dança.

Propomos que o regulamento preveja a participação de todos os alunos em

pelo menos uma ou duas atividades de dança ou expressões corporais, mas

deixando claro que nenhum aluno poderá participar de todas as categorias de

apresentação. Como atividade curricular deste bimestre na Educação Física, a

intenção é que todos os alunos se envolvam nas atividades, e não apenas os mais

habilidosos.

As formas de apresentação devem estar previstas, podendo haver

pontuação para as atividades Nesse caso, pode-se gerar uma classificação final

entre os grupos e/ou torcidas Porém, é importante a valorização não só do grupo

vencedor, mas de todos os participantes. Os alunos devem perceber que uma

classe ou grupo, para obter muitos pontos na somatória final, precisará participar de

todas as categorias de apresentação.

Outro item que merece atenção diz respeito às normas sobre a composição

dos grupos Pode haver grupos masculinos, femininos e/ou mistos, a fim de que

tensões, preconceitos e disputas, presentes no cotidiano escolar sejam assumidos,

discutidos e resolvidos.

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Também merece atenção a participação no festival de dança e expressões

corporais de alunos com deficiências ou com dificuldade de realização de algumas

ações propostas. Além de estimular e proporcionar a participação desses alunos, as

potencialidades e capacidades de realização de cada um devem ser discutidas pelas

equipes, e as expressões diferenciadas devem ser respeitadas.

Sugerimos a eleição, por parte dos alunos, de um representante de cada

uma das turmas para auxiliar a comunicação entre a coordenação geral e os

participantes. A escolha de um representante pela turma pode se constituir um bom

exercício de cidadania e um exemplo de maturidade dos alunos

Etapa 2 - Definindo as atividades de apoioProfessor, além da elaboração do regulamento do festival, é importante que

sejam também previstas as atividades de apoio, ou seja, a organização da

seqüência das apresentações, o registro das atividades, a definição de critérios para

apreciação estética etc. Cada uma dessas atividades constitui excelente

oportunidade para que os alunos desenvolvam diferentes habilidades organizativas

e a capacidade de pensar no evento em sua totalidade. Procure formar subgrupos

para cada uma das atividades de apoio. Por exemplo: um grupo pode as sumir a

elaboração da ordem de apresentações, enquanto outro fica com a incumbência dos

registros; e um terceiro se ocupa da disposição das atividades, como horários e

espaços.

Etapa 3 - Preparando as torcidasA realização de um festival de dança e de expressões corporais pode

mobilizar toda a escola também para assistir e torcer para suas classes ou grupos

preferidos. Esse processo também pode ser educativo, na medida em que gera

discussões sobre as formas atuais de torcida. Além disso, a preparação de torcidas

pode ser uma oportunidade para o envolvimento dos alunos em outras disciplinas

(como Arte, por exemplo), na medida em que trabalha com a preparação de

símbolos de cada classe ou grupos, slogans ou “hinos” de apresentação, ensaio de

coreografias das torcidas etc.

Professor, procure mobilizar a equipe gestora da escola e os professores de outras

disciplinas para essa atividade de preparação de torcidas.

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O festival de dança e expressões corporais também pode ser uma excelente

chance para a participação da comunidade que vive no entorno da escola (familiares

e pessoas conhecidas dos alunos), assistindo às apresentações e se integrando às

torcidas. Pelo fato de alguns bairros oferecerem poucas oportunidades e poucos

locais para apresentações artísticas, rítmicas e expressivas, essas atividades na

escola poderão contribuir também para suprir essas deficiências.

ATIVIDADE 02

DIVULGANDO O FESTIVALA intenção desta Atividade é mobilizar os alunos para que realizem a

divulgação do festival de dança e expressões corporais na comunidade escolar.

Compreende a definição das equipes e as formas de divulgação dos eventos na

escola.

Tempo previsto: 1 a 2 aulas.

Conteúdos e temas: divulgação do festival de dança e expressões corporais.

Competências e habilidades: identificar a importância da socialização das informações relativas

ao festival de dança e expressões corporais; analisar as diferentes formas de comunicação e

divulgar a sua realização, tanto no interior da escola como nas vizinhanças.

Recursos: aparelho de som, microfones, canetas, papéis para cartazes e banners.

Desenvolvimento da ATIVIDADE 02

Etapa 1 - Definindo equipes de divulgaçãoInicialmente, é fundamental discutir com os alunos a importância da

divulgação do evento em suas várias etapas: na elaboração e na apresentação do

regulamento a todos os participantes e na informação sobre os horários de

apresentações, bem como a respeito de locais, datas etc. Posteriormente, forme

equipes responsáveis pelas várias etapas de divulgação. Um trabalho bem feito

nesse campo é fundamental para colher sugestões na fase de elaboração do

regulamento e, após sua definição, para informar sobre as regras de participação no

festival. Durante a realização do evento, a comunicação se faz imprescindível para

manter todos informados sobre a agenda e o andamento das atividades.

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Etapa 2 - Definindo formas de divulgaçãoDefinidas as equipes de divulgação, é importante estabelecer com os alunos

as várias formas e os canais de divulgação do evento. Uma equipe poderá ficar

responsável pela criação e pela manutenção de um mural em local de fácil

visibilidade na escola. Outra poderá cuidar da divulgação do evento nas salas de

aula. Uma terceira poderá assumir a confecção de cartazes e banners. Uma quarta

equipe poderá divulgar o evento aos demais professores e à equipe gestora da

escola. Pode haver, inclusive, um grupo responsável pela criação de um blog

relativo ao evento. Essas atividades envolvem várias possibilidades

interdisciplinares, como concepção dos cartazes e banners (com a disciplina de

Arte), ou redação de textos para distribuição à comunidade (com a disciplina de

Língua Portuguesa).

Como afirmado anteriormente, a realização de um evento como esse pode

ser uma ótima oportunidade para o envolvimento da comunidade que vive nos

arredores da escola. Assim, a divulgação pode ser realizada nas proximidades da

escola, em pontos comerciais, igrejas, centros comunitários etc. Nesse sentido,

contribuições voluntárias e/ou parcerias na região podem prover outros materiais e

esses, por sua vez, podem ser aproveitados pelas equipes de apoio, como

equipamentos de som, iluminação, cenários, vestuário, entre outros itens.

ATIVIDADE 03

REALIZANDO O FESTIVALCumpridas as fases de planejamento e chegamos à Atividade que

divulgação, com a definição do regulamento tratará do desenvolvimento e da

realização, do evento e a socialização das informações, propriamente ditos, do

festival.

Tempo previsto: 5 a 6 aulas.

Conteúdos e temas: realização do festival de dança e expressões corporais.

Competências e habilidades: identificar formas de participação no festival de dança e expressões

corporais; vivenciar as várias etapas de um festival; participar de forma ativa, solidária e

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cooperativa das situações do evento; torcer por seu grupo ou turma de forma ativa e respeitosa em

relação a todos os participantes.

Recursos: aparelho de som, materiais específicos para cada apresentação, filmadora, máquina

fotográfica.

Desenvolvimento da ATIVIDADE 03

Etapa 1 - Definindo o cronograma de atividadesApós as fases de planejamento coletivo e a formação de grupos para as

atividades de apoio, bem como a divulgação (por meio de diversos veículos), é hora

de desencadear a realização do festival. Procure reunir os vários grupos a fim de

estabelecer um cronograma de realização das atividades. A partir desse

cronograma, defina com os alunos um plano de atividades do evento (roteiro de

ações) e procure coordenar e supervisionar as várias etapas de sua realização.

Etapa 2 - Realizando o plano de atividadesE importante também a realização de reuniões regulares com os

representantes de cada equipe, a fim de resolver problemas urgentes do cotidiano

do evento e prever as atividades seguintes. Essas reuniões poderão tratar de

questões como:

• Organização do local das apresentações;

• Controle de entrada e saída dos grupos;

• Divulgação de resultados (se houver pontuação) parciais;

• Organização do vestiário e da seqüência de apresentação dos

grupos;

• Definição dos responsáveis pelos equipamentos de som e iluminação

(quando houver);

• Registro do evento (filmagem, fotos etc.).

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ATIVIDADE 04

AVALIANDO O FESTIVALEsta Atividade pretende registrar, documentar e avaliar a realização do

festival de dança e expressões corporais.

Tempo previsto: 1 a 2 aulas.

Conteúdos e temas: avaliação do festival de dança e expressões corporais.

Recursos: canetas, papéis, fumadora (opcional), máquina fotográfica (opcional).

Competências e habilidades: identificar a necessidade de avaliação do festival de dança e

expressões corporais; registrar e documentar a realização do evento.

Desenvolvimento da ATIVIDADE 04

Etapa 1 - Avaliando as etapas do festivalÉ importante que a realização de um evento como esse seja documentada e

avaliada, para que se possa compreender os pontos positivos e negativos, corrigir

determinadas estratégias para futuras realizações e valorizar o trabalho coletivo dos

alunos. Dessa forma, reúna-se com os estudantes após o encerramento do festival e

recupere as várias fases do evento, desde o planejamento até a sua realização.

Etapa 2 - Mantendo o festival na memóriaO registro de atividades é igualmente importante para se preservar a

memória dos fatos e acontecimentos que marcam a história de uma instituição

escolar. Durante o evento, forme um grupo de registro e documentação que circule

pelas apresentações colhendo depoimentos de alunos participantes, professores, da

equipe gestora, dos torcedores etc. Se a escola oferecer condições, procure

registrar momentos do festival por meio de fotografias ou filmagens. Esses registros

serão apresentados posteriormente a toda a comunidade, por meio de um mural de

fotografias ou de uma sessão de vídeo.

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ATIVIDADE AVALIADORAApós o encerramento do evento, solicite aos alunos que redijam um texto no

qual avaliem o festival e o próprio envolvimento nesse evento. Um roteiro de

questões pode auxiliar na organização da avaliação. Seguem algumas sugestões:

• Quais os pontos positivos detectados?

• Quais os pontos negativos?

• Quais eram as expectativas em relação ao evento e em que medida

elas foram atingidas? Como o festival pode ser melhorado?

• Como foi sua participação?

• De que modo você se comportou como torcedor?

• Como se relacionou com os colegas de seu grupo e com os colegas

de outros grupos?

Essa atividade de construção de um texto avaliativo pode ser realizada em

conjunto com a disciplina de Língua Portuguesa. Após a entrega do texto avaliativo,

discuta com os alunos as respostas apresentadas, procurando sintetizá-las. E

importante que sejam extraídas desses textos sugestões para futuras realizações de

eventos na escola.

PROPOSTA DE RECUPERAÇÃODurante o percurso pelas várias etapas das Atividades, alguns alunos

poderão não apreender os conteúdos nem desenvolver as habilidades da forma

esperada. E necessário, então, professor, que outras Situações de Aprendizagem

sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de outra maneira. Tais

estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos,

individualmente ou em grupos, envolver todos os alunos ou apenas aqueles que

apresentaram dificuldades.

Especificamente quanto à realização do festival de dança e expressões

corporais, uma possibilidade é retomar com os alunos as várias fases desenvolvidas

(planejamento, divulgação, realização e avaliação), para que eles proponham a

criação de outro evento semelhante.

• O que fariam?

• Como planejariam sua realização?

• Como divulgariam?

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• Como avaliariam o processo?

Essas são algumas questões a partir das quais você, professor, poderá

suscitar e mediar o debate entre os alunos, ou então solicitar a redação de um texto

no qual retomem as diversas etapas para a realização do evento.(Atividades extraídas do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,

volume 04).

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ESPORTE: ORGANIZAÇÃO DE CAMPEONATO ESPORTIVO

Neste bimestre, no tema Esporte prevê-se a organização e a realização de

um campeonato esportivo. Propomos que sua realização ocorra em conjunto com o

tema Atividade Rítmica, mobilizando todos os alunos da 8ª série e também os de

outras séries. Sugerimos que, ao realizar o campeonato, os vários professores de

Educação Física otimizem os espaços e horários disponíveis para as ações

previstas, podendo desenvolver atividades com equipes representativas de cada

classe ou mesclando os alunos das classes em equipes diferentes Em ambos os

casos, deve haver a divisão em categorias. Assim, por exemplo, os alunos da 5ª

série participam apenas com os alunos da mesma série, e assim por diante. Pode-se

também agrupar os alunos por faixas etárias, a fim de minimizar riscos de acidentes,

sobretudo nas competições esportivas.

A intenção deste tema não se resume apenas à realização de um evento;

mais do que isso, pretende-se valorizar o processo desencadeado ao longo de todo

o ano na dinâmica escolar da Educação Física, coroando o trabalho do período não

somente junto aos alunos da 8ª série, mas com a participação de todas as séries do

Ensino Fundamental. Além disso, a realização de um campeonato esportivo é uma

excelente oportunidade educativa para os alunos da 8ª série aprenderem,

retomarem e aplicarem não somente os conhecimentos sobre jogo e esporte, temas

específicos da Educação Física nas quatro séries do Ensino Fundamental, mas

também desenvolverem outras competências importantes para a própria vida, como

planejamento de atividades, organização de eventos, comunicação e divulgação,

registro e avaliação do processo, entre outras.

Espera-se dos alunos o desenvolvimento da capacidade de liderança e

atuação junto aos alunos das séries anteriores, colaborando na realização de seus

eventos, auxiliando-os na elaboração e organização das atividades, arbitrando

jogos, enfim, colocando em prática várias atividades aprendidas ao longo das séries

na Educação Física e em outras disciplinas escolares.

A partir desse objetivo geral, explicitamos alguns princípios que devem

nortear o processo de realização do campeonato.

O campeonato esportivo não deve:

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• Ser pensado como uma atividade programada pela escola para os

alunos, mas realizada junto com eles em todas as suas fases, desde

o seu planejamento até a sua avaliação;

• Estimular a obtenção de performances técnicas ou resultados que

levem a acirramentos, confrontos ou constrangimentos entre os

alunos, mas sim a participação cooperativa de todos. A escola não

pode deixar-se contaminar pelo modelo do espetáculo e da

competitividade exacerbada que visa ao rendimento é à busca de

índices ou recordes esportivos. Ao contrário, deve se posicionar para

fazer um campeonato da Educação Física e da escola e não na

Educação Física e na escola;

• Ser pensado como uma atividade específica da Educação Física e

somente por ela realizado. Ao contrário, constitui excelente

oportunidade para a mobilização de professores de outras disciplinas,

da equipe gestora da escola e da comunidade como um todo, em

torno de um projeto coletivo extremamente motivante e bem recebido

pelos alunos, além de possuir variadas e ricas possibilidades

educativas.

Deve:

• Proporcionar aos alunos da 8ª série o exercício de sua autonomia,

fazendo com que se tornem co-responsáveis pela organização e

realização do campeonato, tanto para a sua turma como para as

demais classes do Ensino Fundamental.

• Promover a discussão do regulamento do campeonato com todos os

alunos e com a coordenação, sob a orientação dos professores de

Educação Física.

As Situações de Aprendizagem apresentadas a seguir procuram contemplar

as várias fases do campeonato, procurando envolver a totalidade dos alunos em

todas as fases do evento, desde o planejamento (Atividade 01) até a sua avaliação

final (Atividade 02), passando pelas fases de divulgação (Atividade 03) e de

realização (Atividade 04).(Texto extraído do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série, volume 04).

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ATIVIDADE 01

PLANEJANDO O CAMPEONATOEsta Atividade pretende desenvolver com os alunos elementos necessários

ao planejamento do campeonato esportivo. Compreende a definição do regulamento

e das equipes para as atividades de apoio e para a preparação de torcidas.

Tempo previsto: 1 a 2 aulas.

Conteúdos e temas: planejamento do campeonato esportivo.

Competências e habilidades: prever e identificar as várias fases de um evento esportivo; elaborar

regulamentos específicos para cada modalidade; organizar atividades de apoio ao evento;

organizar atividades relativas à torcida para o evento.

Recursos: canetas, papéis, cartolinas.

Desenvolvimento da ATIVIDADE 01

Etapa 1 - Definindo o regulamentoA fim de que o campeonato esportivo aconteça de acordo com os objetivos

educacionais da Educação Física, é importante a elaboração de um regulamento

que preveja os vários passos a serem desencadeados, estabelecendo diretrizes

gerais. Professor, é importante que esse regulamento seja realizado com os alunos.

Para isso, coordene uma ou mais discussões com eles, procurando mostrar a

intenção pedagógica desse evento e a responsabilidade dos alunos de 8ª série na

organização e realização junto a outras classes, bem como a complexidade da sua

execução.

Nesse regulamento devem estar previstas as modalidades esportivas a

serem disputadas e as categorias de disputa. No campeonato podem acontecer as

modalidades tradicionais desenvolvidas em aula, como futsal, basquetebol,

handebol, voleibol e atletismo, dependendo das condições materiais e das

instalações de cada escola. Podem também ser realizadas atividades competitivas

de futebol de mesa, tênis de mesa, xadrez e damas, entre outras.

A fim de possibilitar a participação dos alunos em diferentes atividades

esportivas, sugerimos a adaptação de materiais, possibilitando a prática em

modalidades esportivas não comuns nas escolas. Por exemplo: para competições

de atletismo, podem ser construídas barreiras ou obstáculos com caixas e bastões

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para as corridas, ou pesos com embalagens cheias de areia, ou dardos com cabos

de vassouras para os lançamentos e assim por diante. A construção de materiais

alternativos é algo que pode ser também desenvolvido em atividades realizadas nas

aulas de Educação Física e em outras disciplinas, como a de Arte.

Sugerimos também a ocupação de locais e instalações do próprio bairro

onde se localiza a escola, como um campo para a prática de futebol de campo ou

para corridas, saltos e arremessos, bem como uma quadra com instalações para

modalidades que não se conseguem praticar na escola.

Ressaltamos, por um lado, que o regulamento preveja a participação de

todos os alunos em pelo menos uma ou duas atividades esportivas e, por outro,

institua que nenhum aluno possa participar de todas as modalidades. A intenção é

que todos os alunos se envolvam nas atividades, e não apenas os alunos mais

habilidosos.

Propomos também que as regras das competições esportivas sejam

flexibilizadas, a fim de possibilitar a participação de todos os alunos, inclusive dos

que não são tão habilidosos. Por exemplo, a rede de voleibol para os jogos dos

alunos da 5ª e 6ª séries pode ser abaixada; o tempo permitido com a posse de bola

no handebol pode ser aumentado para além dos três segundos permitidos

oficialmente; o tempo de posse de bola no basquetebol pode ser um pouco maior, e

assim por diante.

As formas de disputa entre as equipes devem estar previstas, podendo

haver pontuação para as atividades, gerando uma classificação final das equipes.

Porém, é importante a valorização não só da equipe ou do grupo vencedor, mas de

todas as equipes participantes. E importante que os alunos percebam que uma

classe ou grupo, para obter um somatório alto de pontos, deve participar de todas as

modalidades.

Outro ponto que merece atenção é a questão das normas com relação à

composição das equipes. Podem haver equipes masculinas e femininas, mas seria

importante também que, no campeonato, houvessem momentos para a atuação

conjunta de meninos e meninas, a fim de que algumas tensões, preconceitos e

disputas, presentes no cotidiano escolar com relação a questões de gênero, possam

ser assumidos, discutidos e resolvidos.

Também merece atenção a questão da participação no campeonato

esportivo de alunos com deficiências ou com dificuldade para realização de algumas

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ações propostas. Além de permitir a participação desses estudantes, suas

potencialidades e capacidades de realização devem ser discutidas pelas equipes, e

despertadas as expressões diferenciais.

Sugerimos a eleição, por parte dos alunos, de um representante de cada

turma para auxiliar a comunicação entre a coordenação geral dos eventos e os

alunos. A escolha de um representante feita pela turma pode ser entendida como

um exercício de cidadania e maturidade para os alunos.

Etapa 2 - Definindo as atividades de apoioProfessor, é importante, além da elaboração do regulamento do

campeonato, que sejam também previstas as atividades de apoio, ou seja, a

organização das tabelas de jogos e das formas de disputa (chaves, grupos ou

similares), o registro das atividades, a preparação das súmulas, as definições sobre

arbitragens etc. Cada uma dessas atividades revela-se como excelente

oportunidade para que os alunos desenvolvam diferentes habilidades organizativas

e a capacidade de pensar nos eventos em sua totalidade. Procure formar subgrupos

para cada uma das atividades de apoio. Por exemplo, um grupo responsável pela

arbitragem dos jogos; outro para a elaboração de tabelas de jogos; um terceiro para

os registros, tais como súmula e anotações dos jogos; outro para a disposição das

atividades, tanto em termos de horários como de espaços

Etapa 3 - Preparando as torcidasA realização do campeonato esportivo pode mobilizar toda a escola também

para assistir às partidas e torcer pelas suas classes ou equipes preferidas. Esse

processo também pode ser educativo, uma vez que gera uma discussão sobre os

modelos atuais de torcida nos grandes eventos esportivos, fazendo, inclusive, um

contraponto às manifestações de violência que temos presenciado. O ato de torcer

por uma equipe ou por um grupo pode ser visto como uma atitude ativa por parte

dos alunos, porém com respeito ao adversário e com capacidade interpretativa de

perceber por que uma equipe perdeu ou ganhou um jogo.

A preparação de torcidas pode assim ser tomada como uma oportunidade

para o envolvimento dos alunos em outras disciplinas, como Arte, por exemplo, que

pode trabalhar na preparação de símbolos de cada classe ou equipe, slogans ou

hinos de apresentação, ensaio de coreografias das torcidas etc.

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Professor, procure mobilizar a equipe gestora da escola e os professores de outras

disciplinas para essa atividade de preparação de torcidas.

O campeonato esportivo também pode ser uma excelente oportunidade para

a participação da comunidade que vive nos arredores da escola, de familiares e de

conhecidos dos alunos, para assistirem às competições esportivas, inclusive

compondo a torcida das equipes envolvidas. Devido ao fato de que em alguns

bairros há poucas oportunidades e locais para apresentações esportivas, essas

atividades realizadas na escola também podem ajudar a suprir essas deficiências.

ATIVIDADE 02

DIVULGANDO O CAMPEONATOA intenção desta Atividade é mobilizar os alunos para divulgar a realização

do campeonato esportivo junto à comunidade escolar. Compreende a definição das

equipes e formas de divulgação do evento na escola.

Tempo previsto: 1 a 2 aulas.

Conteúdos e temas: divulgação do campeonato esportivo.

Competências e habilidades: identificar a importância da socialização das informações relativas

ao campeonato esportivo; analisar as diferentes formas de divulgação do campeonato; divulgar a

realização do campeonato, tanto no interior da escola como no seu entorno.

Recursos: canetas, papéis para cartazes e banners.

Desenvolvimento da ATIVIDADE 02

Etapa 1 - Definindo equipes de divulgaçãoProfessor, inicialmente, é fundamental discutir com os alunos a importância

da divulgação do evento em suas várias etapas: na elaboração e na apresentação

do regulamento a todos os alunos participantes; na informação sobre os horários de

jogos, a classificação das equipes, a competição de artilheiros etc. Posteriormente,

forme equipes responsáveis pelas várias etapas de divulgação. Uma divulgação

bem feita é fundamental para colher sugestões na fase de elaboração do

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regulamento. Durante a realização do evento, ela se faz imprescindível para manter

todos os alunos informados sobre a agenda e o andamento das atividades.

Etapa 2 - Definindo formas de divulgaçãoProfessor, definidas as equipes de divulgação, é importante estabelecer com

os alunos as várias formas de comunicação do evento e os canais de divulgação a

serem utilizados. Uma equipe poderá ficar responsável pela criação e manutenção

de um mural, em local de fácil visibilidade na escola. Outra poderá cuidar da

divulgação do evento nas salas de aula. Uma terceira poderá assumir a confecção

de cartazes e banners. Uma quarta equipe poderá divulgar o evento aos demais

professores e à equipe gestora da escola. Pode haver, inclusive, um grupo

responsável pela criação de um blog relativo ao evento. Essas atividades envolvem

várias possibilidades interdisciplinares na divulgação do campeonato, como a

concepção dos cartazes e banners (com a disciplina de Arte), e a redação de textos

que possam ser distribuídos para a comunidade (com a disciplina de Língua

Portuguesa).

Como afirmado anteriormente, a realização de um evento como esse pode

ser uma ótima oportunidade para o envolvimento da comunidade que vive nos

arredores da escola. Assim, a divulgação pode ser realizada nas suas proximidades,

em pontos comerciais, igrejas, centros comunitários etc.

ATIVIDADE 03

REALIZANDO O CAMPEONATOApós as fases de planejamento e divulgação, em que houve a definição do

regulamento do evento e a socialização das informações, esta Atividade desenvolve

a realização propriamente dita do campeonato esportivo.

Tempo previsto: 5 a 6 aulas.

Conteúdos e temas: realização do campeonato esportivo.

Competências e habilidades: identificar formas de participação no campeonato esportivo;

vivenciar as várias etapas de um campeonato; participar de forma ativa, solidária e cooperativa do

campeonato; torcer por sua equipe de forma ativa e respeitosa em relação aos seus colegas e

adversários.

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Recursos: bolas e materiais específicos de cada modalidade esportiva, súmulas, apitos,

cronômetros, filmadora (opcional), máquina fotográfica (opcional).

Desenvolvimento da ATIVIDADE 03

Etapa 1 - Definindo o cronograma de atividadesProfessor, após as fases de planejamento coletivo, de formação de grupos

para as atividades de apoio e da divulgação do evento por meio de vários canais, é

hora de desencadear a realização do campeonato. Procure reunir os vários grupos a

fim de estabelecer um cronograma de realização das atividades. A partir desse

cronograma, estabeleça com os alunos um plano de atividades do evento (roteiro de

ações) e procure coordenar e supervisionar as várias etapas de sua realização.

Etapa 2 - Realizando o plano de atividades É importante também a realização de reuniões regulares com os

representantes de equipe, a fim de resolver problemas urgentes do cotidiano do

evento e prever as atividades seguintes. Essas reuniões poderão tratar de questões

como:

• Organização dos locais dos jogos;

• Controle de entrada e saída das equipes;

• Divulgação de resultados parciais, definição dos responsáveis pelos

materiais necessários para cada jogo;

• Registro do evento (filmagem, fotos etc.).

ATIVIDADE 04 AVALIANDO O CAMPEONATO

Esta Atividade pretende registrar, documentar e avaliar a realização do

campeonato esportivo.

Tempo previsto: 1 a 2 aulas.

Conteúdos e temas: avaliação do campeonato esportivo.

Competências e habilidades: identificar a necessidade de avaliação do campeonato esportivo;

registrar e documentar a realização do campeonato.

Recursos: canetas, papéis, fumadora (opcional), máquina fotográfica (opcional).

Desenvolvimento da ATIVIDADE 04

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Etapa 1 - Avaliando as etapas do campeonatoÉ importante que a realização de um evento como esse seja documentada e

avaliada, a fim de que se possam compreender os pontos positivos e negativos,

corrigir determinadas estratégias para futuras realizações e valorizar o trabalho

coletivo dos alunos. Dessa forma, reúna os alunos após o encerramento do

campeonato e recupere com eles as várias fases do evento, desde o planejamento

até sua realização.

Etapa 2 - Mantendo o campeonato na memóriaO registro de atividades como essas têm a finalidade de preservar a

memória dos fatos e acontecimentos que marcam a história de uma instituição

escolar. Durante o evento, forme um grupo de registro e documentação que circule

pelos jogos colhendo depoimentos de alunos participantes, de professores, da

equipe gestora, de torcedores etc. Se a escola oferecer condições, procure registrar

momentos do campeonato por meio de fotografias ou filmagens. Esses registros

serão apresentados posteriormente a toda a comunidade, por meio de mural de

fotografias ou de sessão de vídeo.

ATIVIDADE AVALIADORAApós o encerramento do evento, solicite aos alunos que redijam um texto no

qual avaliem o campeonato esportivo como um todo e o seu envolvimento nesses

eventos. Um roteiro de questões pode auxiliar na organização da avaliação, tais

como:

• Quais os pontos positivos detectados?

• Quais os pontos negativos?

• Como podem ser melhorados?

• Quais eram as expectativas em relação aos eventos e em que medida

elas foram atingidas?

• Quais eram as expectativas por parte dos organizadores/divulgadores,

dos praticantes! Jogadores e dos espectadores/torcedores?

• Como foi sua participação?

• Como você se comportou na posição de torcedor?

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• Como se relacionou com os colegas de sua equipe e com os alunos das

equipes adversárias?

Essa atividade de construção de um texto avaliativo pode ser realizada em

conjunto com a disciplina de Língua Portuguesa. Após a entrega do texto avaliativo,

discuta com os alunos as respostas apresentadas, procurando sintetizá-las. É

importante que sejam extraídas desses textos sugestões para futuras realizações de

eventos na escola.

PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃODurante o percurso pelas várias etapas das Atividades, alguns alunos

poderão não apreender os conteúdos nem desenvolver as habilidades da forma

esperada. E necessário, então, professor, que outras Situações de Aprendizagem

sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de outra maneira. Tais

estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos,

individualmente ou em grupos, envolver todos os alunos ou apenas aqueles que

apresentaram dificuldades.

Especificamente quanto à realização do campeonato esportivo, uma

possibilidade é retomar com os alunos as várias fases desenvolvidas (planejamento,

divulgação, realização e avaliação), para, então, propor-lhes a criação de outro

evento semelhante.

• O que fariam?

• Como planejariam sua realização?

• Como divulgariam?

• Como avaliariam o processo?

Estas são algumas questões a partir das quais, você, professor, poderá

suscitar e mediar o debate entre os alunos, ou então solicitar a redação de um texto

no qual os alunos retomem as diversas etapas para a realização de um campeonato.(Atividades extraídas do Caderno do Professor: Educação física, ensino fundamental - 8ª série,

volume 04).

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