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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Produção Didático-Pedagógica 2007 Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4 Cadernos PDE VOLUME II

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

Produção Didático-Pedagógica 2007

Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

PROCESSO DE PRODUÇÃO DO OAC

PDE - 2007

IDENTIFICAÇÃO

* AUTOR: MARLI OSSOVSKI PODOLAN

* ESTABELECIMENTO: CEEBJA RIO NEGRO

* ENSINO: MÉDIO

* DISCIPLINA: HISTÓRIA

* CONTEÚDO ESTRUTURANTE: RELAÇÕES CULTURAIS

*CONTEÚDO ESPECÍFICO: SOCIEDADE COLONIAL NA AMÉRICA

PORTUGUESA

* PROFESSOR ORIENTADOR: MÁRIO LOPES AMORIM - UTFPR

1- RECURSO DE EXPRESSÃO

Problematização do Conteúdo

* Título: A MULHER NO PERIODO COLONIAL BRASILEIRO

Da história, muitas vezes a mulher é excluída [...] Os campos que a abordam são os da

ação e do poder do masculino [...] Econômica, a história ignora a mulher improdutiva.

Social, ela privilegia as classes e negligencia os sexos. Cultural ou mental, ela fala dos

homens em geral, tão assexuado quanto a humanidade (PERROT, 1988, p. 185)

* Texto:

Com esta introdução queremos conhecer, através de textos e imagens, o papel da

mulher na sociedade colonial brasileira, pois apesar de estarem presentes desde o início do

processo de colonização, de participarem da luta contra as difíceis condições de vida entre

os séculos XVI e XVIII, elas não eram muito visíveis. Isso porque a grande maioria delas

era analfabeta, subordinada aos homens e politicamente inexistentes.

Na América portuguesa colonial a vida feminina estava restrita "ao bom

desempenho do governo doméstico e na assistência moral à família, fortalecendo seus

laços." (SAMARA, 1983. p. 59). O homem, por sua vez, tinha seu papel centrado na

provisão da mulher e dos filhos e a proteção de seus bens; tais como: terras, escravos,

2 dinheiro, plantações. A essa proteção cabia à mulher responder com obediência.

Entretanto, existiam grandes diferenças na realidade feminina, ao se comparar as

diferentes classes sociais no Brasil Colonial.

As mulheres de elite eram vistas como submissas e mães dedicadas (de acordo com

as normas de conduta difundidas pela Igreja e legalizadas pelo Estado). Já as mulheres mais

pobres, em sua realidade, apresentavam-se como mães solteiras e vítimas de exploração

sexual e doméstica.

Portanto, as imagens das mulheres de elite, na história do Brasil "como auto-

sacrificadas, submissa sexual e materialmente e reclusa com rigor, opõem-se à

promiscuidade da mulher subalterna, em regra mulata ou índia." (DEL PRIORE, 1993. p.

46)

Diante dessas considerações as problematizações que colocamos são:

Como seriam as mulheres do passado brasileiro? O que faziam? Como sobreviviam

durante a colonização da América portuguesa? Se no Brasil Colonial o trabalho feminino

era o de lavadeira, cozinheira, comerciantes de doces, bolos, queijos, é possível dizer a

mesma coisa em relação à divisão do trabalho feminino atual? Como? Por quê?

Buscando respostas para estas indagações é que esperamos ampliar a visibilidade

das mulheres que, apesar das conquistas femininas, ao longo da história, continuam

confinadas na disciplina de História, continuam invisíveis tanto na esfera privada quanto no

espaço público, não havendo aí uma articulação entre a condição feminina e suas

transformações e permanências históricas.

• Referências:

- DEL PRIORE, Mary. Ao sul do corpo: condição feminina, maternidades e

mentalidades no Brasil Colônia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993.

- _________________. Mulheres no Brasil Colonial. 2.ed. São Paulo: Contexto, 2003

(Coleção Repensando a História)

- PERROT, Michelle. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio

de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

- SAMARA, Eni de Mesquita. A família brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1983.

- WEIGEL, Sigrid. Estética feminista. Barcelona: 1986. pp. 69-98.

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2- RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO

2.1 Investigação Disciplinar

• Título: A HISTÓRIA TEMÁTICA E A QUESTÃO DE GÊNERO

• Texto:

Romper com o ensino tradicional de História é um desejo expresso pela maioria dos

professores de História, que através de suas experiências, já realizam contribuições nesse

sentido.

Mas que pressupostos podem contribuir para uma ruptura com o ensino tradicional

de História?

Segundo Schmidt (In KUENZER, 2002, p. 205) destacam-se os seguintes

pressupostos para esta ruptura:

1. À perspectiva de uma história linear e evolutiva deve-se tratar o ensino de

História como processo, em que a seleção de temas ou conteúdos a serem

estudados privilegiem a análise da experiência humana e a compreensão das

mudanças ou transformações que ocorreram na sociedade, ao longo do tempo.

2. Em vez de uma História baseada numa sucessão de fatos isolados e

fragmentados, propõe-se a seleção de temas que possibilitem a apreensão da

realidade na sua totalidade, de forma dinâmica e contraditória.

3. À idéia da História como estudo do passado, professores e alunos devem tomar

sempre o seu presente como ponto de partida para a busca e a compreensão do

conhecimento histórico.

4. A um ensino de História pautado na memorização dos fatos sem significado,

propõe-se uma prática de ensino que o instrumentalize na compreensão e

"Embora a produção historiográfica brasileira contemporânea esteja marcada pela

visibilidade, emergência e valorização do tema mulher e/ou "relações de gênero, ainda não

há repercussão significativa desta problemática no ensino de história."

(Delgado: 1997. p.37)

4 interpretação da realidade social, contribuindo para a construção de sua

identidade como sujeito da História.

Nesse sentido, os conteúdos devem superar uma organização baseada em seqüências

obrigatórias e ir na direção de temas levantados a partir da realidade social presente,

vinculado à realidade social dos alunos e articulado ao universo das relações sociais.

A experiência do aluno permeará o procedimento histórico relacionado ao ensino.

Esse procedimento histórico comporta alguns elementos que fazem parte da construção do

conhecimento histórico, tais como: explicação histórica da construção de conceitos

históricos, o trabalho com as temporalidades históricas, o uso escolar de documentos

históricos e a apropriação das novas tecnologias da informação e de seus produtos.

Ensinar História a partir da experiência do aluno significa fazer com que ele se veja

como partícipe do processo histórico. Significa fazê-lo entender que a sua história é

resultado de um movimento dinâmico e processual da história da humanidade e

compreender que ele também faz a História.

É função do ensino de História fazer com que alunos e professores, a partir do

diálogo entre presente e passado, possam identificar as possibilidades de intervenção e

participação na realidade em que vivem.

Nas correntes historiográficas tomadas como referência para a elaboração das

Diretrizes Curriculares de História do Estado do Paraná (2006), foi rompida a idéia do

documento escrito como única fonte confiável para o estudo do passado. O conceito de

documento foi ampliado: imagens, objetos materiais, oralidade e os mais diversos

documentos escritos são tomados como vestígios do passado, a partir dos quais é possível

produzir o conhecimento histórico. As imagens, livros, jornais, histórias em quadrinhos,

fotografias, pinturas, gravuras, museus, filmes, músicas também são documentos que

podem ser transformados em materiais didáticos para a construção do conhecimento

histórico.

Diante de toda essa reflexão sobre a produção do conhecimento histórico é que a

História Temática passa a ser proposta pelas Diretrizes Curriculares de História, para o

Ensino Médio, na educação básica do Estado do Paraná (2006).

Os conteúdos estruturantes de relações de trabalho, relações de poder e relações

culturais devem estar articulados à fundamentação teórica e à seleção de temas.

Ao elaborar o problema e selecionar o conteúdo estruturante que mais bem responda

5 a problemática, o professor constitui o tema, o qual se desdobra nos conteúdos específicos

que fundamentam a resposta para a problemática.

Para tal tematização é preciso ter em mente três dimensões:

1. Ressaltar o aspecto ou os aspectos que se quer representar.

2. Inscrever o fato em um período bem definido, com referências fixas do ponto de vista

temporal.

3. Adotar um âmbito territorial de observação do fenômeno tematizado.

A partir dessas considerações a respeito da História Temática justifica-se a inserção do

conceito de gênero.

Para o entendimento do significado de gênero na produção histórica, Mattos

entende que,

os estudos de gênero procuram mostrar que as referências culturais são

produzidas por símbolos, jogos de significação, cruzamento de conceitos e

relações de poder, conceitos normativos, relações de parentesco, econômicas e

políticas (MATTOS, 2000, p.17)

Afirma ainda que as relações de gênero são construções das sociedades "baseadas

nas diferenças hierárquicas que distinguem os sexos, e são, portanto, uma forma primária

de relações significantes de poder" (MATTOS, 2000, p. 17).

Entende-se desta forma, que as representações de gênero constroem estereótipos e

moldes que acabam por sujeitá-los, homens e mulheres, às determinadas normas criadas

pela sociedade. Determinam os valores, comportamentos, papéis na sociedade e hierarquia,

que são percebidos nas relações e práticas sociais.

Existe, ainda hoje, uma ausência quase total das mulheres no nível da narrativa

histórica, que amplia-se por uma carência de pistas no domínio das fontes com as quais se

nutre o historiador, devido à deficiência dos registros primários.

Ainda segundo Wadi

se a maior parte dos "arquivos públicos, olhares de homens sobre

homens", calam quantitativamente as mulheres, o olhar perscrutador,

curioso e consciente de pesquisadores faz emergir qualitativamente sua

presença. A memória social da vida das mulheres vai-se perdendo mais

por esquecimento ideológico do que por uma real inexistência de

documentos. (WADI, 1997, p. 50)

6

A contribuição de Del Priore (1994), na obra "A Mulher na História do Brasil",

refere-se ao período colonial. A maternidade, a piedade e a sexualidade, domesticada ou

não constituíram-se em atitudes e hábitos de assimilação ou resistência à implantação do

sistema colonial, que convém analisar nas práticas do personagem feminino mais

representativo então: a branca pobre, a mulata e a negra forra enquanto mãe, devota e

infratora.

Del Priore (2000), em "História das Mulheres no Brasil", traz ricas informações, na

medida em que apresenta a história das mulheres de diferentes regiões e classes sociais, sob

a visão de diferentes autores, em diferentes tempos, permitindo perceber os perfis das

mulheres, bem como as imagens idealizadas das mesmas em diferentes contextos.

Valores e formas de comportamento das mulheres no trabalho e na vida

doméstica familiar são aí explicitados. Comportamentos que deveriam garantir a inserção

destas na nova ordem que se estabelecia no período, com o processo de construção da

sociedade brasileira, com respeito às mulheres das diferentes classes sociais.

Referências:

DELGADO, Andréa Ferreira. Por que pesquisar e ensinar história sob a perspectiva

das relações de gênero. História e Ensino: Revista do Laboratório de Ensino de História.

Londrina: UEL, n.3, 1997, p. 141-161

DEL PRIORE. Mary. A mulher na história do Brasil. 4ª ed. São Paulo: Contexto,1994.

(Coleção Repensando a História)

DEL PRIORE, Mary (Org.). História das mulheres no Brasil. 3ª ed. São Paulo:

Contexto., 2000

KUENZER, Acácia Zeneida (Org.) Ensino Médio: construindo uma proposta para os que

vivem do trabalho. São Paulo, Cortez, 2005.

MATTOS, Maria Izilda. Gênero: questões e influências. História, Portugal, n.18, ano

XVIII, mar.2000

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares da rede pública de

educação básica do Estado do Paraná: História. Curitiba: SEED, 2006.

WADI, Yonisa Marmit. História das mulheres: a problemática das fontes. História e

Ensino: Revista do Laboratório de Ensino de História. Londrina: UEL, n.3, 1997, p. 47-56

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2.2 Perspectiva Interdisciplinar

• Título: MULHER: UMA QUESTÃO INTERDISCIPLINAR

Texto:

Segundo Fazenda (1991), a postura interdisciplinar envolve uma forma de conceber

e de se relacionar com o conhecimento socialmente produzido. Tem como pressuposto um

relacionamento ativo e crítico de professores, alunos e conhecimentos.

Para tanto, o professor pode propor aos alunos pesquisas que promovam a amplitude

do conhecimento da história da mulher e suas conquistas, pois a participação da mulher ao

longo da história tem sido muitas vezes esquecida; o que se explica pela predominância da

história branca e masculina, que privilegia os feitos dos homens.

Em Sociologia, pode-se analisar o contexto do mundo do trabalho, visto que a mão-

de-obra escrava foi muito utilizada no Brasil durante a colonização, o que contribuiu para a

composição e as principais características do mercado de trabalho brasileiro.

Assim, através de pesquisas verificar, em algumas regiões do Brasil, o percentual de

mulheres negras em atividades consideradas vulneráveis (ex.: empregada doméstica,

diarista...), bem como o percentual de mulheres negras que conseguem terminar o ensino

universitário e outros itens que, professor e alunos, julguem necessários.

Com base em todas essas informações, pedir que os alunos insiram os dados

pesquisados em um mapa do Brasil, destacando as regiões brasileiras que apresentam

índices mais significativos.

Possibilitar, ainda, ao aluno, o entendimento do conceito de dupla jornada,

oferecendo a ele subsídios para refletir se a dupla jornada de trabalho sempre esteve

presente no mercado de trabalho feminino. Quais os dilemas enfrentados pela mulher ao dar

"O que caracteriza a atitude interdisciplinar é a ousadia da busca, da pesquisa: é a

transformação da insegurança num exercício do pensar, num construir". (FAZENDA:

1991, p. 18)

8 conta da sua profissão e das tarefas do próprio lar? Como a sociedade pode desmistificar

todos esses dados e práticas sociais? Debater junto aos alunos e apresentar as conclusões

em formas de textos e cartazes.

Em Matemática pode-se propor aos alunos o levantamento dos salários pagos a

homens e mulheres nas mais diversas funções. Calcular a média aritmética dos salários e a

respectiva porcentagem em relação a cada um.

Com esses dados, discutir por que existe diferença salarial entre os gêneros. Qual a

tendência do futuro? A crescente disparidade entre homens e mulheres, ou uma redução

dessa desigualdade? Por quê?

Procurar levar textos atuais que discutam essa situação e que permitam aos alunos

entender tais diferenças salariais.

Dentro da Literatura é possível trabalhar a obra Inocência, de Alfredo d�(VFUDJQROOH�Taunay .

Os alunos são divididos em equipe, cada equipe escolhe um capítulo para realizar a

leitura, sendo orientados para que, ao fazê-la, preparem uma socialização de maneira

criativa.

Após a leitura, os alunos organizam-se em círculo e cada grupo apresenta o capítulo

que leu através de relatos, dramatizações, relatos da realidade do texto e que podem ser

transpostos para os dias atuais.

• Referências:

BITTENCOURT, Circe M. F. Ensino de história: fundamentos e métodos. São Paulo:

Cortez, 2004.

FAZENDA, Ivani (Org.). Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 1991.

MULHER E TRABALHO: caderno do professor/ (coordenação do projeto Francisco

José Carvalho Mazzeu, Diogo Joel Demarco, Luna Kalil). São Paulo: Unitrabalho -

Fundação Interuniversitária de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho; Brasília, DF:

Ministério da Educação. SECAD - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e

Diversidade, 2007. (Coleção Cadernos de EJA)

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2.3 Contextualização

• Título: A MULHER E SUA PARTICIPAÇÃO NA SOCIEDADE ATUAL

Os direitos de cidadania das mulheres e as condições para seu exercício são

questões centrais da democracia, e não apenas questões das mulheres.

(Mulheres no Brasil/Direitos Humanos) :<http:// www.mulheresnobrasil.org.br>

Acessado em 01/11/2007

• Texto:

É a partir dos anos 50 que a mulher toma consciência de sua alienação e de como,

de uma maneira ou outra, ela sempre foi o escravo do homem.

Esta constatação da condição feminina é feita pela escritora Simone de Beauvoir,

que através de seu livro O Segundo Sexo, mostra que as mulheres são, de fato, definidas e

tratadas como um segundo sexo por uma sociedade patriarcal, cuja estrutura entraria em

colapso se esses valores fossem genuinamente destruídos.

Para tanto, as mulheres têm que tomar consciência desta dominação e acreditarem

na própria capacidade de mudar a situação. Quanto mais elas se unirem, através de ações

de massas, mais progresso essas mulheres alcançarão. Recusarão a idéia de que o homem

a faz esquecer de sua dependência, de sua insignificância histórica e lutarão pela

igualdade total entre os dois sexos, quando então nascerá a liberdade da mulher.

Em contraposição a esta participação da mulher na sociedade atual, defendida por

Simone de Beauvoir, é que se constrói a imagem do gênero feminino no Brasil, explicada

por Mary del Priore, de que a história sempre foi contada por homens sobre outros

homens, relegando a mulher a um papel coadjuvante, com pouco destaque à participação

feminina na construção da história brasileira.

O que se procura é resgatar a participação da mulher na construção histórica do

Brasil, iniciando na mulher nativa, desbravadora, escrava, senhora, rica, pobre, chegando

até a mulher atual que luta para conquistar o seu merecido lugar na nossa sociedade.

10 É preciso reconhecer a coragem, a ousadia e a garra do chamado sexo frágil nesta

sociedade patriarcal do Brasil, que impôs às mulheres o moralismo machista, que roubou-

lhe o direito ao desejo, ao prazer e a sexualidade, que proibiu-lhe o trabalho feminino e

que mascarou a prostituição como última alternativa para a sobrevivência.

Graças a esta mulher anônima, que desembarcou nesta terra, e que não se curvou e

nem se rendeu às imposições da sociedade machista que a mulher de hoje continua

lutando para ter seus direitos respeitados e quebrar o tabu machista para alcançar, segundo

Simone de Beauvoir, a igualdade entre os dois sexos.

• Referências:

BEAUVOIR, Simone. O Segundo Sexo. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1980.

BEAUVOIR, Simone. Disponível em <http://www.simonebeauvoir.kit.net>. Acessado em

01/11/2007.

DEL PRIORE, Mary & BASSANEZI, Carla. História das mulheres no Brasil. 3.ed. São Paulo: Contexto, 200.

O progresso das mulheres no Brasil Disponível em :<http://

www.mulheresnobrasil.org.br> Acessado em 01/11/2007

3- RECURSOS DIDÁTICOS

3.1 Sítios

Título do sítio: História Viva

Disponível em :<http://www2.uol.com.br/historiaviva>

Acessado em: outubro/2007

Comentários: Permite o acesso a Revista Historia Viva, da Editora Duetto. Traz

reportagens, artigos, multimídia, notícias sobre fatos da história.

11 Título do sítio: História Net: a nossa História

Disponível em <http://www.historianet.com.br>

Acessado em: outubro/2007

Comentários: Apresenta tópicos de pesquisa sobre a História do Brasil, História Geral,

História da América. Traz ainda temáticas, atualidades, vestibulares, notícias, livros, filmes,

mapas, biografias e ilustrações.

Título do sítio: Grupo de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no

Brasil" Faculdade de Educação - UNICAMP

Disponível em :<http:// www.histedbr.fae.unicamp.br>

Acessado em: outubro/2007

Comentários: Sítio que apresenta estudos feitos por educadores sobre a história, sociedade e

educação no Brasil. Contém artigos, atividades de pesquisa, intercâmbios e um item

"Navegando na História da Educação Brasileira".

Título do sítio: ANPUH - Associação Nacional de História

Disponível em:< http://www.fflch.usp.br/dh/anpuh/public_html/anpuh.htm>

Acessado em: outubro/2007

Comentários: Associação com objetivo de desenvolver o ensino de história, divulgar

trabalhos, pesquisas e promover intercâmbios de idéias entre os associados. Mantém

boletins nacionais e regionais, além de uma publicação periódica, a Revista Brasileira de

História.

12 Título do sítio: CeVEH - Centro Virtual de Estudos Históricos

Disponível em: <http://www.ceveh.com>

Acessado em: outubro/2007

Comentários: Página voltada para pesquisadores e estudantes de graduação. Tem

disponíveis vários documentos, além de bancos de imagens, biblioteca, entrevistas e artigos

diversos.

Titulo do Sítio: Web História

Disponível em :<http://www.webhistoria.com.br>

Acessado em: outubro/2007

Comentário: Revista virtual de história, com íntegra de documentos oficiais, artigos e links

diversos.

Título do sítio: Clio História

Disponível em <http:// www.cliohistoria.hpg.com.br>

Acessado em: outubro/2007

Comentário: traz informações, download de livros, textos, imagens, relação de filmes e

documentários entre outros.

Título do sítio: Pitoresco

Disponível em :< http://www.pitoresco.com.br>

Acessado em: outubro/2007

Comentário: Registra, em linhas gerais, a trajetória da pintura brasileira desde a invasão

holandesa até os dias de hoje.

13 Título do sítio: Fundação Carlos Chagas

Disponível em <http://www.fcc.org.br/mulher/series_historicas/ghgm.html>

Acessado em: outubro/2007

Comentário: site da Fundação Carlos Chagas que apresenta uma série de documentos sobre

a mulher e o mercado de trabalho.

Título do sítio: Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos

Disponível em: <http://www.dieese.org.br>

Acessado em: outubro/2007

Comentário: publica periodicamente pesquisas e estudos sobre os rendimentos de mulheres

e homens no mercado de trabalho

Título do sítio: Presidência da República Federativa do Brasil

Disponível em <http://www.presidencia.gov.br/spmulheres>

Acessado em: outubro/2007

Comentário: A Secretaria Especial de Políticas para as mulheres, ligada á Presidência da

república e a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estão

desenvolvendo, desde 2005, um boletim eletrônico trimestral que analisa a situação do

mercado de trabalho, do desemprego e dos indicadores da pesquisa Mensal de Empregos do

IBGE que envolvem a mulher.

Título do sítio: Portal Brasil: a sua biblioteca virtual

Disponível em :<http:// www.portalbrasil.net/brasil_populacao.htm>

Acessado em : outubro/2007

Comentário: apresenta dados atualizados sobre a população e o território brasileiro

Título do sítio: Pontifício Instituto Missões Exteriores

Disponível em <http://www.pime.org.br/mundoemissao/mulhermaos.htm>

Acessado em: outubro/2007

Comentário: duas historiadoras contemporâneas fazem uma análise da representação

feminina em dois universos: o místico e o do trabalho, retratando a caminhada da mulher ao

longo da história.

14

Título do sítio: Biblioteca Virtual do Estudante

Disponível em : <http://www.bibvirt.futuro.usp.br/index.php/imagens/pranchas_de_debret>

Acessado em: outubro/2007

Comentário: A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro - um projeto da Escola do Futuro

da USP - oferece textos, imagens e sons sobre diferentes temas. São obras de literatura,

textos que podem ser lidos a partir de um aparelho de palm, reproduções de obras de arte,

vídeos, além do áudio de entrevistas, sons de instrumentos em MP3 ou canções infantis.

Em Imagens, a seção de Arte traz a reprodução de pranchas (Desenhos) de Jean Baptiste

Debret relatando sua “Viagem Pitoresca e Histórica pelo Brasil”.

Título do sítio: O progresso das mulheres no Brasil

Disponível em :<http:// www.mulheresnobrasil.org.br>

Acessado em: outubro/2007

Comentário: Apresenta uma análise dos avanços femininos obtidos nos últimos anos.

Também aborda os problemas mais urgentes a serem enfrentados.

3.2 Sons e Vídeos

- Vídeo

* Título: XICA DA SILVA

• Direção: Carlos Diegues

• Produtora: Embrafilme e Unifilms

• Duração: 117 min

• Ano: 1976

• Disponível em: Locadora

* Comentário: O filme focaliza a trajetória de Xica da Silva, que de escrava, tornou-se

a primeira dama negra de nossa história, seduzindo o milionário contratador de diamantes

João Fernandes de Oliveira.

Promovendo luxuosas festas e banquetes, e exibindo grupos de teatro europeu, que

se apresentavam nas salas de sua imensa casa, Xica da Silva ficou conhecida até na corte

portuguesa. A ostentação atingiu aspectos surrealistas, quando João Fernandes de Oliveira

satisfez o caprichoso desejo de sua amante de fazer uma viagem marítima sem sair da

15 região, construindo um lago artificial e uma caravela manobrada por uma tripulação de

dez homens.

* Título: DESMUNDO

• Direção: Alain Fresnot

• Produtora: A . F. Cinema e Vídeo

• Duração: 101 min

• Ano: 2003

• Disponível em: Locadora

* Comentário: Brasil, por volta de 1570. Chegam ao país algumas órfãs, enviadas

pela rainha de Portugal, com o objetivo de desposarem os primeiros colonizadores. Uma

delas, Oribela, é uma jovem sensível e religiosa que, após ofender de forma bem grosseira

Afonso Soares D'Aragão se vê obrigada em casar com Francisco de Albuquerque, que a

leva para seu engenho de açúcar. Oribela pede a Francisco que lhe dê algum tempo, para

ela se acostumar com ele e cumprir com suas "obrigações", mas paciência é algo que seu

marido não tem e ele praticamente a violenta.

* Título: A MURALHA

• Direção: Carlos Araújo/Luís Henrique Rios/Denise Saraceni

• Produtora: Rede Globo de Televisão

• Duração: 127 min

• Ano: 2002

• Disponível em: DVD (04 discos) na Locadora

• Comentário: Minissérie de Maria Adelaide Amaral que trata sobre o tema do

descobrimento e seus primeiros colonos. Em quatro discos: DVD 1 - ''Velhos pecados em

um novo mundo'' - 2 primeiros episódios: a ex-judia Ana, fugindo da Inquisição, chega a

São Paulo do Piratininga e casa-se com dom Jerônimo; DVD 2 - ''A febre do ouro e os

apelos da carne'' - episódios 3 e 4: um veio de ouro é descoberto por Tiago, filho de dom

Braz, inimigo de dom Jerônimo; DVD 3 -''De lagoa Serena ao Ribeirão Dourado'' - Tiago,

apaixonado por Isabel, descobre que ela é sua irmã. Ela está grávida dele, mas seus irmãos

16 acreditam que o filho é fruto de sua relação com o índio Apingorá; DVD 4 - ''O

nascimento de uma nação'' - chega o governador-geral dom Diego a São Paulo de

Piratininga, restaurando a ordem no lugar.

- Áudio-CD/MP3

* Título da Música: Maria Maria

• Executor/Intérprete: Milton Nascimento

• Título do CD: Maria Maria e o Último Trem Duplo

• Número da Faixa: 01

• Nome da Gravadora: EMI

• Ano: 2004

• Disponível em : <http://www.cifraclub.com.br >Acessado em out/2007

• Local: Brasil

• Texto (ex: letra da música):

Maria, Maria, é um dom, uma certa magia

Uma força que nos alerta

Uma mulher que merece viver e amar

Como outra qualquer do planeta

Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor

É a dose mais forte e lenta

De uma gente que ri quando deve chorar

E não vive, apenas agüenta

|Mas é preciso ter força, é preciso ter raça

|É preciso ter gana sempre

|Quem traz no corpo a marca

|Maria, Maria, mistura a dor e a alegria

|Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça

|É preciso ter sonho sempre

|Quem traz na pele essa marca

|Possui a estranha mania de ter fé na vida

17 • Comentário: A letra da música Maria, Maria retrata a força da mulher negra, a

sua luta pela sobrevivência, a sua dor, a sua alegria e o seu sonho de sempre ter esperança

em dias melhores para todas as mulheres.

3.3 Proposta de Atividades

* Título: IMAGENS DA MULHER NO BRASIL COLÔNIA

• Texto:

Objetivo: Apresentar aos alunos uma visão da mulher e suas representações no Brasil

Colonial

Interface: Artes Plásticas

Nas aulas de História do Brasil, a mulher costuma ser mencionada tão somente

quando se analisa a estrutura da sociedade colonial.

Nesta atividade, o aluno deve perceber que as mulheres coloniais não eram todas

iguais. Existiam mulheres que eram submissas aos seus maridos e outras que nem tinham

maridos, trabalhavam para sustentar a casa e ainda criavam crianças que eram abandonadas

pelos pais. Deve compreender, assim, que as mulheres não formavam um grupo que sempre

apresentava características semelhantes.

Para tanto, propomos que sejam abordadas em sala de aula, utilizando como fonte

de análise, algumas cenas pintadas por Jean Baptiste Debret e Johan Moritz Rugendas, em

passagem pelo Rio de Janeiro, na década de 1820.

À medida que o professor apresentar as imagens para os alunos, deve oferecer

informações sobre seus autores e as condições de sua produção.

Jean Baptiste Debret: integrou a Missão Artística Francesa que chegou ao Brasil em 1816.

Entre 1823 e 1831, atuou como professor da Academia Imperial de Belas Artes e viajou por

várias cidades do país, retratando paisagens locais, costumes e tipos humanos, destacando a

forte presença dos negros escravos em nossa sociedade.

18

Johan Moritz Rugendas: chegou ao Brasil pouco depois, em 1821, integrando a Expedição

Langsdorff para pintar e desenhar a natureza e os costumes da população, tendo produzido

excelentes ilustrações.

1ª imagem:

FAMILIA POBRE EM SUA CASA

Disponível em Biblioteca Virtual do Estudante

Endereço: www.bibvirt.futuro.usp.br/index.php/imagens/pranchas_de_debret

Acessado em 15/10/07

Não informar aos alunos o título e convidá-los a observar a imagem e tentar descrever a

ação que se passa na cena.

Discutir com os alunos como viviam os pobres naquela sociedade:

- casa feita de taipa;

- sugere-se que tem apenas dois cômodos, sem distinção entre os lugares de comer,

dormir e trabalhar;

- móveis são substituídos pela presença da rede, da esteira e do estrado de madeira no

chão, o que demonstra a baixa condição social das pessoas que ali viviam;

- presença de duas mulheres, uma anciã e uma jovem, sozinhas na casa, lidando

diretamente com a escrava;

- presença da mulher negra transferindo para as mãos da jovem os seus ganhos, o que

19 retrata o modo de vida desses escravos que atuavam no espaço urbano.

2ª imagem

UMA SENHORA BRASILEIRA EM SEU LAR

Disponível em Biblioteca Virtual do Estudante

Endereço: www.bibvirt.futuro.usp.br/index.php/imagens/pranchas_de_debret

Acessado em 15/10/07

Não informar aos alunos o título e convidá-los a observar a imagem e tentar descrever a

ação que se passa na cena.

Discutir com os alunos como vivia a elite naquela sociedade:

- sala para trabalhos;

- presença de móveis para a senhora e sua filha;

- esteiras para as escravas;

- presença das crianças negras junto às mães escravas;

- jovem escrava servindo a senhora,

- vestimentas da senhora e das escravas;

- dia-a-dia da mulher branca de elite: costurar e bordar, ensinar aos filhos as orações e as

primeiras letras.

3ª imagem

20 INDIA CAMACÃ

Disponível em Biblioteca Virtual do Estudante

Endereço: www.bibvirt.futuro.usp.br/index.php/imagens/pranchas_de_debret

Acessado em 15/10/07

Não informar aos alunos o título e convidá-los a observar a imagem e tentar

descrevê-la.

Discutir com os alunos como viviam os índios naquela sociedade:

- presença da mulher índia nas imagens de Debret;

- beleza da índia: parda, disposta, cabelo comprido, nudez, pintura no corpo feita com

tinta de jenipapo, grande quantidade de enfeites nos braços, pescoço e cabelo;

- cotidiano da mulher índia marcado pelo cuidado com o corpo, com os filhos e a

sobrevivência;

- infância passada junto à mãe;

- casavam-se cedo, passavam para o domínio do marido e o acompanhavam sempre,

21 levando nas costas todos os utensílios e as provisões.

4ª imagem

COSTUMES DO RIO DE JANEIRO

Disponível em Clio História

Endereço: www.cliohistoria.hpg.com.br/banco de imagens

Acessado em 15/10/2007

Não informar aos alunos o título e convidá-los a observar a imagem e tentar descrever a

ação que se passa na cena.

Discutir com os alunos:

- a varanda da casa colonial;

- a presença de duas mulheres e suas vestimentas;

- a chegada do homem e sua vestimenta;

- sugere-se um encontro entre namorados, com a presença da ama de companhia, a qual

deveria estar presente para zelar pelos bons costumes.

5ª imagem

22 NEGRAS COZINHEIRAS E VENDEDORAS DE ANGU

Disponível em Biblioteca Virtual do Estudante

Endereço: www.bibvirt.futuro.usp.br/index.php/imagens/pranchas_de_debret

Acessado em 15/10/07

Não informar aos alunos o título e convidá-los a observar a imagem e tentar

descrever a ação que se passa na cena.

Discutir com os alunos:

- o local onde as negras vendem o produto do seu trabalho;

- a forma de produzir o angu;

- como é servido para os consumidores,

- quem são esses consumidores que encontram-se junto as negras;

- por que as negras fazem este tipo de trabalho.

Conclusão a que se pode chegar junto aos alunos:

Diferentemente da idéia amplamente propagada pela historiografia sobre a condição

social feminina a partir do século XVI, fundada no modelo de passividade e fragilidade

veiculada pelos escritores românticos, nem todas as mulheres limitavam suas vidas a ficar

em casa cuidando dos afazeres domésticos, completamente dependentes dos seus pais e

esposos.

23 Principalmente, entre as classes menos abastadas, as mulheres eram obrigadas a

prover seu próprio sustento, lavando roupas nas fontes da cidade, vendendo doces e frutas

nos tabuleiros ou explorando a mão-de-obra dos escravos de ganho.

Ao final de toda a discussão, o professor pode solicitar que os alunos pesquisem

outras imagens que retratem a mulher, produzidas no século XIX, XX e XXI.

Estas imagens devem ser apresentadas junto a um pequeno texto, informando o

autor, o ano de sua produção e uma explicação do significado da imagem.

Todo esse material deve ser utilizado para a composição de um mural, que poderá

ser apreciado por todos.

• Referências:

BITTENCOURT, Circe M. F. Ensino de história: fundamentos e métodos. São

Paulo: Cortez, 2004

• SCHIMIDT, Maria Auxiliadora. Ensinar história. São Paulo: Scipione, 2004

(Pensamento e ação no Magistério).

3.4 Imagens

• Imagem:

Descrição da Imagem: Mulher escrevendo Autor: AGB PHOTO Proprietário: SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ Fonte Bibliográfica: Data inclusão da imagem: 24/08/2004 Categoria/SubCategoria: Pessoas e Estilo de Vida/Acima de 40 anos Pessoas e Estilo de Vida/Raças Pessoas e Estilo de Vida/Professor Pessoas e Estilo de Vida/Profissional Palavras-chaves: Mulher , Escrita , Carta , Médica , Receita

24

Título: Bugra Descrição da Imagem: 63 x 51 – Óleo sobre tela - Figura feminina retratada de frente, com o rosto levemente voltado para a esquerda, com longos cabelos negros, parte destes caídos na frente passando pelos ombros indo até Autor: Guto Rodrigues Proprietário: Museu Alfredo Andersen/SEEC Fonte Bibliográfica: Data inclusão da imagem: 30/05/2005 Categoria/SubCategoria: Arte/Pintura Arte/Artes visuais Palavras-chaves: Pintura , Andersen

Título: Camponesa Rutena II Descrição da Imagem: 60 x 49 – Fotografia ampliada e colorida a óleo, colada sobre tela Autor: Guto Rodrigues Proprietário: Museu Alfredo Andersen/SEEC Fonte Bibliográfica: Data inclusão da imagem: 30/05/2005 Categoria/SubCategoria: Arte/Pintura Arte/Obra de arte Arte/Artes visuais

25

* Comentário: A história das mulheres e suas representações permite que o aluno discuta o

imaginário social, as mentalidades, atitudes e comportamentos de grupos sociais distintos,

mas com experiências comuns, como as índias, as camponesas, casadas, solteiras, jovens ou

velhas, brancas ou negras...É a condição feminina exposta através de um rico, variado e

complexo estudo.

4- RECURSO DE INFORMAÇÃO

4.1 Sugestão de Leitura

• Livro

• Título do Livro: MULHERES NO BRASIL COLONIAL * Referência: DEL PRIORE, Mary. Mulheres no Brasil Colonial. 2. ed. São Paulo:

Contexto, 2003. (Repensando a História)

• Comentários: Reconstitui passos, vivências e trajetórias: a história das mulheres e

de sua diferença sexual e as múltiplas formas que utilizaram para lutar por si e pelos seus, a

sua vida social e as representações que se fizeram delas, pois pouco ainda se conhece das

nossas antepassadas índias, brancas, negras e mulatas.

Título: Casal Descrição da Imagem: Homem e mulher Autor: AGB PHOTO Proprietário: SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ Fonte Bibliográfica: Data inclusão da imagem: 24/08/2004 Categoria/SubCategoria: Pessoas e Estilo de Vida/Acima de 40 anos Pessoas e Estilo de Vida/Vida em Família Palavras-chaves: Casal , Relacionamento , Amor

26 • Título do livro: HISTÓRIA DAS MULHERES NO BRASIL

• Referência: DEL PRIORE, Mary & BASSANEZI, Carla. História das mulheres no Brasil. 3.ed. São Paulo: Contexto, 2000.

• Comentários: Este livro se propõe a contar a história das mulheres do Brasil colonial

aos nossos dias. Abrange as mais variadas realidades: o campo, a cidade, o norte, o sudeste

e o sul. Os mais diferentes espaços: casa, rua, fábrica, sindicato, campo, escola, literatura e

páginas de revista. E, os múltiplos extratos sociais: escravas, operárias, sinhazinhas,

burguesas, donas-de-casa, professoras, bóias-frias.

• Título do livro: A MULHER NA HISTÓRIA DO BRASIL

• Referência: DEL PRIORE, Mary. A mulher na História do Brasil. 4.ed. São

Paulo: Contexto, 1994. (Coleção Repensando a História)

• Comentários: Este livro busca no período colonial as raízes do machismo brasileiro.

As raízes desse machismo mergulham fundo na história do país e só muito recentemente

concentram-se esforços para denunciar e combater essa forma de discriminação e

dominação social. Mary Del Priore mostra que lugar de mulher é na história, lutando para

ultrapassar os limites que lhe são impostos, tanto no espaço privado da vida doméstica,

quanto na arena pública, onde se desenvolve a luta pela sobrevivência.

• Título do livro: A CONDIÇÃO FEMININA NO RIO DE JANEIRO - SÉCULO

XIX

• Referência: LEITE, Míriam Moreira (Org.). A condição feminina no Rio de

Janeiro - Século XIX: antologia de textos de viajantes estrangeiros. São Paulo:

HUCITEC; Editora da Universidade de São Paulo; [Brasília]: Fundação Nacional Pró-

Memória, 1984.

• Comentários: Apresenta uma seleção de documentação sobre as mulheres, no Rio

de Janeiro (cidade e província/estado), de 1801 a 1900. Procura agrupar aspectos da

condição feminina e registrar a presença da mulher em situações ou atividades diversas.

27

* Título do livro: AO SUL DO CORPO: CONDIÇÃO FEMININA,

MATERNIDADES E MENTALIDADES NO BRASIL COLÔNIA.

• Referência: DEL PRIORE, Mary. Ao Sul do Corpo: condição feminina,

maternidades e mentalidades no Brasil Colônia. Rio de Janeiro: José Olympio; Brasília,

DF: Edunb, 1993.

• Comentários: Revela o universo feminino das mentalidades e das sensibilidades

femininas no nosso país desde o início da colonização até o período que precedeu a

Independência. Indispensável para se conhecer e entender os duros caminhos percorridos

pela mulher brasileira até os dias atuais.

* Título do Livro: História da Vida Privada no Brasil: cotidiano e vida privada na

América Portuguesa

• Referência: SOUZA, Mello Laura de. História da Vida Privada No Brasil:

cotidiano e vida privada na América Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

(História da Vida Privada no Brasil; 1)

• Comentários: Esta obra procura reconstituir as manifestações da intimidade na

Colônia Portuguesa, procurando articulá-las com as estruturas mais gerais da colonização,

e, ao mesmo tempo, explicitar as peculiaridades desse processo.

• Título do livro: A MURALHA

• Referência: QUEIROZ, Dinah Silveira de. A Muralha. 7. Ed. São Paulo. Editora Record, 2000.

• Comentários: A primorosa minissérie A Muralha, exibida pela Rede Globo e

baseada no livro homônimo de Dinah Silveira de Queiroz, é somente mais uma homenagem

a esta memorável escritora brasileira. Em A Muralha, a autora recria a infância turbulenta e

impressionante do povo brasileiro - e dos paulistas, mais especificamente - num contexto de

paixões e sucessos violentos em um cenário copioso e colorido. A paisagem e os costumes,

a família paulista da época, as lutas dos homens na selva e a busca do ouro que a terra não

28 se preocupava em ocultar são recriadas no livro. Os personagens são fortes: enérgicas

mulheres, índios, escravos, padres, mercadores, judeus, senhores e aventureiros que vão

moldar o esboço de uma ação. A técnica literária de Dinah, os diálogos, o ritmo das cenas,

o modo de ser dos personagens tem um caráter de objetividade e realidade que fascina o

leitor.

• Internet

* Título: Mulher e Trabalho

• Disponível em:<htpp/www.tvtem.globo.com/mulheratual/noticia>

• Acesso em: out/2007

• Comentários: Apresenta um artigo sobre a mulher e o trabalho na sociedade atual,

baseado em estatísticas do IBGE, sobre a participação da mulher no mercado de trabalho, a

dupla jornada e o que se espera desta mulher hoje.

4.2 Notícias

• Jornal

Este recurso será composto por:

* Título da Notícia: Participação de mulheres no mercado cresce no Sul e Sudeste.

* Referência: <htpp/www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u328461.shtml> acessado

em 20/10/2007

• Texto:

• A participação das mulheres no mercado de trabalho cresceu apenas no Sul e no

Sudeste em 2006, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostragem de

Domicílios) divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De 2005 para 2006, a força de trabalho brasileira cresceu 1,6%, que representa 97,6

milhões de pessoas economicamente ativas. A participação das mulheres somava 42,6

milhões, participação equivalente a 43,7%.

29 Na região Sudeste a participação feminina no mercado foi de 44,2%, em 2005,

para 44,8% em 2006, enquanto na Sul o salto foi de 44,6% para 45%. Já nas regiões Norte,

Nordeste e Centro-Oeste, não houve alteração significativa dessa participação.

Entre os homens que estavam na força de trabalho, 90% tinham concluído pelo

menos um ano de estudo, enquanto que, para as mulheres, o percentual estimado era

superior (93%). A diferença entre homens e mulheres aumento quando se comparam os

níveis mais altos de escolaridade. Quase 43,5% delas concluíram o ensino médio (11 anos

ou mais de estudo), enquanto, apenas um terço dos homens possuía esse grau de instrução.

Os rendimentos reais médios dos homens e das mulheres, porém, continuaram

diferindo. Em 2006, o rendimento de trabalho das mulheres representava 65,6% do

rendimento dos homens, contra 64,4% em 2005; 63,5% em 2004; e 58,7% em 1996.

As maiores diferenças salariais entre homens e mulheres estavam, em 2006, entre os

trabalhadores por conta própria e trabalhadores domésticos.

• Comentários: A notícia mostra a crescente participação feminina no mercado de

trabalho, principalmente quando se refere ao grau de escolaridade entre homens e mulheres.

Destaques * Título: Secretaria Especial de Políticas para Mulheres - SPM

* Referências: Disponível em <http/www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sepm

Acessado em nov/2007

* Texto:

A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres estabelece políticas públicas que

contribuem para a melhoria da vida de todas as brasileiras e que reafirmam o compromisso

do Governo Federal com as mulheres do país.

Percorrendo uma trajetória transversal em todo o governo federal, de modo a

estabelecer parcerias com diversas instâncias governamentais, a SPM enfrenta as

desigualdades e diferenças sociais, raciais, sexuais, étnicas e das mulheres deficientes.

A SPM trabalha com as mulheres, para as mulheres e pelas mulheres.

30

• Comentário: Esta Secretaria apresenta programas e projetos voltados para mulheres,

notícias, mídias, publicações, legislação, relação de atendimento específico para mulheres,

bem como lista de eventos que envolvem a temática de gênero. Vale a pena conhecer esta

Secretaria para conhecer o que se faz pela mulher no Brasil atual.

4.4 PARANÁ

* Título: Mulher paranaense tem maior miscigenação do que homens

* Texto:

Dados preliminares de uma pesquisa que vai determinar o perfil genético dos paranaenses

mostram uma diferença entre as características da população masculina e feminina que

reside no Paraná. Segundo o responsável técnico do setor de biologia molecular do

Laboratório Frishmann Aisengart, Marcelo Malaghini, que coordena o estudo, os homens

têm características mais européia, enquanto que as mulheres têm uma maior miscigenação

entre europeus, índios e um pouco de afro-descendentes.

De acordo com a reportagem de Fábio Okubaru da Gazeta do Povo desta terça-feira,

Malaghini diz que estes dados não são conclusivos, pois a pesquisa deve estar concluída

somente no início do próximo ano.

O resultado surpreendeu a socióloga Olga Maria Mattar. Segundo ela, a predominância de

genes europeus retrata bem o histórico da colonização do Paraná, que recebeu diversos

fluxos migratórios vindos da Europa, entre eles, alemães, italianos, poloneses e ucranianos.

A presença de negros no estado sempre foi pequena. “O Paraná quase não teve escravidão”,

conta.

Essas diferentes etnias resultaram num processo de miscigenação, mais restrito entre os

povos provenientes do continente europeu. No entanto, a diferença entre homens e

mulheres precisa ser mais detalhada para se chegar a alguma conclusão.

31

Uma das hipóteses levantadas por Olga é o fato de a população feminina ser maior do que a

masculina, o que pode interferir nos resultados finais. “Como há mais mulheres do que

homens, há maior propensão para a mistura de etnias e os índices se dispersam”, diz.

As informações sobre as características dos paranaenses foram obtidas por meio de

informações colhidas em 5 mil exames de paternidade realizado pelo do Laboratório

Frishmann Aisengart. A pesquisa tem como principal objetivo estabelecer o perfil genético

da população residente no Paraná. Com um banco de dados detalhado será possível

aumentar o grau de precisão dos teste de DNA. Sabendo-se as características genéticas será

possível, em alguns casos, aumentar a confiabilidade de 99,99% para 99,999999%.

Atualmente, os laboratórios utilizam uma base de dados nacional para fazer os exames de

paternidade, que não levam em consideração características regionais de cada estado.

Entretanto, os resultados da pesquisa trarão outras informações complementares, a exemplo

da origem étnica da população, que poderão ser úteis para pesquisas em diversas áreas. “O

estudo será publicado em um artigo em uma publicação científica internacional, portanto os

dados estarão disponíveis para todos”, informa Malaghini.

Informações secretas

O pesquisador Marcelo Malaghini explica que os exames de paternidade são realizados em

regiões específicas do DNA. Normas internacionais estabelecem que os testes não podem

ser feitos em porções genéticas que determinam características individuais das pessoas,

como cor dos olhos, dos cabelos, altura, peso, etc. “Essas informações poderiam ter mau

uso no futuro”, diz Malaghini. Uma utilização duvidosas citada pelo médico é o uso dessas

informações durante a seleção para um emprego.

As pesquisas genéticas caminham a passos largos e, num futuro muito próximo, será

possível descobrir quais os genes que contribuem para que um indivíduo tenha um ataque

cardíaco precoce, por exemplo. Um banco de dados com as características genéticas

completas dos indivíduos pode criar um processo de segregação social. “Por isso fazemos

os testes em regiões que não estão associadas à produção de proteína, que é conhecida

32 como 'lixo genômico', com função desconhecida”, diz Malaghini.

* Referências: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/parana/conteudo Acessado em

10/02/2008