da escola pÚblica paranaense 2009 · um dos exemplos está na empresa têxtil marisol, da cidade...

21
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

Upload: others

Post on 24-Aug-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

Page 2: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

ANGELITA NEHLS SCHIMIEGUEL

SISTEMAS ECONÔMICOS DE GOVERNO E SUAS IMPLICAÇÕES NAS RELAÇÕES DE TRABALHO

Produção Pedagógica – Unidade Didática, apresentada como requisito ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE - sob a orientação do prof. Luis Lopes Diniz Filho.

CURITIBA-PR 2010

Page 3: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

APRESENTAÇÃO

Vivemos numa era marcada pela competição e pela excelência, em que progressos científicos e avanços tecnológicos definem novas exigências aos jovens que ingressarão no mundo do trabalho, o que, por sua vez, impõe novos desafios às instituições de ensino, como desenvolver habilidades e competências que contribuam qualitativamente para a formação de cidadãos conscientes, críticos e sabedores de seus direitos e obrigações no exercício pleno de sua cidadania. O Estudo do mercado de trabalho em diferentes profissões como meio para compreensão dos sistemas econômicos de governo, serve para contribuir neste papel da escola.

Nesse sentido, é que objetiva-se estudar a categoria ―trabalho‖, empregabilidade, dialética do trabalho-capital, no sentido de fomentar entre alunos e professor uma discussão sobre o atual cenário das relações trabalhistas, oportunizando inúmeras reflexões sobre o papel do homem na sociedade, concepções de homem, mundo e natureza inter-relacionadas com o tema em questão. Através de atividades, estarão sendo trabalhados novos conceitos que permitirão aos mesmos uma leitura crítica do cenário global ao local, através de pesquisas de campo e bibliográfica, além de debates em pequeno e grande grupo, culminando com uma produção destes para ser veiculada em meios de comunicação, como blog, mural e jornal, etc.

Esta é uma produção didático-pedagógica, apresentando uma unidade didática sobre tema ―Trabalho‖. O público alvo são alunos do Ensino Médio. O material está preparado para ser utilizado pelo aluno, sendo a linguagem direcionada para ele. O professor deverá fazer as explicações pertinentes ao seu uso, expor suas palestras sobre o tema, orientar as atividades e proceder a avaliação.

Bom ―trabalho‖ a todos!

Page 4: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

TRABALHO

O homem diferencia-se dos demais animais porque utiliza sua capacidade de raciocínio para desenvolver produtos e processos que facilitem o seu trabalho e contribuam para o seu bem estar social.

Na história, muitas invenções demonstram esse pensamento, com os avanços na ciência e tecnologia, como por exemplo, a roda, a lâmpada, telefone, frutos do trabalho.

Nessa interação homem e natureza, homem e homem, a capacidade humana ascendeu de tal forma, que hoje encontramos na categoria ―trabalho‖, um palco de conflitos, passando pelo emprego e as tecnologias nas organizações.

A aranha realiza operações que lembram as de um tecelão, e as caixas que as abelhas constroem no céu podem tornar sem graça o trabalho de muitos arquitetos. Mas mesmo o pior arquiteto se diferencia da abelha mais hábil desde o princípio, em que, antes de construir com suas tábuas uma caixa, ele já a construiu na sua mente. No final do processo de trabalho ele obtém algo que já existia na sua mente antes que ele começasse a construir. O arquiteto não só modifica as formas naturais, dentro das limitações impostas por essa mesma natureza, mas também realiza um propósito próprio, que define os meios e o caráter da atividade à qual ele deve subordinar à sua vontade (MARX in LURIA1, 1992, p.47-8).

Conforme a sociedade foi avançando no cenário do trabalho, mudanças passaram a ocorrer, como por exemplo, a urbanização, o crescimento demográfico, os avanços da ciência em relação à saúde,etc.

Entre os problemas, é importante ressaltar as implicações da Revolução Industrial nas relações trabalhistas. O conflito entre capital e trabalho, destacou o fortalecimento da classe trabalhadora e sua luta por condições de trabalho mais humanas e justas.

A conseqüência, é que em 1919, foi criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Desde o início, a civilização tem se estruturado em função do conceito do trabalho. Todavia essa história não foi um

1 LURIA, Alexandre R. A construção da mente. São Paulo, Ícone, 1992

Page 5: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

processo contínuo e linear. O trabalho humano já passou por dois grandes momentos de crise, com a necessidade de readequação das funções e atividades empreendidas pelos trabalhadores. O primeiro momento foi a Revolução Agrícola, há 10 mil anos, com a introdução de tecnologias de plantio que acarretou numa ruptura na vida nômade levada pelo homem. O segundo momento ocorreu com a Revolução Industrial, há 200 anos, com uma profunda reestruturação no modo de produção que ocasionou no aparecimento da indústria e a expansão da economia capitalista (SANTOS, 1997, p. 56).

Com a perspectiva do trabalho, levas migratórias ocorreram do campo para as cidades. A corrida para as cidades se explica em parte pela natureza do trabalho industrial.

Para Albornoz (1994), a produção em série e com o auxílio de máquinas significa produzir em centros onde estas máquinas sejam concentradas. O artesanato não exige a aglutinação dos trabalhadores do mesmo modo que o sistema industrial de produção.

Na década de noventa do século passado, a inserção da automação nas empresas resultou em desempregos entre os países de forte expressão industrial.

A dinâmica da história nos ensina de não há regressão em termos de conquistas e inovações tecnológicas que passaram a fazer parte da vida em sociedade.

O capitalismo contemporâneo tem se caracterizado pela fragilização do trabalho através da diminuição de direitos sociais desde o final dos anos 1970. Para tanto, tem se utilizado de uma fé inabalável nos mecanismos de mercado e em sua capacidade de auto regulação. Pensando especificamente no jovem do ensino médio, percebe-se que essa fragilização já o alcançou, na medida em que ele experimenta a dura competitividade do mercado de trabalho quando se vê diante da necessidade de ajudar no orçamento familiar. Ali sua ―empregabilidade‖ está em questão, medindo e exigindo competências que o ajudem a ser competitivo.

Os Estados controlaram as relações de produção. Primeiro legalizaram, depois proibiram formas particulares de trabalho forçado (escravidão, tarefas públicas obrigatórias, contratos de serviço em país colonial etc.) Criaram regras para as relações de trabalho assalariado, incluindo garantias contratuais e obrigações recíprocas, mínimas e máximas. Decretaram limites para a mobilidade geográfica da força de trabalho, não só através das fronteiras, mas também dentro delas. Todas essas decisões estatais tiveram implicações econômicas para a acumulação de capital (WALLERSTEIN, 2001, 45).2

2 WALLERSTEIN, Immanuel. Capitalismo histórico e civilização capitalista. Rio de Janeiro: Contraponto, 2001.

Page 6: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

Nesta década – 2010 estamos assistindo a um grande número de mudanças no contexto mundial, com o incremento de novas tecnologias e o crescimento das exportações num cenário globalizante cada vez mais intenso, o que vem provocando inúmeras mudanças na relação entre trabalhadores e as empresas.

As empresas, atentas aos avanços tecnológicos, estão exigindo nível de qualificação e escolaridade mínimo de seus funcionários.

O MERCADO DE TRABALHO E SUAS MUDANÇAS Entre as mudanças sobre o mercado de trabalho, muitos autores vêm

debatendo sobre essa temática, entre os quais Jeremy Rifkin, que escreveu o livro "O Fim dos Empregos", em que afirma que o mundo está entrando em uma nova fase na história e que a sociedade caminha para um declínio dos empregos.

Pastore (1995) acena para o século XXI como um momento de crise, pois:

Tudo indica que o mundo do trabalho do próximo milênio será completamente diferente do mundo atual. Para começar, o próximo milênio vai sacramentar a "morte do emprego" que já começou a acontecer. Não confundam com a morte do trabalho. Este vai continuar porque haverá muitas coisas a serem feitas. Mas o emprego está condenado a morrer (PASTORE, 1995, p. 33)

Para Rifkin, esse cenário é o resultado do surgimento de novas

tecnologias, que aos poucos vão substituindo as atividades antes efetuadas por seres humanos por outras que utilizavam máquinas e robôs, sendo que as atividades uma vez substituídas jamais voltarão a ser efetuadas pelos homens.

Numa leitura crítica sobre o mercado de trabalho, Rifkin assevera que as vagas que estão desaparecendo, principalmente nos níveis mais baixos da produção, e que serão ocupadas por máquinas que substituem dezenas de funcionários por custos inferiores e com maior produtividade e rapidez. As novas tecnologias exigem uma qualificação crescente e contínua.

Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais, levando-os ao desemprego.

Essa competição – conseqüência do mercado de trabalho, induz as empresas a selecionarem os melhores funcionários, de melhor formação, e com isso agregar valor à companhia.

Num caminho sem volta, Rifkin, afirma que os trabalhos perdidos pelo ser humano para as máquinas nunca mais serão feitos por homens. Para ele, essa visão de automação pelos empresários, visa unicamente o crescimento econômico.

O ócio decorrente do desemprego poderá em curto prazo implicar no aumento da criminalidade. Assim, assistimos por um lado na inserção de novas tecnologias de automação e, de outro, demissões em massa de trabalhadores.

Page 7: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

Para Rifkin (1995), em menos de um século, o trabalho ―em massa‖ no setor do mercado será provavelmente eliminado em praticamente todas as nações industrializadas do mundo. Uma nova geração de sofisticadas tecnologias de informação e de comunicação (TIC) contribuirá para o processo.

Segundo Pastore (1998), o mundo atual atravessa uma verdadeira revolução no campo do trabalho. A proporção de pessoas que atuam em condições de emprego fixo diminui significativamente, ao mesmo tempo em que aumenta o número de pessoas que se submetem a sub-empregos, trabalho em tempo parcial, por prazo determinado e principalmente as que se encontram sem emprego.

Enquanto as primeiras tecnologias industriais substituíram a força física do trabalho humano, trocando força muscular por máquinas, as novas tecnologias baseadas no computador prometem substituir a própria mente humana, colocando máquinas inteligentes no lugar dos seres humanos em toda a escala da atividade econômica (RIFKIN, 1995, p.5).

A conseqüência disso, processo que se iniciou nos anos noventa, é de que os trabalhadores que conseguiram permanecer no mercado de trabalho, além de assistirem à desmobilização dos avanços sindicais, tiveram salários reduzidos e, múltiplas atribuições nas suas funções, realizando tarefas que, anteriormente era preenchido por outros empregados, produzindo mais e menor tempo.

O desemprego no mundo não é determinado apenas pelos métodos que poupam trabalho. Ele é causado também pela escassez de capitais para investimentos e pela carência de mão-de-obra qualificada para trabalhar nas novas condições de tecnologia e de administração [...] Quando falo de emprego, refiro-me àquela atividade continuada, exercida por uma pessoa numa mesma empresa, por muito tempo, e em tarefa específica. Isso vai acabar. As novas tecnologias vão revolucionar o mundo do trabalho. As atividades serão exercidas de forma intermitente; na empresa ou fora dela. Os seres humanos trabalharão em projetos que têm começo, meio e fim. Terminado o projeto, eles passarão para outros projetos, na mesma empresa ou em outra — ou até mesmo em casa — é o teletrabalho. (PASTORE, 1995, p. 33)

O desemprego tem sido o grande fantasma da globalização, inclusive

em países desenvolvidos, devido à necessidade de se aumentar a produtividade e ao grande salto tecnológico da automação.

Page 8: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

O homem moderno enfrenta um grave dilema. Como consumidor, ele deseja bens e serviços, cada vez melhores. Como trabalhador, ele deseja bons empregos e altos salários. Esse é um enorme desafio para toda a humanidade porque a empresa moderna consegue atender ao primeiro objetivo, mas não ao segundo (PASTORE, 1995, p. 30).

O papel dos governos frente a essa avalanche de desempregos, entre outras estratégias está no "Terceiro Setor" ou setor social, onde, diferentemente dos setores comerciais, as mudanças de ganhos e perdas são menos importantes, e o que importa no fim é o aspecto social, evitando a redução dos investimentos na área social face à queda de arrecadação de impostos.

Rifkin (1995) descreve que a maioria dos trabalhadores sente-se totalmente despreparada para lutar com a enormidade da transição que está ocorrendo. Os atuais avanços tecnológicos e as iniciativas de reestruturação econômica parecem ter se abatido sobre nós sem se fazer anunciar. Subitamente, em todo o mundo, homens e mulheres perguntam se existe, para eles, algum papel que possam desempenhar no novo futuro que se abre para a economia global.

A ―excludência‖ no mercado de trabalho vem levando trabalhadores com anos de estudo, habilidades e experiência a angustiarem-se com a perspectiva de serem declarados excedentes pelas novas forças da automação e informação.

Alvin Toffler, autor do livro ―A Terceira Onda‖, considera a atual era da informática como a terceira onda da revolução tecnológica, depois da máquina a vapor e do motor elétrico.

Assim, a crise evolui num ritmo de progressiva ―desconstrução‖ das conquistas dos trabalhadores, resultando na a anulação dos conflitos trabalhistas e para a elaboração dos contratos regidos apenas pelos interesses do mercado (RIFKIN, J.,1995; PASTORE, J., 1994)

Por outro lado, empresas compromissadas devem analisar sobre os impactos das tecnologias empregadas no processo produtivo, sobre os empregados.

Para melhor entender essa dinâmica no mundo do trabalho, é necessário pontuar alguns conceitos, entre os quais:

- GLOBALIZAÇÃO: expansão no mercado mundial para as empresas de

diferentes setores, tanto de bens como de serviços que passam a contar com potencialidades comerciais e estratégicas espalhadas pelo mundo, independente de barreiras nacionais.

- ECONOMIA DE INFORMAÇÃO: O volume, assim como a velocidade

de transferência de informações, passa a ser o cerne e a principal mola propulsora que proporciona o desenvolvimento de todo o processo econômico.

- NOVAS TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO: A constante busca por

ganhos de produtividade que reflitam em vantagens competitivas, leva a uma corrida desenfreada por tecnologias e processos inovadores capazes de gerar redução dos custos de produção e conseqüente diminuição no preço dos

Page 9: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

produtos finais. A busca por ganhos constantes de escala amplia o poder de competição, de penetração e expansão de mercado.

- MUDANÇAS DE RELACIONAMENTO COM CLIENTE: Os novos

sistemas de informação possibilitam cada vez mais uma relação individualizada com cada cliente, podendo aliar escala de produção à personificação de modelos.

É a produção em massa - individualizada. - CUSTOS X PRODUTIVIDADE: A noção de custos é completamente

diferente no mundo digital, não existe o efeito dos rendimentos decrescentes de escala, como preconiza a teoria econômica tradicional, onde a partir de um patamar de produção os custos adicionais tornavam-se cada vez maiores e logo, menos compensadores em relação aos resultados gerais.

- CAPITAL ESPECULATIVO: Como pré-requisito este novo modelo

econômico depende da abertura cada vez maior e irrestrita dos mercados o que envolve mais do que fatores de ordem econômica, mas também política. Questão esta extremamente delicada haja vista, a mobilidade de capitais especulativos que podem gerar desequilíbrios difíceis de corrigir, com efeitos de maior intensidade nas economias periféricas que têm uma dependência maior em relação ao ambiente externo.

- ESTADO MINIMIZADO: Pressupõe uma diminuição cada vez maior de

regulamentações e barreiras legais, voltando se a acreditar no poder regulador do mercado preconizado por Adam Smith. As políticas públicas típicas do Estado Keynesiano altamente intervencionista, perdem a sua força e as empresas cada vez mais se tornam o epicentro da economia e da organização social como um todo.

- TRABALHABILIDADE: Segundo Cardoso (2002), empregabilidade nada mais é do que a capacidade que um indivíduo desenvolve de acumular e manter atualizadas suas competências e sua rede de relacionamento e conhecimento, de forma a ter sempre em suas mãos o arbítrio sobre seu projeto de carreira. Esta ―nova‖ palavra consiste no conjunto de conhecimentos, habilidades, comportamentos e relações que tornam o profissional necessário não apenas para uma, mas para toda e qualquer organização. Na atualidade, mais importante do que apenas obter um emprego, é manter-se competitivo em um mercado em constante mutação. Preparar-se, inclusive, para várias carreiras e diferentes trabalhos – às vezes, até, simultâneos – eis o principal desafio do novo profissional. Num outro conceito, Malschitzky (2002), descreve a empregabilidade como uma busca constante do desenvolvimento de habilidades e competências agregadas por meio do conhecimento específico e pela multifuncionalidade, as quais tornam o profissional apto à obtenção de trabalho dentro ou fora da empresa.

Sobre trabalhabilidade e trabalho duas categorias dicotômicas, Pastore (2000), ressalta que para trabalhar deve haver trabalho e ter capacidade. Para ele, os postos de trabalho nos dias atuais estão escassos. O crescimento econômico tem sido anêmico. O mundo moderno está sendo marcado por uma

Page 10: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

profunda revolução no campo da empregabilidade. Ser ―empregável‖, hoje em dia, depende de uma série de requisitos que não eram exigidos no passado.

Em relação ao conceito de trabalho, Meszáros (2004) define como sendo um modo de sustentação e auto preservação do gênero humano, expressando seu sentido nas transformações que o ser humano causa à natureza e às formações sociais e culturais historicamente construídas. Seria, portanto, um conceito fundamental para a compreensão da formação e do fazer histórico da humanidade em toda a sua diversidade.

Dois outros conceitos importantes, para a relação capital trabalho no mundo capitalista, são:

- Fordismo: Tem seu início em 1914, quando Henry Ford introduz seu

dia de oito horas e cinco dólares de forma a recompensar seus trabalhadores da linha automática de montagem de carros em Dearborn, Michigan.4 Ford adaptou certas experiências bem sucedidas no âmbito de algumas indústrias americanas e incorporou grande parte das inovações tecnológicas e organizacionais do taylorismo.5 Pode-se, inclusive, afirmar que o taylorismo serviu de instrumental ao fordismo, estabelecendo normas de organização racional do trabalho com o objetivo de potencializar a autoridade inquestionável dos diretores.

Toyotismo: Um novo modelo de organização da produção que abrange

os sistemas just in time, controle de qualidade e polivalência de tarefas, altera profundamente o paradigma fordista. O sistema de gerenciamento de estoques just in time, corta dramaticamente a quantidade de material necessário para manter a produção fluindo. O operário não é mais um especialista, está apto a executar várias tarefas e, conseqüentemente, a adaptar-se à produção de novos artefatos (polivalência). Desenvolve-se, ainda, um sistema em que as mercadorias são inspecionadas durante a própria produção através dos círculos de qualidade, interconectados em torno da linha de montagem reduzindo as perdas na produção.

- NEOLIBERALISMO: O neoliberalismo corresponde a uma reação

teórica e política contra o Estado Intervencionista. Ao argumento de que o novo igualitarismo promovido pelo Estado de Bem-Estar destruía a liberdade e a força da concorrência, com obstáculos à prosperidade geral, afirmava os adeptos deste novo movimento, capitaneados por HAYEK, que a desigualdade era valor positivo, imprescindível às sociedades ocidentais.

Abaixo, algumas mudanças pertinentes à categoria trabalho:

A - PROCESSO DE PRODUÇÃO

Produção em massa de bens homogêneos. Uniformidade e padronização. Testes de qualidade ex-post. Produtos defeituosos ficam ocultados nos estoques.

Produção de pequenos lotes. Produção flexível e em pequenos lotes de uma variedade de tipos de produto. Controle de qualidade integrado ao processo. Rejeição imediata de peças com defeito.

Page 11: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

Perda de tempo de produção por causa de longos tempos de preparo, peças com defeito, pontos de estrangulamento dos estoques, etc. Grandes estoques e inventários. Voltada para os recursos. Integração vertical e (em alguns casos) horizontal. Redução de custos através do controle dos salários.

Redução do tempo perdido, reduzindo-se ―a porosidade do dia de trabalho‖. Sem estoques. Voltada para a demanda. Integração (quase) vertical, subcontratação. Aprendizagem na prática integrada ao planejamento em longo prazo.

B – TRABALHO

Realização de uma única tarefa pelo trabalhador. Pagamento pró rata (baseado em critérios da definição do emprego). alto grau de especializações de tarefas. Pouco ou nenhum treinamento no trabalho. Organização vertical do trabalho. Nenhuma experiência de aprendizagem. Ênfase na redução da responsabilidade do trabalhador (disciplinamento da força de trabalho). Nenhuma segurança no trabalho.

Múltiplas tarefas. Pagamento pessoal (sistema detalhado de bonificações). Eliminação de demarcação de tarefas. Longo treinamento no trabalho. Organização mais horizontal do trabalho. Aprendizagem no trabalho. Ênfase na co-responsabilidade do trabalhador. Grande segurança no emprego para Trabalhadores centrais (emprego perpétuo). Nenhuma segurança no trabalho e condições de trabalho ruins para trabalhadores temporários.

C – ESPAÇO

Especialização espacial funcional (centralização/descentralização). Divisão espacial do trabalho. Homogeneização dos mercados regionais de trabalho (mercados de trabalho especialmente segmentados). Distribuição em escala mundial de componentes e subcontratantes.

Agregação e aglomeração espaciais. Integração espacial. Diversificação do mercado de trabalho (segmentação interna do mercado de trabalho). Proximidade espacial de firmas verticalmente quase integradas.

D – ESTADO

Regulamentação. Rigidez.

Desregulamentação/re-regulamentação.

Page 12: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

Negociação coletiva. Socialização do bem-estar social (o Estado do bem-estar social). Estabilidade internacional através de acordos multilaterais. Centralização. O Estado/cidade ―subsidiador‖. Intervenção indireta em mercados através de políticas de renda e de preços. Políticas regionais nacionais. Pesquisa e desenvolvimento financiados pelas firmas. Inovação liderada pela indústria.

Flexibilidade. Divisão/individualização, negociações. Locais ou por empresa. Privatização das necessidades coletivas e da seguridade social. Desestabilização internacional. Crescentes tensões geopolíticas. Descentralização e agudização da Competição inter-regional/interurbana. O Estado/cidade ―empreendedor‖. Intervenção estatal direta em mercados. Através da aquisição. Políticas regionais ―territoriais‖ (na forma de uma terceira parte). Pesquisa e desenvolvimento financiados pelo Estado. Inovação liderada pelo Estado.

IDEOLOGIA

Consumo de massa de bens duráveis: a sociedade do consumo. Modernismo. Totalidade/reforma cultural. Socialização.

Consumo individualizado: cultura ―yuppie‖. Pós-modernismo. Especificidade/adaptação. Individualização; a sociedade do ―espetáculo‖.

Fonte: KATZ, Claudio. Pós Taylorismo. In: ___. Novas tecnologias: Crítica da Atual Reestruturação Produtiva

ATIVIDADES

Page 13: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

Atividade 1 - Trabalho e Alienação

Você deve fazer as leituras abaixo, por meio de ficha de leitura,

anotando o que lhe chamou atenção para refletir sobre os aspectos positivos e negativos (alienação) do trabalho e como refletem em outros setores da vida humana, como por exemplo, o consumo, o lazer, as relações pessoais, as produções culturais, etc.

Fazer a relação do trabalho com a natureza, o seu papel social e sua ligação com a nossa maneira de ver o mundo e a nós próprios.

Levar para a discussão em grande grupo, onde haverá o espaço para suas colocações. Um redator deverá anotar todas as falas. Após será construído coletivamente um texto, com as devidas correções pelos participantes e professor (a).

Este texto deverá ser publicado em algum veículo de comunicação, como blog, jornal, mural, etc.

Leituras DE MASI, Domenico. O futuro do trabalho, fadiga e ócio na sociedade pós-industrial. Rio de Janeiro, Jose Olympio/Brasilia, Ed. da UnB, 1999. p. 276 – 277. (trabalho e vida). MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia política. São Paulo, Martins Fontes, 1977. p. 23. (as forcas produtivas materiais da sociedade). PETITFILS, Jean-Christian. Os socialismos utópicos. Rio de Janeiro: Zahar, s/d. WOODCOCK, George. Os grandes escritos anarquistas. Porto Alegre: L&PM, 1981.

ATIVIDADE 2: TRABALHO CONCEITO –ORGANIZAÇÃO - MUDANÇAS

Page 14: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

Nesta atividade vamos explorar historicamente o conceito de trabalho, as mudanças de valor a ele conferido, passando da concepção de necessidade (antiguidade), para a de fardo (visão da igreja católica antes da reforma protestante). A emergência do mundo moderno burguês que transformou o valor desse conceito em virtude (visão protestante do trabalho). A crítica marxista ao modo de produção capitalista que conferiu ao trabalho um significado concreto, de transformação da realidade. O trabalho é, nessa perspectiva, uma manifestação da liberdade humana, da capacidade humana de criar a sua própria forma de existência específica.

Também analisar o trabalho tal como se organiza na sociedade brasileira: sua forma colonial escravista, o trabalho dos imigrantes, trabalho rural, urbano, de migração e o trabalho em sua fase mais atual (legislação sobre direito trabalhista).

E por fim listar as mudanças atuais das modalidades de trabalho: informal, campo, urbano, doméstico, infantil, temporário, autônomo e terceirizado.

Roteiro Preste muita atenção na palestra, explorando o conceito de trabalho, sua

organização e as mudanças ao longo da sua história; Faça uma relação das profissões que exerceria e quais não de forma

alguma; Procure nos classificados dos jornais os tipos de trabalho mais

valorizados e quais são os pré-requisitos exigidos, anote; Elabore um ranking das carreiras de maior prestígio na sociedade

brasileira e justifique; Diferencie as carreiras que a sociedade confere prestígio pelo critério

―da tradição‖ e pelo critério do mercado; Na seção de classificados dos jornais apresentados analise os tipos de

trabalhos ofertados, salários oferecidos, pré-requisitos, definindo uma tipologia das formas de trabalho requeridas na cidade de Rio Negro ou no estado do Paraná;

Elabore um texto expondo todos seus levantamentos e conclusões,

relacionando-as ao exposto na palestra; Será selecionado três textos para publicação em meio de comunicação:

blog, mural, jornal,etc.

ATIVIDADE 3: TRABALHO HISTÓRIA

Page 15: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

Toda a atividade desenvolvida pelo ser humano — seja ela física ou mental — é considerada trabalho. Dele resultam bens e serviços. É trabalho tanto a atividade do operário de uma indústria como a do arquiteto que projeta os bens a serem produzidos por essa indústria. Assim, tanto a atividade manual como a atividade intelectual são trabalhos, desde que tenham como resultado a obtenção de bens e serviços.

Breve Histórico O início No passado, o homem trabalhava para produzir o que consumia, seja

em roupas, alimentos ou moradia. Ao constituir as primeiras sociedades, ou povos, o trabalho era

recompensado por mercadorias (escambo), como uma espécie de troca. O trabalho escravo Com a introdução da pirâmide social, aos menos favorecidos foram

atribuídos trabalhos sem remuneração, e em geral sequer recebiam, em contrapartida, moradia e alimentação para a sua subsistência. Predominavam os deveres do trabalhador, sem direito algum.

Trabalho formal Com a chegada da industrialização, a partir do século XVIII e XIX, foi

criado o trabalho formal, com definição de tarefas e de remuneração devida. O contrato de trabalho No século XX, foi instituído o contrato de trabalho, contendo regras que

regem os direitos e deveres entre patrões e empregados. Formaram-se, então, as primeiras classes trabalhadoras, com a

classificação em cargos, funções, atribuições e salários. História do direito do trabalho no Brasil 1º período Da independência do Brasil à abolição da escravatura (1888). Período escravo com pouco trabalho urbano. 1850 – Código Comercial, regulando a preposição, o aviso prévio. 1870 – Fundação da Liga Operária, no Rio de Janeiro. 2º período De 1888 à 1930. 1891 – lei proibindo o trabalho dos menores de 12 anos. 1907 – 1ª lei sindical.

Page 16: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

1916 – Código Civil, com caráter individualista e regulando a relação de emprego como locação de serviços.

1919 – 1ª lei de acidentes do trabalho. 1923 – lei instituindo caixa de aposentadoria e pensões dos ferroviários. 1925 – lei de férias de 15 dias anuais. 3º período Da Revolução de 30 aos dias atuais. 1939 - Criação da Justiça do Trabalho. 1943 - CLT. 1946/1964 e 1989 - Leis regulando a greve. 1949 - Lei do repouso semanal remunerado. 1962 - Lei do 13º salário. 1966, 1989, 1990 - Leis do FGTS. 1972 - Lei do empregado doméstico. 1973 - Lei do trabalho rural. 1976 - Lei do plano de alimentação do trabalhador. 1985 - Lei do vale-transporte. 1988 - Constituição Federal do Brasil. 1990 - Lei do seguro-desemprego. Dividam-se em sete grupos de alunos e façam uma pesquisa sobre os

seguintes temas da história do trabalho e suas transformações para apresentação em seminários.

Escravismo

Feudalismo

Trabalho formal/CLT

Trabalho informal

Cooperativismo/Terceirização

Trabalho escravo no dias de hoje x Direitos humanos

Trabalho infantil x ECA A produção escrita destes seminários deverá ser publicada em meio de comunicação: blog, mural, jornal, etc.

ATIVIDADE 4: TRABALHO LOCAL

Page 17: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

Os objetivos dessa atividade são os seguintes: • conhecer a história e a situação de trabalho do município ou da região; • Levantar a situação do trabalho juvenil no município ou na região; • Debater as alternativas de geração de trabalho e renda para jovens

construídas pela sociedade civil e pelos governos; - Em primeiro lugar levantar as experiências de trabalho dos colegas

pode ser um bom ponto de partida. Alunos que desenvolvam ou já tenham desenvolvido algum tipo de trabalho podem entrevistar e serem entrevistados por alunos que nunca trabalharam, por exemplo. É importante também considerar como trabalho as atividades domésticas, freqüentemente realizadas pelas meninas.

Sugestão de roteiro para a entrevista • Está trabalhando ou procurando trabalho? • Por que começou a trabalhar? Com quantos anos? • Onde trabalha ou já trabalhou? • Em que função? • Há quanto tempo exerce essa função? • Recebe salário? Como o utiliza? • Recebe algum tipo de benefício do empregador? (13º salário,

assistência médica, vale-transporte)? • Do que você mais gosta e do que menos gosta em seu trabalho? Para os que nunca trabalharam. • Está procurando trabalho? Por quê? • Quando você pretende começar a trabalhar? Por quê? • Que tipo de trabalho gostaria de realizar? • Como você utilizaria o seu salário? • Sua escolha se aproxima ou não do tipo de trabalho exercido pelas

pessoas que moram com você? Por quê? • O que o trabalho significa para você? Analisando os dados. Com esse levantamento inicial, sistematize as informações e elabore um

relatório a partir dos seguintes itens: • Quantos trabalham e quantos não trabalham na sala? • Quantos estão procurando trabalho? • Que tipo de trabalho realiza ou gostariam de realizar? • Quais as condições de trabalho e salário daqueles que estão

ocupados? • Quantos têm os direitos do trabalho respeitados e quantos não? • Os significados do trabalho.

Page 18: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

Construir um relatório contendo gráficos e tabelas que ilustrem as informações, bem como desenhos, fotografias, músicas, poesias representativos da situação do trabalho na turma.

Divulgar em meio de comunicação: blog, mural, jornal, etc. - Em segundo lugar, caberá a busca em fontes de informações

secundárias: dados estatísticos da cidade, região, país; relatórios de organismos internacionais como o Unicef, que podem ser conseguidos na Internet, em bibliotecas e em outros espaços de documentação.

Depois disso, em grupos, entrevistar diferentes atores sociais: poderes

públicos, entidades sindicais, trabalhadores de setores diversos etc. O objetivo é coletar o máximo de informação sobre as diferentes formas de organização do trabalho na região, suas mudanças e permanências, e perceber as condições dos jovens.

O roteiro pode ser construído coletivamente. Algumas sugestões: Explorar em cada um dos atores sociais (empresários, poder público,

entidades sindicais, organizações da sociedade civil): • história do trabalho em Rio Negro; • principais atividades econômicas no passado e principais atividades

atuais, suas mudanças e permanências; • avaliação da situação do emprego e do desemprego na região; • análise das principais questões que afetam os jovens que estão ou

desejam ingressar no mundo do trabalho na região; • relação dos jovens com o trabalho; • ações desenvolvidas no campo do trabalho; • ações desenvolvidas com escolas da região. Em seguida, organizar e comparar as informações. Todos já estarão com os dados secundários em mãos, opiniões dos

convidados sobre a realidade de trabalho no município e sua relação com os jovens.

Podem analisar: • aspectos históricos levantados pelos participantes; • principais mudanças e permanências na realidade de trabalho do

município/região apontadas; • problemas e desafios; • alternativas desenvolvidas; • possibilidades de ações futuras; • principais semelhanças e diferenças na visão dos entrevistados; • situação dos jovens no mundo do trabalho; • sentidos do trabalho para os jovens; • visões do jovem e do trabalho juvenil.

Page 19: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

Produzir material para ser publicado em veículo de comunicação: blog, mural, jornal, etc.

ATIVIDADE 5: ESTEREÓTIPOS

Colocar um cartaz ou utilizar o quadro negro dividindo-o em duas colunas (Concorda e Discorda). Serão lidos algumas afirmações e estereótipos sobre o mundo do trabalho, escutem atentamente:

Afirmações e estereótipos: ―Pode-se conseguir um bom emprego sem que se termine o segundo

grau.‖ ―A universidade aumenta as oportunidades de trabalho e salário.‖ ―Numa família cabe ao homem o suporte financeiro.‖ ―O trabalho doméstico é um trabalho feminino.‖ ―Não há maneira de se planejar a vida, pois essa é uma tarefa do

destino.‖ ―Para subir na vida tem que ter sorte.‖ ―Para subir na vida, deve-se, conhecer pessoas influentes.‖ ―As mulheres não deveriam exercer as mesmas profissões que os

homens.‖ ―Os negros ganham menos do que os brancos.‖ ―Os homens devem ganhar mais do que as mulheres.‖ Discutir o resultado a partir das justificativas sobre o que concordam ou

discordam com base nas afirmações e estereótipos. Produzir material da discussão em grupo para ser publicado em veículo

de comunicação: blog, mural, jornal, etc

ATIVIDADE 6: TRABALHO E ARTE

Page 20: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

Tendo o relógio como referência, hoje em dia as pessoas acordam, sai para o trabalho, fazem suas refeições, freqüentam escolas, descansam e dormem. O ritmo ordenado pelo relógio passou a estar presente nas fábricas, nas escolas, nas empresas prestadoras de serviços, no comércio e no lazer.

Assim, para compreender o modo de vida atual, é importante distinguir a diferença entre o 'tempo da fábrica' e o 'tempo da natureza' e localizá-los nas convivências sociais, nas práticas cotidianas e nos ritmos de vida que nos são impostos.

Interprete a poesia abaixo, elabore um texto sobre o assunto para ser

divulgado.

PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ Quem construiu a Tebas de sete portas? Nos livros estão nomes de reis. Arrastaram eles os blocos de pedras? E a Babilônia, várias vezes, destruída Quem a construiu tantas vezes? Em que casas De Lima radiante, dourada moravam os construtores? Para onde foram os pedreiros na noite em que A Muralha da China ficou pronta? A Grande Roma está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem Triunfaram os césares? A decantada Bizâncio Tinha somente palácios para seus habitantes? Mesmo a lendária Atlântida Os que se afogavam gritavam por seus escravos Na noite em que o mar tragou. O jovem Alexandre conquistou a Índia, sozinho? César bateu os gauleses. Não levava sequer um cozinheiro? Felipe da Espanha chorou quando sua armada Naufragou. Ninguém mais chorou? Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos. Quem venceu além dele? Cada página uma vitória. Quem cozinhava o banquete? Quem pagava a conta? Tantas histórias. Tantas questões.

(Brecht, Bertold. Perguntas de um trabalhador que lê.)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 21: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Um dos exemplos está na empresa têxtil Marisol, da cidade de Jaraguá do Sul-SC que nos anos 90, adquiriu uma máquina que substituiu 39 profissionais,

ALBORNOZ, S. O que é trabalho? São Paulo, Brasiliense, 1986. (Coleção Primeiros Passos) ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1981. BRAVERMAN, Harry. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no século XX. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1981. CARMO, Paulo S. de. A ideologia do trabalho. São Paulo, Moderna, 1992. CUNHA, Newton. A felicidade imaginada: a negação do trabalho e do lazer. São Paulo, Brasiliense, 1987. DE DECCA, Edgard. O nascimento das fábricas. São Paulo, Brasiliense, 1982. FRIGOTTO, Gaudêncio. (org.). Educação e crise no trabalho: perspectivas de final de século. Petrópolis, Vozes, 1998. ______.. Juventude, trabalho e educação no Brasil: perplexidades, desafios e perspectivas. In: NOVAES, Regina et al.Juventude e sociedade: trabalho, educação, cultura e participação. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004. Cap. 9, p. 180-216. HOBSBAWN, E. Era dos extremos: o breve século XX - 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.