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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

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A INDISCIPLINA NO CONTEXTO DA GESTÃO ESCOLAR

Argemiro Antunes Camargo1

Orientadora Regina Célia H. Padilha2

RESUMO

Esse artigo tem por objetivo em primeiro momento, discorrer sobre a disciplina e a

indisciplina no contexto da gestão escolar; relatar tópicos da legislação educacional

que falam sobre direitos e deveres; esclarecer sobre as responsabilidades da família

e da escola no processo de ensino e aprendizagem; comentar sobre a importância

das parcerias entre a escola e outros segmentos, para a implantação da educação

integral em regime de contra turno. Finalizando, apresentaremos as ações

desenvolvidas, como, Escolinha de Futebol em regime de contra turno como

possibilidade de redução da indisciplina, organização do grupo de apoio, projeto a

escola vai à comunidade, e avaliação dos pais sobre as ações. Trata-se de uma

Pesquisa – Ação, e cujo procedimento se fundamenta nas discussões do grupo de

apoio, que foi instituído no período da implantação do Projeto de Intervenção

Pedagógica, ocorrido no segundo semestre de 2010, no Colégio Estadual Santa

Clara Ensino Fundamental e Médio, Município de Candói - PR, cujo tema é “A

Indisciplina no Contexto da Gestão Escolar”. A temática foi sugerida pelo colegiado,

levando-se em conta o grande número de ocorrências importantes, e considerados

atos indisciplinares, conforme a legislação vigente na escola.

Palavras-chave: Contexto Escolar; disciplina; Gestão Escolar; Indisciplina.

ABSTRACT

This paper aims at first, talk about discipline and indiscipline in the context of school

management, educational laws of reporting threads that talk about rights and duties,

clarify the responsibilities of family and school in the teaching and learning; comment

1 Professor PDE 2 Professora Orientadora PDE, Doutora em Educação, Professora do Curso de Pedagogia da Unicentro

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about the importance of partnerships between schools and other segments for the

full implementation of education under the counter turn. Finally, we present the

actions taken, such as soccer school under the shift as against the possibility of

reducing discipline, organization, support group, will design the school community,

and parents' assessments on the shares. This is an Action - Research, whose

procedure is based on the discussions of the support group, which was established

during the implementation of the Educational Intervention Project, in the second half

of 2010, in State College Santa Clara Elementary and Middle , City of Candói - PR,

whose theme is "The Indiscipline in the Context of School Management." The theme

was suggested by the body, taking into account the large number of major events,

and considered undisciplined acts as the current law school.

Keywords: School Context, discipline, school management, indiscipline.

1 INTRODUÇÃO

A indisciplina é um problema que preocupa toda a comunidade escolar na

atualidade. E antes que se torne um problema crônico, deve ser objeto de discussão

permanente em todos os segmentos da escola. É um tema complexo, e tem sido um

dos maiores obstáculos pedagógicos, pois vem se tornando a maior causa do

insucesso escolar. Os educadores têm consciência da gravidade do problema, e

relatam a grande dificuldade enfrentada no cotidiano escolar para lidar com a

indisciplina dos alunos em sala de aula. Diante da realidade vivida na escola, a

indisciplina exige um grande esforço de todos. Portanto para lidar com a indisciplina

é necessário conhecer as principais causas que fazem o aluno agir de maneira

contrária às regras, e pensar em ações que reduzam definitivamente o problema,

pois os professores relatam que não estão dando conta de lidar com os alunos sem

limites, que saem e entram da sala de aula a hora que querem, que não realizam as

tarefas, gritam o tempo todo, perturbam, e não estudam, razão maior de estarem na

escola. Muitas vezes desafiam e ameaçam os professores, se aproveitando de sua

vantagem física, para reprimir e coagir. Por ser um problema muito discutido em

todas as reuniões pedagógicas, recreio, conselhos de classe, reuniões com os pais,

todos querem resolver, mas no entanto as ações são temporárias e paliativas. As

ações realizadas durante a implantação do projeto de intervenção na escola,

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demonstraram que é possível reduzir gradativamente o problema da indisciplina. As

atividades esportivas foram realizadas em contraturno, onde todos os alunos tiveram

a oportunidade de praticar o esporte. As leituras foram constantes, e tiveram como

base, autores como Aquino, Arroyo, Garcia, Parolin, e tantos outros, que são

profundos conhecedores do assunto em questão.

Para maior aprofundamento recorremos também às leituras do Estatuto da

criança e do adolescente. ECA. Lei N.. 8.069, de 13 de jul. 1990; BRASIL. Lei N.

9394/96, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da

Educação Nacional; e a Deliberação 16 do Conselho Estadual de Educação do

Paraná, e outras referências como o Projeto Político Pedagógico e o regimento

escolar do Colégio Estadual Santa Clara, Ensino Fundamental e Médio, Candói -

Paraná.

Foi criado um grupo de apoio, formado inicialmente por 15 membros de todos

os segmentos da escola para dar sustentação ao planejamento, e implantação das

ações, como parcerias com a Secretaria Municipal de Esportes a fim de desenvolver

o projeto de contraturno; implantação da Escolinha de Futebol com 180 crianças e

adolescentes; realização de reuniões com os pais nas comunidades do interior, cujo

objetivo é “se os pais não vão até a escola, a escola vai até os pais”, para criar uma

sinergia de todos em torno do tema proposto, e conhecer mais a fundo a realidade

dos alunos, e do local onde eles vivem.

2 A DISCIPLINA E A INDISCIPLINA NO CONTEXTO DA GESTÃO ESCOLAR

2.1 A DISCIPLINA

Segundo Aquino (1996, p.40),

Os relatos dos professores testemunham que a questão disciplinar é, atualmente, uma das dificuldades fundamentais quanto ao trabalho escolar. Segundo eles, o ensino teria como um dos seus obstáculos centrais a conduta desordenada dos alunos, traduzida em termos como: bagunça, tumulto, falta de limite, maus comportamentos, desreispeito às figuras de autoridade etc.

A disciplina em sala de aula também passa pelo estilo e prática do docente,

isto é, à autoridade profissional, moral e técnica do professor. Dessa forma, é bem

provável que os professores que melhor conseguem interagir com a turma, são

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aqueles que dominam o conteúdo que ensinam; adaptam seus métodos e

procedimentos em função da necessidade da turma; sabem lidar com as diferenças

em sala de aula; priorizam o diálogo; são dedicados profissionalmente; éticos;

possuem senso de justiça; caráter; competência; e hábitos didático-pedagógicos

necessários, à organização do processo de ensino-aprendizagem.

O professor comprometido reflete sempre sobre sua metodologia, sua postura

em sala de aula, a fim de estimular a aprendizagem, e a motivação de seus alunos,

de modo que cada um seja consciente, ativo, autônomo, participativo, agente crítico

e modificador de sua realidade. A relação teoria e prática está representada no

exemplo dos professores, manifestando sua curiosidade, competência e abertura de

espírito. Quando na prática não acontece nada, é pouco proveitoso falar sobre

organização, responsabilidade, ética, e autonomia. O aperfeiçoamento do professor

deve ser constante, para que possa com atividades diferenciadas, despertar a

curiosidade e interesse dos alunos. Deve estar sempre ao seu lado, nos momentos

de dificuldades, demonstrando carinho e respeito. Há professores que sem

justificativa criam aversão aos alunos, ou até mesmo em turmas inteiras, e no dia da

distribuição de turmas observam as listas dos alunos, para depois assumirem as

turmas, rejeitando as que supostamente estão os alunos “indisciplinados”. O

professor deve facilitar a aprendizagem, não discriminar, não rotular, e nem se

distanciar daqueles alunos que mais precisam de maior assistência. Observa-se que

nos conselhos de classe, reunião onde é decidido o futuro do aluno, que professores

resistem em não oportunizar o seu avanço, alegando que eles ainda não estão

preparados para a série seguinte, mas que nunca refletiram e não mudaram a sua

metodologia, que continua sendo a mesma a muito tempo. Em muitas escolas a

metodologia de organizar o conselho de classe é falha, pois deixa margem para

questionamentos e impetração de recursos dos pais. Portanto, necessita de

reformulação, pois deve oportunizar a presença de todos, principalmente os

representantes de turmas, e representante dos pais.

Atualmente, algumas escolas tentam aplicar a Pedagogia Tradicional, mas de

maneira desorganizada, sem referências teóricas, e na maioria das vezes tendo em

seus quadros, professores descomprometidos, trazendo consigo pouca bagagem

pedagógica, e com isso, prejudicando o aprendizado dos alunos.

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por falta de um método de trabalho, o professor desenvolve sua função de forma ineficaz, expressando um certo descontentamento, pois seus esforços se traduzem em um resultado abaixo da média, e bem diferente do que havia planejado. Vasconcelos (2006, p.19).

A omissão dos pais e o excesso de liberdade dos alunos, aliados à falta de

limites, devem ser motivo de reflexão constante por todos, para que a escola tenha

certeza de sua eficácia. É preciso então buscar uma nova forma de disciplina na

escola, sem exageros, de forma coletiva e permanente, pois a função principal da

escola é transformar o aluno num sujeito capaz de pensar e transformar a

sociedade, e ensiná-lo a ser capaz de pensar e transformar a sociedade.

Para Arroyo (2004, p.39) “o perfil dos alunos da atualidade é bem diferente de

outros tempos, pois numa sala de aula estão presentes alunos com culturas e

comportamentos diferentes, e por conta disso o trabalho do professor é dificultado

frequentemente”, sendo que ao longo do tempo os alunos receberam diferentes

orientações disciplinares, desde a obediência às leis, até a insersão no contexto das

regras pré estabelecidas na organização escolar, e que para garantir a disciplina, a

organização escolar deve dispor de regras para serem interiorizadas e cumpridas a

fim de possibilitar uma relação de convivência. Alguns alunos rejeitam os objetivos

ou os procedimentos valorizados pela escola e pela sociedade, e são vistos como

indisciplinados. O ambiente escolar saudável se faz com a prática da boa

convivência, dentro de um contexto da Gestão Democrática, e elaborar um conjunto

de regras claras e bem definidas, como o Regimento Escolar, para aplicar quando

necessário, pois subentende que todos sabem de suas obrigações para com a

escola, e com o processo ensino aprendizagem.

O Regimento Escolar é um conjunto de atribuições que norteiam as ações da

escola, protege a instituição, e dá legitimidade às sanções garantidoras da disciplina.

O conflito deve ser resolvido democraticamente, prezando pelo diálogo, e

permitindo aos alunos a darem as suas opiniões. Devemos ter consciência que o

mundo nos impõe regras para a nossa sobrevivência, e a escola não é diferente,

pois deve ter também as suas leis.

O Regimento Escolar tem a finalidade de garantir a unidade filosófica, político,

pedagógica, estrutural e funcional do estabelecimento de ensino, preservada a

flexibilidade e autonomia didática pedagógica, garantida na LDBEN N. 9.394/96. O

artigo 2º do Regimento Escolar do Colégio Estadual Santa Clara, deixa claro a

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garantia do princípio democrático; da igualdade de condições de acesso e de

permanência na escola; da gratuidade para a rede pública, de uma Educação Básica

com qualidade em seus diferentes níveis e modalidades de ensino, vedada qualquer

forma de discriminação e segregação.

2.2 A INDISCIPLINA

A indisciplina pode ser considerada como atitudes e comportamentos

desenvolvidos por professores e alunos, em suas atividades escolares.

Ferreira (1986, p.596) define indisciplina como sendo “um procedimento, ato

ou dito contrário à disicplina; desobediência; desordem; rebelião”. Portanto a

indisciplina refere-se àquele aluno que não se identifica com as normas pré

estabelecidas pela escola.

Aquino (1998) enfatiza a indisciplina escolar como sendo o impasse

fundamental vivido no cotidiano escolar brasileiro, onde os "alunos-problema",

segundo os professores, são a principal causa de tal impasse, pois dificultam o bom

andamento do processo pedagógico. É um problema de ordem social e cultural, que

subsiste em todas as classes sociais e em todas as atividades profissionais.

Neto (2008) fala que a indisciplina contribui para o baixo aprendizado dos

alunos, pois não existe aprendizagem de qualidade em um ambiente de indisciplina

e agressividade. Portanto, é preciso que a escola busque coibir esses problemas,

para não enveredar para o fracasso e descrédito.

Rolin (2008) discorre sobre os fatores que provocam a violência nas escolas

públicas, e por ser atual, entende-se que esse enfoque ajuda a compreender a

complexidade da problemática educacional, bem como as dificuldades encontradas

pelos professores, pela escola e pela sociedade na busca de soluções para resolver

esses problemas. A escola atual vem sofrendo com problemas indisciplinares de

toda a ordem, problemas esses que vão desde uma simples briga entre colegas de

turmas, até a discussão entre professores.

Santana (2007) fala do ambiente de sala de aula, onde muitas vezes se

mostra frio, severo e hostil aos nossos educandos e educadores, pois deve ser

recolocado e reapresentado aos alunos de forma mais amena e amigável. Às vezes

pequenas modificações na sala de aula surtem um grande efeito, causando uma

melhora significativa no aprendizado, no relacionamento, entre alunos e professores.

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Segundo Parolin (2009, p. 82-83),

Muitas vezes, tratamos os alunos como um ser vazio, sem luz, como a própria origem da palavra “o aluno”. Desprezamos seus sentimentos, negamos afeto, embora o prazer necessite de reciprocidade: da e receber. As crianças precisam aprender que as relações humanas são baseadas no compartilhar, no modo como lhes cabem também restrições. Se negamos afeto, também nosso aluno negará; se ensinamos com prazer, nosso aluno certamente aprenderá. Não cabe mais ao aluno ser apenas ouvinte, ele precisa e deve participar ativamente da construção do conhecimento com todos os seus sentidos.

Assim como o médico frente a uma situação em que o paciente não responde

mais suas tentativas e sucumbe, o professor, também ao longo do processo, muitas

vezes diante das inúmeras tentativas que se dispôs a dialogar, negociar, vê-se

limitado.

Para Simões (2000), a indisciplina em sala de aula pode ser reflexo de

questões extrínsecas à escola, tais como problemas familiares, inserção social ou

escolar, excessiva proteção dos pais, carências sociais, forte influência de ídolos

violentos, etc.

Weiss (2010), também se refere a essas questões apontando criticamente a

mídia da violência, que apresenta como maior atrativo dos noticiários detalhes de

assaltos ou de um assassinato; verdadeiras aulas, na melhor didática, servindo,

assim, de modelo para crianças e jovens, deixando-os presos aos pólos da violência,

do sexo e da trapaça, como maior incentivo à indisciplina, ao crime e à impunidade

nas instituições escolares, e que podemos citar como exemplo recente o massacre

na escola municipal Tássio Sá Silveira, no Rio de Janeiro, onde 12 adolescentes

perderam a vida de forma violenta por um ex. aluno, que reproduziu a mesma cena

já acontecida na escola Columbine, Colorado nos Estados Unidos, e tantas outras,

que vêm reafirmar o poder da mídia. Existem também as causas internas da escola,

como o ambiente e as condições de ensino-aprendizagem, os modos de

relacionamento humano, o perfil dos alunos e sua capacidade de se adaptar aos

esquemas da escola.

Independente das causas que geram a indisciplina, é quase um consenso

entre os educadores que ela influencia na aprendizagem, pois o aluno indisciplinado

atrapalha o rendimento do restante do grupo.

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Garcia (2006), faz menção ao currículo praticado nas escolas, que certamente

faz com que a aprendizagem não ocorra como deveria, pois muitas vezes uma aula

prática deixa de acontecer pois a turma não participa adequadamente como deveria.

Muitas vezes um professor desiste de aplicar uma dinâmica ou uma atividade

mais participativa por causa da falta de disciplina.

É necessário observar as práticas pedagógicas, mas também é necessário

que sejam corrigidas as causas externas, e nesse sentido é preciso um

envolvimento de toda a sociedade.

Neto (2008), fala da facilidade de acesso que os professores têm às idéias e

teorias para o desenvolvimento e qualidade na Educação Brasileira, afirmando que

não existe aprendizagem de qualidade em um ambiente de indisciplina e

agressividade.

Tuleski (2005) faz uma reflexão sobre o papel do psicólogo escolar, bem

como de suas práticas, considerando a importância do acompanhamento desse

profissional e que se percebe as relações existentes entre indisciplina, contexto

escolar, social e prática.

Questionamentos quanto à indisciplina vão além dos ambientes e

convivências, e não estão somente restritos à escola. A idéia de “indisciplina” é, algo

que foge da regra e do esperado, e instaura a desordem, associa-se sempre a um

conjunto de normas de funcionamento de uma instituição.

Os meios de comunicação de massa refletem o que acontece na sociedade, seja o que é explícito, seja o que é mantido na penumbra. A impunidade talvez seja a maior instância geradora de indisciplina que existe atualmente. Se, por exemplo, o roubo do erário público não é punido, então tudo é possível. Se uma ameaça de morte ou um sequestro não recebem punição exemplar, então a autoridade policial ou judicial é desmoralizada, Becker (2006).

Nesse contexto o aluno indisciplinado pode sofrer “sansões” se infringir o

código de conduta da escola, nesse caso o “regimento interno”, documento legal

elaborado para determinar parâmetros disciplinares, e ser usado quando for

necessário para manter a disciplina dos alunos. A disciplina levará o aluno ao

sucesso escolar, pois subentende que ele deve saber o seu papel, suas

responsabilidades e objetivos na escola enquanto aluno.

A indisciplina não deve ser atribuída somente a um segmento da escola, isto

é, não são só os alunos que cometem atos indisciplinares, outros membros como

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professores, pedagogos, funcionários, pais, e diretores, cometem também atos

indsciplinares. Portanto a indisciplina deve ser entendido e combatido por todos na

escola.

É certo que a escola do passado era mais autoritária, mas de maneira

nenhuma deve ser pensado que as regras disciplinares da época, devem ser

aplicadas nos dias atuais, até porque a realidade e a legislação são outras. Para

tanto é importante que a comunidade escolar tenha plena consciência, e busque

coibir coletivamente esse problema que tanto preocupa e prejudica a escola. Por

isso é importante conhecer os motivos, quem são os atores, quais as principais

causas, e quais as formas em que a indisciplina se apresenta. Nesse sentido, é

importante conhecer profundamente a realidade da escola, da família, dos seus

aspectos sociais, e a realidade onde ela está inserida.

Diante do problema da indisciplina é preciso uma reflexão profunda, das leis

que regem a educação, principalmente o Projeto Político Pedagógico, regimento

escolar, e o regulamento interno da escola, pois elas amparam e norteiam todas as

decisões. Por isso devem ser conhecidas, discutidas, entendidas por toda

comunidade escolar, e aplicadas quando necessário.

Referente à escola, é possível enfatizar partes dessa indisciplina, ao

identificá-la na desobediência e comportamento não condizentes a uma sala de aula,

no desrespeito com os professores, e problemas claros na relação professor-aluno,

na organização da aula, no modo como o professor se coloca para a classe e

naquilo que exige dela, na maneira como a escola organiza-se e regula seus

objetivos e métodos de ensino, partes, portanto, que não dizem respeito a um só

problema ou um só responsável.

Todos esses entendimentos da indisciplina se mesclam, e colaboram para

que se resolva o problema. Claro que, ao diversificar as problemáticas existentes,

dificulta também o encontro de respostas aguardadas para os obstáculos que

impedem o desenvolvimento didático e proveitoso das aulas, mas, desde o começo,

a teoria parte do princípio de que o conhecimento completo é impossível e visa

apontar os problemas, e não soluções. Portanto, a indisciplina não é centrada num

só foco ou num só responsável, abrange todo um conjunto de comportamentos e

dificuldades. Para lidar com isso, o indicado parece ser uma atitude mais

democrática daqueles que lidam com a educação, a abertura para diálogos e

entendimento com os sujeitos com quem se lida, o compartilhamento de interesses e

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o reconhecimento deles como companheiros de uma só convivência. Não há como

retornar ao autoritarismo, mas falta ao sujeito atual um “autogoverno”, a disciplina

nos tira da condição de primitivos.

3 LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL, E AS RESPONSABILIDADES DA FAMÍLIA

E DA ESCOLA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

3.1 O DIREITO COMO FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE

O homem por necessidade de se organizar na sociedade, contribuiu para a

construção do Código de Hamurab, que segundo a história foi o primeiro a garantir

legalmente essa organização. Tratava-se de uma série de disposições legais para

manter a disciplina e a ordem dos povos babilônicos (1900 a. C – 1600 a.C.). Era

constituído por 282 leis que determinava a organização social dos povos da época.

Inserida no código de Hamurab estava a Lei de Talião, era muito rígida pois a

justiça era baseada no "olho por olho, dente por dente", pois se alguém cometesse

um crime, pagava com o mesmo crime. O Código de Hamurab tinha por finalidade a

disciplina e a ordem, e garantia também o direito da propriedade privada. Diante da

necessidade de colocar ordem e disciplinar a população, surgiu na Grécia antiga o

direito civil, que evoluiu por conta de ocorrências e fatos que aconteciam e

acontecem, e que são produzidos pela sociedade. Diante dos acontecimentos ditos

como “fora do padrão de convivência social” surgiu a lei, conhecida hoje como

direito. Ela se caracteriza por um conjunto de normatizações que determina a

convivência entre a sociedade.

Com o crescimento das cidades, e aumento da população, o convívio

harmônico ficou cada vez mais difícil, e deu margem para o surgimento de diversos

conflitos, e com a intensificação houve necessidade de serem julgados por uma

autoridade competente, que não deve permitir que se faça justiça de maneira

indiscriminada, ou até mesmo com as próprias mãos. A função de julgar, e fazer

justiça, ficou e está a cargo do Estado.

No império Romano, valorizou-se o direito Romano, onde a igreja católica

teve grande influência na sociedade, e até mesmo nos julgamentos.

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No Brasil a influência vem de Portugal e a partir da constituição de 1924

houve a divisão dos poderes, em Poder Legislativo, Poder Moderador, Poder

Executivo, e o Poder Judicial.

No capítulo II, artigo 6º da Constituição da Republica Federativa do Brasil de

1988, fala da educação como sendo um direito social, e complementada no artigo

53, onde referencia que a criança e o adolescente têm direito à educação, visando

ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e

qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;

IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;

V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.

O artigo 55 Afirma que os pais ou responsável têm a obrigação de matricular

seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino, e que a instituição de ensino

através do art. 56, têm o dever de comunicar ao Conselho Tutelar os casos de: I -

maus-tratos envolvendo seus alunos; II - reiteração de faltas injustificadas e de

evasão escolar, esgotados os recursos escolares; III - elevados níveis de repetência.

No seu artigo 205 deixa claro que a educação, é um direito de todos e dever

do Estado e da família, e que será promovida e incentivada com a colaboração da

sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o

exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, o que leva a escola a

propor um currículo que contemple disciplinas técnicas e de acordo com a realidade

do educando, para inseri-lo ao mercado de trabalho.

No artigo 206 esta previsto que o ensino será ministrado com base nos

seguintes princípios:

parágrafo I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

parágrafo II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

parágrafo III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

parágrafo IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

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parágrafo V - valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;

parágrafo VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; parágrafo VII - garantia de padrão de qualidade.

Em seu artigo 227, caput, afirma que é dever da família, da sociedade e do

Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade:

O direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Assegurar esses direitos às crianças e adolescentes, é ter a certeza de um

futuro promissor, isto é, com a garantia do sucesso escolar, mas é necessário que o

estado, juntamente com a família e a escola, cumpram com suas obrigações.

Com base na Constituição Federal, a Constituição do Estado do Paraná, na

seção I - 177 a 189, em seu capitulo II fala da Educação, da Cultura e do Desporto,

diz que:

a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Em seu artigo 178, diz que o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

igualdade de condição para acesso e permanência na escola, vedada qualquer forma de discriminação e segregação; gratuidade de ensino em estabelecimentos mantidos pelo Poder Público estadual, com isenção de taxas e contribuições de qualquer natureza; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber.

Protegendo esses direitos, a escola reduzirá os índices de evasão e

repetência, pois os educandos estarão livres da discriminação, e serão valorizados

como pessoa humana, e são tratados com igualdade.

A evasão escolar e a repetência, são motivo de preocupação nas escolas, e

por conta disso O Artigo 179 em seu inciso I, fala que, o acesso ao ensino

obrigatório e gratuito é direito público subjetivo; compete ao Poder Público estadual,

com a colaboração dos municípios, recensear os educandos no ensino fundamental,

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fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à

escola; na organização de seus sistemas de ensino, os Estados e os Municípios

definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino

obrigatório.

3.2 LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL - LEI 9.394/1996

DE 20/12/1996

O Artigo 1º. estabelece que a educação abrange os processos formativos

que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas

instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da

sociedade civil e nas manifestações culturais. Diante disso, é importante saber que

não é somente a escola a provedora de todo o conhecimento.

Em seu Artigo 2º, diz que a educação, dever da família e do Estado, inspirada

nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade

o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e

sua qualificação para o trabalho. Sendo assim são partilhadas entre a família e o

Estado, onde ambos devem fazer a sua parte para prepara o futuro dos educandos.

O seu Artigo 6º, fala que é dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula

dos menores, a partir dos sete anos de idade, no ensino fundamental, até porque

crianças e adolescentes ainda não têm a responsabilidade legal de seus atos.

Em seu Artigo 12º, prevê que os estabelecimentos de ensino, respeitadas as

normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de articular-se

com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com

a escola; informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos

alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica”. É muito

importante a articulação entre a escola e família em favor do educando.

O Plano Nacional de Educação (aprovado pela Lei n. 10.172/2007), que

define como uma de suas diretrizes a implantação dos conselhos escolares, a

participação da comunidade escolar (famílias) na estrutura pedagógica e

administrativa dos Estabelecimentos de Ensino.

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3.3 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) - LEI 8069 DE 13 DE

JULHO DE 1990

O (ECA), em seu Artigo 5º garante que nenhuma criança ou adolescente será

objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,

crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou

omissão, os seus direitos fundamentais, o que vem a ser complementado pelo

Código Civil Artigo 1.634 fala da competência dos pais quanto à pessoa dos filhos

menores: parágrafo “VII - exigir que lhe prestem obediência, respeito e os serviços

próprios de sua idade e condição”.

Portanto, os pais devem entender o seu papel na sociedade, sua obrigação

para com os filhos, e real função na educação de seus filhos, e não querer que a

escola assuma toda a responsabilidade.

3.4 AS DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO PARANÁ

As Diretrizes Curriculares para a educação pública do Estado do Paraná

chegam às escolas como um documento oficial que traz a característica principal de

sua construção: a horizontalidade, sendo que para a sua elaboração, contou com a

participação de todas as escolas e Núcleos Regionais de Educação do Estado, e faz

ressoar nela as vozes de todos os professores das escolas públicas paranaenses.

Este é um documento que traça estratégias que visam nortear o trabalho do

professor e garantir a apropriação do conhecimento pelos estudantes da rede

pública.

Os mesmos princípios democráticos que fundamentaram a construção destas

Diretrizes, solicitam, dos professores, o engajamento para uma contínua reflexão

sobre este documento, para que sua participação crítica, constante e transformadora

efetive, nas escolas de todo o Estado, um currículo dinâmico e democrático.

Nesses cadernos o texto Educação Básica e a opção pelo currículo

disciplinar, discorre sobre a concepção de currículo para a Educação Básica

paranaense, as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE) de sua disciplina e, no

anexo, ao final do caderno, a Tabela de Conteúdos Básicos construída e

sistematizada pelas equipes disciplinares do Departamento de Educação Básica.

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Os conteúdos são organizados por séries e devem ser tomados como ponto

de partida para a organização da proposta pedagógica curricular das escolas.

4 AS RESPONSABILIDADES DA FAMÍLIA E DA ESCOLA NO PROCESSO

DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Segundo Coleman (1994),

Quando pensamos na família, geralmente pensamos em uma mãe e um pai, com um ou mais filhos. É o que chamamos de família nuclear. No entanto, muitas crianças não crescem nesse tipo de família. Há jovens que moram apenas com um dos pais; há os que vivem com o padrasto ou a madrasta, os avós ou outros parentes; há os que passam parte do tempo longe de casa, seja na escola, seja com pais adotivos ou instituição para menores. A idéia de família pode ter significados diferentes para cada tipo de pessoa. Existem famílias em todas as culturas, e mesmo alguns animais vivem em grupos que não diferem da família humana. Além disso, a família se estende além do lar onde as pessoas vivem. Os laços familiares ligam as pessoas em diferentes países, até mesmo em diferentes continentes, e podem ser mais poderosos do que quaisquer outros vínculos entre os seres humanos. (p.06).

Em relação à interação entre família e escola, Weiss (2010) aponta também a

responsabilidade familiar, ou, a falta dela, pois há muitas famílias que exigem a

educação dos próprios filhos, enquanto eles, os verdadeiros responsáveis sociais, se

omitem. A família tem caminhado numa direção de menor autoridade, o que resulta

em filhos sem limites, sem regras básicas do viver em grupo, e do respeito ao

próximo. Tudo isso se reflete na aprendizagem e/ou na disciplina escolar.

Segundo G. Pires; Gandra E Lima, (2002, p.06), “a família tem sido, no

decorrer da história da humanidade, a célula-mãe da sociedade, aquela que prepara

os indivíduos para conviver em grupo, exercendo influência na sua formação”.

O papel da família é importante também no desenvolvimento psicológico do

aluno para que ele não desenvolva atitudes anormais na escola. Num âmbito mais

voltado à relação entre professor e aluno (ou mesmo instituição e seus respectivos

agentes) e menos estrutural do desenvolvimento subjetivo deste, aparecem outras

perspectivas do problema.

Alves (2008), diz que a relação família-escola é, hoje, tema em destaque na

discussão sobre o alcance do sucesso dos alunos no processo de ensino-

aprendizagem.

A ausência dos pais às reuniões pedagógicas, pode ser um indicativo do

pouco acompanhamento da vida escolar das crianças, por parte dos pais. Diante

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desse contexto, é preciso que a família assuma a sua responsabilidade e engaje

junto com a escola no processo educativo, pois é o futuro de seus filhos que esta

sendo preparado.

Inserida em um contexto social bem mais amplo, a família, numa certa perspectiva, trata-se de uma cultura dentro de outra mais extensa, sobre a qual age e em relação a qual reage. Diante disso, a família não transmite todos os valores sociais, pois a formação de um jovem é fortemente influenciada pela estrutura das escolas e por uma sociedade conflituosa, instável, atingida por constantes mudanças. Nesse cenário, a família deve assumir a responsabilidade educativa, pois é nela que cada jovem aprende a desenvolver a individualidade, a tornar-se pessoa criativa em busca da auto-realização e a manifestar as qualidades fundamentais para o convívio social. Santos e Nunes (2006).

Educar os filhos é dever dos pais, mas nota-se que muitos querem repassar

essa responsabilidade aos professores, alegando falta de tempo, mas na verdade

com essa atitude eles demonstram incompetência, insegurança, e um total

desconhecimeto das leis, principalmente do Estatuto da Criança e do Adolescente,

onde não se admite a omissão e abandono dos filhos pelos pais.

Vasconcellos (2006, p.19). “Como a luta pela sobrevivência está cada vez

mais intensa, todos precisam trabalhar mais, inclusive os professores”.

Constituir uma família não é uma tarefa fácil, devido a muitas situações que a

sociedade atual enfrenta. É preciso condições e uma série de estruturas necessárias

para o sucesso da instituição que se pretende formar, pois se trata de um processo

natural do ser humano.

A harmonia e afetividade na família, possibilita a convivência em grupo, e no

mesmo espaço, e por conviver e compartilhar esse mesmo espaço, é preciso que o

grupo tenha que muitas vezes, suportar as adversidades, e as alterações

comportamentais dos membros, que são motivados, pela própria inconstância do

comportamento humano.

A família precisa ser alimentada constantemente com o amor, a tolerância, o

entendimento e o respeito mútuo. O mundo globalizado, e o capitalismo, tornam

vulneráveis os laços familiares, e quando duas pessoas de sexos opostos decidem

viver juntas, inicia-se aí uma nova família, e por conta dessa união nascem os filhos,

que a partir daí desenvolverão suas próprias personalidades.

A realidade de cada família é diferente e dinâmica, isto é, os conceitos e

costumes diferem de uma família para outras. No lar, cada um tem um papel a

desempenhar e deve se esforçar para bem executá-lo. É importante a compreensão

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dos deveres e direitos de cada cônjuge, que não são, em regra, iguais, mas

complementares, e que transformações na sociedade refletem na família.

No passado as famílias eram numerosas, mas atualmente, as mais abastadas

que poderiam dar um conforto melhor, optam em ter poucos filhos. Já nas camadas

mais pobres da sociedade, é comum um grande número de filhos. Mesmo com toda

essa mudança, não se pode tirar a responsabilidade da família em criar e educar os

seus filhos. É preciso respeitar o direito da família, em se organizar e conviver

harmonicamente.

Ao mesmo tempo em que o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente,

protege os direitos da criança e adolescente, também delega deveres e

responsabilidades aos pais. Quanto às responsabilidades, a mãe tendo que

trabalhar mais cedo, fica pouco tempo com os filhos, e transfere a responsabilidade

para as instituições de ensino, como creches, Centros de Educação Infantil, e

escolas de ensino Fundamental, onde eles adquiriram certa “liberdade”, e

desenvolvimento precoce. Diante dessa liberdade, elas ficam vulneráveis às

facilidades que o mundo lhes oferece, como a droga, a prostituição infantil, a

violência, e que grande parte da culpa, se atribui aos meios de comunicação por

essa situação, pois elas precisam ser estimuladas por um meio ambiente favorável,

sendo que é na família que elas adquirirão os modelos de comportamento, e os

valores que posteriormente irão exteriorizar na sociedade e na escola.

Com referência à interação entre família e escola, Alves (2008), diz que “a

relação família-escola é, hoje, tema em destaque na discussão sobre o alcance do

sucesso dos alunos no processo de ensino-aprendizagem”. A ausência dos pais às

reuniões pedagógicas pode ser um indicativo do pouco acompanhamento da vida

escolar das crianças pelos pais. Diante desse contexto, é preciso que a família

assuma de vez o seu papel e engaje no importante processo educativo, pois são os

seus filhos e o futuro deles que está sendo construído.

Por mais adversa que seja a situação, os educadores não desistem da misão

tão importante que é de contribuir para a melhoria da qualidade da educação, e o

sucesso da escola.

É ele, o aluno, o grande beneficiário de uma sala de aula gerida democraticamente, sob a batuta de um professor que sabe fazer uso inteligente de sua autoridade, negociando com os alunos as normas de conduta, os conteúdos de aprendizagem, os critérios de avaliação, elevando-as à condição de responsáveis pelo bom andamento do processo educativo, sem o que lhes estará sendo negado aquilo a

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que todos temos direito: uma educação de qualidade. Uma escola democrática não é aquela em que todos fazem o que querem, mas sim aquela em que todos fazem o que é bom para todos, na concepção Kantiana de liberdade. Gerir democraticamente uma sala de aula é criar condições de respeito mútuo, é criar condições de aprendizagem para todos os alunos, respeitando-lhes as diferenças e trabalhando-as em beneficio deles mesmos, Oliveira (2005, p.98).

Parolin (2009, p.82) diz que, “especialmente no ensino básico, a qualidade da

relação professor-aluno, é a base de sustentação para que o professor possa

desempenhar o seu papel de formador na totalidade”.

Silva (2009) fala que docentes devem estar aptos a conhecer o psicológico

dos seus alunos, que eles tenham uma sensibilidade aguçada e que eduquem

também pela emoção não só pela razão.

Segundo Miguel G. Arroyo (2004),

Não cabe aos profissionais da educação excluir os alunos por não estarem aptos a lidar com eles, pois não cabe tão somente a ele tomar essa atitute, cabe também ao estado capacitá-los, dando-lhes melhor formação, condições materiais, e melhoria dos salários, pois não basta ter escolas bonitas e bem equipadas e os profissionais mal remunerados. (p.39).

O professor é o coordenador do processo educativo, e deve exercer a sua

autoridade, respeitando os princípios democraticos, com responsabilidade e

sensibilidade, criando com os alunos espaços pedagógicos interessantes,

estimulantes e desafiadores, para que neles ocorram a construção de um

conhecimento escolar significativo.

Tudo que se faça na escola em termos de estrutura física, não substituirá a

figura do professor, pois é ele que dá sentido às aulas. O professor tem alma, tem

afeto, estimula o aluno e alimenta os seus sonhos.

Todos os projetos desenvolvidos na escola só terão sucesso se tiverem o

engajamento dos professores. No aspecto legal a LDB em seu artigo 13 fala

claramente sobre a função do professor, diz que os docentes incumbir-se-ão de:

I. participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II. elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do

estabelecimento de ensino; III. zelar pela aprendizagem dos alunos; III. estabelecer estratégias de recuperação dos alunos de menor rendimento; IV. ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar

integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; VI. colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

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Portanto o papel do professor é muito importante no processo de formação do

aluno, e cabe aqui dizer que o professor pode mudar a trajetória de vida do aluno

tanto para o sucesso, como também para o fracasso.

Aquino (1996), enfatiza que é muito importante uma relação harmônica entre

professor e aluno. É preciso que o docente consiga fascinar seus alunos de modo a

se tornar inesquecível na vida deles. O professor deve saber do seu verdadeiro

potencial. Já não há mais o respeito mútuo entre discentes e docentes; a indisciplina

em sala de aula é uma constante; a dificuldade que os estudantes encontram em

usar a linguagem escrita como elemento de reforço ou registro da fala, uma triste

realidade; e atos de violência escolar já fazem parte do nosso dia-a-dia.

Embora muitos conteúdos sejam interessantes do ponto de vista dos alunos,

outros eles notam que os professores tem pouco domínio ou estão desmotivados.

Diante desse problema, se faz necessária a intervenção da equipe pedagógica para

avaliar o comportamento do aluno e do professor, e intervir se for necessário.

Por mais que a situação esteja difícil por conta dos baixos salários dos

professores, falta de condições físicas adequadas, os educadores não desistem do

sonho de preparar o futuro do país, por meio da educação.

5 PARCERIAS E EDUCAÇÃO INTEGRAL EM REGIME DE CONTRA-TURNO

As escolas integrais em período de contra turno, foram implantadas pelo

governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola nas décadas de 80 e 90, com a

intenção de melhorar a qualidade da educação.

Denominadas de CIEPs (Centros Integrados de Educação Pública), e

funcionavam em período de contraturno com atividades de música, artes plásticas,

diversas modalidades esportivas (83/86 e 91/94) foram instituidas em todo o estado

do Rio de Janeiro 506 CIEPs, e os governos que se sucederam, não deram

continuidade, e que na atualidade muitos governantes assumiram compromissos em

suas campanhas políticas de implantar a escola integral, nos moldes dos CIEPs. A

proposta dos CIEPs , apareceu como uma tentativa de redefinição do papel da

escola na sociedade. Os CIEPs propuseram uma reflexão sobre a organização,

objetivos, métodos, inserção social, proteção, segurança, alimentação, cuidados e

saúde, para tirar as crianás e adolescentes de situação de risco.

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No Estado de São Paulo também estão sendo desenvolvidos programas de

ampliação de oportunidades de aprendizagem com o “Programa São Paulo é uma

Escola”, implantado pela Secretaria Municipal, e o programa “Escola de Tempo

Integral”, formulado pela Secretaria Estadual de educação, mas ambos os

programas têm como concepção a escola em tempo integral.

O programa municipal, desenvolve as atividades complementares de reforço

escolar, e outras atividades. Já a proposta da Secretaria Estadual é a ampliação da

jornada, através de uma grade curricular diferenciada, oportunizando o

desenvolvimento de oficinas curriculares.

A Lei 9.394 (LDB, 1996) que estabelece diretrizes e bases da educação

nacional, que determina, em seu artigo 34, parágrafo segundo, que a jornada escolar

no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala

de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola,

Inciso 2º o ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral,

a critério dos sistemas de ensino.

A escola em tempo integral só terá sentido se representar verdadeiramente

uma ampliação de oportunidades, e situações que promovam aprendizagens

significativas, tendendo para uma emancipação.

A escola não existe para formar classes menos privilegiadas e para serem

submissas, sua função social é proporcionar ao ser humano o desenvolvimento da

vida em sociedade, mas que ao longo de sua existência foi assumindo outras

funções que não são de sua competência, como por exemplo, cuidar das crianças

para as mães trabalharem, caso dos centros de educação infantis, que são condutas

alem de aprender a ler, escrever, fazer cálculos, e conteúdos curriculares que é a

sua verdadeira função.

As escolas atuais ainda não estão preparadas para implantar um regime de

contra turno, pois demanda de mais espaço, mais professores, mais transporte

escolar, mais funcionários, mais merenda escolar, enfim tem que dobrar o seu porte

atual. Daí a importância das parcerias públicas e privadas.

Os programas de contra-turno quando implantados nas escolas, e bem

administrados, que tenham condições adequadas para o seu desenvolvimento,

tendem para a redução do índice de evasão, repetência, indisciplina, e mudança

social.

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6 O FUTEBOL COMO MEIO ESPORTIVO PARA REDUZIR A INDISCIPLINA

No início do século XIX, o esporte era comum para todos as pessoas, mas

com significados diferentes, sendo que para a elite era praticado como meio de

distração, e para a classe de trabalhadores era uma questão cultural. Tal como a

capoeira para nós, o esporte também em nível mundial se tornou estratégia de

mobilização, e por conta disso o esporte passou a ter regras definidas e bem rígidas.

O esporte foi tomando uma dimensão muito grande, e por conta disso teve

que ser subdividido em diversas categorias e níveis.

Tendo como base os princípios de unir os povos do planeta, é que surgiram

as primeiras olimpíadas, que são realizadas de quatro em quatro anos, e o Brasil

sediará pela primeira vez as olimpíadas em 2016, cuja sede será na cidade do Rio

de Janeiro.

A prática do esporte é saudável e independe da idade, mas desde que o

praticante tenha acompanhamento de profissionais qualificados, e segundo a

Constituição Brasileira, em seu artigo 217, o esporte é prioridade educacional, e um

“direito de todos”. Portanto, o Esporte educativo deve ser tratado como prioridade

para tornar as crianças, adolescentes, e jovens, cidadãos de direito, como reza a

constituição Brasileira.

O futebol é o esporte mais popular e mais praticado no mundo, e conhecido

pela maioria dos países, e por ser modalidade coletiva, serve como exemplo de

motivação para as organizações. Então, porque não utilizá-lo como instrumento de

combate à indisciplina na escola?

O futebol como paixão nacional, é objeto de discurso de toda a classe política,

e item indispensável nos planos de governo dos candidatos a cargos eletivos desde

veradores, prefeitos, até presidentes da república.

Praticado pelos militares na China antiga por volta de 3000 a.C, onde a bola

era feita da cabeça dos seus inimigos, que eram abatidos na guerra. Mais tarde

surgiu a bola de couro. Já na Inglaterra o futebol teve início por volta do século XVII.

Em 1904 foi fundada a FIFA ( Federação Internacional de Futebol Association ) que

é detentora dos direitos de organizar todas as competições de futebol no mundo.

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7 AÇÕES DESENVOLVIDAS NA ESCOLA PARA REDUÇÃO DA

INDISCIPLINA

7.1 ESCOLINHA DE FUTEBOL EM CONTRA TURNO

No Brasil o futebol chegou em 1894 trazido da Inglaterra por Charles Miller,

sendo que o primeiro jogo oficial, foi realizados em 15 de abril de 1895 entre

funcionários de empresas inglesas que atuavam em São Paulo.

O projeto Escolinha de Futebol em contra turno no Colégio Estadual Santa

Clara, teve início com a finalidade de reduzir a indisciplina em sala de aula.

Diante do fato em que o colégio não possui campo apropriado para a prática

do futebol, foi firmada uma parceria entre a escola e a Secretaria Municipal

demEsportes e Lazer, onde disponibilizau o complexo esportivo, um professor de

educação física, um estagiário em educação física, transporte até o complexo

esportivo, e todo material esportivo necessário para os alunos.

Os treinamentos aconteceram nas segundas, quartas e sextas feiras, nos

turtnos da manhã e tarde, onde foram atendidos 180 alunos devidamente

matriculados no Colégio, onde se revezavam em contra turno. Quem estudava de

manhã, freqüentava a escolinha a tarde, e quem estudava a tarde frequentava a

escolinha de manhã. As atividades iniciaram em setembro de 2010, e foram até

dezembro do mesmo ano.

Na avaliação final, todos os alunos votaram pela continuidade do projeto em

2011, e se comprometendo a serem mais disciplinados em sala de aula. Além da

redução da indisciplina, eles tiveram a oporunidade de representar o colégio em

jogos contra outros municípios. Através desta atividade esportiva, todos refletiram

sobre suas atitudes dentro e fora da saa de aula, e assumirem um compromisso de

contribuir para a melhoria da qualidade de sua escola. Já nos outros segmentos da

escola, partindo do grupo de apoio, foram realizadas reuniões e palestras com os

pais, alunos, funcionários, APM, Conselho Escolar, Professores, para

conscientização da importância da disciplina, para que a escola alcance pleno

sucesso. Quanto ao projeto Escolinha de Futebol ficou assegurado a continuidade

em 2011, e a certeza de todas as conquistas, que incluem também, o lanche para

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todos os alunos. As outras atividades propostas, como A Escola Vai à Comunidade,

grupos de estudos, palestras sobre indisciplina, foram aceitas. Todos se

comprometeram com a escola, e foram favoráveis à continuidade de todos os

projetos, e com a certeza de que o caminho é esse para combater e reduzir a

indisciplina, para o sucesso dos alunos, e melhoria na qualidade de ensino, que é

objetivo de todos.

7.2 ORGANIZAÇÃO DO GRUPO DE APOIO

A implantação do grupo de apoio no Colégio Estadual Santa Clara, foi uma

das etapas do PDE, da Secretaria de Educação do Estado do Paraná, e oportunizou

professores, pedagogos, funcionários, e Direção a refletirem sobre o tema “a

Indisciplina no contexto da gestão escolar”. Nos oito encontros, foram analisados

diversos textos, vídeos, e ocorrências registradas em ata referentes ao assunto em

questão. As discussões foram muito interessantes e bem produtivas, pois a

indisciplina escolar foi motivo de preocupação de todos, e as ações foram pensadas

coletivamente. No total foram 8 encontros de 4 horas, todas as quartas feiras no

período noturno das 19:00h às 23:00h, com início em 25/08/2010 e término em

23/11/2010. Os temas discutidos foram: “A indisciplina e a escola atual”; “Interação

família e escola”, “A responsabilidade moral do professor”; “A auto-estima do

professor” ; “legislação educacional”; “A motivação como prevenção da indisciplina”;

“Relação pedagógica, disciplina e indisciplina na aula”; “Problemas de

comportamento, problemas de aprendizagem, problemas de “ensinagem””; “Gestão

escolar, democracia e qualidade do ensino”; “O valor do afeto na relação professor-

aluno”; “Por uma docência fascinante”.

Foram desses encontros que saíram as idéas dos projetos “A Escola Vai à

Comunidade”, o projeto “Escolinha de Futebol em contra turno”, e a proposição das

parcerias com a secretaria de esportes e lazer do município de Candói - Pr.

Nos encontros foram apontados diversas causas para a indisciplina na escola,

como: professores o despreparo dos professores para enfrentar a sala de aula,

famílias desestruturadas, e que não acompanham os seus filhos na escola, excesso

de alunos por turma, estrutura física deficitária das escolas, poucos cursos de

formação continuada sobre temas emergentes e atuais como indisciplina e violência

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na escola, o contexto social dos alunos, contratação de professores após o início

das aulas, saúde dos trabalhadores na educação, e falta de interesse dos alunos.

Muito se espera da escola, pois é nela que as crianças e adolescentes

passam boa parte de sua vida. Por isso deve ser aberta de verdade para todos,

atender sem discriminação, e proporcionar ensino de qualidade. Devemos analisar

as estatísticas, e com base nelas, propor ações para melhorar a qualidade do

ensino, resgatar nos alunos o gosto pela escola, a vontade em aprender, e fazer dela

um ambiente saudável e alegre para todos. Não devemos fazer da escola um objeto

de disputa, e nem tão pouco deixada a segundo plano. Jamais devemos perder o

foco, que é proporcionar educação de qualidade para todos, pois o futuro de nossas

crianças e adolescentes está em nossas mãos. O que não podemos é deixar de

cobrar dos governantes, dos pais, da sociedade, e dos nossos colegas professores,

o comprometimento, para tornarmos o ensino público confiável e o melhor de todos,

e disso não devemos abrir mão.

7.3 PROJETO A ESCOLA VAI À COMUNIDADE

A família deve ir com freqüência na escola, quando solicitada e quando não

for solicitada, demonstrando interesse na vida escolar de seus filhos.

Segundo Nogueira (1998, p.91), “a participação dos pais na escola melhora o

aprendizado dos filhos”. Com a intenção de dialogar com os pais sobre seus filhos

iniciou-se o projeto “A Escola Vai à Comunidade”, cujo principal objetivo, é a

aproximação, tanto da escola como também dos pais, com reuniões nos finais de

semana na comunidade onde moram as famílias, com diversas atividades como,

apresentação de professores, equipe pedagógica, e discutir sobre os problemas que

ocorrem na escola, como a indisciplina. Reuniões com os pais na comunidade

ajudaram a aproximar a família da escola. Foi uma experiência inédita, e proveitosa,

pois os pais participaram, opinaram e não se sentiram constrangidos e nem

discriminados, pois estavam na sua comunidade e todos se conheciam de muitos

anos, o que deu segurança a eles. As reuniões foram importantes para reafirmar o

compromisso da escola para com a educação dos alunos, e mostrar aos pais a

importância do envolvimento deles no processo educacional. A escola e a família

não divergem quando o assunto se trata de educação, pois a relação entre pais e

professores deve ser de parceria.

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Quando a escola vai até a comunidade, quebra paradígmas, demonstra

maturidade, humildade, e conquista a confiança dos pais. Mesmo sendo na

comunidade, as reuniões não devem ser demoradas, e mal planejadas. Elas devem

trazer informações importantes, e todos devem se interagir, e incentivar os pais e

alunos a falarem bastante. Para ir até a comunidade a escola deve organizar uma

caravana composta por professores, direção, pedagogos, funcionários, membros da

APM, e Conselho Escolar, não com o objetivo de impressionar, e sim para

demonstrar unidade, e vontade de fazer parcerias com a família.

O objetivo da escola não deve ser somente em ensinar os alunos, mas deve

também oportunizar a todos o conhecimento, e promover uma abertura para a

participação da comunidade, pois deve ser um local onde todos se sintam donos e

ajudem a cuidar dela, e um dos objetivos é promover o relacionamento com todos.

Se um dia todos os pais participarem do processo educacional, fica a certeza

de que o ensino tende a melhorar.

Todos os projetos aplicados durante a intervenção no Colégio Estadual Santa

Clara, foram aprovados pela comunidade escolar, e todos foram unânimes em

aprovar a continuidade no ano de 2011.

Com essas ações, e outros que estão sendo desenvolvidos na escola, pode-

se afirmar que bons frutos estão e serão colhidos, e a escola podendo contar com a

participação dos pais, certamente as dificuldades serão superadas.

8 SUGESTÕES PARA COMBATER A INDISCIPLINA

O trabalho de implantação das ações na escola, possibilitou analisar a

atuação dos segmentos, avaliar atos de disciplina e indisciplina, o que nos deu

sobsídios para apresentarmos algumas sugestões que contribuirão para a redução

da indisciplina, sendo:

É preciso que os educadores revejam a sua metodologia de ensino, pois o que

pode facilitar o aprendizado de alguns alunos, não facilita para os outros;

Dar oportunidade aos alunos para que se expressem, e participem das aulas;

Colocar aos pais a realidade da sala de aula, para que eles conheçam e ajudem

a escola;

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Repassar aos pais e alunos todas as normas da escola, para que todos fiquem

conhecendo e estejam cada vez mais envolvidos;

Continuar as reuniões nas comunidades, para que aos poucos todos estejam

cientes do processo educacional;

Dar continuidade com a Escolinha de Futebol em contra turno, para que os

alunos possam receber informações importantes sobre comportamento

disciplinar em sala de aula, atividades esportivas e na sociedade;

A escola estar permanentemente promovendo encontros entre todos os

segmentos, referentes a temas diversos, a exemplo do grupo de apoio criado

para discutir a indisciplina escolar.

A escola levar mais a sério os princípios democráticos implícitos no Projeto

Político Pedagógico;

Muita atenção do professor para identificar as causas da indisiciplina do aluno, se

for o caso mudar o estilo de suas aula. Esta atitude demonstra humildade e traz

um bom resultado;

Criar coletivamente regras para melhorar a disciplina na sala.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A indisciplina vem se tornando, um dos grandes obstáculos a ser enfrentado

pela escola.

Os problemas são inúmeros e normalmente estão relacionados com

professores e alunos, professores e professores, alunos e alunos, professores e

supervisão, professores e direção, professores e pais, e pais e filhos. Esse problema

vem aumentando consideravelmente, sendo que nem a família e nem a escola estão

preparadas para enfrentá-lo.

Percebeu-se que as famílias da região urbana e mais perto da escola, são

aquelas que comparecem mais quando são chamadas, enquanto que as que moram

no interior, e por conta da dificuldade de transporte, quase não vão à escola quando

são convocados. Daí a importância da escola ir até a comunidade, principalmente as

que se localizam no interior do município.

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As ações desenvolvidas durante a intervenção do projeto na escola geraram

resultados satisfatórios, e comprovou que a soma de esforços é decisiva para que se

tenha um bom resultado, pois a escola sozinha não dá conta de todos os problemas.

O enfrentamento do problema da indisciplina não demanda de um trabalho

isolado, mas o comprometimento amplo de todos, e compartilhamento de idéias e

ações. É trabalho a ser efetivado por toda a escola em parceria com a família, com

diferentes setores da sociedade, e do serviço público, como: promotoria, juizado de

menores e conselho Tutelar, se a situação exigir tais interferências e auxílio.

Ao gestor escolar cabe apoiar os professores, funcionários, pais, comunidade,

alunos, e deve ser presença constante nos diversos espaços da escola,

incentivando a participação de todos; zelando pela democracia nas tomadas de

decisões, e respeitando as opiniões de todos. Deve ajudar a desenvolver as

competências básicas e necessárias à participação, como saber ouvir e saber

comunicar as suas idéias. Além disso, é fundamental que promova alterações no

clima da instituição a partir de um trabalho sistemático com a comunidade escolar no

que diz respeito às regras de convivência.

Os apontamentos de situações consideradas atos de indisciplina no contexto

da escola possibilitaram a discussão no grupo de apoio, e posteriormente o

desenvolvimento das ações para a redução.

No que diz respeito às metodologias aplicadas pelos professores, foi instituída

a pasta de vivência, que é o relatório do comportamento e desempenho diário do

aluno, ficando na sala até a última aula do turno, e a adoção de diferentes

estratégias pedagógicas para o melhor entendimento e avanço do aluno.

Da análise do PPP e regimento escolar, foi comprovado que vários membros

de diversos setores da escola desconhecem esses documentos, fato esse que foi

discutido no grupo de apoio, e como medida, foi orientado para que todos tivessem

uma cópia, pois está à disposição no site da escola.

O levantamento dos fatores que facilitam e dificultam o processo ensino

aprendizagem da escola foram importantes para a proposição e desenvolvimento

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das ações para reduzir a indisciplina na escola, o que proporcionou a propor o

envolvendo da comunidade escolar.

A análise dos resultados de desempenho dos alunos possibilitou o

aprimoramento do planejamento pedagógico, a diversificação das formas de avaliar

o aluno.

Com esse trabalho comprovou-se que a articulação das práticas e projetos

pedagógicos da escola tornou a aprendizagem dos alunos mais eficiente, e bem

sucedida, pois, sabemos que o problema da indisciplina nunca vai ser eliminado por

completo, mas se a comunidade escolar tiver disposição e ajudar a amenizar o

problema, a escola dando a abertura necessária, e o governo fazendo a sua parte,

certamente a indisciplina será reduzida, e conseqüentemente, teremos uma

educação com mais qualidade.

Dessa forma esperamos que, o gestor incentive a participação de todos,

realize as parcerias com todos os segmentos, e faça avançar as práticas e as

relações na escola, principalmente diante da nova realidade que hora se apresenta,

e que exige que a escola esteja sempre atualizada e que seja cada vez mais

competente e inovadora.

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, Colégio Estadual Santa Clara - Ensino Fundamental e Médio, 2010

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