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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

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PRODUÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA EM

AMBIENTE COMPUTACIONAL.

Joseane Chagas1

Maysa de Lima Leite2

RESUMO

Este trabalho foi realizado como parte das atividades do Programa Desenvolvimento Educacional do Paraná. Vivemos cada vez mais, a crescente utilização de meios informatizados em nossa sociedade, sempre objetivando disponibilizar maior agilidade e conforto. Para que possamos justificar a necessidade de maior dinamização dos processos de informatização na educação e compreender melhor o papel que as novas tecnologias poderão desempenhar no contexto educacional, é preciso saber qual a função desses meios tecnológicos na escola. Utilizar o computador nas aulas possibilita ao estudante interagir com os softwares, podendo torná-lo assim sujeito ativo na busca do conhecimento. Para isto é necessário criar novos processos e métodos para o trabalho pedagógico. O questionamento que norteia esse trabalho é: Como elaborar materiais instrucionais que apresentem características necessárias, com potencial, para influenciar e facilitar ao professor de Ensino Médio o uso de recursos computacionais nas aulas de Biologia?

Sentindo a necessidade de abordar esta questão, é que este trabalho teve a finalidade de enriquecer os conteúdos ministrados em sala de aula com auxílio dos recursos de informática.

Biologia é uma área maravilhosa e fascinante, alguns conceitos biológicos, no entanto, podem parecer incompreensíveis. A produção de material didático em ambiente computacional, ajuda a tornar a Biologia mais fácil, reforçando determinadas informações e aumentando a interação de alunos com o assunto. Palavras-chave: Material multimídia; Aprender a aprender; Flexibilidade; Recursos computacionais.

1. Professora da Rede Estadual de Ensino do Paraná .

2. Professora da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

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1. INTRODUÇÃO

Com base no livro Projeto EDUCOM (Andrade, P. F., & Albuquerque Lima, M.

C. M., 1993) a informática na educação brasileira passou a ser vista como

ferramenta a partir de 1971, quando as discussões iniciaram-se acerca de seu uso

no ensino de Física. Esperava-se, nesse momento, "construir uma base que

garantisse uma real capacitação nacional nas atividades de informática, em

benefício do desenvolvimento social, político, tecnológico e econômico" em âmbito

nacional (MORAES, 2007). O Poder Público criou diversos órgãos objetivando

ampliar o desenvolvimento tecnológico no país. Já em 1973 deram-se início às

primeiras demonstrações do uso do computador na educação, na modalidade CAI,

Computer Aided Instruction, a qual ocorreu no Rio de Janeiro, na I Conferência

Nacional de Tecnologia Aplicada ao Ensino Superior.

Entre os órgãos criados pelo governo estava a SEI, Secretaria Especial de

Informática, que tinha, dentre outras atribuições a função de assessorar o Ministério

da Educação e Cultura (MEC), no estabelecimento de políticas e diretrizes para a

educação na área de informática (MORAES, 2007).

Assim como a educação no Brasil, a informática na educação brasileira

também recebeu influência da educação de outras culturas. Liderado por Papert na

década de 80, teve início no Brasil o movimento conhecido como Filosofia e

Linguagem LOGO. Por meio desse movimento, Papert (1985) divulgou idéias que

defendiam que o computador é um instrumento que catalisa conceitos complexos,

permitindo assim que o aluno trabalhe estes conceitos de maneira simples e lúdica.

Em parceria com SEI, no ano de 1982, o MEC passou a financiar o

desenvolvimento de pesquisas na área de formação de recursos humanos, assim

como o desenvolvimento de metodologias educacionais apoiadas nas novas

tecnologias (computador e redes), e a elaboração de softwares educacionais.

As Universidades Públicas do Rio de Janeiro (UFRJ), Estadual de Campinas

(UNICAMP) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), foram responsáveis pelos primeiros

estudos acerca da utilização da informática como ferramenta para o ambiente

educacional.

Em 1984, após diversos seminários, fóruns e outros estudos, o Ministério da

Educação (MEC) lançou, em parceria com o CNPq - Conselho Nacional de

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Pesquisas, FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos, o projeto EDUCOM, sendo

o pioneiro na área de informática aplicada à educação no país. Sua proposta tinha

como objetivo principal fomentar a implantação experimental de centros-piloto com

infra-estruturas relevantes para o desenvolvimento de pesquisas, objetivando a

capacitação nacional e coleta de subsídios para uma futura política setorial

(MORAES, 2007), considerando o contexto, a cultura e as especificidades da área

educacional brasileira, buscando perceber como o aluno aprende sendo apoiado

pelo recurso da informática e se isso melhora efetivamente sua aprendizagem

(TAVARES, 2002), em âmbito de escolas públicas.

A partir daí, outros projetos educacionais com o mesmo foco foram sendo

implementados. Em 1986, o Programa de Ação Imediata em Informática na

Educação, denominado projeto FORMAR, passou a formar professores e a

implantar infra-estruturas de suporte nas secretarias estaduais de educação, escolas

técnicas federais e universidades, destaca Moraes. Os participantes do Programa

FORMAR foram encarregados de implantar em seus Estados os CIED (Centros de

Informática Educativa), que constituíram-se em centros irradiadores e

multiplicadores da informática nas escolas públicas. (TAVARES, 2002).

Em 1989, é fundado pelo MEC o Programa Nacional de Informática na

Educação (PRONINFE). Sua proposta principal consistia em desenvolver a

informática educativa no Brasil, através de atividades e projetos articulados e

convergentes, apoiados em fundamentação pedagógica, sólida e atualizada

(MORAES, 2007), destinando-se ao uso dos sistemas públicos de ensino. Segundo

Tavares (2002), possuía um modelo funcional e geograficamente descentralizado,

funcionando através de centros de informática na educação espalhados por todo o

país. Esses centros tinham como papel divulgar e fazer a análise dos projetos

educacionais, seus objetivos e resultados, além de formar professores dos níveis

fundamental, médio, superior, nas áreas de educação especial e pós-graduação,

priorizando a pesquisa sobre a utilização da informática educativa.

O PRONINFE ultrapassou as expectativas governamentais, tornando-se

ponto de referência em sua implantação e por todo o seu desenvolvimento (cerca de

dez anos). Posteriormente, este projeto foi integrado ao PLANIN (Plano Nacional de

Informática e Automação do Ministério de Ciência e Tecnologia).

Já em 1997, o PROINFO (Programa Nacional de Informática na Educação),

foi incorporado ao PRONINFE. Além de mudar sua estrutura inicial, essa

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incorporação tinha como principal objetivo formar professores e atender estudantes

através da aquisição e distribuição de cerca de cem mil computadores interligados à

Internet.

Na década de 1990, a evolução tecnológica, passou a exigir mão-de-obra

qualificada para a execução das tarefas nas indústrias. Nesse momento histórico, o

analfabetismo era intenso e as necessidades do mercado de trabalho exigiam agora

profissionais capacitados para operar equipamentos como, calculadoras, vídeo-

cassetes, computadores.

Ao final da década, o PROINFO, subordinado à Secretaria de Educação a

Distância (SEED), por meio do Departamento de Infra-Estrutura Tecnológica

(DITEC), em parceria com as Secretarias de Educação Estaduais e Municipais e

MEC, foi estruturado e oferecido aos governos dos estados e municípios brasileiros,

com os seguintes objetivos: melhorar a qualidade de ensino nas escolas públicas,

propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico, educar para uma

cidadania global, e possibilitar estudos acerca do comportamento dos indivíduos nos

ambientes escolares.

Muitos movimentos surgiram na informática educativa, e um deles se

destacava por defender o ensino do computador como instrumento, ou seja, focava-

se no ensino e aprendizado da computação. Sob essa perspectiva, uma vez que o

contexto social necessitava de profissionais com conhecimentos de informática, era

preciso que as instituições de ensino formal se preocupassem em ensinar esse

instrumento (focando-se no equipamento e no uso dos softwares de mercado –

processadores de texto, planilhas eletrônicas, navegadores, etc.).

A inserção do computador na educação gerou e ainda tem gerado uma

espécie de revolução nas teorias sobre a relação ensino-aprendizagem existentes

anteriormente, principalmente diante dos seguintes aspectos: - Computadores

podem ser utilizados para ensinar, exercendo um papel de tutores eletrônicos; são

muitos os softwares educacionais elaborados e as várias formas de utilização do

computador levam a concluir que trata-se de uma tecnologia de extrema utilidade e

contribuições no processo de ensino-aprendizage; analisando softwares

educacionais, observamos que eles possibilitam o uso sob diferentes versões

informatizadas das metodologias de ensino presencial. Os primeiros programas

implementados eram versões computadorizadas daquilo que acontecia na sala de

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aula presencial, e esse processo se verifica diante de qualquer nova tecnologia na

sociedade.

O computador, os softwares educativos, o professor preparado para utilizar-se

do computador como mídia educativa e o aluno motivado para uma nova forma de

aprender, são quatro elementos fundamentais para efetivar o processo de

incorporação do computador como mídia na educação. Sendo assim, cada vez mais

a educação caminha, para uma evolução tecnológica de sua metodologia e

possibilidades educacionais (Vesce, 2008).

A Informática na Educação Pública do Brasil vem construindo sua história,

com base no grande esforço de profissionais, nos diferentes níveis institucionais,

que se dedicaram e dedicam, conseguindo construir uma história de grandes

marcos, com uma identidade própria, raízes sólidas, mesmo diante de tantas

dificuldades (pouco incentivo institucional, carência de recursos financeiros e

humanos, descontinuidade de programas, etc.). Através da universalização da

Educação e melhoria na qualidade do ensino, as autoridades públicas diminuem as

diferenças sociais e culturais de seus cidadãos. Para tanto, é necessário que haja

investimento em recursos tecnológicos e na formação de professores. (MORAES, )

Outro grande desafio é conscientizar educadores quanto as grandes

contribuições para a formação de si próprios, enquanto docentes, e do aluno pela

prática da informática aplicada à educação nas escolas pública. Incentivar a prática

pedagógica de maneira que o professor possa estar sempre inovando suas ações,

aprendendo e ensinando constantemente ao fazer uso das novas tecnologias,

evitando que se instaure, na prática pedagógica, uma inovação conservadora.

(MORAES, )

Atualmente, o fenômeno da globalização nos apresenta a necessidade de

transmissão da informação de maneira rápida e atualizada. Para tanto, o uso do

computador se tornou fundamental numa perspectiva global. Assim, a tecnologia da

informação tornou-se ferramenta no processo ensino/aprendizagem com a finalidade

de incluir professores (ao partirem do uso das novas tecnologias em sua prática

pedagógica) e alunos nesta realidade. (MORAES, ).

Atualmente, a SEED integra a formação dos Núcleos de Tecnologia

Educacional (NTEs), nos estados. Segundo Tavares, esses Núcleos são formados

por educadores e especialistas em informática e, telecomunicações e informática. A

finalidade desses núcleos é sensibilizar e motivar as escolas para incorporação das

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novas tecnologias de informática e comunicação; apoiar o processo de planejamento

das escolas que desejarem aderir ao PROINFO; promover a formação continuada

dos professores e das equipes administrativas das escolas. O PROINFO foi um dos

principais projetos na área de informática educacional no que se refere "à inovação

temática, à distribuição funcional e à qualidade dos equipamentos disponibilizados

nas escolas" (TAVARES), e ainda está disponível junto a SEED. As escolas

interessadas, podem, mediante envio de projeto, usufruir deste benefício oferecido

pelo governo federal.

De maneira geral, o computador hoje é uma realidade em setores

estratégicos da sociedade e com isso faz-se necessária uma transformação radical

de paradigmas. Nessa perspectiva, é preciso que as escolas se adaptem a essa

nova realidade, utilizando a tecnologia e verificando suas contribuições para o

ambiente educacional como um todo.

Em comparação ao avanço tecnológico na sociedade, a informática na

educação brasileira avançou lentamente até chegar à realidade atual. Hoje,

observamos órgãos públicos investindo fortemente em equipamentos tecnológicos

direcionados as escolas, tanto administrativa quanto pedagogicamente. Talvez essa

demora do avanço tenha ocorrido principalmente pela dificuldade na quebra de

paradigmas, dificuldade de aceitação do novo, entre outros. Mas o que podemos

esperar a partir de agora, é com toda certeza um avanço cada vez mais ofensivo,

conseqüência de uma nova geração de professores, já acostumados as tecnologias

em suas próprias vidas.

Mas ainda existem barreiras extremamente importantes a serem enfrentadas.

Uma delas é a grande desigualdade social no Brasil, que dificulta consideravelmente

o acesso a uma educação mais justa, democratizada e evoluída. Outra é que faltam

ainda professores preparados para utilizar essas novas ferramentas em sua prática

pedagógica, buscando um aprendizado mais dinâmico e significativo (MORAN,

2006).

A Biologia abrange um espectro amplo, freqüentemente considerada

disciplina independente, mas que, no seu conjunto, estuda a vida nas mais variadas

escalas. O estudo dos organismos é feito nas escalas atômica e molecular pela

Biologia Molecular, Bioquímica e Genética Molecular, ao nível da célula pela Biologia

Celular e na escala multicelular pela Anatomia, Histologia e Fisiologia. A Biologia

Celular se concentra no funcionamento dos vários sistemas celulares, o aprendizado

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de como essas células são reguladas e a compreensão do funcionamento de suas

estruturas. Todos os seres vivos são formados de células - compartimentos

envolvidos por membrana, preenchidos com uma solução aquosa concentrada de

substâncias químicas. As células ocupam um ponto intermediário na escala da

complexidade biológica. Por um lado, elas são estudadas com o intuito de saber

como funcionam as moléculas com as quais elas são feitas e, por outro, como a

cooperação intercelular origina organismos complexos como o ser humano

(ALBERTS, B. et al., 2004).

Muitos alunos têm dificuldade em absorver o conteúdo que é dado nas aulas

de Biologia Celular, uma vez que envolve processos que ocorrem em escala

microscópica exigindo uma visualização mental de imagens tridimensionais. A partir

de então, torna-se necessário a elaboração de novas estratégias de ensino. Um

campo atual que pode ser explorado para o desenvolvimento de novas metodologias

de ensino é o tecnológico que envolve a utilização de recursos multimídia e a

criação de material didático voltados para a educação.

A integração da tecnologia da informação no âmbito educacional pode ser realizada através da utilização de conceito computacional, uma vez que um modelo pode ser definido como um intermediário entre as abstrações da teoria e as ações concretas da experimentação, auxiliando na construção de predições, na condução das investigações, na justificativa de resultados e na facilitação da comunicação . (Gilbert & Bouert ,1998).

Nesse sentido, a escola deve incentivar a prática pedagógica fundamentada

em diferentes metodologias, valorizando concepções de ensino, de aprendizagem

(internalização) e de avaliação que permitam aos professores e estudantes

conscientizarem-se da necessidade de “...uma transformação emancipadora. É

desse modo que uma contra-consciência, estrategicamente concebida como

alternativa necessária à internalização, dominada colonialmente, poderia realizar sua

grandiosa missão educativa” ( MÉSZÁROS, 2007, p. 212).

Nesse contexto, a implementação de ambiente computacional no ensino de

Biologia pode ser uma estratégia importante no processo ensino-aprendizagem.

Desta maneira, faz-se necessária e indispensável à discussão, visando o

entendimento desse processo de transformação no contexto educacional e o

desenvolvimento de um referencial teórico que possibilite a integração dessas

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tecnologias à prática pedagógica a partir de conteúdos curriculares específicos (

MULINARI et al, 2005) .

A função do professor não é só ensinar, mas trabalhar em conjunto com os

alunos e a comunidade. Sendo assim, é necessário que haja uma interação entre

eles, onde aluno aprende com professor e vice-versa, aluno aprende com aluno e

professor aprende com professor, só assim poderá ser conseguido um avanço para

encarar as novas tecnologias.

Na atualidade a tecnologia está cada vez mais atrativa e cada vez mais ao

alcance de todos os cidadãos do nosso país, sendo possível encontrar em

comunidades carentes grupos que disponibilizam materiais para estes fins,

compreendendo, então, um assunto que atinge diversas classes sociais.

O educador precisa estar sempre acompanhando estas transformações e

evoluções tecnológicas, tornando-se necessária uma capacitação adequada para

estes professores a fim de que eles possam usufruir em função de seus interesses

profissionais ou pessoais.

Almeida (2000: 79), estudioso do assunto, refere-se ao computador como

“uma máquina que possibilita testar idéias ou hipóteses, que levam à criação de um

mundo abstrato e simbólico, ao mesmo tempo em que permite introduzir diferentes

formas de atuação e interação entre as pessoas.” Sendo, por conseguinte, um

equipamento que assume cada vez mais diversas funções. Como ferramenta de

trabalho, contribui de forma significativa para uma elevação da produtividade,

diminuição de custos e uma otimização da qualidade dos produtos e serviços. Já

como ferramenta de entretenimento as suas possibilidades são quase infinitas.

Embora seja um instrumento fabuloso devido a sua grande capacidade de

armazenamento de dados e a facilidade na sua manipulação não se pode esquecer

que este equipamento não foi desenvolvido com fins pedagógicos, e por isso é

importante que se lance sobre o mesmo um olhar crítico e se busque, face às teorias

e práticas pedagógicas, o bom uso desse recurso. O mesmo só será uma excelente

ferramenta, se houver a consciência de que possibilitará mais rapidamente o acesso

ao conhecimento e não, somente, utilizado como uma máquina de escrever, de

entretenimento, de armazenagem de dados. Urge usá-lo como tecnologia a favor de

uma educação mais dinâmica, como auxiliadora de professores e alunos, para uma

aprendizagem mais consistente, não perdendo de vista que o computador deve ter

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um uso adequado e significativo, pois Informática Educativa nada tem a ver com

aulas de computação.

A Informática Educativa privilegia a utilização do computador como a

ferramenta pedagógica que auxilia no processo de construção do conhecimento.

Neste momento, o computador é um meio e não um fim, devendo ser usado

considerando o desenvolvimento dos componentes curriculares. Nesse sentido, o

computador transforma-se em um poderoso recurso de suporte à aprendizagem,

com inúmeras possibilidades pedagógicas.

Quando o próprio aluno cria, faz, age sobre o software, decidindo o que

melhor solucionaria seu problema, torna-se um sujeito ativo de sua aprendizagem O

computador ao ser manipulado pelo indivíduo permite a construção e reconstrução

do conhecimento, tornando a aprendizagem uma descoberta. Quando a informática

é utilizada a serviço da educação emancipadora, o aluno ganha em qualidade de

ensino e aprendizagem.

Paulo Freire, mesmo não se considerando contemporâneo, não ficou atado

ao passado, mas caminhou com seu tempo. Ele mesmo disse em artigo inédito

publicado na revista BITS em 1984: “Faço questão enorme de ser um homem de

meu tempo e não um homem exilado dele” (FREIRE, 1984a, p.1).

Freire entendia a tecnologia como uma das “grandes expressões da

criatividade humana” (FREIRE, 1968a, p. 98) e como “a expressão natural do

processo criador em que os seres humanos se engajam no momento em que forjam

o seu primeiro instrumento com que melhor transformam o mundo” (FREIRE, 1968a,

p.98). A tecnologia faz “parte do natural desenvolvimento dos seres humanos”

(FREIRE, 1968a, p.98), e é elemento para a afirmação de uma sociedade (FREIRE,

1993a, p.53). No artigo citado, ele ainda afirma: “o avanço da ciência e da tecnologia

não é tarefa de demônios, mas sim a expressão da criatividade humana” (FREIRE,

1984a, p.1), reiterando o afirmado no seu livro Ação Cultural para a Liberdade.

O educador acredita que a tecnologia não surge da superposição do novo

sobre o velho, mas o novo nasce do velho (FREIRE, 1969, p.57), desse modo, o

novo traz em si elementos do velho; parte-se de uma estrutura inferior para se

alcançar uma superior e assim por diante.

De acordo com Fróes “Os recursos atuais da tecnologia, os novos meios

digitais: a multimídia, a Internet, a telemática trazem novas formas de ler, de

escrever e, portanto, de pensar e agir. O simples uso de um editor de textos mostra

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como alguém pode registrar seu pensamento de forma distinta daquela do texto

manuscrito ou mesmo datilografado, provocando no indivíduo uma forma diferente

de ler e interpretar o que escreve, forma esta que se associa, ora como causa, ora

como conseqüência, a um pensar diferente.”

Borba (2001, p.46) vai um pouco mais além, quando coloca “seres-humanos-

com-mídias” dizendo que “ os seres humanos são constituídos por técnicas que

estendem e modificam o seu raciocínio e, ao mesmo tempo, esses mesmos seres

humanos estão constantemente transformando essas técnicas.”

Dessa mesma forma devemos entender a Informática. Ela não é uma

ferramenta neutra que usamos simplesmente para apresentar um conteúdo. Quando

a usamos, estamos sendo modificados por ela.

Segundo Marçal Flores (1996) “A Informática deve habilitar e dar

oportunidade ao aluno de adquirir novos conhecimentos, facilitar o processo ensino /

aprendizagem, enfim ser um complemento de conteúdos curriculares visando o

desenvolvimento integral do indivíduo.”

De acordo com Levy (1994), " novas maneiras de pensar e de conviver estão

sendo elaboradas no mundo das comunicações e da Informática. As relações entre

os homens, o trabalho, a própria inteligência dependem, na verdade, da

metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita,

leitura, visão, audição, criação e aprendizagem são capturados por uma Informática

cada vez mais avançada”.

2. METODOLOGIA

Os avanços tecnológicos da atualidade tem provocado um amplo debate

sobre as transformações nas formas de comunicação, na organização do trabalho e

na consequente formação dos recursos humanos, visto que essas tecnologias além

de serem veículos de informações, possibilitam novas formas de ordenação da

experiência humana com múltiplos reflexos particularmente na cognição. Assim, a

utilização de tecnologias da informação, além de possibilitar novas formas de

comunicação, gera novas formas de produzir conhecimento(PCN, 1998).

Muitos alunos têm dificuldade em absorver o conteúdo que é dado nas aulas

de Biologia Celular, uma vez que envolve processos que ocorrem em escala

microscópica exigindo uma visualização mental de imagens tridimensionais. A partir

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de então, torna-se necessário que novas estratégias de ensino sejam elaboradas

As atividades propostas neste projeto foram desenvolvidas em grupos,

proporcionando práticas conjuntas e promovendo situações de cooperação, nas

quais, nesse momento, foram desenvolvidas técnicas de dinâmicas de grupo.

A implementação da proposta de intervenção pedagógica foi realizada no

Colégio Estadual Manoel Ribas – Ensino Fundamental e Médio, na 1ª série do

período matutino, em Telêmaco Borba - PR. Este trabalho foi desenvolvido, em

ambiente computacional, utilizando um material didático com características de

software educacional aberto, que corresponde a um tutorial misto, construído por

intermédio dos aplicativos BROffice-Impress, Word e PowerPoint, comumente

encontrados na maioria das máquinas existentes nas escolas, constituindo-se em

uma alternativa viável voltada para o ensino efetivo da Biologia Celular.

O desenvolvimento do projeto levou em conta:

• A informatização da escola;

• A necessidade de inovações na Educação, visto que o computador é um

instrumento cujas formas de utilização precisam ser pesquisadas e criadas.

Portanto, a necessidade de buscar novas alternativas, novos programas que

enriqueçam o ensino;

• O dinamismo inerente à disciplina de Biologia, que é rica em conceitos,

esquemas e figuras, permitindo assim, a utilização de diferentes estratégias,

metodologias e instrumentos de ensino.

Durante as fases iniciais da execução desse trabalho foram definidos os

principais assuntos de Biologia Celular baseando-se nos temas atualmente

abordados na disciplina Biologia. Com o objetivo de avaliar como o assunto é

abordado e ilustrado na literatura existente, foram consultados livros e pesquisas na

internet sobre o tema.

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Os esquemas elaborados foram estáticos para representação didática de

estruturas e eventos por meio dos recursos e ferramenta de desenho disponíveis no

autor de multimídia Macromedia Flash MX. Todas as ilustrações sempre estão

acompanhadas de textos explicativos ou legendas elaboradas a partir de consulta da

literatura existente.

Nas fases iniciais desse projeto foram elaboradas algumas animações as quais

deram início ao objetivo de colaborar para a visualização e compreensão da Biologia

Celular, pois durante o aprendizado dessa disciplina é fundamental que o aluno

interprete imagens, processos tridimensionais e sequenciais criando assim modelos

mentais sobre a morfologia celular e os diferentes eventos estudados. Para tanto,

inicialmente foi criado um esboço constituído por desenhos feitos ä mão livre,

representando os quadros-chave de cada animação. Neste esboço, estão presentes

também as informações sobre as ações de animação que ocorrem entre um quadro

e outro como, por exemplo, ”deslocar ribossomo” ou “ligar partícula receptora de

sinal”.

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A partir das informações contidas no Story board os desenhos foram

confeccionados no autor de multimídia Macromedia Flash MX, obedecendo à

sequência de quadros –chave.

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O PowerPoint foi utilizado nesta aplicação para geração e apresentação do

conteúdo de forma tutorial, ou seja, uma sequência de telas com informações sobre

um determinado tópico. Como estratégia para a implementação do tutorial, foi

empregada a elaboração de um hipertexto em forma linear.

O conteúdo de Biologia Celular foi dividido em Blocos temáticos e estes,

subdivididos em sub-temas que foram organizados da seguinte maneira:

1) A primeira tela foi a de abertura do software que mostra uma animação

com ícones que dão acesso à aplicação educacional;

2) A segunda tela permite o acesso aos blocos temáticos da aplicação, às

sugestões de leituras complementares e, ainda, a endereços na Internet

para pesquisas sobre temas paradidáticos;

3) A terceira tela permite o acesso aos conteúdos, exercícios, animações e

vídeos disponíveis na aplicação.

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3. RESULTADOS

A participação do professor (intermediador) em todas as etapas do

desenvolvimento da intervenção pedagógica foi e continua sendo muito importante

para a ocorrência do sucesso. Daí a importância do educador conhecer os alunos

ou pelo menos fazer um bom diagnóstico da turma, para facilitar o trabalho na

construção e aquisição do conhecimento.

O computador, segundo Lévy (1998), pode gerar variados ambientes de

aprendizagem, privilegiando atitudes reflexivas, problematizações, críticas,

capacidade decisória e autonomia dos alunos. Não é substituto do professor,

conforme aponta Almeida (1998), mas um instrumental capaz de auxiliá-lo de

diversas formas, viabilizando a transformação da sala de aula em lugar atraente e

que estimule os aprendizes a melhorarem seus conhecimentos e suas habilidades

cognitivas.

O uso de imagens no ensino de Biologia, como aparece na literatura ,

constitui fator a se considerar nas estratégias de ensino. Em disciplinas como

Biologia, as imagens desempenham um importante papel nos conceitos. Às vezes, a

própria conceitualização depende da visualização.

Desviou-se um pouco do planejamento em relação ao tempo e a metodologia

devido à extensão da Produção Didática e a problemas no Laboratório de

Informática. O trabalho no Laboratório de Informática desenvolveu-se diferentemente

do planejado, ou seja, não integrado. Primeiramente o conteúdo foi trabalhado em

sala de aula e depois no laboratório devido a problemas técnicos no mesmo.

Ressalta-se que a previsão era de um trabalho integrado (conteúdo e laboratório),

mas o imprevisto não acarretou prejuízo didático-pedagógico no desenvolvimento do

mesmo. Ao contrário, trouxe benefícios, porque quando os alunos descobriram que

por meio do computador tudo se tornava mais ágil, mais bonito e mais atrativo, eles

perderam um pouco da motivação pelo trabalho manual no caderno.

Foram registradas algumas dificuldades / experiências no trabalho com

tecnologia (computador): o aluno teve que aprender a trabalhar com o Linux,

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principalmente alguns comandos que são diferentes do Windows; houve falta de

máquina para todos os alunos; algumas máquinas durante o trabalho entraram em

pane; os alunos não gostaram de sentar com o colega, eles queriam uma máquina

para manusear; alunos faltosos, dificultaram a continuidade do trabalho, mas

revelaram-se, através de um jeitinho (atendimento na hora atividade); alunos em

diferentes níveis de experiência (computador).

Quando se traz a imagem de um objeto, situação ou fenômeno para a sala

de aula, é como se trouxesse o próprio objeto, situação ou fenômeno. No entanto,

ao se trabalhar com imagens no ensino de Biologia é importante considerar

aspectos culturais e históricos de nossa relação com as imagens, porque cabe à

escola intervir nas condições de produção que constituem nossos olhares, nossa

relação massificada com o mundo e suas imagens, sejam elas “científicas” ou não

(Silva et al., 2006).

Em síntese, os aspectos negativos manifestados pelos alunos convergiram

para: pouco tempo, muito conteúdo, lidar com liberdade de escolha, desvio de

atenção pela multiplicidade de recursos, dificuldades técnicas (interfaces). Vejamos

os excertos selecionados a seguir e as respectivas análises.

As dificuldades de manuseio das ferramentas de informática foram

apontadas como fatores impeditivos para gostar das aulas. Será que nas aulas

tradicionais, o fator de uso das ferramentas do cotidiano escolar (livros, leituras,

redações, exercícios etc.) também não teriam a mesma influência negativa na

motivação dos alunos? Aprender a usar as ferramentas de forma adequada

influenciaria no resultado final da aprendizagem? Se sim, como e em quais níveis?

No decorrer do processo ensino-aprendizagem torna-se importante observar

os erros (em alguns casos decorrentes de obstáculos) e dificuldades mais

freqüentes, investigar suas causas, analisar se há necessidade de retomar algum

conteúdo e tomar as decisões necessárias à continuidade do processo ensino-

aprendizagem. O obstáculo, neste caso, foi a dificuldade de se trabalhar com a

proposta de confecção de uma chave de identificação, usando-se o software Expert

SINTA®.

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Anteriormente, mencionamos sobre a autonomia, quando alunos relataram

sobre a liberdade que tinham no manuseio dos recursos. Algumas ressalvas foram

propositalmente deixadas para esse momento, aproveitando-se dos relatos alocados

neste tópico. O uso livre do computador, sem a ajuda do professor, deve ser base de

estratégias dos professores? Parece-nos que uma resposta negativa seja mais

adequada. Como afirma Valente (1999), usar o computador em sala de aula não

significa dizer que o aluno vá fazer o que quer na hora que bem entende, e, para

que isso não aconteça, o professor deve ter clareza de seus objetivos. Não basta

deixar os alunos explorarem livremente o material de pesquisa, deve-se fazer

questionamentos que estimulem a interpretação e a procura de respostas. Entre

outros autores que corroboram essa questão, Araújo (1997) deixa claro que o ensino

apoiado por computadores não constitui uma arma mágica capaz de resolver de

uma vez por todas a totalidade dos problemas. Não resta dúvida, entretanto, de que

quando aplicado adequadamente, representa uma nova perspectiva de elevação do

grau de eficiência de nossas “fábricas educacionais” que ultrapassa todos os limites

da imaginação convencional.

Quando o professor diversifica a forma de trabalhar determinado conteúdo,

os alunos respondem com maior interesse e responsabilidade. Procedimentos

metodológicos diversificados contribuem para que os alunos vivenciem novas

estratégias de ensino, assim como podem servir de parâmetro para viabilizar futuras

atividades educativas (Neitzel, 2001; Zuanon & Diniz, 2004).

Segundo Valente (2001), para conseguir integrar a informática às atividades

pedagógicas, a formação do professor é imprescindível. No seu processo formativo

estariam, entre outros, os seguintes objetivos: propiciar condições para ver o

computador como uma nova forma de representar o conhecimento, buscando novas

idéias e valores; possibilitar vivências que contextualizem os conhecimentos

construídos; propiciar situações que contribuam para construir seus conhecimentos

sobre as técnicas computacionais; entender o porquê e o como integrar o

computador na sua prática, além de ser capaz de superar barreiras administrativas e

pedagógicas; criar circunstâncias para conseguir recontextualizar as experiências

vividas durante a formação para a sua realidade de sala de aula.

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Para assumir a perspectiva em que a prática pedagógica com o uso das

novas tecnologias é concebida como um processo de reflexão-ação, o professor

precisa ser capacitado para dominar os recursos tecnológicos, escolher os mais

adequados aos objetivos pedagógicos e analisar os fundamentos dessa prática e as

respectivas conseqüências produzidas em seus alunos. Ao assumir essa postura, o

professor toma consciência de sua prática, analisa as conseqüências de suas

intervenções, empregando teorias educacionais e conhecimentos específicos para

compreender as situações criadas na aula, bem como as atitudes manifestadas

pelos alunos, criando estratégias flexíveis e adequadas ao momento.

Os alunos envolvidos na execução do projeto serão avaliados seguindo os

parâmetros: Qualidade de trabalho, espírito inquisitivo, disposições de esforço para

aprender, curiosidade teórica e científica, iniciativa, atitudes pessoais, assiduidade,

disciplina e responsabilidade, observância das normas internas, discrição quanto

aos assuntos sigilosos e zelo pelo patrimônio, sociabilidade, facilidade de se integrar

com os colegas e no ambiente de trabalho.

4- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode ser observado que os alunos acabaram por ter maior acesso à

ferramenta computador, uma vez que o projeto tinha esse direcionamento. As

atividades desenvolvidas nesta etapa, além da introduzir os conceitos básicos de

Biologia Celular, proporcionaram aos alunos a inclusão digital.

Os procedimentos de avaliação dos pontos positivos e negativos que

ocorreram durante a implementação, pelos alunos da primeira série do Ensino

Médio, mostraram que depois que os mesmos aprenderam a realizar as atividades

usando tecnologia, o interesse na realização de atividades no caderno diminuiu. O

computador é mais atraente e rápido. Como ponto positivo à verificação de que o

computador é uma ferramenta de estudo, o que era desconhecido pelos mesmos,

havendo valorização dos alunos em relação à eficiência computacional para os

conteúdos abordados de Biologia.

Fica evidente que o papel do professor não é apresentar soluções prontas e

acabadas, mas sim agir como mediador entre o conhecimento que os alunos já

possuem e os que precisam adquirir para minimizar as suas dificuldades, mostrando

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confiança na capacidade dos mesmos; sempre que inovamos nossa maneira de

lecionar, os alunos respondem de forma satisfatória.

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