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Da Eficácia do Casamento Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família. § 1 o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro. § 2 o O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas. Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: I - fidelidade recíproca; II - vida em comum, no domicílio conjugal; III - mútua assistência; IV - sustento, guarda e educação dos filhos; V - respeito e consideração mútuos. Art. 1.567. A direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo marido e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos. Parágrafo único. Havendo divergência, qualquer dos cônjuges poderá recorrer ao juiz, que decidirá tendo em consideração aqueles interesses. Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial.

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Da Eficcia do CasamentoArt. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condio de consortes, companheiros e responsveis pelos encargos da famlia. 1o Qualquer dos nubentes, querendo, poder acrescer ao seu o sobrenome do outro. 2o O planejamento familiar de livre deciso do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exerccio desse direito, vedado qualquer tipo de coero por parte de instituies privadas ou pblicas.Art. 1.566. So deveres de ambos os cnjuges:I - fidelidade recproca;II - vida em comum, no domiclio conjugal;III - mtua assistncia;IV - sustento, guarda e educao dos filhos;V - respeito e considerao mtuos.Art. 1.567. A direo da sociedade conjugal ser exercida, em colaborao, pelo marido e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos.Pargrafo nico. Havendo divergncia, qualquer dos cnjuges poder recorrer ao juiz, que decidir tendo em considerao aqueles interesses.Art. 1.568. Os cnjuges so obrigados a concorrer, na proporo de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da famlia e a educao dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial.Art. 1.569. O domiclio do casal ser escolhido por ambos os cnjuges, mas um e outro podem ausentar-se do domiclio conjugal para atender a encargos pblicos, ao exerccio de sua profisso, ou a interesses particulares relevantes.Art. 1.570. Se qualquer dos cnjuges estiver em lugar remoto ou no sabido, encarcerado por mais de cento e oitenta dias, interditado judicialmente ou privado, episodicamente, de conscincia, em virtude de enfermidade ou de acidente, o outro exercer com exclusividade a direo da famlia, cabendo-lhe a administrao dos bens.

Da Dissoluo da Sociedade e do vnculo ConjugalArt. 1.571. A sociedade conjugal termina:I - pela morte de um dos cnjuges;II - pela nulidade ou anulao do casamento;III - pela separao judicial;IV - pelo divrcio. 1o O casamento vlido s se dissolve pela morte de um dos cnjuges ou pelo divrcio, aplicando-se a presuno estabelecida neste Cdigo quanto ao ausente. 2o Dissolvido o casamento pelo divrcio direto ou por converso, o cnjuge poder manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrrio a sentena de separao judicial.Art. 1.572. Qualquer dos cnjuges poder propor a ao de separao judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violao dos deveres do casamento e torne insuportvel a vida em comum. 1o A separao judicial pode tambm ser pedida se um dos cnjuges provar ruptura da vida em comum h mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituio. 2o O cnjuge pode ainda pedir a separao judicial quando o outro estiver acometido de doena mental grave, manifestada aps o casamento, que torne impossvel a continuao da vida em comum, desde que, aps uma durao de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvvel. 3o No caso do pargrafo 2o, revertero ao cnjuge enfermo, que no houver pedido a separao judicial, os remanescentes dos bens que levou para o casamento, e se o regime dos bens adotado o permitir, a meao dos adquiridos na constncia da sociedade conjugal.Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da comunho de vida a ocorrncia de algum dos seguintes motivos:I - adultrio;II - tentativa de morte;III - sevcia ou injria grave;IV - abandono voluntrio do lar conjugal, durante um ano contnuo;V - condenao por crime infamante;VI - conduta desonrosa.Pargrafo nico. O juiz poder considerar outros fatos que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum.Art. 1.574. Dar-se- a separao judicial por mtuo consentimento dos cnjuges se forem casados por mais de um ano e o manifestarem perante o juiz, sendo por ele devidamente homologada a conveno.Pargrafo nico. O juiz pode recusar a homologao e no decretar a separao judicial se apurar que a conveno no preserva suficientemente os interesses dos filhos ou de um dos cnjuges.Art. 1.575. A sentena de separao judicial importa a separao de corpos e a partilha de bens.Pargrafo nico. A partilha de bens poder ser feita mediante proposta dos cnjuges e homologada pelo juiz ou por este decidida.Art. 1.576. A separao judicial pe termo aos deveres de coabitao e fidelidade recproca e ao regime de bens.Pargrafo nico. O procedimento judicial da separao caber somente aos cnjuges, e, no caso de incapacidade, sero representados pelo curador, pelo ascendente ou pelo irmo.Art. 1.577. Seja qual for a causa da separao judicial e o modo como esta se faa, lcito aos cnjuges restabelecer, a todo tempo, a sociedade conjugal, por ato regular em juzo.Pargrafo nico. A reconciliao em nada prejudicar o direito de terceiros, adquirido antes e durante o estado de separado, seja qual for o regime de bens.Art. 1.578. O cnjuge declarado culpado na ao de separao judicial perde o direito de usar o sobrenome do outro, desde que expressamente requerido pelo cnjuge inocente e se a alterao no acarretar:I - evidente prejuzo para a sua identificao;II - manifesta distino entre o seu nome de famlia e o dos filhos havidos da unio dissolvida;III - dano grave reconhecido na deciso judicial. 1o O cnjuge inocente na ao de separao judicial poder renunciar, a qualquer momento, ao direito de usar o sobrenome do outro. 2o Nos demais casos caber a opo pela conservao do nome de casado.Art. 1.579. O divrcio no modificar os direitos e deveres dos pais em relao aos filhos.Pargrafo nico. Novo casamento de qualquer dos pais, ou de ambos, no poder importar restries aos direitos e deveres previstos neste artigo.Art. 1.580. Decorrido um ano do trnsito em julgado da sentena que houver decretado a separao judicial, ou da deciso concessiva da medida cautelar de separao de corpos, qualquer das partes poder requerer sua converso em divrcio. 1o A converso em divrcio da separao judicial dos cnjuges ser decretada por sentena, da qual no constar referncia causa que a determinou. 2o O divrcio poder ser requerido, por um ou por ambos os cnjuges, no caso de comprovada separao de fato por mais de dois anos.Art. 1.581. O divrcio pode ser concedido sem que haja prvia partilha de bens.Art. 1.582. O pedido de divrcio somente competir aos cnjuges.Pargrafo nico. Se o cnjuge for incapaz para propor a ao ou defender-se, poder faz-lo o curador, o ascendente ou o irmo.

Da Proteo da Pessoa dos FilhosArt. 1.583. A guarda ser unilateral ou compartilhada. 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuda a um s dos genitores ou a algum que o substitua (art. 1.584, 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilizao conjunta e o exerccio de direitos e deveres do pai e da me que no vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. 2o A guarda unilateral ser atribuda ao genitor que revele melhores condies para exerc-la e, objetivamente, mais aptido para propiciar aos filhos os seguintes fatores: I afeto nas relaes com o genitor e com o grupo familiar; II sade e segurana; III educao. 3o A guarda unilateral obriga o pai ou a me que no a detenha a supervisionar os interesses dos filhos. 4o (VETADO). Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poder ser: I requerida, por consenso, pelo pai e pela me, ou por qualquer deles, em ao autnoma de separao, de divrcio, de dissoluo de unio estvel ou em medida cautelar; II decretada pelo juiz, em ateno a necessidades especficas do filho, ou em razo da distribuio de tempo necessrio ao convvio deste com o pai e com a me. 1o Na audincia de conciliao, o juiz informar ao pai e me o significado da guarda compartilhada, a sua importncia, a similitude de deveres e direitos atribudos aos genitores e as sanes pelo descumprimento de suas clusulas. 2o Quando no houver acordo entre a me e o pai quanto guarda do filho, ser aplicada, sempre que possvel, a guarda compartilhada. 3o Para estabelecer as atribuies do pai e da me e os perodos de convivncia sob guarda compartilhada, o juiz, de ofcio ou a requerimento do Ministrio Pblico, poder basear-se em orientao tcnico-profissional ou de equipe interdisciplinar. 4o A alterao no autorizada ou o descumprimento imotivado de clusula de guarda, unilateral ou compartilhada, poder implicar a reduo de prerrogativas atribudas ao seu detentor, inclusive quanto ao nmero de horas de convivncia com o filho. 5o Se o juiz verificar que o filho no deve permanecer sob a guarda do pai ou da me, deferir a guarda pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferncia, o grau de parentesco e as relaes de afinidade e afetividade. Art. 1.585. Em sede de medida cautelar de separao de corpos, aplica-se quanto guarda dos filhos as disposies do artigo antecedente.Art. 1.586. Havendo motivos graves, poder o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situao deles para com os pais.Art. 1.587. No caso de invalidade do casamento, havendo filhos comuns, observar-se- o disposto nos arts. 1.584 e 1.586.Art. 1.588. O pai ou a me que contrair novas npcias no perde o direito de ter consigo os filhos, que s lhe podero ser retirados por mandado judicial, provado que no so tratados convenientemente.Art. 1.589. O pai ou a me, em cuja guarda no estejam os filhos, poder visit-los e t-los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cnjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua manuteno e educao.Pargrafo nico. O direito de visita estende-se a qualquer dos avs, a critrio do juiz, observados os interesses da criana ou do adolescente. Art. 1.590. As disposies relativas guarda e prestao de alimentos aos filhos menores estendem-se aos maiores incapazes.

Das Relaes de ParentescoArt. 1.591. So parentes em linha reta as pessoas que esto umas para com as outras na relao de ascendentes e descendentes.Art. 1.592. So parentes em linha colateral ou transversal, at o quarto grau, as pessoas provenientes de um s tronco, sem descenderem uma da outra.Art. 1.593. O parentesco natural ou civil, conforme resulte de consanginidade ou outra origem.Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo nmero de geraes, e, na colateral, tambm pelo nmero delas, subindo de um dos parentes at ao ascendente comum, e descendo at encontrar o outro parente.Art. 1.595. Cada cnjuge ou companheiro aliado aos parentes do outro pelo vnculo da afinidade. 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmos do cnjuge ou companheiro. 2o Na linha reta, a afinidade no se extingue com a dissoluo do casamento ou da unio estvel.

Da FiliaoArt. 1.596. Os filhos, havidos ou no da relao de casamento, ou por adoo, tero os mesmos direitos e qualificaes, proibidas quaisquer designaes discriminatrias relativas filiao.Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constncia do casamento os filhos:I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivncia conjugal;II - nascidos nos trezentos dias subsequentes dissoluo da sociedade conjugal, por morte, separao judicial, nulidade e anulao do casamento;III - havidos por fecundao artificial homloga, mesmo que falecido o marido;IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embries excedentrios, decorrentes de concepo artificial homloga;V - havidos por inseminao artificial heterloga, desde que tenha prvia autorizao do marido.Art. 1.598. Salvo prova em contrrio, se, antes de decorrido o prazo previsto no inciso II do art. 1.523, a mulher contrair novas npcias e lhe nascer algum filho, este se presume do primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar da data do falecimento deste e, do segundo, se o nascimento ocorrer aps esse perodo e j decorrido o prazo a que se refere o inciso I do art. 1597.Art. 1.599. A prova da impotncia do cnjuge para gerar, poca da concepo, ilide a presuno da paternidade.Art. 1.600. No basta o adultrio da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presuno legal da paternidade.Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ao imprescritvel.Pargrafo nico. Contestada a filiao, os herdeiros do impugnante tm direito de prosseguir na ao.Art. 1.602. No basta a confisso materna para excluir a paternidade.Art. 1.603. A filiao prova-se pela certido do termo de nascimento registrada no Registro Civil.Art. 1.604. Ningum pode vindicar estado contrrio ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro.Art. 1.605. Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poder provar-se a filiao por qualquer modo admissvel em direito:I - quando houver comeo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente;II - quando existirem veementes presunes resultantes de fatos j certos.Art. 1.606. A ao de prova de filiao compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.Pargrafo nico. Se iniciada a ao pelo filho, os herdeiros podero continu-la, salvo se julgado extinto o processo.

Do Reconhecimento dos FilhosArt. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente.Art. 1.608. Quando a maternidade constar do termo do nascimento do filho, a me s poder contest-la, provando a falsidade do termo, ou das declaraes nele contidas.Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento irrevogvel e ser feito:I - no registro do nascimento;II - por escritura pblica ou escrito particular, a ser arquivado em cartrio;III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;IV - por manifestao direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento no haja sido o objeto nico e principal do ato que o contm.Pargrafo nico. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes.Art. 1.610. O reconhecimento no pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento.Art. 1.611. O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cnjuges, no poder residir no lar conjugal sem o consentimento do outro.Art. 1.612. O filho reconhecido, enquanto menor, ficar sob a guarda do genitor que o reconheceu, e, se ambos o reconheceram e no houver acordo, sob a de quem melhor atender aos interesses do menor.Art. 1.613. So ineficazes a condio e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho.Art. 1.614. O filho maior no pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem maioridade, ou emancipao.Art. 1.615. Qualquer pessoa, que justo interesse tenha, pode contestar a ao de investigao de paternidade, ou maternidade.Art. 1.616. A sentena que julgar procedente a ao de investigao produzir os mesmos efeitos do reconhecimento; mas poder ordenar que o filho se crie e eduque fora da companhia dos pais ou daquele que lhe contestou essa qualidade.Art. 1.617. A filiao materna ou paterna pode resultar de casamento declarado nulo, ainda mesmo sem as condies do putativo.Da AdooArt. 1.618. A adoo de crianas e adolescentes ser deferida na forma prevista pela Estatuto da Criana e do Adolescente. Art. 1.619. A adoo de maiores de 18 (dezoito) anos depender da assistncia efetiva do poder pblico e de sentena constitutiva, aplicando-se, no que couber, as regras

Do Poder FAMILIARArt. 1.630. Os filhos esto sujeitos ao poder familiar, enquanto menores.Art. 1.631. Durante o casamento e a unio estvel, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercer com exclusividade.Pargrafo nico. Divergindo os pais quanto ao exerccio do poder familiar, assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para soluo do desacordo.Art. 1.632. A separao judicial, o divrcio e a dissoluo da unio estvel no alteram as relaes entre pais e filhos seno quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos.Art. 1.633. O filho, no reconhecido pelo pai, fica sob poder familiar exclusivo da me; se a me no for conhecida ou capaz de exerc-lo, dar-se- tutor ao menor. Do Exerccio do Poder FamiliarArt. 1.634. Compete aos pais, quanto pessoa dos filhos menores:I - dirigir-lhes a criao e educao;II - t-los em sua companhia e guarda;III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;IV - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autntico, se o outro dos pais no lhe sobreviver, ou o sobrevivo no puder exercer o poder familiar;V - represent-los, at aos dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, aps essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;VI - reclam-los de quem ilegalmente os detenha;VII - exigir que lhes prestem obedincia, respeito e os servios prprios de sua idade e condio.

Da Suspenso e Extino do Poder FamiliarArt. 1.635. Extingue-se o poder familiar:I - pela morte dos pais ou do filho;II - pela emancipao, nos termos do art. 5o, pargrafo nico;III - pela maioridade;IV - pela adoo;V - por deciso judicial, na forma do artigo 1.638.Art 1.636. O pai ou a me que contrai novas npcias, ou estabelece unio estvel, no perde, quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem qualquer interferncia do novo cnjuge ou companheiro.Pargrafo nico. Igual preceito ao estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou me solteiros que casarem ou estabelecerem unio estvel.Art. 1.637. Se o pai, ou a me, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministrio Pblico, adotar a medida que lhe parea reclamada pela segurana do menor e seus haveres, at suspendendo o poder familiar, quando convenha.Pargrafo nico. Suspende-se igualmente o exerccio do poder familiar ao pai ou me condenados por sentena irrecorrvel, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de priso.Art. 1.638. Perder por ato judicial o poder familiar o pai ou a me que:I - castigar imoderadamente o filho;II - deixar o filho em abandono;III - praticar atos contrrios moral e aos bons costumes;IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.

Do Direito Patrimonial - Do Regime de Bens entre os CnjugesArt. 1.639. lcito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. 1o O regime de bens entre os cnjuges comea a vigorar desde a data do casamento. 2o admissvel alterao do regime de bens, mediante autorizao judicial em pedido motivado de ambos os cnjuges, apurada a procedncia das razes invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.Art. 1.640. No havendo conveno, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorar, quanto aos bens entre os cnjuges, o regime da comunho parcial.Pargrafo nico. Podero os nubentes, no processo de habilitao, optar por qualquer dos regimes que este cdigo regula. Quanto forma, reduzir-se- a termo a opo pela comunho parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pblica, nas demais escolhas.Art. 1.641. obrigatrio o regime da separao de bens no casamento:I - das pessoas que o contrarem com inobservncia das causas suspensivas da celebrao do casamento;II da pessoa maior de 70 (setenta) anos; III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:I - praticar todos os atos de disposio e de administrao necessrios ao desempenho de sua profisso, com as limitaes estabelecida no inciso I do art. 1.647;II - administrar os bens prprios;III - desobrigar ou reivindicar os imveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial;IV - demandar a resciso dos contratos de fiana e doao, ou a invalidao do aval, realizados pelo outro cnjuge com infrao do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647;V - reivindicar os bens comuns, mveis ou imveis, doados ou transferidos pelo outro cnjuge ao concubino, desde que provado que os bens no foram adquiridos pelo esforo comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos;VI - praticar todos os atos que no lhes forem vedados expressamente.Art. 1.643. Podem os cnjuges, independentemente de autorizao um do outro:I - comprar, ainda a crdito, as coisas necessrias economia domstica;II - obter, por emprstimo, as quantias que a aquisio dessas coisas possa exigir.Art. 1.644. As dvidas contradas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os cnjuges.Art. 1.645. As aes fundadas nos incisos III, IV e V do art. 1.642 competem ao cnjuge prejudicado e a seus herdeiros.Art. 1.646. No caso dos incisos III e IV do art. 1.642, o terceiro, prejudicado com a sentena favorvel ao autor, ter direito regressivo contra o cnjuge, que realizou o negcio jurdico, ou seus herdeiros.Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cnjuges pode, sem autorizao do outro, exceto no regime da separao absoluta:I - alienar ou gravar de nus real os bens imveis;II - pleitear, como autor ou ru, acerca desses bens ou direitos;III - prestar fiana ou aval;IV - fazer doao, no sendo remuneratria, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meao.Pargrafo nico. So vlidas as doaes nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cnjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossvel conced-la.Art. 1.649. A falta de autorizao, no suprida pelo juiz, quando necessria (art. 1.647), tornar anulvel o ato praticado, podendo o outro cnjuge pleitear-lhe a anulao, at dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.Pargrafo nico. A aprovao torna vlido o ato, desde que feita por instrumento pblico, ou particular, autenticado.Art. 1.650. A decretao de invalidade dos atos praticados sem outorga, sem consentimento, ou sem suprimento do juiz, s poder ser demandada pelo cnjuge a quem cabia conced-la, ou por seus herdeiros.Art. 1.651. Quando um dos cnjuges no puder exercer a administrao dos bens que lhe incumbe, segundo o regime de bens, caber ao outro:I - gerir os bens comuns e os do consorte;II - alienar os bens mveis comuns;III - alienar os imveis comuns e os mveis ou imveis do consorte, mediante autorizao judicial.Art. 1.652. O cnjuge, que estiver na posse dos bens particulares do outro, ser para com este e seus herdeiros responsvel:I - como usufruturio, se o rendimento for comum;II - como procurador, se tiver mandato expresso ou tcito para os administrar;III - como depositrio, se no for usufruturio, nem administrador.

Do Pacto AntenupcialArt. 1.653. nulo o pacto antenupcial se no for feito por escritura pblica, e ineficaz se no lhe seguir o casamento.Art. 1.654. A eficcia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada aprovao de seu representante legal, salvo as hipteses de regime obrigatrio de separao de bens.Art. 1.655. nula a conveno ou clusula dela que contravenha disposio absoluta de lei.Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participao final nos aqestos, poder-se- convencionar a livre disposio dos bens imveis, desde que particulares.Art. 1.657. As convenes antenupciais no tero efeito perante terceiros seno depois de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imveis do domiclio dos cnjuges.

Do Regime de Comunho ParcialArt. 1.658. No regime de comunho parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constncia do casamento, com as excees dos artigos seguintes.Art. 1.659. Excluem-se da comunho: I - os bens que cada cnjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constncia do casamento, por doao ou sucesso, e os sub-rogados em seu lugar;II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cnjuges em sub-rogao dos bens particulares;III - as obrigaes anteriores ao casamento;IV - as obrigaes provenientes de atos ilcitos, salvo reverso em proveito do casal;V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profisso;VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cnjuge;VII - as penses, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.Art. 1.660. Entram na comunho:I - os bens adquiridos na constncia do casamento por ttulo oneroso, ainda que s em nome de um dos cnjuges;II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;III - os bens adquiridos por doao, herana ou legado, em favor de ambos os cnjuges;IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cnjuge;V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cnjuge, percebidos na constncia do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunho.Art. 1.661. So incomunicveis os bens cuja aquisio tiver por ttulo uma causa anterior ao casamento.Art. 1.662. No regime da comunho parcial, presumem-se adquiridos na constncia do casamento os bens mveis, quando no se provar que o foram em data anterior.Art. 1.663. A administrao do patrimnio comum compete a qualquer dos cnjuges. 1o As dvidas contradas no exerccio da administrao obrigam os bens comuns e particulares do cnjuge que os administra, e os do outro na razo do proveito que houver auferido. 2o A anuncia de ambos os cnjuges necessria para os atos, a ttulo gratuito, que impliquem cesso do uso ou gozo dos bens comuns. 3o Em caso de malversao dos bens, o juiz poder atribuir a administrao a apenas um dos cnjuges.Art. 1.664. Os bens da comunho respondem pelas obrigaes contradas pelo marido ou pela mulher para atender aos encargos da famlia, s despesas de administrao e s decorrentes de imposio legal.Art. 1.665. A administrao e a disposio dos bens constitutivos do patrimnio particular competem ao cnjuge proprietrio, salvo conveno diversa em pacto antenupcial. Art. 1.666. As dvidas, contradas por qualquer dos cnjuges na administrao de seus bens particulares e em benefcio destes, no obrigam os bens comuns.

Do Regime de Comunho UniversalArt. 1.667. O regime de comunho universal importa a comunicao de todos os bens presentes e futuros dos cnjuges e suas dvidas passivas, com as excees do artigo seguinte.Art. 1.668. So excludos da comunho:I - os bens doados ou herdados com a clusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissrio, antes de realizada a condio suspensiva;III - as dvidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;IV - as doaes antenupciais feitas por um dos cnjuges ao outro com a clusula de incomunicabilidade;V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo antecedente no se estende aos frutos, quando se percebam ou venam durante o casamento.Art. 1.670. Aplica-se ao regime da comunho universal o disposto no Captulo antecedente, quanto administrao dos bens.Art. 1.671. Extinta a comunho, e efetuada a diviso do ativo e do passivo, cessar a responsabilidade de cada um dos cnjuges para com os credores do outro.

Do Regime de Participao Final nos AqestosArt. 1.672. No regime de participao final nos aqestos, cada cnjuge possui patrimnio prprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, poca da dissoluo da sociedade conjugal, direito metade dos bens adquiridos pelo casal, a ttulo oneroso, na constncia do casamento.Art. 1.673. Integram o patrimnio prprio os bens que cada cnjuge possua ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer ttulo, na constncia do casamento.Pargrafo nico. A administrao desses bens exclusiva de cada cnjuge, que os poder livremente alienar, se forem mveis.Art. 1.674. Sobrevindo a dissoluo da sociedade conjugal, apurar-se- o montante dos aqestos, excluindo-se da soma dos patrimnios prprios:I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;II - os que sobrevieram a cada cnjuge por sucesso ou liberalidade;III - as dvidas relativas a esses bens.Pargrafo nico. Salvo prova em contrrio, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens mveis.Art. 1.675. Ao determinar-se o montante dos aqestos, computar-se- o valor das doaes feitas por um dos cnjuges, sem a necessria autorizao do outro; nesse caso, o bem poder ser reivindicado pelo cnjuge prejudicado ou por seus herdeiros, ou declarado no monte partilhvel, por valor equivalente ao da poca da dissoluo.Art. 1.676. Incorpora-se ao monte o valor dos bens alienados em detrimento da meao, se no houver preferncia do cnjuge lesado, ou de seus herdeiros, de os reivindicar.Art. 1.677. Pelas dvidas posteriores ao casamento, contradas por um dos cnjuges, somente este responder, salvo prova de terem revertido, parcial ou totalmente, em benefcio do outro.Art. 1.678. Se um dos cnjuges solveu uma dvida do outro com bens do seu patrimnio, o valor do pagamento deve ser atualizado e imputado, na data da dissoluo, meao do outro cnjuge.Art. 1.679. No caso de bens adquiridos pelo trabalho conjunto, ter cada um dos cnjuges uma quota igual no condomnio ou no crdito por aquele modo estabelecido.Art. 1.680. As coisas mveis, em face de terceiros, presumem-se do domnio do cnjuge devedor, salvo se o bem for de uso pessoal do outro.Art. 1.681. Os bens imveis so de propriedade do cnjuge cujo nome constar no registro.Pargrafo nico. Impugnada a titularidade, caber ao cnjuge proprietrio provar a aquisio regular dos bens.Art. 1.682. O direito meao no renuncivel, cessvel ou penhorvel na vigncia do regime matrimonial.Art. 1.683. Na dissoluo do regime de bens por separao judicial ou por divrcio, verificar-se- o montante dos aqestos data em que cessou a convivncia.Art. 1.684. Se no for possvel nem conveniente a diviso de todos os bens em natureza, calcular-se- o valor de alguns ou de todos para reposio em dinheiro ao cnjuge no-proprietrio.Pargrafo nico. No se podendo realizar a reposio em dinheiro, sero avaliados e, mediante autorizao judicial, alienados tantos bens quantos bastarem.Art. 1.685. Na dissoluo da sociedade conjugal por morte, verificar-se- a meao do cnjuge sobrevivente de conformidade com os artigos antecedentes, deferindo-se a herana aos herdeiros na forma estabelecida neste Cdigo.Art. 1.686. As dvidas de um dos cnjuges, quando superiores sua meao, no obrigam ao outro, ou a seus herdeiros.

Do Regime de Separao de BensArt. 1.687. Estipulada a separao de bens, estes permanecero sob a administrao exclusiva de cada um dos cnjuges, que os poder livremente alienar ou gravar de nus real.Art. 1.688. Ambos os cnjuges so obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporo dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulao em contrrio no pacto antenupcial.

Do Usufruto e da Administrao dos Bens de Filhos MenoresArt. 1.689. O pai e a me, enquanto no exerccio do poder familiar:I - so usufruturios dos bens dos filhos;II - tm a administrao dos bens dos filhos menores sob sua autoridade.Art. 1.690. Compete aos pais, e na falta de um deles ao outro, com exclusividade, representar os filhos menores de dezesseis anos, bem como assisti-los at completarem a maioridade ou serem emancipados.Pargrafo nico. Os pais devem decidir em comum as questes relativas aos filhos e a seus bens; havendo divergncia, poder qualquer deles recorrer ao juiz para a soluo necessria.Art. 1.691. No podem os pais alienar, ou gravar de nus real os imveis dos filhos, nem contrair, em nome deles, obrigaes que ultrapassem os limites da simples administrao, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prvia autorizao do juiz.Pargrafo nico. Podem pleitear a declarao de nulidade dos atos previstos neste artigo:I - os filhos;II - os herdeiros;III - o representante legal.Art. 1.692. Sempre que no exerccio do poder familiar colidir o interesse dos pais com o do filho, a requerimento deste ou do Ministrio Pblico o juiz lhe dar curador especial.Art. 1.693. Excluem-se do usufruto e da administrao dos pais:I - os bens adquiridos pelo filho havido fora do casamento, antes do reconhecimento;II - os valores auferidos pelo filho maior de dezesseis anos, no exerccio de atividade profissional e os bens com tais recursos adquiridos;III - os bens deixados ou doados ao filho, sob a condio de no serem usufrudos, ou administrados, pelos pais;IV - os bens que aos filhos couberem na herana, quando os pais forem excludos da sucesso.

Dos AlimentosArt. 1.694. Podem os parentes, os cnjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatvel com a sua condio social, inclusive para atender s necessidades de sua educao. 1o Os alimentos devem ser fixados na proporo das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. 2o Os alimentos sero apenas os indispensveis subsistncia, quando a situao de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.Art. 1.695. So devidos os alimentos quando quem os pretende no tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, prpria mantena, e aquele, de quem se reclamam, pode fornec-los, sem desfalque do necessrio ao seu sustento.Art. 1.696. O direito prestao de alimentos recproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigao nos mais prximos em grau, uns em falta de outros.Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigao aos descendentes, guardada a ordem de sucesso e, faltando estes, aos irmos, assim germanos como unilaterais.Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, no estiver em condies de suportar totalmente o encargo, sero chamados a concorrer os de grau imediato; sendo vrias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporo dos respectivos recursos, e, intentada ao contra uma delas, podero as demais ser chamadas a integrar a lide.Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudana na situao financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poder o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstncias, exonerao, reduo ou majorao do encargo.Art. 1.700. A obrigao de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694.Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir alimentos poder pensionar o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem prejuzo do dever de prestar o necessrio sua educao, quando menor.Pargrafo nico. Compete ao juiz, se as circunstncias o exigirem, fixar a forma do cumprimento da prestao.Art. 1.702. Na separao judicial litigiosa, sendo um dos cnjuges inocente e desprovido de recursos, prestar-lhe- o outro a penso alimentcia que o juiz fixar, obedecidos os critrios estabelecidos no art. 1.694.Art. 1.703. Para a manuteno dos filhos, os cnjuges separados judicialmente contribuiro na proporo de seus recursos.Art. 1.704. Se um dos cnjuges separados judicialmente vier a necessitar de alimentos, ser o outro obrigado a prest-los mediante penso a ser fixada pelo juiz, caso no tenha sido declarado culpado na ao de separao judicial.Pargrafo nico. Se o cnjuge declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e no tiver parentes em condies de prest-los, nem aptido para o trabalho, o outro cnjuge ser obrigado a assegur-los, fixando o juiz o valor indispensvel sobrevivncia.Art. 1.705. Para obter alimentos, o filho havido fora do casamento pode acionar o genitor, sendo facultado ao juiz determinar, a pedido de qualquer das partes, que a ao se processe em segredo de justia.Art. 1.706. Os alimentos provisionais sero fixados pelo juiz, nos termos da lei processual.Art. 1.707. Pode o credor no exercer, porm lhe vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crdito insuscetvel de cesso, compensao ou penhora.Art. 1.708. Com o casamento, a unio estvel ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar alimentos.Pargrafo nico. Com relao ao credor cessa, tambm, o direito a alimentos, se tiver procedimento indigno em relao ao devedor.Art. 1.709. O novo casamento do cnjuge devedor no extingue a obrigao constante da sentena de divrcio. Art. 1.710. As prestaes alimentcias, de qualquer natureza, sero atualizadas segundo ndice oficial regularmente estabelecido.

Do Bem de FamliaArt. 1.711. Podem os cnjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pblica ou testamento, destinar parte de seu patrimnio para instituir bem de famlia, desde que no ultrapasse um tero do patrimnio lquido existente ao tempo da instituio, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade do imvel residencial estabelecida em lei especial.Pargrafo nico. O terceiro poder igualmente instituir bem de famlia por testamento ou doao, dependendo a eficcia do ato da aceitao expressa de ambos os cnjuges beneficiados ou da entidade familiar beneficiada.Art. 1.712. O bem de famlia consistir em prdio residencial urbano ou rural, com suas pertenas e acessrios, destinando-se em ambos os casos a domiclio familiar, e poder abranger valores mobilirios, cuja renda ser aplicada na conservao do imvel e no sustento da famlia.Art. 1.713. Os valores mobilirios, destinados aos fins previstos no artigo antecedente, no podero exceder o valor do prdio institudo em bem de famlia, poca de sua instituio. 1o Devero os valores mobilirios ser devidamente individualizados no instrumento de instituio do bem de famlia. 2o Se se tratar de ttulos nominativos, a sua instituio como bem de famlia dever constar dos respectivos livros de registro. 3o O instituidor poder determinar que a administrao dos valores mobilirios seja confiada a instituio financeira, bem como disciplinar a forma de pagamento da respectiva renda aos beneficirios, caso em que a responsabilidade dos administradores obedecer s regras do contrato de depsito.Art. 1.714. O bem de famlia, quer institudo pelos cnjuges ou por terceiro, constitui-se pelo registro de seu ttulo no Registro de Imveis.Art. 1.715. O bem de famlia isento de execuo por dvidas posteriores sua instituio, salvo as que provierem de tributos relativos ao prdio, ou de despesas de condomnio.Pargrafo nico. No caso de execuo pelas dvidas referidas neste artigo, o saldo existente ser aplicado em outro prdio, como bem de famlia, ou em ttulos da dvida pblica, para sustento familiar, salvo se motivos relevantes aconselharem outra soluo, a critrio do juiz.Art. 1.716. A iseno de que trata o artigo antecedente durar enquanto viver um dos cnjuges, ou, na falta destes, at que os filhos completem a maioridade.Art. 1.717. O prdio e os valores mobilirios, constitudos como bem da famlia, no podem ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o Ministrio Pblico.Art. 1.718. Qualquer forma de liquidao da entidade administradora, a que se refere o 3o do art. 1.713, no atingir os valores a ela confiados, ordenando o juiz a sua transferncia para outra instituio semelhante, obedecendo-se, no caso de falncia, ao disposto sobre pedido de restituio.Art. 1.719. Comprovada a impossibilidade da manuteno do bem de famlia nas condies em que foi institudo, poder o juiz, a requerimento dos interessados, extingui-lo ou autorizar a sub-rogao dos bens que o constituem em outros, ouvidos o instituidor e o Ministrio Pblico.Art. 1.720. Salvo disposio em contrrio do ato de instituio, a administrao do bem de famlia compete a ambos os cnjuges, resolvendo o juiz em caso de divergncia.Pargrafo nico. Com o falecimento de ambos os cnjuges, a administrao passar ao filho mais velho, se for maior, e, do contrrio, a seu tutor.Art. 1.721. A dissoluo da sociedade conjugal no extingue o bem de famlia.Pargrafo nico. Dissolvida a sociedade conjugal pela morte de um dos cnjuges, o sobrevivente poder pedir a extino do bem de famlia, se for o nico bem do casal.Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bem de famlia com a morte de ambos os cnjuges e a maioridade dos filhos, desde que no sujeitos a curatela.

DA UNIO ESTVELArt. 1.723. reconhecida como entidade familiar a unio estvel entre o homem e a mulher, configurada na convivncia pblica, contnua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituio de famlia. 1o A unio estvel no se constituir se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; no se aplicando a incidncia do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. 2o As causas suspensivas do art. 1.523 no impediro a caracterizao da unio estvel.Art. 1.724. As relaes pessoais entre os companheiros obedecero aos deveres de lealdade, respeito e assistncia, e de guarda, sustento e educao dos filhos. Art. 1.725. Na unio estvel, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se s relaes patrimoniais, no que couber, o regime da comunho parcial de bens.Art. 1.726. A unio estvel poder converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.Art. 1.727. As relaes no eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.

Da Tutela e da Curatela - Da Tutela: Dos TutoresArt. 1.728. Os filhos menores so postos em tutela:I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;II - em caso de os pais decarem do poder familiar.Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto.Pargrafo nico. A nomeao deve constar de testamento ou de qualquer outro documento autntico.Art. 1.730. nula a nomeao de tutor pelo pai ou pela me que, ao tempo de sua morte, no tinha o poder familiar.Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consangneos do menor, por esta ordem:I - aos ascendentes, preferindo o de grau mais prximo ao mais remoto;II - aos colaterais at o terceiro grau, preferindo os mais prximos aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moos; em qualquer dos casos, o juiz escolher entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefcio do menor.Art. 1.732. O juiz nomear tutor idneo e residente no domiclio do menor:I - na falta de tutor testamentrio ou legtimo;II - quando estes forem excludos ou escusados da tutela;III - quando removidos por no idneos o tutor legtimo e o testamentrio.Art. 1.733. Aos irmos rfos dar-se- um s tutor. 1o No caso de ser nomeado mais de um tutor por disposio testamentria sem indicao de precedncia, entende-se que a tutela foi cometida ao primeiro, e que os outros lhe sucedero pela ordem de nomeao, se ocorrer morte, incapacidade, escusa ou qualquer outro impedimento. 2o Quem institui um menor herdeiro, ou legatrio seu, poder nomear-lhe curador especial para os bens deixados, ainda que o beneficirio se encontre sob o poder familiar, ou tutela.Art. 1.734. As crianas e os adolescentes cujos pais forem desconhecidos, falecidos ou que tiverem sido suspensos ou destitudos do poder familiar tero tutores nomeados pelo Juiz ou sero includos em programa de colocao familiar, na forma prevista pela Estatuto da Criana e do Adolescente.

Dos Incapazes de Exercer a TutelaArt. 1.735. No podem ser tutores e sero exonerados da tutela, caso a exeram:I - aqueles que no tiverem a livre administrao de seus bens;II - aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se acharem constitudos em obrigao para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cnjuges tiverem demanda contra o menor;III - os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente excludos da tutela;IV - os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a famlia ou os costumes, tenham ou no cumprido pena;V - as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso em tutorias anteriores;VI - aqueles que exercerem funo pblica incompatvel com a boa administrao da tutela.

Da Escusa dos TutoresArt. 1.736. Podem escusar-se da tutela:I - mulheres casadas;II - maiores de sessenta anos;III - aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de trs filhos;IV - os impossibilitados por enfermidade;V - aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer a tutela;VI - aqueles que j exercerem tutela ou curatela;VII - militares em servio.Art. 1.737. Quem no for parente do menor no poder ser obrigado a aceitar a tutela, se houver no lugar parente idneo, consangneo ou afim, em condies de exerc-la.Art. 1.738. A escusa apresentar-se- nos dez dias subseqentes designao, sob pena de entender-se renunciado o direito de aleg-la; se o motivo escusatrio ocorrer depois de aceita a tutela, os dez dias contar-se-o do em que ele sobrevier.Art. 1.739. Se o juiz no admitir a escusa, exercer o nomeado a tutela, enquanto o recurso interposto no tiver provimento, e responder desde logo pelas perdas e danos que o menor venha a sofrer. Do Exerccio da TutelaArt. 1.740. Incumbe ao tutor, quanto pessoa do menor:I - dirigir-lhe a educao, defend-lo e prestar-lhe alimentos, conforme os seus haveres e condio;II - reclamar do juiz que providencie, como houver por bem, quando o menor haja mister correo;III - adimplir os demais deveres que normalmente cabem aos pais, ouvida a opinio do menor, se este j contar doze anos de idade.Art. 1.741. Incumbe ao tutor, sob a inspeo do juiz, administrar os bens do tutelado, em proveito deste, cumprindo seus deveres com zelo e boa-f.Art. 1.742. Para fiscalizao dos atos do tutor, pode o juiz nomear um protutor.Art. 1.743. Se os bens e interesses administrativos exigirem conhecimentos tcnicos, forem complexos, ou realizados em lugares distantes do domiclio do tutor, poder este, mediante aprovao judicial, delegar a outras pessoas fsicas ou jurdicas o exerccio parcial da tutela.Art. 1.744. A responsabilidade do juiz ser:I - direta e pessoal, quando no tiver nomeado o tutor, ou no o houver feito oportunamente;II - subsidiria, quando no tiver exigido garantia legal do tutor, nem o removido, tanto que se tornou suspeito.Art. 1.745. Os bens do menor sero entregues ao tutor mediante termo especificado deles e seus valores, ainda que os pais o tenham dispensado.Pargrafo nico. Se o patrimnio do menor for de valor considervel, poder o juiz condicionar o exerccio da tutela prestao de cauo bastante, podendo dispens-la se o tutor for de reconhecida idoneidade.Art. 1.746. Se o menor possuir bens, ser sustentado e educado a expensas deles, arbitrando o juiz para tal fim as quantias que lhe paream necessrias, considerado o rendimento da fortuna do pupilo quando o pai ou a me no as houver fixado.

Art. 1.747. Compete mais ao tutor:I - representar o menor, at os dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, aps essa idade, nos atos em que for parte;II - receber as rendas e penses do menor, e as quantias a ele devidas;III - fazer-lhe as despesas de subsistncia e educao, bem como as de administrao, conservao e melhoramentos de seus bens;IV - alienar os bens do menor destinados a venda;V - promover-lhe, mediante preo conveniente, o arrendamento de bens de raiz.Art. 1.748. Compete tambm ao tutor, com autorizao do juiz:I - pagar as dvidas do menor;II - aceitar por ele heranas, legados ou doaes, ainda que com encargos;III - transigir;IV - vender-lhe os bens mveis, cuja conservao no convier, e os imveis nos casos em que for permitido;V - propor em juzo as aes, ou nelas assistir o menor, e promover todas as diligncias a bem deste, assim como defend-lo nos pleitos contra ele movidos.Pargrafo nico. No caso de falta de autorizao, a eficcia de ato do tutor depende da aprovao ulterior do juiz.Art. 1.749. Ainda com a autorizao judicial, no pode o tutor, sob pena de nulidade:I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens mveis ou imveis pertencentes ao menor;II - dispor dos bens do menor a ttulo gratuito;III - constituir-se cessionrio de crdito ou de direito, contra o menor.Art. 1.750. Os imveis pertencentes aos menores sob tutela somente podem ser vendidos quando houver manifesta vantagem, mediante prvia avaliao judicial e aprovao do juiz.Art. 1.751. Antes de assumir a tutela, o tutor declarar tudo o que o menor lhe deva, sob pena de no lhe poder cobrar, enquanto exera a tutoria, salvo provando que no conhecia o dbito quando a assumiu.Art. 1.752. O tutor responde pelos prejuzos que, por culpa, ou dolo, causar ao tutelado; mas tem direito a ser pago pelo que realmente despender no exerccio da tutela, salvo no caso do art. 1.734, e a perceber remunerao proporcional importncia dos bens administrados. 1o Ao protutor ser arbitrada uma gratificao mdica pela fiscalizao efetuada. 2o So solidariamente responsveis pelos prejuzos as pessoas s quais competia fiscalizar a atividade do tutor, e as que concorreram para o dano. Dos Bens do TuteladoArt. 1.753. Os tutores no podem conservar em seu poder dinheiro dos tutelados, alm do necessrio para as despesas ordinrias com o seu sustento, a sua educao e a administrao de seus bens. 1o Se houver necessidade, os objetos de ouro e prata, pedras preciosas e mveis sero avaliados por pessoa idnea e, aps autorizao judicial, alienados, e o seu produto convertido em ttulos, obrigaes e letras de responsabilidade direta ou indireta da Unio ou dos Estados, atendendo-se preferentemente rentabilidade, e recolhidos ao estabelecimento bancrio oficial ou aplicado na aquisio de imveis, conforme for determinado pelo juiz. 2o O mesmo destino previsto no pargrafo antecedente ter o dinheiro proveniente de qualquer outra procedncia. 3o Os tutores respondem pela demora na aplicao dos valores acima referidos, pagando os juros legais desde o dia em que deveriam dar esse destino, o que no os exime da obrigao, que o juiz far efetiva, da referida aplicao.Art. 1.754. Os valores que existirem em estabelecimento bancrio oficial, na forma do artigo antecedente, no se podero retirar, seno mediante ordem do juiz, e somente:I - para as despesas com o sustento e educao do tutelado, ou a administrao de seus bens;II - para se comprarem bens imveis e ttulos, obrigaes ou letras, nas condies previstas no 1o do artigo antecedente;III - para se empregarem em conformidade com o disposto por quem os houver doado, ou deixado;IV - para se entregarem aos rfos, quando emancipados, ou maiores, ou, mortos eles, aos seus herdeiros.

Da Prestao de ContasArt. 1.755. Os tutores, embora o contrrio tivessem disposto os pais dos tutelados, so obrigados a prestar contas da sua administrao.Art. 1.756. No fim de cada ano de administrao, os tutores submetero ao juiz o balano respectivo, que, depois de aprovado, se anexar aos autos do inventrio.Art. 1.757. Os tutores prestaro contas de dois em dois anos, e tambm quando, por qualquer motivo, deixarem o exerccio da tutela ou toda vez que o juiz achar conveniente.Pargrafo nico. As contas sero prestadas em juzo, e julgadas depois da audincia dos interessados, recolhendo o tutor imediatamente a estabelecimento bancrio oficial os saldos, ou adquirindo bens imveis, ou ttulos, obrigaes ou letras, na forma do 1o do art. 1.753.Art. 1.758. Finda a tutela pela emancipao ou maioridade, a quitao do menor no produzir efeito antes de aprovadas as contas pelo juiz, subsistindo inteira, at ento, a responsabilidade do tutor.Art. 1.759. Nos casos de morte, ausncia, ou interdio do tutor, as contas sero prestadas por seus herdeiros ou representantes.Art. 1.760. Sero levadas a crdito do tutor todas as despesas justificadas e reconhecidamente proveitosas ao menor.Art. 1.761. As despesas com a prestao das contas sero pagas pelo tutelado.Art. 1.762. O alcance do tutor, bem como o saldo contra o tutelado, so dvidas de valor e vencem juros desde o julgamento definitivo das contas.

Da Cessao da TutelaArt. 1.763. Cessa a condio de tutelado:I - com a maioridade ou a emancipao do menor;II - ao cair o menor sob o poder familiar, no caso de reconhecimento ou adoo.Art. 1.764. Cessam as funes do tutor:I - ao expirar o termo, em que era obrigado a servir;II - ao sobrevir escusa legtima;III - ao ser removido.Art. 1.765. O tutor obrigado a servir por espao de dois anos.Pargrafo nico. Pode o tutor continuar no exerccio da tutela, alm do prazo previsto neste artigo, se o quiser e o juiz julgar conveniente ao menor.Art. 1.766. Ser destitudo o tutor, quando negligente, prevaricador ou incurso em incapacidade.

Da Curatela - Dos InterditosArt. 1.767. Esto sujeitos a curatela:I - aqueles que, por enfermidade ou deficincia mental, no tiverem o necessrio discernimento para os atos da vida civil;II - aqueles que, por outra causa duradoura, no puderem exprimir a sua vontade;III - os deficientes mentais, os brios habituais e os viciados em txicos;IV - os excepcionais sem completo desenvolvimento mental;V - os prdigos.Art. 1.768. A interdio deve ser promovida:I - pelos pais ou tutores;II - pelo cnjuge, ou por qualquer parente;III - pelo Ministrio Pblico.Art. 1.769. O Ministrio Pblico s promover interdio:I - em caso de doena mental grave;II - se no existir ou no promover a interdio alguma das pessoas designadas nos incisos I e II do artigo antecedente;III - se, existindo, forem incapazes as pessoas mencionadas no inciso antecedente.Art. 1.770. Nos casos em que a interdio for promovida pelo Ministrio Pblico, o juiz nomear defensor ao suposto incapaz; nos demais casos o Ministrio Pblico ser o defensor.Art. 1.771. Antes de pronunciar-se acerca da interdio, o juiz, assistido por especialistas, examinar pessoalmente o argido de incapacidade.Art. 1.772. Pronunciada a interdio das pessoas a que se referem os incisos III e IV do art. 1.767, o juiz assinar, segundo o estado ou o desenvolvimento mental do interdito, os limites da curatela, que podero circunscrever-se s restries constantes do art. 1.782.Art. 1.773. A sentena que declara a interdio produz efeitos desde logo, embora sujeita a recurso.Art. 1.774. Aplicam-se curatela as disposies concernentes tutela, com as modificaes dos artigos seguintes.Art. 1.775. O cnjuge ou companheiro, no separado judicialmente ou de fato, , de direito, curador do outro, quando interdito.1o Na falta do cnjuge ou companheiro, curador legtimo o pai ou a me; na falta destes, o descendente que se demonstrar mais apto. 2o Entre os descendentes, os mais prximos precedem aos mais remotos. 3o Na falta das pessoas mencionadas neste artigo, compete ao juiz a escolha do curador.Art. 1.776. Havendo meio de recuperar o interdito, o curador promover-lhe- o tratamento em estabelecimento apropriado.Art. 1.777. Os interditos referidos nos incisos I, III e IV do art. 1.767 sero recolhidos em estabelecimentos adequados, quando no se adaptarem ao convvio domstico.Art. 1.778. A autoridade do curador estende-se pessoa e aos bens dos filhos do curatelado, observado o art. 5o.

Da Curatela do Nascituro e do Enfermo ou Portador de Deficincia FsicaArt. 1.779. Dar-se- curador ao nascituro, se o pai falecer estando grvida a mulher, e no tendo o poder familiar.Pargrafo nico. Se a mulher estiver interdita, seu curador ser o do nascituro.Art. 1.780. A requerimento do enfermo ou portador de deficincia fsica, ou, na impossibilidade de faz-lo, de qualquer das pessoas a que se refere o art. 1.768, dar-se-lhe- curador para cuidar de todos ou alguns de seus negcios ou bens.

Do Exerccio da CuratelaArt. 1.781. As regras a respeito do exerccio da tutela aplicam-se ao da curatela, com a restrio do art. 1.772 e as desta Seo.Art. 1.782. A interdio do prdigo s o privar de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitao, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que no sejam de mera administrao.Art. 1.783. Quando o curador for o cnjuge e o regime de bens do casamento for de comunho universal, no ser obrigado prestao de contas, salvo determinao judicial.Do Direito das SucessesArt. 1.784. Aberta a sucesso, a herana transmite-se, desde logo, aos herdeiros legtimos e testamentrios.Art. 1.785. A sucesso abre-se no lugar do ltimo domiclio do falecido.Art. 1.786. A sucesso d-se por lei ou por disposio de ltima vontade.Art. 1.787. Regula a sucesso e a legitimao para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herana aos herdeiros legtimos; o mesmo ocorrer quanto aos bens que no forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucesso legtima se o testamento caducar, ou for julgado nulo.Art. 1.789. Havendo herdeiros necessrios, o testador s poder dispor da metade da herana.Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participar da sucesso do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigncia da unio estvel, nas condies seguintes:I - se concorrer com filhos comuns, ter direito a uma quota equivalente que por lei for atribuda ao filho;II - se concorrer com descendentes s do autor da herana, tocar-lhe- a metade do que couber a cada um daqueles;III - se concorrer com outros parentes sucessveis, ter direito a um tero da herana;IV - no havendo parentes sucessveis, ter direito totalidade da herana.

Da Herana e de sua AdministraoArt. 1.791. A herana defere-se como um todo unitrio, ainda que vrios sejam os herdeiros.Pargrafo nico. At a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto propriedade e posse da herana, ser indivisvel, e regular-se- pelas normas relativas ao condomnio.Art. 1.792. O herdeiro no responde por encargos superiores s foras da herana; incumbe-lhe, porm, a prova do excesso, salvo se houver inventrio que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados.Art. 1.793. O direito sucesso aberta, bem como o quinho de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cesso por escritura pblica. 1o Os direitos, conferidos ao herdeiro em conseqncia de substituio ou de direito de acrescer, presumem-se no abrangidos pela cesso feita anteriormente. 2o ineficaz a cesso, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditrio sobre qualquer bem da herana considerado singularmente. 3o Ineficaz a disposio, sem prvia autorizao do juiz da sucesso, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditrio, pendente a indivisibilidade.Art. 1.794. O co-herdeiro no poder ceder a sua quota hereditria a pessoa estranha sucesso, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem no se der conhecimento da cesso, poder, depositado o preo, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer at cento e oitenta dias aps a transmisso.Pargrafo nico. Sendo vrios os co-herdeiros a exercer a preferncia, entre eles se distribuir o quinho cedido, na proporo das respectivas quotas hereditrias.Art. 1.796. No prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucesso, instaurar-se- inventrio do patrimnio hereditrio, perante o juzo competente no lugar da sucesso, para fins de liquidao e, quando for o caso, de partilha da herana.Art. 1.797. At o compromisso do inventariante, a administrao da herana caber, sucessivamente:I - ao cnjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da abertura da sucesso;II - ao herdeiro que estiver na posse e administrao dos bens, e, se houver mais de um nessas condies, ao mais velho;III - ao testamenteiro;IV - a pessoa de confiana do juiz, na falta ou escusa das indicadas nos incisos antecedentes, ou quando tiverem de ser afastadas por motivo grave levado ao conhecimento do juiz.

Da Vocao HereditriaArt. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou j concebidas no momento da abertura da sucesso.Art. 1.799. Na sucesso testamentria podem ainda ser chamados a suceder:I - os filhos, ainda no concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucesso;II - as pessoas jurdicas;III - as pessoas jurdicas, cuja organizao for determinada pelo testador sob a forma de fundao.Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herana sero confiados, aps a liquidao ou partilha, a curador nomeado pelo juiz. 1o Salvo disposio testamentria em contrrio, a curatela caber pessoa cujo filho o testador esperava ter por herdeiro, e, sucessivamente, s pessoas indicadas no art. 1.775. 2o Os poderes, deveres e responsabilidades do curador, assim nomeado, regem-se pelas disposies concernentes curatela dos incapazes, no que couber. 3o Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe- deferida a sucesso, com os frutos e rendimentos relativos deixa, a partir da morte do testador. 4o Se, decorridos dois anos aps a abertura da sucesso, no for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposio em contrrio do testador, cabero aos herdeiros legtimos.Art. 1.801. No podem ser nomeados herdeiros nem legatrios:I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cnjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmos;II - as testemunhas do testamento;III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cnjuge h mais de cinco anos;IV - o tabelio, civil ou militar, ou o comandante ou escrivo, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento.Art. 1.802. So nulas as disposies testamentrias em favor de pessoas no legitimadas a suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante interposta pessoa.Pargrafo nico. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, os irmos e o cnjuge ou companheiro do no legitimado a suceder.Art. 1.803. lcita a deixa ao filho do concubino, quando tambm o for do testador.

Da Aceitao e Renncia da HeranaArt. 1.804. Aceita a herana, torna-se definitiva a sua transmisso ao herdeiro, desde a abertura da sucesso.Pargrafo nico. A transmisso tem-se por no verificada quando o herdeiro renuncia herana.Art. 1.805. A aceitao da herana, quando expressa, faz-se por declarao escrita; quando tcita, h de resultar to-somente de atos prprios da qualidade de herdeiro. 1o No exprimem aceitao de herana os atos oficiosos, como o funeral do finado, os meramente conservatrios, ou os de administrao e guarda provisria. 2o No importa igualmente aceitao a cesso gratuita, pura e simples, da herana, aos demais co-herdeiros.Art. 1.806. A renncia da herana deve constar expressamente de instrumento pblico ou termo judicial.Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou no, a herana, poder, vinte dias aps aberta a sucesso, requerer ao juiz prazo razovel, no maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herana por aceita.Art. 1.808. No se pode aceitar ou renunciar a herana em parte, sob condio ou a termo. 1o O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceit-los, renunciando a herana; ou, aceitando-a, repudi-los. 2o O herdeiro, chamado, na mesma sucesso, a mais de um quinho hereditrio, sob ttulos sucessrios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhes que aceita e aos que renuncia.Art. 1.809. Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herana, o poder de aceitar passa-lhe aos herdeiros, a menos que se trate de vocao adstrita a uma condio suspensiva, ainda no verificada.Pargrafo nico. Os chamados sucesso do herdeiro falecido antes da aceitao, desde que concordem em receber a segunda herana, podero aceitar ou renunciar a primeira.Art. 1.810. Na sucesso legtima, a parte do renunciante acresce dos outros herdeiros da mesma classe e, sendo ele o nico desta, devolve-se aos da subseqente.Art. 1.811. Ningum pode suceder, representando herdeiro renunciante. Se, porm, ele for o nico legtimo da sua classe, ou se todos os outros da mesma classe renunciarem a herana, podero os filhos vir sucesso, por direito prprio, e por cabea.Art. 1.812. So irrevogveis os atos de aceitao ou de renncia da herana.Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando herana, podero eles, com autorizao do juiz, aceit-la em nome do renunciante. 1o A habilitao dos credores se far no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato. 2o Pagas as dvidas do renunciante, prevalece a renncia quanto ao remanescente, que ser devolvido aos demais herdeiros.

Dos Excludos da SucessoArt. 1.814. So excludos da sucesso os herdeiros ou legatrios:I - que houverem sido autores, co-autores ou partcipes de homicdio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucesso se tratar, seu cnjuge, companheiro, ascendente ou descendente;II - que houverem acusado caluniosamente em juzo o autor da herana ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cnjuge ou companheiro;III - que, por violncia ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herana de dispor livremente de seus bens por ato de ltima vontade.Art. 1.815. A excluso do herdeiro ou legatrio, em qualquer desses casos de indignidade, ser declarada por sentena.Pargrafo nico. O direito de demandar a excluso do herdeiro ou legatrio extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucesso.Art. 1.816. So pessoais os efeitos da excluso; os descendentes do herdeiro excludo sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucesso.Pargrafo nico. O excludo da sucesso no ter direito ao usufruto ou administrao dos bens que a seus sucessores couberem na herana, nem sucesso eventual desses bens.Art. 1.817. So vlidas as alienaes onerosas de bens hereditrios a terceiros de boa-f, e os atos de administrao legalmente praticados pelo herdeiro, antes da sentena de excluso; mas aos herdeiros subsiste, quando prejudicados, o direito de demandar-lhe perdas e danos.Pargrafo nico. O excludo da sucesso obrigado a restituir os frutos e rendimentos que dos bens da herana houver percebido, mas tem direito a ser indenizado das despesas com a conservao deles.Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a excluso da herana ser admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato autntico.Pargrafo nico. No havendo reabilitao expressa, o indigno, contemplado em testamento do ofendido, quando o testador, ao testar, j conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da disposio testamentria.

Da Herana JacenteArt. 1.819. Falecendo algum sem deixar testamento nem herdeiro legtimo notoriamente conhecido, os bens da herana, depois de arrecadados, ficaro sob a guarda e administrao de um curador, at a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou declarao de sua vacncia.Art. 1.820. Praticadas as diligncias de arrecadao e ultimado o inventrio, sero expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicao, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitao, ser a herana declarada vacante.Art. 1.821. assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dvidas reconhecidas, nos limites das foras da herana.Art. 1.822. A declarao de vacncia da herana no prejudicar os herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucesso, os bens arrecadados passaro ao domnio do Municpio ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscries, incorporando-se ao domnio da Unio quando situados em territrio federal.Pargrafo nico. No se habilitando at a declarao de vacncia, os colaterais ficaro excludos da sucesso.Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem herana, ser esta desde logo declarada vacante.

Da petio de heranaArt. 1.824. O herdeiro pode, em ao de petio de herana, demandar o reconhecimento de seu direito sucessrio, para obter a restituio da herana, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem ttulo, a possua.Art. 1.825. A ao de petio de herana, ainda que exercida por um s dos herdeiros, poder compreender todos os bens hereditrios.Art. 1.826. O possuidor da herana est obrigado restituio dos bens do acervo, fixando-se-lhe a responsabilidade segundo a sua posse, observado o disposto nos arts. 1.214 a 1.222.Pargrafo nico. A partir da citao, a responsabilidade do possuidor se h de aferir pelas regras concernentes posse de m-f e mora.Art. 1.827. O herdeiro pode demandar os bens da herana, mesmo em poder de terceiros, sem prejuzo da responsabilidade do possuidor originrio pelo valor dos bens alienados.Pargrafo nico. So eficazes as alienaes feitas, a ttulo oneroso, pelo herdeiro aparente a terceiro de boa-f.Art. 1.828. O herdeiro aparente, que de boa-f houver pago um legado, no est obrigado a prestar o equivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a este o direito de proceder contra quem o recebeu.

Da Sucesso LegtimaDa Ordem da Vocao HereditriaArt. 1.829. A sucesso legtima defere-se na ordem seguinte:I - aos descendentes, em concorrncia com o cnjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunho universal, ou no da separao obrigatria de bens (art. 1.640, pargrafo nico); ou se, no regime da comunho parcial, o autor da herana no houver deixado bens particulares;II - aos ascendentes, em concorrncia com o cnjuge;III - ao cnjuge sobrevivente;IV - aos colaterais.Art. 1.830. Somente reconhecido direito sucessrio ao cnjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, no estavam separados judicialmente, nem separados de fato h mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivncia se tornara impossvel sem culpa do sobrevivente.Art. 1.831. Ao cnjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, ser assegurado, sem prejuzo da participao que lhe caiba na herana, o direito real de habitao relativamente ao imvel destinado residncia da famlia, desde que seja o nico daquela natureza a inventariar.Art. 1.832. Em concorrncia com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caber ao cnjuge quinho igual ao dos que sucederem por cabea, no podendo a sua quota ser inferior quarta parte da herana, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais prximo excluem os mais remotos, salvo o direito de representao.Art. 1.834. Os descendentes da mesma classe tm os mesmos direitos sucesso de seus ascendentes.Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabea, e os outros descendentes, por cabea ou por estirpe, conforme se achem ou no no mesmo grau.Art. 1.836. Na falta de descendentes, so chamados sucesso os ascendentes, em concorrncia com o cnjuge sobrevivente. 1o Na classe dos ascendentes, o grau mais prximo exclui o mais remoto, sem distino de linhas. 2o Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna.Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cnjuge tocar um tero da herana; caber-lhe- a metade desta se houver um s ascendente, ou se maior for aquele grau.Art. 1.838. Em falta de descendentes e ascendentes, ser deferida a sucesso por inteiro ao cnjuge sobrevivente.Art. 1.839. Se no houver cnjuge sobrevivente, nas condies estabelecidas no art. 1.830, sero chamados a suceder os colaterais at o quarto grau.Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais prximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representao concedido aos filhos de irmos.Art. 1.841. Concorrendo herana do falecido irmos bilaterais com irmos unilaterais, cada um destes herdar metade do que cada um daqueles herdar.Art. 1.842. No concorrendo herana irmo bilateral, herdaro, em partes iguais, os unilaterais. Art. 1.843. Na falta de irmos, herdaro os filhos destes e, no os havendo, os tios. 1o Se concorrerem herana somente filhos de irmos falecidos, herdaro por cabea. 2o Se concorrem filhos de irmos bilaterais com filhos de irmos unilaterais, cada um destes herdar a metade do que herdar cada um daqueles. 3o Se todos forem filhos de irmos bilaterais, ou todos de irmos unilaterais, herdaro por igual.Art. 1.844. No sobrevivendo cnjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessvel, ou tendo eles renunciado a herana, esta se devolve ao Municpio ou ao Distrito Federal, se localizada nas respectivas circunscries, ou Unio, quando situada em territrio federal

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Dos Herdeiros NecessriosArt. 1.845. So herdeiros necessrios os descendentes, os ascendentes e o cnjuge.Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessrios, de pleno direito, a metade dos bens da herana, constituindo a legtima.Art. 1.847. Calcula-se a legtima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucesso, abatidas as dvidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colao.Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, no pode o testador estabelecer clusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legtima. 1o No permitido ao testador estabelecer a converso dos bens da legtima em outros de espcie diversa. 2o Mediante autorizao judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficaro sub-rogados nos nus dos primeiros.Art. 1.849. O herdeiro necessrio, a quem o testador deixar a sua parte disponvel, ou algum legado, no perder o direito legtima.Art. 1.850. Para excluir da sucesso os herdeiros colaterais, basta que o testador disponha de seu patrimnio sem os contemplar.

Do Direito de RepresentaoArt. 1.851. D-se o direito de representao, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.Art. 1.852. O direito de representao d-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente.Art. 1.853. Na linha transversal, somente se d o direito de representao em favor dos filhos de irmos do falecido, quando com irmos deste concorrerem.Art. 1.854. Os representantes s podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse.Art. 1.855. O quinho do representado partir-se- por igual entre os representantes.Art. 1.856. O renunciante herana de uma pessoa poder represent-la na sucesso de outra.

DA SUCESSO TESTAMENTRIADO TESTAMENTO EM GERALArt. 1.857. Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois de sua morte. 1o A legtima dos herdeiros necessrios no poder ser includa no testamento. 2o So vlidas as disposies testamentrias de carter no patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha limitado.Art. 1.858. O testamento ato personalssimo, podendo ser mudado a qualquer tempo.Art. 1.859. Extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento, contado o prazo da data do seu registro.Da Capacidade de TestarArt. 1.860. Alm dos incapazes, no podem testar os que, no ato de faz-lo, no tiverem pleno discernimento.Pargrafo nico. Podem testar os maiores de dezesseis anos.Art. 1.861. A incapacidade superveniente do testador no invalida o testamento, nem o testamento do incapaz se valida com a supervenincia da capacidade.Das formas ordinrias do testamentoArt. 1.862. So testamentos ordinrios:I - o pblico;II - o cerrado;III - o particular.Art. 1.863. proibido o testamento conjuntivo, seja simultneo, recproco ou correspectivo.Do Testamento PblicoArt. 1.864. So requisitos essenciais do testamento pblico:I - ser escrito por tabelio ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de acordo com as declaraes do testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou apontamentos;II - lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelio ao testador e a duas testemunhas, a um s tempo; ou pelo testador, se o quiser, na presena destas e do oficial;III - ser o instrumento, em seguida leitura, assinado pelo testador, pelas testemunhas e pelo tabelio.Pargrafo nico. O testamento pblico pode ser escrito manualmente ou mecanicamente, bem como ser feito pela insero da declarao de vontade em partes impressas de livro de notas, desde que rubricadas todas as pginas pelo testador, se mais de uma.Art. 1.865. Se o testador no souber, ou no puder assinar, o tabelio ou seu substituto legal assim o declarar, assinando, neste caso, pelo testador, e, a seu rogo, uma das testemunhas instrumentrias.Art. 1.866. O indivduo inteiramente surdo, sabendo ler, ler o seu testamento, e, se no o souber, designar quem o leia em seu lugar, presentes as testemunhas.Art. 1.867. Ao cego s se permite o testamento pblico, que lhe ser lido, em voz alta, duas vezes, uma pelo tabelio ou por seu substituto legal, e a outra por uma das testemunhas, designada pelo testador, fazendo-se de tudo circunstanciada meno no testamento.Do Testamento CerradoArt. 1.868. O testamento escrito pelo testador, ou por outra pessoa, a seu rogo, e por aquele assinado, ser vlido se aprovado pelo tabelio ou seu substituto legal, observadas as seguintes formalidades:I - que o testador o entregue ao tabelio em presena de duas testemunhas;II - que o testador declare que aquele o seu testamento e quer que seja aprovado;III - que o tabelio lavre, desde logo, o auto de aprovao, na presena de duas testemunhas, e o leia, em seguida, ao testador e testemunhas;IV - que o auto de aprovao seja assinado pelo tabelio, pelas testemunhas e pelo testador.Pargrafo nico. O testamento cerrado pode ser escrito mecanicamente, desde que seu subscritor numere e autentique, com a sua assinatura, todas as paginas.Art. 1.869. O tabelio deve comear o auto de aprovao imediatamente depois da ltima palavra do testador, declarando, sob sua f, que o testador lhe entregou para ser aprovado na presena das testemunhas; passando a cerrar e coser o instrumento aprovado.Pargrafo nico. Se no houver espao na ltima folha do testamento, para incio da aprovao, o tabelio apor nele o seu sinal pblico, mencionando a circunstncia no auto.Art. 1.870. Se o tabelio tiver escrito o testamento a rogo do testador, poder, no obstante, aprov-lo.Art. 1.871. O testamento pode ser escrito em lngua nacional ou estrangeira, pelo prprio testador, ou por outrem, a seu rogo.Art. 1.872. No pode dispor de seus bens em testamento cerrado quem no saiba ou no possa ler.Art. 1.873. Pode fazer testamento cerrado o surdo-mudo, contanto que o escreva todo, e o assine de sua mo, e que, ao entreg-lo ao oficial pblico, ante as duas testemunhas, escreva, na face externa do papel ou do envoltrio, que aquele o seu testamento, cuja aprovao lhe pede.Art. 1.874. Depois de aprovado e cerrado, ser o testamento entregue ao testador, e o tabelio lanar, no seu livro, nota do lugar, dia, ms e ano em que o testamento foi aprovado e entregue.Art. 1.875. Falecido o testador, o testamento ser apresentado ao juiz, que o abrir e o far registrar, ordenando seja cumprido, se no achar vcio externo que o torne eivado de nulidade ou suspeito de falsidade.Do Testamento ParticularArt. 1.876. O testamento particular pode ser escrito de prprio punho ou mediante processo mecnico. 1o Se escrito de prprio punho, so requisitos essenciais sua validade seja lido e assinado por quem o escreveu, na presena de pelo menos trs testemunhas, que o devem subscrever. 2o Se elaborado por processo mecnico, no pode conter rasuras ou espaos em branco, devendo ser assinado pelo testador, depois de o ter lido na presena de pelo menos trs testemunhas, que o subscrevero.Art. 1.877. Morto o testador, publicar-se- em juzo o testamento, com citao dos herdeiros legtimos.Art. 1.878. Se as testemunhas forem contestes sobre o fato da disposio, ou, ao menos, sobre a sua leitura perante elas, e se reconhecerem as prprias assinaturas, assim como a do testador, o testamento ser confirmado.Pargrafo nico. Se faltarem testemunhas, por morte ou ausncia, e se pelo menos uma delas o reconhecer, o testamento poder ser confirmado, se, a critrio do juiz, houver prova suficiente de sua veracidade.Art. 1.879. Em circunstncias excepcionais declaradas na cdula, o testamento particular de prprio punho e assinado pelo testador, sem testemunhas, poder ser confirmado, a critrio do juiz.Art. 1.880. O testamento particular pode ser escrito em lngua estrangeira, contanto que as testemunhas a compreendam.Dos CodicilosArt. 1.881. Toda pessoa capaz de testar poder, mediante escrito particular seu, datado e assinado, fazer disposies especiais sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca monta a certas e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como legar mveis, roupas ou jias, de pouco valor, de seu uso pessoal.Art. 1.882. Os atos a que se refere o artigo antecedente, salvo direito de terceiro, valero como codicilos, deixe ou no testamento o autor.Art. 1.883. Pelo modo estabelecido no art. 1.881, poder-se-o nomear ou substituir testamenteiros.Art. 1.884. Os atos previstos nos artigos antecedentes revogam-se por atos iguais, e consideram-se revogados, se, havendo testamento posterior, de qualquer natureza, este os no confirmar ou modificar.Art. 1.885. Se estiver fechado o codicilo, abrir-se- do mesmo modo que o testamento cerrado.Dos Testamentos EspeciaisArt. 1.886. So testamentos especiais:I - o martimo;II - o aeronutico;III - o militar.Art. 1.887. No se admitem outros testamentos especiais alm dos contemplados neste Cdigo.Do Testamento Martimo e do Testamento AeronuticoArt. 1.888. Quem estiver em viagem, a bordo de navio nacional, de guerra ou mercante, pode testar perante o comandante, em presena de duas testemunhas, por forma que corresponda ao testamento pblico ou ao cerrado.Pargrafo nico. O registro do testamento ser feito no dirio de bordo.Art. 1.889. Quem estiver em viagem, a bordo de aeronave militar ou comercial, pode testar perante pessoa designada pelo comandante, observado o disposto no artigo antecedente.Art. 1.890. O testamento martimo ou aeronutico ficar sob a guarda do comandante, que o entregar s autoridades administrativas do primeiro porto ou aeroporto nacional, contra recibo averbado no dirio de bordo.Art. 1.891. Caducar o testamento martimo, ou aeronutico, se o testador no morrer na viagem, nem nos noventa dias subseqentes ao seu desembarque em terra, onde possa fazer, na forma ordinria, outro testamento.Art. 1.892. No valer o testamento martimo, ainda que feito no curso de uma viagem, se, ao tempo em que se fez, o navio estava em porto onde o testador pudesse desembarcar e testar na forma ordinria.Do Testamento MilitarArt. 1.893. O testamento dos militares e demais pessoas a servio das Foras Armadas em campanha, dentro do Pas ou fora dele, assim como em praa sitiada, ou que esteja de comunicaes interrompidas, poder fazer-se, no havendo tabelio ou seu substituto legal, ante duas, ou trs testemunhas, se o testador no puder, ou no souber assinar, caso em que assinar por ele uma delas. 1o Se o testador pertencer a corpo ou seo de corpo destacado, o testamento ser escrito pelo respectivo comandante, ainda que de graduao ou posto inferior. 2o Se o testador estiver em tratamento em hospital, o testamento ser escrito pelo respectivo oficial de sade, ou pelo diretor do estabelecimento. 3o Se o testador for o oficial mais graduado, o testamento ser escrito por aquele que o substituir.Art. 1.894. Se o testador souber escrever, poder fazer o testamento de seu punho, contanto que o date e assine por extenso, e o apresente aberto ou cerrado, na presena de duas testemunhas ao auditor, ou ao oficial de patente, que lhe faa as vezes neste mister.Pargrafo nico. O auditor, ou o oficial a quem o testamento se apresente notar, em qualquer parte dele, lugar, dia, ms e ano, em que lhe for apresentado, nota esta que ser assinada por ele e pelas testemunhas.Art. 1.895. Caduca o testamento militar, desde que, depois dele, o testador esteja, noventa dias seguidos, em lugar onde possa testar na forma ordinria, salvo se esse testamento apresentar as solenidades prescritas no pargrafo nico do artigo antecedente.Art. 1.896. As pessoas designadas no art. 1.893, estando empenhadas em combate, ou feridas, podem testar oralmente, confiando a sua ltima vontade a duas testemunhas.Pargrafo nico. No ter efeito o testamento se o testador no morrer na guerra ou convalescer do ferimento.CAPTULO VIDas Disposies TestamentriasArt. 1.897. A nomeao de herdeiro, ou legatrio, pode fazer-se pura e simplesmente, sob condio, para certo fim ou modo, ou por certo motivo.Art. 1.898. A designao do tempo em que deva comear ou cessar o direito do herdeiro, salvo nas disposies fideicomissrias, ter-se- por no escrita.Art. 1.899. Quando a clusula testamentria for suscetvel de interpretaes diferentes, prevalecer a que melhor assegure a observncia da vontade do testador.Art. 1.900. nula a disposio:I - que institua herdeiro ou legatrio sob a condio captatria de que este disponha, tambm por testamento, em benefcio do testador, ou de terceiro;II - que se refira a pessoa incerta, cuja identidade no se possa averiguar;III - que favorea a pessoa incerta, cometendo a determinao de sua identidade a terceiro;IV - que deixe a arbtrio do herdeiro, ou de outrem, fixar o valor do legado;V - que favorea as pessoas a que se referem os arts. 1.801 e 1.802.Art. 1.901. Valer a disposio:I - em favor de pessoa incerta que deva ser determinada por terceiro, dentre duas ou mais pessoas mencionadas pelo testador, ou pertencentes a uma famlia, ou a um corpo coletivo, ou a um estabelecimento por ele designado;II - em remunerao de servios prestados ao testador, por ocasio da molstia de que faleceu, ainda que fique ao arbtrio do herdeiro ou de outrem determinar o valor do legado.Art. 1.902. A disposio geral em favor dos pobres, dos estabelecimentos particulares de caridade, ou dos de assistncia pblica, entender-se- relativa aos pobres do lugar do domiclio do testador ao tempo de sua morte, ou dos estabelecimentos a sitos, salvo se manifestamente constar que tinha em mente beneficiar os de outra localidade.Pargrafo nico. Nos casos deste artigo, as instituies particulares preferiro sempre s pblicas.Art. 1.903. O erro na designao da pessoa do herdeiro, do legatrio, ou da coisa legada anula a disposio, salvo se, pelo contexto do testamento, por outros documentos, ou por fatos inequvocos, se puder identificar a pessoa ou coisa a que o testador queria referir-se.Art. 1.904. Se o testamento nomear dois ou mais herdeiros, sem discriminar a parte de cada um, partilhar-se- por igual, entre todos, a poro disponvel do testador.Art. 1.905. Se o testador nomear certos herdeiros individualmente e outros coletivamente, a herana ser dividida em tantas quotas quantos forem os indivduos e os grupos designados.Art. 1.906. Se forem determinadas as quotas de cada herdeiro, e no absorverem toda a herana, o remanescente pertencer aos herdeiros legtimos, segundo a ordem da vocao hereditria.Art. 1.907. Se forem determinados os quinhes de uns e no os de outros herdeiros, distribuir-se- por igual a estes ltimos o que restar, depois de completas as pores hereditrias dos primeiros.Art. 1.908. Dispondo o testador que no caiba ao herdeiro institudo certo e determinado objeto, dentre os da herana, tocar ele aos herdeiros legtimos.Art. 1.909. So anulveis as disposies testamentrias inquinadas de erro, dolo ou coao.Pargrafo nico. Extingue-se em quatro anos o direito de anular a disposio, contados de quando o interessado tiver conhecimento do vcio.Art. 1.910. A ineficcia de uma disposio testamentria importa a das outras que, sem aquela, no teriam sido determinadas pelo testador.Art. 1.911. A clusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de liberalidade, implica impenhorabilidade e incomunicabilidade.Pargrafo nico. No caso de desapropriao de bens clausulados, ou de sua alienao, por convenincia econmica do donatrio ou do herdeiro, mediante autorizao judicial, o produto da venda converter-se- em outros bens, sobre os quais incidiro as restries apostas aos primeiros.CAPTULO VIIDos LegadosSeo IDisposies GeraisArt. 1.912. ineficaz o legado de coisa certa que no pertena ao testador no momento da abertura da sucesso.Art. 1.913. Se o testador ordenar que o herdeiro ou legatrio entregue coisa de sua propriedade a outrem, no o cumprindo ele, entender-se- que renunciou herana ou ao legado.Art. 1.914. Se to-somente em parte a coisa legada pertencer ao testador, ou, no caso do artigo antecedente, ao herdeiro ou ao legatrio, s quanto a essa parte valer o legado.Art. 1.915. Se o legado for de coisa que se determine pelo gnero, ser o mesmo cumprido, ainda que tal coisa no exista entre os bens deixados pelo testador.Art. 1.916. Se o testador legar coisa sua, singularizando-a, s ter eficcia o legado se, ao tempo do seu falecimento, ela se achava entre os bens da herana; se a coisa legada existir entre os bens do testador, mas em quantidade inferior do legado, este ser eficaz apenas quanto existente.Art. 1.917. O legado de coisa que deva encontrar-se em determinado lugar s ter eficcia se nele for achada, salvo se removida a ttulo transitrio.Art. 1.918. O legado de crdito, ou de quitao de dvida, ter eficcia somente at a importncia desta, ou daquele, ao tempo da morte do testador. 1o Cumpre-se o legado, entregando o herdeiro ao legatrio o ttulo respectivo. 2o Este legado no compreende as dvidas posteriores data do testamento.Art. 1.919. No o declarando expressamente o testador, no se reputar compensao da sua dvida o legado que ele faa ao credor.Pargrafo nico. Subsistir integralmente o legado, se a dvida lhe foi posterior, e o testador a solveu antes de morrer.Art. 1.920. O legado de alimentos abrange o sustento, a cura, o vesturio e a casa, enquanto o legatrio viver, alm da educao, se ele for menor.Art. 1.921. O legado de usufruto, sem fixao de tempo, entende-se deixado ao legatrio por toda a sua vida.Art. 1.922. Se aquele que legar um imvel lhe ajuntar depois novas aquisies, estas, ainda que contguas, no se compreendem no legado, salvo expressa declarao em contrrio do testador.Pargrafo nico. No se aplica o disposto neste artigo s benfeitorias necessrias, teis ou volupturias feitas no prdio legado.Seo IIDos Efeitos do Legado e do seu PagamentoArt. 1.923. Desde a abertura da sucesso, pertence ao legatrio a coisa certa, existente no acervo, salvo se o legado estiver sob condio suspensiva. 1o No se defere de imediato a posse da coisa, nem nela pode o legatrio entrar por autoridade prpria. 2o O legado de coisa certa existente na herana transfere tambm ao legatrio os frutos que produzir, desde a morte do testador, exceto se dependente de condio suspensiva, ou de termo inicial.Art. 1.924. O direito de pedir o legado no se exercer, enquanto se litigue sobre a validade do testamento, e, nos legados condicionais, ou a prazo, enquanto esteja pendente a condio ou o prazo no se vena.Art. 1.925. O legado em dinheiro s vence juros desde o dia em que se constituir em mora a pessoa obrigada a prest-lo.Art. 1.926. Se o legado consistir em renda vitalcia ou penso peridica, esta ou aquela correr da morte do testador.Art. 1.927. Se o legado for de quantidades certas, em prestaes peridicas, datar da morte do testador o primeiro perodo, e o legatrio ter direito a cada prestao, uma vez encetado cada um dos perodos sucessivos, ainda que venha a falecer antes do termo del