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2013 DA UNIÃO ANUÁRIO DA CARREIRA DE ADVOGADO

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ANUÁRIO DA CARREIRADE ADVOGADO

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2 0 1 3DA UNIÃO

ANUÁRIO DA CARREIRADE ADVOGADO

ANUÁRIO DA CARREIRA DE ADVOGADO DA UNIÃO 2013

Jornalista Responsável:Vanessa Struckl (MTB DF 8239)

Diagramação: PR Brasíliawww.prbrasilia.com.br

Projeto Gráfico:Cinco Comunicação Ltda.

Editoração/Ilustrações:PR Brasília

Tiragem: 1.800 exemplares

Impressão: Gráfica Charbel

Esta é uma publicação editorial da ANAUNI - Associação Nacional dos Advogados da União.

Permitido o uso das informações, desde que citada a fonte.

SHS Qd. 06 Conj. A Bl. “C” Sala 504/505Edifício Brasil 21, Brasília - DF. CEP: 70316-109

(61) 3344-4386 - www.anauni.org.br

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Sumário

Apresentação8Sobre a ANAUNI9

Região Norte10

Região Centro-Oeste38

Região Nordeste24

12 Erro no Cálculo

13 Legalidade da Atuação

14 Cofres Públicos

15 Bloqueio de Bens

17 Reintegração de Posse

40 Atuação Reconhecida

41 Improbidade Administrativa

42 Recuperação de valores

44 Ações Conciliatórias

45 Assessoramento Jurídico

46 Prorrogação de Contratos

48 Sucesso Calculado

49 Novo Pregão

26 Custos Trabalhistas

27 Impedido

28 Indenização

29 Conciliação Eficaz

30 Administração e Manutenção

31 Posse Garantida

32 Enem

34 Pagamento Indevido

35 Seguro-Desemprego

36 Direito à Moradia

37 Defesa na Saúde

18 Bloqueio de Créditos

19 Desmatamento

21 Movimento Indígena

22 Ressarcimento

23 Venda Ilegal

50 Solução de Conflitos

51 Pagamento Indevido

52 Repatriação da Quantia

53 Dinheiro Público Recuperado

54 Direitos LGBT

55 Decisão Favorável

56 Sobretaxa Antidumping

57 Amazônia Legal

59 Provimento aos Embargos

61 Bloqueio Monetário

62 Verificação de Precatórios

63 Aeroportos Leiloados

64 Acordo Técnico de Cooperação

65 Segunda Edição

66 Cartilha e Esclarecimentos

67 Elaboração de Proposta

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Anuário · 2013 5

Estrutura

Região Sudeste68

Região Sul 90

70 Legalidade

71 Ação Rescisória

73 Ficha Limpa

74 Copa do Mundo

75 Terminais Portuários

76 Combate à Corrupção

77 Transposição Indevida

78 Agilidade Judicial

79 Balanço

80 Gestão Administrativa

92 Ação Procedente

93 Demora no Serviço

94 Suspensão

95 Volta para Casa

96 Ressarcimento

102 ENAU

103 Eventos Realizados

105 Presidentes

97 Correções

98 Trabalho Escravo

99 Área de Proteção

100 Desbloqueio de Contas

101 Prestação Jurisdicional

81 Economia aos Cofres Públicos

82 Religião

83 Salários Atrasados

84 Prescrição de Títulos

85 Pagamento Indevido

86 Acerto de Contas

88 Danos Morais

89 Pagamento Assegurado

Galerias102

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Diretoria da ANAUNIBiênio 2013/2015

PresidenteRommel Madeiro de Macedo Carneiro [email protected]

Vice-PresidenteCarlos Luiz [email protected]

Secretaria-GeralMarcos Luiz da Silva [email protected]

Diretoria FinanceiraGabriela Moreira FeijóAdjunta: Maria Clarice Maia Mendonç[email protected]

Diretoria AdministrativaRoque José Rodrigues LageAdjunto: Marcos Henrique de Oliveira Gó[email protected]

Diretoria de Atividades LegislativasTiago Bacelar Aguiar CarvalhoAdjunto: Rogério [email protected]

Diretoria JurídicaBruno Moreira Fortes Adjunto: Marco Antônio Perez de [email protected]

2013an

uár

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Diretoria de ComunicaçãoLeonardo Albuquerque [email protected]

Diretoria SocialRogério Sóther Adjunta: Márcia Bezerra [email protected]

Assessoria Parlamentar [email protected]

Assessoria de ImprensaJornalista Responsável: (61) [email protected]

Estrutura

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Anuário · 2013 7

2013

anuár

io

Estrutura

Conselho Fiscal Biênio 2013/2015

[email protected]

Titular: Cristiano Soares Barroso MaiaTitular: Fábio Gomes PinaTitular: Everton Pacheco SilvaSuplente: Dario Dutra Sátiro FernandesSuplente: Max Casado de Melo

Conselho de Ética, Disciplina e Prerrogativas Biênio 2013/2015

[email protected]

Presidente: Carlos Luiz WeberMembro: César Jackson Grisa Júnior Membro: Francisco Sales de ArgoloMembro: Marina Maniglia PuccinelliMembro: Roberto de Aragão Ribeiro Rodrigues

Delegados Estaduais Da ANAUNI – Biênio 2013/2015

ACRE - Delegado Titular: Bruno Gomes BahiaALAGOAS - Delegado Titular: Gerson José Cajueiro CamerinoAMAPÁ - Delegado Titular: Utan Lisboa GaldinoAMAZONAS - Delegado Titular: Claudio Silvino BragaBAHIA - Delegado Titular: Bruno Leonardo Guimarães Godinho / Delegado Suplente: Cristiano Oliveira Sampaio SantosCEARÁ - Delegada Titular: Karla Simões Nogueira Vasconcelos / Delegada Suplente: Cristiane Caracas de Souza CidadeDISTRITO FEDERAL - Delegado Titular: Adriana Pereira Franco / Delegada Suplente: Flávia do Espírito Santo BatistaESPÍRITO SANTO - Delegado Titular: Marcos Dupin CoutinhoGOIÁS - Delegado Titular: Luís Fernando Teixeira Canedo / Delegado Suplente: Fábio Adriano Pereira de Morais AfonsoMARANHÃO - Delegado Titular: Alessandro Neres Lindoso / Delegado Suplente: Gustavo André dos SantosMATO GROSSO - Delegada Titular: Marina Maniglia Puccinelli / Delegado Suplente: Bruno Scomparim PereiraMATO GROSSO DO SUL - Delegada Titular: Erika Swami FernandesMINAS GERAIS - Delegado Titular: Cil Farne GuimarãesPARÁ - Delegada Titular: Maria Carolina Golin de Oliveira / Delegado Suplente: Francisco Alexandre Colares Melo CarlosPARAÍBA - Delegado Titular: Antônio Inácio Pimentel Rodrigues de Lemos / Delegado Suplente: Petrov Ferreira B. FilhoPARANÁ - Delegado Titular: Vitor Pierantoni CamposPERNAMBUCO - Delegado Titular: Herbert Caetano Barreto / Delegado Suplente: Marcelo Medicis Maranhão e SilvaPIAUÍ - Delegado Titular: Reginaldo de Castro Cerqueira Filho / Delegado Suplente: Ricardo Resende de AraújoRIO DE JANEIRO - Delegado Titular: Roberto de Aragão R. Rodrigues / Delegado Suplente: Eugênio M. L. de AlbuquerqueRIO GRANDE DO NORTE - Delegado Titular: Maria Heloísa de S. Pinheiro / Delegado Suplente: Marcio Lopes da CostaRIO GRANDE DO SUL - Delegado Titular: César Jackson Grisa Júnior / Delegado Suplente: Sandra de Cássia V. JardimSANTA CATARINA - Delegado Titular: Luciano Cardoso Backer / Delegado Suplente: Rafael Mendes dos SantosSÃO PAULO - Delegada Titular: Teresa Villac Pinheiro Barki / Delegada Suplente: Cristiana Mundim MelloSERGIPE - Delegado Titular: Francisco de Sales de Argolo / Delegado Suplente: Lyts de Jesus SantosTOCANTINS - Delegado Titular: João Gomes Dutra Neto / Delegado Suplente: André Luís Rodrigues de Souza

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Apresentação

Prezado(a) Leitor(a),

O Anuário da Carreira de Advogado da União chega à sua terceira edição, num momento simbólico para a Ad-vocacia-Geral da União. Neste ano de 2013, a AGU completou vinte anos de existência, com relevantes serviços prestados à sociedade brasileira.

Tais serviços demonstram a relevância institucional da Advocacia-Geral da União, evidenciando os valores que, a despeito de todas as adversidades, os Advogados e Advogadas da União incorporam diuturnamente no exercício de seu múnus de defender o interesse público.

A gama de vertentes de atuação é variada. Vemos Advogadas e Advogados da União defendendo a integridade dos biomas brasileiros - desde as florestas até as dunas marítimas -, zelando pelo patrimônio público e buscando ressarcir aos cofres da União os prejuízos decorrentes da exploração ilegal de jazidas minerais.Vemos ainda os membros da AGU logrando decisões notáveis que evitaram o pagamento indevido de quantidade considerável de verbas públicas em processos judiciais e buscando investigar e perscrutar a boa e regular aplicação dessas verbas, tanto em relação àquelas aplicados diretamente pela Administração Federal como em relação àque-les custodiados pelos demais entes federados que recebam verbas da União. Na mesma esteira, vemos a atuação da AGU na defesa do ativo imobiliário federal, impedindo e saneando a ocupação irregular de bens públicos por agentes privados.

Também podemos perceber os efeitos da atuação preventiva da AGU em situações de terceirização trabalhista, onde foram significativos os resultados obtidos pela União no sentido de afastar a sua responsabilização subsi-diária. Tais resultados decorreram das gestões tempestivas da AGU no sentido de impedir que os prestadores de serviço encerrem seus vínculos com a Administração com passivo trabalhista a descoberto.A isto, somem-se as recuperações dos valores desviados na construção do fórum do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (São Paulo). Aqui, cabe destacar que tais valores estavam depositados em contas bancárias no exte-rior e que se trata do maior caso de repatriação de recursos públicos desviados na história do Brasil.

Ainda na seara internacional, destacam-se os casos de repatriação de crianças expatriadas ilegalmente de seus países de origem, em contexto no qual a AGU se mostra como braço jurídico da República, no que se refere ao cumprimento das obrigações assumidas pelo Brasil por força da Convenção de Haia sobre Sequestro Internacional de Crianças, de 1980.

Enfim, podemos ver os êxitos que a AGU conquistou na defesa de políticas públicas estatuídas pelo Governo Federal, sejam aquelas de cunho social (como as de caráter habitacional), sejam aquelas voltadas ao desenvolvi-mento (como as relativas aos processos de concessão de serviços públicos de exploração de potenciais de energia hidrelétrica).

No entanto, nem tudo enseja comemoração nestes vinte anos de AGU. Nada obstante a relevância das atribuições dessa instituição, não são poucas as tribulações na situação atual.Dentre as principais, vemos tanto o sucateamento dos recursos materiais da instituição como o esvaziamento de seus quadros funcionais, tanto dos Advogados da União como dos demais membros e servidores da instituição. Uma instituição do porte da AGU necessita de um planejamento sério, que priorize sobretudo o seu desempenho institucional.

E tal desempenho, por sua vez, e aqui vai uma advertência final, não pode ficar a serviço das maiorias ocasionais, presentes ou futuras. Deve, sim, estar a serviço do País, contribuindo para a construção de uma nação mais justa e mais cidadã. Enfim, estar a serviço dos objetivos consignados no art. 3º da Constituição Federal. E é vislumbrando essa construção que o presente anuário é confeccionado, reconhecendo o esforço de cada um dos Advogados e Advogadas da União nesse processo.

Cordialmente,

ROMMEL MADEIRO DE MACEDO CARNEIROPresidente da ANAUNI

LEONARDO ALBUQUERQUE MARQUESDiretor de Comunicação da ANAUNI

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Anuário · 2013 9

ANAUNI

A Associação Nacional dos Advogados da União - ANAUNI é uma entidade de classe sem fins lucrativos, de âmbito nacional, que representa a car-reira de Advogado da União. Foi fundada em 12 de novembro de 1996 e

hoje congrega mais de mil associados. Luta, defesa e representação dos interes-ses econômicos e profissionais dos seus associados, além do fortalecimento da carreira, fazem parte dos objetivos desta Associação.

Sua história começou a ser escrita a partir da necessidade de os primeiros Advo-gados da União, aprovados no concurso público em 1994 e empossados no ano de 1996, obterem representatividade e interlocução em face da administração da Advocacia-Geral da União (AGU).

A partir daí, o trabalho desempenhado por cada Diretoria tem procurado con-tribuir para o aperfeiçoamento da Advocacia-Geral da União e para a efetivação dos direitos e interesses da carreira de Advogado da União. Assim, a ANAUNI tem procurado auxiliar na construção de uma carreira forte e reconhecida pe-rante o Estado brasileiro e que cumpra eficientemente sua missão constitucional no âmbito das Funções Essenciais à Justiça.

A realização de um sonho conjunto depende de muita dedicação e capacidade de trabalho em equipe. Este esforço se reverte não apenas para a carreira de Ad-vogado da União e para a instituição Advocacia-Geral da União, com também para toda a sociedade brasileira.

Sobre a ANAUNI

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10Teatro Amazonas - Manaus

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Anuário · 2013 11

REGIÃONORTE

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A Advocacia-Geral da União (AGU) afastou, na Justiça, o excesso no pa-gamento de gratificação de policiais civis do extinto território federal do Acre e garantiu uma economia de R$ 3.559.485,80 aos cofres públicos. Os advogados detectaram erros na aplica-ção do cálculo e na data da incidência dos juros de mora e 13º salário.

A Procuradoria da União no estado do Acre (PU/AC) observou que diversos servidores receberam parte do valor de forma administrativa entre 1999 e 2000 e os juros de mora seriam aplicáveis so-mente até a data desse pagamento. De acordo com execução, a taxa continua-va sendo aplicada até os dias atuais.

Além disso, a unidade da AGU susten-tou que a gratificação foi instituída pela Lei nº 9.266 publicada em março de 1996. Por esse motivo, o cálculo do 13º salário deveria levar em consideração apenas os meses em que a norma estava em vigor e não todo o ano.

A PU/AC ainda detectou que os juros de mora foram fixados pela decisão judicial em 0,5%, no entanto, estava sendo uti-lizado o percentual de 1% para realizar a conta da quantia devida pela União. De acordo com a Procuradoria, para analisar o cálculo foi utilizada a mesma metodologia apresentada pelos policiais observando as quantias incidentes e o tempo correto do pagamento.

Ao analisar os cálculos apresentados pela AGU nos cinco Embargos de Exe-cução, a 3ª Vara Federal do Acre con-cordou com os argumentos e determi-

nou a exclusão da quantia que seria paga em excesso pela União. No total das quantias que foram objetos de em-bargo os policiais civis pediam o paga-mento de R$ 12.127.792,37.

Erro no CálculoProcuradoria encontra erro no cálculo de valores devidos a policiais civis no Acre e evita o excesso de pagamento que ultrapassa R$ 3 milhões.

Região Norte

Veículo de publicação:Site AGU

Data:22/11/2012

[...] a unidade da AGU sustentou que a grati-ficação foi instituída pela Lei nº 9.266 publi-cada em março de 1996. Por esse motivo, o cálculo do 13º salário deveria levar em con-sideração apenas os meses em que a norma

estava em vigor e não todo o ano.

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Anuário · 2013 13

Região Norte

Legalidade da AtuaçãoAdvogados e procuradores garantem validade de

licenciamento ambiental da UHE de Santo Antônio

A Advocacia-Geral da União (AGU) as-segurou, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), a legalidade da atua-ção do Instituto Brasileiro do Meio Am-biente e dos Recursos Naturais Renová-veis (Ibama) no licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica (UHE) de Santo Antônio, em Rondônia.

O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado de Ron-dônia entraram com Ação Civil Pública para que fosse determinado à autarquia que não autorizasse ou emitisse qual-quer licença ambiental referente à eleva-ção da cota do reservatório da UHE, de 70,5 metros para 71,3 metros, conforme solicitado pela empresa Santo Antônio Energia S.A à Aneel, em Projeto Básico Complementar (PBC).

Os advogados da União e procuradores federais afirmaram que a Santo Antônio Energia não efetuou ainda qualquer so-licitação formal requerendo o licencia-mento ambiental do PBC. Segundo eles, não haveria, portanto, qualquer ato con-creto que indicasse alguma ilegalidade praticada pelo Ibama.

A AGU alegou ainda que caso o em-preendedor apresente sua intenção for-mal, o procedimento de licenciamento ambiental do PBC observará todos os critérios legais, em especial, a exigência contida na condicionante geral 1.2 da Licença de Operação nº 1044/2011. O dispositivo estabelece que “quaisquer alterações do empreendimento deverão ser precedidas de anuência do Ibama”.

Os advogados públicos sustentaram ainda que o Ministério Público não de-monstrou qualquer irregularidade no

Veículo de publicação:Site AGU

Data:31/10/2012

procedimento de licença do empreendi-mento energético.

A 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Rondônia acolheu os argumentos da AGU, mas o MPF recorreu ao TRF1. O relator do caso no Tribunal confirmou a decisão de primeira instância.

Na decisão, foi ressaltado que “o simples requerimento de pedido administrativo no sentido do formulado pela empresa agravada não configura o risco de lesão grave e de difícil reparação exigida para a concessão da medida antecipatória pretendida pelos agravantes”. Além dis-so, reforçou que o pedido do empreen-dedor “ainda não foi objeto de análise pelo Ibama e pela Agência Nacional das Águas, órgãos competentes para delibe-rar a respeito do assunto, sendo certo que sequer se sabe se o pleito será defe-rido ou não, baseando-se os agravantes em presunções”.

Atuação

Na ação, atuaram as seguintes unidades e órgão da AGU: Procuradoria-Geral Federal (PGF), a Procuradoria-Geral da União (PGU), a Procuradoria-Regional Federal da 1ª Região (PRF1), a Procu-radoria-Regional da União da 1ª Região (PRU1), a Procuradoria Federal no Esta-do de Rondônia (PF/RO), a Procuradoria da União em Rondônia (PU/RO), a Pro-curadoria Federal Especializada junto ao Ibama (PFE/Ibama, a Procuradoria Fede-ral junto à Aneel (PF/Aneel) e a Consul-toria Jurídica do Ministério das Minas e Energia (Conjur/MME).

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A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu, no Tribunal Superior do Tra-balho (TST), uma decisão liminar que garante economia de cerca de R$ 80 milhões aos cofres públicos. O caso en-volve o processo movido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Es-tado de Roraima (Sinter), que obteve o direito às diferenças salariais, decorren-tes do enquadramento dos professores no Plano Único de Classificação e Re-tribuição de Cargos e Salários, instituído pela Lei 7.586/87.

Durante o trâmite da ação de execução, proposta pelo sindicato para receber o dinheiro, a AGU foi intimada a se ma-nifestar sobre a regularidade do preca-tório, no valor de R$ 417.895.729,87. Os advogados da União consideraram o valor exorbitante e demostraram que seria necessária a redução do percen-tual de juros de mora, seguindo juris-prudência já pacificada pelo TST e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Entretanto, a Presidência do Tri-bunal Regional do Trabalho (TRT) da 11ª Região, que analisou primeiramente o processo, e, posterior-mente, o seu Plenário, mantiveram o valor do precatório. Os advogados da Procuradoria da União no Amazo-

nas (PU/AM) e do Departamento Traba-lhista da Procuradoria-Geral da União (PGU) recorreram, então, ao TST.

A AGU sustentou que a redução dos juros de mora estava em sintonia com a jurisprudência do próprio TST e que após a criação do Regime Jurídico Úni-co, com a Lei nº 8.112/90, a Justiça do Trabalho não tem mais competência para determinar o pagamento de valo-res.

O recurso da PGU foi acolhido na ínte-gra, mas a questão ainda será discutida na Corte Superior Trabalhista, por conta de um recurso apresentado pelo Sinter.

Cofres Públicos

AGU obtém liminar para reduzir valor irregular de precatório e garante economia de R$ 80 milhões aos cofres públicos

Veículo de publicação:Site AGUData:14/02/2012

Região Norte

[...] Os advogados da União conside-raram o valor exor-bitante e demos-traram que seria necessária a redu-ção do percentual de juros de mora.

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Anuário · 2013 15

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu bloquear, na Justiça Federal de Tocantins, veículos e equipamentos da Physical - Extração e Comércio de Minérios. O objetivo é assegurar parte do ressarcimento R$ 15.875.202,75 a que a União tem direito após serem constadas várias irregularidades nas ati-vidades da firma.

A empresa não possuía autorização para extrair o minério de basalto, ainda que em área particular. O Registro de Licença de posse da empresa foi can-celado em 2008 e o Alvará de Pesquisa

Bloqueio de BensAdvocacia-Geral consegue bloquear bens de

mineradora que deve mais de 15 milhões à União por explorar basalto sem autorização legal no Tocantins

estava vencido. De acordo com a Cons-tituição Federal (CF), a exploração de recursos minerais como este, por serem bens da União, depende do aval de ór-gãos como o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Na Ação Civil Pública movida contra a empresa, a Procuradoria da União (PU) no Tocantins sustentou que o objetivo da atuação neste caso é a proteção do patrimônio mineral brasileiro, bem de profundo valor estratégico e econômico para o país e para a sociedade.

As provas trazidas apresentadas pela AGU no processo foram encaminhadas pelo DNPM demonstram que o volume do material extraído de 365.895,69 to-neladas não apenas promoveu a redu-ção patrimonial em desfavor do Estado Brasileiro, mas também favoreceu o en-riquecimento ilícito a partir da comer-cialização do minério. Os advogados da União também esperam que a ação ju-dicial contribua de forma exemplar para combater outras extrações irregulares.

Região Norte

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Região Norte

Veículo de publicação:Site AGU

Data:16/01/2012

“O valor de R$ 15.875.202,75, segundo cálculos do DNPM, representa o quan-titativo de riqueza que derivou da ex-ploração ilegal promovida pela empresa e que indevidamente passou a integrar o patrimônio da ré”, explicaram os ad-vogados da União que aturam o caso.

O Juiz Federal que analisou o caso na Vara Federal de Araguaína (TO) mandou bloquear todos os veículos e equipa-mentos encontrados no local da extra-ção irregular, considerando que foram comprovadas as irregularidades aponta-das no processo movido pela AGU.

Balsato

O basalto é uma espécie de rocha de granulação fina, muito utilizada na construção civil. Trata-se de um miné-rio proveniente de rocha vulcânica que, em estudos geológicos, é detectado pela sua cor escura, dureza e resistên-cia, fatores que o fazem ser utilizado na pavimentação de ruas e estradas. Quan-do o basalto entra em contato com o granito (rocha mais clara) gera uma ro-cha escurecida.

[...] a Procuradoria da União (PU) no Tocantins sustentou que o objetivo da atuação neste caso é a proteção do patrimônio mineral brasileiro, bem de profundo valor estratégico e econômico para o país e para a sociedade.

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Anuário · 2013 17

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu, na Justiça, reintegração de posse de um imóvel da União no município de Barcarena, no Pará, ocu-pado irregularmente. A invasora pre-tendia construir quitinetes no terreno.

A obra já havia sido embargada pela prefeitura municipal.

A Procuradoria da União no Pará afir-mou que a invasora já tinha ingressa-do com ação de usucapião da área, sem sucesso. Informou, ainda, que ela tentou que a Defensoria Pública da União a defendesse, mas não conse-guiu, pela falta de fundamento, visto que o único argumento apresentado para que continuasse no terreno era uma suposta autorização verbal ob-tida de ex-diretor da extinta Compa-nhia do Desenvolvimento de Barca-rena (Codebar), cujo patrimônio foi repassado pela União.

Os advogados da AGU esclareceram que a Superintendência do Patrimônio da União, no Pará, seguindo orienta-ção do Governo Federal, ofereceu à moradora, inclusão em programa de habitação, mas a mesma preferiu per-manecer na área invadida.

Diante disso, a Procuradoria da União no Estado do Pará entrou com pedido de liminar em julho deste ano, e o Juí-zo da 2ª Vara Federal da Seção Judici-ária do Pará a concedeu. O magistra-do entendeu que apesar da invasora morar no local há mais de 10 anos, “o momento do esbulho é aquele em que a União tomou conhecimento da irregularidade”.

Reintegração de PosseAdvogados conseguem reintegração de posse de terreno

ocupado irregularmente no Pará

Região Norte

[...]o momento do esbulho é aquele em que a União tomou conhecimen-to da irregularidade.

Veículo de Publicação: Site AGUData: 20/08/2012

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A Advocacia-Geral da União (AGU), através da Procuradoria da União no Estado do Pará, conseguiu bloquear, na Justiça do Trabalho, créditos de empresa terceirizada que não efetuava o paga-mento dos direitos trabalhistas aos em-pregados que prestavam serviços para Auditoria da 8ª Circunscrição Judiciária Militar da União.

A KRT Comércio de Produtos e Equipa-mentos LTDA. foi contratada, por meio de licitação, cujo objeto consistia na prestação de serviços de copeiragem, limpeza, conservação, higienização e jardinagem do edifício-sede da 8ª CJM.

O contrato foi rescindido unilateralmen-te pela Administração Pública em 1º de junho 2012 em decorrência do não pa-gamento dos vales-transportes e vales--alimentação aos empregados da empre-sa terceirizada.

Para que a empresa fosse responsabiliza-da pelos danos aos trabalhadores, a 8ª CJM acionou a AGU que ajuizou Ação Civil Pública para autorizar o bloqueio dos créditos da empresa em poder da Administração Pública; a determinação que a empresa apresente a planilha com a relação nominal de todos os emprega-dos vinculados ao contrato, bem como a

Bloqueio de CréditosPU/PA garante bloqueio de créditos de empresa inadimplente com salários de terceirizados da Auditoria da 8ª Circunscrição Judiciária Militar da União

discriminação de todos os haveres traba-lhistas em aberto, incluindo também os dados para depósito em conta; e a auto-rização para que a 8ª. CJM pague direta-mente aos empregados as verbas devidas pela prestação dos serviços.

A 13ª Vara do Trabalho de Belém, consi-derando os argumentos da AGU/PU/PA e a possibilidade de dano irreparável, aca-

Veículo de publicação:Site AGU

Data:16/08/2012

Região Norte

tou os pedido formulados para bloquear os créditos e garantir o pagamento de to-dos os benefícios aos empregados.

O contrato foi rescindido unilateralmente pela Adminis-tração Pública... em decorrência do não pagamento dos vales-transportes e vales-alimentação aos empre-gados da empresa terceirizada.

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Anuário · 2013 19

Desmatamento Grupo coordenado pela AGU cobra mais de R$ 180

milhões de grandes desmatadores da Amazônia Legal

O Grupo de Integração da Amazônia Legal (G-Amazônia), coordenado pela Advocacia-Geral da União (AGU), está cobrando R$181.118.690,01, por meio de 21 Ações Civis Públicas, de grandes desmatadores da Amazônia Legal que destruíram 35685,2 hectares de floresta nativa.

As ações foram ajuizadas durante a Rio + 20 e viabilizadas por uma atuação integrada da Procuradoria-Geral da União (PGU), da Procuradoria-Geral Federal (PGF) e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mobilizando advo-gados da União e procuradores fede-rais em Brasília e nas unidades em toda Amazônia Legal.

Os valores envolvem multas aplicadas pelo Ibama e indenizações pelos danos

ambientais, cujos cálculos consideram os danos sofridos pelo meio ambiente. O foco da cobrança são os desmatado-res que sofreram autuações pelo órgão ambiental entre R$ 1 e 10 milhões.

Os pedidos formulados pela AGU soli-citam que os desmatadores recompo-nham as áreas degradadas e pedem a suspensão ou perda de incentivos fis-cais eventualmente concedidos pelo Poder Público, até que os locais sejam totalmente recuperados. Além disso, as ações postulam o bloqueio e a indispo-nibilidade dos bens que correspondem à recuperação dos hectares da Floresta Amazônica explorada indevidamente para extração de madeira ou para via-bilização da pecuária.

De acordo com o Coordenador do G--Amazônia Legal, Denis Gleyce Pinto

Moreira, é o segundo ajuizamento co-letivo de ações contra grandes desma-tadores. “Esse ato consolida uma estra-tégia de atuação integrada de diversos órgãos com foco nos grandes infratores ambientais e com pedidos que visam não só travar e desestimular essas prá-ticas ilícitas, como também recuperar o meio ambiente lesado, beneficiando com isso a sociedade como um todo e também as comunidades locais”, ressal-tou.

Multas

A Amazônia Legal corresponde aos es-tados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, To-cantins e parte do Maranhão.

O Estado do Mato Grosso foi o mais prejudicado com o desmatamento, ten-

Região Norte

19Anuário · 2013

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Veículo de publicação:Site AGUData:04/07/2012

Região Norte

do cinco ações ajuizadas pela Procura-doria da União e Procuradoria Federal do Estado e mais de R$ 50 milhões em multas e indenizações por devastação ambiental aplicadas pelo Ibama no ano de 2006. Foram 8673,66 ha de floresta amazônica destruída.

O Amapá está em segundo lugar com 6903,81 ha de área florestal destruída. A AGU cobra em três ações R$ 37 mi-lhões referentes às penalidades aplica-das pelo Ibama no ano de 2006.

O estado de Rondônia não fica muito atrás com mais de 5.786 ha devastados. Os desmatadores terão que devolver aos cofres públicos R$ 13.979.380,36. Em seguida, vem o Pará com mais de 3.396 ha de floresta nativa arrancada. Neste caso, devem ser restituídos R$ 18.386.500. Por último Roraima que deve receber R$ 7.357.834 por ter 1337,7 ha prejudicados.

G-Amazônia Legal

O trabalho desenvolvido pelo Grupo de Integração, da atua-ção judicial na defesa do meio ambiente até a regularização fundiária na Amazônia Legal (G-Amazônia Legal), tem por objetivo agir na temática de assuntos fundiários e ambien-tais. Dentre as políticas públicas prioritárias estão a regulação fundiária, o combate à grilagem de terras públicas e a defesa do meio ambiente.

Além da AGU e Ibama, o G--Amazônia, que foi criado pela Portaria Interministerial nº 23, de 16 de junho de 2010, é com-posto pelo Ministério do Plane-jamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Ministério do De-senvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversi-dade (ICMBio).

O G. Amazônia Legal está disputando o Prêmio Innovare de 2012, na categoria especial, que trata de justiça e sustenta-bilidade.

[...] Esse ato consolida uma estratégia de atuação integrada de diversos órgãos ... que visam não só travar e desestimular essas práticas ilícitas, como também re-cuperar o meio ambiente lesado, bene-ficiando com isso a sociedade como um todo e também as comunidades locais”, ressaltou.

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Anuário · 2013 21

Região Norte

Movimento IndígenaProcuradores conseguem desocupação de órgão do Ministério da Saúde em Palmas invadido por integrantes de movimento indígena

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu a reintegração de posse do Distrito Sanitário Especial Indígena, ór-gão vinculado ao Ministério da Saúde e a Secretaria Especial de Saúde Indígena em Palmas (TO). O local foi invadido no dia 15 de maio de 2012 por integrantes de movimento indígena, impedindo a entrada dos funcionários e estagiários e a prestação de serviços no órgão.

Cerca de 80 integrantes do movimento se mobilizaram e ocuparam o imóvel e por lá permaneceram, paralisando as atividades. Diante da situação, os gesto-res do órgão solicitaram o ajuizamento da ação de reintegração de posse.

No dia seguinte, a Procuradoria da União no Estado de Tocantins (PU/TO) solicitou à Justiça Federal, em caráter de urgência, que o imóvel fosse deso-cupado. A PU/TO sustentou que o im-pedimento inviabiliza a prestação de serviços essenciais, restringe o direito fundamental de liberdade das pessoas e o direito possessório da União.

A 1ª Vara Federal de Palmas acatou os argumentos da Procuradoria e no mes-mo dia determinou a desocupação do Distrito Sanitário pelos integrantes do movimento indígena no prazo máximo de 24 horas, garantindo o retorno dos funcionários ao local.

Veículo de publicação: Site AGUData: 18/05/2012

[...] A PU/TO sustentou que o impe-dimento inviabiliza a prestação de serviços essenciais, restringe o direito fundamental de liberdade das pesso-as e o direito possessório da União.

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RessarcimentoEx-deputado terá de ressarcir União por dinheiro tomado por empréstimo do extinto Instituto de Previdência dos Congressistas

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu, na Justiça, obrigar um ex-deputado fede-ral a devolver mais de R$ 150 mil tomados por empréstimo do extinto Instituto de Previ-dência dos Congressistas (IPC), enquanto exercia o mandado na Câmara dos Deputados.

A AGU alegou que o ex-depu-tado, embora fosse proprietário de considerável patrimônio, jamais ressarciu ao erário do empréstimo. O réu chegou a alegar que o Tribunal de Contas da União (TCU) havia descons-tituído o acórdão condenatório referente à essa dívida e que, portanto, a ação da União não merecia prosperar, mas os ad-vogados públicos rebatarem es-tas informações. A Procuradoria da União no Estado do Tocantins (PU/TO) argumentou que a própria decisão do TCU confirmava a existência da dívi-da que não foi paga pelo devedor.

Considerando o princípio da indepen-dência entre os poderes, a decisão do TCU que desconstituiu a condenação anterior contra o ex-deputado por ra-zões regimentais e sem julgamento de mérito, em nada influenciava a busca na Justiça dos direitos de ressarcimento da União, lembraram os advogados da União. A AGU também destacou que o art. 884 do Código Civil determina o ressarcimento nestes casos, sob pena de enriquecimento ilícito.

A Justiça Federal acolheu esses argumen-tos. O Juiz Federal que analisou o caso afirmou que “os créditos oriundos de empréstimos concedidos pelo IPC e que não foram pagos até sua extinção passa-ram a titularidade da União” e que “nem mesmo decisões administrativas do TCU, que tornaram insubsistentes acórdãos daquela Corte referentes a tais créditos, tem o poder de extinguir a obrigação de ressarcimento ao erário pelo embargan-te.”

Acolhendo ao pedido da PU/TO a Justi-ça também considerou inverídica a afir-mação de pobreza do ex-deputado que é proprietário de inúmeros imóveis em

Palmas, capital de Tocantins. O magistra-do indeferiu o pedido de justiça gratui-ta e condenou o ex-parlamentar a arcar com as custas do processo, além honorá-rios advocatícios fixados em 10% sobre o valor do débito atualizado.

Região Norte

Veículo de publicação: Site AGUData: 18/05/2012

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Anuário · 2013 23

Região Norte

fazer a retirada imediata de quem esti-ver na região em nome dela.

Atuaram na ação, a Procuradoria Regio-nal Federal da 1ª Região, a Procuradoria Federal em Rondônia e a Procuradoria Federal Especializada junto à Funai, to-das unidades da Procuradoria-Geral Fe-deral (PGF), a Procuradoria Regional da União da 1ª Região (PRU1) e a Procu-radoria da União junto ao Estado, am-bas unidades da Procuradoria-Geral da União (PGU). A PGF e a PGU são órgão da AGU.

Venda IlegalVitória da AGU assegura anulação de contrato

utilizado em venda ilegal de créditos de carbono em terras indígenas

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu, na Justiça, anular o contrato de US$ 13 milhões firmado entre a em-presa irlandesa Celestial Green Ventures PLC e a Associação Indígena Awo “Xo” Hwara para a venda de créditos de car-bono em terras indígenas em Rondônia (RO), sem intervenção ou autorização da União ou da Fundação Nacional do Índio (Funai). Caso a determinação não seja cumprida a empresa deverá arcar com multa diária de R$ 50 mil.

As unidades da AGU recorreram à Jus-tiça para impedir a biopirataria e evitar prejuízos ao ecossistema e à biodiversi-dade local, que possui 259.248,3 hec-tares. Além disso, destacaram que as áreas estão demarcadas e homologadas por força do Decreto 86.347/81. Pelo acordo, a empresa receberia, por 30 anos, todos os direitos sobre os créditos de carbono que venham a ser obtidos através da biodiversidade das terras in-dígenas.

Segundo o órgão, de acordo com a Cons-tituição Federal, as terras tradicional-mente ocupadas por índios destinam-se a sua posse permanente cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e lagos nela existentes, com a missão de ser utilizada para atividades produtivas, bem como a preservação de recursos ambientais necessários ao seu bem-estar e a sua reprodução física e cultural.

O contrato foi firmado pela empresa que não possui cadastro regular no país

e com a associação que supostamente representa os índios que habitam nas terras de Igarapé Lage, Rio Negro-Ocaia e Igarapé Ribeirão, no Estado de Rondô-nia, como se esta fosse proprietária dos terrenos que pertencem à União.

A 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Rondônia concordou com os argumentos da AGU e determinou a anulação do contrato para que as en-volvidas sejam impedidas de receber ou efetuar qualquer pagamento referente ao contrato. Pela determinação, a em-presa irlandesa foi proibida de ingressar na região, devendo as autoridades com-petentes, com apoio de força policial,

Veículo de publicação: Site AGUData:18/12/2012

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Atuação dos Advogados da União

Estação Ciências Cultura e Artes Cabo Branco - João Pessoa

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Anuário · 2013 25

REGIÃONORDESTE

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CustosTrabalhistas

AGU afasta responsabilidade da União em dívidas trabalhistas de empresa contratada para executar o Minha Casa, Minha Vida em Ilhéus/BA

A Advocacia-Geral da União (AGU) demonstrou, na Justiça, que a empresa Sertenge S/A, contratada para execução do projeto Minha Casa, Minha Vida, em Ilhéus, na Bahia, é a responsável pelos custos trabalhistas não pagos aos funcio-nários que prestavam serviços no empre-endimento. Dessa forma, foi afastada a responsabilidade subsidiária da União com os terceirizados da construtora.

A Procuradoria Seccional da União em Ilhéus (PSU), que atuou no processo, movido por um trabalhador, argumen-

Região Nordeste

Veículo de publicação:Site AGU

Data:27/02/2012

tou que o programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, é desenvolvi-do em parceria com estados, municípios e empresas, com o objetivo único de construir casas e apartamentos acessíveis à população de baixa renda. Informou que a competência da União dentro des-sa estrutura é a de oferecer à população a política de subsídios para aquisição das moradias.

O advogado da União Demerval Ro-cha da Silva Filho explicou, em juízo, o funcionamento dos projetos, onde os

imóveis são comprados diretamente da Caixa Econômica Federal (CEF), agente operador do programa, conforme previs-to nas Leis nºs 11.474/07 e 10.859/04. Segundo ele, “a construtora constrói, a CEF paga à construtora e depois a CEF financia esses imóveis a preços subsidia-dos à população de baixa renda”.

Para o advogado, o entendimento do pa-pel da União dentro do Projeto Minha Casa, Minha Vida é importante porque o empreendimento “está sendo implanta-do em todo o país e o efeito multiplica-dor de uma decisão desfavorável poderia acarretar vultosas despesas não previstas ao erário federal”. Além disso, disse ele, somente na Vara do Trabalho da cidade de Eunápolis, também na Bahia, há 200 processos com o mesmo pedido.

O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região acolheu a defesa da AGU e reti-rou a União do processo trabalhista.

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Anuário · 2013 27

ImpedidoImpedido pagamento irregular de R$ 1 milhão a funcionário

da Infraero na Bahia que não comprovou doença ocupacional

A Advocacia-Geral da União (AGU) impediu, na Justiça, que a Empre-sa Brasileira de Infraestrutua Aero-portuária (Infraero) fosse obrigada a pagar indevidamente R$ 1 milhão em indenização. O valor foi pedido por um motorista que trabalhava no aeroporto de Ilhéus (BA), mas não comprovou ser portador de doença ocupacional causada pelas funções executadas.

O trabalhador alegava que foi expos-to a ruídos acima dos limites de tole-rância, provocados pelas turbinas dos aviões e teve a audição prejudicada. No entanto, a Procuradoria Seccio-nal da União em Ilhéus ( P S U )

Veículo de publicação: Site AGUData: 05/06/2012

Região Nordeste

comprovou que o motorista recebeu todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para neutralizar os ruídos, bem como instruções de uso e manutenção.

Além disso, os advogados ressaltaram que em exame médico-pericial rea-lizado por médico do trabalho, não ficou constatada evolução de perda auditiva durante o vínculo emprega-tício. Foi provado, ainda, que o tra-balhador está apto para o exercício de qualquer profissão.

As unidades da AGU destacaram que a Infraero, além de fornecer equipa-mentos adequados, atendeu às reco-mendações médicas, bem como a fis-calização e encaminhamento para a realização de audiometria, que é um

exame que avalia a audição

e orienta as medidas preventivas ou curativas.

A 3ª Vara do Trabalho de Ilhéus aco-lheu os argumentos apresentados pela AGU e, diante das provas de que o funcionário não é portador de doença ocupacional, negou o pedido de indenização. O pedido de danos materiais também foi negado, vis-to que o autor da ação não provou despesas com qualquer tratamento médico.

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IndenizaçãoEmpresas terão que pagar indenização por dano moral coletivo pela prática ilegal de jogos de azar na Bahia

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu, na Justiça, a condenação de duas empresas por danos morais coletivos causados aos cidadãos pela prática de jogos de azar no município de Itabuna (BA). A Justiça reconheceu prejuízos aos cofres públicos causados por esta atividade ilegal ao constatar a difícil recuperação psicológica dos indivíduos que acabam viciados e de-pendem da ajuda do Estado para ter atendimento médico. As empresas te-rão que arcar a indenização no valor total de R$ 100 mil reais.

A União e o Ministério Público Fede-ral entraram com Ação Civil Pública contra um particular e as empresas Grapina Comércio e Serviços Ltda. e Central da Cacau Mania por desen-volverem atividade de bingo na região solicitando o pagamento de indeniza-ção por dano moral e material e a ex-tinção firmas. A sentença julgou pro-cedente o pedido, porém determinou apenas a suspensão das atividades das duas firmas.

Por meio da Procuradoria-Seccional da União em Ilhéus (PSU/Ilhéus), a União solicitou a reforma da sentença no Tribunal Regional Federal da 1ª Re-gião (TRF1), reafirmando a existência dos danos morais coletivos. Na ação, ponderaram que os malefícios provo-cados pelas casas de bingo implicam em impactos na saúde pública, pela disseminação de doenças, transtornos e incapacidade.

De acordo com os advogados da União, o indivíduo diagnosticado com

vício em jogos de azar não tem am-paro familiar ou financeiro para trata-mento psicológico. Com isso, o Estado tem que intervir para oferecer atendi-mento médico e psiquiátrico com in-ternação, o que desprende um gasto público devido a prática da atividade ilícita.

Além disso, a Procuradoria explicou que a indenização nesse caso é legal, conforme entendimentos anteriores sobre o mesmo assunto, consideran-do a atividade irregular uma ofensa à moral, aos bons costumes e ao direito do consumidor.

A AGU reforçou ainda que o dano moral coletivo é evidente e representa a necessidade de punição às empresas

por ferir os princípios constitucionais, causando prejuízos à União e, princi-palmente, à sociedade.

O TRF1 acolhendo os argumentos da AGU, determinando a cada uma das empresas o pagamento de R$ 50 mil pelos danos. O magistrado lembrou que a lei não autoriza a exploração dos jogos de azar para fins comerciais e que a conduta deve ser punida, em caráter pedagógico, para inibir a reite-ração das práticas lesivas por outros.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:16/07/2012

Região Nordeste

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Anuário · 2013 29

Conciliação EficazProjeto que acelera desapropriações para integração do

Rio São Francisco no NE é pré-selecionado ao Prêmio Innovare 2012

Uma prática inovadora desenvolvida pela Advocacia-Geral da União (AGU) na região Nordeste foi pré-selecionada ao Prêmio Innovare 2012. O Projeto “Conciliação Eficaz”, pela Procurado-ria-Regional da União da 5ª Região, concorre à 9ª edição da premiação.

O programa tem o objetivo de propiciar a atuação rápida e eficaz dos advogados da União na solução das ações desapro-priatórias com vistas a viabilizar as obras de construção do canal de águas que liga o Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional.A obra visa a construção de mais de 600 km de canais, levando água às áreas se-cas dos estados do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. O em-preendimento vai assegurar a oferta de água, em 2025 para 12 milhões de ha-bitantes de pequenas, médias e grandes cidades do semiárido.

Cooperações

Com o encerramento do Acordo de Co-operação Técnica nº 01/2005, firmado entre Ministério da Integração Nacional e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), o qual de-legava ao DNOCS a competência para realizar as desapropriações, os proces-sos retornaram à responsabilidade do Ministério.

Desta forma, além do acompanhamen-to das ações já ajuizadas e anteriormen-te acompanhadas pela Procuradoria Geral Federal, como representante do DNOCS, os processos passaram a ser analisados também pela PRU5. Cerca de 1.277 ações passaram pelas mãos

dos advogados da União.

Como havia urgência em vários deles, tendo em vista prazos de execução fixados para o início das obras de cada um dos lotes, foi esta-belecida nova cooperação técnica (Termo de Coope-ração Técnica nº 01/2012) entre PGU, PRU5, Ministé-rio da Integração Nacional, TRF da 5ª Região e Defen-soria Pública da União.

A ação contou, ainda, com a participação dos Departamentos de Polícia Federal e de Polícia Rodoviária Federal, da Caixa Econômica Federal (CEF), da Secretaria da Receita Federal do Brasil, do Instituto de Terras de Per-nambuco (ITERPE) e da Polícia Militar de Pernambuco. O Ministério da Inte-gração Nacional disponibilizou seguran-ça, transporte para os desapropriados, além do acompanhamento dos proprie-tários até a CEF para levantamento do valor da indenização.

Resultados

Em apenas um ano e meio, dos 1.277 processos desapropriatórios sob a com-petência das procuradorias da União da 5ª Região, 1.049 (82%) foram resol-vidos com a missão da União na posse do imóvel, o pagamento da justa inde-nização aos desapropriados, além da translação do domínio do imóvel para a titularidade do ente federal.

Com as Jornadas de Conciliação, os advogados da União na 5ª Região ob-

Região Nordeste

Veículo de publicação: Site AGUData: 27/09/2012

tiveram o mais expressivo número de processos desapropriatórios judicializa-dos com resultados positivos, com me-nor tempo de tramitação judicial, cuja média atual de trâmite é de cinco anos.

Prêmio Innovare

Trata-se de uma premiação criada para identificar, premiar e disseminar práti-cas inovadoras realizadas por advoga-dos públicos e privados, magistrados, membros do Ministério Público Esta-dual e Federal e defensores públicos que melhoram o trabalho jurisdicional e contribuem com a modernização da Justiça brasileira.

O prêmio é de iniciativa das Organiza-ções Globo em parceria com o Conse-lho Nacional de Justiça, Ministério da Justiça, Ordem dos Advogados do Bra-sil, Associação dos Magistrados Brasilei-ros, Associação Nacional dos Membros do Ministério Público, entre outras en-tidades.

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Administração e ManutençãoProcuradores confirmam responsabilidade da Infraero pela administração do Aeroporto de Juazeiro do Norte/CE

A Advocacia Geral da União (AGU) com-provou, na Justiça, que a Empresa Brasi-leira de Infraestrutura Aeroportuária (In-fraero) é a responsável pela administração e manutenção do Aeroporto Orlando Be-zerra de Menezes, em Juazeiro do Norte, no Ceará.

Por meio de uma Ação Civil Pública o Ministério Público Federal pediu que o Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes fosse administrado pela União Federal, diretamente ou por meio da Infraero, entendendo que a administração desen-volvida pelo Estado do Ceará não era sa-tisfatória.

A Procuradoria-Regional da União da 5ª Região (PRU5) e a Procuradoria da União no Estado do Ceará (PU/CE) atuaram na ação após a Justiça determinar que a União assumisse diretamente a adminis-tração do aeroporto, sem interferência da Infraero, que tem competência para tal.

Os advogados sustentaram que a legisla-ção brasileira autoriza a transferência da administração dos aeroportos a outras entidades públicas, como por exemplo, a Infraero. Afirmaram também que a en-tidade já detém a responsabilidade pela administração do Aeroporto de Juazeiro do Norte/CE devido ao convênio firmado com o Estado do Ceará.

As unidades da AGU reforçaram que a Infraero foi criada com a finalidade de implantar, administrar, operar e explorar a infraestrutura aeroportuária. Dessa for-ma, a empresa deveria continuar com o encargo. Além disso, destacaram que o Poder Judiciário não pode atuar, em subs-tituição ao Poder Executivo, em questões

Veículo de publicação:Site AGU

Data:26/12/2012

Região Nordeste

de competência deste último, sob afronta a separação de poderes, prevista na Cons-tituição.

O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) acolheu os argumentos da AGU e decidiu que a administração do aeropor-to deveria continuar com a Infraero.

As unidades da AGU reforçaram que a Infraero foi criada com a finalidade de implantar, administrar, operar e ex-plorar a infraestrutura aeroportuária. Dessa forma, a empresa deveria conti-nuar com o encargo.

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Anuário · 2013 31

Posse GarantidaProcuradoria garante posse sobre área militar

localizada no Distrito de Fernando de Noronha

A Advocacia-Geral da União (AGU), por meio da Procuradoria-Regional da União da 5ª Região (PRU5) garantiu a posse de área pertencente à União, lo-calizada dentro de área militar, no Dis-trito de Fernando de Noronha.

Trata-se de ação de reintegração de posse ajuizada pela União, em que a mesma visava assegurar a restituição plena, livre e pacífica de área perten-cente à União e sob responsabilidade do Comando da Aeronáutica, localiza-da numa área de 4.110,31 m2, com perímetro de 164,02,32m (Tombo PE. 072-00), dentro de área militar, no Dis-trito de Fernando de Noronha.

A PRU5 argumentou que o réu invadiu terreno de propriedade da União e, muito embora devidamente notificado a desocupá-la, permaneceu inerte, o que, à luz dos arts. 1.200 c/c 1.201, do CC/2002, configura-se como ocupação injusta e de má-fé.

A Procuradoria argumentou, ainda, que havendo turbação ou esbulho, o possui-dor pode se utilizar de ações possessó-rias para reaver o bem, além do que o Decreto-lei nº 9.760, de 1946, legitima a possibilidade de utilização dos remé-dios possessórios descritos do Código Civil.

Os Advogados da União sustentaram, ademais, que o Código de Processo Ci-vil garante, desde que ajuizada dentro de ano e dia, a concessão de liminar nas ações possessórias, ficando tal medida condicionada à prova dos pressupostos

declinados em seu art. 927.

A 3ª Vara da Justiça Fe-deral de Pernambuco concordou com os ar-gumentos apresentados pela AGU e, entenden-do presentes os requisi-tos do art. 927 do CPC, concedeu a liminar e de-terminou a reintegração de posse da área em fa-vor da União. Conside-rou, ainda, que, por ser a área contígua ao ae-roporto, demonstrando--se, portanto, a neces-sidade de preservação da segurança do local, ser possível a restituição do terreno em favor da União.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:30/11/2012

Região Nordeste

A PRU5 argumentou que o réu inva-diu terreno de propriedade da União e, muito embora devidamente notifica-do a desocupá-la, permaneceu inerte, o que, à luz dos arts. 1.200 c/c 1.201, do CC/2002, configura-se como ocu-pação injusta e de má-fé.

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EnemAGU consegue vitórias em ações sobre o Enem 2011 e garante reconhecimento de acordo que prevê maior segurança jurídica ao Exame

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu mais três vitórias na Justiça em ações que discutiam questões rela-cionadas ao Exame Nacional do Ensino Médio de 2011. A atuação do órgão vem legitimando o acordo firmado em 2011 entre a União, o Instituto Nacio-nal de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério Pú-blico Federal (MPF) para garantir a segu-rança jurídica e agilidade na disponibili-zação de informações sobre as provas à todos os interessados.

O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre os órgãos teve ob-

Região Nordeste

jetivo de pôr fim às discussões relativas à contestação das notas da prova. Pelo acordo, todos os candidatos têm direito de rever as provas de redação corrigidas a partir do Exame de 2012. A medida foi tomada devido a necessidade de criação de soluções na área de tecno-logia da informação que permitissem a efetividade na disponibilização dos da-dos das provas.

Segundo a AGU, o TAC concretizou as ações voltadas para evitar novas ações judiciais desnecessárias, sinalizando o reconhecimento do MPF quanto a va-lidade dos procedimentos de correção

adotados pelo Inep. Estas mudanças estão valendo desde o Enem 2012.

Atuação judicial

Mesmo com a celebração do acordo, o Ministério Público vinha insistindo em questionar os termos já estabelecidos e confirma-dos no acordo. No início de 2012, o órgão ajuizou ação pedindo esclareci-mentos sobre os critérios utilizados para correção das provas objetivas do Enem e a desconsideração das notas das redações de todos os participantes do Exame no processo seleti-vo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Posteriormente, em outro pedido, o MPF pretendia obrigar o Inep e a União a disponibilizarem cópias das provas de redação e dos respectivos espelhos de correção aos participantes, bem como facultarem aos interessados o direito à interposição de recurso.

Atuando no caso, a Procuradoria--Regional Federal da 5ª Região (PRF5) explicou que o Instituto e a União não recusaram a prestar as informações so-licitadas, uma vez que todos os dados foram publicados no site do Inep para acesso livre dos cidadãos. Além disso, a AGU destacou que todos os critérios

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Anuário · 2013 33

Veículo de publicação: Site AGUData: 17/10/2012

Região Nordeste

utilizados para correção das provas fo-ram minuciosamente expostos no pro-cesso.

Em relação às notas da redação, os pro-curadores federais demonstraram que se caso fossem descartadas, poderiam gerar graves prejuízos aos estudantes, já que por meio da avaliação discursiva o aluno pode demonstrar a sua capaci-dade de refletir sobre questões sociais, culturais e políticas.

Decisão

A Justiça Federal do Ceará concordou com os entendimentos da AGU, extin-guiu duas Ações Civis Públicas e rejei-tou uma denúncia penal ajuizada con-tra servidoras do Inep.

Inicialmente, os pedidos do MPF foram concedidos, em caráter liminar, apenas para determinar a disponibilização das provas e dos espelhos de correção aos participantes. Porém, com a atuação da AGU, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região suspendeu as medidas. O caso agora foi julgado em definitivo pela Justiça Federal do Ceará que acolheu integralmente os argumentos da AGU indeferindo todos os pedidos do MPF.

A Justiça reconheceu a vigência do acordo entre os órgãos para evitar dis-cussões desnecessárias e declarou a falta de interesse processual do Ministé-rio Público para discutir novamente as questões apontadas.

Outras vitórias

Recentemente a Justiça Federal do Ce-ará extinguiu a segunda ação proposta pelo MPF, que mais uma vez acatou os argumentos apresentados pela AGU. Nesse caso, o Ministério Público pre-tendia a divulgação de novo resultado

do Enem 2011 baseado numa sentença proferida em outra ação. Na ocasião, a 7ª Vara Federal do Ceará reconheceu os argumentos da AGU e extinguiu a ação.

Em outra decisão, a Justiça Federal re-jeitou denúncia penal ajuizada pelo MPF contra duas servidoras do Inep por suposta tentativa de ocultar fatos que comprovariam fragilidades no sistema do Enem. Nesse caso, o juiz concluiu que os fatos eram inexistentes, pois não

foram devidamente comprovados.

Atuaram nos casos, a Procuradoria Fe-deral do Ceará, a Procuradoria-Regional Federal da 5ª Região, a Procuradoria da União no Ceará e a Procuradoria-Regio-nal da União da 5ª Região.

Segundo a AGU, o TAC concre-tizou as ações voltadas para evitar novas ações judiciais des-necessárias, sinalizando o reco-nhecimento do MPF quanto a validade dos procedimentos de correção adotados pelo Inep. Estas mudanças estão valendo desde o Enem 2012.

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Pagamento Indevido

Advocacia-Geral evita pagamento indevido de mais de R$ 6 milhões em benefícios para trabalhadores rurais em PE

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu vitória em mais de 200 ações no Juizado Especial Federal Adjunto da 27ª Vara Federal de Ouricuri, em Pernambuco, evitando um gasto aos cofres públicos que ultrapassa os R$ 6 milhões. As ações tinham por objetivo equiparar os trabalhadores rurais em re-gime de economia familiar a pescadores artesanais para pagamento de seguro--desemprego por períodos de estiagens e enchentes ocorridas em alguns muni-cípios.

A Procuradoria-Seccional da União em Petrolina (PSU/Petrolina-PE) explicou que as razões que justificaram a expedi-ção da Lei nº 10.779/03 e a concessão do seguro-desemprego aos pescadores artesanais (no período de vedação à pesca) não estão presentes na realidade do trabalhador rural.

Segundo os advogados da União, con-siderando que as situações de ambos são completamente distintas, não existe ofensa ao princípio da igualdade, como alegaram alguns agricultores. Isso por-que os trabalhadores rurais já possuem um benefício assistencial específico, pago pelo Governo Federal, chamado Seguro-Safra. O objetivo deste é assegu-rar o sustento dessas famílias em virtude das perdas na plantação por eventos na-turais imprevisíveis.

Nova discussão

A AGU explicou que o debate sobre o pagamento do seguro-desemprego aos trabalhadores rurais é novo e ain-da não há jurisprudência sobre o tema.

Para as unidades, os ajuizamentos no interior de Pernambuco podem ter sido os primeiros do país, daí a importância da atuação jurídica eficiente da PSU/Petrolina-PE. Os representantes da Ad-vocacia-Geral também reforçaram que as decisões poderiam implicar numa disseminação de ações idênticas em ou-tros estados, com prejuízos financeiros incalculáveis para a União.

Seguindo o entendimento da AGU, a Justiça Federal em Pernambuco julgou improcedentes todas as ações, alinhan-do-se com a tese de defesa da Procu-radoria.

Vitórias

Dados da Procuradoria apontam que somente no mês de agosto de 2012 a Procuradoria-Seccional da União em

Petrolina conseguiu sentenças favorá-veis em aproximadamente 150 proces-sos, realidade que acabou por se repetir nos julgamentos que se sucederam.

Embora alguns autores estejam mane-jando recurso contra as referidas senten-ças, a Turma Recursal de Pernambuco já sinalizou que manterá as decisões de primeira instância favoráveis à União, negando provimento a todos os recur-sos até então apreciados.

Região Nordeste

Veículo de publicação: Site AGU

Data:17/09/2012

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Anuário · 2013 35

Advogados da União evitam pagamento indevido de benefícios e geram economia de R$ 5 milhões

aos cofres públicos

A Advocacia-Geral da União (AGU) im-pediu, na Justiça, pagamento indevido de pelo menos R$ 5 milhões de seguro--defeso solicitado, sem amparo legal, por pescadores artesanais e agricultores do Maranhão. Os advogados da União demonstraram que ações previdenciá-rias são extintas caso os trabalhadores ingressem com o pedido antes de apre-sentarem requerimento do benefício à Superintendência do Trabalho e Empre-go (SRTE).

Desde 2011, os trabalhadores já ingres-saram com cerca de dois mil processos de seguro-desemprego no Juizado Es-pecial Federal no Maranhão (JEF). Em sua maioria tratavam da possibilidade

de ajuizar ação judicial sem an-tes apresentar requerimento à SRTE.

Além disso, as ações também pedem o paga-mento de segu-ro-desemprego a trabalhadores rurais que passa-ram por dificul-dades na colhei-ta e a concessão do benefício a pescadores que desenvolvem ati-vidades em área externa ao perí-metro do defeso fixado pelo Insti-

tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Acatando os argumentos da AGU, a Jus-tiça tem definido que, caso a ação seja ajuizada antes do pedido de benefício à SRTE, ela será extinta de pleno. A Pro-curadoria da União no Maranhão (PU/MA), que atuou em diversos processos desse tipo, defende que nesses casos, não se pode dizer que há uma resistên-cia por parte da Administração porque ela sequer chegou a analisar a questão.

A partir de defesas elaboradas pela AGU, a Justiça entende que o Ibama tem competência para fixar períodos, locais e espécies cuja pesca é proibida.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:30/08/2012

Seguro-Desemprego

Região Nordeste

Porém, se o pescador reside em muni-cípio onde a atividade é permitida du-rante todos os meses do ano, este não possui direito ao seguro-desemprego.

Este seguro-desemprego é pago no perí-odo de proibição da pesca, para permi-tir que os mesmos possam garantir sua subsistência e de sua família, ainda que sem o desenvolvimento de suas ativida-des de trabalho (Lei nº 10.779/2003). O benefício também visa a garantir a pre-servação das espécies marinhas.

Outra vitória expressiva da AGU tem ocorrido nas ações em que trabalha-dores rurais pedem o pagamento do benefício em condições iguais com os pescadores artesanais. Nessas ações, os advogados da União responsáveis pela defesa da União no JEF, tem defendido que não há lei que garanta o seguro aos trabalhadores rurais durante períodos de chuvas ou estiagens.

A AGU também reitera que o Poder Ju-diciário não pode atuar como legislador nem criar um benefício sem que exista previsão orçamentária da União para isso. Com base nesses entendimentos, centenas de ações já foram resolvidas. Essas vitórias refletem uma economia de quase R$ 5 milhões aos cofres da União.

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Esse projeto é muito importante. É uma forma de tentar reduzir a judicialização de questões relativas à saúde, atuando de forma preventiva. Com isso, estamos buscando adotar a mesma solução em outros estados.

Direito à MoradiaAssessoramento jurídico da AGU assegura reformulações no Programa Nacional de Habitação Rural

Todas as unidades da Advocacia-Geral da União (AGU) nos estados da 5ª Re-gião da Justiça terão o Comitê Interins-titucional de Resolução Administrativa de Demandas da Saúde (Cirads). Até o momento, apenas o Rio Grande do Norte possui o grupo, mas ele já está em fase de implantação em Pernambuco, na Procuradoria Regional da União da 5ª Região (PRU5), em Recife. Além de evitar a abertura de processos, o Comitê visa, ainda, agilizar a conciliação de ca-sos já em andamento na Justiça.

A decisão foi tomada na 7ª Reunião Ordinária do Cirads, que aconteceu no dia 25 de novembro de 2012, na Pro-curadoria da União do Rio Grande do Norte (PU/RN), em Natal. A Advogada da União Maria Carolina Scheidegger, representante da Coordenação Regio-nal de Atos e Contratos Administrativos, Patrimônio e Residual (CRAC) da PRU5, participou da reunião.

“Esse projeto é muito importante. É uma forma de tentar reduzir a judicia-lização de questões relativas à saúde, atuando de forma preventiva. Com isso, estamos buscando adotar a mesma so-lução em outros estados, a começar por Pernambuco, que já está em processo de implantação do projeto”, declarou. Desde a implantação no Rio Grande do Norte, em julho de 2009, o projeto já conseguiu solucionar, pela via adminis-trativa, mais da metade dos casos apre-ciados.

Parceria

Fazem parte do projeto instituições pú-blicas que fecharam uma parceria: PU/RN; Procuradoria-Geral do Estado do Rio Grande do Norte (PGE/RN), Procu-radoria-Geral do Município do Natal/RN (PGMN/RN); Defensoria Pública da

Veículo de publicação: Site AGUData: 20/12/2012

União no Rio Grande do Norte (DPU/RN), Secretaria de Estado da Saúde Pú-blica (SESAP/RN); e Secretaria Munici-pal de Saúde do Natal (SMS/Natal). O Cirads conta ainda com o apóio técnico do Ministério da Saúde e tem como co-ordenador o Advogado da União Thia-go Pereira Pinheiro, lotado na PU/RN.

Região Nordeste

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Anuário · 2013 37

Região Nordeste

Defesa da SaúdeProcuradorias asseguram o abate de gado bovino

contaminado pela tuberculose e evitam riscos à saúde da população

A Advocacia-Geral da União (AGU), por meio da Procuradoria-Regional da União da 5ª Região (PRU5) e a Procu-radoria da União no Estado de Sergipe (PU-SE), garantiu na justiça a realização do abate de animais infectados pela tu-berculose.

A ação teve o objetivo de garantir a defesa da saúde pública por meio do pedido de abate de vinte e cinco ani-mais identificados como positivo para infecção pela tuberculose, existentes na Fazenda Santa Maria, localizada no povoado Queimadas, município de Ita-baiana, estado de Sergipe.

O teste para a detecção da doença foi realizado no período de 03 a 06 de ju-lho de 2012 em 135 bovinos da raça holandesa, utilizando-se o Teste Cervi-cal Comparativo (TCC), que é aprovado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O resultado do exa-me diagnosticou 25 bovinos positivos, 16 bovinos com resultado inconclusivo e 94 bovinos negativos.

A AGU defendeu a tese de que a tu-berculose é uma doença infectoconta-giosa de caráter crônico, cujos sintomas somente podem ser percebidos quando a doença já se encontra num estágio avançado, verificando-se sua transmis-são precipuamente pelo ar.

Os advogados da União sustentaram que o tratamento da doença é proibido pela legislação (art. 63, do Decreto nº

24.548, de 1934), sendo problemático e perigoso para a saúde animal e públi-ca. E que a demora no abate dos ani-mais doentes causa risco de dissemina-ção da doença para os animais sadios, além de riscos à saúde pública, visto que os aerossóis e o leite se constituem nos principais meios de transmissão para o homem.

A Procuradoria de Sergipe argumenta-ram que a legislação da matéria, dispos-ta nos decretos de números 24.548/34 e 27.932/50, na Lei nº 569/48, além da legislação estadual, prevê, expressa-mente, a obrigatoriedade de sacrifício dos animais acometidos pela tuberculo-se no prazo máximo de 30 dias após o

diagnóstico. Tal medida se verifica em razão da gravidade da doença e da for-ma de transmissão, que possibilita uma rápida disseminação da moléstia entre os animais e os seres humanos da re-gião, sendo letal a contaminação.

O Desembargador Federal do TRF - 5ª Região, Dr. Francisco Wildo, acolheu os argumentos da AGU e decidiu pelo imediato sacrifício dos animais diagnos-ticados como positivos para a tubercu-lose. A decisão destacou ainda que se trata de uma questão de saúde pública, na qual deve prevalecer o interesse pú-blico sobre o privado, comprovando-se que a medida foi efetivamente neces-sária para o controle da contaminação.

Veículo de publicação: Site AGUData: 23/11/2012

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38Ponte Juscelino Kubitschek - Brasília

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Anuário · 2013 39

Atuação dos Advogados da União

REGIÃOCENTRO-OESTE

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Região Centro-Oeste

O desempenho da Advocacia-Geral da União (AGU) na recuperação interna-cional de ativos no combate à corrup-ção foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em relató-rio aprovado no dia 3 de setembro de 2012. Esses casos são acompanhados pelo Departamento Internacional da Procuradoria-Geral da União (DPI/PGU).

O reconhecimento foi expresso pela comunidade internacional por meio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (Unodc) como con-clusão dos trabalhos da 6ª Reunião do Grupo Intergovernamental de Recu-peração de Ativos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, ocorrida em Viena, Áustria.

Além do Brasil, somente Estados Uni-dos, França e Indonésia receberam menção semelhante da ONU. O re-latório feito durante a reunião aponta que a demora nos procedimentos cri-minais é o maior desafio e destaca a criação do Grupo de Atuação em As-

suntos Internacionais, do Grupo Per-manente de Atuação Pró Ativa e do Grupo de Cobrança de Grandes Deve-dores, designados para atuar de forma especializada no combate à corrupção e na recuperação de ativos. Essas equi-pes são coordenados pela PGU e pela Procuradoria-Geral Federal, órgãos da AGU.

De acordo com a advogada da União Natalia Camba Martins, representante da AGU no Painel que levou à produ-ção do relatório, o acontecimento é inédito e histórico. “É reconhecimento do importante e profundo empenho da AGU para a recomposição do patri-mônio da União também por iniciati-vas no exterior, o que, afinal, pertence a todos os brasileiros”, destaca.

A Advocacia-Geral age em parceria com o Ministério da Justiça quando a recuperação internacional de ativos demanda a atuação processual do Bra-sil em foro estrangeiro. A AGU tam-bém é responsável pela efetivação de recuperação de ativos procedentes do

exterior com base em métodos não--criminais.

Combate à corrupção

Dentre as práticas da AGU, o Unodc destacou a recente repatriação de cer-ca de R$ 2,2 milhões desviados aos EUA no escândalo Banestado. O caso envolveu três brasileiros condenados por evasão de divisas, formação de quadrilha e gestão fraudulenta e foi uma atuação conjunta do DPI e da Se-cretaria Nacional de Justiça do Ministé-rio da Justiça.

Outro exemplo de atuação citado no relatório foi a localização e o bloqueio de fundos no caso relacionado ao re-gime de Muammar Kadafi na Líbia. A iniciativa, promovida em 2011, foi fei-ta em conjunto com o DPI, a Procura-doria-Regional da União da 3ª Região e o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Interna-cional do Ministério da Justiça.

Relatório da ONU destaca atuação da AGU na recuperação de valores desviados por corrupção

Atuação Reconhecida

Veículo de publicação: Site AGUData: 04/09/2012

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Anuário · 2013 41

Região Centro-Oeste

Veículo de publicação: Site AGUData: 05/09/2012

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu, na Justiça Federal, a con-denação do ex-prefeito de Nova Alvo-rada no Mato Grosso do Sul e outros integrantes da máfia Sanguessuga por improbidade administrativa. Eles fo-ram acusados de fraudar licitação para compra de unidade móvel de saúde no munícipio e terão que ressarcir os co-fres públicos quase R$ 150 mil.

Em 2002, o então prefeito do muníci-pio firmou convênio com a União, Mi-nistério da Saúde e Fundação Nacional da Saúde para aquisição de uma uni-dade móvel que auxiliaria nos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saú-de na região.

À época foram encontradas diversas ir-regularidades na licitação. Segundo a União, as três empresas concorrentes apresentaram suas propostas no mes-mo dia e com valores superfaturados muito próximos ou idênticos, seguindo o mesmo roteiro de outros processos fraudulentos feitos na gestão do prefeito.

Buscando a condenação dos responsáveis pelas fraudes, a Divisão Proativa da Procu-radoria da União no Mato Grosso do Sul (PU/MS) ajuizou Ação Civil Pública

contra o ex-prefeito e membros da Comissão de Licitação para o ressar-cimento dos valores desviados. Como pena, pediram a perda dos direitos políticos e proibição de contratar com o Poder Público e receber benefícios, ainda que indiretamente, pelo prazo de cinco anos.

Segundo a unidade, após a licitação, foi constatado que o veículo não pos-suía equipamentos necessários ao seu funcionamento e que sequer eram realizados atendimentos médicos na unidade, gerando prejuízos não ape-nas aos cofres, mas principalmente à população. De acordo com os advoga-

Advogados da AGU conseguem condenação de ex-prefeito e integrantes da máfia Sanguessuga por fraudes

na aquisição de ambulância

Improbidade Administrativa

dos da União, a conduta do ex-gestor violou a Lei nº 8.666/93, bem como a Lei de Licitações que rege este tipo de procedimento da Administração.

Ao analisar os argumentos apresentados pela AGU, a Justiça Federal do Mato Grosso do Sul condenou o ex-prefeito e todos os envolvidos nas fraudes. Eles deverão ressarcir, solidariamente, os valores desviados, atualizados pela Se-lic, que foram repassados pela União ao município. A Justiça também con-cordou com a pena imposta aos acu-sados.

Anuário · 2013

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Recuperação deValoresOrganização dos Estados Americanos destaca trabalho da Advocacia-Geral na recuperação efetiva de valores desviados por corrupção

A atuação da Advocacia-Geral da União (AGU) tem garantido a efetiva recuperação de montantes desviados por corrupção, principalmente nos ca-sos em que houve condenações do Tri-bunal de Contas da União (TCU). Isso é o que destaca a Organização dos Es-tados Americanos (OEA) em relatório produzido durante a 20ª reunião da Comissão de Peritos do Mecanismo de Acompanhamento da Implementação da Convenção Interamericana contra a Corrupção (Mesicic), em Washing-ton, EUA.

Ao aprovar a avaliação do Brasil no combate à corrupção, a OEA reco-nheceu as boas práticas na prevenção e combate aos desvios e ressaltou ini-ciativas que o país pode adotar para aprimorar ainda mais a implementação da Convenção Interamericana Contra a Corrupção. No documento, a Organi-zação dos Estados Americanos também pede para que a AGU “dê continuidade aos esforços e à estratégia de recupera-ção efetiva dos montantes para o erário público”.

O relatório destaca o êxito da parceria firmada entre a AGU, o Ministério Públi-co Federal e o Ministério da Justiça em situações de recuperação internacional de ativos, como no caso dos valores des-viados da obra Tribunal Regional do Tra-balho em São Paulo. “No ano 2000, a atuação conjunta das instituições assegu-

rou o procedimento de recuperação de ativos, no montante de US$ 6.8 milhões, desviados dos cofres públicos brasileiros pelo então Juiz Nicolau dos Santos Neto, perante o Poder Judiciário suíço. A resti-tuição dos valores ao Estado brasileiro foi decidida definitivamente pela Justiça su-íça em favor do Brasil há duas semanas”, menciona o documento da OEA.

Segundo o Diretor do Departamen-to Internacional (DPI) da Procuradoria Geral da União (PGU), Boni Soares, a avaliação positiva da Organização dos Estados Americanos é uma prova de que a aplicação da legislação nos casos em que o Estado e população brasileira são

Região Centro-Oeste

prejudicados por corrupção tem alcan-çado êxito. “A importância da AGU para o Estado brasileiro no combate interno e internacional à corrupção cresce a cada dia e com isso aumenta também o reco-nhecimento internacional da instituição. Seguiremos trabalhando para que a AGU exerça de modo ainda mais efetivo esse papel”, ressaltou.

Para o Diretor do Departamento de Pa-trimônio e Probidade da PGU, Renato Dantas, o reconhecimento do trabalho da AGU também é importante para a imagem do Brasil na repressão dos cri-mes de corrupção. “Esse reconhecimen-to internacional, em claro benefício da

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Anuário · 2013 43

imagem do Estado Brasileiro e no con-texto da atuação da AGU, é fruto tam-bém de uma tarefa árdua realizada dia a dia pelos Advogados da União atuan-tes no Grupo Proativo, a qual permite alcançarmos e ultrapassarmos as metas estabelecidas, sem esquecermos de que ainda há muito por se fazer”, explicou.

Atuação Internacional

Recentemente os trabalhos desenvolvi-dos pela AGU no combate à corrupção também ganharam destaque em relató-rio publicado pela Organização das Na-ções Unidas (ONU). O documento pon-tuou ações brasileiras na recuperação de ativos financeiros internacionais.

Veículo de publicação: Site AGUData: 17/09/2012

Região Centro-Oeste

O relatório destacou a repatriação de cerca de R$ 2,2 milhões desviados aos EUA no escândalo Banestado. Outro exemplo de atuação citada foi a locali-zação e o bloqueio de fundos no caso relacionado ao regime de Muammar Kadafi na Líbia. Além do Brasil, somente Estados Unidos, França e Indonésia rece-beram menção semelhante da ONU.

Prêmio Innovare

Em 2011 os procedimentos adotados pelo Grupo Permanente de Atuação Pro-ativa da AGU na recuperação judicial de valores desviados de instituições públicas em esquemas de corrupção rendeu o reconhecimento especial do Prêmio In-

novare, reconhecido pela International Bar Association, que estimula práticas de combate ao crime organizado.

O Grupo Perma-nente é composto por 115 advogados da União de todas as procuradorias da União no país. A equipe propõe Ações Civis Públi-cas, de Improbidade Administrativa e de execuções de julga-dos do TCU, para devolver aos cofres da União todo di-nheiro mal utilizado

por administradores, empresas e servido-res. As ações de ressarcimento envolvem valores superiores a R$ 1 milhão.

Essa atuação foi intensificada a partir de 2009, para reaver judicialmente verbas da União desviadas pelo Grupo OK na construção do Fórum Trabalhista de São Paulo. Para garantir a recuperação do montante desviado, que ultrapassa R$ 1 bilhão, a AGU realizou um acordo que permitirá a restituição aos cofres públi-cos do maior valor em caso de corrup-ção no país. São R$ 468 milhões, sendo uma parte paga à vista e o restante em parcelas.

Ao aprovar a avaliação do Brasil no combate à cor-rupção, a OEA reconheceu as boas práticas na pre-venção e combate aos desvios e ressaltou iniciativas que o país pode adotar para aprimorar ainda mais a implementação da Convenção.

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Ações ConciliatóriasAGU realiza 1.392 conciliações com servidores públicos e obtém economia estimada em mais de R$ 23 milhões

A Advocacia-Geral da União (AGU), por meio da Procuradoria-Geral da União, (PGU), divulgou relatório de ações conciliatórias, com resultados conquistados pelos órgãos de execu-ção da PGU no Projeto Mutirão de Conciliações realizado no mês de ju-nho de 2012. Graças a essa atuação foram economizados mais de R$ 23 milhões aos cofres da União.

O resultado dessas conciliações foi obtido pelo Departamento de Estu-

dos Jurídicos e Contencioso Eleitoral (DEE/PGU). Durante o mutirão foram realizadas conciliações em 1.392 pro-cessos judiciais relativos ao pagamento de verbas salariais. O relatório estima que foram atendidos aproximadamen-te dois mil servidores com a iniciativa, gerando uma economia direta de R$ 1.420.533,34.

O total economizado pela União com as conciliações chega, em valores es-timados, a R$ 23.667.873,39. Dentro

desse montante estão previstos os cus-tos da Justiça Federal com a manuten-ção dos processos ativos e do Poder Executivo que, juntos somam cerca de R$ 12.763.002,36.

Também somam-se a esse total, os va-lores estimados com a condenação em honorários advocatícios decorrentes de recursos para as Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais: R$ 2.884.331,69. De acordo com o rela-tório, a economia obtida é bastante ex-pressiva se comparada com o total de

recursos a serem depositados pela União para quitação das verbas salariais devidas, esti-madas em R$ 28.843.376,98.

José Roberto da Cunha, dire-tor do (DEE/PGU) destacou a redução dos custos com a judicialização de demandas para a União e a socieda-de. “Tal resultado, somado à participação da PGU na 6ª Semana de Conciliação do Conselho Nacional de Justi-ça revela que a perspectiva da conciliação como medida alternativa para solução de conflitos é uma ferramenta a ser seguida, replicada e reno-vada pela AGU”.

Veículo de publicação: Site AGUData: 08/10/2012

Região Centro-Oeste

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Anuário · 2013 45

Assessoramento Jurídico

Atuação da CONJUR CIDADES nas políticas públicas de moradia rural do “Minha Casa, Minha Vida”

A Consultoria Jurídica junto ao Ministério das Cidades atuou intensamente no as-sessoramento jurídico da Secretaria Nacional de Habi-tação em prol do desenvol-vimento de novas soluções para as políticas habitacio-nais, atuando para superar os reconhecidos entraves fundiários que dificultam a efetiva fruição do direito social da moradia e do cum-primento da função social da propriedade.

O Programa Minha Casa, Minha Vida, instituído pela Lei nº 11.977, de 2009, volta-se para a promoção de políticas públicas em prol do direito social de mora-dia, destinando-se precipu-amente ao atendimento de famílias com baixo poder aquisitivo. Trata-se de progra-ma de forte apelo social, em que as famílias que se enquadram nos requisitos legais são contempladas com produção ou reforma de unidades habitacionais, sem ônus ou em condições especialíssimas, compatíveis com a renda familiar.

A reformulação do Programa Nacional de Habitação Rural, subprograma do Progra-ma Minha Casa, Minha Vida, teve par-ticipação efetiva da CONJUR CIDADES em todo o processo, o que redundou em consideráveis avanços e reformulações na Portaria nº 406, de 2011, do Ministério das Cidades, medida que auxiliará as famílias de baixa renda na realização do sonho da casa própria.

Para o Consultor Jurídico do Ministério das Cidades, Caio Alexandre Wolff, tal parceria “é o exemplo mais claro de atuação pre-ventiva da AGU, uma vez que os atos nor-mativos resultantes foram exaustivamente estudados e debatidos em inúmeras reuni-

Veículo de publicação: Site AGUData: 13/12/2012

Região Centro-Oeste

[...] tal parceria é o exemplo mais claro de atuação preventiva da AGU, uma vez que os atos normati-vos resultantes foram exaustivamen-te estudados e debatidos.

ões e pareceres, concebendo-se atos nor-mativos cada vez mais robustos e seguros ao administrador.” O Consultor ainda des-tacou a atuação dedicada do Advogado da União Victor Ximenes Nogueira na análise dos processos.

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Prorrogação de ContratosAGU obtém nova vitória na aplicação da MP 579 para prorrogação de contratos de concessão de energia elétrica

A Advocacia-Geral da União (AGU) ob-teve mais uma decisão judicial favorável à aplicação das condições estabelecidas na Medida Provisória 579/2012 para prorrogação de contratos de concessão de geração de energia elétrica. A Ge-ração e Transmissão S/A (Celg) tentou estender, por 20 anos, o contrato com a Agência Nacional de Energia Elétrica

(Aneel) para geração de energia elétrica nas Centrais Geradoras de Rochedo e São Domingos, sem observar as regras da MP.

Várias unidades da AGU atuaram no caso explicando que a Medida Provi-sória autorizou as empresas de energia elétrica a prorrogarem os seus contratos

de concessão pelo prazo máximo de até 30 anos para hidrelétricas, transmissão e distribuição, e até 20 anos para ter-melétricas, de forma a assegurar a con-tinuidade, a eficiência da prestação do serviço e a modicidade tarifária.

A empresa alegava ter direito adquiri-do à prorrogação e à continuidade de

Região Centro-Oeste

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Anuário · 2013 47

Veículo de publicação: Site AGUData: 18/12/2012

Região Centro-Oeste

[...] a AGU reforçou que para que as geradoras possam obter a prorrogação das concessões, é im-prescindível aceitar a remuneração por tarifa cal-culada pela Aneel, comercializar energia em regime de cotas e atender os padrões de qualidades dos

serviços fixados pela Agência.

exploração dos serviços, de forma que essa nova legislação não seria aplicável sobre o contrato em questão, porque não poderia retroagir para alcançar a prorrogação pleiteada, uma vez já ha-via outro contrato firmado pelo Diretor--Geral da Aneel.

Os advogados e procuradores destaca-ram que o argumento da empresa não cabe no contrato, uma vez que a conti-nuidade da prestação dos serviços, mes-mo após o encerramento do contrato, não gera o direito adquirido para pror-rogação, pois na lei ou no contrato não está implícito esse direito.

No entanto, a AGU reforçou que para que as geradoras possam obter a prorro-gação das concessões, é imprescindível aceitar a remuneração por tarifa calcu-lada pela Aneel, comercializar energia em regime de cotas e atender os pa-drões de qualidades dos serviços fixados pela Agência. Nesse caso, o objetivo da Aneel é, segundo os advogados públi-cos, reduzir os custos de energia elétrica para o consumidor brasileiro, por isso a importância da MP 579.

A 2ª Vara da Seção Judiciária de Goi-ás, acolhendo os argumentos dos ad-

vogados públicos, negou o pedido da concessionária de energia. A deci-são destacou que o parecer favorável do diretor-geral da Aneel não tem cará-ter vinculativo, ca-bendo ao Ministério das Minas e Energia o deferimento ou não da prorrogação requerida.

A Justiça ainda re-conheceu que os requisitos da relevância e urgência para justificar a edição da MP e o fato de que a maioria dos contratos de geração e co-mercialização de energia venceram no final de 2012, “torna premente a ado-ção da solução proposta, permitindo a contratação da energia com a captura do benefício para a modicidade tarifária no próximo ano”.

Atuaram no caso, a Procuradoria-Regio-nal Federal da 1ª Região, a Procuradoria Federal no Estado de Goiás e a Procu-

radoria Federal junto à Aneel, unidades da Procuradoria-Geral Federal (PGF), a Procuradoria Regional da União da 1ª Região e a Procuradoria da União em Goiás, unidades da Procuradoria-Geral da União (PGU) e a Consultoria Jurídi-ca do Ministério das Minas e Energia, unidade da Consultoria-Geral da União (CGU). A PGF, a PGU e a CGU são órgãos da Advocacia-Geral da União (AGU).

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Veículo de publicação: Site AGU

Data: 18/12/2012

Região Centro-Oeste

Sucesso CalculadoLevantamento do projeto “Sucesso Calculado” aponta que

decisões favoráveis à União geraram economia de mais de R$ 2 bilhões

A Advocacia-Geral da União (AGU), por meio da Procuradoria-Geral da União (PGU), economizou em dois me-ses mais de R$ 2 bilhões em decisões favoráveis à União. O levantamento da atuação exitosa se deve ao projeto “Sucesso Calculado” desenvolvido pelo órgão junto com o Departamento de Cálculos e Perícias (DCP).

No projeto, o Departamento apura e registra os valores que foram efetiva-mente economizados nas ações em que a União ou autarquias lograram êxito judicialmente, em decorrência do tra-balho realizado pelas unidades da AGU. No caso específico, os dados se referem apenas à atuação dos órgãos de execu-ção da PGU, participantes do projeto.

Iniciado em 1º de outubro de 2012, o projeto avaliou até 14 de dezem-bro deste ano 388 processos que fo-ram submetidos à análise dos advoga-dos e representantes da AGU. Dessas ações favoráveis à União foi possí-vel identificar uma economia de R$ 2.699.027.886,58.

Para facilitar a implantação do projeto, foi desenvolvido um roteiro de orienta-ção para apuração e registro dos valo-res, com a finalidade de u n i f o r -

mizar o entendimento técnico quanto à elaboração dos cálculos. A implanta-ção do “Sucesso Calculado” é realizada utilizando o sistema “Atuação”, o qual registra o valor que seria gasto pelos cofres públicos caso a União, ou suas autarquias, fossem condenadas. O ob-jetivo é servir como um eficaz indicador da atuação da AGU.

Segundo o diretor do DCP, o produto resultado do projeto permite a adoção de providências gerenciais, tomando como fundamento a atuação exitosa dos seus membros.

Os Núcleos Executivos de Cálculos e Perícias (Necaps) do Distrito Federal, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janei-ro, Porto Alegre, Paraná, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Espírito Santo e Alagoas já integram o “Sucesso calculado”. A perspectiva é que em 2013 o projeto seja estendido a todos os Necaps da PGU.

Parceria

A Procuradoria-Geral da União, por meio do DCP, celebrou parceria com a Procuradoria-Geral do Distrito Federal, com objetivo de realizar intercâmbio de informações na área de cálculos e perícias judicias, e a prestação de mú-tua assistência no acompanhamento de execuções de sentenças judicias e pro-cessos administrativos em geral.

O acordo de cooperação foi assinado pelo Procurador-Geral da União, Paulo Henrique Kuhn e o Procurador-Geral do Distrito Federal, Marcelo Augusto da Cunha Castelo Branco.

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Anuário · 2013 49

Novo PregãoAdvogados garantem realização de novo pregão da Valec para compra de trilhos destinados à Ferrovia Norte-Sul e

Integração Oeste-Leste

A Advocacia-Geral da União (AGU) as-segurou, na Justiça, a realização de nova licitação pela Valec (Engenharia, Cons-truções e Ferrovias S.A.) para aquisição de trilhos para a Ferrovia Norte-Sul e Ferrovia de Integração Oeste-Leste. A construção das ferrovias, localizadas nos estados da Bahia e Tocantins, fazem parte das obras do Programa de Acele-ração do Crescimento.

A AGU comprovou que o ato da Valec, que anulou o Pregão nº 4/2011 foi le-gítimo, demonstrando que, devido o interesse público do empreendimento, exigia-se a realização de tal medida. Po-rém, a Distribuidora de Manufaturados Ltda. (Dismaf), vencedora do certame, recorreu à Justiça para impedir que o processo fosse anulado e que a Valec realizasse nova licitação.

A Procuradoria Regional da União da 1ª Região (PRU1) explicou que o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou diversas irregularidades por parte da empresa na licitação, como o possível prejuízo financeiro aos cofres públicos. A unidade destacou que, em inspeção realizada por técnicos do Ministério dos Transportes, verificou-se que a Dismaf forneceu para as obras, trilhos de bai-xa qualidade e fora das especificações contratuais.

No caso, os advogados da União defen-deram que a empresa sequer poderia participar da licitação, pois foi consta-tado que estava impedida de contratar com a Administração Pública.

A 14ª Vara da Seção Judiciária do Dis-trito Federal negou o pedido pleiteado inicialmente pela Dismaf, determinan-do que a Valec realize uma nova licita-ção para contratação de outra empresa.

A decisão destacou que as inúmeras falhas ocorridas na licitação e apuradas pelo TCU justificam a revogação do cer-tame por motivo de interesse público, tornando desnecessário o exame dos demais motivos apresentados pela Valec para justificar a anulação do processo.

Insatisfeita, a Dismaf recorreu ao Tri-bunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), com pedido de Medida Cau-

telar para suspender a decisão da 14ª Vara Federal. A AGU atuou prontamen-te para evitar prejuízos caso a decisão fosse suspensa. A 5ª Turma do TRF1, reconhecendo a gravidade do caso, negou prosseguimento à solicitação da empresa e manteve a sentença de pri-meiro grau.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:12/11/2012

Região Centro-Oeste

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Solução de ConflitosAGU comprova validade de cláusula de arbitragem para solução de conflitos na concessão do Trem de Alta Velocidade

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu legitimar, na Justiça, cláu-sulas do contrato de concessão do serviço público de transporte de pas-sageiros no Trem de Alta Velocidade (TAV) entre os Municípios do Rio de Janeiro e Campinas. As regras esti-pulam o compromisso de arbitragem como meio de solução de conflitos que possam acontecer.

A discussão surgiu após o Ministério Público Federal (MPF) ajuizar ação questionando que a inclusão da con-venção de arbitragem nos contratos de concessão seria inconstitucional.

Contestando a ação, os advogados pú-blicos esclareceram aos licitantes que o uso da arbitragem para a resolução de conflitos, entre o Poder Público concedente e o concessionário do ser-viço público, somente seria aplicada

quando os interesses tratados fossem disponíveis. Dessa forma, destacou a AGU, o ob-jeto da matéria a ser submetida ao instituto da arbitragem seja relativo a direitos patrimoniais de livre disposi-ção pelas partes envolvidas, tais como o projeto, a construção, a operação, a manutenção e a conservação do tre-cho ferroviário sob análise. A Advoca-cia-Geral explicou que a inclusão da cláusula de arbitragem no contrato de concessão está previsto no artigo 23-A da Lei 8.987/95.

Os advogados públicos defenderam ainda que a própria Lei da Arbitragem deixa claro que este mecanismo de so-lução de controvérsias somente pode ser utilizado quando tratar-se de di-reitos patrimoniais disponíveis. Além disso, o STF já reconheceu a consti-

Veículo de publicação: Site AGUData: 26/10/2012

tucionalidade da norma e confirmou a possibilidade do uso da arbitragem em contratos públicos.

De acordo com aos membros da AGU, a inclusão desse mecanismo seria medida pleiteada e aguardada pelos investidores privados, brasileiros e estrangeiros, pois constituiria uma for-ma célere e técnica para solução de conflitos, haja vista que seriam decidi-das por julgadores que são profundos conhecedores das complexidades en-volvidas na matéria.

Decisão

A 17ª Vara da Seção Judiciária do Dis-trito Federal acolheu os argumentos da AGU e julgou improcedentes os pedidos do MPF, entendendo que não há vedação ao uso da arbitragem pela administração, sendo recomendável, pois privilegia o interesse público.

Atuaram no caso a Procuradoria--Regional Federal da 1ª Região, a Procuradoria Federal junto à Agência Nacional de Transporte Terrestre (PF/ANTT), que são unidades da Procura-doria-Geral Federal, além da Procu-radoria-Regional da União da 1ª Re-gião, unidade da Procuradoria-Geral da União, e da Consultoria Jurídica do Ministério dos Transportes (Conjur/MT), unidade da Consultoria-Geral da União. A PGF, a PGU e a CGU são ór-gãos da AGU.

Região Centro-Oeste

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Anuário · 2013 51

Pagamento IndevidoAGU evita pagamento indevido de R$ 7 milhões a

anistiados da extinta Petromisa

A Advocacia-Geral da União (AGU) evitou, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que a União fosse condenada a pagar R$ 7 milhões em salários retroa-tivos para funcionários da antiga Petro-brás Mineração S.A (Petromisa), relativos ao período em que ficaram afastados do serviço.

Em 2009, ex-empregados da Petromisa ganharam ação onde reivindicavam o pagamento dos atrasados. Somados, os valores chegaram a R$ 7.227.622,86, incluídos a multa imposta pelo STJ pelo suposta inobservância de pagamento e da obrigação de reintegração imediata dos funcionários anistiados.

A AGU recorreu alegando que o acórdão proferido não continha nenhuma deter-minação para reintegração imediata dos ex-funcionários. Apenas reconhecia a sua condição de anistiados. Os advoga-dos da União também destacaram que não havia comando para pagamento de valores retroativos . A Advocacia-Geral citou o art. 6º da Lei n.º 8.878/94, que proíbe o pagamento de parcelas passa-das.

O caso foi analisado pela 1ª Seção do STJ que concordou com os argumentos da AGU e optou extinguir a ação dos ex--funcionários da Petromisa. Os ministros salientaram que a multa era descabida por causa da ausência de inadimplência da União. Para o Tribunal, o mero re-conhecimento da condição de anistiado não gera o direito à imediata reintegra-ção, que deve seguir requisitos como a disponibilidade orçamentária.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:04/09/2012

Região Centro-Oeste

A AGU recorreu alegando que o acórdão proferido não continha nenhuma determinação para rein-tegração imediata dos ex-funcio-nários. Apenas reconhecia a sua condição de anistiados.

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Repatriação da QuantiaAGU recupera US$ 7 milhões bloqueados em conta do ex-juiz Nicolau na Suíça

Atuação da Advocacia-Geral da União (AGU) garantiu, no Tribunal Federal da Suíça, a recuperação de US$ 6,8 mi-lhões que estavam bloqueados, desde 1999, na conta bancária do ex-juíz Ni-colau dos Santos Neto e da sua esposa.

Os valores serão repatriados para o Bra-sil nas próximas semanas e depositados em uma conta do Tesouro Nacional. A decisão também condena o ex-ma-gistrado a indenizar o Brasil em outros US$ 2.153.628,00.

A repatriação da quantia foi obtida gra-ças a uma atuação coordenada do De-partamento Internacional (DPI) da Pro-curadoria-Geral da União (PGU) com o objetivo de garantir a devolução do dinheiro desviado dos cofres públicos. Segundo o Diretor do Departamento Internacional da AGU, Boni Soares, essa é uma vitória histórica. “Finalmente o trabalho conjunto de diversas institui-ções públicas brasileiras nesse caso está sendo recompensado. A vitória estimu-la muito o governo a buscar ainda mais ativos ilícitos desviados ao exterior”, ex-plica.

Ainda de acordo com o Boni Soares, a condenação ao pagamento de indeni-zação decorre de transferências bancá-rias realizadas por Nicolau dos Santos Neto, na Suíça, ainda na década de 90,

para evitar que parte dos recursos fos-sem confiscados. “O caso seguirá adian-te e a AGU vai executar esses valores”, informou.

O posicionamento da Justiça da Suíça segue a linha da decisão de 06 de se-tembro de 2011 da Corte Criminal de Apelações de Genebra, que também confirma uma sentença da Corte Crimi-nal de Genebra de 2010, contra Nico-lau dos Santos Neto e em favor da Re-pública Federativa do Brasil. A ação na Suíça tramitou independente dos casos no Brasil, e um não influi no outro.

Recuperações anteriores

Em 2002, a Advocacia-Geral da União já havia recuperado US$ 800 mil de Nicolau dos Santos Neto, relativos ao confisco de um apartamento do ex-juiz trabalhista em Miami (EUA). O dinhei-ro apurado com a venda do imóvel foi depositado na conta única do Tesouro Nacional.

Recentemente a AGU também realizou um acordo com o Grupo OK e conse-guiu a restituição aos cofres públicos de R$ 468 milhões. A quantia também é relativa ao desvio de recursos durante a construção do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. Os advo-gados públicos haviam fechado o cer-co contra as atitudes da empresa que

tentava burlar as investigações do caso e manter-se em funcionamento ilegal. Após ter 100% do patrimônio empre-sarial bloqueado, o Grupo realizou o acordo.

Entenda o caso

Em 1990, o Tribunal Regional do Traba-lho de São Paulo (TRT/SP) abriu licitação para a construção do Fórum Trabalhista. Passados oito anos, uma auditoria cons-tatou que apesar de ter recebido 98% do pagamento, o projeto não havia sido concluído. Com isso foi constatado um desvio de R$ 169,5 milhões dos cofres públicos.

O ex-juiz Nicolau foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) em 3 de maio de 2006 pelos cri-mes de peculato, estelionato e corrup-ção passiva, mas recorreu ao Superior Tribunal de Justiça. Somados, esses três crimes totalizam 26 anos, seis meses e 20 dias, a serem cumpridos em regime fechado. Desde fevereiro de 2007, Ni-colau dos Santos Neto cumpre prisão domiciliar.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:04/09/2012

Região Centro-Oeste

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Anuário · 2013 53

Dinheiro Público Recuperado

AGU obtém a maior recuperação de dinheiro público da história do País contra Grupo OK

A Advocacia-Geral da União (AGU) realizou no dia 23 de agosto, em Bra-sília, acordo que permitirá a restituição aos cofres pú-blicos do maior valor em caso de corrupção. Serão cerca de R$ 468 milhões, sendo R$ 80 milhões pagos à vista e o restante, R$ 388 milhões, em 96 parcelas de R$ 4 milhões corrigidas mensalmente pela Selic.

Os valores referem-se a duas ações de execução de decisões do Tribunal de Contas da União (TCU), nas quais a AGU atua na Jus-tiça. Uma cobra multa e a outra, débito principal refe-rente ao desvio de dinheiro público da construção do Fórum Traba-lhista de São Paulo, iniciada em 1992.

A AGU já havia conseguido na Justiça em julho do ano passado decisão que determinou a transferência para o Te-souro Nacional de R$ 52 milhões em créditos do Grupo OK, responsável pelas obras. Porém, esta transferência tinha ainda caráter provisório, já que podia ser revertida judicialmente. Com o acordo, esse montante deixa de ser contestado judicialmente e não corre mais o risco de reversão, ingressando definitivamente nos cofres públicos.

O acordo abrange somente parte da dívida, montante calculado segundo critérios sustentados pelo Grupo OK. A

parte remanescente, sobre a qual não há consenso, ou seja, diferença em rela-ção ao valor calculado segundo critério do TCU, continuará sendo cobrada ju-dicialmente pela AGU, cerca de R$ 542 milhões.

Garantias de pagamento

O acordo terá assinaturas da Procura-dora-Geral da União, Helia Bettero, do atual Presidente do Tribunal Regio-nal do Trabalho de São Paulo, Nelson Nazar, e da Presidente eleita daquele Tribunal, Maria Doralice Novaes, do Procurador do Ministério Público junto ao TCU, Marinus Marsicus, do Diretor do Departamento de Probidade e Patri-mônio da AGU, André Mendonça, e do

advogado do Grupo Ok, Marcelo Bessa.

Para assegurar o cumprimento do acor-do, especialmente dos R$ 388 milhões que serão parcelados, a AGU manterá a penhora de 1.255 imóveis e de alu-guéis de imóveis do Grupo, que giram em torno de R$ 2,5 milhões mensais. Pelos termos do acordo, serão mantidos ao menos 150% de garantia para o pa-gamento do que é devido (parte con-troversa e incontroversa, ora acordada).

Veículo de publicação:Site AGU

Data:23/08/2012

Região Centro-Oeste

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Direitos LGBTAdvocacia-Geral comprova legalidade de Portaria que criou o Conselho Nacional de Direitos LGBT

A Advocacia-Geral da União (AGU) comprovou, na Justiça, legalidade na convocação ampla e democrática da sociedade civil para participar da com-posição do Conselho Nacional de Com-bate a Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (CNCD/LGBT), criada por meio da Portaria nº 76 de fe-vereiro de 2011.

Um cidadão ajuizou ação contra a União e vários representantes da Secre-taria de Direitos Humanos da Presidên-cia da República e do CNCD/LGBT. O autor pretendia anular a Portaria nº 76 alegando que impossibilitou a partici-pação de entidades na composição do Conselho Nacional, devido o pequeno prazo para as inscrições no processo seletivo que escolheria os membros da sociedade civil.

Ao solicitar a suspensão das atividades, o autor apontou que ao exigir apre-sentação de documentos originais ou cópias autenticadas, a referida Portaria estaria dificultando o amplo acesso de todos os interessados no processo de seleção.

Atuando no caso, a Procuradora-Re-gional da União da 1ª Região (PRU1) explicou que não há que se falar em urgência para concessão da medida in-devida, uma vez que a ação foi propos-ta somente seis meses após a Portaria entrar em vigor. Segundo os advogados da União, a desconstituição do Conse-lho Nacional provocaria sérios danos, pois já teria estabelecido e implementa-do políticas públicas e ações afirmativas para a proteção desses direitos.

A AGU defendeu que a primeira com-posição do Conselho Nacional de Com-bate à Discriminação foi instalada no ano de 2011, quando o processo de escolha dos representantes da socieda-de civil seguiu o disposto no artigo 4º do Decreto nº 7.388/2010. A norma confere à Ministra de Estado Chefe da Secretaria de Direitos Humanos a pos-sibilidade de indicar diretamente as en-tidades da sociedade civil componentes do Conselho, de acordo com o seu cri-tério de conveniência e oportunidade. De acordo com os advogados da União, mesmo diante essa prerrogativa, ao in-vés de indicar as entidades por sua própria vontade, a Ministra optou por publicar edital de seleção pública, para que as organizações interessadas pudes-sem candidatar-se às vagas destinadas à sociedade civil no Conselho. Explicaram que o período entre publicação da Por-taria e a data do envio documentação foi suficiente e corretamente aplicado,

Veículo de publicação:Site AGU

Data:08/08/2012

Região Centro-Oeste

até mesmo porque a documentação exigida era de fácil obtenção.

O Juiz Federal da 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal aco-lheu os argumentos apresentados PRU1 e negou o pedido do autor. O magistra-do entendeu que a abertura de prazo revela que o princípio democrático se fez presente. Destacou que uma vez que o Conselho já estivesse funcionan-do, o pedido de suspensão das ativida-des iria contra aos próprios interesses do órgão na defesa dos direitos das LGBT.

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Anuário · 2013 55

Decisão FavorávelAGU consegue decisão favorável em 70% das ações da União julgadas no STJ sobre patrimônio, meio ambiente e probidade administrativa

Veículo de publicação:Site AGU

Data:12/03/2009

Região Centro-Oeste

A Procuradoria-Geral da União (PGU), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU), divulgou dados sobre a atuação nas áreas de patrimônio público, meio ambiente e probidade administrativa no Superior Tribunal de Justiça (STJ) no pri-meiro semestre de 2012.

Conforme informações processuais, o número de vitórias nos processos no STJ envolvendo estas matérias foi superior a 70%. Segundo os dados, de 611 de-mandas analisadas, somente 28% foram desfavoráveis à União, sendo 68% com-pletamente favoráveis e 5% parcialmen-te procedentes.

De acordo com o coordenador-geral de Defesa de Patrimônio e Meio Ambiente do DPP/PGU, Dennys Casellato Hoss-ne, os índices alcançados são reflexo do objetivo maior da PGU, que é a defesa dos cofres públicos. “Os números foram atingidos com uma melhora substancial na atuação da União por todo o país, acompanhada de um trabalho estratégi-co para reverter posições desfavoráveis em demandas de massa que corriam no STJ”.

A advogada da União Marcia Lucia-na Dantas, que atua nos processos em

curso no STJ, reforça que não se pode esquecer além do trabalho desenvolvi-do especificamente na Corte Superior, aquele realizado desde a primeira ins-tância. “A natureza do recurso especial requer o atendimento de vários re-quisitos específicos, que se não forem atendidos, impedem o julgamento do recurso. Daí a importância do trabalho técnico das Procuradorias, que está se aprimorando a cada dia”, defendeu.

Veículo de publicação:Site AGUData: 25/07/2012

Anuário · 2013 55

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Sobretaxa AntidumpingAGU comprova legalidade de resolução da Camex que alterou forma de cobrança da sobretaxa antidumping em importações de plástico

A Advocacia-Geral da União (AGU) comprovou, no Supe-rior Tribunal de Justiça (STJ), a legalidade da Resolução nº 16/2011 do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex), que alterou a forma de co-brança da sobretaxa anti-dumping nas importações de plástico de origem dos Esta-dos Unidos.

No caso, a norma estava sendo questionada pela As-sociação Brasileira da Indús-tria do Plástico (Abiplast). A entidade alegou que não teve a oportunidade de ma-nifestação sobre pedido de reconsideração em processo administrativo apresenta-do pela empresa Braskem, nos termos da Lei 9.784/99, e que re-sultou na edição da Resolução Camex 16/2011.

A Procuradoria-Geral da União (PGU) e a Consultoria Jurídica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior sustentaram que a decisão da Camex, externada pela Resolução nº 16, teve o objetivo de aperfeiçoar o di-reito aplicado pela Resolução 86/2010 para conferir a devida proteção à indús-tria nacional e evitar a prática do dum-ping. Além disso, destacaram que os procedimentos antidumping são regula-dos por legislação própria, Lei 9.019/95

e Decreto 1.602/95, não se aplicando, portanto, a Lei 9.784/99 no caso.

Os advogados da União explicaram, ainda, que houve a participação ativa da Associação ao longo de todo o pro-cedimento administrativo de apuração da prática de dumping, a partir de um pedido da Braskem. No entanto, de-fenderam que uma vez configurado o ato ilegal, a escolha da forma como esta prática comercial deve ser anulada é ato privativo da Administração Públi-ca, nos termos do artigo 45 do Decreto 1.602/95.

O ministro relator da ação no STJ aco-lheu os argumentos da AGU e afirmou que a Associação teve a oportunidade de se manifestar ao longo de todo o procedimento administrativo antidum-ping. Os demais ministros, que com-põem a Primeira Seção do Superior Tri-bunal de Justiça, acompanharam o voto do relator.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:18/07/2012

Região Centro-Oeste

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Anuário · 2013 57

Amazônia LegalAtuação da AGU em defesa da Amazônia Legal e do

Patrimônio Genético dos Biomas Brasileiros é destaque na Conferência

Região Centro-Oeste

Para colaborar com os debates realiza-dos por entidades de diversas partes do mundo reunidos no Brasil para partici-par da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, é que a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou a atuação dos procuradores e advogados na defesa da Amazônia Legal e do Patrimônio Gené-tico de Biomas Brasileiros.

A instituição esteve presente no Pavi-lhão Brasil que apresentou a evolução do desenvolvimento sustentável brasi-leiro. O objetivo era divulgar as políticas públicas voltadas para a sustentabilida-de ambiental, social e econômica. O evento aconteceu até 22 de junho, no Rio de Janeiro.

A Advocacia-Geral coordena o grupo de integração da atuação judicial na defesa do meio ambiente e da regula-

rização fundiária na Amazônia Legal (G. Amazônia Legal). O objetivo é buscar soluções para questões de ocupação irregulares na região, entrave para o de-senvolvimento econômico local e para implementação das políticas de desen-volvimento urbano.

O Coordenador do G-Amazônia Legal, o advogado da União Dennys Casellato Hossne, explicou que faz parte do de-ver constitucional da AGU, em defesa da União, garantir a preservação am-biental para as presentes e as futuras gerações. De acordo com ele, o evento permitiu compartilhar experiências re-lacionadas às melhores práticas globais voltadas a conferir efetividade à defesa do meio ambiente.

“Considerando as funções institucio-nais da AGU, será possível influenciar nas políticas públicas socioambientais, inclusive sugerindo a criação de meca-

nismos, procedimentos e leis tenden-tes a fortalecer a proteção a esse bem jurídico que é tão caro à coletividade” alertou Dennys Hossne acrescentando que as experiências acumuladas após o evento permitirão a criação e o apri-moramento de teses jurídicas a serem utilizadas pela instituição perante os Tri-bunais.

No ano passado, a AGU junto aos ór-gãos integrantes do G-Amazônia levan-taram os dados dos maiores desmata-dores da Amazônia e ajuizaram várias ações civis públicas para garantir a reno-vação do local. “Só no Estado do Pará, foram identificados 6.870,77 hectares de desmatamento, isso daria para en-cher cerca de 13.741 caminhões com capacidade de carga de 50 metros cúbi-cos de madeira da Floresta Amazônica. Os pedidos de indenização somaram R$ 37.784.725,00”, destacou Dennys.

Anuário · 2013 57

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Veículo de publicação: Site AGUData: 18/06/2012

Região Centro-Oeste

Acesso ao patrimônio genético

A atuação da AGU também está empe-nhada em proteger o Patrimônio Gené-tico dos Biomas e espécies brasileiras, com o objetivo de conservar a biodi-versidade e o interesse econômico nele inserido, bem como ao conhecimento tradicional associado às espécies. O tema será exposto no Pavilhão Brasil.

A atuação conjunta com outros órgãos federais tenta evitar e impedir a biopi-

rataria de informação de origem gené-tica, contida em amostras do todo ou de parte de espécime vegetal, fúngico, microbiano ou animal, na forma de moléculas e substâncias provenientes do metabolismo destes seres vivos e de extratos obtidos destes organismos vivos ou mortos.

De acordo com o Coordenador do G--Amazônia, os trabalhos da instituição junto com outros órgãos federais ligados ao assunto têm como objetivo impedir

a biopirataria no país e garantir que a legislação sobre Patrimônio Gené-tico, que protege várias espécies encontradas do Brasil. “No que toca à proteção do Patrimônio Genético, a nossa maior atuação tem se voltado a buscar preservar as de-cisões que são tomadas

pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético”, afirmou.

A AGU também foi essencial para deli-mitar os conceitos jurídicos de acesso, coleta, patrimônio genético e repartição de benefícios. Estabeleceu a interpreta-ção das normas, a fim de definir o pro-cedimento aplicável aos autos de infra-ção, com treinamentos das equipes de fiscalização e manifestação em todos os processos que cuidam da apuração das infrações do Decreto nº 5.459/2005.

A atuação da AGU também está empenhada em proteger o Patrimônio Genético dos Biomas e espécies brasileiras, com o objetivo de con-servar a biodiversidade e o interesse econômi-co nele inserido, bem como ao conhecimento tradicional associado às espécies.

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Anuário · 2013 59

Provimento aos Embargos PGU reverte decisão no setor sucroalcooleiro e evita

pagamento indevido de 13 milhões

A PRU 1ª Região reverteu decisão nos embargos à execução de honorários advocatícios de ação do Setor Sucro-alcooleiro. O TRF da 1ª Região dando parcial provimento aos embargos de declaração opostos pela União, decidiu pela anulação do v. acórdão que deu provimento à apelação de empresa do setor e restabeleceu a r. sentença de 1ª instância. Destaca-se que a reforma do v. acórdão embargado evita um paga-mento indevido de mais de 13 milhões.

O caso trata de embargos à execução, opostos pela União em face da execu-ção dos honorários advocatícios no va-lor de R$ 13.518.933,17 (treze milhões, quinhentos e dezoito mil, novecentos e trinta e três reais e dezessete centavos - atualizado até junho de 2012), deriva-

dos do processo de embargos à execu-ção do quantum principal (Processo nº 1998.34.00.023176-5).

No julgamento da ação 1998.34.00.023176-5, foram julgados improcedentes os embargos à execução opostos pela União, ao fundamento de inexigibilidade do título, e foi determi-nado o prosseguimento da execução com base nos valores apurados pela Contadoria Judicial (R$ 135.189.331,68 - atualizado até junho de 2012).

Em razão da decisão proferida nos em-bargos à execução principal, a empresa ajuizou execução dos honorários advo-catícios fixados nos embargos à execu-ção principal, qual seja 10% do valor da controvérsia. Não obstante, a exequen-

te apontou como valor devido 10% do montante principal e requereu o paga-mento de R$ 13.518.933,17 (valor atu-alizado até junho de 2012).

Diante da execução de honorários ajui-zada, a União opôs embargos à execu-ção, os quais foram parcialmente aco-lhidos pelo MM Juízo de 1ª instância. Dessa decisão, a embargada interpôs recurso de apelação, o qual foi parcial-mente provido pelo TRF da 1ª Região.

Ao dar parcial provimento à apelação da empresa, o Tribunal Federal da 1ª Região determinou “reformar a senten-ça para dispor que a base de cálculo de incidência dos honorários advocatícios executados é o valor apurado como devido pela União à parte principal -

Região Centro-Oeste

Anuário · 2013 59

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Veículo de publicação:Site AGU

Data:18/06/2012

Região Centro-Oeste

conforme apurado pela Contadoria Ju-dicial.”

Em que pese a decisão colegiada, na execução principal, a embargante, União, foi condenada a pagar honorá-rios advocatícios de 10% (dez por cen-to) do valor da controvérsia, e não do valor total.

De fato, ao condenar a União a pagar honorários advocatícios em 10% do “va-lor em controvérsia”, a r. sentença, pro-ferida em sede de embargos à execução do montante principal, não estava se referindo ao valor integral da execução, até porque se este fosse o caso, bastaria que dissesse “valor da condenação”. Note-se que, conforme esclareceu a r. sentença impugnada, “com a determi-nação da conferência dos cálculos e a instauração de uma verdadeira liqui-dação por cálculos, operou-se a modi-ficação, por ordem judicial, do objeto dos embargos, que se fixou na diferença entre os cálculos apresentado pelo Exe-quente e os valores encontrados pela seção de cálculos”.

Assim, a PRU da 1ª Região opôs embar-gos de declaração destacando, como um de seus argumentos, que o “valor controverso” diz respeito unicamente a eventual base de cálculo para ho-norários devidos pelos exequentes ao embargante, uma vez que se trata da diferença entre o que foi alegado pelos exequentes e o que foi de fato determi-nado como devido.

Considerando que o valor alegado pelos exequentes (R$ 138.662.813,60 - atua-lizado até junho de 2012) foi maior que o apontado pela Contadoria Judicial como devido (R$ R$ 135.189.331,68 - atualizado até junho de 2012), na ver-dade, tem-se que o valor controverso é zero e não R$ 13.518.933,17, como anteriormente apontado pelo Egrégio Tribunal Regional Federal da 1ª Região.Com efeito, ao ampliar o significado do

conteúdo da expressão “valor da con-trovérsia” para a integralidade do valor da execução, o Egrégio Tribunal Regio-nal Federal da 1ª Região violou a coisa julgada e, consequentemente, os artigos 467 e 468, ambos do Código de Proces-so Civil.

Acolhendo parcialmente os embargos opostos pela União, o Egrégio Tribunal Regional Federal da 1ª Região determi-nou a anulação do acórdão que havia dado parcial provimento à apelação da parte embargada, bem como o restabe-lecimento da r. sentença anteriormente reformada que entendeu pela fixação dos honorários em 10% da diferença en-tre o requerido pela exequente e o valor apontado pela Contadoria Judicial, re-

duzindo o montante devido pela União a título de honorários advocatícios de R$ 13.518.933,17 para R$ 347.348,19 (10% de R$ 138.662.813,60 - R$ 135.189.331,68), o que culminou em uma economia para os cofres públicos de mais 13 milhões de reais (valores atualizados até junho de 2012).

A PRU 1ª Região reverteu deci-são nos embargos à execução de honorários advocatícios de ação do Setor Sucroalcooleiro.

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Anuário · 2013 61

Bloqueio Monetário Procuradoria consegue bloqueio de R$ 170 milhões

recebidos indevidamente pela FederaçãoBrasileira de Hospitais

A Advocacia-Geral da União (AGU) obteve, na Justiça Federal de Bra-sília, o bloqueio de R$ 169.247.503,59 da Fede-ração Brasileira de Hospi-tais. A quantia foi paga a título de reajuste de índice inflacionário decorrente da troca de moeda do cru-zeiro para o real, além de honorários advocatícios.Os convênios dos hospi-tais com o Sistema Úni-co de Saúde (SUS) eram fundamentados nos va-lores do cruzeiro, com a mudança de moeda, em 1994, as instituições mé-dicas alegaram que houve uma diferença de 9,56% da quantia repassada. Os hospitais, então, passaram a solicitar o pagamento da correção judicialmente.

Ao ajuizar a ação de ressarcimento a Federação alegou que representava quatro mil hospitais em todo o Brasil, sem comprovar quais eram e os valo-res que seriam repassados para cada instituição de saúde. À época, a Justi-ça determinou o pagamento de forma parcelada, sem exigir essas informa-ções.

No entanto, a execução foi anulada por determinação do Superior Tribunal

de Justiça (STJ) ao detectar que vários hospitais haviam entrado com ações individuais para cobrar os valores. O objetivo foi evitar pagamentos em du-plicidades ou que não eram devidos, já que a Federação não comprovou a representação dos hospitais.

Diante disso, a Procuradoria-Regional da União da 1ª Região (PRU1) solici-tou o bloqueio sustentando que man-ter esses valores com a Federação po-deria causar dano de difícil reparação

Região Centro-Oeste

aos cofres públicos, caso a entidade fosse condenada a devolver o que já foi pago.

O juízo da 17ª Vara Cível Federal do Distrito Federal acatou os argumentos apresentados pela AGU e determinou o bloqueio por meio do sistema Ba-cenJud.

Veículo de publicação: Site AGUData: 16/02/2012

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Verificação de PrecatóriosAdvocacia-Geral contabiliza economia de R$ 316 milhões aos cofres públicos com o trabalho de verificação de precatórios

A Advocacia-Geral da União (AGU) já economizou R$ 316,91 milhões aos cofres públicos com o trabalho de che-cagem dos precatórios que foram pagos em 2012 pela União, suas autarquias e fundações. A Portaria 517, editada em novembro de 2011 pelo Advogado-Ge-ral, ministro Luís Inácio Lucena Adams, estabeleceu procedimentos de verifica-ção sistemática dos valores desses títu-los.

Desde então, a Procuradoria-Geral da União (PGU) fez a revisão de 499 pre-catórios e identificou possíveis irregula-ridades em 107. A Procuradoria-Geral Federal (PGF) analisou 334 documen-tos, dos quais 44 apresentam indícios de problemas. A partir dessa análise, medidas judiciais e administrativas es-tão sendo adotadas, de modo a evitar prejuízo ao erário.

Em um dos casos, já com desfecho, os advogados públicos impediram o paga-mento irregular de R$ 6 milhões exce-dentes de um único precatório, relativo a uma condenação trabalhista contra a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Ficou comprovado que os cálculos efe-tuados para a execução contrariavam a súmula vinculante 17 do Supremo Tri-bunal Federal (STF). A PGF recorreu à própria Corte e impediu que o total a mais fosse pago.

Numa outra atuação, a PGU garantiu a correção de um precatório expedido com erro de digitação no valor de R$

147 milhões. A soma certa a ser paga era de R$ 147 mil. O título foi emitido num processo refe-rente a reajuste coletivo de ser-vidores públicos.

As procuradorias a s s e g u r a r a m , também, o can-celamento de três precatórios de desapropria-ção, na 5ª Re-gião, que não eram devidos. Por conta dessa ação, R$ 237 mil foram economizados.

A coordenadora da iniciativa, Adjunta do Advogado-Geral da União, Rosange-la Silveira de Oliveira, ressalta a impor-tância do que está sendo feito. Ela afir-ma que “o trabalho pioneiro no âmbito da AGU já aponta para resultados po-sitivos em benefício do erário público. Além da atuação na defesa judicial da União, suas autarquias e fundações, ao

Veículo de publicação: Site AGUData: 16/02/2012

Região Centro-Oeste

A Advocacia-Geral da União (AGU) já economizou R$ 316,91 milhões aos cofres públicos com o trabalho de checagem dos precatórios.

longo do processo, procede-se a uma última revisão, com análise de aspectos jurídicos e contábeis, caso necessário, visando identificar possíveis irregulari-dades a obstar o pagamento”.

Todas as informações a respeito dos precatórios a serem pagos pela União são encaminhadas à AGU, anualmente, pela Secretaria de Orçamento Federal, conforme prevê a Lei de Diretrizes Or-çamentárias.

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Anuário · 2013 63

A Força-tarefa montada pela Advocacia--Geral da União (AGU), formada por advogados da União e procuradores federais, atuou no dia 06 de fevereiro de 2012, em regime de plantão, para garantir que o leilão para concessão da ampliação, manutenção e explora-ção dos Aeroportos Internacionais de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Bra-sília (DF), transcorresse sem percalços. O certame foi realizado hoje, na sede da BM&F BOVESPA, no Centro de São Paulo.

O leilão, regido pelo Edital nº 02/11 e lançado em 15 de dezembro de 2012, ocorreu sete meses após a decisão do Governo Federal de incluir esses aero-portos no Programa Nacional de Deses-tatização (PND), por meio do Decreto nº 7.531/11. O processo abriu espaço para a participação na disputa de em-presas nacionais e estrangeiras, isoladas ou em consórcio.

No dia 2 de fevereiro de 2012 a AGU impediu na Justiça o acolhimento de duas liminares - uma em ação popular e outra em processo movido pelo Sindi-cato Nacional dos Empregados em Em-presas Administradoras de Aeroportos. Na ação popular, dois cidadãos preten-diam suspender o edital e quaisquer atos nele previstos, alegando ilegalida-des na condução do procedimento do certame. O outro processo também pe-dia a impugnação do edital, por supos-tamente não contemplar direitos traba-lhistas dos funcionários dos aeroportos. As argumentações foram rebatidas pelo grupo de advogados e procuradores da

Força-tarefa da AGU impede concessão de liminares e garante leilão dos aeroportos de Guarulhos (SP),

Campinas (SP) e Brasília (DF)

Procuradoria-Geral Federal (PGF), Pro-curadoria-Geral da União (PGU), Pro-curadoria Regional Federal da 1ª Região (PRF1), Procuradoria Regional da União da 1ª Região (PRU1), Procuradoria Fe-deral junto à Agência Nacional da Avia-ção Civil (PF/ANAC) e da Consultoria Ju-rídica da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (Conjur/SAC). Os advogados públicos sustentaram que a não realização do leilão poderia causar prejuízos irreversíveis ao país, de difícil ou impossível reparação ao inte-resse público, pois um dos principais objetivos das concessões dos aeroportos é acelerar a execução das obras neces-sárias ao atendimento da demanda atu-al e futura do transporte aéreo, em es-pecial durante os grandes eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.

Quanto aos direitos trabalhistas ques-tionados pelo sindicato, informaram que o Anexo 25 do edital garante os direitos pleiteados na ação, como cons-ta no edital disponível no site da ANAC

(www.anac.gov.br).

Decisões

A ação popular foi julgada pela 21ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, que considerou o fato dos cidadãos in-teressados não terem contestado o edi-tal pela via administrativa, uma vez que afirmaram conhecer o seu teor desde 15 de dezembro de 2011.

“O periculum in mora, foi provocado pelo próprio autor, pois embora estives-se ciente dos supostos vícios contidos no edital desde o dia 15 de dezembro de 2011, optou por ingressar perante este Juízo nos últimos dias que antece-dem a realização do leilão impugnado, inviabilizando o contraditório, indispen-sável na hipótese”, disse a decisão.

No caso da ação do sindicato, a 1ª Vara Federal de Guarulhos acolheu também a defesa das unidades da AGU e extin-guiu o processo. Destacou na sentença que a ação perdeu o objetivo, a partir do momento que o pedido da entidade já estava previsto no edital.

Aeroportos Leiloados

Veículo de publicação: Site da AGUData: 06/02/2012

Região Centro-Oeste

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Acordo entre AGU e TSE para cobrar de prefeitos cassados ressarcimento de despesas com novas eleições tem caráter pedagógico e pode ajudar a diminuir a corrupção

Acordo Técnico de Cooperação

Veículo de publicação: Site da AGUData: 12/01/2012

Região Centro-Oeste

O Advogado-Geral da União, ministro Luís Inácio de Lucena Adams, afirmou durante a assinatura do Acordo Técnico de Cooperação com o Tribunal Supe-rior Eleitoral (TSE) que o procedimento de exigir o ressarcimento por eleições suplementares nos casos de prefeitos cassados por crimes cometidos durante o processo eleitoral tem papel pedagó-gico.

Para Adams, a colaboração que a AGU presta para a Justiça eleitoral é algo que vai aperfeiçoar um modelo que já fun-ciona muito bem. “A penalização eco-nômica é algo fundamental nos casos em que a Justiça identificar a existência de abuso ou de corrupção, identificado o materialmente responsável”, salien-tou. As principais situações que geram cassação estão relacionadas à captação indevida de votos, abuso do poder eco-nômico, político ou dos meios de co-municação. O convênio celebrado no dia 12 de ja-neiro de 2012 tem validade de cinco anos e de acordo com o presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowisk vai garantir que os prefeitos tomem mais cuidado. “Isso fará com que os partidos políticos escolham melhor os seus can-didatos, estaremos contribuindo para aprofundar ainda mais a democracia em nosso país”, disse.

Ações da AGU

Até o final de fevereiro de 2012, a Advo-cacia-Geral da União ajuizou ações de ressarcimento contra prefeitos cassados

desde 2004. Para isso, os advogados da União estão analisando um montante de 211 ações que já tiveram as decisões definitivas expedidas, enviadas pelo Tri-bunal Superior Eleitoral.

A AGU considera que os casos são im-prescritíveis por se tratar de ação de reparação aos cofres públicos causa-dos por ato ilícito. Por isso, os prefeitos cassados antes de 2004 também estão sujeitos a terem que pagar os custos de novas eleições.

O objetivo é garantir que depois de sair do cargo, o ex-agente público arque com as despesas que o Estado teve com a nova votação que teve que ser con-vocada no município. O acordo entre a AGU e o TSE tem validade de cinco anos e vai ser seguido pela Justiça Elei-toral em todo o país.

Campeões de cassações

De acordo com o TSE, nos últimos qua-tro anos foram realizadas 176 eleições suplementares que geraram um preju-ízo de mais de R$ 4 milhões aos co-fres públicos. O Piauí é o estado com o maior número de prefeitos cassados. Desde 2008 foram interrompidos o mandato de mais de 58 prefeitos, sendo necessária a realização de 28 eleições suplementares.

Minas Gerais ocupa o 2º lugar em rea-lização de eleições suplementares. No último período eleitoral em 26 cidades foi necessário que a população voltasse às urnas.

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Anuário · 2013 65

Segunda EdiçãoLançamento da 2ª edição do Manual de Boas

Práticas Consultivas

No dia 23 de outubro de 2012, no auditório da Escola da AGU, houve o lançamento da segunda edição do Ma-nual de Boas Práticas Consultivas, tra-balho conjunto da Consultoria-Geral da União (CGU), Procuradoria-Geral Federal (PGF) e Corregedoria-Geral da Advocacia da União (CGAU).

O trabalho, cuja primeira edição data de janeiro de 2011, objetiva servir de parâmetro para a gestão da atividade consultiva e de orientação para o méri-to da atuação jurídica. E encontrou sig-nificativa aceitação entres os membros da AGU, estimulando o prosseguimento do projeto, que prevê constante atuali-zação.

Sua construção decorre de orientações sobre as quais há anuência entre os mencionados Órgãos de Direção Supe-rior.

Pesquisa feita na PGF apontou que cer-ca de noventa por cento de seus Órgãos consultivos já utilizava o Manual de Boas Práticas Consultivas, importante razão para o engajamento da Procura-doria-Geral Federal, que trouxe impor-tantes contribuições.

Diversos Órgãos Consulti-vos atenderam ao chama-do de envio de alterações sobre o texto da primeira edição, o que demonstra a acolhida que o Manual encontrou na Instituição.

Neste ano, o Manual ga-nhou a inovação de ser oficializado com a subs-crição de uma portaria conjunta, que também prevê a instituição de premiação para as par-ticipações nas próximas atualizações.

Um dos aspectos mais práticos do Manual é a interpretação na Portaria AGU n. 1.399/2009, que trata da padronização das manifestações jurídicas consultivas, assunto tra-tado em workshop realizado na mesma ocasião, na sequência do lançamento da segunda edição do Manual, pela equipe que o elaborou.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:23/10/2012

O trabalho, cuja primeira edição data de janeiro de 2011, objetiva servir de parâmetro para a ges-tão da atividade consultiva e de orientação para o mérito da atuação jurídica.

Região Centro-Oeste

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Cartilha e Esclarecimentos AGU e Cidades debatem restrições eleitorais

No dia 04 de julho de 2012, a Consul-toria Jurídica junto ao Ministério das Cidades promoveu um debate com a participação dos principais dirigentes do Ministério e equipe de advogados do Departamento de Estudos Jurídicos e Contencioso Eleitoral da AGU para apresentação da cartilha ELEIÇÕES 2012 e esclarecimento de dúvidas sobre sua aplicação aos programas da pasta. De acordo com o diretor do Departa-mento de Estudos Jurídicos e Conten-cioso Eleitoral, José Roberto Peixoto, a cada dois anos a Administração Pública precisa conviver com diversas vedações decorrentes da legislação eleitoral que interferem na produção de atos admi-nistrativos e nas tomadas de decisões governamentais. “Para que tais atos não sofram impugnações perante a Justi-ça Eleitoral convém disponibilizar aos agentes públicos um nivelamento pré-vio sobre o conhecimento dessas restri-ções de caráter eleitoral”, informou.

Já o Consultor Jurí-dico do Ministério das Cidades, Caio Alexandre Wolff pontuou que “uma prevenção eficiente somente se dá quan-do do cotejo entre as normas existen-tes e os casos práticos vivenciados pela administração e o formato do debate

Veículo de publicação: Site AGUData: 06/07/2012

Região Centro-Oeste

[...] a cada dois anos a Administração Pública precisa conviver com diversas vedações decorrentes da legislação eleitoral que interferem na produção de atos administrativos e nas tomadas de decisões governamentais.

ocorrido é uma das melhores formas de aprofundar estas questões eleitorais”. “

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Região Centro-Oeste

trabalho analisou a proposta de refor-mulação do Conselho de Recursos da Previdência Social. “A intenção é ga-rantir um instrumento mais eficaz para que os segurado do INSS possam dis-cutir administrativamente as decisões da agência da Previdência sem precisar recorrer ao Judiciário”, ressaltou.

De acordo com o grupo, um dos prin-cipais desafios é garantir um entendi-mento uniforme em todas as agências e assegurar a concessão de benefício a quem é de direito de forma rápida e efi-caz, sem a necessidade do ajuizamento de ações. Durante a reunião, também foi alertado que é importante regula-mentar os procedimentos de recursos administrativos nas próprias agências.

AGU, Previdência e especialistas discutem pro-posta para regulamentar procedimento adminis-

trativo para concessão de benefícios

Um grupo com advogados e procurado-res da Advocacia-Geral da União (AGU) esteve reunido com técnicos do Minis-tério da Previdência e especialistas de Universidades brasileiras para elaborar uma proposta para regulamentar os pe-didos administrativos para a concessão de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Durante o primeiro encontro, que aconteceu no dia 21 de junho de 2012, foram levantadas as principais dificulda-des e desafios para a elaboração da pro-posta. De acordo com o coordenador do Grupo, Consultor-Geral da União, Arnaldo Godoy, a princípio foi apre-

sentado um roteiro, os eixos temáticos e os problemas já identificados. Para ele, a sugestão do grupo pode reduzir as demandas judiciais sobre o assunto. “Não há motivos para levar uma carga de trabalho para o Judiciário se pode-mos resolver os problemas de forma administrativa, esse é o nosso objetivo”, informou.

O Grupo de trabalho, criado pela Porta-ria Conjunta Nº 190, teve 90 dias para discutir e apresentar uma proposta que foi analisada pelo Advogado Geral da União, Luís Inácio Adams, e pelo Mi-nistro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho.

O Procurador-Geral Federal, Marcelo Si-queira Freitas, expli-cou que o grupo de

Veículo de publicação:Site AGU

Data:21/06/2012

Elaboração de Proposta

[...] um dos principais desa-fios é garantir um entendi-mento uniforme em todas as agências e assegurar a concessão de benefício a quem é de direito de forma rápida e eficaz.

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68Torre Band - São Paulo

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Atuação dos Advogados da União

REGIÃOSUDESTE

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LegalidadeVitória da AGU impede caos e atraso no ano letivo de 300 mil estudantes

A Advocacia-Geral da União demons-trou a legalidade e constitucionalidade do edital do Exame Nacional de Ensi-no Médio que não permite a revisão da correção de pro-vas. E ressaltou que qualquer alteração no resultado final do ENEM implicaria em prejuízo do ano letivo para mais de 300 mil alunos que, este ano, ingressarão no ensino superior através do Programa Universidade para Todos (ProUni) e do Sistema de Seleção Única ( SISU)

A atuação da AGU foi em resposta à Ação Civil Pública, movida pela Defen-soria Pública da União, que pretendia a retificação do edital do ENEM, com possibilidade de recurso à nota da reda-ção e requeria também prorrogação do prazo de inscrição no SISU para eventu-ais recursos.

Na sustentação a Procuradoria Regio-nal da União do Rio de Janeiro (PRU2) apresentou documentos comprovando a justa e imparcial correção da prova garantida por moderna tecnologia uti-

lizada pelo Instituto Nacional de Pes-quisa Educacional ( INEP) responsável pelo ENEM. A advogada da União, An-drea Moura Soares, ressaltou que “(...) a correção da redação por dois corre-tores autônomos, com a possibilidade de revisão por um terceiro, torna inó-cua a necessidade de vista da prova e a dilação de prazo compromete todo o programa de concessão de bolsas do governo”.

Ao indeferir a liminar para revisão de provas, o Juiz da 22ª Vara Federal ques-

tiona que somente agora, após meses de publicação do edital e da realização de todas as provas, a Defensoria Pública da União venha a juízo contra cláusulas do edital e decidiu por indeferir a limi-nar requerida pela Ação Civil Pública, às vésperas do prazo final para inscrição no SISU.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:01/02/2012

Região Sudeste

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modificar o critério de atualização monetária das OFND’s. No mérito, a sentença da ação ordinária julgou im-procedente a pretensão, acatando in-tegralmente os argumentos da União e condenando a Autora a pagar a esta honorários advocatícios de 20% so-bre o valor da causa. A ABRAPP in-terpôs apelação cível que resultou no presente acórdão rescindendo.

Ação RescisóriaAGU obtém liminar em ação rescisória contra a ABRAPP para

suspender pagamento de R$ 8 bilhões

A Procuradoria Regional da União da 2ª Região obteve liminar em ação res-cisória ajuizada contra a Associação Brasileira de Entidades Fechadas de Previdência Privada (ABRAPP) para suspender os efeitos de acórdão pro-ferido pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

A Advocacia-Geral da União sustenta a imperiosa necessidade de sustar o prosseguimento da execução, diante

da existência de inúmeras irregulari-dades no título executivo judicial a partir do qual a ABRAPP pretende o recebimento da fantasiosa quantia de aproximadamente R$ 8 bilhões.

O processo remonta a 1991, quan-do a ABRAPP ajuizou ação contra a União, o Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico (BNDES) e o então Fundo Nacional de Desen-volvimento (FND), com objetivo de

Veículo de publicação: Site AGUData: 24/02/2012

Região Sudeste

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Veículo de publicação:Site AGU

Data:24/02/2012

Região Sudeste

Fundamentação

A PRU2 questiona o acórdão proferi-do pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) sobre o critério de atualização de Obrigações do Fun-do Nacional de Desenvolvimento (OFND’s). O acórdão rescindendo ordenou a correção das OFND’s pelo IPC, acrescidos de juros legais, e arbi-trou honorários advocatícios de 10% sobre o valor da condenação.

A Advocacia da União sustenta que o acórdão viola diversos dispositivos normativos da Constituição, do Códi-go de Processo Civil, da Lei 7.799/89, entre outros , além de contrariar de-cisões do Superior Tribunal de Justi-ça (STJ), em que este entende que a atualização das OFND’s deve ser feita pelo Bônus do Tesouro Nacional (BTN) e não pelo IPC , ao contrário do que sustenta a ABRAPP.

Ao propor a rescisória no TRF2, a Procuradoria requereu a antecipa-ção dos efeitos de tutela até que a presente ação seja definitivamente julgada. Requer, ainda, a rescisão do acórdão proferido na apelação cí-vel e pela prolação de outro, agora para declarar a improcedência dos pedidos formulados pela ABRAPP. Também pede redução da verba de sucumbência que fora arbitrada pelo acórdão contra o FND, ora sucedido pela União, para fixá-la em montante equivalente ao arbitrado pelo STJ no Recurso Especial 163879, interposto pela ABRAPP.

A Advocacia-Geral da União sustenta a imperiosa necessidade de sustar o prosseguimento da execução, diante

da existência de inúmeras irregularida-des no título executivo judicial.

A Justiça acolheu em parte os argu-mentos da Procuradoria, e deferiu liminar vedando a execução (...) “de quaisquer atos que tenham por obje-to compelir a União a efetuar paga-mentos até que seja definitivamente julgado o mérito da presente ação rescisória”.

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Ficha LimpaAGU comprova que candidato ao cargo de advogado da União tem que ter ficha limpa

“A conduta e a moral ilibadas são elemen-tos decisivos para os interessados em en-trar no serviço público”. Esse é o entendi-mento da Justiça, que concordou com os argumentos da Advocacia-Geral da União (AGU) e manteve ato da Banca Examina-dora do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe/UnB), que impediu a nomeação de um candidato ao cargo de advogado da União, acusado de infrações penais.

A Procuradoria Regional da União na 2ª Região (PRU2), que atuou no caso, afir-mou que a decisão do veto obedeceu ao edital do concurso público, que pre-vê eliminação por atos desabonadores à idoneidade moral e à conduta social. O candidato em questão, membro da Polícia Federal, responde a Inquérito Policial e a Procedimento Administrativo Disciplinar por ter cometido uma série de infrações

Veículo de publicação:Site AGU

Data:07/03/2012

Região Sudeste

funcionais, que podem resultar na sua ex-pulsão do órgão.

Em defesa do ato da Banca Examinadora, a AGU argumentou que o edital deixa cla-ra a sindicância da vida pregressa quanto a possíveis infrações penais cometidas pelo concorrente ao cargo. Os advogados da União observaram que, em nenhum mo-mento, a Banca do Cespe/UnB culpou ou inocentou o candidato. A eliminação foi baseada somente nas atitudes considera-das desabonadoras.

Para o advogado da União, Felipe Pavan Ramos, que acompanhou o processo, “as condutas analisadas (...), praticadas quan-do ainda ocupava outro cargo público, en-cerram graves faltas funcionais (...) dando razão, por si só, à eliminação do candidato do referido certame, sem a necessidade de aferir eventuais responsabilidades cri-

minais. Elas feriram praticamente todos os deveres inerentes aos ocupantes de cargos públicos, elencados no art. 116, da Lei 8.112/90”.

A 22ª Vara Federal do Rio de Janeiro aco-lheu os argumentos da procuradoria e re-verteu decisão anterior, que autorizava o candidato a frequentar as aulas do Curso de Formação de Advogados da União.

[...] a AGU argu-mentou que o

edital deixa cla-ra a sindicância da vida pregres-sa quanto a pos-

síveis infrações penais cometidas pelo concorrente

ao cargo.

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Região Sudeste

Copa do MundoAdvogados confirmam que reserva de assentos especiaisatende normas legais e evitam paralisação das obras do Maracanã

A Advocacia-Geral da União (AGU) impediu, na Justiça, a suspensão das obras de reforma do Estádio Mario Fi-lho, o Maracanã, que sediou a Copa das Confederações em 2013 e sediara a Copa do Mundo em 2014. O Minis-tério Público Federal (MPF) questio-nava o cumprimento das disposições legais de acessibilidade na reserva de assentos para pessoas com necessida-des especiais.

O MPF ajuizou Ação Civil Pública ale-gando que a União descumpriu o De-creto nº 5.296/2004 ao não observar o percentual de reserva de 4% dos as-sentos a pessoas com deficiência, mo-bilidade reduzida e obesas, solicitando a suspensão das obras caso a medida não fosse cumprida.

A Procuradoria-Regional da União da Veículo de publicação: Site AGU

Data: 30/08/2012

2ª Região (PRU2) demonstrou que a le-gislação federal de 2004 utilizada pelo MPF não se aplica ao caso. Segundo as unidades, o Decreto nº 7.783/2012 foi criado especificamente para tratar sobre este assunto em estádios que se-diaram a Copa das Confederações e sediarão a Copa do Mundo.

De acordo com os advogados da União, o Consórcio Maracanã Rio 2014, celebrado pela União com em-presa responsável pelas obras no local, atestou, por meio de declaração, que a reserva de assentos no Estádio também atende as normas definidas pela NBR 9050 e pela Lei Geral da Copa.

A AGU reforçou que a paralisação das obras poderia prejudicar o cronograma como já acordado pela Fifa. Além disso, a suspensão também iria gerar riscos fi-

nanceiros, e danos à imagem internacional do Brasil e à população do Rio de Janeiro, uma vez que este é um pro-jeto de grande importância para o país anfitrião das com-petições esportivas.

Os argumentos da AGU fo-ram acolhidos pelo juízo da 14ª Vara Federal do Rio de Janeiro que negou o pedido formulado pelo MPF.

A Procuradoria-Re-gional da União da 2ª Região (PRU2) demonstrou que a legislação federal de 2004 utilizada pelo MPF não se aplica ao caso.

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Anuário · 2013 75

Veículo de publicação: Site AGUData: 30/08/2012

Advogados comprovam validade de contratos da União com empresas para utilização do Porto de

Praia Mole em Vitória (ES)

A Advocacia-Geral da União (AGU) confirmou, na Justiça, legalidade de contratos firmados pela União para uti-lização dos terminais portuários de Praia Mole, no Espírito Santo. O órgão com-provou que a Área do Porto Organizado de Vitória foi delimitada corretamente.

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou Ação Civil Pública para anular o artigo 1º da Portaria nº 88/96 do Minis-tério dos Transportes que excluiu o ter-minal Privativo de Carvão e Produtos Si-derúrgicos na área de Porto Organizado em Vitória. Com isso, o órgão pretendia invalidar os Contratos de Adesão firma-dos pela União com a Companhia Vale do Rio Doce e o consórcio Açominas/Usiminas/Cia Siderúrgica Tubarão. Der-rotado em primeira instância, o MPF re-correu para reformar a decisão.

Ao contestar a ação, a Procuradoria da União do Espírito Santo (PU/ES) susten-tou que a delimitação do Porto de Vitó-ria, conforme a Portaria nº 88 (repetida pelo Decreto nº 4.333/2002) está de acordo com a legislação vigente. Segun-do os advogados da União, a norma foi expedida após a promulgação da Lei 8.630/93, e se pauta nos conceitos emi-tidos de porto organizado e instalação portuária.

A PU/ES argumentou que a decisão de excluir os Terminais Privativos, bem como o acesso terrestre rodoviário e ferroviário e os aterros da área do Por-to Organizado obedece aos limites do

poder discricionário da Administração e foi adotada como solução legal para atrair investimentos de empresas inter-nacionais no local.

Quanto à remuneração aos cofres pú-blicos, os advogados da União demons-traram que foi realizada mediante o contrato de compra e venda de insta-lações portuárias, na qual a Açominas, Usiminas e CST pagaram, nos anos 80 e 90, mais de CR$ 48 bilhões, cerca de R$ 340 milhões, pelas instalações do terminal de Praia Mole.

Além disso, a Procuradoria da União explicou que conforme a Lei 8.630/93, a remuneração pelo uso da infraestrutu-ra, já é feita no citado terminal, por con-

Terminais Portuários

trato com o Departamento de Portos e Hidrovias do Ministério dos Transportes. Neste sentido, todas as movimentações do Porto de Praia Mole são remune-radas à Companhia Docas do Espírito Santo.

A Quinta Turma Especializada do Tri-bunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) acolheu os argumentos da AGU e negou o recurso do MPF. Segundo o magistrado os limites da área do Porto Organizado de Vitória decorrem ex-pressamente do Decreto nº 4.333/02, o que por si só é suficiente para resolver a questão. Quanto aos Contratos de Ade-são, concluiu que não contêm vícios que demandem à anulação.

Região Sudeste

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[...] o novo estágio de coopera-ção permitirá ações preventivas e repressivas com resultados promis-sores no combate aos desvios de verbas públicas.

Região Sudeste

Veículo de publicação:Site AGU

Data:31/08/2012

Combate à CorrupçãoProcuradoria e Polícia Federal firmam parceria para combate à corrupção e defesa dos recursos públicos

A Procuradoria-Seccional da União em Volta Redonda/RJ (PSU/VRD) estabele-ceu parceria com as Delegacias de Po-lícia Federal de Volta Redonda e Angra dos Reis, com objetivo de aperfeiçoar o combate à corrupção, à malversação de recursos públicos federais e quaisquer outros prejuízos ao erário da União.

Esta parceria local foi possível graças à cooperação institucional, em nível nacional , entre a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Departamento de Polícia Federal (DPF), que garante o encaminhamento à AGU de inquéritos policiais e procedimentos administrati-vo-disciplinares sobre casos de desvio ou fraude contra os cofres públicos.

O Procurador-Seccional da União em Volta Redonda, Glaucio de Lima e Cas-tro, destacou que “a atuação coordena-da entre a AGU e a Polícia Federal per-mite que, através do Grupo Permanente de Atuação Proativa, a AGU alcance de forma mais rápida a recuperação judi-cial de valores desviados dos cofres pú-blicos federais, e atue com mais vigor na defesa da probidade administrativa e do patrimônio público”.

Para a Chefe da Delegacia de Polícia Federal em Angra dos Reis, Gladys Regina Vieira Miranda, a rela-ção institucional entre a AGU e a Polícia Federal garante atuações mais

rápidas e diretas. E afirmou: “o novo estágio de cooperação permitirá ações preventivas e repressivas com resultados promissores no combate aos desvios de verbas públicas, que tantos prejuízos trazem aos investimentos públicos em saúde, educação, segurança pública”.

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Região Sudeste

Transposição IndevidaAdvocacia-Geral confirma que transposição de cargos da

extinta SUNAB é indevida e impede prejuízo de R$ 1 bilhão à União

A Advocacia-Geral da União (AGU) evitou, na Justiça, a transposição de 750 funcionários da extinta Superin-tendência Nacional de Abastecimento (SUNAB) no cargo de auditores ficais da Receita Federal. Os advogados da União demonstraram que a escolarida-de e as atividades desempenhadas em cada função são distintas e, por isso, seria indevido o pagamento de quase R$ 1 bilhão referente às diferenças sa-lariais dos servidores.

Acolhendo pedido da Associação Na-cional dos Fiscais de Abastecimento e Preço (ANFAP), o juiz de primeiro grau determinou o enquadramento dos ser-vidores da SUNAB nos cargos de audi-tor fiscal da Receita.

Em 2009, porém, a União propôs Ação Rescisória comprovando, na 2ª Turma do Tribunal Regional da 2ª Re-gião (TRF2), que a sentença ia contra a Constituição Federal a Lei nº 8.112/90. Inconformada, a ANFAP recorreu ao pleno do TRF2 para reverter a decisão que anulou o reenquadramento dos cargos.

Defesa

A Procuradoria Regional da União da 2ª região (PRU2) demonstrou que além dos níveis de escolaridade e atri-buições diversas, a diferença salarial entre as duas categorias é superior a 100%, o que impossibilitaria a trans-posição de cargos. Segundo os advoga-dos da União, o salário do antigo fiscal de Abastecimento e Preços era de R$ 8 mil, enquanto o de auditor fiscal de Receita Federal é de R$ 18 mil.

Veículo de publicação: Site AGUData: 27/10/2012

A Advocacia-Geral também ressaltou que a pretensão da Associação de aplicar a chamada “transposição de cargos” viola dispositivos do regime ju-rídico dos auditores fiscais e a própria Constituição que determina o concur-so público como único caminho para ingresso no serviço público. De acordo com os advogados, a redistribuição é mero deslocamento do servidor, con-forme a Lei 8.112/90, que não permite a investidura em novo cargo e carreira.

Riscos

Segundo a AGU, o pagamento das di-ferenças pela União poderia causar grande prejuízo aos cofres públicos. Isto porque, desde 2008, já estava em

execução um precatório no valor de R$ 600 milhões em salários atrasados dos mesmos servidores.

Ao atuar no caso, a PRU2 lembrou que os servidores da extinta SUNAB foram realocados nas Delegacias de Adminis-tração do Ministério da Fazenda em funções compatíveis com sua escolari-dade, distintas das atribuições dos au-ditores fiscais da Receita Federal.

O plenário do TRF2 acolheu integral-mente os argumentos da AGU negando seguimento ao recurso da Associação.

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Agilidade JudicialMutirões de Conciliação garantiram a solução rápida e eco-nômica de processos em 2012

A Procuradoria Regional da União, da 2ª região (PRU2) participou no biênio 2011/2012, na Justiça Federal do Rio de Janeiro, dos mutirões de conciliação que contribuíram para agilizar o tra-balho da Justiça e reduzir custos com demandas judiciais. Ao longo de 2012, foram realizados oito mutirões de con-ciliação no Rio de Janeiro, tanto na ca-pital como no interior do estado. O es-forço de advogados da União e juízes representou uma economia superior a R$ 2.5 milhões aos cofres públicos. O coordenador de Juizado Especial Federal da PRU2, advogado da União Jansen Barroso, considera que “2012 foi sem dúvida o ano da concretização da mudança de paradigmas institucio-nais, notadamente no que se refere ao modo de encarar os processos de mas-sa em curso essencialmente nos Juiza-dos Federais”.

Diante do posicionamento judicial consolidado e reconhecido na própria Advocacia Geral da União (AGU), a busca de uma solução mais rápida e conciliada atende ao mesmo tempo a diversos objetivos, como a economia ao erário e a pacificação imediata do conflito. Isso tudo em um tempo bas-tante reduzido, dando plena efetivida-de ao verdadeiro sentido da justiça.

A Coordenação do Juizado Especial Federal da PRU2 realizou em 2012 mais de 2700 audiências em regime de mutirão, tanto na Capital quanto no interior. Mais de 5200 pessoas tiveram sua questão judicial em face da União definitivamente resolvida. O advogado Jansen Barroso conclui: “Com ênfase

na conciliação, a satisfação das pessoas atendidas comprova que a melhor so-lução é sempre aquela aceita por am-bas as partes.”

Veículo de publicação:Site AGU

Data:27/12/2012

2012 foi sem dúvida o ano da concreti-zação da mudança de paradigmas ins-titucionais, no que se refere ao modo de encarar os processos de massa em curso essencialmente nos Juizados Federais.

Região Sudeste

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BalançoCoordenador do Grupo de Defesa do Patrimônio e Probidade

faz um balanço da atuação da PRU2

“O ano de 2012 foi de intenso trabalho para os Advogados da União da Coor-denação de Patrimônio e Probidade e Meio Ambiente (CPP), Grupo criado na atual gestão da Procuradoria Re-gional da 2ª Região (PRU2), que teve sua lotação incrementada em razão dos crescentes desafios da sua área de atuação.”

O Coordenador da CPP, Advogado da União Humberto Limongi, lembra al-gumas destas atuações: “No âmbito do patrimônio, a fixação da Linha de Preamar Médio de 1831 nos Estados do Rio de Janeiro e do Espírito San-to, as ocupações irregulares no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e em Barra de Guaratiba são questões de notória complexidade, não raro objeto de ma-térias jornalísticas, e que, nada obstan-te, têm sido enfrentadas com denodo pelos integrantes do Grupo, com resul-tados positivos.”

Recentemente, a necessidade de im-plantação de equipamentos voltados à Copa do Mundo e aos Jogos Olímpicos tem exigido a atenção da CPP, posto que em alguns casos as áreas selecio-nadas são de propriedade da União.

Com relação às medidas contra a im-probidade, o Coordenador Humberto Limongi afirma que “já são visíveis os resultados positivos advindos do empe-nho e perícia dos Advogados da União na condução das execuções movidas em face de grandes e contumazes de-vedores, resultando em penhoras e re-cuperação patrimonial”.

Na área de meio ambiente os integran-tes do Grupo têm combatido com total esforço os danos ambientais praticados em terrenos de propriedade da União, logrando obter reparação e medidas compensatórias.

Veículo de publicação: Site AGUData: 27/12/2012

Região Sudeste

[...] nada obstante, têm sido enfrenta-das com denodo pelos integrantes do Grupo, com re-sultados positivos.

Anuário · 2013 79

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Eficiência, redução de custos e integra-ção entre as coordenações jurídicas e também entre a Procuradoria Regional e as Seccionais orientaram a gestão admi-nistrativa no ano de 2012. Objetivos al-cançados através de reuniões e palestras.

Entre as palestras realizadas ao longo de 2012 destaca-se a apresentação junto a órgãos federais sobre a fiscalização dos contratos de terceirização. Foram qua-tro apresentações junto ao Comando da Marinha, do Exército e ao Ministério da Saúde. A ideia dessa parceria é evi-tar condenações da União em razão do novo entendimento do Supremo Tribu-nal Federal sobre a responsabilidade da Administração em contratos dessa natu-reza.

Também se registrou um maior intercâmbio com a Secretaria Geral de

Reuniões e palestras reforçam integração e garantem maior eficiência na defesa de interesses da União

Gestão Administrativa

Contencioso. Em debate com a partici-pação da Secretária Geral do Contencio-so, Grace Mendonça, foi analisada a atu-ação da AGU perante a Suprema Corte e debatidos assuntos de interesse de todos os grupos temáticos da Procuradoria.

Melhores condições de Trabalho

Em tempos de comunicação online, 2012 marcou a adoção de novos proce-dimentos virtuais pela PRU2, que otimi-zaram o trabalho de advogados e servi-dores administrativos.

Visando eficiência e redução de custos com papel, tinta de impressora e menor espaço de arquivo físico foram adotados novos recursos de informática, como a

criação da Central de Di-gitalização, subordinada

ao Protocolo e a Central de

Ofícios, além da criação de formulários virtuais que agilizam e uniformizam as solicitações dos advogados junto às Se-cretarias. E para atender à crescente importância do Sistema Integrado de Controle de Ações da União (SICAU) a PRU2, em parceria com a Escola da AGU, ofereceu treinamento a servidores. Outra parceria importante foi a celebra-ção de acordo com o exército para que o trâmite de informações entre os órgãos aconteça pelo SICAU.

O ano de 2012 também marcou a con-clusão de obras de reforma nas instala-ções da Procuradoria no prédio da Ave-nida Rio Branco. A modernização incluiu desde a mudança do piso até a rede para instalação de ferramentas de informática e refrigeração, com atenção especial à segurança. Para maior privacidade, as sa-las, com mobiliário moderno e cadeiras anatômicas, foram subdivididas e funcio-narão apenas com dois advogados e um

estagiário, e assim garantir melhores condições de trabalho.

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Anuário · 2013 81

AGU confirma erro em revisão de pensão e economiza mais de R$ 20 milhões aos cofres públicos

Economia aos Cofres Públicos

A Advocacia-Geral da União (AGU), por meio da atuação do Núcleo Executivo de Cálculos e Perícias no Rio de Janeiro (Necap/RJ), identificou excesso de mais de R$ 20 milhões no processo de revisão de pensão devida aos beneficiários de servidor falecido. A Justiça reconheceu que não houve a dedução dos valores já pagos.

A 22ª Vara Federal do Rio de Janeiro havia determinado que a União revisas-se os proventos de pensão estatutária e pecúlio dos autores, fixando-os em valor correspondente à totalidade dos venci-mentos do servidor falecido, na propor-ção das cotas a que fazem jus, e a pagar as diferenças encontradas somente a partir de setembro de 1996, até sua efe-tiva regularização.

Em recurso de apelação proposto pe-los autores, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) determinou que a União efetuasse o pagamento da cor-reção monetária de todo o período em atraso e fixasse os honorários advocatí-cios em 10% do valor da condenação. O Tribunal ainda concedeu parcial pro-vimento ao recurso da União para fixar os juros de mora no percentual de 6% ao ano. Na execução da sentença o mon-tante devido apontado pelos autores era de R$ 21.408.701,60, atualizados até fevereiro de 2012.

A AGU encaminhou o processo aos téc-nicos do Necap/RJ, que apresentaram

parecer demonstrando excesso de R$ 20.373.547,77 nos cálculos para o paga-mento da pensão. Foi apurado que, da elaboração das planilhas apresentadas pelos interessados, não houve a dedu-ção dos valores já pagos. A dedução do montante ocorreu na fase de execução do processo.

Dessa forma, o valor real apontado no parecer seria de R$ 1.035.153,83, atu-alizado até fevereiro de 2012. Baseados nestes resultados, a Procuradoria-Regio-nal da União da 2ª Região (PRU2) em-bargou a execução na Justiça.

A Justiça Federal da 2ª Região acolheu

os argumentos da AGU e reconheceu a redução do montante devido, devendo ser “realizada a compensação entre os valores devidos e os efetivamente rece-bidos”.

Região Sudeste

Veículo de publicação:Site AGU

Data:30/11/2012

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ReligiãoAdvocacia-Geral garante utilização de símbolos religiosos em instituições públicas

A atuação da Advocacia-Geral da União (AGU) afastou, na Justiça, um pedido do Ministério Público Federal (MPF) que tentava proibir o uso de símbolos reli-giosos em instituições públicas da União no Estado de São Paulo.

A Procuradoria Regional da União da 3ª Região (PRU3) sustentou que não é pos-sível ignorar as manifestações culturais das religiões nas tradições brasileiras, fato que não significa qualquer submis-são do Estado ao poder clerical. Segun-do os advogados, o patrimônio cultural brasileiro é formado, dentre outros, pelos bens referentes à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade e isso inclui a religião.

A AGU informou que a exposição de crucifixos ou qualquer outro símbolo religioso em prédios públicos não tor-na o Brasil um Estado clerical, deven-do ser respeitada a religiosidade dos indivíduos. Segundo a Procuradoria, a Constituição de 1988, que estabelece a opção pelo Estado laico, também as-segura direitos religiosos nas garantias fundamentais como a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, o livre exercício dos cultos religiosos, a não privação de direitos por motivos de crença religiosa ou de convicção filosó-fica.

Na ação, os advogados ainda alertaram que a Constituição protege a liberdade de religião para facilitar que as pessoas possam viver a sua fé. Inclusive, o arti-go 215 impõe ao Estado a proteção das manifestações das culturas populares, indígenas, afrodescendentes e das de

outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.

Outro ponto abordado pela AGU foi que o Estado é laico e não está ligado a doutrinas religiosas. Exemplo disso foram os recentes julgamentos no Su-premo Tribunal Federal sobre a união homoafetiva, o aborto de anencéfalos, entre outros temas que destoam de dogmas religiosos. Os advogados ain-da lembraram que caso semelhante foi analisado pelo Conselho Nacional de Justiça e eles entenderam que tais sím-bolos já pertencem à cultura e às tradi-ções brasileiras.

A 3ª Vara Federal de São Paulo concor-dou com o posicionamento apresenta-do pela AGU e julgou improcedente o pedido do Ministério Público Federal, considerando que a laicidade do Esta-

do não se traduz em oposição ao fe-nômeno religioso, o qual é constitucio-nalmente resguardado inclusive como “expressão cultural do povo brasileiro”, o que permite concluir pela possibilida-de de convivência do Estado laico com símbolos religiosos, mesmo em locais públicos, “pois refletem a história e a identidade nacional ou regional”.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:28/11/2012

Região Sudeste

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Anuário · 2013 83

Salários AtrasadosAGU impede pagamento indevido de 13 milhões aos aprovados em concurso de auditor fiscal

A Advocacia Geral da União conseguiu extinguir a execução da ação para paga-mento de salários atrasados na quantia de R$ 13 milhões ao comprovar que a condenação não previa o pagamento de salários atrasados, mas apenas a obri-gação de dar posse a candidatos para Auditoria Fiscal da Receita Federal.

Os autores da ação, aprovados em concurso de auditor fiscal do Tesouro Nacional - atual Receita Federal - em 1997, recorreram de sentença e tive-ram assegurado o direito à nomeação e posse a partir de julho de 1997. Mas na apelação acrescentaram o pedido de pagamento de atrasados. Ganharam a ação e começaram a executar valores referentes aos salários atrasados no va-lor de R$ 13 milhões.

A Procuradoria Regional da União da 2ªregião /RJ argumentou que sequer houve menção, na incial , ao pagamen-to de salários vencidos na quantia de R$ 13 milhões. Assim, o novo pedido fere o sistema processual vigente. A PRU2 acrescentou que inexiste título execu-tivo a respaldar tal pretensão. A União interpôs recurso que foi provido pela Justiça, mas a quantia já havia sido le-vantada de forma indevida.

O Tribunal Regional Federal da 2ª re-gião (TRF2) afirmou a nulidade da exe-cução relativa à obrigação de pagar e deu provimento parcial ao pedido da PRU2 , afirmando que os valores já le-vantados de forma indevida pelos auto-res da ação devem ser retomados pela União através de medidas cabíveis.

Além de negar provimento ao pedido de pagamento dos salários atrasados, o TRF2 condenou cada um dos autores ao pagamento de R$ 10 mil em honorá-rios advocatícios.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:25/09/2012

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Além de negar provimento... o TRF2 condenou cada um dos autores ao pagamento de R$ 10 mil em honorá-rios advocatícios.

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Prescrição de TítulosAGU confirma prescrição de títulos da dívida pública e

evita prejuízo de quase R$ 100 milhões à União

A Advocacia-Geral da União (AGU) comprovou, na Justiça, que prescre-veu o prazo para que a JRE Locações de Bens e Serviços, John Richard Eitel e Yokoyama Bank Business Gestão de Negócios recebam da União valores relativos ao resgate de apólices de em-préstimo, ofertado em 1904 à prefeitura do então Distrito Federal.

Cada apólice valia à época 20 libras es-terlinas. Hoje, em valor atualizado, os títulos da dívida pública totalizariam cerca de R$ 98 milhões.

As empresas queriam resgatar as apólices com juros e corre-ção monetária ou alternativas de compensação, como ga-rantia de dívidas ou suspen-são de débitos fiscais. Outras duas ações sobre o mesmo assunto foram ajuizadas pelas autoras.

Prescrição

A Procuradoria Regional da União da 2ª região (PRU2) sustentou que os portadores

dos títulos foram chamados para res-gatá-los em outubro de 2002. Tal data marca o termo inicial da contagem do prazo prescricional que, desta forma, terminou em outubro de 2007. No en-tanto, de acordo com os advogados da União, a ação só foi ajuizada em julho de 2011, quando já havia passado o prazo para pleitear o pagamento.

Os advogados da AGU também lembra-ram que, conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é legítima a

Veículo de publicação:Site AGU

Data:21/092012

Os advogados da AGU também lembraram que, conforme jurisprudência do Superior Tribu-nal de Justiça é legítima a recusa de títulos da dívida pública emitidos há mais de cem anos e sem cotação na Bolsa de Valores.

Região Sudeste

recusa de títulos da dívida pública emi-tidos há mais de cem anos e sem cota-ção na Bolsa de Valores. No caso, esta prescrição ocorreu em 2004 por culpa dos credores que não se manifestaram no tempo adequado.

A 21ª Vara Federal do Rio de Janeiro acolheu os argumentos da AGU, julgou extinto o processo com resolução do mérito e condenou os autores ao pa-gamento de R$ 10 mil em honorários advocatícios.

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Anuário · 2013 85

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A Advocacia-Geral da União conseguiu extinguir na Justiça Federal a execução ajuizada pelo Sindicato dos Engenhei-ros do Estado de São Paulo, no valor de R$ 9.369.580,01 (nove milhões, tre-zentos e sessenta e nove mil, quinhen-tos e oitenta reais e um centavo), que pretendia o pagamento em definitivo dos reajustes salariais de engenheiros substituídos pelo exequente referentes à aplicação da URP dos meses de abril e maio de 1998, passando a integrar os salários dos mesmos, com todos os re-flexos decorrentes, além das verbas de sucumbência.

A Procuradoria Seccional da União em São José dos Campos alegou, em sínte-se, que a obrigação já foi satisfeita em sede de execução promovida na Justi-ça Trabalhista, na qual constavam os mesmos substituídos, assim requereu a extinção da execução promovida pe-rante a 2ª Vara Federal de São José dos Campos.

O juiz da 2ª Vara Federal de São José dos Campos entendeu “como sustenta-do pela União, há obstáculo à execução do título pretendida pelo credor, deven-do, por se tratar de questão de ordem pública, passível de averiguação ex offi-cio, ser declarada extinta a execução, que se revelou litispendente em relação a outra, fundada em idêntico título, an-teriormente proposta e já exaurida”.

Pagamento IndevidoAGU impede pagamento indevido de nove milhões a Sindicato dos Engenheiros de São Paulo

[...] Como sustentado pela União, há obs-táculo à execução do título pretendida pelo credor, devendo, por se tratar de questão de ordem pública, passível de averiguação ex officio, ser declarada extinta a execução, que se revelou litis-pendente em relação a outra, fundada em idêntico título, anteriormente propos-ta e já exaurida.

Veículo de publicação: Site da AGUData: 14/09/2012

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Foi homologado no dia 22.08.2012 acerto de contas entre a União o Sindicato dos Servidores do Poder Legisla-tivo da União (SINDILEGIS) relativo a três ações movidas pelo Sindicato contra a União na Justiça Federal de São Pau-lo, por meio das quais os servi-dores cobravam diferenças da Unidade Real de Valor (URV), por ocasião da implantação do Plano Real.

As partes entraram em acordo quanto aos valores devidos, aos critérios de incidência de juros e correção monetária bem como honorários ad-vocatícios, o que permitirá a elaboração de cálculos indivi-dualizados para todos os servidores do Senado e da Câmara dos Deputados que ainda tenham valores a receber.

Nas contas, a AGU descontou o que já foi pago pelas Casas Legislativas na esfe-ra administrativa e efetuará o pagamen-to das diferenças, seguindo os critérios de correção monetária da Justiça Fede-ral. Os servidores do Tribunal de Contas da União receberam a integralidade das

Região Sudeste

Acerto de ContasHomologado acerto de contas entre AGU e SINDILEGIS

com economia de 200 milhões de reais aos cofres públicos

diferenças na esfera administrativa. Em 2011, semelhante acerto de contas permitiu o pagamento de mais de 5000 servidores da Câmara dos Deputados, apenas em um dos processos, em trâ-mite na 11ª. Vara Federal de São Paulo.

Pelo acerto de contas atuais, foram pa-gos os servidores do Senado e alguns da Câmara dos Deputados que não foram contemplados no acerto de contas ante-

rior; também foi fixado um percentual de 3% de honorários advocatícios su-cumbenciais, que a União se compro-meteu a pagar para dar fim também à execução de honorários.

Com isso, reduziu-se o percentual de 10%, a título de honorários advocatícios sucumbenciais, que havia sido fixado nos títulos executivos judiciais das refe-ridas ações.

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Anuário · 2013 87

Estimando-se o processo de execu-ção desses valores demoraria cerca de oito anos na Justiça, a economia para os cofres públicos atinge cerca de 200 milhões de reais.

Estiveram presentes na homologação do acerto de contas a Procuradora Geral da União, Helia Maria de Oliveira Bettero, o Presidente do TRF3, Desembargador Federal Newton de Lucca, a Desembar-gadora Federal Daldice Santana, Coor-denadora do Gabinete da Conciliação na 3ª. Região, o Diretor do Departa-mento de Estudos e Contencioso Elei-toral da PGU (DEE/PGU), Jose José Ro-berto Da Cunha Peixoto, o Procurador Regional da União da 3ª. Região, Tercio Issami Tokano, o Subprocurador Regio-nal da União da 3ª. Região, Homero Andretta Junior.

Representando o Advogado-Geral da União, compareceu o Secretário Geral de Consultoaria da AGU e Vice-Advo-gado-Geral da União, Fernando Luiz Albuquerque Faria.

Pelo SINDILEGIS, compareceram o Pre-sidente do Sindicato à época do ajui-zamento das ações e seu atual Diretor Jurídico, além dos Advogados Amario Cassimiro da Silva e Pádua Ribeiro.

Com o acerto de contas, entabulado por meio de três Termos de Liquida-ção Judicial, os servidores receberão via precatórios e requisições de pequeno valor as diferenças devidas pela União, as partes desistirão expressamente de recursos e incidentes processuais rela-cionados às três ações principais, o que inclui mandado de segurança, ação res-cisória, execução de honorários e vários recursos.

Os presentes destacaram que a conci-liação é a melhor forma de reduzir a litigiosidade e permitir uma prestação jurisdicional mais célere. Os represen-tantes da AGU destacaram a existência de leis e normativos internos que per-mitem aos Membros da Instituição, ve-rificada a vantajosidade para o Erário de propostas de acordos e acerto de contas e respeitados os procedimentos fixados, buscarem a composição amigável com a outra parte.

As negociações que levaram ao acerto de contas foram um trabalho conjunto da Procuradoria Regional da União da 3ª. Região, do Departamento de Estu-dos e Contencioso Eleitoral da Procura-doria Geral da União (PGU), do Depar-tamento de Cálculos e Perícias da PGU, todos unidades da PGU, juntamente com o escritório de advocacia Amário Cassimiro da Silva, que representa o SINDILEGIS.

Veículo de publicação:Site da AGU

Data:22/08/2012

Região Sudeste

Com isso, redu-ziu-se o percen-tual de 10%, a título de hono-rários advocatí-cios sucumben-ciais, que havia sido fixado nos títulos executivos judiciais das re-feridas ações.

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A Advocacia-Geral da União comprova na Justiça que não houve qualquer tipo de con-denação ou ofensa à honra na veiculação de notícia na Internet sobre pessoas acusadas de im-probidade administrativa. E rea-firma o direito constitucional da sociedade à informação.

A autora da ação contra a União e o Google Brasil Internet pretendia que seu nome fosse retirado da seguinte notícia veiculada no sítio oficial do Mi-nistério Público Federal (MPF) e repro-duzida pelo Google: “MPF/RJ processa máfia de fraudadores de licitações na Caixa Econômica Federal (...)”. Exigia também publicação de desagravo e in-denização por danos morais, sob a ale-gação de que o MPF estaria divulgando informações injuriosas. A autora é cita-da em entrevista no site do MPF como ré em Ação Civil Pública, na condição de supervisora de contratações da CEF. A Procuradoria Regional da União, da 2ª região, contestou, preliminarmente, incompetência de juízo face à conexão com a Ação Civil Pública, em trâmite na 7ª Vara Federal. Afirmou também a

Danos MoraisAGU reafirma na Justiça o direito constitucional à liberdade

de informação e evita indenização por danos morais

inépcia inicial, pois na indenização por danos morais a autora requer valor a ser fixado pela autoridade judiciária, cons-tituindo pedido incerto, o que fere o artigo 286, do Código de Processo Civil que dispõe que “o pedido deve ser cer-to e determinado”.

No mérito, a PRU2, postula a improce-dência, afirmando que não houve ofen-sa à honra e que o Ministério Público cumpriu seu dever constitucional de prestar informações à sociedade, sem qualquer distorção de conteúdo ou juí-zo de valor, obedecendo aos princípios da constituição federal de liberdade de expressão e vedação da censura. O Advogado da União que atuou no caso ressaltou que “...não houve distorção de conteúdo ou prática de sensaciona-lismo por parte do MPF, que tem ,não só o direito, mas o dever de informar à população sobre sua atuação”.

A 23ª Vara Federal do Rio de Janeiro, ao aceitar os argumentos da AGU e decidir pela improcedência, enfatizou que “a notícia em questão não implicou abuso do direito de informar e não há liberda-de de imprensa pela metade ou sob as tenazes da censura, inclusive a proce-dente do Poder judiciário”.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:15/08/2012

Região Sudeste

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Anuário · 2013 89

Região Sudeste

Veículo de publicação:Site AGU

Data:04/04/2012

A Advocacia-Geral da União (AGU) as-segurou, na Justiça, a multa de quase R$ 16 milhões aplicada pelo Ministério da Fazenda (MF) contra o Banco Modal S/A e uma administradora, por não terem comunicado ao Banco Central (Bacen) uma operação de R$ 1,5 bilhão realiza-da por cliente da instituição. A sentença também manteve a suspensão profissio-nal da funcionária da instituição pelo prazo de cinco anos.

O Modal e a administradora tentaram suspender a penalidade judicialmente. Uma das alegações era de que o Mi-nistério da Fazenda havia aumentado os valores a serem pagos pela infração após recurso administrativo negado.

Entretanto, a Procuradoria Regional da União da 2ª Região (PRU2) comprovou que o ato do Ministério, que calculou a multa em R$15.863.566,58 contra o Banco Modal e R$ 100 mil contra a funcionária, foi amparado por parecer do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) e da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Destacou que o valor aplicado corres-pondia ao mínimo previsto em lei: 1% sobre o valor da operação realizada pelo cliente da instituição financeira.

Os advogados da AGU demonstraram que a legislação e jurisprudência do Su-perior Tribunal de Justiça e do Tribunal Reg iona l

Federal da 2ª Região confirmavam a legalidade da atuação do Ministério da Fazenda. Defenderam também que, ao contrário do sustentado, não se aplica-ria ao caso o princípio de “reformatio in pejus” no âmbito administrativo, que seria a reforma da decisão para agravar prejuízos.

A 18ª Vara Federal do Rio de Janei-ro acolheu a defesa da Procuradoria e manteve a multa aplicada pelo Ministé-rio da Fazenda, negando o pedido dos autores. O magistrado ainda condenou o banco e a funcionária ao pagamento das custas e honorários advocatícios de 10 % sobre os R$15.863.566,58.

AGU assegura multa de R$ 16 milhões aplicada à instituição financeira que infringiu regra do Banco Central

Pagamento Assegurado

Os advogados da AGU demonstraram que a legislação e jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal Regional Federal da 2ª Região confirma-vam a legalidade da atuação do Mi-nistério da Fazenda.

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90Jardim Botânico - Curitiba

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Anuário · 2013 91

Atuação dos Advogados da União

REGIÃOSUL

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Região Sul

AGU barra enquadramento de empregados do SERPRO como servidores da Receita Federal e afasta multa milionária

Em 1989, 16 empregados do Serviço Federal de Processamento de Dados - SERPRO ingressaram com uma ação na Justiça do Trabalho de Santa Maria (RS) alegando que sempre prestaram seus serviços nas dependências da Receita Federal, realizando atividades típicas de Técnicos do Tesouro Nacional, e que por isso deveriam ter reconhecido um vínculo de emprego direto com a União, e não com o SERPRO.

Na época, a Advocacia-Geral da União sequer havia sido criada e a defesa da União em juízo era feita pelo Ministério Público Federal.

A sentença de primeiro grau julgou a ação procedente e reconheceu o direito dos empregados de terem suas carteiras de trabalho alteradas, para que passasse a constar um contrato de trabalho em que a União figurasse como emprega-dora. Além disso, deveriam receber to-das as diferenças salariais devidas a um Técnico do Tesouro Nacional.

Ocorre que, assim que foi criada, a AGU conseguiu limitar no Tribunal Su-perior do Trabalho os efeitos dessa con-denação a dezembro de 1990, quando foi criado o Regime Jurídico Único, pelo qual os Técnicos do Tesouro Nacional deixaram de ser celetistas e passaram a ser servidores estatutários. A partir des-sa data, a Justiça do Trabalho se tornava incompetente para qualquer decisão a respeito desses casos, que deveriam ser analisados na Justiça Federal.

Na hora de executar a decisão traba-lhista, os empregados do SERPRO pe-diram e receberam todas as diferenças anteriores a dezembro de 1990, po-rém, por insistência de seus advogados, conseguiram obter do Juiz do Trabalho uma decisão que determinava que eles fossem enquadrados como Técnicos do Tesouro Nacional mesmo de dezembro de 1990 em diante.

A AGU tentou demonstrar, de todas as formas, que não havia uma obrigação

Ação Procedente

nesse sentido e que, ademais, a Justiça Federal, em outra ação, chegou a dizer que não existia qualquer direito de di-ferenças salariais, desvio de função ou a enquadramento, porque os emprega-dos jamais foram aprovados num con-curso para a Receita Federal. Mesmo assim, o Juiz do Trabalho que presidia a execução chegou a arbitrar multas diárias altíssimas, de R$ 150 para cada autor da ação, para cada dia de atraso no cumprimento da decisão.

Como a decisão não podia ser cumpri-da, a Administração sequer sabia o que fazer e a multa foi se acumulando, che-gando aproximadamente a R$ 1 milhão.Em meados de 2010, a AGU interpôs um recurso para que a execução fosse extinta e fosse reconhecido que nada mais era devido aos empregados. O juiz do trabalho, no entanto, marcou uma audiência de conciliação, na qual externou seu posicionamento de que deveria, mesmo assim, haver anotações funcionais relativas à transposição dos autores para os cargos estatutários da Receita Federal. Dois dias depois, pro-feriu um despacho que não deixava o recurso da União subir para análise pelo Tribunal Regional do Trabalho.

A AGU lançou mão então de outro re-curso, um agravo de instrumento, para destrancar aquele primeiro recurso. O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Re-gião deu provimento a este agravo, de-terminou que o processo fosse remetido para sua análise e no final de janeiro de 2012, acolheu totalmente o recurso da União, reconhecendo que nada mais é devido aos autores e que nunca existiu obrigação de enquadrá-los como ser-vidores da Receita, razão pela qual se-quer a multa aplicada deveria persistir.

Veículo de publicação: Site AnauniData: 08/02/2012

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Anuário · 2013 93

Região Sul

Demora do DETRAN em licenciar veículos apreendidos leva AGU a ajuizar ações na Justiça

A Procuradoria Seccional da União em Santa Maria, através de seu Procurador Chefe, ajuizou quatro ações contra o DE-TRAN do Rio Grande do Sul em razão da demora na expedição de certificados de licenciamento referentes a veículos apre-endidos pela Receita Federal.

A iniciativa foi tomada depois de meses aguardando uma solução administrativa para o problema, período em que houve diversas conversas e trocas de comunica-ções escritas entre a autarquia estadual, a Receita Federal e a AGU.

Os veículos (uma caminhonete S10 ano 2006, uma Fiat Doblò ano 2009, um Vectra ano 2007 e um Vectra ano 2010) foram apreendidos por serem usados por seus donos como instrumento para a prá-tica de crimes como contrabando e des-caminho. Depois de um processo admi-

nistrativo, foi decretado o seu perdimento em favor da União, pela própria Receita Federal.

A pedido da Delegacia da Receita Fede-ral em Santa Maria e da PSU Santa Maria, esses veículos foram destinados para utili-zação pelos próprios órgãos, no exercício de suas funções (viagens para audiências e fiscalizações, remessa de processos, etc.). Entretanto, embora a situação ju-rídica dos veículos seja incontestável, o DETRAN não expede os certificados. A alegação principal do órgão estadual é a de que é muito difícil retirar dos cadastros dos automóveis multas impostas em ou-tros Estados da Federação, principalmen-te em São Paulo.

No entender da AGU, porém, esse pro-blema deveria ser resolvido internamente e com mais rapidez, pois a lei que trata da

Demora no Serviço

matéria (DL 1455/76) prevê que o licen-ciamento deve ser expedido pela simples apresentação do documento que com-prova o perdimento do veículo em favor da União.

Das quatro ações ajuizadas, uma já tem liminar deferida em favor da União, au-torizando a imediata expedição de um documento provisório que permita a cir-culação do veículo. Em outra, a liminar foi indeferida, porque o Juiz entendeu que a questão ainda depende de melhor eluci-dação por parte do DETRAN. Nas duas últimas ações, o Juiz requereu informa-ções preliminares ao DETRAN, e só de-pois decidirá se concede ou não a liminar.

As medidas adotadas são extremamente importantes para a Administração, pois os veículos não licenciados acabam ficando parados nos depósitos da Receita e da AGU, deteriorando-se pelo não uso e se desvalorizando no mercado. Enquanto isso, outros veículos mais velhos continu-am circulando e outros tantos precisam ser alugados - tudo em razão de uma de-mora burocrática que poderia ser resolvi-da se houvesse melhoria na comunicação entre os DETRAN dos Estados.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:21/06/2012

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Região Sul

Descoberta de casamento simulado leva a suspensão de pensão militar

mente porque o dinheiro da pen-são não estaria sendo repassa-do aos filhos. As brigas levaram a registros de ocor-rências na po-lícia e, por fim, ao abandono do lar pela compa-nheira, que se-guia recebendo a pensão do pai de seu verdadei-ro companheiro.

Agora, o filho do militar ingressou com uma ação de dissolução de união estável contra aquela que, aos olhos da lei, seria sua madras-ta, para buscar a repartição do patrimô-nio havido em comum. Paralelamente, o mesmo sujeito decidiu denunciar tudo ao Ministério Público, que abriu inquérito policial e solicitou a ajuda da AGU para tomar as providências em relação à pensão por morte.

O caso foi levado à Justiça Federal numa ação cautelar preparatória e, nesta semana, foi deferida uma liminar autorizando o Exército a suspender o pagamento da pensão até que sejam elucidadas as denúncias de fraude.

A Procuradoria Seccional da União em Santa Maria conseguiu suspender, na Justiça, uma pensão por morte de mais de R$ 15 mil por mês que era paga desde 2010, em razão de fortes suspeitas de que a viúva, na verdade, era a nora de um militar morto aos 85 anos de idade.

O caso ocorreu no interior do Rio Grande do Sul, mas como o processo tramita em segredo de Justiça, maiores detalhes não podem ser revelados.

Segundo informações prestadas ao Mi-nistério Público Federal e depois repas-sadas à AGU, um general reformado do Exército, separado da primeira esposa e com 85 anos de idade, estava doente e não tinha mais nenhum dependen-te para deixar uma pensão por morte. Seu filho, então, combinou que a sua própria companheira se casaria com o seu pai, para receber a pensão como viúva e dividir o valor com os filhos e netos do militar.

O casamento foi feito por procuração, em cidade diferente daquela na qual morava o militar, que morreu nove me-ses depois. Assim, a pensão foi defe-rida, com base na legislação que rege as pensões militares, e chegou a até a ser registrada no Tribunal de Contas da União.

Ocorre que, meses depois, o casal começou a se desentender, suposta-

Suspensão

Veículo de publicação:Site AGU

Data:22/06/2012

O próximo passo, caso comprovada a simulação de casamento, será a co-brança dos valores recebidos indevida-mente e a responsabilização dos bene-ficiados.

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Anuário · 2013 95

Região Sul

Advocacia-Geral assegura retorno de criança de nove anos à Austrália após conseguir acordo entre os pais

A Advocacia-Geral da União (AGU) garan-tiu que mais uma criança retornasse ao seu país de origem com segurança após o en-cerramento de uma Ação de Busca, Apre-ensão e Restituição de Menor. Depois de seis meses da audiência de conciliação, a mãe retornou com a criança de nove anos à Austrália onde reside o pai da menor.

O acordo entre os pais da criança austra-liana foi viabilizado pela Procuradoria da União em Santa Catarina (PU-SC), após a mãe, que é brasileira, ter trazido a menor para o Brasil sem o consentimento do pai australiano, desrespeitando a Convenção da Haia de 1980.

Até março de 2011, a criança morava na Austrália e recebia visitas regulares do pai, de quem a mãe é divorciada. Após uma viagem ao Brasil, a mulher não retornou com a filha ao país de origem. A PU/SC juntamente com o Departamento Inter-nacional da Procuradoria-Geral da União (DPI/PGU), representando a Autoridade Central Brasileira, que recebeu pedido da Austrália para agir, entraram com uma Ação de Busca, Apreensão e Restituição de Menor.

A Convenção da Haia sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crian-ças, da qual o Brasil é signatário, prevê essa atuação dos países participantes. O tratado internacional assegura o retorno imediato das crianças transferidas ou retidas ilegal-mente de qualquer um dos Estados Con-tratantes. Pela Convenção, quem deve julgar se a guarda é do pai ou da mãe é a Justiça do país de onde a menor vivia. Nesse caso, a Austrália.

Durante a audiência de conciliação, o pro-blema foi solucionado amigavelmente, por meio de esclarecimentos à mãe da crian-ça, com o objetivo de evitar traumas de um retorno forçado, que poderia ocorrer se o processo seguisse seu trâmite normal na Justiça. A conciliação incluiu garantias à mãe, tais como, o direito de viajar ao Brasil durante as férias escolares da criança.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:30/10/2012

Volta para Casa

O tratado internacional assegura o retor-no imediato das crianças transferidas ou retidas ilegalmente de qualquer um dos Es-tados Contratantes (Convenção de Haia).

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Região Sul

Empresário deverá ressarcir União em R$ 1 milhão pela extração ilegal de argila em Santa Catarina

A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu na Justiça a condenação de empresário pela prática ilegal de lavra de minérios realizada no município de Canelinha, em Santa Catarina. Ele foi condenado a ressarcir cerca de R$ 1 milhão aos cofres da União pela ex-tração clandestina em uma área de sua propriedade.

A Procuradoria da União em Santa Catarina (PU-SC) ingressou com Ação Civil Pública contra o acusado após o recebimento de denúncia enviada pelo Departamento Nacional de Patrimônio Mineral (DNPM). Segundo o documen-to, depois de fiscalizações realizadas pelos técnicos do DNPM, constatou-se que o empresário realizava a extração de argila sem autorização do órgão e de maneira predatória. De acordo com a procuradoria, o rela-tório do Departamento também apon-tou que o empresário continuou com a extração ilegal mesmo depois de ser no-tificado. Segundo os cálculos apontados pelos técnicos, foram extraídas mais de 90 toneladas de argila de maneira ilegal. Além dos prejuízos financeiros à União, a atividade irregular também causou graves danos ao meio ambiente.

Os advogados da União defenderam que os recursos minerais do país en-quadram-se na categoria de bens públi-cos, conforme prevê os artigos 20, IX, e 176 da Constituição Federal. Além dis-so, afirmam que o patrimônio mineral constitui um dos bens mais relevantes para o desenvolvimento econômico e social de qualquer nação.

Na ação, explicaram que por possuir uma importância estratégica para as atuais e futuras gerações e pelo impac-to que podem causar no modo de vida e desenvolvimento da sociedade, estes bens devem estar sujeitos a estrito con-trole do Estado, que deve atuar para preservá-los e racionalizar a sua utiliza-ção.

Dessa maneira, o empresário ao extrair mineral sem a devida autorização, agiu dolosamente, pois não pode afirmar que desconhecia os limites da extração. Segundo a PU/SC, a usurpação mineral intencionalmente promovida constituiu inegável lesão ao patrimônio público, causando enriquecimento indevido de um particular em decorrência de con-duta praticada ao arrepio da lei.

Ao analisar o caso, a 3ª Vara Federal de Florianópolis concordou com os argu-mentos da AGU e condenou o acusado pelos danos causados. A decisão desta-cou que a propriedade mineral, com-posta pelas jazidas e demais recursos minerais, pertence à União e, por isso, é considerada bem público, submetendo--se ao regime jurídico próprio, que tem como fundamento o princípio da indis-ponibilidade.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:24/10/2012

Ressarcimento

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Anuário · 2013 97

Região Sul

AGU demonstra erro na conversão de valores de cruzeiro para real e proporciona economia de R$ 10,3 milhões

em contrato do DNER

A Advocacia-Geral da União (AGU) evi-tou, na Justiça Federal, pagamento inde-vido de correções em contrato no valor R$ 16,2 milhões celebrado pelo Depar-tamento Nacional de Estrada e Rodagem (DNER) para obras rodoviárias no perí-odo de maio de 1993 a abril de 1994.

A economia gerada de R$ 10,3 milhões foi graças à atuação do Núcleo Executivo de Cálculos e Perícias (Necap), da Pro-curadoria da União no Paraná (PU/PR), que constatou erro nos cálculos para conversão de Cruzeiro Real para o Plano Real.

O contrato foi celebrado com a empresa Gava e Cia Ltda. antes da instituição do Plano Real e, diante disso, foi necessá-ria a conversão de Cruzeiros Reais para Unidade Real De Valor (URV). Foi con-vertido todo o valor do contrato, cobran-do da União o pagamento de R$ 16,2 milhões.

Porém, a análise realizada pelo Necap comprovou que o contrato possuía erros no laudo pericial. Foi verifica-do que nos cálculos estavam sendo cobrados valores de

parcelas que já tinham sido pagas e não foram deduzidas.

Conforme comprovado pelo Núcleo, os valores já pagos dentro do contrato não podem ser objeto para o cálculo da di-ferença de conversão, uma vez que já estão no patrimônio da empresa autora por terem sido quitados anteriormente. Após verificar esta situação, a unidade da AGU concluiu que a cobrança real seria de R$ 5,9 milhões.

Concordando com a análise do Necap, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região acolheu a alegação da AGU no Paraná de erro mate- rial em laudo pericial.

Veículo de publicação:Site AGU

Data:21/08/2012

Correções

[...] os valores já pagos dentro do contrato não po-dem ser objeto para o cálculo da diferença de con-versão, uma vez que já estão no patrimônio da em-presa autora por terem sido quita-dos anteriormente.

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Região Sul

AGU assegura legalidade das 29 multas aplicadas pelo MTE contra empresa que mantinha trabalhadores em condições análogas à de escravos em SC

A Advocacia-Geral da União (AGU), por meio da Procuradoria da União em Santa Catarina (PU/SC), garantiu na Justiça do Trabalho a legalidade de multas aplicadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a in-clusão do nome da empresa Dissenha Indústria e Comércio no cadastro de empregadores que tenham mantido trabalhadores em condições análogas à de escravos.

A firma foi autuada por manter 25 tra-balhadores rurais em condições sub--humanas no corte de erva-mate. Eles foram encontrados na Fazenda São Roque, no município de Calmon, de propriedade da Dissenha, durante fis-calização do MTE realizada em 2009. Na ocasião, o Ministério aplicou 29 multas contra a empresa.

A empresa, então, ajuizou ação contra a União pedindo a anulação das pena-lidades aplicadas pelo Ministério. Ela alegou que os trabalhadores encontra-dos pelos auditores fiscais não eram seus empregados, mas sim de uma empresa terceirizada que foi contrata-da para a retirada da erva-mate. Se-gundo a Dissenha, a autuação do MTE foi injusta porque ela não praticou as infrações, pois não possui a extração de erva mate dentre seus objetivos sociais. Sustentou ainda que o MTE usurpou de sua competência e que a situação encontrada pelos fiscais não poderia se enquadrar como trabalho escravo.

Os advogados da União contestaram as alegações da empresa e defende-

ram que, conforme dispõe a Conso-lidação das Leis do Trabalho (CLT), é dever do MTE, a fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho. A PU/SC destacou que os auditores fiscais não usurparam de suas funções, ao contrário, agiram dentro do princípio da legalidade. Sobre o fato de que os trabalhadores não eram empregados da Dissenha e que a extração da erva não é atividade dela, a União ressaltou que os traba-lhadores foram encontrados dentro da Fazenda São Roque, que é de proprie-dade da empresa autuada.

A Procuradoria salientou que havia ainda uma relação de subordinação, pois segundo o relatório do MTE, a Dissenha contava com um técnico de segurança do trabalho que esta-va frequentemente na fazenda e que constatou a inexistência de locais para refeições e instalações sanitárias. O relatório ainda apontou que a empre-sa tinha pleno conhecimento de que no local não havia água potável para beber e que os trabalhadores rurais ti-nham que levar a própria água, além disso, não utilizavam nenhum tipo de equipamento de proteção. Os advo-gados da União sustentaram também que a empresa obteve lucro com a venda da erva-mate retirada pelos tra-balhadores, o que, segundo eles, pode caracterizar um vínculo contratual.

A 5ª Vara do Trabalho de Florianópo-lis acolheu os argumentos da AGU e concluiu que a empresa autora tinha conhecimento da existência dos tra-balhadores em suas terras e das con- Veículo de publicação: Site AGU

Data: 28/06/2012

Trabalho Escravo

dições em que eles se encontravam. Segundo a magistrada que analisou o caso, a atividade desenvolvida na Fa-zenda São Roque foi viciada por irre-gularidades e os autos de infração do MTE não podem ser anulados. Ressal-tou ainda que a inclusão da empresa no cadastro foi uma consequência le-gal das irregularidades cometidas por ela.

Autuação do Ministério do Trabalho Os fiscais do MTE encontraram os tra-balhadores sem condições mínimas de higiene e segurança, eram transporta-dos por motorista sem habilitação vá-lida, não dispunham de água no local de trabalho, não tinham banheiros e alojamento adequados para o pernoi-te e para o consumo de alimentos ou local para guardar seus objetos pesso-ais.

O Ministério detectou ainda que os trabalhadores não tinham registro em carteira de trabalho, não possuíam exame médico admissional e equipa-mentos de proteção, e que havia dois menores realizando atividades insalu-bres. Todas essas infrações foram res-ponsáveis pela inclusão do nome da empresa no cadastro de empregado-res que tenham mantido trabalhado-res em condições análogas à de escra-vo, previsto no Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, cria-da por meio da edição das Portarias nº 540/2004, pelo MTE e nº 1.150/2003 pelo Ministério da Integração Nacio-nal (MI).

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Anuário · 2013 99

Região Sul

AGU obtém paralisação de obra realizada na área de proteção do aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre

A Advocacia-Geral da União, a pedido do 5º Comando Aéreo Regional (CO-MAR) ajuizou ação ordinária objetivan-do a concessão de tutela antecipada para que seja determinada a imediata paralisação das obras do edifício/cons-trução que estão sendo realizadas na Zona de Proteção do Aeroporto Inter-nacional Salgado Filho, sem a necessá-ria autorização do Comando da Aero-náutica (V COMAR) e inobservando as regras de proteção do espaço aéreo.

Os Advogados da União alegaram que o edifício/construção somente pode-ria ter iniciado com a autorização do COMAR, nos termos do art. 43 da Lei nº 7.565/86 (Código Brasileiro de Ae-ronáutica - CBA), e do art. 90, incisos V e VI, da Portaria nº 256/GC5, de 13/05/2011. Destacaram, ainda, que embora a ré tenha sido devidamente cientificada pelas autoridades militares, as obras foram iniciadas sem que o pro-jeto tivesse sido submetido à avaliação e posterior autorização. Os Advogados da União instruíram a ação com ma-nifestação do CINDACTA II atestando que a obra questionada afetaria a se-gurança e a regularidade das operações aéreas no Aeroporto Salgado Filho, e a que a continuidade da mesma agravaria a situação de risco.

A Magistrada da 1ª Vara Federal de Porto Alegre, acolhendo os argumen-tos trazidos, concedeu antecipação de tutela para que seja determinada à ré a imediata paralisação da obra objeto da causa, a fim de ser preservada a se-gurança na operação das aeronaves do Aeroporto Internacional Salgado Filho, até julgamento final do processo ou posterior decisão que eventualmente avalie a sua regularidade.

Veículo de publicação: Site AGUData: 09/09/2012

Área de Proteção

[...] Destacaram, ainda, que embora a ré tenha sido de-vidamente cientificada pe-las autoridades militares, as obras foram iniciadas sem que o projeto tivesse sido submetido à avaliação e

posterior autorização.

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Região Sul

AGU confirma na Justiça que contas de natureza salarial de advogados públicos federais são impenhoráveis

A Advocacia-Geral da União assegurou, na Justiça Federal, o desbloqueio de contas pessoais de advogados públicos lotados na Consultoria Jurídica do Mi-nistério das Cidades. O órgão demons-trou que as verbas de agentes públicos são de naturezas salariais e por isso, im-penhoráveis, conforme prevê o Código de Processo Civil.

Inicialmente a Justiça Federal de Lages (SC) determinou o bloqueio dos ativos financeiros dos advogados para asse-gurar o pagamento de valores suposta-mente devidos pelo Ministério das Ci-dades ao município catarinense.

Atuando no caso, a Procuradoria da União em Santa Catarina (PU/SC) e a Procuradoria Regional da União na 4ª Região (PRU4) recorreram da decisão defendendo que os valores depositados em contas pessoais dos advogados pú-blicos são impenhoráveis por serem de caráter salarial. Segundo as unidades, o bloqueio priva os agentes dos recursos necessários para sua sobrevivência, ge-rando danos graves e irreparáveis.

Os advogados da União ressaltaram ainda que a decisão inviabiliza a presta-ção dos relevantes e essenciais serviços realizados por esses advogados públi-cos, previstos também na Constituição. Além disso, os agentes não têm acesso a recursos federais e, por isso, não po-dem ser responsabilizados pessoalmen-te pelo cumprimento de decisões judi-ciais.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Re-gião (TRF4) acolheu os argumentos da AGU e determinou o desbloqueio dos valores depositados nas contas pessoais dos advogados públicos federais.

Veículo de publicação: Site AGUData: 15/10/2012

Desbloqueio de Contas

O órgão demonstrou que as verbas de agentes públicos são de naturezas salariais e por isso, impenhoráveis, con-forme prevê o Código de Processo Civil.

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Veículo de publicação:Site AGU

Data:02/10/2012

Região Sul

Procuradoria em Porto Alegre celebra acordo para simplificar ações que envolvem demandas

com o TRT da 4ª Região

A Procuradoria Regional da União da 4ª Região (PRU4) e o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), com sede em Porto Alegre participaram do Fórum de Relações Institucionais que reuniu entidades e instituições jurídicas. O ob-jetivo foi apresentar propostas e buscar melhorias da prestação jurisdicional.

O acordo assinado entre o Procurador Regional da União, Antônio Alcoba de Freitas e a Desembargadora Maria He-lena Mallmann, prevê que o Tribunal disponibilizará toda semana, as sextas--feiras, as notificações dos processos em que a União atua como parte.

“Na medida em que a União vem buscar os processos e a intimação já está feita, o trabalho é racionalizado, com redução de despesas de transporte e de desloca-mento dos oficiais de justiça”, destacou Alcoba.

O Fórum abordou ainda questões relati-vas ao orçamento do TRT4 que tem cus-to anual de R$ 1,3bi/ano; que representa 10% do orçamento nacional da Justiça do Trabalho.

O convênio terá vigência de dois anos.

Prestação Jurisdicional

Na medida em que a União vem buscar os processos e a intima-ção já está feita, o trabalho é racionalizado, com redução de despesas de transporte e de des-locamento dos oficiais de justiça.

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ENAU

Galerias

O Encontro Nacional dos Advogados da União (ENAU) é um evento promovido pela ANAUNI – Associação Nacional dos Advogados da União. A cada ano, é realizado numa cidade diferente.

Além de ser um ponto de encontro de membros da carreira, o ENAU funciona como um fórum de de-bates e decisões dos Advogados da União. É ali que são definidos os principais rumos que a diretoria da ANAUNI seguirá durante o ano, caracterizando uma forma democrática e participativa de gestão. No de-correr das edições do Encontro Nacional, buscou--se uma aproximação da carreira com a sociedade e a comunidade jurídica. Foi incluído o Seminário Nacional sobre Advocacia de Estado, que este ano terá a sua décima edição. Assim, é possível discu-tir assuntos de interesse dos Advogados da União e outros operadores de direito de todo o país.

O evento conta com a presença de renomados ju-ristas, palestrantes da área governamental, da ini-ciativa privada, além da participação de estudantes de direito.

Com excelente organização a cada edição, no ENAU é possível perceber o amadurecimento da carreira. Inovação e busca pela melhoria, não so-mente para a carreira de Advogado da União, mas para toda a sociedade brasileira, é mais do que marca registrada. O ENAU tornou-se assim uma tra-dição da categoria.

Breve Histórico

O primeiro Encontro Nacional dos Advogados da União realizado foi em Brasília, no ano 2000. O segundo encontro foi sediado na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 2001.

A cidade de Salvador, em 2002, foi a escolhida para o III Encontro. O IV Encontro, em 2003, foi nova-mente sediado em Brasília, e, no ano seguinte, Na-tal foi a escolhida para a realização do V ENAU. Na VI edição, por sua vez, a cidade eleita foi Florianó-polis, que engrandeceu ainda mais este consagrado Encontro. O VII aconteceu em 2006, na cidade de Recife. Foz do Iguaçu foi a escolhida para sediar o VIII, em meio às belíssimas Cataratas do Iguaçu. A capital alagoana, Maceió, sediou a IX edição do evento.

Completando uma década de realização, a cidade de Belém no Pará recepcionou a X edição do en-contro. A XI edição foi marcada por uma peculiari-dade: pela primeira vez a edição foi realizada em duas cidades – Guarujá e a capital paulista São Pau-lo. A XII edição ocorreu na bela cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Em 2012, o Encontro voltou a Brasília.

A XIV edição do Encontro está programada para o período de 24 a 28 de outubro, na cidade de João Pessoa, na Paraíba.

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EVENTOS REALIZADOS

I ENAU - Brasília2000

VI ENAU - Florianópolis2005

II ENAU - Rio de Janeiro 2001

III ENAU - Salvador2002

IV ENAU - Brasília2003

V ENAU - Natal2004

Anuário · 2013 103

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X ENAU - Belém2009

VIII ENAU - Foz do Iguaçu2007

IX ENAU - Maceió2008

XI ENAU - São Paulo e Guarujá2010

XII ENAU - Balneário Camboriú2011

XIII ENAU - Brasília2012

VII ENAU - Recife2006

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Anuário · 2013 105

PRESIDENTES

André Gustavo Vasconcelos de Alcântara2009 / 2011

Rommel Madeiro de Macedo Carneiro2013 / 2015

Marcos Luiz da Silva2011 / 2013

José Wanderley Kozima 2005 / 2009

Douglas Vitoriano Locateli2003 / 2004

Dílson Porfírio Pinheiro Teles2001 / 2002

João Paulo Sanhudo1996 / 2000

Anuário · 2013 105

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Missão

“Fortalecer a carreira de Advogado da União e garantir o exercício exclu-sivo de suas atribuições; prover benefícios aos Associados; contribuir para o aperfeiçoamento da Advocacia-Geral da União e do Estado Brasileiro”.

Visão

“Alcançar o pleno reconhecimento do Advogado da União, pelo Estado e pela Sociedade, como titular de Função Essencial à Justiça, respon-sável pela viabilização das políticas públicas nacionais, defesa dos três Poderes da República, prevenção e combate à corrupção e proteção

do patrimônio público, em benefício do cidadão”.

Valores

Ética; Comprometimento com a carreira; Excelência no exercício da função; Democracia; Otimismo; Coragem e Combatividade.