curva de inibição para bioensaios de toxidade aguda com sementes de
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CURVA DE INIBIÇÃO PARA BIOENSAIOS DE TOXIDADE AGUDA COM SEMENTES DE ALFACE UTILIZANDO O ZINCO
MACHADO, Juliana Martins1; LACERDA, Guilherme Araújo 2; MOURA, Cínthia da Silva3; COELHO, Conceição Aparecida Lisbôa4
1 Acadêmica de Biomedicina (UNIFENAS – Divinópolis) 2 Professor Doutor em Agronomia/Fisiologia Vegetal (FUNEDI/UNIFENAS/FUNORTE) 3 Professora e Supervisora de estágio do curso de Biomedicina (UNIFENAS – Divinópolis) 2 Química responsável técnica do laboratório (UNIFENAS – Divinópolis) 1. INTRODUÇÃO
A ecotoxicologia é uma ciência que estuda os efeitos os fenômenos da intoxicação ambiental com o intuito de impedir, prevenir ou controlar determinada intoxicação e propor soluções para estes eventos utilizando a Toxicologia tradicional (Azevedo & Chasin, 2003).
De acordo com Magalhães & Filho (1991) os testes de ecotoxicidade permitem avaliar a contaminação ambiental por diversas fontes poluidoras, assim como, determinar a resultante de seus efeitos. Os testes ecotoxicológicos são realizados com organismos indicadores, que devido às suas características são fáceis de obter, toleram a determinadas substâncias químicas, e que apresentam alguma alteração, seja ela em sua fisiologia, morfológica ou comportamental, quando expostos à determinados poluentes ou elementos.
Schvartsman (1991) ressalta que a exposição de um agente tóxico pode ser aguda, quando a concentração letal do agente tóxico é liberada em um único evento e rapidamente absorvida e crônica quando o agente tóxico é liberado em eventos periodicamente repetidos, em concentrações subletais, durante um longo período de tempo.
A Ecotoxicologia alerta para as substâncias químicas que representam risco e, assim, sugere a aplicação de medidas preventivas antes que ocorram graves danos aos ecossistemas naturais e posteriores a estes (Paasivirta, 1991).
Riberio & Santos (1996) afirmam que o zinco (Zn) é um dos micronutrientes mais deficientes no solo Brasileiro e que essa carência reflete-se no crescimento das plantas, nas quais ele desempenha importantes funções. Apesar de o Zn ser um micronutriente essencial, este elemento pode afetar o crescimento e metabolismo normal de espécies vegetais, quando presente em níveis tóxicos no ambiente (Marschner, 1995).
Bioensaios de germinação e crescimento de plantas são as técnicas mais comuns utilizadas para avaliar a fitotoxicidade de compostos (Kapanen & Itavaara, 2001).
Este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito da toxidade aguda provocada pelo zinco em sementes de alface (Lactuca satica L.) através de bioensaios. 2. OBJETIVOS
Determinar e comparar através de bioensaios o crescimento de plântulas oriundas de germinação de sementes de alface para avaliar em que concentração o zinco ao ser aplicado nas sementes, exerce atividade tóxica e inibitória sobre estes.
3. MATERIAL E MÉTODOS
Os bioensaios foram realizados utilizando-se cinco placas de Petri contendo papel filtro. Identificou-se cada placa, sendo uma para o controle que foi realizado com água destilada e as outras para o Zinco na forma de Sulfato de Zinco (ZnSO4) testando-se as concentrações 0,001; 0,01; 0,1 e à 1,0%.
Após o delineamento mediu-se 4 mL de cada solução a ser utilizada com o auxílio de uma proveta e verteu-se nas placas, então distribuiu-se de maneira equidistante 20 sementes de alface em cada placa com o auxílio de uma pinça. Cobriu-se as mesmas com papel filme plástico e incubou-se a temperatura ambiente 22 ± 2°C por um período de cinco dias em um ambiente escuro.
Terminado o período de exposição mediu-se cuidadosamente o comprimento da radícula de cada uma das plântulas correspondente a cada concentração e do controle com auxílio de um paquímetro. O número de plântulas que não germinaram também foi quantificado. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base nos dados obtidos, tornou-se possível fazer uma curva de tendência da inibição pela concentração de zinco, demonstrado na Figura 1. As concentrações de 0,001% e 0,01% de Zn se mostraram favorável para a germinação das sementes, entretanto verificou-se um efeito de toxidade para sementes nas concentrações de 0,1% em que houve uma inibição parcial da germinação e na de 1,0% uma inibição total da germinação.
Índice de germinação da semente
y = 0,0125x2 - 0,3342x + 1,3266
R2 = 0,9719
-0,20
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
0% 0,001% 0,01% 0,1% 1,0%
pe
rce
ntu
al
Figura 1: Curva de tendência para índice de germinação da semente de alface (Lactuca sativa L.) sob diferentes concentrações de Zn.
Com relação à germinação relativa (Figura 2), analisou-se que as concentrações de 0,001 e
0,01% foram extremamente favoráveis à germinação relativa e alongamento da radícula, sendo a de 0,01% a mais favorável entre as duas. Observou-se que a concentração de 0,1% foi favorável na germinação, entretanto em relação com a elongação relativa da radícula (Figura 3) esta se mostrou desfavorável ao desenvolvimento dessas sementes.
Na concentração de 1,0% observou-se que esta afetou o índice de germinação relativa das sementes e que apresentou uma completa inibição do alongamento, sendo, portanto esta concentração efetivamente tóxica para as sementes.
Germinação relativa da sementey = -0,1x
2 + 0,4733x + 0,5333
R2 = 0,7972
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
0% 0,001% 0,01% 0,1% 1,0%
pe
rce
ntu
al
Figura 2: Curva de tendência para germinação relativa das sementes de alface (Lactuca sativa L.) sob diferentes concentrações de Zn.
Figura 3: Curvas de tendência para alongamento relativo das radículas de alface (Lactuca sativa L.) sob diferentes concentrações de Zn.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos bioensaios tornou-se possível comparar o crescimento das plântulas provenientes da germinação de semente de alface e os resultados obtidos indicam o efetivo potencial de inibição do zinco (Zn) na germinação de sementes de alface. De acordo com cada concentração foi possível verificar quais seriam benéficas às sementes, a que se teria o início da atividade tóxica e por fim a inibição total. Para se afirmar em qual concentração se dá a concentração inibitória (CI50) se faz necessário fazer novos bioensaios entre os intervalos em que se tem o início da inibição do crescimento e a inibição total.
6. REFERÊNCIAS AZEVEDO, F.A. & CHASIN, A.A.M. 2003. As bases toxicológicas da Ecotoxicologia. Editora Rima, São Paulo, São Carlos. 340p. KAPANEN, A.; ITAVAARA, M. Testes de ecotoxicidade para aplicações de adubo. Ecotoxicology and Environmental Safety, v.49, p.1-16, 2001. MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants . 2. ed. San Diego : Academic, 1995. 902 p. PAASIVIRTA, J.Chemical Ecotoxicology. Celsea: Lewis Publishers, Inc., 1991. 210 p. RIBEIRO, N. D., SANTOS, O. S. Germinação de sementes de milho tratadas com fontes de doses de zinco e boro. Ciência Rural, Santa Maria, v.21, n. 3, p. 437-440, 1991. SCHAVARTSMAN,1991. S. Intoxicações agudas. 4ª Ed. Sarvier, São Paulo. 335p.