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7/13/2019 curtas http://slidepdf.com/reader/full/curtas-5617cee3687ce 1/88  FACULDADE DE LETRAS UNIVERSIDADE DO PORTO Dissertação de Mestrado em Ensino do Português no 3º ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário e Língua Estrangeira nos Ensinos Básico e Secundário  AS CURTAS-METRAGENS NAS AULAS DE ELE” Orientador: Professor Doutor Rogelio Ponce de León Romeo Coorientador:  Dra. María del Pilar Nicolás Martínez Classificação: Ciclo de estudos: Dissertação/Relatório/Projeto/IPP: Versão definitiva Gabriela Maria Guedes Teixeira Porto, 2012

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    FACULDADE DE LETRAS

    UNIVERSIDADE DO PORTO

    Dissertao de Mestrado em Ensino do Portugus no 3 ciclo do Ensino Bsico e

    Ensino Secundrio e Lngua Estrangeira nos Ensinos Bsico e Secundrio

    AS CURTAS-METRAGENS NAS AULAS DE ELE

    Orientador: Professor Doutor Rogelio Ponce de Len Romeo

    Coorientador:Dra. Mara del Pilar Nicols Martnez

    Classificao: Ciclo de estudos:

    Dissertao/Relatrio/Projeto/IPP:

    Verso definitiva

    Gabriela Maria Guedes Teixeira

    Porto, 2012

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    RESUMO

    O presente trabalho apresenta a curta-metragem como recurso didtico no ensino

    do Espanhol como Lngua Estrangeira1.

    As curtas-metragens constituem uma ferramenta didtica que potencia a

    competncia comunicativa, uma vez que proporcionam um input lingustico e cultural.

    Neste estudo, desenvolvido durante o estgio pedaggico, levado a cabo ao longo

    do ano letivo de 2011/12, na escola Secundria de Penafiel, pretendemos implementar

    estratgias e atividades, facultando materiais que orientem os docentes na dinamizao

    das suas aulas de ELE, bem como na motivao dos alunos, que, por sua vez, tero a

    oportunidade de desenvolver todas as competncias.

    Apresentamos uma anlise da explorao didtica de curtas-metragens nos nveis

    A1 e B1, tendo em conta as premissas emanadas pelo Ministrio da Educao,

    respeitando o respetivo Programa de Espanhol, e propomos atividades com as seguintes

    curtas-metragens: La Leyenda del Espantapjaros de Marco Besas, Rutina de Suda

    Snchez y La Bruxade Pedro Sols.

    1A seguir designado por ELE

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    RESUMEN

    Este trabajo presenta el cortometraje como recurso didctico en las clases de ELE.

    Los cortometrajes constituyen una herramienta didctica que potencia el enfoque

    comunicativo, a la vez que proporciona un input lingstico y cultural.

    Es nuestro intento con este estudio, desarrollado durante las prcticas pedaggicas

    concretadas a lo largo del curso 2011/12, en la Escola Secundria de Penafiel,

    implementar estrategias y actividades, facilitar materiales que orienten a los profesores

    en la dinamizacin de sus clases de ELE, as como motivar a los alumnos para de esta

    forma desarrollar todas sus competencias.

    Presentamos un anlisis de la explotacin didctica de los cortometrajes en los

    niveles A1 y B1, teniendo en cuenta las indicaciones del Ministrio da Educao, y

    proponemos actividades con los cortos La Leyenda del Espantapjaros de Marco

    Besas, Rutina de Suda Snchez, y La Bruxade Pedro Sols, respetando el programa

    para dichos niveles.

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    DEDICATRIA

    Ao meu filho, que ainda no meu ventre, foi a minha fora e inspirao.

    Ao Nuno meu amor que acreditou, incondicionalmente, em mim, enfrentando todas

    as vicissitudes a meu lado.

    minha me, que, como sempre, me deu nimo para nunca desistir.

    Ao meu paique est sempre a iluminar o meu caminho.

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    AGRADECIMENTOS

    Dra. Pilar Nicols, pela sua simpatia, disponibilidade e rigor profissional na orientao

    acadmica deste trabalho.

    A todos aqueles que contriburam positivamente para que este percurso fosse possvel e

    terminasse com sucesso eles sabem quem so!

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    NDICE

    INTRODUO ................................................................................................................ 5

    CAPTULO I - FUNDAMENTAO TERICA .......................................................... 7

    1- A importncia dos audiovisuais nas aulas de ELE ................................................ 8

    2- A componente sociocultural na aula de ELE....................................................... 12

    2.1 - O que dizem os Programas de Espanhol e o Quadro Europeu Comum deReferncia (QECR)? ............................................................................................... 13

    3- Curta-metragem ................................................................................................... 15

    3.1 Curta-metragem vs longa-metragem ................................................................. 17

    3.2 Porqu trabalhar com curtas-metragens na aula de ELE? ................................. 18

    3.3 Vantagens do uso de curtas-metragens nas aulas de ELE ................................. 19

    3.4 Critrios de seleo da curta-metragem ............................................................ 20

    3.5 Como trabalhar com curtas-metragens? ............................................................ 21

    3.6 Como legendar curtas-metragens ...................................................................... 22

    4- O enfoque comunicativo ...................................................................................... 24

    CAPTULO II - APRESENTAO DE CASOS PRTICOS ..................................... 26

    1- Contexto de interveno ...................................................................................... 27

    1.1 Caractersticas e dados das turmas onde foram efetuadas as regncias ............ 272- Propostas de trabalho atividades....................................................................... 30

    2.1 Proposta didtica 1 ............................................................................................ 33

    2.2 Proposta didtica 2 ............................................................................................ 36

    2.3 Proposta didtica 3 ............................................................................................ 39

    3- Inquritos sobre o uso de curtas-metragens nas aulas de Espanhol .................... 43

    3.1 Recolha de dados ............................................................................................... 43

    3.2 Apresentao e anlise de dados ....................................................................... 443.2.1 Questionrio dirigido aos alunos ................................................................ 44

    3.2.2 Questionrio dirigido aos professores ........................................................ 49

    3.2.3 Concluso dos inquritos ............................................................................ 53

    CONCLUSO ................................................................................................................ 54

    BIBLIOGRAFIA

    ANEXOS

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    NDICE DE ANEXOS

    Anexo 1- Propuestas de cortos y posibles actividades a desarrollar

    Anexo 2- Los relativos ficha de teora y de trabajo (9. ano)

    Anexo 3- Actividades de visionado La Leyenda del Espantapjaros (9. ano)

    Anexo 4- Descripcin de los personajes La Leyenda del Espantapjaros (9. ano)

    Anexo 5- Tarjetas para ordenar la secuencia de La Leyenda del Espantapjaros (9.

    ano)

    Anexo 6- La rutina - Ficha de trabajo (10. ano)

    Anexo 7- Completar los apartados -Actividades de ocio y tiempo libre (10. ano)

    Anexo 8- Perfrasis verbal de futuro ir a + infinitivo - ficha de teora y de trabajo (10.

    ano)

    Anexo 9- Cuntame un cuento cortometraje La bruxa (7. ano)

    Anexo 10- Los premios Goya (9. ano)

    Anexo 11- Inqurito professores

    Anexo 12- Inqurito alunos

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    NDICE DE GRFICOS

    Grfico 1 Idade ........................................................................................................... 44

    Grfico 2 Sexo ............................................................................................................ 44

    Grfico3- Reconhecimento do material audiovisual ..................................................... 45

    Grfico4- Utilidade das curtas-metragens ..................................................................... 45

    Grfico5- Contedos estudados atravs das curtas-metragens ...................................... 46

    Grfico6- Apreenso de contedos ................................................................................ 46

    Grfico7- Atividades preferidas nas aulas de espanhol ................................................. 47

    Grfico 8- Continuidade das curtas-metragens nas aulas de Espanhol ......................... 47

    Grfico 9- Atividades a desenvolver nas aulas de espanhol .......................................... 48

    Grfico10- Idade ............................................................................................................ 49

    Grfico11- Tempo de servio ........................................................................................ 49

    Grfico12- Formao no mbito das curtas-metragens ................................................. 50

    Grfico 13- Referncia s curtas-metragens nos manuais .............................................. 50

    Grfico 14- Conhecimento de sites para pesquisa de curtas-metragens ......................... 51

    Grfico 15- Uso de curtas-metragens ............................................................................. 51

    Grfico 16- Competncias trabalhadas ........................................................................... 52

    Grfico 17- Vantagens do uso de curtas-metragens ....................................................... 52

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    Abrir la puerta al trabajo con cortometrajes en el aula suele resultar un alicienteatractivo para el alumno y un correcto uso de este puede volver nuestra clase msdinmica y fomentar la participacin rompiendo la rutina...

    Julia Vivas Mrquez (2009: 7)

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    Uma imagem vale mais que mil palavras.

    Confcio, filsofo chins - 470 a.C

    H muitos trabalhos sobre o cinema e as longas-metragens, mas poucos dedicados

    s curtas-metragens. Estas, para alm de serem um material autntico, so motivadoras,

    atrativas e sugestivas, e, pela sua extenso, tornam-se muito mais prticas e adaptveis

    s aulas de Espanhol.

    O presente trabalho tem como base salientar as vantagens deste material nas aulas

    de ELE, despertando nos respetivos docentes o interesse pela sua explorao.

    Consideramos fundamental que a curta-metragem deixe de ser vista como um

    recurso complementar utilizado, simplesmente, em prol do divertimento dos alunos ou

    com o intuito de colmatar alguns momentos mais montonos da aula, para se tornar

    num recurso didtico que permite aos alunos o desenvolvimento de todas as

    competncias.

    Uma das grandes vantagens da curta-metragem, como recurso audiovisual,

    prende-se com o facto de salientar os distintos comportamentos e modos de agir

    inerentes aos nativos da Lngua Meta, aproximando os alunos de situaes

    comunicativas reais. Deste modo, favorece o enfoque comunicativo, respeitando o

    Quadro Europeu Comum de Referncia2 e os Programas de Espanhol, emanados pelo

    Ministrio da Educao. Assim sendo, foi neste sentido que desenvolvemos as

    atividades, durante a prtica pedaggica realizada na Escola Secundria de Penafiel, que

    apresentamos no ponto 2, do captulo II, deste trabalho. Nesta perspetiva, pretendemos

    refutar a ideia de que este tipo de materiais converte os alunos em seres passivos dentro

    do contexto de aula, por conseguinte, para alm das propostas de atividades

    mencionadas, apresentamos as concluses do estudo realizado junto de docentes de ELE

    e dos alunos das turmas onde foram efetuadas as regncias, no ponto 3.2, do captulo II.

    Ainda que os alunos de nvel A1 e A2 tenham dificuldades em descodificar o

    cdigo lingustico, estas sero colmatadas atravs dos elementos no verbais, dos

    conhecimentos prvios dos alunos, bem como da informao facultada pelo professor na

    fase de precalentamiento.

    2A seguir designado por QECR.

    INTRODUO

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    Convm no esquecer que o poder da imagem vai mais alm das palavras e que o

    apoio audiovisual potencia as capacidades de compreenso auditiva e cultural na Lngua

    Meta.

    Como indicam Cuadrado, Daz e Martn (1999: 4) este material es valioso e

    consideramos que as atividades que promovem a imagem tm resultados muito

    positivos, conforme apresentamos ao longo deste trabalho.

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    CAPTULO I - FUNDAMENTAO TERICA

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    1- A importncia dos audiovisuais nas aulas de ELE

    [Los alumnos] Necesitan conocer las variedades del espaol, ms all de la norma

    culta que suelen aprender en clase. Hay que proporcionar a los alumnos todo este tipo

    de informacin y de una forma lo ms atractiva posible y, en mi opinin, elcomponente audiovisual en la clase de E/LE puede resultar de gran ayuda: todo

    aparece ms real, ms verdico, y representa el puente de unin ideal entre el

    aprendizaje tradicional en el aula y el momento de la prctica real, en vivo, en

    territorios de habla hispana. Brandimonte (2003: 871)

    Atualmente os interesses dos nossos alunos so aliciados e orientados pela mais

    variada oferta tecnolgica, atravs dos diversos meios de comunicao e informao,

    por conseguinte, o papel do professor atual torna-se cada vez mais difcil. Assim sendo,

    uma das funes do professor, que pretenda ver o seu trabalho bem-sucedido e

    promover o interesse nos seus alunos, passa, essencialmente, pela planificao de

    atividades apelativas e diversificadas, de modo a captar a sua ateno, contornando a

    tendncia que a maioria tem para a passividade dentro da sala de aula.

    Certamente uma das ferramentas que mais proporciona a consecuo destes

    objetivos so os audiovisuais, nomeadamente o cinema, ou, como comummente

    apelidado, stima arte, devido ao facto de potenciar as possibilidades estticas patentes

    noutros meios.

    Convm no esquecer que o cinema, como meio de transmisso de cultura e fonte

    de lazer, se encontra deveras difundido no seio da sociedade atual, e, consequentemente,

    ocupa um lugar de destaque na vida pessoal e social dos nossos alunos. uma

    oportunidade de aproximar as nossas aulas da realidade e, como refere Martha Flrez

    (2004: 2), est comprobado que la inmersin es uno de los mejores mtodos para

    agilizar el aprendizaje de una segunda lengua.O cinema, como veculo de transmisso de cultura, no pode passar desapercebido

    aos professores de ELE, sendo fulcral que estes se recordem que a aproximao

    realidade difcil de se conseguir atravs de recursos que no os audiovisuais.

    Pretende-se valorizar o poder da imagem, uma vez que esta comunica de forma

    direta e contm em menos espao a informao:

    El lenguaje flmico, a diferencia de otros medios de comunicacin, se caracteriza

    porque una imagen que reproduce la realidad (y si est acompaada de sonido mucho

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    mejor) afecta inevitablemente a nuestros sentimientos y en ltima instancia adquiere

    un significado ideolgico/moral en nuestra concepcin del mundo (Martin, 2002: 34).

    Neste sentido Calvo Martnez (2002: 56-57) sublinha:

    Este tipo de documentos no necesita facilitar la lengua, por lo que su mensaje est

    expresado de forma natural y no falsificada ni adaptada. Los registros de lengua,

    gestos, comportamientos, y elementos socio-culturales corresponden a la realidad []

    Es el mejor medio para poder modificar las imgenes mentales que sobre otra cultura

    hemos elaborado apriorsticamente.

    Apesar de os manuais escolares tentarem transmitir uma realidade fidedigna da

    cultura e caractersticas da Lngua Meta, nunca o conseguiro sem o auxlio do suportevisual, que poder ser proporcionado pelo uso de materiais autnticos, como as curtas-

    metragens.

    Segundo Ana Mochn Ronda (2005: s.p.):

    [] El realia se entrega al alumno como nace, sin modificacin previa por parte del

    profesor. [] este material se vincula con una secuencia didctica cuyo fin es cuasi

    idntico a su funcin en la vida cotidiana [] Como consecuencia, son materiales que

    no se pueden transformar, si efectuamos este paso, la identidad cambia.

    Consideramos que este tipo de materiais dever ser usado sempre que possvel.

    Porm, durante muito tempo, a sua utilizao possua o estigma da dificuldade de

    aquisio, estando esta na base das reticncias dos docentes, aquando do seu uso.

    Atualmente, graas Internet, que outro meio que cada vez mais temos ao nosso

    dispor, isto j no acontece.

    Para alm da cada vez maior facilidade de aquisio, hoje a maioria das escolas

    est dotada dos meios tecnolgicos considerados necessrios para a utilizao demateriais audiovisuais. Deste modo, as dificuldades apontadas como entrave para o seu

    uso no tm justificao.

    Superada a dificuldade de aquisio destes materiais, e uma vez que consideramos

    fundamental levar para a sala de aula materiais e atividades relacionados com os gostos

    dos alunos, de forma a colmatar a sua falta de concentrao e, por vezes, de interesse, ao

    longo da prtica pedaggica foram tidos em conta estes aspetos, aquando da

    planificao das atividades. Consideramos relevante no descurar que todas as turmasso bastante heterogneas, sendo, por isso, necessrio cativar e motivar de diversas

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    formas, adaptando cada aula quer turma em questo, quer aos distintos interesses dos

    vrios alunos que a compem. Tal foi possvel atravs da anlise das suas

    caractersticas, no s presentes nos respetivos Projetos Curriculares de Turma, como

    tambm a partir do contacto direto com eles ao longo das aulas. Neste mbito,

    apresentaremos algumas atividades levadas a cabo em distintas turmas, nas quais foram

    privilegiadas as atividades de pares e de grupo, apresentao de trabalhos e exerccios

    de gramtica indutiva.

    Acompanhar o mundo em que vivem os nossos alunos, levando para as aulas

    materiais e atividades que captem a sua ateno e motivem para a aprendizagem da

    Lngua Meta, deve ser uma preocupao de todos ns, professores de ELE.

    Convm ressaltar que a comunicao audiovisual tem uma grande capacidade de

    influncia no individuo e o cinema como material real facilita aos alunos a oportunidade

    de se familiarizarem com usos autnticos da lngua.

    No podemos descurar um aspeto que pode deitar por terra todas as vantagens

    antes mencionadas, que se deve ao facto de, por vezes, os alunos entenderem a

    visualizao de um filme como uma forma de passar algum tempo sem fazer nada,

    como se de um prmio se tratasse. Este facto deve-se ao hbito enraizado na nossa

    sociedade, visto que este tipo de atividades tem, frequentemente, como funo colmatar

    momentos mais montonos das nossas aulas, conduzindo o aluno apatia, conforme

    salienta Jos Manuel Bustos Gisbert (1997: 94):

    El estudiante est acostumbrado, an ms, educado para ser pasivo. Sabe que el

    televisor es un aparato ante el cual no hay actividad, sino pura recepcin (no

    percepcin) de informaciones ms o menos relevantes. La televisin atrae, pero tambin

    alimenta la indolencia.

    determinante que o professor tenha bem claros os objetivos da atividade que vaipropor aos seus alunos, no negligenciando a funo de selecionar o material mais

    adequado, criando atividades dinmicas, para que, deste modo, os envolva no seu

    processo de aprendizagem, fomentando a sua atuao e autonomia.

    O ambiente das aulas deve ser favorvel comunicao, para que o aluno, como

    ser social, adquira competncias para se comunicar na Lngua Meta.

    No devemos esquecer que, e como referem Singh e Mathur (2010: 6), quando

    um aluno adquire uma segunda lngua, no deve somente cingir-se ao estudo e

    aquisio dos signos lingusticos, mas tambm dos signos socioculturais. Nesta tica o

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    professor o responsvel por criar na aula situaes de comunicao autntica em

    contextos reais, para que os alunos aprendam a comunicar em Espanhol, desenvolvendo

    a sua competncia comunicativa, atravs da prtica das competncias lingusticas,

    sociolingusticas e pragmticas. Para que estas competncias se desenvolvam o aluno

    ter de estar inserido num contexto sociocultural real, sendo para isso os recursos

    audiovisuais um meio imprescindvel.

    O cinema, como ferramenta didtica na aula de ELE, pode ser utilizado de modo a

    que se trabalhe a competncia comunicativa, que no ponto 4, deste captulo, se abordar

    com mais pormenor.

    Calvo Martnez (2002: 57) destaca a importncia do vdeo para o ensino e

    interpretao dos elementos visuais, de modo a trabalhar eficazmente a expresso e

    interao oral nos alunos: [] incita a hablar. La imagen provoca fenmenos de

    identificacin con los personajes. Comparte o rechaza. Este tipo de participacin puede

    provocar ms fcilmente su comunicacin.

    Deve fazer parte da nossa prtica pedaggica motivar os alunos para a

    aprendizagem. A motivao deve acompanhar toda a aula, no se cingindo apenas a

    alguns momentos, pois isso permite o ligar e desligar constante da ateno.

    Consideramos o uso dos audiovisuais uma mais-valia para as aulas de ELE, por

    um lado pelos motivos apresentados, por outro lado porque permite a aquisio e

    aplicao de conhecimentos de uma forma mais descontrada e apelativa, mas no

    menos eficaz.

    Como meio audiovisual e ferramenta didtica destacamos as curtas-metragens,

    cujas vantagens se apresentaro no ponto 3.3, deste captulo.

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    2- A componente sociocultural na aula de ELE

    Hoy en da, somos ya muchos los que compartimos la idea de que en este proceso de

    aprendizaje no podemos concebir la enseanza de la lengua desglosada de su entorno

    cultural, no podemos ensear la lengua como un conjunto de reglas y de palabras, sinoque tenemos que considerarla en su uso, es decir, en su dimensin social y cultural;

    abogando, por tanto, por un aprendizaje globalizador. Denis e Matas (1999: 87)

    O QECR situa o sociocultural como um dos pontos fundamentais no respeito da

    competncia comunicativa, sendo a componente sociolingustica um dos seus

    componentes bsicos:

    As competncias sociolingusticas referem-se s condies socioculturais do uso da

    lngua. Sensvel s convenes sociais (regras de boa educao, normas que regem as

    relaes entre geraes, sexos, classes e grupos sociais, codificao lingustica de

    certos rituais fundamentais para o funcionamento de uma comunidade), a componente

    sociolingustica afecta fortemente toda a comunicao lingustica entre representantes

    de culturas diferentes [] Quadro Europeu Comum de Referncia (2001: 35)

    Posto isto, nas aulas de ELE, apresenta-se essencial abordar aspetos pertencentes

    s normas e cultura da Lngua Meta, como os hbitos do quotidiano, relaesinterpessoais, hbitos gastronmicos, festas populares, normas de comportamento,

    convenes sociais, etc. Ento, a aprendizagem destes contedos conduz ao

    desenvolvimento das competncias sociocultural e sociolingustica, sendo o ponto de

    partida para atingir a comunicao intercultural que, de acordo com Vivas Mrquez.

    (2006: 12), pressupe:

    Un conocimiento de la cultura del 'otro' gracias al cual se puede llevar a cabo un

    proceso interpretativo, transaccional y contextual que implica un esfuerzo de

    aproximacin a esa cultura, con el fin de llegar a un consenso de significados

    compartidos desde un punto de vista propio. Al mismo tiempo, este tipo de

    comunicacin, nos conduce de manera inconsciente a percibir la cultura propia ya que,

    muchos de los aspectos de sta permanecen invisibles para nosotros y slo aparecen

    en esta situacin de encuentro, comparacin e identificacin.

    Para a aquisio da competncia intercultural deveras importante que os alunos

    adquiram um satisfatrio conhecimento sociocultural do contexto do idioma da LnguaMeta. As aulas de ELE devero ser um espao de promoo da cultura e os materiais

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    audiovisuais so um recurso que contribui para a sua aquisio, indo para alm da

    compreenso superficial da lngua.

    2.1 - O que dizem os Programas de Espanhol e o QECR?

    Os programas de Espanhol, para o ensino bsico e secundrio, salientam a

    vertente cultural, na medida em que A aprendizagem de uma lngua no deve fazer-se

    de forma independente da realidade sociocultural. Lngua e cultura so indissociveis,

    uma vez que a lngua, alm de veicular a cultura de um pas, serve para expressar toda a

    sua realidade. Programa de Espanhol Nvel de Iniciao 10. ano, pg. 12.

    Durante a nossa prtica pedaggica fundamental no esquecer que a cultura estdiretamente relacionada com a lngua. Por conseguinte, ao longo das aulas, no mbito

    do estgio profissional, foram selecionadas as estratgias e metodologias que

    conduziram o aluno exteriorizao do seu mundo cultural, aproximando-o da cultura

    da Lngua Meta. Deste modo, o Programa de Espanhol Nvel de Continuao 9.

    ano, pg. 38, refere que O ensino da cultura deve ser sempre contextualizado. Assim,

    convm relembrar que no s vamos ensinar as funes comunicativas, as estruturas

    lingusticas, o lxico e a gramtica, mas tambm aspetos culturais e pragmticos

    referentes ao uso dessa lngua.

    O entendimento dos comportamentos comunicativos dos nativos ou falantes da

    Lngua Meta pressupe a integrao entre a Lngua e a Cultura, devendo, por isso,

    ocupar um lugar privilegiado nas aulas de ELE.

    No que concerne componente audiovisual, como meio de transmisso de

    cultura, o QECR enumera, no ponto 4, os diferentes usos da lngua. No sub-tpico

    Usos estticos da lngua so propostas algumas atividades, entre elas escutar, ler,

    contar e escrever textos imaginativos (contos, canes, etc.) incluindo textos

    audiovisuais, banda desenhada, etc. (QECR, 2001: 88-89).

    De um modo geral, o aluno poder aprender a Lngua Meta prestando ateno a

    conversas alheias, ouvindo rdio, gravaes e assistindo a programas de TV, vdeo, etc.

    (QECR, 2001: 200).

    Convm salientar que o QCER (2001: 73), refere as actividades de compreenso

    audiovisual, como competncia, nas quais o utilizador recebe simultaneamente uma

    informao (input) auditiva e visual. Estas atividades pressupem: compreender um

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    texto lido em voz alta; ver televiso, um vdeo ou um filme com legendas; utilizar as

    novas tecnologias (multimdia, CD ROM, etc).

    Os Programas de Espanhol, no apartado Recursos, fazem referncia aos

    documentos ditos autnticos, aos quais se deve recorrer para a aprendizagem da

    lngua, onde se encontram os audiovisuais. sua semelhana, o QECR recomenda o

    uso de materiais autnticos, desde que adequados idade, gostos e interesses e nvel dos

    alunos.

    No ponto seguinte abordam-se as curtas-metragens, como veculo de transmisso

    de cultura, no s pelo facto de serem um material audiovisual, mas tambm por

    proporcionarem amostras de lngua real. Assim sendo, devero ser usadas em todas as

    aulas onde for possvel.

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    3-Curta-metragem

    Pelcula de corta e imprecisa duracin.

    Diccionario de la Real Academia Espaola (2010)

    A curta-metragem, como o seu prprio nome indica, um filme de curta

    durao, sendo esta uma das suas principais vantagens enquanto material didtico.

    Segundo Sempere (2003: 21) un cortometraje es una historia que no cabe en un

    largo y que cree que menos es ms.

    No dia 28 de dezembro de 1895, as primeiras projees dos irmos Lumire

    deram origem ao nascimento do cinema. Considera-se que assim nasceram as curtas-

    metragens, uma vez que os primeiros filmes projetados eram de curta durao.

    Durante muitos anos apelidada de parente pobre da longa-metragem a partir

    de 1986 que este gnero cinematogrfico alcana o seu auge, devido essencialmente

    sua difuso nas cadeias de televiso. Em 1989 foi criada a categoria de Mejor

    Cortometraje en los premios Goya, outorgados pela Academia del Cine Espaol.

    Nos ltimos anos, em Espanha, verificou-se um crescimento significativo na

    produo deste gnero cinematogrfico.

    Este crecimiento se ha debido, entre otros, a dos factores fundamentales: la posibilidad

    de exhibicin y promocin proporcionada por los festivales y la nominacin al Oscar

    del cortometraje Esposados, de Juan Carlos Fresnadillo, hecho que populariz de

    manera definitiva el formato. Fernndez e Vzquez (1999: 9)

    Inmeras so as curtas-metragens apresentadas em festivais e tantas as que j

    ganharam ou estiveram nomeadas para el Goya al mejor cortometraje.

    Conforme o referido anteriormente, a dificuldade de aquisio de meios

    audiovisuais foi, durante muito tempo, considerado um dos principais entraves ao seu

    uso, porm, como afirma, Ramos (2007: s.p.) se puede decir con total confianza que el

    cortometraje ya no es un material de acceso restringido al profesor de idiomas y, por

    tanto, ya no nos vale la excusa de que no se pueden conseguir en ningn lado.

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    Atravs da cadeia de lojas FNAC, podem comprar-se Los mejores cortos del

    cine espaol y Los mejores cortos de terror y suspense, editados por este

    estabelecimento em conjunto com a produtora Mare Films.

    Esporadicamente podem encontrar-se publicaes juntamente com a venda de

    jornais e revistas especializadas em cinema, nomeadamente as curtas-metragens

    vencedoras de prmios de festivais.

    O programa de Cine espaol en el exterior, da Filmoteca do Ministerio de

    Asuntos Exteriores, da Agencia Espaola de Cooperacin Internacional para el

    Desarrollo (AECID), oferece este tipo de materiais para serem exibidos com carcter

    cultural.

    Atravs da internet - h, sem dvida, um vasto leque de sites onde podem

    encontrar-se dezenas de curtas-metragens para utilizar nas aulas de ELE.

    Apresentamos algumas pginas teis, a consultar neste sentido:

    - www.abandomoviez.net

    - www.cinecin.com

    - www.cinecorto.com

    - www.cinemad.org

    - www.cortometrajes.org

    - www.documentamadrid.com

    - www.dvdgo.com

    - www.filmin.es

    - www.fotogramasencorto.com

    - www.notodofilmfest.com

    - www.rtve.es/radio/concurso-cortos-2009

    - www.solocortos.com

    - www.zombieninjarobot.com

    Estes so apenas exemplos de sites onde se podem descarregar e/ou visualizar

    curtas-metragens, pois h uma infinidade deles relacionados com festivais de cinemas e

    curtas-metragens.

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    3.1 Curta-metragem vs longa-metragem

    Enquanto a visualizao de uma longa-metragem pressupe, por vezes, o tempo

    correspondente a uma ou mais aulas, as curtas-metragens podem apresentar-se em

    alguns minutos e, nomeadamente em nveis iniciais, pode repetir-se a sua visualizao,

    de modo a que os alunos entendam melhor o seu contedo ou simplesmente para

    salientar um contedo gramatical.

    No entanto, essencial ter presente, aquando da seleo de materiais, o nvel de

    estudo, assim como os gostos e motivaes dos alunos, para uma adequada adaptao

    das atividades. Se assim no for, corre-se o risco de inverter os resultados, ou seja, as

    dificuldades de compreenso e as interrupes constantes conduziro desmotivao do

    aluno. Convm no esquecer que as atividades com longas-metragens podem levarvrias aulas para se conclurem, proporcionando uma maior disperso por parte dos

    alunos. Como refere Bustos Gisbert (1997: 94):

    [...] tendemos a utilizar mensajes de video excesivamente largos. Tal uso tiene dos

    problemas potencialmente importantes. En primer lugar, los derivados de la falta de control del

    mensaje en el proceso de recepcin: efectivamente, cuando escuchamos por va diferida, como

    es el caso del video, el destinatario no puede hacer uso de estrategias destinadas a controlar el

    mensaje que est recibiendo (tales como solicitar aclaraciones, repeticiones, comprobar su nivel

    de comprensin, pedir al interlocutor que se exprese ms despacio, etctera). Si el mensaje es

    muy extenso, esta falta de control puede llevar a que se bloquee la comunicacin. En segundo

    lugar, pero no menos importante, hay que tener presentes los problemas de concentracin: ante

    mensajes prolongados, es normal que el alumno deje de comprender simple y llanamente

    porque se cansa de prestar atencin. Cuando estos dos factores se combinan, la recepcin, y con

    ella la comprensin, termina.

    Ramos (2007: s.p.) acrescenta: Pnganles, por ejemplo, una pelcula de dos horas

    en sesin de tarde y de corrido a sus alumnos y la nica motivacin que les producirser la de echarse una siesta a pierna suelta.

    As curtas-metragens, como recurso cinematogrfico, so frequentemente

    descartadas, inclusive nos nveis iniciais, por isso importante ressalvar as suas

    potencialidades didticas.

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    3.2 Porqu trabalhar com curtas-metragens na aula de ELE?

    Esta uma questo que muitos docentes de ELE se colocam na hora de escolher

    um material didtico. As suas reticncias devem-se, essencialmente, a fatores que esto

    enraizados e, ao longo dos tempos, se tornaram um entrave ao uso de materiais

    relacionados com cinema.

    De uma forma ou de outra, a maioria de ns reconhecer que as atividades

    relacionadas com o cinema so, por vezes, encaradas como prmios pelo bom

    comportamento, servindo para colmatar os momentos montonos das aulas, ou como

    passatempo nos ltimos dias de aulas de cada perodo letivo. Certamente, atravs da

    nossa experincia como alunos e como docentes, nos revemos nas seguintes situaes:

    aluno: Se nos portarmos bem, podemos ver um filme?; professor: Se tivermos,tempo quando terminarmos os contedos, podem ver um filme.

    No s os alunos, como tambm alguns professores, desvalorizam as atividades

    relacionadas com o cinema. Estes, muitas vezes, no se preocupam em explorar este

    material, considerando o seu uso uma perda de tempo e, uma vez que no est

    explicitamente destacado nos programas, , simplesmente, descartado.

    H tambm uma falta de materiais didticos elaborados a partir de curtas-

    metragens, como tal, no presente trabalho, apresentaremos algumas propostas neste

    sentido.

    A curta-metragem um recurso motivador e sugestivo, e, conforme o referido

    anteriormente, superando o cinema os outros meios audiovisuais, fundamental tirar o

    mximo proveito do poder da imagem.

    Para alm da motivao e implicao nas atividades, por parte dos alunos, a curta-

    metragem tem a vantagem de permitir a prtica e o desenvolvimento de todas as suas

    competncias.

    Com a expanso do mtodo comunicativo a adoo de materiais autnticos, como

    as amostras reais da Lngua Meta, proporciona ao aluno um conhecimento que ser uma

    mais-valia aquando de uma situao de comunicao com nativos ou falantes dessa

    Lngua.

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    3.3 Vantagens do uso de curtas-metragens nas aulas de ELE

    O uso de curtas-metragens apresenta inmeras vantagens, havendo uma

    consonncia de opinies no que concerne sua favorvel curta durao.

    Apresentamos vantagens relevantes salientadas por distintos autores:

    Casa Nez (2007: 17-18) destaca o seguinte:

    - Os meios audiovisuais, e o cinema em particular, gozam de prestgio social,

    conseguindo, por parte dos alunos, uma atitude positiva que se converte em motivao

    para a aprendizagem;

    - O inputdas curtas-metragens consegue aproximar-se mais da realidade que os outros

    materiais utilizados, habitualmente, nas aulas, como por exemplo os manuais e os cds

    que os acompanham;

    - O discurso oral das curtas-metragens, ainda que no seja espontneo, pois recitado

    por autores, um discurso que se aproxima da realidade;

    - A presena de um input visual permite aos alunos observar a realidade da maior parte

    das interaes orais, facilitando a compreenso auditiva;

    - A sua curta durao permite uma visualizao completa, numa nica aula, bem como

    uma explorao mais intensiva;

    - um meio de transmisso cultural;

    -Ao tratar temas que dizem respeito a outras reas disciplinares, promove a

    interdisciplinaridade.

    Como sublinham Biedma e Torres (1994: 539) ao contrrio da longa-metragem, a

    curta-metragem permite-nos uma explorao didtica mais adaptada s necessidades da

    aula de ELE, tanto pela sua curta durao, como pela verosimilhana dos temastratados, atualidade das situaes e amostras de lngua. A curta-metragem pode

    visionar-se mais do que uma vez, dando margem para reforar a sua compreenso ou

    simplesmente para salientar um aspeto lingustico.

    Alguns autores, (Calvo Martnez, 2002: 569), sustentam a ideia que o input visual

    estimula a produo e a prtica da linguagem, sendo a curta-metragem um meio de

    excelncia para este efeito.

    Segundo Vivas Mrquez (2009: 4-5), as vantagens das curtas-metragens soinmeras:

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    - A sua curta extenso (a sua concentrao expressiva, onde costuma prevalecer

    uma s linha argumental) permite que o aluno entenda melhor a histria que se

    conta;

    - Os dilogos geralmente, breves e simples, fazem da curta-metragem um recurso

    ideal para o trabalho concreto com determinadas estruturas lingusticas;

    - Possui uma grande capacidade sugestiva (por ser recorrente o fator surpresa);

    - um material idneo para apresentar contedos culturais e socioculturais;

    - uma ferramenta muito valiosa para qualquer nvel de ensino;

    - Permite dar a conhecer outro tipo de trabalhos cinematogrficos e diretores que,

    muitas vezes o aluno desconhece.

    Dinamizar uma aula com uma curta-metragem quebra a rotina, transformando-se

    num fator de motivao, que imprescindvel aquando do incio do estudo de uma nova

    lngua e que pode conduzir sua continuidade.

    Neste sentido Ontoria (2007: 3) refere que:

    Ello contribuye a motivar al alumno y a centrar su atencin en un solo argumento (los

    cortometrajes no pueden permitirse, por lo general, el desarrollo de ms de una

    historia). Otras ventajas son la sencillez de los personajes y del espacio y el tiempo enque se desarrolla la accin. En ocasiones encontramos cortometrajes con poco dilogo

    o sin l, lo que permite a los alumnos de niveles iniciales realizar pequeas

    descripciones de las imgenes o aprender vocabulario nuevo el lenguaje que se

    utiliza en ellos es muy coloquial y expresivo, y se puede tomar como reflejo fidedigno

    del lenguaje con el que el alumno se encontrar en la calle.

    3.4 Critrios de seleo da curta-metragem

    Convm no esquecer que o local onde so lecionadas as aulas muito

    importante, sendo fundamental aferir se o mesmo possui os meios tecnolgicos

    necessrios. Ainda mais importante ter em conta as caractersticas da turma, passando

    pela explorao da curta-metragem, a fim de que se afira a capacidade que a histria

    ter para motivar o aluno, bem como a sua capacidade educativa. Obviamente que a

    curta-metragem dever ser selecionada tendo em considerao os contedos a lecionar,

    respeitando as exigncias do nvel em estudo e da faixa etria dos alunos.

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    Se no conhecemos bem os alunos podemos, por exemplo, realizar um inqurito

    para aferir os seus interesses e motivaes, de modo que a seleo do material seja

    efetuada de acordo com estes aspetos.

    Gimeno e Martnez (2008: 5-7) expem quatro critrios de seleo:

    Critrios pedaggicos - autenticidade da curta-metragem e interesse dos alunos;

    Critrios didticos capacidade educativa e curta durao das curtas-metragens;

    Critrios temticos - contedos socioculturais e histrico polticos, assim como a

    dimenso intercultural;

    Critrios lingusticos comummente, na avaliao de qualquer material, a

    principal preocupao da maioria dos professores de ELE a aferio das

    exigncias lingusticas, tendo em conta os contedos a abordar. Porm, no

    descurando a importncia deste aspeto, convm no esquecer que no ser o

    nico critrio a valorizar na seleo do material audiovisual, uma vez que, desse

    modo, se perderia o grande potencial que se esconde por detrs das imagens.

    3.5 Como trabalhar com curtas-metragens?

    H distintas formas de trabalhar esta potencialidade didtica, ficando o modo de o

    fazer ao critrio de cada docente, que, respeitando as caractersticas dos seus alunos e o

    nvel de ensino, poder simplesmente recorrer sua criatividade.

    A seguir apresentam-se algumas atividades, que consideramos relevantes. Porm,

    convm referir que se tratam apenas de propostas.

    Julia Vivas Mrquez (2009: 9-10) prope a diviso da curta-metragem em:

    - atividades de previsionado (aproximao temtica) atravs das quais se situa o

    aluno no contexto da histria, utilizando, por exemplo, uma chuva de ideias sobre a

    temtica da curta-metragem;

    - atividades de visionado, como o trabalho de estruturas gramaticais e expresses

    lingusticas, relacionadas com o nvel em estudo;

    - actividades de posvisionado, que podem passar por um aprofundamento do tema,

    consolidao de contedos culturais, lingusticos e gramaticais, permitindo o

    desenvolvimento de todas as competncias.

    Esta forma de diviso da curta-metragem tambm partilhada por Soriano (2009:50).

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    Por sua vez, Joan Ferrs (1992: 103-125) acrescenta a atividade de preparacin

    previa, na qual o docente determinar quais os objetivos a alcanar com a visualizao

    e quais as atividades que poder realizar para a consecuo dos mesmos. O autor alerta

    para o cuidado de se terem em conta as caratersticas dos alunos.

    As curtas-metragens podem, tambm, ser trabalhadas sem som, de modo que o

    aluno descubra o respetivo tema ou histria; com supresso de cenas, levando

    tentativa de descobrir o verdadeiro final; pode propor-se: a inveno de um final

    diferente para a histria; a dramatizao de cenas especficas ou de toda a histria, etc.

    Pode, ainda, ser utilizado como ponto de partida para a realizao de um debate

    ou como meio para a realizao de trabalhos de grupo.

    Conforme foi mencionado anteriormente, a forma de trabalhar com curtas-

    metragens e os contedos a abordar em cada uma delas pode, simplesmente, ficar ao

    critrio do professor. Porm, no anexo 1, propomos um vasto leque de curtas-metragens

    e atividades, que podem ser concretizadas, facultando aos professores de ELE sugestes

    que lhes podero ser teis na sua prtica pedaggica.

    Atravs das curtas-metragens, para alm de todas as competncias, podem

    trabalhar-se contedos gramaticais, funcionais, lexicais e socioculturais. Estes aspetos

    sero apresentados nas propostas didticas encetadas durante o estgio profissional, as

    quais se apresentam no Captulo II deste trabalho.

    3.6 Como legendar curtas-metragens:

    So indiscutveis as inmeras vantagens de aprendizagem com a conjugao, emsimultneo, da competncia auditiva e leitora.

    Algumas curtas-metragens apresentam-se legendadas em lngua espanhola, porm

    a sua maioria no se apresenta neste formato. Por conseguinte, para os docentes que

    pretenderem legendar este material apresentamos um programa de legendagem, que est

    disponvel na internet, atravs do site: www.overstream.net.

    O seu uso est sujeito a um registo gratuito no referido site. Este sistema apresenta

    a particularidade de se encontrar cingido aos vdeos j existentes na internet,

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    comportando sites como: Youtube, Google vdeo, Myspace vdeo, Dailymotion, Veoh e

    Megavio.

    Aps o processo de legendagem, que se revela simples, a partir das instrues

    fornecidas, o vdeo ficar guardado no site, podendo ser acedido sempre que se desejar,

    bastando, para isso, ter acesso internet.

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    4- O enfoque comunicativo

    Con este modelo didctico se pretende capacitar al aprendiente para una comunicacin

    real - no slo en la vertiente oral, sino tambin en la escrita - con otros hablantes de la

    LE; con este propsito, en el proceso instructivo a menudo se emplean textos,grabaciones y materiales autnticos y se realizan actividades que procuran imitar con

    fidelidad la realidad de fuera del aula.

    Diccionario de trminos clave de ELE- Centro Virtual Cervantes

    Por sua vez Gamarra (2007: 2) afirma o seguinte:

    El objetivo especfico del enfoque comunicativo consiste en el desarrollo de cuatro

    destrezas: la comprensin auditiva, la comprensin escrita, la expresin oral y laexpresin escrita [...]. Para alcanzar estos objetivos, es importante que las actividades

    de aprendizaje muestren el uso de la lengua meta de manera real para que los alumnos

    se sientan familiarizados con el lenguaje utilizado por los hablantes nativos.

    Igualmente, las actividades utilizadas deben invitar a los aprendices a interactuar para

    que puedan comunicarse de manera espontnea.

    Deste modo, pressupe-se o desenvolvimento de todas as competncias

    lingusticas como meio para alcanar a competncia comunicativa. Conforme o referido

    anteriormente, esta tem como principal intuito dotar o aluno de conhecimentos para

    poder efetuar uma comunicao real, adquirindo aptido para se comunicar com nativos

    ou outros falantes da Lngua Meta. Por conseguinte, importante levar a cabo

    atividades que promovam uma abordagem baseada na ao:

    A abordagem aqui adoptada , tambm de um modo muito geral, orientada para a

    aco, na medida em que considera antes de tudo o utilizador e o aprendente de uma

    lngua como actores sociais, que tm que cumprir tarefas (que no esto apenasrelacionadas com a lngua) em circunstncias e ambientes determinados, num domnio

    de actuao especfico[] Assim, a abordagem orientada para a aco leva tambm

    em linha de conta os recursos cognitivos, afectivos, volitivos e o conjunto das

    capacidades que o indivduo possui e pe em prtica como actor social. (QECR, 2001:

    29)

    Por esse facto, a visualizao de uma curta-metragem, implica el desarrollo de

    competencias generales del individuo y la integracin de las diferentes destrezas

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    necesarias para la adquisicin de la competencia comunicativa. Vivas Mrquez (2009:

    3). Dificilmente se encontram pessoas que no gostem de ver filmes e o mesmo

    acontece com os nossos alunos.

    Para que tal seja possvel os alunos devero participar em atividades reais,

    podendo trabalhar aos pares e em pequenos ou grandes grupos, ou at mesmo toda a

    turma.

    No que concerne ao ensino da gramtica, esta costuma apresentar-se no modo

    indutivo, embora se recorra a explicaes tericas. As propostas de materiais e

    atividades que se apresentam no captulo seguinte foram baseados neste mtodo (v.d.

    anexos 2 e 8).

    O manual funciona como base de apoio material, mas nunca ser o centro do

    processo de ensino aprendizagem, recorrendo-se a outros tipos de materiais didticos,

    como: cartolinas, cartes, fotografias e todo o tipo de materiais autnticos, como mapas,

    guias de viagem, menus de restaurantes, filmes, etc.

    O professor tem como funes analisar as necessidades dos alunos, criar situaes

    de comunicao, organizar atividades, assessorar, observar o desenvolvimento das

    tarefas durante a aula, elaborar materiais, etc. Ele um guia que facilita a aprendizagem

    e fomenta a cooperao entre os alunos, mas estes so os verdadeiros protagonistas.

    uma abordagem centrada no aluno, tornando-o num elemento ativo do processo

    de ensino-aprendizagem.

    O QECR prope uma abordagem centrada na ao, ou seja uma aprendizagem e

    uso da lngua num contexto social, onde se concretizam aes que potenciam a

    competncia comunicativa. un aprendizaje ms global y dinmico, como dizem

    Gimeno e Martnez (2008: 4).

    Todos estes aspetos podem ser trabalhados atravs de curtas-metragens.

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    CAPTULO II - APRESENTAO DE CASOS PRTICOS

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    1- Contexto de interveno

    O presente estudo foi levado a cabo na Escola Secundria de Penafiel, onde foi

    realizada a prtica pedaggica no mbito da disciplina de Espanhol.

    Esta escola, com quarenta anos de existncia, comeou por ser uma seco do

    Liceu Alexandre Herculano do Porto. Atualmente formada por cinco pavilhes,

    encontrando-se situada num dos pontos mais elevados da cidade, gozando de uma

    privilegiada vista panormica a partir do parque da Nossa Senhora da Piedade, mais

    conhecido por Sameiro.

    A escola est rodeada por espaos verdes, oferecendo aos seus 1808 alunos,

    distribudos pelo Ensino Bsico, 3. Ciclo, e Ensino Secundrio, infraestruturas novas e

    recursos tecnolgicos avanados, disponibilizando vrios espaos de lazer e de estudo,uma biblioteca moderna e bem equipada e salas de aula devidamente equipadas, no que

    concerne a recursos tecnolgicos fundamentais nesta nova era informtica.

    1.1 Caractersticas e dados das turmas onde foram efetuadas as regncias:

    Turma 9. A:

    Esta turma era formada por 27 alunos, com idades compreendidas entre os treze e

    os catorze anos, podendo-se comprovar que o seu nvel cultural e socioeconmico era

    bastante heterogneo.

    Revelaram interesse na aprendizagem, sendo bastante participativos e

    empenhados, na sua generalidade, porm, era conveniente, segundo a anlise do

    respetivo Projeto Curricular de Turma, valorizar as situaes de interao e expresso

    oral e escrita, promover os trabalhos de pares e em grupo, motivar os alunos atravs da

    diversificao de estratgias e fomentar a sua autonomia.

    Salienta-se que o seu comportamento era bastante satisfatrio, sendo, no entanto,

    necessrio gerir a participao, uma vez que havia vrios alunos bastante interventivos,

    o que acrescia no professor a responsabilidade e a ateno para chamar os alunos menos

    participativos.

    Manual adotado: Espaol 3 - Nivel Elemental III, Porto Editora.

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    Turma 10.I:

    Formada por 27 alunos, cujas idades se encontravam entre os catorze e os dezoito

    anos, era uma turma bastante heterognea, tanto no que concerne a interesses, como a

    aproveitamento.

    Segundo a anlise do respetivo Projeto Curricular de Turma, os alunos eram, na

    sua maioria, oriundos de um meio scio-econmico de classe mdia-baixa.

    Salienta-se que os mesmos, na sua generalidade, gostavam de aulas em que

    pudessem trabalhar em grupo e apresentar trabalhos.

    As suas principais dificuldades prendiam-se, essencialmente, com a falta de

    concentrao, sendo por isso necessrio criar atividades e adotar estratgias que os

    cativassem e mantivessem ativos e participativos.

    O comportamento era considerado satisfatrio.

    Manual adotado:

    ES-PA-OL - Tres Pasos - Iniciao - 10. Ano, Porto Editora.

    Durante a prtica pedaggica foi necessrio respeitar a constante adaptao dos

    contedos a lecionar em consonncia com a minha colega estagiria, bem como com a

    disponibilidade e pertinncia relativamente aos contedos lecionados pela orientadora

    cooperante. Cada unidade didtica foi ainda lecionada mediante as datas que se foram

    estipulando, respeitando: as atividades pr-definidas ou que foram surgindo ao longo doano letivo, os testes e outros momentos de avaliao. Neste sentido, no pude lecionar

    todos os temas que pretendia, tendo em vista a explorao didtica das curtas-

    metragens. Como tal, para que o meu estudo fosse mais completo explorei as

    potencialidades da curta-metragem La bruxa3de Pedro Sols, numa turma de 7. ano,

    nvel 1, numa das escolas onde me encontrava a lecionar, a EB 2,3 de Marco de

    Canaveses.

    Turma 7. D:

    Esta turma era constituda por 24 alunos, 11 rapazes e 13 raparigas, entre os doze

    e os treze anos.

    No que respeita a interesses, a maioria dos alunos referia a televiso e a msica

    como passatempo favorito, na ocupao dos seus tempos livres.

    3 La bruxa - nome original em gallego.

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    Quando questionados acerca das atividades que mais gostavam de realizar nas

    aulas, 95% dos alunos referiu preferir as atividades relacionadas com audiovisuais e

    trabalhos de grupo. As suas principais dificuldades prendiam-se, essencialmente, com a

    falta de concentrao, por conseguinte, era fundamental a criao de atividades e adoo

    de estratgias que os cativassem e mantivessem ativos e participativos.

    O seu comportamento era considerado satisfatrio.

    Manual adotado: Espaol 1 - Nivel Elemental I, Porto Editora.

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    2- Propostas de trabalho atividades

    Criar atividades nem sempre fcil, devido, no s falta de tempo, mas tambm,

    por vezes, falta de motivao, graas s vicissitudes que, ns, docentes, enfrentamos

    atualmente.

    Porm, para quem ainda continua a gostar de ensinar, importante no esquecer

    que os alunos tero de estar no centro dos nossos objetivos e devero praticar a lngua

    para desenvolver a sua competncia comunicativa, de modo a adquirir a competncia

    lingustica, a autonomia e melhorar a sua aprendizagem. As atividades que a seguir se

    apresentam enquadram-se numa perspetiva comunicativa e construtivista do ensino /

    aprendizagem do Espanhol. Pretende-se, assim, que o aluno seja o protagonista do

    processo e o professor adote o papel de condutor ou el facilitador del aprendizaje,expresso proposta por Carl Rogers (apud Feldman, 2010: 26), abandonando o estigma

    do professor tradicional. Torna-se importante que o aluno construa o seu prprio

    conhecimento e seja independente. Ajudar o aluno a ser autnomo no abandon-lo,

    mas ajud-lo a ser capaz de utilizar os meios ao seu alcance.

    Tendo em conta o tema deste trabalho e a finalidade do estudo efetuado, Los

    cortometrajes en las clases de ELE, pertinente alertar que, se descurarmos alguns

    aspetos, nem sempre ser fcil trabalhar corretamente com este tipo de materiais. Estesdevem ser adaptados s caractersticas dos alunos a que se destinam, respeitando os

    contedos que fazem parte do Programa do Ministrio, criando atividades criativas que

    promovam o desenvolvimento das suas capacidades, habilidades e competncias, para

    que sejam capazes de compreender e produzir textos, orais e escritos, na Lngua Meta,

    adquirindo conhecimentos que os ajudem a desenvolver a sua competncia lingustica e

    cultural.

    Aquando da planificao das atividades, que a seguir apresentamos, foram tidosem considerao os aspetos supra mencionados, concluindo-se que os exerccios

    utilizados foram os mais pertinentes para os alunos a que se dirigiram.

    El alumnos aprende por distintos medios, y cualquier medio legtimo es

    utilizable. La funcin del profesor es habilitarlos y crear un ambiente enriquecido y

    seguro para que los alumnos exploren sus propios intereses y oportunidades para

    satisfacerlos. Carl Rogers (apud Feldman, 2010: 26). Assim sendo, as atividades

    seguintes enquadram-se nos grandes objetivos ou metas educacionais do Programa de

    Espanhol, o qual procura a promoo da educao, o desenvolvimento de aptides, a

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    aquisio de conhecimentos e a apropriao de atitudes valores. (Programa de

    Espanhol do 3 Ciclo do Ensino Bsico, p. 5). Seguem, tambm, as orientaes do

    QECR, uma vez que adotam uma abordagem orientada para a ao, com a inteno de

    desenvolver a competncia comunicativa dos alunos.

    De acordo com o QECR, devemos pensar no aluno como um agente social, que

    tem a necessidade de comunicar e interagir na sociedade qual pertence. A atual

    sociedade exige da escola uma funo social e educativa, cuja misso muito mais do

    que transmitir conhecimentos, passando, tambm, pela formao de cidados.

    Durante o perodo da prtica pedaggica, refletiu-se sobre a metodologia e os

    processos de ensino aprendizagem adequados, de modo a pr em prtica os objetivos de

    aprendizagem propostos. Deles fazia parte a vertente cultural, como refere o Programa

    de Espanhol Nvel de Iniciao 10. ano, pgina 12. Quanto cultura fundamental

    termos conscincia de que est diretamente relacionada com a lngua, por conseguinte,

    ao longo das nossas aulas, tentamos selecionar estratgias e metodologias que

    conduzissem o aluno exteriorizao do seu mundo cultural, aproximando-o da cultura

    da Lngua Meta.

    A aprendizagem da gramtica foi efetuada de uma forma indutiva.

    Quando se fala em gramtica, a maioria das vezes, a reao dos alunos de

    desnimo e de tendncia para a passividade, pois consideram-na aborrecida e difcil.

    frequente os alunos referirem que a gramtica no importante, sendo por isso

    fundamental que os faamos ver que todas as lnguas abarcam estruturas gramaticais

    que so necessrias estudar, para que seja possvel alcanar o mnimo de competncia

    comunicativa.

    Consideramos que h metodologias que se afastam da teoria para evitar que o

    aluno se aborrea, porm, na nossa opinio, esse afastamento s levar a que a

    competncia lingustica e comunicativa seja cada vez mais posta em causa. No nosdevemos afastar da teoria, mas sim procurar alternar os momentos ldicos com

    momentos um pouco mais srios, evitando o excesso de atividades expositivas. por

    isso deveras exigente a planificao de atividades e estratgias que encontrem a prtica

    equilibrada sem nos colocarmos nos extremos, ou seja, demasiada teoria vs demasiadas

    atividades ldicas. Porm, importante recordar que cada mtodo deve ter em conta as

    caractersticas e o contexto concreto de cada turma.

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    Durante as nossas aulas tentamos, na sua generalidade, levar o aluno a descobrir a

    formulao da regra gramatical, atravs de exerccios de induo, para que aps a

    construo da regra estivessem aptos para praticar.

    Salientamos a Unidade Didtica Viva el ocio! na qual o mtodo selecionado

    para a aprendizagem da gramtica foi a induo da Perfrasis de Futuro Ir a +

    Infinitivo, atravs de um exerccio no qual os alunos escutavam um texto com a

    referida perfrase, criavam frases segundo o modelo apresentado e por fim, com

    facilidade, deduziam a regra de formao.

    Esta estratgia leva-nos a concluir que essencial darmos tempo ao aluno, para

    que reflita, pratique e aprenda com sucesso. No entanto, nem sempre fcil criar

    exerccios e selecionar as atividades de gramtica indutiva, sendo uma exigncia

    constante, requerendo uma especial ateno s caractersticas dos alunos.

    Respeitando o referido Programa e mediante os contedos a contemplar em cada

    Unidade Didtica, a primeira dvida que surgiu foi: Qual a curta-metragem a

    selecionar para esta Unidade Didtica? Deste modo iniciou-se todo trabalho de

    pesquisa e reflexo.

    De todo o trabalho realizado durante o estgio pedaggico, no seguinte ponto,

    apenas se apresentam as atividades e materiais que esto relacionados com o mbito

    deste estudo.

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    2.1 Proposta didtica 1 (durao 90+90)

    Unidade Didtica El hbito no hace al monje- 9. ano, nvel B1.

    Es imposible hacer una buena pelcula sin una cmara que sea como un ojo en el corazn de un

    poeta.

    (Orson Welles)

    http://www.youtube.com/watch?v=-dnIU1Ip5Vs

    SINOPSIS: La vida de un espantapjaros cambia

    radicalmente cuando decide hacerse amigo de los

    pjaros. Adaptacin espaola de "Frankenstein".

    FICHA TCNICA

    Director: Marco Besas

    Duracin: 10 min

    Ao: 2005

    Gnero: Terror

    PREMIOS DEL CORTO

    Nominada al Goya al mejor cortometraje de animacin y preseleccionada a los Oscar por el

    mismo premio.

    Material: curta-metragem La Leyenda del Espantapjaros, computador, projetor

    multimdia, fichas informativas e de trabalho, cartes com imagens, quadro e caderno

    do aluno.

    Objetivosestabelecidos para o estudo desta UD foram:

    Desenvolver as competncias fundamentais;

    Reconhecer e aplicar o vocabulrio sobre os estados de nimo e a caracterizao

    psicolgica; Aprender e aplicar, com correo, los relativos;

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    Refletir sobre a componente atitudinal, os valores e os comportamentos

    humanos.

    Aula 1-Aps cuidada pesquisa e reflexo, considerou-se que a curta-metragem

    La leyenda del Espantapjaros estava em consonncia com o tema da dita Unidade

    Didtica, uma vez que o protagonista sofre de discriminao ao longo da histria, no

    havendo uma correspondncia entre aquilo que ele e sente e a imagem os outros tm

    de si. Pretendeu-se demonstrar que, muitas vezes, as relaes interpessoais so baseadas

    nas aparncias.

    A partir de La leyenda del espantapjaros o aluno pde recapitular as

    caratersticas psicolgicas e modos de atuar, estudados na sub-unidade: Las

    caractersticas fsicas y psicolgicas y los estados de nimo, pertencente Unidade

    Didtica 1No hay mejor espejo que el amigo viejo. Aqui, os alunos foram conduzidos

    reflexo sobre as caractersticas psicolgicas, to distintas entre ns.

    Para alm do desenvolvimento da competncia comunicativa e gramatical,

    consideramos, tambm, importante que o aluno refletisse sobre as relaes

    interpessoais.

    Tendo em conta as palavras de Amparo Escamilla (1995: 84) h que valorizar nas

    aulas os contedos transversais, que neste caso podero ajudar a o aluno a crescer como

    ser social.

    Consideramos pertinente que a aula de ELE sirva refletir sobre atitudes e

    comportamentos.

    Ento, como atividades de previsionadoa professora informou os alunos que

    iriam visualizar uma curta-metragem, mas antes props-lhes que definissem o seu ttulo.

    Para tal, escreveu-o no quadro e, aos pares, os alunos definiram, por escrito, no seucaderno, as palavras: Leyenda y espantapjaros.

    Como actividades de visionado, a professora convidou os alunos a ver, com

    ateno, a primeira sequncia da curta-metragem (at ao minuto 1.30) e distribuiu uma

    ficha de trabalho (v.d. anexo 3), na qual os alunos deveriam, aos pares, responder a

    algumas perguntas, o que lhes proporcionava uma reflexo acerca do estado de nimo

    do protagonista, bem como das atitudes das restantes personagens.De seguida props-lhes que tentassem descobrir o tema da curta-metragem.

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    Posteriormente a professora disse aos alunos que iriam visualizar a prxima

    sequncia da curta-metragem (at ao minuto 7:30), e que deveriam estar atentos de um

    modo geral a toda sequncia e em particular s caractersticas psicolgicas das

    diferentes personagens, pois iriam aplicar essas informaes numa ficha de trabalho

    (v.d. anexo 4).

    Aula 2- Atividades de posvisionado:

    O final da curta-metragem, ou seja a terceira sequncia, somente foi revelada na

    segunda aula, sem que os alunos se tenham apercebido que ainda no tinha terminado

    (pois terminaram a visualizao no minuto 7:30, que parece o seu final). Pretendeu-se

    criar o fator surpresa no aluno, sendo uma forma de captar a sua ateno desde o

    primeiro momento da aula. Segundo as palabras de Richards e Lockhart (1997: 107)

    sobre estrutura da aula, el comienzo, apertura o entrada de la clase ocupa los

    primeros cinco minutos y puede tener una gran influencia en lo que los alumnos

    aprenden.

    A professora perguntou aos alunos se pensavam que a histria do

    Espantapjaros j estava terminada, pedindo-lhes que se reunissem em grupos e

    imaginassem o final da leyenda. Com o intuito de rever todos os momentos cruciais,

    selecionou cartes, (v.d. anexo 5) com imagens relativas curta-metragem, que os

    alunos, em grupo, ordenaram, relacionando-as com a sequncia da mesma. A partir das

    imagens que desconheciam (uma vez que faziam parte da sequncia que ainda no

    tinham visto) imaginaram o suposto final da histria e redigiram-no para o apresentar,

    oralmente, aos colegas. Os finais apresentados pelos alunos foram bastante criativos,

    sendo que dois grupos descobriram o final da curta-metragem.

    Optamos por um exerccio de visualizao por sequncias, como prope Julia

    Vivas Mrquez, uma vez que se podem desenvolver as diferentes competncias,nomeadamente a compreenso e a interao oral, com vrios passos propcios ao

    desenvolvimento destas vertentes, porque se prope ao aluno, para alm da

    compreenso, uma reflexo e discusso sobre o tema da leyenda. Segundo Beatriz

    Caballero de Rodas (2001: 267), a compreenso oral um processo ativo, porque o

    ouvinte tem que mantener el estado de alerta, tem que prestar ateno a elementos

    lingusticos, paralingusticos e extralingusticos.

    (Estas atividades podem, tambm, ser utilizadas na Unidade Didtica As terelacionas do programa do oitavo ano, nvel A2.)

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    2.2 Proposta didtica 2(durao 90)

    Unidade Didtica Viva el ocio!- 10. ano, nvel A1.

    El sabio uso del ocio es un producto de la civilizacin y de la educacin.

    (Bertrand Russel)

    http://www.youtube.com/watch?v=DaCKKk1ctOU

    SINOPSIS: Es que la rutina tiene muy

    mala prensa. La monotona, qu tiene

    de malo? Para m, lo mejor que puede

    pasar hoy es lo mismo que ayer, y lo

    mejor que puede pasar maana...

    Bueno, ya saben.

    FICHA TCNICA

    Director: Suda Snchez

    Duracin: 3 min

    Ao: 2008

    Gnero: Comedia, intriga, thriller y

    drama.

    PREMIOS DEL CORTO

    Nominado a mejor corto de ficcin en Notodofilmfest 2008.

    Mejor corto en castellano en Curtas na Rede 2008.

    Segundo premio Triminuto Universidad de Jan.

    Material: curta-metragem Rutina, computador, projetor multimdia, internet-

    programa Voki, programa Movie Maker, fichas informativas e de trabalho, cartes com

    imagens, quadro e caderno do aluno.Objetivosestabelecidos para o estudo desta UD foram:

    Desenvolver as competncias fundamentais;

    Deduzir temas atravs de imagens;

    Reconhecer e aplicar o vocabulrio sobre o tema das actividades de ocio y

    tiempo libre;

    Conhecer as principais fiestas en Espaa e os seus costumes;

    Aprender e aplicar a perfrasis ir a + infinitivo;

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    Aprender e aplicar a morfologia e usos dos verbos regulares e irregulares, no

    futuro imperfecto de indicativo.

    Aula 1-A Unidade Didtica iniciou-se com a visualizao de uma curta-metragem, que

    aproximou os alunos do cinema espanhol, sendo a nossa inteno contrastar a Rutina,

    com a temtica da primeira aula Las actividades de ocio y tiempo libre. No se previu

    a visualizao de toda a curta-metragem, pois assunto que interessava promover

    concentrava-se at ao minuto 02:17. Por sua vez, a visualizao da sua totalidade

    ultrapassaria o tema que se pretendia abordar.

    Para alm do desenvolvimento das competncias visual e auditiva, na atividade de

    precalentamiento, na qual os alunos deviam mantener el estado de alerta (Caballero

    de Rodas, 2001: 267), tambm se desenvolveram a expresso oral e a compreenso

    escrita, com as atividades de visionado e posvisionado da curta-metragem.

    Actividades de visionado: A aula comeou com a apresentao de uma

    sequncia (at ao minuto 01:15) sem som, para que os alunos tentassem descobrir o

    tema (para tal foi necessrio, atravs do programa Moovie Maker, cortar a imagem em

    que aparecia o ttulo da curta-metragem).

    Descobertoo tema, La rutina, apresentou-se a sequncia com som. Os alunos

    responderam a questes, atravs de uma ficha de trabalho (v.d. anexo 6) (a sequncia

    poderia ser projetada novamente, se necessrio). De seguida, a curta-metragem foi

    projetada at ao minuto selecionado para a atividade (02:17).

    Como actividades de posvisionado, a professora preguntou se se deram conta

    de tudo o que repetem em cada dia e se gostam da rotina, de modo a que os alunos

    refletissem e verbalizassem as suas respostas / opinies, interatuando com colegas.

    Atravs de questo 3, da referida ficha de trabalho, os alunos indicaram as atividades

    que costumam realizar de forma a fugirem da rotina e, inconscientemente, inturam otema que contrasta com a rotina e que iriam estudar de seguida: Actividades de ocio y

    tiempo libre.

    Com este contraste os alunos refletiram sobre a sua atitude relativamente

    ocupao do seu tempo livre, uma vez que, segundo a caracterizao da turma, as

    atividades de cio de grande parte dos alunos no so variadas, dedicando-se, a sua

    maioria, simplesmente a ouvir msica e a ver televiso. Somente treze alunos referiram

    a prtica do desporto como ocupao dos seus tempos livres. Estes aspetos levaram necessidade de lhes despertar o interesse por atividades mais variadas, por conseguinte,

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    procedemos criao de uma apresentao, em vdeo, atravs do programa Moovie

    Maker, com imagens relativas s diversas atividades de cio e tempo livre.

    Como atividade, os alunos tinham de identificar, durante a visualizao do vdeo,

    distintas modalidades de cio, registando e verbalizando as suas respostas,

    desenvolvendo, assim, a competncia visual e a expresso escrita. Para consolidao do

    vocabulrio, preparamos uma ficha para o preenchimento dos diferentes apartados sobre

    as atividades apresentadas no vdeo e no s. Assim a aquisio das competncias

    lingusticas funcionou como meio para mudar atitudes (v.d. anexo 7).

    Pretendemos, com esta atividade que os alunos realizassem uma reflexo sobre a

    importncia que as atividades de cio podem ter nas suas vidas. Visto que se trata de um

    grupo de adolescentes, com idades entre os 14 e os 18 anos, consideramos que a

    ocupao dos seus tempos livres um dado importante nas suas vidas.

    A apresentao, conceitualizao e prtica dos contedos gramaticais e

    funcionais, relacionados com a perfrase verbal Ir a + infinitivo, contedo que faz

    parte desta Unidade Didtica, foi induzida, atravs de Isabel, um avatar, criado, a partir

    do programa Voki4. Este programa permite-nos criar personagens de vrios tipos e faz-

    las falar atravs do texto que escrevemos, na lngua que quisermos. Como tal, Isabel,

    uma madrilena5, dirige-se diretamente turma 10. I, abordando a temtica da rotina e

    das atividades de cio e tempo livre, utilizando, frequentemente, a perfrasis verbal de

    futuro Ir a + Infinitivo.

    Inconscientemente, os alunos, interiorizaram a dita perfrase e, com facilidade

    aferiram a sua regra de formao, aplicando-a numa ficha de trabalho (v.d. anexo 8).

    Assim, ajudamos o aluno a aprender a aprender, tornando-o mais autnomo e mais

    eficiente na aprendizagem de lngua (Programa de Espanhol Nvel de Iniciao 10.

    ano, pg. 11).

    4www.voki.com5

    Pode visualizar-se em:http://www.voki.com/php/viewmessage/?chsm=aa20b58ef7e3488d2ec287be435eb427&mId=1348948ltimo acesso: 03-09-2012

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    2.3 Proposta didtica 3(durao 90+45)

    Unidade Didtica Cuntanos una historia- 7. ano, nvel A1.

    No existe perfeio. O que h a ideia que fazemos dela.Amor perfeito, nem nos contos de fadas.

    (Autor desconhecido)

    http://vimeo.com/18119615

    SINOPSIS: Una vieja bruja busca a su prncipe

    azul desesperadamente. Podr la vieja bruja del

    bosque encontrar a su prncipe azul?

    FICHA TCNICA

    Director: Pedro Sols Garca

    Duracin: 11 min.

    Ao: 2010

    Gnero: Comedia.

    PREMIOS DEL CORTO

    Premio Goya al Mejor Cortometraje de Animacin.

    Material: curta-metragem La bruxa, computador, projetor multimdia, fichas

    informativas e de trabalho, quadro e caderno do aluno.

    Objetivosestabelecidos para o estudo desta UD foram:

    Desenvolver as competncias fundamentais;

    Contar um facto do passado;

    Justificar no passado;

    Rever o pretrito imperfecto de indicativo;

    Aprender e aplicar os marcadores temporais;

    Aprender e aplicar a morfologia e usos dos verbos regulares e irregulares, nopretrito perfecto de indicativo.

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    A curta-metragem de animao La Bruxa um conto sem dilogos, no qual a

    imagem vale por si mesma. Funciona muito bem em qualquer nvel, uma vez que se

    podem realizar inmeras atividades, com distintos nveis de exigncia.

    Pode aproveitar-se a oportunidade de: aprender / rever como introduzir um

    episdio, atravs das expresses rase una vez, Un buen da, En una ocasin;

    introduzir uma ao importante: Y entonces, En ese (preciso) momento, De

    pronto, De repente; introduzir episdios paralelos: Mientras, Mientras tanto, Al

    tiempo que, etc.

    Na turma 7. D, como atividade de previsionado, foi proposto aos alunos, para

    trabalho de casa, que procurassem, no dicionrio, o significado de palavras relacionadas

    com o tema da curta-metragem, tais como: bruja, ogro, prncipe, escoba voladora,

    encantamiento, bosque, rana y pcima mgica. Assim, puderam familiarizar-se com o

    vocabulrio da curta-metragem, fazendo uma aproximao ao tema da mesma (v.d.

    anexo 9).

    Na aula seguinte procederam exposio oral das definies encontradas.

    A professora informou-os que, na sequncia da atividade anterior, iriam visualizar

    uma curta-metragem, devendo estar atentos s imagens e movimentos das personagens.

    A visualizao poderia ser repetida, se necessrio.

    Aps a visualizao da curta-metragem, os alunos, em grupos, fizeram uma

    descrio das cenas, revendo e utilizando as expresses supra mencionadas, recordando

    as aparncias e as relaes interpessoais, passando pela descrio da casa. Foi-lhes

    indicado que deveriam utilizar os tempos de passado, recm estudados, podendo

    recorrer ao manual e ao caderno dirio, se necessitassem.

    Posteriormente, cada grupo apresentaria a sua descrio turma. Desta forma, foi

    possvel trabalhar a componente gramatical e lexical, praticando a expresso oral eescrita.

    Atravs das imagens e descries efetuadas, os alunos foram conduzidos criao

    e dramatizao de situaes / dilogos, tendo a oportunidade de demonstrar a sua

    imaginao e criatividade.

    Na aula seguinte foram apresentadas as dramatizaes, tendo sido um fator de

    grande motivao e empenho, por parte dos alunos, sendo que os resultados foram

    bastante satisfatrios, nomeadamente no que concerne a alunos menos empenhadosnoutro tipo de atividades.

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    Todo o trabalho realizado teve a superviso da professora, que, sempre que

    necessrio, esclareceu dvidas e teceu sugestes.

    Como os aspetos culturaisdevem fazer parte das aulas de ELE, e, conforme o

    salientado no ponto 2, do Captulo I, considerou-se digno de meno, referir que a

    curta-metragem La Leyenda del Espantapjaros esteve nomeada para os Prmios

    Goya em 2005 e La Bruxa recebeu um Goya em 2011 (v.d. anexo 10).

    O ensino da cultura deve ser sempre contextualizado. Assim, convm relembrar

    que no s vamos ensinar as funes comunicativas, as estruturas lingusticas, o lxico e

    a gramtica, mas tambm aspetos culturais e pragmticos referentes ao uso dessa lngua,

    conforme o j referenciado anteriormente.

    As propostas apresentadas so apenas alguns exemplos de atividades que se

    podem realizar com as curtas-metragens.

    No nos devemos esquecer das caractersticas dos alunos, aquando da seleo das

    atividades e materiais. Como tal, foi promovida a autonomia, valorizando-se situaes

    de interao e expresso oral, promovendo-se os trabalhos de pares e de grupo, tentando

    motivar os alunos atravs da diversidade de estratgias.

    A aprendizagem dos contedos conduziu ao desenvolvimento da competncia

    sociocultural e sociolingustica, que a base para alcanar uma comunicao

    intercultural, como afirma Vivas Mrquez (2009: 2).

    Alm do tempo que, por vezes, se demora a selecionar uma curta-metragem para

    determinada Unidade Didtica, o seu resultado supera todo o trabalho inicial, ou seja,

    coloca o aprendente no centro do processo de ensino aprendizagem, enriquecendo as

    aulas com um material cheio de vantagens.As propostas de trabalho apresentadas tm o objetivo de que os alunos possam

    adquirir, comprovar e consolidar os seus conhecimentos de uma forma ldica. O QECR

    (2001: 88), salienta a funo que cumprem as tarefas ldicas na aprendizagem, uma vez

    que o O uso da lngua como jogo desempenha frequentemente um papel importante na

    aprendizagem e no desenvolvimento da lngua[].

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    A utilizao das fichas de trabalho teve como principal objetivo mostrar aos

    alunos que a aula precisa da sua colaborao para poder acontecer, uma vez que eles so

    seres ativos e no seres passivos que simplesmente escutam.

    Pretendeu-se levar para a sala de aula atividades e materiais suscetveis de captar

    o interesse dos alunos, pois eles so o centro da nossa atividade e fundamental

    sabermos apropriar as nossas aulas ao tipo de alunos a que se dirigem. Por isso, e aps a

    consecuo das atividades e aferio dos resultados alcanados, podemos afirmar que os

    materiais e as atividades utilizados foram os mais adequados.

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    As curtas-metragens nas aulas de ELE

    3- Inquritos sobre o uso de curtas-metragens nas aulas de Espanhol

    3.1 Recolha de dados

    Este estudo, no mbito da dissertao de Mestrado, abarcou a recolha de dados

    relativos ao uso de curtas-metragens nas aulas de ELE. Foram inquiridos, via e-mail, 21

    professores de Espanhol, lngua estrangeira, e 40 alunos (das turmas onde se efetuaram as

    regncias). A tcnica de recolha de informao foi o questionrio on-line, criado atravs

    do programa Google Docs.

    Este tipo de recolha de dados justifica-se pelo facto de considerarmos relevante a

    aferio de atitudes, preferncias, opinies e sugestes relativamente ao tema em estudo.

    No caso dos professores, pretendemos aferir de que forma este recurso estimplementado na sua prtica pedaggica e que tipo de atividades costumam, ou no, levar

    a cabo com as curtas-metragens. Foram inquiridos professores de vrias faixas etrias e

    com diferente experincia profissional (vd. anexo 11).

    No que respeita aos alunos, pretendemos verificar o impacto que esta ferramenta

    teve a nvel da aprendizagem e assimilao de contedos, durante as regncias de

    Espanhol, no mbito do estgio pedaggico, considerando a sua motivao para a

    aprendizagem, bem como a vontade, ou no, de continuar aprender atravs de atividadesrelacionadas com esta ferramenta didtica (vd. anexo 12).

    Salientamos que todos os inquritos foram tidos em considerao para a anlise dos

    dados que a seguir se apresentam.

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    3.2 Apresentao e anlise de dados

    3.2.1 Questionrio dirigido aos alunos:

    IDADE

    Grfico 1 - Idade

    A maioria dos alunos inquiridos tinha 16 anos, embora seja tambm expressiva a

    idade de 15 anos.Esta proximidade etria prende-se com o facto de, embora em distintos nveis,

    serem alunos oriundos de turmas de 9. e de 10..

    SEXO

    Grfico 2 - Sexo

    Como pode verificar-se h uma ligeira vantagem do nmero de raparigas em

    relao aos rapazes. Tal deve-se ao facto de a turma de 10. ano ser de Humanidades, reaem que, geralmente, h mais raparigas.

    %

    %

    %

    %

    Idade

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    1- RECONHECIMENTODOMATERIALAUDIOVISUAL

    Grfico3- Reconhecimento do material audiovisual.

    A resposta a esta questo foi unnime, todos os inquiridos responderam

    afirmativamente.

    2- UTILIDADE DAS CURTAS-METRAGENS

    Grfico4- Utilidade das curtas-metragens.

    Todos os alunos reconheceram a utilidade deste tipo de materiais, podendo

    reconhecer-se o sucesso das atividades por eles desenvolvidas.

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    3- CONTEDOS ESTUDADOS ATRAVS DAS CURTAS-METRAGENS

    (resposta livre)

    Grfico5- Contedos estudados atravs das curtas-metragens.

    Como se pode depreender, todos os contedos referidos pelos alunos fizeram parte

    da abordagem efetuada atravs das curtas-metragens.

    No entanto, digno de meno que a rotina diria e as relaes interpessoais foramos temas principais das curtas-metragens visualizadas durante as aulas.

    Um aspeto que salientamos a aquisio de vocabulrio e de contedos

    gramaticais, referenciados por 25% dos alunos.

    Podemos afirmar que a promoo de contedos atravs de curtas-metragens foi

    bem conseguida, dando nfase ao tema do trabalho que est no mbito deste estudo.

    4-

    APREENSODECONTEDOS

    Grfico6- Apreenso de contedos.

    %

    %

    %%%

    %

    % %

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    Apenas um aluno referiu que teve dificuldades em apreender os contedos atravs

    das atividades realizadas, podendo concluir-se que a assimilao de contedos foi bem

    sucedida atravs das curtas-metragens.

    5- ATIVIDADESPREFERIDASNASAULASDEESPANHOL

    Grfico7- Atividades preferidas nas aulas de espanhol

    Como pode verificar-se, a maioria dos inquiridos referiu a descoberta de elementos

    atravs de imagens e a abordagem cultural e sociocultural como sendo as atividades quemais gostou de realizar durante as aulas de Espanhol.

    Note-se que as atividades mais referenciadas foram as que se trabalharam com as

    curtas-metragens.

    6- CONTINUIDADE DAS CURTAS-METRAGENS NAS AULAS DE

    ESPANHOL

    Grfico 8- Continuidade das curtas-metragens nas aulas de Espanhol.

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    Podemos concluir que este material didtico teve uma aceitao bastante positiva

    por parte dos alunos, uma vez que apenas houve um que no demonstrou vontade de

    continuar a ter as curtas-metragens presentes nas aulas de Espanhol.

    7- ATIVIDADES A DESENVOLVER NAS AULAS DE ESPANHOL

    (resposta livre)

    Grfico 9- Atividades a desenvolver nas aulas de espanhol.

    A grande maioria dos alunos referiu como atividades, que gostariam de desenvolver

    nas aulas de Espanhol, as que implicassem a visualizao de filmes/curtas-metragens.

    Uma vez mais se depreende que as aulas promotoras deste tipo de atividades

    atingiram os objetivos inicialmente preconizados, promovendo a motivao dos alunos.

    Salientamos a percentagem de respostas que promovem as atividades relacionadas

    com a cultura Espanhola. Este , tambm, um dos contedos que pode ser abordado

    atravs desta potencialidade didtica.

    %

    %

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    3.2.2 Questionrio dirigido aos professores:

    1- IDADE

    Grfico10- Idade.

    Verifica-se que a maioria dos professores inquiridos se encontra entre os 31 e os 40

    anos de idade.

    2- TEMPODESERVIO

    Grfico11- Tempo de servio.

    Da anlise do grfico pode concluir-se que h uma igualdade de percentagens entre

    os docentes que tm entre 6 a 10 anos e mais de 10 anos de tempo de servio. Por

    conseguinte, podemos afirmar que so docentes com uma considervel experincia

    profissional.

    importante salientar neste ponto, que o tempo de servio em anos nem sempre

    corresponde h quantidade de anos em que o docente est no ativo, se no ao nmero de

    anos completos de servio (por vezes so precisos 2 ou mais anos para perfazer um ano

    de servio, dependendo do nmero de horas que lhe so atribudas e o tipo de contrato

    efetuado).

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    3- FORMAONOMBITODASCURTAS-METRAGENS

    Grfico12- Formao no mbito das curtas-metragens.

    Dos 21 professores inquiridos apenas 7 afirmaram ter frequentado aes deformao no mbito das curtas-metragens.

    Pelas respostas que se seguem podemos afirmar que tal no se deve falta de

    interesse por parte dos docentes, mas, possivelmente, falta de divulgao deste tipo de

    materiais e ao escasso investimento neste sentido pelas editoras e entidades formadoras.

    4- REFERNCIASCURTAS-METRAGENSNOSMANUAIS

    Grfico 13- Referncia s curtas-metragens nos manuais.

    Lamentavelmente, conclui-se que nenhum dos manuais adotados pelos inquiridos,

    aquando da realizao do presente inqurito, faz qualquer referncia s curtas-metragens.

    Neste sentido 100% dos docentes respondeu que nunca trabalhou com um manual onde

    constasse o uso do referido material. Por conseguinte, passamos anlise da questo 6,

    uma vez que a 5 no obteve qualquer resposta.

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    6-CONHECIMENTO DE SITES PARA PESQUISA DE CURTAS-

    METRAGENS

    Grfico 14- Conhecimento de sites para pesquisa de curtas-metragens.

    Uma vez que o mbito do trabalho em que se insere este estudo, pressupe adivulgao das potencialidades da curta-metragem como ferramenta didtica, importava

    questionar os inquiridos acer