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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA DIDÁTICA: FERRAMENTA ESSENCIAL NO ENSINO SUPERIOR Por: Teresinha Rangel da Silva Orientador Prof. Monica Ferreira de Mello Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

DIDÁTICA: FERRAMENTA ESSENCIAL NO ENSINO SUPERIOR

Por: Teresinha Rangel da Silva

Orientador

Prof. Monica Ferreira de Mello

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

DIDÁTICA: FERRAMENTA ESSENCIAL NO ENSINO SUPERIOR

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em....Docência do Ensino

Superior

Por: .Teresinha Rangel da Silva.

3

AGRADECIMENTOS

....agradeço ao meu Senhor Jesus

Cristo por conceder-me essa

oportunidade de ampliar meus

conhecimentos. E também a minha

orientadora Monica Ferreira de Mello.

4

DEDICATÓRIA

..... ao meu amado esposo Hilton , ao

meu pai , amigo e companheiro de

todos os momentos George Toto... às

minhas queridas filhas, Juliana e

Barbara , ao meu genro-filho, David e

as minha queridas mães Anna e Arlete,

com todo o meu amor.

5

RESUMO

A didática como ferramenta essencial no ensino superior, reflete a

expansão do ensino no País. O professor universitário quase sempre possui

conhecimento específico , mas falta competência para ensinar. Além disso,

muitas vezes, a atividade docente é assumida como mais uma atividade para

obtenção de renda, e não como profissão de escolha, os próprios docentes

não valorizam a formação continuada. A didática irá auxiliar este docente ,

através das técnicas de ensino e aprendizagem. No processo de preparação

pedagógica o docente deve considerar como princípio que o profissional que

atua como docente já possui experiência de sala de aula em vários anos como

aluno, por isso como sujeito do seu processo sua voz é essencial na definição

da caminhada a ser construída.

6

METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido dentro do método bibliográfico e

documental, através da análise de livros, jornais, revistas, questionários e

artigos. Dediquei a maior parte dos estudos, nos livros dos autores José

Carlos, Claudino e Ilma.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................... 08

CAPÍTULO I - DIDÁTICA E SUAS

FERRAMENTAS NO ENSINO SUPERIOR ............................. 10

CAPÍTULO II - FATORES QUE INFLUENCIAM

E AFETAM O ENSINO E APRENDIZAGEM ............................ 18

CAPÍTULO III - O SER PROFESSOR NAS

UNIVERSIDADES ................................................................... 26

CONCLUSÃO ........................................................................... 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............................................... 40

ÍNDICE ..................................................................................... 41

8

INTRODUÇÃO

Este trabalho monográfico realiza uma investigação teórica sobre a

Didática. Abordando os paradigmas educacionais dividindo em conservadores

e inovadores. A bibliografia levantada e os elementos inseridos na análise,

propõem uma perspectiva sistemática de todas as possibilidades dessa

mesma ciência. O objetivo dessa perspectiva é conhecer essas ferramentas.

Boa parte dos professores que nos deparamos nas universidades

aprenderam a dar aula fazendo. Os professores jamais receberam uma

preparação pedagógica específica e mesmo ao longo de sua vida profissional ,

raramente tem a oportunidade de participar de cursos, seminários ou participar

de reuniões sobre métodos de ensino e avaliação de aprendizagem.

Neste momento nos questionamos, como a didática pode auxiliar o

professor para atuar em instituições de ensino superior? O docente do ensino

superior deve estudar didática pois muitas vezes este professor tem

conhecimentos específicos, mas lhe falta competência para ensinar. Falta

compromisso com a qualificação.

Alguns professores ainda encaram o ensino como transmissão

de conhecimento. Muitos mantêm uma postura conservadora. Não digo

que alguns professores possuem uma prática indolentes quanto a

qualidade do que ensinam, que são dedicados, mas de modo geral, sabem

que não conseguem estímulo na realização.

9

Tanto para Libâneo como para Pillete, enxergam nas relações entre

ensino e aprendizagem o elemento que possibilita a constituição da teoria

didática e da orientação para a prática docente , destacando suas dimensões:

a política, a científica e a técnica.

10

CAPÍTULO I

DIDÁTICA E SUAS FERRAMENTAS NO

ENSINO SUPERIOR

Podemos dar inúmeras definições para didática . Uma delas, de

Masetto Gil (2007), é a seguinte: “ Didática é o estudo do processo de ensino-

aprendizagem em sala de aula e de seus resultados” .(p.2)

Outra, mais diretamente relacionada com a didática no ensino,

menciona que: PILETTI (2010) “ Didática é uma disciplina técnica e que tem

como objeto específico a técnica de ensinar (direção técnica da

aprendizagem). ( p.40 e 41).

1.1 – Conceitos

O termo “didática” deriva do grego didaktiké, que significa arte de

ensinar. De acordo com Gil (2007), seu uso foi difundido com o aparecimento

da oba de Jan Amos Comenius (1592-1670), Didática Magna, ou Tratado da

arte universal de ensinar tudo a todos, publicada em 1657.

Hoje são muitas as definições para esse termo, mas quase todas

apresentam como ciência, arte ou técnica de ensino.

Segundo Claudino Piletti (2010), didática é uma disciplina técnica e

que tem como objeto específico a técnica de ensino(direção técnica da

11

aprendizagem). A Didática , portanto, estuda a técnica de ensino em todos os

seus aspectos práticos e operacionais, podendo ser definida como:

A técnica de estimular, dirigir e encaminhar, no decurso da

aprendizagem, a formação do homem” . (Aguayo)

1.2 – Funções da Didática.

A didática permite obter um diagnóstico, possibilitando um

conhecimento e a realidade de cada estudante, turma, grupo qualquer onde o

ensino é ministrado.

A) - A função selecionadora - É preciso um ponto de partida e uma

trajetória a ser seguida(conteúdos) para iniciar a viagem da

aprendizagem. Sem esses elementos e a certeza de onde se quer

chegar (objetivos), a viagem está fadada a fracassar, independente de

mudanças que podem e devem ocorrer.

B) - Função Orientacional – Através dela, se dá a escolha dos meios ,

métodos ou instrumentos, tendo por fim a criação de situações

favoráveis para o sucesso da aprendizagem.

C) - Função Planejadora – Determina, de acordo com a realidade sócio-

cultural-econômica de cada turma, os passos a serem tomados de

forma gradual para facilitar o aprendizado de um conteúdo qualquer.

12

D) - Função Motivacional – Cria meios, dispositivos, formas de fazer o

aluno se interessar pela aprendizagem do que é ensinado e suas

aplicações.

E) - Função Relacional – Possibilita formas de relacionamento favorável

entre aluno x professor, professor x aluno de modo a construir uma

aprendizagem eficaz e duradoura (dimensão afetiva).

F) - Função Documental – Organiza os conhecimentos trabalhados em

aula, de modo a facilitar sua evocação quando esta se fizer necessária.

(matérias fichamentos, transparências, anotações, CDs).

G) - Função Avaliacional – Permite avaliar, medir, conhecer a performace

do educando, seu nível de aprendizado do conteúdo trabalhado em aula

(sistemas de avaliação – provas, trabalhos, testes, dinâmicas, etc).

Mediante aos conteúdos apresentados podemos destacar

algumas atividades de planejamento, orientação e controle no processo de

ensino-aprendizagem.

Claudino, (2010) Essas atividades constituem as etapas do Ciclo

Docente e são representadas graficamente da seguinte maneira:

A) - Primeira fase: Planejamento

13

Essa fase consiste na previsão e programação dos trabalhos escolares para

um curso (Plano de Curso) ou para cada unidade do Plano de Curso (Plano de

Unidade ) ou para cada parte da unidade (Plano de Aula).

Aspectos que devem ser considerados no Planejamento:

a) - Características socioeconômicas do bairro ou da região.

b) - Características dos alunos.

c) - Recursos da região e da escola.

d) - Objetivos visados.

e) - Conteúdo necessário para desenvolver o ensino.

d) - Número de aulas disponíveis para cada assunto.

f) - Métodos e procedimentos que deverão ser desenvolvidos para melhor

compreensão, assimilação, organização e fixação do conteúdo.

g) - Meios para avaliação e verificação da aprendizagem.

h) - Bibliografia básica.

Segundo Paulo Freire, o planejamento consiste em estudar.

Planejar é , portanto, “assumir uma atitude séria e curiosa diante de um

problema.” Diante de uma problema refletindo, procurando decidir quais as

melhores alternativas de ação para alcançar determinados objetivos a partir de

certa realidade.

Quanto mais complexo forem os problemas, maior é a

necessidade de planejamento. No processo de planejamento temos que

responder as seguintes perguntas:

. O que pretendo alcançar ?

. Em quanto tempo pretendo alcançar ?

14

. Como posso alcançar isso que pretendo?

. O que fazer e como fazer?

. Quais os recursos necessários ?

. O que e como analisar a situação a fim de verificar se o que pretendo foi

alcançado ?

“Tinha chovido muito toda noite . Havia enormes poças de água nas

partes mais baixas do terreno. Em certos lugares, a terra, de tão molhado,

tinha virado lama. Às vezes, os pés se atolavam na lama até acima dos

tornozelos. Era difícil andar . Pedro e Antonio estavam a transportar, numa

camionete, cestos cheios de cacau, para o sítio onde deveriam secar.

Em certa altura perceberam que a camionete não atravessaria o

atoleiro que tinham pela frente. Pararam, desceram da camionete, olharam o

atoleiro, que era um problema para eles. Atravessaram a pé uns dois metros

de lama, defendidos pelas suas botas de cano longo. Sentiram a espessura do

lamaçal. Pensaram. Discutiram como resolver o problema. Depois, com a

ajuda de pedras e galhos secos de árvore, deram ao terreno a consistência

mínima para que as rodas da camionete passassem sem atolar.

Pedro e Antonio estudaram. Procuram compreender o problema

que tinham que resolver e, em seguida, encontraram uma resposta precisa.

Não se estuda apenas nas escolas. ” (Leite, L.C.L. Encontro com Paulo Freire”.

Revista Educação e Sociedade, São Paulo p. 68 e 69, 1979).

Na educação temos os seguintes tipos de Planejamento:

. Planejamento educacional

. Planejamento de currículo

. Planejamento de ensino

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A) Planejamento educacional – Consiste na tomada de decisões sobre a

educação no conjunto do desenvolvimento geral do País.

B) Planejamento de currículo - Consiste em formular objetivos

educacionais a partir daqueles expressos nos guias curriculares oficiais.

A escola não deve simplesmente executar o que é prescrito pelos

órgãos oficiais.

C) Planejamento de ensino – Consiste em traduzir em termos mais

concretos e operacionais o que o professor fará na sala de aula, para

conduzir os alunos a alcançar os objetivos educacionais propostos.

Destacamos a importância do Planejamento de Ensino no processo

didático a ser adotado , pois ele evita a rotina e a improvisação, contribui para

a realização dos objetivos visados, promove a eficiência do ensino, garante

maior segurança na direção do ensino e garante economia de tempo e energia

gasto pelo professor em todo o processo. Um bom planejamento de ensino

deve ter características próprias. Deve ser elaborado em função das

necessidades e das realidades apresentadas pelos alunos. Ser flexível, isto é ,

deve dar margem a possíveis reajustamentos sem quebrar sua unidade e

continuidade. O plano pode ser alterado quando se fizer necessário., Precisa

ser claro e preciso, e essencial ser elaborado tendo em vista as condições

reais e imediatas de local, tempo e recursos disponíveis.

B) - Segunda fase: Orientação

Nesta fase, o professor executa o que planejou. Nessa etapa todas as

atividades visam orientar o aluno para alcançar os objetivos propostos. É a

fase que requer mais habilidade do professor. Aqui ele deve exercer mais do

que em outras fases sua função de liderança, motivando os alunos para que

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aprendam. Através de uma variedade de métodos, recursos e procedimentos,

o professor procurará criar uma situação favorável à aprendizagem.

C) - Terceira fase: Controle

Esta fase permeia as outras duas. Ela consiste na supervisão constante do

processo de aprendizagem para que o mesmo seja conduzido de maneira

eficaz. Para que a ação do professor seja eficaz o controle é muito importante

e engloba as seguintes atividades:

a) Sondagem : Antes de iniciar seu trabalho de ensino propriamente dito, o

professor deve procurar conhecer as características, as qualidades e

dificuldades de seus alunos. Fazer uma sondagem, portanto, consiste

em levantar informações sobre os alunos. (Isso ocorre na fase de

Planejamento.)

b) Prognose: Os dados colhidos na sondagem servirão de base para a

previsão ou prognose do que se pode esperar dos alunos de

determinada turma.

c) Diagnóstico e retificação da aprendizagem: O estudo das causas da

aprendizagem deficiente logo que esta se manifesta (diagnóstico)

servirá de base para a seleção e o emprego de medidas, visando dar

melhor assistência ao aluno e, portanto, retificando a aprendizagem no

devido tempo.

d) Manejo ou direção de classe: É a supervisão e o controle efetivo que o

professor exerce sobre uma classe de alunos, para criar um ambiente

propício à aprendizagem.

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e) Verificação e avaliação: Consiste na verificação e avaliação do

rendimento escolar que deve ser feita ao longo de todo o processo de

aprendizagem. Rendimento escolar não consiste apenas na soma de

conhecimentos adquiridos, verificada pela capacidade de repetir o que

foi dito pelo professor. Rendimento escolar consiste , antes de mais

nada, na soma de transformação operadas no pensamento, na

linguagem, na madeira de agir e nas atitudes frente a situações e

problemas.

Entendemos que a Didática se caracteriza como mediação entre

as bases teórico-científicas da educação escolar e a prática docente.

O processo didático efetiva a mediação escolar de objetivos,

conteúdos e métodos das matérias de ensino. Em função disso a Didática

descreve e explica os nexos, relações e ligações entre o ensino e a

aprendizagem, investiga os fatos desse processos, indica princípios, condições

e meios de direção do ensino.

Afirmamos, de forma sintética, que: como docente, utilizar-se da

Didática, é fundamental para as condições e meios que mobilizam o aluno

para o estudo ativo e seu desenvolvimento intelectual.

18

CAPÍTULO II

FATORES QUE INFLUENCIAM E AFETAM

O ENSINO APRENDIZAGEM

Para iniciarmos nosso estudo, precisamos compreender o

significado do objetivo do planejamento educacional.

1.1 - Objetivos de um Plano de Ensino

O estabelecimento de objetivos orienta o professor na seleção e

organização dos conteúdos escolares, na escolha e definição de sua

metodologia de ensino, no como irá avaliar, além de orientar também o aluno,

que fica ciente do que se espera dele no momento em que a aula, módulo,

curso ou assunto é desenvolvido. Portanto, os objetivos de um plano de ensino

tendem a direcionar a ação do professor e, consequentemente, facilitar a

aprendizagem do aluno.

Para, Libâneo (1992) os objetivos educacionais são, pois, uma

exigência indispensável para o trabalho docente, requerendo um

posicionamento ativo do professor em sua explicitação, seja no planejamento

escolar, seja no desenvolvimento das aulas (p.121). Para ele, os objetivos

gerais apresentam em três níveis de abrangência:

19

a) Quando expressam as finalidades educacionais de acordo com

ideais e valores dominantes na sociedade (sistema escolar).

b) Quando estabelecem princípios e diretrizes para orientar o trabalho

escolar com base no plano pedagógico representado pelo

consenso do corpo docente em relação à filosofia da educação e à

prática escolar (Escola).

c) Quando concretizam, no ensino da matéria, a sua própria visão de

educação e de sociedade (Professor).

Os objetivos dos Planos de Ensino e Aprendizagem relacionam-se

ao item c , pois eles atentam para disciplina (matéria). Já para os Planos de

Aula eles precisam ser mais minuciosos, e, para tanto, é preciso recorrer aos

objetivos específicos que, ainda segundo Libâneo ( 1992), são expressos pelas

expectativas do docente sobre o que deseja obter dos alunos no decorrer do

processo de ensino. Eles têm sempre caráter pedagógico, pois explicita o rumo

a ser imprimido ao trabalho escolar em torno de um plano de formação.

“ entendemos por objetivos de um plano de ensino metas definidas

com precisão ou resultados previamente determinados, indicando aquilo que

um aluno deveria ser capaz de fazer como conseqüência de ser ter

desempenhado adequadamente as atividades de uma disciplina. Normalmente

, coloca-se ênfase em modificações de comportamento do aluno, as quais são

atribuídas às experiências educacionais preparadas pelo professor,

exatamente com esse fim. Tais comportamentos não expressam

conhecimentos, ou de atitudes, ou de habilidade que antes de cursar a

disciplina, o aluno não era capaz de realizar ou, pelo menos, de realizar tão

bem...” Masseto, 1990, p.27

20

Segundo Gil(2008) , um objetivo específico adequadamente formulado

deve possuir as seguintes características:

a) Estar orientado para que os estudantes serão capazes de fazer e não

para o que o professor irá ensinar.

b) Fornecer a descrição dos resultados da aprendizagem desejada,

refletindo o que os estudantes estarão aptos a fazer durante e ao final

do curso.

c) Ser claro, preciso e explicito, descrevendo o que os estudantes estarão

aptos a realizar em virtude da instrução recebida.

d) Ser facilmente compreendido pelos estudantes e por outras pessoas.

e) Ser relevantes para o propósito da aprendizagem dos estudantes e da

disciplina no currículo, em virtude dos conteúdos oferecidos.

f) Ser realizáveis de ser alcançados pelos alunos, considerando suas

competências e o meio em que estão inseridos.

Em termos de operacionalização, a redação de um objetivo,

segundo aponta Mager (2002), deve prever COMPORTAMENTO FINAL,

CONDIÇÃO E CRITÉRIO, pois um objetivo adequadamente elaborado tendo

aprendizagem como centro, precisa responder as seguintes questões o que

o aluno deve fazer? Com que ? Com qual rendimento?

Assim a redação correta de um objetivo segundo Mager (2002)

será a seguinte:

21

Ao final de um trabalho de pesquisa realizado em sala de aula,

O aluno deverá ser capaz de identificar 80% das doenças contagiosas,

Suas causas e seus sintomas, além de adotar três hábitos de higiene e

Alimentação saudável.

1.2 – O que é Taxonomia de Bloom

Para evitar situações de dúbia compreensão ou interpretação, ou

mesmo propor um objetivo que não será alcançado pelos alunos, e ao mesmo

tempo, atender aos diferentes tipos de conteúdos, de aprendizagens e de

comportamentos a serem desenvolvidos os objetivos foram organizados e

classificados cientificamente – a isso chamamos Taxonomia ( do grego,

taxis

= ordem, e nomos = a lei) – segundo determinados domínios, do mais

amplo ao mais complexo. A organização mais conhecida é a TOXONOMIA

DE BLOOM que organiza da seguinte forma:

A taxonomia de Bloom, em razão de sua relevância para a

educação, foi revisada por Anderson (2001 apud Casas,2009), um de seus

antigos alunos, que considerou que uma gama maior de fatores

influenciavam e afetavam o ensino e aprendizagem, especialmente no que se

refere ao domínio cognitivo.

Essa taxonomia revisada tenta corrigir alguns problema da

toxonomia original. Diferentemente da versão anterior, a taxonomia revisada

(2009) diferencia “saber o que “ (o conteúdo do raciocínio) de “ saber como”

(procedimentos para resolver problemas) (Intel Educação, 2009).

22

Finalmente, o docente, precisa entender a organização necessária

para que o ensino e aprendizagem ocorra de forma produtiva na vida do aluno.

Sem o cognitivo, afetivo e psicomotor não haverá aprendizagem.

Os objetivos educacionais devem ser desenvolvido pelos docentes,

assim como, ao Conteúdo de Ensino, e os Procedimentos de Ensino.

Falaremos um pouco de cada um:

1.3 - Conteúdos de Ensino

Conteúdo de Ensino – Considera todos os tipos de conhecimentos científicos

produzidos e “transformados” em conhecimentos escolares ou saberes a

ensinar, por meio de uma transposição didática.

Zabalza (1998) assim organiza os diferentes tipos de conteúdos

A – Conteúdo Factuais – compreendem o conhecimento de fatos,

acontecimentos, situações, dados e fenômenos concretos e singulares:

- Características singularidade, caráter descritivo, concretude.

- Processo de aprendizagem: através de atividades de cópia,

repetição verbal, memorização e associações, por conta disso, caem no

esquecimento com mais facilidade.

- Constatação do aprendido: quando se é capaz de reproduzi-lo

literalmente.

- Ex: Descobrimento do Brasil, Segunda Guerra Mundial.

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B- Conteúdos Conceituais – Diz respeito ao conjunto de fatos, objetos ou

símbolos que possuem características comuns e necessitam da compreensão

e de significado.

- Características: complexidade , abstratação.

- Processo de aprendizagem: contínuo (nunca pode ser considerada

acabada, sempre existe possibilidade de ampliação), por meio de atividades

significativas, envolvendo atividades experimentos que aprovam forte atividade

mental e que suponham desafio (elaboração e construção pessoal do

conceito).

- Constatação do aprendido: quando se é capaz de utilizá-los para

interpretar, compreender ou expor um fenômeno ou situação.

- Ex: Átomo, Colônia, República Federativa.

C- Conteúdos Procedimentais – conjunto de ações ordenadas dirigidas para

um determinado fim:

- Características: direcionamento, modelo, comunalidade.

- Processo de aprendizagem : realiza-se a partir da apresentação da

forma, de modelo apresentado, sendo seguida da aplicação destas ações ou

atividades em contextos similares e ou diferenciados.

- Constatação do aprendido: quando se é capaz de realizar as ações,

exercitação múltipla e reflexões, possui uma aprendizagem diferenciada.

- Ex. : escrever, ler, desenhar, calcular, traduzir , saltar.

D - Conteúdos Atitudinais – Diz respeito aos valores, atitudes e normas:

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Valores: são princípios ou as idéias éticas.

- Características: permitem emitir um juízo.

- Processo de Aprendizagem: realiza-se a partir da interiorização dos

princípios.

- Constatação do aprendido: quando se é capaz de utilizá-los para

tornar suas posições frente à situações.

- Ex. : solidariedade, liberdade, responsabilidade.

Atitudes: são formas diferentes de agir com base nos valores.

- Características: permitem pensar, sentir e atuar.

- Processo de Aprendizagem: realiza-se por meio da externalização da

mudança das posturas em relação às próprias atitudes amadurecimento de

posturas.

- Constatação do aprendido: quando o pensamento, os sentimentos e as

atuações ações tornam-se mais ou menos constantes.

- Ex. : cooperação, auxílio, participação.

Para cada tipo de conteúdo devemos escolher uma

metodologia, adequando que envolve a opção por determinados

procedimentos e recursos de ensino.

O professor deve olhar de forma crítica para os componentes

metodológicos de sua prática educativa: os métodos, as técnicas, os recursos,

organização, a execução e a avaliação e, então, responder à questão: O que

eu posso fazer ou quais outros caminhos que possibilitam a melhoria da minha

prática e do processo de construção da aprendizagem do aluno?

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Somente quando consegue dar visibilidade às sustentações

teóricas dos componentes metodológicos de sua prática docente, é que o

professor tem possibilidade de redimensioná-la em vista da melhoria e do

atendimento das reais necessidades dos alunos.

Não podemos esquecer, contudo, que ensinamos para que os

alunos aprendam e não para cumprir um planejamento e , neste caso,

satisfazer aos desejos do diretor ou coordenador de uma escola, o foco deve

sempre ser o aprendizado do aluno.

26

CAPÍTULO III

O SER PROFESSOR NAS UNIVERSIDADES

As dimensões da pessoa do professor vão ser analisadas neste

capítulo. A primeira dimensão refere-se a Identidade pessoal, crenças e

valores de um professor ; aquilo que nos identifica como pessoas, com

conhecimentos de si mesmo, desenvolvendo sua auto-estima, suas

capacidades, sua individualidade, cujo referencial de vida está fincado na sua

própria existência, mergulhando nas suas crenças, valores que

determinam sua identidade. Trabalhando sempre suas

limitações para poder conhecer, respeitar e avaliar o outro.

A segunda, Didático-pedagógica - Refere-se ao domínio técnico

para organizar , dirigir, orientar e avaliar a aprendizagem do aluno. Educadores

com domínio técnico de dirigir e orientar a aprendizagem do aluno, que

beneficiem o conhecimento do seu objeto de trabalho e da organização do seu

trabalho. É através do desenvolvimento dessa dimensão que se dará a

constituição teórica do saber escolar, a socialização desse saber e o seu

redimensionamento. Esta possibilitará a sua visão de planejar, organizar,

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executar e avaliar, bem como, sua sistematização na prática através da

construção do programa de ações concretas e possíveis de atuação na sua

realidade profissional. Lembrando que para nós transformarmos o outro,

devemos conhecer os seus valores e crenças.

A terceira Científico-Erudita - Refere-se ao Conhecimento e

produção de conhecimento desenvolvida a partir da curiosidade

epistemológica. Educadores como conhecedores e produtores de

conhecimentos da sua área específica de atuação, em relação com a

totalidade dos conhecimentos das demais áreas, para que não sejamos meros

passadores de conhecimentos. Para tanto, faz-

se necessário desenvolver a capacidade de construir e reconstruir

conhecimentos, desenvolvendo sua curiosidade epistemológica, métodos

heurísticos favorecedores do desenvolvimento da capacidade de buscar e

analisar os conhecimentos . Não basta conhecer, é preciso saber como se dá

a sua construção, a sua estrutura. Como a partir dele podemos gerar novos

conhecimentos dando o estatuto da ciência e da educação.

A quarta Ético-Política - Define sua posição em relação à

sua ação, o seu compromisso com o mundo. Onde os professores são

organizadores de coletivos a partir de valores mais democráticos, mais

solidários; decisores; gestores de seus espaços de atuação. Formação como

profissionais participantes e organizadores da sua classe, construtores de sua

identidade profissional, caracterizando numa maneira de agir e pensar próprios

da cultura de sua profissão. Através desta dimensão que se dará a formação

de atitudes fundamentais aos propósitos da dignificação do estatuto do

professor, da construção da identidade profissional, pois a categorização da

classe, enfrequece-a. Também é aqui se constituirá o perfil, a competência a

serem desempenhados pelo profissional, bem como , os saberes e fazeres

necessários para sua melhor atuação.

28

A quinta Histórico-Social - É o compromisso com a construção

da realidade social e sua transformação sujeito histórico e social da realidade

capaz assumir um compromisso com a realidade. Formação do participante

ativo do processo histórico e social da realidade, do sujeito da história.

3.1 – Função do Professor

A função de um professor dentre outras, é construir

instrumentos, metodologias para ensinar o que eu quero de uma determinada

forma ( conhecimentos Didáticos). Ele precisa ter clareza do que se quer por :

educação, sociedade, homem. Formar que tipo de aluno para uma sociedade,

em que tipo de educação (visão filosófica). Também conhecer a fundo a

disciplina à trabalhar : conteúdos e natureza da área desse conhecimento.

Para tanto ele necessita ter uma boa formação. Tem que ter conteúdo da área

de sua especialização (específica), visão de educação, de homem, de mundo

, e ainda, habilidade, conhecimento, competência que lhes permitam uma ação

pedagógica em sala de aula. “...domínio seguro do conteúdo das matérias que

leciona e sua relação com a vida e a prática, bem como dos métodos de

investigação próprios da matéria, a fim de poder fazer uma boa seleção e

organização do seu conteúdo, partindo das situações concretas da escola e da

classe”. (Libaneo, 1994, p.2.).

A seriedade profissional do professor se manifesta quando

compreende o seu papel de instrumentalizar os alunos para a conquista dos

conhecimentos e sua aplicação na vida prática; incute-lhes a importância do

29

estudo na superação das suas condições de vida; mostra-lhes a importância

do conhecimento das lutas dos trabalhadores; orienta-os positivamente para as

tarefas da vida adulta.

Tais propósitos devem ser concretizados na prática, através de

aulas planejadas onde se evidenciem: a segurança nos conteúdos e nos

métodos de ensino; a constância e firmeza no cumprimento das exigências

escolares pelos alunos; o respeito no relacionamento com os alunos.

Queremos dizer que o professor deve ter constância e firmeza na

direção da classe; ordem nos cadernos, livros, tarefas de casa e exercícios;

manutenção de um clima de trabalho na classe, para assegurar a atenção e

concentração nas tarefas; atitudes de respeito para com o professor, com os

colegas e com o pessoal da escola; hábitos de educação e higiene pessoal;

limpeza e arrumação nas carteiras e na classe; tarefas bem-feitas e corretas

etc. Evidentemente é preciso observar os limites de prudência e bom senso.

As exigências quanto ao trabalho escolar surtem efeitos positivos quando são

viáveis, não se pedindo o impossível. Quanto às tarefas de casa, por exemplo,

é preciso que os alunos tenham realmente condições de fazê-las.

3.2 – Relações Professor – Aluno na Sala de Aula

Segundo Libâneo (1994) a interação professor-aluno é um

aspecto fundamental da organização da ‘situação didática’, tendo em vista

alcançar os objetivos do processo de ensino: a transmissão e assimilação dos

conhecimentos, hábitos e habilidades. Entretanto, esse não é o único fator

determinante da organização do ensino, razão pela qual ele precisa ser

estudado em conjunto com outros fatores, principalmente a forma de aula

30

(atividade individual, atividade coletiva, atividade em pequenos grupos,

atividade fora da classe etc,).

A motivação do aluno consiste em apresentar a alguém

estímulos e incentivos que lhe favoreçam determinado tipo de conduta. Em

sentido didático, consiste em oferecer ao aluno os estímulos e incentivos

apropriados para tornar a aprendizagem mais eficaz.

Os recursos didáticos, os procedimentos de ensino, o conteúdo,

as atividades práticas e exercícios são valiosas fontes de incentivo. A maior

fonte, no entanto, é a personalidade do professor.

Por isso, os alunos geralmente preferem as matérias lecionadas

por professores amigos, ou associadas a situações agradáveis e a recursos e

procedimentos de ensino adequados. Por sua vez, as matérias menos

preferidas pelos alunos são aquelas associadas a indivíduos antipáticos, a

situações desagradáveis e a recursos e procedimentos inadequados.

Com relação ao professor, convém lembrar que ele atua não só

pelo que diz e faz, mas pelo que ele é como um ser humano. ´ O ato

pedagógico não pode ser simplesmente o ato de uma incitação intelectual ao

conhecimento, é também uma forte relação afetiva entre o professor e os

alunos, relação afetiva que deve ser vivida, com todas as dificuldades que

pressupõe. A criança vive uma ansiedade, uma angústia muito profunda, na

busca do seu desenvolvimento, do seu desabrochamento e, se a classe não

lhe proporciona uma segurança, um encorajamento, uma confiança, se torna

para ela o lugar de projeção das dificuldades familiares, em vez de ser o lugar

de elucidação pelo menos parcial ou compensação, a comunicação não se

31

estabelece, o que traduzirá um malogro para a cultura’. Perreti, A, Citado por

Snyders, G. Op. cit. p. 228

Motivar os alunos não é tarefa fácil. Muitas vezes o professor

conhece as teorias e técnicas de motivação da aprendizagem mas, ele

próprio, não está motivado para ensinar. Os alunos percebem essa

desmotivação e, apesar das técnicas e dos métodos de ensino utilizados, não

demonstram maior entusiasmo pelo matéria.

Outras vezes, a falta de motivação para aprender pode ter

origem na não satisfação de necessidades que antecedem a necessidade de

conhecimentos. Um aluno com fome ou muito cansado, dificilmente terá

motivação para aprender. Ou ainda, as necessidades não satisfeita são de

ordem afetiva – um aluno que se sente isolado na família ou no grupo de

colegas geralmente não tem motivação para aprender.

Podemos destacar dois aspectos da interação professor –

alunos no trabalho docente: o aspecto cognitivo (que diz respeito a formas de

comunicação dos conteúdos escolares e às tarefas escolares indicadas aos

alunos) e o aspecto sócio-emocional (que diz respeito às relações pessoais

entre professor e aluno e às normas disciplinares indispensáveis ao trabalho

docente).

Entendemos por cognitivo o processo ou movimento que

transcorre no ato de ensinar e no ato de aprender, tendo em vista a

transmissão e assimilação de conhecimentos. Nesse sentido, ao ministrar

aulas, o professor sempre tem em vista tarefas cognoscitivas colocadas aos

32

alunos : objetivos da aula, conteúdos, problemas, exercícios. Os alunos, por

sua vez dispõem de um grau determinado de potencialidades cognitivas

conforme o nível de desenvolvimento mental, idade, experiências de vida,

conhecimentos já assimilados etc.

O trabalho docente se caracteriza por um constante vaivém entre

as tarefas cognitivas colocadas pelo professor e o nível de preparo dos alunos

para resolverem as tarefas. Para isso o professor deve cuidar de apresentar os

objetivos, os temas de estudo e as tarefas numa forma de comunicação

compreensível e clara. Deve esforçar-se em formular perguntas e instruções

verbais que os alunos possam entender. Não se espera que haja pleno

entendimento entre professor e aluno, mesmo porque a situação pedagógica é

condicionada por outros fatores. Mas as formas adequadas de comunicação

concorrem positivamente para a interação professor-aluno.

O professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas,

mas também ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que

aprendam a expressar-se, a expor opiniões e dar respostas. O trabalho

docente nunca é unidirecional. As respostas e as opiniões dos alunos mostram

como eles estão reagindo à atuação do professor, às dificuldades que

encontram na assimilação dos conhecimentos. Servem, também, para

diagnosticar as causas que são origem a essas dificuldades. Esta é uma das

funções da avaliação diagnóstica.

Para atingir satisfatoriamente uma boa interação no aspecto

cognoscitivo, é preciso levar em conta: o manejo dos recursos da linguagem

(variar o tom de voz, falar com simplicidade sobre temas complexo); conhecer

bem o nível de conhecimento dos alunos; ter um bom plano de aula e objetivos

33

claros; explicar aos alunos o que se espera deles em relação à assimilação da

matéria.

Além dessas exigências, é indispensável que o professor use

corretamente a Língua Portuguesa, procurando não falar errado, pois isto se

reflete na incorreção da linguagem dos alunos, prejudicando a aprendizagem.

Os aspectos sócio-emocionais se referem aos vínculos afetivos entre

professor e alunos, como também às normas e exigências objetivas que regem

a conduta dos alunos na aula (disciplina). A relação maternal ou paternal deve

ser evitada, porque a escola não é um lar. Na sala de aula o professor se

relaciona com o grupo de alunos. Ainda que o professor necessite atender um

aluno em especial ou que os alunos trabalhem individualmente, a interação

deve estar voltada para a atividade de todos os alunos em torno dos objetivos

e do conteúdo da aula.

Neste sentido, o professor precisa aprender a combinar severidade e

respeito. O processo de ensino consiste ao mesmo tempo da direção da

aprendizagem e de orientação da atividade autônoma e independente dos

alunos. Cabe ao professor controlar esse processo, estabelecer normas,

deixando bem claro o que espera dos alunos.

3.3 – Ferramentas adotadas para a sala de aula

Na sala de aula o professor exerce uma autoridade, fruto de

qualidades intelectuais, morais e técnicas. Ela é um atributo da condição

profissional do professor e é exercida como um estímulo e ajuda para o

34

desenvolvimento independente dos alunos. O professor estabelece objetivos

sociais e pedagógicos, seleciona e organiza os conteúdos, escolhe métodos,

organiza a classe. Entretanto, essas ações docentes devem orientar os alunos

para que respondam a elas como sujeitos ativos e independentes. A

autoridade deve fecundar a relação educativa e não cerceá-la.

Autoridade e autonomia são dois pólos do processo pedagógico. A

autoridade do professor e a autonomia dos alunos são realidades

aparentemente contraditórias mas, de fato, complementares. O professor

representa a sociedade, exercendo um papel de mediação entre o indivíduo e

a sociedade. O aluno traz consigo a sua individualidade e liberdade. Entretanto

a liberdade individual está condicionada pelas exigências grupais e pelas

exigências da situação pedagógica, implicando a responsabilidade. Nesse

sentido, a liberdade é o fundamento da autoridade e a responsabilidade é a

síntese da autoridade e da liberdade. Cunha , 1977, p.26 afirma que “^os

professores criam um certo sentimento de culpa se não são eles que estão

“em ação”, isto é, ocupando espaço com a palavra em sala de aula”.

Do ponto de vista das relações entre autoridade e autonomia, a

interação professor-aluno não está livre de conflitos ou deformações. Em nome

da autoridade, o professor se apresenta com superioridade, faz imposições

descabidas, humilha os alunos. Tais formas de autoritarismo – a exacerbação

da autoridade – não são educativas, pois não contribuem para o crescimento

dos alunos. O professor autoritário não exerce a autoridade a serviço do

desenvolvimento da autonomia e independência dos alunos. Transforma uma

qualidade inerente à condição do profissional professor numa atitude

personalista.

35

Uma das dificuldades mais comuns enfrentadas pelo professor é o

que se costuma chamar de controle da disciplina. A disciplina da classe está

diretamente ligada ao estilo da prática docente, ou seja, à autoridade

profissional, moral e técnica do professor. Quanto maior a autoridade do

professor, mais os alunos darão valor às suas exigências.

A autoridade profissional se manifesta no domínio da matéria que

ensina e dos métodos e procedimentos de ensino, no tato em lidar com a

classe e com as diferenças individuais, na capacidade de controlar e avaliar o

trabalho dos alunos e o trabalho docente.

A autoridade moral é o conjunto das qualidades de personalidade do

professor: sua dedicação profissional, sensibilidade, senso de justiça, traços

de caráter. “ a autoridade técnica constitui o conjunto de capacidades e hábitos

pedagógico-didáticos necessários para dirigir com eficácia a transmissão e

assimilação de conhecimentos aos alunos. A autoridade técnica se manifesta

na capacidade de empregar com segurança os princípios didáticos e o método

didático da matéria, de modo que os alunos compreendam e assimilem os

conteúdos das matérias e sua relação com atividade humana e social,

apliquem os conhecimentos na prática e desenvolvam capacidades e

habilidades de pensarem por si próprios. Um professor competente se

preocupa em dirigir e orientar a atividade mental dos alunos, de modo que

cada um deles seja um sujeito consciente, ativo e autônomo”. (Libâneo, 1994,

p.252.)

A disciplina da classe depende do conjunto dessas características

do professor, que lhe permitem organizar o processo de ensino. Requisitos

para organização de ensino: um bom plano de aula, motivação dos alunos,

36

controle da aprendizagem e conjunto de normas e exigências para controlar as

ações e o comportamento dos alunos.

Além dos requisitos acima citados, podemos entender a disciplina

da classe também, sob os seguintes aspectos. “ mesmo bons professores

algumas vezes têm problemas de disciplina. Mas uma aula disciplinada é algo

mais que conservar a classe em ordem. O objetivo último da disciplina é

desenvolver no aluno autocontrole, autorrespeito e respeito pelas coisas que o

rodeiam’. (Porto Alegre, Globo, 1977. P. 65.).

Se o professor não tem qualidade, é inútil pretender desenvolvê-

las nos alunos.

A verdadeira disciplina, não se origina de pressões exteriores.

Ela parte do íntimo do indivíduo. O indivíduo age dentro dos limites

estabelecidos por ele próprio.

Ninguém nasce disciplinado. Como a maior parte de nossos

comportamentos, a disciplina é resultado de aprendizagens interligadas em

todas as áreas – afetiva, cognitiva e motora. Começa quando nascemos e

continua na vida toda.

Na escola, vários processos são utilizados para se conseguir

disciplina. Vamos abordar alguns deles:

A) O uso da força – Esse processo, bastante utilizado antigamente, ainda é

empregado por muitos professores. Consiste em exigir disciplina do aluno,

utilizando-se de pressões exteriores como castigos e ameaças. As normas

estabelecidas pela escola e pelos professores devem ser seguidas pelos

alunos sem questionamento, mesmo que eles não as entendam. Quando esse

processo é utilizado, o aluno obedece os regulmentos, segue as ordens,

37

executa os deveres, sem nenhum interesse. Ele faz isso apenas para livrar-se

das punições e censuras.

B) A chantagem afetiva - Esse também é um processo bastante utilizado.

Consiste em cativar a amizade do aluno ou da classe para se alcançar

disciplina. Quando esse processo é utilizado, o aluno faz tudo que o professor

deseja porque tem medo de perder sua amizade. Ao seguir as normas e os

regulamentos, o aluno tem em mente apenas um objetivo : agradar o

professor.

C) O uso da responsabilidade – Esse processo, hoje utilizado por muitos

professores, procura desenvolver a responsabilidade do aluno. Sua utilização

não fácil. Exige capacidade para acompanhar o amadurecimento do aluno,

dando-lhe responsabilidade dentro dos limites de seu nível de maturidade e

inteligência. Consiste em criar oportunidades para a autodireção. A

responsabilidade não nasce pronta. Deve-se ser aprendida. E só aprende a ser

responsável enfrentando situações de responsabilidade.

Segundo Claudino Pillete, 2010, o melhor processo é o terceiro.

Algumas vezes o docente é obrigado a recorrer aos outros dois processos.

Cabe ao docente analisar cada caso para saber como e quando agir.

38

CONCLUSÃO

A intenção desta conclusão é definir, claramente , quais

perspectivas podem ser encaradas como ferramentas da didática. Essa

definição norteia todas as questões que envolvem as possíveis

implicações desses paradigmas educacionais.

A perspectiva sistêmica resumida neste trabalho, já é, por

definição epistemológica. Diz respeito à constatação, premissa para Libâneo

que afirma a didática como sendo é a mediação entre as dimensões teórico-

científica e a prática docente.

39

Na realidade de hoje, as escolas de Ensino Superior, em relação às

questões educacionais, não aceitam mais que um professor universitário

tenha firmes conhecimentos na área que pretende lecionar, mas

também conhecimento na área pedagógica para tornar o aprendizado mais

eficaz. Outro fator importante, é que o professor tenha conhecimento do

mundo, de ser humano, de ciências e de educação, de acordo com as

necessidades de sua função.

Pelo que se viu nessa monografia, torna-se importante esse

momento , que estamos vivenciando nas escolas de Ensino Superior

Brasileira, nesta última década. Essa didática cada vez mais

indispensável, tem por objetivo de auxiliar o professor, na grande tarefa

de promover um ensino aprendizagem eficaz.

A docência universitária é a profissão que tem por natureza

construir um processo mediador entre pessoas diferentes, professor e

alunos, no confronto e na conquista do conhecimento. Para desenvolver é

fundamental iniciar pelo conhecimento da realidade institucional. Uma

proposta coletiva e institucional, assumida pelo coletivo docente tem

maiores possibilidades de produzir mudanças significativas do que ações

individuais.

Um processo de preparação pedagógica deve estabelecer

objetivos, etapas, encaminhamentos, ao longo de um tempo preestabelecido

em relação aos problemas diagnosticados e transformados em metas . É

preciso considerar como princípio que o Professional que atua como docente

já possui uma experiência de sala de aula em vários anos como aluno, por

isso, como sujeito de seu processo sua voz é essencial na definição da

40

caminhada a ser construída. É importante destacar a contribuição dos

alunos no processo de desenvolvimento profissional de seus professores.

A educação é uma arte que cada docente irá desenvolver , que

exige vocações muito particular; exige qualidades morais que não são dadas a

todos os homens, tais como sabedoria, firmeza, paciência, vontade e força

para dominar as próprias paixões. Exige intenso conhecimento de si próprio e

do outro, além do conhecimento dos meios mais apropriados para desenvolver

no aluno as faculdades físicas, intelectuais e morais necessárias ao seu

crescimento. A educação é uma arte que precisa ser estudada, pois o

professor é, ele próprio, um eterno aluno.

BIBLIOGRAFIA

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CANDAU, V. M. Rumo a uma nova didática.Ed . Vozes.

CASTRO, C. de M. Educação brasileira: consertos e remendos. Rio de Janeiro:

Rocco, 2007.

CUNHA. L. A. Educação, Estado e Democracia no Brasil. Ed. Cortez

GIL, A. C. Didática do Ensino Superior. Ed. Atlas

41

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1998.

NÉRICI, I. G. Didática do Ensino Superior.São Paulo IBRASA, 1993.

PASSOS, I. Docentes para Educação Superior processos formativos.Ed.

Papirus

PILETTI, C. 1942. Didática geral. São Paulo. Ática.

PIMENTA, S. G. Professor reflexivo: construindo uma crítica.In (org) Professor

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PIMENTA, S. G. Docência do Ensino Superior . Ed. Cortez – 3 ed.

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ensino superior. São Paulo. Ano 10, n. 115, 2007.

TEIXEIRA, M. Prática docente e autonomia do aluno – uma relação a ser

construída em cursos de graducação.Tese de doutorado – São Paulo.2002.

VEIGA, I.P.A. Técnicas de ensino, por que não? Campinas. Papirus, 1991.

WOLF, R. P. O ideal da universidade. São Paulo: Editora UNESP, 1993, p. 89-

105.

42

ÍNDICE

CAPA ...................................................................................................... 01

FOLHA DE ROSTO ................................................................................. 02

AGRADECIMENTO ................................................................................. 03

DEDICATÓRIA ........................................................................................ 04

RESUMO ................................................................................................. 05

METODOLOGIA ....................................................................................... 06

SUMÁRIO ................................................................................................. 07

CAPÍTULO I – DITÁTICA E SUAS FERRAMENTAS NO ENSINO

SUPERIOR

1.1 - Conceito ........................................................................................ 10

1.2 - Funções da Didática ..................................................................... 11

CAPÍTULO II – FATORES QUE INFLUENCIAM E AFETAM O ENSINO

APRENDIZAGEM

2.1 - Objetivos de um Plano de Ensino.................................................... 18

43

2.2 - O que é Taxonomia de Bloom? ....................................................... 21

2.3 - Conteúdo de Ensino ? .................................................................... 22

CAPÍTULO III – O SER PROFESSOR NAS UNIVERSIDADES

3.1 - Função do professor ....................................................................... 28

3.2 - Relações Professor – Aluno na Sala de Aula .................................. 29

3.3 - Ferramentas adotadas para a sala de aula ...................................... 33

CONCLUSÃO .......................................................................................... 38

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................ 40

ÍNDICE ..................................................................................................... 42

44