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C U R S O P R E C U R S O R W W W . P R E C U R S O R . 1 B R . N E T

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ÍNDICE GEOGRAFIA DO BRASIL

1 – Localização.............................................................................................................................................. 2 2 – Limites..................................................................................................................................................... 2 3 – Pontos Extremos..................................................................................................................................... 3 4 – Fusos Horários........................................................................................................................................ 3 5 – Relevo Brasileiro..................................................................................................................................... 4 6 – Clima Brasileiro...................................................................................................................................... 6 7 – Vegetação Brasileira............................................................................................................................... 7 As Formações florestais Arbóreas............................................................................................................... 8 As Formações Complexas............................................................................................................................ 9 8 – Hidrografia Brasileira............................................................................................................................ 10 9 – O Litoral Brasileiro................................................................................................................................ 14 10 – Agricultura e Extrativismo Vegetal no Brasil.................................................................................... 16 O Extrativismo Vegetal........................................................................................................................ 17 11 – As Minerações no Brasil....................................................................................................................... 18 12 – Os Recursos Energéticos...................................................................................................................... 19 13 – A Pecuária............................................................................................................................................. 20 14 – A Indústria............................................................................................................................................ 22 15 – Transportes........................................................................................................................................... 22 16 – A População brasileira......................................................................................................................... 24 17 – Estrutura Étnica da População.......................................................................................................... 25 18 – População Rural e População Urbana................................................................................................ 25 19 – A Imigração no Brasil.......................................................................................................................... 26 20 – A Emigração no Brasil......................................................................................................................... 27 21 – Migrações Internas............................................................................................................................... 27 22 – Setores da Economia............................................................................................................................. 28 23 – Urbanização........................................................................................................................................... 29 24 – A Divisão Regional................................................................................................................................ 29 25 – Região Norte.......................................................................................................................................... 31 Divisão Política...................................................................................................................................... 31 26 – Região Centro Oeste............................................................................................................................. 35 Divisão Política...................................................................................................................................... 35 27 – Região Nordeste.................................................................................................................................... 39 Divisão Política...................................................................................................................................... 39 28 – Região Sul.............................................................................................................................................. 44 Divisão Política...................................................................................................................................... 44 29 – Região Sudeste...................................................................................................................................... 49 Divisão Política...................................................................................................................................... 49

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GEOGRAFIA DO BRASIL

1 – LOCALIZAÇÃO: O Brasil está situado na parte centro-oriental da América do Sul . Possui uma superfície de 8.547.403,5 Km2 , conforme o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). O Equador e o Trópico Capricórnio são os dois paralelos que atravessam o Brasil, o Trópico de Capricórnio atravessa o

sul de São Paulo, o norte do Paraná e sul de Mato Grosso do Sul. ( Regiões Sudeste, Sul, e Centro-Oeste) O Equador passa exatamente em Macapá (AP); o Equador faz com que o Brasil se localize nos dois hemisférios: sul

(maior parte 93%,) norte (menor parte 7%). O Brasil em relação aos demais países do globo, é o quinto em extensão , apenas superado pela Rússia, o Canadá, a

China e os Estados Unidos, isto é, em terras descontínuas. Em terras contínuas, o Brasil é o quarto do mundo, superando os Estados Unidos em Razão do Alasca e Havaí, estados

descontínuos dos E.U.A . O Brasil é o maior país da América do Sul, o terceiro do Continente Americano e o 5º do mundo. Compõe-se de 27 unidades políticas , sendo 26 estados e o Distrito Federal, onde se localiza Brasília, a capital do país.

O BRASIL NO MUNDO

2 - LIMITES O Brasil se limita ao norte com a Venezuela, Guiana, Suriname

e Guiana Francesa, ao sul com o Uruguai, a noroeste com a Colômbia, a oeste com o Peru e a Bolívia, a sudoeste com a Argentina e Paraguai, a nordeste, a leste e a sudeste com o Oceano Atlântico.

Chile e Equador são os dois únicos países da América do Sul que não fazem fronteira com o Brasil. Os dois países de menor fronteira são Suriname (593Km) e a Guiana Francesa (655 Km). Os dois países de maior fronteira com nosso país são Bolívia (3.126 Km) e Peru (2.995 Km).

O Brasil é um país marítimo, pois é banhado a leste pelo importante Oceano Atlântico (7.367 Km de litoral), possuindo extensa Plataforma Continental.

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3 – PONTOS EXTREMOS • Ao norte – nascente do rio Ailã, na Serra do Caburaí (RR). • Ao sul – arroio Chuí (RS) • A leste – Ponta Seixas, no Cabo Branco (PB) • A oeste – Serra da Contamana ou Divisor (AC)

4 – FUSOS HORÁRIOS Pela sua extensão territorial no sentido

leste-oeste (4.320 Km), nosso país é cortado por quatro fusos horários, havendo quatro horários diferentes.

• Fuso 1 – compreende as Ilhas de

Fernando de Noronha, Trindade e Martim Vaz, e os penedos de São Pedro e São Paulo.

• Fuso 2 – abrange todos os Estados litorâneos, os Estados do Amapá, Tocantins, Minas Gerais e Goiás, o Distrito Federal e o Estado do Pará até os Rios Jari e Xingu.

• Fuso 3 – inclui a porção ocidental do Pará, os Estados de Roraima, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e a parte leste do Amazonas.

• Fuso 4 – compreende o oeste do Amazonas e o Estado do Acre. O Brasil tem sua hora diminuída de duas a cinco horas em relação à hora de Londres, pois se encontra a oeste de

Greenwich (meridiano inicial ). O mais importante fuso horário do Brasil é o 3 pois abrange todas as capitais litorâneas.

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5 - RELEVO BRASILEIRO O relevo brasileiro está dividido em dois grandes

sistemas: • Planalto das Guianas (Parima), junto à

fronteira Norte. • Planalto Brasileiro, ao sul da Planície

Amazônica. Ambos estão separados pela Planície Amazônica e

são constituídos por terrenos antigos (Era Primária), desgastados pela erosão e formados principalmente de granitos e gnaisses, que constituem o Complexo Cristalino Brasileiro.

O vasto Planalto Brasileiro compreende quatro

divisões: - Planalto Nordestino ou da Borborema.

- Planalto Atlântico ou Oriental. - Planalto Central. - Planalto Meridional.

As Planícies são: - Amazônica - Litorânea ou Costeira - Paraguaia ou Pantanal - Gaúcha ou Pampa O Planalto das Guianas está dividido em serras orientais (menores altitudes) e serras ocidentais (maiores altitudes),

separados pela “Depressão do Pirara.” Apresenta uma das partes mais elevadas e escarpadas do relevo, onde existem várias serras: Tumucumaque, Imeri,

Acaraí, Pacaraima, Parima e Navio.

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CONFIGURAÇÃO DO RELEVO BRASILEIRO

Neste Planalto encontramos importantes elevações do relevo brasileiro: Pico da Neblina, Pico 31 de Março e o Monte Roraima.

O Pico da Neblina com 3.014 metros, na Serra do Imeri, é o ponto culminante do Brasil. O Pico 31 de Março, com 2.992 metros, é o segundo do Brasil, na mesma serra e planalto, na fronteira do Brasil

(Amazonas) com a Venezuela. O Monte Roraima, com 2.875 metros no Estado do mesmo nome, é o quarto ponto mais alto do Brasil. Os pontos culminantes do Brasil, em ordem decrescente, são: • 1º – Pico da Neblina (3.014 metros) • 2º – Pico 31 de Março (2.992 metros) • 3º – Pico da Bandeira (2.890 metros) • 4º – Monte Roraima (2.875 metros) O Planalto Nordestino divide-se em Arcos Maranhenses (Penitente, Tiracambu, Alpercatas) e Chapadas Nordestinas. A forma característica do relevo sã as Chapadas: Apodi (RN), Baturité e Araripe (CE), Ibiapaba (PI), Borborema (RN,

PB, PE, AL), Mangabeiras (MA). O Pico Alto 1.115metros, na Chapada do Baturité, é o ponto culminante do Planalto Nordestino. A semi-aridez do sertão nordestino está relacionada à presença do Planalto da Borborema, que impede a penetração de

massas úmidas do litoral em direção ao interior, provocando somente chuvas próximo ao litoral. O Planalto do Maciço Atlântico é formado, dentre outras, por importantes serras como a da Mantiqueira e a do Mar. A Serra do Espinhaço está localizada Quadrilátero Central. A Serra do Mar aparece junto à orla litorânea e se alonga do Estado do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul. A Serra do Mar está separada da Serra da Mantiqueira pelo vale do Rio Paraíba do Sul. O Planalto Central é constituído por rochas sedimentares e cristalinas. Apresenta uma topografia regular e domina a

Região Centro-Oeste do Brasil. A forma característica do relevo são imensos “tabuleiros” ou chapadões com altitude entre 500/900 metros. O Espigão Mestre (divisa Goiás Bahia) é uma importante elevação do Planalto Central, que tem como ponto culminante

o Morro Alto (1.678 metros), na Chapada dos Veadeiros (em Goiás) O Planalto Meridional é

constituído por: - terrenos cristalinos, que

correspondem ao 1º degrau (Serra do Mar).

- terrenos sedimentares que correspondem ao 2º degrau (“cuestas”).

- terrenos basálticos que correspondem ao 3º degrau (“trapp”).

O derrame de lençóis e sua decomposição em clima tropical deu origem a um solo rico: a terra roxa.

O ponto culminante do Planalto Meridional é o Morro da Igreja (1.870 metros), na Serra Geral, em Santa Catarina.

“Coxilhas” são as pequenas ondulações da Serra Geral, que aparecem no final do Planalto Meridional (no território gaúcho): Santana, Haedo, São Martinho e Grande.

Fonte: Jurandir Ross (adaptado) Planaltos 1 - Planalto da Amazônia Oriental 2 - Planaltos e Chapadas da Bacia do

Parnaiba

Depressões 12- Depressão da Amazônia Ocidental 13- Depressão Marginal Norte-

Amazônica

Planícies 23- Planície do Rio Amazonas 24- Planície do Rio Araguaia

25- Planície e Pantanal do Rio

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3- Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná

4- Planalto e Chapada dos Parecis 5- Planaltos Residuais Norte-

Amazônicos 6- Planaltos Residuais Sul-

Amazônicos 7- Planaltos e Serras do Atlântico-

Leste-Sudeste 8- Planaltos e Serras de Goiás-Minas 9- Serras Residuais do Alto Paraguai 10- Planalto da Borborema 11- Planalto Sul-Rio-grandense

14- Depressão Marginal Sul-Amazônica 15- Depressão do Araguaia 16- Depressão Cuiabana 17- Depressão do Alto Paraguai-

Guaporá 18- Depressão do Miranda 19- Depressão Sertaneja e do São

Francisco 20- Depressão do Tocantins 21-Depressão Periférica da Borda Leste

da Bacia do Paraná 22- Depressão Periférica Sul-Rio-

grandense

Guaporé 26- Planície e Pantanal Mato-grossense 27- Planície da Lagoa dos Patos e Mirim 28-Planícies e Tabuleiros Litorâneos

6- CLIMA BRASILEIRO O clima é o comportamento normal ou a

sucessão habitual do tempo (meteorológico) durante o ano.

Tipos de clima: • Quanto à temperatura: quente, temperado e

frio. • Quanto à umidade: superúmido, úmido,

subúmido, semi-árido, árido (seco). • TROPICAL Tropical: duas estações bem definidas uma

chuvosa e quente (no verão) e outra seca com temperatura mais amena (inverno) Temperatura média anual entre 20ºC e 25ºC. Maior ocorrência no Brasil central.

Tropical Atlântico: com chuvas no inverno, na zona litorânea. Ocorrência, litoral do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Sua vegetação é a Mata Atlântica.

Tropical de Altitude: Temperatura amena, chuvas bem distribuídas. Ocorrência, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de

Janeiro, São Paulo e Paraná • CLIMA EQUATORIAL Apresenta as seguintes características: temperaturas elevadas ( a média anual é sempre superior à 25ºC e alta

pluviosidade (chuvas abundantes durante todo o ano, com 3.000 mm de chuvas ) e é fraca a amplitude térmica anual (diferença entre o mês mais quente e o mês mais frio).

A vegetação corresponde a Floresta Equatorial. O fenômeno da “friagem” se faz sentir na Planície Amazônica: é uma queda brusca da temperatura, quando a região é

atingida por massa fria do pólo sul. • SEMI-ÁRIDO Temperaturas elevadas, seca, chuvas irregularmente distribuídas ( com longos períodos de estiagem). A vegetação

correspondente é a caatinga. Ocorrência no Sertão Nordestino, vale médio do Rio São Francisco e norte de Minas Gerais (Polígonos das Secas).

• SUBTROPICAL As quatro estações do ano são bem definidas, temperatura amena, chuvas bem distribuídas, alcançando no inverno as

temperaturas mínimas do país. Sua vegetação correspondente é a Floresta Subtropical (dos Pinhais) ou Mata Araucária. Ocorrência: Planalto Meridional, (região Sul), abrangendo os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O Brasil é um país de clima quente, portanto, um país tropical. As médias térmicas anuais, em nosso país, variam de 13ºC no Sul a 35ºC no Nordeste. Os extremos de temperatura já registrados são: • máxima de 44ºC, em Paratinga, na Bahia, • a mínima de 14ºC abaixo de zero, em São Francisco de Paula, no RS.

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Os extremos de pluviosidade são: • Serra do Mar, SP (Itapanhaú), com mais de 4.500 mm, • Sertão da Paraíba, (Cabaceiras) “polígono das secas” onde chove menos de 280 mm por ano. VENTOS: Noroeste vento quente procedente da Amazônia e que atinge o estado de São Paulo, no final do inverno (agosto-

setembro) quando provoca chuvas fortes. Minuano ou pampeiro vento frio que vem da Argentina e do Uruguai, ou seja, massa polar atlântica, nos meses de

inverno, provocando períodos de chuva. O homem é responsável por muitas mudanças que estão ocorrendo. Já estamos convivendo com chuva ácida, com o

efeito estufa ou aquecimento global, com buraco na camada de ozônio, com desertificação, com desmatamentos e poluição de toda ordem. Até mesmo o EL Niño, fenômeno outrora moderado e limitado aos litorais do Peru e do Equador, se agiganta e desequilibra a atmosfera brasileira prolongando e intensificando as chuvas e as secas.

O EL Niño já é conhecido há mais de dois séculos. Ocorria quase todos os anos no Pacífico, nas costas do Peru e do Equador, onde as águas são frias e com grandes cardumes. O fenômeno EL Niño é a chegada de águas quentes (correntes marinhas) que afugentam os cardumes e prejudicam a pesca que é muito importante na região.

O fenômeno EL Niño ocorre por causa dos desequilíbrios de pressão atmosférica existentes no Pacífico, no norte da Austrália e na Indonésia (anticiclone) e no litoral sul-americano (ciclone), nos litorais do Peru e do Equador.

O EL Niño desequilibra a atmosfera e a regularidade dos ventos alísios e das correntes marinhas. Nestas últimas décadas ele se tornou mais freqüente e mais intenso e já é responsabilizado pelos longos períodos de chuvas em São Paulo e de secas no Nordeste.

7- VEGETAÇÃO BRASILEIRA

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AS FORMAÇÕES FLORESTAIS OU

ARBÓREAS A FLORESTA AMAZÔNICA Também conhecida como floresta latifoliada

equatorial ou Hiléia, ocupa cerca de 40% do território brasileiro, estendendo-se pela quase totalidade da região Norte, porção setentrional de Mato Grosso e porção ocidental do Maranhão.

Característica de clima quente e superúmido, essa floresta é extremamente heterogênea e densa e apresenta-se dividida em três estratos:

igapó: corresponde à porção da floresta que se assenta sobre o nível mais inferior da topografia - a verdadeira planície, ou planície de inundação, onde o solo está permanentemente inundado. Sua principal área de ocorrência é o baixo curso do rio Amazonas;

várzea: ocupa a porção do relevo denominada teso ou terraço fluvial, onde as inundações são periódicas;

terra firme: corresponde ao trecho da floresta localizado na porção mais elevada do relevo - os baixos planaltos ou baixos platôs -, sendo por isso mais desenvolvida e exuberante.

O APROVEITAMENTO ECONÔMICO DA FLORESTA

O aproveitamento econômico da floresta dá-se sobretudo através do extrativismo vegetal, geralmente de produtos tradicionais. Destacam-se a extração de látex para produção de borracha, principalmente no Acre, Amazonas e Rondônia; de castanha-do-pará, no Pará e Amazonas; e de guaraná, no Amazonas e Acre. Nenhuma dessas atividades interfere negativamente no equilíbrio ecológico da floresta. O que devasta, na verdade, é a grande extração madeireira que se pratica na região, sem nenhuma preocupação com a preservação ambiental, sem reflorestamento e utilizando como equipamento de trabalho as moto-serras e os tratores com seus correntões. Outro problema ambiental grave é a prática de criminosas queimadas realizadas com o objetivo de limpar o terreno para a implantação de enormes fazendas de gado.

MATA ATLÂNTICA Formação exuberante, que se assemelha bastante à floresta equatorial, a Mata Atlântica é heterogênea, densa e aparece

em diferentes pontos do pais, onde há temperaturas elevadas e alto teor de umidade. Também é chamada de floresta latifoliada tropical úmida da encosta.

Estendia-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, porém foi intensamente devastada pela cultura canavieira desde o período colonial, sobretudo na região Nordeste.

No litoral sudeste e sul, a presença da serra do Mar dificultou a ocupação humana e a exploração florestal. Mas hoje, mesmo nessa área, a extração de madeiras, a abertura de estradas e a poluição industrial têm devastado a Mata Atlântica.

As madeiras de lei, como jacarandá, jatobá, jequitibá, cedro, imbuia, etc., sempre atraíram as atenções dos empresários da madeira, para os quais "árvore tem é que dar dinheiro".

No interior do Sudeste, a floresta tropical aparecia em quase toda a área drenada pelo rio Paraná e seus afluentes, sendo por isso denominada de mata da bacia do Paraná, e também já foi quase toda devastada com o avanço da cultura cafeeira em São Paulo e Minas Gerais, no final do século passado e inicio deste. Hoje, seus vestígios correspondem às estreitas faixas de árvores que margeiam os rios da região, sendo, por isso, denominadas matas galerias ou ciliares.

MATA DE ARAUCÁRIAS Floresta aciculifoliada é uma formação típica do clima subtropical, menos quente e úmido que o equatorial e o tropical.

Por isso, suas folhas são finas e alongadas (em forma de agulha), a fim de evitar a excessiva perda de umidade. Estendia-se originalmente do sul de Minas Gerais ao norte do Rio Grande do Sul.

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Relativamente homogênea, apresenta poucas variedades e sua espécie dominante é a Araucária angustifolia, ou pinbeiro-do-paraná. E uma formação aberta, fato que facilitou sua exploração intensa e não-racional.

A concentração de pinheiros favoreceu o extrativismo vegetal de tal forma que essa floresta se tornou a principal fonte produtora de madeira do pais, com inúmeras aplicações econômicas, na indústria de móveis, na construção civil ou na indústria de papel e celulose.

Também na Mata de Araucárias a preocupação com a preservação foi nula, pois quase não há áreas de reflorestamento e, mesmo quando há, restringe-se ao plantio de eucalipto ou pinus, que fornecem madeiras de qualidade inferior, mas podem ser exploradas em tempo bem mais curto que a araucária.

MATA DOS COCAIS Formação de transição típica do Meio-Norte composta pelos estados do Maranhão e do Piau ladeada por climas

opostos, o equatorial superúmido oeste e o semi-árido a leste. No Maranhão, norte de Tocantins e oeste do Piauí, área um pouco mais úmida, é comum a ocorrência do babaçu,

palmeira de 15 a 20 m de altura com cachos de coquilhos em cujo interior encontram-se as amêndoas. Dessas, extrai-se o óleo, que é comercializado com indústrias alimentares e de cosméticos, enquanto o coco é aproveitado como biomassa, na produção de energia;

Na área menos úmida, leste do Piauí, litoral do Ceará e do Rio Grande do Norte, encontramos a carnaúba, palmácea de até 20 m de altura. A carnaúba é conhecida na região como “a árvore da providência” porque dela tudo se utiliza. As raízes para infusões medicinais, o tronco para fazer paredes, as folhas para recobrir o teto, o fruto para ser consumido como alimento, as sementes torradas e moídas para substituir o café e a folha para produzir cera, seu produto de maior aproveitamento econômico.

O extrativismo do babaçu e da carnaúba não implica devastação, pois aproveitam-se apenas os cocos e as folhas, continuamente reproduzidas pelas palmeiras. No entanto, a expansão pecuarista na região tem provocado grande destruição da vegetação com a criação de áreas de pasto. Isso tem levado ao agravamento das condições de vida de milhões de pessoas, que dependem do extrativismo.

AS FORMAÇÕES COMPLEXAS CERRADO Ocupando originariamente quase 25% do território brasileiro, é a segunda formação vegetal mais extensa do país; no

entanto, vem tendo sua participação diminuída gradativamente. Típico de áreas de clima tropical com duas estações bem marcadas verão chuvoso e inverno seco, o cerrado ocorre em quase todo o Brasil Central, a região Centro-Oeste e arredores, como o sul do Pará e do Maranhão, o interior de Tocantins, o oeste da Bahia e de Minas Gerais e o norte de São Paulo.

Caracterizado pelo domínio de pequenas árvores e arbustos bastante retorcidos, com casca grossa (cortiça), geralmente caducifólios e com raízes profundas, sua origem é ainda desconhecida. Para alguns, ele é produto do clima com alternância entre as estações úmida e seca durante o ano. Para outros, sua origem está ligada ao solo extremamente ácido e pobre. Além disso, certos tipos de cerrado resultam da própria ação humana, através de sucessivas queimadas realizadas em um mesmo local. É provável que o cerrado, também denominado savana-do-Brasil, seja na verdade resultado da ação de todos esses fatores ao mesmo tempo.

O aproveitamento econômico do domínio do cerrado faz-se através da pecuária e da agricultura comercial mecanizada (cultivo de soja), que vem destruindo a vegetação natural.

A CAATINGA A caatinga é uma formação típica do clima semi-árido do Sertão nordestino e ocupa cerca de 11% do território

brasileiro. Composta por plantas xerófilas, como as cactáceas, com suas folhas em espinhos, as caducifólias, que jogam fora suas folhas, para não perderem água, ou como a própria carnaúba, que produz uma cera que recobre os poros da folha, evitando a transpiração.

O principal uso econômico do domínio da caatinga é a agropecuária, que apresenta baixos rendimentos e afeta negativamente o equilíbrio ecológico.

Caso não sejam adotadas técnicas mais racionais de uso do solo e não se expanda a construção de açudes e de canais de irrigação, é provável que a médio ou longo prazo desenvolva-se um processo de desertificação do já muito seco Sertão nordestino.

O COMPLEXO DO PANTANAL Pantanal corresponde a uma grande depressão localizada no interior de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul,

ocupando uma área de aproximadamente 100 mil km2. Sua altitude média é de 100 m acima do nível do mar, sendo a maior planície inundável do mundo.

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O Pantanal é, na verdade, um mosaico de paisagens naturais. Há áreas que são alagadas todo ano com as cheias dos rios provocadas pelas fortes chuvas de verão. Há áreas um pouco mais elevadas, que eventualmente são alagadas, e também áreas bem mais elevadas, livres de inundação.

Na porção inundável, a vegetação desenvolve-se apenas nas estiagens de inverno. Caracteriza-se como formação rasteira, própria à prática da pecuária. Na porção de alagamento eventual, aparecem arbustos misturados à vegetação rasteira. Nas áreas altas, chamadas "cordilheiras", encontramos espécies dos cerrados, que, em alguns pontos mais úmidos, misturam-se às espécies arbóreas da floresta tropical.

A economia tradicional do Pantanal sempre foi a pecuária, realizada em harmonia com o ambiente, sem destruí-lo. No entanto, mais recentemente, o investimento de grandes capitais na região tem sido causa de sérios desequilíbrios ecológicos.

A implantação de agricultura comercial, a utilização de agrotóxicos e a construção de estradas, com a barragem das águas realizadas pelas pontes, são alguns dos problemas ligados à ocupação recente do Pantanal. Além desses, destacam-se a caça ilegal de jacarés e a pesca predatória, especialmente na piracema (época de acasalamento dos peixes).

AS FORMAÇÕES HERBÁCEAS As formações herbáceas, de características bastante diversificadas, geralmente aparecem em forma de manchas de

pequena extensão, distribuídas de maneira descontínua pelo interior do país, em função de vários fatores como a topografia suave ou climas mais frios e secos. Se aparecem exclusivamente gramíneas, denominam-se campos limpos e se as gramíneas estão misturadas a pequenos arbustos, denominam-se campos sujos.

Entre as diversas áreas de formação campestre, merecem destaque: • campos meridionais: como a Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul, e os Campos de Vacaria. A pecuária é a

atividade econômica mais comum nessas regiões.

• campos da Hiléia: são formações rasteiras encontradas nas áreas inundáveis da Amazônia oriental, como o litoral do Amapá, a ilha de Marajó e o golfão Maranhense;

• campos de altitude: são formações herbáceas encontradas em grande altitude. Aparecem no Sudeste, na serra da Mantiqueira, e também na Amazônia, na região serrana de Roraima.

Proporcionais à extensão do litoral brasileiro, as formações litorâneas apresentam grande variedade. As principais são: • vegetação de praias: são comuns as espécies halófilas, que habitam lugares ricos em sal, como a salsa-de-praia e o

jundu, vegetação arbóreo-arbustiva do litoral paulista;

• vegetação de dunas: vegetais rasteiros, com raízes profundas e grande extensão horizontal, criando verdadeiros cordões vegetais;

• restingas: misturam espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas, como a aroeira-de-praia e o cajueiro, favorecendo a formação de dunas sobre as restingas;

• mangues: vegetais que se adaptaram à intensa salinidade e à falta de oxigenação do solo, em áreas alagadas periodicamente pelas águas do mar. Compõem-se de arbustos misturados às espécies arbóreas, quase sempre de tronco muito fino e raízes aéreas. E no mangue que se realiza, como atividade econômica, a extração de caranguejos e, em menor escala, de ostras.

8- HIDROGRAFIA BRASILEIRA BRASIL – BACIAS HIDROGRÁFICAS

Bacias Área absoluta (Km2) Área relativa (%) I Amazônica 3.984. 467 46,8 II Paraná 891.309 10,4 III Tocantins-Araguaia 803.250 9,5 IV São Francisco 631.133 7,4 V Paraguai 345.701 4,0 VI Uruguai 178.235 2,1 Agrupadas VII Nordeste 884.835 10,3 VIII Leste 569.310 6,7 IX Sudeste 223.688 2,8

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AS BACIAS HIDROGRÁFICAS O Brasil possui uma das maiores redes hidrográficas do mundo, destacando-se seus rios quer pela extensão (tamanho),

quer pelo volume de água. Os rios brasileiros estão agrupados em seis bacias hidrográficas isoladas e três conjuntos de bacias agrupadas. As bacias

isoladas, controladas por um único eixo fluvial (o rio principal), ocupam cerca de 80% do território nacional. Já as bacias agrupadas são menores e apresentam vários eixos que se deslocam todos para uma só direção. Ocupam uma área bem menor, apenas 20% da superfície total do país.

As bacias hidrográficas do Brasil estão divididas em bacias principais e bacias secundárias. Bacias principais: - São Francisco - Tocantins-Araguaia - Amazônica - Platina (Paraguai, Paraná e Uruguai) Bacias secundárias: - Nordeste - Leste - Sudeste - Vertente do Amapá BACIA AMAZÔNICA É a maior bacia hidrográfica do globo terrestre, estendendo-se por terras da Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela,

Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil. Ocupa uma área de 6 892 475 km2, sendo 3 984 467 km2 no Brasil (46,8% do território nacional). Localiza-se nos dois hemisférios, daí a “interferência” que possibilita duas cheias anuais.

A Bacia Amazônica recebe ação direta do clima equatorial, cujas precipitações são elevadas todos os meses, gerando um total anual de chuvas da ordem de 2 000 a 2 500 mm. Isso faz com que o rio Amazonas tenha o maior débito do mundo, descarregando no Atlântico cerca de 100 000 m3/s de água, o que significa cerca de 20% da água que todos os rios do mundo despejam em conjunto nos oceanos.

O rio Amazonas (7 100 km) é o maior do mundo em extensão e suas nascentes estão localizadas na cordilheira dos Andes. Entra em nosso território na altura de Tabatinga (Amazonas) e passa a se denominar Solimões até receber as águas do rio Negro, próximo a Manaus, quando finalmente recebe o nome de Amazonas. Sua foz é no Oceano Atlântico, em forma mista (estuário-deltaica)

Sua largura máxima é de 300 Km na foz - junto à cidade de Óbidos (PA) apresenta sua menor largura 1,5 Km. De toda a enorme extensão que

o rio Amazonas percorre da nascente à foz, cerca de 45% corresponde a trecho brasileiro, com 3.165 Km. Nesse trecho, seu desnível total é de 82 m de altura.

O rio Amazonas, junto com o baixo curso de seus afluentes, forma um complexo hidroviário de 25 450 km de percurso navegável, que é, às vezes, a única opção real de transporte no interior da Amazônia.

Outra característica importante da bacia Amazônica é a infinidade de pequenos cursos d'água e canais fluviais criados pela ação dos rios no seu processo de cheia e vazante. São eles:

• igarapés: braços de rios

ou canais fluviais que partem, de forma perpendicular, do rio em direção à floresta.

• paraná-mirins: braços de rios que contornam pequenas ilhas em “meia-lua”, também chamadas “falsas-ilhas”, por serem pequenas elevações do terreno que, em momentos de cheias, são ilhadas por esses canais;

• furos: canais marginais que interligam os vários cursos d´água existentes.

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O Rio Amazonas apresenta o fenômeno da pororoca (choque das águas do rio com o oceano durante a maré alta ou sizigia) e o das terras caídas (deslocamento de terras junto às margens).

É inteiramente navegável, sendo ideal para hidrovias. Os rios amazônicos podem ser “brancos” (ricos em sedimentos) e “negros” (não transportam sedimentos sólidos). BACIA DO TOCANTINS-ARAGUAIA Ocupa uma área de 803 250 km2 (9,5% da área total do país). Desse espaço, metade pertence ao rio Tocantins e a outra

metade ao rio Araguaia, daí a denominação da bacia. O rio Tocantins nasce a cerca de 250 km de Brasília, sendo formado pela junção dos rios Alma e Maranhão, cujas cabe-

ceiras estão no Brasil Central, em Goiás. A partir daí, o rio percorre 2 640 km até chegar ao golfão Amazônico. Seu principal afluente é o Araguaia. Esse rio nasce em Mato Grosso, na fronteira com Goiás, e une-se ao Tocantins no

extremo norte do estado de Tocantins, definindo aí o contorno da região denominada Bico do Papagaio. Antes disso, porém, o Araguaia circunda uma área que é a maior ilha fluvial do mundo a ilha do Bananal, com cerca de 20 000 km2 de superfície.

A bacia apresenta um grande potencial hidrelétrico, mas apenas uma área de produção efetiva de energia elétrica, que é a usina de Tucuruí, no sul do Pará. Quanto ao percurso navegável, é também pouco extenso, cerca de 935 Km aproveitáveis, distribuídos por trechos descontínuos.

Lançam suas água no estuário de Marajó (portanto só se encontra com o Amazonas na foz) BACIA DO SÃO FRANCISCO Ocupa uma área de 631.133 Km2 (7,4%da superfície do país), drenando terras de cinco estados: Minas Gerais, Bahia,

Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Faz, portanto, a ligação entre o Sudeste e o Nordeste do Brasil. O São Francisco nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais, região de clima tropical chuvoso, e toma a direção norte,

atravessando o Sertão nordestino, área de clima semi-árido, indo desembocar no litoral oriental do Nordeste, sob clima tropical úmido.

Logo após a descida da serra da Canastra, temos a usina de Três Marias. No interior do Sertão nordestino, é o rio que marca os limites entre os estados da Bahia e de Pernambuco, onde se instalou a represa de Sobradinho, que tem a função de regularizar o nível do rio. Em seguida, o São Francisco se desvia para leste, até a fronteira da Bahia com Alagoas, onde estão montadas as quatro usinas do complexo hidrelétrico de Paulo Afonso. A partir desse ponto, o rio inicia a descida do planalto, onde foi construída a usina de Xingó, e vai desaguar no Atlântico, na divisa entre Alagoas e Sergipe.

O São Francisco é um rio de planalto, possui 1.300 km de extensão navegável, em um trecho que se estende de

Pirapora (Minas Gerais) a Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco), e de Marechal Floriano (AL) à foz. É a única grande bacia genuinamente brasileira. Possui 3.161 Km de extensão e recebe diversas denominações: - Nilo Brasileiro - Rio da Integração e Unidade Nacional - Rio dos Currais BACIA PLATINA ( Bacia do Paraná, Paraguai e Uruguai) BACIA DO PARANÁ A bacia do Paraná ocupa uma área de cerca de l,4 milhão de km2. A bacia do Paraná drena a porção centro-meridional

do país, abrangendo terras dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Tem como eixo principal o rio Paraná.

O rio Paraná é o décimo sétimo do mundo em extensão, com seus 2 940 km. Nasce na confluência de dois outros rios importantes: o rio Paranaíba, que separa Minas Gerais de Goiás, e o rio Grande, que separa Minas Gerais de São Paulo, definindo-se aí a região conhecida como Triângulo Mineiro.

A partir daí, o rio Paraná toma a direção sul e separa São Paulo de Mato Grosso do Sul. Adiante, serve de limite entre o Paraná e Mato Grosso do Sul e, mais à frente, faz a fronteira do Brasil com o Paraguai. Daí em diante, penetra em território argentino e vai desembocar no rio da Prata.

O rio Paraná tem como principais afluentes os rios Verde, Pardo e Ivinheima, na margem direita, e os rios Tietê, Paranapanema e lguaçu, na margem esquerda.

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Tanto o rio Paraná como os seus afluentes da margem esquerda estão descendo planaltos através de inúmeras quedas d'água, o que dá à bacia um alto potencial hidrelétrico disponível para aproveitamento. Sua localização, próxima ao grande parque industrial do Sudeste, garante-lhe o primeiro lugar em produção hidrelétrica efetiva no país.

A navegabilidade dessa bacia é muito pequena devido à topografia. Mesmo assim, o percurso navegável é de 3 370 km, utilizando-se de trechos planos entre as quedas. É o que ocorre num trecho de 500 km de extensão no rio Paraná entre as quedas de Urubupungá e Itaipu. Nos locais onde foram instaladas eclusas, como em Barra Bonita, no rio Tietê, a navegação também é possível.

A eclusa Uma eclusa fluviaI é composta basicamente de uma câmara com dois muros laterais, limitados nas duas extremidades

por duas comportas e, no fundo, um piso ou soleira. Quando se quer que uma embarcação atinja um nível mais baixo, faz-se com que ela entre nessa câmara cheia, que

depois é esvaziada. A embarcação desce com a água e atinge o nível mais baixo. Para que uma embarcação suba de nível, realiza-se o processo inverso.

BACIA DO PARAGUAI Sua área é de 345 701 km2 (4% do território nacional). O rio Paraguai nasce em terras do Centro-Oeste, na serra do

Araporé, em Mato Grosso, a cerca de 100 km de Cuiabá. A partir daí, toma a direção sul, atravessando a enorme planície do Pantanal, no sudoeste de Mato Grosso e oeste de Mato Grosso do Sul.

Ao atravessar a planície do Pantanal, o rio Paraguai recebe muitos afluentes, como o Pilcomayo e o Bermejo, na margem direita, e o São Lourenço, o Taquari, o Miranda e o Apa, na margem esquerda.

Essa grande rede hidrográfica, devido ao mínimo desnível que a planície apresenta, tem um grave problema de escoamento durante as chuvas de verão. Nessa estação, toda a região sofre um intenso processo de inundação, daí a denominação Pantanal (ou, de acordo com os índios guaranis, o grande mar de Xaraiés).

Após atravessar a planície do Pantanal, o rio entra em território paraguaio, cortando de nordeste para sudoeste a grande depressão do Chaco. Finalmente, deságua no rio Paraná, já em território argentino, próximo à cidade de Corrientes.

Percorrendo 2 078 km (1 400 km em território brasileiro), o rio Paraguai tem na navegação o seu maior destaque econômico, seu trecho navegável é de Cárceres (MT) até Assunção. Corumbá, Porto Esperança e Porto Murtinho são os principais portos fluviais do Rio Paraguai.

A bacia como um todo possui 2 345 km navegáveis, por onde circulam muitas das mercadorias da região, com especial ênfase aos minérios de ferro e manganês, extraídos do maciço de Urucum e embarcados pelos portos de Corumbá e Porto Murtinho, ambos no rio Paraguai.

BACIA DO URUGUAI Ocupa uma área de 1 78 235 km2 (2,1% do território nacional). O rio Uruguai, eixo da bacia, é formado pela junção do

rio Canoas, que vem de Santa Catarina, com o rio Pelotas, que vem do Rio Grande do Sul. Quando atinge a fronteira com a Argentina, após ter feito a divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sofre um desvio para o sul e separa as terras do Brasil e da Argentina. Posteriormente, faz a divisa entre a Argentina e o Uruguai, e daí segue até a foz, próximo a Buenos Aires, onde desemboca no rio da Prata, após ter percorrido uma extensão de 1 500 km.

É muito pouco aproveitado, seja para a geração de energia, seja para o transporte fluvial. O percurso navegável dessa bacia é de apenas 625 km. A maior parte dessa extensão localiza-se entre os portos de São Borja e Uruguaiana, no próprio rio Uruguai.

Apresenta apenas três importantes afluentes, todos na sua margem esquerda, em território sul-rio-grandense: o Ijuí, o Ibicuí e o Quaraí.

BACIAS AGRUPADAS O Brasil possui três conjuntos de bacias agrupadas: bacias do Nordeste, do Leste e do Sudeste. As bacias do Nordeste ocupam uma área de 884 835 km2 (10,3% da superfície do país) e apresentam uma extensão

navegável de 4.498 km. Esse conjunto de bacias abrange uma extensa porção do Nordeste, que vai do Maranhão até Alagoas. Caracteriza-se por dois tipos diferentes de rios:

• rios perenes: apresentam-se com água o ano todo e predominam no trecho ocidental da região. Destacam-se o rio Parnaíba, nasce na Serra de Tabatinga e separa o Maranhão do Piauí, onde foi instalada a usina hidrelétrica Castelo Branco. Entre os outros rios perenes, temos o Mearim, o Pindaré, o Grajaú e o ltapecuru;

• rios temporários: ficam parcial ou totalmente sem água durante os longos períodos de estiagem. Predominam na porção mais interior da região, além do litoral do Ceará e do Rio Grande do Norte. Nessa área encontramos inúmeras obras - os açudes - que visam reter a água do período chuvoso para amenizar o efeito do longo período de estiagem. Destaque-se ai o famoso açude de Orós, no rio Jaguaribe, no Sertão cearense. Como exemplo de outros rios temporários, temos o Acaraú, o Apodi e o Piranhas.

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As bacias do Leste estendem-se desde Sergipe até o litoral paulista, ocupando uma área de 569 310 km2 (6,7% do território nacional). Compõem-se de inúmeros rios que descem diretamente dos planaltos e serras para o oceano, apresentando, por isso, inúmeras corredeiras e quedas-d'água, o que dificulta muito a navegação. A extensão do percurso navegável dessa bacia é de 2 253 km.

Os principais rios são: o Paraguaçu, que tem sua foz em Salvador; o Jequitinhonha, que atravessa o nordeste de Minas Gerais, de clima semi-árido, e desemboca no sul da Bahia; o Doce, que nasce na Serra da Mantiqueira, após atravessar a rica região ferrífera de Minas Gerais, deságua no litoral

do Espírito Santo, ao norte de Vitória, no seu vale se concentram importantes usinas siderúrgicas. Possui 980 Km de extensão.

o Paraíba do Sul, que nasce na serra da Bocaina (SP), bem próximo da capital paulista é formado pela junção dos rios

Paraibuna e Paraitinga, corre entre as serras do Mar e da Mantiqueira em direção ao norte do Rio de janeiro, onde desemboca no Atlântico, através de um delta de 60 km de largura. Possui 1.019 Km de extensão

As bacias do Sudeste ocupam uma área de 223 688 km2 (2,8% do território nacional), estendendo-se do litoral sul de

São Paulo até o Rio Grande do Sul. Compõem-se predominantemente de rios planálticos e, portanto, com poucas possibilidades para a navegação. A extensão do percurso navegável é de 1186km.

Destacam-se nessa bacia os seguintes rios: Ribeira de Iguape, no litoral sul de São Paulo; Itajaí, no leste catarinense; Tubarão, na região carbonífera do sudeste de Santa Catarina, e o Jacuí, que vem do norte do Rio Grande do Sul e sofre um desvio para leste, indo até a capital Porto Alegre, quando muda o nome para Guaíba e desemboca na lagoa dos Patos.

BACIA DO LESTE BACIA DO NORDESTE BACIA DO SUDESTE

São os rios de vertente do Amapá: Oiapoque (Brasil-Guiana Francesa), rio Amapá e rio Araguari. Os rios da “Mesopotânia Maranhense” são: Pindaré, Mearim, Grajaú e Itapecuru. 9 - O LITORAL BRASILEIRO O litoral brasileiro inicia-se no extremo norte da costa do Amapá, ponto marcado pela foz do rio Oiapoque, que, após

fazer a divisa entre Brasil e Guiana Francesa, desemboca no oceano Atlântico, na altura do cabo Orange, e termina no extremo sul do país, onde está situado o arroio Chuí, pequeno riacho que faz a divisa entre Brasil e Uruguai.

Apresenta uma longa extensão, que, em linha reta, corresponde a 7.367 km e que aumenta para 9.198 km se considerarmos todas as suas saliências e reentrâncias. É por ser assim tão grande que esse litoral costuma ser estudado a partir de uma divisão em três partes: setentrional, oriental e meridional.

O LITORAL SETENTRIONAL Esse trecho do litoral brasileiro vai do cabo Orange, no

Amapá, até o cabo de São Roque, no Rio Grande do Norte, estendendo-se por 2 465 km.

Caracteriza-se por apresentar um relevo muito raso, devido à extensa plataforma continental, o que o torna facilmente inundável, daí o domínio dos manguezais, particularmente nos litorais do Amapá e do Pará. A partir daí, nos litorais do Maranhão, Piauí e Ceará, encontramos a predominância das praias e das dunas.

No litoral do Rio Grande do Norte e do Ceará, o destaque fica com a presença das salinas.

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Como principais acidentes geográficos, temos o golfão Amazônico (onde está a foz do rio Amazonas), que abriga, entre outras, a ilha de Marajó (a maior do Brasil). No

Maranhão, temos o golfão Maranhense, onde se localizam a baía de São Marcos e a ilha de São Luís, que abriga a capital do estado, a cidade de São Luís.

Nesse litoral, destacam-se ainda os portos de Santana, no Amapá, Belém, no Pará, Ponta da Madeira, no Maranhão, e Areia Branca, no Rio Grande do Norte. A principal atividade pesqueira desenvolvida nessa porção do litoral é a pesca de camarão, a maior do Brasil, particularmente no litoral amapaense.

O LITORAL ORIENTAL

Começa no cabo de São Roque, no Rio Grande do Norte, e vai até o cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro, estendendo-se por 2 640 km.

Caracteriza-se pelo domínio das barreiras e dos recifes, particularmente no litoral pernambucano. Há ainda uma série de praias intercaladas entre as barreiras, algumas até com dunas, além de alguns recifes de corais, como o atol das Rocas, no Rio Grande do Norte, e o atol de Abrolhos, na Bahia.

Os principais acidentes geográficos são a ponta do Seixas (Paraíba), as ilhas de Itamaracá (Pernambuco) e de Itaparica (Bahia), o Recôncavo Baiano e as baías de Todos os Santos, Ilhéus e Cabrália, todos na Bahia, além do arquipélago de Fernando de Noronha (Pernambuco) e das ilhas oceânicas de Trindade e Martin Vaz, a 1.000 km do litoral do Espírito Santo.

Destacam-se também os portos de Recife, em Pernambuco, Salvador e Ilhéus, na Bahia, e Vitória Tubarão, no Espírito Santo, Cabedelo e Malhado.

Na pesca, o destaque é a captura da lagosta em toda a costa nordestina. A produção petrolífera é a maior do país, concentrada na bacia de Campos (Rio de Janeiro).

O LITORAL MERIDIONAL

Essa parte do litoral brasileiro tem 2 262 km de extensão, começando no cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro, indo até o arroio Chuí, no Rio Grande do Sul.

Caracteriza-se pela diversidade, onde se misturam praias, restingas formadoras de lagoas como Araruama e Maricá (Rio de Janeiro), Patos e Mirim (Rio Grande do Sul), intercaladas com paredões abruptos - as falésias - quando a serra do Mar chega até o oceano. São típicas do litoral entre Ubatuba (São Paulo) e Parati (Rio de Janeiro) e do litoral de Torres (Rio Grande do Sul).

Os acidentes geográficos mais importantes são as ilhas Grande (Rio de Janeiro), de São Vicente, Guarujá e São Sebastião (São Paulo), Santa Catarina (onde está Florianópolis) e as baías da Guanabara (Rio de Janeiro) e de Guaratuba (Paraná). Merece destaque ainda Cabo Frio (Rio de Janeiro), importante área salineira.

Os principais portos do Brasil estão nesse litoral, tais como Rio de Janeiro, Santos, São Sebastião, Paranaguá e Rio Grande.

Na pesca, sobressaem o camarão e a sardinha, principalmente nos litorais gaúcho e catarinense. As ilhas oceânicas brasileiras são: Trindade, Arquipélago de Fernando de Noronha, Atol das Rocas, rochedos (penedos)

São Pedro e São Paulo, ilha Martim Vaz (é o ponto mais afastado do litoral, a 1.155 Km da costa, na direção do Espírito Santo).

Duas correntes marinhas afluem para o litoral brasileiro: Corrente Sul-Equatorial (quente) e Corrente das Falklands ou

Malvinas (fria). A corrente das Guianas, que é um braço da Corrente Sul-Equatorial, percorre parte do litoral Norte. Corrente do Brasil( a mais importante para nós), banha o litoral oriental (todo o NE e SE).

A Corrente das Falklands atinge o litoral sul e sudeste do Brasil, terminando em Cabo Frio (RJ). Mar territorial é a faixa de mar que pertence a um país. O mar territorial brasileiro atualmente abrange a faixa de 200

milhas, cobrindo a Plataforma Continental, de importância fundamental para a pesca, exploração de petróleo e comércio.

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10 - AGRICULTURA E EXTRATIVISMO VEGETAL NO BRASIL

Fatores naturais, humanos e econômicos Diversos elementos do quadro natural podem

contribuir, positiva ou negativamente, para o desenvolvimento da agricultura. Entre esses elementos, destacam-se o clima e o solo.

O clima é, sem dúvida, o elemento natural que mais influencia a produção agrícola. Caracteriza-se pela ação da temperatura, umidade, chuvas e, em menor escala, ventos.

O solo é um importante elemento do quadro natural para o desenvolvimento agrícola, pois suporta e sustenta o vegetal.

A análise do fator humano na agricultura envolve aspectos relacionados à mão-de-obra (número de trabalhadores e sua especialização) e as relações de trabalho.

Em regiões mais atrasadas, o número de trabalhadores agrícolas é bastante alto em relação à extensão da área de cultivo, significando que não há grande utilização de equipamentos mecânicos e indicando uma reduzida produtividade dessa lavoura, característica de uma agricultura pobre.

Já nas regiões mais desenvolvidas, observa-se o contrário, com uma intensa mecanização da agricultura, resultando em pouca mão-de-obra para uma alta produtividade.

É possível distinguir dois grandes objetivos do trabalho agrícola:

- abastecer o próprio grupo que trabalha a terra e gerar um pequeno excedente de troca, correspondendo à chamada lavoura de subsistência ou de pequeno mercado;

- produzir exclusivamente para o grande mercado, interno ou externo, correspondendo à chamada lavoura comercial.

A remuneração do trabalho na agricultura também é realizada de duas formas mais comuns:

- primitiva, em que o trabalhador recebe como pagamento o direito de morar e plantar na terra de terceiros, ou o direito de ficar com uma parte da colheita, dando o restante ao dono da terra;

- moderna, que corresponde ao trabalho as-salariado, que pode ser permanente ou temporário, dependendo das condições econômicas, sociais e políticas de cada região.

Os fatores econômicos determinam claramente a diferença entre agricultura moderna e primitiva.

OS SISTEMAS AGRÍCOLAS A análise de um sistema agrícola considera três

fatores dominantes: a terra, o trabalho e o capital. O fator terra predomina nas regiões

subdesenvolvidas do globo, onde a produção está diretamente relacionada com a extensão da área cultivada, pois não conta com investimentos de capital e tecnologia.

Esse sistema, definido como de uso extensivo da terra, aparece sob diversas formas, destacando-se a agricultura intinerante ou roça tropical, na qual o

agricultor ocupa áreas florestadas, realizando o desmatamento e a queimada. Com isso, o solo se esgota precocemente, as terras são abandonadas e o agricultor se muda para nova área, onde repetirá o processo.

O fator trabalho predomina também em regiões subdesenvolvidas, onde há grande utilização de mão-de-obra.

Esse tipo de agricultura que considera o fator trabalho é característico de região de grande densidade demográfica, comum no Sudeste Asiático e Extremo Oriente, onde recebe o nome de agricultura de jardinagem.

O capital é um fator que predomina na agricultura dos países desenvolvidos e de algumas regiões de países subdesenvolvidos.

A agricultura moderna ou comercial é desenvolvida em pequenas, médias ou grandes propriedades, com larga aplicação de recursos técnicos e capital

A AGRICULTURA NO BRASIL A agricultura sempre foi uma atividade econômica

muito importante para o pais. Embora atualmente a maior parte da produção econômica nacional tenha sua origem na atividade industrial, a agricultura ainda ocupa um lugar de destaque, empregando mais de 20% da mão-de-obra ativa e produzindo cerca de 25% da renda das exportações nacionais.

A AGRICULTURA BRASILEIRA E O

QUADRO NATURAL A agricultura brasileira sofre basicamente a

influência de dois grandes fatores naturais: o solo e o clima.

No Brasil, há pelo menos dois tipos de solo considerados extremamente férteis. Um é a terra roxa, solo de origem vulcânica, que aparece na área drenada pela bacia do Paraná. Outro é o massapé, solo muito profundo e argiloso, que aparece na Zona da Mata nordestina.

Por outro lado, enfrentamos inúmeros problemas no uso do solo, tais como o plantio em declives, que acelera a erosão, e a prática de queimadas, que empobrece o solo.

Entre os aspectos climáticos que favorecem a atividade agrícola no pais, destaca-se a tropicalidade. O predomínio de altas temperaturas e de alta pluviosidade na maior parte do território, durante o ano todo, permite um desenvolvimento da produção vegetal ininterrupto.

O outro aspecto favorável é a diversidade climática, permitindo que se desenvolvam os mais diferentes tipos de vegetais.

Os aspectos desfavoráveis da ação do clima na agricultura estão ligados aos extremos climáticos, tais como as áreas excessivamente chuvosas (Amazônia Ocidental) ou com escassez de pluviosidade (Sertão nordestino).

Esses extremos também ocorrem devido à diversidade climática. No Sul e em parte do Sudeste, o rigor das temperaturas dificulta certas produções, principalmente em áreas sujeitas à ocorrência de geadas e, eventualmente, de neve.

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AS RELAÇÕES TRABALHISTAS NA

AGRICULTURA BRASILEIRA Existem diversas formas de trabalho no meio rural

brasileiro, sendo comum os trabalhadores rurais atuarem em pelo menos duas delas ao mesmo tempo. O total de trabalhadores rurais no país é atualmente de 15 570 171 pessoas. Mão-de-obra rural no Brasil Forma Total de Percentagem do de trabalho trabalhadores total Posseiros 654 615 4,2 Parceiros 366 995 2,3 Pequenos 2 437 001 15,6 proprietários Arrendatários 101 409 0,8 Assalariados 975 150 6,3 permanentes Assalariados 6 844 849 44,0 temporários Não-remu 4.190.152 26,8 nerados

(Estatísticas cadastrais do INCRA.) As principais formas de trabalho são: - posseiros: lavradores que se instalam em terras

que não lhes pertencem legalmente, ou seja, terras devolutas (do governo) ou de terceiros;

- parceiros: lavradores que trabalham na terra de outra pessoa, com a qual dividem a produção obtida. Quando a divisão é de 50%, o trabalhador é chamado meeiro;

- pequenos proprietários: trabalhadores que cultivam sua própria terra, tanto para atender às necessidades de suas famílias, quanto para destinar a produção ao mercado local;

- arrendatários: agricultores que alugam a terra de alguém e pagam seu uso em dinheiro. Em geral, dispõem de um certo capital e de equipamentos;

- assalariados permanentes: trabalhadores que moram nas propriedades em que trabalham, mantendo vínculo empregatício com registro profissional e todos os direitos legais;

- assalariados temporários: agricultores que trabalham contratados por dia, tarefa ou empreitada, sem direito a morarem na terra. Geralmente habitam a periferia das cidades e se deslocam diariamente para o trabalho no campo;

- não-remunerados: corresponde ao grupo familiar do trabalhador composto pelos seus dependentes, mulher e filhos, que o ajudam no trabalho rural sem serem remunerados pela atividade.

O EXTRATIVISMO VEGETAL A atividade extrativista corresponde à retirada

de bens fornecidos pela natureza, nos remos mineral, vegetal e animal.

O extrativismo é realizado de forma primitiva, sem aplicação de recursos técnicos e de capital, objetivando apenas a subsistência do grupo familiar e um pequeno excedente de troca. Quando a retirada se faz em moldes modernos, com o uso de recursos de capital e tecnologia, mão-de-obra assalariada, pessoal especializado, máquinas, etc., passa a ser considerada atividade industrial. Essa tendência é crescente em quase todo o planeta.

Há uma classificação do aproveitamento vegetal considerando três grandes sistemas, conforme as técnicas utilizadas e a intensidade da destruição da cobertura vegetal. São eles:

sistema primitivo: característico das regi-ões mais atrasadas, onde a população utiliza os produtos coletados para sua própria subsistência ou para abastecer um incipiente mercado local. A destruição da vegetação é muito pequena, recuperando-se facilmente;

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sistema colonial: característico de regiões

subdesenvolvidas, onde o grande capital, nacional ou estrangeiro, visa explorar os recursos vegetais em grande escala para exportação. E um sistema altamente predató-rio, sem nenhuma preocupação com a conservação ou recuperação da área vegetal destruída;

sistema moderno: corresponde à silvicultura,

realizada por empresas que investem muito capital e tecnologia, obtendo um grande aproveitamento dos recursos vegetais. E uma forma de exploração racional, pois substitui a floresta nativa pela cultivada. Esse sistema de aproveitamento vegetal é característico das regiões mais desenvolvidas.

EXTRATIVISMO VEGETAL NO BRASIL O extrativismo vegetal no Brasil, embora seja uma

atividade bastante pobre e de pequena participação na economia nacional, tem grande importância socioeconômica nas regiões em que ocorre, principalmente na Amazônia e no Nordeste. Nessas regiões, as necessidades econômicas da população rural acabaram levando milhares de pessoas a se envolverem com a coleta vegetal.

A grande diversidade climatobotânica do Brasil favoreceu uma atividade extrativista diversificada. Os principais produtos obtidos pelo extrativismo vegetal no

Brasil são látex, óleos e ceras. A mais importante espécie produtora de látex é a

seringueira (Hevea brasiliensis). A borracha também pode ser obtida de outras espécies, como o caucho, a maniçoba e o mucujê. A resina desse último é utilizada na fabricação de chicletes.

Uma das mais importantes espécies produtoras de óleo é a palmeira de babaçu denominada uauaçu pelos índios. Produz cocos que contêm um óleo na industrialização do sabão, margarina, produtos químicos, entre outros. O bagaço do babaçu, depois de extraído o óleo, é utilizado na indústria de ração para animais

A mamona, planta muito comum no Brasil, é produtora de óleo de rícino. Seu bagaço é utilizado como biomassa ou como adubo orgânico.

A castanha-do-pará, uma grande e bela árvore amazônica, produz um ouriço cujas sementes são utilizadas na indústria de óleos comestíveis e produtos cosméticos.

A oiticica, árvore de copa baixa, típica de áreas secas, também tem sementes oleaginosas, utilizadas na indústria de tintas e vernizes.

O destaque na produção de cera fica com a carnaúba, denominada "árvore da providência", pois dela tudo se aproveita - tronco, galho, folhas, raízes, frutos e sementes. Porém, a cera que recobre as folhas é seu maior produto econômico, sendo utilizada nas indústrias de graxas, ceras domésticas, acetato para discos, pilhas, lâmpadas incandescentes, papel-carbono, sabonete e batom.

11 - A MINERAÇÃO NO BRASIL Num país de dimensões continentais como o Brasil, é natural que haja abundância e grande variedade de minérios. No

entanto, alguns ocorrem em quantidade surpreendente, mas outros são escassos. Veja o quadro a seguir.

Classificação das reservas minerais Suficiente Deficiente Carente alumínio chumbo enxofre calcário cobre iodo diamante estanho mercúrio ferro ouro nitrato manganês petróleo platina urânio prata potássio

Entre os principais minérios e minerais extraídos no

país, destacam-se o ferro, o manganês e a bauxita. O ferro é o mais importante recurso mineral

explorado no Brasil. Os minerais de ferro surgem em terrenos proterozóicos, podendo ser classificada como minério a rocha que apresentar teor metálico superior a 40%. No Brasil, o mais explorado e exportado é a hematita, que apresenta entre 55% e 65% de teor metálico.

As principais áreas de ocorrência de minério de

ferro no Brasil são: • Quadrilátero Central ou Ferrífero, em Minas

Gerais;

• maciço de Urucum, no pantanal Mato-gros-sense;

• serra dos Carajás, no Pará. O manganês é o segundo recurso mineral mais

exportado pelo Brasil. Sua importância econômica está relacionada com sua utilização indispensável no setor siderúrgico. Embora encontrado em vários estados, como:

• Pará (Carajás),

• Mato Grosso do Sul (Urucum),

• Minas Gerais (Quadrilátero Central),

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• Amapá, na serra do Navio ocorrem as maiores produções nacionais.

As principais áreas de ocorrência de bauxita no

Brasil estão localizadas no: • Pará (Carajás e Oriximiná)

• Minas Gerais (Poços de Caldas e Ouro Preto) • Nas proximidades do rio Trombetas, em

Oriximiná, localiza-se uma das maiores reservas mundiais desse minério.

O sal é explorado sobretudo no Nordeste, sendo o Rio Grande do Norte responsável por mais de dois terços da produção nacional.

O calcário é de grande importância como material de construção civil cimento e cal - e para a agricultura, onde é utilizado como corretivo do solo. Ocorre em quase todo o Brasil.

12 - OS RECURSOS ENERGÉTICOS

Entre os principais recursos energéticos utilizados pelo homem, destacam-se os combustíveis fósseis, assim denominados devido à sua origem, relacionada à deposição de restos de seres vivos em eras geológicas passadas. Os mais importantes combustíveis fósseis são o petróleo e o carvão mineral.

Com o passar dos anos essa continua superposição de camadas na crosta terrestre fez aumentar a pressão e o calor sobre os depósitos orgânicos, provocando neles reações químicas que resultaram em gás natural e petróleo.

O petróleo é fluido, sendo encontrado em regiões sedimentares, nos poros das rochas armazenadoras como o arenito, dominante no Brasil.

O petróleo é o produto mineral mais importante do século XX, pois, além de ser utilizado em larga escala como fonte de energia, através de derivados como o óleo diesel, o querosene, a gasolina e o gás liqüefeito, tam-bém possibilita a fabricação de solventes, borracha sintética, fertilizantes, plastificantes, fibras de náilon e outros produtos indispensáveis à economia moderna.

O PETRÓLEO NO BRASIL Em 1932, foi instalada em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, a Destilaria Sul-rio-grandense. Em 1936, duas refinarias

de petróleo foram inauguradas: a Matarazzo, em São Caetano do Sul (São Paulo), e a Ipiranga, em Rio Grande (Rio Grande do Sul).

Em 1938, foi criado o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), que visava regular e controlar as atividades ligadas a esse recurso. Em 1939, na localidade de Lobato, no Recôncavo Baiano, finalmente jorrou petróleo em condições comerciais pela primeira vez no país.

Por fim, em 1 953, durante o governo de Getúlio Vargas, foi assinada a Lei n.º 2004 criando a Petróleo Brasileiro S.A.

(Petrobrás). A Petrobrás deteve, durante 42 anos, o monopólio nas seguintes atividades: • e pesquisa e lavra das jazidas de petróleo e outros hidrocarbonetos, fluidos e gases raros em território nacional; • refino do petróleo nacional e estrangeiro; • transporte marítimo de cabotagem, isto é, costeiro, e transporte terrestre por oleodutos de petróleo e derivados; • importação e exportação de petróleo e derivados.

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A exploração de petróleo no Brasil é realizada nas bacias sedimentares, que totalizam 3,2 milhões de km2 na parte

terrestre e quase 1 milhão de km2 na plataforma continental. Entre as principais bacias produtoras, destacam-se: • bacia de Campos, principal área produtora do país, na plataforma continental, onde se destacam ainda trechos do litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas;

• bacia do Recôncavo Baiano, importante área produtora de petróleo no continente; • bacia do Nordeste, entre Sergipe e Alagoas, que produz cerca de 15 % do petróleo brasileiro. O CARVÃO MINERAL O carvão mineral é um combustível fóssil cuja origem está relacionada ao soterramento de antigas florestas. O carvão mineral foi a principal fonte energética do planeta até fins do século XIX. No século XX, sua importância

declinou graças ao crescimento da produção e das possibilidades econômicas do petróleo. No entanto, o carvão continua sendo uma das mais importantes fontes energéticas, bem como matéria-prima indispensável à indústria, uma vez que é produto básico na fabricação do aço.

No Brasil, a produção é pequena, não atendendo sequer ao consumo interno. Entre as causas da pequena produção nacional de carvão, destacam-se: • país não dispõe de grandes reservas; • carvão nacional é de baixa qualidade; • as técnicas de extração e o sistema de escoamento são precários, determinando um preço mais elevado que o do

carvão importado. As principais áreas produtoras no país localizam-se nos terrenos permo-carboníferos da região Sul, particularmente nos

estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Santa Catarina é responsável por mais de dois terços da produção nacional, uma vez que possui as únicas reservas conhecidas aproveitáveis na siderurgia, ou seja, produção de carvão-coque. Suas principais áreas carboníferas situam-se na bacia do rio Tubarão, onde se destacam os centros de Criciúma e Siderópolis.

No Rio Grande do Sul, o destaque fica com o carvão-vapor, utilizado em ferrovias e termelétricas. As principais jazidas são encontradas no vale do rio Jacuí.

13 - A PECUÁRIA Pecuária é a atividade relacionada à criação de gado, ou seja, à criação de determinados rebanhos com fins econômicos.

Tem como principais objetivos a produção de alimentos e de matérias-primas, além da criação de animais de tração e transporte

OS SISTEMAS DE CRIAÇÃO Definem-se dois grandes sistemas de criação: o extensivo e o intensivo, lembrando que existem alguns outros

intermediários que misturam características dos dois primeiros.

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No sistema de pecuária extensiva, a criação é considerada de pior qualidade, pois a pecuária é realizada com o gado solto no pasto sem grandes cuidados com sua saúde e higiene. E um sistema que exige espaço, porém requer pequena quantidade de mão-de-obra.

O sistema extensivo, portanto, é de baixa produtividade, sendo característico de regiões subdesenvolvidas. O sistema de pecuária intensiva possui características opostas, pois é considerado de alta qualidade. O gado é criado

em estábulos, recebendo cuidados com alimentação, saúde e higiene. Pode ser realizado em pequenas propriedades, porém exigindo grande investimento, tanto em pessoal qualificado quanto em equipamentos.

A ZOOTECNIA Zootecnia é a ciência que tem como objetivo estudar técnicas de pecuária para criar o melhor animal, no menor tempo e

pelo menor custo a fim de se obter o maior lucro possível. Utiliza os seguintes recursos: aclimatação: técnica que visa adaptar um animal oriundo de área climática diferente; cruzamento: baseia-se no acasalamento de animais da mesma espécie, de raças diferentes, porém puros. seleção: técnica de cruzamento que escolhe as melhores cabeças da mesma raça, tendo como objetivo acentuar suas

qualidades no rebanho; hidratação: processo que cruza elementos de espécies diferentes. O produto desse cruzamento é o animal híbrido,

quase sempre estéril; Inseminação: técnica de reprodução sem que se realize o acasalamento, ou seja, o sêmen é extraído de reprodutores

selecionados e é imediatamente congelado e armazenado. A PECUÁRIA NO BRASIL A pecuária no Brasil é realizada fundamentalmente de forma extensiva, caracterizando-se, portanto, por um pequeno

nível de investimento de capital e tecnologia. Bovinos O rebanho bovino brasileiro, com aproximadamente 1 70 milhões de cabeças, é um dos cinco maiores do mundo,

representando cerca de 10% de todo o gado bovino do globo. A história da pecuária bovina no Brasil data dos primórdios do século XVI, com a introdução das primeiras cabeças na

capitania de São Vicente. Suínos O rebanho brasileiro, superior a 35 milhões de cabeças, é um dos maiores do mundo, representando 5% do total

mundial. A pecuária suína destina-se basicamente à produção de carne e de banha. Ovinos O rebanho brasileiro de ovinos - ovelhas e carneiros - é de aproximadamente 20 milhões de cabeças, correspondendo a

apenas 1,5% do total mundial. O aproveitamento econômico desse rebanho está na produção de lã, leite e carne. Caprinos O rebanho brasileiro de caprinos é pouco superior a 12 milhões de cabeças (2,5% do total mundial). Seu

aproveitamento econômico é muito grande, pois, além de produzir carne, leite e derivados, também se aproveita a pele. Eqüinos Os eqüinos foram introduzidos no Brasil no início da colonização. Totalizam atualmente 6,5 milhões de animais, 9% do

efetivo mundial. A criação de cavalos no Brasil apresenta diversos objetivos. Assim, temos criação para sela e montaria, como os

estrangeiros quarto de milha, árabe e persa, ou como os nacionais manga-larga e campolina, e criação para tração, com destaque para a raça shire (inglesa) que atinge um grande porte.

Muares O rebanho de muares burros e mulas -

alcança 2 milhões de cabeças no Brasil (13% do total mundial). A origem desse rebanho está no cruzamento de duas outras espécies, o asinino macho (jegue) com o eqüino fêmea (égua). Por serem animais híbridos, tanto o burro quanto a mula são estéreis, ou seja, não se reproduzem. A

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principal utilidade dos muares está no transporte de carga e, em segundo plano, na montaria. Asininos O rebanho brasileiro de asininos - asnos, jumentos, jegues ou jericos -, da ordem de 1,5 milhão de cabeças, corresponde

a 4% do total mundial. Entre as principais qualidades desse rebanho, está sua grande capacidade de sobreviver em condições ambientais hostis. Assim como os muares, os asininos são importantes para montaria ou transporte de carga.

Bufalinos O efetivo de búfalos criados no Brasil é de

aproximadamente 1,5 milhão de cabeças, apenas 1% do total mundial. O aproveitamento do búfalo é muito diversificado, pois o animal é um grande fornecedor de carne, já que cerca de 50% do seu peso (que chega a 900 kg) pode ser utilizado para esse fim. E também grande produtor de leite, com até 10 litros diários; tem seu couro industrializado e, pela sua grande capacidade de deslocamento de carga - possui a força de dois bois juntos, é ainda utilizado como animal de tração.

14 - A INDÚSTRIA TIPOS DE INDÚSTRIA A indústria é uma atividade transformadora, ou seja,

utilizando-se de mão-de-obra, máquinas e energia, transforma a matéria-prima em bens destinados ao consumo. A indústria de transformação pode ser dividida em dois grandes grupos: o de bens de produção e o de bens de consumo.

INDÚSTRIAS DE BENS DE PRODUÇÃO Fazem parte desse importante grupo as indústrias que

transformam matérias-primas brutas (oriundas da natureza) ou que visam abastecer as outras indústrias com máquinas, equipamentos, insumos e matérias-primas beneficiadas. Como exemplo, temos as side-rúrgicas, a mineração, a química e a petroquímica.

As indústrias de bens de produção também são denominadas indústrias de base

por fornecer o alicerce do desenvolvimento industrial e indústrias pesadas pelo seu porte e por trabalhar com grandes quantidades de matérias-primas.

INDÚSTRIAS DE BENS DE CONSUMO Classificam-se nesse grupo as indústrias que têm

como objetivo atender às necessidades do grande mercado. Utilizam matérias-primas produzidas na natureza ou bens provenientes das indústrias de base.

As indústrias de bens de consumo costumam ser divididas em dois subgrupos:

- bens duráveis: produzem bens de consumo que

não são perecíveis, cujo uso não implica sua extinção. Como exemplos, temos a indústria automobilística e a de eletrodomésticos;

- bens nâo-duráveis: produzem bens de consumo

perecíveis. Como exemplos, temos a indústria alimentícia, a de vestuário e a farmacêutica.

OS FATORES DA LOCALIZAÇÃO

INDUSTRIAL A implantação e o desenvolvimento industrial estão

relacionados a uma série de influências que podem favorecer ou acelerar o desenvolvimento de uma região. A indústria depende, então, de vários fatores:

capital: toda implantação industrial exige um grande

investimento anterior, com aquisição de terreno, construção do edifício, compra de máquinas e matérias-primas,

energia: todo e qualquer processo industrial só se faz

com grande disponibilidade energética. mão-de-obra: a transformação industrial tem como

principal finalidade a obtenção de lucro. Um dos elementos básicos para se atingir tal objetivo é a existência de um excedente de mão-de-obra que permita ao empresariado adotar uma política salarial fundamentada em baixa remuneração. Assim, a implantação industrial tem maiores chances de se viabilizar junto aos grandes centros urbanos, onde a mão-de-obra é mais numerosa e mais bem qualificada;

matéria-prima: o elemento mais importante no

processo industrial é a matéria-prima a ser transformada. Quanto mais próxima ela estiver, menor o custo do transporte e, portanto, menor o custo de produção e maior o lucro da indústria;

mercado consumidor: a exemplo da matéria-prima,

quanto mais próxima a indústria estiver do seu mercado, menor o custo do transporte e maior a sua margem de lucro;

meios de transporte: a presença desse item em

condições satisfatórias vai favorecer o deslocamento das matérias-primas para a indústria, dos produtos para o mercado e dos trabalhadores para as fábricas.

15 – TRANSPORTES OS TIPOS DE TRANSPORTE Cinco grandes tipos de transporte são utilizados

comercialmente em grande escala: dois são terrestres (ferroviário e rodoviário), dois são aquáticos (navegação fluvial e marítima) e um é aéreo.

Rodovias: as principais vantagens das rodovias são a

versatilidade e a facilidade de ligação origem-destino. Por outro lado, sua manutenção, bem como a dos veículos que nelas circulam, é de custo elevado (reparos, combustíveis, etc.).

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Ferrovias: entre as principais vantagens do trans-

porte ferroviário estão a capacidade de carga, baixo consumo de energia e a segurança no tráfego. Entre os problemas, destacam-se o alto custo de implantação e o trajeto limitado.

O desenvolvimento do transporte aéreo é ainda recente.

A evolução tecnológica, aumentando a velocidade e a segurança dos vôos, tem gerado progressos no transporte aéreo mundialmente.

A navegação marítima vem evoluindo junto com a

humanidade. No início utilizavam-se o remo - força humana - e o vento, depois o carvão e o petróleo e, hoje, os navios mais modernos são movidos a energia nuclear.

A navegação fluvial tem cumprido um importante papel o caminho natural de penetração, onde as adversidades do relevo ou o desinteresse econômico tenham impedido a implantação de rodovias e ferrovias.

OS TRANSPORTES NO BRASIL Brasil é um país de dimensões continentais, com topografia dominantemente plana, grandes distâncias entre as áreas de

matérias-primas e as áreas industriais e enorme capacidade hidrelétrica, que pode compensar a insuficiência em petróleo, de onde derivam a gasolina e o diesel.

Todas essas características, em conjunto, justificariam como opção preferencial de transporte a ferrovia, e não a rodovia. No entanto, a realidade é outra.

Brasil: transporte Tipo Carga Transportada (em%) Rodovia 61 Ferrovia 21 Hidrovia 14 Outros 4

(Ministério dos Transportes)

AS RODOVIAS

O Brasil possui uma extensão rodoviária total de 1 663 987 km, dos quais somente 136 647 km, ou 8,2% do total, são totalmente pavimentados. As rodovias sob controle direto do governo federal dividem-se em qua-tro grupos ( todos indicados pelo prefixo BR): rodovias radiais: partem de Brasília e têm sua numeração variando de 001 a 100. O número aumenta no sentido horário de acordo com o ângulo formado com o norte. Exemplos: BR-010 Rodovia Bernardo Sayon (Belém-Brasília); BR-040 Rodovia Brasília-Rio de Janeiro; rodovias longitudinais: seguem no sentido norte-sul. A numeração aumenta de leste para oeste e varia de 10 l a 200. Exemplos: BR-101 Rodovia Litorânea; BR-116 -Rodovia Fortaleza-Jaguarão; rodovias transversais: seguem no sentido leste-oeste. A numeração aumenta de norte para sul, variando de 201 a 300. Do norte até Brasília vai de 201 a 250, e de Brasília até o sul vai de 251 a 300. Exemplos: BR-210 - Rodovia Perimetral Norte; BR 230 Rodovia Transamazônica; rodovias diagonais: cortam as anteriores em diagonal (nordeste-sudoeste ou noroeste-sudeste). Variam de 301 a 400 e a numeração aumenta para o sul. As de números pares são as de direção noroeste-sudeste e, as ímpares, nordeste-sudoeste. Exemplos: BR 319 - Rodovia Manaus-Porto Velho; BR 364 - Rodovia Cuiabá-Porto Velho.

O símbolo do rodoviarismo brasileiro foi a construção da rodovia Transamazônica (BR 230), inaugurada em 1 974 com

apenas alguns trechos construídos e logo a seguir abandonada. Sobre ela dizia-se que era o elo de ligação entre o "nada" e o "coisa alguma".

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AS FERROVIAS A extensão ferroviária total no Brasil é de 29 833 km, distribuídos da seguinte forma: Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA): controla 74% de toda a extensão de vias férreas do país, ou seja, 22 067

km, englobando inúmeras estradas de ferro, tais como: - Estrada de Ferro Central do Brasil, criada em 1855 como E.F. Dom Pedro 1, é a segunda do país em volume de carga

transportada;

- Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, de 1905, vai de Bauru (São Paulo) até Corumbá (Mato Grosso do Sul) e daí segue com o nome de E.F Brasil-Bolívia até Santa Cruz de La Sierra, no interior boliviano;

- Estrada de Ferro Santos-Jundiai, criada em 1868, tem apenas 139 km de extensão.

Ferrovias Paulistas S.A. (FEPASA):

controla 1 6,5% das vias férreas, ou seja, 4 899 km, englobando vários ramais, como a E.F. Sorocabana (1875) e a Companhia Mogiana (1871), que alcança o Triângulo Mineiro;

Ferrovias isoladas: correspondem aos 2

867 km restantes, englobando a E.F. Carajás, pertencente à Companhia Vale do Rio Doce, a E.F. Vitória-Minas, a primeira do país em volume de carga e que também pertence à Companhia Vale do Rio Doce, e a E.F. do Amapá, que escoa o minério de manganês da serra do Navio.

A Rede Ferroviária Federal (RFFSA)

está passando por um processo de privatização. A fim de facilitar a venda, o governo dividiu toda a rede em seis partes: Malha Oeste, Malha Centro Oeste, Malha Sudeste, Malha Sul, Malha Nordeste e Malha Teresa Cristina.

16 - A POPULAÇÃO BRASILEIRA Já sabemos que a população humana é o número ou a

quantidade de pessoas que habitam um determinado espaço geográfico.

Dependendo do conjunto ou segmento a que se refere a população pode ser:

- absoluta e relativa, quanto ao espaço territorial ocupado. - local, regional, continental e global, quanto a extensão do espaço geográfico; municipal, estadual e nacional, quanto a extensão do espaço territorial da unidade pública. - rural e urbana, quanto a distribuição geográfica, no campo e na cidade; economicamente ativa e não economicamente ativa quanto a sua distribuição e participação nas atividades econômicas de produção e de trabalho.

- jovem, adulta e velha (ou senil), quanto a idade; masculina e feminina, quanto ao sexo, na sua estrutura.

- branca, negra, amarela e mestiça, quanto as diferentes tipologias étnicas das pessoas.

- dos vários segmentos culturais, religiosos, sociais

etc., sejam eles maiorias ou minorias. POPULAÇÃO ABSOLUTA População absoluta é o número total de habitantes de

um espaço geográfico ou territorial. Em função da dimensão ou extensão do espaço geográfico ou territorial, a população absoluta, também chamada de efetivo demográfico ou efetivo humano pode ser:

local, regional, continental e global, respectivamente. municipal, estadual e nacional, politicamente. O calculo da população absoluta é feito através de

censos (ou recenseamentos) demográficos E de estimativas ou projeções populacionais.

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PAÍSES MAIS POPULOSOS DO MUNDO MAIS POPULOSOS 1000 HAB. - China 1.155.100 - Índia 975.800 - EUA 273.800 - Indonésia 206.500 - Brasil 161.800 - Paquistão 147.800

Fonte Almanaque Abril - 98 e 99 O Brasil e o 5º país mais populoso do globo, contudo

sua população relativa ou densidade demográfica é baixa em relação a outros países do globo ( 18,93 hab/Km2 ).

A distribuição populacional pelas regiões brasileiras é bastante desigual, conforme tabela abaixo:

GRANDES REGIÕES

ÁREA (Km2) POPULAÇÃO (hab) DENSIDADE hab./Km2

NORTE 3.869.637,9 11.868.725 3,07 NORDESTE 1.561.177,8 45.811.342 29,34 CENTRO-OESTE 1.612.077,2 10.994.821 6,82 SUDESTE 927.286,2 68.961.343 74,37 SUL 577.214,0 24.154.080 41,85 BRASIL 8.547.403.,5 161.790.311 18,93

Fontes: Almanaque Abril 1999 e Anuário estatístico do brasil (IBGE) - 1997 POPULAÇÃO RELATIVA ou DENSIDADE

DEMOGRÁFICA - A densidade demográfica ou população relativa é o

número de habitantes por quilometro quadrado n.º hab. /Km2 . Para se obter esse numero dividimos o valor da população absoluta pelo valor da área do espaço geográfico ou territorial ocupado por essa população.

PAÍSES MAIS POVOADOS DO MUNDO MAIS POVOADOS HAB./Km2 - Mônaco 16.359 - Cingapura 5.460 - Malta 1.185 - Maldivas 946 - Bareim 876 - Bangladesh 861 Fonte: Almanaque Abril 1999 17 - ESTRUTURA ÉTNICA DA POPULAÇÃO. Um dos traços mais característicos da estrutura

étnica da população brasileira é a enorme variedade de tipos, resultantes da intensa mistura de raças. Esse processo vem ocorrendo desde o início de nossa história.

Três grupos étnicos básicos deram origem a população brasileira: o branco, o negro e o índio. O contato entre esses grupos começou a ocorrer nos primeiros anos da colonização, quando os brancos (portugueses) aqui se instalaram, aproximando-se dos indígenas (nativos) e trouxeram os escravos negros (africanos).

A miscigenação ocorreu de forma relativamente rápida já nesse período, dando origem aos inúmeros tipos de mestiços que atualmente compõem a população brasileira. Segundo os dois últimos recenseamentos, a distribuição é a seguinte:

GRUPOS ÉTNICOS NA POPULAÇÃO TOTAL

ETNIA 1980 1991 Brancos 54,7% 55,3% Negros 5,9% 4,9% Índios 0,6% 0,5% Mestiços 38,5% 39,3% Fonte IBGE As regiões Sul e Sudeste são as que apresentam as

maiores proporções de brancos no conjunto de suas populações.

As regiões Nordeste e Sudeste são as que apresentaram a maior concentração de negros, por serem arcas onde a mão-de-obra escrava era muito utilizada.

As regiões do Nordeste e Sudeste, apresentam também grande concentração de mulatos em sua população, devido a forte presença dos negros.

As regiões Norte e Centro-Oeste abrigam os poucos indígenas que restaram no Brasil, embora eles possam ser encontrados em números extremamente reduzidos em todas as outras regiões brasileira. Nas regiões interioranas do pais encontramos os caboclos (mestiços de brancos e índios) e nas regiões da Amazônia, Centro-Oeste e no Nordeste particularmente no Maranhão, encontramos os cafuzos.

A população amarela está representada pelos imigrantes asiáticos (japoneses em especial) e indígenas.

A mistura racial entre os elementos formadores do povo brasileiro resultou em três tipos: mulato, caboclo e cafuzo.

branco + negro = mulato

branco + índio = caboclo ou mameluco negro + índio = cafuzo, caboré ou curiboca 18 - POPULAÇÃO RURAL E POPULAÇÃO

URBANA Essa forma de distribuição da população é o melhor

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indicador do grau da intensidade de ocupação e de povoamento do espaço geográfico.

No Brasil, a população rural foi mais numerosa e

predominou até 1960. No Censo de 1970 já se constatou o predomínio numérico da população urbana, com 56% do total nacional.

Em conseqüência do surto urbano-industrial que

ocorreu em nosso país, nestas últimas décadas, a

distribuição rural-urbana da população brasileira se apresentava, em 1995, com:

- 78,36% de população urbana e 21,64% de

população rural; - predomínio da população urbana em todas as

grandes regiões, especialmente no Sudeste e Centro Oeste;

CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO BRASI1EIRA

ANO POPULA ÇÃO

CRESC. TN % TM% CNV% TF

DO ABSOLUTA NO PERÍODO

POR POR POR

CENSO PESSOAS % MIL MIL CENTO 1872 9930478 44,34 46,50 30,20 1,63 8,86 1890 14333915 21,65 46,00 27,80 1,82 7,70 1900 17438434 75,68 45,00 26,40 1,86 7,43 1920 30635605 34,60 44,00 25,30 1,87 6,57 1940 41236315 25,97 44,40 20,90 2,35 6,16 1950 51944397 34,90 43,20 14,20 2,90 6,21 1960 70070457 32,92 38,70 9,80 2,89 6,28 1970 93139037 27,77 33,00 8,10 2,49 5,76 1980 119002706 23,45 31,87 8,87 2,30 4,35 1991 146917459 13,18 23,02 7,12 1,59 2,70 1996 157080000 6,92 19,80 6,00 1,38 2,40 2000 165000000 5,00 18,00 6,00 1 ,20 2,16

LEGENDAS: TN = taxa de natalidade JM = taxa de mortalidade CNV = índice de crescimento natural ou vecetativo TF = taxa de fecundidade

Fonte: Anuário estatístico do brasil 1996 do IBGE e Almanaques Abril 1995 e 98

Foram relativamente moderados, abaixo de 2% ao

ano, entre 1872 e 1940, quando as taxas de natalidade e de mortalidade eram elevadas, acima de 40 % e 20 %, respectivamente;

Se elevaram, progressivamente, nesse período (1872-1940), pois as reduções foram bem acentuadas nas taxas de mortalidade e quase que imperceptíveis nas de natalidade;

Foram elevados, superiores a 2% ao ano, a partir de 1940 e até 1980, com quase 3% ao ano nas décadas de 50 e 60, novamente porque as reduções nas taxas de natalidade não foram tão acentuadas quanto nas de mortalidade;

Declinaram nas últimas décadas do século XX, apesar das quedas acentuadas nas taxas de mortalidade mas, agora sim, devido a queda mais acentuada nas taxas de natalidade e de fecundidade;

Já são inferiores a 2% ao ano, de apenas 1,93% em 1991, e vão baixar ainda mais, o que significa que estamos na segunda parte da transição demográfica que já aconteceu, muito anteriormente, nos países hoje desenvolvidos e ricos.

19 - A IMIGRAÇÃO NO BRASIL Em todo o período colonial, que foi pouco superior a

300 anos, no qual o Brasil esteve sob o domínio de Portugal, era proibida a entrada de "estrangeiros" no nosso espaço territorial. Por essa razão, não se pode falar em imigrantes nesse período, pois não existia essa condição ou qualificação.

Ao longo desses três séculos, as muitas dezenas de milhares de pessoas que aqui chegaram e permaneceram, ainda que por pouco tempo, não eram imigrantes. Mesmo assim, muitos aqui chegaram e se estabeleceram, especialmente os:

• portugueses, que eram os colonizadores, em

missões oficiais e nas condições de bandidos (degredados) expulsos de Portugal e, também, os cristãos novos (judeus portugueses);

• franceses e holandeses como invasores;

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• negros de origem africana que, vergonhosamente foram negociados, traficados e trazidos para o nosso país

na condição de escravos;

• aventureiros de várias nacionalidades, marinheiros desertores e náufragos.

Somente em 1808, quando o Brasil foi elevado à condição de Vice Reino e se tornou a sede da monarquia portuguesa, com a chegada da Família Real, e D. João VI promulgou a lei autorizando a posse de terras por estrangeiros, é que a imigração no pais foi incentivada e praticada oficialmente.

Recorreu-se então, à imigração naquela época para: • ocupar e povoar a região Sul do país garantindo o

domínio sobre esse espaço territorial que já era alvo da cobiça de castelhanos;

• “branquear” ou “clarear” a pele da população

brasileira que naquele tempo era majoritariamente negra. Os primeiros imigrantes brasileiros foram os suíços-

alemães que aqui chegaram em 1.818, se estabeleceram no espaço territorial do que é o atual estado do Rio de janeiro e fundaram o núcleo colonial que deu origem à cidade de Nova Friburgo.

O crescimento do mercado de trabalho rural causado pela expansão da nossa lavoura cafeeira, nas últimas décadas do século XIX, determinou a necessidade de se recorrer à mão-de-obra do imigrante em substituição à mão-de-obra dos escravos.

A imigração no Brasil começou muitas décadas antes das leis abolicionistas. Mas foi a abolição da escravatura propriamente dita, com a Lei Áurea (1.888) que lhe deu, de fato, o grande impulso tornando-a numericamente significativa no crescimento da nossa população.

Durante mais de 160 anos recebemos imigrantes de

diversas origens. Dentre os povos que aqui se estabeleceram destacaram-se, em correntes migratórias, os:

Suíços-alemães, que em 1.818 se instalaram na região serrana do Rio de Janeiro, fundando o núcleo colonial que deu origem a cidade de Nova Friburgo;

Alemães, que a partir de 1824 se instalaram no Rio Grande do Sul, nos vales dos rios Caí e dos Sinos,

fundando a cidade de São Leopoldo e, principalmente, entre 1.850 e 1.870, em Santa Catarina, no litoral e no Vale do Itajaí, fundando as cidades de Blumenau e Joinville, ocupando-se da policultura de produtos alimentares em pequenas propriedades e de atividades industriais têxteis, de cerâmica e de couros;

Italianos, que a partir de 1.871 se instalaram, inicialmente na região serrana do Rio Grande do Sul fundando as cidades de Caxias do Sul e Bento Gonçalves e dedicaram-se á vinicultura e, posteriormente, de 1.887 a 1.914, no interior de São Paulo, onde dedicaram-se ao trabalho nas lavouras de café;

Eslavos de origem russa, polonesa, ucraniana e iugoslava que entre 1.875 e 1.890 se instalaram no Paraná, inicialmente nas proximidades de Curitiba e de Ponta Grossa e, mais tarde, no vale do rio Ivai, dedicando-se às plantações de batata e as atividades da indústria madeireira;

Japoneses que, a partir de 1.908, se instalaram em São Paulo, ocupando-se de diversas atividades na agricultura, nas granjas e cooperativas; mais recentemente nas indústrias e no setor de prestação de serviços nas cidades. Instalaram-se, também, na Amazônia, onde implantaram o cultivo de pimenta-do-reino no Pará, na região de Tomé-Açu, e de juta, no vale médio do rio Amazonas.

Vieram muitos outros imigrantes, especialmente os espanhóis e os portugueses, ao longo desses tempos de imigração mas sem caracterizarem, propriamente, um período de maior fluxo. Mais recentemente vieram, em números significativos, os coreanos, que se dedicam ao comércio, principalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Os árabes, especialmente os sírios e libaneses, na maioria, chegaram ao Brasil, como migrantes, entre 1.860 e 1.890.

Esses imigrantes se estabeleceram, inicialmente, na

região da Amazônia, onde se dedicaram ao comércio da borracha. Mais tarde, na região do Centro-Sul do país, especialmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, eles se dedicaram ao comércio de miu-dezas, roupas e tecidos.

20 - A EMIGRAÇÃO NO BRASIL O Brasil foi historicamente um país de imigração. A

emigração, que é a saída de pessoas do país, nunca foi significativa em termos numéricos. No entanto, desde a ultima década essa situação tem se modificado.

A emigração de brasileiros é hoje um fenômeno muito marcante, seja pelo inusitado, seja pelas dimensões que tomou. De 1.985 até agora, estima-se que o Brasil tenha perdido cerca de 3 milhões de habitantes, sendo 1,7 milhão na emigração legal e mais 1,2 milhão de saídas clandestinas. Esse numero corresponde a 2% da população do país.

A distribuição dos brasileiros pelos diversos países do mundo mostra uma tendência de concentração em apenas alguns deles. Observe o quadro:

Brasileiros no exterior

País Emigrantes (em milhares) Estados Unidos 850 Japão 180 Itália 32 Portugal 24 Reino Unido 11

Estimativas da Polícia Federal 21 - MIGRAÇÕES INTERNAS

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Uma das características da população brasileira sempre foi a sua intensa mobilidade. Grandes fluxos migratórios ocorreram de uma região para outra ao longo da nossa história.

Todos esses fluxos migratórios sempre se deram por razões econômicas. O desenvolvimento e a expansão de novas atividades econômicas num espaço geográfico tornam essa região um pólo de atração populacional (mão-de-obra) para o qual se dirigem milhares de pessoas, de diversas origens, em busca de melhores condições de trabalho e de vida.

A região de maior dispersão de migrantes internos, no Brasil, é o Nordeste.

Os grandes fluxos migratórios de nordestinos

ocorreram: • No século XVII, partindo da Zona da Mata do

Nordeste, devido a decadência da economia canavieira, com destino ao Sertão do Nordeste e Vale Médio do São Francisco, onde se expandia a criação de gado;

• No século XVIII, juntamente com paulistas, com destino á região das Minas Gerais, onde se desenvolvia a mineração;

• De 1.870 a 1.910, com destino à Amazônia, onde se desenvolvia a extração de látex (borracha), período em que conquistamos o espaço territorial do nosso atual estado do Acre que, anteriormente, pertencia à Bolívia;

• De 1880 a 1930, juntamente com mineiros, com destino às zonas de terra roxa de São Paulo e do Paraná, onde se desenvolvia a cultura cafeeira;

• Na década de 1930, juntamente com mineiros, com destino ao interior de São Paulo, onde se desenvolveu o surto algodoeiro;

• Após a Segunda Guerra Mundial, juntamente com mineiros, com destino aos pólos industriais que se desenvolveram nas regiões metropolitanas da Grande São Paulo e da Grande Rio de Janeiro.

Mais recentemente, nestas últimas décadas, ocorreram dois grandes fluxos de migrantes internos:

• O de nordestinos com destino à Amazônia, especialmente aos garimpos de Serra Pelada (PA), em busca de ouro, e para o Sudeste, para o mercado de mão-de-obra da construção civil que cresceu com o grande surto de urbanização;

• O de sulistas com destino a Amazônia e ao Centro-Oeste, com a expansão da nossa fronteira agrícola.

A TRANSUMÂNCIA A transumância é o movimento horizontal ou

transladativo da população que se caracteriza pelo vaivém, ou seja, a retirada ou saída e o retorno ou volta, em determinadas épocas ou estações do ano.

No Brasil, o movimento de transumância é próprio do Nordeste. Ele ocorre com os pequenos proprietários

de terras do Sertão que, na época das secas, depois de 19 de março (dia de São José), se movimentam em grandes contingentes para a Zona da Mata, para trabalhar como empregados nas grandes plantações, especialmente nas de cana-de-açúcar.

O retorno dos sertanejos só ocorre com o reinicio da estação chuvosa, depois de 13 de dezembro (dia de Santa Luzia), na época de fazer o novo plantio das suas lavouras.

ÊXODO RURAL Dentre os movimentos migratórios internos

destacam-se as migrações rural-urbanas, que ocorrem da zona rural ou campo para as zonas urbanas ou cidades.

As principais causas do deslocamento da população são:

- estrutura fundiária - relações trabalhistas - estatuto do trabalhador rural - mecanização agrícola - industrialização As principais conseqüências deste deslocamento

são: - aumento do desemprego - aumento do subemprego - expansão da habitação precária - marginalização crescente MOVIMENTO PENDULAR Nas grandes cidades, especialmente nos centros

comerciais e industriais onde estão concentrados os mercados de trabalho, ocorrem fluxos de milhares e milhares de pessoas em determinadas direções e em dados momentos. São trabalhadores que moram nos bairros da periferia e nas cidades ( dormitórios) vizinhas que, diariamente, se deslocam:

- dos bairros periféricos e das cidades dormitórios onde moram, para os centros onde trabalham, pela manhã;

- dos centros onde trabalham, para os bairros e cidades onde moram, a tarde ou a noite.

Esse vaivém diário do movimento pendular, exige via de regra, uma infra-estrutura de transportes coletivos urbanos e interurbanos, muito bem aparelhada e adequada as necessidades dos espaços geográficos onde ocorrem tais movimentos, pois eles irão determinar, pela manhã e pela tarde a hora ou o momento do "rush".

ESTRUTURA DA POPULAÇÃO HUMANA A população humana é formada por pessoas que se

diferenciam umas das outras pelas suas identidades naturais, físicas ou biológicas, que são o sexo e a idade.

Dessa forma, a população e constituída ou composta de:

- homens e mulheres, quanto ao sexo; - jovens, adultos e idosos ou velhos. quanto à

idade.

DIVISÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO POPULAÇÃO FAIXA ETÁRIA

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JOVEM de 0 a 19 anos ADULTA de 20 a 59 anos IDOSA OU SENIL

de 60 anos em diante

TIPOS HUMANOS A paisagem brasileira é um vasto painel de costumes,

terras, climas e tipos humanos. Ela se estende dos pampas do Sul aos alagados do Pantanal; da caatinga do Nordeste as montanhas do interior.

Os tipos humanos mais característicos são: - seringueiro e regatão na Amazônia - jangadeiro no litoral nordestino - vaqueiro sertanejo no interior ou sertão

nordestino - gaúcho no sul do país - peões nas fazendas de gado do RS - bóias frias na região Sudeste na época de safras

(trabalhadores rurais) 22 - SETORES DA ECONOMIA O setor primário, praticado essencialmente no

espaço rural (campo), formado pelas atividades agrícolas, criatórias (pecuária) e de extração (vegetal e animal);

O setor secundário, praticado muito intensamente

nos espaços urbanos (cidades), formado pelas indústrias de construção e de transformação1 incluindo, também, as atividades de extração mineral;

O setor terciário, praticado muito intensamente nas

cidades, formado pelas atividades de comércio e de prestação de serviços tais como: bancos, cartórios, escritórios (de advocacia e contabilidade), casas de diversões e de espetáculos públicos, consultórios médicos e de odontologia, clínicas médicas, odontológicas e hospitais, emissoras de rádio e de televisão, escolas, oficinas de consertos e de assistência técnica, hotéis e restaurantes, seguradoras, serviços públicos da administração, da coleta de lixo, da limpeza, dos transportes etc.

A população economicamente ativa brasileira e da ordem de mais ou menos de 77 milhões de pessoas ou seja, 47,5% da população total do pais. Isso significa que os 52,5% restantes, são sustentados direta ou indiretamente pela parcela da população que esta envolvida no mercado de trabalho.

DIST. DA POP. ECON. ATIVA (PEA) SETOR 1970 1980 1991 PRIMÁRIO 44,2% 29,9% 22,9% SECUNDÁRIO 17,8% 24,4% 22,7% TERCIÁRIO 38% 45,7% 54,4% Fonte: Anuário Estatístico do Brasil – 1995

23 - URBANIZAÇÃO

As cidades:

Cidade é um aglomerado humano concentrado, que se apresenta com uma determinada organização especial. As cidades tem sua economia não-dependente da agropecuária, voltando-se principalmente para o setor terciário, embora podendo abranger atividades industriais.

É possível fazer uma classificação das cidades tomando como referencial a origem e a função urbana. De acordo com sua origem, consideram-se dois grupos de cidades:

- naturais ou espontâneas - surgiram, cresceram e se expandiram sem nenhum plano prévio de urbanização. Ex.: Rio de Janeiro e São Paulo.

- artificiais ou planejadas - surgiram através de um plano, percebendo-se uma ordenação interna e uma racional distribuição das atividades por setores. Ex. Teresina, Aracaju, Belo Horizonte, Goiânia, Brasília e Palmas.

De acordo com a função urbana, que é a atividade típica da cidade, encontramos:

-industrial- Cubatão, Volta Redonda, São Bernardo do Campo

-comercial- Feira de Santana, Caruaru e Manaus. -portuária- Santos , Paranaguá e Cabedelo. -turística- Guarujá, Camboriú e Araxá. -religiosa- Aparecida e Bom Jesus da Lapa. -histórica- Ouro Preto e Parati. HIERARQUIA URBANA As cidades não se distinguem apenas pela sua

população, mas principalmente pela quantidade e qualidade de serviços que oferecem. Em função dos serviços que oferece, a cidade poderá alcançar uma posição de destaque, exercendo sua influência em todos os níveis, econômico, político e cultural, polarizando toda a rede urbana local, regional ou até mesmo nacional.

A hierarquia urbana apresenta uma divisão em quatro grandes grupos:

- centro regional- cidade que comanda um pequeno

numero de outras cidades a sua volta. Ex. Ponta Grossa (PR),Ilhéus (BA), Marabá (PA) e Itumbiara (GO).

- capital regional- cidade que comanda e exerce

influência sobre uma arca maior, composta de vários centros regionais polarizados em torno de si. Ex. Blumenau (capital do Vale do Itajai) Londrina (capital do norte do Paraná), Uberaba e Uberlândia (as capitais do Triângulo Mineiro).

- metrópole regional - cidade cuja influência

extravasa os limites estaduais, polarizando diversas capitais regionais. Existem atualmente 11 metrópoles regionais no pais:

Manaus e Belém no Norte Fortaleza, Recife e Salvador no Nordeste

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São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte no Sudeste

Goiânia no Centro-oeste Curitiba e Porto Alegre no Sul - metrópole nacional - cidade que comanda toda a

rede urbana nacional No Brasil, há duas metrópoles nacionais: São Paulo e Rio de Janeiro.

O crescimento rápido da população de algumas cidades gerou o fenômeno da conturbação, junção dos sítios urbanos de duas ou mais cidades, ou união especial de municípios que são distintos em termos administrativos mas que possuem um fluxo comum de bens, serviços e pessoas. As conturbações se caracterizam por apresentar uma paisagem urbana continua, que dificulta a percepção dos limites territoriais de cada um dos municípios que as constituem.

24 - A DIVISÃO REGIONAL Segundo a Constituição de 1988, o Brasil compõe-se

de 27 unidades políticas, sendo 26 estados e o Distrito Federal, onde se localiza Brasília, a capital do país.

Desde 8 de maio de 1969, vigora a divisão regional do país elaborada pelo IBGE: cinco grandes regiões ou

macrorregiões. Os critérios utilizados para distribuir as unidades da federação pelas regiões foram: análise es-trutural da população, forma de ocupação do solo, estrutura hierárquica da urbanização, hábitos e tradições de produção e consumo, nível cultural médio dos grupos sociais e estágio de desenvolvimento.

A divisão de 1969, efetivamente implantada a partir

de lº de janeiro de 1970, sofreu algumas modificações: • 1.977 o estado de Mato Grosso foi dividido em

dois, tendo a porção setentrional mantido o nome original, enquanto a porção meridional recebeu o nome de Mato Grosso do Sul;

• 1.982 o território de Rondônia foi promovido à condição de estado;

• 1.988 os territórios de Roraima e Amapá foram promovidos à condição de estado, o território de Fernando de Noronha retornou à condição de município do estado de Pernambuco e o estado de Goiás foi dividido em dois: a porção meridional manteve o nome original e continuou na região Centro-Oeste, enquanto a porção setentrional recebeu o nome de Tocantins e passou a fazer parte da região Norte.

Região Unidade Área (Km2) Capital Norte 1-Acre 153697 Rio Branco 3.851.557 Km2 2-Amazonas 1567953 Manaus 45,3 % do território 3-Rondônia 238378 Porto Velho Nacional 4- Roraima 225017 Boa Vista 5- Pará 1246833 Belém 6- Amapá 142358 Macapá 7- Tocantins 277321 Palmas Nordeste 8- Maranhão 329555 São Luís 1552614 Km2 9- Piauí 251273 Teresina 18,2 % do território 10- Ceará 145693 Fortaleza Nacional 11-Rio Grande do Norte 53166 Natal 12- Paraíba 53958 João Pessoa 13- Pernambuco 101023 Recife 14- Alagoas 29106 Maceió 15- Sergipe 21862 Aracaju 16- Bahia 566978 Salvador Sudeste 17- Espírito Santo 45733 Vitória 924265 Km2 18- Rio de Janeiro 43653 Rio de Janeiro 10,8 % do território 19-Minas Gerais 586624 Belo Horizonte Nacional 20- São Paulo 248255 São Paulo Sul 21- Paraná 199323 Curitiba 575315 Km2 6,8 % 22- Santa Catarina 95318 Florianópolis Território nacional 23- Rio Grande do Sul 280674 Porto Alegre Centro-Oeste 24- Mato Grosso 901420 Cuiabá 1604850 Km2 25- Mato Grosso do Sul 357471 Campo Grande 18,9 % do território 26- Goiás 340165 Goiânia Nacional 27- Distrito Federal 5794 Brasília

(Anuário estatístico do Brasil 1995) OS COMPLEXOS REGIONAIS Outra divisão regional do Brasil, que objetiva retratar as disparidades socioeconômicas das diferentes regiões, reco-

nhece três grandes porções bastante diferenciadas entre si: o complexo regional da Amazônia, o complexo regional do

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Nordeste e o complexo regional do Centro-Sul. Uma das principais diferenças entre essa forma de regionalização e a do IBGE é que os limites que separam um

complexo regional do outro não precisam coincidir necessariamente com os limites estaduais, pois considera-se que os fenômenos sociais e econômicos - critérios fundamentais nessa forma de organização regional -

são extremamente dinâmicos e, por isso, têm uma delimitação espacial que se modifica com o tempo. É importante lembrar que, como os complexos regionais são muito extensos, eles abrigam áreas menores diferentes

umas das outras. Apesar disso, as suas características comuns permitem o reconhecimento de um único complexo regional. COMPLEXO REGIONAL DA AMAZÔNIA _ Abrange quase 60% do território nacional, mas apenas cerca de 7% da população. É, portanto, o menos povoado do

país. Além de ser um imenso vazio demográfico, historicamente esteve quase sempre isolado do restante do país. A

Amazônia tornou-se mais conhecida por sua natureza do que pelas características de sua população ou economia. Nas últimas décadas, no entanto, o complexo regional da Amazônia tem-se mostrado mais dinâmico. O processo de

ocupação recente é calcado na implantação de vultosos projetos agropecuários e minerais, vinculados ao grande capital nacional ou transnacional.

COMPLEXO REGIONAL DO NORDESTE Ocupando pouco mais de 15% do território e

abrigando 25% de nossa população, o complexo regional do Nordeste é uma área povoada.

A grande questão desse complexo regional não reside no seu número de habitantes, na sua extensão territorial ou mesmo no seu quadro natural, que é bastante diversifi-cado. Seu principal elemento caracterizador, que lhe confere homogeneidade, é o quadro socioeconômico.

O Nordeste é sem dúvida a porção do pais onde mais se caracteriza uma economia tradicional, em que os fatores impeditivos de modernização são muito fortes. Tal situação fica evidente quando se analisa os indicadores sociais deste complexo regional.

COMPLEXO REGIONAL DO CENTRO-SUL O Centro-Sul abrange menos de 25% da área do país,

mas concentra cerca de 68% da população brasileira, sendo o complexo regional mais populoso e povoado. É também a porção mais dinâmica da economia nacional em praticamente todos os setores de atividade. Nele

concentram-se os investimentos na produção agrária, produção industrial, desenvolvimento tecnológico, pesquisa científica, infra-estrutura de transportes e energia. É aí, também, que se adensam os serviços, as atividades financeiras e as sedes das grandes empresas, tanto as de capital nacional quanto as de capital estrangeiro.

Por tudo isso, é a região brasileira que oferece, em média, as melhores condições de vida a seus habitantes. Como o Centro-Sul concentra a renda nacional, reforça o quadro de grande disparidade entre os complexos regionais.

25 - REGIÃO NORTE DIVISÃO POLÍTICA A região Norte é a maior das cinco macrorregiões brasileiras. Com uma área total de 3 851 557 km2 (45,3% do

território nacional), é composta de sete estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Estado Capital População (nº habitantes) Densidade demográfica (hab./Km2

Acre Rio Branco 455200 2,96 Amapá Macapá 326200 2,29 Amazonas Manaus 2320200 1,47 Pará Belém 5448600 4,36 Rondônia Porto Velho 1339500 5,61

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Roraima Boa Vista 262200 1,16 Tocantins Palmas 1007000 3,63

(Anuário estatístico d Brasil 1995.) É importante ressaltar a diferença entre região Norte, que é uma região político-administrativa, e Amazônia, que é um

complexo regional. O elemento que confere homogeneidade à Amazônia é a paisagem equatorial, independente dos limites estaduais. Por

isso, sua extensão territorial é bem maior, com cerca de 5 milhões de km2 (quase 60% do território nacional), envolvendo todos os estados da região Norte (com exceção do extremo sudeste de Tocantins), a quase totalidade do estado do Mato Grosso, na região Centro-Oeste e mais a metade ocidental do estado do Maranhão, na região Nordeste.

O RELEVO E A HIDROGRAFIA O relevo da região Norte é caracterizado pelo domínio das terras baixas, como planícies, depressões e planaltos pouco

elevados. As planícies ocupam estreitas faixas de terra ao longo dos rios, como a planície do rio Amazonas, do rio Araguaia e do rio Guaporé. O restante das terras baixas corresponde às depressões ou aos planaltos sedimentares de baixa altitude.

Toda essa área de formação sedimentar está encaixada entre planaltos de formação mais antiga, onde encontramos as maiores altitudes da região e do país, como os picos da Neblina (3 014 m) e 31 de Março (2 992 m), localizados na serra do Imeri, que faz parte dos planaltos residuais Norte-amazônicos.

A hidrografia é caracterizada pela presença do maior sistema fluvial do mundo, a bacia Amazônica, cujo eixo é o rio Amazonas, com 7 100 km de extensão, dos quais 3 200 km estão no Brasil. Com mais de 7 mil afluentes, essa bacia estende-se por terras da Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

Seu desnível no trecho brasileiro é de apenas 82 m, o que favorece a navegação. O transporte fluvial é muito utilizado pela população regional, já que o rio Amazonas, junto com o baixo curso de seus afluentes, forma um complexo hidroviário de 25 000 km de percurso navegável.

O CLIMA E A VEGETAÇÃO O clima dominante é o equatorial úmido, que se estende por toda a região Norte, com exceção do estado de Tocantins e

de trechos do Pará e Roraima. Sob a influência constante da massa de ar equatorial continental, quente e úmida, a região apresenta médias térmicas

elevadas o ano todo (de 25 a 270C), e amplitude térmica muito pequena, em torno de 20C. Também a pluviosidade é elevada, variando de 2.000 mm a 2.500 mm anuais, bem distribuídos ao longo do ano.

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As exceções estão no Sudeste do Pará e estado de Tocantins, onde se observa o do-mínio absoluto do clima tropical, com tem-peraturas elevadas o ano todo e chuvas concentradas no verão, e no Noroeste do Pará e porção oriental de Roraima, onde encontramos o clima classificado de equatorial semi-úmido, com temperaturas também muito altas o ano todo, mas com médias pluviométricas menos elevadas e apresentando uma curta estação seca.

Refletindo esse clima quente e úmido, a paisagem vegetal dominante se caracteriza pela presença da mais exuberante formação florestal do planeta: a floresta latifoliada equatorial ou Floresta Amazônica.

Extremamente heterogênea e composta de espécies latifoliadas (de folhas largas) e perenifólias (as árvores mantêm suas

folhas o ano inteiro), a floresta é, em função da diversidade, a formação vegetal mais densa e compacta da superfície terrestre. Estendendo-se por quase metade do território brasileiro, ocupa cerca de 90% da região Norte.

Entre as outras formações vegetais que aparecem na região Norte, destacam-se as matas galerias ou ciliares, no estado

de Tocantins, acompanhando as águas do vale do rio Araguaia; manchas de cerrado nas áreas periféricas da Floresta Amazônica, em trechos dos estados de Tocantins, Pará, Rondônia, Roraima e Amapá; e algumas pequenas manchas de campos, dispersas pelo interior da área florestada. No litoral amapaense, em especial, destaca-se a presença dos mangues, graças ao pequeno desnível altimétrico de suas costas que causa constantes invasões marinhas no litoral.

A OCUPAÇÃO REGIONAL A ocupação da região se deu historicamente por

intermédio das atividades ligadas ao extrativismo vegetal e mineral. O primeiro grande surto migratório ocorreu no período da borracha, entre 1870 e 1910, quando milhares de nordestinos foram atraídos pelo trabalho nos seringais, povoando a chamada Amazônia Ocidental. Esse período somente foi encerrado quando, nos primeiros anos deste século, a produção britânica de borracha obtida no Sudeste Asiático praticamente arrasou com a economia extrativista brasileira.

A descoberta de jazidas minerais nas décadas de 70 e 80 estimulou mais ainda o processo migratório, já que a produção mineral chamou a atenção de empresas que passaram a exigir numerosa mão-de-obra. Além disso, a expansão do garimpo foi outro fator de atração populacional.

A AGRICULTURA A agricultura regional é extremamente pobre, tanto

no nível do investimento quanto no rendimento e na qualidade da produção. O domínio de solos fracos, ácidos e arenosos, associados a um clima de chuvas freqüentes e intensas, favorece um forte processo erosivo, especialmente nas áreas onde a produção agrícola ocasionou a devastação da mata natural.

Um dos principais produtos da agricultura regional é a pimenta-do-reino, introduzida e cultivada por

imigrantes japoneses e seus descendentes na Zona Braganti na, próxima a Belém.

A juta introduzida pelos imigrantes japoneses, hoje é cultivada pelos diversos grupos que se distribuem pelo vale médio e inferior do rio Amazonas. A juta é uma planta fibrosa de uso têxtil cultivada em várzeas, daí sua concentração às margens do Amazonas, o produto é utilizado basicamente na indústria de embalagens (sacaria), com uma produção média de 80 milhões de sacos por ano.

A malva , planta que fornece fibra para fabricação de sacos de aniagem, é cultivada em Guajarina, Capitão Poço e Salgado, no Estado do Pará, que é o maior produtor nacional.

A PECUÁRIA A criação de gado na região Norte é caracterizada

por um baixo rendimento, com ocupação média de 0,5 boi por hectare.

Outro aspecto negativo da pecuária regional é sua lucratividade, se considerarmos a atividade a médio e longo prazos. É comum afirmar-se que a criação de gado é menos lucrativa que o extrativismo, pois os produtos deste se repõem na natureza, enquanto o pasto, com 10 ou 12 anos de uso, rende apenas 50% do seu período inicial.

A região Norte abriga algumas das maiores propriedades rurais do planeta; entre elas, destaca-se a Fazenda Jari, a maior do mundo, com 3 milhões de hectares, o que eqüivale a 30 mil quilômetros quadrados

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(área superior à do estado de Alagoas). Está localizada nos estados do Pará e do Amapá, tendo como uma das laterais as margens do rio Amazonas.

As principais áreas de criação estão dispersas pelo interior da região, principalmente ao sul do rio Amazonas, no estado do Pará. Destacam-se também os campos de criação de Roraima e a pecuária de búfalos, característica da ilha de Marajó na foz do rio Amazonas.

O EXTRATIVISMO VEGETAL O extrativismo vegetal na região Norte é sem dúvida

a mais tradicional atividade econômica a que se dedica grande parte da população, e entre os seus principais produtos estão a borracha, a castanha-do-pará e as madeiras.

A borracha, produto derivado do látex encontrado em várias espécies da Floresta Amazônica, em particular na seringueira (Hevea brasiliensis), é comum na mata de várzea dos estados do Acre e do Amazonas.

O castanheiro, do qual se extrai a castanha-do-pará, é uma das espécies mais altas da Floresta Amazônica, atingindo de 50 a 60 m, e concentra-se na mata de terra firme dos estados do Amazonas e do Pará. As principais áreas de produção e comércio situam-se em torno das cidades de Humaitá (Amazonas) e Marabá (Pará). Grande parte da produção é destinada à exportação, sob a forma de fruto seco ou óleo para diversas indústrias, em especial a de cosméticos. O porto de exportação é o de Belém, no Pará, de onde deriva o nome castanha-do-pará.

A produção de madeiras da região corresponde a cerca de 25% de toda a produção nacional. A grande diversidade de espécies da floresta estimula o extrativismo, mas, por outro lado, representa um grande obstáculo para a exploração, em função da densidade vegetal e da dificuldade de transporte. Algumas das madeiras exploradas: mogno, pau-rosa, andiroba, angelim, cedro, pau-ferro, boiúna, cumaru etc.

Aparece em Rondônia (RO) Poaia ou ipecacuanha. Guaraná, em Maués (AM) PESCA A pesca é a atividade desenvolvida nos rios da bacia

Amazônica. Destaca-se a pesca do pirarucu ( o bacalhau da Amazônia), peixe-boi (baleia de água doce) e de tartarugas, de carne saborosa.

A MINERAÇÃO A mineração apresenta grandes possibilidades de

desenvolvimento na região Norte. A atividade tem sofrido um forte incremento com a implantação, em vários pontos da região, de empresas mineradoras de grande porte. Entre as principais áreas, têm-se a serra dos Carajás, a serra do Navio e Oriximiná.

A serra dos Carajás está localizada entre os rios Tocantins e Xingu, no sudeste paraense. Abriga uma das maiores províncias mineralógicas do planeta, com enormes jazidas de minério de ferro (a primeira do mun-do), manganês, cobre, bauxita, ouro, níquel, estanho, etc.

Ocorrências minerais em Carajás Minério Reserva estimada (em

milhões de toneladas Ferro 18000 Cobre 1000 Níquel 125 Manganês 60 Bauxita 50

(Companhia Vale do Rio Doce.) A descoberta de minérios na serra dos Carajás se deu de forma acidental, em 1 967, por um geólogo da Companhia

Meridional de Mineração, empresa pertencente ao grupo americano United States Steel. O projeto de maior importância foi o Grande

Carajás, visando à extração, transporte e exportação dos minérios de ferro e manganês. Os investimentos superaram a casa dos 5 bilhões de dólares, com a instalação da usina hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins, que deveria atender todas as necessidades energéticas do projeto; com a construção da Estrada de Ferro Carajás, que deveria escoar rapidamente a produção; e com a implantação do moderno porto Ponta da Madeira, em São Luís (Maranhão), capaz de receber os maiores navios cargueiros do mundo com o intuito de levar o minério para o exterior.

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Essas despesas foram todas assumidas pelo Estado, pois quem iria dirigir a exploração mineral na época seria a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), empresa até então de controle estatal. Atualmente é a maior empresa exportadora de minério de ferro do mundo.

A serra do Navio, localizada no Amapá, é rica em manganês, minério utilizado na indústria siderúrgica para aumentar a elasticidade do aço e na indústria química para a fabricação de pilhas, além de diversas outras aplicações.

A produção é realizada pela Indústria e Comércio de Minérios (Icomi), empresa privada criada com caráter multinacional.)

Oriximiná localiza-se no Norte do Pará, na foz do rio Trombetas. A produção anual de bauxita (minério de alumínio) é da ordem de 4 milhões de toneladas, sendo realizada pela empresa Mineração Rio do Norte, consórcio formado pela Companhia Vale do Rio Doce e algumas empresas nacionais e transnacionais

A maior parte da produção é exportada como matéria-prima bruta, destinando-se a outra parte para a fabricação do alumínio no país, o que é realizado pelas empresas Albrás e Alunorte, no Pará, e pela Alumar; no Maranhão. Posteriormente esse alumínio é exportado como produto semimanufaturado por um preço maior para os grandes mercados do mundo.

A intensa exploração mineral que vem sendo realizada na região Norte, apesar de sua importância econômica para o país, deixa uma herança extremamente negativa para o meio ambiente: a devastação florestal e a poluição das águas fluviais.

Em Rondônia é explorado Cassiterita (minério de estanho).

Ferro, explorado nas jazidas da Serra dos Carajás, no Tocantins, próxima a Marabá, considerado como as maiores do

Brasil. O escoamento do minério é feito pelos portos de Itaqui e Ponta da Madeira, em São Luís (Maranhão), através da Estrada de Ferro Carajás.

Podemos citar ainda o carvão mineral (PA), calcário e ouro (Itaituba), cobre, níquel, salgema (Aveiro), urânio.

A INDÚSTRIA As possibilidades industriais da região Norte são bastante fortes, contando com dois importantes fatores: a ocorrência

de enormes jazidas minerais e a capacidade energética, já que o potencial hidrelétrico disponível é o maior do país. A despeito dessas condições positivas, a atividade industrial é pequena e não apresenta grande peso na economia

regional. Limita-se às indústrias mineradoras, à Zona Franca de Manaus e, mais recentemente, à metalurgia do alumínio. A Zona Franca, instalada em Manaus em 1967, provocou uma industrialização fundada no grande capital privado

nacional e principalmente no capital transnacional. As empresas implantaram unidades de montagem, especialmente do setor eletroeletrônico, que se beneficiam de isenções fiscais e livre importação de componentes.

A metalurgia do alumínio concentra-se nas proximidades de Belém. Destaca-se o projeto Albrás/ Alunorte, com a participação de capital brasileiro e japonês.

A produção industrial do alumínio se beneficia das reservas de bauxita de Oriximiná e Carajás e da energia da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, que tem contrato de fornecimento de eletricidade por 20 anos (1984 a 2004).

A Companhia de Petróleo da Amazônia (COPAM) em Manaus, é a única refinaria da Região Norte. A ELETRONORTE (Centrais Elétrica do Norte do Brasil),é a subsidiária da ELETROBRÁS que controla as usinas

hidrelétricas da Amazônia Legal. Dentre as hidrelétricas destacam-se: Tucuruí, no rio Tocantins (PA), Coaracy-Nunes ou Paredão, no rio Araguari (Amapá), Curuá-Una, em Santarém, no rio Tapajós(PA), Samuel, em Rondônia, Ituxi, no Acre e Balbina, no rio Uatumâ (AM).

Órgãos governamentais e privados que atuam na região: SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia). Criada em 1.966, visa a planejar e coordenar o

desenvolvimento da Amazônia Legal.

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SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus). Tem como objetivos: incrementar o livre comércio de

mercadorias nacionais e estrangeiras, implantar um distrito industrial e agropecuário e desenvolver o comércio e o turismo. PROTERRA ( Programa de Redistribuição de Terras e de Estímulos à Agroindústria do Norte e Nordeste). Tem como

objetivos: apoiar o pequeno produtor, criar melhores condições de emprego e mão-de-obra, favorecer a agroindústria no Norte e Nordeste, realizar a redistribuição de terra (Reforma Agrária).

BASA ( Banco da Amazônia S/A). Promove o desenvolvimento econômico da Amazônia Legal, financiando campos

cultivados, florestas de seringueiras e castanheiras, lavouras de pimenta-do-reino, fazendas de criação de gado etc. COPAM ( Companhia de Petróleo da Amazônia) Constitui-se na única refinaria da Região Norte do país. 26 - REGIÃO CENTRO-OESTE DIVISÃO POLÍTICA O Centro-Oeste é a segunda macroregião brasileira em área territorial, possuindo 1 604 850 km2 (18,9% da área do

país). É formada por três estados: Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul além do Distrito Federal, onde se localiza Brasília, a capital do país.

Unidade da federação Capital População (nº

habitantes) Densidade demográfica (hab./Km2)

Goiás Goiânia 4308400 12,66 Mato Grosso Cuiabá 2313600 2,56 Mato Grosso do Sul Campo Grande 1912800 5,35 Distrito Federal Brasília 1737800 299,93

A região Centro-Oeste foi a que sofreu maior alteração na sua divisão interna nas últimas décadas. Até meados da década de 50 esse espaço correspondia a apenas dois estados brasileiros, Goiás e Mato Grosso, que juntos ocupavam uma área de quase 1,9 milhão de km2.

As mudanças começaram a ocorrer em 1956, quando o Governo Federal ocupou

5 794 km2 do estado de Goiás a fim de implantar o Distrito Federal e construir a nova capital do país, Brasília. Em 1977, o estado de Mato Grosso foi repartido em dois, originando Mato Grosso do Sul. Finalmente em 1988, foi a vez de o estado de Goiás ser dividido para se criar Tocantins, o que significou a perda de 277 mil km2 de área do Centro-Oeste para a região Norte, na qual o novo estado foi agrupado.

Em relação ao aspecto geoeconômico da região, o que se observa é uma grande desigualdade entre as porções norte e sul, de tal forma que encontramos áreas do Centro-Oeste fazendo parte de dois complexos regionais.

A maior parte do território do estado de Mato Grosso compreende o complexo regional da Amazônia. Isso se deve tanto a elementos do quadro natural, como o clima e a vegetação, quanto às suas características demográficas e econômicas, que constituem cena das mais precárias: a população rarefeita se dedica a atividades tradicionais, como o extrativismo vegetal, a agricultura itinerante e a pecuária extensiva.

O restante do Centro-Oeste, que inclui a porção mais meridional do estado de Mato Grosso e a totalidade dos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal, faz parte do complexo regional do Centro-Sul, a porção mais dinâmica do território brasileiro, onde as condições socioeconômicas são em geral melhores.

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O RELEVO E A HIDROGRAFIA Predominam as formas tabulares, também

denominadas chapadas, que funcionam como grandes divisoras de água entre as principais bacias hidrográficas brasileiras.

É possível analisar o relevo regional dividindo-o em quatro grandes grupos:

planaltos antigos: formados por rochas cristalinas do Pré-cambriano, recobertas em sua maior parte por

sucessivas camadas de rochas sedimentares, que originaram formas tabulares de relevo, ou seja, as chapadas cristalinas.

planaltos recentes: onde se encontram os solos de terra roxa, bastante férteis. Ocupam o Sul de Goiás e a porção oriental do Mato Grosso do Sul.

depressões: correspondem à forma de relevo com o maior número de unidades no Centro-Oeste. Distribuem-se por toda a região, sobretudo nas áreas banhadas por grandes rios;

planícies: a mais típica planície brasileira é a do pantanal Mato-grossense, situada no Sudoeste da região, ocupando uma área de 150 mil km2. No verão, o pantanal é inundado pelas águas do rio Paraguai, mas no

inverno, quando as águas recuam, a planície se cobre de vegetação rasteira. Na divisa entre Goiás e Tocantins, no alto Araguaia, há um pequeno trecho de planície, que se estende por todo o vale, inclusive pela região Norte.

A região Centro-Oeste, em função de sua posição

geográfica central e de seu relevo de serras e chapadas, transformou-se na principal área formadora e divisora de nossas bacias hidrográficas: Amazônica, do Tocantins-Araguaia e Platina.

As nascentes de alguns dos mais importantes

afluentes da margem direita do rio Amazonas estão localizadas no Centro-Oeste, como o Guaporé, que forma o Madeira, o Juruena e o São Manuel, que formam o Tapajós, e o Xingu, que nasce em Mato Gros-50 e após percorrer quase 3 000 km desemboca no rio Amazonas.

A bacia do Tocantins-Araguaia tem sua origem no

interior do Centro-Oeste, pois os dois rios nascem em Goiás. O rio Araguaia nasce na serra dos Caiapós, no Sudoeste do estado, e o rio Tocantins nasce na serra Dourada, no Sudeste goiano. O encontro dos dois rios se dá somente na divisa entre os estados de Tocantins e do Pará, na região Norte.

No Brasil, a bacia Platina é subdividida em três bacias menores: a do rio Paraná, a do rio Paraguai,

localizadas em sua maior parte no Centro-Oeste, e a do rio Uruguai.

O rio Paraguai, cujas nascentes ficam na serra do Araporé, no estado de Mato Grosso, recebe águas de diversos afluentes, entre eles os rios Cuiabá, Taquari e Miranda. Esse rio é responsável pela drenagem de toda a planície do pantanal Mato-grossense.

O rio Paraná separa o estado de Mato Grosso do Sul dos estados de São Paulo e Paraná. Um dos seus formadores, o rio Paranaíba, faz a divisa entre os estados de Goiás e Minas Gerais.

O CLIMA E A VEGETAÇÃO O clima dominante e do tipo tropical, com duas estações bem definidas: verão chuvoso e inverno seco. As, temperatu-

ras são elevadas o ano todo. E importante ressaltar que a diferença entre essas duas estações é muito bem marcada, pois durante o verão verifica-se a ocorrência de chuvas freqüentes e intensas, mas concentradas em um curto período do ano. O inverno, por sua vez, é extremamente seco, com a umidade relativa do ar atingindo valores tão baixos que chegam até a causar sérios problemas de saúde à população.

Na porção setentrional da região, principalmente no Norte e Noroeste do estado de Mato Grosso, aparece o clima

equatorial úmido, com temperaturas elevadas e chuvas intensas o ano todo, e na porção meridional, no Sul do estado de Mato Grosso do Sul, na área cortada pelo trópico de Capricórnio, verificamos a ocorrência do clima tropical de altitude, com temperaturas mais baixas no inverno e chuvas concentradas no verão.

A vegetação dominante na região Centro-Oeste é o cerrado, característico do clima tropical. Trata-se de uma formação arbustiva, ou seja, vegetação de pequeno porte, que se apresenta com o tronco e os galhos bastante retorcidos e recobertos

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por uma grossa camada de cortiça. Espalha-se por uma extensa área no interior do Centro-Oeste, inclusive alcançando terras de outras regiões brasileiras.

Além dessa formação arbustiva dominante, ainda encontramos áreas de floresta equatorial ao norte, matas galerias acompanhando alguns rios na porção oriental da região e formações de campos no extremo sul de Mato Grosso do Sul. Merece um destaque especial a vegetação da planície do pantanal Mato-grossense. Nessa planície, em função de suas condições naturais muito particulares, aparecem associadas espécies vegetais dos mais diversos tipos, ou seja, florestais, arbustivas e herbáceas, caracterizando a formação vegetal denominada complexo do Pantanal.

O QUADRO HUMANO Com uma população absoluta de 10 272 600 habitantes, o Centro-Oeste é a região menos populosa do país, tendo to-

mado 9 lugar da região Norte na década de 80. Sendo a segunda região brasileira em área territorial e a quinta em população absoluta, o Centro-Oeste é pouco

povoado, com uma densidade demográfica de apenas 6,4 habitantes por quilômetro quadrado. O Centro-Oeste constitui um vazio demográfico. Sua população, porém, encontra-se irregularmente distribuída. Há

áreas cuja densidade demográfica ultrapassa 1 00 hab./km2, como a porção meridional do Mato Grosso e de Goiás e a porção oriental do Mato Grosso do Sul, mas há também imensidões vazias, onde as densidades são inferiores a 1 hab./km2, como o Norte e o Noroeste de Mato Grosso, Norte de Goiás ou em trechos do pantanal Mato Grossense.

A criação de Brasília, em 1.960 trouxe importantes alterações no Planalto Central entre elas: - Aumento da população regional - Surgimento de um importante sistema de comunicações - Surgimento de um importante mercado consumidor - Criação de um centro tecnológico e científico (Universidade de Brasília) Algumas rodovias: As novas vias de circulação (estradas) têm trazido efeitos benéficos no povoamento e nas atividades econômicas. Junto

às rodovias Belém-Brasília, Cuiabá-Santarém, e Cuiabá- Porto Velho surgiram diversos núcleos de população (frentes pioneiras).

Principais cidade: - Brasília (DF) capital federal, situada no Planalto Central - Goiânia e Anápolis (GO) - Campo Grande e Corumbá (MS) - Cuiabá (MT) A AGROPECUÁRIA A região Centro-Oeste tem sua história de ocupação econômica fortemente relacionada à agropecuária, pois os

primeiros contingentes populacionais que para lá se dirigiram, no século XVIII, instalaram fazendas de gado e de produção agrícola.

Mesmo com as transformações que foram ocorrendo na economia nacional, com a agro exportação cafeeira e a industrialização, a região Centro-Oeste manteve a sua ativida-de de produtora agropecuarista sempre voltada para o mercado interno, para o abastecimento das áreas mais dinâmicas do país. Nas últimas décadas no entanto, sua economia agropecuarista passou a se voltar também para os grandes mercados mundiais. Hoje o Centro-Oeste é um grande fornecedor de produtos agropecuários, como grãos (soja e arroz) e carne, para as indústrias alimentícias do Centro-Sul e, especialmente de soja, para o mercado externo.

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A agricultura do Centro-Oeste vem aumentando rapidamente sua participação no total da produção brasileira em função de diversos fatores. O aumento da produtividade das áreas tradicionais que se modernizam com investimentos em máquinas, equipamentos e recursos técnicos de fertilização e correção de solos é um deles. Outro fator é a incorporação de novos espaços que até bem pouco tempo ou eram dedicados a uma lavoura rudimentar de subsistência, ou eram áreas não aproveitadas economicamente, mas que agora, com as chegadas das frentes pioneiras, vão sendo integrados a uma economia mais dinâmica.

Entre as principais áreas agrícolas, destacam-se Campo Grande e Dourados (Mato Grosso do Sul), centros produtores de soja e trigo. Em Goiás, sobressai a região denominada “mato grosso de Goiás”, ao sul de Goiânia, com a produção de soja, algodão e feijão, e o vale do Paranaíba, no Sudeste goiano, onde se tem algodão e arroz.

Com relação à pecuária, é importante dizer que a região detém cerca de 1/4 de todo o rebanho bovino brasileiro. Essa participação tende a aumentar, graças a uma série de fatores favoráveis, tanto de ordem natural, como o relevo de

topografia plana e a vegetação aberta do cerrado, como de ordem político-econômica abertura de estradas, formação de pastos e melhoria genética dos rebanhos.

O sistema de criação que predomina é o extensivo, tendo em vista que a região dispõe de grandes espaços e é, ao mesmo tempo, um enorme vazio demográfico. O objetivo mais importante é a

produção de carne para as indústrias frigorificas do Centro-Sul. A principal área de criação está no pantanal Mato-grossense, onde, além dos bovinos, também são criados bufalinos, com os

mesmos objetivos econômicos e sob as mesmas condições de criação.

MINERAÇÃO E INDÚSTRIA A produção de minérios, é ainda pouco significativa quando

comparada à de outras regiões brasileiras, como o Norte e o Sudeste.

Entre as ocorrências registradas, merecem destaque as produções de ferro e manganês encontrados no maciço de Urucum, no interior do pantanal Mato-grossense.

A extração é feita pela Companhia Vale do Rio Doce, com a maior parte da produção direcionada para o mercado externo, repre-sentado pelos vizinhos Paraguai, Argentina e Uruguai. O escoamento para esses países se faz pelo porto de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, e pela navegação fluvial no rio Paraguai, que é navegável em toda a sua extensão.

Entre as outras reservas minerais da região, destaca-se a de níquel, importante recurso para a indústria do aço, que tem sua maior ocorrência na cidade de Niquelândia, ao Norte de Goiás. Essa reserva é responsável por 80% da produção brasileira do minério:

Em Cristalina e Pium (GO) extrai-se cristal-de-rocha (quartzo). EXTRATIVISMO VEGETAL No extrativismo vegetal, sobressaem a extração de látex (borracha) e de madeiras poaia, babaçu, castanha-do-pará em

geral, na porção setentrional da região, e de erva-mate (Porto Murtinho), quebracho e angico e madeiras, na porção meridional.

O setor industrial é muito precário e se restringe às atividades ligadas à produção agroextrativa, como as indústrias de beneficiamento de arroz, pequenos frigoríficos, indústrias de couro, além de algumas metalúrgicas e madeireiras, que, no conjunto, absorvem um pequeno contingente de mão-de-obra e se utilizam de equipamentos e recursos técnicos pouco avançados. Nessas condições, é pouco significativa a participação da produção industrial regional:

TRANSPORTES Principais rodovias: Bernardo Sayão (Belém-Brasília), Cuiabá-Santarém e Transpantaneira (Corumbá-Poconé). O Transporte fluvial na bacia do rio Uruguai assume grande importância no Centro-Oeste brasileiro. ÓRGÃOS QUE ATUAM NO CENTRO-OESTE. SUDECO (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste). Apóia os Estado de Goiás (GO), Mato Grosso

(MT), e Mato Grosso do Sul (MS) e o Distrito Federal. PRODOESTE (Programa de Desenvolvimento do Centro-Oeste) Visa dotar a região de estradas, armazéns (silos) ,

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usinas de beneficiamento e frigoríficos, bem como desenvolver a agroindústria. Seu objetivo principal é construir uma rede rodoviária básica para fortalecer a economia regional.

POLOCENTRO (Programa de Desenvolvimento do Cerrado). Visa a desenvolver a agricultura e pecuária do Centro-

Oeste brasileiro e região do Triângulo Mineiro. POLONOROESTE (Programa que atua nos Estados de Rondônia e Mato Grosso). PRODEPAN (Programa de Desenvolvimento do Pantanal Matogrossense). SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). Apoia a Região Norte e parte setentrional do Mato

Grosso.

27 - REGIÃO NORDESTE DIVISÃO POLÍTICA A região Nordeste possui 1 552 614 km2 (18,2% do território nacional), sendo a terceira macroregião mais extensa do

país. E a mais subdividida politicamente, possuindo nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Estado Capital População (n.º habitantes) Densidade demográfica (hab./Km2)

Alagoas Maceió 2685400 92,26 Bahia Salvador 1264600 22,30 Ceará Fortaleza 6714200 46,08

Maranhão São Luís 5231300 15,87 Paraíba João Pessoa 3340000 61,89

Pernambuco Recife 7445200 73,69 Piauí Teresina 2725000 10,84

Rio Grande do Norte Natal 2582300 48,57 Sergipe Aracaju 1605300 73,42

(Anuário estatístico do Brasil 1995.)

A presença de um grande número de unidades políticas na região se deve muito mais aos aspectos históricos do que às diferenças na paisagem natural ou mesmo às dimensões dessas unidades. O Nordeste foi a primeira região do Brasil a ser ocupada pelos portugueses, que com a chegada de Pedro Alvares Cabra em 1 500 trouxeram os primeiros colonizadores.

O RELEVO E A HIDROGRAFIA

O relevo nordestino subdivide-se em sete unidades, sendo quatro planaltos, duas depressões e uma planície, porém apenas três delas apresentam uma extensão territorial sig-nificativa.

Entre as formações planálticas, destacam-se os terrenos sedimentares dos planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba, que ocupam grande parte da porção ocidental do Nordeste, especialmente na faixa que compreende os estados do Maranhão e do Piauí, onde encontramos a chapada do Ibiapaba. A seguir, destacam-se os terrenos pré-cambrianos dos planaltos e serras do Atlântico-leste-sudeste ocupando o Centro-Sul da Bahia com a presença marcante da chapada Diamantina. Em menores proporções, surgem os terrenos pré-cambrianos dos planaltos e serras de Goiás-Minas no Oeste baiano. O planalto da

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Borborema está localizado na porção oriental do Nordeste, particularmente no estado de Pernambuco. Suas altitudes su-peram os 1 000 m.

Entre as duas depressões, a de maior realce é a depressão Sertaneja e do São Francisco, que ocupa uma grande área na porção Centro-Leste da região, acompanhando todo o vale médio do rio, onde também encontramos as chapadas do Araripe (Pernambuco e Ceará) e do Apodi (Rio Grande do Norte). Existe uma estreita faixa de terras da depressão do Tocantins, na fronteira ocidental do Nordeste.

Finalmente, temos a alongada mas estreita faixa de terras que compreendem as planícies e tabuleiros litorâneos, que se estendem por toda a costa nordestina, desde o Maranhão até o Sul da Bahia, onde encontramos as principais cidades do Nordeste.

A hidrografia nordestina é composta por uma grande rede de rios que se agrupam na bacia do São Francisco ou nas bacias do Nordeste e do Leste.

A bacia de maior destaque, sem dúvida, é a do rio São Francisco. Esse rio tem uma extensão que supera a marca dos 3 000 km e atravessa terras de quatro estados nordestinos: Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Apresentando um percurso com inúmeras quedas d'água, passou a ser um dos rios mais aproveitados para a geração de energia, através de

usinas hidrelétricas instaladas em represas como Três Marias, Sobradinho, Itaparica, Paulo Afonso e Xingó. Há ainda um longo trecho navegável, cerca de 1 000 km, desde a cidade de Pirapora (Minas Gerais) até Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco).

As bacias do Nordeste ocupam a faixa mais setentrional da região, estendendo-se do Maranhão até Alagoas. Encontramos no seu interior rios perenes (com água o ano todo) como o Parnaíba, o Mearim e o Itapecuru, e rios temporários (parte do ano ficam secos) como o Jaguaribe, o Apodi e o Piranhas. Nessa área é que se localizam os açudes, represas que visam reter a água para amenizar o efeito dos longos períodos de seca, cujo maior exemplo é o açude de Orós no rio Jaguaribe no Ceará.

As bacias do Leste abrange os litorais de Sergipe e Bahia e é formada por pequenos rios que descem as serras do planalto em direção ao Atlântico. Destacam-se os rios Paraguaçu, cuja foz está em Salvador, na Bahia, e o Jequitinhonha, cuja foz se localiza no Sul da Bahia.

O CLIMA E A VEGETAÇÃO A região Nordeste está em sua totalidade localizada em baixas latitudes, na faixa intertropical do país, por isso seu

clima está sob o domínio de temperaturas elevadas o ano todo, porém com grandes disparidades na quantidade e distribuição das chuvas. Nessas condições, é possível distinguir-se três climas no interior do Nordeste: o tropical, o semi-árido e o equatorial úmido.

O clima tropical, com temperaturas elevadas o ano todo e chuvas concentradas no verão, é o que predomina no território nordestino, estendendo-se desde a faixa central do Maranhão até o Sul da Bahia, além de atingir todo o litoral.

O clima semi-árido, com temperaturas elevadas o ano todo, mas com chuvas escassas e irregulares, aparece em uma grande área do interior nordestino, conhecida como "polígono das secas", que acompanha o vale médio e inferior do rio São Francisco.

O clima equatorial úmido, com temperaturas elevadas e chuvas intensas o ano todo, aparece no Oeste do Maranhão, razão pela qual essa área faz parte do complexo regional da Amazônia.

A vegetação, quase sempre, é um reflexo do clima, e no caso da região Nordeste, essa relação é facilmente percebida, pois a distribuição das principais formações vegetais reflete a diversidade climática regional.

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No Oeste do Maranhão, área do clima equatorial úmido, aparece a floresta latifoliada equatorial; no Leste do Maranhão e no Piauí, onde se observa uma transição climática do úmido para o seco, aparece a mata dos Cocais; na faixa atlântica, que recebe toda a umidade oceânica, tivemos a presença da Mata Atlântica (hoje muito devastada). O interior semi-árido é dominado pela caatinga, formação característica de áreas secas; nos trechos do interior onde predomina o clima tropical, a formação típica é o cerrado, enquanto, no litoral, encontramos formações de mangues e dunas.

A paisagem climatobotânica do Nordeste vêm sofrendo uma rápida degradação, justificando até que se fale hoje em processo de desertificação. EXTRATIVISMO VEGETAL

A Mata do Cocais é a principal área do extrativismo vegetal do Nordeste. A carnaúba e o babaçu são as duas principais espécies.

Ceará e Piauí lideram na produção de carnaúba. Maranhão lidera a produção de coco de babaçu (Vale do Itapecuru). Outros produtos: mamona (BA), oiticica (CE), sisal (BA/PE), coco (BA). Etc. EXTRATIVISMO MINERAL Diversos produtos são encontrados na região nordestina: petróleo, sal, xilita, urânio, potássio, cobre etc. Petróleo: É o principal recurso mineral da região, extraído em diversos estados, na Plataforma Continental e no

continente. Salvador (BA) destaca-se como porto exportador. Sal: é extraído na orla litorânea do Rio Grande do Norte ( Mossoró, Macau e Areia Branca) e Ceará (Aracatí, Fortaleza

e Camocim). O Rio Grande do Norte é o maior produtor nacional. O sal é transportado pela estrada de ferro Mossoró e exportado pelos portos de Macau e Areia Branca.

Xilita: (tungstênio) é um mineral radioativo, cujas maiores jazidas localizam-se no Rio Grande do Norte, primeiro produtor do país.

Urânio: As maiores jazidas deste mineral atômico foram descobertas em Itatira (CE) Cobre: O Estado da Bahia possui grandes reservas (Jaguarari).

Outros recursos: salgema (Alagoas), potásio (Sergipe), ouro e diamante (Bahia)etc.

O QUADRO HUMANO O Nordeste é a segunda região mais populosa do país, sendo superada apenas pelo Sudeste. Em virtude de ser também

de grande extensão, apresenta uma densidade demográfica de 28,96 habitantes por quilômetro quadrado, índice inferior apenas ao Sudeste e ao sul.

Observamos outros indicadores, tais como o número de analfabetos e a taxa de mortalidade infantil. O Nordeste abriga 50,4% dos analfabetos do país, com um contingente de 9,7 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever.

A taxa de mortalidade infantil (morte de crianças com menos de um ano de idade), que no Brasil já é considerada alta

(46%), atinge na região Nordeste, em média, 60%, sendo que em Alagoas esse valor alcança a absurda marca de 113%. Destaque-se, no entanto, que esses valores estão diminuindo nos últimos anos, significando que está ocorrendo uma

pequena melhora nas condições sociais da população nordestina. AS MIGRAÇÕES Uma característica marcante da população nordestina é o seu intenso movimento migratório, tanto intra-regional quan-

to extra-regional. No primeiro caso, a migração ocorre em

função da seca, fenômeno climático ex-tremamente comum nas áreas interioranas que formam o chamado Sertão nordestino. Parte da população afetada pela estiagem, principalmente pequenos proprietários rurais e posseiros que não têm acesso aos açudes e nem têm dinheiro para "comprar água" dos grandes fazendeiros, tem de migrar do Sertão árido para o litoral úmido. Essas pessoas se empregam em trabalhos sazonais, esperando retornar às suas terras no interior tão logo a seca termine.

Esse tipo de migração, temporária e reversível, denomina-se transumância, e o trabalhador que a realiza é conhecido regionalmente como Corumbá. Freqüentemente o migrante decide não mais voltar ao Sertão,

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uma vez que as condições permanecem precárias mesmo com a volta das chuvas, e fixa-se nas cidades da região. Acaba sobrevivendo de trabalhos esporádicos no subemprego, inchando o contingente da população periférica e caracterizando o produto desse intenso êxodo rural.

Quanto ao movimento extra-regional, notamos que o Nordeste transformou-se em uma área repulsora de população nas últimas década. De 1940 até 1995, a região perdeu mais de 15 milhões de habitantes, principalmente para áreas do Sudeste, que se industrializaram nesse período, e para áreas da Amazônia, formando as frentes pioneiras.

Essa saída em massa de nordestinos está dominantemente relacionada às precárias condições de vida de grande parte da população regional e ao agravamento das disparidades socioeconômicas entre as regiões brasileiras. Os aspectos políticos, econômicos e sociais são muito mais determinantes do que os aspectos climáticos nessa forte migração para outras partes do país.

A AGROPECUÁRIA A agropecuária é a principal atividade econômica do Nordeste, tanto pelo valor da produção como pela quantidade de

mão-de-obra empregada. A região possui 48,2% dos estabelecimentos rurais e ocupa 20,5% de toda a área rural brasileira, absorvendo um contingente de mão-de-obra equivalente a 44,6% do total dos trabalhadores brasileiros do campo.

O mau uso do solo na região Nordeste é um dos fatores responsáveis pelos mais sérios problemas que afetam a população regional, pois somente cerca de 15% de seu espaço rural pode ser considerado área produtiva.

No entanto, sua agricultura é bastante diversificada, tendo em vista as enormes diferenças naturais, sociais e econômicas. De acordo com essas diferenças, é possível distinguirmos no Nordeste quatro sub-regiões:

Zona da Mata, a mais desenvolvida de todas; Agreste, uma estreita faixa de terras vizinha à Zona da Mata; Sertão, a de maior extensão e também a de maiores problemas; Meio-Norte, a menos ocupada populacional e economicamente.

Zona da Mata Corresponde à faixa oriental do Nordeste, estendendo-se desde as proximidades de Natal, no Rio Grande do Norte, até

a extremidade sul da Bahia. Os fatores naturais sempre foram bastante favoráveis à atividade agrícola, pois a presença do massapé, solo muito fértil

e profundo, rico em argilas e matéria orgânica, aliada à ocorrência do clima tropical, que sofre grande influência da umidade oceânica, contribuiu para a implantação e o desenvolvimento da cultura canavieira desde o século XVI.

A estrutura agrária se caracteriza pelo domínio das grandes propriedades, quase sempre voltadas para a monocultura

comercial, com escassa mecanização, tanto para a exportação quanto para o abastecimento do mercado interno. Os principais produtos cultivados são a cana-de-açúcar; que teve seu apogeu no período colonial mas que agora, com

o Pro-álcool, sofreu uma forte reativação; o tabaco, produto cultivado durante longo tempo na área do Recôncavo Baiano, já foi um importante item de exportação, mas hoje está em decadência; e o cacau, cuja produção - quase toda para exportação esteve dominantemente concentrada na região de Ilhéus e Itabuna, porém atualmente apresenta sérios problemas no seu desenvolvimento.

Agreste Corresponde a uma estreita faixa de terras que se localiza entre a Zona da Mata, área muito úmida, e o Sertão, região de

clima seco, estendendo-se do Rio Grande do Norte até a Bahia paralelamente à Zona da Mata. Suas condições naturais caracterizam-na como uma área de transição, pois apresenta um clima semi-úmido na passagem entre o úmido do litoral e o seco do interior, e uma vegetação pouco definida, mudança entre a mata exuberante do litoral e a caatinga do Sertão.

Sua estrutura agrária é caracterizada pelo domínio das pequenas propriedades que utilizam o trabalho familiar, dedicadas à policultura de pequeno mercado, ou, nos casos dos minifúndios que aí aparecem, à subsistência. Merece destaque também a existência de uma importante lavoura comercial de algodão para abastecimento das indústrias têxteis nordestinas e, em alguns pontos, a presença de lavoura comercial de alimentos para abastecimento das populações das grandes cidades litorâneas.

Sisal ou agave, planta que fornece fibra de uso industrial. É cultivado principalmente na região do Agreste (Paraíba). Sertão Corresponde à maior das divisões internas da região, abrangendo cerca de 3/4 do Nordeste. Ocupa uma larga faixa de

terras no interior, estendendo-se desde o litoral do Ceará e Rio Grande do Norte até o Sul e o Oeste baianos, atravessando as fronteiras regionais e ocupando, o Norte e o Nordeste de Minas Gerais.

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Caracteriza-se pelas condições desfavoráveis à agricultura, já que ocorre o predomínio do clima semi-árido, com temperaturas elevadas e chuvas escassas e irregulares, solos arenosos e rasos e uma rede hidrográfica de rios intermitentes.

Em algumas áreas mais úmidas, como nos sopés das chapadas, a existência de climas úmidos permite a prática de uma pequena policultura de subsistência ou de mercado local. Ao longo do vale médio do São Francisco, único rio perene do Sertão, observa-se a presença de agricultura irrigada para produção de mamão, melão, melancia, manga, tomate e, com excepcional sucesso, uva para fabricação de vinho.

A pecuária, por sua vez, é a grande atividade econômica sertaneja, realizada em enormes latifúndios de forma extensiva, com péssima qualidade e baixo rendimento. Os animais criados são bovinos (produção de carne), caprinos (leite) e asininos (montaria).

Meio-Norte Corresponde à porção mais ocidental do Nordeste, abrangendo o estado do Maranhão e parte do Piauí. É também uma

área de transição climática, entre a Amazônia equatorial (o Oeste do Maranhão) e o Sertão semi-árido (o Leste do Piauí). Suas condições naturais refletem essa transição, com uma variação muito marcante no índice de chuvas, que diminuem

de oeste para leste, e com a presença de uma vegetação muito especial, as palmeiras de babaçu e os coqueiros de carnaúba, que compõem a chamada mata dos Cocais:

A agricultura dessa porção do Nordeste é pobre, destacando-se apenas a produção de arroz nos vales dos rios perenes Mearim, Pindaré e Parnaíba, no Maranhão. Ao sul, especialmente nas terras do Piauí, desenvolve-se a pecuária de bovinos na área do cerrado. A atividade econômica mais característica, entretanto, é o extrativismo vegetal baseado na coleta do babaçu e da carnaúba, que envolve hoje mais de 3 milhões de pessoas. OUTROS PRODUTOS: Feijão: em Irecê na Bahia a maior área produtora de cereais do Nordeste. Fumo: no Recôncavo Baiano e baixo vale do rio Paraguaçu. Mandioca: produção difundida em todo o Nordeste, principalmente na Bahia.

A INDÚSTRIA Entre as bases da industrialização regional, destaca-se a riqueza em matérias-primas:

- de ordem agrícola: cana-de-açúcar para a produção de açúcar e álcool, algodão para a indústria têxtil, frutas para a indústria de sucos, cacau para a indústria alimentícia e tabaco para a indústria de charutos, hoje em franca decadência,

- de ordem extrativa vegetal: cera de carnaúba, óleos de babaçu e de oiticica e fibras vegetais, como o caroá, a piaçava e o sisal;

- de ordem extrativa mineral: cobre e chumbo (Bahia), tungstênio (Rio Grande do Norte) e sal (Rio Grande do Norte e Ceará). Destaque-se que a produção salineira nordestina corresponde a cerca de 80% do total nacional, o que se deve, em grande parte, às condições naturais de clima quente e seco e um litoral raso, que favorecem extremamente a elevada salinidade das águas e a extração do sal.

O potencial hidrelétrico do São Francisco é de grande importância para o desenvolvimento regional. As principais

usinas são Sobradinho, Itaparica, Complexo de Paulo Afonso e Xingó. No rio Parnaíba, destaca-se a usina Castello Branco. Outros recursos energéticos importantes são petróleo e o gás natural, explorados sobretudo nos litorais do Rio Grande do Norte e Sergipe-Alagoas e no Recôncavo Baiano. Juntos, são responsáveis por quase 35% da produção nacional desses combustíveis.

O desenvolvimento industrial da região se deu a partir da criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) em 1959. Esse órgão criou uma política de incentivos fiscais, que atraiu capitais e empresas do Centro-Sul e do exterior pala a região, tendo implantado até hoje mais de 1 000 projetos industriais.

Os principais centros industriais localizam-se nas regiões metropolitanas, sendo as indústrias mais tradicionais as alimentícias e têxteis, seguidas das metalúrgicas, químicas e de produtos eletroeletrônicos.

A região metropolitana de Recife é sem dúvida a mais influente área de concentração industrial de todo o Nordeste, onde se destacam três centros industriais Cabo, Jaboatão e Paulista , voltados principalmente às indústrias têxteis e alimentícias.

A região metropolitana de Salvador é a segunda área em importância industrial do Nordeste, mas é a que tem apresentado o maior crescimento industrial nos

últimos anos. Entre os fatores que contribuem para esse crescimento, estão a exploração de petróleo no Recôncavo e a

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implantação do pólo petroquímico de Camaçari, além da presença da mais antiga refinaria da Petrobrás, a Refinaria Landulfo Alves, em Mataripe. Igualmente influente é o Centro Industrial de Aratu, nas proximidades de Salvador(BA), abrigando, desde fábricas de cimento até metalúrgicas.

A região metropolitana menos desenvolvida industrialmente é a de Fortaleza, que apresenta como ramos de maior expressão o têxtil, o alimentício e o químico.

ÓRGÃOS QUE ATUAM NO NORDESTE: SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste). Com sede em Recife (PE). Apoia o

desenvolvimento regional, incentivando principalmente o setor industrial. POLONORDESTE (Programa de Desenvolvimento de Áreas Integradas do Nordeste). Criado em 1.974,

objetiva transformar as condições de produção do meio rural do Nordeste, mediante a modernização de atividades agrícolas e pecuárias em áreas selecionadas.

CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco).Trata da irrigação e desenvolvimento da região semi-árida do São Francisco CODEVALE (Companhia de Desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha). PROTERRA ( Programa de Redistribuição de Terras e de Estímulos à Agroindústria do Norte e Nordeste) CHESF ( Companhia Hidrelétrica do São Francisco). Promove o aproveitamento energético deste rio: usinas de Paulo Afonso, Sobradinho, Moxotó, Itaparica e Xingó. DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas). Através de uma política de irrigação, de açudagem, procura atacar o problema maior da região: a seca. COHEBE ( Companhia Hidrelétrica da Boa Esperança). Promove o aproveitamento hidrelétrico do rio Parnaíba (MA/PI), através da Usina Presidente Castelo Branco. COPENE (Companhia Petroquímica do Nordeste). Sede em Camaçari (BA) FINOR (Fundo de Investimento do Nordeste).

28 - REGIÃO SUL DIVISÃO POLÍTICA O Sul é a menor das cinco macroregiões brasileiras, com 575315 km2, o que eqüivale apenas a 6,8% do território

nacional. Sua população absoluta, porém, é a terceira maior do país, inferior à do Sudeste e à do Nordeste. É também a região menos subdividida em unidades, pois é composta por três estados: Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Estado Capital População (n.º habitantes) Densidade demográfica (hab./Km2)

Paraná Curitiba 8712800 43,71 Rio Grande do Sul Porto Alegre 9578600 34,12 Santa Catarina Florianópolis 4836600 50,74

(Anuário estatístico do Brasil 1995.) A região Sul, sob o enfoque da divisão do país em cinco macroregiões pelo IBGE, apresenta uma série de elementos

comuns no seu interior, como o clima subtropical e a vegetação de araucárias, as influências históricas e demográficas da imigração européia e uma economia moderna, mas ainda bastante vinculada ao campo. Tais elementos fornecem uma certa homogeneidade a esse conjunto de três estados e justificam a existência dessa divisão regional. Ao analisarmos, no entanto, a divisão do país segundo os grandes complexos regionais, não há a menor dúvida em classificar esses três estados meridionais, em sua totalidade, como parte importante do complexo regional do Centro-Sul, que congrega as áreas mais desenvolvidas social e economicamente de todo o território nacional.

A economia industrial desses três estados, assim como a agropecuária, se desenvolve com a utilização de tecnologias avançadas e aplicação de grande volume de capital, refletindo em um padrão social mais elevado e tornando o Sul uma das regiões mais desenvolvidas do país. O RELEVO E A HIDROGRAFIA

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O relevo da região Sul apresenta-se sub-dividido em seis unidades, sendo três planaltos, duas depressões e uma planície, com o domínio das médias e baixas altitudes- variando em torno de 600 a 800 m - com exceção da faixa atlântica, que atinge marcas superiores aos 1 000 m.

A maior parte da região é caracterizada pelo relevo dos planaltos e chapadas da bacia do Paraná, formação tipicamente sedimentar com terrenos das eras Paleozóica e Mesozóica.

A planície da lagoa dos Patos e Mirim tem como características sua localização em quase todo o litoral do Rio Grande do Sul e sua origem marinha e lacustre.

A hidrografia da região Sul é marcada pela presença de três grandes bacias: a do Paraná, a do Uruguai e a do Sudeste, sendo que as duas primeiras fazem parte da bacia hidrográfica Platina: O grande destaque da hidrografia regional é a bacia do Paraná, que no Brasil ocupa uma área da ordem de 1,4 milhão de km2 (25% desse espaço está na região Sul) e apresenta uma enorme capacidade de geração de

energia hidrelétrica. No rio Paraná, que é o principal rio dessa bacia, no trecho localizado na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, foi instalada a Usina de Itaipu, atualmente a maior do mundo. Ela abastece o Brasil e o Paraguai. Entre os seus afluentes na região há também grande aproveitamento hidrelétrico, especialmente nos rios Paranapanema e Iguaçu.

A bacia do rio Uruguai ocupa uma pequena área no país, cerca de 180 mil km2, mas está totalmente na região Sul. O rio Uruguai nasce na confluência dos rios Canoas e Pelotas, na divisa entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No seu trajeto ainda marca as fronteiras entre os dois estados, depois separa o Brasil da Argentina e a Argentina do Uruguai. E, no entanto, uma bacia pouco aproveitada tanto para a geração de energia quanto para a navegação. Seu uso mais importante se dá na agricultura, irrigando largas áreas de cultivo regional, especialmente as de lavoura de arroz. Os rios das bacias do Sudeste estão localizados na porção oriental da

região Sul e deságuam no oceano Atlântico. Destacam-se o rio Itajai, no Leste de Santa Catarina, que é hoje uma importante área industrial do estado; o rio Tubarão, no Sudeste catarinense, área conhecida pela presença das minas de car-vão; e o rio Jacuí, no Rio Grande do Sul. O CLIMA E A VEGETAÇÃO

O clima da região Sul é o mais diferenciado do restante dos climas brasileiros, o que se deve principalmente à sua posição geográfica, já que a quase totalidade da região se localiza abaixo do trópico de Capricórnio.,

Na região Sul, observamos o predomínio do clima subtropical, que apresenta as médias térmicas mais baixas do país, chuvas bem distribuídas ao longo do ano, porém com pouca intensidade, e as quatro estações bem definidas.

Na porção centro-leste, na faixa entre Curitiba e Porto Alegre, o inverno é rigoroso e a ocorrência de neve se verifica de forma mais freqüente. Nas porções centro-oeste e sul, o clima é o subtropical típico, com verão quente, inverno frio, primavera e outono com temperaturas médias. E nessa parte do pais que encontramos as maiores amplitudes térmicas anuaís.

No Norte paranaense, na área atravessada pelo trópico de Capricórnio, em torno das cidades de Maringá e Londrina, encontramos o clima tropical de altitude, com médias térmicas mais elevadas que as outras porções da região Sul e com as chuvas concentradas no verão. Disso resultam apenas duas estações: a das chuvas e a das secas.

A história da ocupação regional, que caracteriza a segunda metade do século passado e a primeira deste como o período da grande imigração para a região Sul, trouxe como conseqüência um forte processo de devastação vegetal. A destruição da vegetação ocorreu, no inicio, para a fixação dos colonos na área; depois, para a utilização como energia a fim

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de implantar espaços agropecuaristas; e mais recentemente, para atender às necessidades das grandes madeireiras e indústrias de papel e celulose. Assim, a paisagem botânica original já foi quase totalmente extinta.

A formação mais típica que existia na e a mata de Araucárias, que se estendia por todo o planalto da bacia do Paraná, na porção centro-ocidental da região, do Paraná ao Rio Grande do Sul. A exploração do pinho e as queimadas para expansão da agropecuária destruíram quase que completamente as reservas naturais de pinheiros. Destaque-se, no entanto, que essa é a única formação vegetal no Brasil em que é comum a prática do reflorestamento, porém quase sempre com espécies estrangeiras, como o eucalipto e o pinus, que não repõem todos os elementos do ambiente nativo destruído.

EXTRATIVISMO VEGETAL Podemos destaca como extrativismo vegetal o “pinheiro de Paraná”, associado à imbuia ao cedro e à erva mate, a

exportação é feita pelos portos de São Francisco do Sul (SC) e Paranaguá (PR). EXTRATIVISMO MINERAL Os recursos minerais do Sul são: Carvão (SC/RS), xisto betuminoso (PR), cobre (RS), chumbo (PR). O carvão é extraído em Santa Catarina (primeiro produtor nacional) e Rio Grande do Sul.

O QUADRO HUMANO A região Sul possui uma população absoluta de 23 128 000 habitantes, o que a coloca em 3º lugar no pais, superada

pelas regiões Sudeste e Nordeste. O Rio Grande do Sul é o seu estado mais populoso (9,5 milhões de habitantes), seguido do Paraná (8,7 milhões de habitantes).

AS MIGRAÇÕES E A URBANIZAÇÃO A composição étnica da população regional é predominantemente branca, com pequena participação dos outros

elementos da nossa etnia, ou seja, os negros, os índios e a população miscigenada. Tal fato se dá em virtude de o povoamento da região ter se caracterizado pelas correntes imigratórias vindas da Europa, a partir da segunda metade do século, XIX.

Grande parte do Sul do país foi povoada por meio da implantação de colônias agrícolas de imigrantes, que se instalavam em pequenas propriedades e dedicavam-se à atividade agrícola, sobretudo à policultora. Os principais grupos de imigrantes foram os alemães, os italianos e os eslavos (poloneses, ucranianos, etc.). A imigração japonesa se deu posteriormente, em meados do século XX, restringindo-se ao Norte do Paraná.

As principais colônias deram origem a importantes cidades, como Blumenau, Itajaí, São Leopoldo e Novo Hamburgo, fundadas por alemães, e Criciúma, Garibaldi, Bento Gonçalves e Caxias do Sul, de colonização italiana.

Entre 1950 e 1970, a urbanização do Sul foi muito lenta. Isso deveu-se ao fato de a estrutura agrária regional, influenciada pelo imigrante europeu, basear-se na pequena propriedade policultora de base familiar. Essa situação favorecia a fixação dos habitantes no meio rural, retardando o processo de urbanização.

A partir da década de 70, no entanto, houve uma profunda mudança nessa estrutura tradicional, com a expansão das lavouras comerciais de exportação. Destacou-se o plantio da soja em grandes propriedades e com forte mecanização agrícola.

O desenvolvimento da lavoura agroexportadora significou uma considerável valorização do solo na região, estimulando pequenos proprietários a vender suas terras e adquirir outras propriedades maiores nas frentes pioneiras no Norte e Centro-Oeste.

Com a mecanização, milhares de trabalhadores rurais perderam emprego. Viram-se obrigados a migrar para as cidades

da região - êxodo rural -, especialmente na direção das regiões metropolitanas de Curitiba e Porto Alegre, o que explica o fato de a região Sul ter hoje 74,1% de sua população vivendo em cidades.

A AGROPECUÁRIA A economia da região Sul sempre dependeu da agropecuária, seja para abastecer a população regional de alimentos,

seja para a geração de divisas com a exportação, seja para atender às necessidades da importante indústria que lá se implantou. Predomina a grande propriedade de criação de gado, chamada de estância.

Os trabalhadores empregados nas estâncias os “peões”, são pouco numerosos, como acontece nas áreas de pecuária de corte em que o gado é criado solto nos campos.

Na região Sul do Brasil, a criação de gado encontrou clima ameno, vegetação rasteira com bons pastos (campos limpos), relevo suave (coxilhas- Campanha Gaúcha) e a preocupação com a seleção de raças.

A principais áreas pastoris são: - Campanha Gaúcha, (pecuária de corte – gado selecionado), com criação semi-intensiva. - Campos de Vacaria, (Planalto Gaúcho/ RS e Lages/ SC), pecuária de corte. - Segundo Planalto Paranaense (Guarapuava e Palmas).

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Os principais centros pastoris da Campanha Gaúcha são: Uruguaiana, Santana do Livramento e Bagé. Estâncias: estabelecimentos típicos de criação de gado da Campanha Gaúcha.

Participação da região Sul na pecuária nacional

Rebanho

Participação da região no total nacional

Participação do estado na região

Bovinos 19,3 % PR 34,5 % SC 11,0 % RS 54,5 % Suínos 39,0 % PR 37,7 % SC 26,8 % RS 35,5 % Ovinos 55,0 % PR 3,8 % SC 1,8 % RS 94,4 %

Participação da região Sul na agricultura nacional Produto Estado Produtor Participação no

país Produto Estado Produtor Participação no

país Arroz RS 35,9 % Milho PR 19,9 % Café PR 17,4 % Soja RS 26,1 % erva-mate RS 94,8 % Trigo PR 57,7 % Maçã SC 52,5 Uva RS 65,8 %

(Anuário estatístico do Brasil 1992)

AS PRINCIPAIS ÁREAS AGRÍCOLAS As principais áreas agrícolas da região Sul coincidem com as de fixação dos imigrantes europeus. Cada família

imigrante recebeu um pequeno lote de terra em áreas florestadas, onde desenvolveu a policultura, inicialmente para subsistência e posteriormente com fins comerciais. Tal influência histórica marcou fortemente a estrutura agrária do Sul, que apresenta até hoje o predomínio de pequenas propriedades policultoras, muito embora em algumas dessas áreas essa estrutura foi sendo transformada para a produção moderna e mecanizada em grandes propriedades.

No Norte do Paraná, a presença dos solos de terra roxa e do clima tropical de altitude favoreceram o desenvolvimento das culturas do café e do algodão, que hoje estão sendo substituídas, respectivamente, pela soja e pela cana-de-açúcar. Ao mesmo tempo vem a transformação do trabalho manual em produção mecanizada.

Na porção central do estado, na área da depressão Periférica, destacam-se a cultura da batata em pequenas propriedades e a pecuária bovina de corte, criada de forma extensiva. A oeste, predomina a cultura da soja, seguida da do trigo, que em alguns casos são plantados em rotação no mesmo espaço. Isso constitui uma forma tradicional do uso do solo trazida ao Brasil pelos imigrantes.

As principais regiões agrícolas de Santa Catarina são o vale do Itajaí e o vale do rio do Peixe. No vale do Itajaí, localizado no Leste e Nordeste do estado, se produz principalmente o arroz e o fumo, este último voltado para o abastecimento das indústrias de cigarros instaladas na região. Já no vale do rio do Peixe, no centro-oeste catarinense, é importante a produção de milho associada à criação de suínos. Essa é a principal atividade econômica do vale, ligada à implantação de diversos frigoríficos, sobretudo na região de Chapecó. A estrutura de produção dominante no estado, sob forte influência imigratória, é baseada na pequena propriedade policultora com mão-de-obra familiar.

O Noroeste do Rio Grande do Sul, que engloba os municípios de Passo Fundo, Erexim e Santa Rosa, é importante área produtora de soja e trigo, fundamentada na exploração de grandes propriedades intensamente mecanizadas. Na encosta rio-grandense, área de colonização italiana com pequenas propriedades, destaca-se a cultura de uvas.

O fumo é plantado principalmente nas regiões de Santa Cruz e do Alto Uruguai, e sua produção está voltada para o

abastecimento das indústrias de cigarros instaladas na região. Na Campanha gaúcha, região de topografia plana e vegetação rasteira, o destaque é a pecuária extensiva de bovinos,

especialmente com gado de origem européia, e de ovinos, em que o Rio Grande do Sul é o primeiro produtor nacional. Nos dois casos a criação se faz em grandes propriedades, as chamadas "estâncias".

Apesar do domínio da pecuária, a produção de arroz vem ganhando importância econômica muito rapidamente na porção ocidental da Campanha, nos vales dos rios Ijuí, Ibicuí e Quaraí.

Hoje a agricultura regional é uma das mais modernas do país e é também bastante diversificada, sendo responsável por grandes produções de soja, trigo, milho, ,aveia, cevada, centeio, uva e fumo, (liderança nacional).

Outros produtos que têm peso e destaque na economia da região: café, arroz, batata, cana-de-açúcar, algodão, amendoim, feijão e sorgo entre outros.

Soja: cultivada nos estados sulinos, com destaque para o Paraná e Rio Grande do Sul (Santa Rosa, Cruz Alta e região das Missões)

Trigo: Rio Grande do Sul (Erechim e Campanha Gaúcha) é o primeiro produtor nacional, seguido do Paraná e Santa Catarina.

Uva: Rio Grande do Sul ( Bento Gonçalves, Garibaldi e Caxias do Sul).

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Arroz: Rio Grande do Sul (Vale do Jacuí) um dos maiores produtores do país. Milho: amplamente cultivado nos três estados. Fumo: (tabaco)Rio Grande do Sul (Santa Cruz do Sul), maior produtor nacional. Algodão: cultivado nos três estados, fornece fibras para a indústria têxtil local. Feijão: (PR). Aveia, centeio, cevada, alfafa, linho, cebola (RS), mandioca e cana-de-açúcar (RS/SC) Os produtos mais exportados pela região : soja e café.

A INDÚSTRIA

A região Sul é a segunda mais industria-lizada do país, participando com 16,2% de toda a produção nacional, sendo superada apenas pelo Sudeste, que participa com 68,7%. Entre os principais fatores de seu desenvolvimento industrial, estão as matéri-as-primas de origem agropecuária, produzi-das na própria região, a mão-de-obra qualifi-cada do imigrante europeu e a presença de recursos energéticos, como o potencial hidráulico e as minas de carvão mineral. O carvão mineral, que é um combustível fóssil, é utilizado como fonte de energia em usinas termelétricas e como matéria-prima na siderurgia para a fabricação do coque metalúrgico. Além disso, serve para a produ-ção de ácidos na indústria química.

A produção de energia elétrica no Sul é proveniente sobretudo de usinas hidrelétri-cas, com destaque para a de Itaipu, no rio Paraná, e a de Salto Santiago, no rio Iguaçu; ocorre igualmente a produção termelétrica em usinas como a de Tubarão (Santa Catarina) e as de Butiá e Candiota (Rio Grande do Sul).

O desenvolvimento industrial da região sempre dependeu das matérias-primas

provenientes da agropecuária, tanto que muitas das suas principais indústrias são alimentícias, de frigoríficos, de óleos vegetais, têxtil, madeireira, de calçados e vestuário. Só mais recentemente é que a região Sul vem diversificando seu parque industrial, com setores ligados à metalurgia, automobilística, eletrodomésticos e eletroeletrônicos que independem das matérias-primas regionais.

A região metropolitana de Porto Alegre é á mais importante concentração industrial do Sul, possuindo um parque dos mais diversificados, onde se destacam o refino de petróleo e a indústria petroquímica em Canoas, a indústria metalúrgica em Porto Alegre e a tradicional indústria de couro e calçados em São Leopoldo e Novo Hamburgo.

Na região metropolitana de Curitiba, segunda área em importância industrial no Sul do país, merecem destaque o refino de petróleo em Araucária, as fábricas de cerâmica em Campo Largo e São José dos Pinhais, além de indústrias alimentícias, madeireiras e do setor automobilístico.

Entre os demais centros industriais têm-se, em Santa Catarina, as cidades de colonização alemã como Blumenau com a

indústria têxtil e Joinvilie com a de eletrodomésticos, e, no Rio Grande do Sul, as cidades de Garibaldi, Bento Gonçalves e Caxias do Sul, de colonização italiana, onde se concentra a indústria vinícola. PRINCIPAIS INDÚSTRIAS Petroquímica: Refinaria Alberto Pasqualine, em Canoas (RS). Construção Naval: Estaleiro Soh, em Porto Alegre, o Rio Grande do Sul está em segundo lugar no setor de construção naval do Brasil. Textil: Blumenau e Joinville (SC), áreas de colonização alemã.

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Calçados e artefatos de couro: Novo Hamburgo e São Leopoldo (RS), Vale dos Sinos. Madeireira: Indústria de móveis, no Paraná (Ponta Grossa). Pesqueira: Nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Frigorífica: Na Campanha Gaúcha (RS) e no Vale do Itajaí (SC). Lanígena: No Estado do Rio Grande do Sul. Caminhões: Fábrica Volvo, em Curitiba (PR), fabricação de carroceiras em Caxias do Sul (RS).

Vinícola: Nas áreas de colonização italiana (Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi) (RS). Siderúrgica: Siderúrgica Riograndense (Aços Finos Piratini), localizada em Porto Alegre (RS). Agroindústria: Setor muito importante no Sul do país, aproveitando as matérias primas locais como a soja, milho,

algodão, linho, uva, frutas, etc. Celulose: (papel) Paraná e Rio Grande do Sul. PORTOS Os principais portos da Região Sul são: Rio Grande (RS) e Paranaguá (PR), ambos ligados ao Programa Nacional de

Corredores de Exportação. Produtos exportados pelo porto de Rio Grande: soja, trigo e carne Produtos exportados pelo porto Paranaguá: soja, café, trigo e madeira. O porto de São Francisco do Sul escoa a produção madeireira de Santa Catarina. ÓRGÃOS QUE ATUAM SUDESUL (Superintendência do Desenvolvimento do Sul). Foi criado para apoiar os três Estados do Sul. COPESUL (pólo Petroquímico do Sul), está localizado em Triunfo (RS). FECOTRIGO (Federação das Cooperativas do Trigo) (RS). IRGA (Instituto Riograndense de Arroz) (RS). ELETROSUL (Centrais Elétricas da Região Sul).

29 - REGIÃO SUDESTE DIVISÃO POLÍTICA A região Sudeste é a quarta do país em extensão, com 924 265 km2 (10,8% do território nacional). Entretanto é a mais

importante macroregião brasileira, concentrando 42,5% da população e participando com mais de 75% da renda nacional. E composta por quatro estados: Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Estado Capital População (n.º habitantes)

Densidade demográfica (hab./Km2

Espírito Santo Vitória 2786700 60,93 Minas Gerais Belo Horizonte 16505300 28,13 Rio de Janeiro Rio de Janeiro 13296400 304,59

São Paulo São Paulo 33699600 135,74 (Anuário estatístico do Brasil 1995.)

Os estados que formam a região Sudeste apresentam grandes diferenças internas, tanto no quadro natural quanto no socioeconômico. Áreas de clima extremamente úmido, como no litoral do Espírito Santo, ao lado de outras de clima seco, como no Norte de Minas Gerais; áreas de grande desenvolvi-mento industrial, como nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, ao lado de outras com produção econômica precária, como no vale do Ribeira paulista; áreas com qualidade de vida mais elevada, como na região

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de Ribeirão Preto - a Califórnia brasileira - ao lado de outras com graves deficiências sociais, como no vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.

Tal situação torna realmente muito difícil pensar nesses quatro estados compondo uma região homogênea, porém é evidente que, se analisarmos o quadro econômico regional como um todo, essa é a região mais desenvolvida do país.

A melhor forma de se analisar esse espaço, no entanto, é considerando principalmente a divisão do país nos grandes complexos regionais, porque assim estaremos avaliando a relativa homogeneidade dentro de um território mais amplo, independentemente das fronteiras estaduais. Nesse caso, a quase totalidade desses quatro estados está enquadrada no complexo regional do Centro-Sul, compondo a porção mais desenvolvida do país. Há uma parte do Sudeste, o Norte e o Nordeste de Minas Gerais, que pelas suas condições sociais e econômicas precárias, bem como pelo domínio da paisagem semi-árida, faz parte do complexo regional do Nordeste, sendo inclusive área de atuação da Sudene.

O RELEVO E A HIDROGRAFIA

O relevo regional é dominado por um conjunto de terrenos elevados, onde metade das terras situa-se acima dos 500 m de altitude e 10% acima dos 1 000 m, tornando essa área conhecida como a "região das terras altas". É possível definir uma divisão em seis unidades de relevo, sendo três planaltos - dois deles correspondendo às uni-dades dominantes territorialmente, duas de-pressões e uma planície.'

Na porção ocidental estendem-se as rochas sedimentares e vulcânicas dos planal-tos e chapadas da bacia do Paraná, que ocu-pam quase metade do território paulista e grande parte do Oeste mineiro. Nessa área observamos a presença dos solos férteis de terra roxa, que são um dos fatores do grande desenvolvimento agropecuário regional.'

Na porção leste encontramos as rochas cristalinas dos planaltos e serras do Atlântico-leste-sudeste, de formação pré-cambriana, caracterizado pelo domínio de topografia acidentada com serras e escarpas.

Surgem a serra do Mar, paralela à costa, a serra da Mantiqueira, mais para o interior, e a serra do Espinhaço, que abriga as jazidas minerais do Quadrilátero Ferrífero ou Central (Minas Gerais). Muito freqüentemente esse planalto chega até o oceano Atlântico, dando origem aos paredões íngremes ou falésias.

Os planaltos e serras de Goiás-Minas aparecem como uma estreita faixa de rochas cristalinas oriunda do Centro-Oeste. Essa faixa atinge o Noroeste de Minas Gerais até a serra da Canastra, onde estão as nascentes do rio São Francisco.

As depressões são representadas por terrenos de formação sedimentar e ocupam a faixa central da região. A depressão

Sertaneja e do São Francisco tem seu inicio no alto curso do rio São Francisco e toma a direção do seu vale, avançando pela região Nordeste. A depressão periférica da borda leste da bacia do Paraná está representada pelo domínio do relevo de cuestas nas terras paulistas, na linha divisória com as terras mais altas do planalto a oeste.

As planícies e tabuleiros litorâneos representam a menor das unidades do relevo do Sudeste, ocupando uma fina faixa de terras entre o oceano e o planalto cristalino do Leste, particularmente na porção mais setentrional desse litoral.

A região Sudeste é drenada pelas bacias hidrográficas brasileiras do Paraná, do São Francisco, do Leste e do Sudeste.

A bacia do Paraná é a de maior importância na região, pois, além de ocupar mais da metade do espaço regional, é a de maior aproveitamento na produção hidrelétrica do país. O rio Paraná, juntamente com seus formadores e seus afluentes, ao descer os desníveis do relevo planáltico da bacia do Paraná, apresenta inúmeras quedas-d'água. Esses saltos foram aproveitados em usinas hidrelétricas a fim de atender ao maior parque industrial do pais, que é o Sudeste.

A bacia do São Francisco localiza-se, em sua maior parte, no Nordeste. Em terras do Sudeste, restringe-se ao Centro-Norte de Minas Gerais, trecho em que o rio percorre cerca de 800 dos seus mais de 3 000 km e onde foi instalada a hidrelétrica de Três Marias.

As bacias do Leste correspondem ao conjunto de rios de pequeno porte que descem as serras para o litoral. Destacam-se entre eles o Jequitinhonha, que nasce em Minas Gerais e desemboca na Bahia, o Doce, que deságua no litoral do Espírito Santo, e o Paraíba do Sul, com foz em Campos, no Norte fluminense.

As bacias do Sudeste abrangem apenas um pequeno trecho do litoral sul paulista, onde encontramos a foz do rio Ribeira de Iguape, cuja nascente se localiza no Paraná:

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O CLIMA E A VEGETAÇÃO A região Sudeste apresenta uma grande diversidade climática, em função de fatores como a posição geográfica em

baixas latitudes, a presença de um relevo com altitudes elevadas, a influência da maritimidade, a ação de diferentes massas de ar, etc.

O clima tropical abrange a maior parte da região Sudeste, envolvendo o Oeste paulista, parte do Triângulo Mineiro, a porção centro-norte de Minas Gerais e toda a faixa atlântica. Caracteriza-se por apresentar duas estações bem marcadas, com um verão muito chuvoso e um inverno com estiagem, às vezes muito seco. Porém as temperaturas são sempre elevadas. Destaque-se que no trecho litorâneo, pela influência da umidade marítima, as chuvas são bem mais freqüentes que no interior, não se definindo claramente um período seco.

No Norte de Minas Gerais, ao contrário, o clima tropical apresenta características mais próximas do semi-árido do

Nordeste, uma vez que as chuvas são escassas e apresentam uma distribuição mais irregular. O clima tropical de altitude abrange as áreas mais elevadas da região Sudeste, como a região serrana de São Paulo e

do Rio de Janeiro, o Centro-Sul de Minas Gerais e parte do Oeste paulista. Apresenta também duas estações bem definidas, um verão chuvoso e um inverno mais seco, porém sua maior característica está nas temperaturas mais brandas, especialmente no inverno, em função da maior altitude e da influência das massas de ar mais frias.

O clima subtropical ocorre na porção mais meridional da região, ao sul do trópico de Capricórnio, em terras paulistas onde a latitude maior faz com que as temperaturas diminuam sensivelmente no inverno, definindo uma elevada amplitude térmica anual. As chuvas, pouco intensas, se distribuem regularmente por todos os meses do ano.

A vegetação da região Sudeste reflete clima regional, sendo por isso bastante diversificada. As principais formações

são: floresta tropical: é a formação dominante na região. Trata-se de uma vegetação exuberante, com espécies arbóreas de

grande porte, latifoliadas e perenifólias. Apresenta pequenas diferenças em sua composição segundo a localização geográfica. Assim, no litoral, corresponde à Mata Atlântica, mais densa e compacta, em virtude do elevado teor de umidade da região, sendo também chamada de floresta tropical úmida de encosta, por se desenvolver sobre o relevo íngreme da serra do Mar. No interior, recebe a denominação de mata da bacia do Paraná, por se distribuir pela área dessa bacia hidrográfica e, quando se localiza nas margens dos rios, é chamada de mata galeria ou ciliar;

mata de Araucárias: característica de áreas de temperaturas mais baixas, possui espécies semicaducifólias e

aciculifoliadas, com o predomínio da Araucaria angus-tifolia (pinheiro-do-paraná), muito utilizada pelas indústrias madeireiras. Aparece em áreas de latitudes mais elevadas, como o Sul e Sudoeste de São Paulo, e em áreas de grande altitude, a exemplo de trechos da serra da Mantiqueira;

cerrado: formação arbustiva, típica do clima tropical, que se estende por grande parte de Minas Gerais (Norte, Centro

e Oeste), além de aparecer sob a forma de manchas no interior de São Paulo; caatinga: formação xerófila que aparece nas áreas do Sudeste que têm clima mais seco, próximo do semi-árido. Ocorre

principalmente no Norte e Nordeste de Minas Gerais, nos vales do São Francisco e do Jequitinhonha; campos: formação herbácea que ocorre nos trechos mais elevados da região, em função da diminuição das médias

térmicas nesses locais, sendo por isso denominada campos de altitude; formações litorâneas: vegetação de mangues nas áreas alagadas pelo mar ou de dunas, nas áreas de praias. E área de

formação muito pobre em virtude da grande influência do sal nas condições ambientais.

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EXTRATIVISMO MINERAL A região Sudeste abriga uma das mais significativas províncias minerais do país, o Quadrilátero Central ou Ferrífero,

no Centro-Sul de Minas Gerais, destacando-se as jazidas de, ferro, manganês, ouro e bauxita. A qualidade dos minérios, a facilidade de extração e a proximidade dos principais centros industriais determinaram que

o Quadrilátero Central se transformasse na principal área produtora de minérios do país. A Companhia Vale do Rio Doce tornou-se uma das maiores empresas de mineração do mundo.

Ferro: O Quadrilátero Central ou Ferrífero, no Centro de Minas Gerais, é a maior região produtora do país, formado pelos municípios de Belo Horizonte, Sabará, Mariana, Congonhas do Campo, Nova Lima, Ouro Preto e Santa Bárbara. É o principal recurso mineral da região Sudeste e exportado pelo porto de Tubarão (Espírito Santo). É transportado pela Estrada de Ferro Vitória-Minas.

Manganês: extraído em Minas Gerais, Itabira, Conselheiro Lafaiete (Morro da Mina e Águas Pretas) e São João Del Rei.

Bauxita: (alumínio) encontrado em Poços de Caldas e Morro do Cruzeiro (MG). Petróleo: importantes jazidas na Plataforma Continental do Estado do Rio de Janeiro, nos municípios de Macaé e

Campos. Os poços produtores são: Garoupa, Pargo, Badejo, Namorado, Enchova, Cherne, Marlim, Albacora, etc. Em são Mateus, Espírito Santo, se extrai petróleo na Fazenda Cedro.

O Rio de Janeiro é, atualmente o maior produtor de petróleo do país. Ouro: Extraído em Morro Velho, mina mais profunda de ouro do globo (município de Nova Lima) e na mina da

Passagem (município de Mariana), na região do Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais). Sal marinho: as principais salinas do Estado do Rio de Janeiro estão na Região dos Lagos, Cabo Frio maior

produção, Araruama, São Pedro da Aldeia e Saquarema. O Rio de Janeiro é o segundo maior produtor do país Calcário: aflora em Minas Gerais (Patos de Minas), Rio de Janeiro (Cantagalo) e São Paulo. O calcário é a

matéria prima para fabricação de cimento. Areias monazíticas: os minerais radioativos são encontrados ao longo do litoral capixaba (praia de Gaurapari e

Anchieta) e fluminense (São João da Barra). De menor importância, temos o mármore (RJ/MG), amianto (MG), cristal de rocha ou quartzo (MG), diamante

(MG), talco (MG/RJ).

O QUADRO HUMANO A região Sudeste é a mais populosa e povoada do país. Abriga os estados mais populosos do Brasil, São Paulo e Minas

Gerais, e também o mais povoado, o Rio de Janeiro . O crescimento da população regional foi muito mais acelerado que o das demais regiões brasileiras, pois o Sudeste

tem sido, historicamente, uma região de forte atração populacional, tanto para os migrantes vindos de outros países quanto para os que vêm de outras regiões do Brasil. Isso é conseqüência de seu dinamismo econômico iniciado com a expansão da cafeicultura.

Mais da metade dos imigrantes fixaram-se em São Paulo, atraídos pela expansão da cultura do café no interior do estado em fins do século passado. Essa imigração ocupou toda a faixa central e ocidental de São Paulo e estendeu-se pelo Sul e Oeste de Minas Gerais.

Dentre os principais grupos imigrantes dessa época, destacam-se os italianos (São Paulo – sistema de parceria e Espírito Santo), os suíços (Rio de Janeiro, Nova Friburgo e Petrópolis), os portugueses, os espanhóis, os alemães e os japo-neses (São Paulo chá e arroz - horticultura no Vale Ribeira do Iguape. Tiveram um papel fundamental não só no desenvolvimento agrícola, como também no crescimento do parque industrial regional e brasileiro. Convém lembrar que parte dos imigrantes eram originários de cidades e alguns eram ex-operários industriais em seus países, formando aqui uma

mão-de-obra qualificada, fator de extrema relevância para a indústria nascente do pais.

Após a grande crise de 1930, a economia do Sudeste entrou em um processo de diversificação, principalmente com a implantação industrial; a região se transformou em grande pólo de atração das migrações internas, provenientes sobretudo do Nordeste.

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A URBANIZAÇÃO A região Sudeste é a mais urbanizada do país, com 88% dos seus habitantes vivendo em cidades. A concentração da produção industrial no Sudeste está na raiz da urbanização, pois as principais áreas industriais da

região transformaram-se nos mais dinâmicos pólos de atração migratória num sentido amplo. As três maiores regiões metropolitanas brasileiras estão localizadas no Sudeste: a Grande São Paulo, a Grande Rio de

Janeiro e a Grande Belo Horizonte que em conjunto abrigam cerca de 30 milhões de habitantes, ou seja, 20% da população total do país.

A Grande São Paulo, por sua vez, é a maior de todas as regiões metropolitanas do país, compondo um total de 38 municípios conturbados e uma população da ordem de 16 milhões de habitantes (praticamente metade da população de todo o estado de São Paulo).

Segundo dados divulgados recentemente pelo IBGE, está ocorrendo uma modificação na distribuição da população urbana, que vem gradativamente abandonando as grandes metrópoles e se deslocando na direção de cidades médias, (mais de 100 mil habitantes) ou na periferia dos grandes centros, ou mesmo no interior dos estados, onde as possibilidades de emprego começaram a aumentar em função da desconcentração industrial recente.

Tipos de cidades: Cidades dormitórios: do Grande Rio – Nova Iguaçu, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nilópolis, São João de Mereti. Cidades históricas: Ouro Preto (ex-Vila Rica), Diamantina, Congonhas do Campo, Mariana, Sabará, São João Del Rei,

Barbacena (MG), Parati e Mangaratiba (RJ). Cidades religiosas: Aparecida do Norte (SP), Bom Jesus da Lapa (BA). Estâncias hidrominerais: São Lourenço, Poços de Caldas, Caxambu, Cambuquira, Araxá (MG), Águas de Lindóia,

Águas da Prata, Serra Negra (SP). É importante, nesta cidades, a atividade turística.

A AGROPECUÁRIA A região Sudeste é a mais importante do país economicamente, tanto no setor industrial quanto no agropecuário. E a

maior produtora de café, cana-de-açúcar, laranja, além de possuir o maior e melhor rebanho bovino do país e a maior produção de leite e derivados.

O domínio de lavouras destinadas a atender a agroindústria, como a cana-de-açúcar para o álcool e o algodão para o setor têxtil, e de lavouras de exportação, a exemplo da laranja e da soja, tem sido alvo de críticas, porque sua expansão se faz em detrimento das culturas alimentares destinadas ao abastecimento do mercado interno.

A pecuária bovina é realizada no sistema extensivo, mas com grandes investimentos de capital e tecnologia, produzindo alta tonelagem de carne para atender aos frigoríficos regionais. A atividade ganha maior destaque nas regiões de Barretos, Andradina, Araçatuba e Presidente Prudente.

O Triângulo Mineiro corresponde à região delimitada pelos rios Paranaíba (Minas Gerais-Goiás) e Grande (Minas Gerais-São Paulo). Estando sob o domínio do clima tropical e do cerrado, o Triângulo possui algumas das melhores áreas de pecuária extensiva de bovinos do país. A criação se baseia no rebanho de gado zebu, especialmente o da raça nelore para corte, com aplicação de muito capital e tecnologia. A área apresenta também importante produção de cereais, como milho e arroz, nos vales dos rios Paranaíba e Grande.

No Sul de Minas e na Zona da Mata mineira, há uma tradicional pecuária leiteira, associada à produção de café. Na baixada dos Goytacazes (Rio de Janeiro), encontra-se cana e na baixada ou vale do Ribeira, chá e banana. No vale do Paraíba, entre São Paulo e Rio de Janeiro, desenvolve-se a melhor pecuária intensiva leiteira do país, também com grande aplicação de capital e tecnologia.

Principais áreas agrícolas do Sudeste:

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Oeste Paulista: abrange as cidades de Presidente Prudente, Andradina, Araçatuba e Adamantina. Possuem alto índice de mecanização , consumo de adubo, seleção de mudas e sementes, cultivos em curvas de nível. Predominam os cultivos de cereais como o algodão, oleaginosas, café e cana-de-açúcar.

Triângulo Mineiro: é representado pelas três mais importantes cidades da região que são Uberlândia, Uberaba e Araguari, o cultivo do arroz é a atividade mais importante da região.

Zona da Mata Mineira: Tem como centro a cidade de Juiz de Fora, com a decadência dos cafezais houve o desenvolvimento da pecuária e, atualmente, da indústria.

Vale do Paraíba do Sul: teve seu apogeu com a lavoura cafeeira. Atualmente caracteriza-se pela atividade industrial e pecuária leiteira.

A cana-de-açúcar é cultivada em todo o Sudeste, que é a região maior produtora do país. PESCA É desenvolvida nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. FEMAR (Fundação do Estudos do Mar), tem por finalidade pesquisar e preservar as espécies marinhas.

A INDÚSTRIA

Sudeste é a região mais industrializada do país, sendo responsável por 71 % do valor de produção industrial nacional, 50% do número de estabelecimentos industriais e 55% do pessoal empregado no setor.

Como já dissemos, o desenvolvimento industrial é resultado de fatores histórico-econômicos. Como exemplo, temos a acumulação de capitais, a expansão do mercado consumidor e o desenvolvimento da rede de transportes, sobretudo o ferroviário e o portuário.

E importante também ressaltar a ação das correntes imigratórias, que trouxeram mão-de-obra qualificada para o trabalho industrial.

Os recursos naturais da região têm sua parcela de responsabilidade no desenvolvi-mento industrial. As jazidas minerais no interior de Minas Gerais e a potencialidade hidrelétrica da bacia do Paraná favoreceram em muito o processo de expansão industrial do Sudeste.

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A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL A concentração industrial do Sudeste é bastante irregular, pois só algumas áreas têm um maior adensamento de

indústrias. Entre as principais, estão: região metropolitana de São Paulo: concentra 40% dos estabelecimentos industriais do país, sendo uma área

polindustrial, destacando-se os setores ligados à indústria alimentar, têxtil, química, automobilística e metalúrgica. É formado pela cidade de São Paulo e municípios periféricos de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano

do Sul, Diadema e Guarulhos (ABCDG). É a principal região poloindustrial do país.

região metropolitana do Rio de janeiro: foi favorecida pelo fato de ter sido capital federal e pela sua intensa atividade portuária. Entre os setores de maior destaque, estão o alimentício, têxtil e naval. Abrange os municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nilópolis, São João de Mereti, São Gonçalo, Niterói, Itaborai, Petrópolis etc.

região metropolitana de Belo Horizonte: o desenvolvimento industrial foi favorecido pelas reservas minerais

no Quadrilátero Central. Os principais setores são o siderúrgico e o automobilístico. Abrange as cidade de Belo Horizonte e Piracicaba. Ex: a siderúrgica Mannesmann está situada em Contagem, cidade industrial de Belo Horizonte, a refinaria Gabriel Passos e a fábrica de automóveis da FIAT estão localizadas em Betim, outra cidade industrial desse complexo.

Vale do Paraíba do Sul. Abrange os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, possuindo centros industriais de

grande importância como Volta Redonda (RJ), São José dos Campos e Taubaté (SP). Outras áreas industriais importantes são a Baixada Santista, onde sobressaem os setores petroquímico (Petrobrás)

e siderúrgico (Cosipa), e o vale do Paraíba, onde se projetam centros industriais como Volta Redonda (Rio de Janeiro) e São José dos Campos (São Paulo).

A região Sudeste possui ainda a maior concentração de indústrias de base, em função da disponibilidade de capitais, mão-de-obra, mercado consumidor, fontes de energia e minérios, rede rodoferroviária e portos.

PRINCIPAIS INDÚSTRIAS DA REGIÃO SUDESTE

- Indústria siderúrgica: No Sudeste estão as maiores usinas do país – Presidente Vargas, USIMINAS, COSIPA, Belgo Mineira, AÇOMINAS, ACESITA, COSIGUA , Mannesmann, etc.

- Usina Presidente Getúlio Vargas, em Volta Redonda, pertence a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), foi o marco inicial da indústria pesada (de base) no Brasil.

- Aços Minas Gerais (AÇOMINAS): situada em Ouro Branco (MG). - Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (USIMINAS), localizada em Ipatinga (Cel. Fabriciano MG). - Companhia Siderúrgica Paulista (COSIPA), localizada em Cubatão (Baixada Santista) - Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, localizada nos municípios de Monlevade e Sabará. - Companhia Siderúrgica da Guanabara (COSIGUA), situada no Distrito Industrial de Santa Cruz (RJ).

- Companhia Siderúrgica Mannesmann, situada em Contagem, distrito industrial de Belo Horizonte.

- Companhia Siderúrgica de Tubarão, (ES). - Companhia de Ferro e Aço de Vitória (COFAVI), localizada em Cariacica (ES). - Usina Siderúrgica Mendes Júnior, localizada em Dias Tavares (MG).

Importante: no Vale do Rio Doce (MG/ES), existe a maior concentração de indústria siderúrgica do Brasil. - Indústrias petroquímicas: No Sudeste estão localizadas as maiores refinarias do país: REPLAN e REDUC. - Refinaria do Planalto Paulista (REPLAN), no município de Paulínia, é a maior da PETROBRÁS. - Refinaria Duque de Caxias (REDUC), no Estado do Rio de Janeiro e pertence a PETROBRÁS, é a Segunda maior do país. - Refinaria Gabriel Passos, em Betim (MG), também pertence a PETROBRÁS. - Refinaria Artur Bernardes, em Cubatão (Baixada Santista SP). - Dentre as refinarias particulares, temos: União, em Capuava (SP), União Matarazzo (SP) e Manguinhos (RJ). - Indústria naval: O Rio de Janeiro é o maior centro de construção naval do país, estaleiros de Ponta do Caju (Caneco e Ishtkwajima, Inhaúma), em Niterói (Mauá e Mac Laren) e em Angra dos Reis (Verolme). - Indústria aeronáutica: Em São José do Campos (SP), sede da Emprese Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER), cujo lema é “Brasil país que voa longe”. Diversos tipos de avião são aí fabricados: Brasília, Bandeirantes, Itapema, etc. Em Itajubá (MG) localiza-se a HELIBRÁS, responsável pela fabricação de helicópteros do Brasil. - Indústria automobilística: Fábricas em São Bernardo do Campo (SP), em Duque de Caxias (RJ) e em Betim (MG).

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- Indústria química: Companhia Nacional de Álcalis, em Arraial do Cabo (RJ), utiliza o sal como matéria-prima básica para a produção de barrilha, soda cáustica e similares. Resende (RJ) é um centro de indústrias químicas. - Usina atômica: A central termo-nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis (RJ praia de Itaorna), que está sendo construída por Furnas – Centrais Elétricas S/A, utiliza o urânio enriquecido.

- Usina termoelétrica em Santa Cruz (RJ), pertence ao sistema de Furnas - Centrais Elétricas S/A . - Indústria de calçados: em Franca (SP)

- Indústria têxtil: fábricas em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Juiz de Fora (na Zona da Mata),

Petrópolis e Nova Friburgo são cidades tradicionais nessa atividade.

- Indústria de laticínios: Concentrada em Minas Gerais (Poços de Caldas). Desenvolve-se junto às áreas de pecuária leiteira.

- Indústrias de frigoríficos: em Araçatuba, Barretos, Andradina (SP) e Governador Valadares (MG).

- Turismo (indústria sem chaminés): na cidade do Rio de Janeiro, nas praias fluminenses (Região do Lagos), capixabas (Guarapari) e paulistas, na zona serrana (Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, Campos do Jordão), nas cidades históricas e estâncias hidrominerais.

ENERGIA O desenvolvimento industrial do Sudeste, apoia-se num grande sistema de fornecimento de energia elétrica. Destaca-se

a Bacia do Paraná, a de maior potencial hidráulica instalado e também onde estão as maiores hidrelétricas do país. O Complexo de Urubupungá, no rio Paraná e formado pelo sistema Jupiá – Ilha Solteira (SP/MS), o maior do país,

pertence à Companhia Energética de São Paulo (CESP). Usina de Furnas (MG), Estreito e Jaguará (SP/MG), no Rio Grande (Bacia do Paraná). Usina Três Maria (MG), no rio São Francisco, pertence à (CHESF) Companhia Hidrelétrica do São Francisco. Sua

construção serviu para regularizar o regime do rio, desenvolvimento da agricultura e navegação, bem como o fornecimento de energia.

As Centrais Elétricas do Vale do Paraíba (CHEVAP), tem melhorado as condições do vale do Rio Paraíba. TRANSPORTE

A região Sudeste é a melhor servida do país em transportes aéreo, rodoviário e ferroviário. As principais rodovias são: Presidente Dutra (Rio - São Paulo)

Fernão Dias (São Paulo – Belo Horizonte) Régis Bitencourt (São Paulo – Curitiba) Castelo Branco (São Paulo – Mato Grosso do Sul) Washington Luís (Rio – Petrópolis)

Rio – Bahia (Rodovia da Unidade Nacional) Rodovia dos Imigrantes (São Paulo – Santos) Rio – Santos (litorânea) As principais ferrovias são: E.F. Central do Brasil (RJ/MG/SP) E.F. Leopoldina E.F. Noroeste do Brasil (liga o Sudeste ao Centro-Oeste) E.F. Minas – Vitória (transporta o minério de ferro de Minas para o porto de Tubarão/ES) E.F. Sorocaba Ferrovia do Aço (MG/RJ)

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ÓRGÃOS QUE ATUAM NO SUDESTE

CVRD ( Companhia Vale do Rio Doce), é a principal empresa mineradora do país. Trata da exploração de minério de ferro, que é a maior atividade extrativa do Brasil, concentrada no Vale do Rio Doce. POLOCENTRO (Programa de Desenvolvimento dos Cerrados), em Minas Gerais atua na região do Triângulo Mineiro, visa desenvolver a agricultura e pecuária. CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), Trata da irrigação e desenvolvimento da região semi-árida do São Francisco. SUDEVAP (Superintendência do Desenvolvimento do Vale do Paraíba) SUDENE ( Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste), atua na região semi-árida (norte de Minas Gerais). CODEVALE (Companhia de Desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha) CEPLAC (Comissão de Plano de Recuperação da Lavoura Cacaueira).