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    Seja bem Vindo!

    Curso

    NR 25 Resduos Industriais

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    Contedo programtico:

    O que so resduos industriais?

    O que diz a Norma NR 25Classes de Resduos Industriais

    Resduos Gasosos

    Resduos Slidos

    Resduos Lquidos

    Resduos Radioativos

    Resduos de Risco Biolgico

    O Acidente com o Lixo Hospitalar Radioativo de Goinia (1987)

    Fiscalizao Ambiental

    Responsabilidades do EmpregadorBibliografia

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    O que so resduos industriais?

    Os resduos industriais so originados nas atividades dos diversos ramos da

    indstria, como o setor metalrgico, automotivo, qumico e petroqumico, papelaria,indstria alimentcia, entre outros.

    O lixo industrial bastante variado, podendo ser representado por gasosos, cinzas,lodos, leos, resduos alcalinos ou cidos, plsticos, papel, madeira, fibras,borracha, metal, escrias, vidros, cermicas. Nesta categoria, inclui-se grandequantidade de lixo txico. Esse tipo de lixo necessita de tratamento especial peloseu potencial de contaminao e nocividade.

    O lixo gerado na agricultura e indstrias tecnicamente conhecido como resduo eos geradores so obrigados a cuidar do gerenciamento, transporte, tratamento edestinao final de seus resduos, e essa responsabilidade para sempre.

    O resduo industrial um dos maiores responsveis pelas agresses fatais aoambiente. Nele esto includos produtos qumicos (cianureto, pesticidas, solventes),metais (mercrio, cdmio, chumbo) e solventes qumicos que ameaam os ciclosnaturais onde so despejados. Os resduos slidos so amontoados e enterrados;os lquidos so despejados em rios e mares; os gases so lanados no ar. Assim, asade do ambiente, e consequentemente dos seres que nele vivem, torna-seameaada, podendo levar a grandes tragdias.

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    Destruir de forma definitiva resduos por si s o melhor argumento a favor dastecnologias trmicas. Todavia, a vantagem ambiental no suficiente para quesistemas como co-processamento em fornos de cimento e incineradores desafiemde forma mais incisiva a principal tecnologia concorrente, os aterros, aindahegemnicos no Brasil, para onde cerca de 80% (2012) dos resduos industriais so

    destinados. Este fato decorre do custo baixo da destinao nos aterros. Outro fatorlimitante a falta de exigncias legais que obriguem a destruio total do resduoevitando a ampliao da destinao dos resduos industriais para co-processamento.

    A lei 12.305/2010 refora as normas j estabelecidas pelo CONAMA, e que ganhouum forte estmulo com a sano do ex presidente da Repblica, Luiz Incio Lula da

    Silva, com a Lei de Resduos Slidos, que institui a Poltica Nacional de ResduosSlidos (PNRS), em que regulamenta a destinao final dos lixos produzidos. Entreas diretrizes da PNRS est a proibio do lanamento de resduos slidos empraias, rios e lagos e queimadas de lixo a cu aberto. Esta poltica incentiva tambma reciclagem e a compostagem a transformao do lixo em adubo e finalmenteprobe a coleta de materiais reciclveis em lixes ou aterros sanitrios. Alm disso,a lei prev a obrigao da logstica reversa, onde as empresas tm que fornecercondies para os usurios destinarem os resduos dos produtos consumidos.

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    O que diz a Norma NR 25

    NR 25 - Resduos Industriais

    Publicao D.O.U.Portaria GM n. 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78Portaria SIT n. 227, de 24 de maio de 2011 26/05/11

    Portaria SIT n. 253, de 04 de agosto de 2011 08/09/11

    (Redao dada pela Portaria SIT n. 227, de 24/05/11)

    25.1 Entende-se como resduos industriais aqueles provenientes dos processosindustriais, na forma slida, lquida ou gasosa ou combinao dessas, e que porsuas caractersticas fsicas, qumicas ou microbiolgicas no se assemelham aosresduos domsticos, como cinzas, lodos, leos, materiais alcalinos ou cidos,escrias, poeiras, borras, substncias lixiviadas e aqueles gerados em

    equipamentos e instalaes de controle de poluio, bem como demais efluenteslquidos e emisses gasosas contaminantes atmosfricos.

    25.2 A empresa deve buscar a reduo da gerao de resduos por meio da adoodas melhores prticas tecnolgicas e organizacionais disponveis.

    25.3 Os resduos industriais devem ter destino adequado sendo proibido olanamento ou a liberao no ambiente de trabalho de quaisquer contaminantes quepossam comprometer a segurana e sade dos trabalhadores. (Alterado pelaPortaria SIT n. 253, de 04/08/11)

    25.3.1 As medidas, mtodos, equipamentos ou dispositivos de controle do

    lanamento ou liberao dos contaminantes gasosos, lquidos e slidos devem sersubmetidos ao exame e aprovao dos rgos competentes.

    25.3.2 Os resduos lquidos e slidos produzidos por processos e operaesindustriais devem ser adequadamente coletados, acondicionados, armazenados,transportados, tratados e encaminhados adequada disposio final pela empresa.

    25.3.2.1 Em cada uma das etapas citadas no subitem 25.3.2 a empresa devedesenvolver aes de controle, de forma a evitar risco segurana e sade dostrabalhadores.

    25.3.3 Os resduos slidos e lquidos de alta toxicidade e periculosidade devem serdispostos com o conhecimento, aquiescncia e auxlio de entidadesespecializadas/pblicas e no campo de sua competncia. (Alterado pela PortariaSIT n. 253, de 04/08/11)

    25.3.3.1 Os rejeitos radioativos devem ser dispostos conforme legislao especficada Comisso Nacional de Energia Nuclear - CNEN. (Inserido pela Portaria SIT n.253, de 04/08/11)

    25.3.3.2 Os resduos de risco biolgico devem ser dispostos conforme previsto naslegislaes sanitria e ambiental. (Inserido pela Portaria SIT n. 253, de 04/08/11)

    25.4 (Revogado pela Portaria SIT n. 253, de 04/08/11)

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    25.5 Os trabalhadores envolvidos em atividades de coleta, manipulao,acondicionamento, armazenamento, transporte, tratamento e disposio deresduos devem ser capacitados pela empresa, de forma continuada, sobre osriscos envolvidos e as medidas de controle e eliminao adequadas. (Alterado pelaPortaria SIT n. 253, de 04/08/11)

    Classes de Resduos Industriais

    Os resduos industriais so classificados em 3 classes, desde a menos at a maispoluente; segue a explicao de cada uma:

    Classe 1- Resduos perigosos: so aqueles que apresentam riscos sade pblicae ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposio especiais em funo de suas

    caractersticas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade epatogenicidade.

    Exemplo: cianetos, solventes contendo flor, cloro, bromo ou iodo, benzenos ederivados e solues contendo metais, como chumbo, mercrio, cdmio (lixonuclear).

    Nesse caso deve ser informado e solicitado o conhecimento e auxlio de entidadesespecializadas/pblicas e no campo de sua competncia. Exemplo: o lixo radioativo,onde o CNEN (Conselho Nacional de Energia Nuclear) tem a responsabilidade namanipulao, armazenamento de rejeitos radioativos e monitoramento dos nveis de

    radiao do ar, da terra e da gua em torno do depsito, e ainda acompanhado por

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    universidades, institutos de pesquisa, IBAMA e a Agncia Internacional de EnergiaAtmica.

    Classe 2 - Resduos no-inertes (possveis contaminantes): so os resduos queno apresentam periculosidade. Podem ter propriedades tais como:

    combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em gua. So basicamente osresduos com as caractersticas do lixo domstico.

    Exemplo: gua oleosa oriunda de algum processo; papel e papelo; sucata ferrosae no ferrosa no contaminada.

    Classe 3- Resduos inertes: so aqueles que, ao serem submetidos aos testes desolubilizao (NBR-10.007 da ABNT), no tm nenhum de seus constituintessolubilizados em concentraes superiores aos padres de potabilidade da gua.Muitos so reciclveis e no se degradam ou no se decompem quando dispostosno solo (se degradam muito lentamente).

    Exemplo: os entulhos de demolio, plsticos, vidros, etc.

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    Resduos GasososOs resduos gasosos industriais so altamente poluentes e, em alguns casostxicos. Esses tipos de gases vm preocupando a sociedade em geral e osgovernantes de todo o mundo. No s a indstria responsvel pela emisso de

    gasos txicos, mas as queimadas tambm liberam esses resduos e, diferentementedos slidos (como lixo em geral), no h maneira de conter a emisso depois delanada na atmosfera e muito menos trat-la.

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    Mesmo no tendo um efeito imediato, esses poluentes agridem todo o meioambiente, o ecossistema e afetam a qualidade de vida da populao. As fumaasvistas em grandes cidades, bem como o aumento dos casos de doenasrespiratrias em crianas e idosos, so apenas alguns dos problemas enfrentados.Eles so, ainda, a principal causa do aquecimento global conforme estudos dos

    cientistas.

    A possibilidade de reverter o problema aps o lanamento nula, sendo apreveno o melhor caminho para barrar o avano do problema. Ou seja, antes deser colocado para fora das indstrias, preciso tratar e conter o problema,eliminando os efeitos negativos da emisso.

    Podemos classificar os resduos gasosos em primrios (quando liberados da fontepara a atmosfera) e secundrios (quando so formados por reaes qumicas entreconstituintes naturais da atmosfera e poluentes primrios).

    Alguns resduos industriais gasosos podem participar da formao de oxidantesfotoqumicos que causam em ns humanos problemas de viso e patologias deorigem respiratrio. Podemos tambm citar o efeito estufa que provoca a elevaoda temperatura na terra e tambm da chuva cida ocasionando danos na biota dosolo e da gua.

    Os processos industriais so responsveis pela emisso de partculas e de vriosgases como em especial o xido de enxofre que um dos principais causadores dachuva cida e pode condensar nas partes mais frias de equipamentos industriaiscomo caldeiras e fornalhas o que os danifica rapidamente, sendo assim, a suaemisso altamente indesejvel e seu controle e preveno vem causando umgrande esforo em investimentos; outro composto qumico o xido de nitrognio queem nveis elevados pode provocar problemas nas vias respiratrias e queimadurasna pele; o gs sulfdrico que afeta as mucosas respiratrias e na viso provocafortes irritaes.

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    Veja a seguir os principais resduos gasosos originrios da indstria e suasconsequncias:

    Monxido de carbono: danos ao aparelho respiratrio e diminuio da capacidadevisual

    xidos de Enxofre: danos s plantas e chuvas cidas

    xidos de Nitrognio: irritao das mucosas e carcinognicos, danos s plantas;reagem com hidrocarbonetos produzindo oxidantes fotoqumicos e chuvas cidas

    Hidrocarbonetos: efeito carcinognico; reagem com xidos de nitrognioproduzindo oxidantes fotoqumicos

    Material Particulado (fuligem): reduo da capacidade respiratria e visual,corroso e sujeira em superfcies (edifcios, tecidos e materiais); carrear poluentestxicos para o pulmo

    Gs Sulfidrico: odor desagradvel; danos ao aparelho respiratrio e problemascardiovasculares em pessoas idosas

    Clorofluorcarbonos: destruio da camada de oznio, cncer de pele, catarata edanos vegetao.

    Resduos Slidos

    So considerados resduos slidos industriais os resduos em estado slido e semi-slidos que resultam da atividade industrial, incluindo-se os lodos provenientes dasinstalaes de tratamento de guas residurias, aqueles gerados em equipamentosde controle de poluio, bem como determinados lquidos cujas particularidadestornem invivel o seu lanamento na rede pblica de esgoto ou corpos dgua, ouexijam, para isto, solues economicamente inviveis, em face da melhor tecnologiadisponvel.

    As decises tcnicas e econmicas tomadas em todas as fases do tratamento deresduos slidos industriais (manuseio, acondicionamento, armazenagem, coleta,transporte e disposio final) devero estar fundamentadas na classificao dosmesmos.

    Com base nesta classificao sero definidas as medidas especiais de proteonecessrias em todas as fases, bem como os custos envolvidos.

    A ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas) editou um conjunto de normaspara padronizar, a nvel nacional, a classificao dos resduos:

    NBR 10004 Classificao de Resduos Slidos;

    NBR 10005 Lixiviao de Resduos (Procedimento)

    NBR 10006 Solubilizao de Resduos (Procedimento)

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    NBR 10007 Amostragem de Resduos (Procedimento)

    A norma NBR 10004 classifica os resduos quanto aos seus riscos potenciais aomeio ambiente e sade pblica, indicando quais resduos devem ter manuseio edestinao mais rigidamente controlados.

    Segundo essa norma, os resduos so agrupados em 3 classes:

    Resduos Classe I Perigosos: so classificados como resduos perigosos osresduos slidos ou mistura de resduos slidos que em funo de suascaractersticas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade epatogenicidade, podem apresentar risco sade pblica, provocando oucontribuindo para um aumento de mortalidade ou incidncia de doenas e/ouapresentar efeitos adversos ao meio ambiente, quando manuseados ou dispostosde forma inadequada.

    Resduos Classe II No Inertes: so classificados como resduos no inertes osresduos slidos ou mistura de resduos slidos que no se enquadram na Classe Iou na Classe III.

    Estes resduos podem ter propriedades tais como combustibilidade,biodegradabilidade ou solubilidade em gua.

    Resduos Classe III Inertes: so classificados como Resduos inertes os resduosslidos ou mistura de resduos slidos que, submetidos ao teste de solubilizao

    no tenham nenhum de seus constituintes solubilizados, em concentraessuperiores aos padres definidos na norma (NBR 10006).

    Como exemplos desses materiais podem citar as rochas, tijolos vidros, etc.

    Como j ficou demonstrado, os resduos so classificados em funo de suaspropriedades fsicas, qumicas ou infecto-contagiosas e com base na identificaode contaminantes presentes em sua massa (Classe I, II e III).

    Por isso, e tambm, pela forma com que as listagens so consultadas, umconhecimento prvio do processo industrial imprescindvel para a classificao do

    resduo, identificao das substncias presentes no mesmo e verificao da suapericulosidade.

    Quando um resduo tem origem desconhecida, o trabalho para classific-lo torna-seainda mais complexo.

    Muitas vezes, mesmo para resduos com origem conhecida, torna-se impossvelconseguir uma resposta conclusiva e nesses casos, ser necessrio analisarparmetros indiretos ou realizar bioensaios.

    A amostragem de resduos slidos constitui uma operao de fundamentalimportncia, pois os resultados de uma anlise efetuada na amostra somente tero

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    valor se aquela poro do resduo tomada para a anlise representar o maisfielmente possvel a composio e as propriedades do todo que ele representa.

    Ao se programar uma campanha de amostragem deve-se ter sempre em mente queas propriedades das amostras coletadas devero corresponder s propriedades do

    todo, bem como que quanto maior for o nmero de amostras mais prximo do valormdio verdadeiro estar o valor mdio obtido para os parmetros em estudo.

    Resduos Lquidos

    Os Resduos Lquidos tambm conhecidos por efluentes industriais lquidos so osresduos provenientes das atividades industriais, que so lanados de volta natureza. Esses resduos lquidos possuem caractersticas qumicas, fsicas e

    biolgicas que variam conforme o ramo da atividade industrial.

    Os efluentes industriais lquidos so resultado dos diversos processos de fabricaoe da higiene da prpria indstria. So lquidos impregnados de substnciaspoluentes, que devem ser tratados para depois retornar natureza.

    A emisso de efluentes lquidos na natureza foi regulamentada pelo Protocolo deAnnapolis, publicado em 1999, que diz respeito ao lanamento de esgoto sanitriono mar, atravs de emissrios submarinos.

    Tratamento dos efluentes industriais: o tratamento dos efluentes lquidos de cadaindstria deve obedecer legislao ambiental regional. O tratamento baseado na

    transformao dos poluentes dissolvidos e em suspenso em gases inertes e ouslidos sedimentveis para a posterior separao das fases slida e lquida.

    O sistema de tratamento deve ser utilizado com o objetivo de evitar a degradaoda natureza, uma vez que essas guas sero lanadas de volta natureza.

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    J tratamento de efluentes domsticos consiste na remoo dos poluentes fsicos,qumicos e biolgicos. Os tanques de aerao so um dos sistemas de despoluio,onde o esgoto tratado e em muitos casos levado ao mar atravs de emissriossubmarinos.

    Resduos Radioativos da Indstria Nuclear

    Resduos Radioativos da Indstria Nuclear Brasileira.

    A indstria nuclear uma das poucas atividades com interferncia humana que temcapacidade para controlar totalmente os rejeitos que produz. Devido scaractersticas do material radioativo, a Eletrobras Eletronuclear armazena econtrola em tempo integral os rejeitos das usinas de Angra.

    Os rejeitos so classificados pelo seu teor de radioatividade. Nas usinas de Angra,os rejeitos classificados como de baixa radioatividade so materiais utilizados naoperao das usinas, como luvas, sapatilhas, roupas especiais, equipamentos e atfitas crepes. Depois de coletados e separados, estes materiais sofrem um processode descontaminao para reduzir seus nveis de radioatividade. Alguns materiaisso triturados e prensados, para ocuparem menos espao e acondicionados emrecipientes que bloqueiam a passagem dessa radiao.

    Os resduos de mdia radioatividade, compostos de filtros, efluentes lquidossolidificados e resinas so acondicionados em uma matriz slida de cimento emantidos dentro de recipientes de ao apropriados.

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    Com o passar do tempo, esse material perde a radioatividade, mas at l tem de serencapsulado e armazenado em depsitos isolados e monitorados.

    Os rejeitos de alta radioatividade so os elementos combustveis usados na geraode energia termonuclear. Como podem ser reaproveitados no futuro, depois de

    reprocessados, no chegam a ser propriamente rejeitos. Mas, enquanto isso noocorre, os elementos combustveis j utilizados na gerao de energia ficamarmazenados em piscinas especiais dentro dos prdios de segurana das usinas.

    Monitoramento Permanente dos Rejeitos Radioativos

    Os rejeitos radioativos ficam em depsitos, dentro da rea da Central NuclearAlmirante lvaro Alberto (CNAAA), em Itaorna (Angra dos Reis/RJ), at que aComisso Nacional de Energia Nuclear (CNEN) escolha um local para armazen-losdefinitivamente (assim como outros materiais radioativos usados pela indstria oupela Medicina).

    Alm de todo o cuidado na manipulao e armazenamento de rejeitos radioativos, aEletrobras Eletronuclear tem um programa de monitoramento permanente dosnveis de radiao do ar, da terra e da gua em torno da CNAAA, que acompanhado por universidades, institutos de pesquisa, IBAMA, CNEN e a AgnciaInternacional de Energia Atmica. Esse programa constatou que o funcionamentodas usinas nucleares de Angra no alterou os nveis de radioatividade do meioambiente.

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    Resduos de Risco Biolgico

    Os resduos de risco biolgico tambm so conhecidos por lixo hospitalar.

    Mas do que compem o lixo hospitalar?

    O lixo hospitalar um resduo descartado por hospitais, clnicas e necrotrios queoferece alto teor de contaminao biolgica para o ser humano e para o meio

    ambiente se no for descartado corretamente, segundo as orientaes da ANVISA(Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria).

    Existem vrios tipos de resduos hospitalares que devem ser descartados de acordocom o seu estado fsico, seja slido, semi-slido ou lquido. Temos como exemplosas bolsas de sangue, agulhas, seringas, restos de medicamentos, curativos,material radioativo, e at mesmo membros amputados.

    A responsabilidade de cuidar do descarte devido do chamado resduo de serviosde sade (RSS) do hospital, da clnica ou do necrotrio que o produz. Alguns tiposde resduos hospitalares podem ser enviados para aterros sanitrios que no

    permitam a entrada de catadores. J outros tipos de resduos devem passar por umtratamento anterior, alm daqueles que s podem ser descartados em locaislicenciados por um rgo ambiental.

    Caso o lixo hospitalar seja descartado junto com o lixo comum, existe apossibilidade dos catadores de lixo e outras pessoas que fazem o seu transporte secontaminem com doenas como a AIDS e a hepatite transmitidas atravs do sanguecontido nas seringas.

    Muita gente no sabe mas alguns materiais utilizados na rea de sade tambmpodem ser reciclados, como papis, caixas de luva, isopor, papelo, embalagem de

    remdios, entre outros, assim contribuindo mais uma vez com o meio ambiente.

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    A reciclagem do lixo hospitalar: mesmo sendo um assunto srio paraadministradores hospitalares e para a populao, o destino do lixo hospitalar pouco comentado. Tambm denominado de Resduos Slidos Hospitalares, todo

    esse lixo deve sim ter futuro certo e responsvel. Afinal, em clnicas e hospitais sogeradas uma enorme quantidade de resduos, em virtude da grande variedade deservios prestados nesses locais.

    Agulhas, seringas, ataduras, fraldas, catteres, materiais coletados em exames,sondas, curativos e mais uma imensido de produtos descartveis e resduosespecficos so descartados diariamente.

    Assim, o grande perigo do descarte incorreto do lixo hospitalar a sade pblica,uma vez que ele pode conter micro-organismos que causam doenas.

    Alm das pessoas, os resduos hospitalares tambm podem infectar reas inteirasou at lenis freticos, uma poluio silenciosa e muito perigosa.

    Existem trs categorias que dividem os tipos de lixo hospitalar.

    Classe A: Resduos Perigosos: possui maior risco de contaminao de pessoas edo ambiente. Exige tratamento especial, por apresentar caractersticas inflamveis,corrosivas, txicas etc.

    Classe B: Resduos No-inertes: os prprios hospitais se responsabilizam pordescartar. Esse tipo no representa altos nveis de periculosidade, mas, por noserem inertes, podem entrar em combusto ou causar danos biodegradveis.

    Classe C: Resduos Inertes: depois de separado, recolhido pelos municpios, poisno se degradam e/ou no se decompem no solo. A reciclagem de lixo hospitalarento s possvel para essa ltima categoria, visto que os resduos so osmesmos produzidos em residncias, ou seja, podem ser subdivididos em orgnico ereciclvel. Cabem nessa classificao restantes de demolio e areias deescavao, por exemplo.

    O CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente, exige que as pessoas

    responsveis pela separao do lixo hospitalar sejam devidamente treinadas. OConselho tambm disponibiliza subsdios para que essas empresas, clnicas ehospitais, criem planejamentos especficos para gerir adequadamente os resduosda rea da sade.

    A separao do lixo hospitalar: todo o recolhimento de lixo hospitalar deve,obrigatoriamente, obedecer norma 307, de 24 de dezembro de 2004, da ANVISA(Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria).

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    Segundo especifica a norma, todo o material proveniente destacado como lixohospitalar deve ser classificado e colocado em embalagens diferentes e especficase sua destinao deve respeitar as especificaes da norma.

    Os resduos hospitalares podem ser identificados e classificados da seguinte forma:

    A) Resduos infecciosos: So os materiais provenientes de isolamentos, contendosangue humano, material patolgico, materiais perfurantes e cortantes, resduos dediagnsticos, de biopsias e de amputaes, assim como resduos de tratamentoscomo gazes, sondas e drenos, dentre outros.

    B) Resduos especiais: Compreendido por materiais radioativos, farmacuticos equmicos.

    C) Resduos comuns ou gerais: So os materiais provenientes de reasadministrativas e reas externas, como sucatas, embalagens reaproveitveis,resduos alimentares, etc.

    O acondicionamento e a destinao dos resduos hospitalares deve proceder daseguinte forma:

    Grupo 1 materiais perfurocortantes em caixas de papelo especficas para estafinalidade. Os demais resduos devem ser alocados em sacos plsticos brancos,sempre identificados com o smbolo de material infectante. Destino: incinerao ouaterro sanitrio atravs de sistema de coleta especial;

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    Grupo 2 materiais radioativos dispem de uma legislao prpria do CNEN(Comisso Nacional de Energia Nuclear) e devem proceder de acordo com essaespecificao, sendo os hospitais os responsveis por sua destinao final. Osmateriais farmacuticos so devolvidos aos fabricantes, sendo esses osresponsveis por sua destinao.

    Grupo 3 papel, papelo, vidros, plsticos, metais e demais materiais reciclveisrecebem embalagens prprias de acordo com o tipo de material, e sua destinao a reciclagem interna ou a entrega, ou mesmo venda, como sucata.

    O Acidente com o Lixo Hospitalar Radioativo de Goinia (1987)

    Em 13 de Setembro de 1987, Goinia era atingida por aquele que considerado omaior acidente radiolgico do mundo. A tragdia envolvendo o csio-137 deixoucentenas de pessoas mortas e contaminadas pelo elemento radioativo e outrastantas com sequelas irreversveis

    No mbito radioativo, o acidente com o Csio 137 s no foi maior que o acidente

    na usina nuclear de Chernobyl, em 1986, na Ucrnia, segundo a Comisso Nacionalde Energia Nuclear (Cnen). O incidente teve incio depois que dois jovens catadoresde papel encontraram e abriram um aparelho contendo o elemento radioativo. Apea foi achada em um prdio abandonado, onde existia uma clnica radiolgicadesativada.

    Mesmo passadas mais de duas dcadas da tragdia, o acidente ainda deixaresqucios de medo. Um exemplo a situao do local onde morava uma daspessoas que encontraram a pea. A casa em que vivia o catador foi demolida nomesmo ano em que tudo ocorreu. Apesar de o solo ter sido todo retirado esubstitudo por vrias camadas de concreto, nunca mais qualquer tipo de

    construo foi feita no local.

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    Os riscos

    Segundo o supervisor de radiodiviso Csar Vieira, que tambm trabalhou na pocado acidente, o risco de contaminao em Goinia foi praticamente extinto. "Se forcomparar o resultado de hoje com o da poca, uma diferena [de radiao] quasemil vezes menor", afirma.

    Csar explica ainda que o nvel de radiao da cidade considerado dentro dospadres normais. "No h nenhum lugar que no tenha material radioativo, como,por exemplo, o urnio, que est no solo. o que a gente chama de radiao natural,mas que no oferece risco", complementa.

    Cerca de 6 mil toneladas de lixo radioativo foram recolhidas na capital goianaaps o acidente. Todo esse material contaminado foi levado para a unidade doCnen em Abadia de Gois, na Regio Metropolitana da capital, onde foi enterrado.

    Passadas mais de duas dcadas, os resduos j perderam metade da radiao. Noentanto, o risco completo de radiao s deve desaparecer em pelo menos 275anos.

    A Contaminao, como ocorreu?

    A tragdia comeou quando dois jovens catadores de materiais reciclveis abremum aparelho de radioterapia em um prdio pblico abandonado, no dia 13 de

    setembro de 1987, no Centro de Goinia. Eles pensavam em retirar o chumbo e ometal para vender e ignoravam que dentro do equipamento havia uma cpsulacontendo csio-137, um metal radioativo.

    Apesar de o aparelho pesar cerca de 100 kg, a dupla o levou para casa de umdeles, no Centro. J no primeiro dia de contato com o material, ambos comearam aapresentar sintomas de contaminao radioativa, como tonturas, nuseas evmitos. Inicialmente, no associaram o mal-estar ao csio-137, e sim alimentao.

    Depois de cinco dias, o equipamento foi vendido para Devair Ferreira, dono de um

    ferro-velho localizado no Setor Aeroporto, tambm na regio central da cidade.Neste local, a cpsula foi aberta e, noite, Devair constatou que o material tinha umbrilho azul intenso e levou o material para dentro de casa.

    Devair, sua esposa Maria Ferreira e outros membros de sua famlia tambmcomearam a apresentar sintomas de contaminao radioativa, sem fazer ideia doque tinham em casa. Ele continuava fascinado pelo brilho do material. Entre os dias19 e 26 de setembro, a cpsula com o csio foi mostrada para vrias pessoas quepassaram pelo ferro-velho e tambm pela casa da famlia.

    A primeira vtima fatal do acidente radiolgico foi a garota Leide Ferreira, de 6 anos.

    Ela se tornou o smbolo dessa tragdia e morreu depois de se encantar com o pradioativo que brilhava durante a noite.

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    A menina ainda fez um lanche depois de brincar com a novidade, acabou ingerindo,acidentalmente, partculas do p misturadas ao alimento. Isso aconteceu longe dosolhos da me, Lourdes Ferreira.

    Fiscalizao Ambiental

    Qual o rgo responsvel pela fiscalizao ambiental?

    Dependendo do tipo de atividade econmica, caber ao Instituto Brasileiro do MeioAmbiente (IBAMA) e/ou rgos estaduais e municipais a fiscalizao ambiental. Aaplicao da NR 25 deve ser feita a partir da consulta da legislao federal, estaduale municipal. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), no uso dasatribuies que lhe confere a Lei Federal no 6.938 (31/08/81), o rgo competente

    para elaborar as diretrizes tcnicas para implementao da Poltica Nacional deMeio Ambiente. Dependendo da competncia de cada caso, a fiscalizaoambiental ficar a cargo do IBAMA, Secretarias Estaduais de Meio Ambiente erespectivos rgos estaduais de controle ambiental.

    Qual o papel dos Auditores Fiscais do Trabalho (AFTs) na fiscalizaoambiental?

    Embora no seja da competncia direta dos AFTs a fiscalizao ambiental, elespodem denunciar a empresa aos rgos ambientais competentes caso sejaconstatado visvel descaso no gerenciamento de resduos industriais.

    Quais os cuidados a serem tomados com as solues ambientais?

    Deve-se ter a preocupao de no transformar uma soluo ambiental, provenientedo tratamento de resduos, em um problema de ordem ocupacional, no momentoem que estes resduos so lanados sem um tratamento adequado no ambiente detrabalho, podendo ocasionar efeitos nocivos aos trabalhadores.

    A NR 25 apresenta parmetros de controle ambiental?

    No, a NR 25 no determina parmetros de controles ambientais, deixando estaabordagem a critrio das legislaes competentes, em nveis federal, estadual emunicipal. Vale ressaltar que cada estado possui um rgo ambiental competentepara emitir licena ambiental, realizar as fiscalizaes, emitir multa e, at mesmo,processar os empregadores que desrespeitarem as leis ambientais vigentes.

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    Responsabilidades do Empregador

    A Lei Federal no 9.605/98 introduz a criminalidade da conduta do empregador edetermina as penas previstas para as condutas danosas ao patrimnio ambiental.

    Destaca-se nesta lei a questo da tripla responsabilidade.

    Vale ressaltar que cada Estado possui um rgo ambiental competente para emitirlicena ambiental, realizar as fiscalizaes, emitir multa e, at mesmo, processar osempregadores que desrespeitarem as leis ambientais vigentes.

    Recomenda-se a consulta da Lei Ambiental de cada Estado da Federao emcomplemento Lei Federal no 9.605/98. Esta lei introduz a criminalidade da condutado empregador e determina as penas previstas para as condutas danosas aopatrimnio ambiental.

    Destaca-se nesta lei a questo da tripla responsabilidade. As empresas seroresponsabilizadas administrativa, civil e penalmente quando a infrao for cometidapor deciso de seu representante legal ou contratual, ou de seu rgo colegiado,no interesse ou benefcio da sua entidade (Art. 3). As disposies gerais inseridasnesta Lei enquadram hiptese de responsabilidade das pessoas jurdicas efsicas, de direito pblico e privado, podendo responsabilizar diretamente diretores,gerentes e funcionrios.

    A Norma ABNT NBR 10004 classifica os resduos quanto aos riscos potenciais aomeio ambiente e sade pblica, para que estes possam ter manuseio e destino

    adequados. Esta norma deve ser aplicada de forma obrigatria por ser a refernciautilizada pela Resoluo CONAMA no 6/88.

    Como j vimos nos captulos anteriores, a classificao dos resduos se apresentaem trs classes:

    1. Classe I - perigosos: substncias inflamveis, corrosivos, reativos, txicos oupatognicos;

    2. Classe II - no-inertes: substncias no-enquadradas em Iou III;

    3. Classe III - inertes: no possuem constituintes solubilizados, de acordo com as

    normas da ABNT, a concentraes superiores aos padres de potabilidade da gua.

    Bibliografia

    Eletrobras/Eletronuclear

    MTE - Ministrio do Trabalho e Emprego

    G1/Globo - Csio 137