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Curso Nacional de Promotor de Polícia Comunitária Meios de Resolução Pacífica de Conflitos MEDIAÇÃO

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Curso Nacional de Promotor de Polícia Comunitária

Meios de Resolução Pacífica de Conflitos

MEDIAÇÃO

Fique a vontade para usar em suas apresentações, fazer alterações. Pedimos apenas para que faça

referência da fonte

Os slides dos vídeos estão associados a links do Youtube quando possível. Vá até o Baixaki ou o SuperDownloads e

baixe um programa capaz de capturar vídeos FLV do Youtube para seu computador.

(Recomenda-se a exclusão desse slide quando for fazer sua apresentação)

Wagner Soares de Lima1º Ten PM – AlagoasPós-graduando em Gestão PúblicaGraduando em Administração UfalBacharel em Segurança Pública

Maceió,25 de agosto de 2011

www.cidadaossp.wordpress.com

[email protected]

Mediação de Conflitos e Direitos Humanos

• http://www.youtube.com/watch?v=fojoGjQZiSk

Trabalho de mediação de conflitos comunitários no Lagamar

• http://www.youtube.com/watch?v=F6tbgU9uRII

Gabriela Asmar - Mediadora de Conflitos - Programa do Jô – 2 Partes

• http://www.youtube.com/watch?v=Fg3U77otJpI• http://www.youtube.com/watch?v=rY-pbrzLUxE

Polícia 24 Horas

• http://www.youtube.com/watch?v=jrp_PHPtiUc

Vídeos

CONVIVÊNCIA PACÍFICA

Mas nem sempre é assim...

Conflito

Citem palavras que lembrem conflito...

Conflito

(latim conflictus, -us) substantivo masculino

1. Altercação, desordem.2. Pendência.

3. CHOQUE.4. Embate.5. Luta; oposição; disputa.

Conflito

“um processo dinâmico envolvendo fenômenos emocionais

e cognitivos, cuja identidade está condicionada por fatores

situacionais”

Kurt LewinPsicólogo alemão

Conflitos podem ser...

Ignorados

Sanados

Transformados

Conflitos são...

... inevitáveis, quando há pessoas se relacionando.

... necessários para evitar a estagnação e surgir o novo.

... marcados pela ação de forças antagônicas

... o caráter negativo ou positivo, não está ligado ao fato de simplesmente ocorrer o conflito, mas de como ele é encarado

Vamos brincar...... de cabo de guerra

Para entender como agem as forças antagônicas,

Cabo de guerra humano

No conflito, há sempre alguém ou algo que

sofre mais

Ganhar, nem sempre é realmente vantajoso

Vídeo sobre Projetos de Justiça Restaurativa e Comunitária

Educacao em DH Mediacao.flv

Posição

Antes de continuarmos é preciso saber

Interesse

Garantias e direitos

fundamentais da pessoa humana

Interesses ≠ Posições

Direito para defender bandido,

atrapalha nosso trabalho...

Interesses ≠ Posições

Preste atenção como ocorre o jogo

de interesses, argumentados por

posições

Eu fico com a Sarah, pelo

menos eu me preocupo com

ela.

Interesses ≠ Posições

Ele vai ver se com a Sarah eu

não arranco tudo dele.

Não sei não, do jeito que você anda saindo

muito.

Interesses ≠ Posições

Ufa, é melhor mesmo. Mas se ela acha que ficando

com a Sarah vai ter pensão maior, ela

vai ver...

Interesses ≠ Posições

Eles brigam de mais, acho que é melhor eles

separados mesmos. Minha amiga disse que quando os pais dela se

separaram, começaram a disputar a atenção dela e

davam presentes e deixavam fazer o que queria para agradar...

Princípios da negociação

“Por trás de posições conflitantes podem estar interesses

complementares”

Como solucionar um conflito?

1ª Opção: Assim!

2ª Opção: ou assim!

Como solucionar um conflito?

Ação jurisdicional

Alternativas de Resolução de Disputas

Justiça Restaurati

va

Meios consensuais de

resolução de conflitos

O fenômeno da juridificação, abarrota os tribunais de processos

Alternative Dispute Resolution (ADR)

Meios Alternativos de Resolução de Disputas

Arbitragem

Negociação

Conciliação

Mediação

Arbitragem

As partes em comum acordo entregam a decisão a um árbitro.

Usado sobretudo em decisões comerciais. Assina-se um contrato

anterior a decisão. Decisão irrecorrível.

Negociação

As partes fazem propostas entre si, cada um na busca de melhores

vantagens. Acompanhados às vezes por técnicos no assunto ou

representantes legais.

Conciliação

O conciliador é investido do poder de quem deveria decidir. As partes são conduzidas a uma solução pacífica. Precisa da aprovação do conciliador

ou de quem o designou.

Mediação

As partes voluntariamente e em comum acordo escolhem um

mediador, que não decide, conduz o diálogo, para que as próprias partes

cheguem a uma decisão.

Advogada. LLM (Master of Laws) em Comparative

Jurisprudence – Universidade de Nova Iorque.

MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Dom Cabral.

Diretora Executiva da Parceiros Brasil – Centro

de Processos Colaborativos.

Ganhadora do Prêmio Innovare 2009.

Gabri

ela

Asma

r

Entrevista à Gabriela Asmar no programa do Jô SoaresGabriela Asmar no Jo Soares 1.flv

Interromper a escalada do conflito

Restaurar a capacidade de negociar/dialogar

Quando se ultrapassa certa barreira, não se sabe mais porque se está discutindo

Não conseguir ouvir

Se colocar no lugar do outro

Argentina: mediação é a porta dos processos judiciais

Nova York: Corte comunitária

Gabriela Asmar

Media

ção

“Os usuários não toleram mais serem tratados como súditos, serem

considerados em princípio culpados e não inocentes, não serem

tratados com respeito e cortesia ou ainda verem ser aplicadas

soluções gerais e padronizadas para seu problema específico.”

Sylvie Trosa

Novas demandas contratuais do cidadão-cliente

O que queremos construir? Uma sociedade beligerante

ou que valoriza a paz?

Policiais costumam pensar, que se garantem. Mas e seus parentes? Você policial tem condições de

prestar assistência 24h a todos os seus parentes?

A guerra dos sexos: 1º round

Para descontrair...

O tipo de conflito mais acirrado em nosso dia-a-dia...

A revanche...

Brincadeiras a parte...

O que queremos construir?

Uma sociedade de guerra?

Ou uma sociedade

de paz?

Membro da Comissão Brasileira Justiça e Paz.

Conteudista do Curso de Mediação de Conflitos da Rede

EaD da Senasp.

Ligado a movimentos

de DH da Igreja Católica

Daniel Seidel

“Para construir uma cultura de paz é

preciso mudar de atitudes, crenças e comportamentos.”

Daniel Seidel

“[...] reconhece o conflito como trampolim para o

desenvolvimento: que não busque a eliminação do

conflito, mas sim, modos criativos e não-violentos de

resolvê-los.”

Daniel Seidel

Promoção de Direitos

Não nos serve a persuasão, que sufoca direitos,

induzindo a uma das partes, geralmente a mais fraca,

a se acomodar enão se expressar.

Daniel Seidel

Traga o sapato que eu pedi!

ROBERT TROJANOWICZ

“POLICIAMENTO COMUNITÁRIO:

COMO COMEÇAR”

The police officer, according to the “Trojanowicz Paradigm” is a catalyst, moving neighborhoods and communities toward solving their own problems, and

encouraging citizens to help and look out for each other.

O policial, de acordo com o “Paradigma de Trojanowicz” é um catalisador, que

estímula as comunidades em seus bairros a resolverem seus próprios

problemas, encorajando os cidadãos a se ajudarem e olharem um pelo outro.

Policial: Catalisador

Matéria do programa Studio News sobre o projeto de mediação comunitária da CUFA no

Lagamar, Fortaleza - CearáNucleo de Mediação Comunitária

- CUFA - Lagamar - Ceará.flv

Voltamos já...

Assista o vídeo:Bola cheia x bola murcha

de Daniel Godri

Não se esqueça:

A proporção é para cada bola cheia existem 100

bolas murchas

Eles não querem ter ver crescer, eles farão tudo

para ter ver murchar.

Dividindo os problemas

Dividindo os problemas

Inimizades

Intolerância

Ignorância

Fofoca Competição

Omissão

Violência

PobrezaDesempr

ego

Hora de responder uma perguntarecorrente noscursos de Polícia Comunitária

Qual a função da Polícia Civil, dentro do contexto de

segurança comunitária?

Policiais fazem mediação em delegacias de Minas Gerais

O delegado de polícia Anderson Alcântara Silva Melo decidiu colocar em prática, na Delegacia Regional Leste, em Belo Horizonte, onde atua,

práticas de Justiça Restaurativa. [...] Uma equipe formada por quatro agentes de polícia com formação em Direito e Psicologia foram deslocados de suas atividades rotineiras e

foram treinados em técnicas de mediação de conflitos [...] Nasceu assim o Projeto Mediar,

que está no seu terceiro ano de vigência e cujo objetivo é implantar nas delegacias

regionais da Polícia Civil de Minas Gerais a busca de soluções pacíficas de conflitos

através da técnica de mediação.

Policiais fazem mediação em delegacias

"A tendência dos números após o boom da implantação era mesmo cair um pouco, não fosse assim, teríamos acabado com o crime em três anos de projeto, o que não é possível", brinca.

"Mas a mediação produz um efeito multiplicador. A gente percebe que quando um caso é mediado, outros

crimes são evitados", explica

Ellen Santos de CarvalhoPsicóloga e gerente do projeto

Policiais fazem mediação em delegacias

Segundo o agente policial Juvenal Jacques Costa, responsável pela

triagem dos casos na delegacia, uma escuta aprofundada do caso é o mais importante para o encaminhamento para o processo de mediação. "Nem sempre a pessoa que chega a uma

delegacia quer registrar uma ocorrência. Ela quer fazer cessar o

problema e quando conhece a proposta do diálogo acaba aderindo",

conta.

Policiais fazem mediação em delegacias

"Percebemos que o método de mediação possibilita um viés

pedagógico, pois permite que o policial ensine às pessoas como resolver pacificamente os seus

conflitos sem que seja necessário recorrer à violência.”

"O que gera uma maior proximidade entre elas, fortalece os laços sociais e aumenta o controle social informal."

Policiais fazem mediação em delegacias

Como Polícia Comunitária não é uma modalidade de policiamento e sim uma

filosofia que deve permear toda a instituição policial. Todos os órgãos de segurança podem procurar nos laços de interação e confiança com a população,

a melhoria de seus serviços.

Polícia Civil dentro do contexto de Segurança Comunitária

Mediação surge como o principal filão de atividade da Polícia Civil, quanto atividade

focada na comunidade.

Polícia Civil dentro do contexto de Segurança Comunitária

“Policiamento inteligente significa que é possível reduzir o problema da criminalidade se

você tem o público do seu lado. É simples assim. E como se

faz isso? Você presta ao público o serviço que o público pede a você que

preste.”

David Bayley

Não é polícia “boazinha”.

É políciainteligente.

As experiências brasileiras em mediação, especialmente aquelas realizadas nas periferias dos municípios, têm revelado mudanças de comportamento das pessoas: tornaram-se mais participativas nas decisões individuais e coletivas

Lilia Maia de Morais SalesEmanuela Cardoso Onofre de Alencar

“A mediação de conflitos é importante, principalmente, por ser viabilizada por vocês que vivem na comunidade e conhecem a realidade local. Não virá ninguém de fora para mediar os conflitos. É a própria comunidade, capaz

que é, com sua inteligência e conhecedora de seus problemas, quem fará isso”

MEDIAÇÃO DE CONFLITOS COMUNITÁRIA

Curso de Justiça ComunitáriaComunidade Beiru/Tancredo Neves

Salvador - Bahia

“Os moradores têm que pegar em suas mãos o seu destino

com a responsabilidade de quem quer viver em paz”

Gabriela Asmar

Vamos conhecer mais sobre

Mediação de Conflitos

Conceito

“A mediação é um processo orientado a conferir às pessoas nele envolvidas a autoria

de suas próprias decisões, convidando-as à reflexão e ampliando alternativas [...]”

Tânia Almeida

Conceito

“[...] É um processo não adversarial dirigido à desconstrução dos impasses que

imobilizam a negociação, transformando um contexto de confronto em contexto

colaborativo [...]”

Tânia Almeida

Conceito

“[...] É um processo confidencial e voluntário no qual um terceiro imparcial facilita a negociação entre duas ou mais

partes onde um acordo mutuamente aceitável pode ser um dos desfechos possíveis.”

Tânia Almeida

Princípios da Mediação

Voluntariedade

Não adversarial

(ganha-ganha)

Confidencialidade

Neutralidade

Imparcialidade

Auto-resolução das partes

Valores éticos

Princípios da Mediação

AplicabilidadeOs fins para que servem a mediação, são compatíveis

quando as partes estão ligadas por relações de continuidade

Violência escolar Vizinhos FamiliarConjugal

Perturbação do sossego

Uso de bens públicos

Animais

Enfoques das diferentes áreas de aplicação

O Mediador

Uma pessoa escolhida pelas partes para atuar como terceiro imparcial na facilitação do diálogo entre elas, por meio de uma série

de procedimentos próprios.

Código de Ética dos Mediadores estabelecido pelo Conselho Nacional de Instituições de Mediação e Arbitragem – CONIMA, 1997

O Mediador

O mediador auxilia as partes a identificarem interesses comuns, complementares ou divergentes e a construírem em conjunto,

alternativas de solução visando ao consenso e à satisfação mútua

Código de Ética dos Mediadores estabelecido pelo Conselho Nacional de Instituições de Mediação e Arbitragem – CONIMA, 1997

Fatores inerentes a Mediação

As partes estão envolvidas em relações continuadas

Lugar neutro

Realocar equipe das funções normais

Colocando-se no lugar do outro

Fazendo ponte entre culturas - interpretando

Compensação de poder

Perguntas que estimulam a reflexão

Direito

Psicologia

Técnicas de comunicação

O assunto em debate (aconselhamento de um especialista)

Áreas de conhecimento do mediador

Ação jurisdicional

Arbitragem

Conciliação

O que não é Mediação...

Passar a mão em criminoso (Prevaricar)

Ajeitar

Deixar pra lá

Convencer a não formalizar queixa

O que não é Mediação...

Não se deve confundir mediação de conflitos com

intervenção em situações de crise. Nesse caso, trata-se de negociação

em gerenciamento de crises, que pode ter fins táticos.

O que não é Mediação...

O negociador em crises policiais, representa uma parte: o

Estado e a sociedade.Faz propostas.

O que não é Mediação...

Os policiais ao se envolverem em uma ocorrência, mesmo sem fazer uso da força, dificilmente conseguem se posicionar comoum mediador neutro.

Arbitragem das próprias razões

Conciliação condicionada

Mesmo o policial mais pacífico faz...

Arbitragem das próprias razões Conciliação condicionada

Quais são as razões do policial?Que condicionantes são esses?

Preconceito Corporativismo

Vantagem financeira Relacionamento político

Necessidades físicas Laços de amizade

Polícia 24h - BandCabe mais um?

Policia24hBand - Cabe mais um.flv

Técnica da condução por questionamentos

Técnica da condução por questionamentos

Preceitos para perguntas funcionais

Contexto da discussão

• Devem partir de algo dito ou manifestado no momento do processo

Análise interna do mediador

• Para que estou fazendo essa pergunta? • Qual o objetivo da pergunta? • Onde pretendo chegar?”

Técnica da condução por questionamentos

Tipos de perguntas

Lineares

• São perguntas diretas, usadas no começo da mediação:• Quais problemas lhe trouxeram aqui?• Onde? Quando? Como?

Estratégicas

• São perguntas que pretendem ampliar a visão dos envolvidos para solucionar o conflito:• O que você pretende fazer agora?• Por que você não fala para ele (ou ela) das suas preocupações?

Técnica da condução por questionamentos

Tipos de perguntas

Reflexivas

• São feitas para provocar reflexão na partes envolvidas:• Que ações você já tentou frente a isso?• Se você fizesse de outra forma, como imaginaria que o outro reagiria?

Circulares

• São feitas para que as partes envolvidas no conflito, entendam as diferenças nas relações,  antes e depois de começar o problema:• Como eram as coisas anteriormente?• Como deseja que seja no futuro?

Sócio-dramaO gato e o rato

Técnica da escuta ativa

Técnica da escuta ativa

“A escuta ativa implica que prestemos atenção não só ao conteúdo da

mensagem de cada uma das partes, mas também aos sentimentos e emoções

nelas implicadas, aos índices nãoverbais e ao contexto em que a

mensagem é proferida”

M.ª Odete Fachada, Psicologia Relações Interpessoais (1991), Lisboa, Ed. Rumo, pg. 323

Técnica da escuta ativa

Saber deixar falar

Empatia

Centrar-se no que é dito

Eliminar pré-juízos, ruídos

Técnica da escuta ativa

Não interromper o outro

Não deixar transparecer as emoções pessoais

Reformular a mensagem para garantir o sucesso da sua compreensão

Descobrindo interesses por trás de posições

Até quando, Senhor, clamarei eu,

e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência!

E não salvarás?”

(Hab 1,2)

Beira do caminho

Pedras

Espinhos

Terra boa

O Semeador

Por que um dia a semente dá seu fruto

“É como um grão de mostarda, que, quando se semeia na terra, é a menor de todas as sementes que há na

terra; Mas, tendo sido semeado, cresce; e faz-se a maior de

todas as hortaliças, e cria grandes ramos, de tal maneira que as aves do céu podem aninhar-se

debaixo da sua sombra. (Marcos 4,31-32)”