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CURSO INTRODUTÓRIO

EFES/SUPID/SUASE

SUBSECRETARIA DE PROMOÇÃO DA QUALIDADE E INTEGRAÇÃO DO SISTEMA DE DEFESA SOCIAL.ESCOLA DE FORMAÇÃO DA SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL.

Núcleo de Treinamento das Medidas Socioeducativas / NTS - Atualizado em maio de 2015


ADOLESCÊNCIA

e

Desenvolvimento

Adolescência, teorias do desenvolvimento e diversidade de arranjos familiares

Adolescência, vulnerabilidade social, Violência e criminalização da juventude

Garantia de Direitos e Políticas Públicas para Adolescência e Juventude

Adolescência e Ato infracional na perspectiva do sujeito em desenvolvimento


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Adolescência, Teorias do Desenvolvimento e

Diversidade de Arranjos Familiares


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Cada sociedade concebe a adolescência de umaforma diferente.

De maneira geral - período de transição entre ainfância e a fase adulta, marcada por ritos ecerimônias que simbolizam esta transformação.

Legalmente - o Estatuto da Criança e doAdolescente considera adolescente o indivíduo entre12 anos completos e 18 anos incompletos de idade.


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A adolescência é marcada:

- por mudanças corporais,

- pelo despertar da sexualidade, e

- pelo dever de construção de uma nova identidade

como respostas a novas exigências sociais.


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Na puberdade ocorre:

o desenvolvimento dos caracteres sexuaisfemininos ou masculinos,

e os corpos começam a perder a forma infantil eganhar contornos do que se tornará um corpoadulto.


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Essas mudanças exigem uma reconstrução da imagemcorporal, cabendo ao adolescente:

apropriar-se de seu novo corpo,

renunciar à segurança do amor que era garantido àcriança, sem ganhar, ainda, outra forma dereconhecimento.


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A IMAGEM CORPORAL E A CONCEPÇÃO DE SI

A imagem corporal é construída a partir

do olhar do outro: “me vejo desejável setenho razões para acreditar que os outrosgostam de mim ou me desejam. Vejo oque imagino que os outros vejam.”

Por isso, o espelho é ao mesmo tempotão tentador e perigoso para oadolescente: porque gostaria muito dedescobrir o que os outros veem nele.


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Entre a criança que se foi e o adulto que ainda nãochega, o espelho do adolescente é frequentementevazio. Como dar contorno a essa nova imagem que seapresenta?

O despertar da sexualidade afeta o corpo, opensamento e a posição do adolescente diante davida, pois ele ainda não sabe ao certo o que fazerdiante das mudanças vividas.


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Essa transformação ocorre dia após dia, e osadolescentes são confrontados com algo tão novo queas palavras não são suficientes para explicar: sãomuitas sensações, novos interesses e um enormedesejo de reconhecimento.


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Em seu livro Adolescência, o psicanalista ContardoCalligaris defende que o adolescente está sujeito a umaespécie de moratória, que suspende a sua entrada nomundo adulto, ao mesmo tempo em que não é maisreconhecido na infância.

Propõe uma metáfora interessante: a de passageirossobreviventes a um acidente de avião, que ao cair em meioa uma selva, tivessem que se adaptar aos costumes da triboque vive por lá. Após o período de adaptação, ossobreviventes, agora quase indistintos dos nativos, estariamaptos a exibir suas habilidades adquiridas e a prosperaremna tribo, mas isso lhes seria proibido.

Como lidar com essa proibição?


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O DESPERTAR DA SEXUALIDADE

Surge o interesse por um encontro amorosoassim como exigências para que ocupe umaposição de homem ou de mulher, mesmo queainda não tenha as respostas e os recursosnecessários para tal.


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Alguém se torna um adolescente quando, apesar deseu corpo e seu espírito estarem prontos para acompetição, ele não é reconhecido como adulto.

Aprende que, por volta de mais dez anos, ficará sob atutela dos adultos, preparando-se para o sexo, o amore o trabalho, sem produzir, ganhar ou amar; ou entãoproduzindo, ganhando e amando, só quemarginalmente.


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O adolescente busca o reconhecimento domundo adulto. Ele já não é visto como criança,e isso implica uma perda de privilégios.

Ao mesmo tempo, a sociedade diz que ele nãoestá apto a adentrar no mundo adulto como tal.


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Ao perder a condição de criança, ele busca uma novaidentidade, que é construída em um processo deelaboração do luto pela perda do corpo de criança, daidentidade infantil e da relação antiga com os pais.

É necessário desvincular-se das figuras parentais para setornar um membro da comunidade social. Para algunsautores, uma das características mais importantes daadolescência é a separação da autoridade dos pais. Serápreciso buscar novos modelos a quem admirar eimitar.


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O permitido e o não permitido não se apresentam de forma tão clara na atualidade, causando uma certa desorganização, principalmente no que se refere ao

rumo a seguir na vida. Os adolescentes estão inseridos no discurso capitalista,

e muitas vezes transgredir a lei é um meio para manterem-se inseridos na satisfação do consumo. Consumir é uma forma de afirmação social.

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EXIGÊNCIAS SOCIAIS

É necessário desvincular-se dos pais para se tornar um membro da comunidade social.

Para alguns autores, uma das características mais importantes da adolescência é a separação da

autoridade dos pais.


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Atualmente, as referências tradicionais comoescola, igreja, família e demais instituições sociais,estão enfraquecidas na função de orientar os maisjovens.

Cada adolescente precisa inventar o que é ser umhomem e o que é ser uma mulher por si só e emrelação a seus pares, por não poder contar com atradição e as nomeações simbólicas maisconsistentes.


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Os adolescentes estão inseridos no discursocapitalista, e isso traz consequências para estessujeitos em formação. Para a sociedade capitalista,muitas vezes a identidade de um individuo estávinculada àquilo que possui enquanto “bens”, como oque veste, por exemplo.

Qual a consequência disso para os adolescentes?


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ADOLESCÊNCIA

Puberdade

Despertar da Sexualidade

Exigências Sociais

Mudanças Corporais

Exigências de

Satisfação


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Diversidade

de Arranjos Familiares


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Pessoas unidas por laços de

consanguinidade, de aliança e/ou de afinidadeconstituído por representações, práticas erelações que implicam obrigações mútuas eexercem a função de proteção e socialização doadolescente - Plano Nacional de Promoção eDefesa do Direito da Criança e do Adolescente.


Família

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• Existem modelos diferentes de configurações familiares?

• Existe algum modelo ideal de família?

• Há uma desestrutura na família contemporânea?

• Existe relação entre estrutura familiar ideal eenvolvimento dos adolescentes no cometimento de atosinfracionais?

• Qual o lugar da família na sociedade?24 de 56

.


Início do século XIX a meados do século XX:

A família tal qual conhecemos, caracterizada pela monogamia, patriarcalismo e a endogamia (costume social que prescreve o casamento entre indivíduos do mesmo grupo ou subgrupo social), a qual predominou para atender a uma sociedade burguesa emergente da

época.

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.


Momento em que o espaço da instituição família

hierarquizada tinha como eixo o comando de um patriarca

e procurou se afastar do convívio de outras pessoas que

não pertenciam ao seu grupo social para preservação e

transmissão dos privilégios de classe, criando assim uma

família privatizada segundo Maria Ângela D´Incao.

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... Avanço da sociedade contemporânea

reconfiguração do espaço familiar

• No decorrer das décadas, surgiram oportunidades para a entrada no mercado de trabalho e ocorreu a emancipação das mulheres, consequentemente,

a sua independência financeira.• Mudanças nas formas de comunicação minaram a

garantia de transmissão estável de padrão e valores de comportamentos entre as gerações.

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Atualmente, a família é compreendida não apenas

baseada nos laços consanguíneos e de parentesco,

mas nas relações de afeto e cuidado.

Szymanski (2002) entende família como sendo

“uma associação de pessoas que escolhem conviver

por razões afetivas e assumem um compromisso de

cuidado mútuo”.


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Além de oportunidade de convivência cotidiana, um lugar

de acolhimento de seus membros, a família também

representa o dinamismo das relações sociais, pois não é

apenas uma unidade biológica; é uma construção social que

apresenta formas e finalidades diversas em cada tempo

histórico, se construindo de diferentes formas e arranjos, de tal

maneira que tendemos como mais correto falar

categoricamente de “Famílias’’, e não de um modelo monolítico

contido no termo singular “Família’’.

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Afinal, o que está em desordem? Ou o que está emdesestrutura?

A estrutura dos modelos existentes de família não temgerado confiança, com relação as suas necessidades edeslocamentos afetivos, fato que nos leva a idealizar ummodelo passado?

O papel da família na modernidade é formador, nosentido de preparar as crianças para suasresponsabilidades em relação às normas de convíviosocial?


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Vulnerabilidade Social, Violência e

Criminalização da Juventude


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VIOLÊNCIA / LETALIDADE JUVENIL

De acordo com o IHA, 3,32 jovens a cada grupo de milcorrem o risco de serem assassinados antes do 19ºaniversário no período de 2013 a 2019.

Constatou-se que negros, homens e jovens (entre 19 e 24anos) têm maiores chances de se tornar vítimas dehomicídio.

Em relação ao meio utilizado, o risco de um adolescenteser vítima de homicídio através de armas de fogo é 4,67vezes maior do que por outros meios.


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FONTE: MAPA DA VIOLÊNCIA 2014


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FONTE: MAPA DA VIOLÊNCIA 2014


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Diante da análise do elevado número de

homicídios de acordo com o número populacional

do município, verifica-se que esse fenômeno está

relacionado diretamente ao número de sua

população, por conseguinte, diretamente

relacionado à violência urbana.


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Invisibilidade Social

Preconceito + indiferença = violência nas relaçõessociais, econômicas e simbólicas.

Retrato estereotipado de jovens moradores dasperiferias urbanas.

Acesso a direitos (educação, saúde, trabalho, lazere cultura).


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Criminalização dos modos e expressões juvenis

Implica no processo de experimentação eparticipação ativa no espaço social, interferindo nosmeios que produzem as inscrições sociais dosadolescentes.


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Redução da Maioridade Penal

- O aumento da violência não é diretamenteproporcional ao cometimento de atos infracionais poradolescentes.

A Fundação Abrinq, por meio de nota técnica, mostra que a população de adolescentes restritos e privados de

liberdade representa 3,8% do total de presos no país. Em 2011, 38,1% dos atos infracionais cometidos por

adolescentes privados de liberdade referiam-se a roubos, seguido pelo tráfico de drogas (26,6%). Os atos

infracionais que atentam contra a vida representam 11,4%, somando-se a esse total os casos de tentativa de

homicídio.


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O aumento de controle não significa que aspessoas irão parar de cometer atos ilícitos sendonecessário ampliar as discussões sobre as causasda violência no Brasil.

https://www.youtube.com/watch?v=JuS0A05rpA4


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Garantias de Direitos e Políticas Públicas

para Adolescência e Juventude


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Direito Infanto-juvenil Brasileiro

1990 - Promulgação do ECA (Doutrina da Proteção Integral) -Promoção, proteção e participação da família, estado esociedade na efetivação dos direitos da criança e adolescente.

A partir do ECA, todas as crianças e adolescentes do paístornam-se sujeitos de direitos e deveres.

Direito à :

vida e saúde;

Liberdade, respeito e dignidade;

Convivência familiar e comunitária;

Educação, cultura, esporte e lazer;

Profissionalização e proteção no trabalho.


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Por conseguinte, nas medidas socioeducativas, todos seusdireitos devem ser garantidos, salvo o direito à liberdade,o qual passa a ser relativizado, devendo, o seu exercício,atender aos critérios específicos do atendimento nocumprimento dessa.

No novo sentido de proteção integral, a proposta doSistema Nacional de Atendimento Socioeducativo -SINASE foi consolidada em fevereiro de 2004.

2012 - SINASE - Lei


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SINASE

É o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo,

instituído pela Lei nº 12.594 de 18 de janeiro de 2012,

que regulamenta a execução das medidas socioeducativas

destinadas ao adolescente que pratique ato infracional.

Ele inclui os sistemas estaduais, distrital e municipais, bem

como todas as políticas, planos e programas específicos

de atenção a esse público.


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Relação com outros Subsistemas

O SINASE pode ser considerado como um subsistema dosistema de “proteção geral de direitos” de crianças eadolescentes, cujo intuito é a efetiva implementação daDoutrina da Proteção Integral, denominado Sistema deGarantia de Direitos – SDG.

No documento que institui o SINASE, considera-se que, “nointerior do SGD existam diversos subsistemas que tratam, deforma especial, situaçoes peculiares. Dentre outrossubsistemas, incluem-se aqueles que regem as políticassociais basicas, de assistencia social, de proteção especial ede justiça voltados ao atendimento de crianças eadolescentes.


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Sistema de Garantias de Direitos - SDG

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Garantias de Direitos e Políticas Públicas

Em se tratando de políticas de atenção a crianças ejovens, a história brasileira tem sido frequentementedividida em dois tempos: antes e depois do Estatuto daCriança e do Adolescente.

Com o Estatuto, os menores passaram a ser legalmentereconhecidos como crianças (até 12 anos de idadeincompletos) e adolescentes (entre 12 completos e 18anos incompletos), e considerados "em condiçãopeculiar de desenvolvimento".


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O sentido político da mudança terminológica, cujaorigem se deu no plano jurídico-normativo, foi reduzir adiferença entre segmentos sociais e atenuar asdiscriminações que recaíam sobre crianças e jovens deorigem popular, de cor negra ou de famíliasconsideradas desestruturadas, entre outros atributosdesabonadores.

Assim como o período anterior ao ECA não foi uniforme,o que o sucede também não se traduz em uma páginavirada na História. A despeito do grande avanço políticoque essa lei representou, certos jovens continuam sendomenores para efeito do seu reconhecimento social.


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Apesar de todo avanço, a efetivação das políticas sociaisé um processo em andamento.

O acesso aos direitos na prática ainda não é umarealidade para todos. Muitos não alcançaram acidadania em seus aspectos mais elementares.

Tratados ainda como menores, os moradores dasfavelas têm de lutar contra a ausência de bens sociais e,além disso, têm que enfrentar uma cobrança socialperversa para poder "fazer parte", para "estar dentro".


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Adolescência e Ato Infracional na Perspectiva do Sujeito em

Desenvolvimento


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O permitido e o não permitido não se apresentam de forma tão clara na atualidade, causando uma certa

desorganização, principalmente no que se refere ao rumo a seguir na vida.

Os adolescentes estão inseridos no discurso capitalista, e muitas vezes infracionar a lei é um meio de garantir seu

lugar na cena, na qual Consumir é uma forma de afirmação social.


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Os jovens podem utilizar-se do ato, em vez da palavra, frente a um embaraço vivido. Sendo assim, a

transgressão pode ser uma saída construída pelo adolescente para lidar com sua angústia.

No contexto das medidas socioeducativas, percebe-se a necessidade de questionar o ato infracional,

ofertando um espaço para que o jovem possa criar significado, dar sentido onde ele não existe ou

contextualizar o ato à sua história.

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É preciso uma “barra”, um “corte”, para propiciar um questionamento do sujeito frente a sua posição e, ainda, ampliar a possibilidade de escolha destes

jovens. É importante localizar o momento na história do adolescente em que há uma decisão pelo ato. A

que este ato responde?

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As respostas aos impasses possuem um lugar único para cada um, a partir da relação mais singular que o

adolescente estabelece com sua forma de viver no mundo.

Vários motivos podem levar um adolescente a escolher uma ou outra forma, sendo que, somente a partir da

história pessoal e o contexto social de cada um que as razões ganham sentido.


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O ato e a transgressão das normas entram, assim, como uma resposta a um impasse vivido, diante do

qual diversas respostas podem ser dadas, tais como:

• transgressões, • condutas de risco, • prática infracional, • toxicomanias, etc.

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A condição do adolescente de pessoa em desenvolvimento reafirma a necessidade de se pensar o processo de maturação que está em

andamento no momento das escolhas feitas por um adolescente que opta pela transgressão da

norma. Mas isso não quer dizer que ele não esteja apto a ser responsabilizado por ela. Pelo contrário,

a incidência do limite da norma, da lei, muitas vezes organiza e situa o adolescente diante do

social.

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Assim, torna-se essencial pensar, do ponto

de vista da responsabilização, porque,

num dado momento, o adolescente não pôde responder de outra maneira que não a

transgressão, a atuação.

Seria o ato mais incisivo em sua mensagem que as palavras?

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SOARES. L. Eduardo; ATHAÍDE, Celso; MV BIL. Cabeça de porco.Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.

Juventude, exclusão e a construção de políticas públicas:estratégias e táticas - Glória Diógenes.

Homicídios na adolescência no Brasil – IHA 2012 -http://www.sdh.gov.br/noticias/pdf/indice-de-homicicios-na-adolescencia-iha.Mapa da violência 2014 -

http://www.mapadaviolencia.org.br/mapa2014_jovens.php.

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