curso elementar de portuguez · -7- grammatica phonema é qualquer som da voz humana, capaz de...
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ROSALIA SANDOVAL
CURSO ELEMENTAR DE PORTUGUEZ
em pequenos exercicios praticos
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(Adaptados ao methodo do illº. philologo
JOSÉ PORTUGAL)
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Typographia Economica
VIÇOSA – ALAGOAS
1921
A’s creanças pobres da minha terra
PALAVRAS NECESSARIAS
(Aos mestres)
Não espereis encontrar aqui alguma cousa que mereça a qualificação de novidade.
Nada criei, quasi: modifiquei, remodelei, conforme a necessidade que tinha de um
compendio, neste genero, para o curso elementar.
Temos um livro magnifico – << O Curso Pratico de Portuguez >>, por José Portugal –
que satisfaz ao professor mais exigente e avido de progresso. Este livro, porem, não pode ser
comprehendido pelos que pertencem ainda aos primeiros cursos. Demais, as ultimas edicções
desse precioso livro apresentam-se em orthographia phonetica, trazendo assim um grande
inconveniente para os que manuseiam compendios cujos autores seguem a orthographia
mixta.
Sendo excellente o methodo do distincto philologo procurei imital-o, adaptando-o aos
meus pequenos exercicios.
Trazendo para aqui (por ser indispensavel) definições de diversos autores, procurei
simplifical-as, algumas vezes, para tornal-as accessiveis ás intelligencias ainda não
desenvolvidas.
E assim compuz este livrinho, impellida pelo desejo de facilitar o estudo da lingua
vernacula a essas creaturinhas que necessitam de chegar mais cedo ás portas do ganhapão.
Para ellas e que escrevi este modestissimo trabalho, esperando que outros venham
substituil-o vantajosamente.
Maceió – Julho – 921
R.S
-7-
GRAMMATICA
Phonema é qualquer som da voz humana, capaz de formar outros sons.
Os phonemas são representados, na escripta, pelas letras: a, b, z, ai, ão.
Os phonemas são vogaes ou consoantes, orais ou nasais.
Signaes diacriticos são os que modificam o som das vogaes. Chamam se tambem
accentos graphicos: avô, avó, mercê, até.
Estes signais têm, separadamente, os nomes de: accento agudo e accento circumflexo.
O til é tambem considerado accento nazal.
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EXERCICIO ORAL
A La_anja é sa_orosa. O li_io é uma f_or. O en_fre é um mine_al com_ustivel. A _uva
reverdece os ca_pos. O _ento impelle as e_barcações. A v_oleta é u_a flor mo_esta. O ar_oz é
um cereal. O ga_hoto destróe as p_antas. A _ar a verdade é um de_er de todo o meni_o. A
al_ace é uma p_anta hortence. A ca_idade é a mais b_lla das virtudes. A mu_ica alivia os
pe_ares.
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NOTA - em lugar do travessão empregue os phonemas que faltam.
Ex: “A laranja é saborosa”.
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EXERCICIO ESCRIPTO
Redacção – Quem merece o nome de bom menino? (Aquelle que estuda bem as lições
e obedece a seus paes e a seus mestres e porta-se na aula como um homenzinho). Quem
merece o nome de mau menino? (Aquelle que não estuda as lições, perturba os companheiros
na classe, risca as paredes e os cadernos, e responde mal aos collegas). Quem não quer
pertencer à ordem dos maus meninos? (Eu). Que deve fazer o alumno para ser querido de seus
mestres? (Estudar bem as lições, obedecer ás ordens que elle lhe dá, e cumprir todos os seus
deveres). Que merece o alumno que se distingue na aula? (Premio).
NOTA: Fazendo desapparecer as interrogações, o alumno redigirá o exercicio aproveitando todas as palavras necessarias ao assumpto. Ex: “merece o nome de bom menino aquelle que estuda”, etc.
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No quadro negro
Representar todos os signaes diacriticos, separadamente. Escrever alguns phonemas
que representem vozes aguda, fechadas, mudas, oraes e nazaes. Formar diagrammas, escrever
algumas palavras em que haja necessidade de represental-os.
O professor explicará o valor do h, do y e do w.
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GRAMMATICA
Palavra é a representação de uma idéa por sons ou por symbolos.
A palavra pode ser: falada, escripta, simples, composta, primitiva, derivada.
Palavra falada é um som oral, significando alguma cousa.
Palavra escripta é um conjuncto de caracteres ou letras representando a palavra oral.
Palavra simples é a que representa uma só idéa. Ex: casa, Paulo, café.
Palavra composta é a que representa mais de uma idéa. Ex: beija-flor, carta-bilhete,
guarda-portão.
Palavra primitiva é a que teve origem na propria lingua. Ex; casa, homem, porta.
Palavra derivada é a que forma da primitiva. Ex: casaria, homenzinho, portal.
No quadro negro
O professor dictará diversas palavras primitivas que o alumno escreverá em columna,
fazendo por si a respectiva derivação. Mandará escrever palavras simples e compostas.
-10-
O DIA
(COPIA)
O tempo que se escôa entre o apparecer e o desapparecer do sol, chama-se dia. A
primeira parte do dia denomina-se manhã; a segunda chama-se tarde; e a terceira, noute.
Meio - dia é o meio do dia, guando os relogios batem doze horas. Quando o sol
desapparece, começa o crepusculo, momento em que a luz enfraquece, antes de desapparecer
na obscuridade da noute.
Nota: O alumno copiará em casa o exercicio procurando não cometter um só erro. No dia seguinte o
mostrará ao professor que fará as correcções precisas.
DICTADOS
-I-
O BOM E MAU HUMOR
Ha duas cousas no caracter: primeira, a disposição habitual que determina nossos
actos; é o caracter propriamente dito; segunda, a disposição habitual conforme tomamos as
cousas, os acontecimentos e as pessoas: é o que se chama o humor. Distinguem-se o bom e
mau humor. O bom humor é uma disposição risonha e alegre que toma as cousas pelo seu
lado agradavel, que por toda parte vê o bem de preferência ao mal, supporta as contrariedades
com paciencia, apraz-se na sociedade dos homens, ama a ale-
-11-
gria, e quer que todos sejam felizes. O bom humor tem graus, desde o humor louco que atira,
como se diz o chapeu por cima dos moinhos, e que muitas vezes altera com o mau humor, até
o humor calmo, incapaz de elevar-se até a alegria louca e que não é tambem incompativel
com uma certa melancolia.
- II –
O mau humor é uma disposição desagradavel, que toma todas as cousas de esguelha,
não admitte nenhuma contrariedade, torna negro todos os prazeres, faz a desdita de todos os
que nos cercam e a nossa propria. Sem duvida acontece a todos os homens passar
alternativamente pelo bom e mau humor; mas é pela disposição habitual que elles se
caracterisam. Ha ainda outras especies de humores que entram mais ou menos nos dois
precedentes: o humor negro, que é uma tristeza profunda e exaggerada, e todos os seus
matizes; o humor fantastico e o caprichoso que passa sem razão duma disposição a outra.
Emfim, o humor é para nós uma causa consideravel de felicidade e desgraça, por si mesmo e
por suas consequencias. – PAUL JANET.
- III -
A EXAGGERAÇÃO
Quando escreverdes, ou mesmo quando falardes, não useis termos exaggerados.
Exaggerar é MENTIR; e as pessoas que mentem são indignas de toda con-
-12-
fiança. Se escreverdes <<eu vos adoro>> ás pessoas que amaes, ellas não podem crer que as
adoreis e duvidaram mesmo que as ameis. Dizei simplesmente: <<amo vos>>, e vos
acreditarão.
-IV-
Deveis ter o mesmo cuidado quando escreverdes os cabeçalhos das cartas. É mais
simples e mais sincero escrever, <<querido pai>>, <<querida mãe>>, que, <<meu paezinho
querido>>, <<minha mãezinha querida>>,<<minha adorada mãezinha>>. A affeição verdadeira
exprime-se com um respeito serio, não por termos infantis, quase comicos. Séde sinceros,
mesmo nas menores cousas.
NOTA - O alumno copiará em casa todos os dictados, depois de corrigidos pelo professor.
Esses exercicios de dictados devem ser repetidos até que o alumno escreva sem
cometer erros.
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GRAMMATICA
Quanto ao numero de syllabas, os vocabulos são:
Monosyllabos quando só possuem uma syllaba: dôr, pé.
Dissyllabos quando tem duas syllabas: casa, pena.
Trissyllabos quando tem tres sylabas: caneta, cadeira, janella.
Polissyllabos quando tem mais de tres syllabas: diagonal, misericordioso,
sensibilidade.
-13-
Accentuação tonica ou tonicidade é o tom mais forte da pronuncia de uma syllaba do
vocabulo: café, areial, palavra.
Em relação ao accento tonico as syllabas classificam-se em tonicas e atonas.
Syllaba tonica é aquella em que recae o accento tonico.
Quando o vocabulo tem mais de uma syllaba, a tonica recebe o nome de
predominante.
Syllabas átonas são as que não têm accentuação.
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EXERCICIO ORAL
Café é o fructo do cafezeiro. A casa do vizinho é a mais linda da cidade. E’ tão bom
viajar! As cidades banhadas pelo oceano chamam-se maritimas. Não gósto muito das cidades
centraes. A misericordia divina a ninguem abandona, mesmo os que aparecem
irremediavelmente perdidos. A tuberosa tem a brancura da neve e o perfume da primavera.
Metaplasmos são figuras de palavras auctorisadas pelo uso; elles alteram a fórma material dos
vocabulos sem modificação do sentido. A prothese é um metaplasmo.
Nota: O alumno lerá o exercicio classificando os monosyllabos, dissyllabos, etc. O professor arguirá
sobre a tonicidade das syllabas dos vocabulos.
No quadro negro
Repetir o exercicio acima, sublinhando as syllabas tonicas e predominantes.
-14-
GRAMMATICA
Quanto à tonicidade ou accentuação, os vocabulos classificam-se em:
Oxytonas ou agudas.
Paroxytonas ou graves.
Proparoxytonas ou esdruxulas.
Oxytonos quando a accentuação recáe na ultima syllaba: dôr,papel, arêal.
Paroxytonos quando accentuação recáe na penultima syllaba: saúde, saudade.
Proparoxytona quando a ccentuação recáe na antpenultima syllaba: medico,binoculo.
Os monosyllabos dizem-se tonicos quando a voz se apoia com força na sua prolação: pé, chá, máu; e
dizem-se atonos quando a voz passa de leve sobre elles: me, ti lhe, que.
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EXERCICIO ORAL
Anzol – bandolim – cythara – ultimo – imagem – recreio – laranja – falúa – desvario –
gloria - annuncio – agua – setembro – acephalo – azáfama – credulo - epistola – émphase –
tortura – ridículo – epitheto – fabula – clinico – hirperdulia – baldio – Alvedrio – toalha –
vestido – camarote – vapor – lento – calor – ventania – fé – javali – menino – milagre – paz –
facil – horrivel – retroz – soluvel – ambar – alcáçar – nácar – guarany – lan –
-15-
tejoula – fuzil – album – papel – sul – luar – musica - azul – doente – cánhano – madréporta –
cerebre – málagra.
Nota: O alumno lerá o exercicio, classificando os vocabulos segundo a accentuação tonica.
No quadro negro
O alumno repetirá o exercício acima, escrevendo em columnas, os oxytonos, os
paroxitonos, etc.
EXERCICIO ORAL
No mei__ do s__l está a luz; no mei__o da l__z está a verdade; no __eio da verdade
está o ser imm___rtal. O h__mem hon__ado deve cahir de__aixo dos golpres dos mal__ados,
como a arvore do s___angalo que, quando a c__rtam, perfuma o machado que a fere. O
p__ensamento é cr__ador. P__rder cegamente a v__da para de__ender o egoismo, rebaixa;
sa__rifica-la em f__vor de um ideal su__lime , eleva. Quando periga a__ida de nos__os
se__elhantes, a p__opria não nos pertence. Nen__um fio deve s__r partido po__que t__dos
fazem f__lta na urdidura social. Nem a per__eição nem o equi__ibrio abso___uto existe no
ter__tre humano; o ser m__s evolucionado a__nda conserva residuos aggressivos que f__rem,
se se offendem, como o pior criminoso desperta lucidos inter__allos de o__ertas altruistas.
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GRAMMATICA
Substantivo é a palavra que designa um ser.
O substantivo pode ser proprio e apellativo.
O substantivo proprio designa individualmente
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os seres. Estes seres podem ser pessoas ou localidades. Ex.: Pedro, Amazonas, Alice, Maceió,
Bebedouro. Os substantivos proprios escrevem-se com letra maiuscula.
O substantivo appellativo designa um ou varios seres de uma classe ou especie. Ex.:
janella, soldado, menino, gato.
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EXERCICIO ORAL
A_ do visinho tem tres janellas. O _ de Maria é azul, com rendas brancas. Os_ do
Joãozinho pellica de lustro. Os_ da escola são de madeira evernizada. Escrevo no quadro _
negro com _ branco e de cor. No meu _ ha tinta azul. Estudei muito todas as minhas_. A
cidade de_ é a capital de Alagoas. _ é um dos Estados do Brasil. A _ divide-se em duas partes
Lexiologia e Syntaxe.
Nota: o alumno substituira o travessão pelo substantivo conveniente, declarando se é proprio ou
appellativo.
EXERCICIO ESCRIPTO
Quem veio do Rio de Janeiro? (O coronel Francisco Mendonça) Quem trouxe elle em
sua companhia?(Suas dignas filhas: senhorinhas Julieta, Amalia e Genura.) Em que paquete
viajaram elles? (No vapor Itapema.) Em que portos tocou esse navio até chegar a Alagoas?
(Nos seguintes portos: Victoria, Bahia e Maceió.
Nota: O aluno escreverá o exercicio do seguinte modo:“Veio do “Rio de janeiro” (nome proprio de
locallidade), o coronel Francisco Mendonça (nome proprio de pessoa). E assim por diante.
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Exercicio no quadro negro
O professor mandará cada alumno de per si escrever um substantivo proprio que
indique nome de pessoa e outro que indique nome de localidade.
Depois o alumno deverá escrever diversos substantivos appellativos.
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GRAMMATICA
São tres os graus do substantivo: positivo ou normal, augmentativo e diminutivo. Ex.:
homen, homenzarrão, homenzinho.
O augmentativo exprime a idéa augmentada: casarão.
O diminutivo exprime a idéia diminuida: casinha.
EXERCICIO ORAL E ESCRIPTO
Minha irmã reside num casarão. O avô de meu visinho usa um chapeirão desabado
sobre a nuca. Anda no telhado um gatarrão. O menino tem uma cabeçorra que espanta. O
cão mostrou a dentuça. Vê um rapagão e uma moçoila. No cordel havia um narigão para
mascarados. Isto não é da minha cartilha é do cartaz de annuncios. Na mesa havia um
copazio de leite que o rapazito trouxera com um prato de bolinhos. Satuba é um bonito
logarejo. Gonçalão é o augmentativo de Gonçalo. Animal tem dois diminutivos: animalejo e
animalzinho.
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Nota: o professor indicará nas liccões quaes augmentativos e diminutivos: depois os alumnos
escreveram os mesmo exercicio, declarando os positivo dos respectivos augmentativos e diminuitivos. Ex.:
Minha irmã reside mum “casarão” (augmentativo de casa)
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No quadro negro
Declarando o positivo, o professor mandará escrever diversos augmentativos e
diminutivos. Findo o exercicio pedirá exemplos oralmento dos ter graus dos substantivos.
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GRAMMATICA
Collectivos são os substantivcos que, estando no singular, indicam reunião ou
collecção de seres
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EXERCICIO ORAL
Ao longo da escola havia um – espesso. Em frente do quartel fazia exercicio um terço
do__. Um__ de ovelhinhas brancas descia o outeiro. A __ brasileira possue bons navios de
guerra. Chama se – a casa que vende sómente livros. O boiadeiro guiava alegre a sua - . Dá-se
o nome de__ a uma grande plantação de café. O – amoutinou-se na praça. Uma__ é a reunião
de cem unidades. Um __ tem trinta dias. Chama-se __ a reunião de muitos navios.
Nota: O aluno substituirá o travessão pelo collectivo adequado á phrase.
Ex.: “Ao longo da estrada havia um arvoredo espesso.
No quadro negro
O professor mandará eescrever alguns collectivos, explicando quaes os collectivos
geraes partitivos.
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A TERRA
(COPIA)
A terra é um planeta, um astro do céo, como dizem os astronomos. Ella parece
immovel e o sol é que se nos afigura que se move, levantando - se todas pela manhã no
oriente e desapparecendo á tarde no Ocidente. No entanto isto é uma illusão: A terra é que se
move ao redor do sol; é elle, o sol, é uma estrella que estar relativamente fixa no espaço.
Quando viajamos em caminhos de ferro parece que estamos parados, e as casas, as campinas,
o rio, á paysagem, emfim, é que correm a uma velocidade espantosa. Eis, figuradamente, o
que se passa com o movimento da terra em relação ao sol.
Nota: O alumno copiará em casa este exercicio, com o maximo cuidado, e apresental-o á no dia seguinte ao professor que fará as correcções necessarias.
DICTADOS
-I-
OS LIVROS
Um livro sempre foi em mim um amigo, um conselheiro, um consolador eloquente e
calmo do qual eu não quizera exgotar depressa os recursos e guardar cuidadosamente para as
occasiões; opportunas. Ah! Quem se não recorda com amor, das primeiras obras
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que lêra, devorando e saboreando! A capa de um alfarrabio poeirento que se encontra um dia
nas pratileiras de algum armario esquecido não nos recontará os graciosos quadros de nossa
infancia?
(George Sand)
- II –
A MENTIRA
De todos os vicios, o mais odioso é a mentira: porque estraga o mais bello dos nossos
dons, a palavra, que nos permitte communicar nossos pensamentos aos outros. Se mentimos,
os outros homens não nos acreditarão porque não conhecerão nunca os nossos pensamentos
verdadeiros, e viveremos entre elles como solitarios ou como estrangeiros de quem se
desconfia com razão. Sem confiança não pode existir amizade; assim, o mentiroso não tem
amigos.
- III -
OS DELTAS
Não são muito numerosos os rios que terminam por delta ou estuario: a maior parte
delles desemboca simplismente por uma fóz.
Os deltas são de grande utilidade á vida do homem; os detrictos por elles formados são
geralmente de grande fertilidade; por isso os deltas alimentam quasi sempre uma população
densa e constituem centros de notoria civilisação. Os rios nas proximidades dos quaes se
fundam as grandes cidades, não ser-
-21-
vem somente de grandes vias de communicação que facilitam pela navegação fluvial, a
circulação dos productos; mas tambem regam o solo, tornam fecundos os campos,
enriquecendo-os com os seus detrictos; suas allaviões, dão vigor á paisagem e espalham, em
summa, por toda parte, a fertilidade, a frescura e a vida.
-IV-
A BOTANICA
A botanica é um dos ramos mais uteis e importantes das sciencias naturaes; investiga e
estuda desde a microscopica planta unicellular, que escapa aos nossos sentidos, até a arvore
gigantesca de nossas florestas seculares. É a sciencia que se occupa dos vegetaes, dos
representantes desse reino tão vasto e util ao homem, que lhe fornece a maior parte das
substancias de que se alimenta e quase todos os fios dos tecidos com que se veste. A medicina
ainda se utilisa muito delle no tratamento das nossas molestias.
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GRAMMATICA
Artigo é a palavra que serve para determinar ou indeterminar o substantivo.
Os artigos dividem-se em: definitos e indefinitos.
São definitos: e, a, os, as.
Indefinitos: um, uma, uns, umas.
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EXERCICIO ORAL
O livro. A sopa. Os peixes. Uns papeis. Umas luvas. As blaas. Os jarros. As pennas.
Uns lapis. Umas flores. Os tanques. As tribus. O anzol. Os anneis. As joias. Umas toalhas.
Uns jornaes. O calendario. As garrafas. Uns copos. Os phophoros. Os themas. As meninas. O
theatro. Um thesouro. A noute. Os dias. Umas chaves. O arrebol. As manhãs. Um bairro. Uma
cidade. Um bule. Os copos. Umas toalhas. As estrellas. Umas jarras. As tardes. Uma noute. O
sol. As arvores.
EXERCICIO ESCRIPTO
Alvorada. – lapis. – terras .– flores. – noute .– dia .– rosas .– palmeiras .– jarro. –
paredes. – macacos. – sardinha. – moças. – trevo. –laranjeira. –pitangas .-assucena.- meninos
.– goiabada. – funil. – monte .- serras.-creanças.-homens.- orações. – mulheres. –arvore.- rei.
– lobo .- almirante. – captães. – maçãs. – fome.-cinema .- paes .– capital. – creados. –
doutores. – senhoras. – jovens .– canteiros. – aguas. – licção .– chapéo. – lenço. –
orthographia .– ramagem.
Nota: O alumno collocará em lugar do travessão os artigos definitos e indefinitos, concordando com os
substantivos declarados no exercicio.
Ex: A alvorada, o lapis, as terras, umas flores,etc.
-23-
No quadro negro
O alumno repetirá o exercício acima, classificando os artigos.
EXERCICIO DE REDACÇÃO
Ir o Antonio para a escola. No caminho encontrar um grupo de meninos vadios que o
convidam para o gazeio. Não acceitar o convite porque é um menino exemplar. Os collegas
vadios zombaram do Antonio. Não lhes dar ouvido e seguir para a escola. Nesse dia obter
notas optimas e voltar para casa muito contente. No caminho encontrar de novo os
companheiros. Um delles ia nos braços de um policia, com a cabeça rachada. Os outros,
tristonhos, seguirem o doente. Envergonharem – se todos ao verem Antonio que vae contente
para casa.
Nota: Com estes elementos compor uma historia.
DICTADOS
- I –
ESCRIBAS
Nome dado primeiramente aos secretarios dos reis de Judá e a certos intendentes de exercito
judaico; mais tarde essa denominação foi applicada aos doutores que ensinavam a lei de
Moysés e a explicavam
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ao povo. Faziam cousa commum com os fariseus, dos quaes compartilhavam os principios e a
antipathia contra os inovadores; eis por que Jesus os confundiu na mesma reprovação.
-II-
O SAL
O sal é extraido das aguas do mar por meio de salinas, que são grandes tanques d’agua
salgada. Tambem se extrahe o sal de certas fontes salgadas-cuja origem é divida
provavelmente á visinhança de alguma camada de sal-gemma por meio da evaporação.
Mas o mar, depois as minas de sal-gemma, é que fornece maior quantidade de sal para
o consumo.
O calor do sol faz evaporar a agua pouco a pouco e o que resta é uma camada
crystalina que se retira com o auxilio das pás.
-III-
LIBERDADE
A liberdade é o poder de operar por si mesmo o idéal ou a perfeição da Liberdade é o
conhecimento da lei do seu sêr, com o poder de executar esta lei: semelhante liberdade só
Deus possue. O homem é um ser imperfeito e fallivel; tambem muitas vezes infringe a lei de
sua natureza; demais a maior parte
-25-
de suas determinações são o resultado de uma escolha entre dois partidos; é por este motivo
que a liberdade humana recebe propriamente o nome de libre arbitrio.
-IV-
A VONTADE
A vontade acha-se sob o imperio de uma lei; o homem tem o dever de observar esta
lei, e por seu livre arbitrio o poder de violar. E’ isto o que distingue a Liberdade da
independencia, com a qual confundem-n’a a maior parte das vezes. A independencia consiste
e não estar submettido a nenhuma lei; o livre arbitrio é o poder de violar a lei que se tem por
dever observar, de sorte que o livre arbitrio só existe havendo uma lei, emquanto que a
independencia a não admitte.
A liberdade não é susceptivel de gradações, é uma e simples em sua essencia. Foi dada
ao homem como o complemento da Razão, afim de que, conhecendo e amando o bem,
pudesse elevar-se por si mesmo na senda que Deus lhe mostra. Em consequencia de nosso
livre arbitrio, diz Bossuet, quando praticamos o bem ou o mal, somos dignos de louvor ou de
censura, de recompensa ou de castigo, e é o que se chama merito ou demerito.- A.
PELLISSIER, professor da Universidade de Paris.
__________________ (Curso completo de philosophia).
NOTA- Os execicios de copia devem ser multiplicados a vontade pelo professor que escolherá trechos
apropriados ao adiantamento dos alumnos, preferindo sempre os melhores escriptores.
-26-
A VIDA
(COPIA)
A vida é uma escola da qual ninguem está excluido, e depende de cada um receber
Fecundo ensinamento. A vida é tanto mais instructiva quanto é mais real, quanto mais nos põe
em contacto com os outros, pedindo-nos mais esforços e impondo-nos mais provas. A vida do
operario não é uma vida artificial; nada lhe é poupado. Desde a infancia elle conhece a lei do
trabalho, aprende que a existencia se conquista, assiste ao espectaculo das paixões
humilhantes e brutaes, e nellas descobre que não se commette uma falta que se não pague.
Apenas sae da infancia, elle depende de si mesmo; tem a iniciativa de sua conducta e é
exposto às tentações; ahi, elle succumbe, ergue-se ou abate-se, sua fraqueza ou sua coragem
decidem de seu destino. O uso dizer que ahi está uma experiencia seria da vida, sobre a qual
se deve reflectir para obter-se a gravidade do problema moral.
EXERCICIO ORAL
O ho_em tim_do é um réu de su_s pro_rias f_ culdades. Ser pert_rbado pela ra_ão, é
não es_ar bem de posse d’_lha. Dest_rrar os vici_s é o principal p_asso para a vir_ude. Os
vi_ios e de_eitos são como as espumas; por m_is que se queiram occultal_as se mani_estam
na superfi_ie. A m_ntira e o erro es_ão sempre naquelles que m_is gri-
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tam o blasonam. A no_resa e o sentimento mo_tram-se com as b_oas acções. A característica
da m_entira é a hypocrisia. A v_da é uma serie de l_ções; muitos são di_igentes em apredel-as
e t_rnam se p_ros, e s_ bios e felizes; outros são ne_ligentes e ficam em im_uros e infelizes.
Nota: O alumno substituirá os traços pelos phonemas que faltam.
EXERCICIO DE REDAÇÃO
A FOME
A fome natural é uma necessidade? (É um dos poderosos agentes do progresso
humano). Como assim? (Porque, se não tivessemos necessidade de alimentarmos o corpo para
viver, seriamos indolentes, e a Terra não teria o movimento da vida que lhe dão o commercio
e a Agricultura). Se não tivessemos necessidade de procurar o alimento, a que estariamos
reduzidos? (A’condição dos irracionaes). Temos o dever de trabalhar para comer? (Esse dever
é nos imposto pela nossa propria Razão que nos apresenta a superioridade do nosso ver pela
faculdade de raciocinar; assim conhecemos que as nossas necessidades differem das dos
animaes inferiores). É a fome, como fragello será uma necessidade? (Ainda o é, pois impelle
com mais vigor o homem a trabalhar pelo seu melhoramento material, e ao mesmo
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tempo desperta os sentimentos de humanidade que ficariam esquecidos se a felicidade fosse
geral.
NOTA:_ O alumno redigirá o exercício fazendo desapparecer as interrogações.
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GRAMMATICA
Genero é a propriedade que tem o substantivo de indicar a que sexo pertecem os seres.
Os generos são dois: masculino e feminino.
O homem e todos os animaes do mesmo sexo pertecem ao genero masculino: Antonio,
Raul, gato, condor.
A mulher e todos animaes do mesmo sexo, pertencem ao genero feminino: Maria,
Isabel, leôa.
A propriedade da linguagem exige um sexo, embora ficticio, para os seres inanimados
e abstractos. Assim dizemos que pertecem ao genero masculino: dia, baile, jardim, sol; e ao
genero feminino: casa, amizade, janella, fantasia, etc,
Todo o substantivo determinado pelo artigo o pertence ao genero masculino.
Todo o substantivo determinado pelo artigo a pertence ao genero feminino.
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EXERCICIO ORAL
Jonas. Maria. Gato. Flor. Homem. Menino. Cão. Parede. Quadro. Mappa. Professor.
Alumna. Caderno. Banca. Banco. Jornal. Livro. Tinteiro. Rosa. Agua. Ceo.
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Lirio. Rio. Ouro. Esmeralda. Lago. Prata. Prato. Lar. Alvorada. Crepusculo. Rei.
Rainha. Theatro.
NOTA_ O alumno lerá o exercicio indicando quaes os nomes que pertencem ao genero masculino e os
que pertencem ao feminino.
EXERCICIO ESCRIPTO
O alumno escreverá o exercício acima, collocando os artigos.
No quadro negro
O professor exigirá que o alumno escreva exemplos proprios, referentes aos dous
generos.
EXERCICIO DE REDACÇÃO
Caro Paulinho:
Meus votos de felicidade.
Tenho estado apprehensiivo porque soube que andavas doente. Mamãe me escreveu
hontem dizendo que o teu estado não inspirava cuidado; mas a ausencia augmenta tudo o que
nos fala ao sentimento; eis por que estou melancolico desde que soube da alteração de tua
saude. Escreve me, Paulinho. Uma cartinha escripta por ti, seria bastante para que me voltasse
a alegria e o praser de estudar, como outr`ora.
Aguardo ancioso a tua resposta.
Beija por mim a mamãe e o papae; e a cada um dos nossos irmãozinhos trasmitte o
osculo que lhes envio
-30-
do meu quarto collegial. Adeus. Crê sempre no affecto que te devota.
O irmão ausente.
LUCIANO.
NOTA- O alumno responderá esta carta, procurando ser tão affectuoso quanto Luciano.
DICTADO
A America é um dos continentes em que os geographos dividiram a terra. E’ na
America do Sul que se acha o Brasil, a nossa cara patria. Elle tem uma população densa,
intelligente e culta; são immensas as suas fronteiras, pois confina com todos os paizes da
America do Sul, excepto o Equador e o Chile.
Dotado de amenissimo clima, o Brasil ufana se de possuir terrenos mui productivos,
tornando-se admiravel, em muitos pontos, a sua fertilidade. Possue, na parte hydrographica,
duas notoriedades: o rio Amazonas e a cachoeira de Paulo Affonso.
__________________
GRAMMATICA
Numero- são dois os numeros grammaticaes: singular e plural.
O numero singular indica apenas um ser. Ex: rua, casa, copo, sobrado.
O numero plural indica mais de um ser. Ex: ruas, casas, copos, sobrados.
A regra geral para a formação do plural é o accressimo do s.
(O professor explicará todas as excepções desta regra.)
-31-
EXERCICIO ESCRIPTO
Bolas – Leques – Jardins – Bens – Males – Papeis –Lençóes – Pires – Lapis- Funis –
Appendices - Callices – Anões – Mãos – Corações – Irmãos – Christãos -Cidadãos –
Allemães – Cães – Anciões – Charlatães – Capellães – Sacristães – Bençãos – Orgãos –
Sotãos – Rabãos - Ruffões – Tabelliães - Vulcões – Violões – Flores – Raizes – Felizes –
Matinez – Odores – Licores – Jornaes – Anzoes – Paues.
NOTA: O alumno disporá numa columna o singular de todas as palavras do exercicio, e noutra columna os
pluraes respectivos.
No quadro negro
O professor escreverá em columna diversas palavras no singular, e o alumno escreverá
o vocabulo correspondente no plural, separando-os por um traço.
EXERCICIO ORAL
A lei é o apoio do cidadão. A irmã do meu pai é minha tia.
O avô de minha mãe é meu bisavô. O sol é astro do infinito.
O jornal defende o direito do povo. Tambem o lirio nasce no paul. O brejo exhala
miasma. O anil empresta á fazenda o seu bello azul. O pires acompanha a chicara. O calix é
de vidro. A filha de tia Helena é a mais formosa de minhas primas.
_____________
Nota: O alumno passará para o plural todas as phrases do exercicio: Ex: “As leis são o apoio dos
cidadãos”. Depois repetil-o-á por escripto.
-32-
EXERCICIO DE IMAGINAÇÃO
Narrar o caso de um alumno que ficou preso na escola por ter praticado uma maldade. Dizer
que o mal acarreta uma serie antipathias sobre quem o pratica. Salientar o conselho que o
professor deu ao alumno perante toda aula. Falar sobre o arrependimento do alumno e suas
promessas de corrigir-se
_______
GRAMMATICA
Adjectivo é a palavra que serve para qualificar ou determinar o substantivo. Divide-se
em qualificativo e determinativo.
O qualificativo modifica o substantivo indicando alguma qualidade. Ex.: bom, amavel,
azul.
O determinativo modifica o substantivo indicando alguma circumstancia. Ex.: meu,
este, aquelle, nenhum.
____________
EXERCICIO ORAL
A lição de grammatica é_. A casa de esquina é_. O sapato de Alice é_. A lição de Genura é_.
O chapéo de Leoncio é_. Minhas meias são_. Meus livros são_. Que lição_! Que_ menina! A
pera está_ A laranja é_. A toalha é_. Eu sou_ marina é_ menina.
_______
NOTA_ O alumno substituirá o travessão pelo qualificativo conveniente. Ex: “ a lição de grammatica é difficil.
-33-
EXERCICIO ESCRIPTO
Livro util- Este quadro. Meu livro. Luvas brancas. Casa grande. A lição de Pedro foi
boa. O jardim de minha casa é bonito. Alzira é uma menina estudiosa. As meias da Didi são
azues e as minhas são vermelhas. As paredes são claras. Essa menina é travessa. Teu lapis
risca encarnado. Aquella penna é boa. A lição de Aurelio foi soffrivel. A boneca de Lulú tem
os olhos azues. Teu jardim está sem flores. Minha tia é melancolica. A creança é loura, e o
padrinho é moreno. Nosso pae está velho. A verdade acompanha os homens criteriosos; a
mentira vive ao lado dos lisongeiros. O laço dos cabellos de Judith é verde; mas o vestido é
branco. O sol é um astro luminoso.
NOTA- “O alumno sublinhe os qualificativos em casa; e na escola, depois de ter mostrado o exercicio, o mestre o fará sublinhar os determinantes, em sua presença”. Este exercicio deve ser repetido.
No quadro negro
O alumno escreverá alguns qualificativos e depois os determinantes. O professor
ensinará a divisão dos determinativos, mandando escrever em columnas os possessivos,
demonstrativos, numeraes,e infinitos. Cada alumno copiará no caderno a lição do quadro
negro para repetil-a oralmente.
_________________
-34-
GRAMMATICA
Os adjetivos qualificativos possuem tres graus de significação. Ex.:bom, melhor,
optimo.
Os comparativos são três: de superioridade, de igualdade de inferioridade.
O comparativo de superioridade forma se com anteposição do adverbio mais ao
positivo. EX.: mais bello.
O comparativo de inferioridade forma_se com a anteposição posição do adverbio
menos ao positivo. Ex.: menos bello.
O comparativo de igualdade forma_se com a anteposição do adverbio tão ao
positivo. Ex.: tão bello.
Dois são os superlativos: absoluto e relativo.
O superlativo absoluto forma-se com a anteposição do adverbio muito ao positivo.
Ex.: muito bello.
Forma-se tambem syntheticamente com as terminações issimo, imo, etc. ex.:
bellissimo, húmillismo, etc.
O superlativo relativo forma-se com a anteposição dos adverbios mais ou menos,
precedidos de artigo. Ex.: o mais bello e menos bello.
NOTA- Quando o alumno souber correctamente distinguir os comparativos e superlativos, o professor ensinar-
lhe-á a conhecer os adjectivos que formam irregularmente os comparativos e superlativos, e as formas synthetica
e analytica de diversos comparativos e superlativos.
-35-
EXERCICIO ORAL
Salubre- Agradavel- Util- Magnifico- Sagrado- Bom- Mau- Grande- Pequeno- Feliz- Regular-
Formoso- Trivial- Nobre-Rico- Amavel- Azul- Pobre- Generoso- Provavel- Sabio- Estrellado-
Resplandecente- Confuso- Seguro- Luminoso- Alvo- Escuro- Claro- Commum- Raro-
Humilde- Melancolico- Alegre- Triste-Saboroso- Gentil- Miseravel- Infinito- Eterno-
Innumeravel.
NOTA- Formar os comparativos e superlativos, oralmente; depois, por escripto, formando columnas.
O professor explicará porque os tres ultimos adjectivos não admittem comparativos e superlativos.
No quadro negro
O vestido de Clara é mais bello do que o meu. A caneta de Julia é menos feia que a de
Alberto. O livro de Aurea é belissimo.
NOTA- Imitando essas phrases, o alumno comporá exemplos que escreverá, indicando os diversos graus de comparação dos adjectivos.
__________________
GRAMMATICA
O adjectivo não tem genero; diz-se uniforme ou biforme.
Uiniforme é o adjectivo que não muda a terminação para concordar com o
substantivo. Ex: Triste, gentil, humilde.
Biforme é o adjectivo cuja terminação varia. Ex: lindo, esplendido, luminoso.
-36-
EXERCICIO ESCRIPTO
O alumno repetirá o exercicio oral que serviu para a formação dos comparativos,
pondo numa columna os adjetivos uniformes e noutra os biformes.
AS ABELHAS
(COPIA)
As abelhas vivem em liberdade nos bosques; uma familia de abelhas chama-se um
enxame. Nós tomamos o mel e a cera que ellas fabricam para si; encerramol-as em casinholas
que chamamos colmeias. Ha em cada colmeia uma abelha mestra que não faz mel e cujo
unico mister é pôr óvos. As outras abelhas são as operarias, produzem mel e cera e cuidam
das pequenas larvas. O pae é o zángão; é mais gordo e mais bonito; tem varias côres e zumbe
ao voar; elle tambem não faz mel.
As abellhas nutrem-se de flores. Fazem á vontade mel e cera com o nectar perfumado
que encontram nas flores. Quanto mais odorosa são as flores, melhor é o mel.
EXERCICIO DE REDACÇÃO
A SÊDE
O que é mais terrivel? a fome ou a sêde ( A sêde. Poderiamos passar algumas semanas
sem alimento solido, mais sem beber, não resistiriamos. Não ha
-37-
uma sêde mais terrivel do que a sêde natural?) A embriaguez, que é uma sêde falsa e que não
podemos sacial-a, bebendo. (Qual a causa da embriaguez?) O habito de beber licores fortes,
vinho ou cerveja, em excesso; estas bebidas desarranjando o estomago, produzem esta sêde
falsa que se torna verdadeira molestia. (Que se deve fazer para restituir a saude ao bebado?)
Depende principalmente delle: renunciar a esses liquidos irritantes, fazer uso de alimentos
saudaveis e bebidas refrigerantes. (Porque é insensato embriagar-se?) Porque a embriaguez
destróe a saude, envenenando o sangue; aniquila a fortuna e o caracter; é uma verdadeira
ruina physica e moral.
NOTA- “O alumno redigirá o exercicio, fazendo desapparecer as interrogações”.
DICTADOS
-I-
O DESENHO
Hoje, que a calligraphia caminha a passos agigantados para o grupo das artes
absolutas, que a propria escripta commum cede o passo á machina de escrever, o desenho,
essa escripta universal, de linguagem morphologica, não pode deter-se diante das exigencias
que lhe tomam o tempo da execução, diante do aprimorado de seus detalhes, da nitidez e rigor
de seus traços.
-38-
O desenho é ou deve ser um instrumento de utilidade pratica e apto a ser manejado por
todos. Deve ser intelligivel e correcto, como pode ser a escripta commum, que, sem cunho
artistico, sem belleza alguma, sem ser calligraphica, traduz com precisão o pensamento. -
Prof. Dumont.
- II –
A RENASCENÇA
Dà se o nome de Renascença à grandiosa transformação, preparada mas não bem
comprehendida durante a idade media, que no seculo XIV, se operou nas artes e letras,
baseada na enthusiastica imitação dos primorosos modelos artísticos e literarios dos gregos e
romanos. A Renascença foi iniciada na Italia, durante o seculo XIV, porque o povo italiano
nunca perdera de todo a admiração e o enthusiasmo pelos monumentaes productos da arte e
da literatura grego-romano, e porque era nas glorias do passado que retemperava o espírito
para a lucta.
- III –
MORAL INDIVIDUAL
Sêr intelligente, o homen conhece o bem; sêr livre, pode e por consequencia deve
pratical-o. Ora, este bem para elle é o respeito e o desenvolvimento
-39-
de sua natureza no que a distingue dos animaes.
E’ preciso viver no que é immortal e fazer tudo o que convem á parte mais elevada de nosso
sêr; pois, se bem que esta parte seja pequena em quantidade, excede em qualidade e em
dignidade a tudo o mais...-
Aristoteles.
-IV-
A MORTE DO CARVALHO
E’ morto o grande carvalho, o rei da floresta. A fouce do lenhador abateu-o na clareira
onde elle se erguia solitario e magestoso. Que perda para uma muldidão de seres! Quem,
agora, protegerá contra os rigores do sol e da neve as violetas e os lirios que cresciam á sua
sombra? Eis, agora, descobertas as covas onde os esquilos e os mochos se occultavam e
guardavam suas provisões de inverno. Adeus, glandes que o porco faminto devorava pelo
outomno! Adeus, folhas seccas que depois de terem affrontado ao frio e a tempestade,
desprenderam-se, enfim, na primavera e foram adubar o terreno visinho!
E’ morto o carvalho.- Georges Renaw.
EXERCICIO ORAL
Q-em pro-ege os pas-arinhos e os s-pos protege sua -orta. Quem c-ltiva f-ores ama o b-lo.
Geada na l-ma é chuva na c-ma. O homem p-obo traz a ca-.
-40-
beça le-antada. Não –ombes de quem é i-norante. O B-sil é um dos pa-zes que pri-eiro ado-
taram os sel-os do cor-eio. Vi-amos con-orme a Na-reza. O des-ino con-uz quem se abandona
e arrasta –uem resiste. Tr-mpha-se pela co-agem que luta e não p-la co-ardia q-e recúa. Se vi-
eis entre pes-oas que abençoam a v-da, não tar-areis a abençoar a v-ssa. To-os são a-égres qu-
ndo têm paz. Tra-alha e o t-dio não te perseguirá. As g-andes dores pro-uzem uma es-ecie de
anesthesia. Es-erar é a u-ica solução das grandes des-racas. E’ p-la educação das mu-res que
se deve co-eçar a dos h-mens.
EXERCICIO DE REDACÇÃO
A SAÚDE
Devemos cuidar de nossa saúde? (tanto quanto nos for possivel, afim de cumprirmos
nossos deveres e não sermos pesados aos outros). Todos temos obrigação de trabalhar? (Deus
não nos creou para sermos ociosos, e Elle proprio nos dá o exemplo nesse trabalho incessante
da Natureza). Que acontece aos que não trabalham? (Adoecem, pois o trabalho é a causa
principal da saúde). Todos trabalham do mesmo modo? (Uns trabalham com as mãos, outros
com o cerebro; mas, se não tivermos saúde, não poderemos trabalhar nem de um, nem de
-41-
outro modo). O que mais necessitamos para a conservação da saúde? (Alimentação de boa
qualidade e ar puro). E basta alimentação e ar para conservarmos a saúde? (O asseio, a
temperança, o exercicio moderado e o somno necessario, são accessorios de grande
importancia; e sobretudo, uma consciencia pura).
NOTA- O alumno redigirá o exercicio, retirando as interrogações. Ex: Devemos cuidar de nossa saúde,
tanto quanto mos for posivel, etc.
EXERCICIOS PHRASEOLOGICOS
Lindo. Ouro. Azul. Lirio. Bonito. Campo. Jardim. Casa. Flor. Luiz de Camões. Rio
Grande do Sul. Tapete. Automovel. Pedra. Bote. Maceió. Palacio.
___
Inverno. Ferro. Pobre. Luar. Caminho. Amigo. Paulo. Agua. Lagoa. Arco-ires. Cão.
Noite. Claro. Dia. Livros. Alma. Metro. Novembro. Outomno. Minuto. Abril. Domingo.
Quadrado. Bola.
____
Navio. Soldado. Viagem. Primavera. Policia. Janela. Vidro. Chá. Lousa. Cereja.
Mangueira. Zebra. Perdiz. Milho. Faisão. Arroz. Abelha. Bergamota. Cerveja. Manhã.
Laranja. Colmeia.
______________________
NOTA- Com as palavras do exercicio , o alumno formará phrases completas. Ex: “O cêo é lindo”. “O
ouro e um metal precioso”. “O mar é azul”.
O professor multiplicará os exercicios, a vontade, applicando-os ao assumpto das lições.
-42-
EXERCICIOS PHRASEOLOGICOS
Homem. Bom. Ver. Maria. Nobre. Justiça. Alagoas. Affeição. Pará. Innocente.
Felicidade. Jarro. O, a, os, as. Frio. Amargo. Belem. Brasileiro. Esplendido. Verão. Ruim.
_____
Exercito. Maresia. Gatarrão. Muro. Roseira. Casebre. Vós. Mesa. Cahir. Elles.
Arbusto. Aldeia. Campino. Amar. Vencido. Soldado. Optimo. Claro. Visinho. Ter. Formoso.
Santo.
_____
Meu. Rebanho. Central. Encantado. Industria. Orvalho. Cerejal. Prudente. Pomar.
Ondina. Opala. Teu. Generalissimo. Pessimo. Orador. Vosso. Merenda. Vencedor. Verde.
Menor. Celestial. Bondoso. Luiz. Carmem. Alagoas. Economico. Sensato. Edificio. Algum.
Exacto. Este. Carretel. Aquelle. Cultivar. Intelligente. Limalha. Parcial. Vinhedo.
NOTA- Com as palavras do exercício formar phrases grammaticaes.
Ex: “HOMEM é um substantivo commum”. “BOM é um adjectivo qualificativo, biforme”. “VER é um verbo
irregular, de 2ª conjugação.
GRAMMATICA
Pronomes são as palavras que dão a conhecer os seres, sem nomeal-os, indica-os
simplesmente. Os pronomes figuram nos descurso, como substantivos e como adjectivos.
Quando figuram como subs-
-43-
tantivos, chamam-se pronomes pessoaes; quando representam adjectivos, tomam o nome
genérico de adjectivos determinativos. Os pronomes representam as pessoas e as cousas
mencionadas no discurso. Quando representam as pessoas, denominam-se pronomes
pessoaes. E são: eu, tu, elle, Ella, no singular; nós, vós, elles, ou ellas no plural.
(Muitas vezes, os pronomes de 3ª pessoa referem-se aos objectos, o que reforça a
denominação de pronomes substantivos que receberam).
As diversas formas pelas quaes os pronomes pessoaes se apresentam no discurso,
denominam-se casos.
CASOS RECTOS
SINGULAR PLURAL
1ª pessoa- Eu
2ª pessoa- Tu
3ª pessoa- Elle,a
1ª pessoa- Nós
2ª pessoa- Vós
3ª pessoa- Elles,as
CASOS OBLIQUOS
SINGULAR PLURAL
1ª pessoa- Me, mim, migo
2ª pessoa- Te, ti, tigo
3ª pessoa- O, a, lhe, se, si, sigo.
1ª pessoa- Nos, nosco
2ª pessoa- Vos, vosso
3ª pessoa- os, as, lhes, se, si, sigo.
Os pronomes obliquos de 3ª. Pessoa chamam-se reflexivos.
As pessoas grammaticaes são tres:
1ª- a pessoa que fala
2ª- a pessoa com quem se fala
3ª- a pessoa de quem se fala.
-44-
Estas pessoas são representadas pelos pronomes pessoaes; eu, tu, elle, e seus
correspondentes no plural.
Alem destes pronomes, existem palavras e locuções que são verdadeiros pronomes da
3ª pessoa: fulano, sicrano, beltrano, você, vossa mercê, vossa senhoria, sua senhoria, sua
excellencia, vossa magestade, sua alteza, etc.
Pronomes adjectivos são os que, no discurso, substituem ao objecto mencionado,
desempenhado a funcção de adjectivos determinativos, dos quaes apenas variantes.
Os pronomes adjectivos clasificam-se em:
Demostrativos: - o, isto, isso, aquillo. Ex: ignoro o que sabes; isto é, ignoro aquillo que
sabes.
Conjunctivos ou relativos: - que, quem. Ex: Ha esperanças que nos encantam como se
fossem agradaveis realidades; isto é, ha esperanças as quaes etc. Assim fazem os ingratos a
quem os beneficia; isto é, assim fazem os ingratos a aquelle ou á pessoa que os beneficia.
Interrogativos: - que? o que? quem? Ex.: que desejas? o que pedes? quem bate ahi?
Indefinidos: - alguem, algo, ninguem, nada, outrem, tudo, quem quer que, cada qual.
Quando as formas pronominaes apparecem com a anteposição do artigo, ficam
substantivadas. Ex.: O tudo e o nada. – O seu a seu dono. – Havia um quê indivisivel
tristeza, (Assim nos ensina Grivet).
-45-
EXERCICIO ORAL E ESCRIPTO
Ao homem ousado, a fortuna lhe dá a mão. Toda energia se perde na ociosidade. Os
erros do medico, a terra os cobre. Quem manhãs ha, tarde ou nunca as perderá. Se não se fala
bem de ti, nem por isso deves falar mal dos outros. Os homens sacrificam tudo às paixões
quando a ellas se abandonam. Quem pede o illicito e o injusto, merece que lhe neguem o licito
e o justo. O bom julgador por si se julga. Não gasteis o vosso dinheiro antes de o terdes
ganho. Passarinho que na agua se cria por Ella pia. A agua é clara quando nenhum corpo
estranho a turva. Não dês o dedo ao villão que te tomará a mão. O tom da voz se eleva quando
a colera a domina. Somos nós muitas vezes a causa dos nossos males. Nunca queiras do teu
amigo mais do que elle quizer contigo. Nunca espere que te faça a teu amigo o que tu puderes.
J. de Portugal .
NOTA: O alumno lerá o exercicio classificando os pronomes que encontrar. Depois que souber indical-
os, sem o auxilio do mestre, escreverá o exercicio, fazendo a classificação entre parenthesis, na phrase.
EXERCICIO DE REDACÇÃO
A AGUA
Como sóbe a agua a superfície da terra? (Por meio dos espaços capillares.) Que são espaços
capillares? (Pequenos canaes que furam a terra em todos
-46-
os sentidos e recebem grande parte das aguas da chuva). O que pode servir de exemplo a essa
funcção de capillaridade dos terrenos? (Uma faixa de panno já usado, preso por uma
extremidade a um movel, tendo a outra extremidade dentro de um prato d’água, no chão. Em
pouco tempo, a agua subirá pelos pequeninos espaços que tém os fios da fazenda, ficando
molhada a faixa de panno). E’ assim que a agua subterranea sobe das camadas mais fundas
para a superficie da terra. Qual o fim dessa funcção? (Espalhar humidade em todas as
camadas do solo, humedecendo as raizes enxugar convenientemente a terra sem seccal-a, e de
tal modo que perca apenas a humanidade excessiva.
NOTA – O alumno redigirá o exercicio, retirando as interrogações.
AMERICA DO SUL (COPIA)
Basta percorrer com a vista a parte physica da America do sul para notar se quanto ella
é montanhosa, sobretudo na parte occidental, ao longo do litoral do Grande Occeano, por
onde corre a imponente cordilheira dos Andes a mais extensa e a mais alta da America,
crivadas de terriveis e elevados picos.
Pela parte oriental, encontravam – se varias outras cadeias de montanhas – as
chamadas serras do systema brazileiro, desprovidas de vulcões e muito menos importante que
a cordilheira andina, não só porque não alcançam as grandes altitudes desta, como por
-47-
que não se succedem num encadeiamento unico e continuo, como acontece com aquella.
O territorio da America do Sul é occupado por dillatadas planicies sobre as quaes
correm grandes rios que vão verter na larga e extensa orla littorania do Atlantico.
DICTADOS
-I-
OS MINERAES
O mineral é um ser inorganico,isto é,sem orgãos, substancia ou massa inerte extistente
no interior da terra. Seus caracteres essenciais são: substancia, fórma, peso especifico de
dureza. E os caracteres secundarios são: côr, brilho, transparencia, refracção, solubilidade,
fusibilidade, volubilidade, cheiro, sabor, e outros. Quanto á transparencia, os mineraes podem
ser: limpidos, diafanos, translucidos, opacos, conforme a maior ou menor espessura da sua
massa. Tem o nome de mineiro o metal misturado com terra ou rocha, que se extráe das minas
e que nellas se apresentam em filões ou massas.
-II-
A DOR MUDA
Franções Coppé, nos versos celebres, deixou-nos uma imagem viva da dor muda. Elle
mostra-nos o
-48-
grande Captivo de Santa Helena durante a leitura de uma carta que um soldado perdera, e um
official encontrara no chão. A carta era da esposa do soldado que ficara em Inglaterra com seu
filhinho e dava-lhe noticias do lar ausente. O official via bem que cada uma de suas palavras,
tão simples, despertava a’ alma do imperador tristissimas lembranças. Mas o homem de
vontade de ferro, disse: “Continuae!” Cada palavra penetrava seu coração com um punhal; em
breve a dor tornou se tão intensa, que o official quiz interromper a leitura. Então o imperador,
com a fronte nas mãos attingiu o abysmo do desespero. Olhava tristemente o retrato de uma
bella creança, “o Rei de Roma”, e abatido com a lembrança de seu filho que não podia ver,
deixou cai uma lagrima!... Passou o resto do dia, pallido e silencioso.
-III-
SENSIBILIDADE
A pallavra Sensibilidade é uma daquellas que a psycologia desviou de sua acepção
usual; na língua vulgar significa a faculdade de conhecer pelos sentidos. Em resumo a
Sensibilidade é a faculdade de amar e odiar; manifesta se por uma serie de phenomenos
parallelos: prazer, expansão, desejo, amor, pena, concentração, aversão, odio; dahi geram-se
todas as paixões. Temos sensibilidade physica e sen-
-49-
sibilidade moral. A physica refer-se as pernas e aos prazeres do corpo; a linguagem vulgar
denomina-se sensação, e a physicologia chama-se percepção externa.
A sensibilidade moral refere-se as penas e aos prazeres relativos ao espirito, e
representa um papel muito importante na vida moral. –A PELISSIER
- IV -
O DOURO
O Douro é bem carregado e triste! A sua corrente rapida, como que angustiada pelos
agudos e escarpados rochedos que a comprimem, volve aguas turvas e mal-assombradas. Nas
suas ribas fragosas raras vezes podeis saudar um sol puro no romper da aurora, porque o rio
cobre-se durante a noute com o seu manto de nevoas, e, atravéz desse manto, a atmosphera
embaciada faz cair sobre a vossa cabeça os raios de sol semi-mortos, quase como um frio
reflexo de lua sem calor de tocha distante. E’ depois de alto dia, que esse ambiente,
semelhante ao que rodeava os guerreiros Ossian, vos desopprime os pulmões onde muitas
vezes tem depositado já os germes da morte. – ALEX HERCULANO.
GRAMMATICA
Verbo é a palavra que exprime um facto.
O facto pode indicar: acção, estado ou qualidade.
Indicando acção – Eu estudo grammatica.
Indicando estado – Elle vive alegre.
Indicando qualidade – Tu és amado. (*)
________________
(*) GRIVET
-50-
Conhece-se que uma palavra é verbo juntando-se os pronomes pessoaes, eu tu elle ou
Ella; nos, vos, elles ou ellas. Ex: eu tenho , tu tens, elle tem, nós temos, vós tendes, elles têm.
Conjugar um verbo é recital-o ou escrevel-o em todas as suas flexões.
Tempos do verbo são as epocas de duração em que se realisa o facto.
São três essas epocas: presente, o passado e o futuro.
O presente é o momento em que a acção se realiza; ando, rio, estudo.
Passado é o tempo em que a acção se realizou: andei estudava, ri.
Futuro é o tempo em se ha de realizar a acção: andarei, rirei, estudarei.
Os tempos, quanto á forma, são simples e compostos.
Simples quando enunciados por uma só palavra: quero, queria, quizera.
Compostos quando formados com os verbos auxiliares ter e haver: eu tinha sido, elle
havia estudado.
Modos do verbo são as diversas formas que elle toma para indicar como se realiza o
facto.
Os modos são cinco: indicativo, condicional, imperativo, subjunctivo e infinito.
Os quatro primeiros chama-se modos finitos.
-51-
O indicativo indica o facto de um modo positivo: eu quero.
O condicional enuncia o facto dependendo de uma condição: Eu iria, se pudesse.
O imperativo enuncia o facto, com imperio, supplica ou desejo: Vae attende – me,
escuta.
O subjunctivo ou conjunctivo enuncia um facto subordinado a um verbo que
esclareça o sentido: Peço que cantes. Queria que me escrevesses.
O infinito enuncia o facto vagamente: Estudar,viver, suppor.
O infinitivo equivale a um substantivo; é o nome do verbo.
A sua forma representativa são as terminacões: ar, er, ir, or.
Cada uma dessas terminações forma uma conjugação distincta
Ha, portanto, quatro conjugações: a 1ª em ar, a 2ª em er, a 3ª em ir, a 4ª em or. Ex:
amar, viver, rir, e pôr.
Devemos distinguir nos verbos a desinencia ou terminação e o radical ou thema.
As desinencias são: ar, er, ir e or.
A parte que fica antes da desinencia é o que se chama radical. Ex: Estud-ar, venc-er,
part-ir, contrap-or.
Os verbos quanto a conjugação, podem ser: regulares, irregulares, impessoaes e
auxiliares.
-52-
Verbo regular é aquelle cujo radical não se altera: and-o, and-ava, and-arei.
Verbo irregular é o que soffre mudança no radical: faz-er fa-ço faz-ia far-ei.
Verbo impessoal é o que se conjuga somente na terceira pessoa do singular: Chove, néva,
fusila.
Os verbos impessoaes não têm sujeito, quer expresso quer occulto; e são impessoaes
todos os verbos que apresentem o facto sob a capa do anonymo.(*). GRIVET.
___________________
EXERCICIO ORAL
A flor está murcha.A casa é bonita. O predio é novo. A menia estuda. O passaro canta.
O papel é branco. A treva assusta. O silencio é profundo. A agua corre. O sol brilha. Elle
castiga as faltas. Maria é docil. Eu estou bom. Não admitto evasivas . O rei ama a justiça. Elle
pratica a caridade. Julia dá esmola aos pobres. Nunca faço desenhos. Anna canta e dança. Elle
escreve ao titio. Não tenho dinheiro. Hoje almoço peixe. Vou passear. Gosto muito de melões.
Apago a luz da sala. Quero ser instruido. Não entendo de pintura. Amo a verdade.
NOTA- O alumno lerá o exercicio em diversos tempos do verbo. Ex: “A flor estava murcha”. “A casa
era bonita”.
No quadro negro
O alumno construirá phrases affirmativas, negativas, interrogativas e admirativas, em
diversos tem-
________________
(*) GRIVET
-53-
pos dos verbos. Escreverá alguns verbos impessoaes.
O professor explicará quaes os verbos essencialmente impessoaes e quaes os que o são
accidentalmente. Escrever tambem alguns verbos regulares e irregulares, acompanhados de
definição oral.Escrever phrases com verbos auxiliares, impessoaes, etc.
PRELIMINARES
(COPIA)
Elocução é a expressão dos pensamentos, sentimentos e volições por meio da
linguagem falada ou escripta. Elocução grammatical é a exposição clara e correcta das
nossas idéas; e elocução literaria é a exposição clara, correcta, elegante e harmoniosa dos
nossos pensamentos. Dicção é a maneira de escrever, considerada quanto á escolha e
combinação das palavras e phrases, ou a maneira de falar, considerada quanto a nitidez e
harmonia das modulações da voz. Estylo é a linguagem propria, caracteristica do escriptor ou
orador, na qual se reflecte com mais ou menos intensidade o seu caracter e a sua alma.
Primitivamente, a palavra estylo significava ponteiro ou haste metallica para escrever em
tabuas, aguçado numa extremidade para traçar as letras, e achatado da outra para as apagar.
______
Redacção é a operação que consiste em coordenar e subordinar as idéas e os
pensamentos, e as palavras e as phrases necessarias para se exprimirem
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corrente e correctamente essas idéas e pensamentos. Estylistica e o conjuncto de regras que
dizem respeito ao estylo e as suas applicações ás diferentes especies de composições literaria,
dirigindo e aperfeiçoando as faculdades naturaes do escriptor ou orador.
Eloquencia é o dom natural de dominar os ouvintes, commovendo-os, deleitando-os
ou persuadindo-os. Rhetorica ou oratoria é o conjuncto de regras que dizem respeito á
eloquencia e as suas applicações ás differentes especies de discursos auxiliando o orador.
Logica é a sciencia do raciocinio ou a arte de pensar. Dialectica é a arte de racionar com
methodo, de argumentar ou discurtir. (Extr.)
EXERCICIO DE IMAGINAÇÃO
A MENINA CORTEZ
Conhheço bem a Mathildinha.
Morena, corada, cabellos pretos, é linda, muito linda. Seus paes a educam com esmero.
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............................................................................................................................
............................................................................................................................
............................................................................................................................
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NOTA- Aproveitando o trecho, compor uma historia, salientando os modos delicados da menina.
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GRAMMATICA
(PRELIMINARES)
Syntaxe é o estado das palavras combinadas para a expressão do pensamento.
Pensamento é um acto intellectual formando um juizo. Palavras soltas não constituem
pensamento.
O pensamneto consta de uma ou mais idéas.
Quando consta de uma só idéa, é representado apenas pelo verbo. Ex.: chove.
A palavra representa a idéa, a phrase representa o pensamento. A phrase de sentido
imcompleto denomin-se locução.
A phrase de sentido completo chama-se oração ou proposição
Periodo grammatical é a reunião de orações e ás vezes uma só oração formando
sentido completo e terminando por um ponto.
O periodo é simples ou composto.
Simples quando contem apenas uma oração.
Composto quando consta de mais de uma oração.
Oração ou preposição é a phrase constituida por uma ou mais palavras, contendo uma
declaração formal. São elementos essenciaes duma proposição o sujeito e o predicado.
Chamam-se essenciaes, porque sem elles não pode haver proposição.
Sujeito é a palavra as phrases que representa um
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ser do qual se atribue alguma cousa. Ex.: A caridade é uma virtude.
Predicado é a palavra ou phrase que representa alguma coisa attribuida ao sujeito.
Ex.: Os bons amigos são raros.
O sujeito e o predicado dizem-se logico e grammatical.
Sujeito logico é o que se apresenta acompanhado de modificativos.
Sujeito grammatical é o que apparece isolado.
Os termos que modificam o sujeito, chamam-se adjuntos attributivos. Ex.: O livro de
Paulo tem muitas estampas.
Suj. logico – o livro de Paulo
Suj. grammatical – livro
Adjunto attributivo do suj. – O
>> >> >> - de Paulo
Predicado logico – tem muitas estampas
Predicado grammatical - tem
EXERCICIO ORAL
O prado tem flores singelas. A casa do visinho tem um portão de ferro. Minha irmã
veste roupão. Tenho duas canetas. Maria tem bons livros. O livro de Amaro tem poucas
folhas. A cerveja tem sabor amargo. Meu tinteiro é de vidro. A rosa tem um perfume
delicioso. As estrellas brilham no azul. O
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passaro canta no ramo. Os peixes vivem n’agua. A chuva fertiliza as terras. Dois e dois são
quatro. A semana tem sete dias. As meninas brincam no jardim. Abril tem trinta dias. O anno
tem doze mezes. As flores de maio são lindas. A primavera tem muitos encantos. O estylo é a
alma do discurso. O estudo do desenho é agradavel. A vida do ocioso é um livro em branco.
NOTA- O alumno lerá o exercicio declarando o seguinte o sujeito, os adjunctos e o predicado de cada periodo.
No quadro negro
O alumno escreverá phrases próprias indicando o sujeito, o predicado e os adjunctos.
EXERCÍCIO ORAL
A v-dade é semelhante á l-z branca que se de-ompõem segundo as ne-ssidades de c-da
um e possa por co-rações as mais diversas s-m se diminuir. Se o que não faz-ndo n-da, faz
quanto pode, cumpre com o seu dever. Em m-tos casos os acc-sadores são mais im-uros que
os accusados. Tra-alho e re-ouso são in-ispensaveis p-ra a con-vação da forma a a-imal, ve-
etal ou mi-eral. Pa-a apreciar o v-lor real de cada objecto, deve o h-mem ap-ender a imital-o.
São mu-tos os que cuidam de s-a lim-eza phy-ica e aban-onam p-r com-leto sua beleza
interna. Sê o que a-quirires á c-sta de teu
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t-balho e c-m honra. Os –lhos são es-elho da a-ma. C-mpre o teu de-er a despeito de t-dos os
obstaculos. C-sa em que t-dos trabalham, são ha m-seria. Não mo-es dos aleijões de teu
proximo.
EXERCICIO DE REDACÇÃO
ASTRONOMIA
Quaes são os planetas que se acham mais perto do sol? (Mercurio, Venus, a Terra e
Marte).Quantos kilometros dista Mercurio do Sol? (Cincoenta milhões de kilometros e
completa sua revolução em 87 dias, 23 horas e 15’). Se as condições de vida, no planeta
Mercurio, forem iguaes ás nossas, qual a duração da existencia dos Mercurianos? (Deve ser
mais curta que a nossa). Qual o volume de Mercurio? (Menos de seis centesimos do da terra;
é o menor dos mundos do systema solar).Que me dizeis de Venus? (E’ um planeta visinho da
Terra, porem pouco conhecido dos astronomos devido ás dificuldades de observação.) E o que
se sabe de positivo a respeito? (Que é um planeta irmão do nosso., provavelmente formado
dos mesmos elementos). E Marte? (E’, como Venus, um planeta visinho da Terra; brilha
como uma gotta de sangue nas profundezas do céo). Marte é um planeta habitado? (Acha-se
numa situação tão favoravel quanto o nosso globo para ser habitado. Sua atmosphera sendo
menos densa, suas condições de vida differem das nossas; parecem
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mais delicadas, mais etherias). E a Terra? (E’ o planeta que nos serve de morada; um astro do
cêo, como os outros planetas; um globo de maneira opaca, semelhante a Mercurio, Venus, etc
não é caracterisado por nenhuma differença essencial ou privilegiada, relativamente aos
outros mundos do nosso systema).
NOTA- O alumno redigirá o exercicio, fasendo desaparecer as interrogações.
RECAPITULAÇÃO
(O alumno sublinhará com um traço os artigos definitos e com dous indefinidos,
passando as phrases para o plural.)
O céo e a terra. O mar e a flor. Um astro e uma rosa. Uma pedra preciosa. Um passaro
a voar. O peixe n`agua. O mar bravo. A onde branca. O lago azul. A voz canora. Uma ancião.
Uma perdiz. A dama nobre. Orei generoso. A planta util. Um rio claro.
No quadro negro
(Sublinhar os adjectivos qualificativos com um traço e com dous os adjectivos
determinativos.)
O café é uma bebida tonica. O perfume de rosa é agradavel. Meu pae é bom e minha
irma é formosa. A modesta é uma das mais bellas virtudes. Aquella menina é modesta e seu
irmão é vaidoso. Este prado
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era verde e o verão o deixou resequido. Essa creança é bonita e a sua mãe e muito carinhosa.
Vosso tio é caridoso e aquelle moço é avaro. Minha carteira é nova e o banco de meu primo
está muito velho. O enxofre é combustivel e medicinal. O amigo do vinho não é amigo de
ninguem. Todos devem amar as creanças. O cloro é um gaz esverdeado. A formiga é
previdente. O terreno é fertil. O garoto é malevolo. O limão é azedo e a laranja é doce. A
solidão é triste. O medo faz nervosas as creanças.
(O alumno sublinhará com um traço os substantivos proprios e com dous os communs
ou appellativos.
O carro de Pedro. As casas da rua do Prado. O moinho de vento. A costa d`Africa. O
mar das Indias. A cidade de Maceió. O Pello do gato. O imperio do Japão. A boneca de Zilda
e a bola de Alvaro. A tia Mariquinhas trouxe muitos presentes da Bahia e distribui-os quase
todos pelos sobrinhos. O céo do Brasil.
EXERCICIO GRAMMATICAL
(Collocar os pronomes pessoaes no lugar do travessão).
-vi dous passaros na roseira e – viste-os também. -deves amar teus irmãos e – tambem
devem amar-te.- carregou todos os seus livros. – não pensastes bem- não quiz obedecer-me.-
esperava que. – se arre-
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pendesse.-me enganaste. -dormi assim que – chegou. -não fizeste o café.-sae todas as tardes.-
saimos juntos aos domingos.-fizestes muito mal.- não gostámos da troca.- não fizeram o
negocio.-quebraste todas as minhas pennas e - rasgou meu caderno de exercicio.-sois muito
caridosos. - são tambem muito caritativos. - não julgaste benignamente. - fiz o que desejavas.-
rompestes o fato novo de Paulo e - chorou muito por isto. Não faças a outrem o que - não
queres que te façam a ti. Todos – somos iguaes perante Deus e todos – devíamos sel-o
tambem perante a lei.
EXERCICIO GRAMMATICAL
(Collocar os verbos em todos os tempos do Indicativo).
Sorrir. Atrahir. Dar. Morrer. Ter. Gritar. Penar. Soffrer. Passear. Gostar. Viver. Amar.
Chorar. Marcar. Poder. Valer. Ver. Vencer. Correr. Suppor. Contrapor. Cair. Soltar. Cantar.
Roubar. Sentir. Abençoar. Amenisar. Applaudir. Vir.
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O mesmo exercicio no modo condicional, no imperativo e no subjunctivo.
EXERCICIO GRAMMATICAL
(Fazer a concordancia dos adjectivos convenientes)
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Nossos Paes são... Nossos mestres são... Eu tenho quatro flores...Meu pae comprou
dous livros...Meu tio offereceu-me dous pares de meias...Eu comprei um vestido...e minha
mãe comprou duas luvas...Tenho cinco pennas...A flor estava...Estas rosas são...Todos os dias
de inverno são...
EXERCICIO GRAMMATICAL
(Escrever no plural)
Eu sou estudioso
Tu és amavel
Elle é benigno
__
Eu fui pequeno
Tu foste pallido
Elle foi estudante
__
Eu era pequeno
Tu era cruel
Elle era bonito
__
Eu fora docil
Tu foras triste
Elle fora gentil
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Eu serei alegre
Tu serás bondoso
Elle será docil
__
Eu acabaria de estudar
Tu serias justiceiro
Elle ficaria sentado
__
Eu digo alguma cousa
Tu digas o que fizeste
Elle diga o que é
__
Pediram-me que eu lêsse
Exigiram que tu fizesses
Quizeram que lhe fosse.
EXERCICIO DE IMAGINAÇÃO
I
Descrever a morte de uma arvore. Dizer o quanto ella era viçosa e robusta na epoca da
florescencia, falar dos passaros que a escolheram para occultar os seus ninhos. Dizer das
pedradas que os desoccupados lhe atiraram, do bem que ella fez e dos golpes de machado que
a derrubaram pouco a pouco. Dizer como feneceu.
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II
Descrever a escola no dia das ferias do fim do anno. Dizer do aproveitamento dos
alumnos, dos premios, da alegria dos que obtiveram approvações e da tristeza dos que não
estudaram.
III
Compor a historia de uma menina travessa que tinha o mau habito de ir á despensa
tirar escondido as guloseimas de que gostava e em dia, ingeriu um pedaço de doce onde, de
proposito haviam posto um conhecido vomitivo. Contar o resultado da gulodice e o quanto foi
proveitosa a lição correccional.
-IV-
Contar a historia de um menino que sendo filho de paes muito pobres, chegou a ser
grande homem porque se instrui e tinha um carcter modelar.
EXERCICIO DE INVENÇÃO
REFLEXÕES DE UM LIVRO VELHO
(O alumno desenvolverá o assumpto).
Passar um menino, com um livro estragado, sujo e cheio de borrões, por diante de uma
livraria. O livro lamentar-se, recordando o tempo em que es-
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teve tambem alli naquelle mostruario bonito e asseiado, esperando um destino bem differente
do que lhe estava reservado. Queixar-se da incuria do estudantezinho que não sabia zelar nem
aproveitar o que de bom e útil havia em suas paginas.
_____
REFLEXÕES DE UM CADERNO DE ESCRIPTA
(O alumno desenvolverá o assumpto)
O caderno jugar-se feliz porque o seu possuidor é cuidadoso e aplicado. Conversar o
caderno com outros cadernos menos felizes e compadecer-se do destino de seus companheiros
que não estão, como elle, cheio de notas optimas, bella letra, sem um borrão nem uma palavra
raspada.
REFLEXÕES DE UM QUADRO NEGRO
(O alumno desenvolverá o assumpto)
Dizer que é um quadro negro feliz; que foi arvore e como arvore deu sombra ao
trabalhador cansado, fructos aos famintos passarinhos e ás creanças da visinhança, deu lenha
para o fogão dos pobres e depois foi bater á porta de um artista que o transformou1
1 Não foi possível dar continuidade a frase, pois o final desta página está recortado.
-66-
está satisfeito porque continúa a ser util aos outros. Outtr`ora o fora materialmente e hoje o é
espiritualmente, facilitando as lições, as explicações do mestre, sendo o transmissor de
conhecimentos scientificos e literarios á caixa registradora dos cerebros infantis.
___
REFLEXÃO DE UMA PENNA
(O alumno fará por sua conta este exercicio e outros que o professor e o alumno
escolherão á vontade, imitando os tres exercicios acima.)
______
ADIVINHAÇÕES
Sou alvo e muito fragil. Algumas vezes apresento-me tambem em côres differentes.
Encontram-me sempre nas livrarias em bonitas caixinhas.
Os meninos estudiosos aproveitam-me em diversos exercicios escolares, e nos de
desenho sou indispensavel.
Os meninos rebeldes não sabem aproveitar-me: usam-me apenas em traços ridiculos,
figuras grotescas e rabiscos inuteis pelas calçadas da rua e pelos muros dos jardins.
Quem sou eu?
-Eu sou o giz.
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Eu vim do mar. Conheço as rochas, o furor das ondas. Sou muito porosa, e em todos os meus
poros penetrou o oceano de quem sou filha.
Arrancaram-me do seio das vagas para a habitação do homem, porque sou muito util
em qualquer casa. As escolas não me dispensam, e me encontrarão sempre junto do quadro
negro.
Como me chamo?
-Esponja
___
Minha patria são os terrenos das usinas. Nasci dos canaviaes cultivados com trabalho
pelos agricultores.
Fui seiva, caldo e mel. Depois crystalisei-me e vim para o commercio.
Toda a humanidade me procura e a todos sou muito util. Encontram-me em toda a
parte. E as crianças adoram- me quando me vêem transformado em bonbons.
Quem não sabe o meu nome?
- Chamo-me assucar.
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Imitando estes exercicios, as creanças escolherão de preferencia objectos escolares
para compor as primeiras adivinhacões.
VERBOS
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CONJUGAÇÃO DOS VERBOS AUXILIARES
TER HAVER SER
INDICATIVO
PRESENTE
S. Tenho Hei Sou
Tens Has E’s
Tem Há E’
P. Temos Havemos Somos
Tendes Haveis Sois
Teem Hão São
Preterito imperfeito
S. Tinha Havia Era
Tinhas Havias Eras
Tinha Havia Era
P. Tinhamos Haviamos Eramos
Tinheis Havieis Ereis
Tinham Haviam Eram
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Preterito perfeito
S. Tive Houve Fui
Tiveste Houveste Foste
Teve Houve Foi
P. Tivemos Houvemos Fomos
Tivestes Houvestes Fostes
Tiveram Houveram Foram
Preterito mais-que-perfeito
S. Tivera Houvera Fôra
Tiveras Houveras Foras
Tivera Houvera Fôra
P. Tiveramos Houveramos Foramos
Tivereis Houvereis Foreis
Tiveram Houveram Foram
Futuro imperfeito
S. Terei Haverei Serei
Terás Haverás Serás
Terá Haverá Será
P. Teremos Haveremos Seremos
Tereis Havereis Sereis
Terão Haverão Serão
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CONDICIONAL
Imperfeito
S.Teria Haveria Seria
Terias Haverias Serias
Teria Haveria Seria
P. Teriamos Haveriamos Seriamos
Terieis Haverieis Serieis
Teriam Haveriam Seriam
IMPERATIVO
Presente
S. Tem tu Há tu Sê tu
P. Tende vós Havei vós Sede vós
SUBJUNCTIVO
Presente
S. Tenha Haja Seja
Tenhas Hajas Sejas
Tenha Haja Seja
P. Tenhamos Hajamos Sejamos
Tenhaes Hajaes Sejaes
Tenham Hajam Sejam
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Preterito imperfeito
S. Tivesse Houvesse Fosse
Tivesses Houvesses Fosses
Tivesse Houvesse Fosse
P. Tivessemos Houvessemos Fossemos
Tivesseis Houvesseis Fosseis
Tivessem Houvessem Fossem
Futuro
S. Tiver Houver For
Tiveres Houveres Fores
Tiver Houver For
P.Tivermos Houvermos Formos
Tiverdes Houverdes Fordes
Tiverem Houverem Forem
INFINITIVO
Presente impessoal
TER HAVER SER
Presente pessoal
S. Ter Haver Ser
Teres Haveres Seres
Ter Haver Ser
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P. Termos Havermos Sermos
Terdes Haverdes Serdes
Terem Haverem Serem
Participio presente
Tendo Havendo Sendo
Participio passado
Tido Havido Sido
FIM