curso de operador de mÁquinas agrÍcolas

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1 CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS INSTRUTOR: PROF. FLÁVIO JOSÉ VIEIRA DE OLIVEIRA RESP. DISC. MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA ESTAGIÁRIO: DIEGO ALVES DE SOUZA ESTUDANTE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA CAMPUS III – JUAZEIRO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS

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CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Page 1: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

1

CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

INSTRUTOR: PROF. FLÁVIO JOSÉ VIEIRA DE OLIVEIRA

RESP. DISC. MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

ESTAGIÁRIO: DIEGO ALVES DE SOUZA

ESTUDANTE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIACAMPUS III – JUAZEIRO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS

Page 2: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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INDICE

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3

2 ESTRUTURA DO ABRIGO DE MÁQUINAS .................................................. 4

2.1 Custo ........................................................................................................... 4

2.2 Organização ................................................................................................ 4

3 MANEJO DE TRATORES AGRÍCOLAS ........................................................ 5

3.1 Segurança do operador ............................................................................. 5

4 O TRATOR AGRÍCOLA................................................................................ 11

4.1 Motor ......................................................................................................... 11

4.2 Embreagem ............................................................................................... 11

4.3 Caixa de mudança de marchas ............................................................... 12

4.4 Coroa, pinhão e diferencial ..................................................................... 12

4.5 Redução final ............................................................................................ 13

4.6 Rodados .................................................................................................... 14

5 MEIOS DE APROVEITAMENTO DE POTÊNCIA DOS TRATORES ........... 14

5.1 Sistema Hidráulico ................................................................................... 15

5.2 Barra de Tração ........................................................................................ 16

5.3 Tomada de Potência................................................................................. 16

6 LASTROS, BITOLA E PNEUS ..................................................................... 18

6.1 Lastros ...................................................................................................... 18

6.2 Bitola ......................................................................................................... 20

6.3 Pneus......................................................................................................... 21

7 MANUTENÇÃO CORRETIVA ...................................................................... 21

8 MANUTENÇÃO PREDITIVA ........................................................................ 21

9 PROCEDIMENTOS ADOTADOS NA MANUTENÇÃO PREVENTIVA ........ 22

10 IMPLEMENTO AGRÍCOLA ........................................................................ 29

10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................... 33

Page 3: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

3

INTRODUÇÃO

Máquinas Agrícolas são máquinas projetadas especificamente para

realizar integralmente ou coadjuvar a execução da operação agrícola.

O trator agrícola é uma máquina bastante complexa constituída por um

motor de combustão interna, vários tipos de sistemas de transmissões e

rodados, utilizado para realizar tarefas em diferentes locais e condições de

trabalho. Por isso, é muito importante adotar procedimentos adequados de

manutenção antes e depois das operações, de modo a evitar falhas no

funcionamento, o que poderia causar quebras e prejuízos.

Todo trator agrícola possui um manual de instruções e nele estão contidas

todas as informações necessárias para uma boa manutenção. É importante

que o operador leia atentamente o manual de modo a seguir os procedimentos

corretamente.

Page 4: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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ESTRUTURA DO ABRIGO DE MÁQUINAS

As máquinas e os implementos agrícolas possuem um custo inicial

elevado e requerem cuidados especiais, sobretudo quando estão inativas e

nessa situação, elas devem ser guardadas em um abrigo ou galpão.

Entretanto, se isso não for possível, precisam no mínimo estar cobertas com

uma lona que impeça a ação do sol, da chuva e de outros agentes nocivos.

Os motivos que levam o produtor rural à construção de um abrigo são os

custos e a organização.

Custo

Nos custos da produção agrícola está embutido o custo da depreciação

das máquinas e implementos, que é inversamente proporcional à conservação

das mesmas.

Organização

Um abrigo de máquinas pode auxiliar na organização e controle das

máquinas e implementos quando se tem grande número de tratores. Caso haja

poucas máquinas, a organização e controle podem ser realizados na própria

sede da propriedade. Neste controle pode-se avaliar o trabalho do conjunto

homem/trator/implemento, com o intuito de se conseguir a maior eficiência do

conjunto, assim como orientar quanto ao melhor momento de se realizar a

manutenção do trator/implemento.

A partir do momento em que se faça opção por construir um abrigo ou

galpão de máquinas na propriedade, deve-se estar atento e escolher o local

Page 5: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

5

mais adequado para a instalação. Os critérios como acesso, centralização,

disponibilidade de água e energia, topografia e segurança devem ser

considerados.

MANEJO DE TRATORES AGRÍCOLAS

O manejo dos tratores agrícolas, embora relativamente simples, sempre

exige maiores atenções e cuidados do que qualquer outro veículo automotor.

O tratorista deve presenciar a entrega da máquina ao comprador para

conhecer as características estruturais e funcionais do trator e também para

receber orientações técnicas de controle e manutenção.

Segurança do operador:

Alguns cuidados devem ser tomados pelo tratorista antes de iniciar o

trabalho, como:

Acesso ao trator: O acesso ao trator deve sempre ser feito pelo lado

esquerdo. Isto se deve ao fato de que os controles do hidráulico e os

freios estão localizados no lado direito, evitando assim, encostar

acidentalmente nos pedais e alavancas;

Não efetuar mudanças de marchas com o trator em movimento,

especialmente em descidas e tracionando cargas elevadas;

Page 6: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

6

Não se deve abastecer o tanque com o motor aquecido, em

funcionamento, ou próximo a chamas;

Para completar o nível de água do radiador deve-se desligar o motor ou

deixá-lo funcionando em ponto morto;

Page 7: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

7

Nunca se deve engraxar as peças próximas ao motor em

funcionamento;

Não ligar o trator em local fechado;

Antes de movimentar o trator, verifique se não há pessoas ou obstáculos

próximos;

Ajustar corretamente o assento do trator antes de iniciar os trabalhos

para que o operador acesse os controles com maior facilidade, tornando

a jornada menos cansativa e mais segura;

Page 8: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Ao fazer o acoplamento do implemento ao trator, deve-se impedir que

pessoas fiquem entre as máquinas;

O operador deve segurar firme o volante do trator e jamais dirigir com

apenas uma das mãos;

Nunca conduzir o trator em alta velocidade, pois ele foi projetado para

trabalhar a baixas velocidades;

Ao utilizar o trator para tracionar carretas com cargas pesadas,

mantenha os dois pedais de freio ligados pela trava;

Evite o transporte de pessoas na plataforma ou na barra de tração;

Page 9: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Evite subir ou descer do trator em movimento;

Não trabalhar com roupa larga ou camisa de manga comprida, a fim de

evitar que a roupa se prenda as alavancas ou a outras peças que

estejam em movimentam;

Não conduza o trator próximo a valetas ou barrancos;

Os freios devem ser acionados com movimentos suaves. Em caso de

deslizamento das rodas, usar os freios separadamente e procurar

manter o alinhamento do trator;

Quando o conjunto mecanizado (trator + implemento) é travado por

algum obstáculo, acionar o freio, colocar o motor em ponto morto ou

desligá-lo, antes de descer do trator;

Page 10: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Ao rebocar um outro trator utilizar sempre a barra de tração e nunca o

engate do braço superior (3° ponto);

Quando o trator estiver acionando um implemento através da tomada de

potência não se ficar perto da TDP. Os fabricantes recomendam o uso

de proteção para a tomada de potência;

Ao estacionar o trator, de preferência em terreno plano, usar sempre os

freios de mão e de pé e não esquecer de retirar a chave do contato.

Quando o trator estiver estacionado, os implementos acoplados no SLH

devem ser abaixados;

Ao trocar pneus não use macacos ou cavaletes improvisados;

O trabalho noturno só deverá ser feito em terrenos conhecidos.

Page 11: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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O TRATOR AGRICOLA

O trator agrícola é uma máquina projetada especificamente para realizar

integralmente ou coadjuvar a execução da operação agrícola.

Motor: Responsável pela transformação da energia potencial do

combustível em energia mecânica, na forma de potência disponível no eixo de

manivelas.

Combustível Diesel

Número de cilindros 1,3,4 ou 6

Rotação máxima 2400 a 2700 rpm.

Embreagem: Órgão receptor da potência do motor e responsável pela

sua transmissão à caixa de mudança de marchas, sob o comando de um pedal

ou alavanca acionável pelo operador (pedal de embreagem).

Page 12: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Caixa de mudança de marchas: Órgão mecânico responsável pela

transformação de movimento para o sistema de rodados do trator. É o

responsável pela transformação de torque e velocidade angular do motor,

sendo comandada pela alavanca de mudança de marchas.

Page 13: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Coroa, pinhão e diferencial: Órgãos transformadores e transmissores

de movimentos responsáveis pela transmissão do movimento da caixa de

mudança de marchas a cada uma das rodas motrizes; envolvendo uma

redução proporcional de velocidade e uma mudança na direção do movimento

de um ângulo de 90º.

Redução final: Órgão que transmite os movimentos do diferencial às

rodas motrizes com redução da velocidade angular e aumento do torque.

Page 14: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Rodados: São os órgãos operadores responsáveis pela sustentação e

direcionamento do trator, bem como sua propulsão, desenvolvida através da

transformação da potência do motor em potência na barra de tração.

MEIOS DE APROVEITAMENTO DE POTÊNCIA DOS TRATORES

Os primeiros equipamentos agrícolas utilizavam a potência do ser

humano e, durante o período dos séculos 19 e 20, os animais passaram a

fornecer a potência requerida para os equipamentos agrícolas. Porém, com a

necessidade de otimizar o trabalho agrícola aumentando a produtividade e

eficiência e reduzindo os custos, passou-se a utilizar máquinas com potência

fornecida por motores de combustão interna.

Os meios de aproveitamento de potência dos tratores são: Sistema

hidráulico (SH), Barra de tração (BT) e Tomada de potência (TDP).

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A - Sistema de levante hidráulico;

B – Barra de tração;

C – Tomada de potência.

Sistema Hidráulico (SH)

Usado para o levantamento e abaixamento de máquinas e implementos,

aciona o levante de 3 pontos, controle de ondulação e controle remoto.

Levante de 3 pontos

Usado para o acoplamento de implementos ao trator, é constituído de:

1° ponto (braço esquerdo);

2° ponto (braço direito);

3° ponto (braço superior);

Braços intermediários (movimentam o 1° e 2° ponto)

Correntes estabilizadoras.

O levante de três pontos possui os comandos de:

Posição: comanda o levantamento e o abaixamento

Profundidade: ajusta a profundidade de corte dos implementos que trabalham

abaixo da superfície do solo

Reação: controla a velocidade da queda dos implementos (rápida e lenta).

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Controle de ondulação

Controla automaticamente a profundidade de trabalho de acordo com a

superfície do solo. O controle de ondulação é acionado pelo movimento do 3°

ponto.

Controle remoto

Usado em implementos reversíveis (equipamento dotado de cilindros

hidráulicos).

Barra de Tração (BT)

A potência na barra de tração está sujeita a perdas de até 50% em

relação a potência nominal e até 30% em relação à TDP (em condições de

campo). Estas perdas são devidas principalmente à altitude, temperatura,

declividade e superfície do solo.

A barra de tração é montada abaixo do eixo das rodas traseiras,

aumentando a aderência das rodas dianteiras no solo, diminuindo a patinagem

com o aumento de peso.

A barra de tração pode ser:

Fixa: Usada quando se usa simultaneamente a BT e TDP ou carretas

(mas pode haver deslocamento lateral)

Oscilante: Usada principalmente em implementos para o preparo do

solo.

Tomada de Potência (TDP)

Dispositivo com maior eficiência de aproveitamento da potência do

motor, em forma de rotação, para máquinas acopladas no trator, através de um

eixo extensivo com uma junta cardan nos dois extremos. As perdas são

Page 17: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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somente no sistema de transmissão (acoplamento do eixo da TDP com a

entrada da caixa de marchas do trator).

A localização mais comum do eixo da TDP é na parte posterior do trator,

mas alguns modelos têm eixos de TDP em outras posições, como na parte

frontal, por exemplo.

A velocidade de rotação e as dimensões da TDP foram padronizadas para

fornecer a capacidade de interligar equipamentos de diferentes fabricantes.

Atualmente, existem três tipos de eixos:

Tipo 1: eixo com diâmetro nominal de 35 mm e com 6 estrias. Sua

velocidade de giro é de 540 rpm e é a mais comumente usada. Esta

TDP é usada em tratores com até 65 cv de potência no eixo a

velocidade nominal do trator.

Tipo 2: eixo com diâmetro nominal de 35 mm e com 21 estrias. Sua

velocidade de giro é de 1000 rpm e é aplicada em tratores com

aproximadamente de 60 a 160 cv de potência na TDP.

Tipo 3: eixo com diâmetro nominal de 45 mm e 20 estrias. Utilizado em

tratores com potência no eixo na faixa de 150 a 250 cv e sua velocidade

de giro é de 1000 rpm.

Os primeiros tipos de TDP eram movidos pela transmissão do trator e

paravam de girar sempre que a embreagem da caixa de marchas era

desengatada. Atualmente, os tipos de embreagens podem ser:

Page 18: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Dependente: a TDP é movida pela transmissão do trator, ou seja,

interrompe o giro da TDP sempre que a embreagem da caixa de

marchas for desengatada;

Independente: controlada pela sua própria embreagem, ou seja,

permite parar e arrancar novamente o trator sem interromper o

funcionamento da TDP;

Duplo Estágio: embreagem dupla, ou seja, no primeiro estágio a

transmissão é cortada do motor para caixa de marchas e no segundo

estágio da caixa de marchas para o implemento.

LASTROS, BITOLA E PNEUS

Lastros

O lastreamento dos tratores agrícolas consiste em colocar pesos no

trator, com os objetivos de aumentar a estabilidade, a aderência (diminuindo a

patinagem) e a capacidade de tração dos tratores (transferência de peso – TP).

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Distribuição do peso no trator:

Modelo do

trator

Eixo do trator Equipamento

Arrasto

Semi-montado Montado

(3º ponto)

4x2 Dianteiro

Traseiro

25%

75%

30%

70%

35%

65%

4x2 –TDA

4x4

Dianteiro

Traseiro

35%

65%

35%

65%

40%

60%

Os lastros somente devem ser utilizados em operações que exigem maior

FTM, os tipos de lastros normalmente utilizado nos tratores agrícolas são:

Água: colocada dentro da câmara de ar no interior dos pneus de tração

(no máximo 75% do volume de água nos pneus diagonais.

Ferro fundido: podem ser colocados nos discos das rodas motrizes ou

na parte frontal do trator, presos no pára-choque.

Page 20: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Lastro frontal Lastro Lateral

Bitola

A bitola dos tratores agrícolas é a distância de centro a centro dos pneus

dianteiros ou traseiros dos tratores.

As bitolas podem ser:

Ajustáveis no eixo: a variação da bitola é feita soltando a presilha e

prendendo a roda no eixo.

Pré-fixada: obtidas com diferentes posições do disco ou calota.

Servo ajustáveis: o ajuste da bitola é feito soltando as presilhas que

prendem a roda ao aro e girando eixo traseiro.

Pneus

Classificação dos pneus

Os pneus podem ser classificados em:

Pneus de tração Pneus direcionais

Page 21: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Pneus de transporte Pneus para motocultivadores

Os pneus são os elementos de sustentação dos tratores agrícolas. Os tipos

de pneus são radiais e diagonais.

Pneus radiais: possuem as fibras das lonas dispostas

perpendicularmente ao sentido de deslocamento do trator.

Vantagens: maior área de contato com o solo, menor compactação, maior

flutuação e rendimento na tração.

Desvantagens: menor estabilidade lateral e maior flexão ao deslocamento

lateral.

Pneus Diagonais: as fibras das lonas estão dispostas diagonalmente ao

sentido de deslocamento do trator.

Vantagens: maior estabilidade lateral e maior resistência à penetração.

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

A manutenção preventiva é realizada periodicamente e baseia-se no

desgaste natural de algumas peças. Dessa forma, adota-se previamente uma

programação de realização de medidas para prevenir que o trator apresente

falhas no seu funcionamento em função do mau funcionamento de algum

componente.

Page 22: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Manutenção corretiva

A manutenção corretiva é realizada para corrigir algum problema

apresentado pelo trator durante o seu funcionamento.

Manutenção preditiva

A manutenção preditiva é realizada de acordo com o desempenho na

máquina.

Um exemplo de manutenção preditiva é medir, de tempos em tempos, o

desgaste das garras dos pneus de tração, quando a altura destas atingir um

valor mínimo, os pneus deve ser trocados.

PROCEDIMENTOS ADOTADOS NA MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Dentre as manutenções citadas, a manutenção preventiva é mais

importante e é a manutenção que demanda maior número de cuidados. Nesse

tipo de manutenção, cada tarefa é executada em um tempo especificado de

acordo com o fabricante do trator.

Normalmente, os procedimentos adotados nesse tipo de manutenção

seguem os seguintes intervalos:

Manutenção diária ou a cada 10 horas de trabalho;

Manutenção semanal ou a cada 50 horas de trabalho;

Manutenção mensal ou a cada 250 horas de trabalho;

Manutenção semestral ou a cada 500 horas de trabalho;

Manutenção anual ou a cada 1000 horas de trabalho.

Os intervalos de manutenção da manutenção preventiva são

progressivos, ou seja, a manutenção realizada semanalmente ou a cada 50

horas de trabalho, inclui também a realização dos procedimentos adotados na

realização da manutenção diária ou a cada 10 horas de trabalho. Dessa forma,

na manutenção anual ou a cada 1000 horas, são realizados os procedimentos

de todas as outras manutenções.

Manutenção diária ou a cada 10 horas de trabalho

Os principais itens a serem verificados nesse tipo de manutenção, são:

Page 23: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Realizar lubrificação geral

Os tratores agrícolas possuem diversos pinos de lubrificação, comumente

chamados pinos graxeiros, que deve ser lubrificados diariamente. É importante

que o operador tenha um mapa de localização dos pinos de modo a agilizar a

operação e não deixar nenhum deles sem ser lubrificado.

Verificar o nível de óleo lubrificante no cárter do motor

A verificação do nível do óleo

lubrificante no cárter do motor é feita

por meio de uma vareta contendo a

indicação de nível mínimo e nível

máximo de óleo existente no cárter.

Para uma leitura correta na vareta, o

trator deve ser posicionado em um

plano e o motor deve ser desligado

aproximadamente dez minutos antes

da leitura.

O motor deve funcionar sempre com o nível do óleo no cárter entre a

marcação de mínimo e máximo da vareta. Caso haja necessidade de ser

completado, deve-se utilizar o mesmo óleo já existente no carter.

Verificar o sistema de alimentação

Os cuidados com o sistema de alimentação dividem-se em verificar a

qualidade do diesel e do ar que estão sendo introduzidos no motor.

Page 24: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

24

Verificar o sistema de alimentação do diesel:

Consiste na verificação dos filtros de combustível e copo de

sedimentação. Se os mesmos estiverem com água ou sujeira, deverão ser

drenados e reabastecidos com óleo diesel limpo. Deve-se observar também se

o tanque de combustível está drenado. Ao final de cada jornada, o tanque de

combustível deve ser completado de modo a evitar a condensação de vapor no

seu interior durante a noite.

Verificar o sistema de purificação do ar:

Verificar o sistema de arrefecimento

Deve-se verificar o nível de água do radiador e completá-lo, se

necessário. A tela do radiador deve sempre estar limpa de modo a permitir a

livre passagem do ar pelas aletas, trocando assim o calor do motor com o ar

mais eficientemente.

Page 25: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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Verificar o sistema de direção e transmissão

Deve-se verificar se existe vazamentos de óleos nos cubos e mangas-

dos-eixos, na caixa do diferencial e caixa de marcha. Se houver vazamentos,

os mesmos deverão ser eliminado e o nível do óleo deve ser completado.

Manutenção semanal ou a cada 50 horas de trabalho

Os principais itens a serem verificados nesse tipo de manutenção, são:

Verificar o sistema de arrefecimento

Verificar a tensão da correia do ventilador. Esta deve possuir uma tensão

que, ao ser pressionada com o dedo indicador, permita o deslocamento de, no

máximo dois centímetros.

Verificar os pedais

Verificar o curso livre dos pedais dos freios e da embreagem. A folga deve

estar de acordo com o fabricante, de modo a permitir o adequado engate das

marchas e não provocar desgaste excessivos dos discos.

Verificar o sistema elétrico

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26

Nessa etapa deve-se verificar o estado geral de funcionamento do

sistema elétrico, como fusíveis e mostradores do painel de instrução. Deve-se

também verificar o nível da solução eletrolítica em todas as células da bateria e

limpar os terminais. O nível da solução eletrolítica na bateria deve ser de 1,5

cm, caso esteja abaixo desse valor deve-se completar com água destilada.

Verificar os pneus e as rodas

É importante verificar a pressão dos pneus e, se necessário, completá-la

de acordo com a recomendação do fabricante. Pressão muito baixa causa

desgaste acentuado nas laterais do pneu, enquanto pressões elevadas

diminuem a área de contato do pneu com o solo, reduzindo a capacidade de

tração e provocando desgaste no centro do pneu.

O aperto das porcas das rodas também deve ser conferido.

Verificar o sistema de transmissão

Verificar o nível de óleo na caixa de marcha, diferencial e redução final, se

houver necessidade, o mesmo deve ser completado.

Verificar o sistema de levante hidráulico

Verificar o nível de óleo hidráulico e completar, se necessário.

Realizar limpeza geral

É importante que a cada semana o trator passe por uma limpeza geral na

sua lataria. Para isso, pode-se fazer uso de querosene para retirar manchas de

óleo e água com sabão para retirar outras impurezas.

Manutenção mensal ou a cada 250 horas de trabalho

Os principais itens a serem verificados nesse tipo de manutenção, são:

Trocar o óleo lubrificante do motor

Page 27: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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A troca do óleo lubrificante deve ser feita com o motor aquecido de modo

a permitir todo escoamento do óleo pelas paredes do motor. É importante evitar

a mistura de marcas ou tipos de óleos diferentes, devendo dar preferência para

os óleos sugeridos pelo fabricante.

Deve-se também trocar o filtro de óleo lubrificante.

Verificar o nível de óleo da bomba injetora

Verificar o nível de óleo da bomba injetora e completá-lo, se necessário.

Manutenção semestral ou a cada 500 horas de trabalho

Os principais itens a serem verificados nesse tipo de manutenção, são:

Lubrificar as rodas

As rodas devem se desmontadas, limpadas e lubrificadas com graxa.

Limpeza do radiador

Limpar o radiador, retirando toda a água e, se necessário, adicionar um

aditivo anti-ferruginoso, de modo a evitar acúmulo de impurezas no sistema de

arrefecimento.

Substituir o filtro de combustível

O filtro de combustível deve ser substituído e todo o ar do sistema deve

ser eliminado por meio da sangria. A sangria consiste na abertura da conexão

da tubulação de combustível próximo ao filtro de combustível ou próximo aos

bicos injetores e, em seguida, no bombeamento manual do combustível por

meio da bomba alimentadora, até que se expulse todo o ar da tubulação.

Page 28: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

28

Substituir o óleo da direção hidrostática

Tanto o óleo como o filtro do óleo da direção hidrostática devem ser

substituídos.

Verificar o aperto das porcas e parafusos do motor

Deve-se realizar o reaperto de todas as porcas e parafusos do cabeçote

do motor e proceder a regulagem da folga das válvulas.

Deve-se também limpar o tubo de respiro do motor.

Manutenção anual ou a cada 1000 horas de trabalho

Os principais itens a serem verificados nesse tipo de manutenção, são:

Substituir o óleo e verificar transmissões

Deve-se trocar o óleo das transmissões, como caixa de marcha,

diferencial e reduções finais. Nesse momento deve-se também limpar os

rolamentos e remover graxa dos cubos, caso exista.

Caso haja necessidade, deve-se ajustar a folga do diferencial.

Substituir o óleo e verificar o hidráulico

Deve-se trocar o óleo do sistema hidráulico e verificar se há necessidade

de trocar também o filtro.

Substituir o óleo da direção mecânica

Deve-se trocar o óleo da direção mecânica

Page 29: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

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PAINEL DO TRATOR AGRÍCOLA.

.

IMPLEMENTO AGRÍCOLA

Implemento agrícola ou alfaia agrícola é um equipamento mecânico que,

acoplado a um tractor ou a um animal, desempenha funções na agricultura,

como arado, grade, plantadeira, colheitadeira, pulverizador e raspadora ou

niveladora.

Page 30: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

30

Arado

É um instrumento que serve para lavrar (arar) os campos, revolvendo a

terra com o objetivo de descompactá-la e, assim, viabilizar um melhor

desenvolvimento das raízes das plantas. Expõe o subsolo à ação do sol,

ajudando a aumentar a temperatura e apressar o degelo.

Arados de Aivecas

É um dos implementos mais antigos utilizados no preparo do solo para

instalação de culturas periódicas. Foram utilizados, além de outros povos,

pelos chineses, os quais inicialmente possuíam formatos triangulares ou

quadrados e, posteriormente, curvados, sendo estes utilizados até os dias de

hoje sem grandes modificações.

Arados de Discos

O arado de discos apareceu em substituição aos arados de aivecas e

sua origem teve como ponto de partida a grade de discos. Este tipo de arado é

uma das máquinas mais estudadas e aperfeiçoadas pelos engenheiros,

técnicos e fabricantes de maquinaria agrícola.

Page 31: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

31

Grade

É um implemento agrícola que é mais utilizado em plantio convencional,

é utilizada para descompactação do solo e também controle de plantas

daninhas, só remove a camada superficial do solo. Hoje em dia não é muito

utilizado no entanto muitas pessoas utilizam esse método porque ainda não

conhecem o plantio direto, que é um meio bem mais econômico e

ecologicamente correto de se plantar no método convencional.

Simples ação

Sua característica básica é a inversão do solo com uma passada. Estes

sistemas são empregados somente no controle de plantas daninhas (capina

superficial).

Dupla ação

São sistemas providos de discos, os quais permitem a mobilização do

solo, ou seja, o solo é removido e depois sofre uma desestruturação. Utilização

marcante em operações de nivelamento superficial do solo após a mobilização

pela aiveca ou arado de discos.

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Tandem ou off-set

São aquelas utilizadas para mobilização profunda do solo em

substituição aos arados de discos ou aivecas. Também conhecido como grade

aradora.

Subsoladores

Subsolagem é uma prática que consiste na mobilização sub-superficial do solo

com o objetivo de quebrar as camadas compactadas ou adensadas do solo.

Subsolador é um implemento agrícola provido de órgãos ativos (hastes) que

são responsáveis pela quebra da camada compactada. Seu acoplamento é

através dos três pontos do trator ou da barra de tração.

Page 33: CURSO DE OPERADOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS

33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BALASTREIRE, Luiz Antônio. Máquinas Agrícolas. São Paulo: Editora Manole

LTDA, 1987, 307p.

BARGER, E. L.; LILJEDHL, J. B.; CALLETON, W. M.; MCHIBBEN, E. G.

Tratores e seus motores. São Paulo, Ed Gard Blucher, 1963.

BRIOSA, F. (1984). Glossário ilustrado de mecanização agrícola. Sintra.

Galucho.

CARVALHO, R., AMARO, M., FERREIRA, V. Máquinas agrícolas. Algumas

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