curso de gemologia - base de identificaÇÃo de gemas

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1 ECTS: 2 ECTS / 2.1Créditos DURAÇÃO: 52 Horas FORMADORA: Maria José Trindade INÍCIO: 10 de março de 2014 CANDIDATURAS: De 2 a 21 de fevereiro de 2013 CUSTO: 120ENQUADRAMENTO: Podemos definir “gema” como as substâncias naturais que apresentam qualidades de beleza, durabilidade e raridade muito apreciadas, podendo ser lapidadas e utilizadas em joias. Hoje em dia, os materiais gemológicos utilizados em joalharia não se restringem às pedras e substâncias orgânicas naturais, já que o avanço tecnológico tornou possível fabricar, em laboratório, materiais sintéticos de qualidade gema com características físicas e óticas que em tudo se assemelham aos equivalentes naturais, exceto no facto de serem produzidos pelo Homem, anulando assim os fatores raridade e naturalidade. Estes produtos artificiais não podem, então, ser considerados gema e certamente têm um valor de mercado inferior. Muitos outros produtos artificiais (vidros, plásticos, pedras compostas, etc) que apenas se assemelham aos naturais no aspeto, bem como certas pedras naturais de menor valor (caso do zircão antigamente usado como imitação de diamante), são usados como se de autênticas pedras preciosas se tratasse, sem o cuidado de advertir o consumidor final da verdadeira natureza do material gemológico adquirido. Outro aspeto que também importa considerar relativamente às pedras naturais que são postas à venda, é que uma enorme percentagem sofreu previamente algum tipo de tratamento (térmico, irradiação, preenchimento de fissuras, tingimento, etc) para melhorar a sua cor, pureza ou resistência. Esses tratamentos podem ser ligeiros, amplamente difundidos e comumente aceites pelos laboratórios gemológicos (caso do azeitamento das esmeraldas) ou podem alterar profundamente o aspeto da pedra e até mesmo influenciar o seu peso (caso da impregnação com vidro de Pb usada em diamantes e rubis), que é uma das propriedades usadas na valorização das gemas; tais tratamentos são, portanto, considerados fraudulentos e não podem ser permitidos. Tanto no caso dos tratamentos de pedras naturais, como no uso de produtos artificiais ou de imitação como se fossem verdadeiras gemas, o problema não está em que sejam utilizados comercialmente, mas sim na intenção com que são postos no mercado, muitas vezes sendo vendidos a preços de gemas naturais e não se advertindo o cliente da origem do produto que está a comprar. Frequentemente os próprios comerciantes não se apercebem da verdadeira natureza dos seus materiais gemológicos, já que em alguns países produtores é usual tratar as gemas ainda na própria jazida, ou aquando da venda de lotes de pedras, misturarem algumas pedras sintéticas juntamente com as naturais que, embora idênticas em aspeto e propriedades, são muito menos valiosas. Particularmente em Portugal, ainda não existe uma cultura de avaliação gemológica rigorosa das pedras preciosas e outras gemas, estando ainda a ser dados os primeiros passos na criação de um laboratório gemológico credenciado que faça a certificação de gemas, nomeadamente através da Associação Portuguesa de Gemologia/Instituto Português de Gemologia (APG/IPG). Esta instituição, criada em 2008, está também a formar os primeiros gemólogos portugueses. O fim da venda de “gato por lebre” passa necessariamente por um maior conhecimento gemológico de todos os profissionais envolvidos no mundo das gemas nas várias fases do processo, bem como do cliente final. Este, munido de uma simples lupa de bolso de 10 aumentos e de olho crítico poderá, em muitos casos, perceber a natureza da gema e evitar deixar-se enganar facilmente. Não obstante, há que ter a noção que em muitos casos a distinção é complicada e será necessário recorrer a laboratórios com equipamento de análise e pessoal especializado. Os conceitos básicos de gemologia que são fundamentais para a identificação das gemas e distinção das suas imitações e equivalentes sintéticos, podem perfeitamente ser ensinados numa base de e-learning ou b-learning, possibilitando levar este conhecimento mesmo a quem não pode ou opta por não frequentar um curso presencial. É neste contexto que proponho a criação deste novo curso de gemologia no âmbito da ALV da UA. CURSO DE GEMOLOGIA: BASE DE IDENTIFICAÇÃO DE GEMAS

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Page 1: CURSO DE GEMOLOGIA - BASE DE IDENTIFICAÇÃO DE GEMAS

1

ECTS: 2 ECTS / 2.1Créditos

DURAÇÃO: 52 Horas

FORMADORA: Maria José Trindade

INÍCIO: 10 de março de 2014

CANDIDATURAS: De 2 a 21 de fevereiro de 2013

CUSTO: 120€

ENQUADRAMENTO:

Podemos definir “gema” como as substâncias naturais

que apresentam qualidades de beleza, durabilidade e

raridade muito apreciadas, podendo ser lapidadas e

utilizadas em joias. Hoje em dia, os materiais

gemológicos utilizados em joalharia não se restringem

às pedras e substâncias orgânicas naturais, já que o

avanço tecnológico tornou possível fabricar, em

laboratório, materiais sintéticos de qualidade gema

com características físicas e óticas que em tudo se

assemelham aos equivalentes naturais, exceto no

facto de serem produzidos pelo Homem, anulando

assim os fatores raridade e naturalidade. Estes

produtos artificiais não podem, então, ser

considerados gema e certamente têm um valor de

mercado inferior.

Muitos outros produtos artificiais (vidros, plásticos,

pedras compostas, etc) que apenas se assemelham

aos naturais no aspeto, bem como certas pedras

naturais de menor valor (caso do zircão antigamente

usado como imitação de diamante), são usados como

se de autênticas pedras preciosas se tratasse, sem o

cuidado de advertir o consumidor final da verdadeira

natureza do material gemológico adquirido.

Outro aspeto que também importa considerar

relativamente às pedras naturais que são postas à

venda, é que uma enorme percentagem sofreu

previamente algum tipo de tratamento (térmico,

irradiação, preenchimento de fissuras, tingimento,

etc) para melhorar a sua cor, pureza ou resistência.

Esses tratamentos podem ser ligeiros, amplamente

difundidos e comumente aceites pelos laboratórios

gemológicos (caso do azeitamento das esmeraldas) ou

podem alterar profundamente o aspeto da pedra e

até mesmo influenciar o seu peso (caso da

impregnação com vidro de Pb usada em diamantes e

rubis), que é uma das propriedades usadas na

valorização das gemas; tais tratamentos são,

portanto, considerados fraudulentos e não podem ser

permitidos.

Tanto no caso dos tratamentos de pedras naturais,

como no uso de produtos artificiais ou de imitação

como se fossem verdadeiras gemas, o problema não

está em que sejam utilizados comercialmente, mas

sim na intenção com que são postos no mercado,

muitas vezes sendo vendidos a preços de gemas

naturais e não se advertindo o cliente da origem do

produto que está a comprar. Frequentemente os

próprios comerciantes não se apercebem da

verdadeira natureza dos seus materiais gemológicos,

já que em alguns países produtores é usual tratar as

gemas ainda na própria jazida, ou aquando da venda

de lotes de pedras, misturarem algumas pedras

sintéticas juntamente com as naturais que, embora

idênticas em aspeto e propriedades, são muito menos

valiosas.

Particularmente em Portugal, ainda não existe uma

cultura de avaliação gemológica rigorosa das pedras

preciosas e outras gemas, estando ainda a ser dados

os primeiros passos na criação de um laboratório

gemológico credenciado que faça a certificação de

gemas, nomeadamente através da Associação

Portuguesa de Gemologia/Instituto Português de

Gemologia (APG/IPG). Esta instituição, criada em

2008, está também a formar os primeiros gemólogos

portugueses.

O fim da venda de “gato por lebre” passa

necessariamente por um maior conhecimento

gemológico de todos os profissionais envolvidos no

mundo das gemas nas várias fases do processo, bem

como do cliente final. Este, munido de uma simples

lupa de bolso de 10 aumentos e de olho crítico

poderá, em muitos casos, perceber a natureza da

gema e evitar deixar-se enganar facilmente. Não

obstante, há que ter a noção que em muitos casos a

distinção é complicada e será necessário recorrer a

laboratórios com equipamento de análise e pessoal

especializado.

Os conceitos básicos de gemologia que são

fundamentais para a identificação das gemas e

distinção das suas imitações e equivalentes sintéticos,

podem perfeitamente ser ensinados numa base de

e-learning ou b-learning, possibilitando levar este

conhecimento mesmo a quem não pode ou opta por

não frequentar um curso presencial. É neste contexto

que proponho a criação deste novo curso de

gemologia no âmbito da ALV da UA.

CURSO DE GEMOLOGIA: BASE DE IDENTIFICAÇÃO DE GEMAS

Page 2: CURSO DE GEMOLOGIA - BASE DE IDENTIFICAÇÃO DE GEMAS

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DESTINATÁRIOS

Este curso reúne os conhecimentos básicos mais

importantes sobre as gemas, destinando-se aos

profissionais relacionados com o sector da joalharia e

pedras preciosas, a estudantes e profissionais da área

da Geologia e História de Arte, assim como ao público

em geral que simplesmente aprecia gemas ou está

interessado em adquiri-las de uma forma mais

consciente e conhecedora.

OBJETIVOS: Este curso terá como principais objetivos introduzir o

aluno nos princípios e fundamentos da Gemologia e

nos critérios que permitem identificar as gemas

naturais mais importantes (diamante, rubi, safira,

esmeralda, entre outras) e diferenciá-las das pedras

(sintéticas, artificiais ou de imitação) que se fazem

passar por autênticas. O aluno irá ter perceção da

importância das inclusões na identificação das gemas

e sua correlação com os principais depósitos; irá

tomar conhecimento da localização das jazidas de

onde provêm as gemas mais apreciadas e valorizadas

e da importância económica para os países que as

exploram e exportam, como também para o mundo

em geral. O aluno ficará também a conhecer o

equipamento comum usado em gemologia clássica

para identificação das propriedades óticas e físicas

das gemas.

CONDIÇÕES DE FREQUÊNCIA DA AÇÃO:

É essencial que o formando possua uma conta de

correio eletrónico ativa, disponha de acesso

regular à internet e tenha conhecimentos

informáticos básicos na ótica do utilizador.

METODOLOGIA: O curso é precedido de um período de ambientação

à Plataforma Moodle da UAb com a execução de

tarefas formativas.

As atividades de ensino e de aprendizagem

relativas a esta unidade curricular serão realizadas

em regime de e-learning, em ambiente de classe

virtual, valorizando-se as formas de comunicação

assíncronas. Na fase dedicada ao trabalho aplicado

serão facultados meios de contacto síncrono.

CONTEÚDOS

Definição dos termos gerais usados em

gemologia

Origem das gemas (tipos de jazidas)

Composição química das gemas; estruturas

cristalinas/amorfas, sistemas de

cristalização

Propriedades físicas (dureza, tenacidade,

esfoliação, fratura, peso específico,

condutividade térmica)

Propriedades óticas (cor, brilho, refração,

birrefringência, natureza ótica, dispersão,

pleocroísmo, espectro, luminescência) e

efeitos óticos

Inclusões nas gemas: tipos de inclusões e sua

importância na identificação de gemas

Instrumentos gemológicos (refratómetro,

polariscópio, lupa 10x, lupa binocular,

espectroscópio, filtro de Chelsea)

Tratamentos aplicados às gemas e sua

aceitação no mercado

Processos de síntese de gemas

Lapidação: tipos e formatos

Classificação: os principais grupos de gemas

Pedras preciosas: diamante, rubi, safira e

esmeralda

Outras gemas inorgânicas importantes: água-

marinha, topázio, turquesa, malaquite,

rodocrosite, quartzo, calcedónia, opala,

espinela, granada, jade, lápis-lazúli,

sodalite, alexandrite, tanzanite, hematite,

fluorite, turmalina, peridoto, vidros

naturais, etc

Gemas orgânicas: âmbar, azeviche, coral,

marfim, pérola, etc

Gemas artificiais: sintéticas e imitações

Características de valorização das gemas

Produção mundial de gemas

Mercado, classificação, avaliação e

certificação de gemas.

AVALIAÇÃO:

A avaliação é contínua, compreendendo atividades

formativas e a elaboração de documentos digitais.

No final do curso será solicitado um trabalho final

(submetido online como documento digital).