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Curso de Fisioterapia DIEGO RODRIGUES DE OLIVEIRA O EXERCÍCIO FÍSICO NOS PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL Rio de Janeiro 2008

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Curso de Fisioterapia

DIEGO RODRIGUES DE OLIVEIRA

O EXERCÍCIO FÍSICO NOS PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL

Rio de Janeiro

2008

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DIEGO RODRIGUES DE OLIVEIRA

O EXERCÍCIO FÍSICO NOS PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL

Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de Fisioterapia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito para obtenção do título de Fisioterapeuta. Orientador: Profº João Carlos Moreno Azevedo

Rio de Janeiro 2008

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DIEGO RODRIGUES DE OLIVEIRA

O EXERCÍCIO FÍSICO NOS PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL

Monografia de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de Fisioterapia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito para obtenção do título de Fisioterapeuta.

Aprovada em: ____/____/2008. BANCA EXAMINADORA Prof. ---------------------------------------------------------------------- . Universidade Veiga de Almeida - Presidente da Banca Examinadora. Prof. ---------------------------------------------------------------------. Universidade Veiga de Almeida - Membro da Banca Examinadora. Prof. --------------------------------------------------------------------. Universidade Veiga de Almeida - Membro da Banca Examinadora.

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3

Dedico meu trabalho primeiramente a Deus e a todos aqueles que me apoiaram e tiveram enorme paciência comigo neste período de pesquisa. Aos meus pais e

avós, que sempre acreditaram no meu potencial. Ao meu orientador me incentivou mostrando os caminhos por onde eu deveria seguir e buscar o melhor

conhecimento. Ao meu falecido mestre Antonio Carlos da Silva Martins, não só pelo ótimo profissional que era, mas também por ter sido o primeiro a me

incentivar a buscar mais conhecimentos sobre o tema proposto. Aos meus amigos, em especial a Elza Albuquerque Avila, a qual me ajudou na formulação

deste documento.

4

Meus sinceros agradecimentos ao meu orientador, que com paciência e dedicação me incentivou dando idéias, respondendo minhas perguntas e mostrando o melhor

caminho que eu deveria seguir no rumo desta pesquisa, mostrou também meus erros justificando-os e sempre fazendo deles uma forma de aprendizado.

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"Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas, cresceu embalado pela

fé e pela esperança daquela que em seu seio o agasalhou. Sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens. Por certo amou e foi amado, esperou

e acalentou um amanhã feliz e sentiu saudades dos outros que partiram. Agora jaz na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome, só Deus sabe. Mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade. A humanidade que por ele passou

indiferente" (ROKITANSKY, 1876).

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RESUMO O exercício físico regular quer seja ele dinâmico ou estático tem sido utilizado em programas de reabilitação de indivíduos portadores de hipertensão arterial, principalmente naqueles de níveis pressóricos de leve a moderado, com resultados terapêuticos palpáveis. Faz-se necessário então o conhecimento dos efeitos agudos e crônicos do treinamento físico sobre a pressão arterial. Desde a década de 80 estudos vem observando queda da pressão arterial após execução de uma única sessão de exercício, tal fato foi denominado de hipotensão pós-exercício (HPE). A HPE sofre influência de vários fatores dentre eles estão, a intensidade e a duração do exercício físico modulando as respostas pressóricas na recuperação pós-exercício. Entretanto a HPE tem sido verificada com maior expressão em indivíduos hipertensos e após execução de exercícios aeróbios de longa duração, porém exercícios resistidos também podem compor um programa de condicionamento para hipertensos desde que sejam complementares ao aeróbio. Outro fato interessante é a relação entre exercício físico e óxido nítrico, mostrando aumento de sua bio-disponibilidade em vários tecidos cardíacos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi esclarecer as gêneses do HPE, enfatizar a prática regular de exercícios pela população de hipertensos, já que tal pode proporcionar um maior controle de sua pressão arterial. Palavras-chave: Hipertensão arterial, exercício físico, hipotensão pós-exercício, duração, óxido nítrico.

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ABSTRACT

Regular exercise is either static or dynamic it has been used in rehabilitation programs for individuals with hypertension, especially for pressure levels from mild to moderate, with tangible results thereof. It is necessary then the knowledge of acute and chronic effects of physical training on blood pressure. Since the decade of 80 studies has been observing drop in blood pressure after execution of a single session of exercise, this was called post-exercise hypotension (PEH). The PEH is influenced by several factors among them are the intensity and duration of physical activity modulating the pressure responses in the post-exercise recovery. Meanwhile the PEH has been verified with greater expression in hypertensive subjects and after implementation of aerobic exercise of long duration, but resistance exercises can also compose a program of conditioning for hypertensive if they are complementary to aerobic. Another interesting fact is the relationship between physical activity and nitric oxide, showing increase of its bio-availability in several cardiac tissues. Therefore, the objective of this study was to clarify the genesis of PEH, emphasize the practice of regular exercises by the population of hypertensive patients, as this can provide a greater control of their blood pressure. Key words: Hypertension, exercise, post-exercise hypotension, duration, nitric oxide.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS HA - Hipertensão arterial HAS – Hipertensão arterial sistêmica PAS - Pressão arterial sistólica PAD - Pressão arterial diastólica HSI - Hipertensão sistólica isolada NO - Óxido Nítrico NOS - Óxido nítrico sintetase eNOS – Isoforma endotelial óxido nítrico sintetase nNOS – Isoforma neuronal óxido nítrico sintetase PA – Pressão arterial SRA – Sistema renina-angiotensina ECA - Enzima conversora de angiotensina HPE – Hipotensão pós-exercício FC – Freqüência cardíaca VO2máx - Consumo máximo de oxigênio PAM – Pressão arterial média DC - Débito cardíaco RTP – Resistência total periférica VS – Volume Sistólico DP – Duplo produto MVO2 – Captação de oxigênio pelo miocárdio

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SUMÁRIO CAPÍTULO I (INTRODUÇÃO) ....................................................................................... 10

CAPÍTULO II (REVISÃO DE LITERATURA) ............................................................ 13 2.1 Anatomia endotelial ..................................................................................................... 13 2.2 Óxido nítrico e a função cardiovascular .................................................................... 14 2.3 Fisiopatologia ...............................................................................................................15 2.4 Patogenia ......................................................................................................................16 2.5 Complicações ...............................................................................................................16 2.6 Classificação .................................................................................................................17 2.7 Sistema renina-angiotensina........................................................................................18 2.8 Farmacocinética ...........................................................................................................19 2.8.1 Diuréticos.....................................................................................................................19 2.8.2 Inibidores adrenérgicos................................................................................................20 2.8.3 Bloqueadores de canais de cálcio.................................................................................20 2.8.4 Inibidores da ECA .......................................................................................................21 2.8.5 Bloqueadores de AT1...................................................................................................21 2.8.6 Vasodilatadores diretos ...............................................................................................22 2.9 Exercício físico ..............................................................................................................22 2.9.1 Histórico da atividade física.........................................................................................22 2.10 Adequação do papel da HPE como fato e arma terapêutica .................................23 2.11 Tipo de exercício: exercício dinâmico ou contra-resistência ? ..............................24 2.12 Intensidade e freqüência do exercício para hipertensos.........................................26 2.13 Duração do exercício..................................................................................................27 2.14 Número de séries no treinamento de força ..............................................................28 2.15 Fase de recuperação: Postura ?.................................................................................29 2.16 Manobra de Valsalva..................................................................................................29 2.17 Mecanismos responsáveis pela HPE .........................................................................30 2.17.1 Mecanismos hemodinâmicos sistêmicos....................................................................30 2.17.2 Mecanismos neurais...................................................................................................31 2.17.3 Mecanismos neurohumorais.......................................................................................32 2.18 Recomendações de exercício para o paciente hipertenso........................................33 2.19 Protocolo......................................................................................................................34

CONCLUSÃO .................................................................................................................... 35

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 45

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CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é conceituada como uma síndrome

multifatorial, caracterizada pela presença de níveis de pressão arterial sistólicos

(PAS) e diastólicos (PAD) elevados (RONDON e BRUM, 2003). Segundo dados

do V Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial (SBC, 2006) a prevalência da

hipertensão arterial nas cidades brasileiras mostrou-se elevada, estimando que

cerca de 22,3% a 43,9% da população brasileira adulta possa ser rotulada como

hipertensa. Embora predomine na fase adulta, sua prevalência em crianças e

adolescentes não é desprezível. Fatores como o sedentarismo, a obesidade, o

diabetes e as dislipidemias estão associados ao risco cardiovascular global. O

sedentarismo por si só, já é um grande fator de risco.

Em 1977, um estudo conduzido por Haapanen e col. demonstrou que o risco

de desenvolver hipertensão arterial é 60% a 70% maior em indivíduos sedentários

que em ativos (PAFENBARGER, 1978).

Uma forma bem aceita para tratamento da HAS é a prevenção primária

(KOHLMANN JUNIOR. e col., 1999) com execução de exercícios físicos que

segundo a literatura diminuem os níveis pressóricos de repouso em indivíduos

hipertensos (POLITO e FARINATTI 2003).

A hipertensão arterial é capaz de levar ao óbito aproximadamente 40% dos

indivíduos acometidos apresentando lesão dos chamados órgãos-alvo tais como,

o cérebro, o coração, os rins e vasos sanguíneos. Com isso, aumentam a

incidência de Infarto Agudo do Miocárdio, Acidentes Vasculares Encefálicos e

Insuficiência Cardíaca e Morte súbita (CHOBANIAN, 2003-FAGARD, 2001).

Desde o início do século XX triplicou o percentual de indivíduos com idade

acima dos 60 anos e cada vez mais nota-se os indivíduos chegando à oitava

década de vida (OSTFELD, 1988).

11

No paciente idoso a hipertensão arterial (HA) se apresenta de duas

maneiras: A forma combinada hipertensão sistólica e diastólica; hipertensão

sistólica isolada (HSI). A HSI é mais comum com o envelhecimento em virtude das

alterações estruturais das artérias, normalmente as de grosso calibre. Esta

tendência também foi observada em estudos transversais em quase todas as

populações, as quais mostraram que o nível médio da pressão sistólica aumenta

de maneira linear a partir dos 50 anos, enquanto a pressão diastólica tende a cair

a partir dos 55 anos de idade (KANNEL, 1978).

Esta revisão deu-se através de bibliografias pesquisadas em fontes de dados

MEDLINE, BIREME, SCIELO e revistas científicas indexadas nacionais e

internacionais.

O capítulo I descreve a anatomia endotelial, o papel importante

desempenhado pelo óxido nítrico no sistema cardiovascular exibindo seu potencial

vasodilatador, foi relatado também à fisiopatologia, à patogenia, complicações e

classificação da hipertensão arterial. Foi descrita a ação e a importância do eixo

renina-angiotensina no controle da pressão arterial, constando também a

farmacocinética envolvendo os mecanismos de cada classe de anti-hipertesivos.

O capítulo II é introduzido pela história do exercício físico desde os

primórdios, tendo sua linha de desenvolvimento pautada no efeito interessante ao

paciente hipertenso que é a hipotensão pós-exercício e seu papel como arma

terapêutica, na sequência do mesmo capítulo, surge uma pergunta quanto ao tipo

de exercício, dinâmico ou contra-resistência? Na verdade ambos podem compor

um programa de condicionamento físico. Também estão presentes às diretrizes do

exercício para o paciente hipertenso como a intensidade, a freqüência, a duração,

o número de séries e as respostas cardiovasculares, a fase de recuperação

relacionada à influência da postura e a prática da manobra de Valsalva. Ainda no

mesmo capítulo, foi descrito os mecanismos responsáveis pela hipotensão pós-

exercício junto às recomendações do exercício físico ao público portador de

hipertensão, um protocolo e a conclusão deste trabalho.

12

O objetivo desta revisão é demonstrar como o exercício aeróbio e o exercício

contra-resistência, através de um programa de condicionamento, pode

proporcionar ao paciente hipertenso um maior controle de sua pressão arterial.

13

CAPÍTULO II

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. ANATOMIA ENDOTELIAL

O endotélio vascular, camada única multifuncional de células que reveste a

superfície de todos os vasos sanguíneos, constitui em sua extensão o maior órgão

do corpo humano. A organização funcional do endotélio vascular demanda

integridade estrutural e amplo contato intercelular. O endotélio vascular na década

de 80 era considerado como uma estrutura capaz de converter um estímulo

vasoconstrictor, graças à síntese e liberação de óxido nítrico, o seu papel em

múltiplos processos de sinalização intracelular é manter silenciosas as cascatas

trombóticas e inflamatórias pela secreção tônica que persiste em cada pequeno

segmento da arvore vascular (FRANCISCHETTI, 2005).

Jean Leonard Marie Poiseuille (1799-1869), considerado pioneiro na

hemodinâmica, no começo do século XIX descobriu que o aumento do fluxo é

proporcional à quarta potência do diâmetro do vaso. A razão disso é que a maior

parte da resistência ocorre próxima a parede do vaso onde o sangue se arrasta

contra o endotélio. Assim sendo, num vaso maior, uma maior quantidade de

sangue pode fluir pelo meio do vaso, longe da parede, de modo que a resistência

se torne pequena. Tal descoberta fundamentou suas pesquisas e ajudou na

melhoria do manômetro de Hales (1677-1761), sendo consagrado posteriormente

com a medalha de ouro pela sua tese de doutoramento (BOOTH J, 1977).

Outro tema de abordagem e também estudado por Poiseuille é a viscosidade

do sangue, pois quanto maior ela for, menor o fluxo no vaso. Além disso, a

viscosidade do sangue normal é cerca de três vezes maior que a da água

(GUYTON, 1998).

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O endotélio vascular produz óxido nítrico (NO) que regula o fluxo sanguíneo

e mantém saudável a musculatura lisa dos vasos sanguíneos. A lesão do

endotélio vascular prejudica a vasodilatação do vaso, e tal lesão pode estar

associada com fatores de riscos para doenças vasculares, como na obstrução

coronariana, lesão cardíaca crônica, e diabetes tipo 2 (MAIORANA, 2001).

2.2. Óxido Nítrico e a Função Cardiovascular

Furchgott e Zawadzki (1980), descreveram que a vasodilatação era uma

conseqüência da ação de uma substância produzida no endotélio. Em 1987, foi

sugerido que esse fator tinha características semelhantes ás do óxido nítrico (NO)

(TATCHUM-TALOM, 2000). Além de ser um potente vasodilatador, o NO exerce

importante papel no controle da agregação plaquetária, resistência e crescimento

vascular. Ao ser sintetizado, o NO, por ser uma molécula altamente liposolúvel

difunde-se por meio de células musculares lisas e estimula a enzima guanilato

ciclase e a produção da 3,5 monofosfato de guanosinacíclico (GMPc). O GMPc

aumenta a captação de cálcio para dentro da célula por meio dos canais de cálcio.

A proteína quinase dependente do GMPc é ativada, levando à desfosforilação da

miosina e conseqüente relaxamento muscular (ROBERTS, 1999).

Atualmente, três isoformas de óxido nítrico sintetase (NOS) foram

identificadas: neuronal (nNOS) e endotelial (eNOS), sendo ambas cálcio-

dependentes e expressas em condições fisiológicas. Entretanto, a isoforma

induzida (iNOS) é ativada por estímulos imunológicos e é independente do íon

cálcio (TATCHUM-TALOM, 2000).

O NO produzido no miocárdio a partir da eNOS pode exercer importante

papel no controle da função cardíaca, quando a enzima é ativada por estímulos

espeíficos. Por exemplo, quando ocorre aumento da elasticidade do tecido

cardíaco ele se expande mais que o esperado, tal expansão dos miócitos causa

aumento do influxo de Ca2+ mediado pela produção de NO (SEARS, 2004).

15

Mostrando a relação entre o exercício e o NO, a atividade física parece

promover a liberação e aumento da bio-disponibilidade de NO em vários tecidos

cardíacos. Sendo esse efeito causado por 2 mecanismos. No primeiro ocorre

aumento da atividade da eNOS no endotélio vascular, devido ao estresse

hemodinâmico provocado pelo sangue durante o exercício. Estes efeitos

melhoram o relaxamento vascular e a perfusão do miocárdio. No segundo verifica-

se aumento do NO em correlação ao aumento da (nNOS) após exercício . Isso

permite que o controle autonômico cardíaco fique mais sensível as alterações de

pressão arterial e fluxo sanguíneo (BRANDÃO, 2007).

2.3. Fisiopatologia

Durante a sístole ventricular, a pressão se eleva até atingir valores máximos,

chamada de pressão sistólica à medida que o sangue acumulado vai sendo

transferido aos capilares, a pressão das artérias vai caindo lentamente, até chagar

a um valor mínimo (pressão diastólica), antes de se iniciar o ciclo seguinte. Em

virtude da combinação entre a descarga intermitente da bomba cardíaca e a alta

resistência das arteríolas junto à elasticidade das artérias, o organismo mantém

um aporte constante de sangue para irrigar os tecidos (FRANCHINI, 1994).

As artérias são permanentemente submetidas a altas pressões, se a

resistência das arteríolas, que já é elevada, aumentar mais ainda, haverá

necessidade de uma elevação adicional de pressão no sistema arterial para

assegurar um bom fluxo nos capilares. A resistência das arteríolas depende

basicamente do seu calibre, quando ele reduz, eleva a pressão arterial, sendo

assim responsável pela hipertensão (KRIEGER, 1996).

Aproximadamente 90 a 95% de todas as pessoas que têm hipertensão

apresentam “hipertensão essencial”, tal expressão significa que a hipertensão é de

origem desconhecida. Segundo proposta de Guyton e col (1992) a hipertensão

não ocorre na presença de rins normais e de que alguma forma de disfunção renal

seria essencial para o desenvolvimento da hipertensão arterial. O conceito de

16

hipertensão arterial essencial envolveria também a necessidade do rim de ter uma

pressão arterial maior que a convencional para manter um volume adequado de

espaço extracelular (CARVALHO, 2001).

2.4. Patogenia

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) pode assumir um comportamento

sorrateiro sem apresentar sintoma nenhum, por isso é chamada de “assassina

silenciosa” pela comunidade médica (PEREIRA, 2002).

A hipertensão arterial (HA) pode ser de dois tipos: Primária e secundária.

Quanto à HA primária ou essencial, em cerca de 90% dos casos não se consegue

evidenciar a etiologia. Já a forma secundária está aproximadamente em 10% dos

casos, as causas são variáveis, mas se consegue identificar podendo ser de

origem endócrina, renal, vascular neurogênica dentre outras causas (NOBRE,

1994).

Na hipertensão muito grave, a pressão arterial média pode subir de 150 a

170 mm Hg com pressões diastólicas de até 130 mmHg e pressões arteriais

sistólicas ocasionalmente elevadas até 250 mmHg. A pressão arterial varia de

acordo com o débito cardíaco e a resistência periférica. Se o aumento da PA for

grande e freqüente, induzirá a hipertrofia do coração e dos vasos sanguíneos. Na

fase inicial da doença, o fluxo de sangue nos músculos está aumentado e a

resistência vascular diminuída, enquanto que nos rins, pele e território esplâncnico

acontece o inverso. Com o avanço da doença, o fluxo de sangue nos músculos é

reduzido, aumentando a resistência periférica total. Conseqüentemente a PA

aumentar para adequar a perfusão tecidual (SALDANHA, 1977).

2.5. Complicações

A hipertensão arterial causa vários efeitos letais, dentre eles estão: O

excesso de carga de trabalho sobre o coração leva a doença cardíaca congestiva,

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doença cardíaca coronária podendo levar a morte, a pressão alta pode romper um

vaso sanguíneo importante no cérebro clinicamente chamado de “derrame”, a

pressão muito alta causa freqüentemente hemorragias nos rins levando a

insuficiência renal (GUYTON, 1998).

A pressão arterial diastólica tem sido tradicionalmente incriminada como fator

de risco, pois tem sido observado que a incidência de complicações

cardiocirculatórias é proporcional ao nível da pressão diastólica (REED, 1982).

Entretanto, a hipertensão sistólica isolada também se correlaciona com maior

incidência de coronariopatia, insuficiência cardíaca e acidentes vasculares

cerebrais (GIFFORD, 1982).

2.6. Classificação

A classificação da PA para indivíduos maiores de 18 anos segundo dados do

V Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial (SBC, 2006) é a seguinte:

Quadro 1

Ø Ótima PAS<120mmHg PAD<80mmHg

Ø Normal PAS<130mmHg PAD<85mmHg

Ø Limítrofe PAS 130-139mmHg PAD 85-89mmHg

(Fonte: SBC, 2006)

Sendo a hipertensão arterial classificada em:

Quadro 2

Hipertensão Estágio I PAS 140-159mmHg PAD 90-99mmHg Hipertensão Estágio II PAS 160-179mmHg PAD 100-109mmHg Hipertensão Estágio III PAS ≥180mmHg PAD ≥ 110mmHg Hipertensão Sistólica Isolada

PAS ≥ 140mmHg PAD < 90mmHg

(Fonte: SBC, 2006)

18

2.7. O Sistema renina-angiotensina: Seu papel no controle da pressão e na

hipertensão

Apesar de ter sido descoberto há mais de cem anos, o sistema renina-

angiotensina (SRA) ainda é amplamente estudado. Sua cascata de ativação inclui

várias interações enzima-substrato resultando na produção de peptídeos

biologicamente ativos (SANTOS, 2002).

O sistema renina-angiotensina desempenha papel preponderante na

homeostase cardiovascular, principalmente mantendo controle dinâmico da

volemia e da resistência vascular periférica. Contudo, desajustes do sistema

parecem estar envolvidos no surgimento ou na manutenção da hipertensão

arterial, da insuficiência cardíaca e da esclerose glomerular (OIGMAN, 1998).

A formação da angiotensina II, o principal componente do sistema, é

realizada via duas etapas seqüenciais. Inicialmente a renina, uma enzima protéica

liberada pelo aparelho justaglomerular, cliva o angiotensinogênio liberado pelo

fígado dando origem a angiotensina I, que é relativamente inerte até sua

conversão em angiotensina II pela enzima conversora de angiotensina (ECA)

(SANTOS, 2002).

A angiotensina II é um agente vasoconstritor extremamente potente e tem

outros efeitos que também afetam a circulação. No entanto persiste no sangue

apenas por um minuto ou dois, porque é rapidamente inativada por múltiplas

enzimas presentes no sangue e nos tecidos chamada de angiotensinase. Se

houver persistência da angiotensina II no sangue, isso acarretará em dois efeitos

que podem elevar a pressão arterial: O primeiro destes é a vasoconstrição que

ocorre muito rapidamente, dentro de arteríolas e em extensão consideravelmente

menor nas veias. A constrição das arteríolas aumenta a resistência periférica, e

assim elevando a pressão arterial. A constrição moderada das veias também

promove o retorno venoso aumentado do sangue para o coração, ajudando assim

o coração a bombear contra a pressão aumentada. O segundo efeito pelo qual a

19

angiotensina aumenta a pressão arterial é atuando sobre os rins para diminuir a

excreção de sal e de água. Isso aumenta lentamente o volume de líquidos

extracelular, o que aumenta a pressão arterial ao longo de período de horas e dias

(GUYTON, 1998).

2.8. Farmacocinética

O Blood Pressure Lowering Treatment Trialist Colaboration (BPLTTC)

publicado em 2000, mostrou que diferentes regimes de anti-hipertensivos,

incluindo os inibidores da enzima de conversão de angiotensina, antagonistas de

cálcio e outras classes de drogas hipotensoras reduziram de 20 a 25% a

incidência de infarto do miocárdio, de 30 a 40% os eventos cérebro vasculares e

em mais de 50% a incidência de insuficiência cardíaca (NEAL, 2000).

Classes de anti-hipertensivos:

Ø Diuréticos

Ø Inibidores adrenérgicos (Betabloqueadores)

Ø Bloqueadores de canais de cálcio

Ø Inibidores da ECA

Ø Bloqueadores de receptores AT1

Ø Vasodilatadores diretos

2.8.1. Diuréticos

Há mais de 40 anos, os diuréticos tiazídicos eram prescritos em doses de 50

a 100mg por dia, o que levava a situações adversas, principalmente de natureza

metabólica, tais como hiperuricemia, elevações transitórias na glicemia e nas

concentrações plasmáticas de colesterol, hipopotassemia e depleção de magnésio

(CARLSEN, 1990-SISCOVICK, 1994). Isso foi motivo de preocupação por parte

20

dos cardiologistas, que acabavam prescrevendo outros anti-hipertensivos mais

seguros.

Atualmente existem evidências consistentes de que os diuréticos tiazídicos

em doses baixas não só são eficazes na redução da pressão arterial como não

induzem a alterações metabólicas maiores, sendo assim a prescrição de baixas

doses de tiazídicos se acompanha de queda significativa dos níveis pressóricos,

elevação discreta na concentração do ácido úrico plasmático e praticamente

nenhuma alteração, ou alterações nos níveis de potássio, glicose e colesterol

(CARLSEN, 1990).

2.8.2. Inibidores adrenérgicos

Os betabloqueadores têm sido utilizados como terapêutica inicial em

algumas situações clínicas especiais. Hipertensos que se apresentam com

taquicardia em repouso, incluindo fibrilação atrial, portadores de insuficiência

cardíaca por disfunção diastólica e eventualmente sistólica, enxaqueca, cefaléia,

glaucoma e particularmente aqueles que já sofreram um episódio agudo de infarto

do miocárdio ou tem angina de peito, podem se beneficiar muito com a prescrição

desses agentes (KENDALL, 1995).

2.8.3. Bloqueadores de canais de cálcio

Os antagonistas dos canais de cálcio disponíveis para uso clínico pertencem

a duas grandes categorias: Os dipropiridínicos, que bloqueiam os canais de cálcio

tipo L, e os não-dipropiridínicos, como o verapamil e o diltiazem. Os canais de

cálcio tipo L estão envolvidos no controle da contratilidade miocárdica e da

musculatura lisa vascular, além de participarem do sistema de condução e nos

mecanismos celulares que exercem função de marcapasso (ALBERNETHY,

1999). Tal medicamento não induz a dislipidemia e resistência à insulina

(POLLARE, 1989), sendo efetivos em hipertensos idosos e naqueles que

21

apresentam quadro clínico com atividade plasmática de renina baixa (WANG,

2001).

2.8.4. Inibidores da ECA

A introdução desses anti-hipertensivos resultou de trabalhos experimentais

com veneno obtido da cobra Bothrops jararaca (FERREIRA, 1965). Neste veneno

foi identificada um nonapeptídeo (teprotide) capaz de impedir, quando

administrado intravenosamente, a conversão de angiotensina I em angiotensina II,

inibindo a enzima conversora.

O principal mecanismo de ação dos inibidores da ECA é o de reduzir a

produção de angiotensina II. Como conseqüência pode-se observar a redução da

produção de aldosterona, entretanto essa redução não é completa, porque há

outros mecanismos como o potássio e o ACTH acabam sendo, os principais

estimulantes na produção de aldosterona (OIGMAN, 1998).

A inibição da ECA determina menor destruição de alguma cininas,

principalmente da bradicinina. Como esta tem meia-vida circulante de poucos

segundos, o real significado da elevação dos níveis sistêmicos da bradicinina

ainda é desconhecido. Entretanto, o aumento dos níveis locais, teciduais, de

bradicinina pode ter importância fisiológica, como na produção de óxido nítrico

(GOODFRIEND, 1996-CAMPBELL, 1987).

2.8.5. Bloqueadores de AT1

Os antagonistas de receptor de AT1 fazem parte, com os bloqueadores beta-

adrenérgicos e inibidores da ECA, de uma classe de medicamentos que atuam

sobre o sistema renina-angiotensina aldosterona, embora em diferentes alças

deste sistema (FRANCISCHETTI 1995).

22

2.8.6. Vasodilatadores diretos

Essa categoria de medicamentos é reservada aos pacientes portadores de

hipertensão resistente, a hidralizina e o minoxidil relaxam a musculatura lisa

arteriolar, induzindo a vasodilatação periférica (FRANCISCHETTI, 2005).

2.9. Exercício físico

2.9.1. Histórico da atividade física

Retornando aos primórdios da humanidade, podem dizer que durante o

período que se convencionou pré-histórico o homem dependia de sua força,

velocidade e resistência para sobreviver. Suas constantes migrações em busca de

moradia, fazia com que realizasse longas caminhadas ao longo das quais lutava,

corria e saltava, ou seja, era um ser extremamente ativo fisicamente. Mais tarde,

na antiga Grécia, a atividade física era desenvolvida na forma de ginástica que

significava “a arte do corpo nu”. Estas atividades eram desenvolvidas com fins

bélicos (treinamento para guerra), ou para treinamento de gladiadores. No Brasil

especificamente os programas de atividade física surgem com embasamento

médico procurando formar um indivíduo saudável, com boa postura e aparência

física. Na década de 30 com implantação do estado novo, surge a tendência

militar nos programas de atividade física escolar. Em seguida no final da década

de 40, inspirada no discurso liberal da escola-nova a Educação física ingressou na

área pedagógica (PITANGA, 2002).

Atualmente, atividade física pode ser entendida como qualquer movimento

corporal produzido pela musculatura esquelética que resulta em gasto energético

(CASPERSEN, 1985).

O exercício físico caracteriza-se por uma situação que retira o organismo de

seu equilíbrio (homeostase), pois implica no aumento instantâneo da demanda

23

energética da musculatura ativa e, conseqüentemente, do organismo como um

todo. Assim, para suprir a nova demanda metabólica, várias adaptações

fisiológicas são necessárias e, dentre elas, as referentes à função cardiovascular

durante o exercício físico (BRUM, 2004).

A literatura vem destacando desde a década de 80 a discussão sobre a

observação e mecanismos da queda nos níveis de PA, notado no período pós

esforço, permanecendo abaixo daqueles observados em repouso, antes do início

do esforço, ou até mesmo abaixo daqueles registrados em um dia controle, sem

exposição a um esforço físico significativo. A esse fenômeno denominou-se

hipotensão pós-exercício (HPE). A abordagem de fatores como os níveis iniciais

de PA, o tipo, intensidade e duração do exercício podem determinar a expressão

do HPE. Faz-se necessário então um estudo mais detalhado, analisando tais

fatores, além dos mecanismos envolvidos na origem desse fenômeno hipotensor

sejam eles hemodinâmicos, neurais ou humorais (MARTINS, 2002).

2.10. Adequação do Papel da Hipotensão Pós-Exercício, como fato e como Arma

Terapêutica na Abordagem do Hipertenso

O treinamento físico leva à diminuição da pressão arterial de repouso (SBH,

SBC, SBN, 2002). No entanto esse efeito é mais pronunciado em indivíduos

hipertensos uma vez que a maioria dos estudos realizados em normotensos não

mostrou modificação da pressão arterial (SILVA, 1997).

A hipotensão pós-exercício (HPE) tem sido observada em diferentes

populações tais como homens, mulheres, jovens, idosos, caucasianos e negros,

em resposta a vários tipos de exercícios físicos dinâmicos envolvendo grandes

grupos musculares como as pernas e a cintura pélvica com intensidades variando

entre 40% e 70% do VO2 máximo e durações entre 20 e 60 minutos (KENNEY,

1993).

Apesar de ser documentada em várias populações anteriormente citadas, a

HPE mostra-se muito influenciada pela população alvo analisada, além de estudos

mostrarem influência genética na redução da pressão arterial com o treinamento

24

físico. Em um estudo foram submetidos 64 japoneses com hipertensão arterial

moderada a treinamento físico, investigaram a associação entre o polimorfismo do

gene de enzima conversora de angiotensina (ECA) e a resposta depressora

provocada pelo treinamento físico aeróbio. Tais autores observaram que, após 10

semanas de treinamento físico em cicloergômetro, os níveis de pressão arterial

sistólica, diastólica e média estavam significativamente diminuídos somente nos

pacientes portadores do genótipo II ou ID da ECA, e não nos pacientes portadores

de genótipo DD da ECA. Esses resultados evidenciam que fatores genéticos

podem influenciar na heterogeneidade da resposta depressora da pressão arterial

com treinamento físico (ZHANG, 2002).

2.11. Tipo de exercício: exercício dinâmico ou contra-resistência?

Em relação ao tipo de exercício podemos caracterizar dois tipos principais:

Exercícios dinâmicos ou isotônicos e exercícios estáticos ou isométricos e cada

um deles implica respostas cardiovasculares distintas (FORJAZ; TINUCCI, 2000).

Consideram-se respostas agudas aquelas que ocorrem durante a sua

realização, em sessões isoladas de treinamento, enquanto que as respostas

crônicas estão associados a adaptação fisiológicas que ocorrem num prazo mais

longo, decorrentes de treinamento regular e dependentes do tipo de sobrecarga

aplicada (THOMPSON, 2001).

No exercício dinâmico as contrações são seguidas de movimentos

articulares, não havendo obstrução mecânica do fluxo sanguíneo, também se

observa aumento da atividade nervosa simpática, que é desencadeada pela

ativação do comando central, mecanorreceptores musculares e, dependendo da

intensidade do exercício, metaborreceptores musculares (BRUM, 2004). Em

resposta a esse aumento de atividade simpática, observa-se aumento da

freqüência cardíaca, do volume sistólico e do débito cardíaco. Além disso, outros

metabólitos musculares promovem vasodilatação da musculatura ativa,

promovendo diminuição da resistência periférica total (FORJAZ; TINUCCI, 2000).

25

Essas respostas são tanto maiores quanto for a intensidade do exercício,

mas não se alteram com a duração do exercício, caso ele seja realizado numa

intensidade inferior ao limiar anaeróbio (McARDLE, 2003). Portanto, durante a

atividade aeróbia as respostas cardiovasculares estão relacionadas com a

intensidade do trabalho realizado, quanto mais próxima a intensidade estiver do

VO2 máx, maiores serão os efeitos sobre FC e PA.

Por outro lado, exercício estático observa-se aumento da freqüência

cardíaca, com manutenção ou até redução do volume sistólico e pequeno

acréscimo no débito cardíaco. Em compensação observa-se aumento da

resistência total periférica que resulta na elevação exacerbada da pressão arterial

(WILMORE; COSTILL 2003).

Esses efeitos ocorrem porque a contração muscular mantida durante a

contração isométrica (estática) promove obstrução mecânica do fluxo sanguíneo

muscular, o que faz com que, os metabólitos produzidos durante a contração se

acumulem, ativando os quimioreceptores musculares, que promovem aumento

expressivo da atividade nervosa simpática resultando no aumento da pressão

arterial (BRUM, 2004). Então durante o exercício contra-resistência as respostas

cardiovasculares vão se dar pelo nível de oclusão dos vasos, acarretada pela

tensão muscular e pelo tempo que a contração é sustentada.

A hipotensão pós-exercício (HPE) é mais frequentemente observada após

exercícios aeróbios do que após exercícios resistidos, motivo pelo qual a maioria

dos programas de reabilitação para pacientes hipertensos tem prevalência de

exercícios aeróbicos. Para que a hipotensão tenha importância clínica, é

necessário que ela perdure na maior parte das 24 horas subseqüentes a

finalização do exercício (BRUM, 2004; HAMER, 2006).

Quanto ao exercício aeróbio, a influencia da duração desse exercício está

bem demonstrada apontando para o fato de que exercícios mais prolongados

possuem efeitos hipotensores maiores e mais duradouros, havendo uma relação

direta entre a massa muscular envolvida e a duração do HPE (FORJAZ, 1998).

Para analisar os exercícios contra-resistência é preciso lembrar que

representam um meio termo entre cargas estáticas e dinâmicas, tanto a PAS e a

26

PAD tendem a se elevar ocasionando um aumento expressivo na PAM, mesmo

que por um período curto de tempo, já que essas respostas da PA acontecem

porque a atividade contra-resistência é descontinua, tendo impactos menores do

que exercícios aeróbios e é por este motivo, que tal tipo de atividade, tem sido

cada vez mais utilizada na reabilitação de pacientes cardiopatas e hipertensos.

Segundo MacDougall, após exercícios de força, a PAS deve declinar,

normalmente atingindo valores próximos aos de pré-exercício em

aproximadamente 10 segundos, quando o esforço for máximo, e entre 1 e 2

segundos, quando o esforço for submáximo (WIECEK, 1990).

Os níveis tensionais sobem durante o esforço físico predominantemente

estático, e se forem monitorados através de uma cateter arterial poderão ser

documentadas pressões intra-arteriais superiores a 400/250mmHg em indivíduos

jovens saudáveis, sem promover danos a saúde por ser uma resposta fisiológica,

e com regularidade, ou seja, repetição periódica e freqüente pelo efeito crônico o

exercício estático pode contribuir para redução dos níveis pressóricos (ARAÚJO,

2001). Tanto exercícios aeróbios e exercícios resistidos podem compor um

programa de treinamento para hipertensos, de modo que o exercício resistido

venha sempre a complementar o aeróbio (ACMS, 2004).

2.12. Intensidade e freqüência do exercício para hipertensos

A intensidade relativa do exercício aeróbio pode ser quantificada através de

vários indicadores, entre eles podemos citar a freqüência cardíaca (FC), o

consumo máximo de oxigênio (VO2máx), o equivalente metabólico (MET) e a

percepção subjetiva de esforço (BORG, 2000 e ACMS, 2003). Entre todos esses

indicadores o mais prático é a FC, sendo um dos aspectos que favorecem a sua

utilização seja a relação de linearidade com o comportamento do VO2máx em

atividades aeróbias (VASCONCELOS, 2007).

27

Ao estudarmos a influência da intensidade do treinamento físico na pressão

arterial, pudemos constatar que, ao contrário do que imaginávamos, a idéia de que

quanto mais exercício for realizado, maior será o seu efeito hipotensor, não

passava de uma noção errada. Estudos realizados em laboratório com ratos, em

1997, demonstraram que a intensidade de treinamento físico pode ser crucial no

resultado final alcançado sobre a hipertensão arterial; enquanto o treinamento de

baixa intensidade (50% do consumo de oxigênio de pico) provocou diminuição

significativa na pressão arterial sistólica, diastólica e média, em ratos

espontaneamente hipertensos, o treinamento de alta intensidade (85% do

consumo de oxigênio de pico) não modificou o quadro de hipertensão nesta

mesma linhagem de ratos (VÉRAS-SILVA, 1997).

Observa-se um aspecto controverso entre autores sobre a intensidade do

exercício sobre a hipotensão pós-exercício, porém no paciente hipertenso

qualquer intensidade entre 40% e 70% parece provocar o efeito hipotensor

desejado, o aspecto fundamental para esse tipo de paciente é a regularidade da

atividade sendo recomendada uma freqüência de três ou mais sessões por

semana (SBH, SBC, SBN 2006).

No entanto, há indícios de que atividades com intensidade reduzida podem

exercer efeitos sobre a pressão sanguínea de hipertensos, independentemente

dos efeitos sobre a condição aeróbia (NEGRÃO, 2001).

2.13. Duração do exercício

Os exercícios mais prolongados produzem um maior efeito hipotensor. Em

animais espontaneamente hipertensos, o exercício físico com duração de 40

minutos provoca uma diminuição da pressão arterial maior e mais prolongada do

que o exercício com duração de 20 minutos. No homem normotenso, resultados

semelhantes foram observados por (FORJAZ, 1998) em que uma sessão de

exercício com duração de 45 minutos provocou queda da pressão arterial maior e

mais duradoura quando comparada a sessão de exercício realizado por um

período de 25 minutos. Como a duração do exercício físico determina a

28

intensidade das respostas neurais e hormonais durante sua execução, pode-se

esperar que as respostas cardiovasculares pós-exercício também possam ser

influenciadas por esse fator (MICHEL, 1985).

Quanto à duração do exercício físico, têm sido recomendadas sessões com

duração de 30 a 45 minutos, como sendo aquelas que mais beneficiam o paciente

hipertenso (ACMS, 2000).

2.14. Número de Séries no Treinamento de Força

A forma de execução do movimento durante o treinamento de força pode

afetar as respostas cardiovasculares. Um estudo feito por Monteiro e

colaboradores comparou em 10 voluntários com idades entre 23 e 39 anos, as

respostas agudas de freqüência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS) e

duplo produto (DP) durante o exercício de extensão de joelhos nas formas

unilateral, bilateral e alternada. Em todos os casos foram feitas 3 séries de 10RM,

com intervalo de 2 minutos entre elas. A conclusão deste estudo foi a observação

de respostas maiores nas execuções unilateral e alternada principalmente em

séries múltiplas. Sendo, a partir da 2° série, observado valores absolutos de FC e

DP maiores nas formas unilateral e alternada em comparação com a forma de

execução bilateral (MONTEIRO, 2007).

Então as respostas cardiovasculares em séries múltiplas podem ser mais

elevadas que em série única (GOTSHALL, 1999).

A prescrição de repetições máximas como forma de treinamento de força

para hipertensos deve ser contra-indicada, em virtude de comprometimentos,

como acidente vascular cerebral decorrente da elevação súbita e intensa da PA

durante a atividade (HYKOWSKY, 1996).

29

2.15. Fase de Recuperação: Postura

Em 2001, Raine e colaboradores, estudaram 7 voluntários, normotensos,

após terem executado exercício máximo, observaram que tanto na posição supina

quanto sentados durante a recuperação (até 60 minutos de recuperação), não

houve diferença significativa na magnitude da hipotensão pós-exercício, pois

ocorriam alterações mais importantes como a dos baroreceptores.

2.16. Manobra de Valsalva

Tal manobra é decorrente do bloqueio da ventilação na fase ativa do

movimento (manobra de Valsalva), criando gradientes internos de pressão que

devem ser superados por um maior trabalho cardíaco (MacDOUGALL, 1985).

Sendo assim, a manobra de Valsalva é um dos fatores que mais contribuem

para o risco cardiovascular durante exercícios contra-resistência. Durante a

ventilação normal há um efeito menor sobre a pressão arterial do que se houver o

fechamento da glote após uma inspiração profunda, com os músculos expiratórios

se contraindo em esforço máximo. Além do amento exacerbado da PA durante a

execução desta manobra, a pressão intratorácica tende a elevar-se

significativamente, reduzindo o retorno venoso devido ao colapso provocado nas

veias que atravessam o tórax. Em indivíduos de risco, como idosos e cardiopatas

esta prática é francamente contra-indicada (FARINATTI, 2003).

30

2.17. Mecanismos Responsáveis pela Hipotensão Pós Exercício

2.17.1. Mecanismos hemodinâmicos sistêmicos

Sobre a fisiologia cardiovascular sabemos que a pressão arterial média

(PAM) é o produto do débito cardíaco (DC) e da resistência total periférica (RTP),

por sua vez o DC é o produto do volume sistólico (VS) vezes a freqüência

cardíaca (FC). Razão pela qual o aumento do DC ou da RTP resulta num aumento

da PAM. No corpo a PAM depende de vários fatores fisiológicos, incluindo débito

cardíaco, o volume sanguíneo, a resistência ao fluxo e a viscosidade sanguínea. O

aumento de qualquer uma das variáveis citadas gera aumento da PA. Já por outro

lado a queda de qualquer uma delas causa redução da PA, logo fica evidente que

estes fatores participem da gênese da HPE (MARTINS, 2002).

A máxima captação de oxigênio (VO2 máx) é definida pelo débito cardíaco

máximo multiplicado pela máxima diferença arterio-venosa de oxigênio (aVO2).

Uma vez que o débito cardíaco é determinado pela interação da FC e do volume

sistólico, o VO2 no exercício é diretamente relacionado com os valores de FC

(POLITO, 2003).

A captação de oxigênio pelo miocárdio (MVO2) é determinada pela interação

de vários fatores. Dentre eles a tensão intramiocárdica, a contratilidade do

músculo cardíaco e a freqüência cardíaca. Douglas propõe que, no esforço físico,

o aumento do MVO2 seja compensado necessariamente pela adequação do fluxo

coronariano, que pode aumentar até cinco vezes o seu valor de repouso

(DOUGLAS, 2000). Infelizmente medidas exatas do MVO2 requerem

procedimento cirúrgico invasivo de risco, todavia pode ser estimado durante o

exercício pelo produto entre a pressão arterial sistólica e a freqüência cardíaca,

obtendo-se então o duplo produto (DP) (FOSS, 2000).

O efeito agudo do exercício físico, do ponto de vista hemodinâmico, para a

diminuição na pressão arterial (PA) após uma única sessão de exercício físico

aeróbico somente poderia ser explicada por uma queda na resistência vascular

periférica total ou por uma redução no débito cardíaco (NEGRÃO, 2001; ALEX,

31

2007). Pode-se dizer que uma única sessão de exercício prolongado de baixa ou

moderada intensidade provoca queda prolongada na PA. Essa queda depende,

basicamente, de uma diminuição do débito cardíaco, associado à redução do

volume sistólico (NEGRÃO, 2001). Os mecanismos pelos quais os exercícios

crônicos, em longo prazo, atenuam a hipertensão também não estão esclarecidos,

porém após um programa de exercício físico aeróbico a redução da atividade

nervosa simpática periférica contribui para a atenuação da PA, visto que, observa-

se que os níveis de norepinefrina circulante estão diminuídos (HADDAD, 1997).

Também se observou à diminuição dos níveis de catecolaminas plasmáticas de

indivíduos realizando exercício físico aeróbico, porém só após três semanas de

treinamento. A epinefrina diminuiu de cerca de 6 ng/ml para aproximadamente 2

ng/ml e a norepinefrina cerca de 1,8 ng/ml para 1,0 ng/ml (MARTIN, 1996).

2.17.2. Mecanismos Neurais

A atividade nervosa simpática e a subseqüente liberação de noradrenalina

norteiam respostas taquicárdicas (aumento do débito cardíaco) e vasoconstritoras

(aumento da resistência vascular periférica). Dessa forma uma possível

diminuição do tônus simpático para o coração e para os vasos poderia estar

associada à queda dos níveis pressóricos. Em estudo recente realizado em

laboratório demonstrou que hiperatividade simpática observada em pacientes

hipertensos avaliada pela medida direta da atividade nervosa muscular, através da

técnica de microneurografia, foi normalizada nesses pacientes após um período

de quatro meses de treinamento físico aeróbio (LATERZA, 2007). Todavia, o

mecanismo responsável pela diminuição da atividade nervosa simpática após o

treinamento físico nos pacientes hipertensos não é totalmente conhecido.

32

2.17.3. Mecanismos Neurohumorais

Neste tópico há vários fatores, estimulados pelo exercício que podem

contribuir para gênese da hipotensão pós-exercício (HPE), através da manutenção

da vasodilatação periférica durante de recuperação (MARTINS, 2002). Embora

não haja na literatura, até o momento, estudos mostrando o efeito do treinamento

físico no controle quimiorreflexo de pacientes hipertensos, não podemos descartar

que, após o treinamento, a diminuição nos níveis de ativação do sistema nervoso

simpático possa ser em função de uma possível melhora no controle

quimiorreflexo desses pacientes. Outra importante adaptação provocada pelo

treinamento físico é a melhora da sensibilidade baroreflexa arterial nos indivíduos

hipertensos (LATERZA, 2007 e SOMERS, 1991).

Dentro dos fatores humorais de controle da pressão arterial cita-se o óxido

nítrico (NO), definido como fator relaxante do endotélio por Furchgott e Zawadzki,

em 1980, e caracterizado posteriormente como potente vasodilatador do endotélio

(MOEDA, 2004). O papel do óxido nítrico na função cardiovascular tornou-se

importante após a localização das isoformas eNOS e nNOS no tecido cardíaco e

nervoso (SEARS, 2004; DANSON, 2005), o NO derivado do endotélio (eNOS)

possui papel importante no controle do tônus vascular (WANG, 2005) por outro

lado o controle autonômico cardíaco feito pelo núcleo trato solitário (NTS) tem o

NO derivado da nNOS como um de seus neuromoduladores (DANSON, 2005).

Segundo Liu, citado por Brandão (2007) evidências sugerem que a

diminuição de angiotensina II (mediador excitatório simpático) e aumento central

da isoforma neuronal do óxido nítrico (mediador inibitório simpático) promovem a

redução da atividade nervosa simpática renal observada após a o treinamento

físico em modelos experimentais.

33

2.18. Recomendação de exercício para o paciente hipertenso

A prescrição do exercício para hipertensos é, em geral, semelhante ao que

se recomenda para desenvolver e manter a aptidão cardiorrespiratória de adultos

normotensos (ACMS, 2000). Os princípios gerais para a prescrição de exercícios

são válidos para os portadores de HAS com o intuito de se obter manter

segurança, devendo sempre ser realizada, passando-se pelas seguintes fases:

período de aquecimento, período de condicionamento e período de

desaquecimento. O período de aquecimento corresponde à preparação dos

músculos, tendões e tecidos conectivos que serão requisitados durante o

exercício; o período de condicionamento é a fase de atividade que aumenta o

condicionamento cardiovascular, ou seja, é a execução do exercício propriamente

dito e o período de desaquecimento ou fase da desaceleração, é onde o corpo se

reajuste, gradualmente, mantendo o retorno venoso ao coração e facilita a

dissipação do calor e a remoção do ácido lático (CHOBANIAN et.al. 2003).

A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que indivíduos hipertensos

iniciem programa de exercício físico regular, desde que submetidos à avaliação

clínica prévia. Os exercícios devem ser de intensidade moderada, de três a seis

vezes por semana, em sessões de 30 a 60 minutos de duração, realizados com

freqüência cardíaca entre 60% a 80% da máxima ou entre 50% e 70% do

consumo máximo de oxigênio (HARWATZ, 1993 e HASFORD, 1992).

Quanto aos exercícios de resistência muscular localizada, a sobrecarga

recomendada não deve ultrapassar 50% a 60% da contração voluntária máxima e

esses exercícios devem ser empregados de forma complementar ao exercício

aeróbio (SBC, SBH, SBN, 2006).

É extremamente útil incentivar um estilo de vida mais ativo fisicamente,

porque pode provocar um impacto significativo na morbidade e mortalidade

cardiológica, o que acarretará numa redução acentuada nos custos do sistema de

saúde (KAVANAGHT, 2001). O efeito do exercício físico sobre os níveis de

34

repouso de pressão arterial de grau leve a moderado é especialmente importante,

uma vez que o paciente hipertenso pode diminuir a dosagem dos seus

medicamentos anti-hipertensivos ou até ter sua pressão arterial controlada sem a

adoção de medidas farmacológicas (RONDON, 2003).

2.19. Protocolo

• Caminhada de intensidade leve a moderada (60-80% da FC estimada pela

fórmula de KARVONEN).

• Freqüência mínima de três vezes por semana.

• Duração de 30 minutos por sessão.

• A reavaliação dos pacientes seria feita a cada dois meses, tendo por

objetivo acompanhar sua evolução, bem como adaptar as cargas da

prescrição às suas novas condições de treinamento.

35

CONCLUSÃO

Conclui-se que as adaptações agudas e crônicas do exercício físico regular

são benéficas ao paciente hipertenso por proporcionarem um importante impacto

sobre os níveis de repouso da pressão arterial, fazendo com que ele obtenha um

maior controle de sua PA. O sedentarismo por si só, é um importante fator de risco

e todas as evidências que foram levantadas quanto aos efeitos do treinamento

físico serão sempre bem vindas para a melhora da qualidade de vida como um

todo.

36

Anexo I

http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lulas_endoteliais- 29/11/2008

37

Anexo II

A redução do calibre das arteríolas pode ocorrer por processo ativo (funcional). Mais

recentemente vem sendo demonstrado que o componente estrutural pode ser determinado não só por espessamento da parede como também por “remodelação” quando há redução

global do diâmetro externo e interno sem modificação da massa. Fonte: KRIEGER EM; FRANCHINI KG & KRIEGER JE. Fisiopatogenia da hipertensão arterial. Medicina, Ribeirão Preto, 29: 181-192, abr./set. 1996.

38

Anexo III

Fonte: Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, v.18, p.21-31, ago. 2004. N.esp.

39

Anexo IV

Sistema renina-angiotensina e quatro sítios onde sua atividade pode ser inibida.

Fonte: HiperAtivo, Vol 5, No 2, Abril/Junho de 1998

40

Anexo V

Arq Med ABC. 2007;32(2):82-87. 85

41

Anexo VI

Estrutura molecular da enzima conversora interagindo com inibidor da ECA. (OIGMAN, 1998)

42

Anexo VII

Fonte: Arq Med ABC. 2007; 32(2):82-87.

43

Anexo VIII

Fonte: Arq Med ABC. 2007;32(2):82-87.

44

Anexo IX

O mecanismo vasoconstritor renina-angiotensinapara o controle da pressão arterial.

(GUYTON, 1998

45

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