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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
LUCIANI GONÇALVES
SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL
POSSÍVEIS INTERVENÇÕES NA ABORDAGEM
COGNITIVA COMPORTAMENTAL
São Paulo
2013
LUCIANI GONÇALVES
SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL
POSSÍVEIS INTERVENÇÕES NA ABORDAGEM
COGNITIVA COMPORTAMENTAL
Monografia apresentada no curso de Especialização em Terapia Cognitiva Comportamental – CETCC - Centro de estudos.
Orientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins
Coorientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon
São Paulo
2013
Gonçalves Luciani -Terapia Cognitivo-Comportamental: síndrome da alienação parental possíveis intervenções na abordagem cognitiva comportamental - 46 f : il. color. + CD-ROM Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) – Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC). 2013. Orientação: Profª. Msc Eliana Melcher Martins Coorientação: Profª. Dra Renata Trigueirinho Alarcon 1. Síndrome. 2. Alienação parental. 3. Terapia Cognitiva Comportamental.
I. Título.
. I. Gonçalves Luciani. II. Martins, Eliana Melcher, orient III. Alarcon, Renata Trigueirinho. coorient. IV. Título.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu Marido Artemio pela compreensão do tempo dispendido
para a realização deste trabalho, a minha filha Rafaelle por ter me incentivado a
escolher o Título de Alienação Parental a minha Amiga Edna Reis por ter me
orientado com a definição do tema assim como tranquilizou minhas angústias no
decorrer do trabalho, a minha orientadora Professora Renata pela paciência e
compreensão, e, ao Leonardo meu companheiro de todas as horas que ficou sempre
ao meu lado.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos os meus pacientes, que de uma forma indireta
contribuíram para que eu buscasse novas vertentes para auxilia-los.
RESUMO
A evolução da família durante o desenvolvimento da sociedade resultou em mudanças em seus conceitos, bem como nas relações entre seus membros, em especial no que se refere à guarda dos filhos em casos de separação conjugal ou término de uma relação estável na modalidade litigiosa. Os conflitos entre casais, em geral, têm consequências negativas sobre os filhos e, eventualmente, também afetam a relação genitor/filho. Nesse contexto podem surgir atitudes, conscientes ou não, de um dos ex-cônjuges para provocar o afastamento dos filhos em relação ao outro genitor, definido por Richard Gardner como a Síndrome da Alienação Parental (SAP), cujos efeitos incluem problemas imediatos e também tardios de ordem psicológica e comportamental nos filhos. Desta forma foi criada a Lei n. 12.318/2010 para reger essa nova síndrome que tomou conta do mundo, inclusive do Brasil, contribuindo assim, para que o poder judiciário julgue, previna e puna casos dessa natureza, garantindo as crianças/adolescentes uma convivência familiar saudável. A metodologia utilizada nesse estudo foi à pesquisa bibliográfica dos seguintes autores: Gardner (2002); Beck (1997); Caballo (2002); Sousa (2009); Dias (2008); entre outros. As discussões em torno da síndrome envolvem principalmente a psicologia e o direito juntamente buscam caminhos para solucionarmos problemas da SAP. Durante a pesquisa bibliográfica pode perceber-se a grande contribuição de Beck, que ao desenvolver o modelo cognitivo, serviu de base para que outros teóricos pudessem adaptar as técnicas e os pressupostos da terapia cognitiva para trabalhar com SAP. Quanto ao atendimento psicoterápico da SAP, a TCC em sua proposta visa levar a pessoa que sofre a refletir sobre seus problemas, através de um conjunto de técnicas e estratégias que auxiliam no tratamento dos problemas identificando os pensamentos, os comportamentos e sentimentos que contribuem para os desajustes emocionais prejudicando com isso os vínculos familiares. Durante a pesquisa bibliográfica pode-se perceber a grande contribuição de Beck, que ao desenvolver o modelo cognitivo, serviu de base para que outros teóricos pudessem adaptar as técnicas e os pressupostos da terapia cognitiva para trabalhar com SAP. reestruturando o processo cognitivo onde facilita o autoconhecimento e, por consequência, facilita a modifica ação de padrões mal adaptativos de comportamento. Conclui-seque a criança que esta exposta a SAP sofre duplamente perante aos genitores, tendo atitude negativa e comportamento agressivo.
Palavras-chave: Síndrome de Alienação Parental (PAS), família, criança, divórcio, separação, terapia cognitivo-comportamental.
ABSTRACT
The evolution of family for the development of society has resulted in changes in their concepts, as well as in relations between its members, in particular as regards the custody of children in cases of separation or termination of a long-term relationship in the litigious mode. Conflicts between couples, in General, have a negative impact on the children and eventually also affect parent/child relationship. In this context, conscious attitudes can arise or not, one of the former spouses to cause the removal of the children against the other parent, set by Richard Gardner as Parental Alienation Syndrome (PAS), which effects include immediate problems and later also of psychological and behavioral in children. Thus was created the law n. 12,318/2010 to govern this new syndrome that has taken over the world, including Brazil, thus contributing to the judiciary judge, prevent and punish cases of this nature, ensuring children/teenage. The methodology study was the bibliographical research of the following authors: Gardner (2002); Beck (1997); Caballo (2002); Shah (2009); Days (2008); among others. Discussions surrounding the syndrome mainly involving psychology and law together to find ways to solve the PAS problems. As for the psychotherapeutic care of PAS, Cognitive Behavioral Therapy in its proposal aims to take the person who suffers the reflect on their problems, through a set of techniques and strategies that help in the treatment of the problems identifying the thoughts, feelings and behaviors that contribute to the emotional misfits that harming the family links.
Key-words: Parental Alienation Syndrome (PAS), Family, Child, divorce, separation, cognitive behavioral therapy.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Sintomas da SAP ................................................................................... 24
Quadro 2 – Outros critérios da SAP .......................................................................... 25
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Representação gráfica das triangulações que ocorrem na alienação
parental ..................................................................................................................... 20
Figura 2 – Fase inicial, da fase intermediária e final da TCC com crianças .............. 37
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9
2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 16
3 METODOLOGIA ................................................................................................ 17
4 RESULTADOS .................................................................................................. 18
4.1 Rompimento Conjugal .................................................................................... 18
4.1.1 A importância da triangulação mãe-pai-filho ........................................... 19
4.1.2 Desejos exclusivos do vínculo ................................................................. 20
4.2 Síndrome da alienação parental ..................................................................... 21
4.2.1 Origem ..................................................................................................... 21
4.2.2 Visão de Richard Gardner sobre a alienação parental e a síndrome da
alienação parental .............................................................................................. 22
4.2.3 Definições da síndrome ........................................................................... 28
4.2.4 Diagnóstico .............................................................................................. 30
4.3 A visão geral da terapia cognitivo comportamental para casais e famílias ..... 30
4.4 A teoria comportamental cognitiva (uma proposta de tratamento da síndrome
da alienação parental). .......................................................................................... 31
5 DISCUSSÃO ...................................................................................................... 38
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 41
7 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 43
9
1 INTRODUÇÃO
A separação conjugal costuma dificultar a guarda dos filhos. A existência de
um distúrbio, Síndrome da Alienação Parental (SAP) vem sendo estudado pela
grande proporção de conflitos existentes. O Psiquiatra norte americano Richard
Gardner, procurou se aprofundar no estudo dessa síndrome. No decorrer do tempo,
percebeu-se que o tema se difundia pelo cenário nacional, o que levou a aprofundar
o estudo sobre SAP.
Cabe informar que, no Brasil, as associações de pais separados têm sido as
principais responsáveis por promover e difundir o tema SAP. Com o apoio dessas
associações, foi elaborado o projeto de Lei n.4055/08 e, no ano de 2010, foi
sancionada a lei n.12.318 que visa impedir o desenvolvimento da considerada
síndrome nas situações de litígio conjugal.
Na década de 1980 a SAP foi definida, sendo vista por Gardner como um
distúrbio infantil que surgia, especialmente, em crianças cujos pais se encontram
separados.
[...] A síndrome seria introduzida pelo genitor nomeado de alienador, que na maioria dos casos, se referia à figura do guardião, ou seja, a mãe, que com frequência era quem detinha a guarda dos filhos. O autor justifica que, movidos por vingança e outros sentimentos desencadeados com a separação do casal, as mães guardiãs induziriam os filhos a rejeitar ou mesmo odiar o outro genitor. Em casos de SAP considerados severos, as mães seriam portadoras de algum tipo de distúrbio ou transtorno de personalidade (Cartwright, 1993; Gardner, 1991).
A SAP traria ainda uma série de consequências para a vida futura de crianças
e jovens que, supostamente, teriam sido afetados pela síndrome como, por exemplo,
distúrbios de personalidade, dificuldades nas relações sociais, a reprodução dos
comportamentos do genitor alienador, dentre outras previsões (Cartwright, 1993;
Gardner, 1991).
O diagnostico da SAP seria realizado por meio de diferentes sintomas
exibidos pela criança, entre eles distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade,
baixa autoestima e pânico, além de não conseguir uma relação estável, quando
adultas (Gardner, 1998a, 1999a).
10
Gardner (1999b) defende que por meio de imposição judicial, a criança e seus
genitores sejam submetidos a tratamento psicoterápico- tratamento este que,
também classificado como „terapia da ameaça‟ (Escudero, Aguilar e Cruz, 2008),
envolveria sanções judicias que poderiam ser utilizadas caso os membros da família
não se dispusessem a cooperar. Para tanto, Gardner (1999b) recomenda que o
terapeuta tenha acesso direto ao julgador.
Quanto ao genitor alienador, Gardner recomenda a imposição de medidas
como a perda da guarda dos filhos, a suspensão de qualquer contato com esses, o
pagamento de multa e etc. Se as medidas sugeridas não forem suficientes, o autor
recomenda então a prisão de tal genitor (Gardner 1998a).
Interessa notar que, embora o psiquiatra norte-americano tenha se
empenhado em difundir sua teoria sobre a SAP por meio da publicação de inúmeros
livros e artigos, não empreendeu pesquisa cientifica sobre o assunto.
As pesquisas sobre o rompimento conjugal e a guarda de filhos e também a
literatura sobre terapia de casal e família identificam que, após a separação do casal
se estabelece uma relação intensa entre um dos pais e os filhos, como consequente
alijamento do genitor não residente. Essa forma de relação recebeu diferentes
designações como cisma aliança, alinhamento, coalizão, dentre outras.
Pensar a existência de uma síndrome que se manifesta em situações de litigio
conjugal impõe de início um exame sobre o contexto da separação do casal,
levando-se em conta diferentes fatores que podem estar envolvidos e que acabam
por fomentar o conflito. Desta forma, os sentimentos deflagrados com o rompimento
conjugal, as relações com a família de origem, as mudanças decorrentes da
separação do casal podem contribuir para alterações nas relações parentais,
propiciando a que se estabeleçam alianças entre um dos genitores e os filhos, ao
mesmo tempo em que a outra responsável passa a ser excluído ou ter rejeitada sua
participação na educação e criação deles.
Muitos casos de separação ou divórcio podem deixar marcas nocivas em um
dos cônjuges, desencadeando sentimentos de ódio e raiva, fazendo com o que este
parceiro crie falsas histórias a partir de pensamentos irracionais e, induzindo,
11
manipulando e doutrinando os filhos para que também desenvolvam sentimentos
negativos em relação ao outro genitor, com o objetivo de afastá-los.
Uma vez definida a SAP, é necessário que seja comprovada a síndrome por
meio de avaliações feitas em parceria com o psicólogo e os juízes das Varas de
Famílias, que julgaram os casos.
A Terapia cognitiva Comportamental funciona como uma terapia breve, onde
intervenções são planejadas com base nos objetivos construídos e pautadas em
diferentes técnicas, tanto para a compreensão da forma de interagir, quanto para a
mudança, dando respaldo à criança e ao cônjuge alienado e uma segurança maior a
família. Nesse sentido, a Terapia Cognitiva Comportamental será fundamental, pois
trará parâmetros para o desenvolvimento no processo terapêutico. As psicoterapias
cognitivas foram concebidas como modelo teórico-prático a partir da abordagem da
psicopatologia adulta, sendo que até 1980, estudos de validação e eficácia na
população infantil eram praticamente ignorados.
Através dos princípios da TCC, o terapeuta busca o entendimento de como
vários fatores podem interagir na vida do paciente, essencialmente o comportamento
(o que a pessoa faz e como faz), as cognições (o que e como pensa e sente) e as
condições ambientais (como estrutura o seu ambiente).1
O Terapeuta precisa levar em conta que a criança estando ainda em
formação, ela apresenta maneiras próprias de pensamento, sentimento e
comportamento, que, configuram um “mundo de fantasias”, expresso nos jogos e
atividades lúdicas em que a criança se engaja. O profissional de TCC em contato
direto com a criança, trabalha indiretamente, por meio de metáforas e jogos,
ajustando cada um deles a etapa de desenvolvimento da criança, e de acordo com o
plano de intervenção proposto.
Alguns exemplos de técnicas ou atividades usadas para desenvolver as
habilidades de solução de problemas e de autocontrole e identificação de
pensamentos distorcidos são citados a seguir.
O Relógio de Sentimento: é uma atividade que visa desenvolver na criança as
habilidades de auto-observação dos sentimentos e pensamentos. A criança cria
1 Psicoeducação com crianças em TCC – Rita A. R. Amorim.
12
relógios de brinquedo utilizando diferentes tipos de papel e outros materiais, como
velcro, tachinhas, etc. A criança desenha “carinhas” que expressam quatro (ou mais)
estados emocionais (zangada, triste, contente, preocupada) nos lugares nos quais
ficariam os quartos de hora (3:00, 6:00, 9:00 e 12:00). Quando o relógio estiver
pronto, a criança pode usá-lo tanto para se expressar, ajustando os ponteiros de
acordo com o estado que está sentindo naquele momento, o que permite à criança,
de um modo divertido, expor seus sentimentos para o terapeuta e pais, ao mesmo
tempo que estimula o autoexame e a auto – expressão das emoções.
Terapeutas criativos podem criar inúmeras maneiras de usar o relógio.
A criança cria relógios de brinquedo utilizando diferentes tipos de papel e
outros materiais, como velcro, tachinhas, etc. A criança desenha “carinhas” que
expressam quatro (ou mais) estados emocionais (zangada, triste, contente,
preocupada) nos lugares nos quais ficariam os quartos de hora (3:00, 6:00, 9:00 e
12:00). Quando o relógio estiver pronto, a criança pode usá-lo tanto para se
expressar, ajustando os ponteiros de acordo com o estado que está sentindo
naquele momento, o que permite à criança, de um modo divertido, expor seus
sentimentos para o terapeuta e pais, ao mesmo tempo que estimula o autoexame e
a auto – expressão das emoções.
A Locomotiva do Medo: é uma atividade que visa ensinar habilidades de auto-
observação dos sentimentos, mas que põe sua ênfase na observação do medo e da
ansiedade. O terapeuta, conversando com a criança, compara a ansiedade a um
trem, que corre nos trilhos, mas está fora de controle, e, com isto, abre caminho para
atividades lúdicas de elaboração e aprendizagem sobre o medo e a ansiedade
utilizando a metáfora do trem e do “mundo” ferroviário, com estações, passageiros,
viagens, locomotivas, vagões, maquinista, foguista etc. Após ter sido apresentada à
metáfora, a criança é convidada a desenhar uma locomotiva, colorindo-a com a cor
que melhor representa sua ansiedade. Inicia-se, então uma viagem de fantasia, em
que o trem passa por diversas estações, como o corpo, a mente, as ações, os
contextos, as pessoas, as relações, etc. A cada estação em que o trem para, a
criança é convidada a explorar sua ansiedade, identificando-a, percebendo como ela
se manifesta naquela estação, relacionando-a com as características daquela
estação, etc.
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A Máscara do Herói: é uma atividade destinada a ensinar procedimentos de
solução de problemas, através de um jogo no qual a criança escolhe um herói (por
exemplo: pai, professor, amigo, atleta famoso, autor / atriz, figura histórica), depois
faz uma “máscara” deste herói, colocando sua figura em um pedaço de cartolina
com formato de rosto, como aquelas máscaras de papelão que usamos no carnaval.
Usando a máscara a criança “faz de conta” que é o herói, e que vai enfrentar
diversos desafios, nos quais se inclui os problemas que foram escolhidos para
serem trabalhados na sessão ou estágio. A tarefa do “herói” é criar soluções
alternativas para os problemas escolhidos.
Ao colocar a máscara e “torna-se outra pessoa”, e ainda por cima outra
pessoa “poderosa” “herói”, a criança tem bastante alterada sua perspectiva do
problema considerado, em importantes aspectos, dos quais vale destacar: – como o
problema está sendo abordada pelo “herói”, a criança consegue ganhar
distanciamento emocional do problema, o que facilita a consideração das
características do problema; – olhando o problema da perspectiva de outra pessoa
(o “herói”), a criança consegue evitar a pressão para resolver o problema, ganhando
em flexibilidade de pensamento e podendo explorar alternativas para a interpretação
e para a solução da situação do problema; – sendo o “herói” (e “herói” tem
“poderes”), a criança pode questionar suas crenças sobre sua própria competência,
abrindo caminho para romper as barreiras do ”eu não consigo” e identificando
habilidades e recursos que tem ou precisa aprender e desenvolver; – ao explorar
formas diferentes de pensar sobre o problema e soluções alternativas, a criança
pode mudar a perspectiva que tem sobre si mesma, ganhando autoconfiança.
Este jogo também permite explorar o modelo de representação da criança
sobre si mesma, o mundo e os problemas que enfrenta, possibilitando ao terapeuta
identificar com maior facilidade as habilidades e as dificuldades da criança sem que
seja necessário questioná-la diretamente, como no Jogo da Locomotiva do Medo.
Caixa de Problemas: é uma adaptação da técnica de lista de problemas
proposta por Judith S. Beck (1997), que é usada para que os pacientes possam
transformar seus problemas em metas para a terapia e para ensinar para a criança o
conceito de sigilo, previsto no Contrato psicoterapêutico, informando-a acerca da
unilateralidade das informações das Oferece à criança 3 cores de caneta para que
ela escreva:
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1. Os problemas que ela percebe (cor azul).
2. Os problemas que os pais percebem e que foram contados por eles
durante o processo de entrevista inicial (cor vermelha).
3. Os problemas que o terapeuta tenha percebido durante as sessões e não
foram relatados nem pelos pais e nem pela criança, após a reflexão da
criança (cor verde) sessões.
A caixa é aberta todas as sessões e os problemas trabalhados são
destacados conforme escolha da criança. Novos problemas podem ser inseridos e,
velhos problemas resolvidos, são retirados durante a terapia.
A Identificação dos Pensamentos Distorcidos: “Óculos quebrados”, consiste
na construção de um óculos com as lentes quebradas. A Ideia que sustenta esta
técnica é que usando os “óculos quebrados” a percepção que se tem da realidade
fica distorcida e para ver melhor é preciso tirar o óculos corrigindo as distorções
apresentadas pelo paciente. Os óculos, então, são apresentados, por exemplo, em
fantoches, sugerindo que esse uso também leva às distorções que o paciente
apresenta. Nesta técnica a função do paciente é apontar a distorção interpretativa
que tal óculos causa, devendo corrigi-la a fim de proceder a retirada do óculos do
personagem, evoluindo ao reconhecimento da criança, em si mesma, as distorções
cognitivas em questão.
Reciclar os Pensamentos: é uma técnica que visa desenvolver a flexibilidade
do pensamento e habilidades de autoinstrução e autocontrole. Esta técnica é mais
facilmente usada com criança pré-adolescente e adolescente, que já possui alguma
experiência do mundo e conhecem dinheiro. A metáfora base desta técnica é a
substituição de notas de dinheiro desgastadas por notas novas, um processo de
reciclagem comum em nossa sociedade. O terapeuta associa os habituais
pensamentos e interpretações negativas às notas de dinheiro desgastadas,
amassadas e sujas, que devem ser substituídas por notas “estalando de novas”, as
quais trarão pensamentos e interpretações mais produtivas.
As crianças são instruídas a escrever seus pensamentos negativos em
pedaços de papel em formato de notas, que são então amassadas e sujas, como se
fossem notas de dinheiro muito usadas. Depois recebem papéis novos, no quais
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devem escrever as declarações positivas que irão substituir os pensamentos antigos
e gastos. Estes papéis novos são entregues ao terapeuta que os deposita no
“banco”. Finalmente, as crianças vão ao “banco”, trocar as notas velhas pelas notas
novas.Nesta tarefa, a realização física da troca facilita a memorização e a
simbolização da troca. As crianças são então instruídas a usar as notas “novas”
sempre que os pensamentos negativos (as “notas velhas”) aparecerem, levando
consigo os recursos desenvolvidos na terapia, para o seu dia a dia. Além disso, a
metáfora aproveita a onda de “reciclagem” que o crescimento da consciência
ecológica vem criando em nossa sociedade.
Segundo Caballo (2002):
[...] se durante a avaliação psicológica for diagnosticado no comportamento do genitor alienador emoções e comportamentos que levam a construção de falsas percepções da realidade, acredita-se que uma técnica a ser aplicada na tentativa da resolução, ou minimização dos danos da síndrome, seja a terapia racional-emotiva (TRE). A TER , enfatiza que as pessoas pensam, sentem emoções e se comportam simultaneamente. Raramente se emocionam sem pensar.
Conforme afirma Albert Ellis:
Quando se emocionam, também pensam e agem. Quando agem, também pensam e se emocionam. “Quando pensam, também se emocionam e agem”. A pessoa que tem o conhecimento do conceito TER torna-se menos imediato em suas ações e com isso erra menos. Pensa antes de agir, Racional Emotiva = pensar em seus sentimentos antes que os mesmo se torne um comportamento/ação.
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2 OBJETIVOS
Os objetivos deste trabalho foram:
Estudar os aspectos que envolvem a síndrome de alienação parental e
suas implicações.
Verificar subsídios da terapia cognitiva comportamental para a síndrome
da alienação parental.
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3 METODOLOGIA
Este trabalho tem como base em seus objetivos o método de pesquisa
explicativa, visto que pretende proporcionar maior familiaridade com o tema
abordado (Alienação Parental e Intervenção da TCC) com o intuito de torna-lo mais
explícito de identificar, assim como a possível intervenção. Foi realizada busca em
acervos de livros, catálogos de teses, bem como sites e portais de periódicos na
internet.
Usei para pesquisa palavras chave: Síndrome de Alienação Parental (PAS),
família, criança, divórcio, separação, terapia cognitivo-comportamental.
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4 RESULTADOS
4.1 Rompimento Conjugal
Os conflitos e questões emocionais vividas pelo ex-cônjuges estarão quase
sempre presentes nos casos de separação judicial, que é o caso da separação
emocional, em que os ex-cônjuges continuam vivenciando sentimentos de raiva,
traição desilusão com o casamento e uma vontade consciente, ou não, de se vingar
do outro pelo sofrimento causado.
Desta forma, para alguns doutrinadores, o divorcio emocional muitas vezes
poderá estar associado aos aspectos cotidianos que levam o casal a manter um
vínculo como, por exemplo, filhos, que pode sempre reativar ou despertar as
questões emocionais envolvidas. Assim, o divórcio legal não elimina os problemas,
sendo que, em algumas situações, pode exacerbá-los ou criar outros.
Brito2 (2000) explica que: “uma das dificuldades da separação conjugal
quando o casal possui filhos é o fato paradoxal de querer desligar-se de alguém que
na verdade não poderá desprender totalmente, dada a parentalidade comum.”
Segundo uma investigação realizada por Souza R.M3 (2006), com homens e
mulheres de diferentes idades e níveis socioeconômicos, verificou-se que muitos
“subvalorizavam a própria capacidade parental e davam mais importância à raiva
dirigida ao ex-cônjuge”.
Diante das situações de discórdia entre casais, os filhos são muitas vezes
envolvidos como aliados, espiões ou, ainda, tornam-se meio de expressão do
desprezo ou rejeição entre aqueles.
Desta forma, no trabalho de mediação é fundamental abordar a dimensão
conjugal e não só lembrar os ex-casais da diferença entre sua separação e a
continuidade do vínculo parental. Nesse sentido, existem três correntes de
conjugalidade, quais sejam: divorcio psíquico, reapropriação do vínculo com a
própria história, proteção daquele aspecto ligado à condição conjugal.
2 Competência e Convivência: Caminhos da Psicologia junto ao direito de Família, RJ: Relume-
Dumara, 2000.p.171-186). 3 Configurações plurais-Especial Dez. 2006 p.53-59
19
Para Féres-Carneiro (2003a,), “[...] o processo de desconstrução da
conjugalidade ocorre simultaneamente à reconstrução da identidade individual, além
de requer a elaboração por luto pelo rompimento da relação.”
Cigoli (2002, p.191), identifica em algumas situações o que chama de “cisma
geracional”, ou seja, casos em que a dor pelo fim do casamento embaralha, arrasta
para destruição qualquer forma de vínculo, o que pode se dar de duas formas
distintas: pela exclusão de um dos genitores da relação com os filhos ou por meio da
divisão dos filhos entre genitores.
Diante das considerações dos autores Féres – Carneiro (2003a) e Cigolo
(2002, p.191), pode-se levar a conclusão de que o fato de os filhos serem, muitas
vezes, cooptados por um ou ambos os genitores seria produto do litigio conjugal.
Pode-se perceber ainda na literatura pesquisada, que comumente é feita
referência às expressões conjugalidade e vínculo, com ideias sinônimas. Porém, a
expressão vínculo conjugal designa aspectos de ordem relacional, afetiva ou
psicológica envolvidos no casamento, enquanto conjugalidade seria mais ampla,
envolvendo, além dos aspectos psicológicos, outros de caráter sociológico, histórico
jurídico, bem como da vida cotidiana (Féres – Carneiro, 2003a; Cigolo, 2002, p.191).
Seguindo esse raciocínio, pode-se pensar que embora a conjugalidade venha
a ser desfeita com o fim do casamento, é possível que ainda perdure o vínculo
conjugal entre os ex-parceiros.
Assim, considera-se que no trabalho realizado junto a ex-casais, seja no
contexto psicoterápico, seja no jurídico, é fundamental que se aborde não só a
diferença entre conjugalidade e parentalidade, mas também o vínculo conjugal, de
modo que possa ser transformado, favorecendo a que ambos os pais colaborem
para preservação e a manutenção do vinculo parental.
4.1.1 A importância da triangulação mãe-pai-filho
A triangulação é necessária para o desenvolvimento da criança. Conviver com
pai e mãe é necessário e importante e, quando a convivência não se acontece, gera
fonte de angustia, de ansiedade, conflito e dor. Nesses casos, abordagem especifica
20
deve ser feita para que a vinculação adoecida seja tratada adequadamente e o
vínculo possa ser restabelecido de modo seguro (Gardner, 1992, p.64).
Importante ressaltar que, para o alienador, existência do outro genitor é
totalmente desvalorizada, chegando mesmo a afirmar que a presença do outro na
vida do filho é prejudicial, numa clara afronta aos princípios psicológicos que reagem
à higiene mental das crianças e garantem seu desenvolvimento normal. Daí a
importância da expansão da tendência a atribuir-se a guarda àquele genitor que não
apenas interfere, mas que facilita e promove o contato do filho com o outro genitor. A
figura 1 representa.
Figura 1 – Representação gráfica das triangulações que ocorrem na alienação parental
Fonte: http://artigos.psicologado.com/atuação/psicologia-juridica/a-nova-lei-da-alienação-parental
O quadro a esquerda mostra a aliança simbiotica com que o (a) alienador(a)
envolve a criança para opor-se ao(a) outro(a) genitor(a) para que se afaste do
convivio. O quadro da da direita mostra a triangulação com a qual a criança, movida
pelos interesses do (a) genitor(a) alienador(a), ingressa com ações judiciais, com
acusações contra(o) genitor(a) alienado(a) para exclui-lo (a) definitivamente do
convivio, desta vez utilizando da sentença juducial para consolidar a destruição dos
vinculos.
4.1.2 Desejos exclusivos do vínculo
O desejo da exclusividade do vínculo com os filhos, não permitindo que
ninguém mais deles se aproxime, é característica também de pessoas que inculcam
a Síndrome de Alienação Parental em seus filhos (as):
21
O genitor alienador acredita e comunica à criança que somente ele e quem vão designar podem ser considerados, seguros e confiáveis. Isto da ao alienador um grande poder, poder maior do que aquele que o poderia ter a criança se pudesse contar, depender de outros adultos seguros e confiáveis. (Kopetski,1998, p65-68)
A criança que não sabe que pode haver outros adultos que cuidem dela, que
a ela protejam e atendam, adultos separados dessa unidade simbiótica que ela
compõe com o alienador, pode ficar aterrorizada de deixar o único mundo seguro em
que sua experiência existe. A experiência com o alienador impede o
desenvolvimento da capacidade de testar a realidade, bem como o uso da liberdade
de ter a capacidade de considerar sua própria experiência para distinguir entre
conteúdos mentais e realidade externa (Stahl,199,p.4).
O genitor alienador exige dos filhos que escolham entre um e outro de seus
genitores provocando-os de serem abandonados. É preciso estar atento para o fato
de que, tal como na maioria das desordens de cunho psicológico ou psiquiátrico, há
um continuum da forma mais branda para a forma mais severa. Importante é
diagnosticar a presença da forma mais branda para tentar impedir seu
desenvolvimento para as formas mais graves da Síndrome da Alienação Parental.
4.2 Síndrome da alienação parental
4.2.1 Origem
O psiquiatra infantil da Universidade de Columbia (EUA), falecido em 2003,
Richard Gardner se tornou conhecido ao cunhar, em meados dos anos 1980, uma
síndrome que ocorreria especialmente em crianças expostas a disputas judiciais
entre seus pais.
No inicio dos anos 1980, observou que crescia o número de crianças que
exibiam rejeição hostilidade exacerbada por um dos pais, antes queridos.
Originalmente, Gardner (1991) pensou se tratar de uma manifestação brainwashing
(lavagem cerebral), termo que, segundo o autor, servia para designar que um
genitor, de forma sistemática e consciente, influenciava a criança para denegrir o
outro responsável. Contudo, logo depois, concluiu que não seria simplesmente uma
22
lavagem cerebral, fazendo uso então do termo síndrome da alienação parental para
designar o fenômeno que observava.
A Síndrome Alienação Parental foi descrita por Gardner como sendo um
distúrbio infantil que surge, principalmente, em contextos de disputa pela posse e
guarda de filhos. Manifesta-se por meio de uma campanha de difamação que a
criança realiza contra os genitores, sem que haja justificativa para isso. Essa
síndrome, segundo o psiquiatra norte-americano, resulta da programação da
criança, por parte de um dos pais, para que rejeite e odeie o outro, somada à
colaboração da própria criança – tal colaboração é assinalada como fundamental
para que se configure a síndrome (Gardner, 2001). Segundo Gardner (1991), a SAP
é mais do que uma lavagem cerebral, pois inclui fatores conscientes e inconscientes
que motivam um genitor a conduzir seu(s) filho(s) ao desenvolvimento dessa
síndrome, além da contribuição ativa desse(s) na difamação do responsável.
4.2.2 Visão de Richard Gardner sobre a alienação parental e a síndrome da
alienação parental
Gardner equipara a criança a um ser autônomo, que recebe e executa
instruções em sua argumentação, estabelece uma relação de causa e efeito, que
desconsidera o potencial dos indivíduos de reagir. O autor se remete a práticas
como a programação e a lavagem cerebral não por acaso, mas porque ambas
trazem em si a ideia de causa e efeito.
Gardner (2002) define que o diagnostico da SAP é realizado a partir dos
sintomas exibidos pela criança, embora reconheça que há um problema que envolve
a família. Ele prioriza, assim, a avaliação individual, classificando um genitor como
“programador” ou “alienador”, o outro como “alienado (S)”, não diferenciado do termo
anterior, síndrome da alienação parental.
O psiquiatra norte-americano definiu um quadro de sintomas que, segundo
ele, surgem juntos, especialmente em crianças cujos pais se encontram em litigio
conjugal, designando-o por síndrome. Gardner garante que, embora sejam sintomas
aparentemente diferentes, tem a mesma etiologia.
23
“Os sintomas por ele enumerados são: “campanha de difamação”, “racionalização pouco consistente, absurdas ou frívolas para a difamação”, “falta de coerência”, “pensamento independente”, “suporte ao genitor no litigio”, “ausência de culpa sobre a crueldade e/ou exploração do genitor alienado”, a presença de argumentos emprestado”, “animosidade em relação aos amigos e/ou família do genitor alienado. (Gardner, 2002a)
Seguindo aos manuais psiquiátricos de classificação de transtornos mentais,
Gardner (1999b) distingue três níveis ou estágios de desenvolvimento da SAP, leve,
moderado e severo, nos quais os sintomas citados anteriormente surgem com
frequência e intensidade diferenciados. Em resumo, no nível leve, a criança
apresenta manifestações superficiais e intermitentes de alguns sintomas. As visitas
apresentam-se calmas, com pouca dificuldade na troca com genitor. Quando o filho
está com o genitor alienado, as campanhas de desmoralização não existem ou são
discretas e raras. A motivação é conservar um laço sólido com o genitor alienador
(GARDNER3, §20).
No segundo nível, o alienador utiliza uma grande variedade de táticas para
excluir o outro genitor. No momento de troca de genitor, os filhos, que sabem o que
o genitor alienador quer escutar, intensificam sua campanha de desmoralização. Os
argumentos utilizados são os mais numerosos, os mais frívolos e os mais absurdos.
O genitor alienado é completamente mau e o outro completamente bom. Apesar
disto, aceitam ir com o genitor alienado e uma vez afastado do outro genitor, tomam
voltam a ser mais cooperativos (GARDNER3, §27 y 28).
O nível severo representa, de acordo com dados de Gardner, uma pequena
parcela dos casos de SAP; os sintomas aparecem mais exacerbados do que no
nível moderado; a mãe e a criança encontram em uma folie à deux (loucura a dois)
em que compartilham fantasias paranoides em relação ao pai; a criança entra em
pânico frente à ideia de ir com este, tornando, assim, impossíveis as visitações.
(GARDNER3, §38).
Cabe assinalar que, ao estabelecer uma espécie de continuum entre sintomas
considerados leves até os mais acentuados ou exacerbados, Gardner põe sob o
rótulo de Síndrome da Alienação parental uma gama de comportamentos e atitudes
exibidos pela criança, ampliando, assim, a extensão dessa síndrome.
24
O genitor alienador [...] confidencia a seu filho, com riqueza de detalhes, seus sentimentos negativos e as más experiências vividas com o genitor ausente. O filho absorve a negatividade do genitor e chega a ser de alguma maneira seu terapeuta. Se sente na obrigação de proteger o genitor alienador (MAJOR, §55).
Gardner (1999b) destaca a importância de se realizar o diagnóstico diferencial
entre os estágios mencionados, de modo a indicar o tratamento e a intervenção
apropriada. O diagnóstico, segundo ele, deve ser feito com base no grau de
comprometimento da criança, a qual apresenta a maior parte dos sintomas citados
anteriormente (Gardner, 1999b).
É primordial estabelecer um diagnóstico correto e escolher o tratamento
adequado. Um erro no diagnóstico pode levar a erros dolorosos causando traumas
psicológicos significativos em todas as partes envolvidas. Os Estágios da SAP não
dependem dos esforços do genitor alienador, e sim do grau de êxito da criança. Os
estágios dos sintomas estão descritos no quadro abaixo.
Quadro 1 – Sintomas da SAP
Sintomas Estágio leve Estágio médio Estágio grave
Campanha de desmoralização
Mínimo Médio Forte
Justificativas fúteis Mínimas Moderadas Múltiplas e absurdas
Ausência de ambivalência
Ambivalência normal
Ambivalência moderada Nenhuma ambivalência
Fenômeno de independência
Geralmente ausente Presente Presente
Sustentação deliberada
Mínima Presente Presente
Ausência de culpa Culpa normal Pouca ou nenhuma culpa
Nenhuma culpa
Situações fingidas Pouco Presente Presente
Generalização Mínima Presente Enorme e fanática
Fonte: Apase – Associação de Pais e Mães Separados (08/08/2001)
Existem ainda outros critérios referentes aos estágios quadro a seguir:
25
Quadro 2 – Outros critérios da SAP
Outros critérios Estagio leve Estagio médio Estagio grave
Dificuldade exercer direito de visitas
Geralmente ausentes
Média Visitas impossíveis.
Comportamento durante a visita
Bom Hostil e algumas vezes provocador
Destruidor, sempre provocador, ou nenhuma visita.
Laços com o genitor alienador
Forte e sadio Forte, ligeiramente a medianamente patológico.
Gravemente patológico frequentemente paranoico
Laço com o genitor alienado
Forte, sadio, ou um pouco patológico.
Forte, sadio ou um pouco patológico.
Forte, sadio ou pouco patológico.
Fonte: Apase – Associação de Pais e Mães Separados (08/08/2001)
Para Gardner (2002c), como passar do tempo a SAP pode significar não
somente a extinção da relação da criança com o genitor alienado. Ele acredita que
alguém que, durante a infância percebeu um dos pais como vilão ou ameaçador,
não pode se tornar uma pessoa saudável e isso certamente causaria problemas
futuros em suas relações sociais com chefes, professores, namorados (as) etc. Com
visão análoga, Cartwright (1993) acredita que a criança vitima de SAP tem mais
chances de desenvolver doenças mentais resultando em comportamentos mal
adaptados. Major (2000) acrescenta que, provavelmente, no futuro, essas crianças
se tornarão adultos alienadores.
Ainda segundo Garder (1998b), o abuso emocional pode apresentar
manifestações sutis que dificultam sua determinação. Assim, defendem que, como o
SAP é mais facilmente identificável, os tribunais fariam bem em considerar a
presença desta como uma forma de abuso emocional por parte do genitor alienador
(Gardner, 2001a).
A teoria de Gardner retoma, ou melhor, dá continuidade a antigos discursos
da psiquiatria que, agora, parecem surgir sob novas vestes. A caracterização do
genitor, classificando pelo autor como alienador, apresenta de certa forma
semelhança com aquela que foi feita no inicio do século XIX em relação aos
monomaníacos. De acordo com Castel (1978, p.165), a monomania, definida por
Esquirol, “se manifesta quando o delírio se orienta para um objeto particular,
26
deixando intacta a faculdade da razão, em vez de submetê-la inteiramente como na
mania”. O individuo não perde o entendimento, mas tem comprometidos os atos da
vontade, é tomado pela força de seus instintos e paixões sem limites (Foucault,
2006, p.10). No caso da SAP, de forma análoga, assim, de forma intempestiva,
deixando-se levar por seus impulsos.
Vive-se um momento fecundo na contemporaneidade quanto à proliferação
de discursos sobre novas síndromes, numa espécie de “sindromização” do
sofrimento humano e de “patologização” de toda sorte de comportamentos. O autor
Foucault (2006), recomenda que o tratamento seja realizado por apenas um
profissional terapeuta, o qual deve atender individualmente e em diferentes
combinações aos membros do grupo familiar, de forma que possa observar a
psicodinâmica da família. Para Gardner (1991), o atendimento de cada um dos
membros da família por diferentes terapeutas reduziria a comunicação entre aquele,
como também poderia gerar subsistemas antagônicos, intensificando, assim,
interações que contribuíram para o SAP.
Gardner (1999b) defende que o terapeuta tenha acesso direto ao juiz, com
fins de comunicar-lhe ao tratamento ou interferências quanto ao esquema de
visitação do menor de idade. Sustenta, ainda, que o terapeuta deve ter total
liberdade para revelar, segundo seu discernimento, qualquer informação sobre os
membros da família em tratamento. Aliado a isso, Gardner (1991, 1999b), assegura
que é fundamental que os terapeutas autorizados pelo juiz lancem mão de ameaças
sobre medidas judiciais que possam recair sobre os membros do grupo familiar caso
não se comprometam com o tratamento.
Na opinião de Gardner é preciso dar maior suporte à figura do psicólogo.
Esse autor sugere, ainda, que o terapeuta esteja atento ao fato de que, com
frequência, o genitor alienador não se envolve com o tratamento e também não
apresenta insight terapêutico sobre as razões de sua animosidade exacerbada
contra o ex-companheiro. Para Gardner (1996b), embora o genitor alienador se
mostre cooperador, ele continua a sua campanha de agressão e difamação do outro
genitor.
A teoria de Gardner não inova, pois, em realidade, retoma algo que se fazia
antes, ou seja, reatualizar o consórcio entre psiquiatria e justiça, contribuindo, dessa
27
forma, para a manutenção de um status quo, pois como reflete Castel (1987, p.161),
“é mais fácil intervir e mudar os sujeitos do que a ordem do mundo”.
Na SAP, as intervenções realizadas pelo terapeuta aos membros da família
servem para combater qualquer atitude que não seja a de colaborar com o
tratamento previsto. As ameaças indicadas por Gardner (1991) vão desde a restrição
de contato da mãe alienadora com a criança até ameaças sobre mudanças de
guarda que, segundo esse autor, servem para que a genitora se lembre de cooperar.
Com isso, o tratamento da SAP é também identificado como “terapias das ameaças”,
segundo Escudero, Aguilar e Cruz (2008, p.303).
Assim, recomenda-se que o terapeuta verifique como era a relação da criança
com o genitor alienado antes da separação do casal; verificar se possuíam vinculo
forte e também se as manifestações de animosidade, por parte da criança, são
apenas superficiais.
O tratamento das crianças é visto por Gardner (1999b), como uma espécie de
desprogramação. Como as alegações das crianças são, por vezes, absurdas,
desprovidas de fundamento, o autor orienta que o terapeuta confronte a criança com
uma serie de perguntas, sobre o comportamento do seu pai, averiguando se estão
de acordo com o que diz a sua genitora. Sugere também que a criança forneça
provas sobre o que diz, ou seja, se o que ela acredita está de acordo com que
ocorre durante as visitas.
Assim, diante do litigio conjugal, recomenda-se que o tribunal de justiça
decida sobre a guarda, concedendo-a ao genitor com quem a criança possui um
“vinculo psicológico forte e saudável”, pois dessa forma ela poderá dispensar o uso
de argumentos contra o outro responsável. Segundo Gardner (1991), isto ocorreria
especialmente com crianças que se encontram em nível leve ou moderado da SAP,
representado assim, a cura da síndrome.
Gardner (1999c) criou um guia para avaliação de famílias em disputa pela
guarda dos filhos. Seguindo tal guia, o profissional poderá fazer a recomendação
quanto ao genitor que, preferencialmente, deve permanecer com a guarda. Ao todo,
contem 20 critérios em que os pais devem ser avaliados e comparados e, ao final, o
profissional terá a pontuação total de cada genitor. Para citar alguns dos critérios
28
listados pelo autor, destaca-se: vínculos psicológicos fortes e saudáveis com a
criança, valores e moral de cada genitor; disponibilidade em cuidar da criança;
compromisso com a educação (curricular e extracurricular) da criança; saúde física e
psicológica de cada genitor, a preferência da criança em relação aos pais. “Em cada
um dos critérios listados no guia, o autor traça considerações e ressalvas, mas dá
especial destaque ao que chamo de vinculo psicológico forte e saudável”.
4.2.3 Definições da síndrome
A teoria de Gardner sobre a síndrome da alienação parental, segundo o
próprio autor, é muito bem organizada e consistente, fundamentada em anos de
estudos. O assunto, entretanto, tem sido objeto de discussão, uma vez que a SAP
não possui reconhecimento oficial, ou seja, não constam na atual versão do Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), publicado em 1994. Mas
o psiquiatra norte americano sempre sustentou que a inclusão da SAP nesse
manual ocorreria na próxima revisão, DSM-V.
Cabe esclarecer que o DSM-IV é o sistema oficial de classificação usado ”[...]
pelos profissionais da saúde mental de todas as disciplinas nos Estados Unidos,
sendo citado para reembolso de seguros, deliberação sobre incompetência e
questões forenses”, como informam Kaplan, Sadock, Grebb (1997, p.298).
A família é um sistema e dentro dele as relações interpessoais se influenciam,
revelando uma complementariedade entre as funções parentais, bem como entre os
papeis de pais e de filhos. No estabelecimento da SAP ou de qualquer outra
dinâmica familiar, cada um e todos os integrantes do grupo familiar têm sua
participação no conflito, bem como na sua solução.
Apesar da intensa divulgação sobre SAP, nos tribunais da justiça norte-
americanos muitos profissionais ainda evitam fazer menção a ela com receio de que,
por não constar no DSM-IV, o julgador não a considere em sua decisão. Assim
muitos preferem utilizar o termo alienação parental, proposto por Douglas Darnall
(1977). Conforme definição desse autor, a alienação parental é o processo que pode
dar sequência à instalação da SAP. Enquanto esta última é relativa à rejeição ao
genitor não titular da guarda, alienação parental refere-se ao processo, consciente
29
ou não, desencadeando por um dos genitores, geralmente o guardião, de forma a
afastar a criança do outro responsável.
Na visão desse autor, ao contrário do que ocorre na SAP, a alienação
parental é um processo reversível, especialmente quando a criança é afastada do lar
do genitor. Por outro lado, se a criança permaneça com este, pode desenvolver a
síndrome e, neste caso, segundo dados de Darnall (1997), menos de 5% das
crianças conseguem se recuperar da patologia.
Verificou-se que aliados ao pensamento de Gardner, os autores nacionais
oferecem ao leitor próprias contribuições quanto à definição da SAP. Esse dado se
revela, por exemplo, nos escritos de Trindade (2007), que define inicialmente a
síndrome como o “processo” de programar uma criança para que odeie um dos
genitores sem justificativa, de modo que a própria criança ingressa na trajetória de
desmoralização desse mesmo genitor (p.102). Mas, em um segundo momento, o
autor faz acréscimos à definição inicial da SAP, citado características que se
destaca, tanto pelo caráter de julgamento pessoal, quanto pela indefinição do
fenômeno que tenta explicar, como revela o seguinte trecho: a SAP “é o palco de
pactualização diabólicas vinganças recônditas relacionadas a conflitos subterrâneos
inconscientes ou mesmo conscientes, que se espalham como metástase de uma
patologia racional e vincular” (Trindade, 2007, p.103).
Diante dos textos analisados, chamou atenção o fato de que apenas Motta
(2007, p.54) cita um aspecto muito enfatizado por Gardne, a colaboração ativa da
criança na companhia da difamação empreendida contra um dos genitores. Na
verdade, a autora busca explicar, por meio da teoria cognitiva, o desenvolvimento de
tal colaboração por parte da criança. Assim, expõe a autora:
[...] De acordo com a teoria cognitiva as crianças não dependem apenas afetivamente de seus genitores, mas sua dependência se estende ao campo cognitivo em função de sua limitada experiência e habilidades perceptivas que as tornam dependentes dos adultos significativos, em geral, pai e mãe (Motta, 2007, p.55).
Diante disso, a autora conclui que:
Como as crianças acreditam muito mais nas percepções dos seus pais do que nas próprias percepções, elas participam de qualquer distorção perceptiva ou “desilusão” que haja compartilhada com elas por um genitor, a menos que haja fatores mitigadores, atenuantes (Motta, 2007, p.55).
30
4.2.4 Diagnóstico
O diagnostico da SAP e o da Alienação Parental, segundo alguns autores
nacionais, será feito por meio da realização de perícia psicológica (Goldrajch, Maciel
e valente, 2006). Nessa esteira Dias (2007) destaca a importância do trabalho de
psicólogos, psiquiatras e assistente sociais que, com seus laudos e pareceres, irão
auxiliar o julgador. Contudo, não se encontra uma descrição extra de como ou quais
instrumentos (testes, por exemplo) os profissionais utilizariam para esse fim.
Para Gardner (2002) o DSM-IV aponta alguns diagnósticos que podem
embasar a SAP.
[...] salienta que em relação ao adulto o DSM-IV diz que a síndrome de alienação parental pode ser identificada com o diagnostico que se refere ao transtorno psicótico; transtorno delirante; transtorno de personalidade paranoide; transtorno de personalidade borderline e transtorno de personalidade narcisista.
Para crianças o autoraponta que elas sofrem as manipulações do genitor
alienador e por ter um “conjunto de sintomas que caracteriza a SAP diagnosticando
como sendo: transtorno de conduta, transtorno de ansiedade de separação,
transtorno dissociativo; transtorno de ajustamento; transtorno da primeira infância”
(Garder, 2002).
4.3 A visão geral da terapia cognitivo comportamental para casais e famílias
Goleman (2001, p. 206-207) enfatiza a importância da função dos pais na
formação da personalidade da criança, como se observa:
[...] A família é o elemento chave para sobrevivência dos indivíduos, e para socialização e proteção de seus componentes, assim como a transmissão do capital cultural e econômico, bem como das relações de gênero e de solidariedade entre gerações.
Acredita-se que os pais e família exercem papel relevante na formação e na
construção da personalidade, do caráter e da inteligência emocional dos filhos.
Assim, os filhos, ao sofrerem com conflitos instalados pelos pais em desajustes
31
conjugais, acabam sendo submetidos a um clima tensão e às variadas formas de
violência instaladas que podem influenciar sua formação de maneira negativa.
A família é a primeira instituição que o ser humano tem contato ao nascer. A
instituição familiar se sustenta nos vínculos afetivos e sanguíneos, e dela se espera
proteção, segurança, educação e socialização dos seus entes.
Os pais, no exercício de suas funções, devem ater-se para os aspectos que
englobam o universo infantil, dando devido respaldo ao desenvolvimento de seus
filhos, assegurando-os em uma base que se fundamenta não no título materno e
paterno, e sim na função e exercício de tal parentesco que atribua significados
positivos na formação do individuo.
Segundo Del Campo (2008), “[...] dentro do contexto civilizatório, a família, a
sociedade e o Estado possuem o dever de manter e garantir os direitos da criança e
do adolescente. Sendo a família uma instituição social básica formada por pessoas
com grau de parentesco bilateral”.
4.4 A teoria comportamental cognitiva (uma proposta de tratamento da
síndrome da alienação parental).
Com a Psicoterapia Cognitiva Comportamental visa desenvolver na criança,
meios para que ela possa lidar com o mundo a sua volta de forma satisfatória. Com
o compromisso de ajudar a família a interagir e a participar de todos os processos de
aprendizagem pelos quais a criança passará a promover um bom relacionamento
entre pais e filhos.
O atendimento psicoterápico é feito de maneira lúdica onde a criança pode se
sentir à vontade com as atividades direcionadas e adaptadas para faixa etária tais,
com o objetivo de criar vinculo e confiança entre criança e terapeuta.
As sessões são oportunidades para que a criança fale de seus medos, seus
desejos, pensamentos e sentimentos, assim tornar possível que o terapeuta observe
seus comportamentos e desenvolva na criança novas habilidades comuns que
contribuem para eficácia do tratamento infantil e para isso, utilizar algumas
intervenções como:
32
1. Psicoeducação: objetiva informar os pais sobre a TCC e a Síndrome de
Alienação Parental. Através de informações sobre os princípios que
fundamentam o modelo de treinamento, o processo da terapia e o
conteúdo e as habilidades-chave que serão trabalhadas.
2. Reestruturação Cognitiva: destinada a identificar, desafiar e reavaliar as
cognições parentais importantes e disfuncionais que interferem no
tratamento e limitam as suas capacidades.
3. Melhoria do relacionamento pais-criança: envolve a utilização de
estratégias para reduzir conflitos, melhorar a comunicação e solucionar
problemas, e assim resultar no aumento de mensagens positivas e na
redução de confrontações negativas.
De acordo com Beck (1997), a teoria comportamental cognitiva vem sendo
aplicada de maneira progressiva em todo o mundo. Essa teoria se originou nos
Estados Unidos na década de 60, em função dos trabalhos desenvolvidos por Aaron
Beck, que propiciou uma fundamentação empírica e conceitual à TCC. O principio
desse movimento foi marcado pelos estudos dos quadros depressivos, nos quais
alguns aspectos do funcionamento das estruturas cognitivas foram identificados.
Segundo Beck (1997, p.17):
[...] O modelo cognitivo propõe que o pensamento distorcido ou disfuncional (que influencia o humor e o comportamento do paciente) seja comum a todos os distúrbios psicológicos. A avaliação realista e a modificação no pensamento produzem uma melhora no humor e no comportamento. A melhora duradoura resulta da modificação das crenças disfuncionais básicas dos pacientes.
Por ser a TCC uma teoria que considera os comportamentos e as emoções
do paciente, acredita-se que a mesma possa construir para o tratamento da SAP,
considerando que essa se refere ao comportamento inadequado assumido por um
dos genitores, manipulando e induzindo os filhos a se afastarem do outro genitor. É
uma intervenção prática e baseada nas habilidades; seu estilo é colaborativo –
criança e terapeuta trabalham juntos, em parceria (a criança compreende suas
dificuldades e descobre estratégias e habilidades úteis); é limitada no tempo; o foco
no problema e no aqui e agora oferece uma boa aproximação com as crianças.
33
Segundo Caballo, (2002), se durante a avaliação do psicólogo jurídico for
diagnosticado no comportamento do genitor alienador emoções e comportamentos
que levam a construção de falsas percepções da realidade, acredita-se que uma
técnica a ser aplicada na tentativa da resolução, ou minimização dos danos da
síndrome, seja a terapia racional emotiva (TRE).
Em relação a TRE, Lega (2002, p.425):
[...] diz quese baseia na ideia de que as emoções como os comportamentos são produtos das crenças de um individuo, de sua interpretação da realidade. Sugere-se a aplicação da TRE pelo fato de que é considerado um modelo adequado aos casos clínicos em que pais e famílias estão envolvidos.
Como salientam Terjesen e Kurasaki (2009), a TER permite que se identifique
e se altere as ideias não saudáveis, para que possa alcançar melhorias no
funcionamento emocional e, consequentemente, aumentar a capacidade de tomar
decisões mais eficazes sobre o gerenciamento comportamental.
[...] A TER considera os pensamentos, as ideologias que o individuo tem como sendo a realidade vivenciada por ele e por aqueles que o cercam. Por isso, essa terapia possibilita a identificação dos pensamentos irracionais, ou seja, pensamentos que não condizem com a realidade. [...] Pode-se dizer que pensamentos irracionais são formulados pelo individuo, que imagina situações nocivas criadas pelo alienador, mas que na verdade não existiram. Como foi dito anteriormente trata-se de falsas memórias instaladas na cognição.
As crenças, segundo Beck (1997), “[...] são entendidas como ideias
consideradas verdades absolutas pelo individuo, ela pode ser exemplificada da
seguinte forma: o individuo se considera incapaz para compreender ou dominar
determinado texto, isso em virtude de ter a crença central de que é incompetente”.
Já Lotufo Neto e Baltieri (2201, p.46) definem crenças como atitudes, regras e
pressupostos adquiridos durante o desenvolvimento, que determinam o modo pelo
qual uma pessoa responde aos estímulos em situações particulares (p. ex. tudo que
faço deve ser perfeito).
Acredita-se que no caso da síndrome de alienação parental, tanto a crença
como os pensamentos irracionais condicionam o genitor alienador a produzir falsas
acusações. Amendola (2009, p. 123 e 126) aponta que pais acusados alegam
34
inocência, apontando para um problema identificado à época do rompimento
conjugal; que as ex-companheiras e guardiãs dos filhos intentavam,
sucessivamente, a interrupção ou obstrução do convívio paterno-filial, efetivada, por
fim, pela denúncia de abuso sexual.
A terapia tem como eixo principal a forma de pensar do individuo, conforme
aponta Caballo (220, p. 427), “a maneira como o paciente interpreta seu ambiente e
suas circunstâncias e as crenças que desenvolverá sobre si mesmo, sobre as outras
pessoas e sobre o mundo em geral”.
Diagnosticada a síndrome, o terapeuta poderá aplicar a TER no tratamento do
genitor alienador. Caballo (2002), “[...] salienta que o modelo ABC da TER possibilita
a explicação dos problemas emocionais e ainda permite selecionar a intervenção
terapêutica que possa auxiliar na solução dos problemas originários da SAP”.
O individuo crê que um fato se deu pelo desejo de que o mesmo existisse,
mas na verdade não procedeu, por exemplo: o genitor alienador acredita
fervorosamente no que por ele é inventado como dizendo que o alienado agrediu,
surrou o filho, por isso deve ser afastado do convívio da criança, mas na verdade, o
fato não aconteceu e, portanto, o genitor alienador construiu um pensamento
disfuncional.
[...] Essa explicação do modelo ABC aplicado pela TER no tratamento da SAP, pode ainda ser traduzida de maneira simplificada: [...] no modelo ABC leva-se o alienador a se questionar, a debater sobre os pensamentos e crenças que toma como verdadeiros em relação ao ex-cônjuge, em especial os que possam representar risco a si aos filhos. Por meio dessa reflexão, a pessoa evidencia que tal pensamento ou crença não interpreta corretamente a realidade que a cerca, só existe na mente do alienador. Mas, a concretização de tais pensamentos pelas ações e comportamentos assumidos pelo genitor alienador, prejudicam o alienado e, principalmente a criança.
De acordo com Caballo (2007), “a principal função de a TER é levar os
pacientes a se livrarem dos pensamentos irracionais, das más interpretações da
realidade.” Contudo, nos casos mais graves de SAP, o alienador pode persistir em
manter tais pensamentos, devido sua prioridade que é de afastar os filhos do genitor
alienado. Caballo (2002, p.435) ainda enfatiza que: “os terapeutas tentam ajudar
seus pacientes e elevar seu nível de tolerância à frustração, por isso os incentivam a
realizar tarefas para casa baseados nos modelos da dessensibilização in vivo e da
35
inundação”. A terapia de EPR tem por objetivo romper esse círculo através da
Exposição aos objetos e situações evitadas e da Prevenção de Resposta (ou de
respostas) solicitando ao indivíduo que se abstenha de realizar todos os atos
destinados a reduzir ou eliminar o medo ou o desconforto associado
comportamentos evitativo, neutralizações, buscas de garantias e a hipervigilância.
Na perspectiva da teoria comportamental (estímulo==>resposta) tais atos são
considerados “respostas” a estímulos aversivos - as obsessões (pensamentos,
imagens ou impulsos invasivos), que se tornaram associadas a diversos estímulos
como objetos, lugares, ou pessoas.
Segundo Trindade (2007), para que o genitor alienado não se transforme em
um novo alienador, deve tratar e superar a síndrome, pois a superação da síndrome
consiste em mudar a qualidade das relações, com isso, atender os interesses dos
filhos.
No longo processo de transição e desconstrução da SAP, os filhos são
afastados do alienador e, gradativamente, são integrados ao genitor alienado,
iniciado assim um processo de tentativa de reconstrução da afetividade que
dependendo do nível instalado pode ter se perdido, possibilitando aos filhos que se
integrem à sua rotina e passem a conviver com o outro genitor. Trindade (2007,
p.304) ainda salienta que a velocidade desses movimentos afetivos dependerá do
nível de saúde psicológica de todos os envolvidos na síndrome de alienação
parental, pois cada indivíduo possui vetores rítmicos singulares do seu tempo
interno, mas também se adapta aos fatores externos que compõem a realidade
social, econômica e cultural de que todos participaram.
Segundo Caballo (2002), o genitor precisa tomar consciência de que é ele
quem cria as suas perturbações psicológicas, e também que domina a capacidade
de modificar significativamente tais perturbações. Necessita compreender que as
perturbações emocionais são originárias de pensamentos irracionais. Quanto à
aplicação da TCC no tratamento das sequelas deixadas pela síndrome de alienação
parental na criança, Stallard (2007), contribui com uma proposta popular de
psicoterapia direcionada a criança, sendo utilizada com grande relevância nos dias
atuais. Enfatiza ainda que as estratégias e os conceitos da TCC são adaptados a fim
de se tornarem compatíveis com o desenvolvimento linguístico, cognitivo e social da
36
criança. Stallard (2007, p.18) diz que “além de a criança receber a TCC para ajuda-
la a tratar seus problemas, os pais recebem ajuda para próprias dificuldades ou
aprendem novas habilidades, tais como manejar ou resolver conflitos” Uma das
maneiras encontradas pela Terapia Cognitiva Comportamental para tratar os pais é
por meio da técnica de treinamento de pais, chamada psicoeducação familiar que
consiste em fazer com que os pais aprendam novas habilidades de comportamento
que deveram exercer no ambiente familiar.
Caballo (2002) salienta que treinar os indivíduos em habilidades de solução
de problemas é um processo metacognitivo que permite o individuo compreender a
natureza dos problemas da vida que dirige seu objetivo rumo à modificação do
caráter problemático. O genitor alienador será treinado a modificar seu papel, que
compromete o desenvolvimento biopsicossocial dos filhos, com manipulações,
doutrinamentos que desenvolvem sentimentos de ódio e raiva, afastando-os do
genitor alienado. Quanto ao alienado, esse será orientado e reestruturado para que
venha modificar sua passividade diante das ações do alienador, retomando sua
condição de progênitos ativo na formação da criança.
O terapeuta deve focalizar o tratamento com uma desinformação e
desprogramação. Deve ajudar o filho a se conscientizar de que foi vitima de uma
lavagem cerebral. A técnica consiste em falar nesse sentido:
Não te peço para utilizar minhas palavras. Quero que faças suas próprias observações. Quero que reflitas no que se passou durante a última visita com teu pai (mãe) e que tu perguntes se as coisas que tua mãe (pai) te disse que aconteceriam, realmente aconteceram ou não. Durante tua próxima visita, quero que observes e preste atenção, e que cheques à tua própria conclusão sobre a existência de tal perigo ou de tal fato. Dizes que és bastante grande e bastante inteligente para formar tua própria opinião. Estou de acordo grande e bastante inteligente para formar tua própria opinião baseando-se em suas próprias observações, e não sobre as observações de outras pessoas, quaisquer que sejam. “Exatamente como te pedi para me provar no que acreditas baseado naquilo que observou no passado, te peço que me prove, na próxima vez, depois da sua próxima visita, baseado naquilo que verás e sentirá por ti mesmo” (GARDNER 2 §40 y 41) Fonte: http://artigos.psicologado.com/atuacao/psicologia-juridica/a-nova-lei-da-alienacao-parental#ixzz2eozKpTEu Psicologado - Artigos de Psicologia.
Resumo da fase inicial, da fase intermediária e final da terapia cognitiva
comportamental com crianças (figura 2).
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Figura 2 – Fase inicial, da fase intermediária e final da TCC com crianças
Fonte: CETCC – Rita Amorim, 2011.
38
5 DISCUSSÃO
Este estudo parte do pressuposto de que a Alienação Parental vivida pela
criança traz disfunções e conflitos perante o seu desenvolvimento, como o litigio
conjugal envolve uma questão de saúde mental, e se refere a um vasto leque de
atividades, diretas ou indiretamente, relacionadas ao bem estar mental.
Espera-se que o profissional que desenvolverá este trabalho terapêutico com
a criança não atue como agente punitivo e sim como agente colaborativo e
motivador desenvolvendo a criança a levantar possibilidades e percepções
diferenciadas desse processo conflituoso a separação dos pais.
Acredita-se que não só o trabalho terapêutico e o acompanhamento social
teriam um resultado satisfatório para dinâmica familiar, mas a criação de programas
preventivos como: seminários, palestras, cartilhas, tendo por finalidade a orientação
tanto psicológica, judicial, social e ambiental, após a separação. Assim, todos
poderiam usufruir de equipes multidisciplinares, para refletir sobre possibilidades de
interação saudável na relação pai-filho-mãe, com respeito, admiração e amor. Em
contra partida a SAP, não pode continuar a ter vencedores e perdedores, mas sim
resgatar a dignidade de cada membro familiar para que possam desenvolver e
aprimorar as habilidades sociais, e a assertividade.
A partir do estudo da Síndrome da Alienação Parental, é possível analisar que
o grande foco é o individuo que tem a disposição em associar famílias que
vivenciam situações de conflitos e violência à existência de patologias individuais.
Estes são vistos como origem ou causa de todos os seus problemas. Desta forma, a
teoria desenvolvida pelo psiquiatra norte-americano Richard Gardner sobre SAP,
põe uma racionalidade que privilegia o individuo e favorece, com isso, a proliferação
de discursos sobre a existência de patologias individuais. Por exemplo, os
comportamentos de pais e filhos nas situações de litigio conjugal são vistos
exclusivamente como resultados de patologias, que serão identificados por meio de
avaliação individuais.
Atualmente, as situações que envolvem litigio sobre a guarda e visitação de
filhos passam a ser associadas à existência de uma síndrome. Tal enquadramento,
no entanto, pode gerar mais conflitos entre os ex-cônjuges, na medida em que terão
39
que comprovar que não são “alienadores”. Portanto a função dos psicólogos, não
seria identificar o que se passa no contexto familiar, mas a de criar, ou de estruturar,
a SAP, amparados em um conhecimento com status de ciência e, portanto, com
valor de verdade. Na teoria de Gardner, o profissional psicólogo é um personagem
fundamental, pois além do diagnóstico, caberia a esse profissional também o
tratamento da SAP.
A terapia Cognitiva Comportamental parte da análise dos comportamentos e
atitudes, é um processo altamente significativo que possibilita alcançar mais rápido a
solução dos problemas, pois através de técnicas o terapeuta busca entender como
cliente interage na vida em particular nos três aspectos: o comportamento (o que a
pessoa faz e como ela o faz), as cognições (o que a pessoa pensa e sente, e como
ela pensa e sente), condições ambientais (como se estrutura e organiza o ambiente
em que ela vive) à medida que a criança compreende esta interação, o terapeuta
elabora um plano de intervenção para modificar ou corrigir a distorção que produz o
sofrimento e consequentemente, amenizam a dor emocional dos envolvidos.
O diagnostico da SAP pode ocorrer de formas diversas, como transtornos
divergentes, tanto nos genitores alienadores como alienados, e na criança. Tais
transtornos podem ser tratados por intermédio das propostas encontradas na terapia
Cognitiva Comportamental, entre as quais se destacou: a terapia racional-emotiva
com a aplicação do modelo ABC, a reestruturação cognitiva e treinamento para
psicoeducação dos pais.
Mesmo sendo esse tema discutido amplamente no ordenamento brasileiro e
pela psicologia, ainda carece de mais atenção. A abrangência de divulgação da
síndrome de alienação parental ainda é pequena.
Vale salientar a ausência de textos especialmente na área da psicologia em
relação à intervenção da terapia cognitiva comportamental, já que se trata de uma
síndrome que, segundo alguns autores, vem se disseminando rapidamente em
situações de litigio conjugal. Possivelmente isso ocorre porque, além de ser uma
discussão relativamente recente no Brasil, trata-se de um tema que é difundido
especialmente entre profissionais que atuam nos juízos de família, como operadores
do Direito e Psicólogos Jurídicos. Notando que, no Brasil, o assunto surgiu
40
principalmente por meio de associações de pais separados, e foram acompanhadas
através deste site as divulgações de livros, artigos, cartilha, projeto lei.
Existem outras associações espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, assim
como a Associação de Pais e mães Separados (APASE), que desenvolve diversas
atividades de conscientização dos pais, e apregoa a guarda compartilhada com um
caminho a ser seguido no momento da separação, pois acredita que esta resguarda
o direito da criança de conviver e ser criado pelos pais e por todos que favoreçam o
seu desenvolvimento emocional, deixando intacto seu direito de convívio familiar.
A síndrome de alienação parental é um ato abusivo contra a criança e que
permeia a vida dos envolvidos. As perdas são diversas, uma vez que não é só o
distanciamento de um dos genitores, mas de uma parte da família, de amigos que
são significativos e que poderiam estar direcionados para aquilo que a criança mais
gosta de fazer e que muito contribui para o seu desenvolvimento biopsicossocial.
O desenvolvimento da infância e da adolescência é resultado de um complexo
processo de interação entre fatores biológicos, psicológicos e culturais que engloba
a aquisição e o aperfeiçoamento de várias funções cognitivas (percepção, memória,
resolução de problemas, meta cognição, etc.) e sociais (habilidades sociais, contato
com os pares, etc.). O conhecimento dessas fases do desenvolvimento é
fundamental tanto para a identificação dos transtornos mentais como para o
planejamento das intervenções terapêuticas (Caminha, 2007).
41
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste trabalho foi aumentar a percepção dos pais em relação ao
conflito da separação, uma vez que houve um aumento considerável na demanda de
casos sobre a Alienação Parental, em que obrigou psicólogos a pesquisar sobre o
tema e saber adequar seus relatórios aos casos judiciais.
No decorrer do trabalho foi demonstrado o quanto a Síndrome da Alienação
Parental influencia e afronta o que chamamos de família, o afeto entre pais e filhos,
o menor, sua dignidade, e a de todos envolvidos.
Conclui-se que a síndrome de alienação parental é um abuso contra a
criança, uma vez que por ainda estar em processo de formação é a mais afetada, e
que permeará a vida dos envolvidos.
Em nossa sociedade, um número expressivo de casais enfrenta problemas
por conta de relações disfuncionais e conflituosas. Sabe-se que tais dificuldades
podem influenciar no desenvolvimento e manutenção do casamento, prejudicando
assim a triangulação mãe-pai-filho.
Onde as perdas são diversas, não é só o distanciamento de um dos
genitores, mas de uma parte da família e de amigos que são significativos. As
discussões poderiam estar direcionadas para aquilo que a criança mais gosta de
fazer e que muito contribui para seu desenvolvimento biopsicossocial.
A terapia Cognitiva Comportamental é apontada nesse trabalho como uma
possibilidade para se alcançar a solução do problema, pois a partir da análise dos
comportamentos e atitudes, aplicam-se técnicas, que visam à mudança do
comportamento e, consequentemente, amenizam a dor emocional dos envolvidos.
Sendo assim acredita-se que as habilidades comportamentais positivas
devem ser reforçadas, propondo a extinguir os comportamentos e pensamentos
disfuncionais que são identificados, que em muitos prejudicam o relacionamento
familiar como também provocam a desestruturação psicoemocional da criança.
Inquestionavelmente é preciso trabalhar a educação do homem, nos reeducar
para vivermos em sociedade e tratarmos nossas diferenças com “civilidade” dentro
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de um conceito contemporâneo. O que está em risco não é só o futuro dos filhos.
Filhos desse conflito viverão para a vida com certo grau de desordem ética quanto
ao convívio social, o que está em jogo é o futuro sadio da humanidade. Ou,
simplesmente o futuro da humanidade.
Mediante a busca de entender o conceito da SAP e o que e como a relação
triangular afeta as mais diversas famílias, havendo um efeito em cadeia na
sociedade. Foi encontrada na TCC uma solução mais favorável ao menor envolvido,
desenvolvendo técnicas: ABC; O Relógio de Sentimento; A Locomotiva do Medo; A
Máscara do Herói; Reciclagem dos Pensamentos, dentre outras.
Espera-se que esse trabalho seja uma forma de auxiliar no tratamento da
SAP, ajudando o menor a ter uma percepção diferenciada dos fatos, assim como
trazer habilidades para os pais lidarem com a criança.
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Termo de Responsabilidade Autoral
Eu, Luciani Gonçalves, afirmo que o presente trabalho e suas devidas partes
são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade autoral
sobre seu conteúdo.
Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de
Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob
o título “Síndrome da alienação parental possíveis intervenções na abordagem
cognitiva comportamental”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de
Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC), meu orientador e
coorientador de quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade
Intelectual", por mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e
criminais decorrentes das ações realizadas para a confecção da monografia.
São Paulo, __________de ___________________de______.
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