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Curso de Engenharia de Computação MELHORIA DE PROCESSOS NO HELP DESK UTILIZANDO A METOGOLOGIA SEIS SIGMA Mauricio Nannini Cecílio de Lima Campinas – São Paulo – Brasil Dezembro de 2007

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Curso de Engenharia de Computação

MELHORIA DE PROCESSOS NO HELP DESK UTILIZANDO

A METOGOLOGIA SEIS SIGMA

Mauricio Nannini Cecílio de Lima

Campinas – São Paulo – Brasil

Dezembro de 2007

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Curso de Engenharia de Computação

MELHORIA DE PROCESSOS NO HELP DESK UTILIZANDO

A METOGOLOGIA SEIS SIGMA

Mauricio Nannini Cecílio de Lima

Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia de Computação da Universidade São Francisco, sob a orientação do Prof. Dr. Adalberto Nobiato Crespo, como exigência parcial para conclusão do curso de graduação. Orientador: Prof. Dr. Adalberto Nobiato Crespo

Campinas – São Paulo – Brasil

Dezembro de 2007

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MELHORIA DE PROCESSOS NO HELP DESK UTILIZANDO A METOGOLOGIA SEIS SIGMA

Mauricio Nannini Cecílio de Lima

Monografia defendida e aprovada em 11 de Dezembro de 2007 pela Banca

Examinadora assim constituída:

Prof. Doutor Adalberto Nobiato Crespo (Orientador)

USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.

Prof. Mestre Rodrigo Chavez M. do Prado

USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.

Prof. Mestre Luiz Sérgio Carvalho Conceição

USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.

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Dedico esse trabalho à minha esposa Priscila, por

ter aceito se privar de minha companhia pelos

estudos, concedendo a mim a oportunidade de

me realizar ainda mais.

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v

.Agradecimentos

Ao meu orientador Prof. Dr. ADALBERTO NOBIATO CRESPO, pelo incentivo, simpatia e

presteza no auxílio às atividades, busca de materiais e discussões sobre o andamento e

normatização desta monografia de conclusão de curso.

Ao coordernador do curso de Engenharia de Computação Prof. Dr. ANDRÉ LEON S.

GRADVOHL, por acreditar no meu trabalho e dedicar o seu tempo na formação de novos

talentos e profissionais para a sociadade brasileira.

Aos demais idealizadores, coordenadores e funcionários da Universidade São Francisco de

Campinas - São Paulo.

A todos os professores e seus convidados pelo carinho, dedicação e entusiasmo demonstrado

ao longo do curso.

Aos colegas de classe pela espontaneidade e alegria na troca de informações e materiais numa

demonstração de amizade e solidariedade.

Às nossas famílias pela paciência em tolerar a nossa ausência.

E finalmente, a Deus, que está sempre ao nosso lado, nos abençoando e nos ajudando a tomar

decisões em nossa vida. Sempre ao nosso lado nas horas mais difíceis nos acalmando e nos

dando força para crescer na vida e continuar a luta.

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Sumário

Lista de Siglas..................................................................................................................... vii

Lista de Figuras................................................................................................................... ix

Resumo ................................................................................................................................ xi

Abstract .............................................................................................................................. xii

1 Introdução ..................................................................................................................... 1 1.1 Contextualização....................................................................................................... 1 1.2 Definição do problema a ser tratado .......................................................................... 2

1.2.1 Empresa.............................................................................................................. 2 1.3 Estrutura do Texto..................................................................................................... 3

2 Revisão Bibliográfica..................................................................................................... 4 2.1 Metodologia DMAIC (Seis Sigma) ........................................................................... 4

2.1.1 Definir ................................................................................................................ 7 2.1.2 Medir................................................................................................................ 10 2.1.3 Analisar ............................................................................................................ 12 2.1.4 Melhoria........................................................................................................... 17 2.1.5 Controlar .......................................................................................................... 19

3 Aplicação da Metodologia Seis Sigma no Help Desk.................................................. 23 3.1 Definir .................................................................................................................... 24 3.2 Medir ...................................................................................................................... 27 3.3 Analisar .................................................................................................................. 30 3.4 Melhorar ................................................................................................................. 34 3.5 Controlar................................................................................................................. 40

4 Conclusão..................................................................................................................... 43 4.1 Contribuições.......................................................................................................... 43 4.2 Trabalhos futuros .................................................................................................... 45

5 Referências Bibliográficas........................................................................................... 46

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Lista de Siglas

CEP Controle Estatístico de Processo

CTQ Sigla vem do inglês Critical to Quality, ou seja, Crítico Para a

Qualidade. CTQs são requerimentos críticos embutidos no produto

ou serviço pelo cliente

DMAIC Sigla da metodologia Seis Sigma, vem do Inglês Define, Measure,

Analyse, Improve e Control, com o significado de Definir, Medir,

Analisar, Melhorar e Controlar.

DOE Sigla vem do inglês Design of Experiments, ou seja, desenho de

experimentos.

DPMO Defeito por milhões de oportunidades

FMEA Sigla vem do inglês Failure Mode Effect Analysis, ou seja, Análise

dos Modos e Efeitos das Falhas. É uma ferramenta Seis Sigma

utilizada para prevenir possíveis falhas no processo.

Gage R&R Estudo para medir a reprodutividade e repetitividade de uma

processo.

POI Procedimento Operacional de Informática, utilizado para

documentar todos os procedimentos de informática de uma área,

facilitando a resolução de problemas.

QFD Sigla vem do inglês Quality Function Deployment, ou seja,

Desdobramento da Função Qualidade. É uma ferramenta do Seis

Sigma para ajudar na identificação dos CTQs críticos.

SIPOC Sigla vem do Inglês Supplier – Input – Process – Output –

Customer, ou seja, Fornecedor, Entrada, Processo, Saída e Cliente.

É uma ferramenta para mapeamento de processo.

SLA Sigle vem do inglês Service Level Agreement, ou seja, acordo do

nível de atendimento. Serve para priorizar e definir o método de

atendimento de um cliente.

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Lista de Figuras

FIGURA 1: UNIDADE FABRIL EM CAMPINAS - SP...................................................................... 3

FIGURA 2: SIPOC (FORNECEDOR – ENTRADA – PROCESSO – SAÍDA – CLIENTE) ...................... 8

FIGURA 3: ERRO COMUM NO MAPEAMENTO DE PROCESSOS .................................................... 10

FIGURA 4: EXEMPLO DA FERRAMENTA QFD.......................................................................... 11

FIGURA 5: PROCESSO DO GAGE R&R .................................................................................... 12

FIGURA 6: OBJETIVO DO PROCESSO ....................................................................................... 13

FIGURA 7: EXEMPLO DE DADOS SEPARADOS EM SUBGRUPOS.................................................. 14

FIGURA 8: FOCO SEIS SIGMA................................................................................................. 15

FIGURA 9: FILTRANDO OS X’S VITAIS .................................................................................... 16

FIGURA 10: DIAGRAMA CAUSA-EFEITO (ESPINHA DE PEIXE)................................................... 16

FIGURA 11: EXEMPLO PARETO .............................................................................................. 17

FIGURA 12: EXEMPLO DE UM RESULTADO DO ESTUDO DOE ................................................... 18

FIGURA 13: GRÁFICO ESTATÍSTICO DE MELHORIA DE PROCESSO ............................................. 19

FIGURA 14: EXEMPLO DE UM RUN CHART USADO NA ELABORAÇÃO DE CARTAS DE CONTROLE

..................................................................................................................................... 20

FIGURA 15: EXEMPLO GRÁFICO DE LIMITES DE CONTROLE ..................................................... 20

FIGURA 16: EXEMPLO DE PROCESSOS FORA DE CONTROLE...................................................... 21

FIGURA 17: TIPOS DE GRÁFICOS DE CONTROLE ...................................................................... 22

FIGURA 18: CRONOGRAMA DO PROJETO HELP DESK – SEIS SIGMA ........................................ 24

FIGURA 19: FLUXO E LIGAÇÕES DOS CTQ’S DO PROJETO........................................................ 26

FIGURA 20: MAPA DO PROCESSO ATUAL DO HELP DESK......................................................... 27

FIGURA 21: QFD – CARACTERÍSTICAS DOS CTQS E SOLUÇÕES ............................................. 28

FIGURA 22: FERRAMENTA DE MEDIÇÃO ................................................................................ 30

FIGURA 23: RESULTADO DA CAPABILIDADE INICIAL DO PROCESSO ......................................... 31

FIGURA 24: MAPA DO PROCESSO FUTURO DESEJADO .............................................................. 32

FIGURA 25: BENCHMARKING DE SOFTWARES DE CONTROLE DE HELP DESK ............................ 32

FIGURA 26: SLA DESENVOLVIDO PARA ATENDER O CLIENTE.................................................. 33

FIGURA 27: FONTES DE VARIAÇÃO DO PROCESSO .................................................................. 34

FIGURA 28: FLUXO DO SISTEMA PRIMEIRA PARTE................................................................... 35

FIGURA 29: FLUXO DO SISTEMA SEGUNDA PARTE................................................................... 36

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FIGURA 30: TELA INICIAL DO SISTEMA................................................................................... 37

FIGURA 31: TELA DO E-MAIL GERADO AUTOMATICAMENTE APÓS ABERTURA OU MUDANÇA DE

ESTADO DO CHAMADO ................................................................................................... 38

FIGURA 32: SATISFAÇÃO DO CLIENTE .................................................................................... 38

FIGURA 33: ESPINHA DE PEIXE .............................................................................................. 39

FIGURA 37: ESTUDO DA CAPABILIDADE DO PROCESSO COM A MELHORIA ................................ 40

FIGURA 38: PARETO DO TEMPO DE ATENDIMENTO DOS CHAMADOS POR CLIENTE .................... 41

FIGURA 39: GRÁFICO DO NÚMERO DE CHAMADOS ABERTOS POR DEPARTAMENTO ................... 41

FIGURA 40: GRÁFICO DA SATISFAÇÃO DO CLIENTE................................................................. 42

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Resumo

A monografia demonstra como a metodologia Seis Sigma aplica-se na área de

tecnologia da informação, especificamente no setor Help Desk.

Seis Sigma é uma metodologia de projeto que busca a melhoria e o controle totalmente

um processo através de dados e ferramentas estatísticas. O Seis Sigma, hoje em dia, é

facilmente aplicado em área de manufatura, por se tratar de processos lineares e produtivos. O

que será demonstrado no decorrer da monografia é que, o Seis Sigma, poderá ser aplicado na

área administrativa também, quebrando paradigmas e ampliando as governanças de projetos

em todas as áreas.

Help Desk é um setor da tecnologia de informação que presta serviços para resolução

de problemas em hardwares e softwares, como por exemplo, computadores de mesa,

notebooks, telefonia, sistemas operacionais, aplicativos e sistema corporativos que integram

toda a empresa.

Portanto criou-se um estudo de caso para essa monografia, demonstrando a melhoria

do processo de atendimento do Help Desk, aumento da produtividade, qualidade do serviço,

diminuindo o tempo de atendimento, reduzindo processos, retrabalhos e custos para a

companhia. Tudo através da aplicação da metodologia Seis Sigma DMAIC (Definir, Medir,

Analisar, Melhorar e Controlar).

PALAVRAS-CHAVE: Seis Sigma, Help Desk, Melhoria e Processos.

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Abstract

This monograph shows how the Six Sigma methodology can be applied at Information

Technology area, particularly at Help Desk area.

Six Sigma is a project methodology that look for improvement and process control

using statistics tools and informations. Six Sigma, today, is easily applicable at manufacture

areas, because these areas has linear and productive processes. Will be showed that, Six

Sigma, can be applicable at any administrative area, breakthrough some wrongs ideas and

increasing projects governances to all areas.

Help Desk is information technology area, that works on problems resolution of

Hadwares and Softwares, for example, Desktops, Notebooks, Telecom, Operating System,

applications and corporate system that compose the whole company.

Wherefore, was created a Case for this monograph to demonstrate the process

improvement, such as, productivity, quality of service, time to close cases, reducing process,

rework and costs at Help Desk. All improvements happened through Six Sigma methodology

DMAIC (Define, Measure, Analyse, Improve and Control).

KEY WORDS: Six Sigma, Help Desk, Improvement and Process.

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

O mundo corporativo está voltado para a competitividade no mercado, buscando atingir

melhor qualidade em seus produtos e custos reduzidos. Posto isto, as empresas desenvolveram

metodologias agressivas, de fácil compreensão e controle.

Muitas metodologias e ferramentas isoladas surgiram com a finalidade de melhorar o

rendimento das linhas de produção, porém nenhuma ferramenta isolada conseguiu prover o

alinhamento total com a estratégia das empresas ou o envolvimento total das áreas de

manufatura, de suporte e comercial.

As empresas brasileiras inseridas neste contexto global sentiram a necessidade de ter um

produto competitivo, que agregue valor ao negócio dos clientes internos e externos. Sem

alternativas, as organizações passaram, então, a reavaliar seus processos, buscando

aperfeiçoá-los e atingir a qualidade em seus produtos, por meio da redução das falhas que as

comprometem.

O aperfeiçoamento contínuo de seus processos, como forma de atingir a qualidade final

de seus produtos, fez com que as organizações dispensassem cada vez mais atenção a

programas relacionados à busca da qualidade.

Entre muitas metodologias adotadas, o Seis Sigma foi utilizado por diversas empresas,

tendo como pioneiro sua implantação pela Motorola. Com a implantação do Seis Sigma, a

Motorola, melhorou sua competitividade, ganhando mercado e credibilidade mundial,

provando que esta é uma metodologia de ponta.

Outra aplicação desta metodologia foi na General Electric (GE) que , através da sua

diretoria executiva, também implantou o Seis Sigma, obtendo um grande sucesso. Hoje a GE

é uma das maiores empresas do mundo.

Seis Sigma é uma Estratégia que foca a Qualidade dos processos, produtos e serviços de

uma empresa, através do uso de análises quantitativas e de ferramentas estatísticas na tomada

de decisão, visando acelerar o processo de melhoria. É tecnicamente um dos elementos do

processo do Gerenciamento pelo Controle da Qualidade Total “TQC”, porém é uma forma

muito mais estruturada de medir os esforços de qualidade e comunicar efetivamente o

progresso para clientes, funcionários, fornecedores e acionistas.

Em outras palavras, o Seis Sigma está diretamente voltado para detectar processos

dentro de uma empresa que necessite de melhorias. Com o Seis Sigma é possível controlar

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processos da Administração até a Produção, fazendo com que projetos simples tenham um

impacto muito significativo. Como por exemplo, um projeto para melhorar o processo de

limpeza, impactando diretamente no rendimento, produtividade e motivação dos funcionários

da empresa.

No decorrer do projeto, será estudado e apresentado como a metodologia funciona nos

seus detalhes e como pode ser implementado na área de Tecnologia da Informação, no setor

de Help Desk de uma empresa.

1.2 Definição do problema a ser tratado

Esse projeto tem por objetivo analisar os processos do setor Help Desk da empresa GE

de Campinas, investigando os problemas que interferem no rendimento de todo o setor.

Consequentemente melhorar a qualidade do serviço e do atendimento aos clientes internos,

que nesse caso são todos os departamentos de empresa.

A metodologia Define, Measure, Analyse, Improve, Control (DMAIC) será usada por se

tratar de um projeto de melhoria de processos. Essa metodologia é atualmente a mais utilizada

dentro do contexto Seis Sigma, sendo fácil de ser seguida e com resultados bastante

interessantes na análise e melhoria de um processo.

1.2.1 Empresa

A GE do Brasil, as Indústrias Villares e o Banco Safra associaram-se em 1992 para criar

uma empresa de classe mundial: Gevisa S/A, conforme figura 1.

A unidade fabril da Gevisa S/A (GE) está localizada em Campinas – SP ocupando uma

área total de 56.000 m2. Nesta fábrica se produz motores e geradores elétricos de pequeno,

médio e grande porte. Esses motores são projetados e fabricados para atender os requisitos

particulares de uma ampla variedade de aplicações em indústrias químicas, petroquímicas,

papel e celulose, siderurgia, mineração, saneamento básico e transporte.

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Figura 1: Unidade Fabril em Campinas - SP

A fábrica de Campinas concentra também as atividades de serviços de motores e

geradores elétricos, transformadores, pontes rolantes, além da recuperação mecânica e

usinagem de componentes especiais.

1.3 Estrutura do Texto

A monografia foi divida em 4 seções da seguinte maneira:

- Seção 1 trata da introdução e contextualização do assunto abordado na

monografia;

- Seção 2 descreve a metodologia seis sigma, exemplificando a aplicação da

metodologia, quais são as ferramentas disponíveis e principalmente do que o

seis sigma é composto.

- Seção 3 aborda o desenvolvimento do projeto de melhoria do processo no setor

Help Desk utilizando a metodologia seis sigma;

- Seção 4 descreve a conclusão da monografia e do estudo apresentado e possíveis

contribuições para um trabalho futuro.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Metodologia DMAIC (Seis Sigma)

O programa 6 Sigma foi implantado na GE em 1995 e vem desde então se fortalecendo

na companhia com resultados em melhoria de processos e economia de recursos cada vez

mais surpreendentes. Esse programa foi desenvolvido inicialmente pela Motorola e, depois de

incorporado pela GE, tomou diretrizes próprias e atualmente se diverge em alguns pontos do

programa desenvolvido na Motorola e em outras empresas que já adotaram o Seis Sigma.

De acordo com PANDE, NEUMAN e CAVANAGH (2001), as principais conquistas da

Motorola entre 1987 e 1997 foram:

· Crescimento de cinco vezes nas vendas, com lucratividade aumentando 20% ao ano;

· Economia acumulada decorrente dos esforços Seis Sigma, fixada em US$ 14 bilhões;

· Aumento dos ganhos nos preços das ações, na taxa de 21,3% ao ano.

A Allied Signal é um outro caso de sucesso da aplicação do Seis Sigma. No início da

década de 1990, a empresa decidiu melhorar sua qualidade, utilizando essa metodologia. Em

1999, ela economizou mais de US$ 600 milhões ao ano. Custos de correção de defeitos foram

reduzidos e também o tempo de ciclo. O tempo de projeto até a entrega diminuiu de 42 para

33 meses.

Em 1998, a companhia teve seu aumento de produtividade melhorado em 6%, e sua

margem de lucro recorde em 13%. Com o surgimento do esforço Seis Sigma, o valor de

mercado da empresa cresceu 28% ao ano.

A General Electric - GE iniciou o Seis Sigma em 1995, alcançando mais de US$ 2

bilhões em redução de custo e conseqüente aumento de lucratividade. O movimento abrangeu

toda a organização e todas as áreas funcionais migraram seu foco de qualidade para atender

aos padrões Seis Sigma. Entre 1996 e 1997, foram comprometidos US$ 400 milhões para

treinar 5.000 executivos e 80.000 empregados na estratégia Seis Sigma.

Existem algumas estratégias para se alcançar uma produção com “zero erro”. PANDE,

NEUMAN e CAVANAGH (2001) afirmam que há três estratégias na filosofia Seis Sigma:

a) Melhoria de processo;

b) Projeto / reprojeto de processo;

c) Gerenciamento de processo.

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A melhoria de processo refere-se à estratégia de desenvolver soluções com a finalidade

de eliminar as causas-raizes dos problemas de desempenho de uma empresa, sem, no entanto,

interferir na estrutura básica do processo.

Na estratégia projeto ou reprojeto de processo, o objetivo é substituir uma parte ou todo

o processo por um novo.

E na estratégia de gerenciamento de processo, as exigências do cliente são claras e

regularmente atualizadas, os processos são documentados e gerenciados com medições em

todas as suas etapas.

Alguns defeitos são resultados de erros esporádicos em um processo. Em outras

palavras, em sua maioria, os processos trabalham dentro do seu patamar esperado, mas,

ocasionalmente, desviam-se de seu desempenho habitual.

De forma geral, as empresas resolvem de maneira eficiente esses tipos de erros.

Contudo, isso não melhora os níveis de qualidade da empresa, porque, na realidade, não são

esses tipos de erros que diminuem o lucro da empresa e sim os erros persistentes, crônicos e

“ocultos”.

As empresas que não conseguem identificar a causa do problema passam a “tolerar” os

erros, que, dessa forma, continuam persistentes, ocultos e passam a constituir parte do custo

do negócio.

Sigma é uma letra grega utilizada pela estatística para definir o desvio-padrão de uma

população. Mede a variabilidade ou distribuição dos dados. Nível de qualidade Seis Sigma

significa que a variação do processo está contida seis vezes nos requisitos do cliente.

Seis Sigma também pode ser uma medida de variabilidade. Nesse caso, é usado para

indicar quanto dos dados inserem-se nos requisitos do cliente. Quanto maior o sigma do

processo, melhores os produtos, serviços e satisfação dos requisitos do cliente – ou menor o

número de defeitos. O nível sigma pode ser definido pelo de defeitos por milhões de

oportunidades de um processo comparado com a Tabela 1 segundo Rath & Strong (2001).

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6

Sigma DPMO Perda Sigma DPMO Perda

6 3,4 0,00% 3 66.807 6,70%

5,9 5,4 0,00% 2,9 80.757 8,10%

5,8 8,5 0,00% 2,8 96.801 9,70%

5,7 13 0,00% 2,7 115.070 11,50%

5,6 21 0,00% 2,6 135.666 13,60%

5,5 32 0,00% 2,5 158.655 15,90%

5,4 48 0,00% 2,4 184.060 18,40%

5,3 72 0,01% 2,3 211.855 21,20%

5,2 108 0,01% 2,2 241.964 24,20%

5,1 159 0,02% 2,1 274.253 27,40%

5 233 0,02% 2 308.537 30,90%

4,9 337 0,03% 1,9 344.578 34,50%

4,8 483 0,05% 1,8 382.089 38,20%

4,7 687 0,07% 1,7 420.740 42,10%

4,6 968 0,10% 1,6 460.172 46,00%

4,5 1.350 0,13% 1,5 500.000 50,00%

4,4 1.866 0,19% 1,4 539.828 54,00%

4,3 2.555 0,26% 1,3 579.260 57,90%

4,2 3.467 0,35% 1,2 617.911 61,80%

4,1 4.661 0,47% 1,1 655.422 65,50%

4 6.210 0,62% 1 691.462 69,10%

3,9 8.198 0,82% 0,9 725.747 72,60%

3,8 10.724 1,10% 0,8 758.036 75,80%

3,7 13.903 1,40% 0,7 788.145 78,80%

3,6 17.864 1,80% 0,6 815.940 81,60%

3,5 22.750 2,30% 0,5 841.345 84,10%

3,4 28.716 2,90%

0,4 864.334 86,40%

Tabela 1 – Nível Sigma de um processo segundo Rath & Strong (2001) Comparação entre o nível Sigma, alguns tipos de negócios é extremamente necessário

que a empresa opere em nível de Qualidade Seis Sigma, como, por exemplo, empresas aéreas

e médicos cirurgiões, pois trabalhando diretamente com vida de pessoas e qualquer falha no

processo pode causar graves danos.

Seis Sigma Seis Sigma é uma metodologia de alta performance, focada em dados para

analisar e resolver problemas que comprometem desempenho de qualidade e custos.

É uma disciplina orientada para redução da variabilidade nos processos para atingir o

Nível de 3,4 defeitos por milhão e otimizar os processos para atingir 100% de

Satisfação dos Clientes.

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O Seis Sigma consiste na aplicação de métodos estatísticos processos empresariais,

orientada pela meta de eliminar defeitos.

Segundo PANDE, NEUMAN e CAVANAGH (2001), a maioria das empresas operam o

nível de 3 a 4 Sigma, o que equivale 66.807 a 6.210 defeitos por milhão de oportunidades de

haver defeitos. O nível de Qualidade Seis Sigma gera apenas 3,4 defeitos por milhão.

Como foi dito no parágrafo inicial, o programa 6 Sigma na GE tem características

próprias e conseqüentemente a metodologia DMAIC empregada pela GE não é totalmente

compatível com a metodologia utilizada em outras empresas. Esse projeto utilizará a

metodologia adotada na GE por estar sendo desenvolvido em uma planta que pertence ao

grupo GE.

A sigla DMAIC vem do inglês e corresponde às iniciais das 5 fases que a compõe:

D – Define (Fase de Definição)

M – Measure (Fase de Medição)

A – Analyze (Fase de Análise)

I – Improve (Fase de Melhoria)

C – Control (Fase de Controle)

De maneira geral, na primeira fase temos a definição do problema e do projeto; na fase

de medição efetuamos a coleta dos dados e a verificação do nosso sistema de medição; na fase

de análise do desempenho do processo é definida e a análise das causas de não conformidades

é iniciada; na fase de melhoria executamos uma análise mais aprofundada das causas e com o

resultado dessa análise introduzimos a melhoria no processo; na fase de controle realizamos o

controle do processo melhorado para garantir a eficácia e continuação da melhoria

implementada.

2.1.1 Definir

A fase de definição é uma das fases mais importantes da metodologia por ser a fase na

qual temos a definição de todo o projeto. Uma boa definição do escopo do projeto e do

problema a ser resolvido é primordial para o desenvolvimento de um bom projeto.

A fase de definição se subdivide em três partes:

- Definição dos CTQs do Projeto (Passo A)

- Definição dos integrantes do time (Passo B)

- Elaboração do Mapa do Processo (Passo C)

A primeira parte trata da definição dos CTQs (Critical to Quality) do projeto. Os CTQs

do projeto são na verdade características do produto ou do processo no qual o projeto irá

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enfocar. Essa definição direcionará todo o enfoque do projeto e pode ser afunilada nos passos

seguintes.

Antes de definirmos os CTQs do projeto temos que ter em mente quem são os clientes

do projeto, ou seja, para quem estamos fazendo o projeto. Uma ferramenta interessante para

definirmos a ligação do cliente ao processo analisado é o SIPOC (Figura 2), que consiste em

Fornecedor, Entrada do Processo, Processo, Saída e Cliente (Supplier – Input – Process –

Output – Customer).

Figura 2: SIPOC (Fornecedor – Entrada – Processo – Saída – Cliente)

O cliente a que nos referimos aqui não necessariamente é um cliente externo à empresa.

A noção de cliente nessa etapa é a da parte que receberá o output (Saída) do processo em

estudo.

Depois de determinado o Cliente e os processos que estão relacionados, temos que

determinar o que realmente está impactando-o, para assim definirmos onde devemos

concentrar nossos esforços. Com todos os processos definidos podemos agora definir os

nossos CTQs. Algumas formas de definirmos esses pontos é através de:

- Pesquisas (Voz do Cliente);

- Entrevistas (Voz do Cliente);

- Reclamações (Voz do Cliente);

- Benchmarking.

Depois de realmente ter “ouvido a Voz do Cliente” podemos então determinar os CTQs

que estão impactando, quais deles merecem ser tratados através de um projeto Seis Sigma

(alguns são tratados apenas com ações diretas sem nenhuma análise mais complexa exigida) e

se o escopo dos itens levantados vão ser abordados por um ou mais projetos Seis Sigma.

Na segunda etapa temos a definição do time que trabalhará no projeto bem como o

papel de cada um deles em cada fase do projeto. Essa etapa também é muito importante para o

desenvolvimento do projeto pois a participação de várias pessoas envolvidas com o processo é

essencial para a implementação de uma melhoria eficaz.

Além da definição do grupo de trabalho, nessa fase também definimos o papel de cada

um no time bem como um cronograma de trabalho aprovado pelo grupo. Essas definições têm

o intuito de colocar o grupo em sintonia e fazer com que objetivos concretos sejam definidos

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fazendo com que haja uma idéia clara de todo o grupo sobre os objetivos do projeto. Com

esse intuito algumas perguntas devem ser respondidas nessa fase:

- Qual é realmente o problema?

- Qual é o escopo do projeto em questão?

- Onde queremos chegar com o desenvolvimento do projeto?

- Quais as conseqüências de não fazer o projeto? (O uso da matriz “ameaça x

oportunidade” é aconselhado no auxílio dessa análise)

- Quais são os pontos intermediários importantes em que devemos parar e analisar

o andamento do projeto?

- Qual a relação desse projeto com os objetivos da empresa?

- Quais as restrições impostas ao time no desenvolvimento desse projeto?

- Quais são os recursos necessários / disponíveis para desenvolver esse projeto?

Tendo essas perguntas respondidas pelo grupo teremos um time bem “sintonizado”

quanto aos próximos passos no desenvolvimento do projeto.

A terceira etapa é destinada à elaboração do mapa do processo. Nessa etapa temos a

equalização das visões de todas as pessoas pertencentes ao grupo de trabalho sobre como

realmente é o processo. Não é muito comum termos um consenso inicial sobre como é

realmente o processo, por isso, esse passo é primordial nessa fase. Não se pode seguir em

frente no projeto se todos do time não estiverem de acordo com o mapa de processo definido.

Um cuidado que deve ser tomado nesse passo é, evitar mapear o processo já vislumbrado pelo

grupo, ao invés de fazer o diagrama do processo real. Essa é uma tendência natural quando

temos um grupo já empenhado na melhoria de um processo. Em algumas situações o

problema é ainda pior, pois realmente não sabemos todos os passos do processo, conforme

demonstrado na figura 3.

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Figura 3: Erro comum no mapeamento de processos

2.1.2 Medir

Na fase de medição refinamos o CTQ do projeto nos casos em que esse procedimento é

necessário, efetuamos a coleta dos dados, definimos o nosso objetivo para a performance do

processo e verificamos o sistema de medição usado para obter a saída do processo, ou seja a

variável Y.

A fase de medição se subdivide em três partes:

- Seleção das Características de CTQ (Passo 1);

- Definição dos Padrões de Performance (Passo 2);

- Avaliação do Sistema de Medição (Passo 3).

A primeira etapa da fase de medição trata do refino do CTQ do projeto. Isso é realmente

importante quando estamos diante de um projeto com escopo muito amplo ou quando

necessitamos traduzir o CTQ do Cliente em um CTQ de projeto mensurável. As ferramentas

mais utilizadas nessa etapa são: Quality Function Deployment – QFD (Desdobramento da

Função Qualidade) e Matriz Causa Efeito.

O QFD é uma ferramenta muito importante nesse passo, pois ela é capaz de traduzir os

requisitos do Cliente em processos internos mais específicos ou características gerais do

produto em características mais específicas.

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Figura 4: Exemplo da ferramenta QFD

Os requisitos e o “peso” de cada um deles são definidos pelo cliente, já as relações dos

processos com os requisitos são definidos pelo líder do projeto. O peso de cada requisito

combinado com as relações definidas pelo time, resulta na pontuação final dos processos.

Essa pontuação permite-nos definir quais dos processos mais impactam o conjunto de

requisitos definidos pelo cliente, consequentemente os processos que devemos focar o projeto.

Uma outra ferramenta poderosa que pode ser usada nessa fase é o FMEA (Failure Mode

Effect Analysis). Com o FMEA podemos ponderar a probabilidade de ocorrência de falhas, a

gravidade no caso de ocorrência e a capacidade de identificarmos a falha; com isso podemos

analisar e prever falhas no processo.

Na segunda etapa definimos o nosso objetivo de melhoria. Nessa definição ferramentas

como Benchmarking, pesquisas, reclamações e entrevistas são usadas para definir a meta de

desempenho do processo analisado. É nessa etapa que definimos o que é e o que não é uma

não-conformidade (defeito).

Ao final dessa etapa o time tem que chegar em um consenso em relação à definição

operacional (o que vai ser medido e como será medido), a meta a ser atingida pelo processo

em questão, os limites de medição aceitáveis e o que é realmente um defeito.

Com esses pontos definidos já sabemos com qual tipo de dados estaremos trabalhando:

Requisitos Peso

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- Contínuo (Ex. Temperatura, pressão, etc.);

- Discreto (Ex. Aprovado/Reprovado ou Sim / Não);

- Ordinal (Ex. Quantos dias de atraso).

Temos então também nessa fase a definição do tipo de dados que estaremos usando para

representar o Y (Saída) do nosso processo.

A terceira etapa trata da avaliação do sistema de medição. Isso é realmente importante,

pois toda a metodologia se baseia fortemente na análise dos dados coletados, por isso temos

que garantir que o sistema de medição não interfira de forma significativa nos dados coletados

do processo.

O processo de medição não deixa de ser um processo e por isso tem também sua

variação. Para determinar essa influência da variação do processo de medição na variação do

processo em estudo é que usamos ferramentas como o Gage R&R, estudo para medir a

reprodutividade e repetitividade de uma processo.

Figura 5: Processo do Gage R&R

Além de avaliarmos a Reprodutibilidade e a Repetibilidade do Sistema de Medição

(Operador + Instrumento), nesse passo definimos a resolução mínima do instrumento, bem

como a precisão e acurácia do mesmo.

Depois de encerrada a avaliação do sistema de medição e termos em mãos um sistema de

medição aprovado, podemos começar a coleta dos dados que serão utilizados na próxima fase

de análise. Essa coleta de dados deve ser a mais rica possível pois isso definirá quão preciso

será a nossa análise na próxima fase. Então devemos nos preocupar nessa fase com a

definição dos subgrupos racionais e descriminar o máximo possível as medições adquiridas.

2.1.3 Analisar

A fase de análise se subdivide em três partes:

- Estabelecimento da Capabilidade do Processo (Passo 4);

- Definição dos Objetivos de Desempenho (Passo 5);

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- Identificação das Fontes de Variação (Passo 6).

Na primeira parte da análise, definimos a capabilidade do processo atual baseado nos

dados coletados na fase de medição. Essa etapa é importante, pois a capabilidade do processo

será calculada novamente depois de implementada a melhoria e será comparada com a

capabilidade definida nesse passo para comprovarmos a melhoria no processo.

Para definirmos o desempenho do processo precisamos usar os dados coletados na fase

de medição bem como o objetivo de desempenho e os limites de especificação (LSL e USL)

definidos também na fase anterior.

Figura 6: Objetivo do Processo

Essa é a etapa do projeto onde fazemos uso de um grande número de ferramentas

estatísticas. Essas ferramentas são de domínios públicos e amplamente divulgados nos meios

acadêmicos e empresariais. O Minitab é um software comercial que integra várias dessas

ferramentas estatísticas e é um dos mais usados no desenvolvimento de projetos Seis Sigma.

Dentre as ferramentas comumente usadas nessa fase temos:

- Teste de Normalidade (Indica se temos uma distribuição normal ou não; o que

pode influenciar no uso das técnicas seguintes);

- Técnicas de Amostragem;

- Cálculo de Média e Desvio Padrão do Processo (Duas medições das mais

importantes na caracterização do processo);

- Histograma;

- Box Plot;

- Run Chart (Mostra o comportamento do processo ao longo do Tempo);

Como foi dito anteriormente baseado nos dados coletados e nos limites estipulados na

fase anterior podemos determinar a capabilidade do sistema.

A capabilidade definida aqui, também chamada de baseline, é o denominado de Zlt (Z de

longo prazo). O Zlt é o nosso sigma do projeto. Esse é o desempenho real do sistema

considerando o intervalo de tempo no qual foi efetuada a coleta dos dados. Alguns softwares

como o Minitab já calculam também a capabilidade potencial do sistema denominada de Zst

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(Z de curto prazo). Essa capabilidade é teoricamente o melhor resultado que podemos obter

do nosso processo da maneira que ele é atualmente. Essa capabilidade também é denominada

entitlement (Direito).

A coleta de dados organizada na etapa de medição e disposição geral do processo pode

permitir ou não uma divisão dos dados em subgrupos, o que facilita bastante a análise nessa

fase. Com os dados estruturados dessa maneira é que podemos fazer hipóteses e tentar prová-

las através de métodos estatísticos. Além disso, dessa forma podemos separar o que são

causas comuns de causas especiais.

Figura 7: Exemplo de Dados separados em subgrupos

Na segunda etapa mais uma vez utilizamos ferramentas como Benchmarking,

entrevistas, etc, para definir um critério de desempenho para o processo. Só que nesse passo,

defini-se o desempenho sigma do processo e não os limites de especificação que foi definido

no passo 2 da fase de medição.

A terceira etapa da fase de análise é sem dúvida onde usaremos o maior número de

ferramentas estatísticas. Nessa fase, inicialmente, listaremos todas as causas possíveis para as

não conformidades resultantes do processo em questão. Essa lista é geralmente conseguida

através de um brainstorm de todos os integrantes do time do projeto. Depois usaremos várias

ferramentas estatísticas para priorizar essas causas, chamadas daqui em diante de Xs do

processo. A técnica estatística mais apropriada para essa função é o teste de hipótese.

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Figura 8: Foco Seis Sigma

Mais uma vez é importante ressaltar que uma análise bem feita depende fortemente de

uma amostragem bem feita (É muito importante nesse passo o uso de técnicas de

amostragem). Então precisamos ter dados confiáveis e categorizados de forma que possamos

separá-los e analisá-los em busca dos fatores que realmente influenciam a nossa saída. Com

os dados organizados da maneira correta podemos usar ferramentas como diagrama causa e

efeito (análise qualitativa) ou diagrama de pareto e testes de hipótese (análise quantitativa)

para filtramos os Xs que realmente impactam no Y em questão.

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Figura 9: Filtrando os X’s vitais

Figura 10: Diagrama Causa-efeito (espinha de peixe)

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Figura 11: Exemplo Pareto

Através de um gráfico de Pareto é possível identificar qual subgrupo está contribuindo

mais fortemente para os defeitos e a partir daí priorizar a investigação pela causa raiz do

problema.

2.1.4 Melhoria

A fase de melhoria também se subdivide em três partes:

- Seleção de Causas Vitais (Passo 7);

- Definição da Relação entre as Variáveis (Passo 8);

- Estabelecimento de Tolerâncias para os Xs (Passo 9).

A primeira etapa da fase de melhoria nada mais é do que uma continuação do passo 6 da

fase de análise. Aqui mais uma vez utilizaremos técnicas estatísticas como teste de hipótese e

DOE (Design of Experiments) para achar as causas que mais impactam no resultado do

processo em estudo.

O Delineamento de Experimentos (“Design of Experiments” - DOE), é realizado antes de

se iniciar qualquer processo de melhoria por ‘tentativa e erro’, faz-se um detalhado

planejamento a fim de se otimizar a quantidade de experimentos (que significa custo). Neste

planejamento se determinam quais são os limites inferiores e superiores que serão aferidos às

variáveis de entrada, a fim de determinar a amplitude do impacto nas variáveis-resposta do

processo. Portanto, após a realização dos experimentos, define-se quais os valores otimizados

das variáveis de entrada resultarão nas melhores variáveis de saídas.

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Figura 12: Exemplo de um resultado do estudo DOE

Depois de definidas as causas vitais, em algumas situações é necessário a elaboração

de funções algébricas que relaciona as causas selecionadas com a saída do processo Y. Esse é

o propósito do passo 8 na fase de melhoria.

A elaboração do um DOE envolve cuidado pois se feita sem uma preparação adequada

pode ser bastante custosa. O “custo” de um experimento DOE aumenta exponencialmente

com o número de variáveis analisadas e com a precisão da análise que estamos usando

(Fatorial Completo ou Fracionado, Número de Replicações, Pontos Centrais etc).

O DOE é indicado para situações onde já afunilamos bem os Xs potenciais que

impactam no processo e temos interesse de fazer um estudo realmente mais detalhado da

relação entre os Xs vitais e o Y do processo. Com isso em mente e sabendo que devemos

levar em consideração o custo de rodar um experimento DOE, uma boa alternativa no caso de

chegarmos nessa fase ainda com muitos Xs pode ser fazer um DOE não completo, com todos

os Xs, filtrando os menos importantes e fazer um DOE completo com os Xs mais importantes

para o processo.

Como o custo de experimento de um processo varia de um processo para o outro, não

existe um número ideal de fatores ou replicações para se usar num DOE. Sendo assim o bom-

senso na escolha dos Xs a serem estudados, o uso da replicação sempre que possível e a

aleatorização dos experimentos são os pontos que devem ser enfatizados aqui. A aleatorização

dos experimentos garante uma maior imunidade à variáveis lurking (variáveis que

influenciam o Y mas não estão consideradas no experimento).

Na análise dos resultados, um ponto importante a ser analisado, é a interação entre as

variáveis consideradas. Aqui a variação ocasionada em Y pela combinação das duas ou mais

variáveis pode não ser a mesma esperada pela influência das variáveis analisadas

separadamente.

O objetivo final do DOE é um refinamento da análise da influência dos Xs no Y com

conseqüente modelamento do sistema através de fórmulas matemáticas em alguns casos.

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Com as funções de relacionamento definidas, torna-se possível definir limites para os Xs

do processo. Isso é feito baseando-se nos limites do Y definidos no passo 2 da fase de

medição.

Nesse ponto pode-se fazer necessário o uso de ferramentas de simulação para verificar o

comportamento do sistema sob diversas condições num ambiente simulado. Esse tipo de

ensaio permite uma gama grande de experimentos e um aprimoramento do modelo a um custo

muito mais baixo do que ensaios reais. Alguns dos softwares usados nessa fase são: Crystal

Ball, Arena, etc. Softwares de banco de dados para análise estatísticas.

2.1.5 Controlar

A fase de controle encerra o DMAIC e também se subdivide em três partes:

- Validação do Sistema de Medição para os Xs (Passo 10);

- Determinação da Capabilidade de Processo (Passo 11);

- Implementação do Sistema de Controle (Passo 12).

No passo 10 da fase de Controle temos mais uma vez a validação do sistema de medição,

só que dessa vez avaliaremos o sistema de medição dos Xs e não do Y como foi feito no passo

3 da fase de medição.

Na segunda etapa da fase de controle determinaremos mais uma vez a capabilidade do

processo como foi feito no passo 4 da fase de análise. Aqui estaremos medindo a capabilidade

do processo já melhorado. Essa capabilidade será então comparada com a capabilidade

anterior à implementação da melhoria para se verificar a melhoria introduzida pelo projeto.

Figura 13: Gráfico estatístico de melhoria de processo

No passo 12 encerramos o projeto com a implementação do sistema de controle que

controlará os Xs determinados pelo time que está conduzindo o projeto. Aqui fazemos uso

amplo das cartas de controle.

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Figura 14: Exemplo de um Run Chart usado na Elaboração de Cartas de Controle

Com um controle estatístico de processo (CEP) bem implementado podemos verificar

tendências, separar causas comuns de causas especiais e atuar no sistema de uma maneira

mais inteligente e preventiva.

Os limites dos gráficos de controle não estão relacionados aos limites de especificação

definidos para o processo, eles são definidos pelos dados coletados. Então é de vital

importância que quando o sistema de controle é implementado, se verifique se os limites de

controle estão dentro dos limites de especificação, caso contrário o sistema pode estar sob

controle, mas produzindo peças fora da especificação. Na situação onde os limites de controle

estão dentro dos limites de especificação, mesmo que o processo saia de controle ainda temos

uma folga com relação aos limites de especificação.

Figura 15: Exemplo gráfico de limites de controle

Para que um processo seja considerado sob controle não é suficiente que os pontos

coletados estejam dentro dos limites de controle, temos que ter um gráfico totalmente

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aleatório sem nenhuma tendência. Seguem dois gráficos que representam processos fora de

controle:

Figura 16: Exemplo de processos fora de controle

Como os limites de controle dependem dos dados coletados eles são dinâmicos e estão

mudando continuamente. Normalmente esses limites são definidos como +/- 3 sigma da

média da amostragem.

Em toda coleta de dados, o uso correto das técnicas de amostragem é muito importante,

pois caso contrário, estaremos representando no gráfico um processo que não condiz com o

processo em estudo.

A escolha do tipo de gráfico de controle que será usado depende fortemente do tipo de

dados que estamos trabalhando. Abaixo temos uma divisão dos tipos de gráfico de controle

pelas várias condições de dados:

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Figura 17: Tipos de gráficos de controle

Além das cartas de controle outra ferramenta bastante usada nessa fase são os

dispositivos Mistake Proofing para prevenir que, os Xs controlados e não controlados, saiam

da especificação. No desenvolvimento desses dispositivos o uso de um FMEA simplificado

pode ser bastante útil.

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3 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA SEIS SIGMA NO HELP DESK

Help Desk: atividade relativa ao suporte de cliente/usuário em toda a planta de General

Electric de Campinas. Essa atividade compreende suporte à computadores, notebooks,

telefonia, servidores, sistemas operacionais, treinamentos e aplicativos.

Objetivo do projeto: Analisar o processo atual do atendimento e viabilizar melhorias,

como, reduzir tempo de atendimento, melhorar o controle do Help Desk, medir a qualidade

dos atendimentos e eliminar tempo dos técnicos em chamados de fácil resolução.

A condução deste projeto seguiu a determinação da empresa de se utilizar um

Cronograma para as fases do DMAIC, com a finalidade de se unificar a comunicação entre

todos os colaboradores.

No ‘Cronograma’ do projeto, estão descritas as datas de início e fim de cada fase. Cada

fase está detalhada na seqüência deste capítulo. Importante salientar que foram utilizadas

ferramentas simples para soluções de problemas, não se fazendo necessário o uso de

ferramentas estatísticas avançadas.

Também fica evidenciada a disciplina e dedicação em seguir o prazo estipulado, em

todas as fases do DMAIC.

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Figura 18: Cronograma do Projeto Help Desk – Seis Sigma

3.1 Definir

Seguindo a metodologia Seis Sigma, a etapa Definir pode ser dividida em pequenas

tarefas para auxiliar no desenvolvimento e na conclusão. São elas: definir o cliente, realizar

tempestades de idéias com o cliente, levantar os pontos críticos para a qualidade do processo

(CTQ), a entrada do processo, o processo e a saída do processo.

O projeto tem como principal objetivo melhorar o processo e controlar do setor Help

Desk, com isso, o cliente passa a ser todas as pessoas que utilizam os serviços oferecidos pelo

setor, ou seja, qualquer funcionário ou contratado que trabalha na empresa.

Com o cliente definido, verificou-se que ficaria inviável trabalhar com mais de 1000

clientes, ou podemos dizer 1000 usuários. Realiza-se uma seleção de clientes chaves para a

companhia, selecionando 15 clientes, e é logo agendando um primeiro encontro com o intuito

de definir o escopo do trabalho e os objetivos, atendendo todas as expectativas iniciais do

cliente.

Após a demonstração dos objetivos e escopo do projeto para o Cliente, criou-se uma

fronteira no escopo do projeto, para nunca aumentá-lo ou modificá-lo. Um dos motivos para o

insucesso de um projeto é a mudança de escopo durante o desenvolvimento. Há casos que o

escopo cresce exponencialmente nunca tendo um fim. Portanto fique atento à esse detalhe

para que não ocorrera mudanças de escopo e objetivos.

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Estabelecido o cliente, o escopo e os objetivos, agora se deve “escutar” o cliente (VOC

– Voz do Cliente) e listar todas as oportunidades de melhoria no processo. Neste caso agendei

um segundo encontro com todos os clientes chaves para o projeto e simplesmente escutei

todos os problemas, oportunidades e idéias que o cliente tinha para melhorar a satisfação deles

para com o setor Help Desk. Não é possível em apenas um encontro ou reunião com o cliente

definir e listar todos os CTQs, ou seja, foram necessários seis encontros para concluir o

estudo.

No final de todo o trabalho com o cliente obtive os seguintes CTQs:

1 – Controlar o Help Desk: Era impossível saber como os problemas dos usuários eram

controlados e atendidos, não tendo idéia de quando o cliente teria uma oportunidade de obter

a prestação de serviço;

2 – Tempo de Atendimento: Utiliza-se muito tempo para realizar o atendimento ao

usuário;

3 – Técnicos do Help Desk sem total conhecimento: Alguns técnicos conhecem uma

tecnologia e outros técnicos conhecem outras;

4 – Suporte técnico disponível durante todo o expediente: técnicos abandonam a área

durante todo o dia para resolver um problema e outros clientes ficam sem atendimento;

5 – Base de dados para histórico do chamado: não se tem controle do que cada técnico

atendeu de chamados ou o que cada cliente solicitou;

6 – Facilitar comunicação entre o cliente e o técnico: utiliza-se o telefone que muitas

vezes encontra-se ocupado ou sem atendimento;

7 – Suporte técnico mais eficiente para o cliente: O técnico não sabe resolver um

problema e como não possui controle de chamados, deixa o cliente sem solução por tempo

indeterminado;

8 – Cursos de informática interativos para o cliente: muitos chamados do mesmo

assunto aberto pelo mesmo usuário, necessidade de treinamento na ferramenta;

9 – Disponibilizar regras e priorização de atendimento: deve-se divulgar e criar regras

de priorização de atendimento ao cliente por ferramenta, ou seja, criar um SLA (Service Level

Agreement).

CTQ’s identificados e aprovados pelo cliente, agora deve-se utilizar uma ferramenta

seis sigma denominada “CTQ Flow Down”, é uma ferramenta que irá auxiliar na priorização

e ligação entre todos os CTQ’s levantados.

Segue figura 19 do CTQ Flow Down:

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Técnicos do Help Desk com conhecimento

total de TI

Controlar Help DeskTempo de Atendimento

Regras de atendimento

(SLA)

Satisfação do cliente

High level CTQ

Help Desk

Facilitar comunicação entre o cliente e o suporte

técnico

Suporte técnico

disponível durante todo

horário comercial

Base de dados com históricos de chamados

Suporte técnico mais

eficiente

Figura 19: Fluxo e ligações dos CTQ’s do projeto

Com o cliente e os CTQ’s definidos, precisava entender detalhadamente como o

processo atual do Help Desk funcionava, pois só assim eu identificaria no meu processo as

melhorias para atender os CTQ’s do meu cliente.

Comecei o trabalho de mapeamento do fluxo do processo atual do Help Desk. Foram

necessárias oito reuniões, sendo, quatro com o cliente e quatro com os técnicos do Help Desk.

No final de todas as reuniões consegui com que o meu cliente e os técnicos do Help

Desk aprovassem o mapa do processo atual.

Segue figura 20 do mapa do processo atual:

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Sabe resolver

?

Sabe resolver

?

Enviar e-mail

Enviar e-mail

Falar diretamente com técnico

Falar diretamente com técnico

ResolveProblema

remotamente

ResolveProblema

remotamente

Resolve problema na mesa do cliente

Resolve problema na mesa do cliente

Técnico sabe resolver

Técnico sabe resolver

Não

Sim

Outro técnico sabe resolver

?

Outro técnico sabe resolver

?

Pergunte a outro técnico

Pergunte a outro técnico

Sim Não

Tem acesso Remoto

?

Tem acesso Remoto

?

Resolvido?

Resolvido?

Sim Não

ClienteCliente

Ligar no ramal do técnico

Ligar no ramal do técnico

SimNão

Processos que devem ser analisados

Fechar chamado

Figura 20: Mapa do processo atual do Help Desk

Durante o levantamento do processo do Help Desk consegui identificar alguns

processos ruins e sujeitos à melhorias, mas só poderia ter certeza da melhoria na etapa

Analisar do seis sigma.

Definidos o Cliente, CTQ’s e mapa do processo atual, posso dar como concluída a etapa

Definir da metodologia DMAIC Seis Sigma. A próxima etapa é a Medir, onde realizei as

medições para a definição da capabilidade do processo atual.

3.2 Medir

Na fase de medição, conforme descrito no capítulo 2.1.2, levantei as características dos

CTQs e as possíveis soluções para atender cada CTQ crítico. Para ajudar nesse levantamento

utilizei uma ferramenta Seis Sigma denominada QFD. Com o QFD foi possível priorizar os

CTQ’s e identificar as soluções primordiais para atendê-los.

Segue abaixo o QFD desenvolvido:

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HelpDeskProduto Requerimento

Expectativa do Cliente

Impo

rtânc

ia

Sis

tem

a A

utom

átic

o

Ban

co d

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ados

Env

io a

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Pro

cedi

men

tos

de In

form

átic

a

Ace

sso

via

inte

rnet

/in

trane

t

Tre

inam

ento

s

Rel

atór

ios

Ferr

amen

ta e

-Lea

rnin

g

Tota

l

Controlar Help Desk; 10 H H H M M 330Tempo de atendimento 10 H H H H H M L H 580Banco de dados para histórico do chamado 9 H H M H 270Facilitar comunicação 9 H H M H 270Satisfação do cliente 9 H M H L 198Técnicos com conhecimento total de TI 9 L L H H 180Suporte técnico disponível 8 H H H H M 312Suporte técnico mais eficiente 8 M H H H M 264Regras de atendimento (SLA) 8 0Treinamentos de informática para os clientes 7 M M M H 126

Total 528 441 414 318 282 204 190 153

0 88 176 264 352 440 528

Sistema Automático

Banco de Dados

Envio automático de e-mail

POI

Acesso via Internet / Intranet

Treinamentos

Relatórios

Ferramenta e-Learning

HelpDesk Pareto

(*) POI = Procedimento de Informática

HelpDeskProduto Requerimento

Expectativa do Cliente

Impo

rtânc

ia

Sis

tem

a A

utom

átic

o

Ban

co d

e D

ados

Env

io a

utom

átic

o de

e-m

ail

Pro

cedi

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ento

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Tota

l

Controlar Help Desk; 10 H H H M M 330Tempo de atendimento 10 H H H H H M L H 580Banco de dados para histórico do chamado 9 H H M H 270Facilitar comunicação 9 H H M H 270Satisfação do cliente 9 H M H L 198Técnicos com conhecimento total de TI 9 L L H H 180Suporte técnico disponível 8 H H H H M 312Suporte técnico mais eficiente 8 M H H H M 264Regras de atendimento (SLA) 8 0Treinamentos de informática para os clientes 7 M M M H 126

Total 528 441 414 318 282 204 190 153

HelpDeskProduto Requerimento

Expectativa do Cliente

Impo

rtânc

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ento

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l

Controlar Help Desk; 10 H H H M M 330Tempo de atendimento 10 H H H H H M L H 580Banco de dados para histórico do chamado 9 H H M H 270Facilitar comunicação 9 H H M H 270Satisfação do cliente 9 H M H L 198Técnicos com conhecimento total de TI 9 L L H H 180Suporte técnico disponível 8 H H H H M 312Suporte técnico mais eficiente 8 M H H H M 264Regras de atendimento (SLA) 8 0Treinamentos de informática para os clientes 7 M M M H 126

Total 528 441 414 318 282 204 190 153

0 88 176 264 352 440 528

Sistema Automático

Banco de Dados

Envio automático de e-mail

POI

Acesso via Internet / Intranet

Treinamentos

Relatórios

Ferramenta e-Learning

HelpDesk Pareto

(*) POI = Procedimento de Informática Figura 21: QFD – Características dos CTQs e Soluções

No QFD podemos ver que na primeira coluna encontram-se a expectativa do cliente,

nesse caso os CTQs, com a sua respectiva importância comparado com as outras expectativas.

Após a priorização dos CTQs, criei as outras colunas, denominadas Produto Requerido, as

quais constam as possíveis soluções levantadas por mim. Resumindo, listei os CTQ, priorizei-

os, listei as soluções, agora falta a parte mais importante para a conclusão do QFD, seria a

definição do valor de cada CTQ para cada solução. Esse valor é dado como H para alto valor

nove, M para médio valor três e L para baixo valor um. Esse valor é multiplicado pela

importância do CTQ e é realizada uma somatória, representada na coluna e linha total. O

valores devem ser definidos juntamente com o cliente. No final da definição dos valores

obtemos as soluções priorizadas.

As principais soluções identificadas no QFD foram: Criação de um sistema automático

para controle do Help Desk, um banco de dados para armazenamento dos dados, envio de e-

mails automaticamente para facilitar a comunicação entre o técnico e o cliente, uma base de

procedimentos operacionais de informática (POI), acessar o sistema pela intranet ou internet,

criar treinamentos para os clientes e técnicos, e por ultimo, desenvolver relatórios de controle

do Help Desk, com o intuito de validar a satisfação do cliente e a quantidade de atendimentos

de cada técnico.

Criado o QFD, listadas e priorizadas as possíveis soluções, defini-se as não

conformidades do processo Help Desk, que são: Oportunidades de defeitos, Defeitos e

Unidade. Com essa definição, consegue-se desenvolver uma ferramenta para medir a

Capabilidade do processo atual.

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29

O que seria Unidade no processo do Help Desk? A Unidade no help desk é facilmente

identificada, pois a entrada do processo do Help Desk é cada chamado aberto pelo cliente,

portanto, a unidade para o processo Help Desk é cada chamado aberto pelo cliente.

O que seriam Oportunidades de defeitos? Em outras palavras, o pode interferir no

processo e gerar defeitos? Como o processo atual não tinha nenhum controle ou sistema

automatizado para controlar as unidades (Cada problema levantado pelo cliente), as mesmas

eram criadas sem nenhum padrão ou procedimento. Não tinham Confirmação da resolução do

problemas, os Dados informados pelo cliente poderiam estar errados, os Dados poderiam ser

Preenchidos erroneamente pelo técnico, os problemas poderiam estar resolvidos pelo técnico

mas o cliente ainda estava com o problema, os problemas poderiam ser fechados em datas

erradas, a descrição do problema levantada pelo técnico poderia ter diferentes interpretações,

e o principal, o técnico poderia colocar o tempo de atendimento e resolução do problema

incorreto.

Com toda essa análise tenho as seguintes Oportunidades de Defeito:

- Confirmação de fechamento do chamado;

- Dados incorretamente informados;

- Dados preenchidos erroneamente;

- Casos não resolvidos;

- Casos fechados com datas erradas;

- Descrição do problema incorreto;

- Tempo de atendimento incorreto.

Temos, portanto sete oportunidades de defeito em cada unidade.

O que seriam Defeitos? Os defeitos são cada oportunidade de defeito não atendida, ou

seja, dentro das sete oportunidades de defeitos levantadas é possível ter até 7 defeitos em um

apenas um problema aberto pelo cliente.

Após a definição das não conformidades, precisava criar uma ferramenta para medir a

capabilidade do processo atual. Essa ferramenta precisava medir cada oportunidade de defeito

não atendida. Desenvolvi uma planilha no Microsoft Excel, onde cada técnico deveria

preenchê-la com os dados dos chamados atendidos no período de um mês, com isso,

conseguiria obter a informação de quantas unidades foram criadas e quantos defeitos foram

gerados nesse período.

Segue abaixo a ferramenta desenvolvida:

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30

Figura 22: Ferramenta de Medição

Essa ferramenta de medição possui oito colunas, sendo elas: Número do Chamado;

Nome do Cliente; horário de abertura; horário de fechamento; estado do chamado (Fechado

ou Aberto); tempo para atendimento do chamado; tipo do problema (Hardware ou Software);

Descrição do problema.

A ferramenta foi utilizada pelos técnicos e foi possível obter todos os dados necessários

para o cálculo da capabilidade do processo atual na etapa seguinte (Analisar) da metodologia

DMAIC.

Com todas as solicitações da etapa Medir atendidas e aprovadas, dou prosseguimento

no projeto na fase Analisar.

3.3 Analisar

Seguindo a metodologia, estou na fase que se faz necessário o cálculo da capabilidade

do processo atual, para posteriormente na fase Controlar demonstrar a melhoria aplicada ao

processo.

Para realizar o cálculo da capabilidade atual do processo, precisei analisar cada unidade

coletada na fase de medição com cada oportunidade de defeito e consegui os seguintes

números: Em 137 chamados abertos (oportunidades), obtive 449 defeitos dentro das 7

oportunidades que tinha.

Há duas maneiras de realizar o cálculo do nível do sigma do projeto, manualmente

utilizando uma tabela ou utilizar uma ferramenta estatística chamada Minitab.

Cálculo manual: Utilizar a tabela de Rath & Strong (2001) para verificar o nível Sigma

do projeto. O calculo do DPMO é realizado pela seguinte equação:

DPMO = Total de Oportunidades * Total de Defeitos encontrados * Total de

oportunidades

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31

Portanto neste caso obtive 430.591 DPMO, gerando um nível sigma de 1.6 de acordo

com a tabela Rath & Strong (2001).

Cálculo Minitab: Como essa informação em mãos, utilizei a ferramenta estatística

Minitab para realizar o cálculo da capabilidade. É necessário digitar os valores da variáveis no

sistema e ele mesmo realizará o cálculo. Na figura 23 está resultado da análise da medição

pelo Minitab:

Total

1

Characteristic

1.580

1.580

ZBench

1.500

1.500

ZShift

468196

468196

PPM

0.468196

0.468196

DPO

3.277

DPU

959

959

TotOpps

7

Opps

137

Units

449

449

DefsZone of Average

Technology

Zone of

Typical

Control

3.0

2.5

2.0

1.5

1.0

0.5

0.0

6543210

Z.Shift

Z.Bench (Short-Term)

World-Class

Performance

Report 8B: Product Benchmarks

DPMO: 468.196 SIGMA: 1.58

1000000

100000

10000

1000

100

10

1

6543210

Z.Bench (Short-Term)

PPM

Report 8A: Product Benchmarks

Figura 23: Resultado da capabilidade inicial do processo

Portanto, obtive 468196 defeitos por milhões de oportunidades (DPMO) gerando um

Sigma inicial de 1.58. Vale lembrar que o sigma varia de 0 a 6, sendo que 6 seria um processo

totalmente controlado e sem defeitos.

Com a capabilidade do processo atual levantada, consegui definir os meus objetivos da

melhoria, ou seja, qual a porcentagem de redução de DPMO que quero obter e qual será o

sigma desejado.

O processo atual é muito pobre e não tem controle algum, e foi provado estatisticamente

com um sigma inicial muito baixo próximo a zero, conforme figura 23. Já no processo futuro

deseja-se reduzir 90% do meu DPMO, obtendo os seguintes valores:

Sigma do Processo AtualDefeitos por Milhão (DPMO) = 468.196

Valor Sigma = 1.58

Sigma do Processo DesejadoDefeitos por Milhão (DPMO) = 46.820

Valor Sigma = 3.1

90% Reduçãode defeitos

Uma mudança do sigma inicial de 1.58 para 3.1, um processo com controle, ainda

sujeito à defeitos, mas aceitável.

Capabilidade inicial e os objetivos da melhoria validados, desenhei juntamente com o

meu cliente, qual seria o processo futuro desejado para atender os meus objetivos, sempre

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32

pensando na redução de 90% de DPMO. Foram realizadas diversas reuniões e consegui

desenhar um mapa de processo futuro desejado (figura24).

Figura 24: Mapa do processo futuro desejado

Pode-se notar que é um processo muito mais funcional, controlado e simples do que o

processo atual do Help Desk. Nesse momento consegui visualizar que o projeto estava com

um escopo correto e com um nível de detalhe muito grande para atingir os meus objetivos.

Nessa etapa realizei mais duas análises importantes para ajudar ainda mais nos meus

objetivos. Fiz um Benchmarking com diversas empresas de software de controle Help Desk,

com intuito de obter novas idéias e métodos para atingir e superar as expectativas do meu

cliente. Análisei diversos softwares do mercado, cada um com sua característica, mas nenhum

atendia todos os CTQs do cliente (Figura 25).

Figura 25: Benchmarking de softwares de controle de Help Desk

Viabilizei a possibilidade de desenvolver um software totalmente voltado para o meu

cliente, atendendo todos os CTQs de uma única vez. Selecionei a linguagem e a base de dados

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33

que utilizaria e comecei a trabalhar na especificação de um software atendendo todos os

CTQs do meu cliente. Desenvolvi, também, um contrato de nível de atendimento (SLA –

Service Level Agreement) para incluir no sistema, atendendo os CTQs.

A figura 26 mostra o SLA desenvolvido por mim com o foco no cliente:

>30 - Critico20 - 30 - Urgente10 - 19 - Normal0 - 9 - BaixoRating of Importance to Customer 10 9 9 8 8 8 8 7 7 6 5 5 5 4 4

Process Inputs Dire

toria

Ger

enci

a

Com

erci

al

Sup

ervi

são

Eng

enha

ria/S

ervi

cos

Test

e de

Mot

ores

Com

pras

Ope

raci

onal

Fab

rica

Exp

edic

ao

PC

P/Im

porta

cao/

Exp

orta

cao

Fina

ncei

ro

RH

Qua

lidad

e/ 6

Sig

ma

Rec

ebim

ento

EH

S

1 AutoCad 2002 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

2 Easy Import 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

3 Siscomex 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

4 Symix 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

5 Sistemas Especificos 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

6 B2B Symix 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

7 Computador 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

8 Servidor 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

9 Restore/Backup 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

10 Magnus 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

11 Outlook 3 30 27 27 24 24 24 24 21 21 18 15 15 15 12 12

12 Windows 2000 3 30 27 27 24 24 24 24 21 21 18 15 15 15 12 12

13 Citrix 3 30 27 27 24 24 24 24 21 21 18 15 15 15 12 12

14 VoloView 3 30 27 27 24 24 24 24 21 21 18 15 15 15 12 12

15 Monitor 3 30 27 27 24 24 24 24 21 21 18 15 15 15 12 12

Cause and Effect Matrix

Alto Ba ixo

Pou

co

1 3

Mui

to

2 4

MATRIZ IMPACTO

ES

FO

O

1

2

3

4

36 Aplicações no SLA

CR

ITIC

AL

SLASLA>30 - Critico20 - 30 - Urgente10 - 19 - Normal0 - 9 - BaixoRating of Importance to Customer 10 9 9 8 8 8 8 7 7 6 5 5 5 4 4

Process Inputs Dire

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Ger

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Sig

ma

Rec

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ento

EH

S

1 AutoCad 2002 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

2 Easy Import 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

3 Siscomex 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

4 Symix 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

5 Sistemas Especificos 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

6 B2B Symix 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

7 Computador 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

8 Servidor 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

9 Restore/Backup 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

10 Magnus 4 40 36 36 32 32 32 32 28 28 24 20 20 20 16 16

11 Outlook 3 30 27 27 24 24 24 24 21 21 18 15 15 15 12 12

12 Windows 2000 3 30 27 27 24 24 24 24 21 21 18 15 15 15 12 12

13 Citrix 3 30 27 27 24 24 24 24 21 21 18 15 15 15 12 12

14 VoloView 3 30 27 27 24 24 24 24 21 21 18 15 15 15 12 12

15 Monitor 3 30 27 27 24 24 24 24 21 21 18 15 15 15 12 12

Cause and Effect Matrix

Alto Ba ixo

Pou

co

1 3

Mui

to

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MATRIZ IMPACTO

ES

FO

O

1

2

3

4

36 Aplicações no SLA

CR

ITIC

AL

SLASLA

Figura 26: SLA desenvolvido para atender o cliente

Após a análise da capabilidade, desenvolvido o processo desejado, analisado opções de

softwares existentes no mercado e com um SLA desenvolvido, ainda falta identificar o que

está prejudicando o processo atual, gerando variações e defeitos, após essa análise terei

certeza de que posso melhorar o processo com uma garantia.

Para identificar as fontes de variações utilizei uma matriz de causa e efeito e identifiquei

em uma análise manual e profunda no processo atual as minhas fontes de variação, ou seja, o

que gerava insatisfação para o meu cliente.

A figura 27 demonstra o estudo:

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34

Figura 27: Fontes de Variação do processo

Listei doze variações que geram defeitos no meu processo atual e priorizei-os através de

uma matriz causa e efeito, para assim colocar os meus esforços nas fontes de variações que

mais impactam no cliente. Após o estudo de priorização das causa vitais (Figura 27),

verifiquei que deveria me esforçar nas seguintes variações das doze levantadas: Processo

Manual para abertura de chamados, retrabalho, sistema atual inexistente, sistema sem padrões,

informações não disponíveis, falta de treinamento dos técnicos e clientes e atraso no

atendimento.

A etapa Analisar, foi concluída com sucesso e todos os requisitos da metodologia foram

atendidos.

3.4 Melhorar

Na fase melhoria, consegui aplicar todas as análises a soluções levantadas em quase seis

meses de projeto. Criei e implantei um sistema novo para controlar o Help Desk e atender as

solicitações do meu cliente, deixando-o satisfeito.

No primeiro momento, especifiquei um fluxo do sistema do help desk para atender o

processo desejado pelo cliente. Com o fluxo do sistema especificado, desenvolvi o sistema

especificado utilizando uma linguagem chamada Webspeed com base de dados em Progress,

sincronizando os bancos de dados do Help Desk com o banco de dados do setor de recursos

humanos (RH) que já estava em base de dados Progress. Consequentemente utilizei o banco

de dados de funcionários já existente, facilitando a implantação do meu sistema.

As figuras 28 e 29 demonstram o fluxo do sistema:

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35

Problem a

Com putadorFuncionando

Acesso S istem avia W allpaper

Acesso V iaTelefone Não S im

Técnico Acessasistem a

Técnico AbreCham ado

descrevendo setore tipo do problem a

Abre Cham adodescrevendo setore tipo do problem a

Filtro SLA

Cham adoCrítico?

D irecionaCham ado para fila

crítica

Verifica nº deCham ados decada Técnico

Não Sim

Direciona cham adopara Técnico

Envia e-m ail paraTécnicos (nível1) eAdm in do s istem a

Envia e-m ail para oTécnico

Problem a

Com putadorFuncionando

Acesso S istem avia W allpaper

Acesso V iaTelefone Não S im

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Técnico AbreCham ado

descrevendo setore tipo do problem a

Abre Cham adodescrevendo setore tipo do problem a

Filtro SLA

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Envia e-m ail para oTécnico

Figura 28: Fluxo do sistema primeira parte

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36

Adic ionar nocom etário quais

peças foramtrocadas

Técnico AceitaCham ado

Técnico Poderesolver?

Técnico D irecionaCham ado paraoutro Técnico

(nivel 2)

Técnico Mudastatus do cham ado

para "ematendim ento"

Não

Sim

Envia e-m ail paraUsuário

Resolve Cham ado

ColocarCom entários no

cham ado

Houve Trocade Peça

Não

S im

Fecha Cham ado

Envia e-m ail parauser solicitando

feedback

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peças foramtrocadas

Técnico AceitaCham ado

Técnico Poderesolver?

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(nivel 2)

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para "ematendim ento"

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Houve Trocade Peça

Não

S im

Fecha Cham ado

Envia e-m ail parauser solicitando

feedback Figura 29: Fluxo do sistema segunda parte

Após o longo trabalho de programação na ferramenta Webspeed, alimentei o sistema

com os chamados antigos registrados e disponibilizei para o cliente testar a validar a solução.

As figuras 30, 31 e 32 demonstram uma pequena parte do sistema desenvolvido:

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37

Figura 30: Tela inicial do sistema

Ao acessar o sistema utilizando o usuário e senha disponibilizada pelo RH da empresa,

o cliente pode abrir um chamado, verificar os chamados abertos, os chamados em andamento

e os chamados fechados em seu nome. Ainda dentro do sistema o usuário tem acesso uma

ferramenta importante, o POI (Procedimento Operacional de Informática) que pode auxiliá-lo

na resolução de um problema simples sem a necessidade de um técnico, basta consultar na

base de procedimentos o problema levantado.

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38

Figura 31: Tela do e-mail gerado automaticamente após abertura ou mudança de estado do

chamado

Figura 32: Satisfação do cliente

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39

Pode-se notar que é um sistema que atende todos os CTQs dos clientes e foi totalmente

criado baseando-se nas expectativas deles.

Ainda na faze de melhoria, utilizei as ferramentas de espinha de peixe para listar as

causas vitais do meu processo e posteriormente encontrar uma maneira de atendê-las. A figura

33 demonstra o diagrama de causa e efeito (espinha de peixe):

Figura 33: Espinha de peixe

Com as causas vitais identificadas consegui atacar cada variação seguindo o estudo

abaixo, com lista das causas vitais, descrição da causa e ação:

Vital X Observação Ação• Retrabalho

• Processo Manual

• Falta de treinamento

• Sistema simples

• Sem padrões

• Dados não disponíveis

• Atraso

•Técnicos resolvendo o mesmo chamado

• 100% dos clientes estão usando o telefone para abrir um chamado.

• Técnicos perdendo tempo com chamados de fácil resolução.

• Sistema está em excel sem controle do cliente.

• Diferentes interpretações para o mesmo chamado aberto.

• Não há informação dos clientes, o técnico deve preencher os dados

• Somente um técnico pode acessar a planilha por vez

• Sistema automático para nomear o técnico

• Criar ferramenta interativa na intranet

• Criar procedimentos

• desenvolver sistema com banco de dados e controles de acesso.

• Pré definir descrições de problemas e aplicações.

• Banco de dados sincronizado com recursos humanos.

• Desenvolver um sistema com acessos contas se acessos

Vital X Observação Ação• Retrabalho

• Processo Manual

• Falta de treinamento

• Sistema simples

• Sem padrões

• Dados não disponíveis

• Atraso

•Técnicos resolvendo o mesmo chamado

• 100% dos clientes estão usando o telefone para abrir um chamado.

• Técnicos perdendo tempo com chamados de fácil resolução.

• Sistema está em excel sem controle do cliente.

• Diferentes interpretações para o mesmo chamado aberto.

• Não há informação dos clientes, o técnico deve preencher os dados

• Somente um técnico pode acessar a planilha por vez

• Sistema automático para nomear o técnico

• Criar ferramenta interativa na intranet

• Criar procedimentos

• desenvolver sistema com banco de dados e controles de acesso.

• Pré definir descrições de problemas e aplicações.

• Banco de dados sincronizado com recursos humanos.

• Desenvolver um sistema com acessos contas se acessos

Portanto, no final dessa etapa tenho as causa vitais identificadas, resolvidas e um

sistema de atendimento do Help Desk implantado para atender todos os CTQs do cliente.

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40

3.5 Controlar

Na fase de controle, como primeira tarefa, tive que medir a capabilidade do processo

Help Desk após a implantação da melhoria do processo. Da mesma maneira que realizei a

análise da capabilidade do processo antes da melhoria, terei que realizar novamente. Portanto,

criei um relatório, utilizando o sistema implantado, de um mês de levantamento.

Utilizando as mesmas métricas obtive os seguintes resultados: Em 229 chamados

abertos (oportunidades), obtive 11 defeitos dentro das 7 oportunidades.

Novamente com essa informação em mãos, utilizei o Minitab para calcular a

capabilidade do processo após a melhoria, obtive o seguinte resultado:

Figura 34: Estudo da capabilidade do processo com a melhoria

Através dessa análise consegui comprovar a melhoria do meu processo e superei os

meus objetivos, superando 90% de redução do DPMO para 98,39% de redução do DPMO,

atingindo um Sigma de 3.93.

Para concluir o meu trabalho e esforço, preciso ainda provar que agora tenho um

sistema totalmente controlado. Através de gráficos extraídos diretamente do sistema

implantado, consigo controlar todo o processo Help Desk. Segue abaixo os gráficos de

controle:

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100

9080706050

40302010

0

Comercial/Gerencial

Cou

nt

100

9080706050

40302010

0

ompras/Teste Motores/Engenharia/Servicos/Supervisao

Cou

nt

100

9080706050

40302010

0

EHS/Recebimento

Cou

nt

10090

80

70

6050

40

30

20

100

Op. Fabrica/Expedicao

Cou

nt

10090

80

70

6050

40

30

20

100

PCP/Import&Export

Cou

nt

10090

80

70

6050

40

30

20

100

RH/Financeira

Cou

nt

10090

80

70

Sem Setor

0 a 1 hora

3 a 5 horas

1 a 10 dias

1 a 3 horas

10 a 24 horas

Others

Figura 35: Pareto do tempo de atendimento dos chamados por cliente

Figura 36: Gráfico do número de chamados abertos por departamento

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Figura 37: Gráfico da satisfação do cliente

Com quase um ano de trabalho e esforço, entrego a melhoria do processo Help Desk

dentro do prazo determinado e atendendo todos os requisitos da metodologia utilizada.

Resultados Consolidados: 1 – Financeiros:

- Redução de custo de R$52.000,00 por ano, com a diminuição de um

funcionário;

- Custo evitado de R$20.000,00 para aquisição de um novo sistema.

2 – Simplificação e impacto no processo:

- Redução no ciclo e no tempo do processo para solicitações de clientes;

- Melhoria na produtividade e controle do atendimento de solicitações;

- Aumento da inteligência e eficácia dos técnicos do Help Desk.

3 – Estatísticos:

- Redução DPMO de 468.196 para 7.519, ou seja, 98,4 % de redução;

- Aumento do nível sigma de 1.58 para 3.93

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4 CONCLUSÃO

O trabalho desenvolvido foi muito importante, pois a eficiência da aplicação da

Metodologia Seis Sigma na redução das perdas do processo Help Desk pode ser demonstrada.

Concluindo-se, que o Seis Sigma, pode ser aplicado não somente nas áreas de manufaturas,

mas sim em qualquer área de uma empresa.

O sucesso deste projeto aconteceu devido aos seguintes tópicos:

· Acompanhamento do desempenho dos processos através de métricas consistentes;

· Gerenciamento baseado em fatos e dados, posicionando a cada momento a eficácia do

processo e de cada tarefa, visando redução de seu tempo de ciclo e dos defeitos e eliminando

atividade que não agregavam valores ao negócio;

· Foco em melhoria contínua embasada na redução de custos.

· Ganhos quantitativos: As perdas inerentes do processo foram minimizadas além da

meta estabelecida (a meta era reduzir em 90% o DPMO e consegui 98%).

· Ganhos qualitativos: Os treinamentos e a mudança de cultura com relação à

eliminação de perda inerente elevaram o nível técnico do setor Help Desk. A motivação com

os resultados positivos das ações foi tão grande, que os ganhos quantitativos começaram a

aparecer antecipadamente. Houve quebra de paradigma com relação à eliminação de

atividades que não agregam valor.

Mbhuitos colaboradores colocavam inúmeras resistências ao projeto, dizendo, por

exemplo, que ‘o projeto não podia melhorar o processo do setor, pois todos já trabalhavam

com um padrão e com um processo controlado, que aquele nível de perda era o melhor do

mundo para este tipo de processo, entre outras afirmações’. Com esse projeto, fui certificado

como ‘Green Belt’ devido ao sucesso de implantação. Este trabalho serviu de exemplo e

motivação para todos os colaboradores da empresa e logo em seguida, muitos outros projetos

em outras áreas se iniciaram num ritmo muito acelerado.

4.1 Contribuições

Abaixo estão citadas algumas “boas práticas” para cada dificuldade que apareceu no

decorrer da implantação deste projeto, com o intuito de facilitar o processo de implementação

e recursos em trabalhos futuros.

1. Escopo: focar o projeto de forma que a equipe entenda claramente os limites do

trabalho. Os objetivos e os resultados serão mais agressivos (Seleção e Priorização de

Projetos).

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2. Disciplina: o DMAIC tem que ser seguido invariavelmente. É claro que nem

todas as ferramentas serão utilizadas, porém a seqüência tem que ser respeitada. É comum a

equipe querer ir para solução antes de analisar todas as propostas e isto tem que ser evitado

(Entender Ferramentas e Técnicas).

3. Foco: o líder tem que chamar a atenção sempre para o foco do projeto, uma vez

que naturalmente os outros tenderão a trazer para as reuniões assuntos fora do escopo do

projeto (Habilidade de Gerenciamento de Projeto).

4. Identificação do Cliente: Somente as pessoas diretamente ligadas ao processo

que contribuirão com seus conhecimentos (Infra-estrutura da organização).

5. Métrica correta: a sua determinação desde o início do projeto é crucial para

manter o foco da equipe (Entender Ferramentas e Técnicas).

6. Alinhamento do conhecimento: o mapa do Processo é fundamental para a

determinação clara dos limites do projeto.

7. Envolvimento do cliente: o mais rápido possível, desde as primeiras reuniões

do projeto (Mudança Cultural e Comunicação).

8. Objetividade na pontuação: tanto na Matriz De Priorização como no FMEA

existe a tendência de achar tudo importante ou de prioridade ou impacto máximo. O líder

deve ter habilidade de convencimento (não imposição) de mostrar o contexto geral e a

necessidade de se distribuir as notas para que realmente a ferramenta seja útil quanto a sua

finalidade que é a priorização (Habilidade de Gerenciamento de Projeto).

9. Prioridade: Levar da Matriz De Priorização no máximo 10 x’s porque se não a

finalização desta ferramenta pode levar meses (Entender Ferramentas e Técnicas).

10. Envolvimento de finanças: para credibilidade nos resultados e correto impacto

nos custos, os ganhos monetários têm que ser validados por Finanças (Envolvimento da Alta

Gerência).

11. Seja prático no FMEA: não permita que a equipe divague demasiadamente

procurando causas irreais para as potenciais falhas. Esta ferramenta tem que ser prática e

revisitada a todo tempo (Entender Ferramentas e Técnicas).

12. Rigidez e formalidade no controle: aqui está um grande diferencial da

Metodologia Seis Sigma: um plano de controle formalizado e acordado com o responsável.

As reuniões mensais de revisão têm que ser conduzidas pessoalmente pelo líder da área

(Entender Ferramentas e Técnicas). Apresente as conclusões do seu trabalho.

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4.2 Trabalhos futuros

O trabalho com a metodologia Seis Sigma é voltado para a melhoria CONTÍNUA de

um processo. O meu trabalho foi apenas uma melhoria inicial de um processo que não tinha

controle algum. A partir do meu trabalho pode-se realizar um novo projeto para melhorar o

nível sigma e o processo, tornando-o ainda mais controlado do que está. Através do meu

trabalho pode-se ainda aplicar a metodologia demonstrada na monografia em outras áreas,

como por exemplo, Financeira, Manufatura, Recursos Humanos entre outras.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] ECKES, G.; A revolução Seis Sigma; Rio de Janeiro: Campus, 2001.

[2] PANDE, P.; NEUMAN, R.; CAVANAGH, R. Estratégia Seis Sigma: como a GE, a Motorola e outras grandes empresas estão aguçando seu desempenho. Trad.: Cristina Bazán. Tecnologia e Lingüística. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.

[3] THOMAS, P.; Seis Sigma: Uma ferramenta em busca do defeito zero. Dossiê 6-Sigma: a um passo da perfeição. Fonte: HSM Management 38. pp. 63-90, Mai-Jun 2003.

[4] CONE, Gary. 6-Sigma: um programa em ascensão. HSM Management, São Paulo: HSM do Brasil, n. 24, p. 28-33, jan / fev. 2001.