curso de doenças oferece atualizações e transferência de...

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Cordeirópolis, Setembro de 2009• Número 172 Curso de Doenças oferece atualizações e transferência de tecnologia O Centro de Citricultura Sylvio Moreira organizou, de 22 a 24 de setembro, o V Curso de Doenças dos Citros e Seu Manejo, evento que contou neste ano com o apoio de projeto do CNPq/MAPA e da empresa DuPont do Brasil. O curso teve como novidade a cessão de vagas especiais a profissionais ligados à Defesa Vegetal dos principais estados produtores de citros do país, tendo, com isso, recebido técnicos do Rio de Janeiro, Pará, Minas Gerais e São Paulo. No total, foram aproximadamente 60 alunos, com grande participação de profissionais de fazendas como Citrovita, Louis Dreyfus, Mata da Chuva e Agromachado, além de estagiários do Centro, de profissionais de empresas de defensivos e de técnico mexicano. Como em outras edições, o evento foi realizado com a colaboração de diversos profissionais de instituições como o Centro de Engenharia e Automação do IAC, Instituto Biológico (UPD-Sorocaba), Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA/SAA), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP de Jaboticabal/SP e do próprio Centro, que ministraram aulas. Como vem ocorrendo a cada ano, algumas alterações foram realizadas no formato do curso, seguindo sugestões de alunos de edições anteriores, resultando em um evento “mais enxuto”, com 14 aulas, proferidas por especialistas e visando ensinar a correta identificação e o manejo adequado das principais doenças cítricas, além da abordagem de temas como tecnologia de aplicação. Programação O primeiro dia do curso ficou reservado para as doenças fúngicas - podridão floral dos citros, verrugose, melanose, mancha preta dos citros, rubelose e mancha marrom de alternária, além de gomose de Phytophthora - finalizando com o seu controle alternativo. Na quarta-feira, dia 23, as aulas foram dedicadas às doenças bacterianas, como cancro cítrico, clorose variegada dos citros e huanglongbing (HLB, ex-greening ). Nesse dia, houve ainda uma aula sobre manejo de vetores para as doenças desse grupo – cigarrinhas e psilídeos, respectivamente. Finalizando o evento, foram ministradas aulas sobre leprose dos citros, abrangendo principalmente o manejo do ácaro vetor, doenças de causas desconhecidas (morte súbita dos citros e declínio) e de pós-colheita, além da abordagem do tema “tecnologia de aplicação de defensivos na citricultura”. Outro destaque do evento foi a aula prática sobre identificação de sintomas de HLB, coordenada por técnicos do Fundecitrus do escritório de Araras (SP), que resultou numa mesa redonda com ampla discussão sobre o tema.

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Cordeirópolis, Setembro de 2009• Número 172

Curso de Doenças oferece atualizaçõese transferência de tecnologia

O Centro de Citricultura SylvioMoreira organizou, de 22 a 24 desetembro, o V Curso de Doenças dosCitros e Seu Manejo, evento que contouneste ano com o apoio de projeto doCNPq/MAPA e da empresa DuPont doBrasil. O curso teve como novidade acessão de vagas especiais a profissionaisligados à Defesa Vegetal dos principaisestados produtores de citros do país,tendo, com isso, recebido técnicos do Riode Janeiro, Pará, Minas Gerais e São Paulo.No total, foram aproximadamente 60alunos, com grande participação deprofissionais de fazendas como Citrovita,Louis Dreyfus, Mata da Chuva eAgromachado, além de estagiários doCentro, de profissionais de empresas dedefensivos e de técnico mexicano.

Como em outras edições, o evento foirealizado com a colaboração de diversosprofissionais de instituições como oCentro de Engenharia e Automação doIAC, Instituto Biológico (UPD-Sorocaba),

Fundo de Defesa da Citricultura(Fundecitrus), Coordenadoria de DefesaAgropecuária (CDA/SAA), Faculdade deCiências Agrárias e Veterinárias da UNESPde Jaboticabal/SP e do próprio Centro, queministraram aulas.

Como vem ocorrendo a cada ano,algumas alterações foram realizadas noformato do curso, seguindo sugestões dealunos de edições anteriores, resultandoem um evento “mais enxuto”, com 14aulas, proferidas por especialistas evisando ensinar a correta identificação e omanejo adequado das principais doençascítricas, além da abordagem de temascomo tecnologia de aplicação.

Programação

O primeiro dia do curso ficoureservado para as doenças fúngicas -podridão floral dos citros, verrugose,melanose, mancha preta dos citros,rubelose e mancha marrom de alternária,

além de gomose de Phytophthora -finalizando com o seu controlealternativo. Na quarta-feira, dia 23, asaulas foram dedicadas às doençasbacterianas, como cancro cítrico, clorosevariegada dos citros e huanglongbing(HLB, ex-greening). Nesse dia, houveainda uma aula sobre manejo de vetorespara as doenças desse grupo – cigarrinhase psilídeos, respectivamente.

Finalizando o evento, foramministradas aulas sobre leprose dos citros,abrangendo principalmente o manejo doácaro vetor, doenças de causasdesconhecidas (morte súbita dos citros edeclínio) e de pós-colheita, além daabordagem do tema “tecnologia deaplicação de defensivos na citricultura”.Outro destaque do evento foi a aula práticasobre identificação de sintomas de HLB,coordenada por técnicos do Fundecitrusdo escritório de Araras (SP), que resultounuma mesa redonda com ampla discussãosobre o tema.

Editorial

Cordeirópolis, Setembro de 2009 • Número 172

2 Informativo Centro de Citricultura

Paradigmas em questão

No dicionário Houaiss, “paradigma” refere-se a “um exemplo que serve como modelo,padrão”. Assim, toda vez que se fala em“mudança de paradigma” pensamos emmudanças irreversíveis, que podem alterarsignificativamente o rumo de um processo. Aexpansão do huanglongbing nos últimos anos,associada à crise econômica mundial, queafetou significativamente a demandainternacional de suco, agregada à falta deliderança no setor citrícola, particularmente noindustrial, apontam para uma real mudançade paradigmas na citricultura paulista.

Os últimos meses parecem demonstrar queo paradigma produção x retorno de custose investimentos foi definitivamente quebrado.Não basta produzir; tem que haverantecedentes contratuais e às vezesrelacionamento pessoal, para uma segurançamínima de que seu produto será absorvido.Os preços aviltantes pagos à fruta são forteevidência que esse paradigma foi há muitoquebrado. Em um sistema equilibrado e deparcerias, as diferenças, para mais ou paramenos, seriam mais bem distribuídas entre osparticipantes da cadeia de produção. Não é oque ocorre no setor citrícola, onde imperamleis do mais puro capitalismo extrativista.

Uma das consequências disso é o reduzidoou quase nulo investimento em manutençãodo pomar, com significativo recrudescimentode doenças, cada vez mais limitantes, comoo huanglongbing, cujo avanço associado aoreduzido controle tem confirmado um dosparadigmas da produção competitiva: semcontrole de pragas e doenças o pomarentra de modo irreversível em queda deprodutividade. No entanto, muitoscomponentes do setor tratam o controle dohuanglongbing como responsabilidade dovizinho. Mais grave ainda é o tratamentonão técnico dado à doença. Se no momentomuitas áreas do Estado podem serconsideradas altamente infectadas, isso éconseqüência direta do que deixou de ser feitoem passado recente.

Os desafios impostos ao setor são enormes,mas ainda poderiam ser vencidos caso novaslideranças surjam e uma nova agenda dacitricultura possa ser estabelecida. De outromodo, o paradigma de uma citriculturabrasileira forte e competitiva está prestes aser quebrado. Mais do que nunca, omomento da citricultura é de união de forças,na certeza de que o atrito é uma das formasde se promover o movimento progressivo.

Agricultura familiar

O pesquisador José Orlando deFigueiredo, do Centro de Citricultura,participou, nos dia 27 e 28 de agosto, dasreuniões do “Programa mais alimentos –processo de disponibilização de tecnologia– agricultura familiar”, realizadas emValinhos,SP. Participaram do eventorepresentantes da Embrapa, CATI, APTA eFetaesp, além de produtores rurais. Foramprogramadas oficinas de trabalho, quedeverão ocorrer oportunamente nas regiõesdo sudoeste paulista e de Andradina. OCentro de Citricultura irá colaborar no quese refere à cultura da lima ácida Tahiti naregião de Andradina, também com aparticipação do pesquisador FernandoAlves de Azevedo.

Semana de CiênciasAgrárias de Marília

Em 14 de setembro, José Orlando deFigueiredo proferiu a palestra intitulada“Cultivo de limas e limões no Estado deSão Paulo”, durante a realização da XXISemana de Ciências Agrárias de Marília(SECAM), em Marília, SP.

Secretaria inaugura obrasno Centro de Citricultura

Com apoio do Programa deModernização dos Institutos de Pesquisa daSecretaria da Agricultura e Abastecimento(SAA) do Estado de São Paulo, foramrealizadas significativas melhorias na infra-estrutura do Centro de Citricultura nestesúltimos meses. Entre elas, a construção doprimeiro módulo do Sistema de Proteçãodo BAG Citros, no qual serão mantidasplantas protegidas contra vetores da clorosevariegada dos citros e do huanglongbing.Também com apoio do Gabinete da SAA,da APTA e do Instituto Agronômico foiexecutada a pavimentação asfáltica da áreade acesso público, com significativa melhoriapara a circulação de pessoas e veículos.

Essas instalações e obras, juntamentecom a Clínica Fitopatológica de Citros,serão inauguradas em 26 de outubro, às 17horas, em evento que contará com apresença do Secretário da SAA João deAlmeida Sampaio Filho, do Coordenadorda APTA Orlando Melo de Castro e doDiretor do IAC Marco António Teixeira

NotasZullo. Na ocasião, serão lançados os vídeosinstitucionais do Centro de Citricultura edo INCT Citros.

Bancas

De 23 a 25 de setembro, o pesquisadorMarcos A. Machado participou comomembro titular da banca de concursopúblico para professor assistente doutorjunto ao Departamento de Genética daUNESP de Botucatu.

Marcos A. Machado também participoucomo membro e colaborador do projetode Mestrado da aluna Karina Kleinerfelder,do Curso de Biologia Molecular e Funcionalda Unicamp. Seu trabalho, orientado peloProf. José Camillo Novello, versou sobre acaracterização do proteoma de laranja Pêrae tangerina Ponkan infectadas com Xylellafastidiosa.

Congresso deFisiologia Vegetal

Com o tema central “Desafios paraprodução de alimentos e bioenergia”, foirealizado em Fortaleza (CE), de 7 a 12 desetembro, o XII Congresso Brasileiro deFisiologia Vegetal. Sobre citros foramapresentados 21 trabalhos, nas áreas deBiologia Molecular (5 trabalhos),Melhoramento Vegetal (3), Crescimento edesenvolvimento, Ecofisiologia (3) Fisiologiada Produção (5), Fotossíntese (1), InteraçãoPlanta-inseto e Planta-microorganismo (1)e Pós-colheita (1). Foi marcante aparticipação dos pesquisadores do IAC,notadamente dos Centros de Pesquisa eDesenvolvimento em Ecofisiologia e Biofísica,Centro de Citricultura e Centro de RecursosGenéticos e Vegetais, com apresentação de10 trabalhos. O PqC Sérgio Alves de Carvalhodo Centro de Citricultura participou doevento, com a apresentação de dois trabalhossobre avaliação de respostas fisiológicas enutricionais de laranja Valência sobre porta-enxertos duplos de limão Cravo e citrumeloSwingle.

Seminário Científico

No dia 17 de setembro, a Profa. Dra.Dagmar R. Stach-Machado, doDepartamento de Biologia Celular daUnicamp, ministrou o seminário“Anticorpos monoclonais: obtenção eaplicação prática”. Estiveram presentes nesteseminário pesquisadores, estudantes degraduação e pós-graduação do Centro deCitricultura.

Cordeirópolis, Setembro de 2009 • Número 172

3Informativo Centro de Citricultura

Pesquisa do Centro

Sinergismo dovírus da tristeza

Sabe-se que os organismos interagementre si de modo direto e indireto,promovendo a dinâmica dos sistemasbiológicos. Essas interações às vezes sãosinergísticas com os resultados das partesem conjunto sendo mais expressivos do queaqueles dos componentes individuais. Asinterações de citros com seus patógenosincluem complexos mecanismos, cujoentendimento nem sempre é claro face àsdificuldades de abordagem para seusestudos. Interessantemente, o sinergismoentre componentes de uma população depatógenos pode ajudar no entendimentodessas relações.

Há muito se sabe que o vírus da tristezados citros ocorre dentro da planta comouma mistura complexa de componentescuja proporção pode variar de acordo coma variedade de citros, com o porta-enxertoe com o ambiente, especialmente atemperatura. No entanto, ainda não erabem conhecido como o vetor poderiaafetar essa interação. Em trabalhopioneiro, pesquisadores do Centroconseguiram separar alguns doscomponentes do complexo severo do vírusda tristeza dos citros, denominado CapãoBonito.

Esse complexo afeta as combinações delaranja doce enxertadas sobre limão Cravoe foi durante muito tempo impeditivo deplantio de citros na região Sul do Estado.Ao serem separados por transmissãoatravés de afídeos, os componentes do vírussão incapazes de produzir sintomas detristeza e se replicam em taxas baixíssimas,muitas vezes difíceis de serem detectadas pormétodos usuais, como sorologia ou PCR.No entanto, quando novamente reunidosem uma planta, após dupla enxertia comborbulhas infectadas, ocorre completarestauração da atividade viral, com alta taxade replicação, formação de virion (partículaviral) e desenvolvimento de sintomas. Essesinergismo, inédito no vírus da tristeza doscitros, foi demonstrado e é um indicativoclaro que o pulgão representa umimportante componente no patossistemada tristeza, promovendo a reunião ou oisolamento de componentes do vírus,alterando assim sua atividade biológica.

Francisca A. dos Santos eMarcos A. Machado

Congresso de Genética

De 30 de agosto a 2 de setembro, foirealizado o 55º Congresso Brasileiro deGenética, em Águas de Lindóia (SP). Foramapresentados 14 trabalhos diretamenterelacionados aos citros. Deste total, cincoforam apresentados por alunos epesquisadores do Centro de Citricultura,sendo dois estudos sobre expressão gênicaem Xylella fastidiosa, na área de Genética deMicrorganismos, e três trabalhosrelacionados aos estudos de expressãogênica e mapeamento genético na área deGenética, Evolução e Melhoramento dePlantas. Na ocasião a aluna de mestradoLígia Segatto Muranaka recebeu mençãohonrosa, dentre os pós-graduandos, naárea de Genética de Microrganismos.

Novo site da revista Laranja

Um novo website da revista Laranja foirecentemente colocado no ar, junto ao doCentro de Citricultura. Nele, os interessadospoderão fazer buscas e baixar artigos depraticamente todas as suas edições. Asedições que faltam estão sendo preparadaspara completar o acervo da mais importanterevista técnica da citricultura brasileira.

Pós-colheita em destaque

A PqC Lenice Magali do Nascimentoparticipou de três eventos no decorrer domês de setembro. Nos dias 9 e 10, visitou aFruit & Log Brasil, realizada no pavilhãoamarelo do Expo Center Norte, em SãoPaulo. Segundo a pesquisadora, a primeirafeira da cadeia produtiva de hortifrutícolasorganizada pelo IBRAF foi um sucesso, poisreuniu representantes do segmento devários estados brasileiros e de outros países,que trouxeram produtos para oferecer aosvisitantes da feira.

Nos dias 17 e 18, a pesquisadoraparticipou do Seminário Internacional –Engenharia de Sistemas e Processos deConservação de Produtos Hortícolas

Frescos, organizado pela Feagri-Unicamp,cujas palestras foram ministradas por doisprofessores da Universidade de Cartagena,na Espanha.

No dia 22, a pesquisadora estevepresente no Seminário TécnicoInternacional – Detecção e caracterizaçãode problemas associados à qualidade defrutas no transporte e comercialização,organizado pela Embrapa, Ceagesp erepresentantes do CYTED nas dependênciasda empresa GS1, e que contou com apresença de destacados técnicos nacionais einternacionais.

Congresso internacionale parcerias

Em agosto, o pesquisador Dirceu deMattos Jr. participou do XVI ColóquioInternacional de Nutrição de Plantasrealizado em Sacramento, Califórnia, nosEstados Unidos, e visitou o Citrus Researchand Education Center (CREC) daUniversidade da Flórida, em Lake Alfred,Flórida. Naquele evento, foramapresentados os primeiros resultados doprojeto de pesquisa sobre a absorção eeficiência do uso do fósforo (32P) por porta-enxertos de citros realizado em colaboraçãoentre os Centros de Citricultura e de Solos eRecursos Ambientais do IAC e o Cena/USP.Reuniram-se no evento profissionais devárias instituições para a discussão do papelda nutrição mineral para o desenvolvimentosustentável da agricultura e saúde global. Avisita ao CREC foi coordenada por JimSyvertsen e teve o objetivo de acompanhar odesenvolvimento de outro estudo emcolaboração entre IAC e CREC como partedo programa de doutoramento-sanduícherealizado pelo pesquisador Fernando C.B.Zambrosi e coordenado por Mattos Jr. Nestetrabalho, dois experimentos têm o objetivode estudar o fornecimento de fósforo nasformas de fosfito ou fosfato para os citros.Os dados iniciais demonstram váriosaspectos da nutrição fosfatada dos citros atéaqui pouco conhecidos.

IX Dia da Laranja21 de outubro de 2009

Centro de Citricultura Sylvio MoreiraINSTITUTO AGRONÔMICO

Cordeirópolis-SP

RODA VIVA DA [email protected]

Cordeirópolis, Setembro de 2009 • Número 172

ExpedienteInformativo Centro de Citricultura

Editora e jornalista responsávelCristina Rappa (MTb 15.213)

Conselho EditorialJosé Dagoberto De NegriMarcos Antonio MachadoVivian Michelle dos Santos Borges

ColaboraçãoAlexandre Morais do AmaralDirceu de Mattos JrFernando Alves de AzevedoFlávia BonatoFrancisca Alves dos SantosJorgino Pompeu JrJosé Orlando de FigueiredoLenice Magali do NascimentoMariângela Cristofani-YalyRaquel Luciana Boscariol-CamargoSérgio Alves de Carvalho

Rod. Anhanguera, km 158Caixa Postal 04, CEP 13490-970,Cordeirópolis, SPFone/fax: (19) 3546-1399www.centrodecitricultura.brinformativo@centrodecitricultura.br

4 Informativo Centro de Citricultura

Visita obrigatória dos citriculturistas que vão à Califórnia,nos Estados Unidos, é a laranjeira Bahia, originária do Brasil,plantada há quase 140 anos na Avenida Magnólia, em Riverside,considerada monumento nacional. Ela se tornou a “mãe” demilhares de laranjeiras Bahia, mundialmente conhecidas comoWashington Navel, que trouxeram fama e fortuna à Califórnia,produtora e exportadora de frutas frescas para todo o mundo.Nós também temos nossa “laranjeira monumento”. Quaseanônimas, laranjeiras Hamlin plantadas em 1955 aqui no Centrode Citricultura demonstram o acerto de Sylvio Moreira aorecomendar o uso de borbulhas retiradas de pés francos, por eledenominadas de clones novos, em vez de borbulhas coletadasnos pomares enxertados em laranja Azeda e que morriam devidoà tristeza. Estas, na maioria das vezes, traziam consigo os vírusda exocorte e da xiloporose, responsáveis pela baixaprodutividade das plantas enxertadas no limão Cravo,considerado a melhor opção para a substituição da laranja Azeda,pela boa resistência à seca e rusticidade

Para mostrar o acerto do uso das borbulhas de clone novo,Sylvio Moreira plantou um campo de demonstração,comparando clones novos e “velhos” das variedades Hamlin,Bahianinha, Natal e Pêra, enxertadas em limão Cravo, citrange

Reunião do INCT Citros

Contando com a participação de todos os grupos colaboradores, ocorreu nos dias 1e 2 de outubro a primeira reunião anual do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia deGenômica para o Melhoramento de Citros, no Centro de Citricultura. O INCT Citrosrepresenta uma iniciativa do CNPq e da Fapesp, em apoio a grupos de excelência empesquisa e desenvolvimento. Coordenado pelo Centro de Citricultura, esse INCT congregatodos os mais importantes pesquisadores que atuam em citricultura no Brasil e envolvevárias instituições, como Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Embrapa RecursosGenéticos e Biotecnologia, Unicamp, Universidade Federal de Campina Grande,Universidades Estaduais de Santa Cruz (Ilhéus) e do Sudoeste da Bahia (Vitória daConquista), Universidade de Mogi da Cruzes e Estação Experimental de Citricultura deBebedouro (EECB). Na oportunidade, foi promovida uma discussão geral sobre oprograma, incluindo seus aspectos administrativos e operacionais.

Memória da citricultura

Troyer e trifoliata. Hoje, 55 anos depois, permanecem produtivastrês laranjeiras Hamlin nucelares enxertadas no trifoliata, ao ladode plantas ananizadas pelo vírus da exocorte. Este pode ser oepitáfio dessas plantas, atualmente ameaçadas pela presença dohuanglongbing.

Clone Novo de laranjeira Hamlin comparada com planta anã causadapelo vírus de exocorte.