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Curso de artes A arte na Grécia Características gerais: Sofreram influência dos Egípcios e do Oriente Próximo, copiando o ato de pintar e esculpir, que mais tarde iriam superar. Convicção de que o uso da razão era superior à crença nas divindades e nos reis. Divisão em períodos artísticos: Período Arcaico – Grécia livre. Período Clássico – Grécia livre. Período Helenístico – Grécia fazendo parte de um Império. A arte no período arcaico e clássico. Escultura, períodos arcaico e clássico: Influenciada pela escultura egípcia; Escultura não devia ser somente parecida com o modelo, mas devia ser um objeto belo em si mesmo. Evolução da escultura: norteada pela ideia de dar movimento e vivacidade para a escultura, cada artista cria uma solução e o artista seguinte aprofunda ou inova, sempre estudando o ser humano real. 1 - Estátua estilo Kouros (homem jovem) – Simétrica, geralmente representando figuras masculinas nuas, eretas e com rigorosa posição frontal. 2 - Efebo de Crítios - Naturalista, menos simétrica, o peso do corpo foi distribuído de maneira desigual entre o quadril e as pernas. 3 - Zeus de Artemísio – Braços distanciados do corpo, substituição da pedra pelo bronze, tronco passando o conceito de imobilidade. 4 - Discóbulo de Mírom – Representa um atleta mas o tronco passa uma idéia de imobilidade, movimento idealizado e não realista. 5 - Cópia romana do Doríforo de Policleto – Marco na escultura grega, pois soluciona o problema da imobilidade, Policleto (o criador da técnica) trabalha a escultura em quadrantes e cada membro é pensado em oposição ao outro, braço relaxado versus braço tenso e perna apoiando o corpo versus perna relaxada.

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Curso de artes

A arte na Grécia

Características gerais:

• Sofreram influência dos Egípcios e do Oriente Próximo, copiando o ato de pintar e esculpir, que mais tarde iriam superar.

• Convicção de que o uso da razão era superior à crença nas divindades e nos reis.

Divisão em períodos artísticos:

• Período Arcaico – Grécia livre.

• Período Clássico – Grécia livre.

• Período Helenístico – Grécia fazendo parte de um Império.

A arte no período arcaico e clássico.

Escultura, períodos arcaico e clássico:

• Influenciada pela escultura egípcia;

• Escultura não devia ser somente parecida com o modelo, mas devia ser um objeto belo em si mesmo.

Evolução da escultura: norteada pela ideia de dar movimento e vivacidade para a escultura, cada artista cria uma solução e o artista seguinte aprofunda ou inova, sempre estudando o ser humano real.

1 - Estátua estilo Kouros (homem jovem) – Simétrica, geralmente representando figuras masculinas nuas, eretas e com rigorosa posição frontal.

2 - Efebo de Crítios - Naturalista, menos simétrica, o peso do corpo foi distribuído de maneira desigual entre o quadril e as pernas.

3 - Zeus de Artemísio – Braços distanciados do corpo, substituição da pedra pelo bronze, tronco passando o conceito de imobilidade.

4 - Discóbulo de Mírom – Representa um atleta mas o tronco passa uma idéia de imobilidade, movimento idealizado e não realista.

5 - Cópia romana do Doríforo de Policleto – Marco na escultura grega, pois soluciona o problema da imobilidade, Policleto (o criador da técnica) trabalha a escultura em quadrantes e cada membro é pensado em oposição ao outro, braço relaxado versus braço tenso e perna apoiando o corpo versus perna relaxada.

Escultura período helenístico: inicia com a Grécia dominada por Alexandre e termina com conquista feita pelos romanos.

Características gerais:

Surgimento do nu feminino (Venus de Cnido, de Câpua e de Milos) - 1;

A escultura feita em grupo, juntando na mesma obra duas, três ou mais esculturas (lacoonte) - 2 ;

A escultura não representando o real, mais uma idéia um conceito como: amor, liberdade, vitória, paz, etc. (Vitória da Samotrácia)- 3;

A escultura feita para estimular o observador a circular e observá-la por todos os lados (Soldado gálata e sua mulher)- 4.

Arquitetura: as ordens dórica, jônica e helenística

Templos – Tinha a função de proteger os itens religiosos principalmente a estatuária e seguia um modelo básico. Possuía três salas que eram erguidas sobre três degraus, o núcleo do templo era rodeado por colunas.

Decoração dos templos:

1 - Frontão – ricamente decorado com esculturas. Na parte central do frontão, a escultura era feita em pé (representando o deus do templo), lateralmente as figuras eram esculpidas sentadas e finalmente deitadas;

2 - Métopas – decorado com cenas esculpidas em baixo relevo;

3 – Friso – decorado com figuras em sequência feitas em baixo relevo;

4 – Capitel das colunas – parte superior das colunas.

Evolução da arquitetura dos templos – No período “arcaico” e “clássico” temos o estilo Dórico e Jônico e no período helenístico temos o estilo “Coríntio”. Essa divisão é uma generalização, pois o estilo dórico era considerado o mais tradicional e foi citado por arquitetos de diferentes épocas.

Teatro – Até o período helenístico o teatro grego era composto pelo coro, desempenhado a ação do povo ou dos grupos humanos e estruturalmente eram construídos sempre nos sopés dos morros.

Arquitetura do teatro grego– formado por três partes, a arquibancada (destinada ao publico), a orquestra (destinada aos atores) e o palco (servia de apoio aos atores).

Teatro no período helenístico – A perda da liberdade e o culto ao indivíduo tornam-se mais presente e interferem no papel do ator, que ganha importância e destaque.

A mudança principal na arquitetura se dá com crescimento do prédio que dava apoio ao palco (proscênio) e a orquestra perde importância perdendo o formato circular.

Cerâmica grega – A decoração do vaso grego serviu de base para a evolução do desenho e da pintura grega. Os vasos eram usados no dia a dia, mas também eram criados atendendo princípios artísticos como harmonia, beleza das formas e das cores.

Os temas aplicados nos vasos eram as atividades diárias e a mitologia grega.

Estilos dos vasos gregos:

Estilo figuras negras (fundo é raspado e as figuras permanecem na cor negra - 1) e estilo figuras vermelhas (fundo permanece negro e as figuras são raspadas ficando com a coloração da cerâmica - 2).

A arte em Roma

Características gerais:

Localizada na Itália, origem envolta por lendas, foi formada com a interação com os gregos e os etruscos e tornou-se o centro de um vasto império.

Etruscos – pequena civilização que possuía cidades organizadas com esgotos, aquedutos, e ruas pavimentadas, refletido desse povo um grande senso de praticidade.

Grego helenísticos – a civilização grega ficou marcada pela busca da expressão dos ideais de beleza.

Roma fez uma síntese entre o ideal de beleza perseguido pelos gregos com a praticidade e a preocupação de expressar a realidade dos etruscos.

O Império romano pode ser dividido em três períodos: Monárquico, Republicano e Imperial, em 395 d.C. o imperador Teodósio divide o império romano em dois, o Império do Ocidente, capital Roma, e Império Romano do Oriente, capital Constantinopla.

Arquitetura

O arco etrusco – técnica de construção que desloca o peso das pedras do teto para a lateral permitindo criar espaços mais amplos e sem colunas para sustentar o teto.

A abóbada – teto no formato de meia esfera que permite a cobertura de grandes áreas.

A casa romana

A planta baixa de uma casa romana era reproduzida de maneira rigorosa, e era dividida em dois segmentos: o átrio e o peristilo.

O átrio - é uma sala central e recebe a porta de entrada da casa, sendo ladeado por todos os cômodos que têm suas entradas voltadas para ele, no cento do átrio encontra-se uma abertura no teto e um tanque que recolhe a água da chuva (implúvio) (casa de Tramezzo di Legno, Herculano 1).

O perístilo - o romano rico cria nos fundos da casa um espaço aberto rodeado por conjunto de colunas no estilo grego e ao redor desse “peristílo” constrói cômodos com as aberturas voltadas para ele( casa dos Vetti, Pompéia - 2).

Arquitetura dos templos

Os romanos não tinham a mesma preocupação dos gregos, que criavam todos os lados com o cuidado de torná-los semelhantes, para o arquiteto romano a frente devia ser mais trabalhada, ele criava o templo em um local elevado, aplicava, na entrada, uma escadaria, um pórtico e colunas.

Outra diferença é que os gregos criavam o prédio para serem vistos por fora e os romanos se preocupavam em criar prédios com espaços interiores grandes (Maison Carré, Nímes frança – 1).

Inovação romana na construção dos templos

O panteão revolucionou a arquitetura da época, sendo criado com uma planta baixa circular e recoberto com uma grande cúpula, reunindo no seu interior a estatuária dos deuses que eram venerados em Roma (vista frontal 1, interna 2 e superior 3) (Panteão romano – Roma).

A concepção arquitetônica do teatro

Diferente dos gregos, os romanos possuíam o conhecimento técnico do arco, o que permitia aos arquitetos romanos construir teatros em qualquer local, frente aos gregos que só podiam realizar essas construções nos sopés dos morros.

Conceitos básicos na construção do teatro romano

Anfiteatro – Teatro com assentos ao redor do palco e com um espaço central no formato elíptico.

Auditório – local ocupado pelo publico, sua inclinação forma a arquibancada e a elevação da mesma foi conseguida com a sobreposição dos arcos.

Exemplo – o coliseu romano, o palco no formato elíptico (3), externamente era ornamentado por esculturas que ficavam no interior dos arcos (1) e nas paredes eram aplicadas colunas dos três estilos gregos, na verdade eram meias colunas, pois não tinham função de sustentação, mas somente decorativa (2).

Obras públicas

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A construção romana era diversificada, sendo constituída por casas, templos, termas, prédios públicos e mercados, mas a estrutura que mais se destaca era os aquedutos. Na necessidade de levar água para suas cidades os romanos criaram um sistema que conduzia um cano ou canaleta, formando um plano inclinado, nesse cano a água era deslocada dos locais mais altos via gravidade para as fontes da cidade. A altura necessária era conseguida com a sobreposição dos arcos (aqueduto de Le Pont Du Gard – 1).

A pintura e o mosaico

Pintura

Faziam parte da decoração interna dos prédios e a maior parte desses trabalhos são oriundos da cidade de Herculano e Pompeia.

Na pintura, os artistas romanos tentavam causar no observador a sensação de tridimensionalidade criado pinturas que representam janelas aberta mostrando paisagens e animais (Afresco da Vila Lívia, Pompéia – 1) ou barrados que representavam pessoas sobre eles (afresco da casa Vila dos Mistérios, Pompéia – 2).

Mosaicos – como a pintura, eles misturam realismo com imaginação, completando ricamente a arquitetura (Volubilis, Marrocos – 1).

A escultura

A escultura romana era policromada e mistura concepções gregas com romanas, a estátua Augusto de Prima Porta (1) é um bom exemplo, pois copia o modelo do “Doriforo” de Policleto, mas reproduz fielmente as feições do retratado.

A arte bizantina

O império romano foi dividido em império romano do ocidente e do oriente. O imperador Constantino fundou a cidade de Constantinopla como a capital do império oriental. Como essa região era conhecida como bizâncio, toda a produção cultural criada nesse local recebeu o nome de bizantina.

O inicio da arte sobre a ótica cristã

No início, o cristianismo foi uma religião marginalizada, mas aos poucos foi se disseminando na sociedade romana até virar uma religião de estado.

Fase primitiva – ocorria em locais subterrâneos como as pinturas localizadas nas catacumbas, sendo feita por homens do povo, sendo bem simples (Três meninos, Catacumba de Santa Priscila, Roma – 1).

Fase que expressa força e poder

O imperador Teodósio tornou o cristianismo a religião oficial do império romano, isso acarretou em mudanças na arte. Os cristãos começaram a construir seus templos e modificar sua iconografia.

Templos cristãos – As basílicas foram construções romanas destinadas tanto para o comércio, para as transações financeiras, como espaço para a prática da justiça. No cristianismo, essa arquitetura foi redirecionada para o uso religioso.

Nessa fase, as igrejas cristãs se assemelham as construções romanas (Basílica de San Apollinare, Ravena -1) e posteriormente os cristãos vão interferir nos prédios criando novos estilos como a aplicação de grandes cúpulas (tetos no formato de meia esfera) (Catedral de santa Sofia, Istambul – 2).

Iconografia que exprime poder e riqueza

A arte bizantina foi codificada e feita seguindo regras pré-determinadas, a principal regra era a “frontalidade” que obrigava os personagens serem representados de frente e em posição rígida. As autoridades e as figuras sagradas foram criadas como se compartilhassem das mesmas características merecendo igualmente respeito e admiração, o objetivo era que as autoridades fossem tratadas como figuras sagradas.

Como exemplo, o mosaico de Teodósio, onde o imperador é representado com a aureola característica das figuras dos santos (mosaico do imperador Justiniano, Ravena – 1).

Observação – esses painéis eram feitos com a técnica do mosaico, o artista construía a imagem usando pedras coloridas.

Os ícones bizantinos

Ícones significa imagem. Os artistas cristãos usavam a pintura em cera (encáustica) para criar as figuras sagradas (Cristo, Nossa Senhora e os santos).

Nesse período, a Rússia se destaca criando quadros que além de conter a imagem religiosa eram enfeitados com materiais nobres (pedras preciosas, folhas de ouro e prata), exemplo “Mãe de deus Odiguítria de Jerusalem, Novgorod Rússia -1”

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A arte românica

Características gerais:

• Cidades são esvaziadas e a população se desloca para o campo;

• Únicas fontes de preservação da cultura greco-romana era o clero;

• O imperador Carlos Magno, junto com o poder papal, se tornou o protetor da cristandade, investindo nos artistas para usarem sua arte nas casas religiosas e nos palácios ajudando a resgatar conhecimentos artísticos da cultura greco-romana.

O estilo românico na arquitetura

Os arquitetos medievais iniciaram um processo de verticalizar a igrejas, tornando-as maiores e mais altas, o período românico inicia esse processo, pois os artistas partem da arquitetura romana e depois tentam superá-la para criar novos prédios.

Nesse período a principal modificação foi estrutural, os arquitetos usando o arco pleno e colocando-os em sequência criaram a abóbada de berço ou de túnel (1), como essa técnica não permitia a abertura de grandes janelas nas paredes foi inventada outra solução a abóbada de aresta (2), que colocava o peso do teto, não sobre as paredes, mas sobre as colunas, permitindo ampliar o tamanho das portas e janelas.

A catedral românica tinha na sua fachada o principal espaço de decoração, sendo feita com a aplicação de um baixo relevo semicircular (Timpano – 1) no fechamento da abobada, sustentado por uma coluna que separava as duas portas (Tremó – 2).

O estilo românico na pintura

Não eram naturalistas, apresentando deformações no ato de representar as figuras, os temas eram de natureza religiosa (fatos narrados pela Bíblia, a vida dos santos e das figuras sagradas). A técnica usada era a do afresco (pintura feita sobre a parede com a aplicação de uma base de cal e gesso), a aplicação da pintura sobre essa base era feita antes dela secar permitindo que, ao secar, todas fiquem presas e deixe a pintura descascar.

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Outra característica importante era a do colorismo (pintura em que o artista submete a cor chapada e uniforme ao contorno do desenho), exemplo abaixo “Cristo em Majestade, Igreja de São Clemente de Tahul, Catalunha Espanha.

A arte gótica

Características gerais:

• Cidade volta a crescer;

• Surge uma nova classe social, a burguesia;

• As cidades se tornam os grandes centros de troca de informação, fomentando a produção artística.

A arquitetura

O nome gótico é pejorativo, ele associa a arte produzida nesse período aos Godos, povo bárbaro que causava estranheza aos cidadãos da Roma antiga.

O processo de verticalização atinge o seu maior nível nesse período, pois são criados prédios altos e bem iluminados.

Na construção das igrejas algumas mudanças estruturais foram marcantes:

A criação do arco ogival (1 ) é um segmento do arco pleno que transmite o peso do teto para as colunas de forma mais eficiente, liberando as paredes da função de sustentar o peso do teto, isso permite a abertura de grandes portas e janelas.

A criação da abóbada de nervura (2) é uma abobada diferente da abóbada de aresta, pois deixa visível o arco ogival e é mais resistente.

A criação dos pilares (3) era organizada de forma regular para transmitir melhor o peso do teto, permitindo o aumento do tamanho do prédio.

Decoração da igreja gótica

Nas janelas, eram aplicados os vitrais (1) que são formados por vidros coloridos unidos por uma moldura de metal, alem de formar belos desenho o vitral iluminava o espaço interno do prédio com bonitas cores.

A fachada da catedral gótica, de forma generalizada, apresentava três portas, uma grande janela acima da porta central e uma janela arredondada chamada de rosácea.

A escultura

No inicio do período gótico, a escultura (1) era estilizada apresentando figuras alongadas e associadas à arquitetura, mas no final desse período, a escultura (2) se modifica e se torna naturalista.

A pintura

Nesse período, os livros eram manuscritos, e para tornar a leitura interessante ou permitir um descanso da mesma, entre os textos, era aplicado algumas imagens (iluminuras) (1) que serviram de influencia para que os pintores melhorassem na representação dos espaços e da composição.

A pintura a tempera (tinta feita com a clara de ovo) é substituída pela tinta a óleo, permitindo aos artistas trabalharem mais lentamente e se caso precisassem refazer parte do trabalho, eles podiam apagar onde estava errado e retocar a pintura.

A pintura se torna mais realista e representa de maneira mais eficiente a ilusão tridimensional.

Pintores góticos

No final do período gótico, os pintores começaram a assinar seus trabalhos. Desses artistas, podemos destacar: Giotto e os irmãos Van Eyck.

Giotto

Pintava as figuras dos santos como pessoas de aparência comum e elas ocupavam a posição de destaque nos quadros.

Irmãos Van Eyck

Conseguem aplicar nos seus trabalhos a ilusão da distância, conseguindo um bom nível de realismo com grade riqueza de detalhes.