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Curso de Direito A ( IR)REVOGABILIDADE DA ADOÇÃO NO BRASIL THE (IR)REVOCABILITY ADOPTION IN BRAZIL Yohanna Morbeck Justo Côrte¹, Fernanda Passos Jovanelli Oliveira² 1 Aluna do Curso de Direito do UNIDESC. 2 Professora Especialista do Curso de Direito do UNIDESC RESUMO O presente artigo aqui explanado tem por tema a (ir)revogabilidade da adoção no brasil, e a problemática: a revogação da adoção pode gerar problemas a criança adotada? Tem como objetivo, promover a analise de doutrinas e jurisprudências, alem de artigos que se referem sobre a (ir)revogablidade da adoção. Este artigo foi desenvolvido com um estudo de cunho bibliográfico em que, por meio da metodologia dedutiva, compreendem-se os acontecimentos históricos da adoção e suas alterações com o passar do tempo. Ainda incumbe aqui mencionar que, em situações particularíssimas, poderá haver presunção para ajuização da revogação da adoção por meio da razoabilidade. Palavras-chave: Irrevogabilidade. Revogabilidade. Adoção. ABSTRACT This article here explained has by theme: the (ir)revocability of adoption in Brazil, and the problem: the revocation of adaption can lead to problems the adopted child? Is aims to promote the analysis of doctrines and jurisprudence, in addition to articles tha refer to the (ir)revocability of adoption. This article was developed with a qualitative study if bibliographic nature which, through deductive methodology to understand the historical events of the adoption and its changes over time. Incument also mention here that in particularism situation, it may be presumed to judge the revocation of adoption by reasonableness. Keywords: Irrevocability. Revocability. Adoption. Contato: [email protected] / [email protected]

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Curso de Direito

A ( IR)REVOGABILIDADE DA ADOÇÃO NO BRASIL

THE (IR)REVOCABILITY ADOPTION IN BRAZIL Yohanna Morbeck Justo Côrte¹, Fernanda Passos Jovanelli Oliveira² 1 Aluna do Curso de Direito do UNIDESC. 2 Professora Especialista do Curso de Direito do UNIDESC

RESUMO O presente artigo aqui explanado tem por tema a (ir)revogabilidade da adoção no brasil, e a problemática: a revogação da adoção pode gerar problemas a criança adotada? Tem como objetivo, promover a analise de doutrinas e jurisprudências, alem de artigos que se referem sobre a (ir)revogablidade da adoção. Este artigo foi desenvolvido com um estudo de cunho bibliográfico em que, por meio da metodologia dedutiva, compreendem-se os acontecimentos históricos da adoção e suas alterações com o passar do tempo. Ainda incumbe aqui mencionar que, em situações particularíssimas, poderá haver presunção para ajuização da revogação da adoção por meio da razoabilidade.

Palavras-chave: Irrevogabilidade. Revogabilidade. Adoção.

ABSTRACT

This article here explained has by theme: the (ir)revocability of adoption in Brazil, and the problem: the revocation of adaption can lead to problems the adopted child? Is aims to promote the analysis of doctrines and jurisprudence, in addition to articles tha refer to the (ir)revocability of adoption. This article was developed with a qualitative study if bibliographic nature which, through deductive methodology to understand the historical events of the adoption and its changes over time. Incument also mention here that in particularism situation, it may be presumed to judge the revocation of adoption by reasonableness.

Keywords: Irrevocability. Revocability. Adoption. Contato: [email protected] / [email protected]

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objeto de estudo a (ir)revogabilidade da adoção no

Brasil, tendo como problemática levantada para o desenvolvimento do presente artigo a

revogação da adoção pode gerar problemas a criança adotada?

Para a resolução da problemática o objetivo geral será analisar Leis, doutrinas,

jurisprudências, julgados recentes, além de artigos que se referem sobre a

(ir)revogablidade da adoção.

Não obstante, o objetivo específico deste artigo é promover o conhecimento sobre

os princípios norteadores da Lei em comento, bem como analisar sua relevância jurídica.

Desta feita, o presente artigo será baseado no método de pesquisa bibliográfica,

com o objetivo de proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-

lo mais explícito, explorando os entendimentos dos doutrinadores à luz da legislação

pertinente. De acordo com Marconi; Lakatos (2008, p.57), “pesquisa bibliográfica é toda

bibliografia tornada pública, tais como: jornais, revistas, livros, ou até mesmo gravações

em fita magnética”.

Ao final, verificar-se-á se os julgados acerta da (ir)revogabilidade da adoção e se

está é a melhor maneira de corrigir os problemas que surgem com a convivência entre o

adotante e o adotado.

1. ADOÇÃO E SEU CONCEITO

A adoção é um instituto do direito de família, que tem por objetivo formar uma

família trazendo para si criança ou adolescente não gerado biologicamente.

Trata-se de um negócio bilateral e solene, pelo qual alguém estabelece

irrevogávelmente, um laço jurídico de filiação, trazendo para a sua família, na condição

de filho, pessoa que lhe é estranha.

Precisa lição traz Bandeira (2001, p.17) a respeito desse tema:

[...] a adoção surgiu da necessidade, entre os povos antigos, de se perpetuar o culto doméstico, estando assim ligada mais à religião que ao próprio direito. Havia, entre os antigos, a necessidade de manter o culto doméstico, que era a base da família, sendo assim, a família que não tivesse filhos naturais, estaria fada à extinção.

Antes do Código Civil de 2002 – CC/2002 entrar em vigor, a adoção prevista no

ordenamento jurídico brasileiro eram feitas de duas formas, sendo elas a Adoção plena

ou estatutária – tratada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA/1990, para os

casos de menores, crianças e adolescentes, e a adoção simples, civil ou restrita –

tratada pelo Código Civil de 1916 – CC/1916 para os casos envolvendo maiores.

Segundo Diniz (2010, p.524), a adoção plena:

[...] era a espécie de adoção pela qual o menor adotado passava a ser, irrevogavelmente, para todos os efeitos legais, filho dos adotantes, desligando-se de qualquer vínculo com os pais de sangue e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. Essa modalidade tinha por fim: atender o desejo que um casal tinha de trazer ao seio da família um menor que se encontrasse em determinadas situações estabelecidas em lei, como filho e proteger a infância desvalida, possibilitando que o menor abandonado ou órfão tivesse uma família organizada e estável.

Gonçalves (2007, p. 341) distinguiu muito bem a adoção simples da adoção

plena:

Enquanto a primeira dava origem a um parentesco civil somente entre adotante e adotado sem desvincular o último da sua família de sangue, era revogável pela vontade das partes e não extinguia os direitos e deveres resultantes do parentesco natural, como foi dito, a adoção plena, ao contrário, possibilitava que o adotado ingressasse na família do adotante como se fosse filho de sangue, modificando-se o seu assento de nascimento para esse fim, de modo a apagar o anterior parentesco com a família natural.

Hoje a adoção de crianças rege-se pela Lei nº 12.010, de 03 de agosto de 2009,

que alterou o ECA/1990, revogando os artigos 1.620 a 1.629 e deu nova redação aos

artigos 1.618 a 1.619 do CC/2002. À referida Lei Nacional de adoção estabelece alguns

prazos para dar mais rapidez ao processo de adoção, criando um cadastro nacional para

facilitar o encontro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados por

pessoas habilitadas.

A Constituição Federal de 1988 – CF/1988 estabelece em seu artigo 227, §6º que

“os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos

direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à

filiação”.

Deste modo, as crianças e os adolescentes terão os mesmo direitos garantidos

independente de ser filho biológico ou adotivo, sendo proibida qualquer distinção ou

designações discriminatórias relativas à filiação.

1.1. HISTÓRICO DA ADOÇÃO

A adoção surgiu na antiguidade, não existindo uma informação única sobre o seu

início. Aproximadamente todos os povos (hindus, egípcios, persas, hebreus, gregos,

romanos) realizaram o instituto da adoção, recebendo crianças como filhos naturais no

seio das famílias. A Bíblia (2016) relata a adoção de Moisés pela filha do faraó, no Egito

no livro de Êxodo, capitulo 2, versículos de 1 ao 10:

Êxodo 2 1 E foi um homem da casa de Levi e casou com uma filha de Levi. 2 E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses. 3 Não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos, e a revestiu com barro e betume; e, pondo nela o menino, a pôs nos juncos à margem do rio. 4 E sua irmã postou-se de longe, para saber o que lhe havia de acontecer. 5 E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzelas passeavam, pela margem do rio; e ela viu a arca no meio dos juncos, e enviou a sua criada, que a tomou. 6 E abrindo-a, viu ao menino e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele, e disse: Dos meninos dos hebreus é este. 7 Então disse sua irmã à filha de Faraó: Irei chamar uma ama das hebréias, que crie este menino para ti? 8 E a filha de Faraó disse-lhe: Vai. Foi, pois, a moça, e chamou a mãe do menino. 9 Então lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino, e cria-mo; eu te darei teu salário. E a mulher tomou o menino, e criou-o. 10 E, quando o menino já era grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e chamou-lhe Moisés, e disse: Porque das águas o tenho tirado.

O Código de Hamurabi (1728–1686 a.C.), na Babilônia, instituía cuidadosamente

a adoção em oito artigos, inclusive prevendo punições aterrorizantes para aqueles que

contestassem a soberania dos pais adotivos.

XI - ADOÇÃO, OFENSAS AOS PAIS, SUBSTITUIÇÃO DE CRIANÇA 185º - Se alguém dá seu nome a uma criança e a cria como filho, este adotado não poderá mais ser reclamado. 186º - Se alguém adota como filho um menino e depois que o adotou ele se revolta contra seu pai adotivo e sua mãe, este adotado deverá voltar à sua casa paterna. 187º - O filho de um dissoluto a serviço da Corte ou de uma meretriz não pode ser reclamado. 188º - Se o membro de uma corporação operária, (operário) toma para criar um menino e lhe ensina o seu ofício, este não pode mais ser reclamado. 189º - Se ele não lhe ensinou o seu ofício, o adotado pode voltar à sua casa paterna. 190º - Se alguém não considera entre seus filhos aquele que tomou e criou como filho, o adotado pode voltar à sua casa paterna. 191º - Se alguém que tomou e criou um menino como seu filho, põe sua casa e tem filhos e quer renegar o adotado, o filho adotivo não deverá ir-se embora. O pai adotivo lhe deverá dar do próximo patrimônio um terço da sua quota de filho e então ele deverá afasta-se. Do campo, do horto e da casa não deverá dar-lhe nada. 192º - Se o filho de um dissoluto ou de uma meretriz diz a seu pai adotivo ou a sua mãe adotiva: "tu não és meu pai ou minha mãe", dever-se-á cortar-lhe a língua. 193º - Se o filho de um dissoluto ou de uma meretriz aspira voltar à casa paterna, se afasta do pai adotivo e da mãe adotiva e volta à sua casa paterna, se lhe deverão arrancar os olhos. 194º - Se alguém dá seu filho a ama de leite e o filho morre nas mãos dela, mas a ama sem ciência do pai e da mãe aleita um outro menino, se lhe deverá convencê-la de que ela sem ciência do pai e da mãe aleitou um outro menino e cortar-lhe o seio.

195º - Se um filho espanca seu pai se lhe deverão decepar as mãos.

Justifica ainda Maria Regina Fay de Azambuja, procuradora de Justiça do Rio

Grande do Sul, em seu artigo “Breve revisão da adoção sob a perspectiva da doutrina da

proteção integral e do novo Código Civil” (2003), que “As crenças primitivas impunham a

necessidade da existência de um filho, a fim de impedir à extinção do culto doméstico,

considerado a base da família”.

Em Roma, para adotar, era exigido que o adotante tivesse no mínimo 60

(sessenta) anos de idade. A mulher não podia adotar, pois naquela época o pater familie

(chefe de família) expressão utilizada na época, somente visava conceder o direito aos

homens, também sendo proibida a adoção aos que já tivessem filhos biológicos. A

adoção chegou a ser usada pelos imperadores para eleger os sucessores. Depois,

limitou-se a ser uma forma de “consolo” para as pessoas casadas que não podiam gerar

filhos.

Pelo qual, destaca-se Bandeira (2001, p.18):

Este tipo de adoção só era permitido para patrícios maiores de 60 anos de idade, sendo um ato grave e realizado por força da lei, com a permissão da Religião e do Estado. (...), pois pessoas influentes sem filhos naturais adotavam plebeus e muitos filhos adotivos chegaram a ser imperadores, como foi o caso de Calígula, Nero e Justiniano, entre os outros.

Na Idade Média, em parte por ação da Igreja, a adoção acabou caindo em

desuso. Foi ressurgida na França, com a edição do Código Napoleônico (1804), que

concedia a adoção para pessoas maiores de 50 (cinquenta) anos. Mas a

regulamentação legal não era a norma geral.

Complementa-se sobre a adoção no Código de Napoleão, segundo Saad (1999,

p.19-20):

O propósito religioso da adoção cedeu lugar a outro objetivo: conferir títulos e direitos sucessórios. Depois, perdendo suas funções anteriores, limitou-se a consolar as pessoas estéreis. Em razão disso, o instituto quase desapareceu na Idade Média (séculos V a VI), sendo que no século XVI já nem sequer era conferido ao adotado qualquer direito sucessório. O instituto foi ressuscitado pelo Código de Napoleão (1804). O imperador tinha interesse particular na regulamentação da adoção, pois pretendia adotar um de seus sobrinhos. Porém, o Código Napoleônico era demasiadamente rigoroso, conquanto permitia a adoção somente de maiores de idade e desde que o adotante tivesse cinquenta anos completos, sem descendentes legítimos.

O Código Napoleônico tinha como interesse conceder aos adotados os direitos

sucessórios. Em seguida, se preocupou em conceder ao casal o direito de ter filhos por

motivo de infertilidade.

1.2. HISTÓRICO DA ADOÇÃO NO BRASIL

A adoção foi tratada pela primeira vez no Brasil em 1916, no Código Civil

Brasileiro, ganhando as primeiras regras formais no país. Possuia caráter contratual,

sendo ele entre o adotante e o adotado, no qual podiam firmar a adoção, diante de uma

simples escritura pública, sem intervenção do Estado para a sua aprovação.

Logo depois, houve a aprovação de 03 (três) leis: A Lei nº 3.133 de 1957 que

atualiza o instituto da adoção prescrita no Código Civil de 1916; a Lei nº 4.655 de 1965

que dispõe sobre a legitimidade adotiva; e a Lei nº 6.697 de 1979 que institui sobre o

Código de Menores.

A Lei nº 3.133/57 atualizava o instituto da adoção estabelecida no Código Civil de

1916, e através desta Lei, a adoção passou a ser irrevogável.

A Lei nº 4.655/65 falava sobre a legitimidade adotiva e trouxe algumas

atualidades importantes: os menores de 5 (cinco) anos de idade em situação irregular

(hoje conhecida como situação de risco) poderiam ser adotados e obter os mesmos

direitos que os filhos nativos, se permitido pelos pais biologicos e por um juiz, e em seu

Artigo 6º, §2º inovou ao determinar que o registro original de nascimento do menor

adotando fosse anulado.

A Lei nº 6.697/79 que instituia sobre Código de menores, inseriu dois novos tipos

de adoção: a simples e a plena. A adoção simples, voltada ao menor que estava em

situação irregular, necessitava de autorização judicial e fazia apenas uma alteração na

certidão de nascimento, já a adoção plena, dissolvia-se todo e qualquer laço com a

família original.

A Constituição de 1988, pois fim a distinção que havia entre os filhos havidos ou

não da relação do casamento, ou por adoção, passando estes a ter os mesmos direitos

e qualificações, “proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação” de

acordo com o Artigo 227, §6º da CF/1988. Prevalecendo pela primeira vez na legislação

nacional, o interesse do menor no processo.

Logo depois foi aprovado o Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990 (Lei nº

8.069/90), alterado depois pela atual legislação o Código Civil de 2002.

O ECA/1990 adotou a doutrina jurídica da proteção integral, facilitando o processo

de adoção, alterando entre outros critérios a idade máxima de 07 (sete) anos de idade

para 18 (dezoito) anos para ser adotado ou a idade mínima de 21 (vinte e um) anos de

idade, e não mais 30 (trinta) anos para poder adotar e facilitar a possibilidade a qualquer

pessoa, casada ou não, desde que observados os requisitos.

A Lei nº 12.010 foi sancionada em 03 de agosto de 2009, e reforça em seu artigo

20, a filosofia do ECA/1990 quanto ao afastamento de distinção legal entre os filhos de

um casal, independente de serem eles adotivos ou biológicos. Traz em seu artigo 42 a

alteração do critério da idade mínima de 21 (vinte e um) anos de idade para 18 (dezoito)

anos para poder adotar, independente de estado civil. Dispõe em seu artigo 50, §5º que

serão criadas e implementadas novas exigências para os adotantes habilitados à

adoção, implantando um cadastro nacional de crianças e adolescentes passíveis de

adoção.

Segundo o Desembargador Siro Darlan de Oliveira (2000), “foi apenas com a

promulgação do ECA, que crianças e adolescentes passaram a ser concebidos como

sujeitos de direito, em peculiar condição de desenvolvimento”.

E é ele, que, na citada obra diz que está convencido de que a paternidade e a

maternidade não são fenômenos biológicos, mas sócio-afetivos e que a adoção não é só

um instituto jurídico, mas é, principalmente, uma manifestação de amor.

2. DO PROCESSO DE ADOÇÃO

A revista Em Discussão, 15ª edição, editada pela Secretaria Jornal do Senado

(2003), traz em seu teor o passo a passo para realizar a adoção:

O processo de adoção no Brasil envolve regras básicas, ainda desconhecidas da maioria. Um dos pré-requisitos ao interessado, com idade igual ou superior a 18 anos, é encaminhar-se a uma vara da Infância e Juventude e preencher um cadastro com informações e documentos pessoais, antecedentes criminais e judiciais. Em uma pesquisa realizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), em 2008, apenas 35% afirmaram que, caso desejassem adotar, buscariam uma criança por intermédio dessas varas, enquanto 66,1% recorreriam aos hospitais, maternidades ou abrigos. Depois de colhidas as informações e os dados do pretendente, o juiz analisa o pedido e verifica se foram atendidos os pré-requisitos legais. A partir daí, os candidatos serão convocados para entrevistas e, se aprovados, passam a integrar o cadastro nacional, que obedece à ordem cronológica de classificação. Um pretendente pode adotar uma criança ou adolescente em qualquer parte do Brasil por meio da inscrição única. Quando a criança ou adolescente está apto à adoção, o casal inscrito no cadastro de interessados é convocado. O prazo razoável para o processo de adoção de uma criança é de um ano, caso os pais biológicos concordem com a adoção. Se o processo for contencioso, pode levar anos.

Segundo Oliveira (2012), quando instaurada uma ação para adoção, ocorrem

diversos atendimentos psicológicos com a família que deseja adotar, para poder analisar

melhor a residência onde o menor adotado irá adentrar. O promotor de justiça e o Juiz

de direito analisarão os informes colhidos pelos psicólogos e assistentes sociais que

atuaram no caso através do Juizado da Infância e Juventude e darão resposta favorável

ou não ao procedimento.

Para concluir a adoção é necessário passar pelo estágio de convivência, um

estágio no qual o juiz permite guarda provisória ao adotante no decorrer de um tempo

para que possa avaliar a reação entre o adotante e o adotado nas atividades de rotina.

Se a convivência for satisfatória ao adotado, o juiz poderá deferir o pedido de adoção.

O processo para a adoção não é simples, pois durante o procedimento e até

mesmo após o procedimento se efetivar, ocorrem diversas complexidades que podem

trazer prejuízos para o menor adotado. Uma das contrariedades que ocorrem após estar

concluído o processo da adoção e a criança ou adolescente já ter se tornado filho

legítimo do adotante, é o arrependimento, que acaba resultando o interesse em devolver

o adotado.

De acordo com Presot (2012) a “adoção tem por principal objetivo agregar de

forma total o adotado à família do adotante, e, como consequência, corre o afastamento

em definitivo da família de sangue, de maneira irrevogável”, e de acordo com o artigo

227, §6º da CF/1988, o artigo 39, §1º do ECA/1990, diz que quanto concretizada a

adoção, não é possível destituí-la, ou seja, a determinação é de que permaneça

irrevogável.

A adoção é um ato irrevogável, uma vez finalizado o processo, o adotante não

pode simplesmente se lamentar sobre o ato e decidir devolver aquele menor que se

tornou seu filho.

3. DA IRREVOGABILIDADE DA ADOÇÃO

A irrevogabilidade da adoção visa resguardar os interesses do menor, pois a

finalidade da adoção é oportunizar ao adotado a família que ele não teve. O CC/2002

dispõe em seu artigo 1.635, IV que o poder familiar extingue-se pela adoção, ou seja,

quando ocorre a adoção, os pais biológicos perdem o poder familiar, passando este

poder a ser exercido pela família substituta.

Mesmo a adoção sendo irrevogável, infelizmente ainda há famílias que

devolvem os filhos adotivos, fazendo com que estes se sintam abandonados novamente.

A adoção não é um ato de caridade, mas de amor, é um ato jurídico que faz

gerar uma família com todos os direitos e deveres garantidos pelo CC/2002 e pela CF/

1988. Desta maneira, ao querer adotar um filho, deve-se visar à melhoria do direito da

criança à convivência familiar.

4. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

A CF/1988 em seu artigo 1°, inciso III, afirma que o Estado Democrático de

Direito tem como fundamento a dignidade da pessoa humana. Trata-se de um princípio

superior, que constitui a base da organização familiar.

Segundo Pereira (2007) esse é o princípio mestre do ordenamento jurídico. É o

mais universal no meio dos princípios, pois serve de base para os demais como os

princípios da liberdade, igualdade, proteção integral e outros.

Segundo Diniz (2002, p. 22) esse princípio constitui a base da sociedade familiar.

Ele tem como objetivo assegurar o desenvolvimento e a realização de todos os seus

membros, principalmente da criança e adolescente como indica o artigo 227 da

CF/1988:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. [...] § 3º - O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos: [...] V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade.

Segundo Pereira (2007) este princípio representa uma limitação à atuação do

Estado, que tem como dever, realizar somente ações que não atentem contra a

dignidade humana. Constitui também uma direção as ações positivas desse Estado,

sendo que o mesmo deve promover a dignidade por meio de condutas que garantam o

mínimo dessa dignidade ao homem.

Para Tartuce (2006) não há outro ramo do Direito Privado onde a dignidade da

pessoa tenha tanto domínio como no Direito de Família. Esse princípio tem sido o foco

central nas discussões no âmbito desse Direito, sendo de grande valia para as soluções

dos diversos problemas no convívio familiar.

Para Dias (2009, p. 61-62), a participação ativa do Estado é fundamental para

assegurar o cumprimento do princípio da dignidade da pessoa humana, conforme

expõe:

O princípio da dignidade da pessoa humana é o mais universal de todos os princípios. É um macroprincípio do qual se irradiam todos os demais: liberdade, autonomia privada, cidadania, igualdade e solidariedade, uma coleção de princípios éticos. [...] o princípio da dignidade da pessoa humana não representa

apenas um limite de atuação do Estado, mas constitui também um norte para a sua ação positiva. O Estado não tem apenas o dever de abster-se de praticar atos que atentem contra a dignidade humana, mas também deve promover essa dignidade através de condutas ativas, garantindo o mínimo existencial para cada ser humano em seu território.

Segundo Pereira (2007), o Princípio da Dignidade Humana está vinculado aos

direitos fundamentais e aos direitos humanos. O Estado deve resguardar o indivíduo e

fazer com que os direitos desse cidadão sejam colocados em prática. O homem só terá

seus direitos, a partir do momento em que a dignidade dele for respeitada.

4.1. PRINCÍPIO DA IGUALDADE

O Princípio da igualdade está relacionado com o princípio da dignidade humana.

O princípio da dignidade da pessoa humana é garantido a toda e qualquer pessoa, já o

princípio da igualdade assegura a todos o direito de tratamento igualitário, é o direito a

não discriminação.

De acordo com Perszel (2012) o princípio da igualdade deve ser entendido de

duas formas: a igualdade formal, expressa na simples igualdade de leis para todos, e a

igualdade material, que estabelece que o iguais devem ser tratados de forma igual,

enquanto os desiguais devem ser tratados de forma desigual na medida de suas

desigualdades, de modo a garantir a justiça.

Para Girardi (2005, p. 77) deverá haver uma “comparação entre duas ou mais

pessoas, categorias ou situações, possibilitando a partir desse juízo da comparação o

tratamento diferenciado de um em relação ao outro que a situação concreta assim o

exigir”.

O princípio da igualdade está previsto no artigo 1º, da Declaração Universal dos

Direitos Humanos, prevê que: “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e

direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros

com espírito de fraternidade.” Da mesma forma o artgo 2º repudia a “distinção de

qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra

natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição”.

Por sua vez, o artigo7º, estabelece: “Todos são iguais perante a lei e tem direito,

sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra

qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a

tal discriminação”.

Do mesmo modo, a CF/1988, em vários artigos, assegura a proteção igualitária a

todos. O artigo 3º, inciso IV da CF/1988 descreve como objetivo fundamental da

República “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,

idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

Por discriminação entende-se o “ato ou efeito de discriminar; faculdade de

distinguir ou discernir; discernimento; separação, apartação, segregação; discriminação

racial” (FERREIRA, 2010, p. 596). Já por preconceito o autor descreve os seguintes

significados:

1. Conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento os fatos; ideia preconcebida; 2. Julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que as conteste; prejuízo; 3. Superstição, crendice, prejuízo; 4. Suspeita, intolerância, ódio irracional ou aversão a outras raças, credos, religiões, etc.

A Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de

Discriminação (1969) entende em seu artigo I, item 1, sobre a discriminação racial como

“qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseadas em raça, cor,

descendência ou origem nacional ou étnica que tem por objetivo ou efeito anular ou

restringir o reconhecimento, gozo ou exercício num mesmo plano (igualdade de

condição) de direitos humanos” no âmbito da vida em sociedade.

No que se refere ao menor de 18 anos de idade a Convenção das Nações Unidas

sobre o Direito da Criança (1990) demonstra a igualdade de direitos entre as crianças e

a obrigação do Estado em protegê-las de toda forma de discriminação, ao determinar:

Art. 2: I – Os Estados Partes respeitarão os direitos enunciados na presente Convenção e assegurarão sua aplicação a cada criança sujeita à sua jurisdição, sem distinção alguma, independentemente de sexo, idioma, crença, opinião política ou de outra natureza, origem nacional, étnica ou social, posição econômica, deficiências físicas, nascimento ou qualquer outra condição da criança, de seus pais ou de seus representantes legais. II – Os Estados Partes tomarão todas as medidas apropriadas para assegurar a proteção da criança contra toda forma de discriminação ou castigo por causa da condição, das atividades, das opiniões manifestadas ou das crenças de seus pais, representantes legais ou familiares (grifo nosso).

Em relação à adoção, no artigo 227, § 6º da CF/1988, introduz a igualdade entre

filhos, “havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção”, trazendo assim, uma

evolução significativa em relação à proibição a discriminação entre filiação.

O princípio da igualdade visa garantir a proteção criança contra toda forma de

discriminação. A igualdade deve ser sempre almejada entre as famílias, garantindo

assim uma boa convivência no âmbito familiar.

4.2. PRINCIPIO INTEGRAL DA CRIANÇA

A CF/1988 em seu artigo 227 assegura a proteção da criança e do adolescente

como direitos fundamentais. A CF/1988 dá a esses, proteção integral garantindo direito à

vida, à saúde, ao lazer e outros, conforme demonstrado, in verbis:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Assim como a CF/1988 o ECA/1990 em seu artigo 3°, também assegura todos os

direitos e garantias supracitadas. Prevê ainda que a criança e o adolescente gozem de

todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana.

A CF/1988 prevê também outras formas de proteção das crianças e adolescentes

ao instituir em seu artigo 227, § 4º, a punição ao abuso, a violência e a exploração

sexual e, ao dizer que são penalmente inimputáveis os menores de 18 (dezoito) anos

sujeitos a legislação especial, conforme artigo 228.

Dias (2007) explana que, com relação ao convívio familiar busca-se sempre

manter a criança em seu domicílio natural. Porém, se for para o bem dessa criança que

ela seja retirada do convívio de seus pais biológicos e posta em um lar substituto, haverá

a destituição do poder familiar, ou seja, os pais biológicos perderão o poder familiar, e a

criança será entregue a adoção, devendo prevalecer o direito a dignidade o ao

desenvolvimento dessa criança, pois se ela não o encontra em seu lar natural deverá

encontrá-lo em outro. O direito a convivência é construída na relação afetiva, não

estando ligada somente à família biológica.

Para que se cumpra o princípio da proteção integral da criança e adolescente, é

necessário que a criança e o adolescente sejam postos no centro do âmbito familiar.

5. A REVOGABILIDADE DA ADOÇÃO - ANÁLISE DO JULGADO

Antes de adentrar propriamente no presente tópico, deve-se esclarecer que o

instituto da adoção, em regra, é irrevogável, garantindo assim, ao filho adotado, os

direitos inerentes ao estado de filiação, bem como: a alimentação, ao sobrenome, a

herança, e se necessário até mesmo a indenização de dano moral e material.

No entanto, não tem como pernanecer-se omitido perante inúmeras devoluções

de criandas e adolescentes adotados em todo território brasileiro; bastando-se observar

a matéria feita pela colunista Nathalia Goulart, publicada na Revista Veja (2010). Nota-

se que as justificativas apresentadas para a devolução são as mais delicadas e

desumanas inimagináveis, desde um simples descontentamento com o filho, até a real

convivência diária e o nascimento das primeiras dificuldades ou problemas, das quais,

nos dizeres de Veloso (2012), “a adoção começa com a fantasia de um filho ideal, mas

a criança é real, cheia de hábitos e costumes, principalmente as mais velhas.

Por conseguinte, muitos dos adotantes, por não estarem apropriadamente

prontos, acabam realizando o chamado “duplo abandono”, conforme já se apresentou

anteriormente, causando assim, terriveis danos para toda a vida da criança e

adolescente que foi novamente devolvida. Posto que, mesmo com todos os efeitos

mencionados em relação a devolução dos filhos que foram adotados, ainda existem

situações em que lamentavelmente, não basta a perda do poder familiar e de

fortuitas reparações. É justamente nesses casos em que a revogabilidade passa a ser

discutida e reconsiderada, e até mesmo aceita, especialmente quando efetivamente

estiver em “aposta” à vida e os interesses dessa criança.

Em nosso país, o Poder Judiciário, em algumas situações especiais, já desistituiu

a adoção, tendo como exemplo os Tribunais de Justiça de Minas Gerais (TJMG. Ap.

Cível nº 1.0056.06.132269-1/001), o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC. Ap.

Cível nº 2005.032504-8) e o Tribunal de Justiça do Rio Grade do Sul (TJRS. Ap. Cível

nº 70003681699), conforme a seguir aludidas determinações, que integram as assertivas

deste capítulo.

Destarte, para que primeiramente possa-se analisar a possibilidade de revogar a

adoção, necessita-se trabalhar dentro de uma visão de explanação jurídica

fundamentada na metodologia da ponderação, que terá de ser empregada ao plano

fático, especialmente na análise vivente dentre os direitos fundamentais em estima,

principalmente no caso da adoção que abarca como já f oi falado anteriormente,

valores e princípios inerentes à dignidade da pessoa humana, convivência famíliar,

melhor interesse da criança, igualdade na filiação, da proteção integral, direitos de

personalidade e a afetividade.

Desta maneira, se o ordenamento legal nacionalista decide que a adoção é um

ato irrevogável, apresentando como base para tal afirmativa diversa normas, bem como

alguns princípios de Direito, segundo se disse antes, considera-se que os próprios

princípios podem convir para uma disposição em sentido adverso à aludida

irrevogabilidade da adoção. Segundo Carvalho Netto e Scotti (2011, p.59), a despeito

da aplicação fática para a reconstrução de um direito, assim abrange-se declarado:

[...] mesmo as regras, que especificam com maior detalhe as suas hipóteses de aplicação, não são capazes de esgotá-las; podem, portanto, ter sua aplicação afastada diante de princípios, sempre com base na análise e no cotejo das reconstruções fáticas e das pretensões a direito levantadas pelas partes na reconstrução das especificidades próprias daquele determinado caso concreto.

Assim, Barcelos (2008, p.57) narra que em alguns atos dos quais se toma a

técnica da ponderação existirá confrontos de razões, de interesses, de leis, de valores,

e de princípios, sendo que a técnica da ponderação tende a resolver esses conflitos de

modo menos traumático para o sistema jurídico como um todo, de maneira que as

razões, os interesses e, sobretudo as normas e seus princípios que certo período

esteve em divergência permaneçam a habituar-se, sem a negação de algum deles,

ainda que para um mesmo fato, esses princípios ou normas estejam postos em uma

intensidade mais baixa ou em intensidades desiguais.

Além disso, Sarmento (2001, p.55) traz que a técnica da ponderação tende a

interpretar e produzir uma saída ao fato real e mediante uma organização e junção dos

bens jurídicos colidentes ou concorrentes, de modo a associá-los com a finalidade de

conter o sacrifício integral de determinados princípios ou normas em referência aos

outros.

Para a aplicação da matéria, ou seja, a revogabilidade da adoção, necessita-se

utilizar o pensamento de Lôbo (2004), o qual alude:

O princípio é um reflexo do caráter integral da doutrina dos direitos da criança e da estreita relação com a doutrina dos direitos humanos em geral. Assim, segundo a natureza dos princípios, não há supremacia de um sobre outro, ou outros, devendo a eventual colisão resolver-se pelo balanceamento dos interesses, no caso concreto.

Lôbo (2004) similarmente descreve que as crianças, por serem membros da

humanidade, têm seus direitos iguais ao de diferentes pessoas, acrescentados de uma

“consideração primordial”, em especial, pois se encontram em desenvolvimento. No

entanto, este princípio é de preferência e não de restrição aos outros interesses e

direitos, além de servir de regra de explanação e de ordem de conflitos entre os direitos,

também comprova que nem o interesse dos pais, nem o Estado podem ser vistos como

único interesse relevante para o contentamento dos direitos da criança. Assim é

admissível que note o aproveitamento da técnica da ponderação nos assuntos que

envolvem crianças devem ter eles sempre ocupando o núcleo das relações conflitantes,

perpetrando com que tudo gire em volta deles.

Desta maneira, para o uso da revogabilidade na adoção, se fazem discutir como

elemento de ilustração os três processos que anteriormente foi citado, em que se utiliza

a técnica da ponderação, consistindo que para o caso que tramitou no Tribunal de

Justiça de Santa Cataria (TJSC. Ap. Cível nº 2005.032504-8), apresenta-se

visivelmente para que o não acontecimento da afronta à instituição da irrevogabilidade,

prevista na Lei nº 8.069/1990 (ECA), tomou-se bem como comprovante a ponderação

necessariamente quase todos os princípios elencados anteriormente no artigo.

Portanto, para melhor compreensão, se faz indispensável mencionar parte do relato do

aludido julgado:

O apelante J. P. G. V. M. foi adotado por A. S. M. quando se encontrava com 12 (doze) anos de idade, permanecendo na sua companhia somente durante o período no qual sua mãe esteve casada com o mesmo (4 anos), não restando dúvidas da inexistência de vínculo afetivo entre eles, pois os próprios recorrentes confirmam tal fato. Observa-se, ainda, que J. P. G. V. M. adoeceu no ano de 2001, apresentando quadro de leucemia (fl. 33 − TJSC), bem como que desde julho de 2002 faz tratamento psicoterapêutico em face dos incômodos com a obrigação de manter o sobrenome do ex-marido da sua mãe [...]. Assim, verifica-se que o motivo principal do aforamento da demanda em exame encontra-se nos prejuízos psicológicos acarretados pela obrigação que J. P. possui de assinar um sobrenome que o diferencia de toda sua família (2005, Tribunal de Justiça de Santa Catarina).

Observando esta transcrição pode se verificar que as causas para a revogação

da adoção foram feitas pelo motivo de que na relação entra o adotante e o adotado, não

havia sequer alguma afetividade, de tal maneira que as partes narraram em juízo que

não existiu qualquer ligação afetiva entre os mesmos, e, por via do resultado, não

havendo vínculo afetivo, seguramente não há qualquer convivência familiar entre

ambos, até porque o mencionado adotante já não mais reside com a genitora do

adotado.

Deste modo, em apreciação aos princípios que são suficientemente importantes

para o instituto da adoção, segundo se protestou em tópico acima, já bastaria para pelo

menos a perda do poder familiar deste pai para com o filho. Entretanto, o que

aconteceu no caso foi ainda mais preocupante, porque no parecer psicológico que

contém no mencionado processo, fora atestado que o menor adotado tem diversos

problemas psicológicos, até mesmo que estavam lhes afetando em seu tratamento da

doença de leucemia, caso este que se configura irrespeito ao princípio da dignidade da

pessoa humana, assim como mais foi apurado que ao subscrever seu sobrenome que o

distinguia de sua família apropriada, circunstância essa que causou várias oscilações

morais e psíquicos, até mesmo com o detrimento de sua personalidade e de sua

dignidade humana.

Destarte, fica bem claro que neste acórdão do Tribunal de Justiça de Santa

Catarina, o princípio da dignidade da pessoa humana, da personalidade humana, da

convivência familiar, da afetividade entre o adotando e o adotado, assim também como

o melhor interesse da criança e do adolescente mostra-se a melhor saída para a

adoção, que, embora, no caso citado se foi de um modo catastrófico, tão somente

poderia solucionar através da técnica da ponderação, e que a norma disciplinadora do

ECA/1990 e os princípios de direito que norteiam a adoção foram avaliados e

ponderados, chegando ao ponto que a melhor decisão a ser tomada foi à

revogabilidade da adoção, de modo que se pode aplicar ao fato citado o que se

realmente espera do Poder Judiciário, equivale a, eliminar um conflito particular que

permanecia cada vez mais desestabilizando emocionalmente, psicologicamente e até

estruturalmente um menor, que, certamente, com a revogabilidade da adoção, pode

recuperar o direito ao nome privativo da família materna, com o qual ele nunca parou de

ter vínculos de familiaridade, pertencimento e afetividade.

Referente a este julgado, vale a pena transcrever a referida ementa:

Ação ordinária visando à dissolução de adoção. Demanda ajuizada consensualmente pelo adotante e o adotado. Vínculo estabelecido entre o filho e o marido da mãe biológica que, após quatro anos da consolidação do processo adotivo, separou-se do adotante. Inexistência de qualquer vínculo afetivo entre os envolvidos. Situação mantida formalmente, que acabou gerando a instabilidade psicológica do adotado em face da obrigação de manter um sobrenome com o qual não se identifica. Dever de observância do princípio da dignidade da pessoa humana. Inteligência do art. 1º, III, da Constituição Federal. Decisão reformada para julgar procedente a pretensão dos apelantes. Recurso provido (2005, Tribunal de Justiça de Santa Catarina).

Em relação ao julgamento no Tribunal de Justiça de Minas Geais (TJMG. Ap.

Cível nº 1.0056.06.132269-1/001) de destituição da adoção, igualmente se ajuíza a

excepcionalidade e de especial ocorrência, até mesmo se perpetrando a atual técnica

da ponderação de para resolver a tal desordem, e, especialmente para que não

calhasse à afronta ao instituto da irrevogabilidade na adoção, aceitaram-se novamente

todos os princípios ditos anteriormente, deste modo, para o mais perfeita apreensão do

caso, auxilia transcrever o componente do acórdão que igualmente expõe:

Colheu-se o parecer da douta Procuradoria-geral de Justiça. Priscilla Alves da Silva (certidão, f. 6), filha de Marlene Alves da Silva, foi adotada, quando criança, por Antônio José filho (falecido) e Maria das Graças Silva Filho − esta, prima de sua mãe biológica −, passando a chamar-se Priscilla Cristina Silva Filho (certidão, f. 7). O casal adotante já possuía dois filhos, sendo que a adotada (apelante) “veio a nutrir sentimento amoroso” por um deles (Flávio Silva Filho), advindo dessa relação a sua gravidez, que motivou o pedido de cancelamento de sua adoção, a fim de permitir a realização do casamento, já

que os enamorados nunca tiveram sentimento fraternal. No curso do processo (16.10.2006), nasceu Larissa Sthefany Silva Filho, filha de Flávio Silva Filho e de Priscilla Cristina Silva Filho (apelante), constando do seu assento de nascimento os mesmos avós paternos e maternos (certidão, f. 44), restando afrontado o seu direito de personalidade, relativo ao nome (identidade pessoal), porque o ser humano não tem somente direitos à aquisição de um nome, “mas também direitos de conhecer a forma como foi gerado, a identidade dos seus progenitores e, principalmente, através do conhecimento de seu patrimônio genético, terá direito à defesa de sua identidade genética”. (BELTRÃO, Sílvio Romero. Direitos da personalidade, São Paulo: Atlas, (2005, op. cit., p. 119). (grifo nosso) Trata-se de realidade fática − singular, diferenciada e especialíssima – cujo exame exige cautela e ponderação, porquanto envolve valores ético constitucionais, impendendo exarar que “as disposições legais não esgotam todo o conteúdo da tutela da personalidade humana, surgindo aspectos que não encontram proteção nas normas legais existentes”, como ensina Sílvio Romero Beltrão (op. cit., p. 53) (2007, Tribunal de Justiça de Minas Gerais).

Observa-se que, a circunstância em real, além de causar diversas dificuldades

de ordem psicológica e moral para as partes envolvidas, em que no fato jurídico são

irmãos e encontram-se impedidos de ter núpcias, apresenta-se por meio de espelho de

diferentes dilemas que comprometem os filhos dos mesmos, especialmente em relação

ao direito da personalidade, em que seu desenvolvimento da identidade pessoal, tendo

que são filhos de um relacionamento oficial incestuoso e ilegítimo, uma vez que tanto os

avôs maternos como paternos são os mesmos, até mesmo podendo sofrer vexames e

gozações caso viesse a manter tal situação.

Deste modo, para a conservação da integridade moral, intelectual e

principalmente para a dignidade humana das partes envolvidas e ainda para

resguardado o direito da personalidade humana tanto das partes como dos dois filhos

sobrevindos desta união “incestuosa”, bem como para a preservação da convivência

familiar que se instituiu, até mesmo com afeto entre os então “primos” e que ficou

juridicamente caracterizado como consanguíneos por meio da adoção, citada adoção

não tinha outra opção a não ser destituída, até porque no momento em que se

concretizou a adoção de mencionada “sobrinha”, conforme o próprio julgado,

necessitaria ter sido feito era a tutela e não adoção, pois os tios jamais poderiam passar

a serem seus pais.

Para melhor esclarecer o mencionado fato, vale a pena reproduzir parte do

referido julgado:

Embora tenhamos exaustivamente pesquisado doutrina e jurisprudência não fomos felizes em localizar nenhuma orientação para este caso singular. Seria de prudente arbítrio que instância superior apreciasse a matéria posta em exame para que sirva de bússola para novas prestações jurisdicionais (f. 30). Poder-se-ia, simplesmente, negar provimento ao recurso, ao singelo argumento de que “A adoção é irrevogável” (ECA, art. 48). Porém, mesmo que se conclua

pela improcedência do pedido na instância de origem, o jurisdicionado espera e faz jus a uma motivação razoável, que não traduza, apenas, a menção a um dispositivo legal. Interpretar a lei é buscar o seu real sentido e alcance, com adstrição ao seu caráter teleológico (ou sociológico), como se extrai do art. 5º da LICC, norma de sobre direito, verbis: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”. Não pode o julgador, pois, olvidar que “A melhor interpretação da lei é a que se preocupa com a solução justa, não podendo o seu aplicador esquecer que o rigorismo na exegese dos textos legais pode levar a injustiças”. (STF, Ciência Jurídica, 42h58min). Tem-se, de um lado, o texto letárgico e indiferente da lei, que estabelece a irrevogabilidade da adoção; de outro, prerrogativa fundamental, atinente à dignidade da pessoa humana, cuja peculiaridade e especificidade, do caso concreto, recomenda (ou melhor, exige) a análise sob inspiração hermenêutico constitucional, com engenhosidade intelectual, social e jurídica, a fim de se alcançar o escopo magno da jurisdição: a pacificação social. [...]. É sob esse estímulo, preocupado com os direitos fundamentais da criança nascida desse relacionamento, os quais gozam de proteção integral, assegurada por lei ou por outros meios, com absoluta prioridade, que busco, mediante a técnica da ponderação, permitir a qualificação dessa convivência (criança e seus pais) como família, base da sociedade, com especial proteção do Estado (arts. 3º, 4º, caput, do ECA c/c arts. 226, caput, e 227, caput, da CF), medida que se impõe, também, sob a égide principiológica da proporcionalidade e da razoabilidade (2007, Tribunal de Justiça de Minas Gerais).

O julgado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS. Ap. Cível nº

70003681699) também teve que analisar tal excepcionalidade, visto que, no fato em

concreto a aludida adoção jamais completou o plano formal, de modo que a adotada

nunca deixou de morar com os seus pais biológicos, sendo que a mencionada adoção

jamais atingiu seu propósito, dado o caso de que a própria cultivou os vínculos de

fraternidade, de convívio familiar e de pertencimento com a sua família de sangue.

Vejamos, a ementa do mencionado julgado:

ADOÇÃO − REVOGAÇÃO − POSSIBILIDADE EM CASOS EXCEPCIONAIS − Tal excepcionalidade configura-se bem no caso concreto, onde o vínculo legal jamais se concretizou no plano fático e afetivo entre adotante a adotada, uma vez que esta nunca deixou a convivência de seus pais sanguíneos. Adoção que nunca atingiu sua finalidade de inserção da menor como filha da adotante. Deram provimento, por maioria (2002, Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul).

Desta maneira, fundado nos três acórdãos supramencionados, apresenta-se

que, mesmo que não seguindo o dispositivo legal, a revogação da adoção em situações

especialíssimas manifestou-se ser a mais competente e digna para garantir os

interesses e a proteção das crianças ou adolescentes incluídos nos fatos em concreto.

De tal modo, a opção mais benéfica fora pela não aplicabilidade da irrevogabilidade da

adoção do que sacrificar em razão de uma determinação legal a vida de um ser

humano em desenvolvimento, especialmente porque tais danos poderiam ser

irrecuperáveis e inaceitáveis por todo o resto da vida, inclusive colocando em cheque os

vários dos princípios de direito antes citados, que alicerçam toda a estrutura jurídica do

ser humano de nossa atualidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de tudo que foi exposto, no que tange a problemática pesquisada, conclui-

se que a revogação da adoção, mesmo sendo vetada no ordenamento jurídico

brasileiro, pode ser uma medida sensata, equitativa e sendo como o melhor interesse

da criança e do adolescente em seu desenvolvimento como pessoa e cidadão.

No nosso ordenamento jurídico pode se observar que a adoção é um tema

bastante chamativo, constituído em nosso país pelo advento da Constituição Federal de

1988 e também do Estatuto da Criança e do Adolescente, deste modo, a adoção

passou a ter um novo horizonte, especialmente por buscar o melhor interesse da

criança e do adolescente, o qual se passou por um novo conceito de família, onde é

rodeado de princípios do Direito como o princípio da afetividade, solidariedade e em

especial o da Dignidade da Pessoa humana, para a proteção da criança e do

adolescente.

Deste modo, ficou claro quanto à irrevogabilidade da adoção, que tem como

objetivo o melhor interesse pra criança e o adolescente, onde tem finalidade de evitar o

duplo abandono, e consequentemente evitar que esse menor seja tratado como algo

que possa ser devolvido como uma espécie de coisificação, onde causa deficiência no

seu desenvolvimento, pessoal, profissional e social.

Assim, para chegar ao uso da revogabilidade é necessário utilização da técnica

da ponderação onde visa que em momento de conflito pode ser a saída menos

traumática e “catastrófica” para criança e o adolescente. Dessa forma foram descritos

três exemplos que nos tribunais estaduais foram demostrados a utilização da técnica da

ponderação onde foi utilizada junto com os princípios do direito, deixando de utilizar a

regra que é a irrevogabilidade da adoção.

Quanto aos objetivos geral e específico, obteve-se êxito no sentido de ter

empreendido uma revisão teórico-jurídica sobre geral a Lei de Adoção, a

irrevogabilidade, justificando a aplicabilidade dos princípios reguladores da Lei.

Finalmente, em circunstâncias em que se observam os princípios do direito como

a afetividade, solidariedade, e em especial o princípio da dignidade da pessoa humana,

a proteção integral do menor, o melhor interesse da criança e adolescente, e o convívio

familiar, caso não permanecerem em cautela em condição sólida, pode-se então por

medida excepcionalíssima a hipótese de revogação da adoção deve ser analisada

como a forma menos catastrófica para o menor.

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