currículo e flexibilidade de currículo

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 Currículo e Flexibilidade de Currículo Cada vez mais as diversidades culturais, étnicas, religiosas, de géneros, etc., para além das novas tecnologias de informação e comunicação, constituem uma referência central para a ação das escolas e dos professores. Desde logo é um valor a preservar e a respeitar nas escolas e na sociedade. Além disso o desempenho docente tem de ser bastante diversificado, no sentido de que a educação é para todos e tem de haver igualdade de oportunidades   Escola Inclusiva. A posição da escola deve ser de proporcionar condições necessárias para que todos possam beneficiar de uma educação de qualidade, tendo em conta as aspirações e as capacidades de cada um. Estes pressupostos constituem portanto o suporte da flexibilização curricular e das respostas alternativas ao currículo. A escola pretende promover a igualdade de oportunidades, valorizar e promover a melhoria da qualidade de ensino. Pretende ser democrática e inclusiva, de onde se obtenha o sucesso de todos os jovens e crianças. Desta forma importa planear-se uma educação flexível, feita por uma prática global integradora, que permita responder a todos os alunos de igual forma, quer os que acompanhem o currículo regular, quer os que necessitem de dinâmicas educativas especiais, para assim obterem o sucesso. Nestes termos tem vindo a afirmar-se cada vez mais a noção de escola inclusiva, que visa a equidade educativa, ou seja garante para todos o acesso à escola e à chegada de resultados da mesma forma. Assim todas as práticas educativas devem assegurar a diversidade de estratégias que permitam dar resposta às necessidades educativas dos alunos. Apesar dos esforços feitos para que todos tenham o ensino e a aprendizagem inclusiva, existem ainda alguns casos em que as necessidades têm contornos muito específicos, exigindo assim apoios especializados. Estes apoios têm como objectivo responder às necessidades educativas especiais dos alunos com limitações significativas “ao nível da actividade e da participação, num ou vários domínios da vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de caráter permanente, resultando em dificuldades de mobilidade e da participação social e dando lugar à mobilidade de serviços especializados para promover o potenci al de funcionamento biopsicosocial” (Decreto Lei 3/2008 de 7 Janeiro).

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Currículo e Flexibilidade de Currículo

Cada vez mais as diversidades culturais, étnicas, religiosas, de géneros, etc., para além das

novas tecnologias de informação e comunicação, constituem uma referência central para a ação

das escolas e dos professores. Desde logo é um valor a preservar e a respeitar nas escolas e na

sociedade.

Além disso o desempenho docente tem de ser bastante diversificado, no sentido de que a

educação é para todos e tem de haver igualdade de oportunidades  – Escola Inclusiva. A posição

da escola deve ser de proporcionar condições necessárias para que todos possam beneficiar de

uma educação de qualidade, tendo em conta as aspirações e as capacidades de cada um.

Estes pressupostos constituem portanto o suporte da flexibilização curricular e das respostas

alternativas ao currículo.

A escola pretende promover a igualdade de oportunidades, valorizar e promover a melhoria da

qualidade de ensino. Pretende ser democrática e inclusiva, de onde se obtenha o sucesso de

todos os jovens e crianças.

Desta forma importa planear-se uma educação flexível, feita por uma prática global integradora,

que permita responder a todos os alunos de igual forma, quer os que acompanhem o currículo

regular, quer os que necessitem de dinâmicas educativas especiais, para assim obterem o

sucesso.

Nestes termos tem vindo a afirmar-se cada vez mais a noção de escola inclusiva, que visa a

equidade educativa, ou seja garante para todos o acesso à escola e à chegada de resultados da

mesma forma. Assim todas as práticas educativas devem assegurar a diversidade de estratégias

que permitam dar resposta às necessidades educativas dos alunos.

Apesar dos esforços feitos para que todos tenham o ensino e a aprendizagem inclusiva, existem

ainda alguns casos em que as necessidades têm contornos muito específicos, exigindo assim

apoios especializados.

Estes apoios têm como objectivo responder às necessidades educativas especiais dos alunos

com limitações significativas “ao nível da actividade e da participação, num ou vários

domínios da vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de caráter permanente,

resultando em dificuldades de mobilidade e da participação social e dando lugar à mobilidade

de serviços especializados para promover o potencial de funcionamento biopsicosocial” 

(Decreto Lei 3/2008 de 7 Janeiro).

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As alterações que serão necessárias a estas crianças e jovens implica uma alteração curricular,

fazer adaptações, arranjar estratégias diferentes dentro dos conteúdos, utilizar diferentes

recursos e instrumentos, alterar os processos e os procedimentos e ainda aplicar as tecnologias

de apoio facilitadoras de aprendizagem.

Estas mudanças não são só para os alunos, são também para todos os intervenientes, pais ou

encarregados de educação, professores, técnicos, funcionários e até os próprios colegas. As

escolas devem incluir assim nos seus projectos educativos adequações relativas ao processo

ensino e aprendizagem, para conseguir responder adequadamente e em tempo útil às

necessidades destas crianças e jovens.

Desta forma vem então o trabalho propriamente dito, devem-se conhecer bem os alunos, para

rapidamente se fazer uma referenciação, que pode ser feita por parte dos pais ou encarregados

de educação, dos docentes, dos técnicos que intervém com o aluno ou que tenham conhecimento

das suas necessidades educativas. Depois será entregue ao órgão de administração, para que se

possam rapidamente fazer as adequações necessárias, par que o aluno não possa ser prejudicado

ao nível do desenvolvimento e das suas aprendizagens.

Existem assim medidas educativas a serem utilizadas de forma a promover a flexibilidade de

currículo e a ajudar crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem ou necessidades

educativas especiais. São elas:

  Apoio pedagógico personalizado

  Adequações curriculares individualizadas

  Adequações no processo de matrícula

  Adequações no processo de avaliação

  Currículo específico individual

  Tecnologias de apoio

O Apoio Pedagógico Personalizado visa:

  Reforçar as estratégias utilizadas na turma, ao nível da organização, espaço e

actividades a desenvolver.

  Estimular e reforçar as competências e aptidões envolvidas na aprendizagem. Por

exemplo, se um ou vários alunos têm de desenvolver uma determinada competência ou

aptidão para chegar à aprendizagem.

  Antecipar ou reforçar a aprendizagem de conteúdos leccionados no seio do grupo ou da

turma.

  Reforçar e desenvolver uma competência específica.

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As Adequações Curriculares Individuais:

  Fazem-se sempre que o Conselho de Turma determinar que aquela ou aquelas crianças

não obtiveram as competências essências para terminar um ciclo.

  Podem ainda consistir na introdução de áreas específicas, que não faça parte do

curriculum comum, mas que seja importante para cegos, como aprender a leitura em

braille, orientação e mobilidade, treino da visão, actividades motoras adaptadas, entre

outras, para surdos, como o ensino bilingue, com a introdução de uma primeira língua,

língua gestual, que vai do pré-escolar ao ensino secundário, o português segunda

língua, que vai do pré-escolar ao secundário ou ainda a introdução de uma língua

estrangeira, que vai do terceiro ciclo ao secundário.

  Podem ainda introduzir-se conteúdos intermédios, como forma de terminar o ciclo.

  Podem ainda ser excluídas algumas actividades, das quais se verifique que o aluno

apresenta dificuldades na execução, tendo em conta a incapacidade do aluno, ou que as

tecnologias ao dispor não são suficientes para alcançar a aprendizagem.

Adequações no Processo de Matricula

  As crianças com necessidades educativas especiais de carácter permanente segundo o

decreto-lei, têm direito a beneficiar das condições especiais de matrícula,

independentemente da sua área de residência, ou de fazer um adiamento de matrícula

por um ano e no primeiro ano de escolaridade, desde que devidamente fundamentadas.

Podem ainda matricular-se apenas em algumas disciplinas durante o segundo e terceiro

ciclos, desde que seja assegurado a sequencialidade do regime educativo comum. 

  Os jovens surdos, cegos ou de baixa visão, têm prioridade de matricula nas escolas

referenciadas para o caso, independentemente da sua área de residência. 

  As crianças e jovens com perturbações do espectro do autismo ou multidificiência,

podem-se matricular em qualquer escola, que não seja da sua área de residência, e a

escola tem de apoiar, nomeadamente criando unidades de ensino estruturado para ajudar

e facilitar as aprendizagens destes alunos. 

Adequação no Processo de Avaliação

  As crianças e jovens, tem direito a beneficiar de adequações ao nível da avaliação,

nomeadamente no instrumento de avaliação e certificação e alteração no tipo de prova.

  Os alunos com CEI ( Curriculo específico individual) não são sujeitos ao regime de

avaliação comum, pois já estão sujeitos a essas especificidades no seu programa

educativo individual.

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Currículo Específico Individual

  Propõe algumas alterações significativas ao currículo comum, podendo-se ajustar ao

nível da introdução, substituição ou eliminação de objectivo e conteúdos, consuante o

nível de funcionalidade do aluno.  Dá maior relevância a actividades de cariz funcional ligadas ao contexto da vida do

aluno e a sua transição para o pós escola.

Tecnologias de Apoio

  São todos os equipamentos facilitadores que se destinam a melhorar a funcionalidade do

aluno e a reduzir a sua incapacidade, permitindo assim a participação nas suas

aprendizagens e a sua preparação para a sua vida profissional.

Por fim e para que esta flexibilidade se complete há necessidades de cooperação e parcerias com

instituições particulares de solidariedade social, centro de recursos especializados, ou outros que

ajudem a criança com necessidades educativas especiais permanentes, ou a realização de

atividades de enriquecimento curricular nomeadamente atividades físicas e práticas de desporto

adequado, outra que dê resposta ao ensino para invisuais, a integração na vida pós-escola

(emprego), a integração em programas de formação profissional, preparação para integrar

centros de emprego apoiado, em atividades ocupacionais, entre outras.

Só com o nosso desempenho, motivação, trabalho, ensinamentos, sabedoria, união podermos

ajudar cada uma destas crianças ou jovens a sentirem-se iguais, pois é o seu envolvimento que

as torna numa condição de deficiência e não eles próprios.

Nesse sentido é necessário falar em quatro aspectos muito importantes que tem como conceitos

Flexibilidade Curricular, Currículo alternativo e Autonomia.

Primeiro falar em  Diversidade e Alternativas Curriculares, temos de pensar na condição do

aluno, os seus modos de vida, as suas necessidades e conceber interacções educativas em

relação a elas, porque cada vez mais nos deparamos com alunos que necessitam dos professores

não numa perspectiva dos ensinamentos mas numa perspectiva universalista. Dar as mesmas

oportunidades a todos.

O segundo são as Características do Currículo Alternativo, a escola procura cada vez mais

atenuar as desvantagens que a sociedade causa, exclusão social dos alunos. E desta forma fá-lo

arranjando estratégias para que todos cheguem ao mesmo destino, que é o destino do

desenvolvimento humano, pessoal e social.

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O terceiro Os professores Face à Flexibilidade Curricular . Eu sei por experiência própria que

está ainda a ser interiorizado este conceito por parte de muitos professores, por comodismo

talvez, mas é o professor o principal ator para que todas as condições sejam dadas aos alunos, é

necessário que tenham bem vincado o valor humano e o quanto é importante para cada aluno os

seus ensinamentos e sabedorias e isso requer alguma autonomia para se dedicar não por uma

questão de ética mas mural.

O quarto e último Flexibilidade Curricular, Currículo Alternativo e Autonomia. No meu ponto

de vista tudo isto só é possível se o próprio sistema deixar, e estes conceitos estão associados a

medidas legislativas que tornam obscuro e passam para segundo plano os aspecto como a

qualidade, a diversidade e a autonomia do ensino.

Em sentido restrito Currículo é um conjunto de matérias a serem ministradas em

determinado curso ou grau de ensino. Assim e neste sentido, o currículo abrange dois

outros conceitos importantes – o de Plano de Estudos e o de Programa de Ensino. No

meu ponto de vista Plano de Estudos é um conjunto de matérias que devem ser

ensinadas, onde se indica o tempo em que se deve ensinar, o Programa de Ensino

são os conteúdos que correspondem a cada matéria, com indicação dos objetivos dos

rendimentos desejados e das atividades sugeridas