currículo básico 5 a 8 séries df - livro verde

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CURRCULO DA EDUCAO BSICA DAS ESCOLAS PBLICAS DO DISTRITO FEDERAL - ENSINO FUNDAMENTAL a a 5 a 8 Srie

COORDENAO ComissoIntermediria: Luiz Otvio da Justa Neves(Presidente) ngela de Mrice Gomes Denise Bolelli Costa Josceline Pereira Nunes Judite Ferreira de Brito Magda Machado Gomes Maria Solange Rezende de Lima Marilcia de Oliveira Cardoso Novais Mnica Bechepeche Franzone Gomide Castanheira Neuza Maria Rodrigues Pereira Patrcia Neves Raposo Sheila Pereira da Silva Slvia Maria Arajo Solange Foizer Silva Sonivalda Matutino Valria Panno da C. e Silva Vera Lcia Curi Vicente Lopes da Silva ELABORAO SubcomissoIntermediria: EnsinoReligioso: Joana Darc Lima Torres (Coordenao) Adelaide Alves Crispim Ferreira (Coordenao) Eleusa Helena Almeida Caselli Gislayne Fernandes Carneiro Jlia Mara Borges Fidalgo Luciana Ferreira de Moraes Silva Maria Luiza Cunha Rodrigues Maridete Bezerra do Amaral Brito Maristela Pereira dos Santos Arago Mary Helen Caetano Santos Nina Aparecida dos Santos Snia Maria de Vasconcelos Paiva Terezinha Maria de Jesus Silva Carvalho Artes: Francisco Gustavo de Castro Dourado (Coordenao) Florence Nickerson Ribas Honorata Gomes Neta Snia Regina Colao Pires Verediana Stela de Abreu e Castro Rocha

Cincia Naturais: Liane Miranda Silva (Coordenao) Alexandre de Souza Dias Ana Constncia Macedo Faria Juscelena da Costa Vital Marco Antnio de Figueirdo Barbosa Rachel Catharina de Paula e Silva Caetano LnguaEstrangeira: Ana Claudia Nogueira Veloso (Coordenao) Almerinda Garibaldi Mahmoud Cludia Pereira da Silva Denice Alves Ferreira Karla da Silva Incio Mnica Maria de Oliveira Cmara

Geografia:

Edson de Sousa Gonalves (Coordenao) Conceio de Ftima Batista da Silva Dulce La Barbosa da Silva Eva Rocha de Azevedo Torreiras Joseli Simonie Lopes Leito Snia Maria Rocha da Silva Orlando Leite Filho (Coordenao) Carla Vanessa V. M. de Oliveira Dejair Rodrigues de Oliveira Edilene S de Carvalho Paiva Maria Cleides Teixeira Mariana Serro Sampaio Lacerda Paulo Csar Figueira Regina Maria Machado Waltoedson Dourado de Arruda Denise Lucinda Farage (Coordenao) Beatriz Calazans Dounis Corina Rosa Gomes Efrina Soares dos Santos Irismar de Sousa Candeira Roberto Lyra Colho

Matemtica:

Histria:

EducaoFsica: Humbertnio Hilrio da Silva (Coordenao) Antonieta Martins Alves Antnio Carlos Macdo Jnior Francisco de Paula Caetano Juraci Ribeiro da Cunha Filho Mac Magno Rodrigues Santos Maria Emlia Crtes Sermova de C. Borges Virgnia Gonalves Feitosa Wellington Tito de Souza Dutra LnguaPortuguesa: Michelle Jordo Machado (Coordenao) Alessandra Vanessa de Aguiar ngela Maria Alves Brito Estela Borges Fernanda Cristina Santos Buarque Bandeira Marco Aurlio Soares Salgado Maria Francisca Ribeiro Costa Espanhol: Marina Meneses de Arajo (Coordenao) Dulce Andrigueto Elizabeth Aragn de Mesquita Elza Ferreira Navarro Leila de Oliveira e Bragana Valria Vitorino Costa (Coordenao) Adriana de Oliveira Barbosa Elizete Jorge Fabrini Eric Alberto L. de Oliveira Luclia Albernaz Mundim Neila Martins Menezes Rosana de F. Bandeira

Francs:

Fundamentos da Ao Pedaggica Magda Maria de Freitas Querino Avaliao Consuelo Luiza Gonzales Jardon

REVISO LINGSTICA: Maria Aparecida Borelli de Almeida DIGITAO: Alex Resende Braga Betnia Ferreira Vieira Soares Henry Fernandes Ribeiro Mauro Csar Machado de Melo Vera Lcia Moreira Rizrio

SUMRIO

APRESENTAO .......................................................................................... 1. CARTA AO PROFESSOR ......................................................................... 2. FUNDAMENTOS DA AO PEDAGGICA ......................................... 2.1 Funo Social da Escola .................................................................... 2.2 Proposta Pedaggica da Escola ........................................................ 2.3 Aprendizagens Significativas e Desenvolvimento de Competncias 2.4 Um Currculo Voltado para Habilidades e Competncias ............. 2.5 A Concretizao dos Princpios Metodolgicos .............................. 2.6 Currculo do Ensino Fundamental de 5a a 8a Srie .......................... 3. COMPONENTES CURRICULARES ........................................................ 3.1 Lngua Portuguesa ........................................................................... 3.2 Lngua Estrangeira Moderna Ingls .............................................. 3.3 Lngua Estrangeira Moderna Espanhol ......................................... 3.4 Lngua Estrangeira Moderna Francs ............................................ 3.5 Educao Fsica ................................................................................. 3.6 Arte ................................................................................................... 3.7 Cincias Naturais .............................................................................. 3.8 Matemtica ........................................................................................ 3.9 Geografia ........................................................................................... 3.10 Histria .............................................................................................. 3.11 Ensino Religioso ...............................................................................

7 9 11 11 12 13 16 17 17 19 19 73 8 0 89 96 105 245 258 312 337 357

4. EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS................................................... 373 5. EDUCAO ESPECIAL .......................................................................... 383 6. AVALIAO ............................................................................................ 391 7. FORMAO CONTINUADA .................................................................. 401 8. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 403

APRESENTAO

s transformaes sociais, polticas e econmicas que vm ocorrendo de forma acelerada requerem a formao do cidado para conviver com a complexidade do mundo moderno. E, sem dvida, compete Educao acompanhar o desenvolvimento do pas e se adequar a suas exigncias, sob pena de tornar-se obsoleta e deixar de exercer sua funo primordial de preparar o aluno para a vida. O Currculo da Educao Bsica das Escolas Pblicas do Distrito Federal, ora apresentado, foi elaborado por professores regentes de classe, a fim de garantir sua compatibilidade com as caractersticas da clientela a que se destina. Este Currculo ser operacionalizado pelos professores, tendo como horizonte o desenvolvimento integral do educando, sua formao para a cidadania e sua preparao para prosseguimento de estudos e para o mundo do trabalho.

A

EURIDES BRITO DA SILVA Secretria de Educao do Distrito Federal

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1. CARTA AO PROFESSOR

Caro Professor: A concepo do novo currculo da educao bsica foi uma conseqncia natural da necessidade de tornar a Educao mais eficiente, mais dinmica, adequada aos novos tempos. Aps estudos, discusses e debates, professores regentes de classe se dedicaram, sem restrio de tempo, sua elaborao, tendo como objetivo a preparao do aluno para vivenciar todas as situaes do seu quotidiano, exercitando plenamente a cidadania. Concluda a fase de elaborao, surge novo desafio a implantao experimental neste ano. um desafio a ser enfrentado por todos os educadores, mas voc, professor, exerce papel preponderante, pois, sem o seu compromisso, seu entusiasmo, sua vontade de acertar, sua participao efetiva, todos os esforos tero sido em vo. E, por acreditar no seu compromisso com o sucesso do aluno, colocamos em suas mos o Currculo, na expectativa da plenitude de sua execuo e de sua avaliao. Contamos, ainda, com seu apoio para o aperfeioamento deste Currculo!

Nada faz um profissional melhor do que a vontade de arriscar. Nada pode ser considerado proibitivo antes de tentarmos. Peter Weir

ANNA MARIA DANTAS ANTUNES VILLABOIM Departamento de Pedagogia/Educao Bsica Diretora

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2. FUNDAMENTOS DA AO PEDAGGICA2.1 Funo social da Escola A Educao um fenmeno histrico-social que perdura durante toda a existncia do ser humano e se concretiza mediante as relaes estabelecidas entre as pessoas e entre elas e as demais manifestaes do mundo natural, fsico, social, tecnolgico e espiritual, no decorrer dos tempos. A humanidade, em sua constante busca de conhecimentos para satisfazer suas necessidades bsicas e manter-se sobre a face da Terra, acumulou conhecimentos que se transmitem e se ampliam constantemente. E a Escola surge, nesse contexto, como instncia do saber e de formao humana. Sua existncia tem sido registrada pelos antroplogos em todas as sociedades, quer como repasse de experincias dos mais velhos aos mais jovens, quer como ao intencional e institucionalizada, como hoje concebido. O processo de conhecimento, produzido pela Escola, vem recebendo diversas influncias das correntes filosficas que procuram analisar e interpretar o efeito da ao da Escola sobre o homem, sobre a sociedade e sobre o mundo. As vertentes racionalista e empirista situam o processo do conhecimento, quer no sujeito (racionalista), quer no objeto cognoscvel (empirista), atribuindo a um e a outro, a relevncia da ao educativa, ora voltada para a concepo de um aluno obediente e receptivo, ora voltada para a eficincia de mtodos e tcnicas empregados pelos agentes educacionais. J a epistemologia crtica como as correntes construtivistas focam o processo do conhecimento na inter-relao sujeito-objeto, permeada pelos condicionantes psquicos, sociais, culturais, ideolgicos e, tambm, tecnolgicos, uma vez que, na segunda metade do sculo XX, os avanos nessa rea superaram, quantitativamente, os acumulados nos sculos anteriores. A Escola, para exercer sua funo social de garantir a todos condies de viver plenamente a cidadania, cumprindo seus deveres e usufruindo seus direitos, precisa conscientizar-se de sua responsabilidade em propiciar a todos os seus alunos o sucesso escolar no prazo legalmente estabelecido. Para tanto, necessita erradicar de suas prticas, entre outras distores, a cultura da repetncia que tem se apresentado como soluo no-aprendizagem e no como problema que denota sua pouca eficincia. necessrio, pois, repensar a Escola, refletir sobre a atuao de seus membros e lev-los a assumir sua responsabilidade pela aprendizagem de todos os seus alunos, de acordo com suas atribuies. Nesse enfoque, o Diretor assume papel relevante; deve conjugar o compromisso poltico que o fazer educativo exige com a sua competncia tcnica e a de todos os agentes educacionais, como forma de atender bem comunidade que a busca. Valerien e Dias (1995) definem as vrias atribuies do Diretor. A cada uma delas, compete-lhe um papel especfico: O administrador educacional, que tem a funo de representar, na Escola, a instituio responsvel pela educao local e por isso comunga-lhe os princpios e ideais, responsabilizando-se pela aplicao da legislao de ensino vigente e pelas normas administrativas, emanadas dessa instituio. O gestor escolar, que se responsabiliza pelo cotidiano da Escola, gerenciandoa em seus aspectos fsicos e humanos, propiciando as condies de funcionamento, o enriquecimento profissional e perseguindo a qualidade pretendida pela instituio pblica local.

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O agente social, que deve fortalecer os vnculos entre a Escola e a comunidade, buscar-lhe a parceria, colocar-se como um servidor dessa comunidade, ouvindo-lhe os anseios, partilhando decises e compartilhando resultados, conforme prev a legislao emanada do rgo central. O supervisor tcnico-pedaggico, que assume a responsabilidade primeira pela qualidade da Educao, dominando os fundamentos da poltica educacional e do Currculo, definidos pelo rgo central, e da proposta pedaggica de sua Escola. Conhece e estimula a atuao didtica de seus professores, fornece-lhes apoio tcnico e material, acompanha o desempenho dos alunos, controlando os critrios de avaliao utilizados e propiciando-lhes condies de progresso e de sucesso. Preocupa-se em que sua Escola ocupe lugar de destaque em relao aos ndices de promoo, confrontados com os das demais Escolas. O Diretor deve congregar em sua pessoa todas essas atribuies e papis, buscando sempre um equilbrio para evitar que apenas um deles prepondere em sua gesto. Entre todos os membros da Escola, deve imperar um clima de respeito e confiana mtua, articulado pelo Diretor, onde diferenas e ideologias pessoais devem ser respeitadas sem, no entanto, impedir que se respondam os anseios da comunidade por uma educao que possibilite a seus filhos a vivncia da cidadania plena e a conseqente insero no contexto sociocultural e econmico do pas. importante que todos na Escola se conscientizem da relevncia dessa instituio na vida de todo ser humano. A Escola, muitas vezes, responsvel pelo sucesso ou pelo fracasso na vida adulta, por isso deve preocupar-se, sempre, em possibilitar que seus alunos vivenciem uma escolarizao bem-sucedida. Cumprir sua funo social possibilitar a todos os seus alunos o sucesso escolar, no prazo legalmente estabelecido. A Escola que cumpre sua funo social respeitada pela comunidade que a preserva; Escolas agredidas e depredadas so exemplo da forma de dilogo de que algumas comunidades so capazes de manter, quando no se sentem atendidas em seus anseios. 2.2 Proposta Pedaggica da Escola Cada Escola, mesmo pertencendo a um sistema pblico, precisa ostentar feio prpria, desenvolver projetos que atendam s necessidades especficas de seus alunos, voltar-se para a comunidade, onde se insere, e acompanhar os avanos cientficotecnolgicos. A partir de uma diretriz nica, o Currculo elaborado com representao da coletividade, cada Escola deve buscar sua identidade que a particularize perante as demais. Essa identidade manifesta-se pela forma como a Escola vai desenvolv-lo. Se, simplesmente aplic-lo e julgar estar cumprindo as normas, caracterizar-se- como uma instituio pouco criativa, nada inovadora, inerte, enfim, diante de um processo acelerado de transformaes tecnolgicas, sociais e culturais. Se, ao contrrio, enriqueclo, inov-lo, contextualiz-lo, no s atender s Diretrizes Curriculares Nacionais, pois estar explicitando o reconhecimento da identidade pessoal de alunos, professores e outros profissionais, como tambm caracterizar-se- como uma instituio criativa e dinmica, capaz de fazer frente rapidez da evoluo hodierna. A busca de uma excelncia no fazer dirio deve concretizar-se mediante a elaborao/vivncia da Proposta Pedaggica da Escola que deve refletir o pensamento e a identidade de todos os membros da comunidade escolar. Todos devem participar de sua elaborao: comunidade circunvizinha, pais, alunos, servidores, professores, equi-

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pe pedaggica e diretor. A promoo e participao em reunies, a eleio do Conselho Escolar e da Diretoria da Associao de Pais e Mestres, a escolha de representantes de cada segmento para expressar suas idias, defender seus objetivos, devem ser estratgias utilizadas pela Escola para a elaborao/consecuo da Proposta Pedaggica, sob a liderana de seu Diretor. A Proposta Pedaggica reveste-se, pois, de fundamental relevncia e impe-se como instrumento particular de cada Escola para desenvolver o Currculo. Deve contemplar um estudo da sua prpria realidade para levantamento de necessidades especficas, que no se limitam, apenas, aos aspectos fsicos da Escola mas ao clima psicolgico da mesma e aos objetivos que pretende alcanar. Deve possibilitar o desenvolvimento no s dos projetos pedaggicos de cada rea de Conhecimento/Componente Curricular, como tambm o dos Temas Transversais, sugeridos pelo MEC, acrescidos daqueles que a Escola eleja como necessrios sua realidade. Deve, ainda, estabelecer projetos multi e interdisciplinares, para execuo ao longo do ano letivo, com vistas a incrementar a atuao pedaggica, o desempenho dos alunos, o prazer de ensinar/aprender, possibilitar momentos de auto e hetero-avaliao, para verificar o percurso das aes, corrigir rumos, analisar resultados e ampliar metas. Uma Proposta Pedaggica consistente, que reflita o pensamento e a identidade de todos os membros da Escola, mobiliza seus agentes, desenvolve lideranas, aprimora competncias, melhora desempenhos e restabelece os valores humanos. 2.3 Aprendizagens significativas e desenvolvimento de competncias Segundo a teoria cognitiva de aprendizagem, defendida por Ausubel, aprendizagens significativas caracterizam-se pelo fato de as novas informaes apoiarem-se em conceitos relevantes preexistentes na estrutura cognitiva da pessoa. Esses conceitos, denominados subsunores originam-se das experincias de vida de cada ser humano, por processos como o de formao de conceitos quando, na idade pr-escolar, a criana vai interagindo com o mundo sua volta, com a famlia, em geral, e formando conceitos de maneira arbitrria, ou seja, no necessariamente intencional. Outro processo de aquisio de subsunores ou de idias-ncoras ocorre por meio da assimilao de conceitos, quando a criana mais velha ou o adulto adquire novos conceitos pela percepo de seus atributos criteriais e pelo relacionamento desses atributos com idias relevantes j estabelecidas em sua estrutura cognitiva. A assimilao de conceitos ocorre de forma intencional e sua via, em geral, a Escola. Por estrutura cognitiva entende-se uma estrutura hierrquica de conceitos que so abstraes da experincia do indivduo. Quando uma aprendizagem ocorre sem estabelecer associao alguma com os conceitos relevantes j existentes, as novas informaes armazenadas de forma passiva so facilmente esquecidas e caracterizam a chamada aprendizagem mecnica. Esse tipo de aprendizagem, em geral, vem predominando nas Escolas. Ausubel no a v como oposio aprendizagem significativa, mas como uma etapa inicial de um continuum; ou como forma de se adquirirem subsunores que possibilitaro aprendizagens significativas. No entanto, as escolas raramente a interpretam assim e primam por uma proposta pedaggica conteudista que muito pouco estimula aprendizagens significativas. Os alunos aprendem por memorizao; no h preocupao em estabelecer relao entre os novos conceitos e os j existentes. Em avaliaes, espera-se que o aluno seja capaz de reproduzir as informaes da mesma forma recebida. Avalia-se, na realidade, sua capacidade de memorizao; passado o perodo das avaliaes, as informaes so es-

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quecidas. Algumas vezes, o aluno reconhece ter estudado determinado assunto, em anos anteriores, mas j no se lembra mais. Na aprendizagem significativa, alm da elaborao dos conceitos subsunores, ocorrem interaes entre esses conceitos, que so desenvolvidos, elaborados e diferenciados. O princpio da diferenciao progressiva, que consiste em apresentar conceitos mais abrangentes e inclusivos para, posteriormente, introduzir ao estudante conceitos mais especficos e detalhados, concorre para a aprendizagem significativa. O princpio da reconciliao interativa, que consiste em se explorarem as relaes entre proposies e conceitos; em se estabelecerem diferenas e similaridades e em se reconciliarem inconsistncias reais e aparentes, deve nortear a organizao de contedos, bsicos e essenciais, para se construrem aprendizagens significativas. As hierarquias conceituais que o estudante consegue estabelecer em suas estruturas cognitivas, a partir das aprendizagens que realiza, tornam-se um sistema de processamento de informaes, um verdadeiro mapa conceitual, gerador de habilidades, do qual lanar mo para resolver problemas, no mbito escolar e, principalmente, no mbito da prpria vida (Moreira e Masini, 1982). O conjunto prprio de conceitos constantemente adquiridos e reelaborados permite ao homem situar-se no mundo e decidir como agir. A essa prontido para a ao, que pressupe o domnio de vrias habilidades construdas ao longo da existncia do ser humano, denominam-se competncias. De acordo, pois, com a teoria de aprendizagem de Ausubel e com o contexto histrico-cultural, no se concebe mais o conhecimento armazenado de forma passiva na mente do cidado. A educao bancria, to combatida e ainda to presente nas escolas brasileiras, e que se caracteriza pela absoro de um conhecimento enciclopdico, pela memorizao, perde sua eficcia perante os desafios do mundo contemporneo, em que o espao profissional se encontra cada vez mais reduzido. O homem para conquistar e ampliar esse espao precisa desenvolver habilidades e dominar competncias. Por isso, precisa realizar aprendizagens significativas que se associem e se integrem s suas estruturas cognitivas e as mantenham em constante atividade, sempre prontas para a ao (competncias). Os princpios da aprendizagem significativa manifestam-se a partir da natural potencialidade de aprender do ser humano. O que diferencia o crebro do ser humano do dos demais seres a capacidade de suas estruturas cognitivas associarem conceitos e produzirem novos conhecimentos. A linguagem, como produto primeiro dessa capacidade gentica, alicera os conhecimentos que sero os produtos posteriores e que se concretizam ao longo da vida, sob a forma de competncias. No contexto escolar, aprendizagens significativas, desenvolvimento de habilidades e domnio de competncias ocorrem quando certos fatores esto envolvidos, entre eles: a percepo do estudante sobre a relao entre o que est aprendendo e seus prprios objetivos e interesses; a segurana do estudante em relao ao clima psicolgico da classe, de onde ameaas externas so eliminadas; a possibilidade de o estudante se colocar em confronto experimental direto com problemas prticos e com pesquisas de campo; a participao ativa e responsvel do prprio estudante em seu processo de aprendizagem, a partir de discusses e debates sobre o que, como e por que est aprendendo;

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o envolvimento intelectual, emocional e fsico do estudante com o objeto do conhecimento, em interao com o contexto scio-histrico-cultural; a independncia, a criatividade e a autoconfiana do estudante estimuladas em decorrncia de avaliao mediadora e justa, realizada em atmosfera de liberdade; a meta-aprendizagem, ou seja, o domnio do processo de construo da aprendizagem por parte do estudante, caracterizada por uma atitude de contnua busca e abertura a novos desafios intelectuais. Nesse contexto, o professor exerce papel relevante, pois depende de sua atuao, da compreenso de sua responsabilidade profissional, facilitar ou dificultar o processo de aprendizagem do aluno. O professor o responsvel primeiro pelo clima psicolgico que se estabelece em sua classe e torna-se facilitador de aprendizagens significativas quando sua ao pedaggica pauta-se pelas seguintes atitudes, reconhecidas por Carl Rogers, como certas qualidades de comportamento decisivas no inter-relacionamento professor/aluno: a expresso de uma filosofia pessoal bsica de confiana no potencial de seus alunos estabelece uma predisposio para aprendizagens significativas. Os alunos sentem-se seguros para recorrer ao professor e dirimir dvidas, sem receios de serem recebidos com ironias e sarcasmos; a acolhida aos propsitos individuais e coletivos dos alunos favorece o clima de liberdade e de confiana no professor. Os alunos sentem que podem discutir com o professor os problemas que interferem no processo de aprendizagem e juntos encontrar solues; o incentivo ao aprofundamento de conhecimentos e a motivao subjacente ao processo de aprendizagem, despertando nos alunos o desejo de realizar seus propsitos. Os alunos se interessam e se dedicam s reas cujos professores souberem melhor motiv-los; o empenho em organizar e disponibilizar recursos tecnolgicos para uma aprendizagem mais ampla. Os alunos encontram, dessa forma, oportunidades para satisfazer a curiosidade intelectual e aplicar conhecimentos adquiridos; a flexibilidade para colocar seus conhecimentos e experincias disposio dos alunos propicia a troca de experincias. Os alunos sabem que a consulta e o dilogo com o professor so sempre possveis e enriquecedores; a iniciativa de compartilhar idias e sentimentos com os alunos representa a maneira de no se impor autoritariamente mas de se colocar como um dos integrantes do grupo. Os alunos percebem que o professor lhes dedica ateno especial; a experincia para reconhecer a manifestao dos sentimentos que possam aflorar durante processos de aprendizagem. Os alunos sentem-se respeitados como pessoa, compreendidos em suas atitudes e incentivados a se tornarem responsveis por suas aes; o reconhecimento de suas prprias limitaes, quando suas atitudes interferem negativamente no processo de aprendizagem dos alunos. Os alunos percebem a autenticidade do esforo do professor na realizao da auto-avaliao e na busca de coerncia entre suas aes e as aprendizagens que procura promover.

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Essas atitudes do professor tornam o processo de ensino e de aprendizagem mais dinmico e eficaz e possibilitam que aprendizagens realmente significativas ocorram, produzam competncias e formem cidados pro-ativos. 2.4 Um Currculo voltado para habilidades e competncias Ao conceito de aprendizagens significativas somam-se os de habilidades e de competncias, aqui compreendidas como atributos intelectuais e cognitivos apreendidos a partir da ao educativa e disponveis para o agir eficiente em qualquer situao de vida de cada ser humano. A resistncia para se adotarem esses conceitos na rea da formao geral, derivada do conflito entre essa e a rea de preparao para o trabalho, que desde a dcada de 1980 vem mobilizando pedagogos e socilogos, principalmente na Frana, deixa de existir quando esses conceitos ampliam seu campo semntico. Aqueles conceitos passaram por uma significativa evoluo desde o momento em que Escola foi tambm atribuda a funo de educar o cidado inserido no contexto. A Escola viu-se obrigada a abandonar uma educao enciclopdica e atemporal e voltar-se para uma educao substancial, essencial, com a ateno dirigida ao seu contexto histrico-social e que desenvolve o saber-ser, o saber-fazer e o saber-estar, englobando em seu currculo a tica, os valores, os comportamentos, as artes, as cincias, as tecnologias, as profisses e a ecologia. Ao adotar como eixo metodolgico a nfase nas aprendizagens significativas, o Currculo privilegia as habilidades e as competncias que se apresentam como decorrncia dessas aprendizagens. Desde a Educao Infantil, o referencial de habilidades e competncias deve ser o instrumento de trabalho da Escola, do professor e do aluno. Desenvolver habilidades e competncias pressupe disponibilizar, na estrutura cognitiva, recursos mobilizveis que assumiro sua postura em sinergia, objetivando um agir eficiente em situaes complexas da vida da pessoa. Esses recursos mobilizveis, que correspondem s aprendizagens, adquiridas ao longo da vida de cada ser humano, sero muito mais eficientes quando oriundos de vrias fontes (da, a importncia da interdisciplinaridade), puderem estar a servio de vrias intenes diferentes da parte de cada pessoa (da, a funo da diversidade) e forem utilizados em situaes concretas e mltiplas, conforme a exigncia do contexto em que a pessoa se encontre (da, a considerao contextualizao). Permeando todo o Currculo, encontram-se os Temas Transversais, como forma de orientar a educao escolar, em seus princpios bsicos: dignidade da pessoa humana, igualdade de direitos, participao, co-responsabilidade pela vida social. A ao da Escola, numa sociedade em transformao, deve pautar-se por uma compreenso histrica que busque analisar as foras em conflito e colocar-se como instrumento do desenvolvimento do ser humano total, cujo acesso aos contedos culturais mais representativos do que de melhor se acumulou, historicamente, do saber universal, torna-se ferramenta para a construo de aprendizagens significativas e, conseqentemente, de competncias, permeadas pelo respeito aos direitos e deveres que constituem a vida cidad. Por esses motivos, um currculo, para apresentar coerncia com o momento histrico, precisa conjugar tendncias pedaggicas que, antes de se apresentarem como paradoxais, caracterizam-se como complementares porque seus fundamentos, seus princpios e seus eixos tericos se imbricam de tal maneira que uma pressuponha a outra. Teoria crtico-social dos contedos, teoria de aprendizagens significativas, teoria

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da construo de competncias aproximam-se, intercambiam-se e se concretizam como instrumentos eficientes e eficazes de formao do ser humano apto a viver no terceiro milnio. Esse ser humano, com seu comportamento tico, moral, poltico e social, com suas habilidades, competncias e valores, domina o saber ser, o saber-fazer e o saberestar em um mundo que , cada vez mais, depende da conscientizao do prprio homem para manter-se e perdurar para as geraes vindouras. Assim, a Educao, no Distrito Federal, adequada Lei n 9394/96, s Diretrizes Curriculares Nacionais, aos Parmetros Curriculares Nacionais e Resoluo 2/98 do Conselho de Educao do Distrito Federal, dispe de instrumento norteador atualizado e compatvel com as exigncias que o mundo, em processo de globalizao e transformao, impe sociedade que necessita de novas condies, de novos instrumentos e de novos parmetros e valores para modificar-se e aprimorar-se. 2.5 A concretizao dos princpios metodolgicos O Currculo das Escolas Pblicas, da Educao Infantil ao Ensino Mdio, privilegia a aquisio de aprendizagens significativas e o desenvolvimento de competncias; e norteia-se pelos princpios ticos e morais em que esto consubstanciadas as relaes sociais, as do mundo do trabalho e as de convivncia com o meio ambiente. A concepo de currculo inclui, portanto, desde os aspectos bsicos que envolvem os fundamentos filosficos e scio-polticos da educao at os marcos tericos e referenciais tcnicos e tecnolgicos que a concretizam na sala de aula. Relaciona princpios e operacionalizao, teoria e prtica, planejamento e ao. Essas noes de proposta pedaggica da Escola e de concepo curricular esto intimamente ligadas educao para todos que se almeja conquistar. 2.6 - Currculo do Ensino Fundamental - Da 5a a 8a srie Da 5 a 8 srie, privilegiam-se as aprendizagens significativas e a construo de competncias. As disciplinas e respectivas cargas horrias reestruturam-se para atender s novas concepes filosfico-metodolgicas. O contedo no um fim em si mesmo, mas um meio para o desenvolvimento de competncias e habilidades. A assimilao de conceitos torna-se um processo construtivo que atua na estrutura hierrquica, promovendo a diferenciao progressiva e a reconciliao interativa, princpios essenciais para a aquisio de aprendizagens significativas e desenvolvimento de habilidades e de competncias. Por esses princpios, o conhecimento ocorre, inicialmente, por uma diferenciao em relao aos conceitos pr-existentes, quando parece haver uma anlise dos aspectos diversificadores, ou paradoxais, por deduo ou inferncia, resultado da ao progressiva dos mecanismos mentais e, a seguir, uma reconciliao entre os conceitos subsunores e os novos, por associao, paralelismo, sntese, enfim, que vai possibilitar a incorporao, a integrao do conhecimento, que amplia a compreenso do mundo, desenvolve habilidades e competncias. Embora Ausubel reconhea o aspecto receptivo da aprendizagem organizada pela Escola, considerando que no necessrio descobrir conceitos, princpios e proposies para aprend-los e que receptivo no sinnimo de passivo, reconhece, ainda, que, por ser dinmica, a aprendizagem contm, em seu campo semntico, trs conceitos imbricados: os de aprendizagem cognitiva, aprendizagem afetiva e aprendizagem psicomotora. Nesse enfoque, a Escola precisa considerar o aluno como ser inte-

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gral, com suas emoes, positivas ou negativas, e com sua motricidade. Emoes positivas como o prazer, a satisfao, o entusiasmo facilitam o processo de aprendizagem. Construir competncias pela ao educativa, como estabelece o Currculo, pressupe que professores adotem nova postura pedaggica; que considerem a aprendizagem em seu aspecto amplo; que reconheam o aluno enquanto sujeito em interao com o mundo, em toda a sua totalidade. importante que percebam que o foco de interesse de sua ao deixa de ser o contedo de sua disciplina e passa a ser o aluno que constri suas estruturas mentais e desenvolve competncias e habilidades, a partir de uma ao didtica competente, embasada em teorias que resultam da evoluo das tendncias pedaggicas que recebem influncias de vrias correntes filosficas. Assim, considerando as finalidades da Educao Bsica enfatiza-se o desenvolvimento de sua capacidade de aprender. Ao assegurar-lhe a formao comum indispensvel ao exerccio da cidadania, ressalta-se a natureza coletiva do conhecimento, a compreenso da cultura como socializao das conquistas humanas e a importncia dos conhecimentos cientficos e tecnolgicos para seu progresso no momento histrico. Ao fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores, discutem-se valores em que se fundamenta a sociedade, o fortalecimento dos vnculos de famlia, a interao dos processos de produo e de gerao de renda. Dessa forma, amplia-se a capacidade de interpretar o mundo, a partir da possibilidade crescente de captar significados, de produzir conhecimentos, de adquirir competncias e de dominar habilidades. Nessa fase final do Ensino Fundamental, o Currculo procura vencer o academicismo e o anacronismo que, durante dcadas, tm se instalado na Escola, promovendo uma distncia considervel em relao vida e aos processos sociais transformadores. Volta-se para uma necessria atualizao de conhecimento e valores, numa perspectiva crtica, responsvel e contextualizada, que privilegie a inteligncia e a capacidade de alunos e professores vivenciarem os conhecimentos em seu enfoque interdisciplinar, onde todas as reas se aproximam e possibilitam a anlise da teia de relaes entre seus aspectos comuns, diferentes e contraditrios. uma abordagem epistemolgica dos objetos do conhecimento que favorece as aprendizagens significativas, o desenvolvimento de competncias e o domnio de habilidades.

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3. COMPONENTES CURRICULARES3.1 Lngua Portuguesa Introduo A sociedade atual vive um intenso processo de transformao, conseqente da industrializao e urbanizao crescentes, da enorme ampliao da utilizao da escrita, da expanso dos meios de comunicao e redes informatizadas. Dessa forma, os alunos no contam exclusivamente com o contexto escolar para a construo de conhecimentos. A mdia, a famlia, a igreja, os amigos so tambm fonte de influncia educativa e devem ser considerados. Considerar a atuao do educando na sociedade para garantir-lhe uma educao de qualidade implica transformar a Escola em um espao que desenvolva as competncias e habilidades necessrias ao desenvolvimento do seu senso crtico, autonomia intelectual e capacidade de reflexo e ao diante da imensa gama de informaes e problemas impostos como desafio a serem vencidos no exerccio da cidadania. O pleno exerccio da cidadania exige o acesso igualitrio totalidade dos recursos culturais relevantes. O domnio da lngua falada e escrita, os princpios da reflexo matemtica, as coordenadas espaciais e temporais que organizam a percepo do mundo, os princpios da explicao cientfica, as condies de fruio da arte e das mensagens estticas representam domnios do saber tradicionalmente acumulado e determinam o que necessita ser desenvolvido e explorado pelas diversas disciplinas escolares, na formao global do cidado. O componente curricular de Lngua Portuguesa contribui para tal formao, quando possibilita a ampliao do domnio da lngua e da linguagem. Por meio da lngua, as pessoas combinam palavras em expresses complexas, apreendem pragmaticamente seus significados culturais e os modos pelos quais os outros entendem e interpretam a realidade e a si mesmos e, usando a linguagem, comunicam-se, trocam opinies, tm acesso a informaes, manifestam pontos de vista e produzem cultura. Para interagir por meio da lngua e da linguagem o educando necessita desenvolver conhecimentos discursivos e lingsticos, sabendo adequar suas produes orais e escritas a diferentes situaes de interlocuo. Portanto, o ensino e aprendizagem da lngua deve organizar-se em torno da pluralidade de atividades discursivas, o que prev variedade de textos e gneros. Ao educador, cabe a tarefa de perceber as necessidades e possibilidades de aprendizagem dos alunos, para planejar, implementar e dirigir atividades didticas que favoream a expanso da capacidade de uso e reflexo da linguagem, em situaes significativas. Assim, a organizao das situaes didticas deve considerar a linguagem como comunicao ativa a partir do uso que dela se faz na sociedade e favorecer ao aluno, produtor e sujeito dessa atividade lingstica, condies para questionar e refletir sobre sua ao. O educador deve ir alm dos itens puramente gramaticais e procurar trabalhar o mximo possvel com a prtica da linguagem, priorizando a produo e recepo de textos e as suas questes de carter pragmtico e semntico. Nesse trabalho no se pode esquecer que o uso da lngua no acontece de forma uniforme, pois implica variaes lingsticas. necessrio levar em conta essas diversidades, contrapor-se s discriminaes e possibilitar ao aluno o entendimento e a apropriao dos usos lingsticos adequados a cada situao social.

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Nessa perspectiva, a proposta para o ensino da Lngua Portuguesa consiste em tomar a linguagem como atividade discursiva, o texto e a variedade de gneros como unidade bsica de ensino e a noo de gramtica como recurso para analisar as questes relativas coerncia e coeso textual permitindo, por meio da realizao escolar de uma prtica constante de escuta de textos orais, leitura de textos escritos e produo de textos orais e escritos e por meio da anlise e da reflexo sobre os diversos aspectos envolvidos nessas prticas, da aquisio de conhecimentos discursivos e lingsticos que possibilitem a ampliao progressiva da capacidade de ouvir, falar, ler e escrever, de maneira crtica e autnoma, atendendo propsitos e demandas sociais e garantindo a plena participao social. Objetivo geral O processo de ensino e de aprendizagem da Lngua Portuguesa, no Ensino Fundamental, de 5 a 8 srie, visa contribuir para que o educando domine o uso da lngua, principalmente nas estncias pblicas, reconhea a diversidade lingstica em nossa sociedade e amplie sua competncia discursiva para atuao nos diversos contextos sociais com igualdade de condio para o exerccio pleno da cidadania. Objetivos especficos O professor dever desenvolver nos educandos habilidades que lhes possibilitem: perceber a escrita e a leitura como fundamental para ampliar o conhecimento de mundo, o lxico, os significados, a criatividade e a eficcia discursiva; selecionar procedimentos de leitura de acordo com a finalidade; compreender textos orais e escritos de diversos gneros; atribuir sentido a textos orais e escritos de forma crtica, de acordo com a funo de cada um; relacionar textos lidos ou ouvidos com outros textos ou idias; estabelecer relaes entre partes do texto ou entre textos diversos; escrever textos coerentes e coesos, de diversos gneros; revisar e reescrever os prprios textos ou os textos de outro; conhecer os diversos recursos da lngua na produo de textos orais e escritos, de acordo com os objetivos estabelecidos e com a situao; considerar as diferenas entre lngua oral e lngua escrita; identificar a Lngua Portuguesa como possuidora de variedades regionais, sociais, culturais, geogrficas e discursivas. Eixos No ensino de Lngua Portuguesa, os contedos se articulam em torno de dois eixos: o uso da lngua oral e escrita e a reflexo sobre a lngua e a linguagem.

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A prtica de uso da linguagem deve ser compreendida na Escola em sua dimenso histrica, despertando a necessidade de anlise e a sistematizao terica dos conhecimentos lingsticos, ou seja, a reflexo sobre a linguagem. Apesar do uso da linguagem e do processo de reflexo a respeito da lngua serem prprios da atividade discursiva, a Escola tem papel fundamental ao tomar as dimenses discursivas e pragmticas da linguagem como objeto de reflexo, explcita e organizada, de modo a construir, progressivamente, categorias explicativas de seu funcionamento que permitiro ao sujeito o desenvolvimento da capacidade de falar, escutar, ler e escrever nas diversas situaes de interao. Em funo dos eixos USOREFLEXO, os contedos nesta proposta esto organizados em prticas de escuta, de leitura de textos e de produo de textos orais e escritos (USO); em prtica de anlise lingstica (REFLEXO), pois no se pode separar o plano do contedo, do plano de expresso da prpria linguagem. Essas prticas no podem ser desenvolvidas na Escola de modo fragmentado. As atividades propostas devem considerar as peculiaridades especficas em funo da relao que cada prtica estabelece com as outras. Afinal, a linguagem apresenta, naturalmente, essa articulao no processo de interlocuo. Os eixos USOREFLEXO orientam situaes didticas que so organizadas em funo da anlise que se faz dos produtos obtidos nesse processo e do prprio processo. Essa anlise favorece a reviso dos procedimentos e dos recursos lingsticos utilizados na produo e a aprendizagem de novos procedimentos/recursos a serem utilizados em prticas futuras, isto , o USO favorece a REFLEXO e o produto da reflexo empregado no USO em novos contextos de interlocuo (USOREFLEXOUSO). Temas Transversais O trabalho desenvolvido a partir dos Temas Transversais possibilita uma viso ampla e consciente da realidade e favorece a participao dos alunos na sociedade, tornando-os cidados capazes de analisar fatos criticamente e refletir sobre valores e atitudes importantes para o crescimento de uma sociedade mais justa. Temas como tica, sade, meio ambiente, orientao sexual, pluralidade cultural, trabalho e consumo formam um conjunto de questes sociais que permeiam todas as disciplinas curriculares no sendo, portanto, necessria a interrupo do contedo disciplinar para introduo dos temas. Os temas mencionados envolvem todo o pas apesar de sua diversidade cultural, o que no impede que outras questes sociais tambm possam ser escolhidas e trabalhadas de acordo com a necessidade local. Todo o trabalho educativo exigir a percepo do professor sobre qual questo social, assunto de sua matria e contexto em que os alunos esto inseridos, permitindo que se questione, se analise, se posicione sobre determinado Tema Transversal, que no deve ser desenvolvido como rea ou disciplina. No processo de ensino e de aprendizagem, a transversalidade no se separa da interdisciplinaridade, afinal no h sentido em trabalhar questes relativas vida, ao social, como disciplinas rgidas que no consideram a interao entre as reas de conhecimento como meio de ampliar o saber e de desfragment-lo. Ao se ensinar Lngua Portuguesa, os Temas Transversais podem ser amplamente destacados, considerando que a Lngua faz parte de uma sociedade e que todo pensamento a perpassa, apesar de alguns serem mais facilmente incorporveis ao trabalho da rea, em funo de sua natureza temtica.

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Valores e Atitudes Perpassam as prticas de linguagem alguns valores e atitudes fundamentais ao contexto de interao comunicativa: valorizar as variedades lingsticas que caracterizam a comunidade dos falantes da Lngua Portuguesa nas diferentes regies do pas; valorizar as diversas opinies e informaes veiculadas nos textos, como possibilidades diferenciadas de compreenso do mundo; posicionar-se criticamente diante de textos, reconhecendo a importncia dos argumentos utilizados, as posies ideolgicas subjacentes e possveis contedos discriminatrios neles veiculados; apresentar interesse, iniciativa e autonomia para ler textos diversos de acordo com seu grau de dificuldade; ser receptivo diante de leituras desafiadoras; ser disponvel para ampliar o repertrio a partir de experincias com material diversificado e recomendaes de terceiros; interessar-se pela leitura e escrita nos seus diversos fins; interessar-se pela literatura como forma de expresso da cultura de um povo; interessar-se por trocar impresses e informaes com outros leitores; posicionar-se a respeito de textos lidos; fornecer indicaes de leituras; considerar novas informaes obtidas pelas leituras; interessar-se por freqentar bibliotecas, livrarias, distribuidoras, editoras, bancas de revistas, lanamento, exposies, palestras, debates, depoimentos de autores e outros, sabendo posicionar-se de acordo com a exigncia do contexto; localizar um texto desejado nos espaos mediadores de leitura; reconhecer a necessidade de dominar os saberes envolvidos nas prticas sociais mediadas pela linguagem como instrumento para a continuidade de aprendizagem fora da Escola; reconhecer que o domnio dos usos sociais da linguagem oral e escrita pode possibilitar a participao poltica e cidad do sujeito e transformar as condies dessa participao; reconhecer que o domnio da linguagem oral e escrita pode oferecer melhores possibilidades de acesso ao trabalho; reconhecer a necessidade da lngua escrita como processo de planejamento prvio de textos orais; preocupar-se com a forma e com a apresentao esttica das produes escritas prprias;

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valorizar a linguagem escrita pelo possvel distanciamento do sujeito em relao s idias e conhecimentos expressos, permitindo formas de reflexo mais aprofundadas.

Fonte: PCN de Lngua Portuguesa (5 a 8 sries), p. 64.

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5a SrieHABILIDADES Perceber o significado complementar dos elementos no-verbais (gestos, expresses faciais, postura corporal, imagens visuais). Observar as formas particulares dos gneros literrios da lngua oral que se distinguem do falar cotidiano. Reconhecer os elementos de intencionalidade implcita (humor, sentido figurado, valores, preconceitos). Compreender produes orais diferenciadas que caracterizam a manifestao lingstica de outras comunidades falantes do pas. Saber escutar a fala do outro, compreendendo o silncio como parte da interao. PROCEDIMENTOS Ouvindo diversos gneros orais em situaes de comunicao direta ou mediada por recursos eletrnicos. Observando e comparando as diversas modalidades da fala. Registrando informaes importantes durante palestras, aulas expositivas e outras atividades pedaggicas.

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COMPETNCIAS Compreender textos orais de diversos gneros presentes em situaes de interao social, respeitando as diferentes manifestaes da linguagem.

Utilizar a linguagem escrita, quando necessrio, para auxiliar a compreenso de textos orais.

Compreender e interpretar textos escritos que circulam na sociedade e perceber as diferentes dimenses da leitura: o dever de ler, a necessidade de ler e o prazer de ler.

Fazer leitura seqenciada e extensiva de um texto (leitura integral).

Lendo, oral e silenciosamente, livros e textos avulsos na classe, na biblioteca e em casa; textos de gneros variados (literrios, de imprensa, de divulgao cientfica, publicidade). Sublinhando vocbulos fora da grafia convencional ou inadequados ao gnero e ao tema.

Identificar informaes pontuais no texto, localizar verbetes em um dicionrio ou enciclopdia (leitura tpica).

LNGUA PORTUGUESACOMPETNCIAS HABILIDADES Identificar e corrigir, no texto, inadequaes em relao a um padro estabelecido (leitura de reviso). Realizar tarefa, seguindo comandos que pressupem uma ordenao necessria (leitura item a item). Selecionar procedimentos de leitura adequados aos diversos objetivos (estudo, formao pessoal, entretenimento, realizao de tarefa). Formular hipteses a respeito do contedo do texto, antes ou durante a leitura. Empregar as informaes obtidas durante o processo de leitura para confirmao ou retificao das hipteses levantadas. Avanar ou retroceder durante a leitura em busca de informaes esclarecedoras. Consultar outras fontes em busca de informaes complementares (dicionrios, enciclopdias, outro leitor). Perceber a importncia do contexto no processo de significao das palavras. Utilizar indicadores (tipo de portador, caractersticas grficas, conhecimento do gnero) para realizar inferncias em relao ao contedo e intencionalidade do texto. PROCEDIMENTOS

5a Srie Consultando dicionrios, gramticas e outros. Lendo, com ateno, receitas, manuais de instruo, regras de jogos, provas, exerccios etc., observando os comandos. Lendo e relendo textos de diferentes gneros.CURRCULO DA EDUCAO BSICA DAS ESCOLAS PBLICAS DO DISTRITO FEDERAL

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Discutindo coletivamente as hipteses levantadas sobre as idias do texto. Defendendo seu entendimento, debatendo questes relacionadas ao texto. Realizando pesquisas para trazer informaes pertinentes leitura e repass-las aos colegas. Comparando o emprego de uma mesma palavra em contextos diferentes. Lidando com jornais, revistas, gibis, bulas, receitas, folders etc., observando os recursos lingsticos e grficos necessrios a sua elaborao. Lendo, relendo e verificando a montagem do texto e seus componentes.

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5a SrieHABILIDADES Estabelecer relaes entre o texto e recursos de natureza suplementar que o acompanham (grficos, tabelas, desenhos, fotos etc.), no processo de compreenso e interpretao do texto. Perceber, a partir de conhecimentos prvios e elementos textuais, sentidos figurados, opinies, valores e intenes implcitas etc. Opinar e posicionar-se criticamente diante das informaes do texto. Contextualizar os fatos apreendidos no texto e associ-los realidade atual. Identificar a seqncia predominante das estruturas narrativa, descritiva e conversacional e suas especificidades no interior do gnero. PROCEDIMENTOS Interpretando informaes de grficos, tabelas, desenhos, fotos etc., relacionadas ao assunto do texto, com orientao do professor. Destacando da linguagem do texto termos e expresses, entreditos e subentendidos, com auxlio do professor. Fazendo comentrios espontneos e troca de idias sobre leituras realizadas. Relatando experincias relacionadas ao assunto do texto lido. Manuseando e comparando jornais da cidade e de outros estados. Observando e marcando no texto, elementos lingsticos e indicadores da ordenao do tempo e da apresentao do narrador (palavras e expresses temporais, flexo verbal, pessoas do discurso 1 e 3). Freqentando oficinas de leitura, bibliotecas, feiras de livros, bancas de revista etc.

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COMPETNCIAS

Reconhecer a organizao e a progresso temtica a partir de mudana de locutor, pargrafos, subttulos, estrofes e versos. Observar elementos que estruturam o texto narrativo/descritivo (episdios e modos de relacionlos e organiz-los: personagens e modos de apresent-las; caracterizao de personagens/ ambientes; modo de ordenar o tempo; pessoas do discurso 1 e 3). Observar a estrutura do jornal (ttulos, manche-

LNGUA PORTUGUESACOMPETNCIAS HABILIDADES tes, fotos, legendas, chamadas, ndices, notcias, sees, colunas e cadernos etc). Observar os procedimentos de organizao de dilogos (discurso direto e indireto). Refletir sobre o posicionamento do autor diante do que se quer transmitir ao selecionar determinados elementos em seu discurso. Selecionar textos que atendam a interesses e necessidades. Demonstrar o domnio da linguagem oral em situaes de interao social e exerccio da cidadania. Utilizar a linguagem oral em situaes que requeiram maior nvel de formalidade. Refletir e planejar a fala em funo da intencionalidade do locutor, das caractersticas do receptor, das exigncias da situao e dos objetivos estabelecidos. Selecionar recursos (tipo de vocabulrio, pronncia, entonao, gestos etc.) adequados ao gnero do oral a ser produzido. Monitorar o desempenho oral, considerando a reao e o ponto de vista dos interlocutores. Empregar a lngua escrita como apoio na preparao e exposio da fala, quando necessrio. PROCEDIMENTOS

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Recriando e recontando histrias lidas e ouvidas, filmes, telenovelas, peas teatrais, letras de msicas e outros. Recontando e recriando histrias, fatos, filmes, telenovelas, peas teatrais com alteraes intencionais. Comentando fatos e temas do cotidiano.

Transmitindo recados para colegas, funcionrios, parentes e outros. Entrevistando pessoas para esclarecimento de um assunto, reformulao de um ponto de vista ou ampliao de um conhecimento.

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5a SrieHABILIDADES Produzir textos, considerando as finalidades estabelecidas, especificidades do gnero e do suporte, lugares preferenciais de circulao e os papis assumidos pelos interlocutores eleitos. Utilizar procedimentos de elaborao de textos com temas previamente escolhidos: planejar o texto, levantar idias e dados, rascunhar, revisar e cuidar da apresentao. Organizar o texto, observando a continuidade do tema, ordenao temporal, seqncia adequada e coerncia das idias. Realizar escolhas estilsticas de elementos lexicais, figurativos e ilustrativos adequados s condies de produo. Empregar recursos coesivos oferecidos pelo sistema de pontuao; conectivos mais adequados linguagem escrita; expresses que marcam temporalidade e causalidade; substituies lexicais; manuteno do tempo verbal etc. Utilizar marcas de segmentao (ttulo, subttulo, paragrafao, pontuao e outros sinais grficos) em funo do projeto textual. Empregar elementos na estruturao dos textos narrativos/descritivos (episdios e modos de relacion-los e organiz-los; personagens e modos de apresent-las; caracterizao de personaPROCEDIMENTOS Dramatizando de improviso fatos e histrias. Realizando leitura expressiva e recitao pblica de poemas. Preparando roteiros, questionamentos, cartazes, esquemas e outros para apoiar a fala, durante a exposio. Reproduzindo e resumindo textos lidos/ouvidos de diversos gneros. Escrevendo relatos de fatos ocorridos na classe, na escola, na comunidade, no pas etc. Dando continuidade a um texto iniciado pelo professor ou pela classe. Escrevendo a verso de um texto planejado coletivamente. Transformando um gnero em outro (notcia em conto; reportagem em entrevista etc.). Transcrevendo, reproduzindo, decalcando e criando textos, atendendo a situaes propostas. Produzindo textos de histrias vividas e imaginadas. Lendo, observando e produzindo textos de diversos gneros, considerando a organizao de contedo temtico, construo composicional e estilo.

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COMPETNCIAS Aplicar elementos discursivos, lingsticos e estilsticos na produo de textos escritos, de acordo com as exigncias do uso pblico da linguagem.

LNGUA PORTUGUESACOMPETNCIAS HABILIDADES gens/ambientes; modo de ordenar o tempo; pessoas do discurso 1 e 3). Produzir carta, bilhete, convite, carto, carto-postal, dirio e agenda, utilizando elementos constituintes (local, data, endereamento, relato/recado, destinatrio, despedida, remetente). Produzir textos jornalsticos notcia utilizando elementos adequados composio (o fato, a personagem, o protagonista, o lugar e o tempo do fato, suas causas e conseqncias e ponto de vista de quem escreve). Organizar dilogos, observando os procedimentos de estruturao do discurso (direto/indireto). Revisar o prprio texto em funo dos objetivos estabelecidos, da inteno comunicativa e do leitor a que se destina, redigindo tantas verses quantas necessrias para considerar o texto bem escrito. Analisar os procedimentos e os recursos lingsticos utilizados na prtica de escrita e leitura, na produo de textos orais e escritos, ampliando sua capacidade discursiva no uso pblico da linguagem. Identificar alguns aspectos discursivos (intencionalidade do enunciador, papel social do interlocutor, finalidade, meio de circulao, suporte*, seqncias narrativa, descritiva e conversacional) caracterizadores do gnero de texto analisado. Identificar alguns aspectos estilsticos (configurao do texto, posio enunciativa do locutor e PROCEDIMENTOS

5a Srie Lendo, ouvindo e reproduzindo notcias e manchetes de jornais, revistas, rdios etc. Escrevendo notcias e manchetes sobre fatos e acontecimentos do cotidiano. Revisando o texto, usando tcnicas (reler, rasurar, substituir, desprezar) para corrigi-lo, com mediao do professor.CURRCULO DA EDUCAO BSICA DAS ESCOLAS PBLICAS DO DISTRITO FEDERAL

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Comparando textos de diversos gneros (literrio, de imprensa e de divulgao cientfica), buscando semelhanas e diferenas quanto s idias e forma. Lendo, observando e produzindo bilhetes, convites, cartes e cartas, considerando a estrutura, coerncia e adequao da linguagem ao tipo de texto.

* Suporte ou portador: artefatos grficos, magnticos ou informatizados onde os textos so publicados (livro, jornal, revista, fita cassete, CD). PCN LP, 5 a 8 sries.

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5a SrieHABILIDADES seqncia discursiva predominante narrativa, descritiva ou conversacional) como indicadores do gnero de texto. Identificar os efeitos produzidos por alguns recursos lingsticos e grficos (pontuao, desenhos, figuras, bales, marcadores temporais, predominncia de determinada classe gramatical, vocabulrio e outros) na caracterizao do gnero de texto analisado. Perceber a variao lingstica que se manifesta na pronncia; no emprego das palavras; nas redues, flexes e derivaes e na estruturao das sentenas. Observar a variao intrnseca ao processo lingstico quanto aos fatores geogrficos (variedades regionais, urbanas e rurais), histricos (linguagem do passado e do presente) e sociolgicos (gnero, geraes, classe social). Reconhecer as diferenas entre os padres da linguagem oral e da linguagem escrita. Distinguir as situaes interlocutivas que exigem o uso formal ou informal da linguagem. Identificar no texto, analisando o uso de vocabulrio adequado situao de interlocuo. Reconhecer palavras adequadas ao tipo de proPROCEDIMENTOS Lendo, observando e produzindo textos com seqncias narrativa, descritiva e conversacional considerando a estrutura, coerncia e adequao da linguagem ao tipo de texto, gnero e suporte. Lendo, observando e produzindo histrias em quadrinhos considerando a natureza da linguagem utilizada. Comparando textos que apresentem a linguagem de diferentes pocas (presente e passado); regies (urbanas e rurais); culturas etc. Lendo e refletindo, coletivamente, sobre textos que apresentem marcas de variaes lingsticas diversas. Levantando marcas de variao lingstica ligadas a gnero, geraes, classe social e rea de conhecimento, em textos variados. Analisando a fora expressiva da linguagem popular presente na comunicao cotidiana, mdia e manifestaes artsticas. Observando as variaes na passagem da linguagem oral para a linguagem escrita, em textos transcritos, gravados etc. Empregando novas palavras em atividades de produo oral ou escrita, recorrendo ao dicionrio, colega, professor, quando necessrio.

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COMPETNCIAS

LNGUA PORTUGUESACOMPETNCIAS HABILIDADES duo (oral ou escrita), finalidade social do texto e nvel de formalidade desejado. Reconhecer o emprego adequado de palavras limitadas a certas condies histrico-sociais (regionalismos, grias etc). Conhecer a estrutura do dicionrio, gramtica e outros sabendo consult-los para esclarecer dvidas. Observar nos textos analisados, regularidade de ordem fonolgica (acentuao, ortografia e diviso silbica) e utiliz-las como referencial para soluo de problemas na refaco textual. Identificar e corrigir no texto inadequaes de ordem morfolgica (manuteno do tempo verbal presente, passado e futuro; emprego de pronomes; flexo nominal e verbal) para manuteno da coerncia e coeso textual. Identificar e corrigir no texto inadequaes de ordem sinttica (concordncia nominal e verbal), para manuteno da coeso textual. Perceber como se estabelecem relaes* significativas entre elementos ou oraes do texto. Eliminar redundncias do texto, utilizando recursos lingsticos (sinnimos, omisses, elipses e outros). PROCEDIMENTOS

5a Srie Pesquisando expresses e palavras regionais e o significado de grias. Manuseando dicionrios e gramticas durante as atividades de refaco textual. Apontando regularidades, registrando concluses e pesquisar informaes para esclarecer dvidas quanto ao emprego da ortografia, pontuao, acentuao e diviso silbica. Lendo textos, observando e marcando as regularidades do fato lingstico a ser analisado. Comparando textos e apontando regularidades, a partir de critrios estabelecidos. Registrando concluses aps observaes, comparaes e anlises.CURRCULO DA EDUCAO BSICA DAS ESCOLAS PBLICAS DO DISTRITO FEDERAL

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* Relaes significativas correlao do que est para ser dito quilo que j foi dito, utilizando conectores e partculas de ligao (e, mas, depois, assim, aqui etc.). (Koch, 1989).

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5a SrieHABILIDADES Identificar inadequaes nas relaes entre forma e sentido do texto e empregar recursos expressivos (nfase, pontuao etc.) para correo e manuteno da coerncia e coeso do texto. PROCEDIMENTOS Resolvendo atividades com situaes similares s analisadas, aps a sistematizao das concluses registradas. Lendo, analisando, discutindo e reestruturando, com o professor, inadequaes de textos da classe transcritos no quadro de giz. Reelaborando textos, em dupla, apagando, acrescentando, excluindo e reformulando passagens marcadas pelo professor, para ajust-los sua finalidade.

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COMPETNCIAS

LNGUA PORTUGUESACOMPETNCIAS Compreender textos orais de diversos gneros presentes em situaes de interao social, respeitando as diferentes manifestaes da linguagem. HABILIDADES Perceber a articulao entre elementos lingsticos e outros de natureza no-verbal (gestos, expresses faciais, postura corporal, imagens visuais). Reconhecer as intenes, valores, preconceitos veiculados no discurso. Identificar as formas particulares dos gneros literrios da lngua oral que se distinguem do falar cotidiano. Compreender produes orais diferenciadas que caracterizam a manifestao lingstica de outras comunidades falantes do pas. Saber escutar o outro, compreendendo o silncio como parte da interao. Utilizar registros escritos na compreenso de textos orais, quando necessrio. Avaliar o prprio desempenho oral. Compreender e interpretar textos escritos que circulam na sociedade e perceber as diferentes dimenses da leitura: o dever de ler, a necessidade de ler e o prazer de ler. Fazer leitura seqenciada e extensiva de um texto (leitura integral). Identificar informaes pontuais no texto, localizar verbetes em dicionrio ou enciclopdia (leitura tpica). Identificar e corrigir, no texto, inadequaes em PROCEDIMENTOS

6a Srie Escutando e observando diferentes textos do gnero oral em situaes de comunicao direta ou mediada por recursos eletrnicos (debate radiofnico, televisivo, palestras, propagandas etc). Refletindo sobre as mensagens transmitidas por meio de filmes, comerciais, programas eleitorais, jornalsticos, educativos etc). Observando e comparando textos de gneros que apresentam variaes da fala (formal, informal, regional e outros). Registrando informaes importantes durante palestras, aulas expositivas e outras atividades pedaggicas. Analisando gravaes (vdeo ou cassete) de textos produzidos pelos alunos em diversas situaes escolares, para avaliao das atividades desenvolvidas. Lendo, oral e silenciosamente, livros e textos avulsos na classe, na biblioteca e em casa; textos de gneros variados (literrios, de imprensa, de divulgao cientfica, publicidade). Selecionando livros e textos e consultar ndices, fichrios, dicionrios, gramticas etc.

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6a SrieHABILIDADES relao a um padro estabelecido (leitura de reviso). Realizar tarefa seguindo comandos que pressupem uma ordenao necessria (leitura item a item). Selecionar procedimentos de leitura adequados aos diversos objetivos (estudo, formao pessoal, entretenimento, realizao de tarefa), caractersticas do gnero e do suporte. Formular, validar ou reformular hipteses a respeito do contedo do texto, antes ou durante a leitura. Buscar informaes esclarecedoras, avanando ou retrocedendo durante a leitura ou informaes complementares em outras fontes (dicionrios, enciclopdias, outro leitor). Estabelecer o sentido de palavras a partir do contexto. Perceber ambigidades, ironias e expresses figuradas, conotao e denotao, opinies, valores implcitos e intenes do autor a partir da articulao entre conhecimentos prvios e informaes textuais. Observar a progresso temtica em funo das caractersticas das seqncias predominantes (narrativa, descritiva e conversacional) e de algumas especificidades no interior do gnero. PROCEDIMENTOS Lendo/relendo e identificando inadequaes no texto trocado com o colega. Lendo, com ateno, receitas, manuais de instruo, regras de jogos, provas, exerccios etc., observando os comandos. Lendo e relendo textos de diferentes gneros. Discutindo coletivamente as hipteses levantadas sobre as idias do texto. Destacando no texto elementos lingsticos que validem as hipteses levantadas. Lendo/relendo e pesquisando para esclarecer dvidas e obter novas informaes quanto ao assunto do texto. Comparando o emprego de uma mesma palavra em contextos diferentes. Destacando da linguagem do texto (termos e expresses, entreditos e subentendidos, sentido figurado etc.). Lidando com jornais, revistas, gibis, bulas, receitas, folders etc., observando os recursos lingsticos e grficos necessrios a sua elaborao. Lendo/relendo e verificando a montagem do texto e seus componentes.

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COMPETNCIAS

LNGUA PORTUGUESACOMPETNCIAS HABILIDADES Observar a progresso temtica em funo das marcas de segmentao textual (mudana de captulos ou de pargrafos; ttulos e subttulos; organizao em estrofes e versos). Identificar elementos que estruturam o texto narrativo/descritivo (episdios e modos de relacion-los e organiz-los; personagens e modos de apresent-las; caracterizao de personagens/ambientes; aspectos descritivos; modo de ordenar o tempo; pessoas do discurso 1 e 3). Refletir sobre o posicionamento do autor diante do que quer transmitir ao selecionar determinados elementos em seu discurso. Identificar os procedimentos de organizao de dilogos e citaes (discurso direto e indireto). Reconhecer a estrutura do jornal (ttulos, manchetes, fotos, legendas, chamadas, ndices, notcias, sees, colunas, cadernos etc.). Estabelecer relaes entre o texto e recursos de natureza suplementar que o acompanham (grficos, tabelas, desenhos, fotos etc.) no processo de compreenso e interpretao do texto. Opinar e posicionar-se criticamente diante das informaes do texto. PROCEDIMENTOS

6a Srie Lendo e observando textos com seqncias narrativa, descritiva e conversacional. Manuseando e comparando jornais da cidade e de outros estados. Observando e marcando no texto, elementos lingsticos indicadores da ordenao do tempo e da apresentao do narrador (palavras e expresses temporais, flexo verbal, pessoas do discurso 1 e 3). Interpretando informaes de grficos, tabelas, desenhos, fotos etc., relacionadas ao assunto do texto, com orientao do professor. Fazendo comentrios espontneos e troca de idias sobre as leituras realizadas. Relatando experincias relacionadas ao assunto do texto lido. Freqentando oficinas de leitura, bibliotecas, feiras de livros, bancas de revistas etc.CURRCULO DA EDUCAO BSICA DAS ESCOLAS PBLICAS DO DISTRITO FEDERAL

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6a SrieHABILIDADES Contextualizar os fatos apreendidos no texto e associ-los realidade atual. Selecionar textos que atendam a interesses e necessidades. PROCEDIMENTOS

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COMPETNCIAS

Demonstrar o domnio da linguagem oral em situaes de interao social e exerccio da cidadania.

Produzir textos orais de diversos gneros, atendendo s exigncias das situaes comunicativas. Refletir sobre as exigncias da situao comunicativa, intencionalidade do locutor, caractersticas do receptor e objetivos estabelecidos, para planejar a fala. Selecionar recursos (tipo de vocabulrio, pronncia, entonao, gestos etc.) adequados ao gnero da lngua oral a ser produzido. Empregar recursos escritos (roteiros, esquemas etc.) como apoio na preparao e exposio da fala. Ajustar a fala, durante a produo, considerando a reao e o ponto de vista dos interlocutores.

Narrando, comentando e opinando sobre histrias lidas e ouvidas, filmes, telenovelas, peas teatrais, letras de msicas, fatos do cotidiano e outros. Recontando e recriando histrias, fatos, filmes, telenovelas, peas teatrais com alteraes intencionais. Dramatizando dilogos, histrias, fatos etc. Realizando leitura expressiva ou recitao pblica de poemas. Transmitindo recados para colegas, funcionrios da escola, parentes e outros. Entrevistando pessoas para esclarecimento de um assunto, reformulao de um ponto de vista ou ampliao de um conhecimento. Elaborando esquemas, roteiros, cartazes, transparncias, questionamentos e outros, para apoiar a fala durante a exposio.

Aplicar elementos discursivos, lingsticos e estilsticos na produo de textos escritos, de acor

Produzir textos, considerando as finalidades estabelecidas, especificidades do gnero e do suporte,

Transcrevendo, reproduzindo, decalcando e criando textos atendendo a situaes propostas.

LNGUA PORTUGUESACOMPETNCIAS do com as exigncias do uso pblico da linguagem. HABILIDADES lugares preferenciais de circulao e os papis assumidos pelos interlocutores eleitos. Utilizar procedimentos de elaborao de textos (estabelecimento de tema, levantamento de idias e dados, planejamento, rascunho, reviso, verso final). Empregar mecanismos discursivos e lingsticos de coerncia e coeso nas produes textuais (manuteno da continuidade do tema e ordenao de suas partes, seleo lexical adequada ao eixo temtico, repetio, retomadas, conectivos etc.), conforme o gnero e os propsitos do texto. Realizar escolhas estilsticas de elementos lexicais, figurativos e ilustrativos adequados s condies de produo. Utilizar marcas de segmentao (ttulo, subttulo, paragrafao, pontuao e outros sinais grficos) em funo do projeto textual. Empregar elementos na estruturao de textos narrativo/descritivo (episdios e modos de relacion-los e organiz-los; personagens e modos de apresent-las; caracterizao de personagens/ambientes; modo de ordenar o tempo; pessoas do discursos 1 e 3). Produzir carta, bilhete, convite, carto, carto-postal, dirio e agenda, utilizando elementos constiPROCEDIMENTOS

6a Srie Transcrevendo letras de msicas e poemas gravados. Reproduzindo, parafraseando e resumindo textos lidos/ouvidos de diversos gneros. Decalcando contos, fbulas, msicas, poesias e outros, fazendo alteraes intencionais e pardias. Escrevendo a verso de um texto planejado coletivamente, a partir de situaes significativas. Escrevendo incio, meio ou fim de um texto proposto pelo professor. Transformando um gnero em outro (notcia em conto; reportagem em entrevista etc.). Produzindo textos de histrias vividas e imaginadas. Lendo, refletindo e produzindo textos de diversos gneros, considerando a organizao de contedo temtico, construo composicional e estilo. Elaborando reportagens e entrevistas, a partir de situaes significativas. Revisando o texto usando tcnicas (reler, rasurar, substituir, desprezar) para corrigi-lo, com mediao do professor.CURRCULO DA EDUCAO BSICA DAS ESCOLAS PBLICAS DO DISTRITO FEDERAL

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6a SrieHABILIDADES tuintes (local, data, endereamento, relato/recado, destinatrio, despedida, remetente). Produzir textos jornalsticos reportagem e entrevista , utilizando elementos adequados composio (textos e imagens dos acontecimentos e fatos, coleta de depoimentos contraditrios e dados no local, aprofundamento sobre o tema lead*, a posio do narrador, para a reportagem; determinao de objetivos, finalidade, formulao e estruturao das questes, ponto de vista do entrevistador e anotao cuidadosa das respostas, para a entrevista). Organizar dilogos observando os procedimentos de estruturao do discurso (direto/indireto). Empregar recursos sonoros, rtmicos, rmicos e visuais na produo de textos poticos. Revisar o prprio texto em funo dos objetivos estabelecidos, da inteno comunicativa e do leitor a que se destina, redigindo tantas verses quantas necessrias para considerar o texto bem escrito. PROCEDIMENTOS

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COMPETNCIAS

Analisar os procedimentos e os recursos lingsticos utilizados nas prticas de escrita e leitura, na produo de textos orais e escritos, ampliando sua competncia discursiva no uso pblico da linguagem.

Identificar alguns aspectos discursivos (intencionalidade do enunciador, papel social do interlocutor, finalidade, meio de circulao, suporte**, seqncias narrativa, descritiva e conversacional) caracterizadores do gnero de texto analisado.

Comparando textos de diversos gneros (literrio, de imprensa, de divulgao cientfica e de publicidade), buscando semelhanas e diferenas quanto s idias e forma, com mediao do professor.

* CN LP, 5 a 8 Sries. * Suporte ou portador: artefatos grficos, magnticos ou informatizados onde os textos so publicados (livro, jornal, revista, fita cassete, CD). *

LNGUA PORTUGUESACOMPETNCIAS HABILIDADES Identificar alguns aspectos estilsticos (configurao do texto, posio enunciativa do locutor e seqncia discursiva predominante narrativa, descritiva ou conversacional) como indicadores do gnero de texto. Identificar os efeitos produzidos por alguns recursos lingsticos e grficos (marcadores temporais, predominncia de determinada classe gramatical, vocabulrio, pontuao, desenhos, figuras, bales e outros) na caracterizao do gnero de texto analisado. Identificar a variao lingstica que se manifesta na pronncia; no emprego das palavras; nas redues, flexes e derivaes e na estruturao das sentenas. Observar a variao intrnseca ao processo lingstico quanto aos fatores geogrficos (variedades regionais, urbanas e rurais), histricos (linguagem do passado e do presente) e sociolgicos (gnero, geraes, classe social). Identificar as diferenas entre os padres da linguagem oral e da linguagem escrita. Distinguir as situaes interlocutivas que exigem o uso formal ou informal da linguagem. Identificar no texto analisado o uso de vocabulrio adequado situao de interlocuo. PROCEDIMENTOS

6a Srie Destacando as diferenas e semelhanas de texto de um mesmo gnero e de gneros diferentes, com seqncias narrativa, descritiva e conversacional. Lendo, observando e produzindo correspondncias, histrias em quadrinhos, notcias, entrevistas, poemas e outros, considerando a estrutura, coerncia, adequao da linguagem e recursos grficos ao tipo de texto. Lendo textos e levantando marcas de variao lingstica ligadas a gnero, geraes, classe social e rea de conhecimento, com auxlio do professor. Comparando textos sobre um mesmo tema, produzidos em pocas diferentes (linguagem do passado e do presente). Comparando textos que tratam de um mesmo assunto para pblicos com caractersticas diferentes (infantil, juvenil, adulto, tcnico, popular etc.) ou veiculados em suportes diferenciados (suplemento infantil, revista cientfica, folders, CD-ROM etc.). Transcrevendo textos orais (gravados em vdeo ou cassete), comparando a linguagem oral e escrita, com mediao do professor. Comparando e analisando depoimentos, filmes, novelas, msica popular e outros, observando as

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6a SrieHABILIDADES Selecionar e empregar palavras adequadas em funo do tipo de produo (oral ou escrita), da finalidade social do texto e do nvel de formalidade desejado. Organizar palavras em conjuntos estruturados em relao a um determinado tema ou acontecimento, como possveis elementos de um texto. Empregar adequadamente palavras limitadas a certas condies histrico-sociais (regionalismos, grias etc.). Conhecer a estrutura do dicionrio, gramtica e outros, sabendo consult-los para esclarecer dvidas. Observar, nos textos analisados, regularidades de ordem fonolgica (acentuao, ortografia e diviso silbica) e utiliz-las como referencial para soluo de problemas na refaco textual. Identificar e corrigir no texto inadequaes de ordem morfolgica (manuteno do tempo verbal presente, passado e futuro; emprego de pronomes; flexo nominal e verbal) para manuteno da coerncia e coeso textual. Identificar e corrigir no texto inadequaes de ordem sinttica (concordncia nominal e verbal; regncia), para manuteno da coeso textual. Perceber como se estabelecem relaes* significativas entre elementos ou oraes do texto. PROCEDIMENTOS variaes da linguagem, em uso formal, informal, regional etc. Empregando novas palavras em atividades de produo oral ou escrita e refaco textual, recorrendo ao dicionrio, caderno de anotaes, glossrio, colegas, professor etc. Pesquisando expresses e palavras regionais e o significado de grias, com a orientao do professor. Manuseando dicionrios e gramticas durante as atividades de produo e refaco textual. Apontando regularidades, registrando concluses e pesquisar informaes para esclarecer dvidas quanto ao emprego da ortografia, pontuao, acentuao e diviso silbica. Lendo textos observando e marcando as regularidades do fato lingstico a ser analisado. Comparando textos e apontando regularidades, a partir de critrios estabelecidos. Registrando concluses aps observaes, comparaes e anlises. Resolvendo atividades com situaes similares s analisadas, aps a sistematizao das concluses registradas.

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COMPETNCIAS

* Relaes significativas: correlao do que est para ser dito quilo que j foi dito, utilizando conectores e partculas de ligao (e, mas, depois, assim, aqui etc.). KOCH, 1989.

LNGUA PORTUGUESACOMPETNCIAS HABILIDADES Identificar inadequaes nas relaes entre forma e sentido do texto e empregar recursos expressivos (nfase, pontuao etc.) para correo e manuteno da coeso e coerncia do texto. Eliminar redundncias do texto, empregando recursos lingsticos (sinnimos, hipernimos**, omisses, elipses etc.). Reescrever pargrafos, transformando, reagrupando e estabelecendo conexes entre as oraes do texto, para garantia da coerncia e coeso textual. PROCEDIMENTOS

6a Srie Lendo, analisando, discutindo e reestruturando, inadequaes de textos da classe transcritos no quadro de giz. Reelaborando textos, em dupla, apagando, acrescentando, excluindo e reformulando passagens marcadas pelo professor, para ajust-los sua finalidade.

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* Hipernimo e hipnimo: palavras que pertencem a um mesmo campo semntico, sendo o hipnimo uma palavra de sentido mais especfico e o hipernimo uma palavra de sentido * mais genrico. Exemplo: animal (hipernimo); co, gato, rata...(hipnimos).

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7a SrieHABILIDADES Compreender gneros da lngua oral, articulando elementos lingsticos a outros de natureza noverbal. Identificar marcas discursivas para o reconhecimento de intenes, valores, preconceitos veiculados no discurso. Refletir sobre as intenes do enunciador, aderindo ou recusando as posies ideolgicas sustentadas no discurso. Identificar as formas particulares dos gneros literrios do oral que se distinguem do falar cotidiano. Compreender produes orais diferenciadas que caracterizam a manifestao lingstica de outras comunidades falantes do pas. PROCEDIMENTOS Escutando e analisando diferentes textos do gnero oral em situaes de comunicao direta ou mediada por recursos eletrnicos (debate radiofnico, televisivo, palestras, propagandas etc.). Escutando textos em situaes autnticas de interlocuo (palestras, debates, entrevistas etc.), intervindo com perguntas e colocaes. Analisando valores, intenes, preconceitos e outros transmitidos por meio de filmes, comerciais, programas eleitorais, jornalsticos, educativos, novelas etc. Escutando e analisando textos gravados em situaes autnticas de interlocuo, observando expresso facial e gestual, ambigidades, contradies etc. Comparando textos de diversos gneros que apresentam variaes da fala (formal, informal, regional etc.). Analisando gravaes (vdeo ou cassete) de textos produzidos pelos alunos, para avaliao da adequao dos recursos utilizados e os efeitos obtidos. Lendo e discutindo, previamente, sobre o tema que ser tratado na atividade de escuta, constituindo repertrio de conhecimentos para melhor compreenso dos textos.

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COMPETNCIAS Compreender textos orais de diversos gneros presentes em situaes de interao social, respeitando as diferentes manifestaes da linguagem.

Saber escutar a fala do outro, compreendendo o silncio como parte da interao. Realizar a escuta ativa e crtica de textos orais, empregando, quando necessrio, estratgias de registro e documentao escrita no processo de compreenso e interpretao. Compreender e interpretar textos escritos que circulam na sociedade e perceber as diferentes dimenses da leitura: o dever de ler, a necessidade de ler e o prazer de ler. Explicitar expectativas quanto forma e ao contedo do texto em funo das caractersticas do gnero, do suporte, do autor etc.

LNGUA PORTUGUESACOMPETNCIAS HABILIDADES Selecionar procedimentos de leitura adequados aos diversos objetivos (estudo, formao pessoal, entretenimento, realizao de tarefa), caractersticas do gnero e do suporte. Fazer leitura seqenciada e extensiva de um texto (leitura integral). Utilizar recursos prticos de escola de textos para leitura posterior (leitura inspecional). Identificar informaes pontuais no texto, localizar verbetes em dicionrio ou enciclopdia (leitura tpica). Identificar e corrigir, no texto, inadequaes em relao a um padro estabelecido (leitura de reviso). Realizar tarefa seguindo comandos que pressupem uma ordenao necessria (leitura item a item). Empregar estratgias de seleo, antecipao, inferncia e verificao, no processo de leitura. Formular, validar ou reformular hipteses a respeito do contedo do texto, antes ou durante a leitura. Buscar informaes esclarecedoras, avanando ou retrocedendo durante a leitura, ou informaes PROCEDIMENTOS

7a Srie Registrando informaes importantes durante palestras, aulas expositivas e outras atividades, para garantir a apreenso de aspectos relativos ao plano temtico, aos usos da linguagem caractersticos do gnero e suas regras de funcionamento. Lendo, oral e silenciosamente, livros e textos avulsos na classe, na biblioteca e em casa; textos de gneros variados (literrios, de imprensa, de divulgao cientfica, publicidade). Selecionando livros e textos e consultando ndices, fichrios, dicionrios, gramticas etc. Lendo, silenciosamente, textos para os quais j tenha desenvolvido uma certa proficincia (leitura autnoma). Selecionando livros e textos para realizao de pesquisas, trabalhos, projetos e outros. Lendo/relendo e identificando inadequaes do texto. Lendo, com ateno, receitas, manuais de instruo, regras de jogos, provas, exerccios etc., observando os comandos. Lendo e relendo textos de diferentes gneros. Respondendo questionamentos propostos pelo professor, sobre expectativas em relao ao texto e

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7a SrieHABILIDADES complementares em outras fontes (dicionrio, enciclopdia, outro leitor). Integrar e sistematizar informaes, expressandoas em linguagem prpria, oralmente ou por escrito, na construo do sentido do texto. Inferir o sentido de palavras a partir do contexto. Deduzir, a partir de elementos textuais e conhecimentos prvios, sentidos figurados, conotaes, ambigidades, ironias, opinies, valores e intenes implcitas. Estabelecer relaes entre informaes textuais, contextuais e intertextuais na construo do sentido do texto. Observar, por meio da relao entre os enunciados, a progresso temtica, em funo das caractersticas das seqncias predominantes (narrativa, descritiva, expositiva, argumentativa e convencional) e de suas especificidades no interior do gnero. Reconhecer organizao e progresso temtica em funo das marcas de segmentao textual (mudana de captulo ou de pargrafo, ttulos e subttulos; colocao em estrofes e versos). Identificar elementos que estruturam o texto narrativo/descritivo (episdios e modos de relacionlos e organiz-los; personagens e modos de PROCEDIMENTOS ndices lingsticos que do sustentao aos sentidos atribudos, antes ou durante a leitura. Explicitando as pistas lingsticas utilizadas na realizao de inferncias, antecipao de acontecimentos, confirmao das hipteses etc. Realizando leitura de textos ou livros mais complexos, lendo previamente o trecho combinado, pesquisando informaes esclarecedoras ou complementares, para discuti-lo posteriormente com a classe. Sintetizando partes do texto, observando as idias principais. Destacando da linguagem do texto termos e expresses, entreditos e subentendidos, sentidos figurados etc., com auxlio do professor. Comparando textos a outros e a situaes do cotidiano, considerando aspectos histricos e sociais. Lendo, destacando as idias principais e percebendo a gradao das secundrias. Lendo, relendo e verificando a montagem do texto e seus componentes. Lendo e observando textos com seqncias narrativa, descritiva, conversacional, expositiva e argumentativa.

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COMPETNCIAS

LNGUA PORTUGUESACOMPETNCIAS HABILIDADES apresent-las; caracterizao de personagens/ ambientes aspectos descritivos; modo de ordenar o tempo; ponto de vista do narrador 1 e 3 pessoas. Analisar o posicionamento do autor diante do que quer transmitir ao selecionar determinados elementos em seu discurso. Identificar elementos que estruturam o texto argumentativo (tema; objetivos do autor; argumentos, contra-argumentos; procedimentos argumentativos e concluses). Identificar os elementos que estruturam o jornal (ttulos, manchetes, fotos, legendas, chamadas, ndices, notcias, sees, colunas, cadernos etc.). Estabelecer relaes entre o texto e outros textos e recursos de natureza suplementar que o acompanham (grficos, tabelas, desenhos, fotos etc.) no processo de compreenso e interpretao do texto. Identificar as vrias vozes do discurso e o ponto de vista que determina o tratamento dado ao contedo. Confrontar o ponto de vista do autor com o de outros textos; com outras opinies e posicionar-se criticamente diante dele, em funo do tratamento dado ao contedo. PROCEDIMENTOS

7a Srie Observando e marcando no texto elementos lingsticos indicadores da ordenao do tempo e do ponto de vista do narrador (palavras e expresses temporais, flexo verbal, pessoas do discurso 1 e 3). Lendo textos argumentativos, percebendo o tema e observar termos e expresses de confirmao, contestao e concluso das idias. Lendo e explorando todas as partes do jornal. Comparando textos e interpretar informaes de grficos, tabelas, desenhos, fotos etc., relacionadas ao assunto do texto, com orientao do professor. Levantando indicadores lingsticos e extralingsticos presentes no texto. Lendo