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l.a edição publicada em 1970 pela Emprevan Editora, Caixa Postal 1165 ZC 00 Rio de Janeiro, GB. com a devida autorização. Direitos reservados pela Emprevan Editora

Impresso na República Federativa do Bfasi) (Printed in the United States of Brazil) nas oficinas da Editora Betânia, Rua Padre Pedro Pinto, 2435, Belo Horizonte, Minas Gerais.

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INTRODUÇÃO

"Que os homens nos considerem como. . . despenseiros dos mistérios de Deus. Além disto, o que se requer dos despenseiros, é que cada um deles seja achado fiel/ ( I Cor. 4:1-2)

Cremos que devido ao amor fraternal que nos une em Cristo, e o nosso conhecimento do Autor deste livro, pediu-nos o Editor que escrevêssemos esta introdução; e, levando em consideração ambos sentimentos, eis-nos atendendo-o, esperando que dal-gum modo possamos ser de utilidade a ambos.

A doutrina da mordomia é bíblica e perfeitamen-te cristã. Esquecê-la, ou deixar de ensiná-la, é deixar de cumprir o dever de "ensinar todo o conselho de Deus", conforme fazia Paulo, em obediência a Cristo, quando determinou: "Ide, fazei discípulos... ensinan-do-os a guardar tôdas as coisas que eu vos tenho ordenado."

Reconhecemos, porém, que devido às incompre-ensões a que se expõem quando ministram ensino sobre mordomia, muitos pastôres omitem esta dou-trina, com prejuízos pessoais e da causa que espo-sam, por deixarem de cumprir todo o dever que lhes é imposto por Deus.

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A mordomia abrange a tôdas as atividades do cristão, e a tôda a sua personalidade — a vida, a saúde, o tempo, a inteligência, as oportunidades, os bens, os dotes naturais etc., são coisas sôbre que devemos exercer a mordomia, para a glória de Deus e nossa felicidade pessoal.

O texto que citamos acima, alude a conveniên-cia e necessidade de sermos, pelos homens, reconhe-cidos como mordomos de Cristo, e finda dizendo: "Além disto, o que se requer dos despenseiros, é que cada um deles seja achado fiel" no exercício de sua mordomia.

O autor dêste livro, numa linguagem simples, clara e precisa, demonstra, em cinco capítulos, que Deus é o dono de tudo, que o homem, portanto, é apenas um dispenseiro dos Seus bens e destarte um mordomo.

Dêste modo, os talentos, o tempo, a vida, a saúde, os bens, e tudo o mais que desfrutamos no presente, são bens de Deus dados à nossa guarda, para dêles desfrutarmos e os administrarmos com eficiência e fidelidade cristã.

Aludindo por fim à mordomia dos bens, êle de-monstra, com base na Bíblia, que o dízimo é doutri-na tão atual para o Cristão, como o foi para Abraão e para seus descendentes imediatos que a praticavam liberal e livremente.

Afirma o autor: "O dízimo esteve em vigência antes da lei, nos tempos da vigência desta, e conti-nua em plena vigência na atualidade", conforme o ensino de Cristo e da Bíblia,

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PREFÁCIO

MORDOMIA CRISTÃ é o assunto que vamos es-tudar através das páginas dêste opúsculo. Trata-se de uma doutrina que, a despeito do seu conceito bíblico e da sua importância, tem sido relegada a plano se-cundário nos meios cristãos, especialmente nos púl-pitos. Alguns a ignoram e muitos jamais a enten-deram devidamente; eis por que não se decidiram a uma obediência total à Palavra de Deus no que concerne à mordomia cristã em todos os seus as-pectos.

O que vamos estudar são ensinamentos bíblicos que nos revelam o dever de uma integral dedicação a Deus, incluindo tudo o que somos e possuímos como condição para prosperarmos material e espi-ritualmente.

Pedimos ao Senhor Jesus que na Sua grande mi-sericórdia abençoe esta modesta obra que leva ao amado irmão o ensino claro da Palavra de Deus e o nosso propósito de ajudá-lo a servir melhor a Deus, no cumprimento fiel de sua mordomia, peran-te ÊLE.

Sem nenhuma reserva, recomendamos a leitura dêste livro a quem quer que seja, a quem merecer

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fé a nossa palavra; por sabermos que todos que o lerem e se deixarem instruir pelo seu ensino, estarão sendo diretamente instruídos pela doutrina Cristã e bíblica que seguimos para nossa edificação na fé em Cristo, de acordo com a Bíblia.

A. P. Vasconcelos Rio, 6/3/1970

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ÍNDICE Pág.

INTRODUÇÃO 7

PREFACIO 9

CAPÍTULO I — DEUS, DONO DE TUDO . . . 13 Conceitos Bíblicos da Mordomia; Mo-tivação da Mordomia; Princípios Bási-cos da Mordomia.

CAPÍTULO I I — OS TALENTOS 17 Tudo Para Glorificar a Deus; Fidelida-de; As Três Cortes.

CAPÍTULO I I I — O TEMPO 26 Remir o Tempo; Aproveitar as Oportu-nidades; Diligentes; Pontualidade; A Escolha do Tempo; Dar Parte do Nosso Tempo a Deus; A Brevidade do Tem-po; A Segunda Vinda de Cristo; A Épo-ca em que Vivemos.

CAPÍTULO IV — COISAS MATERIAIS 33 Dualismo; Materialismo; Materialismo Prático; Somos Depositários; Um Pon-to de Equilíbrio; Conforme a Vontade de Deus.

CAPÍTULO V — INEGÁVEL, A DÉCIMA PARTE 39 O Dízimo Antes da Lei; O Dízimo no Tempo da Lei; O Dízimo Depois da Lei; Deram-se a Si Mesmos.

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CAPÍTULO I — DEUS, DONO DE TUDO

Mordomia é o ofício de mordomo, chefe dos criados de um soberano ou de uma casa de condi-ções nobres. O mordomo ou despenseiro tem encargo das despesas da casa e organização de recepções. Mordomo é um título apropriadamente atribuído ao homem de Deus, a quem também foi entregue o do-mínio de todas as coisas, e que tem o encargo da administração das coisas espirituais, na qualidade de salvo e "bom despenseiro da multiforme graça de Deus" ( I Ped. 4:10).

A seguir, procuraremos elucidar alguns pontos a respeito da Mordomia Cristã, com o propósito de ajudar os filhos de Deus a entenderem melhor o assunto, que abrange todos os aspectos das nossas relações com Deus. Consideremos o seguinte:

CONCEITOS BÍBLICOS DA MORDOMIA

Deus é o Criador de todas as coisas e portanto, dono de tudo que há neste maravilhoso universo. "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gên. 1:1). "Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nêle habitam. Fundou-a ."Èle sobre os mares e sobre as correntes a estabe-leceu" (Sal. 24:1).

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Pretendendo Deus aprofundar no coração do Seu povo a convicção desta verdade, nos dias da lei não permitia que vendessem a terra em caráter defini-tivo. "A terra não se venderá em perpetuidade, por-que a terra é minha" (Lev. 25:23).

Êstes textos mostram com clareza que a terra pertence ao Senhor. Essa posse de tudo inclui as ri-quezas minerais. Em Ageu 2:8, lemos: "Minha é a prata, meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos." Ainda vai além o sentido de posse: "Ao Senhor per-tence a terra e tudo o que nela se contém." Eze-quiel diz: "Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha" (Ezeq. 18:4).

Esta verdade básica é ensinada igualmente no Nôvo Testamento, do ponto de vista da redenção, apresentando o próprio ser humano como possessão de Deus, para uso do Senhor. Paulo diz: "No qual também vós juntamente estais sendo edifiçados pa-ra habitação de Deus no Espírito." (Ef. 2:22). E mais: "Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Por-que fôstes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo e no vosso espírito os quais pertencem a Deus." ( I Cor. 6:18 e 20 — V. Almeida, simplificada).

Entre as coisas que figuram como possessão de Deus, inclui-se o nosso corpo, pelo qual temos gran-de responsabilidade, já que o conceito bíblico neste sentido focaliza diretamente o ponto de vista da re-denção. Deus tanto é o Criador como o Redentor do nosso corpo. O plano divino da redenção não visa sòmente à alma, mas também o corpo. Por isto so-

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mos ensinados: "Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado como instrumento de ini-qüidade; mas oferecei-vos a Deus como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos de justiça" (Rom. 6:12 e 13). Esta é a maneira correta de glorificarmos a Deus no corpo e no espírito, os quais pertencem a Deus.

Êstes são, portanto, os conceitos bíblicos a res-peito da mordomia — tudo pertence a Deus — em-bora esteja em nossas mãos e tenhamos o direito de utilizar. Deus, contudo, tem estabelecido normas para usarmos aquilo que nos confiou, como mordo-mos que somos.

MOTIVAÇÃO DA MORDOMIA

Qual é, pois, a motivação básica da mordomia? A gratidão. Gratidão é o sentimento próprio de quem reconhece conscientemente que Deus nos deu bens, dons naturais e bênçãos espirituais. Se tudo o que possuímos nos é dado por Deus, é justo que tudo consagremos a Êle. Esta é a prova da nossa gratidão a Deus. Os infiéis procedem de modo exatamente contrário, como se tudo que possuem fôsse produto de seus próprios esforços. Ao invés de consagrarem ao Senhor os bens recebidos, usam-nos contrària-mente a Seus santos propósitos. O servo de Deus, ao contrário, sente-se motivado a dizer como o sal-mista: "Bendize, ó minha alma, ao Senhor e tudo o que há em mim bendiga o seu Santo nome. Ben-dize, ó minha alma, ao Senhor e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios" (Sal. 103:1 e 2).

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PRINCÍPIOS BÁSICOS DA MORDOMIA

A mordomia cristã envolve a vida em todos os aspectos: TALENTOS, TEMPO E COISAS MATE-RIAIS. Consideremos os assuntos separadamente:

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CAPÍTULO II — OS TALENTOS

Em Mat. 25:14 a 30, vemos o Senhor Jesus en-sinando, através da parábola dos talentos, de certo homem (Êle mesmo), que se ausentou do país, cha-mou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um ta-leito, a cada um segundo a sua capacidade.. . Nos versículos seguintes vemos que o Senhor exigiu de cada um, na proporção do que lhe fôra confiado, em condições ao alcance de todos, dentro dos limi-tes de suas possibilidades. Deus trata com os ho-mens à base de um critério verdadeiramente justo. Ninguém poderá desculpar-se perante Êle.

Talentos, ou habilidades para o trabalho, nos fo-ram dados por Deus, a fim de nos tornarmos úteis em nossa posição de mordomos. A nossa sinceridade e humildade em usar os talentos que nos são entre-gues, são qualidades imprescindíveis ao bom despen-seiro. São deveres do bom despenseiro.

TUDO PARA GLORIFICAR A DEUS

A isto somos constrangidos de fato, reconhecen-do a procedência divina de nossas habilidades. Paulo nos ensina em I Cor. 4:7: "Quem é que te faz so-bressair? e que tens tu que não tenhas recebido?

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e, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?"

Como Pedro consideraria êste assunto? Podia pensar em sua antiga profissão, com a roupa de pesca, molhada ou salpicada de lama, a lidar com a rede na madrugada fria. Poderia considerar também a sua nova posição à frente de milhares de pessoas, a ouvi-lo reverentes e a atender-lhe prontamente a orientação, como sendo credenciado por Deus a in-dicar-lhes o caminho do céu. Tornara-se incontestà-velmente um líder.

Êste mesmo conceito aplica-se a muitos de nós, hoje, se não a todos. Há muitos que, de origem hu-milíssima, viveriam e morreriam inteiramente desco-nhecidos, anônimos ou notados apenas pelos simples companheiros de profissão. Deus, por misericórdia, os fez sobressair. Projetaram-se, tornaram-se notáveis e admirados. Se êste é o teu caso, prezado leitor, para nunca te envaideceres, repete intimamente a pergun-ta: "Quem te faz sobressair?" Se te sentes dono de um bom cabedal de conhecimentos e experiências cristãs, pergunta a ti mesmo: "Que tens, que não tenhas recebido? E, de quem o recebeste?" A respos-ta certa está em Tiago 1:17: "Tôda boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou som-bra de mudança."

Os talentos ou dons que recebemos, são motivo para nos gloriarmos, mas como está escrito: "Aquê-le que se gloria, glorie-se no Senhor" ( I Cor. 1:31). Cristo foi o grande exemplo neste sentido. "Eu te glorifico na terra, consumando a obra que me con-fiaste para fazer" João 17:4. Jesus tinha como prin-cipal comida fazer a vontade do Pai que o enviou a

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realizar a sua obra (João 4:34). Mesmo na extrema agonia do Getsêmani, orou dizendo: * "Pai, se queres, passa de mim êste cálice; contudo, não se faça a mi-nha vontade, e, sim, a tua." (Luc. 22:39-42).

FIDELIDADE

Em ( I Cor. 4:2, lemos: "Ora, além disto, o que se requer dos despenseiros é que cada um dêles seja encontrado fiel." Sabemos que há três provas de fi-delidade:

a) A prova da quantidade — Jesus distribuiu os talentos segundo a capacidade dos servos. Houve até quem recebesse um talento apenas. Nessa prova o servo demonstrou infidelidade. Isto levou o Senhor a adverti-lo: "Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é injusto no pouco, também é in-justo no muito." (Luc. 16:10 e 12). Jesus ensinou que aquêle que usa sábia e fielmente os seus talentos, em-bora poucos, acabará por tê-los multiplicados. "Por-que ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado" (Mat. 25:29). O Mestre não aceitou nenhuma das des-culpas apresentadas pelo servo infiel (vs. 24-28), pois nos é ordenado usar fielmente o talento que nos é entregue, sem considerar a quantidade. Talvez mui-tos falhem nesta prova, esperando iniciar as ati-vidades na obra do Senhor somente quando tive-rem abundantes e notáveis talentos, capazes de atraí-rem a si a admiração geral. Assim têm de esperar muito, esperar demais, antes de terem a primeira oportunidade para qualquer serviço na Casa do Se-nhor. Cuidado!

b ) A prova do tempo — A duração do trabalho. 19

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Por quanto tempo devemos ser fiéis? Há os que se mostram fiéis fto princípio da carreira e logo mu-dam de atitude. Judas Iscariotes certamente foi fiel algum tempo chegando a merecer a confiança de ser tesoureiro de Cristo e dos apóstolos, mas talvez o tempo tenha sido pouco mais de dois anos. Dimas começou "bem como companheiro de Paulo no traba-lho missionário, mas algum tempo depois o abando-nou, atraído pelo mundo. ( I I Tím. 4:10). Assim muitos outros têm sido tão fiéis nos primeiros tempos de sua mordomia, que se o Senhor tivesse vindo em tal tempo os encontraria maravilhosamente bem. No en-tanto a recomendação e promessa do Mestre é: "Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida" Apoc. 2:10. Pedro também diz: " . . . andai em temor, du-rante o tempo da vossa peregrinação."

Jesus advertiu aos discípulos, dizendo: "Quem é, pois, o servo (ou mordomo) fiel e prudente a quem o Senhor confiou os seus servos para dar-lhes o sus-tento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem o seu Senhor, quando vier, achar fazendo assim. Em verdade, vos digo que lhe confiará todos os seus bens. Mas se aquêle servo, sendo mau, disser consigo mesmo: meu senhor demora-se, e passar a espancar os seus companheiros, e a comer e beber com ébrios, virá o Senhor daquele servo em um dia em que não o espera, em hora que não sabe e cas-tiga-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas..." (Mat. 24:45-51).

O galardão será dado não a quem servir bem durante dez, vinte ou trinta anos, mas àquele a quem o Senhor, quando vier, encontrar fiel em sua mor-domia. Esta é a prova do tempo. Isto tem relação com a perseverança.

21 c) A prova das circunstâncias — Não é difícil

ser fiel quando as circunstâncias favorecem e o am-biente ajuda; mas nem sempre teremos tais favo-res. A fidelidade em nossa mordomia, tem de ser provada mesmo quando as situações são adversas. É no negrume das dificuldades que mais se destaca o brilho da nossa fidelidade.

José do Egito é um maravilhoso exemplo de fi-delidade em circunstâncias contrárias. Diz o registro bíblico em Gên. 39:10 que a tentação o assediava to-dos os dias. José entretanto, resistiu às provas e evi-tou o pecado, desprezou a oferta de Satanás e per-maneceu fiel a Deus. Tornou-se uma vítima da ca-lúnia e da injustiça, mas não do pecado. Em conse-qüência, "o Senhor era com José" e o fêz triunfar de tôdas as adversidades, promovendo-o às maiores alturas da dignidade! "A quem tem dar-se-á, e terá em abundância..."

Daniel, na Babilônia, foi outro exemplo eloqüen-te de fidelidade em circunstâncias opostas. Mesmo como escravo de guerra, na sede de um império pa-gão e idolatra, onde as leis o obrigavam a desobede-cer a Deus, confiou no Senhor^ propôs no coração não se contaminar e alcançou vitória. Como resul-tado, Deus o abençoou maravilhosamente, tornando-o o mais excelente sábio de sua época. A exemplo de José do Egito, tornou-se a causa da salvação dos seus companheiros. Dan. capítulos 2, 4, 5, e 6.

Em face destes e de outros exemplos, ninguém poderia desculpar-se por falhar em circunstâncias di-fíceis. Há sempre um meio de escape para os que se propõem a servir a Deus fielmente. "Deus é fiel e não deixará que sejais tentados além das vossas for-ças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos

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proverá livramento, de sorte que a possais suportar" ( I Cor. 10:13).

Cristo nos ensina que haverá o tempo de presta-ção de contas, ( I I Cor. 5:19). Também em Lucas 16:2, lemos: "Presta contas da tua mordomia." Não nos es-queçamos destas palavras. Elas serão ouvidas peran-te o Tribunal de Cristo.

AS TRÊS CÔRTES

Há três cortes de justiça, às quais estamos su-jeitos:

Conceitos humanos — Êste é o julgamento que fazem aquêles com quem privamos, crentes e não crentes, que nos observam e têm, de fato, o direito de fazê-lo. Que dizem de nós? Que influência estamos irradiando? Qual o efeito do nosso testemu-nho em suas vidas? Não temos o direito de pensar ou dizer que nada têm a ver com os nossos atos e com o nosso modo de viver. Ê isto que o apóstolo Paulo ensina: "Importa que os homens nos conside-rem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus" ( I Cor. 4:1). É certamente isto que Cristo espera de nós: "Assim brilhe a vossa luz di-ante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos céus." (Mat. 5:16).

O juízo humano é contudo o menos importante. Os homens vêem apenas o que está diante dos olhos.

A Consciência — É a segunda corte de justiça a que estamos sujeitos e a quem nos devemos ren-der dccílmente pois a consciência, quando normal, iluminada e inspirada pelo Espírito Santo, tem a fun-ção imparcial de acusar-nos tôdas as vêzes que pen-

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samos, falamos ou procedemos em desacordo com a vontade do Senhor.

A consciência é um instrumento íntimo com a capacidade de indicar o nosso conceito diante de Deus, mediante a certeza de nossa condição real a Seus olhos. Êsse aparelho, todavia, está sujeito a fa-lha. Somos informados biblicamente de que há cons-ciências cauterizadas, insensíveis, incapazes de preve-nir-nos com o necessário rigor contra os erros fatais.

Não faz muito tempo, em vôo noturno, enorme avião com 96 pessoas a bordo, chocou-se contra a Cor-dilheira dos Andes, ocasionando a morte de todos a bordo. A perícia descobriu como causa do desastre o mau funcionamento do altímetro. O piloto, baseado no altímetro, julgava estar voado muito acima da serra, quando foi surpreendido com o choque fatal. O mordomo fiel deve atender à voz da consciência, mas deve ser cauteloso, para saber se êsse elemen-to de controle funciona corretamente. Em I I Cor. 13:5, lemos: "Examinai-vos a vós mesmos se realmente es-tais na fé, provai-vos a vós mesmos.. . "

Diante de Cristo — Quanto a esta côrte não há nada a suspeitar — não falha.

Maria talvez tenha se sentido acanhada ao ouvir a censura de sua irmã, Marta. Porém sentiu-se rea-nimada ao ouvir as palavras do Mestre: "Maria es-colheu a bo^, parte, a qual não lhe será tirada" (Lucas 10:40-42). O fariseu que desprezava e censurava a mulher pecadora ao lavar com lágrimas os pés de Jesus, sentiu-se desapontado quando o Mestre de-monstrou que a sua condição era ainda pior que a da pecadora, a despeito de orgulhar-se. de sua con-dição social e religiosa (Lucas 7:37 a 50). Êstes tópi-cos nos habilitarão a pensar melhor na divina ca-

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pacidade do Senhor Jesus para julgar as obras de cada um, segundo o bem ou o mal que tivermos feito por meio do corpo. ( I I Cor. 5:10).

Cristo é o doador dos talentos. Êle sabe quanto confiou a cada servo. Sabe também quanto devem render os talentos que nos entregou na proporção do tempo e quanto à maneira de usá-los. Todos os talentos devem ser movimentados para a glória de Deus; se assim não fizermos seremos infiéis.

Quanto ao terem sido os talentos distribuídos em números diferentes: cinco, dois e um, significa que há serviço para todos na igreja. Ninguém está isento da responsabilidade de trabalhar para o reino de Deus. Num jardim há diferentes flores com be-lezas variadas e perfumes diversos. Numa orques-tra há diferentes instrumentos com sons distintos mas todos se harmonizam na produção das melodias. Assim deve ser na igreja, pois há diferentes dons e díversidades de ministérios ou serviços. ( I Cor. 12:8-10). Neste caso cabe ao pastor da igreja a res-ponsabilidade da distribuição de serviços, e a cada crente a de atender fielmente a voz de comando, exe-cutando com presteza e habilidade a parte que lhe cabe no trabalho de Deus. Se a alguém falta capa-cidade para determinada tarefa, poderá ser ocupado em outra. Há lugar e serviço para todos na Igreja.

Aquêle a quem o Senhor deu apenas um talento tinha de prestar contas na proporção do que rece-bera, mas pelo fato de o haver enterrado, nada ren-deu. Por que falta então êsse servo foi condenado? A sentença foi proferida contra o servo mau e ne-gligente. É justo. Inúmeros males podem advir da negligência para com as coisas de Deus. Esta é de

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fato, a causa da inércia de muitos no serviço de Deus.

Da entrega total dos nossos talentos ao Senhor, para o Seu serviço, depende o rendimento dos mes-mos. Jesus ensinou isto ao dizer: "Dai e ser-vos-á dado."

Conta-se que certo príncipe ao percorrer as ruas de sua cidade, aproximou-se de um mendigo a quem pretendeu auxiliar e ao mesmo tempo experimentar-lhe os sentimentos de generosidade. Quando o men-digo lhe estendeu a mão suplicando uma esmola, o príncipe antes de atendê-lo pediu-lhe que também lhe desse alguma coisa do que possuísse na sacola. O pobre, numa revelação clara de indisposição para dar, tirou cinco grãos de milho e deu-os ao príncipe. Êste perguntou-lhe: — "O senhor não me pode dar mais alguns grãos?" A resposta foi negativa. Então o nobre homem abriu uma pasta, tirou cinco grãos de ouro entregando-os ao mendigo. Êste ao receber tão valiosa dádiva apercebeu-se de que recebeu a mes-ma quantidade que ofertara. Já fora do tempo, sen-tiu-se profundamente arrependido de não haver en-chido a mão para aquêle que se revelara um grande benfeitor! Não será esta a causa por que não rece-bemos mais do Senhor? É justo que Êle nos dê o correspondente à nossa disposição para com Êle. Entreguemos tudo a Deus e façamos tudo para a Sua glória. Ao fim ouviremos dÊle: "Muito bem, ser-vo bom e fiel." O nosso Rei não falha, glória a Deus!

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CAPÍTULO I I I — O TEMPO

O tempo é dádiva de Deus. Ninguém pode jactar-se de produzi-lo. O que temos de fazer é utilizá-lo sàbiamente. Deus pedirá contas da nossa mordomia também com respeito ao tempo. São deveres do mor-domo fiel:

REMIR O TEMPO

Paulo ensina: "Vede prudentemente como andais, remindo o tempo, porque os dias são maus." (Ef. 5:16 e 17).

Não raro ouvimos alguém, na pretensão de des-culpar-se da falta no cumprimento dos deveres para com Deus, alegar escassez de tempo. Tal declaração, é inteiramente destituída de valor diante de Deus, pois Êle é o Senhor do tempo, que a todos dá como lhe apraz e nós, simples mordomos, temos o dever de usá-lo para a Sua glória. Perante Deus ninguém po-derá alegar falta de tempo, pois está escrito que "há tempo para todo o propósito debaixo do céu../' (Ec. 3:1-8). Se há propósito, haverá tempo e sempre o temos para o que mais nos interessa.

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APROVEITAR AS OPORTUNIDADES

Em Col. 4:5 lemos: "Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai as oportu-nidades." Isto significa agir no momento apropriado. Jesus ensinou esta lição profunda ao propor a pará-bola das dez virgens. As cinco néscias tiveram a mes-ma oportunidade que as prudentes mas se descui-daram e somente fora do tempo se aperceberam de que suas lâmpadas precisavam de azeite... Foram comprá-lo fora de tempo e chegaram tarde demais para participar da festa nupcial. (Mat. 15:1-13).

Como aproveitar as oportunidades? É Jesus que nos dá solenes ensinamentos neste sentido. As opor-tunidades poderão apresentar-se como não desejaría-mos, ou chegar inesperadamente. Daí a necessidade de uma disposição permanente para aproveitá-las. É bom lembrar que as oportunidades nem sempre se manifestam como um privilégio, ou como ocasiões para sermos honrados, mas para servir, o que im-plica em algum sacrifício e exige abnegação e hu-mildade.

Jesus narrou a história do bom Samaritano, a qual envolve três personagens com iguais oportuni-dades de fazer o bem ao homem que caíra nas mãos dos salteadores, fôra espancado e deixado semi-morto. O sacerdote que por ali passava, "vendo-o passou de longe". O mesmo comportamento teve o levita. O Samaritano, entretanto, procedeu de modo diferente. Agiu no tempo apropriado para salvar a vida daquele que necessitava dos seus cuidados. Mas que signifi-cam essas oportunidades? Leia cuidadosamente Ma-teus 25:31-46, onde o Senhor ensina que, usando as oportunidades para cuidar dos necessitados, estamos

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servindo a Êle próprio. O Senhor baseou o Seu juízo, dizendo: "O que fizestes a um dêstes meus pequeni-nos irmãos, a mim o fizestes... e, sempre que dei-xastes de fazer a um destes meus pequeninos, a mim deixastes de fazer . . . " Os que não aproveitaram as oportunidades tiveram sorte diferente. Tenhamos cuidado com as ocasiões que Deus nos dá para ser-ví-lO, sejam quais forem.

O assunto diz respeito tanto a judar material-mente ao próximo, como ao cuidado espiritual para com os carentes de salvação; a segunda hipótese é ainda mais grave. Jesus soube aproveitar o momento próprio para salvar a mulher samaritana e, por meio desta, muitas outras pessoas da cidade de Sicar. (João 4:5-30).O Mestre não julgou como desperdício de tem-po o evangelizar uma única mulher. Aliás, esta era a Sua oportunidade para derrubar o muro de pre-conceitos que a longo tempo separava samaritanos e judeus. Era o momento de uni-los no plano da salvação. Além desta, muitas outras preciosas lições o Mestre nos dá com palavras e exemplos.

DILIGENTES

A Palavra de Deus exorta a sermos diligentes. (Rom. 12:12). A negligência é responsável pela perda do precioso tempo que Deus nos dá. É muito se-vera esta exortação do autor dos Provérbios: "Vai ter como a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos, e sê sábio." (Prov. 6:6). Somos testemunhas de que a sabedoria da formiga consiste em apro-veitar o tempo próprio para prover o alimento, vi-sando o rigor do inverno, quando lhe é impossível trabalhar.

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Èste tipo de sabedoria consiste na previdência que se revela, no cuidado imediato para realizar o necessário, no tempo oportuno. É bem conhecido o provérbio: "A preguiça é a chave da pobreza." Isto é evidente. Ao contrário, a prosperidade material e estabilidade financeira de muitos homens são ine-gavelmente o resultado de uma disposição inque-brantável para o trabalho e uma atividade incan-sável pela emancipação econômica. "A quem traba-lha Deus ajuda." A nossa consciência aceita isso como verdade, especialmente por estar de acordo com o ensinamento cristão. Não se aplicaria esta mes-ma norma à vida espiritual? Claro que sim. Se lermos as biografias de grandes homens de Deus, em todos os tempos, veremos que o grande êxito obtido, as maravilhosas realizações que concreti-zaram, foram o resultado lógico de grandes esfor-ços. Sim, "esforçaram-se e Deus os fêz prosperar" I Sam. 30:6. Da mesma forma, a pobreza espiri-tual e o conseqüente insucesso de muitos, é fruto do comodismo e da indolência que os impede de buscar a Deus e apropiarem-se das insondáveis ri-quezas da graça divina. No dizer de Salomão, até as formigas nos podem ensinar a vencer o como-dismo .

PONTUALIDADE

O uso sistemático do tempo — Há pessoas para quem tanto faz chegar na hora como em atraso. Cremos que Deus ama a pontualidade, pois é a ca-racterística peculiar do bom mordomo e tem, de fato, relações com o caráter da pessoa. Os im-pontuais, tanto perdem as oportunidades como pre-

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judicam os outros, mormente em se tratando de pessoas ocupadas no trabalho de Deus. Implica forçosamente em prejuízo à causa divina. Tal pro-cedimento não deixa de ser reprovável aos olhos do Senhor. Além do prejuízo pessoal a impontua-lidade revela desinteresse para com as coisas de Deus, que excedem em importância o valor da pró-pria vida.

A ESCOLHA DO TEMPO Se queremos aproveitar bem o nosso tempo, te-

mos que dividí-lo metòdicamente; temos que ter tem-po certo para o trabalho; para a leitura e meditação na Palavra de Deus; para a oração e para a recrea-ção necessária à preservação da saúde física e mental.

O controle impróprio do tempo, pode levar-nos a dar maior parte dêle às coisas de menor impor-tância, com sérios prejuízos da vida espiritual, tan-to da nossa como dos que estão sob o nosso cui-dado.

Não é nossa intenção estabelecer normas para o aproveitamento vantajoso do tempo. O leitor deve ser capaz para isto e pode fazê-lo de acordo com as suas atividades. Insistimos, porém, que isto é im-praticável, quando não há pontualidade.

DAR PARTE DO NOSSO TEMPO A DEUS

O tempo, isto é, as horas, os dias e anos, quanto tivermos nesta vida, nos foram dados por Deus. Deus é também o Senhor soberano do tempo. Por exemplo: o dia do Senhor. Muitos trabalham tôda a semana e ainda entram pelo domingo, de modo que não têm ocasião de servir a Deus na Igreja, de coo-

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perar nos trabalhos de evangelizaçao etc. O tempo dedicado ao trabalho de Deus e às ho-

ras de devoção, louvor e oração, além de ser de gran-de proveito espiritual, resulta em bênçãos na execução de outros afazeres. George Muller, quan-do estava mais assoberbado de trabalho, chegou à conclusão de que realizava mais no dia que destina-va mais tempo à oração. Esta talvez seja a con-clusão a que chegam muitos outros servos de Deus, de profunda experiência espiritual.

A respeito do melhor aproveitamento do tem-po, convém lembrar:

A BREVIDADE DA VIDA

A vida, por mais longa que seja, nada é, compa-rada à eternidade; e muitos há que nem atingem a velhice. Correto é o pensamento de Moisés: "Tudo passa rapidamente e nós voamos." (Sal. 90:10). Jesus, na mesma ordem de idéias, disse: "É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode traba-lhar." (João 9:4). E ainda: Eu vos dei o exemplo para que, como eu vos fiz, façais vós também." (João 13:15). Cada minuto desperdiçado é subtraído do tempo útil de nossa existência, que caminha ra-pidamente na direção do ocaso. Cada minuto ou hora que passa sem aproveitamento, são frações do precioso tempo, que se escoam no abismo insondável do passado, para jamais voltar. O tempo mal apro veitado, por mais longa que seja a vida, a tornará curta em razão do aproveitamento deficiente.

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A SEGUNDA VINDA DE CRISTO

Já estão patentes todos os sinais que precede-riam a segunda vinda de Cristo. As mentes des-pertadas admitem que Cristo poderá vir a qualquer momento. Os poucos dias que restam antes do Advento de Cristo é o tempo que nos resta para trabalharmos em favor do Seu reino, como despen-seiros, na expectativa do doce encontro com o Se-nhor e a conseqüente prestação de contas. (Mafc. 24:27-31).

A ÉPOCA EM QUE VIVEMOS

Vivemos na era da conquista da Lua, na era atômica, do jato e do computador eletrônico; as me-didas mais sérias, desastrosas e fatais poderão ser adotadas com incalculável brevidade. Além disto, como um mal universal, os homens estão divididos em divergências crônicas, numa disparada infernal de preparação bélica. Precisamos salvar os homens! Sem perda de tempo. Eles têm armas para a des-truição de todos e nós temos as armas para a sal-vação dêles. Façamos isto no tempo que ainda resta.

É dever do fiel despenseiro aproveitar sàbiamen-te o tempo. Moisés, autor do Salmo 90, entendia isto. Assim orou: "Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos corações sábios." (Sal. 90:12).

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CAPÍTULO IV — COISAS MATERIAIS

Cristo falou das coisas materiais cinco vêzes mais do que de qualquer outro assunto. Por quê? Porque a maneira como usamos essas coisas, influi intimamente no destino eterno da alma.

Jesus ensinou que as coisas materiais, quando usadas sabiamente, dentro do plano de Deus, podem constituir um tesouro no céu. "Não acumuleis para vós outros tesouros sôbre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde os ladrões escavam e roubam; mas ajunteis para vós outros tesouros no céu, onde a traça nem a ferrugem corroem, e onde os ladrões não escavam nem roubam; porque onde está o vosso tesouro, aí estará também vosso co-ração." (Mat. 6:19-21).

O comportamento dos primitivos cristãos, com res-peito aos bens temporais, estêve em harmonia com os ensinos de Jesus. (Atos 4:32-37). As instruções de Paulo, alguns anos mais tarde, concordavam plena-mente com os ensinos do Mestre de Nazaré, de que as coisas materiais podem ser convertidas em tesou-ro no céu. Na epístola a Timóteo, lemos: "Exorta aos ricos dêste mundo que não sejam orgulhosos, nem depositem a esperança na instabilidade da ri-queza, mas em Deus, que tudo nos dá e nos pro-porciona ricamente para o nosso aprazimento, que

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psmfcíqtiejn o "bem, sejam ricos de boas obras, ge-nerosos em dar e prontos a repartir, que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida." ( I Tim. 6:17-19).

DUALISMO

Dualismo é o êrro segundo o qual as coisas ma-teriais são más, e nada têm a ver com as espirituais.

Já estudamos que todas as coisas foram cria-das por Deus e tudo o que criou é útil e bom, dependendo apenas da maneira de usá-las. Daí a res-ponsabilidade do mordomo cristão no sentido de usar as coisas materiais em harmonia com a con-veniência do reino de Deus.

MATERIALISMO

O rnaterialismo nega a existência das coisas es-pirituais. Nega o próprio Deus, a alma e a origem divina da criação, atribuindo-a ao acaso ou a uma evolução simplesmente imaginária. O rnaterialismo não discerne a diferença entre o homem e os irracio-nais, quanto às origens bíblicas. Daí procedem o co-munismo e outras falsas ideologias.

MATERIALISMO PRATICO

Há o chamado rnaterialismo cristão. Esta é a designação da atitude de muitos cristãos. Reconhe-cem a existência de Deus, reconhecen-nO como o Criador de tôdas as coisas, mas são excessivamente apegados às coisas materiais. Enquanto oralmente

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afirmam amar a Deus e Seu trabalho, praticamente demonstram maior apego às coisas terrenas, que a Deus. Revelam maior confiança nos recursos passa-geiros do que no Todo-poderoso. Agem como se to-dos os seus recursos fossem produto do esforço pró-prio. Jesus reprovou esta atitude materialista refe-rindo-se ao avarento da parábola: "Louco, esta noi-te te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?" (Lucas 12:2-21). Mostrou também o Mes-tre que "nem só de pão viverá o homem, mas de tôda a palavra que procede da bôca de Deus." (Mat. 4:4).

O apóstolo Paulo igualmente nos adverte dizen-do; "O amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e alguns nessa cobiça, se desviaram da fé, a si mes-

mos se atormentaram com muitas dores." ( I Tim. 6:10). Isto significa que algumas pessoas tornam-se praticamente escravas do dinheiro e Jesus preveniu; "Ninguém pode servir a dois senhores..., não po-deis servir a Deus e às riquezas." (Mat. 6:24).

Já ficou esclarecido que as co;sas materiais não são más. São "provisões de Deus para o nosso de-leite". Portanto, não culpamos o dinheiro como raiz de todos os males, mas o amor a êle. Isto é chama-do de rnaterialismo prático porque a vítima dêsse sentimento, fàcilmente se afasta de Deus, negando a devida obediência ao Criador e doador de tôdas as coisas.

Na convicção do dever de fidelidade como mor-domos das coisas temporais, convém-nos considerar:

SOMOS DEPOSITÁRIOS

Sim, somos depositários dos bens materiais que 17

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pertencem a Deus, pois "ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém." (Sal. 24:1). "Os céus são os céus do Senhor, mas a terra deu-a Êle aos filhos dos homens." (Sal. 115:16).

UM PONTO DE EQUILÍBRIO

Devemos ter um ponto de equilíbrio no contrô-le financeiro. Isto poderia consistir em uma racional e rigorosa auto-discíplina. Em muitos casos a esta-bilidade econômica só é possível mediante rigoroso controle nos gastos. Êste processo resultará segura-mente na emancipação econômica e bem-estar geral.

Tomemos por base o agricultor. Em um mesmo lugar há dois homens trabalhadores da roça. Um prospera e outro se torna cada vez mais pobre. Se-ria injusto que essa seria a vontade de Deus. A causa deve ser a tática administrativa de um, e a falta de controle ou má administração de outro. A extre-ma pobreza pode bem ser o resultado de adminis-tração inadequada dos bens que Deus confiou para o conforto da família.

Não raro acontece isto. Agricultores vendem a "safra" quando o produto tem o menor preço, força-dos a recomprá-lo quando atinge os preços mais al-tos. Seria difícil evitar o sacrifício da produção ven-dendo-a "na palha", como dizem, mas é certo que outros passam, sem sacrificar a produção. Deus quer que Seus servos sejam diligentes e controlados a fim de evitarem dificuldades que cheguem a envolver a vida espiritual, tornando o lar um ambiente de amargura e desconforto.

A falta de controle financeiro, na maioria dos casos leva até o crente a escravizar-se às dívidas, o

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que está em conflito com doutrina cristã. Paulo diz: "A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor..." (Rom. 13:8). Eis o motivo por que as dívidas pesam em especial na consciência dos cristãos côns-cios dos seus deveres a respeito dêste aspecto dou-trinário. Ê de fato razoável a preocupação pois os negócios desequilibrados e compromissos não satis-feitos sempre trazem escândalo para o Evangelho. É justo, portanto, que cada cristão tenha o inteiro con-trole das finanças a fim de manter a consciência lim-pa e poder confiar inteiramente em Deus, triunfando sôbre males dêsse tipo.

CONFORME A VONTADE DE DEUS

Os bens materiais devem ser usados conforme a vontade de Deus e não com amor ao mundo. ( I João 2:15-17). Os homens sem Deus esbanjam desregrada-mente os bens que dÈle recebem, em prazeres mun-danos, orgias e imoralidades (Luc. 16:19-31). Vivem alheios à vontade divina e zombam dos que contri-buem para o trabalho do Senhor, embora êles gas-tem muito mais em práticas dissolutas, fúteis e pre-judiciais, capazes de satisfazer apenas às paixões de-sordenadas e ao diabo — o pai da maldade.

O servo de Deus, entretanto, sabe que deve usar os bens recebidos de Deus, não só consigo mesmo, e com a família, mas também com o próximo e com o trabalho do Senhor. Lucas menciona algumas mu-lheres que, durante o ministório terreno de Jesus, "lhe serviram e prestaram assistência com os seus bens", (Luc. 8:3); e Paulo ensina em Efésíos 4:28: "Aquêle que furtava, não furte mais; suites trabalhe,

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fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado."

Se todas as coisas pertencem a Deus e dÊle tudo recebemos pela fé e por fé vivemos — Rom. 1:17 — a fé que nos constrange a obedecer a Deus, inclu-sive quanto ao uso das coisas materiais resultará também em bênçãos abundantes. Claro, pela fé re-cebemos não só as bênçãos espirituais, mas também materiais. (Sal. 34:8-10).

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CAPÍTULO V — INEGÁVEL A DÉCIMA PARTE

É inegável que a mordomia envolve igualmente o DÍZIMO, que significa a décima parte. O dízimo é a forma correta, proporcional e justa da contri-buição exigida por Deus em favor do trabalho. Deus não estabelece uma quantia indefinida. Ninguém tem o direito de contribuir conforme o seu próprio arbí-trio. Há o percentual deteminado por Deus. Também não estabeleceu uma quantia indefinida, fácil para o rico e impossível ao pobre, mas uma taxa propor-cional à renda de cada um.

Êste assunto pode parecer pouco simpático para alguns, mas está claramente incluído na mordomia cristã e é tão bíblico quanto qualquer outra doutrina divina. Em Lev. 27:30, lemos: "Todos os dízimos da terra, tanto do grão do campo, como do fruto das árvores, são do Senhor." Êste é o conceito bíblico so-bre o dízimo: "Todos são do Senhor " Temos ouvido discussão a respeito de dar o dízim^ ou pagar o dí-zimo. De acordo com a Bíblia, o mais certo é pagar, pois não estamos dando do que é nosso. Se o dízimo é do Senhor e está em nossas mãos, entregá-lo cons-titui saldar uma dívida.

Em Malaquias 3:10, lemos: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimen-tos na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor

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dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas dos céus, e não derramar sôbre vós bênçãos sem medi-da." No versículo 8 o Senhor requer igualmente as ofertas, dizendo: "Roubará o homem a Deus? Toda-via vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas."

Há quem negue a vigência da doutrina do dízi-mo, alegando que era matéria da lei e findou com ela. Talvez não saibam que a lei começou a vigorar cerca de 2.500 anos depois da criação, aproximada-mente 1.500 anos antes de Cristo.

O dízimo pertence ao Senhor, Criador de todas as coisas e sempre constituiu um dever dos servos de Deus, ANTES DA LEI, NA VIGÊNCIA DA LEI E DEPOIS DA LEI — na autal dispensação.

O DÍZIMO ANTES DA LEI

Em Gên. 14:18-20, Melquizedeque, sacerdote do Deus Altíssimo, abençoou a Abraão "e Abraão de tudo lhe deu o dízimo". Ora, Abraão foi o Patriarca da dispensação da promessa que muito se assemelha à atual, da graça. Abraão é chamado de crente e nele seriam abençoados todos os que são da fé. nêle seriam abençoados todos os que são da fé. (Gal. 3:7-9). Abraão viveu centenas de anos antes da lei. para comer e roupa com que me vista.. . de tudo É fácil entender que Abraão, em ligeiro encontro com Melquizedeque, não pensaria em dar-lhe o dizimo, se não fôsse acostumado a fazê-lo, ou se não o reco-nhecesse como mandamento de Deus. Jacó, neto de Abraão, também prometeu dar ao Senhor o dízimo de tudo. "Se Deus fòr comigo, e me abençoar e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão

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quanto me concederes, certamente te darei o dízimo." (Gên. 28:20-22).

Notemos que Jacó prometeu ao Senhor o dízi-mo de tudo, se o Senhor simplesmente lhe desse pão para comer e roupa para vestir. Exatamente isso que Deus nos tem dado. A "doutrina do dízimo", por-tanto, era conhecida e praticada pelos servos de Deus, antes da lei. É provável que os cananeus in-crédulos e pagãos a desconhecessem e até zombas-sem de Abraão e dos demais membros da linhagem escolhida...

O DÍZIMO NO TEMPO DA LEI

No período da lei, Deus deu a seu povo precei-tos diversos nos quais incluiu o dízimo. Ficou esta-belecido, não somente que trouxessem o dízimo mas que no caso do fruto da terra ou do rebanho, se al-guém resgatasse o dízimo, deveria "acrescentar a quinta parte". (Lev. 27:30-33; Números 18:21; Deut. 14:22). Além destas, há muitas outras referências acerca do dízimo no período da lei. Esclarecido o caso do dízimo na lei, passemos ao 3.° tópico.

O DÍZIMO DEPOIS DA LEI

Êste é o ponto principal, embora pareça o mais obscuro para alguns. Há mesmo os que afirmam não existir qualquer "doutrina sôbre o dízimo" no Nôvo Testamento. Felizmente ela existe na minha Bíblia e a considero particularmente para mim. Leiamos Mateus 23:23, onde temos as palavras de Jesus: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do co-

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minho, e tendes negligenciado os preceitos mais im-portantes da lei, a justiça, a misericórdia e a fé; de-vieis, porém, fazer estas coisas sem omitir aquelas." Compare com Luc. 11:42.

Ora, se "omitir" é deixar de fazer, logo, ao dizer Jesus, devíeis fazer estas coisas (praticar a justiça, a misericórdia e a fé) sem omitir aquelas (o dizi-mo) ou mais claramente, devíeis pagar o dízimo de tudo, mas não julgar isto como o suficiente, mas praticar também a justiça, a misericórdia e a fé, que são preceitos bem mais importantes.

Seria absurdo admitirmos que Deus estabeleces-se regras de contribuição (diz mo) para manutenção do ministério sacerdotal no tempo da lei e nada ti-vesse determinado para a atual dispensação cujo mi-nistério é mais glorioso. ( I I Cor. 3:7-11).

Como poderíamos entender passagens bíblicas como estas: "Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus." (Mar. 12:17). "Assim ordenou o Senhor aos que pregam o Evangelho, que vi-vam do Evangelho." ( I Cor. 9:14). Na pri-meira citação, o que é de César são os impostos e o que é de Deus o que será? Na segunda "vivam do Evangelho", o que poderia o Evangelho produzir para a subsistência dos que o pregam, se Deus não estabelecera norma alguma de contribuição no Nôvo Testamento? E porque Deus assim ordenou, se não tem o direito de fazê-lo? E como teria tal direito, se o mandamento era apenas para os dias da lei? Isto é muito claro sobretudo à mente cristã, iluminada pelo Espírito Santo.

Se os textos citados, e outros contidos no Nôvo Testamento representarem ensino insuficiente a res-peito do dízimo na era cristã, temos a considerar

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duas razões por que Cristo e os apóstolos não insis-tiram mais no assunto:

a) Em relação aos judeus, a quem Cristo mi-nistrou diretamente, não havia necessidade de enfa-tizar esta doutrina, visto que êles a praticavam es-crupulosamente, chegando mesmo a se gloriarem disso. (Luc. 18:11 e 12; Mat. 23:23). Jesus apenas os advertiu a não desprezarem os outros preceitos implícitos da lei, a respeito da justiça, da misericór-dia e da fé, pois realmente não há razão para des-prezarmos uma parte, pelo fato de obedecermos a outra. A obediência que devemos a Deus é integral, e não é nada de mais obedecê-lo de coração e por inteiro.

b) Em relação aos cristãos, também tornou-se desnecessário um ensinamento insistente a respeito de contribuições pois estes, cheios do Espírito San-to, transbordando de amor a Deus e ao Seu traba-lho, não se limitavam ao dízimo e ofertas "rotinei-ras". Foram além: vendiam propriedade e bens trazendo o produto aos pés dos apóstolos; então se distribuía a qualquer um na medida das necessida-des. (Atos 4:32-35).

DERAM-SE A SI MESMOS

Em I I Cor. 8:1-5 somos informados de que os macedônios voluntàriamente quiseram participar no plano de contribuições para os pobres da Judéia, o fue fizeram excedendo a expectativa dos apóstolos. Diz Paulo: "Não somente fizeram como esperáva mos, mas deram-se a si mesmos, primeiramente ao Senhor." Certamente aqui temos a chave do assun-to: "Deram-se a si mesmos ao Senhor." Já estuda-

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mos que a mordomia envolve tudo o que somos, in-clusive o próprio ser. ( I Cor. 6:19 e 20). Se não nos entregarmos a nós mesmos ao Senhor, podemos tam-bém negar-Lhe as demais coisas. Êste deve ser o mo-tivo por que muitos cristãos não se dispõem a con-tribuir nos dízimos e ofertas para o trabalho. Ê o grande motivo: a falta de amor a Deus e a Seu tra-balho .

Os que consideram a responsabilidade de mor-domos e amam a causa do Mestre, recebem como privilégio as oportunidades para cooperarem da me lhor maneira possível. Se faltar o amor, ao contrá-rio, o indivíduo procura até mesmo um fundamento bíblico para fugir ao dever. Já temos ouvido a cita-ção de I I Cor. 9:7 como "prova" de que só contribui quem quer. "Cada um contribua segundo tiver pro-posto no seu coração" e pronto. . . É como se disses-sem: "Não tenho proposto contribuir, portanto nada tenho a fazer." Seria melhor considerar:

1° — O referido texto, antes de falar em "pro-pósito do coração" diz: "contribua". É portanto, uma norma para quem contribui e não para fugir.

2° — A parte final do versículo diz: "Deus ama ao que dá com alegria." Quem não estimaria ser objeto do amor de Deus? Então, a contribuição é motivo para gozarmos dêsse amor, desde que o nos-so gesto seja repassado de alegria.

É certo que um coração avarento jamais se pro-põe a contribuir para o trabalho de Deus, pois a avareza é o mesmo que "idolatria" (Col. 3:5) e o avarento é idolatra, faz do dinheiro o seu deus, e o ama acima de Deus, o doador de tudo o que temos e o que somos. Isto é muito perigoso, pois o ava-

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rento e o idolatra não entrarão no reino de Deus. Compare I Cor. 6:9 e Apoc. 21:8.

A infidelidade quanto ao dever de contribuir, es-pecialmente com o dízimo, é motivo de maldição da parte de Deus. No texto de Malaquias 3:8-10, temos duas palavras de sentidos diametralmente opostos: maldição e bênção. Com "maldição sois amaldiçoa-dos, porque a mim me roubais..." v. 9. No versí-culo 10 lemos: "Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimentos em minha ca-sa e, provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e, não derramar sobre vós bênçãos sem medida.. ." Não será esta a razão de uns prosperarem, tanto nas coisas mate-riais como na vida espiritual? Não será a maldição de Deus sôbre os infiéis, o motivo de não prospera-rem?

O profeta Ageu, respondendo aos remissos na contribuição para o trabalho de Deus, diz: "Tendes semeado muito e recolhido pouco; corneis, mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para sa-ciar-vos; vesti-vos, mas ninguém se aquece e o que recebe salário, recebe para pô-lo em saco furado." (Ag. 1:16). A respeito da maldição consideremos duas coisas:

a) A maldição é proferida contra os que rou-bam a Deus, retendo a parte que Lhe devem.

b) A contribuição que devemos a Deus, espe-cialmente o dízimo, Deus não exige para Si mesmo. O dízimo é reclamado para a manutenção do traba-lho e do ministério divino em favor dos homens; em benefício de nossas almas.

Prezado irmão leitor, considera cuidadosamente 45

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êste assunto. Verifica as tuas relações com Deus à luz da Palavra Sagrada e apressa-te em normalizar os teus caminhos diante de Deus, enquanto é tem-po.

Além dêstes aspectos doutrinários da mordo-mia, particularmente no que tange ao dízimo, seria edificante considerarmos o lado lógico do assunto. Tomemos por base a Igreja Evangélica Assembléia de Deus, cujo patrimônio já é bem valioso. Milha-res de templos e outras importantes propriedades. Milhares de pastores e evangelistas a pregar a men-sagem salvadora em todo o território nacional, man-tidos pela Igreja. Sim, mantidos pela Igreja e não com recursos dos cofres públicos, nem missões es-trangeiras. Perguntamos, pois, ao irmão que não é fiel nos dízimos ou não os paga de modo algum, se todos os demais crentes seguissem o seu exemplo, como seria possível à Igreja realizar êsse elenco de obras? Quantos milhares de almas não teriam ido para a eternidade sem Cristo, pôr falta de recursos para a evangelização, e outras obras de expansão do reino de Deus? Como seria, meu irmão, se todos pensassem e agissem como você? Deus tenha mise-ricórdia da sua alma!...

Tudo é fácil de entender se considerarmos que Deus é o Criador e o dono de tudo: talentos, tempo, coisas materiais, e nós apenas mordomos ou despen-seiros, com a responsabilidade de administrarmos tudo segundo a Sua vontade e usarmos os bens para Sua glória, de modo a que, naquele dia, Êle possa di-zer a cada um de nós: "Muito bem, servo bom e fiel, entra no gôzo do teu Senhor." Amém.

Estevam Ângelo de Souza

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