culturas caiçaras da ilha grande: pelos jovens da ilha

100
CULTURAS CAIÇARAS DA ILHA GRANDE PELOS JOVENS DA ILHA

Upload: projeto-voz-nativa

Post on 02-Aug-2016

235 views

Category:

Documents


11 download

DESCRIPTION

Primeiro livro da Coleção Voz Nativa #1. Este livro reune textos de dezenas de jovens do Ensino Médio da Ilha Grande em que eles conta suas histórias de vida e como ser jovens na Ilha hoje. Trabalho realizado em parceria com os Colégios Pedro Soares e Brigadeiro Nóbrega.

TRANSCRIPT

Page 1: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

CULTURAS CAIÇARAS DA ILHA GRANDE PELOS JOVENS DA ILHA

Page 2: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha
Page 3: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

PROJETO VOZ NATIVA JUVENTUDE PROTAGONISTA DA ILHA GRANDE / RJ

MARCIO RANAURO

COORDENADOR GERAL

CARLOS HENRIQUE PAINEL COORDENADOR DE COMUNICAÇÃO

ARNALDO OLIVEIRA COORDENADOR ADMINISTRATIVO

IVAN BURSZTYN COORDENADOR PEDAGÓGICO

ANA LAÍSE ASSISTENTE DE COORDENAÇÃO

BEATRIZ LUZ ASSISTENTE DE COORDENAÇÃO

KAREN GARCIA ASSISTENTE DE COORDENAÇÃO

REALIZAÇÃO

APOIO PATROCÍNIO

Page 4: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

2015_ALTERNATIVA TERRAZUL www.alternativaterrazul.org.br

Tiragem: 1000 exemplares Distribuição Gratuita Impresso no Brasil

A reprodução do todo ou parte deste documento é permitida somente para fins não lucrativos e com a autorização prévia e formal da Asso-ciação Civil Alternativa Terrazul ou do Projeto Voz Nativa, desde que citada a fonte.

COLEÇÃO VOZ NATIVA - Nº1

EQUIPE RESPONSÁVEL PELA PRODUÇÃO DA PUBLICAÇÃO

TEXTOS E FOTOGRAFIAS

Alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Brigadeiro Nóbrega, sob a orientação do Diretor Anderson Pontes

Alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Pedro Soares, sob a ori-entação das professoras Isabela Farias e Monica de Castro e o Diretor Luis Claudio Macharret.

Esta é uma publicação do Projeto Voz Nativa, uma iniciativa realizada em parceria com os colégios estaduais da Ilha Grande. O material foi produzido pelos alunos do Ensino Médio, nas turmas de 2014.

CAPA | PROJETO GRÁFICO | DIAGRAMAÇÃO Karen Garcia

1ª Edição Ilha Grande_2015

Page 5: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

CULTURAS CAIÇARAS DA ILHA GRANDE PELOS JOVENS DA ILHA

ILHA GRANDE_2015

Page 6: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha
Page 7: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Colégio Estadual

Pedro Soares

DIRETOR LUIS CLÁUDIO MACHARETT

PROFESSORAS ISABELA FARIAS JULIANA PEREIRA MONICA DE CASTRO

ALUNOS AMANDA NUNES MATOS GLÓRIAALEF NEVES DOS SANTOSALICE LEOPOLDINO RAMOSANA PAULA DIAS DOS SANTOSANNA CLARA GARCIA QUINTINOARIANNE OLIVEIRA LUIZBRENDA NUNES MATOS GLÓRIACAIO DAS NEVES MARTINSCAROLINE DA SILVA MOREIRACASSIANE RAMOS DA CONCEIÇÃOCASSIANE VITÓRIA O. DA SILVACILIANE RAMOS DA CONCEIÇÃODANIEL GERALDO DOS SANTOSDIONE SANTOS OLIVEIRAEDILSON NEVES PIMENTAEDUARDA BRANDÃO PEREIRAEDUARDO PASSOS DOS SANTOSELOIZA PIRESEMILE DE SOUSA VILELAFELIPE CARDOSO DE JESUSFLÁVIO NASCIMENTO SILVAFRANCIANE SOUZA CASTROGÊNESI DOS SANTOS PONTESGÊNESIS NUNES GARCIAGUILHERME DIAS DOS SANTOSGUSTAVO SACRAMENTO NUNESHENRIQUE DO NASCIMENTO

Page 8: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

ISABELA DOS SANTOS L. MOREIRAJACIARA SOUSA DOS ANJOSJÉSSICA GARCIA BRANDÃOJONATÁS DOS PASSOS MARTINSJOSIAS MACIEL RAMOSJULIANA PAULA DE ANDRADEJUSSARA SOUZA DOS ANJOSKAROLAINE SILVA DE JESUSKELVI NEVES PIMENTAKLISLA FERREIRA DE C. RAIMUNDOLEONARDO DA SILVA JORGELETICIA GARCIA DA SILVALEVI MARCOS DOS SANTOS BRANDÃOLUAN LIMA HONORATOLUCAS OLIVEIRA VENTURA LUIZLUÍS FELLIPE ARAÚJO SILVAMAIARA NEVES RAMOSMARIA DO CARMO A. DOS SANTOSMARIANE DA CRUZ DE CASTROMARLON DE CASTRO RAMOSMATHEUS DE SOUSA CARDOSOMATHEUS DO ESPIRITO S. TENÓRIOMICAÍAS DE SOUZA PIMENTAMICHAEL TAGUCHI FERREIRAMIKAELA MENEZES PIMENTANATAN SANTOS DOS ANJOSNEILON DOS SANTOS PONTESNOELLEN DA SILVA FERREIRAPATRICIA DOS SANTOS CASTROPATRICK ANDERSON D. CASTROPAULO HENRIQUE F. S. DO CARMOPAULO RICARDO DOS SANTOS GARCIAPEDRO IGOR BRANDÃO BRAGAPEDRO PIMENTA DOS SANTOSPEDRO VINICIUS DE OLIVEIRAQUEILA OLIVEIRA B. GLÓRIARAYSSA NUNES DOS SANTOSRHUAN PAULA DE CASTROROBERTA VITÓRIA DOS S. PEREIRA

THAINARA ALVES DE OLIVEIRATHAIS MARA DE SOUZA CRUZTHAISA DOS SANTOS DE SOUZATHIAGO FERREIRA DOS SANTOSTHIAGO NUNES DOS SANTOSVITÓRIA RAMOS FERREIRAWILLIAM DE JESUS NEVES

Page 9: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Colégio Estadual

Brigadeiro Nóbrega

DIRETOR ANDERSON PONTES

AUXILIAR DE SECRETARIA DAVI VELLASCO DE MATTOS

ALUNOSMATHEUS DE SOUZA MARCINEIRO MATHEUS DUARTE

Page 10: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha
Page 11: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

SUMÁRIOApresentação_13

O Projeto Voz Nativa_15

Culturas Caiçaras da Ilha Grande_17

História da Ilha Grande_19

As Praias_23

Praia Vermelha_25

Praia Grande de Araçatiba_27

Praia da Longa_29

Lagoa Verde_31

Enseada do Bananal_32

Praia de Maguariqueçaba_34

Praia de Matariz_36

Provetá_38

Aventureiro_ 42

Os Jovens_ 45

Entrevistas_81

Curiosidades_89

Page 12: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha
Page 13: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Apresentação

Quantas histórias já se passaram na Ilha Grande? Se considerarmos os últimos 500 anos teremos uma infinidade de fases que atravessaram os períodos de descoberta à col-onização; os períodos da economia do ouro, do café e da pesca; as diferentes fases de colônia agrícola e penal até os dias atuais de desenvolvimento turístico.

Diferentes formas de ocupação se deram na Ilha Grande, desde a ocupação indígena às fazendas de café que se estendiam dos costões rochosos aos sertões e destes para os morros, até as ocupações atuais, todas concentradas à beira das praias.

E em todos esses períodos, quantas histórias de ju-ventude se deram na Ilha Grande? Quantas formas de ser jovem já foram possíveis nas diversas praias da Ilha? São jovens surfistas, evangélicos, caiçaras, baianos, pescadores, músicos, cantoras, cozinheiros e cozinheiras, brigadistas, católicos, professoras, bombeiros, enfermeiras, policiais, marinheiros, donas de casa, pais e mães de família...

Esta publicação é um pequeno registro do “ser jo-vem” na Ilha Grande, é uma forma de contar as histórias de jovens moradores e a relação com suas comunidades.

13

Page 14: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Este livro é um espaço para que jovens de diferentes comunidades contem um pouco de sua vida, suas per-cepções e expectativas. É a primeira publicação do Projeto Voz Nativa e foi uma forma que encontramos de registrar a vida da juventude nessa que é uma das mais belas Ilhas do Brasil.

O livro Culturas Caiçaras da Ilha Grande é o pri-meiro da Coleção Voz Nativa, que tem como objetivo pro-mover espaço de publicação das ideias, histórias, imagens e memórias da cultura caiçara e da juventude badjeca da Ilha Grande.

Neste pequeno livro, você leitor, vai passear pela Ilha, de Provetá ao Abraão, de Matariz ao Aventureiro, do Bananal às Palmas, da Longa à Enseada das Estrelas, da Ilha para o mundo!

Ilha Grande, março de 2015Marcio Ranauro

Coordenador Geral Projeto Voz Nativa

14

Page 15: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

O Projeto Voz Nativa O Voz Nativa é um projeto em constante renovação. É um projeto que surgiu do desejo de proporcionar à Ilha Grande e ao jovem local mais oportunidades e espaço para suas manifestações de ideias, projetos e desejos. Por isso, é um projeto aberto a ouvir, atender e ser um espaço do jo-vem caiçara da Ilha Grande.

Seu nascimento se deu em 2002, quando surgiu o Jornal Voz Nativa das mãos dos alunos do Colégio Estadual Brigadeiro Nóbrega, na Vila do Abraão. Na ocasião, a Uni

15

Page 16: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

versidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ, desenvolvia em parceria com o Colégio e a Brigada Mirim Ecológica um projeto de Educação Ambiental que buscava ampliar o co-nhecimento dos jovens locais sobre a natureza da Ilha Gran-de, apoiando suas manifestações e trocas de saberes sobre a cultura local e o meio ambiente.

Hoje o Voz Nativa é um projeto implementado pela Associação Civil Alternativa Terrazul em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ através do Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social - LTDS/COPPE, sendo possível através do patrocínio do Pro-grama Desenvolvimento e Cidadania da Petrobras.

O cotidiano do Voz Nativa é oferecer em parceria com o LTDS cursos técnicos nas áreas de Turismo, Meio Ambiente e Comunicação Comunitária para toda a Ilha. Além dos cursos, o Voz Nativa edita em parceria com os jovens locais o Jornal Voz Nativa e promove eventos de in-teiração entre os jovens de toda a Ilha Grande, sua cultura e memória.

Conforme avançamos identificamos novas parce-rias que possam promover e estimular o protagonismo do jovem local no desenvolvimento turístico de suas comuni-dades. Por isso, para além das atividades que o Voz Nativa venha oferecer na Ilha Grande, nosso desejo é de integrar ações com as comunidades, instituições, Escolas e Colégios de toda a Ilha Grande.

16

Page 17: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Culturas Caiçaras da Ilha Grande Visando a ampliação do conhecimento sobre as ma-nifestações culturais na Ilha Grande, o Colégio Estadual Pe-dro Soares (Provetá) e Brigadeiro Nóbrega (Vila do Abraão) estimularam através de entrevistas com alunos das diferen-tes praias, a produção de fotografias, poesias, poemas, sone-tos, canções, contos e textos que contenham a histórias da Ilha Grande, assim como a cultura caiçara e a memória dos seus moradores mais antigos.

Deste projeto, resultaram diversas redações, peque-nos vídeos, exposições fotográficas e vários outros textos e registros sobre a cultura caiçara e o tempo presente dos jo-vens moradores da Ilha Grande.

17

Page 18: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Com este projeto os estudantes do Ensino Médio da Ilha Grande puderam pôr em prática a atividade de pesqui-sa, tanto bibliográfica quanto de campo, além de propor-cionar a atividade criadora com a produção das redações, entrevistas, poemas, poesias, sonetos e canções. Este livro é parte do resultado desse projeto, imprimindo para a me-mória desses jovens e da Ilha Grande textos e pesquisas que serão apresentados por eles junto com alguns registros de suas imagens.

18

Page 19: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

História da Ilha Grande

Inicialmente habitada pelos índios Tamoios, que já a chamavam de Ipaum Guaçu (ilha grande), a Ilha Grande teve um importante papel histórico registando episódios de pirataria, tráfico de escravos, contrabando de mercadorias e produção agrícola ocorridos entre os séculos XVI e XIX.

Com a descoberta do ouro e da prata no Peru, no séc. XVI, a bacia da Prata os locais mais convenientes (ao sul) para o reabastecimento de água e lenha eram as ilhas de SC, São Sebastião e Ilha Grande.

Piratas de várias nacionalidades navegaram pela costa brasileira e assaltavam as naus espanholas carregadas de ri-quezas. Diversos pontos da costa brasileira serviam de refú-gio, abrigo e porto de abastecimento. A Ilha Grande, ao Sul, destacou-se nesse processo. Nela os contrabandistas e

19

Texto pesquisado e adaptado pelos alunos do Colégio Estadual Pedro Soares - Provetá, através de sites referentes à Ilha Grande,

como ilhagrande.org, wikipédia, entre outros

Page 20: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

piratas encontravam o abrigo mais seguro, além da tranquilidade para obter repouso. Havia fartura de água po-tável e madeira, e dificilmente eram molestadas pelos por-tugueses.

A Ilha foi base do contrabando de escravos, principal-mente após 1.850 quando foi proibido o tráfico interconti-nental de escravos.

A história registra grande números de corsários ingle-ses, holandeses e franceses na Ilha Grande. Um dos pontos de interesse dos corsários residia no fato de a Ilha ser vizi-nha a Paraty, porto inicial de escavação de ouro extraído das minas, abundância de lenha e água.

A Ilha foi avistada pelo governador português Gonça-lo Coelho em 6 de janeiro de 1502, dia de Reis - daí o nome da ilha. Ao longo do século XVI, houve diversos combates na região. Nesses combates, os portugueses aliados aos Tu-piniquins, enfrentaram os franceses, aliados dos tamoios. Em 1559, a coroa portuguesa resolveu nomear Dom Vicen-te da Fonseca para administrá-la, o que só ocorreu, de fato, com o fim da guerra dos tamoios, em 1567.

A Ilha foi atacada em 15 de dezembro de 1591 pelo corsário inglês Thomas Cavendish, que saqueou os perten-ces e viveres da população local e ateou fogo em suas resi-dências, rumando em seguida para Ilha Bela para organizar seus ataques a Vila dos Santos.

Sobre essa história foi editado o livro ‘Piratas do Atlântico Sul’ de Ernesto Reis.

A dificuldade em administrar a Ilha e em impedir ata-ques de contrabandistas e corsários forçou a transferência de sua administração da Capitania de São Paulo e Minas para a Capitania Real do Rio de Janeiro em 1726, a pedido do governador Luís Vaia Monteiro. Nesse período, a Ilha co-meçou a desenvolver as culturas de cana-de-açúcar e café,

20

Page 21: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

que se estenderiam até a ultima década do século XIV, in-tensificando sua colonização, quer como fundação de fa-zendas, como também de pequenas vilas, onde os negros trazidos para trabalhar nas lavouras fizeram do lugar uma das principais rotas do tráfico de escravos até a abolição da escravatura.

No ano de 1803, a Ilha passou a condição de FRE-GUESIA, com o nome Santana da Ilha Grande de Fora, ga-nhando autonomia jurídica em relação a Angra dos Reis. Em 1863, o Imperador Dom Pedro II fez sua primeira visita a Ilha Grande, onde comprou a fazenda do holandês, local onde seria instalado o Lazareto, instituição que serviu de centro de triagem e de quarentena para os passageiros en-fermos que chegavam ao Brasil e, posteriormente, em um sanatório para os doentes de hanseníase. De 1886 à 1903, atendeu mais de 4.000 embarcações. E serviu de presídio durante os primeiros anos da República, quando foi criada a Colônia Agrícola Correcional de Dois Rios.

Nos anos de 1930, logo após o governo de Getúlio Var-gas, deu-se a Revolução Constitucionalista de 1932, quan-do, então, todos os confinados do Lazareto foram transferi-dos para a Colônia de Dois Rios, que passou a ser, em 1940, um presídio com capacidade para aproximadamente 1.000 detentos, sendo, posteriormente chamado Instituto Penal Cândido Mendes. Esse presídio se tornaria célebre quando a publicação de ‘Memórias do Cárcere’ de Graciliano Ramos, que foi encaminhado, como preso, durante a Ditadura do Estado Novo (1937 à 1945).

Durante o Regime Militar de 1964, foram também transferidos presos políticos para o Instituto, até o final da década de 1970, quando os prisioneiros políticos foram li-bertos e o presídio voltou a ter apenas presos comuns.

A Ilha passou, então, por dificuldades econômicas, já

21

Page 22: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

que as poucas lavouras ainda existentes se tornaram de sub-sistência. Além disso, houve um grande declínio nas ativi-dades da indústria pesqueira dos anos de 1980.

Em 1994, o Presídio, que era fonte de insegurança para população local devido às fugas de presos, foi demo-lido pelo Governo Fluminense. Após sua implosão, a Uni-versidade do Estado do Rio de Janeiro obteve o direito de cessão da área e das benfeitorias, que pertenciam ao presí-dio, inaugurando em 1998 o Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável.

Desde então, a economia da Ilha tomou um novo im-pulso e tem se baseado no turismo, sendo um dos locais mais procurados do Rio de Janeiro para a prática de surf, mergulho, mountain bike, montanhismo, camping e trilhas.

No início de 2010, a Ilha sofreu com vários desliza-mentos de terra consecutivos em razão do grande volume de chuva na área.

Em 2011 moradores da Ilha uniram-se e não poupa-ram esforços para fortalecerem a realização de eventos tra-dicionais nesse paraíso, como o Festival de Música e ecolo-gia da Ilha Grande, o Festival de Cultura Japonesa na praia do Bananal.

22

Page 23: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

As praias

23

Texto pesquisado e adaptado pelos alunos do Colégio Estadual Pedro Soares - Provetá, através de sites referentes à Ilha Grande,

como ilhagrande.org, wikipédia, entre outros

Page 24: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha
Page 25: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Praia Vermelha

A Praia Vermelha ou Fazenda da Praia Vermelha, como era conhecida antigamente está localizada entre a En-seada de Araçatiba e a famosa Gruta do Acaiá. Possui pouco mais de 300 habitantes.

Cais da Praia Vermelha

João Pontes

Por Caroline Moreira, Nathan dos Anjos, Gênesis Garcia, Marlon Ramos, Rhuan de Castro, Guilherme dos Santos e Luís Fellipe Silva

Turma 1001 de 2014

25

Page 26: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Segundo os moradores da região, a Praia Vermelha possui esse nome devido a uma zenola. A história conta que os índios que viviam ali há mais ou menos 550 anos atrás, faziam fogueiras na praia e no dia seguinte a areia da praia ficava vermelha. Daí o nome ‘Praia Vermelha’. As pessoas que viviam nesta vila fizeram o teste e afirmaram que este fenômeno é real. Além das belezas e do povo acolhedor, a Praia Vermelha é famosa por abrigar em suas águas um dos naufrágios mais conhecidos de Ilha Grande - o Naufrágio do Califórnia.

Naufrágio da Califórnia

26

Ricardo Marques Dias

Page 27: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Enseada de Araçatiba

Praia Grande de Araçatiba

Por Amanda Matos, Ciliane Ramos, Cassiane Ramos e Taís Mara de SouzaTurma 1001 de 2014

A enseada de Araçatiba fica na parte Sul da Ilha Gran-de, localizada entre a ponta da Cobra e a ponta Grande. O nome “Araçatiba” é muito curioso e vem do Tupi (língua indígena). ARAÇÁ quer dizer “fruto que tem olhos” e TIBA quer dizer “muito”. Araçá é uma fruta parecida com a goiaba e que, no passado, era abundante na região de Araçatiba.

27

Marcio Ranauro

Page 28: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Três praias de águas calmas e cristalinas compõem a enseada de Araçatiba: praia da Cachoeira, praia Grande de Araçatiba e Araçatibinha, sendo a praia Grande de Araçati-ba a maior delas, com cerca de 800 metros. Na praia Grande, que possui areia dourada, fica o maior cais para atracação dos barcos, algumas pousadas, bares, restaurantes e a Igreja Nossa Senhora da Lapa, um dos principais pontos turísticos de Araçatiba.

28

Page 29: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

A Praia da Longa tem basicamente moradores que vivem da pesca e cultivo de mexilhões e não apenas do tu-rismo como em outros lugares da Ilha. Em frente ao cais da Longa é possível observar algumas ruínas, aparentemente uma grande casa, mas na realidade se trata de uma antiga fábrica de sardinhas.

Praia da Longa Por Dione Oliveira, Thiago dos Santos, Daniel dos Santos

e Pedro Vinícius de Oliveira Turma 1001 de 2014

Vista da Praia da Longa

29

João Pontes

Page 30: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

A pesca era a atividade mais comum na Ilha Grande nos anos 70 e 80, no auge da indústria pesqueira na Ilha Grande, a população contava um número bem maior de ha-bitantes devido a atividade de uma fábrica de pescados. Seu proprietário ainda não utilizou o terreno para outros fins e, devido a este fato, ela permanece abandonada.

Os moradores, pescadores, jovens e idosos têm seu ponto de encontro e descanso na cobertura ao lado da pe-quena Igreja de São Pedro em frente ao cais, onde pendu-ram suas redes de balanço. Atrás da igreja está a Escola Municipal da Longa – Ensino fundamental até a 4ª série. A atividade turística é pouco expressiva.

Praia da Longa

30

João Pontes

Page 31: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

A Lagoa Verde, antes conhecida como Ilha da Longa, está localizada na fronteira entre a Praia da Longa e a Praia Grande de Araçatiba, onde a Ilha da Longa quase encosta na Ilha Grande, formando uma espécie de piscina em forma de U.

Com a maré em nível normal ou cheia fica separada da Ilha Grande. Quando a maré está bem baixa, fica unida por estreita faixa de areia e pedras. É um dos poucos locais do planeta onde são encontrados corais esverdeados, por isso o nome. A fauna marinha é um espetáculo à parte, pela pouca profundidade de suas águas transparentes e calmas.

Lagoa Verde

Lagoa Verde

31

João Pontes

Page 32: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Enseada do Bananal

Por Cassiane da Silva, Letícia Garcia da Silva, Juliana de Andrade, Emili Vilela, Alef dos Santos

Turma 2001 de 2014

Praia do Bananal

A antiga plantação de bananas da fazenda de Freguesia de Santana, localizada bem perto dali, deu origem ao nome da praia que até hoje guarda exemplares da fruta espalhados por toda a Mata Atlântica em volta.

Sua população caracteriza-se como uma comunidade de pescadores com forte influência japonesa que tem sua econo-

32

João Pontes

Page 33: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Enseada do Bananal

mia baseada no turismo, transporte marítimo, pesca e serviço público municipal. É notável os traços deixados pelas antigas fábricas de pescados, montadas por japoneses, que existiam na localidade e que agora funcionam como pousadas. A comuni-dade do Bananal, composta por diferentes culturas, conta cerca de 370 pessoas. É servida por rede de energia elétrica e telefone somente celular que nem sempre funcionam bem.

33

João Pontes

Page 34: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Praia de Maguariqueçaba

Praia de Maguariqueçaba

Relato de morador da Praia de MaguariqueçabaRegistrado por Thais Mara de Souza

Turma 1001 de 2014

34

João Pontes

Page 35: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

“Antigamente, aqui na praia de Maguari era, sim, bom em uma coisa e ruim na outra. Antes trabalhavam na pesca. Quando não era na pesca, era na roça, na ‘salga’ e o povo era todo amigo.

Não igual a hoje em dia, que só existe drogas. Porque hoje, aqui, mudou bastante. As pessoas quase nem podem sair na praia à noite.

Antes não existia pousada. Aqui tinha uma fábrica de peixe, aonde chegava os barcos de peixes e descarregavam tudo na fábrica.

E, antigamente, aqui era muito mal assombrado, as pes-soas tinham medo de sair para a praia à noite, porque viam coisas de arrepiar. Aí, depois que passou a chegar os evangéli-cos que acabou com essas coisas ruins, aí sim ficou bom!

E antigamente quando os presos fugiam dos presídios da Colônia, eles se escondiam na mata, e quando sentiam fome, saiam nas casas pra pedir comida.

E pensando nisso, o assunto do presídio é uma coisa histórica que mexe muito com ‘nós’ morador.

Também tem a historia que o povo sempre via que, no canto da praia, sempre entre 22h ou 23h, saía uma ca-noa que vinha da barra com trinta pessoas, e essas pessoas cantavam, mas ninguém entendia nada, os moradores até colocaram o nome dessa canoa de ‘Canoa dos Trinta’.”

História de Maguari: Como era e como tudo começou

35

Page 36: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Praia de MatarizPor Henrique do Nascimento

Turma 2001 de 20014

Ruínas da antiga fábrica de sardinhas

Esta praia fica localizada próxima da Enseada do Ba-nanal e é pouco visitada por turistas.

A praia abriga um pequeno vilarejo e uma antiga fábri-ca de sardinha que, mesmo desativada, marca um dos gran-des setores econômicos da ilha durante o século passado.

36

João Pontes

Page 37: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Ruínas do helicóptero submerso próximo a Lage do Matariz

É habitada basicamente por pescadores que convivem em uma pequena comunidade com aproximadamente 150 pessoas.

Na praia de Matariz há um helicóptero que repousa na Lage do Matariz. No dia 4 de janeiro de 1998 o helicóptero esquilo decolou da praia da Mombaça com destino ao Rio de Janeiro levando à bordo dois tripulantes e três passageiros, entre eles o proprietário do Hotel Glória, Eduardo Tapajós. Após o acidente, o helicóptero foi içado para análises técnicas.

Para evitar a rápida deterioração foi recolocado debai-xo d’água próxima a Lage do Matariz.

37

Ricardo Marques Dias

Page 38: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Praia de Provetá

Praia de Provetá

38

João Pontes

Page 39: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Mirante do Provetá

História da Praia de Provetá

A Praia de Provetá é bem bonita, com cerca de 500 metros de águas claras, areia grossa e amarelada, mar ligei-ramente batido. Embora não seja uma praia focada no tu-rismo, Provetá é a principal porta de acesso terrestre para a Praia de Aventureiro e a Praia dos Meros no lado oceânico da Ilha Grande.

A vila do Provetá abriga a segunda maior comunida-de da Ilha Grande, com aproximadamente 1500 habitantes, também a segunda em movimento econômico. É habitada basicamente por pescadores e a atividade pesqueira profis

39

João Pontes

Page 40: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

sional ainda é bastante ativa, porém o turismo vem se desenvolvendo na região a cada ano. Estão baseados em Provetá os maiores barcos pesqueiros de alto mar da região, que descarregam na cidade de Angra dos Reis. A pesca ma-nual com linha e rede também é muito praticada aqui.

Curiosidade sobre Provetá• Há alguns anos quase a totalidade da população era

evangélica, ficou famosa com reportagens à respeito de sua cultura e costumes em meio a um cenário litorâneo, como por exemplo, tomarem banho de mar com roupas;

• Hoje em dia a porcentagem de evangélicos diminuiu consideravelmente, abrindo novas portas para o turismo;

• A igreja principal é evangélica, situada no centro da vila se destaca facilmente das demais construções;

• Grande parte das casas beira mar são construídas de

Praia do Provetá

40

Karen Garcia

Page 41: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Principais atrativos• Pisirica- Parede rocha no lado esquerdo da baía,

nessa parede existe uma escadaria onde se pode contemplar o mar, natureza e pôr-do-sol;

• Trilha para verga- lado oposto da pisirica, a trilha termina em rocha beira-mar onde é possível a pesca de an-zol e snorkel;

• Gruta do Acaiá- As trilhas usadas para chegar até a gruta são as mesmas que os trabalhadores usam para cuidar de suas plantações, chamada de “caminhos de roças”, e é re-comendado que faça esse percurso com um guia local;

• Praia dos Meros- Também é recomendados um guia local ou alugar um barco para chegar lá;

• Praia de Aventureiro, Praia Vermelha e Araçatiba – Trilhas de nível moderado e com pouca sinalização;

• Pesca de anzol na praia e por barco- é possível fazer a pesca na praia ou alugar um barco para pescar em alto mar

costas para a praia, com a intenção de ficarem de frente para a rua principal, algo que torna a arquitetura da vila bem di-ferente.

41

Page 42: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Praia do Aventureiro

A Praia do Aventureiro situa-se na porção oceânica da Ilha Grande em sua parte meridional, em continuação às enseadas das Praias do Sul e do Leste.

A praia mede aproximadamente 800 metros de ex-tensão. Seus limites geográficos são: a leste, o mar aberto; a oeste a serra, recoberta pela vegetação de Mata Atlânti-ca remanescente; a sudoeste, pela Ponta do Aventureiro e a nordeste, pela Praia e pela Pedra do Demo.

Sua paisagem é riquíssima em belezas naturais que vão desde as belas montanhas em forma de anfiteatro aos mirantes e praias de transparência impressionante.

Nem sempre é fácil e tranquilo chegar na Praia do

Praia do Aventureiro

Por Caio Martins, Edilson Neves, Genesi Pontes, Kelvi Neves e Matheus Tenório

Turma 3001 de 2014

42

João Pontes

Page 43: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Aventureiro. Quando o mar está de ressaca e as ondas “lam-bem” a Pedra do Dragão, é impossível navegar com segu-rança. Nessas circunstâncias, a alternativa para se chegar no paraíso é caminhando a partir da Praia de Provetá.

Esportes praticados no Aventureiro

Frescobol Slackline

Surf

Ski de praia

Volêibol

Pesca esportiva Futvôlei

Frisbe

43

Page 44: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha
Page 45: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Os jovens

45

Page 46: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha
Page 47: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Eu sou Thainara Alves de Oliveira, tenho 16 anos, nasci na cidade de Angra dos Reis no dia 27 de janeiro de 1998. Meus pais se chamam Tatiana e Denison, e também tenho uma irmã mais nova, a Pérola.

Moro na praia de Provetá. Minha mãe sempre mo-rou, sua família também já meu pai morava em Trindade (Paraty), até conhecer a minha mãe. Depois veio morar em Provetá também. Se casaram e hoje formamos uma linda família.

Meu pai é pescador, e minha mãe é dona de casa. Mi-nha irmã e eu estudamos na Escola Pedro Soares, em Pro-vetá, que é uma praia linda e muito tranquila. Adoro morar aqui, apesar de não termos muitos recursos.

Não temos acesso a cursos e trabalho. Para conse-guir algo assim e termos um futuro melhor, precisamos ir ao continente. Gostaria muito que tivéssemos acesso a tudo isso e também à internet, pois hoje com o mundo moderno e cheio de tecnologia, estamos bem longe disso. Às vezes precisamos disso, pois também temos que ter conhecimen-to além da tv.

Como todos sabem, em Provetá não existia energia e com um tempo, passou a ter. Assim como a energia, espero que outros recursos se realizem e melhorem cada vez mais. Assim Provetá ficará cada vez Melhor!

Thainara Alves de Oliveira

47

Page 48: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Dione Santos de Oliveira

Meu nome é Dione e moro na Praia da Longa. Bem, os meus tios falam que eles moravam no Matariz quando era criança. Meu avô e minha avó brigavam muito. Eles ti-nham uma roça onde moravam.

Bem, minha vó nasceu na Ilha Grande, já meu avô eu não sei. Sei que eles se conheceram na praia de Tapera, e de-pois de um bom tempo foram morar em Matariz . Nessas bri-gas deles, eles acabaram se separando. A filha mais velha já tinha se casado com meu tio, o Tenório, então minha avó se mudou para Praia da Longa. Ali as filhas mais novas foram criadas, mas foram crescendo e procurando seu “rumo”!

Minha mãe foi parar na Japuíba, acabou se relacio-nando com um homem, mas ela não sabia que ele já foi mo-rador da Ilha, então nesse relacionamento ela acabou geran-do um filho - no caso eu!

Quando eu nasci o meu pai morreu com dois tiros nas costas, então minha mãe sozinha não tinha condições de fi-car comigo, ela me deu para uma mulher... mas essa mulher acabou me devolvendo porque ela queria que eu a chama-se de mãe e minha mãe estava atrapalhando.

Nesse vai-e-vem até dois anos, a minha mãe me dei-xou com a minha tia que morava na Japuíba também, mas minha tia não tinha condições de ficar comigo, então a mi-nha tia me levou para conhecer a minha vó na Ilha e foi assim que minha história surgiu.

48

Page 49: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Minha avó viu que eu estava na casa de uma e na casa de outro, então ela me pegou e me criou, cresci chamando ela de mãe e o marido dela de pai. Em 2000 ela faleceu e eu tinha nove anos, fui morar com a minha mãe, mas para mim ela era uma desconhecida.

Voltei para Ilha com 10 anos e conversei com minha tia que me deixou morar com ela. Hoje tenho 22 anos, estou estudando, tenho um sonho de conhecer meus irmãos por parte de pai e esse é o resumo mais importante da minha história.

Meu nome é Patrícia, tenho 18 anos e dois irmãos que amo, que se chamam Luana e Maurício. Nasci em Bar-ra Mansa, e logo em seguida fui trazida para Provetá. Aqui estou vivendo minha vida, é um lugar maravilhoso para morar, sem violência onde todos se conhecem, posso dizer que tive uma boa infância, sempre respeitei as pessoas para ser respeitada, mas o tempo foi passando, as pessoas foram crescendo ... e hoje estou aqui contando um pouco da mi-nha história.

Quando eu terminar os estudos quero me mudar para buscar coisas novas e alcançar meus objetivos, e depois de um tempo, quero me casar e ter filhos, quero poder en-sinar a eles as coisas boas da vida, mostrar o caminho certo que deverão seguir, enfim, só quero ser feliz .

Patricia dos Santos Castro

49

Page 50: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Willian de Jesus Neves

Sou Willliam de Jesus Neves , tenho 16 anos sou faná-tico pelo Flamengo, enfim jogo muita bola, já fiz muita ba-gunça quando acaba luz. Aqui é um lugar privilegiado pela natureza, tem um lindo mar, uma praia para causar inveja, as pessoas que lotam a praia todo ano no carnaval, muitas mulheres. Eu já passei por uma história muito engraçada quando fomos, eu, Levi Micaias e P.H, fazer uma operação cana, aproveitando a falta de luz. Na hora tudo parecia cal-mo até que surgiu uma luz no meio da escuridão que veio na minha direção e na do P.H , o Levi e o Micaias ficaram de vigiar, mas eles não nos avisaram que era a dona das casas, e quando menos esperava a luz do lampião clareou onde nós estávamos. Eu não pensei em mais nada, larguei a cana no chão e sai correndo, perdido na escuridão encontrei o cami-nho de casa e depois voltamos no mesmo lugar e pegamos as canas.

50

Page 51: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Levi Marcos do Santos Brandão

Meu nome é Levi Marcos do Santos Brandão, nasci em 14 de janeiro de 1997. Moro em Provetá há 17 anos, pra-tico muitos esportes e torço pelo Flamengo. Tenho muitos amigos e conheço a maioria da população do Provetá e a maioria me conhece.

A maioria dos meus amigos moram perto uns dos outros, tenho muitas histórias com eles e uma delas é que: nós nos juntamos e fomos pegar frutas na casa de uma ga-rota e quando nós estávamos pegando, a mãe dela apareceu e todos sumimos correndo e nos machucamos porque era noite. As pessoas mais velhas daqui falam que antigamente existia muitas lendas como (lobisomem, mula sem cabeça e outros) mas tudo acabou quando construímos a igreja em Provetá que a maioria da população até os dias de hoje fre-quenta.

51

Page 52: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Paulo Henrique Ferreira da Silva

Sou Paulo Henrique Ferreira da Silva nasci em Angra dos Reis no ano de 1999. Sou um garoto muito legal, traba-lho no cerco do Jai, eu já fiz muita coisa errada nessa vida, tipo: em um dia desses aí comum faltou energia elétrica, eu e o Micaias o William e o Levi combinamos de pegar cana. Aí eu e o William fomos pegar e o Levi com William ficaram de vigia, quando nós cortamos a cana, a dona apareceu com um lampião e correu atrás de nós! Outra história foi quan-do eu, o Levi, Micaias e o Eduardo fomos pegar reboque lá fora. Quando eu soltei o Micaias, ele quase morreu afogado. Aí o barco voltou para pegar ele eu fiquei muito mal por ter feito isso com ele! E teve um dia em que eu quase morri na cachoeira! Fiquei pendurado na pedra com bocado de pedaços de ferro, se não fosse os meus amigos, teria caído.

A história mais legal que eu tive foi quando estava chovendo e a barra encheu. Nós fomos brincar de pique pega na chuva eu, Levi, Micaias e Paulo Afonso. O Paulo Afonso veio atrás de nós, foi quando nós caímos na barra e ficamos de fôlego, e o Paulo Afonso não nos viu.

Valeu galera essa foi a minha História .

52

Page 53: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Jonatas dos Passos Martins

Meu nome é Jonatas dos Passos Martins, tenho 17 anos. Eu nasci no dia 23 de setembro de 1987 e tenho quatro irmãos. Meu pai trabalha na empresa do SAAE de serviços gerais, minha mãe é uma simples dona de casa.

Eu pratico alguns esportes, apesar de não ser um es-portista, mas eu gosto de esportes. Também gosto de pescar e ajudo o meu pai no serviço de lá de casa porque minha casa está em construção. Eu tenho uma irmã que está fa-zendo faculdade de enfermagem e ela se chama Thais dos Passos. E tenho um irmão, Martins, que está servindo a Marinha, e um outro fez curso de moço de máquina e está embarcado na empresa da Camorim. Outro irmão está ter-minando o curso de moço de máquina também. Provetá é um lugar muito especial para mim porque tem todas as coi-sas que eu gosto, e esse lugar tem um povo evangélico, tem poucas que não são evangélicas, mas eu dou graças a Deus por morar nesse lugar. Eu não tenho nada que reclamar do Provetá, essa é minha história e esse é meu lugar.

53

Page 54: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Mikaela Menezes Pimenta

Meu nome é Mikaela Menezes Pimenta. Tenho 16 Anos, meus pais são Vanessa Menezes Pimenta e Valdecir Pimenta. Tenho apenas um irmão ele se chama Valber Me-nezes Pimenta. Quando eu era menor, Provetá era um lugar super maneiro eu amava morar aqui pois aqui eu podia sair com minhas amigas, podia brincar com elas até a noite sem ter nenhuma preocupação. Para mim aqui era o melhor do mundo, mas o tempo passou e agora sou uma adolescente e já não gosto muito de morar aqui porque não tem quase nada para fazer. Não tem sinal para nos comunicarmos com nossos amigos, então tudo aquilo que eu amava quando criança passou a ser entediante agora que sou adolescente. Aqui também não tem muitos serviços e o que me resta é ficar em casa sem ter o que fazer. Mas, o que eu mais gosto de fazer é ir a igreja. Lá encontramos os nossos amigos e podemos desfrutar de uma coisa boa juntos. Provetá só fica animado quando chega o Natal, Ano Novo e o Carnaval, pois vem muita gente pra cá e podemos fazer novos amigos, enfim além de ser um lugar chato é muito bonito também.

54

Page 55: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Jussara Souza dos Santos

Meu nome é Jussara, moro na Ilha Grande nascida e criada. Sou uma menina muito falante, por isso sou bem vista na comunidade, por causa dessa minha simpatia de menina, minha infância é muito legal de se falar. Sabe por-quê? Eu descia do morro escorregando na estrada e descia toda suja de barro, minha mãe ficava muito brava comigo! Também gostava de brincar de carrinho, de futebol, de ban-deirinha, ainda sinto muita saudade dessa infância.

Hoje é muito difícil ver essas brincadeiras na cultura tão boa no Provetá! Agora, só celular a internet. Meu pai é meu herói desde que me vejo por gente! Meu pai se tor-nou um grande pescador e minha mãe sempre dona de casa. Tenho muito orgulho disso por eles serem pessoas dignas. Tenho muito orgulho por ter uma família do meu lado. Meu pai fica mais no alto mar porque ele tem que trabalhar para manter a casa, ou seja, ele que sustenta a nossa família. Nos-so sustento vem da pesca, a pesca ela é muito sofrida. Meu pai fala muito dela, que precisamos valorizar os nossos pais que trabalham lá, vamos valorizá-los .

Eu sempre estudei desde o pré, às vezes sofria algum tipo de preconceito que não ia sair da mesma série, ou seja, do princípio. Mas hoje sou uma vencedora - já estou no en-sino médio e sou o orgulho da minha família. Quero fazer faculdade e me transformar em alguma coisa importante. Ser moradora do Provetá formada, inteligente, fina, dedi

55

Page 56: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Micaias de Souza Pimenta

Sou Micaias Souza Pimenta, nasci em Angra dos Reis, no ano de 1997. Fui criado em Ilha Grande com meus pais e meus irmãos e conheço a maioria da população. Tenho bas-tante amigos, crescemos juntos, fizemos bastante bagunça e uma delas foi pegar cana de uma senhora, eu, Levi, William e Paulo Henrique. Nesse dia, a energia elétrica tinha acaba-do e quando estávamos pegando a cana, a senhora apareceu e pegou o William e o Paulo Henrique com as canas nas mãos. Eu e o Levi estávamos escondidos rindo pra caraca! Outra história foi quando a gente estava em um barco, Eu, Paulo Henrique, Levi e Eduardo, quando o Paulo Henrique me empurrou na água e o barco continuou navegando nes-se dia eu fiquei desesperado nadando igual um doido atrás do barco. Quando o barco parou, meu coração ficou calmo. Mas hoje lembro de tudo isso e fico rindo pra caraca. Isso foi um pouco da minha história que acho muito engraçada e resolvi escrever .

56

cada, concentrada quero ser sim, vou erguer minha cabe-ça vou lutar por esse sonho, vejo que na minha família são todos pescadores, meus irmãos não estudam e não alcança-ram o ensino médio. Por isso que insisto vou conseguir. Essa é minha história.

Tenho 19 anos.

Page 57: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Thiago Ferreira dos Santos

Sou Thiago, tenho 18 anos, tenho dois irmãos e duas irmãs e eu sou o caçula da família. Nasci em Rio Claro e vim para Ilha Grande com um ano de idade. Moro na Praia de Provetá. Quando criança, fazia muita bagunça com meus primos e amigos. Sendo filho de pescador aprendi algumas coisas, meu pai batalhava na pesca para trazer comida pra casa, sempre sobrevivemos da pesca e da roça que meus pais tem até hoje.

Sou um jovem educado, aprendi a respeitar os mais velhos, sou ativo gosto de praticar exercícios, como natação, futebol, canoagem, etc. Nunca gostei de dizer “não” a algo que me pedissem. Como a maioria dos caiçaras antigos, meus pais não sabem ler nem escrever direito, apenas eu e minhas duas irmãs estudamos e, inclusive, minha irmã mais velha é formada em Letras.

Eu sou um jovem muito quieto, não sou de falar mui-to, sou tipo “invisível” mas ser invisível tem suas vantagens, graças a Deus nunca me meti com coisas erradas.

Hoje em dia trabalho com meu pai na pesca, é claro. Minhas duas irmãs são casadas e meu irmão já é pai com 24 anos. Graças a Deus meus pais tem saúde para mais vários outros anos... se Deus quiser!

E isso é um pouco da minha história de vida!

57

Page 58: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Alice Leopoldino Ramos

Meu nome é Alice Leopoldino Ramos, tenho 15 anos, nasci no ano de 1999, no hospital que se chama Santa Casa e que se localiza no Rio de Janeiro, na cidade de Angra dos Reis.

Minha mãe se chama Daniela Ramos Leopoldino da Silva e meu pai se chama Luiz Carlos Ramos.

Meus pais se separaram quando eu ainda era muito nova e tinha apenas dois anos de idade. Não entendi nada do que era separação, só passei a entender porque eu não via mais meu pai com o passar do tempo. Mas graças a Deus meu avô paterno me criou com muito amor e carinho. Quando eu tinha apenas oito anos de idade minha mãe se casou de novo, e graças a Deus, eu me dou muito bem com o meu padrasto.

Moro aqui em Provetá desde bebê, gosto de morar aqui. Só que tem algumas coisas que deviam mudar aqui. Por exemplo, deveria ter uma torre que transmitisse sinal de celular, porque quando tem alguma emergência aqui na ilha fica um desespero por não termos muitos meios de nos comunicarmos com o corpo de bombeiros ou com a defesa civil, deveríamos ter médicos todos os dias de semana, lojas e mercados. Só isso que em minha opinião deveria melho-rar. Até hoje não temos isso, mas com a graça de Deus vive-mos bem aqui .

Passamos por dificuldades mais vencemos todas.

58

Page 59: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Jaciara Souza dos Anjos

Meu nome é Jaciara e tenho 21 anos. Moro no Provetá com meus pais. Gosto de morar aqui por causa da natureza, do mar e da paz que tem nesse lugar.

Quando eu era pequena eu gostava de brincar de tudo e mais um pouco. Meus irmãos ficavam impressionados co-migo, sempre gostei de fazer amizade e falar com todo mun-do. Nunca fui prosa, sempre alegre. A maioria das minhas amigas moram aqui no Provetá.

Um dia eu e todas as minhas amigas nos reunimos e fomos brincar de futebol na praia e quando eu cheguei em casa, minha mãe brigou muito comigo.

Agora, eu pretendo casar e construir uma família e ter dois filhos, meu namorado é maravilhoso comigo, meus pais adoram ele e eu também, é lógico! Desejo ser feliz aqui no Provetá!

59

Page 60: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Eduarda Brandão Pereira

Meu nome é Eduarda Brandão Pereira, tenho 19 anos, nasci em 28 de setembro de 1995 e fui criada em Provetá. Minha vida está nesta ilha, meu lugar, o lugar em que tive uma infância maravilhosa.

Meu pai se chama Eduardo Pereira, minha mãe se chama Fabiana Rosa Brandão e meu irmão Octávio Bran-dão Pereira. Minha família é e sempre foi unida, por isso eu a admiro muito. Meu pai sempre foi um homem trabalhador e sempre lutou pelos seus direitos. Minha mãe e ótima dona de casa, mas também tem seus trabalhos como vendedora da “Natura” e “Avon”, e meu irmão está no pré. É novinho, mas um garoto muito bagunceiro e estudioso .

Hoje em dia eu sou casada com o Valber Menezes Pimenta, de 21 anos. Casei nova, mas não desisto dos meus estudos e vou muito bem assim. Terminei meus cursos e pretendo fazer outros (um deles é de enfermagem). Eu gos-to muito de fazer comida, é a minha parte preferida dos afa-zeres domésticos. Não gosto muito de limpar a casa. Limpo, claro, mas não gosto muito.

Adoro essa praia. Se pudesse, eu nunca sairia de Provetá, mas tenho que ir em busca de trabalho, pois aqui na ilha não tem muito emprego. Tirando essas coisas, o Pro-vetá é um lugar de nascer e morrer.

60

Page 61: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Neilon dos Santos Pontes

Me chamo Neilon dos Santos Pontes, tenho 18 anos, moro com meus pais e vivo em Provetá – Ilha Grande. Levo uma vida tranqüila, aqui tem sossego e tudo o que uma pessoa precisa para viver em paz. Sempre morei aqui, mas não tenho planos de ficar a vida toda. Tenho planos para o futuro de fazer faculdade de turismo e me aprofun-dar nessa área.

Falar do lugar onde vivo é bem fácil, porque de ver-dade o lugar é perfeito, tenho tudo o que preciso sem prece-dentes. Gosto de fazer trilhas e a maior parte do meu tempo passo no mar, me banhando com os amigos e brincando de variadas brincadeiras, como o vôlei.

Thaissa dos Santos de Souza

Meu nome é Thaisa dos Santos de Souza, tenho 17 anos e moro em Praia Grande de Araçatiba.

Minha mãe se chama Maria Salete dos Santos Oliveira e meu pai Denison de Souza Paula. Tenho dois irmãos, Pris-cila e Ademir Junior .

O lugar onde moro é lindo, tem vários lugares para passear e se divertir sozinho ou acompanhado. Eu amo onde moro. Tenho vários sonhos, um deles é me formar e ser professora de crianças.

O lugar que eu mais gosto na minha praia é Araçati-binha uma prainha que ficamos sozinhos aproveitando.

61

Page 62: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Maiara Neves Ramos

Meu nome é Maiara Neves Ramos, estou terminando os meus estudos, tenho 19 anos e moro na praia de Prove-tá desde meus dois anos de idade. Antes disso, morava na praia Vermelha. Sou uma pessoa muito esforçada, brinca-lhona e bem reservada. Moro com meus pais e amo minha família, somos muito unidos.

Proveta é um lugar bom para morar, para quem é de fora, de outro lugar, é um lugar muito bonito e bem conser-vado. Meus sonhos são: ser uma mulher independente, ter meu próprio dinheiro, quem sabe talvez uma dia ser enge-nheira. O que tem que melhorar aqui é colocar uma torre de sinal de celular, pois aqui não há comunicação por telefone, e fazer um tratamento no esgoto.

Eu gosto muito é de namorar, estudar, passear, etc.

Rayssa Neves dos Santos

Me chamo Rayssa Neves dos Santos, nasci no dia 22 de outubro de 1998 às 8:40 na maternidade de Angra dos Reis. Nasci com 3 quilos e 400 gramas e era uma menina muito chorona, que só gostava de ficar no colo. Quando eu chora-va, meu pai me pegava e eu ficava quietinha. Fiz meu pri-meiro aniversário na casa da minha avó, em Angra dos Reis,

62

Page 63: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Ana Paula Dias dos Santos

Meu nome é Ana Paula Dias dos Santos, tenho 15 anos, moro na praia da Longa com meu pai, minha mãe e meu irmão. Somos uma família evangélica. Meu sonho é terminar os estudos, fazer um curso e me formar, construir uma família e morar em Nova Friburgo.

Meu desejo para a praia em que moro é que o pessoal seja mais unido e que tenha mais respeito. O que eu mais gosto de fazer e jogar futebol ir para igreja.

Minha mãe morava em Cantagalo e meu pai na praia da Longa. Meu pai foi para Angra, enfim encontrou minha mãe e foram morar na Ilha Grande, na Praia da Longa, tive-ram eu e meu irmão e já faz 19 anos que moramos na Ilha.

e comecei a dar meu primeiro passo com um ano de idade. Quando comecei a andar, meus pais ficaram muito felizes.

Meus pais nasceram e foram criados aqui na Ilha mes-mo. Meu pai se chama Ozias dos Santos, tem 43 anos e é pescador. Minha mãe se chama Mirian Neves dos Santos, tem 43 anos e é dona de casa. Tenho dois irmãos. Um se chama Thiago, tem 18 anos, e a caçula é a Rayanne, que tem 11 anos.

O local onde moro, Ilha Grande Praia da Longa, é um lugar muito cobiçado pelos turistas, pois é um lugar muito tranquilo de morar, tem uma cachoeira linda.

63

Page 64: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Gênesis Nunes Garcia

Arianne Oliveira Luiz

Sou Gênesis, moro em Ilha Grande Provetá, mas tam-bém sou conhecido no meu lugar como Duno. Minha fa-mília veio de uma família muito pobre. Apesar de sermos pobres, temos bons corações.

O lugar que moramos, pra mim, é um paraíso. A úni-ca coisa que é difícil é o emprego no nosso lugar. Só por isso que temos que sair daqui, se não fosse isso, eu viveria aqui pra toda a minha vida porque é um paraíso mesmo.

O que pode melhorar são os rios e etc. O que eu mais gosto é me divertir com meus amigos jogando futebol e outras coisas mais.

Meu nome é Arianne Oliveira Luiz, moro na praia da Longa, tenho 19 anos e vivo com minha mãe e dois irmãos.

Meu sonho é poder dar uma vida melhor pra minha mãe e meu irmão e poder ajudar eles ao máximo, para que não tenham muitas dificuldades na vida. Para melhorar o lugar onde moro poderia ter algumas pousadas e restauran-tes e assim poder ajudar as pessoas. As coisas que mais gosto é a temporada de férias, quando pessoas novas vão pra lá, e, assim, fazer novas amizades, e festas. Fora isso, gosto de ficar em casa dormindo.

64

Page 65: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Karolaine Silva de Jesus

Meu nome é Karolaine Silva de Jesus, tenho 17 anos e moro na praia de Provetá com meu pai, minha mãe e um irmão. Somos uma família bem tradicional. Meu sonho é fazer uma faculdade.

Meu desejo para este lugar é que ele melhore cada vez mais, que possam surgir mais possibilidades de empregos para moradores. O que mais gosto no meu lugar é a tranqui-lidade e a beleza daqui.

Minha família não tem suas raízes aqui, pois meus avós nasceram na cidade de Paraty. Minha avó fala que quando ela vinha pra cá, aos 7 anos, o lugar era bem dife-rente de hoje... havia muito pouco morador e só chegava-se aqui de canoas.

Minha mãe foi nascida e criada aqui, como eu, mas eu não pretendo permanecer aqui, pois não vejo possibilidade de um futuro melhor, a não ser indo para cidade.

65

Page 66: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Daniel Geraldo dos Santos

Meu nome é Daniel, tenho 15 anos, moro na Praia do Matariz e gosto muito de morar lá, mesmo não tendo muita coisa pra fazer. O que o pessoal mais faz é jogar bola, cair no mar, ir na cachoeira tomar banho e mexer no celular. O Matariz pode melhorar se a prefeitura derrubar a fábrica de sardinha que tem lá e não funciona mais, nem serve pra mais nada. Se eles derrubarem, podem fazer muitas coisas para melhorar.

Eu moro com minha mãe e com minha irmã. O meu sonho é fazer curso de engenharia eletrônica e

passar é o que eu mais quero.

Guilherme Dias dos Santos

Eu nasci no ano de 1996, em 21 de agosto, morava no bairro de “Cantagalo”. Morei lá até dois anos, aí vim morar na Ilha Grande pois meus pais acharam melhor me criar porque é um lugar tranquilo e não tem perigo nenhum. Nós morá-vamos numa casa pequena e com 10 anos meus pais começa-ram a fazer uma casa mais moderna. Foram passando vários anos e hoje eu estou com 18 anos e as coisas com minha fa-mília vão muito bem. Meu pai ganha bem, temos barcos de pesca de camarões, temos um cultivo de mariscos de mar e as coisas vão muito bem. Perdi minha avó nesse ano, mas não podemos parar temos que continuar com a vida.

66

Page 67: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Alef Neves dos Santos

Idade: 20 anos Onde mora: Praia de Provetá Sua família: Moro com meus pais e minhas duas ir-

mãs meu sobrinho e meu cunhado Seus sonhos: Meus sonho é crescer na vida, ser surfis-

ta, viajar para vários países com meus amigos. O que deseja para o lugar onde mora: Desde celular,

internet e trabalho decente para que ninguém saia daqui. O que mais gosta: o que eu mais gosto é de surfar e

jogar bola.Eu gosto daqui porque minha família nasceu aqui.

Pretendo sair daqui um dia, para poder conhecer outros lu-gares, viajar, arrumar trabalho, etc. O que falta aqui no Pro-vetá é trabalho para os moradores que já tem a idade meio avançada e não podem mais pescar.

67

Page 68: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Henrique do Nascimento

Meu nome é Henrique do Nascimento, tenho 20 anos e moro na praia de Matariz, na Ilha Grande, com minha mãe, irmã e padrasto.

Meu sonho é ser alguém muito feliz no futuro com saúde, etc.

Onde moro tem uma fabrica de sardinha abandonada e há risco de desabar. Podia ser feito uma quadra, pracinha e ter luz no campo de futebol.

Gosto de sair com amigos, namorar e, claro, jogar bola, cair no mar, etc.

Onde moro é bom, talvez no futuro eu vá morar em outro lugar por conta de emprego, mas minha família sem-pre morou em Matariz. Eu gosto de morar aqui porque é um lugar calmo, tenho vários amigos, de tarde vou na praia e viajo na brisa do mar.

68

Page 69: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Josias Maciel Ramos

Meu nome é Josias, tenho 20 anos e moro na Praia Grande de Araçatiba. Meu pai, amigão, minha mãe, amigo-na, e tenho seis irmãos. É muito, mas é isso mesmo.

Meu sonho é ser uma pessoa completa ter um traba-lho, uma esposa e construir uma família e ser feliz.

O lugar onde eu moro é legal, é bonito de se morar, mas não tem praça, cinema, teatro e até andar de bicicleta não dá. Mas tem uma paisagem linda pássaros cantando, as águas do mar calminhas que dá até pra mergulhar e nadar.

69

Eloisa Pires

Meu nome é Eloisa Pires, tenho 17 anos moro na Praia Grande de Araçatiba, eu acho que tem que melho-rar a parte de transporte, porque está muito cara a passa-gem. Eu gosto muito de nadar na Praia Grande de Araça-tiba porque as águas são bem claras. É bom também pra jogar bola na praia, que eu gosto muito. Moro com meus pais e meus três irmãos, e sou muito feliz em morar com eles é tudo de bom. Meu maior sonho é ser fotografa, tirar bastante foto em todos os países, e também ser feliz pro resto da minha vida.

Page 70: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Maria do Carmo de Araújo dos Santos

Idade: 17 anos Onde mora: Provetá Ilha Grande Sua família: Eu moro com os meus pais, tenho dois

irmãos e somos todos evangélicos.Seus Sonhos: é ter o meu próprio trabalho e conquis-

tar uma nova família.Desejo para o lugar onde moro: Ter um bom compor-

tamento ambiental, ou seja, cuidar mais da natureza em que moramos e ter uma torre de celular para podermos nos co-municar com as familiares que não moram aqui em Provetá.

O que mais gosta: Eu gosto mais é da tranquilidade e da liberdade de poder sair de casa e não deixar os pais pre-ocupados com roubo ou assalto.

Tudo o que seja ligado a terra onde eu moro: Eu moro em Provetá que é uma vila evangélica, gosto de morar aqui porque nasci e fui criada aqui. Desde criança sou acostu-mada a conviver com todos conhecidos e perto de alguns familiares e pretendo casar e morar aqui.

Queria que melhorasse a quantidade de medicamento aqui no posto de saúde e gostaria que viesse policiamento para cá.

70

Page 71: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Letícia Garcia da Silva

Meu nome é Leticia Garcia, tenho 16 anos e moro na Praia Vermelha com minha avó, meu irmão, meu pri-mo e meus tios. Meu sonho é viajar pelo mundo afora, ser independente, para ajudar minha família, conseguir tudo que eu quero pra minha vida. Bom, eu queria desejar para praia onde eu moro melhoras. Eu gosto de ir na praia, no shopping, passear, mexer no celular, na internet, sair com as amigas e etc.

Eu gosto de morar na ilha porque aqui é sossegado e tranquilo. Minha mãe sempre foi da Ilha, já meu pai não, sempre foi de Angra. Eu penso em sair daqui, porque na Ilha não tem futuro. Já na cidade tem propostas de em-pregos melhores, faculdades, cursos etc. A praia onde eu moro está ligada a turismo.

71

Page 72: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Felipe Cardoso de Jesus

Meu nome é Felipe Cardoso de Jesus, tenho 17 anos, moro na praia de Provetá com a minha mãe e meu padras-to. Tenho dois irmãos e meu sonho é terminar os estudos, fazer curso e trabalhar para ajudar minha mãe.

Meus desejos para o lugar onde eu moro são que te-nha um posto de saúde de qualidade, que tenhamos esgo-tos que não caiam no mar e que tenha uma preservação da natureza, que é linda.

Eu gosto da praia, dos meus amigos, da vizinhança... eu amo esse lugar.

A praia de Provetá é um lugar lindo, tem uma praia com uma água cristalina para mergulhar e se banhar. Mi-

Kelvi Neves Pimenta

Meu nome é Kelvi Neves Pimenta, tenho 19 anos, moro em Provetá, sou um cara legal, feliz, sincero e tími-do, gosto de jogar bola e vídeo game e gosto de sair com os amigos. O lugar em que moro é muito bonito e bom de morar, mas só que tem uma vala que estraga a paisagem do lugar. O INEA está trabalhando para deixar a vala limpa, e a minha família é muito unida e a maioria da família é evangélica. A coisa que eu mais gosto é tocar bateria e o meu sonho é ser um baterista ou marinheiro.

72

Page 73: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Cassiane Vitória Oliveira da Silva

Meu nome é Cassiane Vitória Oliveira da Silva, tenho 16 anos de idade e moro na Ilha Grande, praia de Bananal.

Minha família é minha mamãe Sônia Aparecida, pa-pai Jorge Luis, irmãos Kassia Fernanda, Cassiele Eduarda, Jorge Luiz Filho e meu vovô José Onório. Tenho também meus filhinhos de estimação, um cachorro (Escube Doow) e gata (Safira).

Meu sonho é conseguir um trabalho bom em que eu possa ajudar meus pais futuramente.

Onde eu moro é uma praia muito bonita, mas não pretendo morar lá porque o que eu quero pra mim e para o meu futuro não se encontra lá. Quando eu estiver na tercei-ra idade gostaria de voltar, porque é tranquilo.

Precisa haver mudança, como algumas reformas, construir coisas que aqui não tem. Eu gosto do Bananal porque é um lugar menor, com uma paisagem bonita, um ar leve e tranquilo. Na praia onde eu moro tem muito turismo e cultura.

nha família é toda daqui, minha mãe, pai, tia, tio etc. Eu pretendo sair daqui porque não tem um atendimento de saúde bom, não tem internet e emprego.

73

Page 74: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Juliana Paula de Andrade

Meu nome é Juliana Paula, tenho 16 anos, moro na praia do Bananal com a minha mãe e meu pai. Meu sonho é ir pra Disney com minha família.

Na praia onde eu moro houve uma tragédia que aba-lou muitas pessoas e que deixou a praia feia, eu queria que onde caiu a barreira eles mudassem e fizessem um campo ou uma pracinha para as pessoas.

Eu gosto de ir à praia com minhas amigas, passear, tomar banho de mar, tomar sol, tomar açaí, etc.

Minha mãe sempre foi da ilha, meu pai veio da Bahia para morar na ilha. Eu gosto de morar aqui porque é calmo e tranquilo dá pra relaxar e muito mais.

Eu pretendo sair da ilha quando eu terminar meus estudos, por que na ilha não tem empregos bons para sus-tentar uma família. Pretendo morar na cidade, fazer um curso e trabalhar...

Luís Fellipe Araújo Silva

Eu nasci no dia 10 de março de 1999, no hospital, e fui morar na Praia da Longa, Ilha Grande, com meus pais e meu irmão. Gosto de jogar bola, nadar e muitas outras coisas.

Estudei na Praia da Longa, Praia Grande e agora estou estudando no Provetá e quero terminar os estudos e pensar em fazer faculdade.

74

Page 75: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Caio das Neves Martins

Meu nome é Caio tenho 18 anos, moro em Provetá, Ilha Grande, sou um cara legal, feliz, gosto de estudar, sair com os amigos, jogar bola, jogar video game, pescar. Sou verdadeiro, humilde, não gosto de covardia, gosto de viver a vida.

Minha família é abençoada por Deus, muito respei-tada na vila, uma família muito unida, eu agradeço a Deus por ter uma família assim e por poder morar em um lugar tão legal e tão bonito.

Natan Santos dos Anjos

Minha família é ótima, vivo com meu pai, minha mãe e mais dois irmãos. Venho de uma geração que desde pequeno mora na Ilha Grande. Hoje, com 17 anos, não penso em sair da Ilha Grande, onde fui criado. O nome da praia em que moro é “Praia Vermelha”. Curto muito a Ilha porque temos muita liberdade para fazer várias coisas fora de risco como essas coisas de tráfico, tiroteio, atropelamento... Mas é isso, a Ilha Grande é tudo de bom, por isso agradeço a minha famí-lia por me dar a honra de morar em um paraíso desses que se chama Ilha Grande.

75

Page 76: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Cassiane Ramos da Conceição

Queila Oliveira Braga Glória

Meu nome é Cassiane Ramos, tenho 16 anos, moro em Praia Grande de Araçatiba. Lá poderia ter mais ativi-dades, mais lazer. O melhor de lá é a praia principalmen-te à noite. Moro com meus três irmãos e gosto de morar lá, mas pretendo ir embora porque lá não tem futuro ne-nhum. Quero terminar os estudos, fazer cursos e, se Deus permitir, fazer faculdade de direito e ser alguém na vida.

Eu me chamo Queila Oliveira, moro em Praia Gran-de (Araçatiba). Sou de uma família simples, moro com meus pais que se chamam Carmelita e Marcio. Meu sonho é sair conquistando tudo a minha volta, seguir nos estudos sempre. Eu gosto muito de música, cantar é uma das coisas que eu mais gosto de fazer. Amo morar na Ilha. Em Araça-tiba só o que não é muito bom são as pessoas fofoqueiras. Tirando isso é perfeito, um lugar lindo, tranquilo e bom de se morar.

76

Page 77: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Amanda Nunes Matos Glória

Lucas Oliveira Ventura Luiz

Meu nome é Amanda Nunes Matos Glória, tenho 15 anos e nasci no dia 19 de julho de 1999.

Meus pais se chamam Moisés Matos Glória e Meire Rosa Nunes. Tenho três irmãos, Brenda, Breno e Isaac. Eu e minha família moramos em Praia da Longa, Ilha Grande. Desde que nasci moro na Ilha e aqui é muito calmo, bom pra relaxar, cur-tir com a família, pois é lindo. Tem mar, cachoeira, praia...

É um lugar muito bom pra morar, temos posto de saúde por perto, energia, sinal de celular que pega bem e uma espécie de mini mercado. Eu amo esse lugar, mas ainda assim pretendo morar na cidade .

Meu nome é Lucas Oliveira Ventura Luiz, tenho 16 anos e moro na Praia da Longa.

Minha família sempre morou na Ilha Grande e eu moro com minha mãe e meus irmãos. Meu avô morreu no ano passado, e foi muito difícil para superar essa perda. Eu nasci no dia 31 de janeiro de 1998, gosto de fazer muitas coisas.

77

Page 78: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Pedro Vinícius de Oliveira

Meu nome é Pedro Vinicius de Oliveira e eu tenho 16 anos. Moro na Praia da Longa desde pequeno.

Eu, desde pequeno, pensava que a Longa podia mu-dar, mas nunca mudou. Mesmo assim eu gosto dela por causa de dois amigos que tenho lá. Meu sonho é ir pro exército, sempre tive esse sonho e sempre vou ter.

78

O ano era 2008. Minha família e eu havíamos espe-rado ansiosamente nossa viagem de férias anual e fomos ansiosos conhecer Angra dos Reis. Chegando lá, nos in-dicaram um passeio para Ilha Grande, disseram que ía-mos ficar impressionados com a beleza do local.

Realmente ficamos maravilhados com tanta beleza. Lindas praias e vida marinha muito rica, a noite restau-rantes iluminados muito bonitos. Nós gostamos muito da Ilha, não queríamos ir embora!

Desde então viemos passear na Ilha Grande mui-tas e muitas vezes, até que em julho de 2014 nos muda-mos para esse paraíso.

Matheus de Souza Marcineiro

Page 79: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Matheus Duarte

79

Meu nome é Matheus, tenho 16 anos e moro na Ilha Grande há seis anos. Estudo no Colégio Estadual Briga-deiro Nóbrega e gosto muito de praticar esportes. Meu maior sonho é ser jogador de futebol. Nunca fiz um teste na minha vida, mas frequentei escolinha durante três anos e foi bom, me ajudou muito, mas não foi o suficiente. Eu espero ter uma boa oportunidade para que possa dar um ótimo passo no meu futuro. Sempre sonhei muito alto e sei que “grandes vitórias exigem grandes sacrifícios” e nunca desistir diante das dificuldades e obstáculos, in-sistindo e persistindo até o fim, porque no final valerá a pena. Vou poder ajudar meus pais, primos e familiares a ter uma condição de vida melhor. Pretendo levar minha família para viajar conhecer coisas novas, lugares dife-rentes, outros costumes e explorar mais esse mundo onde vivemos. E peço a Deus todos os dias pra que ele possa me ajudar nessa longa caminhada na minha vida.

Aqui a vida tem sido muito boa, com frequência faço passeios em lugares maravilhosos como a Praia Pre-ta, uma praia muito linda aqui da Ilha.

A minha vida melhorou muito depois que eu vim para a Ilha, tenho mais tempo com minha família e tenho mais liberdade.

Estou realmente muito feliz por ter o privilégio de morar na Ilha!

Page 80: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha
Page 81: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Entrevistas

81

Page 82: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Culturas Caiçaras da Ilha Grande

No projeto Culturas Caiçaras de Ilha Grande os alu-nos do Colégio Estadual Pedro Soares, além de pesquisa-rem sobre a história das praias onde vivem e da própria Ilha Grande, também realizaram entrevistas com moradores das praias. Pescadores e artesãos contaram histórias sobre o ofí-cio que exercem, lembranças do lugar onde vivem, contos, causos, além de produzirem poemas e poesias inspiradas no paraíso que é a Ilha Grande.

82

Page 83: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Entrevista com o morador de Provetá, Senhor Juracy

Realizada pelos alunos Paulo Ricardo, Thiago e Jussara

Alunos: Como foi pra você viver de pesca?Juracy: “Foi bom. Trabalhei 40 anos na pesca, mas

‘foi’ dias bons e ruins. Não tinha luz elétrica, a travessia pra Angra, era ruim, que era preciso ‘atravessa’ de canoa.

Nos tempos passados nós ‘consumia mais peixe, a nos-sa alimentação era mais peixes e tudo que nós comia era na-tural. Era legumes, frutos, mandioca, batata, café e peixes.”

A: Como foi pra você viver na Ilha?J: Foi muito bom e gostoso, era uma infância querida. A: O que você se recorda que havia antes na Ilha, cos-

tumes, algo diferente que te marcou, e que hoje o senhor não vê mais ou que ainda hoje permanece?

J: O ensino era muito melhor e tinha muita educação e muito respeito. As professoras eram nossa mãe, nós, alunos, éramos muito educados e obedientes com as nossas profes-soras. Quando nós íamos para o colégio, já íamos educados por nossos pais. Quando nós íamos para o colégio nosso pai dizia:’Não quero queixa de você de professores!’ porque se nós fizéssemos qualquer bagunça na escola, quando nós chegássemos em casa, o bagaço de cana já estava esperando nós. Aí era surra! Mas era uma surra que nunca mais...nós jamais íamos esquecer.

A: Houve muitas mudanças na praia de Provetá nes-ses anos?

J: Houve, porque no passado as areias eram muito

83

Page 84: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

84

limpas e brancas, a gente dormia nela. Agora ela está muito suja e muito poluída.

A: Como era viver sem luz?J: Nós estávamos habituados, porque nós nascemos e

nos criamos sem ela, usávamos lamparinas e velas, mas foi uma infância muito boa!

A: Como vocês brincavam quando crianças?J: Nós brincávamos de roda, cirandinha, esconde-es-

conde e pula-pula nas noites de lua cheia.“Ai que saudade que eu tenho da minha infância que-

rida que os anos não trazem mais! Aqui tinha circo, o carnaval era muito bom, tinha es-

cola de samba, e todo sábado e domingo tinha bailes. Aqui tinha pessoas que faziam balaio, tinha aula de artesanato, aqui tinha muitas costureiras. Aqui tinha lenda de cavalo sem cabeça, alma de outro mundo e lobisomem.

A: E vocês sentiam medo?J: Sim, porque a gente pensava que era tudo verdade.

Page 85: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Entrevista com pastor Arinaldo, 44 anos, Provetá

Alunos: No seu trabalho na Igreja, você já passou por alguma dificuldade que o tenha levado a pensar em desistir?

Pastor Arinaldo: Não, dificuldades no dia-a-dia é inevitável, assim como na Igreja, mas desistir, nunca!

Alunos: Você se sente seguro com suas ações na Igreja ou ainda tem alguma insegurança?

Pastor Arinaldo: Mesmo que as ações ‘sejem’ castiga-tórias, não me deixo levar, me mantenho firme. Jamais fico em dúvida!

Alunos: Como é estar na frente de tantas pessoas fa-lando de Deus?

Pastor Arinaldo: É uma situação prazerosa, por estar compartilhando e espalhando o evangelho, e também é mo-tivo de muita alegria estar falando de Deus.

Alunos: Você se sente superior em relação às outras pessoas ao estar numa posição de destaque na Igreja?

Pastor Arinaldo: Não. Pois ninguém é melhor, nem pior que ninguém.

Alunos: Qual a importância da religião no seu ponto de vista?

Pastor Arinaldo: A religião é importante, pois o ho-mem não é perfeito, puro, mas o espírito tem que estar em paz. Por esse motivo que temos esse anseio de encontrar Deus, e também Ele transforma a vida do ser humano e faz focar no Bem.

85

Page 86: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Memórias: “Sobre a vida de Pedreiro”

O senhor Antônio Luiz, morador de Araçatiba, foi entrevistado pelas alunas Ciliane Ramos, Amanda Nu-nes, Taís Mara e Cassiane Ramos. A ele foi pedido que contasse sua história como morador da Ilha Grande. Ho-mem humilde e trabalhador, contou às alunas seus pen-samentos, lembranças e o que viveu exercendo o seu ofí-cio como pedreiro.

“Meu nome é Antônio Luíz, tenho 59 anos. Tenho 28 anos aqui em Araçatiba, conheci muitas coisa ali den-tro principalmente na Araçatiba, tem um muro dos tempos dos escravos, lá em cima na água, tem umas pilastras mui-to antiga, acho que vocês nunca souberam que tinha lá em cima no mato. Isso aí eu alcancei! Agora a pesca eu nunca trabalhei. Agora eu trabalhei na pedra, com pedra, fazendo muro, entendeu? Essas coisas.”

Alunas: Naquela época, as pessoas passavam por muita necessidade?

Antônio Luiz: Geralmente, de vez em quando tem um fracasso, né. E não tinha tanta dificuldade, de um jeito ou de outro, a gente se virava. Era isso que acontecia.

Alunas: E como é viver em Ilha Grande?Antônio Luiz: Viver na Ilha, pra mim, acho bom.

Porque um lugar que, é um dos lugares que eu sei...sobre-vive mais tempo, porque não tem poluição, há o peixe que

86

Page 87: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

quiser comer: vai ali e pega pra comer. Não tem esse negó-cio de que fica lá no gelo pra você comprar, né? Pro almoço também. É mata pro almoço e pra janta! Não tem esse ne-gócio de você comprá uma banana, aqui você não compra, já tem essas coisas todas.

Alunas: Você trocaria o local onde você vive, a Praia Grande de Araçatiba, pela cidade?

Antônio Luiz: Bom, eu não troco, não. Agora ela aí troca (apontando para Dona Romilda Pires, sua esposa e rindo). Eu não troco por causa de dizer, que o lugá aqui é um lugar ruim de se morar, não. É porque através dos meus filhos, que precisam estudar, de um estudo melhor, enten-deu? Precisa de um bom trabalho, um curso, porque é coisa que aqui na Ilha não existe isso, entendeu?

Isso aí é bom para nossos filhos, daqui amanhã, né...para eles ter um bom futuro, porque quando eu nasci a mi-nha mãe botou no mundo, não tinha nada disso, a gente es-tudava e ali...assim estudava e não interava nem aquele ano. Se você estudava, você logo saía da escola, porque daqui pra frente assim... O que é ter um futuro melhor, pra gente não tinha isso, tem só que não era como a gente pensava que ia ter, agora não, agora tem...

Assim, de hoje em diante, você quer ter um futuro pros seus filhos, né. Hoje tem mais oportunidade dos filhos estudar mais, entendeu? E depois do estudo é...dá um bom curso, que é coisa que aqui na ilha não tem essas coisas, e de hoje em diante eu tô pensando sempre o melhor para os meus filhos, de estudar e ter um bom curso e um bom tra-balho, mas para isso aqui na Ilha não tem, tem que procurar isso na cidade.”

Alunas: E a convivência hoje na Ilha, vocês passam mais necessidade que antes?

Antônio Luiz: “É passa, passa porque naquele

87

Page 88: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

88

tempo tinha uma banana cozida, até mesmo comia um pirão, um bom pirão, um bom peixe, naquela época, ainda me lembro ainda o tempo dos meus pais, a gente tinha um bom alimento, é como se diz...assim sobre, é...assim um alimento, assim, através dos peixes, a fru-ta também né que a gente colhia na roça, que meus pais colhiam, principalmente cana...que ele não se incomo-dava de sair de casa pra comprar açúcar, não incomo-dava de sair pra ir em Angra, até ali mesmo na Praia Vermelha não tinha que comprar uma batata, um pão, porque a gente colhia na roça batata, inhame, mandio-ca, entendeu? Tudo isso nós colhia antes.”

Page 89: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Curiosidades

89

Page 90: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha
Page 91: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Peixe com Banana

IngredientesPeixe * pode ser garoupa, corvina, cação, cavala ou douradoBanana Prata ou Maranhão verde

Modo de Preparo Tempere o peixe com limão, alho e sal. Refogue a cebola, o pimentão e o tomate, acrescente um pouco de co-loral e deixe o peixe cozinhar com pouca água. Quando o peixe estiver quase pronto, coloque a ba-nana fatiada ou cortada em rodelas. Tampe a panela e deixe cozinhar por 20 minutos. Depois que o peixe estiver cozido transfira para uma travessa ou deixe em uma panela de barro e sirva com arroz.

Obs.: O caldo pode ser utilizado para fazer um pirão. É só adicionar farinha de mandioca e espera dar o ponto.

PimentãoTomateCebolaAlho, limão e cheiro-verdeÓleo, sal e coloral à gosto

Algumas receitas caiçaras

91

Page 92: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Pamonha

Ingredientes

Fubá Bacon

Modo de Preparo

Cortar a folha e lavar a folha de banana e secar na caloria. Picar o bacon e o toucinho e colocar para fritar, de-pois de frito, adicione o fubá e um pouco de água e misture todos os ingredientes. Quando começar ferver, deixe dar o ponto de min-gal. Depois divida em porções colocando cada uma no cen-tro da folha da banana, fechando com a própria folha e le-vando à panela de pressão com água e deixando ferver por 30 minutos. Servir após esfriar um pouco.

Farinha de Mandioca

Ingredientes:

Mandioca

Modo de Preparo Raspar e lavar a mandioca, e colocá-la num pano de saco para coar. A massa estiver seca levá-la ao tacho até tor-rar. E pronto!

92

ToucinhoSalÓleo e folha de bananas

Page 93: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

93

Dicionário Badjeco O que significa a palavra badjeco ?

Termo pejorativo utilizado pelas pessoas do conti-nente angrensse com relação aos ilhéus. Mais tarde o termo foi absorvido pelos moradores da Ilha Grande até como um adjetivo pátrio O dicionário badjeco, ou seja, a fala dos badjecos é um pouco diferente da fala de pessoas da cidade. Algumas gírias badjecas:

Arrebentar: se sair muito bem em uma determinada situaçãoMaria: quando acha uma coisa exageradaMucado: muito, grande quantidadeArrola: uma coisa desarrumadaSaragaço: confusão Caéba: uma coisa muito grande, exagerada Xispa: correr, sair Tóró: chuva forte Miúdo: uma coisa pequena Xixilado: uma pessoa porca, sem higieneMaiar: bater, zoar uma pessoaCambada: uma quantidade muito grande de pessoasLascado: uma pessoa perdida, sem saber o que fazer Mar grosso: mar agitado Jangigo: mar calmo

Page 94: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Músicas

Ilha GrandeArtista: Monte Zion

Ilha...Ilha Grande..Lugar bom de se morar

Ilha...Ilha Grande...Água cristalina

Ilha...Ilha Grande...Mamãe natureza

Ilha Grande...

Onde a natureza é forte e o mar nos ensina a viverOnde a natureza é forte e o Sol nos alimentaOnde a natureza é forte e a floresta ensina a viverOnde a natureza é forte e Jah Jah nos alimenta

Diante do brilho do amor ninguém vai desistir e o mal não poderá per-manecerDiante do brilho do amor a luz irá surgir e a vida irá prevalecer

94

Pesquisas realizadas pelos alunos do Colégio Pedro Soares sobre músicas que falam da Ilha Grande

Page 95: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

95

A flor vai nascer, a folha vai voar e no entardecer o vento vai soprarNo amanhecer saracura a cantar e na sua canoa o caiçara vai pescarO Sol vai nascer, vamos se alegrarCelebrar a vida vamos todos trabalharEm contato com o verde, em contato com o marPara renascer é preciso navegar

Ilha GrandeLugar bom de se morarIlha GrandeMamãe naturezaIlha GrandeLugar bom de se viverIlha Grande...

Vou pro Aventureiro, vou pra ProvetáAsso aquela quilha até a Gruta do AcaiáPego o Glória a Deus, volto a navegarRumo a Lopes Mendes que é pra eu poder surfarPasso em Caxadaço, Dois Rios e vou pra Parnaioca

Em Largoa Verde e a Lagoa AzulVou na Praia do Leste, passo na Praia do SulPego o Glória a Deus, volto a navegarE no Saco do Céu, Praia do Amor vou mergulharE na Feiticeira vou lavar minh’alma na cachoeira...

Na Ilha..Ilha GrandeLugar bom de se morarIlha...Ilha Grande...Água cristalinaIlha...Ilha Grande...Mamãe naturezaIlha Grande...É pra lá que eu vou

Page 96: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Aventureiro Artista: Marcelo Russo

O sol despontaEmergindo na linha do marSalinas águasCristalinas deste lugarPássaros cantam, desperta caiçaraÉ gente humilde, com alegriaEstampada na caraOs pescadores saem pro mar e vão pescarOs roceiros, saem pra roça MandiocaAs mulheres fazendo farinhaEssa é a vida dos AventureirosDona AngelinaA caiçara mais antigaPrepara o caféCom inhame e banana fritaAreia brancaO vento balança o coqueiroMais como é beloA praia do AventureiroOs pescadores saem pro marE vão pescarOs roceiros, saem pra roça MandiocaAs mulheres fazendo farinhaEssa é a vida dos AventureirosFesta do EncantoO povo que dança calangoSalve o FamosoCalangueiroJoaquim Meu SantoSalve o FamosoCalangueiroJoaquim Meu Santo

96

Page 97: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

97

Cores do Verão Artista: Marcelo Russo

Cores do Verão, calor e alto astralInvade a rua, a pele nuaNum desfile sensualCores do verão, o sol já irradiaA energia, e contagiaUm delírio tropicalCores do verão, esqueça a solidãoChope gelado, alguém do ladoRespirando seduçãoÉ tempo de se libertarDeixar acontecer o amor,Sem compromisso de entenderAndar à beira-mar,Catar conchas na areiaSe desligar do mundo,Comtemplando a lua cheiaCores do Verão, a estaçãoDa luz coração quente, olhar de fogo Ardente, atiça o tesãoCores do Verão, são cores do BrasilNo verde a mata, a lua prata O céu aberto, azul anilÉ tempo de sorrir pra vidaCorpo em movimento, o ventoNavegar no azul e admirarO espelho das águasCristal mais deslumbranteQue você só vêNo mar da Ilha GrandeCores do Verão...

Page 98: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

Paraíso Tropical Artista: Marcelo Russo

Amanheceu bom diaDesperta prá belezaA natureza existe deste lugarTem beija-flor beijandoTem sabiá cantandoMicos de galho em galhoRespire esse arTem fruta-pão, jaqueiraCoqueiro, bananeira

Banho de cachoeira, sonhos e fantasiasVem caminhar no mato, andar na areia brancaO azul do céu encanta a cor do verãoBeleza estação, beira do marVamos mergulharPraia de AbraãoOndas de Lopes MendesSaco do Céu, de estrelasLagoa AzulGruta do Acaiá, Praia da ParnaiocaLindo Aventureiro e Praia de SulVem navegar com a gente neste mar de magiaO balé dos golfinhos, o sol que irradia O calor que incendeia a pele da sereia

De noite lua cheiaO luauFica legalIlha Grande, Paraíso tropical.

98

Page 99: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

99

Page 100: Culturas Caiçaras da Ilha Grande: pelos jovens da ilha

100

Projeto Voz Nativa www.voznativa.eco.br

[email protected] facebook.com/juventudeprotagonistarj

+ 55 24 99903 5776