cultura nas mãos

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Projetos culturais no semiárido brasileiro

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Grupo Uirapuru - Orquestra de Barro

O Encontro de Shakespeare e a Cultura Popular

Grupo de Caroço Arco-íris do Amor

Nossa Casa - Construindo Sonhos

Elis Marina - Pimenta de Cheiro - AoVivo

Flauta Cabocla

Oficina Tambor de Criola

Cultura no Presídio

Cavaleiros do Sertão

Quintal Cultural - Encontro da Multiplicidade Artística Periférica

Oficina de Máscaras da Comunidade do Lixão

Na Roça também se faz cultura e cidadania

Hip-hop nas Ruas

Re-Criando

Estação Viva - Acervo

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...a cultura nas mãos

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Edição, elaboração, distribuição e informações:

Ministério da Cultura - MinCEsplanada dos Ministérios, Bloco B, sala 401CEP 70068-900Brasília - Distrito FederalTelefone Geral: (61) 2024-2000

Ministro de Estado da Cultura Juca FerreiraTiragem: 5.000

Microprojetos mais cultura: semiárido: a cultura nas mãos/ organização, Vera Rotta, Maria José H. Coelho. – Brasília, DF : Funarte; Ministério da Cultura, 2010. 196 p. ; Il. color. 1. Cultura – Brasil. 2. Diversidade. 3. Cidadania. I. Rotta, Vera. II. Coelho, Maria José H. III. Brasil. Ministério da Cultura. CDD (21. ed.) 306

M57

MiCROPROjETOS MAiS CULTURA - SEMiáRidO

... a cultura nas mãos

ORGANIZAÇÃOVera Rotta

Maria José H. Coelho

2010Brasília, DF

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“Tem gente que faz do Sol uma simples mancha amarela. Tem gente que faz de uma simples mancha amarela o próprio Sol”.

Pablo Picasso

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MiCROPROjETOS E MACROPOLíTiCAS: APOSTANdO NA CRiATiVidAdE E NA FORçA dO POVO BRASiLEiRO

Juca Ferreira1

1Ministro de Estado da Cultura

Implementados pelo Ministério da Cultura na gestão do presidente Lula, os Microprojetos Mais Cultura são uma das mais expressivas ações voltadas à federalização, democratização e desconcentração das políticas públicas para a área da cultura em nosso país. Com eles chegamos a onze Estados e mais de oitocentos municípios, beneficiando milhares de jovens, de uma população até então completamente excluída de uma política cultural de governo, tanto do ponto de vista regional quanto do ponto de vista social.

Muita coisa mudou no Brasil. Muita coisa ainda deve mudar. Precisamos continuar com firmeza no caminho da mudança. Não me canso de repetir que apenas 13% dos brasileiros vão ao cinema, regularmente, 92% dos brasileiros nunca entraram em um museu, 93,4% dos brasileiros jamais visitaram uma exposição de arte. Embora 28,8% dos brasileiros saiam regularmente para dançar, 78% dos brasileiros nunca assistiram a um espetáculo de dança, e mais de 90% dos municípios do nosso país não possuem salas de cinema, teatro, museus ou espaços culturais quaisquer, nem mesmo de múltiplo uso. Temos que assegurar acesso pleno à cultura para todos.

Com o firme propósito de alterar essa realidade de desigualdade e exclusão – assim como em outras áreas desse governo, a preocupação foi a mesma, ou semelhante – o nosso Ministério da Cultura pensou, deu forma e deu vida a um programa pioneiro, que é o Programa Mais Cultura. De dentro dele nasceram os

Microprojetos. E neste momento muito especial de aprendizado e acúmulo de experiência, conta com a valiosa participação do Banco do Nordeste do Brasil – BNB.

Todos sabem de nosso esforço para reverter a enorme exclusão cultural que marcou a vida nacional até aqui, até um período ainda muito recente. Estamos tocando uma cruzada.

Parte de um conjunto de ações, programas e projetos e de diversas políticas voltadas a ampliar o acesso pleno à cultura, os Microprojetos são uma daquelas ações desenvolvidas pelo MinC que eficazmente massageiam e ativam partes do corpo social até então costumeiramente desprovidas de políticas públicas, especialmente quando se trata de cultura. Resultado: alta magnitude de valor simbólico com pequenas somas por projeto. Não podia ser diferente. É a parcela mais considerável da população brasileira que se expressa, a sua população mais pobre, aquela a quem cabe boa parte da cultura que por aqui se faz.

É Mais Cultura para todos o que mais aqui se quer. Mas queremos e precisamos de muito mais. Vale observar. Os Microprojetos Mais Cultura precisam ganhar volume e maior escala. E precisam ganhar institucionalidade como política de Estado. Só assim poderemos trazer a cultura para o núcleo do esforço de desenvolvimento nacional em curso.

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OUTRO OLHAR SOBRE O BRASiL

Tércio Araripe – artista plástico, pesquisador e fabricante de instrumentos musicais – um dia decide reunir adolescentes do pequeno povoado de Moita Redonda, no município de Cascavel (CE), e formar uma orquestra com instrumentos de barro, o Grupo Uirapuru. Unindo música à tradição da região de produção de cerâmica, esses jovens tocam instrumentos criados por artesãos de outras gerações sob a regência do maestro Luizinho.

Bizan Velô é um militante da cultura e dos direitos humanos, em Lagarto (SE), para onde se mudou há 10 anos, vindo da Bahia. É ele quem leva a magia do cinema a povoados da região. Mas o Cinema na Roça de Bizan Velô vai além da sétima arte. Em parceria com instituições locais, o projeto também exibe filmes e promove palestras sobre educação sexual, além de proporcionar assessoria jurídica gratuita. Cultura e cidadania unidas em torno do cinema.

Maria Sirlane, a Sinha, há 20 anos costura, com suas próprias mãos, bonecas e bonecos de pano, com quem conversa durante o ato da produção, “criando uma energia positiva que traz sorte para as pessoas que as adquirem”, conta. Com o Microprojetos Nossa casa – construindo sonhos, Sinha pretende ensinar às meninas da periferia do Crato (CE) a fazer bonecas, arte tradicional na região, “para que elas também tenham essa opção de ganhar a vida”.

Tércio Araripe, Bizan Velô e Maria Sirlane estão entre os mais de 1000 outros Tércios, Bizans e Sinhas do semiárido brasileiro que tiveram seus projetos selecionados pelo Programa Mais Cultura do Ministério da Cultura, em 2009. Em comum, eles têm a arte, a tradição local, um sonho e a generosidade. São cidadãos preocupados com o futuro da juventude, que acreditam no poder de transformação da cultura e que investem na cultura como fator fundamental para a recuperação da autoestima e como alternativa econômica. E querem fazer isso nas suas e para suas comunidades. Eles possibilitam, principalmente, aos olhos e mentes urbanas, um novo olhar sobre o Brasil.

Afinal, o que a maior parte dos brasileiros sabe sobre o semiárido? Usualmente ideias genéricas, comumente associadas à seca, à pobreza, aos baixos índices de desenvolvimento humano e de outros indicadores sociais e econômicos. O que a maioria desconhece é a riqueza cultural dessa região, guardiã de muitas de nossas tradições. E muitos ignoram a força e a sabedoria de seus habitantes para encarar as adversidades, a fé na chegada de tempos melhores e a criatividade com que lidam com as carências. Enfim, pouco se sabe sobre esses brasileiros, inspiradores de Fabianos, Diadorins, Severinos, personagens de Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e de tantos outros escritores que conheceram suas realidades e compreenderam seus universos.

Silvana Meireles1

1Secretária de Articulação Institucional e

Coordenadora do Programa Mais Cultura

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Os Microprojetos no semiárido são um modo simples do Estado potencializar as variadas iniciativas desses brasileiros no campo cultural e revelar para os outros Brasis, as falas, as vozes e os fazeres do povo dessa imensa região de mais de 970 mil quilômetros quadrados, onde vivem cerca de 22 milhões de habitantes espalhados em 11 estados. Os Microprojetos são um dos modos encontrados pelo Ministério da Cultura para cumprir sua clara missão de apoiar a rica e a bela diversidade cultural que marca o povo brasileiro.

Paradoxalmente, alcançar essa clara missão nem sempre é tarefa simples. O primeiro desafio do Ministério da Cultura foi dar materialidade ao comando do Ministro Gilberto Gil de fazer um “do–in” antropológico no país, levando em conta a diversidade cultural brasileira e lidando com ela sem preconceitos. O Programa Mais Cultura integrou-se a essa missão e organizou suas ações em três dimensões: a da cidadania, a da infraestrutura cultural e a da economia. Os Microprojetos se inscrevem como uma dessas iniciativas de fomento a projetos de baixo custo financeiro que possam se tornar um embrião de uma iniciativa de estímulo à cidadania, ao aumento da autoestima e ao desenvolvimento da economia local.

Sua execução envolveu muitos colaboradores do Ministério da Cultura, que em suas bagagens traziam experiências bem

sucedidas – como a de Pedro Braz, no programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) da Prefeitura de São Paulo – criou alianças com outras instituições do governo federal como o Banco do Nordeste do Brasil – BNB; e estabeleceu importante articulação com o Fórum de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura e, por meio deles, com os municípios do semiárido. Essa iniciativa contou com a parceria do Instituto Nordeste Cidadania – INEC, da Fundação Nacional de Artes – Funarte e Banco do Nordeste do Brasil – BNB.

Discutidas e negociadas as competências e atribuições, métodos e instâncias de participação, enfim, feita a pactuação, no talvez melhor exercício do Sistema Nacional de Cultura, não foi difícil experimentar a execução de uma política pública de cultura federativa num território tão distante do foco dessa política. Lá, tudo já estava quase pronto. Faltavam apenas pequenos gestos do poder público para revelar talentos e criar condições de alimentar os sonhos, reforçar as iniciativas ou promover sua expansão.

Os Microprojetos Mais Cultura colaboraram para tirar da margem talentos brasileiros e gente que acredita na força da cultura. Não mais como turista, mas ainda como aprendiz, tomado do espírito apaixonado pela cultura brasileira de Mario de Andrade, o MinC foi ao semiárido para descortinar mais um Brasil.

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MiCROPROjETOS, GRANdES diMENSõES

Microprojetos Mais Cultura representa para a Funarte a conquista de possibilidades de ampliação da sua atuação junto à produção cultural brasileira e sua rica diversidade. Permitindo redesenhar fronteiras entre diferentes linguagens e outros campos de expressão, o Microprojetos Mais Cultura criou condições favoráveis para o aprofundamento das relações estabelecidas com artistas, projetos junto a comunidades tradicionais, projetos de caráter independente, bem como procedimentos criativos e educacionais.

Isso contribuiu sobremaneira para que a Funarte tivesse forte participação na disseminação, por todo o território nacional, de processos interativos de participação que resultaram numa energização antropológica de contingentes significativos da nossa sociedade.

Em sua primeira edição realizada em 2009, dedicada à população do semiárido, fomos ao encontro da multiplicidade de manifestações que nos caracteriza, promovendo uma visão mais nítida de sua fisionomia. Através da extraordinária força das variadas expressões da nossa cultura popular e outras experimentações existentes, pudemos perceber que é na

Sergio Mamberti1

1Presidente da Fundação Nacional de Artes

resistência que nosso povo constrói a pluralidade das suas identidades. Ao ser solicitada pela Secretaria de Articulação Institucional do MinC, para participar do Mais Cultura, a Funarte, ao integrar em um único projeto todas as suas áreas de atuação, marcou sua presença em novos territórios, que ainda não haviam sido beneficiados pelas políticas públicas do MinC.

Ao longo de mais de um ano, a parceria entre a Funarte, o Programa Mais Cultura, o Banco do Nordeste (BNB), o Instituto Nordeste de Cidadania (INEC), as Secretarias de Cultura de 11 estados que constituem o território geográfico do semiárido - Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo - selecionou, por meio de editais, aproximadamente 1.200 projetos, cada um de até 30 salários mínimos, totalizando cerca de treze milhões de reais em premiações.

No entanto, o que mais nos mobilizou, não se limitou ao investimento estratégico nestas áreas de grande vulnerabilidade social, mas, sobretudo o esforço conjunto de várias instituições através de iniciativas visando promover o desenvolvimento social e econômico desta extensa região. Microprojetos Mais

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Cultura premiou, especialmente, jovens entre 17 e 29 anos de idade, fomentando as relações entre comunidades e artistas de diversas faixas etárias, com participação efetiva nas mais variadas linguagens: artes cênicas, artes visuais, música, literatura, audiovisual e artes integradas.

Tivemos a grata surpresa de contar também com um total de 3.883 projetos inscritos, provenientes de pessoas físicas e jurídicas de 881 municípios da região, constatando sua imensa potencialidade que, todavia, não tinha sido contemplada com os investimentos substanciais dos programas culturais do MinC, de alcance nacional. Ao contrário do que se poderia supor, a capacidade de realização destes artistas, professores, artesãos, grupos étnicos e comunidades, tem a mesma riqueza criativa da produção cultural dos grandes centros urbanos. Talvez até mais intensa, pois participam à margem da vida cultural regional, que tende a subestimar a importância de sua contribuição. Necessitam apenas de incentivo e reconhecimento do poder público para realçar sua presença nacional, como força motriz de inspiração e de criatividade, que sempre foi a base de toda produção cultural brasileira e de nossa formação.

A possibilidade de aquisição de instrumentos para bandas de

música, montagem de pequenos espetáculos, realização de oficinas, publicações literárias, aquisição de materiais diversos para produção artística, realização de pequenos festivais, produção de CDs de música, realização de documentários até a produção em diversas mídias digitais, revelaram um universo insuspeitado de beleza, sensibilidade e de grande qualidade sob todos os aspectos. Todos os parceiros envolvidos percorreram o país com suas equipes, realizando oficinas, com acompanhamento e registro, para uma melhor avaliação do que foi implementado, estabelecendo contato direto com um semiárido popular e integrado na contemporaneidade, enriquecendo seu conhecimento sobre o país, e preparando-se para realização de programas e projetos de maior amplitude, ainda por vir. A qualificação profissional adquirida na atuação no Programa Microprojetos Mais Cultura Semiárido nos conduziu à execução do Microprojetos Mais Cultura Amazônia Legal, já em fase de finalização, expandindo sua ação nacional e possibilitando maior presença em territórios com características diferentes e potencial diverso, integrando transversalmente a Funarte aos programas e políticas publicas do Ministério da Cultura.

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SUMáRiO

Democratização do acesso aos recursos públicos - Mônica Monteiro............................................................ 18

A busca de novos modelos de financiamento público da cultura - Lia Calabre .............................................. 20

Semiárido: diversidade e pluralidade cultural - Xico Chaves .......................................................................... 26

Um novo olhar sobre o cotidiano dos pequenos produtores culturais - Selma Santiago ................................ 30

Surpresas de viajante - Vera Rotta.................................................................................................................. 34

Um povo feito de sonhos e certezas - Paulino Menezes ................................................................................ 36

Se a experiência pudesse ser medida... - Fernando Rotta Weigert ................................................................ 37

Sons da água, da terra, do barro..................................................................................................................... 39

Romeu e Julieta, reisado, maracatu e pau-de-fita........................................................................................... 45

Dança do Caroço: um ritmo unindo gerações ................................................................................................. 53

Bonecas de Pano: feitas para dar sorte .......................................................................................................... 59

Elis Marina, com pimenta e ao vivo ................................................................................................................. 63

Tambor de Crioula, resistência, tradição e continuidade ................................................................................. 67

Uma antiga flauta volta a tocar ........................................................................................................................ 71

Liberdade feita com arte .................................................................................................................................. 75

No sertão, a persistência dos cavaleiros ......................................................................................................... 79

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No quintal, cinema, música, dança e filosofia ................................................................................................. 85

Máscaras para uma nova identidade .............................................................................................................. 91

Na roça, cinema rima com cidadania .............................................................................................................. 97

Uma batalha pela paz no sertão da Bahia .................................................................................................... 101

No rio Doce, lixo é inspiração ........................................................................................................................ 107

Estação da memória, da lembrança, da preservação ....................................................................................111

A cultura está onde o brasileiro está - Leonardo Mourão ...............................................................................115

Novas soluções para um novo desenvolvimento - Tibico Brasil.................................................................... 122

Análise da ação Microprojetos ...................................................................................................................... 125

A pesquisa quantitativa ........................................................................................................................ 126

A pesquisa qualitativa .......................................................................................................................... 135

Considerações finais ........................................................................................................................... 139

Microprojetos Selecionados .......................................................................................................................... 140

Agradecimentos............................................................................................................................................. 185

Expediente..................................................................................................................................................... 187

Créditos das imagens .................................................................................................................................... 192

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dEMOCRATizAçãO dO ACESSO AOS RECURSOS PúBLiCOS

Lançado em 2007, o Programa Mais Cultura integra a Agenda Social do Governo Federal e é estruturado para responder aos desafios impostos pela nova política social, notadamente o de enfrentamento das desigualdades sociais, tendo como diretriz a incorporação e o fortalecimento do papel central da cultura no desenvolvimento e o seu reconhecimento como direito social.

Dentre os muitos desafios a enfrentar, inscrevem-se aqueles associados à incorporação dos jovens ao mundo do trabalho cultural - técnico e artístico. Como público preferencial do Mais Cultura, diversas ações do Programa estão voltadas para jovens de 17 a 29 anos, estimulando realizações artísticas e culturais.

Sabe-se que milhões de brasileiros vivem da cultura e que o investimento e fomento à cultura devem ser diversificados em suas fontes, incorporando mecanismos que possam ser adaptados às diferentes necessidades brasileiras contemplando a multiplicidade da produção cultural dos diversos segmentos sociais e, principalmente, daqueles excluídos dos processos formalmente instituídos.

Mônica Monteiro1

1 Coordenadora de Ações do Programa Mais

Cultura

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A meta da democratização do acesso aos recursos públicos que foi integrada à agenda do Ministério da Cultura (MinC) produziu nesses oito anos resultados concretos. A estruturação e difusão da modalidade de seleção pública de projetos, através de editais, seja para sociedade civil ou para o campo público, seja para pessoas físicas ou jurídicas, representou um avanço na forma de apresentação de projetos e na cobertura quantitativa de projetos atendidos.

A ação dos Microprojetos Mais Cultura, em sua primeira edição, foi a experimentação de um mecanismo de simplificação de financiamento público não-reembolsável. Sob a coordenação da Secretaria de Articulação Institucional do MinC, com recursos financeiros do Programa Mais Cultura, o projeto foi desenvolvido e orientado para abranger 1.200 municípios do semiárido brasileiro, prevendo-se, através dos mecanismos de seleção, o atendimento a um projeto por município.

A fixação dessa cota buscou garantir uma distribuição de prêmios equilibrada entre os municípios participantes, independentemente do número de inscrições por localidade, numa estratégia para garantir a desconcentração de investimentos nas regiões centrais, representadas pelas capitais - não raramente melhor assistidas pelas políticas públicas - para as áreas periféricas ou regiões afastadas dos centros.

Os movimentos e estímulos à participação de todos os 1.200 municípios foram realizados através de uma intensa agenda para capacitação e divulgação do edital que significou a realização de mais de 100 oficinas em 100 municípios, utilização de redes sociais, participação em encontros e divulgação em programas de rádio e TV, resultando numa adesão de 3.883 propostas ao Edital. Na conformação dessa iniciativa à divulgação, capacitação e estímulo à participação no edital é tão importante quanto a alocação dos recursos financeiros.

Os resultados da premiação levaram a seleção de projetos a

cerca de 800 municípios e indicaram que todos os esforços de capacitação e divulgação ainda não foram suficientes para garantir a cobertura desejada, sugerindo que há terreno a explorar, tanto pelos cenários desenhados a partir do mapeamento que resulta da experiência do Banco do Nordeste no financiamento a projetos culturais na região do semiárido tanto quanto pelos depoimentos e registros captados pela equipe do Microprojetos Mais Cultura, apresentados a seguir.

No semiárido a cultura convive com a escassez de recursos públicos e com a riqueza de criação, experimentação, arte de todas as formas, em todos os sentidos, em busca de incentivos, apoios e de qualquer forma de estímulo que possa significar reconhecimento e presença de governos, implantando políticas públicas, enfim, chegando ao cidadão.

Os projetos culturais selecionados no edital do semiárido contemplam praticamente todas as formas de expressão artística e revelam a autenticidade e a singularidade de ideias postas em prática por e para jovens. O mapa de projetos apoiados pelo Programa Mais Cultura no semiárido nos permite afirmar sobre o acerto da política de democratização do acesso aos recursos públicos e comemorar os resultados que teremos a oportunidade de ver nessa publicação.

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“A arte fala!

E nesse sentido, nessa fala abrange todas as classes, todas as raças e isso é uma transformação. A música tem um poder muito

forte, como a arte em geral, de passar isso para as pessoas, o reconhecimento de cada um de estar num lugar seu, ter a sua

importância, a sua capacidade e isso então é uma transformação muito grande.”

Proponente do Projeto A Música fala: origens e tradições do sítio lagoense

– Lagoa do Sítio - Piauí

A Constituição Brasileira, no artigo 215, estabelece que o “Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais”. Os Microprojetos Mais Cultura fazem parte de um conjunto de ações que vem sendo implementado pelo Ministério da Cultura, na busca de fazer cumprir o pleno exercício dos direitos culturais, que está determinado pela Constituição.

A BUSCA dE NOVOS MOdELOS dE FiNANCiAMENTO PúBLiCO dA CULTURA

1 Pesquisadora e chefe do Setor de Políticas Culturais da Fundação

Casa de Rui Barbosa.

Lia Calabre1

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Desde meados da década de 1980, a política brasileira de financiamento público federal da cultura esteve, quase que exclusivamente, assentada na utilização das leis de incentivo. Tal processo teve inicio com a promulgação da Lei no 7.505, mais conhecida como Lei Sarney, criada em 1986 e extinta em 1990. A Lei Sarney foi substituída pela Lei no 8.313 de 1991, conhecida como Lei Rouanet, que está em vigor até hoje. O modelo foi implantado com o objetivo de buscar solucionar a falta de recursos federais para o custeio de atividades culturais. O Ministério da Cultura, que havia sido criado em 1985, um ano antes da lei, possuía um orçamento muito pequeno que mal lhe permitia arcar com a manutenção da estrutura que estava sob sua responsabilidade. Os dois mecanismos, em suas versões originais, previam ações de financiamento da cultura com um percentual dos recursos oriundos da renúncia fiscal e uma parte de efetivo investimento privado, ou seja, assentados em uma ideia de parceria, de estímulo ao investimento financeiro na cultura por parte da iniciativa privada com a participação do Estado. A Lei Rouanet sofreu algumas alterações que contribuíram para um processo de alta concentração de aplicação de recursos em algumas linguagens artísticas e em algumas regiões do país.

A partir de 2003, com a gestão do ministro Gilberto Gil, o Ministério da Cultura iniciou um intenso trabalho junto ao governo no sentido de elevar o percentual orçamentário do órgão de um patamar de 0,2% do orçamento da União para 1%. Apesar de aparentemente tímido, esse crescimento significava, na prática, mais que duplicar a capacidade de investimento do MinC. Ao longo desses oito anos de governo, o Ministério foi investindo na criação e aperfeiçoamento de mecanismos de financiamento que produzissem condições mais equânimes de distribuição dos recursos. Tal projeto tem se efetivado, principalmente, através de editais públicos e concessão de prêmios. A análise aqui realizada terá como base o edital da região do semiárido, no âmbito do Programa Mais Cultura, e em estudo de uma amostra dos projetos premiados que está em plena fase de desenvolvimento.

“O edital foi muito aberto, democrático, pois apoiava não só as empresas, mas as pessoas físicas também... A Lei Rouanet reconhece o projeto, mas não garante os recursos” Proponente do Projeto Cinema Itinerante – Belágua - Maranhão

“Nesses 25 anos de capoeira, nunca tive acesso a nenhuma verba pública... foi até uma surpresa muito grande ver que, pela primeira vez, a gente conseguiu alguma coisa ligada ao governo porque, para cá, isso é raro, é difícil” Proponente do Projeto Grupo Muzema de Capoeira – Chapadinha - Maranhão

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A utilização de estratégias como a do lançamento de editais e da criação de prêmios, foi adotada pelo MinC, na intenção de superar ou diminuir as distorções regionais de investimento público federal na cultura. É importante ressaltar que o lançamento de editais e que as concessões de prêmios eram recursos utilizados pela Funarte, por exemplo, em décadas anteriores, e que sofreu alguns processos de descontinuidade. Muitos dos editais, do próprio MinC, lançados nos primeiros anos de governo, tiveram apoio financeiro das empresas estatais, em especial da Petrobrás (a principal empresa financiadora da área da cultura). Com o gradativo aumento da dotação orçamentária, ao longo desses últimos oito anos, o Ministério pode passar a implementar suas iniciativas com recursos próprios.

O Programa de Apoio a Microprojetos Mais Cultura para a região do semiárido, que abrange municípios em todos os estados do nordeste, no estado de Minas Gerais e Espírito Santo, lançado com recursos do Programa Mais Cultura, foi efetivado através de uma parceria da Secretaria de Articulação Institucional e da Funarte com o Banco do Nordeste – BNB, Instituto Nordeste de Cidadania - INEC - e as Secretarias de Cultura dos estados participantes. Buscando resguardar as especificidades de cada região, os editais foram estadualizados, ficando as secretarias de cultural responsáveis pela divulgação entre os municípios e pela formação das comissões julgadoras.

O edital foi idealizado visando fornecer financiamento para Microprojetos culturais. O objetivo foi o de incentivar e fomentar artistas, grupos artísticos independentes e pequenos produtores culturais, através da distribuição de prêmios para iniciativas desenvolvidas nas áreas de: artes visuais, artes cênicas, música, literatura, audiovisual e artes integradas. Os projetos deveriam ter como protagonistas ou beneficiários diretos, jovens de 17 a 29 anos, residentes em regiões e municípios do semiárido.

Os primeiros relatórios gerados pelo projeto revelam que foram comprometidos recursos na ordem de treze milhões e

“Nós fizemos as oficinas abertas, nunca fechamos, porque a ideia não é só aprender uma arte. Aprender uma arte é massa! É lindo! Mas, além

disso, a gente tem uma preocupação com que essas pessoas conheçam sobre o seu lugar, que elas se sintam pertencentes a esse lugar e ativas

nesse lugar, não simplesmente passivas.” Proponente do Projeto Colcha de Mosaicos

– Fortaleza – Ceará

“Eu tenho uma grande dificuldade de trabalhar aqui no município, eu não tenho com quem contar, com quem trocar uma ideia, discutir

um assunto, porque essa área é muito nova (produção e edição de vídeo digital). ... Tem aí alguns serviços, casamentos, eventos. Para fazer um

documentário aqui tem que ser através de um edital, pois quem vai custear um documentário no interior? Só através de um edital desse é que

sai esse tipo de coisa.” Proponentes do Projeto O audiovisual construindo

identidade – Pindoretama - Ceará

2 Tendo em vista que o processo de conveniamento

dos premiados se estendeu ao longo do ano, com a chamada

de suplentes selecionados, o relatório final ainda não se

encontra disponível

“Eu fico sempre muito surpresa com o pessoal aqui da comunidade, esses meninos, eles fazem cada peça, eles mesmos escrevem, eles mesmos

encenam, eles mesmos produzem as peças e passam as mensagens...O projeto é fazer chegar o conhecimento até as pessoas”

Proponente do Projeto Biblioteca Comunitária Itaitinga - Ceará

“A dificuldade de se trabalhar com cultura é só a financeira, porque não existe ainda no país uma verba para se trabalhar

com cultura em termos de município”Proponente do projeto Cultura e ação – Caêm – Bahia

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meio, com um total de 3.883 projetos recebidos e um pouco mais de mil e duzentos selecionados (incluindo os suplentes). 2 Participaram do edital 11 estados – todos os estados do nordeste e mais uma pequena parcela de municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo – lembrando que somente poderiam enviar projetos os municípios localizados na região do semiárido. Os estados da Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte e Espírito Santo apresentaram os maiores índices de participação de municípios e os menores percentuais de participação couberam aos estados do Piauí e Maranhão. As inscrições foram recebidas nas secretarias dos próprios municípios, encaminhadas às secretarias dos estados. Todo o processo de conveniamento e acompanhamento dos projetos selecionados, ficou a cargo do Banco do Nordeste, através do Instituto Nordeste de Cidadania – INEC.

O Ministério da Cultura buscou tornar o edital o mais acessível possível. O formulário de inscrição foi bastante simples, procurando ser adequado ao público alvo. Logo no primeiro parágrafo do objeto, o Edital informava que tinha como “objetivo fomentar e incentivar artistas, grupos artísticos independentes e pequenos produtores culturais”, complementando que com a intenção de promover a diversidade cultural, “os projetos financiados deverão ter, como protagonistas ou beneficiários, jovens de 17 a 29 anos residentes em regiões e municípios do semiárido.”

A distribuição dos projetos contemplados, por área artística, pode ser observada no quadro ao lado.

Para se inscrever como pessoa física bastava estar em dia com o imposto de renda, apresentar cópia da identidade e do CPF, comprovante de residência de 2007 a 2009. No caso de pessoa jurídica, necessitava-se da apresentação das certidões negativas, dos estatutos e dos documentos do responsável legal pela empresa. O formulário, além dos dados pessoais, solicitava que o proponente descrevesse o que desejava

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fazer – de maneira clara e sintética - apresentando também um orçamento e uma descrição das atividades que seriam realizadas. O modelo era muito simples e continha exemplos claros do que era solicitado. Todo o processo foi construído visando a alcançar um público que, normalmente, não tem acesso aos recursos públicos.

Foram apresentados projetos das mais variadas modalidades dentro de todas as linguagens artísticas que foram objeto do edital. Pode-se dizer que tal quadro permitiu o cumprimento do objetivo número 1 do programa que é o de: “ampliar o acesso aos bens e serviços culturais e meios necessários para a expressão simbólica, promovendo a autoestima, o sentimento de pertencimento, a cidadania, o protagonismo social e a diversidade cultural”, ao longo de 2010, mais de mil projetos vêm sendo colocados em prática na região do semiárido brasileiro.

Na música, instrumentos são construídos, cursos e oficinas são oferecidos, tudo isso permitindo a muitos cidadãos o acesso ao processo de experimentação do fazer cultural que se soma à produção de CDS e de espetáculos. As danças mais tradicionais têm espaço junto com a dança contemporânea. As chamadas brincadeiras, como os bois, as folias, os cacuriás, ganham um incentivo extra para estar na rua. As práticas da leitura são enriquecidas e estimuladas por novos cordéis, por novos acervos e por equipamentos multimídia. A geração de emprego e renda também está presente em projetos que prevêem qualificação da produção artesanal e manufatureira. O cinema vai voltando às praças e às ruas dos lugarejos, das cidades do interior, de uma maneira nova,

“A ideia era trazer 60 jovens para a oficina, 2 de cada escola, formar monitores para que eles formem grupos na escolas. Temos 2 que já

formaram e a gente está acompanhando isso no dia a dia, para ver se a gente alcançou nosso objetivo”

Proponente do Projeto Dança transformando a vida – Pacatuba – Ceará

“Eu achei muito bom porque eu não precisei elaborar aquele projeto enorme, com tudo assim... É uma coisa bem simples. Porque eu vejo

aqui no meu pai, na Secretaria, tem uns projetos, tem uns que eles recusam porque os projetos foram mal elaborados. A justificativa que eles dão é que foram mal elaborados e esse não, dos microprojetos, era mais fácil, porque era mais acessível para a gente, pelo fato de a gente

ser, assim, do interior.” Proponente do Projeto Aconteceu e não vi, mas me contaram

assim – Valença do Piauí – Piauí.

“Eu deixei de pedir recursos à Prefeitura, eles nunca podem, eles nunca têm... Com o Projeto Mais Cultura nós compramos nosso material e

não precisamos pedir nada a ninguém” Proponente do Projeto oficina de Indumentária Bumba Meu

Boi – Nina Rodrigues - Maranhão

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estimulando também a produção audiovisual local que se encarrega de registrar os fazeres e as riquezas culturais. No teatro, o clássico e o contemporâneo se encontram, em montagem, em oficinas, em leituras dramatizadas que abrem espaço para novas criações que dialogam com as realidades locais.

No financiamento a projetos dessa natureza, as dificuldades ainda são muitas. A equipe responsável pelo conveniamento, por exemplo, se empenha por agilizar o contato com os premiados, tarefa muitas vezes nada fácil. Uma sucessão de pequenos problemas terminou por atrasar o repasse dos recursos e que, por conseguinte, faz com que uma média de 40% dos projetos só venha a ser finalizada em 2011.

Para o acompanhamento da ação Microprojetos Culturais Mais Cultura, no semiárido, foi planejada uma pesquisa, que está em campo, analisando o perfil dos projetos apresentados, sua distribuição geográfica, a participação das diversas áreas artísticas, a adequação do modelo executado à realidade local. Para tanto estão sendo trabalhados os formulários de inscrição, fichas de informações complementares e relatórios de prestação de contas. A pesquisa tem ainda uma parte de levantamento de informações qualitativas, com a realização de entrevistas com uma pequena amostra dos premiados. Esses depoimentos deram origem aos boxes que complementam esse texto e são o testemunho vivo da importância do desenvolvimento de projetos, por parte dos governos, que atinjam a um público tradicionalmente eliminado do acesso aos recursos públicos e ao sentimento de cidadania cultural plena.

“ O cinema na praça, um lugar que junta todo mundo numa telona de cinema, coisa que hoje não existe mais, é difícil, só nas capitais ou nas grandes cidades, mas no interior... isso foi o que me levou a fazer com que as pessoas voltassem àquela época de ver um filme junto com a família, junto com os vizinhos, a comunidade toda ali reunida numa grande tela capaz de envolver as pessoas” Proponente do Projeto Cinema na Praça – Cícero Dias - Bahia

“A Secretaria reuniu a gente e explicou sobre os microprojetos. Depois ela deu uma micro-oficina de elaboração de projetos para quem ainda não tinha experiência em fazer projetos e qualquer dúvida que a gente tinha eles tiravam” Propornente do Projeto Arte e Cultura – Acopiara – Ceará

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SEMiáRidO: diVERSidAdE E PLURALidAdE CULTURAL

Se vivemos da diversidade, é nela que nos afirmamos, dela sobrevivemos e assim toda a sociedade, com sua expressão cultural plural, em permanente processo de transformação. O que identifica nosso país é sua múltipla identidade, sua capacidade de reunir, em um vasto território, muitas expressões culturais simultâneas que se intercomunicam e constituem um corpo em movimento, um conjunto de origens que não se estagnou, uma paleta de cores que não se cristalizou, permaneceu suscetível a mutações, capaz de absorver influências, e ao mesmo tempo, preservar sua natureza. É como um caleidoscópio orgânico, sensível a tudo que nele se projeta do mundo exterior para transformar seu conteúdo em linguagem própria e universal. Nossa multíplice formação nos permite esta liberdade e uma flexibilidade extrema capaz de compreender e transformar a produção cultural em formas de sobrevivência.

No entanto, esta sobrevivência subsiste em um Brasil desigual, repleto de diferenças sociais onde a maior parte de sua população permanece à margem dos sistemas de comunicação sujeita à pressão de uma produção industrial padronizadora e movida por valores consumistas. A produção cultural popular circula em núcleos de resistência, assim como as experimentações de linguagem e a preservação de valores simbólicos que estruturam a base de sua múltipla formação. Sob risco permanente de

Xico Chaves1

1Coordenador da Assessoria Especial da

Presidência da Funarte, Coordenação Funarte

Microprojetos Mais Cultura.

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descaracterização e aniquilamento de seus sistemas de sustentação, formada por extensas camadas sociais, mantêm, ainda, sua autonomia. A complexidade destas questões levou instituições culturais, estimuladas pelo Ministério da Cultura, a lançar um novo olhar sobre o debate referente à valoração simbólica e estratégica desta produção. Foram trazidos para o debate cultural conhecimentos antropológicos e fatores econômicos para serem considerados na mesma esfera, associando a eles uma série de projetos de abrangência nacional.

Microprojetos Mais Cultura surge desta iniciativa como um dos instrumentos do estado, capaz de proporcionar sobrevivência, visibilidade e reconhecimento às expressões culturais regionais, realizadas em toda a extensão do território brasileiro, mais especificamente nas regiões e territórios que representam maior risco social e expressam com intensidade maior diversidade, identidade e pluralidade. O Semiárido, que abrange 11 estados do nordeste e sudeste, que pelo nome de algumas de suas cidades (Tracunhaém, Xique-Xique, N. Sra. de Nazaré, Inhapi, Jacaré dos Homens, Tabocas do Brejo Velho, Cafarnaum, Mulungu do Morro, Baturité, Canindé, Jijoca de Jeriquaquara, Milagres, Nova Iorque, Coité, Junco do Seridó, Santana dos Garrotes, Zabelê, São Miguel dos Milagres, Coité do Nóia, Bodocó, Salgueiro, Tacaratu, São José do Egito, Boa Hora, Pau dos Ferros, São

Miguel do Gostoso, Cachoeira do Pajaú, Indaiapira, Vila Pavão, Baixo Guandu, Canhoba, Canindé, Lagarto, Gararu), para citar apenas algumas, exemplificam toda riqueza de suas origens. Na extensão geográfica e poética da nomenclatura destes lugares foram encontradas atividades culturais que a maior parte da população brasileira desconhece.

O que, conceitualmente, definimos como diversidade cultural e se referencia em uma formação histórica com diversas origens étnicas, sedimentações e múltiplas influências se materializa nas formas de expressão e manifestação encontradas na extensão de nossa geografia. Nos territórios que compreendem o semiárido, como em outros, a presença de todos os segmentos de expressão artística e cultural se manifestam de forma intensa, compreendendo uma outra diversidade: a multiplicidade de linguagens, tradições populares, ferramentas tecnológicas de comunicação e criação, atividades e conhecimentos interativos que se articulam entre diversos segmentos sociais. Tornou-se necessário um programa que representasse todo este universo e que absorvesse em seu edital desde as expressões populares até as mais contemporâneas e lá estavam todas elas, desde a literatura de cordel até a cultura digital. Provou-se que estes lugares produziam tanta cultura quanto os grandes centros urbanos, em artes cênicas, artes visuais, música, literatura, audiovisual e artes integradas (para a inclusão de

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projetos com mais de uma área artística). Provou-se ainda que estes segmentos apresentam uma grande diversidade em si mesmos e que poderiam diversificar ainda as formas de comunicação entre eles e as mídias regionais e que representavam esta imensurável parcela da produção cultural pouco reconhecida e não identificada.

Estar à margem dos sistemas de comunicação convencionais não compreende estar inativo. Apenas não é conferida a esta suposta marginalidade a presença na mídia convencional, o reconhecimento da cultura produzida por ela. A cultura de massas, no entanto, sempre se alimentou dos modelos e formas de expressão lá existentes. Quando Microprojetos Mais Cultura disponibilizou recursos dirigidos a estas populações, estabeleceu a conexão entre uma extensa camada social e a instituição pública, passou a identificar e revalorizar as tradições e experiências lá existentes, disponibilizou canais de inter-relacionamento, reconheceu seu papel como protagonista na economia da cultura, possibilitou sua reafirmação e alteridade, estimulou seu desempenho como força produtiva e realimentou seu processo criativo. Essas populações estavam à margem dos grandes projetos de financiamento, que envolviam grandes investimentos, que assimilavam apenas produtores profissionalizados, artistas de renome, empresas e grupos com acesso disponível nas instituições e empresas privadas. Não havia, até então, estímulos financeiros para projetos de baixo custo, mas fundamentais para a sobrevivência dessa maior parte de nossa identidade e versatilidade cultural. Foi possível provar que um

documentário pudesse ser realizado, que uma banda de música pudesse adquirir instrumentos, que oficinas de arte-educação pudessem ser implantadas, que era possível editar livros e CDs independentes, resgatar e estimular culturas e manifestações étnicas e tradicionais, resultando em uma infinidade de ações de conteúdo, afirmação e sobrevivência cultural.

Ao incluir o semiárido em um programa com esta dimensão confere-se a ele ainda o reconhecimento de ter sido, em toda a nossa história, a região que mais esteve presente em nosso desenvolvimento econômico e social. Sua contribuição para produção cultural brasileira tem sido essencial na construção do país, de suas grandes cidades, de sua produção agrícola e industrial. A mão de obra e a criatividade que migraram de lá para todos os cantos do país se entranharam e foram fundamentais na cultura da argamassa, fertilizante da tradição e da contemporaneidade. As migrações ocorreram por fatores climáticos e de sobrevivência, presentes nesta região mais pobre e discriminada, estigmatizada nas regiões industrializadas ao ser representada pela miséria e a caveira de boi, a caatinga seca e espinhenta, a fisionomia esquálida e mestiça, o sertão rústico, rude e áspero. O que foi traduzido como resistência, tem se revertido em fator de integração, interação, interlocução e potencial transformador, presentes na realidade fértil e contraditória de sua natureza multicultural, onde tradição popular e tecnologia virtual coexistem hoje no mesmo território.

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O Brasil é feito de gente que pisa no chão, que come arroz e feijão, que trabalha, que estuda, que sente, que sonha, que se expressa de várias formas e, destes tantos, milhares pensam, desejam ou esperam um dia ter a chance de mostrar seu dia-a-dia e o que sentem através da arte. Desejos contidos nos projetos guardados no fundo das gavetas ou nos sonhos das noites que embalam seus cotidianos. Muitos deles, em sua maioria jovens, alimentam a esperança de mudar o país para melhor por meio de sua arte, mas as dificuldades do dia-a-dia os deixam, com o passar dos tempos, cada vez mais descrentes nesta possibilidade de um dia tornarem-se artistas.

Ao iniciarmos as atividades da ação Microprojetos Mais Cultura, de fato, encontramos durante as oficinas de capacitação, os olhos dos concorrentes perdidos, como que assistindo a distância entre sonho e realidade. Percebemos então que este seria, de imediato, nosso maior desafio a ser vencido: provocar nas pessoas de

UM NOVO OLHAR SOBRE O COTidiANO dOS PEQUENOS PROdUTORES CULTURAiS

Selma Santiago1

1 Coordenadora de Territorialização do

Programa Mais Cultura/Ação Microprojetos.

“Eu deixei de pedir recursos à Prefeitura, eles nunca podem, eles nunca têm... Com o Projeto Mais Cultura nós compramos nosso

material e não precisamos pedir nada a ninguém”

Proponente do Projeto oficina de Indumentária Bumba Meu Boi – Nina Rodrigues - Maranhão

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1.200 municípios, a confiança de que poderiam ser atendidas sem discriminação. Fazê-las acreditar que os recursos federais chegariam em seu município, por menor e mais longínquo que fosse, entregues nas mãos do próprio artista. Muito trabalho, esclarecimentos, orientações, estímulos e aposta na confiança foi nosso roteiro de viagem, seguido à risca e que vimos ser recompensado à medida que os prêmios foram sendo pagos.

No decorrer de um ano de atividades, nossa equipe desbravadora do sertão do semiárido brasileiro pôde conhecer, apostar e ver nascerem as flores daqueles que antes não acreditavam na possibilidade de sobreviver de sua arte. Foi como encontrar um jardim onde antes era deserto, porque para nós, esta ação tem a imagem de uma chuva no sertão ressecado. Basta um pouquinho de água para se ver o verde brotando e as flores se abrindo, colorindo o cinza que antes existia.

Sabemos que a terra é fértil, que o solo é bom, que florescem aqui e acolá rosas e margaridas, mas vê-las em conjunto, brotando, foi e é uma experiência que vai para além do financiamento de pequenos projetos culturais, pois muito está por detrás de recursos financeiros. Capitais outros como afetivos, criativos, simbólicos, identitários, estéticos, políticos e outros tantos foram expressos por todos os projetos, merecendo então nossa maior atenção com relação a este movimento que provocamos e que observamos atentos tal qual um mágico que se surpreende com o efeito de sua própria mágica.

Buscando melhor conhecer estes grupos e pessoas, promovemos Encontros Estaduais dos Microprojetos nos onze estados contemplados, onde a participação voluntária foi a tônica do momento e onde pudemos nos aproximar dos cotidianos destes fazedores de cultura que muito se distanciam das Leis de Incentivos ou outros prêmios de maior porte que são ofertados por todo o país. Descobrimos que a grande maioria dos agraciados eram pessoas físicas, que apostaram na ideia de uma pequena produção cultural para realizar seus sonhos e dinamizar as vidas de suas comunidades. Percebemos que o brasileiro, com

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sua capacidade empreendedora e criativa, é capaz, sim, de fazer render o pouco que tem e multiplicar o benefício, estendendo aos demais a possibilidade de sentir, na prática, o que teóricos chamam de “economia da cultura”.

Nos Encontros tínhamos dois objetivos bem claros: o período da manhã seria para repassar informações administrativas sobre como preencher relatórios, dirimir dúvidas com relação a contratações para concessão dos prêmios, uso de logomarcas e outras questões burocráticas. Enquanto o período da tarde seria provocativo no sentido de promover o verdadeiro encontro entre os próprios participantes, estimulando a formação de uma rede de pequenos produtores culturais em cada estado e assistindo a um momento de escambo entre os mesmos, sem a interferência dos organizadores, onde cada grupo ou artista se dispunha a colaborar com os demais, trocando contatos e serviços. E assim aconteceu, sem que orientássemos para tal, em todos os lugares.

Após a realização dos Encontros, cada estado teve articuladores eleitos pelos próprios contemplados e uma série de objetivos a serem alcançados, em sua maioria bem similares, refletindo assim as características que fazem destes produtores culturais semelhantes e revelam-nos um modus vivendi no qual os poderes públicos poderão observar quais instrumentos de fomento serão mais bem utilizados.

Aliado às observações feitas nos Encontros, e ainda com alguns resultados parciais da pesquisa que segue em curso, observamos também que a grande maioria destes produtores conta com pequenos apoios dos governos locais, enquanto poucos recorrem aos poderes públicos estaduais e federais. Isto é um fator interessante de ser analisado, uma vez que nos estudos econômicos os gastos municipais pouco refletem este investimento, sendo quase sempre

considerados apenas os gastos em eventos de maior porte ou festas cívicas e religiosas. Podemos refletir aqui se os governos municipais têm a percepção do potencial de talentos e de dinâmica cultural e econômica que podem ser estimulados em seus próprios municípios ou ainda a título de que retorno os mesmos apoiam estas pequenas iniciativas.

Outro aspecto bem recorrente é o fato de que a maioria dos recursos investidos nos trabalhos vem dos próprios produtores e de voluntários, parentes e amigos. É quando constatamos que a maneira de trabalhar através da colaboração faz destes pequenos produtores cooperativos informais, uma vez que os profissionais de cada município se conhecem e auxiliam-se nas suas produções, investindo seus tempos, recursos financeiros e criatividades com o intuito de terem seus projetos e sonhos realizados.

Os Microprojetos pressupõem micro-organizações, micro-arranjos produtivos, micro-financiamentos, não significando, necessariamente, micro-produtos culturais. Muitos dos resultados já apresentados têm uma capilaridade e dimensões bem maiores do que poderíamos supor nos gabinetes das políticas públicas para a cultura em Brasília. Verificamos que uma boa fórmula de atingir a este público ainda não alcançado seria através de uma ação de formato simples, com acesso aos formulários em linguagem simples, que contasse com o apoio local e dos estados na multiplicação das informações.

E foi assim, através desta simplicidade, também lida nas apresentações dos projetos inscritos, que podemos ver os resultados dos sonhos e desejos outrora sentidos tornarem-se cotidiano, para estes quase mil e duzentos pequenos produtores culturais, que com este apoio puderam ser reconhecidos localmente e, enfim, receberem dos aplausos de seus povos, os títulos de “artistas da terra”.

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SURPRESAS dE ViAjANTE

“Minha vida é andar por este paísPra ver se um dia descanso feliz

Guardando a recordaçãoDas terras onde passeiAndando pelos sertões

Dos amigos que lá deixei...”

Vida de Viajante (Luiz Gonzaga)

Nos últimos 15 anos, tive o raro privilégio de viajar por todo o Brasil. O trabalho de jornalista me levou a percorrer grande parte do interior gaúcho, e na sequência, quase todos os Estados do país.

Mas todas essas andanças brasileiras não me causaram impressão tão forte quanto as recentes viagens que fiz para colher informações para esta publicação sobre o Microprojetos Mais Cultura para o Semiárido. Não havia me dado conta da enorme e surpreendente riqueza e qualidade da cultura brasileira.

Nem me refiro às nossas grandes telas culturais: o barroco, o folclore, artes plásticas, todos os nossos festejos, cerâmicas, música, rios, grandes sertões, montanhas, sambaquis, literatura, histórias...

Vera Rotta1

1Jornalista

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Aos meus olhos de brasileira urbana revelaram-se, com a súbita clareza de uma epifania, os traços fundamentais da nossa personalidade, o DNA constitutivo da nossa alma. E eles estão nas pequenas cidades deste gigantesco País, nos subúrbios das capitais, nos vilarejos perdidos de beira de estrada.

Em localidades com nomes mágicos como Moita Redonda, Maracanaú, Barro Duro, São José do Belmonte, Bezerros, Lagarto, encontrei uma gente preciosa, que muitas vezes enfrentando a falta dos recursos mais básicos, produz, reproduz e preserva, de maneira persistente e principalmente generosa, jóias raras da nossa cultura.

Como não se emocionar diante da delicada costureira que conversa com os bonequinhos que cirze, para que eles passem boas vibrações para aqueles que tenham a sorte de adquiri-los? É possível não se animar ao ver alguém abandonar sua vida em uma cidade grande para dedicar-se em tempo integral à formação de uma orquestra de jovens em um povoado com poucas centenas de moradores? E o que dizer ao ver uma senhora de 86 anos que a cada quinzena ensina os passos de uma rara dança de origem africana para “ter quem continue

dançando, depois que os velhos se forem.”

Não há como negar que inúmeras manifestações da nossa cultura correm o grave risco de desaparecer por falta de quem se interesse em perpetuá-las. A oferta onipresente de uma cultura massif icada e reducionista é uma ameaça real para a saúde das raízes diversificadas que alimentam essa nossa cultura brasileira, rica e única.

Mas esse surpreendente mergulho em nosso quintal mostrou, de uma maneira vibrante e autêntica, que há uma multidão de incansáveis e anônimos guardiões culturais em plena ação. Cerca de 1.200 projetos foram contemplados com o Microprojetos Mais Cultura para o Semiárido, promovido pelo Ministério da Cultura! Um pequeno, porém, valioso empurrãozinho para esses guardiões que, mesmo com todos os desafios que enfrentam, não desistem de preservar a sua, a nossa, mais legítima expressão cultural. A escolha dos projetos para esta publicação foi totalmente aleatória. Nas próximas páginas uma pequena degustação desse imenso cardápio aberto por essa ação, com textos meus e do jornalista Fernando Rotta Weigert e fotos de Paulino Menezes que soube como ninguém capturar esses momentos.

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Para um fotógrafo é fundamental pegar a estrada, conhecer novas realidades, se aprofundar na terra. Olhar nos olhos das pessoas, observar atos e gestos. Mesmo com uma câmera na mão, se tornar invisível, tentando captar o essencial.

Em cada lugar que passei nesse trabalho sobre os Microprojetos no Semiárido, dos mais distantes às periferias das capitais, tive aulas de cidadania. Percebi nos olhares, expressões e depoimentos apaixonados a alegria de realizar, lutar pela sobrevivência cultural e desenvolver projetos que resistam às armadilhas e injustiças impostas pelo dinheiro e pelo preconceito.

Conheci um Brasil onde em cada canto, vila ou cidade, pessoas mantém viva a chama de suas origens, não deixando que esqueçamos nunca de onde viemos e nos ajudando a encarar o presente com a certeza de que temos história e somos feitos de sonhos e certezas.

Saio dessa experiência convicto de que vivo num país de gente forte, que do alto de sua humildade não deixará suas raízes serem tragadas pela ilusão do novo sem conteúdo. Um Brasil de pessoas que ensinam o orgulho e o amor pela vida e transformam o cotidiano em arte e poesia. Parafraseando o mestre Darcy, que soube como poucos entender e amar sua gente: Viva o Povo Brasileiro!

UM POVO FEiTO dE SONHOS E CERTEzAS

Paulino Menezes1

1 Fotógrafo

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Se experiência pudesse ser medida em quilômetros, eu diria que estou 20 mil quilômetros mais experiente. Já se fosse medida pela capacidade de se conhecer lugares na menor quantidade de tempo possível, eu estaria seis cidades, em seis dias, mais sábio. Mas a medida em si é apenas um modo de valorar distâncias ou pesos, mas como dar valor à experiência?

Obviamente que para um morador do Espírito Santo, quando se fala em Regência, todos sabem que é uma praia de surfistas. Mas para mim que moro em Porto Alegre, no extremo sul do Brasil, conhecer pequenos vilarejos do interior do país, tem o mesmo gosto que conhecer cidades além de nossas fronteiras. Na descoberta dos Microprojetos, fui a três cidades: Vitória da Conquista - na Bahia, com 140 mil habitantes, um local relativamente grande; Araçuaí - no norte de Minas Gerais, que tem quase 40 mil moradores e conheci também a pequena Regência onde vivem cerca de mil pessoas e nem chega a ser cidade, é distrito de Linhares (ES).

Logo de cara percebi que o trabalho iria ser muito proveitoso

SE A ExPERiêNCiA PUdESSE SER MEdidA...

Fernando Rotta Weigert1

para o incremento de minha visão de mundo. Quando o roteiro da viagem chegou em minhas mãos e vi que o primeiro pouso seria em Vitória da Conquista, com meu pensamento simplista, de um jovem gaúcho da cidade, ajuizei: “Bahia igual a Axé”. E que grata e espantosa surpresa. A gurizada de sotaque baiano que estava desenvolvendo o trabalho promovia o hip-hop. Com apenas esse exemplo pude ver que seriam seis dias de intensas revelações sobre o potencial do povo brasileiro.

Realmente depois de conhecer o encontro do rio Doce com oceano Atlântico, ver uma batalha de Break em solo baiano, e presenciar a luta dos promotores de cultura do vale do Jequitinhonha para manter sua história viva, tinha a responsabilidade de transmitir o trabalho que está sendo desenvolvido por essas pessoas. Fico com a satisfação de ter conhecido lugares, alguns com realidades duras, principalmente ter conhecido pessoas inquietas e engajadas em melhorar essas realidades. Obrigado a: Gilvandro Oliveira - Vitória da Conquista (BA), Luiz Natal de Souza - Regência (ES) e Dostoiéwiski Americano do Brasil - Araçuaí (MG). 1 Jornalista

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Sons da água, da terra, do barro

Quando o uirapuru canta, toda a floresta silencia para ouvir seu canto. É um momento mágico e único. Com o mesmo nome do pássaro brasileiro, a orquestra de barro, do povoado de Moita Redonda, produz o mesmo efeito. É um som ancestral, das entranhas da terra, das águas e das árvores da floresta, como o barro que compõe seus instrumentos e o som produzido por ele.

O uirapuru é um pássaro de pequeno porte e de cores discretas. Não foi por acaso que esse foi o nome escolhido pela “orquestra de barro” formada por adolescentes desse povoado situado no município de Cascavel, no Ceará. Assim como o pássaro amazônico, esse grupo de jovens de origem humilde encanta com um som inimitável vindo de instrumentos musicais feitos de barro, seguindo uma tradição centenária herdada de seus pais e dos pais de seus pais.

“Instrumentos de barro são milenares”, afirma Tércio Araripe, artista plástico e fabricante de instrumentos musicais. “Mas uma orquestra como essa é a primeira vez que se forma”. Tércio – que há três anos vive em Moita Redonda, em companhia da mulher, a artista plástica Sabyne Cavalcanti, e do filho Tom, de oito anos – foi o responsável por reunir os jovens filhos dos artesãos do povoado na Orquestra Uirapuru.

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Há mais de duas décadas dedicado à pesquisa e construção de instrumentos musicais, ele se convenceu de que, ao reunir os adolescentes da cidade estaria ao mesmo tempo promovendo o desenvolvimento musical desses jovens e, tão importante quanto isso, resgatando para eles a importância do trabalho desenvolvido pelos seus familiares. “A influência da mídia e a própria rebeldia inerente a juventude vem gerando um desinteresse pela cultura de trabalhar o barro”, lamenta ele.

MaestroO primeiro passo foi conversar com as famílias da comunidade e provocar os jovens a participar. Em seguida, um telefonema bastou para trazer um entusiasmado maestro, Luizinho Duarte, e todo seu conhecimento musical. Depois de tocar com artistas como Maria Bethânia, Tim Maia e Elza Soares, Duarte estava de volta a Fortaleza em busca de um trabalho que envolvesse crianças e adolescentes. “Em uma semana, os garotos já haviam encontrado cada um o seu ritmo”, conta Luizinho. “O resultado foi excelente e me deixou completamente feliz.”

As reuniões do grupo de 25 jovens acontecem duas vezes por semana no quintal da casa de Tércio, numa casinha de taipa, cercada de mangueiras de sombra generosa. Nesse espaço acolhedor, sob o olhar inquieto de Ieti, um saguizinho que preferiu ficar por ali ao invés de voltar para a mata, essa banda inédita ensaia e estuda.

A primeira turma, formada em 2009, começou com 30 inscritos e terminou com oito. A turma atual tem 25 alunos, dos 30 inicialmente inscritos. Muitos deles haviam iniciado na primeira turma, desistiram e retornaram agora. Os meninos e meninas, entre 12 e 20 anos não são de falar muito. Alex, de 19 anos, há um ano e seis meses no grupo, é uma espécie de porta-voz. “É muito bom doar aos outros o que aprendemos aqui”, diz ele lembrando as apresentações já feitas pela orquestra.

FôlegoO Microprojetos Mais Cultura para o Semiárido trouxe fôlego para o projeto se estruturar e ter continuidade, ampliando o número de participantes da

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orquestra, conta Tércio. Contemplado com o Prêmio Interações Estéticas - Residências Artísticas em Pontos de Cultura, da Funarte, em 2008, o grupo foi constituído e realizou a primeira apresentação em 2009, no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza. A formação inovadora da Banda incentiva a manutenção da produção de cerâmica na região e promove a cultura e a inclusão social.

Inspirado pelos versos do poeta Manoel de Barros, Queria que a minha voz tivesse um formato de canto / Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática, Tércio levou os mestres ceramistas do povoado de 900 habitantes a produzirem udus, marimbas, violas, harpas, bumbos, baixos, tímpanos, tambores, xilofones, chocalhos e apitos. A artesã Rosemeire da Silva, e seu marido, Paulo dos Santos, produzem, hoje, os instrumentos que o filho Mateus, de 12 anos, toca no grupo. “Acho muito bonito”, diz Rosemeire timidamente trabalhando com suas mãos mais um udu para a orquestra.

Descendentes dos índios anacés, paiacus, genipapo-canindé e de africanos chegados ao litoral cearense, a invencionática de Araripe está renovando a cultura ceramista da região. Hoje, ainda utilizando técnicas que remontam aos seus ancestrais, - a argila trabalhada com os pés, sem a utilização de torno e com imensos fornos a lenha -, os artesões incluíram os instrumentos musicais à sua variedade de potes, pratos, panelas e peças decorativas.

Tércio e Luizinho agora estão “na batalha” para incentivar os novos músicos a produzirem seus próprios instrumentos. Em seguida, eles também terão aulas teóricas de música. “Achei melhor que eles buscassem o som internamente e se apossassem dele, antes de começar a trabalhar com partituras”, explica o maestro Luizinho. A ideia é que de posse desses conhecimentos eles repassem as técnicas aprendidas, perpetuando assim, o conhecimento musical e a Orquestra Uirapuru.

Esse casamento da música com a cultura do barro ampliou as aspirações desses adolescentes, explica Tércio. Além disso, possibilitou um processo de inclusão e de resgate do patrimônio imaterial e de conscientização ecológica em toda a comunidade. Ele lembra a mudança de conduta dos jovens músicos depois da primeira apresentação para uma plateia de 300 pessoas. “Eles viram

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Grupo Uirapuru - Orquestra de Barro

Área: Música

Proponente: Instituto Beija-flor de arte, cultura, educação ambiental e cidadania Cidade: Cascavel

Estado: Ceará

Objetivo: Realizar a manutenção do Grupo Uirapuru – Orquestra de Barro – ampliando as bem sucedidas ações realizadas em projetos anteriores, com a inclusão de mais 20 jovens do povoado de Moita Redonda no grupo, além de promover sua divulgação em nível nacional fomentando sua continuidade e ampliando a inserção social e cultural dos adolescentes daquela comunidade.

Valor: R$ 13.834,00

a possibilidade de sair de uma vida cheia de incertezas e de perspectivas limitadas para um caminho de possibilidades infinitas”.

Um DVD com a apresentação realizada no Dragão do Mar e informações sobre a região está em fase de finalização. Mas quem diz que Tércio está satisfeito? “Quero novos sons, novas músicas, novos instrumentos”, afirma. Assim começa outra fase com experiências envolvendo sopro e cordas e novas perspectivas para esses meninos e meninas. É uma espécie de recomeço também para a comunidade de Moita Redonda. A música fez os jovens terem orgulho de fazer parte da cultura do barro, - retomando o elo das novas gerações com a cultura dos antepassados, agregando a música à tradição ceramista. “As ações desenvolvidas propiciaram o resgate da autoestima dos jovens, trazendo para a comunidade um sentimento de esperança e de valorização da cultura por eles praticada.”

Tércio Araripe Maestro Luizinho Duarte

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Romeu e julieta, reisado, maracatu e pau-de-fita

“Na medonha terra que tem que se ver, uma Verona medonha das escrita aperriada fez duas famílias se inimigarem, dois magote de gente besta que se mete a brigar por

besteira de rixa de fim de feira...”

Capuletos e Montecchios se odiando em uma rivalidade mortal e morando lado a lado em uma Verona localizada em pleno nordeste brasileiro? Por que não? É assim, com o texto reproduzido acima, que se inicia a peça Romeu e Julieta encenada em Maracanaú, no Ceará. Começa também a realização de um sonho. O sonho de fazer uma montagem exatamente como eles gostariam. Com figurino, cenário e adaptação do jeitinho que o grupo sempre desejou. E foi o Microprojetos Mais Cultura o responsável pela realização desse desejo.

Interpretada pelo Grupo Garajal, criado em 2003, nessa cidade que faz parte da região metropolitana de Fortaleza, a mais famosa peça teatral de William Shakespeare foi adaptada para a linguagem de cordel e recebeu como personagens várias figuras do folclore nordestino. Esse drama, reescrito com forte sotaque cearense que explica a inimizade dos dois clãs como uma “rixa de fim de feira” e decreta que Verona, o palco de toda ação, é uma cidade “aperriada”, é a materialização do criativo sonho de todos os integrantes do Garajal. A ideia era fazer uma montagem desse clássico do teatro mundial com figurino, cenário e outras adaptações que contassem a história arrebatadora dos dois jovens amantes com o colorido, a linguagem e os valores da cultura nordestina. Os integrantes do Garajal participaram de todos os estágios da montagem, desde a discussão sobre a adaptação do texto até o detalhamento do figurino e do cenário.

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Apresentado em montagem de rua, no âmbito do projeto “O encontro de Shakespeare com a cultura popular”, a ação se desenvolve num terreiro de Reisado, misturando Mateus e Catirinas com Romeu e Julieta; Montec e Carpólitos; Jaraguá, Príncipes e Borrinhas. O espetáculo agrega vários outros personagens regionais: do Maracatu, do Pau de Fita, palhaços, brincantes e até o Boi, figura principal de muitas festas Brasil afora. Romeus e Julietas se alternam durante a peça em uma trama complexa. Todas as atrizes, em algum momento, são Julieta, assim como todos os atores encarnam de maneira alternada o papel de Romeu. Os Capuletos usam o vermelho, os Montechios, o azul. No final, Romeu e Julieta vestem roxo para mostrar a fusão dos dois.

Mas, por que Shakespeare? “Porque é popular”, explica Francisco Mário Ferreira Jorge, o Maninho, coordenador do grupo teatral. “O povo de todos os lugares gosta desse inglês.” O processo para a montagem desse espetáculo começou com um estudo sobre alguns teóricos e escolas teatrais – Constantin Stanislavski, Augusto Boal, construtivismo russo, Bertolt Brecht e a Comédia Dell’arte. A escolha de William Shakespeare foi unânime. A primeira ideia era fazer um coletivo com algumas histórias do autor. Começou então a maratona da leitura e conhecimento da obra shakesperiana, até a decisão de trabalhar com Romeu e Julieta. Como diretores, foram escolhidos nomes de dentro do Grupo - Maninho e Diego Mesquita – e como assistente de direção, Miguel Cairo. A adaptação do texto ficou por conta do escritor cearense Victor Augusto.

Na garagemManinho é um defensor do coletivo. “Sozinho, ninguém vai para canto nenhum”, afirma. Esse guerreiro que se auto-intitula um brincalhão, vítima da paralisia infantil, estava destinado a ser padre. Aos 18 anos montou o grupo Juventude e Esperança, enquanto frequentava a Pastoral da Juventude, em Fortaleza, para dramatizar a missa e assim torná-la mais interessante. Depois disso foi gerente de uma locadora de vídeos, mas o teatro estava apenas adormecido em seu sangue.

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Um dia, tomou coragem: “não nasci para isso”. Largou a loja e foi buscar o seu rumo, apoiado pela companheira Rosely, mãe de suas duas filhas. Estudou, fez oficinas de bonecos e descobriu os clowns, os palhaços. Foi quando estava na Associação Teatral de Maracanaú – TEMA – que o Garajal começou a tomar forma. Em 2003, durante uma montagem de “Sonhos de uma Noite de Verão”, de Wiliam Shakespeare, o pessoal que cuidava dos adereços da peça começou a guardar o material no espaço da garagem da casa de Maninho. Aquele amontoado de objetos acabou por inspirar o nome do grupo. Garajal é como se chama um lugar onde se guardam coisas (breguetes, objetos, parafernália). Hoje, a garagem é a sede do Instituto Garajal de Arte e Cultura Popular

“No início, não tinha nem teto, não tinha nada... Era só como um grande coração, em que sempre cabe mais um”, recorda-se Maninho. O grupo começou com seis pessoas, mas a cada dia aparecia mais um e assim começaram as atividades. Oficinas de máscaras e bonecos, festas, leituras de textos teatrais... “Um dia, a gente contou, já éramos 18 pessoas.”

A decolagem não foi fácil. Muitas apresentações em shoppings, pouco tempo para ensaios. Foram surgindo as parcerias com empresas locais, com a prefeitura e o grupo conseguiu se estruturar e passou a ser referência no município. Cada vez mais dedicados, começaram a desenvolver técnicas para o resgate da cultura popular, como o Teatro de Rua, Teatro de Bonecos, percussão, figurinos, confecção de máscaras, eventos populares e Artes Circenses, culminando na figura do palhaço, a principal característica do grupo. Todos os participantes – os que já passaram e os que estão - cada um deles tem um palhaço como seu primeiro personagem.

Porto seguroA maioria dos jovens atores dá aulas de atuação em escolas ou participa de trabalhos ligados ao teatro, tirando disso o seu sustento. Com cerca de 200 mil habitantes, Maracanaú é um distrito industrial. Os adolescentes já sabem: quando chega a idade de trabalhar para ajudar a família, o destino são as fábricas da região.

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O encontro de Shakespeare e a Cultura Popular

Área: Artes Cênicas

Proponente: Instituto Garajal de Arte e Cultura Popular

Cidade: Maracanaú

Estado: Ceará

Objetivo: Contar o mais conhecido texto de Shakespeare de uma forma bem popular. Toda história será passada num terreiro de Reisado, misturando Mateus e Catirinas com Romeu e Julieta, Montec, Carpólitos, Jaraguá, Prínci-pes e Borrinhas. Mistura o texto clássico com a história popular, promovendo assim um grande encontro de Shakespeare e a cultura local incentivando, ainda, o surgimento e adesão de novos talentos para o teatro. Valor: R$ 10.892,00

Esse deveria ter sido o caminho de Francisco de Assis, o Chico, não fosse a paixão pelo teatro. A mãe sempre o apoiou, mas o pai foi um obstáculo a esse sonho. Depois de muita briga, Chico pensou até em desistir. Arrumou um emprego, mas mesmo assim a intolerância do pai não arrefeceu. Ele então decidiu lutar pelo que acreditava. Para frequentar as aulas de interpretação caminhava quilômetros, muitas vezes sem ter o que comer. Mas foi em frente. Hoje, sustenta a família com seu trabalho de ator. Mantém a mãe, a irmã e o pai, que, vítima de um AVC, não pode mais trabalhar. O Garajal é o seu porto seguro.

Chico, Aldebarã, Rafael, Henrique, Pitchula, Arnaldo, Aline, Lu, Germana, Rayane, Paula, Sudailson, Diego, Carlinhos e tantos outros mostram nos olhos e nos sorrisos o prazer que sentem em fazer teatro e em fazer parte do Garajal. Eles têm entre 18 e 28 anos, muitos têm filhos, e todos, uma certeza: querem continuar trabalhando com a arte de representar e fazer isso na sua comunidade e para a sua comunidade. Hoje, os projetos do grupo alcançam 250 alunos.

E pensar na comunidade parece ser um dos eixos mais importantes do trabalho do Garajal. Maninho conta que o impacto dos recursos dados pelo Microprojetos Mais Cultura para o Semiárido foi além da satisfação da trupe em encenar a peça. “Mudou a nossa vida e a vida da comunidade”. Esse dinheiro circulou pela região. Parte passou para as mãos da dona da mercearia, que vende o lanche consumido nos ensaios, chegou até as costureiras e ao marceneiro que produziram os figurinos e os objetos utilizados na montagem. “Sempre tivemos apoio, mas tudo era muito limitado, com dinheiro curto para nos mantermos e comprar as coisas necessárias para o nosso trabalho”, diz. “Agora realizamos, de fato, um sonho.” Novos talentos vão surgindo pouco a pouco. A cada vez que o espaço do Garajal se ilumina, as crianças da rua vão se aproximando de mansinho para espiar. Assim, vários deles se incorporaram ao grupo. Muitos ainda virão. Maninho, aos 44 anos, 25 dedicados ao teatro popular, tem a frase que resume, com uma profunda simplicidade, a personalidade do Garajal: “a alegria é melhor do que a dor”.

Francisco Mário Ferreira Jorge, o Maninho

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dança do Caroço: um ritmo unindo gerações

“Nós vem da Areia BrancaNossa canoa é o mar

Nós mora lá em Tutóia,Cidade de beira-mar”

Ao som da toada e do ritmo contagiante das caixas, cuícas e cabaças, a roda vai se formando. Pouco a pouco os brincantes vão sendo tomados pela música e, provocados pelo cantador, respondem com o refrão. Mulheres e homens, moços e velhos, jovens e crianças dançam com movimentos soltos, livres, sem formação rígida ou rituais, obedecendo apenas às emoções e sentimentos desencadeados pelo batuque. A movimentação depende dos cantos. As toadas são feitas em versos e envolvem fatos do cotidiano e fenômenos da natureza: o mar, os rios, a vegetação, os animais, a pesca...

Na gleba do Barro Duro, povoado de cinco mil habitantes, o mais antigo do município de Tutóia, situado no delta do Parnaíba, no Piauí, dona Ilda, aos 86 anos dança com suas filhas, netas e bisnetas. Seus passos lentos são precisos como os movimentos de uma mestra: “Assim quando os mais velhos faltarem, tem quem continue dançando”, diz sabiamente.

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Ilda e sua família fazem parte do projeto Grupo de Caroço Arco-Íris do Amor, que com o incentivo do Microprojetos Mais Cultura, está garantindo a sobrevivência dessa manifestação na região. Com o dinheiro recebido, os brincantes ganharam figurino novo, compraram novos instrumentos, um equipamento de som para apresentações na comunidade, além de uma filmadora para registrar e construir uma memória do grupo.

O objetivo do projeto é simples e urgente: que os mais velhos passem o seu conhecimento para os mais jovens, possibilitando, ao mesmo tempo, que eles mantenham a tradição e desenvolvam uma atividade, observa. “Os jovens estavam se afastando da tradição”, diz Raquel Nascimento Rocha, 29 anos, uma das idealizadoras do Grupo de Caroço Arco-Íris do Amor e neta de dona Ilda. “Para eles o Caroço estava fora de moda”, observa. Sem apoios, como esse recebido pelo Ministério da Cultura, ela acredita que a tendência, em médio prazo, seria o desaparecimento completo da dança do Caroço.

E a dança, ao que parece, não vai parar. Jovens e crianças estão empolgados. O grupo tem atualmente a adesão de 20 a 30 pessoas, - a maioria entre 15 e 22 anos de idade. “Aos poucos toda a comunidade está se envolvendo”, comemora Raquel. As reuniões são realizadas todos os finais de semana. A cada 15 dias há um grande encontro com os mais idosos, que contam histórias e compartilham versos.

Dona Nô, de 65 anos, é uma dessas entusiasmadas veteranas. Seu marido, Antônio, falecido há quatro anos, era um dos maiores cantadores e repentistas do Caroço. Ela aprendeu os versos e repentes cantando junto com ele e hoje vê com alegria o projeto deslanchar. “Ninguém cantava como ele e eu gosto de cantar e ensinar para essa moçada, mesmo que às vezes isso me dê muita saudade dele”, emociona-se. Nô foi mãe de 11 filhos e tem 10 netos. “A maioria dos meus filhos e filhas preferiu sair daqui e ir para São Paulo e quem está se interessando pelo Caroço agora são os meus netos”.

Francisco Lurdes da Silva Filho, o seu Lulu, um dos coordenadores do grupo conta entusiasmado o quanto esse trabalho tem movimentado a comunidade e integrado outros grupos que também querem manter a tradição. O recurso recebido, conforme seu Lulu, movimentou a economia do povoado

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e angariou respeito pela iniciativa. Costureiras, artesãos e comerciantes locais foram envolvidos e beneficiados pelo investimento. Orgulhoso, ele informa que o grupo tem sido convidado para fazer apresentações em outras localidades, além de receber constantemente novos participantes. Idosos interessados em contar histórias, que agora estão sendo transcritas para serem conhecidas pelas novas gerações, e jovens que descobriram o ritmo e a alegria do Caroço.

Mas de onde vem o nome caroço? A origem do Caroço é vaga. Surgiu, possivelmente, de uma dança africana trazida pelos escravos que seguiam a tradição de seus antepassados. Há ainda quem atribua a origem da dança aos índios Tremembés. O que se sabe ao certo é que após um dia estafante de trabalho nas plantações de algodão, os escravos se reuniam em torno de uma fogueira para dançar e cantar. Será que o nome se referia ao caroço do algodão, que é descartado para se retirar a pluma do fruto do algodoeiro? Não importa. Até hoje, nos fins de tarde e nos finais de semana, é difícil resistir ao som dos tambores e ao canto das toadas improvisadas:

“Deixe eu ir cantar agoraQue ainda eu não cantei

Deixe eu ver a minha vozSem data como eu deixei”

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Grupo de Caroço Arco-íris do Amor

Área: Artes Integradas

Proponente: Raquel Nascimento Rocha

Cidade: Tutóia

Estado: Maranhão

Objetivo: Incentivar os jovens a preservar e valorizar a herança cultural contagiante que é o Caroço. A inclusão, sem nenhuma distinção, dos jovens na cultura do Caroço irá evitar seu envolvimento com as drogas e outros atos que possam ferir sua cidadania, além de reforçar sua autoestima, ao se identificarem como integrantes de uma cultura com características particula-res. Barro Duro é uma das mais antigas comunidades do município de Tutóia. Distante 18 Km da sede, criada em meados do século XVIII, é composta em sua grande maioria por uma população descendente de negros escravos, trazidos pelos senhores de engenho instalados na região à época.

Valor: R$ 13.000,00

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Bonecas de Pano: feitas para dar sorte

Do seu próprio ventre, Maria Sirlane da Silva Gomes, a Sinha, deu à luz seis filhos: Roberlânia, Roberlândia, Roberta, Rosane, Robério e Lucas. Mas das suas mãos, Sinha trouxe para este mundo mais de 2.000 filhos. Essa segunda família são meninos e meninas que ela costurou com suas próprias mãos. Bonecas e bonecos vestidos com cores bem alegres. “Porque se tem uma coisa que eu não gosto é de cor feia”, diz ela com um sorriso largo e contagiante de mãe orgulhosa.

Sinha tem 43 anos, é casada com Humberto Gomes da Silva, e mora na periferia do Crato, região do Cariri, Ceará. Netos já são cinco. E a vida, com tantas bocas para alimentar, não é muito fácil. O marido leva de carroça para vender na cidade o que produz na roça. Os bonecos de pano, há 20 anos, ajudam a manter a casa e a criar os filhos.

Generosa, Sinha enxergou no Microprojetos Mais Cultura uma oportunidade para trazer melhores perspectivas para a sua comunidade. “Agora vou poder ensinar essa arte às meninas daqui, para que elas também tenham essa

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opção de ganhar a vida”, explica. Seu projeto – denominado Nossa Casa, Construindo Sonhos – aprovado pelo Ministério da Cultura propõe que sejam dadas quatro aulas por semana, no período de um mês, nas escolas públicas locais, para turmas de 20 pessoas.

Além de possibilitar uma significativa forma de melhorar a renda, para as condições locais, Sinha acredita que a autoestima das jovens dos bairros da cidade também será ampliada. O projeto, aposta ela, é uma possibilidade de retirar os jovens da rua, afastando-os da criminalidade e outros riscos. Para as oficinas, Sinha conta com a ajuda de Roberlânia, de 19 anos – única das filhas para quem ela conseguiu ensinar seu ofício e há dois anos está trabalhando com a mãe. “Adoro fazer bonecas”, diz ela.

Outra parceira de grande importância é a amiga e incentivadora Maria Araújo Ferrer, quem inscreveu Sirlene no edital do Ministério da Cultura. “A arte de fazer bonecas de pano, tradicional na região, precisa ser passada adiante”, acredita Maria. “E ninguém melhor do que Sinha para fazer isso, ela trata cada uma como filha.”

Sinha confirma essa relação especial com as suas bonecas: “Eu amo essas meninas”, diz ela. Essa relação é tão intensa, que a costureira conversa com cada uma de suas criações enquanto faz ganhar forma, carinhosamente com agulha, linha e alguns pedacinhos de pano, mais uma menininha, ou menininho, que vai fazer parte de um quadro ou simplesmente dar alegria para alguma criança.

O vestuário é planejado com minúcias. Cada figurino é pensado para que a combinação de cores seja perfeita. “Eu acho lindas as minhas bonequinhas, parecem bebezinhos”. Esse cuidado respeitoso que ela imprime ao seu trabalho é capaz de fazer surgir nos bonecos qualidades quase mágicas, segundo acredita. “É criada uma energia positiva nelas, e isso traz sorte para as pessoas.”

As bonequinhas podem ser usadas para a criação de painéis - contando histórias do semi-árido nordestino e suas dificuldades -, para a confecção de brincos, móbiles, imãs, quadros, chaveiros e colares. O trabalho também

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Nossa Casa - Construindo Sonhos

Área: Artes Visuais

Proponente: Maria Sirlane da Silva Gomes

Cidade: Crato

Estado: Ceará

Objetivo: O projeto tem como objetivo ensinar o artesanato de bonecas, como uma forma a aumentar a renda e autoestima dos jovens dos bairros da periferia da cidade do Crato. Tem como público alvo jovens entre 17 e 29 anos e as aulas serão realizadas em escolas públicas locais. A proposta também tem como objetivo retirar os jovens da rua, afastando-os da criminalidade e dando oportunidade de emprego e renda. Atuará também valorizando o artesanato local, resgatando a cultura das gerações passadas como a religiosidade e as festas regionais.

Valor: R$ 13.000,00

incentiva a reciclagem, já que as bonecas são feitas com retalhos de tecidos e outros materiais que podem ser reutilizados, atuando, dessa forma, na educação ambiental.

A comercialização do produto é feita nas feiras e em eventos, na cidade e em localidades próximas. Sinha conta que ficou “morta de feliz” quando recebeu o prêmio. “Fico muito feliz de poder dar o curso para essas meninas, o meu sonho sempre foi ajudar as pessoas carentes da minha comunidade”.

Maria Sirlene da Silva Gomes, a Sinha

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Elis Marina, com pimenta e ao vivo

...Nunca subestime a força de uma mulherSenhora de si mesma, livre e pronta para escolher...

Seu ego

Com 73.000 moradores e distante 300 quilômetros de Teresina, a capital do Estado, a piauiense Picos não parece, à primeira vista, uma cidade que ofereça os ingredientes necessários para permitir que um talento musical eclético e contemporâneo possa aflorar. Mas essa é uma impressão errônea. É ali que cresceu e evolui a jovem cantora e compositora Elis Marina.

Aos 20 anos, com um timbre suave, competente domínio vocal, dois CDs demos, outros dois gravados em estúdio e autora de composições poéticas e criativas, Elis Marina se inscreveu no edital do Microprojetos Mais Cultura para realizar seu grande sonho: a gravação do DVD Elis Marina – Pimenta de Cheiro, ao vivo. Nele estarão registrados seus shows em Picos e região, além de imagens da cidade. “Com esse recurso vou poder mostrar o meu trabalho e divulgar minha terra”, observa Elis. “A produção, filmagem e divulgação do DVD foram feitas pelo pessoal aqui de Picos, mostrando assim todo o potencial que a nossa região tem”.

...Ando seguindo teus passos, ao lado de um violãoDe vez em quando te encontro, no rastro de uma canção...

Pimenta de Cheiro

O que surpreende em Elis é o contraste entre sua juventude e a profundidade das letras de suas composições. Ela fala de amores perdidos, de encontros e separações. Sentimentos e emoções que, sem dúvida, ainda não fizeram parte de sua vida, mas que são tratados de forma profunda e delicada em suas músicas.

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...Todo o resto tanto faz...Enquanto houver manhãs de abril...

Manhã de Abril

Elis canta e compõe desde criança. Com doze anos, comprou o primeiro violão. Foi a partir daí, com o apoio da família e de amigos, e mesmo com tão pouca idade, que começou a levar a música mais a sério. Passou, então, a cantar profissionalmente em barzinhos e em eventos em geral. “O talento para a arte é algo intrínseco a algumas pessoas, ou você tem ou não tem”, diz.

...Cordeiros e lobos são faces da mesma moedaE reconhecer a verdade requer paciência...

Errante

As referências musicais incluem músicos com estilos tão diversos quanto Adriana Calcanhoto e Roberto Carlos, além de nomes clássicos e nem sempre conhecidos por pessoas jovens como ela, como Elis Regina, Milton Nascimento e Cartola. O nome Elis, ao contrário do que possa parecer, não foi inspirado pela cantora gaúcha Elis Regina, mas sim por uma apresentadora de um programa esportivo na TV a época de seu nascimento. Elis Marina acredita que para criar seu próprio estilo, é preciso ter referências, se espelhar em ídolos. Como transita por vários gêneros musicais, ela considera seu estilo uma mistura de tudo o que ouviu e ouve até hoje. “Uma salada de várias influências somada ao meu próprio jeito de fazer música”, define ela.

...No telhado, a chuva bate forte como o meu coraçãoE a terra molhada faz lembrar o cheiro das nossas manhãs...

Borboletas lá fora

Entre os dois Cds gravados em estúdio pela jovem cantora de Picos - Elis Marina - Pra Ser Sincera, 2008 e Pimenta de Cheiro – ela guarda um carinho especial pelo segundo, com composições só suas. “Pimenta de Cheiro” – que tem um pequeno trecho de cada composição reproduzida na abertura dos parágrafos desta matéria - foi produzido pelo mestre Jorginho. O trabalho

possui onze músicas de diversos estilos, que vão desde o samba ao tango, incluem a MPB e até o pop. “Mas todas com a mesma essência”, diz a cantora.

...O abraço de quem quer tudoÉ a força que me mantém acreditando no mundo...

Sobre nós

‘Ser sempre melhor’ é um dos lemas de Elis. Ela defende também a valorização dos artistas locais. “Precisamos usar os meios de comunicação para mostrar o que há de bom em nossas cidades, em valorizar nossos artistas”, explica. Segundo ela, muita gente costuma desacreditar da cultura piauiense sem antes procurar saber dos seus vários cantores, bandas e movimentos artísticos existentes.

...Finjo não me arrepender de nadaMas estou muito cansada...

Porque querer demais

Elis tem vários projetos além do DVD. Ela acredita que ainda tem muito que aprender. “Uma de minhas metas pra o próximo ano é estudar música”, diz. “O pouco conhecimento que tenho veio da prática, de leituras ou conversas informais. Canto porque gosto e por me realizar no palco, mas pretendo, assim que encontrar uma possibilidade, fazer um curso de música e canto”.

...Você sabe melhor do que ninguémqual o caminho certo, e não olha para trás...

Coração sangrando

Além da música, Elis tem uma segunda paixão, o Direito. Estudante do 5º semestre do curso da Universidade Estadual do Piauí ela pretende se especializar em ambas as carreiras, da melhor maneira possível. Atualmente, o curso de Direito tem impossibilitado Elis de fazer uma especialização musical ou levar seu trabalho para outras cidades, “mas estou cuidando do meu futuro, então é válido”, pondera.

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Elis Marina – Pimenta de Cheiro – Ao vivo

Área: Música

Proponente: Elis Marina Luz Carvalho

Cidade: Picos

Estado: Piauí

Objetivo: Concretizar um desejo não apenas da proponente, mas também de todo o público que admira seu trabalho, com a realização de um registro audiovisual (DVD) de suas composições e do caráter regional, com traços essencialmente nordestinos que ele possui.

Valor: R$ 13.000,00

...A canção que fiz para te ninarPara afugentar teus pesadelos...

Dorme, menina

Elis Marina tem na mãe, a funcionária pública Zenaide de Souza Luz, de 47 anos, sua principal aliada. Zenaide conta que a filha, desde pequena, sempre foi muito sensível e precoce. Ela tinha 12 anos quando seus pais se separaram e compôs Horas Perdidas. Para Zenaide, foi uma surpresa e até hoje ela se emociona muito com as letras da filha. “Minha mãe é uma parte muito importante da minha vida, somos uma parceria”.

...Moço, quis uma canção para aflorar meu lamentoSoltar minha voz, ecoar este pranto...

Tempos de juá

Com a atenção voltada para a finalização do DVD, Elis diz que tem muito a agradecer, principalmente ao público que a prestigia na região de Picos. “É bom ter o trabalho admirado e reconhecido. Há muito chão para percorrer e muito a conquistar, mas vou mais confiante por saber que posso contar com apoio de todos”. O sonho é ser reconhecida no Brasil inteiro e “levar a minha música ao maior número de pessoas possível”.

...Anunciando a luz que trago para te darE a tua cor, à minha, logo vai se misturar...

Lua nova

São mais de 60 composições produzidas até agora. “Todas vindas de sentimentos e emoções de minha vida.” E apesar da pouca idade, essa jovem cantora é muito realista. “É preciso, acima de tudo, pés no chão, para não querer dar um passo maior que a própria perna, e saber que, realizando um bom trabalho, com humildade e de coração, as conquistas virão naturalmente”, finaliza.

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Tambor de Crioula, resistência, tradição e continuidade

A CrioulaAo tambor, quando saio da pinha

Das cativas, e danço gentil,Sou senhora, sou alta rainha,Não cativa, de escravos a mil!

Com requebros a todos assombro Voam lenços, ocultam-me o ombro

Entre palmas, aplausos, furor!... Mas, se alguém ousa dar-me uma punga,

O feitor de ciúmes resmunga,Pega a taça, desmancha o tambor!

Trajano Galvão de Carvalho/As três Liras (1963)

As crianças se agitam. Os meninos cercam Igor, o instrutor, que chega com os tambores para afinar numa pequena fogueira. Dengosas, as meninas fazem pose com as saias de chita recém-entregues pelas costureiras. Vai começar mais uma roda de Tambor de Crioula, em São Miguel do Gostoso, no litoral do Rio Grande do Norte. Como reza a tradição há quase 200 anos, os homens tocam os tambores e as mulheres dançam.

Igor está ali, e, de certa forma, todos os demais participantes, graças ao esforço de Regina Tereza Braga da Silva, uma paraense que, depois de morar no Maranhão por 18 anos, trouxe a tradição do Tambor de Crioula para São Miguel do Gostoso. Inscrita e selecionada pelo Microprojetos Mais Cultura, Regina Tereza montou uma oficina permanente de Tambor de Crioula no local, trouxe Igor de Fortaleza (CE), comprou instrumentos, confeccionou cartazes, encomendou às costureiras locais o figurino completo para 48

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participantes e ainda forneceu lanches para os envolvidos nas primeiras oficinas.

A turma inicial tem 20 meninas e 11 meninos que, segundo ela, “vão crescer gostando do Tambor e garantindo a continuidade dessa cultura”. É uma forma também, explica ela, “de manter e preservar nossas tradições culturais, não deixando desaparecer toda a riqueza que nos leva a uma identidade única”.Forma de expressão de matriz afro-brasileira, típica do estado do Maranhão e sem origens históricas exatas, o Tambor de Crioula existe desde a primeira metade do século XIX. Dessa época vêm os primeiros relatos extraídos de entrevistas com os brincantes. A mais antiga referência encontrada data de 1818, feita pelo frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres: “Para suavizar a sua triste condição fazem, nos dias de guarda e suas vésperas, uma dança denominada batuque, porque nela usam de uma espécie de tambor, que tem esse nome. Esta dança é acompanhada de uma desconcertante cantoria que se ouve ao longe”

Realizada pelos escravos e seus descendentes, como forma de lazer, devoção e resistência à opressão do regime escravista, essa “desconcertante cantoria” chega aos nossos dias como uma manifestação popular de caráter lúdico. Seus principais elementos são os tambores, os cantos e a dança. Com a assimilação por parte dos negros dos símbolos católicos oficiais – uma maneira de ter a garantia que poderiam realizar seus rituais –, o Tambor tem como padroeiro São Benedito que representa o vodum daomeano Toi Averequete, na religião africana.

Para Regina, as oficinas de Tambor, tendo a dança como atrativo, vão suprir a carência de formação e informação dos jovens. Em parceria com os empresários locais, Regina pretende trazer uma assistente social para dar palestras para os adolescentes envolvidos no projeto sobre assuntos como prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e os prejuízos do consumo de drogas. “Assim eles têm uma oportunidade de se diferenciar socialmente”, acredita ela.

Afinados a fogoE se depender do entusiasmo da garotada, a cantoria ficará ainda mais

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“desconcertante”. Os meninos aprenderam rápido as primeiras batidas nos tambores da parelha. Parelha é como é chamado o conjunto de três tambores de madeira – sempre cortada na lua cheia - afunilados e escavados e cobertos com couro: o tambor grande, ou roncador, solista; o meião, ou socador, que estabelece o ritmo básico e o crivador, ou pererengue, que realiza improvisos.

“O tambor é afinado a fogo, tocado a murro e dançado a coice”, explica Igor. São ainda os meninos que cantam a toada com temas relacionados ao trabalho, à devoção religiosa e aos acontecimentos do dia-a-dia. As meninas, por sua vez, respondem os refrões e desenvolvem uma coreografia circular, com movimentos coordenados e harmoniosos. A dança conduzida pelo som incessante dos tambores e o influxo das toadas culmina com um movimento coreográfico chamado de punga ou umbigada, no qual as dançarinas, num gesto entendido como saudação e convite, tocam o ventre umas das outras.

Regina aposta que o grupo Tambor de Crioula União de São Miguel do Gostoso vai longe. “Com divulgação e a possibilidade de realizar apresentações, o grupo pode gerar recursos, se auto-sustentar e ser uma alternativa de geração de renda para a população local.”

Oficina de Tambor de CrioulaÁrea: Artes Integradas

Proponente: Regina Tereza Braga da Silva

Cidade: São Miguel do Gostoso

Estado: Rio Grande do Norte

Objetivo: Realizar oficina, em caráter permanente, sobre a cultura popular do Tambor de Crioula como forma de preservar essa manifestação popular envolvendo os jovens e crianças. O projeto visa também a criação do grupo Tambor de Crioula União de São Miguel do Gostoso com o objetivo de, no futuro, ser fonte de geração de renda para os moradores da região.

Valor: R$ 11.700,00

Regina Igor

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Uma antiga flauta volta a tocar

- Nós vamos começar tocando Titanic.O anúncio na voz doce e com a cadência suave do sotaque nordestino de Beatriz, com todos os “t” e o “n” de “Titanic” na ponta da língua, já parece ser o início da própria música. E quando as primeiras notas de verdade começam, a emoção se esparrama por todo o ambiente. Afinal, são 16 meninos e meninas em uma pequena e pobre comunidade chamada Amarelão, tocando flauta doce com uma honesta desenvoltura. Ouvir num fim de tarde, ao pôr-do-sol, uma música tão contemporânea – sucesso mundial, em 1997, pela voz de Celine Dion – em uma pequena comunidade cercada por uma paisagem ressequida e isolada é uma experiência rara e inesquecível.

Irmã Therezinha conseguiu o apoio do Microprojetos Mais Cultura para reinserir a flauta cabocla na região, “para manter viva a tradição desse instrumento junto às comunidades em que, no passado, ela foi relevante”, conforme explica. Para isso, apresentou a flauta para jovens da região. Nenhum deles havia ouvido o som original da flauta cabocla, mas sabiam de sua importância histórica e musical na cultura brasileira, ligada, principalmente, à dança indígena do Toré.

Para ensinar os jovens flautistas do Amarelão, Irmã Therezinha, com o apoio do Microprojetos convidou o mestre Zé Bitú - índio potiguara, de 80 anos, da aldeia de Acajutybiró da reserva da Baia da Traição, e um dos responsáveis pela tradição musical dos indígenas potiguares. A indicação de Zé Bitú foi feita pelo professor Aucides Sales – da Fundação Zé Augusto. Ele conta que “a flauta era tocada na rua pelos garotos das comunidades indígenas do Rio Grande do Norte, mas, atualmente está restrita a poucos grupos musicais”. A proposta do projeto da irmã Therezinha é recuperar, tanto o som desse

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instrumento como também a confecção do mesmo. “A música tem servido para estimular a autoestima e mostrar novos caminhos a esses jovens”, explica a religiosa.

Natural do Rio Grande do Sul, a Irmã Therezinha Tessele Galles trabalha há mais de vinte anos na comunidade. “Eles estavam carentes de assistência em todos os sentidos”. Iniciado ali em 1989, o trabalho da religiosa foi além da assistência espiritual. Com o seu apoio, alguns moradores do lugar começaram a formar uma consciência política e se uniram ao Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) na tentativa de reaverem suas terras perdidas, conforme explica a Irmã, devido à expansão das propriedades de algodão de João Câmara no período entre 1917 e 1940. “Antes da chegada dos fazendeiros, não havia cercas, nem donos das terras, que estavam totalmente disponíveis à comunidade”, conta ela.

A persistência e união do grupo junto ao MST deu certo. Hoje, há no Amarelão um assentamento de nome Santa Therezinha, em homenagem à Irmã. A principal atividade econômica da comunidade é o beneficiamento da castanha e sua comercialização. O Projeto Castanha foi criado por volta de 1996, por iniciativa do grupo e organizado por uma associação de moradores da comunidade. É uma economia de subsistência em uma comunidade pobre, que tirou o seu nome de um ritual indígena: os homens da comunidade saíam pela floresta, quando era noite escura, para buscar o sol. Andavam entre as árvores, cruzavam córregos e saltavam abismos durante toda a noite. Quando o dia estava prestes a nascer, voltavam, triunfantes, anunciando para toda a comunidade: Lá vem o Amarelão! Lá vem o Amarelão!

Terra secaSituado no município de João Câmara, no Rio Grande do Norte, a 70 quilômetros de Natal, a paisagem do Amarelão é formada por cerca de 5.000 hectares de uma terra seca e infértil. Mas logo se descobre que aquela terra torturada está prenhe de histórias, como a da caça noturna pelo sol. Os moradores fazem parte de uma grande família, de origem indígena ligada aos primeiros que ali chegaram no início do século XIX, migrantes do Brejo da

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Área: Música

Proponente: Therezinha Tessele Galles

Cidade: João Câmara

Estado: Rio Grande do Norte

Objetivo: Manter viva a tradição da flauta cabocla junto às comunidades de origem. Levar o mestre “Seu” Zé Bitu para o Amarelão para ensinar os jovens flautistas e reimplantar a flauta cabocla, perpetuando, assim, o seu uso pelas novas gerações de potiguares.

Valor: R$ 5.800,00

Paraíba (Bananeiras) e de aldeamentos indígenas do Rio Grande do Norte.

E é nesse povoado, onde a terra é vista como um bem coletivo e os projetos, futuro para a comunidade que, em ações coletivas, esse grupo de jovens encontrou na música a possibilidade de novos voos. Tudo isso orientado por seus membros que buscam sempre benficiar a todos. Beatriz, aquela que anuncia os números musicais, rege o grupo a partir das notas de seu violão e sonha um dia ter um negócio próprio. Beatriz acredita que a música liberta: “Ela deixa a gente feliz”.

Uma percepção que é compartilhada pelos outros integrantes do grupo musical. Rosane adora tocar flauta. “Com ela eu me expresso melhor”, explica. “Quero ser professora e a música vai me acompanhar pelo resto da vida.” Damião, de 12 anos, não tem dúvida quanto ao seu futuro. “Vou ser professor de música.” Embalados pelas notas musicais aprendidas, eles projetam a sua vida futura. As profissões de advogado, jogador de futebol e policial estão na lista dos desejos de Francisco Carlos, Jeferson e João Paulo.

Para que as aspirações profissionais dos jovens do Amarelão se materializem, eles precisarão encontrar facilidades que vão além do Projeto Flauta Cabocla. Mas, certamente, o esforço de irmã Therezinha em resgatar esse patrimônio imaterial traz uma série de significados e reafirma pertencimentos que fornecem a base emocional necessária para esses jovens terem confiança nas suas possibilidades individuais.

O Prêmio Microprojetos tem, também aí, sua participação. “O reconhecimento do Ministério da Cultura foi uma benção”, diz Irmã Therezinha. “Pois apesar do grupo estar bem estruturado, não tínhamos mais recursos para manter professores e avançar na educação musical dos meninos e meninas”. Enquanto o grupo musical, já com o sol quase apagado no horizonte, toca “Asa Branca”, desperta em nossa mente a esperança de que o verde um dia se espalhe por aquela paisagem, ela finaliza: “Agora temos uma nova perspectiva pela frente.”

Flauta Cabocla

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Liberdade feita com arte

Ai, ai, ai, saudade, ai, ai, ai, solidãoViver na cela é minha humilhação, viver na cela é viver na escuridão

Na cela eu não vejo o mundo, meu viver é um sofrerA cela é uma gaiola que me prende pra valer

A cela é sepultura, nela eu sou um morto-vivoMas ainda sigo o sonho de cantar esta canção:

Chega de saudade e solidãoNo embalo do meu sonho

Quero a libertação

Produzido por um dos presos da Penitenciária do Alto Serrotão, em Campina Grande, Paraíba, este poema é resultado do projeto Cultura no Presídio, criado em 1996 pela mestre em Educação pela Universidade Federal da Paraíba, Eneida Agra Maracajá. O projeto, que valeu à sua criadora vários prêmios e reconhecimento em nível nacional, propõe incentivar os apenados da instituição a desenvolver produções artísticas como uma estratégia para lidar melhor com as grandes tensões às quais estão expostos quando encarcerados.

“Poemas como esse e outras expressões artísticas são um exercício da liberdade pela criação”, diz Eneida que, além de coordenar o Cultura no Presídio, é diretora do respeitado Festival de Inverno de Campina Grande, criado em 1975. “O projeto fala de vida e de humanização. Fala de arte, de gente, de tristezas e da beleza de viver”, diz.

Mas a dinâmica do sistema penitenciário brasileiro impõe seus desafios. Em 2006, o Cultura no Presídio foi interrompido por falta de apoio financeiro, situação que se estendeu até 2010, quando o projeto foi retomado graças ao

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Microprojetos Mais Cultura. Eneida pôde, então, reiniciar as oficinas de dança e de música instrumental. “Mesmo assim, não foi fácil”, explica. “Recentemente o presídio passou por uma grave crise institucional que resultou em uma intervenção administrativa”.As novas diretrizes tiveram grande repercussão sobre a iniciativa. Dos 31 apenados inscritos em 2010, apenas sete concluíram as oficinas oferecidas. Muitos foram transferidos, alguns desistiram. Entre as novas normas, os presos só poderiam sair para as aulas algemados. “Algemas são uma vergonha, uma humilhação”, explica Eneida, “Mas os verdadeiros artistas se sujeitaram a essa norma pela arte.”

Dedicação e disciplinaEste ano o professor Mauro Araújo – coreógrafo da cantora Elba Ramalho, há 10 anos trabalhando com Eneida – ensaiou o Bumba-meu-Boi, Auto de Dança Popular com seus alunos. “O trabalho com eles é fácil, pela dedicação, pelo interesse e pela disciplina”, afirma Mauro. Jean Carlos Tavares Lima, 35 anos, é prova disso. Até então, ele nunca havia dançado, mas gostou tanto da experiência que espera ansioso pela continuação do projeto. “Deu trabalho aprender, mas gostaria muito de ter aulas novamente”.

Também para quem já havia vivido uma experiência artística, o Cultura no Presídio trouxe novos horizontes. Clebson Alexandre Oliveira Rocha, 31 anos, percussionista que já tocou com Fagner e Zé Ramalho e cumpre uma pena de 22 anos, encontrou nas aulas, o incentivo que precisava para se interessar novamente pela música. “Depois de 10 anos, voltei a ter vontade de me dedicar ao violão”, conta.

Além da coreografia do Bumba-meu-boi, os presos tiveram aulas de Hip-Hop com o professor Ives Carlos e de flauta com Luiza Bortoluzi. Ives se emociona quando explica que o trabalho de Eneida tem como um dos seus pontos altos a superação de preconceitos arraigados. “Ela nos dá uma aula de cidadania”, diz.

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Cultura no presídioA proposta educacional de Eneida, como ela mesma explica, “é embasada no sistema sócio-histórico da educação unitária, tendo como cerne a filosofia da praxis”. O trabalho se fundamenta na realidade concreta do cotidiano do apenado. “O processo de criação se dá quando existe a tensão e a intensão (aumento de tensão), elementos que exacerbam o cotidiano carcerário, ou seja, o sujeito encarcerado tem os pré-requisitos para trabalhar a libertação dessa tensão pelas várias linguagens artísticas”, complementa.

As novas normas do presídio impediram, este ano, que os apenados se deslocassem até o centro da cidade para a abertura do Festival de Inverno de Campina Grande. Foi suspensa, assim, uma façanha inédita que Eneida realizou por oito anos - retirar seus “artistas” do presídio e levá-los para o palco do Teatro Municipal.

Em 2010, a pré-abertura do Festival de Inverno foi feita numa sala do presídio do Serrotão. O apoio do juiz da Vara de Execuções Penais de Campina Grande, Fernando Brasilino Leite, que considera o trabalho de Eneida de “suma importância”, foi fundamental. “O trabalho aqui desenvolvido é de grande significação para a população carcerária”, afirma Brasilino, um defensor dos direitos humanos.

Mas a grandeza do Cultura no Presídio aparece mesmo é na fala dos apenados. Clebson Alexandre Oliveira Rocha, 31 anos, resume a importância desse trabalho: “nesses momentos, você tem a sensação de não estar sendo tratado como lixo, mas sim como um artista”. E Fabiano Silva, 29 anos, que já cumpriu oito dos 16 anos a que foi condenado, lamenta: “Dá uma tristeza quando a gente volta das aulas”. Quando ouvem-se os presos, percebe-se o enorme carinho que têm por Eneida. “O trabalho que ela realiza conosco é uma vitrine aberta através da qual mostrarmos que estamos aqui nos ressocializando”, resume Welson do Ó, de 27 anos.

Área: Artes Integradas

Proponente: Solidarium – Instituto de Arte, Cultura e Cidadania

Cidade: Campina Grande

Estado: Paraíba

Objetivo: Retomada do projeto desenvolvido na Penitenciária do Alto Ser-rotão visando a humanização da vida carcerária a partir da oferta de cursos e oficinas de música e dança. O projeto funcionou por 10 anos, porém foi interrompido por falta de recursos, mas foi retomado com os recursos do microprojetos Mais Cultura.

Valor: R$ 11.070,00

Eneida Agra Maracajá

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No sertão, a persistência dos cavaleiros

“De ordem do Rei dos Cavaleiros,A cavalhada vai começar!”

Ascenso Ferreira, no poema A Cavalhada

Desde a Idade Média, a tradição da cavalhada é perpetuada em Portugal e na Espanha. A encenação, movimentada e colorida, relembra as batalhas entre muçulmanos e cristãos, que foram fundamentais para o estabelecimento dessas duas nações, há 750 anos. Introduzida no Brasil pelos portugueses, no início da colonização, as cavalhadas estabeleceram-se em todas as regiões brasileiras e adaptaram-se às peculiaridades regionais. Mas, um traço comum aparece em todas as modalidades: a Corrida das Argolinhas, uma simulação de disputa medieval, na qual o cavaleiro, montado sobre um cavalo, recolhe com uma lança ou com as mãos, uma argola pendurada em um varal.

Entusiasta dessa tradição e membro da Associação Cultural Pedra do Reino, Renato Magalhães, viu no edital do Microprojetos Mais Cultura a oportunidade de divulgar essa cultura regional e criou o 1º Circuito de Jogos de Cavalhada de São José do Belmonte. Estudante de História na Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada – município próximo a Belmonte -, aos 21 anos, Renato tem a preocupação de revitalizar a beleza do espetáculo da cavalhada envolvendo os jovens do município, impedindo assim, a extinção dessa expressão cultural.

A aprovação do projeto entusiasmou Renato. “Foi fundamental para alavancar a iniciativa”, conta ele. Com todo o seu entusiasmo, Renato fez “milagre” com o recurso recebido. Pagou serviços prestados e sanfoneiros locais. Comprou um computador portátil, material de escritório e duas barracas – uma delas transformada em cinema itinerante. Com a ajuda da comunidade, dobrou o recurso recebido, garantindo assim uma boa premiação aos participantes das corridas. Ao final do circuito, distribuiu prêmios num total de R$ 3.500,00 e

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18 troféus entre homenageados e classificados.

A animação de Renato contagiou a todos. Um comerciante local patrocinou a participação de um sanfoneiro, e outros contribuíram com transporte e alimentação. “No final das contas, isso é que foi importante: a participação da comunidade. Mais de cinco mil pessoas estiveram nos eventos, superando minhas expectativas”, festeja.

Para quem, como Renato, se alarmava em ver crescer, dia após dia, o desinteresse pelas manifestações culturais na região, o envolvimento maciço da comunidade foi um sinal claro de que é possível mudar esse quadro. O município de São José do Belmonte, no semi-árido pernambucano, tem hoje uma população de aproximadamente 12.500 jovens – 60% na área urbana e 40% na rural. Segundo Renato, essa população está sendo excluída paulatinamente de sua própria cultura. “A mídia globalizante, as bandas estilizadas de forró, que vêm com tudo prontinho, cerceando a geração de trabalho e renda, além da restrição de investimentos públicos e privados na área da cultura, vêm acabando com o interesse e conhecimento das antigas manifestações culturais da região”, garante ele.

Para resgatar a figura do vaqueiro -, “aquele que é o verdadeiro desbravador do sertão brasileiro” –, Renato convidou para ajudá-lo a coordenar o projeto, Reginaldo Alves Gondim, mais conhecido como Mestre Régis, 39 anos. Entusiasta das cavalhadas, mestre Régis trabalha em uma pequena metalúrgica - produzindo grades e portões - para garantir o seu sustento enquanto espera, ansioso, os finais de semana e as festividades locais para vestir calças, gibão, chapéu, luvas e botinas de couro. Paramentado com essa, que é chamada “armadura do vaqueiro”, Mestre Régis sai em cavalgada, participa de uma pega de boi ou de uma cavalhada.

A exemplo do que acontece com os super-heróis, Mestre Régis se transforma quando veste a sua “armadura”. Nessas ocasiões costuma repetir orgulhoso: “A gente é cavaleiro.” E, assim vestido, filosofa: “Vida de vaqueiro é sofrida, mas estamos tentando resgatar a nossa identidade cultural”.

Até há pouco tempo, outro cavaleiro solitário também batalhava para evitar

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que a tradição da cavalhada desaparecesse de Belmonte. Trata-se do vaqueiro Zeca Miron. Homem do campo e de hábitos simples, Zeca Miron recriou a tradição em 1996, conseguindo que ela fosse incluída no calendário da maior festa da cidade, a Cavalgada à Pedra do Reino. O velho Zeca Miron era mestre, tanto na organização quanto no manejo da lança. Herdou do pai a habilidade de cavaleiro e o amor por cavalhadas, conseguindo transmiti-los para os seus filhos e netos. Com o seu falecimento, aos 89 anos de idade, a Cavalhada de São José do Belmonte passou a denominar-se, a partir de 2003: Cavalhada Zeca Miron, homenageando o seu idealizador.

Inspirado por todas essas histórias, e com o apoio do Microprojetos Mais Cultura, Renato e seus parceiros realizaram com sucesso o 1º Circuito de Jogos de Cavalhada. Ele foi o evento de abertura da Cavalgada à Pedra do Reino 2010. O objetivo de promover a descentralização das festividades da Pedra do Reino para as comunidades rurais de São José do Belmonte foi amplamente alcançado. O sucesso foi tão grande que a iniciativa se transformou em um pequeno festival na zona rural de Belmonte. Quatro comunidades rurais, além da sede do município, se envolveram. Os participantes assistiram a uma mostra de cinema itinerante, palestras, forró pé de serra, aboio, feirinha de artesanato com comidas típicas, homenagens a alguns vaqueiros das comunidades (mestres grios) e as corridas de argolinhas.

O sucesso do projeto Cavaleiros do Sertão parecia já estar previsto, mesmo antes da sua realização. Um pouco antes de tomar conhecimento do edital Microprojetos Mais Cultura, a Associação Cultural Pedra do Reino, da qual ele faz parte, foi convidada para participar do 1º Congresso Internacional das Festividades de Mouros e Cristãos na Espanha. Em reunião com os membros da entidade, conta Renato, todos gostaram muito, mas ninguém se comprometeu. Depois de se inscrever no edital, ganhar o prêmio e realizar o projeto, Renato se considerou apto para aceitar o convite. Foi para Espanha e lá apresentou os resultados do 1º Circuito de Jogos de Cavalhada.

“Deu tudo certo”, conta ele. “O mais curioso foi a participação, em todas as corridas, dos vaqueiros trajados de gibão, felizes em mostrarem suas indumentárias feitas de couro, no meu ponto de vista, verdadeiros cavaleiros medievais em uma época contemporânea. Como diria Ariano Suassuna, ‘por

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Cavaleiros do Sertão

Área: Artes Integradas

Proponente: Renato José de Oliveira Magalhães

Cidade: São José do Belmonte

Estado: Pernambuco

Objetivo: Promover o resgate de culturas extintas ou semi-extintas por meio da promoção e reinserção da Corrida de Argolinha, no sertão pernambucano, e revitalizar a beleza dos espetáculos ao ar livre da Cavalhada. Incentivar, prioritariamente, a juventude local a participar do resgate cultural das Corridas de Argolinha sob a forma de cinco baterias onde serão inscritos, na bateria principal, jovens de 18 a 29 anos.

Valor: R$ 13.750,00

último, mas não por derradeira, a preservação da nossa identidade cultural’ ”.

E no próximo ano? “O pessoal já está me cobrando a continuidade do projeto.” “Agora não tem mais como parar”, diverte-se Renato. E quem vê o entusiasmo de Renato Magalhães, percebe que parar não está mesmo nos seus planos. Seus projetos são muitos. Concluir a Faculdade de História, terminar de escrever seu primeiro livro, fruto dessa experiência, “Mouros e Cristãos – Uma festa para quatro continentes”, e, claro, dar continuidade ao projeto Cavaleiros do Sertão.

Renato José Oliveira Magalhães

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No quintal, cinema, música, dança e filosofia

“Cada um tem o seu canto e canta do jeito que quer.Eu também tenho meu canto: eu canto um canto qualquer”

Rogério Dias (do livro Telas de Plasma)

A cidade é Maceió. O bairro é o do Bom Parto – comunidade pobre da periferia. Lá, na rua do Sol Nascente, onde residem cerca de 70 famílias - no pátio da casa de Rogério Dias está o Quintal Cultural. Rogério gosta de se definir como um multi-artista. Mas quando começa a descrever suas atividades, vê-se logo que a palavra “multi-artista” é pequena para defini-lo por inteiro. Rogério é compositor, escreve poemas e livros, e, junto com seu parceiro Fagner Dubrown, toca na banda de reggae Raggamuffin e no grupo Poesia Musicada no Pandeiro. E mais: filósofo, educador popular, autodidata, e palhaço, com nome e sobrenome: Bolinho da Silva Tranquilo e Calmo. “Palhaço foi a minha primeira profissão”, orgulha-se.

O Quintal Cultural começou a nascer quando amigos de Rogério passaram a se reunir – como o nome sugere, no quintal – para discutir projetos comuns. Daí a formação de um clube, um Centro Cultural e uma ONG, foi um passo. Mas como o objetivo principal sempre foi a atividade artística, eles resolveram criar o Grupo Teatral Sol Nascente. As peças apresentadas na rua, em frente

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à entrada da vila do Bom Parto, logo migraram para o quintal que, no dia 8 de setembro de 2007, foi fundado oficialmente como Quintal Cultural.

Desse dia em diante, todos os sábados, às 20 horas – “mais certo que missa” – acontece alguma atividade naquele espaço. O público é formado, em sua maioria, por moradores locais, principalmente crianças. Com o tempo, o projeto passou a ter fins educativos, estimulando a participação do público infantil em peças teatrais e danças. Aos sábados – durante todo o dia - as crianças ensaiam o coco de roda e o break para se apresentarem à noite. “O objetivo principal é dar uma alternativa que as deixem longe da má influência das ruas”, diz Rogério.

“Palavras que a gente fala de forma que o mundo entendeAssim como se diz do jeito que compreende

Assim que se ensina do jeito como se aprende” (Rogério Dias)

As apresentações servem para informar e educar não só as crianças, mas todo o público presente. Constantemente a atividade é interrompida para a troca de ideias entre a assistência e os artistas sobre o assunto abordado. Para Rogério, esse é o melhor método para educar, “transformando o entretenimento em algo mais”. Em dias de semana, nas noites de quinta-feira para ser exato, o Cine-clube Quintal Cultural é um sucesso. Uma parede externa da casa de dona Antônia – lugar que já funcionou como ponto de venda de drogas - foi transformada em tela. O programa da noite é definido pela comunidade, desde que não apresente uma temática de violência, explica Rogério.

No começo o grupo era formado por Rogério, Fagner Dubrown, Antônio e pessoas convidadas. Hoje as mulheres são parte integrante e ativa. Andréia - companheira de Rogério - e Aline são as atuais coordenadoras do Quintal. Uma das preocupações de Andréa é trabalhar a consciência política das crianças. “Se em algum momento da vida delas a escolha for o tráfico ou a prostituição, elas precisam estar conscientes da opção que fizeram e saber que existem outras possibilidade, outros caminhos”, observa.

“Que a vida nos ensine o que o livro não foi capaz” (Rogério Dias)

Com todas essas atividades, os organizadores do Quintal queriam dar um salto ainda maior. O Microprojetos Mais Cultura surgiu na hora certa. “A premiação foi fundamental para consolidarmos o nosso projeto”, conta Rogério. “Com ele conseguimos, pela primeira vez, organizar o Encontro da Multiplicidade Artística Periférica, transformando o Quintal Cultural em elo unificador do movimento cultural de periferia em Maceió”.

O recurso possibilitou a compra de um equipamento de som, além do transporte e alimentação para representantes de mais de 15 comunidades da periferia. Durante todos os finais de semana de dezembro de 2009 e janeiro de 2010 foram realizados debates, apresentações de música, teatro, cinema e poesia e uma rica troca de experiência entre eles. “Tivemos acesso a três

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coisas básicas com o encontro: transporte, voz e pão”, sintetiza Rogério.

“A comunidade adorou”, diz Aline. “Depois disso a procura pelas oficinas oferecidas para crianças e adolescentes triplicou e aumentou o respeito pelo nosso trabalho dentro da comunidade”. Andréa considera que o encontro ajudou, “em primeiro lugar, a acreditarmos na política de editais do governo, além de nos dar experiência na área de gestão”.

“Estamos a quilômetros de distância do ponto de partida” (Rogério Dias)

O Quintal é um espaço lúdico numa região de muitos problemas. Muitos jovens da comunidade morrem nas mãos do tráfico ou da violência policial. Todo o ano, na época das chuvas, a rua alaga e a falta de saneamento deixa os moradores a mercê de doenças que poderiam ser evitadas com um simples investimento do poder público. Pelo resultado do trabalho realizado até agora, o grupo do Quintal tem uma certeza: “Se conseguirmos mais financiamentos

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Quintal Cultural - Encontro da Multiplicidade Artística Periférica Área: Artes Integradas

Proponente: Rogério Dias

Cidade: Maceió

Estado: Alagoas

Objetivo: Realizar o encontro da Multiplicidade Artística Periférica, com tea-tro, música, dança, áudio visual, hip hop e cultura tradicional das Alagoas. O objetivo dessa ação é consolidar o movimento Quintal Cultural como elo unifi-cador do movimento cultural da periferia de Maceió, reiterar a necessidade de trabalho em rede por meio de intercâmbios e fortalecer a ideia de atividades comunitárias que criam tradição.

Valor: R$ 9.200,00

para nossos projetos a violência vai diminuir”.

“No fundo, no fundo, uma coisa não tem nada a ver com a outra

e tudo tem a ver com tudo” (Rogério Dias)

Do alto dos seus 15 anos de palco, com o mesmo figurino usado em sua primeira apresentação, o palhaço Bolinho da Silva Tranquilo e Calmo conclui: “Estamos buscando a humanidade, o respeito com os viventes do planeta. Acho que o mundo tem solução”.

Bolinho da Silva Rogério

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Severina Maria dos Santos, 56 anos, tira o seu sustento e de seus três filhos e seis netos do lixão do município de Bezerros (PE). O trabalho é pesado e insalubre. Insetos, ratos, cacos de vidro e doenças fazem parte do seu cotidiano. Mas Severina vê tudo isso com outros olhos: “Já deu para tirar um troco bom”, conta. Hoje, talvez pelo aumento da concorrência com as empresas especializadas em reciclagem, o trabalho árduo rende de R$ 60,00 a R$ 70,00 por mês. A renda da família é complementada pelo programa Bolsa Família do Governo Federal.

Severina - assim como todos os outros moradores da comunidade - não gosta nem de pensar na possibilidade do lixão acabar, mas não quer ver seus filhos mais novos e nem seus netos trabalhando nele. A história dela e a de seus filhos e netos é quase idêntica a das outras 200 famílias que, diariamente, revolvem aquelas montanhas de lixo à procura da sua modestíssima renda. O lixão está com os dias contados. O Ministério Público já pediu a sua desativação e o processo é irreversível. Só uma questão de tempo.

Então tudo isso pode ficar ainda pior? Se depender do estudante de contabilidade, José Marcelo, e dos assistentes sociais Josenildo João e Maria Lucicleide o fim do lixão pode ser uma oportunidade para mudar para melhor a vida dessas 200 famílias. Os três aproveitaram a oportunidade aberta pelo Microprojetos Mais Cultura para criar uma alternativa de trabalho: a Oficina de Máscaras para a Comunidade do Lixão.

Máscaras para uma nova identidade

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PapangusLocalizada no agreste pernambucano, a 50 minutos de Recife, Bezerros é conhecida como a Terra dos Papangus - como são chamados os mascarados que brincam o Carnaval. A brincadeira começou na década de 30, quando alguns homens quiseram sair para a folia sem serem reconhecidos. Durante o desfile pela cidade, os foliões comem angu de milho - comida típica da região, conhecida em outras partes do País como polenta – vendidos por ambulantes, ou fornecido pelos moradores, daí o nome da festa.

Para brincar como mascarado, naturalmente é imprescindível ter uma máscara. Fabricadas por artesãos locais, quase sempre em papel machê, elas são produzidas em diversos tamanhos e com várias finalidades, além do adorno para o carnaval, elas podem ser objetos de paredes, chaveiros, brinquedos. As mais sofisticadas são confeccionadas em gesso. Hoje, a tradição é passada de pai para filho. São mais de trinta oficinas de máscaras espalhadas pela cidade. Foi esse costume, arraigado na cultura local, que inspirou José, Josenildo e Maria a criar a oficina. Segundo Josenildo muitos dos atuais participantes – de crianças de 6 anos a senhores e senhoras acima dos 60 -- já haviam participado de treinamentos e de outras oficinas, “mas desistiram por falta de incentivo, condições financeiras, por não terem como produzir, como comprar material, como se manter”.

Exatamente para contornar esse desafio que os três se inscreveram no edital Microprojetos. O recurso repassado pelo Ministério da Cultura é usado para fornecer um kit com material para confeccionar as máscaras. Nas oficinas, a maioria dos adultos vem pela mão das crianças, conta Lucicleide. “Os mais velhos ficaram um pouco arredios, mas a partir do entusiasmo das crianças, foram se interessando e chegando aos poucos”. Hoje já são duas turmas de 20 alunos cada. Alguns, ainda pouco íntimos das tintas e pincéis, mas todos se divertindo e orgulhosos de seus trabalhos.

Cada pessoa cadastrada participa da oficina duas vezes por semana. No primeiro mês recebe um kit de material para desenvolver, em horário alternativo, o conteúdo das aulas. “O Ministério da Cultura nos deu a

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Área: Artes Integradas

Proponente: José Marcelo da Silva

Cidade: Bezerros

Estado: Pernambuco

Objetivo: A criação de uma oficina de máscaras em papel machê como forma de resgatar a cidadania, valores e costumes da comunidade do lixão. Oferecer uma alternativa de trabalho e renda para as mais de 200 famílias que vivem na região.

Valor: R$ 10.346,00

Oficina de Máscaras da Comunidade do Lixão

oportunidade de plantar essa semente”, diz Josenildo.

Os artesãos locais já se interessaram pelo trabalho desenvolvido pela comunidade. Além das máscaras prontas para comercialização, no período do Carnaval, quando a demanda aumenta muito, os novos artesãos, vindos do lixão, podem fornecer as bases das máscaras para as oficinas mais tradicionais. Josenildo vai mais longe, “no futuro queremos formar uma fundação e tirar o máximo desse trabalho aqui na comunidade”.

Assim dona Severina também pode vislumbrar um futuro melhor para seus netos, e uma alternativa para o trabalho duro no lixão. “Eu achei a oficina muito divertida, vamos ver se eu consigo”, diz ela mostrando satisfeita o resultado do seu trabalho. Mais importante do que a estética das máscaras que produzem, as famílias do lixão têm uma oportunidade única de construírem uma nova identidade, mais digna e mais humana.

Josenildo João

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Na roça, cinema rima com cidadania- “Vai ter cine hoje?” Essa é a frase, dita com ansiedade e alegria, que se escuta na pracinha, nas ruelas, de casa em casa quando Bizan Velô e sua equipe chegam aos povoados do interior do município de Lagarto (SE) com a tela e o projetor para mais uma sessão de cinema. Todos os moradores – crianças, jovens, adultos e velhos – se alvoroçam com a perspectiva de logo mais, à noite, assistirem a uma sessão de cinema ao ar livre.

Aos poucos, enquanto a equipe monta o material necessário para a projeção, as pessoas vão chegando com cadeiras, bancos, tapetes e esteiras. Chegam pisando no chão devagarinho, um pouco tímidas, desconfiadas, mas logo, todas elas, crianças, velhos, jovens, mães, donas de casa, trabalhadores, depois de um dia cansativo de trabalho, se rendem, fascinados pela mágica do cinema.

O filme escolhido nessa noite, no povoado de Luiz Freire, foi “Menino da Porteira”, versão 2008. “Prepare o seu coração pras coisas que eu vou contar”, na voz do cantor Daniel, faz os rostos relaxarem. Os olhos presos na tela acompanham a história.

Bizan Velô é um militante da cultura e dos direitos humanos na cidade de Lagarto, para onde se mudou há 10 anos, vindo da Bahia. Depois de um ano no município, fundou a ALGA – Associação Lagartense de Gays, Lésbicas, Bisexuais e Transgêneros. A ideia de criar o Cinema na Roça veio durante um encontro LGBT, em Fortaleza. Lá, uma apresentação de cinema na vela de uma jangada, fez acender uma luz em sua cabeça. Bizan Velô vinha pensando em levar cultura e entretenimento aos que vivem na zona rural, agora tudo estava resolvido: o cinema era o canal.

Não seria preciso tanto equipamento assim para reunir os moradores em torno de um filme. Mas, mesmo não sendo nada tão caro assim, como comprar

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as ferramentas necessárias? Foi nessa época que Bizan Velô ouviu falar do Microprojetos Mais Cultura. A classificação no edital garantiu a compra do equipamento e as parcerias inter-setoriais viabilizaram o projeto, que inclui, também, a realização de oficinas temáticas de fotografia e vídeo.

O Programa Agro Amigo do BNB, o site Lagartense.com.br, o Departamento de Cultura de Lagarto, a Infomaster Informática, a Ideia Comunicação Visual, o Studio Cícero Gravações e a Escola Municipal Dr. Aníbal Freire são os parceiros responsáveis pela divulgação, o transporte da equipe, um som de qualidade e até a pipoca e o refrigerante distribuídos para a platéia. “Uma ideia na cabeça e um pouco de boa vontade fazem um sonho virar realidade”, filosofa Bizan.

A primeira apresentação do Cinema na Roça foi emblemática. O local programado era o assentamento Che Guevara. No dia previsto, Bizan conta que, por aquele acaso do destino o carro previsto para deslocar a equipe teve problemas. Mas ele não teve dúvidas, subiu em uma carroça, única condução disponível, e chegou ao assentamento na hora marcada. Um pouco lesionado pelo percurso em estrada de chão e banco de madeira, mas feliz por não desapontar seu público.

Nas comunidades em que a apresentação é feita, sempre aos sábados, são os líderes comunitários e populares que garantem a janta para a equipe do cinema na roça. Em Luiz Freire, por exemplo, foi “seu” João Manoel da Cruz quem abriu a casa e garantiu a alimentação. Aos 72 anos, seu João vive com a neta numa pequena casa com o teto pontilhado por 46 gaiolas dos mais variados pássaros. O café com pão e ovos mexidos foram saboreados ao som das histórias de vida de João. “Eu sei fazer qualquer coisa, levanto casa, corto e costuro ternos e vestidos, só não sei ler”, declara ele abrindo um grande sorriso. João gosta de cinema e fica feliz por ter o Cine na Roça em sua comunidade.

O projeto, inicialmente, estava previsto para alcançar cinco povoados da zona rural, promovendo a inclusão social de jovens e adolescentes em comportamento de risco. Mas a demanda da população, depois das primeiras apresentações, extrapolou todas as expectativas. Dos 116 povoados rurais existentes no município, 28 já receberam a visita de Bizan Velô e sua equipe.

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E eles não podem nem pensar em parar. Durante a semana, o telefone toca constantemente. São pedidos e mais pedidos vindos de comunidades que querem receber esse carinho em forma de arte. “A gente não quer só comida...”, lembra Velô, citando a música dos Titãs. Tudo é feito de forma democrática. Dos 10 filmes disponíveis – todos brasileiros, e possíveis de serem assistidos por pessoas entre cinco e 90 anos - a comunidade escolhe entre os três oferecidos para cada sessão.

A maioria das comunidades abrangidas são localidades pobres, com deficiência nas áreas de saúde e educação, altos índices de evasão escolar e muitos casos de uso de drogas por adolescentes e jovens. A base da economia é a cultura da mandioca e a manufatura da farinha. A grande maioria da população vive com uma renda per capita inferior a R$ 250,00.

A reunião em torno do cinema propiciou também outras atividades fundamentais para esses povoados distantes. A Secretaria de Saúde do município fornece filmes com temática de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e distribui preservativos e material informativo, antes da apresentação principal. São trabalhadas noções de cidadania e estímulo à autoestima, contribuindo para uma mudança de comportamento e instrumentalizando os jovens e adolescentes para o enfrentamento dos problemas cotidianos.

Parcerias com o Ministério da Saúde e com o Ministério Público fizeram chegar aos povoados exames rápidos de HIV, e assessoria jurídica gratuita. “Eu carrego uma tenda para o cinema e mais duas para disponibilizar às instituições parceiras”, explica outro coordenador do projeto, Anderson Rangel.

O cinema consegue falar a linguagem das comunidades e é uma alternativa a massificação da mídia televisiva, explica. “Tudo é troca, e por isso está dando certo e, seja onde for, as pessoas adoram cinema.”

- “Vai ter cine hoje?”- Vai ter cine, sim.

Vai ter cidadania também.

Na Roça, também se faz cultura e cidadania Área: Artes Integradas

Proponente: Associação Lagartense de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Trans-gêneros

Cidade: Lagarto

Estado: Sergipe Objetivo: A proposta é levar às comunidades rurais exibições de cinema para promover a inclusão social de jovens e adolescentes da Zona Rural do município de Lagarto envolvidos com comportamento de risco. Trabalhar a participação desses jovens em oficinas temáticas de fotografia e vídeo com o objetivo de fomentar o interesse pelas manifestações artísticas locais, valori-zando a diversidade cultural da zona rural. Durante esses eventos serão tra-balhadas noções de cidadania, estímulo à autoestima, contribuindo para uma mudança de comportamento na comunidade, instrumentalizando os jovens e adolescentes para o enfrentamento dos problemas cotidianos.

Valor: R$ 10.700,00

Bizan Velô

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Ao som do gatilho começa a batalha. Com a arena tomada de entusiastas, vestidos com as largas camisetas de basquete, tênis típicos de skatistas e touca para o frio, as duplas digladiavam-se duas a duas. Levados pela batida hip-hop esmeravam-se do “foot work” - uma espécie de sapateado - ao “freeze” - movimento onde se permanece apoiado no chão com apenas uma das mãos – para tentar cativar os juízes. Entre um duelo e outro o apresentador, conhecido por “Neguinho”, embala a torcida e relembrava as regras: “os adversários não podem se tocar, e tem que ter ginga e suingue.”

Esta cena poderia ter acontecido em meados da década de 70, no bairro novaiorquino do Bronx, berço do hip-hop. Ou na estação de metrô São Bento, na década de 80, em São Paulo, onde o movimento teve início no Brasil. Mas “Neguinho” tem sotaque baiano. A primeira batalha da paz – nome do campeonato de “Break” – aconteceu em Vitória da Conquista, 525 km da capital do Estado, Salvador, no dia 17 de outubro de 2010. Assistindo ao animado confronto estava o “Cabelo”, como é conhecido entre os amigos, mas na certidão de nascimento, Gilvandro Oliveira. “Cabelo” e outros nove jovens, de áreas de risco do município nordestino, idealizaram o projeto hip-hop nas ruas.

Contemplados com pouco mais de R$ 10 mil, a ideia é mostrar para as comunidades carentes da região o movimento hip-hop. “Um dos objetivos da gente é atrair essa juventude, que é gritante na periferia”. Nascido e criado no bairro Bruno Bacelar, um dos mais violentos de Vitória da Conquista, “Cabelo” viu no projeto uma chance de mostrar para os jovens que existem outras alternativas sem ser o crime.

Uma batalha pela paz no sertão da Bahia

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Gilvandro, hoje com 29 anos, se recorda da época em que havia acabado de completar 17. Nesse momento ele poderia ter entrado para o mundo do crime. “É um dinheiro fácil, o retorno é imediato. Aquele menino com 10, 11 anos, começa ganhando 30 reais; passam-se alguns meses, o valor pode ser 300 por semana.” Em um bairro pobre, no qual a perspectiva de conseguir um bom emprego está perto de zero, essa alternativa é um grande atrativo para os jovens.

Muita música de protesto (Racionais e MvBill) e uma interpretação, espelhada em sua própria realidade, mostraram ao menino de 17 anos que havia outro caminho. “Eu fiz uma leitura daquilo ali: na verdade isso é uma rima de certa situação que aquele sujeito está passando”. Gilvandro conheceu grupos de hip-hop que existiam em Vitória da Conquista e se identificou. Foram boas influências, que deram força para escapar da ilusão do dinheiro fácil. Atualmente, cursa história na Universidade Estadual da Bahia.

Se hoje, em uma tarde de domingo, se consegue reunir cerca de 120 jovens em uma batalha de “Break” é por que 15 anos antes Divan Nascimento, também escutou os mesmos MvBill e Racionais (entre outros). Mas para o “Black”, como é conhecido entre os seus, não foi para fugir do crime, ele viu na música uma maneira de se auto afirmar perante uma sociedade preconceituosa. “Eu tive acesso ao disco dos Racionais, fui me identificando com o som. Fui vendo que poderia ter uma perspectiva de futuro”. O menino que tinha problema com sua imagem, agora com 31 anos, é a referência quando o assunto é hip-hop.

Baseada nestes e em tantos outros casos, que o projeto hip-hop nas ruas tem cada vez mais adeptos. Com a aquisição de um aparelho de som especifico para uso do Dj, “Cabelo” e os outros idealizadores do projeto farão apresentações em diversas comunidades de Vitória, mostrando os quatro elementos que compõem hip-hop: o Dj, o Rap, o Break e o grafite – e um elemento será somado a estes: a educação. “Cabelo” deseja, depois de apresentar a história do movimento e seus elementos, formar parcerias com as escolas. “Vamos articular em colégios e depois atender em grupos a parte”.

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Hip-hop nas Ruas

Área: Artes Integradas

Proponente: Gilvandro Gonçalves de Oliveira

Cidade: Vitória da Conquista

Estado: Bahia

Objetivo: A cultura hip hop surge na década de 70 com a proposta de dimi-nuir os índices de violência e consumo de drogas entre a juventude negra e pobre da periferia das grandes metrópoles norte-americanas. No Brasil a cul-tura hip hop firmou-se durante a década de 80, com o mesmo intuito. E isso pode ser feito em Vitória da Conquista com o projeto Hip-hop nas Ruas.

Valor: R$ 13.913,00

Vitória da Conquista tem se mostrado um ambiente propício para o crescimento do projeto. Quando “Black” deu o pontapé inicial, houve resistência, as pessoas tinham preconceito com este tipo de música, afinal a Bahia é conhecida como a terra do Axé. Mas pouco a pouco conseguiu trazer mais gente para o seu lado. Em 2010 são muitos participantes, nessa primeira Batalha da Paz eram 120. Entre as duplas concorrentes havia uma criança de seis anos. Foi um dos dançarinos que deixou a plateia mais entusiasmada. “Hoje são dez participando e mil olhando”, aponta Gilvandro, “mas aos poucos os que estão olhando participam, e assim o movimento vai crescendo”

Gilvandro Oliveira

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Até desaguar no mar são 853 Km. Durante todo o percurso que cruza o estado de Minas Gerais e Espírito Santo, o rio Doce dá de beber a mais de três milhões de pessoas. Para Luiz Natal de Souza, 57 anos, o rio é sinônimo de inspiração. O Doce encontra o oceano Atlântico em Regência, pequeno vilarejo de 1300 habitantes, distrito de Linhares (ES) – e no cruzar da água salgada com a doce, é que Natal encontra seu material de trabalho. Pau, pedra, tijolo, frigideira, serrote, tudo serve como tela para a premiada pintura Naif de Natal. “No que eu encontro, eu pinto”, comenta sorridente o artista.

Baseado no trabalho do ilustre morador que professores da Universidade Federal do Espírito Santo, em conjunto com Natal, desenvolveram o projeto Re-criando. A ideia é promover oficinas para ensinar os habitantes da região – inscritos pela Associação de Moradores da Vila - o que Natal já faz: retirar o lixo da margem do rio e transformá-lo em arte. Com a verba do Microprojetos Mais Cultura foi possível adquirir tinta, pincel e todo o material para seis dias de oficina. O trabalho terá, ainda, um registro audiovisual da situação do meio ambiente e todo o processo criativo, da coleta até a confecção dos objetos.

Em mutirão, os participantes irão recolher o que o rio Doce deixou para trás.

No rio doce, lixo é inspiração

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Como o próprio Luiz explica, vale tudo: “casca de árvore, semente de cacau, coco”. Depois é necessário um pouco de paciência, pois os objetos encontrados recebem três demãos de tinta branca antes de estarem prontos para a pintura de verdade. Após esse processo, os aspirantes colocam a mão na massa, sobre a tutela de quem já participou de quatro Bienais de Piracicaba.

Luiz Natal de Souza começou a pintar em 1974. Na época ainda morava em Linhares, terceira maior cidade capixaba, localizada a 147 km ao norte da capital, Vitória. Foi introduzido nas artes por uma amiga que também pincelava no estilo “naif ”, ou seja, pinturas, esculturas ou colagens espontâneas e autodidatas. Quando se aposentou, depois de ter sofrido aneurisma cerebral, refugiou-se em Regência, onde vive no pequeno vilarejo há 16 anos.

Mesmo pequena, e ainda a esperar que asfaltem sua estrada de acesso, Regência não está esquecida no mapa. No verão, o local atrai surfistas e a sua população chega a triplicar no carnaval. Nestes momentos agitados, Natal pinta menos. “Gosto de ligar o rádio e ficar escutando MPB, fico a tarde toda trabalhando em uma única tela”, no verão esse ambiente bucólico muda, por consequência, a produção diminui.

Mas se o aumento da população é uma fraca inspiração, essas épocas quentes foram exatamente o que impulsionou o projeto Re-criando para o mês de dezembro. Os organizadores querem que os moradores e os visitantes se conscientizem em relação ao lixo encontrado na foz do rio Doce. Com esse trabalho inicial, a ideia é que a população local tome como prática recolher o lixo e reciclá-lo, produzindo enfeites, ou objetos úteis para o cotidiano. Não é a primeira vez que o povo de origem cabocla terá a oportunidade de preservar sua natureza. Há 30 anos o distrito tem uma das sedes do projeto Tamar, voltado para a proteção das tartarugas marinhas. Os pescadores locais, hoje, são aliados dos biólogos na preservação dos animais. E é misturando a natureza e as artes que o Re-criando pretende diminuir a poluição do rio e ainda impulsionar a formação de futuros talentos da pintura e escultura.

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Re-criando

Área: Artes Visuais

Proponente: Luis Natal de Souza

Cidade: Linhares

Estado: Espírito Santo Objetivo: Acontecerá uma coleta de lixo nas margens do Rio Doce exata-mente onde ele faz encontro com o mar. Serão recolhidos resíduos sintéticos de produtos industrializados (garrafas pets, sacos plásticos, latas, entre ou-tros materiais), com a finalidade de serem utilizados como matéria-prima em uma oficina de arte que terá, como produto final, além da limpeza da praia, uma exposição de trabalhos elaborados na oficina. Os oficineiros criarão, a partir dos materiais coletados, obras de seu interesse, seja estético ou utili-tário. Participarão do projeto 20 pessoas, entre 17 e 29 anos, inscritas pela Associação de Moradores da Vila.

Valor: R$ 7.502,30

Luis Natal de Souza

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Toda segunda, quarta e sexta-feira, às cinco em ponto, lá estava ela. Trazia consigo muito peso nas costas, mas era o peso da prosperidade. Quem quisesse sua carona nas terças, quintas e sábados, tinha que acordar cedo, pois o horário era outro: seis da manhã. Dependendo da estação do ano, vinha acompanhada de milho e levava queijo. Se sorte tivesse, poderia mesmo trazer peixe do mar, e, em troca, levar as bonitas cerâmicas aos vizinhos baianos. Era o ânimo daquele povo que ansiava por um banho em água salgada.

O sonho vingou de 1942 até 1966. Durante 24 anos, a Maria Fumaça invadia a cidade de Araçuaí, localizada no centro do Vale do Jequitinhonha, a 600 km da capital mineira, Belo Horizonte. Maria Moreira, que trabalhou na venda dos bilhetes do trem de 1955 até o encerramento da linha, define seu sentimento com duas palavras: “Tenho saudade”. A estação não é uma construção bonita, mas seria injusto dizer que é feia. Suas linhas arquitetônicas deixaram de lado a imaginação em favor da utilidade. É um grande retângulo, com uma inscrição no alto: “1942 Arassuai”, assim, com dois “s” mesmo. Sem

Estação da memória, da lembrança, da preservação

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locomotivas para receber, a estação virou outro lugar de leva e trás: o correio. Mas isso durou pouco, só dois anos. Em 2008 a construção foi reaberta para se transformar em um local de pesquisa e lembrança.

Hoje, a antiga estação é a sede da Fecaje (Federação das Entidades Culturais e Artísticas do Vale do Jequitinhonha). A Federação foi beneficiada com o Microprojetos Mais Cultura, pelo seu projeto de transformar esse ambiente carregado de história na Estação Viva-Acervo, iniciativa que visa higienizar e armazenar todos os documentos referentes ao Festivale, Festival Artístico do Vale do Jequitinhonha, já em sua 28ª eidação. “Como a Fecaje não tinha sede própria, a cada gestão esse material ficava viajando de um lugar pro outro, então muita coisa se perdeu. A ideia é termos um local fixo onde possamos limpar e guardar estes cartazes, livros, jornais...”, explica um dos proponentes da iniciativa, Dostoiewsky Americano do Brasil.

Todo mês de julho, o Vale do Jequitinhonha comemora, porque vai começar mais um Festivale. O festival tem como carro chefe a competição de música, mas pluralidade é a palavra de ordem. Teatro, artesanato, pintura, oficinas, qualquer manifestação cultural da região encontra seu espaço, com um porém: o participante tem que ser natural do Vale ou estar morando na localidade há algum tempo. Essa história começa em 1979 com o “I Encontro de Compositores do Vale do Jequitinhonha” promovido pelo Jornais Gerais – extinta publicação da região, na cidade de Itaobim, que fica a menos de uma hora de Araçuaí.

A iniciativa mostrou a pujança cultural do Jequitinhonha, dando origem ao primeiro Festivale no ano seguinte – 1980, na mesma Itaobim. Atualmente, somam-se de 500 a 800 participantes nas oficinas e mais de 2000 pessoas no evento. “Em 2006, quando foi em Araçuaí, não tínhamos controle”, lembra Dostoiewsky, “aqui no Vale são cerca de 60 municípios, toda a cidade tem um grupo de teatro, tem uma associação cultural e todos são convidados”. E, por incrível que pareça, até 2008 todos os documentos representando a memória de cada um dos festivais, mudavam de cidade anualmente por não existir uma sede fixa da instituição que promove o Festivale hoje em dia: a Fecaje.

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Estação Viva - Acervo

Área: Artes Integradas

Proponente: Dostoiewsky Americano do Brasil

Cidade: Araçuai

Estado: Minas Gerais

Objetivo: É uma proposta de curso de higienização e conservação para iniciar o processo de recuperação da memória do importante Festivale, um festival artístico do Vale do Jequitinhonha. O local para armazenamento desses documentos é a antiga estação de trens de Araçuaí, uma das maio-res cidades do Vale. Jovens serão treinados nas técnicas de recuperação e conservação de documentos e, na medida em que a memória do evento seja organizada, a Estação de Araçuaí será um pólo de referência cultural do Vale do Jequitinhonha. O projeto também tem por objetivo propiciar uma opção profissional para esses jovens, que poderão tornar-se restauradores.

Valor: R$ 10.299,00

Agora, com o material reunido e protegido na antiga estação, aproximadamente 30 jovens, entre 17 e 29 anos, aprenderão, por 60 dias, técnicas de conservação e armazenamento, para transformar as pilhas de papéis cheias de pó em história.

Dostoiewsky Americano do Brasil

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Em Nova Russas, no Ceará, uma tradição de quase dois séculos, o crochê feito pelas mulheres em grupo, nas calçadas, passou a trazer mais recursos e mais autoestima para a cidade, depois que as crocheteiras se organizaram em cooperativas. Em Coremas, na Paraíba, o ritual diário dos moradores que há décadas têm de atravessar um açude para estudar, trabalhar ou comprar mantimentos, está registrado em um curta metragem, feito na própria cidade. Em Messias Targino, cidade de 3.000 habitantes no interior do Rio Grande do Norte, jovens formam um grupo de teatro inspirado no “Teatro do Oprimido”, método teatral criado pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal. Em Iatecá, no agreste pernambucano, adolescentes participam de um projeto de dança, o “Som das Aves”, criado para salvar da extinção um pássaro local, o tangará fastuosa. Em Morpará, uma cidade de 9.000 habitantes localizada nas margens do Rio São Francisco, na Bahia, um trabalhador rural de 70 anos fundou uma associação que visa resgatar manifestações artísticas de origem africana no município.

No Brasil, há milhares de cidades que, como Nova Russas, Coremas, Messias Targino, Iatecá e Morpará, apresentam em seus inventários urbanos uma lista de “Tem” e de “Não tem”. Pequenas, longe dos circuitos dos grupos teatrais, musicais e de dança, elas não têm museus ou espaços que preservem suas manifestações; não têm, também, teatros, oficinas culturais ou cinemas; nelas tampouco se encontram galerias de arte ou conservatórios musicais. Mas, contra todas as expectativas, essas pequenas comunidades têm uma forte tradição cultural. E, melhor ainda, nelas vivem pessoas que não se conformam em ver desaparecer com os moradores mais antigos a memória das suas manifestações artísticas, as suas personalidades e alma cultural.

Nessas cinco comunidades e em mais outras 1.200 cidades, o Microprojetos Mais Cultura - Semiárido trouxe uma rara oportunidade de aumentar o número de itens na coluna “Tem”, conforme pode ser lido a seguir.

A cultura está onde o brasileiro está

Texto final de Leonardo Mourão, a partir de matérias produzidas pelos jornalistas Djenane Arraes e Cesar Martin

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Pássaros e folhasNa pernambucana Iatecá, a 270 quilômetros da capital Recife, o multicolorido tangará faustuosa, também chamado pintor verdadeiro, ainda sobrevive na Reserva Natural Brejo, próxima à cidade. Em risco de extinção, o tangará inspirou o projeto de dança “Som das Aves” no qual 10 jovens da cidade dançam paramentados com as cores amarelo, preto, azul e verde das penas da ave. “A roupa ficou linda”, emociona-se Cleide Iara Andrade, moradora da cidade e autora do projeto. “Além disso, a dança passa uma aula de preservação que foi levada para o Festival de Inverno de Garanhuns, na Praça de Saloá, a cidade vizinha e em escolas.”

Na mesma cidade, o projeto “Folhas – Maravilhas de Iatecá” também foi aprovado no Prêmio Microprojetos. Trata-se de uma proposta de produzir bijuterias e algumas peças utilitárias utilizando folhas secas das matas da região. Proposto por Steve Bezerra, o projeto mobilizou 14 morados de Iatecá, entre 17 e 60 anos de idade. É preparada uma massa com as folhas e os produtos são comercializados com o objetivo de gerar renda para os participantes. A iniciativa foi um sucesso, em um stand de artesanato montado no Festival de Inverno de Garanhuns, os participantes obtiveram um lucro total de R$ 1.070,00, que é bastante significativo para a região. Já foram feitas vendas inclusive, para o Exterior.

Um açude no caminhoNa cidade de Coremas, a vida gira, literalmente, em torno de um açude, o Estevam Marinho. Localizada no ressequido sertão paraibano, o açude é comparado a um oásis. Dali, além da água, tiram-se peixes e irrigam-se culturas. “Muitas pessoas tiram seu sustento ou estão, de alguma forma, ligadas às águas do reservatório”, conta Kennel Rógis, 21 anos, estudante de administração e, como ele se define com uma risada modesta, “aspirante a cineasta”.

Kennel propôs realizar um documentário sobre a dimensão do açude no cotidiano de seus conterrâneos. Para isso escolheu três personagens: a agricultora Teresa; Zé Nilton, pescador, e a estudante Jaqueline. Para eles, aquelas águas são importantes ou fundamentais para o sustento ou, simplesmente, um obstáculo que é preciso enfrentar todos os dias.

“Acompanho a trajetória dos três e tento mostrar como aquele ‘mar do sertão’ molda a vida que eles têm.” Com os recursos conseguidos com o Microprojetos, Kennel mobilizou ajudantes qualificados para gravar o filme e poderá alugar os equipamentos necessários para exibir sua obra nas praças da cidade e escolas.

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O rio de música, teatro e dançaNas comunidades localizadas nas margens da porção baiana do Rio São Francisco, há, hoje, um forte movimento de preservação da sua herança cultural. Foram aprovados vários projetos na região. Em Marporá, Seu Emílio Mariani, trabalhador rural de 70 anos de idade, e sua mulher, a professora Donna, fundaram a Associação Afro-Cultural Arte e Dança de Morpará. Na mesma cidade, o projeto Paiol da Arte estimula a produção artesanal.

A poucos quilômetros dali, na cidade de João Dourado, adolescentes da cidade montaram o espetáculo “A Vida de São Francisco e Santa Clara de Assis”, apoiados por trabalhos de música e teatro para a juventude que também foram contemplados com a ação dos Microprojetos. “Muitas vezes deixamos de nos apresentar nas comunidades por não termos material suficiente, como caixa de som, mesa, microfones, figurinos, etc.”, disse Mara Tavares, do projeto Juventude e Teatro, de João Dourado (BA). “Hoje, com os recursos do Prêmio, esse pesadelo acabou.”

Também nas margens do São Francisco, faz-se músicas. Em Abaré, Patrícia Lima produz o cd, “O Espelhar da Nossa Gente”, no qual a população ribeirinha relembra músicas folclóricas locais. Em Mucururé, Mestre Irineu dos Santos e os músicos que formam a Banda de Pífanos do Raso da Catarina também gravaram um cd e puseram o pé na estrada, em shows, para divulgar a sua arte.

A história em história em quadrinhosNem só pequenos programas socioculturais foram beneficiados pelo edital Microprojetos: o dinheiro também foi empregado para viabilizar produtos como CDs, livros e até histórias em quadrinhos. Em Feira de Santana, na Bahia, o projeto “Lucas na Feira”, tirou do esquecimento a história do escravo rebelde Lucas da Feira. “Alguns dizem que ele foi ladrão, outros contam que não era um verdadeiro criminoso, pois roubava dos ricos para dar aos pobres. Outros só conhecem o seu nome. E há aqueles que nem mesmo possuem informação sobre sua existência”, explica Marcelo Lima que, junto com Marcos Franco, pesquisou e roteirizou a história do personagem para a história em quadrinhos desenhada por Hélcio Rogério. Pela estatura histórica do trabalho, ele espera que a revista seja adotada pelas escolas públicas de Feira de Santana e que os estudantes conheçam a trajetória dessa relevante personagem regional.

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Caboclo irado e mascaradoNa pequena cidade de Major Sales, na qual vivem 3.000 pessoas, está o projeto “Turma de Caboclos do Mestre Antonio Grosso”, criado para manter viva a tradição da dança de origem indígena. “Desde os 12 anos de idade que danço Caboclo”, conta o mestre Antônio Grosso. “Eu ensino o passo da dança e da história faz uns 40 anos, quando uns vão ficando mais velhos e não aguentam mais dançar no trupé dos caboclos, outros vão entrando no lugar deles.”

A base musical do Caboclo é formada por sanfona, zabumba, triângulo e pandeiro. São entre 12 e 16 brincantes dançando sempre em roda, envolvidos em passos característicos. Enquanto dançam, os participantes emitem um som gutural, irado, e sapateiam formando uma base percussiva. As roupas de trapos de panos multicoloridos e máscaras, que são feitas em mutirão, provocam um impacto plástico incomum.

Cultura x CultureQuase três vezes maior do que Major Sales, a cidade de Lages, também no Rio Grande do Norte, teve o projeto “Música em Sucata Como Sustentabilidade Para Crianças e Adolescentes”, escolhido pelo Ministério da Cultura. A iniciativa deve-se ao trabalho de Cícero Batista da Silva, que foi aluno do “Projeto Artístico Pedagógico Pau e Lata”, iniciado em Alagoas em 1996. Cícero passou a ser multiplicador da iniciativa e desde então coordena a atividade em Lages, que fica aos pés do Pico do Cabugi.

Com o dinheiro da premiação do edital, Cícero e demais integrantes do “Música em Sucata” puderam comprar baquetas, caixa amplificada, microfone, além de dar bolsa de incentivo para três integrantes do projeto. Entre as oficinas de percussão e palestras para discutir os problemas da comunidade, Cícero sonha: “Quero tentar fazer com que a cultura nordestina sobreviva frente à cultura norte-americana que é difundida pelas grandes mídias”.

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Teatro engajado“Sem o Prêmio, nosso grupo de teatro jamais teria saído do papel”, afirma Pedro César de Almeida, idealizador do “Teatro do Oprimido: jovens em ação por uma sociedade melhor”, no município de Messias Targino, também no Rio Grande do Norte. “Só assim foi possível comprar todo material utilizado pelo projeto, como figurino, caixa de som, DVD, câmera digital e pagar professores, transporte e alimentação.”

Método teatral desenvolvido pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal (1931-2009), o Teatro do Oprimido alia artes cênicas à ação social com o objetivo de promover a democratização da cultura e ser mais um meio para a transformação das camadas mais pobres da sociedade. Há algum tempo, alguns jovens de Messias Targino foram assistir a uma peça do Teatro do Oprimido em Campina Grande, Paraíba. “Foi daí que surgiu a ideia de formar um grupo semelhante no nosso município”, explica Pedro César. Os jovens se reúnem duas vezes por semana e já estão se apresentando em várias cidades da região. Por onde passam, recebem elogios.

Operação resgateTornada cidade em 1994, Jaíba, no norte de Minas Gerais, ainda enfrenta os grandes desafios econômicos e sociais de uma comunidade ainda em formação. “Em Jaíba existem diversos problemas decorrentes da questão social, dentre eles, a criminalidade e a ausência de alternativas de lazer e espaços”, diz a assistente social Suely Nunes, coordenadora do projeto ‘Jaíba em Cena’. Nele, jovens participam de oficinas de artes cênicas e já se apresentam na região. Tão jovens quanto a cidade em que vivem, grande parte dos moradores desconhece a riqueza cultural existente na região. A ideia é resgatar essas manifestações culturais, estimular as habilidades artísticas desses jovens e colocar à sua disposição um espaço de lazer e de formação cultural, que não existe na cidade.

Com os recursos repassados pelo Mais Cultura, foram comprados kits de maquiagem, materiais para figurino, confeccionadas camisetas e contratada uma profissional das artes cênicas que, semanalmente, vai até a cidade dar oficinas de teatro.

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Folia e cinemaTambém situada no norte mineiro, a pequena Nova Porteirinha recusa-se a deixar que a tradição da Folia de Reis desapareça dali. Expressão cultural típica do norte mineiro, inspiradora de músicos de porte, como Milton Nascimento, a Folia de Reis atrai poucos jovens nas regiões, o que a coloca em risco de desaparecer. “A ideia de fazer o projeto ‘Folia do Divino Espírito Santo’ surgiu da nossa determinação de não permitir que a tradição da Folia de Reis em nossa cidade acabe; os foliões já são idosos, temos de passar essa tradição para jovens e adolescentes”, diz mestre Sinvaldo, idealizador do projeto. O prêmio do edital foi destinado ao pagamento de instrutores e na compra de instrumentos e materiais usados nas oficinas.

No Vale do Jequitinhonha, na cidade de Araçuaí, o Prêmio Microprojetos beneficiou o ‘Cinema no Sertão’ que propõe produzir e distribuir o audiovisual brasileiro. Os coordenadores desse projeto percorrem as áreas rurais de dez municípios vizinhos exibindo filmes para as populações locais. “Pensamos na possibilidade de levar entretenimento e conhecimento a pessoas que não têm acesso ao cinema ou a qualquer outro equipamento cultural”, explica José Pereira dos Santos. “Na maioria das cidades do País, não há salas de cinema, e aqui no Vale do Jequitinhonha a situação é ainda pior.”

Crochê e autoestimaA 320 quilômetros de Fortaleza, a cidade cearense de Nova Russas herdou e multiplicou uma tradição tipicamente européia: o crochê. Ocupada por descendentes de europeus há 300 anos, a cidade desenvolveu-se a partir de fazendas dedicadas à criação de gado. Durante estes três séculos, o crochê sempre esteve presente. Fazer crochê é, portanto, algo natural na cidade. É tradição as crocheteiras sentarem nas calçadas e formarem grupos para manusear suas agulhas há várias gerações. Hoje, além das crocheteiras de costume, vemos adolescentes e homens fazendo trabalhos em crochê. Esses grupos reforçam o orçamento das famílias.

Contudo, grande parte dessa produção artesanal ainda é comercializada por atravessadores, que compram as peças por preços irrisórios e as revendem com grande lucro. O Projeto Saber na Ponta da Agulha foi criado com o objetivo de fortalecer a economia local, não só promovendo cursos de associativismo com vistas a formar cooperativas de produtores de crochê, como também aprofundar a identidade cultural da cidade com cursos de associativismo, gestão, design e estilismo.

Proposto pela ARTCRON - Associação do Artesanato, Artista e Crochê Novarussense, fundada em 2005, o Saber na Ponta da Agulha também procura desenvolver o empreendedorismo de um modo geral, implementar a exportação das peças de crochê e, com as produções culturais, ativar o turismo e elevar a autoestima da população local.

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A atuação do Banco do Nordeste na área cultural se baseia em três pilares: a democratização do acesso às manifestações artístico-culturais; o apoio à produção, circulação e formação artística e a concessão de crédito para atividades econômicas da cultura.

O Banco do Nordeste compreende que para se obter êxito em uma política de desenvolvimento econômico, social e sustentável para o Nordeste, faz-se necessária uma atuação relacionada à elevação da autoestima de seu povo e à consciência do valor de suas identidades culturais. Essas são condições essenciais para que a sociedade nordestina encontre soluções próprias para os desafios inerentes ao desenvolvimento da região.

O Instituto Nordeste Cidadania (INEC) é uma entidade civil, autônoma e sem fins lucrativos. Fundado em 1993, por iniciativa de empregados do Banco do Nordeste. O INEC surgiu num contexto em que se fazia necessário dar resposta às graves condições socioeconômicas então vivenciadas por significativos contingentes da população situada abaixo da linha de pobreza na região. O INEC sempre atuou visando combater a pobreza e promover o fortalecimento da cidadania, desenvolvendo estratégias de inclusão social e econômica, potencializando a

Gerente do Ambiente de Gestão da Cultura do

Banco do Nordestee Diretor Cultural

do Instituto Nordeste Cidadania - INEC

Tibico Brasil1

NOVAS SOLUçõES PARA UM NOVO dESENVOLViMENTO

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força coletiva, promovendo a cidadania e o respeito à vida.

A Ação Microprojetos Mais Cultura, por meio da qual o Banco do Nordeste e o Instituto Nordeste Cidadania celebraram parceria com o Ministério da Cultura e a Fundação Nacional de Artes – Funarte – tem como objetivo principal descentralizar o fomento da produção sociocultural e artística, possibilitando que pequenos produtores recebam até 30 salários mínimos para a realização de seus projetos culturais. Esta feliz iniciativa tem como principal objetivo aumentar o dinamismo econômico de comunidades e municípios, por meio de artistas, grupos independentes e pequenos produtores culturais. Coube ao Banco do Nordeste e ao INEC a contratação dos projetos, o acompanhamento da execução dos mesmos e a avaliação dos resultados obtidos.

A execução dos milhares de projetos culturais selecionados injeta recursos da ordem das dezenas de milhões de reais, distribuídos nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

É certo que este montante de recursos incentivará a cadeia

produtiva cultural de centenas de municípios do semiárido brasileiro. Os primeiros números que surgem constatam que a ação é um sucesso, sob vários aspectos. Em um levantamento parcial dos projetos já finalizados percebemos que a ação foi capaz de garantir a realização de mais de 2.000 eventos, entre espetáculos teatrais, exibições de filmes, shows musicais e uma infinidade de oportunidades de capacitação nos diversos segmentos da cultura, para públicos diversos, em especial jovens, para quem o projeto foi destinado.

Os recursos financeiros e as atividades dos projetos ajudam a irrigar a economia da cultura local. Muito além do cálculo da taxa de retorno de uma ação como esta, o que importa é perceber a riqueza que surgirá a partir do lançamento de novos olhares estéticos sobre o nosso patrimônio cultural.

Finalizo com uma citação do presidente do Banco do Nordeste, Dr. Roberto Smith, grande incentivador desta ação, para quem “o desenvolvimento não deve ser analisado apenas do ponto de vista do crescimento, mas também pelos valores herdados que nos projetam dentro da história de futuro e na nossa forma de entender a sociedade. Por isso, não existe desenvolvimento sem alma. Pois, a alma do desenvolvimento é a cultura.”

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Análise da ação Microprojetos

No momento cultural que atravessamos, em que se sente um desejo imperioso, uma aspiração coletiva por uma afirmação

categórica de independência política e econômica de nação [...] de uma política consciente, realmente identificada com as aspirações

e as singularidades regionais de nosso povo. Política que se pressente para os próximos dias como uma benéfica e irremovível

contingência do impulso criador de nossa cultura. (Josué de Castro, Documentário do Nordeste, 1937)

A citação, com a qual abrimos este texto é de Josué de Castro. O médico sanitarista pernambucano nos advertia sobre a necessidade de se repensar os significados do desenvolvimento no Brasil. E, de forma quase profética, anteviu um desenvolvimento para o nosso país baseado na territorialidade regional e no maior insumo de nossa população: a criatividade.

Mais de setenta anos depois, em maio de 2009, o Ministério da Cultura, por meio do Programa Mais Cultura, veio contribuir de forma efetiva para a materialização das propostas de Castro. De forma pioneira, o MinC investiu R$ 13,5 milhões no semiárido brasileiro através de um edital voltado para o financiamento de 1.189 Microprojetos culturais conduzidos e realizados por

jovens, entre 17 e 29 anos, oriundos de áreas de vulnerabilidade social. Os Microprojetos foram contemplados nas mais diversas linguagens. Para a realização dessa iniciativa, o Ministério contou com a parceria da Fundação Nacional de Artes (Funarte), do Banco do Nordeste (BNB) e das secretarias de Cultura dos onze estados que integram a região do semiárido - Paraíba, Alagoas, Ceará, Piauí, Bahia, Rio Grande do Norte, Sergipe, Maranhão, Pernambuco, Minas Gerais e Espírito Santo.

O Programa Mais Cultura tem por objetivo maior a articulação das ações existentes no Ministério da Cultura, dando-lhes uma dimensão mais ampla e significativa, posto que voltadas à totalidade da população brasileira. Por outro lado, o Programa busca conectar e colocar em rede a infinidade de grupos culturais no país, permitindo-lhes o acesso à produção, circulação e o usufruto de bens e serviços culturais. Nesse sentido, o Programa é fruto da cooperação entre os entes federados, no sentido de integrar competências e recursos para maximizar os seus resultados. Os editais são instrumentos estratégicos para o Programa, pois permitem uma pactuação entre estados e união, além da adesão dos municípios, todos ao serviço da efetivação dos direitos culturais da população brasileira.

1Consultora e sócia da Anima.Cult - Criatividade e Desenvolvimento, professora doutora do Mestrado em Políticas Públicas e Sociedade da Universidade Estadual do Ceará - UECE.

2Consultora e sócia da Anima.Cult - Criatividade e Desenvolvimento, professora titular da Faculdade 7 de Setembro nos cursos de Administração e Publicidade & Propaganda.

3Consultor e sócio da Anima.Cult - Criatividade e Desenvolvimento, atua como coordenador adjunto do curso de Administração da Faculdade Christus

Cláudia Sousa Leitão1

Luciana Lima Guilherme2

Luiz Antônio Gouveia de Oliveira3

126

As ações do Programa Mais Cultura se estruturam em três eixos: Cultura e Cidadania, Cultura e Cidades e Cultura e Economia. O edital dos Microprojetos Mais Cultura é fruto desse último eixo, pois objetiva ampliar o ambiente econômico e os investimentos no setor cultural, reconhecendo a necessidade de disponibilizar o acesso a créditos e aos meios de circulação e veiculação de bens e serviços culturais trazendo de forma progressiva para a formalidade a parcela de trabalhadores da cultura ainda vinculados a uma economia informal.

Decorrido um ano do início do processo de implementação destes projetos, fez-se necessária uma pesquisa de acompanhamento e de avaliação da execução dos mesmos, no intuito de se verificar os impactos sócio-econômicos alcançados em cada uma das regiões contempladas. É de fundamental importância uma reflexão acerca da efetividade das políticas públicas e dos programas de fomento para o desenvolvimento cultural empreendidos pelo governo federal.

A seguir apresentamos de forma sintética, os resultados desta avaliação da efetividade do edital Microprojetos Semiárido do Programa Mais Cultura.

Estes resultados foram obtidos a partir de uma pesquisa de natureza quantitativa e qualitativa. A pesquisa quantitativa abrangeu 88% dos projetos aprovados, permitindo uma leitura sobre aspectos sociográficos e de identificação das linguagens artísticas fomentadas. A pesquisa qualitativa foi realizada sobre uma amostra de aproximadamente 10% dos Microprojetos, selecionados de acordo com a distribuição dos mesmos por estado e por linguagem artística. Foram priorizados, para esta pesquisa de campo, os municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, no sentido de verificar a repercussão desta iniciativa nas comunidades em situação mais precária. Indo além dos dados quantitativos, a pesquisa qualitativa se propôs a um aprofundamento na compreensão acerca dos impactos sócio-econômicos e culturais nas comunidades beneficiadas.

A pesquisa quantitativa

A ação Microprojetos Mais Cultura beneficiou 1.189 iniciativas culturais de artistas, grupos artísticos independentes e pequenos produtores culturais residentes em municípios dos 11 estados cujo território – ou parte dele – integra o semi-árido brasileiro.

Até o momento de realização da presente pesquisa haviam sido contratados 999 projetos, aos quais aplicou-se um questionário para avaliar-se o perfil das iniciativas culturais contempladas pela ação Microprojetos Mais Cultura. Foram retornados 879 questionários, correspondendo a 88% dos projetos contratados.

O primeiro ponto a evidenciar na análise do perfil dos projetos contemplados refere-se a sua dispersão geográfica pelos 11 estados beneficiados pelo Microprojetos Mais Cultura. É de se destacar que três estados concentram pouco mais que a metade – 53% para ser preciso – dos projetos beneficiados, quais sejam Bahia (23,1%), Paraíba (15,5%) e Ceará (14,4%). No grupo intermediário estão os estados de Pernambuco (9,8%), Piauí (8,8%), Alagoas (6,8%), Minas Gerais (6,6%) e R. G. do Norte (6,3%). Os estados com menos projetos contemplados foram Maranhão (4,7%), Sergipe (2,5%) e Espírito Santo (1,5%). [gráfico 1]A análise, a seguir, destaca os principais resultados da pesquisa em cada estado onde a ação Microprojetos Mais Cultura foi executada.

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O município com o maior volume de projetos beneficiados (8 no total) foi Maceió (AL), seguido de três municípios do estado do Piauí – Picos, São João do Piauí e São Raimundo Nonato (com 6 projetos cada um) – e Cajazeiras (PB) e Pão de Açúcar (AL), com 5 projetos cada um. Ressalte-se que metade dos municípios teve apenas um projeto beneficiado.

[gráfico 1]

[gráfico 2]

Quanto à identificação do proponente do projeto, a grande maioria é caracterizada como Pessoa Física (75%), ao passo que os proponentes Pessoa Jurídica somam 23,5%. Em 1,5% dos projetos contemplados não foi possível obter informação sobre a identificação do proponente.

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A linguagem artística1 mais comum nos projetos contratados foi a música, em especial a popular e a instrumental. Com efeito, 41% dos projetos têm ações

relacionadas ao universo musical. Em seguida à música, destacam-se as artes cênicas, notadamente o teatro e a dança. As artes cênicas são objeto de 37% dos projetos beneficiados. As artes integradas – festivais, mostras, encontros,

sites, blogs etc. – formam o terceiro conjunto de ações culturais mais presentes nos projetos contratados, correspondendo a 34,5% do universo pesquisado. As artes visuais – pintura, escultura, fotografia, artesanato, desenho, gravura etc.

– vêm em seguida, observadas em 34,5% dos projetos. Por fim, a literatura e o audiovisual são as linguagens artísticas menos comuns, presentes em apenas 19%

e 18% dos projetos, respectivamente.

É de se destacar um certo equilíbrio entre o número de iniciativas já existentes antes do Microprojetos Mais Cultura e aquelas que passaram a existir após o apoio financeiro do Ministério da Cultura. Com efeito, cerca de 40% dos

projetos contratados já existiam antes e 60% somente passaram a existir após serem aprovados no processo seletivo do Microprojetos Mais Cultura.

1 A pergunta referente à linguagem artística contemplada pelo projeto permitia múltiplas respostas. Portanto, o somatório das respostas ultrapassa 100%;

[gráfico 3]

[gráfico 4]

A área de abrangência de cada projeto é bastante diversificada. De modo geral, as ações dos projetos limitam-se aos centros dos municípios ou as suas periferias. Cerca de 17% dos projetos são executados em localidades distantes das sedes dos municípios e apenas 12% são executados em áreas beneficiadas pelo Pronasci e

em áreas de quilombolas.

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Com relação ao perfil etário2 das pessoas que trabalham nos projetos, há de se destacar que a grande maioria conta com os serviços prestados por jovens com idade entre 17 e 29 anos. Com efeito, 73% das iniciativas culturais são desenvolvidas por jovens entre 17 e 21 anos e 70% contam por jovens de 22 a 29 anos. Os adultos estão presentes em 53,6% dos projetos, enquanto as crianças estão envolvidas em 23% e os idosos em 14,1% dos projetos.

[gráfico 5]

[gráfico 6]2 Idem;3 Ibid;

Com relação à natureza do serviço prestado pelas pessoas envolvidas nos projetos, observou-se que a média de pessoas remuneradas é de 2 por projeto. Por outro lado, a média de voluntários é de 18 pessoas por projeto.

No que se refere a apoios institucionais3 eventualmente recebidos pelos projetos contratados, destaque-se aquele prestado pela comunidade local, presente em cerca de 65% das iniciativas já existentes antes do Microprojetos Mais Cultura. Em seguida vem o suporte oriundo da própria família dos envolvidos com o projeto, atingindo aproximadamente 53% dos casos observados. Destacam-se, ainda, os apoios oferecidos pelas Prefeituras (43% dos casos) e por comerciantes locais (33% dos casos). Por outro lado, é pouco percebido o suporte oferecido pelos governos estaduais e federal, limitando-se a 6% e a 8% dos projetos contratados.

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ALAGOASNo estado de Alagoas, a grande maioria (83%) dos projetos foi proposta por pessoas físicas. São iniciativas culturais desenvolvidas, principalmente, nas periferias (61,4% dos projetos) das cidades, nos centros dos municípios (57,9%) e em localidades distantes das sedes dos municípios (24,6%).

As linguagens artísticas contempladas pelos projetos estão relativamente bem distribuídas. A música – em especial a música popular e a música instrumental – está presente em pouco mais de um quarto dos projetos (26,7%), assim como as oficinas de arte (26,7%). Destaque, também, para a dança, o artesanato e as mostras, expressões culturais trabalhadas em 20% dos projetos alagoanos. Logo atrás surgem o teatro (18,3%), a poesia (15%), os festivais (15%) e os encontros (15%). Por fim, as linguagens menos contempladas foram a pintura, o circo, o desenho, a gravura e as artes audiovisuais de maneira geral.

Dentre os projetos contemplados em Alagoas, pouco mais da metade (52,6%) já existiam antes do Microprojetos Mais Cultura, enquanto 47,4% passaram a existir em função do incentivo do MinC. Em geral, são projetos que já registram uma certa experiência, uma vez que 42% dos mesmos têm entre 2 e 5 anos de existência e 25% têm mais de 5 anos de atividade. Por outro lado, cerca de 1/3 dos projetos têm 2 anos ou menos de existência.

O perfil etário característico das pessoas envolvidas diretamente com os projetos alagoanos é de jovens entre 17 e 29 anos (em torno de 70% dos projetos). Em seguida, vêm os projetos que contam com adultos (54,4%) e crianças (31,6%). Apenas 14% dos projetos contemplados envolvem pessoas da chamada terceira idade.

Em 60% desses projetos, o trabalho é realizado voluntariamente, enquanto 40% empregam 1 ou mais pessoas remuneradas. Dentre os projetos que se utilizam de trabalho remunerado, cerca de 2/3 têm, no máximo, 3 colaboradores pagos.

Por fim, quando questionados sobre que tipo de apoio recebem para desenvolver as atividades dos Microprojetos culturais, os gestores de 64,5% dos mesmos responderam que a comunidade local é a maior apoiadora, seguida da própria família (58%) e dos comerciantes do município (38%). Na

esfera pública, a Prefeitura Municipal destaca-se por dar suporte a 35,5% dos projetos. Bem atrás surge o apoio do governo federal a 22,6% dos projetos e o governo estadual está presente em apenas 13% das iniciativas culturais.

BAHIAO estado da Bahia tem a maior quantidade de projetos contemplados (23,1%). Pouco mais de 3/4 dos mesmos estão sob a responsabilidade de pessoas físicas, enquanto as pessoas jurídicas são responsáveis por apenas 1/4 dos projetos baianos.

No que se refere à localização, a maioria absoluta (93%) dos projetos é desenvolvida nos centros e nas periferias dos municípios. Dentre estes, apenas 9,5% estão situados em territórios quilombolas e pouco mais de 22% estão localizados nos chamados Territórios da Cidadania.

Quanto às linguagens artísticas dos projetos contemplados, destacam-se a música popular (em torno de 30%), a música instrumental (25%), o teatro (24%), a dança (20%) e as oficinas de arte (27%). Em seguida vêm o canto (17%), a poesia (12%), a pintura (11%), a fotografia (10%), o artesanato (cerca de 16%), o vídeo (14%), os festivais de arte (11%), as mostras (11%), os encontros (13%) e os cursos em geral (12%). As linguagens menos desenvolvidas foram a música erudita (4%), o conto (8%), o romance (5%), a crônica (2%), o cordel (8%), as histórias em quadrinhos (2%), a poesia visual (3%), a poesia virtual (1%), o circo (2%), a escultura (5%), o desenho (6%), a gravura (3%), as artes gráficas (3%), as intervenções urbanas (1%), as linguagens virtuais (2%), o cinema (7%), a animação (2%), os programas de rádio (5%), os sites e blogs (5%) e os seminários em geral (8%).

É de se referir que apenas 1/3 dos projetos aprovados na Bahia já existiam antes de serem beneficiados pelo Microprojetos Mais Cultura. Dentre estes, 33% têm 2 anos ou menos de existência; 40% têm entre 2 e 5 anos; e 27% têm mais de 5 anos de atividades desenvolvidas.O perfil do público envolvido com a execução dos projetos baianos é caracterizadamente jovem e adulto. Com efeito, os jovens entre 17 e 21 anos e de 21 a 29 anos estão presentes, respectivamente, em 65% e 75% dos projetos contemplados. Os adultos, por sua vez, desenvolvem atividades em

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62% dos projetos. Por outro lado, as crianças e os idosos estão envolvidos, respectivamente, em apenas 20% e 17% dos projetos.

Em 62% do projetos contemplados na Bahia o trabalho é executado, exclusivamente, por colaboradores não remunerados. Por outro lado, cerca de 22% dos projetos empregam de 1 a 3 pessoas remuneradas. Os 25% dos projetos restantes contam com o trabalho de 4 a 25 pessoas remuneradas.

O apoio recebido pelos projetos baianos vem principalmente da comunidade local e das famílias dos envolvidos. Os terceiros maiores apoioadores são a Prefeitura Municipal e os comerciantes locais. As associações também prestam bastante apoio, vindo logo em seguida. Por outro lado, o suporte oferecido pelos Governos Federal e Estadual é residual.

CEARÁO Ceará é o terceiro estado com mais projetos contemplados (14,4%). Deste universo, 70% foram propostos por pessoas físicas e os 30% restantes por pessoas jurídicas.

Via de regra, os projetos cearenses estão concentrados nos centros e nas periferias dos municípios. Apenas 18% e 6% dos mesmos estão situados nos Territórios da Cidadania e em áreas Quilombolas, respectivamente.

Quanto às linguagens artísticas contempladas, a música popular está presente em 1/3 dos projetos. Merecem destaque também o teatro (28%) e a dança (27%). Em seguida vêm a música instrumental (cerca de 16%), o canto (12%), a poesia (11%), artesanato (16%), o vídeo (12%), os festivais (11%), as mostras (11%), os encontros (12%) e as oficinas (18%). Por fim, as linguagens menos contempladas foram a música erudita (cerca de 5%), o conto (em torno de 8%), o romance (5%), a crônica (4%), o cordel (8%), as histórias em quadrinhos (4%), a poesia visual (3%) e a poesia virtual (2%), o circo (2%), a pintura (9%), a escultura (4%), a fotografia (6%), o desenho (7%), a gravura (2%), as artes gráficas (2%), as linguagens virtuais (2%), o cinema (7%), a animação (8%), os sites e blogs (4%), os cursos (5%) e os seminários em geral (4%).

Observou-se um relativo equilíbrio em relação ao surgimento dos projetos cearenses antes ou depois do incentivo concedido pelo Microprojetos Mais Cultura. Com efeito, 54% das iniciativas culturais já existiam anteriormente, enquanto 46% somente passaram a existir após a concessão do incentivo financeiro. Dentre os projetos já existentes, 35% têm até 2 anos de atuação; 42% têm entre 2 e 5 anos; e 33% têm mais de 5 anos.

O público envolvido na execução das atividades dos projetos do Ceará é majoritariamente formado por jovens de 17 a 21 anos (76% dos projetos) e de 21 a 29 anos (69%). Os adultos estão presentes em 49% e as crianças em 26% dos projetos contemplados.

Em 54% dos projetos cearenses o trabalho é realizado, exclusivamente, por voluntários. Por outro lado, 21% contam com 1 a 3 pessoas remuneradas e os 25% restantes são desenvolvidos por grupos de 5 a 30 colaboradores remunerados.

Em relação aos apoios recebidos pelos Microprojetos culturais do Ceará, observou-se que os maiores apoiadores são a comunidade local, a família dos envolvidos nos projetos e as prefeituras. Em seguida, destacam-se os comerciantes locais e as associação. O suporte oferecido pelos governos Federal e Estadual é apenas residual.

ESPÍRITO SANTOO Espírito Santo foi o estado que teve menos projetos contemplados. Com efeito, foram selecionados apenas 13 (treze) empreendimentos culturais. Dentre estes, 85% decorreram de propostas de pessoas físicas e apenas 15% originaram-se de iniciativas de pessoas jurídicas.

A maior parte dos projetos capixabas limita sua atuação aos centros dos municípios (75%) e as suas periferias (42%). Apenas 17% dos projetos são desenvolvidos nos Territórios da Cidadania e 8% em áreas de Quilombola.As linguagens artísticas mais utilizadas foram o teatro e o artesanato (ambos presentes em 38,5% dos projetos), a fotografia e o vídeo (ambos com 31%), a música popular, a música instrumental, os cursos e as mostras (23%). Em seguida, destacam-se o canto, a dança, os festivais, os encontros, os sites

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e blogs, as oficinas, o desenho e as histórias em quadrinhos (linguagens empregadas em 15% dos projetos). Finalmente, as linguagens menos empregadas foram a música erudita, o conto, a crônica, a poesia, a poesia visual, a poesia virtual, a pintura, a escultura, as artes gráficas, as linguagens virtuais e o cinema (8%).

É de se referir que somente 31% das iniciativas culturais capixabas contempladas já existiam antes do apoio financeiro pelo Microprojetos Mais Cultura. Por outro lado, 69% dos projetos do Espírito Santo surgiram após sua aprovação junto ao MinC.

Todos os projetos são desenvolvidos por jovens de 17 a 29 anos. Entretanto, em 54% e em 15% estão envolvidos adultos e crianças, respectivamente.

Dentre os projetos já existentes, 50% têm 2 ou menos anos de atuação e 50% têm mais de 5 anos.

Ressalte-se que nenhum dos projetos contemplados recebe qualquer apoio dos governos estadual ou federal. Por outro lado, o maior suporte vem da família (100% dos projetos), dos comerciantes locais (50%), das prefeituras municipais e das próprias comunidades (ambos com 25%).

MARANHÃONo estado do Maranhão 85% dos projetos contemplados foram propostos por pessoas físicas, enquanto 15% foram iniciativas de pessoas jurídicas. A maior parte desses empreendimentos culturais (68%) desenvolve suas ações nos centros dos municípios, embora muitas atividades sejam realizadas também nas periferias (41,5% dos projetos), nos Territórios da Cidadania (41,5%) e em localidades distantes das sedes dos municípios (27%).

A linguagem artística de maior destaque nos projetos maranhenses é, sem dúvida, a dança (presente em 40% dos projetos), seguida do artesanato (25%) e do teatro (20%). Depois vêm a música popular (17,5%), as oficinas (17,5%), a pintura (15%), a música instrumental (12,5%) e o vídeo (12,5%). Por fim, destacam-se o conto (10%), a escultura (10%), os encontros (10%), o cinema (7,5%), os festivais (7,5%), as mostras(7,5%), os cursos diversos

(7,5%), a poesia (5%), o cordel (5%), a fotografia (5%), o desenho (5%) e os programas para rádio (5%).

A maioria dos projetos (71%) somente iniciaram suas atividades após serem contemplados pelo Microprojetos Mais Cultura. Além disso, as ações dos projetos maranhenses são realizadas, principalmente, por jovens de 17 a 21 anos (74% dos projetos) e por jovens entre 21 e 29 anos (61,5%). Os adultos estão presentes em 1/3 das iniciativas culturais e as crianças e idosos em apenas 15% e 13%, respectivamente.

No Maranhão, 27% dos projetos têm até 2 anos de existência; 27% têm entre 2 e 5 anos; e 45% têm mais de 5 anos. Dentre os projetos em andamento, 1/3 emprega pessoas remuneradas, enquanto 2/3 são realizados por voluntários.

Os Microprojetos maranhenses são suportados, principalmente, pelas famílias dos envolvidos (67%), pela comunidade (46%) e pelos comerciantes locais (42%). Em seguida destacam-se como apoiadores as prefeituras municipais e as associações (ambas presentes em 27% dos projetos). O governo federal está presente em apenas 18% dos projetos e o governo estadual não apoia nenhuma das iniciativas.

MINAS GERAISNo estado de Minas Gerais 86% dos projetos apoiados foram propostos por pessoas físicas e apenas 14% por pessoas jurídicas. Em cerca de 51% dos projetos as atividades são realizadas essecialmente nos centros dos municípios, enquanto 1/3 registram ações nas periferias. Os Territórios da Cidadania são beneficados por 25% dos projetos mineiros e as localidades distantes das sedes dos municípios por 32%. As áreas de quilombolas são atingidas por apenas 7% dos projetos.

As linguagens artísticas mais recorrentes nos Microprojetos de Minas Gerais foram a música popular (31%), o teatro (24%), as oficinas diversas (24%) e o canto (21%). Em seguida destacaram-se a música instrumental (19%), os festivais (17%), os encontros (17%), o artesanato (17%), o conto (15,5%), a dança (15,5%), o vídeo (12%), as mostras (14%) e os cursos em geral (10%).

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As linguagens menos contempladas foram a poesia (7%), a pintura (7%), o romance (3,4%), o cordel (5%), a poesia visual (5%), a fotografia (5%), o desenho (5%), o cinema (5%), a animação (5%), os seminários em geral (5%), o circo (3%), a escultura (3%) e as artes gráficas (3%).

Pouco mais da metade dos projetos mineiros (52%) não existiam antes do incentivo financeiro concedido pelo MinC.

Os jovens entre 17 e 29 anos estão presentes em 3/4 dos projetos mineiros, seguidos dos adultos (62%) e das crianças (26%). Os idosos estão envolvidos em 19% das iniciativas culturais.

Dentre os projetos contemplados em Minas, 26% têm até 2 anos de existência; 30% têm entre 2 e 5 anos; e 44% têm mais de 5 anos de atividade. Além disso, em 27% dos projetos mineiros existe 1 ou mais pessoas remuneradas trabalhando.

No que se refere ao suporte recebido pelos projetos de Minas, em 65% dos casos a comunidade local é a maior apoiadora, seguida da prefeitura municipal (61,5%) e das famílias dos envolvidos nos projetos (58%). Por outro lado, o governo estadual oferece apoio a apenas 4% dos projetos e o governo federal não apoia nenhuma iniciativa.

PARAÍBAA Paraíba foi o segundo estado com o maior número de projetos selecionados (15,5%) e as pessoas físicas estão a frente de 80% dos empreendimentos paraibanos. Em 71% dos projetos a área de atuação maior é o centro dos municípios, enquanto em 50% das iniciativas a periferia é o alvo escolhido. Cerca de 32% dos Microprojetos beneficiam os Territórios da Cidadania e 26% desenvolvem ações em localidades distantes das sedes dos municípios.

As linguagens mais comuns nos projetos contemplados na Paraíba foram a música popular (27%), o teatro (21%) e a música instrumental (20%). Em seguida destacam-se a dança (18%), o vídeo (15%), as oficinas em geral (13%) e o cinema (12%). Por fim, as linguagens menos contempladas foram o canto (8%), as mostras (8%), o artesanato (7%), a fotografia (6%), o cordel (6%), a

poesia (5%), a pintura (5%), os festivais (5%), o desenho (4%), as artes gráficas (4%), os encontros (4%), o conto (4%), a música erudita (3%), o romance (2%), a crônica (2%), a poesia visual (2%), e os cursos em geral (2%).

A maior parte dos empreendimentos culturais contemplados (69%) originaram-se, exclusivamente, a partir do apoio financeiro concedido pelo Microprojetos Mais Cultura, enquanto 31% já existiam anteriormente. É de se destacar que os jovens entre 17 e 29 anos representam o perfil médio das pessoas envolvidas em cerca de 80% dos projetos paraibanos. Em seguida vêm os adultos, presentes em 54% das iniciativas culturais, e as crianças (21%).

Dentre os projetos contemplados, 26% têm até 2 anos de existência; 37% têm entre 2 e 5 anos; e 37% têm mais de cinco anos de ações realizadas. Destaque-se que metade dos projetos tem, pelo menos, 1 colaborador remunerado.

Os maiores apoiadores dos projetos paraibanos são a comunidade local (62,5%), seguida da família dos envolvidos com os projetos (40%). Os comerciantes locais oferecem suporte a 35% dos projetos, assim como as associações (35%) e as prefeituras municipais (37,5%). O governo federal e o governo estadual suportam apenas 15% e 7,5% dos projetos, respectivamente.

PERNAMBUCONo estado de Pernambuco foram selecionados 86 empreendimentos culturais para participação no Microprojetos Mais Cultura (cerca de 10% do total de projetos). As pessoas físicas são responsáveis pela proposição de 74% dos projetos e as pessoas jurídicas respondem por 26%.

Metade dos projetos culturais pernambucanos desenvolvem suas atividades prioritariamente nos centros e nas periferias dos municípios. Em seguida, são beneficiadas as localidades distantes das sedes dos municípios (37% dos projetos) e os Territórios da Cidadania (22%). Apenas 9% e 3,5% dos projetos atendem, respectivamente, a áreas de Quilombola e do Pronasci.

As linguagens artísticas mais empregadas foram as oficinas (38% dos projetos), a dança (37%), a música popular (35%), a música instrumental

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(28%), o teatro (28%), o artesanato (26%), as mostras (20%) e os encontros (20%). Destaque-se, também, a pintura (15%), os cursos (15%), o canto (14%), o cordel (13%) e os festivais (13%). As linguagens menos empregadas pelos projetos pernambucanos foram a fotografia (10,5%), a poesia (9%), o vídeo (9%), o conto (7%), os seminários (6%), a escultura (5%), o desenho (5%), a animação (3,5%), os programas de rádio (3,5%), a gravura (3,5%) e o cinema (2%).

Dentre os empreendimentos culturais pernambucanos beneficiados pelo Microprojetos Mais Cultura, 46,5% já existiam antes de ser selecionados e 53,5% iniciaram suas atividades após a aprovação na seleção. Ressalte-se que 27,5% dos projetos já existentes têm até 2 anos de atividades; 42,5,% têm entre 2 e 5 anos; e 30% têm mais de 5 anos de atividades.

O perfil médio das pessoas envolvidas nos projetos é, majoritariamente, formado por jovens de 17 a 21 anos (79% dos projetos) e de 21 a 29 anos (69%). Em seguida, destacam-se o grupo de adultos (56%), o de crianças (24%) e o de idosos (20%). Em 53% dos projetos há, pelo menos, 1 pessoa remunerada. Entretanto, o trabalho voluntário predomina em 94% dos projetos pernambucanos.

Os maiores apoiadores do projetos culturais de Pernambuco são a comunidade local (70%), a prefeitura municipal (50%) e as famílias dos envolvidos (47,5%). Em seguida destacam-se os comerciantes locais (35%) e as associações (25%). Os governos estaduais e o governo federal estão presentes em apenas 10% e 7,5% dos projetos, respectivamente.

PIAUÍNo estado do Piauí foram selecionados 77 projetos projetos culturais. Desse universo, 62% foram propostos por pessoas físicas, enquanto 38% foram apresentados por pessoas jurídicas.

As áreas prioritárias de atuação dos projetos piauienses são o centro (56%) e a periferia (40%) dos municípios. Em seguida vêm as localidades distantes (37%) e os Territórios da Cidadania (25%). As áreas de quilombolas (11%)

e as áreas do Pronasci (1%) são as menos beneficiadas pelos projetos piauienses.

As linguagens artísticas mais trabalhadas no estado foram a dança (30%), a música popular (26%), o artesanato (22%), o teatro (21%) e as oficinas (21%). Destacaram-se, em seguida, os festivais (17%), a pintura (17%), a música instrumental (16%) e o cordel (13%). Por fim, as linguagens menos empregadas foram o canto (10%), o vídeo (10%), a poesia (9%), as mostras (9%), a fotografia (8%), os encontros (8%), os cursos (6,5%), o desenho (5%), as histórias em quadrinhos (5%), a escultura (5%), a animação (4%), o conto (4%), a crônica (4%), as artes gráficas (3%), o romance (3%) e os seminários (3%).

A maioria dos projetos (62%) somente iniciaram suas atividades após serem contemplados pelo Microprojetos Mais Cultura. Dentre estes, 32% têm 2 anos ou menos de existência; 36% têm entre 2 e 5 anos; e 32% têm mais de 5 anos de atividades desenvolvidas.

O perfil do público envolvido com a execução dos projetos piauienses é, caracterizadamente, jovem. Com efeito, os jovens entre entre 17 e 21 anos e de 21 a 29 anos estão presentes, respectivamente, em 78% e 63% dos projetos contemplados. Os adultos, por sua vez, desenvolvem atividades em 42% dos projetos. Por outro lado, as crianças e os idosos estão envolvidos, respectivamente, em apenas 22% e 11% dos projetos.

Em 30% dos projetos há, pelo menos, 1 pessoa remunerada envolvida. Por outro lado, o trabalho voluntário é majoritário em 96% dos projetos culturais do Piauí.

Finalmente, a respeito do apoio recebido para o desenvolvimento das atividades dos Microprojetos culturais, os gestores de 68% dos mesmos responderam que a comunidade local é a maior apoiadora, seguida da própria família (61%) e dos comerciantes do município (25%). Na esfera pública, a Prefeitura Municipal destaca-se por dar suporte a 29% dos projetos. Bem atrás surge o apoio do governo federal a 11% dos projetos, e o governo estadual está presente em apenas 11% das iniciativas culturais.

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RIO GRANDE DO NORTEO estado do Rio Grande do Norte teve 55 projetos selecionados, dos quais 80% foram propostos por pessoas físicas e 20% por pessoas jurídicas.

As áreas de atuação mais recorrentes nos projetos potiguares são os centros dos municípios (67%), as localidades distantes das sedes dos municípios (33%), os Territórios da Cidadania (31%) e as periferias dos municípios (31%).

As linguagens artísticas mais utilizadas foram a dança (31%), o teatro (29,1%), e o artesanato (ambos presentes em 38,5% dos projetos), a fotografia e o vídeo (ambos com 31%), a música popular, a música instrumental, os cursos e as mostras (23%). Em seguida, destacam-se o canto, a dança, os festivais, os encontros, os sites e blogs, as oficinas, o desenho e a história em quadrinhos (linguagens empregadas em 15% dos projetos). Finalmente, as linguagens menos empregadas foram a música erudita, o conto, a crônica, a poesia, a poesia visual, a poesia virtual, a pintura, a escultura, as artes gráficas, as linguagens virtuais e o cinema (8%).

De maneira a se desenhar um perfil geral das iniciativas contempladas pelo Microprojetos Mais Cultura, pode-se concluir que resultam de ações propostas por pessoas físicas, concentradas, especialmente, nas sedes dos municípios e em suas periferias e voltadas para o universo da música e das artes cênicas. Trata-se, ainda, de projetos liderados por jovens entre 17 e 29 anos que trabalham, em sua grande maioria, como voluntários e são apoiados, via de regra, pela própria comunidade e por seus familiares, além de um relativo suporte oficial fornecido pela Prefeitura Municipal.

A pesquisa qualitativa

Penso que a partir do Governo Lula se começa a ver os artistas que não são os mais conhecidos, se começa a descobrir, através dos pontos de cultura e dos

microprojetos, uma nova riqueza cultural fruto das tradições.

(Tércio Gomes da Silva, Orquestra de Barro – Cascavel/CE)

1. Receptividade dos informantes

A receptividade dos informantes dos Microprojetos pesquisados, sem exceção, foi muito acima das expectativas. A disponibilidade de tempo dos entrevistados foi total. Muitos proponentes e coordenadores, dos projetos investigados, sentiam-se reconhecidos e valorizados pelo simples fato de estarem sendo entrevistados, pelo simples fato de estarem sendo ouvidos, quanto às suas percepções e opiniões acerca do edital e das repercussões do mesmo na sua vida e na vida da comunidade.

As entrevistas foram conduzidas pela equipe de campo de modo bastante informal, estimulando o relato franco e espontâneo dos interlocutores. Câmeras fotográficas foram utilizadas no sentido de efetuar registros visuais que enriquecessem e qualificassem o material colhido.

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Apesar das dificuldades de ordem social, econômica e cultural dos municípios visitados (com baixo IDH), a paixão pela cultura, pela arte, e o desejo de realização foram duas constantes identificadas no perfil da maioria das pessoas responsáveis pelos Microprojetos. Muitas destas representam verdadeiros exemplos de superação.

De um modo geral, essa experiência de pesquisa nos proporcionou um grande aprendizado, pois tivemos a oportunidade de conhecer pessoas engajadas e

apaixonadas pelo que fazem, e que apesar de todos os obstáculos de tempo, espaço, recursos e apoio, vêm desenvolvendo trabalhos magníficos e emocionantes,

verdadeiros exemplos de superação. Essas pessoas, cujos sonhos pedimos que sejam ouvidos ao final de cada entrevista, têm feito esse Brasil de crochê, de

tecido, de madeira, com simplicidade, cuidado, carinho, dedicação, com dança, folclore, com música, filmes, cordéis, e, sobretudo, com excelência, profissionalismo

e com boas ideias. Com todos eles aprendemos que o semiárido brasileiro é riquíssimo em cultura, arte e valor humano, desfazendo a antiga, e hoje caduca, imagem de um Nordeste seco e sem perspectivas para seus habitantes. Foi uma

honra e um imenso prazer tê-las conhecido e aprender com elas a ser forte, persistente, a acolher bem a todos sem distinção de etnia, de idade, de sexo, de

origem, de recursos. Por tudo isso, só nos resta agradecer por essa experiência rica e emocionante, então fica aqui o nosso muito obrigado!

(Evandro de Lima Magalhães e Karla Torquato dos Anjos Barros – equipe

de campo da pesquisa)

É muito impressionante de se ver. As lideranças, as iniciativas, a força, a luta. Isso está muito vivo aqui, diferentemente da política tradicional. Meu sonho é

trabalhar e transformar essa brincadeira em trabalho e renda. A arte é trabalho que produz qualidade de vida, que produz o bem comum.

(Liliana Gondim, Bairro Ellery - Monte Castelo)

A equipe de campo, no desenvolvimento do seu trabalho, se deparou com vias de acesso aos municípios bastante precárias. Alguns trechos de rodovias federais ou estaduais eram verdadeiras estradas carroçais. Houve casos de cidades que, invisíveis nos mapas oficiais, só foram localizadas

geograficamente através de ferramentas de mapeamento via web que nem sempre se constituíam de informações precisas.

As dificuldades de comunicação também se fizeram presentes em algumas regiões, seja em virtude da inexistência de cobertura de algumas operadoras de telefonia celular ou mesmo em decorrência de muitos dos responsáveis pelos projetos contemplados não possuírem telefones próprios.

2. Representação do microprojeto na comunidade

Como dito anteriormente, um dos critérios de seleção dos Microprojetos investigados foi o baixo IDH dos municípios. A ausência de políticas, programas e estruturas (físicas e humanas) nestas cidades é inversamente proporcional ao impacto dos Microprojetos nas mesmas. Assim, quanto menores os municípios e em condições mais precárias, maior o impacto, o reconhecimento e o apoio da comunidade. Em alguns casos os apoios se concretizaram por meio de trabalhos voluntários, em outros através da cessão de espaços físicos para o desenvolvimento das atividades dos projetos ou mesmo da doação de materiais de expediente e consumo.

Trabalhamos em parceria com as escolas e com todas as igrejas, seja católica ou evangélica. Aqui a gente aceita as bênçãos dos cultos! (Danilo da Silva, Itaitinga-Gereraú, Alto do Bode)No que se refere à parceria com o poder público, foram vários os casos de entrevistados que a reconheciam como mínima ou inexistente.

3. Produtos gerados a partir do edital Microprojetos Semiárido

Dentre os principais produtos resultantes dos editais Microprojetos Semiárido, podem ser destacados:

• O fomento às inúmeras linguagens artísticas presentes nos quatro cantos da região do Semiárido.

Meu sonho agora é aumentar isso aqui. Temos um cine-clube, um anfiteatro.

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Com a associação fica mais fácil de concorrer aos editais. Mas preciso ser informada dos editais. O interessante também na biblioteca é ser um espaço de

difusão de informação, de prestação de serviços pra comunidade. Aqui tem tudo: quadrilha, festival, culto religioso, jantar, casamento... muita coisa! Vejo que

os editais estão chegando em lugares distantes no Brasil como esse aqui. Afinal, aqui é o fim do mundo! E isso é muito bom.

(Francimar Ferreira, Itaitinga- Gereraú-Alto do Bode)

• A formação de plateia de comunidades que nunca tiveram a oportunidade e o acesso a produtos culturais de qualidade;• O diálogo entre as diversas linguagens artísticas;• A cultura enquanto elemento criador de solidariedades comunitárias.

Nós aqui, inclusive, ganhamos o prêmio ‘Gentileza Urbana’ do Instituto dos Arquitetos em 2008, com os painéis de azulejos no bairro. Temos feito oficinas

interessantes aqui. Nós chamamos o projeto de ‘Colcha de Mosaicos’ envolvendo cursos de artesanato, mosaicos e outras sutilezas, como nós chamamos essas

oficinas. A ideia do mural na praça era a de contar a história da Associação: as lutas, as pessoas, as conquistas. Vimos que alguns meninos faziam desenhos

muito interessantes que falam dos traços culturais do bairro. Aqui também tinha uma rádio comunitária chamada ‘Mandacarú’ que embora não exista

mais (foi fechada pela polícia federal ainda inspira desenhos geniais. Um menino desenhou um mandacarú com a boca costurada!! Criamos um projeto

chamado ‘cacimba’ que quer dizer que quanto mais água se tira delas mais água brota. É o mesmo pros projetos de cultura. Quanto mais se oferecem cursos, se

difunde conhecimento mais a população tem condições de crescer. Arte, cultura e educação. Essa é a base.

(Liliana Gondim, Bairro Ellery - Monte Castelo)

4. Principais problemas enfrentados

A seguir pode-se constatar os principais problemas enfrentados pela grande maioria dos Microprojetos pesquisados:

• Dificuldades de comunicação entre os entes federados que criam obstáculos no acesso aos editais e na gestão dos recursos;

• Ineficiência na divulgação do edital, muitos dos entrevistados acabaram sabendo do mesmo, eventualmente, a partir de amigos;

• O acesso a recursos federais do Mais Cultura, na maioria dos casos, correspondeu a uma primeira experiência dos proponentes em editais de fomento dessa natureza. Apesar das dificuldades de elaboração dos projetos, as questões de ordem burocrática foram superadas;• Recursos incipientes diante das necessidades emergenciais das associações

e dos grupos culturais;• Falta de conhecimento acerca de planilhas orçamentárias e tributos, os

cálculos orçamentários, na maioria das vezes, foram baseados em valores brutos gerando dificuldades na realização dos projetos quando se percebia que o valor recebido estava menor que o esperado;

• Formação insatisfatória dos proponentes na área de gestão cultural;• Demora na liberação dos recursos relativos aos projetos contemplados,

chegando a um ano em alguns casos; • Nem sempre o público-alvo previsto no Microprojeto foi o efetivamente

atendido;• A maioria dos proponentes/ coordenadores dos Microprojetos vivem de trabalhos paralelos, apesar de terem como sonho a vontade de viver da arte;• Em alguns casos os Microprojetos contemplados foram propostos por pessoas de confiança da Secretária de Cultura dos municípios para implementação de projetos municipais;• Uma reclamação recorrente é a da impossibilidade de o proponente ser

servidor público;• Ausência de espaços físicos para a difusão cultural; • Omissão do poder público municipal;• Pouca institucionalidade da cultura no âmbito municipal.

5. Oportunidades/ sugestões

• O acesso a materiais e recursos de natureza pública; • A ocupação de indivíduos ociosos sem expectativa de crescimento;• Estímulo à formação de novas parcerias para a continuidade dos projetos;

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• Grande aceitação do Microprojetos por parte dos proponentes e protagonistas do Projeto, assim como das comunidades onde os mesmos se realizam;• Criação e consolidação de novas solidariedades e sociabilidades graças ao Microprojetos (especialmente no que se refere à criação de alternativas de ocupação para os jovens);• Ampliação da informação, assim como do acesso aos bens e serviços

culturais, às populações historicamente excluídas;• Aumento dos recursos para a área de formação;• Estímulo ao empreendedorismo e à profissionalização no campo

cultural.

6. Cumprimento dos objetivos/efetividade dos projetos

• A grande parte considera que cumpriu com os objetivos estabelecidos pelos projetos;

• Em alguns casos além do previsto, em função da alta demanda.

7. Impacto dos Microprojetos nas vidas dos proponentes

• O reconhecimento e a retomada de expressões culturais e das identidades territoriais locais;

• Resgate das tradições, através do exercício de práticas culturais como é o caso dos Quilombolas;

• Fomento à memória das comunidades;• Estímulo ao consumo cultural de outros projetos existentes na

comunidade;• Formalização de novos ofícios e novas fontes de renda;• A Cultura como fator de inclusão social de jovens e adolescentes para sanar

problemas relativos à violência, às drogas e à prostituição infantil;Algo que ficou muito claro através dessa pesquisa foi o potencial que a cultura e a arte têm na agregação dos jovens na luta contra as drogas e a prostituição

que infelizmente hoje em dia proliferam não só nas grandes como também nas pequenas cidades do interior do Brasil. Nós vimos as pessoas construindo um

país mais justo, mais humano, mais divertido, mais gostoso de se viver, trazendo ocupação, lazer e principalmente alegria para a vida daqueles que se envolveram

direta ou indiretamente nos projetos premiados pelo Mais Cultura.

(Evandro de Lima Magalhães e Karla Torquato dos Anjos Barros – equipe de campo da pesquisa)

• No caso dos projetos voltados à área de literatura, há uma relação indireta de estímulo à leitura junto ao ensino formal;

• Maior acesso à informação através de novas mídias;• Fomento às lideranças comunitárias.

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Considerações finais

Ao percorrermos o pensamento social brasileiro, observamos que a imensidão do nosso território é quase sempre considerada um obstáculo para o desenvolvimento. Por outro lado, o semiárido brasileiro representa, especialmente para o imaginário litorâneo, o país ingovernável, espaço privilegiado das nossas mazelas sociais. As narrativas históricas de brasilidade produziram, historicamente, representações negativas sobre os sertões, ora percebidos como desertos, ora como espaços produtores de desagregação, atraso e inviabilidade para o país, desmoralizando as tarefas da República, ao mesmo tempo em que não suscitaram os interesses do mercado. As construções acerca do semiárido brasileiro não são ingênuas, mas representam interpretações interessadas na manutenção de uma nação desigual marcada pelos contrastes avassaladores entre indivíduos, comunidades, cidades e regiões.

O Ministério da Cultura, em sua tarefa de ampliação dos significados da cultura para suas dimensões antropológica, cidadã e econômica, vem resgatar as necessárias conexões entre cultura e desenvolvimento. Os resultados auferidos nessa pesquisa demonstram, de forma indiscutível, o papel estratégico da diversidade cultural brasileira para o desenvolvimento humano e a qualidade de vida das suas gentes.

O grande desafio do Programa Mais Cultura é torná-lo uma política de Estado. Ao mesmo tempo o edital Microprojetos Semiárido atende amplamente aos desafios propostos pelo Programa Mais Cultural, quais sejam:

1. Qualificar o ambiente social das cidades e do campo;2. Reincorporar a cultura como vetor de qualificação da educação

brasileira;3. Desenvolver a habilidade e o gosto pelo hábito da leitura no Brasil;4. Tratar o direito à infância como prioridade de Estado;5. Criar condições de incorporação dos jovens ao mundo do trabalho

cultural;6. Tirar da informalidade milhões de brasileiros que sobrevivem da cultura;7. Garantir o acesso dos indivíduos, famílias e comunidades ao lazer e ao

consumo de bens culturais;8. Fortalecer os valores, as práticas e os modos de vida sustentáveis e saudáveis

que permitam a boa convivência entre desenvolvimento, cultura e meio ambiente;

9. Disseminar uma cultura de valores democráticos;10. Promover e criar programas para a capacitação de amplos segmentos da

população para uma interação qualificada com a internet;11. Potencializar como tecnologias sociais a experiência de ações culturais

desenvolvidas por centenas de movimentos sociais.

Ao analisarmos os depoimentos dos proponentes, protagonistas e demais habitantes dos municípios contemplados com os Microprojetos, observamos que os desafios acima propostos foram amplamente alcançados. E mais. Que importantes transformações sociais podem se dar a partir de pequenos projetos. Nesse sentido, os Microprojetos constituem terreno sólido para a construção de novos projetos e programas de inclusão social a partir das artes e da cultura. Por isso, necessitam garantir a continuidade de suas ações para que mantenham os impactos territoriais ora alcançados.

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A primeira etapa apurou o resultado de 3.883 inscritos para seleção pública nos 11 Estados parceiros da Ação Microprojetos. Dentre os que lograram êxito na seletiva estadual, 1.092 já se encontram agraciados com o prêmio, enquanto que outras 36 mantêm-se em fase de desembolso, totalizando a estimativa de 1.128 premiações. Isso representa o aporte de R$ 12.482.007,32 direcionados a atender, no mínimo, 706 municípios pertencentes ao Semiárido Brasileiro. 61 das ações culturais contempladas apresentam foco na Literatura, 98 no Audiovisual, 154 nas Artes Visuais, 265 nas Artes Cênicas, 270 na Música, havendo outras 280 que enfocam duas ou mais linguagens de modo integrado, sendo ou não pertencentes a quaisquer das anteriores. Do ponto de vista estadual, a Ação Microprojetos tem proporcionado a execução de 237 propostas na Bahia, 177 no Ceará, 163 na Paraíba, 114 em Pernambuco, 94 no Rio Grande do Norte, 87 no Piauí, 67 em Alagoas, 47 no Maranhão, 36 em Sergipe e 27 no Espírito Santo.

A relação completa dos contemplados pode ser verificada conforme segue:

MiCROPROjETOS SELECiONAdOS

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro

PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

_______________________________________________________________________________________________________________________________

A Companhia Teatral Luzes da Ribalta Luzes do Teatro Arapiraca AL 10.645,65 Alex Sandro dos Santos Música e Vida Junqueiro AL 10.750,00 Aline Soares Matias Circuito Lítero-Musical Penedo AL 8.875,00 Aloisio Neri Guimarães Oficina Literária Pão de Açúcar AL 1.550,00 Amanda Tavares Pires Cine Jovem Olho d'Água das Flores AL 13.320,00 Ana Beatriz de Almeida Brito Arte & Sapere Junqueiro AL 10.300,00 Associação Comunitária de Arte Cultural do Agreste Teatro Igaci Igaci AL 10.895,00 Associação do Povoado Olho d'Água do Meio Plantando Saberes Feira Grande AL 9.785,00 Associação dos Artistas de Massaranduba Teatro na Escola: Criar e Refletir Arapiraca AL 12.455,00 Associação dos Remanescentes de Quilombo da Comunidade Paus Pretos Capoeira e Liberdade: um Ofício Quilombola. Monteirópolis AL 10.270,00 do Municipio de Monteiropolis - AL

Associação Teatral e Cultural dos Artistas de Girau do Ponciano Paixão de Cristo Girau do Ponciano AL 11.200,00 Associação Unidos Pela Educação - UPEC Oficina Prática de Introdução à Pintura Lagoa da Canoa AL 10.860,00 Centro de Apoio Comunitário de Tapera em União a Senador - CACTUS Cultura de Convivência com o Semiárido Senador Rui Palmeira AL 10.064,00 Centro de Educação Popular e Cidadania Zumbi dos Palmares / Centro Tambores da Grota Maceió AL 12.025,00 Zumbi dos Palmares

Charles Herman Northrup Fim da Linha Maceió AL 11.446,00 Claudemir Silva de Lima Esculpindo em Madeira Palmeira dos Índios AL 8.662,00 Claudeonor Teixeira Higino Santeiros do Penedo Penedo AL 11.500,00 Cláudio André Santos Minha Imaginação É um Poema Olho d'Água das Flores AL 10.700,00 Cristine Maria da Conceição Vieira Oficinas de Flautas Minador do Negrão AL 9.120,00 Elisabele Melo da Silva Oficina de Percussão Guaxinim: Comunidade Quilombola Cacimbinhas AL 9.600,00 Escola de Música Capitão Jonas Duarte Flauta Doce Teotônio Vilela AL 10.895,00 Eugênio Talma Leite dos Santos Hoje Tem Palha Assada Arapiraca AL 11.172,37 Everson Belarmino da Silva Cidadania Musical Chã Preta AL 10.500,00 Fábio Moura Pereira História e Estória de Lampião em Piranhas: Estrela do Sertão Piranhas AL 10.540,00 Francisca da Silva Paes Contos de Cordel Maceió AL 10.762,50 Francisco de Assis Martins Cruz Resgate da Cultura Carneiros AL 10.895,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

_______________________________________________________________________________________________________________________________

Gilvanda Alves Ramalho Cinema no Clube Poço das Trincheiras AL 9.410,90 Hélio Silva Fialho Poesia Criança de Rua Pão de Açúcar AL 10.885,00 Instituto Eu Mundaú Poesia Dançada Debaixo de um Pé de Pau Maceió AL 10.860,00 Ítalo John Lopes Monteiro Oficinas de Frevo Maceió AL 10.500,00 Izabele Maria Cavalcante O Fabuloso Circo Arapiraca AL 10.575,45 Jeorgens Ferreira da Silva Banda Lêla e Cia Canapi AL 10.795,00 José Achiles Escobar Raízes: Nossa Gente Maceió AL 9.630,25 José Domingos Maraba dos Santos Luta e Dança a Cultura Popular É a Esperança Olho d'Água Grande AL 10.870,00 José Joaquim da Silva Garcia A Feira Cultural Pão de Açúcar AL 9.000,00 José Maria Santos Ferro e Arte Santana do Ipanema AL 10.526,00 José Petrúcio da Silva Portas que se Abrem Junqueiro AL 10.583,80 José Rilton Lima Correia Nem Senzala nem Realeza, Apenas Singeleza Água Branca AL 13.191,70 José Sinésio Ferreira dos Santos Um Passeio pela Imaginação Olho d'água das Flores AL 10.895,00 José Vieira Duarte Neto Oficina de Percussão Dois Riachos AL 9.600,00 José Zaudiron Correia Melo Fanfarra: Instrumento de Lazer e Cultura Santana do Ipanema AL 9.985,00 Jucimeire Silva Ângelo Pifeiros no Rastro do Cangaço e de Mestre Terto Bóia Ouro Branco AL 13.289,75 Juliete dos Anjos Silva Rio Largo Encantado Rio Largo AL 13.221,79 Karla Romualdo Gomes da Silva Oficina de Folguedos Popular: Reisado Major Isidoro AL 7.439,00 Kátia Rúbia Almeida Silva Oficina de Montagem de Espetáculos Enquanto Criação Coletiva Arapiraca AL 10.600,00 Luana Barbosa dos Santos Oficina de Folguedos Popular: Coco de Roda Jaramataia AL 7.418,00 Lúcia Prata Pereira Alves Café Literário do Penedo Itinerante: A Poética das Comunidades Penedo AL 10.775,00 Penedenses

Manoel Belarmino dos Santos Neto Lixo Vira Luxo Santana do Ipanema AL 10.895,88 Maria Aparecida Santos de Oliveira Oficina de Teatro: Descobrindo Talentos Traipu AL 9.073,00 Maria Inez da Silva Lima Cantando e Celebrando a Vida Santana do Ipanema AL 10.500,00 Maria José Cardoso dos Santos Pedaladas do Conhecimento: Biblioteca Itinerante Coruripe AL 10.895,00 Melina Vasconcelos Correia de Souza A Santo que Não se Conhece, Não se Reza nem se Oferece Palmeira dos Índios AL 13.901,00 Milton Lopes de Oliveira Júnior Inclusão Social da Juventude Através da Música Pão de Açúcar AL 13.130,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

_______________________________________________________________________________________________________________________________

Nelza Costa Saleme Arte do Papel Reciclado Coruripe AL 10.895,00

Organização Não Governamental Arte Cultura e Meio Ambiente Sinfonia Santana do Ipanema AL 10.100,00 Pedro Pereira da Silva Poetas Repentistas Palmeirenses Palmeira dos Índios AL 9.060,00 Porcelanart Pintura em Porcelana Pão de Açúcar AL 11.332,00 Renata Marques de Meira Toda Arte ao Ar Livre Maceió AL 8.500,00 Roberto Victor Limeira de Carvalho Mestre e Maestro Juntando o Encanto do Canto da Rabeca Ouro Branco AL 13.329,15 Robson de Oliveira Formando Cidadãos Olivença AL 10.895,00 Rogério Dias Encontro da Multiplicidade Artística Periférica Maceió AL 9.200,00 Ronaldo Luiz dos Santos Biblioteca Rural Penedo AL 12.000,00 Rosevaldo Jordão Folguedos do Penedo Penedo AL 12.000,00 Solange Evania da Silva Melo Nunes Descobrindo Jovens Talentos Delmiro Gouveia AL 8.450,00 Tairone Feitosa Pereira Semear Delmiro Gouveia AL 13.775,00 Tayra de Macedo Mendes Frente e Verso Volume 1 Maceió AL 9.523,00 Vandécio Gomes da Silva Dança Cultura e Ação Santana do Ipanema AL 10.378,00 Adailton Augusto dos Santos Capoeira, Arte e Cultura em Inhambupe Inhambupe BA 12.603,06 Adelino Lopes de Araujo Ciclo de Oficinas Arte no Árido Itiúba BA 13.900,00 Adenilton dos Reis Ribeiro Criar Chorrochó BA 13.940,00 Adriano Ribeiro de Novais Teatro Montagem Mirante BA 12.319,00 Ailma Trindade Leite Evento Cultural Abracadabra Brumado Brumado BA 13.927,20 Alan Diego Pinto Ormonde Praça em Canto, Prosa e Verso Oliveira dos Brejinhos BA 13.472,02 Albino dos Santos Quadro Neto III Fórum de Estudos Teatrais - A Arte de Encenar como Ato Itaberaba BA 12.695,00 político e Educativo

Alessandro de Oliveira Ramos Coral 100 Belas Vozes Guanambi BA 13.950,00 Alex Ramon Felix de Moura Oficina de Música de Macururé Macururé BA 13.950,00 Alexandrina Maria Carvalho da Silva I Colóquio Sobre a História do Teatro no Piemonte Norte do Senhor do Bonfim BA 12.944,44 Itapicuru - O Centenário de José Carvalho (1910 a 2010)

Alexandro Carvalho de Oliveira Arte e Memória Cultural do Município de Antônio Cardoso Antônio Cardoso BA 13.568,57 Aliomar Joaquim Pereira Teatro na Sala de Aula Ibotirama BA 13.701,97

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro

PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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AMAC - Agência Mandacaru de Comunicação e Cultura Vamos Roubar um Boi - Manifestações Culturais no Território de Retirolândia BA 13.400,00 Sisal

Ana Cláudia dos Santos Oliveira Semiárido: A Rádio Musical do Território do Sisal Conceição do Coité BA 13.870,00 Ana Regina Nunes dos Santos Corpos em Movimentos Malhada BA 13.950,00 Anderson Souza de Oliveira Cinema na Praça Cícero Dantas BA 13.419,48 Andson Reis Lima Teatro: Arte em Qualquer Parte Macajuba BA 12.837,34 Antônio Carlos Ribeiro da Silva TV na Praça: Resgate do Patrimônio Cultural de Condeúba Condeúba BA Antônio Ferreira dos Santos Navio Negreiro São Gonçalo dos Campos BA 13.500,00 Antônio Zacarias Reis de Jesus Cinema no Campo Pintadas BA 12.480,00 Aparecido Pereira da Silva Dia do Saber - O Resgate do Folclore Brasileiro Sítio do Mato BA 12.085,00 Associação Afro-Brasileira Quilombo Erê-Atabaque Axé Jacobina Jacobina BA 13.938,00 Associação Afro-Cultural Arte e Dança de Morpará - AADM Saranhó: Samba de Roda, Trabalho e História de Morpará Morpará BA 12.220,00 Associação Beneficente, Cultural e Comunitária do Município de Nova Costurando Sonhos e Bordando Realidades Nova Soure BA 13.950,00 Associação Boa Semente Semear Tremedal BA 13.936,00 Associação Comunitária Agro-pastoril e Quilombola do Povoado de Lages Kantoquilombo Campo Formoso BA 10.900,00 dos Negros

Associação Comunitária Cultural e Musical E M Lira 6 de Agosto Sons da Vida: A Música com(o) Instrumento de Transformação Pé de Serra BA 12.198,00 Associação Comunitária de Comunicação e Cultura Valente Sala de Cultura de Valente Valente BA 13.500,00 Associação Comunitária de Recife do Lino Palavra Nossa, Sarau na Roça Ibititá BA 13.950,00 Associação Comunitária de Rua do Fogo Filarmônica Primavera Independente Ibitiara BA 13.496,00 Associação Comunitária de Sítio Novo - Jussara - BA Ajagunã Jussara BA 13.540,00 Associação Comunitária dos Pequenos Agricultores de Rodagem - ACOPAR Fazendo Arte Lapão BA 7.600,00 Associação Comunitária dos Pequenos Produtores do Grama e Adjacências Sementes de Liberdade Rio do Antônio BA 13.950,00 - ACOPGA

Associação Comunitária Ideias e Ações dos Nativos de Rio de Contas Giso: Construções Sonoras, Cênicas e Plásticas Rio de Contas BA 13.900,00 Associação Comunitária Rural de Tomba Adjacências I Encontro de Cultura da Comunidade do Tomba Santa Bárbara BA 13.925,00 Associação Cultural Bendegó O Resgate da Cultura de Canudos Canudos BA 13.908,00 Associação Cultural de Samba de Veio do Rodeadouro - ACSVER Samba de Veio do Rodeadouro Juazeiro BA 2.555,36 Associação da Criança e do Adolescente da Comarca de Euclides da Cunha Construindo a Cidadania Através da Música Euclides da Cunha BA 13.950,00 Associação da Terceira Idade de Aracatu, Grupo Sempre Unidos Vozes Veladas Aracatu BA

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Associação de Capoeira César de Macaúbas Capoeira, Contribuindo para a Formação de Cidadãos Macaúbas BA 11.959,00 Associação de Capoeira Energia da Terra Resgate Cultural Poções BA 13.950,00 Associação de Capoeira Esporte e Cultura Origem da Bahia Capoeira nas Escolas Cafarnaum BA 11.390,00

Associação de Desenvolvimento Econômico Cultural e Social de Caldeirão Aquisição de Instrumentos e Figurinos para Grupo de Dança e Caldeirão Grande BA 13.800,00 Grande Teatro de Caldeirão Grande

Associação de Desenv. Rural de Andaraí e Nova Redenção - ADRA-NR Aquisição e Manutenção de Instrumentos Musicais Andaraí BA 13.744,99 Associação de Desenvolvimento Rural do Povoado Quixabeira Costurando Sonhos e Bordando Realidades Adustina BA 13.950,00 Associação de Difusão Cultural de Atibaia Caatiba Faz Arte Caatiba BA 13.950,00 Associação de Jovens e Ação Social de Santana - AJASS Impressão do Livro Porto Calendário Santana BA 11.360,00 Associação de Moradores de Pedra Miúdao Riquezas do Paraguaçu Rafael Jambeiro BA 13.500,00 Associação de Mulheres da Barra Mulher Valorizando a Arte e Cultura Barra BA 12.930,00 Associação de Pais e Professores e Amigos da Escola Com. Brilho do Cristal Mania de Brilhar por Aí Palmeiras BA 13.740,00 Associação de Pequenos Produtores de Jaboticaba Teatro na Escola, Levando Cultura Quixabeira BA 13.280,00 Associação dos Condutores de Visitantes de Ibicoara - ACVIB Nativos de Arte em Cena Ibicoara BA 13.440,00 Associação dos Descendentes de Quilombolas Coloudos Ramos Cultura é Fundamental: Música para as Crianças e Adolescentes Presidente Dutra BA 13.990,00 das Comunidades Rurais

Associação dos Moradores da Rua do Prédio e Lafaiete Coutinho I Encontro de Artistas Cravoledenses Cravolândia BA 13.020,00 Associação dos Moradores de Guajeru Biblioteca Comunitária: Incentivo à Leitura Guajeru BA 13.950,00 Associação dos Pequenos Produtores da Comunidade de Santo Antônio Batidas que Mudam Vidas Cordeiros BA 13.950,00 Associação dos Pequenos Produtores do Assentamento Vale do Rio Festival Regional de Música Nova Redenção BA 13.540,00 Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Coqueiro Axé Mirangaba Mirangaba BA 13.606,00 Associação Educativo-Cultural Tarcília Evangelista de Andrade 1ª Feira Cultural de Capim Grosso Capim Grosso BA 13.290,00 Associação Grupo Bicho do Mato Mala Fantoche Ibicoara BA 10.325,00 Associação Grupo Concriz - Poetas, Recitadores e Afins Concriz nas Praças Maracás BA 13.130,00 Associação Humana Povo Para Povo Brasil Cidadania Através das Notas de um Violão Cansanção BA 3.500,00 Associação Mulungu do Sol de Mulungu do Morro Semana de Arte e Cultura de Mulungu do Morro - SEMARC Mulungu do Morro BA 12.940,00 Associação Remanescente de Quilombo As Guerras do Meu Sertão Ibititá BA 9.800,00 Associação Waru do Vale do Cercado Palmartes Palmeiras BA 13.950,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Aumorgan Ferraz Chiacchio Fanfarra - O Som que Atravessa Gerações Maetinga BA 13.232,22 Bruno Martins Ribeiro Ampliar-te Bonito BA 10.000,00 Bruno Queiroz de Moraes dos Santos Ações Culturais Itatim BA 10.984,00 Camila Costa Santos Macutumzezé e os Cão de Loi - O Resgate de Uma Cultura Mucugê BA 13.500,99

Candice Oliveira Silva X Festival de Poesia de Casa Nova Casa Nova BA 8.192,78 Cariline David Macário Belém Batikum - A Música como Forma de Resistência Negra Itagi BA 13.918,14 Carine Araújo Ribeiro Desfile Poético sob a Chuva Muritiba BA 12.500,00

Cássia Cardoso de Rosa Mota Arte e Juventude Elísio Medrado BA 13.943,99 Cassiano Bento Santiago Capoeira Quilombola Cipó BA 10.620,00 Celso Ricardo Sousa dos Santos I Compositores de Boa Nova Boa Nova BA 13.898,00 Cenilda Santos de Jesus Sou África Cícero Dantas BA 13.410,00 Cleilton Eduão Ferreira Poético-Musical Balaio de Gente Irecê BA 13.541,24 Clenilson Rios Ramos Capacita Tom: Afinando o Desenvolvimento Cultural Capela do Alto Alegre BA 13.950,00 Coletivo Ação Juvenil de Tucano - COAJ Cinema Rural: o Mundo da Libertação Tucano BA 12.069,00 Companhia Teatral Farinha Seca de Euclides da Cunha VI Festival de Teatro de Euclides da Cunha (Proj.Casa de Farinha) Euclides da Cunha BA 12.971,75 Consórcio Agropecuário de Rodelas Exposição Visual dos Tuxá Rodelas BA 12.900,00 Cristiane Santana de Azevedo Leitura para Todos Biritinga BA 13.020,00 Cristiano José Gondim Nogueira Cumbuca das Artes Gentio do Ouro BA 13.000,00 Dalmo Cardoso Barreto I Festival de Música de Campo Formoso Campo Formoso BA 13.527,19 Daniel de Jesus Reis A Viagem dos Brinquedos Ribeira do Pombal BA 12.021,00 Daniela dos Santos Barbosa Cultura em Ação Caém BA 13.950,00 Danilo Ferreira dos Santos Da Natureza para o Artesão Saúde BA 11.353,00 Danilo Mascarenhas Pinto Nova Fátima dos primeiros habitantes aos dias de hoje Nova Fátima BA 12.200,00 Delma Alcântara de Souza Santos Diamantes do Povo Lençóis BA 13.940,99 Deodato Alcântara Filho Arte da Vida em Pedra e Cristais de Rocha Brotas de Macaúbas BA 13.900,00 Diego de Santana Freitas Cerqueira Cinema de Valor Cipó BA 11.900,00 Dinária das Mercês Souza Cinema: Boa Vista de Lá e de Cá Boa Vista do Tupim BA 12.837,34

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro

PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Edemir Batista de Oliveira Arte em Couro Itanhém BA 10.994,00 Edilson de Souza Santos Eu, Um Cantador de Reis Vitória da Conquista BA 13.638,22 Edinalva Menezes Rios I Encontro Dez Mairi BA 13.361,68 Edivanete Silva Santos Leitura em Duas Rodas Anagé BA 13.900,00 Edneide Ribeiro da Silva Música - Uma Arte Viva Jaguarari BA 13.209,95 Eliandra Martins de Queiróz Arte no Sertão Gentio do Ouro BA 13.950,00 Elias Alves Marques Banda Marcial Renascer Nova Canaã BA 13.900,00 Eliene Lourdes de Jesus Festival de Pífanos 2010 Araci BA 13.950,00 Eliete do Espírito Santo Juventude e Teatro: Aprendendo e Partilhando João Dourado BA 12.057,22 Elisângela Santos Reis Itiruçu Acontece Itiruçu BA 13.320,00 Elisangela Silva Pires Queiroz Horizonte Encantado Tapiramutá BA 13.842,22 Enicleide Ferreira da Cunha Sala de Projeção de Cinema Gavião BA 13.000,00 Esperidião Alves de Abreu Netto Viva Música Viva Ibiquera BA 13.587,22 Euvaldo Dias da Silva Composição de Fanfarra Malhada de Pedras BA 13.628,00 Everaldo Carneiro de Sousa Everaldo Carneiro de Sousa Ouriçangas BA 11.500,00 Evilázio Félix da Silva No Giro do Pião Antônio Gonçalves BA 13.665,13 Fábio Lima de Souza Paz Interior Juazeiro BA 11.734,09 Fábio Oliveira das Virgens A Música Ressoando no Semiárido Cocos BA 13.340,00 Fábio Rodrigues de Oliveira I Festival de Cultura de Botuporã Botuporã BA 12.200,00 Fernanda de Souza Fiúza I Alunos que Encantam de Jitaúna Jitaúna BA 13.388,00 Francine Silva de Sousa I Festival de Cultura Popular de Tanhaçu Tanhaçu BA 13.411,90 Francisco Barbosa dos Santos Filho Jovens Artistas da Terra Brotas de Macaúbas BA 13.692,71 Francisneide Santos Oficina de Ritmos e Batidas Tradicionais de Aiquara Aiquara BA 10.780,00 Fundação Joaquim Dias Guimarães Resgate e Preservação da Dança Folclórica Marujada Guanambi BA 13.298,00 Gabriela Luz Souza Um Resgate da História e da Vida de Caturama Caturama BA 12.780,00 Genelicio Joaquim dos Santos Banda de Pífanos da Lagoa da Boa Vista Seabra BA 11.371,00 Geraldo Oliveira dos Anjos Vamos Descobrir para Construir Serra Dourada BA 13.109,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Gersone Domingos Rodrigues Fênix: Revitalização da Fanfarra de Ponto Novo Ponto Novo BA 13.665,13 Gessyka Kelly Andrade Ribeiro Oliveira Oficina de Bonecas Milagres BA 13.935,30 Gilberto Novais de Oliveira Dançando na Rua Itororó BA 12.980,00 Gildeane dos Santos Mota Juventude e Arte São José do Jacuípe BA 13.522,00 Gildeon Almeida dos Santos Gaita de Sopro Coribe BA 13.398,70 Gilmar Cardoso da Silva Flautas Doces Caetité BA 11.985,00 Gilmário Gois de Souza Olindina (En) Cena: O Ontem, O Hoje e O Amanhã Olindina BA 12.222,44

Gilvandro Gonçalves de Oliveira Hip Hop nas Ruas Vitória da Conquista BA 13.913,40 Góes dos Santos Véras I Espetáculo de Dança Étnica de Coronel João Sá Coronel João Sá BA 13.910,00 Grupo Cultural Filomena Forrozera Cordel dos Sonhos: Lampião, Era o Cavalo do Tempo atrás da Buritirama BA 12.720,00

Besta da Vida

Gilson dos Santos Miranda Corpo em Cena Feira da Mata BA 13.900,00

Grupo Cultural Forró Meró do Município de Buritirama Quadrilha Junina Buritirama BA 13.070,00

Ialy Moreira Pereira Cine Cidadão: um Projeto de Cinema Bem Perto de Você Ibiassucê BA 6.037,70 Irineu Alves dos Santos Sons do Raso - Banda de Pífanos do Raso da Catarina Macururé BA 13.940,99 Irisnete Teixeira Carneiro Caravana Leiturarte São Domingos BA 13.216,65 Ivan Oliveira Nascimento Hip-Hop - O Poder da Tranformação Itapetinga BA 13.778,47 Ivan Santana Cardoso Paixão e Morte no Sertão de Canudos Monte Santo BA 13.845,00 Ivanildo Freitas Pires I Festival de Cultura Popular de Barra da Estiva Barra da Estiva BA 13.842,22 Ivoneide Souza da Silva I Festival de Cultura Popular do Município de Várzea Nova Várzea Nova BA 11.309,50 Jacirlene Rodrigues Correia Tecendo as Margens das Margens Xique-Xique BA 12.000,00 Jailton dos Santos Conceição Rosinha e Sebastião - A Comédia Popular Governador Mangabeira BA 13.899,62 Jamerson Lopes de Souza I Festival de Cultura Popular de Lajedo do Tabocal e Região Lajedo do Tabocal BA 13.872,02 Jehú Enies de Moura Filho Arte Viva, Identidade de um Povo Santa Inês BA 13.178,80 Jerre Adriano Ferreira Santos Livro Aberto Cândido Sales BA 10.399,72 Joabe Ferraz Batista Resgatando Nossa Identidade Étnico-Racial - Semana da Pertença Encruzilhada BA 11.037,00 Afro-Encruzilhadense

João Batista Saraiva Ferreira As Belezas Naturais e os Talentos de Nossa Terra Barro Alto BA 13.515,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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João Carlos Pereira Roda Cine Várzea do Poço BA 13.869,36 João Fidelcino Duarte Terno de Reis da Comunidade Lagoinha Lagoa Real BA 6.640,00 João Purcino Pereira Terra dos Arcanjos São Gabriel BA 10.000,00 João Santos de Jesus Varzedo Sob as Lentes - Imagens Paradoxais Varzedo BA 13.950,00 Joaquim Fernandes Porto Filho MemOralidade Xique-Xique BA 11.985,00 Jocilene Pereira do Nascimento Festival Filhos do Sol, Herdeiros da Cultura Popular Nordestina Heliópolis BA 13.950,00 José Adilson de Andrade Ribeiro Rio do Meio Ambiente Itororó BA 12.870,00 José Antônio de Sousa Exposição Fotográfica Passado e Presente: Conhecendo o Acervo Macaúbas BA 9.950,00 e a Memória Arquitetônica Macaubense

José Ivo Pereira da Silva Filho Oficina de Teatro e Dança Igaporã BA 13.755,97 José Pereira dos Santos Ginga Juventude Ponto Novo BA 13.800,30 José Raimundo Peixoto Souza Em Busca do Talento de Nossa Terra Ubaíra BA 12.244,44 Josefa Jivaneide Souza Pimentel Folguedo de São Gonçalo do Cajueiro Paripiranga BA 4.100,00 Josefa Nilma Carvalho Pereira Aprendendo com a Poesia Pedro Alexandre BA 11.160,00 Josenaide Pereira Ribeiro Berimbau, Retrato de Nossa Gente: Ambudos, Bacongos, Lundas e Central BA 10.459,50 Quiotas

Josevaldo de Almeida Silva 1º De Maio Canta Coité Conceição do Coité BA 13.950,00 Josivan Marques da Silva Ecos Ribeirinhos: Revitalização das Manifestações Populares de Sobradinho BA 12.758,36 Sobradinho

Jozinalva Pereira do Nascimento Lima Criatividade e Arte é o Nosso Propósito Glória BA 12.905,03 Juarez Soares de Cerqueira Erê - Barbáros do Morro Iaçu BA 10.420,00 Jucélia Guedes dos Santos Comunidades Integradas: Mudando Vidas Através do Artesanato Muquém de São Francisco BA 11.895,75 Juliana Nascimento dos Santos CulturArte Lafaiete Coutinho BA 13.783,75 Karine Soares Santos da Silva Lutar para Vencer Ichu BA 11.200,00 Lailiane Carvalho Gundim Estímulo à Cultura de Curaçá Curaçá BA 13.940,99 Lar da Criança Vicentina Álbum de Família Paulo Afonso BA 13.950,00 Leandro Costa de Oliveira Cor Viva - Desenhando Seu Futuro Bom Jesus da Lapa BA 13.876,61 Lidiane de Souza Almeida Santana Programa Atitude Cultural Muritiba BA 13.949,27

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Liobinio José da Silva Mãos Habilidosas Coribe BA 13.945,90 Lúcio Roberto Rocha Oliveira Dourado A Música Como Instrumento de Promoção Social: Eternizando as Morro do Chapéu BA 12.837,54 Filarmônicas

Luis da Paixão Silva de Jesus A Bravura dos Amantes Pedrão BA 13.251,33 Luiz Barbosa de Souza Paiol da Arte - Trançados de Palha de Carnaúba, Cipó de Areia e Morpará BA 8.695,54 Escultura de Madeira

Magali Cristina Rocha Adarun Governador Mangabeira BA 13.705,00 Magno Pereira Guimarães I Festival de Música de Matina Matina BA 12.495,00 Manoel Antônio de Almeida Neto Documentário Coleirinhos da Bahia Santanópolis BA 13.940,99 Manoel Messias da Silva A Zabumbada Souto Soares BA 9.046,00 Manoelício Silva Brito Fazendo de Minha Vida... Bela Poesia Belo Campo BA 13.937,00 Manoelina dos Reis Brandão Tecendo Arte Paratinga BA 13.940,99 Marcelo Alves de Santana Oficina de Fotografia Digital e Artes Gráficas Itapetinga BA 13.864,35 Marcelo de Carvalho Abreu Gois Jarê - Do Mistério ao Encantamento Lençóis BA 13.527,00 Marcelo Oliveira Lima Lucas da Feira em Quadrinhos Feira de Santana BA 13.879,00 Maria Aparecida de Araújo Chamo-me Santa Brígida Santa Brígida BA 12.600,00 Maria Cecília de Santana Livro Para Todos Sátiro Dias BA 13.020,00 Maria de Fátima Bispo Pereira Revivendo Nossa Cultura Popular Irará BA 7.468,75 Maria José da Silva Oliveira A Juventude é a Continuação da Tradição dos Cangaceiros de Paulo Afonso BA 13.789,12 Paulo Afonso

Maria Rejane Macedo de Melo Oficiteatro - O Espetáculo Teatral; A Chegada de Lampião no Céu Ruy Barbosa BA 12.140,11 e no inferno Ruy Barbosa

Marice Almeida Pereira Canto Coral Barra do Mendes BA 12.699,49 Marinalva Morais da Silva Melo Mostra Itinerante Arte na Escola - Eurico Alves Boaventura Feira de Santana BA 13.927,20 Matteus Guimarães Martins Sonhart: O Teatro da Vida Riachão do Jacuípe BA 13.059,62 Mércia Pereira dos Santos Seis Cordas Dário Meira BA 10.892,00 Michelle de Macedo Santos Circuito de Oficinas Culturais Ano I - Serrinha Serrinha BA 12.998,62 Moisés João de Oliveira Neto Centro de Música e Cultura São Domingos BA 12.371,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Murilo Donato Macedo Cultura Itinerante, O Palco da Vida Barra do Choça BA 10.935,22 Naiara Cristina Silva Santos O Ensino de História e a Literatura de Cordel Serra do Ramalho BA 10.285,82 Naide Soares de Souza Jovens em Cena Tanquinho BA 13.430,64 Nailson Souza da Cruz Cultura Para Todos Nova Itarana BA 13.332,22 Neivea de Souza Borges Arte Musical na Juventude João Dourado BA 10.610,88 Néviton José dos Santos Ocimar Capoeira Arte Ginga - CAGIN Ibirapitanga BA 13.880,30 Odoneide Carolina Silva De Olho na Arte Ipirá BA 13.870,00 Organização Atuante na Saúde e Integração Social - OASIS A Levantada do Mastro Rio de Contas BA 10.500,00 Patrícia Varsenberg de Lima O Espelhar da Nossa Gente Abaré BA 13.809,95 Poliana Ribeiro Alves Percepção Visual: um Novo Olhar para o Mundo Barra da Estiva BA 12.672,72 Rafael Santos Borges Batuque Afro Água Fria BA 13.900,00 Rafaela Mendes Barbosa Capoart: Gingando com a Dança Serrolândia BA 11.139,61 Railda Moreira Gonçalves da Silva Fazendo da Palha Uma Arte Jaguarari BA 13.065,13 Raimundo Marques Alves Amorim Trabalho e Fé Marcos Canudos Uauá BA 13.000,00 Rainey Almeida Bomfim Semana Cultural Frutificando Vidas, Resgatando as Raízes Jaguaquara BA 11.950,00 Ramona Pereira dos Santos Grupo de Samba de Roda: Arte de Fazer Martelo, Chula e Batuque Lamarão BA 9.930,50 em Lamarão

Raquel Ramos Medeiro Ellos Planaltino BA 13.733,85 Renata Carvalho de Jesus Cinema na Praça e, Coronel João Sá Coronel João Sá BA 13.950,00 Ricardo Sena Santos Histórias em Vídeo Serra Preta BA 10.166,05 Robenildo dos Santos Brito I Festival de Cultura de Raiz de Barrocas Barrocas BA 13.680,00 Roberivan Santos da Silva Batuque Pombal Ribeira do Pombal BA 12.500,00 Rosana Silva de Almeida Música em Ação Varzedo BA 10.140,96 Sarah Oliveira Souza Uma Feira Livre Senhor do Bonfim BA 10.347,88 Saul Ramos Dantas Resgate Histórico em Comunidade Afro-Descendente Riacho de Santana BA 13.856,70 Saulo Santos Oliveira Maria Vai Com As Outras Jequié BA 10.700,00 Simone de Santana Lima Ginga Andorinha Andorinha BA 12.837,34 Sirlene dos Santos Tecendo o Sertão Remanso BA 8.100,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Sociedade de Ações Educativas, Sociais e Tecnológicas Oficina de Música Cantando o Sertão Pilão Arcado BA 13.950,00 Sociedade Filarmônica 19 de Setembro de Ibipeba Sociedade Filarmônica 19 de Setembro Ibipeba BA 13.940,50 Sociedade Filarmônica Euterpe Lapense Filarmônica Jovem Bom Jesus da Lapa BA 12.320,00 Sociedade Musical e Beneficente de Irecê Brasil 3D Irecê BA 13.269,80 Solange da Silva Souza Folias de Reisado: Revitalizando a Cultura na Cidade de Teofilândia Teofilândia BA 13.540,00 Soraya Tosto Pereira Ituaçu, Conversa Digital Ituaçu BA 13.801,17 Suzélia Maria Gomes Guimarães Nós do Teatro São Gabriel BA 13.710,00 Talita Nobre Pessoa Oficina de Teatro: O Ator Criador no Universo da Cultura Popular Wagner BA 12.503,44 Tatiane Santana Costa I Alunos que Encantam de Manoel Vitorino Manoel Vitorino BA 13.872,00 Thomás Pinto Alves Cinema na Minha Comunidade Livramento de Nossa Senhora BA 5.550,00 Tiago Carneiro de Jesus Tambores que Cantam Utinga BA 13.950,00 Vagner Ramos de Souza Poeticamente Falando Itapicuru BA 2.220,00 Valdemir Lima Pereira Canta Cidade Irajuba BA 12.601,65 Valmir da Silva Caldas Na Trilha do Forró Amargosa BA 13.523,47 Viver Cultura e Meio Ambiente VII Festival de Música e Cultura do Colégio Estadual Edgar Silva Andaraí BA 13.390,00 Zildevaldo Rocha Caetite Junior Natal com Arte Planalto BA 12.465,75 Adailton Costa Souza I Festival de Jovens Talentos de Salitre Salitre CE 11.686,00 ADC - Associação Dança Cariri Abrindo Caminhos Para a Dança em Juazeiro do Norte Juazeiro do Norte CE 11.400,00 Adelino Rodrigues Pahé Álcool, o Grande Inimigo da Vida Monsenhor Tabosa CE 10.600,00 Adriano Alves de Araújo Grupo de Capoeira Gaviões do Morro Independência CE 5.640,00 Adriano Rodrigues Sirico Reisado: Resgate e Tradição Cariré CE 10.250,00 Aécio Nepomuceno de Sousa Arraiá da Cumade Elza Forquilha CE 10.895,88 Ana Cláudia Barbosa Isidorio Narrativas Orais no Barro Vermelho Crato CE 13.950,00 Ana Elenice Morais Silva Circuito Cênico Quixelô CE 10.796,00 André Félix Prudêncio Jovens, Educação e Arte Pedra Branca CE 10.895,00 Antônia Adriana Vidal Vozes de Caio Prado Itapiúna CE 10.500,00 Antônia Zildeny David de Oliveira Antônia Zildeny David de Oliveira Altaneira CE 10.000,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Antônio Almir de Melo Empreendendo com Artes no Semiárido Ipaporanga CE 13.904,30 Antônio Amaro da Silva Difusão do Reisado Santo Rei do Oriente Boa Viagem CE 4.820,00 Antônio Araújo de Oliveira I Encontro de Literatura Juvenil de Aquiraz Aquiraz CE 10.895,00 Antônio Cinésio Alves de Lima Grupo de Artes Cênicas de Piquet Carneiro Piquet Carneiro CE 9.856,12 Antônio Ciro de Araújo Silva Oficinas de Desenvolvimento Musical Forquilha CE 10.798,00 Antônio Denis Teixeira Sousa Teatro: A Arte de Representar Novo Oriente CE 10.800,00 Antônio Elmo Patrício de Sousa Campos Oca Rerius Reriutaba CE 12.862,36 Antônio Everson Silva Cândido Pássaros Meruoca CE 10.798,00 Antônio Melkzeone Alves de Oliveira Casa das Artes Acopiara CE 13.500,00 Antônio Regis da Silva Castro Escola em Cena Itatira CE 10.550,00 Antônio Samuel Gonçalves Lima Curta Sertão Tauá CE 10.744,98 Arlan Elton Gonçalves de Castro Encontro da Cultura Paraipabense Paraipaba CE 10.260,00 Associação Beneficente Tancredo Neves Educamúsica: Educando a Través da Música Caucaia CE 13.000,00 Associação Carnaubeira de Arte-Educação Curso Básico de Audiovisual Russas CE 9.737,00 Associação Comunitária Beneficente de Encruzilhada e Umburanas Música no Semiárido Beberibe CE 13.500,00 Associação Comunitária de Rolador Rolador Cultural Pacoti CE 10.800,00 Associação Comunitária do Valparaíso Associação Comunitária de Valparaíso Tianguá CE 10.895,88 Associação Comunitária dos Assentados Unidos de Santa Bárbara - ACAUSB A Arte do Assentamento Caucaia CE 10.830,00 Associação Comunitária dos Bairros Ellery e Monte Castelo Colcha de Mosaicos Fortaleza CE 10.508,00 Associação Comunitária dos Moradores do Distrito de Betânia e Grupo Asa Branca Hidrolândia CE 10.700,00 Associação Comunitária dos Músicos de Cedro Percussão, Música e Arte Cedro CE 10.502,00 Associação Comunitário Menino Jesus de Alegre II Praça Cultural Itatira CE 10.895,00 Associação Cultural do Sítio Logradouro - Grupo Maria Bonita Associação Cultural do Sítio Logradouro: Grupo Maria Bonita Umari CE 10.000,00 Associação Cultural Estrela Branca Quadrilha Junina Estrela Branca 2010 Hidrolândia CE 13.700,00 Associação Cultural Filhos da Terra Música e Percussão em Nossa Vida Iracema CE 10.895,88 Associação Cultural Raízes do Sertão - ACRS São João e Minha Vida, Nordeste e Minha História Santa Quitéria CE 13.074,00 Associação de Pesquisa e Atividades Teatrais - Cia do Batente Formação e Mergulho Teatral Sobral CE 13.950,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Associação do Artesanato Artista e Crochê Novarussense - ARTCRON Saber na Ponta da Agulha Nova Russas CE 10.895,88 Associação do Assentamento Logradouro Ubiraçu Grupo Filhos do Sertão do Assentamento Logradouro Ubiraçu Canindé CE 12.140,00 Associação dos Amigos da Arte de Guaramiranga Atos Percussivos Guaramiranga CE 10.323,00 Associação dos Amigos da Banda de Música de Mulungu Tocar É Bom Mulungu CE 13.950,00 Associação dos Artesãos de Sacramento e Adjacências Vizinhas Empreendedorismo Social Ipaporanga CE 10.895,88 Associação dos Brincantes de Reisado Metamorfose do Sertão – ABRMS Reisado Metamorfose de Sertão São Gonçalo do Amarante CE 7.450,00 Associação dos Jovens de Aracoiaba - AJA Viva a Arte em Aracoiaba Aracoiaba CE 10.854,00 Associação dos Músicos de Umirim Música, Minha Vida, Minha Cultura Umirim CE 10.800,00 Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Nossa Conquista Tira Arraiá Festa na Roça do Assentamento Tira Teima Monsenhor Tabosa CE 8.975,00 Associação dos Voluntários Para o Bem Comum - AVBEM Orquestra Armorial do Cariri Juazeiro do Norte CE 10.000,00 Associação Gnóstica de Estudos Antropológicos e Ciências AC Rizoma Fortaleza CE 10.888,80 Associação Meninos da Arte - AMA Comunidarte Morada Nova CE 10.895,88 Associação Pestalozzi de Missão Velha Cultura Acessível Missão Velha CE 10.246,00 Associação Porteirense de Assistência à Família Na Onda do Batuque do Morro Porteiras CE 10.895,88 Associação Remanescente de Quilombos Inhamus Tauá – ARQIT Arte Jovem Tauá CE 9.740,00 Associação Terra, Água e Liberdade Cinema, Música e Liberdade nas Terras do Aracati Aracati CE 9.200,00 Aulizier Vencelau Sousa Lima Mãos a Arte Quixeré CE 9.895,00 Carlos Alberto Oliveira Gomes de Andrade Grupo de Teatro Bom de Riso Paraipaba CE 10.837,00 Cassiano José de Abreu Diniz Palmácia em Cena Palmácia CE 12.100,00 Celiomar Rodrigues da Silva O Exercício da Cultura no Resgate as Danças Tradicionais Cedro CE 10.450,00

Centro Comunitário de Atendimento ao Cidadão do Municipio de Brejo Culturart na Comunidade Brejo Santo CE 10.600,00 Santo - CECOM

Círculo Operário de Barbalha A Magia dos Sons Kariris Barbalha CE 11.446,50 Clauber Moreira Teixeira CD Deus Vai Levantar Você Uruburetama CE 10.895,88 Conselho Comunitário da Execução Penal da Comarca de Ibiapina – Agente Social: Prevenção Pela Arte Ibiapina CE 12.200,00 Crislene Marciel Rodrigues A Vida Levada na Arte É Mais Bonita Sendo Vivida Novo Oriente CE 10.600,00 Damião Cristiano Pereira Cavalcante Registro Audiovisual do Reisado de Caretas de Potengi Potengi CE 10.895,00 Davi de Lima Xavier CD da Banda Matriz Pentecoste CE 10.895,88

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Douglas de Paula Aragão Via de Acesso à Cultura e Arte Fortaleza CE 11.850,00 Edcarlos Holanda Silva O Audiovisual Construindo Identidade Pindoretama CE 10.895,00 Elias de Lima Silva Sermão da Caatinga Juazeiro do Norte CE 10.895,88 Elineide Romoaldo de Sousa Renascer com Arte Trairi CE 10.000,00 Elizon Sampaio Coelho Curso de Fotografia Itapagé CE 10.330,00 Elvis Herbert Ferreira Carneiro Construindo Tambores, Sons e Cidadania Acaraú CE 10.879,80 Fagner de Andrade Fernandes Jaguaretama Falado e Jaguaretama Dançado Jaguaretama CE 9.877,00 Felipe Costa Pires Ciranda das Artes Piquet Carneiro CE 10.750,00 Flávio Diogo da Silva Dançart: Inclusão de Jovens e Adolescentes na Dança de Salão Fortaleza CE 4.733,26 Francimar Ferreira da Costa Bibliotecas Comunitárias Itaitinga CE 9.972,69 Francisca Leidiane Nascimento dos Santos Rerius – A Origem da Nossa Taba Reriutaba CE 12.630,00 Francisca Shirlânia Matos de Oliveira Fiapos de Estórias Pentecoste CE 10.895,88 Francisco Aldenésio Mendes Luzes, Câmeras, Jovens em Ação Forquilha CE 10.852,00 Francisco Anilton Freire da Silva O Vaqueiro e o Pássaro de Fogo Redenção CE 9.500,00 Francisco Antônio da Silva Contagiando A Futura Geração: O Rezado Está aí! Jaguaretama CE 6.585,00 Francisco Carlos Nogueira Augusto Dias Brinquedos Populares Assaré CE 10.000,00 Francisco Deyvisom de Araújo Camelo Cinecrat Crateús CE 9.996,00 Francisco Diego Braz Lopes Festival Cultural Dança Canindé Canindé CE 10.737,21 Francisco Édson de Lima Quadrilha Junina Pisa na Fulô 2010: Muita Alegria e Emoção Para Sobral CE 10.894,00 Manter Viva a Paixão Pelo São João

Francisco Eduardo Lourenço Rodrigues Caçoar Literário Palmácia CE 12.000,00 Francisco Germano Virgílio Alves Contadores de Histórias Massapê CE 10.400,00 Francisco Laylson Martins Paiva Coordenada Zero: Construindo Uma Nova Visão Musical Hidrolândia CE 9.350,00 Francisco Leonardo Ferreira Alves Recital Itinerante Ipu CE 10.605,00 Francisco Luciano da Silva O Macaco Sabido Jati CE 10.895,88 Francisco Paulo Ferreira da Silva Cia. Engenheiros da Arte: Caminhos da Sustentabilidade Senador Pompeu CE 10.895,00 Francisco Pereira Nunes Um Novo Olhar Sobre o Bioma Caatinga General Sampaio CE 10.000,00 Francisco Railson Feitoza Cesar Domingo na Praça Crateús CE 10.860,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Francisco Raimundo Evangelista Amigos e Músicas Jardim CE 10.854,00 Francisco Santana de Carvalho A Arte Pirográfica no Couro Nova Olinda CE 10.886,00 Frank Castro Fernandes Siqueira Arte em Madeira Ubajara CE 10.895,00 Fundação Cultural Francisco Fonseca Lopes Os Dramas de Caridade Caridade CE 12.000,00 Fundação Memorial Patativa do Assaré Estudos Musicais Para as Comunidades Rurais Assaré CE 13.050,00 Fundação Paulo Roberto Pinheiro Imagens Coletivas. Construindo a Identidade Através da Fotografia Jaguaribara CE 10.895,00 George Alves Belisário Cinema um Minutinho: Criação de Pocket Movies Caririaçu CE 9.820,00 Geraldo Sinézio Sobrinho FEMUB: Festival de Música de Barbalha Barbalha CE 10.840,00 Gesimar da Silva Lima Tibalhano Palhano CE 13.010,00 Gilmara Rejane de Farias Varjotararas Varjota CE 9.550,00 Gilvânio Raimundo dos Santos Capoeira e Responsabilidade Social Barro CE 10.600,00 Grupo Formosura de Teatro Nas Pegadas do Cassimiro Fortaleza CE 11.000,00 Helano Rodrigues de Oliveira Esquina Musical Eusébio CE 10.895,88 Herbeson Sales Cassiano Circulação de Espetáculo Teatral Cascavel CE 10.895,88 Hermano de Souza e Silva VI Festival de Quadrilhas Juninas: Xitão de São Francisco Quixeramobim CE 12.500,00 Hermes Pereira Bezerra I Mostra de Arte e Cultura de Ipaumirim Ipaumirim CE 13.250,00 Instituto Beija Flor de Cultura Arte Educação Ambiental e Cidadania Grupo Uirapuru – Orquestra de Barro Cascavel CE 13.834,00 Instituto Cactos A Arte de Reciclar Irauçuba CE 10.895,88 Instituto do Patrimônio Histórico, Cultural e Natural de Quixeramobim Bebeficiamento de Rochas e Gemas Quixeramobim CE 10.660,50 Instituto Garajal de Arte e Cultura Popular O Encontro de Shakespeare com a Cultura Popular Maracanaú CE 10.892,00 Instituto Pro Memória História Preservada, Juventude Preparada Santa Quitéria CE 10.895,00 Isabel Sousa Lino Olhares, um Farias Brito Cultural: Registro das Manifestações Farias Brito CE 10.800,00 Culturais

Joab Castro Cordeiro I Festival de Música de Varjota Varjota CE 13.200,00 João Correia Deodato Neto Derramamento de Sangue: A Paixão de Cristo Redenção CE 8.200,00 João Erisnaldo da Costa Festival de Reisado em Itarema Itarema CE 10.755,00 João Lucas Evangelista Literatura de Cordel: Versos e Cantoria Crateús CE 5.924,00 João Paulo Freitas Gomes Aprendendo Com Arte Baturité CE 10.880,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro

PROJETOS SELECIONADOS

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João Víctor de Castro Souza Pré São João Redenção CE 10.895,88 Jocicleide de Sousa Freitas Nordestinando Cordas Maranguape CE 13.950,00 José Carlos Chaves Monteiro Cine Amigo da Cultura São João do Jaguaribe CE 13.574,55 José Carlos Paula Miguel Pintando A Caatinga Crateús CE 13.200,00 José David de Sousa Dias Música por Jovens e Para Todos Madalena CE 10.850,00 José Everton Alves Pereira Abre Alas Granjeiro CE 8.250,00 José Flávio Gonçalves da Fonseca Fábrica de Risos Russas CE 9.973,00 José Gilsimar de Oliveira Gonçalves Teatro Juventude Itinerante Barbalha CE 10.895,88 José Messias de Sousa Silva Arcanjo Itapajé CE 10.720,00 José Nilton dos Santos Ferreira I Festival de Repentista da Cidade de Baixio Baixio CE 10.885,00 José Viana Lavor Júnior Espetáculo Cênico Auto da Paixão de Deus Itapipoca CE 10.895,00 Josué Martins dos Santos Escola de Audiovisual do Vale dos Bastiões Tarrafas CE 12.850,00 Jucivando de Sousa Moreira Peça Teatral as Lavadeiras do Rio Mundaú Uruburetama CE 10.895,88 Karla Samara Magalhães Souza Meu Sertão Minha Cultura Senador Pompeu CE 10.895,00 Kátia Alcilene do Nascimento Cuidar Para Melhor Viver Santana do Acaraú CE 3.260,00 Laécio Vieira da Silva Nossas Raízes... Queridas Memórias Chorozinho CE 13.000,00 Luiz Clóvis Lopes da Silva Jovens Atores Pacajus CE 13.152,00 Luiz Dias de Araújo Gravação do CD Pop Rock: Banda Diretrize 28 Antonina do Norte CE 10.350,00 Mailson Furtado Viana CURFA - Cursos de Formação Artística Varjota CE 13.815,00 Manoel Jânio da Silva Festival de Música Arte na Esquina Cruz CE 10.695,00 Maria Adalgisa da Silva Soares Artes de Mãos Dadas Independência CE 8.854,00 Maria da Conceição Fernandes Sá Retrato Popular Tianguá CE 10.895,88 Maria do Carmo Ribeiro Costa Oficina Montagem de Teatro de Rua “A Fábula do Jaraguá no Sobral CE 10.895,00 Imaginário Popular” Maria Elijania Alves Bezerra Oficina de Formação de Produtores Culturais Juazeiro do Norte CE 10.895,00

Maria Gildellyana Maia de Moura Oarte'C: Oficinas de Artes Cênicas Alto Santo CE 10.880,00 Maria Miriene Araújo Cinearte de Inclusão Audiovisual Morrinhos CE 12.137,90 Maria Rejane Soares Silva Criando Valores Através da Música Independência CE 11.272,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro

PROJETOS SELECIONADOS

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Maria Sirlane da Silva Gomes Nossa Casa: Construindo Sonhos Crato CE 13.000,00 Maria Vannedir Santos Andrade Memorial do Vaqueiro do Mato Tabuleiro do Norte CE 10.895,00 Marília Pinto de Carvalho Mendes Meninus da Percussão Tianguá CE 10.892,50 Marisa Helena Gonçalves de França Paixão de Cristo – Lagoinha Paraipaba CE 10.885,00 Naira Nogueira da Silva Ferreira A Juventude da Periferia Sendo Proganista da sua Própria História Baturité CE 10.460,00 Natália Gildayane Diógenes Oliveira I Mostra de Teatro de Rua de Jaguaribe Jaguaribe CE 13.500,00 Núbia Lucas da Silveira Lima Alcriartes Alcântaras CE 5.916,00 Patrícia Ferreira Alexandre de Lima Patativa do Brasil Iguatu CE 8.950,00 Philipe Ribeiro de Araújo Web TV Acaraú Acaraú CE 10.820,00 Projeto de Apoio à Criança Carente de Palmatória Dançarte Itapiúna CE 10.200,00 Projeto Paz e União O-Dores Limoeiro do Norte CE 6.984,00 Raimundo Sobreira Feitosa Jovens Aprendizes: Sementes de Notas Musicais Santana do Cariri CE 13.950,00 Raquel Nogueira Rocha VIDART: Vida, Dança e Arte Penaforte CE 10.930,00 Regina Lucia Rodrigues de Mendonça Ateliê Arte: Jovem Mauriti CE 11.730,00 Ricardo Bezerra da Silva Arte e Cultura Acopiara CE 13.358,00 Romário da Silva Delfino Na Onda da Música Novo Oriente CE 10.635,00 Ronaldo Ivan de Araújo Graça Memória Graça CE 10.895,88 Sabrina Ximenes Albuquerque Mandinga na Ribeira Groaíras CE 10.890,00 Samuel Eldermarks da Silva Vieira Jinga Capoeira Uruoca CE 10.750,00 Sebastião Gilvan de Sousa Rodrigues Além do Muro da Escola Acopiara CE 10.236,00 Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santana do Acaraú Festival da Juventude Rural Para o Mun. de Santana do Acaraú Santana do Acaraú CE 10.895,00 Sociedade Beneficente e Comunitária São José - SOBEJE Aquisição e Manutenção de Instrumentos Musicais Pereiro CE 10.800,00 Sociedade Cariri das Artes Circo do Sopé Crato CE 10.895,88 Soraya Bezerra dos Santos Grupo Teatral Amador Os Tapuias Milagres CE 10.606,80 Talita Natália Sousa Cantos e Encantos de Minha Cidade Pentecoste CE 10.895,88 Tallis Deyvide Maia Rubens Tallis Deyvide Maia Rubens Ibicuitinga CE 10.500,00 Thiago Henrique Lopes da Costa Biblioteca Itinerante Tabuleiro do Norte CE 10.895,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Ubenir Viana Moura YHA – Somos Todos Seus Icó CE 12.747,40 União dos Estudantes de Pacatuba Dança, Transformando Vidas Pacatuba CE 10.800,00 Vernildo Alves da Silva Agenda Cultural Quixadá CE 10.078,14 Vicente de Paulo Tomaz Silva Asa Branca nos Seus 10 Anos Contando e Encantando na Fábrica Sobral CE 10.894,00 de Sonhos

Adriana Serafim do Nascimento Cine Alto Rio Novo Alto Rio Novo ES 8.800,00 Ana Késia Silva Santos Oficina de Dança Pedro Canário ES 10.800,00 Associação Lira Guanduense Aquisição de Instumentos Musicais Baixo Guandu ES 10.888,00 Associação Pestalozzi de Pancas Oficina de Artes Pancas ES 10.498,00 Biane Jerônimo Santana Fortalecimento do Grupo de Teatro Raíz Negra Conceição da Barra ES 10.700,00 Centro de Estudos da Cultura Negra do Norte do Espírito Santo - CECUNES Jongo com Jongo São Mateus ES 12.000,00 Daniela Bernardes Garrido I Workshop de Dança de São Gabriel da Palha São Gabriel da Palha ES 10.803,67 Dorvina Maria de Jesus Arejar Nova Venécia ES 9.980,00 Ednelson Alves Borges Circulação de Espetáculo na Zona Rural do Município Montanha ES 9.603,00 Elena Dalvi Bonomo Tapeçaria do Campo Jaguaré ES 7.640,00 Fuviane Galdino Moreira Estampar Movimento em Cor Linhares ES 12.573,10 Henrique Breciane Moreira Na Tora Colatina ES 10.800,00 Jailson Rodrigues da Rocha Oficina de Artesanato com Natureza Seca Pinheiros ES 10.800,00 Jocimar da Silva Liberdade Visual: Oficina, Produção e Mostra de Vídeos São Mateus ES 10.200,00 Joelma Fávero Gusson Fioroti Assim Eu Vejo Minha Cidade Colatina ES 11.000,00 Jorcy Foerste Jacob Publicação do Livro: A Pomerânia Brasileira, uma Eterna Emigração Vila Pavão ES 10.895,88 José Ferreira Landin Festival de Viola Nova Venécia ES 10.400,00 Jussara Santos Africanidade Nova Venécia ES 10.000,00 Lilian Cáttia de Sales Oficinas em Canaã São Roque do Canaã ES 10.825,00 Luciano Mares do Amaral Mini Marcenaria Ponto Belo ES 10.895,88 Luiz Natal de Souza Re-Criando Linhares ES 7.502,30 Osdilelmo Menão Comunicasom Rio Bananal ES 10.300,00 Rafaella Vilela Vagmaker Teatro na Escola São Mateus ES 10.895,50

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Regiane Gomes Guimarães TV Moqueca Conceição da Barra ES 10.400,00 Renata de Mello Vial Fazendo Cinema: Luz, Câmera e Ação Barra de São Francisco ES 9.828,00 Victor Matos de Oliveira I Encontro e Oficina de Violão do Norte Capixaba São Mateus ES 13.650,00 Wemerson da Silva Nogueira Moda Afro Nova Venécia ES 10.000,00 Adriana Araújo Silva A Dança do Caroço, Cultura de Tutóia Tutóia MA 2.667,00 Afrovermelho Afroarte Codó MA 9.800,00 Ana Célia Morais da Silva Resgatando o Artesanato Através do Bordado Lagoa do Mato MA 10.696,00 Antônio Carlos Lima da Silva Curso de Artesanato em Fibras e Sementes Naturais de Plantas do Duque Bacelar MA 4.542,00 Semi-Árido

Antônio Fábio Ferreira Jovens Vivendo com Arte e Cultura Codó MA 10.540,00 Antônio Vieira dos Santos Dança da Mangaba Humberto de Campos MA 2.476,00 Associação da Cultura Religiosa Afro-Brasileira do Município de Caxias Catarina Mina Caxias MA 10.895,00 Associação das Quebradeiras de Coco Babaçu do Povoado de Cajazeiras - Novos Músicos de Urbano Santos Urbano Santos MA 12.930,50 Município de Urbano Santos - MA

Associação do Grupo de Jovens Luz da Juventude do Município de Vargem Mulundus: A Luz da Juventude Vargem Grande MA 10.843,00 Grande - MA - GLJ

Associação dos Artistas e Técnicos em Artes Cênicas do Médio Sertão I FETEB - Primeiro Festival de Teatro de Barão de Grajaú Barão de Grajaú MA 10.778,00 Maranhense

Daniela Candeira Pontes Milagres no Maranhão Milagres do Maranhão MA 6.350,00 Danielle Gomes de Sousa Ginga Negra - Muzenza Chapadinha MA 13.900,00 Doriane de Lima Costa Banda Jovem de São Benedito do Rio Preto São Benedito do Rio Preto MA 13.804,90 Edina Batista Lima Silva Mulheres do Artesanato São Bernardo MA 6.188,71 Francisca das Chagas Machado Santos Boi Brilho de Coelho Neto Coelho Neto MA 10.843,00 Francisco de Paula Machado Dias O Resgate de uma Identidade Perdida Humberto de Campos MA 8.070,00 Francisco José Alves dos Santos Teatro Para Todos Brejo MA 4.254,50 Francisnalva Leal da Costa Fazendo Arte com Argila Lagoa do Mato MA 10.900,00 Geisa Carvalho Costa Tambor de Criola Bom Sucesso Mata Roma MA 8.039,10 Gema Galiotto Encena, Canta, Dança e Alerta o Semiárido Paraibano MA 10.412,00 Gilzania Ribeiro Azevedo Rezende Dançartes Sucupira do Riachão MA 13.875,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro

PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Grupo Bumba Meu Boi Riso da Mocidade Escolinha de Bumba Meu Boi de Timon Timon MA 10.850,00 Instituto de Apoio Comunitário Boi Timbirano Timbiras MA 10.800,00 Iraci da Conceição Silva Quadrilha Flor do Sertão Realizando um Sonho Humberto de Campos MA 3.000,00 Ivanilson de Assis Rocha Aprendendo e Criando Arte São João do Soter MA 10.000,00 Janete Evaristo de Oliveira Gingando com a Paz Passagem Franca MA 2.034,42 Jerônimo Pereira de Macedo A Cidade Substituída Timon MA 10.200,00 José Maria de Morais Junior Proposta de Maculelê Timon MA 8.143,37 José Ribamar Sá Menezes Pinto Mimo de São João Humberto de Campos MA 1.731,00 Joselito Lopes de Oliveira Joselito Lopes de Oliveira Chapadinha MA 9.500,00 Juvenir José Ribeiro da Silva Tem Cinema no Semiárido Barão de Grajaú MA 10.637,30 Karlos Daniel de Sousa Cunha Batalha Power Break Codó MA 10.500,00 Leônidas de Souza Santos Portela Cirandanças Chapadinha MA 10.000,00 Manoel Juarez de Alencar Souza Júnior Os Trilhos de Caxias Caxias MA 9.689,80 Maria Célia Garcês da Silva Carroça de Bonecos Morros MA 10.750,00 Nayza Regina do Carmo Santos Formação de Empreendedores Culturais Santo Amaro do Maranhão MA 13.500,00 Niciane Silva Frazão Quem Conta um Conto, Aumenta um Ponto:Histórias do Semiárido São Benedito do Rio Preto MA 8.383,12 Maranhense

Raquel Nascimento Rocha Grupo de Caroço Arco-Íris do Amor Tutóia MA 13.000,00 Richardison de Jesus Cantanhede Melo Oficinas de Indumentária de Bumba Meu Boi de Orquestra Nina Rodrigues MA 10.675,00 Rosa Maria Lima Bitencourt Resgate da Cultura em Cerâmica Araioses MA 5.900,00 Roseane de Sousa Silva Lima Ampliação do Grupo de Dança Estrela de Ritmos Buriti MA 13.950,00 Simone Maria Alves Valério Diversificação dos Bordados Artesanais Araioses MA 2.300,00 Thania Klycia Siqueira Damasceno Teatro Ancestral Caxias MA 10.645,00 Valter Coelho Costa Tutóia: um Paraíso Perdido Tutóia MA 13.800,00 Vanessa Sousa Monteles Implementação e Resgate do Bumba Meu Boi Brilho da Estrela Anapurus MA 13.950,00 Walterlins Rodrigues de Azevedo Capoeira Arte São João dos Patos MA 13.850,00 Warlon Damasceno Constantino Cinema Itinerante Belágua MA 7.800,00 Adilson Alves de Araújo Orquestra de Violões dos Jovens de Cristália Cristália MG 13.950,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro

PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Adriana Mikaelly Soares Silva A Arte que Vem da Terra Janaúba MG 13.629,00 Agostinho Botelho dos Santos Aquisição de Instrumentos Musicais José Gonçalves de Minas MG 12.228,50 Alessandro Pereira de Souza Iniciação à Prática Teatral Caraí MG 8.010,00 Aline Nascimento Sá Fanfarra Educação Cultura e Lazer Itacarambi MG 10.352,00 Amauri Junisson Souza Peça Teatral Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo Lontra MG 8.225,00 Ana Maria Silva Lopes Quitanda dos Jovens Manga MG 3.730,00 Anderson Geraldo Soares Escola de Música Itacambira MG 13.867,00 Associação Beneficente de Itaporé - ABITA Coral Nós de Minas Coronel Murta MG 10.900,00 Associação Cultural Renascer Contratação de Professor e Manutenção de Instrumentos Musicais Grão Mogol MG 13.020,00 Associação da Criança e do Adolescente de Itaobim Coral Ouro de Minas Itaobim MG 10.800,00 Associação das Crianças e Adolescentes e Aprendizes da Arte de Almenara Música na Praça Almenara MG 13.000,00 Associação das Mulheres Artesãs da Praia Mulheres em Ação Resgatando Cultura Matias Cardoso MG 9.244,00 Associação de Promoção Infantil Social e Comunitária - APRISCO Dança Afro: Resgantando Minha História Virgem da Lapa MG 10.890,00 Associação dos Artesãos de Santana do Araçuaí Feira de Artesanato de Santana do Araçuaí Ponto dos Volantes MG 10.850,00 Associação dos Produtores e Agentes Culturais Através da Arte - APACA Oficinas de Capacitação para Grupos de Teatro Popular Padre Paraíso MG 10.335,00 Beatriz Santos Sousa FESPOED - Festival de Poesia de Divisópolis Divisópolis MG 4.450,00 Bianchi Pereira Bonfim Oficina de Produção de Cinema e Vídeo e Produção de Vídeo Grão Mogol MG 13.500,00 Documentário Sobre a História do Município de Grão Mogol - MG

Carlos Mendes da Silva Formação e Aquisição de Equipamentos para Núcleo de Audiovisual Padre Paraíso MG 10.745,00 em Padre Paraíso

Companhia de Teatro Ícaro do Vale Caminho da Roça Araçuaí MG 13.600,00 Conselho de Desenvolvimento Comunitário de Panelinha II e IIII - CODECOP Instrumental Jamacaii Miravânia MG 12.296,80 II e III

Cristina Alves de Souza Tecendo o Futuro com Educação e Arte Jequitinhonha MG 10.885,00 Diakson da Silva Pereira Capoeira: Identidade Cultural e Resgate Social Verdelândia MG 10.165,00 Dilca Maria da Costa Teatro Na Comunidade Medina MG 10.854,00 Diomar Xavier dos Santos Grupo Teatral Ipê Amarelo Santa Cruz de Salinas MG 13.950,00 Dostoiewsky Americano do Brasil Estação Viva-Acervo Araçuaí MG 10.229,50

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro

PROJETOS SELECIONADOS

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Dostoiewsky Americano do Brasil Estação Viva-Acervo Araçuaí MG 10.229,50 Edgar Lopes de Souza Oficina de Fotografia em Berizal Berizal MG 10.800,00 Elizamar Gomes da Silva Jovens Preservando a Cultura no Morro Vermelho São João das Missões MG 10.857,00 Elza Pereira de Andrade Grupo Folclórico de Jequitinhonha Boi Janeiro de Dona Elza Có Jequitinhonha MG 10.000,00 Ernandes Costa e Silva Capoeira, Sociedade e Cultura Novo cruzeiro MG 9.010,00 Flaviana Costa Sena Nascimento Memorial da Juventude Taiobeiras MG 10.900,00 Florisval Alves de Oliveira Talhando Madeira e Esculpindo Vidas - Curso de Escultura em Januária MG 10.000,00 Madeira

Genilda Rodrigues de Oliveira Grupo Benditos do Sertão Santo Antônio do Retiro MG 10.717,00 Geraldo Lopes dos Santos Estórias Brejeiras Francisco Sá MG 13.224,90 Geraldo Magela Lima de Albuquerque A Arte Mageliana Jequitinhonha MG 10.306,00 Grupo Teatral de Divisopolis - Gruted Oficinas de Teatro: Arte e Educação, Unidas no Semiárido Divisópolis MG 4.200,00 Grupo Teatral Próximo do Real de Rio Pardo de Minas O Canto do Galo Rio Pardo de Minas MG 13.500,00 Igor Almeida de Souza Ô de casa Araçuaí MG 13.550,00 Irmandade de Nossa Senhora do Rosário Festa Nossa Senhora do Rosário Virgem da Lapa MG 13.000,00 Jaceane Mendes Andrade Cine Rural - Diversão e Arte Lontra MG 9.300,00 Jaques Oliveira Brandão Cordão de Cablocos dos Guaranis Salto da Divisa MG 13.829,50 João Damascena de Almeida Centro de Educação e Cultura Berto Preto Januária MG 11.900,00 João Marques Chiles Um Outro Olhar Sobre o Gerais Montezuma MG 10.712,00 José Aparecido Pinheiro Rodrigues Criação de Uma Banda de Música Montalvânia MG 10.895,00 José Pereira dos Santos Cinema no Sertão Araçuai MG 10.332,00 Laísa Barros da Silva Resgatando a Identidade Cultural no Campo Montalvânia MG 10.720,00 Leandro Ramos Santana Teatro Volante Ponto dos Volantes MG 10.840,00 Lédison Souza Gonçalves Banda Ouro de Minas Itaobim MG 10.800,00 Leidiane Carvalho Santos Fruto de Arte Januária MG 10.789,00 Lourena Alves Pereira Cantarte Taiobeiras MG 13.169,00 Lucimar Ferreira Souza 1ª Mostra Cultural de Jordânia Jordânia MG 13.850,00 Luiz Carlos Cruz Alves Resgate Comunidade Pedra Azul MG 7.950,00 Marcelo Miranda Costa Grupo de Folia de Reis Comunidade do Bananal Rubelita MG 12.729,00

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PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Maria das Graças Mendes Machado Ballet Popular do Vale do Jequitinhonha Itaobim MG 10.830,00 Maria do Carmo da Silva Reis do Boi de Samartinha Itacarambi MG 10.720,00 Maria Helena Cardoso Roteiros Turísticos Culturais Araçuaí MG 10.850,00 Marielle Almeida Cavalcanti Tocando Música e Descobrindo a Vida Janaúba MG 13.950,00 Marquesberg Afonso Martins Almenara Comunica e Ação Almenara MG 13.775,00 Maurício Rodrigues da Silva FEST ART - Festival de Artes e Cultura de Pedra Azul Pedra Azul MG 10.540,00 Miguel Mota Coral Medéia Rubim MG 13.900,00 Miquéias Marcos Santos Blam Bum Juventude! Itaobim MG 10.280,60 ONG Servir a Vida - SERVE Servir Cantando, Desenvolver Servindo Santa Maria do Salto MG 12.995,00 Pedro Ramos Filho Biblioteca Comunitária Manga MG 10.410,00 Raquel Fernandes Gonçalves Exposição Fotográfica Arte e Religiosidade Popular Medina MG 7.994,00 Raul Nascimento Junior Cultura e Imagem Manga MG 13.900,00 Rodrigo Ribeiro dos Prazeres Tamborearte Jaíba MG 5.316,38 Rosana Pereira Silva Curso de Artesanato: Cerâmica Caraí MG 13.500,00 Roseli Souza Santos Melodias às Margens do São Francisco Matias Cardoso MG 11.813,50 Sara Almeida Botelho Criação, Montagem e Circulação de Espetáculo O Operário em Joaíma MG 10.895,88 Construção

Sarlete Gonçalves Branco Teatro Na Rua, Palco do Povo Itinga MG 10.895,00 Sinésio Lopes Machado Reestruturação do Grupo de Folia de Reis de Rubim: Boi Janeiro Rubim MG 13.950,00 Os Coquis

Sinvaldo Mendes Soares Folia do Divino Espírito Santo Nova Porteirinha MG 13.390,00 Suely Gomes Nunes Jaíba em Cena Jaíba MG 13.500,00 Valdenilson Ferreira Dias Som do Vale, Vida do Sertão Rubelita MG 11.238,00 Valdinéia Soares Moreira Resgatando e Dançando Cultura: Raízes Perdidas Chapada do Norte MG 10.870,00 Valmir Santos de Sousa 100% Cultura 100% Capoeira Santa Maria do Salto MG 7.365,00 Vicente Rocha Silva Preservação dos Choros e Serestas de Novo Cruzeiro Novo Cruzeiro MG 10.857,40 Welliton Farias de Souza Oficina de Artesanato Itacarambi MG 7.735,10 Zenilce Rodrigues Soares Som e Arte Varzelândia MG 9.820,00

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PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Acauã Produções Culturais II FAMUP - Festival Acauã de Música Popular: versão junina Aparecida PB 10.860,00 Adenilda Maria Angelo de Barros Banda Marcial Jericó PB 10.895,50 Adilson Fábio dos Santos Venâncio Mistura de Culturas Cuité PB 13.795,50 Adriano Ramalho Linhares Aquisição de Instrumentos Musicais Condado PB 10.870,00 Aldecy Alves Duarte Paraíba, do Sertão ao Litoral Poço de José de Moura PB 13.900,00 Alexandre Batista Reis Remígio Nossa História em Debate Remígio PB 10.628,40 Alírio Monteiro Júnior Em Dias de João Bento: Memórias, Estórias e outras Mentiras de Mãe d'Água PB 9.650,00 Adé Pereira

Aly Pietro Passos de Farias Nação Maracagrande Campina Grande PB 12.837,54 Andrea do Nascimento Sousa Som do Cariri: Banda Filarmônica Maestro Sebastião de Oliveira Brito Monteiro PB 10.000,00

Antônio Cirílo de Lima Neto Música na Comunidade Mato Grosso PB 13.950,00 Antônio Junio da Silva Quadrilha Junina Remígio PB 11.000,00 Arnaldo Farias de Freitas Meu Presente Precioso Congo PB 9.500,00 Arnilson Cavalcante Montenegro Júnior Atelier de Rua: Realização de Oficinas de Xilogravura em Escolas, Taperoá PB 12.731,15 Praças e Logradouros Públicos do Município de Taperoá no Estado da Paraíba

Associação Beneficente de Educação e Cultura - ABEC Curtasemiárido Picuí PB 12.110,00 Associação Cajazeirense de Dança - ACAD Juventude, Cultura e Movimento Hip Hop Cajazeiras PB 12.750,00 Associação Casa de Cultura e Lazer Júlia Rocha De Nazareth a Nazarezinho: Uma Viagem no Tempo Nazarezinho PB 10.876,00 Associação Comunitária Engenheiro Arcoverde Banda Marcial Condado PB 10.100,00 Associação Cultural de Zabelê A História do Município de Zabelê/PB, Contada pelos seus Antigos Zabelê PB 10.750,00 Moradores

Associação de Artesanato Belas Artes Aprendendo a Fuxicar Queimadas PB 11.645,00 Associação de Cultura de Jovens de Nova Palmeira/PB Arte e Existência Nova Palmeira PB 10.500,00 Associação de Desenvolvimento Comunitário Antônio Mariz Fala Comunidade Queimadas PB 13.836,00 Associação de Desenvolvimento Comunitário de Nova Palmeira I Teinha Cultural de Nova Palmeira Nova Palmeira PB 10.700,00 Associação de Jovens da Arte e Cultura - AJAC Teatro na Comunidade Bananeiras PB 10.466,00 Associação Desportista e Cultural de Nova Palmeira Estúdio Gravação Cultural no Ar Nova Palmeira PB 10.800,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Associação Fibras da Terra Arte do Campo Sousa PB 9.800,00 Associação Sócio-Cultural, Educacional e Ambiental - ASCA Formação de Jovens e Cultura Popular Aparecida PB 11.146,00 Aurélio Alves da Silva Festival de Caboclos de Vieirópolis Vieirópolis PB 13.514,53 Bruno Canario Vital Vivarte: O Futuro Jovem Livramento PB 10.895,88 Carlos Alexandre Silva Monteiro Dança de Raíz Santa Teresinha PB 13.740,00 Centro Assistencial de Alcantil - CAA Filarmônica na Comunidade Alcantil PB 9.480,00 Centro Cidadania Ação e Educação Socioambiental Caça aos Tesouros Artísticos do Semiárido Maturéia PB 9.948,00 Centro de Realizações Sociais e Ecológicas Vida Nordeste Toque do Semiárido Prata PB 13.906,80 Centro de Reintegração e Capacitação Fabiana Maria Lobo da Silva - CEIFA Projeto de Educação Musical Tocando Raízes Pombal PB 12.850,00 Cícera Francisca da Silva Grupo Teatral Lenços e Ventos Nova Floresta PB 12.446,00 Clévia Paz de Souza Rede Cidadã Itabaiana PB 10.760,00 Companhia Dell' Arte Festival Rock'n Serra Marizópolis PB 10.855,00 Crislaine Flaviane Marques Paulo I Encontro de Grupos e Espetáculos de Teatro de Cuité Cuité PB 13.770,00 Damiana Bozano Maia Grupo Calon de Músicas Ciganas Sousa PB 10.860,00 Damião Levi Brasil Bezerra IV Festival de Repentistas de Monte Horebe Monte Horebe PB 10.885,00 Damião Pereira Ribeiro Oficina de Banda Pombal PB 12.690,00 Danielle da Costa Santos Dança de Raiz Cabaceiras PB 13.740,00 Danyelle Rocha de Oliveira Souza As Folhas Patos PB 10.550,00 Déborah Denise dos Santos Silva Produção de Fanzine Educativo para Circulação na Cidade de Esperança PB 3.350,00 Esperança

Deborah Henrique de Souza IV Unirock - Unidos Pela Erradicação da Fome Umbuzeiro PB 12.140,00 Deivid Everton Severo de Sousa I Exposição da Sétima Arte em Tavares Tavares PB 12.000,00 Deleon Souto Freitas da Silva Cinema no Sertão Patos PB 10.300,00 Diorgenes Claudino de Oliveira Luiz Gonzaga Passou Aqui Poço de José de Moura PB 11.840,00 Dulcinea de Andrade Teixeira Paixão Bananeiras Fest Culturas do Brejo Bananeiras PB 10.126,00 Edileuza da Silva Santos Oficinas de Formação Santa Cruz PB 13.912,22 Edivaldo Bezerra da Silva Escolinha de Violão, Pau e Corda São Francisco PB 10.850,00 Eduardo Gomes Dos Santos Metafísica Dona Inês PB 10.625,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Elidiana Oliveira das Neves Cordel no Sítio Bananeiras PB 10.970,00 Espedito Lopes Neto Acorde Sousa PB 9.900,50 Eudes Carlos Campos de Sousa Música e Talento: A Batida Perfeita Livramento PB 10.895,88 Fábio Mozar Marinho da Costa A Voz de Itabaiana e outras Vozes Itabaiana PB 10.450,00 Felipe Kamargo Candido Ramos Felipe Kamargo Candido Ramos Cabaceiras PB 10.119,00 Francisco de Assis Gonzaga I Mostra do Repente de Uiraúna Uiraúna PB 10.850,00 Francisco de Assis Pires dos Santos A Caixa d'Água do Sertão Coremas PB 10.800,00 Francisco Galvão de Souza Cantoria no Recreio Bom Jesus PB 10.800,00 Francisco Ioneiton da Silva Gravação do CD da Banda d'León Remígio PB 8.900,00 Francisco Ricardo Maravilha Pereira Pra Não Dizer que Não Falei de Nós Nazarezinho PB 10.320,00 Francisco Sergio dos Santos Som Tribal Pombal PB 13.480,00 Francisco Xavier Cipriano de Oliveira De Repente Cantoria na Feira São José de Piranhas PB 10.870,00 Fundação Comunitária do Sítio Cipó Os Pífanos dos Monteiros Cachoeira dos Índios PB 10.885,00 Fundação Educacional Lica Claudino Banda de Flautas Pingos de Ouro Uiraúna PB 13.930,50 Fundação José Francisco de Sousa Obra Literária de Poetas Populares Regionais Itaporanga PB 10.000,00 Gayrreiros do Vale do Paraíba - GVP II Mostra da Diversidade Cultural do Vale do Paraíba Itabaiana PB 10.895,00 Grupo de Cultura Os Cariris Cariris do Oiapoque ao Chuí Taperoá PB 10.895,00 Grupo Teatro Oficina Fazendo Arte Sousa PB 12.260,00 Helena Ferreira da Silva Guedes Retratando Nossas Paisagens Algodão de Jandaíra PB 10.875,75 Helena Maria Pereira Festa no Interior: De Volta às Origens Nazarezinho PB 10.590,00 Hiannay Tupyara Jovem de Freitas Compreendendo a História do Município de Prata através de mídia Prata PB 11.200,00 magnética: Exposição de Vídeo e Difusão da Produção em Praça Pública

Ighor Rafael Lins do Egito No Meu Pé de Parede Serra Branca PB 9.655,00 Ivandro Batista de Queiroz III Semana de Cultura e Arte em Sumé (SEDAS) Sumé PB 11.800,00 Jean Pierry dos Santos Silva Música no Bairro Condado PB 13.000,00 Jéfferson Radan Batista Rocha Olho d'Água da Bica Lenda Viva Cuité PB 9.900,00 João Abel Pereira Quinta da Viola Cachoeira dos Índios PB 10.875,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

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João Cipriano Filho Nascimento do Menino Jesus Boqueirão PB 3.740,00 João Fernandes de Oliveira São José em Verso e Prosa São José do Brejo do Cruz PB 8.500,00 João Paulo de Araújo Cavalcante Oliveira Musiclarte Nova Floresta PB 10.850,00 João Vanderley Mouzinho Reestruturação da Fanfarra José Francisco Fernandes Taperoá PB 10.895,00 Joel Freire de Santana 9º FENERD - Festival Nordeste de Dança de Rua Cajazeiras PB 8.840,00 Joelmir de Oliveira Arte Local: Espaços da Arte em Campina Grande Campina Grande PB 8.954,00 Johnny Edson dos Santos Pereira Reviva o Folclore Cuité PB 13.843,95 Jonas Andrade de Sousa Neto I Festival de Repentista da Cidade de Conceição Conceição PB 10.885,00 José Alves de Sousa I Festival da viola e do Repente de Aparecida Aparecida PB 10.800,00 José Ataanison Nunes de Sá Amar a Vida Catolé do Rocha PB 10.149,00 José Augusto Gomes Neto Coral Vozes Hilariantes do Cariri Monteiro PB 7.900,00 José Claudenildo de Souza Venceslau Cultura Popular, Circula entre o Povo Cajazeiras PB 11.530,00 José Dias Neto I Festa do Repente da Cidade de Bom Jesus Bom Jesus PB 10.885,00 José Dimas Pereira Januário Muganga São Domingos de Pombal PB 12.010,00 José do Monte Neto Escolas do Repente Cajazeiras PB 10.885,00 José Emílio de Morais Cantorias de Pé de Parede São João do Rio do Peixe PB 10.885,00 José Flávio de Araújo Alves Olhares Sobre a Feira Livre de Salgado de São Félix Salgado de São Félix PB 5.744,78 José Jerônimo Vieira Júnior DVD Vídeo-Aula: a Arte da Pintura a Dedos Patos PB 10.000,00 José Marconi de Souza Maciel Cantoria na Feira II Cajazeiras PB 10.800,00 José Morais da Silva I Festival de Repentistas de Poço de Dantas Poço Dantas PB 10.885,00 José Rodolfo de Morais Vieira Teatro Para Todos São João do Rio do Peixe PB 13.500,00 José Werveson Daniel de Souza Mais Pintura São José do Bonfim PB 8.829,00 Josevan Claudino da Silva Xaxado-Arrasta-Pé da Paraíba: Companhia de Danças da FECL Uiraúna PB 13.948,50 Josivane Caiano da Silva Cultura Popular do Cariri Monteiro PB 8.600,00 Juliana Alves de Sá Violinos: Orquestra de Cordas da FELC Uiraúna PB 13.944,00 Karla Rodrigues de Almeida Pintando Nossa Terra: Descobrindo Nosso Talento Fagundes PB 11.160,00 Kennel Rógis Paulino Batista Nunes Travessia Coremas PB 10.500,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro

PROJETOS SELECIONADOS

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Laercio Ferreira de Oliveira Filho Vídeo Curta- Metragem Antoninha Aparecida PB 10.800,00 Lailton João da Silva São Bento em Quadrinhos São Bento PB 10.800,00 Larisa Mayara da Silva Bandeira 2º Ato - Oficina Montagem de Espetáculo Teatral Cajazeiras PB 10.520,00 Leandro Fernandes de Andrade Grupo Mr. Fran Mato Grosso PB 9.845,30 Leonardo Alves de Oliveira Curso de Cinema e Vídeo: A Invenção do Cinema, dos Primitivos ao Sousa PB 10.895,00 Digital

Lindomar Dantas da Silva Capoeirança: Ajudando a Educar Aparecida PB 10.880,00

Loja Maçônica Dr. Dionízio da Costa N 2233 Acordes Populares Patos PB 10.474,20 Luana Ranielle Ferreira da Costa Por Uma História Social e Cultural de Bananeiras Bananeiras PB 12.500,00 Lucas Alves Pereira Cine Olho Carrapateira PB 8.630,00 Luciano Alberto Ferreira dos Santos I FERFABAM - Festival de Fanfarras, Bandas de Música e Marciais Cajazeiras PB 10.335,00 Luciano de Azevedo Silva Festival do Minuto do Cariri Paraibano Monteiro PB 9.100,00 Luciano Sales Costa Paísagens da Paraíba Pocinhos PB 10.650,00 Luis Carlos Soares da Silva Cineclube Curt(A)indo as Juventudes Solânea PB 9.700,00 Luis Cavalcanti Neto Cultura de Olho na Saúde Bucal Nova Palmeira PB 10.100,00 Luiz Ismael dos Santos I Festival da Viola e do Repente de Santa Cruz Santa Cruz PB 10.895,00 Manoel Messias Soares de Souza Centro de Formação Artística para Jovens Patos PB 10.000,00 Marcos de Albuquerque Cinema na Rua Remígio PB 8.416,80 Maria Cristiane Oliveira de Sousa A Arte Transformando Vidas Livramento PB 10.895,88 Maria da Conceição das Neves Lins Teatro para Jovens Barra de São Miguel PB 10.850,00 Maria da Conceição Nóbrega Artes Visuais: Dando Formas e Vidas à Cultura do Cariri Livramento PB 10.895,88 Maria de Fátima de Oliveira Desenhando o Futuro São José do Brejo do Cruz PB 8.060,00 Maria de Lourdes Gomes de Lima Criação e Publicação de Peças Teatrais Nova Palmeira PB 10.640,00 Maria do Socorro de Sousa Formiga Coral Vozes da FELC Uiraúna PB 13.275,50 Maria Helena Costa Cavalcanti Oficina de Fotografia: Luz, Câmera, Ação Bananeiras PB 10.427,00 Maria Marília Vieira Lucas Jovens redescobrindo sua origem negra Tavares PB 10.376,50 Maria Sobreira da Silva Reaproximando o Jovem Sertanejo com a Cultura Popular da Nazarezinho PB 13.092,00 Boneca de Pano

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro

PROJETOS SELECIONADOS

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Massixte de Souza Batista Capoeirarte Sumé PB 7.520,00 Moinho de Cinema da Paraíba O Moído Cinematográfico Campina Grande PB 12.540,00 Mônica Maria Araújo Brito Crochê: Mãos Tecendo a Cultura Livramento PB 10.895,88 Nadilson Vieira Valentim A Paixão de Cristo Boqueirão PB 7.260,00 Natan Pereira de Sousa Filho Um Olhar sob os Calões Sousa PB 7.920,00 Niéllyson Alves da Silva Banda de Forró: Forrozão Bombando Tudo Barra de São Miguel PB 10.880,00 Pacelly Vinicius Vasconcelos Fontes Pedra Lavrada: Tradição e luta por meio do teatro e da dança se Pedra Lavrada PB 10.700,00 faz viva a sua cultura

Paulo Roberto de Souza Júnior Olhar Particular Nazarezinho PB 10.861,00 Pedro Henrique Silva Lima 5Zero2 Cuité PB 13.387,50 Petronila Maria Araújo Albuquerque Música Eletrônica: Criando um Livre Set Prof.em Campina Grande Campina Grande PB 11.447,00 Railson Diniz Vieira Baby Mel: Nossa Cultura é Assim... São Bento PB 10.800,00 Raíza Madje Tavares da Silva Eu Quero Dançar o Nordeste Queimadas PB 12.400,00 Rayssa Naftaly Muniz Pinto Ressurgiu o Pastoril Cuité PB 9.900,00 Rosane Lima Jovino Mostra de Teatro e Dança do Cariri Paraíbano Monteiro PB 9.950,00 Sandro Régio da Silva Pau de Arara: Oficinas e Montagem Vieirópolis PB 13.438,72 Sandro Regis Apolinário Chaves Banda de Música Padre Galvão Pocinhos PB 8.000,00 Sérgio Matheus Tomé da Costa da Silva Multivisualnet Paraíba Solânea PB 13.250,00 Silas Dias Martins A Música na Construção da Cidadania São José do Brejo do Cruz PB 10.750,00 Simone de Lima Caravana da Leitura Monteiro PB 9.785,00 Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Maturéia É Quando vou às Alturas Maturéia PB 7.830,00 Sociedade Musical Mestre Zé Souto de Lima Música Transformando e Unificando Vidas Umbuzeiro PB 13.387,00 Solidarium - Instituto de Arte, Cultura e Cidadania Cultura no Presídio Campina Grande PB 11.070,00 Thyago Braz Dantas da Silva Leitura na Escola: O Conto Contado por Estudade Bananeiras PB 9.380,00 União das Associações Comunitárias de Patos e Região Oficina de Eco Design com Reaproveitamento de Mat. Recicláveis Patos PB 10.965,00 Valdeci Alves de Brito O Reisado Como Herança Imaculada PB 9.880,00 Valdecira da Silva Oliveira Implantar o Artesanato em Com. do Munic.de S.José do Bonfim São José do Bonfim PB 10.752,0

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro

PROJETOS SELECIONADOS

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Valdene Lemos da Silva Dar Conhecimento em Artes Gráficas para Jovens filhos de São José do Bonfim PB 10.400,00 Produtores Rurais no Município de São José do Bonfim

Vamberto Garcia de Holanda A Literatura Resgatando a Cultura Local Livramento PB 10.895,88 Vicente Joaquim Canuto Neto Sinfonia Música na Praça Santarém PB 11.123,00 Virgínia Silva Passos Guerreiros de Luanda Aroeiras PB 12.837,54 Walderban Alves Alencar Berimbal na Feira Igaracy PB 8.100,00 Wandemberg Gonçalves Pegado Música Sem Fronteiras Bom Jesus PB 10.650,00 Wanessa Meira de Almeida Raízes do Sertão Patos PB 10.250,00 Adones Valença Ferreira I Semana Virtuosa da Casa 270 Belo Jardim PE 9.660,00 Adriana Barros Silveira 1º Musical o Cristo da Paixão Bom Jardim PE 6.950,00 Adriana Santos e Silva Baque Virado Nação Salgueirense Salgueiro PE 12.860,00 Alba Renata Ferreira Lopes Resgatando a Identidade Musical: Banda de Pífano Floresta PE 12.750,00 Amauri dos Santos Silva I Festival de Esquetes Estudantil de Paranatama Paranatama PE 9.572,00 Ana Paula de Oliveira Ribeiro Oficinas de Criatividade Teatral nas Escolas Orobó PE 6.125,00 Ane Kely Lira Feitosa Santos Rádio Coletividade Sertânia PE 10.658,80 Associação Base Vila Jericó Grupo Renascer do Sertão Triunfo PE 8.520,00 Associação Cultural Recreativa dos Artistas de Lajedo Brincantes na Idade Média Lajedo PE 9.170,00 Associação Cultural Samba de Coco Raízes de Arcoverde Oficina de Música e Cultura Trupé Arcoverde PE 6.980,00 Associação da Comunidade dos Remanescentes de Quilombolas de Associação da Comunidade dos Remanescentes de Quilombola de Custódia PE 10.892,00 Cachoeira da Onça Cachoeira da Onça

Associação de Desenvolvimento Comunitário de Angelim Nos Versos... Minha História Angelim PE 13.750,00 Associação de Homossexuais, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de Diversidades na Praça Tabira PE 10.846,00 Tabira/PE - TABIRAH

Associação de Micro e Pequenos Agricultores Familiar Novos Talentos São Bento do Una PE 13.900,00 Associação dos Artesãos e Agropecuaristas de Petrolândia - Café com Arte Artecido: Pintando o Saber em Petrolândia Petrolândia PE 10.818,00 Associação dos Artesões Inez de Paula Jovens Talentos Lajedo PE 13.375,11 Associação dos Moradores Agropecuaristas e Fruticultores do Distrito Renascer Capoeira Pedra PE 9.885,00 Horizonte Alegre

Associação dos Moradores das Ruas Unidas - AMORU Reartcultura Cedro PE 12.788,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Associação dos Pequenos Produtores Rurais Assentamento da Vila Rica Arte Caatingueira Santa Cruz PE 9.500,00 Frei Damião da Fazenda Rodrigues - Santa Cruz PE

Associação dos Remanescentes dos Quilombos do Sítio Estivas Valorizando o Samba de Coco nos Quilombos Garanhuns PE 12.425,24 Associação Indígena dos Produtores Agrícolas do Poço da Pedra - AIPAPP Oficinas Temáticas de Arte e Cultura para Jovens Atikum Salgueiro PE 10.640,00 Associação Nação Coripós Pifeiros de São Francisco Santa Maria da Boa Vista PE 10.000,00 Associação Rural dos Produtores e Produtoras Quilombolas de Buenos Associação Rural dos Produtores e Produtoras Quilombolas de Custódia PE 10.895,00 Aires e Região Buenos Aires e Região

Carlos Huelinton da Silva Música Arte de se Comunicar Manari PE 4.100,00 Cibele Moura e Silva Raízes da Cultura Negra Belém de São Francisco PE 11.600,00 Cícero Luiz dos Santos Baque Virado Nação Salgueirense Salgueiro PE 10.430,80 Cinthia Maria Queiroz da Silva Juventude Cultura e Arte Surubim PE 10.895,00 Ciro dos Santos Pereira Gingando que se Aprende Belém de São Francisco PE 10.800,00 Clayton Tomaz de Sousa Movimento Kalango: Inventário Cultural de Arcoverde Arcoverde PE 13.770,00 Clécio Ferreira de Lima 1º Festival de Juventude e Meio Ambiente do Sertão do Pajeú Tabira PE 10.703,00 Cleide Iara Andrade da Silva Grupo de Dança Som das Aves Saloá PE 9.790,00 Damião Carvalho 5º Festival de Violeiros Repentistas de Serra Talhada Serra Talhada PE 12.850,00 Ediane Inácio da Cruz Resgate Histórico Cultural de Granito Granito PE 12.592,00 Edmilson Dias da Silva Edmilson Dias da Silva São Bento do Una PE 13.950,00 Eloni Freitas da Silva Tocando Tradições Serrita PE 13.129,70 Erenildo Vieira Lopes Culturarte Trindade PE 10.878,32 Eudes Johnnei da Silva Caitano Aquisição de Instrumentos Musicais São João PE 13.324,50 Fabiano Alcântara da Silva Raízes Nordestinas: Forró Taquara Taquaritinga do Norte PE 10.800,00 Fátima Regina da Silva Rede de Mulheres Jovens Sócio-Produtivas da Cadeia do Santa Maria da Boa Vista PE 10.890,80 Artesanato no Semiárido Pernambucano

Fernando Vieira da Silva Capoeira nos Povoados Ouricuri PE 10.450,00 Fundação Cultural Cabras de Lampião Festival Cores e Ritmos da Juventude do Pajeú Serra Talhada PE 10.600,00 Fundação de Cultura e Amparo ao Menor de Olho no Futuro 1º MMP - Música Popular de Pesqueira Pesqueira PE 10.859,50 Gabriel Pereira Filho A Arte de Aprender Petrolina PE 12.600,82

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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George Araújo da Silva Vem Tu Também! Caruaru PE 9.100,00 George de Vasconcelos Pankararu Nação Cultural Tacaratu PE 10.850,00 Gessé Rodrigues Pereira Ibimirim É Pura Cultura Ibimirim PE 10.700,00 Gilberto Aparecido Ferreira Vivendo a História : Resgatando a Cultura Correntes PE 10.868,02 Gilmara Dias de Souza Gilmara Dias de Souza Sena Petrolândia PE 10.895,88 Givanildo Francisco do Nascimento Povo Kambiwá: Revivendo e Reafirmando a Nossa Identidade Ibimirim PE 4.215,00 Glauco Henrique de Oliveira Barros Ateliê Casa Altinho PE 13.479,65 Grupo de Apoio aos Meninos de Rua Estúdio Social: Possibilitando Acessos Gravatá PE 10.000,00 Gustavo Papini Barbosa da Silva Digiaudio Pro Surubim PE 12.785,00 Hélio Hortêncio Ferreira Meu Canto, Minha Dança Pankararu Petrolândia PE 7.790,00 Hemerson de Moura Silva Fazendo Cena Arcoverde PE 12.605,00 Instituto Vital Barros de Oliveira Concerto para um Amigo Salgueiro PE 10.410,00 Israel Carlos dos Santos Oliveira Música no Quilombo Mirandiba PE 9.205,00 Jailton Pereira da Silva Jailton Pereira da Silva Tacaimbó PE 10.422,00 Janduir João dos Santos Bacamarteiros como Forma de Inclusão Social e Valorização da Riacho das Almas PE 13.950,00 Cultura Local

Jasiel Leite Ferreira Incubadora Musical Romildo Pereira de Melo Garanhuns PE 13.255,24 João Antônio de Araújo Filho Em Cores, Som, Formas e Movimentos: As correntes Artísticas Correntes PE 8.450,00 Culturais da Gente Correntina

José Andson Rodrigues de Almeida Resgatando a Identidade de Jovens Remanescentes do M.Itacuruba Itacuruba PE 13.500,00 José Marcelo da Silva Oficina de Máscaras Bezerros PE 10.346,00 José Noel Bezerra dos Santos O Segredo das Sete Chaves das Artes Petrolina PE 12.283,00 José Reinaldo da Silva Pinheiro Filho Oficinas de Pintura em Tela Ouricuri PE 13.900,00 Josefa Aldenires Ferreira Melo Maracatando a Juventude do Sertão Sertânia PE 10.658,80 Josefa Wedja do Nascimento Josefa Wedja do Nascimento Bezerros PE 10.600,00 Júlio da Silva Nogueira Tuparetama Tem Capoeira Tuparetama PE 10.394,00 Karlla Christine Araújo Souza De Volta pro Ventre Itapetim PE 13.197,50 Lucivaldo Oliveira Ferreira Gravação do 1º CD da Banda Templários Acústicos Triunfo PE 6.295,54

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

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Luís Eugênio Alves de França Resgate da Quadrilha Adrenalina Orobó PE 12.800,00 Luiz Eduardo Palmeira Franco Junior Revista Interior: Chã Grande Informando Jovens Através da Cultura Chã Grande PE 10.850,00 para o Desenvolvimento

Luiz Pinheiro Filho Cordelteca Itinerante: Democratizando a Cultura Sertânia PE 12.130,00 Manoel Beserra da Silva As Mãos do Povo Kambiwá Inajá PE 9.900,00 Manoel de Matos Lino Manoel de Matos Lino Águas Belas PE 12.900,00 Marcel Carlos Terto Orquestra Popular Correntes PE 10.850,00 Marcos Aurélio Soares de Souza Frever Petrolina PE 13.434,22 Maria Aparecida Gomes do Livramento Surubim de Todos os Ritmos Surubim PE 10.895,00 Maria Aparecida Silva Florêncio Integração Cultural entre os Jovens da Zona Urbana e Rural Sertânia PE 9.832,00 Maria Auxiliadora de Souza Revitar Cabrobó PE 13.950,00 Maria da Conceição Souza de Oliveira Artes x Drogas Orobó PE 12.750,00 Maria de Fátima da Silva Dez Contos de Réis Verdejante PE 13.949,00 Maria Ivânia Torres da Silva Paixão de Cristo Amigos de São Francisco Pesqueira PE 8.514,00 Maria Vera dos Santos Grupo Jovens em Missão Salgueiro PE 12.920,00 Marilene Loula de Araújo Marilene Loula de Araújo Granito PE 10.552,00 Marlom Meirelles Silva Nascimento Cultura Digital: a Arte em Movimento Bezerros PE 13.500,00 Movimento Teatral Ziriguidum Art Circus - ZIRARTC Ritmo Vem Lá da Rua Pesqueira PE 13.358,90 Nelson Pereira de Sá Junior Do Xaxado ao Novo Mundo Ouricuri PE 9.500,00 Núcleo de Educadores Populares do Sertão de Pernambuco - NEPS Terreiro Cultural: As Janelas e as Manifestações Culturais do Dormentes PE 10.857,00 Semiárido

Obras Educacionais e Sociais da Paróquia de Floresta - OES Floresta Cultural: Sementes da História Floresta PE 11.276,00 Paula Esterfânia Nunes Lopes Intervenções Poéticas: Oficinas, Poesia e Rua Tacaimbó PE 6.500,00 Paulo Henrique Pontes Ferreira Meninos de São Pedro Garanhuns PE 13.950,00 Raphaela Karoliny de Paula Magalhães Fabulosas Histórias do Rio São Francisco Petrolina PE 9.775,55 Raul Bento de Oliveira Neto Biblioteca Itinerante de Cordel do Agreste de Pernambuco - BICAP Calçado PE 10.750,00 Renato José de Oliveira Magalhães Cavaleiros do Sertão São José do Belmonte PE 13.750,00 Roberto José dos Santos Oliveira Capibaribe In Rock 2009 - 12ª Edição Santa Cruz do Capibaribe PE 11.900,00

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Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Rodolfo Rodrigo Barbosa Buarque Orquestra Musical São João São João PE 13.950,00 Romualdo Rodrigues de Freitas Mamulengo: Oficina de Construção e Manipulação Arcoverde PE 9.376,00 Rosilda Maria dos Santos Soares Minha Arte, Minha Palha Petrolândia PE 8.535,50 Sérgio Antony da Silva Sousa Um Passo a Frente Através da Dança Araripina PE 6.981,60 Severino Lúcio Barbosa Severino Lúcio Barbosa Orobó PE 13.927,90 Sidrailda Rutiale de Oliveira Gomes Nordeste Abstrato e Decorativo Altinho PE 12.402,50 Silvania Monteiro dos Anjos Os Papacaceiros da Arte Bom Conselho PE 10.350,00 Sociedade de Incentivo à Família e Assistência à Criança - SIFAC Xaxado nos Pés, História nas Mãos Cedro PE 11.492,00 Sociedade Musical Dom Bosco Sociedade Musical Dom Bosco João Alfredo PE 10.850,00 Sonale Ferreira da Silva Lima Nossa Bandinha de Lata: Alegria e Criatividade no Sertão Central Parnamirim PE 13.900,00 Steve Weston Bezerra Artesanatos Ecológicos Saloá PE 9.550,00 Teatro Experimental de Arte - TEA Os Mansos da Terra Caruaru PE 10.340,00 Terezinha Maria Alves de Souza Educação Musical Na Escola Riacho das Almas PE 10.000,00 União dos Estudantes de Santa Cruz do Capibaribe - UESCC III Encontro da Cultura Alternativa Santa Cruz do Capibaribe PE 11.150,00 Válbia da Silva Barros Válbia da Silva Barros Bezerros PE 10.600,00 Valéria Pereira Fagundes Manari um Olhar de Dentro Manari PE 8.960,00 Vanilma Cavalcante dos Santos Coco de Roda Preservando a Cultura Negra Triunfo PE 10.770,00 Verônica Rozalvo da Silva Rodízio Cultural Parnamirim PE 13.950,00 Wilke Torres de Melo Exposição Fotoetnográfica Memórias Fulni-ô Águas Belas PE 10.371,00 Adaurício Miguel de Sousa Santos Núcleo de Arte Barra d'Alcântara PI 10.820,00 Adriana Josefa da Silva Artesanato de Barro Massapê do Piauí PI 9.580,00 Alfredo César de Resende Paz Resgate da Cultura do Reisado Boa Hora PI 10.895,00 Antônio Deilson Silva Ferraz Dançando com Nossa Cultura Lagoa do Sítio PI 8.700,00 Associação Abadá Capoeira de Simplício Mendes - PI Comunidade Capoeira da Associação Abadá Simplício Mendes PI 10.500,00 Associação Comunitária de Rádio de São João do Piauí Grupo de Dança do Juazeirinho São João do Piauí PI 10.855,00 Associação Comunitária de Radiodifusão Tropical FM De Jurema Piauí União dos Nossos Valores Jurema PI 13.250,00 Associação Cultural e Social 5 de Julho Vida, Morte e Ressureição de Cristo: Paixão no Piauí São João do Piauí PI 10.000,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Associação de Adolescentes e Jovens em Ação Aja: Em Cena Vila Nova do Piauí PI 10.800,00 Associação de Apicultores da Comunidade Santa Maria Pincel na Mão Tem Cor e Vida Nova Santa Rita PI 10.540,00 Associação de Comunicação e Cultura de Vera Mendes - ASCOVEM Show de Talentos Vera Mendes PI 11.810,00 Associação de Desenvolvimento Comunitário da Comunidade Mirindiba Vida Vinda do Barro Barra d'Alcântara PI 11.780,00 Assoc. de Desenvolv.Comunitário da Várzea Município Tamboril do Piauí Cidadão de Pincel da Mão Tamboril do Piauí PI 10.850,00 Associação de Desenvolvimento Comunitário de Radiodifusão de Cajazeiras Mudança: Mudar a Dança Cajazeiras do Piauí PI 12.200,00 do Piauí

Assoc. de Desenv. Comunitário dos Pequenos Produtores de Formosa A Beleza de Pontos Livres São João do Piauí PI 11.200,00 Associação de Desenvolvimento Rural das Comunidades Taciba e Aracati Entre Pontos da Cidadania Pedro Laurentino PI 11.300,00 Associação de Moradores da Localidade Oiticica O Resgate da Cultura Nazarena Nossa Senhora de Nazaré PI 10.580,00 Associação de Moradores do Bairro Barrinha Mão na Massa Beneditinos PI 11.380,00 Associação de Pequenos Produtores Rurais da Localidade Olho D'Água Falso Construindo Ponto a Ponto Floresta do Piauí PI 11.200,00 Associação de Produtores Rurais da Lagoa do Fidalgo A Arte da Massa São Miguel do Fidalgo PI 11.380,00 Associação dos Artistas de Teatro de Fronteiras I Encontro Para Estudo e Exposição de Cultura Nordestina em Fronteiras PI 10.000,00 Fronteiras - I ENCULTNE

Associação dos Músicos Amadores e Profissionais de Picos e Macro-Região Se Juntos Trabalhamos, Junto Aprendemos e Ensinamos Picos PI 10.692,20 - AMAPPM

Associação Lar da Criança Dom Abel Alonso Nuñez Coral Dom Abel Alonso Nuñez Campo Maior PI 8.080,00 Carla Patrícia dos Santos Gonçalves Quizomba de Criolo São Raimundo Nonato PI 11.915,00 Carlos Eduardo de Sousa Silva Luau da Cultura São Raimundo Nonato PI 10.750,00 Carlos Lamek Valentim O Pequeno Príncipe do Sertão Oeiras PI 7.800,00 Cleane Pereira da Silva Roda Aberta Campinas do Piauí PI 11.860,00 Clerice Santana da Silva Aió de Oportunidades João Costa PI 10.677,00 Diego Lopes Sério Diego Art's Simões PI 12.536,00 Douglas Brandão de Melo Revelando Griôs e Mestres da Contação de Estórias em Pedro II Pedro II PI 11.481,60 Eduardo Pereira Lopes Todos contra o Racismo: Turma do Binho Picos PI 8.000,00 Edvaldo Pereira Marques Camaleão São Raimundo Nonato PI 9.160,00 Elis Marina Luz Carvalho Elis Marina Pimenta de Cheiro Ao Vivo Picos PI 13.000,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Elizeu Saraiva dos Reis Forró Camaleão Pedro II PI 10.000,00 Eponina Maria de Alencar Livino Arraiá de Nois Tudim Francisco Macedo PI 10.890,00 Erico Valdir Coêlho A Arte da Capoeira no Semiárido Bela Vista do Piauí PI 10.500,00 Ernestino Pereira Damasceno Juca Campinas do Piauí PI 9.940,00 Francisca Maria Gomes Carvalho Artes da Terra Jaicós PI 10.880,00 Francisco Alves de Morais Filho Batuque do Samba São Raimundo Nonato PI 4.765,00 Francisco Braz de Oliveira Neto Jovens Na Música Jaicós PI 11.920,00 Francisco das Chagas Pereira Gomes Oficina de Teatro e de Danças Populares Batalha PI 13.760,00 Francisco Edilberto de Carvalho Júnior A Cultura Artística de uma Sociedade Simões PI 11.000,00 Fundação Beneficente, Educacional e Cultural Belém do Piauí Nossa Gente Fazendo Arte Belém do Piauí PI 13.650,00 Fundação Cultural Professora Ludetana Araújo Teatrando em Campo Maior Campo Maior PI 10.000,00 Fund. de Cultura Assistência Social e Sustentabilidade Ambiental/FUNCASA Música Nossa de Cada Dia Alto Longá PI 10.860,00 Fundação Maria do Socorro Marreiros Uma Ideia na Cabeça e uma Máquina na Mão Pimenteiras PI 10.600,00 Fundação Santa Ângela Fundação Santa Ângela Pedro II PI 13.602,00 Fundação Vale do São Romão Minha Primeira Oportunidade Capitão Gervásio Oliveira PI 10.800,00 Fundação Ylla Costa Lopes Dança Moviento da Mente Simplício Mendes PI 12.300,00 Grupo Arte Vida Diversas Caras da Sociedade Simões PI 11.600,00 Grupo Culturart Arrastapé no Salão São Raimundo Nonato PI 10.895,00 Hozangela de Sousa Venezes Mãos que Criam Nossa Arte Cabeceiras do Piauí PI 9.860,00 Ivaneide da Costa Inocêncio Biscuit Simões PI 3.150,00 Jardel de Castro Lopes Rock na Praça Pedro II PI 7.200,00 João Batista da Veiga Batucando na Capivara São Raimundo Nonato PI 10.467,00 Joaquina Maria de Sousa Fotografando o Semiárido Valença do Piauí PI 10.555,00 José Domingos Ferreira dos Santos Música Fértil em Terra Árida Paes Landim PI 11.900,00 Josiniel Meneses de Macêdo Tocar para Inclusão São João da Fronteira PI 12.986,37 Karla Silvana Cardoso da Silva Oficinas Artesanais Inhuma PI 12.500,00 Luciana Nogueira de Sousa Festival de Dança Inhuma PI 12.500,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Luís Carlos Machado do Vale Danças Populares São José do Divino PI 10.400,00 Luiz Pereira da Silva Filho Brincando Reis de Bois como Nossos Pais São João do Piauí PI 10.600,00 Marcelo Rodrigues de Sousa Kangaço São João do Piauí PI 9.600,00 Marcos Roberto do Monte Soares Batizado e Troca de Cordas do Projeto Quilombo dos Carnaubais Campo Maior PI 5.705,00 Maria Anatalia dos Santos Nascimento Por Entre Fios Oeiras PI 10.600,00 Maria da Conceição da Costa Silva Jovens, Construindo o Possível, de Repente o Impossível para Cabeceiras do Piauí PI 7.713,70 Promover Integração e Paz

Maria Francimar de Lima Coutinho Um Dedo de Prosa Jaicós PI 12.000,00 Maria Lúcia de Carvalho Música é Cultura em Ação Massapê do Piauí PI 4.740,00 Marly Moura da Silva Quadrilha Junina Corta Fogo Nossa Senhora de Nazaré PI 8.758,00 Maurício Borges de Lima Festival de Reisado Ipiranga do Piauí PI 10.755,00 Nilvan Masciel Neiva Gravação de CD e DVD Banda Metraton Picos PI 10.650,00 Organização Cor Negra Oficinas de Artes Cênicas: Projeto Resgatando Picos PI 9.500,00 Otávio José Veloso Neto Cores no Semiárido Jaicós PI 11.750,00 Patrício Oliveira Lima Teatro de Fantoches Piracuruca PI 13.780,00 Pedro Maria Borges Neto Literatura em Cena Paes Landim PI 12.000,00 Reinaldo Rufino Bezerra Gravação de CD Rap Picos PI 9.000,00 Rômulo José de Sousa A Música Fala: Origens e Tradições Sitiolagoenses Lagoa do Sítio PI 9.800,00 Ronildo Coelho Rodrigues O Fole da Sanfona Massapê do Piauí PI 10.220,00 Rosalina Rodrigues da Silva Musicalidade de Eliseu Martins no Vale do Gurgueia Eliseu Martins PI 10.375,00 Sandri Gonzaga de Paula Teatro para a Juventude em Tamboril do Piauí Tamboril do Piauí PI 8.930,00 Sandro de Morais Hip Hop Itinerante Picos PI 9.085,00 Sociedade Amigos da Biblioteca Pública Municipal Patativa do Assaré Balaio da Literatura Piauiense Vila Nova do Piauí PI 10.800,00 Sônia Maria Dantas Bonfim Queiroga Artesanato para Todos Valença do Piauí PI 12.500,00 Suênia Marla de Gênesis Soares Silva Aconteceu e Não Vi, mas me Contaram Assim... Valença do Piauí PI 10.127,00 Valdir de Sousa Quizomba São João do Piauí PI 7.910,00 Vinício Borges da Trindade Sete Cidades Piracuruca PI 12.722,00 Wilson de Freitas Júnior EXCALE - Expressões da Cultura Alegretense Alegrete do Piauí PI 10.895,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Adeilda Conceição Gomes da Silva Impressões: Stencil e Intervenção Urbana Macaíba RN 8.612,50 Alda Maggi Cine Teatro Ideal Caiçara do Norte RN 10.724,00 Aldeias Infantis SOS Brasil - Aldéia SOS do Rio Grande do Norte Fortalecendo a Filarmônica Hermann Gmainner da Aldeia Infantil Caicó RN 10.500,00 SOS de Caicó

Aldises da Conceição Bessa Dança de São Gonçalo Portalegre RN 10.470,00 Alex Leonardo Fernandes Folgança de Rua Monte das Gameleiras RN 10.139,00 Alzimar Trajano da Silva Música na Zona Rural Cruzeta RN 10.750,00 Amariles Borges de Albuquerque Cajarana Companhia de Teatro Santana do Matos RN 10.247,00 Ana Cleide Costa Bernardo Pau Furado Juvenil Macaíba RN 10.890,00 Antônio Otacílio da Silva Turma de Caboclos do Mestre Antônio Grosso Major Sales RN 10.820,00 Argival Marcelo de Morais Desenhar para Contar Pau dos Ferros RN 5.538,10 Associação Amigos do Olheiro 1º Festival de Quadrilhas Juninas Beneficente de Pureza Pureza RN 9.700,00 Associação Beneficente e Cultural Comunitária Manoel Veríssimo Gomes Criação do Grupo de Dança Raízes Potiguar Baraúna RN 10.710,00 Associação Comunitária Caridade e Luz Quadrilha Junina: Aquisição de Figurinos e Equipamentos de Som Severiano Melo RN 10.720,00 Associação Comunitária Cultural Amigos da Casa da Cultura Palácio A Cultura em Movimento Parelhas RN 12.000,00 Florêncio Luciano

Associação Comunitária Logradouro Arte Viva São Francisco do Oeste RN 13.196,00 Associação da Serra de Gameleira de Baixo Quilombolas Revitalizando a Cultura do Boi de Reis São Tomé RN 10.101,00 Associação de Desenvolvimento Comunitário de Boa Vista Reinado do Rosário Parelhas RN 9.450,00 Associação de Desenvolvimento Comunitário de Triunfo Potiguar Alvorada: Filarmônica V. Leandro F. de Carvalho Triunfo Potiguar RN 10.782,00 Associação de Desenvolvimento e Integração Social Frutuosense II Festival de Cultura de Frutuoso Gomes Frutuoso Gomes RN 11.773,00 Associação de Jovens Ação e Cidadania - AJAC Sons da Vida: Música o Caminho da Transformação Humana São Tomé RN 10.557,75 Associação do Bem Estar Socio Econômico e Cultural Santanense Ampliação da Banda de Música 24 de Junho Riacho de Santana RN 9.820,00 Associação dos Moradores dos Bairros de Frutilândia I, II e Fulo do Mato Auto de São José Açu RN 12.080,00 Associação dos Produtores Agrícolas de Bebida Velha Pintura: Tecido, Capacho de Coqueiro Pureza RN 13.650,00 Associação e Escola de Música Francisco Soares Filho Aquisição de Instrumentos Musicais Augusto Severo RN 10.000,00 Augusto Araújo Neto Cine-Forró Tangará RN 10.816,29 Aurilene Nogueira da Silva Jovem Acordeon Areia Branca RN 13.000,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Berenice de Freitas Ramos Venha-Ver a Arte Nascer Venha-Ver RN 12.155,00 Bethânia Barbosa Brandão Redescobrindo a BR 101 Touros RN 10.895,00 Bruno Campelo de Oliveira Nas Pegadas dos Fiéis: O Registro Audiovisual das Manifestações Patu RN 13.077,00 Religiosas do Santuário do Lima

Camila da Silva Pereira Dançando: Arte, Expressividade e Vida Pau dos Ferros RN 9.677,00 Carlos André Porfírio A Dança como um Valor Artístico Cultural Várzea RN 7.845,00 Centro de Assessoria às Comunidades Rurais e Urbanas - CEACRU Em Nome da Fé Governador Dix-Sept Rosado RN 10.800,00 Centro de Promoção Social de Campo Redondo Música no Sertão Campo Redondo RN 10.649,00 Cícero Batista Eleuterio da Silva Música em Sucata como Sustentabilidade para Crianças e Lajes RN 6.420,00 Adolescentes

Dione de Medeiros Lima Apicultura em Ipueira: uma Relação de Parceria com a Natureza Ipueira RN 5.000,00 Edson de Souza Soares Neto Currais Novos em Versos & Rimas Currais Novos RN 9.971,50 Educar Festival de Pucunã Carnaúba dos Dantas RN 10.895,00 Elaine de Araújo Gomes Construindo Circo, Tecendo Sonhos Pilões RN 8.374,00 Elivan Alves de Moura Vernacolhares: um Olhar sobre Campestre São José do Campestre RN 10.395,00 Erinilson Silva da Cunha Cordel Contando Sua História Monte das Gameleiras RN 10.800,00 Francinaldo da Silva Moura João Redondo nas Terras do Seridó Currais Novos RN 12.535,00 Francisco das Chagas Gaudêncio IV Evento Cultural Novartes: Educar com a Cultura Popular Lucrécia RN 10.600,00 Francisco de Assis da Silva Mamulenga Minha Mão na Sua Mão Açu RN 10.874,00 Francisco Edísio Lorena Nas Cordas da Viola Marcelino Vieira RN 10.110,00 Francisco Erinaldo de Souza Amigos da Arte Marcelino Vieira RN 8.746,00 Francisco Flávio Felipe de Souza Socializando Saberes e Interagindo Gerações Porto do Mangue RN 13.941,00 Fundação Félix Rodrigues Arte que Mostra Arte Pendências RN 13.950,00 Geila Radimila Linhares de Andrade Auto da Lapinha Touros RN 10.895,00 Gilberto Francisco Sobrinho da Silva Grupo de Capoeira Berimbau de Ouro Major Sales RN 9.677,00 Grupo de Teatro O Pessoal do Tarará Ventania Shakespeariana Mossoró RN 12.000,00 Higor Daivilly da Silva Ribeiro Art Abrindo Caminhos Galinhos RN 10.845,30 Izabel Cristina de Medeiros O Jogo e a Observação na Construção da Cena Teatral em Acari Acari RN 9.600,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Jerusa Maria Bezerra de Lima Tecendo as Varandas de Cachoeirinha Antônio Martins RN 10.470,00 Jimmy Karter Matias da Silva Dança Afro-Brasileira Itajá RN 8.500,00 José Alves Júnior Banda dos Anos Dourados São Pedro RN 12.040,00 José Daniel Vieira de Arruda EnCANTO: MPB na Praça Janduís RN 12.925,00 José Fernando da Silva Salto da Onça: A Lenda Santo Antônio RN 10.850,00 José Gevildo Viana Cinema no Sítio: Abrindo as Porteiras para a Arte Rafael Fernandes RN 7.360,00 José Vieira dos Santos Pintura na Praça Areia Branca RN 11.400,00 Juliet Viegas Gomes de Lima Não Deixe Meu Boi Morrer Vera Cruz RN 10.800,00 Julio Cesar Fernandes da Costa Sons do Agreste Nova Cruz RN 10.895,88 Júnior Galdino de Azevedo A Saga de Zé Leão na Terra das Flores Florânia RN 10.500,00 Laudimeiry Humberta Silva de Azevedo Espetáculo Santuário dos Negros Jardim do Seridó RN 10.000,00 Luciana Maia e Silva Resgate da História Cultural de Santa Cruz Santa Cruz RN 10.000,00 Márcio di Angelis Oliveira Guimarães Capoeira Cultura Viva Governador Dix-Sept Rosado RN 10.800,00 Maria Aparecida Rodrigues da Silva Fazendo Mais Cultura: Minha História Virou Cordel Florânia RN 8.000,00 Maria Bernadete dos Santos Soprando a Música Martins RN 7.170,00 Maria da Apresentação de Oliveira Marques Viajando pela Cultura Nordestina Através da Leitura Doutor Severiano RN 10.350,00 Maria das Vitórias Araújo Cruz Cultura na Cidade São Vicente RN 5.000,00 Maria de Fátima Gomes Maneiro Pau Portalegre RN 10.260,00 Maria de Fátima Gonçalo de Lima Arte em Movimento Januário Cicco RN 10.614,00 Maria Rosineide do Nascimento Carapuça: a Vida é o Palco Água Nova RN 8.910,00 Mário Silvério de Oliveira Júnior Musicalização como Forma de Inclusão Social Santana do Seridó RN 10.500,00 Milton Francisco da Silva Banda Marcial de Lagoa das Pedras Lagoa de Pedras RN 10.895,00 Mônica Ciríaco Fernandes Oficina de Iniciação ao Teatro e Estética do Oprimido São Rafael RN 10.419,93 Nilber Kalebe dos Santos Alcântara Coral Vozes da Juventude Ipanguaçu RN 12.176,25 Nubia Maria Abrantes Espalhando Cultura com o Teatro de Rua Doutor Severiano RN 10.100,00 Patriciana Henrique de Lima Estrelas do Amanhã: Construíndo o Saber Teatral Lagoa de Pedras RN 10.895,00 Pedro César Pereira de Almeida Teatro do Oprimido: Jovens em Ação por uma Sociedade Melhor Messias Targino RN 7.250,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro

PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Regina Tereza Braga da Silva Oficina de Tambor de Crioula São Miguel do Gostoso RN 11.700,00 Rodrigo da Costa Rego Leitura Também é Cultura Luís Gomes RN 10.807,00 Rodrigo Félix da Silva Criando uma Nova História Santo Antônio RN 13.000,00 Rômulo Granjeiro de Souza II Festival Encanto de Música Popular Encanto RN 10.200,00 Sandra Medeiros da Silva Arte na Terra Umarizal RN 5.950,00 Santo Tito Cláudio Paiva Moreira Sons do Potengi São Paulo do Potengi RN 10.748,50 Tárcio Luiz da Silva Violão Educativo Barcelona RN 9.350,00 Thábatha Hanna de Medeiros Fazendo Arte: Teatro Itinerante Caicó RN 9.830,00 Thalles Anderson Belarmino de Andrade Boi de Reis Ruy Barbosa RN 8.250,00 Therezinha Tessele Galles Flauta Cabocla João Câmara RN 5.800,00 Walison Bruno de Araújo Encantando a Comunidade: uma Forma de Trabalhar Conceitos São Paulo do Potengi RN 10.807,53 Sociais a partir da Musicalidade

Wellington de Souza Marques Oficinas de Capoeira Lajes RN 9.970,00 Wescley José da Gama Curso Gratuito de Violão e Manutenção da Orquestra de Violões Currais Novos RN 9.971,50 do Seridó

Wigna Medeiros da Nóbrega Arte Cidadania: uma Construção Social Ipueira RN 12.000,00 Williams Vicente da Silva Mossoró Audiovisual Mossoró RN 13.442,10 Adejania dos Santos Nunes Oficina de Bordados Nossa Senhora Aparecida SE 12.800,00 Ademilson Marcos dos Santos Esculpindo Talentos Nossa Senhora das Dores SE 10.908,50 Anderson Dionísio Santos Capoeira Molas de Itabaiana Itabaiana SE 10.500,65 Associação Cultural Raízes Nordestinas - ACRANE Virxe! Deu Shakespeare na Caatinga - Formação e Qualificação Poço Redondo SE 11.910,00 para o Teatro

Associação de Moradores e Amigos do Povoado Mangueira Quadrilha Junina Levanta a Saia do Povoado Mangueira Itabaiana SE 10.680,00 Associação de Proteção Comunitária Sítio Alto O Sítio É Alto, Mas a Dança É de Roda Simão Dias SE 12.002,00 Associação Lagartense de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros - Na Roça Também se Faz Cultura e Cidadania Lagarto SE 10.700,00 Associação Musical e Social de Riachão do Dantas Recuperação da Filarmônica N.S. do Amparo, Escola de Música Riachão do Dantas SE 13.800,00 Associação Musical Filarmônica Maestro João Alves de Oliveira Associação Musical Filarmônica Maestro João Alves de Oliveira Carira SE 10.862,00 Ass.para Promoção e Desenvolvimento para Com. De Cedro de S.João Formação da 1ª Banda de Percussão do Munic. de Cedro de S.João Cedro de São João SE 13.090,00

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Ação Microprojetos Mais Cultura no Semiárido Brasileiro

PROJETOS SELECIONADOS

Nome / Razão Social Título / Projeto Município UF Valor(R$)

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Bruno Santana Pereira Pesquisa Folclore Serrano Itabaiana SE 10.005,00 Instituto Simãodiense de Juventude - ISAJE Jovens Atores Simão Dias SE 11.486,25 Ivelizze Martins de Vasconcelos Ciranda, Cirandinha... Lagarto SE 13.553,25 João Batista de Jesus Espaço da música - Solte sua Voz Feira Nova SE 12.500,00 João Paulo de Jesus Gois A Revoada da Asa Branca Simão Dias SE 12.784,00 José de Lira Raimundo Encourados do Sertão Nossa Senhora da Glória SE 13.800,00 José Ricardo Nascimento da Silva Dança, Cultura e Arte Frei Paulo SE 10.499,00 Juliete dos Santos História em Migalhas: a TVE do Colégio Estadual Cicero Bezerra Nossa Senhora da Glória SE 12.113,80 Resgatando a História da Sociedade Gloriense

Karla Marcelina de Jesus Brasida O Resgate de uma Tradição Telha SE 1.844,15 Lucas Fontes Lima Gravando Ideias Areia Branca SE 10.119,10 Maria Aparecida de Souza Santos Revivendo a Nossa História em Quadrinhos Nossa Senhora da Glória SE 11.051,71 Maria da Conceição Souza de Oliveira Criando e Recriando Com Arte Gararu SE 11.500,00 Meiriane Albuquerque Melo Arte Viva Gararu SE 4.230,00 Paula Vieira Santos Valorizando e Transformando o Conhecimento Telha SE 882,00 Paulo Roberto Mesquita Andrade Júnior Paulo Roberto Mesquita Andrade Junior Canindé de São Francisco SE 10.930,00 Raimundo Vieira Farias Sobrinho Raimundo Vieira Farias Sobrinho Amparo de São Francisco SE 9.990,00 Renato Carvalho Alexandre Talentos Daqui Pedra Mole SE 12.730,00 Roberto Dantas de Almeida Toques Juvenis Tobias Barreto SE 10.092,00 Robson Santana dos Santos Pintando o Folclore de Moita Bonita Moita Bonita SE 9.613,00 Romário da Silva Andrade Romário da Silva Andrade Nossa Senhora da Glória SE 6.002,60 Sergio de Oliveira Dantas Cultura da Mandioca: Cultivando Vidas Nossa Senhora das Dores SE 9.460,00 Sergio Santos Teles Bonecas de Pano Nossa Senhora das Dores SE 10.360,00 Sociedade Filarmônica Pe. Manoel Araújo Músicos do Futuro Ribeirópolis SE 12.900,00 Vinicius Fontes Silva Fotocidadania - Despertando um Novo Olhar! Canindé de São Francisco SE 13.280,00 Weverton Santos de Matos A Paixão de Cristo Canhoba SE 3.250,00 Zenaide Santos O Auto da Feira São Miguel do Aleixo SE 10.580,00

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AGRAdECiMENTOS

- Secretaria Executiva de Cultura do Estado de Alagoas- Secretaria da Cultura e Turismo do Estado da Bahia- Secretaria da Cultura do Estado do Ceará - Secretaria Estadual da Cultura do Espírito Santo- Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão - Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais- Secretaria de Educação e Cultura da Paraíba- Secretaria de Educação e Cultura de Pernambuco/ Fundarpe - Secretaria da Educação e Cultura do Piauí- Secretaria de Estado da Educação e da Cultura do Rio Grande do Norte - Secretaria de Estado da Cultura de Sergipe- Fundação Casa de Rui Barbosa – Lia Calabre- Anima.Cult - Criatividade e Desenvolvimento- Ponto de Cultura Boca no Trombone- Cleide Soares da Arca das Letras do Ministério do Desenvolvimento Agrário- Pacto pelas crianças e adolescentes do Semiárido - UNICEF- Às Prefeituras Municipais do Semiárido brasileiro- As rádios comunitárias que contribuíram para a divulgação da ação- A todos os artistas, produtores culturais e Organizações não Governamentais que participaram direta ou indiretamente desta ação

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ExPEdiENTE Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da CulturaJuca Ferreira

Secretário ExecutivoAlfredo Manevy Secretária de Articulação InstitucionalSilvana Meireles

Presidente da Fundação Nacional de Artes Sérgio Mamberti

Secretário do AudiovisualNewton Cannito

Secretário de Cidadania CulturalTT Catalão

Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura Henilton Menezes

Secretário da Identidade e da Diversidade Cultural Américo Córdula

Secretário de Políticas Culturais José Luiz Herencia

Presidente da Agência Nacional do Cinema Manoel Rangel

Presidente da Fundação Biblioteca Nacional Muniz Sodré

Presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa José Almino de Alencar

Presidente da Fundação Cultural Palmares Zulu Araújo

Presidente do Instituto Brasileiro de Museus José do Nascimento Júnior

Presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Luiz Fernando de Almeida

Esta publicação refere-se a ação Microprojetos Mais Cultura para o Semiárido, realizada por meio do Termo de Parceria nº 00007/2009, publicado no DOU em 14/05/09, na página 12, seção 3.

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FuNARTE

Presidente Sérgio Mamberti

Direção Executiva Myriam Lewin

Coordenação Geral de Planejamento e Administração/Funarte Anagilsa Franco

Coordenação da Assessoria Especial da Presidência e Projeto Mais Cultura/Funarte Xico Chaves (Francisco de Assis Chaves Bastos)

Sub-coordenação de projeto /AESP/Funarte José Maurício Moreira

Representante Regional da Funarte/Nordeste Jorge Clésio

Representante Regional da Funarte/MG e apoio técnico Mirian Lott

Representante Regional da Funarte/DF e apoio técnico Maria Celeste Mascarenhas Queiroz

Auditor Interno/Funarte Reynaldo Veríssimo

Procurador Jurídico/Funarte Miguel Lobato

Coordenação Financeira da Funarte Abimael Corrêa

Coordenação da Divisão de Planejamento da Funarte Maria Eva da Silva

Assistente técnico/Funarte Ivan Pascarelli

Assistente ténica/Funarte Maura Torres de Carvalho

Assistente técnica/Funarte Marcia Barcelos Bello

Assistente de comunicação Funarte/INEC/Microprojetos Laura Proto

Assistente técnica/Funarte/INEC/Microprojetos Luciana Flores Gomes

Assistente técnica/Funarte/INEC/Microprojetos Maria Cecília Matos

Assistente técnica/Funarte/INEC/Microprojetos Juliana Santos

Assistente técnica/Funarte/INEC/Microprojetos Fabíola Matos Igino

SECRETARIA DE ARTICuLAÇÃO INSTITuCIONAL

Secretária e Coordenadora ExecutivaSilvana Meireles

Diretor de Programas IntegradosVinícius Palmeira

Coordenadora Geral de AçõesMônica Monteiro

Coordenadora de Territorialização / Ação MicroprojetosSelma Santiago

Assistente TécnicaSimone Colen

SecretáriaVanessa Teixeira

Assessoria de ComunicaçãoTatiana SottiliRafael ElyDjenane ArraesCassiano SampaioLeonardo MenezesMarcos Monteiro

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ANIMAConsultores Claudia LeitãoLuiz Antonio GouveiaLuciana Guilherme

Coordenação Executiva Glicia Gadelha

Supervisão Técnica Cristina do Vale

Produtora Lilia Alves

Secretária Lucivanda Vieira

Pesquisadores Ivy Ariane Teixeira RafaelCicera BarbosaKally DamascenoEvandro MagalhãesKarla Torquato

PRIMEIRO PLANOEdição Vera Rotta Maria José Hesseine Coelho Leonardo Mourão (edição de textos)

Textos Vera Rotta Fernando Rotta Weigert

Edição de Fotografia Paulino Menezes

Projeto Gráfico e Diagramação Maria José Hesseine Coelho Cristiane Cardoso

Secretária Lilian Franz Younes

Fotos Paulino Menezes

Revisão Cláudia Regina Pinheiro Pires

BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A.PresidenteRoberto SmithDiretoresJoão Emilio GazzanaJosé Sydrião de Alencar JúniorLuiz Carlos Everton de FariasOswaldo Serrano de OliveiraPaulo Sergio Rebolcas FerraroStélio Gama Lyra JúniorChefe do Gabinete da PresidênciaRobério GressAssessor Especial para a Área de Comunicação e CulturaPaulo MotaGerente do Ambiente de Comunicação SocialMauricio LimaGerente do Ambiente de Gestão da CulturaTibico Brasil

INSTITuTO NORDESTE CIDADANIA – INECDiretora PresidenteCássia Regina Xavier de AndradeDiretor CulturalTibico BrasilDiretora Administrativa-FinanceiraHelda Kelly dos Santos PereiraGerente Administrativa-FinanceiraLuciana Félix da SilvaCoordenador GeralLênin Carlos RodriguesEquipe TécnicaLília Mara Barbosa BessaFabiana Bernarda de Souza CostaAdriana Rodrigues de FreitasRogério Paulo da SilvaAuxiliares de Eventos CulturaisJosé Magno Pinto CavalcanteAriane Busato SimonCésar Antonio MartinDiego Soares RebouçasAna Carolina Lima SalesAna Karolina Pamplona CavalcanteCassandra Fortes FerreiraMarília Halina Girão FariasAdriana Costa Moura da RochaViviane Saraiva dos Santos

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Créditos das imagens

Pag 9 – Detalhe artefatos de teatro do Grupo Garajal, Maracanaú (CE) – Paulino MenezesPag 18 – Grupo de Caroço – gleba do Barro Duro, Tutóia (MA) – Vera RottaPag 19 – Arquivo Renato MagalhãesPag 20 - Detalhe artefatos de teatro do Grupo Garajal – Maracanaú (CE) – Paulino MenezesPag 21 – São José do Belmonte (PE) – Paulino MenezesPag 23 – Detalhe confecção das bonecas de pano, Crato (CE) – Paulino MenezesPag 25 – Cine na Roça, Lagarto (SE) – Paulino MenezesPag 26 - Gleba do Barro Duro, Tutóia (MA) – Paulino MenezesPag 29 – Detalhe de altar no interior de Lagarto (SE) - Paulino MenezesPag 30 – Grupo de Caroço, gleba do Barro Duro, Tutóia (MA) – Paulino MenezesPag 31 – Cavalgada, São José do Belmonte (PE) – Arquivo Renato MagalhãesPag 33 – Grupo de Caroço, gleba do Barro Duro, Tutóia (MA) – Paulino MenezesPag 34 – Sede do grupo Uirapuru, Cascavel (CE) – Paulino MenezesPag 35 – de cima para baixo, da esquerda para a direita - Detalhe da feira de Picos (PI) – Vera Rotta - Detalhe de casa em Olinda (PE) – Vera Rotta - Mercado de Picos (PI) – Vera Rotta - Sertão de Pernambuco – Vera Rotta - Detalhe feira de Caruaru (PE) – Vera Rotta - Rendeira de labirinto – Touros (RN) – Vera Rotta - Quintal Cultural, Maceió (AL) – Arquivo Quintal Cultural - Detalhe casa em Olinda (PE) – Vera Rotta - Detalhe, Olinda (PE) – Vera Rotta - São José do Belmonte (PE) – Paulino MenezesPag 36 – de cima para baixo - Quintal Cultural, Maceió (AL) – Arquivo Quintal Cultural - Gleba do Barro Duro, Tutóia (MA) – Vera Rotta - Comunidade do Amarelão, João Câmara (RN) – Vera Rotta

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Pag 37 – Vitória da Conquista (BA) – Paulino MenezesPags 38 a 43 – Orquestra de Barro Uirapuru, Cascavel (CE) – Paulino MenezesPags 44 a 51 – Grupo Garajal, Maracanaú (CE) - Pags 44, 45, 47, 50 e 51 – Paulino Menezes - Pag 46, 48 e 49 – arquivo Grupo GarajalPags 52 a 57 – Grupo de Caroço Arco Iris do Amor, Tutóia (MA) – Paulino MenezesPags 58 a 61 – Bonecas de Pano, Crato (CE) – Paulino MenezesPags 62 a 65 – Elis Marina, Pimenta de Cheiro, Picos (PI) – Paulino MenezesPags 66 a 69 – Tambor de Criola, São Miguel do Gostoso (RN) – Paulino MenezesPags 70 a 73 – Flauta Cabocla, João Câmara (RN) – Paulino MenezesPags 74 a 77 – Cultura no Presídio, Campina Grande (PB) – Paulino MenezesPags 78 a 83- Cavaleiros do Sertão, São José do Belmonte (PE) - pags 78, 79 e 81– Arquivo Renato Magalhães - pags 80, 82 e 83 – Paulino MenezesPags 84 a 89 – Quintal Cultural, Maceió (AL) – Paulino MenezesPags 90 a 95 – Oficina de Máscaras da Comunidade do Lixão, Bezerros (PE) – Paulino MenezesPags 96 a 99 – Cine na Roça, Lagartos (SE) – Paulino MenezesPags 100 a 105 – Hip Hop nas Ruas, Vitória da Conquista (BA) - Paulino MenezesPags 106 a 109 – Re-criando, Regência, Linhares (ES) - Paulino Menezes Pags 110 a 113 – Estação da Memória, Araçuaí (MG) - Paulino Menezes Pag 114 – Feira de Caruaru, Caruaru (PE) – Vera RottaPag 116 – Interior de Lagartos (SE) – Paulino MenezesPag 117 – São José do Belmonte – Paulino Menezes Pag 118 – Interior município de Touros (RN) - Paulino MenezesPag 119 – Rua do Sol Nascente, Maceió (AL) – Paulino MenezesPag 120 – Barro Duro, Cascavel (CE) – Paulino MenezesPag 122 – Arquivo Renato MagalhãesPag 123 – São Miguel do Gostoso (RN) – Paulino MenezesPag 140 – Tutóia (MA) – Paulino Menezes

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Esta publicação utiliza as famílias tipográficas Casablanca Antique e Garamond. Foi impressa nos papéis Couché matte 230g [capa] e couché matte 115g [miolo].