cultura celular

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Cultura de Células Discente: Maysa Yzabety da Silva Caldas Orientador: Maria Rosa Quaresma

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Manual de cultivo celular

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Page 1: Cultura Celular

Cultura de Células

Discente: Maysa Yzabety da Silva CaldasOrientador: Maria Rosa Quaresma Bonfim

Page 2: Cultura Celular

O que é cultura celular?

É o processo pelo qual células são mantidas

vivas e em crescimento fora de seu tecido

original em condições controladas.

Conjunto de técnicas que permite cultivar

ou manter células isoladas fora do

organismo onde existem, mantendo as

características próprias.

Page 3: Cultura Celular

Como aplicar a cultura de células?

Page 4: Cultura Celular

Breve histórico da cultura de células

O cultivo de células se iniciou no princípio do século XX com

Harrison, em 1907, e Carrel, em 1912.

Em 1912, Alexis Carrel, utilizando informações obtidas nas

observações de Harrison, desenvolveu um modelo a partir de células

cardíacas de embrião de galinha para o cultivo. Seus experimentos

foram muito importantes, pois com Carrel descobriu-se a

necessidade da troca de fonte de nutrientes contidos nos frascos.

Page 5: Cultura Celular

Em 1951, George Gey cultivou células de tecido tumoral humano estabelecendo a linhagem HeLa, utilizada até hoje em todo o mundo.

O avanço na cultura de células ocorreu, em grande parte, por intermédio dos experimentos de Hayflick e Moorhead, em 1961, considerados clássicos, nos quais eles utilizaram células de vida finita.

Em 1962, Nakamura e colaboradores, no Japão, estabeleceram a linhagem VERO, oriunda de rim de macaco-verde africano (Cercopithecus aethiops). Essa célula é uma das poucas, na atualidade, aprovadas para uso em produção de vacinas.

Breve histórico da cultura de células

Page 6: Cultura Celular

Tipos de cultura

Page 7: Cultura Celular

Cultura primária

Uma cultura primária é estabelecida a partir do crescimento de

células oriundas de um fragmento de tecido obtido por

desagregação mecânica ou enzimática. As células que

conseguirem sobreviver ao processo de desagregação e aderirem à

garrafa formarão a primeira monocamada de células daquele

tecido. Essas células possuem as características do tecido de

origem, podem crescer em cultura por um determinado período de

tempo e são denominadas células primárias.

Page 8: Cultura Celular

Cultura secundária

Células derivadas de culturas primárias que estão sendo

cultivadas in vitro por algum tempo, mas não sofreram

transformação. Podem sofrer senescência.

Page 9: Cultura Celular

Linhagem celular estabelecida

Células que ainda não perderam as características do tecido de

origem, mas possuem alta proliferação. São muito utilizadas em

pesquisas, pois podem ser mantidas em cultura por um grande

período de tempo (quando comparado às células primárias) e

ainda guarda grande parte das características do tecido original.

Page 10: Cultura Celular

Linhagem celular transformada

No momento em que as características genéticas das células são

modificadas, elas deixam de ser semelhantes morfológica e

geneticamente ao tecido original e são então chamadas células

transformadas. Tais células podem ser transformadas em cultura

utilizando-se substâncias químicas, vírus, etc.

Page 11: Cultura Celular

Células aderentes e células não aderentes

As células aderentes são oriundas de tecidos duros e, por isso, são dependentes de ancoragem, ou seja, necessitam de adesão a uma superfície de contato para que possam iniciar a sua proliferação. Para as células aderentes, as garrafas de cultura devem possuir uma carga negativa.

As células não aderentes podem ser cultivadas em suspensão no meio e são derivadas de tecidos que não necessitam de ancoragem para proliferar e sobreviver. Essa capacidade está restrita às células hematopoiéticas, às linhagens transformadas ou às células de tecido tumoral.

Page 12: Cultura Celular
Page 13: Cultura Celular

Biossegurança

Page 14: Cultura Celular

Biossegurança

Biossegurança (biosafety): utilização

de princípios de contenção,

tecnologias e práticas que são

implementadas para prevenir a

exposição involuntária a agentes

patogênicos e toxinas, ou a sua

liberação acidental.

Page 15: Cultura Celular

Além do risco biológico, um laboratório de cultivo celular possui

os riscos:

Químicos . líquidos combustíveis, corantes tóxicos (azul de

Tripan, MTT, bis-benzimida), gases tóxicos;

Físicos . calor, radiação, vibração e frio.

Page 16: Cultura Celular

Luvas

Gorro

Máscara

Jaleco

Sapato fechado

Realizar antissepsia das mãos com álcool 70%

Barreiras de contenção no trabalho em cultura de células

Page 17: Cultura Celular

Infraestrutura laboratorial

Page 18: Cultura Celular

A organização de um laboratório voltado à pesquisa com células depende da sua finalidade e do número de pessoas que nele vão trabalhar. De maneira geral, o laboratório necessita dos seguintes espaços:

Área para lavagem e esterilização;

Área para preparo de meios;

Área para incubação e observação das culturas,

Área para manipulação asséptica das culturas.

Page 19: Cultura Celular

Equipamentos

Fluxo Laminar Estufas de CO2 Estufa de secagem Autoclave Microscópio invertido Centrífuga Banho-maria Freezer -80ºC Container com Nitrogênio

Page 20: Cultura Celular
Page 21: Cultura Celular

Limpeza, desinfecção e esterilização

A superfície da área de trabalho deve sempre ser limpa, utilizando-

se álcool a 70% , uma vez por dia ou após cada atividade;

A água sanitária comercial (2% a 5% de cloro) é, também, um bom

desinfetante quando diluída de 5 a 10 vezes,

O fluxo de ar, assim como a lâmpada de ultravioleta devem ser

ligados trinta minutos antes do uso.

Page 22: Cultura Celular

Controle microbiológico de ambientes e processos

As técnicas assépticas reduzem a probabilidade de infecção;

A necessidade de manutenção da assepsia inclui uma série de procedimentos;

As culturas, assim como todos os resíduos da manipulação, devem ser descontaminadas, antes do descarte, em autoclave durante uma hora a 121°C,

O laboratório deve possuir um programa rotineiro adequado de controle de insetos e roedores.

Page 23: Cultura Celular

Técnicas e conceitos para cultivo celular

Page 24: Cultura Celular

Lavagem e preparo do material para cultura de células

A vidraria utilizada para cultura de células deve ser exclusiva e processada

separadamente das demais;

Frascos muitos sujos, com resíduos aderidos, devem ser lavados com solução

sulfocrômica;

A esterilização da vidraria em geral é realizada por autoclavação sob pressão

a 121°C por 20 minutos,

A secagem do material deve ocorrer em estufa de secagem a 120°C, por

aproximadamente 6 horas.

Page 25: Cultura Celular

Manutenção das culturas

Propagação Para manter as células em

cultura é necessário utilizar

técnicas básicas que evitem

a morte celular dentro da

garrafa de cultivo.

O processo de renovação de

células de uma garrafa para

outra é chamado passagem.

Page 26: Cultura Celular

Para as células não aderentes, o procedimento de passagem se assemelha a uma diluição e basta retirar células da garrafa de cultivo, adicionando novo meio ao seu lugar;

As células aderentes possuem um método específico para efetuar a sua passagem, por se encontrarem aderidas ao fundo da garrafa de cultivo ( uso da Tripsina),

A dissociação de tecidos envolve a dissociação da matriz.

Page 27: Cultura Celular

Congelamento

Manter células congeladas significa atrasar, em anos, quaisquer alterações que poderiam ocorrer quando em cultura. Tais alterações são dispensáveis para os laboratórios de cultura de células e os grandes bancos mundiais fornecedores de linhagens,

O procedimento mais utilizado no congelamento celular é o lento.

Page 28: Cultura Celular

Descongelamento

O descongelamento geralmente ocorre de forma rápida. Simplesmente retira-se a ampola do tanque de nitrogênio líquido e coloca-se ela em água a 37 ºC imediatamente,

Os procedimentos de congelamento e descongelamento são os mesmos para as células aderentes e para as não aderentes

Page 29: Cultura Celular

Quantificação celular

Existem duas maneiras de se quantificar

células em cultura. Na forma direta ,

conta-se diretamente o número de células

presente na garrafa de cultivo; a forma

indireta é feita por meio da quantificação

de determinadas estruturas celulares,

como proteínas, ou pela medição do

metabolismo celular.

Page 30: Cultura Celular

Viabilidade celular

Exclusão por Azul de Tripan

Page 31: Cultura Celular

Conceitos básicos e controle da qualidade de cultivos celulares

Page 32: Cultura Celular

Cariotipagem

O método de cariotipagem é um exame citogenético que verifica o estado do cariótipo das células. Sua análise é feita por meio de várias colorações que evidenciam partes dos cromossomos,

Para a cariotipagem, é necessária a interrupção da proliferação celular das células em cultivo no momento da metáfase utilizando-se a colchicina.

Page 33: Cultura Celular

Análise de isoenzimas

Para utilizar isoenzimas como forma de identificação celular, deve- se obter um perfil enzimático chamado zimograma, no qual as enzimas correm em um gel de eletroforese e seu perfil de corrida é avaliado por técnicas histoquímicas

Page 34: Cultura Celular

DNA fingerprinting

É a principal ferramenta utilizada para a identificação exata e precisa de determinada linhagem celular. É uma técnica muito utilizada para detectar a contaminação cruzada entre duas células em cultura.

Page 35: Cultura Celular

Ciclo celular e fases de crescimento celular

Page 36: Cultura Celular

Ciclo celular

A análise do ciclo celular é o

primeiro passo para a compreensão

das vias de ativação e proliferação

das células, sendo necessário o

conhecimento das fases do ciclo

celular.

Page 37: Cultura Celular

Fases do crescimento celular

Fase lag: Período de adaptação no qual não ocorre proliferação após adição das células ao meio de cultivo.

Fase log: Fase logarítmica ou exponencial, período no qual a multiplicação celular é máxima e constante.

Fase estacionária ou plateau: A velocidade de crescimento diminui, o número de morte celular tende a ser equivalente ao número de células novas, e a atividade metabólica decresce.

Fase de declínio ou morte celular: Há redução drástica do número de células e o número de células mortas excede o de células novas.

Page 38: Cultura Celular
Page 39: Cultura Celular

Principais agentes contaminantes em cultura de células

Page 40: Cultura Celular

Contaminação bacteriana

As bactérias são organismos procariontes com capacidade de

proliferação muito rápida e que, na maioria das vezes, conseguem

crescer em qualquer condição.

Page 41: Cultura Celular

Contaminação por micoplasmas

Micoplasmas são contaminantes comuns de culturas de células,

microorganismos procariotos desprovidos de parede celular que

possuem uma membrana lipídica em bicamadas.

Para detectar micoplasmas, pode-se utilizar o teste de coloração

fluorescente Hoescht 33258, que cora DNA.

Page 42: Cultura Celular

Contaminação por leveduras

Leveduras são fungos unicelulares muito comuns em cultura.

Caracterizam-se por serem menores do que as células animais.

Multiplicam-se principalmente por brotamento.

Page 43: Cultura Celular

Meios de cultura e soluções utilizadas em

cultivos celulares

Page 44: Cultura Celular

Conjunto de fatores capazes de reproduzir um microambiente capaz de simular as condições fisiológicas de um organismo multicelular em seu âmbito tridimensional, o que nos permite o cultivo de células; A escolha do meio de cultivo depende do tipo celular a ser cultivado.

Page 45: Cultura Celular
Page 46: Cultura Celular

Controle da qualidade da água e reagentes

Para evitar contaminação por compostos orgânicos voláteis, que

permanecem após a destilação e que inibem o crescimento das

culturas, deve-se utilizar água classificada como ultrapura, que

consiste num sistema de purificação por filtração com carvão

ativo, colunas de troca iônica e filtros de acetato de celulose.

Page 47: Cultura Celular

Soro fetal

Apesar da sua constituição química, os meios de cultivo são

usualmente suplementados com 5% a 20% de soro, pois as células

em cultura também necessitam de fatores de crescimento,

hormônios, proteínas e peptídeos, nucleosídeos, lipídeos e

inibidores que podem ser supridos por esse fluido animal.

Page 48: Cultura Celular

Sistema de filtração

Para substâncias orgânicas que não resistem ao processo de

esterilização por autoclave, convém dispor-se de dispositivo para

filtração por membranas.

Assim, utiliza-se o processo de filtração, que consiste na

passagem de líquido por membrana filtrante com pequenos poros

que impedem a passagem de microrganismos.

Page 49: Cultura Celular

Vantagens do cultivo de células in vitro

Estudo do comportamento da células em condições controladas - sem a influência animal.

Obtenção de células com boa homogeneidade e bem caracterizadas;

Reprodutibilidade dos experimentos

Redução do uso de animais

Exposição a fármacos em concentrações definidas (farmacocinética)

Economia de animais, reagentes, tempo, etc.

Possibilidade de não realizar experimentos em seres humanos

Page 50: Cultura Celular

Limitações do cultivo celular in vitro

Mão de obra especializada e requer ambiente controlado.

Uso de produtos de origem animal – instabilidade dos lotes.

Custo elevado

Custo do esforço e material (baixa quantidade de células produzidas para o

material e esforço gasto);

Perda de características fenotípicas;

Necessidade do uso de marcadores devido à perda de características

fenotípicas;

Instabilidade genética

Instabilidade das células (sobretudo em linhagens celulares imortais).

Page 51: Cultura Celular

Referencias bibliográficas MANUTENÇÃO de linhagens de células animais. In: FUNDAÇÃO

OSWALDO CRUZ. Manual da qualidade. Rio de Janeiro: INCQS/Fiocruz, 2008.

PERES, C. M.; CURI, R. Como cultivar células. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 283 p.

FRESHNEY, R. I. Culture of Animal Cells: A Manual of Basic Technique. 4. ed. Nova York: Wiley-Liss, 1994. 397 p.

VREMEULEN, K. The Cell Cycle: A Review of Regulation, Deregulation and Therapeutic Targents in Cancer. Cell Proliferation, n. 36, p. 131-149, 2003.

MORAES, A. M.; AUGUSTO, E. F. P.; CASTILHO, L. R. Tecnologia do cultivo de células animais: de biofármacos à terapia gênica. São Paulo: Rocca, 2007. 503 p.