cuidados às pessoas aco +etidas pela neuroartropatia de

21
Cuidados às pessoas acoīetidas pela Neuroartropatia de Charcot ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Upload: others

Post on 06-Feb-2022

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Cuidados às pessoas aco etidaspela Neuroartropatia

de CharcotORIENTAÇÕES PARA

PROFISSIONAIS DE SAÚDE

GPET- Grupo de Pesquisa em Estomaterapia: estomas, feridas agudas ecrônicas e incontinências urinária e anal

Avenida Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 9 – , Cerqueira CésarCep: - - São Paulo, SP. Brasil

Telefone: 6 -8878

Associaç o Brasileira de Estomaterapia - SOBEST Rua Antonio de Godoi , sala , República.

Cep: Sao Paulo, SP. Brasil. Telefone: 8 6 9

Esta obra é licenciada sob atribuiç o CC BY-NC-ND, sendo permitido download e o compartilhamentodesde que mencionada fonte, mas sem alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.

SÃO PAULO

NOVEMBRO DE 2020

D

i

a

M

u

n

d

i

a

l

d

o

D

i

a

b

e

t

e

s

https://doi.org/ . 886/ManualcuidadosNC_enf

R E V I S O R A SM O N I C A A N T A R G A M B AR O S E A N N E M O N T A R G I L R O C H A

G r u p o d e P e s q u i s a e m E s t o m a t e r a p i a : e s t o m a s , f e r i d a s a g u d a s ec r ô n i c a s e i n c o n t i n ê n c i a s u r i n á r i a e a n a l - G P E T

A U T O R A SM A R I A N A A L V E S B A N D E I R A

T A L I T A D O S S A N T O S R O S AP A U L A C R I S T I N A N O G U E I R A

V E R A L Ú C I A C O N C E I Ç Ã O D E G O U V E I A S A N T O S

P R O J E T O G R Á F I C O EI L U S T R A Ç Õ E ST A L I T A D O S S A N T O S R O S AD e s i g n e d V e t o r e s b y F r e e p i k ® e B i o r e n d e r ®

A s s o c i a ç ã o B r a s i l e i r a d e E s t o m a t e r a p i a - S O B E S T

E s c o l a d e E n f e r m a g e m d a U n i v e r s i d a d e d e S ã o P a u l o - E E U S P

D

i

a

M

u

n

d

i

a

l

d

o

D

i

a

b

e

t

e

s

R E A L I Z A Ç Ã O

APOIO

P r o g r a m a d e P ó s - g r a d u a ç ã o e mE n f e r m a g e m n a S a ú d e d o A d u l t o

Nesta era da tecnologia e com as facilidades da comunicação digital, que proporcionacomodidade principalmente para as pessoas que vivem nas grandes metr poles, vivemos umaepidemia silenciosa chamada Diabetes Mellitus DM . O alarmante crescimento dessa doençaest relacionado obesidade, ao estilo de vida, ao aumento da taxa de urbanização, a maiorsobrevida das pessoas com a doença e ao envelhecimento populacional - .

As doenças secund rias ao DM são consequentes do mau controle metab lico edesenvolvem-se gradualmente , 6 . As complicaç es microvasculares e macrovascularespodem afetar diferentes sistemas corporais, resultando em danos graves e irreversíveis , , 7 .Dentre essas complicaç es, considerada como uma das mais graves, destacam-se as alteraç esnos pés, 8 , que afetam entre a 6 milh es de pessoas em todo o mundo .

A síndrome do pé diabético tem a hiperglicemia cr nica, a neuropatia periférica diabéticaNPD , as deformidades, a doença arterial periférica DAP e as alteraç es podais como causas

centrais de seu desenvolvimento 8, 9 . A combinação dessas alteraç es e a progressivaevolução resultam em complicaç es como ulceraç es, infecç es e as temidas amputaç es 9

. Considerando-se o mau progn stico desses pacientes, a taxa de mortalidade é de até %,no caso das úlceras neurop ticas e de % nas úlceras com comprometimento isqu mico, emcinco anos. Essa taxa de mortalidade é preocupante, uma vez que atinge níveis superiores dealguns tipos comuns de c ncer, devendo ser encarada como um grave sinal de alerta . Por ser respons vel por uma consider vel preval ncia de amputaç es, outra importantecomplicação a ser reconhecida é a Neuroartropatia de Charcot NC - , doença poucodiscutida e, muitas vezes, sequer reconhecida pelos profissionais de saúde. Secund ria neuropatia periférica grave, é uma condição devastadora e incapacitante 9, 6- . A realizaçãodo diagn stico precoce da NC é negligenciada em grande parte dos casos e a apresentação dossinais de alerta na fase inflamat ria passam despercebidos , .

Frequentemente, o enfermeiro depara-se com essa condição e, como especialista, possuium importante papel na tomada de decis es e de condutas. Para tanto, o reconhecimento e aatuação imediata são as principais chaves para o sucesso no tratamento e somente a açãoimediata pode prevenir os danos mais graves, como as amputaç es 7, 9, , 7, - 7 .

Atendendo necessidade de atualização científica dos enfermeiros sobre a Neuroartropatiade Charcot, o Grupo de Pesquisa em Estomaterapia: estomias, feridas agudas e cr nicas eincontin ncias urin ria e anal, da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo GPET-EEUSP , em parceria com a Associação Brasileira de Estomaterapia SOBEST , desenvolveram opresente manual visando a orientar os profissionais que atuam junto a essa população com DM.O presente manual foi elaborado a partir da dissertação de Mestrado intitulada: Incid ncia efatores de risco para amputação por neuroartropatia de Chacort em pacientes diabéticos: umacoorte retrospectiva, defendida em pela Mestre em Ci ncias, Mariana Alves Bandeira, soborientação da Profa. Dra. Vera Lucia de Conceição de Gouveia Santos pelo Programa de P s-graduação em Enfermagem na saúde do adulto da Escola de Enfermagem da USP. Juntamentecom o levantamento bibliogr fico de publicaç es recentes, diretrizes nacionais e internacionais,além da colaboração de especialistas na tem tica.

Aprese tação

Su ário

Conceito e Dados Epidemiológicos

Fisiopatologia do Processo deDesenvolvimento e Gravidade da Doença

Sistema de Classificação

Tratamento Conservador: o mais rápidopossível

Conclusão

Referências

6

7

12

13

18

19

D

i

a

M

u

n

d

i

a

l

d

o

D

i

a

b

e

t

e

s

Avaliação da Neuroartropatia de Charcot pelo Enfermeiro

9

A Neuroartropatia de Charcot NC é umacondição clínica neurotraum tica, inflamat riae não infecciosa dos pés e tornozelos, queconsiste em destruição progressiva edegenerativa dos ossos e articulaç es dos pésFoi inicialmente descrita por J.M Charcot, em

868, associada sífilis e, somente em 9 6,W.R Jordan a descreveu em paciente comDiabetes Mellitus DM 8, 9 .

Introdução

Neuropatia sensitivo-motora

Doença Arterial Periférica

Fatores predisponente ao desenvolvimento da NC:

Conceito e DadosEpidemiológicos

Injúria Renal

Ulceração nos pés

Retinopatia

Obesidade

Diabetes Mellitus - tipo 1

Hemoglobina Glicada elevada

Hipertensão arterial sistêmica

6

Refer ncias: , , , - 6

Úlcera devido alteraç o no pé decorrente NC,secundária ao DM. Imagens publicadas comautorizaç o.

Traumas repetidos e carga anormal

Pés insensíveisdecorrente da

neuropatia sensitiva

Alteraç o nospontos de press o

pela neuropatiamotora

Carga anormale força

aumentada

Estressebiomec nico

7

A NC pode apresentar-se em duas fases, aguda ativa e cr nica inativa , .Mesmo ap s décadas de sua relação com o DM, sua fisiopatologia ainda não é bemdefinida . Entretanto, h duas teorias mais aceitas, a neurotraum tica e aneurovascular. A combinação de ambas é considerada como o ciclo vicioso da NC

9 , como explicado, a seguir:

Em estudos epidemiol gicos mais recentes, a preval ncia de NC varia de , 7a 9,8% 8 . Estudos de incid ncia são mais escassos e antigos, além dedemonstrarem resultados distintos:

Incidência na Dinamarca:0,3% em 10 anos (39)

Incidência na China: 2,9% em 12 anos (40)

Incidência nos Estados Unidos: 8,5/ 1000 pessoas por ano(maior taxa observada) (41)

Essa diversidade de resultados acontece pela falta de clareza nos critérios de diagn sticoclínicos e radiol gicos , bem como diferentes metodologias empregadas.

Fisiopatologia do Processo deDesenvolvimento e Gravidade da Doença

Teoria Neurotraumática: Deslocamentos articulares,microfraturas e subluxaç o 9, 44 .

Refer ncias: , 9, ,

A teoria neurovascular sugere que a neuropatia auton mica é respons vel por um estadohipervascular causado pelos shunts arteriovenosos que são respons veis pelo aumento dofluxo sanguíneo no osso, em até 6 %, levando osteopenia, reabsorção ssea econsequente enfraquecimento sseo, que podem resultar em microfraturas espont neas 9,

, .

O processo agudo inicia-se e é caracterizadopor liberação de citocinas pr -inflamat rias,tais como fator de necrose tumoral ê einterleucina β, levando ao aumento daexpressão do receptor ativador polipeptídeo dofator nuclear kB e seu ligante RANKL a célulaslocais. O RANKL desencadeia a produção dofator nuclear kB e a maturação dososteoclastos. Frequentes fraturas e orecorrente processo inflamat rio levam reabsorção ssea contínua oste lise , um ciclovicioso 9, 6, .

Durante a fase aguda, observam-se os sinaisclínicos de inflamação e caso não hajaintervenção terap utica, o ciclo vicioso instala-se e a deformidade nos pés torna-se mais grave

, levando a quebra total e destruição dosossos e articulaç es dos pés 7 . Outros fatorestambém são discutidos atualmente, como, ahiperglicemia cr nica, que causaenfraquecimento nos ligamentos e tend es, e abaixa densidade ssea, principalmente no DMtipo 6 .

A resposta inflamat ria exacerbada na fase aguda da doença vincula-se associaçãoentre as duas teorias citadas .

Ostegenese

8

Teoria Neurovascular:

Shunts arteriovenoso

Artéria Veia

VenulaArteriola

Anastomose AV

Trauma

Osteopenia

RANKLNI -KB

TNF Interleucina 1

Maturação dos Osteoclastos

Osteólise contínua

Resposta inflamatória exacerbada:

Edema em MMII, que se estende até opé e ao redor das articulaçõesafetadas;

Ao avaliar os pés do paciente com DM, oenfermeiro deve atentar-se aos sinais de alerta

7- 9 :

9

Eritema

Presença de hiperceratose;Deformidades;Calçados em uso;Presença de claudicação intermitente;Infecções prévias e sintomas neuropático;Avaliação completa das úlceras, quandopresentes.

Avaliação da Neuroartropatia de Charcot pelo Enfermeiro

Aumento datemperatura do pé

( 2 C a mais emrelação ao outro pé);

Dor ouausência de

sensibilidade

Nota: Imagens disponíveis no banco gratuito do CANVA®

o

Ao encontrar qualquer paciente com DMsem neuropatia que apresente edema no pée aumento da temperatura, deve-sesuspeitar de NC até que se prove o contrária(50).

Pessoas com edema no pé, associado ounão à dor, com 40 anos ou mais, obesidadee neuropatia devem ser diagnosticadasinicialmente com NC, até a confirmaçãodefinitiva (47).

A diferença de temperatura entre os pés é um achado simples, sendo considerado umpar metro de avaliação utilizado mundialmente, barato, f cil e bom marcador clínico damanifestação do processo inflamat rio na fase aguda .

O diagn stico precoce da NC pode ser difícil e a apresentação dos sinais de edema eeritema podem ser negligenciados na fase inicial , , j que se confundem com outrascondiç es, como infecç es de pele celulite e erisipela , trombose venosa profunda, fratura,fascite plantar e osteomielite , 7 .

O enfermeiro apresenta um importante papel na avaliaç o do paciente, sendo o exameclínico dos pés em conjunto com o levantamento dos dados gerais de saúde, primordiais parao sucesso do tratamento :

Atenção:

Controle glicêmico Tempo de diabetes

Alterações cardíacas

Alterações oftalmológicas e renaisEstado nutricional

Medicamentos em uso

Histórico cirúrgico

A radiografia do pé pode ser normal,sofrendo alteraç es ap s tr s ou quatrosemanas; A resson ncia magnética é positiva j nafase inflamat ria; A tomografia computadorizada pode serrealizada quando h contra indicação deresson ncia.

Os exames de imagem são considerados comosuporte ao diagn stico clínico 9 :

O conhecimento da fisiopatologia e o exame físico são fundamentais, j que a falha nodiagn stico e a não instituição do tratamento na fase aguda conduzem a deformidades graves,com fraturas e degeneração dos ossos e articulaç es dos pés, além de morbidade significante

, .

Atenção: Não ignorar o método diagnósticomais importante: o exame físico (53).

Na fase crônica, a característica mais comum dadeformidade do pé é a degeneração do médio péarticulação tarsometat rsica . Embora seja a

deformidade cl ssica pelo formato rockerbottom , essa condição pode atingir outrasarticulaç es do ante pé e tornozelo, talonavicular,calcaneocub ide, metatarsofal ngicas einterfal ngicas, talocrual e calc neo 9, . Adaptado: Boulton AJM et al. Comprehensive foot examination

and risk assessment. Diabetes Care, v. , n. 8, 679-8 , 8

Refer ncias: , , 7, 9 . Imagem disponível no banco gratuito do CANVA®

0 INFLAMATÓRIA

IDESENVOLVIMENTO

ACHADOSRADIOLÓGICOS

ACHADOSCLÍNICOS TRATAMENTO

RADIOGRAFIA

NORMAL

EDEMA,

TEMPERATURA E

ERITEMA

MONITORIZAÇÃO,

DESCARGA DE PESO

E EDUCAÇÃO DO

PACIENTE

OSTEOPENIA,

FRAGMENTAÇÃO,

SUBLUXAÇÃO

ARTICULAR, OU

DESLOCAMENTO.

FROUXIDÃO

LIGAMENTAR

IICOALESCÊNCIA

IIIRECONSTRUÇÃO

GESSO DE CONTATO

TOTAL OU BOTA ATÉ A

RESOLUÇÃO

RADIOGRÁFICA

DA FRAGMENTAÇÃO E

TEMPERATURA

NORMAL (2 – 4 MESES)

ABSORÇÃO DE

DEBRIS, FUSÃO DE

FRAGMENTOS

LARGOS

DIMINUIÇÃO DOS

SINAIS DE EDEMA,

TEMPERATURA E

ERITEMA

OFFLOADING

CONSOLIDAÇÃO DA

DEFORMIDADE,

ARTROSE ARTICULAR,

ARREDONDAMENTO

DOS FRAGMENTOS

ÓSSEOS

AUSÊNCIA DOS

SINAIS

INFLAMATÓRIOS,

DEFORMIDADE

INSTALADA

SAPATOS

PERSONALIZADOS

COM HASTE RÍGIDA E

SOLA INFERIOR EM

BALANÇO. PÉ NÃO

ULCERADO OU

ULCERAÇÃO:

DESBRIDAMENTO,

CIRURGIA

ESTÁGIO

Sistema de Classificação: Ap s a confirmação do diagn stico da NC, utilizar um sistema de classificação é útilpara determinar sua fase, gravidade, localização e complexidade . A Classificaçãode Eichenholtz, que utiliza tr s est gios clínicos e radiol gicos de progressão, é amais utilizada 9, 8, 9, , . Uma vez realizada a avaliação completa dos pés ea classificação da NC, é importante identificar as deformidades e o consequenteaumento nos pontos de pressão e definir o tratamento .

Adaptado de: ROSENBAUM, A. J.; DIPRETA, J. A. Classifications in Brief: Eichenholtz Classification ofCharcot Arthropathy. Clinical Orthopaedics and Related Research, v. 7 , n. , p. 68– 7 , .

Classificação de Eichenholtz

O método de imobilização através do gesso decontato total GCT é aquele com maioresevid ncias, considerado o padrão ouro detratamento , , pois aumenta a superfície da

rea de contato sobre o pé, distribuindouniformemente a pressão 7, , 6 . O gesso nãoé indicado somente ao paciente com alteraç esradiol gicas, mas para os est gios iniciais quemostram a radiografia normal; o emprego dotratamento pode interromper o desenvolvimentoda doença e as deformidades nos pés .

Nessa fase, a base do tratamento consiste na imobilização para descarga de pesooffl oading com o objetivo de reduzir a rea de pressão no pé traumatizado; o offl oading

deve ser realizado o mais precoce e frequentemente possível 7, , 7 . A imobilização irproteger o pé de forças físicas que podem causar destruiç es sseas e articularespermanentes 9, 6, 7 .

Tratamento conservador: o mais rápido possível!

O tratamento da NC é dividido conforme suas fases: fase aguda e fase cr nica,9, .

2- Promover a resolução da faseinflamatória e reduzir o tempo de

tratamento;

3- Prevenir a recorrênciae futuros episódios.

1- Prevenir a progressão dadeformidade do pé.

Gesso de Contato Total (GCT):

Adaptado de: ROSSKOPF, A. B. et al. The Charcot foot: apictorial review. Insights into Imaging, v. , n. , p. – , 9.

Pé de Charcot Sem terapia

Offloading

Terapia com gesso de contato total:

Cuidados na Fase Aguda:

Inicialmente o GCT deve ser trocado a cada ou dias, depois semanalmente 9 . Importantesalientar que o paciente deve utilizar muletas oucadeira de rodas durante o tratamento, para evitardescarga de peso no lado afetado 6, 7, 6, 7 . O tempo total do tratamento ser determinadopela resolução clínica da NC, até que os sinais deedema e a temperatura do pé se igualem ao pécontralateral e a radiografia mostre evid ncias deconsolidação ssea. Esse período pode variar entre

e 8 semanas, em média 6, 9 .

Refer ncias: 6 , 6

Doença arterial periférica grave

Edema excessivo Úlcera infectada

Alguns pacientes apresentam dificuldades durante otratamento com o GCT relacionadas s comorbidades, comoobesidade e hipertensão postural; acuidade visual diminuídapela retinopatia; s alteraç es na propriocepção, quedificultam o uso de muletas, e dificuldade do uso de cadeirade rodas pela arquitetura da resid ncia não adaptada 6, 6 ,6 . Existem também as limitaç es por parte dos profissionaisque devem ser capacitados para a aplicaç o do GTC e dotempo de colocação de, pelo menos, minutos 6 .

O paciente em uso do GCT deve ser orientado a avaliar o gesso diariamente ecomunicar imediatamente qualquer problema estrutural como rachaduras, além decontrolar a glicemia e a temperatura corporal 8 , o pé deve ser avaliadocuidadosamente durante todo o tratamento 6 .

4

Por quanto tempo utilizar o GCT?

ou

MuletasCadeira de rodas

Contra indicações do GCT:

Dificuldades no uso do GCT:

Bota Imobilizadora Removível:

A bota imobilizadora removível é uma

alternativa de tratamento para profissionais

que não possuem conhecimento na

manipulação do GTC, pacientes com edema

importante ou infecção, além de menor custo

7 . O tempo de tratamento pode ser maior e

o paciente deve ser orientado quanto ao uso,

uma vez que ele pode ser retirado e o

paciente mobilizar-se sem ele 6, 6 .

Tratamento Farmacológico:

As evid ncias sobre o tratamento farmacol gico da NC são limitadas e pouco robustas, 6 . As drogas indicadas regulam a atividade osteocl stica 8 e os bifosfonatos

mostram benefícios quando utilizados juntamente com a imobilização 6, 8, , 6 .

Imagem disponível no banco gratuito do CANVA®

Educação do paciente para aavaliação di ria dos pés, inclusivea temperatura 6, 6 . Envolver opaciente no autocuidado,explicando o risco de amputação,é essencial para ader ncia aotratamento 6 .

Acompanhamento pela equipemultiprofissional 6 .

Controle dos níveis de glicemia 6 .

6

Cuidados na Fase Crônica:

Ap s a resoluç o da fase aguda, como, edema, temperatura do pé e a confirmação daconsolidação ssea pela radiografia, o paciente deve receber as seguintes recomendaç esna fase crônica :

Uso do calçado terap utico sobmedida e palmilhas que acomodemas deformidades dos pés 6 . Ocalçado deve ser utilizadoprimeiramente por curtos períodoscom aumento gradual do tempo deuso; nos intervalos, o pacientepoder utilizar o dispositivoremovível ;

Nota: Imagens disponíveis no banco gratuito do CANVA®

Na fase cr nica da doença, a cirurgiareconstrutora tem mostrado bons resultados 9 ,também, quando associada ao tratamento clínicoadequado, devolvendo a funcionalidade ao membroa longo prazo 6 . O objetivo de qualquer cirurgia éreduzir a deformidade para melhorar a estabilidadee alinhamento do pé, erradicar a osteomielite eprevenir complicaç es e amputaç es, entretanto éum procedimento de elevado risco devido sdiversas comorbidades que o paciente pode ter ,

. O procedimento pode ser desde o menoscomplexo, para a remoção de uma proemin ncia

ssea, ou complexo envolvendo toda a estrutura dopé e tornozelo, com o uso de fixadores externos einternos .

Úlcera devido alteraç o no pé decorrente NC,secundária ao DM. Imagens publicadas comautorizaç o.

As características clínicas do pé na fase crônica são percebidas por deformidadesarticulares e sub luxação dos metatarsos, o formato rocker- bottom, que causam aumento nospontos de pressão nos pés, formação de hiperceratose e aumento do risco de ulceraç es

6, , .

7

Cirurgia reconstrutora:

Luxaç o dos metatarsos

Rocker-bottom

Aumento nospontos de

press o nos pés

8

É fundamental reconhecer a NC como cen rio modific vel, a partir da atuação da equipe

multiprofissional, do acompanhamento por um enfermeiro especializado e do engajamento

do paciente e seu familiar no tratamento, em mbito ambulatorial. Aç es como essas,

podem substituir tratamentos avançados e de alto custo, por programas ou protocolos de

prevenção, com foco, principalmente, no cuidado integral.

Nesse contexto, o enfermeiro possui um papel importante na avaliação e nas orientaç es

sobre os cuidados com os pés, baseados no controle dos fatores de risco para o

desenvolvimento de ulceraç es.

Mesmo com o passar das décadas, ainda h muitas quest es a serem respondidas sobre a

NC, principalmente em relação prevenção. Pesquisas futuras poderiam beneficiar-se de um

consenso internacional sobre uma nomenclatura precisa e universal da NC, assim como,

definição, classificação, tratamento e indicaç es.

Considerações Finais

Imagem disponível no banco gratuito do CANVA®

.Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes Diabetes [Internet]. 7. Available from:http://www.diabetes.org.br/profissionais/images/ 7/diretrizes/diretrizes-sbd- 7- 8.pdf

. SBD. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 9- . 9. 9 p.

. American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes . In: Standards of Medical Care in Diabetes - ..

.International Diabetes Federation. IDF Global fact Sheet 9th edition [Internet]. 9th ed. 9. 7 p. Available from:file:///C:/Users/ /Downloads/Atlas-8e-Global-factsheet.pdf

. Turns M. The diabetic foot: an overview for community nurses. Br J Community Nurs [Internet]. ; 7 9 : – . Available from:http://www.magonlinelibrary.com/doi/abs/ . 968/bjcn. . 7.9.6. World Health Organization. Global Report on Diabetes. Isbn. 6;978:88. 7. International Diabetes Federation. IDF DIABETES ATLAS. 7. – p. 8. Working Group on the Diabetic Foot IWGDF . IWGDF Guidelines on the prevention and management of diabetic foot disease.

9. 9 p. 9.Boulton AJM. The diabetic foot. Med United Kingdom [Internet]. 9; 7 : – . Available from:https://doi.org/ . 6/j.mpmed. 8. .

. Armstrong DG, Boulton AJM, Bus SA. Diabetic Foot Ulcers and Their Recurrence. N Engl J Med [Internet]. 7; 76 : 67–7 .Available from: http://www.nejm.org/doi/ . 6/NEJMra 6 9

. Del Core MA, Ahn J, Lewis RB, Raspovic KM, Lalli TAJ, Wukich DK. The Evaluation and Treatment of Diabetic Foot Ulcers andDiabetic Foot Infections. Foot Ankle Orthop. 8; : 7 878886.

. Chaudhary S, Bhansali A, Rastogi A. Mortality in Asian Indians with Charcot ’ s neuroarthropathy : a nested cohort prospectivestudy. Acta Diabetol. 9; 6789 : –6.

. Nilsen FA, Molund M, Hvaal KH. High Incidence of Recurrent Ulceration and Major Amputations Associated With Charcot Foot. JFoot Ankle Surg [Internet]. 8; 7 : – . Available from: https://doi.org/ . /j.jfas. 7. . 8

. Jain AKC, Viswanath S. Studying major amputations in a developing country using Amit Jain ’ s typing and scoring system fordiabetic foot complications - time for standardization of diabetic foot practice. Int Surg J. ; : 6– .

. Vieira Lima DP. Neuroartropatia De Charcot Do Pé Diabético. Rev Port Diabetes. 6; : –6 .6. Rogers LC, Frykberg RG, Armstrong DG, Boulton AJM, Edmonds M, Ha Van G, et al. The Charcot foot in diabetes. Diabetes Care.

; 9 : –9.7. Fatih Gü ven M, Karabiber A, Kaynak G, Öǧü t T. Conservative and surgical treatment of the chronic Charcot foot and ankle. Diabet

Foot Ankle. ; : – .8. Donegan R, Sumpio B, Blume PA. Charcot foot and ankle with osteomyelitis. Diabet Foot Ankle. ; 6 : – .9. Jude E, Frykberg R. Pé de Charcot: abordagem clínica e cirúrgica. In: Neuropatias e pé diabético. . p. 9– .

. Batista F. Artropatia de Charcot com Deformidade em Mediopé. Sao Paulo; 6. . Trieb K. The Charcot foot: Pathophysiology,diagnosis and classification. Bone Jt J. 6;98-B 9 : –9.

. Markakis K, Bowling F, Boulton AJM. The diabetic foot in : an overview. Diabetes Metab Res Rev. 6; .

. Game FL, Catlow R, Jones GR, Edmonds ME, Jude EB, Rayman G, et al. Audit of acute charcot’s disease in the uk: The cduk study.Diabetologia. ; : – .

. O’Loughlin A, Kellegher E, McCusker C, Canavan R. Diabetic charcot neuroarthropathy: prevalence, demographics and outcome in aregional referral centre. Ir J Med Sci. 7; 86 : –6.

. Petrova NL; Edmonds ME. Acute Charcot neuro-osteoarthropathy. Diabetes Care [Internet]. st ed. 6; : – . Available from:https://www.idf.org/about-diabetes/ -our-activities/ -idf-clinical-practice-recommendations-on-the-diabetic-foot.html

6. Frykberg RG. Charcot Arthropathy in the Diabetic Foot. In: The Diabetic Foot. Totowa; 6. p. 69–98.7. Bandeira, M.A. Incid ncia e fatores de risco para amputaç es por Neuroartropatia de Charcot em pacientes diabéticos atendidos

em serviços ambulatoriais especializados: uma coorte retrospectiva. . Dissertação Mestrado em Enfermagem - Escola deEnfermagem, Universidade de São Paulo.

8. Jordan WR. Neuritic Manifestations In Diabetes Mellitus. Arch Intern Mesicine. 9 6; 7 : 7–6 .9. Burson LK, Schank CH. Charcot Neuroarthropathy of the Foot and Ankle. Home Healthc Now. 6; March : –9.

. Frykberg RG, Belczyk R. Epidemiology of the Charcot Foot. Clin Podiatr Med Surg. 8; : 7– 8.

. Nehring P, Lander F, Hufnagel M, Berner R. Risk factors of charcot neuroarthropathy development in patient with type diabetes.Exp Clin Endocrinol Diabetes. ;7 : – .

. Ferreira RC, Silva APS Da, Costa MT, Frizzo GG, Santin RAL, Fucs PMDMB. Aspectos epidemiol gicos das les es no pé e tornozelodo paciente diabético. Acta Ortopédica Bras. ; 8 : – ..

REFERÊNCIAS

9

. Bon A Van. Charcot Neuro-Osteoarthropathy. In: Global Perspective on Diabetic Foot Ulcerations [Internet]. . p. 7 –8. Available from:https://www.intechopen.com/books/global-perspective-on-diabetic-foot-ulcerations/charcot-neuro-osteoarthropathy

. Varma AK. Charcot Neuroarthropathy of the Foot and Ankle: A Review. J Foot Ankle Surg [Internet]. ; 6 :7 –9. Available from:http://dx.doi.org/ . /j.jfas. . 7.

. Pinheiro A. Pé de charcot: Uma visão actual da Neuroartropatia de Charcot. Rev Port Ortop e Traumatol. ; : – 6. Younis B Bin,Shahid A, Arshad R, Khurshid S, Masood J. Charcot osteoarthropathy in type diabetes persons presenting to specialist diabetes clinic at atertiary care hospital. BMC Endocr Disord [Internet]. ; : – . Available from: http://dx.doi.org/ . 86/s 9 - - -

7. Chandiralingam P, N VB. The Charcot foot : Is it a commonly overlooked entity in diabetic population. Int J Orthop Sci. ;6 : 67–9.8. Salini D, Harish K, Minnie P, Sundaram KR, Arun B, Sandya CJ, et al. Prevalence of Charcot arthropathy in Type diabetes patients aged over

years with severe peripheral neuropathy: A retrospective study in a Tertiary Care South Indian Hospital. Vol. , Indian Journal ofEndocrinology and Metabolism. 8. p. 7– .

9. Fabrin J, Larsen K, Holstein PE. Long-term follow-up in diabetic charcot feet with spontaneous onset. Diabetes Care [Internet].; 6 :796–8 . Available from: http://ovidsp.ovid.com/ovidweb.cgi?T=JS&PAGE=reference&D=emed &NEWS=N&AN= 89

. Leung HB, Ho YC, Wong WC. Charcot foot in a Hong Kong Chinese diabetic population. Hong Kong Med J. 9; : 9 – .

. LAVERY LA, ARMSTRONG DG, WUNDERLICH RP, TREDWELL J,ANDREW J.M. BOULTON. Diabetic Foot Syndrome. Diabetes Care.; 6 .

. Molines L, Darmon P, Raccah D. Charcot ’ s foot : Newest findings on its pathophysiology , diagnosis and treatment. Diabetes Metab[Internet]. ; 6 : – . Available from: http://dx.doi.org/ . 6/j.diabet. . .

. Rosskopf AB, Loupatatzis C, Pfirrmann CWA, B ni T, Berli MC. The Charcot foot: a pictorial review. Insights Imaging. 9; : – .

. Botek G, Figas S, Narra S. Charcot Neuroarthropathy Advances: Understanding Pathogenesis and Medical and Surgical Management. ClinPodiatr Med Surg. 9; 6 :66 –8 .

. Jeffcoate WJ, Game F, Cavanagh PR. The role of proinflammatory cytokines in the cause of neuropathic osteoarthropathy acute Charcotfoot in diabetes. Lancet. ; 66: 8–6 .

6. Evans R, Mariam Botros. Charcot Foot : An overview. Wound Care Canada. 9; 7 : –8.7. Marmolejo VS, Arnold JF, Ponticello M, Andersen CA. Charcot foot: Clinical clues, diagnostic strategies, and treatment principles. Am Fam

Physician. 8;97 9 : 9 –9.8. La Fontaine J, Lavery L, Jude E. Current concepts of Charcot foot in diabetic patients. Foot [Internet]. 6; 6:7– . Available from:

http://dx.doi.org/ . 6/j.foot. . .9.Rogers LC, Frykberg RG. The Charcot foot. Med Clin North Am [Internet]. ;97 :8 7– 6. Available from:

http://dx.doi.org/ . 6/j.mcna. . ..Boulton AJM. The diabetic foot. Medicine Baltimore [Internet]. 9; 7 : – . Available from:

https://doi.org/ . 6/j.mpmed. 8. .. Zantut-Wittmann DE, Fernandes TD, Nery M, Sakaki MH, Santos ALG, Moura-Neto A, et al. Charcot foot: Skin temperature as a good clinical

parameter for predicting disease outcome. Diabetes Res Clin Pract. ;96 :e – ..Frykberg RG, Zgonis T, Armstrong DG, Driver VR, Giurini JM, Kravitz SR, et al. Diabetic foot disorders. A clinical practice guideline 6

revision . J Foot Ankle Surg [Internet]. 6; Suppl :S -66. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 7 8 9 6. Botek G, Figas S, Narra S. Charcot Neuroarthropathy Advances: Understanding Pathogenesis and Medical and Surgical Management. Clin

Podiatr Med Surg [Internet]. 9; 6 :66 –8 . Available from: https://doi.org/ . 6/j.cpm. 9. 7.. Botros M, Kuhnke J, Embil J, Kyle G, Morin C, Parsons L, et al. Foundations of Best Practice for Skin and Wound Management BEST

PRACTICE RECOMMENDATIONS FOR THE Prevention and Management of Diabetic Foot Ulcers. Wounds Canada. Canada; 9. 68 p..Schmidt BM. Clinical insights into Charcot foot. Best Pract Res Clin Rheumatol iInternet]. ; – . Available from:

https://doi.org/ . 6/j.berh. . 66. Ahluwalia R. Conservative Treatment of Charcot Neuroarthropathy. In: Limb Salvage of the Diabetic Foot. 9. p. 6 –7 .7. Ramanujam CL, Facaros Z. An overview of conservative treatment options for diabetic Charcot foot neuroarthropathy. Diabet Foot Ankle.

; : – .8. Petrova NL, Edmonds ME. Conservative and P h a r m a c o l o g i c Tre a t m e n t s f o r D i a b e t i c C h a rco t F o o t. Clin Podiatr Med

Surg [Internet]. 6; Available from: http://dx.doi.org/ . 6/j.cpm. 6. 7.9. Malhotra S, Bello E, Kominsky S. Diabetic Foot Ulcerations: Biomechanics, Charcot Foot, and Total Contact Cast. Semin Vasc Surg. ;66–

9.6 . Estelle E, Mathioudakis N. Update on management of diabetic foot ulcers Estelle. Physiol Behav. 7; 76 : 9– 8.6 . Pedrosa H, Vilar L, Boulton AJM. Neuropatias E Pé Diabético. Vol. , Ac Farmaceutica. . 8 p.6 . Souza L de. Charcot Arthropathy and Immobilization in a Weight-Bearing Total Contact Cast. J Bone Jt Surg A. 8;9 :7 –9.6 . International Diabetes Federation. IDF Clinical Practice Recommendations on the Diabetic Foot- 7 [Internet]. Belgium; 7. 7 p.Available from: https://www.idf.org/about-diabetes/ -our-activities/ -idf-clinical-practice-recommendations-on-the-diabetic-foot.html6 . Foley AM. Acute Charcot foot and diabetes: A primer for the vascular nurse. J Vasc Nurs [Internet]. 6; : 7– . Available from:http://dx.doi.org/ . 6/j.jvn. . .6 . Godoy-santos AL, Rosemberg LA, Cesar-netto C De, Armstrong DG, Israelita H, Einstein A, et al. The use of bioactive glass S P in thetreatment of an infected Charcot foot: a case report. J Wound Care. 9; 8 :S -S 7.

REFERÊNCIAS

GPET- Grupo de Pesquisa em Estomaterapia: estomas, feridas agudas ecrônicas e incontinências urinária e anal da Escola de Enfermagem da USP

Avenida Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 9 – , Cerqueira CésarCep: - - São Paulo, SP. Brasil

Telefone: 6 -8878

@gpet_eeusp

[email protected]

D

i

a

M

u

n

d

i

a

l

d

o

D

i

a

b

e

t

e

s