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Cuidado com a Cabana Muitos irmãos em Cristo e amigos me têm indagado sobre o livro “A Cabana” de William P. Young e sua relação com a Bíblia e o Cristianismo. Tais dúvidas não nos surpreendem, uma vez que, a sociedade caminha a passos largos para perdição em nível global e, a ausência de parâmetros absolutos e relativização da verdade, fazem parte do cenário predito dois mil anos atrás pelo apóstolo Paulo (1ª Tm 4.1,2). Gostaria de esclarecer, antes de analisarmos o conteúdo do livro, quem é William Paul Young. Young nasceu em Alberta, em 1955, mas passou os primeiros dez anos de sua vida em Papua, Nova Guiné, com os seus pais missionários, os quais estavam ministrando ao remanescente do grupo tribal chamado Dani. Ele se graduou no Warner Pacific College, o qual é filiado à Igreja de Deus (Anderson, Indiana), com um diploma em religião. Paul Young, não é membro de igreja alguma e até evita ser chamado cristão e, embora suas doutrinas sobre Deus sejam grosseiramente heréticas, o livro está sendo apresentado como se tratando de um livro de auxílio cristão. Cerca de quatro anos atrás, Paul abraçou o “Universalismo Cristão” e vem defendendo essa visão em várias ocasiões. Embora freqüentemente rejeite o “universalismo geral”, a idéia de que muitos caminhos levam a Deus, ele tem afirmado sua esperança de que todos serão reconciliados com Deus, seja deste lado da vida, ou após a morte. O Universalismo Cristão (também conhecido como a Reconciliação Universal) afirma que o amor é o atributo supremo de Deus, que superam todos os outros. Seu amor vai além da sepultura para salvar todos aqueles que recusaram a Cristo durante o tempo em que viveram. Conforme essa idéia, mesmo os anjos caídos, e o próprio Diabo, um dia se arrependerão, serão libertos do inferno e entrarão no céu. Não pode ser deixada no universo nenhum ser a quem o amor de Deus não venha a conquistar; daí as palavras: reconciliação universal. Bem, passemos a analisar com cuidado citações do livro a luz das Escrituras Sagradas: 1º) Hostilidade ao Cristianismo » “Percebeu que estava travado e que as orações e os hinos dos domingos não serviam mais, se é que já haviam servido... Mack estava farto de Deus e da religião, farto de todos os pequenos clubes sociais religiosos que não pareciam fazer nenhuma diferença expressiva nem provocar qualquer mudança

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Cuidado com a Cabana

Muitos irmãos em Cristo e amigos me têm indagado sobre o livro “A Cabana” de William P. Young e sua relação com a Bíblia e o Cristianismo. Tais dúvidas não nos surpreendem, uma vez que, a sociedade caminha a passos largos para perdição em nível global e, a ausência de parâmetros absolutos e relativização da verdade, fazem parte do cenário predito dois mil anos atrás pelo apóstolo Paulo (1ª Tm 4.1,2). Gostaria de esclarecer, antes de analisarmos o conteúdo do livro, quem é William Paul Young. Young nasceu em Alberta, em 1955, mas passou os primeiros dez anos de sua vida em Papua, Nova Guiné, com os seus pais missionários, os quais estavam ministrando ao remanescente do grupo tribal chamado Dani. Ele se graduou no Warner Pacific College, o qual é filiado à Igreja de Deus (Anderson, Indiana), com um diploma em religião. Paul Young, não é membro de igreja alguma e até evita ser chamado cristão e, embora suas doutrinas sobre Deus sejam grosseiramente heréticas, o livro está sendo apresentado como se tratando de um livro de auxílio cristão. Cerca de quatro anos atrás, Paul abraçou o “Universalismo Cristão” e vem defendendo essa visão em várias ocasiões. Embora freqüentemente rejeite o “universalismo geral”, a idéia de que muitos caminhos levam a Deus, ele tem afirmado sua esperança de que todos serão reconciliados com Deus, seja deste lado da vida, ou após a morte. O Universalismo Cristão (também conhecido como a Reconciliação Universal) afirma que o amor é o atributo supremo de Deus, que superam todos os outros. Seu amor vai além da sepultura para salvar todos aqueles que recusaram a Cristo durante o tempo em que viveram. Conforme essa idéia, mesmo os anjos caídos, e o próprio Diabo, um dia se arrependerão, serão libertos do inferno e entrarão no céu. Não pode ser deixada no universo nenhum ser a quem o amor de Deus não venha a conquistar; daí as palavras: reconciliação universal. Bem, passemos a analisar com cuidado citações do livro a luz das Escrituras Sagradas:

1º) Hostilidade ao Cristianismo » “Percebeu que estava travado e que as orações e os hinos dos domingos não serviam mais, se é que já haviam servido... Mack estava farto de Deus e da religião, farto de todos os pequenos clubes sociais religiosos que não pareciam fazer nenhuma diferença expressiva nem provocar qualquer mudança real... Nada do que estudara na escola dominical da igreja estava ajudando”. P.59,81

Bem, a Bíblia é muito clara ao afirmar que foi Cristo quem criou a igreja (Mt 16.18), logo, enquanto instituição divina, ela é formada por pessoas renascidas, convertidas a Cristo (Jo 3.1-5; 2ª Co 5.17), de todos os povos, línguas e nações. Ainda, que enquanto igreja local, muitas estejam corrompidas por falsos evangelhos, ela tem em cada congregação uma parcela de pessoas fiéis ao Senhor e, a essas, é dito que entrarão na cidade pelas portas (Ap 22.14). O autor de “A Cabana” erra ao generalizar e atacar práticas cristãs sadias como oração e louvor e, ainda, se esquece que não são essas práticas que transformam as pessoas, antes, pessoas redimidas pelo sangue de Jesus é que tem prazer em servi-LO dessa forma.

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2º) Rejeição da Bíblia como suficiente para alma humana » Está escrito que “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4). Ainda, Jesus declarou que devemos examinar as Escrituras porque ela tem a vida eterna e testificam Dele (Jo 5.39). Ora, o autor comete um erro duplo: Além de menosprezar a Bíblia como solução para alma ferida, encaminha as pessoas para um local solitário - A cabana -, onde terão uma “experiência” de suposta “revelação divina”, ou seja, coloca a experiência acima da revelação de Deus para nós em Sua palavra (Sl 1.1-6; 119.105; 2ª Tm 3.16,17; Hb 4.12).

3º) Compreensão errada da Santa Trindade » Deus é apresentado como três pessoas separadas: O Pai como uma negra gorda que gosta de cozinhar chamada Elousia, o Filho como um trabalhador com roupas típicas de operário e o Espírito como uma mulher magra e pequena chamada Sarayu. Bem, ao colocar uma imagem para Deus Pai, ainda que o livro seja uma ficção “evangélica”, o autor peca contra o primeiro mandamento (Êx 20.3,4; Dt 4.15,16). Quanto a Jesus, é dito que Ele não tinha poder algum como ser humano (p.90), para curar ninguém. Tal afirmação é contrária as profecias bíblicas sobre o Messias (Is 61.1-3), e ao ministério de 3 anos e 6 meses em que Cristo libertou e curou a todos os oprimidos do diabo (Mt 4.23-25). Bem, e quanto ao Espírito Santo? Young usou a palavra acadiana “saru”, termo semítico que denota vento, fôlego mas, é mais parecido com o termo hebraico para tempestade, “sa’ar”, do que com rûah. Ele modificou a palavra apenas um pouco, acrescentando as letras “a” e “y”, ficando sarayu. É mencionado, na história da jovem que se sacrifica para salvar sua tribo, o “Grande Espírito” (p.31). Aqui, o Espírito de Deus é confundido com o espírito pagão das crenças animistas e politeístas. Para esses povos, o espírito é cada parte do universo e, isso nos leva ao quarto ponto de nossa breve reflexão.

4º) A Cabana apresenta um deus monista-panteísta » O livro base do Taoísmo, o “Tao te King” de Lao Tsé, menciona que “... o Conhecimento Eterno, pois este, excluindo toda possibilidade de distinção, implica necessariamente uma identificação absoluta com o objeto ao qual se refere, perfazendo , na verdade, uma única realidade...”(p.26). Podemos encontrar várias citações em “A Cabana”, similares a esta. Sarayu diz para Mackenzie: “...não existe conceito de autoridade superior entre nós, apenas de unidade. Estamos num círculo de relacionamento e não numa cadeia de comando”. Ora, é sabido que o círculo representa a visão monista da divindade hindu pagã, o Absoluto. Este, seria uma massa de energia impessoal, desprovida de intelecto, emoções e vontade, logo, sem condições alguma de entender a realidade humana ou de envolver-se entre nós. No grande mistério da encarnação de Cristo, ao contrário da visão pagã, Deus se tornou um de nós (Is 7.14; 9.6; Jo 1.1-3), e se compadeceu da raça humana (Lc 7.13; Hb 4.15). Deus, estava em Cristo reconciliando o mundo caído Consigo mesmo (Rm 3.23,24; 2ª Co 5.19). O Deus bíblico é um ser pessoal único, transcendente e imanente. Ao exacerbar a imanência divina, as religiões pagãs como hinduísmo, budismo, etc; misturam o Deus único e verdadeiro com Sua criação, exatamente a

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confusão descrita por Paulo em Rm 1.16-32. Deus criou tudo do nada, logo, não havia matéria pré-existente ao ato da criação. O que é criado pelo homem não é homem e, da mesma forma, o que é criado por Deus não é Deus. A visão de que o homem e todo restante da criação são pedacinhos da divindade ou centelhas divinas, é contrária as Escrituras Sagradas.

Em outro trecho: “O importante é saber que tudo é um processo e não um acontecimento”(p.167). Fritjof Capra, físico e PhD, abraçou a visão de mundo Hindu-monista. Ensina no Tao da Física e Ponto de Mutação, seus 2 livros mais famosos, que tudo está conectado como uma grande teia cósmica em que todos os seres vivos e inanimados são interdependentes uns dos outros e não existe verdade absoluta, antes, tudo é relativo e dinâmico(processo) e, o equilíbrio entre os opostos do tao - yin e yang - é que fará com que o indivíduo e a sociedade tenham a certeza de evoluírem espiritualmente. Aliás, evoluir para ele, significa aceitar a visão de mundo monista - o "novo paradigma" ecológico. Adorar e cuidar da terra -deusa mãe - é claro, demonstra a evolução espiritual dos povos. A Bíblia não ensina que tudo é Deus e Deus é tudo. Ele é distinto de Sua criação (Gn 1.1 – 2.25).

5º) Nega a existência do mal » É declarado sobre o mal que “...o mal é uma palavra que usamos para descrever a ausência de Deus, assim como usamos a palavra escuridão para descrever a ausência de Luz...Tanto o mal quanto a escuridão só podem ser entendidos em relação à Luz e ao Bem. Eles não tem existência real”(p.123,24). Ao contrário desta declaração, as Escrituras Sagradas afirmam que o mal é real e que os homens são maus e pecadores, tendo inclinação mais forte para fazer o mal do que o bem (Êx 32.22; Dt 13.5; Sl 34.14; Rm 3.23). É dito de Jó, que ele se desviava do mal (Jó 1.1). Salomão pede a Deus sabedoria para discernir entre o bem e o mal (1º Rs 3.9). Em Isaías 5.20 é dito: “Ai dos que ao mal chama bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põe o amargo por doce e o doce, por amargo”. Logo, seria uma incoerência Deus nos orientar a buscar algo que não existe – o bem; assim como, evitar algo que não é real – o mal. O mal começou no céu, com Lúcifer e depois foi estendido ao homem no Éden (Gn 3), ao aceitar o convite maligno para a autodivinização – “...E, como Deus sereis...” (Gn 3.5).

6º) Nega o conceito de autoridade » Sobre isso Sarayu comenta: “A autoridade, como vocês geralmente pensam nela, é meramente a desculpa que o forte usa para fazer com que os outros se sujeitem ao que ele quer”(p.112). Dentro da visão de mundo monista, onde tudo e todos, seres vivos e inanimados, são parte da divindade, não há hierarquia e nem autoridade. Essa perspectiva está por trás do comunismo marxista e da teologia da libertação de hereges como Leonardo Boff. O lindo clamor humanista deles em prol da ecologia e do partilhar todas as coisas, esconde por trás essa visão de mundo pagã monista-hindu. Aqui, o Estado, as leis e toda forma de organização são desqualificados como resultado da visão de mundo judaico-cristã hierarquizante e promotora de divisões sociais. Ora, todos

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sabemos que devido ao pecado reinante na condição humana, o homem precisa de leis e normas, parâmetros e valores e que, sem eles, vira Anarquia, e a sociedade se autodestrói. Na essência, tudo o que querem é destituir o Deus bíblico e em Seu lugar colocar a deusa pagã monista, conhecida por vários nomes como: Lilith, Cibele, Artemis, Afrodite, Diana, Ísis, Maate, Ishtar, Asherá, Sofia, etc. Até mesmo o casamento é desfigurado por eles com base na visão de compartilhamento de tudo. Os Gnósticos, a mais terrível seita que a igreja cristã primitiva enfrentou e que Paulo, João e Pedro escreveram a respeito, ensinavam que até mesmo as esposas deveriam ser compartilhadas e, eles o faziam nos cultos de orgias sexuais que hoje, nossa sociedade chama de Swing – troca de casais. Caso, devido ao sexo promíscuo dedicado a deusa, alguma mulher engravidasse, a criança deveria ser abortada e preparada para ser consumida numa refeição ritual, pois, para eles, a maternidade era uma maldição do Deus patriarcal da Bíblia.

7º) Promove o Ecumenismo ao mesmo tempo em que rebaixa o Cristianismo ao nível de só mais uma religião.

É dito que: “Quem disse alguma coisa sobre ser cristão? Eu não sou cristão...Os que me amam estão em todos os sistemas que existem. São budistas ou mórmons, batistas ou muçulmanos, democratas, republicanos e muitos que não votam nem fazem parte de qualquer instituição religiosa. Tenho seguidores que foram assassinos e muitos que eram hipócritas. Há banqueiros, jogadores, americanos e iraquianos, judeus e palestinos. Não tenho desejo de torná-los cristãos, mas quero me juntar a eles em seu processo para se transformarem em filhos e filhas do Papai, em irmãos e irmãs, em meus amados”.(p. 168,69).

Bem, vamos por partes aqui: A) Não pode ser cristão porque seria na ficção de Young o próprio Jesus falando. Cristãos são os seguidores de Jesus Cristo (At 11.26). B) Essas religiões citadas NÃO CREEM que Jesus é Deus que se fez carne e habitou entre nós (Is 7.14; 9.6; Jo 1.1-3), logo, é IMPÓSSÍVEL que todos os credos religiosos estejam certos ao mesmo tempo em que ensinam doutrinas diferentes sobre Deus. As religiões pagãs são fruto da mentalidade corrompida do ser humano e, por isso, seus deuses são promíscuos e assassinos – Celtas, Maias, Hindus, Gregos, etc. O Deus bíblico é SANTO e separado do mal e o único Deus verdadeiro que pode salvar e libertar o homem de seus pecados (Mt 1.21; Jo 1.11,12; 8.32,36). Ao fazê-lo, Ele transforma totalmente sua cosmovisão e deixa, pelo poder regenerador do Espírito Santo, de ser escravo do pecado (Rm 8.1,2; 2ª Co 5.17-19). C) Não desejar que os ímpios convertam-se de seus maus caminhos é negar a essência do evangelho de Cristo (Ez 33.7-16; 36.26; Mt 28.19,20; Mc 16.15-20; Jo 14.6; At 4.12; Ef 2.1-10). O Jesus bíblico jamais faria essa declaração.

Conclusão

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O atual frenesi em lutar pelos direitos dos homossexuais, pelos direitos das mulheres abortarem, etc; tem suas raízes nessa visão religiosa presente no livro “A Cabana”, logo, não recomendamos ao noviço, novo convertido e, crentes sem o devido preparo teológico, sua leitura. Muito mais poderia ser dito em nível de esclarecimento para o povo evangélico mas, vamos ficar por aqui, uma vez que, já dispomos de boa literatura sobre o tema nas livrarias. Recomendamos o livro de Roger Olson, “Deus e a Cabana”, da editora Thomas Nelson Brasil e, sobre o avanço atual do gnosticismo através do liberalismo teológico e comunismo, o livraço do Dr. Peter Jones, “Ameaça Pagã”, da editora Cultura Cristã. Também queremos lembrar aos amados irmãos em Cristo que “...me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”. Judas 3