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Sociedade Tecnologia e Ciência, Fundamentos GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA Curso de Educação e Formação de Adultos Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho Ataxia de Friedreich Unidade: STC 7 - Sociedade Tecnologia e Ciência, Fundamentos Formador: Sérgio Pombeiro Trabalho realizado: Tânia santos Data: 23/12/2009

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    Sociedade Tecnologia e Ciência, Fundamentos    

                                                                                                            GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA

Curso de Educação e Formação de Adultos

Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

Ataxia de Friedreich

Unidade: STC 7 - Sociedade Tecnologia e Ciência, Fundamentos Formador: Sérgio Pombeiro Trabalho realizado: Tânia santos

Data: 23/12/2009

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                                                                                                                                                2 GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA

Índice

•Introdução……………………………………………………………………………. Pag 2 

•Sintomas da doença………………………………………………………………. Pag  3 

•Designação medica………………………………………………………………….Pag 4 

•As perspectivas são………………………………………………………………….Pag 4 

•Foto do Jorge……………………………………………………………………………Pag 4 

•Árvore genealógica………………………………………………………………….Pag 5 

•Tratamento……………………………………………………………………………….Pag 6 

•Imagem…………………………………………………………………………………….Pag 6 

•Perspectivas………………………………………………………………………………pag 7 

•Conclusão………………………………………………………………………………….Pag 9 

•Bibliografia……………………………………………………………………………….pag10 

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                                                                                                                                                3 GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA

drugdiscoveryopinion.com

Ataxia de Friedreich

• Introdução

A Ataxia de Friedreich é uma das síndromes genéticas associadas à diabetes

mellitus. Trata-se de uma doença com hereditariedade autossómica recessiva, provocada

pela presença em homozigotia de uma mutação dinâmica do gene FRDA, que origina um

défice de Frataxina, proteína mitocondrial envolvida no metabolismo do ferro. Constitui a

causa mais frequente de Ataxia hereditária. A doença manifesta-se habitualmente na

infância, com um quadro de Ataxia, disartria, escoliose, e deformidades dos pés. Dois

terços dos doentes tem cardiopatia hipertrofica, 10% tem diabetes e 20% têm anomalias

da hemostase da glicose. Na etiologia da diabetes mellitus estão implicados mecanismos

de insulino-resistencia e insulinopenia provocada pela destruição selectiva das células B

por mecanismos não imunológicos. A esperança média de vida é de 35 anos; a causa de

morte tem geralmente origem na cardiopatia ou em complicações da diabetes.

Em primeiro apenas se produz uma deterioração das fibras nervosas nas zonas laterais e

dorsais da medula espinal mas mais tarde as raízes acabam por atacar as áreas do sistema

nervoso.

Esta doença é originada por defeitos genéticos transmitidos aos filhos através de vários

padrões hereditários. Muito raramente o defeito é transmitido segundo um modelo

hereditário dominante no qual basta receberem o gene alterado de um dos progenitores

para se ser afectado pela doença.

Na maioria dos casos o defeito genético é transmitido por um modelo hereditário

recessivo da qual a alteração apenas se manifesta quando se recebe o gene alterado dos

dois progenitores.

Assim se ele receber só o gene de um dos pais, o indivíduo é denominado “portador” pois

pode transmitir a doença aos filhos.

A doença normalmente aparece entre os cinco e os quinze anos de idade.

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                                                                                                                                                4 GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA

• Os sintomas da doença 

Os primeiros sintomas começam por diminuição ou a ausência de reflexos

musculo-tendinosos nos membros inferiores, sinais piramidais, escoliose e deformidades

nos membros. O tempo de evolução médio de deambulação é de 11 anos. O corpo vai-se

tornando cada vez mais descoordenado e espasmódico. Numa fase mais avançada da

doença os músculos da fonação (e a prolação dos sons pelo aparelho fonador), fonador

(produtor de som ou voz), faz com que a fala se tornem confusa e mais tarde

imperceptível. A doença pode causar também um atrofio muscular e até encaminhar-se

para uma paralisia, levando à cadeira de rodas. Também há casos de manifestação tardia

(após os 25 anos), reflexos musculo-tendinosos conservados e uma evolução mais lenta.

www.ehow.com/how_2335313_spot-symptoms-ataxia...

Www.hispataxia.es/4E

XP/XEXP-62Y.htm

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                                                                                                                                                5 GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA

• Designação médica

. Esta patologia é provocada por mutações no gene FRD, situado no locus 9q13 (é

uma parte especifica do gene) que codifica a proteína mitocondrial Frataxina, envolvida

no metabolismo do ferro. O défice de Frataxina provoca uma acumulação de ferro a nível

mitocondrial, que vai lesar as enzimas que contenham grupos ferro sulfurosos (contém

ferro e enxofre). Da cadeia respiratória a e a aconitase (enzima do ciclo de KREBS) gera-

se desta forma um defeito respiratório mitocondrial e subsequente produção de radicais

livres (substâncias benéficas para o organismo) de oxigénio que juntamente com a

acumulação de ferro, levam à lesão dos tecidos. A mutação mais comum na ATAXIA e a

expansão de um segmento de Adn conhecido por GAA. E um cordão de três

NUCLEÓTIDOS repetido muitas vezes. O trinucleótido (GAA- Guanina- Adenina -

Guanina) é repetido entre (7x e 22 x) em pessoas sem ATAXIA. Mas nas pessoas com

Ataxia são repetidas desde 200x a 1000x em ambos os cromossomas; o número 9 não tem

o mesmo comprimento em cada um deles.

Recentemente houve evidências que indicam que quando as duas cópias do gene da

ATAXIA são mutações contendo as repetições (GAA) é a que menos se repete que

parece ditar o inicio e a severidade da doença. Sabe-se que a ATAXIA de FRIEDREICH

é a oitava doença identificada com mutações de repetição de trinucleótidos, a primeira é

RECESSIVA.

A ATAXIA é a primeira com repetição identificada no intrão. Os cientistas supõem que

a repetição GAA diminui a produção da proteína chamada de FRATAXIM que é uma

proteína fundamental, encontrada em formas de vida simples. Também se sabe que as

repetições da GAA são a causa de 95% das mutações nos cromossomas.

Frataxina aparece nas mitocôndrias, organelos importantes nas células dos nervos e do

coração.

A função da ATAXIM é regular o ferro essencial no metabolismo celular, é estudado no

gene do lêvedo (levedura ou fermento de panificação) e num fungo unicelular (pão,

cerveja, vinho). Este gene é 30% similar aos genes humanos.

As proteínas FRATAXIM além de estarem presentes nas mitocôndrias das células

também têm a função de regularizar a quantidade de ferro nas mitocôndrias. As

mitocôndrias precisam de ferro para fazerem o seu trabalho, que é obtido da própria

célula, obtêm ferro do ambiente, levando-o nas suas membranas e controla a quantidade

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que deve entrar. O ferro é movido entre compartimentos do exterior para dentro das

células algum ferro acaba por entrar nas mitocôndrias onde é necessário para a produção

de energia.

O ferro acabará por sair para as outras células, o excesso de ferro provoca formações

radicais livres. (são substâncias químicas que danificam as células reagindo com outras

substâncias).

As propriedades referentes aos ácidos nucleicos e o advento de tecnologias para o

isolamento e a manipulação dos genes possibilitam a identificação de agentes etiológicos

específicos através do DN\A e do RNA há a possibilidade de avaliação de doença

genética.

As perspectivas são:

Após a descoberta do gene responsável pela Ataxia de Friedreich e a proteína produzida

pelo mesmo, o próximo passo lógico era a criação de um camundongo modelo (mouse

model). Isso permitiria aos pesquisadores estudar as regras da Frataxina e os efeitos de

diferentes tratamentos.

Até o momento tudo o que se sabe é que quando menos Frataxina é produzida, maior

parece ser a acumulação de ferro nas mitocôndrias das células. Até agora somente se

tinha conseguido produzir camundongo totalmente deficientes de Frataxina e eles

mostraram ser inviáveis.

A boa notícia é que recentemente nasceu a primeira cobaia com repetição GAA, em torno

de 250. Deve-se esperar agora que ele atinja 5 semanas, para se reproduzir e então separar

os normais, portadores e com Ataxia de Friedreich. Se tudo correr bem isto significará

um enorme passo adiante.

As experiências para inserir uma repetição GAA no gene Frataxina foram realizadas pelo

Dr. Máximo Pandolfo, Jerry Kaplan e Julie Smith e foram comunicadas na recente

conferência de Ataxia de Friedreich em Bethesda, Maryland - EUA. Embora o projecto

esteja progredindo bem, é muito cedo para afirmar seu sucesso. Mesmo quando

camundongo com expansão GAA em seu gene Frataxina estiverem disponíveis, não há

nenhuma garantia de que eles serão afectados por uma doença que constitua um modelo

para a Ataxia de Friedreich.

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• As perspectivas são: 

 

O excesso de ferro nas mitocôndrias sugere a possibilidade de tratamento a serem

testados para diminuir o curso da doença.

Sabe-se que se tentar remover o excesso de ferro será difícil, porque o ferro situa-se entre

estruturas onde actualmente os queladores disponíveis não penetram com eficiência, estão

sendo testados antioxidantes para desactivar alguns dos radicais livres produzidos na

doença entre os derivados da coezima Q parecem ser os mais eficazes na limitação da

toxicidade do ferro nas mitocôndrias.

Espera-se uma diminuição no curso da doença já que grandes avanços foram feitos desde

a identificação do gene.

Http://cmrsul.gpsaude.pt/gpscmr

Olá eu sou o Jorge e tenho 22 anos e sou portador de Ataxia desde os 16 anos

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• Árvore geológica

• Consequências

Os portadores desta Ataxia, têm várias consequências que lhe são características. Estes

doentes, entre o meio e o fim da segunda década de vida, necessitam de ajuda para andar e são confinados a uma cadeira de rodas para o resto da vida, ficando completamente

dependentes da família e podem morrer mais cedo devido à insuficiência cardíaca associada à doença.

Também conhecida por Ataxia do tronco, tem como consequências iniciais a má coordenação e quedas frequentes e estes podem ser os únicos sinais da doença durante

muitos anos. Alguns pacientes apresentam uma atrofia óptica em estágios posteriores da doença. As deformidades ósseas progressivas incluem o pé arqueado e, menos

consistentemente, um palato deformado e com um arco alto. Ao longo da doença perdem as suas percepções de dor e de temperatura, e uma fraqueza

moderada torna-se frequente. Cerca de metade dos pacientes passam a apresentar sopros e bloqueios cardíacos. Podem

ocorrer paradas cardiopulmonares e insuficiência cardíaca congestiva. Uma pequena percentagem dos pacientes sofre um retardamento mental.

• Tratamento

Na maioria dos casos o defeito genético é transmitido por um modelo hereditário recessivo da

qual a alteração apenas se manifesta quando se recebe o gene alterado dos dois progenitores.

Assim se ele receber só o gene de um dos pais, o indivíduo é denominado “portador” pois pode transmitir a doença aos filhos. A doença normalmente aparece entre os cinco e os quinze anos de idade.

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O tratamento da Ataxia, primariamente envolve o uso de dispositivos adaptados para

permitir ao indivíduo manter tanta independência quanto seja possível. Tais dispositivos podem incluir: bengalas, muletas, ou cadeiras de rodas para aqueles com dificuldades de caminhar; dispositivos para auxílio na escrita, na alimentação e nos cuidados pessoais e aparelhos de comunicação para aqueles com dificuldades de fala. Para ajudar é preciso vários operacionais de saúde tais como: Médico Fisiatra, médico Internista, Psicólogo Clínico, Fisioterapeuta, Terapeuta Ocupacional, Terapeuta da Fala (quando presentes

alterações de comunicação e linguagem), Enfermeiro Geral, Enfermeiro de Reabilitação, Dietista e Serviço Social. A todos os doentes com Ataxia foi prescrito um programa

intensivo de reabilitação de 6 horas dia / 6 dias por semana respeitando as características de cada caso clínico-funcional.Programa – base -ROM: Mobilização articular-PNF-auto-mobilização-alongamentos-Fortalecimento muscular: ex. activos – resistência progressiva

estimulação eléctrica.Hidrocinesioterapi-Treino funcional: equilíbrio actividades em colchão sentar-levantarestratégias de compensação – transferências -AVDs Terapia.

Ocupacional – Terapia da Fala-Treino de Marcha: ex. pré marcha – barras – andarilho (ou outra) treino de marcha suspensa - uso de ortóteses

CONCLUSÃO

Esta é uma imagem da medula espinhal de um paciente com Ataxia de Friedreich

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                                                                                                                                                10 GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA

A minha conclusão foi muito precisa numa coisa que a nível de medicina ainda estamos muito crus, falta-nos muito caminho pela frente até podermos dizer que curamos alguém ou alguma doença rara. Mas tenho alguma esperança que no futuro haja esperança para todos os doentes do mundo. Com este trabalho também aprendi um pouco mais da realidade desta doença que se teima em esconde das pessoas que existe e não é uma doença fácil de conviver no dia-a-dia. Não conseguimos controlar os movimentos que desejamos fazer, temos muita dificuldade em nos expressarmos [falar], não temos equilíbrio para andar sem umas muletas ou agarrados a alguém, ate chegarmos ao ponto de só termos a cadeira de rodas como meio de transporte. Para comer tem de ser tudo sem glúten, e o que podemos comer são muito caras. Ate as bebidas tem de ser tudo seleccionado ao pormenor. Enfim mas uma coisa boa que aprendi se o doente de ataxia fizer desporto como por exemplo: remo, ginásio e tentar caminhar o máximo possível com as muletas sem dúvida que se consegue atrasar a evolução da doença. A prova viva é o Jorge que infelizmente luta todos os dias para não se entregar a cadeira de rodas e viver dependente dos pais e família. Mas acima de tudo o amor da família é o que lhe dá força para não baixar os braços e viver cada dia na esperança de uma cura.

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