c.s. lewis - trilogia cósmica 3 - aquela força medonha i

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 — Minha jovem — disse MissIronwood —, não entende totalmente aseriedade deste assunto. As coisas que viu referem-se a alguma coisa, as quais,

comparadas com felicidade, ou mesmo a vida, da senhora e de mim, não têmimportncia alguma. !enho de lhe pedirque enfrente a situa"ão. #ão pode ver-selivre do seu dom. $ode tentar suprimi-lo,mas falhar% e ficar% tremendamente

assustada. $or outro lado, pode p&-lo 'nossa disposi"ão. (e o fi)er, ficar% muitomenos assustada, a longo pra)o, e estar%ajudando a salvar a ra"a humana de umenorme desastre. *u, em terceirahip+tese, pode contar a outra pessoa

qualquer o que se passa. (e o fi)er,aviso-a de que quase com certe)a cair%nas mãos de outras pessoas que estãopelo menos tão ansiosas como n+s deutili)ar a sua faculdade e que não darãomais importncia ' sua vida e felicidade

do que 's de uma mosca.

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. (. /I(

 AQUELA FORÇA MEDONHA 

I

 !0tulo original1 !hat 2ideous (trength !radu"ão de (ilva 2ortaapa1 est3dios $. . A.4ep+sito legal n.1 56789:86

Publicações Europa-América 

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Digitalização:  yuna – Toca digiTal 

Revisão: SuSana - pdl 

 A Sombra daquela força medonhaTem de comprido seis milhas e mais 

(ir 4avid indsa;<de Ane 4ialog

(descrevendo a Torre de Babel)

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PREFÁCIO

hamei isto de conto de fadas na esperan"ade que ningu=m, que não goste de fantasia, possaser indu)ido pelos dois primeiros cap0tulos acontinuar lendo, e depois se quei>e por se sentirdesapontamento. (e perguntarem por que = que —tendo a inten"ão de escrever so?re m%gicos,dia?os, animais de pantomima e anjos planet%rios,eu, não o?stante, inicio com cenas e pessoas tãocomuns, respondo que sigo o esquema tradicionaldo conto de fadas. #em sempre notamos o seum=todo, porque as ca?anas, castelos, entalhadorese rei)inhos, com os quais a?re um conto de fadastornaram-se para n+s tão remotos como as ?ru>ase ogros que nele vêm a seguir. Mas, para oshomens que primeiro fi)eram as hist+rias e comelas se divertiram, não eram nada remotos. ram,na verdade, mais realistas e comuns do que a@aculdade de racton = para mim< pois muitoscamponeses tinham, efetivamente, tido madrastascru=is, enquanto eu nunca encontrei, emuniversidade alguma, uma @aculdade comoracton. sta = uma Bhist+ria fict0ciaC so?re artes eo?ras do demo, em?ora contenha um BfundoCs=rio que tentei tra"ar no meu Aboliion of !an . #a

hist+ria, o ?ordo e>terior dessa o?ra do 4ia?otinha de se mostrar tocando a vida de umaprofissão comum e respeit%vel. scolhi a minhapr+pria profissão, não, = claro, por eu pensar queos professores das faculdades sejam mais a?ertos a

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ser corrompidos do que outra pessoa qualquer, maspor ser a minha pr+pria profissão a 3nica queconhe"o suficientemente ?em para escrever so?re

ela. Imaginou-se uma universidade muito pequenaporque isso tra) certas vantagens para a fic"ão.dgestow não tem qualquer semelhan"a, salvo pelasua pequene), com 4urham, uma universidadecom a qual a 3nica liga"ão que tive foi inteiramenteagrad%vel.

reio que uma das id=ias centrais desteconto me veio ' ca?e"a a partir de conversas quetive com um colega cientista, algum tempo antes deencontrar uma sugestão ?astante similar nas o?rasdo (r. *laf (tapledon. (e estou enganado nisto, o(r. (tapledon = tão rico em inventiva que ?em

pode permitir-se emprestar, e eu admiro tanto a suainventiva Dem?ora não a sua filosofiaE que nãosentirei vergonha alguma em pedir emprestado.

 Aqueles que gostariam de aprender mais arespeito de #umenor e o Ferdadeiro *este têm

Dque penaGE de esperar pela pu?lica"ão do muitoque ainda e>iste apenas no manuscrito do meuamigo, $rof. H. . . !olJien. A =poca destahist+ria = vagamente Bdepois da guerraC. onclui a !rilogia, da qual Para Além do Planea Silencioso era aprimeira parte, e Perelandra a segunda, mas pode ser

lida por si s+. . (. ewis

 !a"dalen #olle"e$ %&ford$'éspera de aal *+,$

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CAPÍTULO I VENDA DE PROPRIEDADES DA 

FACULDADE

I

B* matrim&nio foi institu0do, em terceirolugarC, disse Hane (tuddocJ para consigo pr+pria,Bpara a associa"ão, au>0lio e conforto m3tuos queum deve rece?er do outro. C #ão ia ' igreja desdeos seus tempos de escola, at= que l% fora, a seismeses, para se casar, e essas palavras da cerim&niatinham ficado na sua mente.

 Atrav=s da porta a?erta podia ver a diminutaco)inha do apartamento e ouvir o ?ater forte epouco delicado do rel+gio. !inha aca?ado de sairda co)inha e sa?ia como estava arrumada. Ascoisas do caf= da manhã estavam lavadas, astoalhas do ch% penduradas por cima do fogão e ochão passado a pano. As camas estavam feitas e osquartos arrumados. !inha aca?ado de regressar defa)er as 3nicas compras de que precisava paraaquele dia, e ainda faltava um minuto para as on)e.>ceto preparar o seu pr+prio almo"o e o ch%, nãohavia nada que tivesse de ser feito at= 's K horas,isso supondo que MarJ viesse realmente jantar.Mas hoje havia uma reunião da @aculdade. Luasecom certe)a ligaria por volta da hora do ch% paradi)er que a reunião estava demorando mais do que

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previra e que teria de jantar na @aculdade. As horasdiante dela estavam tão va)ias como oapartamento. * sol ?rilhava e o rel+gio fa)ia o seu

tique-taque.BAssocia"ão m3tua, ajuda e confortoC, disse

 Hane com amargura.#a realidade o casamento tinha provado ser

a porta de sa0da de um mundo de tra?alho ecamaradagem, riso e incont%veis coisas que fa)er,

para qualquer coisa como prisão na solit%ria.4urante alguns anos antes do casamento nunca vira tão pouco o MarJ como nos 3ltimos seismeses. Mesmo quando estava em casa, ele malfalava sequer. stava sempre com sono ou inte-lectualmente preocupado. nquanto tinham sido

amigos, e mais tarde quando eram amantes, apr+pria vida parecia curta demais para tudo o quetinham a di)er um ao outroG Mas agora... por que =que tinha casado com ela Ainda a amaria (e sim,Bamar algu=mC teria que significar coisas totalmentediferentes para os homens e para as mulheres. (eria

a crua verdade que todas as conversas infind%veisque lhe tinham parecido, antes de casados, aautêntica e>pressão do pr+prio amor, nuncativessem sido para ele mais do que um preliminar

BAqui estou eu come"ando a desperdi"aroutra manhã, na uaC, disse Hane para si mesma,

 vivamente, Benho que fa)er um tra?alho qualquer. C$or tra?alho ela queria di)er a sua tese dedoutorado so?re 4onne. !inha tido sempre ainten"ão de continuar a sua pr+pria carreira deprofessora depois de casar1 essa era uma das ra)Nes

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porque não iriam ter filhos, de qualquer maneira,ainda por muito tempo. Hane não se achava umapensadora muito original e o seu plano fora dar

grande ênfase ' Btriunfante justifica"ão do corpoC,de 4onne. Acreditava ainda que, se tirasse parafora todos os seus livros de notas e pu?lica"Nes ese sentasse seriamente para fa)er o tra?alho, podiafor"ar-se a recuperar o entusiasmo perdido peloassunto. Mas antes de fa)ê-lo, talve) para adiar o

momento de come"ar, virou um jornal que estavaem cima da mesa e passou os olhos pela imagem na3ltima p%gina.

#o momento em que viu a imagem,lem?rou-se do sonho. em?rou-se não s+ dosonho como do tempo sem fim que passara, depois

de se ter esgueirado da cama, sentada ' espera dosprimeiros sinais da manhã, receosa de acender alu), com medo de que MarJ acordasse eprotestasse, mas sentindo-se ofendida pelo som dasua respira"ão regular. le dormia de formae>celente. Oma 3nica coisa parecia mantê-lo

acordado depois de ir para a cama, e mesmo issonão o mantinha acordado muito tempo.

* terror deste sonho, como o da maiorparte dos sonhos, evapora-se quando contado, masdeve ser registrado por causa do que veio a seguir.

ome"ara por sonhar simplesmente com um

rosto. ra um rosto com aparência de estrangeiro,com ?ar?as e ?astante amarelo, com o nari)adunco. A e>pressão dele era aterradora porqueestava aterrado. A ?oca ca0a-lhe a?erta e os olhoseram fi>os, como j% vira os olhos de outros

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homens ficarem fi>os por um segundo ou dois,quando tinha ocorrido um s3?ito choque. Masaquele rosto parecia estar num choque que durava

horas. 4epois, gradualmente, teve consciência demais. * rosto pertencia a um homem que estavasentado, curvado, num canto de um pequenoquarto quadrado, de paredes caiadas, B' esperaC,pensou ela, Bde que aqueles que o tinham em seupoder chegassem e lhe fi)essem alguma coisa

horr0velC. @inalmente, a porta a?riu-se e umhomem ?em apessoado, com uma ?ar?a cin)entapontiaguda, entrou. * preso pareceu reconhecernele um velho conhecido, e sentaram-se os doisjuntos e come"aram a conversar. m todos ossonhos que Hane tivera at= a0, a pessoa ou

compreendia aquilo que os personagens dossonhos estavam di)endo ou então não o ouvia.Mas neste sonho, e isso ajudava a dar-lhe o seue>traordin%rio realismo, a conversa era em francêse Hane perce?ia peda"os dela, mas não tudo, talcomo teria feito na vida real. * visitante estava

di)endo ao preso alguma coisa que aparentementepensava que ele consideraria ?oa not0cia. o presono in0cio ergueu os olhos tendo neles um fulgor deesperan"a e disse1 BTiens$$$ ah$$$ ça marche C< mas então vacilou e mudou de id=ia. * visitante continuou aapresentar as suas ra)Nes numa vo) ?ai>a e fluente.

ra um homem ?em apessoado, ' sua maneira?astante fria, mas usava umas lentes pincene.  e estasrefletiam a lu) tornando os seus olhos invis0veis.Isto, com?inado com a perfei"ão pouco naturaldos dentes, causou a Hane, de certa, forma, uma

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impressão desagrad%vel. esta era aumentada pelacrescente ang3stia, e finalmente o terror, do preso.#ão conseguia distinguir o que o visitante estava

lhe propondo, mas perce?eu que o preso forasentenciado ' morte. * que quer que o visitanteestava lhe oferecendo era algo que o aterrori)avaainda mais do que a morte. #este ponto, o sonhoa?andonou toda a pretensão de realismo e tornou-se um pesadelo comum. * visitante, ajustando as

lentes e ainda com o seu sorriso frio, agarrou aca?e"a do preso com as duas mãos. !orceu-a?ruscamente, tal e qual como Hane no Ferãoanterior vira torcer ?ruscamente o capacete, queestava colocado por cima da ca?e"a de ummergulhador. * visitante desenroscou a ca?e"a do

preso e retirou-a. 4epois tudo se tornou confuso. A ca?e"a era ainda o centro do sonho, mas eraagora uma ca?e"a completamente diferente, umaca?e"a com uma ?ar?a ?ranca cerrada e todaco?erta de terra. $ertencia a um velho que algumaspessoas estavam desenterrando numa esp=cie de

cemit=rio inglês antigo, tipo druida, com umcomprido manto. Hane, no in0cio, não se importoumuito com isto porque pensou que fosse umcad%ver. ntão, su?itamente, o?servou que aquelacoisa antiga estava voltando ' vida. BuidadoGC,gritou no sonho. Ble est% vivo. $aremG $aremG *

estão acordando.C Mas elas não se importaram. *homem velho, que estava enterrado, sentou-se ecome"ou a falar qualquer coisa que soava vagamente como espanhol. isto, por qualquerra)ão, aterrori)ou Hane de tal maneira que ela

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despertou.ste foi o sonho — nem pior, e tam?=m

nem melhor, do que muitos outros pesadelos. Mas

não era a mera recorda"ão de um pesadelo que fe)a sala de estar do apartamento flutuar diante dosolhos de Hane e deu motivo a que ela se sentasse,com receio de cair. A afli"ão estava algures. Ali, nap%gina de tr%s do jornal estava a ca?e"a que vira nopesadelo1 a primeira ca?e"a Dse = que tinha havido

duasE, a ca?e"a do preso. om e>trema relutnciapegou no jornal, Be>ecu"ão de alcasanC era o t0tulo,e por ?ai>o dele Bcientista ?ar?a-a)ul vai para aguilhotinaC. em?rava-se vagamente de ter seguidoo caso. Alcasan era um distinto radiologista numpa0s vi)inho, um %ra?e, por ascendência, di)iam,

que tinha cortado uma carreira, de outra forma?rilhante, ao envenenar a mulher. ra essa,portanto, a origem do seu sonho. 4evia ter olhadopara a fotografia dele no jornal, antes de ir para acama, o homem tinha certamente um rostodesagrad%vel. Mas não1 isso não podia ser. ra o

jornal daquela manhã. Mas, = claro, tinha de haveralguma fotografia anterior que ela vira e esquecera,provavelmente semanas atr%s, quando o julgamentocome"ara. ra tolice ter dei>ado a coisa a?al%-latanto. agora vamos a 4onne. Fejamos, onde =que n+s 0amos A passagem am?0gua no fim da

 Alquimia do Amor

 /o esperes por ineli"0ncia nas mulheres1 no seumelhor

2oçura e "raça s/o as possibilidades da mam/e$

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B#ão esperes por inteligência nas mulheres.C BAlgum homem realmente quer ver a inteligência

nas mulheresCMas essa não era a questão.B!enho de recuperar o meu poder de

concentra"ãoC, disse Hane, e depois Bhavia algumafotografia anterior de Alcasan (uponho... C

inco minutos mais tarde, p&s de lado todos

os seus livros, foi ao espelho, p&s o chap=u e saiu.#ão tinha ?em certe)a para onde ia. A qualquerlugar, s+ para sair fora daquela sala, daquele aparta-mento, de toda aquela casa.

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II

nquanto isso, MarJ ia descendo para a@aculdade de racton e pensando num assuntomuito diferente. #ão notou totalmente a ?ele)amatutina da pequena rua que o levava, da encostaarenosa do su?3r?io onde ele e Hane viviam, por alia?ai>o, at= ' parte central e acadêmica dedgestow.

m?ora eu seja de *>ford por cria"ão egoste muito de am?ridge, penso que dgestow =mais ?ela do que qualquer das outras terras. Omadas ra)Nes = por ser tão pequena. #enhumfa?ricante de carros, ou de salsichas ou demarmelada tinha ainda vindo industriali)ar a cidadede prov0ncia que = sede da Oniversidade, e apr+pria Oniversidade era diminuta. Al=m deracton e da @aculdade para mulheres, que vem dos=culo PIP e fica para l% da ferrovia, e>istemapenas duas @aculdades1 #orthum?erland, que ficaa?ai>o de racton, no rio /ind;, e 4uJeQs, emfrente da A?adia. racton não aceita senãolicenciados. @oi fundada em 69RR para amanuten"ão de de) homens de sa?er cujos devereseram re)ar pela alma de 2enr; de racton e estu-dar as leis da Inglaterra. * n3mero de mem?ros

tinha sido gradualmente aumentado para quarenta,dos quais apenas seis Dal=m do $rof. de aconEestudam agora leis e dos quais talve) nenhum re)epela alma de racton. MarJ (tuddocJ era, ele pr+-prio, soci+logo e tinha sido eleito para o corpo

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docente cinco anos antes. ome"ava a firmar osp=s. (e tivesse sentido alguma d3vida nesse pontoDcoisa que não tinhaE, esta teria sido resolvida

quando deu por si encontrando urr; ?em ' portado posto dos orreios e vendo como urr; achounatural que fossem juntos at= ' @aculdade ediscutissem a agenda da reunião. urr; era o su?di-retor de racton.

 — (im — disse urr; —, vai levar um

tempo do dia?o. $rovavelmente continuar% depoisdo jantar. #+s iremos ter todos os o?strucionistasganhando tempo, tanto quanto puderem. Mas,feli)mente, isso = o pior que podem fa)er.

#ingu=m imaginaria nunca, pelo tom daresposta de (tuddocJ, que pra)er intenso ele sentia

por urr; ter empregado o pronome Bn+sC. At=?em pouco tempo, estivera de fora, o?servando asmano?ras do que então chamava Burr; e o seu?andoC, com admira"ão e com poucacompreensão, e fa)endo, nas reuniNes da @a-culdade, curtas e nervosas interven"Nes que nunca

influenciavam o curso dos acontecimentos. Agoraestava dentro e Burr; e o seu ?andoC passara a serBn+sC ou o Blemento $rogressista da @aculdadeC. !udo tinha acontecido de repente e ainda sentia na?oca o sa?or doce.

 — Acha que vai passar, então — disse

(tuddocJ. — om certe)a — disse urr;. — !emos odiretor, o tesoureiro e todo o pessoal qu0mico e?ioqu0mico, para come"ar. @alei com o $elham ecom !ed e estão firmes. @i) (ancho acreditar que

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entendia a posi"ão e que era a favor. ill, o #evão, vai fa)er provavelmente alguma coisa ?astantedevastadora mas = natural que alinhe conosco se

formos a vota"ão. Al=m disso, ainda não lhe contei,4icJ vai estar l%. hegou na hora do jantar ontem 'noite e meteu-se logo ao tra?alho.

 A mente de (tuddocJ saltou de l% para c%, 'procura de alguma forma segura de ocultar o fatode que não sa?ia quem era 4icJ. 4e repente

lem?rou-se de um colega muito o?scuro cujonome de ?atismo era ichard.

 — !elford — disse (tuddocJ em vo)espantada. (a?ia muito ?em que !elford não podiaser o 4icJ a que urr; se referia e por isso p&s umtom ir&nico e levemente caprichoso na sua

pergunta. — (anto 4eusG !elfordGG — disse urr; com

uma risada. — #ão. u queria di)er ord@everstone, 4icJ 4evine como era então.

 — stava um pouco perple>o com a id=iade !elford. — disse (tuddocJ, juntando-se ao riso.

 — @ico satisfeito que @everstone venha. #unca oencontrei, sa?e.

 — *h, mas tem de o fa)er — disse urr;. — *lhe, venha jantar no meu aposento hoje 'noite. u o convidei.

 — Sostaria muito — disse (tuddocJ, com

muita sinceridade. depois, ap+s uma pausa. — Aprop+sito, suponho que a pr+pria posi"ão de@everstone seja a?solutamente segura

 — * que quer di)er — perguntou urr;. — em, h% certas conversas, se ?em se

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lem?ra, quanto ' possi?ilidade de algu=m que est%h% tanto tempo ausente do seu lugar de mem?rodo corpo docente.

 — *h, refere-se a Slossop e todos essestrepadores. 4a0 não vai sair nada. #ão lhe pareceque = s+ palavreado

 — Aqui, entre n+s, sim. Mas confesso que,se tivesse de e>plicar em p3?lico e>atamenteporque = que um homem, que est% quase sempre

em ondres, continuaria a ser mem?ro do corpodocente de racton, não acharia isso tão f%cil. Asra)Nes autênticas são do tipo a que /atsonchamaria imponder%veis.

 — #ão estou de acordo. #ão poria am0nima o?je"ão a e>plicar em p3?lico as ra)Nes

reais. #ão = importante para uma escola como estamanter liga"Nes influentes com o mundo e>terior#ão = nada imposs0vel que 4icJ venha a estar nopr+>imo governo. Mesmo agora, 4icJ tem sido emondres ?em mais 3til ' faculdade do que Slossope meia d3)ia de outros do mesmo tipo têm sido,

estando aqui toda a vida. — (im. T claro que a0 = que est% a ra)ão.

 !odavia, seria um pouco dif0cil apresent%-la dessaforma numa reunião da @aculdade.

 — 2% uma coisa — disse urr; num tomligeiramente menos 0ntimo — que talve) devesse

sa?er a respeito de 4icJ. — Lual = — @oi ele quem o fe) mem?ro do corpo

docente.MarJ ficou calado. #ão gostava de coisas

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que lhe recordassem de um tempo em que nãoestava apenas fora do lemento $rogressista masat= fora da @aculdade. tam?=m, nem sempre

gostava de urr;. * seu pra)er em estar com elenão era assim tão grande.

 — (im — disse urr;. — 4enniston era oseu rival principal. Aqui entre n+s, muita gentegostava dos tra?alhos dele mais do que dos seus.@oi 4icJ quem insistiu, do princ0pio ao fim, que

 você era o tipo de homem que realmentequer0amos. @oi ' @aculdade de 4uJe e trou>e de l%tudo o que havia a seu respeito. !omou a posi"ãode que o ponto a considerar = o tipo de homem deque precisamos, e as qualifica"Nes no papel que vãopara o dia?o. tenho de di)er que foi confirmado

que ele tinha ra)ão. — Muito am%vel da sua parte — disse

(tuddocJ, com uma pequena vênia trocista. stavasurpreendido com o caminho que a conversa tinhatomado. ra uma velha norma em racton, comopresumivelmente na maior parte das faculdades,

que nunca se mencionavam na presen"a do pr+prioas circunstncias da sua sele"ão, e (tuddocJ nãotinha perce?ido, at= essa altura, que esta eratam?=m uma das tradi"Nes que o lemento$rogressista estava preparado para atirar fora. !am?=m nunca lhe ocorrera que a sua pr+pria

sele"ão tivesse dependido de outra coisa a não serda e>celência do seu tra?alho no e>ame paraprofessor1 e ainda menos que tivesse sido umacoisa apertada. stava j% tão acostumado ' suaposi"ão atual que esta id=ia deu-lhe a mesma curio-

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sa sensa"ão que um homem tem ao desco?rir que opai esteve quase para se casar com uma mulherdiferente.

 — (im — continuou urr;, prosseguindonuma outra linha de pensamento. — Fê-se agoraque 4enniston nunca teria servido. A?solutamentenunca. ra um homem ?rilhante naquela altura, =claro, mas parece ter sa0do completamente dostrilhos desde então, com todo esse seu

distri?utivismo e não sei que mais. Me disseram =?em capa) dele aca?ar num mosteiro.

 — #ão = nenhum tolo, mesmo assim —disse (tuddocJ.

 — stou contente por ir se encontrar com4icJ — disse urr;. — #ão temos tempo agora,

mas h% uma coisa a respeito dele que eu queriadiscutir consigo.

(tuddocJ olhou para ele interrogativamente. — Hames e eu e um ou dois outros — disse

urr; com vo) mais ?ai>a — andamos pensandoque ele devia ser o novo diretor. Mas aqui estamos.

 — Ainda não são do)e — disse (tuddocJ. — Lue tal se entr%ssemos no ristol para uma?e?ida

entraram no ristol, como sugerido. #ãoteria sido f%cil preservar a atmosfera na qualoperava o lemento $rogressista sem uma ?oa

quantidade destas pequenas gentile)as. Aquilo pe-sava mais em (tuddocJ do que em urr;, que erasolteiro e tinha o sal%rio de su?diretor. Mas oristol era um lugar muito agrad%vel. (tuddocJcomprou um 3his45  duplo para o seu companheiro

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e meio pin  de cerveja para si pr+prio.

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III

#a 3nica ve) em que fui rece?ido emracton, persuadi o meu anfitrião a dei>ar-meentrar no parque e ficar l% so)inho durante umahora. le pediu desculpa por fechar a porta,comigo l% dentro.

Muito pouca gente era autori)ada a entrar no$arque de racton. * portão era de Inigo Hones econstitu0a a 3nica entrada1 um muro altocircundava o parque, que tinha cerca de um quartode milha de largura e uma milha de leste a oeste.$ara quem vinha da rua e passava atrav=s da@aculdade para chegar l%, a sensa"ão de penetrarnum recesso muito 0ntimo era muito forte.$rimeiro atravessava-se o quadril%tero de #ewton,que = seco e com o chão de cascalho< edif0ciosgeorgianos, ornamentados mas ?elos, olham-nos l%de cima. A seguir tem de se entrar numa passagemfresca e parecida com um t3nel, quase escura aomeio do dia, a não ser que estejam a?ertas quer aporta para o salão da entrada, do lado direito, quera meia porta da despensa, do lado esquerdo, dandoum vislum?re da lu) do dia a ?ater nos pain=is, euma ?aforada de odor de pão fresco. Ao emergirdeste t3nel, encontramo-nos na faculdade

medieval1 no claustro do quadril%tero muito maispequeno, chamado ep3?lica. A relva aqui muito verde, depois da aride) de #ewton, e a pr+priapedra dos pilares que nele se erguem, d% aimpressão de ser macia e ter vida. A capela não fica

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muito longe1 o ru0do rouco e pesado domaquinismo de um velho e grande rel+gio chegaat= n+s, vindo de um ponto qualquer l% em cima.

 Fai-se ao longo do claustro, passando l%pides eurnas e ?ustos que homenageiam mortos deracton e depois descem-se uns degraus ?ai>os echega-se ' plena lu) do dia do quadril%tero cha-mado ad; Alice. *s edif0cios ' esquerda e ' direitasão o?ras do s=culo >vii1 humildes, de

caracter0sticas quase dom=sticas, com janelas de%gua-furtada, musgosos e de telhas cin)entas.stava-se num doce mundo protestante. 4%vamospor n+s pensando, talve), em un;an ou em 6ives ,de /alton. #o quarto lado de ad; Alice não havianenhum edif0cio na frente, apenas uma fila de

olmos e um muro1 e ali, pela primeira ve), tinha-seconsciência do som da %gua corrente e do arrulhardos pom?os no ?osque. A rua, nesta altura, est% j%tão longe que não h% outros ru0dos. #o muro h%uma porta. eva-nos a uma galeria co?erta, furadapor janelas estreitas em am?os os lados. *lhando

atrav=s delas, desco?rimos que estamosatravessando uma ponte e que o /;nd, castanho-escuro e levemente agitado, corre de?ai>o de n+s.#esta altura estamos muito perto da nossa meta.Oma cancela no e>tremo oposto da ponte levava-nos para o campo relvado do jogo de ?olas dos

mem?ros da @aculdade, e do lado de l% via-se aparede alta do parque, e, atrav=s do portão de Inigo Hones, tinha-se um vislum?re de verde ?atido pelosol e de som?ras profundas.

(uponho que o simples fato de ser cercado

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por muros deu ao parque parte da sua qualidadepeculiar, pois quando uma coisa = fechada, oesp0rito não a encara voluntariamente como

p3?lica. U medida que avan"ava so?re o terrenosilencioso, tinha a sensa"ão de ser rece?ido.

 As %rvores estavam afastadas de forma aque, ' distncia, se via a folhagem seminterrup"Nes, mas o local em que a pessoa estavaparecia sempre ser uma clareira1 cercada por um

mundo de som?ras, a pessoa caminhava so? umsol suave. >ceto pelos carneiros, cujo pastarconservava a erva assim rente e que por ve)eserguiam os focinhos compridos e tolos para mefitarem, eu estava completamente s+< e parecia-memais a solidão de um quarto muito grande numa

casa deserta do que qualquer solidão ao ar livre.em?ro-me de pensar1 Bste = o tipo de lugar que,em crian"a, se teria ?astante medo, ou então segostaria muito. C Om momento mais tarde, pensei1BMas quando so)inhos, realmente so)inhos, todosn+s somos crian"as, ou ningu=m =C A juventude e

a idade tocam apenas a superf0cie das nossas vidas.Meia milha = um passeio r%pido. ontudo,

pareceu muito tempo at= eu chegar ao centro doparque. (a?ia que era o centro, pois l% estava acoisa que eu tinha vindo ver principalmente. raum po"o1 um po"o com degraus que desciam at=

ele, e com um antigo pavimento em volta. stavaagora muito imperfeito. #ão pus os p=s em cima,mas estendi-me na relva e toquei o com os dedos.$ois aquele era o cora"ão de racton ou ragdon /ood1 disto sa0ram as lendas e disto dependera

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originalmente, suspeito eu, a pr+pria e>istência da@aculdade. *s arque+logos estavam de acordo quea alvenaria era tra?alho do per0odo final ?ritnico-

romano, feito nas v=speras da invasão anglo-sa>&nica. omo = que ragdon, ?osque, serelacionava com racton, o advogado, era ummist=rio, mas imagino que a fam0lia racton setenha valido de uma semelhan"a acidental entre osnomes para crer, ou fa)er crer, que tinha alguma

coisa a ver com o caso. ertamente, se tudo o quese di)ia fosse verdade, ou mesmo s+ metade, o?osque era mais velho do que os ractons. alculoque ningu=m daria muita importncia a alachtonde (tra?o, em?ora tenha levado um diretor da@aculdade, no s=culo PFI, a di)er1 B#ão sa?emos,

nem pelos mais antigos relatos, de qualquer Srã-retanha sem ragdon. C Mas a can"ão medievalfa)-nos recuar ao s=culo PIF 1

 Em Bra"don acaba brilhane ese dia 2e lon"e aé aqui veio !erlin  E aqui ficou 7a.endo

Isto = prova ?astante de que o po"o com opavimento ?ritnico-romano era j% o B$o"o deMerlinC, em?ora não apare"a at= ao reinado darainha Isa?el, quando o ?om diretor (hovel cercouo ?osque por um muro Bpara retirar todas assupersti"Nes profanas e pagãs e para impedir todo

o tipo de vig0lias vulgares, jogos, dan"as,mascaradas, e co)imento de pão de Morgan, at= l%praticadas junto da fonte chamada vaidosamente o$o"o de Merlin, e que têm de ser renegadas ea?ominadas como uma caldeirada de papismo,

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selvageria, lasc0via e som?ria loucuraC. #ão que a@aculdade tenha, com esta a"ão, renunciado ao seupr+prio interesse no lugar. * velho 4r. (hovel, que

 viveu quase at= aos cem anos, mal tinha esfriado nasepultura quando um dos maiores generais deromwell, pensando ser sua o?riga"ão destruir Bos?osques e os lugares altosC, enviou algumas tropascom poder para impressionar a gente da regiãopara aquele piedoso tra?alho. * esquema no fim

deu em nada< mas tinha havido uma alterca"ãoentre a @aculdade e as tropas, no centro deragdon, e o fa?ulosamente s%?io e santo ichardrowe fora morto por uma ?ala de mosquete nospr+prios degraus do po"o. Luem acusasse rowede papismo ou selvageria teria de ser um homem

corajoso, contudo a hist+ria = que as suas 3ltimaspalavras tinham sido1 BFejam, (enhores. (e Merlin,que era filho do 4ia?o, era um homem do rei, verdadeiro como qualquer que jamais tenhacomido pão, não = uma vergonha que v+s, que nãosois senão filhos de puta, tenhais de ser re?eldes e

regicidasC sempre, atrav=s de todas asmudan"as, cada diretor de racton, no dia da suaelei"ão, tem ?e?ido um trago cerimonial da %gua do$o"o de Merlin, pela grande ta"a que, tanto pelasua antiguidade como pela sua ?ele)a, era o maiordos tesouros de racton.

u pensava em tudo isto, estendido ao ladodo $o"o de Merlin, ao lado do po"o que, com todaa certe)a, deve datar do tempo de Merlin, sealguma ve) e>istiu um Merlin autêntico< estendidoonde estivera estendido (ir Venelm 4ig?; durante

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toda uma noite de verão e visto uma certa apari"ãoestranha< onde estivera estendido o poeta ollins eonde Horge III chorara< onde o ?rilhante e muito

querido #athaniel @o> compusera o seu famosopoema, três semanas antes de ser morto na @ran"a.* ar estava tão sossegado e os tufos de folhagemtão densos por cima de mim, que adormeci. @uiacordado pelo meu amigo a chamarWme l% muitoao longe.

* assunto mais controverso presente 'reunião da @aculdade era a questão da venda do$arque de ragdon. * comprador era o Instituto#acional de >periências oordenadas D#IE.Lueriam um local para o edif0cio que havia dealojar adequadamente esta not%vel organi)a"ão. *

#I era um dos primeiros frutos dessa fusãoconstrutiva entre o stado e o a?orat+rio, so?re aqual tantas pessoas ponderadas ?aseavam as suasesperan"as de um mundo melhor. ra para ficarlivre de quase todas as cansativas limita"Nes —BformalidadesC era o termo que os seus apoiadores

usavam — que têm at= aqui entravado a pesquisaneste pa0s. @icava tam?=m livre das peias daeconomia, pois, como se argumentava, uma na"ãoque pode gastar tantos milhNes por dia numaguerra, pode com certe)a permitir-se algunsmilhNes por mês em pesquisa produtiva em tempo

de pa). * edif0cio para isso proposto era de moldea constituir um acrescento verdadeiramente not%velao recorte de #ova Iorque no c=u, o pessoal erapara ser enorme e os sal%rios principescos. $ressãopersistente e uma diplomacia infind%vel, por parte

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do senado universit%rio de dgestow, tinhamatra0do o novo Instituto para longe de *>ford, deam?ridge e de ondres. !inha pensado em todas

estas, sucessivamente, como cenas poss0veis dosseus la?ores. $or ve)es o elemento $rogressista, emdgestow, quase tinha desanimado. Mas o sucessoestava agora praticamente certo. (e o #Ipudesse o?ter a terra necess%ria, viria paradgestow. uma ve) que viesse, então, como

todos sentiam, as coisas come"ariam finalmente aacontecer. urr; tinha at= e>pressado a d3vidaquanto a *>ford e am?ridge, eventualmente,poderem mesmo so?reviver como grandesuniversidades.

 !rês anos atr%s, se MarJ (tuddocJ tivesse

 vindo para uma reunião da @aculdade, na qualestivesse tal questão para ser decidida, teriaesperado ouvir a?ertamente de?atidas as reivindica-"Nes do sentimento contra o progresso e da ?ele)acontra a utilidade. 2oje, ao tomar o seu lugar no(oler, a comprida sala no pavimento superior da

parte sul de ad; Alice, não esperava tal. (a?iaagora que não era esse o modo de fa)er as coisas.

* lemento $rogressista condu)ia os seusassuntos realmente muito ?em. Muitos dosprofessores não sa?iam, ao entrarem no (oler, quee>istia a questão da venda do parque. Firam, =

claro, na sua folha com a agenda, que o pontoquin)e era BFenda de terras da @aculdadeC, mascomo isso aparecia em quase todas as reuniNes da@aculdade, não estavam muito interessados. $oroutro lado, viram que o ponto um era BLuestNes

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so?re o $arque de ragdonC. stas não se referiam' venda proposta. urr;, que como su?diretor selevantara para as apresentar, tinha umas tantas

cartas para ler ' @aculdade. A primeira era de umasociedade dedicada ' preserva"ão de monumentosantigos. $enso que esta sociedade fora mal-avisadaao fa)er duas quei>as numa s+ carta. !eria sidomais sensato se se tivessem limitado a chamar aaten"ão da @aculdade para o mau estado do muro

em redor do parque. Luando prosseguiram,instando so?re o interesse de se construir uma pro-te"ão qualquer por cima do pr+prio po"o, esalientando que j% anteriormente tinham posto aquestão, os mem?ros da @aculdade come"aram aficar agitados. quando, numa esp=cie de

lem?ran"a de 3ltima hora, e>pressaram o desejo deque a @aculdade pudesse mostrar-se mais favor%velpara com antiqu%rios s=rios que queriam e>aminaro po"o, o conselho da @aculdade ficou nitidamentemal disposto. #ão gostaria de acusar um homemna posi"ão de urr; de ler incorretamente uma

carta, mas a sua leitura desta carta certamente nãofoi de molde a enco?rir quaisquer defeitos no tomda composi"ão original. Antes de ele se sentar,quase todos na sala desejavam fortemente fa)er omundo e>terior compreender que o $arque deragdon era propriedade privada da @aculdade de

racton e que era melhor que o mundo e>teriortratasse da sua vida. ntão levantou-se de novopara ler uma outra carta. sta era de uma sociedadeesp0rita que queria permissão para investigar osBfen&menos relatadosC no parque Buma carta

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relacionadaC, como disse urr; Bcom a que vem aseguir que, com licen"a do diretor, vou ler j%. C staera de uma firma que tinha ouvido da proposta dos

esp0ritas e queria permissão para fa)er um filme,não e>atamente dos fen&menos, mas dos esp0ritas 'procura dos fen&menos. urr; rece?eu instru"Nespara escrever curtas negativas 's três cartas.

ntão veio uma nova vo), de uma partecompletamente diferente do (oler. ord

@everstone tinha-se levantado. stava inteiramentede acordo com a decisão tomada pelo conselho arespeito daquelas cartas impertinentes de diversosintrometidos de fora. Mas, de qualquer maneira,não era um fato que o muro do parque seencontrava em condi"Nes muito pouco

satisfat+rias Oma ?oa parte dos professores —(tuddocJ não era um deles — imaginou que estavapresenciando uma revolta da parte de @everstonecontra Burr; e o seu ?andoC e ficou imensamenteinteressado. Luase de imediato, o tesoureiro, Hamesus?;, estava de p=. Acolheu com aprova"ão a

questão levantada por lord @everstone. #a sua qua-lidade de tesoureiro tinha recentemente solicitado aopinião de um perito so?re o muro do parque.B$ouco satisfat+riasC eram, temia ele, palavrasmuito suaves para descrever as suas condi"Nes.#ada, a não ser um muro novo completo,

resolveria realmente a situa"ão. om grandedificuldade foi-lhe e>tra0do o custo prov%vel destao?ra, e quando os mem?ros da @aculdade ouviramo n3mero, prenderam a respira"ão. ord@everstone inquiriu glacialmente se o tesoureiro

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estava propondo seriamente que a @aculdade deviaarcar com tal despesa. us?; Dum e>-sacerdotemuito grande com uma ?ar?a negra cerradaE

replicou com um certo mau humor que não tinhaproposto nada1 se viesse a fa)er uma sugestão, seriade que a questão não podia ser tratada isolada dealgumas considera"Nes financeiras importantes queseria seu dever apresentar-lhes mais tarde, naqueledia. (eguiu-se uma pausa a esta ominosa declara"ão

at= que gradualmente, um a um, os Bdo lado deforaC e Bo?strucionistasC, os homens não inclu0dosno lemento $rogressista, come"aram a entrar node?ate. A maior parte destes achava dif0cil acreditarque nada que não fosse um muro novo completonão pudesse servir. * lemento $rogressista

dei>ou-os falar durante quase de) minutos. ntãopareceu outra ve) que ord @everstone estavarealmente a chefiar os Bdo lado de foraC. Luis sa?erse era poss0vel que o tesoureiro e a comissão demanuten"ão não pudessem realmente encontrarnenhuma alternativa al=m de construir um novo

muro ou dei>ar o $arque de ragdon degenerarnum terreno ?aldio p3?lico. >igiu uma resposta. Alguns Bdo lado de foraC at= come"aram a acharque ele estava sendo muito rude com o tesoureiro.$or fim, o tesoureiro, numa vo) mais ?ai>a,respondeu que tinha, num aspecto puramente

te+rico, alinhado alguns fatos quanto a alternativasposs0veis. Oma veda"ão de arame farpado... mas oresto foi apagado num ?erreiro de desaprova"ão,durante o qual se ouviu o velho conselheiro Heweldi)er que antes faria a?ater todas as %rvores do

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parque do que vê-lo engaiolado em arame farpado.@inalmente, o assunto foi adiado para considera"ãona reunião seguinte.

* ponto seguinte era um daqueles que amaioria dos mem?ros não conseguia compreender.nvolveu a recapitula"ão Dpor urr;E de uma longacorrespondência entre a @aculdade e o (enado daOniversidade so?re a proposta de integra"ão do#I na Oniversidade de dgestow. As palavras

Bcomprometido aC estavam sempre a reaparecer node?ate que se seguiu.

 — $arecemos — disse /atson — ter dadogarantias, como @aculdade, do mais completoapoio ao novo Instituto.

 — $arecemos — disse @everstone — ter-

nos atado de p=s e mãos e dado carta ?ranca 'Oniversidade.

 A que tudo isto, efetivamente, equivalia nãoficou claro para nenhum dos Bdo lado de foraC.em?ravam-se de ter lutado a valer em reuniNesanteriores contra o #I e todas as suas o?ras, e

de terem sido derrotados< mas todos os esfor"ospara desco?rir o que significara a sua derrota,conquanto respondidos por urr; com grandelucide), apenas serviram para os emaranhar maisnos la?irintos impenetr%veis da constitui"ão daOniversidade e do mist=rio ainda mais o?scuro das

rela"Nes entre a Oniversidade e a @aculdade. *resultado da discussão foi dei>%-los com aimpressão de que a honra da @aculdade não estavaenvolvida no esta?elecimento do #I emdgestow.

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4urante este ponto, os pensamentos de maisde um mem?ro tinham-se voltado para o almo"o, ea aten"ão tornara-se distra0da. Mas quando urr;

se levantou, aos 5 minutos para a 6 hora, paraapresentar o ponto três, houve um vivo renascer deinteresse. 4isse1 Betifica"ão de uma anomalia nosal%rio dos assistentesC. #ão gostaria de di)erquanto os assistentes de mais ?ai>a categoriaestavam ganhando naquela altura, mas creio que

mal dava para as despesas da residência na@aculdade, que era o?rigat+ria. (tuddocJ, que s+recentemente sa0ra dessa classe, sentia grandesimpatia por eles. ompreendia a e>pressão nosseus rostos. A retifica"ão, se passasse, representariapara eles roupas e f=rias, e carne no almo"o, e a

possi?ilidade de comprar metade, em ve) de umquinto, dos livros de que precisavam. *s olhos detodos eles estavam fi>os no tesoureiro, quando estese levantou para responder 's propostas de urr;.sperava que ningu=m imaginasse que aprovava aanomalia que tinha, em 686R, e>clu0do os

assistentes de mais ?ai>a categoria das novascl%usulas no par%grafo 6X do estatuto 6Y. !inha acerte)a de que todos os presentes desejariam quefosse retificada, mas era seu dever, comotesoureiro, salientar que aquela era a segunda pro-posta, envolvendo despesas muito pesadas, que

lhes fora apresentada naquela manhã. A respeitodisso apenas podia di)er, como dissera so?re opro?lema anterior, que não podia ser isolado dopro?lema da situa"ão financeira presente da@aculdade no seu conjunto, o qual esperava

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e>plicar perante eles durante o correr da tarde.Muito mais foi dito, mas ningu=m respondeu aotesoureiro, o assunto foi adiado, e quando, faltando

65 minutos para as duas horas, os mem?roscome"aram a aparecer fora do (oler para almo"ar,com fome e dores de ca?e"a e ansiosos por ta?aco,cada assistente tinha fi>ado no seu esp0rito que ummuro novo para o parque e um aumento no seupr+prio sal%rio eram alternativas que se e>clu0am

m3tua e estritamente. — * raio do parque tem estado no nosso

caminho toda a manhã — disse um deles. — Ainda não sa0mos da0 — respondeu

outro.#este estado de esp0rito, os mem?ros da

@aculdade voltaram ao (oler depois do almo"opara considerar as suas finan"as, us?;, otesoureiro, foi naturalmente o principal orador.#uma tarde de sol, = muito quente no (oler, e ocurso uniforme da e>posi"ão do tesoureiro, e at= o?rilhar dos dentes certos e ?rancos por cima da

?ar?a Dtinha uns dentes notavelmente ?onitosEpossu0a uma esp=cie de poder hipn+tico. Mem?rosdas faculdades nem sempre acham os assuntos dedinheiro f%ceis de entender1 se achassem,provavelmente não seriam do tipo de homens quese tornam mem?ros do corpo docente das

faculdades. onclu0am que a situa"ão era m%<realmente muito m%. Alguns dos mem?ros maisjovens e mais ine>perientes dei>aram de cogitar seiriam ter um muro novo ou um aumento de sal%rioe come"aram em ve) disso a perguntar a si mesmos

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se a @aculdade sequer continuaria funcionando. *stempos, como o tesoureiro dissera com tanta verdade, estavam e>traordinariamente dif0ceis. *s

mem?ros mais velhos tinham j% muitas ve)esouvido referir tempos assim por d3)ias deanteriores tesoureiros e estavam menos pertur?a-dos. #ão estou sugerindo, nem por um momento,que o tesoureiro de racton estivesse de qualquermodo apresentando erradamente a situa"ão. (+

muito raramente a situa"ão financeira de umagrande organi)a"ão, dedicada a t0tulo permanenteao avan"o do sa?er, pode ser descrita, de formainteiramente não am?0gua, como sendo satisfat+ria. A sua locu"ão era e>celente. ada frase era ummodelo de clare)a< e, se os seus ouvintes achavam a

su?stncia da sua declara"ão completa menos claraque as partes, isso pode ter sido culpa deles. Algumas redu"Nes e re-investimentos que sugeriuforam unanimemente aprovadas e a @aculdadeinterrompeu a reunião, para o ch%, numadisposi"ão animada. (tuddocJ ligou para Hane e

disse-lhe que não iria jantar em casa.@oi s+ pelas K horas da tarde que todas as

linhas de pensamento e de sentimentoconvergentes, despertadas pelos assuntosanteriores, se juntaram na questão de vender o$arque de ragdon. #ão foi nomeada como Ba

 venda do $arque de ragdonC. * tesoureirochamou-a de Bvenda da %rea pintada de cor-de-rosana planta que, com permissão do diretor, passariaagora ' volta da mesaC. (alientou, muitofrancamente, que isso envolvia a perda de parte do

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parque. 4e fato, o local proposto para o #Iainda dei>ava ' @aculdade uma fai>a de cerca dede)esseis p=s de largura ao longo da metade mais

afastada da parte sul, mas não havia qualquermistifica"ão, pois os professores tinham a plantapara e>aminar com os seus pr+prios olhos. rauma planta em pequena escala e talve) nãoperfeitamente rigorosa, apenas com a inten"ão dedar uma id=ia geral< em resposta a perguntas, admi-

tiu que infeli)mente, ou talve) feli)mente, opr+prio po"o estava na %rea que o #I pretendia.*s direitos de acesso da @aculdade seriam, = claro,garantidos< e o po"o e o seu pavimento seriampreservados pelo Instituto, de maneira a satisfa)ertodos os arque+logos do mundo. A?steve-se de

fornecer qualquer conselho e mencionousimplesmente a quantia estarrecedora que o #Ioferecia. 4epois disso, a reunião tornou-seanimada. As vantagens da venda foram ficando vis0veis uma por uma, como fruta madura caindona mão. esolvia o pro?lema do muro< resolvia o

pro?lema de proteger monumentos antigos<resolvia o pro?lema financeiro< parecia que iriaresolver o pro?lema dos sal%rios dos assistentes.$arecia mais que o #I considerava este o 3nicolocal poss0vel em dgestow< se por qualquerhip+tese racton não viesse a vender, todo o

esquema a?ortava e o Instituto iria indu?ita- velmente para am?ridge. @oi arrancado dotesoureiro, depois de muito questionado, que sa?iade uma @aculdade de am?ridge muito ansiosa por vender.

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*s poucos Bdif0ceis de morrerC presentes,para os quais o $arque de ragdon era quase umdado ?%sico da vida, dificilmente podiam

compreender o que estava acontecendo. Luandoencontraram a vo), e fi)eram soar uma notadiscordante entre o )um?ido geral de animadoscoment%rios, foram mano?rados para a posi"ão deaparecer como o partido que desejava apai->onadamente ver ragdon cercado por arame

farpado. Luando por fim o velho Hewel, cego etrêmulo e quase a chorar, se p&s de p=, a sua vo)era fracamente aud0vel. 2omens viraram-se parafitar, e alguns para admirar, o rosto ?em talhado emeio infantil e o ca?elo ?ranco que se tornava maisconsp0cuo ' medida que o comprido salão se

tornava mais escuro. Mas apenas os que estavamjunto dele podiam ouvir aquilo que ele di)ia. #estemomento ord @everstone p&s-se de p= de umsalto, cru)ou os ?ra"os e olhando diretamente parao velho, disse numa vo) muito alta e clara1

 — (e o conselheiro Hewel deseja que n+s

não ou"amos as suas opiniNes, sugiro que essafinalidade melhor podia ser alcan"ada pelo silêncio.

 Hewel j% era um velho nos dias antes daprimeira guerra, quando os velhos eram tratadoscom delicade)a, e nunca tivera ê>ito em conseguirha?ituar-se ao mundo moderno. $or um momento,

enquanto se manteve de p=, de ca?e"a inclinadapara a frente, as pessoas pensaram que ele iareplicar. 4epois, repentinamente, estendeu as mãosa?ertas num gesto de desalento, encolheu-se ecome"ou la?oriosamente a retomar a sua cadeira.

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 A mo"ão foi aprovada.

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 V 

4epois de dei>ar o apartamento nessamanhã, Hane tinha ido tam?=m a dgestow ecomprado um chap=u. !inha antes desse momentoe>pressado um certo despre)o pela esp=cie demulher que compra chap=us, como um homemque compra ?e?idas como um estimulante e umaconsola"ão. #ão lhe ocorreu que ela pr+pria estavaprocedendo assim naquela ocasião. Sostava de queas suas roupas fossem algo severas e de cores quefossem realmente ?oas, em ?ases est=ticas s=rias —roupas que tornassem evidente para todos que elaera uma pessoa adulta, inteligente e não uma mu-lher da variedade cai>a de chocolates — e porcausa dessa preferência, não sa?ia sequer que seinteressava por roupas. @icou por isso um poucoa?orrecida quando a (ra. 4im?le a encontrousaindo do (parrows e disse1 B*l%, queridaGomprou um chap=u Fenha almo"ar l% em casa e vamos ver isso. ecil est% com o carro logo ao virara esquina.C

ecil 4im?le, professor de#orthum?erland, fora o orientador de Hane no seu3ltimo ano como aluna e a (ra. 4im?le Dhavia atendência para cham%-la de Mãe 4im?leE tinha sido

a tia não oficial de todas as mo"as do seu ano.Sostar das alunas do marido não =, talve), tãocomum quanto seria dêsej%vel entre as mulheresdos professores< mas a (ra. 4im?le parecia gostarde todos os alunos do 4r. 4im?le, de am?os os

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se>os, e a casa dos 4im?les, afastada, do lado de l%do rio, era uma esp=cie de salon ?arulhentodurante todo o per0odo escolar. !inha dedicado um

carinho especial a Hane com aquele tipo de afei"ãoque uma mulher de ?om humor, feitio f%cil e semfilhos, sente por ve)es por uma mo"a que ela pensaser ?onita e ?astante a?surda. 4urante o 3ltimoano ou coisa assim, Hane tinha perdido um poucode vista os 4im?les e sentia-se ?astante culpada

por esse motivo. Aceitou o convite para almo"ar.$assaram pela ponte ao norte de racton e

depois seguiram para sul ao longo da margem do /;nd, para l% das casas de campo, depois para aesquerda e para leste, na igreja normanda, e des-ceram a estrada reta com %lamos de um lado e o

muro do $arque de ragdon do outro, e por fimchegaram ' porta da frente dos 4im?les.

 — omo est% ?onito — disse Hane comtoda a sinceridade quando saiu do carro. * jardimdos 4im?les era famoso.

 — ntão = melhor olhar ?em para ele —

disse o 4r. 4im?le. — Lue quer di)er — perguntou Hane. — #ão lhe contaste — disse o 4r. 4im?le

para a mulher. — Ainda não consegui for"ar-me a tal —

disse a (ra. 4im?le. — Al=m disso, po?re)inha, o

marido dela = um dos vilNes da 2ist+ria. 4equalquer maneira, espero que ela sai?a. — #ão fa"o nenhuma id=ia do que estão

di)endo — disse Hane. — A sua pr+pria @aculdade est% tão

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ma"adora, querida. Fão mandar-nos em?ora. #ãorenovaram o aluguel.

 — *h, (ra. 4im?leG — e>clamou Hane. —

u nem sequer sa?ia que isto aqui era propriedadede racton.

 — A0 temG — disse a (ra. 4im?le. —Metade do mundo não sa?e como vive a outrametade. Aqui estava eu imaginando que vocêestaria usando toda a sua influência junto do (r.

(tuddocJ para tentar salvar-nos, quando narealidade...

 — MarJ nunca me di) nada so?re osassuntos da @aculdade.

 — *s ?ons maridos nunca di)em — disse o4r. 4im?le. — $elo menos, s+ so?re os assuntos

das faculdades de outras pessoas. T por isso queMargaret sa?e tudo so?re racton e nada a respeitode #orthum?erland. #ão entram para almo"ar

4im?le imaginava que racton ia vender oparque e tudo o mais que era sua propriedadenaquela margem do rio. !oda a região lhe parecia

agora um para0so ainda mais do que quando vierapela primeira ve) para ali viver, vinte e cinco anosatr%s , e sentia o caso com muita intensidade paradesejar falar so?re ele diante da mulher de um doshomens de racton.

 — Fais ter de esperar pelo almo"o at= eu ter

 visto o novo chap=u de Hane — disse a Mãe4im?le, e logo a seguir apressou Hane pela escadaacima. (eguiram-se então alguns minutos deconversa que era estritamente feminina, ' modaantiga. Hane, preservando, entretanto, uma certa

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sensa"ão de superioridade, achou a coisa agrad%velde uma forma indefin0vel< e em?ora a (ra. 4im?letivesse realmente um modo de ver errado so?re tais

assuntos, não havia como negar que a 3nicapequena modifica"ão que ela sugeriu foi ?astanteadequada. Luando o chap=u estava sendo outra ve) em?rulhado, a (ra. 4im?le su?itamente disse1

 — #ão h% nada correndo mal, pois não — Mal — disse Hane. — $or quê * que =

que poderia haver — T que você não parece a mesma. — *h, estou muito ?em — disse Hane em

 vo) alta. Mentalmente, acrescentou1 — st%morrendo para sa?er se vou ter um ?e?ê. ste tipode mulher sempre est%.

 — 4etesta que a ?eijem — disse a (ra.4im?le, inesperadamente.

B(e eu detesto que me ?eijemC, pensou Hanepara si pr+pria, Bsse realmente = o pro?lema.4etesto que me ?eijem #ão esperes p&r ca?e"anas mulheres... C !encionara replicar1 — laro que

não — mas ine>plicavelmente, e para seu grandea?orrecimento, deu por si, em ve) disso, a chorar. então, por um momento, a (ra. 4im?le passou aser simplesmente uma pessoa crescida, como aspessoas crescidas eram quando =ramos muitopequenos1 o?jetos grandes, quentes e macios para

os quais corr0amos com os joelhos esfolados ou?rinquedos que?rados. Luando pensava na suainfncia, Hane recordava usualmente aquelasocasiNes em que o volumoso a?ra"o da ama ou damãe não tinha sido ?em acolhido e tinha

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encontrado resistência como um insulto 'maioridade pr+pria< agora, num instante, tinharegressado 'quelas ocasiNes esquecidas, e, contudo,

pouco freqZentes, quando o medo ou a desgra"aindu)iam uma rendi"ão volunt%ria e a rendi"ãotra)ia conforto. #ão detestar ser acariciada ou apal-pada era contr%rio a toda a sua teoria de vida<todavia, antes de descerem, dissera ' (ra. 4im?leque não estava esperando ?e?ê, mas que estava um

pouco deprimida por estar muito so)inha e devidoa um pesadelo.

4urante o almo"o, o 4r. 4im?le falou so?rea lenda do rei Artur.

 — T realmente maravilhoso — disse ele —,como toda a hist+ria se mant=m ligada, mesmo

numa versão recente, como a de Malor;. H%notaram como h% dois conjuntos de personagens2% Suinevere e ancelote e toda aquela gente nocentro1 todos muito palacianos e nada departicularmente ?ritnico a respeito deles. Masdepois, em pano de fundo, do outro lado de Artur,

por assim di)er, h% todas aquelas pessoasenigm%ticas como Morgan e Morgawse, que são na verdade muito ?ritnicos e usualmente mais oumenos hostis em?ora sejam seus pr+prios parentes. !udo misturado com magia. em?ram-se daquelafrase maravilhosa, como a rainha Morgan Bp&s

todo o pa0s em fogo com damas que eramfeiticeirasC. Merlin tam?=m, = claro, = ?ritnico,em?ora não hostil. #ão parece mesmo um retratoda Srã-retanha como ela deve ter sido na v=sperada invasão

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 — Lue quer di)er, 4r. 4im?le —perguntou Hane.

 — em, não houve uma parte da sociedade

que era quase puramente romana $essoas vestindotogas e falando um latim mesclado de celta, algoque nos soaria ?astante como espanhol, etotalmente cristão. Mas mais para o interior, emlugares afastados, isolados por florestas, teriame>istido pequenas cortes governadas por velhos

rei)inhos ?ritnicos, falando qualquer coisasemelhante ao gal=s e praticando uma certa dose dareligião druida.

 — que = que o pr+prio Artur teria sido — disse Hane. ra patetice o cora"ão dela terpulado 's palavras B?astante como espanholC.

 — T esse justamente o ponto — disse o 4r.4im?le. — $odemos imagin%-lo como um homemda velha linha ?ritnica, mas tam?=m um cristão eum general ?em treinado, com t=cnica romana,tentando integrar toda esta sociedade e quasesendo ?em sucedido. 2averia ci3mes da parte da

sua pr+pria fam0lia ?ritnica, e o setor romani)adoDos ancelotes e ion=isE haviam de olhar os?retNes por cima da ?urra. (eria por isso que Va; =sempre representado como um r3stico1 ele = parteda estirpe nativa. sempre aquela ressaca, aquelearrastar de regresso ao druidismo.

 — onde estaria Merlin — (im... le = a figura realmenteinteressante. (er% que a coisa toda falhou porqueele morreu tão cedo Alguma ve) j% reparou queestranha cria"ão Merlin = le não = mau< contudo,

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= um m%gico. le = o?viamente, um druida< por=m,sa?e tudo a respeito do Sraal. le = Bo filho do4ia?oC< mas depois a;amon fa) tudo para nos

di)er que o tipo de ser que foi o pai de Merlin nãoprecisava, no fim das contas, ter sido mau. em?re-se, ha?itam no =u muitas esp=cies de criaturas. Algumas delas são ?oas e algumas produ)em omal.

 — T ?astante intrigante. #ão tinha pensado

nisso antes. — Muitas ve)es me pergunto — disse o 4r.

4im?le — se Merlin não representa o 3ltimo tra"ode alguma coisa de que a tradi"ão recente seesqueceu completamente, algo que se tornouimposs0vel quando as 3nicas pessoas em contato

com o so?renatural eram ou ?rancas ou pretas, oup%rocos ou feiticeiros.

 — Lue id=ia horr0vel — disse a (ra. 4im?le,que notara que Hane parecia preocupada. — 4equalquer maneira, Merlin aconteceu h% muitotempo, se = que aconteceu, e ele est% seguro e

enterrado de?ai>o do $arque de ragdon comotodos sa?emos.

 — nterrado mas não morto, segundo a2ist+ria — corrigiu o 4r. 4im?le.

 — FiG — disse, involuntariamente, Hane, maso 4r. 4im?le ia cogitando em vo) alta.

 — $ergunto a mim mesmo o que = que irãoencontrar se come"arem a cavar naquele lugar paraas funda"Nes do tal #I deles — disse ele.

 — $rimeiro lama, e depois %gua — disse a(ra. 4im?le. — T por isso que realmente não

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podem construir ali. — Assim seria de pensar — disse o marido.

 — Mas então por que = que eles iam querer vir

para c% #ão = natural um pequeno londrino como Hules ser influenciado por qualquer fantasia po=ticaa respeito do manto de Merlin ter ido cair so?reele.

 — * manto de Merlin, realmenteG — disse a(ra. 4im?le.

 — (im — disse o doutor —, = uma id=iaesquisita. Atrevo-me a di)er que alguns do grupodele gostariam ?astante de recuperar o manto. (eseriam suficientemente grandes para preenchê-lo =uma outra questãoG #ão creio que gostassem dele,se o pr+prio velho voltasse ' vida junto com o

manto. — sta jovem vai desmaiar — disse a (ra.

4im?le, su?itamente, pondo-se de p= de um salto. — *l%G * que est% acontecendo — disse o

4r. 4im?le, olhando espantado para a cara de Hane. — st% muito quente aqui na sala para si

 — *h, isto = rid0culo demais — disse Hane. — Famos para a sala de visitas — disse o

4r. 4im?le. — Fenha. ncoste-se ao meu ?ra"o.Om pouco mais tarde, na sala de visitas,

sentada junto a uma janela que a?ria para orelvado, agora semeado de folhas amarelas e

?rilhantes, Hane tentou desculpar-se do seucomportamento a?surdo, contando a hist+ria doseu sonho.

 — Acho que desvendei os meus segredos deuma forma terr0vel — disse ela. — $odem am?os

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come"ar a psicanalisar-me j%.$ela cara do 4r. 4im?le, Hane podia, na

 verdade, ter conjeturado que o sonho dela o tinha

impressionado e>cessivamente. — oisa e>traordin%ria... muito

e>traordin%ria — continuava a murmurar. — 4uasca?e"as. uma delas a de Alcasan. *ra, ser% issouma pista falsa...

 — #ão fa"a isso, ecil — disse a (ra.

4im?le. — Acha que eu devia ser analisada — disse

 Hane. — Analisada — disse o 4r. 4im?le,

olhando-a de relance como se não tivessecompreendido inteiramente. — *h, estou vendo.

Luer di)er, ir ao ri)eacre ou algu=m do tipo — Hane perce?eu que a sua pergunta o tinha arrancadode uma cadeia qualquer de pensamentocompletamente diferente e at=, de formadesconcertante, que o pro?lema da sua pr+priasa3de tinha sido empurrado para o lado. !er

contado o sonho tinha levantado alguns outrospro?lemas, em?ora não pudesse sequer imaginarquais fossem.

* 4r. 4im?le olhou para fora, pela janela. — Hustamente o meu aluno mais o?tuso est%

tocando a campainha — disse ele. — !enho de ir

para o escrit+rio e ouvir um ensaio so?re (wift,come"ando por B(wift nasceuC. !enho de tentarmanter o esp0rito atento ao que ele disser, o quenão vai ser f%cil. — evantou-se e ficou de p= ummomento com a mão no om?ro.

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 — *lhe l% — disse ele. — #ão lhe vou darconselho nenhum. Mas se realmente decidir ir veralgu=m por causa desse sonho, desejo que

considerasse primeiro ir ter com algu=m cujoendere"o Marger; ou eu lhe daremos.

 — #ão acredita no (r. ri)eacre — disse Hane.

 — #ão posso e>plicar — disse o 4r.4im?le. — Agora, não. T tudo tão complicado.

$rocure não se incomodar com isso. Mas se talacontecer, trate de nos dar conhecimento emprimeiro lugar. Adeus.

Luase imediatamente depois da partida dele,chegaram alguns outros visitantes, de forma quenão houve oportunidade alguma de mais conversas

em privado entre Hane e a sua anfitriã. 4ei>ou acasa dos 4im?les cerca de uma hora mais tarde efoi a p= para casa, não ao longo da estrada com os%lamos, mas pelo carreiro atrav=s do parquep3?lico, passando os ?urros e os gansos, com astorres e as espiras de dgestow para a sua esquerda

e o velho moinho no hori)onte, para a direita.

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CAPÍTULO II JANTAR COM O SUBDIRETOR 

I

 — Isto = um golpeG — disse urr;, de p= emfrente do fogão de sala nos seus magn0ficos

aposentos, que davam para #ewton. onstitu0am omelhor conjunto na @aculdade.

 — Alguma coisa do #* — perguntou Hames us?;. le, ord @everstone e MarJ estavamtodos ?e?endo o seu sherr; antes de jantar comurr;. #*, que representava #on-*let, era a

alcunha de harles $lace, o diretor de racton. Asua elei"ão para este cargo, uns quin)e anos atr%s,fora um dos primeiros triunfos do lemento$rogressista. U for"a de di)er que a @aculdadeprecisava de Bsangue novoC e tinha de ser arrancadanas suas Brotinas acadêmicasC, tinham conseguido

fa)er entrar um funcion%rio civil idoso, quecertamente nunca tinha sido contaminado por fra-que)as acadêmicas, uma ve) que largara a sua?astante o?scura @aculdade de am?ridge nos=culo anterior, mas que escrevera um relat+riomonumental so?re (a3de $3?lica #acional. *

assunto tinha-o, se alguma coisa, recomendado aolemento $rogressista. onsideravam-no uma?ofetada na cara para os diletantes e Bdif0ceis demorrerC, que replicaram apelidando o seu novodiretor de #on-*let. Mas, gradualmente, at= os

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apoiadores de $lace tinham adotado o nome. $ois$lace não correspondera 's e>pectativas deles,revelando-se um disp=ptico com queda para a

filatelia, cuja vo) era tão raras ve)es ouvida quealguns dos assistentes mais novos não sa?iam qualera o som dela.

 — (im, raios o partam — disse urr; —,quer me ver so?re um assunto dos maisimportantes, assim que eu tenha possi?ilidade de ir

ter com ele depois de jantar. — Isso quer di)er — disse o tesoureiro —

que Hewel e companhia se têm estado a atirar a ele equerem achar uma maneira de andar para tr%s coma questão toda.

 — #ão ligo para isso — disse urr;. —

omo = que se pode revogar uma resolu"ão #ão =isso. Mas = o suficiente para dar ca?o da noite toda.

 — (+ da sua noite — disse @everstone. —#ão se esque"a de dei>ar aqui fora esse seu ?rand;muito especial, antes de ir.

 — HewelG (anto 4eusG<— disse us?;,

enterrando na ?ar?a a mão esquerda. — (enti uma certa pena do velho Hewel —

disse MarJ. *s seus motivos para di)er isto erammuito confusos. $ara lhe fa)er justi"a, deve-se di)erque a ?rutalidade do comportamento de@everstone, inteiramente inesperada e

aparentemente desnecess%rio, para com o velho, otinha desagradado. depois, tam?=m, a id=ia todada sua d0vida para com @everstone no caso da suapr+pria entrada no professorado tinha-o irritado odia inteiro. Luem era este sujeito, @everstone Mas,

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parado>almente, mesmo enquanto sentia que erachegado o momento de afirmar a sua pr+priaindependência e de mostrar que não deveriam

considerar a sua concordncia com todos osm=todos do lemento $rogressista, como anteci-padamente garantida, achava tam?=m que umacerta independência o faria ascender a uma posi"ãomais elevada dentro do pr+prio lemento. (e aid=ia D@everstone ter% melhor conceito seu se lhe

mostrar os dentesE lhe tinha ocorrido com todas asletras, provavelmente a teria rejeitado como servil.#ão o fe).

 — om pena de Hewel — disse urr;,dando uma volta completa. — #ão diria isso se otivesse conhecido quando ele estava em plena

forma. — oncordo consigo — disse @everstone a

MarJ —, mas = que eu sigo a maneira de ver delausewit). A guerra total, a longo pra)o = a maishumana. u o fi) calar instantaneamente. Agoraque j% lhe passou o choque, est% imensamente feli)

consigo pr+prio porque eu confirmei inteiramentetudo o que vem di)endo so?re a gera"ão maisnova, durante os 3ltimos quarenta anos. Lual era aalternativa 4ei>%-lo ?a?ar-se at= lhe dar um acessode tosse ou um ataque de cora"ão, e a somar a issodar-lhe o desapontamento de verificar que era

tratado com civilidade. — sse = com certe)a um ponto de vista —disse MarJ.

 — 4ia?os levem isto — continuou@everstone —, homem nenhum gosta de se ver

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desapossado de todos os seus pertences. Lue fariaaqui o nosso po?re urr; se um dia os Bdif0ceis demorrerC se recusassem a continuar Ba morrer com

dificuldadeC A ocupa"ão de *telo teriadesaparecido.

 — * jantar est% servido, senhor — disse oBatiradorC de urr; —, pois = assim que um criado= chamado em racton.

 — !udo isso = tolice, 4icJ — disse urr;

enquanto se sentavam. — #ão h% nada de que eu mais gostaria do

que ver o fim de todos estes Bdif0ceis de morrerC eo?strucionistas e poder avan"ar com o tra?alho.#ão imagina que eu goste de ter de gastar todo omeu tempo desimpedindo a estrada — MarJ

notou que o seu anfitrião estava um pouco irritadocom a )om?aria de ord @everstone. ste 3ltimotinha um riso e>tremamente viril e contagioso.MarJ achou que estava come"ando a gostar dele.

 — (endo tra?alho... — disse @everstone,não olhando de relance, e muito menos piscando o

olho, para MarJ, mas fa)endo-o sentir que estavade certa maneira sendo inclu0do na ?rincadeira.

 — em, alguns de n+s têm tra?alho pr+prioa fa)er — replicou urr;, ?ai>ando a vo) para lhedar um tom mais s=rio, quase como algumaspessoas ?ai>am a vo) para falar de assuntos

m=dicos ou religiosos. — #unca sou?e que você fosse esse tipo depessoa — disse @everstone.

 — Isso = o pior do sistema todo — disseurr;. — #um lugar como este, ou se fica

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satisfeito vendo tudo se desfa)er em peda"os, querdi)er, estagnar, ou então tem de se sacrificar apr+pria carreira como estudioso a toda esta infernal

pol0tica da @aculdade. Om destes dias vou atirarisso para o lado e voltar ao meu livro. * material j%est% todo l%, ?em sa?e, @everstone. Omas f=riaslongas e creio realmente que poderia lhe dar forma.

MarJ, que nunca antes vira urr;provocado, estava come"ando a se divertir.

 — stou vendo — disse @everstone. — Afim de manter o lugar funcionando como umasociedade de estudo, todos os melhores c=re?rosque estão l% têm de desistir de fa)er coisa alguma arespeito do estudo.

 — >atamenteG — disse urr;. — T isso

justamente... — ntão parou, sem ter a certe)a deestar sendo levado inteiramente a s=rio. @everstonedesatou a rir. * tesoureiro, que at= então estiveraempenhadamente atarefado a comer, limpou a?ar?a cuidadosamente e falou a s=rio.

 — !udo isto est% muito ?em na teoria —

disse ele —, mas penso que urr; tem toda ara)ão. (uponhamos que renunciasse ao seu cargode su?diretor e se retirasse para a sua caverna.$odia dar-nos um estrondoso e ?elo livro deeconomia.

 — conomia — disse @everstone,

erguendo as so?rancelhas. — Acontece que sou um historiador militar, Hames — disse urr;. le ficava muitas ve)esincomodado com a dificuldade que os colegaspareciam encontrar em lem?rar que ramo particular

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do sa?er ele tinha escolhido para seguir. — u queria di)er, = claro, hist+ria militar

 — disse us?;. — omo disse, ele podia

presentear-nos com um estrondoso e ?elo livroso?re hist+ria militar. Mas seria posto de lado em vinte anos. nquanto que o tra?alho que est%atualmente fa)endo pela @aculdade ir% ?enefici%-ladurante s=culos. toda esta questão, então, detra)er o #I para dgestow. Lue me di) de uma

coisa destas, @everstone #ão estou meramentefalando do seu lado financeiro, em?ora, comotesoureiro, eu naturalmente ponha isso comoprioridade da escola. Mas pensem na nova vida, nodespertar de novas formas de ver, no agitar deimpulsos adormecidos. * que seria qualquer livro

de economia... — 2ist+ria militar — disse @everstone

suavemente, mas desta ve) us?; não o ouviu. — Lue seria, comparado com uma coisa

assim, qualquer livro de economia — continuou. — u a considero como o maior triunfo de

idealismo pr%tico que este s=culo j% viu.* ?om vinho estava come"ando a e>ercer

os seus ?ons of0cios. !odos temos conhecido otipo de eclesi%stico que tende a esquecer o seucolarinho de sacerdote depois do terceiro copo<mas o h%?ito de us?; era o inverso. ra depois do

terceiro copo que come"ava a se lem?rar docolarinho. U medida que o vinho e a lu) das velaslhe soltavam a l0ngua, o p%roco ainda latente dentrodele, depois de trinta anos de apostasia, come"ou adespertar numa vida galvnica estranha.

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que tivemos antes, equivale a uma diferen"aqualitativa. (+ o edif0cio, s+ a aparelhagemG $ensemnaquilo que j% fe) pela ind3stria. $ensem como vai

mo?ili)ar todo o talento do pa0s< e não apenas otalento cient0fico no sentido mais estrito. Luin)ediretores departamentais a quin)e mil por ano cadaumG * seu pr+prio pessoal jur0dicoG A sua pr+priapol0cia, me disseramG * seu quadro permanentepr+prio de arquitetos, top+grafos, engenheirosG A

coisa = estupendaG — arreiras para os nossos filhos — disse

@everstone. — stou vendo. — Lue quer di)er com isso, ord

@everstone — disse us?;, pousando o copo. — 4eusG — disse @everstone, os olhos a rir.

 — Lue tijolo que eu dei>ei cair. !inha-meesquecido completamente que você tinha fam0lia, Hames.

 — oncordo com Hames — disse urr;, quetinha estado ' espera, algo impacientemente, parafalar. — * #I marca o come"o de uma nova

era, a era realmente cient0fica. At= agora, tudo temsido meio ao acaso. Isto vai p&r a pr+pria ciêncianuma ?ase cient0fica. Fão haver quarentacomissNes interligadas, em fun"Nes todos os dias e vão dispor de um magn0fico instrumento Dmostra-ram-me o modelo da 3ltima ve)E atrav=s do qual as

desco?ertas de cada comissão aparecerão impressasno seu pr+prio pequeno compartimento no quadroanal0tico de informa"Nes, de meia em meia hora.4epois, esse relato desli)a so)inho para a posi"ãoe>ata, onde fica ligado por pequenas setas com

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todas as apropriadas dos outros relatos. Om olharde relance no quadro mostra-nos a pol0tica de todoo Instituto tomando forma efetivamente, ?em

de?ai>o dos nossos olhos. 2aver% um estado-maiorde, pelo menos, vinte peritos no topo do edif0ciofa)endo funcionar o quadro de informa"Nes numasala muito parecida com a sala de controle dometr&. T um mecanismo maravilhoso. *sdiferentes tipos de assuntos aparecem todos no

quadro em lu)es coloridas diferentes. 4eve tercustado meio milhão. * chamam depragmat&metro.

 — aqui — disse us?; — vê-se de novoo que o Instituto j% est% fa)endo pelo pa0s. *pragmat&metro vai ser uma grande coisa. entenas

de pessoas estão ficando a favor. este quadroanal0tico de informa"Nes estar% provavelmente forade moda antes do edif0cio estar aca?adoG

 — *ra ?em, meu 4eus — disse @everstone —, e o pr+prio #* me disse esta manhã que aparte sanit%ria do Instituto ia ser qualquer coisa

a?solutamente e>traordin%ria. — $ois = — disse us?;, resolutamente. —

#ão vejo porque = que algu=m iria pensar que issonão = importante.

 — o que = que você pensa a respeitodisto, (tuddocJ — perguntou @everstone.

-— $enso — disse MarJ —, que Hamestocou no ponto mais importante quando disse queteria o seu pr+prio pessoal jur0dico e a sua pr+priapol0cia. #ão dou a m0nima pelos pragmat&metros esanit%rios de lu>o. * ponto autêntico = que desta

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 ve) vamos ter a ciência aplicada aos pro?lemassociais e apoiada por toda a for"a do stado, tal equal como no passado. A guerra tem sido apoiada

pela for"a toda do stado. spera-se, = claro, quedesco?rir% mais do que fe) a velha ciência porconta pr+pria< mas o que = certo = que pode fa)ermais.

 — aios — disse urr;, olhando para orel+gio. — !enho de ir falar com o #* agora. (e

desejarem algum ?rand; quando tiverem aca?ado o vinho, est% naquele aparador. *s copos de ?alãoencontram-se na prateleira por cima. Foltarei assimque puder. #ão vem, Hames, pois não

 — (im — disse o tesoureiro. — Fou para acama cedo. Lue isso não interrompa a festa de

 vocês dois. !enho estado em p= quase todo o dia,sa?em. Om homem = um tolo, se desempenharalgum cargo nesta @aculdade. Ansiedade constante.esponsa?ilidade esmagadora. depois ainda temgente sugerindo que todos aqueles pequenosescaravelhos investigadores que nunca espetam o

nari) fora das suas ?i?liotecas ou la?orat+rios = quesão os autênticos tra?alhadoresG Sostaria de verSlossop ou qualquer desse tipo enfrentar o tipo detra?alho di%rio que eu tive hoje. urr;, meu rapa),teria tido uma vida f%cil se tivesse optado pelaeconomia.

 — H% lhe disse — come"ou urr;, mas otesoureiro, agora de p=, estava curvado so?re ord@everstone a contar-lhe uma anedota.

 Assim que os dois homens sa0ram da sala,ord @everstone olhou fi>amente para MarJ

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durante alguns segundos, com uma e>pressãoenigm%tica. 4epois riu-se entre dentes. 4epois oriso transformou-se numa gargalhada. Atirou o

corpo magro e musculoso ?em para tr%s na cadeirae riu cada ve) com mais for"a. !inha um risocontagioso e MarJ deu por si a rir tam?=m, muitosinceramente e at= desamparadamente, com umacrian"a.

 — $ragmat&metros, casas de ?anho de

pal%cio, idealismo pr%tico — arfou @everstone. raum momento de e>traordin%ria li?erta"ão paraMarJ. !odo o tipo de coisas relativas a urr; eus?;, que não tinha previamente notado, ouentão, tendo notado, passara por cima na suareverência perante o lemento $rogressista,

 voltaram-lhe ' mente. $erguntava a si pr+priocomo = que podia ter sido tão cego, face ao ladodivertido deles.

 — ealmente = um tanto arrasador — disse@everstone, quando se recuperou parcialmente —que as pessoas, que temos de utili)ar para ter as

coisas feitas, digam tais ?a?oseiras logo que se lhefa)em perguntas so?re essas mesmas coisas.

 — , contudo, são, em certo sentido, osmiolos de racton — disse MarJ.

 — (anto 4eus, nãoG Slossop e ill, o#evão, e at= o velho Hewel, têm de) ve)es a

inteligência deles. — #ão sa?ia que tinha essa opinião. — $enso que Slossop, etc., estão

totalmente enganados. $enso que a id=ia delesso?re cultura, conhecimento e não sei que mais,

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não = realista. #ão penso que se adapte ao mundoem que vivemos. T uma mera fantasia. Mas = umaid=ia inteiramente clara, e eles a seguem com

coerência. (a?em o que querem. Mas os nossosdois po?res amigos, em?ora possam ser persua-didos a tomar o trem certo, ou at= condu)i-lo, nãotêm no"ão de para onde ele vai, ou porquê. Fãosuar sangue para tra)er o #I para dgestow1 =por isso que são indispens%veis, mas sa?er qual = o

o?jetivo de #I, qual = o o?jetivo de qualquercoisa, = melhor perguntar-lhes outra coisa.$ragmatometriaG Luin)e su?diretoresG

 — em, talve) eu pr+prio esteja no mesmo?arco.

 — 4e forma alguma. Focê viu logo qual era

o o?jetivo. u sa?ia que o faria. i tudo que temescrito desde que se candidatou a professor. raso?re isso que eu queria falar consigo.

MarJ ficou calado. A sensa"ão atordoadorade ser su?itamente arre?atado de um lugar secretopara um outro, juntamente com o efeito crescente

do e>celente $orto, de urr;, impedia-o de falar. — Luero que venha para o Instituto —

disse @everstone. — Luer di)er, dei>ar racton — Isso não fa) diferen"a. Ali%s, não imagino

que haja alguma coisa que você queira aqui.

2avemos de fa)er urr; diretor quando #* seretirar e... — les falavam de fa)er a si diretor. — 4eusG — disse @everstone, e arregalou os

olhos. MarJ compreendeu que, do ponto de vista

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de @everstone, aquilo era igual ' sugestão de queele devia tornar-se diretor de uma escola depequenos idiotas, e agradeceu 's suas estrelas que a

sua pr+pria o?serva"ão não tivesse sido enunciadanum tom que a tornasse o?viamente s=ria. ntãoam?os riram outra ve).

 — Focê — disse @everstone — seriaa?solutamente desperdi"ado como diretor. ssa =tarefa para urr;. le a far% muito ?em. Luerem

um homem que ame mano?rar e pu>ar os cord=is,por eles, e não pergunte realmente do que se trata.(e o fi)esse, come"aria a introdu)ir as suaspr+prias, ?em, suponho que lhe chamaria Bid=iasC. Assim, desta maneira, apenas temos de lhe di)erque ele pensa que fulano tal = um homem que a

@aculdade quer, e ele pensa isso mesmo. entãonão descansa mais at= fulano tal ter um lugar deprofessor. T para isso que queremos a @aculdade1uma rede de arrasto, um escrit+rio derecrutamento.

 — Om escrit+rio de recrutamento para o

#I, quer di)er — (im, na primeira fase. Mas = apenas parte

da hist+ria toda. — #ão estou certo de sa?er o que quer

di)er. — m ?reve estar%. * nosso lado, e tudo

isso, sa?eG (oa um tanto ao estilo de us?; di)erque a 2umanidade est% numa encru)ilhada. Masneste momento, essa = a questão principal1 de quelado cada um est%1 o?scurantismo ou ordem.$arece que agora realmente teremos o poder de

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nos firmarmos, como esp=cie, durante um per0odode vacila"ão para assumirmos o controle dopr+prio destino. (e forem realmente dadas ' ciência

mãos livres, ela pode agora tomar conta da ra"ahumana e reconcili%-la1 tornar o homem um animalrealmente eficiente. (e não for feito, estamosliquidados.

 — ontinue. — 2% três pro?lemas principais1 primeiro, o

pro?lema interplanet%rio... — Lue dia?o quer di)er — em, isso j% realmente não interessa.

#ada podemos fa)er so?re isso, presentemente. *3nico homem que podia ajudar-nos era /eston.

 — @oi morto num ataque a=reo, não foi

 — @oi assassinado. — Assassinado — !enho certe)a a?soluta, e tenho ?oa id=ia

de quem foi o assassino. — (anto 4eusG não se pode fa)er nada — #ão h% provas. * assassino = um

respeit%vel professor de am?ridge com olhosfracos, uma perna co>a e a ?ar?a loura. H% jantounesta @aculdade.

 — $or que = que /eston foi assassinado — $or estar do nosso lado. * assassino =

um dos do inimigo.

 — Luer di)er que foi assassinado por isso — (im — disse @everstone, ?atendosecamente com a mão em cima da mesa. — ssa =que = a questão. Fai ouvir gente como urr; ou Hames gorgolejando a respeito da BguerraC contra a

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rea"ão. #ão lhes entra na ca?e"a que poder% seruma guerra real, com ?ai>as reais. $ensam que aresistência violenta do outro lado terminou com a

persegui"ão de Salileu e tudo isso. Mas não acre-dite. st% justamente come"ando a s=rio. (a?emagora que temos finalmente poderes reais1 que aquestão daquilo que a 2umanidade vai ser ser%decidida nos pr+>imos sessenta anos. Fão lutarpolegada a polegada. #ão pararão diante de nada.

 — #ão podem ganhar — disse MarJ. — speremos que não — disse ord

@everstone. — $enso que não podem. $or isso =tão importante que cada um de n+s escolha o ladocerto. Luem tenta ser neutro, torna-sesimplesmente um peão.

 — *h, não tenho d3vida alguma de qual = omeu lado — disse MarJ. — !udo o mais podeperder-se, mas a preserva"ão da ra"a humana =uma o?riga"ão ?em fundamental.

 — em, pessoalmente — disse @everstone —, não vou me entregar a quaisquer us?;ismos a

esse respeito. T um pouco fant%stico ?asearmos asnossas a"Nes numa suposta preocupa"ão por aquiloque vai acontecer daqui a milhNes de anos< e temde se lem?rar que o outro lado clamaria estartam?=m preservando a 2umanidade. (e tomamessa orienta"ão, am?os podem ser e>plicados em

termos psicanal0ticos. A questão pr%tica = que vocêe eu não gostamos de ser peNes< antes preferimoslutar, especialmente do lado vencedor.

 — qual = o primeiro passo, em termospr%ticos

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 — (im, essa = a questão real. omo disse, opro?lema interplanet%rio tem de ser dei>ado delado, no momento. * segundo pro?lema = o dos

nossos rivais neste planeta. #ão quero di)er apenasinsetos e ?act=rias. 2% por a0 um e>cesso de vidade toda esp=cie, animal e vegetal. Ainda nãodes?ravamos realmente este lugar. $rimeiro nãopod0amos, e depois t0nhamos escr3pulos est=ticos ehumanit%rios< e ainda não eliminamos a questão do

equil0?rio da nature)a. !udo isso = para ser tratado.* terceiro pro?lema = o pr+prio homem.

 — ontinue. Isto me interessa muito. — * homem tem de se encarregar do

homem. Isto significa, lem?re-se, que algunshomens têm de tomar conta dos restantes, que =

mais uma ra)ão para aproveitar a ocasião logo quese puder. Focê e eu queremos ser daqueles quetomam conta dos outros e não daqueles de quemoutros tomam conta. $erfeitamente.

 — que coisas você tem em mente — oisas inteiramente simples e +?vias,

primeiro1 esterili)a"ão dos incapa)es, liquida"ão dasra"as atrasadas Dnão queremos pesos mortosE,reprodu"ão seletiva. 4epois educa"ão autêntica,incluindo educa"ão pr=-natal. $or educa"ãoautêntica quero di)er uma que não tenha faltas desenso do tipo Bpega ou dei>a ficarC. Oma educa"ão

autêntica fa) do paciente aquilo que ela quer,infalivelmente1 fa"am o que fi)erem ele ou seuspais. laro que no in0cio ter% de ser principalmentepsicol+gico. Mas chegaremos ao condicionamento?ioqu0mico, e, finalmente, ' manipula"ão direta do

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c=re?ro... — Mas isso = estupendo, @everstone. — (er% a chave de tudo, enfim. Om novo

tipo de homem1 e ser% gente como você que temde come"ar a fa)ê-lo.

 — A0 = que est% a minha dificuldade. #ãopense que = falsa mod=stia, mas ainda não vi como= que eu posso contri?uir.

 — #ão, mas n+s vimos. Focê = o que n+s

precisamos1 um soci+logo preparado, com umamaneira de ver radicalmente realista e sem receiodas responsa?ilidades. tam?=m, um soci+logocapa) de escrever.

 — #ão est% querendo di)er que quer que eu v% e>altar por escrito tudo isto

 — #ão. Lueremos que o insinue porescrito, que o disfarce. Apenas por enquanto, =claro. Oma ve) que as coisas comecem a andar nãoteremos que nos incomodar com o grande cora"ãodo p3?lico ?ritnico. @aremos do grande cora"ãoaquilo que queremos que ele seja. Mas, entretanto,

fa) realmente diferen"a como as coisas são postas.$or e>emplo, se sequer se murmurasse que o#I quer poderes para fa)er e>periências emcriminosos, 0amos ter todas os velhotes de am?osos se>os de armas na mão e a ganir so?re a2umanidade. Mas dê-lhe o nome de reeduca"ão

dos não-adaptados e vai ter todos se ?a?andodeliciados porque a era ?rutal do castigo punitivochegou finalmente ao fim. T uma coisa esquisita< apalavra Be>periênciaC não = popular, mas a palavraBe>perimentalC =. #ão se deve fa)er e>periências

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com crian"as< mas oferece-se aos queridospequeninos educa"ão gratuita numa escolae>perimental ligada ao #I, e est% tudo ?emG

 — este lado jornal0stico seria a minhaocupa"ão principal

 — #ão tem nada a ver com jornalismo. *sseus leitores, em primeiro lugar, seriam omissNesda mara dos omuns, e não o p3?lico. Mas issoseria apenas um aspecto lateral. Luanto ao tra?alho

em si, ?em, = imposs0vel di)er como ele poderiadesenvolver-se. @alando com um homem como você, não vou vincar o lado financeiro. ome"ariapor qualquer coisa muito modesta, digamos, cercade mil e quinhentas por ano.

 — #ão estava pensando nisso — disse

MarJ, corando de pura e>cita"ão. — T claro — disse @everstone —, tenho de

avis%-lo, h% perigo. #ão ainda, talve). Mas quandoas coisas realmente come"arem a )um?ir, est%escrito que podem tentar a?atê-lo, como ao po?re velho /eston.

 — #ão acho que estivesse pensando nissotam?=m — disse MarJ.

 — *lhe l% — disse @everstone. — 4ei>e-me lev%-lo amanhã para ver Hohn /ither. le medisse para lev%-lo no fim de semana, se estivesseinteressado. Fai encontrar l% toda as pessoas

importantes e lhe dar% a oportunidade de tomaruma decisão. — omo = que /ither entra nisto $ensava

que Hules era o chefe do #I. — Hules era umnovelista distinto e um divulgador cient0fico cujo

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nome apareceria sempre ao p3?lico ligado ao novoInstituto.

 — HulesG 4ia?os me levemG — disse

@everstone. — #ão imagine que esse mascote temalgo a di)er quanto ao que realmente se passaG leserve muito ?em para vender o Instituto ao grandep3?lico ?ritnico nos jornais de domingo e ganhaum sal%rio avantajado. #ão tem utilidade para otra?alho. #ão e>iste nada dentro da ca?e"a dele

e>ceto algum palavreado socialista do s=culo >i> epatetices a respeito dos direitos humano. hegouat= 4arwin e mais nada.

 — *h, a?solutamente — disse MarJ. —(empre fiquei um tanto intrigado por ele figurarnesta hist+ria. (a?e, j% que foi tão am%vel, acho

melhor aceitar a sua oferta e ir at= casa de /itherno fim de semana. A que horas = que vai partir

 — $or volta de quin)e para as on)e. *uvidi)er que você vive para os lados de (andown.$osso passar por l% e lev%-lo.

 — Muito o?rigado. onte-me agora alguma

coisa so?re /ither. — Hohn /ither — come"ou @everstone,

mas interrompeu-se su?itamente. — aiosG —disse ele. — A0 vem urr;. Agora vamos ter deouvir tudo o que #* disse e quãomaravilhosamente o arquipol0tico lidou com ele.

#ão fuja. Fou precisar do seu apoio moral.

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II

* 3ltimo &ni?us j% tinha sa0do muito antesde MarJ dei>ar a @aculdade, e l% foi a p= para casa,pela colina acima, ' lu) ?rilhante da lua. Algo muitoincomum lhe aconteceu no momento em queentrou no apartamento. ncontrou-se, no tapete daentrada, a?ra"ando uma Hane aterrada e solu"ante,uma Hane at= humilde, que lhe di)ia B*h MarJ,tenho estado tão assustada.C

2avia uma qualidade nos pr+prios m3sculosdo corpo da sua mulher que o tomou de surpresa.Oma certa e indefin0vel sensa"ão de defensiva atinha a?andonado momentaneamente. !inhaconhecido antes tais ocasiNes, mas eram raras, e vinham se tornando cada ve) mais raras. tendiam, pela sua e>periência, a ser seguidas nooutro dia por )angas ine>plic%veis. Isto o intrigavamuito, mas nunca pusera em palavras a suaconfusão.

T duvidoso se poderia compreender ossentimentos dela, mesmo se lhe tivessem sidoe>plicados< e Hane, em qualquer caso, não podiae>plic%-los. stava numa e>trema confusão. Mas asra)Nes para o seu comportamento incomum, nestanoite em especial, eram ?astante simples. !inha

regressado da casa dos 4im?les cerca das 7 horas e9R minutos, sentindo-se muito animada pelopasseio, com fome e a?solutamente certa de que assuas e>periências na noite anterior e ao almo"oeram coisas do passado e resolvidas. !ivera de

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acender as lu)es e correr as cortinas antes de aca?arde tomar ch%, porque os dias estavam ficandocurtos. nquanto o fa)ia, viera-lhe ' mente o

pensamento de que o seu terror com o sonho ecom a simples men"ão de um manto, um velho,um velho enterrado mas não morto, e uma l0nguaparecida com a espanhola, tinha sido realmente tãoirracional como o medo de uma crian"a no escuro.Isto a levara a recordar momentos em que ela

tivera medo do escuro em crian"a. !alve) tivesseficado lem?rando-se deles tempo demais. 4equalquer maneira, quando se sentou para tomar a3ltima >0cara de ch%, a tarde tinha-se estragado, poristo ou por aquilo. não se recomp&s. $rimeiro,achou um tanto dif0cil concentrar o esp0rito no

livro que tinha nas mãos. 4epois, quandoreconhecera j% essa dificuldade, achou dif0cilconcentrar-se em qualquer outro livro. 4epois verificou que estava inquieta. 4e inquieta passou anervosa. 4epois seguiu-se um longo per0odo emque não estava assustada, mas sa?ia que ficaria

muito assustada realmente se não se controlasse.4epois uma curiosa relutncia em ir ' co)inhapreparar qualquer coisa para jantar, e umadificuldade, na verdade, uma impossi?ilidade, emcomer o que quer que fosse, depois de o terpreparado. agora não havia como disfar"ar o fato

de que estava assustada. m desespero, ligou paraos 4im?les. — Acho que, afinal, talve) v% ver a pessoa

que sugeriu — disse. A vo) da (ra. 4im?lerespondeu, depois de uma curiosa ligeira pausa,

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dando-lhe o endere"o. Ironwood era o nome,aparentemente, Miss Ironwood. Hane tinha pensadoque fosse um homem e sentiu uma certa repulsa.

Miss Ironwood vivia em (t. Anne-on-the-2ill. Haneperguntou se devia marcar um hor%rio.

 — #ão — disse a (ra. 4im?le. — starão,não = preciso marcar hor%rio. — Hane prolongou aconversa tanto quanto poss0vel. !inha ligado nãotanto para o?ter o endere"o mas mais para ouvir a

 vo) da Mãe 4im?le. (ecretamente tivera aesperan"a louca de que a Mãe 4im?le reconhecessea sua aplica"ão e dissesse imediatamente1

 — Fou j% ir a0 de carro.m ve) disso o?teve a simples informa"ão e

um apressado B?oa noiteC.

$areceu a Hane que havia qualquer coisa deesquisito na vo) da (ra. 4im?le. Achou que, aotelefonar, tinha interrompido uma conversa arespeito dela pr+pria Dou nãoE< talve) não a respeitodela pr+pria, mas a respeito de outra coisa qualquermais importante, com a qual ela estava de alguma

maneira relacionada. o que = que a (ra.4im?letinha querido di)er por Bestarão, estarão ' sua es-peraC FisNes horr0veis, de noites infantis, de lesB' espera delaC, passaram-lhe pela ca?e"a. Fiu MissIronwood, toda vestida de preto, sentada com asmãos cru)adas so?re os joelhos, e depois algu=m a

lev%-la ' presen"a de Miss Ironwood e di)endo1Bla est% aqui C e a Bdei>e-a l%C.B* 4ia?o leve os 4im?lesGC, disse Hane para

consigo mesma, e depois se desdisse, mais comreceio do que com remorsos. agora que a t%?ua

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de salva"ão fora utili)ada e não trou>era al0vioalgum, o terror, como se ofendido pela suatentativa f3til de lhe escapar, voltou a atirar-se a ela

sem possi?ilidade de disfarce, e não foi capa) maistarde de se lem?rar se o velho e o manto lhetinham, efetivamente, aparecido num sonho ou seela tinha simplesmente ficado por ali sentada,atordoada e de olhos esga)eados, esperando,esperando, esperando Dat= mesmo re)ando, em?ora

não acreditasse em nada a que pudesse re)arE quenão aparecessem.

foi por isso que MarJ encontrou uma Hanetão inesperada no tapete da entrada. Bra umagrande penaC, pensou, que aquilo tivesseacontecido numa noite em que ele vinha tão tarde e

tão cansado e, para di)er a verdade, não totalmentes+?rio.

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III

 — (ente-se mesmo ?em esta manhã —disse MarJ.

 — (im, muito o?rigado — disse Hanesecamente.

MarJ estava estendido na cama ?e?endouma >0cara de ch%. Hane estava ' mesa do toucador,parcialmente vestida e arrumando o ca?elo. *solhos de MarJ pousaram nela com pra)er indolentee matutino. (e ele tinha tão pouca consciência doque havia de mal ajustado entre am?os, isso era emparte devido ao h%?ito incur%vel de Bproje"ãoC danossa ra"a1 pensamos que o cordeiro = d+cilporque a sua lã = macia nas nossas mãos< oshomens chamam voluptuosa a uma mulher quandoela desperta sentimentos voluptuosos neles. *corpo de Hane, macio mas firme, delgado mas ?emproporcionado, era tão e>atamente como o esp0ritode MarJ queria que fosse, que lhe era praticamenteimposs0vel não lhe atri?uir as mesmas sensa"Nesque despertava nele.

 — !em certe)a que est% ?em — perguntououtra ve).

 — A?solutamente — disse Hane ainda maissecamente. Hane pensou que estava a?orrecida

porque o ca?elo não estava ficando do gosto dela eporque MarJ estava atrapalhando. (a?ia tam?=m, =claro, que estava profundamente )angada consigomesma devido ao colapso que a tra0ra na noiteanterior, fa)endo-a ser o que mais detestava1 a

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Bmulher)inhaC alvoro"ada, lacrimosa da fic"ãosentimental, correndo em ?usca de conforto nos?ra"os masculinos. Mas pensava que aquela

animosidade estava apenas na parte mais afastadado seu esp0rito, e não tinha qualquer suspeita doque pulsava atrav=s de todas as suas veias e estavaprodu)indo naquele mesmo momento a falta dejeito dos seus dedos que fa)ia o ca?elo parecerintrat%vel.

 — $orque — continuou MarJ — se se senteminimamente desconfort%vel, eu podia adiar a ida aesse tal /ither.

 Hane não disse nada. — (e eu for — disse MarJ — terei

certamente de passar a noite fora, ou talve) duas

noites. Hane cerrou os l%?ios um pouco mais

firmemente e continuou a não di)er nada. — (upondo que eu v% — disse MarJ —,

não pensaria em pedir a M;rtle para vir ficar aqui — #ão, o?rigada — disse Hane com ênfase,

e depois1 — stou a?solutamente acostumada aficar so)inha.

 — em sei — disse MarJ em tom um tantodefensivo. — T o dia?o do estado em que as coisasestão atualmente na @aculdade. ssa = uma dasprincipais ra)Nes por que estou pensando noutro

emprego. Hane continuou calada. — *lha l%, minha velhinha — disse MarJ,

sentando-se su?itamente e atirando as pernas parafora da cama. — #ão ganhamos nada em

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andarmos evitando o assunto. #ão me sinto ?emao ir em?ora enquanto estiver nesse estado...

 — Lue estado — disse Hane, voltando-se

de modo a ficar de frente para ele, pela primeira ve). — em, quero di)er, s+ um pouco enervada,como qualquer pessoa pode ficar temporariamente.(+ porque tive um pesadelo na noite passada, nãoh% necessidade nenhuma de falar como se eu fosseuma neurastênica.

Isto não era nada daquilo que Hane tinhapensado ou esperado di)er.

 — #ão se ganha nada em estarmos com... — come"ou MarJ.

 — starmos com quê — disse Hane emtom gelado, e então, antes de ele ter tido tempo de

replicar. — (e resolveu que estou ficando maluca =melhor chamar ri)eacre para vir aqui e me passaruma receita. (eria conveniente fa)er isso enquantoestiver fora. $odiam despachar-me enquantoestiver na casa do (r. /ither, sem ?arulho nenhum. Agora vou tratar do caf= da manhã. (e não se

?ar?ear e vestir ?em depressa, não vai estar prontoquando ord @everstone aparecer.

* remate daquilo foi que MarJ deu umgrande corte ao ?ar?ear-se De imaginou,imediatamente, um retrato de si pr+prio falando aotodo importante /ither com um grande chuma"o

de algodão no l%?io superiorE enquanto Haneresolvia, por uma mistura de ra)Nes, preparar paraMarJ um caf= da manhã incomumente esmerado,de que ela preferia morrer a comer alguma coisa, eo fe) com a r%pida eficiência de uma mulher

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)angada, apenas para no 3ltimo momento oentornar todo em cima do novo fogão. stavamainda ' mesa, pretendendo am?os ler os jornais,

quando chegou ord @everstone.amentavelmente a (ra. Maggs chegou no mesmomomento. A (ra. Maggs era aquele elementorepresentado no relat+rio de despesas de Hane coma frase1 B!enho uma mulher que vem aqui duas ve)es por semana.C Finte anos atr%s, a mãe de Hane

se dirigiria a tal funcion%ria por BMaggsC e ela a tra-taria por BsenhoraC. Mas Hane e a sua Bmulher queia l% C tratavam-se uma ' outra por (ra. Maggs e(ra. (tuddocJ. ram mais ou menos da mesmaidade e aos olhos de um homem solteiro não haviauma diferen"a muito consider%vel nas roupas que

usavam. #ão era por conseguinte indesculp%velque, quando MarJ pretendeu apresentar @everstonea sua mulher, @everstone tivesse apertado a mão '(ra. Maggs< mas isso não ado"ou os 3ltimos mi-nutos antes dos dois homens partirem.

 Hane dei>ou o apartamento so? o prete>to

de ir 's compras quase em seguida. Bealmentehoje não seria capa) de suportar a (ra. MaggsC,disse para si mesma, B= uma faladora terr0vel.Cntão, aquele era o ord @everstone, aquelehomem com o riso estrondoso, pouco natural e a?oca de um tu?arão, e sem maneiras nenhumas.

 Aparentemente, tam?=m um perfeito toloG Lue?enef0cio traria para MarJ andar com um homemdaqueles Hane não confiara na cara dele. la erasempre capa) de di)er1 Bhavia qualquer coisa de velhaco neleC. $rovavelmente estava fa)endo MarJ

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de tolo. MarJ era tão facilmente iludido. (e aomenos ele não estivesse em ractonG ra uma@aculdade horr0vel. Lue = que MarJ via em gente

como o (r. urr; e aquele odioso antigo sacerdotede ?ar?a , entretanto, o que iria fa)er durante odia que a esperava, e a noite e a noite seguinte, edepois dessa, pois quando os homens di)em que vão precisar ficar duas noites fora, isso quer di)erque duas noites = o m0nimo, e esperam ficar fora

durante uma semana. m telegrama Dnunca umtelefonema interur?anoE resolve as coisas, quanto'quilo que lhes toca.

 !inha de fa)er qualquer coisa. hegou at= apensar em seguir o conselho de MarJ e pedir aM;rtle para ir l% ficar com ela. Mas M;rtle era a sua

cunhada, irmã gêmea de MarJ, com toda a atitudeda irmã que adora o irmão ?rilhante. ra capa) defalar so?re a sa3de de MarJ e das suas camisas emeias com uma corrente invis0vel cont0nua deestupefa"ão, não e>pressa, mas inconfund0vel,perante a sorte de Hane ao casar com ele. #ão,

chamar M;rtle, não, com certe)a. 4epois pensou ir ver o 4r. ri)eacre, como doente. le era umhomem de racton e por isso provavelmente nãolhe co?raria nada. Mas quando pensou que teriaque responder, e logo a ri)eacre, ao tipo deperguntas que ele iria certamente fa)er, isso

mostrou-se ser imposs0vel. !inha de fa)er algumacoisa. $or fim, para a sua pr+pria surpresa, verificou que tinha resolvido ir at= (t. Anne verMiss Ironwood. (e achou uma tola por fa)er isso.

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qual realmente passaram e os cães e galinhas que@everstone declarou terem Buma sorte danadaC,pareciam seguir-se uns aos outros, quase sem

intervalo. $ostes telegr%ficos passavam por eles acorrer, as pontes precipitavam-se por cima daca?e"a com um rugido, aldeias desfilavam para tr%spara se juntar ' região j% devorada e MarJ,em?riagado pelo ar, fascinado e repelido ao mesmotempo pela insolência da dire"ão de @everstone,

sentado, ia di)endo BsimC e Ba?solutamenteC e Bfoiculpa delesC, e olhando de relance e de soslaio oseu companheiro. ra certamente uma mudan"aem rela"ão ' importncia agitada de urr; e dotesoureiroG * nari) comprido e direito e os dentescerrados, os tra"os duros dos ossos da cara, a

pr+pria maneira com que usava as roupas, todosfalavam de um homem grande, condu)indo umcarro grande para qualquer parte onde iriamencontrar coisas grandes a acontecer. ele, MarJ,ia estar nisso tudo. #um ou dois momentos, emque o cora"ão lhe veio ' ?oca, cogitou se a

qualidade da dire"ão de ord @everstone justificavarealmente a sua velocidade.

 — #ão = preciso levar um cru)amentodestes a s=rio — gritou @everstone enquantoprosseguiam depois da mais apertada destaspassagens.

 — A?solutamente — ?errou MarJ. — #ãoh% vantagem nenhuma em fa)er deles um feiti"oG — Focê dirige muito — perguntou

@everstone. — ostumava fa)ê-lo um ?om ?ocado —

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disse MarJ. A fuma"a que o nosso imagin%rio

o?servador poderia ter visto a leste de dgestow

teria indicado que o trem, no qual Hane (tuddocJseguia, ia progredindo lentamente em dire"ão 'aldeia de (t. Anne. dgestow, para aqueles que l%chegavam vindos de ondres, tinha toda aaparência de ser um terminal< mas se se olhasse emredor, podia efetivamente ver-se, num ramal, um

pequeno trem de dois ou três vagNes e umalocomotiva, um trem que espirrava e e>pelia vaporpor de?ai>o dos estri?os dos vagNes e no qual amaioria dos passageiros pareciam conhecer-se unsaos outros. m certos dias, em ve) do terceiro vagão, poderia haver um vagão para cavalos, e na

plataforma haveria cestos contendo coelhos mortosou aves de capoeira, vivas, e homens de chap=uscoco castanhos e polainas, e talve) com um terrierou um cão pastor que pareciam ha?ituados e viajar.#este trem, que partia ' 6 hora e 9R minutos, Hanefoi sacudida e matraqueada ao longo de uma

?arreira, da qual ela olhava para ?ai>o atrav=s dealguns ramos nus e alguns ramos salpicados defolhas vermelhas e amarelas, at= o pr+prio $arquede ragdon, e da0, atrav=s da cortadura e dapassagem de n0vel no ampo de ragdon e aolongo da ?orda do $arque rawl Da grande casa era

at= vis0vel num certo pontoE e por a0 afora at= 'primeira parada em 4uJeQs aton. Aqui, ?emcomo em /oolham e ure 2ard; e @ourstone, otrem ajeitava-se para tr%s ao parar, com umapequena sacudidela e uma esp=cie de suspiro.

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então haveria um ru0do de vasilhas de leite a rolar ede ?otas grosseiras calcando a plataforma e depoisdisso uma pausa que parecia durar muito tempo,

durante o qual a lu) do sol do *utono se tornavaquente no painel da janela e cheiros de madeira ede campo, vindos d[al=m da min3scula esta"ão vinham flutuando e pareciam reivindicar a estradade ferro como parte da terra. $assageiros sa0am eentravam nos vagNes a cada parada< homens com

cara cor de ma"ã e mulheres com ?otas de pl%sticoe imita"ão de frutas no chap=u, e estudantes. Hanemal os notava1 pois em?ora fosse teoricamenteuma democrata e>trema, nenhuma classe social,salvo a sua pr+pria, se tinha tornado realidade paraela em lugar algum, e>ceto numa p%gina impressa.

entre as esta"Nes, as coisas iam passando a fugir,tão isoladas do seu conte>to, que cada uma pareciaprometer qualquer felicidade e>traterrena se umapessoa pudesse ter descido do trem nesse mesmomomento para a agarrar< uma casa tendo por tr%sum grupo de fardos de feno, e e>tensos campos

castanhos em redor, dois cavalos idosos de p=, umatr%s do outro, um pequeno pomar com roupapendurada numa corda< e um coelho fitando otrem, cujos dois olhos pareciam pontos e as orelhasas linhas verticais de um duplo ponto dee>clama"ão. Us \ horas e 65 minutos chegou a (t.

 AnneQs, que era o terminal autêntico do ramal, ofim de tudo. * ar deu-lhe a sensa"ão de frio e det&nico quando dei>ou a esta"ão.

m?ora o trem tivesse ido soprando earquejando pela colina assim durante a 3ltima

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metade da sua jornada, havia ainda que su?ir a p=,pois (t. AnneQs = uma dessas aldeias encarrapitadasno alto de um monte que são mais comuns na

Irlanda do que na Inglaterra, e a esta"ão fica a umacerta distncia da aldeia. Oma estrada serpenteanteentre ?ermas elevadas levou-a at= l% em cima. Assim que passou a igreja virou ' esquerda,conforme as instru"Nes que tinha rece?ido, na(a>on ross. #ão havia casas ' sua esquerda,

apenas uma fila de faias e um terreno lavrado, sem veda"ão, que descia pronunciadamente, e para l%disso a plan0cie interior, ar?ori)ada, estendendo-seat= onde ela podia ver, e a)ul ' distncia. stava noponto mais elevado do terreno em toda aquelaregião. #essa atura chegou a um muro alto '

direita, que parecia ir por ali fora< havia nele umaporta e ao lado da porta uma velha campainha deferro, de pu>ar. Oma certa insensi?ilidade deesp0rito estava com ela. !inha a certe)a de estarfa)endo uma tolice< não o?stante, tocou. Luando oru0do de som desagrad%vel cessou, seguiu-se um

silêncio tão prolongado e, naquela terra alta, tãofrio, que Hane come"ou a pensar se a casa seria de-sa?itada. ntão, justamente quando de?atia sedevia tocar outra ve) ou ir em?ora, ouviu o ru0dodos p=s de algu=m que se apro>imava com rapide)no lado de dentro do muro.

ntretanto, o carro de ord @everstonechegara h% muito a el?ur;, uma mansãoeduardiana ornamentista, que tinha sido constru0dapara um milion%rio que admirava Fersalhes. 4oslados, parecia ter re?entado em e>crescências

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difundidas em novos edif0cios de cimento, queal?ergavam o (ervi"o de !ransfusão de (angue.

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CAPÍTULO IIIBELBURY E ST.

 ANNE’S-ON-THE-HILL

I

 Ao su?ir pela vasta escadaria, MarJ avistou asua imagem e a do seu companheiro num espelho.@everstone parecia, como sempre, senhor das suasroupas, da cara e de toda a situa"ão. * peda"o dealgodão no l%?io superior de MarJ tinha sidoarrastado pelo vento durante a viagem, de formaque parecia metade de um ?igode posti"o viradapara cima fero)mente e revelava uma mancha desangue enegrecido por ?ai>o. Om momento maistarde encontrou-se numa sala de grandes janelascom um fogão de chamas altas, sendo apresentadoao (r. Hohn /ither, diretor-adjunto do #I.

 /ither era um velho de ca?elo ?ranco commaneiras palacianas. A cara era realmente muitogrande, perfeitamente ?ar?eada, de olhos a)uisaquosos e qualquer coisa um tanto vaga e ca+ticaem toda ela. #ão parecia dedicar-lhes toda a suaaten"ão, e esta impressão devia, acho eu, ter sidodevida aos olhos, pois as suas palavras ee>pressNes, na realidade, eram delicadas ao pontode serem efusivas. 4isse que era um grande, ummuito grande pra)er, rece?er o (r. (tuddocJ entreeles. * que vinha aumentar a d0vida j% grande em

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que ord @everstone o colocara. sperava quetivessem tido uma viagem agrad%vel. * (r. /itherparecia ter a impressão que tinham vindo por ar, e,

quando este ponto foi corrigido, que tinham vindode ondres de trem. 4epois passou a inquirir se o(r. (tuddocJ achava as suas instala"Nesconfort%veis e tiveram de lhe recordar que tinhamchegado apenas naquele momento. B(uponhoC,pensou MarJ, Bque o velhote est% tentando me

dei>ar ' vontade.C 4e fato, a conversa do (r. /ither estava a ter precisamente o efeito oposto.MarJ desejava que ele lhe oferecesse um cigarro. Asua crescente convic"ão de que o homemrealmente não sa?ia nada a seu respeito, e todos osesquemas ?em tecidos e as promessas de

@everstone se estavam naquele momento adissolver numa esp=cie de nevoeiro qualquer, erae>tremamente desconfort%vel. $or fim, pegou nacoragem com am?as as mãos e fe) o poss0vel portra)er o (r. /ither ao que interessava, di)endo quenão estava ainda totalmente certo quanto a como

poderia au>iliar o Instituto. — Saranto-lhe, (r. (tuddocJ — disse o

diretor-adjunto com um olhar invulgarmentedistante —, que não precisa de antever a maisligeira dificuldade nesse ponto. #unca houvequalquer id=ia... ahn... qualquer id=ia de

circunscrever as suas atividades e a sua influênciageral na pol0tica, muito menos as suas rela"Nes comos seus colegas e aquilo a que eu chamaria em geralo mandato em cujos termos ir% cola?orar conosco,sem a mais completa considera"ão poss0vel das

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suas pr+prias vistas e, na verdade, o seu pr+prioconselho. Ir% achar-nos, (r. (tuddocJ, se me devoe>pressar desse modo, uma fam0lia muito feli).

 — *h, não me compreenda mal — disseMarJ. — #ão queria di)er nada disso. Apenasqueria di)er que gostaria de ter uma id=ia daquiloque e>atamente eu iria fa)er se me juntasse a v+s.

 — *ra ?em, quando fala em juntar-se a n+s — disse o diretor-adjunto —, isso levanta um

ponto so?re o qual espero que não e>ista mal-entendido algum. $enso que todos concordamosque não precisa p&r-se nenhuma questão deresidência, quero di)er, nesta fase. $ensamos, todosn+s pensamos, que dever% ser dei>ado inteiramentelivre para efetuar o seu tra?alho onde quer que lhe

agrade. (e lhe interessar viver em ondres ou emam?ridge...

 — dgestow — ajudou ord @everstone. — Ah, sim, dgestow. — Aqui o diretor-

adjunto virou-se e dirigiu-se a @everstone. —stava justamente a e>plicar ao (r... ahn...

(tuddocJ, e acho que concordar% inteiramentecomigo, que nada estava mais longe do esp0rito daomissão do que impor, de qualquer forma, ousequer aconselhar, onde o senhor, onde o seuamigo deveria viver. T claro que, onde quer que ele vivesse colocar0amos transporte a=reo e transporte

rodovi%rio ' sua disposi"ão. Atrevo-me a di)er,ord @everstone, que j% lhe ter% e>plicado que veri-ficar% que todas as questNes desse tipo se arranjarãopor si mesmas sem a menor dificuldade.

 — ealmente, senhor — disse MarJ, — não

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estava pensando em nada disso. #ão tenho, querodi)er, não teria a m0nima o?je"ão em viver emqualquer parte1 eu s+...

* diretor-adjunto interrompeu-o, se umaforma tão suave como a vo) de /ither podiachamar-se interrup"ão.

 — Mas asseguro-lhe, senhor... ahn...asseguro-lhe, senhor, que não e>iste a m0nimao?je"ão a que resida onde quer que ache

conveniente. #unca houve, em qualquer altura, amais ligeira sugestão... — Mas aqui MarJ, quase emdesespero, aventurou-se ele pr+prio a interromper.

 — T a e>ata nature)a do tra?alho — disseele —, e das minhas qualifica"Nes para ele quepretendo esclarecer.

 — Meu caro amigo — disse o diretor-adjunto —, não precisa ter a menor inquieta"ãonesse campo. omo disse antes, vai achar-nos umafam0lia muito feli), e pode sentir-se perfeitamentetranqZilo, porque nenhumas questNes quanto ' suainteira adequa"ão têm agitado minimamente o

esp0rito de ningu=m. #ão estaria lhe oferecendouma posi"ão entre n+s se houvesse o menor riscode não ser totalmente ?em-vindo para todos, ou sehouvesse a m0nima suspeita de não sereminteiramente apreciadas as suas muito valiosasqualidades. st% entre amigos aqui, (r. (tuddocJ.

u seria a 3ltima pessoa a aconselh%-lo a ligar-se aalguma organi)a"ão onde corresse o risco de ficare>posto, ahn, a contatos pessoais desagrad%veis.

MarJ não voltou a perguntar, com todas asletras, o que = que o #I queria que ele fi)esse,

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conceitos desse tipo. ada um do Instituto senteque o seu pr+prio tra?alho = não tanto umacontri?ui"ão departamental para um fim j%

definido, como um momento ou grau na auto-defini"ão progressiva de um todo orgnico.

MarJ disse D4eus lhe perdoe, porque erajovem e envergonhado, e vaidoso e t0mido, tudo aomesmo tempoE1

 — $enso que isso = muito importante. A

elasticidade da vossa organi)a"ão = uma das coisasque me atraem.

4epois disso, não teve mais oportunidade detra)er o diretor ao assunto e sempre que a vo) lentae suave se calava, dava por si a responder-lhe nomesmo estilo, e aparentemente incapa) de proceder

de outra forma, apesar da recorrência torturante daquestão.

 — 4e que = que estamos falando H% no fim da entrevista apareceu um

momento de clare)a. Mr. /ither supunha que ele,MarJ, acharia conveniente entrar para o clu?e

#I1 mesmo que s+ para os dias seguintes, estariamais livre, como s+cio, do que como convidado dealgu=m. MarJ concordou e depois corou at= ficarescarlate como um rapa)inho ao sa?er que a formamais f%cil era tornar-se s+cio vital0cio, ao pre"o de\RR li?ras. le não tinha essa quantia no ?anco.

laro que se o?tivesse o novo emprego, com assuas quin)e centenas por ano, tudo estaria ?em.Mas tinha-o ele o?tido 2avia afinal algum em-prego

 — Lue tolice — disse em vo) alta —, não

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tenho o meu talão de cheques comigo.Om momento mais tarde encontrou-se na

escada com @everstone.

 — ntão — perguntou MarJ impaciente.@everstone não pareceu ouvi-lo. — ntão —repetiu MarJ. — Luando = que sa?erei a minhasorte Luero di)er, se o?tive o lugar

 — *l%, Su;G — ?errou @everstonesu?itamente para um homem no %trio l% em ?ai>o.

#o momento seguinte tinha trotado at= o fundodas escadas, agarrara o seu amigo pela mão, caloro-samente, e desaparecera. MarJ, indo atr%s delelentamente, deu por si no %trio, silencioso,sossegado e pouco ' vontade, no meio de grupos epares de homens que tagarelavam, e que o iam

atravessando em dire"ão 's duas grandes portasarticuladas ' sua esquerda.

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II

$areceu demorar muito, aquele estar de p=,aquele perguntar a si pr+prio o que fa)er, aqueleesfor"o de parecer natural e não encarar os olhosdos estranhos. * ru0do e os cheiros agrad%veis que vinham das portas de fole tornava +?vio que aspessoas iam almo"ar. MarJ hesitou, inseguroquanto ' sua situa"ão. $or fim, resolveu que nãopodia ficar ali mais tempo parecendo um tolo, e en-trou.

 !inha tido a esperan"a de que houvessediversas mesas pequenas numa das quais pudessesentar-se so)inho. Mas havia apenas uma 3nicamesa comprida, j% quase tão cheia que, depois deprocurar em vão por @everstone, teve de se sentarao lado de um estranho.

 — (uponho que cada um se senta onde lheapetece — murmurou ele ao sentar-se, mas ooutro aparentemente não ouviu. ra uma esp=ciede homem atarefado que comia muito depressa efalava ao mesmo tempo com o vi)inho do outrolado.

 — T isso mesmo — estava ele di)endo. —omo eu lhe disse, não me fa) diferen"a alguma deque maneira vão resolver isso. #ão tenho qualquer

o?je"ão a que a gente do IH$ tome conta de tudo,se = isso que o 4A quer, mas aquilo de que nãogosto = que um homem seja respons%vel quandometade do tra?alho est% sendo feito por outrapessoa qualquer. omo disse a ele, você tem agora

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três 4 trope"ando uns nos outros por causa deum tra?alho que podia realmente ser feito por umempregado. st% tornando-se rid0culo. *lhe para o

que aconteceu esta manhã. A conversa continuou nesta linha durante

toda a refei"ão. m?ora a comida e as ?e?idasfossem e>celentes, foi um al0vio para MarJ quandoas pessoas come"aram a levantar-se da mesa.(eguindo o movimento geral, tornou a atravessar o

%trio e veio para uma grande sala mo?iliada comouma antecmara onde estava sendo servido caf=. Ali, finalmente, viu @everstone. #a verdade, teriasido dif0cil não vê-lo pois era o centro de um grupoe ria prodigiosamente.

MarJ desejava apro>imar-se dele, se mais

não fosse para sa?er se se esperava que ele ficasseali a noite e, assim sendo, se lhe tinha sidodestinado um quarto. Mas o n+ de homens emtorno de @everstone era daquele tipo confidencialque = dif0cil de se entrar. 4eslocou-se para uma dasmuitas mesas e come"ou a folhear as p%ginas

lustrosas de um seman%rio ilustrado. 4e tantos emtantos segundos levantava os olhos para ver sehavia alguma oportunidade de ter uma palavra as+s com @everstone. U quinta ve) que o fe), deupor si a olhar para a cara de um dos seus pr+prioscolegas, um professor de racton chamado /illiam

2ingest. * lemento $rogressista chamava-lhe,mas não na cara dele, ill, o #evão.2ingest não tinha, como urr; calculara,

estado presente na reunião da @aculdade e malfalava com ord @everstone. MarJ perce?eu, com

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certo respeito, que estava ali um homemdiretamente ligado ao #I, um que come"ara,por assim di)er, num ponto para al=m de

@everstone. 2ingest, que era um f0sico-qu0mico, eraum dos dois cientistas de racton que go)ava dereputa"ão fora da Inglaterra. spero que o leitornão tenha sido indu)ido a supor que os professoresde racton eram um corpo especialmente distinto.#ão era certamente inten"ão do lemento

$rogressista eleger mediocridades para os lugaresde professor, mas a sua determina"ão em elegerBhomens capa)esC limitava cruelmente o seu campode escolha, e, como us?; uma ve) dissera1 B#ãose pode ter tudoC, ill, o #evão, usava um ?igodeenrolado ' moda antiga no qual o ?ranco tinha

quase, mas não completamente, triunfado so?re oamarelo, tinha um nari) grande em forma de ?ico ea ca?e"a calva.

 — ste = um pra)er inesperado — disseMarJ com uma som?ra de formalismo. !inhasempre um pouco de medo de 2ingest.

 — Ahn — grunhiu ill. — h *h, = você(tuddocJ. #ão sa?ia que tinham assegurado osseus servi"os aqui.

 — !ive pena de não o ver ontem na reuniãoda @aculdade — disse MarJ.

 Aquilo era mentira. * lemento

$rogressista achava sempre um em?ara"o apresen"a de 2ingest. omo cientista, e o 3nicocientista realmente eminente que tinham, ele era asua leg0tima propriedade< mas ele era aquela odiosaanomalia, o tipo errado de cientista. Slossop, que

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era um cl%ssico, era o seu principal amigo na@aculdade. !inha o ar Da Bafeta"ãoC, como urr;di)iaE de não dar muita importncia 's suas

pr+prias desco?ertas revolucion%rias na qu0mica ede dar muito mais valor a si pr+prio por ser um2ingest1 a fam0lia era de uma antigZidade quasem0tica, Bnunca contaminadaC, como dissera o seuhistoriador do s=culo >i>, Bpor traidor, funcion%riop3?lico ou ?aronatoC. !inha sido particularmente

ofensivo por ocasião da visita de roglie adgestow. * francês gastara o seu tempo livree>clusivamente na companhia de ill, o #evão,mas quando um entusi%stico assistente tinhaapalpado o terreno a respeito do rico festim deciência que os dois s%?ios deviam ter partilhado,

ill, o #evão, parecera vasculhar a mem+ria porum momento e depois replicara que pensava quenão tinham chegado a tocar no assunto1 BSasear ainsensate) do Almanaque de Sotha, suponhoC, foio coment%rio de urr;, em?ora não na presen"a de2ingest.

 — h Lue = isso eunião da @aculdade — disse o #evão — 4e que = que estiveramfalando

 — 4a venda do $arque de ragdon. — !udo disparates — murmurou o #evão. — spero que tenha concordado com a

decisão a que chegamos. — #ão faria qualquer diferen"a a decisão aque chegassem.

 — *h — disse MarJ com alguma surpresa. — ra tudo disparate. * #I teria o?tido

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o parque de qualquer modo. !inham poderes paraimpor a venda.

 — Lue coisa e>traordin%riaG @oi-me dado a

entender que eles iriam para am?ridge se n+s não vendêssemos.

2ingest fungou ruidosamente. — #em uma palavra de verdade nisso.

Luanto a ser uma coisa e>traordin%ria, issodepende do que quer di)er. #ada h% de

e>traordin%rio no fato dos professores de ractonfalarem toda a tarde so?re um assunto irreal. nãoh% nada de e>traordin%rio no fato do #Idesejar, se poss0vel, dei>ar a racton o odioso defa)er do cora"ão da Inglaterra um cru)amentoentre um hotel americano a?ortado e uma f%?rica

de g%s glorificada. A 3nica parte realmenteintrigante = a ra)ão por que #I havia de querereste peda"o de terra.

 — (uponho que desco?riremos ' medidaque as coisas prosseguirem.

 — Focê talve). u não.

 — *h — disse MarJ interrogativamente. — H% tive o suficiente — disse 2ingest,

a?ai>ando a vo). — Fou-me em?ora esta noite.#ão sei o que você fa)ia em racton, mas seprestava para alguma coisa, aconselh%-lo-ia a voltare ficar por l%.

 — ealmenteG — disse MarJ. — $or que =que di) isso — $ara um fulano de idade como eu, não

fa) diferen"a — disse 2ingest —, mas são capa)esde fa)er o dia?o consigo. T claro que tudo depende

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daquilo de que um homem gosta. — #a realidade — disse MarJ —, ainda não

me decidi completamente. — !inham-lhe ensinado

a considerar 2ingest um reacion%rio perverso. —#em sequer sei qual seria o meu tra?alho seficasse.

 — Lual = o seu ramo — (ociologia. — 2uh — disse 2ingest. — #esse caso

posso indicar-lhe o homem a quem vai ficarsu?ordinado. Om tipo chamado (teele. Ali adiante,junto ' janela, est% vendo

 — !alve) me pudesse apresentar. — ntão est% resolvido a ficar — em, suponho que tenho pelo menos de

ir ter com ele. — Muito ?em — disse 2ingest. — #ão =

nada comigo. — 4epois acrescentou em vo) maisalta1 — (teele.

(teele voltou-se. ra um homem alto, quenão sorria, com o tipo de cara que, em?ora

comprida e parecida com um cavalo, tinha,contudo, l%?ios um tanto grossos e mal-humorados.

 — ste = (tuddocJ — disse 2ingest —, onovo homem para o seu departamento. — 4epois virou as costas e afastou-se.

 — *h — disse (teele. ntão, depois de umapausa1 — le disse o meu departamento — @oi isso que ele disse — replicou MarJ

com uma tentativa de sorriso —, mas talve) ele setenha enganado. (ou um soci+logo, se isso tra)

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alguma lu) ao caso. — T verdade que sou o 4 de sociologia —

disse (teele —, mas esta = a primeira ve) que ou"o

falar de si. Luem lhe disse que vinha para c% — em, na realidade — disse MarJ —, tudo

isto = um tanto vago. Aca?o de ter uma conversacom o diretor-adjunto, mas, efetivamente, nãoentramos em pormenores.

 — omo = que conseguiu vê-lo

 — ord @everstone apresentou-me. —(teele asso?iou.

 — *lhe l%, osser — disse para um homemde cara sardenta que estava passando —, ou"a isto.@everstone aca?a de nos enfiar este fulano nonosso departamento. evou-o direto ao 4A sem

me dar uma palavra so?re o caso. Lue = que pensadisto

 — em, dia?os me levemG — disse osser,mal deitando os olhos em MarJ, mas fitandofi>amente (teele.

 — 4esculpem — disse MarJ, um pouco

mais alto e menos ' vontade do que falara at=então. — #ão se alarmem. $arece que me puseramnuma situa"ão um tanto falsa. 4eve ter havido ummal-entendido qualquer. #a realidade, demomento, estou apenas dando uma vista de olhos.m qualquer caso, ainda não tenho inteira certe)a

de tencionar ficar.#enhum dos outros dois ligou qualquerimportncia a esta 3ltima sugestão.

 — T mesmo do @everstone — disse ossera (teele. (teele virou-se para MarJ 

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 — u o aconselharia a não levar em grandeconta aquilo que ord @everstone di) aqui —o?servou. — Isto não = de forma alguma assunto

dele. — !udo a que me oponho — disse MarJ,

desejando que pudesse impedir a cara de ficar vermelha — = ser colocado numa posi"ão falsa. Apenas vim at= aqui como e>periência. Tindiferente se vou ter um lugar no #I ou não.

 — st% vendo — disse (teele para osser —, não h% realmente lugar para um homem nanossa pe"a, especialmente para algu=m que nãoconhece o tra?alho. A não ser que o pusessem noO.

 — T isso mesmo — disse osser.

 — (r. (tuddocJ, penso eu — disse umanova vo) junto ao cotovelo de MarJ, uma vo)aguda que parecia desproporcionada em rela"ão aoenorme monte que era o homem que viu quando virou a cara. econheceu quem falaraimediatamente. A sua cara lisa e escura e o ca?elo

negro eram inconfund0veis, e tam?=m o sotaqueestrangeiro. Aquele era o $rof. $hilostrato, ogrande fisiologista, ao lado de quem MarJ ficarasentado num jantar h% cerca de três anos atr%s. ragordo 'quele grau que = c&mico no palco, mas cujoefeito não = engra"ado na vida real. MarJ ficou

encantado que um homem daqueles se lem?rassedele. — stou muito satisfeito que tenha vindo

juntar-se a n+s — disse $hilostrato, agarrando no?ra"o de MarJ e condu)indo-o delicadamente para

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longe de (teele e de osser. — $ara lhe di)er a verdade — disse MarJ

 —, não tenho a certe)a de tê-lo feito. Luem me

trou>e foi @everstone, mas desapareceu, e (teele,eu iria para o departamento dele, suponho, nãoparece sa?er nada a meu respeito.

 — *raG (teeleG — disse o professor. — Isso= tudo uma ?agatela. st% ficando grande demaispara as ?otas. Om dia destes ter% de ser posto no

seu lugar. pode ser você quem o v% fa)er. itodos os seus tra?alhos, sim, sim. #ão lhe dêimportncia.

 — !enho fortes o?je"Nes a ser colocadonuma situa"ão falsa... — come"ou MarJ.

 — *u"a, meu amigo — interrompeu

$hilostrato —, tem de tirar todas essas id=ias dasua ca?e"a. A primeira coisa a entender = que o#I = s=rio. #ão = nada menos do que ae>istência da ra"a humana que depende do nossotra?alho1 do nosso tra?alho real, compreende Faiencontrar fric"Nes e impertinências no meio desta

canalha, desta ral=. #ão se lhes deve maisconsidera"Nes do que ao desafeto por um camaradaoficial quando a ?atalha est% no seu auge.

 — #a medida em que me seja dada parafa)er alguma coisa que valha a pena fa)er — disseMarJ —, não dei>arei que nada desse tipo venha

interferir com ela. — (im, sim, est% muito ?em. * tra?alho =mais importante do que pode ainda compreender. Fai ver. stes (teeles e @everstones, não têmimportncia alguma. nquanto tiver a ?oa vontade

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do diretor-adjunto, pode di)er-lhes adeus com osdedos. Apenas precisa ouvir a ele e a maisningu=m, compreende Ah, e h% um outro. #ão

tenha a @ada como inimigo. Luanto ao resto, ria-sedeles.

 — A @ada — (im. hamam-lhe a @ada. *h meu 4eus,

uma inglesa terr0vel. T a chefe da nossa pol0cia, a$ol0cia Institucional. A0 vem ela. Fou apresent%-lo.

Miss 2ardcastle, permita que lhe apresente o (r.(tuddocJ.

MarJ deu por si a torcer-se com o aperto demão digno de um fogueiro ou de um carregador,de uma mulher grande, de uniforme preto de saiacurta. A despeito de um ?usto que teria sido moti-

 vo de cr=dito numa empregada de ?ar da era vitoriana, era mais de complei"ão larga do quegorda e o ca?elo cin)ento cor de ferro estavaaparado curto. * rosto era quadrado, severo ep%lido e a vo) profunda. Oma mancha de ?atomaplicado com violenta falta de aten"ão ' forma real

da ?oca era a sua 3nica concessão ' moda, e rolavaou mascava um comprido charuto negro, apagado,entre os dentes. nquanto falava tinha o h%?ito deo tirar da ?oca, olhar atentamente para a mistura de?atom e saliva na e>tremidade mastigada e depoistornar a coloc%-lo mais firmemente do que antes.

(entou-se imediatamente numa cadeira perto dolocal em que MarJ estava de p=, passou a pernadireita por cima dos ?ra"os da cadeira e fi>ou-ocom um olhar de fria intimidade.

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III

licJ-clacJ, distintamente no silêncio, onde Hane esperava de p=, chegaram os passos da pessoado outro lado do muro. 4epois a porta a?riu-se e Hane encontrou-se cara a cara com uma mulher alta,mais ou menos da sua idade. sta pessoa olhou-acom olhos atentos mas que nada di)iam.

 — Five aqui uma Miss Ironwood — disse Hane.

 — (im — disse a outra mo"a, sem a?rirmais a porta nem se afastando para o lado.

 — Luero vê-la, por favor — disse Hane. — !em hora marcada — disse a mulher

alta. — em, não e>atamente — disse Hane. —

Luem me disse para vir aqui foi o 4r. 4im?le, queconhece Miss Ironwood. le disse que eu não iaprecisar marcar hora.

 — *h, se vem da parte do 4r. 4im?le, =outra coisa — disse a mulher. — ntre. spere s+um momento enquanto trato do fecho. Assim =melhor. Agora sim. #ão h% espa"o para dois nestecarreiro, de modo que tem de desculpar por eu ir 'frente.

 A mulher levou-a por um carreiro de tijolo

ao lado do muro, no qual cresciam %rvores defruto, e depois para a esquerda ao longo de umcarreiro com musgo, com tufos de groselhas decada lado. 4epois veio um pequeno relvado comum ?alan"o no meio, e para l% deste, uma estufa.

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 Aqui encontraram-se no tipo de lugarejo que por ve)es aparece nas redonde)as de um grande jardim,descendo na realidade por uma pequena rua que

tinha um celeiro e um est%?ulo num lado e, nooutro, uma segunda estufa, e um alpendre com vasos e uma pocilga], ha?itada, como os grunhidose o cheiro não inteiramente agrad%vel ainformavam. 4epois havia caminhos estreitosatrav=s de uma horta numa encosta ?astante

 0ngreme e depois tufos de roseiras, cheias deespinhos, no seu aspecto invernoso. #um dadolugar, iam por uma vereda feita de t%?uas simples.Isto lem?rou qualquer coisa a Hane. ra um jardimmuito grande. ra como, como, sim, agora j% tinhaa id=ia1 era como o jardim em $eter a??it. *u era

como o jardim no omance da osa #ão, não erarealmente nada parecido. *u como o jardim deVlingsor *u o jardim em Alice *u como ojardim no alto de qualquer torre do templo daMesopotmia que tinha provavelmente dadoorigem ' lenda toda do $ara0so *u simplesmente

como todos os jardins murados @reud di)ia quegost%vamos de jardins porque eles eram s0m?olosdo corpo feminino. Mas esse deve ser um ponto de vista de homem. $resumivelmente os jardinsquerem di)er algo diferente nos sonhos dasmulheres. *u não (er% que homens e mulheres se

sentem am?os interessados no corpo feminino eat=, em?ora soe rid0culo, quase da mesma maneiraOma frase ergueu-se na mem+ria dela. BA ?ele)a dafêmea = a rai) da alegria da fêmea tanto como do

* Local onde ficam os porcos.

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macho, e não = por acidente que a deusa do Amor= mais antiga e mais forte do que o deus.C *nde =que ela teria lido isto , incidentalmente, que

tremendos disparates tinha estado pensandodurante o 3ltimo minuto ou coisa assimG Afastoutodas aquelas id=ias a respeito de jardins e decidiutomar cuidado. Oma sensa"ão curiosa de que agoraestava em terreno hostil, ou pelo menos estranho,avisou-a de que devia estar com os sentidos

agu"ados. #esse momento, emergiram su?itamentede entre planta"Nes de rododendros e loureiro eencontraram-se junto a uma pequena porta lateral,flanqueada por um tanque de %gua, na compridaparede de uma casa grande. Oma janela fechoucom ru0do, por cima delas.

Om minuto ou dois mais tarde, Hane estavasentada ' espera numa sala grande e escassamentemo?iliada, aquecida por um fogão fechado. Amaior parte do pavimento estava nua, e as paredes,por cima do painel de madeira, eram de estuque?ranco acin)entado, de modo que o efeito geral era

levemente austero e conventual]. *s passos damulher alta foram morrendo nas passagens e a salatornou-se muito sossegada quando isso aconteceu.*casionalmente podia ouvir-se o grasnar dasgralhas.

B4ei>ei-me ir nistoC, pensou Hane, Bvou ter

de contar a esta mulher aquele sonho e ela vai fa)ertoda esp=cie de perguntas.C onsiderava-se, emgeral, uma pessoa moderna que podia falar de qual-quer coisa sem em?ara"o, mas come"ava a parecer-

* Relativo a convento.

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lhe muito diferente enquanto estava sentada nasala. !odo o tipo de reservas secretas no seuprograma de franque)a, coisas que, ela

compreendia agora, tinha posto de lado para nuncaserem contadas, vieram rastejando para dentro dasua consciência. ra surpreendente como muitopoucas delas estavam relacionadas com o se>o.

 — #os dentistas — pensou Hane —, eles,pelo menos, dei>am jornais ilustrados na sala de

espera. evantou-se e a?riu o 3nico livro queestava em cima da mesa no meio da sala.Instantaneamente, os olhos dela pousaram nasseguintes palavras1 BA ?ele)a da fêmea = a rai) daalegria para a fêmea, ?em como o macho, e não =por acidente que a deusa do amor = mais velha e

mais forte do que o deus. 4esejar o desejo da suapr+pria ?ele)a = a vaidade de ilith, mas desejar odesfrutar da sua pr+pria ?ele)a = a o?ediência deva e em am?as = no amante que a amada sa?oreiao seu pr+prio pra)er. Assim como a o?ediência = aescadaria do pra)er, tam?=m a humildade =...C

#esse momento a porta a?riu-sesu?itamente. Hane ficou vermelha enquanto fechavao livro e levantava os olhos. A mesma mo"a que adei>ara entrar tinha aparentemente aca?ado dea?rir a porta e estava ainda de p= no vão da porta. Hane conce?era agora por ela aquela admira"ão

quase apai>onada que as mulheres, mais ve)es doque se supNe, sentem por outras mulheres cuja?ele)a não = do seu pr+prio tipo. B(eria ?onitoC,pensou Hane, Bser assim, tão direita, tão direta, tão valente, tão pr+pria para vir num cavalo e tão

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divinamente alta.C — Miss Ironwood est% em casa — disse

 Hane.

 — T a (ra. (tuddocJ — disse a mo"a. — (im — disse Hane. — Fou lev%-la j% ' presen"a dela — disse a

outra. — !emos estado ' sua espera. * meu nome= amilla, amilla 4enniston.

 Hane foi atr%s dela. $ela estreite)a e

simplicidade das passagens, Hane julgou que aindaestavam nas traseiras da casa e que, se assim era,devia ser na verdade uma casa muito grande. Anda-ram ?astante at= amilla ?ater a uma porta e se p&rde lado para Hane entrar, depois de di)er em vo)?ai>a1 DBcomo uma criadaC, pensou HaneE.

 — la veio. — Hane entrou, e l% estavaMiss Ironwood toda vestida de preto, sentada comas mãos cru)adas so?re os joelhos, tal e qual como Hane a tinha visto em sonhos, se = que estivera asonhar, na noite anterior, no apartamento.

 — (ente-se, minha jovem — disse Miss

Ironwood. As mãos que estavam cru)adas nos joelhos

eram muito grandes e em?ora ossudas nãopareciam grosseiras, e mesmo sentada MissIronwood era e>tremamente alta. !udo nela eragrande1 o nari), os l%?ios que não sorriam e os

olhos cin)entos. stava talve) mais pr+>ima dos KRdo que dos 5R anos. 2avia na sala uma atmosferaque Hane achou...

 — Hane (tuddocJ. — T casada

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 — (im. — * seu marido sa?e que veio ter conosco — #ão.

 — a sua idade, por favor — \9. — agora — disse Miss Ironwood —, o

que = que tem para me di)er Hane inspirou profundamente. — !enho estado a ter maus sonhos e

sentindo-me deprimida ultimamente — disse ela. — * que eram os sonhos — perguntou

Miss Ironwood. A narrativa de Hane, ela não a contou muito

?em, demorou algum tempo. nquanto falava,mantinha os olhos fi>os nas grandes mãos de Miss

Ironwood e na sua saia preta e no l%pis e no livrode notas. foi por isso que su?itamente parou.$ois enquanto ia seguindo viu a mão de MissIronwood parar de escrever e os dedos enrolarem-se em torno do l%pis1 dedos que pareciam imensa-mente fortes. A cada instante apertavam-se, at= os

n+s ficarem ?rancos e as veias ficarem saltadas nascostas das mãos e por 3ltimo, como se so? ainfluência de qualquer contida emo"ão, partiram ol%pis em dois. @oi então que Hane parou, estupefata,e olhou para a cara de Miss Ironwood. *s grandesolhos cin)entos continuavam a olhar para ela sem

qualquer mudan"a de e>pressão. — ontinue, por favor, minha jovem —disse Miss Ironwood.

 Hane retomou a sua hist+ria. Luandoterminou, Miss Ironwood fe)-lhe um certo n3mero

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de perguntas. 4epois disso ficou calada tantotempo que Hane disse1

 — $ensa que h% qualquer coisa s=ria

funcionando mal em mim — #ada h% funcionando mal em si — disse

Miss Ironwood. — Luer di)er que isto vai desaparecer — #ão tenho qualquer meio de o di)er.

4iria que provavelmente não.

* desapontamento ensom?rou a cara de Hane.

 — ntão, não se pode fa)er nada nestecaso @oram sonhos horr0veis, horrivelmente v0vidos, nada parecidos com sonhos.

 — $osso compreender isso perfeitamente.

 — T alguma coisa que não se pode curar — A ra)ão por que não pode curar-se =

porque não est% doente. — Mas tem de haver qualquer coisa mal.

ertamente não = normal ter sonhos como estes.2ouve uma pausa.

 — $enso — disse Miss Ironwood — que =melhor contar-lhe toda a verdade.

 — (im, conte — disse Hane com vo) tensa. As palavras da outra tinham-na assustado.

 — vou come"ar por di)er isto —continuou Miss Ironwood. — Focê = uma pessoa

mais importante do que imagina. Hane não disse nada, mas pensouintimamente1 Bst% ?rincando comigo. $ensa quesou maluca.C

 — Lual era o seu so?renome de solteira —

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perguntou Miss Ironwood. — !udor — disse Hane. #uma outra ocasião

qualquer teria dito o so?renome com certa falta de

naturalidade, pois estava muito desejosa de que nãoa julgassem vaidosa da sua antiga ascendência.

 — * ramo da fam0lia de /arwicJshire — (im. — Alguma ve) leu um pequeno livro, s+

tem quarenta p%ginas, escrito por um dos seus

antepassados so?re a ?atalha de /orcester — #ão. * meu pai tinha um e>emplar, o

3nico, segundo ele di)ia. Mas nunca o li. $erdeu-sequando se desfe) a casa depois da sua morte.

 — (eu pai estava enganado ao pensar queera o 3nico e>emplar. 2%, pelo menos, outros dois<

um est% na Am=rica e o outro est% nesta casa. — então — * seu antepassado fe) um completo e,

no conjunto, correto relato da ?atalha, que ele di)ter aca?ado no mesmo dia em que ela foi travada.Mas ele não estava l%. #a ocasião estava em ^orJ.

 Hane, que realmente não estavaacompanhando a hist+ria, olhou para MissIronwood.

 — (e ele estava di)endo a verdade — disseMiss Ironwood —, e n+s pensamos que estava,sonhou-a. st% compreendendo

 — (onhou a respeito da ?atalha — (im. Mas sonhou-a corretamente. Fiu a?atalha autêntica no seu sonho.

 — #ão estou perce?endo a rela"ão. — Fisão, o poder de sonhar realidades, =

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por tr%s at= desses epis+dios. — eceio não acreditar nessas coisas —

disse Hane friamente.

 — A forma como foi criada torna naturalnão acreditar — replicou Miss Ironwood. — A nãoser, = claro, que tivesse desco?erto por si pr+priaque tem tendência para sonhar coisas reais.

 Hane pensou no livro em cima da mesa deque aparentemente se lem?rara, antes de o ter

 visto, e depois havia a pr+pria aparência de MissIronwood, que tam?=m vira antes de a ter visto.Mas tudo isso devia ser disparate.

 — #ão pode então fa)er nada por mim — $osso di)er-lhe a verdade — disse Miss

Ironwood. — T o que tenho tentado fa)er.

 — Luero di)er, não pode fa)er parar isto,cur%-lo

 — Fisão não = uma doen"a. — Mas eu não a quero — disse Hane com

pai>ão. — !enho de par%-la. 4etesto este tipo decoisas.

Miss Ironwood não disse nada. — #ão conhece, ao menos, algu=m que seja

capa) de parar isto — disse Hane — #ão me poderecomendar algu=m

 — (e for a um psicoterapeuta comum —disse Miss Ironwood —, ele proceder% ?aseado na

admissão de que os sonhos refletem apenas o seupr+prio su?consciente. Fai procurar trat%-la. #ãosei quais serão os resultados do tratamento ?aseadonuma hip+tese dessas. eceio que pudessem sermuito s=rios. , certamente, não faria desaparecer

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os sonhos. — Mas o que = tudo isto — disse Hane. —

Luero levar uma vida normal. Luero fa)er o meu

tra?alho. T insuport%vel. $or que = que fuiescolhida para esta coisa horr0vel

 — A resposta para isso = conhecida apenaspor autoridades muito superiores a mim pr+pria.

2ouve um curto silêncio. Hane fe) ummovimento vago e disse um tanto mal-humorada1

 — em, se nada pode fa)er por mim, talve)seja melhor ir andando — depois, su?itamente,acrescentou1 — Mas como pode a senhora sa?ertudo isto Luero di)er1 a que realidades se est%referindo

 — $enso — disse Miss Ironwood — que

 você pr+pria tem mais ra)ão para suspeitar da verdade dos seus sonhos do que me disse at= agora.(enão, em ?reve ter%. ntretanto, vou responder 'sua pergunta. (a?emos que os seus sonhos sãoparcialmente verdadeiros porque condi)em cominforma"Nes que j% possu0mos. @oi por ter visto a

sua importncia que o 4r. 4im?le a mandou falarconosco.

-— Luer di)er que ele me mandou aqui nãopara ser curada mas para prestar informa"Nes —disse Hane. A id=ia ajustava-se a coisas queo?servara no comportamento dele quando pela pri-

meira ve) lhe contara o caso. — >atamente. — 4esejaria ter sa?ido disso antes — disse

 Hane com frie)a, e dessa ve) pondo-sedefinitivamente de p=. — eceio que tudo tenha

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sido um mal-entendido. Imaginei que o 4r. 4im?leprocurava ajudar-me.

 — procurava. Mas procurava tam?=m

fa)er alguma coisa, ao mesmo tempo, que = maisimportante.

 — (uponho que deveria estar grata pelosimples fato de me terem atendido — disse Hanesecamente —, e como, e>atamente, = que eu ia serajudada por, por todo este tipo de coisas — A

tentativa de gelada ironia desfe)-se quando disseestas 3ltimas palavras e a c+lera vermelha e semdisfarce voltou-lhe ao rosto. (o? alguns aspectosera muito jovem.

 — Minha jovem — disse Miss Ironwood —, não entende totalmente a seriedade deste

assunto. As coisas que viu referem-se a algumacoisa, comparadas com a qual, felicidade, oumesmo a vida, da senhora e minha, não têmimportncia alguma. !enho de lhe pedir queenfrente a situa"ão. #ão pode ver-se livre do seudom. $ode tentar suprimi-lo, mas falhar% e ficar%

tremendamente assustada. $or outro lado pode p&-lo ' nossa disposi"ão. (e o fi)er, ficar% muitomenos assustada, a longo pra)o, e estar% ajudandoa salvar a ra"a humana de um enorme desastre. *u,numa terceira hip+tese, pode contar a outra pessoaqualquer o que se passa. (e o fi)er, aviso-a que,

quase com certe)a, cair% nas mãos de outraspessoas que estão tão ansiosas como n+s de utili)ara sua faculdade e que não darão maior importncia' sua vida e felicidade do que 's de uma mosca.#ão = de forma alguma improv%vel que j% sai?am,

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e que estejam, involuntariamente, andado aespion%-la. , se assim for, não descansarãoenquanto não lhe puserem as mãos. Aconselharia,

at= no seu pr+prio interesse, a juntar-se ao nossolado.

 — ontinua falando em n+s e nosso. (ãoalguma esp=cie de companhia

 — (im, pode cham%-la de uma companhia. Hane estivera de p= durante aqueles 3ltimos

minutos< e estivara quase acreditando no queouvira. 4epois, su?itamente, voltou toda a suarepugnncia, toda a sua vaidade ferida, o seuressentimento contra a complica"ão sem sentido naqual parecia ter sido apanhada e o seu desagradogeral pelo misterioso e pelo não familiar. #aquele

momento nada mais parecia interessar al=m de sairdaquela sala e afastar-se da vo) grave e paciente deMiss Ironwood. BMe dei>ou pior do que estavaC,pensou Hane, que ainda se considerava uma doente.m vo) alta disse1

 — !enho de ir para casa agora. #ão sei do

que tem estado falando. #ão quero ter nada a vercom essas coisas.

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IV 

MarJ desco?riu, por fim, que se esperavaque ele ficasse, pelo menos aquela noite, e quandosu?iu para se vestir para o jantar sentia-se maisanimado. Isso era em parte devido a um whisJ;com soda tomado com a B@adaC 2ardcastle antes eem parte pelo fato de, com um olhar de relance aoespelho, ter visto que j% podia tirar o indesej%velpeda"o de algodão do l%?io. * dormit+rio, comfogo na lareira e com o ?anheiro ane>o tinhatam?=m algo a ver com o fato. $or sorte, tinha sedei>ado convencer por Hane a comprar aquele novotrajeG $osto em cima da cama, tinha muito ?omaspecto, e via agora que o traje velho realmente nãoteria servido. Mas o que o tinha tranqZili)ado, maisdo que tudo, fora a sua conversa com a @ada.

(eria ilus+rio di)er que gostava dela. latinha na realidade e>citado nele a repulsa que umhomem jovem sente pela pro>imidade de algogrosseiramente, ou mesmo insolentemente se>ual,e que ao mesmo tempo não = nada atraente. alguma coisa nos seus olhos frios lhe tinha dito queela tinha plena consciência daquela rea"ão e aachava divertida. !inha-lhe contado uma grandequantidade de hist+rias pesadas. Muitas ve)es antes

daquela, MarJ tinha tido arrepios com os esfor"osdesastrosos da fêmea emancipada para se dedicar aeste tipo de humor, mas esses arrepios tinham sidosempre consolados por uma sensa"ão desuperioridade. 4esta ve) tinha a sensa"ão de que

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ele = que era o alvo< aquela mulher estava ae>asperar a mod=stia masculina para seu pr+priodivertimento. Mais tarde, derivara para

reminiscências da pol0cia. A despeito de um certoceticismo inicial, MarJ foi ficando gradualmentehorrori)ado pela sua admissão de cerca de trintapor cento dos nossos julgamentos de assassinatosaca?arem pelo enforcamento de um homem ino-cente. 2avia detalhes, tam?=m, a respeito do

palanque de e>ecu"ão que não lhe tinham ocorridoantes. !udo isto era desagrad%vel. Mas eracompensado pelo car%ter deliciosamente esot=ricoda conversa. 4iversas ve)es naquele dia o tinhamfeito sentir-se um estranho, essa sensa"ão desa-parecera por completo enquanto Miss 2ardcastle

estivera falando com ele. !inha a sensa"ão de estara passar para o lado de dentro. Miss 2ardcastlelevara aparentemente uma vida e>citante. !inhasido, em diferentes ocasiNes, uma sufragista, umapacifista e uma fascista ?ritnica. !inha passadopelas mãos da pol0cia e tinha sido presa. $or outro

lado, encontrara primeiros-ministros, ditadores eestrelas de cinema famosas< toda a sua hist+ria erahist+ria secreta. (a?ia, por ter estado nos doise>tremos, aquilo que a for"a policial podia fa)er e oque não podia.

 — specialmente agora — disse ela. —

 Aqui no Instituto, estamos a apoiar a cru)adacontra a BpapeladaC.MarJ perce?eu que, para a @ada, o aspecto

policial do Instituto era o aspecto realmenteimportante. >istia para aliviar o e>ecutivo comum

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daquilo a que podiam chamar-se os casos sanit%-rios, uma categoria que se estendia da vacina"ão aacusa"Nes de v0cios contra a #ature)a, donde,

como salientou, era apenas um passo para fa)erentrar todos os casos de e>torsão. #o que respeitaao crime em geral, tinham j% vulgari)ado naimprensa a id=ia de que o Instituto devia serautori)ado a e>perimentar muito largamente, naesperan"a de desco?rir at= onde tratamento huma-

no, recuperativo, podia su?stituir a velha no"ão depuni"ão Bretri?uitivaC ou BvingativaC. ra aqui queuma quantidade de BpapeladaC se levantava nafrente deles.

 — Mas s+ h% dois jornais que nãocontrolamos — disse a @ada. — havemos de os

esmagar. !emos de levar o homem comum a umestado tal que ele diga automaticamente BsadismoCquando ouvir a palavra castigo. então teremoscarta ?ranca.

MarJ não aprendeu de imediato. Mas a @adasalientou que o que em?ara"ara todas as for"as

policiais inglesas at= ' data era precisamente a id=iado merecido castigo. $ois o que era sempre finito1podia-se fa)er uma certa coisa a um criminoso, masmais nada. * tratamento recuperativo, por outrolado, não precisava ter limite fi>o algum< podiacontinuar at= ter produ)ido a cura, e aqueles que o

estavam a ministrar = que decidiriam quando talaconteceria. se a cura era humana e desej%vel,quanto mais não seria a preven"ão m ?reve,quem quer que estivesse estado nas mãos da pol0ciapor qualquer ra)ão viria a ficar so? o controle do

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#I< e por fim todos os cidadãos. — = aqui que você e eu entramos, meu

filho — acrescentou n @ada, ?atendo levemente no

peito de MarJ com o indicador. — A longo pra)onão e>iste distin"ão alguma entre o tra?alho da po-l0cia e a sociologia. Focê e eu temos de tra?alhar demãos dadas.

Isto trou>era MarJ de volta 's suas d3vidasquanto sa?endo se efetivamente lhe estavam a dar

um emprego, e se sim, qual era ele. A @ada tinhaavisado que (teele era um homem perigoso.

 — 2% duas pessoas a respeito das quaisprecisa ser muito cauteloso — disse ela. — Om =@rost e o outro = o velho /ither. — Mas rira dosseus receios em geral.

 — H% est% aqui, descanse, filho — disse. —(+ não seja muito esquisito quanto ao quee>atamente vai ter de fa)er. 2% de ver ' medidaque for aparecendo. /ither não gosta de gente quetente apert%-lo contra a parede. #ão serve de nadadi)er que veio para aqui para fa)er isto e que não

far% aquilo. * jogo = muito r%pido, mesmo nestemomento, para esse tipo de coisa. !em de metornar 3til. não acredite em tudo o que lhecontam.

 Ao jantar MarJ encontrou-se sentado aolado de 2ingest.

 — em — disse 2ingest —, o ca"aramfinalmente, hein — Acho ?em que sim — disse MarJ. — $orque — disse 2ingest —, se chegar a

melhor conclusão, eu vou-me em?ora de carro esta

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noite e podia dar-lhe carona. — Ainda não me disse por que = que nos

dei>a — disse MarJ. — *ra ?em, tudo depende

daquilo de que um homem gosta. (e apreciar acompanhia desse eunuco italiano e do p%rocomaluco e dessa 2ardcastle, a av+ dela arrancar-lhe-ia as orelhas se fosse viva, = claro que nada mais h%a di)er.

 — Acho que dificilmente ser% para ser

julgado em termos puramente sociais, quero di)er,isto = alguma coisa mais do que um clu?e.

 — h Hulgado #unca julguei nada naminha vida, tanto quanto tenho conhecimento,e>ceto num concurso de flores. T tudo umaquestão de gosto. Fim at= aqui porque pensava que

tinha algo a ver com ciência. Agora que verifiqueique = qualquer coisa mais parecida com umaconspira"ão pol0tica, vou-me em?ora para casa.stou velho demais para esse tipo de coisas e se euquisesse meter-me numa conspira"ão, esta nãoseria a minha escolha.

 — Luer di)er, suponho, que o elemento deplanejamento social não lhe desperta interesse ucompreendo perfeitamente que não se enquadra noseu tra?alho, como o fa) com ciências como asociologia, mas...

 — #ão h% ciência nenhuma como a

sociologia. se eu achasse que a qu0mica come"avaa ajustar-se com uma pol0cia secreta dirigida poruma virago de meia-idade que não usa cinta e comum esquema para retirar a cada inglês a sua quinta,a sua loja e os seus filhos, mandava a qu0mica para

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o 4ia?o e voltava a dedicar-me ' jardinagem. — $enso que compreendo o sentimento que

ainda se atri?ui ao pequeno homem, mas quando

se tem de estudar a realidade como eu tenho defa)er...

 — u ia querer fa)er tudo em ?ocados e p&rqualquer outra coisa no lugar. T claro. T o queacontece quando se estudam os homens1encontram-se enganos. Acontece que eu acredito

que não se podem estudar os homens< podem-sesomente conhecer, o que = uma coisacompletamente diferente. $orque os estudamos,queremos fa)er com que as classes mais ?ai>asgovernem o pa0s e ou"am a m3sica cl%ssica, o que =uma tolice. !am?=m queremos retirar-lhes tudo o

que torna a vida digna de ser vivida e não apenas aeles mas a toda a gente e>ceto uma quantidade depedantes e de professores.

 — illG — disse a @ada 2ardcastlesu?itamente, l% do outro lado da mesa, numa vo)tão alta que mesmo ele não podia ignor%-la.

2ingest fi>ou os olhos nela e a cara dele tornou-se vermelho-escura.

 — T verdade — ?errou a @ada — que se vaiem?ora logo depois do jantar

 — (im, Miss 2ardcastle, =. — stava pensando se me podia dar uma

carona. — @icaria satisfeito de o fa)er — disse2ingest numa vo) que não tinha a inten"ão deenganar ningu=m —, se formos na mesma dire"ão.

 — $ara onde vai você

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 — Fou para dgestow. — $assa por renstocJ — #ão. 4ei>o o desvio no cru)amento logo

depois do portão da frente de ord 2ol;wood edes"o por aquilo a que costumam chamar $otterQsane.

 — *h, raiosG #ão me serve. * melhor ainda= esperar pela manhã.

4epois disto MarJ viu-se ocupado com o

seu vi)inho do lado esquerdo e não viu outra ve)ill, o #evão, at= o encontrar no %trio, depois dojantar. stava de so?retudo e pronto para ir para ocarro.

ome"ou a falar enquanto a?ria a porta eassim MarJ foi levado a acompanh%-lo atrav=s da

curva de cascalho at= ao ponto onde o carro estavaestacionado.

 — (iga o meu conselho, (tuddocJ — disseele. — *u, pelo menos, pense ?em no caso. upr+prio não acredito na sociologia, mas você temna sua frente uma carreira perfeitamente decente se

ficar em racton. #ão trar% ?enef0cio nenhum a sipr+prio misturando-se com o #I, e, 4eus sa?e,tam?=m não trar% nenhum ?enef0cio a ningu=m.

 — (uponho que e>istem sempre duasformas de ver a respeito de tudo — disse MarJ.

 — h 4uas formas de ver >istem

de)enas deformas de ver toda e qualquer coisa, at=se encontrar a resposta. ntão nada mais h% senãouma. Mas não = nada comigo. oa noite.

 — oa noite, 2ingest — disse MarJ. *outro p&s o carro em marcha e foi-se em?ora.

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2avia no ar um toque de geada. * om?ro da*rion, em?ora MarJ não conhecesse sequer essaimportante constela"ão, chamejava na sua dire"ão

por cima do topo das %rvores. (entiu uma certahesita"ão em voltar para dentro de casa. $odiaquerer di)er mais conversa com pessoasinteressantes e influentes< mas tam?=m podiaquerer di)er sentir-se mais uma ve) um estranho,rondando por ali e assistindo a conversas onde não

podia entrar. 4e qualquer forma, sentia-se cansado.$asseando ao longo da frente da casa, aca?ou porchegar a uma outra porta mais pequena, pela qual,julgou ele, se podia entrar sem passar pelo %triopelas salas p3?licas. Assim fe), e su?iu para o seuquarto, para se deitar, imediatamente.

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 V 

amilla 4enniston acompanhou Hane 'sa0da, não pela pequena porta no muro pela qualela tinha entrado, mas pelo portão principal quea?ria para a mesma estrada cerca de cem jardasmais adiante. Oma lu) amarela, vinda de uma fendana parte oeste do c=u cin)ento, despejava um?rilho gelado e de curta dura"ão so?re toda apaisagem. Hane tinha tido vergonha de se mostrar)angada ou ansiosa em frente de amilla< comoresultado am?os os sentimentos se tinhamrealmente redu)ido quando disse adeus. Maspermanecia um decidido desagrado por aquilo aque chamava Btodos aqueles disparatesC. #a verdade não tinha a certe)a de que fosse disparate,mas j% tinha resolvido trat%-lo como se fosse. lanão se iria Bmeter naquiloC, não se dei>aria arrastarpara aquilo, cada um tinha de viver a sua pr+pria vida. vitar complica"Nes e interferências tinha h%muito sido um dos seus primeiros princ0pios.Mesmo quando desco?rira que ia casar-se comMarJ se ele lhe pedisse, o pensamento1 BMas eutenho de continuar a manter a minha pr+pria vidaC,tinha surgido de imediato e nunca ausente do seuesp0rito por mais do que alguns minutos de cada

 ve). Om certo ressentimento contra o pr+prioamor, e por conseguinte contra MarJ, por invadirassim a sua vida, permanecia. stava, pelo menos,muito vividamente consciente de quanto umamulher cede ao casar-se. MarJ parecia-lhe

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insuficientemente consciente disto. m?ora ela nãoo e>primisse, este receio de ser invadida e metidaem complica"Nes era o fundamento mais profundo

da sua determina"ão de não ter um filho, ou não oter tão cedo. Oma pessoa tem a sua pr+pria vida a viver.

 Assim que regressou ao apartamento otelefone tocou.

 — T você, Hane — veio uma vo). — (ou

eu, Margaret 4im?le. Aconteceram coisastremendas. ontar-lhe-ei quando a0 chegar. stoufuriosa demais para falar neste momento. !em umacama dispon0vel por acaso * quê * (r. (tuddocJest% fora #em um pouco, se você não se importa.Mandei ecil dormir na @aculdade. !em certe)a de

que não ser% um inc&modo Muito e muitoo?rigado. starei a0 em meia hora.

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CAPÍTULO IV  A LIQUIDAÇÃO DE

 ANACRONISMOS

I

 Assim que Hane aca?ou de p&r len"+islavados na cama de MarJ, chegou a (ra. 4im?le,com uma grande quantidade de em?rulhos.

 — T um anjo em me dei>ar passar aqui anoite — disse ela. — !entamos todos os hot=is emdgestow, acho eu. ste lugar vai tornar-seinsuport%vel. A mesma resposta em toda a parteG !udo cheio com os acompanhantes e osdependentes desse detest%vel #I. (ecret%riasaqui, datil+grafas ali, encarregados de o?ras, a coisa= afrontosa. (e ecil não tivesse um quarto na@aculdade, acredito realmente que ter0amos de irdormir na sala de espera da esta"ão. (+ espero queo homem l% na @aculdade tenha arejado a cama.

 — Mas o que = que, em nome dos c=us,aconteceu — perguntou Hane.

 — 4espejados, minha queridaG — Mas não = poss0vel, (ra. 4im?le. Luero

di)er, isso não pode ser legal. — Isso = o que ecil disse... pense s+, Hane.

 A primeira coisa que vimos quando pusemos aca?e"a fora da janela, esta manhã, foi um caminhãono caminho da entrada, com as rodas traseiras no

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meio do canteiro das rosas, descarregando umpequeno e>=rcito do que pareciam ser criminosos,com picaretas e p%s. em no nosso pr+prio jardim.

2avia um odioso homen)inho de ?on= de pala quefalou com ecil de cigarro na ?oca, pelo menosnão estava na ?oca mas colado no l%?io superior,sa?e, e adivinha o que = que ele disse 4isse quenão tinham qualquer o?je"ão a que fic%ssemos deposse Dda casa, repare, não do jardimE at= 's X

horas da manhã seguinte. *?je"ão algumaG — Mas, certamente, certamente, tem de

haver um engano qualquer. — T claro, ecil ligou para o tesoureiro. ,

= claro, o tesoureiro não estava. Isso tomou amanhã quase toda, ligando uma e outra ve), e por

essa altura a grande faia de que você costumavagostar tanto, tinha sido a?atida e todas asamei>eiras. (e não estivesse tão furiosa, tinha-mesentado e posto a chorar at= me ca0rem os olhos.ra assim que eu me sentia. $or fim ecil l%conseguiu chegar ao nosso (r. us?;, que foi

perfeitamente in3til. 4isse que tinha de haver ummal-entendido qualquer mas que o caso agora j%estava fora das suas mãos e que era melhor n+scontatarmos o #I, em el?ur;. laro que se verificou ser inteiramente imposs0vel chegar at=eles. Mas ' hora do almo"o, vimos que pura e

simplesmente não se podia ficar ali a noite, fosse oque fosse que viesse a acontecer. — $or que não — Minha querida, não tem id=ia alguma do

que era aquilo. Srandes caminhNes e tratores

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passando, a rugir, a toda a hora, e uma grua numacoisa que parecia um vagão de trem. $ois quê, osnossos pr+prios fornecedores não podiam

atravessar aquilo. * leite não chegou at= 's 66horas. A carne nunca chegou a aparecer<telefonaram-nos di)endo que o pessoal deles nãotinha sido capa) de alcan"ar a nossa casa porqualquer das entradas. #+s pr+prios tivemos amaior dificuldade em chegar ' cidade. evamos

meia hora de casa at= ' ponte. ra como umpesadelo. larNes e ?arulho por toda a parte e aestrada praticamente arruinada e uma esp=cie de?airro de lata j% a crescer no parque p3?lico. agenteG Lue homens horrorosos. #ão sa?ia quet0nhamos tra?alhadores como aqueles na Inglaterra.

*h, horr0vel, horr0velG — A (ra. 4im?le a?anou-secom o chap=u que tinha justamente aca?ado detirar.

 — que = que vai fa)er — perguntou Hane. — *s c=us = que sa?emG — disse a (ra.

4im?le. — 4e momento, fechamos a casa e ecil

tem estado com um?old, o advogado, para ver se,pelo menos, podemos conseguir que a casa sejaselada, sem ningu=m lhe me>er at= tirarmos de l% asnossas coisas. um?old não parece sa?er muito?em como o caso est%. Fai di)endo que o #Iest%, legalmente, numa posi"ão muito especial.

4epois disso, estou certa de que não sei nada. !anto quanto posso ver, não vai haver casasnenhumas em dgestow. #ão h% hip+tese detentar continuar a viver do lado de l% do rio,mesmo que nos dei>assem. Lue = que disse *h, =

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indescrit0vel. !odas as cercas estão sendoderru?adas. !odas aquelas lindas casinhas decampo junto ' igreja vão a?ai>o. ncontrei a po?re

Iv;, = a sua (ra. Maggs, sa?e, lavada em l%grimas.$o?re)inhasG @icam horrorosas quando chorampor cima do p+ de arro). !am?=m est% a ser postana rua. $o?re mulher< j% tinha pro?lemas ?astantesna vida dela sem isto. @iquei contente de fugir dali.*s homens eram tão horr0veis.

 !rês grandes ?rutos foram ' porta traseirapedir %gua quente e portaram-se de tal maneira quedei>aram Marta a tremer de medo e ecil teve de l%ir e falar com eles. $ensei que iam ?ater no ecil,realmente pensei. @oi horrivelmente desagrad%vel.Mas uma esp=cie de guarda especial mandou-os

em?ora. Luê *h sim, h% de)enas do que parecemser pol0cias por toda a parte, e não gostei do ardeles tam?=m. randindo uma esp=cie de ?astNes,como se vê nos filmes americanos. (a?e, Hane,ecil e eu pensamos am?os a mesma coisa1pensamos, = quase como se tiv=ssemos perdido a

guerra. *h, ?oa mo"a, ch%G T mesmo o que euqueria.

 — @ique aqui tanto tempo quanto lheapetecer, (ra. 4im?le — disse Hane. — MarJ ter%mesmo de dormir na @aculdade.

 — em, realmente — disse a Mãe 4im?le.

 — Acho que neste momento nenhum professor deracton devia ser autori)ado a dormir em partenenhumaG Mas faria uma e>ce"ão a favor do (r.(tuddocJ. #a realidade, não terei de me comportarcomo a espada de (iegfried, e, incidentalmente, que

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espada gorda, mal feita e desagrad%vel eu seriaG Masesse lado da questão j% est% arrumado. ecil e euhavemos de ir para o solar em (t. AnneQs. !emos

de l% estar, presentemente, est% vendo. — *h — disse Hane, prolongando

involuntariamente a e>clama"ão, enquanto atotalidade da sua pr+pria hist+ria voltava a passar-lhe pelo esp0rito.

 — *ra esta, que porca ego0sta tenho estado

a ser — disse a Mãe 4im?le. — Aqui tenho estadoeu a tagarelar a respeito dos meus pr+priospro?lemas e esquecendo-me completamente que você esteve l% e est% cheia de coisas para me contar. Fiu Srace gostou dela

 — Srace = Miss Ironwood — —

perguntou Hane. — (im. — Fi-a. #ão sei se gostei dela ou não. Mas

não quero falar so?re tudo isso. #ão posso pensarnoutra coisa e>ceto nesse afrontoso seu pro?lema.T a senhora que = a verdadeira m%rtir, não eu.

 — #ão, minha querida — disse a (ra.4im?le —, não sou uma m%rtir. (ou apenas uma velha )angada, com os p=s a doer e a ca?e"a arachar Dmas isso est% come"ando a melhorarE, queest% tentando convencer-se a si pr+pria a ficar ?emdisposta. $elo menos, ecil e eu não perdemos o

nosso ganha-pão como aconteceu ' po?re Iv;Maggs. ealmente não importa dei>armos a velhacasa. (a?e, o pra)er de viver l% era de certo modoum pra)er melanc+lico De pergunto-me agora, serealmente os seres humanos gostam de ser feli)esE

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Om pouco de melancolia, sim. !odos aquelesgrandes quartos no andar de cima que n+spens%vamos que hav0amos de querer, porque

pens%vamos que 0amos ter uma quantidade defilhos, e depois nunca tivemos. !alve) eu estivessea ficar muito amiga de sonhar com eles nas tardescompridas, quando ecil estava fora. !enho penade mim pr+pria. @icarei melhor longe disso, soucapa) de di)er. $odia ter ficado como aquela

mulher horrorosa em I?sen que andava sempre aresmungar a respeito de ?onecas. $ara ecil =realmente pior. le gostava tanto de ter os alunosl% por casa. Hane, essa = a terceira ve) que ?ocejou.st% caindo de sono e eu mo0-lhe a ca?e"a comconversa. Isto vem de estar casada h% trinta anos.

*s maridos eram feitos para se falar com eles. Ajuda-os a concentrar o esp0rito no que estãolendo, como o som de uma a)enha. % est%G, est% a?ocejar outra ve).

 Hane achou a Mãe 4im?le uma pessoaem?ara"osa para com ela partilhar o quarto porque

re)ava as suas ora"Nes. Bra realmentee>traordin%rioC, pensou Hane, Bcomo istodesconcertava uma pessoa.C A pessoa não sa?iapara onde olhar, e era tão dif0cil conversar outra ve) com naturalidade, ?astantes minutos depois dea (ra. 4im?le ter dei>ado de estar de joelhos.

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a?solutamente frios no que fa)iam a a?ai>aram-separa o e>aminar e ter a certe)a de que estavaefetivamente morto. A lu) da lanterna parecia

esquisita. $arecia fa)er compridos tra"os de lu),uma esp=cie de hastes, em toda a volta do lugar.Mas talve) nessa altura eu j% estivesse a acordar.#ão, o?rigada, eu estou ?em. @oi horroroso, =claro, mas realmente não estou assustada, não daforma que estaria antes. !enho mais pena = do

 velho. — Acha que = capa) de dormir outra ve) — om certe)aG A sua dor de ca?e"a est%

melhor, (ra. 4im?le — H% passou de todo, o?rigada. oa noite.

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III

B(em qualquer d3vidaC, pensou MarJ Bestedeve ser o tal $%roco Maluco de que falava ill, o#evão.

 A omissão em el?ur; não reunia senão 's6R horas e 9R minutos, e desde o caf= da manhãtinha andado a passear com o reverendo (traiJ nojardim, a despeito do tempo %spero e ?rumoso damanhã. #o preciso momento em que o homem setinha agarrado a ele, as roupas cocadas e as ?otasgrosseiras, o pu0do colarinho eclesi%stico, o rostoescuto, magro e tr%gico, mal ?ar?eado e comcortes, e a amarga sinceridade dos seus modos,tinha feito soar uma nota discordante. #ão era otipo que MarJ tinha esperado encontrar no #I.

 — #ão imagine — disse o (r. (traiJ — queeu me permito sonhar em p&r em pr%tica o nossoprograma sem violência. Fai haver resistência. 2ãode atormentar a l0ngua e não se arrepender. Masnão seremos dissuadidos. nfrentamos essasconfusNes com uma firme)a que levar% oscaluniadores di)endo que as desejamos. $ois que odigam. #um certo sentido, assim foi. #ão fa) partedo nosso testemunho preservar essa organi)a"ãode pecado ordenado que se chama sociedade. A

essa organi)a"ão, a mensagem que temos paraentregar = uma mensagem de a?soluto desnimo.

 — *ra a0 est% o que eu queria di)er — disseMarJ — quando disse que o seu ponto de vista e omeu têm de ser, a longo pra)o, incompat0veis. A

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preserva"ão da sociedade, que implicaplanejamento perfeito, = precisamente o fim quetenho em vista. #ão penso que haja ou possa haver

nenhum outro fim. * pro?lema para si =completamente diferente porque procura algo mais,alguma coisa melhor do que a sociedade humana,num outro mundo qualquer.

 — om cada pensamento e vi?ra"ão domeu cora"ão, com cada gota do meu sangue —

disse o (r. (traiJ — repudio essa doutrinaamaldi"oada. sse = justamente o su?terf3gio peloqual o mundo, a organi)a"ão e o corpo da morte,desviou e castrou o ensinamento de Hesus, etransformou em artes de p%roco e misticismo aclara e>igência do senhor por retidão e julgamento,

aqui e agora. * eino de 4eus = para ser reali)adoaqui, neste mundo. h% de ser. Ao nome de Hesustodos os joelhos se do?rarão. $or esse nomedissocio-me completamente de toda a religiãoorgani)ada que at= agora se viu no mundo.

 Ao nome de Hesus, MarJ, que teria lecionado

so?re a?orto ou perversão a uma audiência demo"as novas sem um escr3pulo de consciência,sentiu-se tão em?ara"ado que sou?e que as facesestavam a ficar ligeiramente coradas, e ficou tão)angado consigo pr+prio e com o (r. (traiJ poresta desco?erta que elas se tornaram na verdade

muito vermelhas. Aquela era e>atamente a esp=ciede conversa que não era capa) de suportar< enunca, desde a desgra"a ainda ?em presente dasli"Nes so?re as escrituras na escola, se tinha sentidotão desconfort%vel. Murmurou qualquer coisa

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acerca da sua ignorncia so?re teologia. — !eologiaG — disse o (r. (traiJ com

profundo despre)o. — #ão = de teologia que estou

falando, meu jovem, mas de #osso (enhor Hesusristo. !eologia = conversa, %gua para lavar osolhos, uma cortina de fuma"a, um jogo parahomens ricos. #ão foi nas salas de conferênciasque encontrei #osso (enhor Hesus risto. @oi nasminas de carvão, e ao lado do cai>ão da minha

filha. (e pensam que a teologia = uma esp=cie dealgodão em rama que lhes dar% seguran"a, nogrande e terr0vel dia, darão então pelo seu erro.$orque, registre as minhas palavras, isto ir%acontecer. * eino vai chegar1 neste mundo1 nestepa0s. *s poderes da ciência são um instrumento.

Om instrumento irresist0vel, como todos n+s no#I sa?emos. por que = que são uminstrumento irresist0vel

 — $orque a ciência se ?aseia na o?serva"ão — sugeriu MarJ.

 — (ão um instrumento irresist0vel —

?radou (traiJ —, porque são um instrumento na(ua mão. Om instrumento de julgamento tantocomo de cura. T isto que eu não consegui quenenhuma das Igrejas visse. egaram. egarampelos seus imundos farrapos de humanismo, pelasua cultura e humanitarismo e li?eralismo, ?em

como pelos seus pecados, ou aquilo que pensamser os seus pecados, em?ora estes sejam realmenteaquilo que nelas ser% menos pecado. por isso queaca?ei por ficar isolado1 um po?re homem, fraco,indigno, mas o 3nico profeta que restou. u sa?ia

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que le vinha para o poder. por conseguinte,onde n+s vemos o poder, vemos o sinal da (ua vinda. = por isso que me encontro junto a

comunistas e materialistas e a mais quem quer queseja que esteja realmente pronto a acelerar a vinda. A mais fraca destas pessoas aqui tem o tr%gicosentido da vida, a impiedade, a dedica"ão total, aprontidão para sacrificar todos os valoresmeramente humanos, que não fui capa) de

encontrar entre toda a nauseante hipocrisia dareligião organi)ada.

 — Luer di)er, — disse MarJ —, que tantoquanto se refere ' pr%tica imediata, não e>istemlimites ' sua coopera"ão com o programa

 — Farra toda a id=ia de coopera"ão — disse

o outro. — (er% que o ?arro coopera com o eleitoiro cooperou com o (enhor stas pessoas serãoutili)adas. u serei utili)ado tam?=m. Ins-trumentos. Fe0culos. Mas aqui entra o ponto quelhe di) respeito, meu jovem. #ão tem escolhaquanto a ser usado ou não. #ão h% forma de voltar

atr%s uma ve) que se colocou a mão na massa. #in-gu=m sai do #I. Aqueles que tentarem voltaratr%s perecerão no deserto. Mas a questão =, se seest% satisfeito por ser um dos instrumentos que =posto de lado quando j% serviu a (ua parte, algu=mque tendo proferido julgamento so?re outros est% '

espera de ser ele pr+prio julgado, ou se se estar%entre aqueles que partilham a heran"a $ois tudoisto = verdade, sa?e. (ão os santos que vão herdar aterra, aqui, na Inglaterra, talve) dentro dospr+>imos do)e meses, os santos e mais ningu=m.

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#ão sa?e você que haveremos de julgar os anjosntão, ?ai>ando su?itamente a sua vo), (traiJacrescentou1

 — A ressurrei"ão, a autêntica est% j% tendolugar agora. A tal vida eterna. Aqui neste mundo.2% de vê-la.

 — *lhe — disse MarJ —, j% passam vinte.#ão dever0amos ir andando para a omissão

(traiJ virou ao mesmo tempo que ele, em

silêncio. m parte para evitar mais conversas aolongo das mesmas linhas, e em parte porquerealmente queria sa?er a resposta, MarJ disseentão1

 — Aconteceu-me uma coisa ?astantea?orrecida. $erdi a minha carteira. #ão tinha l%

muito dinheiro, s+ cerca de três li?ras. Mas haviacartas e outras coisas, e = uma ma"ada. 4evocontar o caso a algu=m

 — $odia contar ao administrador — disse(traiJ.

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IV 

 A omissão se reuniu cerca das duas horas eo diretor-adjunto presidia. * seu m=todo decondu)ir a sessão era lento e complicado, e paraMarJ, com a sua e>periência de racton para oguiar, cedo se tornou +?vio que o tra?alho real do#I tinha de ser efetuado noutro lado qualquer.Isto, na verdade, era o que ele esperava, e era muitora)o%vel para supor que se iria encontrar, naquelafase tão inicial, no n3cleo interior, ou no que querque em el?ur; correspondia ao lemento$rogressista em racton. Mas esperava que o nãofi)essem ficar marcando passo em comissNesfantasmas por tempo demais. A mat=ria daquelamanhã di)ia respeito principalmente aos detalhesdo tra?alho que j% tinha come"ado em dgestow.* #I tinha aparentemente o?tido uma esp=ciede vit+ria que lhe dava o direito de derru?ar a velhaigreja normanda na esquina.

 — As o?je"Nes usuais foram, = claro,apresentadas — disse /ither. MarJ, que não estavainteressado em arquitetura e que não conhecia aoutra margem do /;nd, nem apro>imadamentetão ?em como a sua mulher, dei>ou vaguear a suaaten"ão. @oi s+ no final da reunião que /ither

apresentou um assunto muito mais sensacional. Acreditava que a maior parte dos presentes tinha j%ouvido DBpor que = que os presidentes come"amsempre dessa maneiraC, pensou MarJE a muitopenosa not0cia que era, não o?stante, seu dever

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comunicar-lhes agora, de forma semi-oficial.eferia-se, = claro, ao assassinato de /illiam2ingest. !anto quanto MarJ era capa) de desco?rir

a partir da narrativa tortuosa e indireta dopresidente, ill, o #evão, fora desco?erto com aca?e"a estourada por um instrumento contundentequalquer, ca0do perto do seu carro em $otterQsane, cerca das 7 horas daquela manhã. stavamorto fa)ia v%rias horas. * (r. /ither atrevia-se a

supor que seria um pra)er melanc+lico para aomissão sa?er que a pol0cia do #I estivera nacena do crime antes das 5 e que nem as autoridadeslocais nem a (cotland ^ard estavam levantandoquaisquer o?je"Nes ' mais completa cola?ora"ão. Achava que, se a ocasião fosse mais apropriada,

teria acolhido ?em uma mo"ão para uma e>pressãodo reconhecimento que todos deviam sentir paracom Miss 2ardcastle, e possivelmente de con-gratula"Nes pela perfeita intera"ão entre as suaspr+prias for"as e as do stado. ste era umaspecto e>tremamente gratificante naquela hist+ria

triste e, sugeriu ele, um ?om indicador quanto aofuturo. Algum aplauso, em tom decentementesumido deu a volta ' mesa, so?re este ponto. * (r. /ither continuou então falando com certa demoraso?re o morto. !odos tinham lamentado muito adecisão do (r. 2ingest de se retirar do #I,

em?ora apreciando inteiramente os seus motivos<todos tinham achado que esta separa"ão oficial nãoiria alterar em nada as cordiais rela"Nes quee>istiam entre o falecido e quase todos, pensavaque podia di)er todos sem e>ce"ão, os seus antigos

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colegas no Instituto. * necrol+gio Dna magn0ficafrase de aleighE era um instrumento que ostalentos do direto-adjunto o ha?ilitavam ?em a

tocar, e falou longamente. oncluiu por sugerir quetodos se erguessem em silêncio durante um minutocomo testemunho de respeito pela mem+ria de /illiam 2ingest.

assim fi)eram1 um minuto sem fim noqual se tornaram aud0veis estranhos ru0dos de

estalar das madeiras e de respira"ão, e por tr%s decada rosto vidrado e de l%?ios cerrados, pensa-mentos recatados e irrelevantes, a este ou aquelerespeito, apareciam silenciosamente, como p%ssarose ratos aparecem outra ve) na clareira de um?osque quando as pessoas que estiveram fa)endo

um piquenique se vão em?ora, e cada umsilenciosamente garantiu a si pr+prio que ele, pelomenos, não estava a ser m+r?ido nem pensando namorte.

4epois houve uma agita"ão e uma a)%fama ea omissão dispersou.

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 V 

 !odo o processo de levantar e fa)er osBtra?alhos da manhãC era mais animado, achou Hane, porque tinha com ela a (ra. 4im?le. MarJajudava muitas ve)es< mas como ele era sempre daopinião, e Hane podia senti-la mesmo se ele a nãoe>primisse por palavras, de que Bqualquer coisaserviaC e de que Hane fa)ia uma quantidade detra?alho desnecess%rio e de que os homens podiamtratar da casa com um d=cimo da confusão epro?lemas que as mulheres fa)em, a ajuda de MarJera um dos motivos de discussão mais comunsentre am?os. A (ra. 4im?le, por outro lado, ajusta- va-se ao seu modo de agir. stava uma ?rilhantemanhã de sol e quando se sentaram na co)inhapara tomar o caf= da manhã, Hane sentia-se tam?=m?rilhante. 4urante a noite o seu esp0rito tinhadesenvolvido uma confort%vel teoria segundo aqual o simples fato de ter visto Miss Ironwood eBter posto tudo para foraC iria provavelmente fa)ercessar de ve) os sonhos. * epis+dio encerrar-se-ia. agora havia toda a e>citante possi?ilidade donovo tra?alho de MarJ para antecipar. ome"ava a ver imagens no seu esp0rito.

 A (ra. 4im?le estava ansiosa por sa?er o

que acontecera a Hane em (t AnneQs e quando = queela voltaria l%. Hane respondeu de forma evasiva 'primeira pergunta e a (ra. 4im?le era muito ?emeducada para insistir. Luanto ' segunda, Hanepensava que não iria BincomodarC Miss Ironwood

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outra ve), ou que não se BincomodariaC mais arespeito de sonhos. 4isse que tinha sido BtolaC mastinha a certe)a de que estava perfeitamente ?em,

agora. *lhou para o rel+gio e perguntou a sipr+pria porque = que a (ra. Maggs ainda não tinhaaparecido.

 — Minha querida, receio que tenha perdidoIv; Maggs — disse a (ra. 4im?le. — u não lhedisse que tam?=m tiraram a casa dela $ensei que

compreenderia que ela de futuro j% não viria parasi. Feja, não h% lugar nenhum para ela viver emdgestow.

 — Lue a?orrecimentoG — disse Hane, eacrescentou, sem muito interesse na resposta. —Lue = que ela est% fa)endo, sa?e

 — @oi para (t. AnneQs. — la tem l% amigos — @oi para o solar, com ecil e comigo. — Luer di)er que ela tem tra?alho l% — em, sim. (uponho que = tra?alho. A (ra. 4im?le partiu por volta das 66 horas.

 !am?=m ela, parecia, ia para (t AnneQs masprimeiro ia encontrar-se com o marido e almo"arcom ele em #orthum?erland. Hane foi a p= com elaat= ' cidade, para fa)er umas pequenas compras esepararam-se ao fundo de MarJet (treet. @oi logo aseguir que Hane encontrou o (r. urr;.

 — H% ouviu as novidades, (ra. (tuddocJ —disse urr;. *s seus modos eram sempreimportantes e o seu tom sempre vagamenteconfidencial, mas naquela manhã pareciam aindamais.

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 — #ão. Lue desgra"a aconteceu — disse Hane. — $ensava que o (r. urr; era um tolopomposo e MarJ um tolo por se dei>ar

impressionar por ele. Mas logo que urr; come"oua falar, a cara dela mostrou todo o espanto econsterna"ão que ele podia ter desejado. #ão eram,daquela ve), fingidos. le contou-lhe que o (r.2ingest tinha sido assassinado, num momentoqualquer durante a noite, ou 's primeiras horas

daquela manhã. * corpo fora encontradoestendido ao lado do carro, em $otterQs ane, commuitas pancadas na ca?e"a. !inha vindo de carrode el?ur; para dgestow. urr; naquelemomento voltava apressadamente para a faculdadepara falar ao diretor so?re o caso< aca?ava de estar

na delegacia de pol0cia. Fia-se que o assassinato j%se tornara propriedade de urr;. * BassuntoCestava, num certo e indefinido sentido, Bnas suasmãosC e ele estava cheio de responsa?ilidade.#outra altura qualquer Hane teria achado aquilodivertido. scapou dele logo que poss0vel e entrou

no lacJieQs para uma >0cara de caf=. (entia queprecisava se sentar.

 A morte de 2ingest, em si mesma, nadasignificava para ela. Apenas o tinha encontradouma ve) e tinha aceito a opinião de MarJ de queele era um velho desagrad%vel e um tanto preten-

sioso. Mas a certe)a de que ela pr+pria, no seusonho, tinha sido testemunha de um assassinatoreal desfi)era de um s+ golpe todas as consoladoraspretensNes com as quais tinha come"ado a manhã.*correu-lhe com doentia claridade que a questão

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dos seus sonhos, longe de estar terminada, estavas+ come"ando. A estreita, ?rilhante e simples vidaque ela se propusera viver estava sendo

irremediavelmente invadida. Hanelas estavam sea?rindo so?re imensas e escuras paisagens, portodos os lados, e ela era impotente para as fechar.Bnfrentar aquilo so)inha a poria doidaC, pensou. A outra alternativa era voltar a Miss Ironwood.Mas isso parecia ser apenas uma forma de

mergulhar mais em toda aquela escuridão. Aquelesolar em (t AnneQs, aquela Besp=cie de companhiaC,estava Bmetida naquiloC. la não queria ser arrasta-da para l%. ra injusto. #ão era que ela tivessepedido muito da vida. !udo o que ela queria eraque a dei>assem em pa). a coisa era tão a?surdaG

* tipo de coisa que, segundo todas as autoridadesque at= a0 aceitara, não podia realmente acontecer.

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 VI

osser, o homem de cara sardenta com apequena escova de ?igode preto, apro>imou-se deMarJ quando este sa0a da omissão.

 — Focê e eu temos um tra?alho para fa)er — disse ele. — !emos de mandar um relat+rioso?re ure 2ard;.

MarJ ficou muito aliviado ao ouvir falar deum tra?alho. Mas sentiu-se um tanto na suadignidade, pois não tinha gostado muito de osserquando o encontrara no dia anterior, e respondeu1

 — Luer isso di)er que vou ficar nodepartamento de (teele, afinal.

 — Isso mesmo — disse osser. — A ra)ão por que pergunto — disse MarJ

 — = que nem que ele nem você pareciam muitoentusiasmados em ter-me l%. u não quero impor-me, sa?e. #ão preciso de ficar no #I se sechegar a isso.

 — em, não comece a falar nisso aqui —disse osser — Famos l% para cima.

stavam conversando no %trio e MarJ notou /ither caminhando pensativo em dire"ão a eles.

 — #ão seria ?om falar com ele e pormos acoisa toda a claro — sugeriu. Mas o diretor-

adjunto, depois de chegar a de) p=s deles, viraranoutra dire"ão. Ia sussurrando para si pr+prio em vo) ?ai>a e parecia tão profundamente imerso empensamentos que MarJ achou o momentoinadequado para uma entrevista. osser, em?ora

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nada dissesse, aparentemente pensou o mesmo e,portanto, MarJ seguiu-o at= ao ga?inete no terceiroandar.

 — so?re a aldeia de ure 2ard; — disseosser depois de sentados. — st% vendo, todaaquela terra no $arque de ragdon vai ficar poucomelhor do que um pntano assim que comecem atra?alhar. $orque dia?os n+s queremos ir para l%,não sei. 4e qualquer modo, o ultimo plano =

desviar o /;nd1 fechar completamente o velhocanal atrav=s de dgestow. *lhe. Aqui est% (hillingridge, de) milhas a norte da cidade. T para serdesviado aqui e tra)ido por um canal artificial, aqui,para leste, onde est% a linha a)ul, e junta-se ao velho leito aqui em?ai>o.

 — A Oniversidade dificilmente concordar%com isso — disse MarJ. — * que ser% dedgestow sem rio

 — !emos a Oniversidade na mão — disseosser. — #ão precisa se preocupar com isso. 4equalquer forma não = tra?alho nosso. A questão =

que o novo /;nd tem de vir mesmo atrav=s deure 2ard;. *lhemos agora para os contornos.ure 2ard; fica neste pequeno e estreito vale. h*h, você j% esteve l%, não = Isso torna isto muitomais f%cil. u não conhe"o pessoalmente esteslugares. em, a id=ia = construir uma ?arragem no

e>tremo sul do vale e fa)er um grande reservat+rio. Fai ser preciso uma nova fonte de a?astecimentode %gua para dgestow, agora que ir% ser a segundacidade do pa0s.

 — Mas o que = que acontece a ure 2ard;

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 — ssa = outra vantagem. onstru0mos umanova aldeia modelo Dvai chamar-se Hules 2ard; ou /ither 2ard;E quatro milhas afastada. Aqui

adiante, junto ' estrada de ferro. — $arece-me, sa?e, que vai haver o dia?o a

respeito disso. ure 2ard; = famosa. T um pontohist+rico. 2% o asilo para po?res, do s=culo >vi e aigreja normanda, e essas coisas todas.

 — >atamente. a0 onde você e eu

entramos. !emos de fa)er um relat+rio so?re ure2ard;. Amanhã vamos at= l% e damos uma olhada,mas podemos escrever a maior parte do relat+riohoje. 4eve ser ?astante f%cil. (e = um pontohist+rico, podemos apostar que tem deficiências noaspecto sanit%rio. sse = o primeiro ponto a

salientar. 4epois temos de determinar alguns fatosso?re a popula"ão. $enso que desco?riremos queconsiste quase inteiramente em dois dos maisindesej%veis elementos, pequenos rendeiros etra?alhadores agr0colas.

 — * pequeno rendeiro = um mau elemento,

concordo — disse MarJ. — (uponho que otra?alhador agr0cola ser% mais controverso.

 — * Instituto não lhe d% a sua aprova"ão. Tum elemento muito recalcitrante numacomunidade planejada, e = sempre reacion%rio. #ãosomos a favor da agricultura inglesa. 4e maneira

que tudo o que temos a fa)er = verificar algunsfatos. @ora isso, o relat+rio escreve-se por si.MarJ ficou calado um momento ou dois. — Isso = ?astante f%cil — disse. — Mas

antes de me meter nisso gostaria s+ de estar um

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pouco mais esclarecido a respeito da minha pr+priaposi"ão aqui. #ão deveria ir ter com (teele #ãome agrada p&r-me a tra?alhar neste departamento

se ele não me quer l%. — u não faria isso — disse osser. — $or que não — em, por um lado, (teele não pode

impedi-lo se o diretor-adjunto o apoiar, comoparece estar fa)endo, no momento. $or outro lado,

(teele = um homem um tanto perigoso. (e você forem frente com o tra?alho, sem ?arulho, ele podeaca?ar por se ha?ituar ' id=ia, por fim< mas se forter com ele isso poder% condu)ir a umaconfronta"ão. 2% uma outra coisa, tam?=m. —osser fe) uma pausa, meteu o dedo no nari),

pensativamente, e prosseguiu1 — Aqui, entre n+s,não penso que as coisas, da forma que estãoatualmente neste departamento, possam continuarindefinidamente.

* e>celente treino que MarJ tivera emracton, ha?ilitou-o a compreender isto. osser

esperava simplesmente p&r (teele fora dodepartamento. $ensou que estava perce?endo asitua"ão toda. (teele era perigoso enquantodurasse, mas podia não durar.

 — !ive a impressão ontem — disse MarJ — que você e (teele se entendiam muito ?em.

 — A principal coisa aqui — disse osser —,= nunca questionar com ningu=m. 4etestoquestNes. $osso dar-me ?em com quem quer queseja, desde que o tra?alho seja feito.

 — T claro — disse MarJ. — A prop+sito, se

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amanhã formos a ure 2ard;, posso aproveitarpara dar um pulo em dgestow e passar a noite emcasa.

$ara MarJ, muito dependia da resposta aisto. $odia desco?rir se efetivamente estava so? asordens de osser. (e osser dissesse1 B#ão podefa)er issoC, pelo menos sa?ia onde estava. (e os-ser dissesse que MarJ não podia ser dispensado,isso seria melhor ainda. *u osser podia replicar

que era melhor consultar a 4A. Isso faria MarJsentir-se mais seguro da sua posi"ão. Mas osserdisse meramente BohC, dei>ando MarJ na d3vida seningu=m precisava de licen"a para se ausentar ou seMarJ não estava suficientemente vinculado, comomem?ro do Instituto, para a sua ausência ser de

qualquer importncia. ntão foram tra?alhar norelat+rio.

evou-lhes o resto do dia, de forma queosser e ele foram para jantar tarde e sem mudarde roupa. Isto deu a MarJ uma sensa"ãoe>tremamente agrad%vel. apreciou tam?=m a

refei"ão. m?ora estivesse entre homens que nãotinha encontrado antes, dentro dos primeiros cincominutos parecia conhecer todos e associar-senaturalmente ' conversa. stava aprendendo a falara linguagem do conjunto.

Bomo isto = ?eloGC, disse MarJ para si

pr+prio na manhã seguinte quando o carro dei>oua estrada principal em 4uJeQs aton e come"ou adescer a pequena via de pavimento irregular quelevava ao longo vale onde ficava ure 2ard;. MarJnão era em regra muito sens0vel ' ?ele)a, mas Hane

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e o seu amor por Hane j% o tinham despertado umpouco neste aspecto. !alve) o sol matinal deInverno o afetasse ainda mais, porque nunca lhe

tinham ensinado a consider%-lo especialmente ?eloe por isso atuava nos seus sentidos seminterferência. A terra e o =u tinham o ar dascoisas recentemente lavadas. *s campos castanhospareciam ser ?ons para comer e os que tinham ervamarcavam as curvas das pequenas colinas, como o

pelo cortado rente tra"a o corpo de um cavalo. *c=u parecia mais longe do que o usual, mastam?=m mais limpo, de forma que as fai>as denuvens, compridas e delgadas Dcor de ard+siaescura so?re o a)ul p%lidoE tinham as ?ordas tãon0tidas como se fossem cortadas em papelão. ada

pequeno tufo de ar?ustos estava preto e eri"adocomo uma escova de ca?elo, e quando o carroparou em ure 2ard; o silêncio que se seguiu aodesligar do motor estava cheio do ?arulho dasgralhas, que pareciam chamar BAcordaG AcordaGC

 — arulho danado que estes p%ssaros fa)em

 — disse osser. — !em o seu mapa *ra... —an"ou-se imediatamente ao tra?alho.

$assearam pela aldeia durante duas horas e viram com os olhos todos os a?usos eanacronismos que tinham vindo destruir. Firam orecalcitrante e retr+grado tra?alhador e ouviram as

suas opiniNes so?re o tempo. ncontraram opo?re, superfluamente sustentado, na pessoa deum velho arrastando os p=s atrav=s do p%tio doasilo para ir encher uma chaleira, e a velha rendeiraDpara tornar as coisas piores, tinha com ela um

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 velho cão gordoE em animada conversa com ocarteiro. @e) MarJ sentir-se como se estivesse emf=rias, pois fora s+ em f=rias que ele alguma ve)

deam?ulara por uma aldeia inglesa. $or essa ra)ãosentiu pra)er no fato. #ão lhe escapou totalmenteque a cara do retr+grado tra?alhador era ?em maisinteressante do que a de osser e a sua vo) ?emmais agrad%vel de ouvir. A semelhan"a entre aidosa rendeira e a !ia Sill; DBLuando = que ele

tinha pensado nela pela 3ltima ve) (anto 4eus,isso levava uma pessoa ?em para tr%sCE o fe) com-preender como era poss0vel gostar daquele tipo depessoa. !udo isto não influ0a nas suas convic"Nessociol+gicas. Mesmo que estivesse livre de el?ur;e não fosse nada am?icioso, não o podia ter feito,

pois a sua educa"ão tivera o curioso efeito detornar mais reais para ele as coisas que lia e escreviado que as coisas que via. stat0sticas so?retra?alhadores agr0colas eram a su?stncia< qualquercavador real, homem da en>ada ou servente, era asom?ra. m?ora ele pr+prio nunca tivesse notado,

sentia uma grande relutncia, no seu tra?alho, emusar termos como BhomemC ou BmulherC. $referiaescrever so?re Bgrupos vocacionaisC, BelementosC,BclassesC e Bpopula"NesC, pois, ' sua pr+priamaneira, acreditava, tão firmemente como qualquerm0stico, na realidade superior das coisas que não se

 vêem. , contudo, não podia impedir-se de gostarum tanto daquela aldeia. Luando, ' 6 hora,persuadiu osser a entrarem no !wo ells, at= odisse. Am?os tinham tra)ido sandu0ches com eles,

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mas MarJ achou que lhe agradaria uma caneca decerveja. #o !wo ells estava muito quente eescuro, pois a janela era pequena. 4ois

tra?alhadores Dsem d3vida recalcitrantes eretr+gradosE estavam sentados com canecas aolado, mastigando sandu0ches muito espessos, e umterceiro estava de p= ao ?alcão mantendo conversacom o dono da casa.

 — $ara mim, cerveja não, o?rigado — disse

osser —, e não queremos fa)er est=reo por aquitempo demais. * que você estava di)endo

 — stava di)endo que, numa manhã ?onita,e>iste algo de ?astante atraente num local comoeste, a despeito de todos os seus evidentesa?surdos.

 — (im, est% uma manhã ?onita. Om poucode sol fa) uma diferen"a real para a sa3de de umapessoa.

 — u estava pensando no local. — Focê quer di)er isto — disse osser,

passando os olhos de relance pela sala. — u teria

pensado que era e>atamente o tipo de coisa de quenos quer0amos ver livres. (em lu) do sol, sem ventila"ão. #ão vejo muita utilidade no %lcool Dli oelat+rio MillerE mas se as pessoas têm de ter osseus estimulantes, gostaria de os ver administradosde uma forma mais higiênica.

 — #ão sei se a questão toda est% noestimulante — disse MarJ, olhando para a suacerveja. A cena toda recordava-lhe ?e?idas econversas de muito tempo atr%s, de riso ediscussNes dos tempos antes da licenciatura. 4e

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certa forma fa)iam-se amigos mais facilmenteentão. $erguntava a si pr+prio o que teriaacontecido a todo esse grupo, de are; e /adsden

e 4enniston, que estivera tão perto de ficar com oseu lugar de professor.

 — !enho a certe)a de que não sei — disseosser, em resposta ' sua 3ltima o?serva"ão. — Anutri"ão não = o meu setor. !eria de perguntar a(tocJ a esse respeito.

 — * que estava realmente pensando em vo)alta — disse MarJ —, não se refere s+ a estata?erna, mas ' aldeia toda. laro que tem toda ara)ão< este tipo de coisas tem de desaparecer. Mastem o seu lado agrad%vel. !eremos de ter cuidadopara que o que quer que vamos construir seja

realmente capa) de ?ater isto em todos os sentidose não meramente em eficiência.

 — Ah, arquitetura e tudo isso — disseosser.

 — em, isso = pouco o meu campo, sa?e. Tmais para algu=m como /ither. H% est% quase

aca?ado4e repente veio ' ca?e"a de MarJ que

terr0vel ma"ador era aquele homen)inho, e nomesmo momento sentiu-se totalmente enjoado do#I. Mas lem?rou a si pr+prio que uma pessoanão podia esperar entrar logo no grupo

interessante< mais tarde haveria coisas melhores.4e qualquer forma não tinha queimado os seus?arcos. !alve) atirasse aquilo tudo ao ar eregressasse a racton, num dia ou dois. Mas não deimediato. (eria apenas sensato agZentar um pouco

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mais e ver o jeito que as coisas tomavam.#o caminho de regresso, osser dei>ou-o

perto da esta"ão de dgestow e enquanto

caminhava para casa, MarJ come"ou pensando noque ia di)er a Hane a respeito de el?ur;. (eriaequivocar-nos a respeito dele pensar que estavaconscientemente inventando uma mentira. Luaseinvoluntariamente, ' medida que surgia no seuesp0rito a imagem dele pr+prio entrando no

apartamento e do rosto interrogativo de Hane,erguia-se tam?=m a imagina"ão da sua pr+pria vo)respondendo-lhe, apontando os aspectos salientesde el?ur; em frases divertidas e confiantes. steseu discurso imagin%rio gradualmente e>pulsou doseu esp0rito as e>periências reais por que tinha

passado. ssas e>periências reais de desconfian"a emal-estar, na verdade, incentivavam o seu desejo defa)er ?oa figura aos olhos da sua mulher. Luasesem notar, tinha resolvido não mencionar aquestão de ure 2ard;< Hane interessava-se por velhos edif0cios e todo esse tipo de coisas. omo

conseqZência, quando Hane, que estava nessemomento a correr as cortinas, ouviu a porta sea?rir e olhou para tr%s e viu MarJ, viu um MarJ?astante jovial e ?em disposto. (im, ele estavaquase certo que tinha o?tido o emprego. * sal%rionão estava a?solutamente fi>ado, mas ia tratar

disso no dia seguinte. ra um lugar muitoengra"ado< e>plicaria isso tudo mais tarde. Mas j%tinha chegado junto da gente importante de l%. /ither e Miss 2ardcastle eram aqueles queimportavam.

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 — !enho de te contar a respeito da talmulher, 2ardcastle — disse ele —, =a?solutamente incr0vel.

 Hane tinha de decidir aquilo que ia di)er aMarJ muito mais depressa do que ele tinhadecidido aquilo que ele ia di)er a ela. ela decidiunada lhe contar so?re os sonhos ou (t. AnneQs. *shomens detestavam mulheres que tinham algumacoisa de mal, em especial coisas esquisitas e

invulgares. A sua decisão foi facilmente mantidapois MarJ, cheio da sua pr+pria hist+ria, não fe)pergunta nenhuma. la não estava, talve),inteiramente convencida por aquilo que ele disse.2avia um certo ar vago a respeito dos detalhestodos. Muito no in0cio da conversa ela dissera

numa vo) aguda e agitada Dnão fa)ia id=ia de comoessa vo) o desagradavaE1

-— MarJ, não a?andonou o seu lugar deprofessor em racton

le disse1 — #ão, claro que não — e continuou. la

escutou apenas com metade do seu esp0rito. (a?iaque ele muitas ve)es tinha id=ias um tantograndiosas, e por qualquer coisa na sua caraadivinhou que durante a sua ausência ele tinhaandado a ?e?er muito mais do que usualmentefa)ia. , assim, toda a noite, o p%ssaro macho p&s

em destaque a sua plumagem e a fêmeadesempenhou o seu papel e fe) perguntas e riu efingiu mais interesse do que sentia. Am?os eramjovens e se nenhum dos dois amava muitoprofundamente, cada um estava ansioso por ser

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admirado.

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 VII

#essa noite, os professores de ractonsentavam-se na (ala Srande, para a so?remesa e vinho. !inham dei>ado de se vestir para o jantar,como medida de economia durante a guerra, eainda não tinham retomado o h%?ito, de forma queos casacos desportivos e pr%ticos davam uma notaalgo discordante em compara"ão com os pain=isescuros, as velas e as pratas de diversas =pocas.@everstone e urr; estavam sentados um ao ladodo outro. At= essa noite, e por cerca de tre)entosanos, aquela (ala Srande tinha sido um dos lugaressossegados e agrad%veis de Inglaterra. @icava emad; Alice, no pavimento t=rreo, de?ai>o do (oler,e as janelas no e>tremo deste davam para o rio epara o $arque de ragdon, para l% de um pequenoterra"o, onde os professores tinham o costume decomer a so?remesa nas noites de Ferão. Uquelahora e esta"ão do ano, as janelas estavam, = claro,fechadas e de cortinados corridos. do e>teriordelas vinham ru0dos como nunca antes tinham sidoouvidos naquela sala, ?erros e pragas e o som decaminhNes, passando pesadamente, como grandestam?ores, ou mudando, rangendo, de velocidade, oarrastar de correntes, a percussão de ?rocas

mecnicas, o chocalhar de ferro, apitos, ru0dos dequeda, e uma vi?ra"ão que tudo invadia. (aeva

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sonare ver?era, tum stridor ferri tractaeque catenae6 como Slossop, sentado do lado mais afastado dofogo, o?servara a Hewel. $ois para l% daquelas

janelas, a escassas trinta jardas do outro lado de /;nd, estava j% andando depressa a conversão deum antigo ?osque num inferno de lama e ?arulho,de a"o e cimento armado. 4iversos mem?ros dolemento $rogressista, aqueles que tinham quartosdaquele lado da @aculdade, andavam j% res-

mungando a respeito disso. * pr+prio urr; ficaraum pouco surpreendido pela forma que o seusonho tinha tomado, agora que era uma realidade,mas fa)ia o seu melhor para enfrentar o caso comso?ranceria, e em?ora a sua conversa com@everstone, tivesse de ser condu)ida o mais alto

que as suas vo)es davam, não fe) qualquer alusão aesta inconveniência.

 — T então inteiramente definitivo —?errou ele — que o jovem (tuddocJ não vai voltar

 — *h, a?solutamente — gritou @everstone.

 — nviou-me uma mensagem atrav=s de umfuncion%rio superior, para me di)er para darconhecimento ' @aculdade.

 — Luando enviar% a ren3ncia formal — #ão fa"o a m0nima id=iaG omo todos

estes jovens, ele = muito descuidado a respeito

dessas coisas. #a realidade, quanto mais tempodemorar, melhor.

1  m latim, no te>to, significa1 B(oavam os golpes cru=is,tam?=m o ru0do do ferro e do arrastar das correntesC. ($ doT$)

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 — Luer di)er que isso nos d% oportunidadede olhar ' nossa volta

 — >atamente. st% vendo, nada tem de ser

apresentado ' @aculdade at= ele escrever. Famosquerer ter a questão do seu sucessor toda tratadaantes disso.

 — *?viamente. Isso = o mais importante.Oma ve) que se apresente uma questão em a?ertoa toda aquela gente, que não compreende o setor e

não sa?em sequer as suas pr+prias id=ias, qualquercoisa pode acontecer.

 — >atamente. T isso que n+s queremosevitar. A 3nica forma de gerir um lugar como este =avan"ar com o nosso candidato, tirar o coelho dacartola, dois minutos depois de termos anunciado a

 vaga. — !emos de come"ar a pensar nisso

imediatamente. — * sucessor tem de ser um soci+logo

Luero di)er o lugar est% ligado ' mat=ria — *h, nem pouco mais ou menos. T um

desses lugares criados por $aston. $orquê !emalguma mat=ria em mente

 — H% h% muito tempo que não temosningu=m em pol0tica. — Om, sim. >iste ainda umpreconceito consider%vel contra a pol0tica comomat=ria acadêmica. *lhe, @everstone, não seria de

darmos a essa nova mat=ria uma mão — Lue nova mat=ria — $ragmatometria. — *ra ?em, = curioso que você diga isso,

porque o homem em quem estava come"ando a

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pensar = um pol0tico que tam?=m tem dedicado umgrande ?ocado ' pragmatometria. $od0amos cha-mar-lhe uma cadeira de pragmatometria social, ou

coisa assim. — Luem = o homem — aird, de eicester, am?ridge.ra autom%tico urr; parecer muito

pensativo, em?ora nunca tivesse ouvido falar deaird, e di)er1

 — Ah, aird. ecorde-me s+ dos detalhesda carreira acadêmica dele.

 — em — disse @everstone —, como selem?ra, estava mal de sa3de na altura dos e>amesfinais e saiu-se um tanto desastradamente. *se>ames em am?ridge são tão maus hoje em dia

que mal se liga a isso. !odos sa?iam que ele era umdos homens mais ?rilhantes do seu ano. rapresidente dos (phin>es e costumava editar !he Adult. 4avid aird, sa?e.

 — (im, com certe)a. 4avid aird. Masparece-me, 4icJ...

 — (im — #ão estou feli) de todo com a sua m%

classifica"ão. T claro que não dou um valorsupersticioso aos resultados dos e>ames, tal e qualcomo você. !odavia... Oltimamente fi)emos umaou duas elei"Nes pouco feli)es.

Luase involuntariamente, enquanto di)iaisto, urr; olhou de relance para o outro lado dasala onde estava sentado $elham. $elham com asua ?oca pequena em forma de ?otão e cara depudim. $elham era um homem s+lido< mas at=

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mesmo urr; achara dif0cil recordar qualquer coisaque $elham tivesse jamais feito ou dito.

 — (im, eu sei — disse @everstone —, mas

mesmo as nossas piores elei"Nes não são tãosom?rias como as que a @aculdade fa) quando asdei>amos para resolver.

 !alve) porque o ?arulho intoler%vel lhetinha desgastado os nervos. urr; sentiu umad3vida momentnea a respeito do lado som?rio

desses intrusos. !inha jantado recentemente em#orthum?erland e encontrara !elford jantando l%na mesma noite. * contraste entre o vivo eespirituoso !elford, que todos em#orthum?erland pareciam conhecer, a quem todosescutavam, e o B?a"oC !elford na (ala Srande de

racton tinha-lhe causado perple>idade. $oderiaser que os silêncios de todos aqueles BintrusosC nasua pr+pria @aculdade, as suas respostasmonossil%?icas quando condescendiam d%-las e osseus rostos ine>pressivos quando ele assumia osseus modos confidenciais, tivessem uma e>plica"ão

que nunca lhe tivesse ocorrido A fant%sticasugestão de que ele, urr;, pudesse ser uma?orrecido, passou-lhe pela mente tão rapidamenteque um segundo depois tinha-a esquecido parasempre. A muito menos dolorosa sugestão de queesses tradicionalistas e escaravelhos investigadores

aparentavam olh%-lo com desd=m foi mantida. Mas@everstone estava a gritar-lhe outra ve). — Fou estar em am?ridge na pr+>ima

semana — disse ele. — 4e fato vou dar um jantar.$referia que isso não fosse mencionado por aqui

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porque, na realidade, o $M pode ser que esteja pre-sente e uma ou duas pessoas dos grandes jornais e !on; 4ew. Luê *h, claro que conhece !on;.

 Aquele homen)inho escuro do ?anco. aird vaiestar l%. le = tipo um primo do $M. u estavapensando se você podia juntar-se a n+s. (ei que4avid est% muito ansioso de encontr%-lo. !emouvido falar muito em si por um fulano qualquerque costumava assistir 's suas conseqZências. #ão

consigo lem?rar-me do nome. — em, seria muito dif0cil. 4epende

?astante de quando for o funeral do velho ill. !eria de estar aqui para isso, = claro. #o notici%riodas K havia alguma coisa a respeito do inqu=rito

 — #ão ouvi. Mas = claro que isso levanta

uma segunda questão. Agora que o #evão vai cairnum mundo melhor, temos duas vagas.

 — #ão consigo ouvir — ?errou urr;. —* ?arulho est% ficando pior *u sou eu que estouficando surdo

 — *lhe l%, su?diretor — ?radou ri)eacre,

do lado de l% de @everstone —, que dia?o estãofa)endo os seus amigos l% de fora

 — (er% que eles não podem tra?alhar sem?errar — perguntou outra pessoa qualquer.

 — A mim não soa nada como tra?alho —disse um terceiro.

 — *u"aG — disse Slossop su?itamente —,aquilo não = tra?alho. scutem os p=s. T maisparecido com um jogo de empurra.

 — st% se tornando pior a cada minuto —disse a;nor. #o momento seguinte, todos na sala

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se puseram de p= — Lue = que foi aquilo — ?errou um. — stão assassinando algu=m — disse

Slossop. — (+ h% um processo de fa)er sair umru0do daqueles da garganta de um homem.

 — *nde = que você vai — perguntouurr;.

 — Fou ver o que est% acontecendo — disseSlossop. — urr;, trate de reunir todos os criados

da @aculdade. Algu=m ligue para a pol0cia. — u não iria l% para fora se fosse você —

disse @everstone, que se tinha conservado sentadoe que estava enchendo de novo o copo de vinho. — (oa-me que a pol0cia, ou coisa assim, j% est% l%.

 — Lue quer di)er

 — scute. AliG — $ensei que fosse a infernal perfuradora

deles. — scuteG — Meu 4eus... pensa realmente que = uma

metralhadora

 — uidadoG uidadoG — disse ao mesmotempo uma d3)ia de vo)es enquanto o estilha"ar de vidro se tornava aud0vel e uma chuva de pedrasca0a no pavimento da (ala Srande. Om momentomais tarde diversos professores tinham corrido 'sjanelas e fechado as portas de madeira< e depois

ficaram todos de p= olhando uns para os outros, esilenciosos salvo pelo ru0do das suas respira"Nesmais profundas. Slossop tinha um corte na testa, eno chão espalhavam-se os fragmentos daquelafamosa janela do lado leste na qual 2enriqueta

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Maria tinha uma ve) gravado o seu nome com umdiamante.

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CAPÍTULO IV ELASTICIDADE

I

#a manhã seguinte, MarJ regressou ael?ur; de trem. !inha prometido a sua mulher

esclarecer um certo n3mero de pontos so?re osal%rio e local de residência, e a recorda"ão dessaspromessas produ)ia uma pequena nuvem de mal-estar no seu esp0rito, mas no conjunto estava com?oa disposi"ão. Aquele regresso a el?ur;, entrardescuidadamente, pendurar o chap=u e mandar vir

uma ?e?ida, era um agrad%vel contraste com a suaprimeira chegada. * criado que trou>e a ?e?idaconhecia-o. @ilostrato acenou-lhe com a ca?e"a. Asmulheres haviam de inquietar-se, mas aquele eraclaramente o mundo real. 4epois da ?e?ida su?iu vagarosamente at= ao ga?inete de osser. steve l%

apenas cinco minutos, e quando saiu, o seu estadode esp0rito tinha se alterado completamente.

(teele e osser estavam am?os l% e am?oslevantaram os olhos com o ar de homens quetinham sido interrompidos por um completoestranho. #enhum deles falou.

 — Ah, ?om dia — disse MarJ pouco ' vontade.

(teele aca?ou de fa)er uma nota a l%pis nume>tenso documento qualquer, a?erto na frente dele.

 — * que h%, (r. (tuddocJ — disse, sem

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levantar os olhos. — Fim falar com osser — disse MarJ, e

depois, dirigindo-se a osser1 — stive pensando

so?re a pen3ltima se"ão daquele relat+rio... — Lue relat+rio = esse — disse (teele a

osser. — *h, pensei — replicou osser com um

pequeno sorriso que lhe torcia o canto da ?oca —que seria ?om preparar um relat+rio so?re ure

2ard; no meu tempo livre, e como ontem nãohavia nada de especial para fa)er, efetuei-o. * (r.(tuddocJ ajudou-me.

 — em, dei>emos isso agora — disse (teele. — $ode falar com o (r. osser a esse respeitonoutra hora qualquer, (r. (tuddocJ. eceio que ele

esteja ocupado neste momento. — Famos ver — disse MarJ —, acho que =

melhor nos entendermos uns com os outros. (er%que perce?o que aquele relat+rio era umentretenimento particular de osser (e assim =,gostaria de ter sa?ido antes de ter gasto oito horas

de tra?alho nele. afinal eu estou 's ordens dequem

(teele, ?rincando com o l%pis, olhou paraosser.

 — @i)-lhe uma pergunta so?re a minhaposi"ão, (r. (teele — disse MarJ.

 — #ão tenho tempo para este tipo de coisas — disse (teele. — (e o senhor não tem nada quefa)er, eu tenho. #ada sei quanto ' sua posi"ão.

MarJ pensou, por um momento, em virar-separa osser, mas a cara de osser, lisa e sardenta e

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os seus olhos ine>pressivos su?itamente encheram-se de um tal despre)o que fe) meia volta e saiu dasala, ?atendo com a porta. @oi at= o diretor-

adjunto. U porta da sala de /ither hesitou por um

instante porque ouviu vo)es no lado de dentro.Mas estava )angado demais para esperar. ateu eentrou sem esperar pela resposta.

 — Meu caro mo"o — disse o diretor-

adjunto, levantando os olhos mas sem os fi>arinteiramente na cara de MarJ. — stou encantadopor vê-lo.

 Ao ouvir estas palavras MarJ notou quehavia na sala uma terceira pessoa. ra um homemchamado (tone que tinha encontrado no jantar

dois dias antes. (tone estava de p= em frente damesa de /ither, enrolando e desenrolando umpeda"o de papel mata-?orrão entre os dedos. !inhaa ?oca a?erta e os olhos fi>os no diretor-adjunto.

 — ncantado em vê-lo — repetiu /ither. — !anto mais porque me interrompeu naquilo que

receio ter de chamar uma penosa entrevista. omoeu estava di)endo ao po?re (r. (tone quando vocêentrou, nada est% mais perto do meu cora"ão doque o desejo de que este grande Instituto tra?alheem conjunto como uma fam0lia... a maior unidadede vontade e prop+sito, (r. (tone, a mais completa

confian"a m3tua... isso = o que eu espero dos meuscolegas. Mas então, como me podia recordar, (r.,ahn, (tuddocJ, mesmo na vida familiar, e>istemocasionalmente tensNes e atritos e mal-entendidos. = por isso, meu caro mo"o, que eu neste mo-

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mento não tenho completa li?erdade< não se v%em?ora, (r. (tone. !enho muito mais coisas paralhe di)er.

 — !alve) seja melhor eu voltar mais tarde — disse MarJ.

 — em, talve) em qualquer circunstncia...são os seus sentimentos que estou a considerar, (r.(tone... talve)... o processo ha?itual para falarcomigo, (r. (tuddocJ, = ir ter com o meu secret%rio

e marcar uma audiência. #ão, como compreender%,que eu tenha o menos empenho em insistir emquaisquer formalidades ou ficasse outra coisa senãosatisfeito em o rece?er quando quer que aquiapare"a. a perda do seu tempo que eu estouansioso por evitar.

 — Muito o?rigado, (r. 4iretor — disseMarJ. — Fou ter com o seu secret%rio.

* ga?inete do secret%rio era na porta aolado. Luando se entrava, não se encontrava opr+prio secret%rio, mas um certo n3mero desu?ordinados que estavam separados dos

 visitantes, por tr%s de uma esp=cie de ?alcão. MarJmarcou uma audiência para as 6R horas do diaseguinte, que era a hora mais cedo que lhe podiamfacultar. U sa0da deu com a @ada 2ardcastle.

 — *l%, (tuddocJ — disse a @ada. —$endurado no ga?inete do 4A Isso não = ?om, j%

sa?e.  — 4ecidi — disse MarJ — que tenho de tera minha posi"ão definida de uma ve) por todas ouentão dei>o o Instituto.

la olhou para ele com uma e>pressão

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am?0gua na qual parecia predominar odivertimento. ntão, repentinamente, enfiou o?ra"o no dele.

 — *lha, meu filho — disse ela —, vaisdei>ar-te disso tudo, est% ?em #ão te far% ?emnenhum. Anda da0 e vamos ter uma conversa umcom o outro.

 — #ão h% realmente nada para conversar,Miss 2ardcastle — disse MarJ. — st% tudo

perfeitamente claro no meu esp0rito. *u arranjoum emprego autêntico aqui, ou volto para racton.T ?astante simples1 nem sequer particularmente meimporta qual dos dois, desde que eu sai?a.

 A @ada não deu resposta alguma a isto, e apressão constante do ?ra"o dela o?rigou MarJ, a

não ser que estivesse preparado para lutar, a seguircom ela pelo corredor. A intimidade e autoridadedo aperto era jocosamente am?0guo e ter-se-iaadaptado quase igualmente ?em 's rela"Nes entrepol0cia e preso, amante e amante, ama e crian"a.MarJ sentiu que, se encontrassem algu=m,

pareceria um tolo.la levou-o para o seu pr+prio ga?inete que

era no segundo andar. A sala e>terior estava cheiadaquilo que ele j% tinha aprendido a chamar /aips,mo"as da $ol0cia Institucional Au>iliar @eminina.*s homens desse servi"o, em?ora muito mais

numerosos, não se encontravam tantas ve)esdentro de casa, mas sempre se viam /aips voandopara c% e para l%, sempre que aparecia Miss2ardcastle. onge de partilhar as caracter0sticasmasculinas da sua chefe, eram Dcomo dissera

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@everstone uma ve)E Bfemininas ao ponto deim?ecilidadeC, pequenas e delgadas e penugentas echeias de risos a?afados.

Miss 2ardcastle comportava-se com elascomo se fosse um homem e se dirigia a elas emtons de galanteria meio jovial, meio fero).

 — ocJtails, 4oll; — apregoou ela quandoentraram na sala e>terior. Luando chegaram aoga?inete interior, fe) MarJ sentar-se, mas ficou ela

pr+pria de p=, com as costas para o fogo e as per-nas ?em separadas. As ?e?idas foram tra)idas e4oll; retirou-se, fechando a porta atr%s dela. MarJtinha contado os seus agravos, resmungando, nocaminho.

 — 4ei>e disso, (tuddocJ — disse Miss

2ardcastle. — fa"a o que fi)er, não v% ma"ar o4A. H% lhe disse que não precisa de se preocuparcom toda essa gente pequena do terceiro andar,contando que o tenha a ele do seu lado. Luepresentemente tem. Mas não ter% se continuar a irat= ele com quei>as.

 — Isso seria muito ?om conselho, Miss2ardcastle — disse MarJ —, se eu j% tivesse ocompromisso de aqui ficar. Mas não tenho. poraquilo que j% vi não gosto do local. H% quase decidia ir para casa. $ensei apenas que era ?om ter umaconversa com ele primeiro, para p&r tudo claro.

 — $&r as coisas a claro = a 3nica que o 4Anão pode suportar — replicou Miss 2ardcastle. —#ão = assim que ele dirige este lugar. lem?re-se,ele sa?e o que fa). @unciona, meu filho. Ainda nãofa) id=ia alguma como funciona ?em. Luanto a

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largar isto... você não = supersticioso, pois não usou, não penso que dê sorte dei>ar o #I. #ãoprecisa ma"ar a ca?e"a por causa de todos os

(teeles e ossers. Isso fa) parte da suaaprendi)agem. #este momento fa)em-noatravessar isso, mas, se agZentar, aca?a por ficarpor cima deles. !udo o que tem de fa)er = ficarquieto. #enhum deles vai ficar aqui quandocome"armos a andar.

 — @oi essa a linha seguida por osser e(teele, justamente — disse MarJ — , e não mepareceu que me sirva de muito quando chegar ahora.

 — (a?e, (tuddocJ — disse Miss 2ardcastle —, tenho um fraco por si. ainda ?em que tenho.

$orque se não tivesse, sentir-me-ia disposta a ficarofendida com essa 3ltima o?serva"ão.

 — u não queria ser ofensivo — disseMarJ. — Mas, que dia?o, olhe a coisa do meuponto de vista.

 — #ão serve, meu filho — disse Miss

2ardcastle, sacudindo a ca?e"a. — Focê conheceos fatos apenas o suficiente para que o seu pontode vista valha seis pence. Ainda não compreendeuaquilo em que se meteu. st% sendo-lhe oferecida aoportunidade de chegar a algo muito maior do queum lugar no Soverno. s+ h% duas alternativas,

sa?e. *u se est% dentro do #I ou se est% foradele. eu sei melhor do que você o que vai sermais interessante.

 — u compreendo isso — disse MarJ. —Mas qualquer coisa = melhor do que estar

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nominalmente dentro e não ter nada que fa)er. 4ê-me um lugar real no 4epartamento de (ociologia eeu...

 — olasG * departamento inteiro vai para asucata. !em de l% estar, no princ0pio, para efeitosde propaganda. Mas todos vão ser postos fora.

 — Mas que garantia tenho eu de vir a ser umdos sucessores deles

 — #ão vai ser. les não vão ter sucessores

nenhuns. * tra?alho real nada tem a ver com todosesses departamentos. * tipo de sociologia em quen+s estamos interessados ser% feito pela minhagente, a pol0cia.

 — ntão onde = que eu entro — (e confiar em mim — disse a @ada,

pousando o copo va)io e pu>ando um charuto —posso p&-lo em contato com um peda"o do seutra?alho real, aquilo para o que foi realmentetra)ido para c%, e j%.

 — Lue = isso — Alcasan — disse Miss 2ardcastle entre

dentes. !inha come"ado uma das suasintermin%veis fumadelas fingidas. 4epois, olhandode relance para MarJ com um tra"o de despre)o. — (a?e de quem estou falando, não sa?e

 — Luer di)er o radiologista, o homem quefoi guilhotinado — perguntou MarJ que estava

completamente desnorteado. A @ada acenouafirmativamente. — le = para ser rea?ilitado — disse ela. —

Sradualmente. !enho todos os fatos no processo. Focê come"a com um pequeno artigo sossegado,

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sem p&r em causa a sua culpa, não logo de entrada,mas apenas insinuando que, = claro, ele era ummem?ro do governo Luisling \  deles e havia um

preconceito contra ele. 4igamos que não se duvidaque o veredito foi justo, mas que = inquietantecompreender que ele teria quase com certe)a sido omesmo, ainda que ele estivesse inocente. ntão,um dia ou dois depois, segue com um artigo denature)a completamente diferente. stimativa

popular do valor da sua o?ra. $ode o?ter os fatos,suficientes para esse tipo de artigo, numa tarde.4epois uma carta, ?astante indignada, ao jornal quepu?licou o primeiro artigo, e indo muito maislonge. A e>ecu"ão foi um erro judici%rio. $or essaaltura...

 — Mas que raio = a finalidade disso tudo — stou lhe di)endo, (tuddocJ. Alcasan =

para ser rea?ilitado. !ransformado num m%rtir.Oma perda irrepar%vel para a ra"a humana.

 — Mas para quê — A0 vai você outra ve)G esmunga por não

lhe darem nada para fa)er, e logo que eu sugiro umpeda"o de tra?alho autêntico, espera que lhecontem todo o plano de campanha antes de ofa)er. #ão fa) sentido. #ão = esse o caminho parase progredir aqui. A grande coisa = fa)er o que nosdi)em para fa)er. (e realmente for mesmo ?om,

em ?reve compreender% o que se passa. Mas temde come"ar fa)er o tra?alho. Focê não pareceperce?er o que n+s somos. (omos um e>=rcito.

2 Luisling era um norueguês pr+-na)i, cujo nome ficou sin&nimode traidor, cola?oracionista com o inimigo. ($ do T$)

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 — 4e qualquer maneira — disse MarJ —,não sou um jornalista. #ão vim para c% paraescrever artigos de jornal. !entei tornar isso claro

para @everstone logo de in0cio. — Luanto mais cedo dei>ar toda essa

conversa so?re o que veio para c% fa)er, tantomelhor far% carreira. stou falando para o seupr+prio ?em, (tuddocJ. Focê = capa) de escrever.ssa = uma das coisas por que o querem aqui.

 — ntão vim para c% por causa de um mal-entendido — disse MarJ. * elogio ' sua vaidadeliter%ria, naquela altura da sua carreira, de formaalguma compensava a implica"ão de que a suasociologia não tinha qualquer importncia.

 — #ão tenho inten"ão alguma de gastar a

minha vida escrevendo artigos de jornal — disseele. — se tivesse, havia de querer sa?er um ?om?ocado mais so?re a pol0tica do #I antes de memeter nisso.

 — #ão lhe disseram que = estritamenteapol0tico

 — 4isseram-me tantas coisas que eu não seise estou assentado na ca?e"a ou nos p=s — disseMarJ. — Mas não vejo como = que se vai come"aruma mano?ra jornal0stica Dque = mais ou menosaquilo em que a coisa consisteE sem ser de nature)apol0tica. (ão jornais da esquerda ou da direita que

 vão pu?licar toda essa porcaria a respeito de Alcasan — Am?os, do"ura, am?os — disse Miss

2ardcastle. — (er% que não compreende nada$ois não = a?solutamente essencial manter uma

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esquerda fero) e uma fero) direita, am?as prontas aarrancar, e com terror uma da outra T assim quefa)emos as coisas. Lualquer oposi"ão ao #I =

representada com uma falcatrua da esquerda nosjornais da direita e uma falcatrua da direita nosjornais da esquerda. (e for convenientemente feito,temos cada um dos lados oferecendo mais do queo outro em nosso apoio, para reputar as cal3niasdo inimigo. T claro que somos apol0ticos. * poder

autêntico sempre =. — #ão acredito que se possa fa)er isso —

disse MarJ. — #ão com os jornais que são lidospelas pessoas instru0das.

 — Isso mostra que ainda est% no jardim deinfncia, queridinho — disse Miss 2ardcastle. —

 Ainda não perce?eu que = e>atamente ao contr%rio. — Lue = que quer di)er — *u"a l%, meu tolo, = o leitor instru0do

que pode ser enganado. !odas as nossasdificuldades vêm dos outros. Luando = queencontrou um tra?alhador que acredite nos jornais

le tem por garantido que todos eles sãopropaganda e passa por cima dos artigos deopinião. le compra o seu jornal pelos resultadosdo fute?ol e pelos pequenos par%grafos so?remo"as que caem das janelas e cad%veresencontrados em apartamentos de Ma;fair. le =

nosso pro?lema. !emos de o recondicionar. Mas op3?lico instru0do, as pessoas que lêem osseman%rios intelectuais, não precisamrecondicionamento. H% estão muito ?em. Acreditarão em qualquer coisa.

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 — omo um dos da classe que menciona —disse MarJ com um sorriso —, eu apenas nãoacredito nisso.

 — (anto 4eusG — disse a fada. — *ndeestão os seus olhos *lhe para aquilo com que osseman%rios têm conseguido sair-se ?emG *lhe parao /eeJl; Luestion. A0 est% um jornal para si.Luando apareceu o inglês ?%sico, simplesmentecomo inven"ão de um professor de am?ridge,

livre pensador, nada era muito ?om para lhechamarem< logo que foi adotado por um primeiro-ministro conservador tornou-se uma amea"a 'pure)a da nossa l0ngua. não foi a monarquia uma?surdo dispendioso durante de) anos depois,quando o duque de /indsor a?dicou, não se

tornou o Luestion todo mon%rquico e legitimistadurante cerca de uma quin)ena $erderam um3nico leitor #ão est% vendo que o leitor instru0donão pode parar de ler os seman%rios intelectuais,fa"am eles o que fi)erem #ão pode. @oicondicionado.

 — em — disse MarJ —, tudo isso = muitointeressante, Miss 2ardcastle, mas nada tem a vercomigo. m primeiro lugar, não quero de formaalguma tornar-me num jornalista, e se o fi)esse,gostaria de ser um jornalista honesto.

 — Muito ?em — disse Miss 2ardcastle. —

 !udo o que vai fa)er = ajudar a arruinar este pa0s etalve) toda a ra"a humana. Al=m de destro"ar a suapr+pria carreira.

* tom confidencial no qual ela tinha estadofalando at= então, desaparecera e havia um ar de

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amea"adora finalidade na sua vo). * cidadão e ohomem honesto que tinha despertado em MarJcom a conversa desanimou um pouco< o seu outro

e ?em mais forte BeuC, o BeuC que estava ansioso, atodo o custo, por não ser colocado do lado de fora,saltou, totalmente alarmado.

 — u não quero di)er — disse ele — quenão esteja vendo as suas ra)Nes. stava apenas aimaginar...

 — $ara mim = tudo igual, (tuddocJ — disseMiss 2ardcastle, sentando-se finalmente ' suaescrivaninha. — (e você não gosta do emprego,isso, = claro, = assunto seu. F% e arrume o caso como 4A. le não gosta que as pessoas se demitam,mas = claro que você pode. le vai ter de di)er

qualquer coisa a @everstone por o ter tra)ido parac%. #+s admitimos que você compreendia.

 A men"ão de @everstone colocou?ruscamente diante de MarJ, como realidade, oplano, que at= então tinha sido levemente irreal, deregressar a dgestow e de se contentar com a

carreira de um professor de racton. m quetermos iria ele regressar ontinuaria a ser mem?rodo c0rculo interior, mesmo em racton ncontrar-se sem a confian"a do lemento $rogressista, seratirado para o meio dos !elfords e dos Hewels,parecia-lhe insuport%vel. o sal%rio de um simples

professor parecia coisa pequena depois dos sonhosque vinha sonhando durante os 3ltimos dias. A vida de casado j% se estava a tornar maisdispendiosa do que ele tinha pensado. ntãoapareceu-lhe a d3vida aguda a respeito das

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du)entas li?ras para ser s+cio do clu?e do #IMas não, isso era a?surdo. les não podiam comcerte)a importun%-lo com isso.

 — em, evidentemente — disse numa vo) vaga —, a primeira coisa = ir ter com o 4A.

 — Agora que se vai em?ora — disse a @ada —, h% uma coisa que tenho de di)er1 pus as cartastodas na mesa. (e alguma ve) lhe passar pelaca?e"a que seria engra"ado repetir qualquer coisa

desta conversa no mundo e>terior, siga o meuconselho e não o fa"a. #ão seria de forma algumasaud%vel para a sua carreira futura.

 — *h, mas = claro — come"ou MarJ. — T melhor p&r-se andando agora — disse

Miss 2ardcastle. — !enha uma agrad%vel conversa

com o 4A. !enha cuidado em não a?orrecer o velho. le detesta tanto demissNes.

MarJ fe) uma tentativa para prolongar aentrevista mas a @ada não o permitiu e em algunssegundos estava fora da porta.

* resto do dia passou-o ?astante

miseravelmente, mantendo-se fora do caminho daspessoas tanto quanto poss0vel, não fosse ser notadaa sua falta de ocupa"ão. (aiu antes do almo"o paraum desses passeios curtos e que dão poucasatisfa"ão, que um homem d% num am?ienteestranho, quando não trou>e consigo nem roupas

 velhas nem uma ?engala. 4epois do almo"oe>plorou os terrenos. Mas estes não eram do tipoem que algu=m iria passear por pra)er. *milion%rio da =poca eduardiana que constru0rael?ur; tinha encerrado cerca de X ha num muro

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?ai>o de tijolo, so?repujado por uma grade deferro, e estendido tudo naquilo a que o seuempreiteiro chamava !errenos de $ra)er

*rnamental. 2avia %rvores espalhadas por aqui epor ali e caminhos serpenteantes co?ertos tãoespessamente com sei>os ?rancos e redondos quemal se podia caminhar por eles. 2avia imensoscanteiros de flores, uns o?longos, alguns em formade losango, e outros de crescente. 2avia

planta"Nes, placas seria quase um termo melhor,daquela esp=cie de loureiro que parece ser feito demetal ?em pintado e enverni)ado. Ao longo doscaminhos, a intervalos regulares, erguiam-semaci"os assentos de Ferão, de um verde ?rilhante.* efeito geral era semelhante ao de um cemit=rio

municipal. !odavia, pouco atraente como era,procurou-o outra ve) depois do ch%, fumando,em?ora o vento soprasse a ponta acesa do cigarro ea l0ngua j% lhe ardesse. 4esta ve), vagueou at= 'straseiras da casa, onde os novos edif0cios mais?ai>os se lhe juntavam. Ai foi surpreendido por um

cheiro de est%?ulo e uma misturada de grunhidos,rosnadelas e lam3rias, todos os sinais, de fato, deum )&o consider%vel. #o in0cio não compreendeu,mas então lem?rou-se que um imenso programa de vivisse"ão, li?erto finalmente da ?urocracia e dosempecilhos da economia, era um dos planos do

#I. #ão tinha ficado particularmenteinteressado e pensara vagamente em ratos, coelhose um ocasional cão. *s ru0dos confusos vindos dointerior sugeria alguma coisa muito diferente. n-quanto ele estava ali ergueu-se um uivo

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melanc+lico, estrondoso, e então, como se tivesseligado a chave, toda a esp=cie de trom?etear,ladridos, gritos, riso at=, que estremeceu e

protestou por um momento e depois foi morrendoem murm3rios e gemidos. MarJ não tinhaquaisquer escr3pulos quanto ' vivisse"ão. Aquiloque o ru0do significava para ele era a grande)a egrandiosidade de todo aquele empreendimento, doqual, aparentemente, era prov%vel ele vir a ser

e>clu0do. 2avia ali toda a esp=cie de coisas1milhares de li?ras de animais vivos, que o Institutopodia permitir-se esquartejar como papel, na merahip+tese de alguma desco?erta importante. letinha de o?ter o lugar1 ele tinha, de qualquer ma-neira, de resolver o pro?lema de (teele. Mas o

?arulho era desagrad%vel e ele afastou-se.

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II

MarJ acordou na manhã seguinte com asensa"ão de que haveria certamente uma ou talve)duas ?arreiras para ele transpor durante o dia. Aprimeira era a sua entrevista com o diretor-adjunto. A não ser que pudesse o?ter uma garantia muitodefinida quanto a um emprego e um sal%rio,cortaria a sua liga"ão com o Instituto. depois,quando chegasse em casa, a segunda ?arreira seria asua e>plica"ão a Hane de como o sonho todo sedesvanecera.

* primeiro nevoeiro autêntico de *utonodescera so?re el?ur; naquela manhã. MarJ comeuo seu desjejum com lu) artificial, e nem o correionem os jornais tinham chegado. ra se>ta-feira eum criado entregou-lhe uma conta referente ' parteda semana que ele j% estivera no Instituto. $&-la no?olso, depois de um apressado olhar de relancecom a decisão de que isto, de qualquer maneiranunca, havia de ser mencionado a Hane. #em ototal nem os artigos eram do tipo que as esposascompreendem com facilidade. le pr+prio tinhad3vidas se não haveria qualquer engano, mas aindaestava na idade em que um homem antes se dei>aesfolar at= ao seu 3ltimo tostão do que discute uma

conta. ntão aca?ou a sua segunda >0cara de ch%,procurou os cigarros, não encontrou nenhum epediu um ma"o novo.

 A meia hora que esperou antes da entrevistacom o diretor-adjunto passou devagar. #ingu=m

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falou com ele. !odas as outras pessoas pareciamafadigar-se com qualquer importante e ?em de-finido o?jetivo. 4urante parte do tempo esteve

so)inho na sala de ch% e sentiu que os criadosolhavam para ele como se não devesse estar ali.@icou contente quando p&de su?ir as escadas e?ater ' porta de /ither.

@oi admitido imediatamente, mas a conversanão foi f%cil de iniciar porque /ither nada di)ia, e

em?ora tivesse levantado os olhos assim que MarJentrou, com uma e>pressão de sonhadora cortesia,não olhava e>atamente para MarJ, nem o convidoua sentar-se. A sala, como de costume, estavae>tremamente quente, e MarJ, dividido entre o seudesejo de dei>ar claro que tinha resolvido não ficar

mais tempo para ali dependurado e o seu desejo,igualmente intenso, de não perder o emprego, se =que e>istia algum emprego real para ele, não faloutalve) muito ?em. @osse como fosse, o diretor-adjunto dei>ou-o ir at= ao fim, passando porrepeti"Nes descone>as at= ao completo silêncio.

sse silêncio durou algum tempo. /ither estavasentado, com os l%?ios em ?ico e levementea?ertos, como se estivesse a entoar uma m3sica.

 — 4e maneira que penso, (r. 4iretor, que =melhor ir-me em?ora — disse MarJ, por fim,como uma vaga referência 'quilo que tinha estado

di)endo. — T o (r. (tuddocJ, penso eu — disse /ither, como quem ensaia, depois de um outrosilêncio prolongado.

 — (im — disse MarJ, impacientemente. —

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 Fim vê-lo com ord @everstone alguns dias atr%s.4eu-me a entender que me estava oferecendo umaposi"ão na sec"ão sociol+gica do #I. Mas como

eu ia di)endo... — Om momento, (r. (tuddocJ —

interrompeu o diretor-adjunto. — T muitoimportante sermos perfeitamente claros no queestamos fa)endo. 4eve ter a no"ão sem d3vida deque, em certos significados das palavras, seria

muito infeli) falar-se de eu oferecer a quem querque seja um lugar no Instituto. #ão deve imaginarnem por um instante que eu ocupo algum tipo deposi"ão autocr%tica, nem, por outro lado, que arela"ão entre a minha pr+pria esfera de influência eos poderes, estou falando dos poderes tempor%rios,

como compreende, da comissão permanente ou osdo pr+prio diretor são definidos por qualquersistema r0gido do que, err, poder0amos chamar umcar%ter constitucional, ou mesmo constitutivo. $ore>emplo...

 — ntão, (r. 4iretor, pode di)er-me se

algu=m me ofereceu um lugar e, se assim for,quem

 — *h — disse /ither su?itamente,mudando tanto a sua posi"ão como o seu tom,como se uma nova id=ia lhe tivesse ocorrido. —#unca e>istiu qualquer questão dessa nature)a.

ntendi sempre que a sua cola?ora"ão com oInstituto seria sempre aceit%vel, seria do maior valor.

 — em, eu posso... quero di)er nãodever0amos discutir os detalhes Luero di)er, o

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sal%rio, por e>emplo e de?ai>o das ordens de quemeu iria tra?alhar

 — Meu caro amigo — disse /ither com um

sorriso —, não prevejo que venha a haver qualquerdificuldade so?re o, err, aspecto financeiro daquestão. Luanto a...

 — Lual seria o sal%rio, (r. 4iretor — disseMarJ.

 — em, a0 toca num ponto que dificilmente

me compete decidir. reio que mem?ros naposi"ão que pens%vamos que ocuparia usualmenterece?em qualquer coisa como mil e quinhentosli?ras por ano, permitindo flutua"Nes calculadasnuma ?ase muito li?eral. Fer% que todas asquestNes desta nature)a se resolvem por si pr+prias

com a maior das facilidades. — Mas quando eu poderei sa?er, (r.

4iretor A quem devo dirigir-me nesta mat=ria — #ão deve supor, (r. (tuddocJ, que

quando refiro mil e quinhentas li?ras estou deforma alguma a e>cluir a possi?ilidade de uma

soma maior. #ão penso que qualquer de n+s aquidei>asse que um desacordo so?re esse ponto...

 — u ficaria perfeitamente satisfeito commil e quinhentas — disse MarJ. — #ão estavapensando nisso, de todo. Mas... — A e>pressão dodiretor-adjunto tornou-se cada ve) mais palaciana e

confidencial ' medida que MarJ mastigava aspalavras, de forma que, quando finalmente disseimpulsivamente. — (uponho que haveria umcontrato ou coisa que o valha. — (entiu que tinhapronunciado uma indi)0vel vulgaridade.

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 — em — disse o diretor-adjunto, fi>andoos olhos no teto e afundando a vo) num murm3riocomo se estivesse tam?=m profundamente

em?ara"ado —, esse não = e>atamente o tipo deprocedimento... seria, sem d3vida, poss0vel...

 — esse não = o ponto principal, (r.4iretor — disse MarJ, enru?escendo. — 2% aquestão da minha posi"ão. Fou tra?alhar so? asordens do (r. (teele

 — !enho aqui um impresso — disse /ither, a?rindo uma gaveta — que não foi, creio,realmente usado mas que foi conce?ido para estetipo de acordos. $ode interessar-lhe estud%-lo pelotempo que quiser e se ficar satisfeito, podemosassin%-lo em qualquer altura.

 — Mas quanto ao (r. (teele.#esse momento entrou um secret%rio e

colocou algumas cartas na mesa do diretor-adjunto. — AhG * correio, finalmenteG — disse

 /ither. — !alve), (r. (tuddocJ, err, tenha cartaspara si para tratar. T, creio eu, casado — Om

sorriso de paternal indulgência espalhou-se no seurosto ao di)er estas palavras.

 — $e"o desculpa de o demorar, (r. 4iretor — disse MarJ —, mas quanto ao (r. (teele 4enada serve eu analisar o impresso do acordo at=essa questão estar resolvida. (entir-me-ia o?rigado

a recusar qualquer lugar que implicasse tra?alharso? as ordens do (r. (teele. — Isso a?re uma questão muito interessante

so?re a qual gostaria de ter uma pequena troca depalavras, a?solutamente informal e confidencial,

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consigo numa futura ocasião qualquer — disse /ither. — 4e momento, (r. (tuddocJ, nãoconsiderarei qualquer coisa que tenha dito como

definitiva. (e quiser procurar-me amanhã... —@icou a?sorto na carta que tinha a?erto e MarJ,sentindo que j% alcan"ara ?astante numa s+entrevista, dei>ou a sala. Aparentemente, queriam-no mesmo no #I e estavam prontos a pagar umpre"o elevado por ele. utaria mais tarde quanto a

(teele< entretanto ia estudar o impresso do acordo.4esceu de novo e encontrou ' sua espera a

seguinte carta.

@aculdade de racton,dgestow,

\R de *utu?ro, 68.

Meu aro MarJ1 !ivemos todos muita pena ao ouvirmos de

4icJ que você pediu a demissão como professor,mas temos a?soluta certe)a de que tomou a decisão

certa no que respeita ' sua pr+pria carreira. Oma ve) que o #I esteja instalado aqui esperarei vê-lo quase tantas ve)es como antes. (e ainda nãoenviou um pedido formal de demissão ao #*, eunão teria muita pressa em fa)ê-lo. (e escrever cedono pr+>imo per0odo, a vaga ser% considerada na

reunião de @evereiro, e teremos tempo paraaprontar um candidato conveniente como seusucessor. !em algumas id=ias so?re o assunto, vocêmesmo stive na outra noite falando com Hane ecom 4icJ so?re 4avid aird DHames não tinha

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ouvido falar nele antes dissoE. (em d3vida conheceo seu tra?alho1 poder-me-ia facultar umas linhasso?re ele, e so?re as suas qualifica"Nes de um

ponto de vista mais geral T poss0vel que o veja napr+>ima semana quando for at= am?ridge parajantar com o primeiro-ministro e um ou doisoutros, e penso que 4icJ = capa) de convidar tam-?=m aird. H% deve ter ouvido que tivemos na outranoite aqui um certo pro?lema. 2ouve

aparentemente qualquer tipo de ?al?3rdia entre osnovos tra?alhadores e os ha?itantes locais. Apol0cia do #I, que parece ser gente nervosa,cometeu o erro de disparar uns tiros por cima dasca?e"as da multidão. @icamos com a janela de2enrietta Maria arre?entada e diversas pedras

entraram na (ala Srande. Slossop perdeu a ca?e"ae queria sair e arengar 's massas, mas l% conseguiacalm%-lo. Isto = estritamente confidencial. 2% umaquantidade de gente pronta a tirar proveito disto elevantar um grande alarido por termos vendido oparque. heio de pressa, tenho de sair por causa

dos preparativos para o funeral de 2ingest.(eu,

S. . urr;.

 Us primeiras palavras desta carta, como queuma punhalada de medo percorreu MarJ. $rocurou

tranqZili)ar-se. Oma e>plica"ão do mal-entendido,que iria escrever e p&r no correio imediatamente,tinha de colocar tudo no seu devido lugar. #ãopodiam empurrar uma pessoa do seu lugar deprofessor simplesmente com ?ase numas palavras

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ocasionalmente ditas por ord @everstone na (alaSrande. Feio-lhe então ' id=ia, com a e>periênciatriste que j% tinha, que, aquilo a que chamava agora

Bpalavras ocasionalmente ditasC, correspondiae>atamente ao que aprendera, no lemento$rogressista, a descrever como Bresolver emprivado as questNes reaisC ou Beliminar a?urocraciaC, mas procurou afastar isto do seuesp0rito. Foltou-lhe ' id=ia que onington tinha

efetivamente perdido o seu lugar de uma formamuito semelhante a esta, mas e>plicou a si pr+prioque as circunstncias tinham sido completamentediferentes. onington era um dos que estavam Bdolado de foraC< ele estava Bpor dentroC, mais aindado que o pr+prio urr;. Mas estava mesmo (e ele

não estivesse Bpor dentroC em el?ur; De come"avaa parecer que não estavaE, continuaria a ser daconfian"a de @everstone (e tivesse de regressar aracton, verificaria que mantinha sequer a suaantiga posi"ão l% $odia ele ir para racton (im, =claro. !inha de escrever uma carta imediatamente,

e>plicando que não pedira a demissão, e não iapedir, do seu lugar de professor. (entou-se ' mesana sala de escrever e pu>ou da caneta. ntão outropensamento cru)ou-lhe o esp0rito. Oma carta paraurr;, di)endo claramente que tencionava ficar emracton, seria mostrada a @everstone. @everstone

contaria a /ither. Oma carta assim podia serconsiderada como uma recusa a qualquer lugar emel?ur;. em, pois que sejaG 4esistiria do seusonho de curta dura"ão e regressaria ao seu lugarde professor. Mas como, se isso fosse imposs0vel

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 A coisa toda podia simplesmente ter sido arranjadapara o dei>ar cair entre os dois ?ancos, e>pelido deel?ur; porque mantinha o seu lugar de professor

de racton e e>pelido de racton porque sesupunha que aceitava um lugar em el?ur;, e entãoele e Hane dei>ados para que se afundassem ounadassem, sem um tostão entre os dois, talve) coma influência de @everstone contra ele quandotentasse arrumar um outro emprego. onde estava

@everstonera +?vio que tinha de jogar as suas cartas

com muito cuidado. !ocou a companhia e mandou vir uma farta

dose de whisJ;. m casa não teria ?e?ido at= 's 6\horas e mesmo então ?e?eria apenas cerveja. Mas

agora, e de qualquer forma sentia-se curiosamentegelado. 4e nada servia apanhar um resfriado emcima de todos os seus pro?lemas.

4ecidiu que tinha de escrever uma cartamuito cuidadosa e um tanto astuciosa. BA suaprimeira reda"ãoC, não era, pensou ele,

Bsuficientemente vagaC1 seria usada como prova deque tinha a?andonado toda a id=ia de um empregoem el?ur;. !inha de fa)ê-la mais vaga. Mas então,se fosse muito vaga, não teria utilidade alguma. *h,raios, raios, raios partissem aquilo tudo. A j+ia deentrada de du)entas li?ras, a conta da sua primeira

semana, e peda"os de tentativas imagin%rias defa)er Hane ver todo o epis+dio ' lu) apropriada,continuavam entre ele e a sua tarefa. $or fim, coma ajuda do whisJ; e de muitos cigarros, produ)iu aseguinte carta1

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Instituto #acional para >periênciasoordenadas, el?ur;,

\6 de *utu?ro, 68.

Meu caro urr;1@everstone deve ter-me entendido mal.

#unca fi) a mais leve sugestão de pedir a demissãodo meu lugar de professor e não desejo fa)ê-lo. #a

realidade, quase j% me decidi a não aceitar umemprego em tempo integral no #I, e esperoestar de volta ' @aculdade num dia ou dois. $oroutro lado, estou um tanto preocupado so?re asa3de da minha mulher e não gostaria de mecomprometer a estar muitas ve)es afastado,

presentemente. m segundo lugar, em?ora todosaqui tenham sido e>tremamente lisonjeiros e todosinsistam para eu ficar, a esp=cie de tra?alho paraque me querem = mais para o lado administrativo eda pu?licidade e menos cient0fica do que esperava.$ortanto, esteja certo e desminta se ouvir algu=m

di)er que estou pensando em dei>ar dgestow.spero que aproveite ?em o seu giro at=am?ridge< que c0rculos em que você se moveG

(eu,MarJ S. (tuddocJ.

$(. — aird não serviria em qualquer caso.@icou no 3ltimo ter"o e a 3nica o?ra que seaventurou a pu?licar foi tratada como uma anedotapelos cr0ticos s=rios. m particular, não temcapacidade cr0tica nenhuma. $ode-se sempre contar

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um relato fiel dele seria imposs0vel de ler. $or ve)essentou-se no seu quarto, pois finalmente aca?aramde BtratarC do quarto, por ve)es saiu para o

nevoeiro, algumas ve)es andou pelas salas p3?licas.Oma ve) por outra, estas estavamine>plicavelmente cheias de multidNes de gentefalando, e durante alguns minutos, o esfor"o deprocurar não parecer desocupado, não parecermiser%vel e em?ara"ado, era-lhe imposto< então,

su?itamente, como se tivesse sido convocada parao seu pr+>imo compromisso, toda aquela gentedesaparecia a toda a pressa.

 Algum tempo depois do almo"o encontrou(tone num dos corredores. MarJ não tinhapensado nele desde a v=spera de manhã, mas agora,

ao olhar para a e>pressão no seu rosto e para algode furtivo em todas as suas maneiras, perce?eu queali, de algum modo, estava algu=m que se sentia tãodesconfort%vel como ele pr+prio. (tone tinha o arque MarJ tinha muitas ve)es visto antes em rapa)esimpopulares ou novos alunos na escola, em

Be>clu0dosC em racton, o ar que era para MarJ os0m?olo dos seus piores temores, pois ser um dosque têm de mostrar esse ar era, na sua escala de valores, o maior dos males. * seu instinto foi denão falar com aquele homem, (tone. (a?ia pore>periência como = perigoso ser amigo de um

homem a afundar-se ou mesmo ser visto com ele1não se pode mantê-lo a flutuar e ele pode levaruma pessoa com ele para o fundo. Mas o seuanseio por companhia era agora tão agudo que,contra o que o ?om senso lhe di)ia, fe) um sorriso

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meio amarelo e disse1 — *l%G(tone teve um so?ressalto, como se o fato

de algu=m lhe falar fosse quase uma e>periênciaaterradora.

 — oa tarde — disse ele nervosamente efe) men"ão de prosseguir.

 — Fenha da0 e vamos falar num lugarqualquer, se não estiver ocupado — disse MarJ.

 — u estou, quer di)er, não tenho ?em acerte)a de por quanto tempo estarei livre — disse(tone.

 — onte-me o que h% so?re este lugar —disse MarJ. — $arece-me perfeitamenteamaldi"oado, mas ainda não me resolvi. Fenha at=

ao meu quarto. — #ão penso isso. 4e modo algum. Luem

disse que eu pensava assim — respondeu (tonemuito depressa. MarJ não respondeu porquenesse momento viu o diretor-adjunto a apro>imar-se deles. 2avia de desco?rir, nas semanas mais

pr+>imas, que nenhum corredor e nenhuma salap3?lica em el?ur; estava alguma ve) livre dosprolongados passeios internos do diretor-adjunto.#ão podiam ser considerados como uma forma deespionagem pois o ranger das ?otas de /ither e amusiquinha melanc+lica que ele estava quase

sempre entoando teriam derrotado um talprop+sito. *uvia-se ?em ao longe. Muitas ve)es via-se igualmente ?em ao longe, pois era umhomem alto Dsem o seu aspecto curvado seriamesmo realmente muito altoE e muitas ve)es,

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mesmo no meio da multidão, via-se a cara dele 'distncia, fi>ando vagamente o olhar em n+s. Masaquela era a primeira e>periência de MarJ da

referida u?iqZidade e achou que o 4A não podiater aparecido num momento mais indicado. Muitodevagar apro>imou-se, olhou na dire"ão delesem?ora não fosse evidente pela sua cara se os tinhareconhecido ou não, e continuou. #enhum dosdois homens mais novos fe) qualquer tentativa de

retomar a conversa. Ao ch%, MarJ viu @everstone e foi logo

sentar-se ao lado dele. (a?ia que a pior coisa queum homem na sua posi"ão podia fa)er era tentarimpor a sua presen"a a algu=m, mas naquela alturaestava se sentindo desesperado.

 — *l%, @everstone — come"oualegremente. — stava ' procura de informa"ão. — @icou aliviado ao ver @everstone sorrir emresposta.

 — (im — disse MarJ. — #ão tive da partede (teele e>atamente aquilo a que se poderia

chamar uma recep"ão calorosa. Mas o 4A nãoquer ouvir falar em eu ir-me em?ora. a @adaparece querer que eu escreva artigos para osjornais. Lue dia?o se supNe que eu v% fa)er

@everstone riu em vo) alta eprolongadamente.

 — $orque W concluiu MarJ — dia?os melevem se consigo desco?rir. !entei atacar o velho,diretamente...

 — 4eusG — disse @everstone, rindo aindamais alto.

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 — (er% que nunca se pode tirar nada dele — #ão aquilo que você quer — disse

@everstone, com um a risada entre dentes.

 — em, como dia?o = que se desco?re oque querem, se ningu=m faculta nenhumainforma"ão

 — >atamente. — *h, e a prop+sito, isso me lem?ra outra

coisa. omo raio = que urr; apanhou a id=ia de

que eu ia pedir a demissão do meu lugar deprofessor

 — #ão vai — #unca tive a mais leve id=ia de o fa)er. — ealmenteG @oi-me dito muito claramente

pela @ada que você não ia voltar.

 — Focê não pensa que, se eu fosse pedir ademissão, o ia fa)er por interm=dio dela

* sorriso de @everstone tornou-se maislargo e mais ?rilhante.

 — #ão h% diferen"a nenhuma, sa?e — disseele. — (e o #I quiser que você tenha um

emprego nominal algures, fora de al?ur;, vocêter% um< se não quiser, não ter%. (implesmenteassim.

 — Lue o #I tenha muita sa3deG stoucompletamente a procurar manter o lugar deprofessor que j% tinha, o que não lhes di) respeito.

Oma pessoa não tem empenho algum em cair entredois ?ancos. — Oma pessoa não tem empenho nisso. — Luer di)er — (iga o meu conselho e assim que puder

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conquiste de novo as ?oas gra"as de /ither. uproporcionei-lhe uma ?oa partida, mas você pareceter-lhe passado a mão ao contr%rio do pêlo. A atitu-

de dele mudou desde esta manhã. !em de o dispor?em, sa?e. s+ entre n+s, eu não me chegariademais ' $ada1 não lhe ser% 3til a n0vel mais alto.2% rodas dentro de rodas.

 — ntretanto — disse MarJ — escrevi aurr;, e>plicando-lhe que isso do meu pedido de

demissão = tudo tolice. — #ão fa) mal nenhum, se isso o diverte —

disse @everstone, ainda a sorrir. — em, não acho que a @aculdade queira

correr comigo simplesmente porque urr;interpretou mal qualquer coisa que Miss 2ardcastle

lhe disse. — Focê não pode ser privado de um lugar

de professor, so? qualquer estatuto que euconhe"a, e>ceto por grave imoralidade.

 — #ão, claro que não. #ão queria di)erisso. u referia-me a não ser reeleito quando, no

pr+>imo per0odo, tiver de me apresentar 'reelei"ão.

 — *h, estou vendo. — = por isso que tenho de contar comigo

para tirar essa id=ia da ca?e"a de urr;.@everstone não disse nada.

 — Focê ter% — insistiu MarJ contra o queseria o seu melhor ju0)o — de lhe tornarperfeitamente claro que a coisa toda foi um mal-entendido.

 — Focê não conhece urr; 2% muito

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tempo que j% ter% posto toda a sua m%quinadiplom%tica em movimento quanto ao pro?lema doseu sucessor.

 — T por isso que conto consigo para ofa)er parar.

 — u — (im. — u porquê — em, dia?os levem isto tudo, @everstone,

foi você quem primeiro lhe meteu a id=ia naca?e"a.

 — (a?e — disse @everstone, servindo-se deum sonho —, acho o seu estilo de conversa umtanto dif0cil. !er% de se apresentar ' reelei"ãodentro de alguns meses. A @aculdade poder%

resolver reelegê-lo, ou, = claro, poder% não o fa)er. !anto quanto consigo descortinar, você est% nestaaltura tentando angariar o meu votoantecipadamente. Ao que a resposta apropriada =aquela que lhe dou agora1 v% para o InfernoG — Focê sa?e perfeitamente ?em que não e>istia

d3vida alguma quanto ' minha reelei"ão at= ter ditoumas palavras ao ouvido de urr;.

@everstone olhou para o sonho com arcr0tico.

 — Focê cansa-me um ?ocado — disse. —(e você não sa?e como seguir o seu rumo num

lugar como racton, porque = que vem a?orrecer amim #ão sou uma ?a?%. para seu pr+prio ?em,o aconselharia, quando falar com as pessoas aqui, aadotar modos mais agrad%veis do que est% usandoagora. 4e outra forma a sua vida pode ser, nas

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palavras famosas, Bdesagrad%vel, po?re, ?rutal ecurtaCG

 — urta — disse MarJ. — Isso = uma

amea"a Luer referir-se ' minha vida em ractonou no #I

 — #ão vincaria muito a distin"ão, se fosse você — disse @everstone.

 — Fou lem?rar-me disso — disse MarJ,levantando-se da cadeira. Ao come"ar a afastar-se,

não p&de impedir-se de se virar uma ve) mais paraaquele homem sorridente e di)er1 — @oi vocêquem me trou>e para aqui. $ensei que pelo menosfosse meu amigo.

 — omntico incur%velG — disse ord@everstone, a?rindo com destre)a a ?oca num

esgar ainda mais largo e enfiando nela o sonhointeiro.

assim MarJ ficou sa?endo que se perdesseo emprego em el?ur; perderia igualmente o seulugar de professor em racton.

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III

4urante estes dias Hane passou tão poucotempo quanto poss0vel no apartamento emantinha-se acordada, lendo na cama, tanto quantoera capa), em cada noite. * sono tornara-se o seuinimigo. 4urante o dia continuava a ir a dgestow,nomeadamente numa tentativa de encontrar outraBmulher que viesse duas ve)es por semanaC, em ve)da (ra. Maggs. #uma dessas ocasiNes ficouencantada ao encontrar su?itamente amilla4enniston. amilla tinha aca?ado de sair de umcarro e no momento seguinte apresentou umhomem alto e moreno como sendo seu marido. Hane viu de imediato que am?os os 4ennistonseram o tipo de pessoas de quem ela gostava. (a?iaque o (r. 4enniston tinha a tempos sido amigo deMarJ, mas nunca o tinha encontrado< e o primeiropensamento dela foi a interrogar-se porque = queos amigos atuais de MarJ eram tão inferiores'queles que tivera em outros tempos. are; e /adsden e os !a;lors, que tinham sido mem?rosdo grupo, no qual ela come"ara primeiro aconhecê-lo, tinham sido mais simp%ticos do queurr; e us?;, para não mencionar esse tal@everstone, e este (r. 4enniston era, o?viamente,

muito mais simp%tico, na verdade. — F0nhamos e>atamente ' sua procura —

disse amilla. — *lhe l%, tra)emos o almo"oconosco. Famos de carro para os ?osques junto de(andown e comemos no carro. !emos uma quanti-

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dade de coisas para conversar. — *u então que tal virem vocês ao

apartamento e almo"arem comigo — disse Hane,

perguntando-se intimamente como = que sedesem?ara"aria de tal. — 4ificilmente o dia est%para piqueniques.

 — Isso apenas significa mais lou"a a lavarpara si — disse amilla. — (eria melhor irmos aqualquer lado na cidade, @ranJ, se a (ra. (tuddocJ

pensa que est% muito frio e enevoado. — Om restaurante não serviria, (ra.

(tuddocJ — disse 4enniston. — Lueremos ficarem privado. — A primeira pessoa do plural queria,o?viamente, referir-se aos BtrêsC e esta?elecia logouma unidade agrad%vel, em estilo de neg+cios,

entre eles. — #ão gosta mesmo de um dia umtanto enevoado num ?osque, no *utono Fer% queestaremos perfeitamente quentes sentados nocarro.

 Hane disse que nunca ouvira antes falar dealgu=m que gostasse de nevoeiro mas não se

importava de e>perimentar. ntraram os três. — T por isso que amilla e eu nos casamos

 — disse 4enniston quando se afastavam de carro. — Am?os gostamos do tempo. #ão esta ou aquelaesp=cie de tempo, mas do tempo, puro e simples. Tum gosto 3til se se vive na Inglaterra.

 — omo = que aprendeu a fa)er isso, (r.4enniston — disse Hane. — #ão penso quealguma ve) conseguiria gostar de chuva e neve.

 — T e>atamente o contr%rio — disse4enniston. — !odos come"am, em crian"a, por

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gostar do tempo. Aprende-se a arte de não gostardele ' medida que se cresce. #unca deu por issonum dia de neve *s crescidos andam todos por a0

de cara comprida, mas olhe para as crian"as, e paraos cães. les sa?em para que = feita a neve.

 — !enho certe)a de que detestava os diasmolhados, quando crian"a — disse Hane.

 — Isso era porque os crescidos a o?rigavama ficar dentro de casa — disse amilla. —

Lualquer crian"a gosta da chuva se a dei>arem saire chapinhar nela.

#essa altura, dei>aram a estrada, para l% de(andown e foram aos solavancos atrav=s da erva epor entre as %rvores e finalmente pararam numaesp=cie de pequena ?a0a relvada, com um maci"o

de a?etos num lado e um grupo de faias, no outro.2avia teias de aranha molhadas e um rico

odor outonal em toda a volta deles. ntãosentaram-se os três juntos na parte detr%s do carroe houve um certo desafivelar de cestos, e depoisapareceram sandu0ches e um pequeno frasco de

Pere) e finalmente caf= quente e cigarros. Haneestava come"ando a se sentir ?em.

 — AgoraG — disse amilla. — em — disse 4enniston —, suponho

que = melhor come"ar. (a?e, = claro, de onde n+s viemos, (ra. (tuddocJ.

 — 4e Miss Ironwood — disse Hane. — em, da mesma casa. Mas nãopertencemos a Srace Ironwood. la e n+s am?ospertencemos a algu=m mais.

 — (im — disse Hane.

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 — A nossa pequena casa, ou companhia, ousociedade, ou o que quer que deseje chamar =dirigida por um (r. @isher-Ving. $elo menos esse =

o nome que ele recentemente adotou. A senhorapoderia conhecer ou não o seu nome original se eulhe dissesse. le = um grande viajante mas agora =um inv%lido. @e) uma ferida num p=, na sua 3ltima viagem, que não sara.

 — omo = que ele veio a mudar o seu

nome — !inha uma irmã casada na _ndia, uma

(ra. @isher-Ving. la morreu h% pouco tempo edei>ou-lhe uma grande fortuna com a condi"ão deque ele adotasse o nome dela. U sua maneira ela foiuma mulher not%vel< uma amiga do grande m0stico

cristão de que pode j% ter ouvido falar1 o (ura. aqui chegamos ao ponto. * (ura tinha ra)Nes paracrer que um grande perigo estava pendente so?re ara"a humana. mesmo antes do fim, mesmo antesde ele desaparecer, ficou convencido de que viriarealmente a deflagrar nesta ilha. depois dele ter

partido... — Morreu — perguntou Hane. — Isso não sa?emos — respondeu

4enniston. — Algumas pessoas pensam que est% vivo, outras não. 4e qualquer maneira,desapareceu. a (ra. @isher-Ving mais ou menos

passou o pro?lema para o seu irmão, para o nossochefe. ssa foi, de fato, a ra)ão por que ela lhe deuo dinheiro. ra para ele juntar uma companhia 'roda dele para estar de vigia a esse perigo e para oatacar quando ele aparecesse.

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 — #ão = e>atamente assim, Arthur — disseamilla. — @oi-lhe dito que uma companhia defato de se reunir em volta dele e ele era para ser o

seu chefe. — #ão penso que precisamos de entrar

nisso — disse Arthur. — Mas concordo. agora,(ra. (tuddocJ, aqui = onde a senhora entra.

 Hane ficou ' espera. — * (ura disse que quando o tempo

chegasse, hav0amos de encontrar aquilo a que elechamava um vidente1 uma pessoa com umasegunda visão.

 — #ão que hav0amos de o?ter um vidente, Arthur — disse amilla —, que um vidente haviade aparecer. *u o nosso ou o outro lado iria ficar

com ele. — parece — disse 4enniston a Hane —

que você = a vidente. — Mas, por favor — disse Hane, sorrindo

 —, eu não quero ser uma coisa assim tão e>citante. — #ão — disse 4enniston. — T m% sorte

sua. — #o seu tom havia apenas a conta certa desimpatia.

amilla voltou-se para Hane e disse1 — $erce?i, pelo que me disse Srace

Ironwood, que você não estava inteiramenteconvencida de que era uma vidente. Luero di)er,

pensava que pudessem ser simples sonhos. Aindapensa isso — T tudo tão estranho e ?rutal — disse

 Hane. la gostava daquelas pessoas, mas o seuha?itual ponto interior murmurava-lhe1 B!ome

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cuidado. #ão se dei>e apanhar. #ão se comprome-tas em nada. !em a sua pr+pria vida para viver.Cntão, num impulso de honestidade for"ou-a a

acrescentar1 — #a realidade, tive um outro sonhodesde então. verificou-se que era verdadeiro. Fio assassinato, assassinato do (r. 2ingest.

 — A0 tem — disse amilla. — *h, (ra.(tuddocJ, tem de entrar. !em, tem mesmo. Issosignifica que estamos agora e>atamente em cima da

coisa. #ão est% vendo !emos andado ' procura,todo este tempo onde = que o pro?lema vaicome"ar, e agora o seu sonho nos d% uma pista. Fiu qualquer coisa a poucas milhas de dgestow.4e fato j% estamos aparentemente no meio doacontecimento, qualquer que ele seja. não

podemos mover-nos uma polegada sem a suaajuda. Focê = o nosso servi"o secreto, os nossosolhos. !udo foi preparado muito antes de termosnascido. #ão estrague tudo. Hunte-se a n+s.

 — #ão, am, não fa"as isso — disse4enniston. — * $endragon, o chefe, quero eu

di)er, não gostaria que o fi)=ssemos. A (ra.(tuddocJ ter% de vir de livre vontade.

 — Mas — disse Hane —, não sei nada arespeito de tudo isso, pois não #ão quero tomarpartido numa coisa qualquer que não compreendo.

 — Mas não est% vendo — interrompeu

amilla — que não pode permanecer neutra (enão se entregar a n+s, o inimigo us%-la-%. As palavras Bentregar-se a n+sC foram mal

escolhidas. *s pr+prios m3sculos do corpo de Haneinteiri"aram-se um pouco1 se quem falava fosse

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pedindo para fa)er — disse ela. — $ara vir ver o nosso chefe, primeiro do

que tudo. então, ?em, juntar-se a n+s. Isso

implicar% fa)er promessas a ele. le = realmente umchefe, est% vendo. !odos n+s concordamos emrece?er as suas ordens. *h, h% uma outra coisa.Lue opinião ter% MarJ disto le e eu somos velhos amigos, como sa?e.

 — $ergunto a mim pr+pria — disse amilla.

 — $recisamos de entrar nessa parte nessa altura — Fai surgir mais tarde ou mais cedo —

disse o marido. 2ouve uma pequena pausa. — MarJ — disse Hane. — omo = que ele

entra nisto. #ão consigo imaginar aquilo que elediria a respeito de tudo isto. $ensaria

provavelmente que não estamos ?em da ca?e"a. — Mas o?jetaria — disse 4enniston. —

Luero di)er, levantaria o?je"Nes a que você sejuntasse a n+s

 — (e estivesse em casa, suponho que ficaria?astante surpreendido se eu anunciasse que ia ficar

indefinidamente em (t. Anne. T isso que significaBjuntar-se a vocêsC

 — MarJ não est% em casa — perguntou4enniston com alguma surpresa.

 — #ão — disse Hane. — st% em el?ur;.$enso que vai ter um emprego no #I — @icou

?astante satisfeita por poder di)er isto, pois estava?em consciente da distin"ão que tal implicava. (e4enniston ficou impressionado, não o mostrou.

 — #ão penso — disse ele — que Bjuntar-sea n+sC signifique, neste momento, vir viver em (t.

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 Anne, especialmente realmente se ele pr+prio viesse...

 — Isso est% inteiramente fora de questão —

disse Hane. — DBle não conhece MarJC, pensouela.E

 — 4e qualquer maneira — continuou4enniston —, esse dificilmente = o ponto principalneste momento. $oria ele o?je"Nes a você juntar-sea n+s, p&r-se so? as ordens do chefe e fa)er as pro-

messas e tudo isso — $oria ele o?je"Nes — perguntou Hane.

 — Lue =, neste mundo, isso teria a ver com ele — em — disse 4enniston, hesitando um

pouco. — * chefe, ou as autoridades 's quais eleo?edece, tem no"Nes algo ' moda antiga. le não

gostaria que uma mulher casada entrasse no nossogrupo, se isso se pudesse evitar, sem que o maridodela... sem consultar...

 — Luer di)er que eu tenho de pedir licen"aa MarJ — disse Hane com uma pequena risadafor"ada. * ressentimento que tinha estado a encher

e a va)ar, mas enchendo de cada ve) um poucomais do que va)ava, havia j% v%rios minutos, tinhaagora trans?ordado. !oda aquela conversa depromessas e o?ediências a um desconhecido (r.@isher-Ving j% a tinha repelido. Mas a id=ia de estamesma pessoa a mandar o?ter licen"a de MarJ, co-

mo se ela fosse uma crian"a pedindo licen"a para ira uma festa, era o fim. $or um momento olhoupara o (r. 4enniston com real desagrado. Fia-o, e aMarJ, e o tal @isher-Ving e aquele a?surdo faquirindiano, simplesmente como homens, figuras

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complacentes, patriarcais, tomando disposi"Nesquanto 's mulheres, como se as mulheres fossemcrian"as, ou mercadejando-as como se fossem

gado. DB assim o rei prometeu que se algu=mmatasse o dragão, ele dar-lhe-ia a sua filha emcasamentoCE. @icou muito )angada.

 — Arthur — disse amilla —, estou vendouma lu) ali em cima. $ensas que ser% uma fogueira

 — (im, diria que =.

 — *s meus p=s estão ficando frios. Famosdar um pequeno passeio e ver o fogo. Lueria erater algumas castanhas.

 — *h, vamos a isso — disse Hane.(a0ram do carro. stava mais quente ao ar

livre do que na altura se tornara dentro do carro,

quente e cheio de odores de folhas, e umidade e oligeiro ru0do dos ramos que pingavam. * fogo eragrande e ia a meio, uma encosta fumegante defolhas, num lado e grandes cavernas e penhascosde vermelho resplandecente no outro. stiveram ' volta do fogo, conversando assuntos sem re-

levncia por um tempo. — Fou-lhe di)er o que vou fa)er — disse

então Hane. — #ão me vou juntar ao vosso, vosso,o que quer que seja. Mas prometo dar-lhesconhecimento se tiver algum sonho mais daquelaesp=cie.

 — Isso = esplêndido — disse 4enniston. — eu penso que isso = tanto quanto t0nhamos odireito de esperar. Fejo perfeitamente o seu pontode vista. $osso pedir uma promessa mais

 — Lual = ela

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 — #ão falar de n+s a ningu=m. — *h, certamente.Mais tarde, quando tinham voltado ao carro

e iam andando de regresso, o (r. 4enniston disse1 — spero que os sonhos não a venham a

preocupar muito agora, (ra. (tuddocJ. #ão1 nãoquero di)er que espero que eles cessem, e tam?=mnão penso que o fa"am. $or=m, agora que sa?e quenão são alguma coisa dentro de si pr+pria, mas

apenas coisas que se desenvolvem no mundoe>terior Dcoisas s+rdidas, sem d3vida, mas nãopiores do que imensas outras que se lêem nosjornaisE, acredito que os achar% a?solutamentesuport%veis. Luanto menos pensar neles comosonhos seus e quanto mais pensar neles, ?em,

como not0cias, tanto melhor se sentir% em rela"ão aeles.

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CAPÍTULO VINEVOEIRO

I

Oma noite Dcom pouco sonoE e metade deoutro dia arrastaram-se antes de MarJ conseguir

falar outra ve) com o diretor-adjunto. @oi ter comele num estado de esp0rito a?atido, ansioso poro?ter o emprego em quase quaisquer termos.

 — !rou>e comigo o impresso, (r. 4iretor — disse ele.

 — Lue impresso — perguntou o diretor-

adjunto. MarJ verificou que estava falando com umnovo e diferente /ither. * ar de ausência aindaestava l%, mas os modos palacianos tinham desa-parecido. * homem olhava para ele como seestivesse sonhando, como se estivesse separadodele por uma distncia imensa, mas com uma

esp=cie de desagrado sonhador que me podiatornar em aversão ativa se alguma ve) essadistncia diminu0sse. Ainda sorria, mas haviaqualquer coisa semelhante ao gato nesse sorriso<uma ocasional altera"ão das linhas em torno da?oca que sugeriam mesmo um rosnar. MarJ nas

mãos dele era um rato. m racton, o lemento$rogressista, tendo de enfrentar apenas estudiosos,passava por ser formado por gente muitoconhecedora do mundo, mas ali, em el?ur;, umapessoa sentia-se a?solutamente diferente. /ither

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disse que compreendera que MarJ tinha j%recusado o emprego. #ão podia, em qualquer caso,renovar a oferta. @alou vagamente, e

assustadoramente, de atritos e tensNes, decomportamento pouco judicioso, do perigo defa)er inimigos, da impossi?ilidade de o #Ipoder al?ergar uma pessoa que parecia terquestionado com todos os seus mem?ros naprimeira semana. @alou, ainda mais vagamente e

assustadoramente, de conversas que tinha tido comos Bseus colegas em ractonC, que confirmavaminteiramente esta opinião. 4uvidava que MarJ seajustasse realmente a uma carreira de ensino, masnegava qualquer inten"ão de dar conselhos. (+depois de, com insinua"Nes e murm3rios, ter

levado MarJ a um conveniente estado de desnimo= que lhe atirou, como um osso a um cão, asugestão de uma nomea"ão por um per0odoe>perimental a Dapro>imadamente, ele não podiacomprometer o InstitutoE seiscentas li?ras por ano. MarJ aceitou. !entou o?ter respostas, mesmo

então, a algumas das suas perguntas. 4e quemdevia ele rece?er ordens !inha de residir emel?ur; /ither replicou1

 — $enso, (r. (tuddocJ, que j%mencionamos a elasticidade como a notadominante do Instituto. A não ser que esteja prepa-

rado para tratar a qualidade de mem?ro como, err,uma voca"ão mais do que uma mera nomea"ão, eunão poderia, em consciência, aconselh%-lo a ser umdos nossos. #ão e>istem compartimentosestanques. eceio que não poderia persuadir a

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omissão a inventar, para seu ?enef0cio, umaposi"ão muito ?em definida, na qual cumpriria osseus deveres artificialmente limitados e, fora deles,

consideraria o tempo como seu. $or favor,permita-me que termine, (r. (tuddocJ. (omos,como j% tenho dito antes, mais como uma fam0lia,ou at= talve), como uma 3nica personalidade. !emde não haver qualquer questão de Brece?er as suasordensC, como o senhor Dum tanto

desgra"adamenteE sugere, de um determinadofuncion%rio e sentir-se livre para adotar uma atitudeintransigente em rela"ão aos seus outros colegas.D!enho de lhe pedir que me não interrompa, porfavor.E sse não = o esp0rito com o qual gostariaque a?ordasse os seus deveres. !em de se fa)er 3til,

(r. (tuddocJ, 3til em geral. #ão penso que oInstituto pudesse permitir a permanência nele dealgu=m que demonstrasse a disposi"ão de fa)erfinca-p= dos seus direitos, que mostrasse m% vonta-de face a esta ou aquela parte do servi"o, porqueestava fora de uma fun"ão qualquer que escolhera

circunscrever por uma defini"ão r0gida. $or outrolado, seria igualmente desastroso, quero di)er parasi, (r. (tuddocJ1 estou pensando inteiramente nosseus pr+prios interesses, em a?soluto igualmentedesastroso se permitisse a si pr+prio ser alguma ve)distra0do do seu tra?alho real pela cola?ora"ão não

autori)ada, ou, pior ainda, pela interferência, notra?alho de outros mem?ros. #ão dei>e sugestNesocasionais distra0rem-no ou dissiparem as suasenergias. oncentra"ão, (r. (tuddocJ,concentra"ão. o esp0rito livre para dar e rece?er.

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(e evitar am?os os erros que mencionei, então, ah,não penso que precisa desanimar de corrigir, a seufavor, certas impressNes menos feli)es que Dtemos

de admitirE o seu comportamento j% causou. #ão,(r. (tuddocJ, não posso permitir mais nenhumadiscussão. * meu tempo j% est% plenamenteocupado. #ão posso ser continuamente perseguidopor conversas deste tipo. !em de encontrar o seun0vel pr+prio, (r. (tuddocJ. om dia, (r. (tuddocJ,

?om dia. em?re-se do que tenho dito. stou pro-curando fa)er tudo o que posso por si.

MarJ compensou-se da humilha"ão destaentrevista, refletindo que se não fosse um homemcasado não a teria suportado nem por ummomento. Isto parecia-lhe Dem?ora não o pusesse

em palavrasE atirar o fardo para cima de Hane. Issotam?=m o li?ertava para pensar em todas as coisasque teria dito a /ither se não tivesse aoportunidade.

Isto manteve-o por diversos minutos numaesp=cie de felicidade crepuscular< e quando foi para

o ch% verificou que a recompensa pela suasu?missão j% tinha come"ado. A @ada fe)-lhe sinalpara ele se ir sentar ao lado dela.

 — Ainda não fe) nada so?re Alcasan —perguntou.

 — #ão — disse MarJ. — $orque ainda

realmente não tinha decidido ficar, at= esta manhã.$odia ir ter consigo e ver os materiais que tem, estatarde, pelo menos tanto quanto sei, pois eurealmente ainda não desco?ri aquilo que = supostoeu fa)er.

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 — lasticidade, meu filho, elasticidade —disse Miss 2ardcastle. — #unca h% de desco?rir.* seu papel = fa)er o que quer que lhe disserem

para fa)er e acima de tudo não a?orrecer o velho.

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II

4urante os dias seguintes diversosprocessos, que posteriormente vieram a parecerimportantes iam prosseguindo regularmente.

* nevoeiro, que co?ria dgestow ?emcomo el?ur;, continuou e tornou-se mais denso.m dgestow considerava-se que ele Bvinhasu?indo do rioC, mas na realidade estendia-se so?retodo o cora"ão de Inglaterra. o?ria toda a cidadecomo um co?ertor, de modo que as paredesescorriam e se podia escrever o nome na umidadeem cima das mesas e os homens tra?alham com lu)artificial at= ao meio dia. *s tra?alhos, onde fora o$arque de racton, dei>aram de ofender os olhosconservadores e tornaram-se simples ru0dosestridentes, estrondos de quedas, vaias, ?erros,pragas e gritos met%licos num mundo invis0vel.

 Alguns sentiram-se alegres por ao?scenidade estar assim co?erta pois tudo para l%do /ind era agora uma a?omina"ão. * aperto do#I em torno de dgestow ia-se cerrando. *pr+prio rio que fora uma ve) verde-acastanhado ecor de m?ar e prata lisa, pu>ando pelos juncos e?rincando com as ra0)es vermelhas, agora corriaopaco, espesso de lama, navegado por

intermin%veis esquadras de latas va)ias, folhas depapel, pontas de cigarros e fragmentos de madeira,por ve)es com variantes de arco-0ris das manchasde +leo. 4epois, a invasão na realidade atravessou-o. * Instituto tinha comprado a terra pelo lado

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esquerdo acima, da margem leste. Mas agora us?;foi convocado para se encontrar com @everstone eum tal $rof. @rost, como representantes do #I

e sou?e pela primeira ve) que o pr+prio /ind erapara ser desviado1 não haveria rio algum emdgestow. Isto era ainda estritamente confidencial,mas o Instituto detinha j% poderes para o impor. Assim sendo, um novo ajustamento de fronteirasentre ele e a @aculdade era claramente necess%rio.

* quei>o de us?; caiu quando perce?eu que oInstituto queria chegar mesmo 's paredes da@aculdade. ecusou, = claro. foi então que ouviua primeira referência ' requisi"ão. A @aculdadepodia vender hoje e o Instituto oferecia um ?ompre"o1 se não vendessem, a e>propria"ão e uma

compensa"ão meramente nominal esperava-os. Asrela"Nes entre @everstone e o tesoureirodeterioraram-se durante esta entrevista. Omareunião e>traordin%ria da @aculdade teve de serconvocada, e us?; teve de se apresentar com amelhor cara que pode, face 's coisas, perante os

seus colegas. @icou quase fisicamente chocado pelatempestade de +dio que o acolheu. m vãosalientou que aqueles que agora o estavaminsultando tinham, eles pr+prios, votado a favor da venda do parque< mas igualmente em vão oinsultaram. A @aculdade foi apanhada na rede da

necessidade. Fenderam a pequena fai>a do ladodeles do /;nd, que tanto significava. #ão era maisdo que um terra"o entre as paredes do lado leste ea %gua. Finte e quatro horas mais tarde, o #Itapou com t%?uas o /;nd condenado e converteu

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o terra"o num va)adouro. 4urante todo o dia ostra?alhadores calcavam com for"a por cima daspranchas com pesadas cargas, que atiravam contra

as pr+prias paredes de racton at= que a pilhaco?riu a entaipada escuridão que fora em tempos ajanela de 2enriqueta Maria e quase chegava ' janelaleste da capela.

#esses dias, muitos mem?ros do lemento$rogressista a?andonaram-no e juntaram-se '

oposi"ão. *s que ficaram viram-se pregados unsaos outros com mais for"a pela impopularidadeque tinham de enfrentar. em?ora a @aculdade, noseu interior, estivesse dividida, contudo, por essamesma ra)ão teve de se apresentar uma novaunidade nas suas rela"Nes com o mundo e>terior.

racton, como um todo, suportava o odioso detra)er o #I para dgestow. Isto era injusto,pois muitas altas autoridades da Oniversidadetinham aprovado inteiramente a a"ão de ractonao fa)ê-lo, mas agora, que o resultado se tornava vis0vel, as pessoas recusavam-se a lem?rar-se disso.

us?;, conquanto tivesse ouvido a alusão 'requisi"ão confidencialmente, não perdeu temponenhum antes de a espalhar por todas as salascomuns de dgestow.

 — 4e nada teria servido se nos tiv=ssemosrecusado a vender — di)ia ele. Mas ningu=m

acreditava que fora por isso que racton tinha vendido, e a impopularidade dessa @aculdadeaumentou constantemente. *s alunos dos cursostiveram id=ia disso e dei>aram de assistir 'sprele"Nes dos professores de racton. us?; e

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mesmo o diretor, totalmente inocente, forammaltratados pela popula"ão nas ruas.

 A cidade, que não partilhava usualmente as

opiniNes da Oniversidade, encontrava-se tam?=mnuma situa"ão de pertur?a"ão. #os jornais deondres ou mesmo no dgestow !elegraph poucanota fora tomada dos dist3r?ios nos quais tinhamsido que?radas as janelas de racton. Mas elestinham sido seguidos por outros epis+dios. !inha

havido um ataque com prop+sitos indecentes,numa das ruas po?res para os lados da esta"ão.2ouvera duas BsovasC numa ta?erna. 2aviacrescentes quei>as de comportamento amea"adorou desordeiro por parte de tra?alhadores do #I.Mas estas quei>as nunca apareciam nos jornais.

 Aqueles que efetivamente tinham presenciadoincidentes asquerosos ficavam surpreendidos ao lerno !elegraph que o novo Instituto se iaacomodando muito confortavelmente emdgestow e se desenvolviam as mais cordiaisrela"Nes entre ele e os naturais. Aqueles que os não

tinham visto mas apenas ouvido falar deles, nãoencontrando nada no !elegraph, punham de ladoas hist+rias como ?oatos ou e>ageros. Aqueles queos tinham visto escreviam cartas ao jornal, mas estenão pu?licava as cartas.

Mas se se podia duvidar dos epis+dios,

ningu=m podia duvidar de que quase todos oshot=is da cidade tinham passado para as mãos doInstituto, de forma que um homem j% não podia?e?er com um amigo no seu ?ar costumeiro< queas lojas familiares estavam cheias de forasteiros que

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pareciam ter muito dinheiro, e que os pre"os erammais altos< que havia filas para todos os &ni?us edificuldades para ir a qualquer cinema. asas

sossegadas que tinham espreitado para ruassossegadas eram a?anadas durante todo o dia porum trnsito pesado e fora do ha?itual< onde querque se fosse era-se acotovelado por multidNes deestranhos. $ara uma cidade)inha de feira, dointerior, como dgestow, mesmo visitantes vindos

do outro lado do conselho eram at= ali tidos porestrangeiros< o clamor ao longo do dia de vo)es do#orte, galesas ou at= irlandesas, os ?erros, osapupos, as can"Nes, os rostos selvagens passandono nevoeiro, eram a?solutamente detest%veis . BFaihaver pro?lema por aquiC, era o coment%rio de

muito cidadão< e da0 a alguns dias1 B$odia-se pensarque eles queriam pro?lema.C #ão ficou registradoquem primeiro disse1 B$recisamos mais pol0cia.C então, finalmente, o dgestow !elegraph tomouconhecimento. Apareceu um envergonhadopequeno artigo, uma nuvem não maior do que a

mão de um homem, sugerindo que a pol0cia erainteiramente incapa) de lidar com a novapopula"ão.

 Hane pouco deu por todas estas coisas.stava, durante esses dias meramente ' espera. !alve) MarJ a chamasse para el?ur;.

 !alve) ele desistisse de todo o esquema deel?ur; e viesse para casa, as cartas dele eram vagas e pouco satisfat+rias. !alve) ela fosse at= (t. Anne ver os 4ennistons. *s sonhos continuavam.Mas o (r. 4enniston tinha tido ra)ão< era melhor

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quando se cedia a consider%-los como Bnot0ciasC. (enão tivesse sido isso, dificilmente teria suportado asnoites. 2avia um sonho repetitivo no qual não

acontecia nada e>atamente. la parecia realmenteestar estendida na sua pr+pria cama. Mas haviaalgu=m do lado da cama, algu=m queaparentemente pu>ara uma cadeira para o lado dacama e que se sentara nela a o?servar. !inha umlivro de notas no qual ocasionalmente tomava um

apontamento. @ora disso sentava-se perfeitamenteim+vel e pacientemente atento, como um m=dico. H% conhecia o rosto dele, e veio a conhecê-loinfinitamente ?em1 as lunetas, as fei"Nes ?emcin)eladas e ?astante ?rancas e a pequena ?ar?a em?ico. presumivelmente, se ele a podia ver, ele

devia por aquela altura conhecer o dela igualmente?em1 era certamente a ela pr+pria que parecia estarestudando. Hane não escreveu a este respeito ao4ennistons na primeira ve) que ocorreu. Mesmodepois da segunda, demorou at= ser tarde demaispara p&r a carta no correio, naquele dia. !inha uma

esp=cie de esperan"a de que, quanto mais tempo semantivesse em silêncio, mais era prov%vel que eles viessem vê-la outra ve). Lueria conforto, masqueria-o, se poss0vel, sem ir at= (t. AnneQs, semencontrar o tal @isher-Ving e ser arrastada para asua +r?ita.

MarJ entretanto estava tra?alhando narea?ilita"ão de Alcasan. #unca antes tinha visto umprocesso da pol0cia e achou-o dif0cil de entender. Adespeito dos seus esfor"os para ocultar a suaignorncia, a @ada cedo o desco?riu.

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 — Fou p&-lo em contato com o capitão —disse ela. — le vai mostrar-lhe os trmites. — @oiassim que MarJ veio a gastar a maior parte das suas

horas de tra?alho com o segundo-comandantedela, o capitão *Q2ara, um homem grande, deca?elo ?ranco e cara simp%tica, falando aquilo aque os ingleses chamam sotaque irlandês do (ul e agente irlandesa Bum sotaque de 4u?lin que sepodia cortar ' facaC. $roclamava-se de fam0lia

antiga e tinha uma residência em astlemortle.MarJ realmente não compreendia as suase>plica"Nes so?re o processo, o registro BLC, osistema de arquivo e aquilo a que o capitãochamava BmondarC. Mas tinha vergonha de oconfessar, de forma que tudo veio a dar em que a

inteira sele"ão dos fatos se mantinha realmente nasmãos de *Q2ara e MarJ achou-se tra?alhandosimplesmente como escritor. @e) o seu melhor paraesconder isso de *Q2ara e para fa)er parecer queestavam realmente tra?alhando juntos< issonaturalmente tornou-lhe imposs0vel repetir os seus

protestos iniciais contra ser tratado como um merojornalista. !inha, na verdade, um estilo cativanteDque tinha ajudado a sua carreira acadêmica muitomais do que gostaria de reconhecerE e o seujornalismo foi um sucesso. *s seus artigos e cartasso?re Alcasan apareceram em jornais onde nunca

teria tido entrada com a sua pr+pria assinatura1jornais lidos por milhNes. #ão p&de dei>ar desentir um pequeno estremecimento de apra)0vele>cita"ão.

onfiou tam?=m ao capitão *Q2ara as suas

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ansiedades financeiras menores. Luando = que seera pago entretanto estava necessitado dedinheiro mi3do. $erdera a carteira na sua primeira

noite em el?ur; e nunca tinha sido recuperada.*Q2ara rugiu de riso.

 — om certe)a que pode o?ter o dinheiroque desejar, pedindo-o simplesmente aoadministrador.

 — Luer di)er que depois o descontam no

pr+>imo cheque — perguntou MarJ. — 2omem — disse o capitão —, assim que

se est% no Instituto, 4eus o a?en"oe, j% não seprecisa moer a ca?e"a a esse respeito. $ois não vamos n+s encarregar-nos de toda a questão mone-t%ria #+s = que fa)emos o dinheiro.

 — * que você quer di)er — arfou MarJ edepois fe) uma pausa e acrescentou1 — Mas iame>igir tudo de volta se uma pessoa se fosseem?ora

 — Lue = que você quer di)er, falando arespeito de ir em?ora — disse *Q2ara. —

#ingu=m se vai em?ora do Instituto. $elo menos,o 3nico em que jamais ouvi falar foi o velho2ingest.

$or esta altura o inqu=rito de 2ingestchegou ao fim com um veredicto de assassinatopor pessoa ou pessoas desconhecidas. A cerim&nia

f3ne?re teve lugar na capela da @aculdade, emracton.ra o terceiro dia de nevoeiro e aquele em

que este estava mais cerrado1 era tão denso que osolhos dos homens ardiam de olhar para ele e todos

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os sons distantes eram a?sorvidos< apenas os pin-gos das goteiras dos telhados e das %rvores e os?erros dos tra?alhadores do lado de fora da capela

eram aud0veis dentro da @aculdade. #o interior dacapela as velas ardiam com chamas direitas, cadachama dentro de um glo?o de luminosidadegordurosa, e não davam quase lu) nenhum noedif0cio no seu conjunto< se não fosse pelo tossir epelo arrastar dos p=s não se poderia sa?er que os

?ancos estavam completamente cheios. urr; vestido de preto e com a toga preta, e parecendomaior do que realmente era, andava para tr%s e paradiante no e>tremo oeste da capela, murmurando eespreitando, ansioso não fosse o nevoeiro atrasar achegada daquilo a que ele chamava os restos, e não

desagradavelmente consciente do peso que aresponsa?ilidade por toda a cerim&nia fa)ia tom?arso?re os seus om?ros. urr; era muito ?om emfunerais da @aculdade. #ão havia tra"o de agentefuner%rio nele< ele era o amigo varonil, reprimindoas emo"Nes, ferido por um duro golpe mas ainda

lem?rado de que era Dnum certo sentido indefi-nidoE o pai da @aculdade e de que, no meio detodos os despojos de insta?ilidade, ele, de toda amaneira, não podia ir-se a?ai>o. $essoas de fora,que tinham estado presentes em tais ocasiNes,muitas ve)es di)iam umas para as outras, quando se

iam em?ora nos seus carros1 B$odia ver-se como osu?diretor sentia aquilo, em?ora não o fossemostrar.C #ão havia nisso qualquer hipocrisia.urr; estava tão ha?ituado a superintender nas vidas dos colegas, que lhe ocorria naturalmente

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superintender na sua morte< e possivelmente, sepossu0sse um esp0rito anal0tico, podia terdesco?erto em si mesmo uma vaga sensa"ão de

que a sua influência, o seu poder de aplanarcaminhos e pu>ar os cord=is adequados, não podiarealmente aca?ar, uma ve) que o corpo dei>asse derespirar.

* +rgão come"ou a tocar e afogou tanto astosses, l% dentro, como os ru0dos mais %speros, do

lado de fora, as vo)es mon+tonas e mal dispostas,o matraquear do ferro, e os choques vi?rat+rioscom que cargas v%rias eram atiradas de tempos atempos contra a parede da capela. Mas o nevoeiro,como urr; temia, tinha atrasado o f=retro, e oorganista j% estava a tocar h% meia hora, quando

houve uma agita"ão junto ' porta, e os familiaresde luto, os 2ingests de am?os os se>os, vestidos depreto, costas direitas como varetas e caras decamponeses, come"aram a ser arrumados nos?ancos para eles reservados. 4epois vieram ?ed=ise censores e o Magn0fico eitor de dgestow<

depois cnticos, o coro e finalmente o cai>ão1 umailha de flores, ' deriva, indistintamente, atrav=s donevoeiro, que parecia ter sido despejado l% paradentro, mais espesso, mais frio e mais 3mido, como a?rir da porta. ome"ou a cerim&nia.

* c&nego (tore; tomou conta dela. A sua

 vo) era ainda ?ela, e havia ?ele)a tam?=m no seuisolamento de toda aquela companhia. stavaisolado tanto pela sua f= como pela sua surde).#ão sentia quaisquer escr3pulos quanto 'propriedade das palavras que lia so?re o corpo do

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 velho e orgulhoso descrente, pois nunca suspeitaraa sua descren"a< e estava inteiramente inconscienteda antifonia entre a pr+pria vo) que lia e as outras

 vo)es vindas do e>terior. Slossop podia melindrar-se quando uma dessas vo)es, imposs0vel de ignorarno silêncio da capela, foi ouvida a ?errar1

 — !ira a tua grande pata traseira da janelaou prego-te com isto tudo em cima dele.

Mas (tore;, impass0vel e desconhecedor,

replicou1 — !u meu louco, aquilo que semeaste não

reviver% a não ser que morra. — Ainda te aplico uma nesse focinho, daqui

a pouco, vais ver se não — disse a vo) outra ve). — T semeado como um corpo natural<

ergueu-se um corpo espiritual — disse (tore;. — Fergonhoso, vergonhoso — murmurou

urr; para o tesoureiro que estava sentado ao seulado. Mas alguns dos assistentes viam, comodi)iam, o lado engra"ado daquilo e pensavam como@everstone Dque não conseguira estar presenteE

haveria de apreciar a hist+ria.

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$rof. @rost. * diretor-adjunto, ou, como MarJ lhechamava agora, o 4A ou o velho, estava muitas ve)es l%, mas numa forma peculiar. !inha o h%?ito

de desli)ar para dentro da sala e por l% vaguear,rangendo as ?otas e sussurrando como era natural. Algumas ve)es vinha at= ao c0rculo junto ao fogo eouvia, olhava com uma e>pressão vagamentepaternal no rosto< mas raramente di)ia algumacoisa e nunca se juntava ao grupo. etirava-se

desli)ando outra ve), e depois, talve) voltasse umahora mais tarde e uma ve) mais gastasse o tempopelas partes va)ias da sala e uma ve) mais se fosseem?ora. #unca mais falara com MarJ desde aentrevista humilhante no seu ga?inete, e MarJsou?e pela @ada que ainda estava fora das ?oas

gra"as. — * velho h% de derreter, com o tempo —

disse ela. — Mas eu disse-lhe que ele não gostavaque as pessoas falassem em ir-se em?ora.

* menos satisfat+rio elemento do c0rculo,aos olhos de MarJ, era (traiJ. (traiJ não fa)ia

esfor"o algum para se adaptar ao tom c0nico erealista no qual falavam os colegas. #unca ?e?ianem fumava. @icava sentado em silêncio, afagandoum joelho com a mão fina e virando os grandesolhos infeli)es de um dos que falavam para outro,sem tentar com?atê-los ou juntar-se a eles quando

riam de uma gra"a. ntão, talve) que uma ve) emtoda a noite, qualquer coisa dita punha-o afuncionar1 usualmente alguma coisa so?re aoposi"ão dos reacion%rios no mundo e>terior e asmedidas que o #I havia de tomar para tratar

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dela. #essas alturas e>plodia em discursos ruidosose prolongados, amea"ando, denunciando,profeti)ando. * que era estranho era que os outros

nem o interrompiam nem se riam. 2avia qualquerunidade mais profunda entre aquele homem e eles,que aparentemente continha a +?via falta desimpatia, mas o que era MarJ não desco?riu. $or ve)es (traiJ dirigia-se a ele em particular, falando,para grande desconforto e perple>idade de MarJ,

so?re a ressurrei"ão. — #em um fato hist+rico nem uma f%?ula,

meu jovem — di)ia ele —, mas uma profecia. !odos os milagres, som?ras das coisas que hão de vir. ivre-se da falsa espiritualidade. Fai tudo acon-tecer, aqui neste mundo, no 3nico mundo que

e>iste. Lue nos disse o Mestre urai os doentes,e>pulsai os dem&nios, ressuscitai os mortos.2avemos de o fa)er. * @ilho do 2omem, isto =, opr+prio 2omem, plenamente adulto, tem poderpara julgar o mundo, para distri?uir vida sem fim, ecastigo sem fim. 2% de ver. Aqui e agora. — !udo

aquilo era muito desagrad%vel.@oi no dia seguinte ao funeral de 2ingest

que MarJ pela primeira ve) se aventurou e entrarna ?i?lioteca so)inho< at= a0 tinha sido sempreassistido por @everstone ou @ilostrato. stava umpouco incerto quanto ' recep"ão, e, contudo, tinha

tam?=m receio de que, se não afirmasse o seudireito de entrada, esta mod=stia pudesse prejudic%-lo. (a?ia que em tais mat=rias o erro em qualquerdas dire"Nes = igualmente fatal< uma pessoa tem deadivinhar e correr o risco.

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@oi um sucesso ?rilhante. * c0rculo estavatodo l%, e antes de ter fechado a porta atr%s dele,todos se tinham virado, com cara de quem lhe dava

as ?oas vindas, e @ilostrato dissera1 — co. a @ada1 — Aqui est% o homem.Om calor de puro pra)er passou por todo o

corpo de MarJ. #unca o fogo parecera arder com

mais fulgor nem o aroma das ?e?idas ser maisatraente. stavam na realidade ' espera dele. Lue-riam-no.

 — Luão depressa = capa) de escrever doiseditoriais, MarJ— disse @everstone.

 — T capa) de tra?alhar a noite inteira —

perguntou Miss 2ardcastle. — H% o tenho feito — disse MarJ. — 4e

que = que se trata — st% convencido — perguntou @ilostrato

 — de que aquilo, os dist3r?ios têm de se verificarde imediato, não =

 — A0 = que est% a gra"a — disse @everstone. — la fe) o tra?alho ?em demais. #ão leu o seu*v0dio. Ad metam properate simul. 9

 — #ão podemos demor%-los, mesmo quequis=ssemos — disse (traiJ.

 — 4e que = que estão falando — disse

MarJ. — 4os dist3r?ios em dgestow —respondeu @everstone.

3 m latim, no original, significa1 Baminhai juntos para ametaC. ($ do T$)

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 — *h... #ão tenho estado a acompanh%-loscom muita aten"ão. stão a tornar-se s=rios

 — Fão tornar-se s=rios, meu filho — disse a

@ada. — a0 = que est% o ponto. * autênticotumulto estava marcado para a pr+>ima semana. !odas estas pequenas ?agatelas eram apenasdestinadas a preparar o terreno. Mas têm corridomuito ?em, raios as partam. * ?alão tem de ir parao ar amanhã, ou no dia seguinte, pelo menos.

MarJ passou os olhos de relance da cara delapara a de @everstone. ste 3ltimo desmanchou-se 'gargalhada e MarJ, quase automaticamente, deuuma volta jocosa ' sua pr+pria estupefa"ão.

 — $enso que não est% tudo perdido, @ada — disse ele.

 — om certe)a não imaginava — sorriu@everstone — que a @ada ia dei>ar a iniciativa aosnaturais

 — Luer di)er que ela pr+pria = osdist3r?ios — disse MarJ.

 — (im, sim — disse @ilostrato, os olhos

pequenos a lu)ir por cima das gordas ?ochechas. — T tudo jogo limpo — disse Miss

2ardcastle. — #ão se podem p&r umas centenasde milhar de tra?alhadores importados...

 — #ão do tipo que você recrutouG —interp&s @everstone.

 — #um pequeno ?uraco sonolento comodgestow — continuou Miss 2ardcastle — semhaver pro?lema. Luero di)er que haveriapro?lema, de qualquer maneira. omo as coisasestão andando, não creio que os meus rapa)es

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precisem fa)er nada.Mas, uma ve) que era natural que

aparecessem os pro?lemas, não h% mal nenhum em

fa)er que apare"am no momento certo. — Luer di)er que maquinou os dist3r?ios

 — disse MarJ. $ara se lhe fa)er justi"a, o seuesp0rito ficou a cam?alear perante esta novarevela"ão. tam?=m não teve consciência de qual-quer decisão para ocultar o seu estado de esp0rito1 e

no aconchego e intimidade daquele c0rculo, achouos m3sculos faciais e a sua vo), sem qualquer vontade consciente, a iludir os seus colegas.

 — ssa = uma forma crua de p&r a coisa —disse @everstone.

 — #ão fa) diferen"a alguma — — disse

@ilostrato. — As coisas têm de ser geridas assim. — A?solutamente — disse Miss 2ardcastle.

 — (empre = feito assim. Luem quer que conhe"ao tra?alho de pol0cia lhe dir%. , como eu digo, acoisa a valer, o grande tumulto, tem de ter lugardentro das pr+>imas quarenta e oito horas.

 — T muito ?om ouvir a hist+ria de quemsa?e mesmoG — disse MarJ. — 4esejava, contudo,p&r a minha mulher fora da cidade.

 — *nde = que ela vive — disse a @ada. — % em cima, em (andown. — Ah. Mal a afetar%. ntretanto, você e eu

temos de nos atarefar so?re o relato do tumulto. — Mas, para que = isso tudo — egulamentos de emergência — disse

@everstone. — #unca se o?terão os poderes quequeremos em dgestow, at= que o governo declare

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que aqui e>iste um estado de emergência. — >atamente — disse @ilostrato. — T

uma tolice falar de revolu"Nes pac0ficas. #ão que a

canalha v% sempre resistir, muitas ve)es tem de serespica"ada a fa)ê-lo, mas at= haver os dist3r?ios, ostiros, as ?arricadas, ningu=m o?ter% os poderespara atuar efetivamente. #ão h% ?astante daquilo aque se chama peso na em?arca"ão para a governar.

 — a mat=ria tem de estar toda pronta para

aparecer nos jornais no pr+prio dia seguinte aotumulto — disse Miss 2ardcastle. — Isso querdi)er que tem de ser entregue ao 4A amanhã, 's Khoras da manhã, o mais tardar.

 — Mas como = que n+s a vamos escreveresta noite, se a coisa não vai acontecer at= amanhã,

e não antes !odos desataram a rir. — #unca h% de dirigir pu?licidade dessa

maneira, MarJ — disse @everstone. — omcerte)a não precisa de esperar que uma coisaaconte"a para contar a hist+ria delaG

 — em, admito — disse MarJ, e o rostotodo se ria — que tinha um ligeiro preconceitocontra fa)er isso, não vivendo no tipo de tempo do(r. 4unne nem na terra do espelho.

 — #ão d% nada, meu filho — disse Miss2ardcastle. — !emos de andar com isto agora

mesmo. !empo para mais uma ?e?ida e você e eu= melhor irmos l% para cima e come"ar. @a)emo-losdar-nos caf= e costeletas 's 9 horas.

 Aquela era a primeira coisa que tinha sidopedida para MarJ fa)er, a qual, ele pr+prio, antes

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IV 

 Us 7 horas, MarJ estava sentado no ga?ineteda @ada, relendo os dois 3ltimos cap0tulos do queescrevera, um para um dos mais respeit%veis dosnossos jornais, o outro para um +rgão maispopular. Aquela era a 3nica parte do tra?alho danoite que continha alguma coisa para lisonjear a vaidade liter%ria. As primeiras horas tinham sidogastas no la?or mais duro de co)inhar as pr+priasnot0cias. Aqueles dois artigos de fundo tinham sidoguardados para o fim e a tinta ainda estava fresca.* primeiro era como segue1

onquanto fosse prematuro fa)er qualquercoment%rio final so?re o motim da noite passada,em dgestow, duas conclusNes parecem emergirdos primeiros relatos Dque pu?licamos noutroladoE, com uma clare)a que não = prov%vel sera?alada por acontecimentos su?seqZentes. mprimeiro lugar, todo o epis+dio administrar% umrude choque em qualquer complacência que aindapossa al?ergar-se entre n+s quanto aoesclarecimento intr0nseco da nossa civili)a"ão. !em, = evidente, de se admitir que a transforma"ãode uma pequena cidade essencialmente

universit%ria, num centro de pesquisa a n0velnacional, não pode ser levada a efeito sem algumatrito e alguns casos gravosos para os ha?itanteslocais. Mas o inglês sempre tem tido a sua maneirapr+pria, sossegada e cheia de humor, de lidar com

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os atritos e nunca dei>ou de se mostrar disposto,quando o caso lhe = apresentado de formaadequada, fa)endo sacrif0cios muito maiores do

que aquelas pequenas altera"Nes de h%?itos esentimentos que o progresso e>ige da gente dedgestow. T gratificante verificar que não h%sugestão alguma, em qualquer setor comautoridade, de que o #I tenha de qualquerforma ultrapassado os seus poderes ou faltado com

aquela considera"ão e cortesia que dele era es-perada< e pouca d3vida e>iste de que o real pontode origem dos dist3r?ios foi alguma discussão,provavelmente numa ta?erna, entre um dostra?alhadores do #I e algum senhor *r%culolocal. Mas como o (tag;rita disse h% muito tempo,

desordens por motivos triviais têm causas maisprofundas, e parece haver poucas d3vidas de queeste pequeno tumulto deve ter sido inflamado, senão levado ' e>plosão, por interesses setoriais oupreconceitos largamente espalhados.

T inquietante ser for"ado a suspeitar que a velha desconfian"a da eficiência planejada e os velhos ci3mes daquilo a que se chamaam?iguamente B?urocraciaC podem ser tãofacilmente Dconquanto, esperamos,temporariamenteE ressuscitados< em?ora ao mesmo

tempo, esta mesma suspeita, ao revelar as falhas efraque)as do nosso n0vel nacional de educa"ão,realce uma das pr+prias doen"as para cuja curae>iste o Instituto #acional. Lue ele a h% de curarnão necessitamos de ter d3vida alguma. A vontade

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caracteristicamente inglesa. A sua rela"ão com apol0cia nacional não pode, talve), ser definida comperfeito rigor l+gico< mas, como na"ão, nunca

estivemos muito enamorados da l+gica. *e>ecutivo do #I não tem qualquer liga"ão coma pol0tica< e se alguma ve) vier a ter rela"Nes com ajusti"a criminal, f%-lo-% no papel ?enigno dosalvador, um salvador que pode retirar o criminosoda severa esfera do castigo para a do tratamento

curativo. (e alguma d3vida e>istia quanto ao valorde uma tal for"a, foi amplamente dissipada pelosepis+dios em dgestow. $arecem ter-se mantido asmais feli)es rela"Nes, de uma ponta ' outra, entreos funcion%rios do Instituto e a pol0cia nacional,que, se não fosse a assistência do Instituto, se teria

 visto confrontada com uma situa"ão imposs0vel.omo um eminente funcion%rio policial o?servoua um dos nossos representantes nesta manhã, salvopela pol0cia do #I, as coisas teriam assumidoum aspecto completamente diferente. (e, ' lu) des-ses acontecimentos, for achado conveniente

colocar toda a %rea de dgestow so? o controlee>clusivo da Bpol0ciaC institucional por um certoper0odo limitado, não cremos que o povo ?ritnico,sempre realista no fundo do cora"ão, ponha a maisligeira o?je"ão. T devido um tri?uto especial aoselementos femininos da for"a, que parecem ter

atuado, por toda a parte, com aquela mistura decoragem e senso comum que os 3ltimos anos nosensinaram a esperar das mulheres inglesas, quasecomo uma coisa natural. *s ?oatos selvagens, queesta manhã eram correntes em ondres, de fogo de

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metralhadora nas ruas e ?ai>as 's centenas, estãopor confirmar. $rovavelmente, quando estiveremdispon0veis detalhes rigorosos, ver-se-% Dnas

palavras de um primeiro-ministro recenteE queBquando correu sangue, foi, em geral, do nari)C.

* segundo re)ava assim1

* que = que est% a acontecer em dgestow

sta = a pergunta que o Bcidadão HoãoC quer ver respondida. * Instituto que se instalou emdgestow = um instituto nacional. Isso quer di)erque = seu e meu. #+s não somos cientistas e nãopretendemos sa?er o que = que os grandes c=re?rosdo Instituto estão pensando. (a?er aquilo que cada

homem ou mulher dele espera. speramos umasolu"ão do pro?lema do desemprego, do pro?lemado cncer, do pro?lema da ha?ita"ão, dospro?lemas monet%rios, da guerra, da educa"ão.speramos dele uma vida mais ?rilhante, maislimpa, mais plena, para os nossos filhos, na qual

n+s e eles possamos marchar sempre em frente, eem frente, e desenvolver por inteiro a nsia de vidaque 4eus atri?uiu a cada um de n+s. * #I = oinstrumento do povo para fa)er aparecer todas ascoisas pelas quais lutamos.

ntretanto, que = que est% acontecendo em

dgestow Acredita que este motim surgiusimplesmente porque a (ra. (nooJs ou o (r.uggins verificaram que o senhorio tinha vendido asua loja ou o seu lote de terra ao #I A (ra.

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(nooJs e o (r. uggins sa?em como =. (a?em queo Instituto significa mais com=rcio em dgestow,mais instala"Nes p3?licas, uma popula"ão mais

numerosa, uma e>plosão de prosperidade nãosonhada. 4igo que aquelas pertur?a"Nes foramproduto de maquina"Nes.

sta acusa"ão pode parecer estranha, mas = verdadeira.

$or isso eu pergunto ainda outra ve)1 B*

que = que est% acontecendo em dgestowC2% traidores em campo. #ão tenho medo de

di)er isto, sejam eles quem forem. $odem ser aspessoas chamadas religiosas. $odem ser interessesfinanceiros. $odem ser os velhos professores efil+sofos, tecedores de teias de aranha da pr+pria

Oniversidade de dgestow. $odem ser advogados.#ão me interessa quem são, mas tenho uma coisadi)endo-lhes. !enham cuidado. * povo daInglaterra não vai suportar isto. #ão vamos dei>arsa?otar o Instituto.

Lue = que h% a fa)er em dgestow

u digo1 ponham toda a localidade de?ai>odo pol0cia da Institui"ão. Alguns de v+s podem terestado em f=rias em dgestow. (e assim for,sa?erão tão ?em como eu como ela =, umapequena e sonolenta cidade de prov0ncia com umad3)ia de pol0cias que h% de) anos que não tinham

nada que fa)er a não ser parar os ciclistas porquetinham os far+is apagados. #ão fa) sentido esperarque estes po?res e velhos o??ies sejam capa)esde se haver com um motim organi)ado. #a noitepassada a pol0cia do #I mostrou do que era

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capa). Aquilo que eu digo =1 B!iremos o chap=u aMiss 2ardcastle e aos seus ?ravos rapa)es e, sim,tam?=m 's suas valentes mo"as. 4êem-lhe

li?erdade e dei>em-nos prosseguir o tra?alho. 2%que cortar a papelada ?urocr%tica.C

 !enho ainda um conselho. (e ouviremalgu=m di)endo mal, pelas costas, da pol0cia do#I, digam-lhe qual = a sa0da. (e ouvirem algu=mcomparando-a com a Sestapo ou com a S$O,

digam-lhe que j% ouviram essa antes. (e ouviremalgu=m falando das li?erdades de Inglaterra Dque-rendo di)er com isso as li?erdades doso?scurantistas, as (ras. Srundies, os ?ispos e oscapitalistasE, prestem aten"ão a esse homem. le =o inimigo. 4igam da minha parte que o #I = a

luva de ?o>e no punho da democracia, e se nãogosta dele, o melhor = sair da frente.

ntretanto, aten"ão a dgestow.

$oderia supor-se que depois de ter ficadosatisfeito com os artigos, no calor da sua feitura,

MarJ havia de despertar para a ra)ão, e com issopara a aversão, ao ler em seguida o produto aca-?ado. Infeli)mente o processo fora quase que oinverso. Luanto mais tra?alhava nela, tanto maisficava reconciliado com a tarefa.

 A reconcilia"ão completa veio quando

passou a limpo am?os os artigos. Luando umhomem p&s os tra"os nos BtC e os pontos nos BiC,gosta do aspecto do seu tra?alho e não o quer verjogado no cesto de pap=is. Luanto mais ve)es liaos artigos, tanto mais gostava deles. , de qualquer

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maneira, a coisa era uma esp=cie de ?rincadeira. !inha no esp0rito uma imagem dele pr+prio, velhoe rico e certamente muito distinto. Luando tivesse

aquilo, todo o lado desagrad%vel do #I, teriapassado, regalando os mais jovens com hist+riase>travagantes, inacredit%veis, do tempo de agoraDBAh... era um caso s=rio naqueles tempos doprinc0pio. em?ro-me uma ve)...CE. depois, paraum homem cujos escritos tinham at= então

aparecido apenas em peri+dicos cient0ficos, ou, namelhor das hip+teses, em livros que somenteoutros professores iriam ler, havia tam?=m o quaseirresist0vel engodo de pensar na imprensa di%ria, oseditores ' espera dos artigos, leitores por toda auropa, qualquer coisa dependente realmente das

suas palavras. A id=ia do imenso d0namo que foracolocado, de momento, ' sua disposi"ão, fa)ia vi?rar todo o seu ser.

 Al=m do que, afinal fa)ia muito tempo queele tinha ficado e>citado pela admissão nolemento $rogressista em racton. Mas o que era

o lemento $rogressista em face daquilo #ão eracomo se ele pr+prio fosse iludido pelos artigos.stava escrevendo fa)endo figas, uma frase que dealgum modo o confortava, ao fa)er aparecer tudoaquilo como uma partida. , afinal, se ele não ofi)esse, outro qualquer faria. durante todo o

tempo, a crian"a que vivia dentro dele murmuravacomo era esplêndido e triunfantemente crescidoestar ali sentado daquela maneira, tão cheio de%lcool e, contudo, sem estar ?ê?edo, escrevendoDfa)endo figasE artigos para grandes jornais, contra

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o tempo, Bcom o dem&nio do tip+grafo ' portaC etodo o c0rculo interior do #I na dependência, esem ningu=m ter jamais o m0nimo direito de o

considerar uma pessoa sem valor ou um simplesn3mero.

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 V 

 Hane estendeu a mão no escuro mas nãosentiu a mesa que devia estar ali ' ca?eceira dacama. ntão, com um choque de surpresa,desco?riu que não estava na cama, mas de p=. Usua volta havia completa escuridão e o frio eraintenso. Us apalpadelas, tocou o que parecia seruma superf0cie irregular de pedra. * ar, tam?=m,tinha em si qualquer qualidade estranha, ar morto,ar aprisionado, parecia. Algures, l% muito ao longe,possivelmente por cima da sua ca?e"a, havia ru0dosque lhe chegavam a?afados e vi?rando como seatrav=s da terra. !inha então acontecido o pior,tinha ca0do uma ?om?a na casa e ela fora soterrada viva. Mas antes de ter tempo de sentir o impactototal desta id=ia, lem?rou-se de que a guerra tinhaaca?ado... *h, e desde então tinha sucedido toda aesp=cie de coisas... tinha casado com MarJ... tinha visto Alcasan na sua cela... tinha encontradoamilla. ntão, com grande e r%pido al0vio,pensou1 BT um dos meus sonhos. T um peda"o denot0cias. Fai passar. #ão h% nada para ter medo.C

* lugar, fosse qual fosse, não parecia sermuito amplo. @oi 's apalpadelas ao longo de umadas paredes %speras e então, virando no canto,

?ateu com o p= em qualquer coisa dura. urvou-separa a frente e apalpou. 2avia uma esp=cie deplataforma elevada ou mesa de pedra, com cerca detrês p=s de altura. em cima dela Atrevia-se ae>plorar Mas seria pior não o fa)er. ome"ou a

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uma vênia 'quela pessoa Dque nunca chegouefetivamente a aparecer, em?ora a impressãotivesse ficado, ?rilhante e forte, no seu esp0ritoE, e

sentiu uma grande consterna"ão ao verificar quealgumas mem+rias ?a"as de li"Nes de dan"a naescola não eram suficientes para lhe mostrar comoo fa)er. #este ponto acordou.

@oi para dgestow logo depois do caf= damanhã para procurar, como agora procurava todos

os dias, algu=m que viesse su?stituir a (ra. Maggs.#o topo de MarJet (treet aconteceu alguma coisaque finalmente a resolveu a ir a (t. AnneQs nessemesmo dia e pelo trem das 6R horas e \9 minutos.hegou a um lugar onde estava parado um grandecarro ao lado do pavimento, um carro do #I.

Luando chegou junto dele, um homem saiu deuma loja, passou pela frente dela para falar aomotorista do carro e depois entrou neste. stavatão perto dela que, a despeito do nevoeiro, viu-omuito distintamente, isolado de todos os outroso?jetos1 o pano de fundo era todo ele nevoeiro

cin)ento e p=s que passavam e os sons rudesdaquele trnsito fora do costume que agora nuncaaca?ava em dgestow. !ê-lo-ia reconhecido, ondequer que fosse1 nem o rosto de MarJ, nem o seupr+prio rosto num espelho, lhe eram agora maisfamiliares. Fiu a ?ar?a em ?ico, as lunetas, o rosto,

que de certa maneira lhe recordava um rosto decera. #ão tinha necessidade de pensar o que iafa)er. * seu corpo, ultrapassando-o rapidamente,parecia ter decidido por si pr+prio que ia direito 'esta"ão e da0 para (t. AnneQs. ra qualquer coisa

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diferente do medo Dem?ora ela estivesse tam?=materrori)ada, quase a ponto de ter n%useasE que acondu)ia tão infalivelmente em frente. ra uma

total rejei"ão, ao mesmo tempo. *s sonhosafundavam-se na sua insignificncia comparadoscom a ofuscante realidade da presen"a do homem.stremeceu ao pensar que as mãos de am?os sepodiam ter tocado, quando passara por ele.

* trem estava a?en"oadamente quente, o

compartimento dela va)io, o fato de se sentardelicioso. A lenta viagem atrav=s do nevoeiro quasea p&s a dormir. Mal pensou em (t. AnneQs at= quel% se encontrou1 mesmo enquanto caminhava pela 0ngreme colina acima não fa)ia planos, nãoensaiava nada do que tencionava di)er, pensava

apenas em amilla e na (ra. 4im?le. *s n0veisinfantis, o su?solo do esp0rito, tinham vindo decima. Lueria estar com as pessoas, gentis, longedas pessoas desagrad%veis, essa distin"ão deinfant%rio parecia no momento mais importante doque quaisquer posteriores categorias de ons e

Maus ou Amigos e Inimigos.@oi despertada deste estado, ao notar que

estava mais claro. *lhou em frente1 seguramenteque a curva da estrada estava mais vis0vel do quedeveria estar num nevoeiro assim *u seria apenasque o nevoeiro do campo era diferente do nevoeiro

da cidade om certe)a o que fora cin)ento estavaa tornar-se ?ranco, quase deslum?rantemente?ranco. Omas jardas mais ' frente e por cima daca?e"a, mostrava-se o a)ul luminoso, e as %rvoresfa)iam som?ra Dnão via uma som?ra havia diasE, e

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então de repente, enormes por"Nes do c=u ficaram vis0veis e o p%lido sol dourado tam?=m, e ao olharpara tr%s, quando virou para o solar, Hane estava de

p= na costa de uma pequena ilha verde iluminadapelo sol, olhando para ?ai>o para um mar denevoeiro ?ranco, com sulcos e cristas, em?oraplano no conjunto, que se estendia at= onde elapodia ver. 2avia tam?=m outras ilhas. Aquelaescura, para oeste, eram as colinas ar?ori)adas por

cima de (andown, onde tinha feito o piqueniquecom os 4ennistons< e a muito maior e mais?rilhante, para o lado norte, eram as colinas cheiasde cavernas, quase se lhes podia chamarmontanhas, na qual o /ind tinha a sua nascente.espirou fundo. ra o tamanho daquele mundo

por cima do nevoeiro que a impressionava. % em?ai>o, em dgestow, todos aqueles dias tinha-se vivido, mesmo quando ao ar livre, como se seestivesse dentro de um quarto, pois apenas eram vis0veis os o?jetos que estavam ' mão. (entia queestivera perto de esquecer como = grande o c=u,

como = distante o hori)onte.

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CAPÍTULO VIIO CHEFE SUPREMO

I

 Antes de chegar ' porta do muro, Haneencontrou o (r. 4enniston e ele guiou-a para

dentro do solar, não por essa porta mas peloportão principal, que a?ria para a mesma estrada,umas centenas de jardas mais ' frente. la contou-lhe a sua hist+ria enquanto caminhavam. #acompanhia dele, tinha aquela curiosa sensa"ão, quea maior parte das pessoas casadas conhecem, de

estar com algu=m com quem Dpor uma ra)ãodefinitiva mas inteiramente misteriosaE nunca sepoderia ter casado mas que, não o?stante, = maisdo mundo da pr+pria pessoa do que aquela comquem de fato se casou. Ao entrarem em casa,encontraram a (ra. Maggs.

 — * quê, A (ra. (tuddocJG ImaginemG —disse a (ra. Maggs.

 — (im, Iv; — disse 4enniston —, etra)endo grandes novidades. As coisas estãocome"ando a me>er. !emos de ver Srace ime-diatamente. est% por a0 Mac $hee

 — Anda l% por fora a jardinar, h% horas —disse A (ra. Maggs. — o 4r. 4im?le foi para a@aculdade. amilla est% na co)inha. 4evomand%-la ir ter convosco

 — (im, fa"a-o se puder evitar que o (r.

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ultitude se intrometa... — st% ?em. 2ei de o manter sem fa)er

maldades, realmente. Sostaria de uma >0cara de

ch%, (ra. (tuddocJ, não = 4epois de vir de trem etudo isso.

Ons minutos mais tarde, Hane encontrou-seuma ve) mais no quarto de Srace Ironwood. MissIronwood e os 4ennistons estavam todos sentadosde frente para ela, de forma que se sentiu como se

fosse um candidato num e>ame oral. quando Iv;Maggs entrou com o ch%, não foi em?ora outra ve), mas sentou-se, como se fosse tam?=m um dose>aminadores.

 — AgoraG — disse amilla, os olhos e asnarinas a?ertos, com uma esp=cie de fome mental

recente, era muito concentrada para se chamare>cita"ão.

 Hane olhou de relance ' volta do quarto. — #ão precisa preocupar-se com Iv;,

minha jovem — disse Ironwood. — la = uma dasda nossa companhia.

2ouve uma pausa. — !emos a sua carta do dia 6R —

continuou Miss Ironwood —, descrevendo o seusonho com o homem de ?ar?a em ?ico, sentado etomando notas no seu quarto. !alve) deva di)er-lhe que ele não estava realmente l%1 pelo menos, o

diretor não acha ser isso poss0vel. Mas ele estava aestud%-la. le estava o?tendo informa"Nes a seurespeito, de qualquer outra origem que, infeli)men-te, não era vis0vel por si no sonho.

 — $ode contar-nos, se não se importa —

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disse o (r. 4enniston —, o que estava me di)endoquando v0nhamos para c%

 Hane contou-lhes o sonho com o cad%ver Dse

era um cad%verE no lugar escuro e como encontrarao homem de ?ar?a nessa manhã em MarJet (treet<e logo teve a consciência de ter criado um interesseintenso.

 — ImaginemG — disse Iv; Maggs. — !0nhamos, pois, ra)ão a respeito do

$arque de ragdonG — disse amilla. — T realmente el?ur; — disse o marido.

 — Mas nesse caso, onde = que aparece o Alcasan — 4esculpem — disse Miss Ironwood na

sua vo) tranqZila, e os outros ficaraminstantaneamente silenciosos. — #ão devemos

discutir o assunto aqui. A (ra. (tuddocJ ainda nãose juntou a n+s.

 — #ão vão me di)er nada — perguntou Hane.

 — Minha jovem — disse Ironwood. — !em de me desculpar. #ão seria sensato neste

momento1 na verdade não temos li?erdade de fa)ê-lo. $ermita-me que lhe fa"a mais duas perguntas

 — (e o deseja — disse Hane, enfadada, mass+ um pouquinho. A presen"a de amilla e domarido de certa forma fa)ia-a assumir o seu melhorcomportamento.

Miss Ironwood a?rira uma gaveta e durantealguns momentos houve silêncio enquanto elapesquisava l% dentro. 4epois estendeu umafotografia a Hane e perguntou1

 — econhece esta pessoa

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 — (im — disse Hane em vo) ?ai>a. — T ohomem com quem tenho sonhado e o homem que vi esta manhã em dgestow.

ra uma ?oa fotografia e de?ai>o dela estavao nome Augustus @rost, com uns tantos detalhesmais, que Hane no momento não a?sorveu.

 — m segundo lugar — continuou MissIronwood, estendendo a mão para Hane devolver afotografia — est% preparada para ver o diretor, j%

 — em, sim, se o deseja. — #esse caso, Arthur — disse Miss

Ironwood para 4enniston —, = melhor ir di)er-lheaquilo que aca?amos de ouvir, e ver se ele est%suficientemente ?em para se encontrar com a (ra.(tuddocJ.

4enniston levantou-se de imediato. — ntretanto — disse Miss Ironwood —,

gostaria de ter uma palavra a s+s com a (ra.(tuddocJ. — om isto os outros tam?=m selevantaram e sa0ram do quarto ' frente de4enniston. Om gato muito grande que Hane não

tinha notado antes saltou e ocupou a cadeira queIv; Maggs tinha aca?ado de dei>ar vaga.

 — !enho muito poucas d3vidas — disseMiss Ironwood — de que o diretor a ir% rece?er.

 Hane não disse nada. — na entrevista — continuou a outra —

ser%, presumo eu, chamada a tomar uma decisãodefinitiva. Hane tossiu ligeiramente, sem qualquer outro

prop+sito que não o de dissipar um certo ar deimportuna solenidade que parecia ter-se instalado

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de entrada, de onde uma ?ela escadaria georgianalevava aos andares de cima. A casa, maior do que Hane a princ0pio supusera, estava quente e muito

silenciosa, e depois de tantos dias passados nonevoeiro, a lu) do sol de *utono, incidindo emcarpetes macias e nas paredes, parecia-lhe ?rilhantee dourada. #o primeiro andar, mas seis degrausacima dele, encontraram um pequeno lugarquadrado com colunas ?rancas, onde amilla,

sossegada e atenta, estava sentada ' espera deles.2avia uma porta por detr%s dela.

 — le vai rece?ê-la — disse para MissIronwood, levantando-se.

 — st% com muitas dores esta manhã — #ão são cont0nuas. T um dos seus dias

?ons.Luando Miss Ironwood ergueu a mão para

?ater ' porta, Hane pensou para consigo1 B!omecuidado. #ão se dei>e arrastar para nada. !odosestes corredores compridos e vo)es ?ai>as, se nãotiver cuidado, a farão de tola. A tornarão mais

outra das adoradoras femininas deste homem.C #omomento seguinte deu por si a entrar. ra claro,parecia tudo janelas. era quente, o fogo ardia nofogão. o a)ul era a cor prevalecente. Antes dosolhos dela terem a?sorvido aquilo, ficoua?orrecida, e de certa maneira envergonhada, ao

 ver que Miss Ironwood estava fa)endo uma vênia.B#ão o fareiC, questionava no esp0rito de Hane comBnão possoC, pois tinha sido verdade no sonhodela1 não podia.

 — sta = a jovem, senhor — disse Miss

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Ironwood. Hane olhou< e instantaneamente o seumundo desfe)-se. #o sof% na frente dela, com ump= enfai>ado como se tivesse uma ferida, estava

estendido o que parecia ser um rapa) de \R anos deidade.

#um dos compridos peitoris da janela, umagralha domesticada andava para ?ai>o e para cima. A lu) do fogo com o seu refle>o fraco, e a lu) dosol com o seu refle>o mais forte rivali)am no teto.

Mas toda a lu) na sala parecia correr para o ca?elode ouro e a ?ar?a loura do homem ferido.

videntemente ele não era um rapa), como= que ela podia ter pensado nisso A pele fresca natesta e nas faces e, acima de tudo, nas suas mãos,sugerira a id=ia. Mas nenhum rapa) podia ter uma

?ar?a tão cerrada. nenhum rapa) podia ser tãoforte. sperava ver um inv%lido. Agora eramanifesto que do aperto daquelas mãos não sepoderia escapar e a imagina"ão sugeria que aqueles?ra"os e om?ros podiam sustentar a casa toda.Miss Ironwood, a seu lado, parecia-lhe uma velha,

pequena, encarquilhada e p%lida, uma coisa que sepodia afastar com um sopro.

* sof% estava colocado numa esp=cie deestrado, separado do resto da sala por um degrau. !eve a impressão de uma massa de reposteirosa)uis< mais tarde, viu que era apenas um ?iom?o,

por detr%s do homem, de forma que o efeito era deuma sala do trono. !eria chamado tolice 'quilo se, em ve) de o

estar vendo, algu=m lhe tivesse contado. Atrav=sdas janelas ela não via %rvore nenhuma, nem

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colinas nem as formas de outras casas1 apenas onevoeiro ao n0vel do pavimento, como se aquelehomem e ela estivessem empoleirados numa torre

a)ul, olhando do alto para o mundo. A dor ia e vinha na cara dele1 s3?itas

pontadas de dor a?rasadora e que causava agonia.Mas, como o relmpago atravessa a escuridão e aescuridão torna a fechar-se e não mostra tra"oalgum, assim a tranqZilidade do seu sem?lante

engolia cada transe de tortura. omo podia ela tê-lo pensado jovem *u então velho Atingiu-a aid=ia, com uma sensa"ão de medo s3?ito, de que acara dele não tinha idade nenhuma. la nãogostava Dou assim julgavaE de caras com ?ar?as,e>ceto em velhos de ca?elos ?rancos. Mas isso era

porque h% muito esquecera o ei Artur queimaginara na sua infncia, e o (alomão queimaginara. (alomão, pela primeira ve) em muitosanos a ?rilhante mistura solar de rei, amante em%gico que pende so?re esse nome voltava a entrarde volta e de surpresa no seu esp0rito. $ela primeira

 ve) em todos aqueles anos, sa?oreou a palavra rei,com todas as associa"Nes ligadas de ?atalha,casamento, sacerd+cio, miseric+rdia e poder.#aquele momento, quando os seus olhos primeiropousaram na cara dele, Hane esqueceu quem era, eonde estava, e o seu vago ressentimento contra

Srace Ironwood, e o seu ressentimento maiso?scuro contra MarJ, e a sua infncia e a casa dopai. @oi, = claro, apenas por um relmpago. #omomento seguinte, era novamente a Hane social ecomum, corada e confusa ao verificar que tinha

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estado a fitar rudemente Dpelo menos esperava quea rude)a fosse a principal impressão causadaE umcompleto estranho. Mas o seu mundo estava

desfeito< sa?ia isso. Lualquer coisa podia aconteceragora.

 — *?rigado, Srace — estava o homemdi)endo. — sta = a (ra. (tuddocJ

a vo) parecia ser tam?=m como lu) do sole ouro. omo o ouro, não apenas como o ouro =

?elo, mas como ele = pesado< como a lu) do sol,não apenas como ela incide suavemente nasparedes inglesas no *utono, mas como fustiga aselva ou o deserto, para originar vida ou para adestruir. agora dirigia-se a ela.

 — !em de me perdoar por não me levantar,

(ra. (tuddocJ — di)ia. — * meu p= est%magoado.

Hane ouviu a sua pr+pria vo) di)er Bsim,senhorC suave e respeitosa como a vo) de MissIronwood. !encionara di)er1 — om dia, (r.@isher-Ving — num tom ' vontade que teria

contrariado o a?surdo do seu comportamentoinicial ao entrar na sala. Mas o outro foi o que saiurealmente da sua ?oca. $ouco depois, deu por sisentada em frente do diretor. stava a?alada,estava mesmo tremendo. !inha forte esperan"a denão come"ar a chorar ou de não ser incapa) de

falar ou de não fa)er qualquer tolice. $ois que o seumundo fora desfeito1 qualquer coisa podia agoraacontecer. (e ao menos a conversa j% tivesseaca?adoG 4e forma a ela poder sair daquela salasem ser em desgra"a, e ir-se em?ora, não de ve),

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mas por longo tempo. — Luer que eu fique, senhor — disse Miss

Ironwood.

 — #ão, Srace — disse o diretor —, nãopenso que precise ficar. *?rigado.

B agoraC, pensou Hane Bvai vir, vai vir, vai vir agoraC. !odas as perguntas mais intoler%veisque ele podia fa)er, todas as coisas maise>travagantes que ele podia fa)ê-la praticar,

perpassaram-lhe pelo esp0rito numa confusão tola.$ois, todo o poder de resistência parecia ter sidoe>tra0do dela e ela ficara sem prote"ão.

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II

4urante os primeiros minutos depois deSrace Ironwood os ter dei>ado s+s, Hane malentendeu aquilo que o diretor estava di)endo. #ãoera que a sua aten"ão se dispersasse< pelo contr%rio,a sua aten"ão estava tão fi>a nele que se derrotava asi pr+pria. ada tom, cada olhar Dcomo = quetinham podido pensar que ela o acharia jovemE,cada gesto, estava a ficar impresso na sua mem+ria<e foi s+ quando verificou que ele tinha dei>ado defalar, e estava aparentemente ' espera de umaresposta, que compreendeu que tinha a?sorvidotão pouco daquilo que ele estivera di)endo.

 — $e"o, pe"o desculpa — disse, desejandonão continuar a ficar corada como uma menina deescola.

 — u estava di)endo — respondeu ele —que j% nos prestou o maior servi"o poss0vel.(a?0amos que um dos mais perigosos ataques,jamais desencadeados contra a ra"a humana, viriamuito em ?reve, e nesta ilha. !0nhamos id=ia deque el?ur; podia estar relacionado com ele. Masnão t0nhamos a certe)a. ertamente que nãosa?0amos que el?ur; era assim tão importante. Tpor isso que a sua informa"ão = tão valiosa. Mas,

por outro lado, apresenta-nos uma dificuldade.Luero di)er, uma dificuldade naquilo que lhe di)respeito. !0nhamos esperan"a de que pudessejuntar-se a n+s, de vir a ser um elemento do nossoe>=rcito.

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 — não posso, senhor — disse Hane. — T dif0cil — disse o diretor depois de uma

pausa. — st% vendo1 o seu marido est% em

el?ur;. Hane levantou os olhos de relance. !inha

estado na ponta da l0ngua di)er1 — Luer di)er que MarJ corre perigo —

Mas compreendera que a ansiedade a respeito deMarJ não fa)ia, de fato, parte das comple>as

emo"Nes que estava sentindo, e que replicar assimseria hipocrisia. ra um tipo de escr3pulos que nãoe>perimentara muitas ve)es antes. $or fim, disse1 — * que quer di)er

 — $ois = — disse o diretor —, sereia dif0cilpara a mesma pessoa ser esposa de um funcion%rio

do #I e ao mesmo tempo mem?ro da minhacompanhia.

Luer di)er que não podia confiar em mim — u não quero di)er nada de que

precisamos ter receio de falar. Luero di)er que, nascircunstncias, você, eu e o seu marido não

poder0amos todos confiar uns nos outros. Hane mordeu os l%?ios, )angada, não com o

diretor mas com MarJ. $or que = que haviam, ele eos seus neg+cios com o tal @everstone, de seintrometer num momento como aquele

 — u tenho que fa)er aquilo que eu penso

ser certo, não tenho — disse ela suavemente. —Luero di)er1 se MarJ, se o meu marido, est% dolado errado, não posso dei>ar que isso causequalquer diferen"a naquilo que eu fa"o. $osso

 — st% pensando so?re o que = certo —

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ogo que disse isto, interrogou-se1 BAquilosuava a ast3ciaC, e depois, de forma maisdesconcertante1 Bera ast3ciaC

 — #ão — disse o diretor. — não lhedeve contar. #ão se deve referir a mim nem 'companhia, em a?soluto. $usemos as nossas vidasnas suas mãos. !em simplesmente que lhe pedirpara dei>ar el?ur;. !em que p&r isso como seudesejo pr+prio. Focê = a esposa dele.

 — MarJ nunca d% importncia nenhuma'quilo que digo — respondeu Hane. !anto ela comoMarJ pensavam isso um do outro.

 — $ode ser — disse o diretor — que nuncalhe tinha pedido nada como vai pedir-lhe isto. #ãoquer salvar a ele tanto como a si

 Hane ignorou esta pergunta. Agora que aamea"a de e>pulsão da casa estava eminente, sentiauma esp=cie de desespero. (em atender aocomentador interior, que, durante esta conversa,mais do que uma ve) lhe tinha mostrado as suaspr+prias palavras e desejos a uma lu) tão diferente,

come"ou falando rapidamente. — #ão me mande em?ora — disse —,

estou completamente s+ em casa com sonhosterr0veis. #ão = como se MarJ e eu nos v0ssemosmuito um ao outro, no melhor dos tempos. (outão infeli). le não se importar% que eu venha para

c% ou não. Apenas se riria disto tudo, se sou?esse.T justo que toda a minha vida seja estragada s+porque ele se meteu com umas pessoas horr0veisquaisquer #ão pensa que uma mulher não = parater nenhuma vida pr+pria, s+ porque = casada

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 — (ente-se infeli) agora — disse o diretor.Oma d3)ia de afirmativas morreram nos l%?ios de Hane ao levantar os olhos em resposta a esta

pergunta. ntão, su?itamente, numa esp=cie deprofunda calma, como a imo?ilidade no centro deum redemoinho, ela viu a verdade e cessou por fimde pensar como as suas palavras podiam fa)ê-lopensar a respeito dela, e respondeu1

 — #ão.

 — Mas — acrescentou depois de uma curtapausa —, agora ser% pior, se me for em?ora.

 — (er% — #ão sei. #ão. (uponho que não. —

por pouco tempo, Hane mal teve consciência deoutra coisa a não ser pa) e ?em-estar, o conforto

do seu pr+prio corpo na cadeira onde estavasentada, e uma esp=cie de l0mpida ?ele)a nas corese propor"Nes da sala. Mas em ?reve come"ou apensar consigo mesma1 Bste = o fim. 4entro deum momento manda chamar essa mulher,Ironwood, para me levar daqui.C $arecia-lhe que a

sua sorte dependia daquilo que dissesse no minutoseguinte.

 — Mas = realmente necess%rio — come"ouela. — #ão penso que olhe para o casamentoe>atamente como o senhor o fa). $arece-mee>traordin%rio que tudo deva depender daquilo que

MarJ disser... — Minha filha — disse o diretor —, não =uma questão de como você ou eu encaramos ocasamento, mas sim de como os meus mestresencaram.

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 — Algu=m disse que eles eram muito 'moda antiga< mas...

 — Isso foi uma ?rincadeira. #ão são ' moda

antiga< mas são muito, muito velhos. — #unca pensariam em sa?er primeiro se

MarJ e eu acreditamos nas id=ias deles so?recasamento

 — em, não — disse o diretor com umsorriso curioso. — #ão. m a?soluto e em

definitivo, não pensariam em tal fa)er. — não lhes fa)ia diferen"a alguma como

era realmente o casamento, se era um ê>ito (e amulher amava o marido

 Hane não tinha tido e>atamente a inten"ão dedi)er isto1 muito menos de o di)er no tom pr%tico,

?arato, que, parecia-lhe agora, tinha usado.*diando a si pr+pria, e temendo o silêncio dodiretor, acrescentou1

 — Mas, suponho que dir% que eu não deviater-lhe dito isto.

 — Minha querida filha — disse o diretor —,

tem estado a me di)er isso desde que o seu maridofoi mencionado.

 — Isso não fa) diferen"a nenhuma — (uponho — disse o diretor — que isso

dependeria de como ele perdeu o seu amor. Hane ficou calada. onquanto não pudesse

contar a verdade ao diretor, e na verdade não asou?esse ela pr+pria, contudo, quando tentavae>plorar os seu mal-definido agravo contra MarJ,uma nova sensa"ão da sua pr+pria injusti"a, emesmo de piedade pelo marido, surgia no seu

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esp0rito. o cora"ão dela teve um ?aque, poisagora parecia-lhe que aquela conversa, para qual elatinha vagamente olhado como uma esp=cie de

li?erta"ão de todos os pro?lemas, estava, de fato, aenvolvê-la em outros, novos.

 — #ão foi culpa dele — disse ela por fim. — (uponho que o nosso casamento foi apenas umerro.

* diretor não disse nada.

 — * que = que o senhor, o que = que aspessoas de que est% falando, diriam so?re um casocomo este

 — u digo-lhe, se realmente quer sa?er —disse o diretor.

 — $or favor — disse Hane com relutncia.

 — 4iriam — respondeu ele — que não sefalha na o?ediência devido ' falta de amor, mas que você perdeu o amor porque nunca tentou ao?ediência.

 Algo em Hane, que normalmente teriareagido a uma o?serva"ão assim com )anga e riso,

foi ?anido para uma distncia remota Donde elapodia ainda, mas apenas, ouvir a sua vo)E pelo fatode que a palavra o?ediência, certamente, por=m,não o?ediência a MarJ, a envolveu, naquela sala enaquela presen"a, como um estranho perfumeoriental, perigoso, sedutor e am?0guo...

 — $areG — disse o diretor, com firme)a. Hane fitou-o, ?oquia?erta. 2ouve algunsmomentos de silêncio, durante os quais a fragrnciae>+tica se dissipou.

 — $ensava que o amor significava igualdade

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 — disse ela — e livre camaradagem. — AhG IgualdadeG — disse o diretor. —

 !emos de falar disso noutra altura qualquer. (im,

todos n+s temos de estar protegidos por direitosiguais contra a ganncia uns dos outros, porque ca0-mos. >atamente como precisamos usar roupaspela mesma ra)ão. Mas o corpo nu devia estar l%de?ai>o, amadurecendo para o dia em que j% nãoprecisaremos delas. A igualdade não = a mais

profunda das coisas, sa?e. — (empre pensei que era isso e>atamente

que ela era. $ensei que era na alma que as pessoaseram iguais.

 — stava enganada — disse ele gravemente. — sse = o 3ltimo lugar em que elas são iguais.

Igualdade perante a lei, igualdade de rendimentos,isso est% muito ?em. A igualdade guarda a vida, nãoa cria. T um rem=dio, não o alimento. ra omesmo do que tentar aquecer-se com um livro.

 — Mas, seguramente, no casamento... — ada ve) pior — disse o diretor. — *

cortejar nada sa?e disso, nem a frui"ão. Lue tem alivre camaradagem a ver com isso Aqueles queestão apreciando qualquer coisa, ou sofrendo qual-quer coisa juntos, são companheiros. Aqueles quecausam pra)er ou sofrimento um ao outro, nãosão. (a?e como a ami)ade = t0mida. Amigos,

camaradas, não olham uns para os outros. A ami)a-de ficaria envergonhada... — $ensei — disse Hane, e parou. — $erce?o — disse o diretor. — #ão =

culpa sua. #unca a preveniram. #ingu=m lhe disse

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 vras partiu o pão e serviu-se de vinho no copo. — #unca li o livro de que est% falando —

disse Hane. @alaram um pouco do livro enquanto o

diretor comia e ?e?ia, mas a certa altura ele agarrouno prato e despejou as migalhas para o chão.

 — Agora, (ra. (tuddocJ — disse —, vai veruma diversão. Mas tem de ficar perfeitamentequieta.

om estas palavras tirou do ?olso um

pequeno apito de prata e soprou nele uma nota.  Hane ficou sentada quieta, at= a sala ficar cheia desilêncio como uma coisa s+lida e houve primeiroum raspar e depois um sussurrar e então viu trêsratos gordos a?rindo caminho atrav=s do que paraeles era a espessa vegeta"ão rasteira do carpete,

apontando o nari) para um lado e outro de formaque, se fosse tra"ada a rota deles, ter-se-iaassemelhado a um rio serpenteante, at= estarem tãoperto que ela podia ver o cintilar dos seus olhos, emesmo o palpitar dos nari)es. A despeito do quedissera, realmente não lhe agradavam ratos na

 vi)inhan"a dos seus p=s e foi com esfor"o que semanteve sentada quieta. Sra"as a este esfor"o viuos ratos pela primeira ve) como eles são realmente,não como coisas rastejantes mas comoquadr3pedes delicados, quase, quando se sentamnos quartos traseiros, como min3sculos cangurus,

com as patas dianteiras enluvadas e orelhastransparentes. om movimentos r%pidos einaud0veis deslocavam-se para c% e para l% at= quenem uma migalha restasse no chão. ntão elesoprou uma segunda ve) no apito e, com uma s3?i-

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ta a?anadela das caudas, os três, todos, estavam acorrer para casa e em poucos segundos tinhamdesaparecido atr%s da cai>a do carvão. * diretor

olhou para ela com riso nos olhos.BT imposs0velC, pensou Hane, Bconsider%-lo

 velho.C — Aqui temos — disse ele — um

ajustamento muito simples. *s humanos queremas migalhas removidas< os ratos estão ansiosos por

removê-las. #unca devia ter sido uma causa deguerra.

Mas vê que a o?ediência e a dire"ão são maisparecidas com uma dan"a do que com ume>erc0cio, especialmente entre homem e mulher,onde os pap=is estão sempre a mudar.

 — omo lhes devemos parecer imensos —disse Hane.

sta o?serva"ão inconseqZente tinha umacausa muito curiosa. Srande)a era aquilo em queela estava pensando e por um instante parecera queela estava pensando na sua pr+pria grande)a em

compara"ão com os ratos. Mas quase de imediatoesta identifica"ão caiu. #a realidade, ela estavapensando simplesmente em grande)a. *u antes,não estava pensando nela. stava, de uma formaestranha qualquer, a e>periment%-la. Alguma coisaintoleravelmente grande, alguma coisa de

ro?dingnag estava fa)endo pressão so?re ela,apro>imava-se, estava quase na sala. (entia-se elapr+pria encolher, va)ia de todo o poder e virtude.4ardejou um olhar de relance ao diretor que erarealmente um grito de au>0lio, e esse olhar de

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III

Luando Hane dei>ou a aldeia de (t. AnneQsno topo da colina e desceu at= ' esta"ão, verificouque, mesmo ali em ?ai>o, o nevoeiro tinhacome"ado a levantar. !inham-se a?erto nelegrandes janelas, e ' medida que o trem a ia levando,passou repetidamente atrav=s de lagoas da lu) dosol da tarde.

4urante esta viagem, estava tão divididadentro de si mesma que se podia di)er que haviatrês, senão quatro, Hanes no compartimento.

 A primeira era uma Hane simplesmentereceptiva em rela"ão ao diretor, recordando cadapalavra e cada olhar, e deliciando-se com eles, uma Hane apanhada com a guarda a?solutamente a?erta,sacudida para fora do pequeno e modesto conjuntode id=ias contemporneas que constitu0ra at= ali asua parcela de sa?edoria, e arrastada na corrente demar= de uma e>periência que não compreendia enão podia controlar. $ois estava tentando control%-la< essa era a fun"ão da segunda Hane. sta segunda Hane encarava a primeira com aversão, como o tipode mulher, de fato, que tinha sempre especialmentedespre)ado. Oma ve), ao sair de um cinema, ouvirauma pequena empregada de loja di)er para a amiga.

 — *h, como ele era ador%velG (e tivesseolhado para mim da forma como olhou para ela,tê-lo-ia seguido at= ao fim do mundo.

Oma mo"a pequena, que dava nas vistas,pintada, a chupar hortelã-pimenta. (e a segunda

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 Hane tinha ra)ão ao identificar a primeira Hane comessa mo"a, pode ser posto em causa, mas ela o fe). achou-a intoler%vel. !er-se rendido sem condi-

"Nes ' simples vo) e aspecto daquele estranho, tera?andonado Dsem o notarE o pequeno e afetadodom0nio do seu pr+prio destino, essa reservapermanente que entendia essencial ' sua situa"ãocomo pessoa adulta, integrada e inteligente... acoisa era a?solutamente degradante, comum, não

civili)ada. A terceira Hane era uma visitante nova e

inesperada. 4a primeira houvera tra"os naadolescência, e a segunda era o que Hane tomavacomo sendo a sua identidade BrealC ou normal. Masa terceira, a tal Hane moral, era uma de cuja

e>istência nunca tinha suspeitado. (a0da de algumaregião desconhecida de ?oa vontade ouhereditariedade, pronunciava toda a esp=cie deo?serva"Nes que Hane ouvira antes muitas ve)esmas que nunca tinham parecido, at= aquelemomento, estar relacionadas com a vida real. (e lhe

tivesse simplesmente dito que os seus sentimentosso?re o diretor eram errados, não teria ficadosurpreendida, e teria dado desconto a isso comosendo a vo) da tradi"ão. Mas não o fa)ia. Finha aculp%-la por não ter sentimentos semelhantes so?reMarJ. ontinuava a incutir no seu esp0rito aqueles

novos sentimentos a respeito de MarJ, sentimentosde culpa e de pena, que e>perimentara pelaprimeira ve) na sala do diretor. @ora MarJ quemcometera o erro fatal< ela tinha, tinha, tinha de serBagrad%velC para com MarJ. * diretor insistira

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o?viamente nisso. #o preciso momento em que oseu esp0rito estava principalmente cheio por outrohomem, surgia nele, enevoada por uma emo"ão

mal definida, a resolu"ão de dar a MarJ muito maisdo que jamais lhe dera antes, e a sensa"ão de queao fa)ê-lo estaria realmente a d%-lo ao diretor. isto produ)ia nela uma tal confusão de sentimentosque todo aquele de?ate interno se tornou indistintoe foi desaguar na e>periência mais vasta da quarta

 Hane, que era a pr+pria Hane e dominava todo oresto em todos os momentos sem esfor"o e at=sem o escolher.

sta quarta e suprema Hane estavasimplesmente num estado de alegria. As outras trêsnão tinham poder so?re ela, pois ela encontrava-se

na esfera de H3piter, no meio de lu), m3sica e pom-pa festiva, cheia a trans?ordar de vida e radiante desa3de, jocunda e vestida de roupagem fulgurante.Mal se detinha pensando nas curiosas sensa"Nesque tinham imediatamente precedido a suadespedida do diretor e tornara essa despedida

quase um al0vio. Luando tentava fa)ê-lo, issoimediatamente levava os seus pensamentos a voltarem ao pr+prio diretor. * que quer que fosseem que ela tentasse pensar condu)ia-a de novo aodiretor e, nele, ' alegria. $elas janelas do trem via osraios de sol delineados, derramando-se so?re o

restolho ou os ?osques lustrosos e sentia que eleseram como as notas de uma trom?eta. *s olhosdela descansavam so?re os coelhos e vacas 'medida que eles desli)avam a a?ra"ava-osintimamente com amor alegre, de f=rias. 4eliciava-

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se com a fala ocasional da 3nica pessoa, um velhoseco, que partilhava com ela o compartimento e via, como nunca antes, a ?ele)a da sua velha mente,

saga) e ?rilhante como o sol, doce como uma no)e tão inglesa como o tra"ado a gi). efletiu comsurpresa quanto tempo j% l% ia desde que a m3sicadesempenhara qualquer papel na sua vida, eresolveu ouvir muitos corais de ach nogramofone nessa noite. *u, então, talve), fosse ler

uma quantidade de contos de (haJespeare.4eleitava-se tam?=m com a fome e sede que sentiae decidiu que faria para o ch% torradas com man-teiga. deleitava-se tam?=m com a consciência dasua pr+pria ?ele)a< pois tinha a sensa"ão, podia serfalsa na realidade, mas nada tinha a ver com

 vaidade, de que ela estava a crescer e a e>pandir-secomo uma flor m%gica a cada minuto que passava.om tal disposi"ão, era apenas natural, depois do velho camponês ter sa0do em ure 2ard;, p&r-seem p= e ver-se ao espelho que estava na frente delana antepara do compartimento. ertamente que

estava com ?om aspecto< estava com aspectoinvulgarmente ?om. , uma ve) mais, pouca vaidade havia naquilo. $ois a ?ele)a foi feita paraos outros. A sua ?ele)a pertencia ao diretor.$ertencia-lhe tão completamente que ele podia at=decidir não a guardar para si pr+prio, mas ordenar

que ela fosse dada a um outro, por um ato deo?ediência mais ?ai>a e por conseguinte mais alta,mais incondicional e por conseguinte maisencantadora, do que se ele a tivesse e>igido para sipr+prio.

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Luando o trem chegou ' esta"ão dedgestow, Hane estava mesmo decidida a não pegarum &ni?us. 4esfrutaria a caminhada at= (andow, l%

em cima. então, mas que dia?o era aquilo tudo A plataforma, usualmente quase deserta 'quelahora, parecia uma plataforma de ondres em dia deferiado ?anc%rio.

 — % estamos, parceiroG — gritou uma vo),quando ela a?riu a porta, e meia d3)ia de homens

apinharam-se no vagão tão ?rutalmente que porum momento não p&de sair. !eve dificuldade ematravessar a plataforma. As pessoas pareciam seguirem todas as dire"Nes ao mesmo tempo, pessoas)angadas, grosseiras e e>citadas.

 — ntre outra ve) no trem, depressaG —

?errou algu=m. — (aia da esta"ão, se não estiver viajando

 — vociferou outra vo). — Lue dia?o — perguntou uma terceira,

mesmo ao lado dela, e então uma vo) de mulherdisse1

 — *h, senhorG $or que = que não paramistoG

de fora, para l% da esta"ão veio um ru0doretum?ante como o da multidão num jogo defute?ol. $arecia haver uma quantidade de lu)es nãofamiliares.

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IV 

2oras mais tarde, magoada, aterrada ecansada de morte, Hane encontrou-se numa rua quenem sequer conhecia, cercada por pol0cias do#I e algumas das suas agentes femininas, as /aips. * seu trajeto tinha sido como o de umhomem tentando chegar em casa ao longo da praiacom a mar= a encher. !inha sido desviada da suarota natural pela /arwicJ (treet, estavam as-saltando lojas e fa)endo fogueiras por l%, e for"adaa seguir um c0rculo muito mais amplo, por cima,pelo asilo, que a teria levado para casa no final.4epois, mesmo esse c0rculo mais amplo provaraser impratic%vel, pela mesma ra)ão. !inha sidofor"ada a tentar uma volta ainda mais longa< e decada ve) a mar= chegara l% antes dela. @inalmente vira one ane, direita e va)ia e calma, e aparente-mente a sua 3ltima hip+tese de chegar em casanaquela noite. Om par de pol0ciais do #I,parecia que se encontravam em toda a parte e>cetoonde o motim era mais violento, tinha gritado1B#ão pode descer por a0, menina.C Mas como elesentão lhe tinham virado as costas, e estava maliluminado, e porque ela agora estava desesperada, Hane meteu-se pela rua. Apanharam-na. foi assim

que se achou sendo levada para uma sala iluminadae sendo interrogada por uma mulher uniformi)ada,de ca?elo cin)ento curto, cara quadrada e com umcharuto que não fora aceso. A sala estava emdesordem, como se uma casa particular tivesse sido

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su?itamente e sumariamente convertida em esqua-dra de pol0cia. A mulher com o charuto não tomounenhum interesse particular at= Hane ter dado o seu

nome. ntão Miss 2ardcastle olhou-lhe para a carapela primeira ve). Hane e>perimentou umasensa"ão inteiramente nova. la estava j% cansada eaterrori)ada, mas aquilo era diferente. A cara daoutra mulher afetava-a como a cara de algunshomens, homens gordos com pequenos olhos

%vidos e sorrisos estranhos e inquietantes, a tinhamafetado quando tinha menos de \R anos. stavaaterradoramente sossegada e, todavia,aterradoramente interessada nela. Hane viu queuma id=ia qualquer, inteiramente nova, estava araiar no esp0rito da mulher enquanto a fitava1 uma

id=ia qualquer que a mulher achava atraente, edepois tentou p&r de lado, e depois voltou aacariciar e finalmente, com um pequeno suspiro decontentamento, aceitou. Miss 2ardcastle acendeu ocharuto e soprou uma nuvem de fuma"a para cimadela. (e Hane sou?esse quão raramente Miss

2ardcastle efetivamente fumava teria ficado aindamais alarmada. *s policiais e as mulheres-policiaisque a cercavam provavelmente ficaram. !oda aatmosfera da sala tornou-se um pouco diferente.

 — Hane (tuddocJ — disse a @ada. —onhe"o tudo a seu respeito, querida. 4eve ser a

mulher do meu amigo MarJ. — nquanto falava iaescrevendo qualquer coisa num impresso verde. — st% tudo ?em — disse Miss 2ardcastle.

 — Fai j% poder ver 2u??; outra ve). Famos lev%-la para el?ur; esta noite. Agora s+ uma pergunta,

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querida. * que = que estava fa)endo aqui em ?ai>oa esta hora da noite

 — !inha aca?ado de sair do trem.

 — onde = que esteve, querida Hane não disse nada. — #ão andou fa)endo maldades enquanto

2u??; estava fora, pois não — $or favor, dei>e-me ir em?ora. — disse

 Hane. — Luero chegar em casa. stou muito

cansada e = muito tarde. — Mas não vai para casa — disse Miss

2ardcastle. — Fem = para el?ur;. — * meu marido não me disse nada quanto

a juntar-me a ele l%.Miss 2ardcastle acenou, afirmativamente.

 — sse foi um dos erros dele. Mas vai virconosco.

 — Lue = que quer di)er — T uma prisão, querida — disse Miss

2ardcastle, estendendo um peda"o de papel verdeno qual estivera escrevendo. Aquilo parecia a Hane

o que todos os impressos oficiais parecem sempre1uma massa de compartimentos, uns va)ios, outroscheios de letra mi3da de imprensa, alguns comassinaturas ra?iscadas a l%pis, e um tendo o seunome< tudo sem sentido.

 — *hG — gritou Hane, su?itamente,

su?mersa por uma sensa"ão de pesadelo, e tentouuma corrida para a porta. laro que nunca chegoul%. Om momento mais tarde recuperou o senso eencontrou-se agarrada por duas mulheres policiais.

 — Mas que mau feitioG — disse Miss

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2ardcastle em ar de ?rincadeira. — Mas vamos p&rl% fora os homens sem vergonha, não = — 4issequalquer coisa e os pol0cias retiraram-se e fecharam

a porta atr%s deles. Assim que eles partiram, Hanesentiu que uma prote"ão lhe tinha sido retirada.

 — em — disse Miss 2ardcastle, dirigindo-se 's duas mo"as uniformi)adas. — Famos ver.Luin)e para a uma... e tudo a correr que = uma?ele)a. $enso, 4ais;, que podemos oferecer-nos

um pequeno descanso. uidado, Vitt;. Aperta umpouco mais a tua mão que est% a segurar de?ai>odo om?ro dela. Assim est% ?em.

nquanto falava, Miss 2ardcastle,desafivelou o cinto e quando tinha aca?ado, despiuo casaco e atirou-o para cima do sof%, revelando

um tronco enorme, sem espartilho Dcomo ill, o#evão, se quei>araE grosseiro, mal feito e compouca roupa1 coisas do tipo que u?ens, a delirar,teria pintado. 4epois tornou a sentar-se, tirou ocharuto da ?oca, soprou outra ?aforada de fuma"ana dire"ão de Hane e dirigiu-lhe a palavra.

 — Aonde = que foi nesse trem — disse. Hane nada disse, em parte porque não

podia falar, e em parte porque sa?ia agora, semd3vida, que aqueles eram os inimigos da ra"ahumana contra os quais o diretor estavacom?atendo e não tinha de lhes contar nada. #ão

se sentia her+ica ao tomar aquela decisão. $ara ela acena toda estava se tornando irreal< e foi entredormindo e acordada que ouviu Miss 2ardcastledi)er1

 — $enso, querida Vitt;, que = melhor tu e

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4ais; tra)erem-na at= aqui. era ainda s+ metade real quando as duas

mulheres a o?rigaram a ir de volta at= ao outro

lado da mesa, e viu Miss 2ardcastle sentada nacadeira com as pernas muito a?ertas, uma paracada lado, como se estivesse numa sela< pernascompridas, vestidas de couro, e que se projetavam vindas de?ai>o da saia curta. As mulheresfor"aram-na a avan"ar, com um aumento de pres-

são, calmo e ha?ilidoso, sempre que ela resistia, at=ficar de p=, entre os p=s de Miss 2ardcastle, alturaem que Miss 2ardcastle juntou os p=s de forma amanter os torno)elos de Hane presos entre os dela.sta pro>imidade da aventesma]  afetou Hane comtal horror que ficou sem medo daquilo que lhe

poderiam vir a fa)er. , pelo que pareceu umtempo infinito, Miss 2ardcastle fitou-a, sorrindoum pouco e soprando fuma"a na cara dela.

 — (a?e — disse Miss 2ardcastle por fim —, = uma coisinha ?astante engra"ada, ' suamaneira.

2ouve outro silêncio. — Aonde = que foi naquele trem — disse

Miss 2ardcastle. Hane fitou-a, como se os olhoslhe fossem saltar da cara, e nada disse. ntão,su?itamente, Miss 2ardcastle inclinou-se para afrente e, depois de muito cuidadosamente virar

para ?ai>o a orla do vestido de Hane, enfiou-lhecontra o om?ro a ponta acesa do charuto.4epois disso houve outra pausa e outro

* Pessoa ou coisa exageradamente grande, disforme ou assustadora.

(Nota da revisora)

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 — #ão discutasG — ?radou Miss 2ardcastle,rodando so?re si pr+pria e atingindo-a na face comuma sonora pancada com a palma da mão.

 — Famos andando r%pido. Metam a presano carro. #ão esperem para lhe a?otoarem o vestido, idiotas. Fou j% atr%s de vocês assim quepassar a cara por %gua fria.

 Alguns segundos mais tarde, entalada entre4ais; e Vitt;, mas ainda perto de Miss 2ardcastle

Dparecia haver espa"o para cinco na parte traseirado carroE, Hane encontrou-se a desli)ar atrav=s daescuridão.

 — T melhor irmos o menos poss0vel,atrav=s da cidade, Hoe — disse a vo) de Miss2ardcastle. — 2% de estar ?em animada, por esta

altura. Fão at= ao asilo e metam-se por aquelaspequenas ruas na parte de tr%s da cerca.

$arecia haver toda a esp=cie de ru0dosestranhos e de lu)es por ali. #alguns lugares,parecia haver tam?=m uma grande quantidade degente. ntão chegou uma ocasião em que Hane ve-

rificou que o carro tinha estacado. — $ara que dia?o você parou — disse Miss

2ardcastle.$or um segundo ou dois não houve resposta

alguma do condutor e>ceto grunhidos e o ru0dodas tentativas mal sucedidas para p&r o motor em

marcha. — Lue = que se passa — repetiu Miss2ardcastle rispidamente.

 — #ão sei, minha senhora — disse ocondutor, ainda fa)endo tentativas.

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 — Meu 4eusG — disse Miss 2ardcastle —,não = sequer capa) de tratar de um carro Algunsde vocês estão precisando de um pequeno

tratamento correcional humano, para uso pr+prio. A rua onde se encontravam estava va)ia

mas, a julgar pelo ?arulho, estava perto de outrarua qualquer que estava muito cheia e com muita)anga. * homem saiu do carro, praguejando em vo) ?ai>a, e a?riu o cap&.

 — *lhem l% — disse Miss 2ardcastle. — Focês dois saltem. $rocurem outro carro, emqualquer parte a cinco minutos a p=, e requisitem-no. (e não encontrarem nenhum, estejam de voltaaqui em de) minutos, haja o que houver. %pido. — *s outros dois pol0cias apearam-se e

desapareceram, em acelerado. Miss 2ardcastlecontinuou a desejar inj3rias so?re o condutor e ocondutor continuou tra?alhando no motor. *?arulho tornou-se mais forte. (u?itamente, ocondutor endireitou-se e voltou a cara DHane viu osuor a ?rilhar nela, ' lu) da lmpadaE na dire"ão de

Miss 2ardcastle. — *lhe aqui, menina — disse ele —, acho

que j% chega, est% vendo *u tem uma l0nguadecente ou então vem arrumar o estupor do carro você mesma, j% que = assim tão esperta.

 — #ão tentes seguir essa t%tica comigo, Hoe

 — disse Miss 2ardcastle —, ou então ainda vaisdar comigo di)endo uma palavrinha a teu respeito 'pol0cia oficial.

 — Muito ?em, suponhamos que o fa"a —disse Hoe. — stou come"ando a pensar que tanto

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me fa) estar na cho"a como na sua revolu"ãomaluca. T verdade. H% estive na pol0cia militar e j%estive nos lacJ and !ans e j% estive no O$, mas

todos eram simples piqueniques comparados comesta gente. Om homem l% era tratado de uma formadecente. tinha homens acima dele, e não um raiode um monte de mulheres velhas.

 — (im, Hoe — disse Miss 2ardcastle —,mas para ti não seria a cho"a desta ve), se eu

passasse palavra aos chuis oficiais. — Ah, não seria, pois não u sou capa) de

ter uma hist+ria ou duas para contar, a seu respeito,se as coisas chegarem a isso.

 — $or amor de 4eus, fale com ele com?ons modos, minha senhora, choramingou Vitt;.

 Fêm a0. Famos apanhar a valer., de fato, homens a correr, aos dois e três,

tinham come"ado a desem?ocar na rua. — A p=, mo"as — disse Miss 2ardcastle. —

%pido = a palavra de ordem. $or aqui. Hane viu-se tirada do carro e arrastada entre

4ais; e Vitt;, Miss 2ardcastle seguia ' frente. *pequeno grupo atravessou a rua correndo e su?iupor uma travessa, do outro lado.

 — Alguma de vocês conhece o caminho poraqui — perguntou Miss 2ardcastle depois deandarem alguns passos.

 — !enho a certe)a de que não sei, minhasenhora — disse 4ais;. — (ou estrangeira por aqui, minha senhora

 — disse Vitt;. — Lue ?elo e 3til grupo que eu arranjeiG —

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disse 2ardcastle. — 2% alguma coisa que vocês sai?am — $arece que não vai mais adiante, minha

senhora — disse Vitt;. A travessa tinha-se revelado realmente ser

um ?eco. Miss 2ardcastle ficou im+vel por ummomento. Ao contr%rio das suas su?ordinadas, nãoparecia estar assustada, mas somenteagradavelmente e>citada, e um tanto divertida com

as caras ?rancas e as vo)es trêmulas das mo"as. — em — disse ela —, isto = aquilo a que

eu chamo passar uma noite fora. st%s vendo a vida, 4ais;, não est%s $ergunto a mim mesma sealgumas destas casas estão va)ias !udo fechado 'chave. !alve) o melhor seja ficarmos onde

estamos. A gritaria na rua que tinham a?andonado

tinha-se tornado mais forte e podiam ver umamassa confusa de gente, surgindo vagamente numadire"ão para oeste. (u?itamente tornou-se aindamais forte e furiosa.

 — Apanharam Hoe — disse Miss 2ardcastle. — (e conseguir fa)er-se ouvir vai mand%-los aquipara cima. aiosG Isto significa ficarmos sem apresa. 4ei>a-te de choramingar, 4ais;, minha tola.%pido. %pido. !emos de descer e meter-nos namultidão, separadamente. !emos uma

pro?a?ilidade muito ?oa de passar. Mantenham acalma. @a"am o que fi)erem não fa"am fogo. $ro-curem chegar a illingham, no cru)amento. Famos, a?sG Luanto mais quieta ficares, menosprov%vel = nos encontrarmos outra ve).

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Miss 2ardcastle p&s-se a andar,imediatamente. Hane viu-a de p= por algunssegundos na ?eira da multidão e depois desaparecer

dentro dela. As duas mo"as hesitaram e depoisseguiram. Hane sentou-se no degrau de uma escada. As queimaduras eram dolorosas onde o vestidotinha ro"ado nelas, mas o que mais a pertur?ava eraa sua e>trema fadiga. stava tam?=m morta de frioe um pouco agoniada. Mas acima de tudo, cansada<

tão cansada que podia cair a dormir quase...(acudiu-se. m volta dela havia silêncio

total< tinha mais frio do que jamais tivera e do0am-lhe os mem?ros.

BAcho que estive dormindoC, pensou. $&s-sede p=, esticou-se toda e caminhou pela desolada

travessa a?ai>o, ' lu) das lmpadas, at= a rua maislarga. stava a?solutamente va)ia, e>ceto por umhomem com uniforme da ferrovia que disse1 Bomdia, meninaC, quando passou por ela, aprumado.@icou de p= por um momento, indecisa, e depoiscome"ou a caminhar devagar para o lado direito.

nfiou a mão no ?olso do casaco em que 4ais; eVitt; a tinham enrolado, antes de dei>arem oapartamento, e encontrou três quartos de umagrande ?arra de chocolate. stava esfomeada ecome"ou a mastig%-la. Luando aca?ou, foiultrapassada por um carro que parou pouco depois

de ter passado por ela. — st% ?em — disse um homem, pondo aca?e"a de fora.

 — @oi ferida nos dist3r?ios — disse uma vo) de mulher do lado de dentro.

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 — #ão... não muito... não sei — disse Haneestupidamente.

* homem olhou para ela com aten"ão e

depois saiu do carro. — Acho — disse ele — que não parece l%

muito ?em. !em certe)a de que est% mesmo ?em — 4epois virou-se e falou com a mulher nointerior. $arecia a Hane ter sido h% tanto tempo quetinha ouvido vo)es am%veis ou simplesmente

semanas, que se sentiu com vontade de chorar. *par desconhecido a fe) sentar no carro e deu-lhe?rand; e depois disso sandu0ches. $or fim pergun-taram-lhe se lhe podiam dar carona at= em casa.Mas onde era a sua casa Hane, para sua surpresa,ouviu a pr+pria vo), muito ensonada, a responder1

 — * solar, em (t AnneQs. — Magn0fico — disse o homem. — Famos

para irmingham e temos de passar por l%.ntão Hane adormeceu de imediato, outra

 ve), e acordou apenas ao encontrar-se entrandonuma porta iluminada e a ser rece?ida por uma

mulher de pijama e com um so?retudo, que vinha aser a (ra. Maggs. Mas estava muito cansada para selem?rar de como e onde fora para a cama.

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CAPÍTULO VIIILUAR EM BELBURY 

I

 — (ou a 3ltima pessoa, Miss 2ardcastle —disse o diretor-adjunto —, a desejar interferir com

os seus, err, pra)eres privados. Mas realmenteG...@altavam algumas horas para o hor%rio do

caf= da manhã e o velho cavalheiro estavacompletamente vestido e por ?ar?ear. Mas se eletinha estado de p= a noite toda, era esquisito quetivesse dei>ado apagar o fogo. le e a @ada

encontravam-se de p= junto a uma grelha fria eenegrecida no seu ga?inete.

 — la não pode estar muito longe — disse a@ada 2ardcastle. — Famos apanh%-la em qualqueroutra ocasião. Faleu a pena tentar. (e eu lhe tivessearrancado onde = que ela tinha estado, e tê-lo-ia

feito se tivesse tido mais uns minutos, pois quê, at=podia verificar-se que era o quartel-general doinimigo. $od0amos ter apanhado o ?ando inteiro.

 — 4ificilmente seria a ocasiãoconveniente... — come"ou /ither, mas elainterrompeu-o.

 — #ão temos assim tanto tempo a perder,sa?e. 4i)-me que @rost est% j% se quei>ando de quea mente da mulher est% menos acess0vel. deacordo com a sua pr+pria metapsicologia, ou o quequer que lhe chame no seu maldito calão, isso

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significa que ela est% caindo de?ai>o da influênciado outro lado. Focê pr+prio me disse issoG *nde =que vamos parar se perdermos o contato com a

mente dela antes de eu conseguir fechar o corpoaqui dentro

 — u estou sempre, = claro — disse /ither —, muito pronto e, err, interessado em ouvire>pressNes das suas pr+prias opiniNes, e nãonegaria por um momento que elas são Dem certos

aspectos, = claro, senão em todosE de um valormuito real. $or outro lado, h% mat=rias so?re asquais a sua, ahn, e>periência, necessariamenteespeciali)ada, não lhe d% inteira qualifica"ão...#essa altura, não estava contemplada uma prisão.* chefe ser% de opinião, de que e>cedeu a sua

autoridade. Oltrapassou a sua pr+pria esfera, Miss2ardcastle. u não digo que concordenecessariamente. Mas todos temos de concordarque a"ão não autori)ada...

 — *h, dei>e disso, /itherG — disse a @ada,sentando-se na ?eirada da mesa. — >perimente

esse jogo nos (teeles e nos (tones. (ei demais arespeito dele. #ão serve de nada tentar essa da elas-ticidade comigo. @oi uma oportunidade de ouro,termos achado a mo"a. (e a não tivesseaproveitado, teria falado de falta de iniciativa< comoaproveitei, fala de ter e>cedido a minha autoridade.

#ão = capa) de me assustar. (ei muito ?em queestamos todos enlatados se o #I falhar< e,entretanto, gostaria de o ver desem?ara"ar-se semmim. !emos de apanhar a mo"a, não temos

 — Mas não por uma prisão. !emos sempre

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desaprovado qualquer coisa que pare"a violência.(e uma simples prisão pudesse ter garantido a, err,?oa vontade e cola?ora"ão da (ra. (tuddocJ,

dificilmente nos ter0amos em?ara"ado com apresen"a do marido dela. mesmo supondoDmeramente, = claro, em termos de discussãoE que asua a"ão ao prendê-la pudesse justificar-se, receioque a sua conduta da questão depois disso dê lugara s=rias cr0ticas.

 — u não podia contar com que o malconce?ido do carro fosse avariar-se, ou podia

 — #ão penso — disse /ither — que ochefe possa ser convencido a encarar esse comosendo o 3nico erro. 4a parte dessa mulher apenasse manifestou uma resistência muito ligeira< não

era, na minha opinião, ra)o%vel esperar sucessocom o m=todo que empregou. omo est% ciente,deploro sempre qualquer coisa que não sejaperfeitamente humana< mas isso = perfeitamentecoerente com a posi"ão de que, se e>pedientes maisdr%sticos tiverem de ser utili)ados, então tem de o

ser completamente. 4or moderada, que um grauordin%rio de resistência permite suportar, = sempreum erro. #ão = ?enevolência nenhuma para com opreso. *s meios de interrogat+rio coercivo maiscient0ficos, e acrescentaria mesmo, mais civili)ados,que pusemos ' sua disposi"ão aqui, podiam ter sido

?em sucedidos. #ão estou falando oficialmente,Miss 2ardcastle, e não tentaria de qualquer maneiraantecipar as rea"Nes do nosso chefe. Mas nãoestaria cumprindo o meu dever se dei>asse de lhelem?rar que j% têm sido feli)es Dem?ora, = claro,

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não por escritoE referentes a esse setor e ' suatendência em permitir que uma certa, err, e>cita"ãoemocional com a parte disciplinar ou corretiva do

seu tra?alho a distraia das e>igências da nossapol0tica geral.

 — #ão vai encontrar ningu=m que possadesempenhar uma tarefa como a minha, a não serque da0 tire algum go)o — disse a @ada, de mauhumor.

* diretor-adjunto olhou para o rel+gio. — 4e qualquer forma — disse a @ada —,

para que = que o chefe me quer ver agora stiveem p= o raio da noite toda. em podia serautori)ada a tomar um ?anho e caf= da manhã.

 — * caminho do dever, Miss 2ardcastle —

disse /ither —, nunca pode ser um caminho f%cil.#ão se v% esquecer de que a pontualidade = um dosaspectos so?re os quais se tem insistido ?astante.

Miss 2ardcastle levantou-se e esfregou acara com as mãos. — em, tenho de ?e?erqualquer coisa antes de entrar — disse ela. /ither

estendeu as mãos desaprovadoramente. — F% l%, /ither. !enho mesmo — disse

Miss 2ardcastle. — #ão pensa que ele perce?a pelo cheiro

 — disse /ither. — 4e qualquer maneira não vou sem isso

 — disse ela.* velho a?riu o guarda-lou"a e deu-lhe oseu whisJ;. 4epois os dois dei>aram o escrit+rio epercorreram uma longa distncia, at= o outro ladoda casa, onde ela se ligava aos pr+prios servi"os de

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transfusão de sangue. stava tudo escuro, 'quelahora da manhã e foram ' lu) da lanterna de Miss2ardcastle, atrav=s de corredores alcatifados e com

quadros, depois por corredores va)ios e depavimento plastificado e paredes pintadas atêmpera e depois passaram uma porta, cujo fechotiveram de a?rir, e ainda uma outra. 4urante todoo caminho os p=s cal"ados com ?otas de Miss2ardcastle fa)iam ?arulho mas os p=s com

chinelos do diretor-adjunto não fa)iam ?arulhonenhum. $or fim chegaram a um local onde aslu)es estavam acesas e havia uma mistura decheiros de animais e de produtos qu0micos, edepois a uma porta que lhes foi a?erta, depois deterem parlamentado atrav=s de um tu?o de

comunica"ão. @ilostrato, vestindo um casaco?ranco, esperava-os ' porta.

 — ntrem — disse @ilostrato. — le estava' vossa espera h% j% algum tempo.

 — st% mal disposto — disse Miss2ardcastle.

 — (im — disse /ither. — em qualquercaso, minha querida senhora, não penso que sejae>atamente a maneira como se deve falar do nossochefe. *s seus sofrimentos, na sua condi"ãopeculiar, sa?e...

 — 4evem entrar de imediato — disse

@ilostrato —, assim que se tenham aprontado. — $are. (+ um instante — dissesu?itamente Miss 2ardcastle.

 — Lue = que h% (eja r%pida, por favor —disse @ilostrato.

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 — Fou vomitar. — #ão pode vomitar aqui. Folte para tr%s.

 Fou-lhe dar imediatamente um pouco de P57.

 — H% est% tudo ?em — disse Miss2ardcastle. — @oi s+ momentneo. ra precisomais do que isto para me transtornar.

 — (ilêncio, por favor — disse o italiano. —#ão tentem a?rir a segunda porta at= o meuassistente ter fechado a primeira atr%s de vocês.

#ão falem mais do que for imposs0vel evitar. #ãodigam sequer sim quando lhes for dada umaordem. * chefe assumir% a vossa o?ediência. #ãofa"am movimentos s3?itos, não se apro>imemdemais, não ?errem e acima de tudo não discutam. Agora.

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II

Muito depois do nascer do sol, entrou namente adormecida de Hane uma sensa"ão que, se ativesse posto em palavras, teria cantado1 BAlegra-tetu que dormes e afastas as tuas penas. u sou oporão para toda a ?om-ventura.C depois de teracordado e dado por si estendida, num agrad%vellangor, com a lu) do sol de manhã de Invernotom?ando so?re a cama, a disposi"ão continuava.

BAgora ele tem de me dei>ar ficar aquiC,pensou ela. Algum tempo depois disto, a (ra.Maggs entrou, acendeu o fogo e trou>e o caf= damanhã. Hane estremeceu de dor quando se sentouna cama, pois algumas das queimaduras tinham-sepegado ao estranho vestu%rio de cama Dum tantogrande demais para elaE com o qual se encontrou vestida. 2avia no comportamento da (ra. Maggsuma diferen"a indefin0vel

 — T sempre tão agrad%vel estarmos am?asaqui, não =, (ra. (tuddocJ — disse ela, e de algummodo o tom parecia implicar uma rela"ão maisestreita entre am?as do que Hane tinha imaginado.Mas estava com pregui"a demasiada para seinterrogar muito so?re isso. $ouco depois do caf=da manhã veio Miss Ironwood. >aminou e

pensou as queimaduras, que não eram s=rias. — $ode levantar-se logo ' tarde se quiser,

(ra. (tuddocJ — disse ela. — u faria um diacalmo at= então. Lue = que gostaria de ler 2% uma?i?lioteca, ?astante grande.

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 — Sostaria dos livros urdie, por favor —disse Hane —, e Mansfield $arJ e os (onetos, de(haJespeare.

 — !endo assim sido a?astecida commaterial para ler durante diversas horas, muitoconfortavelmente se p&s outra ve) a dormir.

Luando a (ra. Maggs espreitou cerca das 7horas para ver se Hane estava acordada, Hane disseque gostaria de se levantar.

 — Muito ?em, (ra. (tuddocJ — disse a (ra.Maggs —, como quiser. Fou tra)er-lhe uma ?ela>0cara de ch% dentro de um minuto e depoisapronto-lhe o ?anho. 2% um ?anheiro ' sa0da daporta, s+ tenho = que tirar esse (r. ultitude de l%.le = assim pregui"oso e vai meter-se l%, e fica

sentado todo o dia, quando o tempo est% frio.ogo que a (ra. Maggs se foi, contudo, Hane

resolveu levantar-se. Achou que as suas ha?ilidadessociais eram perfeitamente suficientes para lidarcom o e>cêntrico (r. ultitude e não queria perdermais tempo nenhum na cama. !inha a id=ia de que

assim que estivesse Ba p= e a se me>erC toda aesp=cie de coisas agrad%veis e interessantes podiamacontecer. onsequentemente, enfiou o casaco,pegou na toalha e seguiu a e>plora"ão< e foi porisso que a (ra. Maggs, ao vir para cima com o ch%um momento mais tarde, ouviu um grito contido e

 viu Hane emergir do ?anheiro com a cara ?ranca e?ater a porta atr%s dela. — *h, queridaG — disse a (ra. Maggs,

desatando a rir. — 4evia ter-lhe dito. #ão seimporte. u j% o tiro de l% para fora.

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$ousou o ta?uleiro no chão do corredor e virou para a sala de ?anho.

 — T seguro — perguntou Hane.

 — *h, sim, = seguro realmente — disse a(ra. Maggs. — Mas ele não = assim f%cil dedeslocar. #em para si nem para mim, (ra.(tuddocJ. laro que se fosse Miss Ironwood ou odiretor seria outra questão. — om isso a?riu aporta do ?anheiro. % dentro, sentado no traseiro,

ao lado da ?anheira, e ocupando a maior parte docompartimento estava um grande urso pardo,fumegando, soprando, de olhos pequenos, pelefrou>a e ?arriga redonda, que, depois de imensasimpreca"Nes, apelos, e>orta"Nes, empurrNes epancadas da (ra. Maggs, al"ou o seu enorme

 volume e saiu muito lentamente para o corredor. — $or que = que não vai l% para fora fa)er

e>erc0cio nesta tarde magn0fica, meu grandepregui"oso — disse a (ra. Maggs. — 4evia ter vergonha de si, a0 sentado no caminho de toda agente. #ão se assuste, (ra. (tuddocJ. T manso

como os que o são. le dei>a-a fa)er-lhe uma festa. F% l%, (r. ultitude. F% l% di)er Bcomo passouC 'senhora.

 Hane estendeu uma mão hesitante e poucoconvincente para tocar nas costas do animal, mas o(r. ultitude estava mal-humorado e, sem um

relancear de olhos a Hane, continuou o seu cami-nhar vagaroso pelo corredor afora at= um pontode) jardas mais adiante onde, a?solutamente derepente, se sentou. As coisas do ch% chocalharamaos p=s de Hane, e todo mundo no andar de ?ai>o

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deve ter ficado sa?endo que o (r. ultitude sesentara no chão.

 — T realmente seguro ter uma criatura

como esta ' solta a0 pela casa — disse Hane. — (ra. (tuddocJ — disse Iv; Maggs com

certa solenidade —, se o diretor quisesse ter umtigre a0 pela casa, seria seguro. T assim a maneiraque ele tem de lidar com os animais. #ão h% umacriatura neste local que se atire a outra ou a

qualquer de n+s, uma ve) que ele tenha tido a suapequena conversa com ela. >atamente o mesmocomo ele fa) conosco. Fai ver...

 — (e pusesse o ch% no meu quarto... —disse Hane um tanto friamente, e entrou no?anheiro.

 — (im — disse a (ra. Maggs, de p= 'entrada da porta a?erta —, podia ter tomado o seu?anho com o (r. ultitude sentado ao seu lado,em?ora ele seja tão grande e tão humano que eupr+pria de algum modo não penso que isso fosseagrad%vel.

 Hane fe) men"ão de fechar a porta. — em, vou então dei>%-la para o efeito —

disse a (ra. Maggs sem se me>er. — Muito o?rigado — disse Hane. — !em certe)a de que tem tudo o que quer

 — disse a (ra. Maggs.

 — erte)a a?soluta — disse Hane. — em, então vou andando — disse a (ra.Maggs, virando-se como para ir em?ora, mas voltando outra ve) para tr%s quaseinstantaneamente, para di)er1 — Fai encontrar-nos

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na co)inha, espero, a Mãe 4im?le, eu e o resto. — A (ra. 4im?le tem estado aqui em casa

 — perguntou Hane, com uma ligeira ênfase no (ra.

 — Mãe 4im?le, = como todos a chamamosaqui — disse a (ra. Maggs. — tenho a certe)a deque ela se não importar% se fi)er o mesmo. 2% deha?ituar-se aos nossos usos num dia ou dois, tenhoa certe)a. T uma casa engra"ada realmente, quandose come"a a pensar nisso. em. ntão vou

andando. #ão demore muito ou o seu ch% j% nãoestar% em estado de se ?e?er. Mas atrevo-me adi)er que = melhor não tomar um ?anho, comessas coisas feias no seu peito, não. !em tudo oque quer

Luando Hane j% se tinha lavado e tomado o

ch% e se arrumado com tanto cuidado quanto eraposs0vel com uma escova de ca?elo e um espelhoque não eram os de costume, p&s-se ' procura dassalas ha?itadas. $ercorreu um corredor comprido,no meio do silêncio que não = inteiramentesemelhante a qualquer outro no mundo, o silêncio

do andar de cima, numa casa grande, numa tardede Inverno. $or fim, chegou a um ponto em que seencontravam dois corredores, e a0 o silêncio eracortado por um ru0do fraco e regular1 po?, po?,po?, po?. *lhando para a direita viu a e>plica"ão,pois onde o corredor aca?ava numa janela de

sacada estava o (r. ultitude, desta ve) de p= naspatas traseiras, socando com ar medita?undo uma?ola de treino. Hane escolheu o caminho ' sua es-querda e chegou a uma galeria de onde via aescadaria pela qual se descia para um amplo %trio

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onde a lu) do dia se misturava com a lu) do fogo. Ao mesmo n0vel em que ela, estava, por=m, apenasacess0vel descendo a um patamar e su?indo outra

 ve), havia regiNes som?rias que reconheceu comolevando ' sala do diretor.

$areceu-lhe que uma esp=cie de solenidadeemanava delas e desceu para o %trio quase na pontados p=s, e então, pela primeira ve), a recorda"ãodaquela 3ltima e curiosa e>periência na (ala A)ul

 voltou-lhe com um peso, que mesmo a id=ia dopr+prio diretor não conseguia contrariar. Luandochegou ao %trio viu de imediato onde = que deviamficar os compartimentos dos fundos da casa,descendo dois degraus e seguindo um corredor demosaicos, passando um l3cio empalhado num

arm%rio de vidro e depois um rel+gio de sala, eentão, guiada pelas vo)es e outros sons, at= ' pr+-pria co)inha.

Oma ampla lareira a?erta, relu)indo com alenha a arder, iluminava as confort%veis formas da(ra. 4im?le que estava sentada num ?anco de

co)inha num dos lados dela ocupada aparente-mente, pelo alguidar no colo e outras indica"Nesnuma mesa a seu lado, a preparar vegetais. A (ra.Maggs e amilla estavam fa)endo qualquer coisanum fogão, a lareira não era aparentemente usadapara co)inhar, e ' entrada de uma porta que

indu?itavelmente dava para os lava-lou"as, umhomem alto de ca?e"a grisalha, que usava ?otas de?orracha e parecia ter aca?ado de chegar do jardim,estava limpando as mãos.

 — ntre, Hane — disse a Mãe 4im?le,

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cordialmente. — #ão estamos ' espera de que fa"aalgum tra?alho hoje. Fenha sentar-se no outro ladodo lume conversando comigo. ste = o (r.

Mac$hee, que não tem nada que estar aqui, mas =melhor apresent%-lo.

* (r. Mac$hee, tendo aca?ado o processode secagem das mãos e cuidadosamente penduradoa toalha atr%s da porta, avan"ou cerimoniosamentee apertou a mão de Hane. A mão dele era muito

grande e %spera e ele tinha uma cara perspica), defei"Nes duras.

 — stou muito contente em vê-la, (ra.(tuddocJ — disse, naquilo que Hane tomou por serum sotaque escocês, em?ora fosse realmente o deum homem do Olster.

 — #ão acredite uma palavra do que ele diga, Hane — disse a Mãe 4im?le. — le = o seuprimeiro inimigo nesta casa. #ão acredita nos seussonhos.

 — (ra. 4im?leG — disse Mac$hee —, tenhorepetidamente e>plicado a distin"ão entre um

sentimento pessoal de confian"a e a satisfa"ãol+gica das e>igências da evidência. Oma = um fatopsicol+gico...

 — a outra uma perp=tua ma"ada — dissea (ra. 4im?le.

 — #ão ligue para ela, (ra. (tuddocJ — disse

Mac$hee. — stou, como estava di)endo, muitosatisfeito de a acolher entre n+s. * fato de terachado ser meu dever, em diversas ocasiNes,salientar que nenhuma prova e>perimental tivesseainda confirmado a hip+tese de os seus sonhos

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serem ver0dicos, não tem qualquer rela"ão nomundo com a minha atitude pessoal.

 — T claro — disse Hane vagamente, e um

pouco confusa. — !enho a certe)a de que tem odireito de ter as suas pr+prias opiniNes.

 !odas as mulheres riram, enquantoMac$hee, num tom um tanto mais alto, replicava1

 — (ra. (tuddocJ, eu não tenho opiniNesnenhumas so?re nenhum assunto neste mundo. u

apresento os fatos e mostro as implica"Nes. (e todagente se entregasse menos a ter opiniNes—Dpronunciou a palavra com enf%tica repugnnciaE — haveria menos palavreado tolo e menos tolicesimpressas no mundo.

 — u sei quem fala mais nesta casa — disse

a (ra. Maggs, um tanto para surpresa de Hane. *homem do Olster olhou para a 3ltima pessoa quefalara, com o rosto sem qualquer altera"ão en-quanto e>tra0a uma pequena cai>a de estanho daalgi?eira e se servia de uma pitada de rap=.

 — 4e que = que est% ' espera, afinal —

disse a (ra. Maggs. — 2oje na co)inha = dia dasmulheres.

 — stava pensando — disse Mac$hee —,se tem uma >0cara de ch% guardada para mim.

 — ntão por que = que não veio ' horacerta — disse a (ra. Maggs.

 Hane notou que ela falava com ele da mesmamaneira como falara com o urso. — stava ocupado — disse o outro,

sentando-se na ponta oposta da mesa< eacrescentou depois de uma pausa — a cortar aipo.

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 A mulher)inha fa) o melhor que pode mas temuma fraca no"ão daquilo que = preciso fa)er numjardim.

 — * que = Bdia das mulheresC na co)inha — perguntou Hane ' Mãe 4im?le.

 — #ão h% crian"as aqui — disse a Mãe4im?le — e o tra?alho = feito por todos n+s. Omdia são as mulheres fa)endo e no dia seguinte oshomens. Luê #ão, = um arranjo muito sensato. A

id=ia do diretor = que homens e mulheres nãoconseguem fa)er os tra?alhos da casa semquestionarem. h% qualquer coisa nisso. T melhor,= claro, não olhar muito de perto para as >0caras nodia dos homens, mas no conjunto nos damos?astante ?em.

 — Mas por que = que haviam de questionar — perguntou Hane.

 — M=todos diferentes, minha querida. *shomens não podem ajudar num servi"o, sa?e.$odem ser levados a fa)ê-lo, não a ajudar enquanton+s o estamos fa)endo. #o m0nimo ficam mal-

humorados. — A dificuldade cardial — disse Mac$hee

 — na cola?ora"ão entre os se>os = que as mulheresfalam uma l0ngua sem su?stantivos. (e doishomens estiverem fa)endo um certo tra?alho, umdir% para o outro1 B$Ne esta tigela dentro da tigela

maior que encontras na prateleira de cima doguarda-lou"a verde.C A e>pressão feminina paraisto =1 B$Ne essa na outra ali.C então se lhesperguntarem1 B*ndeC di)em1 BAli, claro.C 2% porconseqZência uma lacuna de locu"ão.

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$ronunciou estas palavras de formacadenciada.

 — Aqui est% o seu ch% — disse Iv; Maggs

 —, e vou lhe ?uscar uma fatia de ?olo, o que =mais do que merece. quando terminar de comerpode ir l% para cima e falar de su?stantivos o restoda tarde.

 — 4e su?stantivos, não< por meio desu?stantivos — disse Mac$hee, mas a (ra. Maggs

j% tinha sa0do do compartimento. Hane aproveitouesta oportunidade para di)er ' Mãe 4im?le em vo)mais ?ai>a1

 — A (ra. Maggs parece estar aqui como emsua casa.

 — Minha querida, ela aqui est% em casa.

 — omo criada, quer di)er — em, não mais do que qualquer outro.

la est% aqui principalmente porque lhe tiraram acasa. #ão tinha mais lado nenhum para ir.

 — Luer di)er que ela = uma das o?ras decaridade do diretor.

 — ertamente que = isso. $or que = quepergunta

 — em, não sei. $areceu-me um poucoesquisito que ela lhe chamasse Mãe 4im?le.spero não estar a ser presun"osa...

 — st% se esquecendo que ecil e eu somos

outra das o?ras de caridade do diretor. — Isso não = um pouco jogar com aspalavras

 — #em um pouco. Iv;, ecil e eu estamostodos aqui porque fomos e>pulsos dos nossos

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lares. $elo menos Iv; e eu estamos. $ode ser umtanto diferente com ecil.

 — o diretor sa?e que a (ra. Maggs fala

assim com toda gente — Minha querida filha, não me pergunte o

que = que o diretor sa?e. — $enso que o est% me intrigando = que,

quando falei com ele, ele disse qualquer coisa arespeito da igualdade não ser o importante. Mas a

sua pr+pria casa parece ser gerida em, ?em, linhasmuito democr%ticas, realmente.

 — #unca tento perce?er o que ele di) so?reesse assunto — disse a Mãe 4im?le. —2a?itualmente est% falando de categoriasespirituais, e você nunca foi tão tola que pensasse

ser espiritualmente superior a Iv;, ou então est%falando do casamento.

 — ompreendeu as opiniNes dele so?re ocasamento

 — Minha querida, o diretor = um homems%?io. Mas = um homem, afinal, e um homem

solteiro. Alguma coisa do que ele di), ou do que osmestres di)em, a respeito do casamento parece-meser uma quantidade de ?arulho so?re uma coisa tãosimples e natural que não devia precisar se di)ernada. Mas suponho que h% mo"as hoje em dia queprecisam que se lhes diga.

 — #ão vê grande utilidade nas mo"as assim,estou vendo. — em, talve) eu seja injusta. Ascoisas eram mais f%ceis para n+s. @omos criadoscom hist+rias com finais feli)es e com o ivro de*ra"Nes. (empre tencionamos amar, honrar e

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o?edecer, t0nhamos formas e us%vamos saias egost%vamos de valsas...

 — As valsas são sempre tão agrad%veis —

disse a (ra. Maggs que tinha aca?ado de voltar edado a Mac$hee a sua fatia de ?olo —, tão ' modaantiga.

#esse momento a?riu-se uma porta e uma vo) do outro lado disse1

 — em, entra l%, se vais mesmo entrar.

 Assim e>ortada, uma ?ela gralha saltou paradentro da co)inha, seguida primeiro pelo (r.ultitude e a seguir por Arthur 4enniston.

 — H% lhe disse, Arthur — disse Iv; Maggs —, para não tra)er esse urso para aqui quandoestamos fa)endo o jantar. — nquanto ela estava

falando, o (r. ultitude, que estava, ele pr+prio,aparentemente incerto quanto ao acolhimento,atravessou a co)inha no que ele cria serDerroneamenteE um modo nada intrometido e sen-tou-se atr%s da cadeira da (ra. 4im?le.

 — * 4r. 4im?le chegou agora mesmo, Mãe

4im?le — disse 4enniston. — Mas teve que irdireito ' (ala A)ul. o diretor queria que tam?=mfosse l%, Mac$hee.

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III

#esse dia MarJ sentou-se para almo"ar, ?emdisposto. !oda gente di)ia que o motim tinhacorrido o mais satisfatoriamente poss0vel e tinha-sedeleitado lendo os seus pr+prios relatos nos jornaisda manhã. Apreciou ainda mais quando ouviu(teele e osser falando a respeito do que houverade uma forma que mostrava que nem sequersa?iam como aquilo fora engendrado, e muitomenos quem o descrevera nos jornais. tinhaapreciado tam?=m a sua manhã. !inha envolvidouma conversa com @rost, a @ada e o pr+prio /ither, so?re o futuro de dgestow. !odosconcordaram que o governo ia seguir a opiniãoquase unnime da na"ão Dcomo vinha e>pressa nosjornaisE e p&r a cidade temporariamente so? ocontrole da $ol0cia Institucional. !inha de sernomeado um governador de emergência paradgestow. @everstone era o homem indicado.omo mem?ro do $arlamento representava ana"ão, como professor de racton representava aOniversidade, como mem?ro do Institutorepresentava este. !odas as e>igências rivais que deoutra forma podiam entrar em colisão reconcilia- vam-se na pessoa de ord @everstone< os artigos

que MarJ tinha de escrever so?re este assuntonaquela tarde escreviam-se quase por eles pr+priosGMas isso não fora tudo. U medida que a conversaprosseguia ficara claro que e>istia realmente umduplo o?jetivo ao o?ter aquele invej%vel cargo para

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@everstone. Luando chegasse o momento, e aimpopularidade local do #I atingisse o auge, elepodia ser sacrificado. Isto, = evidente, não foi posto

por estas palavras, mas MarJ compreendeu deforma perfeitamente clara que mesmo @everstonej% não estava inteiramente no #3cleo Interior. A@ada disse que o velho 4icJ, no fundo do cora"ão,era um simples pol0tico e sempre havia de ser. /ither, suspirando profundamente, confessou que

os seus talentos tinham talve) sido mais 3teis numafase mais inicial do movimento, do que era pro- v%vel que fossem no per0odo em que estavam aentrar agora. #ão havia na mente de MarJ planoalgum para cavar por ?ai>o de @everstone nemmesmo um desejo completamente formado de que

isso devesse ser feito< mas a atmosfera toda dadiscussão tornou-se de algum modo mais agrad%velpara ele ' medida que come"ou a perce?er asitua"ão real. stava tam?=m satisfeito por terDcomo teria ditoE Bvindo a conhecerC @rost. (a?iapor e>periência pr+pria que em quase todas as

organi)a"Nes e>iste alguma pessoa, sossegada e quenão se destaca, e que o pessoal menor supNe nãoter importncia nenhuma, mas que = realmenteuma das molas mestras de todo o maquinismo. (+o reconhecer tais pessoas como elas são, mostraque se fi)eram consider%veis progressos. 2avia,

com certe)a, em @rost uma qualidade fria, comoum pei>e, de que MarJ não gostava, e algo at=repulsivo na regularidade das suas fei"Nes. Mascada palavra que ele di)ia Dnão di)ia muitasE ia 'rai) daquilo que estava a ser discutido, e MarJ

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achava encantador falar com ele. *s pra)eres daconversa"ão estavam ficando, para MarJ, cada ve)com menos rela"ão com o espontneo gostar ou

não gostar das pessoas com quem falava. !inha aconsciência dessa mudan"a, que come"ara quandoentrou para o lemento $rogressista na @aculdade,e acolhia-a como um sinal de maturidade.

 /ither tinha degelado da forma maisencorajadora. #o final da conversa tinha chamado

MarJ de lado, falando vaga mas paternalmente dogrande tra?alho que estava fa)endo, e finalmenteperguntando pela mulher dele. * 4A esperava quenão fosse verdade o ?oato que lhe tinha chegadode que ela estava sofrendo, err, de um certodesarranjo nervoso.

BLuem dia?o lhe disse istoC, pensou MarJ. — $orque — disse /ither —, ocorreu-me,

em vista do grande volume de tra?alho que pesaso?re si presentemente e da dificuldade, porconseguinte, em estar em casa tanto quanto n+stodos Dpor sua causaE desejar0amos, que no seu

caso o Instituto podia ser levado... estou falando deuma maneira a?solutamente informal... queficar0amos todos encantados por acolher a (ra.(tuddocJ aqui.

 At= o 4A ter dito isto, MarJ não tinhaperce?ido que não havia nada que lhe desagradasse

mais do que ter Hane em el?ur;. 2avia tantascoisas que Hane não compreenderia1 não s+ a ?e?i-da em grande quantidade que estava se tornandoum h%?ito, mas, oh, tudo de manhã ' noite. $ois =apenas de justi"a, tanto para MarJ como para Hane,

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registrar que ele teria achado imposs0vel ter,estando ela a ouvir, qualquer uma das centena deconversas que a sua vida em el?ur; envolvia. A

simples presen"a dela teria feito soar a met%lico, eirreal, todo o riso do #3cleo Interior< e aquilo queele encarava agora como simples prudênciapareceria, a ela, e por ela a ele tam?=m, meralisonja, di)er mal pela costas e engolir sapos. Haneno meio de el?ur; transformaria todo el?ur;

numa vasta coisa comum, vistosa e, contudo,furtiva. * seu esp0rito sentia agonias ao pensar emtentar convencer Hane de que precisava ajudar amanter /ither de ?om humor e dar-se ?em com a@ada 2ardcastle. 4esculpou-se vagamente peranteo 4A com profusos agradecimentos, e saiu dali tão

depressa quanto p&de.#essa tarde, enquanto estava tomando ch%,

a @ada 2ardcastle chegou, encostou-se 's costas dacadeira e disse-lhe ao ouvido1 — stragaste tudo,(tuddocJ.

 — * que = que h%, desta ve), @ada — disse

ele. — #ão consigo desco?rir o que se passa

consigo, jovem (tuddocJ, e isto = um fato. (er%que resolveu meter na ca?e"a a?orrecer o velho$or que isso = um jogo perigoso, ?em sa?e.

 — Mas de que dia?o = que est% falando

 — em, temos todos aqui estadotra?alhando em seu favor, a acalm%-lo, e estamanhã pens%vamos que finalmente t0nhamos sido?em sucedidos. le falava em dar-lhe a nomea"ãoque originalmente tencionava dar, dispensando o

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per0odo provis+rio. #ão havia uma nuvem no c=u1e então você tem uma conversa de cinco minutoscom ele, mal chegou a cinco minutos, de fato, e

nesse tempo conseguiu desfa)er tudo. ome"opensando que = um doente mental.

 — Lue dia?o = que est% mal para ele, desta ve)

 — Focê ?em deve sa?er. le não dissequalquer coisa a respeito de tra)er a sua mulher

para c% — (im, disse. o que = que isso tem — o que = que você disse — 4isse para não se incomodar com isso, e,

=, claro, agradeci-lhe muito e tudo isso. A @ada deu um asso?io.

 — #ão est% vendo, meu amor — disse ela,?atendo suavemente no couro ca?eludo de MarJcom os n+s dos dedos, —, que dificilmente podiater cometido uma asneira pior ra uma concessãoterr0fica que ele estava fa)endo. #unca a tinha feitoa ningu=m. 4evia sa?er que ele ia ficar ofendido se

lhe virasse as costas. Agora est% por a0 gorgolejandoa respeito de falta de confian"a. 4i) que ficouBmagoadoC1 o que quer di)er que algu=m mais, em?reve, ficar%G !oma a sua recusa como um sinal deque você não est% realmente Bfi>adoC aqui.

 — Mas isso = pura loucura. Luero di)er...

 — $or que raio não podia ter-lhe dito quetraria a sua mulher para c% — isso não = pro?lema meu — #ão a quer ter #ão est% sendo muito

dedicado para com a sua mulher)inha, (tuddocJ.

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di)em-me que = uma mo"a ?onita pr% valer.#esse momento, a figura de /ither,

 vagueando lentamente na dire"ão deles, tornou-se

 vis0vel, e a conversa aca?ou. Ao jantar sentou-se ao lado de @ilostrato.

#ão havia nenhum outro mem?ro do c0rculointerior ao alcance do ouvido. * italiano estava de?om humor e falador. !inha aca?ado de dar ordenspara deitar a?ai>o algumas das magn0ficas faias que

havia no terreno. — $or que = que fe) isso, professor —

disse um tal (r. /inter que se sentava em frente. — u não teria pensado que elas causassem muitodano, 'quela distncia da casa. Sosto ?astante de%rvores, eu pr+prio.

 — *h, sim, sim — replicou @ilostrato. — As %rvores ?onitas, as %rvores de jardim. Mas nãoas selvagens. $onho a rosa no meu jardim mas nãoa silvestre. A %rvore da floresta = uma planta dani-nha. Mas digo-lhe que j% vi a %rvore civili)ada na$=rsia. ra o adido francês que a tinha, porque

estava num local onde não havia %rvores. ra feitade metal. Oma coisa po?re, grosseira. Mas comoseria se fosse aperfei"oada eve, feita de alum0nio. !ão natural que at= enganaria.

 — 4ificilmente seria o mesmo do que uma%rvore verdadeira — disse /inter.

 — Mas considere as vantagensG (e ficar fartodela num local, dois tra?alhadores levam-na paraoutro lado qualquer, onde quer que lhe agrade.#unca morre. #ão h% folhas a cair, não h%raminhos, p%ssaros fa)endo ninhos, não h%

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porcaria nem confusão. — (uponho que uma ou duas, como

curiosidades, podiam ser um tanto divertidas.

 — $orquê uma ou duas $resentemente,concedo, temos de ter florestas, por causa daatmosfera. Mas havemos de encontrar umsu?stituto. então porquê quaisquer %rvoresnaturais #ão prevejo nada e>ceto a %rvoreartificial em toda a terra. 4e fato, limpamos o

planeta. — Luer di)er — interveio um homem

chamado Sould — que não vamos ter vegeta"ãoalguma

 — >atamente. Focê fa) a ?ar?a1 at=, 'moda inglesa, fa) a ?ar?a todos os dias. Om dia

fa)emos a ?ar?a ao planeta. — $ergunto o que = que os p%ssaros farão — !am?=m não vou ter p%ssaros nenhuns.

#a %rvore artificial terei p%ssaros artificiais, todos acantar quando se oprime o interruptor dentro decasa. Luando estivermos cansados do que cantam,

desligamos. onsidere, uma ve) mais, a melhoria.#ão h% penas espalhadas em volta, não h% ninhos,nem ovos, nem porcaria.

 — Isso soa — disse MarJ — a a?olirpraticamente toda a vida orgnica.

 — por que não T simples higiene.

*u"am, meus amigos. (e apanharem qualquercoisa podre e encontrarem essa vida orgnica ame>er em cima dela, não di)em1 B*h, coisahorrorosa. st% vivaC, e depois não a largam

 — ontinue — disse /inter.

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 — vocês, em especial vocês, ingleses, nãosão hostis a qualquer vida orgnica, e>ceto o seupr+prio corpo $ara a não permitir, inventaram o

?anho di%rio. — T verdade. — a que = que chamam sujo e porco #ão

= precisamente orgnico *s minerais são s+ sujos.Mas a imundice autêntica vem dos organismos1suor, cuspe, e>cre"Nes. #ão = toda a vossa id=ia de

pure)a um imenso e>emplo * impuro e oorgnico são conselhos intermut%veis.

 — Aonde quer chegar, professor — disseSould. — Afinal somos todos organismos, n+spr+prios.

 — oncedo isso. ssa = a questão. m n+s

a vida orgnica produ)iu a mente. @e) o seutra?alho. 4epois disso nada mais queremos dela.#ão queremos o mundo mais tempo todo co?ertode vida orgnica, como aquilo a que chamam o?olor a)ul, toda ela germinando, ?rotando,reprodu)indo-se e entrando em decomposi"ão.

 !emos de nos livrar disso. $ouco a pouco, = claro.4evagar havemos de aprender como. Aprenderfa)endo os nossos c=re?ros viver com cada ve)menos corpo< aprender a construir diretamente osnossos corpos com produtos qu0micos, e a nãotermos mais que os encher com ?rutos mortos e

ervas. Aprender a nos reprodu)irmos, n+spr+prios, sem copular. — #ão penso que isso fosse muito divertido

 — disse /inter. — Meu amigo, você j% separou o

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divertimento, como o chama, da fertilidade. *pr+prio divertimento come"a a desvanecer-se. ahG(ei que não = isso que pensa. Mas olhe para as

 vossas mulheres inglesas. (eis em de) são fr0gidas,não são st% vendo A pr+pria #ature)a come"a ae>pelir o anacronismo. Luando o tiver e>pelido,então torna-se poss0vel a autêntica civili)a"ão. (efossem camponeses compreenderiam. Luemtentaria tra?alhar com garanhNes e touros #ão,

não, queremos cavalos castrados e ?ois. #uncahaver% pa) e ordem e disciplina enquanto houverse>o. Luando o homem o tiver e>tirpado, entãotornar-se-% finalmente govern%vel.

Isto levou-os at= ao fim do jantar e quandose levantaram da mesa, @ilostrato segredou ao

ouvido de MarJ1 — #ão lhe aconselharia a ?i?lioteca esta

noite. ompreende #ão est% nas ?oas gra"as. Fenha ter uma pequena conversa comigo no meuquarto.

MarJ levantou-se e seguiu-o, satisfeito e

surpreendido por, nesta nova crise com o 4A,@ilostrato ser aparentemente ainda seu amigo.(u?iram at= ' sala de estar do italiano no primeiroandar. A0, MarJ sentou-se ao p= do lume, mas oseu anfitrião continuou andando para c% e para l%,na sala.

 — !enho muita pena, meu jovem amigo —disse @ilostrato —, de sa?er deste novo pro?lemaentre você e o diretor-adjunto. !em de cessar,compreende (e ele o convida para tra)er a suamulher para c%, por que = que não tra)

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 — em, realmente — disse MarJ —, nuncasou?e que ele ligava tanta importncia a isso.$ensei que estava apenas sendo gentil.

 A sua oposi"ão a ter Hane em el?ur; fora,se não removida, pelo menos temporariamenteamortecida pelo vinho que tinha ?e?ido ao jantar epela aguda sensa"ão de dor que sentia com aamea"a de e>pulsão do c0rculo da ?i?lioteca.

 — m si não tem importncia nenhuma —

disse @ilostrato. — Mas tenho ra)Nes para acreditarque o convite não partiu de /ither, mas do pr+priochefe em pessoa.

 — * chefe Luer di)er Hules — disseMarJ, com surpresa. — $ensei que ele era apenasuma figura decorativa. por que = que ele se havia

de ralar que eu trou>esse ou não a minha mulherpara c%

 — st% enganado — disse @ilostrato. — *nosso chefe não = nenhuma figura decorativa. —B2avia qualquer coisa de esquisito nas maneirasdeleC, pensou MarJ. $or algum tempo, nenhum

dos homens falou. — T tudo verdade — disse @ilostrato, por

fim. — Aquilo que eu disse ao jantar. — Mas a respeito de Hules — disse MarJ. —

Lual = o papel dele — Hules — disse @ilostrato. — $or que =

que fala dele 4igo que = tudo verdade. * mundo aque aspiro = o mundo da pure)a perfeita. A mentelimpa e minerais limpos. Luais são as coisas quemais ofendem a dignidade do homem#ascimento, procria"ão e morte. Lue tal se

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estiv=ssemos perto de desco?rir que o homempode viver sem nenhuma das três

MarJ ficou de olhos arregalados. A conversa

de @ilostrato parecia tão descone>a e os seusmodos tão incomuns que come"ava a pensar seestaria perfeitamente s+?rio.

 — Luanto ' sua mulher — continuou@ilostrato —, não dou qualquer importncia a isso.Lue = que eu tenho a ver com as mulheres dos

homens * assunto todo repugna-me. Mas sefa)em questão disso... *lhe meu amigo, o pontofundamental = se tenciona ser verdadeiramente umdos nossos ou não.

 — #ão estou acompanhando inteiramente — disse MarJ.

 — Luer ser um simples assalariado Mas j%foi longe demais para isso. st% num ponto de virada da sua carreira, (r. (tuddocJ. (e tentar voltaratr%s ser% tão infeli) como o tolo do 2ingest. (eentrar realmente, o mundo... ?ah, que estou eudi)endo... o universo est% a seus p=s.

 — Mas = claro que quero entrar — disseMarJ. Oma certa e>cita"ão estava tomando contadele.

 — * chefe pensa que não pode realmenteser um dos nossos se não trou>er a sua mulherpara c%. !ê-lo-% todo, e tudo o que = seu, ou nada.

 !em de tra)er a sua mulher tam?=m. la tem deser tam?=m dos nossos.sta o?serva"ão foi como um choque de

%gua fria na cara de MarJ. , contudo..., e,contudo..., naquela sala e naquele momento, com

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os olhos pequenos e ?rilhantes do professor fi>osnele, dificilmente conseguiu tornar autenticamentereal no seu esp0rito a imagem de Hane.

 — Fai ouvi-lo dos l%?ios do pr+prio chefe — disse @ilostrato, su?itamente.

 — Hules est% c% — disse MarJ.m ve) de responder, virou-lhe vivamente

as costas e com um grande movimento lentocorreu para tr%s as cortinas da janela. 4epois

fechou a lu) no interruptor. * nevoeiro tinhadesaparecido todo, levantara-se vento. #uvenspequenas corriam velo)mente so?re as estrelas e alua cheia. MarJ nunca a vira tão ?rilhante. *lhavapara eles, l% de cima. U medida que as nuvens pas-savam ela parecia uma ?ola que rolava atrav=s

delas. A sua lu) e>angue enchia a sala. — Ali est% um mundo para si, não — disse

@ilostrato. — 2% limpe)a, pure)a. Milhares demilhas quadradas de rocha polida sem uma 3nicafolha de erva, sem uma fi?ra de l0quen, sem umgrão de p+. #em ar sequer. H% pensou como seria,

meu amigo, se pudesse andar naquela terra #adase desfa), não h% erosão. *s picos daquelasmontanhas são picos autênticos1 agu"ados comoagulhas, atravessar-lhe-iam as mãos. $enhascos tãoaltos como o verest e tão direitos como a paredede uma casa. lan"ados por esses penhascos,

hectares de som?ra negra como o =?ano, e nasom?ra centenas de graus a?ai>o de )ero. depois,um passo para al=m dessa som?ra, lu) que lheperfuraria os glo?os oculares, como se fosse a"o, erocha que lhe queimaria os p=s. A temperatura est%

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no ponto de e?uli"ão. Morreria, não = Mas mesmoentão não se tornaria em imundice. m algunsmomentos fica um pequeno monte de cin)a< p+

?ranco, limpo. repare, não h% vento paradispersar esse p+ em redor. ada grão dessepequeno monte manter-se-ia no seu lugar,e>atamente onde você tinha morrido, at= o fim domundo... mas isto = uma insensate). * universonão ter% fim.

 — (im. Om mundo morto — disse MarJ,fitando a ua.

 — #ãoG — disse @ilostrato. !inha-seapro>imado de MarJ e falou quase num murm3rio,o murm3rio como do morcego, de uma vo) que =naturalmente de tim?re alto. — #ão. % e>iste

 vida. — (a?emos isso — perguntou MarJ. — *h, sim. Fida inteligente. (o? a

superf0cie. Oma grande ra"a, mais avan"ada do quen+s. Oma inspira"ão. Oma ra"a pura. imparam omundo deles, li?ertando-se DquaseE do orgnico.

 — Mas como — #ão precisam nascer, procriar e morrer<

apenas o povo comum, a canalha, fa) isso. *smestres continuam a viver. onservam a suainteligência1 podem mantê-la viva artificialmente,depois do corpo orgnico ser eliminado, um

milagre da ?ioqu0mica aplicada. #ão precisam dealimentos orgnicos. ompreende stão quaseli?ertos da #ature)a, ligados a ela apenas pelo cor-dão mais fino, mais estreito.

 — Luer di)er que tudo aquilo — MarJ

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apontou para o glo?o mati)ado da ua — = o?radeles

 — $or que não (e remover toda a

 vegeta"ão, não se tem depois nenhuma atmosfera,nenhuma %gua.

 — Mas qual seria o prop+sito — 2igiene. $or que haviam eles de ter o seu

mundo fervilhando de organismos especialmente ?aniriam um organismo. A

superf0cie da ua não = toda como ela vê. 2% aindaha?itantes da superf0cie, selvagens. Oma grande%rea no lado mais distante dela, onde e>istem ainda%gua, ar e florestas, sim, e germes e morte. Fãoestendendo lentamente a sua higiene so?re todo oseu glo?o. 4esinfetando-o. *s selvagens lutam

contra eles. 2% fronteiras, e guerras fero)es, mascavernas e galerias l% por ?ai>o. Mas a grande ra"a vai avan"ando. (e pudesse ver o outro lado, veriaano a ano a rocha limpa, como a deste lado da ua,invadindo< a mancha orgnica, todo o verde, o a)ule a umidade, a ficarem mais pequenos. omo

limpar a prata manchada. — Mas como n+s sa?emos tudo isso — Fou contar-lhe tudo noutro momento. *

chefe tem muitas fontes de informa"ão. #omomento, falo apenas para o inspirar. @alo paraque possa sa?er o que pode ser feito< o que ser%

feito aqui. ste Instituto, meu 4eus, = para algumacoisa melhor do que ha?ita"ão e vacinas e trensmais r%pidos e curar as pessoas do cncer. T para aconquista da morte, ou para a conquista da vidaorgnica, se preferir. (ão a mesma coisa. T para

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fa)er sair desse casulo de vida orgnica, quea?rigou a primeira infncia do esp0rito, o novohomem, o homem que não morrer%, o homem

artificial, li?erto da #ature)a. A #ature)a = aescada por onde su?imos, agora empurramo-lacom o p=.

 — pensa que um dia realmentedesco?riremos um meio de manter o c=re?ro vivoindefinidamente

 — H% come"amos. * pr+prio chefe... — ontinue — disse MarJ. * cora"ão

estava ?atendo furiosamente e tinha esquecidotanto Hane como /ither. Aquela era, finalmente, aquestão fundamental.

 — * pr+prio chefe j% so?reviveu ' morte, e

 você vai falar com ele esta noite. — Luer di)er que Hules j% morreu — ahG Hules nada =. #ão = ele o chefe. — ntão quem =#esse momento ?ateram ' porta. Algu=m,

sem esperar pela resposta, entrou.

 — * jovem est% pronto — perguntou a vo) de (traiJ.

 — *h, sim. st% pronto, não est%, (r.(tuddocJ

 — >plicou-lhe a situa"ão, então — disse(traiJ. Firou-se para MarJ e o luar da sala era tão

?rilhante que MarJ podia agora reconhecerparcialmente o rosto dele, as rugas %speras salien-tadas por aquela lu) fria e pela som?ra.

 — Luer mesmo juntar-se a n+s, meu jovem — disse (traiJ. — Oma ve) que ponha a mão na

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en>ada, j% não h% como voltar atr%s. não e>istemreservas. * chefe mandou cham%-lo. ompreende,o chefe Fai olhar para algu=m que foi morto e est%

ainda vivo. A ressurrei"ão de Hesus na 0?lia era ums0m?olo< esta noite vai ver o que = que elasim?oli)ava. ste = finalmente o homem autênticoe reclama toda a nossa fidelidade.

 — 4e que dia?o você est% falando — disseMarJ. A tensão dos nervos alterou-lhe a vo) para

um grito rouco e estrondoso. — * meu amigo tem toda a ra)ão — disse

@ilostrato. — * nosso chefe = o primeiro dosnovos homens, o primeiro, o primeiro a viver paral% da vida animal. !anto quanto di) respeito '#ature)a, est% j% morto1 se a #ature)a tivesse

seguido o seu caminho, o c=re?ro dele estaria agoraem decomposi"ão na sepultura. Mas vai falarconsigo em ?reve, e, dei>e-me di)er-lhe uma coisa,meu amigo, vai o?edecer 's suas ordens.

 — Mas quem = ele — disse MarJ. — T @ran"ois Alcasan — disse @ilostrato.

 — Luer di)er o homem que foiguilhotinado — disse MarJ, sustentando arespira"ão. Am?as as ca?e"as se inclinaram afir-mativamente. Am?as as caras estavam chegadas aele1 naquela lu) desastrosa, pareciam m%scarassuspensas no ar.

 — st% aterrado — disse @ilostrato. — Faipassar. stamos oferecendo fa)er de si um dosnossos. Ah, se estivesse de fora, se fosse meracanalha, teria ra)ão para estar assustado. T ocome"o de todo o poder. le vive para sempre. *

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gigante do tempo est% conquistado. o gigante doespa"o, esse foi j% conquistado tam?=m. Om dos danossa companhia j% viajou no espa"o. T verdade

que foi tra0do e assassinado e os seus manuscritossão imperfeitos< ainda não fomos capa)es dereconstituir a sua nave espacial. Mas isso h% dechegar.

 — T o princ0pio do homem imortal e dohomem u?0quo — disse (traiJ. — * homem no

trono do universo. ra isso que todas as profeciasrealmente queriam di)er.

 — 4e in0cio, = claro — disse @ilostrato —,o poder vai ser limitado a um certo n3mero, umpequeno n3mero de Indiv0duosG *s que foremescolhidos para a vida eterna.

 — quer di)er — disse MarJ — que ser%então estendido a todos os homens

 — #ão — disse @ilostrato. — Luero di)erque ser% então redu)ido a um s+ homem. Focê não= tolo, pois não, meu jovem amigo !oda essaconversa a respeito do poder do homem so?re a

#ature)a, o homem em a?strato, = apenas para acanalha. (a?e tão ?em como eu sei, que o poder dohomem so?re a #ature)a significa o poder dealguns homens so?re outros homens, com a#ature)a como instrumento. #ão e>iste essa coisaa que chamam homem, = uma palavra. 2% apenas

homens. #ãoG #ão = o homem que vai seronipotente, = um determinado homem, um homemimortal. Alcasan, o nosso chefe, = o primeiroes?o"o disso. * produto final pode ser um outroqualquer. $ode ser você. $osso ser eu.

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 — Fir% um rei — disse (traiJ — quegovernar% o universo com retidão e os c=us com oseu ju0)o. Focê pensava, sem d3vida, que tudo isso

era mitologia. $ensava que, porque em torno dafrase Bfilho do homemC se amontoavam f%?ulas, ohomem nunca teria realmente um filho que viesse ae>ercer todo o poder. Mas ter%.

 — #ão compreendo, não compreendo —disse MarJ.

 — Mas = muito f%cil — disse @ilostrato. —4esco?rimos como fa)er viver um homem morto.ra um s%?io mesmo na sua vida natural. Fiveagora para sempre< fica mais s%?io. Mais tarde, osfaremos viver melhor, pois, por agora, temos deconceder, esta segunda vida provavelmente não =

muito agrad%vel para aquele que a vive. st% vendo Mais tarde fa)emo-la para alguns, talve)não tão agrad%vel para outros. $ois podemos fa)eros mortos viverem, quer eles queiram quer não. Aquele que finalmente vier a ser o rei do universopode atri?uir esta vida a quem lhe agradar. #ão se

poder% recusar esse pequeno presente. — , assim — disse (traiJ —, as li"Nes que

se aprenderam nos joelhos da nossa mãe, voltam.4eus ter% poder para dar eterna recompensa ecastigo eterno.

 — 4eus — disse MarJ. — omo = que le

entra nisto u não creio em 4eus. — Mas, meu amigo — disse @ilostrato —,porque não havia 4eus, no passado seguir-se-% queno futuro tam?=m não haver% 4eus

 — #ão est% vendo — disse (traiJ — que

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lhe estamos oferecendo a gl+ria indi)0vel de estarpresente na cria"ão de 4eus !odo $oderoso Aqui,nesta casa, vai encontrar-se com o primeiro es?o"o

de 4eus autêntico. T um homem, ou um ser feitopelo homem, que ascender% finalmente ao trono douniverso. governar% para todo o sempre.

 — Fem conosco — disse @ilostrato. — lemandou-o chamar.

 — laro que vem — disse (traiJ. — $ensa

ele que podia recuar e viver — esse pequeno caso da esposa —

acrescentou @ilostrato. — #ão vai mencionar umacoisa trivial como essa. Fai fa)er como lhedisserem. #ão se discute com o chefe.

MarJ não tinha agora nada que o au>iliasse a

não ser a e>cita"ão do %lcool tomado ' hora dojantar, e que desaparecia rapidamente, e algunsrefle>os tênues de mem+ria de horas passadas com Hane e com amigos, antes de ter ido para racton,durante as quais o mundo tinha um sa?or diferentedo horror e>citante que agora pesava so?re ele.

stes e um desagrado meramente instintivo poram?os os rostos ?atidos pela lua que tantodetinham a sua aten"ão. 4o outro lado estava omedo. Lue = que lhe fariam se recusasse aajudar o medo estava a sua cren"a de jovem de que,se acedesse na altura, as coisas se comporiam por si

de uma maneira ou de outra, Bde manhãC. ,apoiando o medo e a esperan"a, havia ainda,mesmo então, a emo"ão não totalmente desagrad%- vel causada pela id=ia de partilhar um tãoestupendo segredo.

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 — (im — disse ele, falando aos arrancoscomo se lhe faltasse o f&lego —, sim, = claro, eu vou.

ondu)iram-no dali em diante. *scorredores j% estavam silenciosos e o som deconversas e de riso vindo das salas p3?licas nopavimento t=rreo tinha terminado. !rope"ou ederam-lhe o ?ra"o. A viagem parecia longa1corredor ap+s corredor, corredores que nunca

tinha visto antes, portas que era preciso a?rir, edepois um lugar onde todas as lu)es estavam acesase onde havia cheiros esquisitos. ntão @ilostratofalou atrav=s de um tu?o de comunica"ão e foi-lhesa?erta uma porta.

MarJ encontrou-se numa sala de aspecto

cir3rgico com lu)es resplandecentes e ?acias, egarrafas e instrumentos ?rilhantes. Om homemainda novo que mal conhecia, vestido com umcasaco ?ranco, rece?eu-os.

 — 4ispa-se at= ficar em roupa 0ntima —disse @ilostrato. nquanto MarJ o?edecia,

 verificou que a parede oposta da sala estava co?ertade mostradores. #umerosos tu?os fle>0veis sa0amdo chão e entravam na parede, por ?ai>o dosmostradores. As faces, que os pareciam fitar, dosmostradores e os molhos de tu?os por ?ai>o deles,que pareciam pulsar levemente, davam a impressão

de se estar olhando para uma criatura qualquer commuitos olhos e muitos tent%culos. * jovemmantinha os olhos fi>os nos ponteiros trementesdos mostradores. Luando os três rec=m-chegadosj% tinham removido as roupas e>teriores, lavaram

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as mãos e a cara, e depois disso @ilostrato tiroucom um forceps, de um contentor de vidro, roupas?rancas para eles. 4epois de as terem vestido, deu-

lhes tam?=m luvas e m%scaras como usam oscirurgiNes. (eguiu-se um momento de silêncioenquanto @ilostrato estudava os mostradores.

 — (im, sim — disse ele. — Om pouco maisde ar. Muito, não1 ponto )ero três. A?ra o ar para acmara, devagar, at= BtodoC. Agora as lu)es. Agora

o ar no isolado. Om pouco menos de soluto. agora Daqui virou-se para (traiJ e para (tuddocJE,estão prontos para entrar

ondu)iu-os então a uma porta na mesmaparede onde estavam os mostradores.

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ca?e"a Do resto de uma ca?e"aE cuja parte superiordo crnio fora retirada e então... então... era comose alguma coisa do lado de dentro tivesse

trans?ordado, a ferver. Oma enorme massa que fa-)ia ?ojo para fora era o que restava do crnio.nrolada numa esp=cie qualquer de materialcomposto, mas material muito fino. $odia ver-seem contra"Nes. Mesmo no meu susto, lem?ro-mede pensar1 B*h matem-no, matem-no. i?ertem-no

do seu sofrimento.C Mas s+ por um segundoporque pensava que a coisa era real, efetivamente.$arecia verde e a ?oca estava toda a?erta ea?solutamente seca. ompreenda que fiquei muitotempo, a olhar para aquilo, antes de ter acontecidoalguma coisa mais. cedo vi que não estava

e>atamente a flutuar. stava fi>ada numa esp=ciequalquer de suporte, plataforma ou pedestal, nãosei e>atamente o quê, e havia coisas penduradasdela. Luero di)er, do pesco"o. (im, tinha umpesco"o e um tipo de colarinho em torno dele, masa?ai>o do colarinho, nada< nem om?ros nem

corpo. Apenas aquelas coisas penduradas. #osonho pensei que era uma esp=cie qualquer denovo homem que tivesse apenas ca?e"a eintestinos1 pensei que todos aqueles tu?os eram assuas entranhas. Mas dali a pouco, não sei ?emcomo, vi que eram artificiais. $equenos tu?os de

?orracha e ?ol?os e pequenas coisas de metal,tam?=m. #ão era capa) de os entender. !odos ostu?os iam at= a parede. ntão, finalmente,aconteceu qualquer coisa.

 — (ente-se ?em, Hane, sente-se mesmo —

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disse Miss Ironwood. — *h, sim — disse Hane —, pelo menos at=

aqui. (omente, uma pessoa não quer contar isto.

em, su?itamente, como quando um motor =posto a funcionar, saiu um sopro de ar da ?oca,com um som duro, seco e %spero. depois saiuoutro, e aca?ou por se instalar uma esp=cie deritmo, huff, huff, huff, como que a imitarrespira"ão. 4epois veio a mais horr0vel das coisas1 a

?oca come"ou a ?a?ar. (ei que parece tolo mas, decerta maneira, tive pena dela porque não tinhamãos e não podia limpar a ?oca. $arece coisapequena comparada com todo o resto, mas foiassim que eu senti. 4epois come"ou a me>er a?oca e at= mesmo a lam?er os l%?ios. ra como

uma pessoa a p&r uma m%quina em condi"Nes defuncionar. Fer aquilo fa)endo e>atamente como seestivesse vivo, e ao mesmo tempo ?a?ando-se pela?ar?a a?ai>o, ?ar?a que estava inteiri"ada e pareciamorta... ntão entraram no quarto três pessoas,todas vestidas de ?ranco, com m%scaras postas,

andando cuidadosamente, como gatos por cima deum muro. Om era um homem grande e gordo e ooutro era magro e ossudo. * terceiro... — aqui Hane fe) involuntariamente uma pausa. — *terceiro... penso que era MarJ... quero di)er, o meumarido.

 — #ão tem a certe)a — disse o diretor. — #ão — disse Hane. — ra MarJ.econheci a sua maneira de andar. conhecia ossapatos que ele usava. a vo) dele. ra MarJ.

 — $e"o desculpa — disse o diretor.

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 — então — disse Hane — os trêsapro>imaram-se e ficaram em frente da ca?e"a.Inclinaram a ca?e"a perante ela. #ão se podia di)er

se ela estava olhando para eles por causa dos+culos escuros. ontinuava com aquele resfolegarr0tmico. ntão falou.

 — m inglês — disse Srace Ironwood. — #ão, em francês. — * que = que ela disse

 — em, o meu francês não erasuficientemente ?om para acompanh%-la. @alou deuma forma esquisita. Aos arrancos, como umhomem com falta de f&lego. (em e>pressãoadequada. , = claro, não podia virar-se para estelado ou para aquele como fa) uma pessoa

autêntica.* diretor falou outra ve). — $erce?eu alguma coisa do que foi dito — #ão muito. * homem gordo parecia

estar a apresentar-lhe MarJ. a ca?e"a dissequalquer coisa a MarJ. 4epois MarJ tentou

responder. A ele eu podia seguir perfeitamente. *seu francês não = muito melhor do que o meu.

 — Lue = que ele disse — 4isse qualquer coisa como Bir fa)ê-lo

dentro de poucos dias, se fosse poss0velC. — Isso foi tudo.

 — Muito apro>imadamente. stão vendo,MarJ não era capa) de agZentar aquilo. em?ro-mede, idiotamente, no sonho querer di)er-lhe isso. Fique ia cair. $enso que tentei gritar aos outros dois1Ble vai cair.C Mas, = claro, não podia. le estava

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agoniado, al=m disso. ntão o tiraram da sala.*s três ficaram em silêncio por alguns

segundos.

 — Isso foi tudo — disse Miss Ironwood. — (im — disse Hane. — T tudo de que me

lem?ro. Acho que acordei nessa altura.* diretor inspirou profundamente. — em — disse ele, olhando de relance

para Miss Ironwood —, torna-se tudo cada ve)

mais claro. !emos de reunir o conselhoimediatamente. stão todos aqui

 — #ão. * 4r. 4im?le teve de ir adgestow, ' @aculdade, para rece?er alunos. #ãoestar% de volta antes da noite.

 — ntão temos de reunir o conselho esta

noite. @a"am todos os preparativos. — @e) umapausa por um momento e então virou-se para Hane.

 — eceio que isto seja muito mau para si,minha querida — disse ele —, e pior para ele.

 — Luer di)er para MarJ, (r. 4iretor* diretor acenou afirmativamente com a

ca?e"a. — (im. #ão pense mal dele. le est%

sofrendo. (e formos derrotados, cairemos com ele.(e vencermos, havemos de salv%-lo< ele não podeter ido ainda muito longe. — @e) uma pausa, sorriue acrescentou1 — H% estamos muito ha?ituados a

pro?lemas por causa dos maridos por aqui, sa?e. *da po?re Iv; est% na cadeia. — #a cadeia — *h, sim, por furto. Mas = uma e>celente

pessoa. @icar% tudo ?em outra ve).

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m?ora Hane sentisse horror, at= o ponto dan%usea, ' vista Dno seu sonhoE do que realmenterodeava MarJ e dos seus associados, fora um

horror que acarretava com ele uma certa grande)a eum certo mist=rio. A s3?ita identifica"ão entre assuas dificuldades e a de um condenado de delitocomum fa)ia-lhe su?ir o sangue 's faces. #ão dissenada.

 — Oma outra coisa — continuou o diretor.

 — #ão vai interpretar mal se eu a e>cluir do nossoconselho esta noite

 — laro que não, (r. 4iretor — disse Hane,de fato interpretando muito mal as palavras dele.

 — st% vendo — disse ele —, Mac$hee tema opinião de que se você ouvir falar certas coisas,

transportar% as id=ias para o sono e isso destruir% o valor pro?at+rio dos seus sonhos. não = muitof%cil refut%-lo. le = o nosso c=tico, um lugar muitoimportante.

 — ompreendo perfeitamente — disse Hane.

 — Isso aplica-se, = claro — disse o diretor —, apenas a coisas que ainda não sa?emos. #ãodeve ouvir as nossas suposi"Nes, não deve estarpresente quando nos interrogamos, intrigados arespeito dos fatos. Mas não temos segredosnenhuns para consigo so?re a hist+ria anterior da

nossa fam0lia. 4e fato, o pr+prio Mac$hee insistir%em ser ele quem vai lhe contar tudo isso. le teriareceio de que o relato de Srace, ou o meu, nãofosse suficientemente o?jetivo.

 — stou vendo.

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 — Luero que goste dele, se puder. T umdos mais velhos amigos. ele ser% possivelmente onosso melhor homem se viermos a ser derrotados.

#ão podia ter melhor homem a seu lado numa?atalha perdida. * que ele far% se ganharmos, nãoconsigo imaginar.

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II

MarJ acordou na manhã seguinte com aconsciência de que a ca?e"a lhe do0a, em especialna parte de tr%s. em?rava-se de ter ca0do, foraassim que machucara a ca?e"a, caindo naquela ou-tra sala com @ilostrato e (traiJ... e então, como di)um dos poetas Bdesco?riu na sua mente umainflama"ão inchada e deformada, a sua mem+riaC.*h, mas era imposs0vel, nem por um momentopodia aceitar1 fora um pesadelo, tinha de serempurrada para longe, desvanecer-se-ia, agora queestava inteiramente desperto. ra um a?surdo.Oma ve), a deli?erar, tinha visto a parte da frentede um cavalo, so)inho, sem corpo ou pernastraseiras, a correr atrav=s de um campo relvado eachou-o rid0culo no pr+prio momento em que o viu, mas nem por isso menos horr0vel. Aquilo eraum a?surdo do mesmo tipo. Oma ca?e"a semningu=m por de?ai>o. Oma ca?e"a que era capa)de falar quando a?riam o ar e a saliva artificial, pormeio de torneiras na sala do lado. A sua pr+priaca?e"a come"ou a latejar com tanta for"a que tevede parar de pensar.

Mas sa?ia que era verdadeira. não eracapa), como di)em, de BagZentarC. Mas estava

muito envergonhado por isso, pois desejava serconsiderado um dos duros. $or=m, a verdade = quea sua dure)a era apenas da vontade, não dosnervos, e as virtudes que quase conseguira ?anir doseu esp0rito ainda viviam, se ?em que apenas

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negativamente, como fraque)as, no seu corpo. Aprovava a vivisse"ão, mas nunca tra?alhara numasala de anatomia. ecomendava que certas classes

de pessoas fossem gradualmente eliminadas1 masnunca l% estivera quando um pequeno lojista ia parao asilo ou uma velha, do tipo governanta, chegavaao seu 3ltimo dia, e hora, e minuto, no s+tão frio.#ada sa?ia so?re a 3ltima meia >0cara de cacau,?e?ida lentamente de) dias antes.

ntretanto, tinha de se levantar. !inha defa)er alguma coisa quanto a Hane. Aparentementeteria de a tra)er para el?ur;. A sua mente tinhatomado esta decisão por ele num momento qual-quer, de que não se lem?rava. !inha de a apanhar,para salvar a vida. !odas as suas ansiedades a

respeito de estar no c0rculo interior ou de se o?terum emprego tinham encolhido at= ' insignificncia.ra uma questão de vida ou de morte. * matariamse os a?orrecesse< o decapitariam talve)... oh, 4eus,se ao menos matassem mesmo aquele monstruosopequeno amontoado de tortura, aquele amontoado

com uma cara, que eles mantinham falando l% noseu suporte de a"o. !odos os medos menores emel?ur;, pois agora sa?ia que todos, e>ceto osdirigentes, estavam sempre com medo, eramapenas uma emana"ão daquele medo central. !inhade apanhar Hane< agora não lutaria contra isso.

 !em de recordar-se que, no esp0rito deMarJ, um farrapo de pensamento no?re, quercristão quer pagão, dificilmente tinha pousadafirme. A sua educa"ão não fora nem cient0fica nemcl%ssica, apenas BmodernaC. *s rigores tanto na

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a?stra"ão como de uma elevada tradi"ão humanatinham-lhe passado ao largo< e não tinha nem aast3cia camponesa nem a honra aristocr%tica para o

ajudarem. ra um homem de palha, ume>aminando loqua) em assuntos que não e>igiamconhecimento e>ato nenhum Dtinha sempre tido?ons resultados em ensaios e generalidadesE e a pri-meira sugestão de uma amea"a real ' sua vidacorp+rea dei>ava-o estendido ao comprido. a

ca?e"a do0a-lhe de forma tão terr0vel e sentiu-se tãomal. Afortunadamente agora guardava uma garrafade whisJ; no quarto. Om longo trago permitiu-lhefa)er a ?ar?a e vestir-se.

hegou tarde ao caf= da manhã, mas isso fe)pouca diferen"a, pois não era capa) de comer.

e?eu diversas >0caras de caf= simples e depois foipara a sala de escrever. Ali ficou muito temposentado, tra"ando coisas no mata-?orrão. Agoraque chegara ' altura da tal carta para Hane,mostrava-se quase imposs0vel de escrever. porque = que queriam Hane Medos indefinidos agi-

tavam-se no seu esp0rito. logo Hane, entre toda agenteG Iriam lev%-la ao chefe !alve) pela primeira ve) na sua vida, uma rever?era"ão de qualquercoisa como amor desinteressado penetrou-lhe namente< desejou nunca ter casado com ela, nunca ater arrastado para todo aquele conjunto de horrores

que estava, aparentemente, para ser a sua vida. — *l%, (tuddocJG — disse uma vo). —screvendo ' sua mulher)inha, eh

 — aiosG — disse MarJ. — 4ei>ou cair acaneta.

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 — ntão apanhe-a, meu filho — disse Miss2ardcastle, sentando-se em cima da mesa. MarJassim fe), e depois dei>ou-se estar sentado e

quieto, sem olhar para ela. 4esde os tempos emque tinha sido arreliado na escola que não sa?ia oque era odiar e temer algu=m com todos os nervosdo corpo, como agora odiava e temia aquelamulher.

 — !enho m%s not0cias para si, meu filho —

disse ela a seguir. * cora"ão dele teve umso?ressalto.

 — AgZente a coisa como um homem,(tuddocJ — disse a @ada.

 — * que =la não respondeu imediatamente e ele sa?ia

que estava a estud%-lo, o?servando como oinstrumento respondia ' sua atua"ão.

 — stou preocupada so?re a suamulher)inha, = isto mesmo — disse ela por fim.

 — Lue = que quer di)er — disse MarJ?ruscamente, desta ve), levantando os olhos. *

charuto entre os dentes dela estava ainda apagadomas tinha ido ao ponto de tirar os f+sforos parafora.

 — @ui procur%-la — disse Miss 2ardcastle —, tudo por sua causa, tam?=m. $ensei quedgestow não era um lugar muito saud%vel para ela

estar presentemente. — * que = que h% com ela — ?radouMarJ.

 — (hG — disse Miss 2ardcastle. — #ão vaiquerer que todos ou"am.

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 — #ão pode me di)er o que h% de malla esperou alguns segundos antes de

replicar.

 — Luanto = que sa?e so?re a fam0lia dela,(tuddocJ

 — Muita coisa. * que = que isso tem a vercom o caso

 — #ada... esquisito... de am?os os lados — Lue dia?o você quer di)er

 — #ão seja rude, querido. stou fa)endotudo o que posso por si. T s+ que... ?em, penseique ela estava a se comportar de forma ?astanteestranha quando a vi.

MarJ lem?rava-se ?em da conversa com amulher na manhã em que partira para el?ur;.

Oma nova pontada de medo atravessou-o. $odiaaquela mulher detest%vel estar falando a verdade

 — Lue disse ela — perguntou. — (e houver alguma coisa de mal com ela

nesse aspecto — disse a @ada —, tome o meuconselho, (tuddocJ, e fa"a-a vir para c%

imediatamente. Aqui cuidaremos delaconvenientemente.

 — Ainda não me disse o que = que ela disseou fe).

 — #ão gostaria de ter algu=m que mepertencesse metido no asilo de dgestow.

specialmente agora que vamos ter os nossospoderes de emergência. Fão usar os doentescomuns em e>periências, sa?e. nquanto que, seassinar s+ este impresso, eu vou at= l% depois doalmo"o e a temos aqui esta noite.

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MarJ atirou a caneta para cima da secret%ria. — #ão fa"o nada disso. specialmente

porque ainda não me deu a mais ligeira no"ão do

que h% de mal com ela. — stou tentando di)er-lhe mas você não

me dei>a. la s+ falava de algu=m que tinhaassaltado o vosso apartamento, ou então a tinhaencontrado na esta"ão Dnão se conseguia perce?erqual das coisas foraE e a tinha queimado com

charutos. ntão, infeli)mente, notou o meucharuto, e, se d% licen"a, identificou-me com o seuperseguidor imagin%rio. T claro que, depois disso,não podia fa)er mais nada.

 — !enho de ir para casa, j% — disse MarJ,pondo-se de p=.

 — spere l%G #ão pode fa)er isso — disse afada, erguendo-se tam?=m.

 — #ão posso ir para casa laro que tenhomesmo de ir, se tudo isso for verdade.

 — #ão seja tolo, amor)inho — disse Miss2ardcastle. — (=rioG u sei do que estou falando.

 Focê j% est% numa posi"ão danada e perigosa. Faidar ca?o de si se agora se ausentar sem licen"a.Mande-me a mim. Assine o impresso. ssa ser% aforma sensata de fa)er a coisa.

 — Mas h% um momento disse que ela não apodia ver, por qualquer pre"o.

 — *h, isso não faria mal nenhum. laroque seria mais f%cil se ela não se tivessedesagradado de mim. *lhe l%, (tuddocJ, não pensaque a sua mulher)inha possa estar com ci3mes,pois não

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 — i3mes 4e si — disse MarJ comaversão incontrol%vel.

 — $ara onde vai você — disse a @ada,

?ruscamente. — Fer o 4A e depois para casa. — $are. #ão vai fa)er isso, a não ser que

tenha a inten"ão de fa)er de mim sua inimiga paratoda a vida, e dei>e-me di)er, você j% não podepermitir-se ter muitos mais inimigos.

 — *h, v% para o 4ia?o — disse MarJ. — Folte para tr%s, (tuddocJ — ?radou a

@ada. — spereG #ão seja um maldito de ummaluco. — Mas MarJ j% estava no %trio. 4emomento tudo parecia ter-se tornado claro. Iria ver /ither, não para lhe pedir licen"a mas para

anunciar que tinha de ir a casa imediatamenteporque a sua mulher estava gravemente doente<estaria fora da sala antes que /ither pudesseresponder, e, depois, dali para fora. * futuro maislong0nquo era vago, mas isso não parecia importar.$&s o chap=u e o casaco, correu escada acima e

?ateu ' porta do ga?inete do diretor-adjunto.#ão houve resposta. ntão MarJ notou que

a porta não estava completamente fechada. Aventurou-se a empurr%-la e a?rir um pouco maise viu o diretor-adjunto sentado no interior, com ascostas para a porta.

 — 4esculpe, senhor — disse MarJ. —$odia falar-lhe por alguns minutos — #ão houveresposta alguma.

 — 4esculpe, senhor — disse MarJ, em vo)alta, mas a figura não falou nem se me>eu. om

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uma certa hesita"ão, MarJ entrou e deu a volta at=ao outro lado da secret%ria< mas, quando se viroupara olhar para /ither, susteve a respira"ão, pois

pensou estar a olhar para a cara de um cad%ver. Ommomento mais tarde reconheceu o engano. #osilêncio da sala podia ouvir o homem sem respirar.#em sequer estava a dormir, pois tinha os olhosa?ertos. #ão estava inconsciente, pois pousoumomentaneamente os olhos em MarJ e depois

desviou-os. — $e"o perdão, (r. 4iretor — come"ou

MarJ e depois parou. * diretor-adjunto não estavaa escutar. stava tão longe de escutar, que MarJsentiu uma d3vida insensata se ele estava alirealmente, se a alma do diretor-adjunto não estaria

a flutuar muito longe, espalhando-se e dissipando-se como um g%s atrav=s de mundos sem formas esem lu), ?aldios e quartos de arruma"ão douniverso. Aquilo que espreitava daqueles olhosp%lidos e aquosos era, num certo sentido, oinfinito, o informe e o intermin%vel. A sala estava

silenciosa e fria< não havia rel+gio e o lume apaga-ra-se. ra imposs0vel falar com um rosto comoaquele. !odavia, parecia imposs0vel tam?=m sair dasala, pois o homem tinha-o visto. MarJ estava commedo< era tão diferente de qualquer e>periência queele jamais tivera.

Luando por fim o (r. /ither falou, os seusolhos não estavam fi>os em MarJ mas num pontoqualquer afastado, para l% dele, para l% da janela,talve) no c=u.

 — (ei quem = — disse /ither. — * seu

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nome = (tuddocJ. Lual = a sua inten"ão ao vir paraaqui ra melhor ter ficado de fora. F%-se em?ora.

@oi então que os nervos de MarJ cederam.

 !odos os receios lentamente crescentes dos3ltimos dias juntaram-se numa 3nica decisão fi>a epoucos segundos mais tarde ia escada a?ai>o, aostrês degraus de cada ve). A seguir estava aatravessar o %trio. 4epois estava fora, andandopelo caminho de acesso. Oma ve) mais, a sua rota

imediata parecia-lhe a?solutamente evidente. 4olado oposto ' entrada havia uma cintura espessa de%rvores, atravessada por um caminho campestre.sse caminho o levaria em meia hora aourthampton e a0 podia apanhar um &ni?us paradgestow. Luanto ao futuro, nada pensava.

 Apenas duas coisas importavam1 primeiro sairdaquela casa e em segundo lugar voltar para Hane.4evorava-o uma nsia por Hane, que era f0sica semser nada sensual1 como se consolo e fortale)aemanassem do corpo dela, como se a sua pele viesse a limpar toda a imundice que parecia co?ri-

lo. A id=ia de que ela pudesse estar realmente loucatinha de qualquer modo desaparecido do seuesp0rito. ele era suficientemente jovem para serincr=dulo em rela"ão ' desgra"a. #ão podiali?ertar-se de toda a cren"a de que ?astava s+ quecorresse direito a ela e a rede havia de se partir, de

alguma maneira, e tudo aca?aria com Hane e MarJ atomarem ch% juntos como se nada daquilo tivesseacontecido.

 H% estava fora dos terrenos do Instituto,estava a atravessar a estrada, tinha penetrado numa

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cintura de %rvores. (u?itamente parou. #o carreiro,' frente dele, havia uma figura1 uma figura alta,muito alta, levemente curvada, vagueando e sussur-

rando uma pequena melodia mon+tona1 o diretor-adjunto em pessoa. num momento toda aquelaousadia fr%gil tinha desaparecido da disposi"ão deMarJ. Foltou para tr%s. @icou parado na estrada<aquele pareceu-lhe o pior sofrimento que jamaissentira. 4epois, cansado, tão cansado que sentiu as

l%grimas fracas, encherem-lhe os olhos, caminhoumuito devagar de volta para el?ur;.

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III

* (r. Mac$hee tinha um pequeno quarto noandar t=rreo, no solar, a que chamava o seuga?inete e no qual mulher alguma era jamaisadmitida, e>ceto so? a sua pr+pria dire"ão< enaquela arrumada mas poeirenta divisão estavasentado com Hane (tuddocJ pouco antes do jantar,naquela noite, tendo-a convidado para lheapresentar aquilo a que chamava Bum es?o"o ?revee o?jetivo da situa"ãoC.

 — 4evo come"ar por e>plicar ' partida, (ra.(tuddocJ — disse ele —, que conhecia o diretor h%j% muitos anos e que durante a maior parte da sua vida foi um fil+logo. #ão chego a estar convencidode que a filologia possa ser considerada como umaciência e>ata, mas menciono o fato comotestemunho da sua capacidade intelectual geral. ,para não julgar de antemão qualquer assunto, nãodirei, como o faria numa conversa ordin%ria, queele foi sempre um homem com o que podiachamar-se uma tendência imaginativa.

* seu nome original era ansom. — #ão ansom de 4ialeto e (emntica —

disse Hane. — (im. T esse o homem — disse Mac$hee.

 — em, h% cerca de seis anos, tenho todas as datasaqui num livrinho, mas isso não interessa nomomento, houve o seu primeiro desaparecimento.4esapareceu por completo, nem um tra"o dele,durante cerca de nove meses. $ensei que o mais

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prov%vel era ter-se afogado tomando ?anho oualguma coisa do tipo. então um dia o que = queele fa) se não aparecer outra ve) nos seus

aposentos em am?ridge e adoecer e ?ai>ar aohospital durante mais três meses. não di)ia aningu=m onde tinha estado e>ceto, em particular, aalguns amigos.

 — ntão — disse Hane com impaciência. — 4i)ia — respondeu Mac$hee, sacando

da cai>a de rap= e pondo grande ênfase na palavradi)ia —, di)ia que tinha estado no planeta Marte.

 — Luer di)er que ele disse isso... enquantoestava doente — #ão, não. Ainda di) o mesmo.@a"a disto o que puder< esta = a hist+ria dele.

 — Acredito nela — disse Hane.

Mac$hee escolheu uma pitada de rap= comtanto cuidado como se aqueles grãos em particularfossem diferentes de todos os outros dentro dacai>a e falou antes de os levar 's narinas.

 — stou a transmitir-lhe os fatos — disseele. — ontou-nos que tinha estado em Marte,

raptado pelo $rof. /eston e pelo (r. 4evine, ordverstone, como = agora. , segundo o seu pr+priorelato, conseguira fugir deles, em Marte, h% decompreender, e andara vagueando por l%, so)inho,durante um tempo. (o)inho.

 — T desa?itado, suponho

 — #ão temos prova alguma nesse ponto,e>ceto a pr+pria hist+ria dele. st% sem d3vidaciente, (ra. (tuddocJ, que um homem em completasolidão, mesmo nesta terra, um e>plorador, pore>emplo, entra em estados de consciência muito

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not%veis. !êm-se dito que um homem pode chegara esquecer a sua pr+pria identidade.

 — Luer di)er que ele podia ter imaginado

coisas em Marte que não estavam l% — #ão estou fa)endo coment%rios nenhuns

 — disse Mac$hee. — stou simplesmente aregistrar. $elos pr+prios relatos dele h% toda aesp=cie de criaturas andando por l%< = talve) porisso que transformou a casa num tipo de jardim

)ool+gico privado, mas isso não importa. Mas di)al=m disso que encontrou l% um tipo de criaturaque especialmente nos interessa neste momento.hamam-lhe eldils.

 — Oma esp=cie de animal, que você di)er — H% alguma ve) tentou definir a palavra

animal, (ra. (tuddocJ — Lue me lem?re, não. Luero di)er, essas

coisas eram... ?em, inteligentes ram capa)es defalar

 — (im. $odiam falar. ram inteligentes,al=m disso, o que não = sempre a mesma coisa.

 — #a realidade, esses eram os marcianos — Isso e>atamente = o que eles não eram,

segundo o relato dele. stavam em Marte mas nãopertenciam l%, verdadeiramente. 4i) que sãocriaturas que vivem no v%cuo.

 — Mas a0 não h% ar.

 — stou a contar-lhe a hist+ria dele. 4i)que não respiram. 4isse tam?=m que nãoreprodu)em a sua esp=cie e não morrem. Masnotar% que, mesmo que admitamos que o resto dasua hist+ria est% correta, esta 3ltima afirma"ão não

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pode apoiar-se na o?serva"ão. — Mas como dia?o são eles — stou a contar-lhe como ele os

descreveu. — Luero di)er, o que eles parecem — #ão estou e>atamente preparado para

responder a essa pergunta — disse Mac$hee. — (ão enormes — disse Hane quase

involuntariamente. Mac$hee assoou-se e

continuou. — A questão, (ra. (tuddocJ — disse ele —,

= esta< o 4r. ansom afirma que tem rece?ido visitas cont0nuas destas criaturas desde queregressou ' !erra. Aqui est% quanto ao seuprimeiro desaparecimento. 4epois veio o segundo.

steve fora durante mais de um ano e dessa ve) eledisse que tinha estado no planeta Fênus, levadopara l% por esses eldils.

 — Fênus = tam?=m ha?itado por eles — 2% de perdoar-me por eu fa)er notar que

esta o?serva"ão mostra que não apreendeu o que

lhe estou a contar. stas criaturas não são, ema?soluto, criaturas planet%rias1 (upondo quee>istem, tem de as imaginar flutuando l% nasprofunde)as do espa"o, em?ora possam pousarnum planeta aqui ou ali, como uma ave pousandonuma %rvore, compreende. >istem alguns deles,

di) o diretor, que estão ligados, mais ou menospermanentemente, a um planeta em particular, masnão são nativos de l%. (ão efetivamente umaesp=cie de coisa completamente diferente. 2ouveuns tantos segundos de silêncio, e então Hane

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perguntou1 — (ão, suponho eu, mais ou menos

amig%veis

 — ssa =, seguramente, a id=ia do diretor arespeito deles, com uma e>ce"ão importante.

 — Lual = ela — *s eldils que se têm concentrado, por

muitos s=culos, no nosso pr+prio planeta. $areceque não tivemos sorte nenhuma ao escolher o

nosso conjunto particular de parasitas. isso, (ra.(tuddocJ, tra)-me ao cerne da questão.

 Hane ficou ' espera. ra e>traordin%rio comoos modos de Mac$hee quase neutrali)avam o quede estranho havia naquilo que lhe estava a contar.

 — $ara resumir em poucas palavras — disse

ele —, esta casa = dominada quer pelas criaturas deque estou falando, quer por uma pura ilusão. Tpelos conselhos que pensa ter rece?ido dos eldilsque o diretor desco?riu a conspira"ão contra a ra"ahumana< e mais, = seguindo instru"Nes dos eldilsque est% a condu)ir a campanha, se se pode chamar

a isso condu)irG T capa) de lhe ter ocorrido a siinterrogar-se, (ra. (tuddocJ, como pensa qualquerhomem em seu pleno ju0)o que vamos derrotaruma conspira"ão poderosa, sentando-se aqui a criar vegetais de Inverno e a treinar ursos de circo. Tuma questão que tenho levantado em mais do que

uma ocasião. A resposta = sempre a mesma1estamos ' espera de ordens. — 4os eldils ra isso que ele queria di)er

quando falou dos seus mestres — 4uvido que seja, em?ora ele não use essa

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palavra ao falar comigo. — Mas, (r. Mac$hee, não compreendo.

$ensava que tinha dito que os do nosso planeta

eram hostis. — ssa = uma questão muito v%lida — disse

Mac$hee —, mas não = com os nossos pr+priosque o diretor afirma estar em comunica"ão. T comos seus amigos do espa"o e>terior. A nossatripula"ão, os eldils terrestres, estão por tr%s da

conspira"ão toda. 4eve imaginar, (ra. (tuddocJ,que vivemos num mundo onde a classe criminosados eldils esta?eleceu o seu quartel-general. oque est% acontecendo agora, se as opiniNes dodiretor estão corretas, = que os pr+prios parentesrespeit%veis deles estão de visita a este planeta para

p&r isto tudo cor de sangue. — Luer di)er que os outros eldils, do

espa"o e>terior, efetivamente vêm c%, a esta casa — Isso = o que o diretor pensa. — Mas deve sa?er se = verdade ou não. — omo

 — H% os viu — ssa não = uma pergunta a que se

responda BsimC ou BnãoC. H% vi na minha vida umaquantidade de coisas que não estavam l% ou quenão eram o que dei>avam parecer ser1 arco-0ris,refle>os, p&r-do-sol, para não mencionar os

sonhos. h% tam?=m a hetero-sugestão. #ãonegarei que tenho o?servado nesta casa uma s=riede fen&menos que não consegui ainda e>plicarcompletamente. Mas nunca ocorreram nummomento em que eu tivesse um ?loco de notas '

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mão ou quaisquer meios de verifica"ão. — Mas ver não = crer — $ode ser, para crian"as ou animais —

disse Mac$hee. — Mas não para pessoas sensatas, quer

di)er — * meu tio, o 4r. 4uncansom — disse

Mac$hee —, cujo nome lhe = talve) familiar, eramoderador da assem?l=ia-geral so?re a %gua, na

sc+cia, costumava di)er1 BMostrem-me isso napalavra de 4eus.C depois dava uma palmada nagrande 0?lia em cima da mesa. ra uma maneiraque ele tinha de calar as pessoas que iam ter comele com parlapatices so?re e>periências religiosas., aceitando as suas premissas, tinha toda a ra)ão.

u não tenho as mesmas opiniNes, (ra. (tuddocJ,compreenda, mas funciono segundo os mesmosprinc0pios. (e alguma coisa quer que AndrewMac$hee acredite na sua e>istência, ficar-lhe-eimuito grato se ela se apresentar em plena lu) dodia, com um n3mero suficiente de testemunhas

presentes, e não se tornar envergonhada seempunharmos uma m%quina fotogr%fica ou umterm&metro.

Mac$hee olhou para a sua cai>a de rap= comar meditativo.

 — H% viu então qualquer coisa.

 — (im. Mas devemos manter o esp0ritoa?erto. $ode ter sido uma alucina"ão. $ode ter sidouma ha?ilidade de ilusionista...

 — $elo diretor — perguntou Hane, )angada.* (r. Mac$hee recorreu uma ve) mais ' sua

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cai>a de rap=. — spera realmente — disse Hane — que eu

acredite que o diretor = esse tipo de homem Om

charlatão — 4esejo, minha senhora — disse Mac$hee

 —, que consiga ver a maneira de considerar oassunto sem usar constantemente termos tais comoacreditar. *?viamente, ilusionismo = uma daship+teses que qualquer investigador imparcial deve

ter em conta. * fato de ser uma hip+teseespecialmente inadequada 's emo"Nes deste oudaquele investigador, não vem ao caso. A não ser,talve), por ser uma ra)ão suplementar para vincar ahip+tese em questão, e>atamente porque h% umforte risco psicol+gico de a não considerar.

 — >iste uma coisa chamada lealdade —disse Hane. Mac$hee, que estivera cuidadosamentefechando a cai>a de rap=, levantou su?itamente osolhos, tendo neles uma centena de preven"Nes.

 — >iste sim, minha senhora — disse ele. — U medida que for ficando mais velha h% de

aprender que = uma virtude importante demaispara ser dissipada com personalidades individuais.

#esse momento ?ateram ' porta. — ntre — disse Mac$hee, e amilla

entrou. — H% aca?ou de falar com Hane, (r.

Mac$hee — disse amilla. — la prometeu sairpara pegar um ar comigo, antes do jantar. — *ra, pegar ar, a sua av+G — disse

Mac$hee com um gesto de desnimo. — Muito?em, senhoras, muito ?em. % para fora para o

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jardim. 4uvido que estejam fa)endo alguma coisamais dirigida ao o?jetivo do lado do inimigo. !erãotodo este pa0s nas suas mãos antes de nos

me>ermos, neste ritmo. — Sostaria que tivesse lido o poema que

estou lendo — disse amilla. — $ois di) numalinha e>atamente o que sinto so?re esta espera1B!olo. !udo est% numa pai>ão de paciência, = aregra do meu senhor.C

 — 4e onde = isso — perguntou Hane. — !aliessin through ogres. — * (r. Mac$hee se calhar não aprova

nenhum poeta, salvo urns. — urnsG — disse Mac$hee com profundo

despre)o, a?rindo a gaveta da mesa com grande

energia e apresentando uma formid%vel resma depap=is. — (e vão para o jardim, não se demorempor minha causa, senhoras.

 — !em-lhe estado a contar — disseamilla, quando as duas mo"as desciam juntas ocorredor. Movida por um tipo de impulso que era

raro na sua e>periência, Hane pegou na mão da ami-ga ao responder1

 — (imG — Am?as estavam plenas de pai>ão,mas qual, não sa?iam. hegaram ' porta da frente equando a a?riram, os seus olhos encontraram uma visita que, em?ora natural, no momento parecia

apocal0ptica. !odo o dia o vento tinha estado a su?ir e asduas viram-se a olhar para um c=u varrido at= estarquase limpo. * ar estava intensamente frio, asestrelas severas e ?rilhantes. % no alto, acima dos

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3ltimos farrapos das nuvens em fuga apressada,pendia a ua em toda a sua ?ele)a selvagem, não aua voluptuosa de um milhar de can"Nes de amor

sulistas, mas a ca"adora, a virgem indomestic%vel, aponta de lan"a da loucura. (e aquele sat=lite friotivesse então aca?ado de se juntar ao nosso planetapela primeira ve), dificilmente podia ter aparecidomais um +men. A ?ele)a selvagem penetrourastejando no sangue de Hane.

 — Aquele (r. Mac$hee... — disse Haneenquanto su?iam o caminho 0ngreme at= o alto dojardim.

 — u sei — disse amilla. depois1 — Acreditou nele

 — laro.

 — omo = que o (r. Mac$hee e>plica aidade do diretor

 — Luer di)er, ele parecer, ou ser, tão jovem,se se lhe chama jovem

 — (im. T assim que as pessoas queregressam das estrelas parecem. *u, pelo menos,

de $erelandra. * para0so ainda funciona l%< fa"a-ocontar-lhe o que se passou, um dia. #unca mais eleficar% um ano ou um mês mais velho outra ve).

 — Ir% morrer — (er% levado, creio. 4e volta ao =u

distante. H% aconteceu a uma ou duas pessoas,

talve) a cerca de seis, desde o princ0pio do mundo. — amillaG — (im. — Lue =, que = ele — T um homem, minha querida. = o

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chefe supremo de ogres. sta casa, todos n+s queaqui estamos, e o (r. ultitude e $inch, = tudo oque ficou de ogres1 todo o resto tornou-se sim-

plesmente na Srã-retanha. Famos l%. Famosmesmo at= ao cimo. omo ventaG $ode ser que venham ter com ele, esta noite.

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IV 

#essa noite, Hane lavou-se so? o olharatento do ?arão orvo, a gralha, enquanto osoutros se reuniam em conselho na (ala A)ul.

 — em — disse ansom quando SraceIronwood aca?ou de ler as suas notas. — sse = osonho, e tudo nele parece ser o?jetivo.

 — *?jetivo — disse 4im?le. — #ãocompreendo, senhor. #ão quer di)er que elespodem realmente ter uma coisa assim

 — * que pensa, Mac$hee — disseansom.

 — *h, sim, = poss0vel — disse Mac$hee. — Feja que = uma e>periência antiga, com ca?e"as deanimais. !em sido feito muitas ve)es emla?orat+rio. orta-se a ca?e"a de um gato, pore>emplo, e atira-se fora o corpo. $ode manter-se aca?e"a funcionando durante um tempo, se lhefornecer sangue ' pressão correta.

 — ImaginemG — disse Iv; Maggs. — Luer di)er, mantê-la viva — disse

4im?le. — Fiva = uma palavra am?0gua. $odem

manter-se todas as fun"Nes. T isso a quepopularmente se chamaria viva. Mas uma ca?e"a

humana, e a consciência. #ão sei o que aconteceriase fosse tentado tal.

 — H% foi tentado — disse Miss Ironwood. — Om alemão tentou isso antes da primeira guerra.om a ca?e"a de um criminoso.

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 — Isso = verdade — disse Mac$hee comgrande interesse. — sa?e que resultados o?teve

 — @alhou. A ca?e"a decomp&s-se

simplesmente, ' maneira normal. — H% chega de tudo isto, j% chega — disse

Iv; Maggs, levantando-se e saindo a?ruptamenteda sala.

 — ntão esta a?omina"ão asquerosa —disse o 4r. 4im?le — = real e não apenas um

sonho. — * rosto estava ?ranco e a e>pressãotensa. A cara da mulher, por outro lado, nada maismostrava do que a repugnncia controlada comque uma senhora da velha escola escuta algumdetalhe desagrad%vel quando se torna inevit%vel asua men"ão.

 — #ão temos nenhuma prova de tal —disse Mac$hee. — stou apenas a enunciar fatos. Aquilo que a mo"a sonhou = poss0vel.

 — que = que se passa com essa hist+ria dotur?ante — disse 4enniston. — ssa esp=cie deincha"o no alto da ca?e"a

 — st% vendo o que podia ser — disse odiretor.

 — #ão tenho a certe)a de estar, senhor —disse 4im?le.

 — (uponho que o sonho = ver0dico — disseMac$hee. — $ode adivinhar o que seria. Oma ve)

que conseguissem mantê-la viva, a primeira coisaque havia de ocorrer a rapa)es como eles seriaampliar o c=re?ro. !entariam todas as esp=cies deestimulantes. então, pode ser que a?rissem acai>a craniana e, ?em, dei>%-lo, por assim di)er,

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ferver at= sair por fora. ssa = a id=ia, não duvido.Oma hipertrofia cere?ral produ)ida artificialmentepara apoiar um poder de cria"ão de id=ias so?re-

humano. — T efetivamente prov%vel — disse o

diretor — que uma hipertrofia como essa fosseaumentar a capacidade mental

 — sse me parece o ponto fraco — disseMiss Ironwood. — !eria pensado que era

igualmente natural que produ)isse loucura, oua?solutamente nada. Mas podia ter o efeito oposto.

2ouve um silêncio cheio de refle>ão. — ntão aquilo contra o qual estamos —

disse 4im?le —, = um c=re?ro criminosoaumentado para propor"Nes so?re-humanas e

e>perimentando um tipo de consciência que nãopodemos imaginar, mas que = presumivelmenteuma consciência de sofrimento e +dio.

 — #ão = seguro — disse Miss Ironwood —que haja muita dor real. Alguma, devido aopesco"o, talve), no in0cio.

 — * que nos importa muito maisimediatamente — disse Mac$hee — = determinarque conclusNes podemos e>trair destas mano?rascom a ca?e"a de Alcasan e que passos pr%ticosdevem ser dados pela nossa parte, sempre esimplesmente como hip+teses de tra?alho,

assumindo que o sonho = ver0dico. — ste nos di), de imediato, uma coisa —disse 4enniston.

 — Lual = ela — perguntou Mac$hee. — Lue o movimento inimigo =

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internacional. $ara apanharem aquela ca?e"a têmde estar de mãos dadas com, pelo menos, umapol0cia estrangeira.

Mac$hee esfregou as mãos. — 2omem — disse ele —, você tem a

estrutura de um pensador l+gico. Mas a dedu"ãonão = assim tão segura. * su?orno podia e>plicar acoisa sem efetiva união.

 — 4i)-nos alguma coisa ainda mais

importante a longo pra)o — disse o diretor. —Luer di)er que, se esta t=cnica for realmente ?emsucedida, o pessoal de el?ur; desco?riu, paratodos os efeitos pr%ticos, uma forma de se tornarimortal. — 2ouve um momento de silêncio edepois continuou1 — T o come"o daquilo que =

realmente uma esp=cie nova1 as ca?e"as escolhidasque nunca mais morrem. hamar-lhe-ão o pr+>imopasso na evolu"ão. daqui por diante, todas ascriaturas a que vocês e eu chamamos humanas sãomeros candidatos ' admissão na nova esp=cie, ouentão seus escravos, talve) o seu alimento.

 — A apari"ão dos homens sem corpoG —disse 4im?le.

 — Muito provavelmente, muitoprovavelmente — disse Mac$hee, estendendo asua cai>a de rap= ao 3ltimo orador. @oi recusada eele tomou uma pitada com muita deli?era"ão antes

de continuar. — Mas não nos serve de nada aplicaras for"as de ret+rica para nos fa)ermosassustadi"os ou ficar sem a ca?e"a em cima dosom?ros por tolice, porque a outras pessoas tiraramos om?ros de?ai>o da ca?e"a. u aposto na ca?e"a

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do diretor, e na sua, 4r. 4im?le, e na minhapr+pria, contra a deste mo"o, quer os miolosestejam a ferver at= deitar para fora quer não.

4esde que n+s as usemos. @icaria satisfeito porouvir que medidas pr%ticas são sugeridas do nossolado.

om estas palavras, ?ateu de leve com osn+s dos dedos no joelho e fitou vivamente odiretor.

 — sta = — disse Mac$hee — uma questãoque me aventurei a adiantar antes.

Oma s3?ita transforma"ão, como o crepitarda chama nas ?rasas, passou pelo rosto de SraceIronwood.

 — #ão se pode confiar ao diretor ele

apresentar o seu pr+prio plano na altura queentender, (r. Mac$hee — disse ela impetuo-samente.

 — $ela mesma ra)ão, doutora — disse ele —, não pode o conselho do diretor merecer aconfian"a de ouvir o seu plano

 — Lue quer você, Mac$hee — perguntou4im?le.

 — (r. 4iretor — disse Mac$hee. — Fai-medesculpar por eu falar francamente. *s seusinimigos forneceram-se com esta ca?e"a. !omaramposse de dgestow e estão no ?om caminho para

suspender as leis na Inglaterra. o senhor di)-nosque ainda não = tempo para nos pormos emmarcha. (e tivesse tomado o meu conselho h% seismeses, ter0amos j% uma organi)a"ão em toda estailha e talve) pelo menos um partido na mara dos

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omuns. (ei ?em o que di)er, que esses não são osm=todos certos. talve) não. Mas se nem podeseguir o nosso conselho nem dar-nos nada para

fa)er, para que = que estamos todos aqui sentados H% considerou seriamente mandar-nos em?ora earrumar outros colegas com os quais o senhorpossa tra?alhar

 — 4issolver a companhia, você quer di)er — disse 4im?le.

 — (im, quero — disse Mac$hee.* diretor ergueu os olhos com um sorriso. — Mas — disse ele —, não tenho qualquer

poder para a dissolver. — #esse caso — disse Mac$hee —, tenho

de perguntar que autoridade tinha para fa)ê-la

reunir — u nunca a fi) reunir — disse o diretor.

ntão, depois de relancear os olhos em volta pelacompanhia, acrescentou1 — 2% aqui um estranhomal-entendido qualquerG !êm todos a impressão deque eu os escolhi

 — !êm — repetiu, quando nenhum delesrespondeu.

 — em — disse 4im?le —, no que toca amim pr+prio, perce?o perfeitamente que a coisa se verificou mais ou menos inconscientemente...acidentalmente mesmo. #ão houve momento

nenhum em que me pedisse para entrar para ummovimento definido, ou coisa desse tipo. T porisso que sempre me considerei uma esp=cie desimpati)ante. $arti do princ0pio que os outrosestavam numa situa"ão mais regular.

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 — (a?e porque = que amilla e eu estamosaqui, senhor — disse 4enniston. — #+s,certamente que não t0nhamos inten"Nes ou

previsNes quanto ' forma como ir0amos serempregados.

Srace Ironwood levantou os olhos comuma e>pressão decidida no rosto que se tornara?astante p%lido.

 — 4eseja... — come"ou ela. * diretor p&s-

lhe a mão no ?ra"o. — #ão — disse ele —, não. #ão h%

necessidade nenhuma para se contarem todas essashist+rias.

 As fei"Nes severas de Mac$hee a?riram-senum largo sorriso.

 — Fejo onde quer chegar — disse ele. — !emos andado todos a jogar ' ca?ra-cega, parece.Mas pedirei licen"a para fa)er notar, 4r. ansom,que leva as coisas um pouco longe demais. #ão melem?ro sequer como = que passou a ser tratado pordiretor1 mas a partir desse t0tulo e de uma ou duas

outras indica"Nes, uma pessoa teria pensado queprocedia mais como dirigente de uma organi)a"ãodo que como anfitrião numa festa em sua casa.

 — sou o diretor — disse ansom,sorrindo. — $ensam que eu reclamaria aautoridade que tenho, se a rela"ão entre n+s

dependesse quer da vossa escolha quer da minha Focês nunca me escolheram. u nunca vos escolhi.Mesmo o grande *;eresu, a quem sirvo, nunca meescolheu. ntrei nos mundos deles por aquilo queparecia, no in0cio, um acaso< como vocês vieram

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at= mim, como os pr+prios animais nesta casa vieram para ela. Focês e eu não iniciamos ouconce?emos isto1 desceu so?re n+s, chupou-nos

para dentro dele, se quiserem. T, sem d3vida, umaorgani)a"ão1 mas não somos n+s os organi)adores. = por isso que não tenho autoridade alguma paradar a qualquer um de vocês permissão para dei>ar aminha casa.

4urante um certo tempo houve completo

silêncio na (ala A)ul, e>ceto pelo crepitar do lume. — (e nada mais h% para discutir — disse

Srace Ironwood, por fim —, talve) seja melhordei>ar o diretor descansar.

Mac$hee levantou-se e sacudiu algum rap=dos joelhos deformados das cal"as, preparando

assim uma nova aventura para os ratos quandosa0ssem da pr+>ima ve), o?edecendo ao apito dodiretor.

 — #ão tenho id=ia nenhuma — disse — dedei>ar esta casa se algu=m desejar que eu fique. Masno que respeita ' hip+tese geral assente na qual o

diretor parece estar a agir e ' autoridade muitopeculiar que ele reclama, reservo em a?soluto omeu ju0)o. (a?e ?em, (r. 4iretor, em que sentidotenho e em que sentido não tenho, completaconfian"a em si.

* diretor riu-se.

 — *s c=us não permitam — disse ele —que eu alegue sa?er o que se passa nas duasmetades da sua ca?e"a, Mac$hee, e muito menoscomo você as liga uma ' outra. Mas sei De issointeressa muito maisE o tipo de confian"a que

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tenho em si. Mas não vai sentar-se 2% muito maispara di)er.

Mac$hee retomou ' sua cadeira< Srace

Ironwood, que tinha estado sentada muito direitana sua, descontraiu-se< e o diretor falou.

 — @icamos sa?endo esta noite — disse ele — senão aquilo que o real poder por detr%s dosnossos inimigos est% fa)endo, pelo menos a formaso? a qual est% corpori)ado em el?ur;. (a?emos

por conseguinte alguma coisa so?re um dos doisataques que estão prestes a ser feitos contra a nossara"a. Mas estou pensando no outro.

 — (im — disse amilla, com empenho. —* outro.

 — Luerendo di)er o que — perguntou

Mac$hee. — Luerendo di)er — disse ansom — o

que quer que seja que est% de?ai>o do $arque deragdon.

 — * senhor ainda est% pensando nisso —disse o homem do Olster.

(eguiu-se um momento de silêncio. — #ão estou pensando em quase mais nada

 — disse o diretor. — (a?0amos j% que o inimigoqueria o parque. Alguns de n+s imaginamos porque. Agora Hane viu, ou melhor sentiu, numa visão,de que = que eles andam ' procura em ragdon.

$ode ser que seja o perigo maior dos dois. Mas oque = certo = que o maior perigo de todos = ajun"ão das for"as do inimigo. le est% apostandotudo nisso. Luando o novo poder de el?ur; sejuntar com o velho poder de?ai>o do $arque de

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ragdon, ogres, na verdade, o homem, ficar%quase cercado. $ara n+s, tudo se resume em evitaressa jun"ão. sse = o ponto em que n+s temos de

estar prontos tanto para matar como para morrer.Mas não podemos atacar ainda. #ão podemosentrar em ragdon e come"ar a escavar por nossaconta. !em de haver um momento em que oencontrem. #ão tenho d3vidas que nos ser% ditode uma maneira ou de outra. At= l% temos de es-

perar. — u não conhecia uma palavra dessa outra

hist+ria toda— disse Mac$hee. — $enso — disse Miss Ironwood — que

não dev0amos usar palavras como acreditar. $ensoque dev0amos apenas enunciar os fatos e apresentar

as implica"Nes. — (e vocês dois discutem muito mais —

disse o diretor —, penso que os farei casar um como outro.

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 V 

#o in0cio o grande mist=rio para acompanhia tinha sido o porque do inimigo querero $arque de ragdon. A terra era inadequada esomente atrav=s do mais dispendioso tra?alho pre-liminar podia ficar em condi"Nes de suportar umedif0cio ' escala do que se propunham fa)er< e opr+prio dgestow não era um local o?viamenteconveniente. Atrav=s de estudo intenso, emcola?ora"ão com o 4r. 4im?le, e a despeito docontinuado ceticismo de Mac$hee, o diretorchegara, por fim, a uma determinada conclusão.4im?le e ele e os 4ennistons partilhavam entre sium conhecimento da Srã-retanha do tempo doei Artur, que estudos ortodo>os não atingirãoprovavelmente durante alguns s=culos. (a?iam quedgestow estava situado no local que fora opr+prio cora"ão do antigo ogres, que a aldeia deure 2ard; mantinha o nome de *)ana le oeur2ardi, e que um hist+rico Merlin tinha uma ve)tra?alhado naquilo que era agora o $arque deragdon.

* que, e>atamente, ele tinha feito l%, nãosa?iam< mas tinham todos, por v%rios caminhos,chegado longe demais para considerar a sua arte

uma mera lenda e impostura, ou para a identificare>atamente com aquilo a que a enascen"achamava magia. 4im?le tinha a opinião de quemesmo um ?om cr0tico, unicamente pela suasensi?ilidade, podia detectar a diferen"a entre os

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tra"os que as duas coisas tinham dei>ado naliteratura.

 — Lue medida comum e>iste —

perguntava ele — entre ocultistas cerimoniais,como @austo, $rospero e Archimago, com os seusestudos ' meia-noite, os seus livros proi?idos, osseus dem&nios au>iliares ou fundamentais, e umafigura como Merlin que parece produ)ir os seusresultados simplesmente por ser Merlin

ansom concordava. $ensava que a artede Merlin era a 3ltima so?revivência de qualquercoisa mais antiga e diferente, qualquer coisa tra)idapara a uropa *cidental depois da queda de#umenor e que recuava at= uma era em que asrela"Nes gerais entre mente e mat=ria neste planeta

tinham sido outras que não aquelas queconhecemos. $rovavelmente diferiaprofundamente da magia da enascen"a. @orapossivelmente Dem?ora isso fosse duvidosoE menosculpada< fora certamente mais efica). $ois$aracelso e Agripa e o resto pouco ou nada tinham

conseguido< o pr+prio acon, que não era inimigoda magia, e>ceto pelo motivo que segue, relatavaque os m%gicos Bnão procuravam atingir a grande)ae o rigor dos tra?alhosC. !oda a e>plosão das artesproi?idas da enascen"a fora, segundo parecia, umm=todo de perder a alma em termos singularmente

desfavor%veis. $or=m, a arte mais antiga fora umaproposi"ão diferente.Mas se o 3nico atrativo poss0vel de ragdon

residia na sua associa"ão com os 3ltimos vest0giosda magia Atlanta, isso di)ia ' companhia alguma

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coisa mais. 4i)ia-lhes que o #I, no seu n3cleo,não estava somente interessado nas modernas oumaterialistas formas de poder. 4i)ia de fato ao

diretor que por tr%s dele havia a energia e osconhecimentos dos eldils. ra, = claro, uma questãodiferente se os seus mem?ros humanos sa?iam dosnegros poderes que eram os reais organi)adores detudo. a longo pra)o esta questão talve) não fosseimportante. omo o pr+prio ansom dissera mais

de uma ve)1 BLuer eles sai?am quer não, as coisasque vão acontecer são as mesmas.C #ão = umaquestão de como o pessoal de el?ur; vai atuar Doseldils negros tratarão dissoE mas daquilo que vãopensar so?re as suas a"Nes. Irão para ragdon1resta sa?er se algum deles conhece a ra)ão real por

que vão para l%, ou se inventarão qualquer teoriaso?re solos, ou ar, ou tensNes do =ter, para e>plicara ida. At= certo ponto o diretor supusera que ospoderes pelos quais o inimigo ansiava residiamsimplesmente na locali)a"ão de ragdon, poise>iste uma antiga e propagada cren"a de que a

locali)a"ão em si = importante em tais assuntos.Mas, a partir do sonho de Hane com aquele quedormia o sono final, ficara sa?endo mais. raalguma coisa muito mais definida, qualquer coisalocali)ada de?ai>o do solo do $arque de ragdon,qualquer coisa que iria ser desco?erta por

escava"ão. ra, na realidade, o corpo de Merlin. Aquilo que os eldils lhe tinham dito quanto 'possi?ilidade de tal desco?erta, ele o rece?era,quase sem se maravilhar, enquanto ali estavam.#ão era maravilha alguma para os eldils. Aos olhos

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deles as formas tel3ricas de ser, acarretando onascimento, a morte e a decomposi"ão, queformam para n+s o quadro de referência do

pensamento, não eram menos maravilhosas do queos outros esquemas, sem conto, de ser que estãoconstantemente presentes nos seus esp0ritossempre despertos. $ara aquelas criaturas de alton0vel, cuja atividade constr+i o que chamamos#ature)a, nada = BnaturalC. 4a sua posi"ão, as

ar?itrariedades essenciais Dpara lhes chamar assimEde cada cria"ão real = incessantemente vis0vel< paraelas não h% assun"Nes ?%sicas1 tudo salta, com a?ele)a propositada de uma gra"a ou de umamelodia, desse momento milagroso deautolimita"ão em que o infinito, rejeitando uma

mir0ade de possi?ilidades, arremessa para fora delepr+prio a inven"ão positiva e escolhida. Lue umcorpo permanecesse incorrupto durante quin)ecentenas de anos não lhes parecia estranho<conheciam mundos onde não havia corrup"ãoalguma. Lue a sua vida individual permanecesse

latente nele esse tempo todo não era para eles maisestranho1 tinham visto incont%veis modalidadesdiferentes segundo as quais alma e mat=ria podiamcom?inar-se ou separar-se, separar-se sem perda deinfluência rec0proca, com?inar-se sem verdadeiraencarna"ão, fundir-se tão a?solutamente que

passavam a ser uma terceira coisa, ou estaremperiodicamente juntas numa união tão curta, e tãomomentosa, como o a?ra"o nupcial. #ão era comouma maravilha da filosofia natural, mas como umainforma"ão em tempo de guerra, que tra)iam ao

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diretor as suas novidades. Merlin não tinhamorrido. A sua vida tinha sido escondida, desviada,deslocada para fora do nosso tempo

unidimensional, durante quin)e s=culos. Mas so?certas condi"Nes, voltaria ao seu corpo.

#ão lhe tinham contado isto senãorecentemente, porque não o sa?iam antes. Oma dasmaiores dificuldades de ansom ao discutir comMac$hee Dque professava solidamente não

acreditar na pr+pria e>istência dos eldilsE era queMac$hee fa)ia a suposi"ão comum mas curiosa deque, se e>istirem criaturas mais s%?ias do que ohomem, elas devem ser por conseguinteoniscientes e onipotentes. m vão ansom seesfor"ava por e>plicar a verdade. (em d3vida os

grandes seres que agora tantas ve)es vinham tercom ele tinham poder suficiente para varrerel?ur; da face da Inglaterra e a Inglaterra da facedo glo?o< a talve), tam?=m, para o?literar ae>istência do pr+prio glo?o. Mas nenhum poderdesse tipo seria usado. #em eles tinham qualquer

 visão direta para o interior da mente dos homens.@ora num local diferente, e apro>imando-se do seuconhecimento do outro lado, que eles tinhamdesco?erto o estado de Merlin< não a partir dainspe"ão da coisa que dormia de?ai>o do $arquede ragdon, mas por o?servar uma certa

configura"ão 3nica no local onde se mantêm essascoisas que foram retiradas da estrada principal dotempo, atr%s das se?es invis0veis, dentro de camposque não são imagin%veis. #em todos os temposque estão fora do presente são por isso passado ou

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futuro.ra isso que mantinha o diretor desperto,

com o so?rolho fran)ido, 's primeiras e frias horas

daquela manhã quando os outros o tinhamdei>ado. #ão havia d3vida no seu esp0rito que oinimigo tinha comprado ragdon para encontrarMerlin1 e se o encontrassem haviam de acord%-lo.* velho druida inevitavelmente tomaria o seu lugarao lado dos novos intrigantes< o que poderia evitar

que ele o fi)esse fetuar-se-ia uma jun"ão entreduas esp=cies de poder que, entre am?as, iriamdeterminar o destino do nosso planeta. (em d3vidaque houvera durante s=culos a vontade dosmal=ficos eldils. As ciências f0sicas, ?oas einocentes em si pr+prias, tinham j%, mesmo no

tempo de ansom, come"ado a ser pervertidas,tinham sido sutilmente mano?radas numa certadire"ão. 4esnimo em rela"ão ' verdade o?jetivafora se insinuando de forma crescente noscientistas< indiferen"a perante ela e a concentra"ãono simples poder, fora o resultado. alelas a

respeito do impulso vital e namoro com opanpsiquismo fa)iam o seu lance para a restaura"ãodo Anima Mundi, dos m%gicos. (onhos de umlong0nquo destino futuro do homem arrancavamda sua sepultura, pouco profunda e inquieta, o velho sonho do homem como 4eus. As pr+prias

e>periências do teatro anat&mico e do la?orat+riopatol+gico estavam alimentando a convic"ão deque o sufocar de todas as repugnncias arraigadasera o primeiro elemento essencial para o progresso. agora, tudo isto tinha atingido a fase em que os

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seus mal=ficos conspiradores pensavam quepodiam com seguran"a come"ar a torcer aquela, deforma a que fosse encontrar a outra e anterior

esp=cie de poder. #a verdade, estavam escolhendoo primeiro momento em que isto poderia ser feito.#ão poderia ter sido feito com os cientistas do s=-culo PIP. * seu firme materialismo o?jetivo teriae>clu0do a id=ia do seu esp0rito< e mesmo sepudessem ser levados a acreditar nela, a sua

moralidade heredit%ria tê-los-ia impedido de me>erna porcaria. Mac$hee era um so?revivente dessatradi"ão. Agora era diferente. $ode ser que poucasou nenhumas das pessoas em el?ur; sou?essem oque estava acontecendo< mas uma ve) que acon-tecesse, seriam como palha no fogo. * que = que

eles poderiam achar incr0vel, se não acreditavamnum universo racional * que = que eles poderiamconsiderar o?sceno demais, j% que sustentavam quetoda a moralidade era um mero su?produtosu?jetivo das condi"Nes f0sicas e econ&micas doshomens * tempo estava maduro. 4o ponto de

 vista que = aceito no Inferno, toda a hist+ria denossa !erra condu)iria a este momento. 2avia ago-ra por fim uma possi?ilidade real para o homemca0do de sacudir aquela limita"ão dos seus poderesque a miseric+rdia lhe tinha imposto comoprote"ão contra os resultados totais da sua queda.

(e isto tivesse ê>ito, o Inferno seria finalmenteencarnado. *s homens maus, ainda no seu corpo,ainda rastejando neste pequeno glo?o, entrariamnesse estado em que, at= então, apenas tinhamentrado depois da morte, teriam a dura"ão e o

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poder dos esp0ritos maus. A #ature)a, so?re todoo glo?o da !erra, seria sua escrava, e não podia serprevisto certamente nenhum fim para esse

dom0nio, antes do fim do pr+prio tempo.

@IM 4*  F*OM I