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Cronicando ... Editorial Crônica pode ser uma narração, segundo a ordem temporal onde se comentam noticias e fatos cotidianos que circulam sobre pessoas. Essa coletânea foi feita tanto para você, leitor e amante da literatura relacionada às crôni- cas, quanto para o leitor iniciante. Cronican- do promete trazer o melhor da literatura reu- nido em uma só coletânea. Desfrute...

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Coletânea de Crônicas

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Page 1: Cronicando

Cronicando ...

Editorial Crônica pode ser uma narração, segundo a ordem temporal onde se comentam noticias e fatos cotidianos que circulam sobre pessoas. Essa coletânea foi feita tanto para você, leitor e amante da literatura relacionada às crôni-cas, quanto para o leitor iniciante. Cronican-do promete trazer o melhor da literatura reu-nido em uma só coletânea. Desfrute...

Page 2: Cronicando

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CRONICANDO ...

SALTO À MORTE

Maria Fernanda Silveira

João elevou o nome do nosso país às alturas, nas alturas da Cidade do México em 1975. Pela primeira vez, um brasileiro batia o recorde mundial em uma modalidade esportiva pouco valoriza-da no país do futebol, o salto triplo.

Surge então nosso João do Pulo, negro e pobre, simpático e sorridente, pronto para falar com a imprensa sobre o orgulho de ser brasileiro, apesar de negro e pobre.

O tempo foi passando, os bons resultados foram diminuindo e seu nome desaparecendo da mídia. Faltou-lhe um psicólogo pa-ra dar-lhe apoio enquanto passava pelo processo de esquecimen-to.

Em 1981 uma de suas pernas lhe foi amputada após acidente de automóvel. Tudo indica que estava bêbado ao volante.

Em 1999, nosso João, isolado e esquecido, morreu de cirrose hepática, após anos de consumo de bebidas alcoólicas.

Mais um brasileiro notável, mais um talentoso esportista que desaparece tragicamente sem ser notado. A grandiosidade das homenagens após sua morte não compensaram a desvaloriza-ção do homem a partir do momento em que seus resultados es-portivos deixaram de ser expressivos.

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CONVIVIO SALDÁVEL E SEGURO

Maria Fernanda Silveira

Fomos pegos de surpresa enquanto transitávamos pela ponte da USP por volta das dez horas da manhã, no último domingo, dia ensolarado e perfeito para um giro pela cidade.

Meu pai, ao volante, comentou que as placas indicavam velocidade máxima de 40 km/h naquele trajeto, algo que não fazia o menor sentido, visto que as condições de trânsito eram perfeitas.

Ao chegarmos à praça Pan-americana, mais uma surpre-sa provocada pelo número de ciclistas em direção à Avenida Pedroso de Moraes. Crianças, adolescentes, adultos de ambos os sexos, pedalavam pelo corredor exclusivo destinado a eles, conversando uns com os outros numa atmosfera bastante a-gradável.

Minha percepção sobre o imenso centro urbano em que vivo mudou a partir daquele momento. São Paulo pode e deve ser bem aproveitada pelos seus habitantes, segundo o exem-plo daquele grupo de pessoas que opta por uma atividade com dois objetivos muito claros: cuidar da saúde e buscar o conví-vio com outros moradores da cidade, evitando assim o isola-mento tão comum em grandes centros urbanos.

Contra toda agitação e pressão que São Paulo nos impõe, uma atividade para que nós paulistanos iniciemos uma nova semana mais felizes com a vida.

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Página 4 CRONICANDO ...

DOMIGO DE PÁSCOA Maria Fernanda Silveira Era domingo de Páscoa, estava ansiosa para a chegada do coelho. Minha mãe já tinha preparado toda comida pa-ra nosso almoço de Páscoa. Era mais ou menos três da tarde e o coelho ainda não havia chegado, quando minha mãe recebeu um telefone-ma suspeito, eu não sabia o que era mas estava nervosa, pois o coelho não tinha chegado. Já eram cinco da tarde quando minha mãe entrou no meu quarto e pediu para me sentar, pois ela precisava me contar uma coisa muito seria. Eu me sentei do lado dela e comecei a chorar. Então ela olhou nos meus olhos e falo que o coelho da páscoa não viria, pois era ela. Eu entrei

em pânico, entrei no banheiro e me tranquei la por um tempo. Umas nove da noite eu fui ate o quarto dela a lhe dei um abraço.

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SOBRE O ESTILO COMPULSIVO

Giovana B. Marchese

Eu estava andando pelo shopping em uma manhã ensolarada de sábado,quando parei para observar as pes-soas e, talvez, conseguir inspiração para uma próxima crônica.

Foi quando percebi que todas as pessoas que passa-vam, tinham ao menos uma sacola na mão. E nesse mo-mento eu me vi diante de um grande problema da socie-dade brasileira: a dificuldade de controlar o cartão de credito.

Então me fiz uma pergunta – Será que nós realmen-te precisamos e usamos tudo o que compramos?!-e per-cebi que aquela era a pergunta que todos fazem, a per-gunta número um do senso comum e que eu não sou ca-paz de responder essa pergunta de uma forma diferente e que me faça mudar a forma brasileira compulsiva de comprar, mas pude escrever essa crônica como a minha melhor forma de tentar fazer pessoas refletirem sobre o tema consumismo, talvez, fazer com que elas respondam á pergunta-senso-comum, melhor do que eu.

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VESTINDO A CAMISA

Giovana B. Marchese

Não é difícil vermos criancinhas vestidas com ca-misetas de times de futebol andando por ai e uma coisa que nunca tinha passado pela minha cabeça an-tes é a seguinte pergunta: será que essas crianças, tão pequenas, já tem capacidade suficiente para escolher o próprio time?!

Todos nós sabemos que não e que a criança nem se quer tem o direito de opinar na hora da decisão da camisa que vai vestir pra vida toda. O time que a cri-ança “torce” foi fruto de uma pressão sem tamanho exercida pelos amigos ou família.

E isso acaba sendo tão normal para nós hoje em dia,que nem deveríamos nos surpreender com os vândalos destruindo tudo e todos nos estádios,já que esses só estão reproduzindo o que aprenderam quan-do eram pequenos: o time certo é esse e ponto final.

O que fica é a certeza de que isso nunca vai mu-dar, porque o torcedor brasileiro veste, desde peque-no,a camisa pelo seu time.

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A maior decepção da minha vida

Giovana Marchese

Era um sábado muito ensolarado, estávamos to-dos muito animados para o natal, faltavam apenas al-gumas horas para o papai Noel chegar e eu já estava pulando de ansiedade.

Eram cinco da tarde e minha mãe me chamou pa-ra um jantar muito suspeito, eu disse que não queria ir, pois o papai Noel iria chegar e eu não estaria em ca-sa. Foi quando ela começou a gritar comigo e me obri-gou a ir com ela.

Lá estava eu sentada numa mesa de um restau-rante todo enfeitado de natal, e eu toda triste com mi-nha mãe, pois ela não deixou eu ficar em casa para es-perar o Noel chegar.

Quando eu já estava mais calma minha mãe serviu a comida e veio com um presente para me alegrar. Na hora que abri era a mesma coisa que eu havia pedido para o papai Noel, então eu falei a ela que eu não que-ria, pois eu já ia ganhar do Noel.

Foi quando ela abaixou e cochichou no meu ouvi-do. Eu levei um susto e comecei a chorar.

Eu nunca podia imaginar que tudo isso era uma grande mentira, eu nunca me decepcionei tanto ao sa-ber que o papai Noel era apenas minha mãe.

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Página 8 CRONICANDO ...

A COPA DO MUNDO É , MAIS UMA VEZ ,NOSSA

Maria Antonia Trindade Dois mil e quatorze será ano de copa novamente. Até la todos nós, brasileiros, ficamos em uma grande euforia e animação. Vários preparativos são feitos e as cidades que sediarão os jogos sofrem u-ma série de reformas e mudanças. Milhões de reais são gastos nes-se evento que as vezes se torna ate um pouco mais grandioso que as próprias eleições . Quando a época das copas chega a cidade fica deserta. Bares e lojas de televisores ficam lotadas de pessoas esperando por um gol. Crianças faltam a escola , adultos faltam ao trabalho e todos nós nos esquecemos de nossas responsabilidades e deveres. Todos nós sabemos que não temos porte para receber essa quantidade de pessoas no nosso humilde país , mas como típicos brasileiros , sempre damos um jeitinho. Nós sempre reclamamos da fama e do preconceito que os es-trangeiros tem conosco , porem nunca paramos pra pensar que nós alimentamos essa fama e , que muitas vezes, somos ate mais pre-conceituosos que eles. Quantas vezes não ouvimos frases no nosso cotidiano como “ é por isso que o Brasil não vai para frente “ ou “ só aqui no Brasil mesmo “. Então , eu penso que devemos nos preparar bem para o tão esperado ano , pois ele Dara o que falar.

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TELHADO DE VIDRO

Maria Antonia M. P. Trindade

Estava no cabeleireiro ouvindo as típicas histori-as de manicure quando uma me chamou muito a a-tenção. Era de uma mulher, moradora de rua, que havia aparecido na porta do salão pedindo por um a-brigo para sua filha recém-nascida.A manicure con-tava para a cliente com um tom meio ridiculariza-dor. A dona do cabeleireiro negou um mínimo espa-ço para a criança, a alegria do mundo, como pode um cabeleireiro que nada sabe da vida daquela mu-lher, expô-la assim diante de todas as outras mulhe-res?

Espero que um dia ela passe por uma situação na qual ela precise de ajuda de um estranho, porque o telhado dela também é de vidro e não cabe a ela jo-gar a primeira pedra no dos outros.

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Página 10 CRONICANDO ...

Meu primeiro passo

Maria Antonia Trindade

Certa manhã enquanto eu sempre com minha guer-ra para pegar meus delicados brinquedos na prateleira, tive a grande ideia de tentar escalar as prateleiras para pegar minha mais preciosa boneca, descobri que havia uma maneira melhor de tentar subir, e que não era tão complicada assim. Afinal era só colocar um pé do lado do outro e me segurar para ficar de pé. Eu não sabia falar porém gritar eu já havia aprendido há muito tempo, então eu não pa-rava de gritar e apontar para o brinquedo porém minha mãe me ignorava. Foi nesse dia que dei meu primeiro passo. Um ges-to tão pequeno porém admirável pelos orgulhosos pais. Assim como o primeiro passo na lua. “ Um pequeno passo para o homem porém um grande passo para a hu-manidade.” Os meus interesses com os passos não eram nada mais nada menos do que uma diversão, mas Neil Armstrong ganhou prêmios e mais prêmios por colocar um pé na frente do outro. Um tão grandioso dia para mim e nenhuma aten-ção voltada para minha descoberta. Hoje me pergunto , será que não podia ter dado um passo maior com a mi-nha vida ?

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Aborrecer

Tem gente que adora polemizar quando o assunto é adolescência, principalmente quem já passou dessa fase há muito tempo. Essas pessoas são aquelas que adoram usar o termo aborrescente para definir o comportamento de alguns jovens adultos.

Acontece que,ser adolescente não é somente ser bi-polar,mal humorado,claro que isso é uma grande caracte-rística dessa fase,mas não a principal.

Ser adolescente é descobrir sua personalidade, é de-monstrar sentimentos, é fazer amigos que prometem ser pra vida inteira, é cometer erros, acertar e voltar a cometê-los. É fazer loucura. È a fase onde as histórias que você contará aos seus netos são feitas sem essa intenção.é se apaixonar pela primeira vez,é começar tudo do zero,é chorar muito e rir mais ainda.

O problema é que essa fase acaba e tudo isso se resu-me em termos clichês como aborrescencia e esse foi o ú-nico meio que achamos de deixar gravado o que repre-senta,para nós,ser adolescentes. Giovana B. Marchese Maria Antonia Trindade Maria Fernanda Silveira

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Colégio Visconde de Porto Seguro

AUTORES :

Giovana B. Marchese

Maria Antonia Trindade

Maria Fernanda Silveira

Organização

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CRONICANDO.COM.BR