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CRÍTICAS ACERCA DA POLÍTICA ESPACIAL BRASILEIRA NA IMINENTE EXPANSÃO DO CLA FRENTE A INVISIBILIDADE ÉTNICO/SOCIAL DAS COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS DE ALCÂNTARA-MA EM SUAS LUTAS E RESISTÊNCIAS Artêmio Macedo Costa 1 Resumo (Comunicação Oral) Caracterizar a política espacial brasileira em torno da expansão do Centro de Lançamento de Alcântara, deflagra essencialmente na contradição de se buscar um projeto autóctone de desenvolvimento tecnológico, fomentando assim a dois problemas fundamentais na Constituição brasileira de 1988, a Soberania Nacional e o direito territorial das Comunidades Remanescentes de Quilombos. Sendo assim, a resistência e lutas das referidas comunidades marcam o referencial para superação da política imperialista dos EUA no controle do CLA e monopólio da tecnologia espacial na nova ordem mundial de globalização. Palavras-chave: Comunidades Remanescentes de Quilombos, Invisibilidade Social, Progresso, Imperialismo. Abstract To characterize the Brazilian space policy around the expansion of the Alcantara Launch Center, it essentially triggers the contradiction of seeking an autochthonous technological development project, thus fostering two fundamental problems in the Brazilian Constitution of 1988, National Sovereignty and the territorial law of Remnant Communities of Quilombos. Thus, the resistance and struggles of these communities set the benchmark for overcoming US imperialist policy in controlling the CLA and monopoly of space technology in the new world order of globalization. Keywords: Remnant Communities of Quilombos, Social Invisibility, Progress, Imperialism 1 Historiador. Mestrando na Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioespacial e Regional, PPDSR. Universidade Estadual do Maranhão-UEMA. E-mail: [email protected]

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CRÍTICAS ACERCA DA POLÍTICA ESPACIAL BRASILEIRA NA IMINENTE EXPANSÃO

DO CLA FRENTE A INVISIBILIDADE ÉTNICO/SOCIAL DAS COMUNIDADES

REMANESCENTES DE QUILOMBOS DE ALCÂNTARA-MA EM SUAS LUTAS E

RESISTÊNCIAS

Artêmio Macedo Costa1

Resumo (Comunicação Oral)

Caracterizar a política espacial brasileira em torno da expansão

do Centro de Lançamento de Alcântara, deflagra

essencialmente na contradição de se buscar um projeto

autóctone de desenvolvimento tecnológico, fomentando assim a

dois problemas fundamentais na Constituição brasileira de 1988,

a Soberania Nacional e o direito territorial das Comunidades

Remanescentes de Quilombos. Sendo assim, a resistência e

lutas das referidas comunidades marcam o referencial para

superação da política imperialista dos EUA no controle do CLA

e monopólio da tecnologia espacial na nova ordem mundial de

globalização.

Palavras-chave: Comunidades Remanescentes de Quilombos,

Invisibilidade Social, Progresso, Imperialismo.

Abstract

To characterize the Brazilian space policy around the expansion of the Alcantara Launch Center, it essentially triggers the contradiction of seeking an autochthonous technological development project, thus fostering two fundamental problems in the Brazilian Constitution of 1988, National Sovereignty and the territorial law of Remnant Communities of Quilombos. Thus, the resistance and struggles of these communities set the benchmark for overcoming US imperialist policy in controlling the CLA and monopoly of space technology in the new world order of globalization.

Keywords: Remnant Communities of Quilombos, Social Invisibility, Progress, Imperialism

1 Historiador. Mestrando na Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioespacial e Regional, PPDSR.

Universidade Estadual do Maranhão-UEMA. E-mail: [email protected]

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I. INTRODUÇÃO

Os conflitos decorridos frente a implantação do Centro de Lançamento de

Alcântara (CLA) e sua pretensa ampliação do espaço territorial pertencente às Comunidades

Remanescentes de Quilombos2 de Alcântara ganharam grande repercussão e mobilização no

âmbito local, regional e internacional frente as diversas tendências que se colocaram ao

enfrentamento das contradições que se apontará no decorrer deste trabalho, principalmente,

no que se identifica o compromisso em que a Constituição Brasileira de 1988, no seu artigo

68, regulamentado pelo Decreto 4.887, de 2003, fundamentou os direitos dos cidadãos à

questão da territorialidade, no que concerne também à Soberania Nacional frente ao projeto

desenvolvimentista orientado na abertura comercial do CLA.

É notório identificarmos ao longo da história do CLA sua composição de alienação

e invisibilidade étnico/social a qual foram submetidas as Comunidades Remanescentes de

Quilombos de Alcântara, desde as primeiras desapropriações territoriais para fins de “utilidade

pública” nos primeiros anos da década de 1980 (Decreto 7.820, de 18 de setembro de 1980)

pelo então governador biônico João Castelo nos fins da Ditadura Civil-Militar, quanto na

ampliação dos deslocamentos compulsórios ocorridos já pós Constituição de 1988, com um

novo Decreto no Governo de Fernando Collor de Melo em 1991, ampliando a desapropriação

das Comunidades Remanescentes de Quilombos de 52 mil para 62 mil hectares,

correspondendo a 40% da área total de Alcântara. Mais recentemente em 2008, com a

iniciativa da então empresa Binacional Brasil-Ucrânia, a Alcântara Ciclone Space, buscou ter

acesso a terras quilombolas de maneira acintosa, desencadeando um grande conflito entre

seus vizinhos quilombolas culminando a formalização de denúncia internacional na

Organização dos Estados Americanos contra o Estado brasileiro.

Quando se pensa de maneira restrita nas resoluções dos conflitos se pautarem

basicamente em definir a titulação das terras quilombolas com intuito de salvaguardar direitos

seculares que até então da Constituição de 1988 não se tinha perspectivas históricas de

cumprir, pois ao longo de sua história e sua necessidade de atender a uma perspectiva da

agenda neoliberal, sua expansão é o único ditame de se conduzir dentro de um programa de

desenvolvimento aeroespacial pautado no paradigma do Progresso em detrimento da

Soberania Nacional e das Comunidades Remanescentes de Quilombos de Alcântara.

2 O uso do termo Comunidades “Remanescentes de Quilombos” obedece a necessidade de se

entender a formação da identidade de resistência “criada por atores que se encontram em posições/condições desvalorizadas e/ou estigmatizadas pela lógica da dominação, construindo, assim, tincheiras de ressitência e sobrevivência com base em princípios diferentes dos que permeiam as instituições da sociedade, ou mesmo opostos a estes últimos” (CASTELLS, 1999, p. 24) a partir da observação de SOUZA FILHO (2013, p. 125-126), uma vez que se encontra dessa forma bases para reconduzir a luta pela titulação das terras tradicionais que reivindicam a partir da nova configuração da Constituição brasileira de 1988.

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A busca pela conciliação institucional apontadas nos discursos políticos das

autoridades na busca de atenuar os conflitos através de concessões paliativas, como ocorreu

na formação do CLA através da implantação das agrovilas e mais recentemente, na tentativa

de capitular o interesse geral das comunidades quilombolas e da opinião pública em geral

reformulando uma agenda de conciliação a exemplo da implantação de um Grupo Executivo

Interministerial (GEI-Alcântara) para se chegar à promoção da ampliação territorial para uso

comercial do CLA cria uma atmosfera artificial de se compreender a estrutura real de que se

perpetra os interesses de classes antagônicos que estão em jogo na composição geopolítica

territorial das relações de poder local, regional e global.

O recorte histórico que se pretente analisar nesta comunicação oral discorrerá

diante do conflito em 2008 entre Comunidades Remanescentes de Quilombos de Alcântara e

a empresa Binacional entre Brasil e Ucrânia, Alcântara Cyclone Space, na tentativa de

expandir o território para a criação ne novas plataformas de lançamento de foguetes no CLA.

Dentro desta perspectiva, apresentar as formas de mobilização e resistência que culminaram

no enfrentamento e o desfecho de vitória parcial das Comunidades Remanescentes de

Quilombos envolvidas contra tentativa de avanço da ampiação do CLA frente seus territórios

étnicos assim como as metas que apresentam em permanente alerta para futuras

intervenções imperialistas no que concerne os interesses de controle do CLA e pretensão do

Governo brasileiro de ampliá-lo tendo consequência a captulação de território quilombola.

II. DESENVOLVIMENTO

II.I. O paradigma do progresso como estratégia de expansão do CLA

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) teve como sua proposição de criação

a fomentação da necessidade do Estado Brasileiro no auge da Ditadura Militar em meio à

Guerra Fria em um mundo bipolarizado na disputa da hegemonia espacial entre os EUA e a

então URSS. Dissernir este momento histórico torna-se imprescindível para se entender a

intervenção territorial com a instituição do CLA que foi norteada diante dos grandes projetos

constituídos com o amalgama do nacionaldesenvolvimentismo que lançava os grandes

empreendimentos com o amalgama de fomentar bases na infraestrutura das possibilidades

de se conduzir com possibilidade de potência tecnológica nestas disputas globais na dinâmica

da globalização capitalista em curso, ou seja, a ideia de um progresso científico cada vez mais

associado ao mercado internacional de tecnologia.

Nesse contexto o Estado brasileiro justificava promover um desenvolvimento,

mesmo que tardio, de tecnologia aeroespacial, em nome da Segurança Nacional. Assim, por

mais que os anos 1980 (década da criação do CLA) estejam associados ao desfecho no fim

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Guerra Fria, ainda era intenso o embate político-militar entre as duas super potencias. Porém,

na garantia de manter o controle no ocidente capitalista, os EUA impuseram ao Brasil o

Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis para fins de uso pacífico, investimentos

científicos oriundos do CLA.

Segundo o historiador Pieter Lagrou, a história do tempo presente, assim como os

demais tempos históricos, surge a partir de uma catástrofe ou de uma grande ruptura trazendo

pistas para sua formação. Evidentemente, o tempo cronológico é em suma arbitrário dos

próprios historiadores, no entanto, o fim da Guerra Fria, a dissolução da URSS e a queda do

muro de Berlim ao proporcionar a unificação da Alemanha por exemplo, demonstraram dentro

da perspectiva, aqui adotada, o desenrolar de uma Nova Ordem Mundial, descritas como,

(...) A grande ruptura, o Umbruch, que modificou os dados essenciais da situação internacional – fim do mundo bipolar, fim das ideologias (?)–, não aconteceu apenas: aprendemos, há uma dezena de anos, uma situação nova. Aliás, a própria sucessão tão inesperada dos acontecimentos modificou a periodização, ou a percepção de unidades temporais. (PÔRTO Jr.: 2007, p. 35-36)

Apesar de se assinalar as transformações dentro de uma nova ordem mundial,

que se busca desconstruir o fim das ideologias pelo que se constituiu a hegenonização do

Capitalismo, conforme destaca José Monserrat Filho, os países que compõem seus domínios

de poder tanto simbólico como econômico e político ainda estão relacionados aos princípios

da modernidade. (MONSERRAT FILHO: 2006).

O grande conflito referente a apresentação inicial do programa espacial brasileiro

reflete no que tange sua proposição inicial de projeto baseado na ideologia de Segurança

Nacional sendo transposta para uma lógica do livre mercado, como vamos ver à frente através

dos Acordos de Salvaguardas Tecnológicas.

O Programa Espacial Brasileiro consiste em um caráter dual (cívico-militar,

orientados pelo INPE e CTA respectivamente) onde as transformações políticas e econômicas

transmitidas nos últimos tempos pela Nova Ordem Mundial forçaram o Estado brasileiro a

privilegiar as pesquisas do INPE em detrimento do CTA.

Em 1985 houve redefinição do arranjo institucional a partir da criação do Ministério da

Ciência e Tecnologia e a vinculação do INPE a este ministério. Os efeitos desta

mudança institucional podem ser observados na retomada das negociações sobre a

cooperação internacional para a execução de um programa tecnológico. (PEREIRA:

2008, p, 83)

A desarticulação das pesquisas militares ganhou força principalmente devido às

pressões internacionais, em especial dos EUA, pois o Estado brasileiro tinha um mercado

forte em expansão na indústria bélica (Embraer, Engesa e Avibrás), principalmente nos anos

1980. Seu mercado era principalmente os países do Oriente Médio, em especial o Iraque.

Um elemento importante inserido na política espacial brasileira em 1994 foi,

justamente, a adesão ao Pacto de erradicação de armas químicas e biológicas de destruição

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de massas – Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis 3 – e ao Tratado de não

proliferação nuclear. Essas ações tiveram um papel fundamental para que os EUA

instrumentassem uma espécie de “embargo tecnológico” (PEREIRA: 2008) para dificultar o

desenvolvimento tecnológico que colocasse em risco sua hegemonia como potência

tecnológica e aeroespacial.

Um de seus teóricos em assuntos estratégicos, Zbigniew Brzezinski afirma:

A rotinação do conflito numa escala global tem sido a meta dos estadistas há muitas décadas. Acôrdos, convenções e pactos têm procurado governá-la. Nada disso pôde ser eficaz num sistema de unidades relativamente distintas e soberanas, mas o aparecimento das comunicações rápidas, que criou não só a aproximidade física, mas também o conhecimento imediato de eventos distantes, e o comêço da era nuclear, que na primeira vez colocou o poder de verdadeira destruição global ao dispor de pelo menos dois Estados, alterou profundamente o padrão do conflito internacional. (BRZEZINSKI: 1971, p. 21)

A partir das várias tentativas dos EUA em interferir na política de assuntos

estratégicos do Estado brasileiro no investimento de tecnologia aeroespacial, denota a

fragilização ao conceito de Estado-Nação 4 no que sugere a representação de sociedade civil

pelos seus direitos constitucionais em detrimento das contradições vividas ao longo das

disputas territoriais que se apresentam; da resistência de um grupo social (Comunidades

Remanescentes de Quilombos) empurrado para o modelo de estrutura hegemônica do

capitalismo que visa modificar seus meios de convivência secular para um modelo exigido

pela modernidade através de suas instituições dentro de um padrão social voltado para a

lógica do mercado, das relações entre trabalho x capital, e do modelo fundiário privado. 5

3 “Em 1987, os EUA, juntamente com a Alemanha, Canadá, França, Japão, Inglaterra e Itália,

aprovaram o Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR). O MTCR é um mecanismo de controle de exportação de tecnologias sensíveis, componentes e serviços que podem ser usados em artefatos espaciais com fins civis e militares. Tal regime estabeleceu diretrizes para os países membros se comprometerem a implantar um sistema de exportação para impedir a transferência de tecnologia que poderia ser empregada em mísseis com capacidade para transportar cargas superiores a 500 kg a distâncias maiores que 300 km. As diretrizes do MTCR eram acompanhadas de uma lista de matérias-primas, tecnologias e equipamentos utilizados, direta ou indiretamente, em mísseis de longo alcance (Santos, 1999: 120). O MTCR teve um efeito direto nos programas nacionais de países em desenvolvimento que dependiam de importação de equipamentos e componentes eletrônicos, principalmente dos Estados Unidos. O embargo tecnológico dificultou ainda mais o desenvolvimento do VLS, que já estava atrasado.” (PEREIRA: 2008, p. 89)

4 É importante ressaltar, neste contexto, uma antinomia do conceito de Estado-Nação desenvolvido

para caracterizar dentro do paradigma do progresso é imprescindível atentar para simetria entre os conceitos Nação e cidadania como sendo elementos de uma operação ideológica com o esvaziamento do conceito de classe, igualando todos os agentes da produção, convertendo-os sujeitos individuais (SAES: 1998, p 37)

5 Segundo Rolf Hackbart (então presidente do INCRA): “Além disso, os detentores de títulos verdadeiros de propriedade na área total de 87.400 hectares serão indenizados em dinheiro por terras e benfeitorias. E todas as famílias remanescentes de quilombos, então tituladas, vão se somar ao esforço do CLA para tornar Alcântara um município desenvolvido. Vão ajudar no progresso do Maranhão e vitaminar ainda mais a Agricultura Familiar, que produz 70 por cento dos produtos que alimentam os brasileiros. Para o Incra, é a certeza de que o reconhecimento de comunidades remanescentes de quilombos é o bom caminho escolhido pelo Brasil”. O problema que até o modelo da agricultura familiar obedece os mesmo padrões dentro da estrutura capitalista, além de ser também

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Os EUA em um primeiro momento tentou obter acesso exclusivo em controlar o

espaço territorial do CLA através do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas com o Brasil em

2001, sendo frustrado pelas diversas denúncias a nível institucional pela Procuradoria Geral

da República e diversos Movimentos Sociais locais (Movimento dos Atingidos pela Base –

MABE) articulados em campanhas que ganharam dimenções internacionais com a Campanha

do Fórum Social Mundial contra a ALCA. As denúncias se pautaram enfaticamente pela

possibilidade da perda de Soberania Nacional por conta das várias cláusulas do acordo que

beneficiaria exclusivamente os EUA.

Com a impossibilidade dos EUA consolidarem a formalização do Acordo de

Salvaguarda Tecnológicas para a utilização comercial do CLA, passaram a definir uma

pressão nos demais acordos que o Brasil viabilizasse diante de outras potências na

tecnologia. Em especial, com a formação da Empresa Binacional com a Ucrânia em 2004 6

visto que, a principal linha de tentativa de superação das diferenças díspares em relação às

potências tecnológicas seria viabilizar tais acordos com transferência de tecnologia em

detrimento do aluguel do CLA. A influência dos EUA sobre a Ucrânia para evitar através do

acordo com o Brasil para transferência de tecnologia (embargo tecnológico) ganhou grande

repercussão, como por exemplo na publicação em jornal de grande expressão nacional 7

noticiando as intenções da Ucrânia recorrer aos EUA para fortalecer a empresa brasileiro-

ucraniana. Em documentos (telegramas secretos entre os EUA e a Ucrânia) publicados no

site da WikiLeaks, apresentando documentos sigilosos de natureza política, diplomática,

estratégias e econômicas.

Esta interferência inside por conta de sua identidade imperialista que os EUA

incorpora dentro das relações políticas internacionais cada vez mais interligadas com a

agenda da globalização. Assim, Zbigniew Brzezinski afirma que: “o emergente processo

político global que cada vez mais vai apagando as tradicionais distinções entre a política

interna e internacional.” (BRZEZINSKI: 1971, p. 13)

Os EUA procuram se consolidar enquanto hegemonia global, mesmo convivendo

com ciclos de instabilidade na economia global. Buscam se manterem na posição de grande

potência a partir de novas configurações política e econômica e demonstram, cada vez mais,

vir a diminuir diante de novas configurações político-econômico em uma regionalização em

blocos de poder, a “lógica territorial do poder” exerce positivamente uma interpretação de

colocada em segundo plano em detrimento dos grandes investimentos do Agronegócio. (FENDH: 2008)

6 Decreto n.º 5.436 de 28 de abril de 2005 promulga o Tratado entre a República Federativa do Brasil e a Ucrânia sobre Cooperação de Longo Prazo na Utilização do Veículo de Lançamentos Cyclone-4 no Centro de Lançamento de Alcântara, assinado em Brasília, em 21 de outubro de 2003.

7 Jornal Folha de São Paulo (24/01/2011)

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como está sendo orientada suas políticas diante de outras nações em “condições geográficas

desiguais” (HARVEY: 2005 p. 35).

(...) Estamos vivendo a desintegração da hegemonia norte-americana no sistema global e a ascensão de um ‘novo regionalismo’ em termos de poder político-econômico no momento mesmo em que vemos os Estados Unidos agindo como se fosse a única superpotência a ser obedecida? (HARVEY: 2005, p. 34-5)

Trata-se de um momento em que novas potências econômicas estão emergindo

e se centrando numa corrida para o desenvolvimento tecnológico aeroespacial. Estas além

de despontarem em um cenário econômico novo, buscam novos nichos políticos. Nesta

disputa por hegemonia os EUA convergem suas forças para poderio militar, principalmente,

em investimento tecnológico no setor aeroespacial e de informação.

(...) os Estados Unidos, (...), tem ampliado seus poderes militares e políticos até um ponto em que os riscos do excesso de abrangência se tornaram palpáveis. Isso evoca uma questão adicional: se os Estados Unidos já não são suficientemente amplos e dotados de recursos para administrar a economia mundial consideravelmente ampla no século XXI, que tipo de acumulação de poder político – sob que tipo de estrutura política – será capaz de tomar seu lugar, dado que o mundo ainda se acha profundamente comprometido com a acumulação sem limites do capital? (HARVEY: 2005, p. 38)

Atualmente, o Governo brasileiro frustrado com o fim da empresa Binacional

(Brasil-Ucrânia), Alcântara Cyclone Space, anunciou a possibilidade de retomada nas

negociações com os EUA reintroduzindo aqui um retorno das tensões com o território das

Comunidades Remanescentes de Quilombos com a possibilidade de ampliação do espaço

utilizado pelo CLA. Com esta análise que se apresenta, o Governo brasileiro vem

contradizendo ao afirmar que seu objetivo seria alcançar uma “cooperação espacial” bem

mais que uma “transação comercial” no “esforço comum e no compartilhamento de

benefícios”. (PNAE: 2012, p. 15) Já que em outro documento ao qual o prório PNAE se

baseou, admite que no próprio cenário político internacional, os EUA aplicam restrições e

embargos internacionais determinantes contra a transferência de tecnologia, em especial para

o uso militar. (CAE: 2010, p. 23)

II.II. Da capacidade na luta pelo direito à terrritorialidade

Entender estes fenômenos ligados ao que vimos no tópico anterior, nos remete a

construir uma metodologia que não se pode mais desvencilhar o local, regional e o global

diante de seus interesses que entram em conflito frente a modernidade e a tradição. Para

tanto, conforme indica o sociólogo Horácio Antunes:

A rejeição da dicotomia entre modernidade e tradição permite perceber que, mesmo nos núcleos geradores do mundo moderno, a total eliminação da tradição não passa de uma quimera, pois tradições culturais, econômicas, institucionais, advindas de momentos históricos anteriores, continuam existindo, ocupando espaços significativos nos novos arranjos societários e, mesmo, renovando-se enquanto tradições

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localizadas em conjunturas novas, por mais avasaladores e revolucionários que tenham sido os processos de mudança social e institucional. Além disso, o mundo moderno cria suas próprias tradições, que passam a ser instrumentos na manutenção da nova ordem que se estabelece. (RPP: 1995, p. 36)

A concepção das lutas vivenciadas pelas Comunidades Remanescentes de

Quilombos de Alcântara estão diretamente vinculadas no resgate às suas tradições, porém,

tentando buscar sua adaptação e permanência em um mundo que se globalizou frente aos

ineresses dominantes do monopólio da tecnologia e controle territorial para fins comerciais e

estratégicos. Incorporar-se nesta realidade é o principal desafio para aquilo que se conduz

ser inevitável a consolidação deste dito projeto modernizador através do paradigma do

Progresso. No entanto, o que a realidade tem apresentado desconstruindo o discurso

dialógico que a Constituição Brasileira de 1988 que diz garantir direitos teritoriais para as

Comunidades Remanescentes de quilombos de Alcântara, o que se tem na prática é o

desmonte de seus territórios seculares tradicionais acentuando profundamente aquilo que se

viveu em todo seu processo histórico de segregação e espoliação com a “invisibilidade social”

(CARVALHO: 1995).

Em todo o processo da instalação e expansão do CLA, marcou-se os conflitos

tanto na violência simbólica representada por esta “invisibilidade social” por não se definir a

titulação de seus territórios, quanto nos confrontos diretos em momentos históricos que

representam na ação direta ser um elemento tão essencial quanto nas lutas institucionais em

suas representações fundamentadas com as “estruturas de mediação” usando de “estratégia

de condescendência” pelos “aparelhos de Estado”. 8

Estas “estruturas de mediação” sempre buscam um discurso conciliatório para

tentar amenizar as contradições das tentativas de expansão comercial que se tornou o CLA

diante da ausência de titulação do território das Comunidades Remanescentes de Quilombos.

A intenção do Governo Brasileiro, conforme já dito, é promover um novo setor. E a concepção do projeto do CEA pode ser caracterizada como o que Evans (2004) define como o Estado “parteiro”. Segundo ele, o papel de parteiro envolve a redução de incertezas e do risco quanto a viabilidade técnica e econômica de um novo empreendimento com o objetivo de atrair capital privado, e pode, também, “induzir o capital transnacional e estabelecer compromissos mais sérios com o desenvolvimento local, se tornando parte da estratégia quando o capital local não pode realizar o trabalho sozinho” (EVANS, 2004, P. 118), uma vez que é provavelmente mais fácil e menos arriscado do que criar uma capacidade produtiva de propriedade de Estado. (MELLO: 2008, P. 74)

Percebemos uma antinomia a partir do disposto acima na apresentação do projeto

do Centro Espacial de Alcântara (CEA) como expansão do CLA pelo Grupo Executivo

Interministerial (GEI-Alcântara) nas proposições de querer consolidar um projeto de Nação,

8 Para melhor leitura, acesse o artigo: Mediação e conflitos agrários – uma reflexão sobre processos de mediação

entre quilombolas e aparelhos de Estado. (ANDRADE: 2009). Acessado pelo site: http://www.anpocs.org/index.php/papers-33-encontro/gt-28/gt41-3/2231-maristelaandrade-mediacao/file (19/03/2017 - às 13h17)

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“autoctone”, reduzindo assim a uma abertura comercial, em especial às transnacionais, o que

se tem mais característico nisso é a retomada da possibilidade de um acordo com os EUA,

que, dentro destas medidas coloca em xeque a Soberania Nacional e das Comunidades

Remanescentes de Quilombos.

O reforço no discurso de conciliação e abertura democrática é sempre exposto de

maneira positiva e progressiva, o afã de destacar que os canais de diálogos estão sempre

presentes pelo Estado Brasileiro:

O atual governo tem a intenção, mesmo que incipiente, de permitir a participação social na gestão e na formação de políticas públicas44, o que gera o compromisso e responsabilidade dos cidadãos na sua execução e possibilita a partilha do poder. A comunicação e a compreensão dos objetivos tornam-se muito mais rápidas e claras, o que gera maior efetividade na implementação das ações.

Por um lado, essa postura é uma oportunidade importante para o empoderamento da sociedade civil (grifo meu), da qual os movimentos sociais são o “coração

institucional” (GRAU, 1998, p. 57) devido sua proximidade das comunidades e ao fato de serem o espaço istitucional nos quais ocorrem a intereação comunicativa. Por outro lado, as discussões podem não conseguir ser objetivas e o processo decisório se tornar ineficiente, caso as organizações da sociedade civil se tornem “agressivas, autoritárias e intolerantes” (grifo meu) e que passem “a negar a política, o debate e a corresponsabilidade que significariam o fortalecimento da sociedade civil em face ao Estado” (MARTINS, 2000, p. 273). (MELLO: 2008, p. 103)

Ao mesmo tempo que simula uma transparência e abertura política para a

conciliação dos interesses em jogo, transfere toda a agressão, intolerância e autoritarismo

que traveste a realidade das circunstâncias em que todo o processo de deslocamento

compulsório foram levadas as Comunidades Remanescentes de Quilombos até hoje não

submetidas a reparações. Ao passo que todas as tentativas de ampliação do CLA se deram

sem um debate amplo com a sociedade brasileira e local, passando por cima de dispositivos

constitucionais, tudo em nome da barganha comercial que se buscava.

Contrapondo ao padrão geral nas lutas que se posicionaram estrategicamente

através das representações dos “agentes mediadores” nas tentativas de definir a titulação das

terras quilombolas, um episódio destacou singular necessdade de analisarmos aqui na Ação

Direta como elemento agregador alternativo no que tange a defesa de seus territórios.

Em 2008 o Fórum de Defesa de Alcântara organizou com sucesso uma ocupação

de terras nas instalações da empresa binacional Brasil-Ucrânia Alcântara Ciclony Space

culminando no enfrentamento direto utilizando-se de barricadas. A intenção era impedir a

entrada de maquinas no intuito de expandir o CLA. O protesto de enfrentamento surtiu efeito

positivo culminando na intervenção da justiça federal através da aprovação de uma ação

cautelar contra o Estado 9 em favor dos manifestantes oriundos das Comunidades

9 A ação cautelar expedida pelo Juiz Federal Carlos do Vale Madeira expedido em 11 de setembro de 2008

denuncia um recurso que é comum por parte do Estado brasileiro em acelerar as prioridades capitalistas ao querem protelar etapas burocráticas com agravantes pela “(...) Ausência de licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes. Invasão às áreas de extrativismo. Perturbação dos sistemas nativos de autoridade e desrespeito às instâncias legais de representação da comunidade” para garantirem acordos “lucrativos” à

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Remanescentes de Quilombos de Mamuna e Brito. Este episódio evocou profundos

desdobramentos políticos em dimensão internacional, sendo levado o caso em outubro de

2008, através de uma comissão composta por quilombolas de Mamuna e Brito,

representantes da ONG Justiça Global e da perita, a Antropóloga Maristela de Paula Andrade

da UFMA, a formalização da denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da

OEA. (SOUZA FILHO: 2013, p. 113)

O que põe em questão é que a aparência da construção dessas mobilizações

quando ganham dimensões concretas de avanços dentro de um fluxo das contradições

impostas pela luta de classes, não se constitui um acúmulo que possibilite um

amadurecimento de uma consciência coletiva, muito devido às táticas repetidas de disputa do

poder político institucional para se alçar medidas reformistas que tendem a desmobilizar a

dialética social dos movimentos. Significa dizer que as lutas não escapam às manobras da

institucionalidade. Em vários momentos são capituladas pelos mesmos rituais simbólicos de

respeito às instituições que sistematicamente os espoliam com um fim em si para manter a

ordem social e o respeito às hierarquias constituídas.

Apesar da existência das oscilações vividas pelas Comunidades Remanescentes

de Quilombos entre as propostas de lutas institucionais e as ações e manifestação direta,

percebe-se recuos e avanços prestigiados nos últimos tempos, principalmente com a queda

do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas entre Brasil-EUA e o fim da empresa Binacionao

(Brasil-Ucrânia), leva-nos a pensar como esta configuração traz ao que o cientista político

Lúcio Flávio R. de Almeida interpreta como “dialética entre o velho e o novo”. (ALMEIDA:

2007p. 65)

III. CONCLUSÃO

Cada vez mais nas exposições feitas no presente trabalho demonstra-se uma

incompatibilidade nas políticas neoliberais que estão pautadas a estrutura política de

composição e expansão do CLA frente aos interesses de resistência das Comunidades

Remanescentes de Quilombos diante de suas prerrogativas constitucionais atacadas pelo

paradigma do Progresso. Mesmo quando o Estado Brasileiro busca conciliar o discurso da

Segurança e Soberania Nacional para se chegar a um patamar de equidade tecnológica com

os demais países que compõem o monopólio das tecnologias aeroespaciais, segue na

dita Nação. No entanto, a burocracia se arrasta para definir o direito de territoriedade dos remanescentes de quilombos. Dados divulgados pelo INCRA revelam que o Governo Lula chegou ao seu último ano de mandato emitindo apenas 11 títulos às comunidades quilombolas, o que vem denunciar que o próprio Órgão tem cada vez mais descumprido sua meta, haja vista que até final de 2010 a promessa era de 57 titulações. (RRSJDH: 2010)

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contramão em se atingir tal objetivo com o real programa apresentado com os acordos de

salvaguardas tecnológicas que visaram até hoje a uma mera retórica que beneficia claramente

as relações comerciais e de estratégia para os EUA na garantia se perpetuar como hegemonia

na reconfiguração da nova ordem mundial.

Podemos identificar como um processo característico do sistema capitalista, a

forma do poder público se orientar na reformulação das características de que se comporta a

organização social da propriedade em que ao longo do processo histórico esses espaços

sociais articulados para a produção e reprodução do Capital, espaços que não se atrelavam

a esse modelo e que à medida que surge como base para a reestruturação produtiva do

Capital, a orientação é viabilizar sua integração à lógica do mercado, e um fator importante,

mesmo que tardiamente nos países periféricos ou em desenvolvimento, no caso do Brasil,

adequa-se à transformação das relações de propriedade como um fator que atende aos

limites do “imperativo de mercado” e que:

As forças competitivas do mercado, portanto, foram um fator fundamental na expropriação dos produtores diretos. Mas essas forças econômicas foram auxiliadas, sem dúvida, pela intervenção coercitiva direta para expulsar os ocupantes da terra ou extingir seus direitos consuetudinários. (WOOD: 2001 p. 86)

Portanto, vários estudos ao abordarem os problemas vividos pelas comunidades

remanescentes de quilombos ao analisarem questões pertinentes ao direito de propriedade e

à organização política de resistência, esbarram a modelos tradicionais em uma ótica da

democracia representativa e que caem em uma limitação de superação dos problemas vividos

por esses grupos étnicos, principalmente em se tratando de um pensamento colocado pela

“fatalidade econômica” perpassada por uma análise neoliberal que estigmatiza diante da

preocupação econômica e conduz a uma crise e a rejeição do político, interferindo em uma

vontade e capacidade de agir; de se organizar devido a uma desqualificação das decisões e

das vontades políticas face ao mercado. (TRINDADE: 2003, p. 172)

4 - BIBLIOGRAFIA

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