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CRÍTICA AO PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE - RS
Bruna Barsé; Carolina Soldatelli Zardo; Caroline Rossi; Kauê Pelegrini
Todo Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, assim como o
de Porto Alegre, deve basear-se principalmente na Lei nº 12.305/2010, que institui a
Política Nacional de Resíduos Sólidos, além do Decreto 7.404/2010, que regulamenta a
Lei 12.305/2010. Assim como o Manual de Orientação do MMA para Planos de Gestão
de Resíduos Sólidos de 2012.
O PMGIRS possui os seguintes procedimentos metodológicos: diagnóstico,
prognóstico e planejamento. No sentido do cumprimento do estipulado no Art. 19 da Lei
12.305/2010, o qual relaciona o conteúdo mínimo obrigatório dos planos municipais de
gestão integrada de resíduos sólidos, podem ser localizados os conteúdos que
satisfazem total ou parcialmente estes requisitos. Já se tratando do Manual do MMA
(2012), alguns elementos deixam a desejar.
Referente à etapa do diagnóstico pode-se salientar que a descrição das
atividades realizadas como, limpeza urbana, limpeza de arroios e terrenos, pinturas
públicas e todos os tipos de coletas citadas foram muitos bem descritos, tanto com
informações de como são realizados, como informações de como é feito o recolhimento
e para onde são encaminhados os resíduos sólidos gerados nestas atividades.
Respeitando o Art.19 da Lei 12.305/10, o diagnóstico deve conter a situação dos
resíduos sólidos gerados no respectivo território, a origem, o volume, a caracterização
dos resíduos e as formas de destinação e disposição final adotada. Analisando o Plano,
diferentemente da descrição dos resíduos que foi feita de forma muito detalhada, a
caracterização dos resíduos que aconteceu no período de um ano e por renda per
capita foi de mera aproximação com a realidade.
A caracterização dos resíduos poderia ter sido melhor abordada com uma
aproximação mais real para comparação com caraterizações futuras e criação de
atividades voltadas diretamente para minimização dos tipos de resíduos mais gerados
por exemplo.
Outra falha do Plano, que foi reconhecida pelos autores, foi o estudo da coleta
de resíduos sólidos de maneira informal, pelos “catadores informais”, grandes
responsáveis pela parcela dos resíduos que chega até as unidades de reciclagem. E de
acordo com o Manual do MMA (2012) este item deveria estar contido no diagnóstico.
No Art. 8o da Lei 12.305/2010 é dito que são instrumentos da PNRS, entre
outros, a avaliação de impactos ambientais, porém na etapa de diagnóstico do PMGIRS
não consta nenhum tipo de avaliação de impactos, poderiam ter sido realizados estudos
nas mais diversas atividades realizadas e que são descritas nesta etapa relacionando
com impactos que estas causam, e assim, enriquecer o diagnóstico.
O Manual no MMA (2012) pede que a legislação local relacionada à gestão dos
resíduos precisa seja inserida no diagnóstico geral, o que não é observado neste Plano,
onde a legislação é somente citada no prognóstico, o que deixa o assunto deslocado,
ainda de acordo com o manual, os custos com os resíduos não estão apresentados
exaustivamente como este pede que seja.
Como a própria PNRS institui, os resíduos sólidos, sendo eles materiais,
substâncias, objetos ou bem descartado resultante de atividades humanas em
sociedade, devem ter destinação final ambientalmente adequada.
Atualmente o local de destino final dos resíduos não reaproveitados ou
reciclados no município de Porto Alegre é o Aterro Sanitário da Central de Resíduos do
Recreio – ASCRR –localizado no município de Minas do Leão, RS. O ASCRR é o único
aterro sanitário no estado do Rio Grande do Sul com licenciamento ambiental
compatível com o aporte igual ou superior à demanda gerada pela Capital. Sua
localização exige transbordo e transporte dos resíduos por trecho rodoviário de
aproximadamente 82 km. A distância total alcança 113 km, totalizando 226 km de ciclo.
O transbordo é muito bem aplicado neste caso, pois minimiza impactos com geração de
gases de efeito estufa pelos caminhões e também gastos com o transporte, que
poderiam até mesmo inviabilizar o processo.
São alguns dos objetivos da PNRS, a não geração, redução, reutilização,
reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos; redução do volume e da periculosidade dos
resíduos perigosos; incentivo à indústria da reciclagem e gestão integrada de resíduos
sólidos. Para o atendimento destes, o município de Porto Alegre possui Unidades de
Triagem de resíduos seletivos e compostagem, além do reaproveitamento de resíduos
orgânicos via suinocultura, projetos muito interessantes e que necessitam do
envolvimento da comunidade. Para que esses projetos funcionem, é essencial o
cumprimento do Art. 6º do Decreto 7.404/2010, onde diz que os consumidores são
obrigados, quando houver coleta seletiva, a acondicionar adequadamente e de forma
diferenciada os resíduos sólidos gerados e a disponibilizar adequadamente os resíduos
sólidos reutilizáveis e recicláveis pela coleta ou devolução. É possível evidenciar a
importância ao cumprimento deste artigo, no próprio Plano Municipal, onde diz que a
segregação deve ser feita na origem.
É interessante também a abordagem e explicação das Unidades de Triagem no
PMGIRS, que têm por objetivo a redução do volume de resíduos destinados aos aterros
sanitários, através do seu encaminhamento à reciclagem, sendo encaminhado para o
aterro apenas os rejeitos, a fim de salientar a sua importância. No Plano não há
evidências de como é realizada a conscientização da população da sua real importância
pelo fato de ser eles quem fazem a primeira triagem, dentro de suas próprias casas ou
estabelecimentos.
O Quadro 4.9 - “Dados gerais das Unidades de Triagem” poderia apresentar a
mesma numeração e a mesma nomenclatura para cada unidade, conforme a Figura
4.36 - “Localização das unidades de triagem”, a fim de facilitar a identificação de cada
UT.
Outro projeto muito bem organizado e executado foi a compostagem no
município, que é feita utilizando apenas a fração orgânica dos resíduos domiciliares em
leiras aeróbias, com controle do processo e irrigação com o próprio líquido percolado,
onde o líquido excedente é destinado para o correto tratamento. O composto resultante
é utilizado principalmente em jardins e canteiros no próprio município, uma boa maneira
de mostrar uma correta destinação e uso dos resíduos orgânicos gerados.
A Figura 4.37 - “Croqui da operação na unidade de triagem e compostagem”, e a
Figura 4.38 - “Fluxograma de Unidade de Triagem e Compostagem”, ficaram bem
interessantes, de fácil entendimento para a população em geral do funcionamento
destas atividades.
O reaproveitamento de resíduos orgânicos via suinocultura foi um dos projetos
do Plano que mais chamou atenção. É criativo e, de certa forma, transformou em
insumos grande parte de resíduos orgânicos gerados, que tem como objetivo destinar
adequadamente os resíduos alimentares, como reaproveitamento, incentivar a
formação de associações de suinocultores, propiciar processo de educação ambiental
visando qualificar as práticas de manejo, o reaproveitamento dos resíduos e a qualidade
de vida dos criadores, preservar a saúde pública e ambiental, e gerar trabalho e renda.
Com essa atividade é possível minimizar os resíduos destinados aos aterros sanitários.
Outra ação muito interessante deste projeto é que, como os criadores conveniados
praticamente têm a alimentação custeada pelo projeto, mensalmente, os suinocultores
entregam a duas creches, alimentos não perecíveis, em forma de cesta básica, além de
atender alguns itens das legislações, como educação ambiental e incentivo à criação de
associações.
A Figura 4.43 - “Fluxograma do processo - Projeto Suinocultura”, se mostrou de
fácil entendimento, explicando o destino para cada resíduo e as etapas de operação,
desde a geração do resíduo, até sua destinação ou uso final.
No entanto, é preciso ter um controle permanente da segregação dos resíduos,
para que estes projetos ocorram de maneira eficaz. Essas atividades precisam ser bem
explicadas para a comunidade em geral, tanto do ponto de vista da operação quanto do
conceito de sustentabilidade ambiental, além das vantagens sociais que isso significaria
para a cidade e para as gerações futuras.
A educação ambiental citada tanto na Lei 12.385, bem como no Decreto 7.404, é
fundamental para o sucesso da coleta seletiva, pois é a forma de se chegar mais
próximo da segregação na fonte, ou seja de alcançar a população e poder passar
ensinamentos, de modo que se tenha eficiência na segregação dentro de seus
estabelecimentos, o que viabiliza o restante dos processos de tratamento dos resíduos.
No Plano de Porto Alegre, está documentada a instituição da educação
ambiental desde a Lei Complementar 234/90, primeiramente só para a população e
depois de algum tempo, conforme a necessidade também para os servidores do DMLU.
Esta se baseia em três princípios de extrema propensão pedagógica que são
“conhecer, conscientizar e mudar”. Porém não há descrição de como é realizado
controle do desempenho do setor, assim como o incentivo à população para a
continuidade do que foi aprendido e a consequente mudança. Pode-se perceber esta
falha, no momento em que o próprio Plano mostra que há redução da geração de RSU
ao longo do tempo, porém eles não tem como afirmar que é em decorrência da
Educação Ambiental aplicada no município. Isto fica claro também quando no Quadro
4.11, referente às carências da gestão, no item número 34, onde os próprios servidores
do DMLU indicam que há falta de definição clara de diretrizes, objetivos e metas da
educação ambiental, e que há também falta de indicadores de desempenho do setor, o
que dificulta a aferição dos resultados alcançados. O único registro utilizado é a
avaliação por produtividade, que é um indicador quantitativo, que ainda assim não
explica bem os fatos e não avalia a eficiência e a eficácia de sua atuação.
Já a operação dos aterros de resíduos da construção civil de Classe “A”
evidenciou a ausência de separação na origem dos diversos resíduos que são gerados
em obras ou que são dispostos em caçambas estacionárias, bem como a dificuldade de
executar a triagem dessas cargas no local de destino. Foi criada a Lei Municipal
10.847/2010, que instituiu o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil do Município de Porto Alegre, que estabeleceu responsabilidade, aos
geradores, de promover a gestão de tais resíduos, exceto os considerados pequenos
geradores pela lei. Porém, falta detalhes no Plano quanto ao incentivo, educação
ambiental, treinamentos e formas de fiscalização para o atendimento desta atividade.
Segundo o Manual do MMA (2012) o PGIRS deve estabelecer o limite entre
pequenos geradores, atendidos pelos serviços públicos de manejo de resíduos, e os
grandes geradores, responsáveis diretos pelo gerenciamento, e possivelmente, pela
elaboração e implementação de plano específico. Sendo assim, mesmo que estejam
estabelecidos estes limites em outra legislação do munícipio se faria necessário que
estes estivessem explícitos no Plano, o que não é observado.
Em atendimento à PNRS, os meios atualmente utilizados pela Secretaria
Municipal do Meio Ambiente (SMAM) para controle e fiscalização dos planos de
gerenciamento de resíduos sólidos de que trata o Art. 20 e dos sistemas de logística
reversa no Art. 33 da Lei 12.305/2010 são as vistorias técnicas quando da emissão da
licença ou a qualquer momento durante o prazo de vigência da licença e vistorias para o
atendimento de denúncias pelo não cumprimento de itens da licença ou de itens da
PNRS; além da cobrança, no momento de renovação das licenças, os comprovantes de
envio dos resíduos da atividade, conforme apresentado no Plano de gerenciamento de
resíduos. No entanto, acredita-se que se fosse possível realizar visitas periódicas,
haveriam menos infrações, as atividades e geração de resíduos seriam melhores
controladas, e a população se tornaria mais responsável e consciente pela não geração
de resíduos, ou seu correto gerenciamento.
Quanto às informações gerenciais do DMLU, são produzidas por diversos
setores e são enviadas ao Sistema de Informações Gerenciais para monitoramento e
consolidação de relatórios. Porém havia a necessidade de agrupar e organizar esta
grande quantidade de dados, pois simplesmente tê-los e não apresentá-los na forma de
indicadores ou índices, era inadequado e insignificativo para a melhoria da gestão,
portanto foi adquirido um software para tal propósito – Programa IBM Máximo - que vem
facilitando a interpretação dos dados. Ainda é necessário evoluir bastante neste quesito,
só assim haverá realmente melhoras significativas no processo através da implantação
de um sistema de gestão de planejamento, que já é verificado como uma carência
apresentada no Quadro 4.11.
Foi muito interessante a utilização da oficina que produziu o levantamento dos
pontos fortes da atual gestão de resíduos, bem como as oportunidades de melhoria em
tal gestão.
Há alguns pontos fortes identificados, que chamam bastante a atenção, por
estarem diretamente relacionados à PNRS, são eles: existência de legislação com foco
na redução e foi verificada de fato a redução na geração de resíduos sólidos no
município; existência de rede de ecopontos; há coleta diferenciada por tipologias de
resíduos; iniciativas de logística reversa; projetos de reciclagem e de reaproveitamento;
existência de setor específico de educação ambiental; e feira de descarte de eletro-
eletrônicos.
Os pontos de carência somam um total de 85, o que indica que a gestão atual
está de olhos abertos, que sabe quais os seus problemas, no entanto, poucos destes
problemas tem iniciativas de melhoria vinculadas (de acordo com o Quadro 4.11), o que
deveria ser considerado importantíssimo. Durante a oficina, os participantes deveriam
ter sido questionados de como estas carências poderiam se tornar pontos fortes,
através de que iniciativa isto ocorreria, por fim é esperado que este levantamento não
fique só no papel, mas que possa ser colocada em prática ações para diminuir esta
extensa lista.
Quanto ao Prognóstico, acredita-se que não foi muito bem apresentado, pois
num prognóstico há o que se imagina que irá ocorrer futuramente e como se fará isto.
Inicialmente ocorre de fato um prognóstico sobre o crescimento populacional, sobre a
geração futura de resíduos e sobre o desenvolvimento urbanístico, onde os gráficos
apresentados são muito informativos e de fácil entendimento, apresentando que de fato
a geração de RSU está diretamente relacionada com a renda da população no
município e também com políticas públicas de crescimento econômico. Porém a partir
do item 5.4 do PMGIRS são apresentadas apenas as possíveis tecnologias de
gerenciamento e tratamento de RSU e não é dito quais serão de fato utilizadas,
principalmente no âmbito de cumprir a Lei da PNRS e seu decreto. Deveriam ser
apresentadas as tecnologias nas quais Porto Alegre pretende investir para alcançar um
dos principais objetivos desta Lei que é levar ao Aterro Sanitário somente os rejeitos,
mas isto não é observado.
No item 5.5.2 do PMGIRS é tratado especificamente da PNRS, onde está
apresentado o Quadro 5.3 com os regramentos da política e as suas consequências
para a gestão de resíduos sólidos. Este item tem informações interessantes e traz de
certa forma diretrizes para o cumprimento da Lei, espera-se que todas possam ser
aplicadas para alcançar as metas que não são poucas, mas este quadro é um começo
e é de grande importância para que tenham um caminho claro traçado, para que não
haja esquecimentos e perdas de diretrizes ao longo da jornada e que as metas sejam
alcançadas.
De acordo com a Lei 12.305/10 e seu decreto 7.404/10 serão priorizados no
acesso aos recursos da União, destinados a empreendimentos e serviços relacionados
a limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, primeiramente os municípios que
optarem por soluções consorciadas intermunicipais. Como citado no Plano, Porto Alegre
já teve experiência neste tipo de associação, porém o foco acabou não sendo a gestão
dos RSU mas sim a sua destinação final, que se deu em área remediada transformada
em Aterro Sanitário. Assim Porto Alegre achou que mesmo havendo sido beneficiada
por dispor parte de seus resíduos naquele aterro por um período de tempo, o consórcio
poderia ter sido mais bem aproveitado de maneira a envolver a gestão e não somente a
disposição dos resíduos. Como citado no Manual do MMA (2012), “Consórcio Público
Regional na perspectiva da construção de uma autarquia intermunicipal de gestão, não
deve se limitar a, por exemplo, apenas compartilhar um novo aterro sanitário”. Este fator
indica que o município apoia esta prática, e está consciente do que cita o Manual do
MMA (2012) o que acha-se muito satisfatório e importante para o manejo dos RSU e o
atendimento a PNRS.
Contudo, como descrito no PMGIRS, o município também acredita que apesar
da forte indicação da PNRS para gestão través de consórcios, ainda falta a construção
por parte de entes federativos de um dos principais instrumentos da política que são os
Planos de Resíduos Sólidos. Somente após a construção dos planos os municípios vão
identificar suas carências e irão poder buscar consórcios com entes vizinhos em busca
de sanar estas lacunas de sua gestão e não somente da disposição final de seus
resíduos.
No município de Porto Alegre os órgãos responsáveis pelos resíduos sólidos,
tanto para limpeza pública, de gestão, limpeza ou desobstrução de elementos de
drenagem pluvial, entre outros aspectos, são distintos, dificultando a administração do
sistema como um todo ou podendo haver alguns conflitos entre as entidades. A visão
ideológica de cada uma das entidades citadas está condizentes com o propósito da
criação do Plano, surgindo assim, boas expectativas de um melhor funcionamento. O
mapa estratégico da Prefeitura Municipal de Porto Alegre é bom, porém não é de
concordância o enfoque que foi dado à COPA 2014. Ter como prioridade “Ser
considerada a melhor sede da COPA 2014 quanto à participação popular e promoção
de ações e desenvolvimento econômico, social e ambiental, que geram benefícios
duradouros” é algo que deveria ser consequência de um bom trabalho público e uma
excelente gestão, e não algo a ser levado como uma meta específica.
Durante a extensão do Plano, nada é comentado sobre a cooperação técnica e
financeira entre os setores público e privado para o desenvolvimento de pesquisas de
novos produtos, métodos, processos e tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização,
tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos. Esta
etapa é muito importante para avançar tecnologicamente e tornar o Brasil um país mais
independente e não somente copiar os sistemas de outros países.
Ao seguir a diretriz de aplicação dos 3R’s, o Plano não menciona como poderá
ser feito o reaproveitamento. Isso deveria estar claro, porque muitas vezes o
reaproveitamento pode ser feito de forma inadequada, gerando ainda mais resíduos e
ainda fazendo com que os plásticos, por exemplo, percam as suas propriedades de
reciclabilidade.
Alguns cronogramas apresentados estão inadequados quanto ao seu tempo de
conclusão, como é o caso, por exemplo, do Quadro 6.12, que apresenta a conclusão e
implantar o projeto “Coleta Certa” ou o Quadro 6.28, que apresenta o desenvolvimento
de um projeto unificado para efetivar e disseminar a comunicação de projetos,
iniciativas, legislações pertinentes ao manejo de resíduos sólidos em menos de 1 ano,
onde pela complexidade dos projetos acredita-se que seria necessário ao menos 1 ano
e meio para sua execução.
O Programa 3.2 - “Redução do envio de RSU para aterro” está adequado,
visando dispor lá somente os rejeitos, possibilitando o reaproveitamento energético e
reciclagem dos resíduos.
É necessário a criação de medidas estruturantes de gestão e o Plano fez muito
bem em citar a criação do Comitê Diretor (CD), do Grupo Técnico Gestor (GTG), do
Centro de Controle Operacional e (CCO), Assessoria Técnica de Planejamento e
Desenvolvimento (ASSTEPLAD) visando a implantação, acompanhamento e
monitoramento do sistema.
Segundo o Planejamento do Plano, o mesmo será revisado de 4 em 4 anos a
fim de atualizar processos, informações e possíveis tecnologias e estratégias como
sugere a Lei 12.305/10, porém isto deveria ocorrer mais frequentemente, para que as
informações e pedidos de melhoria não ficassem no esquecimento.
A questão da compostagem deveria ser repensada quanto ao seu cronograma.
Deveria se começar a pensar em fazer as devidas manutenções e investimentos
somente após os primeiros quatro anos após a implementação do Plano, garantindo-se
que a separação dos resíduos esteja mais adequada evitando gastos desnecessários.
No Volume 2, o planejamento não apresenta a participação social no diagnóstico e
prognóstico do Plano, sendo essa uma etapa importantíssima para a caracterização da
situação e para entender em que pontos deve-se dar maior ou menor importância,
afinal a população é a parte diretamente influenciada além do meio ambiente.
O Quadro 6.50 - “Efetividade das ações de planejamento na consecução das
macro diretrizes” deveria ser reavaliado quanto às pontuações dadas, porque alguns
aspectos receberam uma pontuação maior do que deveriam, outros menor ou mesmo
nem pontuação receberam.
A Audiência Pública foi realizada devidamente, para conhecimento da população
das ações de planejamento do Plano, onde não houveram críticas negativas, mas
algumas sugestões por parte dos participantes as quais se espera terem sido acatadas
já que vieram a compor positivamente o documento.
Os quadros poderiam ter sido inseridos em folhas com formato paisagem para
facilitar a leitura, além disso, a escrita deveria ser revisada porque foram encontrados
alguns erros ortográficos ao longo do Plano. Muitas vezes a linguagem utilizada
também acaba sendo um pouco rebuscada e se algum leigo no assunto quisesse se
informar sobre tal teria um pouco de dificuldade.
O PMGIRS busca novos patamares de qualidade na gestão de resíduos sólidos,
o que são consequentemente melhores patamares na qualidade de vida dos cidadãos.