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CRISTIANE OLIVEIRA BRUM
MANUAL DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COM ÊNFASE NOS FATORES DE RISCO E/OU PATOLOGIAS COMUNS EM IDOSOS:
ALGUMAS EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS APLICADAS
CANOAS, 2007
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CRISTIANE OLIVEIRA BRUM
MANUAL DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COM ÊNFASE NOS FATOR ES DE RISCO E/OU PATOLOGIAS COMUNS EM IDOSOS: ALGUMAS EXP ERIÊNCIAS
EDUCATIVAS APLICADAS
Monografia de Graduação apresentada à banca examinadora do Curso de Nutrição do Centro Universitário La Salle - UNILASALLE, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição, sob orientação da Profª. Drª. Josiane Saviero.
CANOAS, 2007
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TERMO DE APROVAÇÃO
CRISTIANE OLIVEIRA BRUM
MANUAL DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COM ÊNFASE NOS FATORES DE RISCO E/OU PATOLOGIAS COMUNS EM IDOSOS:
ALGUMAS EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS APLICADAS
Trabalho de Conclusão aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição do Centro Universitário La Salle - Unilasalle, pela seguinte
banca examinadora:
Profª. Carmem Franco Unilasalle
Profª. Fernanda Miraglia Unilasalle
Profª. Drª. Josiane Saviero Unilasalle
Canoas, 04 de dezembro de 2007.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por todas oportunidades e pela minha vida.
Ao meu marido, pelo seu amor, incentivo, apoio e paciência pela falta de tempo nesta etapa.
A professora Josiane Siviero, orientadora deste trabalho pelo carinho, incentivo, compreensão, dedicação e confiança.
Aos professores e a coordenadora Stela Maris Herrmann pelo incentivo e conhecimentos transmitidos.
Aos meus colegas de graduação, que me apoiaram, e pela convivência durante o curso, em especial Caroline Vanin, Ana Claudia Vogt e Márcia Horos.
A minha irmã Sara Brum, que sempre torceu por mim e pelo incentivo e carinho mesmo distante.
Ao meu pai, por todo carinho e por entender a minha ausência em momentos dificeis.
Aos meus amigos, em especial a Iria Melo e Vitor Rogério Freitas, pelo carinho e apoio.
Aos idosos do Grupo da Terceira Idade do UNILASALLE e os idosos do Lar Bom Velhinho pela
participação na atividade realizada durante este trabalho.
A todas as pessoas, que de alguma maneira, contribuíram para realização deste trabalho.
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"Uma das maiores conquistas deste século foi a
ampliação do tempo de vida. Agora é hora de se
adicionar qualidade a estes anos a mais que serão
vividos, promovendo a integração e o respeito de
toda a sociedade com o cidadão idoso".
Renato Veras
Diretor da Universidade Aberta da Terceira Idade - Unati/Uerj
PhD. em medicina pela Universidade de Londres
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RESUMO
No Brasil está ocorrendo o aumento da população idosa, segundo dados estatísticos do IBGE. Um dos fatores que influenciam a maior expectativa de vida é o avanço tecnológico na área da saúde. A educação nutricional é uma importante estratégia de promoção da saúde e tem como objetivo transmitir conhecimentos da ciência da nutrição, independente da faixa etária e classe social. Este trabalho teve como objetivo montar um instrumento, para guiar os profissionais da nutrição ou acadêmicos, para trabalhar com alguns fatores de risco e patologias comuns na terceira idade, bem como apontar estratégias e práticas educativas em nutrição. O trabalho foi realizado através de revisões bibliográficas, apontando estratégias e práticas para trabalhar com educação nutricional frente a algumas patologias comuns em idosos, entre elas: diabetes tipo 2 , dislipidemia , cardiopatias, obesidade, anemia. Foi aplicada duas atividades educativas em idosos, bem como abordado, características gerais da terceira idade, métodos de avaliação nutricional e a descrição das patologias. Existem poucos trabalhos sobre educação nutricional em idosos. Este trabalho foi realizado visando contribuir com o crescimento profissional de acadêmicos e profissionais da nutrição, assim como, para assistência nutricional aos idosos. Palavras-chave: Doenças na 3º idade, Nutrição, Educação Nutricional, Alimentação saudável.
ABSTRACT
In Brasil has happened the increase of elder people, according to the statistics informations of IBGE. One of points which has influenced in the most expectation of life is the technological advance in the healthy area. The nutritional education is an important strategy in promotion of healthy and it has with goal tranmiting knowledge of the nutrition science, independent of age group and social class. This work had with goal building an instrument to guide the nutrition professionals or academics to work with some points of risk and ordinary diseases in the third age, as to show strategies and educational methods in nutrition. The work was made about bibliographc review, schowing strategies and methods to work with nutritional education with some ordinary diseases in elders as: diabets, high pression blood, heart diseases, obesity, anemia. It was applied two educational activities in elders as it described characteristics of third age, methods of nutritional evolution an the description of diseases. There are little works about nutritional education in elders. This work was made stressing to contribut with the professional increase of academics and nutrition professionds as the nutritional assistance for elders Key Words: Diseases in the 3rd age, Nutrition, Nutritional Education, Healthy food.
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ÍNDICES DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS
Figura 1 - Projeção da população residente de 60 anos ou mais de idade, segundo os municípios das capitais – 2000..................................... 15
Figura 2 - Projeção da população no país com 60 anos ou mais de idade, por sexo- 2000.............................................................................. 15
Figura 3 - Fotos da pirâmide desenvolvida pela acadêmica de nutrição Ana Elisa Vieira Senger, orientada pela professora Josiane Siviero na disciplina de educação nutricional do UNILLASALE.................. 78
Quadro 1 - Modificações fisiológicas, alterações decorrentes de patologias, e fatores ambientais......................................................................... 16
Quadro 2 - Técnicas de pesagem baseadas nas recomendações da OMS..... 19
Quadro 3 - Técnica de mensuração da altura baseada nas recomendações da OM........................................................................................... 20
Quadro 4 - Dicas para reduzir o sal na alimentação........................................ 36 Quadro 5 - Dicas para reduzir a quantidade de lípideos na dieta..................... 43 Tabela 1 - Classificação, do IMC para idosos................................................. 21
Tabela 2 - Comparação dos métodos de estimativa da gordura corpórea e sua distribuição............................................................................. 23
Tabela 3 - Óbitos por residência segundo Região - Causa - CID-BR-10: Diabetes Melito............................................................................. 29
Tabela 4 - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos – RS........................................................................... 30
Tabela 5 - Índice Glicêmico (IG) dos alimentos............................................... 32
Tabela 6 - Adoçantes, algumas característica e quantidade aceitável de ingestão segundo a OMS.............................................................. 33
Tabela 7 - Teor de fibras por 100g do alimento.............................................. 39
Tabela 8 - Valores de referência (mg/dl) dos lipídeos plasmáticos para indivíduos maiores de 20 anos...................................................... 41
Tabela 9 - Valores de referência (mg/dl) dos triglicerídeos plasmáticos para indivíduos maiores de 20 anos...................................................... 41
Tabela 10- Lipídeos e ácidos graxos de alguns alimentos............................... 43 Tabela 11- Alimentos e teor de lipídeos........................................................... 44 Tabela 12- Classificação das anemias, segundo VCM e o RDW..................... 47
Tabela 13- Valores de referência dos parâmetros hematológicos, segundo o sexo.............................................................................................. 48
Tabela 14- Fontes alimentares de ferro........................................................... 49 Tabela 15- Fontes de alimentares de vitamina B12......................................... 50 Tabela 16- Fontes de alimentares de ácido fólico............................................ 50 Tabela 17- Teor de cálcio de alguns alimentos................................................ 53 Tabela 18- Cálculo nutricional do Leite condensado diet................................. 60 Tabela 19- Quadro de nutrientes do Leite condensado diet............................. 60 Tabela 20- Cálculo nutricional do Pudim diet................................................... 61 Tabela 21- Quadro de nutrientes do Pudim diet............................................... 62 Tabela 22- Cálculo nutricional do Bolo de Banana........................................... 70 Tabela 23- Quadro de nutrientes do Bolo de Banana...................................... 71
8
Tabela 24- Cálculo nutricional do Sanduíche Colorido..................................... 72 Tabela 25- Quadro de nutrientes do Sanduíche Colorido................................. 72 Tabela 26- Cálculo nutricional do Suco de Laranja.......................................... 73 Tabela 27- Quadro de nutrientes do Suco de Laranja...................................... 73
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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................12 2 ENVELHECIMENTO..............................................................................................14
2.1 Determinação da Faixa Etária .............................................................................14
2.2 Aspectos Demográficos.......................................................................................14
2.3 Aspectos da nutrição na terceira idade ...............................................................15
2.3.1 Influência de fatores externos sobre estado nutricional do Idoso.....................17
3 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO PARA IDOSOS................. ......................................18
3.1 Medidas antropométricas ....................................................................................18
3.1.1 Peso Corporal ..................................................................................................18
3.1.2 Estatura ............................................................................................................19
3.1.3 Índice de Massa Corporal (IMC).......................................................................20
3.1.4 Circunferência da cintura e do quadril ..............................................................21
3.2 Análise por Bioimpedância Elétrica (BIA)............................................................21
3.2.1 Condições que pode alterar as avaliações por bioimpedância corporal,
segundo Teixeira Neto (2003, p.151): .......................................................................22
4 EDUCAÇÃO NUTRICIONAL ............................. ....................................................24
4.1 Educação nutricional para terceira idade ............................................................25
4.2 Estratégias educativas ........................................................................................26
5 PATOLOGIAS E ALGUNS FATORES DE RISCO............. ...................................28
5.1 Diabetes Melito tipo 2..........................................................................................28
5.1.1 Conceito ...........................................................................................................28
5.1.2 Fatores de risco................................................................................................29
5.1.3 Prevalência do Diabetes Melito tipo 2 ..............................................................29
5.1.4 Terapia nutricional para idosos com Diabetes Melito tipo 2 .............................30
5.2 Hipertensão .........................................................................................................33
5.2.1 Conceito ...........................................................................................................33
5.2.2 Fatores de risco................................................................................................34
5.2.3 Prevalência.......................................................................................................34
5.2.4 Terapia nutricional para idosos com hipertensão arterial .................................34
10
5.3 Constipação intestinal .........................................................................................36
5.3.1 Conceito ...........................................................................................................36
5.3.2 Causas da constipação intestinal .....................................................................37
5.3.3 Prevalência.......................................................................................................37
5.3.4 Terapia nutricional em idosos com constipação intestinal................................38
5.4 Dilipidemia...........................................................................................................40
5.4.1 Conceito ...........................................................................................................40
5.4.2 Causas da dislipidemia.....................................................................................41
5.4.3 Prevalência.......................................................................................................42
5.4.4 Terapia nutricional em idosos com dislipidemia ...............................................42
5.5 Obesidade...........................................................................................................44
5.5.1Conceito ............................................................................................................44
5.5.2Causas ..............................................................................................................45
5.5.3 Prevalência.......................................................................................................45
5.5.4 Terapia nutricional em idosos obesos ..............................................................45
5.6 Anemia ................................................................................................................46
5.6.1 Conceito ...........................................................................................................46
5.6.2 Causas .............................................................................................................48
5.6.3 Prevalência.......................................................................................................48
5.6.4 Terapia nutricional em idosos anêmicos ..........................................................48
5.7 Osteoporose........................................................................................................51
5.7.1 Conceito ...........................................................................................................51
5.7.2 Causas e fatores de risco para desenvolver osteoporose................................51
5.7.3 Prevalência.......................................................................................................52
5.7.4 Terapia nutricional para idosos com osteoporose ............................................52
6 OBJETIVO ......................................... ....................................................................55
6.1 Objetivo geral ......................................................................................................55
6.2 Objetivos específicos ..........................................................................................55
7 METODOLOGIA ...................................... ..............................................................56 8 ATIVIDADES EDUCATIVAS EM NUTRICÃO PARA PATOLOGIAS COMUM NA
TERCEIRA IDADE..................................... ...............................................................57
11
8.1 Diabetes Melito tipo II ..........................................................................................57
8.2 Hipertensão .........................................................................................................67
8. 3 Dislipidemia .......................................................................................................73
8.4 Constipação intestinal .........................................................................................77
8.5 Obesidade...........................................................................................................80
8.6 Anemia ................................................................................................................83
8.7 Osteoporose........................................................................................................87
9 RELATO DE DUAS ATIVIDADES EDUCATIVAS QUE FORAM A PLICADAS
COM IDOSOS...........................................................................................................93
9.1 Prática 1: Atividade de educação nutricional no Lar de Idosos Bom Velhinho....93
9.1.1 Características do lar de idosos “Bom Velhinho”..............................................93
9.1.2 Objetivos gerais................................................................................................93
9.1.3 Metodologia......................................................................................................94
9.1.4 Materiais:..........................................................................................................94
9.1.5 Patologias dos idosos residente no Lar Bom Velhinho ....................................94
9.1.6 Aspectos nutricionais........................................................................................94
9.1.7 Avaliação da atividade......................................................................................95
9.2 Prática 2: Atividade de educação nutricional para o Grupo de Terceira Idade do
UNILASALLE.............................................................................................................95
9.2.1 Características do Grupo de Terceira Idade do UNILASALLE. ........................95
9.2.2 Objetivo gerais .................................................................................................96
9.2.3 Metodologia......................................................................................................96
9.2.4 Materiais...........................................................................................................96
9.2.5 Patologias dos idosos do Grupo da Terceira Idade..........................................96
9.2.6 Aspectos nutricionais........................................................................................96
9.2.7 Avaliação..........................................................................................................97
11 CONCLUSÃO ....................................... .............................................................101 REFERÊNCIAS.......................................................................................................102 ANEXOS .................................................................................................................106
12
1 INTRODUÇÃO
O envelhecimento pode ser descrito como um processo fisiológico natural do
ser humano e influenciado por fatores socioeconômicos e culturais. Existe um pré-
conceito de que o envelhecimento é caracterizado por doenças, decadência física e
ausência de papéis sociais, em vários seguimentos da sociedade, porém para outros
a terceira idade é encarada como um período em que deve ser valorizado a
sabedoria e as experiências de vida.
O Brasil vem passando por uma transição demográfica, caracterizada pelo
aumento da significativo população idosa, que de acordo com o Censo Demográfico
de 1991, divulgado no Anuário Estatístico do IBGE, era de aproximadamente 10,7
milhões de pessoas. Em 1998, aumentou para 13,5 milhões, e as projeções
demográficas para 2025, o Brasil ocupará o sexto lugar no mundo em relação ao
número de habitante idosos, perfazendo um total de 32 milhões de indivíduos com
expectativa de vida em torno de 75 anos (FRANK; SOARES, 2004, p. 9)
Através do avanço em pesquisas e tecnologias na área da saúde está
proporcionando-se maior expectativa de vida e uma nova imagem dos idosos. Os
idosos além de buscar saúde física, também buscam a saúde mental através de
atividades, tais como estudar, hidroginástica, dança, viajar, etc.
Os grupos de terceira idade proporcionam oportunidade para integração, lazer,
ocupação do tempo livre, desenvolvimento de atividades físicas e alguns oferecem
acompanhamento nutricional, médico e fisioterápico.
A educação nutricional tem grande importância para o auxílio e implementação
de hábitos alimentares saudáveis, contribuindo com a mudança de estilo de vida. O
resultado da educação nutricional vai depender do reconhecimento do problema
pelo indivíduo ou população (BUSNELLO, 2007, p. 126).
13
Esse trabalho foi realizado com o objetivo de montar um instrumento para
auxiliar os profissionais da nutrição e acadêmicos no conhecimento de algumas
patologias comuns na terceira idade, para que através da educação nutricional
possam adotar estratégia em educação alimenta,r com o objetivo de prevenir ou
auxiliar no tratamento dessas patologias. Também foi aplicado para idosos,
atividades educativas em nutrição, bem como relacionado algumas práticas em
nutrição, tendo em vista que não há muitos trabalhos publicados sobre educação
nutricional para idosos .
14
2 ENVELHECIMENTO
2.1 Determinação da Faixa Etária
Segundo a lei nº 8.842/94 no 2° artigo parágrafo ún ico, refere-se que “são
considerados idosos as pessoas maiores de 60 anos, de ambos o sexo, sem
distinção de cor, raça ou ideologia” (ESTATUTO DO IDOSO,1994).
São classificados idosos segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde),
indivíduos com a faixa etária igual ou acima de 60 anos (WHO, 1995).
2.2 Aspectos Demográficos
O Brasil será até 2025, o sexto país do mundo com o maior número de
pessoas idosas, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde). Alerta-se
o governo brasileiro, para a necessidade de se criar, o mais rápido possível, políticas
sociais que preparem a sociedade para essa realidade. No Brasil, a capital com o
maior número de habitantes idosos é o Rio de Janeiro e em segundo lugar Porto
Alegre, o que representa respectivamente 12,8% e 11,8% da população destas
capitais. Em contrapartida, as capitais do norte do País, Boa Vista e Palmas
apresentaram uma proporção de idosos de apenas 3,8% e 2,7%.(IBGE, 2000)
(Figura 1).
Observa-se que no Brasil, 55% da população com 60 anos ou mais são do
gênero feminino, e 45% do gênero masculino (Figura 2).
15
Figura1 – Projeção da população residente de 60 anos ou mais de idade, segundo os municípios das capitais – 2000 Fonte IBGE, Censo Demográfico, 2000.
Figura 2 – Projeção da população no país com 60 anos ou mais de idade, por sexo- 2000. Fonte: IBGE Censo Demográfico, 2000.
2.3 Aspectos da nutrição na terceira idade
Ocorrem mudanças biológicas gerais durante o processo de envelhecimento,
evidenciando uma variedade de reações individuais, ou seja, todo indivíduo traz
marcas ou traumas individuais do acúmulo de doenças e experiências durante a
vida, além da genética. O aspecto nutricional deve ser avaliado individualmente; de
acordo com a situação e as necessidades individuais.
16
Fatores fisiológicos resultantes do envelhecimento podem afetar os padrões
alimentares, tais como: distúrbios gastrintestinais (como diminuição da mobilidade do
trato gastrintestinal), secreção do suco gástrico, redução da percepção do paladar,
olfato e visão. Estes problemas podem influenciar no apetite e na quantidade de
alimentos ingeridos (WILLIAMS,1997. p. 263). No quadro 1 encontram-se algumas
modificações fisiológicas do processo de envelhecimento, alterações decorrentes de
patologias e fatores ambientais, segundo Busnello (2007.p.4-8).
Quadro 1 - Modificações fisiológicas, alterações decorrentes de patologias e fatores ambientais
a) Cavidade oral: • sensação gustativa para o salgado e doce; • boca seca (Xerostomia), causada por algumas doenças e efeitos
colaterais de alguns medicamentos; • Perda dentária não é uma alteração fisiológica do processo de
envelhecimento, mas ocorre com grande parte dos idosos; • Gengivite pode ser causada por lesões causadas por prótese
dentárias mal ajustadas ou higiene oral inadequada; b) Deglutição:
• engasgo e sensação de retenção de alimentos são decorrentes, principalmente, de doenças neurológicas.
c) Aparelho digestivo (existem poucas pesquisas sobre essas alterações): • refluxo gastresofágico é um problema bastante freqüente; • atrofia gástrica, diminuição do tempo de esvaziamento gástrico e
menor produção de enzimas gástricas (diminui a absorção de algumas vitaminas) ;
•diminuição das vilosidades intestinais e menor produção de enzimas (absorção de nutrientes alterada);
•aumento da prevalência de constipação intestinal; d) Cognitivo
•perda de memória. e) Musculoesquelético
• diminuição da densidade óssea e maior prevalência de problemas articulares provocada pela osteoartrite;
•perda de massa magra. f) Órgãos e sentidos
•diminuição ou perda visual e auditiva.
Fonte: Autoria própria, 2006. *Dados segundo Busnello (2007, p. 4-8).
17
2.3.1 Influência de fatores externos sobre estado nutricional do Idoso
Os problemas que podem afetar o estado nutricional do idoso não são apenas
os biológicos, mas também há uma preocupação com fatores externos que podem
afetar o estado nutricional como o estresse, perdas pessoais, redução de
oportunidade social, baixa auto-estima, entre outros. (WILLIAMS, 1997. p. 263).
2.3.1.1 Fator socioeconômico
No que se refere aos idosos, a ingestão inadequada de alimentos constitui um
risco nutricional, devido a obtenção e a forma de preparo dos alimentos. Verifica-se
diferentes formas de consumo alimentar em função da renda; quanto maior a renda,
maior a escolha de alimentos pré-processados. De acordo com que foi vivenciado
pela Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), a baixa renda influencia,
negativamente, no estado nutricional dos idosos. (FRANK; SOARES, 2004, p. 95-
97).
2.3.1.2 Fatores Psicossociais
Com o avanço dos anos, os idosos podem se deparar com uma série de
perdas significativas, o surgimento das doenças crônicas deteriorando a saúde, a
viuvez, morte de amigos e parentes próximos, ausência de papéis sociais e
valorizados, isolamento crescente, dificuldades financeiras decorrentes da
aposentadoria, afetam de tal forma a auto-estima culminando, na maioria das vezes,
como uma crise que pode desencadear quadro de depressão, angústia e desânimo
(PAPALÉO NETTO, 2002).
O conhecimento dos aspectos psicossociais pelo nutricionista é de suma
importância na intervenção alimentar e nutricional do idoso, muitas vezes a relação
do idoso com a comida pode ser afetada pelas desordens afetivas que são
acometidos. (FRANK; SOARES, 2004, p. 9).
18
3 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO PARA IDOSOS
Para se chegar a um diagnóstico nutricional, a avaliação adequada do estado
nutricional dos idosos é importante, assim como, para qualquer grupo populacional.
Para isso, é necessário obter dados sobre historia clínica e dietética, exames
laboratoriais e medidas antropométricas. (PAPALÉO NETTO, 2002).
3.1 Medidas antropométricas
Para determinação do estado nutricional do idoso, a partir da atropometria,
medidas simples como peso, estatura, circunferências (do braço, da panturrilha, do
quadril e do abdômen) e dobras cutâneas triciptal e subescapular são muito
utilizadas devido as suas vantagens: simplicidade, equipamento de fácil aquisição e
custo accessível. O índice de massa corporal (IMC), que utiliza o peso e a estatura
como critério de diagnóstico, é útil tanto a nível individual como populacional.
(CERVI, FRANCESCHINE, PIORE, 2005).
3.1.1 Peso Corporal
O peso corporal é a medida mais utilizada pois, corresponde à soma de todos
os componentes do corpo. É uma medida aproximada das reservas totais de energia
do corpo e de mudanças no peso, podem refletir alterações no equilíbrio entre
ingestão e consumo de nutrientes. Diversos autores referem-se que as perdas
ponderais graves estão associadas as taxa de morbilidade e mortalidade em idosos.
Assim como a obesidade e desnutrição podem levar as complicações no quadro de
saúde dos idosos. (TEXEIRA NETO, 2003).
A pesagem na prática clínica requer cuidado e padronização, para que seja
evitado o máximo de erros no resultado (Quadro 2). (TEXEIRA NETO, 2003).
19
Quadro 2 - Técnicas de pesagem baseadas nas recomendações da OMS
• Procurar sempre no Sistema Métrico Internacional (Kg ou g);
• Pesar sempre no mesmo horário e no mesmo equipamento;
• Pesar sem sapatos e com roupas leves ou pesar as roupas e depois
descontar;
• Tarar a balança até que seu fiel esteja bem nivelado com a referência;
• Orientar o indivíduo para subir bem no centro da plataforma de costa para o
marcador, sem tocar em nenhum lugar;
• Orientar o indivíduo para manter os braços ao longo do corpo;
• Aferir o peso no mostrador da balança e registrar o resultado;
Equipamento:
• Deve ser resistente;
• Exato dentro dos limites requeridos. (0,1 kg para adultos);
• Calibrável com peso conhecido;
• Montado sobre superfície firmes e horizontais.
Fonte: Texeira Neto, (2003 p. 141).
3.1.2 Estatura
A altura é uma medida linear, que é fundamental na avaliação antropométrica,
pode ser utilizada com o resultado do peso para obter o Índice da Massa Corporal,
também utilizada para o cálculo do peso ideal e determinação das necessidades
energéticas. (TEXEIRA NETO, 2003).
Durante o processo de envelhecimento ocorre o decréscimo da estatura, o que
acaba afetando a utilização dos métodos antropométricos ou razões simples que
determinam índices de baixo peso, sobrepeso ou obesidade. Essas modificações
começam a ocorrer após os 40 anos de idade, a estatura diminui cerca de 1 cm por
década. Esse fato é conseqüência de modificações que ocorrem na coluna, como o
achatamento das vértebras, redução dos discos intervertebrais, cifose dorsal e
20
escoliose. (PAPALÉO NETTO, 2004).
A medida da estatura requer cuidado e padronização, para que seja evitado o
máximo de erros em sua aferição. (Quadro 3). (TEXEIRA NETO, 2003).
Quadro 3 - Técnica de mensuração da altura baseada nas recomendações da OMS
• Medida deve ser tomada com estadiômetros fixos ou portáveis, ou ainda com
fita métrica inelástica fixa a uma superfície plana vertical. Qualquer um destes
instrumentos deve ser graduado com precisão de 0,5 cm;
• O indivíduo deve ser medido sem sapatos e adornos na cabeça;
• Os pés devem ficar paralelos entre si;
• Pés, joelhos, cintura e ombros devem estar simetricamente em um mesmo
plano horizontal;
• Cabeça, ombros, nádegas e joelhos devem estar em contato com a superfície
vertical plana;
• Os braços devem ser mantidos ao longo do corpo;
• A cabeça deve ficar erguida de forma que a borda orbital inferior esteja no
mesmo plano horizontal que o conduto auditivo externo;
• O limite superior da medida deve ser aferido com uma régua em um plano
horizontal tocando o vértice da cabeça.
Fonte: Teixeira Neto (2003, p. 142).
3.1.3 Índice de Massa Corporal (IMC)
O IMC é conhecido como índice de Quételet, em homenagem ao seu criador
Adolphe Quételet, utilizado para determinar o estado nutricional de adultos, é obtido
a partir da divisão da massa corporal em quilogramas, pela estatura em metro,
elevada ao quadrado (kg/m²). O Índice de Massa Corporal tem algumas limitações,
tais como: não expressar a distribuição de gordura corporal andróide e ginecóide, a
correlação com a estatura, que apesar de baixa ainda é significativa; a correlação
com a massa livre de gordura, principalmente nos homens; e a influência da
proporcionalidade corporal (relação tamanho das pernas/tronco), tal que indivíduo
21
com menor comprimento da perna tenha um valor de IMC maior. No entanto, alguns
autores vem discutindo a utilização desse índice como um indicador do estado
nutricional de adultos e também de idosos. Deve ser sempre acompanhado a outras
avaliações nutricionais. (CERVI, FRANCESCHINE, PIORE, 2005).
Devido as modificações, que podem ocorre com envelhecimento, foi criada
uma tabela para classificar o estado nutricional do idoso através do IMC. (Tabela 1)
Tabela 1-Classificação, do IMC para idosos.
IMC (kg/m2) Estado nutricional < 22 Magreza
22 – 27 Eutrofia >27 Excesso de peso
Fonte: Lipschitz,1994. 3.1.4 Circunferência da cintura e do quadril
A medida de circunferência da cintura e do quadril é utilizada para calcular a
relação cintura/quadril (RCQ), que é um indicador de saúde muito utilizado na
caracterização da distribuição da gordura abdominal e identificação do risco de
doenças cardiovasculares. A utilização deste indicador, para avaliar o estado
nutricional em idosos, é sua capacidade de identificar a distribuição intra-abdominal
de tecido adiposo. (FRANK; SOARES, 2004, p.9).
A fórmula utilizada para este cálculo é:
RCQ = Circunferência da cintura (cm)
Circunferência do quadril (cm)
Os pontos de corte para risco segundo Bray (1991) são para: Homens > 0,95 e
Mulheres > 0,8
3.2 Análise por Bioimpedância Elétrica (BIA)
A bioimpedância elétrica é um método moderno de verificação da composição
corporal, é utilizado devido a sua tecnologia relativamente prática, rápida e não
invasiva.
Segundo a literatura, fornece uma estimativa de composição corporal confiável
em indivíduos sadios e com enfermidades.
22
Através da bioimpedância elétrica adquirimos dados importantes para à
avaliação nutricional, tais como: peso indicado, percentual de gordura, gordura (kg),
percentual de gordura indicada, IMC, Taxa de Metabolismo Basal (TMB), percentual
de massa magra, massa magra (kg), percentual de água, água em litros (lt) e
percentual de água indicado.
Os índices estimáveis da massa corporal magra e gordura corporal são
baseados na determinação de água corporal total pela bioimpedância. (TEXEIRA
NETO, 2003)
3.2.1 Condições que pode alterar as avaliações por bioimpedância corporal,
segundo Teixeira Neto (2003, p.151):
• diferentes constituições corporais (principalmente nos obesos graves) pode
levar a superestimar o percentual de gordura corporal;
• alterações nos eletrólitos séricos, hematócrito e fluxo sanguíneo pode resultar
em variação da bioimpedância;
• pacientes com doenças cutâneas, que modificam a propriedade de
transmissão elétrica da pele e pode dar resultados falsos;
• variação intra - individual, que pode ser de 2 a 4% nas medidas de BIA,
diminuindo a confiança na detectação de variações individuais na composição
corporal;
• não utilização de padronização de condições do exame recomendadas pelo
fabricante, pode ocorrer alterações nos resultados.
Devemos escolher os métodos mais adequados e os mais confiáveis dentro
das possibilidades, para a melhor avaliação do estado nutricional em idosos. Em
relação à estimativa da gordura corpórea e sua distribuição, a análise por
bioimpedância elétrica tem alta exatidão, mas não identifica a gordura regional.
Vejam a tabela abaixo (Tabela 2). (TEXEIRA NETO, 2003).
23
Tabela 2 – Comparação dos métodos de estimativa da gordura corpórea e sua distribuição
Custo Grau de dificuldade
Exatidão Gordura regional
Peso e altura Baixo Fácil Moderada Não Pregas cutâneas Baixo Fácil Baixa Sim Circunferência Baixo Fácil Moderada Sim Bioimpedância Moderado Fácil Alta Não Tomografia computadorizada
Alto Difícil Alta Sim Ultra-som Alto Moderado Moderado Sim Ressonância magnética Alto Difícil Difícil Sim Potássio marcado Alto Difícil Difícil Não
Fonte: Gray, 1989
24
4 EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
A educação nutricional é considerada uma importante estratégia de promoção
da saúde, destacada em documentos produzidos por organizações internacionais,
como FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura),
OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), UNICEF (Fundo das Nações Unidas
para a Infância) e nacionais (Ministério da Saúde). (CERVATO et al, 2005).
A partir da educação nutricional, pode-se transmitir conhecimentos práticos da
nutrição, independente da classe social, capacitar idosos para conhecer o valor
nutricional dos alimentos e as técnicas corretas de utilizá-los em preparações, a fim
de suprir as necessidades orgânicas, respeitando e aproveitando das experiências
dos idosos. (PRASS; MOREIRA; OLIVEIRA, 2007)
Segundo estudo publicado em 2005 na Revista de Nutrição, este mostrou a
importância da educação nutricional para adultos e idosos. Durante este trabalho foi
realizado ações educativas, através de aulas ministradas por nutricionistas para
idosos e adultos acima de 45 anos, que frequentavam as instituições de ensino do
município de São Paulo. Os adultos e idosos, que participaram da pesquisa,
responderam um questionário (pré-teste/pós-teste) sobre conhecimento de nutrição.
Os resultados foram positivos, mostrando o aumento de conhecimento sobre
nutrição, consumo de lipídios, de proteínas e de colesterol, além de modificações em
hábitos alimentares, quantidade de água consumida e modificações no modo de
preparo de alimentos foram os mais citados (CERVATO et al, 2005).
O papel da educação nutricional não pode ser visto apenas para mudar os
hábitos alimentares e auxiliar nas escolhas de alimentos saudáveis, mas também, na
promoção da saúde e prevenção de doenças através de modificações de
comportamentos e hábitos saudáveis, levando em consideração os aspectos
25
socioeconômicos, culturais e faixa-etária da população ou indivíduo. (TAUFER;
SIVIEIRO; PICCOLI, 2002, p. 63 - 65).
A educação nutricional é importante em todas as faixas etárias, estabelecendo
hábitos e comportamentos alimentares que são passados de geração a geração.
Sendo que nem todos os hábitos alimentares que trazemos de nossos antepassados
são adequados, os quais devem ser passivos a mudanças, evitando, assim tabus
alimentares errôneos e ilusão. (TAUFER; SIVIEIRO; PICCOLI, 2002, p. 63 - 65).
Para educação nutricional ser eficiente e atingir os objetivos, o educador deve
ter conhecimentos técnicos e científicos, deve ser um profissional capaz de observar
as necessidades específicas do indivíduo ou grupo, fornecer apoio emocional, usar
uma linguagem acessível, ou seja, de fácil entendimento. (TAUFER; SIVIEIRO;
PICCOLI, 2002, p.63 – 65).
4.1 Educação nutricional para terceira idade
A educação nutricional é uma das formas de melhorar a qualidade de vida na
terceira idade.
A responsabilidade da alimentação no processo de envelhecimento é demonstrada em estudos científicos que associa o tipo de dieta consumida e o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, tais como as doenças cardíacas, alguns tipos de câncer, diabetes melito, distúrbios gastrintestinais e doenças ósseas. Estudos relatam que a metade da população acima de 65 anos tem alguma doença crônica ou alguma outra forma de limitação. (apud BUSNELLO, 2007, p.141-143, grifo do autor).
Através de práticas educativas em nutrição tem-se a capacidade de beneficiar
a saúde à longo prazo, diminuindo a procura de serviços de saúde públicos e
privados. (BUSNELLO, 2007.).
Reeducação alimentar é um processo de ensino, visando auxiliar o idoso a
selecionar e implementar uma alimentação saudável, comportamentos desejáveis e
estilo de vida dos idosos. (TAUFER; SIVIEIRO; PICCOLI, 2002).
O nutricionista deve estar atualizado sobre os conhecimentos da nutrição e ser
capaz de interpretar os avanços desta área, transmitindo de maneira clara, práticas
alimentares, melhorando a alimentação de indivíduos e de grupos, assim como,
promover prevenção de patologias associadas ao envelhecimento.(TAUFER;
SIVIEIRO; PICCOLI, 2002.).
26
4.2 Estratégias educativas
As estratégias educativas devem ser pautadas através da motivação,
identificando o que aumenta a vontade do idoso em modificar os hábitos e
comportamentos alimentares.
É amplamente descrito na literatura que os idosos têm a capacidade de
aprender e adquirir novos hábitos alimentares, independente da condição social e
cultural, mas isso pode depender da maneira como o educador transmite o
conhecimento. (FIGIOLI,2006)
Nenhuma estratégia de ensino pode ser considerada correta ou incorreta, boa
ou má. Sua adequação estará sempre em função:
• do diagnóstico, situação problema;
• das características da população alvo;
• dos objetivos;
• dos recursos disponíveis.(apud FIGIOLI, NASSER, p.105, 2006).
As estratégias educativas nutricionais não visam apenas transmissão de
conhecimento, mas também relaciona-se ao comportamento que deve ser
modificado. Portanto, deve-se incluir no processo de aprendizagem, os aspectos
cognitivos, afetivos e comportamentais.
A educação deve ser direcionada frente aos aspectos afetivos envolvidos no
comportamento, ou seja, valores, significado, crenças, percepções e motivações que
os justificam. Para a prevenção de complicações de doenças crônicas o
conhecimento e controle dos idosos em relação à ingestão alimentar deve ser
aprendido. As estratégias de educação nutricional são fundamentais e estão
relacionadas ao acesso às informações e o desenvolvimento de programas de
saúde voltado para idosos. (BUSNELLO, 2007, p.224).
Quanto à metodologia, estratégia e recursos, não é possível estabelecer quais
são os mais adequados, dependerá da patologia, do grupo-alvo, da disponibilidade
de recursos e do comportamento que deseja modificar. (FAGIOLI; NASSER, 2006,
p. 229-230).
Na seleção de recursos para trabalhar educação nutricional com idosos deve-
se considerar o nível de instrução, capacidade de abstração, condições
27
socioeconômicas, características culturais, características do processo de
envelhecimento, recursos disponíveis e o objetivo educativo. Há três tipos de
recursos que podem ser utilizados em relação ao objetivo desejado:
• com objetivo de motivar, utilizar recursos para representar os incentivos
motivacionais, relacionando com as necessidades;
• para transmitir o conhecimento, utiliza-se recursos ilustrativos,
exemplificando, relacionando ao tema em questão, induzindo ao raciocínio,
resumindo o tema e fixando a conclusão;
• relacionado a mudança de atitudes e práticas, aconselha-se utilizar recursos
que possam ser manipulados, os quais estimulam a participação do
educando. (FAGIOLI; NASSER, 2006, p.99).
Deve-se levar em consideração os fatores fisiológicos do processo de
envelhecimento, para trabalhar com a educação nutricional, tais como: alterações
dos sentidos, entre elas a audição e a visão. A diminuição visual dificulta a leitura de
letras pequenas, por isso, é importante utilizar fonte 14 ou 16 que são lidas com
mais facilidade; quanto a audição os idosos tem mais dificuldades de escutar vozes
agudas, eles escutam melhor tons mais graves. (BUSNELLO, 2007.).
28
5 PATOLOGIAS E ALGUNS FATORES DE RISCO
O envelhecimento é descrito como um processo normal e; quando o organismo
alcança a maturidade, a taxa de mudança catabólica celular se torna maior que a
taxa de regeneração celular, prejudicando a função orgânica do organismo,
ocorrendo também, uma perda progressiva de massa corpórea magra, podendo ser
influenciada pela genética do indivíduo ou pela influência prolongada do ambiente.
(ESCOTT-STUMP; MENDELSON; MAHAN, 1998).
No processo de envelhecimento ocorrem alterações fisiológicas, que
caracterizam-se por variáveis clinicamente comuns, como diminuição da capacidade
pulmonar, visual, auditiva, renal, imunológica, diminuição da densidade óssea.
Estas alterações fisiológicas têm seqüelas clínicas visíveis e aumentam a
probabilidade e predisposição do aparecimento de doenças crônicas. Entre as
doenças crônicas e fatores de risco comuns em idosos estão: o diabetes melitos, a
hipertensão, obesidade, as doenças músculo esquelético, cardiopatias e câncer,
sendo que todas com fatores dietéticos implicados.(MOREIRAS, 1995).
5.1 Diabetes Melito tipo 2 5.1.1 Conceito
O diabetes melito tipo 2 se caracteriza por uma resistência a insulina, hormônio
produzido pelas células beta do pâncreas, ou seja, as células do tecido muscular e
adiposo não conseguem metabolizar a glicose, assim , pode ocorrer a hiperglicemia.
Este tipo de Diabetes corresponde à 90-95 % dos casos de Diabetes diagnosticada,
com maior prevalência em indivíduos idosos. (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2000, p.
719-723).
29
5.1.2 Fatores de risco
Entre outros fatores de risco para diabetes melitos tipo 2 estão:
sedentarismo, obesidade, hereditariedade e história anterior de diabetes
gestacional.
Os principais sintomas são: sede excessiva, dificuldade de cicatrização
de feridas, formigamento nos pés, micção freqüente, polifagia, perda de peso e
alteração visual. (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2000.).
5.1.3 Prevalência do Diabetes Melito tipo 2
O diabetes melito tipo 2, tem prevalência de 20 % da população, cuja faixa
etária está acima dos 60 anos, chegando em países do Oriente Médio
ultrapassar os 30% (OMS, 2002). Segundo o Ministério da Saúde, no período de
2005 o número total de óbitos no Brasil por Diabetes melito foi ao total de 31.168
mil, sendo que os maiores números de óbitos estão na região sudeste (Tabela 3).
Durante o ano de 2006 foram registrados no sistema de Cadastramento e
Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos, 2655 pessoas com diabetes
melito tipo 2 no Rio Grande do Sul (Tabela 4) .
Tabela 3 - Óbitos por residência segundo Região - Causa - CID-BR-10: Diabetes Melito. Faixa Etária: 60 a 64 anos, 65 a 69 anos, 70 a 74 anos, 75 a 79 anos, 80
anos e mais. Período: 2005.
Região Óbitos p/ Residência Total 31.168 Região Norte 1230 Região Nordeste 9533 Região Sudeste 13462 Região Sul 5308 Região Centro-Oeste 1635 Total 31168
Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM.
30
Tabela 4- Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos – RS. Diabetes Tipo 2, segundo Ano/ Mês na faixa Etária ≥ de 60 anos
Período: 2006
Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos
5.1.4 Terapia nutricional para idosos com Diabetes Melito tipo 2
Os objetivos principais da terapia nutricional são:
• auxiliar para manter o nível de glicose sanguínea o mais próximo possível do
normal, através do equilíbrio entre alimento, insulina e atividade física,
evitando a hipoglicemia e a hiperglicemia;
• aporte calórico adequado para manutenção ou consecução do peso;
• ajudar o indivíduo a mudar o estilo de vida e aumentar o conhecimento;
• prevenção e tratamento de complicações do diabetes a longo prazo como
hipertensão, doenças renais, doenças cardiovasculares e neuropatias;
• melhora da saúde através do controle alimentar e nutricional.
A capacidade de metabolização da glicose diminui com a idade, o aumento da
intolerância a glicose ocorre em mais de 30% dos indivíduos idosos de ambos
sexos. A cada década, após os 40 anos, o nível plasmático de glicose de jejum
aumenta aproximadamente 2mg/dl e a glicemia plasmática, duas horas após a
sobrecarga de glicose por via oral aumenta 8 a 20 mg/dl por década. Estes fatores
são multifatorais, e eles estão relacionados com a secreção à síntese, dinâmica e
sensibilidade a insulina. (FRANK; SOARES, 2004, p. 49).
Ano Mês Diabetes_Tipo_2 2006/Jan 214 2006/Fev 232 2006/Mar 251 2006/Abr 219 2006/Mai 304 2006/Jun 271 2006/Jul 266 2006/Ago 280 2006/Set 211 2006/Out 220 2006/Nov 135 2006/Dez 52
Total 2655
31
O tratamento do diabetes requer mudança nos hábitos alimentares e estilo de
vida, o nutricionista tem que estar habilitado e atualizado sobre as recomendações
adequadas para o paciente diabético e ter responsabilidade pelos resultados da
avaliação nutricional. (FRANK; SOARES, 2004, p. 49).
A terapia nutricional tem um papel muito importante no controle do diabetes,
requer individualização e educação de auto-tratamento nutricional eficaz, devendo
em suas estratégias usar ferramentas educativas criativas. (SIQUEIRA;
RODRIGUES; FRUTUOS, 2007, p.54-57).
A adequação da dieta é uma medida fundamental no tratamento do diabetes,
assim como, o controle da glicemia e da insulina são muito importantes, pois este
controle reduz as complicações como poliúria, casos de infecções, taxa de
progressão de catarata, rinopatia diabética, doenças renais, além da melhora na
cicatrização de feridas e o controle da dislipidemia. (FRANK; SOARES, 2004, p. 49).
O controle da glicose pode ser feito através da contagem de carboidratos e
através do índice glicêmico (IG) dos alimentos, que é um método que foi proposto
pelo Dr. David Jenkins, pesquisador da universidade de Toronto/Canadá, em 1981.
O índice glicêmico indica a forma que os carboidratos são absorvidos e
utilizados, ou seja, é um indicador da velocidade de transformação do carboidrato
em glicose (glicose no sangue), trata-se de uma ferramenta fundamental na prática
clínica para orientação nutricional. (SIQUEIRA;RODRIGUES; FRUTUOS, 2007).
Através da redução do índice glicêmico da dieta, diminui a demanda de
insulina, melhorando o controle da glicemia, o qual tem importante papel na
prevenção e tratamento de doenças crônicas como diabetes, obesidade e doenças
cardíacas. (SIQUEIRA;RODRIGUES; FRUTUOS, 2007, p.54-57). A tabela 5
relaciona alguns alimentos com índice glicêmico.
O plano alimentar para o idoso diabético deve contemplar as necessidades
nutricionais dos indivíduos e, que seja aceitável pelo paciente, considerando a sua
ocupação, cultura, situação socioeconômica e hábitos alimentares.
Atualmente, sugere-se para pacientes diabéticos uma dieta rica em fibras,
principalmente, as solúveis, pois, melhora o metabolismo dos carboidratos, diminui o
colesterol total e o das lipoproteínas de baixa densidade, as fibra podem ser ingerida
através de alimentos como hortaliças, frutas, legumes e cereais inteiros. (LONGO;
NAVAROO, 2002, p. 148).
32
O carboidrato é um nutriente convertido em glicose, por isso deve-se ter um
controle de ingestão deste nutriente por pacientes diabéticos. A contagem de
carboidratos faz parte da terapia nutricional, podendo ser utilizada para diabéticos, é
um método que se contam gramas de carboidrato ingeridos nas refeições diárias.
Esta contagem auxilia no plano alimentar e controle nos níveis de glicemia
relacionado a insulina injetável.
A partir da contagem de carboidrato da dieta, pode ser estipulada a
necessidade de insulina para cada refeição, considerando que para cada 15g de
carboidrato é necessária 1 unidade de insulina. (BUSNELLO,2007)
O manual de contagem de carboidrato pode ser encontrado no site:
www.diabetes.org.br/aprendendo/contagem_carboidratos/.
Pacientes com diabetes melito devem substituir o açúcar por adoçantes
artificiais, que foram desenvolvidos para satisfazer o desejo por doces sem
acrescentar calorias e alteração na glicose. Sendo que há algumas restrições ao uso
destes produtos, segundo FRANK e SOARES (2004 p. 55):
• portadores de fenilcetonúria – não podem ingerir aspartame, pois este é
constituído de fenilalanina;
• hipertensos e portadores de algumas doenças renais- devem evitar a
ingestão de ciclamato de sódio e sacarina sódica, sendo que estes adoçantes têm
alto teor de sódio;
• indivíduos com intolerância a lactose – devem evitar adoçantes em pó, pois
muitos contêm lactose em sua composição.
• evitar a ingestão excessiva de adoçantes artificiais.
Na tabela 6 encontra-se algumas características e quantidades máximas de
ingestão de adoçantes.
Tabela 5 – Índice Glicêmico (IG) dos alimentos
Alto IG Moderado IG Baixo IG Glicose 100 Suco de Laranja 57 Maçã 36 Gatorade 91 Batata fervida 56 Pêra 36 Batata assada 85 Arroz branco 56 Grãos de bico 33 Flocos de milho 84 Arroz integral 55 Leite desnatado 32 Batata inglesa assada em microondas
82 Pipoca 55 Iogurte com frutas, baixo teor de gordura.
33
33
Wafers de baunilha 77 Batata doce 54 Bananas verdes 30 Creme de trigo instantâneo
74 Banana bem madura 52 Lentilhas 29
Mel 73 Ervilhas verdes 48 Leite integral 27 Melancia 72 Feijão cozido 48 Frutose 23 Pão branco 70 Arroz branco
parboilizado 47
Pão de trigo integral 69 Sopa de lentilhas 44 Farelo de trigo 69 Laranja 43 Refrigerante (fanta) 68 Espaguete sem molho 41 Chocolate 68 Pão de centeio integral 41 Cuscuz 65 Suco de maça sem
açúcar 41
Açúcar refinado 65 Passas 64
Fonte: Foster; Miller apud Frank; Soares (2004, p. 51).
Tabela 6 – Adoçantes, algumas característica e quantidade aceitável de ingestão segundo a OMS
Adoçante Características Quantidade
máxima Aspartame Composto de dois aminoácidos L- aspartame
e L fenilalanina 40mg x peso
atual Ciclamato de sódio
30 vezes mais doce que o açúcar 11mg x peso atual
Sacarina sódica
250 vezes mais doce que o açúcar 5 mg x peso atual
Stévia 300 vezes mais doce que o açúcar 5,5 mg x peso atual
Acessulfame-K 200 vezes mais doce que o açúcar 15 mg x peso atual
Fonte: Autoria própria, 2007. * Dados retirados Frank; Soares(2004, p. 55 - 56) e Teixeira Neto (2003, p. 35). 5.2 Hipertensão
5.2.1 Conceito
Hipertensão é uma doença crônica, sendo definida como pressão sistólica igual
ou superior a 140mmHg ou a pressão diastólica igual ou superior a 90mmHg ou
ambas. Normalmente, a hipertensão está associada a outra patologia geralmente
endócrina. A maioria dos casos de hipertensão é assintomática, mas, apesar da
ausência de sintomas a pressão arterial elevada pode causar vários danos ao
organismo. (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2000, p. 576-577) .
34
5.2.2 Fatores de risco
Há vários fatores que podem estar associados à hipertensão arterial tais como:
• há um risco maior de aumentar a pressão arterial com a idade,
principalmente, em pessoas acima de 35 anos de idade;
• histórico familiar, pessoas com familiares com pressão arterial elevada têm
maior chance de serem hipertensas;
• hipertensão é mais comum em pessoas negras em relação as branca;
• a ingestão excessiva de sódio aumenta a pré - disposição para o aumento da
pressão arterial;
• o abuso de álcool pode estar associado a pressão alta;
• obesidade e excesso de peso aumenta a probabilidade de desenvolver
hipertensão arterial;
• pessoas que tem uma vida sedentária, aumenta a probabilidade de excesso
de peso, elevando o risco de desenvolver hipertensão. (MAHAN, ESCOTT-
STUMP, 2000, p.576-577).
5.2.3 Prevalência
A hipertensão arterial acomete cerca de 22% da população brasileira acima
dos 20 anos, sendo responsável por 80 % de acidentes cérebros-vasculares, 60%
dos infartos agudo do miocárdio e 40% das aposentadorias precoces, assim
aumentando os custos com internações. (ZAITUNE, 2006.).
No Brasi; a prevalência estimada de hipertensão, atualmente, é de 35% da
população acima de 40 anos. Isto representa em números absolutos um total de 17
milhões hipertensos, segundo estimativa de 2004 do Instituto Brasileiro de Geografia
Estatística (IBGE, 2004).
5.2.4 Terapia nutricional para idosos com hipertensão arterial
Em média, a metade da população idosa tem hipertensão arterial, mas isto não
é conseqüência do envelhecimento. O risco de patologias de doenças
35
cardiovasculares entre idosos é 2 a 3 vezes maior em relação a população de idade
média, alguns estudos mostram que a redução do peso e da ingestão de sal, pode
diminuir ou eliminar o tratamento farmacológico para hipertensão. (MAHAN,
ESCOTT-STUMP, 2000.).
O tratamento nutricional da hipertensão arterial visa o controle da pressão
arterial e reduzir as doenças cardiovasculares, peso e a mortalidade de pacientes
hipertensos (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2000.).
Tem sido enfatizada a importância da dieta na prevenção e controle da
hipertensão, levando em consideração que vários nutrientes estão associados à
hipertensão arterial, tais como: sódio, potássio, cálcio, magnésio, gordura, fibras,
carboidratos, cafeína, antioxidantes, vitaminas. Também, é associado o consumo de
bebidas alcoólicas e o excesso calórico, sendo que algumas destas associações
estão comprovadas através de estudos e outras ainda não (MAHAN, ESCOTT-
STUMP, 2000).
Dentre os fatores associados à hipertensão está o excesso de peso, estudos
epidemiológicos, relacionam a prevalência de hipertensão em indivíduos com
sobrepes (SABRY, SAMPAIO, SILVA, 2007).
O consumo de bebida alcoólica está associado a pressão alta, foi estabelecido
que a ingestão acima de 30ml de etanol/dia para homens e 15ml de etanol/dia para
mulheres é considerado fator de risco para desenvolvimento de hipertensão
(SABRY, SAMPAIO, SILVA, 2007.)
O consumo de sódio(sal), embora seja discutível em relação a hipertensão, é
aceito por quase todos, como os órgãos oficiais recomendam a sua
restrição(SABRY, SAMPAIO, SILVA, 2007). O quadro 4 descreve algumas dicas
para redução de sódio na dieta.
Segundo Busnello (2007, p.141), o estudo epidemiológico multicêntrico
INTERSALT mostra que a elevação da pressão arterial com o avançar da idade está
relacionada com o sal da dieta, ocorrendo uma significativa correlação entre a
excreção de sódio urinário e a elevação da pressão arterial (BUSNELLO,2007)
Segundo o Institute of Medicine of the National Academies(IOM, 2004), a
recomendação de sódio é de 1,3g/dia para homens com 51 a 70 anos, e acima de
70 anos 1,2g/dia, e para mulheres com idade igual ou superior a 51 anos é
recomendado 8g/dia .
36
O paciente hipertenso deve ter uma dieta com controle de sal, o excesso de
sódio na alimentação influencia não apenas para o agravamento da doença, mas é
um fator de risco que deve ser levado em consideração, sendo assim, comer menos
sal e alimentos ricos em sódio faz parte do tratamento e prevenção da hipertensão.
O VII JOINT recomenda restringir o consumo de sal dietético para menos de 6
gramas por dia (BUSNELLO, 2007).
O profissional da nutrição deve orientar o paciente a não adicionar sal na
comida pronta e cozinhar com pouco sal, levando em consideração que para idosos
recomenda-se que a diminuição do sal seja gradual. (BUSNELLO, 2007, p.141-143).
Quadro 4 – Dicas para reduzir o sal na alimentação
• verifique a quantidade de sódio nos rótulos dos alimentos. Prefira os
produtos com quantidade de sal reduzida ou sem sal;
• use pouco sal nas preparações e utilize temperos naturais de sua
preferência,
• não adicione sal em saladas e preparações prontas;
• não use saleiro na mesa, muitas pessoas têm o hábito de colocar sal na
comida, quando vêem o saleiro;
• Evite utilizar temperos industrializados;
• use ervas e condimentos, alho, cebola e suco de limão. Eles podem dar um
novo sabor para o alimento.
Fonte: Autoria própria, 2007.
5.3 Constipação intestinal
5.3.1 Conceito
A constipação intestinal é definida por fezes duras, dificuldade de evacuar ou
evacuação incompleta, e movimentos peristálticos intestinal não freqüentes. Em
idosos, fezes duras, evacuação incompleta e dificuldade de passagem de fezes
podem ser mais problemáticas que os movimentos peristálticos intestinais não
freqüentes. (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2000).
37
Os sintomas da constipação intestinal mais comuns são: distensão ou dor
abdominal, principalmente no baixo ventre, eliminação de muco, evacuar sangue
com as fezes, dor ao evacuar, indisposição, alteração no apetite entre outros.
(MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2000).
5.3.2 Causas da constipação intestinal
As causas mais comuns da constipação intestinal em idosos são:
• dieta pobre em fibras;
• baixa ingestão de líquidos;
• ausência repetida de resposta ao estímulo de defecar;
• inatividade e uso crônico de laxantes;
• tensão nervosa ou ansiedade pode agravar a constipação;
• efeito colateral de medicação;
• anormalidade metabólicas como hipotiroidismo, uremia, e hipercalcemia;
• doença vascular do intestino grosso;
• ausência de exercícios físicos;
• doenças superior do trato gastrintestinal;
• doença celíaca;
• úlcera duodenal;
• câncer gástrico;
• patologias neurológicas e musculares;
• fibrose cística;
• doenças do intestino grosso, como falha de propulsão por todo o cólon,
obstrução das estruturas anorretais,
• síndrome do cólon irritável;
• físsuras anais ou hemorróidas. (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2000).
5.3.3 Prevalência
A prevalência de constipação intestinal está entre 10 a 20% da população,
sendo que aumenta a incidência entre mulheres e idosos. Em idosos,
38
institucionalizados por longos períodos a prevalência de constipação intestinal é
cerca de 50% (BUSNELLO, 2007).
5.3.4 Terapia nutricional em idosos com constipação intestinal
O tratamento da constipação intestinal é baseado em uma dieta rica em fibras
solúveis e insolúveis, as quais aceleram o transito intestinal e tem capacidade de
reter líquido levando as fezes ficarem mais macias, com volume maior, além de
estimular os movimentos peristálticos. Dietas pobres em fibras resultam em trânsito
intestinal lento e excesso de absorção de água no intestino e formação de fezes
duras. Deve-se estimular o idoso a tomar água e líquidos, assim como, fazer
atividade física após autorização médica. (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2000). Na
tabela 7 consta a quantidade de fibras de alguns alimentos.
Segundo ao Institute of Medicine of the National Academies (IOM, 2002), a
quantidade de fibras recomendada é de 30 g/dia para homens com idade igual ou
superior a 51 anos, e de 21 g para mulheres com idade igual ou superior a 51 anos.
O paciente que faz uso de laxante por períodos prolongados deve substituí-lo,
progressivamente, por produtos mais suaves com objetivo da retirada total deste.
(MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2000).
A prevenção é um fator importante, deve-se com a reeducação alimentar e de
hábitos para evacuar, a ingestão de alimentos ricos em fibras regularmente, ingestão
de líquidos e tratamento ou controle de enfermidades subjacentes locais ou
sistêmicas, além da revisão dos medicamentos, principalmente, os de uso contínuo.
(MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2000).
Existem algumas frutas que são importantes no tratamento da constipação
intestinal como a ameixa seca, figo e mamão. (WILLIAMS,1997. p 370)
Recomendações gerais para idosos constipados segundo Williams (1997. p
370):
• ingestão de frutas, verduras, legumes e cereais de preferência integrais;
• beber de 1,5 á 2 litros de líquido diário (água, suco, chá, etc);
• é indicado farelo de trigo com moderação, pois em grande quantidade pode
irritar o trato gastrointestinal;
• cuidado com o uso excessivo de óleo mineral, este afeta a absorção de
39
vitaminas A, D e K;
• evitar os seguintes alimentos: maisena e seus subprodutos, observar a
tolerância à ingestão de maçã, banana e preparações secas em grande
volume;
• prefirir : frutas cruas com bagaço, verduras folhosas, legumes, leguminosa
com casca, leite, iogurte, aveia e cereais integrais.
Tabela 7 – Teor de fibras por 100g do alimento
Alimento Fibras (g) Alimento Fibras (g) Cereais e derivados Verduras, frutos Arroz integral 4,32 Abóbora cozida 2,24 Arroz polido 2,94 Abobrinha cozida 1,41 Aveia em flocos (cru) 6,42 Berinjela cozida 2,55 Aveia em flocos cozida 1,56 Chuchu cozido 1,15 Biscoito integral salgado
7,93 Quiabo cozido 2,21
Farelo de cereais 33 Tomate cru 1,12 Macarrão de semolina 1,64 Raízes e Bulbos Pão de centeio 7,15 Aspargo 1,74 Pão de forma 3,7 Batata cozida 2,99 Pão francês 6,41 Batata doce 4,2 Pão integral 7,03 Cebola crua 1,58 Tubérculos e raízes Enlatados Inhame 2,17 Ervilha 5,29 Mandioca cozida 4,41 Milho 6,86 Mandioca, farinha 9,78 Palmito 2,15 Milho, canjica 9,32 Frutas Leguminosas Abacate 2 Ervilha grão seco 10,18 Ameixa vermelha com
casca 1,58
Feijão fradinho cru 11,72 Banana prata (coz.) 5,01 Feijão fradinho cozido 11,54 Caqui 3,56 Feijão mulato cozido 11,71 Figo 1,44 Feijão roxinho cozido 13,47 Goiaba 5,3 Grão de bico cozido 9,83 Laranja –lima sem
bagaço 0,8
Lentilha 12,53 Maçã sem casca 1,16 Soja 4,2 Mamão 1,75 Soja, farinha 2,5 Maracujá 16,9 Verduras Tangerina 0,58 Agrião cozido 2,28 Doces Alface 1,57 Cocada 4,7 Brócolis 1,88 Chicória cozida 2,05
40
Couve cozida 2 Couve flor cozida 2,20 Espinafre 1,39 Repolho cozido 2,43
Fonte: Autoria própria, 2007. *Dados obtidos de FRANK; SOARES (2004, p. 65-67) e FRANCO (2004, p.183).
5.4 Dilipidemia
5.4.1 Conceito
Dislipidemia é caracterizada pelo aumento da taxa de lipídios no sangue, pode
ocorrer devido o aumento dos triglicerídeos (TG) chamado de hipertrigliceridemia,
pelo aumento do colesterol, neste caso, chamado de hipercolerterolemia ou por
ambos dislipidemia considerada mista. Ainda, pode ser causada pela redução da
lipoproteína de baixa densidade (HDL) (SIQUEIRA, ABDALLA, FERREIRA, 2006).
Colesterol é um componente das células, transportado até elas e ligado pelas
lipoproteínas, o HDL – colesterol (lipoproteína de baixa densidade), LDL- colesterol
(lipoproteína de baixa densidade calórica) ou VLDL – colesterol (lipoproteína de
muito baixa densidade). Este tem a função de transportar os triglicérideos do fígado
para os tecidos. O HDL é conhecido popularmente por “colesterol bom”, pois é
responsável por transportar o colesterol livre dos tecidos periféricos para o fígado,
impedindo o seu depósito, o LDL é conhecido popularmente como “colesterol ruim”
tem função de depositar colesterol nas células, está associado a arteroesclerose
(ISOSAKI, CARDOSO, 2004, p 13-14).
Através de estudos epidemiológicos foi evidenciado que o colesterol sérico
parece ter um pico de elevação nos homens 50 a 59 anos e nas mulheres de 60 a
69 anos, os triglicerídeos aumentam com o envelhecimento refletindo na redução da
capacidade do idoso de remover lipídios do sangue (NETTO, 2002, p. 264).
Uma das maiores causa de mortalidade no mundo são as doenças
cardiovasculares. Há vários fatores de risco para o desenvolvimento dessas
doenças, tais como: dislipidemia, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes melito.
Dentre estes fatores, a dislipidemia vem surgindo como um dos mais importantes,
pois estudos revelam que com a diminuição dos níveis de colesterol total e LDL está
associada a menor incidência de doenças cardiovasculares e acidente vascular
41
cerebral (MOREIRA, 2006 p. 482). Veja nas tabelas 8 e 9 os valores de referência
dos lipídios plasmáticos e dos triglicerídeos plasmáticos.
Tabela 8- Valores de referência (mg/dl) dos lipídeos plasmáticos para indivíduos maiores de 20 anos
Fonte: Nacional Cholesterol Education Program (NCEP),2001. (ISOSAKI, CARDOSO,2004).
Tabela 9 - Valores de referência (mg/dl) dos triglicerídeos plasmáticos para indivíduos maiores de 20 anos
Fonte: Nacional Cholesterol Education Program (NCEP),2001. (ISOSAKI, CARDOSO,2004)
5.4.2 Causas da dislipidemia
• Alterações genéticas do metabolismo das lipoproteínas, dependendo,
portanto, de alteração familiar herdada (dislipidemias primárias);
• doenças que acompanham, secundariamente, o aumento das gorduras, como
por exemplo, o diabetes, a doença renal crônica, a obesidade, o
hipotireoidismo, o alcoolismo e a icterícia obstrutiva (doença do fígado);
• Efeitos de medicamentos como diuréticos, anabolizantes, corticosteróide e
betabloqueadores;
• excessiva ingestão de alimentos ricos em gorduras e carboidratos.(MAHAN,
STUMP,2003.)
LIPÍDEOS VALORES Categoria Colesterol Total < 200
200 – 139 ≥ 240
Ótimo Limítrofe
Alto LDL – Colesterol < 100
100-129 130-159 160-189 ≥190
Ótimo Desejável Limítrofe
Alto Muito alto
HDL – Colesterol <40 ≥60
Baixo Alto
LIPÍDEOS VALORES Categoria Triglicerídeos < 150
150 – 199 200-499 ≥ 500
Ótimo Limítrofe
Alto Muito alto
42
5.4.3 Prevalência
A prevalência de hipercolesterolemia é mais elevada em mulheres que em
homens, sendo com incidência maior na faixa etária dos 64 aos 74 anos de idade.
Em homens entre 65 a 84 anos a prevalência é de 16,6 % e nas mulheres 39,7%.
(MORIGUCHI, MICHELON, 2002).
5.4.4 Terapia nutricional em idosos com dislipidemia
O objetivo da terapia nutricional é reduzir a quantidade de ingestão de ácidos
graxos saturados, colesterol e adequar as calorias de acordo com as necessidades
individuais, promovendo redução de peso, quando necessário. (BUSNELLO, 2007).
O consumo em excesso de ácidos graxos saturados aumenta o colesterol total,
inibe a redução plasmática de partículas de LDL, conseqüentemente, elevando este,
e também está relacionado com o aumento dos níveis de triglicérides (NAHAN,
STUMP, 2003). A recomendação de consumo de gordura saturada é de até 7% do
valor energético total de lipídeos.
Os ácidos graxos trans são óleos vegetais, que passam pelo processo de
hidrogenação parcial, e eles tem a estrutura semelhante ao ácido graxo saturado.
Porém, o consumo excessivo de gordura trans, além de elevar o LDL reduz o HDL.
Encontramos gordura trans em vários produtos industrializados como: salgadinhos,
biscoitos , sorvetes, temperos, margarinas, gorduras para fritura, salgados folhados,
entre outros. A recomendação de ingestão de gordura trans segundo a OMS
(Organização Mundial de Saúde) é de 1 %do valor energético total da dieta
(BUSNELLO, 2007).
Os ácidos graxos poliinsaturados mais conhecidos são ômega 6 e ômega 3, os
quais não são produzidos pelo organismo, portanto, devem ser oferecidos na dieta.
Estão relacionados com a redução do colesterol total, do LDL, dos triglicerídeos,
redução da agregação plaquetária, melhora a função endotelial, redução da pressão
arterial e com aumento do HDL. Encontramos gorduras poliinsaturadas nos
seguintes alimentos: em peixes de águas frias (sardinha, cavalinha e salmão), óleos
vegetais,(girassol, milho, canola, oliva e soja, nozes, entre outros). A quantidade
recomendada de ácidos graxos poliinsaturados são de 10% do valor energético total
43
da dieta, sendo que a OMS, preconiza o consumo de 1 -2% de ômega 3 e 5-8% de
ômega 6. Veja na tabela 10 a quantidade de lipídeos e ácidos graxos de alguns
alimentos (BUSNELLO, 2007).
Para reduzir os níveis de colesterol sanguíneo, deve-se restringir a ingestão de
alimentos com alto teor de colesterol, tais como: miúdos, lacticínios integrais,
biscoitos amanteigados, preparações fritas, folhados, embutidos (salame, salsicha,
salsichão), pele de aves, gordura animal, gema de ovo, entre outro conforme mostra
a Tabela 11. No quadro 5 estão relacionadas algumas dicas para reduzir a ingestão
de lipídeos na dieta (NAHAN, STUMP, 2003).
As fibras solúveis são importantes para a prevenção e auxílio no tratamento
das dislipidemias, pois têm a propriedade de se ligarem à água, formando um gel
que reduz a absorção dos lipídios e carboidratos, regulando os níveis plasmáticos de
glicose, colesterol, e triglicerídeos, além de formar substrato de rica flora intestinal
bacteriana. (GONSALVES, et al, 2007).
Através de estudos sobre a soja foi comprovado que esta tem um efeito
hipocolesterolêmico. Os alimentos ricos que possuem soja são: leite de soja, queijo
de soja, molho de soja, feijão de soja, entre outros (BUSNELLO, 2007).
Além da terapia nutricional é importante a mudança do estilo de vida, como o
aumento da atividade física. (NAHAN, STUMP, 2003).
Tabela 10 – Lipídeos e ácidos graxos de alguns alimentos
Alimento(100g) Gordura (g)
AG saturado
AG monoinssaturado
AG poliinsaturado
Carne de boi magra 4,6 44 50 4,3 Frango s/pele 3,2 35,2 47,6 14,9 Peru s/pele 1,1 36,5 26,9 34 Peixe, carne magra 2,2 23 38 35 Porco, carne magra 7,1 42,5 47,9 8,3
Fonte: McCance e Widdwson’s. The composition of food. Elsevia/North: Biomedical Press, 1985. *Dados obtidos de FRANK; SOARES, (2004, p. 88).
Quadro 5 – Dicas para reduzir a quantidade de lípideos na dieta
• evitar comer frituras, preferindo alimentos cozidos, grelhados ou assados;
• preferir carnes magras;
• retirar a pele do frango antes de prepará-lo;
44
• substituir leite integral por desnatado;
• substituir manteiga por margarina com baixo teor de lipídeos;
• substituir um ovo por 2 claras;
• consumir queijos de cor clara (ricota, mussarela e queijo de minas);
• evitar alimentos embutidos (salame, salsichão, etc)
• cozinhar os alimentos com pouca gordura;
• evitar alimentos folhados e amanteigados.
Fonte: Autoria própria, 2007. *Alguns dados obtidos de FRANK; SOARES, (2004 p. 90).
Tabela 11 - Alimentos e teor de lipídeos
Alimentos (100g) Lipídios Alimentos (100g) Lipídios Aipim frito 14,5 Hambúrguer 21 Almôndegas bovina 12,79 Maionese
industrializada 13,9
Bacon 69,3 Manteiga 81 Banana à milanesa 13,5 Margarina 75,71 Batata doce frita 14,6 Ovo de galinha frito 17,2 Batata inglesa frita 13,2 Pastel de carne 15,92 Batata Ruffles 35 Pastel de queijo 19,62 Berinjela frita 20,36 Peixe frito 26,10 Bife bovino à milanesa 16,86 Pizza calabresa 14,24 Bife bovino à parmegiana
22,4 Pizza mussarela 14,59
Biscoito amanteigado 33,31 Pizza frango c/ catupiri 71,42 Chocolate 29 Pudim de leite 24,34 Copa 23 Queijo prato 27,74 Coração de galinha 9,4 Salame 20,8 Costela de boi assada 36,41 Salamito 20,8 Costela de porco cozida
33,1 Salsicha em lata 25,5
Frango à milanesa 16,15 Salsichão 41 Fonte: Autoria própria, 2007. *Dados obtidos de Pinheiro et al (2005, p. 3-98) 5.5 Obesidade
5.5.1Conceito
A Obesidade é caracterizada pelo excessivo acúmulo de gordura corporal,
associada a problemas de saúde, ou seja, que traz prejuízos à saúde do indivíduo.
45
Durante o período de menopausa, ocorrem alterações nos lipídeos plasmáticos,
especialmente, em mulheres obesas. O excesso de peso é uma das alterações da
composição corporal, que ocorre no processo de envelhecimento, ocorre também a
redução da massa muscular e aumento do tecido adiposo e gordura visceral, estes
fatores estão associados a doenças cardiovasculares e a debilidade pulmonar
(FRANK; SOARES, 2004, p.86).
5.5.2Causas
• aspecto genético;
• dieta hipercalórica;
• desequilíbrio entre o consumo calórico e o gasto energético;
• hipotireoidismo
5.5.3 Prevalência
Cerca de 28 milhões de pessoas com mais de 20 anos no Brasil estão com
sobrepeso e 10 milhões com obesidade de acordo com os padrões estabelecidos
pela OMS e pela (FAO).
Os índices de obesidade no mundo, entre 1980 e 2000 tiveram aumento em
todas faixas etárias. Em relação as pessoas de 50 a 59 anos, o percentual de
obesidade aumentou de 19% para 28%. Sendo que na população acima de 60 anos,
em 1990, a prevalência era de 13% de idosos obesos (BUSNELLO, 2007).
Segundo índices da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), realizada em
2003, mostram que o excesso de peso afeta 41,1% dos homens e 40% das
mulheres, tendo em vista que destes, 8,9% dos homens e 13,1 % das mulheres são
obesos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
5.5.4 Terapia nutricional em idosos obesos
A terapia nutricional em idosos obesos tem como objetivo a diminuição gradual
do peso, diminuir a sobre carga cardíaca, baixar e controlar os níveis de lipídios,
46
triglicérideos e glicose, reduzir a morbimortalidade por doenças cardíacas e
educação alimentar (ISOSAK, CARDOSO, p. 38, 2004).
A conduta nutricional para pacientes obesos é a dieta hipocalória, para que se
obtenha a diminuição de peso do idoso, alguns alimentos devem ser controlados ou
restringidos, vai depender da avaliação do paciente e se possui alguma outra
patologia como diabetes, dislipidemia, doenças cardiovasculares. A dieta deve suprir
todas as necessidades do idoso, evitando carências nutricionais.(PAPALÉO NETTO,
2004).
Recomenda-se que o valor calórico total (VCT), deve ser calculado
individualmente, pois vai depender de alguns fatores como a idade, sexo, atividade
física entre outros. (PAPALÉO NETTO, 2004).
- Recomendações nutricionais para idosos obesos:
• fracionar as refeições com o objetivo de redução da sensação de fome;
• substituir o açúcar por adoçante;
• restringir o consumo de bebidas alcoólicas, pois fornecem um valor elevado
de caloria;
• restringir o consumo de alimentos ricos em gorduras, principalmente, as
saturadas e gorduras transaturadas, devido ao alto valor calórico destes
alimentos e por aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
• evitar a ingestão de açúcar refinado, mascavo invertido,mel, creme de leite,
leite condensado,doces em geral, refrigerantes, carnes gordurosas, frituras,
toucinho e embutidos entre outros (PAPALÉO NETTO, 2002).
Segundo Teixeira Neto (2003, p. 194), o tratamento da obesidade é uma tarefa
árdua, tanto para paciente quanto para equipe envolvida, pois trata-se de uma
doença crônica de grave conseqüências.
5.6 Anemia
5.6.1 Conceito
A anemia é caracterizada pela diminuição de hemoglobina circulante, que tem
a função de transportar oxigênio dos pulmões para os tecidos, desencadeada por
mecanismos fisiopatológicos é um problema hematológico que acomete idosos. O
47
diagnóstico para identificar o tipo de anemia em idosos é através de exames clínicos
e laboratoriais como indicadores de hemoglobina (Hb), hematócrito (Hct) e hemácias
(He), e os indicadores hermatimétricos: volume corpuscular médio (VCM),
hemoglobina corpuscular média (HCM), concentração de hemoglobina corpuscular
média (CHCM) e amplitude de distribuição de eritrócitos (RDW). (BARBOSA,
ARRUDA, DINIZ, p.288, 2006). A tabela 12 mostra alguns tipos de anemias segundo
VCM e o RDW e a tabela 13 os valores de referência hematológico. Os principais
sintomas causados pela anemia são:dispnéia, fadiga, fraqueza e palpitação
(FRANK; SOARES, 2004).
Existem vários tipos de anemias, entre elas estão:
• a anemia por deficiência de ferro é muito comum em idosos ( BUSNELLO,
2007), caracteriza-se pela produção de eritrócitos pequenos e um nível
menor de hemoglobina circulante, ocorre por período prolongado de restrição
de ferro;
• anemia megaloblástica ocasionada por um distúrbio na síntese do DNA,
ocorrendo alterações funcionais nos eritrócitos, plaquetas e seus
precursores no sangue e medula óssea, sendo causada em grande parte por
deficiência de vitamina B12 e folato;
• anemia perniciosa é causada pela deficiência de Vitanina B12, geralmente,
ocorre pela falta de fator intrínseco (FI), uma glicoproteína do suco gástrico
fundamental que é responsável pela absorção da vitamina B12 (NAHAN,
STUMP, 2003).
Tabela – 12 Classificação das anemias, segundo VCM e o RDW
RDW (%)
VCM(fl) ≤14 >14
<80 Talacemia menor
Anemia por doença crônica
Anemia ferropriva
80-97 Anemia por doença crônica
Hipotiroidismo
Anemia sinderobléstica
Síndrome mielodisplásia
>97 Alcoolismo
Hepatopatias
Anemia megeloblástica
Hemólise
Fonte: Failace, 1995 (BARBOSA, ARRUDA, DINIZ, p.289, 2006).
48
Tabela 13 -Valores de referência dos parâmetros hematológicos, segundo o sexo
Parâmetros Mulheres Homens Hb (g/dl) <12,0 <13,0 VCM (fl) 81-99 80-98 CHCM(%) 32-35,8 32,0-37,0 RDW(%) 10,0-15,0 10,0-15,0
Fonte : WHO,2001 (BARBOSA, ARRUDA, DINIZ, p. 289, 2006).
5.6.2 Causas
As principais causas da anemia segundo NAHAN, STUMP(2003 p. 757-758):
• ingestão inadequada de ferro na dieta;
• absorção inadequada de ferro;
• ingestão inadequada de B12 e ácido fólico;
• perda sangüínea (hemorragias).
5.6.3 Prevalência
Existe uma grande variação de prevalência de anemia em idosos em relação a
diversas pesquisas realizadas. A prevalência de anemia varia de 2,9 á 61%, em
homens e 3,3 a 41 % em mulheres. Os tipos mais freqüentes de anemia em idosos
são por doenças crônicas e a ferropriva (por deficiência de ferro) (BARBOSA,
ARRUDA, DINIZ, 2006, p. 288).
5.6.4 Terapia nutricional em idosos anêmicos
O objetivo da terapia nutricional é fornecer um aporte adequado de ferro, ácido
fólico e vitamina B12, visando recuperar a saúde do idoso e suprir todas as
necessidades nutricionais (MAHAN, STUMP, 2003).
A ingestão recomendada segundo ao Intitute of Medicine (IOM, 2004), de ácido
fólico é de 400µg por dia e as principais fontes de alimentos são: fígado, frutas e
vegetais .Para o ferro é recomendado o consumo de 8 mg por dia, para pessoas
acima de 51 anos de ambos os sexos e as principais fontes são fígado, miúdos,
carne vermelha, ovos, vegetais folhosos verdes escuros e frutas secas. A ingestão
49
adequada de vitamina B12 para homens acima de 51 anos é de 1,7µg por dia e para
mulheres 1,5 µg por dia, as fontes desta vitamina são de origem animal.
Existem alguns fatores que influenciam a biodisponibilidade do ferro na dieta,
pois a absorção de ferro depende dos níveis de reserva de cada indivíduo, quanto
menor as reservas de ferro maior a absorção, ou seja, indivíduos com anemia por
deficiência de ferro absorvem 20% a 30% do ferro na dieta e pessoas que não têm
anemia absorvem 5% a 10% de ferro da dieta (MAHAN, STUMP, 2003).
A ingestão de ácido ascórbico (vitamina C) nas refeições aumenta a
biodisponibilidade melhorando o aproveitamento do ferro absorvido e os alimentos
ricos em cálcio devem ser evitados, pois diminuem a absorção do ferro
(LANZILLOTTI et al, 2005). Outro fator que influência na absorção é o tipo de ferro, o
não-heme que é encontrado em vegetais, ovos, grãos, frutas entre outros. A sua
absorção é menor em relação ao ferro heme que é encontrado nas carnes de peixe,
boi e aves (NAHAN, STUMP, 2003).
A dieta para idosos anêmicos deve priorizar alimentos como os folhosos de
cores verdes escuras, que contém ferro e ácido fólico, o fígado deve ser consumido
com freqüência, pois é rico em ferro, vitamina B12 e ácido fólico entre outros
nutrientes. Leites, seus derivados e ovos são ricos em vitamina B12. Nas tabelas
14, 15 e 16 encontramos as quantidades de ferro, vitamina B12 e ácido fólico de
alguns alimentos.
Tabela 14 – Fontes alimentares de ferro
Alimento(100g) Ferro (mg)
Abóbora, sementes 9,17 Açaí fruto 12,2 Acelga, folhas e talos 3,55 Açúcar mascavo 4,2 Aipim, folhas 7,6 Aveia, flocos 4,5 Brócolis, folha 15 Carne de boi crua 2,85 Ervilha seca 6 Farinha de soja 9,10 Feijão preto 4,3 Fígado de boi cru 12,10 Flocos de cereais 12,5 Folhas de mandioca 7,6 Gema de ovo 5,87
50
Marisco, carne 12,70 Melaço 7,4 Melado de cana 22,32 Repolho 4,2 Rim de boi cru 5,7
Fonte Franco, G., 2007, p.247.
Tabela 15 – Fontes de alimentares de vitamina B12
ALIMENTO PORÇÃO VITAMINA B12 µg
Grupo das proteínas Frango/peru 90g 0,3 Hambúrguer 90g 8,0 Costela de porco 90g 0,9 Filé de lombo 90g 0,5 Fígado de frango 90g 16,5 Fígado de porco 90g 15,8 Rim de porco 90g 6,6 Peixe espada 90g 1,7 Sardinha(molho de tomate)
90g 7,7
Salmão 90g 5,8 ovos 1 uni. 0,5 Grupos dos produtos lácteos
Leites (todos) 1 xícara 1,4 Iogurte 1 xícara 1,4 Queijo cottage 1/3xícara 0,6 Queijo mussarela/americano
30g 0,2
Ricota /provolone 30g 0,4 Queijo suíço 30g 0,5
Fonte: Tracy Stopler Kasdan,RD., 1995. Dados obtidos de NAHAN; STUMP (2003 p. 767).
Tabela 16 – Fontes de alimentares de ácido fólico.
ALIMENTO(100g) Ácido fólico µg Abóbora 20 Batata 8 Brócolis 100 Cenoura 30 Espinafre 130 Feijões 12 Fígado bovino 120 Ovo 80 Queijo 16
Fonte: FRANK, SOARES (2004, p.139).
51
5.7 Osteoporose
5.7.1 Conceito
A osteoporose é caracterizada pela porosidade e fragilidade óssea, devido
à redução da densidade da mineração óssea pela perda de sais e cálcio dos
ossos. No início é assintomática, mas, à longo prazo, podem ocorrer fraturas com
sérias complicações, além de depressão ansiedade, dores musculares,
irritabilidade, insônia, inquietação, agressividade,instabilidade emocional,
angústia e anorexia. FRANK; SOARES, 2004, p. 89). Existem dois tipos de
osteoporose:
• o tipo I, que é a osteoporose pós – menopausa que acomete mulheres após
alguns anos e devido a interrupção da produção do hormônio estrógeno,
também podem ocorrer casos de menopausa tipo I em homens devido a
diminuição de produção de andrógeno.
• tipo II está associada a idade e ocorre por volta dos 65 anos em ambos os
sexos. (MAHAN; ESCOTT-STUMP, 2000, p. 605).
5.7.2 Causas e fatores de risco para desenvolver osteoporose
Causas:
• processo de envelhecimento é responsável pela perda de sais de cálcio
ósseo;
• baixa ingestão de cálcio;
• distúrbios hormonais;
• incapacidade de absorção intestinal do cálcio;
• baixa ingestão de ácidos graxos essenciais ou deficiência do metabolismo
destes, comum em idosos (FRANK; SOARES, 2004, p.89).
Fatores de risco:
• história familiar de osteoporose;
• menopausa;
52
• gênero feminino;
• depleção de estrogênio;
• tabagismo;
• idade superior a 60 anos;
• falta de exercício físico;
• baixa ingestão ou a não absorção de cálcio (MAHAN, ESCOTT-STUMP,
2000, p. 605).
5.7.3 Prevalência
Há poucos estudos no Brasil sobre a prevalência de osteoporose, apesar de
ser uma doença comum. Estudos relatam que em mulheres, a prevalência é cerca
de 0,4% para elas na pré-menopausa, e de 40% nas com idade igual ou superior a
70 anos de idade. A incidência de osteoporose é maior em mulheres que em
homens com idade superior a 50 anos (FRAZÃO,NAVEIRA,2006, p. 209)
5.7.4 Terapia nutricional para idosos com osteoporose
A terapia nutricional tem como objetivo assegurar o consumo adequado de
cálcio e vitamina D. Dieta que controle o consumo de fósforo, vitamina D, além de
fornecer uma dieta equilibrada que oferece quantidades adequadas de proteína,
carboidrato, lipídios, vitaminas e minerais (MAHAN, ESCOTT-STUMP, 2000).
A absorção de cálcio dietético é de 30 a 50% da quantidade consumida, sendo
que a partir dos 60 anos ocorre uma variação, mulheres após 80 anos absorvem
cerca de 26% de cálcio ingerido, devido à diminuição da síntese enzimática de 1-
alfa-hidroxilase renal conseqüentemente, diminui a eficiência da 1-5
diidroxicolecalciferol (FRANK; SOARES, 2004).
Existem fatores que afetam a biodisponibilidade do cálcio, entre eles estão: o
uso da cafeína, que aumenta a excreção urinária do cálcio, o excesso de proteína,
alguns medicamentos, tabagismo e sedentarismo.
Segundo pesquisa realizada pela faculdade de medicina da PUC de Porto
Alegre demonstram a diminuição da massa óssea femoral de 60 mulheres entre 40 e
53
50 anos , na pré- menopausa, quando associado ao sedentarismo,consumo elevado
de cafeína, e a baixa ingestão do cálcio (BUSNELLO, 2007).
Estudos revelam, que em tratamentos em idosos, com fraturas no quadril,
beneficiam-se com suplemento de proteína juntamente com quantidade adequada
de micronutrientes (cálcio, vitamina A e vitamina D) ( MAHAN, ESCOTT-STUMP,
2000, p. 605).
Segundo ao Institute of Medicine of the National Academies(IOM, 2004) a
quantidade de cálcio recomendada é de 1200mg /dia para pessoas com idade igual
ou superior a 51 anos. Na tabela 17 encontra-se a quantidade de cálcio de alguns
alimentos.
Tabela 17 – Teor de cálcio de alguns alimentos
Alimento(100 gramas) Cálcio (mg)
Alimento(100 gramas)
Cálcio (mg)
Leites e derivados Queijo de soja 188 Leite condensado moça 262 Cereais e derivado Leite de cabra 200 Aveia de preparo
instantâneo 392
Leite de ovelha 207 Aveia, farinha crua 65 Leite de vaca desnatado 124 Farinha Láctea 260 Leite de vaca integral cru 114 Flocos de cereais 550 Leite de vaca integral pasteurizado
123 Pão de milho caseiro 110
Leite em pó 909 Pão de cevada 60 Queijo de minas fresco 685 Ovos Queijo prato 1026 Ovo de galinha inteiro
cru 73
Requeijão 80 Ovo de galinha gema crua
109
Iogurte 120 Ovo de codorna 62 Leguminosas e derivados Oleaginosas Feijão preto cozido 46 Amêndoas 282 Grão de bico 134 Avelã 198 Lentilha seca cozida 18 Amendoim, farinha 104 Soja cozida 90 Amendoim torrado
c/sal 42
Soja, brotos cru 48 Pescados Farinha se soja industrializada
Bacalhau 225
Soja, leite industrializado. 263 Candiru 689 Verduras e legumes 40 Jacundá salgado 2406 Alcega, folhas 112 Manjuba 530
54
Agrião 168 Merluza 190 Beterraba crua 32 Piau 545 Brócolis 103 Sardinha 195 Couve chinesa 345 Siri 107 Couve manteiga 330 Tracajá 107 Traíra 645
Fonte: Franco, G (1997).
55
6 OBJETIVO
6.1 Objetivo geral
Este trabalho teve como objetivo montar um instrumento para guiar os
profissionais da nutrição e acadêmicos, para trabalhar com alguns fatores de risco e
patologias comuns na terceira idade, bem como apontar estratégias e práticas
educativas em nutrição.
6.2 Objetivos específicos
• descrever fatores de risco e patologias comuns da terceira idade entre estes:
diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemia, constipação, obesidade, anemia e
osteoporose;
• relacionar os principais métodos de avaliação nutricional para idosos;
• apontar estratégias e práticas educativas em nutrição orientando profissionais
e acadêmicos de nutrição na aplicação destas para idosos que apresentem:
diabetes tipo II, hipertensão, dislipidemia , cardiopatias, obesidade, anemia e
osteoporose;
• aplicar e relatar duas atividades educativas em nutrição para idoso.
56
7 METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado através de revisão bibliográfica, sendo elaborado em
três fases:
1ª) Pesquisa para coleta de dados através de livros, artigos científicos e mídia
eletrônica.
2ª) Formulação e digitação da redação, utilizando as informações coletadas
durante as pesquisas realizadas.
3ª) Aplicação de duas atividades de educação nutricional em idosos.
57
8 ATIVIDADES EDUCATIVAS EM NUTRICÃO PARA PATOLOGIAS COMUM NA TERCEIRA IDADE
8.1 Diabetes Melito tipo II
A - Oficina culinária
O desenvolvimento de oficinas culinárias, com receitas práticas e diet é uma
atividade em educação nutricional que pode ser desenvolvida para idosos e
geralmente é bem aceita. Durante a preparação da receita, o profissional ou
acadêmico, explica a importância de uma dieta adequada e o controle da glicemia.
Além disso, conversa sobre a diferença de light e diet. Esta atividade pode ser
desenvolvida em grupo ou individual. Entregar a cópia da receita para os idosos
lembrando que a letra deve ser de tamanho 14 ou 16, facilitando a leitura da receita.
• Objetivo
Essa atividade tem como objetivo apresentar duas preparações diet e quatro
sucos diet na oficina culinária e ao mesmo tempo transmitir orientações sobre
alimentação para diabéticos.
• Métodos
- fazer duas preparações diet;
- transmitir orientação nutricional sobre diabetes;
- esclarecer dúvidas dos idosos sobre diabetes;
- degustação das preparações;
- impressão das receitas.
58
• Materiais
- ingredientes das receitas;
- utensílios: colheres, faca, garfo, prato e forma de pudim;
- batedeira;
- liquidificador;
- fogão;
- forno elétrico.
• Durante a oficina podem ser transmitidas as seguintes sugestões, segundo
LONGO NAVAROO (2002, p. 149):
- beber no mínimo 1 litro de água pura. Sugestão: comprar duas garrafinhas de
500ml de água e encher todos os dias, tomando uma pela manhã e outra à
tarde;
- fazer no mínimo 5 a 6 refeições por dia, priorizando a ceia;
- preferir alimentos grelhados e cozidos;
- comer carne bovina magra, peito de frango, peru ou chester. Sempre retirar a
pele do frango antes de cozinhar;
- comer 3 frutas durante o dia, sendo que estas devem ser variadas: ex:
banana, mamão, morango. Algumas frutas podem ser comidas com cascas,
tais como: maçã, pêra, etc;
- comer de 3 a 4 porções de vegetais ao dia de preferência crus;
- optar por cereais integrais: pão, biscoito, macarrão e arroz, evitando
carboidratos simples;
- usar adoçante para sucos e café, em pequena quantidade;
- mastigar bem os alimentos;
- optar por doces diet.;
- evitar sucos artificiais, dar preferência a sucos naturais;
- utilizar adoçante com moderação.
• Avaliação
A avaliação da atividade pode ser feita através da observação da aceitação das
preparações e os idosos devem compreender a importância da terapia nutricional
para diabéticos.
59
• Tempo previsto
O tempo previsto da atividade é de aproximadamente 120 minutos.
• Público alvo
Grupo de idosos, idosos institucionalizado e individual.
• Dicas de receitas para diabéticos:
a) Leite condensado diet
Receita testada no laboratório de técnicas dietéticas de UNILASALLE na
disciplina de técnicas dietéticas II / 6° semestre 2006/2
Professora : Lívia Trois
Pela acadêmica: Ana Claudia Vogt
Ingredientes:
1 xícara de leite em pó desnatado
½ xícara de água
½ xícara de adoçante de fogão
1 colher de sopa de margarina light
Modo de preparo
No copo do liquidificador, juntar todos os ingredientes, ou seja, 1 xícara de leite
em pó desnatado, ½ xícara de água fervendo, ½ xícara de adoçante em pó fogão, ½
colher de sopa de margarina light. Bater todos os ingredientes por 5 minutos no
liquidificador. Após despeje a mistura em uma travessa e leve para gelar por 12
horas. Tempo de preparo: 10 minutos, mais o tempo de gelar.
Peso final: 192 g
Peso inicial: 216g
Rendimento: 12 porções de 16g.
60
Tabela 18 - Cálculo nutricional do Leite condensado diet
Tabela 19- Quadro de nutrientes do Leite condensado diet
- Valor calórico porção média da receita: 37,6 Kcal
- Peso da porção média: 16 g
- Observações: Rende 12 porções
Rendimento per capita a ser servido: 16g
Rendimento total do alimento produzido: 192g
b) Pudim diet
Receita testada no laboratório de técnicas dietéticas de UNILASALLE na
disciplina de Ciclos da vida e pesquisa aplicada à nutrição III/ 6° semestre 2006/2
Professora Josiane Siviero
Pelas acadêmicas : Luane Fagundes e Márcia Horos
Ingredientes:
Leite condensado Diet:
Leite em pó: 2 xícaras – 156gr
Nutrientes Gramas Kcal % HC 67,42g 269,68 59,71% PROTEÍNA 31,96g 127,84 28,30% LIPÍDEO 6,01g 54,09 11,98% TOTAL 105,39 451,61 99,99%
Alimentos Quantidade Calorias HCO (g) PTN (g) LIPÍDEO (g)
Leite em pó 92g 324,98 47,62 31,96 0,74 Adoçante em pó fogão
20g 79,3 19,8 - -
Margarina light
14g 47,43 - - 5,27
Água 90ml - - - - TOTAIS G: 216g 67,42 31,96 6,01 TOTAIS Kcal
451,61 451,61 269,68 127,84 54,09
61
Água quente: 1 xícara –185ml
Sucralose – 18 sachês – 14,4gr
Leite: 4 ¼ xícaras – 700 ml
Ovo: 2 unidades
Calda:
Açúcar: 1 colher sobremesa – 12gr
Sucralose: 14 sachês – 11,2gr
Amido Milho: 1 colher de sopa –18gr
Baunilha: 2 gotas
Modo de Preparo:
Preparar o leite condensado diet da seguinte forma:
Dissolver o leite na água quente e bater no liquidificador com a sucralose.
Levar a geladeira.
Calda:
Derreter o açúcar até caramelizar, acrescentar a sucralose e mexer até
homogeneizar. Untar toda a superfície da forma com a calda. No liquidificador, bater
o leite condensado diet, o leite, os ovos, o amido de milho e a baunilha. Colocar a
mistura na forma untada e assar por 1h30mim.
Tabela 20 - Cálculo nutricional do Pudim diet
Alimento Quantidade Calorias CHO PTN LIP
Leite em pó 156,00gr 771,37 57,41 41,54 41,73 Água 185,00 ml - - - - Sucralose 14,40gr - - - - Leite Semi-desnatado
700,00ml 324,94 33,46 24,15 10,50
Ovos 2 uni (100,00gr)
156,80 0,70 12,40 11,60
62
Tabela 21 - Quadro de nutrientes do Pudim diet
Nutrientes Gramas Kcal % Carboidrato 118,91 475,64 34,87
Proteína 78,21 312,84 22,94 Lipídeo 63,94 575,46 42,19
- Valor calórico porção média da receita: 124 Kcal
- Peso da porção média: 90,00g
- Observações: Rende 11 porções
• Sugestões de sucos diet:
- Suco de abacaxi com hortelã
Ingredientes:
2 Litros de água;
¹/² abacaxi pérola;
3 pontas de galho de hortelã;
6 gotas de adoçante (opcional)
Modo de fazer:
- Coloque todos os ingredientes no liquidificador e deixe bater por 1 minuto em
seguida coar.
Rendimento 8 copos.
- Suco de limão com cidreira
Ingredientes:
2 litros de água;
2 limões com casca (mais cítrico) ou sem casca (mais suave);
63
10 ramos de capim cidreira cortados
6 gotas de adoçante. (opcional)
Modo de Fazer:
Coloque todos os ingredientes no liquidificador e deixe bater por 1 minuto em
seguida coar.
Rendimento 8 copos.
- Suco de mamão
Ingredientes:
2 litros de água;
1 mamão papaia (com casca e sem sementes);
6 gotas de adoçante (opcional);
Modo de fazer:
Coloque todos os ingredientes no liquidificador e deixe bater por 1 minuto em
seguida coar.
Rendimento 8 copos.
Suco de laranja com cenoura (fanta)
Ingredientes:
2 litros de água;
2 cenouras médias (com casca);
2 laranjas(com casca) ou um copo de suco de laranja;
6 gotas de adoçante (opcional);
64
Modo de fazer:
Coloque todos os ingredientes no liquidificador e deixe bater por 1 minuto em
seguida coar.
Rendimento 8 copos.
B - Teatrinho de fantoches
O teatrinho de fantoche é uma atividade lúdica que pode ser utilizada pelo
educador como recurso de fixação do assunto abordado.
No caso da terapia nutricional para diabéticos podemos abordar o assunto em
geral, dando ênfase nas diferenças dos produtos light, diet em produtos sem
redução de nutrientes, auxiliando os idosos a fazer escolha correta de alimentos
isentos de açúcar.
• Objetivos
Incentivar a procura por ajuda de profissionais da saúde, para que os idosos
sejam orientados corretamente, e que todas as dúvidas sejam esclarecidas, tendo
em vista o controle da glicose sanguínea, assim como, melhor estilo de vida.
• Metodologia
- posicionar os idosos para que todos possam ver e ouvir a apresentação dos
fantoches;
- iniciar a apresentação do teatro;
- no final da apresentação interagir com os idosos, observando a fixação do
conteúdo abordado.
• Materiais
- personagens de fantoches: Sr. Pedrinho e esposa, médico, produto light, diet
e o produto sem redução de nutrientes.
- cenários: casa, consultório e supermercado.
65
• Avaliação
Após o teatro, os idosos devem saber a diferença dos produtos (diet e light) e
reconhecer a importância de procurar ajuda profissional.
• Tempo previsto
O tempo previsto da atividade é de aproximadamente 60 minutos.
• Público alvo
Grupo de idosos, idosos institucionalizados e individual.
• Texto “EU VOU SER VENDIDO”
Narrador: Bom dia a todos! Estou aqui para contar uma história que se trata de
três produtos no supermercado.
Seu Pedrinho casado há 35 anos com sua esposa acordou de manhã e
comentou com a esposa.
Seu Pedrinho : Ando muito cansado, dor no corpo, uma sede, sem falar que
acordo várias vezes para fazer xixi. Acho que estou perdendo peso!
Esposa: hahaha! É a idade meu veio, mas eu já falei 1000 vezes vai ao
médico!
Seu Pedrinho : Apesar de ainda ser um menino, vou marcar essa consulta com
o médico.
Narrador: No dia seguinte, seu Pedrinho foi consultar o médico que lhe pediu
vários exames, entre eles o de glicose. Já se passaram cinco dias após a consulta e
seu Pedrinho volta ao consultório do médico.
Seu Pedrinho : E aí doutor, o que deu em meus exames?
Doutor: Seu Pedrinho é o seguinte: através de vários exames foi diagnosticado
que o senhor tem diabetes tipo II.
Seu Pedrinho : Mas como assim? Eu nem como doces. Quer dizer só um
pouquinho, 3 vezes ao dia, mas o resto da minha alimentação é muito saudável, eu
como bastante macarrão, batata e arroz.
Doutor: O diabetes tipo II ocorre mais em adultos, e ainda não foi descoberta
uma causa determinada, mas sabe-se que a obesidade, genética e sedentarismo
66
estão associados a este tipo de diabetes.
Seu Pedrinho: É verdade, eu estou um pouquinho acima do peso, não faço
atividade física e pior meu avô era diabético. O que eu faço?
Doutor: Calma seu Pedro não fique triste, tome estes medicamentos e procure
uma nutricionista. Se seguir todas orientações, mudando o estilo de vida, o senhor
vai conseguir controlar a glicose.
Narrador: Seu Pedrinho foi para casa preocupado, chegando lá falou, o que o
médico tinha falado para a esposa.
Esposa: Meu véio vou ligar para aquela nutricionista amiga de nossa filha e
marco uma consulta. Não se preocupe vai dar tudo certo! Agora vai ao
supermercado comprar umas coisinhas e aproveita para dar uma caminhada.
Narrador: Seu Pedrinho vai caminhando até o supermercado, após ter feito
todas as compras da lista que a esposa lhe deu, foi comprar aquele produto que ele
adora.
Chegando na prateleira onde estava localizado o produto tinha três tipos
diferentes: o light, o diet e o outro que ele comprava sempre sem redução nenhuma
de nutrientes.
Seu Pedrinho : Coçava a cabeça e falava: e agora?
Qual produto posso comer, agora que estou com essa tal de
diabetes?
Acho melhor não levar nenhum.
Mas eu não vou ficar sem não!!!
Aiaiai........
Narrador: Enquanto isso, os produtos olhando aquela situação de seu
Pedrinho indeciso na frente deles começaram a discutir:
Produto light : Aposto que ele vai me comprar, eu sou light tenho 25% menos
de sódio, meu irmão mais velho o light 2 é muito vendido, pois tem açúcar, mas tem
menos calorias do que os outros.
Produto sem redução de nutrientes : Hahahaha! É certo que seu Pedrinho vai
me comprar ele me adora, sou gostoso e, além disso, ele sempre me compra.
Produto diet: Essa aposta esta ganha, se seu Pedrinho for esperto e quer
cuidar de sua saúde, vai me levar, pois eu sou o único sem glicose, ideal para
67
diabéticos.
Seu Pedrinho: Vou ligar para nutricionista ela vai saber me orientar melhor.
Produto sem redução de nutrientes: Dancei!
Produto light : Espero que essa nutricionista seja burrinha!
Produto diet: Agora eu tenho certeza, ganhei a aposta, seu Pedrinho vai me
levar! Hehehehe!
Narrador: Seu Pedrinho lembrou que a esposa tinha o número do telefone da
nutricionista, ligou para esposa e perguntou o número.
Quando seu Pedro ligou, para nutricionista, ela orientou para que ele
comprasse o produto diet, que não contém açúcar, e marcou a consulta para o dia
seguinte para orientar melhor seu Pedrinho.
Produto diet: hahahahaha. Fui bobinhos!!!
Narrador: Sempre que tiver dúvida sobre alimentação e cuidados com a saúde
procure ajuda de um Nutricionista! Ele é o profissional habilitado a orientar em
relação à alimentação adequada.
8.2 Hipertensão
A - Conhecendo os valores nutricionais dos rótulos
É muito importante trabalhar na educação nutricional com a rotulagem dos
alimentos, pois esta fornece, o nome do produto, nome do fabricante, peso líquido,
peso da porção e a composição de nutrientes.
Muito comum é a indústria alimentícia atribuir alegação à saúde ao seu
produto. Mas, deve-se ter cuidado, por exemplo, há uma diferença entre produtos
light e diet. O primeiro nem sempre pode ser consumido por diabéticos, porque estes
produtos tem uma redução no mínimo de 25% de algum nutriente de acordo com a
legislação, podendo não ser o açúcar e geralmente possuem muito sódio.
O consumo de sódio deve ser restrito para idosos hipertensos, por isso
devemos orientar os pacientes que o sódio não encontrar-se apenas no sal de
cozinha, mas também, em alimentos industrializados.
68
• Objetivos
- Orientar a dieta para idosos hipertensos, mostrando através dos rótulos o
sódio intrínseco que contém esses alimentos, visando à prevenção da hipertensão.
• Metodologia
- explicar a importância do controle de sódio na dieta;
- fazer uma análise crítica dos rótulos dos alimentos;
- esclarecer dúvidas quanto à rotulagem.
• Materiais
- rótulos de vários alimentos.
• Avaliação
Após a atividade, os idosos devem saber analisar e identificar os rótulos de
alimentos, sabendo selecionar alimentos com baixo teor de sódio.
• Tempo previsto
O tempo previsto da atividade é de aproximadamente 30 minutos
• Público alvo
Grupo de idosos, idosos de instituições e individual.
B - Oficina culinária: Aproveitamento integral dos alimentos auxiliando na
prevenção da hipertensão
A oficina culinária é uma maneira de demonstrar na prática como pode ser o
aproveitamento integral de alimentos, mostrando aos idosos como fazer preparações
com baixo teor de sódio e o melhor aproveitamento de alimentos. Proporcionar
refeições saudáveis para hipertensos e de baixo custo.
• Objetivos
Orientar dieta para idosos hipertensos ou cuidador de idosos, mostrando
69
através da oficina culinária, preparações de alimentos com baixo teor do sódio e o
aproveitamento integral de alimentos.
• Metodologia
- preparar com os idosos três receitas, sendo duas com baixo teor de sódio e
com aproveitamento integral de alguns ingredientes e outra hipossódica
usando temperos para realçar o sabor;
- explicar a importância do controle de sódio na dieta;
- falar sobre custo e benefícios do aproveitamento integral dos alimentos;
- degustar as preparações.
• Materiais
- ingredientes das receitas;
- utensílios: colheres, facas, garfos, pratos, jarra e forma de pudim:
- batedeira;
- liquidificador;
- fogão;
- forno elétrico.
• Durante a oficina o educando pode abordar os seguintes assuntos:
- a importância de uma dieta hipossódica para os hipertensos;
- preparar alimentos sem sal ;
- o sal pode ser substituído por ervas e temperos naturais como mangerona,
salsa, cebolinha, orégano, alho, etc., as quais realcem o sabor do alimento.
• Avaliação
A avaliação da atividade pode ser feita através da observação da aceitação das
preparações e os idosos devem compreender a importância da terapia nutricional
para hipertensos.
• Tempo previsto
O tempo previsto da atividade é de 120 minutos
70
• Público alvo
Grupo de idosos, idosos institucionalizados e individual.
• Dicas de receitas (Anexo 1 - fotos das receitas)
A) Bolo de banana
Ingredientes:
3 banana caturra
4 ovos
2 xícaras de açúcar
½ de óleo
½ de leite
3 xícaras de farinha de trigo
1 colher de fermento
Modo de preparo
Colocar a banana, o açúcar, o óleo e os ovos e o leite a bater no liquidificador.
Em uma vasilha misturar o fermento com a farinha, e após misturar a parte batida
com os secos. Untar a forma e levar ao forno para assar por 20 minutos. Pode-se
polvilhar aveia, linhaça e açúcar mascavo por cima antes de colocar no forno.
Tabela 22 - Cálculo nutricional do Bolo de Banana
Alimento Quantidade Calorias CHO PTN LIP Banana caturra 120g 99 22,80 1,30 0,30 Ovos 240g 357,6 2,59 30 24 Açúcar 250g 871 248,75 0 0 Óleo 30ml 270 0 0 30 Leite 50ml 30 2,50 1,80 1,50 Farinha trigo 210g 747,6 155,61 5,04 0,54 Fermento em pó 10g 16,60 4,16 0 0 Aveia 30g 111,3 10,60 4,06 1,40 TOTAL 2476,5 447,01 42,2 57,74
71
Tabela 23 - Quadro de nutrientes do Bolo de Banana Nutriente Gramas Caloria %
Carboidrato 447,01g 1788,04 72,20%
Proteína 42,2g 168,8 6,81%
Lipídeo 57,74g 519,66 20,98%
Total 2476,5 100
- Valor calórico porção média da receita: 61,91 Kcal
- Peso da porção média: 20g
- Observações: Rende 40 porções
b) Sanduíche colorido
Ingredientes:
1 pacote de pão de forma (branco ou integral)
1 tomate grande
3 beterraba pequenas
2 cenouras médias raladas
½ pé de alface
1 cremeira de pasta de ervas
Modo de preparo:
Cozinhar a beterraba, deixar esfriar. Picar, separadamente, em cubos
pequenos o tomate. e a beterraba cozida. Picar a alface em pedaços pequenos.
Após cortar o pão de forma triangular, passar a pasta de ervas e colocar os
ingredientes em cima alternando-os.
72
Tabela 24 - Cálculo nutricional do Sanduíche Colorido
Alimento Quantidade CAL CHO PTN LIP
Pão de forma 500g 1345 287 46,6 1
Tomate 100g 24 4,60 0,80 0,30
Beterraba 240g 110,4 22,80 4,08 0,24
Cenoura 240g 108 23,28 2,64 0,48
Alface 60g 11,40 1,74 0,78 0,12
Pasta de ervas 200g 486,7 8,88 20,36 42,00
TOTAL 2091,5 348,3 75,26 44,14
Tabela 25 - Quadro de nutrientes do Sanduíche Colorido
- Valor calórico porção média da receita: 106,5 Kcal
- Peso da porção média: 40g
- Observações: Rende 20 porções
c) Suco de laranja com cenoura
Ingredientes:
4 laranjas médias
1 cenoura média
1 litro de água mineral ou fervida
Modo de preparo:
Descascar as laranjas, picar em pedaços médios, higienizar a cenoura e cortar
em pedaços médios. Pegar o copo do liquidificador e juntar todos os ingredientes e
bater por uns 5 minutos. Opcional: coar ou tomar com as fibras.
Nutriente Gramas Caloria Porcentagem
Carboidrato 348,3g 1393,2 66,61%
Proteína 75,26g 301,04 14,39%
Lipídeo 44,14g 397,26 18,99%
Total 2091,5 100
73
Tabela 26 - Cálculo nutricional do Suco de Laranja
Alimento Quantidade Caloria CHO PTN LIP
Cenoura 60g 24,75 5,34 0,61 0,11
Laranja 720g 345,6 77,92 4,52 1,96
Água 1000ml 0 0 0 0
TOTAL 370,35 83,26 5,13 2,07
- Valor calórico porção média da receita: 53 Kcal
- Peso da porção média: 200ml
- Observações: Rende 7 copos
Tabela 27- Quadro de nutrientes do Suco de Laranja
8. 3 Dislipidemia
A - Palavras cruzadas (cruzadinhas) dos alimentos
Palavras cruzadas (cruzadinhas) são de interesse dos idosos, pois além de
serem um passa tempo, são um exercício mental. Podemos associar dicas de dieta
para tratamento e prevenção das dislipidemia com essa divertida atividade.
Essa atividade pode abordar vários alimentos que devem ter a ingestão
controlada como as gorduras e carboidratos simples e também sugerir substituições,
tais como, alimentos integrais.
• Objetivo
O desenvolvimento dessa atividade tem como objetivo, que o idoso exercite a
mente fixando os alimentos que devem ser controlados na dislipidemia e quais
Nutriente Gramas Caloria Porcentagem
Carboidrato 83,26 332,92 89,48%
Proteína 5,13 20,52 5,52%
Lipídeo 2,07 18,63 5%
Total 372,07 100
74
podem ser consumidos.
• Metodologia
- elaborar perguntas sobre os alimentos que devem ser evitados para controlar
e previnir a dislipidemia e os que podem ser consumidos;
- desenvolver a cruzadinha correspondente às perguntas elaboradas;
- fazer uma orientação sobre dieta para dislipidemia;
- utilizar o método de fixação através das cruzadinhas.
• Materiais
- papel;
- computador com impressora;
- cartucho colorido ou preto;
- caneta.
• Avaliação
O idoso deve ter memorizado as respostas e utilizar como prática alimentar do
dia-a-dia. Após a atividade, os idosos devem saber analisar e identificar os rótulos
de alimentos, sabendo selecionar alimentos com baixo teor de sódio.
• Tempo previsto
O tempo previsto da atividade é de aproximadamente 20 minutos.
• Público alvo
Grupo de idosos, idosos institucionalizados e individual.
Perguntas:
a) Pessoas com colesterol alto podem consumir carne de__________, a qual
deve ser preparada s/ pele.
b) Qual o tipo de preparação deve ser evitado por pessoas que tem colesterol
alto?
c) Qual o tipo de leite é mais indicado para pessoas com colesterol e
75
triglicerídeo alto?
d) Para evitar e controlar o aumento dos triglicerídeos; deve-se diminuir o
consumo de massa, batata, doces, arroz, preferindo sempre alimentos i _ t _ _ _ _
_ s .
e) Qual é o óleo que é popularmente conhecido por elevar o colesterol bom?
f) Tendo em vista evitar o aumento dos triglicerídeos devemos evitar beber
sucos com __________________.
g) Para evitar a elevação do colesterol devemos evitar gordura de origem?
h) Para evitar e controlar o aumento dos triglicerídeos deve-se evitar
bebidas_________.
Respostas
Respostas corretas: a) frango, b)fritura, c) desnatado, d) integrais, e) oliva, f)
açúcar, g) animal, h)alcoólicas.
B - Conversa sobre alimentação para idosos com disl ipidemia
Essa atividade pode ser individual ou em grupo, é uma maneira de interagir
com o(s) idoso(s), esclarecendo as dúvidas sobre dislipidemias. Essa atividade é
dinâmica e deve ser direcionada para a patologia em questão.
O educador deve descobrir os hábitos alimentares, preferências e dúvidas
através de questionamento, assim, orientando estas. Para que o educador faça uma
N
U
T
R
I
Ç
A
O
76
orientação adequada, o ideal é registrar durante a conversa tudo que foi relatado
pelos idosos.
• Objetivo
Conhecer os hábitos alimentares do(s) idoso(s), orientando e esclarecendo as
dúvidas sobre dislipidemia.
• Metodologia:
- questionar o(s) idoso sobre alimentação para redução de colesterol e
triglicerídeos;
- conversar com o(s) idoso(s) sobre alimentação correta para dislipidemia;
- registrar os hábitos alimentares e as dúvidas sobre dislipidemia em um papel;
- esclarecer as dúvidas e comentar sobre os hábitos alimentares incorretos.
• Materiais:
- Caneta;
- Papel.
• Público alvo
Grupo de idosos, idosos institucionalizados e individual.
• Tempo previsto
O tempo previsto desta atividade é de aproximadamente 50 minutos
• Avaliação
No final da atividade questionar novamente, para avaliar a fixação pelo(s)
idoso(s) das orientações nutricionais.
• Questões que podem ser feitas pelo educador:
- quais alimentos não podem ser consumidos por pessoas com colesterol
elevado?
- quais alimentos elevam os triglicerídeos?
77
- quais alimentos devem ser evitados ?
- quantas refeições diárias o(s) idoso(s) costumam fazer?
- costuma comer alimentos integrais?
- quantas vezes por semana costuma comer frituras?
8.4 Constipação intestinal
A ingestão de fibras insolúveis melhora o funcionamento intestinal e estudos
mostram a importância das fibras no controle de doenças do trato gastrointestinal,
obesidade, colesterol, prevenção de câncer. As fibras alimentares absorvem água,
promovendo maior saciedade.
A - Pirâmide alimentar e a orientação alimentar de dieta rica em fibra.
A pirâmide alimentar é um instrumento utilizado na educação nutricional, ela é
a representação gráfica, que tem o objetivo de guiar os indivíduos na seleção de
uma alimentação saudável e equilibrada, pois consegue ilustrar os três principais
conceitos dos guias de alimentares que são: variedade, moderação e equilíbrio.
(FISIOLI; NASCER, 2006).
• Objetivo
Explicar através da pirâmide alimentar onde estão encontrados alimentos ricos
em fibras, que ajudam a prevenir e tratar a constipação intestinal. Apresentar os
grupos da pirâmide alimentar, porções e como deve ser uma alimentação saudável e
equilibrada.
• Metodologia
- o educador apresenta a pirâmide alimentar com as divisões e com os
desenhos ou fotos dos alimentos desta, os quais devem ser móveis. Esta
pirâmide pode ser elaborada pelo educando. (Veja o exemplo da figura
abaixo)
- explicar a importância de cada grupo alimentar, enfatizando os ricos e fibras e
o consumo de água.
- desenvolver dinâmicas com os idosos, fixando os alimentos à pirâmide, nos
78
respectivos grupos e trabalhando com a fixação da importância dos
alimentos ricos em fibras no tratamento e prevenção da constipação
intestinal.
Figura 3: Foto da pirâmide desenvolvida pela acadêmica de nutrição Ana Elisa Vieira Senger, orientada pela professora Josiane Siviero na disciplina de educação nutricional do UNILLASALE. Fonte: Ana Elisa Vieira Senger, 2007.
• Materiais
- pirâmide alimentar vazia, apenas com as divisórias dos grupos, esta pode ser
feita de cartolina ou de EVA;
- desenhos de frutas (podem ser retiradas de revista, encarte de supermercado
ou desenhadas em papel ou EVA).
• Avaliação
No final da palestra será desenvolvida uma dinâmica com os idosos, que irão
fixar os desenhos dos alimentos ricos em fibras na pirâmide que estará vazia. O
educador vai observar se houve aprendizagem sobre o conteúdo abordado e se
existem dúvidas.
79
• Tempo previsto
O tempo previsto da atividade é de aproximadamente 45 minutos
• Público alvo
Grupo de idosos, idosos institucionalizados e individual.
B - Conhecendo alimentos ricos em fibras e os probi óticos
• Objetivo
Demonstração prática dos alimentos ricos em fibras e probióticos, frutas,
vegetais, legumes e cereais e a maneira correta de serem consumidos por idosos
com constipação intestinal.
• Metodologia
- Mostrar aos idosos, algumas frutas, legumes, vegetais, iogurtes com
lactobacilos, explicando como devem ser consumidos;
- Explicar a importância destes alimentos no sistema digestório;
- Degustação dos alimentos.
• Materiais:
- Alimentos ricos em fibras, tais como: cereais integrais, frutas com casca,
legumes e vegetais rico em fibras;
- Alimentos com lactobacilos vivos: iogurte, leite fermentado, entre outros.
• Tempo previsto
O tempo previsto é de aproximadamente 50 minutos.
• Avaliação
Realizar perguntas informais aos idosos no final da dinâmica para avaliar o
conhecimento sobre a importância do consumo dos alimentos apresentados na
prevenção e tratamento da constipação intestinal.
80
• Público alvo
Grupo de idosos, idosos institucionalizados e individual.
8.5 Obesidade
A - Montando o prato
Esta atividade educativa trabalha os três importantes conceitos dos guias
alimentares: a variedade, moderação e equilíbrio. A variedade do consumo de
diversos alimentos é importante para suprir as necessidades nutricionais dos
macronutrientes e micronutriente, a moderação visa o consumo dos alimentos nas
quantidades adequadas e a alimentação deve ser equilibrada respeitando a
quantidade relativa as porções dos grupos alimentares.
• Objetivo
Apresentar aos idosos como servir uma refeição que tenha variedade,
moderação e equilíbrio.
• Metodologia
- preparar três tipos de saladas, sendo uma delas cozida (cenoura cozida,
beterraba ralada e rúcula), uma preparação rica em carboidrato (massa,
arroz ou batata), um tipo de carne (peito de frango grelhado ou peito de
frango desfiado com molho, carne moída magra com molho ou bife
acebolado), uma preparação de leguminosa (feijão, lentilha, ervilha ou grão
de bico);
- separar utensílios para servir as preparações;
- reunir os idosos quando as preparações estiverem prontas;
- fazer uma orientação geral sobre: grupos alimentares, porções e alimentos
calóricos, substituições de alimentos;
- demonstrar na prática como deve servir uma refeição saudável;
- servir um prato demonstrativo que corresponde a uma refeição contendo: três
colheres de salada cozida, três colheres de sopa de salada crua e completar
com vegetais uma das metades do prato, servir três colheres de sopa da
preparação rica em carboidrato, uma concha pequena de leguminosa, um
81
pedaço pequeno de carne ou duas colheres de sopa cheia de carne com
molho, temperar a salada com um fio de azeite de oliva;
- servir mais dois pratos demonstrativos que corresponde a uma refeição, um
deles com três colheres de sopa de salada cozida, três colheres de sopa de
salada crua e completar o prato com vegetais crus, temperar a salada com
um fio de azeite de oliva. O outro prato deve ser servido com: três colheres
de sopa da preparação rica em carboidrato, uma concha pequena de
leguminosa, um pedaço pequeno de carne ou duas colheres de sopa cheia
de carne com molho;
- convidar os idosos para servir as preparações e observar.
• Materiais
- ingredientes da preparação (a quantidade dependerá do número de idosos);
- utensílios: facas , colheres, pratos, concha pequena, panelas, tábua da corte
(dependerá da preparação escolhida);
• Tempo previsto
O tempo previsto para preparação é aproximadamente 2 horas e para atividade
junto aos idosos 1 hora, sendo no total cerca de 3horas.
• Avaliação
A atividade pode ser avaliada através da observação dos pratos servidos pelos
idosos.
• Público alvo
Grupo de idosos e idosos institucionalizados e individual.
B – Comendo com moderação
Uma das causas da obesidade é uma dieta hipercalórica e desequilibrada, com
alto consumo de carboidratos simples e gordura, e muitas vezes com baixo consumo
de frutas, legumes e verduras que são ricos em micronutrientes. Devido a estes
fatores é necessário uma reeducação alimentar (FAGIOLI, NASSER, 2006. p.155).
82
• Objetivos
Observar se os idosos sabem quais os alimentos são calóricos e devem ser
consumidos com moderação, após a orientação nutricional.
• Metodologia
- orientar sobre a importância de uma alimentação saudável e o motivo pelo
qual, alguns alimentos devem ser consumidos com moderação e em alguns
casos devem ser proíbidos;
- colocar dois pratos metálicos fixados em uma parede: um exposto para
colocar os imãs com alimentos moderados;
- escrever em um pedaço de papel números correspondentes ao número de
idosos que participarão da atividade, após recortar o papel com números
individuais, depois distribuir um papel para cada idoso contendo um número;
- chamar os números aleatoriamente, o idoso que estiver com o número que foi
chamado deverá escolher um imã no prato correto.
• Materiais
- dois pratos feitos de metal;
- imãs de alimentos;
- papel;
- caneta;
- tesoura.
• Tempo previsto
O tempo previsto para esta atividade é de aproximadamente 60 minutos.
• Avaliação
Após esta dinâmica os idosos devem saber quais os alimentos deverão ser
consumidos com moderação e quando devem ser proíbidos, além de saber sobre a
importância de uma alimentação saudável.
83
• Público alvo
Grupo de idosos, idosos intitucionalisados e individual.
8.6 Anemia
A – Circule os alimentos
Os idosos com anemia precisam saber escolher alimentos, que são ricos em
ferro, vitamina B12 e ácido fólico, os quais são fundamentais para o tratamento da
anemia. Essa atividade vai trabalhar com a fixação do tema através dos desenhos
dos alimentos.
• Objetivo
Proporcionar maior conhecimento aos idosos sobre quais alimentos são ricos
em ferro, vitamina B12 e ácido fólico.
• Metodologia
- procurar figuras de alimentos ricos em ferro, vitamina B12 , ácido fólico e
outros alimentos (estas figuras podem ser procuradas na internet ou
revistas, jornais, encartes de supermercado);
- fazer três quadrados em um papel para colar separadamente os alimentos
ricos em : ferro, vitamina B12 e ácido fólico , em cada quadro misturar outros
alimentos que contenham pouca quantidade destes micronutrientes;
- conversar com os idosos sobre anemia e a importância da alimentação;
- pedir para os idosos circular os alimentos ricos em ferro, vitamina B12 e ácido
fólico nos respectivos quadros.
• Materiais
- papel;
- figuras de alimento.
• Tempo previsto
O tempo previsto para esta atividade é de aproximadamente 20 minutos.
84
• Avaliação
Após esta atividade, os idosos devem ter fixado quais os alimentos são ricos
alimentos ricos em ferro, vitamina B12 e ácido fólico.
• Público alvo
Grupo de idosos, idosos institucionalizados e individual.
Circule os alimentos
Alimentos ricos em ferro
� � EMBED MSPhotoEd.3
85
Alimentos ricos em ácido fólico
� � EMBED
MSPhotoEd.3
Alimentos ricos em vitamina B12
� � EMBED MSPhotoEd.3
86
B - Montando um caderno de receita
Sabemos que a maioria dos idosos, principalmente as mulheres; têm grande
interesse por culinária e gostam de aprender novas receitas. Montar um livro de
receitas, envolvendo os idosos na busca destas atividades, trará vários benefícios
como a integração, trocas de conhecimento e a utilização deste livro, que pode ser
passado de geração em geração.
• Objetivo
Montar um livro de receitas de preparações ricas em ferro, vitamina B12 e
ácido fólico junto com os idosos, visando a integração, troca de conhecimento e
auxiliar no tratamento da anemia.
• Metodologia
- pesquisar lista de alimentos ricos em ferro, vitamina B 12 e ácido fólico;
- reunir os idosos , conversar sobre os aspectos nutricionais da anemia, passar
uma lista de alimentos ricos em ferro, vitamina B 12 e ácido fólico, e pedir
para eles procurarem receitas com esses alimentos, marcar a próxima
reunião para entrega das receitas após uma semana;
- na segundo encontro, recolher as receita e selecionar juntos com os idosos
as que serão colocadas no livro, discutir sobre a composição dos
ingredientes durante a seleção, dividir os idosos em grupos de três pessoas
e distribuir uma receita selecionada para cada grupo, a qual deverá trazer a
preparação desta no próximo encontro que será marcado após 1 semana;
- o educador revisa as receitas, digita e envia para encadernação;
no último encontro será feita a degustação das receitas preparadas pelos
idosos e a entrega de uma cópia do livro para cada idoso.
Materiais
- xerox da lista de alimentos ricos em ferro, vitamina B 12 e ácido fólico
(correspondente ao número de idosos que participará da atividade);
- receitas;
- computador com impressora;
- xerox das receitas digitadas (correspondente ao número de idosos que
87
participará da atividade);
- encadernação dos xerox das receitas digitadas (correspondente ao número
de idosos que participará da atividade).
• Tempo previsto
O tempo previsto para esta atividade é de aproximadamente 3 à 4 semanas
• Avaliação
No final da atividade os idosos devem saber a importância de ingerir alimentos
ricos em ferro, vitamina B 12 e ácido fólico no tratamento da anemia.
• Público alvo
Grupo de terceira idade, idosos institucionalizados e individual.
8.7 Osteoporose
A ingestão de cálcio é uma forma de prevenção da osteoporose, alguns
estudos relatam que os adultos consomem menor quantidade de cálcio
recomendado para idade, principalmente, pessoas do sexo feminino.As atividades
de educação nutricional em relação a osteoporose, proposta neste trabalho, é
estimular o consumo de cálcio e também a vitamina D, pois esta é fundamental para
absorção do cálcio.( FRANK, SOARES,2004)
A – Caça palavras
Caça palavra é um passa tempo divertido que podemos adaptar para uma
atividade de educação nutricional, enriquecendo o conhecimento dos idosos sobre
os alimentos ricos em cálcio e vitamina E.
• Objetivo
Proporcionar maior conhecimento aos idosos sobre quais alimentos são ricos
em cálcio e vitamina D.
• Metodologia
- elaborar um pequeno texto com a importância do consumo do cálcio e
88
vitamina D, citando alimentos ricos nestes micronutrientes (sugestão de texto
na página a seguir);
- desenvolver o caça palavras com o nome dos alimentos e palavras citados
no texto, em negrito e sublinhado;
- tirar xerox de acordo com o número de idosos;
- distribuir para o(s) idoso(s);
- o idoso deve achar as palavra em negrito e sublinhadas no caça palavras,
marcando-as com um círculo.
• Materiais
- papel;
- computador;
- impressora;
- caneta.
• Tempo previsto
O tempo previsto para esta atividade é de aproximadamente 30 minutos.
• Avaliação
Após esta dinâmica, os idosos devem ter fixado quais os alimentos são ricos
em cálcio e vitamina D.
• Público alvo
Grupo de Idosos, idosos institucionalizados e individual.
• Texto: O cálcio é responsável pela construção de nossos ossos e dentes. O
consumo de alimentos ricos em cálcio como o leite , iogurte , queijos , couve ,
brócolis e demais vegetais de cor verde escuras é muito importante para
prevenção de osteoporose, mas devemos lembrar que para o cálcio ser absorvido,
precisamos consumir alimentos ricos em vitamina D , tais como ovos, peixe e
sardinha .
89
Caça-palavras
P E I F L E I T E S A B E F H L
Q U E E I V V B O B O V G V T V
U F B G E I N T U U K B E M A I
E Q R W T R T C A L C G O J K T
I P O I G O R A D B E N V N C A
J K C O H G V L E T E I X E V M
O V O S A V O C A V O S T P A I
S E L E H F I I O G U R T E V N
E C I P A T S O V A S V R I T A
P O S A C A D A G D S V N X M D
N V V G C O U V E P L O F E D E
S A R D A S O U O U P E I A O R
L E I S A R D I N H A V I T J J
90
B – Palestra
A palestra é uma forma do educador transmitir o conhecimento sobre a ciência
da nutrição e esclarecer dúvidas sobre o tema abordado.
A dieta não tem apenas o papel de prevenção contra a osteoporose, mas
também, de evitar que ocorra maior fragilidade nos ossos, oferecendo um aporte
adequado de cálcio. Sabe-se também que a vitamina D tem importante papel na
absorção do cálcio.
A indústria de alimentação, atualmente, oferece uma grande variedade de
leites, alguns com adição de nutrientes, com redução de nutrientes e outros
específicos para patologia e faixa etária. Devido a essa grande oferta do mercado, o
consumidor acaba ficando com dúvidas na hora da compra por isso, é importante o
esclarecimento de um profissional, visando a melhor escolha. Veja abaixo alguns
leites oferecidos no mercado e relacionados segund, DASCAL (1999, p 96-99), e
atualizado pela autora deste trabalho.
- Leite rico em Omega 3 – neste leite foi adicionado um tipo de ácido graxo, ou
seja gordura, que tem efeitos benéficos protegendo o sistema cardio
vascular, quanto ao teor de cálcio não muda;
- Leite rico em ferro – é um leite com adição de ferro, este micronutriente ajuda
a combater a anemia, mas devemos levar em consideração que o ferro e
cálcio “competem para serem absorvidos”, sendo assim em casos de dieta
para anemia e osteoporose deve ser evitado consumir alimentos ricos em
ferro e cálcio na mesma refeição;
- Leite com baixo teor de lactose – este leite é utilizado para pessoas que têm
intolerância a lactose, com o envelhecimento é comum ocorrer à redução da
lactose, que é a enzima que digere a lactose. A intolerância à lactose pode
causar diarréia, desconforto abdominal, dor abdominal e flatulência;
- Leite tipo A - Pode ser integral, semi- desnatado ou desnatado, a diferença
deste leite em relação aos demais é a qualidade microbiológica;
- Leite tipo C - é um leite integral e alguns com menos gordura,sendo que a
legislação permite apresentar maior quantidade de microorganismos;
- Leite em pó - pode ser integral, desnatado e semi-desnatado, quanto ao teor
de nutriente é o mesmo em relação a leites comuns;
91
- Leite integral - não tem redução de gordura, deve ter no mínimo 3,5% de
gordura;
- Leite semi- desnatado – tem redução no teor de gordura, contendo entre 1,5 e
1,8 %;
- Leite desnatado- tem grande redução de gorduras, no máximo pode conter
0,3% de gordura, sendo que tem maior teor de cálcio em relação aos outros
leites;
- Leite de soja industrializado - o teor de cálcio é menor, comparado aos leites
comuns, sendo que o extrato de soja (pó) tem alto teor em cálcio.
• Objetivo
Transmitir a importância do consumo de alimentos ricos em cálcio e vitamina D,
ensinam a escolha de alimentos ricos nestes micronutrientes e a diferença entre os
tipos de leites.
• Metodologia
- elaborar apresentação em power point;
- apresentar a palestra e explicar para os idosos a importância da dieta na
prevenção e durante a patologia;
- abordar sobre a terapia nutricional para essa patologia;
- proporcionar sugestões de alimentos ricos em cálcio e vitamina D;
- esclarecer a diferença entre alguns leites oferecido no mercado.
• Materiais
- CD ou pen drive com apresentação em power point;
- data show.
• Tempo previsto
O tempo previsto para esta atividade é de aproximadamente 45 minutos.
• Avaliação
Após esta palestra os idosos devem ter esclarecido todas as dúvidas e saber
92
escolher alimentos ricos em cálcio, vitamina D e diferentes tipos de leite.
• Público alvo
Grupo de idosos e idosos institucionalizados e individual.
93
9 RELATO DE DUAS ATIVIDADES EDUCATIVAS QUE FORAM A PLICADAS COM IDOSOS
Durante o desenvolvimento deste manual foram aplicadas duas atividades
educativas, uma para instituição asilar com condições sócio-econômica baixa e a
outra para o Grupo de Terceira Idade do UNILASSALE idosos com condições sócio-
econômica média-alta.
9.1 Prática 1: Atividade de educação nutricional no Lar de Idosos Bom Velhinho
9.1.1 Características do lar de idosos “Bom Velhinho”
O Lar foi fundado pela dona Vera Weber, na cidade de Canoas/RS há 5 anos.
Foi habitado, inicialmente, por 4 idosos. A proprietária relata que no início foi bem
complicado sustentar o lar, mas com o passar dos anos, o número de idosos foi
aumentando. Hoje o Lar conta com 12 idosos, entre estes 8 homens e 4 mulheres,
de faixa etária de 45 a 80 anos.
9.1.2 Objetivos gerais
• Transmitir orientações nutricionais para idosos hipertensos e para cuidadora;
• conhecer a realidade da vida de idosos institucionalizados;
• conhecer aspectos da alimentação desses idosos;
• pesquisar quais são as patologias dos idosos residente neste lar;
• aplicar atividade de educação nutricional.
94
9.1.3 Metodologia
• oficina realizada por duas acadêmicas de nutrição;
• foi realizada a preparação de duas receitas com baixo teor de sódio e
aproveitamento integrais de alimentos;
• foi transmitido orientações nutricionais para hipertensos, noções de higiene
alimentar para cuidadora dos idosos do lar;
• degustação das preparações, pelos idosos e pela cuidadora.
9.1.4 Materiais:
• ingredientes das receitas ;
• utensílios: colheres, faca, garfo, prato e tábua de cortar;
• batedeira;
• liquidificador;
• fogão;
• forno elétrico.
9.1.5 Patologias dos idosos residente no Lar Bom Velhinho
Quanto as patologias presentes nos idosos residentes nesse lar são:
hipertensão, que corresponde à 41,66%(n=5), diabetes mellitus, osteoporose,
Alzheimer, HIV (Aids) cada uma destas patologias corresponde a 8,33 % (n=1),
constipação corresponde à 25% (n=3) dos idosos do lar.
9.1.6 Aspectos nutricionais
Quanto a Nutrição, o Lar dispõem de uma nutricionista particular, sendo que a
proprietária está procurando uma profissional que faça trabalho voluntário, devido a
redução de custo. A nutricionista vem uma vez por mês, trazer o cardápio, deixa as
receitas, tais como: coquetel laxativo para os idosos constipados e faz avaliação
nutricional nos idosos, e repassa os resultados para a dona do Lar.
95
O lar é sustentado pelo salário mínimo de cada idoso e por doações, tanto em
dinheiro como alimentos que são doados pela Ceasa (frutas e verduras) e por
pessoas em geral.
Foi proposto para proprietária do Lar Bom Velhinho fazer uma atividade de
educação nutricional, no caso, oficina culinária, com aproveitamento integral dos
alimentos voltada para hipertensos, pois é a patologia que atinge o maior número de
idosos no lar, além de transmitir noções de higiene na preparação de alimentos,
como guardar um alimento.
9.1.7 Avaliação da atividade
Ótima aceitação das preparações, grande interesse por mais receitas e outras
atividades relacionadas à educação nutricional tanto pelos idosos como pela
cuidadora.(ANEXO A –Fotos da atividade aplicada no Lar Bom Velhinho e receitas)
9.2 Prática 2: Atividade de educação nutricional pa ra o Grupo de Terceira Idade do UNILASALLE
9.2.1 Características do Grupo de Terceira Idade do UNILASALLE.
O Grupo de Terceira Idade (GTI) do Centro Universitário La Salle teve início no
dia 28 de abril de 1998 com 10 idosos. A idéia da formação do grupo iniciou nos
encontros do EAJA (Ensinando e Aprendendo com Jovens e Adultos) em final de
1997, pelos idosos, após conhecimento de um grupo em outra instituição de ensino
de Canoas. Atualmente, o grupo é composto por 70 idosos, todos eles possuem um
cadastro e termo de inclusão. Na Instituição, existe o atendimento ambulatorial para
os idosos, no espaço denominado Centro de Saúde Escola. Neste Centro, onde são
oferecidas consultas através das avaliações, sob a ótica da nutrição, enfermagem,
fisioterapia e farmácia para os idosos do grupo da Terceira Idade, bem como para a
comunidade do município de Canoas. O Projeto Institucional da Terceira Idade do
UNILASALLE, possui coordenação das atividades acadêmicas pela professora
Nutricionista Josiane Siviero e das atividades sociais pela Assistente Social Ana
Paula Alves.
96
9.2.2 Objetivo gerais
Explicar através da pirâmide alimentar, onde estão encontrados alimentos ricos
em fibras que ajudam a prevenir e tratar a constipação intestinal. Apresentar para os
idosos os grupos da pirâmide alimentar, porções e como deve ser uma alimentação
saudável e equilibrada com a inclusão de fibras.
9.2.3 Metodologia
- foi apresentada aos idosos a pirâmide alimentar;
- foi explicado a importância de cada grupo alimentar, enfatizando os ricos em
fibras e a importância do consumo de água;
- foi desenvolvido a dinâmicas com os idosos, fixando os alimentos à pirâmide,
nos respectivos grupos e trabalhado com a importância dos alimentos ricos
em fibras no tratamento e prevenção da constipação intestinal.
9.2.4 Materiais
- pirâmide alimentar vazia, apenas com as divisórias dos grupos, feita de
cartolina em EVA;
- desenhos de frutas em EVA.
9.2.5 Patologias dos idosos do Grupo da Terceira Idade
Segundo dados de pesquisa realizada com 57 idosos do Grupo da Terceira
Idade do UNILASALLE em 2006, as patologias ou fatores de risco relatados pelos
idosos com maior freqüência foram: hipertensão arterial, sendo 43,86% (n=25),
osteoporose equivalente a 38,84% (n= 21), dislipidemia e artrite representam
35,08% (n=26) dos idosos. (Citar TCC Neuza).
9.2.6 Aspectos nutricionais
O Grupo de Terceira Idade possui atendimento nutricional no Centro de Saúde
97
Escola (CSE), este é oferecido gratuitamente. Além disso, são oferecidas diversas
práticas educativas vinculadas às disciplinas do curso de nutrição.
9.2.7 Avaliação
Através da dinâmica desenvolvida com grupo, foi observado a fixação do tema
abordado, os idosos, mostraram grande interesse através de perguntas e com a
participação durante a dinâmica proposta. (ANEXO B –Fotos da atividade que foi
aplicado no Grupo da Terceira Idade do UNILASALLE).
98
10 DISCUSSÃO
A população idosa aumentou muito no Brasi,l com projeções de crescer ainda
mais. Este fato deve ser observado pelos profissionais e acadêmicos de nutrição,
pois existe uma demanda em termos de mercado trabalho para a Terceira Idade,
sendo a nutrição uma das áreas de importância nesta faixa etária.
Devido todas alterações fisiológicas que pode ocorrer durante o processo de
envelhecimento , as quais aumenta a predisposição a doenças, conhecer sobre
patologias que acometem a terceira idade, assim como, os aspectos nutricionais são
fatores importantes para trabalhar a nutrição e atividades educativas com idosos.
(BUSNELLO, 2005, p. 226).
Um grande desafio que a sociedade enfrenta atualmente, é saber como manter
a saúde e qualidade de vida em uma população em processo de envelhecimento. A
boa alimentação e um estado nutricional adequado beneficiam tanto o indivíduo
idoso como a sociedade, já que a saúde nutricional associa-se com o menor grau de
dependência e menor tempo de convalescença de doenças agudas, o que diminui
os recursos da saúde (TEIXEIRA NETO, p. 279, 2003).
A alimentação dos idosos é de fundamental importância no processo do
envelhecimento, estudos relacionam uma alimentação inadequada com o
surgimento de doenças crônicas não transmissíveis (CERVATO, 2005).
Uma dieta adequada que atenda todas as necessidades nutricionais do idoso,
com ingestão de frutas, vegetais (ricos em vitaminas, minerais e fibras), quantidade
reduzida de sal, gorduras, mais exercício físico, pode reduzir o risco de acidente
vascular, doenças cardiovasculares e ajudar a controlar a pressão arteria (TEIXEIRA
NETO, 2003).
99
A procura por orientação nutricional tem crescido significativamente, devido ao
diagnóstico precoce das doenças crônicas e ao reconhecimento da influência da
alimentação sobre elas. O sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para
doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes melitos, osteoartrite, osteoporose,
câncer de mama, de leva à procura crescente de atendimento nutricional
(RODRIGUES; SOARES; BOOG, 2005).
Segundo Cervato (2005), a educação nutricional tem sido destaque de distintos
trabalhos epidemiológicos, em especial os resultados apontam correlação entre
comportamento alimentar e doenças, a educação alimentar tem como objetivo a
promoção da saúde do indivíduo e da população.
A população de uma forma geral está exposta a mensagem sobre nutrição de várias formas. A origem desta informação pode ser televisão, rádio, revistas, artigos de jornais, Internet, amigos, família, e profissionais cuidadores. Todas essas informações, que variam amplamente, levam muitos idosos à confusão e ao engano. (BUSNELLO, 2007, p. 227).
As intervenções em educação alimentar podem influenciar positivamente os
idosos. A utilização por nutricionistas, de técnicas apropriadas de ensino e estratégia
de mudança de comportamento, torna os profissionais com o poder e dever de
ajudar os idosos a fazerem escolhas apropriadas sobre suas dietas e estilo de vida.
A conjunto destes fatores serve para aprimorar o status nutricional e melhorar o
processo de envelhecimento com saúde (BUSNELLO, 2005).
As duas atividades de educação nutricional desenvolvidas durante este
trabalho, foram para dois grupos de idosos com características diferentes, tais como:
o nível de instrução, capacidade de abstração, características socioeconômica e
cultural, estes aspectos têm grande relevância para desenvolvimento de atividades
de educação nutricional para idosos. Uma destas atividades foi realizada para um
grupo de idosos com pouca capacidade de abstração do conhecimento transmitido,
sendo assim a atividade foi voltada para a cuidadora desses idosos. A outra
atividade foi realizada para um Grupo de Terceira Idade com um bom nível de
instrução, capacidade de abstração do tema abordado. Estes idosos apresentaram-
se interessados pela atividade, participaram e interagiram com os educadores
demonstrando conhecimento e participação.
Segundo Busnello (2007, p. 225), “cabe ao nutricionista a visão de multiplicador
do conhecimento, visão esta extremamente importante para a qualidade alimentar
100
da população. O saber técnico , ao confrontar-se com o saber popular não pode
dominá-lo e nem impor-se a ele.”
As ações educativas são consideradas eficazes por proporcionar conhecimento
e modificar os hábitos alimentares. Na literatura existe pouca abordagem sobre
educação nutricional para idosos, principalmente, em relação a recursos
pedagógicos, mesmo sendo de extrema importância tanto no tratamento como na
prevenção de patologias.
101
11 CONCLUSÃO
O nutricionista é o profissional habilitado para transmitir o conhecimento da
ciência da nutrição, atuando e trabalhando com a formação de hábitos alimentares
saudáveis através da educação nutricional, visando melhor qualidade de vida da
população. A educação nutricional deve proporcionar ao indivíduo, soluções de
problemas através do desenvolvimento da capacidade de compreender a ciência da
nutrição, pois assim facilitará a escolha certa dos alimentos.
Este trabalho descreve as características do envelhecimento, avaliação
nutricional e algumas patologias que acometem a terceira idade, apresenta recursos
pedagógico-nutricional para trabalhar com idosos, os quais são instrumentos que
poderão ser utilizados por acadêmicos e profissionais da nutrição, pois são
facilitadores do aprendizado da ciência da nutrição, assim promovendo educação
nutricional para idosos.
Nossa perspectiva é que este trabalho contribua para melhora de qualidade de
vida dos idosos e incentive os profissionais e acadêmicos de nutrição a continuar
desenvolvendo outros trabalhos nesta área de “educação nutricional” para idosos,
pois não existem muitas publicações sobre esta temática.
Este trabalho aborda fatores relevantes do processo de envelhecimento,
técnicas de avaliações nutricionais, descrição de doenças e fatores de risco comuns
que acometem os idosos, contemplando a educação nutricional através de
desenvolvimento de instrumentos de ensino e intervenções educativas em nutrição,
assim como, aplicação de atividades ludo pedagógicas.
102
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106
ANEXO A – Fotos da atividade educacional no Lar Bom Velhinho e das receitas preparadas
107
Sanduíche colorido Pasta de ricota Bolo de casca de banana
Sanduíche colorido e suco de laranja
108
ANEXO B – Fotos da atividade nutricional com o Grupo da Terceira Idade do UNILASALLE
109
ANEXO C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA USO DE IMAGENS DA PIRÂMIDE ALIMENTAR
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
MANUAL EM EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COM ÊNFASE NOS FATOR ES DE RISCO E/OU PATOLOGIAS COMUNS EM IDOSOS: ALGUMAS
EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS
O trabalho este trabalho teve como objetivo montar um instrumento para guiar os profissionais da nutrição e ou acadêmicos para trabalhar com alguns fatores de risco e patologias comuns na terceira idade, bem como apontar estratégias e práticas educativas em nutrição.
A finalidade deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido é para autorização do uso das fotos (imagens) da Pirâmide Alimentar desenvolvida pela acadêmica de nutrição Ana Elisa Vieira Senger, orientada pela professora Josiane Siviero na disciplina de educação nutricional do UNILLASALE.
As fotos serão utilizadas com no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da acadêmica de Nutrição Cristiane Oliveira Brum de Barão.
Sendo assim, este termo permite a acadêmica do Curso de Nutrição do Unilasalle Cristiane Oliveira Brum de Barão utilizar as fotos (imagens) descrita acima.
Após ter recebido todas as informações relacionadas sobre utilização das fotos (imagens) eu ___________________________________________________________ CI________________________________certifico que o Sr.(a) Cristiane Oliveira Brum de Barão respondeu a todas minhas perguntas sobre a utilização das imagens, sendo que autorizo a utilização das fotos.
Declaro ainda que recebi cópia do presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Assinatura do responsável:____________________________________
110
ANEXO D - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA USO DE IMAGENS DA ATIVIDADE DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NO LAR BOM VELHINHO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
MANUAL EM EDUCAÇÃO NUTRICIONAL COM ÊNFASE NOS FATOR ES DE RISCO E/OU PATOLOGIAS COMUNS EM IDOSOS: ALGUMAS
EXPERIÊNCIAS EDUCATIVAS
O trabalho este trabalho teve como objetivo montar um instrumento para guiar os profissionais da nutrição e ou acadêmicos para trabalhar com alguns fatores de risco e patologias comuns na terceira idade, bem como apontar estratégias e práticas educativas em nutrição. Os objetivos da atividade realizada no Lar de Idosos Bom Velhinho foram: transmitir orientações nutricionais para idosos hipertensos e a cuidadora, conhecer a realidade da vida de idosos institucionalizados, conhecer aspectos da alimentação desses idosos, pesquisar quais são as patologias dos idosos residente neste lar, aplicar atividade de educação nutricional;
A finalidade deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido é para autorização do uso das fotos(imagens) dos idosos e participantes da atividade de educação nutricional realizada durante este trabalho, no dia 27/10/2007. A atividade foi realizada no Lar Bom Velhinho, localizado em Canoas/RS no bairro Niterói.
As fotos da atividade serão utilizadas com anexo no Trabalho de Conclusão de Curso(TCC) da acadêmica de Nutrição Cristiane Oliveira Brum de Barão.
Sendo assim, este termo permite a acadêmica do Curso de Nutrição do Unilasalle Cristiane Oliveira Brum de Barão utilizar as fotos da atividade descrita acima.
Após ter recebido todas as informações relacionadas sobre utilização das
fotos (imagens) obtidas durante a atividade eu ____________________________________ responsável pelo Lar de Idosos Bom Velhinho e pelos idosos residentes neste, portador do CI________________________________certifico que o Sr.(a) Cristiane Oliveira Brum de Barão respondeu a todas minhas perguntas sobre a utilização das imagens, sendo que autorizo a utilização da fotos. Declaro ainda que recebi cópia do presente Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Assinatura do responsável legal:____________________________________ Data:___________