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PORTUGUÊS para Concursos Cris Orzil Gramática Interpretação de textos Redação discursiva Redação oficial 2020

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PORTUGUÊSpara Concursos

Cris Orzil

Gramática Interpretação de textos Redação discursivaRedação ofi cial

2020

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Capítulo 4 • Sintaxe PaRte 1 • GRamátiCa

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CAPÍTULO 4

Sintaxe

1. INTRODUÇÃO À SINTAXE

Sintaxe é a parte da gramática que analisa a relação estabelecida entre os termos que compõem frases e orações.

Para que se entenda bem a sintaxe, torna-se necessário conhecer alguns conceitos básicos. A frase pode ser composta por uma palavra ou um conjunto de palavras, desde que seja(m) capaz(es) de transmitir uma mensagem em um determinado contexto.

� Oi!(Frase nominal composta de apenas uma palavra que, no en-tanto, é capaz de transmitir uma mensagem clara, de modo a estabelecer comunicação.)

� Eu estudo muito.

(Frase verbal composta por um conjunto de palavras organi-zadas em todo do verbo “estudo”. Nesse caso, dizemos que, por ser uma frase verbal, temos aí também uma oração. Como a frase é composta de uma única oração, designamo-la de período simples ou oração absoluta.

� Eu estudo muito, para que conquiste minha vaga.(Frase verbal composta de duas orações: uma organizada em torno do verbo “estudo”; outra organizada em torno de “conquiste”. Por se tratar de frase composta de duas orações, chamamo-la período composto.)

A partir dessas noções básicas, partiremos ao estudo dos elementos da sin-taxe responsáveis pela análise do período simples, do período composto e de tudo aquilo que poderá fazer parte deles, como: a análise da regência dos ver-bos e dos nomes; a concordância dos verbos e dos nomes; o uso da crase e da pontuação. Então, avante!

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2. PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO

Neste primeiro ponto trabalhado pela sintaxe, aprenderemos a analisar os termos que podem compor “internamente” uma oração. Veremos agora como são divididos tais termos.

a) Termos essenciais: sujeito e predicado.

b) Termos integrantes: complemento verbal (objeto), complemento no-minal e agente da passiva.

c) Termos acessórios: adjunto adnominal , adjunto adverbial , aposto.

d) Vocativo

2.1. Termos essenciais

1. Sujeito: é o termo a que o verbo se refere, além de ser o responsável pela flexão deste. Veremos agora as possíveis classificações para o sujeito.

a) Sujeito simples: determinado e organizado a partir de um único nú-cleo. O núcleo será um substantivo ou uma palavra que o represente, como um verbo no infinitivo, uma palavra substantivada ou mesmo um pronome substantivo.

� Os dez exercícios já foram resolvidos.

b) Sujeito composto: determinado e organizado a partir de dois ou mais núcleos.

� Os dez exercícios e a redação já foram feitos.

c) Oculto, elíptico ou desinencial: é o sujeito determinado, porém im-plícito na oração de que participa.

� (Eu) Estudei muito. � (Nós) Conseguiremos sucesso. � Venha (você) aprender português! � Os alunos fizeram um simulado sábado. Felizmente, consegui-

ram bons resultados.

O Perceba que o sujeito elíptico da segunda oração teve seu referente na oração anterior (Os alunos). Ou seja, o sujeito não só existe, como é determinado. Foi apenas ocultado na oração de que participa. O Cespe adora cobrar esse tipo de sujeito! Veja!

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Capítulo 4 • Sintaxe PaRte 1 • GRamátiCa

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� (CESPE – 2018 – MPE/PI – SUPERIOR) A respeito de aspectos linguísticos e semânti-cos do texto, julgue o item a seguir. O sujeito da forma verbal “cometeram” é indetermi-nado. (Certo / Errado)

RESPOSTA: ERRADONa presente questão, o verbo está na terceira pessoa do plural: “cometeram”. Para se ter conhecimento em relação à possibilidade de o sujeito ser indetermi-nado, torna-se ESSENCIAL a volta ao texto, a fim de que se perceba se o referen-te do verbo “cometeram” pode ser identificado pelo contexto. Então, façamos isso!“Por um lado, tenta-se fazê-la entrar no cálculo geral das provas, como se fosse apenas mais uma: não é a ‘evidentia rei’; tal como a mais forte das provas, não pode por si só implicar a condenação e tem de ser acompanhada por indícios ane-xos e presunções; pois já houve acusados que se declararam culpados de crimes que não cometeram;Observe que, contextualmente, é possível perceber que o referente do verbo “co-meteram” é representado pelo termo “acusados”. No entanto, como estamos ava-liando o sujeito da oração da qual o verbo “cometeram” participa (a oração subli-nhada), constatamos que:1) o sujeito NÃO pode ser indeterminado, uma vez que conseguimos identificá-lo pelo contexto;2) o sujeito NÃO é simples e explícito, pois, embora possa ser identificado pelo contexto, aparece IMPLÍCITO na oração em que está inserido (sublinhada);3) o sujeito, então, é EXISTENTE, é DETERMINADO, porém, foi OCULTADO na ora-ção de que participa.

d) Sujeito indeterminado: como o próprio nome sugere, esse tipo de sujeito surge quando se pretende indeterminar o sujeito da oração. A língua dispõe de três recursos para isso.

• Colocando-se o verbo na terceira pessoa do plural, sem que se re-fira a um termo já mencionado.

� Falaram muito bem de você na festa.

• Deixando-se o verbo em sua forma invariável (terceira pessoa do singular) e agregando a ele o “se”, chamado aqui de “índice de in-determinação do sujeito”. Os verbos que admitem esse tipo de in-determinação são: verbos de ligação, transitivos indiretos, intran-sitivos e transitivos diretos preposicionados.

� Precisa-se de investidores. (verbo transitivo indireto) � É-se realizado aqui. (verbo de ligação) � Vive-se tranquilamente aqui. (verbo intransitivo) � Comeu-se de tudo na festa. (verbo transitivo direto preposi-

cionado)

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J CUIDADO! Não confunda o SE da voz passiva sintética (que é pro-nome apassivador) com o SE (índice de indeterminação do sujeito). Na voz passiva, o verbo concorda com o termo posposto ao SE, afi-nal, ele é o sujeito paciente: “Consertam- se roupas”. Quando ocor-re indeterminação do sujeito, o verbo fica invariável: “Trata-se de assuntos polêmicos”. TODAS as organizadoras cobram MUITO esse assunto, principalmente nas questões de concordância verbal. Por-tanto, fique atento(a)!

• Colocando-se o verbo no infinitivo impessoal.

� Fumar é prejudicial. (Poucas organizadoras cobram esse caso de indeterminação do sujeito. Já vi em provas da IBFC.)

J Cuidado apenas com construções, como: “Nós estamos prepara-dos para passar no concurso”. Neste caso, apesar de “passar” não estar flexionado, o seu sujeito deve ser considerado elíptico, pois seu referente pode ser identificado na oração anterior: “Nós”.

e) Orações sem sujeito (ou sujeito inexistente): são formadas com ver-bos IMPESSOAIS, os quais, em geral, deverão permanecer na forma invariável do verbo. Fique atento(a) aos verbos impessoais, conside-rando que são muito cobrados em questões de concordância verbal. Vamos conhecê-los?

• Verbo “haver” com sentido de “existir” ou “acontecer”.

� Há esperanças! � Houve manifestações na cidade hoje pela manhã.

J CUIDADO! Os verbos “existir” e “acontecer” NÃO são impessoais. Logo, se fossem empregados nas frases acima, sofreriam flexão nor-malmente: “Existem esperanças” e “Aconteceram manifestações...”.

• Verbos “ser”, “estar”, “parecer”, “haver” e “fazer”, indicando tempo ou fenômeno.

� É cedo. É tarde. Está quente. Está frio. Parece frio. � Faz/há dois anos que não o vejo.

J Observação: Em “Eles fizeram um ano de casamento”, o sujeito é simples: “Eles”.

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• Verbos que indicam denotativamente fenômenos da natureza. � Choveu. � Anoiteceu.

• “Passar de”, para os gramáticos Cegalla e Sacconi. � Já passa das 17h. (A banca Cesgranrio já cobrou esse verbo

em prova, embora a maioria das organizadoras não costu-mem fazer esse tipo de cobrança.)

f) Sujeito oracional (em forma de oração) � Estudar para concursos é meu foco.

J OBSERVAÇÕES IMPORTANTES1. Os verbos indicadores de fenômenos naturais poderão apresentar

sujeito, se forem usados conotativamente, como em: “Choveram xin-gamentos ao juiz”. A Aeronáutica adora fazer esse tipo de cobrança em suas provas.

2. De acordo com o gramático Bechara, os impessoais são considera-dos verbos defectivos, uma vez que só devem se flexionar na terceira pessoa do singular.

3. Dentro de uma locução, o verbo impessoal continuará exercendo essa mesma função, caso seja o PRINCIPAL. Quando isso acontece, toda a locução fica invariável. (“Deve fazer anos que não o vejo”, e NÃO: “Devem fazer anos que não o vejo”). Esse conhecimento é IMPORTAN-TÍSSIMO para a resolução de questões sobre concordância verbal.

4. Quando o verbo haver é o auxiliar de uma locução, correspondente a TER, não será impessoal, sendo, portanto, passível de flexão, como em: “Eles haviam falado”.

5. Não se recomenda a substituição de HAVER, quando impessoal, pelo verbo ter. Essa é uma variação coloquial. Esse assunto, apesar de raro em provas, já foi cobrado pela FUNDEP, em 2012.

2. Predicado: é o que se declara sobre o sujeito, ou seja, o verbo e “o resto”.

a) Predicado verbal: possui como núcleo um verbo significativo (no-cional) ou uma locução verbal com verbo principal significativo, os quais podem indicar ação, acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade mental, em outras palavras, indicam processos significati-vos. Esses verbos que indicam efetivamente um processo são dividi-dos da seguinte maneira.• Intransitivos (VI)

� As pessoas caminham na avenida. O Verbo intransitivo “cami-nham”, seguido de adjunto adverbial de lugar “na avenida”.

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• Transitivos diretos (VTD)

� Os alunos farão o simulado. O Verbo transitivo direto “farão”, que tem como complemento o objeto direto “o simulado”.

• Transitivos indiretos (VTI)

� Nós precisamos de você. O Verbo transitivo indireto “precisa-mos”, que tem como complemento o objeto indireto “de você”.

• Transitivos diretos e indiretos (ou bitransitivos) (VTDI)

� Os alunos prestaram uma homenagem ao professor. O Verbo transitivo direto e indireto “prestaram”, que tem como com-plementos o objeto direto “uma homenagem” e o objeto indi-reto “ao professor”.

b) Predicado nominal: atribui estado ao sujeito. Nesse predicado, o verbo é de LIGAÇÃO (VL), ou seja, não nocional. Já o núcleo é repre-sentado por um nome presente no predicativo do sujeito, que é o termo responsável por atribuir característica ou estado ao sujeito.

� Zeca está feliz. O “Está” é o verbo de ligação que une o sujeito “Zeca” ao predicativo do sujeito “feliz”.

Principais verbos de ligação

ser – estar – ficar – permanecer – continuar – tornar-se – parecer – cair – virar – andar – viver – acabar

Nos exemplos seguintes, os termos grifados são os verbos de ligação (VL) e os que estão em negrito são os núcleos dos predicativos dos sujeitos (PS).

� Mércia foi muito feliz naquele tempo. � Eu estou bem cansada hoje. � Carlos ficou satisfeito com a notícia. � Joana parece doente. � Cris tornou-se rica. (Gostaria muitooooooo!!) ☺ � Zé caiu de cama. (de cama, doente O estado) � Marcelo virou atleticano. � Aqueles meninos andam insatisfeitos com as notas. � Jaqueline vive triste pelos cantos. � Você acabará enlouquecida. � A torcida permanece agitada.

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J Observação final: Cuidado para não fazer construções com um úni-co objeto ou um único adjunto e com verbos de regências distintas:

� Ele entrou e saiu da sala rapidamente. � Quem entra, entra EM. � Quem sai, sai DE.

Veja que os verbos têm regências diferentes, portanto, a construção acima está incorreta. Para adequá-la à norma culta, poderíamos dizer: “Ele entrou na sala e saiu dela rapidamente”.

6. CRASE

Crase é o nome dado ao processo de contração entre dois as. Um deles é uma preposição (exigida por um termo) e o outro poderá ser um artigo femini-no ou um pronome demonstrativo. Tal processo de contração é marcado pelo acento grave ( ` ).

� Eu me referi à menina. a (preposição) + a (artigo feminino)

� Eu me referi àquela menina. a (preposição) + a (primeira letra do demonstrativo “aquela”)

� Eu estudarei todas as matérias, mas me dedicarei às que mais aparecem em provas. a (preposição) + as (pronome demonstrativo com senti-do de “aquelas”)

6.1. Casos “convencionados”

Em algumas situações, apesar de não “enxergarmos” o fenômeno da crase ocorrendo, devemos utilizar o acento grave. Isso acontece porque foi convencio-nado que ele deveria ser empregado em alguns casos que estudaremos agora.

1. Antes de numerais que indicam horas determinadas.

*Desde que já não exista uma preposição, como para, desde, após e entre.

� Iniciei os estudos às 17h. � *A reunião foi marcada para as 18h, e eu estou aguardando-a

desde as 17h.

2. Em locuções formadas com palavras femininas.

� À noite. À esquerda. Às vezes. À toa. (adverbiais)

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� À espera de. À procura de. Às custas de. À força de. À vista de. (prepositivas)

� À medida que. À proporção que. (conjuntivas) � À lenha. À queima-roupa. (adjetivas)

☛ CUIDADO com construções do tipo: “A noite está bela”, em que “A noite” não é locução adverbial, mas um simples substan-tivo determinado por artigo. As organizadoras Cespe e Cesgranrio adoram fazer “pegadinhas” assim.

J Observação: O uso do acento grave pode ser considerado opcional em locuções adverbiais de instrumento e meio formadas com pa-lavras femininas, devido à falta de consenso entre os gramáticos sobre o assunto. Assim, podemos ter: “a caneta” ou “à caneta”; “à chave” ou “a chave”; “à prestação” ou “a prestação”.

3. Antes da palavra “moda” ou “maneira”, mesmo que estejam implí-citas. O Indicam a pessoa que inventou ou mesmo o lugar, o povo ou alguém que é exemplar em alguma coisa.

� Fez um gol à Ronaldinho. � Adoro “pizza” à moda portuguesa.

J Observação: De acordo com a Academia Brasileira de Letras (ABL), não se recomenda o uso de crase em “Bife a cavalo” ou “Frango a passarinho”, afinal, o cavalo e o passarinho não inventaram essas modas!

6.2. Casos proibitivos

1. Antes de palavras masculinas. � Fiz a prova a lápis.

2. Antes de verbos. � Puseram-se a chorar.

3. Antes de pronomes pessoais. � Ele assistiu a ela.

4. Antes de pronomes de tratamento (exceto senhora, senhorita e dona O artigo facultativo).

� Eu desejo alegrias a você.

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formada por um ou mais períodos, além de ser o nome que se atribui ao espaço em branco que aparece à esquerda de um trecho que se inicia.

10.14. Uso da barra

A barra pode ser usada para:

� abreviar datas (assim como o hífen): 28/09/2019; � na representação do ano fiscal, em distinção ao ano civil tra-

dicional: 2013/14; � para separar siglas: PUC/MG; � para separar termos de análises sintáticas: A Cris / ensina / a

matéria / com amor; � duplicadas, para separar orações: O aluno aprendeu // e passou.

10.15. Questões comentadas, polêmicas e outras discussões

Falarei aqui sobre alguns pontos polêmicos, divergências gramaticais e co-mentarei algumas questões. Em suma, é um estudo mais aprofundado sobre o uso de pontuação. Caso ainda não se sinta preparado, aconselho que leia este item apenas quando estiver dominando as regras básicas sobre o uso da vírgula que, na verdade, são as que caem em mais de 90% das questões. Se já estiver pronto, sigamos adiante!

1. Conjunções adversativas e conclusivas, quanto ao uso da vírgula

Ao indagar a ABL sobre a utilização da vírgula após conjunções adversati-vas e conclusivas, mesmo estando no início de oração, obtive a seguinte resposta: “Prezada Cristiane: sim, pode-se usar vírgula após as conjunções adversativas/conclusivas quando estiverem no início de oração, dependendo da ênfase que se quer dar ao enunciado. A conjunção pois vem sempre posposta a um termo da oração a que pertence, ficando, portanto, isolada por vírgula. De nada. 18/03/15

O gramático Napoleão M. Almeida permite que se utilize vírgula após as coordenadas adversativas em início de oração, mas considera que não seja obri-gatória. Já depois de “assim”, “então”, “demais” e de outros advérbios e locuções adverbiais, empregados em princípio de sentença e com valor de conjunção, afirma que a vírgula deve ser usada. (Cespe já fez tal cobrança, a qual você verá nas questões comentadas a seguir .)

Bechara também afirma que se emprega vírgula para separar as conjunções e os advérbios adversativos, principalmente quando pospostos.

O gramático Sacconi, o Manual de Redação da Câmara dos Deputados e o Manual de Redação do Senado, seguindo a lógica do posicionamento da

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ABL, asseveram ser facultativo o emprego da vírgula depois de conjunções que iniciam o período, a depender da ênfase que se queira dar ao enunciado. Para Sacconi, no entanto, MAS só se usa em início de oração, sendo a vírgula utilizada apenas antes desta conjunção.

Já o gramático Rocha Lima afirma, genericamente, que a vírgula será usa-da para separar conjunções adversativas e conclusivas (sem mencionar direta-mente nada a respeito de suas posições dentro das orações).

J Nota: Em concursos, raramente somos indagados sobre a obrigato-riedade do uso desse tipo de vírgula. De toda forma, é importante que você tenha acesso aos posicionamentos dos principais gramáticos.

2. Orações substantivas com função de SUJEITO, QUANTO ao uso da vírgulaPara Sacconi, a vírgula em orações substantivas com função de sujeito ini-

ciadas por “quem” é facultativa: “Quem avisa, amigo é” ou “Quem avisa amigo é”. No entanto, muitos gramáticos nem sequer chegam a mencionar casos como es-ses. Além disso, essa permissividade do gramático Sacconi, em geral, é ignorada pelas organizadoras. Então, acho mais conveniente ficarmos com a regra que prevalece, como já cobrou a FCC: aquela que impede que o sujeito seja separado do verbo por vírgula.

3. Orações reduzidas, quanto ao uso da vírgulaCegalla e Celso Cunha afirmam que a vírgula deverá ser usada para separar

orações adverbiais reduzidas.

Já Sacconi e Rocha Lima afirmam que será empregada para separar as ora-ções reduzidas de gerúndio, de particípio e de infinitivo, sem especificar exata-mente as adverbiais.

4. Sobre o uso do “nem”Sacconi dispensa a vírgula, quando o “nem” liga orações, palavras ou ex-

pressões de curta extensão: “Eles não trabalham nem estudam”. Sendo outra extensão, a vírgula passa a ser utilizada: “Não confesso os meus pecados, nem permito que meus filhos o façam”. (Sacconi, p. 414)

Assim como o “e”, o “nem” também pode aparecer repetido em enumerações. Neste caso, a vírgula é considerada lícita por praticamente todos os gramáticos.

5. Sobre o uso do “ou”Sacconi afirma que “Quando liga palavras curtas, sem caráter enfático, dis-

pensa vírgula: Os mendigos pediam dinheiro ou comida. No entanto, havendo ênfase: Maria, os mendigos pediam dinheiro, ou comida?” (Sacconi, p. 411)

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Capítulo 7 • exeRCíCioS PaRte 1 • GRamátiCa

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CAPÍTULO 7

Exercícios

1. FONOLOGIA

01. (IDECAN – 2016 – UFPB – AUX. DE ADM.) São expressões transcritas do texto que apresentam dígrafo, EXCETO:a) Pessoas.b) Sucesso. c) Olhadinha. d) Fenômeno.

02. (MSCONCURSOS – 2016 – CASSEMS/ MS – TÉCNICO DE ENFERM.) Considerando as palavras mencionadas em cada alternativa, escolha aquela em que há correspondência entre o número de fonemas e o de letras.a) “há”; “de”.b) “bem”; “mar”. c) “fundo”; “algas”. d) “que”; “são”.

03. (EXATUS – PR – 2015 – PREF. DE NOVA FRIBURGO – FISCAL DE TRIBUTOS) Analise as afirmativas e em seguida assinale a incorreta: a) “mundo” tem 5 letras 4 fonemas e um dígrafo.b) “criança” tem 7 letras, 6 fonemas, 1 encontro consonantal, 1 hiato e 1 dígrafo.c) “guarda” tem 6 letras, 6 fonemas, 1 hiato, 1 encontro consonantal. d) “glória” tem 6 letras, 6 fonemas, 1 encontro consonantal e 1 ditongo.

04. (IBFC – 2015 – MGS) Considerando as regras para separação silábica, indique a opção em que a palavra indicada foi dividida de modo ERRADO. a) “Quando” (Quan - do)b) “desceram” (des - ce - ram) c) “diálogo” (diá - Io - go) d) “atuais” (a-tu-ais)

05. (IDECAN – 2015 – PRODEB – ASSISTENTE ELETROTEC) Assinale a alternativa em que todas as palavras apresentam a semivogal “u”.a) continua – algum – muita.b) indivíduo – incluir – regularc) confirmou – estabeleceu – pouca. d) neurociência – preocupa – graduação.

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71. (VUNESP – 2019 – TJ/SP – ADM. JUDICIÁRIO) De acordo com a norma-padrão, a ex-pressão destacada no trecho do texto está corretamente substituída pela expressão en-tre parênteses na alternativa:a) ... que se desmaterializa e tem deixado as nossas salas e estantes mais vazias.

(tem deixado-as)b) É uma reflexão sobre a “economia de assinaturas” que conquista a economia glo-

bal. (a conquista)c) E em minha defesa só posso afirmar que pago pelos meus vícios. (pago-os)d) Mas depois, fotografo as capas com o meu celular antes de regressar para o psica-

nalista... (lhes fotografo)e) O objetivo meritório de vender “coisas” – muitas coisas... (vender-lhes)

GABARITO

01 E 10 D 19 C 28 A 37 E 46 A 55 B 64 C

02 A 11 D 20 E 29 B 38 E 47 A 56 A 65 E

03 E 12 E 21 E 30 D 39 C 48 D 57 A 66 D

04 B 13 D 22 B 31 C 40 E 49 A 58 B 67 D

05 E 14 B 23 C 32 E 41 E 50 D 59 A 68 B

06 A 15 D 24 A 33 E 42 C 51 D 60 A 69 A

07 B 16 C 25 A 34 C 43 C 52 C 61 D 70 E

08 A 17 C 26 C 35 C 44 E 53 D 62 B 71 B

09 E 18 D 27 B 36 E 45 D 54 B 63 D

8. PRONOMES RELATIVOS (E OUTROS CASOS CORRELATOS, RE-LACIONADOS AO USO DE CONJUNÇÕES E À ADEQUADA REGÊN-CIA VERBAL E NOMINAL)

01. (FCC–2013–SERGIPE GÁS–S/AL–ADMINISTRADOR) Investir nas redes sociais, ...... participam mais de 500 milhões de usuários, tem se mostrado uma estratégia positiva para a sobrevivência da indústria fonográfica.Preenche corretamente a lacuna da frase acima:a) na qualb) de quec) com qued) a quale) que

02. (FCC–2013 –MPE/AM – AGENTE TÉCNICO COMUNICÓLOGO) ... para a solidão em que vive cada um de nós...O segmento grifado acima preencherá corretamente a lacuna da frase: