criminologia. teoria da anomia a teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada...

23
criminologia

Upload: maria-do-loreto-sacramento-vilarinho

Post on 07-Apr-2016

327 views

Category:

Documents


11 download

TRANSCRIPT

Page 1: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

criminologia

Page 2: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Teoria da Anomia

Page 3: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

• A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo uma alternativa à construção doutrinária dos caracteres diferenciais biopsicológicos do delinquente.

Page 4: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Teoria funcionalista• Postulados básicos :• a) as causas do desvio não devem ser buscadas em

fatores bioantropológicos e naturais, como a raça e o clima, nem tampouco em uma situação patológica da estrutura social;

• b) o desvio constitui um fenômeno normal de toda estrutura social;

• c) o comportamento desviante, por conseguinte, dentro de seus limites funcionais, representa um elemento necessário e útil para o equilíbrio e o desenvolvimento sociocultural,

Page 5: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Crime não é uma anomalia.Postulados básicos:• Normalidade do crime – (não é uma patologia). Aparece inevitavelmente unido ao desenvolvimento do sistema social do crime. Uma sociedade sem crimes é pouco desenvolvida, monolítica, primitiva.• Funcionalidade do crime – não é um fato necessariamente nocivo. É funcional para a estabilidade e a mudança social.

Page 6: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

DurkheimA teoria geral da anomia é originalmente produto das reflexões de Durkheim em sua obra o suiciodio, primeiramente publicada em 1897, quando o mesmo disserta sobre o que ele chama de “suicídio anômico”, partindo da constatação de que as variações estatísticas das taxas de suicídio tendem a seguir o ritmo dos ciclos econômicos e observando que o aumento do fenômeno tem lugar tanto nas fases de crises e depressões econômicas, quanto nas de prosperidade brusca.

Page 7: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Anomia

• “[...] a crise, a perda de efetividade ou o desmoronamento das normas e valores vigentes em uma sociedade, precisamente como consequência do rápido e acelerado desenvolvimento econômico da mesma e de suas profundas alterações sociais que debilitam a consciência coletiva.” (García-Pablos de Molina)

Page 8: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Anomia

• a) a anomia, significando a ausência de padrões orientadores do comportamento dos membros de uma sociedade em áreas gerais ou específicas do comportamento;

• b) a organização, no seio de uma sociedade, de grupos em estado de conflito no que tange a práticas especificadas, traduzindo, pois, o conflito de padrões.

Page 9: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Crime

• Durkheim, tomando por base a verificação da constância do volume da criminalidade, ou seja, da inevitabilidade da existência, em qualquer meio social ou momento histórico, de uma taxa incessante de criminalidade, também sustenta que o crime configura um comportamento “normal”, posto não apresentar caráter patológico.

Page 10: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

• Consciência Coletiva – conjunto de crenças e sentimentos comuns à média dos membros de uma sociedade (“tipo psíquico da sociedade”). Nossos símbolos: carnaval, futebol, etc.• Sociedades Arcaicas (primitivas) – existe uma solidariedade mecânica que é por semelhança – intercambialidade das pessoas do clã. Punições coletivas. Indivíduo não existe.• Sociedades Contemporâneas (diferenciadas) – diferença das profissões e multiplicação das atividades industriais. – enseja a solidariedade orgânica. Associação dos diferentes – analogia com as diferentes funções do organismo. Nasce o indivíduo, que tem papel único (pena não passa da pessoa do condenado, como corolário do individualismo).

Page 11: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Crime só é importante quando há anomia (desmoronamento das normas vigentes) e atinge a consciência coletiva da sociedade (exemplos. Função da pena - nada mais faz do que evitar que a consciência coletiva seja debilitada.).

Page 12: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Durkheim• O normal é simplesmente que haja uma criminalidade,

contanto que esta atinja e não ultrapasse, para cada tipo social, certo nível que talvez não seja impossível fixar de acordo com as regras precedentes.” Para ele, uma sociedade sem condutas irregulares seria praticamente impossível, visto que o anormal não é a existência do delito, mas um repentino aumento ou diminuição dos números médios ou das taxas de criminalidade. Em primeiro lugar, o crime é normal porque uma sociedade que dele estivesse isenta seria inteiramente impossível.”

Page 13: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Durkheim• O delito exerce uma função integradora e inovadora,

podendo inclusive representar “uma antecipação da moral por vir”, como no caso de Sócrates, condenado como criminoso segundo o Direito ateniense, na Grécia Antiga. Daí Durkheim não visualizar o criminoso como “um ser radicalmente insociável”, porém, ao contrário, como “um agente regular da vida social “O crime é portanto necessário; ele está ligado às condições fundamentais de toda vida social e, por isso mesmo, é útil; pois as condições de que ele é solidário são elas mesmas indispensáveis à evolução normal da moral e do direito.” DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico.

Page 14: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

.Teoria da prevenção geral repousa nesta tradição sociológica.Durkheim afirmava que a função da pena consistia em reforçar a solidariedade social dos associados da ordem constituída.

Page 15: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Retomada do pensamento em Robert Merton :1.A anomia decorre do colapso da estrutura cultural e das contradições desta com a estrutura social (“teoria social e estrutura social”).2.Quatro categorias são incapazes de resistir às tensões entre cultura e estrutura:

Page 16: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Estrutura Cultural

A estrutura cultural perfaz uma dupla função: estabelece as metas (os objetivos culturais) propostas aos membros de uma determinada sociedade, as quais se apresentam como motivações fundamentais do comportamento destes, voltadas, exempli gratia, à consecução de bem-estar, sucesso econômico ou poder, além de fornecer modelos de comportamento institucionalizados, apontando os meios legítimos e socialmente aprovados da busca orientada para a obtenção das metas indigitadas (normas institucionalizadas).

Page 17: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Estrutura Cultural

• Estrutura econômico-social, esta consiste no complexo das relações sociais, que reúne as oportunidades reais, conferidas às pessoas, efetivamente determinantes da possibilidade de acesso aos bens e fins culturais, com observância das normas institucionalizadas.

• Entre a estrutura cultural e a estrutura social compelem as pessoas à adoção de diferentes trilhas adaptativas, em resposta aos potenciais de frustração socialmente induzidos.

Page 18: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

A. Ritualista: incapaz de realizar os objetivos valorados e renuncia a eles (Barnabé)

B. Retraimento: ao contrário do ritualista que renuncia aos objetivos sociais mas adere às normas, no retraimento o personagem renuncia a ambas (vagabundo, mendigo, drogadicto).

C. Inovação: personagem passa a usar técnicas novas para atingir seus objetivos pessoais(delinquência )

D. Rebelião: recusa total dos valores dominantes (rebeldia sem causa).

Page 19: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Modos deadaptaçãp• Modos de adaptação Objetivos culturais Meios institucionais• • I. Conformidade + +• • II. Inovação + _• • III. Ritualismo _ +• • IV. Retraimento _ _• • V. Rebelião

Page 20: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

conformismo

• A conformidade, que é o comportamento modal, o mais comum e o mais difundido em uma sociedade estável, autêntico comportamento conformista, não representando desvio comportamental, significa a atitude receptiva tanto em relação aos objetivos culturais, quanto aos meios institucionais.

Page 21: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Funcionalismo se propaga na Europa, pois em função do vazio pós-guerra, inúmeros institutos e centros de investigação são criados para dar suporte à reconstrução, o que dá suporte às visões funcionalistas.Luhmann define o direito pela função que ele desempenha e diz que tem a função de generalização congruente das expectativas de conduta.É, pois, uma estrutura de expectativas que nos permite não somente esperar condutas alheias senão esperar expectativas alheias, e é isso que nos permite construir sistemas sociais.

Page 22: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Ou, em palavras mais simples, o direito serve para saber quais condutas podemos esperar dos demais e também que esperam os demais do seu entorno. As pessoas podem agir de formas muito distintas e o Direito serviria de critério para saber que podemos esperar dos que nos rodeiam. A desviação passa a ser uma conduta ininteligível politicamente, isto é, a conduta contrária à norma não expressando uma crítica política à norma, não sendo portadora de propostas normativas alternativas. A sanção, por seu turno serve para proteger à norma vulnerada.

Page 23: Criminologia. Teoria da Anomia A teoria estrutural-funcionalista do desvio e da anomia foi esboçada por Durkheim e desenvolvida por Robert Merton, oferecendo

Tal teoria de justificativa da pena não pode ser sustentada em um Estado Democrático de Direito, já que supõe uma funcionalização dos indivíduos para o fim da auto-conservação do sistema absolutamente inadmissível em um Estado Democrático.