criadouro onça pintada - projeto de conservação | protocolo de manejo...

48
1 Onça Pintada Criadouro Onça Pintada Criadouro www.criadourooncapintada.org.br/apresentacao/#programas Editores Cleyde Angélica Ferreira da Silva Chieregatto Cecília Pessutti Valdir de Almeida Ramos Jr. Mauro Cezar de Almeida Prefácio É com imensa satisfação que, neste momento, escrevo estas linhas sobre este plano de manejo. Na verdade, cabe a mim uma parte pouco trabalhosa e muito prazerosa desta obra. Ela foi cunhada por muitas mãos, que nos últimos anos vêm armazenando conhecimento sobre o cachorro-do-mato-vinagre em cativeiro O sucesso de um programa de conservação "ex sitiJ' reside no envolvimento das pessoas que mantêm a espécie, sua disponibilidade em trabalhar em algo que realmente valha a pena e o exemplo do grupo que se reuniu para escrever esta obra evidencia bem isso. Há alguns anos atrás, o manejo do cachorro-do-mato-vinagre em cativeiro no Brasil estava limitado em um zoológico e o programa de conservação da espécie patinava na lama. Entretanto, a entrada de mais alguns animais em outras instituições brasileiras foi o suficiente para iniciar um movimento das instituições culmi- nando com o controle genealógico dos animais e a somatória de esforços para reerguer a população em cativeiro da espécie tão reduzida no Brasil Vários problemas ainda pairam sobre o programa de conservação, em especial o pequeno número de fundadores que geraram a população brasileira de cativeiro. Mas vemos que o caminho que está sendo traçado é o correto e por mais obstáculos que se coloquem no caminho, o grupo conseguirá contorná-los. É muito importante que relatemos o movimento vivido hoje pelos criadouros e zoológicos do Brasil. Esse é um tempo de mudança, pois passamos por um período na qual as pessoas acreditavam que tendo um casal de determinada espécie se reproduzindo, estava conservando a mesma. Essa filosofia incorreta fragmentava as ações conservacionis- tas e isolava os animais em ilhas. Só se admitia permutar um espécime raro em lugar de outro do mesmo "valor". Isso inviabilizou e entrada de várias instituições em programas de conservação e retardou a execução dos mesmos. Hoje a conservação parou de ser uma falácia vazia dos administradores e técnicos de zoológicos para ser uma realidade para várias espécies ameaçadas de extinção no Brasil. Este protocolo de manejo mostra isso com muita propriedade, evidenciando que o grupo de trabalho vem lidando com a população existente com maestria política e técnica. Somente dessa forma poderemos fazer algo por uma espécies tão ameaçada e desconhecida como cachorro-do-mato-vinagre. É necessário que técnicos e administradores entendam cada vez mais que somente a união de esforços poderá gerar programas de conservação, tanto "ex situ' quanto "in situ" sólidos e viáveis. Instituições isoladas não conseguirão efetivar ações de conser- vação direta. Projeto de conservação Protocolo de manejo do Cachorro Vinagre Speothos venaticus E ANEXOS: "I WORKSHOP DO PLANO DE MANEJO BRASILEIRO DO CACHORRO VINAGRE (Speothos venaticus) II Edição, I Revisão 2005

Upload: vankhanh

Post on 08-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 1

    Ona PintadaCriadouroOna PintadaCriadouro

    www.criadourooncapintada.org.br/apresentacao/#programas

    Cachorros Vinagre no saltam muito bem, ento so usados muros ou vidros de 1,4 m de altura (Zoolgico de San

    Diego) e/ou fossos secos de 2,0 m de largura e 2,0 a 2,5 m de profundidade (recomendado para reas acima de 400 m2),

    so suficientes para evitar que eles escapem. Telas de arame devem possuir um revestimento interior de 45 graus

    negativos a mais.

    Para evitar fugas pela escavao da terra, o alicerce deve ter 2,5 metros de profundidade e o fundo revestido de cimen-

    to ou alambrado de 0,6 m dentro da terra.

    Revestimentos

    Observaes gerais: os Cachorros Vinagre normalmente se limpam bastante. Seu comportamento intensificado

    quando o introduzimos em novos ambientes ou quando escutam barulhos prximos que no esto acostumados. Em

    solos cobertos inadequadamente (especialmente em solos de concreto), podem ocorrer escoriaes e arranhaduras.

    Interior: indicado usar uma camada grossa de palha ou turfa e/ou mistura de folhas; paredes com cantos arredonda-

    dos para melhor higienizao, devem ter comedouros e bebedouros que permitam um limpeza adequada, o cho do

    cambiamento deve ser cimento liso e recoberto com folhas secas ou palha. Superfcies duras, lisas e muito speras

    devem ser evitadas.

    Exterior: terreno coberto com grama, areia, saibro, terra e folhas secas.

    Necessidades e Manuteno

    Equipamentos gerais: a manuteno em recintos pouco equipados pode deixar os animais entediados (e consequente-

    mente os visitantes do zoolgico). Para evitar esse efeito o recinto adequado deve oferecer:

    espao suficiente para correr;

    piscina para nadar e mergulhar;

    piso de terra para possibilitar escavaes;

    lugares elevados para os animais escalarem e descansarem;

    cobertura como proteo contra o estresse da chuva e do sol;

    troncos ocos, refgios de pedra, troncos, arbustos, moitas, rvores para se esconderem;

    postes verticais para marcao de territrio.

    Tanque: Observaes no Zoolgico de Itaipu/Assuno mostraram qe os pais carregam seus filhotes ainda pequenos

    para rea mais rasa do tanque. Cachorros Vinagres gastam boa quantidade de tempo nos tanques (Bates, 1944),

    limpando e comendo suas presas na parte rasa (Frankfurt). A troca de gua no tanque deve ser considerada como uma

    rotina. A zona de gua rasa (0-10 cm de profundidade), a zona para nadar (aproximadamente 40 cm de profundidade)

    e a zona de mergulho (no mnimo 80 cm de profundidade): declive gradual do piso do tanque das zonas citadas por cima

    6: 3: 1.

    Tocas de reproduo: tocas/ refgios para o descanso e para a procriao so necessrias. Normalmente o grupo todo

    dorme na mesma toca. Alm disso, tocas para dormir e/ou procriar de 50cm de profundidade x 50 cm de largura x 50

    cm de altura so recomendados para o casal com um filhote. Um grupo (matilha) com dois filhotes precisa de uma toca

    maior 80 x 80 x 80 cm. importante que a toca tenha duas aberturas para facilitar o manejo, como por exemplo a

    conteno fsica utilizando-se pua, e permitindo uma limpeza adequada. Nas pocas mais frias do ano recomendado

    o estrado de madeira.

    Grupos que tenham uma reproduo intensa, mas tambm para acalmar as mes nervosas, recomendada mais opo

    de toca. Podem ocorrer tenses sociais temporrias entre pais e filhos e respectivamente entre mes e filhas durante

    o cio da fmea dominante. Nessa situao uma separao espacial para os animais dormirem foi observada (Frankfurt).

    Na parte externa do recinto so necessrios dois refgios caso no seja permitida a entrada dos animais no cambia-

    mento. As entradas desses refgios devem ser de 0,40m de altura e 0,25 m de largura (para fmeas grvidas). Uma

    entrada protegida recomendada em refgios externos e em lugares com vento. Uma moldura de ferro na beira das

    tocas de madeira previne danos causados por mordidas. Materiais para forrar a cama (feno, palha, maravalha autocla-

    vada) so aceitos.

    Aquecimento dentro do cambiamento: a maioria dos Zoolgicos oferece recintos abertos e cobertos com temperatu-

    ras entre 12C e 23C. Washington mantm com sucesso os Cachorros Vinagre em temperaturas entre 12C e 15C.

    Apesar disso, recomenda-se manter a temperatura no cambiamento entre 18C e 20C durante o dia. recomendado

    abaixar essa temperatura durante a noite porque os indivduos do grupo dormem todos enrolados uns nos outros. H

    poucos dados sobre a umidade do ar. Obviamente deve-se manter a umidade do ar normal para a sade dos cachorros

    vinagres.

    Recinto externo: em climas frios, quando a temperatura est abaixo de -10C. os Cachorros Vinagres gastam mais

    tempo nos abrigos internos Os animais no so incomodados pelo frio (at -5C) e neve, mas ficam menos tempo fora

    dos abrigos com a temperatura abaixo de 0C. A permanncia rpida dos animais jovens e adultos fora dos refgios

    com a temperatura abaixo de 0C justificada para a limpeza dos abrigos. Filhotes muito jovens no devem ser expos-

    tos a temperaturas extremas.

    Recinto interno: 30m2 mais 4 m2 por indivduo recomendado.

    Recinto externo: 100 m2 , uma rea maior seria til.

    DimensesNormativa do IBAMA

    0 IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, atravs da Diretoria de Ecoss-

    istemas e do Departamento da Vida Silvestre, em 19 de outubro de 1989 estabeleceu a Instruo Normativa N

    001/89-P e IN N 004 de 04 de maro 2002 onde determina os requisitos recomendveis para a ocupao em jardins

    zoolgicos.

    A recomendao para o recinto do cachorro-do-mato-vinagre {Speothos venaticus) so:

    rea: 30 m2

    N de indivduos por rea :02 (adultos) e mximo de 04 crias Abrigo:

    Toca subterrnea (1 m2 ) Tanque:1 m2 e 0,5 profundidade

    rea de cambiamento: 2 X 3 m2

    Barreira:tela, vidro, fosso com gua 3m X 1,5 m e largura 3m

    Maternidade: 3 m2

    Piso: " Terra (2m) s/ cimento

    Segurana: 11 - Deve-se prender o animal para o tratador entrar no recinto

    Observao: Familiar

    9,0 m

    9,0 m

    Os animais cavam muito, vital para segurana dos animais o alicerce por todos os lados do recinto de no mnimo 2 m

    .Com tela no teto tambm.

    Aleitamento ArtificialProgramao das Refeies

    A maioria dos zoolgicos recomenda ESBILAC, o Zoolgico de Washington usa de 6-8% de ESBILAC (no primeiro dia),

    12% (2-9 dias)18 % (10 dias at o desmame), o Zoolgico de Berlim usa o ESBILAC misturado a carne e a gema de ovo

    a partir do 17 dia. O Mulhouse (que usa o MILKDOG) indicou a deficincia de ferro na quinta semana, a prxima ninha-

    da ser prevenida com suplementos de ferro desde o comeo. recomendada a Royai canin e leite de cabra, conforme

    experincias de criao artificial de filhotes feitas no Brasil.

    Influncias Comportamentais

    Ver captulo sobre relato de animais criados artificialmente.

    Fmeas criadas artificialmente podem apresentar comportamento nervoso quando se tornam mes. J os machos

    mantm seu comportamento normal.

    Cuidados com os Filhotes

    - UTAs;- Bolsas de gua quente;- Cobertor (importante manter o animal em temperatura constante), o animal deve ser mantido aquecido e seco;- Mais de um filhote mant-los junto;- Alimentao: primeira semana alimentar de 2 em 2 horas, na terceira semana alimentar de 3 em 3 horas entre as mamadas, na quarta semana de 4 em 4 horas e na quinta semana iniciar o desmame.-Estimular e fazer massagem no abdome depois, ou antes, de cada mamada utilizando algodo com gua morna ou algo similar para a defecao dos filhotes.

    Recomendaes Mdico-Veterinrias

    Tendo em vista que os trabalhos de preveno e da prpria medicina curativa so bastante dependentes de fatores

    particulares e regionalizados, optou-se por uma compilao das principais ocorrncias mdicas nos zoolgicos que

    tradicionalmente vem mantendo estes animais. No h portanto, o objetivo de estabelecer normas e receitas, procu-

    rou-se ao invs disto, fornecer subsdios relacionados a experincias vivenciadas, que possam auxiliar o estabeleci-

    mento de diagnsticos, planos teraputicos e programas de preveno.

    Endoparasitas

    Acreditamos que os parasitas que infectam os candeos domsticos e as outras espcies selvagens, podem ser

    responsveis por infeco e doenas tambm nos cachorros vinagre. Rotineiramente tem sido dentificados:

    - Ancylostoma caninum- Toxocara canis- Trichuris spp- Dipylidium spp

    Os princpios ativos utilizados e que vem apresentando bons resultados so Pomoato de Pirantel e Praziquantel,

    Mebendazole, Levamizole, Febendazole e Oxifendazole em regimes . e dosagens semelhantes s utilizadas para as

    CriaoAcasalamento

    Maturidade sexual: em ambos os sexos o comportamento sexual comea a partir do primeiro ano de vida.

    A iniciao de comportamentos sexuais em grupos maiores depende no s da maturidade sexual, mas tambm de

    fatores sociais. Em grupos de famlias maiores somente h procriao entre o casal dominante O comportamento

    sexual de maturidade dos filhotes parece ser inibido. Os filhotes so "socialmente castrados".

    Perodo de copula: h muitas mudanas fsicas e comportamentais durante o perodo de copulao como inchao da

    vulva, aumento de marcao atravs do cheiro e o casal passa mais tempo juntos. O longo perodo de copulao de 1

    a 14 dias, com a mdia entre 3-7 dias, com mais copulaes entre o 3o e 4o dia.

    Os Cachorros Vinagre manifestam um ciclo reprodutivo muito instvel. Na maioria dos zoolgicos o perodo entre

    cada cio irregular (de 15 a 96 dias). Quando a fmea introduzida a um novo macho ela demora de 5 - 26 dias para

    entrar no cio.

    Ciclo: O Cachorro do Mato Vinagre polistrico no apresentando uma poca reprodutiva evidente. A flexibilidade

    reprodutiva indicada principalmente pelos intervalos entre as ninhadas. Fmeas no perodo de amamentao voltam

    ao perodo frtil numa mdia de cinco meses e meio depois do cio anterior. Algumas fmeas tm duas ninhadas por ano.

    Fmeas que tiveram seus filhotes removidos ou mortos voltam ao ciclo mais rapidamente (numa mdia de 96 dias) do

    que as fmeas que no tiveram seus filhotes perdidos (numa mdia de 168 dias).

    Gravidez

    A gestao dura em mdia 67 dias (varia de 62-70). A gravidez facilmente detectada no segundo ms, quando as

    fmeas aumentam de peso.

    Nascimento

    Sinais fsicos do parto que est para acontecer so a dilatao mamria, queda do pelo envolta dos mamilos e aumento

    da vagina. Diminuio do apetite, ataques longos e frequentes de escavao, maior parte do tempo dentro do abrigo e

    agressividade do macho e da fmea com os tratadores.

    Durante o parto o macho e os filhotes mais velhos no devem serseparados.

    Desenvolvimento e cuidados com o filhote

    A ninhada pode ser de um a dez filhotes com a mdia de 2 a 4 filhotes. Filhotes comeam a comer comida slida com

    30-40 dias de vida, desmamando completamente com 10 para 18 semanas.

    O pai alimenta os filhotes a partir do segundo ms e os filhotes so integrados ao grupo atravs de brincadeiras com

    suas irms mais velhas. H um pequeno risco dos filhotes recm-nascidos serem machucados pelas irms mais velhas

    quando elas os carregam ou brincam .

    Mudanas nas Estruturas dos GruposIntroduo de animais selvagens ou com parentesco em outro grupo.

    Os Cachorros do Mato Vinagre podem ser introduzidos rapidamente e facilmente com o procedimento de rotina. Os

    indivduos que sero introduzidos devem ficar em reas para o reconhecimento que permitam aos animais se verem e

    farejarem uns aos outros at se reconhecerem. Depois deste primeiro contato, eles devem ficar juntos durante o pero-

    do diurno e a noite devem ser separados. Normalmente depois de uma semana a introduo completa. Este manejo

    vai depender do comportamento dos animais e da avaliao dos tcnicos envolvidos.

    Relatos de animaids criados artificialmente

    possvel mas leva mais tempo do que no caso de animais criados pelos paises e a personalidade do animal pode

    influenciar nas introdues (um animal criado artificialmente no Zoolgico de Washington apresentou perseguio ao

    rabo, mastigao das patas e auto punio ao ser introduzido a outros Cachorros Vinagre).

    No Zoolgico de Frankfurt uma fmea que foi criada artificialmente sempre atacava os machos estranhos. Um rpido

    sucesso finalmente foi alcanado com o truque do perfume. Era espirrado nos Cachorros um perfume com forte odor

    imediatamente antes de introduzi-los uns aos outros

    Por causa do cheiro forte ambos ficavam excitados, comeando um comportamento egosta. Ficaram se cheirando por

    meia hora na gaiola. Depois ambos se acalmaram. Nenhuma agresso aconteceu aps a introduo desse casal e a

    procriao aconteceu com sucesso.

    Introduo de Cachorros Vinag re do mesmo sexo

    Muitos zoolgicos tentaram introduzir fmeas adultas. Na maioria dos casos a introduo falha por causa da forte

    intolerncia das fmeas. Por outro lado, no Zoolgico de Oklahoma obteve sucesso na introduo de uma fmea adulta

    e uma fmea sub-adulta sem a presena de machos em um grupo de espcimes muito velhas (mais de 10 anos). No

    recomendado a introduo de animais adultos do mesmo sexo.

    Enriquecimento Ambiental

    Recintos com equipamentos apropriados (ver acima);Uma "vida familiar completa" com dois filhotes;Alimento vivo;Material para cabo de guerra (vara, sacos de juta);Alimentao espalhada;

    Material mvel como varas, galhos, pedaos de rvore, objetos que biem e que rolem (batatas no cozidas, materiais

    de madeira), materiais mastigveis para cachorros domsticos etc.

    Cachorros vinagres aprendem facilmente a pegar suas presas mortas no fundo do tanque (Wilhelma/Stuttgart) e pegar

    comidas vivas (como brotos) nas guas rasas do tanque (Frankfurt).

    Cubos de gelo, utilizao de moblias (troncos, poleiros etc), utilizar estmulos olfativos (sangue, urina, fezes, enterrar

    comida etc).

    Recomendaes do Plano de ManejoAlimentaoDieta Bsica

    Uma dieta bsica com uma boa variedade (ratos inteiros, pintos, galinhas, pescoo de galinha, ps de galinha, coelhos

    com pele, pombos com penas, fils de peixe (preferencialmente de gua doce ou peixe inteiro), ovo cozido, rao de

    cachorro de primeira linha, porco e carne de boi, ocasionalmente grandes pedaos de carne com osso) enriquecida com

    misturas de minerais e vitaminas e, rao para ces somente como suplemento. Uma dieta adicional com frutas e ovo

    recomendada para evitar problemas digestivos. Oferecer a dieta duas vezes por dia preferencialmente (vide anexo

    alimentao e nutrio)

    Requerimentos Especiais Dietticos

    importante, mas nem sempre fcil evitar a obesidade de determinados indivduos dentro do grupo (ex: fmea alfa).

    Nesses casos isolamento durante a hora das refeies necessrio.

    Jejum no recomendado (somente em casos isolados de obesidade).

    Candeos em fase de gravidez ou amamentao requer aproximadamente duas vezes a quantidade normal de comida

    pelo menos at o filhote ter 3 semanas de vida, para ninhadas de 6 ou mais filhotes a alimentao dever ser triplicada.

    Durante a criao dos filhotes mais refeies so recomendadas. No oferecer alimento vivo e carnes com sangue

    durante a gestao.

    Mtodo de Alimentao

    Pela manh: alimentao com frutas, legumes e mistura de cereais.

    tarde: protena animal e alimento vivo.

    gua: vontade

    Alimentao e Nutrio de Cachorro Vinagre (Speothos venaticus)

    Segundo Beatriz de Mello Beisiegel, do projeto candeos da USP, o cahorro-do-mato-vinagre uma espcie fascinante

    dos pontos de vista comportamental e ecologico-evolutivo, por representar uma exceo ao padro de histria de vida

    predominante entre os pequenos candeos, em sua maioria solitrios e onvoros, sendo o nico dentre eles que caa

    cooperativamente e tem uma dieta estritarpente carnvora. Entretanto, muito pouco se sabe sobre seu comportamen-

    to e praticamente nada sobre sua ecologia.

    No cativeiro, esta espcie tem se adaptado bem a dietas onvoras, ou seja, alm de consumir protenas de origem

    animal, aceita bem fontes vegetais, como frutas.

    Planilhas de Alimentao de Zoolgicos Brasileiros

    Dietas utilizadas para cachorro-do-mato-vinagre:

    Parque Ecolgico Municipal de Americana

    Para 1 animal adulto, diariamente

    Cenoura Cozida 50 gRao Canina (Bonzo mida 100 gLaranja 50 gGoiaba 50 gCarne Bovina (Msculo) 250 gVsceras (Fgado, lngua, pulmo, corao ou rim 50 gSardinha com Vsceras 2 unidadesOvo Cozido 1/2 unidade

    Zoolgico Municipal de So Bernardo do Campo

    Para 1 animal adulto, diariamente

    Carne Bovina (Msculo ou Corao)" 200 gBanana 140 gMamo 70 gMa 60 gCenoura 50 g*A cada 10 dias 20% fgado de boi.

    Fundao Parque Zoolgico de So Paulo

    Para 1 animal adulto, diariamenteCarne (Msculo) 100gSardinha 40gPintinhos 100gVionate L 1gFarinha de Osso 1gOvo Cozido 1/2 unidadeBanana 100gMamo40 gMa40 g

    Zoolgico de Ilha Solteira

    Para 1 animal adulto, diariamente

    Pescoo de Frango (5 vezes/semana) 300gRatos ou Camundongos (2 vezes por semana) 300g

    Fundao Zoo-Botnica de Belo Horizonte

    Para 1 animal adulto, diariamente

    Rao Canina (25% protena) Moda* 80gBanana 180gMamo 80gCorao Bovino 70gCarne Bovina 60gCalcrio Calctico 3gFosfato Biclcico 1,5g*A rao canina moda misturada a banana para facilitar a aceitao.

    Obs: Estas quantidades so superiores s necessidades de manuteno de um animal adulto devido ao fato do casal

    estar com um filhote que j est comendo e que, consequentemente, necessita uma quantidade proporcionalmente

    maior. Com isso aumentamos a quantidade dos pais para que no haja concorrncia com a dieta do filhote. Os animais

    ainda recebem ocasionalmente como enriquecimento camundongos ou ratos vivos, peixes vivos (dentro de um

    pequeno lago existente no recinto) e grilos. Dentro do trabalho de enriquecimento ainda utilizada a prtica de

    esconder pedaos de carne pelo recinto.

    Fundao RIOZOO

    Dieta de Manuteno: para 1 animal adulto

    Rao Canina (25% protena) 50gBanana Prata 200gMamo 50gLaranja 50gFruta de poca (goiaba ou caqui) 50gCarnes* 200gOvo cozido (1 x na semana) 01 unidade

    As carnes variam durante a semana em carne bovina, corao bovino, midos de frango, sardinha ou manjubinha,

    fgado, pintinhos e codornas. Todas as carnes recebem suplementao com carbonato de clcio e um premix mineral e

    vitamnico na proporo de 20g/ Kg de Carne.

    Dieta de Reproduo: para 1 animal adulto

    Rao Canina Filhotes (30% protena) 70gBanana Prata 200gMamo 50gLaranja 50gFruta de poca (goiaba ou caqui) 50gCarnes* 200gOvo cozido (1 x na semana) 01 unidade

    As carnes variam durante a semana em carne bovina, corao bovino, midos de frango, sardinha ou manjubinha,

    fgado, pintinhos e codornas. Todas as carnes recebem suplementao com carbonato de clcio e um premix mineral e

    vitamnico na proporo de 20g/ Kg de Carne.

    Criadouro Conservacionista International Paper

    Dieta de Manuteno: para 1 animal adulto

    Rao canina 15% protena 70gPescoo de frango 50gRim bovino (5 x na semana) 50gCorao bovino lOOgFgado bovino (5 x na semana) 50gOvo cozido (1x na semana) 1/2unidadeMamo 50gMaa 50gCenoura 50g

    Aspectos NutricionaisAnlise Geral

    A histria evolutiva dos candeos sugere uma dieta mais onvora na natureza, quando comparados aos feldeos, que por

    sua vez so carnvoros restritos. Os candeos, fisiologicamente e anatomicamente, possuem melhor adaptao e,

    consequentemente, maior tolerncia a carboidratos na dieta - no possuem amilase salivar mas possuem amilase

    pancretica eficiente. De uma forma geral, os candeos possuem o trato gastrointestinal relativamente curto, sendo o

    intestino grosso caracterizado por um pequeno ceco e clon simples (Stevens e Hume, 1995).

    Dos zoolgicos que possuem cachorro-do-mato-vinagre e que enviaram suas dietas, percebe-se que a maioria tm

    utilizado alimentos vegetais na alimentao diria dessa espcie em cativeiro. A proporo de vegetais nessas dietas

    (com base na matria seca - MS) varia de 0 aproximadamente 45%. A princpio no existe uma regra para a proporo

    de alimentos vegetais, porm, vale lembrar que a maioria das frutas e legumes no possuem uma correta relao

    clcio/fsforo alm de nveis muito baixos e as carnes, por sua vez, possuem bons nveis de fsforo mas desprezveis de

    clcio. Com isso, faz-se necessrio suplementar a dieta com clcio. Das fontes de clcio disponveis, o calcrio calctico

    (de uso agrcola) a fonte mais fcil e barata. Dependendo da composio da dieta, outras fontes como farinha de ossos

    e fosfato biclcico podem ser utilizadas, mas no devemos nos esquecer que estaremos acrescentando fsforo

    tambm.

    Quando se utiliza uma rao canina de boa qualidade como parte principal da dieta, a suplementao mineral-vitamni-

    ca normalmente desnecessria, uma vez que a rao comercial vem com bons nveis desses elementos e em

    propores adequadas. Exceo se faz para animais que estejam passando por algum tipo de estresse como, por exem-

    plo, convalescena, mudana de ambiente, parasitoses, etc.

    Necessidades de MantenaEnergia

    Tanto para manuteno, quanto para produo, os animais necessitam primariamente de energia, que ser obtida a

    partir da oxidao de alguns nutrientes.

    Toda substncia contendo carbono e hidrognio pode ser oxidada fornecendo energia, entretanto, nem toda energia

    bruta fornecida pela oxidao das substncias pode ser aproveitada pelos animais. Por exemplo: leo mineral contem

    uma quantidade considervel de energia, nias se fornecermos leo mineral ao co, nada ser aproveitado, uma vez que

    no teremos os processos de absoro. Outras substncias, mesmo que absorvidas, no podero ser potencialmente

    aproveitadas, por no entrarem nos processos metablicos normais do animal.

    espcie as diversas doenas, da prpria fisiopatologia das mesmas e consequentemente da dinmica da resposta

    imune a ser montada, implica em possveis limitaes a eficcia do processo. Neste sentido, a falta de avaliaes dos

    programas estabelecidos refora o atual estado de empirismo desta prtica.

    Atualmente vem se utilizando desde vacinas monovalentes (Cinomose), at outras com antgenos mltiplos

    (decavalentes), nos esquemas preconizados para ces domsticos. Refora-se aqui que no existem estudos sorolgi-

    cos que comprovem a soroconverso ou mesmo epidemiolgicos que atestem a eficcia da utilizao destes produtos

    nos esquemas estabelecidos. Em decorrncia de um trabalho realizado com Lobos Guar em cativeiro no pas, a

    maioria das instiuies vem adotando a marca Eurican CHP com aplicaes aos 60, 90 e 120 dias de idade e revaci-

    naes anuais.

    Doenas Degenerativas

    O progressivo envelhecimento do plantel traz o aumento na prevalncia das doenas degenerativas. As doenas

    articulares j vem sendo relatadas e a utilizao dos proteoglicanos e antiinflamatrios no esteroidas foram os

    tratamentos de escolha.

    Conteno Qumica

    Diversas drogas e combinaes fazem parte do repertrio para a espcie em questo sendo os anestsicos dissociati-

    vos os mais utilizados.

    * Cloridrato de Quetamina e Cloridrato de Xilazina - 10 a 12 e 0,5a 1 mg por quilograma, respectivamente.*Cloridrato de Quetamina, Cloridrato de Xilazina e Acepromazina - 10 a 12, 0,6 e 0,02 mg por quilograma, respectivamente.*Cloridrato de Quetamina e Diazepan ou Midazolam -10 a 12 e 0,5 a 1,5 mg por quilograma, respectiva-mente.*Tiletamina e Zolazepan -5 a 7 mg por quilograma.

    Relatos de acidentes devido a conteno qumica so raros e envolvem uma pneumonia por aspirao, traumatismos

    variados e um animal com histrico de episdios convulsivos durante a induo quando da utilizao de quetamina e

    xilazina.

    Procedimentos anestsicos, vem sendo realizados atravs do emprego de anestsicos volteis como o Isofluorano e

    Halotano, sem que haja qualquer diferena com relao s outras espcies animais.

    Alm destes o Tartarato de Butorfanol e o Tramadol tem sido utilizado regularmente como analgsicos.

    Protocolo de Vacinao Prof. Dr. Adauto L. Veloso

    No Brasil, no dispomos de vacinas para candeos com vrus morto, recomendadas por protocolos internacionais.

    Alguns trabalhos e experincias pessoais indicam que vacinas preparadas com vrus vivo modificado, de uso rotineiro

    para candeos domsticos, tem sido utilizadas para animais selvagens e at agora elas tem-se mostrado seguras e

    aparentemente imunognicas.

    Atualmente existem no mercado brasileiro diversas marcas com vrias fraes vacinais, preparadas em uma nica

    dose. Seu uso deve ser feito com sob estrito controle veterinrio com rigorosa observao e registro de eventuais

    efeitos colaterais.

    demais espcies de candeos domsticos e selvagens.

    Ectoparasitas

    Embora no tenham sido encontrados com grande frequncia, as espcies descritas em infestaes dos animais manti-

    dos nos zoolgicos foram:

    Ctenocephalides felis

    Nestes casos, aplicaes tpicas de Fipronil e o manejo criterioso do ambiente, com utilizao de vassoura de fogo,

    troca de utenslios e abrigos, resolveu a situao. Entretanto, surtos de puliciose que acometeram outros carnvoros

    selvagens em criadouros e zoolgicos do pas, inclusive com desenlaces fatais, alertam para o cuidado e para o poten-

    cial rico destas infestaes sobre a populao cativa de cachorros vinagre. Em uma situao que envolveu infestao

    importante nos vinagres, alm do procedimento descrito foi realizada pulverizao do recinto com piretrides

    tendo-se alcanado bons resultados na diminuio da carga parasitria ambiental. Desta forma, a vigilncia estreita

    dos animais e do ambiente deve ser exercida constantemente. Produtos que atuam a mdio e longo prazo prevenindo

    a infestao como o Lufenuron, foram pouco testados nesta espcie mas vem apresentando bons resultados em outros

    carnvoros podendo se colocar como uma alternativa em regies de alta infestao.

    Tambm se relatou nos ltimos anos a ocorrncia de miase sem a identificao da espcie envolvida. Obviamente, o

    procedimento teraputico obedece aos regimes institudos para as demais espcies.

    Doenas Infecciosas

    Vrias infeces com manifestaes clnicas de severidade e localizao variadas foram descritas neste grupo de

    animais, destacando-se dois surtos que envolveram:

    Salmonella spp - Enterite hemorrgica.Escherichia coli- Enterite hemorrgica.

    Neste caso embora tenha ocorrido o isolamento ficou a duvida se outros agentes bacterianos no estariam tambm

    envolvidos.

    Antibioticoterapia foi instituda preferencialmente baseada em testes de sensibilidade in vitro. Tambm diversas

    composies de Probiticos vem sendo utilizadas nestas situaes com resultados variveis.

    A giardase, Giardia spp, desencadeando enterites, j foi observada em algumas instituies. Mais uma vez o'tratamen-

    to preconizado no difere daqueles utilizados em ces domsticos e em outras espcies de candeos selvagens onde o

    Metronidazol e Secmidazol so amplamente utilizados. Ensaios com a vacina contra a giardase no foram conduzidos

    na espcie. Casos de raiva, cinomose, parvo e coronavirose so relatados na literatura internacional; no pas, embora

    para algumas delas existam suspeitas, no h descrio de isolamento dos agentes nos cachorros vinagre brasileira.

    Imunoprofilaxia

    Embora seja um campo bastante desconhecido, particularmente quando relacionado aos nossos animais, o risco

    decorrente das doenas infecciosas e a dificuldade no estabelecimento de tratamentos demanda o desenvolvimento e

    a utilizao de protocolos de imunizao. Entretanto, limitaes quanto ao conhecimento da susceptibilidade da

    Crescimento

    Para os filhotes, talvez seja necessrio umedecer a rao e mistur-la s frutas para facilitar a aceitao. O alimento

    poder ser fornecido em prato raso e os filhotes devem ter acesso fcil aos alimentos durante o dia. O alimento seco

    poder ser introduzido gradativamente.

    Literatura Consultada

    BORGES, F.M.O e NUNES, I.J. Nutrio e Manejo de Ces na Sade e na Doena. Cad. Tc. Esc. Vet. UFMG, n. 23, 103

    p., 1998.

    NUNES, I.J. Nutrio Animal Bsica. Belo Horizonte: Copiadora Breder, 1995. 334 p.

    CASE, L.P., CAREY, D.P. E HIRAKAWA, D.A. Nutrio Canina e Felina -Manual para Profissionais. Harcourt Brace de

    Espana S.A. Madrid, Espana. 1998. 424p.

    NOWAK, R. M. Walker's mammals of the world - 5 edio. 2o volume, The Johns Hopkins University Press. Baltimore

    and London, 1991. 1615p.

    EWER, R.F. The Carnivores. Cornell University Prss. Ithaca, New York. 1998. 500p.

    KLEIMAN, D.G., ALLEN, M.A., THOMPSON, K.V. e LUMPKIN, S. Wild Mammals in Captivity: Principies and Techniques.

    The University of Chicago Press, Chigago. 1996. 639p.

    STEVENS, CE. e HUME, I.D. Comparative Phisiology of the Vertebrate Digestive System. 2a ed. Cambridge University

    Press. 1996. 400p.

    Carlos Eduardo do Prado Saad Zootecnista - M.Sc. Nutrio Animal Doutorando em Nutrio Animal E-mail:

    [email protected]

    Ana Raquel Gomes Faria Bezerra Zootecnista - M.Sc. Nutrio Animal

    Estrutura SocialEstrutura Social Bsica

    Estrutura para um casal e seus filhotes. A manuteno de grupos familiares com dois filhotes possvel e recomendada.

    O desenvolvimento do ciclo sexual das filhas inibido pela presena da sua me. Quando uma fmea alfa entra no cio

    podem ser manifestadas divergncias entre mes e filhas, e agresses entre pais e filhos, mas aps a fase do ciclo o

    grupo volta a viver pacificamente. De acordo com os proprietrios da Mulhouse e Frankfurt grupos de at 14 membros

    tem convivido por anos sem problemas.

    Conflitos (algumas vezes srios) podem ocorrer quando a fmea alfa do grupo morre.

    H alguns casos de grupos com duas fmeas reprodutoras (irms), mas a estrutura deste tipo de grupo muito frgil

    podendo ocorrer srias brigas , ento, este tipo de grupo no recomendado.

    tenham logo, desde a fase de crescimento, alimentao e manuteno corretas, que se prolonguem durante o seu

    desenvolvimento e continuem nos perodos de acasalamento, gestao e lactao.

    Antes do cruzamento, tanto a fmea como o macho, devem estar em excelente estado fsico e com peso nem acima nem

    abaixo do adequado ao padro. A nutrio inadequada na fmea pode levar ao nascimento de filhotes com baixo peso

    e ao aumento da mortalidade pr-natal. Por outro lado, o excesso de peso pode levar ao desenvolvimento de fetos

    muito grandes e a partos difceis.

    Menos de 30% de crescimento fetal ocorre durante as primeiras semanas de gestao. Ainda que os fetos se desenvol-

    vam muito rapidamente, so pequenos at o ltimo tero da gestao. Assim, nesse perodo so moderados os aumen-

    tos de peso da fmea e das suas necessidades nutricionais. No tero final da gestao, o peso e tamanho dos fetos

    aumenta muito. A partir desse perodo deve-se aumentar progressivamente a ingesto de alimentos para que, no

    momento do parto seu consumo dirio seja 25% a 50% superior s suas necessidades normais de manuteno. Seu

    peso corporal dever ter aumentado entre 15% e 25% no momento do parto. Uma fmea cujo peso ideal 7-8 Kg

    dever pesar, no final da gestao, entre 9,2 Kg e 10 Kg.

    Aspectos Alimentares Prticos durante a Gestao:

    1.Oferecer uma dieta digestiva e rica em energia e nutrientes, substituir a rao para ces adultos por rao para ces filhotes (30%Protena Bruta) uma alternativa, lembrando que esta nova rao deve ser adiciona-da gradativamente como todo "novo" alimento.2.No aumentar a ingesto de alimentos logo no incio da gestao3.Sempre que possvel, oferecer pequenas pores de alimentos no final da gestao, pelo menos, duas refeies dirias4. Aumentar a ingesto de alimentos, * aproximadamente, 1,25 a 1,5 vezes relativamente s necessidades de manuteno nas ltimas semanas5. As fmeas no devem ganhar mais que 15%-25% de seu peso corporal ao final da gestao

    A considerao mais importante durante a amamentao a adequada proviso de calorias. Uma alta ingesto

    energtica permite uma produo de leite suficiente e previne que o animal sofra uma drstica perda de peso. impor-

    tante tambm uma adequada ingesto de gua para produo de um volume suficiente de leite. Durante o perodo de

    amamentao a fmea consumir 2-3 vezes o que consumiria para suprir suas necessidades de manuteno. Este

    aumento tambm dever ser gradativo e dever ser recalculado medida em que os filhotes comearem a ingerir

    alimentos slidos. A substituio por uma rao de filhotes com 30%PB oferecer um aporte energtico e proteico

    maior.

    Em geral, a fmea perde peso durante a amamentao, mas esta perda no deve ser superior a 10% do seu peso normal.

    Os suplementos de clcio ou de qualquer outro mineral durante a gestao no so necessrios se a fmea estiver

    consumindo uma dieta comercial bem equilibrada de alta qualidade. Embora as necessidades de clcio sejam elevadas

    durante este perodo, normalmente o animal obtm os nutrientes de que necessitam atravs do consumo de maiores

    quantidades de sua dieta normal, devidamente balanceada para todos os nutrientes.

    Aspectos Alimentares Prticos durante a Lactao

    1 .Oferecer uma dieta digestiva e rica em energia e nutrientes, continuando com a rao para filhotes.2.Sempre que possvel, oferecer pequenas pores de alimentos no final da gestao, pelo menos, duas refeies dirias3.Aumentar a ingesto de alimentos, aproximadamente, 2-3 vezes relativamente s necessidades de manuteno nas ltimas semanas4.Reduzir lentamente a quantidade de alimento oferecido medida que os filhotes forem sendodesmamados

    Para facilitar os clculos:

    pVo,75 =Peso metablico

    (p0,75 equivale raiz quarta do peso elevado ao cubo)

    O uso do peso metablico permite comparaes entre animais de pesos e tamanhos diferentes e mesmo entre espcies

    diferentes. Embora baseado no dispndio de energia, o peso metablico muito til nas determinaes dos requisitos

    nutricionais de todos os nutrientes.

    As necessidades energticas dos candeos dependem primariamente do tamanho e peso do animal, mas podem variar

    com as condies ambientais, a atividade e o estdio fisiolgico, entre outros fatores.

    Considerando um animal adulto com peso vivo de 7 kg, a dieta com aproximadamente 3800 Kcal de energia metabo-

    lizvel (EM). Teramos ento, 140 X 7 0,75 = 140 X 4,30 = aproximadamente 600 Kcal de EM, ou seja, o animal em

    questo necessita de 600 Kcal/dia de Energia Metabolizvel para sua mantena.

    Considerando as 3800 Kcal de EM contido na dieta exemplo, o animal vai precisar ingerir:

    600/3800 = aproximadamente 160 g da dieta na matria seca (MS).'

    Levando em conta as propores dos alimentos, isso significa:

    Rao Canina = 0,42X160 = 67,2 gBanana = 0,30X160 = 48,0 gCarne Bovina = 0,10X160 = 16,0 gCorao Bovino = 0,10X160 = 16,0 gMamo = 0,05X160 = 8,0 gCalcrio = 0,02X160 = 3,2 gFosfato Biclcico = 0,01 X160 =1,6 g

    Passando agora as quantidades para a matria natural, ou seja, como o animal vai comer, teremos, em valores j

    arredondados para facilitar:

    Rao Canina = 67,2 / 0,90(teor de MS da rao -> 90%) = 75 gBanana = 48,0 / 0,21 (teor de MS da banana 21 %) = 230 gCarne Bovina = 16,0 / 0,29(teor de MS da carne 29%) = 55 gCorao Bovino = 16,0 / 0,26(teor de MS do corao -> 26%) = 60 gMamo = 8,0 / 0,13(teor de MS do mamo -> 13%) = 60 gCalcrio = 3,2 / 0,99(teor de MS do calcrio -> 99%) = 3 gFosf. Biclcico = 1,6 / 0,98(teor de matria seca do Fosf. Biclcico -> 98%)= 1,5 g

    Estas seriam as quantidades totais, estimadas, dos alimentos que o animal dever ingerir por dia. O ideal que sefraci-

    one em duas vezes ao dia.

    Vale lembrar que estas quantidades so uma base para se trabalhar, pois deve haver uma monitorao constante do

    peso do animal, interferindo, sempre que necessrio, quando o animal estiver com peso acima ou abaixo do desejvel.

    Gestao e Lactao

    Certos cuidados e alimentao adequada so necessrios na poca reprodutiva para garantir a sade e bom estado dos

    animais e para viabilidade, sade e crescimento de sua descendncia. O ideal que os animais que vo reproduzir-se

    Partio da Energia

    A energia no um nutriente, mas sim uma entidade qumica que pode ser mensurada. Existem vrias formas de

    energia: solar,'qumica, mecnica, eltrica, luminosa, etc. Toda energia pode interconverter-se em outra, mas esta

    transformao no se d com 100% de eficincia, sendo que a nica forma de obter 100% de eficincia seria transfor-

    mando qualquer forma energtica em calor.

    A energia contida nos alimentos qumica (ou potencial), ou seja, a energia que une os tomos das molculas orgni-

    cas. Essa energia no pode ser medida diretamente, mas podem ser estimados a partir da oxidao completa dos

    alimentos, em aparelhos denominados calormetros ou bomba calorimtrica. Nestes aparelhos, uma pequena amostra

    do alimento colocada sobre uma resistncia eltrica, num recipiente imerso de gua, regulados de acordo que, tanto

    gua, quanto amostra, estejam na mesma temperatura. Quando se passa uma corrente eltrica na resistncia, a amos-

    tra oxidada, desprendendo calor e aquecendo a gua. A diferena de temperatura antes e depois da oxidao permite

    calcular quanto de energia desprendeu-se do alimento. (Nunes, 1995)

    Esta energia desprendida da queima total dos alimentos denominada energia bruta pois no existe nenhuma

    indicao se o animal pode aproveit-la, e quanto pode ser aproveitada.

    ENERGIA BRUTA (EB) = Energia desprendida da queima total dos alimentosENERGIA DIGESTVEL (ED) = Energia Bruta dos alimentos - EB das fezesED = (EB do alimento x Quantidade de matria seca ingerida) - (EB das fezes x quantidade de MS das fezes)ENERGIA METABOLIZVEL (EM) = ED - EB da urina e EB de gases produzidos no trato gastrintestinal e perdidos para o exterior.EM = EB dos alimentos - (EB das fezes + EB da urina + EB dos gases da digesto)ENERGIA LQUIDA (EL) = EM - Energia do Incremento CalricoEL Manuteno = Energia para o metabolismo basal, para a atividade voluntria, para a termoregulao (manter o corpo frio ou quente).EL Produtiva = Energia estocada no feto, anexos fetais, no smen, no crescimento (tecidos), engorda (gordura), Tambm considera a energia para trabalho (parte da qual e perdida como calor)

    Metabolismo Basal

    Toda energia utilizada pelo animal em jejum, descansado e em repouso transformada em calor liberado do organismo.

    Esse processo determina o que se chama metabolismo basal. O metabolismo basal est relacionado com as perdas de

    energia radiante atravs da pele e, portanto, com a superfcie corporal. Esta, por sua vez, relaciona-se com o peso vivo.

    Difere das necessidades energticas de mantena porque, nesta, o animal est em atividade normal, mas por definio,

    no est produzindo e nem ganhando ou perdendo peso. As necessidades energticas de mantena so, aproximada-

    mente, o dobro do metabolismo basal.

    A relao entre consumo de energia e peso corporal no aumenta linearmente com o aumento de peso, pois que

    pequenos animais consomem, em porcentagem do peso vivo, muito mais alimento do que grandes animais (p. ex.: ratos

    consomem, para mantena, cerca de 10% de seu peso vivo, enquanto elefantes consomem apenas 0,5%).

    Brody e colaboradores, em 1934, encontraram que a produo basal de calor em animais adultos de sangue quente

    poderia expressar-se pela equao:

    Y = 70,0 Kcal PV,73

    Onde Y = kcal necessrias para a manuteno do metabolismo basal

    atravs de anlise de DNA obtido nas fezes;-Depsito de material zoolgico (peles, carcaas de animais atropelados e resgatados) concentradas em uma instituio reconhecida a ser definida pelo Comit (com a condicionante do acesso posterior ao material e s informaes obtidas);-Incentivo coleta de material biolgico em indivduos capturados, resgatados, apreendidos e posterior depsito concentrado em uma instituio credenciada pelo Conselho de Gesto do Patrimnio Gentico - CGEN e alojadas em locais diferentes como medida de segurana.

    Estoque da papa de hemceas- Com heparina (5 ml)Estoque de leuccitos vivosEstoque da papa de hemceasMaterial para citogenticaEstoque de plasma

    - Pele: Coletar um fragmento de aproximadamente 1 cm2 de pele aps tricotomia e assepsia com lcool 70%. O

    fragmento deve ser dividido em 5 partes, depositado em criotubos com meio crioprotetor e congelado.

    - Plos: Uma quantidade de aproximadamente 100 pelos devem ser arrancados de uma regio com pelos curtos

    (coletar com luva de procedimento). Depositar em tubo com lcool absoluto. Estocar a temperatura ambiente.

    - Esfregao vaginal: A ser avaliada sua viabilidade.

    - Smen: A ser avaliada sua possibilidade.

    Anualmente junto ao exame clnico realizar colheita e estocagem de soro. Aps o hemograma e bioqumicas, fracionar

    o material restante em amostras de 0,25 mL congelando em seguida.

    Outros AspectosIdentificao

    Marcao (tatuagem) na rea interna da coxa;

    Implantao do microchip por via subcutnea, na regio dorsal entre as escpulas.

    Traduzido do original : EEP Husbandry Guidelines for Speothos venaticus / Dr. Rdiger Dmoch/ EEP Coordinator/ Zoo

    Frankfurt

    Conservao in situ

    Pesquisas ligadas ao cativeiro:

    -Proporcionar melhorias na interface de pesquisas cativeiro - vida livre;-Desenvolvimento de estudos em cativeiro aplicveis a pesquisas em vida-livre;-Educao ambiental direcionada divulgao e informao do pblico sobre a espcie e seu habitat;-Elaborao de banco de dados sobre espcimes provenientes da natureza (procedncia, biometria, anlise de fezes, aspectos sanitrios, etc);-Depsito de material zoolgico (peles, crnios) de animais que vierem a bito nas instituies mantenedo-ras concentradas em uma instituio reconhecida a ser definida pelo Comit (com a condicionante do acesso posterior ao material e s informaes obtidas);-Depsito de amostras biolgicas (especialmente material gentico) concentrada em uma instituio credenciada pelo Conselho de Gesto do Patrimnio Gentico - CGEN e alojadas em locais diferentes como medida de segurana.

    Propostas de estudos em vida livre:

    - Elaborao de banco de dados com informaes existentes da espcie;- Identificao de reas potenciais para ocorrncia e conservao da espcie;- Educao ambiental em locais potenciais para a ocorrncia: finalidade de aumentar o reconhecimento da espcie por moradores locais e pesquisadores; Priorizao de pesquisas com a espcie em unidades de conservao onde existe ocorrncia confirmada;-Divulgao e refinamento de metodologias efetivas nos registros da espcie; Identificao de populaes

    O principal cuidado no uso de vacinas com vrus vivo modificado reside na verificao das clulas de cultura, especial-

    mente no caso da cinomose e parvovirose . A frao vacinai contra a cinomose deve ser cultivada em ovos embrionados

    de galinha (a chamada vacina "avianizada") enquanto que a parvovirose deve ser cultivada em clulas renais ou hepti-

    cas de co.

    Relacionamos algumas marcas que preenchem os requisitos referidos acima:

    a) Eurican CHPL, Lab.Merial (Cinomose, Hepatite, Parvovirose, Leptospirose)b) Galaxy DA2PPvL, Lab. Fort Dodge (Cinomose, Hepatite, Laringotraquete, Parainfluenza, Parvovirose, Leptospirose)c) Duramune PC + Galaxy C, Lab. Fort Dodge Aplicar as duas juntas (Parvovirose, Coronavirose) + (Cinomose)d) Nobivac DHPPi + L , Lab. Intervet (Cinomose, Hepatite, Parvovirose, Parainfluenza, Leptospirose)e) Canigen CH(A2)P/L , Lab.Virbac (cinomose, hepatite, adenovirose, parvovirose, leptospirose)

    Com base na experincia atual e nas recomendaes internacionais, sugere-se o seguinte esquema de vacinao:

    Filhotes

    1. Cinomose, Hepatite, Parvovirose, Leptospirose (Recomendadas.Demais fraes, opcionais)inicio 6 semanareforo 8 semanareforo 9 semanareforo 12 semanaDose anual2. Raiva (opcional)Acima de 3 mesesDose anual

    Adultos

    1. Cinomose, Hepatite, Parvovirose, Leptospirose (Recomendadas.Demais fraes, opcionais).Dose anual2. Raiva (opcional)Dose anual

    Colheita de Material Biolgico e Exame Clnico

    Realizar anualmente pelo menos um exame clnico completo incluindo cavidade oral, hemograma, funo heptica e

    renal.

    Exames parasitolgicos com mtodos para ovos leves, pesados e protozorios a cada quatro meses.

    Colheita de material

    Sangue (20 ml)- Sem anticoagulante (10ml)EsfregaoEstoque de soroEstoque do cogulo- Com EDTA (5ml)HemogramaEstoque de plasmaEstoque leuccitos (DNA)

    Editores

    Cleyde Anglica Ferreira da Silva Chieregatto

    Ceclia Pessutti

    Valdir de Almeida Ramos Jr.

    Mauro Cezar de Almeida

    Prefcio

    com imensa satisfao que, neste momento, escrevo estas linhas sobre este plano de manejo. Na verdade, cabe a mim

    uma parte pouco trabalhosa e muito prazerosa desta obra. Ela foi cunhada por muitas mos, que nos ltimos anos vm

    armazenando conhecimento sobre o cachorro-do-mato-vinagre em cativeiro

    O sucesso de um programa de conservao "ex sitiJ' reside no envolvimento das pessoas que mantm a espcie, sua

    disponibilidade em trabalhar em algo que realmente valha a pena e o exemplo do grupo que se reuniu para escrever

    esta obra evidencia bem isso. H alguns anos atrs, o manejo do cachorro-do-mato-vinagre em cativeiro no Brasil

    estava limitado em um zoolgico e o programa de conservao da espcie patinava na lama. Entretanto, a entrada de

    mais alguns animais em outras instituies brasileiras foi o suficiente para iniciar um movimento das instituies culmi-

    nando com o controle genealgico dos animais e a somatria de esforos para reerguer a populao em cativeiro da

    espcie to reduzida no Brasil

    Vrios problemas ainda pairam sobre o programa de conservao, em especial o pequeno nmero de fundadores que

    geraram a populao brasileira de cativeiro. Mas vemos que o caminho que est sendo traado o correto e por mais

    obstculos que se coloquem no caminho, o grupo conseguir contorn-los.

    muito importante que relatemos o movimento vivido hoje pelos criadouros e zoolgicos do Brasil. Esse um tempo

    de mudana, pois passamos por um perodo na qual as pessoas acreditavam que tendo um casal de determinada

    espcie se reproduzindo, estava conservando a mesma. Essa filosofia incorreta fragmentava as aes conservacionis-

    tas e isolava os animais em ilhas. S se admitia permutar um espcime raro em lugar de outro do mesmo "valor". Isso

    inviabilizou e entrada de vrias instituies em programas de conservao e retardou a execuo dos mesmos. Hoje a

    conservao parou de ser uma falcia vazia dos administradores e tcnicos de zoolgicos para ser uma realidade para

    vrias espcies ameaadas de extino no Brasil. Este protocolo de manejo mostra isso com muita propriedade,

    evidenciando que o grupo de trabalho vem lidando com a populao existente com maestria poltica e tcnica. Somente

    dessa forma poderemos fazer algo por uma espcies to ameaada e desconhecida como cachorro-do-mato-vinagre.

    necessrio que tcnicos e administradores entendam cada vez mais que somente a unio de esforos poder gerar programas

    de conservao, tanto "ex situ' quanto "in situ" slidos e viveis. Instituies isoladas no conseguiro efetivar aes de conser-

    vao direta.

    Projeto de conservao

    Protocolo de manejo do Cachorro VinagreSpeothos venaticusE ANEXOS: "I WORKSHOP DO PLANO DE MANEJO BRASILEIRO DO CACHORRO VINAGRE (Speothos venaticus)II Edio, I Reviso2005

  • 2

    Criadouro Ona Pintadawww.criadourooncapintada.org.br

    www.criadourooncapintada.org.br/apresentacao/#programas

    Cachorros Vinagre no saltam muito bem, ento so usados muros ou vidros de 1,4 m de altura (Zoolgico de San

    Diego) e/ou fossos secos de 2,0 m de largura e 2,0 a 2,5 m de profundidade (recomendado para reas acima de 400 m2),

    so suficientes para evitar que eles escapem. Telas de arame devem possuir um revestimento interior de 45 graus

    negativos a mais.

    Para evitar fugas pela escavao da terra, o alicerce deve ter 2,5 metros de profundidade e o fundo revestido de cimen-

    to ou alambrado de 0,6 m dentro da terra.

    Revestimentos

    Observaes gerais: os Cachorros Vinagre normalmente se limpam bastante. Seu comportamento intensificado

    quando o introduzimos em novos ambientes ou quando escutam barulhos prximos que no esto acostumados. Em

    solos cobertos inadequadamente (especialmente em solos de concreto), podem ocorrer escoriaes e arranhaduras.

    Interior: indicado usar uma camada grossa de palha ou turfa e/ou mistura de folhas; paredes com cantos arredonda-

    dos para melhor higienizao, devem ter comedouros e bebedouros que permitam um limpeza adequada, o cho do

    cambiamento deve ser cimento liso e recoberto com folhas secas ou palha. Superfcies duras, lisas e muito speras

    devem ser evitadas.

    Exterior: terreno coberto com grama, areia, saibro, terra e folhas secas.

    Necessidades e Manuteno

    Equipamentos gerais: a manuteno em recintos pouco equipados pode deixar os animais entediados (e consequente-

    mente os visitantes do zoolgico). Para evitar esse efeito o recinto adequado deve oferecer:

    espao suficiente para correr;

    piscina para nadar e mergulhar;

    piso de terra para possibilitar escavaes;

    lugares elevados para os animais escalarem e descansarem;

    cobertura como proteo contra o estresse da chuva e do sol;

    troncos ocos, refgios de pedra, troncos, arbustos, moitas, rvores para se esconderem;

    postes verticais para marcao de territrio.

    Tanque: Observaes no Zoolgico de Itaipu/Assuno mostraram qe os pais carregam seus filhotes ainda pequenos

    para rea mais rasa do tanque. Cachorros Vinagres gastam boa quantidade de tempo nos tanques (Bates, 1944),

    limpando e comendo suas presas na parte rasa (Frankfurt). A troca de gua no tanque deve ser considerada como uma

    rotina. A zona de gua rasa (0-10 cm de profundidade), a zona para nadar (aproximadamente 40 cm de profundidade)

    e a zona de mergulho (no mnimo 80 cm de profundidade): declive gradual do piso do tanque das zonas citadas por cima

    6: 3: 1.

    Tocas de reproduo: tocas/ refgios para o descanso e para a procriao so necessrias. Normalmente o grupo todo

    dorme na mesma toca. Alm disso, tocas para dormir e/ou procriar de 50cm de profundidade x 50 cm de largura x 50

    cm de altura so recomendados para o casal com um filhote. Um grupo (matilha) com dois filhotes precisa de uma toca

    maior 80 x 80 x 80 cm. importante que a toca tenha duas aberturas para facilitar o manejo, como por exemplo a

    conteno fsica utilizando-se pua, e permitindo uma limpeza adequada. Nas pocas mais frias do ano recomendado

    o estrado de madeira.

    Grupos que tenham uma reproduo intensa, mas tambm para acalmar as mes nervosas, recomendada mais opo

    de toca. Podem ocorrer tenses sociais temporrias entre pais e filhos e respectivamente entre mes e filhas durante

    o cio da fmea dominante. Nessa situao uma separao espacial para os animais dormirem foi observada (Frankfurt).

    Na parte externa do recinto so necessrios dois refgios caso no seja permitida a entrada dos animais no cambia-

    mento. As entradas desses refgios devem ser de 0,40m de altura e 0,25 m de largura (para fmeas grvidas). Uma

    entrada protegida recomendada em refgios externos e em lugares com vento. Uma moldura de ferro na beira das

    tocas de madeira previne danos causados por mordidas. Materiais para forrar a cama (feno, palha, maravalha autocla-

    vada) so aceitos.

    Aquecimento dentro do cambiamento: a maioria dos Zoolgicos oferece recintos abertos e cobertos com temperatu-

    ras entre 12C e 23C. Washington mantm com sucesso os Cachorros Vinagre em temperaturas entre 12C e 15C.

    Apesar disso, recomenda-se manter a temperatura no cambiamento entre 18C e 20C durante o dia. recomendado

    abaixar essa temperatura durante a noite porque os indivduos do grupo dormem todos enrolados uns nos outros. H

    poucos dados sobre a umidade do ar. Obviamente deve-se manter a umidade do ar normal para a sade dos cachorros

    vinagres.

    Recinto externo: em climas frios, quando a temperatura est abaixo de -10C. os Cachorros Vinagres gastam mais

    tempo nos abrigos internos Os animais no so incomodados pelo frio (at -5C) e neve, mas ficam menos tempo fora

    dos abrigos com a temperatura abaixo de 0C. A permanncia rpida dos animais jovens e adultos fora dos refgios

    com a temperatura abaixo de 0C justificada para a limpeza dos abrigos. Filhotes muito jovens no devem ser expos-

    tos a temperaturas extremas.

    Recinto interno: 30m2 mais 4 m2 por indivduo recomendado.

    Recinto externo: 100 m2 , uma rea maior seria til.

    DimensesNormativa do IBAMA

    0 IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, atravs da Diretoria de Ecoss-

    istemas e do Departamento da Vida Silvestre, em 19 de outubro de 1989 estabeleceu a Instruo Normativa N

    001/89-P e IN N 004 de 04 de maro 2002 onde determina os requisitos recomendveis para a ocupao em jardins

    zoolgicos.

    A recomendao para o recinto do cachorro-do-mato-vinagre {Speothos venaticus) so:

    rea: 30 m2

    N de indivduos por rea :02 (adultos) e mximo de 04 crias Abrigo:

    Toca subterrnea (1 m2 ) Tanque:1 m2 e 0,5 profundidade

    rea de cambiamento: 2 X 3 m2

    Barreira:tela, vidro, fosso com gua 3m X 1,5 m e largura 3m

    Maternidade: 3 m2

    Piso: " Terra (2m) s/ cimento

    Segurana: 11 - Deve-se prender o animal para o tratador entrar no recinto

    Observao: Familiar

    9,0 m

    9,0 m

    Os animais cavam muito, vital para segurana dos animais o alicerce por todos os lados do recinto de no mnimo 2 m

    .Com tela no teto tambm.

    Aleitamento ArtificialProgramao das Refeies

    A maioria dos zoolgicos recomenda ESBILAC, o Zoolgico de Washington usa de 6-8% de ESBILAC (no primeiro dia),

    12% (2-9 dias)18 % (10 dias at o desmame), o Zoolgico de Berlim usa o ESBILAC misturado a carne e a gema de ovo

    a partir do 17 dia. O Mulhouse (que usa o MILKDOG) indicou a deficincia de ferro na quinta semana, a prxima ninha-

    da ser prevenida com suplementos de ferro desde o comeo. recomendada a Royai canin e leite de cabra, conforme

    experincias de criao artificial de filhotes feitas no Brasil.

    Influncias Comportamentais

    Ver captulo sobre relato de animais criados artificialmente.

    Fmeas criadas artificialmente podem apresentar comportamento nervoso quando se tornam mes. J os machos

    mantm seu comportamento normal.

    Cuidados com os Filhotes

    - UTAs;- Bolsas de gua quente;- Cobertor (importante manter o animal em temperatura constante), o animal deve ser mantido aquecido e seco;- Mais de um filhote mant-los junto;- Alimentao: primeira semana alimentar de 2 em 2 horas, na terceira semana alimentar de 3 em 3 horas entre as mamadas, na quarta semana de 4 em 4 horas e na quinta semana iniciar o desmame.-Estimular e fazer massagem no abdome depois, ou antes, de cada mamada utilizando algodo com gua morna ou algo similar para a defecao dos filhotes.

    Recomendaes Mdico-Veterinrias

    Tendo em vista que os trabalhos de preveno e da prpria medicina curativa so bastante dependentes de fatores

    particulares e regionalizados, optou-se por uma compilao das principais ocorrncias mdicas nos zoolgicos que

    tradicionalmente vem mantendo estes animais. No h portanto, o objetivo de estabelecer normas e receitas, procu-

    rou-se ao invs disto, fornecer subsdios relacionados a experincias vivenciadas, que possam auxiliar o estabeleci-

    mento de diagnsticos, planos teraputicos e programas de preveno.

    Endoparasitas

    Acreditamos que os parasitas que infectam os candeos domsticos e as outras espcies selvagens, podem ser

    responsveis por infeco e doenas tambm nos cachorros vinagre. Rotineiramente tem sido dentificados:

    - Ancylostoma caninum- Toxocara canis- Trichuris spp- Dipylidium spp

    Os princpios ativos utilizados e que vem apresentando bons resultados so Pomoato de Pirantel e Praziquantel,

    Mebendazole, Levamizole, Febendazole e Oxifendazole em regimes . e dosagens semelhantes s utilizadas para as

    CriaoAcasalamento

    Maturidade sexual: em ambos os sexos o comportamento sexual comea a partir do primeiro ano de vida.

    A iniciao de comportamentos sexuais em grupos maiores depende no s da maturidade sexual, mas tambm de

    fatores sociais. Em grupos de famlias maiores somente h procriao entre o casal dominante O comportamento

    sexual de maturidade dos filhotes parece ser inibido. Os filhotes so "socialmente castrados".

    Perodo de copula: h muitas mudanas fsicas e comportamentais durante o perodo de copulao como inchao da

    vulva, aumento de marcao atravs do cheiro e o casal passa mais tempo juntos. O longo perodo de copulao de 1

    a 14 dias, com a mdia entre 3-7 dias, com mais copulaes entre o 3o e 4o dia.

    Os Cachorros Vinagre manifestam um ciclo reprodutivo muito instvel. Na maioria dos zoolgicos o perodo entre

    cada cio irregular (de 15 a 96 dias). Quando a fmea introduzida a um novo macho ela demora de 5 - 26 dias para

    entrar no cio.

    Ciclo: O Cachorro do Mato Vinagre polistrico no apresentando uma poca reprodutiva evidente. A flexibilidade

    reprodutiva indicada principalmente pelos intervalos entre as ninhadas. Fmeas no perodo de amamentao voltam

    ao perodo frtil numa mdia de cinco meses e meio depois do cio anterior. Algumas fmeas tm duas ninhadas por ano.

    Fmeas que tiveram seus filhotes removidos ou mortos voltam ao ciclo mais rapidamente (numa mdia de 96 dias) do

    que as fmeas que no tiveram seus filhotes perdidos (numa mdia de 168 dias).

    Gravidez

    A gestao dura em mdia 67 dias (varia de 62-70). A gravidez facilmente detectada no segundo ms, quando as

    fmeas aumentam de peso.

    Nascimento

    Sinais fsicos do parto que est para acontecer so a dilatao mamria, queda do pelo envolta dos mamilos e aumento

    da vagina. Diminuio do apetite, ataques longos e frequentes de escavao, maior parte do tempo dentro do abrigo e

    agressividade do macho e da fmea com os tratadores.

    Durante o parto o macho e os filhotes mais velhos no devem serseparados.

    Desenvolvimento e cuidados com o filhote

    A ninhada pode ser de um a dez filhotes com a mdia de 2 a 4 filhotes. Filhotes comeam a comer comida slida com

    30-40 dias de vida, desmamando completamente com 10 para 18 semanas.

    O pai alimenta os filhotes a partir do segundo ms e os filhotes so integrados ao grupo atravs de brincadeiras com

    suas irms mais velhas. H um pequeno risco dos filhotes recm-nascidos serem machucados pelas irms mais velhas

    quando elas os carregam ou brincam .

    Mudanas nas Estruturas dos GruposIntroduo de animais selvagens ou com parentesco em outro grupo.

    Os Cachorros do Mato Vinagre podem ser introduzidos rapidamente e facilmente com o procedimento de rotina. Os

    indivduos que sero introduzidos devem ficar em reas para o reconhecimento que permitam aos animais se verem e

    farejarem uns aos outros at se reconhecerem. Depois deste primeiro contato, eles devem ficar juntos durante o pero-

    do diurno e a noite devem ser separados. Normalmente depois de uma semana a introduo completa. Este manejo

    vai depender do comportamento dos animais e da avaliao dos tcnicos envolvidos.

    Relatos de animaids criados artificialmente

    possvel mas leva mais tempo do que no caso de animais criados pelos paises e a personalidade do animal pode

    influenciar nas introdues (um animal criado artificialmente no Zoolgico de Washington apresentou perseguio ao

    rabo, mastigao das patas e auto punio ao ser introduzido a outros Cachorros Vinagre).

    No Zoolgico de Frankfurt uma fmea que foi criada artificialmente sempre atacava os machos estranhos. Um rpido

    sucesso finalmente foi alcanado com o truque do perfume. Era espirrado nos Cachorros um perfume com forte odor

    imediatamente antes de introduzi-los uns aos outros

    Por causa do cheiro forte ambos ficavam excitados, comeando um comportamento egosta. Ficaram se cheirando por

    meia hora na gaiola. Depois ambos se acalmaram. Nenhuma agresso aconteceu aps a introduo desse casal e a

    procriao aconteceu com sucesso.

    Introduo de Cachorros Vinag re do mesmo sexo

    Muitos zoolgicos tentaram introduzir fmeas adultas. Na maioria dos casos a introduo falha por causa da forte

    intolerncia das fmeas. Por outro lado, no Zoolgico de Oklahoma obteve sucesso na introduo de uma fmea adulta

    e uma fmea sub-adulta sem a presena de machos em um grupo de espcimes muito velhas (mais de 10 anos). No

    recomendado a introduo de animais adultos do mesmo sexo.

    Enriquecimento Ambiental

    Recintos com equipamentos apropriados (ver acima);Uma "vida familiar completa" com dois filhotes;Alimento vivo;Material para cabo de guerra (vara, sacos de juta);Alimentao espalhada;

    Material mvel como varas, galhos, pedaos de rvore, objetos que biem e que rolem (batatas no cozidas, materiais

    de madeira), materiais mastigveis para cachorros domsticos etc.

    Cachorros vinagres aprendem facilmente a pegar suas presas mortas no fundo do tanque (Wilhelma/Stuttgart) e pegar

    comidas vivas (como brotos) nas guas rasas do tanque (Frankfurt).

    Cubos de gelo, utilizao de moblias (troncos, poleiros etc), utilizar estmulos olfativos (sangue, urina, fezes, enterrar

    comida etc).

    Recomendaes do Plano de ManejoAlimentaoDieta Bsica

    Uma dieta bsica com uma boa variedade (ratos inteiros, pintos, galinhas, pescoo de galinha, ps de galinha, coelhos

    com pele, pombos com penas, fils de peixe (preferencialmente de gua doce ou peixe inteiro), ovo cozido, rao de

    cachorro de primeira linha, porco e carne de boi, ocasionalmente grandes pedaos de carne com osso) enriquecida com

    misturas de minerais e vitaminas e, rao para ces somente como suplemento. Uma dieta adicional com frutas e ovo

    recomendada para evitar problemas digestivos. Oferecer a dieta duas vezes por dia preferencialmente (vide anexo

    alimentao e nutrio)

    Requerimentos Especiais Dietticos

    importante, mas nem sempre fcil evitar a obesidade de determinados indivduos dentro do grupo (ex: fmea alfa).

    Nesses casos isolamento durante a hora das refeies necessrio.

    Jejum no recomendado (somente em casos isolados de obesidade).

    Candeos em fase de gravidez ou amamentao requer aproximadamente duas vezes a quantidade normal de comida

    pelo menos at o filhote ter 3 semanas de vida, para ninhadas de 6 ou mais filhotes a alimentao dever ser triplicada.

    Durante a criao dos filhotes mais refeies so recomendadas. No oferecer alimento vivo e carnes com sangue

    durante a gestao.

    Mtodo de Alimentao

    Pela manh: alimentao com frutas, legumes e mistura de cereais.

    tarde: protena animal e alimento vivo.

    gua: vontade

    Alimentao e Nutrio de Cachorro Vinagre (Speothos venaticus)

    Segundo Beatriz de Mello Beisiegel, do projeto candeos da USP, o cahorro-do-mato-vinagre uma espcie fascinante

    dos pontos de vista comportamental e ecologico-evolutivo, por representar uma exceo ao padro de histria de vida

    predominante entre os pequenos candeos, em sua maioria solitrios e onvoros, sendo o nico dentre eles que caa

    cooperativamente e tem uma dieta estritarpente carnvora. Entretanto, muito pouco se sabe sobre seu comportamen-

    to e praticamente nada sobre sua ecologia.

    No cativeiro, esta espcie tem se adaptado bem a dietas onvoras, ou seja, alm de consumir protenas de origem

    animal, aceita bem fontes vegetais, como frutas.

    Planilhas de Alimentao de Zoolgicos Brasileiros

    Dietas utilizadas para cachorro-do-mato-vinagre:

    Parque Ecolgico Municipal de Americana

    Para 1 animal adulto, diariamente

    Cenoura Cozida 50 gRao Canina (Bonzo mida 100 gLaranja 50 gGoiaba 50 gCarne Bovina (Msculo) 250 gVsceras (Fgado, lngua, pulmo, corao ou rim 50 gSardinha com Vsceras 2 unidadesOvo Cozido 1/2 unidade

    Zoolgico Municipal de So Bernardo do Campo

    Para 1 animal adulto, diariamente

    Carne Bovina (Msculo ou Corao)" 200 gBanana 140 gMamo 70 gMa 60 gCenoura 50 g*A cada 10 dias 20% fgado de boi.

    Fundao Parque Zoolgico de So Paulo

    Para 1 animal adulto, diariamenteCarne (Msculo) 100gSardinha 40gPintinhos 100gVionate L 1gFarinha de Osso 1gOvo Cozido 1/2 unidadeBanana 100gMamo40 gMa40 g

    Zoolgico de Ilha Solteira

    Para 1 animal adulto, diariamente

    Pescoo de Frango (5 vezes/semana) 300gRatos ou Camundongos (2 vezes por semana) 300g

    Fundao Zoo-Botnica de Belo Horizonte

    Para 1 animal adulto, diariamente

    Rao Canina (25% protena) Moda* 80gBanana 180gMamo 80gCorao Bovino 70gCarne Bovina 60gCalcrio Calctico 3gFosfato Biclcico 1,5g*A rao canina moda misturada a banana para facilitar a aceitao.

    Obs: Estas quantidades so superiores s necessidades de manuteno de um animal adulto devido ao fato do casal

    estar com um filhote que j est comendo e que, consequentemente, necessita uma quantidade proporcionalmente

    maior. Com isso aumentamos a quantidade dos pais para que no haja concorrncia com a dieta do filhote. Os animais

    ainda recebem ocasionalmente como enriquecimento camundongos ou ratos vivos, peixes vivos (dentro de um

    pequeno lago existente no recinto) e grilos. Dentro do trabalho de enriquecimento ainda utilizada a prtica de

    esconder pedaos de carne pelo recinto.

    Fundao RIOZOO

    Dieta de Manuteno: para 1 animal adulto

    Rao Canina (25% protena) 50gBanana Prata 200gMamo 50gLaranja 50gFruta de poca (goiaba ou caqui) 50gCarnes* 200gOvo cozido (1 x na semana) 01 unidade

    As carnes variam durante a semana em carne bovina, corao bovino, midos de frango, sardinha ou manjubinha,

    fgado, pintinhos e codornas. Todas as carnes recebem suplementao com carbonato de clcio e um premix mineral e

    vitamnico na proporo de 20g/ Kg de Carne.

    Dieta de Reproduo: para 1 animal adulto

    Rao Canina Filhotes (30% protena) 70gBanana Prata 200gMamo 50gLaranja 50gFruta de poca (goiaba ou caqui) 50gCarnes* 200gOvo cozido (1 x na semana) 01 unidade

    As carnes variam durante a semana em carne bovina, corao bovino, midos de frango, sardinha ou manjubinha,

    fgado, pintinhos e codornas. Todas as carnes recebem suplementao com carbonato de clcio e um premix mineral e

    vitamnico na proporo de 20g/ Kg de Carne.

    Criadouro Conservacionista International Paper

    Dieta de Manuteno: para 1 animal adulto

    Rao canina 15% protena 70gPescoo de frango 50gRim bovino (5 x na semana) 50gCorao bovino lOOgFgado bovino (5 x na semana) 50gOvo cozido (1x na semana) 1/2unidadeMamo 50gMaa 50gCenoura 50g

    Aspectos NutricionaisAnlise Geral

    A histria evolutiva dos candeos sugere uma dieta mais onvora na natureza, quando comparados aos feldeos, que por

    sua vez so carnvoros restritos. Os candeos, fisiologicamente e anatomicamente, possuem melhor adaptao e,

    consequentemente, maior tolerncia a carboidratos na dieta - no possuem amilase salivar mas possuem amilase

    pancretica eficiente. De uma forma geral, os candeos possuem o trato gastrointestinal relativamente curto, sendo o

    intestino grosso caracterizado por um pequeno ceco e clon simples (Stevens e Hume, 1995).

    Dos zoolgicos que possuem cachorro-do-mato-vinagre e que enviaram suas dietas, percebe-se que a maioria tm

    utilizado alimentos vegetais na alimentao diria dessa espcie em cativeiro. A proporo de vegetais nessas dietas

    (com base na matria seca - MS) varia de 0 aproximadamente 45%. A princpio no existe uma regra para a proporo

    de alimentos vegetais, porm, vale lembrar que a maioria das frutas e legumes no possuem uma correta relao

    clcio/fsforo alm de nveis muito baixos e as carnes, por sua vez, possuem bons nveis de fsforo mas desprezveis de

    clcio. Com isso, faz-se necessrio suplementar a dieta com clcio. Das fontes de clcio disponveis, o calcrio calctico

    (de uso agrcola) a fonte mais fcil e barata. Dependendo da composio da dieta, outras fontes como farinha de ossos

    e fosfato biclcico podem ser utilizadas, mas no devemos nos esquecer que estaremos acrescentando fsforo

    tambm.

    Quando se utiliza uma rao canina de boa qualidade como parte principal da dieta, a suplementao mineral-vitamni-

    ca normalmente desnecessria, uma vez que a rao comercial vem com bons nveis desses elementos e em

    propores adequadas. Exceo se faz para animais que estejam passando por algum tipo de estresse como, por exem-

    plo, convalescena, mudana de ambiente, parasitoses, etc.

    Necessidades de MantenaEnergia

    Tanto para manuteno, quanto para produo, os animais necessitam primariamente de energia, que ser obtida a

    partir da oxidao de alguns nutrientes.

    Toda substncia contendo carbono e hidrognio pode ser oxidada fornecendo energia, entretanto, nem toda energia

    bruta fornecida pela oxidao das substncias pode ser aproveitada pelos animais. Por exemplo: leo mineral contem

    uma quantidade considervel de energia, nias se fornecermos leo mineral ao co, nada ser aproveitado, uma vez que

    no teremos os processos de absoro. Outras substncias, mesmo que absorvidas, no podero ser potencialmente

    aproveitadas, por no entrarem nos processos metablicos normais do animal.

    espcie as diversas doenas, da prpria fisiopatologia das mesmas e consequentemente da dinmica da resposta

    imune a ser montada, implica em possveis limitaes a eficcia do processo. Neste sentido, a falta de avaliaes dos

    programas estabelecidos refora o atual estado de empirismo desta prtica.

    Atualmente vem se utilizando desde vacinas monovalentes (Cinomose), at outras com antgenos mltiplos

    (decavalentes), nos esquemas preconizados para ces domsticos. Refora-se aqui que no existem estudos sorolgi-

    cos que comprovem a soroconverso ou mesmo epidemiolgicos que atestem a eficcia da utilizao destes produtos

    nos esquemas estabelecidos. Em decorrncia de um trabalho realizado com Lobos Guar em cativeiro no pas, a

    maioria das instiuies vem adotando a marca Eurican CHP com aplicaes aos 60, 90 e 120 dias de idade e revaci-

    naes anuais.

    Doenas Degenerativas

    O progressivo envelhecimento do plantel traz o aumento na prevalncia das doenas degenerativas. As doenas

    articulares j vem sendo relatadas e a utilizao dos proteoglicanos e antiinflamatrios no esteroidas foram os

    tratamentos de escolha.

    Conteno Qumica

    Diversas drogas e combinaes fazem parte do repertrio para a espcie em questo sendo os anestsicos dissociati-

    vos os mais utilizados.

    * Cloridrato de Quetamina e Cloridrato de Xilazina - 10 a 12 e 0,5a 1 mg por quilograma, respectivamente.*Cloridrato de Quetamina, Cloridrato de Xilazina e Acepromazina - 10 a 12, 0,6 e 0,02 mg por quilograma, respectivamente.*Cloridrato de Quetamina e Diazepan ou Midazolam -10 a 12 e 0,5 a 1,5 mg por quilograma, respectiva-mente.*Tiletamina e Zolazepan -5 a 7 mg por quilograma.

    Relatos de acidentes devido a conteno qumica so raros e envolvem uma pneumonia por aspirao, traumatismos

    variados e um animal com histrico de episdios convulsivos durante a induo quando da utilizao de quetamina e

    xilazina.

    Procedimentos anestsicos, vem sendo realizados atravs do emprego de anestsicos volteis como o Isofluorano e

    Halotano, sem que haja qualquer diferena com relao s outras espcies animais.

    Alm destes o Tartarato de Butorfanol e o Tramadol tem sido utilizado regularmente como analgsicos.

    Protocolo de Vacinao Prof. Dr. Adauto L. Veloso

    No Brasil, no dispomos de vacinas para candeos com vrus morto, recomendadas por protocolos internacionais.

    Alguns trabalhos e experincias pessoais indicam que vacinas preparadas com vrus vivo modificado, de uso rotineiro

    para candeos domsticos, tem sido utilizadas para animais selvagens e at agora elas tem-se mostrado seguras e

    aparentemente imunognicas.

    Atualmente existem no mercado brasileiro diversas marcas com vrias fraes vacinais, preparadas em uma nica

    dose. Seu uso deve ser feito com sob estrito controle veterinrio com rigorosa observao e registro de eventuais

    efeitos colaterais.

    demais espcies de candeos domsticos e selvagens.

    Ectoparasitas

    Embora no tenham sido encontrados com grande frequncia, as espcies descritas em infestaes dos animais manti-

    dos nos zoolgicos foram:

    Ctenocephalides felis

    Nestes casos, aplicaes tpicas de Fipronil e o manejo criterioso do ambiente, com utilizao de vassoura de fogo,

    troca de utenslios e abrigos, resolveu a situao. Entretanto, surtos de puliciose que acometeram outros carnvoros

    selvagens em criadouros e zoolgicos do pas, inclusive com desenlaces fatais, alertam para o cuidado e para o poten-

    cial rico destas infestaes sobre a populao cativa de cachorros vinagre. Em uma situao que envolveu infestao

    importante nos vinagres, alm do procedimento descrito foi realizada pulverizao do recinto com piretrides

    tendo-se alcanado bons resultados na diminuio da carga parasitria ambiental. Desta forma, a vigilncia estreita

    dos animais e do ambiente deve ser exercida constantemente. Produtos que atuam a mdio e longo prazo prevenindo

    a infestao como o Lufenuron, foram pouco testados nesta espcie mas vem apresentando bons resultados em outros

    carnvoros podendo se colocar como uma alternativa em regies de alta infestao.

    Tambm se relatou nos ltimos anos a ocorrncia de miase sem a identificao da espcie envolvida. Obviamente, o

    procedimento teraputico obedece aos regimes institudos para as demais espcies.

    Doenas Infecciosas

    Vrias infeces com manifestaes clnicas de severidade e localizao variadas foram descritas neste grupo de

    animais, destacando-se dois surtos que envolveram:

    Salmonella spp - Enterite hemorrgica.Escherichia coli- Enterite hemorrgica.

    Neste caso embora tenha ocorrido o isolamento ficou a duvida se outros agentes bacterianos no estariam tambm

    envolvidos.

    Antibioticoterapia foi instituda preferencialmente baseada em testes de sensibilidade in vitro. Tambm diversas

    composies de Probiticos vem sendo utilizadas nestas situaes com resultados variveis.

    A giardase, Giardia spp, desencadeando enterites, j foi observada em algumas instituies. Mais uma vez o'tratamen-

    to preconizado no difere daqueles utilizados em ces domsticos e em outras espcies de candeos selvagens onde o

    Metronidazol e Secmidazol so amplamente utilizados. Ensaios com a vacina contra a giardase no foram conduzidos

    na espcie. Casos de raiva, cinomose, parvo e coronavirose so relatados na literatura internacional; no pas, embora

    para algumas delas existam suspeitas, no h descrio de isolamento dos agentes nos cachorros vinagre brasileira.

    Imunoprofilaxia

    Embora seja um campo bastante desconhecido, particularmente quando relacionado aos nossos animais, o risco

    decorrente das doenas infecciosas e a dificuldade no estabelecimento de tratamentos demanda o desenvolvimento e

    a utilizao de protocolos de imunizao. Entretanto, limitaes quanto ao conhecimento da susceptibilidade da

    Crescimento

    Para os filhotes, talvez seja necessrio umedecer a rao e mistur-la s frutas para facilitar a aceitao. O alimento

    poder ser fornecido em prato raso e os filhotes devem ter acesso fcil aos alimentos durante o dia. O alimento seco

    poder ser introduzido gradativamente.

    Literatura Consultada

    BORGES, F.M.O e NUNES, I.J. Nutrio e Manejo de Ces na Sade e na Doena. Cad. Tc. Esc. Vet. UFMG, n. 23, 103

    p., 1998.

    NUNES, I.J. Nutrio Animal Bsica. Belo Horizonte: Copiadora Breder, 1995. 334 p.

    CASE, L.P., CAREY, D.P. E HIRAKAWA, D.A. Nutrio Canina e Felina -Manual para Profissionais. Harcourt Brace de

    Espana S.A. Madrid, Espana. 1998. 424p.

    NOWAK, R. M. Walker's mammals of the world - 5 edio. 2o volume, The Johns Hopkins University Press. Baltimore

    and London, 1991. 1615p.

    EWER, R.F. The Carnivores. Cornell University Prss. Ithaca, New York. 1998. 500p.

    KLEIMAN, D.G., ALLEN, M.A., THOMPSON, K.V. e LUMPKIN, S. Wild Mammals in Captivity: Principies and Techniques.

    The University of Chicago Press, Chigago. 1996. 639p.

    STEVENS, CE. e HUME, I.D. Comparative Phisiology of the Vertebrate Digestive System. 2a ed. Cambridge University

    Press. 1996. 400p.

    Carlos Eduardo do Prado Saad Zootecnista - M.Sc. Nutrio Animal Doutorando em Nutrio Animal E-mail:

    [email protected]

    Ana Raquel Gomes Faria Bezerra Zootecnista - M.Sc. Nutrio Animal

    Estrutura SocialEstrutura Social Bsica

    Estrutura para um casal e seus filhotes. A manuteno de grupos familiares com dois filhotes possvel e recomendada.

    O desenvolvimento do ciclo sexual das filhas inibido pela presena da sua me. Quando uma fmea alfa entra no cio

    podem ser manifestadas divergncias entre mes e filhas, e agresses entre pais e filhos, mas aps a fase do ciclo o

    grupo volta a viver pacificamente. De acordo com os proprietrios da Mulhouse e Frankfurt grupos de at 14 membros

    tem convivido por anos sem problemas.

    Conflitos (algumas vezes srios) podem ocorrer quando a fmea alfa do grupo morre.

    H alguns casos de grupos com duas fmeas reprodutoras (irms), mas a estrutura deste tipo de grupo muito frgil

    podendo ocorrer srias brigas , ento, este tipo de grupo no recomendado.

    tenham logo, desde a fase de crescimento, alimentao e manuteno corretas, que se prolonguem durante o seu

    desenvolvimento e continuem nos perodos de acasalamento, gestao e lactao.

    Antes do cruzamento, tanto a fmea como o macho, devem estar em excelente estado fsico e com peso nem acima nem

    abaixo do adequado ao padro. A nutrio inadequada na fmea pode levar ao nascimento de filhotes com baixo peso

    e ao aumento da mortalidade pr-natal. Por outro lado, o excesso de peso pode levar ao desenvolvimento de fetos

    muito grandes e a partos difceis.

    Menos de 30% de crescimento fetal ocorre durante as primeiras semanas de gestao. Ainda que os fetos se desenvol-

    vam muito rapidamente, so pequenos at o ltimo tero da gestao. Assim, nesse perodo so moderados os aumen-

    tos de peso da fmea e das suas necessidades nutricionais. No tero final da gestao, o peso e tamanho dos fetos

    aumenta muito. A partir desse perodo deve-se aumentar progressivamente a ingesto de alimentos para que, no

    momento do parto seu consumo dirio seja 25% a 50% superior s suas necessidades normais de manuteno. Seu

    peso corporal dever ter aumentado entre 15% e 25% no momento do parto. Uma fmea cujo peso ideal 7-8 Kg

    dever pesar, no final da gestao, entre 9,2 Kg e 10 Kg.

    Aspectos Alimentares Prticos durante a Gestao:

    1.Oferecer uma dieta digestiva e rica em energia e nutrientes, substituir a rao para ces adultos por rao para ces filhotes (30%Protena Bruta) uma alternativa, lembrando que esta nova rao deve ser adiciona-da gradativamente como todo "novo" alimento.2.No aumentar a ingesto de alimentos logo no incio da gestao3.Sempre que possvel, oferecer pequenas pores de alimentos no final da gestao, pelo menos, duas refeies dirias4. Aumentar a ingesto de alimentos, * aproximadamente, 1,25 a 1,5 vezes relativamente s necessidades de manuteno nas ltimas semanas5. As fmeas no devem ganhar mais que 15%-25% de seu peso corporal ao final da gestao

    A considerao mais importante durante a amamentao a adequada proviso de calorias. Uma alta ingesto

    energtica permite uma produo de leite suficiente e previne que o animal sofra uma drstica perda de peso. impor-

    tante tambm uma adequada ingesto de gua para produo de um volume suficiente de leite. Durante o perodo de

    amamentao a fmea consumir 2-3 vezes o que consumiria para suprir suas necessidades de manuteno. Este

    aumento tambm dever ser gradativo e dever ser recalculado medida em que os filhotes comearem a ingerir

    alimentos slidos. A substituio por uma rao de filhotes com 30%PB oferecer um aporte energtico e proteico

    maior.

    Em geral, a fmea perde peso durante a amamentao, mas esta perda no deve ser superior a 10% do seu peso normal.

    Os suplementos de clcio ou de qualquer outro mineral durante a gestao no so necessrios se a fmea estiver

    consumindo uma dieta comercial bem equilibrada de alta qualidade. Embora as necessidades de clcio sejam elevadas

    durante este perodo, normalmente o animal obtm os nutrientes de que necessitam atravs do consumo de maiores

    quantidades de sua dieta normal, devidamente balanceada para todos os nutrientes.

    Aspectos Alimentares Prticos durante a Lactao

    1 .Oferecer uma dieta digestiva e rica em energia e nutrientes, continuando com a rao para filhotes.2.Sempre que possvel, oferecer pequenas pores de alimentos no final da gestao, pelo menos, duas refeies dirias3.Aumentar a ingesto de alimentos, aproximadamente, 2-3 vezes relativamente s necessidades de manuteno nas ltimas semanas4.Reduzir lentamente a quantidade de alimento oferecido medida que os filhotes forem sendodesmamados

    Para facilitar os clculos:

    pVo,75 =Peso metablico

    (p0,75 equivale raiz quarta do peso elevado ao cubo)

    O uso do peso metablico permite comparaes entre animais de pesos e tamanhos diferentes e mesmo entre espcies

    diferentes. Embora baseado no dispndio de energia, o peso metablico muito til nas determinaes dos requisitos

    nutricionais de todos os nutrientes.

    As necessidades energticas dos candeos dependem primariamente do tamanho e peso do animal, mas podem variar

    com as condies ambientais, a atividade e o estdio fisiolgico, entre outros fatores.

    Considerando um animal adulto com peso vivo de 7 kg, a dieta com aproximadamente 3800 Kcal de energia metabo-

    lizvel (EM). Teramos ento, 140 X 7 0,75 = 140 X 4,30 = aproximadamente 600 Kcal de EM, ou seja, o animal em

    questo necessita de 600 Kcal/dia de Energia Metabolizvel para sua mantena.

    Considerando as 3800 Kcal de EM contido na dieta exemplo, o animal vai precisar ingerir:

    600/3800 = aproximadamente 160 g da dieta na matria seca (MS).'

    Levando em conta as propores dos alimentos, isso significa:

    Rao Canina = 0,42X160 = 67,2 gBanana = 0,30X160 = 48,0 gCarne Bovina = 0,10X160 = 16,0 gCorao Bovino = 0,10X160 = 16,0 gMamo = 0,05X160 = 8,0 gCalcrio = 0,02X160 = 3,2 gFosfato Biclcico = 0,01 X160 =1,6 g

    Passando agora as quantidades para a matria natural, ou seja, como o animal vai comer, teremos, em valores j

    arredondados para facilitar:

    Rao Canina = 67,2 / 0,90(teor de MS da rao -> 90%) = 75 gBanana = 48,0 / 0,21 (teor de MS da banana 21 %) = 230 gCarne Bovina = 16,0 / 0,29(teor de MS da carne 29%) = 55 gCorao Bovino = 16,0 / 0,26(teor de MS do corao -> 26%) = 60 gMamo = 8,0 / 0,13(teor de MS do mamo -> 13%) = 60 gCalcrio = 3,2 / 0,99(teor de MS do calcrio -> 99%) = 3 gFosf. Biclcico = 1,6 / 0,98(teor de matria seca do Fosf. Biclcico -> 98%)= 1,5 g

    Estas seriam as quantidades totais, estimadas, dos alimentos que o animal dever ingerir por dia. O ideal que sefraci-

    one em duas vezes ao dia.

    Vale lembrar que estas quantidades so uma base para se trabalhar, pois deve haver uma monitorao constante do

    peso do animal, interferindo, sempre que necessrio, quando o animal estiver com peso acima ou abaixo do desejvel.

    Gestao e Lactao

    Certos cuidados e alimentao adequada so necessrios na poca reprodutiva para garantir a sade e bom estado dos

    animais e para viabilidade, sade e crescimento de sua descendncia. O ideal que os animais que vo reproduzir-se

    Partio da Energia

    A energia no um nutriente, mas sim uma entidade qumica que pode s