crescimento de mudas de cajueiro anÃo precoce fertirrigadas com esgoto domÉstico tratado

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA AGRONOMICA LUCAS RAMOS DA COSTA CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO MOSSORÓ RN 2012

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Page 1: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E

TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA AGRONOMICA

LUCAS RAMOS DA COSTA

CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM

ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

MOSSORÓ – RN

2012

Page 2: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

LUCAS RAMOS DA COSTA

CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM

ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

Monografia apresentada à Universidade Federal

Rural do Semi-Árido – UFERSA, Departamento de

Ciências Ambientais e Tecnológicas para a obtenção

do título de Engenheiro Agrônomo.

Orientador: Prof. D. Sc. Marcelo Tavares Gurgel –

UFERSA.

MOSSORÓ – RN

2012

Page 3: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da

Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA

Bibliotecária:

Vanessa de

Oliveira Pessoa

CRB15/453

C837c Costa, Lucas Ramos da.

Crescimento de mudas de cajueiro anão precoce

fertirrigados com esgoto doméstico tratado. / Lucas Ramos

da Costa. -- Mossoró, 2012.

46 f.: il.

Monografia (Graduação em Agronomia) – Universidade

Federal Rural do Semi-Árido.

Orientador: Msc. Marcelo Tavares Gurgel

Co-orientador: Dsc. Rafael Oliveira Batista

1. Anacardium Occidentale L. 2.Reuso de água.

3.Tratamento de resíduos. I. Título.

CDD: 634.573

Page 4: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

LUCAS RAMOS DA COSTA

CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM

ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

Monografia apresentada ao Departamento de

Ciências Ambientais e Tecnológicas para a obtenção

do título de Engenheiro Agrônomo.

APROVADA EM: 25 / 10 /2012

BANCA EXAMINADORA

Profº. D. Sc. Marcelo Tavares Gurgel – UFERSA.

Presidente

Profº. D. Sc. Rafael Oliveira Batista – UFERSA.

Primeiro Membro

Eng

o Agrônomo Andygley Fernandes Mota - UFERSA

Segundo Membro

Page 5: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

OFEREÇO

A meus pais Elias Paula da Costa e Lucimar da

Fonseca Ramos, pelo carinho esforço dedicado

nessa caminhada árdua de estudo e pesquisa.

À Maria Ester da Costa, minha avó, a quem eu

chamo carinhosamente de mãe, que não mediu

esforços em incentivar a minha formação escolar e

acadêmica aquela que sempre nos momentos de

tensão mostrou-se forte para me ajuda a vencer as

barreiras da vida.

Page 6: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela minha fé, pela minha família, pelos meus amigos, pela minha saúde elementos

essenciais na luta para vencer meus desafios.

Aos pais, Lucimar da Fonseca Ramos e Elias Paula da Costa, pelos ensinamentos dedicados com

muito amor e carinho, me mostrando sempre a importância da educação sempre me guiando pelos

caminhos que levam o homem a crescer dignamente.

Aos meus irmãos Luciano Ramos da Costa e Luciney Ramos da Costa avós, tios e primos por todo

amor, carinho e atenção, e estando sempre presentes ao meu lado orando a Deus pelo meu sucesso.

Quero aqui expressar meus votos de gratidão a minha família de Mossoró que mesmo não me

conhecendo bem, posicionou-se de forma admirável para me ajudar nestes anos de luta e vitórias,

em especial a tia Eurides que com sua calma ensinou-me o valor da compreensão, sou grato a Deus

por que ele colocou a Vanessa, João, Vânia e o Amon, dentro outros os quais se fosse aqui elencar

faltariam páginas a serem escritas.

Ao professor Marcelo Tavares Gurgel e ao professor Rafael Oliveira Batista, por todos os

conhecimentos repassados, pela paciência, pela atenção e pela dedicação que tiveram ao me

orientarem neste trabalho e guiar a minha formação acadêmica e pessoal.

Aos nossos demais professores, por toda dedicação ao nosso aprendizado, em especial aos

professores Jeane Cruz Portela, Maria Auxiliadora, Nildo Dias, Miguel Ferreira Neto, que fizeram a

diferença em nosso curso.

Ao PIBIC pela oportunidade de ingressar nas atividades de iniciação científica.

Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para alcançar todos os meus objetos, meus

mais sinceros agradecimentos.

Page 7: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

RESUMO

O uso de esgoto doméstico tratado na agricultura é uma alternativa viável na preservação

dos recursos hídricos. Nesse contexto, o presente estudo objetivou avaliar o desenvolvimento de

mudas de cajueiro anão precoce (clone CCP76) mediante a fertirrigação com esgoto doméstico

tratado. O experimento foi conduzido em casa de vegetação com cobertura de polietileno

pertencente ao Departamento de Ciências Ambientais de Universidade Federal Rural do Semiárido-

UFERSA, O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados com cinco

tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos empregados foram os seguintes: T1 (100% esgoto

doméstico tratado); T2 (75% esgoto doméstico tratado+ 25% água de abastecimento); T3 (50%

esgoto doméstico tratado + 50% água de abastecimento); T4 (25% esgoto doméstico tratado + 75%

água de abastecimento) e T5 (100% de água de abastecimento – testemunha). Foram realizadas

quatro avaliações de crescimento a cada 10 dias após a germinação (DAG) sendo avaliados os

seguintes parâmetros: diâmetro do caule, número de folhas, comprimento da parte aérea e do

sistema radicular, massa fresca e seca da parte aérea e do sistema radicular. As plantas irrigadas

com a dosagem de 25% de água de esgoto doméstico + 75% de água de abastecimento (T4) foi

onde obteve-se melhor desempenho quanto ao crescimento das mudas de cajueiro. A maioria das

variáveis não foram afetadas negativamente, exceto a matéria seca da raiz e área foliar durante o

período de estudo. O uso do esgoto doméstico tratado pode ser uma alternativa para o cultivo de

mudas do clone de cajueiro CCP76.

Palavras-chave: Anacardium occidentale L. Reuso de água, Tratamento de resíduos.

Page 8: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

ABSTRACT

The use of treated wastewater in agriculture is a viable alternative in the preservation of

water resources. In this context, the present study aimed to evaluate the development of dwarf

cashew seedlings (clone CCP76) through fertigation with treated domestic sewage. The experiment

was conducted in a greenhouse covered with polyethylene belonging to the Department of

Environmental Sciences of the Universidade Federal Rural Semiárido-UFERSA, The experimental

design was a randomized block with five treatments and five replications. The treatments were: T1

(100% treated domestic sewage), T2 (75% treated domestic sewage + 25% water supply), T3 (50%

treated domestic sewage + 50% water supply) and T4 (25% sewage + 75% treated domestic water

supply) and T5 (100% water supply - control). There were four growth evaluations every 10 days

after germination (DAG) with the following parameters: stem diameter, number of leaves, shoot

length and root, fresh and dry weight of shoot and root. Plants irrigated with a dosage of 25% of

domestic sewage water + 75% water supply (T4) was where we obtained better performance and

growth of seedlings of cashew. Most variables were not adversely affected, except the root dry

matter and leaf area during the study period. The use of treated wastewater can be an alternative for

growing seedlings of cashew clone CCP76.

Keywords: Anacardium occidentale L. water reuse, waste treatment.

Page 9: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Produtividade média de algumas culturas irrigadas com água limpa e fertirrigadas com

distintas águas residuárias ................................................................................................................. 21

Tabela 2 - Análise física do solo ....................................................................................................... 26

Tabela 3 - Análise química do solo ................................................................................................... 26

Tabela 4 - Composição química da água de abastecimento utilizada nos tratamentos ..................... 27

Tabela 5 - Composição físico- química do efluente residual utilizado nos tratamentos ................... 27

Tabela 6 – Valores médios do diâmetro do caule, altura da planta, número de folhas, matéria seca da

raiz, matéria secada parte aérea, aérea foliar, matéria seca da raiz, matéria fresca da parte área ..... 30

Page 10: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Imagem da estufa destinada a implantação do experimento com o clone do cajueiro CPP

76 ....................................................................................................................................................... 25

Figura 2 - Posição da castanha no semeio e profundidade de semeio .............................................. 28

Figura 3 - Altura de plantas de cajueiro anão precoce em função da irrigação com combinações da

água de origem doméstica com a de abastecimento ......................................................................... 31

Figura 4 - Número de folhas de cajueiro anão precoce em função da irrigação com combinações da

água de origem doméstica com a de abastecimento ......................................................................... 32

Figura 5 - Área foliar de cajueiro anão precoce em função da irrigação com combinações da água de

origem doméstica com a de abastecimento ....................................................................................... 34

Figura 6 - Diâmetro do caule de cajueiro anão precoce em função da irrigação com combinações da

água de origem doméstica com a de abastecimento ......................................................................... 34

Figura 7 - Matéria fresca e seca da parte aérea de cajueiro anão precoce em função da irrigação com

combinações da água de origem doméstica com a de abastecimento ............................................... 36

Figura 8 - Matéria fresca e seca da raiz de cajueiro anão precoce em função da irrigação com

combinações da água de origem doméstica com a de abastecimento ............................................... 38

Page 11: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACC- Amêndoa da Castanha do Caju

CNPq- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CONAMA- Conselho Nacional de Meio Ambiente

DBO- Demanda Bioquímica de Oxigênio

DAG- Dias Após a Germinação

EMBRAPA- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

LCC- Líquido da Castanha do Caju

pH – Potencial de Hidrogênio

Page 12: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 14

1.1OBJETIVOS ................................................................................................................................ 16

1.1.1 objetivo geral .......................................................................................................................... 16

1.1.2 objetivo específico ................................................................................................................... 16

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................... 17

2.1 CARACTERÍSTICAS AGRONOMICAS E IMPORTANCIA DA EXPLORAÇÃO DO

CAJUEIRO ....................................................................................................................................... 17

2.2 Impactos ambientais causados pelos esgotos domésticos ...................................................... 19

2.3 Tratamentos de esgotos domésticos ............................................................................................ 20

2.4 Reuso da água ............................................................................................................................ 21

2.5 Legislação aplicada ao reuso da água ....................................................................................... 22

3 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................................ 25

3.1 CARACTERIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL ............................. 25

3.2 Delineamento experimental ...................................................................................................... 26

3.3 Condução do experimento .......................................................................................................... 26

3.4 Coleta dos dados e variáveis analisadas .................................................................................... 28

3.5 Análise estatística ....................................................................................................................... 29

4 RESULTADOS E DISCUSÃO ................................................................................................... 29

4.1 ALTURA DE PLANTA ............................................................................................................. 30

4.2 Número de folhas ...................................................................................................................... 31

4.3 Área foliar ................................................................................................................................... 33

4.4 Diâmetro do caule ...................................................................................................................... 34

4.5 Matéria fresca e seca da parte aérea.......................................................................................... 35

4.6 Matéria fresca e seca da raiz ...................................................................................................... 37

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 39

6 REFERENCIAS ........................................................................................................................... 40

Page 13: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

14

1 INTRODUÇÃO

O cajueiro (Anacardium occidentale L.) é uma planta tropical, originária do Brasil,

dispersa em quase todo o seu território. A Região Nordeste, com uma área plantada superior a

650 mil hectares, responde por mais de 95% da produção nacional, sendo os estados do Ceará,

Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia os principais produtores, para o semiárido nordestino, a

importância é ainda maior, pois os empregos do campo são gerados na entressafra das culturas

tradicionais como milho, feijão e algodão, reduzindo, assim, o êxodo rural (MONTENEGRO

et al., 2003).

A escassez de recursos naturais é um fator limitante ao desenvolvimento econômico e

social de uma região. A agricultura é reconhecidamente a atividade humana que mais

consome água, em média 70% de todo o volume captado, destacando-se a irrigação como

atividade de maior demanda (CHRISTOFIDIS, 2001).

Observando-se que na região semiárida do Nordeste do Brasil a água é um fator limitado e

escasso, faz-se necessário o aproveitamento adequado dos esgotos domésticos com

possibilidades de assegurar e incrementar a produção agrícola resultando em uma fonte

alternativa de água, matéria orgânica e nutriente, contribuindo assim, para a preservação do

meio ambiente. Isto representa um meio promissor na produção de mudas frutíferas de

qualidade e com baixo custo, criando assim, uma opção para o uso dessa água.

Segundo a Associação Brasileira das Normas Técnicas (ABNT) no Brasil a prática do

reuso de água, principalmente para fertirrigação de hortaliças e de algumas culturas

forrageiras, é de certa forma, difundida. Entretanto, constitui-se um procedimento ainda não

institucionalizado e se tem desenvolvido, até agora, sem nenhuma forma de planejamento e

controle.

No entanto, faz-se necessário a realização de trabalhos experimentais que possam

estabelecer uma política de reuso em escala real, que aponte condições viáveis, para

transformar esse potencial em realidade, selecionando as culturas e as práticas de manejo que

maximizem o benefício, levando-se em consideração sempre à realidade do homem

(BRASIL, 1999). Além disso, o reuso de água para a irrigação é uma prática amplamente

estudada e recomendada por diversos pesquisadores como alternativas viáveis para suprir as

necessidades hídricas e, em grande parte, nutricionais das plantas (HERPANHOL, 2003;

CAPRA ; SCICOLONE, 2007; HERPIN; ALVES, 2007).

Segundo Van Der Hoeket al. (2002), os maiores benefícios do uso de esgotos domésticos

Page 14: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

15

para fins agrícolas residem na conservação da água disponível e na possibilidade de aporte e

ciclagem de nutrientes (reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos), concorrendo para

a preservação do meio ambiente.

O efeito fertilizante das águas residuária já foi comprovado em inúmeros estudos e em

várias culturas como o algodão (FERREIRA et al., 2005; FILHO et al., 2005), plantas

forrageiras (AZEVEDO et al., 2007), cafeeiro (MEDEIROS et al., 2008), horticultura

(BAUMGARTNER et al., 2007; SANDRI et al., 2006), mudas de espécies florestais

(AUGUSTO et al., 2003) e na fruticultura (REGO; JOSEFA, 2005).

Em estudo realizado com mudas de caju, Lima et al. (2001) evidenciou que o

desenvolvimento de mudas de cajueiro com diferentes substratos e formulações minerais

estão tendo resultados satisfatórios, tendo em vista, que um bom substrato precisa oferecer

características químicas e físicas para favorecer um excelente desenvolvimento das mudas.

Entretanto, na maioria deles, são incorporados aos substratos nutrientes minerais, visando

suprir a demanda das plantas. Nesse sentido, a relevância desse trabalho com a utilização de

águas residuárias para fertirrigação de mudas pode suprir a necessidade nutricional, reduzindo

o uso de adubos minerais.

Page 15: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

16

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 OBJETIVO GERAL

O presente estudo tem como objetivo geral analisar o crescimento de mudas de cajueiro

anão precoce clone CCP76 mediante aplicação de distintas dosagens de esgoto doméstico

tratado em Mossoró-RN.

1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Observar os efeitos do uso do esgoto doméstico tratado sobre as características diâmetro do

caule, número de folhas, comprimento da parte aérea e do sistema radicular, massa fresca e

seca da parte aérea e do sistema radicular mediante distintas dosagens de esgoto doméstico

tratado.

Obter uma dose ideal do esgoto doméstico tratado para o cultivo de mudas de cajueiro.

Page 16: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

17

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS E IMPORTÂNCIA DA EXPLORAÇÃO DO

CAJUEIRO

O cajueiro, pertence à família Anacardeácea é uma fruteira tropical encontrada em estado

nativo, na faixa litorânea do Ceará, sendo cultivada extensivamente para fins industriais. A

espécie mais conhecida e cultivada é o cajueiro conhecido como Anacardium occidentale L.

O cajueiro - anão – precoce, atualmente é o tipo mais plantado, é uma planta de porte baixo,

cuja altura não ultrapassa 6m, possuindo envergadura de 6 a 8 m, além do porte o que

diferencia os dois tipos de cajueiro são a rapidez e a duração no período de floração e

frutificação, desta forma a planta de caju anão-precoce inicia o florescimento no primeiro ano

de plantio e apresenta um período de frutificação de 6 a 7 meses.

A raiz da planta de caju apresenta um sistema muito vigoroso, com raiz pivotante bastante

desenvolvida podendo passar dos 10 m de profundidade, as raízes secundárias encontra-se nos

primeiros 0,3 m da profundidade no solo e são essas as responsáveis de absorverem os

nutrientes e a água para a planta.

Normalmente o caule apresenta-se ereto, entretanto devido as condições de solo, o caule

pode ser muito curto e desenvolver ramificações ao nível do solo resultando em plantas do

tipo rastejante, o caule do cajueiro – anão – precoce ramifica-se próximo ao solo, formando

uma copa mais compacta.

As folhas são do tipo simples, caducas ( caem todos os anos), alternas, glabras (sem pelos),

com pecíolo curto e com aspecto de couro, podem medir entre 10 a 20 cm de comprimento e 6

a 12 cm de largura, são ovaladas, onduladas e com nervura saliente. As folhas novas têm

coloração roxa- avermelhada que se torna verde- amarelada com o avanço da idade da planta.

No cajueiro encontraram-se dois tipos de flores, uma do tipo masculina, outra feminina e

hermafrodita agrupadas em inflorescência do tipo panícula sendo do tipo terminais,

pedunculadas, de diversos tamanhos e bastante ramificadas. As flores são pequenas de cor

branca por ocasião da abertura, tornando-se, em seguida pálodo-avermelhadas, a floração

inicia-se no final das chuvas a duração da floração e no cajueiro - anão – precoce.

O fruto verdadeiro do cajueiro e a castanha, sendo deste modo a maçã um “falso fruto” ou

pseudofruto, resultante do desenvolvimento anormal do pedúnculo da flor, a castanha é um

fruto seco, chamado de aquênio, de aspecto reniforme de peso e tamanho variáveis, de cor

cinza ou verde acinzentada, com superfície lisa e composta por casca, película e amêndoa.

Page 17: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

18

A amêndoa é a parte comestível da castanha, composta por duas partes iguais carnosas e

oleosas, de cor marfim e revestidas por uma película avermelhada, a castanha do cajueiro-

anão- precoce representa 6 a 9 % do peso co caju e a amêndoa, 26 a 30% do peso da castanha

Centec (2004).

O cajueiro é plantado em todo o território brasileiro. Deste modo, a sua importância

socioeconômica destaca-se no Nordeste, tendo como estados mais privilegiados o Ceará, Piauí

e Rio Grande do Norte. A produção ocorre no período seco, na entressafra das demais

espécies cultivadas, o que lhe confere papel estratégico na redução da sazonalidade na renda e

na ocupação da mão de obra.

Outra característica importante do agronegócio caju é a diversidade de derivados oriundos

da castanha e do pedúnculo do caju. Da castanha (o fruto verdadeiro) obtêm-se a amêndoa da

castanha de caju (ACC) e o líquido da casca da castanha de caju (LCC). Ambos são, em

grande parte, exportados na forma de amêndoa semi-processada e óleo bruto,

respectivamente.

O pseudofruto (ou pedúnculo), por sua vez, proporciona a obtenção de inúmeros produtos.

No ramo de bebidas, por exemplo, destacam-se a cajuína, o suco integral, néctares, licores,

refrigerantes, aguardente, entre outros. Na fabrica de doces, diferentes modalidades são

produzidas: em massa, em calda, seco, tipo ameixa etc. O mercado desses produtos encontra-

se basicamente restrito ao plano interno, mais especificamente regional.

Não obstante ter grande potencial de gerar novas receitas, a amêndoa de castanha de caju

(ACC) constitui o sustentáculo econômico do agronegócio caju. No ano de 2008, as suas

exportações atingiram US$ 196 milhões, conferindo-lhe uma posição de destaque na

economia do Nordeste do Brasil. Ademais, considerando-se que o cultivo do caju necessita

em média de 22 homens/dia/hectare/ano, e o ano com 264 dias úteis, estima-se que os 740 mil

hectares de área colhida com cajueiro em 2008 geraram 61.667 empregos diretos no campo.

Por sua vez, o Sindicato das Indústrias de Açúcar e de Doces e Conservas Alimentares do

Estado do Ceará (Sindicaju) contabilizam 20 mil empregos diretos na indústria processadora

de castanha e suco do caju (PESSOA; LEITE 2005)

Sendo fato comprovado a importância da planta de caju é bastante formidável ter

conhecimento do comportamento da planta sendo tais conhecimentos revertidos para as

comunidades rurais que tem basicamente sua maior fonte de renda o caju que lhes garante o

sustento em tempos de estiagem e entressafra.

Page 18: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

19

2.2 IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELOS ESGOTOS DOMÉSTICOS

Conceitua-se impacto ambiental como sendo “qualquer alteração das propriedades

físicas, químicas e biológicas do ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia

resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e

o bem estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e

sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais” (BRASIL, 1986).

Conforme Pereira et al. (2009), a degradação ambiental que afeta a qualidade das águas

de rios e lagos são oriundas do acelerado e descontrole desenvolvimento industrial e os

índices que mostram a deficiente cobertura do saneamento básico do país, esses são fatores

que fornecem um quadro negativo da situação atual do país, com maior gravidade e

possibilidade de colapso nas regiões metropolitanas.

A utilização dos recursos hídricos vem em constante crescimento junto com o aumento

populacional, o desenvolvimento industrial e a necessidade de uma produção cada vez maior

na agricultura. Como consequência disso tem-se a geração de uma grande quantidade de

águas residuárias que trás consigo sérios problemas afetando a saúde dos series vivos e

diminuindo a qualidade dos corpos hídricos quando recebem essas águas sem tratamentos. O

problema é ainda maior nas regiões áridas e semiáridas onde a água já é escassa.

O aumento de matéria orgânica nos corpos hídricos proveniente do lançamento de

esgotos domésticos sem tratamento proporciona um ambiente favorável ao desenvolvimento

de microrganismos, em razão do excesso de nutrientes que servem como fonte de alimento,

aumentando, assim, o consumo de oxigênio dissolvido (SANTOS 2004). Quando o

crescimento das plantas aquáticas acontece em níveis que provoque interferências nos usos

desejáveis do corpo d’água ocorre o fenômeno da eutrofização, que pode acontecer em

diferentes níveis e traz consigo sérios problemas de alteração da qualidade do corpo hídrico

(VON SPERLING, 2005).

Entre os principais efeitos da eutrofização citam-se: problemas estéticos e recreacionais;

condições anaeróbias; modificação na qualidade e quantidade de peixes de valor comercial;

maior dificuldade e elevação nos custos de tratamento da água; problemas com o

abastecimento industrial; toxidade das algas; diminuição da navegação e capacidade de

transporte e assoreamento (VON SPERLING, 2005).

Page 19: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

20

2.3 TRATAMENTOS DE ESGOTOS DOMÉSTICOS

A crescente pressão da população e das organizações que lindam com a preservação dos

recursos hídricos, é resultado da descontrolada degradação ambiental no mundo, que tem

acarretado a aprovação de legislações mais duras, no intuito de proteger a qualidade dos

recursos hídricos, bem como à criação de órgãos fiscalizadores, cada vez mais atuantes. Em

estudo realizado por chernicharo et al. (2006) confirmaram que essa nova política contribuiu

para que as principais tecnologias de tratamento de esgotos domésticos nas companhias de

saneamento fossem as seguintes:

Tratamento preliminar: tem por objetivo remover as partículas sólidas grosseiras

(granulometrias maiores que 0,25 mm) em suspensão nos esgotos domésticos, por meio de

processos físicos. Neste o tempo de retenção hidráulica é da ordem de minutos a horas.

Grades, caixas de areia para a remoção de sólidos sedimentáveis e caixas de separação de

materiais insolúveis como óleos e graxas pertencem a essa classe;

Tratamento primário: buscam a redução de sólidos em suspensão com tempo de

detenção maior que o dos tratamentos preliminares ou de equipamentos com precipitantes

químicos (sulfato de alumínio, polímeros e outros). Neste o tempo de retenção hidráulica é da

ordem de horas. Sedimentadores, decanto-digestores, tanque séptico, flotadores e filtros

pertencem a essa classe;

Tratamento secundário: visa a redução de sólidos dissolvidos e sólidos suspensos

muito pequenos. Neste o tempo de retenção hidráulica é da ordem de dias. Os processos

biológicos de remoção utilizados classificam-se em: aeróbio - utiliza microrganismos que

necessitam continuamente de oxigênio dissolvido, no meio líquido, fornecido por aeradores

mecânicos ou pela circulação dos líquidos (lagoas aeradas); e anaeróbio - utiliza

microrganismos que não necessitam de oxigênio dissolvido no meio líquido, sendo utilizado

em esgotos domésticos com alta carga orgânica (biodigestores, reatores de manta de lodo e

lagoas anaeróbias); e

Tratamento terciário: objetiva a redução do nível populacional de bactérias

patogênicas, bem como a remoção final da matéria orgânica, nitrogênio, fósforo e outros

elementos que ainda persistem nas etapas anteriores. Neste o tempo de retenção hidráulica é

da ordem de dias. De modo geral, são utilizados quando o esgoto doméstico é lançado em

corpo hídrico receptores ou para a reutilização da água. Os filtros biológicos, lagoas de

maturação e lagoas de aguapés pertencem a essa classe.

Page 20: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

21

Secundário/terciário: visa à remoção de sólidos orgânicos e inorgânicos dissolvidos e

microrganismos. Neste o tempo de retenção hidráulica é da ordem de dias. A disposição de

águas residuárias no solo pode ser feita por infiltração-percolação, escoamento superficial,

fertirrigação e sistema alagado construído.

2.4 REUSO DE ÁGUA

O uso da água de esgotos é uma opção sustentável do ponto de vista ambiental já que

contribui para diminuição da captação e conseqüentemente diminuição nas vazões de

lançamento de efluentes nos mananciais É também uma forma de se tentar amenizar o

problemática da escassez de recursos hídricos em região semiárida e o elevado custo na

construção de novos sistemas de abastecimento.

O reuso de água já vem sendo amplamente empregado na indústria, em torres de

resfriamento, caldeiras, construção civil, irrigação de áreas verdes e em alguns processos

industriais onde a utilização de água com menor padrão de qualidade não ocasione maiores

problemas. Desta forma, o reuso de água para fins não potáveis deve ser considerado como

primeira opção para reuso (HESPANHOL; MIERZWA, 2000).

O uso de água residuarias no cultivo de plantas pode ser considerada com uma forma de

fertirrigação devido a elevada quantidade de matéria orgânica e nutrientes presentes nessas

águas, atuando assim como uma importante fonte de nutrientes para as plantas, trazendo

benefícios tanto para as culturas como para o meio ambiente. (JIMÉMEZ-CISNEROS, 1995).

O trabalho realizado por Shende (1985), comparando o rendimento anual de algumas

culturas, comprovou que os cultivos fertirrigadas com águas residuárias apresentaram maior

rendimento do que os cultivos irrigados com água limpa e fertilizados com adubos químicos,

conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 - Produtividade média de algumas culturas irrigadas com água limpa e fertirrigadas

com distintas águas residuárias.

Tipo de água Trigo Arroz Batata Algodão

t . ha-1

ano-1

Água limpa + adubação (NPK) 2,70 2,03 17,16 1,70

Água residuária sem tratamento 3,34 2,97 23,11 2,56

Efluente de lagoa de estabilização 3,34 2,94 20,78 2,56

Fonte: Shende (1985).

Page 21: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

22

No Brasil, essa pratica já esta sendo testada no cultivo de hortaliças e de algumas

culturas de forragem animal. No Rio Grande do Norte, são utilizados efluentes de lagoas de

estabilização para fertirrigação de milho, melancia, abóbora e capim para o gado (ANDRADE

NETO, 1991).

No entanto o aproveitamento de águas residuarias na agricultura trás alguns riscos

sanitários devido a possibilidade da presença de patógenos nas águas. Esse risco pode ser

minimizado utilizando-se um manejo adequado do esgoto doméstico (SANTOS, 2004).

Na literatura não se encontra relatos de estudos realizados com o objetivo de saber qual os

riscos de irrigar mudas de caju com água residuária, no entanto, a literatura cita que as mudas

de caju de desenvolvem satisfatoriamente quando existe uma combinação adequada de água

de rejeito e o substrato o qual esta sendo utilizado na produção, tais resultados foram

confirmados por Minami e Puchala (2000).

2.5 LEGISLAÇÃO APLICADA AO REUSO DE ÁGUA

A Lei Federal nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007 (BRASIL, 2007), rege as diretrizes

nacionais para o saneamento básico detalhando o saneamento básico como: conjunto de

serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de:

a) Suprimento de água de boa qualidade para a população: constituído pelas atividades,

infra-estruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a

captação até as ligações prediais e instrumentos de medição;

b) Esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações

operacionais de recolhimento, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos

sanitários, desde as conexões prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;

c) limpeza das cidades e manejo correto dos resíduos sólidos: conjunto de atividades,

infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo tratamento e

destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de moradias e vias

públicas;

d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infra-

estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte,

detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final

das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.

Page 22: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

23

As diretrizes desta Lei se aplicam a todos os entes da Federação e a todos os órgãos e

entidades a eles vinculados, inclusive os consórcios públicos que tenham por objetivo a gestão

associada dos serviços públicos de saneamento básico (FUNASA, 2008). Apesar de esta

contida em Lei Federal são poucas as cidades no Brasil com um sistema se saneamento básico

eficiente, esse número é ainda menor quando partimos para a zona rural.

Existe ainda a Política Nacional de Recursos Hídricos na Lei n° 9433 de 8 de janeiro de

1997, que cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (BRASIL, 1997),

ainda esta em fase de implementação na maioria dos estados brasileiros, tendo como

principais objetivos: assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de

água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; a utilização racional e

integrada dos recursos hídricos; a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de

origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.

O CONAMA no 357, de 17 de março de 2005, dispõe sobre a classificação dos corpos

de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições

e padrões de lançamento de efluentes (BRASIL, 2005), ou seja, separa as águas de acordo

com os usos preponderantes dos cursos d'água. Essas legislações dispõem a questão do uso e

apontam as direções para o reuso correto da água como uma forma de sustentabilidade.

Recentemente foi estabelecida o CONAMA no 430, de 13 de maio de 2011, que dispõe

sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução

nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA

(BRASIL, 2011). Nesta resolução destacam-se dois artigos sobre a disposição final de

efluentes tratados:

Art. 2o A disposição de efluentes no solo, mesmo tratados, não está sujeita aos

parâmetros e padrões de lançamento dispostos nesta Resolução, não podendo, todavia, causar

poluição ou contaminação das águas superficiais e subterrâneas.

Art. 3o Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados

diretamente nos corpos receptores após o devido tratamento e desde que obedeçam às

condições, padrões e exigências dispostos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis.

Art. 21. Para o lançamento direto de efluentes oriundos de sistemas de tratamento de

esgotos sanitários deverão ser obedecidas as seguintes condições e padrões específicos:

I - Condições de lançamento de efluentes:

a) pH entre 5 e 9;

b) Temperatura: inferior a 40°C, sendo que a variação de temperatura do corpo

receptor não deverá exceder a 3°C no limite da zona de mistura;

Page 23: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

24

c) Materiais sedimentáveis: até 1 mL L-1

em teste de 1 hora em cone Inmhoff. Para o

lançamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula,

os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;

d) Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO 5 dias, 20°C): máximo de 120 mg L-1

,

sendo que este limite somente poderá ser ultrapassado no caso de efluente de

sistema de tratamento com eficiência de remoção mínima de 60% de DBO, ou

mediante estudo de autodepuração do corpo hídrico que comprove atendimento às

metas do enquadramento do corpo receptor.

e) Substâncias solúveis em hexano (óleos e graxas) até 100 mg L-1

; e

f) Ausência de materiais flutuantes.

Tem-se, também, a Portaria n° 154 do Estado do Ceará (CEARÁ, 2002) que dispõe

sobre padrões e condições para lançamento de efluentes líquidos gerados por fontes

poluidoras. Nesta constam os critérios para utilização de efluentes de origem doméstica

tratados em atividades agronômicas (irrigação e drenagem, dessedentação de animais e

aquicultura) deverá obedecer aos seguintes limites:

I - Atividades Tipo 1 : Irrigação de vegetais ingeridos crus e sem remoção de película,

dessedentação de animais e aquicultura, conforme se segue:

a) Coliformes fecais < 1000 CF 100 mL-1

.

b) Ovos de geohelmintos < 1 ovo L-1

de amostra.

c) Condutividade elétrica < 3,0 dS m-1

II - Atividades Tipo 2 : aquelas culturas não referidas anterirmente:

a) Coliformes fecais < 5000 CF 100 mL-1

.

b) Ovos de geohelmintos < 1ovo L-1

de amostra.

c) Condutividade elétrica < 3,0 dS m-1

Page 24: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

25

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1CARACTERIZAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL

O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Departamento de Ciências

Ambientais e Tecnológicas da Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA (Figura

1),.Mossoró RN, com localização geográfica definida pelas coordenadas geográficas 5° 11’ de

Latitude Sul e 37° 21’ de Longitude Oeste, com altitude de 18 m. Segundo a classificação de

Köppen, o bioclima da região é do tipo BSwh’, com temperatura média anual de 27,4 °C,

precipitação pluviométrica anual bastante irregular, com média de 672,9 mm, e umidade

relativa de 68,9% (Carmo Filho, 1989).

Figura 1 - Imagem das estufas destinadas a implantação do experimento com o clone do

cajueiro CPP 76.

Fonte: Google Earth (2007).

Page 25: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

26

3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados com cinco tratamentos

e cinco repetições.

Os tratamentos constaram de: T1 (100% água residuária - AA); T2 (75% AR + 25% água

de abastecimento - AA); T3 (50% AR + 50% AA); T4 (25% AR + 75% AA) e T5 (100% AA -

testemunha).

3.3 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO

A semeadura foi feita utilizando-se uma semente por saco de polietileno, sendo o solo do

tipo Neossolo Flúvico Eutrófico (EMBRAPA, 1997) de textura areia franca, originário das

margens do Rio Assú/RN. Nas tabelas 2 e 3 estão apresentados as análises físicas e químicas

de solo antes da aplicação do esgoto doméstico.

Tabela 2. Análise física do solo. Granulometria (Kg/Kg) Classe

Textural

Relação

Silte/Argila Areia Silte Argila

0,856

0,852

0,0388

0,0389

0,1051

0,1092

12

12

0,37

0,36

Fonte: Experimento com clone de caju anão precoce, 2010.

Tabela 3- Análise química do solo.

pH M.O. P K+ Na+ Ca2+ Mg2+ Al3+ H+Al SB t CTC V m PST

(água) (%) mgdm-3 cmolcdm-3 %

6,9 0,7 10,1 82,2 39,7 190 0,5 0 0,99 2,78 2,78 3,75 74 0 5

Fonte: Experimento com clone de caju anão precoce, 2010.

A água de abastecimento foi proveniente da rede hidráulica do campus da UFERSA

(Tabela 4) e a água residuária foi originada do Assentamento de Milagres, Apodi/RN que

possui uma estação de tratamento de esgoto instalada e em funcionamento.. Antes da

aplicação dos tratamentos na emergência do cajueiro, o resíduo doméstico era tratado no

próprio assentamento, estando à análise físico-química do efluente apresentada na (Tabela 5).

Page 26: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

27

Tabela 4- Composição química da água de abastecimento utilizada nos tratamentos.

CE(dS m-1) pH Ca Mg Na Cl CO3 HCO3 RAS*(mmol L-1)0,5

---------------------- mmolc L-1 ------------------------

0,46 8 0,6 0,1 5,1 1,8 0,5 3,8 8,62

Fonte: Experimento com clone de caju anão precoce, 2010. * Relação de Adsorção de Sódio

Tabela 5- Composição físico-química do efluente residual utilizados nos tratamentos.

Salinidade pH Turbides Ca Mg NO3 NO2 NH4 PO CL N Total Dureza RST*

dS/m

UT

mg/L mg/L mg/L

.......................mg/L.............................

0,151 7,7 133,41 32 40,7 19,5 0,56 4,51 8,43 91,2 24,56 72,71 412

Fonte: Experimento com clone de caju anão precoce, 2010. * Relação de Sólidos totais

As irrigações foram realizadas manualmente, duas vezes ao dia. Sendo a água

aspergida simulando uma chuva, usando-se para cada parcela experimental 3, 5 L

uniformizando o máximo possível a quantidade de água em cada planta. Para isso, utilizou-se

uma proveta graduada com capacidade de 1 L para medir a quantidade de água usada em cada

muda suficientes para manter a umidade do substrato na capacidade de campo

(REICHARDT; TIMM, 2004).

Assim, a capacidade de campo foi determinada fazendo-se teste de retenção de água em

cinco sacos contendo o substrato escolhidos aleatoriamente, e depois obtendo-se uma média.

Para isso, adicionou-se gradativamente água ao substrato com auxílio de uma proveta

graduada (1 L) e coletando-se água drenada. Assim, dispondo-se do volume total da proveta

(1L) e do volume drenado, por diferença calculou-se o volume retido no substrato, obtendo-se

a capacidade de campo. Pegou-se os sacos de polietileno com capacidade de 3 L e completou-

se com solo e fazendo-se uso de uma proveta graduada com capacidade de 1L irrigou-se os

sacos até que se percebesse a água caindo pela parte de baixo do saco e enquanto a água era

sendo drenada, com uma proveta aparava-se o excesso para que por diferença fosse alcançada

o valor de água para o solo estar na capacidade de campo (REICHARDT;TIMM, 2004).

Para o semeio utilizou-se sacos de polietileno com capacidade de 3 L e completou-se com

solo de modo que o mesmo ficasse no mesmo nível da borda dos sacos, as castanhas de caju

ficaram de molho durante uma noite, este manejo é uma forma fácil de se observar o poder

germinativo das sementes, deste modo, as castanhas que bóiam apresentam menor poder

Page 27: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

28

germinativo e as que ficam submersas possivelmente apresentam maior poder de germinação

as castanhas foram semeadas a 0,3 m de profundidade conforme observado na (Figura 2).

Figura 2 – Posição da castanha no semeio e profundidade de semeio.

3.4 COLETA DOS DADOS E VARIÁVEIS ANALISADAS

A coleta de dados foi realizada a cada 10 dias após a germinação (DAG), onde foram

avaliadas as seguintes variáveis: diâmetro do caule (mm), número de folhas, área foliar (cm2),

comprimento da parte aérea e do sistema radicular (cm), massa fresca e seca da parte aérea e

do sistema radicular (g). Vale salientar, que foram avaliadas 8 (oito) plantas por parcela;

sendo cada parcela composta por 20 (vinte) plantas, tendo um total 500 (quinhentas) plantas

no experimento.

A determinação do comprimento da parte aérea foi realizada com auxilio de régua

graduada em milímetros, medindo-se a distância entre o colo e o ápice da muda.

O diâmetro do colo foi determinado com paquímetro e valores expresso em mm. A área

foliar foi determinada utilizando o integrador de área foliar LI 3100 do LICOR.

As folhas foram destacadas das hastes e colocadas uma de cada vez no aparelho, obtendo-

se ao final a área foliar total da planta em cm2.

Com relação aos valores da matéria fresca da parte aérea e da raiz foram obtidas com a

pesagem em balança analítica de precisão. As matérias secas foram obtidas após secagem em

estufa de circulação forçada de ar a 60 ºC, até atingirem peso constante, procedendo em

seguida à pesagem em balança analítica de precisão.

Page 28: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

29

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Foram feitas curvas de crescimento com os dados obtidos ao longo do ciclo da muda até a

época em que a mesma muda estava apta para ir ao campo (40 dias após semeio - DAS).

Os dados coletados aos 40 DAS foram submetidos à análise de variância, e posteriormente

aplicou-se o teste de Tukey a um nível de 5% de probabilidade, para avaliar a diferença entre

médias. Ambos os procedimento foram realizados por meio do pacote estatístico SISVAR

versão 4.6 (FERREIRA, 2003).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A utilização de água residuária na produção de mudas de cajueiro CCP76 influenciou

significativamente (Tabela 5) apenas as variáveis matéria seca da raiz e área foliar não

influenciando as demais variáveis na época das mudas irem ao campo (40 dias após o semeio

DAS). No entanto, diferente do observado nesse estudo, Mota et al. (2010). Trabalharam com

produção de mudas de melancia (Crimson sweet), verificando efeito significativo nos

parâmetros de número de folhas, percentual de germinação, matéria seca da parte aérea e no

índice de velocidade de germinação Tais diferenças entre estes estudos podem estar

relacionadas, provavelmente, às diferentes condições dos tratamentos, variedades, substrato,

clima e de manejo.

Diante dos resultados aqui obtidos verifica-se que as principais variáveis (altura de

planta diâmetro de caule) consideradas ideais para as mudas de cajueiro irem ao campo

encontra-se dentro do padrão ideal Oliveira (2002), o que confirma a viabilidade do uso de

esgoto doméstico tratado no cultivo de mudas do cajueiro CCP7.

Page 29: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

30

Tabela 6 - Valores médios do diâmetro do caule, altura da planta, número de folhas, matéria

seca da raiz, matéria seca da parte aérea, área foliar, matéria fresca da raiz e matéria fresca da

parte aérea de cajueiro aos 40 DAS.

Fonte: Experimento com clone de caju anão precoce, 2010.

TRATAMENTOS D(cm) AP (cm) NF MS-R(g) MS-PA(g) AF (cm2) MF-R(g) MF-PA(g)

1

2

3

4

5

1.0 a1

1.0 a1

1.0 a1

1.0 a1

1.0 a1

24.6 a1

23.6 a1

24.8 a1

25.4 a1

23.4 a1

13.4 a1

12.0 a1

12.2 a1

12.6 a1

10.7 a1

3.4 a1a2

3.4 a1a2

3.0 a1

4.0 a2

5.2 a1a2

6.6 a1

5.4 a1

3.4 a1

6.6 a1

5.4 a1

477.8 a2

425.6 a1

420.8 a1

406.6 a1

296.8 a1

14.8 a1

15.0 a1

14.2 a1

16.6 a1

14.00 a1

10.4 a1

11.2 a1

12.4 a1

9.60 a1

10.2 a1

Média 1.0 24.36 12.2 3.8 6.04 405.52 14.92 10.76

Nas colunas, médias seguidas pela mesma letra minúscula não diferem significativamente entre si pelo teste de

Tukey, a 5% de probabilidade.

4.1 ALTURA DA PLANTA

Observou-se no decorrer do estudo que nos primeiros dias após a semeadura a planta

teve um lento crescimento, e que nos 30 dias após a semeadura a planta teve um salto no

desenvolvimento em altura, este fato pode estar relacionado com o tempo, pois, a mediada

que as folhas vão se desenvolvendo vai aumentando a capacidade de reter fotoassimilados

favorecendo o crescimento da muda. No entanto, os tratamentos T1 e T4 (Figura 3) indicam

as maiores médias, 24,60 cm e 25,35 cm, respectivamente. Já o tratamento T4 foi o que

promoveu a maior altura da muda. Provavelmente, este aumento está relacionado à

quantidade de nutrientes presentes na água de residuária em comparação com a água de

abastecimento (Tabela 4).

Em trabalho realizado com Capsicum annuum L. (pimentão) Souza et al. (2006) foram

encontrados resultados semelhantes, o que comprova a viabilidade no uso da água de rejeito

para irrigação de mudas de caju nos primeiros 40 dias, contribuindo desta forma para a

redução no uso da água potável na fase de muda.

No fim do estudo, verifica-se que o tratamento T5 foi o que obteve a menor média

(23,35 cm), tendo desta forma o menor desenvolvimento de planta, tal fato pode estar

relacionado com a baixa demanda de nutrientes disponíveis na água de abastecimento que não

Page 30: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

31

supriu a quantidade requerida pela planta na fase inicial e ao longo do crescimento das

plantas.

Resultados encontrados por Cruz et al. (2008) trabalhando com mudas de maracujazeiro

azedo confirmam os resultados aqui obtidos, reafirmando que o uso de água de abastecimento

pode ser substituído pela utilização de água residuária no cultivo de mudas.

Figura 3 - Alturas de plantas de cajueiro anão precoce em função da irrigação com

combinações de água residuária de origem doméstica com a de abastecimento.

Fonte: experimento com clone de caju anão precoce, 2010.

AP: Altura de planta, T1 = 100% AR, T2 = 75% AR + 25% AA

T3 = 50% AR + 50 % AA, T4 = 25% AR + 75% AA e T5 = 100% AA .

4.2 NÚMERO DE FOLHAS

Ao longo do estudo a maior média do número de folhas observado foi de 13,40

unidades planta-1

, quando foi utilizado o tratamento T1 (Tabela 2). Constata-se ainda que nos

primeiros 20 dias, a muda apresenta incremento nas folhas bem acelerado em relação aos

demais tratamentos utilizados (Figura 4), esta tendência pode estar relacionado com a

concentração de nitrogênio na água que um nutriente essencial no desenvolvimento de

meristema apical e no aparecimento de novas células responsáveis pelo crescimento do tecido

foliar.

AP

(cm

)

DAG

T1

T2

T3

T4

T5

Page 31: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

32

A menor média do número de folhas verificada foi de 10,70 unidades planta-1

quando

foi usado o tratamento T5, este fato pode estar em íntima relação com a baixa quantidade de

nutrientes presentes na água de abastecimento, acarretando deste modo uma limitação da

planta em incrementar um maior número de folhas durante o período de desenvolvimento

vegetativo.

Em trabalho realizado por Vilela et al. (2003) com a cultura do melão ( Cucumis melo

L. ) constataram que os tratamentos oriundos do uso do não interferiram no número de folhas,

tais resultados reforçam a possibilidade de substituição da água de abastecimento nos

primeiros 40 dias de irrigação para a produção de mudas de caju, como observado

anteriormente com a variável altura de planta.

Figura 4 - Número de folhas de cajueiro anão precoce em função da irrigação com

combinações de água residuária de origem doméstica com a de abastecimento.

Fonte: Experimento com clone de caju anão precoce, 2010.

NF: Número de folhas, T1 = 100% AR, T2 = 75% AR + 25% AA

T3 = 50% AR + 50 % AA, T4 = 25% AR + 75% AA e T5 = 100% AA .

NF

DAG

T1

T2

T3

T4

T5

Page 32: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

33

4.3 ÁREA FOLIAR

Com a avaliação realizada no final do estudo, nota-se que a água de efluente

doméstico tratado foi a que mais interagiu para um maior índice de área foliar,( Figura 5 ).

Pode-se atribuir que as maiores médias (447,8 e 425,6) de área foliar T1 e T2 respectivamente

seja devido ao teor de nitrogênio do efluente doméstico (Tabela 5), segundo o trabalho

realizado por Sousa et al. (1998) quando as águas de origem residuárias são reusadas na

irrigação de culturas, tem o mesmo efeito do nitrogênio aplicado na forma de fertilizante deste

modo pode-se esclarecer que o uso de efluente doméstico é uma maneira de diminuir o uso de

insumos agrícolas a base de nitrogênio contribuindo desta forma para a mitigação dos

impactos ambientais causadas pelos fertilizantes..

Os resultados de área foliar obtidos corroboram com Cruz et al. (2008) testando

concentrações crescentes de água residuária de suinocultura na produção de mudas de

maracujazeiro azedo, proporcionando maior área foliar quando na concentração de 100% de

água de efluente doméstico tratado.

Este fato também foi relatado por Alves et al. (2009), os quais observaram que as

aplicações com água residuária não afetaram o desenvolvimento das plantas de algodão, onde

a área foliar aumentou com o incremento das lâminas de irrigação com água residual.

Segundo Ferreira et al. (2005), a taxa de crescimento das folhas é diretamente

influenciada pelo suprimento de nitrogênio, o que o torna um nutriente determinante da taxa

de acúmulo de biomassa. Os resultados encontrados no estudo para a variável área foliar

podem ser consequencia da quantidade de nutrientes disponível na solução do solo que

favorecem um maior incremento na constituição da área da folha.

Page 33: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

34

Figura 5 - Área foliar de cajueiro anão precoce em função da irrigação com combinações de

água residuária de origem doméstica com a de abastecimento aos 40 DAS.

Fonte: Experimento com clone de caju anão precoce, 2010.

AF: Área foliar

Nas colunas, médias seguidas pela mesma letra minúscula não diferem significativamente entre si pelo teste de

Tukey, a 5% de probabilidade.

4.4 DIÂMETRO DO CAULE

Figura 6 - Diâmetro do caule de cajueiro anão precoce em função da irrigação com

combinações de água residuária de origem doméstica com a de abastecimento

Fonte: Experimento com clone de caju anão precoce, 2010.

DC: Diâmetro do caule, T1 = 100% AR, T2 = 75% AR + 25% AA

T3 = 50% AR + 50 % AA, T4 = 25% AR + 75% AA e T5 = 100% AA .

200

300

400

500

T1 T2 T3 T4 T5

447,2 a2 425,6 a1 420,8 a1

406,6 a1

296,8 a1

AF

Tratamentos

AF

DC

(cm

)

DAG

T1

T2

T3

T4

T5

Page 34: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

35

O estudo realizado para determinação do diâmetro de caule revelou que nos primeiros

10 dias, houve pequeno incremento dessa variável, (Figura 6). Com o desenvolvimento da

planta e maior área fotossinteticamente ativa nota-se que aos 30 dias a planta obteve os

maiores diâmetros tal fato pode estar relacionado com um maior número de folhas nesta

época da avaliação.

Observa-se aos 40 dias, que as mudas de caju atingiram com o tratamento T5 valores

próximo ao tratamento T1 o que reflete resultado satisfatório do ponto de vista da muda estar

apta a ir ao campo (Cavalcanti Junior et al., 2001), ou seja, plantas com diâmetro do caule

entre 0,35 e 0,45 estão aptas a serem enxertadas em tubetes, e aos 90 a 95 dias estão prontas

para irem ao campo.

Para a variável diâmetro do caule as combinações de águas usadas no decorrer do

trabalho, evidenciaram que as maiores médias obtidas foram com os tratamentos T4 e T1

sendo 0,66 e 0,64 respectivamente. Em trabalho realizado por Andrade et. al. (2007),

constata-se que o crescimento inicial de plantas de girassol (Helianthus annuus L.) foi maior

nas mudas irrigadas com água residuária, tendo valores de diâmetro de caule superiores ao das

mudas irrigadas com água de abastecimento, confirmando, no geral, os resultados aqui

obtidos. Ainda com relação aos valores encontrados nos tratamentos T1 e T5 (0,64 cm e 0,66

cm), neste estudo para o alongamento do caule foram confirmados por Augusto et al. (2003).

Estes autores trabalhando com mudas florestais de copaíba irrigadas com água de

abastecimento com adição de fertilizantes minerais e água residuária de esgoto observaram

ausência de efeito significativo para a variável diâmetro do caule, porém, com tendências de

plantas de diâmetros superiores no tratamento de água residuária.

4.5 MATÉRIA FRESCA E SECA DA PARTE AÉREA

As maiores médias verificadas para a fitomassa fresca da parte aérea (12,4 e 11,2)

foram encontradas nos tratamentos T3 e T2 respectivamente, e não diferiram estatisticamente

entre sim fato, como visto anteriormente (Tabela 2). Analisando a variável fitomassa seca da

parte aérea nota-se ter sido afetada no tratamento T3 com média (3,4 g) aos 40 dias ( Figura 7

), esse comportamento pode estar em intima relação com o número de folhas contabilizados

na planta aos 30 dias sedo o menor entre os tratamentos observados (Figura 4), resultando

numa menor produção de fotossimilados afetando o acúmulo de matéria seca na raiz.

Page 35: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

36

Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas na massa fresca da

parte aérea e massa seca da parte aérea (Tabela 6), esse comportamento também foi verificado

por Fonseca et al. (2001), no qual trabalhando com milho irrigado com efluente tratado,

constatou maior produção de matéria seca nas plantas irrigadas com efluente tratado em

comparação com as irrigadas com água de abastecimento.

Figura 7 - Fitomassa fresca e seca da parte aérea de cajueiro anão precoce em função da

irrigação com combinações de água residuária de origem doméstica com a de abastecimento

aos 40 DAS.

Fonte: Experimento com clone de caju anão precoce, 2010.

MF-PA: Matéria fresca da parte aérea

MS-PA: Matéria seca da parte aérea

T1 = 100% AR, T2 = 75% AR + 25% AA

T3 = 50% AR + 50 % AA, T4 = 25% AR + 75% AA e T5 = 100% AA .

4

6

8

10

12

14

T1 T2 T3 T4 T5

10,4a1

11,2a1

12,4a1

9,6a1 10,2a1

6,6a1

5,4a1

6,2a1 6,6a1

5,4a1

Fito

mas

sa

Tratamentos

MF-PA (g)

MS-PA (g)

Page 36: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

37

4.6 MATÉRIA FRESCA E SECA DA RAIZ

A mistura de água residuária com água de abastecimento não influenciou

significativamente a massa de matéria fresca raiz, no entanto destacaram-se os tratamentos T2

e T4 com maiores médias (15,0 g e 16,6 g) respectivamente, resultados contrários foram

encontrados por Melo (2009). Este autor observou redução da matéria fresca na raiz do café,

entretanto a matéria seca da raiz observa-se que houve influencia significativa das

combinações das águas de abastecimento em conjunto com água residuária.

Para que haja um bom desenvolvimento radicular inicial, é necessário que o solo tenha

um teor de fósforo adequado e disponível para a planta absorver tendo como base os estudos

que Novais et al. (1982) em que o autor fala que o N e P são nutrientes mais requeridos nos

estágios iniciais de desenvolvimento das mudas deste modo, o bom crescimento do sistema

radicular pode estar relacionado com a presença de tais nutrientes essenciais no efluente

utilizado. Os teores de nutrientes presentes no efluente confirmam os encontrados poe

Trigueiro e Guerrini (2003), ou seja, a produção de mudas usando substrato e irrigado com

efluente doméstico é uma alternativa promissora para a substituição da água potável nos

estágios iniciais de crescimento da planta.

Tais resultados refletem o potencial de uso de água de origem doméstica no cultivo de

mudas de cajueiro para as condições do estudo, concordando com a literatura, ou seja, a

produção de mudas de frutíferas com uso de águas de qualidade inferior, como a de esgoto

doméstico tratado, vêm sendo uma alternativa viável (MAURER; DAVIES, 1993; LURIE et

al,1996) sem efeitos deletérios para as plantas e ao meio ambiente.

A matéria seca da raiz foi influenciada pela água residuária, o que pode estar

relacionado com a presença de nutrientes disponíveis na solução do solo próximo a raiz

quando irrigado com água de rejeito. Tal fato pode ter levado a planta não necessitasse de

expandir sua raiz conforme a (Figura 8), em busca de nutrientes, favorecendo estímulo maior

por parte da planta em busca de substancias que supra a necessidade, desse modo aumentando

a sua matéria seca, nossos resultados. Esses resultados são confirmados por Melo (2009) em

estudo com cafeeiro.

Page 37: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

38

Figura 8 - Fitomassa fresca e seca do sistema radicular de cajueiro anão precoce em função da

irrigação com combinações de água residuária de origem doméstica com a de abastecimento

aos 40 DAS.

Fonte: Experimento com clone de caju anão precoce, 2010.

MF-R- Matéria fresca da raiz

MS-R- Matéria seca da raiz, T1 = 100% AR, T2 = 75% AR + 25% AA

T3 = 50% AR + 50 % AA, T4 = 25% AR + 75% AA e T5 = 100% AA .

14,8a1 15,0a1 14,2a1

16,6a1

14,0a1

3,4a1a2 3,4a1a2 3,0a1 4,0a2

3,2a1a2

Fito

mas

sa

Tratamentos

MF-R(g)

MS-R(g)

Page 38: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

39

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As variáveis diâmetro do caule, número de folhas, altura da planta, matéria fresca e seca da

parte aérea e sistema radicular não foram influenciadas quando se aplicou água residuária no

clone de cajueiro CCP76.

As plantas irrigadas com a dosagem de 25% de água de esgoto doméstico + 75% de água

de abastecimento apresentaram melhor desenvolvimento.

A utilização de água residuária influencia de forma positiva a matéria seca da raiz e área

foliar.

O uso de água residuária pode ser uma alternativa para o cultivo de mudas de cajueiro,

sendo aplicada individualmente ou combinada com água de abastecimento.

Page 39: CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAJUEIRO ANÃO PRECOCE FERTIRRIGADAS COM ESGOTO DOMÉSTICO TRATADO

40

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