cresce oferta de trabalho precarizadomaior bronca no governo É de causar estranhamento a...

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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país ANIVERSÁRIO DO SINDICATO, 4 DE FEVEREIRO Edição Diária 7381| Salvador, segunda-feira, 29.01.2018 Presidente Augusto Vasconcelos SUBMISSÃO Cresce oferta de trabalho precarizado Página 4 Em Davos, na Suíça, o economista Octávio de Barros, executivo do Bradesco, que assim como todo o sistema financeiro bancou e tem dado sustentação ao golpe jurídico-parlamentar-midiático de 2016, enquadrou e passou o maior carão no presidente Temer e no ministro Meirelles, pelo atraso na aprovação da reforma da Previdência. Para pressioná-los, chegou até a esculhambar o governo. Disse que hoje o Brasil é “irrelevante e desinteressante” para o mundo. Depois, para reafirmar a superioridade, os levou para jantar. Página 3 Carão do chefe na Suíça Trabalhadores brasileiros perdem o emprego e os direitos garantidos pela carteira assinada. Muito prejuízo

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Page 1: Cresce oferta de trabalho precarizadomaior bronca no governo É DE causar estranhamento a declaração do executivo do Bra - desco, Octávio de Barros. Em Davos, durante o Fórum Eco-nômico

www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia

Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

ANIVERSÁRIO DO SINDICATO, 4 DE FEVEREIRO

Edição Diária 7381| Salvador, segunda-feira, 29.01.2018 Presidente Augusto Vasconcelos

SUBMISSÃO

Cresce ofertade trabalhoprecarizadoPágina 4

Em Davos, na Suíça, o economista Octávio de Barros, executivo do Bradesco, que assim como todo o sistema financeiro bancou e tem dado sustentação ao golpe jurídico-parlamentar-midiático de 2016, enquadrou e passou o maior carão no presidente Temer e no ministro Meirelles, pelo atraso na aprovação da reforma da Previdência. Para pressioná-los, chegou até a esculhambar o governo. Disse que hoje o Brasil é “irrelevante e desinteressante” para o mundo. Depois, para reafirmar a superioridade, os levou para jantar. Página 3

Carão do chefe na Suíça

Trabalhadores brasileiros perdem o emprego e os direitos garantidos pela carteira assinada. Muito prejuízo

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 29.01.20182 LAVAGEM DAS QUEBRANÇAS

Lavagem é quinta-feira de Carnaval. Corra e garanta a camisa com o diretor de árearEnATA AnDrADE [email protected]

joão ubaldo

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Folia e protesto no Beco

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTE 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTE 4590 DRT-BA e Renata Andrade- Reg. MTE 4409 SRTE-BA . Estagiária em jornalismo: Ilana Pepe e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

TEMAS &DEBATES

A Justiça e o povo têm caras

diferentesFelipe Iruatã*

A Justiça brasileira tem cara. É branca, conservadora, reacionária e pertencente à elite. Impõe a reforma traba-lhista que retira direitos e faz de tudo para aprovar a refor-ma da Previdência, para tirar a aposentadoria de milhões de brasileiros.

Essa mesma cara apoiou e financiou o golpe. Quer a pri-vatização das empresas pú-blicas, inclusive dos bancos, fundamentais para o comba-te as desigualdades sociais. Também retrocede o país em 100 anos com a agenda neoli-beral, discrimina negros, po-bres, periféricos e acusa sem provas um dos maiores presi-dentes que o Brasil já teve.

A Justiça brasileira tam-bém é machista. No ambien-te branco e hostil, a cor preta é raridade. Muitas vezes só percebida pela toga dos fal-sos heróis que nunca enxer-garam verdadeiramente a pessoa que serve o café.

Já a cara do povo é de Lula. O rosto do preto, pobre e nor-destino que ascendeu graças às políticas sociais. Do cida-dão que passou a fazer três refeições ao dia. Do jovem que chegou à universidade. Do idoso que aprendeu a ler e escrever. Do morador do sertão que agora tem energia elétrica.

Que tirou o país do Mapa da Fome e o colocou entre as melhores economias mun-diais. E a cara que deu opor-tunidade de trabalho para a população, que hoje sofre com o desemprego perto dos 13 milhões.

A democracia não foi res-peitada. O povo não foi res-peitado e a elite comemora, com o patriotismo da CBF no peito, o país que sempre sonhou: conservador, racis-ta e branco.

* Felipe Iruatã é estagiário de jornalismoTexto com, no máximo, 1.900 caracteres

COM muita irreverência, a tra-dicional Lavagem do Beco das

Quebranças completa 22 anos animando a quinta-feira de

Carnaval do circuito Osmar. A folia, organizada pelo Sindica-to da Bahia, alerta a sociedade para as mazelas enfrentadas pe-los trabalhadores, em especial os bancários.

A manifestação da categoria neste ano é contra os ataques orquestrados por Temer. O gri-to será de “Não ao desmonte dos bancos públicos”, “Não à retira-da de direitos” e “Não à reforma da Previdência”.

A lavagem sai dia 8 de feve-reiro, às 18h, da frente do Sindi-cato, nas Mercês. Não faltará a alegria das baianas, da fanfarra e do palhaço. Para curtir a fes-ta devidamente caracterizado, o bancário sindicalizado só preci-sa solicitar a camisa ao diretor de área.

Quem não for bancário e quiser aproveitar a Lavagem do Beco, pode baixar o app do Sin-dicato da Bahia, se inscrever e concorrer a camisa da festa na aba da promoção. O número de camisas é limitado. Corra!

Atenção ao horário das agências no CarnavalPOR conta do Carnaval, o horá-rio de atendimento das agências bancárias será modificado. Os bancos do circuito da folia fun-cionam em horário especial na sexta de Carnaval. Na segunda e terça-feira de Carnaval não abrem. O atendimento ao públi-co volta ao normal meio dia da quarta-feira de Cinzas.

Os clientes podem usar os caixas eletrônicos, internet banking e o atendimento telefô-nico para pagar as contas com código de barras durante a folia.

Já as contas de consumo como água, energia e telefone, além dos carnês que vencem nos dias 12 e 13 de fevereiro, podem ser pagas no primeiro dia útil depois do Carnaval. Ou seja, na quarta-feira de Cinzas.

Bancários se preparam para lavar o Beco para tirar a sujeira de Temer

Clientes podem pagar utilizar os terminais eletrônicos nos dias de folia

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o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, segunda-feira, 29.01.2018 3SUBMISSÃO

Crítica soa como pressão por reforma da Previdência rOSE LIMA [email protected]

bradesco dá amaior bronca no governo

É DE causar estranhamento a declaração do executivo do Bra-desco, Octávio de Barros. Em Davos, durante o Fórum Eco-nômico Mundial, disse que o Brasil é irrelevante e desinteres-sante para o mundo. A afirma-ção mais parece um recado para Temer, que ainda não conseguiu aprovar a reforma da Previdên-cia, uma proposta que interessa

muito ao sistema financeiro. O Bradesco e os demais ban-

cos foram os principais apoiado-res e financiadores do golpe de 2016. Defende a política de arro-cho e pressionou pela aprovação da reforma trabalhista, que reti-ra direitos dos trabalhadores.

Agora quer que o governo dê andamento à reforma que tira a aposentadoria de milhões de brasileiros. A medida só bene-ficia os bancos, que já investem pesado na venda de previdência privada. Tanto que depois de atacar o governo, o banqueiro levou os colaboradores Temer e Meirelles para jantar. Aprovei-tou para enquadrá-los.

Vergonha em DavosA PARTICIPAÇÃO de Temer no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, passou des-percebida. Definitivamente, o Brasil está sem credibilidade no mundo. Durante a fala do pre-sidente, as cadeiras ficaram va-zias e a organização do evento teve de disfarçar com biombos. Com um discurso irrelevante, Temer palestrou literalmente para ninguém.

Em Davos, foi possível ter a dimensão do quanto o governo reduziu o país a um nanico eco-nômico. Um cenário diferente de alguns anos. Basta lembrar de 2010, quando Lula recebeu o prêmio de Estadista Global do Fórum Econômico Mundial por ter reduzido a pobreza e ti-rado o Brasil do Mapa da Fome. Detalhe: foi o primeiro chefe de Estado a ganhar a homenagem.

Michel Temer cresce o olho para o BPC do idosoA PARCELA mais carente da população brasileira tem sofri-do na pele com a política neo-liberal do governo Temer. Nem os idosos escapam. A reforma da Previdência prevê, por exem-plo, a elevação da idade mínima para os idosos mais pobres re-ceberem o BPC (Benefício de Prestação Continuada), sairia dos atuais 65 anos para 68 anos.

Para receber o benefício, a renda familiar do idoso ou pes-

soa com deficiência de baixa renda tem de ser inferior a R$ 238,50. O valor do BPC é de um salário mínimo - R$ 954,00.

A desculpa dada pelo gover-no é que manter a idade do BPC em 65 anos pode desestimular à contribuição à Previdência, porque diferentemente da apo-sentadoria, para receber o Be-nefício de Prestação Continua-da, não precisa ter contribuído anteriormente ao INSS.

Crise é uma barreira para brasileiro fazer poupançaNO BRASIL, a maioria da popu-lação terminou 2017 sem pou-par. Nem o consumidor com renda mais elevada tem hábito de guardar dinheiro, aponta o Indicador Mensal de Reserva Financeira. Das famílias com rendimento superior a cinco salários mínimos (R$ 4.690,00), apenas 30% conseguiram eco-nomizar, mesmo assim, pouco.

Os consumidores enquadra-dos nas classes A e B também não poupam. A pesquisa mos-tra que 66% não economizaram nada no ano passado. Quando a análise é feita com todos os bra-sileiros, independentemente de classe social, a proporção dos que conseguem guardar dinhei-ro é muito menor. Somente 20%

pouparam algum dinheiro, sendo uma média de R$ 400,00 por pessoa.

A conjuntura atual econômi-ca é um fator que contribui para que as pessoas não consigam juntar dinheiro. Mas, a falta de disciplina e de controle também é um grande entrave.

Temer toma puxão de orelha do sistema financeiro, de olho na Previdência

Com crise, o jeito e quebrar o porco

Idoso de baixa renda está na mira do governo que quer acabar com o BPC

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 29.01.20184

SAQUE

RETROCESSO

Mais de 12 milhões de trabalhadores estão sem emprego em todo o paísrEnATA [email protected]

brasil perde 21 mil postos de trabalho

REACIONARISMO Golpe é sempre im-previsível. Nunca se sabe onde, como e quan-do vai se esgotar. Em 1964, no auge da guerra fria, os militares tomaram o poder para im-pedir as reformas de base de Jango em favor do povo. A ditadura durou 21 anos. Agora, em novo estilo, as mesmas forças reacioná-rias do passado usam o Judiciário para, mais uma vez, ferir a democracia, impedir o avan-ço popular e sangrar a soberania nacional.

REGENERAÇÃO Depois da condenação de Lula no TRF4, as chamadas cortes supe-riores do Brasil têm uma boa oportunidade para se regenerarem pela omissão diante do golpe de 2016. É a grande chance de o STJ, o TSE e o STF darem um basta na aventura irresponsável de segmentos ultraconserva-dores insanos, cujas consequências têm sido desastrosas. Sem dúvida, o Estado democrá-tico de direito é a melhor saída para o Brasil.

ABSOLUTISMO Muito conhecido pela competência e seriedade, o jurista Luiz Mo-reira Gomes Júnior não vê com bons olhos o futuro da democracia no Brasil. “A men-sagem dada com a condenação do ex-pre-sidente Lula no TRF4 é que se o Judiciário consegue condenar sem provas, o Judiciário consegue tudo”. Pior, trata-se de um poder sob total controle dos ultraconservadores.

SERVIDÃO "O que está em jogo agora é a subordinação das liberdades da sociedade civil a um projeto de Estado corporativo, en-gendrado e articulado pelo Judiciário e pelo Ministério Público". É o pensamento do ju-rista Luiz Moreira. Está com inteira razão. Infelizmente.

CONTRAPARTIDA O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, já recebeu o pagamen-to pelo serviço sujo que prestou ao golpismo ao afirmar, sem provas, que Lula é o dono do tríplex do Guarujá (SP), motivo da con-denação. Ele teve a pena de prisão reduzida, enquanto a do ex-presidente foi ampliada. Uma ofensa descarada aos mais elementares conceitos de Justiça, um atentado ao Estado de direito.

OPOSTOS A medonha participação bra-sileira no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, dá a dimensão do quanto o Brasil se apequenou no cenário internacio-nal. Em 2010, Lula foi ovacionado e recebeu o prêmio Estadista Global, pela erradicação da pobreza, redistribuição da renda e contri-buição para a paz no mundo. Na edição deste ano, invisibilidade total. Ninguém quis ouvir e muito menos sair na foto com Temer.

NA CONTRAMÃO do que anunciava go-verno e grande mídia, a reforma trabalhis-ta de moderna não tem nada. Também não gera emprego. Os dados comprovam. O Brasil fechou 20.832 vagas formais no ano passado e terminou dezembro com saldo negativo de 328.539 postos.

Os demitidos se somam aos 12 milhões

que já estavam desempregados. Com o corte de vagas, o Brasil fechou o ano com um estoque de 38,29 milhões de empre-gos formais, o número mais baixo desde o fim de 2011, quando 38,25 milhões de pessoas ocupavam empregos com cartei-ra assinada no país.

Os dados divulgados na sexta-feira pelo Caged (Cadastro Geral de Empre-gados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, mostram que as mulheres foram as mais atingidas pelo desempre-go. O número de demissões superou o de contratações em 2.526 postos de tra-balho. Para os homens, o resultado ficou positivo com abertura de 21.694 vagas.

Contratação muda. Para piorA REFORMA trabalhista só prejudica o trabalhador. Apresentada como “solução” para o desemprego, o trabalho intermitente teve 2.851 admitidos em dezembro. Desde novembro, quando a lei entrou em vigor, foram 5.971 contratados por meio da mo-dalidade.

Para ilustrar a informação, os “acordos” entre patrão e empregado para dispensa do trabalhador somaram 6.696 em dois meses.

Além disso, dessa resolução, prevista na reforma, o trabalhador abre mão da parte das verbas rescisórias.

Diante das políticas neoliberais que re-trocedem o país, o brasileiro sofre com a agenda conservadora imposta pelo gover-no Temer, ainda mais com a possibilidade de aprovação da reforma da Previdência, que retira o direito de aposentadoria de milhões de trabalhadores.

Brasileiros pagam um preço alto pelo golpe de 2016. Política de arrocho aumenta o desemprego