crea-df 50 anos de história

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50 ANOS DE HISTÓRIA Uma publicação do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do DF Brasília DEZ/2011 JUBILEU DE OURO Conselho celebra meio século de existência ÉTICA Difundir o código de Ética do Sistema Confea/Crea é prioridade FISCALIZAÇÃO Há 50 anos, o papel fiscalizador é exercido com eficiência pelo Regional revista revista

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Revista Crea-DF 50 anos

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Page 1: Crea-DF 50 anos de História

50 anos de história

Uma publicação do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do DFBra

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Jubileu de ouroConselho celebra meio século de existência

ÉticaDifundir o código de Ética do Sistema Confea/Crea é prioridade

FiscalizaçãoHá 50 anos, o papel fiscalizador é exercido com eficiência pelo Regional

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www.creadf.org.br

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Abee-DFAssociação Brasileira de Engenheiros Eletricistas do Distrito Federal

Abemi-DFAssociação Brasiliense dos Engenheiros Mecânicos e Industriais do Distrito Federal

Abenc-DFAssociação Brasileira dos Engenheiros Civis do Distrito Federal

AEA-DFAssociação dos Engenheiros Agrônomos do Distrito Federal

AEF-DFAssociação dos Engenheiros Florestais do Distrito Federal

Asemi-DFAssociação dos Engenheiros de Minas do Distrito Federal

CenbClube de Engenharia de Brasília

IAB-DFInstituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Distrito Federal

Senge-DFSindicato dos Engenheiros do Distrito Federal

Sinarq-DFSindicato dos Arquitetos do Distrito Federal

Sintec-DFSindicato dos Técnicos Industriais do Distrito Federal

UnBUniversidade de Brasília

Entidades de classe registradas no Crea-DFCom representação no Plenário do Conselho

Instituição de ensino registrada no Crea-DFCom representação no Plenário do Conselho

contatos em www.creadf.org.br

Page 3: Crea-DF 50 anos de História

sumárioPresidente

Francisco Machado da silvaEng. mecânico e eng. de seg. do trabalho

Vice-PresidenteGeraldo reis Pacheco

Eng. agrônomo

diretor AdMinistrAtiVoJosé delfino da silva Lima

Eng. civil e de segurança do trabalho

diretor FinAnceiroMarcus Vinícius Batista de souza

Eng. ambiental

diretor de reLAções institucionAisArmino Bernardes Filho

Téc. em edificações, telecomunicações e meio ambiente

diretor de FiscALizAçãodilson carlos rehem

Eng. civil

diretor de VALorizAção ProFissionALFrancisco correa rabello

Eng. mecânico

conselho regional de engenharia, Arquitetura e Agronomia do distrito FederalSGAS, Qd. 901, Conj. D, Asa Sul, Brasília-DF

CEP: 70.390-010Fone: (61) 3961-2800Fax: (61) 3321-1581

edição de texto e arte, design, editoração e fotosCt. Comunicação

editorCristina Ávila (4719-DF)

ilustraçõesHeraldo Lima

revisãoYana Palankof

Foto capaArquivo Público do DF

distribuiçãoCrea-DF

impressão Gráfica e Editora Ideal

tiragem5.000 exemplares

AssessorAMento tÉcnico

JornalistaAriane Póvoa

eng. AgrônomoJoão Lustosa

Arquiteta Denise de Albuquerque

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Crea-DF Comemora 50 anos 04

o AcoMPAnhAMento diário do exercício dAs ProFissões

creA JoVeM-dF AnteciPA o Futuro

Gt MonitorA PAtoLoGiA eM oBrAs PúBLicAs

diVuLGAção do códiGo de ÉticA É PrioridAde

MercAdo Aquecido

Por dentro do creA-dF

união FortALece ProFissionAis

AGendA de MudAnçAs

Art AGorA É PeLA internet

E X P E D I E N T E

revista CREA-DF

COMEÇA POR VOCÊ

PROFISSIONAL

O CÓDIGO DE

ÉTICA

35Arquitetos têM conseLho PróPrio

22A VALorizAção ProFissionAL É uMA conquistA coLetiVA

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Mensagens dos conselheiros

A busca pela sustentabilidade ambiental inspira novas soluções tecnológicas práticas onde necessitamos ter visão estratégica de futuro, desenvolvendo planos, programas e projetos para o cumprimento de objetivos e metas preestabelecidas para o crescimento do país, de preferência com uma economia verde e de baixo carbono. Neste sentido, devemos valorizar nossos profissionais do Sistema para cumprirem esta missão com responsabilidade, participando da formulação de políticas públicas para a formação de uma sociedade mais justa e socioambientalmente responsável.

Marcus Vinícius de souzaengenheiro ambiental

Ao completar cinquenta anos, o balanço do Crea-DF é positivo. No entanto, o passado é referência. O desafio é ingressar no século XXI incorporando as novas tecnologias e tendências em favor da sociedade e dos profissionais.

Jorge Monteiro Fernandesengenheiro eletrônico

Brasília: um sonho nacionalBrasília, a obra máxima da engenharia brasileira realizada por JK, surgiu de um sonho secular de enge-

nheiros que, em diferentes épocas, alimentaram a visão de interiorização da capital. O Crea-DF, neste meio século, foi peça fundamental no registro e no acompanhamento desta epopeia, e nós, os conselheiros que atuamos nestes anos nos sentimos honrados e gratificados pela obra que se tornou patrimônio da humani-dade. Hoje temos o desafio de manter este patrimônio, bem como preservar sua memória.

João Bosco ribeiroengenheiro civil

A Comissão de Engenharia de Segurança do Trabalho funcionou, por anos seguidos, de forma não contínua, dependendo do interesse da administração do Crea-DF. Neste ano do Cinquentenário do Conselho Regional, dada a dedicação do presidente Francisco Machado, ela tornar-se-á uma câmara mista, agregada à Câmara de Mecânica. Nos próximos anos, ela tende a ser “pura”, uma vez que a Associação de Engenha-ria de Segurança do Trabalho (Abraest), afiliada à sua Associação Nacional (Anest), vem sensibilizando maior número de engenheiros de segurança para que façam a opção por essa área de atuação. Assim, nas próximas Revisões do Terço, espera-se ter os três conselheiros necessários para a criação da citada câmara.

José delfino Limaengenheiro civil e de segurança do trabalho

Nos últimos cinco anos aprendi a conhecer melhor o meu Crea, participando da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica e da Comissão de Ética. Foi muito gratificante esta experiência. Que bom seria se mais engenheiros pudessem se dedicar a esta causa.

ronaldo Arrudaengenheiro eletricista e coordenador da comissão de Ética

O Crea-DF tem quase a mesma idade de Brasília, aliás, cresceram juntos. No ano de seu cinquentenário, os arquitetos, por força de lei, deixaram o Regional com a criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). Esta conquista dos arquitetos foi possível pelo apoio institucional e pessoal da presidência do Crea-DF e da Câmara de Arquitetura desse Conselho. Como coordenador dessa Câmara e membro da Comissão Nacional Pró-Instalação do CAU no Distrito Federal e no Brasil, orgulho-me da sensação de pertencimento e valorização profissional promovida pelo Crea-DF nestes cinquenta anos. Esperamos e cremos que o futuro próximo será de muita atividade correlata e de muita co-responsabilidade. Sucesso aos dois conselhos.

osvaldo PontaltiArquiteto e coordenador da cearq-dF

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Palavra do presidente

eng. Francisco Machado da silvaPresidente do Crea-DF

Q uando assumi o Crea-DF em 2009, empreendemos as mudanças necessárias desde então, conforme

programa de campanha eleitoral vitorio-so em 2008. Encerro meu mandato de três anos plenamente realizado com êxito, quando os próprios funcionários da casa, em reunião conjunta com o presidente em dezembro/2011, relataram e teste-munharam o legado que deixaremos para a próxima gestão do Crea-DF, tais como: “ampliação do horário de atendimento ao público (9 às 17 horas)”; “único Crea com as contas aprovadas sem ressalvas”; “pro-

cessos administrativos auditados e 100% aprovados”; “gestão com foco no cliente”; “agilidade com qualidade”; “desburocratização das câmaras espe-cializadas”; “implantação do escritório de Taguatinga”; “carta de serviços definindo o comprometimento do Crea-DF com o cliente”; “contratação de novos servidores (concurso público)”; “credibilidade junto aos profissio-nais e às entidades”; “serviços on-line”; “novo sistema de TI/corporativo”; “modernização e automatização dos serviços”; “superávit nos três exercí-cios (2009 a 2011)”; “implantação da ART on-line”; “qualidade de vida no trabalho”; “investimento em treinamento”; “planejamento estratégico”; “melhoria nas instalações do Crea”, etc. Todas essas declarações nominais de funcionários, assessores, chefes de departamento e divisão estão no site do Crea-DF, que ficará para a história.

Quero agradecer a todos os diretores, conselheiros, entidades de clas-se, funcionários, profissionais, empresas, instituições de ensino e a toda a sociedade, que contribuíram para o crescimento do Crea, em prol da causa maior de servir com agilidade e qualidade à sociedade, parabéns.

O jubileu de ouro, comemorado em 2011, veio em hora oportuna, como um sol a brilhar nos destinos de nosso Conselho Profissional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia no âmbito do Distrito Federal, que é o “tambor do Brasil”. As mudanças foram implementadas com sucesso.

No Crea-DF implementamos diversas mudanças nos últimos anos. A próxima gestão pode empreender as políticas públicas no âmbito do DF porque tem a sustentabilidade (alicerces, fundamentos, princípios, valores, união, integração, transparência, probidade administrativa e fi-nanceira) já garantida pela gestão que ora concluímos.

Estamos passando o “bastão” ao próximo gestor com o dever cum-prido, desejando sucesso e pleno êxito na “corrida” proposta: colocar a Engenharia no topo da pirâmide das decisões nacionais.

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A história do Crea-DF inicia-se no momento em que

o Brasil empreendia a cons-trução de sua nova capital no seio do Planalto Central. Pro-fissionais da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia empenhavam-se em uma ini-ciativa pioneira que despertou a atenção do mundo para o traçado moderno, com tecno-logias ousadas, que se aninha-va na vastidão até então pouco conhecida do bioma cerrado.

Crea-DF comemora 50 anos

Os cinquenta anos dessa trajetória coincidem hoje com fase histórica também marcante e grandiosa, em que a economia do país se consolida e provoca crescente demanda por inves-timentos em infraestrutura. Período ainda mais promissor por Brasília estar às vésperas de receber visitantes que vêm prestigiar o futebol brasileiro em evento internacional que se traduz em aquecimento do mercado e mais exigências por mão de obra qualificada.

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DF

História

NEsTE MEIo séCulo, a INsTITuIção FoI MarCaDa PEla INovação E PEla CoMPETêNCIa EM DEFEsa Da ENgENharIa, Da arquITETura E Da agroNoMIa

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revistaCREA-DF

A trAJetóriA do creA-dF coincide coM A históriA de BrAsíLiA. trABALhAdores cheGArAM de todo o PAís, MontAndo AcAMPAMentos nos Arredores dA noVA cAPitAL

autarquia federal

O exercício das profissões de engenheiro, arquiteto e agri-mensor foi regulamentado pela primeira vez pelo Decreto Fede-ral no 23.569, de 11 de dezem-bro de 1933. Em 1966, a Lei no 5.194 criaria o Sistema Confea/Crea, no âmbito da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, como autarquia especial para a defesa da sociedade e a valoriza-ção das profissões.

O Sistema abrange cerca de 900 mil profissionais re-gistrados em 27 Creas, nos níveis médio e superior, com

aproximadamente trezentos tí-tulos profissionais registrados. Associa-se ao Sistema a caixa de assistência social denominada Mútua, com sede em Brasília e em 27 regionais.

No Crea-DF estão registra-dos cerca de 20 mil profissionais, 11 entidades de classe e uma ins-tituição de ensino, que elegem 86 conselheiros regionais, entre titu-lares e suplentes. Eles integram cinco câmaras especializadas: ci-vil/geologia/minas/agrimensura, industrial, elétrica, agronomia e arquitetura.

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“O Crea-DF cresceu com Brasí-lia, com o dever de servir e proteger a sociedade, com atuação ao mesmo tempo preventiva e reparadora. Por meio da regulamentação, da fiscali-zação e da instrumentação das ativi-dades profissionais a ele relacionadas, cumpre a sua missão delegada pela legislação brasileira”, comenta o en-genheiro civil Danilo Sili Borges.

Assessor do Confea e professor aposentado da Universidade de Brasí-lia, Danilo Sili Borges é autor do livro O Crea-DF no tempo de Brasília – Ju-bileu de Ouro, em que descreve a histó-ria que começou em 1961 e completa meio século neste ano. O engenheiro, que vive em Brasília desde 1967, foi presidente do Conselho no Distrito Federal entre 1982 e 1987. O livro foi lançado durante as comemorações dos cinquenta anos do Crea-DF.

Arquivo Público do DF

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Cre

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História

A construção dA cAtedrAL de BrAsíLiA deMorou cercA de 10 Anos PArA terMinAr. no ProJeto oriGinAL não hAViA VitrAis, e As 16 coLunAs erAM reVestidAs de MárMore

Durante comemorações, engenheiro Danilo sili Borges lançou livro soBre crea-DF. o autor (D) com o presiDente Do crea-DF, Francisco machaDo, o vice-governaDor, taDeu Filippelli, e o presiDente Do conFea, marcos túlio

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revistaCREA-DF

Ct. Comunicação

sede do creA-dF, eM BrAsíLiA

A mudança da capital do Rio de Janeiro para Brasília teve como um dos objetivos a interiorização da sede do governo federal por deter-minação constitucional. “A marcha para o oeste impulsionou o país, com acelerado crescimento do Produto Interno Bruto, abertura de estradas, maiores investimentos na industriali-zação, na agricultura, no comércio e na geração de conhecimento cientí-fico nacional”, comenta o presidente do Crea-DF, Francisco Machado.

As obras da capital que é hoje Patrimônio Cultural da Humanida-de, estavam no início quando, em 22 de abril de 1957, em uma sessão plenária do Crea 4ª Região, cuja ju-risdição abrangia Minas Gerais e Goiás, foi lida uma correspondência do Confea que noticiava oficialmente a incorporação do Distrito Federal à essa região.

A construção de Brasília ocorreu em tempo recorde, com inauguração em 21 de abril de 1960. Os anos se-guintes seriam marcantes na história do Crea-DF. Em 17 de abril de 1961, a Resolução n° 129 instituiria o Con-selho Regional de Engenharia e Ar-quitetura da 12a Região, mas ainda em caráter transitório – assim, o es-tado de Goiás seria desmembrado da jurisdição da 4ª Região, passando, juntamente com o DF, a constituir a 12ª Região, com sede em Brasília.

A organização definitiva dessa 12ª Região, com jurisdição no DF e em Goiás, seria instituída pela Reso-lução n° 152, de 28 de setembro de 1966. O estado que cedeu território para a construção da nova capital faria parte da 15ª Região do Crea, transformada em definitiva pela Re-solução n° 170, com sede em Goiâ-nia, em 29 de agosto de 1968.

o início de Brasília e do Crea-DF Enfrentando a ditadura

Em 1964, instalou-se o regime de exceção política no país, e os profis-sionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia integraram-se à luta pela democratização. As lideranças do Conselho participavam de atos cívi-cos, de reuniões com autoridades e também se manifestavam por meio de uma coluna semanal na imprensa lo-cal chamada Informativo do Crea-DF, que foi publicada por cerca de seis anos todas as segundas-feiras.

“Os artigos publicados merece-ram por diversas vezes o apoio das mais expressivas lideranças democrá-ticas do país, mas também não esca-param de reprimendas de autorida-des, que convidavam o presidente do Crea-DF a comparecer em gabinetes para ouvir reclamações, às vezes sutis, mas por vezes ameaçadoras”, relata o engenheiro civil Danilo Sili Borges.

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História

Era a presença do pró-prio presidente da República, Juscelino Kubitschek, que fa-zia deslanchar a construção da nova capital do Brasil. Ele pernoitava no barracão de madeira, que recebeu o nome de Catetinho, e fiscalizava pessoalmente todas as frentes de trabalho.

as primeiras construções de Brasília

solenidades do Jubileu de ouro

JK (NA FOTO COM AS MãOS JUNTAS) TOMAvA DECISõES COM ARQUITETOS E ENGENHEIROS NO PASSEIO PELAS RUAS. AS REUNIõES ERAM MUITAS vEzES A CéU ABERTO

OS 50 ANOS DO CREA-DF FORAM

COMEMORADOS EM SESSãO SOLENE

NA CâMARA LEGISLATIvA

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O Crea-DF comemorou o aniver-sário de cinquenta anos com progra-mação especial, que começou com o Fórum Nacional de Desenvolvimento Sustentável, no dia 2 de junho. O en-contro abordou dois temas relevantes para a independência e a soberania do Brasil: “Cuidados com a nossa casa, a Terra” e “Geração de riquezas e de alimentos”.

No dia 8 aconteceu a sessão ple-nária comemorativa no auditório do Conselho. Durante a solenidade hou-

ve a entrega de troféu para profis-sionais e empresas, o lançamento do DvD institucional e o lançamento do selo comemorativo do Crea-DF.

No dia 11 de junho, colaboradores e convidados participaram da Festa Ju-nina do Regional. No dia 13, foi reali-zada celebração ecumênica e o hastea-mento da Bandeira Nacional. No dia 16, foi lançado o livro O Crea-DF no tempo de Brasília – Jubileu de Ouro.

A Câmara Legislativa do Distri-to Federal comemorou o Jubileu de

Ouro do Crea-DF em sessão solene realizada no dia 22 no Plenário da Câmara. A homenagem foi inicia-tiva dos deputados Rôney Nemer (PMDB) e Dr. Michel (PSL), em conjunto com o presidente do Crea-DF, engenheiro Francisco Machado da Silva.

A programação incluiu ainda eventos como o I Encontro da Juven-tude Tecnológica do DF, nos dias 21 e 22, e o Workshop de ocupação do solo no DF, no dia 28.

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revistaCREA-DF

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ACAMPAMENTO CANDANGO NO PERíODO DA CONSTRUçãO DE BRASíLIA

A poucos quilômetros da mora-dia de JK foi erguida uma cidade de tábuas chamada de Cidade Livre, onde os trabalhadores viviam com suas famílias, hoje denominada Nú-cleo Bandeirante.

“Alguns acampamentos de can-dangos, que deveriam ser desman-chados após a inauguração da capi-tal, resistiram e formam hoje importantes cidades-satélites de Brasília, como Núcleo Bandeirante, vila Planalto e vila Telebrasília”, re-lembra o presidente do Crea-DF, Francisco Machado.

Eleições diretas no Crea-DF

A campanha para eleger o presidente da República pelo voto popular empolgou todo o país, quando o engenheiro Dante de Oliveira, do MDB (Movimento Democrático Brasileiro, partido que abrigava opositores ao re-gime militar) de Mato Grosso, apresentou emenda à Constitui-ção. Era um momento em que to-dos desejavam eleger cargos dire-tivos, mesmo quando as normas legais não previam o voto direto.

O desejo de todos os brasilei-

ros pela democratização do país se refletiu igualmente no pleito do Sistema Confea/Crea para o triênio 1988/1990. As eleições para presidente da regional do Distrito Federal seguiram a ten-dência nacional, extrapolando o que determinava a legislação.

A compatibilidade deu-se pela aceitação do Conselho, pelo seu plenário, em abrir mão da sua prerrogativa na escolha e em va-lidar a consulta prévia dos votos diretos dos profissionais.

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arT agora é pela internet

O nde se vê verde, lá está um engenheiro agrôno-mo empenhado em cui-

dar das plantas, resguardá-las das intempéries, garantir as condições para deixá-las exuberantes. E onde estiver um agrônomo empenhado, seu trabalho será registrado em uma Anotação de Responsabilidade Téc-nica (ART).

“Até num shopping que tenha um jardim interno haverá um agrô-nomo responsável, que registrará uma ART no Crea. Assim, como

num campo de futebol, para cui-dar do gramado, ou nas grandes extensões de culturas como arroz e hortaliças. A ART compõe o acer-vo do profissional”, relata Everal-do Anastácio Pereira, professor da Faculdade de Agronomia e Medici-na veterinária da Universidade de Brasília e conselheiro da Câmara de Agronomia do Crea-DF.

As ARTs traduzem o histórico do bom profissional. São uma espécie de currículo muito especial de todos os profissionais legalmente habilita-

dos que executem obras e serviços de Engenharia, Arquitetura, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia.

No ano em que o Crea-DF come-mora seu jubileu, o Conselho recebeu online o registro de 25.333 ARTs e apenas 6.764 pelo tradicional balcão de atendimento. A diferença de nú-meros explica-se porque os registros passaram a ser apenas pela internet a partir de 6 de junho de 2011. A mo-dernização justifica-se pela facilidade com que os profissionais hoje podem registrar seu dia a dia.

10

ART

Inte

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As GrAndes LAVourAs têM AGrônoMos resPonsáVeis, e tAMBÉM PrecisAM ter Arts reGistrAdAs no creA

no crea-DF, DesDe 6 De junho De 2011 toDas as anotações De responsaBiliDaDe técnica passaram a ser registraDas por meio Da reDe De computaDores

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revistaCREA-DF

“Essa é uma forma também de o órgão fiscalizar o mentor intelec-tual e mesmo o executor do servi-ço. E agora pela internet está bem mais prático, pois não é preciso se deslocar até o Crea para cumprir esse compromisso”, observa Eve-raldo Anastácio.

As ARTs são registradas como meio de proteção da sociedade, valorização do profissional e tam-bém como meio de comprovação da capacidade técnica de empre-sas. São instrumento indispensável para identificar a responsabilidade técnica pelas obras ou serviços. Asseguram à sociedade que essas atividades estão sendo realizadas por profissional habilitado. Ser-vem como segurança técnica e jurídica tanto para quem contrata como para quem é contratado.

o que é a arT

Criada pela Lei n° 6.496, de 7 de dezembro de 1977, a ART funciona como um selo de qualidade de cada profissional. A anotação é feita por meio do formulário eletrônico, disponível no sítio do Crea-DF na internet. Nele são declarados os principais dados do contrato firmado entre o profissional e seu cliente (no caso de profissional autônomo), ou ainda entre o contratado e o

contratante (no caso de profissional com vínculo empregatício).

o que fica sujeito à Art?Fica sujeito à anotação de res-

ponsabilidade técnica no Crea em cuja circunscrição for exercida a res-pectiva atividade:

todo contrato escrito ou verbal para execução de obras ou pres-tação de serviços relativos às pro-

fissões abrangidas pelo Sistema Confea/Crea;

todo vínculo de profissional com pessoa jurídica para o de-sempenho de cargo ou função que envolva atividades para as quais sejam necessários habi-litação legal e conhecimentos técnicos nas profissões abran-gidas pelo Sistema Confea/Crea.

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A Anotação de Respon-sabilidade Técnica valoriza o exercício profissional, confere legitimidade a quem executa, além de assegurar sua auto-ria. O registro constitui acervo com grande valor no mercado de trabalho e, a partir dele, é possível obter a Certidão de Acervo Técnico (CAT), que comprova toda uma vida pro-fissional.

Para as empresas, o regis-tro também é um instrumento indispensável. Sua capacidade técnica varia em função da al-teração dos acervos técnicos de seus profissionais. Desse modo, em atendimento à Lei nº 8.666, de 1993, o atestado registrado no Crea constituirá prova de sua aptidão – o que fará a diferença diante da con-corrência, mas isso somente se o responsável técnico indicado na CAT integrar seu quadro de pessoal.

ART

as arTs nas instituições públicas

Essas anotações também são importantes para as instituições públicas. Sua apresentação por profissionais autônomos, empre-sários ou empresas assegura que as atividades a serem contratadas serão desenvolvidas por pessoas habilitadas.

No caso de profissionais com vínculo empregatício com orga-nizações da administração pú-blica, também deverão ser regis-tradas ARTs de cargo ou função técnica ou de atividades ou de projetos específicos.

Para a contrata-ção de obras e ser-viços de Engenharia, Arquitetura e Agro-nomia, cabe às co-missões de licitação dos órgãos públicos exigirem a Certidão de Registro e Qui-tação das licitantes para confirmar se o profissional citado na CAT com registro

do atestado continua em seu qua-dro técnico.

As comissões de licitação po-derão, se desejarem, ter acesso ao sistema unificado de consul-ta às ARTs e CATs emitidas pelos Creas, com o objetivo de verificar sua autenticidade e validade, evi-tando que sejam recepcionados documentos cujos dados foram alterados e, portanto, deixaram de comprovar adequadamente a ca-pacidade técnico-profissional das empresas.

Inte

rnet

Ct.

Com

unic

ação

ESPLANADA DOS MINISTéRIOS, EM BRASíLIA

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revistaCREA-DF

Art inicial: usada em casos de registro de contrato escrito ou verbal de prestação de serviços técnicos ou execução de obra. A ART deve ser registrada antes do início da respec-tiva atividade técnica, de acordo com as informações constantes do con-trato firmado entre as partes.

Art complementar: vinculada a uma ART inicial, complementa os dados anotados quando:

a) for realizada alteração contratual que ampliar o objeto, o valor do contrato ou a atividade técnica contratada, ou prorrogar o prazo de execução;

b) houver necessidade de detalhar as atividades técnicas, desde que não impliquem a modifica-ção da caracterização do objeto ou da atividade técnica contra-tada;

Art de substituição: vincula-da a uma ART inicial, substitui os dados anotados nos casos em que:

a) houver necessidade de corrigir dados que impliquem a modi-ficação da caracterização do objeto ou da atividade técnica contratada;

b) houver necessidade de corrigir erro de preenchimento de ART.

Tipos

arT de obra ou serviço

Relativa à execução de obras ou prestação de ser-viços inerentes às profissões abrangidas pelo Sistema Con-fea/Crea.

arT de obra ou serviço de rotina

Denominada ART múl-tipla, que especifica vários contratos referentes à execu-ção de obras ou à prestação de serviços em determinado período.

arT de cargo ou função

Relativa ao vínculo com pessoa jurídica para desem-penho de cargo ou função técnica.

Formas de registro

Participação técnica no empreendimento

Quanto à participação técnica, a ART de obra ou serviço pode ser classificada como:

Art individual: indica atividade desenvolvida por um único profissio-nal.

Art de co-autoria: indica ati-vidade técnica caracterizada como intelectual, objeto de contrato único, desenvolvida por mais de um profis-sional de mesma competência.

Art de co-responsabilidade: indica atividade técnica caracteriza-da como executiva, objeto de contra-to único, desenvolvida por mais de um profissional de mesma compe-tência.

Art de equipe: indica diversas atividades complementares, objetos de contrato único, desenvolvidas por mais de um profissional com compe-tências diferenciadas.

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Fiscalização

o acompanhamento diário do exercício das profissões

T odos os dias, logo que a cidade começa a se mo-vimentar, os fiscais do

Crea-DF saem às ruas para ave-riguar os trabalhos realizados por profissionais e empresas no âmbito da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia. Eles fazem um trabalho cuidadoso para verificar se tudo cor-re bem nos empreendimentos.

“O Crea-DF fiscaliza o exercício das profissões. verifica se os serviços do Sistema Confea/Crea estão sendo executados por empresas e profissio-nais legalmente habilitados”, relata Daniela Borges dos Santos, chefe do Departamento de Fiscalização.

A arquiteta relata que são 16 fis-

cais que trabalham divididos por áreas geográficas do Distrito Federal. Eles emitem relatórios que servirão para verificar, na sede do Crea-DF, se todos os documentos dos empreen-dimentos estão em regularidade em relação às normas legais.

Daniela Borges explica que os fiscais verificam registros de empre-sas e profissionais, registros de ARTs, conferem se o profissional possui atribuição para executar a obra ou serviço. Além disso, eles fazem che-cagem intensa do Diário Oficial do DF, no qual são publicados contra-tos e contratações em órgãos públi-cos, para verificar se também estão de acordo com os preceitos legais.

“O objetivo principal da fisca-lização é a regularização, e não a multa”, enfatiza a arquiteta.

Grandes edificaçõeschamam a atenção

No Distrito Federal, várias obras chamam especial atenção da popu-lação e merecem igual exame, por exemplo: o estádio Mané Garrincha e demais construções de infraestrutura para preparar a cidade que vai receber os jogos da Copa 2014 de futebol. E também a Torre de Televisão Digital, exuberante arquitetura de Oscar Niemeyer que se destaca no horizonte do cerrado.

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Ct.

Com

unic

ação

GrAndes eMPreendiMentos que PrePArAM o dF PArA receBer VisitAntes eM 2014

o Departamento De Fiscalização Do crea-DF é responsável pela veriFicação constante De Documentos De toDas as oBras e serviços no âmBito Da engenharia, Da arquitetura e Da agronomia no Distrito FeDeral

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revistaCREA-DF

O Crea-DF está acompa-nhando o passo a passo das mudanças em andamento. O Departamento de Fiscalização é responsável pela verificação da documentação do que está sendo feito. Tudo precisa estar rigorosamente em ordem.

Sistematicamente, o Conse-lho aprimora os procedimentos adotados nas fiscalizações para alcançar suas metas de padrão ideal e que atendam à legislação em vigor no país, principalmente a Lei no 5.194, que rege o Siste-ma Confea/Crea.

A fiscalização do Crea-DF abran-

ge não apenas es-tádios, pontes e via-dutos, mas diversos outros tipos de empre-endimentos. Os fiscais fazem visitas de acordo

com cronogramas que variam de ações diárias, mensais, trimestrais, se-mestrais e anuais, con-

O que é fiscalizado

Ct. Comunicação

A cidAde Já se AcostuMou coM o cenáriode noVos PrÉdios. As construçõesMoViMentAM A econoMiA e estiMuLAMneGócios PArA todAs As ProFissões

forme o tipo de trabalho a ser realizado. Estão in-cluídos no roteiro desde viveiros a hospitais, clubes esportivos, parques de di-versões, hotéis, shoppings, órgãos públicos, edifícios residenciais e comerciais, empresas, propriedades rurais, postos de gasolina e emissoras de televisão e rádio, por exemplo.

revistaCREA-DF

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No canteiro de uma gran-de obra vive-se praticamen-te o resumo do cotidiano de uma cidade. é um formiguei-ro humano que transita em trajetos num vaivém muitís-simo organizado com um ob-jetivo em comum: a constru-ção. Mas para que o resultado seja positivo a fiscalização do Crea é fundamental.

De longe avista-se a Torre de Tv Digital no horizonte. Para erigi-la, formou-se a in-fraestrutura de cidadezinha. Em 1.000 m², sete galpões abrigam refeitório, vestiário, sala médica, almoxarifado, gerências variadas.

Nesse ambiente chegam os fiscais do Crea-DF para verificar a documentação do empreendimento. São recep-cionados pelo engenheiro Leonardo Rodrigues, no es-critório administrativo feito de tábuas, com prateleiras improvisadas mas capricho-samente adequadas às neces-sidades do momento.

“Nesta fase, vamos fisca-lizar a parte documental que se relaciona à pavimentação de acesso. A parte civil está concluída, agora está sendo feita a parte metálica da Torre e também a urbanização em volta, que tem obras de dre-

as últimas checagens na Torre Digital

16

Ct.

Com

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ação

A oBrA de oscAr nieMeyer VAi ABriGAr eMissorAs de rádio e teLeVisão e será uM noVo Ponto turístico eM BrAsíLiA, coM LoJAs, cAFÉ e Visão desLuMBrAnte dA cAPitAL

Fiscalização

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revistaCREA-DF

nagem para plantio de grama”, re-lata o agente de fiscalização Ramiro Filho.

O engenheiro Leonardo Rodri-gues explica que a construção toda tem 182 m de altura. “A obra será funcional e turística.” Além de local para funcionamento de emissoras de rádio e televisão, a Torre também será mais um ponto atrativo para vi-sitantes de Brasília.

Um dos dados fundamentais da obra, que terá lojas e área de passeio na base, será a acessibilidade para deficientes. O “habite-se” está con-dicionado a esse importante detalhe.

Na obra de arte criada por Os-car Niemeyer, há duas cúpulas sus-pensas, com bar-café e espaço para exposições. Haverá também um mi-rante com vista privilegiada de 360 graus.

O canteiro de obras está sendo desmontado para dar lugar a mais um lugar de diversão para os bra-silienses. Cerca de oitenta funcio-nários e caminhões movimentam-se para encerrar o trabalho, onde chegaram a circular diariamente setecentos operários.

O agente de fiscalização Nilton Izaac segue para a Gerência de En-

genharia de Segurança no Trabalho e Meio Ambiente. Ele examina a do-cumentação, confere ARTs e explica que a empresa empreiteira contrata-da para a execução do projeto tem engenheiros ambientais empenhados na proteção à natureza.

“A obra tem certificação ambien-tal”, comenta Izaac. Sólidos e efluen-tes têm destinação controlada para evitar danos ao cerrado. Mesmo no canteiro ainda montado, o lixo é se-parado em galões coloridos e especí-ficos para receber tipos diferentes de materiais que seguirão para a reci-clagem.

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FISCAIS DO CREA-DF CIRCULAM PELAS OBRAS DA TORRE DIGITAL E vERIFICAM SE A DOCUMENTAçãO ATENDE àS NORMAS LEGAIS

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N este meio século é comemorada a construção

de pilares que garantem o fortalecimento institu-cional e a valorização de aproximadamente 30 mil profissionais registrados no Crea-DF. Nos últimos

anos, novas conquistas se consolidaram. A lista de realizações vai desde a interação com estudantes, com vistas a apoiar car-reiras em formação, até o aprimoramento da gestão administrativa do Con-selho. Essas vitórias são

de extrema valia para a aproximação dos anseios dos profissionais com os da sociedade. A Agenda de Mudanças entre 2009 e 2011 é longa, portanto estão relacionados abaixo apenas alguns dos princi-pais avanços:

Valorização profissional Foram indicados representantes do plenário do Crea-DF em entidades públicas e privadas do Distrito Federal e da União.

Foi criado o Crea Sênior-DF, integrado por con-selheiros com mais de 40 anos para dar treina-mento aos analistas do Crea-DF.

Os formandos passaram a receber carteira provi-sória do Crea-DF no ato da colação de grau

Foi instalada sala especial para os profissionais, com logística e inclusive com facilidade de acesso às normas da ABNT.

No portal do Crea-DF é possível consul-tar a situação cadastral de profissio-nais e empresas registradas.

Comunidade profissional e

sociedade Foram assinados convênios

com as entidades de classe, com repasse de valores da ART.

Foi criado o fórum dos conselhos profissionais, reunindo 28 Conselhos.

Foi criado o fórum da Copa de 2014. Foi elaborada e implementada a Cartilha de

prevenção contra catástrofes, reunindo Crea-DF, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros Militar e

Sindicato dos Engenheiros. Ampliação do horário de atendimento da Ouvidoria (9h às 17h).

Criação do fórum de síndicos do DF, com cerca de 20 mil síndi-cos (“fiscais” do Crea-DF).

Criação da Frente Parlamentar pela Defesa e valorização da Enge-nharia, da Arquitetura e da Agronomia na Câmara Legislativa Distrital

pela OEAA-DF em parceria com o Crea-DF. Foi lançada a Carta de Serviços do Crea-DF, documento que define o com-

prometimento do Conselho com seus clientes.

agenda de Mudanças

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revistaCREA-DFGestão eficaz

Ampliação do horário de atendimento ao público, que passou a ser de 9h às 17h a partir de 2 de janeiro de 2009.

Implementação do Sistema Corporativo de Informática e Procedimentos. Elaboração e implementação do Planejamento Estratégico do Crea-DF. Foi feita a adequação da estrutura organizacional do Crea-DF visando ao desenvolvi-mento eficiente, eficaz e efetivo de suas atividades, além do alinhamento com o Sistema Corporativo de Informática do Crea-GO.

Contratação de 33 empregados, em 2011, decorrente da realização de concurso público. Quitado todo o débito com a Mútua (empréstimo contraído no passado) em 2010. Foram implementadas reformas e a ampliação do Arquivo Intermediário e do Almoxari-fado, além de construído vestuário para uso dos empregados do Crea-DF.

Câmaras especializadas e Comissão de ética

Desburocratização das câmaras especializadas. Dinamização da Comissão de ética, com secretária-executiva e assessoria jurídica permanente.

Foram realizadas cobranças de dívida ativa. Centenas de registros interrompidos foram reativados. Eficiência administrativa: hoje processos não passam de ses-senta dias em tramitação nas câmaras especializadas.

Fiscalização Foi incrementada e modernizada a fiscalização. Foram melhoradas e intensificadas as atividades do escritório de re-presentação do Crea-DF em Taguatinga, com agentes de fiscalização.

Foi modernizada a frota de veículos (foram adquiridos 11 carros). Foram feitas melhorias nas instalações físicas e equipamentos de in-formática: computadores, desktops, notebooks e impressoras. Foram adquiridos e instalados ativos (switchs) de rede, aumentando a veloci-dade de comunicação.

Ct. Comunica

ção

Instituições de ensino e entidades de classe Apoio financeiro e logístico aos projetos das entidades regionais (convênios). Foram cadastradas instituições de ensino, além de cursos de graduação, pós-gradu-ação, técnico e tecnológico, obedecendo à Resolução n° 1.010/05 do Confea. Foi criado o Crea Jovem-DF, com mais de quinhentos estudantes cadastrados.

Criação do Colégio de Entidades (Coen-DF), reunindo 11 entidades de clas-se registradas e 23 cadastradas.

Foi instalada sala especial, com logística, para atender entidades de classe. Criação do Centro de Mediação e Arbitragem do Crea-DF em par-

ceria com a OEAA-DF.

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A inda quando estão nos pri-meiros passos da vida aca-dêmica, estudantes e recém-

formados em Engenharia, Arquitetura e Agronomia no Distrito Federal têm a oportunidade de vivenciar situações práticas lado a lado com profissio-nais experientes. Iniciativa pioneira no país, com pouco mais de três anos de existência, o Crea Jovem-DF já se destaca como ideia inovadora que en-tusiasma os participantes.

“Integrar recém-formados, pro-fissionais e estudantes é uma boa junção”, comemora a presidente do

Crea Jovem-DF antecipa o futuro

Crea Jovem-DF, engenheira am-biental Cléia Nunes. “Geralmente, quando saímos da faculdade, nosso único contato com profissionais são os professores. Ampliar esse contato cedo traz muitos resultados positivos, afinal, o sistema é profissional.”

Entre as principais iniciativas do Crea Jovem-DF, Cléia Nunes cita o projeto Engenharia Pública, que nes-te ano mobilizou uma comunidade na Cidade Ocidental, em Goiás, trazendo melhorias para a vida da população.

Estudantes e recém-formados em Engenharia e Arquitetura, ao

lado de profissionais experientes, fi-zeram uma visita guiada para a visto-ria de oitenta casas de um conjunto habitacional que fora executado em desacordo com as condições de con-trato. As residências apresentavam problemas como infiltrações, racha-duras e defeitos de aterramento.

“Após as vistorias, entregamos aos moradores o certificado do Ca-dastro Nacional de Imóveis Urbanos (CNAI),com a avaliação das condi-ções de habitação e de sustentabilida-de de cada residência. O documento foi uma ferramenta para que os mora-

creajovemdf.blogspot.com

CREA Jovem

eVentos coMo o encontro dA JuVentude tecnoLóGicA, reALizAdo eM Junho, estiMuLAM reFLexões soBre cArreirA, Meio AMBiente, sociedAde e cuLturA

experiências proporcionaDas a estuDantes e recém-FormaDos contriBuem para o amaDurecimento proFissional

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revistaCREA-DF

dores se unissem, junto com a prefei-tura, para fazerem suas reivindicações à construtora”, conta Cléia Nunes.

Os estudantes e recém-formados tiveram a oportunidade de passar de casa em casa com os profissionais, verificando e comentando os detalhes das obras. A ação foi realizada a con-vite do Instituto Nacional de Engenha-

ria de Avaliação e Perícia (Ineape), em parceria com a Organização Nacional pela valorização da Engenharia, Ar-quitetura e Agronomia (OEAA).

“Assim, temos muito mais visibi-lidade do mercado de trabalho”, afir-ma Chaliny Sumaia Amorim, diretora de Comunicação do Crea Jovem-DF. “E aprendemos a ter mais coragem.

Bate-papo com Cléia Nunes*

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A INTEGRAçãO DO GRUPO TRAz NOvOS CONHECIMENTOS E CHANCES NO MERCADO DE TRABALHO

“DESEJAMOS REUNIR A ExPERIêNCIA COM A vONTADE DE ExECUTAR EM PROL DA SOCIEDADE”

vISITA GUIADA PARA vISTORIA DE OITENTA CASAS NA CIDADE OCIDENTAL-GO, DO PROJETO ENGENHARIA PúBLICA

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quais os objetivos do crea Jovem?

Antecipar momentos do fu-turo profissional ainda na aca-demia, o que traz grandes bene-fícios e novas ideias. Desejamos reunir a experiência com a von-tade de executar em prol da so-ciedade. Nosso papel é inserir cada vez mais os jovens no Siste-ma, permitindo a troca de expe-riências, a renovação, a mudança e o olhar diferenciado.

como funciona? Basta fazer o cadastro por meio do

blog http://creajovemdf.blogspot.com/. Para ser membro efetivo é preciso partici-par das reuniões plenárias, dos projetos e dos cursos oferecidos.

quais as ações promovidas?Fazemos reuniões, projetos como o de

Engenharia Pública, além de orientação para empresas juniores, busca de oportu-nidades de estágio e emprego, intercâm-bios e bolsas de estudos.

como o crea valoriza os jovens talentos?

No planejamento e na execução de projetos e ações que valorizam o profissional da área tecnológica, abordando as questões ambientais, sociais e culturais.

Tanto na vida pessoal como na vida profissional”, assegura.

Chaliny tem 21 anos e cursa o sé-timo semestre de Arquitetura. Ela ex-plica que o projeto Engenharia Pública significou na realidade uma aula práti-ca, com visita técnica, “o que é raro nas faculdades, especialmente de Ar-quitetura”. A ação na Cidade Ociden-tal trouxe conhecimento e mais segu-rança para os estudantes, que em breve estarão no mercado de trabalho.

* presidente do crea jovem-DF

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Valorização Profissional

o trABALho de cAMPo dos GeóGrAFos É cAdA Vez MAis requisitAdo, MAs o reGistro no creA-dF É exiGênciA PArA A AtiVidAde

O trabalho continuado, competente e ético é fundamental para a car-

reira. Mas esses princípios não são suficientes. Por trás de um grande profissional, uma instituição bem conceituada faz a diferença.

“Acho muito importante o regis-tro no Crea. Além de cumprir uma

exigência legal, a carteira dá respal-do ao nosso trabalho. é um certifica-do de qualificação profissional, um cartão de visitas”, assegura o geó-grafo Fernando Luiz Araújo Sobri-nho, professor do Departamento de Geografia da Universidade de Brasí-lia (UnB).

Fernando Luiz já executou mui-

tos trabalhos ao longo da carreira. Fez consultorias, estudos e relatórios de impacto ambiental (EIA/Rima), trabalhou na elaboração de planos diretores e em várias outras ativida-des de sua área.

Os alunos de Geografia podem se formar em duas habilitações. O licenciado exerce funções de pro-

A valorização profissional é uma conquista coletiva o esForço inDiviDual é FunDamental, mas o reconhecimento proFissional DepenDe tamBém Do respalDo institucional

Ct.

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ação

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revistaCREA-DF

fessor em sala de aula no ensino bá-sico. O geógrafo, ou bacharel, como é o caso de Fernando Luiz, trabalha como técnico, com funções relacio-nadas ao planejamento e à interven-ção no espaço, com capacidade para fazer estudos que subsidiem toma-das de decisões sobre organização espacial em áreas urbanas ou rurais.

Fernando Luiz ressalta a impor-tância de o Crea fiscalizar a realiza-ção de empreendimentos por profis-sionais habilitados para a função, e chama a atenção para as oportunida-des de trabalho, que são crescentes para os geógrafos.

“Estamos vivendo no Brasil um resgate das políticas de planejamento territorial que deixaram de ser priori-dade nos anos 1.970. Há demandas em vários órgãos públicos por geó-grafos, em áreas de transporte, infra-estrutura, meio ambiente, saneamen-to”, ressalta o professor da UnB.

As funções encaixam-se em insti-tuições como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mi-nistério do Desenvolvimento Agrário e Ministério do Meio Ambiente. A de-

Valorização é tema de fórum no DF

Pelo terceiro ano consecutivo, o presidente do Crea-DF, Francisco Machado, foi eleito coordenador do Fórum dos Conselhos Profissionais do Distrito Federal. O Fórum tem como objetivo a valorização e a sus-tentabilidade política das profissões regulamentadas e o mantimento dos Conselhos.

Representantes de 28 entidades reúnem-se mensalmente para a troca de experiências e interação de ativi-dades em comum, implementando inclusive fiscalizações integradas, por exemplo, o que traz resultados

muito positivos, ampliando a capa-cidade de todos, com a otimização de esforços.

“Esse debate é de alta relevância para as profissões regulamentadas por lei no País, pois defende a so-ciedade dos maus profissionais e de ligas que praticam o crime do exer-cício ilegal da profissão”, ressalta Francisco Machado.

O presidente do Crea-DF con-sidera ainda que a interação entre as ações dos Conselhos é uma im-portante ferramenta para a valori-zação profissional. “As ameaças às

profissões são compartilhadas para que possamos planejar estratégias conjuntas de enfrentamento. Nos três anos de existência, o Fórum mantém-se na defesa da sociedade, com todas as profissões unidas pelo bem comum”, afirma Francisco Ma-chado.

Com a atuação dos Conselhos Profissionais já foi criada a Frente Parlamentar Nacional das Profissões Regulamentadas no Congresso Na-cional, que deverá servir de modelo para a criação de uma Frente também na Câmara Distrital em Brasília.

manda tem expansão especialmente nas áreas ambiental, de geotecnologia e de geoprocessamento.

“Além de regular a questão profis-sional, o Crea ainda proporciona uma carreira organizada, com trabalhos registrados, em ordem. Para executar

um EIA/Rima, por exemplo, não bas-ta apresentar um bom currículo e o diploma de curso superior, é preciso estar regularmente registrado. é uma exigência, que comprova estar profis-sional habilitado para executar o ser-viço”, arremata o professor.

A CARTEIRA DO SISTEMA CONFEA/CREA IDENTIFICA O PROFISSIONAL HABILITADO

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Valorização Profissional

resolução no 1.010 traz mobilidade profissional

O profissional que se valoriza é o que se interessa por estudar e se atualizar. A premissa é cada vez mais verdadeira, na opinião do professor João Mello da Silva, coordenador do cur-so de Engenharia de Pro-dução da UnB.

Ele chama a atenção para a Resolução no 1.010 do Confea, criada em

2005 e que vi-gora desde 2007, mas que terá reflexos práticos a partir de 2012, quando sairão das uni-versidades os primeiros estudantes que entraram após a aprovação da nova norma.

Foco no conhecimento

A atualização profissional é um dos pontos fundamentais para o su-cesso de uma carreira, e é algo que não tem idade. Recém-formados ou experientes, todos precisam conhecer as novidades de cada área de atuação. Não só em termos de estilos, mas de materiais e tecnologias, que inclusive trazem benefícios econômicos para a execução de projetos.

“O Crea-DF estimula a atualiza-ção de todos os profissionais. Temos realizado convênios com instituições para favorecer o acesso a cursos im-portantes para as carreiras relaciona-das ao Sistema Confea/Crea, inclusive devido à demanda de nossas entidades de classe”, relata o diretor de valoriza-ção Profissional do Crea-DF, Francis-co Rabello.

o creA-dF cede esPAço PArA reALizAção de cursos e eVentos de entidAdes conVeniAdAs e APostA tAMBÉM nA cAPAcitAção dos eMPreGAdos do conseLho

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revistaCREA-DF

Títulos profissionais

São cerca de trezentos tí-tulos profissionais que fazem parte do Sistema Confea/Crea, o que significa cerca de 900 mil profissionais no país. Os Con-selhos Regionais presentes em todos os estados e no Distrito Federal são responsáveis por registrar, fiscalizar e regula-mentar o exercício profissional das atividades vinculadas ao Sistema.

A nova legislação dispõe sobre a regulamentação da atribuição de títulos profissio-nais, atividades, competências no âmbito dos profissionais do Sistema Confea/Crea para efeito do exercício profissional.

“é uma virada muito gran-de. é mobilidade profissional e dá ao Crea um papel muito mais abrangente”, ressalta João Mello. Ele comenta que com a nova norma os estudantes de uma modalidade de engenha-ria, por exemplo, podem ser habilitados em outra se fizerem cursos que o habilitem para isso.

Na opinião do profes-sor, a resolução do Confea é um enorme estímulo para os profissionais estudarem e se valorizarem cada vez mais.

Os novos procedimen-tos para a concessão de atribuições profissionais, no entanto, ainda precisam de ajustes. Esse foi um dos temas importantes da 1ª reunião extraordinária da Coordenadoria de Câma-ras Especializadas de En-genharia Civil, que ocorreu no mês de novembro, em Brasília.

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E mbora o Brasil chame a atenção internacional por seu estágio de desenvolvi-

mento, ainda precisa de muitos cui-dados relacionados à manutenção de obras públicas. Por isso, o Crea-DF, em parceria com a Novacap (Com-panhia Urbanizadora da Nova Capi-tal do Brasil, órgão do Governo do Distrito Federal), criou um Grupo de Trabalho que vai monitorar pon-tes, viadutos e demais construções erigidas pelo poder público no DF.

O descuido com esse tipo de patrimônio é um risco para a popu-lação. As consequências podem ser desde simples rachaduras até o desa-bamento. “Essas obras precisam ser observadas metodicamente”, afirma João Bosco Ribeiro, engenheiro coor-denador do Grupo de Trabalho de Patologia das Construções Públicas.

“A manutenção preventiva permi-te que a vida útil dessas obras se pro-longue, evita riscos para os usuários e custa menos do que a substituição

ou a recuperação de edificações”, acrescenta João Bosco.

A Novacap é responsável por construções e reparos de pontes e de viadutos na malha urbana. Esse tra-balho cabe ao Departamento de Es-tradas de Rodagem (DER-DF) quan-do se trata da malha rodoviária.

O Grupo de Trabalho de Pato-logia das Construções Públicas foi criado neste ano para suprir deficiên-cias nessas tarefas. São poucos os especialistas em monitoração e ma-

gT monitora patologia em obras públicas

Patologia

Ct. Comunicação

inFiLtrAção e FissurAs encontrAdAs nAs PAredes do Museu nAcionAL, eM BrAsíLiA

crea-DF cria grupo De traBalho (gt) para monitoramento De construções púBlicas com oBjetivo De promover manutenção e prolongar viDa útil

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revistaCREA-DF

nutenção de obras e, além disso, as instituições de ensino de engenharia não têm cursos voltados para essa área. “Temos carência de pessoal capacitado nessa especialidade tanto no DF como no restante do Brasil”, comenta João Bosco.

Logo após as primeiras reuniões do Grupo de Trabalho, outras insti-tuições com atuação relacionada ao tema foram convidadas a integrar o grupo. Decidiu-se então fazer um levantamento apurado das obras pú-blicas no Distrito Federal para que o Crea-DF passe a auxiliar a Novacap

e o DER na definição das constru-ções que necessitam de intervenções urgentes.

Foram ainda tomadas decisões que vão preparar o DF para o futuro, como a proposta de criação de um curso modular de especialização ou mesmo de mestrado com especiali-zação em patologia das construções, “com o duplo objetivo de qualificar profissionais e de colocar a questão na pauta das instituições de forma-ção de engenheiros no Distrito Fe-deral”, observa João Bosco. Ele re-lata que o professor Antônio Alberto

Composição do grupo de Trabalho

Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agrono-mia, Crea-DF

Sindicato de Engenheiros do DF Clube de Engenharia de Brasília Novacap UnB/ Departamento de Engenharia Civil Uniceub/Engenharia Civil Corpo de Bombeiros Militar do DF Defesa Civil do DF DER/DF Secretaria de Estado de Assuntos Estratégicos do DF

Nepomuceno, da Universidade de Brasília, apresentou estudo demons-trando como esses cursos podem ser organizados.

O Grupo de Trabalho ainda propôs a criação de um modelo permanente de gestão das constru-ções públicas. “O mecanismo para a efetivação dessa gestão deve fi-car em ponto elevado na hierarquia governamental para dar agilidade a decisões em favor da segurança da comunidade e economia para o esta-do”, ressalta João Bosco.

situação se repete em todo o país

A situação do Distrito Federal não é diferente da de outros estados brasileiros. Quando uma construção chega a um ponto crítico de deterio-ração, a recuperação é muito cara para os cofres públicos e, às vezes, torna-se até mesmo mais vantajoso economicamente que seja demolida para a construção de uma nova, o que causa transtornos para os cidadãos.

Além disso, algumas estruturas podem estar em desacordo com as necessidades de uso. “Obras anti-gas construídas para condições de cargas menos exigentes e gabaritos incompatíveis com veículos atuais tornam-se por vezes pontos de es-trangulamento do fluxo do trânsito e até mesmo causam acidentes”, ob-serva ainda João Bosco.

Os procedimentos necessários devem ser rotineiros. “Atitudes de monitoramento das obras públicas em geral, de encostas e de cursos d’água (considerados áreas de pre-servação permanente e onde não se pode construir) certamente reduzi-riam os acidentes que abalam com frequência muitas regiões do país”, acrescenta o coordenador do GT.

Ct.

Com

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ação

NO DISTRITO FEDERAL, MUITOS vIADUTOS APRESENTAM DESPRENDIMENTO DE PASTILHAS, E POR ISSO REPRESENTAM RISCO E PREJUízOS PARA A POPULAçãO

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N o convívio social, todos os cidadãos devem res-peito ao próximo. Os

valores sociais começam a ser apren-didos nos primeiros anos de vida, em casa. Mesmo assim, cada profissão tem suas especificidades, seus prin-cípios bem definidos e claros.

O Código de ética Profissional da Engenharia, da Arquitetura, da Agronomia, da Geologia, da Geo-grafia e da Meteorologia foi con-solidado pela Resolução n° 1.002, de 26 de novembro de 2002, do Confea. O texto explicita direitos e deveres e orienta ações para que instituições e profissionais possam enfrentar seus desafios, tanto pes-soais como técnicos.

“Uma das metas principais do Crea-DF neste ano é divulgar o Có-digo de ética. Temos feito palestras

em universidades, por exemplo, e temos tido boa receptividade”, relata o coordenador da Comissão de éti-ca do Crea-DF, engenheiro Ronaldo Arruda.

A sétima edição do documento foi publicada neste ano, em formato que cabe no bolso, para que seja fa-cilmente carregado. “O entendimen-to do Sistema Confea/Crea é que a divulgação desses princípios vai for-mar profissionais melhores. Conhe-cendo o Código, esses profissionais terão inclusive menos problemas no futuro”, prevê a assessora jurídica da Comissão de ética, advogada Lara Sanchez.

Ela folheia a publicação, que já conhece sem precisar ler, e escolhe um dos pontos que considera dos mais significativos do texto. é o ar-tigo 8°, inciso III: “Da honradez da

profissão. A profissão é alto título de honra e sua prática exige conduta honesta, digna e cidadã”.

Mas não se esquece de falar sobre as condutas vedadas. Elas estão descritas no artigo 10. A pri-meira refere-se às relações com o ser humano e seus valores. São três itens: o descumprimento voluntá-rio e injustificado dos deveres, o uso de privilégio profissional para vantagens pessoais e a prestação de orientações de má-fé.

Também é vedado ao profissio-nal aceitar tarefas para as quais não tenha efetiva qualificação. O código também repreende propostas hono-ríficas que estejam abaixo do mínimo legal, e ainda a imposição de ritmo de trabalho excessivo, a pressão psi-cológica ou assédio moral sobre co-laboradores.

Divulgação do Código de ética é prioridadeo crea-DF tem como um De seus importantes oBjetivos a conscientização soBre a necessiDaDe De conhecimento a respeito Dos princípios Da proFissão

Ética

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revistaCREA-DF

Histórico

Como funciona o processo disciplinarAs infrações cometidas por

profissionais são julgadas pela Comissão de ética, e os procedi-mentos estão definidos no Anexo da Resolução n° 1.004 do Confea, que regulamenta a condução do processo.

“A Comissão tem sido compe-tente também nisso”, relata Lara Sanchez. Ela diz que em 2009 ha-via cerca de trezentas denúncias a serem encaminhadas à Comissão de ética, mas estavam paralisadas.

O Crea-DF considerou que os julgamentos fossem prioridade e

tomou providências. “Hoje temos 63 processos em tramitação regular e cerca de quarenta para análise de denúncia na câmara especializada, da modalidade do denunciado”, co-menta a assessora Lara Sanchez.

A Comissão de ética é um ór-gão auxiliar das câmaras especiali-zadas, constituída de acordo com o Regimento do Crea, e faz o rela-tório sobre a denúncia para apre-ciação. A câmara lavra a decisão, mas em caso de estar impedida de fazê-lo, essa atribuição será então do plenário do Crea.

O Código de ética é fruto de longas discus-sões levadas à delibera-ção no Iv Congresso Nacional de Profissio-nais, realizado em Foz do Iguaçu (PR) em novem-bro de 2001, e que foi precedido de centenas de encontros microrregio-nais realizados em todos os Creas empenhados

nessa pauta. De posse dos resultados dos deba-tes, o Colégio de Entida-des Nacionais construiu consensos para a elabo-ração da Deliberação Cden 022/2002, de 6 de novembro de 2002, que seria então levada ao ple-nário do Conselho Fede-ral e aprovada por unani-midade.

COMEÇA POR VOCÊ

PROFISSIONAL

O CÓDIGO DE

ÉTICA

Page 32: Crea-DF 50 anos de História

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Mercado aquecido

U m passeio pelo Distrito Federal revela que a po-pulação está em movi-

mento. Muitas obras em andamento, especialmente grandes construções públicas que aceleram o ritmo.

O clima é de tempo bom. “Falta mão de obra. De servente e carpin-teiro a engenheiro. O mercado cres-ceu muito. é preciso contingente

para todos os níveis”, afirma o con-selheiro do Crea-DF engenheiro Laér-cio Duarte de Azevedo.

A construção civil é a parte mais visível da efervescência, que se reflete devido aos índices otimistas da eco-nomia nacional e das perspectivas surgidas com a realização da Copa do Mundo em 2014 em Brasília e em outras 11 capitais brasileiras. Mas o

mercado aponta para oportunidades para todos os profissionais do Siste-ma Confea/Crea.

Além disso, segundo levanta-mento realizado pela Fundação Ge-túlio vargas em parceria com o Se-brae, a expectativa é para grandes e pequenos. Essa pesquisa aponta para a criação de 2.700 novas micro e pe-quenas empresas e benefícios para

Mercado deTrabalho

Ct. Comunicação

A zonA centrAL de BrAsíLiA está MoViMentAdA Por trABALhAdores, GuindAstes e escAVAdeirAs. uM retrAto dAs BoAs PersPectiVAs PArA todAs As ProFissões

ínDices Do Desenvolvimento Brasileiro e perspectiva Da copa Do munDo trazem otimismo para proFissionais Do Distrito FeDeral

Page 33: Crea-DF 50 anos de História

31

revistaCREA-DF

17 mil empreendedores individuais – uma estimativa de faturamento em torno de R$ 198 milhões anuais.

O mundial de futebol vai gerar mais de 8 mil empregos diretos no DF nos setores de construção civil, tecnologia da informação, madeira e móveis, têxtil e vestuário, turis-mo, produção associada ao turismo, agronegócios, comércio varejista e serviços.

“Teremos bom volume de obras em 2012, com novos empreendimen-tos, inclusive relacionados à saúde e à educação. A Secretaria de Obras do Governo do Distrito Federal estará bastante voltada também para as ad-ministrações regionais”, afirma o pre-sidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal, engenheiro civil Julio Cesar Peres.

O engenheiro prevê uma deman-da muito forte por profissionais, es-

pecialmente nos próximos três anos, com contratações de engenheiros a pedreiros. Está previsto o início de diversos empreendimentos que vão movimentar uma massa de trabalha-dores.

O DF prepara-se para receber vi-sitantes com diversas iniciativas, que vão de reparos a opções para mobi-lidade urbana. A principal obra para melhoria do transporte já tem verbas destinadas, é o chamado vLP (veícu-lo leve sobre pneus), que fará a liga-ção do Gama e Santa Maria ao Plano Piloto, com investimentos de R$ 550 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (BNDES).

Em infraestrutura serão aplica-dos ainda cerca de R$ 1.732 bilhão. Entre os principais investimentos es-tão R$ 670 milhões para a constru-

Estádio Nacional de Brasília

Os olhos da população es-tão voltados para o local onde a bola vai rolar. O estádio que vem sendo construído tem nú-meros fantásticos. Segundo da-dos divulgados pelo Consórcio Brasília 2.014 (via Engenharia e Andrade Gutierrez), são mais de 2,4 mil trabalhadores empre-gados, 13 mil toneladas de aço e 288 pilares de até 39 m em 175 mil m² de área. O empre-endimento deverá ter a primei-ra certificação Leed Platinum, selo que identifica zelo com o meio ambiente, com cuida-dos relacionados à economia de energia, aproveitamento de água das chuvas e da ventilação natural, por exemplo.

ção do Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha, e mais R$ 700 mi-lhões para a ampliação do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek.

Crédito favorável

Outro indicativo que aponta

para o crescimento da construção ci-vil no Distrito Federal são as novas possibilidades de financiamento. Parceria entre entidades relaciona-das ao setor e o Banco de Brasília (BRB) possibilita R$ 500 milhões em investimentos para criação de ca-pital de giro e antecipação de recebí-veis para as empresas associadas, com taxas e prazos favoráveis, con-forme anúncio do Governo do Dis-trito Federal.

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Crea-DF

Em seus cinquenta anos de existência, o Crea-DF cumpriu com sua função de atuar com eficácia na orientação, na fiscalização, na valorização e no aperfeiçoamento do exercício profis-sional, contribuindo com a segurança e a qualidade de vida dos cidadãos do Distrito Federal. Mas para cumprir essas tarefas são necessárias estratégias administrati-vas, uma complexa estrutura e uma

equipe de pessoas preparadas para exercer diferentes funções, que vão desde o atendimento a usuários, no balcão de recepção, até o julgamento de processos em câmaras especiali-zadas e no plenário do Conselho. Somente o Departamento de Do-cumentação registrou mais de mil ações em todos os dias úteis das semanas entre janeiro e outubro de 2011. No total, foram cerca de 230

mil, contando-se recebimento de ARTs online o atendimento a usuá-rios, pessoalmente ou por telefone, montagem de processos, corres-pondências, malotes, documentos guardados, registros e uma série de outros serviços que fazem parte do dia a dia dos funcionários. “várias decisões importantes influen-ciaram para melhorias significativas no Crea-DF. Em nosso departamento

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MUDANçAS DE HORÁRIO E EMISSãO DE DOCUMENTOS ONLINE REDUzIRAM FILAS E TEMPO DE ESPERA NO BALCãO DA DIvISãO DE ATENDIMENTO (DIA)

Por dentro do Crea-DFo conselho regional De engenharia, arquitetura e agronomia tem estrutura, aDequaDa para o cumprimento De sua missão

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revistaCREA-DF

isso é muito visível por causa das fi-las. O registro de ARTs online desafo-gou o balcão. Além disso, os usuários também foram beneficiados com a mudança de horário, que passou a ser de 9h às 17h, com três horas diárias a mais de atendimento ao público. As emissões de certidões pela internet também trouxeram resultados muito positivos”, explica o chefe da Divi-são de Informação e Atendimento, Wellington Barros. Decisões administrativas e a infor-matização, por exemplo, reduziram idas e vindas de usuários ao Crea-DF. “Há 16 anos resolvo tudo aqui. Mas a necessidade de vir até o bal-cão de atendimento foi eliminada em cerca de 80%. Quase tudo pode ser feito pela internet”, atesta Maria da Luz Silva, gerente administrativa de uma empresa de Engenharia. Além disso, atualmente Maria da Luz encontra mais conforto quando ne-cessita ir à sede do Conselho. “Antes a sala de espera era lotada, demorava até uma hora para ser atendida, agora em 15 minutos está tudo pronto.”

Como funciona o ConselhoA estrutura básica de funciona-

mento é constituída pelo plenário, câmaras especializadas, presidência, vice-presidência e diretorias. O ple-nário é o órgão supremo, constituí-do por conselheiros designados por entidades de classe e instituições de ensino registradas. Cabe ao plenário, por exemplo, julgar recursos inter-postos contra decisões das câmaras e aprovar o programa de atividades e o orçamento anual.

As câmaras especializadas são órgãos constituídos pelos conse-lheiros do plenário, de acordo com suas especializações profissionais. São cinco: Agronomia, Arquitetu-ra, Engenharia Civil/Geologia/

Minas/Agrimensura, Engenharia Elétrica e Engenharia Industrial. Entre suas atribuições destacam-se o julgamento de infrações à legisla-ção e ao Código de ética, além da apreciação de pedidos de registros profissionais e de pessoas jurídicas.

O presidente exerce função em caráter honorífico, com mandato de três anos, eleito pelo voto direto de todos os profissionais registra-dos no Crea-DF. As diretorias são órgãos auxiliares à presidência. São elas, Administrativa, Financei-ra, de Relações Institucionais, de Fiscalização e de valorização Pro-fissional. Os cargos também são honoríficos.

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Auditório dePArtAMento de FiscALizAção (dFi)

diVisão de APoio Ao coLeGiAdo (dAc)

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No site do Crea-DF, www.creadf.org.br, estão as informações neces-sárias para orientar os usuários:

quem somos: com links sobre história do Crea-DF, informações sobre a instituição, galeria de presi-dentes, estrutura básica e estrutura de suporte, descrição dos profissio-nais vinculados ao Sistema Confea/Crea, regimento Interno, prestação de contas de 2009 a 2011 e tam-bém o manual para uso da identi-dade visual do Confea e Crea-DF.

serviços online: neste link encon-tram-se formulários como o termo de responsabilidade, que deve ser assinado e encaminhado pelos cor-reios ao Crea-DF para que o usu-ário possa utilizar os serviços via internet com segurança. Também estão os acessos para registro de ART, verificação de autenticidade de ART, acesso para consultas so-bre empresas e profissionais regis-trados, consulta sobre andamento de processos, certidões, consulta sobre certidões, alterações de da-dos e banco de empregos.

Boletos: pelo site é possível aces-sar vários tipos de boletos para pagamento.

registros: permite acesso a regis-tro de profissionais e de pessoas jurídicas.

Art: permite download de docu-mentos referentes às anotações de responsabilidade técnica de obras e serviços.

Valores de serviços: apresenta ta-belas com valores de vários tipos de serviços, além de informar legisla-

ções a que se referem esses valores.

Fiscalização: contém in-f o r m a ç õ e s sobre o de-partamento, com dados sobre p la-nejamento, ações, convê-nios, quadro funcional e contatos.

cursos e eventos: agenda atuali-zada.

Publicações: arquivos em PDF de diversos documentos.

recadastramento: orientações para recadastramento, com in-formações sobre documentação exigida e ainda acesso para in-formações sobre andamento de confecção da carteira nacional profissional.

creA Jovem: link para o blog do Crea Jovem, ficha de inscrição para novos membros e informa-ções sobre iniciativas.

ouvidoria: orientações sobre este órgão de comunicação criado para ouvir reclamações, suges-tões e elogios referentes ao Siste-ma Confea/Crea-DF. Explicações sobre sua história e objetivos.

Artigos: textos reflexivos de pro-fissionais.

contato: agenda com principais telefones e e-mails.

o caminho certo na internet

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Crea-DF

notíciAs e o inForMAtiVo CREA-DF

EM FOCO tAMBÉM estão ONLINE.

Clique em comunicação

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CAU

N a primeira metade do século passado, em 11 de dezembro de 1933,

o Decreto Federal no 23.569 regula-mentou o exercício das profissões de engenheiro, arquiteto e agrimensor. Dias antes dessa legislação comple-tar 77 anos, em 31 de dezembro de 2010, os arquitetos conquistaram seu próprio Conselho.

A Lei no 12.378, sancionada no último dia do ano passado, regula-menta o exercício profissional e cria o Conselho de Arquitetura e Urbanis-mo do Brasil (CAU/BR) e os Conse-lhos dos estados e do Distrito Federal.

“Cada uma das profissões se de-senvolveu e precisa da particulariza-ção de seus interesses específicos”, explica o arquiteto Alberto de Faria, eleito presidente do CAU-DF.

Alberto de Faria relembra que as primeiras regulamentações pro-fissionais do Brasil foram depois da Proclamação da República, ao final do século 19. Na época, não havia no país participação significativa de arquitetos, que vinham de Portugal.

“Em 1933, a opção pela união dos profissionais se justificava, pois o país era mais agrário do que urbano e havia poucas escolas de Arquitetura”, escla-rece ainda o presidente do CAU-DF.

Para entender a complexidade do desenvolvimento de cada uma das áreas de 1933 até os dias de hoje, Al-berto de Faria cita que hoje são 100 mil arquitetos no Brasil e cerca de 2.700 no Distrito Federal, onde to-dos os anos novas turmas se formam

Arquitetos têm Conselho próprioem uma universidade pública e em cinco particulares.

No Sistema Confea/Crea estão registrados profissionais de aproxi-madamente trezentos títulos que se vinculam à Engenharia, à Arquitetu-ra e à Agronomia. Alberto de Faria considera que tanta diversidade difi-culta o atendimento a todos os inte-resses, o que fez os arquitetos prefe-rirem um Conselho próprio.

Expectativas de atuação

“Trabalhamos com a perspectiva de oferecer serviços de qualidade. No sentido cartorial, vamos oferecer a carteira profissional e documentos necessários para o ingresso do pro-fissional em licitações, por exemplo. Para isso, estamos investindo bas-tante em informatização e procuran-do divulgar bem nosso papel para os arquitetos”, afirma Alberto de Faria.

Mas o papel do CAU-DF será bem mais abrangente. “Queremos a construção do debate sobre a cidade. Teremos participação política bem efetiva. Uma será a preocupação de funcionar bem administrativamente, e a outra será a preocupação com ações em que a sociedade participe para de-bater o planejamento do Distrito Fe-deral. Queremos que sejam ampliados os fóruns de participação da sociedade em debates sobre a cidade em que se vive”, acentua o arquiteto.

Perfil

O CAU-BR, dos estados e do Distrito Federal, é autarquia com

personalidade jurídica de direito público. Sua função é orientar, dis-ciplinar e fiscalizar o exercício da Ar-quitetura e Urbanismo, zelar pela fiel observância dos princípios de ética e disciplina da classe em todo o terri-tório nacional, além da prerrogativa de se esforçar pelo aperfeiçoamento do exercício profissional.

As Câmaras de Arquitetura dos Creas e a Coordenadoria de Câmaras de Arquitetura do Confea gerenciam o período de transição e organiza-ram o primeiro processo eleitoral do CAU/BR e dos CAUs dos estados e do Distrito Federal. Quando finali-zar a fase de transição, os arquite-tos desligar-se-ão definitivamente do Sistema Confea/Crea.

Os estados e o DF elegeram conselheiros federais e estaduais em 26 de outubro. Em 18 de novembro foi eleito o primeiro presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro. Para mais informações: www.cau.org.br e www.twitter.com/cau_br

Campos de atuação do arquiteto e urbanista

arquitetura e urbanismo

arquitetura de interiores

arquitetura paisagística

patrimônio histórico, cultural e artístico

planejamento urbano e regional

Topografia

tecnologia e resistência dos materiais

sistemas construtivos e estruturais

conforto ambiental

meio ambiente

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S e o Crea-DF já tem seu histó-rico reconhecimento público conquistado nestes cinquen-

ta anos, ganha ainda mais importância pela aglutinação promovida entre as entidades de classe que representam os profissionais das áreas de Engenha-ria, Arquitetura e Agronomia. O cole-tivo dessas instituições é um impor-tante fórum para tomada de decisões.

“Temos reuniões periódicas. En-viamos a pauta e debatemos as ne-cessidades das entidades para que o Crea faça gestão, inclusive para a promoção de políticas públicas junto aos governos”, explica o coordena-dor do Colégio de Entidades Regio-nais do Crea-DF (CDER-DF), Má-rio César Faustino Honório.

Uma das demandas desse cole-giado virou um caso de sucesso do Crea Jovem-DF, que é projeto Enge-nharia Pública, que teve repercussão inclusive na mídia nacional. A tele-visão mostrou jovens engenheiros e arquitetos junto com profissionais ex-perientes fazendo a vistoria de oitenta casas na Cidade Ocidental (GO) e entregando certificados aos morado-res, que assim puderam organizar-se e reivindicar reparos nas moradias que foram entregues em desacordo com contratos de construção.

Mário César explica que as reu-niões do colegiado também tratam de questões simples, mas de grande importância para os profissionais.

“As entidades nos trazem, por exemplo, reclamações de profissio-nais que não puderam dar entrada em projetos em órgãos públicos por exigências de documentação inade-quadas. O Crea-DF então faz gestão junto a essas instituições, mostrando quando as exigências são inadequa-das, o que não funcionaria se fosse o próprio profissional que tentasse esclarecer tal situação.”

Técnicos são valorizados

A Resolução n° 1.018, de 2006, do Confea, dispõe sobre o registro de entidades de classe para fins de representação junto aos Creas. A diferença entre as entidades re-gistradas e as cadastradas é que as primeiras têm representação no plenário e as outras são parceiras, frequentando reuniões e com par-ticipação nos debates promovidos pelo Conselho.

Entre as 11 entidades de clas-se registradas e as 32 cadastradas no Crea-DF está a Associação Bra-siliense de Técnicos de Nível Mé-dio (Abratec-DF), que é uma das que geralmente estão presentes nas reuniões do CDER-DF. Cadastra-da entre as parceiras, a instituição prepara-se para atender às exigên-cias de registro como integrante do colegiado.

“São muitos os motivos que nos fazem participar do CDER-DF. Um deles é a valorização dos profissio-nais”, enfatiza o presidente da Abra-tec-DF, Osnide Sousa Amaral. Ele explica que, por exemplo, quando vai fiscalizar obras, o Crea-DF faz as mesmas exigências para que as em-presas tenham técnicos especializa-dos, como faz em relação à exigência de ter engenheiros atuando nas fun-ções em que a legislação determina sua atuação.

Segundo Osnide Amaral, “há muito exercício ilegal da profissão, e o Crea-DF está autuando”. Ele co-menta que “as atividades dos técni-cos são a base das construções e im-portantes para a qualidade das obras e da soberania nacional”, ressalta.

Os técnicos registrados no Crea-DF são de diversas modalidades, como os da área industrial, que são especialistas em edificações, teleco-municações, saneamento, agrimen-sura ou mineração, por exemplo. Ou ainda da área agrícola, que incluem os especialistas em laticínio, carne, agropecuária e outros.

Osnide Amaral ainda cita outros benefícios que as entidades têm ga-rantidos quando se registram no Crea-DF: “Temos a possibilidade de ter inclusive repasse de recursos para a realização de cursos de qualifica-ção profissional e para promoção de atividades, como seminários”.

união fortalece profissionais

Entidades

Ct. Comunicação

colégio De entiDaDes regionais, com 11 registraDas e 32 caDastraDas no crea-DF, torna mais Fácil o atenDimento a reivinDicações

Page 39: Crea-DF 50 anos de História

Abee-DFAssociação Brasileira de Engenheiros Eletricistas do Distrito Federal

Abemi-DFAssociação Brasiliense dos Engenheiros Mecânicos e Industriais do Distrito Federal

Abenc-DFAssociação Brasileira dos Engenheiros Civis do Distrito Federal

AEA-DFAssociação dos Engenheiros Agrônomos do Distrito Federal

AEF-DFAssociação dos Engenheiros Florestais do Distrito Federal

Asemi-DFAssociação dos Engenheiros de Minas do Distrito Federal

CenbClube de Engenharia de Brasília

IAB-DFInstituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Distrito Federal

Senge-DFSindicato dos Engenheiros do Distrito Federal

Sinarq-DFSindicato dos Arquitetos do Distrito Federal

Sintec-DFSindicato dos Técnicos Industriais do Distrito Federal

UnBUniversidade de Brasília

Entidades de classe registradas no Crea-DFCom representação no Plenário do Conselho

Instituição de ensino registrada no Crea-DFCom representação no Plenário do Conselho

contatos em www.creadf.org.br

Page 40: Crea-DF 50 anos de História

50 anos de história

Uma publicação do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do DFBra

sília

DE

Z/2

011

Jubileu de ouroConselho celebra meio século de existência

ÉticaDifundir o código de Ética do Sistema Confea/Crea é prioridade

FiscalizaçãoHá 50 anos, o papel fiscalizador é exercido com eficiência pelo Regional

revista

revista5

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www.creadf.org.br